guia orientador para mapeamentos junto aos povos e comunidades … · 2018-06-13 · povos e...
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GUIAORIENTADORPARAMAPEAMENTOSJUNTOAOSPOVOSECOMUNIDADES
TRADICIONAISDEMATRIZAFRICANA
GUIAORIENTADORPARAMAPEAMENTOSJUNTOAOSPOVOSECOMUNIDADES
TRADICIONAISDEMATRIZAFRICANA
2016-MinistériodaJustiçaeCidadaniaSecretariaEspecialdePolíticasdePromoçãodaIgualdadeRacialSecretariadePolíticasparaComunidadesTradicionaisTiragem:15.000milexemplaresDistribuiçãoGratuita
"Areproduçaodetodooupartedestedocumentoepermitidasomentepara�insnaolucrativosdesdequecitadaafonte".
SecretariaEspecialdePolíticasdePromoçãodaIgualdadeRacialSecretariadePolíticasparaComunidadesTradicionaisEsplanadadosMinisterios,BlocoA,5°e9°andaresCEP:70.054-906–Brasılia-DF+55612025-7000/[email protected]/igualdaderacial.br
PRESIDENTEDAREPU� BLICAMichelTemer
MINISTRODAJUSTIÇAECIDADANIAAlexandredeMoraes
SECRETA� RIAESPECIALDEPOLI�TICASDEPROMOÇA�ODAIGUALDADERACIAL
LuislindaValois
SECRETA� RIADEPOLI�TICASPARACOMUNIDADESTRADICIONAISRenataMeloBarbosadoNascimento
PRODUÇA�ODECONTEU� DO:ChristianeFalcao(consultoraPNUD)
LuanaLazzeriArantesSilvanyEuclenio
DesireeTozi
REVISA�O:AdrianaParada
CarolinaCarretHofs
COLABORADORES:AlmirR.daMata
AnaRitaM.CastroA� ngelaMariadosSantos
ArthurLeandrodeMoraesCeliaCorsino
FranciscoPhelipeC.PazGeovanJoaoAlvesdaSilvaJoseJorgedaCostaGomes
JoseLumenoP.MeloJosePedrodaSilvaNeto
JoseRodriguesArimateiaLeonAraujo
LuizCarvalhodeAssunçaoMariaLuciaGoesBrito
MarceloVilarinoMarciaDoria
MariaLuizaDiasMaurıcioJorgeS.Reis
OlıdiaMariadaConceiçaoLyradaSilvaPatrıciaMariadeLira
PauloCesarPereiradeOliveiraPedroGustavoMorgadoClerot
ReginaNogueiraRenatoBon�im
SaraSantosMoraisSoniaMariaGiacomini
ValeriaAmimValkıriadeSouzaSilva
VilmaPiedadeVirgıniaLunalvaMirandadeSousaAlmeida
VirgınioAlmeidaWalmirDamascenodosSantosWandersonFlordoNascimento
SUMÁRIOListadeAcronimos-pg.01
1.Apresentaçao-pg.04
2.Contextualizaçao-pg.08
2.1-ParticipaçaoSocial-pg.08
2.2-Conquistaslegais-pg.10
2.3-IPlanoNacionaldeDesenvolvimentoSustentaveldosPovoseComunidadesTradicionaisde
MatrizAfricana(2013-2015)-pg.12
2.4-Ocaminhopercorrido- pg.12
Quadrodosmapeamentosepesquisassocioeconomicaseculturaisrealizados-pg.13
QuadroquantitativodemunicıpioseCasasTradicionaisdeMatrizAfricanamapeados-pg.14
3.SobreosPovoseComunidadesTradicionaisdeMatrizAfricana-pg.16
3.1-Princıp iosCivilizatorios-pg.16
3.2-Territorialidade-pg.17
3.3-OrganizaçaoSocial-pg.17
4.Princıp iosOrientadores-pg.20
4.1-Protagonismodossujeitosdedireito-pg.20
4.2-ValorizaçaodaAncestralidadeAfricana-pg.20
4.3-FortalecimentoInstitucional,PromoçaoDaCidadaniaEPolıticasPublicas-pg.21
5.PlanejandoMapeamentos-pg.24
5.1-AbrangenciadoMapeamento-pg.24
5.2-EstrategiasdeComunicaçao-pg.25
5.3-ComiteGestor-pg.25
5.4-ComposiçaodaEquipedePesquisa-pg.25
a)Coordenador(a)-geral-pg.26
b)Coordenador(a)Executivo(a)-pg.26
c)Coordenador(a)deTrabalhodeCampo-pg.26
d)Consultor(a)deMetodologiaQuantitativa-pg.26
e)Gestor(a)-pg.26
f)Pesquisadores(as)deCampo-pg.27
g)Outrospro�issionais-pg.27
5.5-ProcessosFormativos-pg.27
5.6-TrabalhodeCampo-pg.27
5.7-Coleta,SistematizaçaoeAnalisedosDados-pg.28
5.8-ValidaçaoeDevolutiva-pg.28
5.9-DivulgaçaodosResultados-pg.28
6.FormasdeFinanciamento-pg.30
6.1-Paraorgaosgovernamentais-pg.30
6.2-Paraorganizaçoesdasociedadecivil-pg.30
7.ModelodeQuestionario-pg.32
8.Instrumentosmetodologicoscomplementares:
GrupoFocaleEntrevistasSemi-Estruturadas-pg.42
Anexos
ModelodeTermodeConsentimentoLivreeInformado-pg.44
AutorizaçaodeUsodeImagemeInformaçoes-pg.46
ACAI-PontodeCulturaAssociaçaodoCultoAfro
Itabunense
ACBANTU-AssociaçaoCulturaldePreservaçaodo
PatrimonioBantu
AFQ-AssociaçaoFilmesdeQuintal
CCS/PUC-Rio - Centro de Ciencias Sociais da
PontifıciaUniversidadeCatolicadoRiodeJaneiro
CEAO - Centro de Estudos Afro-Orientais da
UniversidadeFederaldaBahia
CNEAS/MDS -CadastroNacionaldeEntidadese
OrganizaçoesdeAssistenciaSocialdoMinisterio
doDesenvolvimentoSocialeCombateaPobreza
Embrapa - Empresa Brasileira de Pesquisa e
Agropecuaria
FCP-FundaçaoCulturalPalmares
Funjope-FundaçaoCulturaldeJoaoPessoa
GTI-GrupodeTrabalhoInterministerial
IAO-CasadeCulturaIleAseD'Osoguia
IPHAN - Instituto do Patrimonio Historico e
ArtısticoNacional
INRC - Inventario Nacional de Referencias
Culturais
IPTU - Imposto sobre Propriedade Predial e
Territorial
PCT-PovoseComunidadesTradicionais
PMAF - Povos e Comunidades Tradicionais de
MatrizAfricana
MCT -MinisteriosdaCienciaeTecnologia
MDS - Ministerio do Desenvolvimento Social e
CombateaFome
MEC-MinisteriodaEducaçao
MinC-MinisteriodaCultura
MMA-MinisteriodoMeioAmbiente
MPOG-MinisteriodoPlanejamento,Orçamentoe
Gestao
MS-MinisteriodaSaude
NIREMA/PUC-RJ - Nucleo Interdisciplinar de
Re�lexaoeMemoriaAfrodescendentedaPontifıcia
UniversidadeCatolicadoRiodeJaneiro
NIMAPUC-RJ – Nucleo Interdisciplinar de Meio
AmbientedaPontifıciaUniversidadeCatolica do
RiodeJaneiro
PNUD - Programa das Naçoes Unidas para o
Desenvolvimento
PUC-RJ-PontifıciaUniversidadeCatolicadoRiode
Janeiro
SAGI/MDS -SecretariadeAvaliaçaoeGestaoda
Informaçao do Ministerio do Desenvolvimento
SocialeCombateaFome
SDH/PR - Secretaria de Diretos Humanos da
PresidenciadaRepublica
SEPPIR/PR-SecretariadePolıticasdePromoçao
daIgualdadeRacialdaPresidenciadaRepublica
SEPROMI/BA - Secretaria de Promoçao da
IgualdadeRacialdoEstadodaBahia
SESAN/MDS - SecretariaNacional de Segurança
Alimentar e Nutricional do Ministerio do
DesenvolvimentoSocialeCombateaFome
UFBA-UniversidadeFederaldaBahia
UNESCO-OrganizaçaodasNaçoesUnidasparaa
Educaçao,aCienciaeaCultura
LISTADEACRÔNIMOS
pg.01
APRESENTAÇÃO
aplicaçao dos direitos culturais e a proteçao a diversidadeAetnico-racial brasileira conta, desde 2007, com dois novosinstrumentos jurıdicos.Naqueleano, foi instituıdaaPolıtica
NacionaldeDesenvolvimentoSustentaveldosPovoseComunidadesTradicionais atraves do Decreto 6.040/2007, que de�ine seusprincıpios, objetivo geral, objetivos especı�icos e instrumentos deimplementaçao.EsseDecretoeoprimeiromarcolegalquegaranteosdireitosculturaiseterritoriais,reconheceevalorizaadiversidadedosPovoseComunidadesTradicionaisparaalemdospovosindıgenasedascomunidadesquilombolasnoBrasil.Aindaem2007,arati�icaçaoda Convençao sobre a Proteçao e Promoçao da Diversidade das
OsPovoseComunidadesTradicionaisdeMatrizAfricanasaogruposqueseorganizamapartirdevalorescivilizatoriostrazidosparaoBrasilporafricanosparacatransladadosduranteosistemaescravista,oquepossibilitouumcontınuocivilizatorionopaıs,constituindoterritoriosproprioscaracterizados pela vivencia comunitaria, pelo acolhimento e pela prestaçao de serviços acomunidade,combasenacosmovisaoafricana.
Expressoes Culturais da Organizaçao das Naçoes Unidas para aEducaçao, a Ciencia e a Cultura (UNESCO), atraves do DecretoPresidencial 6.177de1º de agosto, rea�irmouo compromissodoEstadobrasileirocomorespeitoadiversidadeculturalealiberdadede expressao das praticas tradicionais, estabelecendo tambemde�iniçoes conceituais que orientam a construçao de polıticaspublicasdestinadasaessesgrupos. OProjeto“Apoioaodesenvolvimentosustentaveldospovosecomunidadesnegrastradicionais”(BRA/13/020),parceriaentreoProgramadasNaçoesUnidasparaoDesenvolvimento(PNUD)comaSecretaria de Polıticas de Promoçao da Igualdade Racial(SEPPIR/PR),eumadasaçoesdoGovernoFederalorientadaparaaaplicaçao dos direitos dos Povos e Comunidades Tradicionaisgarantidos pela legislaçao. Entre seus objetivos, destaca-se o deapoiarodesenvolvimentosustentaveldeComunidadesQuilombolasedePovoseComunidadesTradicionaisdeMatrizAfricana,pormeiodarealizaçaodemapeamentossocioeconomicosparticipativosdeseus territorios e do mapeamento e fortalecimento das cadeiasprodutivasdoagroextrativismo.Essasaçoesdemapeamentovisamelaborarindicadoresesubsıdiosparaoaprimoramentodaspolıticaspublicasdeinclusaosocialparaessessegmentospopulacionais,decombateaoracismoedereduçaodasdesigualdadesraciaisnopaıs. Inserido no supracitado projeto, o “Guia Orientador paraMapeamentos Socioeconomicos e Culturais junto a Povos eComunidades Tradicionais de Matriz Africana” e um documentoelaboradoemdialogocomliderançaseautoridadestradicionaisdematriz africana, estruturado a partir de demandas expressas emdiversas instancias de participaçao social e de açoes defortalecimento dos espaços de dialogo com o Governo Federal.Envolveu a participaçao de pesquisadores e pesquisadoras demapeamentos, em um colegiado misto �igurado por gestores(as)governamentais, lideranças tradicionais, ativistas de movimentos
pg.04
negros e academicos(as). O carater heterogeneo das entidadesexecutorasdemapeamentosepesquisascomPovoseComunidadesTradicionais de Matriz Africana (PCMAF) traz em si diferentesexperiencias,metodologiaseformasdeexecuçao.Essaconstruçaocolaborativasefundamentanesseacumulo,deformaabuscaroseuaperfeiçoamento enquanto ferramenta de gestao de polıticas decombateao racismoedepromoçaoda igualdaderacial, reunindoinstrumentosquepermitemaampliaçaodecartogra�ias,aproduçaodesubsıdiosedeindicadoresparaaelaboraçao,implementaçaoeavaliaçaodepolıticaspublicasespecı�icasparaosPCMAF. Aqui esta proposto um arcabouço que colabora para aquali�icaçao das informaçoes coletadas por diferentes atores einstituiçoes,sejamelasgovernamentaisounao,eapresentacriteriosgerais para açoes demapeamento,mantendo o foco em oferecerpropostasepossibilidadesmetodologicasreplicaveis,considerandoque a escolha dos procedimentos deve sempre observar aimportanciadageraçaodedadoscomparaveis,paraa constituiçaodeindicadoreslocaisenacionais. ComapublicaçaodesseGuia,espera-sequali�icareincentivara realizaçao de mapeamentos socioeconomicos, tanto por entespublicos, quanto pela sociedade civil organizada; e, tambem,fomentaracriaçaodeummodulonoSistemadeMonitoramentodasPolıticas de Promoçao da Igualdade Racial, que sistematize asinformaçoes produzidas e contribua para a implementaçao efocalizaçaodaspolıticaspublicas.
pg.05
CONTEXTUALIZAÇÃO
2.1-PARTICIPAÇÃOSOCIAL
2.2-CONQUISTASLEGAIS
2.3-IPLANONACIONALDEDESENVOLVIMENTOSUSTENTÁVELDOSPOVOSECOMUNIDADES
TRADICIONAISDEMATRIZAFRICANA(2013-2015)
2.4-OCAMINHOPERCORRIDO
2
CONTEXTUALIZAÇÃO Os mapeamentos socioeconomicos e
culturaiscolaboramnoprocessodeformulaçaoe
implementaçao de polıticas publicas e operam
enquantoinstrumentosdevisibilidade,proteçao
egarantiadedireitosdosPovoseComunidades
TradicionaisdeMatrizAfricana–PCMAF.
