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Apresentação da Mesa
1 Introdução
2 O histórico da crise
2.1 Independências
2.2 Ditaduras
2.3 Política dos Bancos
2.4 Estopim
2.5 Repercussão
2.6 Negociações (1982-89)
3 Mecanismos da dívida
3.1 Dívida externa versus dívida interna
3.2 Superávit e déficit primário e nominal
3.3 Rolagem
3.4 Conversão
4 Posicionamentos
4.1 Peterson Institute for International Economics
4.2 Federal Reserve, American Bankers Assossiation, Estados Unidos
da América, Canadá
4.3 Fundo Monetário Internacional, Banco Mundial
4.4 Banco Interamericano de Desenvolvimento
4.5 Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe
4.6 Argentina, Brasil, Chile e México
4.7 European Banking Federation
4.8 Uruguai, Paraguai, Bolívia, República Dominicana, Honduras, Costa
Rica, Nicarágua, Colômbia, Equador, Peru, Panamá, Suriname,
Venezuela, Guiana
5 Referências
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Apresentação da Mesa
Maria Irene Tizón Jordão
Oi todo mundo, meu nome é Maria Irene (as pessoas me chamam só de
Irene), eu tenho 15 anos, faço Meio Ambiente no Cefet-MG e estou no 3° ano.
Em 2016 eu participei de minha primeira simulação e tenho me dedicado
bastante a elas desde então. Tive a ideia desse comitê em junho de 2017
enquanto lia As Veias Abertas da América Latina, do Eduardo Galeano. Eu sou
apaixonada por temas que envolvem o desenvolvimento econômico do nosso
continente, e gostaria de agradecer à Camila, ao Gustavo e ao João por terem
aceitado participar desse processo comigo. Este comitê foi planejado com
muito carinho, e eu estou muito feliz por finalmente torná-lo realidade. Espero
que todos vocês também estejam tão empolgados quanto eu. Nos vemos na
SimEFG!
Camila Iannarelli Galvão Alves
Olá senhores delegadxs, meu nome é Camila, tenho 18 anos e sou
aluna do Cefet, do curso de meio ambiente e estou no 3° ano. Meu primeiro
contato com o mundo das simulações foi em 2016 de lá para cá, desenvolvi um
verdadeiro amor por simular. Espero que os senhores gostem desse projeto
que nós diretores desenvolvemos com muito carinho. Desejo a todos uma
ótima SimEFG!
Gustavo Fagundes da Conceição
Aloha delegadxs, meu nome é Gustavo Fagundes e serei diretor de
vocês nesse comitê. Tenho 18 anos e sou formado no curso técnico de Meio
Ambiente no CEFET-MG, espero que dê tudo certo no comitê e nas nossas
relações interpessoais, até a simulação, espero ansiosamente vocês.
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João Victor Queiroz Neves
Olá delegadxs, meu nome é João Queiroz e serei diretor de vocês nesse
comitê interessantíssimo que é o Consenso de Washington. Tenho 16 anos e
sou do primeiro ano do curso técnico de Hospedagem no CEFET-MG. Comecei
com as simulações quando tinha 13 anos de idade, e apesar de ter passado
por um período inativo em relação a elas, pretendo agora voltar à atividade.
Espero que esse comitê seja de muito sucesso e que tenhamos uma ótima
experiência. Nos vemos em breve.
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1 INTRODUÇÃO
“Segundo a voz de quem manda, os países do sul do mundo devem acreditar
na liberdade de comércio (embora não exista), em honrar a dívida
(embora seja desonrosa), em atrair investimentos (embora sejam
indignos) e em entrar no mundo (embora pela porta de serviço). Entrar
no mundo: o mundo é o mercado. O mercado mundial, onde se
compram países. Nada de novo. A América Latina nasceu para
obedecê-lo, quando o mercado mundial ainda não se chamava assim,
e aos trancos e barrancos continuamos atados ao dever de
obediência.” – Eduardo Galeano
A América Latina surgiu no plano econômico mundial já como serva das
metrópoles europeias, enquanto colônia, a função dessas terras era apenas
gerar lucro. Quando se tornou mais rentável para os exploradores que o sul
fosse independente, tivemos que custear guerras e pagar indenizações, o que
sucedeu foi uma pseudoliberdade. A dívida que surgiu foi paga com a riqueza
da terra e com a perpetuação da pobreza do povo.
Logo, o sistema de rolagem e as intervenções nas políticas internas fizeram
com que a dívida crescesse exponencialmente. De crises em crises e
endividamento cada vez maior, a história latino-americana segue seu percurso.
