grupos coordenadores e conselhos locais

41
Curso de Especialização em Desenvolvimento Sustentável e Agenda 21 Local Como criar e gerir grupos coordenadores e conselhos locais de desenvolvimento sustentável?

Upload: nuno-quental

Post on 14-Jun-2015

371 views

Category:

Travel


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Grupos coordenadores e conselhos locais

Curso de Especialização em Desenvolvimento Sustentável

e Agenda 21 Local

Como criar e gerir grupos coordenadores e conselhos locais de desenvolvimento sustentável?

Page 2: Grupos coordenadores e conselhos locais

O que é a Agenda 21 Local

Um processo participativo envolvendo diversos actores para atingir os objectivos da Agenda 21 ao nível local através da preparação e implementação de um plano estratégico delongo-prazo que incida sobre as prioridades de desenvolvimento sustentável locais.

Fonte: UN CSD (2002). Second local agenda 21 survey.

Page 3: Grupos coordenadores e conselhos locais

O que é a Agenda 21 Local

Critérios definidos pela ONU-CDS: partir de um processo participativo com os cidadãos definir um visão de consenso para um futuro sustentável integrar as questões sociais, ambientais e económicas criar um Fórum participativo preparar um Plano de Acção com metas concretas definir indicadores de progresso estabelecer mecanismos de monitorização e informação

Fonte: UN CSD (2002). Second local agenda 21 survey.

Page 4: Grupos coordenadores e conselhos locais

O que é a Agenda 21 Local

É uma forma de enraizamento: da transparência da participação cívica do planeamento estratégico enquanto processo do desenvolvimento sustentável

A Agenda 21 Local é sobretudo uma forma de encarar a democracia, envolvendo os cidadãos e instituições nos processos de decisão, fomentando ainda a sua transparência e criando mecanismos de fácil acesso à informação.

Page 5: Grupos coordenadores e conselhos locais

O que é a Agenda 21 Local

Fonte: ICLEI.

Page 6: Grupos coordenadores e conselhos locais

Participação pública

Vai ao encontro dos princípios estipulados pela Constituição, pelo Tratado, pela Agenda 21, ...

Contribui para o processo de aprendizagem colectivo necessário ao desenvolvimento sustentável

Corrige erros da administração pública

Page 7: Grupos coordenadores e conselhos locais

Participação pública

Está ainda demasiado dependente da boa vontade política

Falta-lhe um enquadramento legal mais robusto

Carece de mecanismos estáveis para a sua concretização

Encontra-se por isso num estágio infantil de desenvolvimento

Ainda tem receio de se assumir!

Page 8: Grupos coordenadores e conselhos locais

Escalas, tempo e participação

Orçamento e plano de actividades1 ano | Freguesia, concelho

Câmara Municipal4 anos | Concelho

Planeamento estratégico e PDM10 anos | Concelho, região

Visões de futuro, paradigmasLongo prazo | Região, país

GestãoCiclos curtos | Rua, bairro

Consultas de vizinhança

Conselhos municipaisFóruns e debatesReferendos locais típicos

Informação, transparência, comunicação social, inquéritos

Eleições

Referendos às políticasConstrução da “agenda”

CenáriosNarrativas

Page 9: Grupos coordenadores e conselhos locais

Os degraus da participação

Fonte: Arnstein, Sherry (1969). A ladder of citizen participation, Journal of the American Institute of Planners 35(4), 216-224

Page 10: Grupos coordenadores e conselhos locais

Estruturas da Agenda 21 Local

Grupo Coordenador

FórumGrupos de Reflexão Grupos de Trabalho

Câmara (poder político)

Câmara (administração) Comunidade

Page 11: Grupos coordenadores e conselhos locais

Grupo Coordenador

Carácter É uma espécie de “Câmara Municipal” alargada

Funções Estrutura principal com poder de decisão

relativamente à implementação da Agenda 21 Local

Acompanha de uma forma permanente e sistemática o processo

Coordena as várias estruturas existentes (Fórum, Grupos de Trabalho, etc.)

