h1 - aula 07

26
Aristóteles e o Busto de Homero Rembrandt, 1653 Aristóteles (384-322 a.C.)

Upload: thiago-toscano-ferrari

Post on 18-Aug-2015

45 views

Category:

Engineering


0 download

TRANSCRIPT

Aristóteles e o Busto de Homero

Rembrandt, 1653

Aristóteles (384-322 a.C.)

Epígrafe

“Sou amigo de Platão, mas sou

mais amigo da verdade”.

Biografia

Durante vinte anos ele foi aluno da Academia

de Platão

Seu pai era um médico de renome; um cientista

da natureza,

A maior parte dos escritos de Aristóteles

compõe-se de apontamentos feitos para suas

aulas

As preocupações deste pensador retornaram à

natureza.

Rompe, principalmente, com o dualismo

platônico.

“Platão estava tão mergulhado nas formas

eternas, no mundo das “idéias”, que quase

não registrou as mudanças da natureza.

Aristóteles, ao contrário, interessava-se

justamente pelas mudanças, por aquilo

que hoje chamamos de processos

naturais” Gaarder.

Ela sai da caverna para contemplar o

mundo vivido

A crítica de Aristóteles

Platão utilizou-se somente da razão para

vislumbrar o mundo das idéias. Aristóteles, por

sua vez, utilizou a razão, porém, analisou com ela

o mundo vivido.

“Ele também concordava que, em si, a forma do

cavalo era eterna e imutável. Mas a “idéia” cavalo

não passava para ele de um conceito criado pelos

homens e para os homens, depois de eles terem

visto um certo número de cavalos. A “idéia” ou a

“forma” cavalo não existia, portanto, antes da

experiência vivida” Gaarder.

A crítica de Aristóteles

“Para ele, as “formas” estavam dentro das

próprias coisas; as “formas” das coisas eram

suas características próprias”

“Aquilo que Aristóteles chama de a “forma”

de galinha está em todas as galinhas e são as

características que distinguem as galinhas. Por

exemplo, o fato de elas botarem ovos. Assim, a

galinha em si e a “forma” galinha são duas

coisas tão inseparáveis quanto o corpo e a

alma”.

A crítica de Aristóteles

“Para Platão, o grau máximo de realidade

está em pensarmos com a razão. Para

Aristóteles, ao contrário, era evidente que o

grau máximo de realidade está em

percebermos ou sentirmos com os

sentidos”.

Os sentidos como caminho para a razão

A crítica de Aristóteles

“Platão considera tudo o que vemos ao

nosso redor na natureza meros reflexos de

algo que existe no mundo das idéias e, por

conseguinte, também na alma humana.

Aristóteles achava exatamente o contrário:

o que existe na alma humana (mente) nada

mais é do que reflexos dos objetos da

natureza”.

A crítica de Aristóteles

“Para Aristóteles, Platão foi prisioneiro de

uma visão mítica do mundo, que confundia

as idéias dos homens com a realidade do

mundo” (Gaarder).

A crítica de Aristóteles

“Aristóteles não negava que o homem

tivesse uma razão inata. Muito pelo

contrário: para ele, a razão era precisamente

a característica mais importante do homem.

Só que nossa razão permanece „vazia‟

enquanto não percebemos nada. Uma

pessoa, portanto, não possui „idéias‟ inatas.

(Gaarder).

A razão, neste sentido, é uma capacidade e

não um conteúdo.

A crítica de Aristóteles

Friedrich Nietzsche

Em “O Crepúsculo dos Ídolos”:

“Platão é um covarde diante da

realidade – conseqüentemente,

refugia-se no ideal” (Nietzsche,

1996:388).

“Aristóteles não julga o mundo das

coisas sensíveis, ou a Natureza, um

mundo aparente e ilusório. Pelo

contrário, é um mundo real e

verdadeiro cuja essência é,

justamente, a multiplicidade dos seres

e a mudança incessante” (Chauí,

1999:217).

