graça comum

7
1 CAPÍTULO 6 O conceito calvinista da graça comum Escrito por H. Henry Meeter 1 O estudo da vida humana, particularmente tal como se manifesta entre os pagãos e incrédulos, oferece um problema realmente sério. Por um lado, na Bíblia encontramos afirmações que, aparentemente, descrevem aos pagãos e aos não crentes como aborrecedores de Deus, incapazes e ausentes de desejo de fazer o bem e inclinados a toda iniquidade, ou seja: totalmente depravados. Por outra parte, entre estes pagãos e não crentes descobre-se um modo de vida que parece desmentir a avaliação bíblica. Calvino faz referência a este tipo de vida, e ao problema que o envolve, com estas palavras tão significativas: "se cremos que o Espírito de Deus é a única fonte de verdade, não rejeitamos, nem depreciamos esta verdade onde quer que ela se manifeste ... . Negaremos a luz da verdade aos antigos legisladores que promulgaram princípios tão justos de ordem civil e político? Diremos que os filósofos eram cegos em sua penetrante reflexão e na descrição científica que nos fazem da natureza? Poderemos dizer que eles, que pela arte da lógica nos ensinaram a falar de um modo consistente com a razão, estavam eles mesmos destituídos de entendimento? Acusaremos de loucura a todos que afanados no estudo da medicina obtiveram vantagens e benefícios para toda a humanidade? O que diremos dos matemáticos? Consideraremos as suas conclusões como devaneios de pessoas dementes? Certamente que não; pelo contrário, leremos com grande admiração os escritos dos antigos sobre estes temas; os elogiaremos porquanto não poderemos descobrir o caráter verdadeiramente excelente deles. E não admitiremos que tudo o que louvável e excelente procede de Deus?” 2 A POSIÇÃO CALVINISTA SOBRE AS OBRAS LOUVÁVEIS PRATICADAS PELOS INCRÉDULOS Como solucionaremos o problema que implica esta maldade que a Bíblia atribui ao homem não regenerado e as obras excelentes que o mesmo realiza? Destas obras excelentes não diremos que são “vícios esplêndidos”. Não podemos considera-las como produto do pecado, pois o pecado não pode produzir tão bons resultados. Calvino depois de se referir ao que Paulo afirma em Rm 3:10-18 acerca da depravação natural 1 H. Henry Meeter, Doutor em Teologia, foi presidente durante 30 anos do Departamento Bíblico do Calvin College, Grand Rapids, MI. Nota do tradutor. 2 Calvin, John, Institutes of the Christian Religion, vol. 1, livro II, cap. 2, parte 15, p. 247. Tradução de John Allen. Também consulte os parágrafos 13-17 do mesmo capítulo. (Philadelphia: Presbyterian Board of Publication, 1921).

Upload: maressa-tome

Post on 11-Nov-2015

5 views

Category:

Documents


1 download

DESCRIPTION

arquivo que trata sobre a graça comum

TRANSCRIPT

1

CAPTULO 6O conceito calvinista da graa comum

Escrito por H. Henry Meeter[footnoteRef:1] [1: H. Henry Meeter, Doutor em Teologia, foi presidente durante 30 anos do Departamento Bblico do Calvin College, Grand Rapids, MI. Nota do tradutor.]