O intrincado quadro econômico atinge seu maior colapso, então, durante a
década de 80.
Dívidas insustentáveis são característica comum a todos os Estados da
América Latina durante esta época. Alguns países decretavam moratória e
sujavam seu nome no mercado internacional, enquanto outros temiam que o
mesmo acontecesse com eles, lutando para honrar seus pagamentos e
permanecer com uma boa avaliação no mercado. Os bancos e países credores
concederam linhas de crédito além das que possuíam e agora viam a
possibilidade de nunca reaverem este capital.
Neste contexto, visando normalizar o quadro econômico mundial, foi
realizado na cidade de Washington, em novembro de 1989, o encontro que
ficou conhecido como Consenso de Washington. Contando com a participação
de banqueiros, grandes estudiosos da área econômica e os países da América
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latina, a reunião marcou a história mundial com suas definições que tinham
potencial para mudar drasticamente o rumo das economias das nações latino-
americanas, e evitar futuras crises como essa em todo o mundo.
2 O HISTÓRICO DA CRISE
2.1 Independências
Inspiradas nas manifestações iluministas que reformavam as ideias na
Europa durante o século XVIII, a antes resignada América exibe seus primeiros
indícios de insatisfação com as normas ditadas pelas metrópoles. Somadas
com o pioneirismo dos Estados Unidos, que, em 1775, conquistaram sua
independência, a América Latina inicia seu processo de emancipação das
grandes potências europeias.
Com lutas truculentas e insurgências populares, a oportunidade de
autogoverno se fez finalmente uma opção diante do controle e da exploração
europeia da área. Essa soberania, entretanto, possuía um preço. Guerras
foram feitas com financiamento externo e indenizações milionárias tiveram que
ser pagas para as respectivas metrópoles, deixando as novas nações em uma
delicada situação econômica.
A América Latina pós-independência, já começa a sua história endividada.
A economia desses países é baseada na venda de commodities (gêneros
agrícolas e minerais, produtos com menor valor para venda e que tem potencial
para flutuação de preços muito maior) e na importação de produtos
manufaturados (bem mais caros, vindos da Europa). Em pouco tempo,
alcançar superávit primário fica extremamente mais complicado.
Com o crescimento do déficit nessas regiões, são necessários novos
empréstimos para custear gastos do governo, e não apenas para a rolagem da
dívida. Dessa maneira, a dívida externa foi alcançando proporções cada vez
maiores, até a crise.
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2.2 Ditaduras
Um dos períodos da história econômica latino-americana que causou mais
impacto para o futuro dos países, entretanto, foi a época dos governos
autoritários, as ditaduras civil-militares.
Durante a Guerra Fria, que aconteceu na metade do século XX, os Estados
Unidos da América e a União Soviética competiam por influência nos países ao
redor do globo. Os Estados Unidos, ameaçados pela dominação comunista
previamente instaurada em sua vizinha Cuba, vê nos frágeis países sul-
americanos uma oportunidade de se proteger de seus inimigos orientais.
São realizados então, em alguns países como Brasil, Argentina, Uruguai,
Chile e Peru, golpes militares apoiados pelo governo norte americano com o
pretexto de parar o avanço comunista que supostamente seria instaurado pelos
governos nacionalistas latino-americanos presentes na época.
A intervenção militar conjuntamente com a influência norte americana
resultou em uma manipulação econômica direta pelos EUA na América Latina.
Nesse período foram registrados altos índices de investimentos externos e em
especial, capital estadunidense.
Segundo Arruda (2015), as taxas de juros internas do Brasil, por exemplo,
foram aumentadas apenas com o intuito de forçar as empresas a pegarem
empréstimos no exterior, gerando dívidas externas ao invés de internas. Ele
ainda afirma que “Foi o Estado – tanto o Tesouro e o Banco Central como as
estatais, portanto, os contribuintes – que arcaram com o ônus maior do sobre
endividamento”.
Essas dívidas, que pertenciam parte a empresas privadas e parte a
estatais, foram mais tarde estatizadas, devido à falência de empresas.
Também nesse período, ocorreu um forte crescimento do PIB dos países
que se industrializavam, notadamente Brasil, México, Argentina e Chile. Essa
industrialização tinha como objetivo suprir a demanda mundial por produtos
que eram produzidos com menor custo na América subdesenvolvida. Para
financiar as indústrias nacionais, os governos pegavam empréstimos com
grandes bancos e governos estrangeiros e repassavam o crédito para
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empreendedores ou proprietários de indústrias em expansão, a juros mais
baixos, e o Estado acabava onerado. Esse processo acelerado teve graves
consequências sociais em curto prazo e econômicas e ambientais em longo
prazo.
