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GOVERNO DO ESTADO DE PERNAMBUCO
SECRETARIA ESTADUAL DE SAÚDE
SECRETARIA EXECUTIVA DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE
Perfil Socioeconômico,
Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco
2013
Secretaria de Saúde do Estado de Pernambuco Secretaria Executiva de Vigilância em Saúde
Diretoria Geral de Promoção, Monitoramento e Avaliação da Vigilância em Saúde
Gerência de Monitoramento e Avaliação da Vigilância em Saúde
Perfil Socioeconômico,
Demográfico e Epidemiológico
de Pernambuco
Pernambuco
2013
Governador de Pernambuco Eduardo Henrique Accioly Campos Vice- governador João Soares Lyra Neto Secretário Estadual de Saúde Antônio Carlos dos Santos Figueira Chefe de Gabinete Humberto Antunes Assessora do Gabinete Joanna Freire Secretária Executiva de Coordenação Geral Ana Paula Menezes Soter Secretário Executivo de Vigilância em Saúde Eronildo Felisberto Secretária Executiva de Atenção à Saúde Tereza de Jesus Campos Neta Secretária Executiva de Regulação em Saúde Adelaide Caldas Cabral Secretária Executiva de Gestão de Pessoas e Educação em Saúde Cinthia Kalyne de Almeida Alves Secretário Executivo de Administração e Finanças Jorge Antonio Dias Correia de Araújo Superintendência de Comunicação Thiago Nunes Secretário Executivo de Vigilância em Saúde Eronildo Felisberto Assessoria do Gabinete SEVS Ana Cláudia Simões Cardoso Ana Coelho de Albuquerque Diretora Geral de Informações e Ações Estratégicas da Vigilância Epidemiológica Patrícia Ismael de Carvalho Gerência de Informações Estratégicas Romildo Siqueira de Assunção Coordenação do Sinan Andréa Barbosa Coordenação do Cievs Patrícia Lima Coordenação de Vigilância Epidemiológica em Âmbito Hospitalar Maria do Carmo Rocha Gerência de Monitoramento e Vigilância de Eventos Vitais Cândida Correia Coordenação do Sinasc Idalacy Barreto Coordenação do SIM Bárbara Figueiroa Gerência da Rede SVO Bárbara Araújo Diretora Geral de Promoção, Monitoramento e Avaliação da Vigilância em Saúde Luciana Caroline Albuquerque Bezerra Gerência de Monitoramento e Avaliação em Saúde Juliana Martins Coordenação de Monitoramento e Avaliação da Vigilância em Saúde Monik Duarte Coordenação de Análise e Disseminação da Informação em Saúde Tereza Farias Gerência de Vigilância de Doenças e Agravos não Transmissíveis e Promoção à Saúde Marcella Abath Coordenação de Mobilização Comunitária e Promoção de Modos de Vida Saudáveis Isabella Paes Coordenação de Vigilância de Acidentes e Violência Sandra Luzia Souza Gerência de Atenção à Saúde do Trabalhador Denise Timóteo Diretora Geral de Controle de Doenças e Agravos Roselene Hans Santos Assessoria da Diretora Geral de Controle de Doenças e Agravos Sílvia Cabral Gerência de Prevenção e Controle da Aids e outras DST François Figueiroa Coordenação de Prevenção de DST Djair Sena
Coordenação de Prevenção e Controle da Aids Khaled Almahnoud Coordenação de Prevenção das Hepatites Adriana Cavalcante Coordenação de Vigilância Ambiental de Riscos Ambientais Danielle Ferreira Gerência de Doenças Transmitidas por Micobactérias Ana Lúcia Souza Coordenação do Programa de Controle da Tuberculose Nadianara Araújo Coordenação do Programa de Controle da Hanseníase Raíssa Alencar Gerência de Prevenção e Controle das Zoonoses, Endemias e Riscos Ambientais Bárbara Morgana Coordenação de Prevenção da Leishmaniose, Raiva e Peste Francisco Duarte Coordenação de Prevenção da Esquistossomose Gabriella Murakami Coordenação de Vigilância de Chagas, Tracoma e Malária Gênova Azevedo Coordenação de Prevenção da Dengue e Febre Amarela Claudenice Pontes Gerência de Prevenção e Controle dos Agravos Agudos Nara Melo Coordenação de Doenças Imunopreveníveis Ana Antunes Fonseca Coordenação de Doença de Veiculação Hídrica e Alimentar Camila Vasconcelos Diretor Geral do Laboratório Central de Saúde Pública - LACEN Ovídio Araripe Diretor da Agência Pernambucana de Vigilância Sanitária - APEVISA Jaime Brito Apoio Administrativo Camila Moura José Everaldo Bezerra Júnior Marta Ximenes Ricardo Alex de Lima Sóstenes Marcelino da Silva Junior Wanessa Cristina de Souza
Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco:
Elaboração: Tereza Ignês da Silva Farias, Isabela Maciel de Sousa Silva, Juliana Martins B. S. Costa.
Colaboração: Equipes técnicas da Diretora Geral de Informações e Ações Estratégicas em Vigilância
Epidemiológica, Diretoria Geral de Controle de Doenças e Agravos, Diretoria Geral de Promoção,
Monitoramento e Avaliação da Vigilância em Saúde.
Revisão: Luciana Caroline Albuquerque Bezerra, Juliana Martins B. S. Costa, Paula R. Luna de Araújo
Jácome.
Diagramação: Rafael Azevedo de Oliveira.
Secretaria de Saúde do Estado de Pernambuco, Secretaria Executiva de Vigilância em Saúde. Diretoria
Geral de Promoção, Monitoramento e Avaliação da Vigilância em Saúde. Perfil Socioeconômico,
Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco. Pernambuco, maio de 2013.
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ANS - Agência Nacional de Saúde
ARV - Antirretrovirais
ATT - Acidentes de Transporte Terrestre
AZT - Azidotimidina
BPN - Baixo peso ao nascer
Cerest - Centros Regiões de Saúde do Trabalhador
CI - Coeficientes de Incidência
CMG - Coeficiente de Mortalidade Geral
CMI - Coeficiente de Mortalidade Infantil
Compesa - Companhia Pernambucana de Saneamento
DAC - Doenças do Aparelho Circulatório
DAD - Doenças do Aparelho Digestivo
DAGU - Doenças do Aparelho Geniturinário
DANT - Doenças e Agravos Não Transmissíveis
DAR – Doenças do Aparelho Respiratório
DC - Dengue clássico
DCC - Dengue com complicação
DCNT - Doenças Crônicas Não Transmissíveis
DETRAN-PE - Departamento Estadual de Trânsito de Pernambuco
DIP - Doenças Infecciosas e Parasitárias
DM - Doença Meningocócica
DN - Declaração de Nascido Vivo
DO - Declaração de Óbito
DORT - Distúrbio Osteomuscular Relacionado ao Trabalho
DSOH - Doenças do Sangue e dos Órgãos Hematopoiéticos e alguns Transtornos Imunitários
DTA - Doenças Transmitidas por Alimentos
FHD - Febre hemorrágica da dengue
GPP - Gravidez, Parto e Puerpério
GT - Grupos Técnicos
HIV - Vírus da Imunodeficiência Humana
HV - Hepatites Virais
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IDB - Indicadores e Dados Básicos para a Saúde no Brasil
INCA - Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva
Lacen - Laboratórios Centrais de Saúde Pública
LER - Lesão por Esforço Repetitivo
LTA - Leishmaniose tegumentar americana
LV - Leishmaniose visceral
MIF - Mulheres em Idade Fértil
MBP - Muito Baixo Peso
MS - Ministério da Saúde
NV - Nascidos Vivos
OMS - Organização Mundial de Saúde
PAIR - Perda Auditiva Induzida por Ruído
PFA - Paralisia Flácida Aguda
PNAD - Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios
RIPSA - Rede Interagencial de Informações para a Saúde
RMM - Razão de Mortalidade Materna
RMR - Região Metropolitana do Recife
SCD - Síndrome do choque da dengue
SES-PE - Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco
SIB - Sistema de Informações de Beneficiários
SIH - Sistemas de Informação Hospitalar
SIM - Sistemas de Informação sobre Mortalidade
Sinan - Sistemas de Informação de Agravos de Notificação
Sinasc - Sistemas de Informação sobre Nascidos Vivos
SINATT - Sistemas de Informação e de Notificação de Acidentes de Transporte Terrestre
SI-PNI - Sistemas de Informação do Programa Nacional de Imunização
SISAGUA - Sistemas de Informação de Análise da Qualidade da Água para Consumo Humano
SISPCE - Sistemas de Informação do Programa de Controle da Esquistossomose
SISSOLO - Sistemas de Informação de Vigilância em Saúde de Populações Expostas a Solo Contaminado
SRAG - Síndrome Respiratória Aguda Grave
SRC - Síndrome da Rubéola Congênita
TB - Tuberculose
TBN - Taxa Bruta de Natalidade
TMC - Transtornos Mentais e Comportamentais
TDO - Tratamento Diretamente Observado
TV - Transmissão vertical
USIATT - Unidades Sentinelas de Informações sobre Acidentes de Transporte Terrestre
LISTA DE QUADROS E TABELAS
Quadro 1 – Eixo, período analisado e fonte de informação utilizado para elaboração do perfil
sociodemográfico e epidemiológico de Pernambuco .................................................................................. 10
Quadro 2 – Municípios e Distrito de Pernambuco segundo Regiões de Saúde ......................................... 13
Tabela 1 – Número, proporção e densidade demográfica da população residente segundo Regiões de
Saúde. Pernambuco, 2010 ......................................................................................................................... 14
Tabela 2 – População e número de municípios segundo porte populacional. Pernambuco, 2010 ............ 15
Tabela 3 – Condições dos domicílios particulares permanentes. Pernambuco, 2009 e 2011 .................... 22
Tabela 4 – Número de áreas cadastradas no Sissolo. Pernambuco, 2006 a 2012 .................................... 29
Tabela 5 – Número de nascidos vivos, percentual e taxa bruta de natalidade segundo Região de Saúde.
Pernambuco, 2011 ...................................................................................................................................... 31
Tabela 6 – Proporção de nascidos vivos segundo peso ao nascer. Pernambuco, 2002 a 2011 ................ 32
Tabela 7 – Proporção de nascidos vivos segundo duração da gestação. Pernambuco, 2002 a 2011 ....... 32
Tabela 8 – Proporção de nascidos vivos segundo idade da mãe. Pernambuco, 2002 a 2011 .................. 33
Tabela 9 – Parâmetros de endemicidade para o coeficiente de detecção anual de casos novos na
população geral em em menores de 15 anos ............................................................................................. 39
Tabela 10 – Coeficiente de detecção geral e em < de 15 anos (por 100.000 habitantes) e parâmetros de
endemicidade da OMS segundo Região de Saúde. Pernambuco, 2011 .................................................... 40
Tabela 11 – Número de casos novos, taxa de incidência (por 100.000 habitantes) e percentual de casos
com abandono de tratamento de tuberculose segundo Região de saúde. Pernambuco, 2010 .................. 44
Tabela 12 – Número de casos novos de aids em maiores de 13 anos por sexo segundo o ano de
diagnóstico. Pernambuco, 2001 a 2011* .................................................................................................... 46
Tabela 13 – Número de casos de gestantes HIV positivas e taxa de detecção (por 1.000 nascidos vivos)
segundo Região de Saúde de notificação. Pernambuco, 2007 a 2011 ...................................................... 49
Tabela 14 – Número de casos notificados de sífilis congênita em menores de 1 ano, taxa de incidência
(por 1.000 nascidos vivos) e número de casos notificados em gestantes segundo Região de Saúde. Pernambuco, 2007 a 2011 .......................................................................................................................... 50
Tabela 15 – Número e percentual de casos notificados e confirmados de hepatites virais segundo Região
de Saúde. Pernambuco, 2011 .................................................................................................................... 52
Tabela 16 – Número de surtos por DTA e doentes segundo Região de Saúde de ocorrência.
Pernambuco, 2002 a 2011 .......................................................................................................................... 56
Tabela 17 – Número de casos confirmados e óbitos por influenza A H1N1 segundo Região de Saúde.
Pernambuco, 2009 a 2011 .......................................................................................................................... 60
Tabela 18 – Número de escolares examinados e positivos para tracoma e prevalência, segundo
município. Pernambuco, 2011 e 2012* ....................................................................................................... 69
Tabela 19 – Número de internações hospitalares por esquistossomose segundo faixa etária.
Pernambuco, 2000 a 2010 .......................................................................................................................... 72
Tabela 20 – Número de casos notificados e confirmados de dengue, taxa de detecção (por 100.000
habitantes), percentual de casos confirmados em menores de 15 anos, número de casos confirmados por formas graves e número de óbitos segundo Região de Saúde. Pernambuco, 2011* ................................. 75
Tabela 21 – Número de casos confirmados, taxa de incidência (por 100.000 habitantes), número de
óbitos, taxa de letalidade (%) e número e percentual de tratamentos realizados para leishmaniose visceral segundo Região de Saúde. Pernambuco, 2011 ......................................................................................... 77
Tabela 22 – Número de casos notificados, confirmados e tratamentos realizados por leishmaniose
tegumentar segundo Região de Saúde. Pernambuco, 2011 ...................................................................... 79
Tabela 23 – Número de tratamentos profiláticos realizados para raiva e percentual de cobertura vacinal
canina segundo Região de Saúde. Pernambuco, 2011 .............................................................................. 80
Tabela 24 – Número e proporção de internações e coeficiente de morbidade hospitalar (por 100.000 habitantes) por hipertensão arterial segundo Região de Saúde de residência do paciente. Pernambuco,
2011 ............................................................................................................................................................ 83
Tabela 25 – Número de internações e coeficiente de morbidade hospitalar (por 100.000 habitantes) por diabetes mellitus segundo Região de Saúde de residência. Pernambuco, 2011 ..................................... 85
Tabela 26 – Coeficiente de Mortalidade Geral (por 1.000 habitantes) segundo Região de Saúde de
residência. Pernambuco, 2002 a 2011* ...................................................................................................... 98
Tabela 27 – Classificação das principais causas básicas de óbito segundo faixa etária. Pernambuco, 2002
.................................................................................................................................................................. 104
Tabela 28 – Classificação das principais causas básicas de óbito segundo faixa etária. Pernambuco, 2011
.................................................................................................................................................................. 104
Tabela 29 – Classificação das principais causas de óbitos infantil segundo Região de Saúde.
Pernambuco, 2002 e 2011* ...................................................................................................................... 107
Tabela 30 – Número e proporção de óbitos infantis segundo principais grupos de causa definida.
Pernambuco, 2002 a 2004 e 2009 e 2011* .............................................................................................. 108
Tabela 31 – Número e proporção de óbitos infantis segundo principais grupos de causas evitáveis.
Pernambuco, 2011* .................................................................................................................................. 108
Tabela 32 – Classificação das principais causas de óbitos segundo Região de Saúde na faixa etária de 1
a 9 anos. Pernambuco, 2002 e 2011* ....................................................................................................... 111
Tabela 33 – Número e proporção de óbitos segundo principais grupos de causa definida para o sexo masculino na faixa etária de 1 a 9 anos. Pernambuco, 2002 a 2004 e 2009 e 2011* ............................. 112
Tabela 34 – Número e proporção de óbitos segundo principais grupos de causa definida para o sexo feminino na faixa etária de 1 a 9 anos. Pernambuco, 2002 a 2004 e 2009 e 2011*................................ 112
Tabela 35 – Classificação das principais causas de óbitos segundo Região de Saúde na faixa etária de 10
a 19 anos. Pernambuco, 2002 e 2011* ..................................................................................................... 115
Tabela 36 – Número e proporção de óbitos segundo principais grupos de causa definida para o sexo masculino na faixa etária de 10 a 19 anos. Pernambuco, 2002 a 2004 e 2009 e 2011* ......................... 116
Tabela 37 – Número e proporção de óbitos segundo principais grupos de causa definida para o sexo feminino na faixa etária de 10 a 19 anos. Pernambuco, 2002 a 2004 e 2009 e 2011*............................ 116
Tabela 38 – Classificação das principais causas de óbitos segundo Região de Saúde na faixa etária de 20
a 39 anos. Pernambuco, 2002 e 2011* ..................................................................................................... 119
Tabela 39 – Número e proporção de óbitos segundo principais grupos de causa definida para o sexo masculino na faixa etária de 20 a 39 anos. Pernambuco, 2002 a 2004 e 2009 e 2011* ......................... 120
Tabela 40 – Número e proporção de óbitos segundo principais grupos de causa definida para o sexo feminino na faixa etária de 20 a 39 anos. Pernambuco, 2002 a 2004 e 2009 e 2011*............................ 120
Tabela 42 – Número e proporção de óbitos segundo principais grupos de causa definida para o sexo masculino na faixa etária de 40 a 59 anos. Pernambuco, 2002 a 2004 e 2009 e 2011* ......................... 124
Tabela 43 – Número e proporção de óbitos segundo principais grupos de causa definida para o sexo feminino na faixa etária de 40 a 59 anos. Pernambuco, 2002 a 2004 e 2009 e 2011*............................ 124
Tabela 44 – Classificação das principais causas de óbitos segundo Região de Saúde na faixa etária de 60
anos e mais. Pernambuco, 2002 e 2011* ................................................................................................. 127
Tabela 45 – Número e proporção de óbitos segundo principais grupos de causa definida para o sexo masculino na faixa etária de 60 anos e mais. Pernambuco, 2002 a 2004 e 2009 e 2011* ..................... 128
Tabela 46 – Número e proporção de óbitos segundo principais grupos de causa definida para o sexo feminino na faixa etária de 60 anos e mais. Pernambuco, 2002 a 2004 e 2009 e 2011* ........................ 128
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Regiões e Macrorregiões de Saúde de Pernambuco................................................................ 12
Figura 2 – Municípios segundo porte populacional. Pernambuco, 2010 .................................................... 15
Figura 3 – Proporção da população residente em área urbana e rural. Pernambuco, 1980, 1991, 2000,
2010 ............................................................................................................................................................ 15
Figura 4 – Pirâmide etária. Pernambuco, 1980 .......................................................................................... 16
Figura 5 – Pirâmide etária. Pernambuco, 2010 .......................................................................................... 16
Figura 6 – População da população residente segundo sexo. Pernambuco, 1980, 1990, 200 e 2010 ...... 16
Figura 7 – Proporção da população residente segundo sexo e Região de Saúde. Pernambuco, 2010 .... 11
Figura 8 – Proporção da população residente segundo faixa etária. Pernambuco, 1980, 1990,
2000 e 2010 ................................................................................................................................................ 12
Figura 9 – Número de idosos (60 anos e mais) para cada grupo de 10 crianças de até 5 anos na
população residente. Pernambuco, 1980, 1990, 2000 e 2010 .................................................................... 12
Figura 10 – Razão de dependência*. Pernambuco, 1980, 1990, 2000 e 2010 .......................................... 13
Figura 11 – Proporção da população residente segundo faixa etária e Região de Saúde. Pernambuco,
2010 ............................................................................................................................................................ 14
Figura 12 – Número de idosos (60 anos e mais) para cada grupo de 10 crianças de até 5 anos segundo
Região de Saúde de residência. Pernambuco, 2010 .................................................................................. 15
Figura 13 – Esperança de vida ao nascer segundo sexo. Pernambuco, 1991, 2000 e 2010 .................... 15
Figura 14 – Esperança de vida aos 60 anos de idade segundo sexo. Pernambuco, 1991, 2000 e 2010 .. 16
Figura 15 – Taxa de fecundidade total*. Pernambuco, 1991 a 2010 ......................................................... 16
Figura 16 – Taxa de analfabetismo (por 100 habitantes) em maiores de 15 anos. Pernambuco, 1991 a
2010 ............................................................................................................................................................ 18
Figura 17 – Níveis de escolaridade* na população de 15 anos e mais. Pernambuco, 1992 a 1993, 1995 a
1999 e 2001 a 2009 .................................................................................................................................... 19
Figura 18 – Proporção da população com baixa renda. Pernambuco, 1992 a 2010 ................................. 20
Figura 19 – Índice de Gini da renda domiciliar per capita. Pernambuco, 1991 a 2010 .............................. 20
Figura 20 – Proporção de cobertura de planos de saúde. Brasil e Pernambuco, 2000 a 2012 ................. 21
Figura 21 – Domicílios com sistema de abastecimento de água por rede geral. Pernambuco, 2010 ........ 23
Figura 22 – Domicílios com abastecimento de água por poço ou nascente. Pernambuco, 2010 .............. 24
Figura 23 – Número de amostras analisadas e proporção de amostras insatisfatórias para o parâmetro
turbidez. Pernambuco, 2007 a 2012 ........................................................................................................... 25
Figura 24 – Número de amostras analisadas e proporção de amostras insatisfatórias para o parâmetro
cloro residual livre. Pernambuco, 2007 a 2012 ........................................................................................... 25
Figura 25 – Número de amostras analisadas e proporção de amostras insatisfatórias para o parâmetro
coliformes totais. Pernambuco, 2007 a 2012 .............................................................................................. 26
Figura 26 – Frota veicular de Pernambuco e Região Metropolitana do Recife. Pernambuco, 2008 a 2012
.................................................................................................................................................................... 27
Figura 27 – Coeficiente de Morbidade Hospitalar por doenças respiratórias segundo Região de Saúde.
Pernambuco, 2008 e 2011 .......................................................................................................................... 27
Figura 28 – Coeficiente de Morbidade Hospitalar por asma, bronquite, enfisema e outras DPOC segundo
Região de Saúde. Pernambuco, 2011 ........................................................................................................ 28
Figura 29 – Coeficiente de Mortalidade por doenças respiratórias segundo Região de Saúde.
Pernambuco, 2008 e 2011 .......................................................................................................................... 28
Figura 30 – Coeficiente de Mortalidade por asma, bronquite, enfisema e outras DPOC segundo Região
de Saúde. Pernambuco, 2011 .................................................................................................................... 29
Figura 31 – Número de nascidos vivos e da taxa bruta de natalidade. Pernambuco, 2002 a 2011 ........... 30
Figura 32 – Proporção de nascidos vivos segundo duração da gestação e Região de Saúde.
Pernambuco, 2010 ...................................................................................................................................... 33
Figura 33 – Proporção de nascidos vivos segundo idade da mãe e Região de Saúde. Pernambuco, 2011
.................................................................................................................................................................... 34
Figura 34 – Proporção de nascidos vivos segundo escolaridade materna. Pernambuco, 2002 a 2011 .... 34
Figura 35 – Proporção de nascidos vivos segundo escolaridade materna e Região de Saúde.
Pernambuco, 2011 ...................................................................................................................................... 35
Figura 36 – Proporção de nascidos vivos segundo número de consultas de pré-natal. Pernambuco, 2002
a 2011 ......................................................................................................................................................... 36
Figura 37 – Proporção de nascidos vivos segundo número de consultas de pré-natal e Região de Saúde.
Pernambuco, 2011 ...................................................................................................................................... 36
Figura 38 – Proporção de nascidos vivos segundo tipo de parto. Pernambuco, 2002 a 2011 ................... 37
Figura 39 – Proporção de nascidos vivos segundo tipo de parto e Região de Saúde. Pernambuco, 2011
.................................................................................................................................................................... 37
Figura 40 – Proporção de contatos intradomiciliares registrados, dentre os esperados, e de contatos
examinados, dentre os casos novos de hanseníase registrados. Pernambuco, 2007 a 2011 .................... 40
Figura 41 – Proporção de cura na coorte de casos novos de hanseníase. Pernambuco, 2007 a 2011 ... 41
Figura 42 – Proporção de casos em possíveis abandonos de tratamento de hanseníase no registro ativo.
Pernambuco, 2007 a 2011 .......................................................................................................................... 41
Figura 43 – Proporção de casos de incapacidade física segundo grau (I e II) no momento do diagnóstico
de hanseníase e proporção de avaliados. Pernambuco, 2007 a 2011 ....................................................... 42
Figura 44 – Proporção de casos de incapacidade física segundo grau (I e II) no momento da cura por
hanseníase e proporção de avaliados. Pernambuco, 2007 a 2011 ............................................................ 43
Figura 45 – Número de casos novos e taxa de incidência (por 100.000 habitantes) de tuberculose.
Pernambuco, 2007 a 2011 .......................................................................................................................... 44
Figura 46 – Percentual de abandono dos casos novos de tuberculose. Pernambuco, 2006 a 2010 ......... 45
Figura 47 – Taxa de Incidência de aids (por 100.000 habitantes) em indivíduos maiores de 13 anos
segundo sexo e ano do diagnóstico. Pernambuco, 2001 a 2011* .............................................................. 46
Figura 48 – Distribuição do número de casos acumulados de aids segundo município de residência.
Pernambuco, 1983 a 2012* ........................................................................................................................ 47
Figura 49 – Proporção de casos de aids em indivíduos com 13 anos e mais segundo categoria de
exposição e ano de diagnóstico. Pernambuco, 1983 a 2011 ...................................................................... 47
Figura 50 – Proporção de casos de aids em menores de 13 anos segundo categoria de exposição e ano
de diagnóstico. Pernambuco, 1987 a 2011* ............................................................................................... 48
Figura 51 – Número de casos de sífilis congênita em menores de 1 ano e taxa de incidência
(por 1.000 nascidos vivos) segundo ano do diagnóstico. Pernambuco, 2001 a 2011 ................................ 50
Figura 52 – Número de casos notificados e confirmados de hepatites virais e taxa de detecção
(por 100.000 habitantes). Pernambuco, 2002 a 2011* ............................................................................... 51
Figura 53 – Número de casos e óbitos confirmados de cólera, taxa de detecção (por 100.000 habitantes)
e letalidade (100 habitantes). Pernambuco, 1992 a 2011 ........................................................................... 53
Figura 54 – Número de casos e óbitos e taxa de letalidade (por 100.000 habitantes) por febre tifóide.
Pernambuco, 2002 a 2011 .......................................................................................................................... 54
Figura 55 – Número de casos confirmados de febre tifóide segundo Região de Saúde. Pernambuco, 2002
a 2011 ......................................................................................................................................................... 55
Figura 56 – Número de casos confirmados de febre tifóide segundo a faixa etária. Pernambuco, 2002 a
2011 ............................................................................................................................................................ 55
Figura 57 – Número de surtos de DTA segundo alimento contaminado envolvido. Pernambuco, 2002 a
2011 ............................................................................................................................................................ 57
Figura 58 – Número de surtos de DTA segundo local de ocorrência. Pernambuco, 2002 a 2011 ............. 57
Figura 59 – Número de surtos de DTA segundo agente etiológico envolvido. Pernambuco, 2002
a 2011 ......................................................................................................................................................... 58
Figura 60 – Número de casos confirmados de influenza A H1N1 segundo faixa etária. Pernambuco, 2009
a 2011 ......................................................................................................................................................... 59
Figura 61 – Proporção de casos confirmados de influenza A H1N1 segundo fator de risco. Pernambuco,
2009 a 2011 ................................................................................................................................................ 59
Figura 62 – Número de casos confirmados e taxa de letalidade (por 100 habitantes) por coqueluche.
Pernambuco, 2002 a 2011 .......................................................................................................................... 61
Figura 63 – Coeficiente de Incidência de coqueluche (por 100.000 habitantes) segundo Região de Saúde
de residência. Pernambuco, 2002 a 2011 .................................................................................................. 61
Figura 64 – Número de casos confirmados de coqueluche segundo faixa etária.
Pernambuco, 2002 a 2011 .......................................................................................................................... 62
Figura 65 – Número de casos de poliomielite e cobertura vacinal. Pernambuco, 1980 a 2011 ................. 63
Figura 66 – Taxa de notificação (por 100.000 habitantes) de Paralisia Flácida Aguda. Pernambuco, 2005
a 2011 ......................................................................................................................................................... 63
Figura 67 – Número de casos de sarampo e cobertura vacinal. Pernambuco, 1980 a 2011 ..................... 64
Figura 68 – Número de casos de rubéola e cobertura vacinal. Pernambuco, 2000 a 2011 ....................... 65
Figura 69 – Coeficiente de Incidência das meningites (por 100.000 habitantes) segundo etiologia.
Pernambuco, 2002 a 2011 .......................................................................................................................... 66
Figura 70 – Número de óbitos e taxa de letalidade (por 100 habitantes) por doença meningocócica.
Pernambuco, 2000 a 2011 .......................................................................................................................... 67
Figura 71 – Municípios prioritários para o Tracoma no Programa SANAR ................................................ 68
Figura 72 – Distribuição dos caramujos transmissores da esquistossomose segundo espécie.
Pernambuco, 2012 ...................................................................................................................................... 70
Figura 73 – Distribuição da esquistossomose segundo endemicidade. Pernambuco, 2012 ...................... 71
Figura 74 – Número de pessoas positivas e tratadas segundo Região de Saúde no Programa de Controle
da Esquistossomose (PCE). Pernambuco, 2008 a 2011 ............................................................................ 72
Figura 75 – Número de casos novos e taxa de detecção de dengue (por 100.000 habitantes).
Pernambuco, 2001 a 2011* ........................................................................................................................ 73
Figura 76 – Percentual de casos confirmados de dengue em menores de 15 anos. Pernambuco, 2001 a
2011* .......................................................................................................................................................... 74
Figura 77 – Número de casos confirmados por formas graves da dengue (DCC, FHD e SCD) e taxa de
letalidade (por 100 habitantes). Pernambuco, 2001 a 2011* ...................................................................... 75
Figura 78 – Número de casos notificados, confirmados e tratamentos realizados para leishmaniose
visceral. Pernambuco, 2001 a 2011 ............................................................................................................ 77
Figura 79 – Número de casos notificados, confirmados e tratamentos realizados para leishmaniose
tegumentar americana. Pernambuco, 2001 a 2011 .................................................................................... 78
Figura 80 – Número de tratamentos profiláticos realizados para raiva e percentual de cobertura vacinal
canina. Pernambuco, 2001 a 2011 ............................................................................................................. 80
Figura 81 – Coeficiente de morbidade hospitalar (por 100.000 habitantes) por doenças hipertensivas,
isquemias do coração e cerebrovasculares segundo sexo do paciente. Pernambuco, 2002 e 2011 ......... 82
Figura 82 – Número de internações e coeficiente de morbidade hospitalar (por 100.000 habitantes) por hipertensão essencial. Pernambuco, 2002 a 2011 ............................................................................ 82
Figura 83 – Proporção de internações hospitalares por hipertensão arterial segundo faixa etária e sexo
do paciente. Pernambuco, 2002 a 2011 ..................................................................................................... 83
Figura 84 – Número de internações e coeficiente de morbidade hospitalar (por 100.000 habitantes) por diabetes mellitus segundo sexo do paciente. Pernambuco, 2002 a 2011 ................................................ 84
Figura 85 – Proporção de internações hospitalares por diabetes mellitus segundo faixa etária e sexo do
paciente. Pernambuco, 2002 a 2011 .......................................................................................................... 84
Figura 86 – Estimativas das taxas brutas de incidência (por 100.000 habitantes) por neoplasia maligna em homens segundo localização primária do tumor. Pernambuco, 2003 e 2012 ...................................... 86
Figura 87 – Estimativas das taxas brutas de incidência (por 100.000 habitantes) por neoplasia maligna em mulheres segundo localização primária do tumor. Pernambuco, 2003 e 2012.................................... 86
Figura 88 – Coeficiente de Morbidade Hospitalar (por 100.000 habitantes) por neoplasia maligna no sexo masculino segundo localização primária do tumor. Pernambuco, 2002 e 2011 ........................................ 87
Figura 89 – Coeficiente de Morbidade Hospitalar (por 100.000 habitantes) de neoplasia maligna no sexo feminino segundo localização primária do tumor. Pernambuco, 2002 e 2011 .......................................... 87
Figura 90 – Proporção de casos notificados de violência segundo faixa etária e sexo da vítima.
Pernambuco, 2011 ...................................................................................................................................... 88
Figura 91 – Proporção de casos notificados de violência segundo tipo* e sexo da vítima. Pernambuco,
2011 ............................................................................................................................................................ 89
Figura 92 – Proporção de casos de violência segundo Região de Saúde de notificação. Pernambuco,
2011 ............................................................................................................................................................ 89
Figura 93 – Proporção de atendimentos por acidentes de transportes terrestre nas USIATT segundo faixa
etária e sexo da pessoa atendida. Pernambuco, 2011 ............................................................................... 90
Figura 94 – Proporção de atendimentos por acidentes de transportes terrestre nas USIATT segundo sexo
e meio de locomoção da vítima no momento do acidente. Pernambuco, 2011 .......................................... 91
Figura 95 – Proporção de atendimentos por acidentes de transportes terrestre nas USIATT segundo
Região de Saúde de notificação. Pernambuco, 2011 ................................................................................. 91
Figura 96 – Regiões de Desenvolvimento de Pernambuco ....................................................................... 92
Figura 97 – Área de cobertura dos Cerest em Pernambuco ...................................................................... 93
Figura 98 – Proporção de casos de intoxicação exógena por agrotóxicos relacionada ao trabalho,
acidentes de trabalho grave e acidente de trabalho com material biológico segundo Regiões de Desenvolvimento. Pernambuco, 2011 ........................................................................................................ 94
Figura 99 – Proporção notificações por intoxicação exógena segundo agente tóxico. Pernambuco, 2011
.................................................................................................................................................................... 96
Figura 100 – Proporção notificações por intoxicação exógena segundo ocupação. Pernambuco, 2011 ... 96
Figura 101 – Número de óbitos e coeficiente de mortalidade geral (por 1.000 habitantes). Pernambuco,
2002 a 2011*............................................................................................................................................... 97
Figura 102 – Proporção de óbitos com causa mal definida. Pernambuco, 2002 a 2011* .......................... 98
Figura 103 – Proporção dos óbitos local de ocorrência. Pernambuco, 2002, 2007 e 2011* ...................... 99
Figura 104 – Proporção de óbito segundo raça/cor. Pernambuco, 2002 a 2011* .................................... 100
Figura 105 – Proporção de óbito dos principais grupos de causa segundo raça/cor. Pernambuco, 2011*
.................................................................................................................................................................. 100
Figura 106 – Proporção de óbitos segundo sexo. Pernambuco, 2002 a 2011* ....................................... 101
Figura 107 – Número de óbitos e coeficiente de mortalidade geral (CMG) (por 1.000 habitantes) segundo
sexo. Pernambuco, 2002 a 2011* ............................................................................................................. 101
Figura 108 – Proporção dos óbitos segundo faixa etária. Pernambuco, 2002 a 2011*............................ 102
Figura 109 – Proporção dos óbitos segundo faixa etária e Região de Saúde de residência. Pernambuco,
2011* ........................................................................................................................................................ 102
Figura 110 – Proporção dos óbitos segundo principais causas básicas e Regiões de Saúde de residência.