O estudo da vida humana, particularmente tal como se manifesta entre os pagos e incrdulos, oferece um problema realmente srio. Por um lado, na Bblia encontramos afirmaes que, aparentemente, descrevem aos pagos e aos no crentes como aborrecedores de Deus, incapazes e ausentes de desejo de fazer o bem e inclinados a toda iniquidade, ou seja: totalmente depravados. Por outra parte, entre estes pagos e no crentes descobre-se um modo de vida que parece desmentir a avaliao bblica. Calvino faz referncia a este tipo de vida, e ao problema que o envolve, com estas palavras to significativas: "se cremos que o Esprito de Deus a nica fonte de verdade, no rejeitamos, nem depreciamos esta verdade onde quer que ela se manifeste ... . Negaremos a luz da verdade aos antigos legisladores que promulgaram princpios to justos de ordem civil e poltico? Diremos que os filsofos eram cegos em sua penetrante reflexo e na descrio cientfica que nos fazem da natureza? Poderemos dizer que eles, que pela arte da lgica nos ensinaram a falar de um modo consistente com a razo, estavam eles mesmos destitudos de entendimento? Acusaremos de loucura a todos que afanados no estudo da medicina obtiveram vantagens e benefcios para toda a humanidade? O que diremos dos matemticos? Consideraremos as suas concluses como devaneios de pessoas dementes? Certamente que no; pelo contrrio, leremos com grande admirao os escritos dos antigos sobre estes temas; os elogiaremos porquanto no poderemos descobrir o carter verdadeiramente excelente deles. E no admitiremos que tudo o que louvvel e excelente procede de Deus?[footnoteRef:2] [2: Calvin, John, Institutes of the Christian Religion, vol. 1, livro II, cap. 2, parte 15, p. 247. Traduo de John Allen. Tambm consulte os pargrafos 13-17 do mesmo captulo. (Philadelphia: Presbyterian Board of Publication, 1921). ]

A POSIO CALVINISTA SOBRE AS OBRAS LOUVVEIS PRATICADAS PELOS INCRDULOSComo solucionaremos o problema que implica esta maldade que a Bblia atribui ao homem no regenerado e as obras excelentes que o mesmo realiza? Destas obras excelentes no diremos que so vcios esplndidos. No podemos considera-las como produto do pecado, pois o pecado no pode produzir to bons resultados. Calvino depois de se referir ao que Paulo afirma em Rm 3:10-18 acerca da depravao natural de todos os homens, expe como age o pecado no homem natural: no h besta selvagem que possa se ver agitada por uma loucura to descontrolada; nem rio veloz e turbulento que com tanto mpeto transborde o seu leito.[footnoteRef:3] [3: Calvin, John, Institutes of the Christian Religion, vol. 1, livro II, cap. 3, pragrafo 3, p. 263.]

Como podemos, pois, explicar estes atos louvveis que encontramos nos pagos e nos no regenerados? No podemos adotar o ponto de vista pelagiano, segundo o qual se o homem assim o deseja, e como Ado antes da queda, pode fazer o bem. A Bblia de uma maneira clara contraria esta posio. Tampouco podemos aceitar a perspectiva arminana, segunda a qual Deus concede ao homem cado suficiente graa preveniente para que este pela prpria iniciativa e deciso pode buscar a salvao e chegar a fazer o bem. Nem mesmo podemos aceita o ponto de vista catlico romano, segundo o qual, para as obras que merecem a salvao, o homem necessita da graa sobrenatural de Deus; mas, no que concerne ao homem, no plano natural ele consegue fazer o bem quase como ensina o pelagianismo -. Segundo Lutero e Calvino, a natureza do homem se encontra num estado de tal depravao que em nenhuma esfera pode dar bons frutos. O pecado como uma fera indomvel chegaria a destru-lo totalmente. Se a natureza pecaminosa do homem pudesse desencadear as suas tendncias, a sociedade se converteria num terrvel caos. Os campos de concentrao alemes e as atrocidades do comunismo demonstram o que a natureza pecadora do homem pode fazer se no refreada pela graa comum.Ento, como podemos explicar estas obras louvveis e excelentes que encontramos no mundo pago, em seres to depravados? Calvino responde: em seus eleitos Deus cura estas enfermidades ... em outros lhes freia em grau suficiente para que suas efervescncias no coloquem em perigo a preservao do universo. Assim pois, que uns por vergonha e outros por temor s leis, alguns homens no caiam em interminveis perversidades, ainda que por si sejam incapazes de livrar-se de sua impureza. H outros que havendo percebido que uma vida virtuosa redunda em benefcio prprio, chegam a alimentar determinados desejos de moralidade. Alguns homens ainda vo mais longe, e com uma vida acima do comum, pela excelncia da mesma constituem um estmulo para os demais no cumprimento de suas obrigaes. Assim, Deus por meio de sua providncia freia a perversidade de nossa natureza e impede que chegue a manifestar-se em atos externos considere que interiormente no haja purificado -.[footnoteRef:4] O fato que o homem natural, por depravado que se encontre, todavia, tem a luz da revelao de Deus na natureza (Rm 1:19-32); todavia, tem uma conscincia. Atravs do poder civil se amortece a dissoluo entre os homens e se promove a boa ordem e decncia na sociedade humana. Os homens so guiados pela opinio pblica, possuem um sentido de valor e das vantagens da verdade, exibem certo grau de moral, buscam o belo, etc. pese o fato de que em tudo no sejam levados, nem movidos por motivos ou propsitos justos -. Os homens de alguma maneira esto refreados de uma conduta m sempre latente em sua natureza pecaminosa seja s vezes por temor pelo castigo, ou seja movidos pelo sentido de recompensa que lhes leva a realizar certas coisas que esto em harmonia com a lei externa, mas que so contrrias ao seu corao e natureza pecaminosa. [4: Calvin, John, Institutes of the Christian Religion, vol. 1, livro II, cap. 3, pargrafo 3, p. 263.]

