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GUIA DE ESTUDOS
Assembleia Geral das Nações Unidas
de 2012 em Sessão Especial sobre
Crianças – Grupo I
Revisão dos objetivos estabelecidos na Primeira Sessão
Especial sobre Crianças
Iara Maria Latini Mayrink
Diretora
Marina Fernandes da Cruz Dias
Diretora Assistente
Paula Senra de Oliveira Amaral
Diretora Assistente
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................ 3
2 APRESENTAÇÃO DO TEMA ......................................................................... 4
3. TÓPICOS DA AGENDA................................................................................. 6
3.1 Saúde........................................................................................................... 7
3.1.1 A promoção de vidas saudáveis ............................................................ 7
3.1.2 Combate ao HIV/AIDS ............................................................................. 8
3.2 Educação .................................................................................................... 9
3.3 Exploração infantil ................................................................................... 10
3.3.1 Proteção durante conflitos armados ................................................... 11
3.3.2 Trabalho infantil .................................................................................... 11
3.4 Meio ambiente .......................................................................................... 12
4 O COMITÊ ..................................................................................................... 12
5 ATORES ....................................................................................................... 13
REFERÊNCIAS ................................................................................................ 14
TABELA DE DEMANDA DAS REPRESENTAÇÕES ..................................... 16
3
1 INTRODUÇÃO
Estimados delegados,
É com grande satisfação que nós, do comitê AGNU 2012, desejamos
boas-vindas a todos vocês nesta 14ª edição do MINIONU. Todo o trabalho
realizado durante o ano é exclusivamente para proporcionar a vocês uma rica
experiência durante os dias de debate. Afinal, os senhores como
representantes oficiais dos seus países, terão o poder de propor soluções para
os diversos problemas que afligem milhões de crianças e adolescentes em
todo o mundo.
Sou Iara Mayrink e serei uma das diretoras deste comitê. Curso
atualmente o sétimo período de Relações Internacionais na PUC Minas e esta
é minha terceira participação no modelo MINIONU. No ano de 2010 fui
voluntária da logística da 11ª edição. Em 2012, sua 13ª edição, trabalhei como
Diretora Assistente no comitê Dayton Peace Conference on Bosnian War e
agora, em 2013, tive a satisfação de criar este comitê em parceria com a
diretora Laura Martins. Minhas expectativas são as melhores possíveis,
acredito que teremos grandes aprendizados e espero que os senhores, ao
voltar às suas casas, lembre-se que cada um dos senhores pode ajudar a
construir um ambiente melhor. Espero vê-los em outubro.
Olá senhores delegados, meu nome é Marina Dias. Essa é minha
segunda participação no modelo, no último ano participei como voluntária no
comitê Dayton Peace Conference, 1995. Sendo essa minha primeira
participação no cargo de Diretora Assistente, estou bastante ansiosa. Espero
que possamos ter uma boa discussão no comitê, alcançando uma resolução
eficaz e eficiente para solucionar diversos dos problemas enfrentados por
crianças em todo o planeta. Desde já me coloco à disposição dos senhores
caso haja qualquer dúvida. E assim como o restante dos diretores desse
comitê, estarei completamente empenhada em fazer com que essa experiência
seja inesquecível para cada participante.
Meu nome é Paula Senra, tenho 18 anos e esta é minha segunda
participação no projeto. Em 2012 fui voluntária do comitê que tratava sobre a
guerra na Bósnia (Dayton Peace Conference, 1995) e esse ano tenho o prazer
em ser Diretora Assistente no AGNU 2012 em Sessão Especial sobre
4
Crianças. Espero que tenhamos muito sucesso e atinjamos nossos objetivos
durante os dias em que trabalharemos juntos. Até outubro!
2 APRESENTAÇÃO DO TEMA
A Convenção sobre os Direitos da Criança, estabelecida pelas Nações
Unidas no ano de 1989, foi um importante passo no que diz respeito ao
compromisso de todos os Estados para com as crianças. Há quatro princípios
básicos essenciais para salvaguardar os direitos de todas as crianças. Sendo
eles: não-discriminação, devoção aos melhores interesses das crianças, direito
à vida, sobrevivência e ao desenvolvimento, e respeito pela opinião das
crianças. (UNICEF, 2013).
O Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) é um importante
órgão das Nações Unidas que atua em mais de 190 países e tem autoridade
global para influenciar os tomadores de decisão e parceiros da sociedade para
transformar as ideias mais inovadoras em realidade e para garantir os direitos
de todas as crianças. O UNICEF defende a Convenção dos Direitos da Criança
buscando, através do cuidado do maior número de crianças possível, garantir o
progresso humano. Em 1990 foi realizada, na sede das Nações Unidas, a
Cúpula Mundial para Crianças, reunindo 157 líderes mundiais para discutir
suas responsabilidades com as crianças e o futuro das mesmas. Nesta reunião
foi criada uma declaração que criava metas e objetivos para a garantia do
desenvolvimento e proteção das crianças. Dentre estas metas estavam
assuntos concernentes à saúde, nutrição e educação. (UNICEF, 2013).
O UNICEF é parte também do “Movimento Global pelas Crianças”, que
“em síntese, busca promover campanhas em defesa dos direitos da criança
contando com a participação dos governos e das próprias crianças”1 (GLOBAL
MOVEMENT FOR CHILDREN, 2013, tradução nossa). De acordo com a
Convenção dos Direitos da Criança, “criança é todo ser humano menos de 18
anos, salvo se, nos termos da lei que lhe for aplicável, atingir a maioridade
mais cedo”.
1 In short, the GMC seeks to jointly promote global advocacy campaigns for child rights and
accountability of governments vis-à-vis their children. Disponível em:
<http://www.gmfc.org/en/about-us/introduction>.
5
O Movimento Global pelas Crianças surgiu através do resultado da
campanha “Diga sim às Crianças”, a campanha que impulsionou a Sessão
Especial para Crianças, em 2002, organizada pelo UNICEF. O Movimento
Global pelas Crianças visa unir esforços de organizações e da sociedade para
ajudar na construção de um mundo adequado para as crianças. (GLOBAL
MOVEMENT FOR CHILDREN, 2013).
O Movimento tem como principais objetivos:
a) Unir e coordenar um amplo eleitorado de organizações e pessoas
para influenciar a opinião pública e organizar ações coletivas;
b) Promover e apoiar a participação de crianças;
c) Influenciar e encorajar compromissos políticos dos líderes com a
sociedade2. (GLOBAL MOVEMENT FOR CHILDREN, 2013, tradução
nossa)
Além dos objetivos descritos acima, o Movimento Global pelas Crianças
tem focado em problemas como: a educação de meninas; crianças e AIDS;
violência contra crianças; sobrevivência infantil e tráfico de crianças.
No ano de 2001, foi criada a campanha “Diga sim às Crianças”3
(tradução nossa) com o intuito de incentivar um ambiente no qual as crianças
tenham seus direitos básicos garantidos, através de ações que priorizam a
saúde, paz e dignidade. A campanha obteve sucesso quando foi lançada por
Nelson Mandela nas Nações Unidas, obtendo a partir daí o apoio de muitas
organizações a favor dos direitos das crianças. Este documento ganhou força
por meio do apoio de crianças e jovens de todo o mundo, os grandes
beneficiados pelas ações da campanha. Por meio desta seria possível
pressionar os líderes mundiais para que atitudes fossem tomadas em benefício
das crianças. (UNICEF, 2013).
Nesta campanha dez imperativos foram criados. São eles: Não
abandonar nenhuma criança, colocar as crianças em primeiro lugar, cuidar de
todas as crianças, lutar contra HIV/AIDS, conter a violência e exploração de
2 a) United and coordinate a large global constituency of organizations and people to influence public
opinion and organise collective action; b) promote and suport child participation; c) influence and encourage political commitments and accountabillity. 3 Say Yes for Children
6
crianças, ouvir as crianças, educar cada criança, proteger as crianças da
guerra, proteger o planeta pelas crianças e lutar contra a pobreza. (SAY YES
FOR CHILDREN, 2013).
