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Os Srs. assignantes receberão como mimo, a Historia dos Povos da Anti- guidade sob o ponto de vista Spirita, do Sr. Dr. Ewerton Quadros, e o En- saio de Cathecismo Spiríta, do Sr. H. J. de Tarck, traduzido e editado por esta redacção. 1883 •— Dezembro I. O FLUIDO UNIVERSAL VIII Magnetisar para curar é soecorrer com a sua a vida desfallecida de um ente soffredor. Sabiamente empregado, o magne- tismo pôde ser útil em todas as enfer- midades; não deixa, porém, seu em- prego de ter inconvenientes e perigos. Tem-se visto muitos exemplos de febre3 adinamicas e ataxicas curadas por esse agente, que é de grande au- xilio nas febres de accesso ; nas quaes elle destroe o espasmo, que produz o frio do primeiro período ; dissipa, no sesrundp, o calor, provocando uma transpiração moderada, e sustenta as forças do enfermo no período da de- cl inação. Elle é de íítil emprego nas moles- tias ihflammátòrias, concorrendo para a expulsão do sangue accumulado na parte affeotada do organismo; e, dando elasticidade aos vasos, previne a volta nova estagnação. Se afastando-se da rotina em que o amor-próprio os retém,nossos médicos, salvo honrosas èxepcõéS' estudassem os vários symptómas do beriberi, não podiam deixar de reconhecer, que todos elles manifestam um desarranjo no equilíbrio do systema nervoso, e de que proveito llies seria o magne- tismo, na cura dessa moléstia que, envolta no manto do desconhecido, tem ceifado e continua a ceifar, entre nós, tantas vidas preciosas. Apóstolos dascieirua, calcae o vosso orgulho, estudae e, se reconhecerdes que andaveis errados, confessaè bem alto o vosso engano, porque é assim que patenteareis ao mundo a elevação mural dovosso espirito 1 Quando um homem magnetisa o seu semelhante, elle lhe cominunica uma porção do fluido, de que precisa para viver, dà-lhe uma parte de sua vida. A apparição dessa vida estranha nada produz de extraordinário, quando áqüelie que a recebe, está no gozo de perfeita saúde ; quando, porém, este é enfermo, pôde experimentar um modo particular deaffectibilidade, a que da- mos o nome de somnambulismo mag- uetico, Com effeito, penetrando no corpo do maguetisado e arrastado,em grande parte, uo curso de sua circulação ner- vosa, esse fluido pode alterar-lhe a natureza e mudar seu modo de affec- tibilidade. Então seus organs tornam-se sus- ceptiveis de receber um bando de im- presoes, que elle desconhece nas con- dições normães. Desde que esse fluido estranho in- vadio a circulação nervosa do magne- tisado, o fluido próprio deste acompa- ilha ao novo, e contribue para o somnambulismo, que não é mais que um somno artéficial, provocado pelo acréscimo de fluido vital, que vai docemente comprimir-lhe o cérebro. Toda mudança no modo de affecti- bilidade é acompanhada de um ins- tante de somno. causado pela inter- rupção das relações da sensibiladade com a affèci ibilidadc precedente, ser- vindo de passagem á formação das relações novas com a nova affeetibili- dade. No estado magnético o individuo não perde totalmente a faculdade de receber as sensações da vida ordinária, porque a mudança se faz lenta e não bruscamente ; entretanto, pôde acon- tecer, sobretudo nos primeiros tempos, que a sensibilidade de um somnauí- bulo, desviada da affecti bilidade ner- vosa, seja de tal modo absorvida em suas relações magnéticas, que se torne estranha a toda outra relação. E' o estado a que chamamos isola- mento, o qual não ó ordinariamente de longa duração, mas pôde reprodu- zir-se no curso de um tratamento ; e eraquanto elle continua, o sonambulo não euao ouve senão pela via mag- netica ; tudo o que de fora o venha ferir, desarranja suas novas percepções elhe causa uma perturbação extrema. O trabalho da memória torna-se impossível para o individuo collocado nesse estado, porque seu cérebro, obe- decendo pouco á sua vontade, não se presta a reproduzir as imag'ens que ella deseja recordar. Todas as sensações de um somnam- o bulo magnético nascem de impressões recebidas por um modo de affeetibili- dade, que elle perde ao despertar. A sua própria não pôde mais repro- duzil-as, e, por conseqüência, suas recordações são suspensas, até que o estado magnético reappareça. A memória da alma se estende, muito além dos limites que nós lhe podemos assignar, e as lembranças de simples detalhes se conservam, long*o tempo depois que se as julga apa- gadas. E' d que se com os indivíduos, que passaram .somnambulisados dias, semanas, e mesmo, mezes, os quaes, ao voltarem a si, se lembravam dos menores detalhes, do que havia im- mediatamente precedido ao instante do seu adorineciniento. do qual elles se julgavam somente separados por ai- guus segundos de tempo. O estado magnético pormitte ver o interior dos corpos o, a este respeito, a lucidez dos somnambulos é tanto mais perfeita, quanto mais invadido foi o domínio da sua affecti bilidade pelo fluido magnético; essa lucides tem differentes gráos o varia, segundo os individuos e as circumstancias, Quando um somnambulo quer, por exemplo, examinar o interior do peito de alguém, elle dá-lhe primeiro parte do fluido que o anima, o qual, vol- tando-lhe depois, lhe vem dar a im- pressão de que precisa; não existindo para elle obstáculos nem distancias. A alma se entrega a esse gênero de investigações naturalmente e sem disso se aperceber, parecendo não fazer mais que executar um modo de acção que lhe é próprio, e que então se lhe tornou possível, pelo afrouxamento dos laços que a prendem ao corpo. O somnambulo nunca vos poderá dizer como elle adquirio essa facul- dade. Comquanto insensíveis para nós,at- mospheras electricas luminosas, onde as propriedades do fluido são, mais ou menos, modificadas, envolvem a todos os corpos da natureza ; e os somnam- bulos, muitas vezes, com os olhos cer- rados e sem tocai-os, distinguem com a sua vista psychica particular, as peças de diversos metaes, que lhe são apresentadas, pelas cores desses va- pores. O Spiritismo erguendo a cortina, que nos escondia os segredos da vida de além-tumulo, nos fez conhecer que as relações que o fluido magnético estabelece entre nós e os outros corpos que se encontram na Terra, estendem- se ainda além dos limites que lhe .suppunhamos, e vão prender-nos aos espíritos livres da carne, que vagam no espaço, ás almas dos que deixaram a morada em que nos achamos ainda. Como os magnetisadores humanos, os espíritos empregam os fluidos que of. rodeiam, para actuar sobre nós, produzindo effeitos de uma variedade extrema, como podeis ver nas obras especiaes que tratam desse asSUíupto. Sn Em geral, melhor conhecedores do agente que empregam, elles produzem todos os effeitos que se tem obtido com o magnetismo animal, e muitos outros qne nós ainda não podemos conseguir. Não podemos dar por findo este rápido estudo do fluido universal,sem fallarmos dos phenomenos do somno, do sonho, da loucura e da obsessão, phenomeiio.s que estão estreitamente ligados ao jogo do nosso systema nervoso. Será o assumpto da nossa seguinte publicação. Partio para Buenos-Ayres, no dia 17do mez próximo passado o nosso amigo e confrade, o Sr. Alexis Svreisol. Ao dedicado propagandista da regene- radora doutrina spiríta desejamos» feliz viagem. J-.i. '-'tf-^ x XX - ;yy ¦•-'. i ' . ¦'"

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A 31SíO H atracai — Ki<» ile Janeiro — 188» — Blcieembro — t IV. «4

HEFORMADQUOi*»aau evolucioiiista

ASSIGNATURAS

PA.RA 0 INTKÍIIOR R EXTERIOR

Semestre 60000

P a 0 A MKNTO .VDIA.NTAÜO

Toda a correspondência deve ser diri-

gida aA. Elias da Silva

120 RTTA DA CARIOCA 120

—«:»—

As assignaturas terminam em Junho eDezembro.

