governo do distrito federal polÍcia militar do...
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GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL
POLÍCIA MILITAR DO DISTRITO FEDERAL
GABINETE DO COMANDANTE-GERAL
ASSESSORIA DE ANÁLISE TÉCNICO-JURÍDICA
BOLETIM INFORMATIVO Nº 049
OUTUBRO DE 2015
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Sumário
1 –INOVAÇÕES LEGISLATIVAS..................................................................................................3
2 – NOTÍCIAS E JULGADOS DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO DISTRITO FEDERAL E
DOS TERRITÓRIOS........................................................................................................................3
3 – DECISÕES, INFORMATIVOS E NOTÍCIAS DOS TRIBUNAIS SUPERIORES ….............5
4 – PARECERES DA PROCURADORIA-GERAL DO DISTRITO FEDERAL............................6
5 - DECISÕES DO TCDF.................................................................................................................8
6 – PARA LEITURA, ESTUDO E REFLEXÃO JURÍDICA …....................................................8
7– LEGISLAÇÃO DE INTERESSE DO POLICIAL MILITAR.................................................14
8 – CONSULTAS............................................................................................................................15
3
DECRETO Nº 36.462, DE 23 DE ABRIL
DE 2015.
Regulamenta a Lei nº 4.896, de 31 de julho de
2012, que dispõe sobre o Sistema de Gestão de
Ouvidoria do Distrito Federal – SIGO/DF.
DECRETO Nº 36.471, DE 30 DE ABRIL
DE 2015.
Dispõe sobre a racionalização e o controle de
despesas públicas no âmbito do Governo do
Distrito Federal, em especial no exercício de
2015.
DECRETO Nº 36.495, DE 13 DE MAIO DE
2015.
Estabelece o procedimento para tramitação e
apreciação de projetos de leis e decretos de
competência do Governador do Distrito
Federal e revoga o Decreto nº 36.384, de 3 de
março de 2015.
DECRETO Nº 36.520, DE 28 DE MAIO DE
2015.
Estabelece diretrizes e normas gerais de
licitações, contratos e outros ajustes para a
Administração direta e indireta do Distrito
Federal e dá outras providências.
DECRETO Nº 36.524, DE 29 DE MAIO DE
2015.
Dispõe sobre procedimentos para
encaminhamento de requerimentos de
nomeação, exoneração e designação de
servidor para cargos e/ou funções em comissão
no âmbito do Poder Executivo do Distrito
Federal, altera o Decreto nº 33.564, de 9 de
março de 2012.
DECRETO Nº 36.755, DE 16 DE
SETEMBRO DE 2015.
Dispõe sobre a obrigatoriedade de registro
contábil de todas as dívidas de qualquer
natureza no Sistema Integrado de
Administração Financeira e Contábil - SIAC
do Sistema Integrado de Gestão
Governamental – SIGGo.
DECRETO Nº 36.756, DE 16 DE
SETEMBRO DE 2015.
Estabelece o Sistema Eletrônico de
Informações (SEI) como sistema oficial para a
gestão de documentos e processos
administrativos no âmbito dos órgãos da
Administração Direta e Indireta do Distrito
Federal, e dá outras providências.
DECRETO Nº 36.757, DE 16 DE
SETEMBRO DE 2015.
Estabelece procedimentos emergenciais para
restabelecer o equilíbrio orçamentário e
financeiro do Poder Executivo do Distrito
Federal.
DECRETO Nº 36.758, DE 17 DE
SETEMBRO DE 2015.
Anula o Decreto nº 33.790, de 13 de julho de
2012, e dá outras providências.
LEI Nº 5.537, DE 08 DE SETEMBRO DE
2015.
Dispõe sobre a obrigatoriedade de órgãos e
entidades públicas inserirem em seus sites
fotografias de pessoas desaparecidas.
CONCURSO PÚBLICO PARA AGENTE
DE POLÍCIA – SINDICÂNCIA DE VIDA
PREGRESSA E INVESTIGAÇÃO social
O candidato que presta concurso público se
submete às condições editalícias que regem o
certame. Candidato à vaga de agente da Polícia
Civil do DF apelou da sentença proferida em
mandado de segurança que manteve o ato de
sua exclusão do concurso, por não ter sido
recomendado na sindicância de vida pregressa e
investigação social. A Turma, por maioria,
confirmou a sentença do Juízo a quo e explicou
que o caso deve ser examinado a partir da
análise da Constituição Federal e do próprio
edital do concurso. Para o Relator, o apelante
aceitou as condições editalícias de ter sua vida
pregressa e social investigada, o que tem
previsão no art. 9º, V, da Lei 4.878/1965 e
encontra amparo no princípio da moralidade
administrativa a que alude o art. 37 da CF/88.
Dessa forma, a negativa de ingresso nos
quadros da Polícia Civil não fere direito seu,
muito menos líquido e certo. Para o prolator do
voto vencido, a investigação social deve atender
a algum tipo de contingenciamento temporal,
senão, dificilmente algum candidato seria
declarado apto ao cargo de agente de polícia.
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Para o Desembargador, não é lícito, à luz do
princípio da proporcionalidade, eliminar
candidato que, ao tempo em que era
adolescente, praticou ato infracional tendo
cumprido a medida socioeducativa que lhe foi
imposta.
Acórdão n. 882980, 20140110646445APC,
Relator: ARNOLDO CAMANHO DE ASSIS,
Revisor: SÉRGIO ROCHA, 4ª Turma Cível,
Data de Julgamento: 15/07/2015, Publicado
no DJE: 05/08/2015. Pág.: 162.
OCUPAÇÃO DE ESPAÇOS EM
ESCOLAS PÚBLICAS – NECESSIDADE
DE LICITAÇÃO
É necessário o prévio procedimento
licitatório para a instalação de cantinas e
lanchonetes em escolas públicas, sob pena
de afronta à LODF e à CF. O DF insurgiu-se
contra a decisão que, em ação de preceito
cominatório, declarou incidentalmente a
inconstitucionalidade do art. 13 da Lei
4.611/2011, que possibilitava a prorrogação
das permissões de uso de bem público
concedidas sem licitação a particulares para a
instalação de cantinas comerciais em escolas
públicas e obrigou o ente público a cancelar as
mencionadas permissões de uso. Em sua
defesa, o DF alegou que as permissões foram
concedidas em observância ao dispositivo
legal vigente à época, caracterizando atos
jurídicos perfeitos. A Turma manteve a
sentença sob o argumento de que a permissão
de uso de espaços para a exploração comercial
de cantinas em instituições de ensino da rede
pública, por estar relacionada à exploração de
bens públicos, deve ser precedida,
obrigatoriamente, de licitação, sob pena de
afronta à LODF e à CF. Desta feita, para o
Relator, o art. 13 da Lei 4.611/2011, ao
permitir que as cantinas particulares instaladas
em escolas públicas sem licitação
continuassem a exercer suas atividades, feriu
os princípios constitucionais relacionados à
Administração Pública. Por fim, o
Desembargador acrescentou que o ato jurídico
praticado sob a égide de norma declarada
inconstitucional é nulo, portanto inexistente no
mundo jurídico, não podendo ser convalidado.