No Brasil, por exemplo, o “milagre econômico” teve duras consequências
para a parcela mais pobre da população: o índice de GINI atingiu patamares
muito acima do que se registrava antes, chegando a atingir 0,63, o que
evidencia um fortíssimo aumento na desigualdade da distribuição de renda no
país.
2.3 Política dos Bancos
Analistas da CEPAL veem o descontrole dos bancos credores como a
causa primordial da crise da dívida. Ao não enxergar limites para a concessão
de crédito para os países latinos, eles criaram uma situação nociva para si: no
caso de qualquer abalo à economia produtora daqueles países, o risco de
calote e a consequente crise desses mesmos bancos era iminente.
Quando a situação interna dos dezesseis países mais endividados
começou a piorar, com a queda da produção fabril devido ao aumento do preço
do barril de petróleo e à queda do preço das commodities agrícolas, o FMI foi
procurado para articular uma renegociação da dívida. Nesse momento, os
bancos perceberam a que ponto tinha chegado a situação, então mudaram os
termos dos acordos para empréstimos, impossibilitando que antigos devedores
fizessem novas dívidas.
Porém as coisas não saíram como planejadas. A reserva de dólares dos
países se esgotou em pouco tempo, e não havia mais meios para realizar a
rolagem da dívida, visto que a crise já tinha gerado um resultado primário
negativo, ou seja, déficit primário.
Dessa maneira, os governos se encontravam absolutamente sem fontes
de renda e declaravam moratórias.
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2.4 Estopim
Em 13 de agosto de 1982, o México declarou moratória. Nessa seção
será feita uma análise, em linha do tempo, das principais características da
crise Mexicana, suas causas e gatilhos.
Em fevereiro de 1982, um declínio nas reservas internacionais força o
governo mexicanos a desvalorizar o peso, aumentando o fardo da dívida
externa, principalmente à bancos comerciais estadunidenses. Apesar da
desvalorização do peso, o governo mexicano é incapaz de parar sua perda de
reservas e fica sem dinheiro. As reservas internacionais são capazes de cobrir
apenas três semanas de importações.
Em 12 de Agosto de 1982, o ministro das finanças do México, Silva
Hertog, informa ao governo americano e ao FMI que o México não tem
condições de pagar sua dívida externa de 80 bilhões de dólares.
Em 1º de setembro de 1982, o governo nacionaliza o sistema privado
bancário mexicano, com o objetivo de prever a falência do setor privado
bancário, porém agrava a crise. Nos meses seguintes, uma moratória real em
relação à dívida externa existe. Todos os pagamentos no setor privado são
cessados, assim como a grande maioria dos pagamentos no setor público.
Em agosto de 1982, bancos centrais ocidentais, sob representação do
governo estadunidense e Paul Vocker (FED), fazem um empréstimo sem
precedentes de 1,5 bilhões de dólares ao México, com adicionais 2 bilhões de
dólares em dinheiro (pré-pagamentos de petróleo e créditos de agricultores) do
governo estadunidense. Ou seja, o México recebe 3,5 bilhões de dólares para
aliviar necessidades imediatas de dinheiro.
Em dezembro de 1982, o FMI aprova um empréstimo de 3,8 bilhões ao
governo mexicano. Como condição, o governo tem que implementar uma série
de reformas de abertura ao mercado. O programa do FMI acabaria em
dezembro de 1985. Mais dois programas duraram de 1986 à 1988. Esses
programas juntos somaram 5,2% do PIB.
Entre agosto e dezembro de 1982, o peso é desvalorizado quase 50%
em relação ao dólar americano. Consequentemente, taxas elevadas de inflação
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alcançam 100% e a economia entra em recessão. Em 1982, a economia cai
0,6%. Em 1983, a economia cai 4,2%. O PIB per capita real cai
respectivamente 3% e 6% em 1982 e 1983. Durante os próximos 5 anos, cai
11% no total. Nesse mesmo período, o valor de salários real cai
aproximadamente 30%. O desemprego alcança níveis altos, especialmente em
áreas rurais. Em 1982, contrações no investimento e consumo contribuíram
negativamente para o crescimento econômico.
Após a desvalorização do peso em fevereiro de 1982, as exportações
crescem, o único fator contribuinte para o crescimento. Nos cinco anos após a
crise, os termos de comércio mexicanos caíram 42,2%. Mas no fim de 1986, o
governo mexicano ainda lidava com uma dívida externa gigantesca, que
correspondia à 78% do PIB, e a inflação que excede 100%.