0—«:» —

Os trabalho» de reconhecido interesse

geral scriío publicados gratuitamente.

EXPEDIENTE

AOS NOSSOS ASSIG Üf ANTES

Tendo este orgam larga distribuição

gratuita por todo o Império, pedimosaos Srs. Spirítas que desejam conti-

nuar a auxiliar a propaganda, a bon-

dade de agenciar assignantes para o

semestre vindouro, para cujo fim, jáexpedimos listas com o n. 22.

Os Srs. assignantes receberão como

mimo, a Historia dos Povos da Anti-

guidade sob o ponto de vista Spirita,do Sr. Dr. Ewerton Quadros, e o En-

saio de Cathecismo Spiríta, do Sr. H.

J. de Tarck, traduzido e editado poresta redacção.

1883 •— Dezembro — I.

O FLUIDO UNIVERSAL

VIII

Magnetisar para curar é soecorrercom a sua a vida desfallecida de um

ente soffredor.Sabiamente empregado, o magne-

tismo pôde ser útil em todas as enfer-

midades; não deixa, porém, seu em-

prego de ter inconvenientes e perigos.Tem-se visto muitos exemplos de

febre3 adinamicas e ataxicas curadas

por esse agente, que é de grande au-

xilio nas febres de accesso ; nas quaeselle destroe o espasmo, que produz o

frio do primeiro período ; dissipa, no

sesrundp, o calor, provocando uma

transpiração moderada, e sustenta as

forças do enfermo no período da de-

cl inação.

Elle é de íítil emprego nas moles-tias ihflammátòrias, concorrendo paraa expulsão do sangue accumulado na

parte affeotada do organismo; e, dandoelasticidade aos vasos, previne a voltadè nova estagnação.

Se afastando-se da rotina em que oamor-próprio os retém,nossos médicos,salvo honrosas èxepcõéS' estudassemos vários symptómas do beriberi, não

podiam deixar de reconhecer, quetodos elles manifestam um desarranjono equilíbrio do systema nervoso, ede que proveito llies seria o magne-tismo, na cura dessa moléstia que,envolta no manto do desconhecido,tem ceifado e continua a ceifar, entrenós, tantas vidas preciosas.

Apóstolos dascieirua, calcae o vossoorgulho, estudae e, se reconhecerdes

que andaveis errados, confessaè bemalto o vosso engano, porque é assim

que patenteareis ao mundo a elevaçãomural dovosso espirito 1

Quando um homem magnetisa o seusemelhante, elle lhe cominunica uma

porção do fluido, de que precisa paraviver, dà-lhe uma parte de sua vida.

A apparição dessa vida estranhanada produz de extraordinário, quandoáqüelie que a recebe, está no gozo de

perfeita saúde ; quando, porém, este éenfermo, pôde experimentar um modoparticular deaffectibilidade, a que da-mos o nome de somnambulismo mag-uetico,

Com effeito, penetrando no corpodo maguetisado e arrastado,em grandeparte, uo curso de sua circulação ner-vosa, esse fluido pode alterar-lhe anatureza e mudar seu modo de affec-tibilidade.

Então seus organs tornam-se sus-ceptiveis de receber um bando de im-

presoes, que elle desconhece nas con-dições normães.

Desde que esse fluido estranho in-vadio a circulação nervosa do magne-tisado, o fluido próprio deste acompa-ilha ao novo, e contribue para osomnambulismo, que não é mais queum somno artéficial, provocado peloacréscimo de fluido vital, que vaidocemente comprimir-lhe o cérebro.

Toda mudança no modo de affecti-bilidade é acompanhada de um ins-tante de somno. causado pela inter-rupção das relações da sensibiladadecom a affèci ibilidadc precedente, ser-vindo de passagem á formação dasrelações novas com a nova affeetibili-dade.

No estado magnético o individuonão perde totalmente a faculdade dereceber as sensações da vida ordinária,

porque a mudança se faz lenta e nãobruscamente ; entretanto, pôde acon-tecer, sobretudo nos primeiros tempos,que a sensibilidade de um somnauí-bulo, desviada da affecti bilidade ner-vosa, seja de tal modo absorvida emsuas relações magnéticas, que se torneestranha a toda outra relação.

E' o estado a que chamamos isola-mento, o qual não ó ordinariamentede longa duração, mas pôde reprodu-zir-se no curso de um tratamento ; eeraquanto elle continua, o sonambulonão vê euao ouve senão pela via mag-netica ; tudo o que de fora o venhaferir, desarranja suas novas percepçõeselhe causa uma perturbação extrema.

O trabalho da memória torna-seimpossível para o individuo collocadonesse estado, porque seu cérebro, obe-decendo pouco á sua vontade, não sepresta a reproduzir as imag'ens queella deseja recordar.

Todas as sensações de um somnam-o

bulo magnético nascem de impressõesrecebidas por um modo de affeetibili-dade, que elle perde ao despertar.

A sua própria não pôde mais repro-duzil-as, e, por conseqüência, suasrecordações são suspensas, até que oestado magnético reappareça.

A memória da alma se estende,muito além dos limites que nós lhe

podemos assignar, e as lembranças desimples detalhes se conservam, long*otempo depois que se as julga apa-

gadas.E' d que se dá com os indivíduos,

que passaram .somnambulisados dias,semanas, e mesmo, mezes, os quaes,ao voltarem a si, se lembravam dosmenores detalhes, do que havia im-mediatamente precedido ao instante doseu adorineciniento. do qual elles sejulgavam somente separados por ai-guus segundos de tempo.

O estado magnético pormitte ver ointerior dos corpos o, a este respeito, alucidez dos somnambulos é tanto mais

perfeita, quanto mais invadido foi odomínio da sua affecti bilidade pelofluido magnético; essa lucides temdifferentes gráos o varia, segundo osindividuos e as circumstancias,

Quando um somnambulo quer, porexemplo, examinar o interior do peitode alguém, elle dá-lhe primeiro partedo fluido que o anima, o qual, vol-

tando-lhe depois, lhe vem dar a im-

pressão de que precisa; não existindopara elle obstáculos nem distancias.