Acórdão n. 885539, 20120111306494APC,
Relator: HECTOR VALVERDE SANTANA,
Revisor: JAIR SOARES, 6ª Turma Cível, Data
do Julgamento: 05/08/2015, Publicado no
DJE: 13/08/2015. Pág.: 197
ACUMULAÇÃO LEGÍTIMA DE CARGOS
– TETO REMUNERATÓRIO
No caso de acumulação legítima de cargos, a
remuneração do servidor público não se
submete ao teto constitucional. O autor é
coronel aposentado do Corpo de Bombeiros do
DF e professor aposentado da Secretaria de
Educação e, após o somatório de ambos os
vencimentos, teve os rendimentos decorrentes
do ofício de professor reduzidos em razão da
aplicação de redutor de teto unificado. O pedido
para voltar a auferir os rendimentos integrais de
sua aposentadoria foi julgado improcedente
pelo Juízo a quo. A Turma deu provimento ao
recurso e reformou a sentença, determinando ao
DF que restabeleça o valor integral da
aposentadoria auferida como professor, bem
como restitua os valores indevidamente retidos,
devidamente corrigidos. Para o Relator, tendo o
servidor contribuído ao longo de sua carreira
para o sistema previdenciário na justa
expectativa de ser amparado pelos proventos de
aposentadoria em sua velhice, não se mostra
legítima a pretensão do Estado em se apropriar
dessas contribuições. Tal fato implicaria em
enriquecimento indevido dos cofres públicos,
uma vez que os proventos de aposentadoria são
advindos de cargos que o autor exerceu em
acumulação lícita. Desta forma, segundo o
Desembargador, em se tratando de acumulação
legítima de cargos, estes devem ser
considerados isoladamente, não se submetendo
a remuneração do servidor público ao teto
constitucional.
Acórdão n. 890163, 20130111709657APC,
Relatora: LEILA ARLANCH, Revisora:
GISLENE PINHEIRO, 2ª Turma Cível, Data do
Julgamento: 26/08/2015, Publicado no DJE:
01/09/2015. Pág.: 141
CONSTITUCIONAL E
ADMINISTRATIVO. CONCURSO
PÚBLICO. TÉRMINO DO CURSO DE
FORMAÇÃO DE POLÍCIA MILITAR
PMDF. EXAME PSICOLÓGICO.
ASSINATURA POR PROFISSIONAL
HABILITADO. POSSIBILIDADE.
DECRETO DISTRITAL Nº 35.851.
REALIZAÇÃO DE NOVO EXAME
PSICOLÓGICO. ILEGALIDADE
MANIFESTA. SENTENÇA MANTIDA.
1. O exame psicológico realizado como
etapa do concurso de Soldado do Quadro de
Praças da Polícia Militar do Distrito Federal
PMDF encontra respaldo em Lei específica da
5
carreira (Lei 7.289/84, com redação dada pelas
alterações da Lei nº 11.134/2005 e
12.086/2009)
2. O art. 62 da Lei Distrital nº 4.949/12,
define as regras para a realização de concursos
públicos no âmbito do Distrito Federal,
estabelece, de fato, que o exame psicotécnico
deve ser realizado por banca examinadora
composta por, pelo menos, três especialistas.
3. Na espécie, contudo, a mencionada
norma não foi descumprida, uma vez que,
embora o resultado da avaliação psicológica
tenha sido assinado por apenas um
profissional, extrai-se claramente dos autos que
a banca examinadora foi composta por 3(três)
especialistas.
4. Inaplicável o Decreto 35.851/2014
editado pelo Governador do Distrito Federal,
que efetivou os candidatos que estavam sob
condição“sub judice” em concurso para
ingresso nos quadros da Polícia Militar e
Corpo de Bombeiros Militar do Distrito
Federal, em virtude de sua flagrante
ilegalidade.
5ª TURMA CÍVEL APELAÇÃO
20140110325685APC. Relator:
Desembargador JOSAPHA FRANCISCO
DOS SANTOS.
GRATIFICAÇÃO POR APREENSÃO DE
ARMA DE FOGO. ESTRUTURA DA
SEGURANÇA PÚBLICA DO DF.OFENSA
À LODF. INVASÃO DA COMPETÊNCIA
DA UNIÃO
Processo nº 2013 00 2 014236-2; Reg.
Acórdão: 852413.
Ementa: AÇÃO DIRETA DE
INCONSTITUCIONALIDADE. LEI Nº
5.112/2013. GRATIFICAÇÃO POR
APREENSÃO DE ARMA DE FOGO.
SERVIDORES INTEGRANTES DA
ESTRUTURA DA SEGURANÇA PÚBLICA
DO DF. OFENSA À LODF. INVASÃO DA
COMPETÊNCAI DA UNIÃO.
SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL
INFORMATIVO N º 786
Praça: aplicação de pena acessória de perda
do cargo e tribunal competente – 3
A pena acessória de perda do cargo,
aplicada a praças da polícia militar, prescinde
de processo específico para que seja imposta, ao
contrário do que ocorre no caso de oficiais da
corporação. Com base nesse entendimento, o
Plenário, em conclusão de julgamento e por
maioria, desproveu recurso extraordinário
interposto em face de acórdão que mantivera
condenação a pena acessória de perda do cargo
aplicada a praças. Alegava-se ofensa ao art.
125, § 4º, da CF, ao fundamento de que o art.
102 do CPM, ao prever como pena acessória a
exclusão de praça condenado a pena privativa
de liberdade superior a 2 anos, não teria sido
recepcionado pela nova ordem constitucional.
Sustentava-se, ainda, que a EC 18/1998 não
teria suprimido, para as praças, a garantia
prevista no citado art. 125, § 4º, da CF (“Art.
125. ... § 4º Compete à Justiça Militar estadual
processar e julgar os militares dos Estados, nos
crimes militares definidos em lei e as ações
judiciais contra atos disciplinares militares,
ressalvada a competência do júri quando a
vítima for civil, cabendo ao tribunal competente
decidir sobre a perda da patente dos oficiais e da
graduação das praças.”) já que os incisos VI e
VII do § 3º do art. 142 da CF (“Art. 142 ... § 3º
... VI - o oficial só perderá o posto e a patente
se for julgado indigno do oficialato ou com ele
incompatível, por decisão de tribunal militar de
caráter permanente, em tempo de paz, ou de
tribunal especial, em tempo de guerra; VII – o
oficial condenado na justiça comum ou militar a
pena privativa de liberdade superior a dois anos,
por sentença transitada em julgado, será
submetido ao julgamento previsto no inciso
anterior,”)fariam referência apenas à perda do
posto e da patente de oficiais militares – v.
Informativo 549. O Colegiado reputou que a
referência à competência do Tribunal, contida
no § 4º do art. 125 da CF, remeteria,
consideradas as praças, à Justiça Militar, não
cabendo ver no preceito a necessidade de
processo específico para ocorrer, imposta pena
que se enquadrasse no art. 102 do CPM, a
exclusão da praça. Observou que, relativamente
aos oficiais, a regência seria diversa (CF, art.
142, § 3º). Do cotejo dessas normas, haveria
tratamento diferenciado da matéria em caso de
condenação de praça ou oficial pela Justiça
Militar a pena privativa de liberdade superior a
2 anos. Ou seja, somente quanto aos oficiais,
dar-se-ia o pronunciamento em processo
específico para chegar-se à perda do posto e da
patente. Assim, o art. 102 do CPM seria
6
harmônico com a Constituição, consentâneo
com a concentração do exame da matéria, a
dispensar, com base na Constituição, na
abertura de um novo processo. Vencidos os
Ministros Joaquim Barbosa, Cármen Lúcia,
Teori Zavascki, Rosa Weber e Celso de Melo,
que davam provimento ao recurso, ao
fundamento de que o art. 102 do CPM não
teria sido recepcionado pela Constituição.RE
447859/MS, rel. Min. Marco Aurélio,
21.5.2015. (RE-447859)
SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
Súmula 533
Para o reconhecimento da prática de falta
disciplinar no âmbito da execução penal, é
imprescindível a instauração de procedimento
administrativo pelo diretor do estabelecimento
prisional, assegurado o direito de defesa, a ser
realizado por advogado constituído ou defensor
público nomeado.