Pernambuco, 2011* .................................................................................................................................. 103
Figura 111 – Número de óbitos de menores de 1 ano e Coeficiente de Mortalidade Infantil (CMI)
(por 1.000 nascidos vivos). Pernambuco, 2002 a 2011* ........................................................................... 105
Figura 112 – Distribuição do Coeficiente de Mortalidade Infantil, segundo componentes da mortalidade
infantil (por 1.000 nascidos vivos). Pernambuco, 2002 a 2011* ............................................................... 106
Figura 113 – Coeficiente de mortalidade infantil (por 1.000 nascidos vivos) segundo principais grupos de
causa. Pernambuco, 2002 a 2011* ........................................................................................................... 107
Figura 114 – Coeficiente de mortalidade (por 100.000 habitantes) segundo sexo na faixa etária de 1 a 9
anos. Pernambuco, 2002 a 2011*............................................................................................................. 109
Figura 115 – Coeficiente de mortalidade (por 100.000 habitantes) segundo principais grupos de causa para o sexo masculino na faixa etária de 1 a 9 anos. Pernambuco, 2002 a 2011* ................................ 109
Figura 116 – Coeficiente de mortalidade (por 100.000 habitantes) segundo principais grupos de causa para o sexo feminino na faixa etária de 1 a 9 anos. Pernambuco, 2002 a 2011* ................................... 110
Figura 117 – Coeficiente de mortalidade (por 100.000 habitantes) segundo sexo na faixa etária de
10 a 19 anos. Pernambuco, 2002 a 2011* ................................................................................................ 113
Figura 118 – Coeficiente de mortalidade (por 100.000 habitantes) segundo principais grupos de causa para o sexo masculino na faixa etária de 10 a 19 anos. Pernambuco, 2002 a 2011* ............................ 114
Figura 119 – Coeficiente de mortalidade (por 100.000 habitantes) segundo principais grupos de causa para o sexo feminino na faixa etária de 10 a 19 anos. Pernambuco, 2002 a 2011* ............................... 114
Figura 120 – Coeficiente de mortalidade (por 100.000 habitantes) segundo sexo na faixa etária de
20 a 39 anos. Pernambuco, 2002 a 2011* ................................................................................................ 117
Figura 121 – Coeficiente de mortalidade (por 100.000 habitantes) segundo principais grupos de causa para o sexo masculino na faixa etária de 20 a 39 anos. Pernambuco, 2002 a 2011* ............................ 118
Figura 122 – Coeficiente de mortalidade (por 100.000 habitantes) segundo principais grupos de causa para o sexo feminino na faixa etária de 20 a 39 anos. Pernambuco, 2002 a 2011* ............................... 118
Figura 123 – Coeficiente de mortalidade (por 100.000 habitantes) segundo sexo na faixa etária de
40 a 59 anos. Pernambuco, 2002 a 2011* ................................................................................................ 121
Figura 124 – Coeficiente de mortalidade (por 100.000 habitantes) segundo principais grupos de causa para o sexo masculino na faixa etária de 40 a 59 anos. Pernambuco, 2002 a 2011* ............................ 121
Figura 125 – Coeficiente de mortalidade (por 100.000 habitantes) segundo principais grupos de causa para o sexo feminino na faixa etária de 40 a 59 anos. Pernambuco, 2002 a 2011* ............................... 122
Figura 126 – Coeficiente de mortalidade (por 100.000 habitantes) segundo sexo na faixa etária de 60
anos e mais. Pernambuco, 2002 a 2011* ................................................................................................. 125
Figura 127 – Coeficiente de mortalidade (por 100.000 habitantes) segundo principais grupos de causa para o sexo masculino na faixa etária de 60 anos e mais. Pernambuco, 2002 a 2011* ......................... 126
Figura 128 – Coeficiente de mortalidade (por 100.000 habitantes) segundo principais grupos de causa para o sexo feminino na faixa etária de 60 anos e mais. Pernambuco, 2002 a 2011*............................ 126
Figura 129 – Número de óbitos maternos e Razão de Mortalidade Materna (RMM) (por 100.000 nascidos
vivos). Pernambuco, 2002 a 2011* ........................................................................................................... 129
Figura 130 – Proporção de óbitos maternos segundo principais grupos de causa. Pernambuco, 2002 e
2011* ........................................................................................................................................................ 130
SUMÁRIO APRESENTAÇÃO ........................................................................................................................................ 5 1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................... 7 2. NOTAS METODOLÓGICAS .............................................................................................................. 10 3. CARACTERIZAÇÃO DO ESTADO DE PERNAMBUCO ................................................................... 12
3.1. Divisão Político-Administrativa .................................................................................................. 12 3.2. Estrutura Populacional .............................................................................................................. 14 3.3. Aspectos Socioeconômicos ...................................................................................................... 18
3.3.1. Educação ........................................................................................................................... 18 3.3.2. Renda ................................................................................................................................ 19 3.3.3. Situação dos domicílios particulares permanentes ............................................................ 21
4. CARACTERÍSTICAS AMBIENTAIS .................................................................................................. 23 5. NATALIDADE..................................................................................................................................... 30
5.1. Características Gerais do Recém-Nascido ............................................................................... 31 5.2. Características Gerais Maternas ............................................................................................... 33 5.3. Características Gerais da Gestação e Parto ............................................................................. 35
6. MORBIDADE ...................................................................................................................................... 39 6.1. Doenças e agravos transmissíveis ........................................................................................... 39
6.1.1. Hanseníase ........................................................................................................................ 39 6.1.2. Tuberculose ....................................................................................................................... 43 6.1.3. HIV/Aids ............................................................................................................................. 45 6.1.4. Sífilis congênita .................................................................................................................. 49 6.1.5. Hepatites virais ................................................................................................................... 51 6.1.6. Cólera ................................................................................................................................ 52 6.1.7. Febre tifóide ....................................................................................................................... 54 6.1.8. Doenças Transmitidas por Alimentos (DTA) ...................................................................... 56 6.1.9. Influenza............................................................................................................................. 58 6.1.10. Coqueluche ........................................................................................................................ 60 6.1.11. Poliomielite ......................................................................................................................... 62 6.1.12. Sarampo............................................................................................................................. 64 6.1.13. Rubéola .............................................................................................................................. 65 6.1.14. Meningites .......................................................................................................................... 65 6.1.15. Tracoma ............................................................................................................................. 67 6.1.16. Esquistossomose mansônica ............................................................................................. 70 6.1.17. Dengue .............................................................................................................................. 73 6.1.18. Leishmaniose Visceral ....................................................................................................... 76 6.1.19. Leishmaniose Tegumentar Americana ............................................................................... 78 6.1.20. Raiva .................................................................................................................................. 79
6.2. Doenças e Agravos Não Transmissíveis (DANT) ..................................................................... 81 6.2.1. Doenças do Aparelho Circulatório (DAC) ........................................................................... 81 6.2.2. Diabetes mellitus ................................................................................................................ 84 6.2.3. Neolpasias malignas .......................................................................................................... 85 6.2.4. Violências ........................................................................................................................... 88 6.2.5. Acidentes de Transporte Terrestre (ATT)........................................................................... 90 6.2.6. Doenças e agravos relacionados ao Trabalho ................................................................... 92 6.2.7. Intoxicações Exógenas ...................................................................................................... 95
7. MORTALIDADE ................................................................................................................................. 97 7.1. Mortalidade Geral ..................................................................................................................... 97 7.2. Análise da mortalidade segundo ciclo de vida ........................................................................ 105
7.2.1. Mortalidade em menores de 1 ano ................................................................................... 105 7.2.2. Mortalidade entre 1 a 9 anos............................................................................................ 109 7.2.3. Mortalidade entre 10 a 19 anos........................................................................................ 113 7.2.4. Mortalidade entre 20 a 39 anos........................................................................................ 117 7.2.5. Mortalidade entre 40 a 59 anos........................................................................................ 121 7.2.6. Mortalidade entre 60 anos e mais .................................................................................... 125
7.3. Mortalidade Materna ............................................................................................................... 129 4. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA ...................................................................................................... 131
Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco
5
APRESENTAÇÃO
A informação é uma ferramenta estratégica para a gestão do Sistema Único de Saúde
(SUS). A necessidade de informação para (re)orientação das ações e para tomada de decisão
permeia todos os níveis do sistema de saúde, desde as salas de consulta nas unidades básicas de
saúde até a mesa de negociação dos gestores, seja no âmbito federal, estadual ou municipal.
É por meio de um conjunto de informações que se dá o processo de definição de
prioridades, o planejamento, o monitoramento e avaliação de ações em saúde além de nortearem
a prestação de contas com a sociedade. Nesse processo, as informações geradas pelos Sistemas
de Informação da Vigilância em Saúde são indispensáveis, uma vez que permitem uma reflexão
sobre a situação de saúde, utilizando variáveis de tempo, espaço e pessoa.
O presente documento é a tradução do esforço das áreas gerenciadas pela Secretaria
Executiva de Vigilância em Saúde no processo de produção da informação oportuna e de
qualidade. Essa envolve a coleta de dados, representados pela notificação de agravos, captação
de nascimentos e de óbitos; o processamento e a análise dos dados gerados e sua transformação
em informação; e a sua disseminação. Neste sentido, o Perfil Sociodemográfico e Epidemiológico
de Pernambuco traz informações que subsidiem a tomada de decisão nos âmbitos de atuação do
SUS em Pernambuco.
Eronildo Felisberto
Secretário Executivo de Vigilância em Saúde
Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco
7
1. INTRODUÇÃO
O Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco traz uma
análise da situação de saúde do estado a partir da exploração de cinco eixos: Características
Socioeconômicas e Demográficas; Situação Ambiental; Natalidade; Morbidade; e Mortalidade.
No primeiro eixo consta a caracterização de Pernambuco, onde inicialmente é discutido o
território, seus limites e composição por municípios, Regiões e Macrorregiões de Saúde. Segue-
se com a análise da estrutura demográfica do estado e Regiões de Saúde e sua mudança ao
longo dos últimos 32 anos, na perspectiva de contextualizar o processo de transição demográfica
e descrever a evolução de algumas características socioeconômicas do estado, analisado por
variáveis como educação, renda e situação dos domicílios particulares permanentes.
No eixo Características Ambientais abordam-se os fatores ambientais que interferem na
saúde do homem, como o abastecimento e qualidade da água quanto aos parâmetros turbidez,
cloro residual livre e coliformes totais, contaminação do solo, contaminação do ar urbano,
aumento da frota veicular e a situação das doenças respiratórias nas Regiões de Saúde.
Desta forma, é possível observar que as modificações ambientais e sua interação com o
homem, além das mudanças na estrutura populacional do estado, como aumento na proporção
de pessoas com mais de 60 anos e da esperança de vida ao nascer e redução da taxa bruta de
natalidade, interferem na forma de adoecimento e morte dos indivíduos.
A análise da Natalidade é aqui abordada por meio da evolução do número de
nascimentos no estado e Regiões de Saúde, as características do recém-nascido, das
gestantes, da gestação e do parto, permitindo o cálculo de indicadores que podem subsidiar
gestores de saúde no planejamento e execução de políticas públicas materno infantil.
Em relação ao eixo Morbidade, foram selecionadas as doenças transmissíveis: tracoma,
esquistossomose mansônica, hanseníase, tuberculose, dengue, doenças transmitidas por
alimentos (DTA), cólera, febre tifóide, influenza, poliomielite, sarampo, rubéola, meningites,
leishmaniose visceral, raiva, coqueluche, HIV/Aids, sífilis congênita e hepatites virais. Nas
doenças relacionadas ao trabalho englobou as intoxicações exógenas; e, entre as doenças e
agravos não transmissíveis, foram analisadas as doenças do aparelho circulatório, diabetes
mellitus, neoplasias malignas, violências e acidentes de transporte terrestre.
Por fim, discute-se a Mortalidade, para o estado e Regiões de Saúde, subdividida em
mortalidade geral e por grupamento etário, sendo identificados os principais capítulos e causas
específicas de óbito por sexo. Também foi dado enfoque à mortalidade materna devido às
causas especificas associadas à gestação ao parto e ao puerpério.
Espera-se com esta publicação contribuir para o planejamento e influenciar a tomada de
decisão dos gestores voltada às atuais necessidades da população, desde o nascimento
perpassando pela prevenção dos principais agravos que levam ao adoecimento e óbito.
Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco
10
2. NOTAS METODOLÓGICAS
A análise do Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco foi
realizada por meio de informações contidas nos Sistemas de Informação sobre Mortalidade (SIM),
sobre Nascidos Vivos (Sinasc), de agravos de Notificação (Sinan), de Análise da Qualidade da Água
para Consumo Humano (SISAGUA), de Vigilância em Saúde de Populações Expostas a Solo
Contaminado (SISSOLO), Hospitalar (SIH), do Programa Nacional de Imunização (SI-PNI), do
Programa de Controle da Esquistossomose (SISPCE) e de Notificação de Acidentes de Transporte
Terrestre (SINATT) da Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco (SES-PE). Além desses
sistemas, foram utilizadas informações do Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da
Silva (INCA), Rede Interagencial de Informações para a Saúde (RIPSA), Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE), Agência Nacional de Saúde (ANS) e Departamento Estadual de
Trânsito de Pernambuco (DETRAN-PE).
Os dados foram agrupados em cinco eixos (Características Socioeconômicas e
Demográficas; Características Ambientais; Natalidade; Morbidade; e Mortalidade) e analisados para
o estado e Regiões de Saúde. Para tanto, foram calculadas razões, proporções e coeficientes. O
período utilizado foi de 1980 a 2012 na dependência da variável estudada, conforme pode ser
visualizada no quadro 1.
Com relação à morbidade, os agravos foram priorizados por sua magnitude e
transcendência. Após serem agrupados em três categorias (doenças e agravos transmissíveis,
relacionados ao trabalho e não transmissíveis).
Na mortalidade, procedeu-se a análise por ciclo vital: menores de 1 ano, 1 a 9 anos, 10 a 19
anos, 20 a 39 anos, 40 a 59 anos e 60 anos ou mais. Também foi dado enfoque à mortalidade
materna devido às causas especificas associadas à gestação, ao parto e puerpério.
Quadro 1 – Eixo, período analisado e fonte de informação utilizado para elaboração do perfil sociodemográfico
e epidemiológico de Pernambuco
Eixo Período analisado Fonte de informação
Estrutura populacional
1980 a 2010 IBGE – Censos e estimativas Intercensitárias
RIPSA – Indicadores e Dados Básicos para a Saúde no Brasil (IDB)
Aspectos Socioeconômicos
1991 a 2010 IBGE – Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios - PNAD
2000 a 2012 IBGE – Censos e estimativas Intercensitárias
ANS – Sistema de Informações de Beneficiários (SIB)
Características Ambientais
2010 IBGE – Censo 2010
2007 a 2012 SISAGUA/SES-PE
2008 a 2012 DETRAN-PE
2008 e 2011 SIH/SES-PE
SIM/SES-PE
2006 a 2012 SISSOLO/SES-PE
Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco
11
Eixo Período analisado Fonte de informação
Natalidade 2002 a 2011 Sinasc/SES-PE
IBGE – Censos e estimativas Intercensitárias
Morbidade
2011 e 2012 Tracoma: Relatórios de atividades de campo – SANAR/SES-PE
2008 a 2011 Esquistossomose: SISPCE/SES-PE
2003 e 2012 Neoplasias: INCA – Registro de Câncer de Base Populacional
2011 Acidentes de Transporte Terrestre: SINATT/SES-PE
2000 a 2011* SIH/SES-PE
2001 a 2011* Sífilis e HIV/Aids: Sinasc/SES-PE
1980 a 2011*
Raiva, sarampo e poliomielite: SI-PNI/SES-PE
Sinan/SES–PE
IBGE – Censos e estimativas Intercensitárias
Mortalidade 2002 a 2011
SIM/SES-PE**
Sinasc/SES-PE
IBGE – Censos e estimativas Intercensitárias
* O período analisado varia de acordo com o agravo
** Dados atualizados em 14/09/2012
Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco
12
3. CARACTERIZAÇÃO DO ESTADO DE PERNAMBUCO
3.1. Divisão Político-Administrativa O estado de Pernambuco possui 98.146,315 km² e localiza-se no centro leste da Região
Nordeste do Brasil. Limita-se ao Norte com os estados da Paraíba e Ceará; a Leste com o Oceano
Atlântico; ao Oeste e ao Sul com os estados da Bahia e Piauí; e ao Sul com o estado de Alagoas.
No total, são 184 municípios e o Distrito Estadual de Fernando de Noronha, localizado a 500
km da costa. Atualmente, Pernambuco está subdividido em 12 Regiões de Saúde, que têm a
finalidade de integrar a organização, o planejamento e a execução de ações e serviços de saúde.
Cada Região de Saúde é constituída por agrupamentos de municípios limítrofes, delimitadas a partir
de identidades culturais, econômicas e sociais e de redes de comunicação e infraestrutura de
transportes compartilhados. O número de municípios em cada Região de Saúde varia de 7 (VII e
VIII Regiões) a 32 (IV Região) (Quadro 2).
Com o objetivo de organizar ações e serviços de média complexidade
(procedimentos/ações que requerem maior tecnologia, que apresentam oferta escassa no estado e
cuja demanda requer agregação) e alta complexidade, foram agregadas as Regiões de Saúde,
originando as 04 Macrorregiões de Saúde: Metropolitana (I, II, III e XII Regiões de Saúde); Agreste
(IV e V Regiões de Saúde); Sertão (VI, X e XI Regiões de Saúde); e Vale do São Francisco e
Araripe (VII, VIII e IX Regiões de Saúde) (Figura 1).
Figura 1 – Regiões e Macrorregiões de Saúde de Pernambuco
Fonte: Secretaria Estadual de Saúde-PE
Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco
13
Quadro 2 – Municípios e Distrito de Pernambuco segundo Regiões de Saúde
I Região de Saúde (20) Gameleira Angelim IX Região de Saúde (11)
Abreu e Lima Jaqueira Bom Conselho Araripina
Araçoiaba Joaquim Nabuco Brejão Bodocó
Cabo de Santo Agostinho Lagoa dos Gatos Caetés Exu
Camaragibe Maraial Calçado Granito
Chã de Alegria Palmares Canhotinho Ipubi
Chã Grande Primavera Capoeiras Moreilândia
Fernando de Noronha Quipapá Correntes Ouricuri
Glória do Goitá Ribeirão Garanhuns Parnamirim
Igarassu Rio Formoso Iati Santa Cruz
Ilha de Itamaracá São Benedito do Sul Itaíba Santa Filomena
Ipojuca São José da Coroa Grande Jucati Trindade
Itapissuma Sirinhaém Jupi X Região de Saúde (12)
Jaboatão dos Guararapes Tamandaré Lagoa do Ouro Afogados da Ingazeira
Moreno Xexéu Lajedo Brejinho
Olinda IV Região de Saúde (32) Palmeirina Carnaíba
Paulista Agrestina Paranatama Iguaraci
Pombos Alagoinha Saloá Ingazeira
Recife Altinho São João Itapetim
São Lourenço da Mata Barra de Guabiraba Terezinha Quixaba
Vitória de Santo Antão Belo Jardim VI Região de Saúde (13) Santa Terezinha
II Região de Saúde (20) Bezerros Arcoverde São José do Egito
Bom Jardim Bonito Buíque Solidão
Buenos Aires Brejo da Madre de Deus Custódia Tabira
Carpina Cachoeirinha Ibimirim Tuparetama
Casinhas Camocim de São Félix Inajá XI Região de Saúde (10)
Cumaru Caruaru Jatobá Betânia
Feira Nova Cupira Manari Calumbi
João Alfredo Frei Miguelinho Pedra Carnaubeira da Penha
Lagoa do Carro Gravatá Petrolândia Flores
Lagoa do Itaenga Ibirajuba Sertânia Floresta
Limoeiro Jataúba Tacaratu Itacuruba
Machados Jurema Tupanatinga Santa Cruz da Baixa Verde
Nazaré da Mata Panelas Venturosa São José do Belmonte
Orobó Pesqueira VII Região de Saúde (7) Serra Talhada
Passira Poção Belém de São Francisco Triunfo
Paudalho Riacho das Almas Cedro XII Região de Saúde (10)
Salgadinho Sairé Mirandiba Aliança
Surubim Sanharó Salgueiro Camutanga
Tracunhaém Santa Cruz do Capibaribe Serrita Condado
Vertente do Lério Santa Maria do Cambucá Terra Nova Ferreiros
Vicência São Bento do Una Verdejante Goiana
III Região de Saúde (22) São Caitano VIII Região de Saúde (7) Itambé
Água Preta São Joaquim do Monte Afrânio Itaquitinga
Amaraji Tacaimbó Cabrobó Macaparana
Barreiros Taquaritinga do Norte Dormentes São Vicente Ferrer
Belém de Maria Toritama Lagoa Grande Timbaúba
Catende Vertentes Orocó Cortês V Região de Saúde (21) Petrolina Escada Águas Belas Santa Maria da Boa Vista
Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco
14
3.2. Estrutura Populacional De acordo com o Censo Demográfico realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE) em 2010, o estado contabilizou uma população de 8.796.448 habitantes
distribuídos numa área de 98.146,315 Km2, resultando numa densidade demográfica de 89,6
habitantes/Km2.
A I Região de Saúde concentra 44,4% da população de Pernambuco (3.908.757 habitantes)
e apresenta a maior densidade demográfica do estado (1.047,4 habitantes/Km2). Embora a XI
Região tenha a menor densidade demográfica (18,3 habitantes/Km2), é na VII Região onde está a
menor proporção da população, apenas 1,6% (Tabela 1).
Tabela 1 – Número, proporção e densidade demográfica da população residente segundo Regiões de
Saúde. Pernambuco, 2010
Região de Saúde Número de habitantes % de habitantes Densidade demográfica
(Hab./Km2)
I-Recife 3.908.757 44,4 1.047,4
II-Limoeiro 566.331 6,4 175,5
III-Palmares 574.905 6,5 121,3
IV-Caruaru 1.241.469 14,1 109,3
V-Garanhuns 513.660 5,8 70,0
VI-Arcoverde 382.602 4,3 28,0
VII-Salgueiro 138.719 1,6 20,3
VIII-Petrolina 434.713 4,9 29,7
IX-Ouricuri 327.866 3,7 23,2
X-Afogados da Ingazeira 180.780 2,1 42,0
XI-Serra Talhada 223.879 2,5 18,3
XII-Goiana 302.767 3,4 158,2
Pernambuco 8.796.448 100,0 89,6
Fonte: IBGE, 2010 – Censo Demográfico
Dos 184 municípios e o Distrito Estadual de Fernando de Noronha, 150 (81,1%) são de
pequeno porte (até 50.000 habitantes). Os 12 municípios com mais de 100.000 habitantes
concentram 48,5% da população pernambucana, sendo 24,8% em apenas dois municípios – Recife
e Jaboatão dos Guararapes (Figura 2 e Tabela 2).
Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco
15
Figura 2 – Municípios segundo porte populacional. Pernambuco, 2010
Fonte: IBGE, 2010 – Censo Demográfico
Tabela 2 – População e número de municípios segundo porte populacional. Pernambuco, 2010
Porte populacional dos municípios
Municípios População (2010)
n % n %
Menos de 20.000 hab. 83 44,9
1.060.514 12,1
20.000 -| 50.000 hab. 67 36,2
1.938.527 22,0
50.000 -| 100.000 hab. 23 12,4
1.534.175 17,4
100.000 -| 500.000 hab. 10 5,4
2.080.908 23,7
500.000 hab. e mais 2 1,1
2.182.324 24,8
Total 185 100,0 8.796.448 100,0
Fonte: IBGE, 2010 – Censo Demográfico
Em 1980, 61,6% da população pernambucana viviam em área urbana, passando para
80,2% em 2010, o que representa um aumento de 30% no grau de urbanização no período
analisado (Figura 3).
Figura 3 – Proporção da população residente em área urbana e rural.
Pernambuco, 1980, 1991, 2000, 2010
61,6
70,976,5
80,2
38,4
29,123,5
19,8
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
1980 1991 2000 2010
%
Urbana Rural
Fonte: IBGE – Censos Demográficos
Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco
16
Ao comparar-se a estrutura populacional do estado nos anos de 1980 e 2010, verificam-se
mudanças na pirâmide etária. No início da década de 80, a pirâmide possuía base mais alargada
(predomínio de crianças e adolescentes) e ápice mais estreito (baixa proporção de idosos) (Figura
4). No ano de 2010, a pirâmide encontra-se com a base menos alargada, o que está relacionada à
redução na taxa de natalidade, e o ápice mais menos estreito, demonstrando envelhecimento da
população (Figura 5).
Figura 4 – Pirâmide etária. Pernambuco, 1980 Figura 5 – Pirâmide etária. Pernambuco, 2010
-30,0 -20,0 -10,0 0,0 10,0 20,0 30,0
0 a 9
10 a 19
20 a 29
30 a 39
40 a 49
50 a 59
60 a 69
70 a 79
80 e +
Faix
a e
tári
a (an
os)
Masculino Feminino
-30,0 -20,0 -10,0 0,0 10,0 20,0 30,0
0 a 9
10 a 19
20 a 29
30 a 39
40 a 49
50 a 59
60 a 69
70 a 79
80 e +
Faix
a e
tári
a (an
os)
Masculino Feminino
Em relação ao sexo, em 2010, 51,9% da população era composta de mulheres (4.565.767)
e 48,1% por homens (4.230.681), com uma razão de, aproximadamente, 93 homens para cada
grupo de 100 mulheres, não havendo mudanças significativas desde a década de 80 (Figuras 6).
Esse perfil surge como reflexo da sobremortalidade masculina, sobretudo nas faixas etárias jovens
e adultas, decorrentes da alta prevalência de óbitos por causas externas e violência.
Figura 6 – População da população residente segundo sexo.
Pernambuco, 1980, 1990, 200 e 2010
48,3 48,3 48,3 48,1
51,7 51,7 51,7 51,9
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
1980 1990 2000 2010
Masculino Feminino
Fonte: IBGE – Censos e estimativas Intercensitárias
Fonte: IBGE, 1980 – Censo Demográfico Fonte: IBGE, 2010 – Censo Demográfico
Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco
11
Entre as Regiões de Saúde, a proporção da população segundo sexo apresentou
semelhança com o perfil do estado, onde se verifica um predomínio da população feminina. Obteve
destaque a I Região por apresentar percentual de mulheres superior a média estadual (52,7%) e
uma razão de 89 homens para cada 100 mulheres (Figura 7).
Figura 7 – Proporção da população residente segundo sexo
e Região de Saúde. Pernambuco, 2010
48,9
48,8
49,0
49,5
49,1
49,4
49,0
48,6
48,4
49,5
48,5
47,1
51,1
51,2
51,0
50,5
50,9
50,6
51,0
51,4
51,6
50,5
51,5
52,9
0% 20% 40% 60% 80% 100%
XII-Goiana
XI-Serra Talhada
X-Afogados da Ingazeira
IX-Ouricuri
VIII-Petrolina
VII-Salgueiro
VI-Arcoverde
V-Garanhuns
IV-Caruaru
III-Palmares
II-Limoeiro
I-Recife
Masculino Feminino
Fonte: IBGE, 2010 – Censo Demográfico
Quanto às faixas etárias, os adultos jovens (20 a 39 anos) e os adultos (40 a 59 anos) foram
os predominantes em todo o período analisado. Entretanto, entre os anos de 1980 e 2010, houve
variação no perfil da população, com redução de 43,6% da proporção de crianças (0 a 9 anos) e de
24,3% na de adolescentes (10 a 19 anos) e incremento na participação das demais faixas etárias,
com destaque na proporção de idosos (mais de 60 anos), cujo crescimento foi de 59,7% (Figura 8).
Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco
12
Figura 8 – Proporção da população residente segundo faixa etária. Pernambuco,
1980, 1990, 2000 e 2010
28,7 24,820,2 16,2
24,723,8
22,0
18,7
25,828,8
31,8
33,5
14,2 14,817,1
20,9
6,7 7,7 8,9 10,7
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
1980 1990 2000 2010
0 a 9 10 a 19 20 a 39 40 a 59 60 e +
Fonte: IBGE – Censos e estimativas Intercensitárias
A figura 9 trata da razão entre o número de idosos para cada grupo de 10 crianças de até 5
anos entre os anos de 1980 e 2010. Observa-se que em 1980 havia, em média, 4 idosos para cada
10 crianças de até 5 anos. Com o aumento da expectativa de vida da população, em 2010 o número
de idosos superou o de crianças com até 5 anos (Figura 9).
Figura 9 – Número de idosos (60 anos e mais) para cada grupo de 10 crianças de
até 5 anos na população residente. Pernambuco, 1980, 1990, 2000 e 2010
3,8
6,4
7,3
11,4
0
2
4
6
8
10
12
14
1980 1990 2000 2010
Fonte: IBGE – Censos e estimativas Intercensitárias
Relação
1980/2010 24,3% 43,6% 29,8% 47,2% 59,7
%
Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco
13
Ao analisar-se a razão de dependência total (divisão da população de 0 a 14 anos e 65 ou
mais anos sobre a população de 15 a 64 anos de idade) entre os anos de 1980 e 2010, verifica-se
tendência de redução, passando de 86,5 em 1980 para 49,3 em 2010. Este decréscimo está
relacionado à redução da população de 0 a 14 anos, observado na razão de dependência específica
desta população, que passou de 78,0 para 38,3 no mesmo período. Porém, o mesmo não foi
observado na população de 65 anos e mais, cuja razão de dependência, antes de 8,4 (1980),
chegou a 11,0 (2010), devido ao aumento da participação relativa dos idosos na população (Figura
10).
Figura 10 – Razão de dependência*. Pernambuco, 1980, 1990, 2000 e 2010
86,5
74,3
59,4
49,3
78,0
65,0
49,6
38,3
8,4 9,3 9,8 11,0
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
1980 1990 2000 2010
Razão
de d
ep
en
dên
cia
RD* total RD* (0 a 14 anos) RD* (65 anos e mais)
Fonte: IBGE – Censos demográficos e estimativas intercencitárias
* Razão de dependência: Número de pessoas consideradas inativas (0 a 14 anos e/ou 65 anos e mais de idade) para
cada 100 pessoas potencialmente ativas (15 a 64 anos de idade)
Ainda em relação à estrutura etária da população, em 2010, verificou-se predomínio da
população jovem e adulta em todas as Regiões de Saúde. Entretanto, houve particularidades ao
comparar cada grupo etário entre as Regiões: as VI e IX Regiões destacaram-se com as maiores
proporções de crianças e adolescentes (0 a 19 anos); a I Região apresentou a maior percentual de
adultos (20 a 59 anos); já a X Região foi a que contou com maior participação de idosos (Figura 11).
Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco
14
Figura 11 – Proporção da população residente segundo faixa etária e Região de Saúde. Pernambuco, 2010
16,8
17,6
16,4
19,9
18,7
18,6
19,3
18,2
16,7
18,3
15,9
14,3
19,9
19,8
19,3
21,4
20,5
20,3
20,7
20,5
19,5
21,3
19,3
17,0
32,5
31,9
30,6
30,9
35,2
32,4
30,9
30,9
33,1
32,8
33,0
34,8
19,9
18,8
20,3
17,3
18,0
18,2
18,3
18,5
19,4
18,4
20,3
23,4
10,9
11,8
13,4
10,4
7,6
10,4
10,7
11,9
11,4
9,2
11,5
10,5
0 20 40 60 80 100
XII-Goiana
XI-Serra Talhada
X-Afogados da Ingazeira
IX-Ouricuri
VIII-Petrolina
VII-Salgueiro
VI-Arcoverde
V-Garanhuns
IV-Caruaru
III-Palmares
II-Limoeiro
I-Recife
%
0 a 9 10 a 19 20 a 39 40 a 59 60e+
Fonte: IBGE, 2010 – Censo demográfico
A figura 12 apresenta o número de idosos para cada grupo de 10 crianças de até 5 anos,
segundo Região de Saúde, sendo observado que nas Regiões X, I e II estão as maiores razões do
estado (14,2; 12,7 e 12,7, respectivamente). Enquanto que as Regiões VIII, III e IX apresentaram as
menores razões entre o número de idosos e de crianças (6,9; 8,8 e 9,0, respectivamente).
Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco
15
Figura 12 – Número de idosos (60 anos e mais) para cada grupo de 10 crianças de até 5 anos
segundo Região de Saúde de residência. Pernambuco, 2010
11,2
11,5
14,2
9,0
6,9
9,6
9,6
11,4
11,9
8,8
12,7
12,7
0,0 2,0 4,0 6,0 8,0 10,0 12,0 14,0 16,0
XII-Goiana
XI-Serra Talhada
X-Afogados da Ingazeira
IX-Ouricuri
VIII-Petrolina
VII-Salgueiro
VI-Arcoverde
V-Garanhuns
IV-Caruaru
III-Palmares
II-Limoeiro
I-Recife
Fonte: IBGE, 2010 – Censo demográfico
No que se refere à esperança de vida ao nascer (número médio de anos de vida esperados
para um recém-nascido), observa-se que esta vem aumentando em ambos os sexos. Em 1991, a
esperança de vida ao nascer das mulheres era de 64,2 anos, passando para 73,0 anos em 2010, o
que representa um aumento de 8,8 anos e um crescimento de 14% no período. Nos homens, a
expectativa de vida passou de 57,4 anos em 1991 para 66,0 em 2010, representando um aumento
de 8,6 anos e um incremento de 15% (Figura 13).
Figura 13 – Esperança de vida ao nascer segundo sexo. Pernambuco,
1991, 2000 e 2010
57,4
62,266,064,2
69,073,0
0
10
20
30
40
50
60
70
80
1991 2000 2010
Nú
mero
de a
no
s d
e v
ida e
sp
era
do
s
Masculino Feminino
Fonte: IBGE – Indicadores e Dados Básicos - IDB
Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco
16
A esperança de vida aos 60 anos de idade (número médio de anos de vida esperados para
uma pessoa ao completar 60 anos de idade) também apresentou importante incremento, passando
de 17,2 em mulheres e 17,0 em homens no ano de 1991, para 20,4 e 19,6, respectivamente, no ano
de 2010 (Figura 14).
Figura 14 – Esperança de vida aos 60 anos de idade segundo sexo.
Pernambuco, 1991, 2000 e 2010
17,0
18,9
19,6
17,2
18,9
20,4
15
16
17
18
19
20
21
1991 2000 2010
Nú
mero
de a
no
s d
e v
ida e
sp
era
do
s
Masculino Feminino
Fonte: IBGE – Indicadores e Dados Básicos - IDB
No que se refere à taxa de fecundidade total, indicador que expressa a situação reprodutiva
das mulheres, verifica-se no estado de Pernambuco uma redução de 33%, passando de 2,8 filhos
para cada mulher em 1991 para 1,9 em 2010 (Figura 15).
Figura 15 – Taxa de fecundidade total*. Pernambuco, 1991 a 2010
2,82,7
2,62,5
2,52,4 2,3 2,3 2,3
2,5
2,22,0
2,0 1,9 1,91,9 1,8
1,9 2,01,9
0
1
2
3
1991
1992
1993
1994
1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
Taxa d
e fecu
nd
idad
e to
tal
* Taxa de fecuncidade total: Número médio de filhos nascidos vivos, tidos por uma mulher ao final do seu período reprodutivo. Fonte: IBGE – Indicadores e Dados Básicos - IDB
Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco
17
O decréscimo da taxa de fecundidade no estado pode estar associado à: urbanização
crescente, melhoria do nível educacional das mulheres, ampliação do uso de métodos
contraceptivos, maior participação da mulher na força de trabalho e instabilidade de emprego
(RIPSA, 2013).
Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco
18
3.3. Aspectos Socioeconômicos
3.3.1. Educação
A taxa de analfabetismo em maiores de 15 anos representa o percentual de pessoas com
15 anos de idade ou mais que não sabem ler e escrever pelo menos um bilhete simples, no idioma
que conhecem, na população total residente da mesma faixa etária. Entre os anos de 1991 e 2010,
observa-se uma redução de 47,0% na taxa de analfabetismo em maiores de 15 anos em
Pernambuco, passando de 32,9% para 17,4% (Figura 16).
Figura 16 – Taxa de analfabetismo (por 100 habitantes) em maiores de 15 anos. Pernambuco,
1991 a 2010
32
,9
30
,9
29
,1
29
,8
26
,2
26
,4
24
,4
24
,8
22
,0
22
,0
21
,5
21
,8
21
,3
20
,5
18
,5
18
,5
17
,9
17
,6
17
,4
0
5
10
15
20
25
30
35
1991
1992
1993
1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
Taxa d
e a
nalf
ab
eti
sm
o (p
or 100 h
ab
itan
tes)
Fonte: IBGE - Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios - PNAD
Na figura 17 verifica-se um importante aumento nos níveis de escolaridade da população
pernambucana com mais de 15 anos. O nível de escolaridade inferior a quatro anos de estudo tem
sido utilizado como aproximação (proxy) do analfabetismo funcional, embora o significado deste
conceito seja mais amplo (RIPSA, 2012a). Baseado neste conceito aproximado, o número de
analfabetos funcionais do estado vem decrescendo, porém ainda se mantém em patamares
elevados, mais de 28% em 2009 (Figura 17).
Ao comparar os anos extremos da série analisada (1992 a 2009) observa-se uma redução
de 10% na população maior de 15 anos com 4 a 7 anos de estudo, passando de 28,3% em 1992
para 25,6% em 2009. Destaca-se aumento de 43% no percentual da população com 8 a 10 anos de
estudo, passando de 10,7 em 1992 para 15,3 em 2009, e aumento de 133% na população com
Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco
19
mais de 11 anos de estudo, que correspondia a 13,4% em 1992 e em 2009 já superava 31% (Figura
17).
Figura 17 – Níveis de escolaridade* na população de 15 anos e mais. Pernambuco, 1992 a 1993, 1995
a 1999 e 2001 a 2009
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
1992
1993
1995
1996
1997
1998
1999
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
0 a 3 anos 4 a 7 anos 8 a 10 anos 11 e mais
* Nível de escolaridade em anos
Fonte: IBGE - Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios - PNAD
3.3.2. Renda
A figura 18 trata da proporção de pessoas de baixa renda (renda domiciliar mensal per
capita de até meio salário mínimo) em Pernambuco que expressa a proporção da população
considerada em situação de pobreza (RIPSA, 2012b). Entre 1992 e 2009, observa-se redução de
43% na proporção de pessoas que vivem com rendimento domiciliar mensal de até um quarto de
salário mínimo e de 28% com até meio salário mínimo (considerando como valor de referência para
todos os anos o salário mínimo de 2010, de R$ 510,00).
Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco
20
Figura 18 – Proporção da população com baixa renda. Pernambuco, 1992 a 2010
74,6 74,8
67,3 67,9 68,4 66,3 67,1 68,3 67,8 67,470,0 67,7
63,960,0 58,5
54,9 52,7 53,5
47,3 48,8
36,240,0 39,7 37,5 39,3
43,741,0 38,9
43,338,4
33,729,9 28,5
25,8 23,627,1
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
1992 1993 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
%
% Pop renda < 1/2 SM* % Pop renda < 1/4 SM*
* SM – Salário Mínimo
Fonte: IBGE - Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios - PNAD
O índice de Gini mede o grau de concentração da distribuição de renda domiciliar per
capita. Quando o índice tem valor igual a um (1), existe perfeita desigualdade, isto é, a renda
domiciliar per capita é totalmente apropriada por um único indivíduo. Quando ele tem valor igual à
zero (0), tem-se perfeita igualdade, isto é, a renda é distribuída na mesma proporção para todos os
domicílios. (RIPSA, 2012c). Em Pernambuco, os anos de 1991 e 2000 foram os com maior
desigualdade de renda no período de análise. Entretanto, 2007 e 2009 foram os anos com menor
índice, representando menor desigualdade de renda domiciliar (Figura 19).
Figura 19 – Índice de Gini da renda domiciliar per capita. Pernambuco, 1991 a 2010
0,6
60
6
0,5
87
0,6
18
6
0,5
75
2
0,6
05
0,5
92
8
0,5
99
3
0,6
04
5
0,6
70
6
0,6
17
6
0,6
08
8
0,5
89
1
0,6
06
9
0,5
86
4
0,5
80
9
0,5
59
1
0,5
65
1
0,5
52
6
0,6
36
6
0,0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0,8
0,9
1,0
1991 1992 1993 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
Índ
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e G
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er cap
ita
Fonte: IBGE - Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios - PNAD
Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco
21
Em março de 2012, 25,1% da população brasileira encontravam-se coberta por planos de
saúde, com crescimento proporcional de 41,0% quando comparado ao ano 2000. O estado de
Pernambuco, no último ano, apresentou uma cobertura menor que a média nacional, 17,0%, com
aumento proporcional de 66,7% para o mesmo período. Contudo, destaca-se que a taxa de
cobertura dos planos foi calculada a partir do número de vínculos aos planos de saúde presente no
cadastro de beneficiários da ANS. Desta forma, um indivíduo pode ter sido contabilizado mais de
uma vez, caso esteja vinculado a mais de um plano de saúde (Figura 20).