Arealizaçaodessetipodepesquisatemse
multiplicadonaultimadecada,eissoserelaciona
principalmente a alguns fatores: a crescente
politizaçao e conscientizaçao acerca de seus
direitos das lideranças tradicionais de matriz
africana; a conquista de assentos desse grupo
social em instancias de participaçao e controle
social; a propagaçao de instituiçoes e orgaos
governamentaisemnıvelestadualemunicipalde
promoçao de polıticas da igualdade racial,
combateaoracismoedefesadedireitoshumanos,
bem como a implementaçao de polı t icas
a�irmativas e a consolidaçao e adoçao da
legislaçaoconcernente.
Açoes de identi�icaçao e localizaçao de
CasasTradicionaisdeMatrizAfricanaoferecem
dadosquantitativossobrediferentesaspectosda
realidadevividapelosPMAF,dasuadistribuiçao
noterritoriobrasileiroedacontextualizaçaode
seu entorno. Al em disso, permitem dar
visibilidade a dados qualitativos acerca da
constituiçao desses territorios tradicionais, da
trajetoria de vida das autoridades e lideranças
tradicionaisdematrizafricana,bemcomosobreo
historico de lutas, resistencias e insurgencias
contra a opressao que protagonizaram. Esses
dados sao fundamentais para a elaboraçao e
implementaçaodepolıticasespecı�icasvoltadas
paraocombateaoracismoatravesdapromoçao
da ancestralidade africana no Brasil, e tambem
paraofortalecimentodemecanismosdecontrole
social. A caracterizaçao das Casas Tradicionais
deve incluir informaçoes que possibilitem o
diagnosticodascondiçoesmateriaiseimateriais
de reproduçao da vida nas comunidades, com
vistas a motivar o conhecimento dos aspectos
essenciais para o estabelecimento do dialogo
efetivo dos orgaos governamentais e de outras
instituiçoes com esta populaçao, contribuindo
para o aprimoramento da gestao da polıtica
especı�ica, bem como para a ampliaçao da
representatividade e ate constituiçao de novas
instancias de participaçao social. Importa, para
tanto, o levantamento das informaçoes sobre a
situaçao fundiaria do territorio, sobre a
formalizaçaojurıdicadaEntidade,sobrearelaçao
da casa com a populaçao do entorno, as açoes
sociais que desenvolvem, as at ividades
produtivas,etc.
N e s s e s e n t i d o a r e a l i z a ç a o d e
mapeamentospressupoeumaaproximaçaoentre
osPMAFeoEstado,numprocessoquepermita
tanto o acesso de lideranças e comunidades as
informaçoessobreseusdireitoscomopolıticase
os serviços que podem acionar, quanto a
qual i � icaç ao dos agentes publ icos para
implementartaispolıticasjuntoasComunidades
Tradicionais. Desta forma a participaçao das
CasasTradicionaisnosmapeamentosepesquisas
socioeconomicascontribuiparasuavisibilidadee
paraavalorizaçaodaancestralidadeafricana,dos
conhecimentostradicionaisdematrizafricanae
paraocombateaoracismo.
pg.08
2.1-PARTICIPAÇÃOSOCIAL
CartaMagna de 1988, conhecida comoAConstituiçao Cidada, em seu artigo 1,garantemecanismoseinstrumentospelos
quais a sociedade civil pode in�luenciar nasquestoes do Estado que as afetem, de formaindireta,pormeioderepresentanteseleitos(as),ou direta, pormeio dos diferentes espaços departicipaçao social. A atividade legislativa e ap a r t i c i p a ç a o s o c i a l s a o , p o r t a n t o ,complementaresnobenefıcioplenodosdireitosdos cidadaos e cidadas, estabelecendo comoimperativaaconquistaeaocupaçaodeespaçosemtaisinstancias. Aoanalisarasconquistaseainserçaodepautasnoescopodaspolıticaspublicasuniversaise especı�icas na ultima decada percebe-se ocrescente fortalecimento institucional daslideranças tradicionaisdematriz africanaedassuas organizaçoes representativas. Essecrescimentoevidencia-sefortementenaspautasque demandam, de forma particular, açoes quegarantamavisibilidadedosegmentoequegeremsubsıdioseindicadoresparaaimplementaçaodepolıticaspublicasespecı�icas. No ambito da Comissao Nacional deDesenvolvimento Sustentavel para Povos eComunidades Tradicionais (CNPCT/MMA/MDS)a demanda por açoes de mapeamento estaregistradanoRelatoriodePesquisa“AComissaoNacional de Desenvolvimento Sustentavel dosPovos e Comunidades Tradicionais na Visao deseus Membros”, elaborado pelo Instituto dePesquisa Economica Aplicada (IPEA 2012: 47).Em 2009, o Conselho Nacional de SegurançaAlimentareNutricional(CONSEA/MDS)aprovoua proposiçao de levantamentos com recortessocioeconomico e demogra�ico, bem como ogeorreferenciamento dos Povos e ComunidadesTradicionais, garantindo a participaçao demembrosdascomunidadesnasvariasetapasdoslevantamentos. AIO�icinaNacionaldeElaboraçaodePolıticasPublicas de Cultura para Povos Tradicionais deTerreiros colocou em pauta propostas decadastramento, de açoes de identi�icaçao emapeamentos,bemcomodeelaboraçaodeumapolıtica nacional para os Povos e ComunidadesTradicionais de Matriz Africana, incluindo acriaçao de editais voltados para a execuçao de
açoesdeinventariadoesalvaguardacom�insdepreservaçaoda culturamaterial e imaterial dasCasas Tradicionais. Fruto de um trabalhode�lagrado pela II Conferencia Nacional deCultura,ao�icinafoirealizadaentreosdias27e30de novembro de 2011 pela Secretaria deCidadaniaCultural(SCC/MinC),emparceriacomaFundaçaoCulturalPalmares(FCP/MinC),comoInstituto de Patrimonio Historico e ArtısticoNacional(IPHAN)ecomaSecretariadePolıticasdePromoçaodaIgualdadeRacial(SEPPIR/PR). Demandas por açoes de mapeamento ediagnostico foramapresentadas, ainda,nas tresediçoesdaConferenciaNacionaldePromoçaodaIgualdade Racia l (CONAPIR) real izadasrespectivamente em 2005, 2007 e 2013 pelaSecretariadePolıticasdePromoçaodaIgualdadeRacial(SEPPIR/PR);naPre-ConferenciaNacionalde Cultura Afro-Brasileira, realizada em 2009,pela Fundaçao Cultural Palmares (FCP); noSeminarioTerritoriosdasMatrizesAfricanasnoBrasil – Povos Tradicionais de Matriz Africana,realizadoem2011pelaSEPPIR;naIVConferenciaNacional de Segurança Alimentar e Nutricionalem 2011 e na IV Conferencia Nacional deSegurançaAlimentareNutricional+2em2014,ambas organizadas pe lo Min is t e r io doDesenvolvimentoSocialeCombateaFome(MDS). Em resposta a tais demandas foramconquistados benefıcios importantes para osPMAF: durante a III Conferencia Nacional deCultura(IIICNC),realizadaentre27denovembroe 1º de dezembro de 2013 em Brasılia peloMinisterio da Cultura, foi aprovada a proposta1.34 de estabelecimento da obrigatoriedade darealizaçao de mapeamentos, zoneamentos,inventarios e diagnosticos nas esferas federal,estadual,municipaledistrital,comaconstituiçaodebancodedadosesuaalimentaçaosistematica.Alem dessa resoluçao, foi aprovada a proposta2.35 que, entre outras demandas, dispoe sobreumapolıticadeidenti�icaçaopararegularizaçaofundiariadePovoseComunidadesTradicionaisdeMatrizAfricana,bemcomodeoutrosPovoseComunidadesTradicionais. Entreosdias11e13deabrilde2014,maisde70liderançasjovensreuniram-seemBrasılianaocasiaodoeventoCurtoCircuitodaJuventude,realizaçaoconjuntadaSecretaria-GeraldaPresi-
pg.09
denciadaRepublica(SG/PR),SecretariaNacionaldaJuventude(SNJ/PR),FundaçaoCulturalPalma-res(FCP)eMinisteriodaCultura(MinC).Duranteosgruposdetrabalho,omovimentodaJuventudedeTerreirosproposaintensi�icaçaoeaprofunda-mento dos mapeamentos, bem como requereuparticipaçaoefetivaemtodasasetapasdessetipodepesquisa.Apropostaderealizaçaodemapea-
mentosdePMAFfazaindapartedapautadosCole-giadosSetoriaisdeCulturasPopulareseCulturasAfro-Brasileiras, orgaosconsultivoscompartici-paçao paritaria de membros da sociedade civileleitos democraticamente, que fazem parte daestruturadoConselhoNacionaldePolıticaCultu-ral(CNPC/MinC).
2.2–CONQUISTASLEGAISgarantiadedireitosparaPMAFfoiforte-Amenteimpulsionadapelapolıt icaexternabrasileira,queaprovoueadotouamaioria
dostratadoseresoluçoesinternacionaisdedefe-sadegrupossociaisdiferenciados.Saoeles:
a)Convençaonumero169sobrePovosIndıgenaseTribaisdaOrganizaçaoInternacionaldoTraba-lho (OIT), aprovada em 1989 e promulgada noBrasilem2004que,entreoutrasresoluçoes,esta-beleceaautoidenti�icaçaodospovosnosentidolatodotermoereconheceaimportantecontribui-çaodosPovoseComunidadesTradicionaisparaadiversidadeculturaleharmoniasocialeecologi-ca;
b)ConvençaosobreDiversidadeBiologica(CDB),adotada na ocasiao da Conferencia das NaçoesUnidassobreMeioAmbienteeDesenvolvimentoem1992,queestabelecenoartigo8º,consoantealınea j,queospaısesparticipantesdevempro-moverorespeito,apreservaçaoeamanutençaodo conhecimento, das inovaçoes e praticas dascomunidadeslocaisecomestilodevidatradicio-naisrelevantesaconservaçaoeautilizaçaosus-tentaveldadiversidadebiologica,alemdoincenti-voaumaparticipaçaosocialativamaisamplados-(as) detentores(as) desse conhecimento, inova-çoesepraticas;
c)DeclaraçaoUniversalSobreaDiversidadeCul-tural,aprovadana31ªConferenciaGeraldaOrga-nizaçao das Naçoes Unidas para a Educaçao, aCienciaeaCultura(UNESCO),em2002,queesta-beleceosdireitosculturaisenquantomarcoparaa diversidade cultural, bem como os direitoshumanoscomogarantiasdadiversidadecultural,com prioridade para as chamadas minorias epovosautoctones;
d) Convençao sobre a Proteçao e Promoçao daDiversidadedasExpressoesCulturais,adotadanaocasiaodaConferenciaGeraldaOrganizaçaodasNaçoesUnidasparaaEducaçao,aCienciaeaCul-tura,emsua33ªreuniaocelebradaemParisde03a21deoutubrode2005,quetemcomoobjetivos,aproteçaoeapromoçaodasexpressoesculturaiscomevidencianasrelaçoesentreculturaedesen-volvimento,bemcomonoreconhecimentoeres-peitoaosbensculturaisenquantoportadoresdeidentidades,valoresesigni�icados;Nalegislaçaonacional,osdireitosdosPMAFestaogarantidosnosseguintesinstrumentos:
e)NaConstituiçaoFederalde1988,oArtigo215garanteoexercıcioa todosos cidadaosde seusdireitosculturais,bemcomoprotegeasmanifes-taçoesdospovosindıgenas,afro-brasileirosedeoutrasculturasparticipantesdoprocessociviliza-torionacional.Jaoartigo216serefereaoconjun-todopatrimonioculturalbrasileiro,suaproteçao,epreceituaosdireitos indıgenas,quilombolasedeoutrosgrupossociaisformadoresdasociedadebrasileira que possuam modos especı�icos deexpressaoedecriar,fazereviver;
f)NoDecreto6.040/2007,queinstituiaPolıticaNacional de Desenvolvimento Sustentavel dosPovoseComunidadesTradicionais e estabelecequeasaçoeseatividadesdaPolıticadeveraoocor-rerdeformaintersetorial,integrada,coordenadaesistematica,observandoosseguintesprincıpi-os:oreconhecimento,avalorizaçaoeorespeitoadiversidadesocioambientaletnicaeculturaldosPovoseComunidadesTradicionais.OprocessodevisibilizaçaodosPovoseComunidadesTradicio-naisdeveseexpressarpormeiodapromoçaodoplenoeefetivoexercıciodacidadania,garantindoapreservaçaodosdireitosculturais,oexercıciode
pg.10
praticascomunitarias,amemoriaculturalevalo-rizaçaodaidentidadeetnico-racial;
g)OIIIProgramaNacionaldeDireitosHumanos(PNDH3),instituıdopeloDecretonº7.037de21deDezembrode2009,atualizadopeloDecretonº7.177de12deMaiode2010,quepropoe,entreoutras,aseguintesaçoesgovernamentaisnoqueconcerneaosPMAF:
192.Criarbancosdedadossobreasitu-açãodedireitoscivis,políticos,sociais,econômicoseculturaisdosafrodescen-dentes na sociedade brasileira, com a�inalidadedeorientaraadoçãodepolí-ticaspúblicasa�irmativas;
203. Promover mapeamento e tomba-mentodossítiosedocumentosdetento-res de reminiscências históricas, bemcomoaproteçãodasmanifestaçõescul-turaisafro-brasileiras;
h)ODecretoNº6.872,de4dejunhode2009,queaprovaoPlanoNacionaldePromoçaodaIgualda-deRacial-PLANAPIReinstituioComitedeArticu-laçao e Monitoramento que, concernente aosPMAF, naquele documento identi�icados como“Comunidades Tradicionais de Terreiro”, possuidentreseusobjetivosoeixo8:
V-promovermapeamentodasituaçãofundiáriadascomunidadestradicionaisdeterreiro;VI-promovermelhoriasdeinfraestrutu-ranascomunidadestradicionaisdeter-reiro;eVII-estimularapreservaçãodetemploscerti�icadoscomopatrimôniocultural.