OS RESULTADOS DA GRAA COMUM: PODEMOS CONSIDER-LOS COMO BOAS OBRAS?Podemos concluir que por terem atos que ao menos externamente se ajustem lei e ao colocar em prtica estas obras louvveis e excelentes que menciona Calvino, os pagos e incrdulos fazem realmente o bem? A resposta a esta pergunta depender do que entendemos por bem. Num sentido estrito uma coisa boa, no somente quando em sua aparncia externa est em harmonia com a lei, mas tambm quando a disposio interna do homem que a executa pura. Por exemplo, um homem faz algo que externamente se ajusta s leis da sociedade, mas isto pode fazer para conseguir a confiana de algum e com a inteno de roubar ou engan-lo uma vez que conseguiu a sua confiana. Tal ao no envolve os requisitos de uma obra verdadeiramente boa, seno que tambm o propsito e a disposio do sujeito precisam ser bons. Consequentemente, o bom aquilo que procede de um corao santo, que se ajuste com a lei de Deus e que um ato para a Sua glria. Estas aes que demandam uma disposio e um propsito puro, assim como uma manifestao externa tambm pura, no h pago ou incrdulo que possa realizar. Mas vamos um pouco mais longe. Pode o crente realizar segundo estes requisitos? Novamente a nossa resposta precisa ser negativa. Sendo que nem as aes dos crentes procedem de um corao perfeitamente puro, ou so realizadas conforme motivos perfeitamente puros. O Catecismo de Heidelberg na questo 60, do Dia do Senhor XXIII, vai ainda mais longe. Aqui o cristo confessa que transgrediu seriamente a todos os mandamentos de Deus, que no guardou nenhum deles, e que est inclinado a toda sorte de mal. Estritamente falando, tanto o crente como o incrdulo no podem fazer nada bom. Tal como disse Jesus: ningum bom, seno somente Deus (Lc 18:19).Mas a Bblia, que atribui o bem somente a Deus, em certas ocasies aplica o termo bom como qualificativo das aes dos homens: nos fala do cristo como zeloso em boas obras; de Dorcas diz que estava cheia de boas obras (At 9:36); Timteo instru aos cristos ricos para que sejam ricos em boas obras (1 Tm 6:18). Os cristos, mesmo no sendo perfeitamente santos, pelo menos tm em seus coraes um princpio santo; e, ainda que no sejam perfeitamente puros em seus propsitos tm pelo menos um princpio desta pureza. No corao do incrdulo no h este princpio santo que possa induz-lo a realizar as suas aes; e, ainda que demonstre amor pela famlia e amor por aqueles que lhes amam, as suas aes ou sentimento nunca esto motivados por um verdadeiro amor a Deus, ou por um desejo de viver para Ele. Assim, pois, as suas aes nunca podem ser consideradas como propriamente boas, nem ainda no sentido em que o so as aes dos cristos.Todavia, na Bblia nos fala de um terceiro significado sob o qual podemos considerar as boas obras. Sejam quais forem os motivos que tenham incentivado uma ao e ainda que seja suscitado pelo egosmo, o orgulho, e o temor do castigo a ao em si, ou seja, em conformidade com a lei de Deus, vem qualificada de boa. neste sentido que as obras de Je, de Amasias, Jos e outros homens maus, s vezes, na Bblia so qualificadas como boas obras (Veja 2 Rs 10:29; 12:2; 14:3 e Lc 6:33).Esta influncia de Deus atravs da qual e por diferentes meios freia as paixes perversas dos homens, fazendo com que eles, ainda que no regenerados faam muitas coisas externamente boas e que so contrrias s intenes de seus coraes pecaminosos, o que o calvinista denomina graa comum. comum porque no vem confinada a um grupo especfico, tal como procede com a graa especial, mas uma graa que concedida a todos os homens, ainda que no em igual medida. De modo que um crente pode ter maior grau da graa do que outro, assim, um incrdulo pode ter mais graa comum do que outro. O romano Camilo segundo a comparao de Calvino possua mais graa comum do que se poderia encontrar em Catilina, o depravado senador.[footnoteRef:5] [5: Calvin, John, Institutes of the Christian Religion, vol. 1, livro II, cap. 3, pargrafo 3, p. 264.]