Figura 20 – Proporção de cobertura de planos de saúde. Brasil e Pernambuco, 2000 a 2012
17,8 18 17,8 17,6 17,9 18,2 18,9 19,6 20,7 21,4 22,5 24,6 25,1
10,2 10,0 10,3 10,9 11,6 12,1 11,6 11,7 13,0 14,1 15,0 16,3 17,0
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012
%
Brasil Pernambuco
Fonte: SIB/ANS/MS; IBGE – Censos e estimativas Intercensitárias
3.3.3. Situação dos domicílios particulares permanentes
Os indicadores do estado em relação à situação dos domicílios particulares permanentes de
acordo com dados da PNAD – 2009 e 2011 estão sintetizados na tabela 3. Os domicílios
particulares permanentes são assim definidos quando são construídos para servir, exclusivamente,
à habitação e, têm a finalidade de servir de moradia a uma ou mais pessoas cujo relacionamento é
ditado por laços de parentesco, de dependência doméstica ou por normas de convivência (IBGE,
2011).
Em 2009, 63,7% das famílias residentes nos domicílios particulares permanentes do estado
tinham como pessoa de referência um homem. Essa participação reduziu 8% no ano de 2011.
Também houve redução na proporção de chefes de família economicamente ativos, chegando a
63,4% em 2011, e 65,1% estavam ocupados na semana de referência da pesquisa (Tabela 3).
Quanto à cobertura dos serviços, no ano de 2011, 82,4% destes domicílios estavam ligados
à rede geral de abastecimento de água com canalização interna, 50,7% estavam ligados à rede
coletadora de esgoto, 85,9% possuiam coleta de lixo e 99,9% possuiam iluminação elétrica. Chama
Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco
22
atenção o incremento na proporção de fossas séptica ligada à rede coletora, embora sua
participação em 2011 do estado tenha sido inferior a média nacional de 7,7% (Tabela 3).
No que se refere à existência de bens duráveis nos domicílios,observa-se que fogão,
televisão e geladeira foram os bens mais encontrados em 2011. Filtro de água, freezer e
microcomputador foram os ítens que apresentaram maior incremento nos domicílios no período
(Tabela 3).
Tabela 3 – Condições dos domicílios particulares permanentes. Pernambuco, 2009 e 2011
Categorias 2009 2011 Relação 2009/2011
Sexo da pessoa de referência da família
Homens 63,7% 58,6% -8%
Mulheres 36,3% 41,4% 14%
Condição de atividade na semana de referência da pessoa de referência da família
Economicamente ativas 70,2% 63,4% -10%
Economicamente ativas - ocupadas 65,1% 59,9% -8%
Não economicamente ativas 29,8% 36,6% 23%
Disponibilidade de serviços
Rede geral de abastecimento de água 77,3% 82,4% 7%
Rede coletora de esgoto 39,6% 50,7% 28%
Fossa séptica ligada à rede coletora 0,8% 5,5% 588%
Coleta de lixo 80,9% 85,9% 6%
Iluminação elétrica 99,5% 99,9% 0%
Telefone 76,4% 84,9% 11%
Existência de alguns bens duráveis
Fogão 96,6% 98,7% 2%
Filtro de água 33,9% 53,6% 58%
Geladeira 87,8% 93,6% 7%
Freezer 5,7% 8,5% 49%
Máquina de lavar roupas 20,4% 26,7% 31%
Rádio 87,2% 85,7% -2%
Televisão 95,4% 97,7% 2%
DVD 74,7% 80,4% 8%
Microcomputador 19,7% 29,0% 47%
Carro 18,0% 21,4% 19%
Motocicleta 13,4% 17,5% 31%
Fonte: IBGE - Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios - PNAD 2009; 2011
Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco
23
4. CARACTERÍSTICAS AMBIENTAIS
A estruturação da vigilância em saúde ambiental constitui-se uma das respostas do setor
saúde na busca de um desenvolvimento sustentável, passando a ser interlocutor junto a outros
setores.
O acompanhamento contínuo dos fatores de risco ambientais permite verificar as mudanças
que porventura venham a ocorrer no meio ambiente ao longo do tempo e determinar se as
projeções destas modificações poderão implicar em algum impacto na saúde da população.
Segundo dados IBGE, em 2010, cerca de 76,0% da população pernambucana era coberta
por sistemas de abastecimento de água. A Região Metropolitana foi a que registrou a maior
concentração (Figura 21), bem como o maior número de poços ou nascentes (Figura 22). O
esgotamento sanitário advindo da rede geral e/ou fossa séptica ainda é um serviço precário com
uma cobertura de 43,6% dos domicílios.
Figura 21 – Domicílios com sistema de abastecimento de água por rede geral.
Pernambuco, 2010
Fonte: IBGE – Censo 2010
Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco
24
Figura 22 – Domicílios com abastecimento de água por poço ou nascente. Pernambuco, 2010
Fonte: IBGE – Censo 2010
O acesso à rede de abastecimento de água não garante a qualidade da água recebida. A
intermitência no abastecimento, principalmente nas áreas periféricas das grandes cidades, obriga a
população a recorrer a formas alternativas de armazenamento que geram potenciais riscos para a
saúde, incluindo a proliferação do vetor da dengue.
O monitoramento da água de consumo humano é o instrumento utilizado para verificar se a
água está de acordo com o padrão de potabilidade, estabelecido na legislação vigente (Portaria MS
nº 2914/2011) (BRASIL, 2011a). Tem como objetivo avaliar a qualidade da água consumida pela
população ao longo do tempo, bem como a eficiência do tratamento. No estado existem 10
laboratórios regionais de análise da qualidade da água, localizados nas sedes das Regiões de
Saúde, com exceção da III e XII. O diagnóstico de forma descentralizada visa fortalecer as ações
nas Regiões e municípios.
Das amostras de água analisadas em Pernambuco, no período de 2007 a 2012, para o
parâmetro turbidez, apresentou aumento no número de amostras analisadas no decorrer dos anos,
com exceção de 2012, quando houve redução de 9% em relação ao ano anterior. Quanto ao
percentual de amostras insatisfatórias, observa-se incremento de 261% no período, com maior valor
em 2012 (Figura 23).
Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco
25
Figura 23 – Número de amostras analisadas e proporção de amostras insatisfatórias para
o parâmetro turbidez. Pernambuco, 2007 a 2012
6.5
93
7.2
18
9.0
22
9.9
22 11
.55
9
10
.53
7
3,45,7
3,2 4,18,9
12,4
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
0
2.000
4.000
6.000
8.000
10.000
12.000
14.000
2007 2008 2009 2010 2011 2012
%N
úm
ero
de a
mo
str
as
Nº amostras realizadas para Turbidez % amostras insatisfatórias para Turbidez
Fonte: SISAGUA/SES-PE
No período de 2007 a 2012, o estado realizou 54.851 análises de cloro residual livre
presente na água fornecida pela Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa). Houve
aumento gradativo no número de análises no período. A maior proporção de amostras
insatisfatórias ocorreu em 2008, com 14,9% (Figura 24).
Figura 24 – Número de amostras analisadas e proporção de amostras insatisfatórias para
o parâmetro cloro residual livre. Pernambuco, 2007 a 2012
7.4
05
8.6
41
9.6
84
13
.84
6
15
.80
4
16
.22
0
13,0 14,9
8,9 6,810,4
13,7
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
0
4.000
8.000
12.000
16.000
20.000
2007 2008 2009 2010 2011 2012
%
Nú
mero
de a
mo
str
as
Nº amostras realizadas para Cloro Residual Livre% amostras insatisfatórias para Cloro Residual Livre
Fonte: SISAGUA/SES-PE
Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco
26
Quanto aos indicadores de contaminação da água por coliformes totais, em Pernambuco
foram analisadas 24.471 amostras de água de consumo humano, com aumento de 750% no
período de 2007 a 2012. Destas, 23,6% estavam insatisfatórias para este parâmetro. Observa-se
declínio do percentual de amostras insatisfatórias no período de 2007 a 2010 e aumento nos anos
de 2011 a 2012. Contudo, quando comparados os anos de 2007 a 2012, verificou-se redução de
22,3% na proporção de amostras insatisfatórias para o parâmetro coliformes totais (Figura 25).
Figura 25 – Número de amostras analisadas e proporção de amostras insatisfatórias para
o parâmetro coliformes totais. Pernambuco, 2007 a 2012
1.1
57
1.9
32
2.3
36 3
.34
1
6.9
75
8.7
30
34,1
25,0 23,5
15,6
21,626,5
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
0
2.000
4.000
6.000
8.000
10.000
2007 2008 2009 2010 2011 2012
%
Nú
mero
de a
mo
str
as
Nº amostras realizadas para Coliformes totais
% amostras insatisfatórias para Coliformes totais
Fonte: SISAGUA/SES-PE
As indústrias e os veículos automotores constituem as duas principais fontes de emissão e
contaminação do ar urbano. O tráfego pesado, devido a uma frota de veículos superior a sua
capacidade, juntamente com as indústrias, liberam uma grande quantidade de poluentes
atmosféricos, que acabam causando problemas localizados de poluição do ar (BRAGA, et al., 2007;
BUENO, et al., 2010). Eles estão associados ao aumento de doenças respiratórias, principalmente
em crianças, ao baixo peso ao nascer e à mortalidade infantil (NASCIMENTO, 2006).
Segundo o Departamento de Trânsito de Pernambuco (DETRAN-PE), a frota do estado em
2012 era de 2.279.075 veículos automotores, sendo a maior concentração na Região Metropolitana
do Recife (RMR), com 1.109.081 veículos (48,7%) (Figura 26).
Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco
27
Figura 26 – Frota veicular de Pernambuco e Região Metropolitana do Recife. Pernambuco,
2008 a 2012
1.4
97
.82
2
1.6
57
.53
1
1.8
57
.54
0
2.0
74
.59
9
2.2
79
.07
5
77
9.4
50
84
6.5
35
93
4.8
81
1.0
27
.56
3
1.1
09
.08
1
0
500.000
1.000.000
1.500.000
2.000.000
2.500.000
2008 2009 2010 2011 2012
Nú
mero
de v
eíc
ulo
s
Pernambuco Região Metropolitana do Recife
Fonte: DETRAN-PE
Em Pernambuco, no ano de 2011, o coeficiente de morbidade hospitalar por doenças
respiratórias foi de 550,6/100.000 habitantes, 1,7% maior que o registrado em 2008. Entre as
Regiões de Saúde, destacaram-se a XI, X e VII Regiões com maior coeficiente em 2011, porém, o
maior incremento em relação ao ano de 2008 ocorreu na VI Região, na ordem de 71,7%. (Figura
27).
Figura 27 – Coeficiente de Morbidade Hospitalar por doenças respiratórias segundo Região de Saúde.
Pernambuco, 2008 e 2011
I II III IV V VI VII VIII IX X XI XII PE
2008 533,6 562,9 627,0 443,1 355,7 412,3 1002,4 490,1 596,8 1003,5 1139,3 378,8 541,4
2011 491,0 480,1 659,5 399,8 336,0 707,9 1126,4 528,9 786,3 1138,8 1581,6 430,4 550,6
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
1600
1800
Co
efi
cie
nte
de M
orb
idad
e H
ospit
ala
r(p
or 100.0
00 h
abitan
tes)
Fonte: SIH/SES-PE
Dentre as principais doenças deste grupo, estão a asma, com 102,9 internações/100.000
habitantes, e a bronquite, enfisema e outras doenças pulmonares obstrutivas crônicas, com 45,8
internações/100.000 habitantes em Pernambuco no ano de 2011. A X Região de Saúde foi a que
mais se destacou quanto ao coeficiente de morbidade hospitalar destes agravos no ano investigado
(Figura 28).
Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco
28
Figura 28 – Coeficiente de Morbidade Hospitalar por asma, bronquite, enfisema e outras DPOC
segundo Região de Saúde. Pernambuco, 2011
I II III IV V VI VII VIII IX X XI XII PE
Asma 66,2 98,4 208,7 48,9 37,8 247,0 111,9 94,8 81,7 493,9 484,9 49,8 102,9
Bronquite, enfisema e outras DPOC 46,4 37,4 53,9 37,7 33,7 28,7 40,9 14,9 94,8 149,4 70,6 27,4 45,8
0
100
200
300
400
500
600
Co
efi
cie
nte
de M
orb
idad
e H
ospit
ala
r(p
or 100.0
00 h
abitan
tes)
Legenda: DPOC – Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica Fonte: SIH/SES-PE
Com relação aos óbitos acorridos em 2008 e 2011, o estado registrou aumento de 27,8% no
coeficiente de mortalidade por doenças respiratórias, que passou de 24,1 para 30,8 óbitos/100.000
habitantes. A I Região de Saúde apresentou os maiores coeficientes nos dois anos estudados,
encontrando-se aumento da mortalidade em todas as Regiões, sendo maior na II Região, com
116,2% (Figura 29).
Figura 29 – Coeficiente de Mortalidade por doenças respiratórias segundo Região de
Saúde. Pernambuco, 2008 e 2011
I II III IV V VI VII VIII IX X XI XII PE
2008 29,5 15,4 23,0 27,7 11,8 17,4 18,7 21,6 13,0 15,8 15,8 16,4 24,1
2011 35,5 33,3 28,8 29,2 19,6 20,2 31,5 28,3 19,7 24,8 24,4 32,6 30,8
0
5
10
15
20
25
30
35
40
Co
efi
cie
nte
de M
ort
alid
ad
e(p
or 100.0
00 h
abitan
tes)
Fonte: SIM/SES-PE
Em 2011, o coeficiente de mortalidade por asma e por bronquite, enfisema e outras
doenças pulmonares obstrutivas crônicas foi de 1,0 e 3,1 óbitos/100.000 habitantes,
respectivamente. Assim como nas internações, a X Região de Saúde destacou-se com os maiores
coeficientes (Figura 30).
Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco
29
Figura 30 – Coeficiente de Mortalidade por asma, bronquite, enfisema e outras DPOC
segundo Região de Saúde. Pernambuco, 2011
I II III IV V VI VII VIII IX X XI XII PE
Asma 0,2 0,4 6,3 0,8 0,4 3,7 0,0 0,5 0,3 6,5 0,4 0,3 1,0
Bronquite, enfisema e outras DPOC 2,9 5,1 4,5 3,3 2,5 1,3 5,0 1,4 2,7 5,5 1,3 2,3 3,1
0
1
2
3
4
5
6
7
Co
efi
cie
nte
de M
ort
alid
ad
e(p
or 100.0
00 h
abitan
tes)
Legenda: DPOC – Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica Fonte: SIM/SES-PE
Outra questão que impacta no Ambiental é a emissão de efluentes e resíduos sólidos pelas
indústrias. O controle da emissão de efluentes está previsto em legislações específicas, como a
Instrução Normativa n. 96 de 30 de março de 2006 e na NBR 9800 (1987) (SANTOS et al., 2012).
Em Pernambuco, no período de 2006 a 2012, foram identificadas e cadastradas 211 áreas
com população em solo com suspeita de contaminação por efluente e/ou resíduos sólidos
industriais. A maioria destas áreas encontra-se na I Região de Saúde, por abranger o Complexo
Industrial e Portuário do Estado (Tabela 4).
Tabela 4 – Número de áreas cadastradas no Sissolo. Pernambuco, 2006 a 2012
Região de Saúde 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012
I-Recife 13 7 6 10 9 22 57
II-Limoeiro 0 0 0 0 0 0 0
III-Palmares 0 0 0 0 4 0 0
IV-Caruaru 17 9 8 4 6 10 11
V-Garanhuns 0 1 1 0 0 1 1
VI-Arcoverde 0 0 0 0 0 0 1
VII-Salgueiro 0 0 0 0 0 0 0
VIII-Petrolina 11 0 0 0 0 1 0
IX-Ouricuri 0 0 0 0 0 1 0
X-Afogados da Ingazeira 0 0 0 0 0 0 0
XI-Serra Talhada 0 0 0 0 0 0 0
XII-Goiana 0 0 0 0 0 0 0
Pernambuco 41 17 15 14 19 35 70
Fonte: SISSOLO/SES-PE
Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco
30
5. NATALIDADE
As informações sobre natalidade são provenientes do Sistema de Informações sobre
Nascidos Vivos (Sinasc), cujo instrumento base para coleta de dados é a Declaração de Nascido
Vivo (DN), padronizada pelo Ministério da Saúde (MS), e que também serve de base para lavratura
da Certidão de Nascimento pelo Cartório de Registro Civil (BRASIL, 2009a).
O número de nascidos vivos (NV) é utilizado para construção de alguns indicadores de
saúde, tais como coeficiente de mortalidade infantil, razão de morte materna e cobertura vacinal,
além de subsidiar a elaboração de perfis epidemiológicos para o conhecimento das condições de
nascimento das crianças e informações sócio-demográficas da mãe (MELLO-JORGE, 1993).
No período de 2002 a 2011 nasceram 146.513 crianças por ano, em média, de mães
residentes em Pernambuco. No decênio analisado houve redução de 6,6% no número de NV no
Estado, passando de 152.496 (2002) para 142.384 (2011) (Figura 31).
A Taxa Bruta de Natalidade (TBN) expressa a frequência anual de NV no total da população
e, quando apresenta valores elevados, está relacionado à baixa condição socioeconômica. A TBN é
influenciada pela estrutura etária e sexo da população (RIPSA, 2008).
Em Pernambuco, a TBN passou de 18,9 para 16,1 NV/1.000 habitantes no período entre
2002 e 2011, representando uma redução de 14,8% (Figura 31). Entre as Regiões de Saúde, no
ano de 2011, 41,0% do número de NV de mães residentes no Estado pertenciam a I Região de
Saúde. Contudo, esta Região apresentou a menor TBN (14,8 NV/1.000 habitantes), enquanto a IX
Região apresentou a maior (19,7 NV/1.000 habitantes) (Tabela 5).
Figura 31 – Número de nascidos vivos e da taxa bruta de natalidade. Pernambuco, 2002 a 2011
15
2.4
96
15
6.9
36
14
7.3
24
15
2.1
60
14
6.3
62
14
3.2
30
14
5.3
25
14
2.0
37
13
6.8
74
14
2.3
84
18,9 19,2
17,7 18,117,2 16,9 16,6 16,1
15,6 16,1
0
5
10
15
20
25
0
20.000
40.000
60.000
80.000
100.000
120.000
140.000
160.000
2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Taxa B
ruta
de N
ata
lid
ad
e(p
or 1.0
00 h
abitante
s)
Nú
mero
de n
ascid
os v
ivo
s
Nº nascidos vivos TBN
Fontes: Sinasc/SES-PE; IBGE - Censos e estimativas Intercensitárias
Situação de Saúde
Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco
31
Tabela 5 – Número de nascidos vivos, percentual e taxa bruta de natalidade
segundo Região de Saúde. Pernambuco, 2011
Região de Saúde Nº de nascidos vivos Taxa Bruta de Natalidade
(1.000 habitantes)
I-Recife 58.376 14,8
II-Limoeiro 8.618 15,1
III-Palmares 9.648 16,7
IV-Caruaru 20.189 16,1
V-Garanhuns 9.175 17,8
VI-Arcoverde 6.939 17,9
VII-Salgueiro 2.643 19,0
VIII-Petrolina 8.360 18,9
IX-Ouricuri 6.514 19,7
X-Afogados da Ingazeira
2.912 16,1
XI-Serra Talhada 4.205 18,7
XII-Goiana 4.805 15,8
Pernambuco 142.384 16,1
Fontes: Sinasc/SES-PE; IBGE - Censos e estimativas Intercensitárias
5.1. Características Gerais do Recém-Nascido O peso ao nascer é uma das variáveis da DN, relacionadas ao recém-nascido, tomado até a
quinta hora de vida após o nascimento. Nesta análise, realizou-se uma adaptação da classificação
da Organização Mundial de Saúde (OMS), com a junção das categorias extremo baixo peso
(<1.000g) e muito baixo peso, resultando nos seguintes parâmetros:
Muito baixo peso (MBP): <1.500g;
Baixo peso (BPN): 1.500-2.499g;
Insuficiente: 2.500-2.999g;
Adequado: 3.000-3.999g;
Excesso de peso: ≥ 4.000g.
Entre 2002 e 2011, em Pernambuco, a proporção de NV com peso adequado apresentou
média de 64,8%; peso insuficiente, média de 21,2%; e BPN, média de 6,5%. O peso ao nascer
inferior a 2.500g é considerado importante fator de risco para mortalidade infantil. Embora esteja
relacionado a algumas variáveis maternas, sua frequência é resultado direto de uma condição
socioeconômica desfavorável, podendo ser considerado um bom indicador de qualidade de vida. O
BPN também pode estar relacionado à prematuridade, ao parto cesárea e à gravidez na
adolescência e em mulheres acima de 35 anos. Como será apresentado posteriormente, todos
estes fatores apresentaram aumento em Pernambuco no período estudado (Tabela 6).
Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco
32
Tabela 6 – Proporção de nascidos vivos segundo peso ao nascer. Pernambuco, 2002 a 2011
Peso ao
nascer
Biênio Média 2002-2011
Variação da proporção
2010-2011/2002-2003 2002-2003 2004-2005 2006-2007 2008-2009 2010-2011
MBP 1,1% 1,1% 1,2% 1,2% 1,3% 1,2% 18,2%
BPN 6,5% 6,5% 6,4% 6,4% 6,5% 6,5% 0,0%
Insuficiente 21,1% 21,2% 20,9% 21,0% 21,6% 21,2% 2,4%
Adequado 64,5% 64,7% 64,8% 65,1% 64,9% 64,8% 0,6%
Excesso 6,2% 6,2% 6,5% 6,2% 5,8% 6,2% -6,5%
Ignorado 0,5% 0,3% 0,1% 0,1% 0,1% 0,2% -80,0%
Fontes: Sinasc/SES-PE
A análise da idade gestacional é utilizada para avaliar o risco de morbimortalidade do
recém-nascido e, assim, proporcionar assistência adequada com tecnologias específicas de
atenção à gestante e ao recém-nascido.
Considerando a idade gestacional, o recém-nascido é classificado em:
Prematuro: <37 semanas;
A termo: 37 a 41 semanas;
Pós-termo: 42 semanas e mais.
A prematuridade é um importante fator que contribui tanto para a mortalidade infantil quanto
para o comprometimento do crescimento e desenvolvimento da criança.
Em virtude da mudança na variável duração da gestação no formulário da DN a partir de
2011, que passou a ser preenchida com a data da última menstruação discriminada, houve aumento
da proporção de NV com duração da gestação ignorada/não informada. Em virtude disso, optou-se
por retirar o ano de 2011 da análise. Ao analisar os triênios compreendidos no período de 2002 a
2010, observa-se aumento na proporção de NV prematuros (11,9%), redução proporcional de NV
pós-termo (75,0%), e predomínio de NV a termo, com média de 93,1% (Tabela 7).
Tabela 7 – Proporção de nascidos vivos segundo duração da gestação. Pernambuco, 2002 a 2011
Duração da gestação
Triênio Média
2002-2010 Variação da proporção 2008-2010/2002-2004 2002-2004 2005-2007 2008-2010
Prematuro 5,2% 5,5% 5,9% 5,5% 11,9%
A termo 93,2% 92,9% 93,1% 93,1% -0,1%
Pós-termo 1,4% 1,5% 0,8% 1,2% -75,0%
Ignorado 0,2% 0,1% 0,3% 0,2% 33,3%
Fontes: Sinasc/SES-PE
Ao analisar a duração da gestação entre as Regiões de Saúde, utilizou-se o ano de 2010,
tendo em vista que este foi o último ano antes da mudança no preenchimento da variável duração
da gestação. Nesse ano, verificou-se que a maior concentração de NV pré-termo ocorreu na I
Região (7,5%) e pós-termo na VIII Região (2,0%). A proporção de NV a termo se manteve acima de
90% em todas as Regiões (Figura 32).
Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco
33
Figura 32 – Proporção de nascidos vivos segundo duração da gestação e Região de Saúde. Pernambuco, 2010
I II III IV V VI VII VIII IX X XI XII PE
Ignorado 0,2 0,4 1,9 0,4 0,7 0,3 1,0 0,5 0,3 0,2 0,4 0,2 0,4
Pós-termo 0,5 0,7 0,9 0,5 1,4 0,4 0,8 2,0 0,8 1,1 2,6 0,7 0,8
A termo 91,9 94,2 91,5 93,4 93,1 95,4 92,3 90,5 94,8 94,4 92,9 93,4 92,7
Prematuro 7,5 4,7 5,7 5,7 4,8 3,9 5,9 7,0 4,1 4,2 4,0 5,6 6,1
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
Fonte: Sinasc/SES-PE
5.2. Características Gerais Maternas A idade materna é um importante fator de risco para o BPN, particularmente entre as
adolescentes (NASCIMENTO; GOTLIEB, 2001).
Ao analisar os NV de Pernambuco entre os anos 2002 e 2011, identificou-se aumento de
20,0% na proporção de NV de mães com 10-14 anos e redução de 11,0% de mães com idade entre
15-19 anos. A proporção de NV de mães com idade entre 20 a 34 anos foi a maior entre os grupos
etários, apresentando média de 68,7% no período. Quanto à proporção de NV de mães com idade
de 35 anos e mais, observa-se aumento de 15,0%, passando de 8,0% no biênio 2002-2003 para
9,2% em 2010-2011 (Tabela 8).
Tabela 8 – Proporção de nascidos vivos segundo idade da mãe. Pernambuco, 2002 a 2011
Idade da
mãe
Biênio Média
2002-2011
Variação da proporção
2010-2011/2002-2003 2002-2003 2004-2005 2006-2007 2008-2009 2010-2011
10 a 14 1,0% 1,0% 1,0% 1,0% 1,2% 1,0% 20,0%
15 a 19 22,8% 22,9% 22,3% 21,2% 20,3% 21,9% -11,0%
20 a 34 68,1% 68,2% 68,4% 69,2% 69,4% 68,7% 1,9%
≥ 35 8,0% 7,9% 8,3% 8,5% 9,2% 8,4% 15,0%
Ignorado 0,1% 0,1% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% -100,0%
Fontes: Sinasc/SES-PE
Em 2011, as Regiões de Saúde que apresentaram as maiores proporções de mães
adolescentes (10 a 19 anos) no estado foram a III (28,1%), IX (24,9%) e XII (23,9%). Com relação
às mães com idade igual ou superior a 35 anos destacaram-se as Regiões V (10,4%) e I (10,2%)
(Figura 33).
Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco
34
Figura 33 – Proporção de nascidos vivos segundo idade da mãe e Região de Saúde.
Pernambuco, 2011
I II III IV V VI VII VIII IX X XI XII PE
≥ 35 10,2 8,7 6,5 9,1 10,4 9,7 9,2 9,5 9,3 7,6 8,3 8,7 9,4
20 a 34 70,5 70,6 65,4 68,2 68,9 67,1 69,2 68,2 65,8 71,2 69,7 67,5 69,1
15 a 19 18,3 19,5 26,0 21,3 19,6 21,9 20,5 20,9 23,6 20,3 20,9 22,6 20,3
10 a 14 1,0 1,3 2,1 1,5 1,2 1,3 1,1 1,4 1,3 1,0 1,2 1,3 1,2
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
Fonte: Sinasc/SES-PE
O grau de instrução materno, única variável da DN que permite avaliar a situação
socioeconômica do recém-nascido, está associado com o resultado da gestação e sobrevivência no
primeiro ano de vida (MELLO-JORGE et al., 1993).
A baixa escolaridade materna pode predispor ao aparecimento de situações de risco para a
mãe e o recém-nascido, pois está associada ao baixo peso ao nascer, à mortalidade perinatal,
neonatal e infantil, assim como ao aumento do número de partos (HAIDDAR; OLIVEIRA;
NASCIMENTO, 2001).
Em Pernambuco, a proporção de mães sem escolaridade variou de 9,0% (2002) para 1,8%
(2011), com redução de 80,0%, e acréscimo de 82,4% de nascidos vivos cujas mães possuem oito
ou mais anos de estudo, variando de 31,9% (2002) a 58,2% (2011) (Figura 34).
Figura 34 – Proporção de nascidos vivos segundo escolaridade materna. Pernambuco, 2002 a 2011
2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Nenhuma 9,0 7,3 6,2 5,3 4,4 3,8 3,0 2,6 2,2 1,8
1 a 3 19,7 18,2 16,8 15,6 14,1 13,0 11,2 9,7 9,1 8,3
4 a 7 37,4 37,7 38,0 38,1 37,2 36,7 35,9 34,4 32,7 30,4
8 a 11 23,3 25,4 27,8 30,0 32,4 33,7 35,6 38,6 41,0 48,2
≥ 12 8,6 9,5 9,4 9,5 10,7 12,0 13,2 13,4 14,1 10,0
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100%
Fonte: Sinasc/SES-PE
Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco
35
A análise por Região de Saúde, no ano de 2011, revelou que a VI Região possui a maior
proporção de NV de mães sem escolaridade (4,1%) e a I Região a menor (0,7%). Em contrapartida,
mais de 50% dos NV das I, II, VII e XI Regiões são de mães com escolaridade entre 8 a 11 anos. A I
e VIII Regiões destacaram-se por apresentar proporções de nascidos vivos de mães com
escolaridade igual ou superior a 12 anos, maior que a média estadual, com 14,7% e 10,6%,
respectivamente (Figura 35).
Figura 35 – Proporção de nascidos vivos segundo escolaridade materna e Região de Saúde. Pernambuco, 2011
I II III IV V VI VII VIII IX X XI XII PE
Ignorado 0,5 1,3 1,2 1,5 1,2 6,7 1,1 1,0 0,8 1,5 2,0 0,9 1,2
≥ 12 14,7 6,5 4,2 6,6 7,0 5,6 9,0 10,6 6,0 6,8 6,8 6,2 10,0
8 a 11 56,3 50,7 38,7 40,7 36,0 37,0 52,7 48,8 41,3 41,2 50,0 44,0 48,2
4 a 7 23,6 30,3 39,1 37,2 37,5 33,2 29,0 31,6 36,0 39,6 31,3 34,8 30,4
1 a 3 4,1 9,5 13,5 11,5 14,4 13,3 6,4 6,8 13,2 9,8 8,3 11,2 8,3
Nenhuma 0,7 1,6 3,3 2,4 3,8 4,1 1,8 1,3 2,7 1,1 1,6 2,9 1,8
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
Fonte: Sinasc/SES-PE
5.3. Características Gerais da Gestação e Parto A não realização de consultas de pré-natal pode contribuir para a mortalidade infantil
(TREVISAN et al., 2002) e materna. A assistência pré-natal adequada possibilita a identificação
precoce de situações de risco, previne complicações e assegura a evolução normal da gravidez,
preparando a mãe para o parto, puerpério e os cuidados com o recém-nascido. Desta forma,
ampliar o acesso à consulta de pré-natal foi contemplado em um dos objetivos do Pacto pela Vida
(BRASIL, 2009b).
Em Pernambuco, observa-se importante redução na proporção de NV de mães sem
consultas de pré-natal (72,1%), variando de 6,1% em 2002 para 1,7% em 2011. Ao mesmo tempo
identificou-se aumento de 39,9% para 54,3% na proporção de NV de mães com 7 ou mais consultas
de pré-natal (Figura 36), representando um aumento proporcional de 36,1%. Isto pode estar
relacionado ao aumento da cobertura da Estratégia Saúde da Família em Pernambuco, que passou
de uma cobertura de 49,3% em 2002, para 68,2% em 2011 (BRASIL, 2002; BRASIL, 2011b).
Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco
36
Figura 36 – Proporção de nascidos vivos segundo número de consultas de pré-natal. Pernambuco,
2002 a 2011
2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Nenhuma 6,1 4,8 3,8 3,4 2,6 2,1 1,8 1,8 1,5 1,7
1 a 3 11,6 10,5 10,5 10,9 9,5 8,6 7,9 7,5 6,9 8,1
4 a 6 41,3 42,9 43,8 45,5 44,6 44,3 43,2 41,2 38,8 34,2
≥ 7 39,9 40,7 40,9 39,2 42,5 44,4 46,2 48,6 52,0 54,3
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100%
Fonte: Sinasc/SES-PE
A análise de 2011 revelou que as Regiões de Saúde, exceto a III, apresentaram mais de
50% dos NV cujas mães realizaram 7 ou mais consultas de pré-natal, sendo a X Região a que
apresentou a maior proporção (64,7%), e a XI a segunda menor (50,6%) (Figura 37).
Figura 37 – Proporção de nascidos vivos segundo número de consultas de pré-natal e Região de Saúde.
Pernambuco, 2011
I II III IV V VI VII VIII IX X XI XII PE
Ignorado 2,8 0,7 1,0 0,6 1,2 0,4 0,8 1,1 0,4 0,1 0,2 1,1 1,6
≥ 7 53,6 55,3 42,4 55,7 58,9 59,6 57,7 56,8 55,7 64,7 50,6 50,9 54,3
4 a 6 32,8 36,2 42,3 34,8 32,1 31,2 33,6 33,2 36,2 29,5 38,4 37,5 34,2
1 a 3 9,1 6,4 11,1 7,4 6,2 6,5 7,3 8,1 6,5 4,0 7,8 8,1 8,1
Nenhuma 1,7 1,4 3,2 1,5 1,6 2,3 0,7 0,8 1,1 1,6 3,0 2,4 1,7
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
Fonte: Sinasc/SES-PE
Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco
37
O parto cesárea é uma alternativa cirúrgica quando a vida da gestante e/ou do feto está em
risco (BARBOSA et al., 2003). Apesar disso, observa-se aumento progressivo de partos cesáreos
no Brasil e no mundo, superando os 15% preconizados pela Organização Mundial de Saúde.
Estudo realizado por Haiddar, Oliveira e Nascimento (2001) identificou que mães com maior
escolaridade apresentam maior chance de terem partos cesáreos. Além disso, a ocorrência de NV
prematuros é maior nesse tipo de parto (ZIMMERMMANN et al., 2009).
No início do período predominaram os partos vaginais, que foram reduzindo gradativamente
chegando a ser superados pelos partos cesáreos no ano de 2010 (Figura 38).
Figura 38 – Proporção de nascidos vivos segundo tipo de parto. Pernambuco, 2002 a 2011
2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Vaginal 68,7 66,5 65,7 64,3 61,0 59,4 55,0 52,9 49,9 48,7
Cesárea 31,1 33,4 34,2 35,6 38,9 40,6 45,0 47,0 50,0 51,1
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100%
Fonte: Sinasc/SES-PE
Quanto às Regiões de Saúde, a VI Região destacou-se por apresentar a maior proporção
de partos vaginais (61,8%) e a X Região de partos cesáreas (64,3%), em 2011 (Figura 38).
Figura 39 – Proporção de nascidos vivos segundo tipo de parto e Região de Saúde. Pernambuco, 2011
I II III IV V VI VII VIII IX X XI XII PE
Ignorados 0,1 0,3 0,2 0,2 0,3 0,2 0,2 0,2 0,2 0,2 1,8 0,1 0,2
Cesárea 56,0 57,4 50,1 52,3 42,5 38,0 44,8 40,7 39,9 64,3 46,4 44,5 51,1
Vaginal 43,9 42,3 49,7 47,5 57,1 61,8 55,0 59,1 59,9 35,6 51,8 55,4 48,7
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
Fonte: Sinasc/SES-PE
Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco
38
O local de ocorrência do parto é determinado pelo modelo assistencial vivenciado na
localidade (PROGIANTI, 2004). De acordo com o Manual de Orientações para Preenchimento da
DN (BRASIL, 2011c), as opções disponíveis para preenchimento são:
Hospitalar, quando o nascimento ocorre em estabelecimento de saúde com funcionamento 24
horas por dia e que disponha de um profissional médico de plantão;
Domiciliar, quando o nascimento ocorre em domicílio, seja este o de residência da mãe ou
não;
Outros Estabelecimentos de Saúde, quando o nascimento ocorre em qualquer
estabelecimento de saúde que não se enquadra na definição para o Hospital;
Outros, quando o nascimento não ocorre nos locais especificados nas outras opções.
No decênio analisado, observa-se que em média 98,5% dos NV de Pernambuco ocorreram
em Hospitais. A proporção de NV de parto domiciliar representou apenas 0,9% no período, com
redução de cerca de 80%, entre 2002 e 2011.
Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco
39
6. MORBIDADE
6.1. Doenças e agravos transmissíveis
6.1.1. Hanseníase
A Hanseníase é transmitida através do Mycobacterium leprae (bacilo de Hansen) e é
considerada um importante problema de saúde pública em alguns países em desenvolvimento, entre
eles o Brasil. A doença é caracterizada por manchas esbranquiçadas, avermelhadas ou
amarronzadas em qualquer parte do corpo com alteração da sensibilidade térmica, dolorosa e tátil. Os
sintomas estão relacionados ao comprometimento do nervo, podendo afetar a força muscular, a
marcha, entre outros, e até provocar deformidades físicas. O controle da hanseníase é baseado no
diagnóstico precoce de casos, tratamento e cura oportunos, visando à eliminação das fontes de
infecção e prevenção das possíveis sequelas (Brasil, 2010b).
Em Pernambuco, apesar do coeficiente de detecção de casos novos vir decrescendo
anualmente, o estado continua classificado como de endemicidade muito alta na detecção geral e
hiperendêmico em menores de 15 anos, segundo os critérios preconizados pela OMS e estabelecidos
na Portaria nº 3.125 (Tabela 9). Isso demonstra a presença de fontes de transmissão ativa da doença
e provável endemia oculta. O estado é responsável por 7,8% dos casos novos do Brasil na população
geral e 11,8% dos casos em menores de 15 anos. Ocupa a 9ª e 5ª colocação em coeficiente de
detecção geral e em menores de 15 anos, respectivamente, em relação às demais Unidades
Federadas do país.
Tabela 9 – Parâmetros de endemicidade para o coeficiente de detecção anual de casos novos na população
geral em em menores de 15 anos
Classificação Coeficiente geral Coeficiente <15 anos
Hiperendêmico ≥40,00/100.000 hab. ≥10,00/100.000 hab.
Muito alto 20,00 a 39,99/100.000 hab. 5,00 a 9,99/100.000 hab.