i)OEstatutodaIgualdadeRacial,instituıdopelaLeinumero12.288de20dejulhode2010,que sedestinaagarantiadaefetivaçaodaigualdadedeoportunidades,defesadosdireitosetnicosindivi-duais,coletivosedifusos,eocombateadiscrimi-naçaoeasdemaisformasdeintoleranciaetnicaparaapopulaçaonegra;
j)ALei12.343de02dedezembrode2010,queinstituioPlanoNacionaldeCultura-PNC,criaoSistemaNacional de Informaçoes e Indicadores
Culturais–SNIIC,entreoutrasprovidencias,eemseu segundo capıtulo apresenta as seguintesmetas:
2.1.6Apoiaromapeamento,documenta-çãoepreservaçãodasterrasdascomu-nidadesquilombolas,indígenaseoutrascomunidadestradicionais,comespecialatençãoparasítiosdevalorsimbólicoehistórico;2.1.7 Mapear, preservar, restaurar edifundirosacervoshistóricosdascultu-ras afro-brasileira, indígenas e deoutros Povos e Comunidades Tradicio-nais, valorizando tanto sua tradiçãooral quanto sua expressão escrita nosseusidiomasedialetosenalínguapor-tuguesa.
Considera-seainda,para�insdessedocu-mento,oIPlanoNacionaldeSegurançaAlimentare Nutricional, cujos parametros de elaboraçaoforamestabelecidospeloDecretoNumero7.272de25deagostode2010;aPolıticaNacionaldeSaude Integral da Populaçao Negra, instituıdapelaPortariaNumero992de13demaiode2009;asDiretrizesCurricularesparaEducaçaodasRela-çoesE� tnico-RaciaiseparaoEnsinodeHistoriaeCulturaAfro-BrasileiraeAfricana;aLeiNumero10.639/03,quealteraaLDB–LeideDiretrizeseBases da Educaçao Brasileira, estabelecendo aobrigatoriedadedoensinodeconteudoreferenteaculturaehistoriaafricanaeafro-brasileiranoscurrıc ulos escolares e o Programa Nacional doPatrimonio Imaterial (PNPI), instituıdo peloDecreto nº. 3.551 de 04/08/2000, que visa aimplementaçaodepolıticadeinventario,registroesalvaguardadebensculturaisdenaturezaima-terial.
Alemdasdemandasapresentadaseapro-vadasnasdiversasinstanciasdeparticipaçaosoci-aledalegislaçaoconcernente,aplenaaplicaçaodos direitos dos PMAF conta atualmente commais um instrumento: o I Plano Nacional deDesenvolvimentoSustentavelparaPovoseComu-nidadesTradicionaisdeMatrizAfricana.
pg.11
2.3-IPLANONACIONALDEDESENVOLVIMENTOSUSTENTÁVELDOSPOVOSECOMUNIDADESTRADICIONAISDEMATRIZAFRICANA(2013-2015) Como resultado da integraçao de açoesvoltadasparaosPovoseComunidadesTradicio-naisdeMatrizAfricanafoiconstruıdo,sobcoor-denaçaodaSecretariadePolıticasdePromoçaodaIgualdadeRacial(SEPPIR/PR),oIPlanoNacio-naldeDesenvolvimentoSustentaveldosPovoseComunidades Tradicionais de Matriz Africana(2013-2015).Oinstrumentodegestaofoielabo-radocomparticipaçaoampladasociedadecivil,de representantes de diversas matrizes e dascinco regioes do paıs. Suas diretrizes e metasforamconstruıdasnoambitodoGrupodeTraba-lho Interministerial (GTI), coordenado pelaSEPPIR/PR e instituıdo pela Portaria n°138/2012. O GTI conta com a participaçao derepresentantesdoMinisteriodoDesenvolvimen-toSocialeCombateaFome(MDS),doMinisteriodoMeioAmbiente(MMA),doMinisteriodaCultu-ra(MinC),doMinisteriodaEducaçao(MEC),doMinisteriodaSaude(MS),doMinisteriodoPlane-jamento,OrçamentoeGestao(MPOG),daSecreta-riadeDiretosHumanos(SDH/PR),daFundaçaoCultural Palmares (FCP/MinC), do Instituto doPatrimonio Historico e Artıstico Nacional(IPHAN/MinC)edaEmpresaBrasileiradePesqui-
saeAgropecuaria(Embrapa/MAPA). A elaboraçao do I Plano Nacional deDesenvolvimentoSustentaveldosPovoseComu-nidadesTradicionais deMatrizAfricana (2013-2015)propicioudialogosentreogovernoeasoci-edadecivilacercadaspolıticaspublicasvoltadasparaosPMAF,resultandonaampliaçaoesistema-tizaçaodasaçoesepolıticasespecı�icasexistentesnoambitodoGovernoFederal,fazendoconvergiragendasparaaorientaçaodasaçoesvoltadasparaessegruposocialepotencializandoomonitora-mentoeocontrolesocialdaspolıticaspublicas. OPlanoseorganizaatravesdetreseixosestrategicos:1-Garantiadedireitos;2-Territoria-lidadeeCulturae3-InclusaoSocialeDesenvolvi-mentoSustentavel,sendoqueasaçoesdemapea-mentointegramosegundoeixoestrategicocujoObjetivo1,“MapearosPovoseComunidadesTra-dicionaisdeMatrizAfricana”,trazainiciativa“Re-alizardiagnosticosocioeconomicoeculturaldospovosecomunidadesdeMatrizAfricana”.Ametafısica e �inanceira de execuçao dessa iniciativaestaprevistapeloPrograma2034,Objetivo0986,doPlanoPlurianual(PPA)2012-2015.
2.4–OCAMINHOPERCORRIDO Algumasiniciativaspromovidasporinsti-tuiçoes governamentais e nao-governamentais,porpesquisadoresacademicoseateporlideran-çastradicionais,visaramcoletarinformaçoesseto-riais paramelhor compreender a realidadedosPMAFeparaaconstituiçaoderedesrelacionaisentreCasasTradicionaisdeMatrizAfricana.Paraoperacionalizaressespropositos,osdiversosato-resenvolvidoslançarammaodeferramentasdemapeamento,diagnostico,inventarioepesquisas,etempriorizadootratamentodedadosabsolutosparaaconstituiçaodemapasobjeto-relacionais,alemdeverte-losemvariaveisnumericas,utili-zando-sedegra�icoscomoformasderepresenta-çaodasinformaçoes.Oresultado�inaldessasini-ciativas em suamaioria e apresentado em tresformatos:representaçoesgra�icas,mapastemati-
cosetextosanalıtico-descritivos. Foipossıvelidenti�icar13(treze)açoesdemapeamento ou pesquisa em todo o territoriobrasileiro:
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Quadrodosmapeamentosepesquisassocioeconômicaseculturaisrealizados
IníciodaExecução Projeto/Entidades
Desde2000- Memoria de Terreiros no Sul da Bahia - Nucleo de Estudos Afro-BaianosRegionaisKawedaUniversidadeEstadualdeSantaCruz;
2006
-MapeamentodosTerreirosdeSalvador–CEAO/UFBA/FundaçaoCulturalPal-mares(FCP);-MapeamentodosTerreirosdeCandombledoRiodeJaneiro-SuperintendenciadoInstitutodePatrimonioHistoricoeArtısticoNacional(IPHAN)noRiodeJane-iro/DepartamentodoPatrimonioImaterial/MarciaFerreiraNetto;AfrorreligiososnacidadedeBelem.Belem:ProjetoNovaCartogra�iaSocialdaAmazonia,2006(Cartilha).–Almeida,A.W.B.;Novaes,J.S.;Costa,S.M.G.;Lopes,R.M.;Nzambi,M.N.U.;Tayando,L.;Leandro,Arthur;Almeida,V.N.S.;
2008
2009
-MapeamentodosEspaçosdeReligiaodeMatrizAfricananoReconcavoBaianoenasubregiaodoBaixoSul;
-InventariodosTerreirosdoDistritoFederaleEntorno-SuperintendenciadoInstituto do Patrimonio Historico e Artıstico Nacional do Distrito Federal(IPHAN-DF);
-NucleoInterdisciplinardeRe�lexaoeMemoriaAfrodescendente(NIREMA)/NucleoInterdisciplinardeMeioAmbiente(NIMA)/DecanatodoCentrodeCien-ciasSociais(CCS)daPontifıciaUniversidadeCatolicadoRiodeJaneiro(PUC-Rio)/SEPPIR/PR;
-MapeamentodeTerreiros/CentrosdeReligioesdeMatrizAfricanadeItabuna-PontodeCulturaAssociaçaodoCultoAfro Itabunense (ACAI)do IleAxeOyaFunke;
2010
2011
2012
-PesquisaSocioeconomicaeCulturaldasComunidadesTradicionaisdeTerreiro-AssociaçaoFilmesdeQuintal(AFQ)/MinisteriodoDesenvolvimentoSocialeCombateaFome(MDS)/OrganizaçaodasNaçoesUnidasparaaEducaçao,aCien-ciaeaCultura(Unesco)/SEPPIR/PR/FundaçaoCulturalPalmares;-Cartogra�iasocialdosafrorreligiososemBelemdoPara:historiaegeorreferen-ciamentodascasasdereligioesafro-brasileiras.ProjetoNovaCartogra�iaSocial-Nucleo deTerritorializaçao, Identidades eMovimentos Sociais / Instituto doPatrimonioHistoricoeArtısticoNacional.
-PesquisaMapeamentodeTerreirosdaRegiaoMetropolitanadeSaoLuıs/MA-
SecretariadeEstadoExtraordinariadaIgualdadeRacialdoMaranhao;
– Mapeamento dos Terreiros de Joao Pessoa/PB - Casa de Cultura lle AseD'Osoguia(IAO)/PrefeituraMunicipaldeJoaoPessoa/FundoMunicipaldeCul-tura(FMC)/FundaçaoCulturaldeJoaoPessoa(Funjope);
– Mapeamento dos Terreiros de Natal/RN - Grupo de Estudos CulturasPopulares/DepartamentodeAntropologia/UniversidadeFederaldoRioGrandedoNorte.
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Constaqueaçoesdemapeamentoforamrealizadasem10unidadesdafederaçao,noDistritoFederal,eem158municıpios,sendo44naBahia,01noMaranhao,34emMinasGerais,05noPara,01naParaıba,26noRiodeJaneiro,01noRioGrandedoNorte,e31municıpiosnoRioGrandedoSul.
Bahia
Distrito Federal
Maranhão
Minas Gerais
Pará
Paraíba
Pernambuco
Rio de Janeiro
Rio Grande do Norte
Rio Grande do Sul
Total: 10
45
-
01
34
05
01
14
26
01
31
158
1.808
52
185
353
1.089
111
1.261
879
327
1.342
7.407
�Quadro quantitativo de municípios e Casas Tradicionais de Matriz Africana mapeados
Considerandoatotalidadedosmunicıpiosbrasileiros,registra-searealizaçaodemapeamentosepesquisassocioeconomicasdosPMAFem0,28%dosmunicıpios.