A alma se entrega a esse gênero deinvestigações naturalmente e semdisso se aperceber, parecendo não fazermais que executar um modo de acçãoque lhe é próprio, e que então se lhetornou possível, pelo afrouxamentodos laços que a prendem ao corpo.

O somnambulo nunca vos poderádizer como elle adquirio essa facul-dade.

Comquanto insensíveis para nós,at-mospheras electricas luminosas, ondeas propriedades do fluido são, mais oumenos, modificadas, envolvem a todosos corpos da natureza ; e os somnam-bulos, muitas vezes, com os olhos cer-rados e sem tocai-os, distinguem coma sua vista psychica particular, as

peças de diversos metaes, que lhe sãoapresentadas, pelas cores desses va-

pores.O Spiritismo erguendo a cortina,

que nos escondia os segredos da vidade além-tumulo, nos fez conhecer queas relações que o fluido magnéticoestabelece entre nós e os outros corpos

que se encontram na Terra, estendem-se ainda além dos limites que lhe.suppunhamos, e vão prender-nos aosespíritos livres da carne, que vagamno espaço, ás almas dos que deixarama morada em que nos achamos ainda.

Como os magnetisadores humanos,os espíritos empregam os fluidos queof. rodeiam, para actuar sobre nós,

produzindo effeitos de uma variedadeextrema, como podeis ver nas obrasespeciaes que tratam desse asSUíupto.

SnEm geral, melhor conhecedores do

agente que empregam, elles produzemtodos os effeitos que se tem obtido com •o magnetismo animal, e muitos outros

qne nós ainda não podemos conseguir.

Não podemos dar por findo esterápido estudo do fluido universal,semfallarmos dos phenomenos do somno,do sonho, da loucura e da obsessão,

phenomeiio.s que estão estreitamenteligados ao jogo do nosso systemanervoso.

Será o assumpto da nossa seguinte

publicação.

Partio para Buenos-Ayres, no dia 17domez próximo passado o nosso amigo econfrade, o Sr. Alexis Svreisol.

Ao dedicado propagandista da regene-radora doutrina spiríta desejamos» felizviagem.

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INVESTIGAÇSOBRE 0

ESPIRITTJALISMO MOfl;,

MÜOTA8DE

W1LLIAM CR00K8,Mi:.mbuo ;ia SociEinni: Jhur. i>.'; Londiiiis

Sobre as experiências por elle feitas no es-tudo dos Phenomenos, chamados — Spi-rítas, nos annos de 1810-1813; publicadaspelo Quartkri.v (jornal de seiencias),

(Continuação) >

7." CALSSE

Movimento de diversos corpos de. pequenovolume, sem que alguém lhes tocasse

Sob esta epigraphe,eu me proponhodescrever alguns phenomenos espe-ciaes de que fui testemunha. Farei só-mente allusão aquelles que, me re-cordo perfeitamente, se deram em con-diçõêi que tornavam impossível todoe qualquer embuste.

Seria realmente insensatez attribuirtaes resultados a um ardil, porque,lembro ainda aos leitores, que o quelhes conto não se passou na casa domédium, mas na minha própria, ondetoda a espécie de preparação era im-possível.

Um médium passeando em minhasala de jantar, não podia, quando, as-sentados em uma dasextremidades damesma, eu e os demais assistentesnelle fixávamos toda a nossa attenção,fazer tocar, por qualquer meio queseja, um harmonium-flute que eu ti-nha nas mãos, com o teclado voltadopara baixo, ou fazer que esse instru-mento andasse pelo ar ao redor da ca-mara, sem nunca cessar de tocar.

Nas condições referidas, esse me-dium não podia levantar as cortinasdas janellas, elevar as gelosias atéuma altura de oito pés, dar um nó em

e collocal-o em um canto,, da câmara, produzir notas

. um piano situado a distancia,fazerfluetuar ao redor da câmara um porta-cartas, levantar de cima da mesa uniagarrafa e um copo, mover um loque ecom elle abanar aos presentes, deter omovimento de um pêndulo encerradoem sua caixa de vidro e fixado á pa-rede, etc, etc.

8." classe

Appariçdes luminosas

Estes phenomenos geralmente exi-gem, por sua fraqueza, que a câmarase conserve na ohscuridade; eu nãotenho necessidade de garantir a meusleitores, que as mais estrictas precau-ções foram por mim tomadas; afim deque essas claridades não podessem serpor alguém attribuidas ao empregodo óleo phosphorádo ou de qualqueroutro artificio.

Além disso, devo acrescentar que,por muitas vezes,busquei inutilmenteimitar essas luzes.

Sob a vigilância da mais escrupu-íosa attenção, eu vi um corpo solidoluminoso, mais ou menos, da fôrma eda grandeza de um ovo de peru, ro-dear a câmara pelo ar, sem fazer ruídoalgum, a uma altura dupla da domais alto dos nossos assistentes, e de-pois vir docemente pousar no solo ; ocorpo esteve" visível por mais de dezminutos, c antes de se evaporar, deutrês pancados na mesa, produzindoum som semelhante ao que daria umcorpo muito duro.

Durante esse tempo o médium,com-pletamente insensível, conservava-sedeitado em uma espreguiçadeira.

Vi pontos luminosos ir de um a ou-tro lugar, e deter-se sobre as cabeçasde differentes pessoas; questões pormim feitas foram respondidas, segun-do previa convenção, pela prodiicção

3» FOLHETIM

O QUARTO DA AVO'

A felicidade na fiamilinso»™---

Mell7 MONNIOT

Ordcno-voa que vo." ameismutuamente.íICvano. S. João, XV, lt\.

TRADUZIDO POR II. O.

(Continuação)

VIMETAMORPHOSE DE FANNY

JEntão quando è que chega n vez <to

divertimento, vovó ?O recreio mio prejudica o dever, mi-

nha filha, nem este aquelle, quando tudose ia/, segundo as regras e eondicções per-rnittidas. Mu quereria levar-te á pensar queo dever mesmo pode tornar-se em diverti-mento.

Quaes são as minhas obrigações noserão vovó?

—: Primeiro que tudo não aborrecer-te,minha li lha.

— Oh! vovó, estaes caçoando!...-- "Não,

querida filha; Deus nos dá otempo para que o empreguemos utilmentee não para que o percamos. A prova d'issoestá no mal estar, 110 aborrecimento quesentimos sempre que faltamos aos nossosdeveres n'esse ponto. Este castigo, segura-mente descobre a falta. Já vês que. prqhi-bii-te tle te ibòrrecères é dizer-te que em-pregues bem o teu tempo.

E' pois, preciso trabalhar sempre?Divertir-se nas oceasiões em que o

prazer é permittido e, está claro, contantoque o diverti men to seja sem pre convenientec bom, e. é ainda isso empregar bem o seutempo, cara filha.

