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Departamento: Fiscalidade , Direito Comum e do Trabalho GUIA PRÁTICO 28 de Fevereiro de 2013 I.R.S. ANO FISCAL DE 2012 Pedro Moreira Fiscalista

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Departamento: Fiscalidade , Direito Comum e do Trabalho

GUIA PRÁTICO 28 de Fevereiro de 2013

I.R.S. ANO FISCAL DE 2012

Pedro Moreira Fiscalista

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O ano de 2012 voltou a ser mais um ano com alterações significativas em sede de IRS.

Para além das alterações introduzidas pelo Orçamento do Estado para 2012, em Outubro de 2012 foram alteradas as taxas de IRS aplicáveis a determinados rendimentos de capitais e às mais-valias mobiliárias.

Destacam-se como principais medidas para 2012:

•Reduçãodolimitefiscalaplicável ao subsídio de refeição não sujeito a tributação;

•Reduçãodomontantedas indemnizações por cessação do contrato de trabalho não sujeito a tributação em sede de IRS;

•Equiparaçãodadeduçãoespecífica aplicável aos rendimentos do trabalho dependente e de pensões;

•Introduçãodeumataxaadicional de 2,5% aplicável aos rendimentosqueexcedamEuro 153.300;

•Oslimitesàglobalidadedas deduções à colecta fiscalmente dedutíveis passam a ser aplicados a partir do 3º escalão;

•Reduçãodasdeduçõesà colecta da generalidade das

deduções à colecta;

•Aumentodastaxasliberatórias aplicáveis aos rendimentos de capitais;

•Aumentodataxaaplicávelàs mais-valias com a transmissão onerosa de partes sociais, obrigações e outros valores mobiliários.

Principais alteraçõesem 2012

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Podequalificarcomo“residentenão habitual”, para efeitos de IRS, apessoasingularque,reunindoascondições legais para ser tratada comoresidentefiscalemPortugal,aquinãotenhasidoresidentefiscalemqualquerumdos5anosanteriores.

Reunidas estas condições a pessoa poderá optar por ser tributada nos 10anossubsequentescomo“residentefiscalnãohabitual”deacordocomoregimequeseguidamente se descreve.

Os rendimentos do trabalho dependente(“categoriaA”)e rendimentos empresariais eprofissionais(“categoriaB”)de fonte portuguesa auferidos em actividades de elevado valor acrescentado(definidasnaPortarian.º12/2010,de7deJaneiro),comcaráctercientífico,artístico,outécnicosãotributadosàtaxafixade 20%.

Por outro lado, os rendimentos obtidos no estrangeiro estão, em termos genéricos, isentos de tributaçãoemPortugalse(i)tiveremsido tributados no estrangeiro, em conformidade com convenção para eliminar a dupla tributação celebrada por Portugal com esse Estadoou(ii)possam,noscasosemquenãoexistaconvençãoparaeliminar a dupla tributação celebrada por Portugal, ser tributados no outro país em conformidade com o modelo deconvençãofiscalsobreorendimento e o património da OCDE, interpretado de acordo com as observações e reservas formuladasporPortugal,desdequeesteja em causa um país ou região quenãoconstena“listanegra”aprovada pelo Ministro das Finanças, relativa a regimes de tributação privilegiada claramente mais favoráveis.

Residentes Não Habituais

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Aosresidentesnãohabituaisemterritórioportuguêsqueobtenham,no estrangeiro, rendimentos da “categoriaH”–pensões–,naparteemqueosmesmos,quandotenham origem em contribuições obrigatórias para regimes de protecção social e subsistemas legais de saúde, não tenham gerado uma dedução do contribuinte ao rendimento bruto tributável dos anos em causa (deduçãoespecíficadosrendimentos do trabalho dependente),aplica-seométododa isenção (ou seja, o rendimento não será sujeito a tributação em Portugal),desdeque,alternativamente:

•Osrendimentossejamtributadosno outro Estado contratante, em conformidade com convenção para eliminar a dupla tributação celebrada por Portugal com esse Estado;

ou

•PeloscritériosprevistosnoCódigodo IRS, não sejam de considerar obtidos em território português (por não serem pagos por entidadequetenhaasuaresidência, sede ou direcção efectiva ou estabelecimento estávelemPortugalaquedevaimputar-seopagamento).

Paraquepossabeneficiardaaplicação deste regime, a pessoa deve estar registada no registo de contribuintes da Direcção Geral de Contribuições e Impostos na qualidadede“residentenãohabitual”. Para o efeito, o contribuintetemderequereraaplicação do regime apresentando uma declaração sob compromisso de honra em como não se qualificoucomoresidentefiscalemPortugal nos 5 anos anteriores.