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SOBREOSPOVOSECOMUNIDADESTRADICIONAISDEMATRIZAFRICANA
3.1-PRINCÍPIOSCIVILIZATÓRIOS
3.2-TERRITORIALIDADE
3.3-ORGANIZAÇÃOSOCIAL
3
SOBREOSPOVOSECOMUNIDADESTRADICIONAISDEMATRIZAFRICANA
NoambitodoIPlanoNacionaldeDesen-volvimentoSustentaveldosPovoseComunidadesTradicionaisdeMatrizAfricana(SEPPIR,2013),PMAFsaode�inidoscomo“gruposqueseorgani-zamapartirdosvalorescivilizatoriosedacosmo-visao trazidosparaopaısporafricanosparacatransladadosduranteosistemaescravista,oquepossibilitou um contınuo civilizatorio noBrasil,constituindo territoriosproprios caracterizadospela vivencia comunitaria, pelo acolhimento epelaprestaçaodeserviçosacomunidade,alicer-çadosnosvalorescivilizatoriospropriosdacos-movisaoafricana”.
OsAfricanostrazidosparaoBrasilnacon-diçaodeescravizadossaooriginariosdediversasregioes do continente africano que compreen-dem, atualmente, os paıses de Angola, Congo,Moçambique,Benin,Togo,Gana,Guine,Nigeria,Senegal, dentre outros. Tres grandes matrizesculturais–Yoruba,BantueEweFon–consegui-rampreservarsuascosmovisoes,conhecimentosetecnologias,ostornandomarcas indeleveisnahistoriaenomododesereviverbrasileiros.Essas
matrizes culturais se reelaboraramnoprocessodeconvivenciaeinteraçaocomomeioambienteecomaspopulaçoeslocais,dandoorigematerrito-riostradicionaiscomdiversasdenominaçoes,denorteasuldopaıs.
Aidentidadepolıtica“PovoseComunida-desTradicionaisdeMatrizAfricana”foiconsoli-dada num processo paralelo a construçao do IPlanoNacionaldeDesenvolvimentoSustentavelparaPovoseComunidadesTradicionaisdeMatrizAfricana,econtoucomamplaparticipaçaodasoci-edadeciviledasliderançastradicionais.
Cabeconsiderarqueasidentidadespolıti-cassaoinstrumentalizadaspelosgovernosepelasociedadecivilcomconceitosqueabarcamgru-posculturalmentediferenciadosemsuadiversi-dadeculturalparaagarantiadedireitos.E� aindaumdesa�ioparaoEstadooperarasautodetermi-naçoeseacomplexidadedadiversidadeculturalbrasileira, direito garantido por instrumentoslegaiscomstatusdenormaconstitucional,comoaConvençao169daOrganizaçaoInternacionaldoTrabalho.
3.1-PRINCÍPIOSCIVILIZATÓRIOS Entre os pr inc ı p ios c iv i l izat or iospartilhados pela diversidade dos Povos eComunidades Tradicionais de Matriz Africana,destacam-se: a senioridade, a ancestralidade, avivenciacomunitaria,acircularidade,aoralidadee a visao transgeracional. De modo que e navivenciacomunitariaenaconstituiçaodefamıliasextensas que se organizam o cotidiano e ai d en t i d ade d a s p e s s o a s , i n d iv i dua l ecoletivamente.Jaatransmissaodoconhecimentonessas comunidades se da essencialmenteatravesdaoralidade,sendoapalavraconsideradaforça viva capaz de promover transformaçoes,devendo ser usada com cautela e respeito. OrespeitoaautoridadedasLiderançasTradicionaisestrutura as relaçoes sociais nas ComunidadesTradicionais de Matriz Africana e, junto com asenioridadeeaancestralidade,apontamolugarde importancia dos antepassados e dos maisvelhos. Asenioridade,portanto,estadiretamenterelacionadacomotempodeinserçaodosujeitonavivencia tradicional e social numa determinada
comunidade, princıpio que estrutura ashierarquiase,apartirdele,seestabelecem,entreoutras determinaçoes, a preponderancia daopiniao e conhecimentodos “mais velhos” e dasabedoria dos antepassados na tomada dedecisoes. O princıpio da senioridade obedece aorganizaçao das pessoas de uma mesmacomunidadeoufamıliaemlinhagens,umaspectooriginado nas sociedades africanas de ondedescendemosPMAF.Esseprincıpiofundamentaas praticas e conhecimentos tradicionaisenquanto estrat eg ia de estabi l izaç ao emanutençaopolıt icaesocialdasinstituiçoes.Porsua vez o princıpio da circularidade, quepressupoe certa horizontalidade entre osindivıduosnoprocessodetrocadoconhecimentoetambemoorganizadordopropriopensamento,numa complexidade interativa e integrativa dopassado, presente e futuro, do profano e dosagrado, das relaçoes humanas e com o meioambiente,etc.
Representandoterritoriosderesistenciaea�irmaçao de uma identidade pautada nas
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3.2-TERRITORIALIDADEOTerritorioTradicionaldeMatrizAfricanaeo
pilar para a reproduçao fısica, social e culturaldesta populaçao, trata-se do locus onde seorganizaavivenciaplenadasuaancestralidade,tradiçoes e cultura, possibilitando a formaçaoidentitariadoindivıduo,docoletivo,edarelaçaoindelevelentreestasduasdimensoes.
“Nessaquali�icaçãodosespaçosnegros,aprimeira referência colocada para opensamento, tanto no aspecto concretoquantonaformadecategoriaanalítica,éaTerra.Delapartemasnoçõesantigasecontemporâneas de territórios e deterreirosou roças. (...)umaconstataçãosimples,masbastantereveladoramostraaquestãodosvaloresemumaa�irmaçãoquetambémécomumaospovosafricanostransplantados: “terra não é objeto denegócio”. Issoexplicitaosoutrosvaloresque possui a terra e território para o
africano, ou seja, terra é espaço demanifestação da vida, da existência e,como tal carrega, imanente, todos osvaloresdacultura,daancestralidade,dahistória.Masessamanifestaçãodavidanãoserestringeaosaspectosbiológicosou,pelomenos,nãoseparaessesaspectosdaquelesprópriosdatranscendênciae,aomesmotempo,daancestralidade.Assim,sea�loresta,orio,amontanha,homenseanimais integram a terra na suatotalidade, tanto como frutos quantopartesinseparáveis,osvaloresancestraisunemoqueseriaobiológico,ovisívelep a l p á v e l d a e x p e r i ê n c i a , a otranscendente, ao invisível, mas que semanifesta tambémna formade energia(asé, força) na experiência do sagradoque,porsuavez,nãosedesassociadorealconcreto”.
(Oliveira,2011)
africanidades, as Casas Tradicionais de matrizafricanaatuam,emsuamaioria,emcontraposiçaoaprevalenciadoracismoedoeurocentrismoquepermeiam as instituiçoes e as relaçoes no paıs.Sao tambemespaçosdepreservaçaoambiental,depromoçaodesaudementalefısica,pormeiodaspraticastradicionaisalimentaresedesaude,propulsorasde açao social ede cidadania. Essain�luenciasedasejacomintervençaodeo�icinaseducativaseculturais,dealfabetizaçao,formaçaopro�issional, de combate ao racismo e devalorizaçao da Ancestralidade Africana, ou por
meiodaintermediaçaodoacessodefamıliasemsituaçao de vulnerabilidade aos programassociais disponibilizados pelos governos. Otrabalho que desenvolvem, e que deve serpotencializado atraves das polıticas publicas,contribui para a implementaçao da PolıticaNacionaldeSaudeIntegraldaPopulaçaoNegra,da educaçao para as relaçoes etnico-raciais(aplicaçaodalei10.639/03), eparaasegurançaalimentar e nutricional das famılias que laacorrem.
Nas Casas Tradicionais os laços desociabilidade,construıdosemtornodaTradiçaodeMatrizAfricana,transformamessesgruposemfamılias aindaque, entre aspessoas, nao existauma ligaçao biologica. Essas famılias extensasestabelecemrelaçoesdereciprocidadedentrodogrupo,edesolidariedadecomacomunidadedoseu entorno. Apesar de possuırem dinamicasproprias,ascomunidadestradicionaisdematrizafricana tambem estabelecem relaçoes entre si,atraves das suas autoridades e lideranças, searticulam em torno de objetivos comuns e nadefesa dos seus direitos polıticos, sociais e
culturais , de manutençao e vivencia daancestralidade, mesmo quando pertencem amatrizes africanas diferenciadas, estao ligadaspordiversosvalorescivilizatorioshistoricamentecompartilhadosnoterritoriobrasileiro.
As comunidades alocam as relaçoescomunitarias enquanto aspecto central em suaforma de organizaçao social. Nisso reside osigni�icado de “humano” nas cosmovisoesafricanas, como bem de�ine os povos bantu,atravesdoprincıpiodontu:“Eusouporquevocêmereconhece”,ouseja,aexistenciadecadaumsofazsentidonavalorizaçaoereconhecimentodo
3.3-ORGANIZAÇÃOSOCIAL
pg.17
coletivo.Nessesentidoarealizaçaodomapeamentopodeserumaoportunidadeımpardedarvisibilidade
asexperienciaseformasdeorganizaçaodessesegmentodapopulaçaobrasileira,possibilitandodirimirecombaterestereotiposnegativosenraizadosnoimaginarionacional,etambemdegerarsubsıdioseindicadores para os gestores pensarem e elaborarem polıticas publicas que considerem suasidiossincrasias.
pg.18
PRINCÍPIOSORIENTADORES
4.1-PROTAGONISMODOSSUJEITOSDEDIREITO
4.2-VALORIZAÇÃODAANCESTRALIDADEAFRICANA
4.3-FORTALECIMENTOINSTITUCIONAL,PROMOÇÃODACIDADANIA
EPOLÍTICASPÚBLICAS
4
PRINCÍPIOSORIENTADORESAelaboraçaodestedocumentofoiprecedi-
da de diversos dialogos envolvendo gestorespublicos, autoridades, lideranças tradicionais eacademicos,etambemdeamplare�lexaocoletivaapartirdoacumulodasexperienciasdemapea-mentosjarealizados,pordiferentesinstituiçoese
emdiferentesregioesdopaıs.Osprincıpiosaquiestabelecidos,resultantesdesteprocesso,dialo-gamentresinumarelaçaodecomplementarieda-de.
4.1.PROTAGONISMODOSSUJEITOSDEDIREITOConsiderandoograudeinvisibilizaçaodas
comunidadestradicionaisdematrizafricanaeohistoricodeviolenciaenegaçaodedireitosquesobre elas sempre incidiu, o protagonismo dossujeitosdedireitoemtodooprocessodeconcep-çao e execuçao do mapeamento e condiçaoimprescindıvelparaumaaproximaçaorespeitosaequali�icadadasliderançasedascasastradicio-naisdematrizafricana.Coadjuvando,desta for-ma,paraasuperaçaodosreceios,duvidasehesi-taçoespropriasdeumapopulaçaocujafacemaisconhecidadoestadoedassuasinstituiçoes,quase
semprefoiadovilipendioedodesrespeito.Aatuaçaodasliderançasedeoutrosmem-
brosdascomunidades,comocoordenadores(as)e pesquisadores(as)nas açoesdemapeamento,bemcomoaconstituiçaodeumainstanciadepar-ticipaçaosocial–oComiteGestor-contribuiparaaconduçaoapropriadaecontextualizadadetodooprocesso,possibilita odialogoequanimeentreconhecimentosetecnologiassociais,academicosetradicionais,garanteoacesso aosterritoriosecasas,bemcomoocontrolesocialdoprocesso.
4.2-VALORIZAÇÃODAANCESTRALIDADEAFRICANAEENFRENTAMENTOAORACISMO
“Aancestralidadeéanossaviadeidenti-dade histórica. Sem ela não sabemos quemsomos,nemoquepretendemosser”(PauloIfa-tideIfamoroti)
AvalorizaçaoeapromoçaodaAncestrali-dadesustentamaformacomoosPovosTradicio-naisdeMatrizAfricanaseorganizam,pensameserelacionamcomasociedade. Saopressupostostambem para o combate ao racismo e para agarantiadosseusdireitosculturais.Anegaçaodevalor a ancestralidade africana, e ao mesmotempoanegaçaododireitoavidaplena,simbolicaefısicadapopulaçaonegranoBrasil.
Nessesentido,duranteasaçoesdemapea-mento,torna-seimprescindıvelaapropriaçaodosmarcoslegaisdecombateaoracismoedegarantiados direitos etnicos e culturais, bem como dosinstrumentaisparaaexigibilidadededireitos,porpartedas lideranças.Essaapropriaçaodeveserparteimportantedoprocessodialogico,comvis-tasagarantironecessariocontrolesocialsobreaassimilaçaoporpartedosgestorespublicosdosindicadores edemandas resultantes, bemcomo
asseguraraelaboraçaoeexecuçaodaspolıticaspublicasnecessarias.