Essa maneira de enpregal-o, me a-grada muito, vovó; porém, eu só não possodivertir-inee quando todos que me rodeiamdormem, sou obrigado á fazer o mesmo.

Se visses algum atirar-se ao fogo, tejulgarias também obrigada n fazer o mesmo?

Não, por certo, disse Fanny rimlo-se;porém, que fazer então?

Deixarei á Eliza o prazei de réspon-der-te, minha Fanny, tu a acreditarás, semduvida; ella que soube tornar agradávelsua vida, em meio de condições que tumesma julgaste tão contrarias ao conten-tamento. . .

Fanny cocou e seus olhos encheram-sede lagrimas.

Oh! querida vovó! exclamou ella:não vos conhecia ainda, quando suppuzque fosse, possível aborrecer-se em vossacompanhia!

A Sra. Valbrum apertou-a em seus bra-cos.

Não e uma censura quo te faço, carafilha, disse-lhe ella; além d'isso não és aúnica a lamentar a sorte de tua primaTodos aquelles que observam as cousassuperficialuu nte se compadecerão vendosua mocidade unida á minha velhice.

Mãe, mãe adorada, murmuiou Eliza,beijando com amor as mãos de sua avó, eentretanto eu não trocaria minha situaçãopor nenhuma outra no mundo.

Eu o sei, minha querida; disse a Sra.Valbrum enternecida.

Eeuocomprehendo! exclamou Fanny.Porque motivo não seria Eliza a mais felizdas moças da terra em vossa companhia,vovó? Ella vos estima tanto! E vós a ido-latrais. Ninguém a atormenta, pois que só

de iluminas de uma luz viva,bem pertode mim.

Eu vi faíscas brilhantes subirem*damesa ao tecto, e cahirem depois sobrea mesa, produzindo um som metallicomui distineto.

Obtive urna cómmunicação alpha-betica por meio de cliammas produzi-das no ar, nas quaes eu pediu mergu-lhara mão ; vi uma nuvem luminosaíluetuando sobre um pêndulo; e,mui-tas vezes, um corpo solido luminoso,com semelhanças de crystal, foi col-locado em minha mão por uma outramão, que não era de algum dos pre-sentes.

Com luz, eu vi uniu nuvem luini-nosa pairar sobre um heliotropio col-locado no extremo da mesa, dellearrancar parte da haste e levai-a au:na dama da sociedade.

Por muitas vezes, vi nuvens seme-lhantes se condensar, tomar ;i formade uma mão e carregar pequenos ob-jectos; isto, porém, pertence á. classesrguinte.

9.» cÍasskAppariçõès de mãos luminom* por si I

, ... ... •mesmas, ou so visíveis com o auxilio 1da luz.

Os contactos de mãos invisíveis sãofreqüentemente sentidos nas sessõesfeitas na obscuridade; muito mais ra-ra mente eu pude ver essas mãos; en-tretanto, eu só fatiarei aqui dos casosem que as vi na luz.

Uma mãosinha encantadora se ele-vou de uma mesa da sala de jantaréme offereceu uma flor; por três vezesessa mão apparecen, e desappareceu,me facultando o meio de convencer-mede que ella era tão real como a minha.

Isto se passou em minha própriacâmara, com luz, quando tinha presosos pés e ns mãos do médium.

Uma outra vez. uma mão e um braço

tem de obdecer-vos. Ninguém a impacientapois que não tem nem innãos nem irmãs.

E' cxactainente por isso que poderiamlastimal-a Creio que não suppòes que seella tivesse companheiras se aborrecessemais por isso? Não, corno t'o disse ha pouco,temos em nós mesmas a faculdade de tor-nar agradáveis ou tristònhòs nossos dias.

Falia então Eliza, disse Fanny, ensi-na-ine depressa o teu segredo, judiciosa e.cara prima! Mas advinho quo vais dizer-me:— a conversação de vovó basta para. ale-grar-me. — São me admiro mais d'isso.eu que, pela primeira vez em minha vida,levo á bem a moral !

Se soubesses, Fanny, continuou a Sra.Valbrum ; quantas tardes Eliza passoucompletamente só, durante longas enfer-midades que tive! Eu não estava então emestado de conversar, e a cara íilha, minhaterna enfermeira m'o prohibia positiva-mente.

Oh! Eliza, dVssa feita, é impossívelque não te aborrecesses!

Não me recordo que isso me tenhasuccedido, respondeu Elizá;eu estava in-quieta e triste vendo vovó soffrer; mas aomesmo tempo, sentia-me mais feliz tra-

J tando d'ella e tão oecupada eom o.s afazeres,I que hão tinha tempo para aborrecer-me'— .Vas quando ella dormia, que fazia a?Cozia, bordava, ou lia junto d'ella;

orava muitas vezes.IÍ' possível que não tivesse tentação

de fallar, de meçher, de correr ?Quando trabalho, tenho tanta vontade

de adiantar minha obra, que não pensoem interrompel-a, e quando leio o livroprende-me completamente a attenção.

- Quanto ao livro, couipreliendo; masquanto ao trabalho! Que interesse, porexemplo, pôde oiVerecer-te essa camisola,em que tanto te empenhas esta tarde?

Prometti-a á uma pobre mulher, para1 seu filho, e quero que ella a tenha o mais

pequenos, parecendo pertencer a umacriança, começou a brincar com unia

<! ml

dama, que estava assentada junto amim; vindo depois bater sobre o meubraço, e puxar-me as roupas em pon-tos diversos.

Outra vez foram vistos uns dedosdesfolhando uma flor que o Sr. Hometrazia ao peito, vindo depois collocaruma pétala diante de cada um dos quese assentavam ao redor delle.

Eu e muitos outros vimos, por mui-tas vezes, uma mão tocar no acordeon,

quando as mãos do médium estavamnas dos que se assentavam perto delle.

Essas mãos e esses dedos nem sem-

pre me pareceram sólidos e animados;algumas vezes, elles tinham, real-mente, unia appàreucia nebulosa, sótendo a condensação necessária paraguardar a forma.

Esses phenomenos não são sempreigualmente visíveis para todas as pes-soas presentes ú sessão: por exemplo:vè-se uma flor ou outro objecto pe-queno mover-se, alguns dos presentesos vêm rodeados de uma nuvem lumi-nosa, outros descobrem a mão fluidicaque os conduz, ao passo que outrosnão vem mais que o objecto materialque so move.

í\)'.- mais de uma vez, eu vi pri-meiro mover-se um objecto, depoisapparècer uma fôrma nebulosa envol-vendo-o, a qual, finalmente, se con-densava de modo a representar umamão perfeitamente formada.

Neste caso a mão se torna visivel atodos.

Nem sempre é uma simples fôrma,muitas vezes, a mão que apparece éperfeitamente animada e graciosa;seus dedos se movem e sua carne pa-rece tão humana como a nossa.

Em seu ponto de juneção com obraço, ella se torna nebulosa e desap-parece em uma espécie de nuvem lu-mi nosa.

depressa possível, porque é quente e i'nz;:tanto frio!