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Trabalho dependente É dedutível ao rendimento bruto, até à sua concorrência, o maior dos seguintes valores:

a)72%de12vezesdoIAS(1)(€4.104,00);

b)75%de12vezesoIAS(1)(€4.275,00),desdequeadiferença resulte de:

•Quotizaçõesparaordens profissionaissuportadaspelo próprio sujeito passivo e indispensáveis ao exercício da respectiva actividade desenvolvida exclusivamente por conta de outrem;

•Importânciascomprovadamentepagas e não reembolsadas referentes a despesas de formaçãoprofissional,desdeque a entidade formadora seja organismo de direito público ou entidade reconhecida como tendo competência nos domínios da formação e reabilitação profissionaispelosministérioscompetentes.

c)Totalidadedascontribuiçõesobrigatórias para regimes de protecção social e para subsistemas legais de saúde.

São ainda dedutíveis as indemnizações pagas pelo trabalhador à sua entidade patronal por rescisão unilateral do contrato individual de trabalho sem aviso prévio, em resultado de sentença judicial ou de acordo judicialmente homologado ou, nos restantes casos, as indemnizações de valor não superior à remuneração de base correspondente ao aviso prévio.

São igualmente dedutíveis as quotizaçõessindicais,naparteem quenãoconstituamcontrapartida de benefícios de saúde, apoio à terceira idade, habitação, seguros ousegurançasocialedesdeque não excedam, em relação a cada sujeito passivo, 1% do rendimento bruto desta categoria, sendo majoradas em 50%.

Rendimentos empresariais e profissionaisAsdeduçõesaosrendimentosdesta categoria variam em função do regime de determinação do rendimento aplicável: regime simplificadooucontabilidadeorganizada.

Nota:

(1)OIAScorrespondeàRMMpara2010(€475).

Deduções ao Rendimento

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Regime simplificado Ficam abrangidos pelo regime simplificadoossujeitospassivos que,noexercíciodasuaactividade, não tenham ultrapassado no período de tributação imediatamente anterior, um montanteanualilíquidode rendimentos da categoria B de€ 150.000.

O rendimento colectável resulta da aplicaçãodocoeficientede0,20ao valor das vendas de mercadorias e deprodutosedocoeficientede 0,70 aos restantes rendimentos desta categoria, excluindo a variação da produção.

Aplica-seaosserviçosprestadosno âmbitodeactividadeshoteleiras e similares, restauração e bebidas, bem como ao montante dos subsídios destinados à exploração, ocoeficientede0,20.

Regime de contabilidade organizada Noâmbitodoregimedecontabilidade organizada, o rendimento colectável será determinado nos termos do Código do IRC, com algumas especificidades.

Assim,nãoserãodedutíveispara efeitosfiscais,paraalémdos encargos como tal considerados no Código de IRC (nomeadamente, as ajudas de custo e a compensação pela deslocação em viatura própria dotrabalhador,quandonãoexista mapa de controlo das deslocações no primeiro caso e, no segundo, quandonãoexistiraidentificaçãoda viatura, do respectivo proprietário e do número de quilómetrospercorridos,exceptose houver tributação em sede de IRS naesferadobeneficiário):

•Custossuportadoscomdeslocações, viagens e estadas do sujeito passivo ou de membros doseuagregadofamiliarque comeletrabalham,naparteque exceder, no seu conjunto, 10% do total dos proveitos contabilizados, sujeitos e não isentos deste imposto;

•Remuneraçõesdostitularesde rendimentos desta categoria, bem como de membros do agregadofamiliarquecomeles trabalhem, assim como ajudas de custo, utilização de viatura própria ao serviço da actividade, subsídios de refeição e outras prestações remuneratórias.

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Se o sujeito passivo afectar à sua actividadeempresarialeprofissional parte do imóvel destinado à sua habitação, os encargos dedutíveis com esta conexos, nomeadamente amortizações, juros, rendas, energia, águaetelefonefixo,nãopodemultrapassar 25% do total das respectivas despesas devidamente comprovadas.

Recibos verdes electrónicosOssujeitospassivosqueaufiram rendimentosprofissionaisou empresariaisanuaisilíquidossuperioresa€10.000quenão resultem de actos isolados estão obrigados à emissão por esta via desde o dia 1 de Julho de 2011.

Despesas sujeitas a tributação autónoma Taxa

Despesas não documentadas 50%

Despesas de representação dedutíveis 10%

Encargos dedutíveis com viaturas ligeiras de passageiros ou mistas, 10%motos e motociclos

Encargos dedutíveis com viaturas ligeiras de passageiros ou mistos 5%cujos níveis homologados de emissão de CO2 sejam inferiores a 120g/km, no caso de serem movidos a gasolina, e inferiores a 90g/km, no caso deseremmovidosagasóleo,desdeque,emambososcasos,tenha sidoemitidocertificadodeconformidade

Ajudasdecusto 5%

Encargosdamesmanaturezaqueosacimareferidos,suportados 5%porsujeitospassivosqueapresentemprejuízofiscalnoexercícioaqueosmesmosrespeitam

Emdeterminadoscasos,asimportânciaspagasoudevidasaqualquer 35%títuloanãoresidentes,sujeitosaumregimefiscalclaramentemaisfavorável

Actos isoladosConsideram-se rendimentos provenientes de actos isolados os quenãoresultemdeumaprática previsível ou reiterada.