NoBrasiloracismoeestruturantedasrela-çoes polıticas, economicas, sociais e culturais,produzindoumestadocotidianodeviolenciasim-bolicaefısica,atravesdahierarquizaçaodosdirei-tosedacidadaniadosbrasileirosquesaodeter-minadosporsuaorigemetnica.Nesseaspecto,oracismoeumamodalidadee�icientededomina-çaoeexploraçaoe,consequentemente,deexercı-ciodopoder.Emboraincidasobrevariosgruposdeorigemnaoeuropeia,esobreadescendenciaafricanaqueasuarecorrenciaserevestedemaiorperversidade, por ser este grupo a maioria dapopulaçaobrasileira,aoqualhistoricamentevemsendonegadavaloraçaopositiva asuacosmovi-sao,aosseusvalorescivilizatorioseasuahumani-dade,en�im.
Esseestadodedenegaçaoeinvisibilizaçaotornaaindamaisimportanteolevantamentodeinformaçoes sobre os Povos Tradicionais deMatrizAfricana, incluindoasocorrencias relati-vasaoracismoeadiscriminaçao,deformaacom-porumindicadorqueorienteaçoesdeenfrenta-
pg.20
mentoaoracismo,especialmenteo,institucional.O Questionario para Entrevistas apresentadonessedocumentopropoequestoesquerequeremdadosacercadaocorrenciadecasosderacismo,emsuasmultiplasfacetaseformasdemanifesta-
çao,nasrelaçoesindividuais,sociaiseinstitucio-nais;e tambemdadossobreasestrategiasparasua superaçao emanutençao da ancestralidadeafricana,dassuastradiçoesambientais,alimenta-res e de saude, e sobre o encaminhamento de
Oprocessodemapeamentodevetambemcontribuir para o fortalecimento das organiza-çoes representativas dos Povos e ComunidadesTradicionaisdeMatrizAfricana,pormeiodesuaspropriasestruturasgerenciaisesociopolıt icasedaconsolidaçaodasuacapacidadededialogoeinteraçaocomasinstituiçoespublicaseprivadas,demaneiraapotencializarasaçoesdepromoçaoda cidadania e acolhimento proprias das suaspraticascotidianas, propiciandoasuaslideran-çasoconhecimentoeassumpçaosobreoacessoaserviços de educaçao, saude, assistencia social,polıticas culturais, documentaçao civil basica,regularizaçao fundiaria e abenefıcios eprogra-massociaisdogoverno.Alemdisso,espera-sequeoprotagonismoefetivodasCasasTradicionaisnaconcepçaoeexecuçaodapesquisagarantaains-trumentalizaçao de jovens das comunidadestantoparaomercadodetrabalhoquantoparaoexercıciodocontroleeparticipaçaosocial.
Importante ainda, para esse �im, que adiversidade dasmatrizes africanas preservadasno Brasil sejam reconhecidas e promovidas demaneirapositiva,nassuasdiferenças,masespeci-almentenoquedizrespeitoatradiçaocomparti-lhada,cujainteraçaogarantiuascondiçoesparaasobrevivenciadaancestralidadeafricananopaıs .Omesmoseaplicaaosconhecimentos,metodolo-gias e tecnologias sociais tradicionais preserva-dasnasCasasTradicionaisdeMatrizAfricana,quedevemsersimetricamenteinscritasnoprocessodo mapeamento, a partir do protagonismo dasliderançasinseridasnessadinamica,aoladodosconhecimentos e tecnologias produzidos pelaacademia,deformacomplementarecompletiva.
Considerando que o maior objetivo dosmapeamentos socioeconomicos e culturais dosterritorios tradicionais dematriz africana, deveseraproduçaodesubsıdiosparaaelaboraçaoeimplementaçaodepolıticaspublicasdecombateaoracismoepromoçaodacidadania,apesquisanaodevesedebruçarsobreosaspectosquedizem
respeitoasubjetividadedecadacasanasuarela-çaocomosagrado,informaçaototalmentedesne-cessariaaumEstadoquedevesepautarpelalaici-dade.Oresultadoesperadodeveserumconjuntodeinformaçoeseindicadoresqueinstrumentali-zemoEstadoparaumaatuaçaoquecontempleerespeiteasespeci�icidadesdosegmentodapopu-laçaobrasileiraemquestao,queincentiveacria-çaodeinstanciasdeparticipaçaosocialparaumdialogodiretocomosPMAF;e,tambemqueforta-leçamaorganizaçaoeoprotagonismodogruponabuscadosseusdireitos.
4.3–FORTALECIMENTOINSTITUCIONAL,PROMOÇÃODACIDADANIAEPOLÍTICASPÚBLICAS
pg.21
PLANEJANDOMAPEAMENTOS
5.1-ABRANGÊNCIADOMAPEAMENTO
5.2-ESTRATÉGIASDECOMUNICAÇÃO
5.3-COMITÊGESTOR
5.4-COMPOSIÇÃODAEQUIPEDEPESQUISAA)COORDENADOR(A)-GERAL
B)COORDENADOR(A)EXECUTIVO(A)C)COORDENADOR(A)DETRABALHODECAMPO
D)CONSULTOR(A)DEMETODOLOGIAQUANTITATIVAE)GESTOR(A)
F)PESQUISADORES(AS)DECAMPOG)OUTROSPROFISSIONAIS
5.5-PROCESSOSFORMATIVOS
5.6-TRABALHODECAMPO
5.7-COLETA,SISTEMATIZAÇÃOEANÁLISEDOSDADOS
5.8-VALIDAÇÃOEDEVOLUTIVA
5.9-DIVULGAÇÃODOSRESULTADOS
5
PLANEJANDOMAPEAMENTOSAsaçoesdemapeamentosocioeconomico
eculturalpartemdo imperativodanecessidadedecoletaesistematizaçaodedadoseindicadoresqueorientemaelaboraçao,redimensionamento,implementaçao, monitoramento e avaliaçao depolıticaspublicasparaPovoseComunidadesTra-dicionaisdeMatrizAfricana,noqueconcernea:combateaoracismo;segurançaalimentarenutri-cional;acessoaserviçospublicosdesaude,edu-caçao e assistencia social; saneamento basico eregularizaçaofundiaria;salvaguardadepatrimo-nioculturalmaterialecultural;acessoabenefıci-os sociais; e o direito ao meio ambiente
equilibrado.A operacionalizaçao das atividades deve
considerar os valores civilizatorios e as formasproprias de organizaçao Povos e ComunidadesTradicionaisdeMatrizAfricana,postoqueomape-amento e um instrumento de uso dos poderespublicoscomvistasnaplenaaplicaçaodosdirei-tossociais,territoriaiseculturaisdosPovosTra-dicionaisdeMatrizAfricanaedassuascomunida-des. Abaixo, estao expostas etapas, conceitos eferramentasessenciaisaseremde�inidosnopla-nejamentodaaçao.
5.1–ABRANGÊNCIADOMAPEAMENTOUmdosgrandesdesa�iosparaarealizaçao
demapeamentoseade�iniçaodaabrangenciaemtermosde territoriosa serempesquisadosedetradiçoesasereminseridas.Amaioriadosmapea-mentosepesquisasrealizadostomouosmunicı-pioscomoterritorioparasuaoperacionalizaçao(nadistribuiçaodasequipesparacoletadedadostambemnasproximidadesdosterritoriosdetra-diçaodematrizafricana)eobedecendo,demodogeral, assuasdivisoesemareasadministrativas(regioes, bairros, distritos, zonas). Importante
lembrar que as regioesmetropolitanas concen-tramgrandequantidadedecasastradicionaisdematrizafricana,emsuamaiorianasareasperife-ricasecarentesdeequipamentospublicossociaiseculturais,quecumpremrelevantepapeldepro-moçaodacidadania,envolvendoacomunidadedoseuentorno,eporissoestaoinseridasnametadaSEPPIR/PRnoPPA2012/2015paraseremmape-adas.
OMapeamentoMemóriadeTerreirosdoSuldaBahiatrouxeumanoçãode territorialidade pro�ícua e inspiradora. A abrangência territorial domapeamento tomou como referência aBacia do LesteBaiano, enfatizandorelações entre os rios e os recursos naturais e as Casas Tradicionais. OmapeamentocontemplouaindaamediçãodaqualidadedaáguadaBacia,umdiagnósticodosníveisdepreservaçãoambientaldaregiãonumaperspectivainterculturaleconsiderouosrecursosnaturais–comênfasenaságuas–comoestruturantesparaosPMAFdaregiãonoqueconcerneàcosmologia,formasdereprodução�ísicaeàsrelaçõessociais.
Cabenotarquearealizaçaodemapeamen-tosepesquisassocioeconomicasjuntoaosPMAFnao necessariamente incidem na realizaçao depesquisascensitarias,mas,acoletadedadosper-miteaconstruçaodeindicadoresesubsıdiosparaampliaçaodoacessoaspolıticaspublicasespecı�i-caseuniversais.Ressalta-sequehaalgunsfatoresquedi�icultamarealizaçaodepesquisascensita-rias,dentreeles,odinamismodarealidadevividapelascasaseodesconhecimentodasuaexistenciaelocalizaçao,comoresultadodograudeinvisibili-
zaçaoprovocadapeloracismo.Detodo,eessenci-aldecidirpreviamenteametodologiaeoescopodapesquisaaserdesenvolvidaparaobomplane-jamentoemrelaçaoaotempoeaosrecursosdis-ponıveis.
Noquetangeastradiçoesqueseraoincluı-dasnoprocesso,ocriterioparaparticipaçaonomapeamento e a autodeclaraçao de seusmem-bros enquanto mantenedores de Tradiçao deMatrizAfricana.Odireitoaautodeclaraçaoeumaconquistareferenteaoprocessoderegulamenta-
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çaodosdireitosculturaisesefezpossıvelatravesdaConvençao169daOrganizaçaoInternacionaldoTrabalho.Açoesepolıticaspublicasjautilizamaautodeclaraçaocomocriterioparaquegrupossociaisdiferenciadosacessembenefıcios,emdire-tarelaçaocomalegislaçaointernacionalvincula-da.
5.2–ESTRATÉGIASDECOMUNICAÇÃOArealizaçaodemapeamentosepesquisas
socioeconomicascolaboraparaoempoderamen-toemobilizaçaodasCasasTradicionaisdeMatrizAfricana, em torno da defesa dos seus direitos,quali�icandoavisibilidadedessesgrupos frenteaoEstadoeasociedadenacional.Nessesentido,adivulgaçao se reveste de grande importancia, edevesevalerdediversosinstrumentos,como:
1. Atividade de lançamento do projeto,envolvendo as lideranças emembros das CasasTradicionaisdeMatrizAfricana, gestorespubli-cos, conselheirosde instanciasdepromoçaodedireitos,imprensa,etc.
2.Elaboraçaoedistribuiçaodemateriais
impressos, informando e quali�icando a açao,inclusiveconceitualmente,comofolderefolheto;
3. Potencializaçao das mıdias negras ecomunitariasenquantodivulgadorasecolabora-dorasparaocontrolesocial;
4.Informativossobreoandamentodapes-quisa;
5.Produçaoepublicaçaodematerialparadivulgaçaodosresultadosquantitativosequalita-tivos;
6.Atividadedevolutivadosresultadosdomapeamento, com a participaçao dos diversosatoresprotagonistasdoprocesso.
5.3-COMITÊGESTORDe forma a ampliar o controle social, as
açoesdemapeamentodevemserassessoradasevalidadasporumComiteGestor,instanciadepar-ticipaçaoconsultivaedeliberativa,deverasercom-postoporliderançasdeMatrizAfricana,gestorespublicoseoutrasrepresentaçoesdeinstituiçoesinteressadas. OComitedeveserconstituıd opre-ferencialmenteemcomumacordoentreaslide-ranças, considerando os princıpios proprios daforma de organizaçao das suas comunidades,duranterealizaçaodeplenariaamplamentedivul-gada,paraapresentaçaoediscussaodoprojeto.Importantetambemgarantirarepresentaçaodasdiferentesmatrizesafricanas,aregionalidadeeoscontextosurbanoerural.
OComiteGestordevecontarcomnumeroımpar de assentos, representantes titulares esuplentes,dasociedadecivil,deorgaosgoverna-
mentais(PromoçaodaIgualdadeRacial;ProteçaoeConservaçaodoPatrimonioCultural;GestaodoPatrimonio Publico; Defesa dos Direitos Huma-nos;DesenvolvimentoSocial;Educaçao;Saude),edo Ministerio Publico, entre outros. Sugere-sedestinaromınimode70%dosassentosarepre-sentantesdasCasasTradicionaisdeMatrizAfrica-nae30%paraosdemaissegmentos.
Ainstanciaseraresponsavelpeloacompa-nhamento,avaliaçao,adaptaçaoeaplicabilidadedosinstrumentosmetodologicos,edeverasereu-niraomenosumavezemcadaetapadomapea-mento,quaissejam:
1.composiçãodaequipedepesquisa;2.processoformativo;3.trabalhodecampo;4.sistematização;5.validaçãoedivulgaçãodosdados.