No mesmo ano, o preço do petróleo colapsa no internacional, impactando
negativamente a performance da economia mexicana. Entre 1983 e 1988, o
PIB real mexicano cresceu uma média de 0,1% ao ano. Portanto, os anos 80
são considerados por serem a "década perdida mexicana".
De 1950 até o começo de 1970, o México teve um período de
estabilidade macroeconômica e crescimento econômico. A taxa de inflação
nunca excedeu, enquanto o crescimento anual econômico ficou, em média, à
7%. De 1954 até 1976, o México teve uma taxa de câmbio fixa. O peso ficou
em 12,5 pesos ao dólar.
Em 1970, a política econômica mexicana mudou radicalmente, quando
Luis Echeverria foi eleito como presidente. Houve uma gigantesca expansão
fiscal, e a dívida pública começou a crescer rapidamente. Consequentemente,
o déficit orçamentário atingiu mais de 10% em 1975 e 1976. A taxa de
crescimento da base monetária acelerou para 33,8% em 1975.
Consequentemente, a inflação ultrapassou os 20% em 1973 e 1974. Enquanto
isso, a taxa de pagamento de salários decaiu bruscamente. Devido à crescente
inflação, a verdadeira taxa de câmbio foi rapidamente apreciada, tornando-se
supervalorizada.
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O déficit das contas compunha 5% do PIB em 1975. A dívida externa total
rapidamente cresceu, representando 31% do PIB em 1976. Quase toda essa
dívida se concentrava por atos do setor público, dinheiro este emprestado por
bancos comerciais internacionais.
Aproximadamente 75% dos pagamentos de interesse estavam atados a
taxas de interesse estado-unidenses e ao LIBOR (London Interbank Offering
Rate), tal taxa mudava a cada seis meses, representando grande ameaça à
economia mexicana.
Em 31 de Agosto de 1976, sob grande pressão de pagamentos, o peso
desvalorizou quase 50% e a economia entrou em recessão. Logo após, Lopez
Portillo assumiu a presidência mexicana. Ele estruturou um acordo com o FMI
para um programa de estabilização da economia. No primeiro ano, a inflação e
o déficit público começaram a lentamente decrescer.
Tendo em vista a exploração de reservas de petróleo recentemente
descobertas em 1979, o programa do FMI foi revogado, e uma política de
expansão fiscal foi novamente adotada. Entre 1978 e 1981, o crescimento real
do PIB variou entre 8,0% e 9,1%. A inflação subiu, mas não excedeu a taxa de
30%.
Desde 1979, vários fatores pioraram a situação da dívida externa
mexicana. Quando a segunda crise do petróleo ocorreu em 1979, os preços do
petróleo ficaram altos como nunca. Tal acontecimento fora favorável para o
México, devido a sua exportação frequente de petróleo. No entanto, a recessão
mundial era um forte fator negativo, abaixando a taxa de exportação mexicana.
Outro fator para o agravamento da dívida foi a supervalorização do
peso. Da metade de 1978 até junho de 1980, a taxa de câmbio havia sido
fixada, apesar do crescimento da inflação. Ainda assim, o México continuou
pedindo grandes empréstimos ao FMI, que eram concedidos.
Em 1980, os gastos do governo escalaram, resultando em déficits fiscais
gigantescos. As exportações mexicanas não iam bem, e o ritmo de concessão
de empréstimos somente aumentavam. A dívida externa mexicana
representava 49% do PIB em 1982.
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Depois de passar o fim de 1982 com grandes dificuldades e uma série
de negociações com o FMI, o México concordou em realizar reformas
estruturais, que seriam uma condição para que mais empréstimos fossem
concedidos. Algumas dessas reformas incluíam a austeridade fiscal,
privatização de estatais, redução de barreiras comercias e liberalização de
investimentos estrangeiros. Com a rígida disciplina fiscal, o déficit do
orçamento caiu de 17,6% em 1982 para 8,9% em 1983.
De forma resumida, em agosto de 1982, o México declarara moratória,
iniciando a crise da dívida externa. Após anos de acumulação da dívida, taxas
de interesse elevadas, a crise mundial e desvalorizações do peso fizeram com
que a dívida somente crescesse, e o país se encontrasse em uma situação
extremamente delicada com o FMI. Desde novembro de 1982, várias formas de
negociação foram aplicadas. Durantes vários dos pacotes de negociação do
FMI, o México teve de instaurar reformas estruturais revolucionárias. A falta de
transparência fiscal e a irresponsabilidade monetária mexicana durante 1950
até 1980 foram as principais causas para que os fatores da crise da dívida
externa fossem construídos.