Alto 10,00 a 19,99/100.000 hab. 2,50 a 4,99/100.000 hab.
Médio 2,00 a 9,99/100.000 hab. 0,50 a 2,49/100.000 hab.
Baixo <2,00/100.000 hab. <0,50/100.000 hab.
Fonte: BRASIL, 2010b
A RMR é responsável, em média, por 60% dos casos diagnosticados na população geral do
estado, e 80% dos casos em menores de 15 anos. A capital pernambucana responde por
aproximadamente 30% do total de casos diagnosticados ao ano.
Ao se observar a distribuição de casos por Região de Saúde (Tabela 10), percebe-se, na
detecção geral, que as áreas variam entre a hiperendemicidade e média endemicidade, e, na
população menor de 15 anos, entre os parâmetros da hiperendemicidade e não endemicidade.
Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco
40
Provavelmente essas variações estão relacionadas a questões operacionais e não epidemiológicas,
merecendo destaque a concentração de casos na I Região de Saúde, dando à endemia um aspecto
urbanicista.
Tabela 10 – Coeficiente de detecção geral e em < de 15 anos (por 100.000 habitantes) e parâmetros de
endemicidade da OMS segundo Região de Saúde. Pernambuco, 2011
Região de Saúde População geral Menores de 15 anos
Coeficiente de detecção
Parâmetros (endemicidade)
Coeficiente de
detecção Parâmetros
(endemicidade)
I-Recife 44,5 Hiperendêmico 26,2 Hiperendêmico
II-Limoeiro 15,0 Alto 4,8 Alto
III-Palmares 13,0 Alto 5,9 Muito Alto
IV-Caruaru 11,5 Alto 2,4 Médio
V-Garanhuns 7,6 Médio 0,0 Baixo
VI-Arcoverde 14,1 Alto 3,5 Alto
VII-Salgueiro 30,3 Muito Alto 0,0 Baixo
VIII-Petrolina 47,2 Hiperendêmico 11,0 Hiperendêmico
IX-Ouricuri 39,0 Muito Alto 5,8 Muito Alto
X-Afogados da Ingazeira 13,3 Alto 0,0 Baixo
XI-Serra Talhada 15,6 Alto 3,2 Alto
XII-Goiana 26,4 Muito Alto 2,5 Alto
Pernambuco 29,9 Muito Alto 12,7 Hiperendêmico
Fonte: Sinan/SES–PE; IBGE – Censos e estimativas Intercensitárias
No período de 2007 a 2011 observa-se uma baixa proporção de contatos examinados
dentre os registrados, sempre abaixo do preconizado pelo MS (75%) (Figura 40). É evidente a
necessidade de se intensificar ações que melhorem a busca ativa de contatos, pois contribuirá para
a redução na incidência e/ou aumento do diagnóstico oportuno.
Figura 40 – Proporção de contatos intradomiciliares registrados, dentre os esperados, e de contatos
examinados, dentre os casos novos de hanseníase registrados. Pernambuco, 2007 a 2011
93,5 93,0 91,0 90,0 89,0
53,0
68,072,0
65,0
58,0
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
2007 2008 2009 2010 2011
%
Contatos registrados entre os esperados Contatos examinados
Fonte: Sinan/SES–PE
Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco
41
No mesmo período analisado, a proporção de cura na coorte dos casos novos foi em média
82,2% (Figura 41). Esse indicador avalia a qualidade da atenção e do acompanhamento dos casos
novos diagnosticados até a completitude do tratamento. O resultado do indicador representado na
série histórica demonstra a necessidade de se intensificar ações que favoreçam um efetivo
acompanhamento das pessoas acometidas pela hanseníase no estado.
Figura 41 – Proporção de cura na coorte de casos novos de hanseníase.
Pernambuco, 2007 a 2011
80,1 82,284,7 83,4
80,8
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
2007 2008 2009 2010 2011
%
Fonte: Sinan/SES–PE
A figura 42 demonstra que a proporção de casos em possíveis abandonos de tratamento
apresentou oscilação nos últimos cinco anos. Em 2009 houve redução de 66,0% em relação ao ano
de 2008, porém, nos anos subsequentes houve um expressivo aumento, com acréscimo de 40,0% e
122,2% entre os anos de 2009 a 2010 e 2010 a 2011, respectivamente.
Figura 42 – Proporção de casos em possíveis abandonos de tratamento de
hanseníase no registro ativo. Pernambuco, 2007 a 2011
18,0 15,9
5,412,0
16,8
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
2007 2008 2009 2010 2011
%
Fonte: Sinan/SES–PE
Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco
42
A proporção de casos com o grau de incapacidade física avaliado no momento do
diagnóstico e da cura tem como utilidade medir a qualidade do atendimento dos serviços de saúde,
mostrando a efetividade ou não do serviço em relação à detecção precoce dos casos novos. A
figura 43 demonstra que nos últimos cinco anos, em média, 90,1% dos casos foram avaliados no
momento do diagnóstico, resultado satisfatório pelos parâmetros OMS, e que os casos detectados
com algum grau de incapacidade instalado (I e II) apresentam declínio nos percentuais no mesmo
período avaliado.
Figura 43 – Proporção de casos de incapacidade física segundo grau (I e II) no momento
do diagnóstico de hanseníase e proporção de avaliados. Pernambuco, 2007 a 2011
27,6
20,0 21,0 19,0 20,5
7,9 7,0 6,0 6,0 5,6
90,6 90,0 92,0 90,0 88,0
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
2007 2008 2009 2010 2011
%
% GI I % GI II % Avaliado
Legenda: GI I – Grau de incapacidade física I; GI II – Grau de incapacidade física II Fonte: Sinan/SES-PE
Quanto aos casos com o grau de incapacidade física avaliado na cura (Figura 44), observa-se
que, em média, 60,2% dos casos foram avaliados em todo período, parâmetro considerado
precário, pelos parâmetros do MS o qual recomenda que 90,0% dos casos sejam avaliados no
momento da cura. Os percentuais dos casos com incapacidades instaladas (I e II) se mantiveram
com pequenas oscilações, apresentando declínio do grau I e grau II entre os anos de 2010 e 2011.
Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco
43
Figura 44 – Proporção de casos de incapacidade física segundo grau (I e II) no momento
da cura por hanseníase e proporção de avaliados. Pernambuco, 2007 a 2011
16,0 16,013,0 14,0 13,4
5,0 5,0 5,0 5,0 4,7
50,0
60,063,0 65,0 63,1
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
2007 2008 2009 2010 2011
%
GIF I GIF II Avaliados
Legenda: GI I – Grau de incapacidade física I; GI II – Grau de incapacidade física II Fonte: Sinan/SES-PE
6.1.2. Tuberculose
Nos países em desenvolvimento, estima-se que ocorram 7,5 milhões de casos novos e mais
de 2,8 milhões de mortes por tuberculose (TB). A prevalência no sexo masculino é duas vezes
maior que no feminino e atinge todos os grupos etários, com maior predomínio nos indivíduos
economicamente ativos (15 a 54 anos). O Brasil apresenta aproximadamente 85 mil casos novos
por ano e cerca de 5 a 6 mil mortes pela doença (BRASIL, 2005).
Em Pernambuco, no período entre 2007 a 2011, foram registrados, em média, 4.124,4
novos casos de tuberculose por ano. Neste período, houve uma pequena oscilação nas taxas de
incidência da tuberculose pulmonar bacilífero, com valor máximo no ano de 2009 (48,1 casos por
100.000 habitantes) e valor mínimo no ano de 2011 (47,1/100.000 habitantes), observando-se
estabilização nos patamares (Figura 45).
Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco
44
Figura 45 – Número de casos novos e taxa de incidência (por 100.000 habitantes)
de tuberculose. Pernambuco, 2007 a 2011
40
35
40
70
42
02
4168
4147
47,5 47,4 48,1 47,3 47,1
0
10
20
30
40
50
0
1000
2000
3000
4000
5000
2007 2008 2009 2010 2011
Taxa d
e in
cid
ên
cia
(po
r 100.0
00 h
abitante
s)
Nú
mero
de c
aso
s
Nº de casos Taxa de Incidência
Fonte: Sinan/SES–PE; IBGE – Censos e estimativas Intercensitárias
No ano de 2010, das 12 Regiões de Saúde de Pernambuco, a I Região notificou o maior
número de casos novos (3.051), com uma taxa de incidência de 78,1/100.000 habitantes, devido à
grande concentração da populacional em áreas de cluster e em Unidades Prisionais. Entre os
percentuais de abandono, o maior foi observado na VIII Região, com 13,9%, o que favorece a
manutenção da cadeia de transmissão da doença e risco de resistência ao medicamento anti-TB
(Tabela 11).
Tabela 11 – Número de casos novos, taxa de incidência (por 100.000 habitantes) e percentual de casos
com abandono de tratamento de tuberculose segundo Região de saúde. Pernambuco, 2010
Região de Saúde Nº de casos
novo Taxa de Incidência (por 100.000 hab.)
% de casos com abandono de tratamento
I-Recife 3.051 78,1 11,4
II-Limoeiro 166 29,3 7,8
III-Palmares 184 32 9,8
IV-Caruaru 244 19,7 11,5
V-Garanhuns 80 15,6 2,5
VI-Arcoverde 58 15,2 10,3
VII-Salgueiro 49 35,3 6,1
VIII-Petrolina 101 23,2 13,9
IX-Ouricuri 63 19,1 9,5
X-Afogados da Ingazeira 25 13,8 12,0
XI-Serra Talhada 28 12,5 0,0
XII-Goiana 98 32,4 8,0
Pernambuco 4147 47,1 10,7
Fonte: Sinan/SES–PE; IBGE – Censos e estimativas Intercensitárias
Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco
45
Uma das estratégias para o controle da tuberculose é o exame dos contatos
intradomiciliares de pacientes TB pulmonar bacilífero, forma esta que transmite a doença. Em 2010,
a meta pactuada para o Brasil foi de 70% dos contatos intradomiciliares examinados e de 65% para
Pernambuco. Nesse período, o estado alcançou 56,5%.
O tratamento é a principal ação para romper a cadeia de transmissão e, para aumentar sua
efetividade, foi instituído o Tratamento Diretamente Observado (TDO) e implementadas estratégias
para aumentar a adesão.
A figura 46 dispõe o percentual de abandono do tratamento dos casos de TB, onde mostra
uma tendência crescente entre os anos de 2006 a 2008 e um leve decréscimo entre os anos de
2009 e 2010. Contudo, o indicador ainda permanece em patamares elevados, de acordo com o que
preconiza a OMS, cujo valor não deve ultrapassar 5%.
Figura 46 – Percentual de abandono dos casos novos de tuberculose. Pernambuco,
2006 a 2010
8,2 9,3 11,6 10,9 10,7
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
2006 2007 2008 2009 2010
%
Fonte: Sinan/SES–PE
6.1.3. HIV/Aids
A aids é uma doença causada pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV). Devido a sua
gravidade e caráter pandêmico, constitui-se, mundialmente, como um grave problema à saúde. O
indivíduo infectado com o HIV que não realiza tratamento com antirretrovirais pode evoluir para uma
grave disfunção imunológica, reduzindo os linfócitos T-CD4+, consideradas as principais células de
defesa do organismo humano (BRASIL, 2010c).
Com a defesa do organismo comprometida, o indivíduo torna-se vulnerável a infecções e
doenças oportunistas. Por outro lado, desde 1996, os antirretrovirais têm se mostrado
reconstrutores do sistema imunológico, aumentando, portanto, as chances de defesa do organismo,
bem como estendendo a sobrevida das pessoas que vivem com HIV/aids (BRASIL, 2010c).
No período de 2001 a 2011, Pernambuco registrou um total de 11.485 casos novos de aids,
com uma média de 1.044 novos casos por ano. Os casos, que no início da pandemia
Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco
46
predominavam no sexo masculino, apresentam hoje uma razão de sexo de 1,6 homens para cada
mulher, caracterizando uma tendência a feminização (Tabela 12).
Tabela 12 – Número de casos novos de aids em maiores de 13 anos por sexo segundo o ano de diagnóstico.
Pernambuco, 2001 a 2011*
Ano Diagnóstico
Masculino Feminino Razão de sexos
Total Nº % Nº %
2001 508 65,0 273 35,0 1,9 781
2002 672 62,7 399 37,3 1,7 1.071
2003 608 60,6 395 39,4 1,5 1.003
2004 620 61,6 387 38,4 1,6 1.007
2005 678 59,9 453 40,1 1,5 1.131
2006 591 59,2 408 40,8 1,4 999
2007 569 60,8 367 39,2 1,6 936
2008 618 61,1 394 38,9 1,6 1.012
2009 672 63,9 380 36,1 1,8 1.052
2010 784 60,4 514 39,6 1,5 1.298
2011 758 63,4 437 36,6 1,7 1.195
Total 7.078 61,6 4.407 38,4 1,6 11.485
Nota: *Notificações até Setembro/2012 Fonte: Sinan/SES–PE
Analisando-se as taxas de incidência de aids em indivíduos com 13 anos e mais no referido
período (Figura 47), verifica-se uma discreta tendência de estabilização, porém, em patamares
elevados em ambos os sexos. Observa-se também a interiorização da distribuição geográfica dos
casos, apenas 10 municípios ainda não têm pelo menos um caso notificado (Figura 48).
Figura 47 – Taxa de Incidência de aids (por 100.000 habitantes) em indivíduos maiores de 13 anos
segundo sexo e ano do diagnóstico. Pernambuco, 2001 a 2011*
13,1
17,2
15,4 15,6
16,7
14,413,7
14,6
15,7
18,517,8
6,6
9,6 9,4 9,1
10,4
9,38,3
8,7 8,4
11,3
9,59,8
13,212,3 12,2
13,4
11,710,9
11,6 11,9
14,8
13,5
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011Taxa d
e in
cid
ên
cia
(p
or 100.0
00 h
ab
itan
tes)
Masculino Feminino Total
*Notificações até Setembro/2012 Fonte: Sinan/SES–PE; IBGE – Censos e estimativas Intercensitárias
Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco
47
Figura 48 – Distribuição do número de casos acumulados de aids segundo município de residência.
Pernambuco, 1983 a 2012*
*Notificações até Setembro/2012 Fonte: Sinan/SES–PE
No início da epidemia de aids, verifica-se que os homossexuais e bissexuais representavam
o maior percentual de categoria de exposição ao HIV. Tal situação pode ter influenciado uma falsa
ideia de que outros grupos populacionais não estivessem expostos à infecção. Atualmente, nota-se
uma forte tendência da heterossexualização (Figura 49).
Figura 49 – Proporção de casos de aids em indivíduos com 13 anos e mais segundo categoria de
exposição e ano de diagnóstico. Pernambuco, 1983 a 2011
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
1983
1984
1985
1986
1987
1988
1989
1990
1991
1992
1993
1994
1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
Homossexual Bissexual Heterossexual UDIHemofílico Transfusão Acid.Mat.Biológico Perinatal
*Notificações até Setembro/2012 Fonte: Sinan/SES–PE
Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco
48
Observando-se os casos de aids em menores de 13 anos, verifica-se que desde o ano de
1995, a totalidade dos casos em Pernambuco nesta faixa etária, possui como categoria de
exposição ao HIV, a transmissão vertical (TV) (Figura 50). Este fato poderia ser evitado seguindo-se
todo o protocolo para a prevenção de TV de HIV: AZT e terapia combinada para a mãe na gestação
e parto; parto cesáreo eletivo; AZT xarope para a criança nos primeiros dias de vida, quando a mãe
fez uso de antirretrovirais (ARV) na gestação e, associado à Nevirapina quando não fez uso de ARV
na gestação; e inibição da lactação associada ao fornecimento de formula láctea infantil até os 6
meses. Estas medidas reduzem as chances de TV a menos de 2% (BRASIL, 2008a;BRASIL, 2009c;
BRASIL, 2010c).
Figura 50 – Proporção de casos de aids em menores de 13 anos segundo categoria de exposição e
ano de diagnóstico. Pernambuco, 1987 a 2011*
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
19
87
19
88
19
89
19
90
19
91
19
92
19
93
19
94
19
95
19
96
19
97
19
98
19
99
20
00
20
01
20
02
20
03
20
04
20
05
20
06
20
07
20
08
20
09
20
10
20
11
Hemofílico Transfusão Perinatal
*Notificações até Setembro/2012 Fonte: Sinan/SES–PE
Analisando-se as notificações de gestantes HIV+ por Região de Saúde, pode-se perceber
que a I Região apresenta, em média, 80% das notificações e as maiores taxas de detecção do
estado (Tabela 13).
Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco
49
Tabela 13 – Número de casos de gestantes HIV positivas e taxa de detecção (por 1.000 nascidos vivos) segundo
Região de Saúde de notificação. Pernambuco, 2007 a 2011
Região de Saúde
Ano de Notificação
2007 2008 2009 2010 2011
Nº Taxa Nº Taxa Nº Taxa Nº Taxa Nº Taxa
I-Recife 173 3,0 186 3,2 125 2,2 205 3,6 201 3,4
II-Limoeiro 4 0,5 14 1,5 5 0,6 9 1,1 14 1,6
III-Palmares 10 1,0 12 1,1 7 0,7 10 1,2 9 0,9
IV-Caruaru 2 0,1 2 0,1 4 0,2 9 0,5 12 0,6
V-Garanhuns 0 0,0 6 0,6 1 0,1 2 0,2 8 0,9
VI-Arcoverde 1 0,1 1 0,1 1 0,1 3 0,4 3 0,4
VII-Salgueiro 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0
VIII-Petrolina 1 0,1 1 0,1 0 0,0 4 0,5 6 0,7
IX-Ouricuri 1 0,1 1 0,1 0 0,0 3 0,5 7 1,1
X-Afogados da Ingazeira 1 0,3 2 0,7 2 0,7 1 0,4 2 0,7
XI-Serra Talhada 1 0,2 1 0,3 1 0,3 0 0,0 1 0,2
XII-Goiana 3 0,6 3 0,6 3 0,6 12 2,6 14 2,9
Pernambuco 197 1,4 229 1,6 149 1,0 258 1,9 277 1,9
*Notificações até Setembro/2012 Fonte: Sinan/Sinasc/SES–PE
6.1.4. Sífilis congênita
A Sífilis congênita é resultado de uma infecção bacteriana causada pelo Treponema
pallidum e é transmitida ao bebê por via transplacentária de uma mãe infectada não tratada ou
tratada inadequadamente. Pode provocar aborto, natimorto, má formação do feto, ou morte do
recém-nato. É uma doença que pode ser evitada se o tratamento da mãe e parceiro sexual ocorrer
em tempo hábil (BRASIL, 2010d).
Em casos de sífilis congênita notificados, mais de 50% são assintomáticos. Considerando
que a taxa de transmissão vertical da sífilis em mulheres sem tratamento é de 70% na fase primária,
100% na fase secundária e de 30% nas fases tardias da doença, a rotina da triagem de sífilis nas
gestantes no início da gestação, 3º trimestre gestacional e também na hora do parto torna-se ainda
mais importante (BRASIL, 2006a).
Analisando-se as taxas de incidência de sífilis congênita entre os anos de 2001 e 2011
(Figura 51), verifica-se um comportamento instável, com patamares elevados (média de 3,7/1.000
nascidos vivos) e bem além da meta do MS, que é menor de 0,5 caso para cada 1.000 nascidos
vivos (BRASIL, 2011d). As altas taxas de incidência apresentadas no estado podem estar refletindo
falhas dos serviços de saúde, principalmente no que concerne à detecção precoce de casos de
gestantes com sífilis e tratamento adequado no pré-natal, incluindo os parceiros.
Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco
50
Figura 51 – Número de casos de sífilis congênita em menores de 1 ano e taxa de incidência
(por 1.000 nascidos vivos) segundo ano do diagnóstico. Pernambuco, 2001 a 2011
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Número de casos 490 419 654 574 715 666 558 405 427 477 669
Taxa de Incidência 3,1 2,8 4,2 4,0 4,6 4,3 3,9 2,8 3,0 3,5 4,7
0
1
2
3
4
5
0
100
200
300
400
500
600
700
800
Taxa d
e In
cid
ên
cia
(po
r 1.0
00 n
asci
dos v
ivos)
Nú
mero
de c
aso
s
Fonte: Sinan/Sinasc/SES–PE
Observando-se as notificações de sífilis congênita por Região de Saúde de Pernambuco, no
período de 2007 a 2011, verifica-se que a I Região apresentou o maior número de notificações, bem
como as mais elevadas taxas de detecção. Percebe-se, ainda, que o número de notificações de
sífilis em gestantes, corresponde, em média, a 40% do total das notificações de sífilis congênita
(Tabela 14).
Tabela 14 – Número de casos notificados de sífilis congênita em menores de 1 ano, taxa de incidência (por 1.000 nascidos
vivos) e número de casos notificados em gestantes segundo Região de Saúde. Pernambuco, 2007 a 2011
Região de
Saúde
Ano do diagnóstico
2007
2008
2009
2010
2011
Nº <1 ano
Taxa Nº
Gest. Nº
<1 ano Taxa
Nº Gest.
Nº <1 ano
Taxa Nº
Gest. Nº
<1 ano Taxa
Nº Gest.
Nº <1 ano
Taxa Nº
Gest.
I-Recife 444 7,8 172
322 5,5 190
355 6,1 193
395 7,0 247
548 9,4 302
II-Limoeiro 18 1,9 29
11 1,2 27
4 0,5 25
13 1,6 19
22 2,6 12
III-Palmares 22 2,1 13
11 1,0 18
12 1,2 21
16 1,9 20
11 1,1 13
IV-Caruaru 38 1,8 57
37 1,8 55
23 1,2 39
20 1,0 28
41 2,0 67
V-Garanhuns 4 0,4 45
3 0,3 24
5 0,5 14
4 0,4 5
5 0,5 5
VI-Arcoverde 5 0,7 9
- - 10
7 1,0 7
- - 8
6 0,9 25
VII-Salgueiro 1 0,4 6
2 0,8 5
5 1,8 14
4 1,5 4
5 1,9 8
VIII-Petrolina 12 0,1 3
8 0,2 4
8 - 7
9 0,2 11
9 0,4 22
IX-Ouricuri 1 - 8
2 - 2
- - 9
2 0,0 10
3 0,0 8
X-Afogados da Ingazeira
1 0,3 5
- - 2
- - 5
2 0,7 3
2 0,7 5
XI-Serra Talhada
1 0,2 7
1 0,3 8
- - 6
1 0,3 2
- - 7
XII-Goiana 14 3,0 16
8 1,5 15
11 2,0 11
13 2,8 22
18 3,7 22
Pernambuco 561 3,9 370
405 2,8 360
430 3,0 351
479 3,5 379
670 4,7 496
Fonte: Sinan/Sinasc/SES–PE
Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco
51
Esses dados apontam a necessidade de ampliar o acesso ao diagnóstico e tratamento da
sífilis no pré-natal, tanto da gestante quanto do seu parceiro sexual. Desta forma, espera-se evitar a
transmissão vertical, reduzindo-se os casos de sífilis congênita no estado.
6.1.5. Hepatites virais
As Hepatites Virais (HV) são doenças infecciosas de etiologias virais diversas e
características clínico-epidemiológicas também distintas. São de notificação compulsória e têm na
Vigilância Epidemiológica um instrumento com a capacidade de descrever seu comportamento e
identificar seus fatores de risco (BRASIL, 2008b).
As HV constituem um problema de saúde pública no Brasil e no mundo, devido sua elevada
incidência e prevalência e pela possibilidade de complicações das formas agudas e crônicas.
Segundo a OMS, cerca de dois bilhões de pessoas já tiveram contato com o vírus da hepatite B em
todo o mundo e cerca de 325 milhões encontram-se na condição de portadores crônicos.
Estimativas apontam que no Brasil pelo menos 1% da população já teve contato com o vírus e
desconhece seu estado de portador, o que favorece o elo na cadeia de transmissão dos vírus da
hepatite B (BRASIL, 2008b).
No período de 2002 a 2011, observa-se que houve aumento gradativo dos casos
confirmados das hepatites até 2005, com diminuição da taxa de detecção a partir de 2006 e queda
expressiva no ano de 2010 (Figura 52). Isto se deve à elevada subnotificação de casos de hepatite
em Pernambuco, com proporção considerável de casos assintomáticos que permanecem
desconhecidos do sistema de vigilância. Somam-se a esse fato, ainda, as diferentes capacidades
de captação de casos pela vigilância epidemiológica dos municípios, bem como o encerramento
destes de acordo com os critérios laboratorial e clínico epidemiológico.
Figura 52 – Número de casos notificados e confirmados de hepatites virais e taxa de detecção
(por 100.000 habitantes). Pernambuco, 2002 a 2011*
2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Nº casos confirmados 225 658 1.027 1.403 981 984 961 798 480 731
Nº casos notificados 1.297 1.681 2.285 2.804 1.880 1.264 1.258 1.065 664 1.030
Taxa de detecção 2,8 8,1 12,5 16,7 11,5 11,5 11,0 9,1 5,5 8,2
0
5
10
15
20
25
30
0
500
1.000
1.500
2.000
2.500
3.000
Taxa d
e d
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cção
(p
or 100.0
00 h
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Nú
mero
Fonte: Sinan/SES–PE; IBGE – Censos e estimativas Intercensitárias
Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco
52
A análise por Região de Saúde no ano de 2011 demonstra que a I Região apresentou o
maior número de notificações (572 casos), assim como o percentual de casos confirmados,
correspondendo a 84,6% (Tabela 15). Esses dados apontam a necessidade de implementação e
descentralização no acesso ao diagnóstico e tratamento das hepatites virais. Desta forma, espera-
se aumentar a suspeita no número de casos e confirmação dos mesmos quebrando a cadeia de
transmissão.
Tabela 15 – Número e percentual de casos notificados e confirmados de hepatites virais segundo Região de
Saúde. Pernambuco, 2011
Região de Saúde Notificados Confirmados % confirmados
I-Recife 572 484 84,6
II-Limoeiro 15 10 66,7
III-Palmares 31 25 80,6
IV-Caruaru 85 44 51,8
V-Garanhuns 30 25 83,3
VI-Arcoverde 41 26 63,4
VII-Salgueiro 16 7 43,8
VIII-Petrolina 122 24 19,7
IX-Ouricuri 12 9 75,0
X-Afogados da Ingazeira 62 47 75,8
XI-Serra Talhada 27 21 77,8
XII-Goiana 15 9 60,0
Pernambuco 1.028 731 71,1
Fonte: Sinan/SES–PE
6.1.6. Cólera
A cólera é uma doença infecciosa intestinal aguda, causada pela enterotoxina do Vibrio
cholerae, e tem o homem como principal reservatório. Os sintomas mais frequentes são diarreia e
vômito, e podem surgir num período de algumas horas até cinco dias. Os casos leves (90%)
manifestam-se com infecções inaparentes, sem distinção das diarreias comuns. Os graves
apresentam diarreia intensa, incoercível e com inúmeras dejeções diárias, levando a desidratação
rápida que, se não tratada adequadamente, pode evoluir para óbito.
O diagnóstico de preferência é o laboratorial, com o isolamento do V. cholerae na cultura
das fezes e/ou vômitos do doente ou portador assintomático. Entretanto, em áreas onde já ocorreu
confirmação da circulação do V. cholerae, casos de diarreia aguda com manifestações clínicas e
epidemiológicas compatíveis com a doença poderão ser definidos como cólera pelo diagnóstico
clínico epidemiológico.
A cólera é uma doença endêmica em países da Ásia e África, e tem se manifestado de
forma epidêmica em várias partes do mundo. Desde 1817 até os dias atuais, a doença já causou
sete pandemias no mundo. A última delas foi introduzida na América Latina pelo Peru, atingindo o
Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco
53
Brasil em janeiro de 1991. No período entre 1991 a 2005, foram registrados 168.625 casos e 2.035
óbitos no país, havendo maior concentração de casos (92,2%) e de óbitos (84,1%) na região
Nordeste. O último caso no país ocorreu em 2010, em São Paulo, procedente da Costa Rica.
Em Pernambuco, entre os anos de 1992 e 2005, foram notificados 31.247 casos e 390
óbitos. A partir de então, nenhum caso foi notificado no estado. No início da epidemia de cólera
(1992-1994) foram registradas as mais altas taxas de incidência e expansão territorial, seguidos por
períodos de declínio progressivo (1995 e 1997). Posteriormente foram observadas fases de
recrudescimento de casos (1998-2000) e de período silencioso (2001-2003). A maior taxa de
detecção ocorreu em 1993 (135/100.000 habitantes) e a de letalidade ocorreu em 1996 (2,9%)
(Figuras 53).
Figura 53 – Número de casos e óbitos confirmados de cólera, taxa de detecção (por 100.000 habitantes) e
letalidade (100 habitantes). Pernambuco, 1992 a 2011
1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Nº casos 9.0799.8126.374 908 238 562 1.1612.445 456 1 0 0 21 5 0 0 0 0 0 0
Nº óbitos 82 137 80 9 7 7 7 55 8 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Taxa detecção 126,0135,0 86,0 12,0 3,1 7,6 14,9 30,3 6,2 1,0 0 0 2,6 0,6 0 0 0 0 0 0
Taxa letalidade 0,9 1,4 1,3 1,0 2,9 1,2 0,6 0,6 1,8 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
0
20
40
60
80
100
120
140
0
1.500
3.000
4.500
6.000
7.500
9.000
10.500
12.000
Ta
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10
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po
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00
ha
bita
nte
s)
Nú
me
ro
Fonte: Sinan/SES–PE; IBGE – Censos e estimativas Intercensitárias
Nos anos de 2004 e 2005, foram registrados dois surtos veiculados pela água no município
de São Bento do Uma (IV Região de Saúde), com registro de 21 e 4 casos, respectivamente. No
Recife, ainda em 2005, foi detectado um caso isolado da doença.
Embora desde 2006 não haja registros de casos de cólera em Pernambuco, a vigilância
permanece ativa, pois o risco de sua reintrodução ainda é provável devido à possibilidade da
chegada de brasileiros e imigrantes de áreas afetadas pela cólera e de condições ambientais
favoráveis para disseminação dessa doença no estado.
Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco
54
6.1.7. Febre tifóide
A febre tifóide é uma doença bacteriana aguda de distribuição mundial, transmitida de forma
direta pelo contato com as mãos do doente ou portador e, principalmente, de forma indireta pela
ingestão de água e alimentos contaminados por fezes ou urina do doente ou portador. O agente
etiológico é a Salmonella typhi, bactéria de alta infectividade e virulência e de baixa patogenicidade
(Brasil, 2009b).
A maior prevalência da doença é observada em populações que vivem em precárias condições
socioeconômicas, geralmente em áreas da periferia da cidade, sem saneamento, higiene ambiental
e pessoal.
Em Pernambuco, nos últimos dez anos (2002 a 2011), foram registrados 150 casos, havendo,
ao longo desse período, um declínio acentuado no número de casos notificados, com mediana de
sete casos por ano, o que sugere subdiagnóstico e subnotificação da doença no estado. A maior
concentração de casos foi registrada no ano de 2002 (60 casos), decrescendo para 45 casos em
2003 e 15 casos em 2004. Nos anos seguintes, foram notificados menos de oito casos, não
ocorrendo notificação em 2011. A maior letalidade ocorreu em 2005 (Figura 54).
Figura 54 – Número de casos e óbitos e taxa de letalidade (por 100.000 habitantes) por febre tifóide.
Pernambuco, 2002 a 2011
2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Nº casos 60 45 15 5 7 7 7 1 3 0
Nº óbitos 2 1 2 1 0 0 0 0 0 0
Taxa letalidade 3,3 2,2 13,3 20,0 0 0 0 0 0 0
0
5
10
15
20
0
15
30
45
60
Taxa d
e le
talid
ad
e (p
or 100 h
abitante
s)
Nú
mero
Fonte: Sinan/SES–PE; IBGE – Censos e estimativas Intercensitárias
Em relação ao local de ocorrência, observa-se uma maior concentração de casos da doença na
IV (30,7%) e VII (12,0%) Regiões de Saúde (Figura 55). O grupo etário mais atingido foi o de 20 a
49 anos (34%), seguido da faixa etária de 10 a 19 anos (26,7%) (Figura 56), não havendo
predominância entre os sexos. Quanto ao critério de confirmação do diagnóstico, ressalta-se que
79,2% dos casos tiveram o diagnóstico definido por laboratório.
Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco
55
Figura 55 – Número de casos confirmados de febre tifóide segundo Região de Saúde.
Pernambuco, 2002 a 2011
17
1
6
46
2 3
18
11
2 2
5
1
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
I II III IV V VI VII VIII IX X XI XII
Nú
mero
de c
aso
s
Nota: excluídos 36 casos de residência ignorada Fonte: Sinan/SES–PE
Figura 56 – Número de casos confirmados de febre tifóide segundo a faixa etária. Pernambuco,
2002 a 2011
0
5
10
15
20
25
2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Nú
mero
de c
aso
s
<1 ano 1 a 4 5 a 9 10 a 19 20 a 49 50 e + Ign.
Fonte: Sinan/SES–PE
Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco
56
6.1.8. Doenças Transmitidas por Alimentos (DTA)
A incidência de doenças relacionadas ao consumo de alimentos cresce anualmente no
mundo inteiro. As doenças transmitidas por alimentos (DTA) são consideradas problemas de saúde
pública e atingem diversos países, até os mais desenvolvidos, manifestando-se de várias formas,
desde ligeiras indisposições até situações mais graves, que podem necessitar de cuidados
hospitalares ou mesmo causar óbito. No entanto, a maioria dos casos de DTA não é notificada, pois
muitos microorganismos patogênicos presentes nos alimentos causam apenas sintomas brandos,
fazendo com que as vítimas não busquem assistência médica (PASSOS et al., 2008; MARCHI et
al., 2011).
As DTA podem dar origem a surtos, que são episódios nos quais duas ou mais pessoas
apresentam, em um mesmo período de tempo, sinais e sintomas semelhantes após a ingestão de
um determinado alimento de mesma origem, considerado contaminado por evidência clínica,
epidemiológica e/ou laboratorial (CÂMARA, 2002).
No estado de Pernambuco, de 2002 a 2011, foram registrados 551 surtos de DTA. Em
2006, ocorreu o maior número de notificações, seguido do ano de 2011. Nota-se que na I Região de
Saúde está concentrada a maior proporção dos surtos de DTA do estado, sendo esta responsável
por 81,7% deles. Também se verifica oscilação na ocorrência de surtos de DTA nos anos de 2002 a
2007, mas que de 2008 a 2011 tem-se uma tendência crescente no número de notificações (Tabela
16).
Quanto ao número de pessoas doentes, 2011 foi o ano em que mais pessoas foram
acometidas por DTA, seguido de 2008. Em 2011, observa-se a maior proporção de doentes por
surto, 37,8 (Tabela 16).
Tabela 16 – Número de surtos por DTA e doentes segundo Região de Saúde de ocorrência. Pernambuco,
2002 a 2011
Região de Saúde 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 Total
I-Recife 28 45 56 38 58 50 44 42 44 45 450
II-Limoeiro 0 0 0 2 3 1 0 2 0 3 11
III-Palmares 1 1 1 1 4 0 2 0 4 2 16
IV-Caruaru 0 2 0 0 3 0 2 3 1 6 17
V-Garanhuns 0 0 0 0 0 0 0 3 0 1 4
VI-Arcoverde 0 1 0 2 6 3 0 1 0 0 13
VII-Salgueiro 0 0 0 0 0 0 2 0 1 0 3
VIII-Petrolina 0 0 0 1 2 1 0 2 2 1 9
IX-Ouricuri 0 1 0 0 0 1 0 0 1 0 3
X-Afogados da Ingazeira
0 0 0 1 1 0 0 1 1 5 9
XI-Serra Talhada 0 1 1 0 0 0 1 1 1 0 5
XII-Goiana 0 0 0 0 0 1 2 1 3 4 11
Nº de surtos 29 51 58 45 77 57 53 56 58 67 551
Nº de doentes 434 849 630 588 1.251 805 1.468 608 865 2.531 10.029 Fonte: Sinan/SES–PE
Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco
57
A água é o alimento mais envolvido nos surtos de DTA (n=101; 18,3%), seguido das
preparações mistas (alimentos que contêm a mistura de gêneros, tais como produtos de origem
animal e vegetal), com 14,8% (n=82). Ressalta-se ainda o elevado número de surtos com o
alimento causador indeterminado (n=117; 21,2%), o que demonstra uma fragilidade na investigação
(Figura 57).
Figura 57 – Número de surtos de DTA segundo alimento contaminado envolvido.
Pernambuco, 2002 a 2011
117
101
82
62
44
3227 25
2013 12
82 2 2 2
0
20
40
60
80
100
120
140
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Pro
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Outr
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Nú
mero
de s
urt
os
Fonte: Sinan/SES–PE
A maior proporção de surtos de DTA no período de 2002 a 2011 foi em restaurantes,
lanchonetes e bares (n=187; 33,9%), seguidos do domicílio (n=155; 28,1%) (Figura 58).
Figura 58 – Número de surtos de DTA segundo local de ocorrência.
Pernambuco, 2002 a 2011
187
155
54
51
23
22
17
13
10
9
6
4
0 50 100 150 200
Restaurante/lanchonete/bar
Residência
Escola/Creche
Refeitório Industrial
Unidade Saúde
Outros
Evento
Padaria
Indeterminado
Hotel
Embarcação
Canteiro de Obras
Número de surtos
Fonte: Sinan/SES–PE
Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco
58
Com relação ao agente etiológico causador do surto, observa-se que em Pernambuco o
mais prevalente foi a Escherichia coli (n=96; 17,4%), seguida do Staphylococcus aureus (n=72;
13,1%). Destaca-se, também, o elevado percentual de surtos de DTA com o agente etiológico
indeterminado (n=238; 43,2%) (Figura 59).
Figura 59 – Número de surtos de DTA segundo agente etiológico envolvido.