A Sessão Especial das Nações Unidas para Crianças, organizada pelo
UNICEF, ganhou impulso graças às campanhas citadas anteriormente.
Ocorreu na sede da Organização das Nações Unidas (ONU) em Nova Iorque
entre os dias 8 e 10 de maio de 2002. Foi a primeira assembleia a receber
crianças de diversos países como delegados oficiais. Estas tiveram a
oportunidade de perguntar aos líderes mundiais questões concernentes ao que
os governos dos seus países faziam em prol delas. Ao final da conferência,
muitas se mostraram desapontadas, quando os líderes não souberam
responder as questões levantadas. (UNICEF, 2002).
A Sessão Especial sobre Crianças foi convocada para relembrar os
mesmos objetivos da primeira cúpula ocorrida em 1990: a defesa e garantia
dos direitos das crianças e comprometimento global em busca da solução para
os problemas relativos a elas. Durante a Sessão Especial sobre Crianças em
2002 os jovens delegados se pronunciaram a respeito dos principais desafios
para a promoção de um mudo onde as crianças estão em primeiro lugar. Estas
prioridades se alinham aos projetos “Movimento Global pelas Crianças” e “Diga
sim às Crianças”. (UNICEF, 2002).
O documento final, intitulado “Mundo para as Crianças”4, traça metas
como promover educação de qualidade, proteger as crianças contra violência,
abuso e exploração e combater o trabalho infantil. (UNICEF, 2013).
3. TÓPICOS DA AGENDA
Durante a Sessão Especial sobre Crianças em 2002 os jovens
delegados representantes de diferentes países elegeram os temas que
afetavam, e que ainda afetam as crianças em todo o mundo. Estes temas
foram mais tarde debatidos por representantes oficiais também presentes na
reunião e servirão de base para a agenda do comitê de 2012.
No aniversário de 10 anos do documento “Mundo para as Crianças”, no
4 World Fit for Children, disponível em:
<http://www.unicef.org/specialsession/docs_new/documents/A-RES-S27-2E.pdf>
7
qual os líderes mundiais se comprometeram a trabalhar por avanços pelos
direitos, bem estar e dignidade de cada criança, o Diretor Executivo do
UNICEF, Anthony Lake, se pronunciou: “Não podemos dizer que conquistamos
o que as crianças nos pediram. Podemos dizer que escutamos. E fizemos
progresso”. (UNICEF, 2012).
Neste documento, foram abordados quatro temas considerados
principais para suprir as necessidades das crianças em todo o mundo. Estes
são: a promoção de vidas saudáveis, educação de qualidade, combate ao
HIV/AIDS, proteção contra abuso, violência e exploração. Estes temas servirão
como base para a agenda do comitê AGNU 2012 em Sessão Especial sobre
Crianças, e estão detalhados a seguir.
3.1 Saúde
3.1.1 A promoção de vidas saudáveis
Em muitos países do mundo não há um sistema de saúde com
capacidade para prover os cuidados que uma criança necessita para crescer
de forma saudável. E em outros, há um sistema de saúde que frequentemente
é caro ou é insuficiente para suprir os medicamentos necessários. Muitas
crianças ainda morrem de doenças que poderiam ser prevenidas, muitas vezes
por falta de informação sobre os cuidados com a saúde. Crianças aprisionadas,
vítimas da guerra ou de prostituição infantil sofrem ainda mais com sistemas de
saúde falhos. (UNICEF, 2002).
Os representantes oficiais dos Estados, também presentes na Sessão
Especial sobre Crianças, se pronunciaram no documento oficial “Mundo para
as Crianças” sobre a temática da saúde, destacando que muitas crianças
morrem a cada ano de doenças que poderiam ser prevenidas e por má
nutrição. Muitas ainda sofrem devido a complicações durante a gestação e no
parto, por anemia e má nutrição materna. Há ainda aquelas que não têm
acesso à água potável, e de acordo com o relatório de 2002, mais de dois
bilhões de pessoas não tinham acesso ao saneamento básico adequado.