Adeterminaçãodorendimentotributável dos actos isolados está sujeitaaoregimesimplificadoou de contabilidade organizada em função do respectivo valor.

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Rendimentos de capitais Aosrendimentosdecapitaisnão épossívelefectuarquaisquer deduções. Pela sua particular relevância,destacamosastaxas liberatórias/especiais de tributação aplicáveis.

Os lucros distribuídos e os juros devidos por entidades residentes afavordebeneficiáriosresidentes e não residentes em território português são tributados à taxa liberatória, a operar por retenção na fonte, à taxa de 26,5%. Relativamente aos sujeitos passivos residentes, há lugar à opção pelo englobamento.

Ataxade26,5%aplica-se igualmente a juros e outras formas de remuneração de suprimentos, abonos ou adiantamentos de capital feitos pelos sócios à sociedade, bem como a outras formas de remuneração devidas pelo facto de os sócios não levantarem os lucros ou remunerações colocados à sua disposição. Atéaoanode2010,estes rendimentos eram objecto de englobamento.

É também aplicável a taxa liberatória de 26,5%, a operar por retenção na fonte,noscasosemqueentidades não residentes paguem ou coloquemàdisposiçãode beneficiáriosresidentesemPortugal lucros e juros de títulos através de um“agentepagador”residenteem Portugal (havendo também opção peloenglobamento).

É ainda aplicável a taxa de 26,5% alucrosdistribuídosabeneficiários residentes em território português semaintervençãodeum“agente pagador” em Portugal, bem como a juros devidos por entidades não residentesaresidentesfiscaisem Portugal. Este regime opera por taxa especial mediante a inclusão dos rendimentos na declaração anual de rendimentos.

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No caso da opção pelo englobamento de lucros distribuídos, os sujeitos passivosresidentesemPortugalque tenham participações em sociedades residentes em Portugal ou noutro Estado Membro da União Europeia quesejamabrangidaspelaDirectiva 90/435/CEE, de 23 de Julho (Directivadas“EmpresasMães esuasFiliais”)erecebamlucrosdas mesmas, apenas deverão considerar tais rendimentos em 50% do seu montante.

Os ganhos de fonte portuguesa decorrentes de operações de swaps cambiais, swaps de taxas de juro, swaps de taxa de juros e divisas e de operações cambiais a prazo são tributados à taxa liberatória de 26,5%.

É aplicada uma taxa de 35% aos rendimentos sujeitos a taxas liberatórias pagos em contas abertas em nome de um ou mais titulares mas por conta de terceiros não identificados(“contasjumbo”).Esta taxa pode ser afastada se for identificadoobeneficiárioefectivo dos rendimentos.

Rendimentos Prediais Aosrendimentosprediais deduzem-se as despesas de manutençãoedeconservaçãoque incumbam ao sujeito passivo, por ele sejam suportadas e se encontrem documentalmente provadas, bem como o Imposto Municipal sobre Imóveis(“IMI”)queincidesobreo valor dos prédios ou parte de prédios cujo rendimento tenha sido englobado.

No caso de fracção autónoma de prédio em regime de propriedade horizontal, deduzem-se também os encargos de conservação, fruição e outrosque,nostermosdaleicivil,o condómino deva obrigatoriamente suportar, por ele sejam suportados e se encontrem documentalmente provados.

Na sublocação, a diferença entre a renda recebida pelo sublocador e a rendapagaporestenãobeneficia dequalquerdedução.

Os rendimentos prediais auferidos pornãoresidentesfiscaisem Portugal são tributados a uma taxa especial de 16,5%.

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Mais-valias O saldo anual, positivo ou negativo, respeitante à alienação onerosa de direitos reais sobre bens imóveis é apenas considerado em 50% do seu valor.Ovalordeaquisiçãodosbens imóveis é actualizado pela aplicação decoeficientesdecorrecção monetária(publicadosanualmente), quandotenhamdecorridomaisde 24mesessobreasuaaquisição.

Tratando-sedeimóveisadquiridos através do exercício do direito de opção de compra no termo da vigência de contrato de locação financeira,deveconsiderar-secomo valordeaquisiçãoosomatóriodo capital incluído nas rendas pagas durante a vigência do contrato com o valor pago para efeitos de exercício do direito de opção, com exclusãodequaisquerencargos.

Para apuramento das mais-valias relativamente à alienação de bens imóveis, acrescem ao valor de aquisiçãoosencargoscoma valorização dos bens, comprovadamente realizados nos últimos 5 anos, bem como as despesas necessárias e efectivamente praticadas,inerentesàaquisiçãoe alienação dos referidos bens.