Súmula 536
A suspensão condicional do processo e a
transação penal não se aplicam na hipótese de
delitos sujeitos ao rito da Lei Maria da Penha.
Informativo n. 0564
DIREITO DO CONSUMIDOR.
COBERTURA DE HOME CARE POR
PLANO DE SAÚDE.
No caso em que o serviço de home care
(tratamento domiciliar) não constar
expressamente do rol de coberturas previsto no
contrato de plano de saúde, a operadora ainda
assim é obrigada a custeá-lo em substituição à
internação hospitalar contratualmente prevista,
desde que observados certos requisitos como a
indicação do médico assistente, a concordância
do paciente e a não afetação do equilíbrio
contratual, como nas hipóteses em que o custo
do atendimento domiciliar por dia supera a
despesa diária em hospital. Isso porque o serviço
de home careconstitui desdobramento do
tratamento hospitalar contratualmente previsto,
serviço este que, a propósito, não pode sequer
ser limitado pela operadora do plano de saúde,
conforme a Súmula 302 do STJ (“É abusiva a
cláusula contratual de plano de saúde que limita
no tempo a internação hospitalar do segurado”).
Além do mais, nota-se que os contratos de
planos de saúde, além de constituírem negócios
jurídicos de consumo, estabelecem a sua
regulamentação mediante cláusulas contratuais
gerais, ocorrendo a sua aceitação por simples
adesão pelo segurado. Por consequência, a
interrupção dessas cláusulas contratuais segue as
regras especiais de interpretação dos contratos de
adesão ou dos negócios jurídicos estandardizados,
como aquela segundo a qual havendo dúvidas,
imprecisões ou ambiguidades no conteúdo de um
negócio jurídico, deve-se interpretar as suas
cláusulas do modo mais favorável ao aderente.
Nesse sentido, ainda que o serviço de home
carenão conste expressamente no rol de
coberturas previstas no contrato do plano de
saúde, havendo dúvida acerca das estipulações
contratuais, deve preponderar a interpretação mais
favorável ao consumidor, como aderente de um
contrato de adesão, conforme, aliás, determinam o
art. 47 do CDC (“As cláusulas contratuais serão
interpretadas de maneira mais favorável ao
consumidor”), a doutrina e a jurisprudência do
STJ em casos análogos ao aqui analisado. REsp
1.378.707-RJ, Rel. Min. Paulo de Tarso
Sanseverino, julgado em 26/5/2015, DJe
15/6/2015.
APURAÇÃO DE RESPONSABILIDADE
POR PAGAMENTO INDEVIDO
Ementa: ADMINISTRATIVO. AUXÍLIO-
ALIMENTAÇÃO. MILITARES DO DISTRITO
FEDERAL. PAGAMENTO INDEVIDO.
IMPRESCRITIBILIDADE DOS DANOS
CAUSADOS AO ERÁRIO. TOMADA DE
CONTAS ESPECIAL. (Processo nº
020.003.590/2014, PARECER Nº 06/2015 –
PROPES, AUTOR: ETH CORDEIRO DE
AGUIAR).
RECONHECIMENTO DE DÍVIDA
Ementa: ADMINISTRATIVO.
RECONHECIMENTO DE DÍVIDA.
NECESSIDADE DE ESTAREM PRESENTES
TODOS OS REQUISITOS (SUBJETIVOS E
OBJETIVOS). MESMO NA HIPÓTESE DE
CONSTATAÇÃO DE REALIZAÇÃO DE
SERVIÇOS, SEM COBERTURA
CONTRATUAL, O PROCEDIMENTO
ADMINISTRATIVO DE RECONHECIMENTO
DE DÍVIDA DEVE SER LEVADO A EFEITO
NO PRÓPRIO ÓRGÃO CONSULENTE.
AFIGURA-SE DE BOM ALVITRE QUE SEJA
DADA CIÊNCIA DAS IRREGULARIDADES
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OCORRIDAS, NA EXECUÇÃO DO
CONTRATO Nº 039/2010 – PMDF, À
CONTROLADORIA-GERAL DO DISTRITO
FEDERAL -CGDF E AO TRIBUNAL DE
CONTAS DO DISTRITO FEDERAL – TCDF.
NA AUSÊNCIA DE DÚVIDA JURÍDICA
ESPECÍFICA, SUGERE-SE A DEVOLUÇÃO
DO FEITO A PMDF. (Processo nº
054.002.395/2013, PARECER Nº 73/2015 –
PRCON, AUTOR: MARCELO AUGUSTO DA
CUNHA CASTELLO BRANCO).
PAGAMENTO DE INDENIZAÇÃO À
SERVIDORA GESTANTE SEM VÍNCULO
COM A ADMINISTRAÇÃO
Ementa: DIREITO ADMINISTRATIVO.
SERVIDORA DETENTORA DE CARGO DE
NATUREZA ESPECIAL. AUSÊNCIA DE
VÍNCULO EFETIVO. EXTINTA
SECRETARIA DE ESTADO DA MICRO E
PEQUENA EMPRESA E ECONOMIA
SOLIDÁRIA DO DF. DECRETO 36.236/15 E
DECRETO 36.262/15. REMANEJAMENTO
DE CARGOS E FUNÇÕES PARA A
SECRETARIA DE ESTADO DA ECONOMIA
E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
DO DF. DECRETO 36.237/15. SERVIDORA
EXONERADA GRÁVIDA. REQUERIMENTO
DE INDENIZAÇÃO, COM BASE NO ART. 53
DA LC 840/11. DECRETO 34.135/13.
NOMEAÇÃO DE OUTRO SERVIDOR PARA
OCUPAR O CARGO REMANEJADO.
CARACTERIZADO O INTERESSE PÚBLICO,
QUE AUTORIZA A EXONERAÇÃO, DESDE
QUE SEJA ASSEGURADA A
INDENIZAÇÃO. PRECEDENTES:
PARECERES 066/13 E 231/13 –
PROPES/PGDF. (Processo nº
370.000.003/2015, PARECER Nº 170/2015 –
PRCON, AUTOR: MARIA LUISA BARBOSA
PESTANA GUIMARÃES).
CONTRATAÇÃO EMERGENCIAL (ART.
24, IV, LEI 8.666/03). PRESTAÇÃO DE
SERVIÇO EM TELECOMUNICAÇÕES,
COM LOCAÇÃO DE EQUIPAMENTOS
Ementa: DIREITO ADMINISTRATIVO.
LICITAÇÃO. CONTRATAÇÃO
EMERGENCIAL (ART. 24, IV, LEI 8.666/93).
PRESTAÇÃO DE SERVIÇO EM
TELECOMUNICAÇÕES, COM LOCAÇÃO
DE EQUIPAMENTOS. PMDF. (Processo nº
054.000.890/2015, Parecer nº 343/2015 –
PRCON, autor: Gabriel Abbad Silveira).
INSPEÇÃO DE SAÚDE E CASSAÇÃO DE
INATIVIDADE DE MILITAR DA RESERVA
REMUNERADA
Ementa: 1. A inspeção de saúde não tem
finalidade explicada em caso de cassação de
inatividade de militar da reserva remunerada. 2.
