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Revista da Brigada Militar Publicação comemorativa dos 175 anos da Corporação - Ano II – Nº 03 – Novembro de 2012 175 ANOS PROTEGENDO OS GAÚCHOS

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175ANOS

PROTEGENDOOS GAÚCHOS

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3Revista da Brigada Militar 175 anos

Uma visão diferenciada do trabalho policial pode ser mostrada, superando a ideia simplista de que segu‐rança pública significa a presença de policiais e viatu‐

ras nas ruas. Essa é uma parte do processo, bastante amplo, que começa na estrutura familiar, passa pela aprendizagem e chega às oportunidades de trabalho e de renda oferecidas aos cidadãos.

Dizer que polícia é problema do Estado não exime as pessoas de fazerem sua parte, de outros entes governamen‐tais se inserirem no contexto, a fim de contribuírem para a melhoria do trabalho da Brigada Miliar, que chega aos 175 anos de criação.

Nosso trabalho mostra o amadurecimento natural de uma instituição pública que acompanhou as transformações so‐ciais. Fomos bélicos quando necessário, cumprimos formal‐mente o regramento legal, posicionamo‐nos na defesa da ordem, tivemos que ser repressivos no momento histórico em que assim foi exigido, chegando à atualidade como profissio‐nais a serviço da democracia, da defesa do cidadão e garanti‐dores dos direitos de todos.

Os problemas de conhecimento público, como falta de efetivo e insuficiência de meios, não diminuem a competência do trabalho da Brigada Militar no atendimento à população gaúcha, sem esquecer que política salarial, inclusão de novos policiais e aquisição de equipamentos independem da Institui‐ção, que faz a sua parte, negociando, enviando projetos e solicitando recursos materiais e humanos.

Cada setor da sociedade depende da presença ostensiva da polícia para sentir segurança. Além disso, somos solicita‐dos para salvar vidas no mar, realizar partos, conduzir feridos e acidentados, prestar socorro, prevenir a violência e o uso de drogas, coibir toda sorte de contravenções, ajudar pessoas nas catástrofes naturais e nos incêndios.

Temos, ainda, que prevenir a prática de infrações de trân‐sito, tanto nos perímetros urbanos, como nas estradas gaúchas, sem esquecer de proteger o meio ambiente. Quan‐do acontecem acidentes, lá estamos, retirando vítimas das ferragens dos veículos. Muitas vezes, somos chamados a levar esses acidentados em aeronaves para outras cidades, com mais recursos, além de transportar órgãos para salvar vidas de pessoas que necessitam de transplantes. Também mergulha‐mos para procurar pessoas desaparecidas e cuidamos do cumprimento de penas em alguns estabelecimentos peniten‐ciários.

Chegamos aos 175 anos mais complexos do que inicia‐mos, maiores em estrutura e efetivo, sempre cumprindo nosso dever primeiro de manter a segurança de todo o povo gaúcho, neste vasto território chamado Rio Grande do Sul.

Tenente‐coronel Paulo César Franquilin PereiraCoordenador da Comissão Editorial

Editorial

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UM PASSADO DE GLÓRIAS

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6 Revista da Brigada Militar 175 anos

A Brigada Militar, com 175 anos, sempre teve papel fundamental nos acontecimentos políticos e sociais mais relevantes da nossa história, como responsável pela manutenção da ordem pública. Criada durante a Guerra dos Farrapos, a Corporação sofreu uma série de transformações e recebeu diversas denominações ao longo de sua existência: Força Policial (1837 e 1873), Corpo Policial (1841 e março de 1892), Guarda Cívica (1889 e junho de 1892), Brigada Policial (junho de 1892) e, finalmente, Briga‐da Militar (outubro de 1892).

