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GLOBALIZAÇÃO: AS CONSEQÜÊNCIAS HUMANAS TEXTOS: "GLOBALIZAÇÃO" (ZIGMUNT BAUMAN) "A IDENTIDADE CULTURAL NA PÓS-MODERNIDADE" (STUART HALL) AULA: PROF. ALEMAR S. A. RENA www.fluxos.org

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GLOBALIZAÇÃO:AS CONSEQÜÊNCIAS HUMANASTEXTOS: "GLOBALIZAÇÃO" (ZIGMUNT BAUMAN)"A IDENTIDADE CULTURAL NA PÓS-MODERNIDADE" (STUART HALL)

AULA: PROF. ALEMAR S. A. RENAwww.fluxos.org

O QUE É GLOBALIZAÇÃO

A RUPTURA ESPAÇO-TEMPO

• A "GLOBALIZAÇÃO" SE REFERE ÀQUELES PROCESSOS:

• atuantes numa escala global,

• que atravessam fronteiras nacionais,

• que integram e conectam comunidades e organizações em novas combinações de espaço-tempo,

• que tornam o mundo, em realidade e em experiência, mais interconectado.

• A GLOBALIZAÇÃO IMPLICA UM:

• movimento de distanciamento da idéia sociológica clássica da "sociedade" como um sistema bem delimitado

• sua substituição por uma perspectiva que se concentra na forma como a vida social está ordenada ao longo do tempo e do espaço

• O capitalismo foi, desde o início, um elemento da economia mundial e não dos estados-nação.

• POR QUÊ?

• Tanto a tendência à autonomia nacional quanto a tendência à globalização estão profundamente enraizadas na modernidade

• POR QUÊ?

as conseqüências da globalização

SOBRE AS IDENTIDADES

CULTURAIS

• COMPRESSÃO ESPAÇO-TEMPO:

• a aceleração dos processos globais, de forma que se sente que o mundo é menor e as distâncias mais curtas,

• que os eventos em um determinado lugar têm um impacto imediato sobre pessoas e lugares situados a uma grande distância.

• os horizontes temporais se encurtam até ao ponto em que o presente é tudo o que existe

PENSAR A RELAÇÃO ESPAÇO-TEMPO NAS MÍDIAS

• DIFERENCIAÇÃO ENTRE ESPAÇO E LUGAR:

• LUGAR: Específico, concreto, conhecido, familiar, delimitado. Permanecem fixos, nele temos raízes.

• ESPAÇO: Não está atado ao lugar. Podem ser virtuais, em fluxo, permite a ubiquidade.

• NA ERA PRÉ-MODERNAS: Espaço e lugar eram amplamente coincidentes.

• NA MODERNIDADE E, PRINCIPALMENTE, NA PÓS-MODERNIDADE: Amplamente desconexos.

• A. As identidades nacionais estão se desintegrando, como resultado do crescimento da homogeneização cultural do e do "pós-moderno global".

• B. As identidades nacionais e outras identidades e outras identidades "locais" ou particulares estão sendo reforçadas pela resistência à globalização.

• C. As identidades nacionais estão em declínio, mas novas identidades - híbridas - estão tomando seu lugar.

3 HIPÓTESES / DEBATE

• 1. TODAS AS IDENTIDADES ESTÃO LOCALIZADAS NO ESPAÇO E NO TEMPO SIMBÓLICOS:

• Geografias imaginárias (E. Said): a casa, o lar, paisagens características, como o espaço se impõe sobre o corpo, sobre o deslocamento, sobre o sentir-se em casa, etc.

• Localizações no tempo: os mitos de origem, as tradições, eventos históricos nacionais, etc.

• 2. A IDENTIDADE ESTÁ PROFUNDAMENTE ENVOLVIDA NO PROCESSO DE REPRESENTAÇÃO:

• A moldagem e a remoldagem de relações espaço-tempo no interior de diferentes sistemas de representação têm efeitos profundos sobre a forma como as identidades são localizadas e representadas.