Como medida de prudência, enquanto a exigência
de inspeção de saúde em casos de exclusão não é
revogada do direito positivo, o que deveria ser
promovido o mais brevemente possível, em face
do insucesso nas atividades de notificação do
miliciano, convém ser diligenciada convocação
por meio de publicação no Diário Oficial do
Distrito Federal e em jornal de grande circulação
local, por aplicação análoga do disposto na Lei
Federal n. 6.477/1977 (Processo nº
053.002.570/2009, Parecer nº 027/2015 –
PRCON, autor Antônio Carlos de Alencar
Carvalho).
POSSIBILIDADE DE DEFERIMENTO DE
HORÁRIO ESPECIAL PARA QUE A
SERVIDORA CONCILIE O EXERCÍCIO DO
CARGO PÚBLICO COM OS CUIDADOS
COM O FAMILIAR DEPENDENTE DE
SEUS CUIDADOS
Ementa: A situação jurídica da servidora deverá
amoldar-se, doravante, aos ditames da Lei
Complementar nº 840/2011, como cumprimento
da jornada integral, com a possibilidade de
deferimento de horário especial para que concilie
o exercício do cargo público com os cuidados
com o familiar dependente de seus cuidados, a
fim de que sejam conciliados os interesses da
Administração Pública e da pessoa com
deficiência física. Obs.: ONDE SE LÊ:
PARECER Nº 014/2015 – PROPES/PGDF”,
folhas 20/24; LEIA-SE: “PARECER Nº
0210/2015-PRCON/PGDF (Processo nº
060.013.729/2014, Parecer nº 210/2015 –
PRCON, autor: Antônio Carlos de Alencar
Carvalho).
ANULAÇÃO DE ATO DE
LICENCIAMENTO DAS FILEIRAS DA
PMDF
Ementa: ANULAÇÃO DE ATO
DELICENCIAMENTO DAS FILEIRAS DA
PMDF. INVIABILIDADE. PRESCRIÇÃO DA
PRETENSÃO. POSSIBILIDADE DE
REPERCUSSÃO SOBRE A ESFERA DE
INTERESSES. NECESSIDADE DE QUE SEJA
DADA A OPORTUNIDADE DE O
INTERESSADO SE MANIFESTAR.
PRINCÍPIOS DO CONTRADITÓRIO E DA
8
AMPLA DEFESA. (Processo nº
054.001.785/2014, Parecer nº 308/2015 –
PRCON, autor: Carlos Mário da Silva Velloso
Filho).
PENALIDADE DE SUSPENSÃO
Ementa: ADMINISTRATIVO – LICITAÇÕES
E CONTRATOS – PENALIDADE DE
SUSPENSÃO PREVISTA NO ART. 87, III, DA
LEI N. 8.666/93 – ABRANGÊNCIA
NACIONAL – PRECEDENTES STJ. (Processo
nº 273/2015 – PRCON, autor: Luciano Araújo
de Castro).
DECISÃO Nº 962/2015
O Tribunal, por unanimidade, de acordo com o voto
da Relatora, decidiu: (...) V – determinar à Polícia
Militar do Distrito Federal, que, no prazo de 60
(sessenta) dias, apresente justificativas e a
documentação comprobatória em resposta aos
questionamentos constantes na NA nº 034, bem
como verifique a situação do servidor Adriano João
de Araújo, que acumula o posto de Cabo na Polícia
Militar do Distrito Federal como cargo de
Atendente de Reintegração Social na Secretaria de
Estado da Criança do Distrito Federal, adotando as
providências cabíveis para fim de regularização das
situações apontadas, informando sobre as medidas
adotadas. Atente para os reflexos do determinado
na auditoria de regularidade, versada no Processo
29.867/14, em relação aos militares que receberam
auxílio alimentação em duplicidade, para que façam
a opção pelo benefício em um dos vínculos,
adotando as medidas necessárias ao cancelamento
do auxílio no vínculo não escolhido, fazendo gestão
junto ao outro órgão envolvido, se for o caso; (...)
LIMITES DA LIBERDADE DE EXPRESSÃO
DOS MILITARES: OSTENTAÇÃO
DE TATUAGEM E MANIFESTAÇÃO PELAS
REDES SOCIAIS.
Jorge Cesar de Assis
Amanda Mattioni Prado
1. INTRODUÇÃO
Questão que se apresenta controvertida, e
que suscita debate atualmente, é a garantia da
liberdade de expressão manifestada pela participação
nas redes sociais e, também pelo uso de tatuagens
por militares.
As questões suscitadas vieram à tona,
coincidentemente, por conta de atos da Polícia
Militar do Paraná (PMPR).
A legalidade das normas tidas como
restritivas que a Polícia Militar paranaense emitiu é o
que se pretende discutir, à luz do que preceitua a
Constituição Federal e as leis.
2. A CENSURA AO USO DO APLICATIVO
Recentemente, em abril do corrente ano, a
Polícia Militar em Curitiba adotou uma medida
controvertida: teria restringido o uso do aplicativo de
mensagens instantâneaswhatsapppelos policiais
militares. Tal ato causou muita polêmica e levantou a
discussão sobre a liberdade de expressão dos
membros da corporação.
Divulgou-se na mídia que o Memorando
Circular nº 069/2015, emitido pela Corregedoria-
Geral da Polícia Militar do Estado do Paraná, teria
determinado que a partir da edição daquela medida,
as mensagens, antes de serem enviadas pelos
policiais por meio do aplicativo whatsapp, deverão
passar por um controle prévio de conteúdo por parte
de seus superiores hierárquicos. Caso não procedam
dessa maneira, os policiais militares ficam sujeitos à
Ação Disciplinar ou de Polícia Judiciária Militar.
A atitude tomada pela PMPR foi justificada
pelo fato de que um grande número de mensagens e
vídeos vexatórios, inadequados e que denigrem a
imagem da corporação, estariam sendo veiculados
pelo aplicativo whatsapp.
O assunto foi objeto de matéria
onlineveiculada pelo jornal Gazeta do Povo, por
meio da qual os representantes de entidades como a
Associação dos Praças do Estado do Paraná (Apra-
PR) e da Associação de Defesa dos Direitos dos
Policiais Militares Ativos, Inativos e Pensionistas
(Amai) manifestaram-se, classificando a medida
como um ato de censura e de ataque à liberdade de
expressão dos militares. Um dos policiais ouvidos
pela reportagem contestou o memorando e ressaltou
que a “Constituição Federal não diferencia o militar
do cidadão comum”.
Nesse contexto, é preciso destacar que, ao
tempo em que a Carta Magna garante o direito a
livre expressão em seu artigo 5º, inciso IV, já no
inciso seguinte, assegura da mesma forma o direito
9
de resposta, proporcional ao agravo, além da
indenização por dano moral, material ou à imagem.
Quando se afirma que o cidadão militar não
se difere do cidadão comum, convém lembrar que é
a própria Constituição que o diferencia. Seja porque
estabeleceu, no art. 142, §3º, X, que “a lei
disporásobreo ingresso nas Forças Armadas, os
limites de idade, a estabilidade e outras condições
de transferência do militar para a inatividade, os
direitos, os deveres, a remuneração, as
prerrogativas e outras situações especiais dos
militares, consideradas as peculiaridades de suas
atividades, inclusive aquelas cumpridas por força
de compromissos internacionais e de guerra”, seja
porque ao longo do texto constitucional, outras
restrições são estabelecidas, como a
excepcionalidade da necessidade de flagrante delito
e mesmo da ordem judicialpara a prisão do militar,
o exercício dos direitos políticos, a vedação de
habeas corpus nas transgressões disciplinares, a
proibição de sindicalização e de grevee a limitação
dos direitos sociais.