Trabalhas para os pobres?Mão tanto quanto eu nuizern, porém,o mais que posso; faço pequenos costumespara crianças e vovó

"faz colletes o meias

de lã para os pães d'éllas. Causa-nos tantoprazer levar nosso trabalho a essas famílias!

De certo não c para elles que estaesbordando os lindos manguitosem que tra-balbavas ha pouco?Oh não; são manguitos que queroofferecér á minha tia; não lhe digas nada.eu t'o peço.Soeegae, não te trahirei. Mamãe ficarámui to contente com o teu presente, porqueella diz que bordas como uma fada.

Comprehendesjigora, cara Fannv, per-guritou a Sra. Valbrum, que Eliza. gostede trabalhar? Sempre ha em tudo o queella faz um pensamento de earidnde, deternura, ou ao menos de utilidade.

De utilidade quando ella concerta suaroupa não é verdade, vovó; isso não meóffereçeriá nenhum attractivo.

Algum dia julgarás que uma. cousaútil é também attrahente : mas, se queres,não escolhas, para começar, senão em umadas duas primeiras classes de trabalho.Porque não começarás por algum trabalhode caridade, ou não taras alguma sorpreza.agradável á tua mãe? Teu coração teriatanta satisfação com isso que não resentiriasmais aborrecimento eu t'o asseguro. Tentaesse meio, minha Fanny, e mesmo quandovires todos adormecerem em torno de ti,fie trás acordada, activa e satisfeita.

Pois bom! experimentarei, vovó ; por-que vem-me n idéia um projecto que riiesorri. Eu t'o confiarei, Eliza, para que meajudes a executal-o. Realmente, creio quoisso me alegrará! R depois, estimarei bemprovará Mathilde que melhor do que eüieu sei oecupar-me.

(Continua).

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VA'

MimnUAiMM — 1S&3 — Dezembro — J :i

Muitas vezes, essas mãos me pare-ceram frias como o gelo e mortas,outras muitas, eram quentes e vivas,e apertavam as minhas com a pressãovehemente de um velho amigo.

Uma vez, eu segurei uma dessasmãos, resolvido a não deixal-a esca-

par-se.Ella não fez algum esforço para isso,

mas vaporisou-se e desappareu.

IO.1 CLASSE

Escriptura directa

Esta denominação é empregada paradesignar uma escriptura que appareceespontaneamente, sem ser produzidapor algum dos presentes á sessão.

Eu obtive, muitas vezes, palavrasescriptas sobre papel com a minhamarca, em occasião em que usa-vamos de toda a vigilância, e, mes-mo, escutava-se, porque a sala estavana obscuridade. o attrito de um lápissobre o papel.

Graças ás precauções por mim to-madas para me assegurar de suaidentidade, esses casos me convence-ram como se eu tivesse visto fazer-se aescriptura ; falta-me, porém, espaço

para entrar em todos os detalhes, elimitar-me-ei a mencionar duas cir-cumstancias, em que meus olhos emeus ouvidos foram testemunhas daoperação.

A primeira dessas operações deu-se,é verdade, na obscuridade, mas, nem

por isso, o resultado foi menos satisfa-torio; eu estava sentado perto do me-dium raiss Fox, e as sós pessoas pre-sentes eram além de nós dous, minhamulher e uma outra senhora.

Eu tinha presas na minha as mãosdo médium, cujos pés descauçavamsobre os meus.

O papel estava sobre a mesa, diantede nós, e minha mão desoccupada se-

gurava um lápis.Uma mão luminosa desceu do ponto

mas alto da câmara e, depois de pai-rar, por alguns segundos, sobre mim,tomou-me o lápis, escreveu com rapi-dez sobre nina folha de papel, atirouo lápis e elevou-se acima de nossascabeças,dissolvendo-se gradualmente.

Minha segunda experiência podeser considerada como um insuccesso ;porém, algumas vezes um iusuccessoensina mais a experiência melhor sue-cedida.

Ella foi feita com luz, em minha

própria câmara, estando presentes oSr. Home e alguns amigos.

Muitas circumstancias que não te-nho necessidade de referir, nos tinhammostrado que o fluido era muito forteessa noite.

Eu exprimi o desejo de obter umamensagem escripta, semelhante á de

que eu tinha, havia algum tempo,ouvido fallar por ura amigo meu.

Immediatamente obtive a seguintecommunicação alphabetica : "Vamos

tentar.Col locou-se então sobre a mesa ai-

gnnias folhas de.papel e um lápis;instantes depois, o lápis ergueu-sesobre a ponta e. depois de avançar

sobre o papel, com impulsos hesitan-tes, cahio, reergueu-se e tornou a ca-hir.

Uma terceira tentativa não obtevemelhor resultado. *®

Depois disso, uma caixinha de lataque estava sobre a mesa, correu parajunto do lápis e elevou-se á algumaspolhgadas da mesa, o lápis fez omesmo e, baixando reunidos, fizeramum novo esforço para escrever.

Depois de três tentativas inúteis, alata abandonou o lápis e voltou aoseu lugar-, o lápis cahio sobreo papel,e nós recebemos a seguinte comuni-cação :

"Nós tentámos fazer o que pediste,não pudemos conseguil-o; era superiorás nossas forças...

(Continua).

A voz do Apóstolo João no século XIX,ou a Revelação de João o Theoi.ooo, é otitulo do um importante trabalho que nosfoi remettido de Cuba.

A grandiosidade do pensamento, a cia-reza, sublirnidade e poético colorido dalinguagem, rica de imagens arrebatadoras,dão subido valor a essa obra, em que seencontra a explicação racional escientiíicado mysterioso Apocnlypse do discípuloamado de Jesus.

Cremos do nosso dever chamar para ellea attenção, não pó dos spirítas, como detodos os christãos, e ainda de todos oshomens que não suffocaram em si o sen-ti mento do bello e do grande.

De coração agradecemos tão valiosa of-ferta.

Encetou sua publicação em Zaragoza(Hesrmnha) um novo jornal spiríta sob otitulo Um Periódico Mas.

Longa vida e? prosperidade ao novocollega-^

—«:» —

Diz Le Messager, periódico bi-mensalmagnetico-spiríta, de Liege:

« Luiza Lateau, a celebre estigmatisada,acaba de falleccr em Bois d'Haine,com 33annos de idade.

« Como já dissemos, ella se havia tor-nado um pouco herética nestes últimostempos.

« Ella desempenhou um certo papel nasquestões do bispo Dumont com o Papa, afavor do velho bispo.

« Desde então não mais.se falloudelia; acasinha de Bois dTIaine ficou sem empre-sario ecclesiastico, e a pobre enfermo nãose extasiou mais diante do publico. »

Quanto não teria lucradoasciencia.se,em vez de servir de objecto de exploraçãoda crçdulidade da populaça fanática, ho-meus cautelosos e doutos se tivessem ap-plicado a estudar os pbedomenos quem ocella se davam !

«:» —

líenppareceu em Pariz o jornal I/Esprit.Comprimentamos ao illustre collega.