O México seria o primeiro dos muitos países latino-americanos que
entrariam em crise.
2.5 Repercussão
Se a grande crise anterior, de 29, foi avassaladora para o capital privado
e os pequenos investidores, a crise de 82 conseguiu comprometer os nove
maiores bancos do mundo e diversos governos. Talvez não tenha ficado tão
famosa quanto a anterior por ser mais difusa no tempo, e não ter afetado de
forma comprometedora o cerne do capitalismo, o governo e as marcas
estadunidenses.
Desde a década de 70 os países da América Latina vinham
apresentando taxas de inflação cada vez maiores, e os reajustes salariais não
acompanhavam a evolução dos preços. A população ficou em um estado de
extrema vulnerabilidade.
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As pequenas empresas dificilmente prosperavam, e não eram raras as
que acabavam fechando as portas. A falta de fontes externas de crédito aos
governos os levaram a aumentar a carga tributária na tentativa de obter um
resultado primário positivo. Essa intervenção excessiva acabou por estagnar
por completo o crescimento econômico, gerando crises em todos os setores
produtivos, e desemprego.
2.6 Negociações (1982-89)
A primeira reunião com objetivo de conter os avanços da crise e os seus
impactos nos países devedores ocorreu em Toronto, entre os representantes
dos governos implicados, dos grandes bancos e do FMI, a fim de criar um
fundo de emergência com valores entre 25 e 100 bilhões, sem sucesso.
Foi então criada uma “Estratégia de Dívida”, que tinha como um dos
elementos, empréstimos para a sustentação dos bancos credores, já que os
mesmos se encontravam em um processo de falência e eram considerados
“grandes demais para quebrar”.
Foram várias tentativas de reuniões e acordos no período, porém a
divergência entre as partes interessadas tornou o diálogo difícil. Os bancos se
reuniam e não conseguiam chegar a um acordo que suprisse as necessidades
dos países.
Em 1984 ocorreu uma reunião que foi a que chegou mais perto de algo
como uma resolução. O Consenso de Cartagena reuniu onze países devedores
para discutir suas situações internas e possíveis saídas. O problema,
entretanto, foi a falta de confiança dos bancos, que chegaram a acusar a
reunião de ser a formação de um “cartel de devedores”. Porém a situação era
tão crítica para todos, que os bancos fizeram algumas concessões, como
maiores prazos para pagamento e redução de taxas internacionais.
Nesse período, o FMI foi protagonista nas negociações, assumindo papel
interventor que nunca antes tinha ocupado pois ia contra sua política.
Apesar de todos os esforços, essas medidas eram apenas mitigadoras dos
imensos impactos que estavam ocorrendo, o aumento do preço das
exportações dos países credores, em meio a acordos de estabilização dos
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preços dos produtos primários abertura para atender essa demanda, houve
uma redução do estoque e amortização em prazos muito mais longos,
formando períodos de carência e juros fixos. Essas medidas afetaram,
diretamente, o PIB dos países, apartando uma parte da independência do país,
no sentido de tomadas de decisões políticas macroeconômicas.
Por conta dessa situação, criada por debtstrategy, foi formulado o Plano
Baker, que foi a primeira revisão da dívida.
Com o patrocínio do então secretário do Tesouro norte-americano, introduziu-
se em 1985 a noção da necessidade de novos empréstimos para
projetos de desenvolvimento, a serem concedidos pelos bancos
privados no quadro de programas de financiamento do Banco Mundial
para ajuste estrutural. Previa-se, igualmente, a idéia da conversão de
débitos em ações de empresas dos países devedores.
O Plano Baker não chegaria a decolar. Entretanto, resultou na introdução do
Banco Mundial como co-gestor, com o FMI, dos esquemas de
administração da dívida latino-americana. Com isto se gerariam, pela
própria natureza dos empréstimos da instituição e pelos seus critérios
de operação, oportunidades ainda maiores de interferência nos
assuntos internos dos países devedores. As "condicionalidades" se
verificariam agora na área de políticas setoriais em questões, por
exemplo, de comércio exterior ou de definição de prioridades
orçamentárias. O Banco Mundial com suas novas responsabilidades,
buscaria se transformar, gradualmente, em núcleo de uma espécie de
"international civil service" para os seus clientes no Terceiro Mundo, em
cujos quadros depauperados iria, inclusive, recrutar especialistas.
Com o fracasso do Plano Baker, foi concebido o Plano Brady como mais
uma medida de solucionar esses problemas criados pela dívida.