SO AS OBRAS DA GRAA COMUM RESULTADO DA GRAA DE DEUS PARA COM OS PECADORES REPROVADOS?Esta influncia de Deus pela qual refreia as paixes perversas dos homens e faz surgir neles obras que externamente so boas, podem realmente ser chamada graa? O que graa? A palavra chen no Antigo Testamento e a palavra charis no Novo ambas se traduzem por graa em nossa Bblia -, tem uma ampla gama de significados, alguns dos quais no vem ao caso em nosso estudo. Todavia, importante notar que na Bblia esta palavra pode significar: (1) A atitude de favor que Deus pode mostrar com uma pessoa; (2) com frequncia esta palavra expressa a ideia de que este favor imerecido; (3) gradativamente a palavra indica o favor de Deus que se manifesta operando f e converso no corao de seu povo; (4) outras vezes significa coisas boas que devemos ao favor ou graa de Deus.A pergunta importante que devemos questionar esta: Deus manifesta alguma graa, ou seja, certa atitude de favor, ou boa vontade e inclusive o amor aos no regenerados, aos pecadores no eleitos, ou seja, aos rprobos? Comearemos dizendo que como reprovados, como pecadores, estes nunca vem a ser o objeto do favor de Deus, seno de sua ira. Deus glorificado no cumprimento de sua justia no castigo eterno do mpio. H muitos textos na Bblia que descrevem a atitude irada de Deus sobre o homem mal. Todavia, a mesma Bblia mostra uma disposio de favor e inclusive de amor da parte de Deus pelos pecadores no eleitos. Em Rm 2:4 Paulo fala da bondade de Deus por aqueles que se perdem. Aqui a palavra bondade no somente implica aes bondosas, como tambm descobre uma atitude de bondade com aqueles que se refere o versculo. E isto resulta evidente, no somente pelo significado do termo grego que significa benevolncia, como tambm pelo termo sinnimo que ali tambm contm: pacincia; e tambm, pelo de longanimidade; e com os que se enfatiza a atitude e disposio de Deus. No Sl 145:9 lemos: o Senhor bom para com todos e suas misericrdias sobre todas as suas obras. Em Lc 8:6, 35 o Senhor Jesus diz: amai os vossos inimigos ... e sereis filhos do Altssimo, porque Ele benigno para com os ingratos e maus.Mas como Deus pode ao mesmo tempo amar e odiar a uma pessoa? Se Ele odeia o homem mal e ao rprobo e um dia castigar pelos seus pecados, como possvel dizer que de alguma maneira os ama? De fato, que esta pergunta provoca um grande problema aos que argumentam segundo uma lgica estritamente supralapsria; pois, segundo esta concepo, Deus na eternidade decidiu, em seu primeiro decreto, glorificar-se em dois de seus atributos: em seu amor e graa com os vasos de honra, ou seja, os eleitos; e, em sua justia punitiva sobre os vasos de ira preparados para a destruio, ou seja, os rprobos. Depois, em seu segundo decreto, Deus decidiu criar os vasos de honra e os de ira. Observe que segundo este esquema supralapsariano os rprobos no decreto da criao foram concebidos como vasos de ira; e que sob nenhum significado so considerados como objetos do amor divino. Na concepo do infralapsarianismo, ao contrrio, Deus primeiro decidiu criar aos seres humanos, e como estes so concebidos como objetos de seu amor; logo, Deus decidiu permitir a queda e salvar a alguns em seu amor eletivo, passando por alto aos demais os no eleitos quem, por seus pecados se fazem rus de sua ira e castigo. Sobre esta base se pode falar de um amor de Deus para os no eleitos e pelo fato de serem suas criaturas. Um exemplo disto -nos oferecido na experincia do pai justo cujo corao sangra por seu filho perdido cujas aes perversas exigem que seja expulso do lar.Esta a posio que adota Calvino ao perguntar sobre este tema: portanto, e de um modo maravilhoso e divino, Ele nos amou e nos odiou ao mesmo tempo. Ele nos odiou ao sermos diferentes do que Ele nos fez; mas, apesar da nossa iniquidade no chegou a destruir eternamente sua obra em ns, Ele poderia odiar o que havamos feito e ao mesmo tempo, entretanto, amar o que dele perdurava em ns.[footnoteRef:6] Na resposta s acusaes que foram feitas sobre a sua obra: A Secreta Providncia de Deus e, em rplica primeira calnia, Calvino disse: as provas do amor de Deus com toda a humanidade so inumerveis, e todas elas manifestam a ingratido daqueles que perecem ou vo no caminho da perdio. Este fato, todavia, no constitui base slida para negar que Deus possa delimitar o seu amor especial ou peculiar a uns poucos que, em condescendncia infinita, lhe agradou escolher dentre todos os demais. Quando Deus em seu beneplcito decidiu adotar para si a Abrao e sua famlia, claramente deu a entender que sob este amor especial no inclua a toda humanidade ... E, em segundo lugar, pelo fato de que Deus ame a seus escolhidos, de modo algum pode-se concluir que Ele, como justo Juiz, no tenha o direito de rejeitar queles que em vo desfrutam durante as suas vidas do amor e indulgncia de Deus, como um amoroso Pai mostra.[footnoteRef:7]Assim, pelos textos da Escritura e pelos ensinos de Calvino, aprendemos que Deus mostra uma atitude de favor, ou de graa aos no eleitos, e que desta graa comum algum dia agravar ainda mais o seu castigo, por no lhes levou ao arrependimento e a uma vida de entrega a Deus. [6: Calvin, John, Institutes of the Christian Religion, vol. 1, livro II, cap. 16, pargrafo 4, p. 457. Citando a Agostinho.] [7: Cole, Henry, ed., Calvins Calvinism, a Treatise on the Eternal Predestination of God, pp. 26, 269-270 (London: Sovereign Grace Union, Henry Atherton Sec, 98 Camberwell Grove, London, Publication No. 150).]