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Podem ser excluídos de tributação os ganhos com a alienação de imóveis destinados a habitação própria e permanente, em caso de reinvestimento, nas condições especificamenteprevistasparao efeito no Código do IRS, em imóvel situadoemPortugalouemqualquer Estado da União Europeia ou do Espaço Económico Europeu.

Relativamente às mais-valias decorrentes da alienação de partes sociais e de outros valores mobiliários e da alienação da propriedadeintelectualquando o alienante não seja o seu titular originário, acrescem ao valor de aquisiçãoasdespesasnecessárias e efectivamente praticadas, inerentes à alienação dos referidos bens.

Asmais-valiasdepartessociaise outros valores mobiliários obtidas porresidentesfiscaisemPortugal estão sujeitas a tributação à taxa especial de 26,5%. Fica isento de IRS, até ao valor anual de € 500, o saldo positivo entre as mais-valias e menos-valias resultante da alienação de acções, de obrigações e de outros títulos de dívida, obtido por residentes em território português.

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Saliente-sequeasmais-valiasde acçõesrelativasamicroepequenas empresas não cotadas nos mercados regulamentado ou não regulamentado da bolsa de valores é considerado em 50% do seu valor. Paraoefeito,énecessárioquea sociedade seja reconhecida como tal peloIAPMEIe,nadeclaraçãoanual deIRSemquesereportaavenda dasacções,identificarasociedade através do respectivo número de contribuinte. PensõesOs rendimentos da Categoria H (pensões),comexcepçãoderendas temporárias e vitalícias, de valor anual igual ou inferior a € 4.104, por cadatitularqueostenhaauferido, são deduzidos pela totalidade do seu quantitativo.

Para rendimentos superiores a € 22.500, a dedução é igual à acima referida, abatida, até à sua concorrência,de20%daparteque excedaaquelevaloranual.

Sãoaindadedutíveisasquotizações sindicais,naparteemquenão constituam contrapartida de benefícios de saúde, educação, apoio à terceira idade, habitação, seguros ou segurança social e desde quenãoexcedam,emrelaçãoa cada sujeito passivo, 1% do rendimento bruto desta categoria, sendo majoradas em 50%.

Ascontribuiçõesobrigatóriaspara regimes de protecção social e para subsistemas legais de saúde são dedutíveisnaparteemqueexcedam a dedução de € 4.104 (ou o valor reduzido, para pensões superiores a€22.500).

Rendas temporárias e vitalícias Nocálculodapartedarendaque constitui rendimento tributável, quandonãosejapossíveldiscriminar a parte correspondente ao capital, à totalidade da renda será abatida umaimportânciaiguala85%.

Este regime não é aplicável às rendas queresultemderegimes complementares de segurança social,emqueascontribuiçõesnão tenham sido efectuadas pelo beneficiáriodarendaouque,tendo sido efectuadas por terceiros, não tenham sido objecto de tributação naesferadobeneficiário.

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Nota:

Relativamente a sujeitos passivos casados e não separados judicialmente de pessoas e bens, ou vivendo em união de facto há pelo menos 2 anos, as taxas aplicáveis são as correspondentes ao rendimento colectável dividido por 2. O resultado obtido deverá, posteriormente, ser multiplicado por 2, por forma a apurar a colecta de IRS.

Rendimento Colectável Taxa Parcela a abater

0-€4.898 11,50% -

€4.898-€7.410 14,00% €122,45

€7.410-€18.375 24,50% €900,46

€18.375-€42.259 35,50% €2.921,81

€42.259-€61.244 38,00% €3.978,26

€ 61.244 - € 66.045 41,50% € 6.121,95

€ 66.045 - € 153.300 43,50% € 7.442,61

> € 153.300 46,50% € 12.041,71

Taxa adicional de solidariedade Aosrendimentosqueexcedemo último escalão aplica-se uma taxa adicional de solidariedade de 2,5%.

Taxas 2012Tabela Prática

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Situação pessoal e agregado familiar•€261,25porcadasujeitopassivo;

•€380,00nasfamílias monoparentais;

•€190,00pordependenteou afilhadocivilquenãosejasujeito passivodeimposto(€380,00por dependentesaté3anos); (2)

•€261,25porascendentequeviva efectivamente em comunhão de habitação com o sujeito passivo e nãoaufirarendimentosuperiorà pensão mínima do regime geral; (3)

•€1.900,00porcadasujeito passivocomdeficiência (4) (€ 2.375,00 por sujeito passivo deficientedasForçasArmadasao abrigo do DL 43/76, ou do DL 314/90);

•€712,50porcadadependente comdeficiência,bemcomopor cadaascendentecomdeficiência nas condições acima;

•€1.900,00porsujeitopassivoou dependente, cujo grau de invalidez permanente seja igual ou superior a 90% (a título de despesas de acompanhamento).