5.4-AEQUIPEDEPESQUISAOscriteriosrecomendadosparaacompo-
siçaodaequipedepesquisadevemconsideraroprotagonismodossujeitosdedireito, mastam-
bemoutrospre-requisitoscriteriosmınimosparaoexercıciodedeterminadasfunçoes.
pg.25
A)COORDENADOR(A)GERAL
Ÿ ATRIBUIÇÕES:seraresponsavelpelaarticula-çaodaequipedepesquisaepelodialogoper-manente com as lideranças tradicionais dematriz africana; de�inir estrategias de açao;coordenaroComiteGestor;colaborarcomo(a)Coordenador(a)Executivo(a)nacoordenaçaodaequipe.
Ÿ PRÉ-REQUISITOS:possuirvivenciadastradi-çoesdematriz africana, comprovadoatravesdecartaderecomendaçaoassinadapor lide-rançatradicionalreconhecida;conhecereterproximidadecomoterritorioasermapeado;terexperiencianacoordenaçaodepesquisasenagestaodepolıticaspublicas.
B)COORDENADOR(A)EXECUTIVO(A)
Ÿ ATRIBUIÇÕES: sera responsavel, dentreoutrasnecessidades,pelaexecuçaodapesqui-sademapeamento;trabalhodiretocomo(a)coordendor(a)geralecomo(a)coordenador(a)detrabalhodecamponade�iniçaodepra-zos, metas e estrategias; monitoramento daequipe;monitoramentodocumprimentodosprazos e diretrizes; dialogo direto com osorgaos competentes de acompanhamentodomapeamento;
Ÿ PRÉ-REQUISITOS:possuirvivenciadastradi-çoesdematriz africana, comprovadoatravesdecartaderecomendaçaoassinadapor lide-rança tradicional reconhecida;Possuirdiplo-mademestradoemquaisquerareasdasCien-cias Humanas, Ciencias Sociais Aplicadas ouLinguıstica,LetraseArtes,emitidoporinstitui-çaoacademicareconhecidapeloMinisteriodaEducaçao(MEC);terexperienciade,nomıni-mo,01(um)anonacoordenaçaodeatividadesde identi�icaçao, mapeamentos, analise dedadosoupesquisasdecampojuntoaPovoseComunidadesTradicionais,demonstradaatra-vesdaapresentaçaodeatestadosdecapacida-de tecnica, expedidos por instituiçao publicaouprivada.
C) COORDENADOR (A) DE TRABALHO DECAMPO
Ÿ ATRIBUIÇÕES: sera responsavelpor coorde-nar as tarefas a serem desempenhadas pela
equipedepesquisadores(as),monitorandoeacompanhandoseutrabalhodecampo;
Ÿ PRÉ-REQUISITOS:possuirvivenciadastradi-çoes dematriz africana, comprovada atravesdecartaderecomendaçaoassinadapor lide-rança tradicional reconhecida;possuirdiplo-madeGraduaçao,preferencialmente,naareadasCienciasHumanas,emitidoporinstituiçaoacademicareconhecidapeloMinisteriodaEdu-caçao (MEC); terexperiencia comprovadadenomınimo01(um)nacoordenaçaodeprojetodepesquisadecampo,trabalhodecampoousimilar.
D) CONSULTOR (A) DE METODOLOGIAQUANTITATIVA
Ÿ ATRIBUIÇÕES: sera responsavel, dentreoutrasnecessidades,pelotratamentoeanalisedos dados coletados; criaçao de banco dedados;
Ÿ PRÉ-REQUISITOS:possuirDiplomadeGradu-açaoemqualquerareadasCienciasHumanasouExatas, emitidopor instituiçaoacademicareconhecida pelo Ministerio da Educaçao(MEC);terexperienciacomprovadadenomıni-mo02(dois)anosematividadesenvolvendootratamento e analise de dados quantitativoscoletados“emcampo”,demonstradaatravesdaapresentaçaodeatestadosdecapacitaçaotec-nica,expedidosporinstituiçaopublicaoupri-vada.
Na existencia de pro�issional com expe-rienciaem tratamentodedadosquantitativosequepossuavivenciacomprovadadastradiçoesdematrizafricana,esse(a)candidato(a)serapriori-zado(a)naseleçaodessecargo.
E)GESTOR(A)
Ÿ ATRIBUIÇÕES: sera responsavel, dentreoutrasnecessidades,pelagestaodosrecursosdomapeamento;gestaodopessoal;monitora-mentodosprazosemetasde�inidos;
Ÿ PRÉ-REQUISITOS:possuirDiplomadeGradu-açaoemAdministraçao,Direito,CienciasCon-tabeis,GestaoPublicaouDiplomadeEspeciali-zaçaoemGestaodeProjetos,emitidoporinsti-tuiçaoacademicareconhecidapeloMinisteriodaEducaçao(MEC);terexperienciacomprova-
pg.26
dadenomınimo01(um)anonaexecuçaodecontratos, preferencialmente com povos ecomunidadestradicionais.
Na existencia de pro�issional com expe-rienciaem tratamentodedadosquantitativosequepossuavivenciacomprovadadastradiçoesdematrizafricana,esse(a)candidato(a)serapriori-zado(a)naseleçaodessecargo.
F)PESQUISADORES(AS)DECAMPO
Ÿ ATRIBUIÇÕES: serao responsaveis, dentreoutrasnecessidades,poraplicarquestionariose realizar entrevistas com as lideranças eoutros membros das Casas Tradicionais queseraomapeadas;
Ÿ PRÉ-REQUISITOS: ter concluıdo o EnsinoMedio,em instituiçao formaldeensinoreco-
nhecidapeloMinisteriodaEducaçao(MEC);e,preferencialmente, que possua vivencia dastradiçoes de matriz africana; participar dasatividadesdeformaçaoparaotrabalhodecam-po;
Recomenda-seoestabelecimentodapari-dadedegeneroecotamınimade50%parapes-quisadores(as)autodeclarados(as)negros(a)oupardo(a);equetenhamper�ilparaserembene�i-ciariosdeProgramasSociaisdoGovernoFederal,comobolsafamılia,cotasraciais,ProUni,etc.
G)OUTROSPROFISSIONAISSugere-setambemqueaequipesejainte-
gradaporumpro�issionaldeTecnologiadeInfor-maçao, Design Gra�ico, Web Design, Fotogra�iae/ouComunicaçaoSocial.
AequipedepesquisadevepassarporumprocessoformativomediadopelacoordenaçaodaequipetecnicaepeloComiteGestor,comoobjeti-vodeequalizarconhecimentos,habilidadesecom-petenciasdosseusmembros.Propoe-sequeessaetapatenhaduraçaomınimade36horasequeosconteudosabordadosserelacionemcomostemaseinstrumentosrelacionadosaoprocessodemape-amento,comonoçoesdegeorreferenciamento,deregistro fotogra�ico e sonoro, metodologias depesquisa(etnogra�ia,historiaoral,etc),compor-tamento do pesquisador em campo, preenchi-mentodosformulariosdepesquisaeredaçaodetextos.Esseprocessopodesedarapartirdareali-zaçaoderodasdeconversa,palestras,exibiçaode�ilmes,leiturasedebates.Lideranças Tradicionais devem atuar enquantopalestrantesacercadeaspectosbasicosnecessa-riosparaorientarainserçaonasCasasTradicio-naisdeMatrizAfricanaeodesenvolvimentodasentrevistas. Gestores Publicos devem fornecer infor-
maçoesnecessariasparafacilitaracompreensaodaequipeacercadaspolıticaspublicasuniversaiseespecı�icasquebene�iciamosPovosTradiciona-isdeMatrizAfricana.Recomenda-seare�lexaoecapacitaçaorelativaa:
Ÿ Diferentesformasdemanifestaçãodoracis-monasociedadebrasileira;
Ÿ Legislaçãovinculada;Ÿ TécnicasdePesquisa;Ÿ Éticanapesquisaemterritóriostradicionais
dematrizafricana.
Alemdisso,deveserrealizadooestudodoQuestionarioBasicodeEntrevista,a�imdediri-mirasduvidasacercadasquestoesedasuaapli-caçao. Outrasinstituiçoespodemserconvidadasouestabelecerparceriasnasocasioesdosproces-sos formativosda equipede trabalho, doMovi-mentoNegro,daAcademia,entreoutros.
5.5-PROCESSOSFORMATIVOS
5.6-TRABALHODECAMPO Asatividadesdetrabalhodecampopodemenvolver:
Ÿ AplicaçaodoQuestionarioBasicoparaEntre-vistas,quepoderasereditadopelaequipedepesquisaparaadequaçaoarealidadeaserpes-
quisadaeosmeiosdeviabilizaçaodomapea-mento;
Ÿ Georreferenciamento das Casas TradicionaisdeMatrizAfricana;
Ÿ Produçaodedocumentaçaoaudiovisual(foto-gra�ia,vıdeoeaudio),deaspectosdacomuni-
pg.27
dadeedacasatradicional;Ÿ Aplicaçaodeoutras ferramentasmetodologi-
cas adotadas pela equipe, como entrevistassemi-estruturadasegruposfocais.
Oregistroaudiovisualeogeorreferencia-mentodevemserrealizadosde formaconcomi-tante com ao preenchimento do formulario depesquisa.Oprimeirovisaregistrarbensculturaismateriais e imateriais, acontecimentos de refe-rencias culturais e cotidianasdas comunidades,açoes comunitarias ou de trabalho coletivo,aspectos de infraestrutura, entre outros. Paraisso, enecessariaaassinaturadetermodecon-sentimentopelapessoaresponsavelpelacasa.Asespeci�icaçoes tecnicas do registro audiovisualdevemseracordadascomaequipedepesquisa,entretanto,sugere-sequeapresentemresoluçaomedia ou de alta qualidade, e que indiquempadroesdeenquadramentoediscursofotogra�i-co,deformaaproduzirinformaçaovisualpadro-nizada. Ogeorreferenciamentodeveserfeitoatra-vesdousodeGPS(GlobalPositioningSystem),edevecontemplarousodaferramenta“Polıgono”naidenti�icaçaodoterrenodasCasasTradicionais
mapeadas. As informaçoes de localizaçao geo-espacializadasdevemconstarnoquestionariodeidenti�icaçao.Sugere-sequeasequipesdepesqui-sarecebamtreinamentoespecı�icoparaobtençaodedadosespecializadosequeosequipamentosadotados por cada equipe sejam padronizados,paraobtençaodedadossimilares.Acoordenaçao-geraldomapeamentodevezelarpelascondiçoesdetrabalhodaequipedepesqui-sa,quedeveraestarmunidadeprotetorsolareagua; tambem e recomendada a utilizaçao demateriaisevestimentascomlogomarcasvisıveisdoprojeto, como camiseta; bolsa; bone ou cha-peu;;crachadeidenti�icaçaodo(a)pesquisador-(a)ematerialparacoletadosdados.Omaterialparacoletadedadosdeveconter:Ÿ TabletscomacessoWi-�ie3G,GPS,camerafoto-
gra�icaedevıdeointegrados,comprogramadeediçaodetextoedeplanilhas;ou
Ÿ Fotocopias doQuestionario Basico de Entre-vista;e
Ÿ Fotocopias de formularios de autorizaçao deusodaimagem.(VermodelonoAnexo).
5.7-COLETA,SISTEMATIZAÇÃOEANÁLISEDOSDADOS Otratamentoeasistematizaçaodosdadosdevem ser feitos paralelamente a coleta dosdados, e acompanhar todooprocesso,devendoserconduzidoousupervisionadoporumpro�issi-
onalcomformaçaoeexperiencianainstrumenta-çaodemetodosquantitativosdepesquisaeumpro�issionalcomformaçaoeexperiencianaapli-caçaodemetodosqualitativos.
5.8-VALIDAÇÃOEDEVOLUTIVA Antes da publicaçao dos dados para opublico em geral, a entidade executora deverasubmeterosresultadosdomapeamentoaoComi-teGestor,quedeveravalida-lo.Aentidadeexecu-toradeveaindapromoveradevolutivadomapea-mentoparaasCasasTradicionaisdeMatrizAfri-cana identi�icadas, oferecendo um exemplar dodocumento�inalimpressoe/ouemmıdiadigital
(CD/DVD).Sugere-sequeaaçaodedevolutivadosresultados dos mapeamentos, alem da entregadosprodutosgerados,envolvaseminariosoureu-nioesde trabalho, incluindogestorespublicoserepresentantes de PMAF para re�letir sobre osdados,easperspectivasdeproposiçaodepolıti-caspublicaseconstruçaodeagendasdetrabalhocomopoderpublico.