Page 12: Grupos coordenadores e conselhos locais

Grupo Coordenador

Estrutura Presidente e vereadores da Câmara Municipal Parceiros estratégicos Pequenas instituições (em menor nº, e em regime

de rotatividade) Eventualmente, entidades da administração

central (CCDR, por exemplo) Notas

Câmara Municipal em maioria Reuniões regulares! Número de elementos deve ser limitado

Page 13: Grupos coordenadores e conselhos locais

Grupo Coordenador

Estrutura do GC Futuro Sustentável

Câmaras Municipais (um representante de cada) Parceiros estratégicos

Associação Empresarial de Portugal CCDR-N DRAEDM Ordem dos Engenheiros União Distrital das IPSS Águas do Douro e Paiva DECO CMA (um representante de cada) Lipor e ESB (sem direito a voto)

Page 14: Grupos coordenadores e conselhos locais

Grupo Coordenador

Estrutura do GC Agenda 21 Local de São João da Madeira

Município Dr. Paulo Cavaleiro (Executivo Municipal) Arq. Joaquim Milheiro (Departamento de Ambiente e

Planeamento) Eng. Susana Xará (nomeada pelo Executivo Municipal)

Parceiros Engº Joaquim Melo (Centro Tecnológico do Calçado) Prof. Dilma Cardoso Nantes (Agrupamento de Escolas) Comandante Carlos Duarte (PSP) Comandante David Aleixo (Corporação BV) Dra. Elsa Teixeira (Rede Social)

Page 15: Grupos coordenadores e conselhos locais

Grupo coordenador

Processo de constituição Concordância da Câmara Municipal Convite às entidades Explicação do seu papel e importância Preparação da primeira reunião (enviar ordem de

trabalhos) Cuidado com o local das reuniões... (não esquecer

mesa adequada!)

Page 16: Grupos coordenadores e conselhos locais

Fórum ou CMDS

Funcionamento das reuniões Enviar previamente ordem de trabalhos Seguir ordem de trabalhos Limitar cada ponto de discussão no tempo Moderação e liderança pelo município Pontualidade! Cumprir hora de início e de finalização

Page 17: Grupos coordenadores e conselhos locais

Grupo coordenador

Dificuldades possíveis O Presidente não aparece As entidades faltam Não há decisões Há pouca discussão Excesso de elementos

Por isso é necessário explicar bem o papel do Grupo Coordenador e a importância da participação e empenho das diversas entidades

Page 18: Grupos coordenadores e conselhos locais

Fórum ou CMDS

Carácter A estrutura por excelência da discussão,

participação e envolvimento Uma espécie de “parlamento” local Representativo dos sectores e interesses da

comunidade Funções

Reflexão aprofundada sobre todas as acções relativas à Agenda 21 Local e ao desenvolvimento municipal

Pode ter poderes consultivos ou decisórios

Page 19: Grupos coordenadores e conselhos locais

Fórum ou CMDS

Estrutura Câmara municipal Assembleia municipal Juntas de Freguesia Técnicos do município Empresas e serviços municipais Empresários locais e suas associações

representativas

Page 20: Grupos coordenadores e conselhos locais

Fórum ou CMDS

Estrutura Associações de moradores, de pais, desportivas,

culturais, de defesa do ambiente e do património

Grupos que representem os indivíduos socialmente mais desfavorecidos (deficientes, minorias étnicas, marginalizados)

Sindicatos

Page 21: Grupos coordenadores e conselhos locais

Fórum ou CMDS

Estrutura Agências ou departamentos sob a tutela da

administração central Autoridades locais de interesse público (polícia,

bombeiros e protecção civil) Órgãos de imprensa Especialistas universitários (ou de outras

instituições) e cidadãos de reconhecido mérito nas diversas temáticas relevantes

Page 22: Grupos coordenadores e conselhos locais

Fórum ou CMDS

Estrutura do Conselho Municipal de Ambiente Póvoa de Varzim

Agrupamentos Verticais e Escolas Secundárias Associação Comercial e Industrial da Póvoa de Varzim Associações dos Amigos de Laúndos Associações Culturais e Recreativas Bombeiros Voluntários da Póvoa de Varzim Câmara Municipal e Juntas de Freguesia Capitania do Porto da Póvoa de Varzim Corpo Nacional de Escutas GNR e PSP Órgãos de Comunicação Social

Page 23: Grupos coordenadores e conselhos locais

Fórum ou CMDS

Estrutura do Conselho Municipal de Ambiente Porto

FEUP - Departamento de Eng. Civil ICBAS - Laboratório de Hidrobiologia Universidade Católica Portuguesa ARPPA, Campo Aberto, FAPAS, NDMALO-GE, QUERCUS, Olho

Vivo, Forestis e APRIL Assembleia Municipal: PS, CDS/PP, PSD, CDU e BE Juntas de Freguesia: Vitória, Ramalde e Foz do Douro CCDR-N CMP: Direcção Municipal de Ambiente e Serviços Urbanos e

Direcção Municipal do Urbanismo

Page 24: Grupos coordenadores e conselhos locais

Fórum ou CMDS

A Mesa do Fórum Presidente e vice-presidentes

Funções Representar o CMA Dirigir e coordenar os trabalhos do CMA Criar as condições para a geração de consensos

em torno dos temas em debate Solicitar informações ao município Marcar e convocar as reuniões Preparar a ordem do dia Redigir as actas

Page 25: Grupos coordenadores e conselhos locais

Fórum ou CMDS

Ordens de Trabalho Acta nº 5

Marina do Freixo e Infra-estruturas similares no estuário do Douro; Competência CMP/ADPL

Regulamento dos Espaços Verdes e sua aplicação Ponto de situação da Ribeira da Granja

Acta nº 6 Marina do Freixo e Infra-estruturas similares no estuário

do Douro: Prestação de Esclarecimentos pelo Instituto Portuário e dos Transportes Marítimos

Ponto de situação da Agenda Local 21.