A nova estratégia substituiria o reescalonamento nas mesmas condições da
contratação original pela noção de consolidação da dívida antiga,
mediante sua substituição por uma nova, a longo prazo e também
reduzida, em até 35%. Essa redução se daria através de taxas fixas de
juros inferiores às da dívida antiga ou por descontos no processo de
sua novação, de forma voluntária para os bancos credores.
Tal plano se mostrou muito importante, se tornando um avanço conceitual,
porém surgiu muito modestamente em termos quantitativos.
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A adoção do Plano Brady somente se dá no momento em que os
bancos norte-americanos, principais credores da região, já haviam
reconstituído suas reservas e diminuído sua “exposição" em relação
aos mesmos. Isso permitiria que o governo norte-americano pudesse
voltar a levar em conta os interesses de seus setores exportadores,
inevitavelmente negligenciados na estratégia anterior. Tal consideração
se expressaria pelo endosso à orientação, adotada pelo Banco
Mundial, de condicionar seus empréstimos aos países
latinoamericanos à prévia adoção por estes de políticas unilaterais de
abertura comercial.
O teste desse plano se deu no México, pais de singular importância para
os Estados Unidos, onde se fez eficaz. Porém para os Estados Unidos o
projeto não foi muito promissor.
Em contrapartida à consolidação da dívida latino-americana a prazo
mais longo e com um pequeno desconto, os Estados Unidos obteriam
a reabertura dos mercados dos países da região, com o que lograriam
espetacular inversão nos fluxos do intercâmbio.
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3 MECANISMOS DA DÍVIDA
3.1 Dívida externa versus dívida interna
Em primeiro lugar, é necessário conceituar alguns dos vocábulos que
são mais comumente utilizados para abordar a dívida. A própria diferença entre
dívida interna e externa é algo que causa bastante confusão.
Dívida interna é toda aquela gerada na moeda do país de origem.
Dívida externa é aquela que é fixada e alguma moeda externa, sendo
que a mais utilizada é o dólar.
3.2 Rolagem
Os governos devedores na maioria dos casos, não possuem caixa
suficiente para quitar definitivamente as suas dívidas, nem possuem o
interesse de fazer isso de maneira imediata. Eles tampouco não irão pagar. O
que acontece é um refinanciamento, eles pegam novos empréstimos para
pagar pelos antigos.
3.3 Superávit versus déficit, primário e nominal
Superávit primário e déficit primário são os nomes dados ao resultado
primário de um país quando é positivo ou negativo, respectivamente.
O resultado positivo é quando a arrecadação total do país é superior aos
gastos, excluindo a dívida, e o governo só necessita de empréstimos para rolar
a dívida pública.
O déficit primário é quando ocorre o contrário, e o governo não arrecada
o suficiente sequer para cobrir os próprios gastos, e precisa fazer empréstimos
para cobrir rombos de má gestão.
Já o resultado nominal inclui nos gastos os juros da dívida,
apresentando uma abordagem mais completa da saúde das contas públicas.
3.4 Conversão
A conversão da dívida é o processo em que se rola a dívida pública
pagando a parcela externa com emissão de títulos públicos em moeda
nacional, ou pela capitalização, que seria a conversão de um crédito em
participação acionária em uma empresa. Esse mecanismo foi amplamente
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4 POSICIONAMENTOS
Tendo em vista que os posicionamentos em muito se assemelham,
optamos por redigi-los em forma de blocos para facilitar a visualização das
delegações dos senhores delegadxs no contexto da crise da década de 80
4.1 BLOCO 1 - Peterson Institute for International Economics
O Instituto Peterson de Economia Internacional (PIIE) é uma instituição
privada, sem fins lucrativos, comprometida com um estudo e discussão
rigorosa, intelectualmente aberta e aprofundada sobre a política econômica
internacional.
Sua finalidade é identificar e analisar questões importantes para tornar a
globalização benéfica e sustentável para os povos dos Estados Unidos e do
mundo, desenvolver e comunicar novas abordagens práticas para lidar com os
desafios enfrentados pela economia global. Tem como objetivo criar uma
agenda para ser seguida por todos os países a fim de evitar crises.
A instituição propôs uma reunião para a discussão dos problemas latino-
americanos e foi o economista John Williamson quem levou os debates sobre a
agenda para a crise, que ele mesmo batizou como Consenso de Washington.
O Instituto possui uma forte tendência ideológica voltada para o
liberalismo econômico, e defende abertura de mercados, desregulamentação
da economia, e o Estado Mínimo.
4.2 BLOCO 2 - FED, ABA, Governo dos EUA e Canadá
As delegações descritas neste bloco estão intimamente atreladas aos
interesses dos bancos que realizaram os empréstimos aos governos latino-
americanos em crise devido às suas dívidas.