E, na tentativa de equiparação ao cidadão
comum, é preciso lembrar que os trabalhadores
regidos pela CLT por exemplo estão sujeitos a
advertências e demissão por justa causa em casos
envolvendo o uso indevido das redes sociais.
Inclusive, as leis trabalhistas não vedam que o
contrato de trabalho contenha orientações sobre as
condutas que o trabalhador deve seguir em relação
ao uso de tecnologias em ambientes de trabalho.
Segundo preceitua Thiago Jacomo “um
exemplo de falta grave, suscetível de configuração
de justa causa é a desídia, que pode configurar-se
quando o empregado perde produtividade em
decorrência do uso de aplicativos e redes sociais
durante a jornada de trabalho. Já quando o
empregado não respeita a proibição desses meios
no trabalho, configura-se a insubordinação, também
passível de demissão por justa causa”.
Assim, tanto em casos de uso indevido de
celulares, tablets e outros meios telemáticos em
ambiente de trabalho, bem como do uso das redes
sociais e aplicativos para veicular publicações
ofensivas ao empregador via internet, a justa causa
poderá ser aplicada com base nos arts. 482, alíneas
“b” e “k”, da CLT, segundo as quais a desídia e
todo ato lesivo da honra ou da boa fama ou ofensas
contra empregador e superiores hierárquicos
constituem motivo para rescisão do contrato de
trabalho. Ainda, cabe destacar que o bloqueio a
determinados sites e o controle de conteúdo
acessado é perfeitamente legal, de forma que a
infração a essas determinações também pode
ensejar a justa causa.
Um caso notório noticiado pelo site Jusbrasil
sobre demissão por justa causa envolvendo o
aplicativo whatsappfoi o de uma enfermeira que
filmou com seu celular e posteriormente, divulgou
pelo aplicativo o vídeo do jogador Neymar em uma
maca entrando na sala de emergência do Hospital
São Carlos, em Fortaleza. Ao final do vídeo, a
enfermeira aparece na filmagem vibrando, manda
beijos e “dá tchau” para os que a assistiram.
A jurisprudência trabalhista entende que,
tanto o uso indevido da internet em local de trabalho
como o seu mau uso ensejam a demissão por justa
causa, como se pode ver pelas jurisprudências abaixo
colacionadas:
JUSTA CAUSA. USO INDEVIDO DA INTERNET.
CONFIGURAÇÃO.Hoje em dia, o acesso à internet
é uma realidade disponível para a grande maioria
das pessoas que, através dela, têm a possibilidade de
se conectar com o mundo, tanto no âmbito familiar
quanto no profissional. Na esfera trabalhista, a
internet vem sendo largamente utilizada, podendo
representar um genuíno instrumento de trabalho,
mas o seu uso indevido por parte dos empregados
tem ocasionado discussões, principalmente porque
não há ainda uma legislação específica regulando a
matéria. Como medida patronal preventiva, o que
se tem observado hoje é a fiscalização, a restrição
ou até mesmo o bloqueio total de acesso à internet
para fins particulares durante o período de
trabalho, o que é perfeitamente cabível dentro do
poder diretivo e regulamentar do empregador .
Porém, a monitoração do uso da internet no
ambiente organizacional tem se tornado cada vez
mais difícil, pois a tecnologia da telefonia móvel,
por exemplo, acaba rompendo a barreira
eventualmente imposta pelo empregador. Nos casos
em que restar provado que a empresa proibia a
navegação na internet durante o horário de
trabalho e o empregado desafiava os limites
impostos para acessá-la habitualmente por meio de
seu celular pessoal, é inegável a ocorrência de justa
causa para a dispensa, ficando evidente a prática
de desídia e mau procedimento. Se além disso ficar
demonstrado que, através da internet, o
trabalhador ofendia colegas de trabalho, clientes da
empresa ou a própria organização, é possível ainda
enquadrá-lo nas situações previstas pelas alíneas j
e k do art. 482 da CLT. É que todo empregado deve
saber que está inserido no contexto da empresa, de
modo que seu comportamento inadequado pode
causar sérios danos ao estabelecimento, e o que é
postado através da conexão universal da internet
pode afetar a segurança, a produtividade e até
mesmo a reputação de uma organização
10
consolidada. Portanto, o trabalhador tem que se
portar nas redes sociais com o mesmo zelo sob o
qual se mantém no ambiente de trabalho, pois no
mundo virtual o meio é diverso, mas as ações e
consequências são as mesmas do mundo real. A má
ação do empregado no âmbito virtual equivale
àquela adotada no mundo tangível, afinal, seu
perfil, sejaele real ou eletrônico, é único . Recurso
a que se nega provimento no aspecto. (TRT-15 -
RO:18438420125150018 SP 047374/2013-PATR,
Relator: LORIVAL FERREIRA DOS SANTOS,
Data de Publicação: 14/06/2013).
Nesse mesmo sentido, considerando que o
uso indevido da internet e a veiculação de notícias
nas redes sociais maculam a imagem da empresa e
estimulam a desídia e o mau comportamento dos
funcionários, autorizando a justa causa: TRT-5-
RecOrd: 00004725220115050001 BA 0000472-
52.2011.5.05.0001, Relator: MARCOS GURGEL,
1ª. TURMA, Data de Publicação: DJ 29/03/2012.
Portanto, se em relação ao trabalhador
comum é permitido ao empregador que imponha
barreiras (bloqueio) ao uso das redes sociais no
âmbito da empresa e, se o rompimento dessa
barreira pelo empregadopode, em tese, caracterizar
desídia ou insubordinação autorizando sua
demissão por justa causa, em princípio não vemos
como o militar, que tem uma vida profissional
regrada por excelência, ser liberado desses
mecanismos de controle.
Assim, o uso indevido das redes sociais no
ambiente de trabalho ou, como instrumento de
ofensa aos superiores, ou à Corporação pode, em
tese, autorizar a verificação da responsabilidade
administrativa e até penal, e sobre isso não há
qualquer discussão.
Uma leitura atenta ao Memorando
069/2015 irá delimitar sua pretensão:“estabelecer
procedimentos no que concerne à utilização
indevida de ferramentas de uso típico na rede
mundial de computadores, dispondo sobre
consequências disciplinares”.
A edição do memorando pressupõe que
policiais militares têm criado grupos com
denominações referentes às Unidades em que estão
servindo, o que pode denotar que as opiniões e
entendimentos ali expostos possam ter o caráter de
oficialidade, correspondente ao nome do grupo.
O Memorando 69/2015 assevera ainda que
oficiais e praças, irregular e ilegalmente, têm
postado comentários desairosos, ofensivos e
difamatórios e/ou caluniosos em desfavor de
pessoas, empresas e instituições, em maior número
por intermédio da ferramenta WhatsAppe em
menor número por intermédio do Facebook.
Referiu ainda que militares fardados,
explícita ou anonimamente, têm vinculado vídeos,
mensagens, etc, por meio destas ferramentas,
expondo a imagem da Corporação a situações
vexatórias, constrangedoras e inadequadas. O
mesmoocorreria em relação à exposição de assuntos
de cunho estratégico que comprometem o
planejamento operacional das ações afetas à PMPR,
gerando muitas vezes, resultados inócuos às
operações e prejuízos à população.
A questão que sobressai, portanto, é definir
se a Corporação pode ou não pretender “censurar”,
previamente, as postagens feitas por militares nas
redes sociais.
Uma simples leitura ao questionado
memorando será suficiente para perceber que, em
momento algum de seu texto sobressai a intenção de
controle ou censura.