Pernambuco, 2002 a 2011
238
96
72
41
24 2013 14 11 8 5 6 3
0
50
100
150
200
250
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vírus
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Nú
mero
de s
urt
os
Fonte: Sinan/SES–PE
6.1.9. Influenza
A influenza é uma infecção viral que afeta principalmente nariz, garganta, brônquios e,
ocasionalmente, pulmão. São conhecidos três tipos de vírus influenza: A, B e C. Esses vírus são
altamente transmissíveis e podem sofrer mutações (transformações em sua estrutura genética). O
tipo A é o mais mutável dentre os três e o que causa mais epidemias e pandemias.
A transmissão da influenza ocorre através das secreções das vias respiratórias do indivíduo
de forma direta ao falar, tossir ou espirrar. Também pode ocorrer a transmissão indireta quando as
mãos do individuo sadio entram em contato com superfícies contaminadas, levando o vírus para a
boca, nariz e olhos.
A infecção pelo vírus da influenza é caracterizada por início repentino dos sintomas que
permanecem de uma a duas semanas. São eles: febre alta, dor muscular, dor de cabeça, mal-estar,
tosse e coriza. A maioria das pessoas evolui de forma benigna. Entretanto, alguns indivíduos,
principalmente as crianças menores de dois anos, imunodeprimidos ou com doenças crônicas,
podem apresentar formas graves da doença e evoluir para óbito.
Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco
59
Em 24 de abril de 2009, a OMS notificou aos países membros a ocorrência de casos
humanos de influenza A (H1N1). Em 11 de junho, foi declarada pandemia (fase 6), com
identificação de casos em diferentes continentes.
Em Pernambuco, no ano de 2009, foram confirmados para influenza A (H1N1) 200 casos de
Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), sendo a maior ocorrência na faixa etária de 15 a 24
anos. No ano seguinte, ocorreram doze casos com predomínio na faixa etária de 25 a 29 anos e,
em 2011, foi confirmado um único caso em um indivíduo maior de 60 anos (Figura 60).
Figura 60 – Número de casos confirmados de influenza A H1N1 segundo faixa etária.
Pernambuco, 2009 a 2011
0
10
20
30
40
50
60
< 2anos 3 a 4 5 a 14 15 a 24 25 a 29 30 a 49 50 a 59 60 e +
Nú
mero
de c
aso
s c
on
firm
ad
os
2009 2010 2011
Fonte: Sinan/SES–PE
Nos anos de 2009 a 2011, o fator de risco para a infecção do vírus da influenza A H1N1
foram os indivíduos com pneumopatia crônica (27,3%), seguido das gestantes (16,8%) e dos
portadores de cardiopatia crônica (6,2%) (Figura 61).
Figura 61 – Proporção de casos confirmados de influenza A
H1N1 segundo fator de risco. Pernambuco, 2009 a 2011
Gestante
16,8%
Cardiopatia
crônica6,2%
Pneumopatia
crônica27,3%
Renal Crônico
0,6%Hemoglobinopatia
1,9%
Imunodeprimido
4,3%
Doença
Metabólica3,1%
Outras
comorbidade34,2%
Tabagismo
5,6%
Fonte: Sinan/SES–PE
Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco
60
Entre as Regiões de Saúde de Pernambuco, a I Região concentrou o maior número de
casos confirmados nos anos de 2009 (91,5%) e 2010 (66,7%). Em 2011, o único caso confirmado
ocorreu na IV Região (Figura 3).
Quanto aos óbitos, ocorreram nove em 2009, com maior letalidade na IV Região (60%),
quatro em 2010, sendo um em cada Região (I, III, IV e V) e, no ano seguinte, um óbito na IV Região
de Saúde (Tabela 17).
Tabela 17 – Número de casos confirmados e óbitos por influenza A H1N1 segundo Região de Saúde.
Pernambuco, 2009 a 2011
Região de Saúde 2009 2010 2011
Casos Óbitos Casos Óbitos Casos Óbitos
I-Recife 183 1 8 1 0 0
II-Limoeiro 0 0 0 0 0 0
III-Palmares 1 0 1 1 0 0
IV-Caruaru 10 6 1 1 1 1
V-Garanhuns 3 1 2 1 0 0
VI-Arcoverde 1 0 0 0 0 0
VII-Salgueiro 0 0 0 0 0 0
VIII-Petrolina 0 0 0 0 0 0
IX-Ouricuri 0 0 0 0 0 0
X-Afogados da Ingazeira 0 0 0 0 0 0
XI-Serra Talhada 0 0 0 0 0 0
XII-Goiana 2 1 0 0 0 0
Pernambuco 200 9 12 4 1 1
Fonte: Sinan/SES–PE
6.1.10. Coqueluche
A coqueluche é uma doença infecciosa aguda, de transmissão respiratória e distribuição
universal. Compromete traqueias e brônquios e se caracteriza por paroxismos de tosse seca,
podendo resultar em número elevado de complicações e até em morte em lactentes (BRASIL,
2010b).
Em Pernambuco, no período entre 2002 e 2011, a coqueluche vem ocorrendo de forma
endêmica e epidêmica, com aumento no número de casos confirmados a cada três anos (Figura
62). Nesse período, a I Região de Saúde apresentou o maior coeficiente de incidência (1,7
casos/100.000 habitantes). É importante ressaltar que em 2011 houve ampliação da rede sentinela
nessa Região, passando de uma para cinco unidades. Isso resultou numa maior captação de casos
nessa localidade (Figura 63).
Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco
61
Figura 62 – Número de casos confirmados e taxa de letalidade (por 100 habitantes) por coqueluche.
Pernambuco, 2002 a 2011
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
Casos confirmados 60 227 130 94 79 82 128 38 30 79
Taxa letalidade 0 3,1 2,3 0 2,5 2,4 2,3 0 0 2,5
0
1
2
3
4
0
50
100
150
200
250
Taxa d
e le
talid
ad
e (p
or 100 h
abitante
s)
Nú
mero
de c
aso
s
Fonte: Sinan/SES–PE; IBGE – Censos e estimativas Intercensitárias
Figura 63 – Coeficiente de Incidência de coqueluche (por 100.000 habitantes) segundo Região de Saúde de
residência. Pernambuco, 2002 a 2011
1,7
0,6
0,8
1,1
0,3
0,4
1,2
0,7
0,30,3
0,1
0,3
1,1
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
1,2
1,4
1,6
1,8
I II III IV V VI VII VIII IX X XI XII PE
Co
efi
cie
nte
de In
cid
ên
cia
(por 100.0
00 b
abitante
s)
Fonte: Sinan/SES–PE; IBGE – Censos e estimativas Intercensitárias
No período analisado, observa-se elevado número de casos em crianças menores de seis
meses, faixa etária que ainda não possui o esquema vacinal completo (Figura 64). Como a
imunidade conferida pela vacina ou doença não permanece por toda a vida, mantendo-se por cerca
de 5 a 10 anos após a última dose, os adolescentes e/ou adultos acabam transmitindo a doença
para crianças menores de um ano. Ressalta-se que em menores de seis meses há um maior risco
de agravamento e evolução para óbito.
Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco
62
Figura 64 – Número de casos confirmados de coqueluche segundo faixa etária.
Pernambuco, 2002 a 2011
249
426
71
109
37 362011 12
0 0 0 0 0
0
50
100
150
200
250
300
350
400
450
<2 meses 2 a 6meses
6 meses a 1 ano
1 a 4anos 5 a 9 anos 10 a 19 anos 20 anos e+
Nº casos
Nº óbitos
Fonte: Sinan/SES–PE
Em 2011, foi intensificada a vigilância desta doença com a ampliação para 15 unidades
sentinelas, fortalecendo integração das ações com o Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen).
Como resultado, foram notificados 305 casos suspeitos e, destes, 82 confirmados, sendo 28 por
critério laboratorial (cultura positiva para Bordetella pertussis). A partir do segundo semestre de
2011, a Secretaria de Saúde intensificou as ações de vigilância para o agravo. Em 2012, através da
Portaria Estadual Nº104, incluiu a coqueluche na lista de doenças de notificação imediata, com o
objetivo de aumentar a sensibilidade para captação dos casos e sua confirmação por critério
laboratorial.
6.1.11. Poliomielite
A poliomielite é uma doença infectocontagiosa causada pelo poliovírus. É comumente
conhecida como paralisia infantil por ser mais frequente em crianças menores de 15 anos. Sua
transmissão ocorre de pessoa a pessoa por via fecal-oral (a principal), através da contaminação
fecal de água e alimentos, ou oral-oral, através de partículas de saliva expelidas ao falar, tossir ou
espirrar.
Devido à intensificação da vigilância epidemiológica da doença e a elevadas coberturas
vacinais (rotina e campanhas), o último caso notificado da doença em Pernambuco foi no ano de
1988 (Figura 65). Em 1994, o Brasil recebeu o Certificado de Erradicação da Poliomielite. Desde
então, a vigilância permanece atenta porque ainda há circulação do poliovírus selvagem em outros
países e, devido a sua elevada transmissibilidade, é facilmente exportado de um país para o outro,
permanecendo o risco de sua reintrodução.
Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco
63
Figura 65 – Número de casos de poliomielite e cobertura vacinal. Pernambuco, 1980 a 2011
0
20
40
60
80
100
120
0
20
40
60
80
100
1201980
1981
1982
1983
1984
1985
1986
1987
1988
1989
1990
1991
1992
1993
1994
1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
Co
bert
ura
Vacin
al (
%)
Nú
mero
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aso
s n
oti
ficad
os
CASOS
COBERTURA VACINAL
Fonte: Sinan/SES–PE; SI-PNI/SES–PE
Diante da situação atual, o país monitora essa doença através da vigilância de todos os
casos de Paralisia Flácida Aguda (PFA). Desde 2005, o estado vem atingindo a meta da taxa de
notificação para essa doença, que é de no mínimo 1 caso por 100.000 habitantes em menores de
15 anos, com exceção do ano de 2009 (0,85 casos/100.000 habitantes) (Figura 66).
Figura 66 – Taxa de notificação (por 100.000 habitantes) de Paralisia Flácida Aguda.
Pernambuco, 2005 a 2011
1,0
7
1,1
5
1,1
5
1,1
9
0,8
5
1,1
9
1,0
4
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
1,2
1,4
2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Taxa d
e n
oti
ficação
(po
r 100.0
00 h
abitan
tes)
Casos
Meta
Fonte: Sinan/SES–PE; IBGE – Censos e estimativas Intercensitárias
Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco
64
6.1.12. Sarampo
O sarampo é uma doença infecciosa aguda, de natureza viral, grave, transmissível pelo
vírus morbilivírus e extremamente contagiosa. Sua transmissão ocorre diretamente de pessoa a
pessoa, através das secreções nasofaríngeas, expelidas ao tossir, espirrar, falar ou respirar. Essa
forma de contaminação é responsável pela fácil disseminação da doença. Tem sido descrito,
também, a transmissão por dispersão de gotículas com partículas virais no ar em ambientes
fechados, como em escolas, creches e clínicas (BRASIL, 2010b).
No Brasil, desde 2000, não há transmissão autóctone de sarampo. Em Pernambuco, o
aumento da cobertura vacinal em crianças menores de 12 meses contribuiu para ausência de casos
confirmados de sarampo desde esse ano (Figura 67). Vale ressaltar que o sarampo vem ocorrendo
de forma endêmica e mesmo epidêmica em alguns países do mundo. Por esse motivo, é
fundamental a manutenção de elevadas coberturas vacinais nos diversos municípios do estado,
além da intensificação da vigilância diante de casos suspeitos da doença, especialmente em
viajantes procedentes desses países.
Figura 67 – Número de casos de sarampo e cobertura vacinal. Pernambuco, 1980 a 2011
0
20
40
60
80
100
120
140
0
1.000
2.000
3.000
4.000
5.000
6.000
1980
1981
1982
1983
1984
1985
1986
1987
1988
1989
1990
1991
1992
1993
1994
1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
Co
bert
ura
vacin
al (
%)
Nú
mero
de c
aso
s
Nº de Casos Cobertura vacinal
Fonte: Sinan/SES–PE; SI-PNI/SES–PE
Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco
65
6.1.13. Rubéola
É uma doença exantemática aguda que apresenta alta transmissibilidade, acometendo
principalmente crianças, causada pelo vírus rubivírus. A rubéola tem curso benigno e sua
importância epidemiológica está relacionada ao risco de abortos, natimortos, e malformações
congênitas, denominada de Síndrome da Rubéola Congênita (SRC) que se caracteriza por
cardiopatias, catarata e surdez (BRASIL, 2010b).
Desde 2000, as campanhas vacinais auxiliaram na redução da incidência da rubéola entre
crianças de 1 a 11 anos e entre mulheres em idade fértil. Contudo, o país enfrentou surto de rubéola
em meados de 2006. O problema atingiu o estado de Pernambuco em junho de 2007, porém, não
houve casos de síndrome da rubéola congênita. Em 2008, o estado registrou sete casos
confirmados de rubéola e, desde 2009, não há casos confirmados (Figura 68).
Figura 68 – Número de casos de rubéola e cobertura vacinal. Pernambuco, 2000 a 2011
0
20
40
60
80
100
120
140
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
1600
1800
1980 1981 1982 1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991C
ob
ert
ura
vacin
al (
%)
Nú
mero
de c
aso
s c
on
firm
ad
os
Casos Confirmados Cobertura vacinal
Fonte: Sinan/SES–PE; SI-PNI/SES–PE
6.1.14. Meningites
Denomina-se meningite o processo inflamatório das membranas que envolvem o cérebro e
as meninges, cuja causa está associada a diversos agentes etiológicos. Dentre eles, as bactérias e
os vírus têm maior importância do ponto de vista da saúde pública (BRASIL, 2010b). As meningites
têm distribuição mundial, apresentando-se de forma endêmica. No entanto, algumas bactérias e
vírus podem causar surtos de meningite. A sazonalidade da doença caracteriza-se, de forma geral,
pelo predomínio no inverno das meningites bacterianas e, no verão, das meningites virais.
Ao se analisar os anos de 2002 a 2011, observa-se que houve estabilidade ou diminuição
dos coeficientes de incidência (CI) das meningites em Pernambuco nos últimos anos, com exceção
Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco
66
da meningite viral que apresentou evolução epidêmica em 2002 (13,3 casos por 100.000 habitantes)
e nos anos de 2007 e 2008, com 32,5 e 20,6 casos por 100.000 habitantes respectivamente (Figura
69).
Figura 69 – Coeficiente de Incidência das meningites (por 100.000 habitantes) segundo etiologia. Pernambuco,
2002 a 2011
2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
MGT por Pneumococos 0,4 0,9 0,5 0,5 0,4 0,5 0,4 0,3 0,1 0,2
MGT por Hemófilo 0,1 0,1 0,1 0,0 0,1 0,1 0,1 0,1 0,0 0,0
MGT de outra etiologia 1,4 1,0 1,0 0,6 0,4 0,5 0,3 0,5 0,3 0,4
MGT Viral 13,3 7,9 6,7 8,9 5,9 32,5 20,6 5,8 6,2 8,6
MGT não especificada 1,7 1,3 1,0 0,8 0,7 2,7 2,7 1,9 1,9 1,0
MGT por outras bactérias 7,6 5,7 6,0 6,7 4,4 5,0 3,6 2,4 1,9 2,8
MGT Tuberculosa 0,3 0,3 0,3 0,4 0,3 0,2 0,3 0,2 0,2 0,2
Doença Meningocócica 3,4 2,1 2,0 1,8 1,3 1,3 1,1 1,1 0,9 1,2
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
Co
efi
cie
nte
de in
cid
ên
cia
(po
r 100.0
00 h
abitante
s)
Legenda: MGT – Meningite Fonte: Sinan/SES–PE; IBGE – Censos e estimativas Intercensitárias
Dentre as meningites bacterianas, destaca-se a doença meningocócica (DM), causada pela
Neisseria meningitides, cuja vigilância é de grande importância para a saúde pública devido tanto à
magnitude e gravidade da enfermidade, como ao potencial de causar epidemias (BRASIL, 2010b).
Em Pernambuco, a incidência anual da doença vem decrescendo no período estudado e, desde
2005, registra-se menos que 2 casos por 100.000 habitantes. Quanto à distribuição espacial, como
era esperado, observa-se que a I Região de Saúde apresentou o maior coeficiente de incidência.
Entre 2000 e 2011, a faixa etária de maior risco para a DM foi a dos menores de um ano,
apresentando CI médio para o período de 12,1/100.000, seguida das crianças entre um e quatro
anos e entre cinco e nove anos, com CI médio de 6,0 e 4,0/100.000 respectivamente.
Os sorogrupos de meningococo predominantes no estado são o B, mais frequente até 2007,
e o C, que passou a ser o mais presente a partir de 2008 até os dias atuais. Há registros de
ocorrência esporádica dos sorogrupos A, D e W135.
Apesar da baixa ocorrência da doença e da redução do número de óbitos em 54,2% no
período, chamou atenção sua elevada letalidade, com picos em 2005 (27,2%) e 2011 (25,5%)
(Figura 70).
Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco
67
Figura 70 – Número de óbitos e taxa de letalidade (por 100 habitantes) por doença meningocócica.
Pernambuco, 2000 a 2011
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Nº óbitos 59 47 64 23 34 41 25 20 17 11 15 27
Taxa de letalidade 18,9 15,7 23,4 13,4 20,6 27,2 23,4 17,7 18,3 11,1 19,2 25,5
0
5
10
15
20
25
30
0
10
20
30
40
50
60
70
Taxa d
e le
talid
ad
e (p
or 100 h
abitante
s)
Nú
mero
de c
aso
s
Fonte: Sinan/SES–PE; IBGE – Censos e estimativas Intercensitárias
Uma das medidas para controle da meningite por algumas etiologias é a vacinação. A
cobertura da vacina DTP+Hib, que previne contra difteria, tétano, coqueluche e infecções pelo
Haemophilus influenzae (incluindo meningite), vem atingindo mais de 100% da população alvo
desde 2003. De 2002 a 2011, a incidência da meningite por essa bactéria não ultrapassou 0,1 caso
para cada 100.000 habitantes, provavelmente como resposta à introdução dessa vacina no
Calendário Básico de Vacinação da Criança adotado no Brasil.
Em outubro de 2010 foi introduzida a vacina contra o meningococo C em Pernambuco, que
protege os menores de dois anos de idade. No entanto, ainda não é possível a análise do impacto
na incidência da doença.
6.1.15. Tracoma
O tracoma é uma doença ocular causada pela bactéria Chlamydia trachomatis, e se não
tratada, pode evoluir à cegueira. Acomete crianças e adultos, sendo as crianças mais susceptíveis.
A transmissão se dá de forma direta - de olho para olho, e/ou de forma indireta, através de objetos
contaminados e de vetores mecânicos (especialmente a mosca doméstica (Musca domestica) e/ou
a lambe-olhos (Hippelate ssp) (BRASIL, 2001a).
O tracoma integra o Programa SANAR, que tem o objetivo de reduzir ou eliminar sete
doenças negligenciadas no estado de Pernambuco. Como estratégia de atuação, este programa
elegeu 22 municípios como prioritários para o tracoma (Figura 71), baseado na sua elevada
prevalência (igual ou maior que 4,7%), de acordo com o último inquérito realizado em 2006.
Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco
68
Figura 71 – Municípios prioritários para o Tracoma no Programa SANAR
Fonte: SANAR/SES-PE
A meta do Programa SANAR para o controle do tracoma é reduzir a prevalência a menos
de 5% em crianças de 1 e 15 anos, matriculadas nas escolas da rede pública dos municípios
prioritários até o ano de 2014. Para tanto, é realizado o diagnóstico e o tratamento através de
inquéritos em escolares da rede pública de ensino. A partir do segundo semestre de 2011 e no
decorrer de 2012 foram realizados inquéritos em 784 instituições de ensino representando 100%
das escolas da rede pública dos 22 municípios prioritários resultando em 79.280 escolares
examinados. Grande parte das escolas (74%) está situada nas áreas rurais. Foram detectados
2.402 escolares com tracoma e que receberam tratamento com Azitromicina (20 mg/kg), de acordo
com recomendação da Portaria GM/MS Nº 67 de 22 de dezembro de 2005. Todos os contatos e
professores dos escolares diagnosticados com tracoma foram avaliados e os que foram
diagnosticados positivos também foram tratados.
Observa-se no Estado que a prevalência da doença na zona urbana era de 3,0% e na zona
rural de 3,1%. Os casos positivos foram notificados no Sinan. A prevalência estadual foi de 3,0%,
contudo observaram-se diferenças interurbanas importantes variando entre 0,8% e 11,9%. Seis
municípios permaneceram com prevalência acima de 5,0% e um (Saloá) foi considerado em estado
de alerta devido a prevalência aproximada (4,7%) do limite estabelecido para elevada prevalência
(Tabela 18).
Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco
69
Tabela 18 – Número de escolares examinados e positivos para tracoma e prevalência, segundo município.
Pernambuco, 2011 e 2012*
Município Examinados Positivos Prevalência (%)
Jurema 977 14 1,4
Moreno 5.001 65 1,3
Pesqueira 5.458 59 1,0
São Joaquim do Monte 2.447 21 0,8
Sertânia 3.494 50 1,4
Lajedo 4.037 132 3,3
Ferreiros 1.396 87 6,2
Agrestina 3.543 65 1,8
Arcoverde 8.651 244 2,8
B. de Guabiraba 1.392 165 11,9
Canhotinho 3.490 89 2,6
Cumaru 2.490 111 4,5
Cupira 3.629 65 1,8
Palmares 5.638 195 3,4
Poção 2.196 83 3,8
Bonito 5.815 326 5,6
Vertentes 2.976 39 1,3
Saloá 2.504 118 4,7
Paranatama 2.659 203 7,6
Bodocó 5.934 92 1,6
Iguaraci 2.022 126 6,2
Betânia 1.880 23 1,2
Ferreiros* 1.651 29 1,8
Total 79.280 2.401 3,0
Legenda: *No município de Ferreiros foram realizados dois inquéritos (2011 e 2012)
Fonte: Inquérito Tracoma 2011-2012 – SANAR/SEVS/SES-PE
Em 2013 será realizado um novo inquérito nos municípios que apresentaram prevalência
acima de 5,0%. O município de Ferreiros, que obteve prevalência de 6,2% no inquérito de 2011
realizou outro inquérito em 2012.1, obtendo como resultado a prevalência de 1,8%.
Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco
70
6.1.16. Esquistossomose mansônica
A esquistossomose mansônica é uma doença parasitária causada pelo trematódeo
digenético Schistosoma mansoni e tem o homem como principal hospedeiro. É uma doença de
veiculação hídrica, onde se faz necessária a presença do hospedeiro intermediário, caramujos do
gênero Biomphalaria (REY, 2008). No Brasil, as espécies naturalmente envolvidas na transmissão
são: Biomphalaria tenagophila, B. glabrata e B. straminea (BRASIL, 2010d), porém nos municípios
de Pernambuco estão presentes as duas últimas espécies (Figura 72).
Figura 72 – Distribuição dos caramujos transmissores da esquistossomose segundo espécie.
Pernambuco, 2012
Fonte: SEVS/ SES-PE
A transmissão da doença ocorre quando o indivíduo suscetível entra em contato com águas
superficiais onde existam caramujos (hospedeiros intermediários) liberando cercárias. O período de
incubação varia entre 1 a 2 meses e o portador elimina seus ovos a partir de 5 semanas após a
infecção, por um período de 6 a 10 anos (2009d).
A doença, em sua fase aguda, pode ser assintomática ou apresentar-se como dermatite
urticariforme, acompanhada de erupção papular e prurido até cinco dias após a infecção. Com cerca
de três a sete semanas de exposição, pode ocorrer a forma esquistossomose aguda ou febre de
katayama, caracterizada por febre, anorexia, dor abdominal e cefaleia. Após seis meses da
infecção, o quadro clínico pode evoluir para a forma crônica, cujas formas clínicas podem ser:
intestinal, hepatointestinal, hepatoesplênica, neurológica, vasculopulmonar, entre outras (BRASIL,
2010d).
O diagnóstico é feito por meio do quadro clínico-epidemiológico associado ao exame
parasitológico de fezes, preferencialmente utilizando a técnica quantitativa (método Kato Katz) e,
dependendo da forma clínica, pode ser utilizado o diagnóstico por imagem (BRASIL, 2010b).
Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco
71
A detecção precoce e o tratamento oportuno é um dos objetivos da vigilância
epidemiológica para controle da doença, que nas áreas endêmicas também visam prevenir as
formas graves, reduzir os óbitos, diminuir a prevalência e evitar a dispersão da endemia. Nessas
áreas, a notificação dos casos diagnosticados, nos inquéritos epidemiológicos e demanda
espontânea, é realizada no Sistema de Informação do Programa de Controle da Esquistossomose –
SISPCE, enquanto que as formas graves são notificadas no Sinan, conforme Portaria Estadual Nº
104/2012 e Nota técnica nº 04/2012 – DGCDA/SES-PE.
Em Pernambuco a doença é endêmica, apresentando casos em 102 municípios, que estão
na abrangência das Regiões de Saúde I, II, III, IV, V e XII, com distribuição desigual segundo a faixa
de endemicidade (Figura 73).
Figura 73 – Distribuição da esquistossomose segundo endemicidade. Pernambuco, 2012
Fonte: SEVS/ SES-PE
Entre os anos de 2008 e 2011, foram diagnosticados 10.518 casos positivos em média por
ano e, destes, 8.230 pessoas ao ano foram tratadas (Figura 74).
Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco
72
Figura 74 – Número de pessoas positivas e tratadas segundo Região de Saúde no Programa de Controle da
Esquistossomose (PCE). Pernambuco, 2008 a 2011
Positivos Tratados Positivos Tratados Positivos Tratados Positivos Tratados Positivos Tratados Positivos Tratados
I II III IV V XII
2008 3.658 2.867 2.363 1.769 2.047 1.725 304 259 1.057 854 2.465 2.065
2009 2.806 2.022 1.257 961 3.298 2.881 275 205 1.029 993 2.168 1.701
2010 2.573 1.692 1.741 1.195 2.121 1.814 386 271 1.186 1.046 2.882 2.364
2011 1.847 1.285 1.600 1.206 2.511 2.130 426 381 1.007 837 1.954 1.479
2012 1.437 750 1.251 641 804 677 479 392 705 389 1.350 1.031
0
500
1.000
1.500
2.000
2.500
3.000
3.500
4.000
Nú
mero
Fonte: SISPCE/SES-PE
No período de 2000 a 2010, a média anual de internamentos em Pernambuco foi de 189,
com maior ocorrência na faixa etária de 50 anos e mais, correspondendo a 53,2% dos
internamentos (Tabela 19).
Tabela 19 – Número de internações hospitalares por esquistossomose segundo faixa etária. Pernambuco,
2000 a 2010
Ano Faixa etária (anos)
0 a 19 20 a 49 50 e + Total
2000 93 126 130 349
2001 43 89 147 279
2002 35 65 112 212
2003 27 65 117 209
2004 21 84 121 226
2005 24 65 143 232
2006 16 51 99 166
2007 13 52 64 129
2008 10 28 71 109
2009 8 30 51 89
2010 4 22 48 74
Total 294 677 1.103 2.074
Fonte: MS/SIH/SUS
Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco
73
6.1.17. Dengue
A dengue é considerada um dos principais problemas de saúde pública no mundo. Ocorre
principalmente em áreas tropicais e subtropicais, inclusive no Brasil (BRASIL, 2009d). As epidemias
geralmente ocorrem no verão, durante ou imediatamente após períodos chuvosos (BRASIL, 2005).
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a doença está presente em mais de 100 países
de todos os continentes, exceto a Europa. Estima-se que entre 50 a 100 milhões de pessoas se
infectem anualmente, 550 mil necessitem de hospitalização e 20 mil morrem em consequência da
doença.
É uma doença infecciosa aguda transmitida pela picada do mosquito Aedes aegypti quando
infectado por um vírus, que possui quatro sorotipos (DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4). O
quadro clínico é amplo, apresentando desde uma síndrome febril inespecífica (dengue clássico –
DC), até quadros graves (dengue com complicação – DCC, febre hemorrágica da dengue – FHD, ou
síndrome do choque da dengue – SCD) e, às vezes, óbito (BRASIL, 2009d).
O quadro epidemiológico atual da dengue em Pernambuco caracteriza-se pela ampla
circulação dos quatro sorotipos virais. No período de 2001 a 2011, observa-se uma instabilidade na
incidência do agravo, alcançando seu pico em 2002, reconhecidamente ano epidêmico no estado
(Figura 75).
Figura 75 – Número de casos novos e taxa de detecção de dengue (por 100.000 habitantes).
Pernambuco, 2001 a 2011*
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Casos Confirnados 12.820 96.960 14.279 2.072 5.105 7.867 14.965 15.878 1.926 29.493 17.385
Taxa de Detecção 160,1 1199,3 174,9 25,1 60,7 92,5 174,2 181,8 21,9 335,3 196,1
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
0
20.000
40.000
60.000
80.000
100.000
120.000
Taxa d
e d
ete
cção
(p
or 100.0
00 h
abitan
tes)
Nú
mero
de c
aso
s n
ovo
s
*Dados sujeitos a alterações Fonte: Sinan/SES–PE; IBGE – Censos e estimativas Intercensitárias
Quanto ao percentual de casos de dengue confirmados em menores de 15 anos entre os
anos de 2001 a 2011, observa-se uma tendência de aumento no estado, passando de 18,2% para
30,0%, um incremento de mais de 64%, quando comparados os anos extremos da série (Figura 76).
Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco
74
Figura 76 – Percentual de casos confirmados de dengue em menores de 15 anos.
Pernambuco, 2001 a 2011*
18,2 18,4 18,623,0
19,223,9
30,5 32,0
23,7
34,630,0
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
%
*Dados sujeitos a alterações Fonte: Sinan/SES–PE
Por conta das sucessivas infecções por diferentes tipos virais, a população, de forma geral,
vem adquirindo imunidade, razão pela qual os casos costumam aparecer em maior número entre os
mais jovens. Em Pernambuco, observa-se a reintrodução do DENV-1, em 2009, e a introdução do
DENV-4, em 2011, nos municípios de Serrita e Serra Talhada. A ocorrência da doença por um novo
subtipo em pessoas que já apresentaram a doença pode favorecer a ocorrência de formas graves.
A figura 77 demonstra o número de casos confirmados por formas graves da dengue e a
taxa de letalidade por dengue em Pernambuco, entre os anos de 2001 a 2011, destacando-se os
anos de 2002, 2010 e 2011 por apresentarem maior ocorrência das formas graves. Com relação à
taxa de letalidade, observa-se maior valor em 2003 (11,6 óbitos/100 habitantes), e menor em 2010
(2,37 óbitos/100 habitantes). A Vigilância em Saúde, juntamente com a Atenção à Saúde, a partir do
segundo semestre de 2011, intensificaram as ações no atendimento aos pacientes com suspeita de
dengue, com objetivo de reduzir a letalidade para menos de 1%, valor preconizado pelo MS.
Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco
75
Figura 77 – Número de casos confirmados por formas graves da dengue (DCC, FHD e SCD) e taxa de
letalidade (por 100 habitantes). Pernambuco, 2001 a 2011*
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Nº casos graves 50 698 95 32 60 106 373 385 34 1.095 692
Taxa letalidade 6,0 3,2 11,6 3,1 3,3 2,8 4,0 8,1 5,9 2,4 8,1
0
2
4
6
8
10
12
14
0
200
400
600
800
1.000
1.200
Taxa d
e le
talid
ad
e (p
or 100 h
abitante
s)
Nú
mero
de c
aso
s g
raves
*Dados sujeitos a alterações Fonte: Sinan/SES–PE
Quanto às Regiões de Saúde, no ano de 2011, a I Região apresentou o maior número de
notificações (21.758 casos e 10.061 confirmados), formas graves (n=509; 73,6%) e óbitos (n=39;
69,6%). A X Região teve a maior taxa de detecção da dengue (755,2/100.000 habitantes),
aproximadamente quatro vezes maior do que a taxa de detecção do estado. O percentual de casos
confirmados em menores de 15 anos foi maior nas II e XII Regiões de Saúde (42,5% e 42,2%,
respectivamente). Foram registrados 56 óbitos por dengue no estado que ocorreram entre
residentes das I, II, III, IV, VIII e XII Regiões (Tabela 20).
Tabela 20 – Número de casos notificados e confirmados de dengue, taxa de detecção (por 100.000 habitantes), percentual
de casos confirmados em menores de 15 anos, número de casos confirmados por formas graves e número de óbitos segundo Região de Saúde. Pernambuco, 2011*
Região de Saúde Nº de casos notificados
Nº de casos confirmados
Taxa detecção
% casos confirmados em
<15 anos
Nº casos confirmados por formas graves
Nº de óbitos confirmados
I – Recife 21.758 10.061 255,5 28,2 509 39
II – Limoeiro 3.550 1.276 223,9 42,5 53 4
III – Palmares 1.368 458 79,1 32,3 43 5
IV – Caruaru 3.028 431 34,4 27,6 13 5
V – Garanhuns 1.248 902 174,8 32,2 10 0
VI – Arcoverde 506 128 33,1 35,9 7 0
VII – Salgueiro 1.164 453 324,8 15,7 3 0
VIII – Petrolina 1.754 517 117,0 19,5 1 1
IX – Ouricuri 1.353 427 129,3 25,8 2 0
X – Afogados da Ingazeira
2.687 1.370 755,2 34,8 18 0
XI – Serra Talhada 918 608 270,0 24,7 3 0
XII – Goiana 2.187 754 248,5 42,2 30 2
Pernambuco 41.521 17.385 196,1 30,0 692 56
*Dados sujeitos a alterações Fonte: Sinan/SES–PE
Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco
76
6.1.18. Leishmaniose Visceral
A leishmaniose visceral (LV) foi classificada, primariamente, como uma zoonose,
caracterizada como doença de caráter eminentemente rural. Mais recentemente, expandiu-se para
áreas urbanas de médio e grande porte e tornou-se crescente problema de saúde pública no país e
em outras áreas do continente americano, sendo uma endemia em franca expansão geográfica. É
uma doença crônica, sistêmica, e apresenta, dentre outras manifestações, febre de longa duração,
perda de peso, astenia, adinamia e anemia. Quando não tratada, pode evoluir para óbito em mais
de 90% dos casos (BRASIL, 2010d).
A LV é historicamente endêmica em Pernambuco, apresentando uma ampla distribuição no
estado. Os casos humanos estão frequentemente associados à pressão antrópica sobre o meio
ambiente, sendo as crianças mais afetadas pela doença. No estado, entre os anos de 2001 e 2011,
foram notificados, em média, 254,7 casos de leishmaniose visceral por ano, dos quais, foram
confirmados, em média, 113,3 casos anuais, 44,5% dos casos notificados (Figura 78). A LV tem
apresentado comportamento estável com discreta tendência decrescente no período analisado.
No mesmo período 9,7% dos casos confirmados evoluíram para óbito. Entretanto, ainda há
necessidade de melhorar o diagnóstico e tratamento precoces, considerando ser a leishmaniose
uma doença passível de tratamento e cura em 100% dos casos (Figura 78).
Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco
77
Figura 78 – Número de casos notificados, confirmados e tratamentos realizados para leishmaniose visceral.
Pernambuco, 2001 a 2011
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Casos notificados 459 194 182 192 175 321 213 419 296 180 171
Casos confirmados 327 108 93 102 105 94 85 92 84 71 85
Tratamentos realizados 214 80 75 88 89 76 73 80 69 61 70
Nº de óbitos 22 11 18 13 13 13 8 6 8 6 3
0
5
10
15
20
25
0
50
100
150
200
250
300
350
400
450
500
Nú
mero
de ó
bit
os
Nú
mero
Fonte: Sinan/SES–PE
No ano de 2011, as Regiões de Saúde mais afetadas pela incidência da leishmaniose
visceral foram a VII (9,4/100.000 habitantes), e X (7,0/100.000 habitantes) Região. Nesse ano, a
taxa de letalidade de LV do estado foi de 3,5%, com a ocorrência de três óbitos, dois desses de
residentes da II Região de Saúde. Do total de confirmados, foram tratados 70 casos (82,4% dos
confirmados), sendo a XI a Região de Saúde que tratou menos da metade dos casos confirmados
(Tabela 21).
Tabela 21 – Número de casos confirmados, taxa de incidência (por 100.000 habitantes), número de óbitos,
taxa de letalidade (%) e número e percentual de tratamentos realizados para leishmaniose visceral segundo Região de Saúde. Pernambuco, 2011
Região de Saúde
Casos Confirmados
Óbitos Tratamentos
Realizados
Nº Taxa de
Incidência (/100.000 hab.)
Nº
Taxa de letalidade
(%)
Nº
Taxa de tratamento
(%)
I – Recife 8 0,30 - - 7 87,5
II – Limoeiro 8 3,60 2 25,0 7 87,5
III – Palmares 1 2,20 - - 1 100,0
IV – Caruaru 13 1,70 - - 11 84,6
V – Garanhuns 7 4,30 - - 7 100,0
VI – Arcoverde 1 0,80 - - 1 100,0
VII – Salgueiro 9 9,40 - - 9 100,0
VIII – Petrolina 19 4,70 1 5,3 15 78,9
IX – Ouricuri 6 2,30 - - 5 83,3
X – Afogados da Ingazeira
4 7,00
- -
2 50,0
XI – Serra Talhada 6 5,98 - - 2 33,3
XII – Goiana 3 3,00 - - 3 100,0
Pernambuco 85 0,96 3 3,5 70 82,4
Fonte: Sinan/SES–PE
Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco
78
6.1.19. Leishmaniose Tegumentar Americana
A leishmaniose tegumentar americana (LTA) é uma doença infecciosa, não contagiosa,
causada por protozoário do gênero Leishmania, de transmissão vetorial e que acomete pele e
mucosas. É primariamente uma infecção zoonótica, afetando outros animais que não o homem, o
qual pode ser envolvido secundariamente (BRASIL, 2010d).