• O sujeito masculino, representado nas pinturas do século XVIII, através das bem-reguladas e controladas formas espaciais clássicas, na residência de campo inglesa (Blenheim Palace),

• tem um sentido muito diferente de identidade cultural daquele do sujeito que vê a "si próprio/a" espelhado nos fragmentos e fraturados "rostos" que olham dos planos e superfícies partidos de uma das pinturas cubistas de Picasso.

A rendição de Breda, 1634

An old Woman Frying Eggs,1618

Rodin, 1879

The Scream by Edvard Munch (1893) which inspired 20th century Expressionists

Piet Mondrian, Composition II in Red, Blue, and Yellow, 1930

Pollock's One: Number 31, 1950 occupies an entire wall by itself at the Museum of Modern Art, New York City

"A Girl" by Ron Mueck (2006)

PENSAR COMO FICA AS IDENTIDADES NA

CONTEMPORANEIDADE, EM ESPECIAL QUANDO

OLHAMOS PARA OS PROCESSOS DETONADOS PELA CIBERCULTURA

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ZIGMUNT BAUMAN: RUPTURAS DA GLOBALIZAÇÃO

• Para alguns, “globalização” é o que devemos fazer se quisermos ser felizes; para outros, é a causa da nossa infelicidade. P. 7

• Para todos, porém, “globalização” é o destino irremediável do mundo, um processo irreversível. Estamos todos sendo “globalizados”. P. 7

• Os usos do tempo e do espaço são acentuadamente diferenciadores

• A globalização tanto divide como une - e as causas da divisão são idênticas às que promovem a uniformidade do globo

• O que para alguns parece globalização, para outros significa localização

• A mobilidade galga ao mais alto nível dentre os valores cobiçados

• A liberdade de movimentos, uma mercadoria sempre escassa e destribuída de forma desigual. P. 8

• Alguns de nós tornam-se plena e verdadeiramente “globais”; alguns se fixam na sua “localidade”.

• Os “globais” dão o tom e fazem as regras do jogo da vida. Ser local num mundo globalizado é sinal de privação e degradação social. P. 8

• CONSEQÜÊNCIAS: segregação espacial, separação e exclusão.

• As tendências neotribais e fundamentalistas (...) são fruto tão legítimo da globalização quanto a “hibridação” amplamente aclamada da alta cultura globalizada. P. 9

Livro lançado pela University Press of Florida em 2001.

• Uma causa específica de preocupação é a progressiva ruptura de comunicação entre as elites extraterritoriais cada vez mais globais e o restante da população, cada vez mais “localizada”. P. 9

• Os centros de produção de significado e valor são hoje extraterritoriais e emancipados de restrições locais

• O que não se aplica, porém, à condição humana, à qual esses valores e significados devem informar e dar sentido. P. 9

O CONCEITO DE PROPRIETÁRIO AUSENTE

• Um dos efeitos examinados é a nova versão de “proprietário ausente” - a independência recém-adquirida das elites globais face às unidades territorialmente confinadas de poder político e cultural e a conseqüente perda de poder dessas unidades. P. 9

• Crescente discrepância de escala entre o reino da tomada de decisões institucionalizada

• e o universo no qual recursos necessários para as decisões e sua aplicação são produzidos.

• Efeitos demolidores da globalização sobre a capacidade decisória dos governos estatais. P. 10

TEMPO E CLASSE

• “A companhia pertence às pessoas que nela investem - não aos seus empregados, fornecedores ou à localidade em que se situa” P. 13

Albert J. Dunlap, em “How I Saved Bad Companies and Made Good Companies Great”, 1997

• O que Dunlap quis dizer?

• Os empregados , os fornecedores e os porta-vozes da comunidade não têm voz nas decisões que os investidores podem tomar. P. 13

• Os verdadeiros tomadores de decisão, as “pessoas que investem”, têm o direito de descartar, de declarar inválido qualquer postulado externo sobre a maneira como elas dirigem a companhia. P. 13