5.9-DIVULGAÇÃODOSRESULTADOSOsdadoseinformaçoesgeradaspelomapeamen-todevemserdisponibilizados,obrigatoriamente,aopublicofocodessapesquisaepreferencialmen-te,aospoderespublicos,emformatosacessıveis.Oresultadodomapeamentodeveserapresenta-dopublicamenteematividadeespecı� ica,emque
apresençaderepresentantesdasCasasTradicio-naismapeadassejagarantida.OsdadosgeradospodemserpublicizadosatravesdousodaInter-net,emsıtioseletronicosestruturadospelaferra-menta de banco de dados, como tambem porpublicaçoesimpressas,exposiçoes,vıdeos,etc.
pg.28
FORMASDEFINANCIAMENTO
6.1-PARAÓRGÃOSGOVERNAMENTAIS
6.2-PARAORGANIZAÇÕESDASOCIEDADECIVIL
6
FORMASDEFINANCIAMENTO UmadasquestoescentraisparaarealizaçaodosmapeamentosepesquisassocioeconomicaseculturaisdePMAFeoseu�inanciamento.Haformasdiversasde�inanciamento.
6.1–PARAÓRGÃOSGOVERNAMENTAISŸ RecursosadvindosdeEmendasParlamentares;Ÿ RecursosadvindosdosI�ndicesdeGestaoDescentralizadaMunicipaleEstadual(IGD-MeIGD-E)junto
aoMinisteriodoDesenvolvimentoSocialeCombateaPobreza(MDS),quesaodeusodiscricionariodasprefeiturasegovernosestaduais,desdequeplanejadocomantecedencia.OsIGDssaoindicadoresdaqualidadedagestaodescentralizadadoProgramaBolsaFamılia(PBF);
Ÿ AtravesdoSistemaNacionaldeCultura(SNC)edoProgramaCulturaViva,motivandoasredesdepon-tosdeculturamunicipaiseestaduaisaincluirosmapeamentosenquantocriterioclassi�icatorioparaaseleçaodeprojetos;
Ÿ RecursosvoltadosaexecuçaodelicenciamentosemitigaçaojuntoaoInstitutodoPatrimonioHistoricoeArtısticoNacional(IPHAN);
Ÿ NocasodeEstadoseMunicıpios,pode-serealizarconvenioscomaSecretariadePolıticasparaComuni-dadesTradicionaisdaSEPPIR/PR,comaFundaçaoCulturalPalmares,eoutrosorgaos.
6.2–PARAORGANIZAÇÕESDASOCIEDADECIVILŸ RecursosadvindosdeEmendasParlamentares;Ÿ ChamadasPublicasdaSecretariadePolıticasparaComunidadesTradicionaisdaSEPPIR/PR,daFun-
daçaoCulturalPalmareseoutros;Ÿ EditaisdaPolıticaNacionaldePatrimonioImaterial(PNPI/IPHAN);Ÿ Recursosde�inidosparaarealizaçaodeInventariosNacionaisdeReferenciasCulturais(INRCs);Ÿ AtravesdossistemasdecaptaçaodaLeiRouanet(MinisteriodaCultura);Ÿ AtravesdoProgramaPontosdeMemoria,doInstitutoBrasileirodosMuseus(IBRAM),apartirdaaçao
InventarioParticipativo,etapanecessariaparaodesenvolvimentodeumpontodememoria.
pg.30
MODELODEQUESTIONÁRIO
7
MODELODEQUESTIONÁRIO MapeamentoSocioeconomicoeCulturalJuntoaosPovoseComunidadesTradicionaisdeMatrizAfricana
Questionário-CritériosdeParticipação
Asuacasaseidenti�icacomoTradicionaldeMatrizAfricana?
Não (Encerre o questionário) Sim
Não (Encerre o questionário) Sim
O(A)senhor(a)autorizaainclusãodasuacasanoMapeamento?
PARTEI-LocalizaçãodaCasaTradicionaldeMatrizAfricana
1.Nome:
2.Municıpio:3.Estado:
4.Endereço:
5.Bairro:6.CEP:7.CaixaPostal:
8.Numeraçaodascasas/edi�icaçoesvicinais-A� direita:A� esquerda:
9.PontodeReferencia:
10.Telefones:11.Email:
12.MeiosdeTransporteetrajetosparachegada(onibus,metro,trem,mototaxi,bicicleta,etc):
13.CoordenadasGeogra�icas–Latitude:Longitude:
(a ser respondido pelo entrevistador)
14.Acasaestalocalizadaem: ZonaRural ZonaUrbana RegiaoMetropolitana
Estainseridaemcomunidadequilombola()
Estainseridaemoutrascomunidadestradicionais()indıgenas,pescadores,marisqueiros,ribeiri-
nhos,entreoutros.
15.Site/blog/redessociais:
PARTEII-InformaçõesdaLiderançaTradicionaldeMatrizAfricana
2.Porqualnomeo(a)Sr.(a)emaisconhecido(a)?
1.Qualoseunomecompleto?
3.Vocetemumnometradicional?Sesim,podeouquerinformar?
4.Gostariadeinformarsualinhagem�ilialdentrodatradiçao,ateondeconhece?(Pai/mae,avo/avo,...):
4.QualoseuCargo?
pg.32
7.Qualasuacor/raça?
Branca
Indígena
Preta
NN/NR
Parda
8.Sexo(NA�OPERGUNTAR–preenchimentodopesquisador)raça?
Feminino Masculino� N.N
10.Qualoseugraudeescolaridade/instruçaoformal?
Sem escolaridade Fundamental Incompleto Fundamental Completo
Médio Incompleto Médio Completo Superior Incompleto
Superior Completo Pós-Graduação NS/NR
11.O/ASr(a)residenoterritoriodacasatradicional?
Não Sim
12.AlemdocargonaCasaTradicional,osenhortemalgumaoutraocupaçao?
Qual?
14.Qualasuarendamensalaproximada?
R$ __________________ NS/NR
15.E� bene�iciario(a)dealgumprogramasocial?
Não Sim. Qual?_____________________________ N.N
PARTEIII-Identi�icaçãoeCaracterizaçãodaCasaTradicional
2.ACasaevinculadaaalgumaCasaMatriz?
1.Qualoanodefundaçaodacasatradicional?Foifundadaporquem?
2.Qualanaçao/linha//tradiçaodacasa?
Não
Se Sim, qual? Yorùbá
Umbundo
Quicongo
Ewé-Fon
4.Acasatradicionaltempersonalidadejurıd ica?(Senao,puleparaaquestao08)
Não Sim
3.Alemdalınguaportuguesa,outralınguaeutilizadanaspraticasenodiaadiadacasa?
Quimbundo
Outras:________________________
5.Emqualrazaosocial/pessoajurıd icaestaregistrada?
6.Numeroderegistro/CNPJ?
pg.33
Não Sim
7.Qualoanoderegistro?
8.ACasapossuiCerti�icadodeUtilidadePublicaFederal,EstadualouMunicipal?
9.Oterrenoondesuacasaestalocalizadaedestinado:
exclusivamente às práticas tradicionais
para moradia da liderança ou de outros membros da Casa
para realização de atividades socioculturais e/ou educacionais
Outro: ____________________________________________________________
Próprio em nome da casa
Próprio em nome de membro da casa
Ocupado
NR/NN
Próprio em nome da liderança da casa
Arrendado Alugado
Outro: __________________________________________________________
10.Qualasituaçao/regimedepropriedadedoterreno/imovelondeselocalizaacasatradicional?
11.Casooterrenosejaproprio,elefoiquitado?(SeSim,puleparaaquestao16)
SimNão NR/NN
Sim
Escritura registrada
Recibo
NR/NN
Escritura de doação
Outra documentação: __________________________________________
Sem documentação
12.Qualotipodedocumentaçaoesteterreno/imovelpossui?
13.Existealgumcon�litoacercadapropriedadedoterreno/imoveldacasa?
Não
Escritura não registrada
Contrato de compra e venda
Concessão/Permissão de uso
Espólio
Imposto
Posse Remoção por parte do Estado/Deslocamento compulsório
Outros. Qual? ___________________________________
14.Aproximadamente,qualotamanhodaareatotaldoterreno/imoveldacasa(emm²)?
Até 100
500 a 1000
100 a 300
1000 a 2000
300 a 500
NS/NR
15.Qualotamanhodaareaconstruıdadoterreno(emmetrosquadrados)?
Até 50 51 a 10 101 a 200 Acima de 200 NS/NR
pg.34
Sim
Não
Aves (galinha, galo, pato, peru, pombo, galinha-d'angola, codorna)
Caprinos (bode, ovelha, carneiro)
Bovinos (gado)
Suínos (porco, leitão)
Peixes
16.Quaisdosseguintesrecursosnaturaisestaopresentesnoperımetrodacasatradicional?
2. Nascentes/Olhos D'Água/Minadouro/Fonte
3. Rios ou córregos�
6. Outros: Quais? ________________________________________
17.Nestacasapratica-seacriaçaodeanimaisparaconsumotradicionale/oucotidiano?
5. NR/NN
7. Alguma parte da casa tradicional é Reservas ou Áreas de Proteção Ambiental? ( )
4. Cachoeiras�
1. Matas Sim Não
Sim
Sim
Sim
Sim
Não
Não
Não
Não
Outros: ____________________________
18.Existeespaçoparaplantiodealimentos,ervaseplantasutilizadaspara�insdiversos
(medicinal,ritual,condimento,alimento)?(SeNao,puleparaquestao20)
Não Sim
Não. Por quê?_______________________________________________________
Bica pública
Cisterna
Sim. Como?_________________________________________________________
Rede geral de água
Poço ou nascente fora do terreno
Carro pipa
19. Se Sim, esse espaço é cultivado?
Fossa rudimentar
Outro tipo
Vala
Não tem
Direto para rio, lago ou mar
20.Qualaprincipalfontedeabastecimentodeaguadoterrenoondeacasasesitua?
Poço ou nascente no mesmo terreno
Outras
21.Qualoprincipaldestinodoesgotogeradonoterrenoondeacasasesitua?
Rede de esgoto
Fossa séptica ligada a rede coletora de esgoto (fossa que passa por um processo de tratamento
ou decantação)
Fossa séptica não ligada à rede coletora de esgoto
pg.35
Rede elétrica
22.Classi�iqueporordemdeimportanciaaorigemdosrecursosparaaquisiçaodealimentos,
manutençaodacasa.
Renda/salário da própria liderança
Doação (Não ler. Explicar que se trata de consultas, limpezas, banhos, etc)
Contribuições externas (família, amigos, clientes, convidados, turistas, etc)
Aposentadoria
Contribuição da família extensa
Comercialização de produtos e/ou serviços
Outros_____________________________________________________
23.Acasapossui:
27.Acomunidade/casapossuirepresentaçaoemforuns,conselhos,conferenciase/ououtrosespaçosderepresentaçao?Quais?
Não Sim. Qual? ______________________________________
Telefone fixo Acesso à Internet
25. Qual a forma de acesso à internet?
Domicílio
Infocentro
Em casa de vizinhos ou parentes
Através do Telefone Celular
Escola
Outros ___________
Lan House
Biblioteca
26.Acasatradicionaleassociadaouvinculadaaalgumainstituiçaorepresentativa?
(Federaçao,Uniao,outros)
28.Acasatradicionalrealizaaçoeseprojetossociais,culturaisoueducativoscomacomunidadedo
entorno?(SeNao,puleparaaquestao29)
Contribuição da família extensa Contribuições externas (família, amigos, clientes, convidados, turistas, etc)
Comercialização de produtos e/ou serviços Aposentadoria
Recursos Públicos Outros____________________________________
Não Sim. Qual? ______________________________________
29.Aproximadamente,quantaspessoassaoatendidasporessesprojetos?
31.Classi�iqueporordemdeimportanciaaorigemdosrecursosparaaquisiçaodealimentos,
manutençaodacasa.
Doação (Não ler. Explicar que se trata de consultas, limpezas, banhos, etc)
Renda/salário da própria liderança
30.Perguntaaberta:Comovocedescreveriaasformasdeaprendereensinarnacasatradicional?
pg.36
PARTEIV-InformaçõessobreoEntorno/Comunidade
1.Aruaemqueselocalizaacasatradicionalepavimentada?
Escola Pública de Ensino Médio
Centro de Referência de Assistência Social (CRAS)
Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS)
Praça de Lazer
Quadras para Esportes/ Poliesportivas
Centro Cultural
Museu
Outros: ____________________________
Telecentro/Infocentro
Não
Não
Sim
Sim
2.Haacessibilidadeparapessoascomdi�iculdadedelocomoçao?
Hospital/Maternidade
Unidade / Posto de Saúde
3.Quaisequipamentospublicosexistemnacomunidade?
Unidade de Pronto Atendimento
Escola Pública de Ensino Fundamental
Creche
Parque
Ginásio Poliesportivo
Biblioteca
Delegacia / Posto Policial
Nenhum
Teatro
Matas/Reservas/Áreas de Proteção Ambiental
Nascentes/Olhos D'Água/Minadouro/Fonte
Rios ou córregos
Cachoeiras
NR/NN
Outros. Quais? ________________________________
4.Pode-severi�icarapresençadequaisdosseguintesrecursosnaturaisnoentornoounas
proximidadesdacasatradicional?
pg.37
PARTEV-AvaliaçãodePolíticasPúblicasparaPovoseComunidadesTradicionaisdeMatrizAfricana
Não
Não
raramente
Não
Escola
Conselho Tutelar
Delegacia
1.O(A)Sr.(a)oualguemdacasatradicionalemembrodealgumorgaodeparticipaçaosocial
(conselhos,comissoes)dasesferasmunicipal,estadualoufederal?