Os Estados se comprometeram a cumprir metas e estabelecer medidas
para transformar o cenário da saúde, especialmente nas áreas acima
8
estabelecidas. Foi acordado que tentaria se reduzir a taxa de mortalidade
infantil de crianças de até cinco anos de idade em pelo menos um terço do que
era em 2002, como caminho para alcançar a meta de reduzir em dois terços
até 2015. Deveria ser reduzida também a redução da mortalidade materna em
pelo menos um terço, buscando alcançar a meta de três quartos, estabelecida
para 2015. Promoveu-se, também, a redução da má nutrição infantil entre
crianças menores de cinco anos, com especial atenção para os menores de
dois anos de idade, bem como a redução da taxa de crianças com baixo peso
ao nascer (menos do que 2,5 quilos). Outra redução seria na proporção de
famílias sem acesso a saneamento básico e acesso água potável em pelo
menos um terço do que era encontrado em 2002.
Ficou acordado que os Estados se comprometeriam a desenvolver e
implementar politicas e programas de desenvolvimento que garantiriam o
aprimoramento físico, social, emocional, espiritual e cognitivo das crianças,
bom como programas para adolescentes que incluíam objetivos e metas para
promover saúde física e mental. Por fim, os Estados também se
comprometeram a promover acesso a cuidados primários da saúde reprodutiva
para todos os indivíduos nas idades apropriadas assim que possível e até
2015.
O que o UNICEF relata em 2012 é que algum progresso foi obtido. No
entanto, os índices de má nutrição e mortalidade infantil ainda são altos e deve-
se continuar trabalhando em prol do que foi estabelecido em 2002.
Portanto, os Estados devem ter como prioridade observar de onde vêm
as falhas e os causadores de cada um destes indicadores que ameaçam a
saúde e a vida de milhares de crianças.
3.1.2 Combate ao HIV/AIDS
No mundo existem mais de 30 milhões de pessoas portadoras do vírus
da imunodeficiência humana (HIV), o causador da Síndrome da
Imunodeficiência (AIDS). Mais da metade das pessoas infectadas com HIV são
jovens com até 24 anos. Existem milhões de órfãos em decorrência da AIDS,
crianças que perderam um dos pais, se não os dois, em decorrência da
9
síndrome. Estas crianças comumente não têm com quem contar para se
sustentar e acabam abandonando a escola para trabalhar e cuidar de si
mesmas e de suas famílias. (UNICEF, 2002). Os representantes dos Estados
reunidos em 2002 definiram metas em torno das temáticas de prevenção,
estruturação familiar e educação de mulheres e meninas adolescentes para se
protegerem o risco de infecção pelo vírus HIV até 2005, bem como a
implementação de campanhas nacionais de prevenção e educação acerca do
vírus, formas de contaminação e tratamento. Também foram estabelecidas
metas contra a discriminação dos portadores do vírus.
3.2 Educação
Os Estados definiram que a Educação é um direito e um fator para
redução da pobreza e do trabalho infantil e para promoção de democracia, paz,
tolerância e desenvolvimento5. Educação de qualidade também garante que
todas as crianças possam contribuir positivamente em todos os aspectos da
sociedade. No entanto, muitos são os obstáculos para a garantia do acesso à
educação para todas as crianças, como destacado no Relatório do Fórum das
Crianças de 20026.
A pobreza, que força muitas crianças a trabalharem, e a distância das
escolas em muitas localidades, frequentemente as obriga a viajar para ter
acesso à educação. Muitas escolas não têm a infraestrutura necessária,
material didático e recursos básicos e sequer professores qualificados. Há
localidades onde professores utilizam de castigos físicos, ou ainda crianças são
forçadas a praticarem favores sexuais em troca de notas melhores, dinheiro,
livros, dentre outros. (UNICEF, 2002)
Em 2002, mais de 100 milhões de crianças, em idade escolar do ensino
fundamental, estavam fora da escola, e as meninas eram a maioria delas. Para
reverter este quadro, os representantes oficiais dos Estados relembraram a
recomendação da Organização das Nações Unidas para a Educação, a
Ciência e a Cultura (UNESCO) para que todas as crianças tenham, até 2015, 5 Informação extraída do Relatório do Comitê AD-HOC da Vigésima Sétima Sessão Especial.