Page 26: Grupos coordenadores e conselhos locais

Fórum ou CMDS

Ordens de Trabalho Acta nº 7

Deliberações sobre a Marina do Freixo e Infra-Estruturas Similares no estuário do Douro

Impacte Ambiental Avenida dos Aliados Molhes, Marinas e Marques Ponto Situação das ETARs Candidatura ao Programa LIFE 2005-2006 Plano Estratégico do Ambiente

Page 27: Grupos coordenadores e conselhos locais

Fórum ou CMDS

Regulamento (exemplo) Âmbito

O Conselho Municipal de Ambiente é um órgão independente de reflexão e consulta, representativo das forças vivas do concelho, que procura congregar as diversas sensibilidades e concertar os interesses em presença, e tem por missão estabelecer uma estrutura permanente de debate e participação relativamente a todas as matérias municipais relevantes em matéria de desenvolvimento sustentável.

O CMA funciona com total autonomia no exercício das suas competências.

Page 28: Grupos coordenadores e conselhos locais

Fórum ou CMDS

Regulamento (exemplo) Deveres

O CMA deve colaborar com as instituições públicas, em especial o Município (Assembleia e Câmara Municipal) bem como as Assembleia e Juntas de Freguesia, prestando, na medida das suas capacidades, o apoio reflectivo que lhe for solicitado.

Direitos A Mesa do CMA pode requerer à Autarquia ou a quaisquer

entidades públicas dependentes dela, por iniciativa sua ou de algum membro, os elementos de informação que considere necessários para a prossecução das suas tarefas.

Page 29: Grupos coordenadores e conselhos locais

Fórum ou CMDS

Regulamento (exemplo) Dever de informação, consulta e ponderação do

município A Autarquia manterá o CMA informado acerca do

desenvolvimento das políticas, estratégias, projectos e programas municipais relevantes em matéria de desenvolvimento sustentável.

A Autarquia deve consultar o CMA, sempre que as circunstâncias o permitam, relativamente às matérias referidas no número anterior e numa fase inicial do seu desenvolvimento.

A Autarquia deve ponderar sobre as propostas do CMA e, sempre que possível, justificar as suas opções quando não forem coincidentes.

Page 30: Grupos coordenadores e conselhos locais

Fórum ou CMDS

Regulamento (exemplo) Composição

A composição do CMA é estável, ocorrendo anualmente uma renovação parcial dos seus membros. Esta renovação incide sobre 10% a 40% dos mesmos.

Representatividade Com excepção dos órgãos de comunicação social, dos

especialistas universitários e dos cidadãos de reconhecido mérito, que se representam somente a si mesmos, os membros do CMA vinculam as instituições a que pertencem, excepto quando refiram expressamente o oposto.

Page 31: Grupos coordenadores e conselhos locais

Fórum ou CMDS

Regulamento (exemplo) Decisões

A unanimidade não deve ser alcançada à custa de discussões excessivamente longas e que, por isso mesmo, ponham em causa a funcionalidade do CMA. Cabe à Mesa decidir do momento oportuno para se passar à votação, nos termos do número seguinte.

Quando o consenso não for possível o CMA delibera por maioria simples, tendo o Presidente voto de qualidade. A votação é nominal, salvo nos casos em que a Mesa entender que a protecção da opinião de algum dos membros justifica votação secreta.

Page 32: Grupos coordenadores e conselhos locais

Fórum ou CMDS

Regulamento (exemplo) Publicidade das decisões

Todas as decisões são enviadas pela Mesa ao Presidente da Autarquia e ao Presidente da Assembleia Municipal.

A Autarquia colocará ainda todas as decisões do CMA na sua página oficial na internet, numa secção própria relativa ao CMA, até à reunião ordinária seguinte relativamente àquela em que foram adoptadas.

Sempre que julgarem oportuno, a Mesa ou o CMA podem divulgar decisões tomadas à comunicação social.

Page 33: Grupos coordenadores e conselhos locais

Fórum ou CMDS

Regulamento (exemplo) Incompatibilidades

Os membros do CMA têm o dever moral de não participarem nas votações que envolvam directamente algum interesse particular seu ou dos seus dirigentes. Este julgamento cabe, unicamente, a cada membro.