« : » —

Recebemos o primeiro numero daSoberania do Povo, orgam democráticoscientificoe noticioso, publicado na ci-dade de Áreas.

Traz artigos importantes e mereceii séria attenção dos que se esforçam,

para que cheguemos aos felizes tem-

pos de ser uma realidade entre nós asoberania popular.

Desejamos vida longa ao novo col-letra.

Lô-se no Kl Buèn Sentido de Lerida:« Segundo um periódico de Malaga, em

um collegio de jesuítas, próximo áquéllacidade fundou-so uma escola de taurorna-chia. »

Talvez seja um pufl Implicaram com oshomens; e todos a elles.

Pois é crivei que homens intelligentese cultores das Escripturas Santas se appli-quem a despertar no animo da mocidadeesse desejo de vôr correr o sangue de crea-turas do Senhor, sem necessidade?

—«:» —

Le Monde Invisible, jornal spiríta quepublica em Pari-/, passou a orgam ofíicialda Sociedade Magnetotherapeutica, damesma cidade.

SECÇÃO ECLÉTICA

YIMVVIIÍSMO AYI1IAL

(Continuação)Se lhe fallardes, vel-o-eis fazer

esforços para vos responder, o que,muitas vezes, não consegue.As vezes elle desporta de repente,

esfrega os olhos, vos fixa com arespantado, se recorda do que dissestesdiante delle, como se sahisse de umsonho, e vos poderá contar o que nellese passou.

Evitae então que alguém lhe toque,porque, antes ou depois logo de des-pertar, disso lhe podem provir con-vulsões.

Outras vezes o magnetisado nãopôde despertar e, então, coinecr.m paraelle uma existência nova, e para oobservador um serie de phenomenos,que não interessam menos ao physio-logista que ao psychologista :

O magnetisado cahe em um estadode somno particular, no qual elle vosouve, mas não vos pôde respondersenão por signaes, algumas vezes;suas ínandibulas ficam fortementecerradas, sentindo elle dificuldadeem abril-as; sua pelle conserva, mui-tas vezes, sua sensibilidade habitualque, em certos casos, é mesmo aug-mentada, e em outros diminuída atéextinguir se,podendo-se pical-o,feril-oou queimal-o. sem que elle manifeste.*o sentimento de alguma dor.

O ammoniaco concentrado, levadopela respiração as suas vias aéreas,náo^ determina alguma alteração noindivíduo collocado nesse estado, aopasso que, nas condições ordinárias, opoderia matar.

Sua sensibilidade fi cã extineta: paratudo que não seja o magnetisador, doqual elle sente o mais leve cpataçto.A audição não parece menos despro-vida de acção: nenhum ruído é por-lie ouvido; a queda on a agitação decorpos sonoros, como a voz. não com-municam algum som aos seus nervosacústicos, que parecera estar comple-tamento paralysados; basta, porém,que o magnetisador produza as maisfracas modulações da voz, por maisafastado que elle se ache, para que osomnambulo o ouça, mesmo que essadistância seja tal que. no estadona-turiil,a voa humana não se possa maisfazer ouvir. O odorato igualmente nãoexiste, senão para as cousas que omagnetisador lhe apresenta

O magnetismo é um tinido uni ver-salmente espalhado, pelo qual seexerce uma influencia mutua entre oscorpos celestes, a terra e os corposanimados.

Elle se continua de modo a nãosoffrer alguma interrupção ; é capazde receber, propagar ecommunicar asimpressões do movimente! ; e é suscep-tivel de fluxo e reíluxo.

O corpo do animal experimenta oseffeitos desse agente, c é insinuando-se na substancia dos nervos que eAos áifecta immediatamente.

No corpo humano, particularmente,se podem reconhecer propriedades

análogas as do iman; a accão e avirtude do magnetismo animal podemser comraunicadas de um a outroI corpo, seja animado seja inanimado ;[ essa acção pôde ter lugar a. uma gran-de distancia, sem o auxilio de aíguni

corpo intermediário; ella pôde seraugmentada reflectida pelos espe-lhos, communicada, propagada e for-tificada pelo som : finalmente suavirtude pode ser aecumulada, concen-irada e transportada.

O magnetismo animal pôde curarimmediatamente as moléstias nervo-sas, e inediatamente as outras ; elleaperfeiçoa a acção dos medicamentos,provoca e dirige as crises salutares,de modo que podemos ser dellas ossenhores.

O fluido magnético existe em todosps indivíduos, cada um dos quaespôde, por uma acção de sua vontade,dirigil-o sobre um outro e com elleimpregnar a este, envolvendo-o emuma atmosphera que os confundeidentificando-os, quando são animadosambos de disposições moraes análogas.

Os trabalhos dê Reil, de Autenrieth,de Humboldt e de Bogros nos dão acerteza da existência de uma circulaçãnervosa, o da expansão do fluido ner-voso para fora do corpo, com umaforça e uma energia que formara nmaesphera de acção, comparável ás doscorpos electrisados.

As pessoas que attribuem á imagi-nação os effeitos produzidos pela mag-netisaçãp, podemos responder queelles tem sido observados em pessoas,que desconhecem completamente omagnetismo.

No relatório apresentado á Acade-mia Real de Medicina de Pariz, a 31de Junho de 1831, pela commissão porella encarregada de estudar o magne-tismo animal, sendo relactor Mr. Hus-sou. encontra-se o seguinte, sobreexperiências feitas com um joven ata-cado de paralysia ;

1.° Esse doente, cujo mal haviaresistido a todos os meios empregadospelos mais babeis facultativos dePariz, foi curado pelo magnetismo,indicando elle próprio, quando som-nambulisado, o tratamento que sedevia seguir.

2.° Nesse estado de somnambulismosuas forças eram consideravelmenteáugmentadas.

3.° Somnainbulisado e com os olhoscerrados, apezar de serem tomadastodas as precauções possíveis, elle leuo que lhe foi apresentado.

4." Elle nredisse a época em que fi-caria restabelecido,o que verificou-se.

5-.° Um outro doente, soffrendo deepilepsia, predisse o dia e a horaexacta em que teria um ataque,quandoestava somnainbulisado.

6.° Uma somnambula julg*ou dasmoléstias de outras pessoas, e.lhesprescreveu o tratamento a seguir.

O indivíduo dormindo do somnonatural, é muito sensível á acção domagnetismo: sob a acção deste agenteelle experimenta effeitos physicos,semelhantes aos produzidos pelos ou-tros agentes da natureza, como ogalvánismo, com a differença de nãoser necessário o contacto.

Faltando de suas experiências desomnambulismo feitas com seu jardi-neiro, camponez simples e robusto,Puysegur diz :

« Quando elle se acha no estadomagnético, não é mais um camponezapenas capaz de formular uma phrase;é um ser que eu não sei classificar.

« Não preciso fallar-lhe, basta-mepensar, para que elle mecomprehendae me responda.

« Se vem alguém á sua câmara,elle vê, quando eu quero que veja, elhe diz o que eu quero que diga, masnem sempre como eu lhe dite, porémsim como a verdade o exige.