Nações Unidas, 2002. 6 Relatório disponível em
<http://www.unicef.org/specialsession/docs_new/documents/childrensforumreport-en.pdf>.
10
acesso à educação primária gratuita, obrigatória e de qualidade. Os Estados
também estabelecem como meta a provisão progressiva da educação
secundária. (NAÇÕES UNIDAS, 2002).
Como um passo para atingir estes objetivos, os Estados definiram metas
como, por exemplo, a expansão e melhoria dos cuidados e educação nos
primeiros anos da infância, em especial para os mais vulneráveis e menos
favorecidos. Objetivou-se, também, a eliminação de disparidades de gênero na
educação até 2005 e a adequação da igualdade de gênero em todas as áreas
até 2015.
No Comitê da Sessão Especial que ocorre em 2012, mais uma vez é
dever dos Estados avaliar o que foi alcançado e o que não foi alcançado e a
raiz destes problemas.
3.3 Exploração infantil
Milhares de crianças são exploradas todos os dias através de trabalho
infantil, são vendidas ou traficadas, sofrem abuso, violência de gangues,
casamento precoce, discriminação e práticas violentas (como mutilação genital
feminina, meninas forçadas ao casamento e discriminação por gênero).
Crianças também sofrem por discriminação econômica e castigos físicos.
Todos os tipos de abuso devem ser lembrados: físico, psicológico, emocional,
verbal e sexual. (UNICEF, 2002).
As crianças têm o direito de serem protegidas de todo tipo de abuso,
seja por negligência, exploração ou violência. Para tanto, os Estados
reconhecem que deve ser reiterada a ilegalidade e as consequências
prejudiciais que se dão ao falhar em proteger cada criança contra violência,
abuso e exploração.
Estes temas, complexos e extremamente danosos à criança devem ser
analisados buscando encontrar o principal motivo pelo qual ainda existem em
diversas localidades do mundo. Segundo o UNICEF, "violência, abuso e
exploração de crianças continuam inaceitavelmente comuns7” (UNICEF, 2012,
tradução nossa).
7 violence, abuse and exploitation of children remain unacceptably common.
11
3.3.1 Proteção durante conflitos armados
Crianças são as primeiras vítimas de conflitos armados, pois são mais
vulneráveis e adultos conseguem manipula-las. Existem muitas formas pelas
quais crianças são afetadas pela guerra. São feridas e mortas, são forçadas a
deixar suas casas e a trabalhar. Quando se tornam refugiados, perdem seus
pais e amigos, deixam de receber educação e acesso a cuidados com a saúde.
Na guerra também são, frequentemente, usadas como soldados do exército.
Sofrem com violência sexual e manipulação psicológica por parte dos adultos.
(UNICEF, 2002).
Dentre as medidas estabelecidas pelos Estados em 2002 estão:
aumentar a proteção de crianças afetadas por conflitos armados, acabar com o
recrutamento e uso de crianças em conflitos armados contrários à lei
internacional e garantir a desmobilização e desarmamento efetivo nestes
casos, tomar medidas coerentes frente a todas as formas de terrorismo,
colocar na pauta dos envolvidos em missões de paz e reconstrução o
aprendizado das leis sobre os direitos das crianças e o dever de protegê-las. (A
WORLD FIT FOR CHILDREN, 2002).
3.3.2 Trabalho infantil
Milhares de crianças estão envolvidas com trabalho infantil, não têm
tempo para frequentar a escola e nem para brincar. Crianças expostas a
situações extremas permanecem com sequelas e desenvolvem doenças
respiratórias, correm o risco de mutilação e têm seu desenvolvimento físico,
mental e social prejudicado. Com isto em questão foi decidido pelos Estados
em 2002 que deveriam ser tomadas medidas imediatas e efetivas para
assegurar a proibição e eliminação das chamadas “piores formas de trabalho
infantil”, que são todas aquelas formas de trabalho que prejudicam diretamente
a saúde e integridade física do jovem, por exemplo a mineração e a agricultura.