Analisando a LTA em Pernambuco, no período de 2001 a 2011, verificou-se uma média
anual de 2.554 casos notificados e confirmados, tratando-se, em média, 2.517 casos (98,5%)
(Figura 79). Vale destacar o declínio desse agravo a partir do ano de 2007, e, quando comparamos
os anos de 2001 e 2011, observa-se uma redução de 90,2%.
Figura 79 – Número de casos notificados, confirmados e tratamentos realizados para leishmaniose
tegumentar americana. Pernambuco, 2001 a 2011
4.9
00
4.7
32
4.5
64
5.4
67
2.7
23 3.2
20
52
0
46
7
57
9
45
8
47
9
4.9
00
4.7
32
4.5
64
5.4
67
2.7
23 3.2
20
52
0
46
7
57
9
45
8
47
9
4.7
53
4.7
32
4.5
50
5.4
60
2.7
16
3.2
06
47
9
43
1
52
6
42
3
42
0
0
1.000
2.000
3.000
4.000
5.000
6.000
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Nú
mero
Casos notificados Casos confirmados Tratamentos realizados
Fonte: Sinan/SES–PE
Entre as Regiões de Saúde, a I Região foi a que concentrou o maior número de casos
notificados e confirmados de LTA, seguida da III Região. Não houve registro de casos de LTA na VII
e X Regiões em 2011 (Tabela 22).
Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco
79
Tabela 22 – Número de casos notificados, confirmados e tratamentos realizados por leishmaniose tegumentar
segundo Região de Saúde. Pernambuco, 2011
Região de Saúde Nº casos notificados Nº casos
confirmados Nº tratamentos
realizados
I-Recife 189 189 166
II-Limoeiro 24 24 13
III-Palmares 160 160 154
IV-Caruaru 51 51 40
V-Garanhuns 4 4 1
VI-Arcoverde 2 2 2
VII-Salgueiro 0 0 0
VIII-Petrolina 3 3 3
IX-Ouricuri 12 12 10
X-Afogados da Ingazeira 0 0 0
XI-Serra Talhada 3 3 3
XII-Goiana 31 31 28
Pernambuco 479 479 420
Fonte: Sinan/SES–PE
6.1.20. Raiva
A raiva consiste numa encefalite viral aguda transmitida por mamíferos e apresenta dois
ciclos principais de transmissão: urbano e silvestre. Reveste-se de grande importância
epidemiológica por apresentar letalidade de 100%, além de ser uma doença passível de eliminação
no seu ciclo urbano, pois dispõe de medidas eficientes de prevenção, tanto em relação ao ser
humano quanto à fonte de infecção (BRASIL, 2010d).
Em Pernambuco a vigilância à saúde tem centrado esforços nas medidas de prevenção da
raiva. No período de 2001 a 2011, realizaram-se, em média, 30.367 tratamentos profiláticos em
humanos por ano, sendo 32.307 em 2011. A cobertura vacinal canina apresentou média de 77,0%
durante o período analisado (Figura 80).
Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco
80
Figura 80 – Número de tratamentos profiláticos realizados para raiva e percentual de cobertura
vacinal canina. Pernambuco, 2001 a 2011
29
.88
7
31
.15
3
31
.77
9
31
.13
3
31
.00
8
28
.81
3
28
.92
3
29
.82
6
32
.38
3
26
.82
8
32
.30
7
85,6 82,392,8
88,7 85,7 86,793,8 75,9 81,0
0,0
74,4
0
20
40
60
80
100
0
5.000
10.000
15.000
20.000
25.000
30.000
35.000
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010* 2011
%
Nú
mero
Nº tratamentos profiláticos realizados % cobertura vacinal canina
* No ano de 2010 não houve campanha de vacinação antirrábica animal devido a problemas na composição da vacina. Fonte: Sinan/SES–PE; SI-PNI/SES–PE
Entre os anos de 2001 e 2009, foram confirmados quatro casos de raiva humana em
Pernambuco, sendo três óbitos registrados nos anos de 2003, 2006 e 2009. Em 2008, a Unidade de
Terapia Intensiva do Serviço de Doenças Infecciosas do Hospital Oswaldo Cruz relatou o primeiro
caso de cura da raiva humana no Brasil, em um paciente de 15 anos mordido por morcego
hematófago.
Analisando as medidas de prevenção e controle da doença por Regiões de Saúde no ano
de 2011, observa-se que a VII Região apresentou a maior cobertura vacinal canina (91,2%),
seguida pela V Região (88,3%) (Tabela 23).
Tabela 23 – Número de tratamentos profiláticos realizados para raiva e percentual de cobertura vacinal
canina segundo Região de Saúde. Pernambuco, 2011
Região de Saúde % cobertura vacina
canina Nº tratamentos profiláticos
realizados
I-Recife 64,5 16.501
II-Limoeiro 78,9 1.882
III-Palmares 84,6 1.801
IV-Caruaru 81,1 3.594
V-Garanhuns 88,3 1.108
VI-Arcoverde 85,2 1.293
VII-Salgueiro 91,2 847
VIII-Petrolina 86,2 2.243
IX-Ouricuri 81,1 907
X-Afogados da Ingazeira 85,5 708
XI-Serra Talhada 77,0 602
XII-Goiana 74,0 821
Pernambuco 74,32 32.307
Fonte: Sinan/SES–PE; SI-PNI/SES–PE
Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco
81
6.2. Doenças e Agravos Não Transmissíveis (DANT)
As DANT caracterizam-se por múltiplas causas, ausência de infecção e de transmissão,
longo tempo de evolução ou acontecimentos pontuais (acidentes, violência, acidente vascular
encefálico). Contemplam as Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) e os acidentes e
violências.
As DCNT constituem sério problema de saúde pública, tanto em países ricos, quanto de
baixa renda. Em 2008, cerca de 68% das mortes ocorridas no mundo estavam relacionadas a estas
doenças. Geralmente, as DCNT estão associadas a múltiplos fatores de risco modificáveis
(tabagismo, consumo nocivo de bebida alcoólica, inatividade física e alimentação inadequada) e ao
longo tempo de exposição a esses fatores (MALTA et al, 2008).
As violências e os acidentes, dentre os quais se destacam os de transporte terrestre,
também são responsáveis por grande número de mortes e de adoecimento em todo o mundo.
Esses agravos causam incapacidades e sequelas físicas e psicológicas que ocasionam elevados
custos familiares e sociais (MINAYO, 2006).
A seguir, serão abordadas as principais DANT em Pernambuco: doenças do aparelho
circulatório, diabetes mellitus e neoplasias, acidentes de transporte terrestre e violências.
6.2.1. Doenças do Aparelho Circulatório (DAC)
As DAC constituem a principal causa de morbimortalidade no mundo. Entre as DAC,
destacam-se três grandes grupos: doenças hipertensivas, isquêmicas do coração e
cerebrovasculares. No primeiro grupo encontra-se a hipertensão arterial (primária), que é a causa
mais frequente das demais doenças do aparelho circulatório, além de estar associada ao diabetes e
demais DCNT. Entre as doenças isquêmicas, destaca-se o infarto agudo do miocárdio, responsável
por 6% das internações hospitalares por DAC em 2011, e, entre as cerebrovasculares, o acidente
vascular cerebral, cada uma foi responsável por 6% das internações por DAC no ano de 2011.
Entre os três grupos referidos, apenas as doenças hipertensivas apresentaram redução do
coeficiente de morbidade hospitalar, para ambos os sexos, entre os anos de 2002 e 2011. O
aumento no coeficiente de morbidade hospitalar para as doenças isquêmicas foi na ordem de 66,6%
para o sexo masculino e 63,3% para o feminino. Destaca-se o comportamento das doenças
cerebrovasculares, cujo incremento entre as mulheres foi de 12,0% e apenas 0,6% entre os homens
(Figura 81). Em 2011, somente as doenças isquêmicas do coração continuaram com maior
coeficiente no sexo masculino.
Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco
82
Figura 81 – Coeficiente de morbidade hospitalar (por 100.000 habitantes) por doenças hipertensivas,
isquemias do coração e cerebrovasculares segundo sexo do paciente. Pernambuco, 2002 e 2011
77
,0
42
,6
11
1,2
62
,7
53
,3
88
,8
43
,0
70
,2
11
0,1
11
0,8
10
2,4 11
4,7
0
20
40
60
80
100
120
140
2002 2011 2002 2011
Masculino Feminino
Co
efi
cie
nte
de M
orb
idad
e H
ospit
ala
r(p
or 100.0
00 h
abitan
tes)
Doenças hipertensivas Doenças isquêmicas do coração Doenças cerebrovasculares
Fonte: MS/SIH/SUS; IBGE – Estimativas Intercensitárias
Em relação à hipertensão essencial, observa-se na figura 82 que o número de internações
do sexo feminino foi superior ao masculino em todo o decênio. Verifica-se. Ainda, queda de 42%
para o total de internações por hipertensão arterial no período. O coeficiente médio de morbidade
hospitalar foi de 50,5/100.000 habitantes para o sexo masculino, e de 76,0/100.000 habitantes para
o feminino.
Figura 82 – Número de internações e coeficiente de morbidade hospitalar (por 100.000 habitantes) por hipertensão essencial. Pernambuco, 2002 a 2011
2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Nº masculino 2.729 2.290 2.107 2.133 2.105 2.069 2.081 1.916 1.817 1.526
Nº feminino 4.260 3.534 3.515 3.578 3.467 3.342 3.132 3.156 2.958 2.540
CMH masculino 69,8 58,1 52,9 52,5 51,2 49,7 49,2 44,9 42,9 35,8
CMH feminino 102,0 83,8 82,6 82,3 78,9 75,4 69,5 69,5 64,8 55,2
0
20
40
60
80
100
120
0
500
1.000
1.500
2.000
2.500
3.000
3.500
4.000
4.500
Co
efi
cie
nte
de M
orb
idad
e H
ospit
ala
r(p
or 100.0
00 h
abitan
tes)
Nú
mero
de In
tern
açõ
es
Ho
sp
itala
res
Fonte: MS/SIH/SUS; IBGE – Estimativas Intercensitárias
Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco
83
A maior concentração de internações por hipertensão essencial, entre os anos de 2002 e
2011, foi na faixa etária entre 60 e 79 anos, seguida da de 40 a 59 anos, para ambos os sexos
(Figura 83).
Figura 83 – Proporção de internações hospitalares por hipertensão arterial segundo faixa etária e sexo do
paciente. Pernambuco, 2002 a 2011
0,8 1,1
8,5
29,9
46,4
13,3
0,5 1,5
10,7
30,5
43,4
13,3
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
0 a 9 10 a 19 20 a 39 40 a 59 60 a 79 80 e +
%
Faixa etária (anos)
Masculino Feminino
Fonte: MS/SIH/SUS
Entre as Regiões de Saúde, em 2011, as internações hospitalares por hipertensão arterial
concentraram-se na I Região de Saúde (25,5% das internações do estado), o que pode ser
explicado pelo grande contingente populacional e de rede assistencial local. Para os coeficientes de
morbidade, destacaram-se a IX e X Regiões (Tabela 24).
Tabela 24 – Número e proporção de internações e coeficiente de morbidade hospitalar (por 100.000 habitantes) por hipertensão arterial segundo Região de Saúde de residência do paciente. Pernambuco,
2011
Região de Saúde Nº % Coeficiente de Morbidade Hospitalar
I-Recife 1.037 25,5 26,3
II-Limoeiro 277 6,8 48,5
III-Palmares 256 6,3 44,2
IV-Caruaru 684 16,8 54,7
V-Garanhuns 160 3,9 30,9
VI-Arcoverde 260 6,4 67,4
VII-Salgueiro 87 2,1 62,2
VIII-Petrolina 75 1,8 17,1
IX-Ouricuri 430 10,6 130,1
X-Afogados da Ingazeira 432 10,6 237,1
XI-Serra Talhada 243 6,0 107,7
XII-Goiana 125 3,1 41,0
Pernambuco 4.066 100,0 45,9
Fonte: MS/SIH/SUS; IBGE – Estimativas Intercensitárias
Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco
84
6.2.2. Diabetes mellitus
O diabetes mellitus é uma doença metabólica cujas principais complicações são as doenças
cardiovasculares, a insuficiência renal crônica e as amputações de membros inferiores (BRASIL,
2006b).
Entre 2002 e 2011, foram registradas, em média, 2.525 internações por diabetes mellitus no
sexo masculino e 3.967 no feminino, com maior incremento entre os homens, na ordem de 28%
(Figura 84).
Figura 84 – Número de internações e coeficiente de morbidade hospitalar (por 100.000 habitantes) por diabetes mellitus segundo sexo do paciente. Pernambuco, 2002 a 2011
2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Nº masculino 2.475 1.990 2.161 2.388 2.264 2.320 2.626 2.806 3.041 3.174
Nº feminino 4.007 3.392 3.677 3.854 4.039 3.804 3.770 4.042 4.512 4.574
CMH masculino 63,3 50,5 54,3 58,7 55,1 55,8 62,1 65,8 71,9 74,4
CMH feminino 95,9 80,4 86,4 88,6 91,9 85,9 83,7 89,0 98,8 99,4
0
20
40
60
80
100
120
0
500
1.000
1.500
2.000
2.500
3.000
3.500
4.000
4.500
5.000
Co
efi
cie
nte
de M
orb
idad
e H
ospit
ala
r(p
or 100.0
00 h
abitan
tes)
Nú
mero
de In
tern
açõ
es
Ho
sp
itala
res
Fonte: MS/SIH/SUS; IBGE – Estimativas Intercensitárias
As maiores proporções de internações por diabetes melittus foram na faixa etária de 60 a 79
anos, seguida do grupo de 40 a 59 anos, em ambos os sexos (Figura 85).
Figura 85 – Proporção de internações hospitalares por diabetes mellitus segundo faixa
etária e sexo do paciente. Pernambuco, 2002 a 2011
2,6 3,99,9
29,7
42,6
11,4
1,5 3,28,8
26,8
47,2
12,6
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
0 a 9 10 a 19 20 a 39 40 a 59 60 a 79 80 e +
%
Faixa etária (anos)
Masculino Feminino
Fonte: MS/SIH/SUS
Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco
85
Em 2011, das 7.748 internações por diabetes mellitus em Pernambuco, 35,1% foram entre
residentes da I Região de Saúde. O coeficiente de morbidade estadual no mesmo ano foi de
87,4/100.000 habitantes, chegando a 209,1/100.000 habitantes na X Região, e 168,9/100.000
habitantes na XI Região (Tabela 25).
Tabela 25 – Número de internações e coeficiente de morbidade hospitalar (por 100.000 habitantes) por diabetes mellitus segundo Região de Saúde de residência. Pernambuco, 2011
Região de Saúde Nº % Coeficiente de Morbidade Hospitalar
I-Recife 2.723 35,1 69,1
II-Limoeiro 496 6,4 86,9
III-Palmares 787 10,2 135,8
IV-Caruaru 1.166 15,0 93,2
V-Garanhuns 403 5,2 77,9
VI-Arcoverde 435 5,6 112,8
VII-Salgueiro 176 2,3 125,9
VIII-Petrolina 156 2,0 35,6
IX-Ouricuri 339 4,4 102,6
X-Afogados da Ingazeira 381 4,9 209,1
XI-Serra Talhada 381 4,9 168,9
XII-Goiana 305 3,9 100,0
Pernambuco 7.748 100,0 87,4
Fonte: MS/SIH/SUS; IBGE – Estimativas Intercensitárias
6.2.3. Neolpasias malignas
As neoplasias encontram-se subdivididas em benignas e malignas (cânceres) e, embora as
primeiras representem a maioria dos casos e internações, são os tumores malignos os grandes
responsáveis pelos danos sociais. No presente estudo, optou-se por analisar as neoplasias
malignas por sexo, em virtude da heterogeneidade dos tipos mais prevalentes.
De acordo com as estimativas do Instituto Nacional de Câncer (INCA), para o ano de 2012
eram esperados 6.530 casos novos de câncer para o sexo masculino em Pernambuco, e 7.680 para
o feminino. Entre os homens, as maiores taxas de incidência tem por localização primária a
próstata, com aumento de 102,7% comparado a 2003, seguido de traqueia, brônquio e pulmão
(Figura 86).
Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco
86
Figura 86 – Estimativas das taxas brutas de incidência (por 100.000 habitantes) por neoplasia maligna em homens segundo localização primária do tumor. Pernambuco, 2003 e 2012
1,5
3,6
4,6
6,4
7,9
9,6
11,2
53,3
0,6
2,7
2,6
3,1
5,3
6,7
8,0
26,3
0 10 20 30 40 50 60
Pele Melanoma
Leucemias
Esôfago
Cólon e Reto
Cavidade Oral
Estômago
Traqueia, Brônquio e Pulmão
Próstata
Taxa Bruta de Incidência (por 100.000 habitantes)2003 2012
Fonte: Instituto Nacional de Câncer – INCA/MS
Para as mulheres, os cânceres de mama e colo do útero lideraram com as maiores taxas de
incidência, entretanto, o segundo apresentou decréscimo de 7,2% em relação ao ano de 2003
(Figura 87).
Figura 87 – Estimativas das taxas brutas de incidência (por 100.000 habitantes) por neoplasia maligna em mulheres segundo localização primária do tumor. Pernambuco, 2003 e 2012
2,2
3,7
3,9
6,1
7,4
9,3
20,7
46,9
1,0
2,2
3,0
3,5
4,7
6,6
22,3
34,7
0 10 20 30 40 50
Esôfago
Leucemias
Cavidade Oral
Estômago
Traqueia, Brônquio e Pulmão
Cólon e Reto
Colo do Útero
Mama Feminina
Taxa Bruta de Incidência (por 100.000 habitantes)2003 2012
Fonte: Instituto Nacional de Câncer – INCA/MS
Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco
87
Em Pernambuco, entre os dez cânceres com maior coeficiente de morbidade hospitalar no
estado em 2002, no sexo masculino predominam os de lábio, cavidade oral e faringe e leucemia
(Figura 88). Para o sexo feminino, destacaram-se as neoplasias malignas de mama e colo do útero,
com ênfase para o incremento de 169,1% nas internações por câncer de mama e de 221,7% por
câncer de colo de útero entre 2002 e 2011 (Figura 89). O perfil das neoplasias malignas foi
semelhante nos dois anos avaliados em ambos os sexos, porém, os coeficientes foram maiores em
2012, para todas as causas (Figuras 88 e 89).
Figura 88 – Coeficiente de Morbidade Hospitalar (por 100.000 habitantes) por neoplasia maligna no sexo masculino segundo localização primária do tumor. Pernambuco, 2002 e 2011
4,2
4,3
5,8
7,5
8,8
10,4
11,9
14,9
19,6
45,0
1,6
0,9
1,3
3,3
1,2
3,6
5,4
3,3
10,8
7,9
0 20 40 60
Bexiga
Linfoma não-Hodgkin
Esôfago
Meninges,encéfalo e outras partes do SNC
Pele
Estômago
Cólon, reto e ânus
Próstata
Leucemia
Lábio, cavidade oral e faringe
Coeficiente de Morbidade Hospitalar(por 100.000 habitantes)2002 2011
Fonte: MS/SIH/SUS; IBGE – Estimativas Intercensitárias
Figura 89 – Coeficiente de Morbidade Hospitalar (por 100.000 habitantes) de neoplasia maligna no sexo feminino segundo localização primária do tumor. Pernambuco, 2002 e 2011
5,6
5,7
6,8
7,2
7,6
12,2
14,0
33,4
38,6
50,6
0,9
12,5
2,1
1,9
2,2
7,9
4,4
6,5
12,0
18,8
0 20 40 60
Pele
Corpo e partes não especificadas do útero
Estômago
Ovário
Meninges,encéfalo e outras partes do SNC
Leucemia
Cólon, reto e ânus
Lábio, cavidade oral e faringe
Colo do útero
Mama
Coeficiente de Morbidade Hospitalar(por 100.000 habitantes)2002 2011
Fonte: MS/SIH/SUS; IBGE – Estimativas Intercensitárias
Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco
88
6.2.4. Violências
As violências consistem no “uso intencional da força física ou do poder, real ou em ameaça,
contra si próprio, contra outra pessoa, ou contra um grupo ou uma comunidade, que resulte ou
tenha possibilidade de resultar em lesão, morte, dano psicológico, deficiência de desenvolvimento
ou privação” (OMS, 2002).
Entre os casos de violência notificados em Pernambuco no ano de 2011 observa-se, na figura
90, a predominância nas faixas etárias mais jovens. Nos indivíduos do sexo masculino a faixa etária
entre 1 e 39 anos concentrou aproximadamente 84,4% das notificações. Entre as mulheres,
destaca-se a proporção de casos ocorridos na faixa etária de 20 e 39 anos (47,6%).
Figura 90 – Proporção de casos notificados de violência segundo faixa etária e sexo da
vítima. Pernambuco, 2011
28,1 26,629,7
9,75,9
14,3
21,5
47,6
12,8
3,8
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
1 a 9 10 a 19 20 a 39 40 a 59 60 e +
%
Faixa etária (anos)
Masculino Feminino
Fonte: Sinan/SES-PE
Dos tipos de violência notificados, a física apresentou maior participação em ambos os
sexos. No sexo feminino, as outras violências mais frequentes foram: psicológica/moral e sexual,
com 36,3% e 19,0%, respectivamente. No sexo masculino, foram: negligência/abandono e
psicológica/moral, com 24,9% e 9,3%, respectivamente (Figura 91).
Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco
89
Figura 91 – Proporção de casos notificados de violência segundo tipo* e sexo da vítima.
Pernambuco, 2011
1,34,3
9,3
24,9
67,0
2,4
19,0
36,3
10,4
60,8
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Tortura Sexual Psicológica/Moral
Negligência/Abandono
Física
%
Masculino Feminino
* Para cada caso pode ser notificado mais de um tipo de violência Fonte: Sinan/SES-PE
Entre as Regiões de Saúde que mais notificaram casos de violência em 2011 no estado,
destacam-se a I, VIII e IV, com 67,8%, 12,5% e 6,7%, respectivamente (Figura 92).
Figura 92 – Proporção de casos de violência segundo Região de Saúde de notificação.
Pernambuco, 2011
67,8
3,50,1
6,7
0,12,9 1,1
12,5
3,2 1,4 0,6 0,2
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
I II III IV V VI VII VIII IX X XI XII
%
Fonte: Sinan/SES-PE
Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco
90
6.2.5. Acidentes de Transporte Terrestre (ATT)
Os acidentes de transporte são todos aqueles que envolvem um veículo destinado ou
usado, no momento do acidente, principalmente, para o transporte de pessoas ou de mercadorias
de um lugar para o outro. Inseridos nos acidentes de transporte, encontram-se classificados os
acidentes de transporte terrestre (ATT) (OMS, 2008).
Para caracterizar as vítimas de ATT em Pernambuco, foram analisados os atendimentos de
2011 provenientes das 21 Unidades Sentinelas de Informações sobre Acidentes de Transporte
Terrestre (USIATT), implantas em hospitais de referência em trauma, localizados em todas as
Regiões de Saúde do estado. A caracterização dos casos atendidos nas USIATT constitui-se um
importante instrumento para subsidiar a definição de intervenções que contribuam para a
modificação do perfil desses acidentes no estado.
A faixa etária de 20 a 39 foi a que apresentou maior proporção de atendimentos por ATT em
2011, em ambos os sexos (Figura 93).
Figura 93 – Proporção de atendimentos por acidentes de transportes terrestre nas
USIATT segundo faixa etária e sexo da pessoa atendida. Pernambuco, 2011
3,1
14,5
57,4
14,6
3,66,95,6
19,2
47,5
14,9
4,38,5
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
0 a 9 10 a 19 20 a 39 40 a 59 60 e+ Ignorado/Em branco
%
Faixa etária (anos)Masculino Feminino
Dados sujeitos à alteração Fonte: SINATT/SES-PE
A maioria das vítimas tinha a motocicleta como meio de locomoção no momento do
acidente, seguido do automóvel. A proporção de acidentes de motocicleta no sexo masculino é
maior que no feminino, por sua vez, a situação se inverte quando se trata de acidentes envolvendo
automóvel e nos atropelamentos (Figura 94).
Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco
91
Figura 94 – Proporção de atendimentos por acidentes de transportes terrestre nas USIATT
segundo sexo e meio de locomoção da vítima no momento do acidente. Pernambuco, 2011
6,3 8,7
72,9
7,00,6 0,8 2,3 1,6
13,2 14,6
60,7
5,51,8 0,7 1,8 1,6
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
A pé Automóvel Motocicleta Bicicleta Coletivo Veículo pesado
Outro Ignorado/Em branco
%
Masculino Feminino
Dados sujeitos à alteração Fonte: SINATT/SES-PE
Aproximadamente 25% das notificações de ATT ocorreram na I Região de Saúde, seguidas
da V e IX Regiões (Figura 95). O maior percentual de notificações na I Região pode ser explicado
pelo fato de esta contemplar 9 Unidades Sentinelas no período analisado. As demais Regiões
contém apenas uma USIATT cada.
Figura 95 – Proporção de atendimentos por acidentes de transportes terrestre nas USIATT
segundo Região de Saúde de notificação. Pernambuco, 2011
24,8
3,7 1,6
11,6 12,5
4,0 5,98,3
12,0
5,69,4
0,6
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
I* II III IV V VI VII VIII IX X XI XII
%
Dados sujeitos à alteração
* I Região de Saúde apresenta 09 Unidades notificadoras de ATT em 2011
Fonte: SINATT/SES-PE
Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco
92
6.2.6. Doenças e agravos relacionados ao Trabalho
O ambiente de trabalho é o local onde vive, durante boa parte da vida, a maioria da
população. Nos diversos locais de trabalho o indivíduo encontra-se exposto a fatores de risco que
vão desde os transtornos mentais até as doenças transmissíveis (BRASIL, 2001b).
A configuração da cadeia produtiva dentro das Regiões de Desenvolvimento (Figura 96)
pode influenciar na distribuição dos agravos relacionados ao trabalho, a partir dos riscos e
vulnerabilidades dele provenientes.
Figura 96 – Regiões de Desenvolvimento de Pernambuco
Fonte: Fundação de Desenvolvimento Municipal - CONDEPE/FIDEM-PE
Para a Vigilância em Saúde desta temática optou-se por descentralizar as ações de Saúde
do Trabalhador. Pernambuco aderiu à proposta do MS de implantar Centros de Referência em
Saúde do Trabalhador (Cerest), que estão distribuídos em oito regiões, de acordo com o critério
populacional (Figura 97).
Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco
93
Figura 97 – Área de cobertura dos Cerest em Pernambuco
Fonte: Secretaria Estadual de Saúde/Sinan
Além dos Cerest Pernambuco conta com 36 Unidades Sentinelas em Saúde do Trabalhador
e 05 Centros de Referencia Especializados em Saúde do Trabalhador - CRESAT que notificam
compulsoriamente nove agravos relacionados ao trabalho, de acordo com o anexo III da portaria
GM/MS Nº 104 de 25 de janeiro de 2011, que traz:
1- Acidentes graves ou fatais (aqueles que resultam em morte ou mutilações, ou ainda que
ocorreram em menores de 18 anos);
2- Acidentes com material biológico (envolvendo sangue e outros fluidos orgânicos ocorridos
com os profissionais da área da saúde durante o desenvolvimento do seu trabalho);
3- Câncer relacionado ao trabalho;
4- Dermatoses ocupacionais (Compreendem as alterações da pele, mucosas e anexos, direta ou
indiretamente causadas, mantidas ou agravadas pelo trabalho);
5- Intoxicações exógenas (por substâncias químicas, incluindo agrotóxicos, gases tóxicos e
metais pesados);
6- LER/DORT (Lesão por Esforço Repetitivo/ Distúrbio Osteomuscular Relacionado ao Trabalho),
7- PAIR (Perda Auditiva Induzida por Ruído);
8- Pneumoconioses (Conjunto de doenças pulmonares causadas pelo acúmulo de poeira nos
pulmões);
9- Transtornos mentais relacionados ao trabalho.
Os agravos de maior frequência de notificação em nosso território são as intoxicações
exógenas, os acidentes graves ou fatais e os com material biológico (Sinan/SES-PE).
Com relação às intoxicações exógenas relacionadas ao trabalho, a Região Metropolitana
apresentou a maior proporção de casos em 2011, seguida pela Região da Mata Norte, regiões
Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco
94
reconhecidas como produtoras de cana-de-açúcar que envolve no seu manejo a utilização de
agrotóxico (Figura 98).
Quanto aos acidentes de trabalho graves notificados pela rede, observa-se que o Sertão do
Pajeú e Região Metropolitana respondem juntos por aproximadamente 50% dos casos (Figura 98).
Sabe-se que o Sertão do Pajeú tem sofrido intensas transformações em decorrência das obras de
Transposição do Rio São Francisco e da construção da Ferrovia Transnordestina. Para a Vigilância
em Saúde, os Acidentes de Trabalho graves ou fatais são eventos sentinela que devem alertar toda
a rede para que sejam desencadeadas ações de promoção da saúde e prevenção de acidentes.
Já para os acidentes com material biológico, foi registrada maior frequência na Região
Metropolitana e no Sertão do São Francisco (Figura 98). Sabe-se que nesses locais estão
importantes polos médicos do estado nos quais há grande concentração de serviços de saúde.
Figura 98 – Proporção de casos de intoxicação exógena por agrotóxicos relacionada ao trabalho, acidentes de
trabalho grave e acidente de trabalho com material biológico segundo Regiões de Desenvolvimento. Pernambuco, 2011
23
,1
17
,9
11
,1
9,4
9,4
7,7
6,0
5,1
3,4
3,4
1,7
1,7
18
,1
4,5
10
,4
7,5
2,0
14
,5
1,6
29
,6
1,6 4
,7
4,1
1,5
39
,2
0,9
12
,5
1,6
35
,4
2,8
0,3
0,9
0,6 2,8
2,5
0,3
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Metr
op
olita
na
Mata
No
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Ag
reste
C
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São
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co
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Paje
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Ag
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M
eri
dio
nal
Mata
Sul
Ag
reste
S
ete
ntr
ional
Itap
ari
ca
%
Intoxicação exógena Acidente grave Material biológico
Fonte: Sinan/SES-PE
Ainda em relação às doenças e agravos de notificação relacionados ao trabalho, destacam-
se as lesões por esforço repetitivo. Essa doença pode ocorrer em diversas profissões, dentro de
diferentes cadeias produtivas, a exemplo do agricultor que trabalha na colheita da uva, em Petrolina,
ou do digitador/atendente de telemarketing relacionados ao polo de serviços da Região
Metropolitana, cuja Região é responsável por 94,8% das notificações por esse agravo no Estado
(Sinan/SES-PE). O MS estima que trata-se de um agravo subnotificado devido às dificuldades dos
profissionais de saúde associarem os sinais e sintomas ao trabalho do paciente, estabelecendo
assim o nexo causal.
Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco
95
No contexto atual, as condições de trabalho exercem influências negativas na saúde mental
dos trabalhadores. Contudo, estudos apontam que há subnotificação. Isso pode estar relacionado
ao não reconhecimento clínico de determinadas patologias laborais relacionadas aos transtornos
mentais (CARLOTTO, 2011). Na Região Metropolitana estão registradas todas as ocorrências para
esse agravo. Os municípios de Recife e Jaboatão dos Guararapes concentraram 86% dos casos.
6.2.7. Intoxicações Exógenas
A intoxicação é um problema de saúde pública de importância global. Segundo estimativas
da OMS, em 2004, cerca de 346.000 pessoas morreriam em todo o mundo devido à intoxicação não
intencional (OMS, 1990). A OMS aponta, ainda, que quase um milhão de pessoas morrem a cada
ano devido ao suicídio, e as substâncias químicas são responsáveis por um número significativo
dessas mortes.
De acordo com a ficha de investigação do Sinan para intoxicação exógena, o caso suspeito
é definido como “todo aquele indivíduo que, tendo sido exposto a substâncias químicas
(agrotóxicos, medicamentos, produtos de uso doméstico, cosméticos e higiene pessoal, produtos
químicos de uso industrial, drogas, plantas e alimentos e bebidas), apresente sinais e sintomas
clínicos de intoxicação e/ou alterações laboratoriais provavelmente ou possivelmente compatíveis”.
No Brasil, a dimensão da distribuição das intoxicações ainda não é plenamente conhecida,
uma vez que os dados epidemiológicos disponíveis são parciais e, em sua maioria proveniente dos
centros de informação e assistência toxicológica. O MS estima que para cada caso registrado no
Sinan existam outros 50 não notificados (BRASIL, 1996).
As intoxicações por medicamentos correspondem a principal causa de notificaçao de
intoxicação exógena em Pernambuco. Entretanto, ainda há grande participação de ingnorados/ em
branco (Figura 99). Com relação à ocupação, cerca de 30% dos casos notificados foram de
indivíduos que exerciam algum trabalho agropecuário, o que pode demonstrar a vulnerabilidade
destes trabalhadores aos produtos utilizados no ambiente de trabalho (Figura 100).
Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco
96
Figura 99 – Proporção notificações por intoxicação exógena segundo agente tóxico. Pernambuco, 2011
27,623,1
14,2 12,4
4,6 2,3 3,4
12,4
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Medicamento Alimento/Bebida
Agrotóxicos Drogas deabuso
Prod. Usodomiciliar
Prod. químico
Outros Ignorado/Em branco
%
Fonte: Sinan/SES-PE
Figura 100 – Proporção notificações por intoxicação exógena segundo ocupação. Pernambuco, 2011
30,226,0
9,44,4 4,0 2,7
16,9
6,4
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Trabalhoagropecuário
Estudante Dona de casa
AposentadoPensionista
Trab. volanteagricultura
Pedreiro Outras Ignorada
%
Fonte: Sinan/SES-PE
Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco
97
7. MORTALIDADE
7.1. Mortalidade Geral As informações sobre mortalidade são provenientes do Sistema de Informações sobre
Mortalidade (SIM), cujo instrumento base para coleta de dados é a Declaração de Óbito (DO),
padronizada pelo MS, e que também serve de base para lavratura da Certidão de Óbito pelo
Cartório de Registro Civil (BRASIL, 2009a).
A análise da mortalidade permite acompanhar mudanças no perfil epidemiológico para
subsidiar no planejamento de ações e na organização de serviços de saúde de acordo com as
necessidades da população (BRASIL, 2004).
O padrão de mortalidade pode sofrer alterações de acordo com a interação de fatores
interdependentes, tais como, mudança na estrutura demográfica da população e do padrão de
morbidade, fatores ambientais e socioculturais (CARMO; BARRETO; SILVA JR, 2003).
O Coeficiente de Mortalidade Geral (CMG) expressa a intensidade com a qual a mortalidade
atua sobre uma população. É influenciado pela estrutura populacional quanto à idade e sexo, e,
quando elevado, pode relacionar-se a baixa condição de vida ou maior número de idosos. A
observação do CMG também permite acompanhar a captação de óbitos no SIM (BRASIL, 2009a).
Entre os anos de 2002 e 2011, Pernambuco apresentou incremento de 8% no número total
de óbitos, com média de 55.669 óbitos no decênio. Entretanto, o CMG de 2011 foi muito próximo ao
do início do período (Figura 101).
Figura 101 – Número de óbitos e coeficiente de mortalidade geral (por 1.000 habitantes).
Pernambuco, 2002 a 2011*
54
.26
3
55
.34
9
55
.44
6
54
.43
4
53
.97
9
55
.35
6
56
.34
1
56
.48
9
56
.22
2
58
.81
0
6,7 6,8 6,76,5 6,3 6,4 6,5 6,4 6,4
6,6
0
1
2
3
4
5
6
7
8
0
10.000
20.000
30.000
40.000
50.000
60.000
70.000
2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Co
efi
cie
nte
de M
ort
alid
ad
e G
era
l(p
or 1.0
00 h
abitante
s)
Nú
mero
de ó
bit
os
Nº óbitos CMG
* Dados sujeitos à alteração Fonte: SIM/ SEVS/ SES-PE; IBGE – Censos e estimativas Intercensitárias
Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco
98
A IV Região de Saúde apresentou a maior média do CMG (7,09/1.000 habitantes) no
período analisado em relação as demais, embora a III Região tenha apresentado CMG mais
elevados em quatro anos do decênio analisado. A VIII Região apresentou baixo CMG no período,
com média de 4,99/1.000 habitantes, indicando reduzida captação de óbitos e, consequentemente,
baixa cobertura do SIM (Tabela 26).
Tabela 26 – Coeficiente de Mortalidade Geral (por 1.000 habitantes) segundo Região de Saúde de residência.
Pernambuco, 2002 a 2011*
Região de Saúde 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
I - Recife 6,6 6,6 6,7 6,4 6,3 6,2 6,3 6,3 6,5 6,7
II - Limoeiro 6,6 6,6 6,6 6,1 6,1 6,3 6,7 6,6 6,4 6,8
III - Palmares 7,5 7,9 7,4 7,1 6,7 7,1 6,8 6,3 6,3 6,5
IV - Caruaru 7,3 7,4 7,5 7,0 6,8 7,0 7,0 7,0 6,8 7,1
V - Garanhuns 6,8 7,0 7,0 6,6 6,5 7,0 6,8 6,8 6,7 6,7
VI - Arcoverde 6,5 6,9 6,8 6,7 6,3 6,8 6,2 6,0 5,8 5,9
VII - Salgueiro 5,4 5,8 5,2 5,4 5,4 5,6 5,5 5,5 5,4 5,9
VIII - Petrolina 5,1 5,3 4,9 5,1 5,2 4,9 5,2 4,8 4,6 4,8
IX - Ouricuri 5,4 5,9 5,6 5,7 5,5 5,6 5,7 5,5 5,4 5,6
X - Afogados da Ingazeira 6,6 6,6 6,6 6,6 7,0 6,9 6,9 6,7 7,2 7,2
XI - Serra Talhada 6,8 6,6 6,4 6,2 6,8 6,8 6,3 6,7 6,4 6,9
XII - Goiana 6,9 7,2 7,1 7,0 6,3 6,7 6,6 6,9 6,6 6,8
* Dados sujeitos à alteração Fonte: SIM / SES-PE; IBGE – Censos e estimativas Intercensitárias
Em Pernambuco, a proporção de óbitos com causas mal definidas diminuiu 71,6% entre
2002 a 2011, passando de 18,2% para 5,2%, respectivamente. Essa redução foi mais evidente
entre os anos de 2005 e 2006 (40,6%), período em que foi implantado o projeto para redução da
causa de óbito por causa mal definida (Figura 102).