Dois anos após a deflagração da Guerra dos Farrapos, o presidente da Província, Antônio Elzeário de Miranda e Britto, criou uma Força Policial, em 18 de novembro de 1837, com um efetivo previsto de 363 homens, cuja

missão era a manutenção da ordem e da segurança pública, na Capital e seus subúrbios. Após sua regulamentação, em 1841, foram nomeados seus primei‐ros oficiais e o tenente‐coronel do Exér‐cito Quintiliano José de Moura assumiu o comando da Corporação. A partir daí, o Corpo Policial começou a executar o serviço de policiamento, iniciando o pleno exercício das suas funções.

Apesar de desenvolver suas ativida‐des somente na Capital e nos municípi‐os de Pelotas, Cachoeira, Cruz Alta e Alegrete, contingentes do Corpo Policial foram enviados a Tramandaí para impe‐dir o desembarque de escravos vindos da África. Algum tempo depois, foram para Vacaria e Serra (atual município de São Francisco de Paula), a fim de conter a ação de índios que vinham assaltando e depredando fazendas, além de come‐ter assassinatos.

Força Policial foi criada paramanutenção da ordem pública

A GUERRA DO PARAGUAI

Em 1864, teve início a Guerra do Paraguai, entre a aliança formada pelo Brasil, Argentina e Uruguai (apoiados financeiramente pela Inglaterra) e o Paraguai. Sua principal causa estava relacionada às tentativas de Francisco Solano López colocar em prática uma política expansionista, com o objetivo de ampliar o território paraguaio, apossando‐se de terras dos países vizinhos, para ter acesso ao mar pelo porto de Montevidéu.

Para enfrentar o Paraguai, Dom Pedro II criou os Corpos de Voluntários da Pátria. Assim, em dezembro de 1865, sob o comando do tenente‐coronel José de Oliveira Bueno, o efetivo do Corpo Policial do Rio Grande do Sul foi incor‐porado ao Exército Imperial, em território argentino, recebendo a designação de 9º Corpo de Voluntários da Pátria. Foi uma das primeiras unidades a invadir as terras paraguaias, tomando parte nos principais confrontos. Quatro anos mais tarde, o Corpo Policial foi dissolvido, mas permaneceu em território paraguaio com o intuito de guarnecer pontos importantes. Retornou ao Brasil em 1870, sendo recebido festivamente.

Escrivaninha que pertenceu ao General Bento Gonçalves, pode ser vista no Museu da Brigada Militar

Revolução Federalista, pintura de O. Crusius, 1959 (acervo do Museu da BM)

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Corporação recebeu nome de Brigada Militar, em 1892

Revista da Brigada Militar 175 anos

c om a proclamação da Repú‐blica, em 1889, foi promul‐gada a primeira Constitui‐

ção do Brasil republicano, que afirma‐va o direito à liberdade, à segurança e à propriedade privada. Os poderes foram divididos entre Legislativo, Executivo e Judiciário. A Constituição concedeu autonomia para que os Estados elaborassem suas próprias constituições e ficou estabelecido que os governos estaduais deveriam adotar providências para a manuten‐ção da ordem e segurança pública.

Após a promulgação da Constitui‐ção do Rio Grande do Sul, teve início um período de instabilidade política. No dia 21 de junho de 1892, a canho‐neira Marajó, cuja tripulação estava profundamente descontente com o retorno de Júlio de Castilhos à presi‐dência do Estado, realizou centenas de disparos em direção à sede do Gover‐no. A Capital foi defendida pelo Exérci‐to, com o apoio da Guarda Cívica.

Finalmente, em 15 de outubro de 1892, quando Fernando Abbott assu‐miu interinamente a presidência do Estado, a Corporação recebeu o nome de Brigada Militar. A Instituição deve‐ria zelar pela segurança pública, manu‐tenção da República e do Governo do Estado, fazendo respeitar a ordem e executar as leis, em todo o território sul‐rio‐grandense.

Seu primeiro comandante e orga‐nizador foi o major do Exército Joaquim Pantaleão Teles de Queiroz, comissionado no posto de coronel. Os comandantes que o sucederam foram cedidos pelo Exército, até 1915.