« Quando elle quer ir além do queeu julgo prudente que se saiba, eudetenho o curso dè suas idéias e faço,ás vezes, que ellas tomem um rumodiffereute.

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snici'om si tiMm — i*s& — abc/«-iui>r<t. — i

« Eu não conheço homem mais jprofundo o clari vidente do que esse icampünez, quando èm crise. j

Tratando do mesmo nssumpto, diz |Oloquet :

<( Esses .sujeitos e;n crise tem umpoder sobrenatural pelo qual, tocandoem ura enfermo que lhes seja apre-sentado, applicando-lhe mesmo a mãopor cima do vestido, elles sentem quala víscera affectada, a parle que soffree, muitas vezes, indicam os remédiosconvenientes.

0 Conde de Redem, sábio distirictò,diz a respeito do homem soinnambu-lisado :

u Seu corpo é mais direito do quequando se achava acordado, nova-seque seu pulso está alterado, o a irrita-bilidade de seu systema nervoso aug-mentáda; os sentidos do tacto, dogosto e do odorato se. tornam maissubtis, o ouvido só percebe o.s sonsvindos dos corpos, com que o som-nambuld se acha em relação direetaou indirecta, por tel-os elle ou seumagm-'tisador tocado; seus olhos sãofechados e não vem mais, mas elle temuma vista que podemos chamar inte-rior, a eom que perseruta a organisa-ção do seu corpo, do de seu mágmeti-sador, e dos das pessoas com quem ellese acha em relação.

« Algumas vezes, elle tem a facul-dade de perceber os objectos exr.erio-res, por uma vista particular, os quaesse lhe mostrara então mais luminosose brilhantes, que quando elle os vêacordado.

« Elle experimenta uma reacçãodolorosa dos males das pessoas, comquem está em relação; elle descobresuas enfermidades, prevê-lhes as cri-ses, e tem a intuição dos remédiosconvenientes e, muitas vezes, daspropriedades medicinaes das plantasque lhe são apresentadas.

« Sua imaginação é disposta áexaltação, elle é ciumento, vaidoso echeio de amor próprio.

Sua vontade não ó inactiva, porémpôde com facilidade ser influenciadapela do magnetisidor.

« Notam-se opposições muito frí-santes entre suas opiniões ordináriase as que tem quando somnambulisado;elle condemua suas acções e falia,algumas vfzes, de si mesmo como deuma terceira pessoa, que lhe fossetotalmente estranha.

« Eile exprirae-se melhor, tem maisespirito, mais razão, mais moralidadeque no estado natural, cujas idéiassodas lhe são presentes.

« Quando o somnambulò volta aoestado de vigília, elle esquece total-mente tudo quanto disse, ouvio ou fezdurante a crise. »

O Dr. Foisaç, em sua Memória so-bré o magnetismo animal, diz :

« Collocando a mão sobre a cabeça,o peito ou o abdômen de um desço-nhecido, meus somnambulos desço-brem logo as enfermidades, as dorese as alterações diversas que ellas oc-casionam ; elles indicam, além disso,se a cura é possível, fácil ou longa, eos meios que devem ser empregadospara conseguir-se tal resultado, pelavia mais prorapta e segura.

Neste exame elles nunca se afastamdos princípios da sã medicina.

« Creio que não ha enfermidade,aguda ou chronica, simples ou com-plicada, sem mesmo exceptuar as quetem sua sede nas três cavidadessplanchnic.is. que os somnambulosnão possam descobrir c tratar conve-nienieniente.

<( Já tenho feito uma feliz applica-ção do magnetismo animal no tratamento de enfermidades, até aqui jul-gadas incuráveis, com o mesmo sue-cesso com que delle me tenho servidonas moléstias ordinárias, conhecidaspor seus symptomas,sua marcha e suaterminação, observando sempre (pie asindicações fornecidas pelos s-minam-bulos eram cheias de sagacidade, pre-cisão e certeza. »

(Coutinúa).

O que é o .^pi rs <-..visãoIntrvdacção uo conhecimento do tinindo

invisível pela manifestação dos espi-ritos, contendo o resumo dos princípiosda doutrina spiríta e a resposta ásprincipies objecções.

ALLAN-KARDECSem caridade não h« salvação.

CAPITULO IPKQUKNA CONFERÊNCIA SPIRÍTA

2.° DIALOGOO SCHPT1C0

(Contln nação)

UTILIDADE PRATICA DAS MANIFESTAÇÕES

Y.—- Admitíamos que a cousa es-tejà comprovada, o o Spiritisrno reco-nhecido como uma realidade ; qualserá sua utilidade pratica ?

Não se tendo sentido sua falta atéo presente, parece-me que se podiacontinuar a dispensal-o, e viver semelle muito tranquillamente.

A. IC—- Podíamos dizer o mesmodas vias férreas e do vapor, sem osquaes também se vivia muito bem.

Sc utilidade pratica para vós querdizer dar meios de passar boa vida, defazer fortuna, de conhecer o futuro,de descobrir minas de carvão ou the-sourosoceu'tos,de arrecadar heranç is,de libertar-se do trabalho de estudar,o Spiritisrno não a tem; elle não pôdeproduzir altas e baixas na Bolsa, nemse transformar em acções de Banco,nem mesmo fornecer inventos jápromptos e no caso de serem expio-rados.

Sob um ial ponto do vista, quantassciencias deixariam de ser úteis !

Quantas dellas não offerecem vau-tagem alguma, cominercialmente fal-laudo !

Os homens passavam igualmentebem antes da descoberta dos novosplanetas, antes que se soubesse ser aTerra e não o Sol quem se inove,antes que se tivesse calculado oseclipses, antes qne se conhecesse omundo microscópico e cem outrastantas cousas.

O çamponez para viver e fazerbrotar seu trigo, não precisa saber oque seja um cometa.

Para que, pois, se entregam os sa-bios a esses estudos ?

lia alguém que ouse avançar queelles perdem nisso seu tempo"'

Tudo o que serve para que se ergaum canto do véoque a envolve, ajudaao desenvolvimento da intelligencia,alarga o circulo das idéias, fazendo-nos melhor comprehender as Leia danatureza.

Ora, o mundo dos Espíritos existeem virtude de uma dessas lei* natu-rães, o Spiritisrno nos faz eouhecel-a;elle nos mostra a influencia, que omundo invisível exerce sobre o visível,e a.s relações que existem mure elíse,como a astronomia nos ensina as qualigam os astros á Terra ; elle nol-o fazver como sendo uma das forças queregem o universo e concorrem para amanutenção da harmonia geral.

Supponharaos que a isso se limi-tasse a sua utilidade, já não seria degrande importância a revelação deuma tal potência, abstrohindo-semesmo de toda a sua doutrina moral ?

Valerá nada um mundo inteiro novoque se nos revela, quando o conheci-mento delle nos conduz á resolução detão grande numero de problemas,até então insoluveis; quando elle nosinicia nos mysterios de além-tumulo,que nos devem interessar algum pou-co, visto que todos nós, tarde ou cedo,temos de transpor esse marco fatal ?