MétodoPara que algo venha ser alvo de

reflexão para Aristóteles existe um

primeiro pressuposto: que ele faça

parte do mundo cotidiano e não do

distante mundo das idéias e ideais!

Porque tudo que existe é porque,

antes de tudo, foi apreendido pelos

sentidos

Método“Aristóteles constatou que a realidade

consiste em várias coisas isoladas, que

representam uma unidade de forma e

substância. A “substância” é o material de

que a coisa se compõe, ao passo que a

“forma” são as características peculiares

da coisa” (Gaarder).

Método - exemplo

“Uma galinha bate as asas na sua frente. A

„forma‟ da galinha é precisamente o bater de

asas, o cacarejar e a postura de ovos. Assim,

a „forma‟ da galinha são as características

próprias da espécie. Em outras palavras, a

„forma‟ da galinha é aquilo que ela faz.

Quando a galinha morre – e, portanto, pára de

cacarejar -, a „forma‟ da galinha também deixa

de existir. A única coisa que resta é a „substância‟

da galinha. Mas aquilo não é mais uma galinha”.

Método

Neste sentido, “toda mudança

observada na natureza é uma

transformação, ocorrida na

substância” (Gaarder).

Para que a Metafísica aristotélica esteja ao nosso alcance, precisamos compreender alguns conceitos fundamentais como:

1. As Causas Primeiras, responsáveis pela origem e pelo sentido da existência dos seres.

2. A Matéria, do que os seres são feitos, transmutando através dela (forma em potência, passiva).

3. A Forma (ato), que consiste na atual configuração do ser, sua peculiaridade formal (princípio inteligível).

4. A Potência, aquilo na qual um determinado ser pode

se transformar (na semente contém uma árvore em

potência, e a árvore o que contém em potência?).

5. A Essência, que, conforme vimos, é a constituição

elementar, são as atribuições fundamentais que definem o

ser (é comum aos indivíduos da mesma espécie).

6. Acidente é alguma característica que o ser pode

perder sem que sua essência seja ameaçada.

Método

As quatro causas

Para Aristóteles, existem quatro causas

implicadas na existência de algo:

1. A causa material (aquilo do qual é feita

alguma coisa, a argila, por exemplo);

2. A causa formal (a coisa em si, como um

vaso de argila);

Método

As quatro causas

3. A causa eficiente (aquilo que dá origem

ao processo em que a coisa surge, como as

mãos de quem trabalha a argila);

4. A causa final (aquilo para o qual a coisa é

feita, cite-se portar arranjos para enfeitar

um ambiente).

Atividade

Tome as 4 causas como modelo, escolha um objeto ou

matéria prima, descreva todo o processo causal, além de

citar 5 potencialidades.

1. A causa material (aquilo do qual é feita alguma coisa,

a argila, por exemplo);

2. A causa formal (ato; coisa em si, como um vaso de

argila);

3. A causa eficiente (aquilo que dá origem ao processo

em que a coisa surge, como as mãos de quem trabalha a

argila);

4. A causa final (aquilo para o qual a coisa é feita, cite-se

portar arranjos para enfeitar um ambiente).

BIBLIOGRAFIA

ARANHA, Maria Lúcia de Arruda; MARTINS, Maria Helena Pires. Filosofando: Introdução à Filosofia. São Paulo: Moderna, 1993.

CHAUÍ, Marilena. Convite à Filosofia. São Paulo: ed. Ártica, 1999.

GAARDER, Jostein. “O Mundo de Sofia: Romance da História da Filosofia”. São Paulo: Cia. das Letras, 1998.

MARCONDES, Danilo. Iniciação à História da Filosofia: dos Pré-Socráticos a Wittgenstein. Jorge Zahar Ed. Rio de Janeiro 2001.

REALE, Giovanni/ANTISERI, Dario. História da Filosofia: Antiguidade e Idade Média. Ed. Paulinas, São Paulo 1990.