Fernando Abbott, presidente interino do Estado, em 1892

CORPORAÇÃO FEZ BATISMO DE FOGO NA REVOLUÇÃO DA DEGOLA

A Revolução Federalista, também conhecida por Revolu‐ção da Degola, eclodiu no Rio Grande do Sul, em 1893. Foi um confronto estabelecido entre pica‐paus ou chimangos, aliados ao presidente do Estado, Júlio Prates de Castilhos, e maraga‐tos, que queriam a deposição dos presidentes Federal e Esta‐dual e a revogação da Constitui‐ção Estadual.

O movimento iniciou quando os revolucionários, comandados por Gumercindo Saraiva, proce‐dentes da República do Uruguai, invadiram o Estado pela região da Carpintaria, próxima ao rio Jaguarão, na fronteira com o Uruguai, aliando‐se às forças do general João Nunes da Silva Tavares (Joca Tavares), em 09 de fevereiro de 1893. Dois dias depois, ocorreu o combate no Passo do Salsinho, em Bagé, considerado o batismo de fogo

da Brigada Militar. Durante o movi‐mento, a degola tornou‐se uma constante prática de combate, pois era uma forma rápida e barata de execução, já que a munição era muito cara.

As tropas republicanas foram organizadas em divisões, que correspondiam às regiões do territó‐rio (Capital, Norte, Sul, Oeste e Centro). Tiveram o apoio dos Corpos Provisórios, criados em 1892, para auxiliar a força federal na manuten‐ção da ordem pública, subordinados ao comando da Brigada Militar. Durante a Revolução, alguns Corpos Provisórios foram incorporados à tropa regular e prestaram relevantes serviços à Corporação.

Com o término da Revolução, a Brigada Militar retornou às suas atividades, mantendo a maioria do efetivo aquartelado.

Canhão Whitworth (1863) utilizado durante a Revolução Federalista (acervo do Museu da BM)

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Ao mesmo tempo em que o Estado aproveitou a autono‐mia concedida pela Constitui‐

ção de 1891 e retomou seu processo de crescimento, sendo elevado à condição de “celeiro do Brasil”, a Corporação criou o Depósito de Recrutas, a Banda da Brigada Militar, o Grupo de Metra‐lhadoras e a Escolta Presidencial (res‐ponsável pela segurança do Palácio do Governo), construiu seus principais aquartelamentos, inaugurou a Linha de Tiro e adquiriu uma área na Chácara das Bananeiras, no atual bairro Partenon, na Capital. A Enfermaria, instalada no bairro Cristal, deu origem ao Hospital da Brigada. Houve, ainda, a criação das Escolas Regimentais para praças e do curso preparatório para oficiais.

Por outro lado, essa mesma Consti‐tuição continuava provocando grande descontentamento, pois o presidente do Estado legislava e nomeava o vi‐ce‐presidente, havia possibilidade de re‐eleição, a Câmara aprovava o orçamen‐to anual e o voto era a descoberto. Assim, diante da possibilidade de reelei‐ção de Borges de Medeiros para o seu quinto mandato, a oposição lançou a candidatura de Assis Brasil. Com mais uma vitória de Borges de Medeiros, a oposição alegou fraude nas eleições. Foi realizado novo escrutínio e o resultado persistiu. Teve início a Revolução Assisis‐ta, também chamada de Movimento

Libertador, após o cerco de Passo Fundo, em janeiro de 1923. De um lado, esta‐vam os partidários de Borges de Medei‐ros, conhecidos como chimangos ou pica‐paus, e do outro, os partidários de Assis Brasil, também chamados de mara‐gatos.

As tropas legais ou governistas foram integradas por contingentes da Brigada Militar e pelos Corpos Auxiliares, sob o comando do comandante‐geral da Corporação e a supervisão de Borges de Medeiros.