Figura 102 – Proporção de óbitos com causa mal definida. Pernambuco, 2002 a 2011*
18,2 17,1 15,2
9,75,7 4,9 5,1 5,2 5,2 5,2
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
%
* Dados sujeitos à alteração
Fonte: SIM / SEVS / SES-PE
Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco
99
Nos anos de 2002, 2007 e 2011 mais de 50% dos óbitos ocorreram em hospitais, com
incremento de 10,3% em todo o período, demonstrando que uma maior parcela da população
recebeu assistência hospitalar no momento da morte em 2011. Os óbitos domiciliares ocupam o
segundo lugar em relação as demais ocorrências, observando-se uma redução de 21,8% (Figura
103).
Figura 103 – Proporção dos óbitos local de ocorrência. Pernambuco, 2002, 2007 e 2011*
57,462,0 63,3
31,626,3 24,7
7,3 7,9 7,4
3,1 3,2 4,3
0,6 0,5 0,3
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
2002 2007 2011
Hospital Domicílio Via pública Outros locais Ignorado
* Dados sujeitos à alteração Fonte: SIM / SEVS / SES-PE
No decênio analisado, a variável raça/cor na DO passou a ser melhor preenchida,
observavando-se uma redução de 51,2% de informação ignorada. Os óbitos cuja classificação da
raça/cor foi parda apresentaram maior incremento (19,5%) e representou em 54,5% do total de óbitos
de 2011. Em todos os anos da série, a raça/cor branca foi a segunda categoria com maior número de
óbitos, seguidos dos óbitos classificados na raça/cor preta (Figura 104).
Dentre os principais agravos, destacam-se os óbitos classificados como raça/cor parda com
predomínio das causas externas com 79,0% (Figura 105).
Relação
2002 / 2011 50,0
%
38,7
%
1,4
%
21,8
%
10,3
%
Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco
100
Figura 104 – Proporção de óbito segundo raça/cor. Pernambuco, 2002 a 2011*
2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Parda 45,6 49,3 51,8 52,3 54,1 54,9 55,0 52,5 54,0 54,5
Branca 32,3 32,6 33,2 32,5 32,1 31,4 31,5 31,6 32,0 31,2
Preta 5,4 5,3 5,4 5,3 5,5 5,5 5,4 5,0 5,6 5,9
Amarela 0,3 0,3 0,2 0,3 0,3 0,3 0,3 0,2 0,3 0,3
Indígena 0,3 0,2 0,2 0,2 0,2 0,2 0,2 0,2 0,2 0,2
Não informado 16,2 12,4 9,1 9,4 7,8 7,6 7,6 10,5 7,9 7,9
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100%
* Dados sujeitos à alteração Fonte: SIM / SEVS / SES-PE
Figura 105 – Proporção de óbito dos principais grupos de causa segundo raça/cor.
Pernambuco, 2011*
Aparelho circulatório
Causas externas NeoplasiasAparelho
respiratórioEndócrinas
Não informado 4,0 6,7 5,5 4,6 4,9
Indígena 0,3 0,2 0,2 0,2 0,2
Amarela 0,3 0,1 0,5 0,3 0,4
Preta 7,3 2,2 6,3 6,3 7,7
Branca 34,5 11,9 38,1 40,7 36,9
Parda 53,6 79,0 49,3 48,0 49,8
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
* Dados sujeitos à alteração Fonte: SIM / SEVS / SES-PE
No período de 2002 a 2011, observa-se maior proporção de óbitos do sexo masculino, com média
de 56,8% em relação ao sexo feminino (Figura 106). Quando observado o CMG por sexo, verificou-se que
para o sexo masculino houve uma redução de 2,5% e para o sexo feminino um incremento de 1,8% no
período analisado (Figura 107).
Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco
101
Figura 106 – Proporção de óbitos segundo sexo. Pernambuco, 2002 a 2011*
57,8 57,2 56,7 56,6 57,0 57,2 56,6 56,4 56,4 56,3
42,2 42,8 43,3 43,4 43,0 42,8 43,4 43,6 43,6 43,7
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Masculino Feminino
* Dados sujeitos à alteração Fonte: SIM / SEVS / SES-PE
Figura 107 – Número de óbitos e coeficiente de mortalidade geral (CMG) (por 1.000 habitantes)
segundo sexo. Pernambuco, 2002 a 2011*
2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Nº masculino 31.290 31.604 31.407 30.794 30.741 31.626 31.841 31.798 31.618 33.062
N° feminino 22.888 23.667 23.968 23.579 23.190 23.627 24.376 24.563 24.488 25.620
CMG masculino 8,0 8,0 7,9 7,6 7,5 7,6 7,5 7,5 7,5 7,8
CMG feminino 5,5 5,6 5,6 5,4 5,3 5,3 5,4 5,4 5,4 5,6
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
0
5.000
10.000
15.000
20.000
25.000
30.000
35.000
Co
efi
cie
nte
de M
ort
alid
ad
e G
era
l(p
or 1
.000 h
abitante
s)
Nú
mero
de ó
bit
os
* Dados sujeitos à alteração Fonte: SIM / SEVS / SES-PE; IBGE – Censos e estimativas Intercensitárias
Com relação às faixas etárias, observa-se maior proporção de óbitos entre os idosos em
todos os anos analisados, com incremento de 11,4%. Isso pode estar relacionado ao aumento da
expectativa de vida ao nascer, refletindo no processo de envelhecimento da população e,
consequentemente, no aumento contínuo da população de idosos. Também verrificou-se
incremento de 7,8% dos óbitos ocorridos na faixa etária de 40 a 59 anos. Para as demais faixas
etárias, verificou-se redução nos óbitos, destacando-se os infantis (<1 ano), com redução de
55,8%. As Regiões de Saúde também acompanham o perfil estadual, observando-se uma maior
diferença nas VI, VII, VIII e IX Região, onde a proporção de óbitos de menores de 1 ano e adultos
jovens é maior do que o padrão estadual (Figuras 108 e 109).
Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco
102
Figura 108 – Proporção dos óbitos segundo faixa etária. Pernambuco, 2002 a 2011*
2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
60 e + 55,9 56,6 57,9 57,3 57,7 58,2 58,9 59,7 61,3 62,3
40 a 59 18,0 18,2 18,7 19,0 19,4 19,2 19,3 19,4 19,4 19,4
20 a 39 13,4 13,1 12,3 12,9 13,1 13,1 13,1 12,6 12,1 11,5
10 a 19 3,1 2,8 3,2 3,1 3,2 3,1 3,0 2,6 2,5 2,4
1 a 9 1,8 1,7 1,5 1,4 1,4 1,3 1,2 1,2 1,0 1,0
<1 ano 7,7 7,5 6,3 6,3 5,3 5,0 4,5 4,5 3,8 3,4
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
* Dados sujeitos à alteração Fonte: SIM / SEVS / SES-PE
Figura 109 – Proporção dos óbitos segundo faixa etária e Região de Saúde de residência. Pernambuco, 2011*
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%
PERNAMBUCO
I-Recife
II-Limoeiro
III-Palmares
IV-Caruaru
V-Garanhuns
VI-Arcoverde
VII-Salgueiro
VIII-Petrolina
IX-Ouricuri
X-Afogados da Ingazeira
XI-Serra Talhada
XII-Goiana
<1 ano 1 a 9 10 a 19 20 a 39 40 a 59 60 e +
* Dados sujeitos à alteração Fonte: SIM / SEVS / SES-PE
Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco
103
Quanto as principais causas de óbito, observa-se que no ano de 2011 o padrão de
mortalidade nas Regiões de Saúde acompanha o perfil estadual, apresentando maior proporção de
óbitos por Doenças do Aparelho Circulatório (DAC) em relação aos demais agravos. As causas
externas e neoplasias alternam entre a segunda e terceira causa de óbito entre as Regiões de
Saúde. Esse perfil acompanha o padrão epidemiológico do país e traz implicações na estrutura
demográfica. As causas de óbito mal definidas destacaram-se pela proporção elevada, em especial,
as V, VI e VIII Região de Saúde que apresentaram acima de 10% (Figura 110).
Figura 110 – Proporção dos óbitos segundo principais causas básicas e Regiões de Saúde de residência.
Pernambuco, 2011*
29,3
28,5
34,7
31,2
30,2
29,5
25,2
26,4
20,4
27,7
34,9
33,2
33,9
13,1
13,7
11,5
11,4
12,2
10,0
13,4
10,9
17,1
16,8
7,2
12,7
12,3
12,8
14,7
12,2
10,0
11,5
9,9
10,4
15,9
10,9
12,0
14,5
13,0
9,9
10,9
13,3
9,2
10,8
9,4
9,4
7,6
9,1
6,8
6,8
8,1
8,6
9,2
8,1
6,6
9,1
11,2
10,9
9,0
8,3
5,1
4,9
7,0
10,1
7,0
12,0
5,2
5,7
6,2
6,0
5,1
4,3
3,3
4,6
3,5
2,6
5,3
3,5
5,4
5,2
1,6
3,1
3,9
6,8
14,0
16,2
9,2
19,0
8,5
4,3
5,8
4,2
15,4
15,9
14,0
15,5
13,8
13,8
15,7
18,8
17,3
18,7
15,8
16,2
13,0
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
PERNAMBUCO
I-Recife
II-Limoeiro
III-Palmares
IV-Caruaru
V-Garanhuns
VI-Arcoverde
VII-Salgueiro
VIII-Petrolina
IX-Ouricuri
X-Afogados da Ingazeira
XI-Serra Talhada
XII-Goiana
%
D. ap. circulatório Causas externas Neoplasias D. ap. respiratório
D. endócrinas nutricionais e metabólicas
D. aparelho digestivo Mal definidas e desconhecidas Demais causas
* Dados sujeitos à alteração Fonte: SIM / SEVS / SES-PE
Em 2002, Pernambuco apresentou como principal causa de óbito as DAC, seguida das
causas mal definidas, causas externas e neoplasia (Tabela 27). No ano de 2011, as DAC
permaneceram em primeiro lugar, e as causas mal definidas caíram para sétimo lugar, isto reflete a
melhoria na qualificação na causa básica de óbito (Tabela 28).
Ao analisar as principais causas segundo faixa etária, nos anos de 2002 e 2011, observa-se
que em menores de 1 ano as principais causas foram as afecções perinatais, já na faixa etária de 1
a 39 anos, as causas que predominaram foram as externas, e nas demais foram as doenças do
aparelho circulatório (Tabela 27 e 28).
Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco
104
Tabela 27 – Classificação das principais causas básicas de óbito segundo faixa etária. Pernambuco, 2002
Ranking
Grupos etários (anos)
Pernambuco < 1 ano 1-9 10-19 20-39 40-59
60 anos e mais
1º Afecções Perinatais
Causas Externas
Causas Externas
Causas Externas
DAC DAC DAC
2º Mal Definidas DAR Mal Definidas Mal Definidas Neoplasia Mal
Definidas Mal Definidas
3º DIP Mal Definidas Neoplasia DAC Causas
Externas Neoplasia
Causas Externas
4º Anomalia Congênita
DIP DAC DIP Mal Definidas DAR Neoplasia
5º DAR Neoplasia DIP Neoplasia Aparelho Digestivo
Endócrina DAR
6º Endócrina Endócrina DAR Aparelho Digestivo
DIP Aparelho Digestivo
Afecções Perinatais
7º Causas
Externas Anomalia
Congênita; Sistema Nervoso
Sistema nervoso
DAR DAR DIP Endócrina
8º DSHI Endócrina Endócrina Endócrina Causas
Externas DIP
9º Sistema nervoso
DAC GPP Sistema Nervoso
DAGU DAGU Aparelho Digestivo
10º Aparelho Digestivo
DSHI Anomalia Congênita
TMC TMC Sistema Nervoso
DAGU
Legenda: DAC – Doenças do Aparelho Circulatório; DAGU – Doenças do Aparelho Geniturinário; DAR – Doenças do Aparelho Respiratório; TMC – Transtornos Mentais e Comportamentais; DIP – Doenças Infecciosas e Parasitárias; DSOH – Doenças do Sangue e dos Órgãos Hematopoiéticos e alguns Transtornos Imunitários; GPP – Gravidez Parto e Puerpério
* Dados sujeitos à alteração Fonte: SIM / SEVS / SES-PE
Tabela 28 – Classificação das principais causas básicas de óbito segundo faixa etária. Pernambuco, 2011
Ranking
Grupos etários (anos)
Pernambuco < 1 ano 1-9 10-19 20-39 40-59
60 anos e mais
1º Afecções Perinatais
Causas Externas
Causas Externas
Causas Externas
DAC DAC DAC
2º Anomalia Congênita
Anomalia Congênita
Neoplasia DAC Neoplasia DAR Causas
Externas
3º DIP DAR DAC DIP Causas
Externas Neoplasia Neoplasia
4º DAR DIP Mal Definidas Neoplasia Aparelho Digestivo
Endócrina DAR
5º Causas
Externas Neoplasia DIP
Aparelho Digestivo
DAR Mal
Definidas Endócrina
6º Mal Definidas Sistema Nervoso
DAR Mal Definidas Endócrina Aparelho Digestivo
Aparelho Digestivo
7º Endócrina Endócrina Sistema Nervoso
DAR DIP DIP Mal Definidas
8º Sistema Nervoso
Mal Definidas Anomalia Congênita
Sistema Nervoso
Mal Definidas Causas Externas
Afecções Perinatais
9º DSHI;
Aparelho Digestivo
DAC Endócrina Endócrina TMC DAGU DIP
10º DSHI;
Aparelho Digestivo
Aparelho Digestivo;
DAGU TMC DAGU
Sistema Nervoso
DAGU
Legenda: DAC – Doenças do Aparelho Circulatório; DAGU – Doenças do Aparelho Geniturinário; DAR – Doenças do Aparelho Respiratório; TMC – Transtornos Mentais e Comportamentais; DIP – Doenças Infecciosas e Parasitárias; DSOH – Doenças do Sangue e dos Órgãos Hematopoiéticos e alguns Transtornos Imunitários; GPP – Gravidez Parto e Puerpério
* Dados sujeitos à alteração Fonte: SIM / SEVS / SES-PE
Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco
105
7.2. Análise da mortalidade segundo ciclo de vida
7.2.1. Mortalidade em menores de 1 ano
O Coeficiente de Mortalidade Infantil (CMI) expressa o risco de morte dos Nascidos Vivos
(NV) no primeiro ano de vida e reflete, de maneira geral, as condições de desenvolvimento
socioeconômico e infraestrutura ambiental, bem como o acesso e a qualidade dos recursos
disponíveis para atenção à saúde materna e da população infantil. Este indicador é utilizado para
subsidiar no planejamento das políticas e ações de saúde voltadas para a atenção pré-natal, parto e
proteção da saúde infantil. Para tanto, os dados precisam ser confiáveis, de qualidade e com
cobertura adequada.
A análise da mortalidade infantil em Pernambuco no período de 2002 a 2011 aponta para a
redução no risco de morrer antes do primeiro ano de vida, visto que o CMI passou de 26,3/1.000 NV
em 2002, para 13,7/1.000 NV no ano de 2011. Desde 2006, o estado obteve a classificação de baixa
mortalidade infantil (< 20 por mil), segundo os critérios da OMS (Figura 111).
Figura 111 – Número de óbitos de menores de 1 ano e Coeficiente de Mortalidade Infantil (CMI)
(por 1.000 nascidos vivos). Pernambuco, 2002 a 2011*
4.0
17
4.0
00
3.3
48
3.2
71
2.7
48
2.6
90
2.4
70
2.4
38
2.0
78
1.9
50
26,325,5
22,721,5
18,8 18,8
17,0 17,2
15,213,7
0
5
10
15
20
25
30
0
500
1.000
1.500
2.000
2.500
3.000
3.500
4.000
4.500
2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Co
efi
cie
nte
de M
ort
alid
ad
e In
fanti
l(p
or 1
.000 n
asci
dos v
ivos)
Nú
mero
de ó
bit
os
Nº de óbitos Nascidos vivos
* Dados sujeitos à alteração Fonte: SIM / SEVS / SES-PE; Sinasc / SEVS / SES-PE
Entretanto, é preciso considerar que, apesar dos avanços, a cobertura do SIM em
Pernambuco ainda não atingiu o parâmetro mínimo de 90% para os óbitos menores de 1 ano, e o
cálculo dos indicadores com os dados diretos do sistema pode gerar algumas imprecisões, devendo
ser realizada com cautela.
Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco
106
A pesquisa “Busca Ativa de Nascidos Vivos e Óbitos no Nordeste e Amazônia Legal”
coordenada pela Fiocruz e MS observou as subnotificações destes eventos vitais para as Unidades
Federativas e aplicou fatores de correção para recalcular os CMI (SZWARCWALD et al., 2010). Em
Pernambuco, no ano de 2008, a pesquisa supracitada verificou uma cobertura dos óbitos infantis no
SIM de 83,3%, e o CMI corrigido de 19,3/1.000 NV.
Entre os subcomponentes do CMI, o Coeficiente de Mortalidade Neonatal Precoce (<7 dias)
foi o mais elevado em todo o período analisado, apesar de apresentar uma redução de 40,0% quando
comparados os anos de 2002 e 2011 (Figura 112).
Figura 112 – Distribuição do Coeficiente de Mortalidade Infantil, segundo componentes da mortalidade
infantil (por 1.000 nascidos vivos). Pernambuco, 2002 a 2011*
2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Neonatal precoce (<7 dias) 12,0 11,4 11,0 10,9 9,9 9,7 8,7 9,0 8,4 7,2
Neonatal tardio (7 a 27 dias) 3,2 3,1 2,5 2,6 2,2 2,4 2,3 2,6 2,2 2,1
Pós-neonatal (28 dias a <1ano) 11,1 10,8 9,1 7,9 6,6 6,6 5,9 5,5 4,5 4,4
0
2
4
6
8
10
12
14
Co
efi
cie
nte
de M
ort
alid
ad
e In
fanti
l (p
or 1
.000 n
asci
dos v
ivos)
* Dados sujeitos à alteração Fonte: SIM / SEVS / SES-PE; Sinasc / SEVS / SES-PE
Entre as causa de morte, as afecções perinatais apresentaram maior risco, durante o período
de 2002 a 2011. Em 2002, o CMI para esse grupo foi de 12,5/1.000 NV e diminuiu para 7,7/1.000 NV
em 2011. Nesse mesmo período, as anomalias congênitas, que ocupavam o terceiro grupo de causa,
em 2011 tornaram-se o segundo grupo (Figura 113).
Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco
107
Figura 113 – Coeficiente de mortalidade infantil (por 1.000 nascidos vivos) segundo principais grupos de
causa. Pernambuco, 2002 a 2011*
2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Afecções Perinatais 12,5 12,2 11,6 11,6 10,7 10,3 9,5 10,1 9,0 7,7
Anomalia Congênita 2,6 2,6 2,6 2,7 2,8 3,1 2,9 3,0 3,0 3,0
DIP 3,0 3,1 2,7 2,1 1,6 1,6 1,2 1,0 0,9 0,9
DAR 1,7 1,4 1,3 1,4 1,1 1,0 1,1 0,9 0,7 0,8
Causas Externas 0,3 0,3 0,3 0,3 0,4 0,4 0,4 0,5 0,3 0,5
0
2
4
6
8
10
12
14
Co
efi
cie
nte
de M
ort
alid
ad
e
(po
r 1
.000 n
asci
dos v
ivos)
Legenda: DAR - Doenças do Aparelho Respiratório; DIP – Doenças Infecciosas e Parasitárias * Dados sujeitos à alteração Fonte: SIM / SEVS / SES-PE; Sinasc / SEVS / SES-PE
Nas Regiões de Saúde, as afecções perinatais permaneceram como principal causa nos ano
de 2002 e 2011, exceto na VI Região de Saúde, que, em 2002, apresentou as causas mal definidas
como primeiro grupo de causas (Tabela 29).
Tabela 29 – Classificação das principais causas de óbitos infantil segundo Região de Saúde. Pernambuco, 2002 e 2011*
Região de Saúde 2002 2011
1º 2º 3º 1º 2º 3º
I-Recife Afecções Perinatais
Anomalia Congênita
DAR Afecções Perinatais
Anomalia Congênita
DIP
II-Limoeiro Afecções Perinatais
Anomalia Congênita
DIP Afecções Perinatais
Anomalia Congênita
DIP; Causas Externas
III-Palmares Afecções Perinatais
Mal Definidas DIP Afecções Perinatais
Anomalia Congênita
DIP
IV-Caruaru Afecções Perinatais
Mal Definidas DIP Afecções Perinatais
Anomalia Congênita
DAR
V-Garanhuns Afecções Perinatais
Mal Definidas DIP Afecções Perinatais
Anomalia Congênita
DAR
VI-Arcoverde Mal Definidas Afecções Perinatais
DIP Afecções Perinatais
Anomalia Congênita
DIP
VII-Salgueiro Afecções Perinatais
Anomalia Congênita
DIP Afecções Perinatais
Anomalia Congênita; Mal Definidas
VIII-Petrolina Afecções Perinatais
Mal Definidas Anomalia Congênita
Afecções Perinatais
Anomalia Congênita
DAR
IX-Ouricuri Afecções Perinatais
Mal Definidas DIP Afecções Perinatais
Anomalia Congênita
DIP
X-Afogados da Ingazeira
Afecções Perinatais
DIP Mal Definidas Afecções Perinatais
Anomalia Congênita
DIP; DAR
XI-Serra Talhada Afecções Perinatais
DIP Anomalia Congênita
Afecções Perinatais
Anomalia Congênita
DAR
XII-Goiana Afecções Perinatais
DIP Mal Definidas Afecções Perinatais
Anomalia Congênita
DIP; DAR; Causas Externas
Legenda: DAR - Doenças do Aparelho Respiratório; DIP – Doenças Infecciosas e Parasitárias * Dados sujeitos à alteração Fonte: SIM / SEVS / SES-PE
Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco
108
Dentre as principais causas dentro do grupo das afecções perinatais, no triênio de 2002 a
2004, destacou-se os transtornos respiratórios e cardiovasculares específicos, com 51,2% dos óbitos.
Já no triênio de 2009 a 2011, predominou o feto e recém-nascido afetados por fatores maternos e por
complicações da gravidez, do trabalho de parto e do parto, com 35,1% (Tabela 30).
Tabela 30 – Número e proporção de óbitos infantis segundo principais grupos de causa definida.
Pernambuco, 2002 a 2004 e 2009 e 2011*
2002 a 2004 2009 a 2011
Grupo de causa Nº % Grupo de causa Nº %
Afecções Perinatais 5.526 100,0 Afecções Perinatais 3.756 100,0
Transtornos respiratórios e cardiovasculares específicos
2.830 51,2 Feto e recém-nascido afetados por fatores maternos e por complicações da gravidez, do trabalho de parto e do parto
1.318 35,1
Feto e recém-nascido afetados por fatores maternos e por complicações da gravidez, do trabalho de parto e do parto
1.037 18,8 Transtornos respiratórios e cardiovasculares específicos
1.272 33,9
Outras afecções perinatais 1.659 30,0 Outras afecções perinatais 1.166 31,0
DIP 1.338 100,0 Anomalia Congênita 1.269 100,0
Doenças infecciosas intestinais 1.042 77,9 Malformações congênitas do aparelho circulatório
478 37,7
Outras doenças bacterianas 241 18,0 Malformações congênitas do sistema nervoso
205 16,2
Outras DIP 55 4,1 Outras anomalias congênitas 586 46,2
Anomalia Congênita 1.185 100,0 DIP 387 100,0
Malformações congênitas do aparelho circulatório
408 34,4 Doenças infecciosas intestinais 242 62,5
Malformações congênitas do sistema nervoso
251 21,2 Outras doenças bacterianas 87 22,5
Outras anomalias congênitas 526 44,4 Outras DIP 58 15,0
* Dados sujeitos à alteração
Fonte: SIM / SEVS / SES-PE
Do grupo de causas evitáveis, que totaliza 70,6% dos óbitos infantis em 2011, 27,1% foram
redutíveis por atenção à mulher na gestação (Tabela 31).
Tabela 31 – Número e proporção de óbitos infantis segundo principais grupos de causas evitáveis.
Pernambuco, 2011*
Grupos de causas Nº %
Causas evitáveis 1.376 70,6
Reduzíveis por ações de imunização 6 0,3
Reduzíveis por atenção à mulher na gestação 528 27,1
Reduzíveis por adequada atenção à mulher no parto 200 10,3
Reduzíveis por adequada atenção ao recém-nascido 326 16,7
Reduzíveis por ações diagnóstico e tratamento adequado 152 7,8
Reduzíveis por ações de promoção à saúde vinculadas a ações da atenção primária 164 8,4
Causas mal definidas 19 1,0
Demais causas (não claramente evitáveis) 555 28,5
Total 1.950 100,0
* Dados sujeitos à alteração Fonte: SIM / SEVS / SES-PE
Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco
109
7.2.2. Mortalidade entre 1 a 9 anos
Na faixa etária de 1 a 9 anos, o coeficiente de mortalidade no sexo masculino foi mais
elevado do que o feminino, no período de 2002 a 2011. Ambos apresentaram decréscimo, com maior
redução no masculino (36,8%) do que no feminino (23,3%) (Figura 114).
Figura 114 – Coeficiente de mortalidade (por 100.000 habitantes) segundo sexo na faixa etária de
1 a 9 anos. Pernambuco, 2002 a 2011*
2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Masculino 69,6 68,2 60,4 51,7 52,4 56,4 49,2 50,8 42,7 44,0
Feminino 54,1 53,3 49,1 47,3 40,1 40,0 42,4 40,5 37,8 41,5
0
10
20
30
40
50
60
70
80
Co
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alid
ad
e
(po
r 100.0
00 h
abitan
tes)
* Dados sujeitos à alteração Fonte: SIM / SEVS / SES-PE; IBGE – Censos e estimativas Intercensitárias
Entre os grupos de causas de óbitos para o sexo masculino na faixa etária de 1 a 9 anos,
destacam-se as causas externas, com um coeficiente de mortalidade de 19,1/100.000 habitantes em
2002, e de 13,5/100.000 habitantes em 2011 (redução de 29,3%) (Figura 115).
Figura 115 – Coeficiente de mortalidade (por 100.000 habitantes) segundo principais grupos de causa para o sexo masculino na faixa etária de 1 a 9 anos. Pernambuco, 2002 a 2011*
2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Causas Externas 19,1 18,9 15,0 15,0 14,4 17,0 15,3 15,8 14,6 13,5
DIP 9,3 6,8 7,3 6,5 4,2 6,8 5,8 6,5 4,7 5,0
Anomalias Congênitas 3,1 3,3 3,3 3,6 4,3 5,5 4,3 5,4 4,3 4,8
DAR 9,4 9,1 9,2 6,6 9,6 8,1 6,3 5,8 4,9 4,5
Neoplasias 5,0 3,3 4,4 2,7 5,1 5,7 4,0 5,1 3,2 4,4
0
5
10
15
20
25
Co
efi
cie
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de M
ort
alid
ad
e
(po
r 100.0
00 h
abitan
tes)
Legenda: DAR - Doenças do Aparelho Respiratório; DIP – Doenças Infecciosas e Parasitárias * Dados sujeitos à alteração Fonte: SIM / SEVS / SES-PE; IBGE – Censos e estimativas Intercensitárias
Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco
110
O sexo feminino, na faixa etária de 1 a 9 anos, apresentou as causas externas com maior
risco de morte no período de 2003 a 2011. O coeficiente de mortalidade foi 10,2/100.000 habitantes
em 2003, e 8,4/100.000 habitantes em 2011. Apenas no ano de 2002 as doenças do aparelho
respiratório foram a principal causa de morte, com 11,8 óbitos/100.000 habitantes (Figura 116).
Figura 116 – Coeficiente de mortalidade (por 100.000 habitantes) segundo principais grupos de causa para o sexo feminino na faixa etária de 1 a 9 anos. Pernambuco, 2002 a 2011*
2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Causas Externas 9,0 10,2 8,9 10,1 8,4 6,8 9,2 9,4 7,7 8,4
Anomalias Congênitas 2,8 4,5 3,5 4,2 4,5 4,4 6,2 4,6 3,8 6,6
DAR 11,8 9,1 6,9 7,3 6,7 6,1 6,4 6,0 4,4 5,9
DIP 7,9 6,1 7,2 6,8 5,5 5,1 4,8 5,3 5,8 4,5
Neoplasias 2,6 4,2 3,5 3,6 3,4 3,7 4,1 4,1 3,9 4,4
0
2
4
6
8
10
12
14
Co
efi
cie
nte
de M
ort
alid
ad
e
(po
r 100.0
00 h
abitan
tes)
Legenda: DAR – Doenças do Aparelho Respiratório; DIP – Doenças Infecciosas e Parasitárias. * Dados sujeitos à alteração Fonte: SIM / SEVS / SES-PE; IBGE – Censos e estimativas Intercensitárias
Em 2002, as Regiões de Saúde de I, II, IV, VII, VIII apresentaram as causas externas como
principal causa de óbito, na faixa etária de 1 a 9 anos. Já em 2011, somente a V, VI, e VII Regiões
não apresentaram as causas externas como primeiro grupo de causa (Tabela 32).
Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco
111
Tabela 32 – Classificação das principais causas de óbitos segundo Região de Saúde na faixa etária de 1 a 9 anos.
Pernambuco, 2002 e 2011*
Região de Saúde 2002 2011
1º 2º 3º 1º 2º 3º
I-Recife Causas Externas
DIP DAR Causas
Externas Anomalia Congênita
DAR
II-Limoeiro Causas Externas
DAR
Neoplasia; Endócrina; Anomalia Congênita
Causas Externas
Anomalia Congênita
Sistema Nervoso
III-Palmares Mal Definidas DAR Causas Externas Causas
Externas Anomalia Congênita;
Sistema Nervoso; DIP
IV-Caruaru Causas Externas
Mal Definidas DAR Causas
Externas Anomalia Congênita
DAR
V-Garanhuns Mal Definidas Causas Externas;
DAR DAR; Neoplasia
Causas Externas; Sistema Nervoso
VI-Arcoverde Mal Definidas Causas Externas;
DAR DIP Mal Definidas Endócrina
VII-Salgueiro Causas Externas
DIP; Aparelho Digestivo
Mal Definidas DAR; Causas Externas
VIII-Petrolina Causas Externas
DAR DIP; Mal Definidas Causas
Externas Mal Definidas
Anomalia Congênita
IX-Ouricuri Mal Definidas DIP DAR Causas
Externas Anomalia Congênita
DIP
X-Afogados da Ingazeira
Mal Definidas
DIP; DAR; Causas externas; Endócrinas; DAC; DAGU;
Anomalia Congênita; Sistema Nervoso
Causas Externas; Sistema Nervoso
Neoplasia
XI-Serra Talhada DIP DAR Causas Externas Causas
Externas DAR Neoplasia
XII-Goiana DAR Mal Definidas DIP Causas Externas;
DIP
DAR; Neoplasia; Endócrina
Legenda: DAC – Doenças do Aparelho Circulatório; DAGU – Doenças do Aparelho Geniturinário; DAR – Doenças do Aparelho Respiratório
* Dados sujeitos à alteração Fonte: SIM / SEVS / SES-PE
Nos triênios de 2002 a 2004 e de 2009 a 2011, no grupo das causas externas, para o sexo
masculino, os afogamentos e submersões acidentais foram as principais causas de óbito, com 29,6%
e 32,1%, respectivamente (Tabela 33). Já no feminino, dentro do grupo das causas externas, os
acidentes de transporte (30,1%) foram a primeira causa de morte no triênio 2002 a 2004 (Tabela 34).
Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco
112
Tabela 33 – Número e proporção de óbitos segundo principais grupos de causa definida para o sexo masculino na faixa
etária de 1 a 9 anos. Pernambuco, 2002 a 2004 e 2009 e 2011*
2002 a 2004 2009 a 2011
Grupo de causa Nº % Grupo de causa Nº %
Causas externas 398 100,0 Causas externas 299 100,0
Afogamento e submersão acidentais 118 29,6 Afogamento e submersão acidentais 96 32,1
Acidentes de transporte 110 27,6 Acidentes de transporte 87 29,1
Outras causas externas 170 42,7 Outras causas externas 116 38,8
DAR 208 100,0 DIP 111 100,0
Influenza e pneumonia 131 63,0 Doenças infecciosas intestinais 43 38,7
Doenças crônicas das vias aéreas inferiores
28 13,5 Outras doenças bacterianas 31 27,9
Outras DAR 49 23,6 Outras DIP 37 33,3
DIP 175 100,0 DAR 104 100,0
Doenças infecciosas intestinais 78 44,6 Influenza e pneumonia 55 52,9
Outras doenças bacterianas 56 32,0 Doenças crônicas das vias aéreas inferiores 18 17,3
Outras DIP 41 23,4 Outras DAR 31 29,8
Legenda: DAR – Doenças do Aparelho Respiratório; DIP – Doenças Infecciosas e Parasitárias * Dados sujeitos à alteração Fonte: SIM / SEVS / SES-PE
Tabela 34 – Número e proporção de óbitos segundo principais grupos de causa definida para o sexo feminino na faixa
etária de 1 a 9 anos. Pernambuco, 2002 a 2004 e 2009 e 2011*
2002 a 2004 2009 a 2011
Grupo de causa Nº % Grupo de causa Nº %
Causas externas 206 100,0 Causas externas 169 100,0
Acidentes de transporte 62 30,1 Afogamento e submersão acidentais 48 28,4
Afogamento e submersão acidentais 52 25,2 Acidentes de transporte 38 22,5
Outras causas externas 92 44,7 Outras causas externas 83 49,1
DAR 204 100,0 DAR 108 100,0
Influenza e pneumonia 128 62,7 Influenza e pneumonia 73 67,6
Doenças crônicas das vias aéreas inferiores 24 11,8 Doenças crônicas das vias aéreas inferiores
14 13,0
Outras DAR 52 25,5 Outras DAR 21 19,4
DIP 155 100,0 DIP 103 100,0
Doenças infecciosas intestinais 70 45,2 Doenças infecciosas intestinais 41 39,8
Outras doenças bacterianas 60 38,7 Outras doenças bacterianas 29 28,2
Outras DIP 25 16,1 Outras DIP 33 32,0
Legenda: DAR – Doenças do Aparelho Respiratório; DIP – Doenças Infecciosas e Parasitárias * Dados sujeitos à alteração Fonte: SIM / SEVS / SES-PE
Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco
113
7.2.3. Mortalidade entre 10 a 19 anos
Na faixa etária de 10 a 19 anos, o sexo masculino apresentou, em 2002, coeficiente de
mortalidade de 140,4/100.000 habitantes, e de 126,2/100.000 habitantes, em 2011. Esse resultado foi
superior ao encontrado no sexo feminino, que obteve coeficiente de mortalidade de 40,2/100.000
habitantes, em 2002, e de 38,7/100.000 habitantes, em 2011 (Figura 117).
Figura 117 – Coeficiente de mortalidade (por 100.000 habitantes) segundo sexo na faixa etária de
10 a 19 anos. Pernambuco, 2002 a 2011*
2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Masculino 140,4 129,3 148,0 137,2 137,1 162,3 151,1 136,5 126,5 126,2
Feminino 40,2 36,1 41,2 37,3 40,3 42,7 46,1 41,2 37,8 38,7
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* Dados sujeitos à alteração Fonte: SIM / SEVS / SES-PE; IBGE – Censos e estimativas Intercensitárias
O risco de morte por causas externas para o sexo masculino na faixa etária de 10 a 19 anos
foi de 109,8 óbitos/100.000 habitantes em 2002 e manteve-se como principal causa até 2011,
destacando-se entre as demais causas. Observa-se um decréscimo de 11,6% no coeficiente, quando
comparados o primeiro e o último ano analisados (Figura 118).
Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco
114
Figura 118 – Coeficiente de mortalidade (por 100.000 habitantes) segundo principais grupos de causa para o sexo masculino na faixa etária de 10 a 19 anos. Pernambuco, 2002 a 2011*
2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Causas Externas 109,8 100,9 118,8 109,3 111,2 129,8 123,0 109,8 98,5 97,1
Mal Definidas 8,3 6,4 5,7 4,6 3,3 3,7 2,8 3,0 4,1 5,3
Neoplasias 3,4 4,0 5,3 5,4 4,1 6,3 4,1 6,1 6,0 4,9
DAC 5,1 4,0 3,6 3,3 3,5 4,7 5,2 3,3 3,6 4,8
DIP 4,2 2,7 3,4 3,9 3,5 4,6 3,2 2,1 2,3 3,5
0
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120
140
160
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Legenda: DAC – Doenças do Aparelho Circulatório; DIP – Doenças Infecciosas e Parasitárias * Dados sujeitos à alteração Fonte: SIM / SEVS / SES-PE; IBGE – Censos e estimativas Intercensitárias
No sexo feminino, as causas externas permaneceram como primeiro grupo de causa com
maior risco de morte, com coeficiente de mortalidade de 17,2/100.000 habitantes em 2002, e
13,9/100.000 habitantes em 2011. As neoplasias foram a segunda causa durante todo o período
analisado (Figura 119).