O FED (Sistema de Reserva Federal dos Estados Unidos) e a ABA
(Associação de Banqueiros Americanos) se alinham, naturalmente, ao
posicionamento da delegação do governo dos Estados Unidos da América e do
Canadá.
Em relação às medidas que o Consenso de Washington será
responsável por formular e entregar aos países latino-americanos em crise, o
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bloco 2 defende um planejamento voltado para as práticas do livre mercado e
da austeridade fiscal. Tendo em vista o crescimento destas práticas dentro de
seu próprio território durante o governo Reagan, os Estados Unidos da
América, bem como o FED e a ABA tendem a ser as delegações com as
recomendações mais próximas aos planos econômicos de autores como Hayek
e Friedman.
O Canadá, apesar de partilhar de muitas dessas recomendações, adota
uma posição sutil e extremamente passiva, visando a importância de acordos
comerciais da Commonwealth com muitos países latino-americanos, sendo o
seu posicionamento necessário para representar um grupo extenso de países
de matriz política anglo-saxônica.
Algumas das recomendações que se esperam do Bloco 2, por exemplo,
são a reforma fiscal dos países em crise, a abertura de mercado, redução de
impostos e a política de privatizações de estatais.
4.3 BLOCO 3 - Fundo Monetário Internacional, Banco Mundial
O Fundo Monetário Internacional e o Banco Mundial são organizações
internacionais criadas durante o período que sucedeu a Segunda Guerra que
têm como objetivo fornecer auxílio econômico aos países e desempenharam
papeis fundamentais no Consenso de Washington.
Após a primeira crise do petróleo, a partir de 1973, com o declínio do
Welfare State das ideias keynesianas que se provaram ineficientes por
pressupor que o Estado seria o melhor para alocar os recursos e guiar o
mercado, há o ressurgimento do liberalismo em peso, como a melhor
alternativa para promover a globalização.
Sustentados através de doações feitas pelos próprios países membros,
tanto o FMI quanto o BM baseiam suas políticas nos interesses dos maiores
fornecedores de renda, isto é, o poder de voto e de tomada de decisão dos
estados-membros é proporcional ao dinheiro investido pelos mesmos.
Sendo assim, apresentam-se como mais influentes dentro dos órgãos os
Estados Unidos da América, o Japão, a Alemanha, a Inglaterra e a França,
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países estes que são grandes credores das nações latino-americanas e
naturalmente, temem o não pagamento dos empréstimos.
O FMI e o BM então, diante da necessidade latino-americana de
renegociação das dívidas externas, abriram brechas em suas próprias políticas
e passaram a conceder empréstimos, com a finalidade de honrar seus
compromissos com os grandes bancos internacionais, deve utilizar os meios
disponíveis para defender a tendência econômica de seus principais
contribuintes e seus próprios interesses.
4.4 BLOCO 4 - Banco Interamericano de Desenvolvimento
O Banco Interamericano de Desenvolvimento ou BID (em inglês Inter-
American Development Bank, IDB) é uma organização financeira internacional
com sede na cidade de Washington, Estados Unidos, que foi criada no ano
de 1959 com o propósito de financiar projetos viáveis de desenvolvimento
econômico, social e institucional e promover a integração comercial regional na
área da América Latina e o Caribe.
Ainda que tenha nascido no seio da Organização de Estados
Americanos (OEA) não guarda nenhuma relação com essa instituição pan-
americana, nem com o Fundo Monetário Internacional (FMI) ou com o Banco
Mundial (BM), os quais dependem da Organização das Nações Unidas.
Devido ao quadro estagnado de crescimento dos países latino
americanos, e a carência de fontes de empréstimos, o BID terá um papel
fundamental para a recuperação do crescimento da região.
4.5 BLOCO 5 - Comissão Econômica para a América Latina e o
Caribe
A Comissão Econômica para a América Latina (CEPAL) foi criada pela
resolução 106 (VI) do Conselho Econômico e Social de 25 de fevereiro de 1948
e começou a operar no mesmo ano.
Em sua resolução 1984/67 de 27 de julho de 1984, o Conselho decidiu que
a Comissão deveria ser renomeada como Comissão Econômica para a
América Latina e o Caribe.
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A CEPAL é uma das cinco comissões regionais das Nações Unidas e sua
sede é em Santiago, Chile. Foi fundada para contribuir para o desenvolvimento
econômico da América Latina, coordenar ações que visam promover e
fortalecer as relações econômicas dos países entre si e com as demais nações
do mundo.