Encargos sem limite global de deduçãoPessoas com deficiência•30%datotalidadedasdespesas

efectuadas com a educação e a reabilitação do sujeito passivo ou dependentescomdeficiência;

•25%dasimportânciasrelativasa prémios de seguros de acidentes pessoaisesegurosdevida,que

garantam exclusivamente riscos de morte, invalidez ou reforma por velhice, com o limite de € 65, tratando-se de sujeitos passivos não casados, ou € 130,

tratando-se de sujeitos passivos casados ou 15% da colecta.

Encargos com limite global de deduçãoPensão de alimentos•20%dasimportâncias comprovadamente suportadas e nãoreembolsadas,naparteque

Nota:

(2)RegimejurídicodoapadrinhamentocivilintroduzidopelaLeinº103/2009,de11de Setembro de 2009.

(3)Estadeduçãoéde€403,75nocasodeexistirapenasumascendentenessascondições.(4)Considera-sedeficienteaquelequeapresenteumgraudeincapacidadepermanente

igual, ou superior, a 60%.

Deduções à Colecta

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respeita a encargos com pensões dealimentosaqueosujeitoesteja obrigado por sentença judicial ou por acordo homologado, desde queobeneficiárionãofaçaparte do mesmo agregado familiar para efeitosfiscais.Olimitededutível correspondea2,5vezesoIASpor mês,porcadabeneficiário(este correspondeaoIASefectivo- €419,22-enãoaos€475).

O conceito de dependentecorresponde ao conceito genérico previsto no Código do IRS.

Saúde10% das despesas com o limite de €838,44:

•Aquisiçãodebenseserviçosde saúdequesejamisentosdeIVA, ou sujeitos à taxa reduzida de 6%, relativos ao sujeito passivo e seu agregado familiar, seus ascendentes,afilhadoscivise colaterais até ao 3º grau (desde quenãopossuamrendimentos superiores ao salário mínimo nacional mais elevado e com aquelevivamemeconomia comum)eosjurosdedívidas;

•Aquisiçãodeoutrosbense serviços directamente relacionados com despesas de saúde do sujeito

passivo, seu agregado familiar, seus ascendentes e colaterais até ao3ºgrau,desdeque

devidamentejustificadosatravés de receita médica, com o limite de € 65 ou 2,5% das restantes despesas de saúde, se superior.

Educação •30%dasdespesasdeeducação ouformaçãoprofissional,do sujeito passivo, dependentes e afilhadoscivis,comolimitede € 760,00 (acrescidos de € 142,50 por dependente, em agregados com 3 ou mais dependentes a seu

cargo, caso existam, relativamente a todos eles, despesas de

educação).

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Escalão de Limite (6)

rendimento (€)colectável (€)

≤4.898 Semlimite

>4.898–7.410 Semlimite

>7.410–18.375 €1.250

>18.375–42.259 €1.200

> 42.259 – 61.244 € 1.150

> 61.244 – 66.045 € 1.100

> 66.045 – 153.300 0

> 153.300 0

Imóveis•15%dasdespesassuportadas com juros de dívida ou rendas

(ao abrigo do Regime do ArrendamentoUrbanoouem

contratodelocaçãofinanceira)de habitação própria e permanente em território português, no território de outro Estado Membro

da União Europeia, ou Espaço Económico Europeu, desde que,nesteúltimocaso,exista intercâmbiodeinformações,bem

como prestações devidas em resultado de contratos celebrados

com cooperativas de habitação ou noâmbitodoregimede

comprasemgrupo,naparteque respeita a juros e amortizações das correspondentes dívidas, com o limite de € 591,00 (5).

O limite da dedução acima referido (excepto na parte respeitante aencargos com contratos de locação financeira)serámajoradoemfunção dos escalões de rendimento colectável.

Nota:

(5)Estasimportânciasnãoserãodedutíveis,seforemdevidasaumaentidaderesidenteempaís,territórioouregião sujeitaaumregimefiscalclaramentemaisfavorávelquenãotenhaumestabelecimentoestávelemPortugal, excepto se, no caso das rendas, o seu valor anual for igual ou superior a 1/15 do valor patrimonial do prédio arrendado.

(6)Oslimitessãomajoradosem10%porcadadependenteouafilhadocivilquenãosejasujeitopassivodeIRS.

Rendimento Limite colectável até da dedução

€7.410,00 €886,50

€18.375,00 €709,20

€ 42.259,00 € 650,10

Encargos com Lares•25%dasdespesas,comolimite

de € 403,75.

Asomadasdeduçõesàcolectaacima referidas não pode exceder os seguintes limites:

Escalão de Limite (6)

rendimento (€)colectável (€)

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Crédito de imposto por duplatributação internacional Para rendimentos obtidos no estrangeiro por titulares de rendimentos de todas as categorias.

Crédito de imposto dedutível até à concorrência da parte da colecta de IRS proporcional a esses rendimentos líquidos,quecorresponderáàmenor dasseguintesimportâncias:

•Impostosobreorendimentopago no estrangeiro;

•FracçãodacolectadoIRS, calculada antes da dedução, correspondente aos rendimentos quenopaísemcausapossamser tributados,líquidosdasdeduções previstas no Código de IRS.