Em dezembro de 1923, foi assinado o Pacto de Pedras Altas, que marcou o fim do movimento e impôs mudanças na Constituição Estadual de 1891, estabele‐cendo a impossibilidade de reeleição e que o vice não seria mais indicado pelo chefe de Estado.

Nessa conjuntura de instabilidade, após a aquisição de dois aviões tipo Breguet (BM 1 e BM2), foi criado o Servi‐ço de Aviação da Brigada Militar, que observava a movimentação das tropas, fazia o reconhecimento do terreno e prestava informações, durante a Revolu‐ção. O campo de aviação foi sediado na várzea do Gravataí e possuía dois hanga‐res. Esse serviço teve duração efêmera, pois o avião BM1, ao retornar de um voo de reconhecimento na região de Cacho‐eira do Sul, São Sepé e Caçapava do Sul, sofreu uma pane e caiu. O avião BM2 deixou de funcionar no ano seguinte.

Instituição ampliou sua

estrutura antes da

Revolução Assisista

Inauguração da Linha de Tiro da Brigada Militar, em 1910

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Revista da Brigada Militar 175 anos

Mal acabou a Revolução Assisista no Estado e eclodiu, em São Paulo, em 5 de julho, a Revolução de 1924. O movimento, deflagrado na data do segundo aniversário da Revolta dos 18 do Forte de Copacabana, foi comandado pelo general Isidoro Dias Lopes e teve a participação de diver‐sos tenentes.

Foi um movimento com reper‐cussão em vários Estados, em protesto à insensibilidade dos chefes políticos, à maneira como os presi‐dentes da República eram eleitos (por meio de conchavos políticos dos partidos dominantes), às perse‐guições do Governo Federal àqueles que se opunham à sua orientação política e contra a manifesta parciali‐dade da Justiça Federal nos seus julgamentos.

Os revoltosos eram elementos amotinados do Exército e da Força Pública Paulista, que queriam depor o presidente Arthur Bernardes e esta‐belecer um governo provisório que convocasse uma outra assembleia para redigir uma nova Constituição. Eles ocuparam a cidade durante 23

dias, forçando o presidente do Estado a fugir para o interior de São Paulo, depois de bombardearem a sede do Governo.

Diante da situação, Arthur Bernar‐des solicitou o apoio gaúcho para debelar a sedição e o presidente do Rio Grande do Sul enviou para São Paulo um Grupo de Batalhões de Caça‐dores (GBC), integrado pelo 1º e 3º Batalhões de Infantaria e uma Compa‐nhia de Metralhadoras Pesadas, totali‐zando um efetivo de 1.170 homens, sob o comando de um tenente‐coronel do Exército.

O LEVANTE DOS TENENTES E A FORMAÇÃO DA COLUNA PRESTES

O primeiro levante militar ocorreu no Rio de Janeiro, no dia 5 de julho de 1822, quando jovens oficiais do Exérci‐to se rebelaram contra o Governo e a política oligárquica que regia o Brasil e começaram a pressionar por mais investimentos nas forças armadas. Eles partiram do Forte de Copacabana e avançaram pela margem da praia,

com o objetivo de moralizar as institui‐ções políticas. O movimento foi combatido pelas forças governamen‐tais, assim como os levantes ocorridos em São Paulo e no Rio Grande do Sul, em 1924. No ano seguinte, essas duas frentes de oposição uniram‐se em Foz do Iguaçu, no Paraná, dando origem à Coluna Miguel Costa – Prestes, mais conhecida como Coluna Prestes, inte‐grada por aproximadamente 1.500 homens.

Com a movimentação dos rebel‐des em direção a Santa Catarina e Paraná, o Governo Federal solicitou apoio do Rio Grande do Sul para persegui‐los. A Brigada Militar organi‐zou o Destacamento Volante, com integrantes do 2º Batalhão de Infanta‐ria, 3º e 21º Corpos Auxiliares, 6º Bata‐lhão de Caçadores do Exército Nacio‐nal e um pelotão de metralhadoras do 12º Batalhão de Caçadores da Força Nacional, que perseguiu a Coluna até o Estado de Goiás.