Assim, conforme se extrai da alínea “a”, do
item 11 da norma em questão, a Corregedoria-Geral
da PMPR, apenas determinou, “que toda mensagem
ou conteúdo degradante, difamatório ou
calunioso ou que exponha a Corporação ou seus
membros seja avaliada pelos Comandantes,
Diretores ou Chefes, no exercício de suas
atribuições de Polícia Judiciária Militar ou de sua
Competência Disciplinar, sem prejuízo da
atuação suplementar deste órgão central de
correição”.
E isto ela poderia fazê-lo, visto que a Lei
estadual nº 16.575, de 28.09.2010, atribui a
Corregedoria-Geral, essa competência técnica.
Não se tratou, portanto, de tentar censurar o
uso da ferramenta WhatsApp ou mesmo Facebook,
ou de qualquer outra rede social, mesmo porque, a
liberdade de expressão e de interação nas redes
sociais é assegurada a todos os cidadãos brasileiros,
inclusive aos militares. Se é certo que cada um posta
o que quiser, não menos correto é afirmar-se que
cada um continua a responder pelos seus atos, sejam
eles praticados de forma real ou virtual, e isto vale
para ofensas e comentários desairosos aos superiores
ou à própria Corporação.
A determinação do memorando questionado
é endereçada aos comandantes, chefes e diretores,
que tomarem conhecimento –e isto é bom que se
destaque –de mensagem ou conteúdo degradante,
difamatório ou calunioso ou que exponha a
Corporação ou seus membros.
São os comandantes, chefes ou diretores os
titulares do exercício do poder disciplinar e da
polícia judiciária militar, segundo os quais seapura a
falta disciplinar ou o crime militar. Tendo notícia de
transgressão ou crime (cometidos por qualquer meio
de comunicação), apurá-los se insere no rol dos
11
deveres jurídicos de agir do comandante, chefe ou
diretor. Por óbvio que os policiais-militares que
originalmente postarem ou difundirem o conteúdo
ou mensagem, bem como aqueles que, conhecendo
ou devendo conhecer sua natureza imprópria, a
repassem ou difundam por qualquer meio, ficam
sujeitos à ação disciplinar ou de polícia judiciária
militar, independente de eventual responsabilidade
civil.
Apurar a transgressão disciplinar ou crime
militar praticado pelas redes sociais não implica em
restrição à liberdade de manifestação, porque é a
própria Constituição Federal que assegura o direito
de resposta proporcional ao agravo, além de
indenização por dano moral, material ou à
imagemdenotando que a liberdade de expressão não
é ampla, nem geral e nem irrestrita, seja porque a
crítica indevida a autoridades ou superiores, quando
proferida por militares pode caracterizar
transgressão disciplinar, seja porque em alguns
casos, conforme o grau da ofensa, caracterizar
crime militar ou comum.
3. A QUESTÃO DAS TATUAGENS EM
MILITARES
O 13º Batalhão da Polícia Militar de
Curitiba, também por meio de memorando nº 68, de
26 de março de 2015, determinou que todo o
efetivo sob seus comandos deverão preencher
minuciosamente uma declaração, informando se
possuem tatuagem ou não, qual o desenho e o local
tatuado. Aqueles que não atenderem a essas
determinações, segundo a norma publicada, ficam
sujeitos a sanções administrativas.
A medida também causou polêmica entre
os policiais, tanto que conforme notícia do siteda
Associação de Defesa dos Direitos dos Policiais
Militares, Ativos, Inativos e Pensionistas (AMAI),
os membros da corporação associados que se
sentiram constrangidos com tal determinação
poderão procurar o departamento jurídico da
entidade representativa para tomar as medidas
cabíveis. A Polícia Militar não possui lei dispondo
sobre tatuagens.
A disposiçãopara o uso de tatuagens para os
que pretendem ingressar na carreira militar do
Exército está regulamentada na Lei 12.705/2012
(art. 2o,VIII,a), já para o ingresso na Marinha e
Aeronáutica, as leis 12.704/2012 e 12.464/2011
regulam o assunto, nos arts. 11-A, XII e 20, XVII,
respectivamente.
Em síntese, todas as referidas leis dispõem
que não serão admitidos os candidatos que
possuírem tatuagens que façam alusão à ideologia
terrorista ou extremista contrária às instituições
democráticas. Tatuagens com tema de violência,
criminalidade, ideia ou ato libidinoso, discriminação
ou preconceito de raça, credo, sexo ou ainda a ideia
ou ato ofensivo às Forças Armadas também estão
proibidas, de forma que o seu uso seja adequado com
os preceitos morais e de ética militar.
Segundo matéria divulgada pelo jornal
GGN20, o objetivo da restrição das tatuagens seria o
de resguardar a impessoalidade caso o militar seja
"observado por um inimigo em operações de defesa
da Pátria" ou mesmo por marginais em ações de
garantia da leie da ordem. Outro exemplo citado é
que a camuflagem poderia ficar comprometida se o
militar tiver a face tatuada. Todavia, o dispositivo
que previa a exclusão do candidato que apresentasse
"tatuagem no corpo que fique à mostra quando
trajando uniforme previsto para a prática de
educação física", foi vetado pela Presidente Dilma
Roussef.
A proibição de tatuagens aos candidatos ou
integrantes das forças armadas bem como da polícia
militar, bombeiros, etc. só é admitida nos casos
supracitados. Nos demais casos a interpretação deve
ser restritiva, de forma que a vedação ao uso de
tatuagem respeite os princípios da razoabilidade e
proporcionalidade e que prevaleça a liberdade de
expressão, conforme jurisprudência abaixo
colacionada:
MANDADO DE SEGURANÇA. CONCURSO
PÚBLICO PARA ADMISSÃO NO CURSO DE
FORMAÇÃO DE SOLDADOS -QUADRO DE
PRAÇAS BOMBEIROS MILITARES DO CORPO
DE BOMBEIROS MILITAR DE SANTA
CATARINA. IMPETRANTE CONSIDERADO
INAPTO EM EXAME DE SAÚDE POR
APRESENTAR TATUAGENS VISÍVEIS COM O
USO DE UNIFORME DEEDUCAÇÃO FÍSICA: 1)
NO BRAÇO DIREITO, UM DESENHO
REFERENTE A BANDEIRA DO BRASIL E
OUTRO REFERENTE A UMA BANDA DE ROCK
BRASILEIRA; 2) NAS COSTAS, DESENHO DE
UM ANJO E DE UMA ESTRELA; 3) NA PERNA
ESQUERDA, DESENHO DE UMA ESTRELA.
VEDAÇÃO PREVISTA NOEDITAL. DESENHOS
SEM CONTEÚDO OFENSIVO OU OBSCENO.
ATO DE ELIMINAÇÃO DO CANDIDATO QUE
IMPLICA EM OFENSA AOS PRINCÍPIOS
CONSTITUCIONAIS DA LEGALIDADE, DA
PROPORCIONALIDADE E DA
RAZOABILIDADE. CONSTITUIÇÃO FEDERAL,
ARTS. 37 E 142, INC. X. ORDEM
CONCEDIDA.MANDADO DE SEGURANÇA.
CONCURSO PÚBLICO. POLÍCIA MILITAR.
12
TATUAGEM. INTELIGÊNCIA DA LC N. 587,
DE em: 09/04/2015.14.01.2013. INAPTIDÃO NO
EXAME MÉDICO. DISCRIMINAÇÃO SEM
JUSTIFICAÇÃO OBJETIVA E RAZOÁVEL.