Neste sentido, os Estados também se comprometeram a elaborar
estratégias nacionais e de cooperação internacional para proteger crianças de
12
qualquer tipo de exploração econômica e de serem incluídas em qualquer
forma de trabalho que interfira em sua educação ou que seja prejudicial ao
desenvolvimento da saúde mental, física, moral ou social. Foi definida também
a integração da erradicação trabalho infantil como temática aos programas de
desenvolvimento, erradicação da pobreza e outros nas áreas de saúde,
educação e emprego (A WORLD FIT FOR CHILDREN, 2002).
3.4 Meio ambiente
Um mundo para as crianças é um mundo limpo, verde e seguro. É
também um mundo que respeita todos os ambientes de vida de todas as
crianças. A maioria dos problemas ambientais incluem a escassez de água,
aquecimento global, e poluição (UNICEF, 2002). O desrespeito ao meio
ambiente traz consequências à saúde e à segurança de muitos em todo o
mundo e as crianças são as mais vulneráveis a todo o tipo de impacto
ambiental e ameaça à saúde.
O comitê AGNU (2012) em Sessão Especial sobre Crianças decide
implantar este tema em sua agenda, ainda que não tenha sido diretamente
tratado pelos líderes em 2002, pois foi ressaltado pelas crianças, jovens
delegados da Sessão Especial daquele ano.
As crianças ressaltaram que os líderes mundiais poderiam fortalecer as
leis de proteção ao meio ambiente (nacionais e internacionais), bem como
promover sistemas de água tratada e saneamento básico, e sugeriram a
elaboração de um comitê global para monitorar e encontrar soluções para
problemas ambientais (UNICEF, 2002). Este tema permanece na agenda com
o objetivo de ser repensado e rediscutido pelos Estados em 2012.
4 O COMITÊ
Durante a reunião da Sessão Especial sobre Crianças, ocorrida na sede
das Nações Unidas em Nova Iorque, representantes oficias dos Estados serão
reunidos para discutir e negociar em torno das demandas levantadas pelas
crianças e das afirmativas feitas pelos Estados no documento oficial “Mundo
para as Crianças”. Este comitê opera em parceria com o comitê AGNU (2012)
13
em Sessão Especial sobre Crianças – Grupo II, com o qual trocará informações
e documentos. Cada um dos dois comitês contará com a participação de
diversas Representações Oficiais, Delegações de Imprensa e Delegações
Observadoras, que durante os dias de debates buscarão propor novas
soluções que supram as demandas das crianças em todo o mundo.
5 ATORES
Este comitê conta com a participação de várias representações oficiais
dos Estados, divididos de acordo com a ordem alfabética com o Comitê AGNU
(2012) Grupo II. Cada Estado possui dificuldades e características particulares,
e deve dar atenção especial a algum tópico específico da Agenda. No entanto,
neste comitê, o que está em pauta são todas as Crianças, que como exposto
anteriormente, devem ser ouvidas e representadas, tendo seus direitos
garantidos.
As informações concernentes a estes atores e os problemas enfrentados
pelos países serão divulgados através do blog deste comitê. Endereço
eletrônico para acesso: http://14minionuagnu2012.wordpress.com/.
