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Pauta InclusivaNº 7 | Fev | 2013
Governo entrega 37 Centrais de Interpretação de Libras para 25 unidades federativas
foto Marcello Casal Jr. | ABr
Leia também:
Ministra Maria do Rosário e Antonio José Ferreira durante cerimônia de entrega das 37 centrais de interpretação de Libras (CIL)
A Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH/PR) entregou 37 Centrais de Inter
pretação de Língua Brasileira de Sinais – Libras (CIL) para 24 estados e o Distrito Federal. O objetivo é garantir atendimento de qualidade a pessoas com deficiência auditiva por meio de serviços de tradução e interpretação, além de facilitar o acesso a serviços públicos. A solenidade de entrega e assinatura do termo de adesão das centrais aos estados ocorreu no dia 26 de fevereiro, em Brasília.
Na ocasião, a ministra Maria do Rosário destacou a importância da cooperação e articulação com estados e municípios. “Este trabalho em parceria é fundamental para superarmos as barreiras físicas e de comunicação, assim como para acabarmos com a segregação das pessoas com deficiência”, explicou.
A ministra lembrou ainda de duas importantes conquistas para as pessoas com deficiência auditiva: o reconhecimento da Língua Brasileira de Sinais (Libras), por meio da Lei nº 10.436, de 24 de abril de 2002; e a regulamentação do exercício da profissão de Tradutor e Intérprete de Libras, pela Lei nº 12.319, de 1º de setembro de 2010.
CENTRAIS – De acordo com o secretário nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência, Antonio José Ferreira, cada central conta com mobiliário, impressora, aparelho de telefone, computadores e webcam de alto desempenho, além de um veículo para atendimentos
que demandem deslocamentos. “A central faz o atendimento virtual, por meio de chat de comunicação, em que o intérprete se comunica com o surdo à distância, e também presencial, o qual permite o agendamento e o acompanhamento a consultas médicas, audiências e agências bancárias”, explicou.
A expectativa é que todas as 37 centrais estejam em funcionamento em um prazo de 120 dias. “Os estados têm toda a liberdade para fazer arranjos locais com os municípios, com as universidades, para pôr as centrais em funcionamento. O governo federal vai fazer o monitoramento e o
acompanhamento dessas ações para ver se, de fato, estão atendendo aos objetivos”, completou Antonio.
Para que a CIL funcione de forma adequada, cada estado deverá disponibilizar pessoal habilitado em Libras, espaço físico para colocação do mobiliário, com, no mínimo, 40 metros quadrados, materiais de escritório, um motorista, recursos periódicos para manutenção e abastecimento do veículo. Também serão exigidas linhas de telefone, fixa e móvel, ativas, e no mínimo, cinco cadeiras de espera. Para o próximo ano, mais 18 centrais devem ser entregues.
Resultados da RAIS/2011 ........................................................................................................................................ | 2Antonio José é eleito presidente do Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência ..... | 3VOCÊ SABIA? ............................................................................................................................................................ | 3Dilma Rousseff sanciona a lei de proteção aos autistas ................................................................................. | 4
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Pauta Inclusiva Nº 7 | Fev | 2013
RAIS 2011
A Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) é um relatório de informações socioeconômicas do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) – que busca, por meio da disponibilização de informações do mercado de trabalho, avaliar as atividades trabalhistas no país.
Instituída pelo Decreto nº 76.900/1975, a RAIS estabelece que o empregador deve entregar uma declaração anual ao MTE, estando sujeito a multa, caso não o faça.
Além de fornecer informações estatísticas para subsidiar as decisões governamentais, a RAIS gera dados não somente para os sistemas vinculados ao tema, como, por exemplo, o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), o PIS (Programa de Integração Social), o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), mas também para sistemas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e do Instituto Nacional da Seguridade Social (INSS).
Em setembro de 2012, uma nova edição da RAIS foi disponibilizada pelo MTE. Neste levantamento, além de informações sobre número de demissões e criação de postos de trabalho, a RAIS apresenta também os dados sobre a participação das pessoas com deficiência no mercado de trabalho, indicando crescimento de 6,3%. Os números, que apresentaram queda de 12% no período de 2007 a 2010, tiveram recuperação no preenchimento das vagas.