O Spiritisrno possue, porém, umaoutra utilidade mais positiva, é a na-tural influencia moral que elle exerce.

O Spiritisrno é a prova patente daexistência da alma, de sua individna-lidade depois da morte, desua immor-talídade, de sua sorte futura; 6 poisadestruição do materialisrao, não peloraciocinio, mas por factos.

Não convém pedir-lhe senão o que"(Mie. pôde dar. e nunca aquillo que

está fora dos limites de «eu fim provi-denc ial.

Antes dos progressos serio.-; da as-tronomia se cria na astrologia.

Será razoável dizer-se que a astro-noniia paru nada serve, porque, nin-guem pode mais encontrar na influén-ria dos astros o prognostico do seudestino?

Assim como a astronomia desthl'0-nou os astrologos, o Spiri tismo veiodesthronur os adivinhos, os feiticeirose os que liara a bucna-dicJia.

Elle é para a magia, o que é aastronomia para a astrologia, a chi-mica para a alchimia.

loucura; suicídio; orsessXoV.— Certas pessoas consideram as

idéias spiritas cumo capazes do per-turbar as faculdade.-, mentaes. peloque acham prudente de ter-lhe a pro-pagação.

A. K.— Vós conheceis o provérbio :k Quem quer matar se i cão, diz queelle está damuado. »

Não é, portanto, admirável que osinimigos do Spiritisrno procurem ágar-rar-se a todos oj pretextos; este lhespareceu próprio pira despertar o.stemores e as suscepybilidades, elles oempregaram logo; mas elle não resisteao mais ligeiro exame.

Ouvi,pois, a, respeito dessa loucura.,o raciocinio de um lòuc >¦

Todas a.s grandes preoçcup-sções d"/espirito podem occasionai" a. loucura :as sciencias, as artes, a religião uu- -ma, fornecem o seu contingente.

A loucura provem de um certo es-tado pathologico do cérebro, iristru-mento do pensamento : o instrumentoestando desorganizado, o pensamentofica alterado.

A loucura é pois um effeito consecu-tivo, cuja causa primeira é uma pre-disposição orgânica, que torna o core-bro mais ou menos accessivel a certasimpressões ; e isto é tão real que en-contrareis pessoas que pensam exces-.si vãmente e não ficam loucas, ao passoque outras enlouquecem soboimpérioda menor excitaç.ão.

Existindo uma predisposição paraa loucura, esta toma o caracter dapreoecupação principal, queentão setorna uma idéia fixa; a qual poderáser a dos Espíritos, no indivíduo quese oecupa com elles. como poderá sera de Deus, dos anjos, do diabo, dafortuna, do poder, de uma arte, deuma sciencia, da maternidade, de umsystema político ou social.

E' provável que o louco religioso setivesse tornado um louco spiríta, se oSpiritisrno tivesse sido suapreocçupa-cão dominante.

E- certo (pie um jornal disse que,em uma só localidade da America decujo nome me não reçòrdó. contavam-se 4.000 casos de loucura spirita;porém é também sabido que os nossosadversários tôih a idéia fixa do se cre-rem os sós dotados de razão ; é umamania como outra qualquer.

Para ei los nos somos todos dignosde um hospital de doudos e, por conse-quencia, os 1.000 Spiritas-da. loca li-dade em questão eram outro.- tantosloucos.

Dessa espécie, os Estados-Unidoscoutam centenas de milhares, e todosos paizes do mundo um numero aindamuito ina.s crescido.

Esse gracejo de mão gosto começa anão ler valor desde que a tal moléstiavae invadindo a.s classes mais elevadasda sociedade*

Faliam muito do facto de Victorlíennequ n, porém esquecem-se que,autos de se oecupar com os Espíritos,já elle havia dado provas deexcèuvri-cidade em suas idéias ; se as mesasgiratórias não tivessem então appare-cido, as quaes, segundo um trocadilhode pu lavras bem espirituoso dos nossosadversários, lhe fizeram girar a ca-beca, sua loucura teria seguido outrorumo.

Eu digo, pois, que o Spiritisrno nãotem privilegio algum, neste sentido;mas vou ainda além : eu digo que,bem comprehendido, elle 6 um pre-servntivo contra a loucura o o sui-cidio.

Entre as causas mais numerosas deeexitação cerebral, elevemos contar asdecepções, os desastres, as affeiçõescontrariadas, as quaes são também asmais ordinárias causas do suicídio.

Ora, o verdadeiro spiríta vê as con-sas deste inundo de um ponto de vistatão elevado, que as tribulações nãosão para elle senão os incidentes de-sagradave.is de uma viagem.

Aquillo que, em outro qualquer,produziria uma violenta emoção, oa ffecta mèdiocremènte.

Elle sabe que os dissabores da vidasão provas que servirão para o senadiantamento, se elle as soffrer semmurmurar, porque sua recompensaserá proporcional á coragem com queelle a.s houver supportado.

Suas convicções dão-lhe, pois, umaresignação que o perserva do desesperoe, por conseqüência, de uma causaincessante de loucura e suicídio.

Elle sabe, além disso, pelo especta-culo que lhe. dão as communicaçõescom os Espíritos, a sorte deploráveldos que. abreviam voluntariamenteseus dias, e este quadro ébem própriopara fazel-ó reflectir ; também é con-sideravel o numero dos que, por essemeio, tem sido detidos neste funestodecli.ve.

E' um dos grandes resultados doSjiirí! isuio.

No numero das causas de loucura,devemos tombem collocar o medo, eodo diabo já tem dosarranjado mais deum cérebro.

Sabe-se o numero de victinías quese tem feito ferindo as imaginaçõesfracas com esse painel que, por cletà-lhes horrorosos, caprichara em tor-nàr mais assustador ?

O diabo, dizem, só causa medo áscrianças; é um freio para corrigil-os;sim, como o tutu e o iobishoineii>,que,só as contém por algum tempo, tor-nando-se ellas peiores que antes,quando lhes perdem o medo ; mas, eratroca desse pequeno resultado, nãocontam as epÜepsias que tem sua ori-gem nesse abalo de cérebros tão deli- -cados. *

Não confundámós a loucura patho-lógica com a obsessão; esta não provémde alguma lesão cerebral, mas dasubjugação que espíritos malévolosexercem sobre certos indivíduos, e que,^muitas vezes, tem as apparencias da""1'loucura propriamente dita.

Esta afVecção, que é muito fre-quente, é independente de toda crençano Spiritisrno e existio om todos ostempos.

Neste caso a medicação ordinária éimpotente e, mesmo, prejudicial.

Fazendo conhecer esta nova causaae perturbação na economia, o Spiri-tismo nos offerece, ao mesmo tempo,o único meio de triumphar delia,obrando, não sobre o enfermo, massobre o Espirito obsessor.

Elle é o remédio e não a causa demal,

(Continua).

ENSAIOIIE

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H. ,1. DE TTJRCKIVeço #5(jo

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