Revisão do regulamento O presente Regulamento poderá ser revisto por iniciativa do

CMA ou da Autarquia, no máximo de uma vez por ano, carecendo a sua aprovação do voto favorável de 2/3 dos membros.

Page 34: Grupos coordenadores e conselhos locais

Fórum ou CMDS

Dificuldades possíveis Falta de apoio administrativo do município As associações faltam Não há decisões Há pouca discussão Excesso de elementos Reduzido reconhecimento “formal” por parte do

município Incapacidade de influenciar o município

Page 35: Grupos coordenadores e conselhos locais

Preparar para 15 de Novembro

Dia 15 de Novembro pretende-se realizar uma simulação de uma reunião do Conselho Regional do Desenvolvimento Sustentável

É necessário dividir a turma em 8 grupos diferentes representando interesses ou instituições diferentes, incluindo 1 presidente (de um município) e um director de departamento

Aguardo “candidaturas” contendo o nome dos elementos do grupo e a instituição que pretendem representar

Enviem para [email protected] até 4 de Novembro sem falta! Eu envio ordem de trabalhos da reunião, por email, até dia 7 de

Novembro Depois preparem os vossos argumentos! Nota: pode haver mudanças

relativamente às vossas “candidaturas”, mas no email explicarei tudo

Page 36: Grupos coordenadores e conselhos locais

Simulação de conselho regional de DS

Ordem de trabalhos Linha do TGV Porto-Vigo

Vale a pena? Com que objectivos estratégicos? Se sim, onde devem ser as estações? Com que velocidade? Que impactes ambientais e sociais? Que medidas de mitigação?

Nota: convém estudar o tema de acordo com a função de cada um. Não esquecer, sobretudo os defensores do ambiente, enquadrar no âmbito da sustentabilidade!

Page 37: Grupos coordenadores e conselhos locais

Simulação de conselho regional de DS

Composição Ministro das Obras Públicas e Transportes (preside à reunião e apresenta

o projecto em causa) - Bruno Madureira Presidente da Câmara Municipal de Porto - Lisete Osório CCDR-N - ? AEP – Susana Machado e Pascal Pereira Associação Comercial do Porto - Sónia Rodrigues e Inês Neto Ordem dos Engenheiros - César Monteiro União das Instituições de Solidariedade Social - Susana Ferreira Quercus - Carla Santos Forestis – Paula Clímaco AICCOPN - Ana Mendanha, Carla Faria e Susana Peixoto

Aceitam-se candidaturas para os lugares em falta. Há várias pessoas que ainda não escolheram nada... Podem propor outras entidades!

Page 38: Grupos coordenadores e conselhos locais

Tarefa a realizar

Elaboração de um documento que descreva, relativamente ao Fórum ou ao Conselho Local de Desenvolvimento Sustentável: estrutura ou composição funções ou competências proposta sobre tipologia de decisões que devem ser

submetidas a parecer prévio do Fórum Adaptar ao contexto de trabalho, sendo tão

específico quanto desejável! Prazo: 25 de Novembro

Page 39: Grupos coordenadores e conselhos locais

Dimensão instituicional do DS

Pretende-se que cada grupo analise um caso paradigmático de bom funcionamento da vertente mais institucional da sustentabilidade

O carácter exemplificativo de cada caso de estudo é variado: Composição alargada ou muito representativa Saliência do trabalho Consagração legal do direito à participação e à informação Mecanismo de transparência e informação Fonte de financiamento para a recuperação do ambiente Ligação entre ciência e política

Cada grupo deve apresentar posteriormente as conclusões a que chegou Em que medida o caso é exemplificativo Como surgiu, para que serve, que resultados teve... Que razões levaram ao seu sucesso Que lições a reter

Page 40: Grupos coordenadores e conselhos locais

Dimensão instituicional do DS

Casos de estudo Convenção de Århus sobre o acesso à informação, a participação do

público na tomada de decisões e o acesso à justiça no domínio do ambiente

Painel intergovernamental sobre alterações climáticas (IPCC) Registo europeu de emissões poluentes (EPER) e Atlas do Ambiente

Digital Modelo “'Regional Air Pollution INformation and Simulation” (RAINS) Comissão Mundial de Barragens (World Commission on Dams) Iniciativa ACCESS (Access Initiative) Global Environmental Assessment 4 (do UNEP), State of the World

(do Worldwatch Institute) e Relatório do Estado do Ambiente (do Ministério do Ambiente)

Superfund (da US EPA)

Page 41: Grupos coordenadores e conselhos locais

Contactos

Nuno Quental [email protected] 93 375 39 10