Sim. Qual?______________________________________
Sim
frequentemente
2.O(A)Sr.(a)oualguemdasuacasasofreudeinjuriaracial,racismo,intoleranciaracialou
algumaoutraformadediscriminaçao?
NR/NN
diariamente
Sim. Qual?
Centro de Referência à Assistência Social – CRAS
Unidade/Posto de Saúde
Outros: _________________________________
3. Com que frequência estas violações de direitos tem ocorrido:
4.Aquemosenhor/asenhoraatribuiestesatosdediscriminaçao?(catolicos,evangelicos,
ambientalistas,outros)
5.Osenhor/asenhoragostariadecitaralgumdessesatosdeviolencia?(gravararesposta)
5.Algumdessescasosdediscriminaçaoocorreuemequipamentopublico?
4.O(A)Sr.(a)oualguemdasuacasajaacionoualgumorgaogovernamentalparadenunciarcasos
de injuria racial, racismo, intolerancia religiosa ou qualquer outra forma de discriminaçao?
(SeNao,puleparaaquestao11)
Não Sim NR/NN
Órgão de Promoção da Igualdade Racial
Defensoria Pública
Ministério Público
4.1Sesim,Qualoorgaoacionado?
Delegacia de Polícia
Órgão de defesa dos Direitos Humanos
Outros: __________________________
6.O(A)Sr.(a)jautilizouoDisqueRacismo(138)?
Não
Não
Sim
Sim
NR/NN
NR/NN
7.A(s)escola(s)frequentada(s)pormembrosdacasatrabalhamcommaterialdidaticoe/ouprojeto
que trate conteudos sobre a historia e a cultura dos Povos e Comunidades Tradicionais de
MatrizAfricana?
pg.38
8.Quaisosbenefıciossociaisaqueo(a)Sr.(a)e/oualguemdacasapossuemacesso:
Cestas de Alimentos
Aposentadoria
Cotas no Ensino Superior
Programa de Apoio à Conservação Ambiental Bolsa Verde
Programa Minha Casa, Minha vida
Bolsa Estiagem
Política Nacional de Saúde Integral da População Negra (MS)
Programa Cultura Viva – Pontos de Cultura, Pontos de Leitura, Pontos de Memória (MinC)
Prêmio Culturas Populares (MinC)
Editais vinculados à Política Nacional de Patrimônio Imaterial (IPHAN)
Prêmio Lélia Gonzalez (SEPPIR/SPM)
Outros Prêmios e Bolsas através de editais e chamadas públicas: _______________
Núcleo de Formação de Agente de Cultura da Juventude (Nufac/FCP)
Prêmio de Expressões Culturais Afro-Brasileiras (FCP/MinC)
PROUNI
Programa de Erradicação ao Trabalho
Benefício de Prestação Continuada - BPC
Programa Bolsa Família
Aposentadoria Rural
Cotas em Concursos Públicos
Tarifa Social de Energia Elétrica
Outros:_______________________________________________
PRONATEC
ProJovem Infantil - PETI
Seguro-Desemprego
9.Acasatradicionaljaparticipoudealgumaaçaovinculadaaumdosprojetoseprogramasabaixo?
10.O(A)Sr.(a)ouacasaestacadastrado(a)emalgumdosseguintescadastros/repositoriodedados:
Cadastro Único de Programas Sociais
Portal Ypadê (CNPCT/MMA)
Outros: _____________________________________________________
Sistema Nacional de Informações e Indicadores Culturais (SNIIC/MinC)
Cadastro Nacional de Entidades e Organizações de Assistência Social (CNEAS/MDS)
Portal Cultura Educa (SPC/MinC)
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PARTEVI-LevantamentodedemandaseOutrasinformações
1.PerguntaAberta:Quaisasprincipaisreivindicaçoesqueo(a)Sr.(a)easuacomunidadefazemaosorgaospublicos?
2.PerguntaAberta:Qualasituaçaodosrecursosnaturaisacessadospelacasatradicional?
3.PerguntaAberta:QuaisasoutrasCasasTradicionaiscomquesuacasaserelaciona?(porlinhagememascendenciaoudescendencia,liderançasamizades,entreoutros)
4.Espaçopararegistraroutrasinformaçoese/ousugestoesmencionadasnaentrevistaquenao
foramregistradasnoscamposanteriores.
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INSTRUMENTOSMETODOLÓGICOSCOMPLEMENTARES:GRUPOFOCAL
EENTREVISTASSEMI-ESTRUTURADAS
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INSTRUMENTOSMETODOLÓGICOSCOMPLEMENTARES:GRUPOFOCALEENTREVISTASSEMI-ESTRUTURADAS
O grupo focal é uma forma profícua de observar as relações sociais durante uma conversa sobre um mesmo tema, revelando relações de poder e cumplicidade, e de promover um espaço para o desenvolvimento das faculdades de comunicação dos sujeitos. O uso desse método tem sido adotado por pesquisadores (as) na coleta de dados acerca de identidades coletivas em movimentos sociais e outras pesquisas sobre temáticas sociais.� Recomenda-se a formação de grupos focais por critérios geracionais (crianças, jovens, adultos, idosos); de gênero; ou de posição hierárquica na Casa Tradicional. Os temas a serem explorados podem abordar: as cadeias produtivas às quais as Casas Tradicionais de Matriz Africana se vinculam; buscar uma maior caracterização socioeconômica da comunidade das Casas Tradicionais e da comunidade do Entorno; realizar um diagnóstico do circuito e formas de transmissão de conhecimentos tradicionais; e verificar o acesso a políticas de ações afirmativas disponíveis nos equipamentos públicos (Implementação da lei 10.639/03, Saúde da População Negra, entre outros). Recomenda-se a aplicação de entrevistas semi-estruturadas a partir de pontos discutidos nos grupos focais com vistas ao aprofundamento de conteúdo e identificação de interlocutores privilegiados.
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ANEXOS
MODELODETERMODECONSENTIMENTOLIVREEINFORMADO
AUTORIZAÇÃODEUSODEIMAGEMEINFORMAÇÕES
MODELO
MODELODETERMODECONSENTIMENTOLIVREEINFORMADO
A(ENTIDADEEXECUTORA)emparceriacom(ENTIDADEFINANCIADORAEAPOIADORES)pretendem
desenvolveromapeamentono(municıpio/estado/distrito/regiaometropolitana)comintuitodeidenti�icaros
PovoseComunidadesTradicionaisdeMatrizAfricana,promoversuavisibilidadeeavalorizaçaodaAncestrali-
dadeAfricana,elevantardadosparaorientaraelaboraçaoeimplementaçaodepolıticaspublicas.
Paraarealizaçaodomapeamento,(ENTIDADEFINANCIADORA)realizouumprocedimentolicitatorio
emque(ENTIDADEEXECUTORA)foiavencedoraporapresentaramelhorpropostatecnicaaliadaaoorçamento
maisbaixo.
Essemapeamentoaconteceradaseguinteforma:apartirdeumlevantamentodasCasasTradicionaisde
MatrizAfricana,umaequipedepesquisadoresiraacadaumadascasasparaentrevistaroresponsavelarespeito
dasituaçaosocioeconomicadacasaedobairroemqueamesmaestalocalizada.
Aintençaodavisitaeouvi-lo(a)arespeitodesuacondiçaosocioeconomica,sobreacaracterizaçaofısicaefun-
diariadaCasaTradicional,sobreoacessoapolıticaspublicaspelo(a)Sr.(a),pelaspessoasdaCasaepelaspessoas
dobairro,bemcomosaberdeoutrasdemandas..
Aproveitamosparainformarque:
Ÿ E� muitoimportanteouviraopiniaodoSr.(a);
Ÿ Asuaparticipaçaodeveservoluntariaeo(a)Sr.(a)naosofreraquaisquerconstrangimentos– se
participarousenaoquiserparticipar;
Ÿ Aparticipaçaonestapesquisanaosigni�icaalcancedebenefıcioindividualeimediato,mascontri-
buiraparaoaperfeiçoamentodaspolıticas,programaseaçoesdoGovernoFederaldirecionados
paraosPovoseComunidadesTradicionaisdeMatrizAfricanaeparaobairroemqueestaolocaliza-
dos;
Ÿ Suaparticipaçaoounaonapesquisanaomantemqualquerrelaçaocomorecebimento(ounao)de
qualquerbenefıcio,emespecialcomaCestadeAlimentos.
Aodecidirparticipar,o(a)Sr.(a)assinara–oupostaraasuaimpressaodigital–emduasviasdesteTermodeCon-
sentimentoLivreeEsclarecido:umadelas�icaracomo(a)Sr.(a)Aoutra�icaracomaequipeda(ENTIDADE
FINANCIADORA)eseraarquivadapelainstituiçao.
(ENTIDADEFINANCIADORA)
(ENTIDADEEXECUTORA)
MapeamentoSocioeconomicoeCulturalcomPovoseComunidadesTradicionaisdeMatrizAfricana
Essetermodeveraserlidopelos(as)respondentesmanifestandoasuaconcordanciaemparticipar
doestudo,assinando-o.Seo(a)respondenteforanalfabetoounaopossuirgraudeescolaridadeque
permitaoseuentendimento,ele(a)deveraserlido,pelo(a)pesquisador(a)emvozalta,que,em
continuidade,sanaraasduvidasdos(as)respondentes,antesdeeles(as)oassinarem.
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MODELO
Adecisãodeparticiparépessoalelivre.Casoqueiradesistirdaparticipação,aqualquer
tempo,mesmoapósaceitarestetermo,seusdireitosserãopreservados.
Obrigadapelasuaparticipaçao!
CONSENTIMENTOPÓS-ESCLARECIDO
Eu, abaixoassinado, concordoemparticipardo “MapeamentoSocioeconômicoeCultural comPovose
ComunidadesdeTradicionaisdeMatrizAfricana”,tendosidodevidamenteinformado(a)eesclarecido(a)
sobreospropositosdesteestudoeosprocedimentosaseremrealizados.
Foi-megarantidoqueminhaparticipaçaoevoluntariaequepodereiretirarmeuconsentimentoaqualquer
tempo,antesouduranteaaplicaçaodoquestionario,sempenalidadesouprejuızosparaaminhapessoa.
Nome completo:
RG:
Cidade:
Órgão Expedidor:
Estado:
Local e data: _______________________, _____de______________ de 20__.
Assinatura ou identificação digital do(a) respondente
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MODELO
(ENTIDADE FINANCIADORA)(ENTIDADE EXECUTORA)
AUTORIZAÇÃO DE USO DE IMAGEM E INFORMAÇÕES
DADOS DO(A) CEDENTENomeIdentidadeCPFData de NascimentoSexo Telefone-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------DADOS DO(A) PESQUISADOR(A) NomeCPFTelefone-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
O(a) Cedente acima identificado(a), pessoalmente, por representante legal ou assistente, infra assinado(s), com fundamento no art. 18, da Lei 10.406, de 10/01/2002, AUTORIZA (ENTIDADE FINANCIADORA) a utilizar sua imagem e/ou nome, as imagens da Casa Tradicional de Matriz Africana e as informações disponibilizadas nas respostas ao questionário do Mapeamento Socioeconômico e Cultural de Povos e Comunidades Tradicionais de Matriz Africana para fins de divulgação das atividades e propaganda, podendo, para tanto, reproduzi-la e/ou divulgá-la pela Internet, mídia eletrônica, por jornais, revistas, folders, bem como por todo e qualquer material e veículo de comunicação, público e privado, e por parceiros, com finalidade informativa e de utilidade pública. O(a) Cedente declara ainda que não há nada a ser reclamado, a título de direitos conexos, referentes ao uso de sua imagem e/ou nome. A presente autorização é concedida a título gratuito.
___________________________ , ________ de ___________________ de 20______.
_________________________________________________________Assinatura do(a) cedente ou responsável legal
_________________________________________________________Assinatura do(a) pesquisador(a)
Testemunhas:1) Nome: ___________________________________________________________ CI:2) Nome: ___________________________________________________________ CI:
OBS.:1ª) Assinatura do(a) cedente – Quando o(a) beneficiário(a) tiver dezoito anos completos, pois está habilitado à prática de todos os atos da vida civil (Art. 5º do Código Civil - Lei n.º 10.406, de 10.01.2002);2ª) Assinatura do(a) cedente e do responsável legal - Quando maior de dezesseis e menor de dezoito anos, pois é relativamente incapaz para este ato (Art. 384, V, do Código Civil - Lei n.º 10.406, de 10.01.2002);3ª) Assinatura do responsável legal – Quando o(a) beneficiário(a) tiver até dezesseis anos, ocasião que será representado pelos responsáveis legais.
AUTORIZAÇÃODEUSODEIMAGEMEINFORMAÇÕES
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SecretariaEspecialdePolíticasdePromoçãodaIgualdadeRacialSecretariadePolíticasparaComunidadesTradicionaisEsplanadadosMinisterios,BlocoA,5°e9°andaresCEP:70.054-906–Brasılia-DF+55612025-7000/[email protected]/igualdaderacial.br