14
REFERÊNCIAS
A WORLD FIT FOR CHILDREN. Millennium development goals, special session on children documents, the convention on the rights of child. 2002. Disponível em: <http://www.unicef.org/publications/files/A_World_Fit_Children.pdf>. Acesso em: 01/06/2013 CHILDREN’S FORUM REPORT. Report on the meeting of under-18 delegates to UN Special Session on Children. 2002. Disponível em: <http://www.unicef.org/specialsession/docs_new/documents/childrensforumreport-en.pdf>. Acesso em: 01/06/2013 GLOBAL MOVEMENT FOR CHILDREN. Introduction. Disponivel em: <http://www.gmfc.org/en/about-us/introduction> acesso em: 01/06/2013. NAÇÕES UNIDAS. Resolução adotada pela Assembleia Geral das Nações Unidas. Disponível em: <http://www.unicef.org/specialsession/docs_new/documents/A-RES-S27-2E.pdf>. Acesso em: 01/06/2013. SAY YES FOR CHILDREN. 2002. Disponivel em: <http://www.gmfc.org/index.php?option=com_content&view=article&id=226:say-yes-for-children-campaign-&catid=34&Itemid=64> Acesso em: 01/06/2013. UNDP. The Millennium development goals. Disponível em: <http://www.undp.org/content/undp/en/home/mdgoverview.html>. Acesso em: 01/06/2013. UNICEF. Boletim Informativo: Children call for action at the United Nations. 2002. Disponível em: <http://www.unicef.org/specialsession/docs_new/documents/newsletter-no5.pdf>. Acesso em: 01/06/2013. UNICEF. Notícias: Policy advocacy and partnerships for children’s rights. Disponível em: <http://www.unicef.org/policyanalysis/index_62398.html> Acesso em: 01/06/2013. UNICEF. Relatório do Comitê AD-HOC da Vigésima Sétima Sessão Especial da Assembleia Geral. 2002. Disponível em: <http://reliefweb.int/sites/reliefweb.int/files/resources/8EB146D679ED935BC1256C1B0032F58F-unicef_A%20World%20Fit%20for%20Children.pdf>; Acesso em: 01/06/2013. UNICEF. Special Session on children: More than 94 million “Say Yes for children”. Disponível em: <http://www.unicef.org/specialsession/activities/sayyes-tally.htm> Acesso em: 01/06/2013.
15
UNICEF. Special Session on Children: World leaders “Say Yes” for children. Disponível em: <http://www.unicef.org/specialsession/index.html>. Acesso em: 01/06/2013 UNICEF. The ten imperatives for children. Disponível em: <http://www.unicef.org/say_yes/imperatives.htm> Acesso em: 01/06/2013.
16
TABELA DE DEMANDA DAS REPRESENTAÇÕES
Na tabela a seguir cada representação do comitê é classificada quanto
ao nível de demanda que será exigido do delegado, numa escala de 1 a 3.
Notem que não se trata de uma classificação de importância ou nível de
dificuldade, mas do quanto cada representação será demandada a
participar dos debates neste comitê. Esperamos que essa relação sirva para
auxiliar as delegações na alocação de seus membros, priorizando a
participação de delegados mais experientes nos comitês em que a
representação do colégio for mais demandada.
Legenda
Representações frequentemente demandadas a tomar parte nas discussões
Representações medianamente
demandadas a tomar parte nas discussões
Representações pontualmente demandadas
a tomar parte nas discussões
REPRESENTAÇÃO DEMANDA
1. Afeganistão
2. África do Sul
3. Alemanha
4. Angola
5. Arábia Saudita
6. Argentina
7. Austrália
17
REPRESENTAÇÃO DEMANDA
8. Áustria
9. Bangladesh
10. Bélgica
11. Bolívia
12. Botsuana
13. Brasil
14. Cabo Verde
15. Camboja
16. Canadá
17. Chile
18. China
19. Colômbia
20. Coreia do Norte
21. Coreia do Sul
22. Costa do Marfim
23. Costa Rica
24. Croácia
25. Cuba
26. Dinamarca
27. El Salvador
18
REPRESENTAÇÃO DEMANDA
28. Emirados Árabes Unidos
29. Equador
30. Espanha
31. Estados Unidos da América
32. Etiópia
33. Finlândia
34. França
35. Gâmbia
36. Gana
37. Grécia
38. Guatemala
39. Haiti
40. Honduras
41. Hungria
42. Países Baixos
43. República Democrática do Congo
44. República Dominicana
45. União Europeia
46. Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF)
47. Organização das Nações Unidas para a Educação, a