Quandoexistirconvençãopara eliminar a dupla tributação celebrada por Portugal, a dedução a efectuar não pode ultrapassar o imposto pago no estrangeiro, nos termos previstos pela convenção.

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Deduções à colectaSeguros de saúde10%dasimportânciasrelativasa prémios de seguros ou contribuições pagas a associações mutualistas que,emqualquerdoscasos,cubram riscos de saúde referentes ao sujeito passivo ou aos seus dependentes, com o limite de € 50, tratando-se de sujeitos passivos não casados, ou € 100, tratando-se de sujeitos passivos casados, e € 25 por cada dependente a seu cargo.

Fundos de Poupança-Reforma e Fundos de Pensões20% das entregas efectuadas por sujeito passivo não casado ou por cada um dos cônjuges não separados judicialmente de pessoas e bens são dedutíveis à colecta do IRS, de acordo com os seguintes limites:

•€400porsujeitopassivocom idade inferior a 35 anos;

•€350porsujeitopassivocom idade compreendida entre os 35 e os 50 anos;

•€300porsujeitopassivocom idade superior a 50 anos.

Não são dedutíveis à colecta do IRS os valores aplicados após a data da passagem à reforma.

Em caso de reembolso parcial ou totaldePPR(situaçãoemquea tributação se efectua de acordo com as regras aplicáveis aos rendimentos de categoria E - rendimentos de capitais),amatériacolectávelé constituída por 2/5 do rendimento -oqueequivaleaumataxaefectiva de IRS de 10,6%.

Benefícios Fiscais

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QuantoaosrendimentosdePPE e PPR/E, nas situações de resgate, total ou parcial, os mesmos são tributados na sua totalidade, salvo se os saldos não forem mobilizados para efeitos de educação (caso em quebeneficiamdoregimeaplicável aoPPR).

No entanto, aos Planos celebrados até à data da entrada em vigor do Orçamento do Estado para 2006 continua-se a aplicar a regra anterior relativamente à parcela do rendimentoquecorrespondeàs contribuiçõesefectuadasatéàquela data (apenas um 1/5 do rendimento étributado).

Regime Público de CapitalizaçãoSão dedutíveis à colecta 20% dos montantes aplicados em contas individuais geridas em regime público de capitalização, com o limite máximo de € 350 por cada sujeito passivo.

Reabilitação urbana São dedutíveis à colecta, em sede de IRS, até ao limite de € 500, 30% dos encargos suportados pelo proprietário relacionados com a reabilitação de:

a)Imóveis,localizadosem“áreasde reabilitação urbana” e recuperados nos termos das respectivas estratégias de reabilitação; ou

b)Imóveisarrendadospassíveisde actualização faseada das rendas nos termos dos artigos 27.º e seguintes do Novo Regime de ArrendamentoUrbano(NRAU), aprovado pela Lei n.º 6/2006, de27deFevereiro,quesejam objecto de acções de reabilitação.

“Business Angels”20%, com o limite de 15% da colecta, do valor investido pela pessoa individual ou pela sociedade porquotasunipessoaisICRdeque sejam sócios (i.e., a entrada de capitais em dinheiro destinados asubscriçãoouaquisiçãode quotasouacçõesouarealização de prestações acessórias ou suplementares de capital em sociedadesqueusemefectivamente essas entradas de capital na realização de investimentos com potencial de crescimento evalorização).

Donativos 25% dos donativos concedidos ao abrigo do mecenato são dedutíveis à colecta de IRS, nalguns casos, com o limite de 15% da colecta.

O valor de alguns donativos poderá ser ainda objecto de majoração, para efeitos deste cálculo (20%, 30%,40%ou50%).

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Seguem alguns exemplos de donativosquesãodedutíveispara efeitosfiscaiseasrespectivas majorações.Alistaémeramente exemplificativanãopretendendo detalhar de forma exaustiva todas as realidadesqueestãoenquadradas nestebenefíciofiscal.

20% Museus, bibliotecas, associações promotoras do desporto, estabelecimentos de ensino, organizações não governamentais deambiente(ONGA);

30% Igrejas, instituições religiosas, pessoascolectivasdefinsnão lucrativospertencentesaconfissões religiosas ou por elas instituídas;

40% Creches,lactários,jardins-de-infância, instituiçõesdeapoioàinfânciaouà terceira idade; apoio e tratamento de toxicodependentes ou de doentes com sida, com cancro ou diabéticos; instituições dedicadas à promoção de iniciativas dirigidas à criação de oportunidades de trabalho e de reinserção social;

50% Entidades de apoio pré-natal a adolescentes e a mulheres emsituaçãoderisco,quedão apoio a meios de informação, de aconselhamento, de encaminhamento e de ajuda a mulheres grávidas em situação social, psicológica ou economicamente difícil; de apoio, acolhimento e ajuda humana e social a mães solteiras e a crianças nascidas em situações de risco ou vítimas de abandono.