ORDEM CONCEDIDA.A liberdade de expressão,
que encontra diversasformas de manifestação,
constitui um dos fundamentos essenciais da
sociedade democrática, uma das condições básicas
para o seu progresso e para o desenvolvimento do
ser humano, enquanto indivíduo. Traduz uma
exigência do pluralismo, da tolerância e da
grandeza de espírito sem os quais não há
democracia. Evidente que, em matéria de liberdade
de expressão, o Estado dispõe de alguma margem
de apreciação. Mas as ingerências nesta liberdade
exigem uma interpretação restritiva e devem
corresponder a uma necessidade social imperiosa,
devendo ser proporcionais ao fim a que se
destinam. Tanto isso é verdadeiro que a Presidenta
Dilma vetou disposição correlata da Lei n. 12.705,
de 08 de agosto de 2012, a qual dispõe sobre os
requisitos para ingresso nos cursos de formação de
militares de carreira do Exército, que dispunha ser
vedado o ingresso de candidato portador de
tatuagem que, pelas suas dimensões ou natureza,
prejudiquem a camuflagem e comprometam as ope
[...](TJ-SC -MS: 20130040286 SC 2013.004028-
6(Acórdão), Relator: Nelson Schaefer Martins,
Data de Julgamento: 12/11/2013, Grupo de
Câmaras de Direito Público Julgado).
Nesse mesmo sentido:
AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO
ORDINÁRIA. ANTECIPAÇÃO DE TUTELA.
DEFERIMENTO. CONCURSO PÚBLICO.
POLÍCIA MILITAR. SOLDADO.
INABILITAÇÃO DE CANDIDATO COM
TATUAGEM. AUSÊNCIA DE LEI. RECURSO
IMPROVIDO.I. A exigência de ausência de
tatuagem,imposta pela Administração Pública para
a investidura em cargo público destoa dos
princípios da legalidade e da isonomia,princípios
estes que devem nortear todo o agir da
Administração Pública. II. Não é possível se
estabelecer condições e exigências, sem prévia lei
formal, para o acesso aos cargos em empregos
públicos. Além disso, tal restrição encontra óbice
no art. 5º da Constituição Federal que preconiza a
igualdade entre todos, sem distinção de qualquer
natureza. III. O concurso público tem o escopo
selecionar os candidatos mais bem qualificados
para o ingresso na carreira da Polícia Militar e o
fato do Impetrante possuir tatuagem não o
inabilita para o exercício de suas atribuições
militares, posto que o uso de tatuagem não o
atrapalhou ou mesmo o incapacitou para
ultrapassar etapas anteriores do certame.IV.
Agravo de Instrumento improvido.(TJ-MA -AI:
495282013 MA 0011074-47.2013.8.10.0000,
Relator: MARIA DAS GRAÇAS DE CASTRO
DUARTE MENDES, Data de Julgamento:
30/06/2014, QUINTA CÂMARA CÍVEL, Data de
Publicação: 02/07/2014).
Contrariando esse entendimento:
Agravo regimental em recurso extraordinário 2.
Concurso público. Soldado da polícia militar. 3.
Candidato reprovado no exame médico por
apresentar tatuagens em contrariedade às regras
editalícias. Controvérsia que depende do exame
prévio de normas editalícias e da revisão do
conjunto fático-probatório dos autos. Incidência
das súmulas 279 e 454. 4. Ausência de argumentos
suficientes para infirmar a decisão recorrida. 5.
Agravo regimental a que se nega provimento. (RE
632859 AgR, Relator(a): Min. GILMAR
MENDES, Segunda Turma, julgado em
14/05/2013, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-101
DIVULG 28-05-2013 PUBLIC 29-05-2013)
No entanto, as regulamentações dos editais
para concurso da Polícia Militar em alguns estados
do Brasil contrariam o entendimento jurisprudencial
sobre a questão. Uma pesquisa realizada pelo jornal
Diário do Vale analisou a questão em onze estados
brasileiros, tendo o seguinte resultado:
PM da Bahia: não permite tatuagens
definitivas, de membro superior, pescoço e face,
contendo imagem atentatória à moral aos bons
costumes;
PM do Distrito Federal: permite tatuagem,
desde que não seja obscena ou ofensiva à
moralidade, aos bons costumes e que faça apologia
ao crime e ao uso de substância tóxica e
entorpecente;
PM de Espírito Santo: não permite nos
membros inferiores e superiores, pescoçoe face, que
não são cobertas por vestuário esportivo, tipo camisa
com manga curta e meia cano curto;
PM do Maranhão: não permite tatuagem
em locais visíveis e/ou atentatórios à moral e os bons
costumes;
PM do Mato Grosso do Sul: permite
tatuagem, desde que não seja obscena e ofensiva;
PM de Minas Gerais: não pode apresentar,
quando em uso dos diversos uniformes, tatuagem
visível que seja, por seu significado, incompatível
com o exercício das atividades de policial militar;
13
PM do Paraná: não pode apresentar
qualquer tatuagem permanente no corpo, mesmo
estilizada, que possa expressar ou sugerir qualquer
ligação com gangues, organizações criminosas ou
de estímulo à violência e ao uso de drogas, que seja
contrária aos princípios e aos valores de liberdade e
democracia, à moral, à lei.
PM do Piauí: A tatuagem não poderá
atentar contra a morale os bons costumes;
PM do Rio Grande do Sul – não pode
tatuagem em áreas expostas, isto é, nas áreas não
cobertas pelos uniformes regulamentares usados
pela Brigada Militar;
PM de Rondônia – Não são permitidas
tatuagens que afetem a honra pessoal, o pundonor
policial militar e o decoro da classe; discriminação
ou preconceitos de raça, credo, sexo ou origem;
ideias ou atos ofensivos às Forças Armadas,
Corporações Policiais, Corpos de Bombeiros etc.;
ou ainda, caso esteja(m) aplicada(s) em extensa
área do corpo, que possa(m) vir a prejudicar os
padrões de apresentação pessoal e de uso de
uniformes exigidos na Corporação; ou estejam
localizadas no rosto;
PM de Santa Catarina – Se possuir
tatuagem, a mesma não deverá ficar exposta
quando trajando o uniforme de Educação Física
Militar previsto no Regulamento de Uniformes da
PMSC;
PM de Tocantins – Será verificado se o
candidato possui tatuagens aparentes como uso dos
uniformes de serviço e de educação física ou de
praia, ou com desenhos ofensivos ou incompatíveis
com o perfil militar (suástica, pornografia, facções
criminosas, apologia ao crime, que denotem afeição
a valores incompatíveis com a moral e os
costumes).
Portanto, até aqui aquestão das tatuagens
esteve restrita à verificação de sua existência por
ocasião do ingresso nas Corporações, sejam
federais, sejam estaduais e do Distrito Federal. As
Forças Armadas restringiram o uso de tatuagens,
em especial quanto à mensagem que esta forma de
expressão pretende passar àqueles que a visualizem.
Quando se restringe algo, significa que todo o resto
que não se enquadra na proibição é possível de ser
ostentado.
As Polícias Militares, constitucionalmente
consideradas como Forças Auxiliares e Reserva do
Exército Brasileiro, pode, igualmente, regulamentar
a questão nos moldes da Força Terrestre, e parece
ser este o entendimento dos tribunais.
Se a restrição privada é possível – e ela
dirige-se aos candidatos, interessados em ingressar
na Força – é possível, posteriormente, a
Organização Militar determinar aos seus integrantes
que identifiquem suas tatuagens, pressupondo que
elas não estão visíveis ou não foram informadas?
A resposta implica em verificar a legalidade
e alcance do memorando expedido pelo 13º BPM aos
integrantes de seu efetivo.