Outro ponto de destaque é o número de trabalhadores com carteira assinada neste segmento, que assistiu a um crescimento de 306.013, em 2010, para 325.291, em 2011. Destes trabalhadores, há significativa predominância das pessoas com deficiência física (53,55%), seguida das pessoas com deficiência auditiva (22,61%), visual (6,71%), intelectual (5,78%) e múltipla (1,27%). Os empregados reabilitados representaram 10% do total.
Quanto à escolaridade, das 325 mil pessoas com deficiência empregadas, 136.077 (41,9%) concluíram o ensino médio, enquanto, em 2010, este número era de 121 mil; com ensino fundamental completo, o número para 2011 era 38.139 (11,72%) e, em 2010, 41 mil; por fim, com curso superior completo, o dado de 2011 é 39.651 (12,18%), contrapondo os 37 mil de 2010.
Escolaridade das pessoas com deficiência 2010 2011
Ensino superior completo 37.000 39.651
Ensino médio 121.000 136.077
Ensino fundamental completo 41.000 38.139
Na classificação por gênero, a RAIS confirma a predominância dos homens com deficiência no mercado de trabalho, com participação de 65,74% do total, mas apresenta uma tendência de aumento na participação das mulheres, alcançando 34,25% do total, o que representa uma variação de 5,31 pontos percentuais em comparação a 2010.
Quanto aos rendimentos, as pessoas com deficiência receberam, em média, R$ 1.891,16, superando a média dos rendimentos quando considerado o total de vínculos formais, que ficou na casa dos R$ 1.190,13. Esta diferença pode ser imputada à renda média percebida pelos trabalhadores reabilitados (R$ 2.167,83), pelos trabalhadores com deficiência física (R$ 1.851,90) e pelos trabalhadores com deficiência auditiva (R$ 2.110,11), cujos rendimentos são maiores que a remuneração média do grupo. Os trabalhadores com deficiência mental, segundo a RAIS, ainda recebem o menor rendimento (R$ 872,42).
fonte Com MTE.
Pessoas com deficiência terão prioridade na restituição do Imposto de Renda
A Receita Federal trouxe no
vidade para a declaração de Im
posto de Renda Pessoa/Física
em 2013: dará prioridade às pes
soas com deficiência ou doenças
graves. De acordo com o supervi
sor Joaquim Adir, a iniciativa vai
permitir que essas pessoas rece
bam a restituição nos primeiros
lotes. Os lotes regulares de devo
luções começam a ser liberados
em junho.
Para assegurar prioridade na
restituição, as pessoas com defi
ciência ou doenças graves deve
rão informar sobre sua condição
na primeira página do programa
de declaração, liberado pela Re
ceita desde segundafeira (25).
Segundo Adir, a opção já existia
na declaração do ano passado,
mas não garantia ao contribuinte
prioridade automática – era preci
so fazer uma requisição para ser
atendido posteriormente.
O prazo para entrega da de
claração do IR 2013 teve início na
última sextafeira (01) e vai até
dia 30 de abril.
CENSO – Dados do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatís
tica (IBGE) de 2010 apontam que
23,91% da população brasileira
possuem algum tipo de deficiên
cia, o que totaliza mais de 45 mi
lhões de brasileiros.
P E S Q U I S A
XII Feira Internacional de Tecnologias em Reabilitação,Inclusão e Acessibilidade – REATECH 2013 Dias 18 a 21 de abrilParticipação da SNPD/SDH/PR e do Conade,com estande de 350 metros.
Local: Centro de Exposições Imigrantes, em São Paulo.Em breve mais informações no www.pessoacomdeficiencia.gov.br
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Nº 7 | Fev | 2013 Pauta Inclusiva
www.facebook.com/pessoacdeficiencia
Após passar por um curso de capacitação, de 4 a 8 de fevereiro, o Plano Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência – Viver sem Limite – conta com apoiadores institucionais da Secretaria de Direitos Humanos (SDH), que iniciaram um trabalho para auxiliar os estados na promoção/implementação das ações do plano.
Além de acompanhar a agenda de trabalho dos Comitês Estaduais e
O secretário Nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência, Antonio José Ferreira, da
Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH/PR), foi eleito para a presidência do Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência (Conade), no biênio 20132015. Como vicepresidente, foi eleita a conselheira representante da Federação Nacional das Associações Pestalozzi, Esther Pacheco. A eleição ocorreu no dia 21 de fevereiro.