São dedutíveis à colecta os benefíciosfiscaisreferidos,comos seguintes limites globais:

Escalão de Limite rendimento (€)colectável (€)

≤4.898 Semlimite

>4.898–7.410 Semlimite

>7.410–18.375 100

>18.375–42.259 80

> 42.259 – 61.244 60

> 61.244 – 66.045 50

> 66.045 – 153.300 50

> 153.300 0

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Outros Benefícios Fiscais Propriedade literária, artística e científica Os rendimentos são considerados emapenas50%,líquidosde outros benefícios, se auferidos pelo titular originário residente em Portugal.Aimportânciaaexcluirdo englobamento não poderá exceder € 20.000.

Aplicações a prazo Os rendimentos de aplicações efectuadas até 31 de Dezembro de 2011emcertificadosdedepósito não negociáveis e de depósitos a prazo emitidos ou constituídos por prazosuperiora5anos,verificar--se-á:

•ExclusãodetributaçãoemIRSde 20%dorendimento,quandoa data de vencimento ocorra após 5 eantesdedecorridos8anossobre adatadeemissãodoscertificados/constituição dos depósitos. Tal significaqueataxaderetençãona fonte será de 21,2%;

•Exclusãodetributaçãode 60%,quandoovencimentodo rendimento ocorra decorridos 8anossobreadatadaemissão

doscertificados/constituiçãodosdepósitos.Assim,ataxade retenção na fonte será de 10,6%.

Os prazos inicialmente contratados não podem ser prorrogados para efeitos de aplicação deste benefício.

Pessoas com deficiênciaOs rendimentos brutos de cada uma dascategoriasA,BeHauferidos porsujeitospassivoscomdeficiência são considerados apenas por 90%, em 2011. Contudo, a parte do rendimento excluída de tributação não pode exceder, por categoria de rendimentos, € 2.500.

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Há possibilidade de proceder à avaliação da matéria colectável de IRS por métodos indirectos, nomeadamente nas seguintes situações:

•Quandofalteadeclaraçãode rendimentos e o contribuinte evidencie as manifestações de fortuna adiante enumeradas;

•Quandoocontribuintedeclare rendimentosquedemonstrem, semrazãojustificada,umadesproporção superior a 30%, para menos, em relação ao rendimento padrão resultante da tabela apresentada adiante.

Na aplicação da tabela, tomam-se em consideração:

•Osbensadquiridosnoanoem causa ou nos 3 anos anteriores pelosujeitopassivoouqualquer elemento do respectivo agregado familiar;

•Osbensdequefruanoanoem causa o sujeito passivo ou qualquerelementodorespectivo agregadofamiliar,adquiridos, nesse ano ou nos 3 anos anteriores,porsociedadenaqual detenha, directa ou indirectamente, participação maioritária, ou por entidade sedeada em território de fiscalidadeprivilegiadaoucujo regimenãopermitaidentificaro titular respectivo.

Manifestações de fortuna

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Montantes transferidos de e para contas 100% dos montantes anuais transferidosde depósito ou de títulos abertas pelo sujeitopassivoeminstituiçõesfinanceiras residentes em país, território ou região sujeitoaumregimefiscalclaramentemais favorável,constante da lista aprovada por portaria do Ministro das Finanças, cuja existênciaeidentificaçãonãoseja mencionada na declaração anual de IRS de valor igual ou superior a € 50.000

Manifestações de fortuna Rendimentos padrão

Imóveisdevalordeaquisiçãoigual 20%dovalordeaquisiçãoou superior a € 250.000

Automóveisligeirosdepassageirosdevalor 50%dovalornoanodematrícula,igual ou superior a € 50.000 e motociclos com o abatimento de 20% por cadade valor igual ou superior a € 10.000 um dos anos seguintes

Barcosderecreiodevalorigual Valornoanoderegisto,como abatimento ou superior a € 25.000 de 20% por cada um dos anos seguintes

Aeronavesdeturismo Valornoanoderegisto,comoabatimento de 20% por cada um dos anos seguintes

Suprimentos efectuados à sociedade no 50% do valor anualano de valor igual ou superior a € 50.000

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Verificando-seaspremissasdeque depende a aplicação da tabela, bem como a existência de uma divergêncianãojustificadade,pelo menos, 1/3 entre os rendimentos declarados e o acréscimo de património ou consumo, cabe aosujeitopassivoaprovadeque correspondem à realidade os rendimentosdeclaradosedeque é outra a fonte das manifestações de fortuna evidenciadas, designadamente herança ou doação,rendimentosquenãoesteja obrigado a declarar, utilização do seu capital ou recurso ao crédito. Quandonãosejafeitaaprova acima referida, considera-se como rendimentotributável,aenquadrar na Categoria G, o rendimento padrão apurado, nos termos da tabela acima incluída, ou a diferença entre o acréscimo de património ou a despesa evidenciados e os rendimentos declarados no mesmo período de tributação.