Em um primeiro momento é de lembrar-se o
mandamento constitucional, segundo o qual
ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer
alguma coisa senão em virtude de lei. Obviamente
que a lei referida é a lei formal, elaborada a partir do
processo legislativo e que se vê a partir do art. 59 e
seguintes da Carta Magna.
Vimos que as Forças Armadas previram, por
meio de lei ordinária, a questão das tatuagens para os
candidatos a ingressar nas carreiras militares. As
Polícias e Corpos de Bombeiros Militares, por serem
Forças Auxiliares e reserva da Força Terrestre
também podem estabelecer restrições semelhantes,
via de regra proibindo tatuagens na face, ou com
motivos que façam alusão à ideologia terrorista ou
extremista contrária às instituições democráticas,
tatuagens com tema de violência, criminalidade,
idéia ou ato libidinoso, discriminação ou preconceito
de raça, credo, sexo ou ainda a idéia ofensiva às
Forças Armadas também estão proibidas, de forma
que seu uso seja adequado com os preceitos morais e
de ética militar.
As decisões dos tribunais parecem estar
nesse sentido, mesmo porque, hoje, a tatuagem
ganhou força como forma de expressão, e passou a
ser comum, principalmente entre os jovens. O que
não for legalmente proibido, está permitido, mesmo
nos quartéis.
É exatamente por isso que o memorando interno do
13º BPM, da forma como foi noticiado pela
imprensa, parece estar em desconformidade com a
liberdade de expressão e a própria intimidade do
cidadão militar. Ora, em havendo uma determinação
administrativa, para que os integrantes de uma
unidade militar informem se tem, e tendo, em que
parte do corpo estão e em que consistem tatuagens
porventura existentes, a conclusão que se chega é
que tais tatuagens não estão visíveis, pois se assim
fossem não haveria necessidade de pretender vê-las
informadas por quem as detém.
Informações sobre o artigo:ASSIS, Jorge Cesar de;
PRADO, Amanda Mattioni. Limites da Liberdade de
Expressão dos Militares: Ostentação de Tatuagem e
Manifestação pelas Redes Sociais. Disponível em:
www.jusmilitaris.com.br. Acesso em 05/10/2015.
14
LEI Nº 7.289, DE 18 DE DEZEMBRO DE
1984.
Dispõe sobre oEstatuto dos Policiais Militares
da Polícia Militar do DistritoFederal e dá
outras providências.
[...]
TÍTULO VI
DAS DISPOSIÇÕES DIVERSAS
CAPÍTULO I
Das Situações Especiais
SEÇÃO I
Da Agregação
Art. 77 – A agregação é a situação na qual o
policial militar da ativa deixa de ocupar a vaga
na escala hierárquica do seu quadro, nela
permanecendo sem número.
§ 1º - O policial-militar deve ser agregado
quando:
I – for nomeado para cargo considerado no
exercício de função de natureza policial-militar
ou de interesse policial-militar estabelecido em
Lei ou Decreto-lei, ou Decreto, não previsto nos
Quadros de Organização da Polícia Militar;
II – aguardar transferência para a reserva
remunerada, por ter sido enquadrado em
quaisquer dos requisitos que a motivaram; e
III – for afastado, temporariamente, do serviço
ativo por motivo de:
a) ter sido julgado incapaz,
temporariamente, após um ano contínuo de
tratamento de saúde própria;
b) ter sido julgado incapaz,
definitivamente, enquanto tramita o processo de
reforma;
c) haver ultrapassado um ano contínuo de
licença para tratamento de saúde própria;
d) haver ultrapassado 6 (seis) meses
contínuos em licença para tratar de interesse
particular;
e) haver ultrapassado 6 (seis) meses
contínuos em licença para tratar de saúde de
pessoa da família;
f) ter sido considerado oficialmente
extraviado;
g) haver sido esgotado o prazo que
caracteriza o crime de deserção previsto no
Código Penal Militar, se Oficial ou Praça com
estabilidade assegurada;
h) como desertor, ter-se apresentado
voluntariamente ou ter sido capturado e reincluído
a fim de se ver processar;
i) se ver processar, após ficar
exclusivamente à disposição da Justiça Comum;
j) ter sido condenado à pena restritiva de
liberdade superior a 6 (seis) meses, em sentença
passada em julgado, enquanto durar a execução,
excluído o período de sua suspensão condicional
se concedida esta ou até ser declarado indigno de
pertencer à Polícia Militar ou com ela
incompatível;
l) ter passado à disposição de outro órgão do
Distrito Federal, da União, dos Estados ou
Territórios para exercer função de natureza civil;
m) ter sido nomeado para qualquer cargo
Público civil temporário, não eletivo, inclusive da
administração indireta;
n) ter se candidatado a cargo eletivo, desde
que conte 5 (cinco) anos ou mais de efetivo
serviço; e
o) ter sido condenado à pena de suspensão do
exercício do posto, graduação ou cargo ou função,
prevista no Código Penal Militar.
§ 2º- O policial-militar agregado, de
conformidade como os itens I e II do § 1º,
continua a ser considerado, para todos os efeitos,
como em serviço ativo.
§ 3º - A agregação do policial-militar a que se
refere o Item I e as letras I e m do item III do § 1º,
é contada a partir da data de posse no novo cargo
até o regresso à Corporação ou transferência ex
ofício para a reserva remunerada.
§ 4º - A agregação do policial-militar, a que se
referem as letras a, c e e do item III do § 1º, é
contada a partir do primeiro dia após os
respectivos prazos e enquanto durar o evento.
§ 5º - A agregação do policial-militar, a que se
referem o item II e as letras b, f, g, h, i, j e o do
item III do § 1º, é contada a partir da data
indicada no ato que torna público o respectivo
evento.
§ 6º - A agregação do policial-militar, a que se
refere a letra n do item III do § 1º, é contada a
partir do registro como candidato, até sua
diplomação ou seu regresso à Corporação se não
houver sido eleito.
§ 7º - O policial-militar agregado fica sujeito às
obrigações disciplinares concernentes às suas
relações com outros policiais-militares e
15
autoridades civis e militares, salvo quando
ocupar cargo que lhe dê precedência funcional
sobre os outros policiais-militares mais
graduados ou mais antigos.
§ 8º - Caracteriza a posse no novo cargo
regulado pelo § 3º a entrada em exercício no
cargo ou respectiva função.
Art. 78- O policial-militar agregado ficará adido,
para efeito de alterações e remuneração, à
Diretoria de Pessoal, continuando a figurar no
lugar que então ocupava no Almanaque ou
Escala Numérica, com a abreviatura “Ag” e
anotações esclarecedoras de sua situação.
Art. 79 – A agregação se faz por ato do
Governador do Distrito Federal, para Oficiais e
pelo Comandante-Geral, para Praças.
SEÇÃO II
Da Reversão
Art. 80 – A reversão é o ato pelo qual o policial-
militar agregado retorna ao respectivo Quadro,
tão logo cesse o motivo que determinou a sua
agregação, voltando a ocupar o lugar que lhe
competir no respectivo Almanaque ou Escala
Numérica, na primeira vaga que ocorrer.
Parágrafo único – Em qualquer tempo, poderá ser
determinada a reversão do policial-militar
agregado, exceto nos casos previstos nas letras a,
b, c, f, g, h, j, n, e o do item III do § 1º do art. 77.
Art. 81 – A reversão de Oficiais será efetuada
mediante ato do Governador do Distrito Federal e
as das Praças por ato do Comandante-Geral da
Corporação.
[...]
Consultas à legislação federal
acessewww.planalto.gov.br.
Consultas à legislação distrital, acesse
www.tc.df.gov.br/sinj/pesquisas .asp