VANTAGENS QUE OFERECE ESTA CONCEPO DA GRAA COMUMEsta concepo calvinista da graa comum de grande valor positivo. O anabatista se separa do mundo e o condena como manifestao m, em que somente operam as ms artes do diabo. Para o pelagiano e o catlico romano, a cincia, a arte e o bem-estar em geral do mundo so resultados do bom, que se baseia no homem natural. Mas o calvinista, em todas as coisas e em todas as partes no mundo pago e entre os no crentes, e em qualquer avano cientfico, artstico ou cultural descobre a obra do Esprito Santo de Deus; ou seja, o v como frutos que Deus fez adquirir realidade apesar da maldade do corao natural do homem. O calvinista reconhece com gratido que estes frutos so resultado da graa de Deus e os reivindica para o Reino de Deus. A obrigao e a meta gloriosa de todo bom calvinista, no de separar-se do mundo, ou de se conformar-se com ele, mas que a sua misso a de usar estes dons da graa comum de Deus para a Sua glria e para a vinda do Seu Reino.

Extrado de H. Henry Meeter, La Iglesia y el Estado (Grand Rapids, TELL, 1963), pp. 63-73. Este livro originalmente foi publicado sob o ttulo de THE BASIC IDEAS OF CALVINISM.

Traduzido por Rev. Ewerton B. Tokashiki9 de Outubro de 2014.