Posteriormente, seu trabalho foi estendido aos países do Caribe e o
objetivo de promover o desenvolvimento social foi incorporado.
A CEPAL possui metodologia própria para a análise da conjuntura latino-
americana, que leva em consideração toda a história e as particularidades do
continente, que não podem ser vistas apenas pela ótica da economia ortodoxa.
Na década de 80, trabalhou fortemente para conter os impactos nos países
latinos, conciliando as necessidades dos países de se alçar no plano
internacional com suas particularidades territoriais e históricas.
4.6 BLOCO 6 - Argentina, Brasil, Chile e México
As delegações descritas no bloco 6 são os principais países afetados
pela crise da dívida externa latino-americana, havendo implicações extremas
desta sobre sua economia e sociedade.
Como descrito anteriormente, a série de crises econômicas latino-
americanas começou no México em fevereiro de 1982.
Fatores, como a expansão fiscal mexicana e a quantidade exacerbada de
empréstimos fez com que o México fosse profundamente afetado pela crise.
No Brasil, a crise havia iniciado logo após o "Milagre Econômico
Brasileiro", quando o governo militar, através de diversos empréstimos feitos
pelo FMI, havia dado à República Federativa Brasileira a ilusão de um
crescimento econômico manipulado.
A alta de juros internacionais em 1979 faria com que a crise em que o Brasil se
encontrava (resultado dos empréstimos feitos pelo FMI e de políticas públicas
sem responsabilidade fiscal) se agravasse, fazendo com que a dívida externa
do país crescesse.
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Os governos argentino e chileno passaram por dificuldades relativamente
parecidas com o México. O endividamento e uma série de atitudes como a
expansão fiscal e políticas governamentais sem transparência fiscal haviam
levado os países à crise.
O que diferencia, principalmente, os países do Bloco 6 das outras
delegações latino-americanas é a intensidade com qual a crise os afetou, por
haverem maiores parcelas no mercado internacional e, naturalmente, maior
influência política.
As delegações do bloco 6 tendem a se posicionar, em relação às
medidas que serão discutidas no Consenso de Washington, relativamente
contra o discurso de abertura de mercado e reformas fiscais. É extremamente
importante compreender que o contexto sob o qual países como o Brasil e a
Argentina se encontram, que comporta falta de transparência fiscal os impede
de desejar uma política de privatizações e abertura exacerbada do país ao
mercado.
Tendo em vista o caráter econômico de intervenção de tais países,
espera-se que sejam sugeridos, por parte destes países, a formulação de
acordos com o Fundo Internacional Monetário para negociação de dívida e
concessão de ainda mais empréstimos.
4.7 BLOCO 7 - European Bankers Federation
Embora de maneira bem menos expressiva que os bancos americanos,
os bancos europeus são importantes credores dos países latinos. A EBF é a
entidade que representa todos os bancos europeus em questões acerca de
regulação do setor ao redor do mundo.
Fundada em 1960, seus membros são as associações nacionais do
setor bancário. Na Europa, o setor é o coração da economia regional, tendo
ultrapassado até mesmo o setor de serviços.
A crise na América Latina desencadeou toda um declínio no segmento,
que foi além do simples não pagamento. Reacendeu o debate acerca de
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regulamentação bancária, que feita em larga escala é prejudicial para os
bancos.
4.8 BLOCO 8 - Uruguai, Paraguai, Bolívia, República Dominicana,
Honduras, Costa Rica, Nicarágua, Colômbia, Equador, Peru,
Panamá, Suriname, Venezuela, Guiana
Dentre os países deste bloco, há alguns recém-saídos de ditaduras, outros
que não apresentaram interrupções em seu processo democrático, e o elo em
comum de todos eles, é, sem dúvida, o grande endividamento externo que
ocorreu em décadas anteriores.
Os impactos econômicos da década perdida atingiram de forma geral todos
os países latino-americanos, ainda que de forma menos abrupta se comparado
a outros países como o México, a Argentina, o Brasil e o Chile.
Estes países buscam, no Consenso de Washington, uma solução para seu
grave problema econômico e clamam pela ajuda internacional através de
renegociações da dívida. Diante do posicionamento dos bancos e de seus
principais credores.
A maior ameaça para estes países é se afogar em ainda mais dívidas e
perderem sua individualidade diante da fixação de restrições abusivas de seus
principais credores.
Sendo assim, se faz necessário que estes países sejam enfáticos em suas
limitações, mas que, naturalmente, abram concessões para poderem se
reerguer dessa gigantesca crise.
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REFERÊNCIAS
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