Ao término da votação, que ocorreu na data de posse da nova gestão do conselho, Antonio José enfatizou que para o funcionamento do conselho, é necessária a participação de todos. “Esperamos o apoio dos conselheiros nas comissões, pois o controle social deste conselho e a eficácia deste trabalho dependem de todos”.
A vicepresidente, Esther Pacheco, dedicou a conquista à Pestalozzi e comentou sobre o trabalho que será desenvolvido: “Queremos partilhar com todos vocês as ações futuras e fortalecer cada dia mais este conselho nacional, bem como os conselhos estaduais e municipais”.
Antonio José é eleito presidentedo Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência
GESTÃO
O Conade é um órgão de controle social, paritário, com alternância de composição na mesa diretora. De acordo com o Art. 11 do Regimento Interno do Conade, sociedade civil e governo se revezam a cada biênio. O conselho possui na sua estrutura as comissões permanente e temática.
Neste biênio, a Comissão Permanente será composta pelo presidente,
a vice presidente e pelos coordenadores: Raimundo Nonato (Políticas Públicas – CPP); Janilton Lima (Comunicação Social – CCS); Dr. Waldir Macieira (Acompanhamento, Elaboração e Análise de Atos Normativos – CAN); Naira Rodrigues (Articulação de Conselhos – CAC); e Carmen Lúcia (Orçamento e Finanças – COF). As Comissões Temáticas são assessoradas por profissionais de áreas afins, e convidados de notório saber.
monitorar o local da implantação das ações pelos municípios e estados, a nova equipe terá como atribuições: agendar reuniões com movimento social e conselhos estaduais e municipais; representar a SDH/PR nas agendas locais; elaborar relatórios qualitativos das ações (execução da política); apoiar na constituição dos conselhos municipais; organizar as agendas de pactuação municipal e apoiar os parceiros locais.
A cada etapa de trabalho os apoiadores institucionais farão três reuniões: uma com gestores municipais e estaduais, uma com conselheiros e outra com entidades da sociedade civil organizada. Esta última aberta à população.
A ação dos consultores é articulada com gestores e conselheiros estaduais e municipais que trabalham com a temática.
V O C Ê . S A B I A . ?
À mesa: Maria do Rosário, o ex-presidente do Conade, Moisés Bauer, e o presidente eleito, Antonio José Ferreira
foto Elza Fiuza | ABr
Desde fevereiro o Viver sem Limite conta com três consultores em Brasília e 12 apoiadores institucionais nos demais estados do país para apoiar as ações do plano
Pauta Inclusiva Nº 7 | Fev | 2013
Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República – SDH/PRSecretaria Nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência – SNPDSetor Comercial Sul – B, Quadra 9, Lote C, Edifício Parque Cidade Corporate, Torre “A”, 8º andarCEP: 70308200, Brasília, Distrito Federal, BrasilTelefones +55 (61) 20253684 / 9221 Fax +55 (61) 20259747 E-mail [email protected]
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por Deusina Lopes da Cruz1
F ruto da luta das famílias pelos direitos dos seus filhos com autismo, a Lei nº 12.764 foi sancionada pela Presidenta
Dilma e publicada no dia 28 de dezembro de 2012. Durante a sua tramitação sob a forma de Projeto de Lei no Congresso Nacional incorporou contribuições relevantes da sociedade e dos congressistas, tanto na Câmara dos Deputados como no Senado Federal.
A sanção de uma Lei que institui a Política Nacional de Proteção dos Direitos das Pessoas com Transtorno do Espectro do Autismo significa o compromisso do país na execução de um conjunto de ações, nos três níveis de governo, necessário à integralidade das atenções a estas pessoas e suas famílias. A Lei ora sancionada ao tempo em que protege, elimina toda e qualquer forma de discriminação reafirmando todos os direitos de cidadania deste público alvo. O mencionado marco legal é importante para viabilizar, direitos a um diagnóstico precoce, atenção especializada, acesso educação, proteção social, trabalho e provisões adequadas de serviços que lhes propiciem a igualdade de oportunidades.