Os acréscimos patrimoniais de valor superior a € 100.000 não justificados(porfaltadeentregada declaração de rendimentos ou por divergêncianãojustificadafaceaos valoresdeclarados)ficamsujeitos a tributação a taxa especial de 60%.

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Taxas liberatórias Taxa

Jurosdedepósitosàordem/prazo/certificadosdedepósito(10) 26,5%

Rendimentos de títulos de dívida, nominativos ou ao portador, operações 26,5%de reporte, cessões de crédito, contas de títulos com garantia de preço oudeoutrasoperaçõessimilaresouafins(8)(9)(10)

LucrosdeentidadessujeitasaIRC(10) 26,5%

Valoratribuídoaosassociadosemresultadodapartilhaquesejaconsiderado 26,5%rendimento de aplicação de capitais, ou na amortização de partes sociais semreduçãodecapital(10)

Rendimentos auferidos pelo associado na associação em participação 26,5%enaassociaçãoàquota(10)

Ganho decorrente de operações de swap cambiais, swaps de taxa de juro, 26,5%swapsdetaxadejuroedivisasedeoperaçõescambiaisaprazo(10)

Diferença positiva entre o valor do resgate e os prémios pagos em 26,5%operações de seguros do ramo vida, fundos de pensões e regimesespeciaisdesegurançasocial(comrestrições)(10)

Rendimentos de valores mobiliários pagos ou colocados à disposição dos 26,5%respectivos titulares, residentes em território português, devidos por entidades quenãotenhamaquidomicílioaquepossaimputar-seorendimento, porintermédiodeentidadesqueestejammandatadaspordevedoresou titulares ou ajam por conta de uns ou outros (excepto fundos de investimento constituídosdeacordocomalegislaçãonacional)(10)

RendimentosdascategoriasA,B,E(nãoreferidosanteriormente)eH 21,5%auferidos por não residentes

Indemnizaçõesque visem a reparação de danos não patrimoniais, excepto 21,5% aquelasquesejamfixadaspordecisãojudicialouarbitralouresultantesde acordo homologado judicialmente, auferidas por não residentes

Importânciasauferidaspornãoresidentesemvirtudedaassunçãode 21,5%obrigações de não concorrência

Taxas Liberatórias/Especiais aplicadas em 2012

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Taxas especiais Taxa

Saldo positivo entre as mais-valias e as menos-valias apuradas 26,5%natransmissãoonerosadepartessociaiseoutrosvaloresmobiliários(10)

Outras mais-valias realizadas e outros rendimentos auferidos por não residentes 25%emterritórioportuguêsquenãosejamimputáveisaestabelecimentoestável aísituadoequenãosejamsujeitasaretençãonafonteàstaxasliberatórias

Rendimentos prediais auferidos por não residentes em território português 16,5%quenãosejamimputáveisaestabelecimentoestávelaísituado

Lucros distribuídos por entidades não residentes sem intervenção de 26,5%um“agentepagador”residenteemPortugal(10)

Juros pagos por entidades não residentes sem intervenção de um 26,5%“agentepagador”residenteemPortugal(10)

Gratificaçõesauferidaspelaprestaçãoouemrazãodaprestaçãodetrabalho, 10%quandonãoatribuídaspelaentidadepatronalnemporentidadequecom esta mantenha relações de grupo, domínio ou simples participação

RendimentoslíquidosdascategoriasAeBauferidos,porresidentesnão 20%habituais,emactividadesdefinidasnaPortarianº12/2010,de7deJaneiro

Acréscimospatrimoniaisnãojustificadosdevalorsuperiora€100.000,00 60%

Notas:

(8)Osjurosdecertasemissõesdetítulosdadívidapúblicaenãopública,quandopagos a não residentes, estão isentos de IRS.

(9)Osrendimentosdetítulosdedívida,exceptodedívidapública,emitidosaté15de Outubro de 1994, são tributados à taxa de 25%.

(10)Estesrendimentospodemserenglobadosporopçãodosrespectivostitularesresidentes em território português (esta opção implica a obrigatoriedade de englobar a totalidade deste tipo de rendimento: juros, lucros de partes sociais e mais-valias de partes sociais e outros valores mobiliários. Esta opção implica a solicitação, até ao dia 31 de Janeiro doanoseguinte,dadeclaraçãoatodasasinstituiçõesfinanceirasdovalordos rendimentos aí auferidos e respectivas retenções na fonte. Estas declarações devem ser anexadas à declaração anual de IRS.

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Asmais-valiasdecorrentesda alienaçãodeimóveisadquiridos antesde1deJaneirode1989, aindaquenãoestejamsujeitasa tributação em sede de IRS, devem ser reportadas na declaração anual deIRSnoAnexopróprioparao efeito.

Rendimentos não sujeitos mas reportados