Figura 119 – Coeficiente de mortalidade (por 100.000 habitantes) segundo principais grupos de causa para o sexo feminino na faixa etária de 10 a 19 anos. Pernambuco, 2002 a 2011*
2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Causas Externas 17,2 15,5 17,2 16,0 16,2 17,9 20,0 18,1 17,6 13,9
Neoplasias 4,2 3,4 4,2 4,2 3,5 4,2 3,7 5,0 4,0 5,5
DAC 1,9 2,5 2,8 2,1 2,1 3,2 3,5 2,8 1,7 3,0
DIP 1,6 1,2 1,8 2,2 2,4 2,4 2,7 1,9 2,3 2,9
Sistema Nervoso 1,7 1,3 2,8 2,1 2,6 2,1 2,5 1,6 2,9 2,3
0
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Legenda: DAC – Doenças do Aparelho Circulatório; DIP – Doenças Infecciosas e Parasitárias. * Dados sujeitos à alteração Fonte: SIM / SEVS / SES-PE; IBGE – Censos e estimativas Intercensitárias
Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco
115
Ao estratificar por Regiões de Saúde, as causas externas permanecem como a primeira
causa de óbito na faixa etária de 10 a 19 anos em todas as Regiões de Saúde, tanto no ano de 2002
quanto no de 2011 (Tabela 35).
Tabela 35 – Classificação das principais causas de óbitos segundo Região de Saúde na faixa etária de 10 a 19 anos.
Pernambuco, 2002 e 2011*
Região de Saúde 2002 2011
1º 2º 3º 1º 2º 3º
I-Recife Causas
Externas Neoplasias; DAC
Causas Externas
Neoplasias DIP
II-Limoeiro Causas
Externas Neoplasias DIP
Causas Externas
DAC; Neoplasias
III-Palmares Causas
Externas Mal Definidas Neoplasias
Causas Externas
Neoplasias DAC
IV-Caruaru Causas
Externas Mal Definidas DAC
Causas Externas
Neoplasias DAR
V-Garanhuns Causas
Externas Mal Definidas DAC; DIP
Causas Externas
Mal Definidas DAC;
DSOTC
VI-Arcoverde Causas
Externas Mal Definidas
Anomalia Congênita; Aparelho Digestivo;
DAR; Endócrinas
Causas Externas
Mal Definidas DAC
VII-Salgueiro Causas
Externas Mal Definidas
DAR; DIP; DSOH;
Endócrinas
Causas Externas
Mal Definidas
Anomalia Congênita;
DAR; Neoplasias
VIII-Petrolina Causas
Externas Mal Definidas DAR
Causas Externas
Mal Definidas DAC
IX-Ouricuri Causas
Externas Mal Definidas
DAC; DIP; Neoplasias
Causas Externas
Mal Definidas Neoplasias
X-Afogados da Ingazeira
Causas Externas
DAC; DAR Causas Externas
Neoplasias
Anomalia Congênita; Aparelho Digestivo;
DAC; Endócrinas;
Mal Definidas;
TMC
XI-Serra Talhada Causas
Externas Mal Definidas
DAC; Neoplasias
Causas Externas
DIP; Neoplasias
XII-Goiana Causas
Externas Neoplasias DAR
Causas Externas
Mal Definidas; Sistema Nervoso
Legenda: DAC – Doenças do Aparelho Circulatório; DSOH – Doenças do sangue e dos órgãos hematopoiéticos e alguns transtornos imunitários; DAR – Doenças do Aparelho Respiratório; TMC - Transtornos Mentais e Comportamentais; DIP – Doenças Infecciosas e Parasitárias * Dados sujeitos à alteração Fonte: SIM / SEVS / SES-PE
Para o sexo masculino, as agressões representaram 72,3% das causas externas, e essa foi a
principal causa de óbito nos dois triênios analisados. Quando se comparam os dois triênios, observa-
se uma redução de 5,8% nas agressões e um aumento de 24,8% nos acidentes de transporte (Tabela
36).
Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco
116
Tabela 36 – Número e proporção de óbitos segundo principais grupos de causa definida para o sexo masculino na faixa
etária de 10 a 19 anos. Pernambuco, 2002 a 2004 e 2009 e 2011*
2002 a 2004 2009 a 2011
Grupo de causa Nº % Grupo de causa Nº %
Causas Externas 2.976 100,0 Causas Externas 2.525 100,0
Agressões 2.151 72,3 Agressões 1.720 68,1
Acidentes de transporte 384 12,9 Acidentes de transporte 407 16,1
Outras causas externas 441 14,8 Outras causas externas 398 15,8
DAC 115 100,0 Neoplasias 141 100,0
Doenças cerebrovasculares 27 23,5 Neoplasias malignas primárias, dos tecidos linfático, hematopoético e correlatos
61 43,3
Doenças reumáticas crônicas do coração 22 19,1 Neoplasias malignas dos olhos, encéfalo e outras partes do sistema nervoso central
20 14,2
Outras DAC 66 57,4 Outras neoplasias 60 42,6
Neoplasias 114 100,0 DAC 97 100,0
Neoplasias malignas primárias, dos tecidos linfático, hematopoético e correlatos
48 42,1 Doenças cerebrovasculares 26 26,8
Neoplasias malignas dos olhos, encéfalo e outras partes do sistema nervoso central
26 22,8 Doenças isquêmicas do coração 21 21,6
Outras neoplasias 40 35,1 Outras DAC 50 51,5
Legenda: DAC – Doenças do Aparelho Circulatório * Dados sujeitos à alteração Fonte: SIM / SEVS / SES-PE
No sexo feminino, considerando o triênio de 2009 a 2011, os acidentes de transporte (34,2%)
obtiveram maior proporção entre as causas externas, seguida das agressões (32,5%) (Tabela 37).
Tabela 37 – Número e proporção de óbitos segundo principais grupos de causa definida para o sexo feminino na faixa
etária de 10 a 19 anos. Pernambuco, 2002 a 2004 e 2009 e 2011*
2002 a 2004 2009 a 2011
Grupo de causa Nº % Grupo de causa Nº %
Causas Externas 446 100,0 Causas Externas 403 100,0
Agressões 177 39,7 Acidentes de transporte 138 34,2
Acidentes de transporte 111 24,9 Agressões 131 32,5
Outras causas externas 158 35,4 Outras causas externas 134 33,3
Neoplasias 105 100,0 Neoplasias 118 100,0
Neoplasias malignas primárias, dos tecidos linfático, hematopoético e correlatos
35 33,3 Neoplasias malignas primárias, dos tecidos linfático, hematopoético e correlatos
43 36,4
Neoplasias malignas dos olhos, encéfalo e outras partes do sistema nervoso central
15 14,3 Neoplasias malignas dos olhos, encéfalo e outras partes do sistema nervoso central
28 23,7
Outras neoplasias 55 52,4 Outras neoplasias 47 39,8
DAC 64 100,0 DAC 61 100,0
Doenças cerebrovasculares 19 29,7 Doenças cerebrovasculares 13 21,3
Doenças reumáticas crônicas do coração 17 26,6 Doenças reumáticas crônicas do coração 10 16,4
Outras DAC 28 43,8 Outras DAC 38 62,3
Legenda: DAC – Doenças do Aparelho Circulatório * Dados sujeitos à alteração Fonte: SIM / SEVS / SES-PE
Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco
117
7.2.4. Mortalidade entre 20 a 39 anos
Analisando a faixa etária de 20 a 39 anos, observa-se que o sexo masculino apresentou um
coeficiente de mortalidade variando de 455,8 a 355,1/100.000 habitantes, no período de 2002 a 2011,
representando uma redução de 22,1%. Já o sexo feminino, obteve uma menor redução (7,1%), com
coeficiente de 101,3 óbitos/100.000 habitantes em 2002, e de 94,1 óbitos/100.000 habitantes em
2011 (Figura 120).
Figura 120 – Coeficiente de mortalidade (por 100.000 habitantes) segundo sexo na faixa etária de
20 a 39 anos. Pernambuco, 2002 a 2011*
2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Masculino 455,8 452,5 415,0 419,6 415,3 403,3 396,8 375,1 362,5 355,1
Feminino 101,3 98,4 99,8 96,4 98,5 89,9 94,7 93,0 93,3 94,1
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* Dados sujeitos à alteração Fonte: SIM / SEVS / SES-PE; IBGE – Censos e estimativas Intercensitárias
O sexo masculino apresentou maior risco de morte para as causas externas, com coeficiente
de mortalidade de 303,7/100.000 habitantes em 2002 e 235,0/100.000 habitantes em 2011,
resultando no decréscimo de 22,6%. Apesar da redução, as causas externas refletem a maior
exposição a riscos do sexo masculino nesta faixa etária. As demais causas, como as doenças do
aparelho circulatório, infecto-parasitárias e do aparelho digestivo, representaram menor coeficiente de
mortalidade quando comparadas às causas externas (Figura 121).
Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco
118
Figura 121 – Coeficiente de mortalidade (por 100.000 habitantes) segundo principais grupos de causa para o sexo masculino na faixa etária de 20 a 39 anos. Pernambuco, 2002 a 2011*
2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Causas Externas 303,7 311,5 282,9 289,4 289,8 279,3 273,0 254,2 241,9 235,0
DAC 22,9 23,4 23,7 27,5 27,2 28,9 25,2 23,6 25,8 25,8
DIP 23,8 22,3 22,2 20,7 22,7 20,1 18,2 23,1 20,4 21,9
Aparelho Digestivo 22,5 21,4 19,7 18,8 18,0 17,2 19,8 18,3 16,2 17,5
Mal Definidas 33,5 27,1 24,9 20,2 11,1 11,1 13,7 12,9 13,9 13,0
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Legenda: DAC – Doenças do Aparelho Circulatório; DIP – Doenças Infecciosas e Parasitárias * Dados sujeitos à alteração Fonte: SIM / SEVS / SES-PE; IBGE – Censos e estimativas Intercensitárias
As causas externas também assumiram o maior risco de morte para o sexo feminino, cujo
coeficiente variou de 21,8 óbitos/100.000 habitantes em 2002 para 24,1 óbitos/100.000 habitantes em
2011, registrando maior valor no ano de 2009. Porém, diferentemente do sexo masculino, os valores
do coeficiente de mortalidade por causas externas apresentaram-se mais próximos das neoplasias e
doenças do aparelho circulatório nesta faixa etária (Figura 122).
Figura 122 – Coeficiente de mortalidade (por 100.000 habitantes) segundo principais grupos de causa para o sexo feminino na faixa etária de 20 a 39 anos. Pernambuco, 2002 a 2011*
2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Causas Externas 21,8 20,7 21,5 22,0 23,6 22,9 24,9 25,2 23,2 24,1
Neoplasias 15,6 16,1 16,6 18,2 18,5 15,7 17,0 17,1 17,2 15,3
DAC 14,4 13,8 15,8 14,8 14,7 13,9 14,7 13,7 14,4 14,2
DIP 11,8 9,9 10,1 10,8 11,5 8,7 10,4 8,9 9,0 9,6
DAR 7,0 5,1 4,6 4,7 4,3 4,1 4,4 5,2 5,3 6,0
0
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tes)
Legenda: DAC – Doenças do Aparelho Circulatório; DAR – Doenças do Aparelho Respiratório; DIP – Doenças Infecciosas e Parasitárias. * Dados sujeitos à alteração Fonte: SIM / SEVS / SES-PE; IBGE – Censos e estimativas Intercensitárias
Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco
119
As causas externas permanecem como a principal causa de óbito em todas as Regiões de
Saúde, tanto no ano de 2002 quanto no de 2011 para a faixa etária de 20 a 39 anos (Tabela 38).
Tabela 38 – Classificação das principais causas de óbitos segundo Região de Saúde na faixa etária de 20 a 39 anos.
Pernambuco, 2002 e 2011*
Região de Saúde 2002 2011
1º 2º 3º 1º 2º 3º
I-Recife Causas Externas
DIP DAC Causas Externas
DIP DAC
II-Limoeiro Causas Externas
DAC; Mal Definidas
Causas Externas
DAC Neoplasias
III-Palmares Causas Externas
Mal Definidas DAC Causas Externas
Neoplasias DAC
IV-Caruaru Causas Externas
Mal Definidas DAC Causas Externas
DAC Neoplasias
V-Garanhuns Causas Externas
Mal Definidas DAC Causas Externas
DAC Mal Definidas
VI-Arcoverde Causas Externas
Mal Definidas DAC;
Neoplasias Causas Externas
DAC Mal Definidas
VII-Salgueiro Causas Externas
Mal Definidas DAC; DIP Causas Externas
Neoplasias Mal Definidas;
Aparelho Digestivo
VIII-Petrolina Causas Externas
Mal Definidas Neoplasias Causas Externas
DAC Mal Definidas
IX-Ouricuri Causas Externas
Mal Definidas DAC Causas Externas
DAC Mal Definidas
X-Afogados da Ingazeira Causas Externas
Mal Definidas DAC Causas Externas
DAC Aparelho Digestivo;
Neoplasias
XI-Serra Talhada Causas Externas
Mal Definidas Aparelho Digestivo
Causas Externas
DAC DIP
XII-Goiana Causas Externas
Mal Definidas DAR Causas Externas
DAC DIP
Legenda: DAC – Doenças do Aparelho Circulatório; DIP – Doenças Infecciosas e Parasitárias * Dados sujeitos à alteração Fonte: SIM / SEVS / SES-PE
Dentro do grupo das causas externas, as agressões destacaram-se, tanto no sexo masculino
como no feminino. No sexo masculino foi responsável por 71,4% dos óbitos, no triênio de 2002 a
2004, e por 60,3% no triênio de 2009 a 2011. Já no sexo feminino, obtive-se 48,5% e 41,3%,
respectivamente (Tabela 39 e 40).
Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco
120
Tabela 39 – Número e proporção de óbitos segundo principais grupos de causa definida para o sexo masculino na faixa
etária de 20 a 39 anos. Pernambuco, 2002 a 2004 e 2009 e 2011*
2002 a 2004 2009 a 2011
Grupo de causa Nº % Grupo de causa Nº %
Causas Externas 11.218 100,0 Causas Externas 10.554 100,0
Agressões 8.015 71,4 Agressões 6.406 60,3
Acidentes de transporte 1.745 15,6 Acidentes de transporte 2.559 19,4
Outras causas externas 1.458 13,0 Outras causas externas 1.589 20,3
DAC 874 100,0 DAC 1.085 100,0
Doenças isquêmicas do coração 253 28,9 Doenças isquêmicas do coração 449 41,4
Outras formas de doença do coração 237 27,1 Outras formas de doença do coração 233 21,5
Outras DAC 384 43,9 Outras DAC 403 37,1
DIP 852 100,0 DIP 943 100,0
Doença pelo vírus da imunodeficiência humana [HIV]
456 53,5 Doença pelo vírus da imunodeficiência humana [HIV]
523 55,5
Tuberculose 181 21,2 Tuberculose 174 18,5
Outras DIP 215 25,2 Outras DIP 246 26,1
Legenda: DAC – Doenças do Aparelho Circulatório; DIP – Doenças Infecciosas e Parasitárias * Dados sujeitos à alteração Fonte: SIM / SEVS / SES-PE
Tabela 40 – Número e proporção de óbitos segundo principais grupos de causa definida para o sexo feminino na faixa etária
de 20 a 39 anos. Pernambuco, 2002 a 2004 e 2009 e 2011*
2002 a 2004 2009 a 2011
Grupo de causa Nº % Grupo de causa Nº %
Causas Externas 862 100,0 Causas Externas 1.108 100,0
Agressões 418 48,5 Agressões 458 41,3
Acidentes de transporte 223 25,9 Acidentes de transporte 355 32,0
Outras causas externas 221 25,6 Outras causas externas 295 26,6
Neoplasias 651 100,0 Neoplasias 756 100,0
Neoplasias malignas dos órgãos genitais femininos
171 26,3 Neoplasias malignas dos órgãos genitais femininos
191 25,3
Neoplasias malignas da mama 114 17,5 Neoplasias malignas dos órgãos digestivos 140 18,5
Outras neoplasias 366 56,2 Outras neoplasias 425 56,2
DAC 593 100,0 DAC 646 100,0
Doenças cerebrovasculares 186 31,4 Doenças cerebrovasculares 183 28,3
Outras formas de doença do coração 122 20,6 Doenças isquêmicas do coração 153 23,7
Outras DAC 285 48,1 Outras DAC 310 48,0
Legenda: DAC – Doenças do Aparelho Circulatório * Dados sujeitos à alteração Fonte: SIM / SEVS / SES-PE
Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco
121
7.2.5. Mortalidade entre 40 a 59 anos
No período de 2002 a 2011, na faixa etária de 40 a 59 anos, o coeficiente de mortalidade
masculino foi quase o dobro do feminino. O sexo masculino apresentou um decréscimo de 9,9%,
enquanto o feminino obteve uma redução equivalente a 15,7% (Figura 123).
Figura 123 – Coeficiente de mortalidade (por 100.000 habitantes) segundo sexo na faixa etária de
40 a 59 anos. Pernambuco, 2002 a 2011*
2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Masculino 914,6 937,5 951,1 927,5 942,3 843,2 826,7 822,0 786,9 824,3
Feminino 476,8 486,2 502,4 489,2 482,9 424,2 426,1 418,4 393,3 401,7
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* Dados sujeitos à alteração Fonte: SIM / SEVS / SES-PE; IBGE – Censos e estimativas Intercensitárias
No sexo masculino, o maior risco de morte foi por doenças do aparelho circulatório, com
coeficiente de mortalidade em 2002 de 226,4/100.000 habitantes e de 219,8/100.000 habitantes em
2011, seguidas das causas externas (Figura 124).
Figura 124 – Coeficiente de mortalidade (por 100.000 habitantes) segundo principais grupos de causa para o sexo masculino na faixa etária de 40 a 59 anos. Pernambuco, 2002 a 2011*
2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
DAC 226,4 239,6 253,3 253,0 258,2 228,2 228,9 226,6 219,0 219,8
Causas Externas 180,9 190,1 176,5 179,6 192,1 174,8 167,2 165,1 159,4 166,7
Neoplasias 89,3 97,6 106,1 108,9 115,1 107,3 103,1 95,0 95,7 99,2
Aparelho Digestivo 104,4 107,0 107,3 103,3 107,9 105,1 97,6 95,8 94,5 94,7
DIP 61,4 61,1 61,3 64,3 62,8 52,6 51,4 55,3 49,6 54,4
0
50
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150
200
250
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Legenda: DAC – Doenças do Aparelho Circulatório; DIP – Doenças Infecciosas e Parasitárias * Dados sujeitos à alteração Fonte: SIM / SEVS / SES-PE; IBGE – Censos e estimativas Intercensitárias
Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco
122
O maior risco de morte no sexo feminino, também foi por doenças do aparelho circulatório,
porém este grupo teve redução de 12,4%, enquanto o de neoplasias apresentou acréscimo de 5,0%,
se comparados os anos de 2002 e 2011 (Figura 125).
Figura 125 – Coeficiente de mortalidade (por 100.000 habitantes) segundo principais grupos de causa para o sexo feminino na faixa etária de 40 a 59 anos. Pernambuco, 2002 a 2011*
2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
DAC 147,9 159,4 166,1 164,9 161,9 144,1 142,3 139,3 126,0 129,6
Neoplasias 107,7 110,6 116,1 124,2 132,2 109,7 113,2 114,2 106,9 113,0
Endócrinas 35,3 36,0 43,4 39,7 40,9 37,2 36,7 33,1 30,9 33,3
DAR 29,8 30,2 23,6 22,6 26,7 24,8 27,5 28,7 27,8 29,4
Aparelho Digestivo 26,1 24,2 25,1 29,3 27,3 24,2 21,1 23,4 21,2 22,4
0
20
40
60
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140
160
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Legenda: DAC – Doenças do Aparelho Circulatório; DAR – Doenças do Aparelho Respiratório * Dados sujeitos à alteração Fonte: SIM / SEVS / SES-PE; IBGE – Censos e estimativas Intercensitárias
Em 2011, as doenças do aparelho circulatório em todas as Regiões de Saúde, exceto na VIII
Região, na qual as causas externas foram o principal grupo e causa de óbito. Lembrando que as
Regiões que apresentaram como primeiro grupo as causas mal definidas, no ano de 2002, mudaram
seu perfil em 2011, consequência da melhoria no preenchimento das causas de óbito durante o
período analisado. (Tabela 41).
Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco
123
Tabela 41 – Classificação das principais causas de óbitos segundo Região de Saúde na faixa etária de
40 a 59 anos. Pernambuco, 2002 e 2011*
Região de Saúde
2002 2011
1º 2º 3º 1º 2º 3º
I-Recife DAC Neoplasias Causas Externas
DAC Neoplasias Causas Externas
II-Limoeiro DAC Causas
Externas Mal Definidas DAC Neoplasias
Causas Externas
III-Palmares DAC; Mal Definidas Causas Externas
DAC Neoplasias Causas Externas
IV-Caruaru Mal Definidas DAC Causas Externas
DAC Causas
Externas Neoplasias
V-Garanhuns Mal Definidas Causas
Externas DAC DAC
Causas Externas
Neoplasias
VI-Arcoverde Mal Definidas DAC Causas Externas
DAC Causas
Externas Neoplasias
VII-Salgueiro DAC Mal Definidas Causas
Externas; Neoplasias
DAC Causas Externas; Neoplasias
VIII-Petrolina Mal Definidas Causas
Externas DAC
Causas Externas
DAC; Neoplasias
IX-Ouricuri Mal Definidas Causas
Externas DAC DAC
Causas Externas
Neoplasias
X-Afogados da Ingazeira
DAC Mal Definidas Neoplasias DAC Neoplasias Causas Externas
XI-Serra Talhada
DAC Mal Definidas Neoplasias DAC Causas Externas
Neoplasias
XII-Goiana DAC Mal Definidas Aparelho Digestivo
DAC Causas Externas
Neoplasias
Legenda: DAC – Doenças do Aparelho Circulatório * Dados sujeitos à alteração Fonte: SIM / SEVS / SES-PE
As doenças isquêmicas do coração foram as principais causas para o sexo masculino no
grupo de doenças do aparelho circulatório, com 42,9% no triênio de 2002 a 2004, e 48,5% no triênio
de 2009 a 2011, seguidas das doenças cerebrovasculares (Tabela 42). Já no sexo feminino, o
primeiro triênio apresentou as doenças cerebrovasculares como a primeira causa (34,6%), e no
segundo triênio, as doenças isquêmicas do coração obtiveram a maior proporção (Tabela 43).
Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco
124
Tabela 42 – Número e proporção de óbitos segundo principais grupos de causa definida para o sexo masculino na faixa
etária de 40 a 59 anos. Pernambuco, 2002 a 2004 e 2009 e 2011*
2002 a 2004 2009 a 2011
Grupo de causa Nº % Grupo de causa Nº %
DAC 4.615 100,0 DAC 5.572 100,0
Doenças isquêmicas do coração 1.979 42,9 Doenças isquêmicas do coração 2.700 48,5
Doenças cerebrovasculares 1.203 26,1 Doenças cerebrovasculares 1.258 22,6
Outras DAC 1.433 31,1 Outras DAC 1.614 29,0
Causas Externas 3.511 100,0 Causas Externas 4.114 100,0
Agressões 1.701 48,4 Agressões 1.583 38,5
Acidentes de transporte 904 25,7 Acidentes de transporte 1.237 30,1
Outras causas externas 906 25,8 Outras causas externas 1.294 31,5
Aparelho digestivo 2.044 100,0 Neoplasias 2.428 100,0
Doenças do fígado 1.650 80,7 Neoplasias malignas dos órgãos digestivos
836 34,4
Doenças do esôfago, do estômago e do duodeno
86 4,2 Neoplasias malignas do aparelho respiratório e dos órgãos intratorácicos
485 20,0
Outras doenças do aparelho digestivo 308 15,1 Outras neoplasias 1.107 45,6
Legenda: DAC – Doenças do Aparelho Circulatório * Dados sujeitos à alteração Fonte: SIM / SEVS / SES-PE
Tabela 43 – Número e proporção de óbitos segundo principais grupos de causa definida para o sexo feminino na faixa etária
de 40 a 59 anos. Pernambuco, 2002 a 2004 e 2009 e 2011*
2002 a 2004 2009 a 2011
Grupo de causa Nº % Grupo de causa Nº %
DAC 3.576 100,0 DAC 3.869 100,0
Doenças cerebrovasculares 1.238 34,6 Doenças isquêmicas do coração 1.591 41,1
Doenças isquêmicas do coração 1.210 33,8 Doenças cerebrovasculares 1.108 28,6
Outras DAC 1.128 31,5 Outras DAC 1.170 30,2
Neoplasias 2.526 100,0 Neoplasias 3.275 100,0
Neoplasias malignas dos órgãos digestivos
552 21,9 Neoplasias malignas dos órgãos digestivos 738 22,5
Neoplasias malignas dos órgãos genitais femininos
546 21,6 Neoplasias malignas da mama 736 22,5
Outras neoplasias 1.428 56,5 Outras neoplasias 1.801 55,0
Endócrinas, nutricionais e metabólicas 867 100,0 Endócrinas, nutricionais e metabólicas 954 100,0
Diabetes mellitus 722 83,3 Diabetes mellitus 769 80,6
Desnutrição 65 7,5 Desnutrição 65 6,8
Outras endócrinas, nutricionais e metabólicas
80 9,2 Outras endócrinas, nutricionais e metabólicas 120 12,6
Legenda: DAC – Doenças do Aparelho Circulatório * Dados sujeitos à alteração Fonte: SIM / SEVS / SES-PE
Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco
125
7.2.6. Mortalidade entre 60 anos e mais
No período de 2002 a 2011, na faixa etária de 60 anos e mais, o sexo masculino obteve maior
coeficiente de mortalidade, com 4.631,5/100.000 habitantes em 2002, e 4.342,6/100.000 habitantes
em 2011, resultado em uma redução de 6,2%. Já o sexo feminino obteve decréscimo de 7,5% no
período citado (Figura 126).
Figura 126 – Coeficiente de mortalidade (por 100.000 habitantes) segundo sexo na faixa etária de
60 anos e mais. Pernambuco, 2002 a 2011*
2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Masculino 4.631,5 4.686,2 4.760,1 4.457,5 4.486,7 4.230,2 4.186,7 4.131,7 4.090,4 4.342,6
Feminino 3.594,0 3.751,2 3.824,0 3.683,3 3.618,5 3.449,2 3.430,7 3.415,0 3.177,3 3.325,9
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* Dados sujeitos à alteração Fonte: SIM / SEVS / SES-PE; IBGE – Censos e estimativas Intercensitárias
No sexo masculino, as doenças do aparelho circulatório, representaram o maior coeficiente
de mortalidade, variando de 1.539,4/100.000 habitantes em 2002, para 1.630,6/100.000 habitantes
em 2011. Em 2002, o grupo de causas mal definidas ocupava a segunda posição (1.166,4
óbitos/100.000 habitantes), porém, em 2011, houve redução de 77,3%, que passou a ocupar o quinto
grupo de causa, com 264,5 óbitos/100.000 habitantes (Figura 127).
Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco
126
Figura 127 – Coeficiente de mortalidade (por 100.000 habitantes) segundo principais grupos de causa para o sexo masculino na faixa etária de 60 anos e mais. Pernambuco, 2002 a 2011*
2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
DAC 1.539,4 1.577,1 1.716,6 1.742,5 1.845,0 1.742,8 1.683,7 1.645,6 1.571,9 1.630,6
Neoplasias 519,9 533,2 570,1 613,2 664,5 628,0 619,6 628,6 620,8 658,7
DAR 430,3 438,1 394,9 401,3 470,1 483,5 470,1 475,0 511,8 608,9
Endócrinas 300,6 341,7 367,3 382,0 398,5 368,8 401,0 389,7 383,3 399,0
Mal Definidas 1.166,4 1.115,0 974,7 560,9 325,4 258,6 262,4 261,0 243,7 264,5
0
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Legenda: DAC – Doenças do Aparelho Circulatório; DAR – Doenças do Aparelho Respiratório * Dados sujeitos à alteração Fonte: SIM / SEVS / SES-PE; IBGE – Censos e estimativas Intercensitárias
No sexo feminino, observou comportamento semelhante ao masculino, já que as doenças do
aparelho circulatório representaram o maior coeficiente de mortalidade, durante o período analisado,
variando de 1.206,5/100.000 habitantes em 2002, para 1.254,8/100.000 habitantes em 2011. Entre
2002 e 2011, também chamou atenção a redução de 76,7% nos óbitos por causas mal definidas
(Figura 128).
Figura 128 – Coeficiente de mortalidade (por 100.000 habitantes) segundo principais grupos de causa para o sexo feminino na faixa etária de 60 anos e mais. Pernambuco, 2002 a 2011*
2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
DAC 1.206,5 1.313,0 1.400,4 1.476,3 1.515,4 1.416,8 1.420,7 1.351,3 1.243,8 1.254,8
DAR 390,8 400,9 339,7 355,1 409,8 428,0 402,7 449,6 429,7 500,5
Neoplasias 365,8 381,0 409,2 442,4 487,9 436,2 451,1 453,7 422,7 430,9
Endócrinas 355,2 376,9 433,7 438,8 448,0 443,4 439,8 434,3 402,8 421,1
Mal Definidas 872,3 846,6 779,7 468,3 274,5 219,1 218,3 224,9 198,8 203,3
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
1600
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00 h
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Legenda: DAC – Doenças do Aparelho Circulatório; DAR – Doenças do Aparelho Respiratório * Dados sujeitos à alteração Fonte: SIM / SEVS / SES-PE; IBGE – Censos e estimativas Intercensitárias
Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco
127
Ao analisar por Regiões de Saúde, no ano de 2002 apenas a I, II, VII, e XII Regiões de Saúde
apresentavam as doenças do aparelho circulatório como o primeiro grupo de causa de óbito,
enquanto as demais Regiões foram representadas pelas causas mal definidas. Entretanto, em 2011,
as doenças do aparelho circulatório foram consideradas as principais causas de óbito em todas as
Regiões (Tabela 44).
Tabela 44 – Classificação das principais causas de óbitos segundo Região de Saúde na faixa etária de 60 anos e mais.
Pernambuco, 2002 e 2011*
Região de Saúde 2002 2011
1º 2º 3º 1º 2º 3º
I-Recife DAC DAR Neoplasias DAC DAR Neoplasias
II-Limoeiro DAC Mal Definidas Neoplasias DAC Neoplasias DAR
III-Palmares Mal Definidas DAC Endócrinas DAC Endócrinas DAR
IV-Caruaru Mal Definidas DAC Neoplasias DAC Endócrinas Neoplasias
V-Garanhuns Mal Definidas DAC DAR DAC Mal Definidas DAR
VI-Arcoverde Mal Definidas DAC Neoplasias DAC Mal Definidas Neoplasias
VII-Salgueiro DAC Mal Definidas Neoplasias DAC Neoplasias DAR
VIII-Petrolina Mal Definidas DAC Neoplasias DAC Mal Definidas Neoplasias
IX-Ouricuri Mal Definidas DAC Neoplasias DAC Neoplasias Mal Definidas
X-Afogados da Ingazeira Mal Definidas DAC Neoplasias DAC Neoplasias Endócrinas
XI-Serra Talhada Mal Definidas DAC Neoplasias DAC Neoplasias DAR
XII-Goiana DAC Mal Definidas Endócrinas DAC Endócrinas DAR
Legenda: DAC – Doenças do Aparelho Circulatório; DAR – Doenças do Aparelho Respiratório * Dados sujeitos à alteração Fonte: SIM / SEVS / SES-PE
No triênio de 2002 a 2004, as doenças cerebrovasculares, com 33,6%, representaram a
principal causa de óbito para o sexo masculino no grupo das doenças do aparelho circulatório. Já no
triênio de 2009 a 2011, as doenças isquêmicas do coração apresentaram maior proporção (38,2%),
seguidas das doenças cerebrovasculares (30,5%) (Tabela 45).
Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco
128
Tabela 45 – Número e proporção de óbitos segundo principais grupos de causa definida para o sexo masculino na faixa
etária de 60 anos e mais. Pernambuco, 2002 a 2004 e 2009 e 2011*
2002 a 2004 2009 a 2011
Grupo de causa Nº % Grupo de causa Nº %
DAC 15.296 100,0 DAC 19.192 100,0
Doenças cerebrovasculares 5.134 33,6 Doenças isquêmicas do coração 7.325 38,2
Doenças isquêmicas do coração 5.006 32,7 Doenças cerebrovasculares 5.844 30,5
Outras DAC 5.156 33,7 Outras DAC 6.023 31,4
Neoplasias 5.137 100,0 Neoplasias 7.557 100,0
Neoplasias malignas dos órgãos digestivos
1.537 29,9 Neoplasias malignas dos órgãos digestivos 2.272 30,1
Neoplasias malignas dos órgãos genitais masculinos
1.257 24,5 Neoplasias malignas dos órgãos genitais masculinos
1.889 25,0
Outras neoplasias 2.343 45,6 Outras neoplasias 3.396 44,9
DAR 3.996 100,0 DAR 6.329 100,0
Doenças crônicas das vias aéreas inferiores
1.587 39,7 Doenças crônicas das vias aéreas inferiores 2.422 38,3
Influenza [gripe] e pneumonia 890 22,3 Influenza [gripe] e pneumonia 1.843 29,1
Outras DAR 1.519 38,0 Outras DAR 2.064 32,6
Legenda: DAC – Doenças do Aparelho Circulatório; DAR – Doenças do Aparelho Respiratório * Dados sujeitos à alteração Fonte: SIM / SEVS / SES-PE
Para o sexo feminino, observa-se comportamento semelhante ao masculino, já que no triênio
de 2002 a 2004, as doenças cerebrovasculares, obtiveram 34,3% das causas do grupo das doenças
do aparelho circulatório, e no triênio de 2009 a 2011, as doenças isquêmicas do coração, com 33,6%
(Tabela 46).
Tabela 46 – Número e proporção de óbitos segundo principais grupos de causa definida para o sexo feminino na faixa etária
de 60 anos e mais. Pernambuco, 2002 a 2004 e 2009 e 2011*
2002 a 2004 2009 a 2011
Grupo de causa Nº % Grupo de causa Nº %
DAC 16.003 100,0 DAC 20.112 100,0
Doenças cerebrovasculares 5.492 34,3 Doenças isquêmicas do coração 6.762 33,6
Doenças isquêmicas do coração 4.767 29,8 Doenças cerebrovasculares 6.328 31,5
Outras DAC 5.744 35,9 Outras DAC 7.022 34,9
Endócrinas, nutricionais e metabólicas 4.760 100,0 DAR 7.227 100,0
Diabetes mellitus 3.831 80,5 Influenza [gripe] e pneumonia 2.232 30,9
Desnutrição 669 14,1 Doenças crônicas das vias aéreas inferiores 2.144 29,7
Outras endócrinas, nutricionais e metabólicas
260 5,5 Outras DAR 2.851 39,4
Neoplasias 4.719 100,0 Neoplasias 6.832 100,0
Neoplasias malignas dos órgãos digestivos
1.658 35,1 Neoplasias malignas dos órgãos digestivos 2.251 32,9
Neoplasias dos órgãos genitais femininos 732 15,5 Neoplasias malignas dos órgãos genitais femininos
961 14,1
Outras neoplasias 2.329 49,4 Outras neoplasias 3.620 53,0
Legenda: DAC – Doenças do Aparelho Circulatório; DAR – Doenças do Aparelho Respiratório * Dados sujeitos à alteração Fonte: SIM / SEVS / SES-PE
Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco
129
7.3. Mortalidade Materna A Razão de Mortalidade Materna (RMM) estima a frequência de mortes de mulheres
ocorridas durante a gravidez, aborto, parto ou até 42 dias após o parto, atribuídas a causas
relacionadas ou agravadas pela gravidez, parto, aborto e puerpério, ou por medidas tomadas em
relação a ela, tendo como denominador o total de nascidos vivos (NV). A RMM de Pernambuco foi
calculada com os óbitos até 1 ano após o parto e apresentou 74,8 óbitos/100.000 NV em 2002, e 79,6
óbitos/100.000 NV em 2009, resultando em um incremento de 6,4% (Figura 129).
Os anos de 2010 e 2011 apresentam-se com número baixo de óbitos maternos, em relação a
anos anteriores, resultado da subnotificação desse tipo de óbito. Isto significa que as causas
maternas, em muitos óbitos, não foram inseridas nas DO.
Figura 129 – Número de óbitos maternos e Razão de Mortalidade Materna (RMM) (por 100.000 nascidos
vivos). Pernambuco, 2002 a 2011*
2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Nº óbitos 114 123 121 107 114 112 112 113 90 82
RMM 74,8 78,4 82,1 70,3 77,9 78,2 77,1 79,6 65,7 57,5
0
15
30
45
60
75
90
0
20
40
60
80
100
120
140
Razão
de M
ort
aliad
e M
ate
rna
(po
r 1
00.0
00 n
ascid
os v
ivos)
Nú
mero
de ó
bit
os
* Dados sujeitos à alteração Fonte: SIM / SEVS / SES-PE; Sinasc / SEVS / SES-PE
Com relação às principais causas de óbito materno, as hipertensões e as hemorragias
destacaram nos anos de 2002 e 2011. Entretanto, as infecções puerperais aparecem como a
terceira causa no ano de 2011, diferentemente do período anterior, onde as Doenças do Aparelho
Circulatório destacaram-se (Figura 130).
É importante destacar que os casos de óbito materno ocorridos em 2011 ainda estão no
processo de investigação de dos óbitos de Mulheres em Idade Fértil (MIF) e a qualificação das
causas de óbito após a discussão nos Grupos Técnicos (GT), o que justifica a provável alteração do
perfil da mortalidade nessa população.
Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco
130
Figura 130 – Proporção de óbitos maternos segundo principais grupos de causa. Pernambuco, 2002 e 2011*
19,316,7
12,38,8 7,9
3,5 5,3
26,3
15,7 14,5
8,4
2,44,8
9,66,0
38,6
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Hipertensões Hemorragias DAC Morte obstrétrica
de causa não especificada
Outras doenças
e afecções especificadas
Infecção puerperal
Aborto Demais causas
%
2002 2011
Legenda: DAC – Doenças do aparelho circulatório Nota 1. Hipertensões: Pré-eclâmpsia, eclâmpsia e hipertensões maternas Nota 2. Hemorragias: Hemorragia pós-parto, descolamento de placenta, placenta prévia, atonia uterina e laceração do períneo *Dados sujeitos à alteração Fonte: SIM / SEVS / SES-PE
Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco
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