A Lei nº 12.764/2012 apresentou significativo avanço em termos sociais ao equiparar os direitos das pessoas com autismo e com deficiência, reafirmando conceitos e concepções presentes na Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência (CDPD), ratificada pelo Brasil como emenda à Constituição Federal.
Por tratarse de um fenômeno complexo, de causa ainda desconhecida e de abrangência biopsicossocial, o conhecimento sobre o Transtorno do Espectro do Autismo carece de avanços em pesquisas e estudos sobre a origem, desenvolvimento e prognóstico das pessoas afetadas. É sabido, porém que o desenvolvimentos dos autistas varia de pessoa para pessoa,
mas que ele pode ser fortemente determinado pelas condições sociais vivenciadas pelas famílias. Nesse contexto, a lei visa atender as principais reivindicações das famílias com relação ao acesso à informações de qualidade, serviços especializados e acessíveis, apoio aos cuidadores familiares e garantia de direitos de cidadania.
Atento aos preceitos legais estabelecidos recentemente em relação ao acesso das pessoas com autismo à saúde, educação e assistência social, o Governo Federal, por meio do Ministério da Saúde (MS), produziu documento técnico intitulado Linha de Cuidados para a Atenção Integral às Pessoas com Transtorno do Espectro do Autismo e suas Famílias no Sistema Único de Saúde (SUS). Este documento, publicado e disponibilizado para consulta pública, traz importante avanço na sua concepção ao reafirmar o direito universal de acesso à saúde dessas pessoas e indicar a importância de ações intersetoriais e articuladas com a Educação e Assistência Social. Neste sentido, o Ministério da Educação (MEC) e o Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) contribuíram com informações sobre suas respectivas ações destinadas às pessoas com autismo e suas famílias.
O documento do Ministério da Saúde em construção define a atenção das pessoas com autismo no âmbito da Saúde, envolvendo um conjunto de medidas nos níveis de atenção do SUS a partir da atenção básica, com acesso a orientações sobre a identificação, em bebês, de sinais e sintomas com risco de evolução para Transtorno do Espectro do Autismo; diagnóstico diferencial até três anos; acesso a tratamento e medicamento; atendimento nos Centros Especializados em Habilitação e Reabilitação; cuidados com a saúde mental nos serviços de atendimento psicossocial.
As contribuições do MEC destacaram o direito ao Atendimento Educa
cional Especializado (AEE) reafirmando o direito à educação em todos os níveis. Este conjunto de medidas está de acordo com as determinações do artigo 3º da Lei nº 12.764/2012, inclusive no que se refere ao direito a acompanhante especializado na classe comum, nos casos de comprovada necessidade do aluno com autismo.
O MDS por sua vez, reafirma no seu documento texto a garantia do direito à proteção social das pessoas com autismo e de suas famílias, em situação de vulnerabilidade e risco ou com direitos violados, a partir da oferta de um conjunto de iniciativas do Sistema Único de Assistência Social (SUAS). Destaca que para atender às necessidades deste público, além dos serviços ofertados nos Centros de Referência de Assistência Social (CRAS) e Centros de Referência Especializada de Assistência Social (CREAS), deu início à implantação dos Centrosdia de convivência e cuidados pessoais e ao Serviço de Acolhimento em Residências Inclusivas. Destaca ainda, a importância da garantia da segurança de renda das pessoas com autismo, por meio do pagamento mensal, do Benefício de Prestação Continuada da Assistência Social – BPC, no valor de um salário mínimo em curso no país, desde 1996.
Face a dimensão da temática sobre o autismo, concluise que o Brasil, ao ter criado a Lei nº 12.764/2012 e instituído a Política Nacional de Proteção dos Direitos das Pessoas com Transtorno do Espectro do Autismo, não só retirou estas pessoas da condição de invisibilidade, como deu condições de superação dos desafios de implantação de uma rede de serviços de qualidade, integrada por ações nos três níveis de governo caracterizando um verdadeiro avanço da democracia brasileira na perspectiva da igualdade de oportunidade.
1) Economista, com Especialização em Gestão de Políticas Públicas de Proteção e Desenvolvimento Social, Assessora Técnica no MDS é Mãe de um filho com autismo e autora do livro “Um Autista Muito Especial”.
Dilma Rousseff sanciona a leide proteção aos autistas
Expediente
A R T I G O