A Coluna Prestes percorreu 25 mil quilômetros, atravessando o país até o Nordeste. Posteriormente, retornou e cruzou a fronteira com a Bolívia, onde foi dissolvida.

Brigada Militar combateu na Revolução de 1924

Brigadianos chegando ao Estado de São Paulo

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O Movimento Tenentista, desencadea‐do em 1922, aliado às dissidências oligárquicas ocorridas no final da década, levou à Revolução de 1930. O país rebelou‐se contra o Governo Federal e o Rio Grande do Sul passou a liderar a oposição, formando uma aliança liberal com Minas Gerais e Paraíba, a fim de enfrentar a monopo‐lização do poder de São Paulo.

A opinião pública agitou‐se com o problema da sucessão presidencial. Washington Luís estava na presidência e apresentou Júlio Prestes como candi‐dato. Diante disso, diversos Estados se mostraram descontentes, opuseram‐se e indicaram os nomes de Getúlio Vargas e João Pessoa. Realizada a eleição, Júlio Prestes saiu vencedor.

Com o assassinato de João Pessoa, presidente da Paraíba, os ânimos se acirraram ainda mais e aumentaram as agitações, culminando com mais uma revolução em 3 de outubro, simultanea‐mente, em vários pontos da República.

Durante a Revolução de 1930, a Brigada Militar participou de pequenos combates na Capital gaúcha, Livramento e Rio Grande; na garganta da Serra de Anitápolis e na estação Herval, em Santa Catarina; nas estações Afonso Camargo e Catiguá, no Paraná; e em Itararé, em São Paulo. O movimento teve a duração de apenas 21 dias, resultando na instalação de um governo provisório, sob a direção de Getúlio Vargas.

As principais consequências da

Revolução foram o fim da política do café com leite; supressão da Constitui‐ção de 1891; instituição de um Governo Provisório ditatorial; abolição de todos os órgãos legislativos, desde o Congres‐so Nacional até às Câmaras Legislativas; deposição dos governadores dos Esta‐dos e nomeação de interventores fede‐rais; e a nomeação de interventor não paulista e militar no Estado de São Paulo. A partir daí, começou o declínio das oligarquias estaduais, com o fim da política do café com leite, dando início à República Nova.

Assim que assumiu o Governo, Vargas adotou uma série de medidas centralizadoras, que limitavam a auto‐nomia dos Estados e fortaleciam o Governo Central. Ele dissolveu o Congresso Nacional e as Assembleias Legislativas estaduais e municipais; substituiu os presidentes de Estado por interventores federais, na sua maioria tenentes, que possuíam, entre outras atribuições, a de nomear os prefeitos dos municípios.

As polícias militares sofreram uma série de limitações. A primeira delas ocorreu oito meses após a tomada do Catete pelas forças revolucionárias de 1930. Os Estados foram obrigados a limitar seus gastos com as polícias milita‐res, não podendo dispender mais de 10% das despesas ordinárias. Além disso, foram proibidas a aviação e a artilharia e foi limitada a dotação de armas automá‐ticas, devendo ser recolhidos ao Ministé‐rio da Guerra os excessos existentes.

10 Revista da Brigada Militar 175 anos

2º Batalhão de Infantaria, durante a Revolução de 1930

Brigadianosparticiparamde combates na Revolução de 1930

1º Batalhão de Infantaria pronto para embarcar para o Rio de Janeiro, durante a Revolução de 1930

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As medidas centralizadoras de Vargas provocaram o descontentamento das elites

políticas paulistas, que exigiam a elaboração de uma nova Constituição para o país. Além disso, reivindicavam a substituição do interventor pernam‐bucano, nomeado por Getúlio Vargas, por outro nascido no Estado de São Paulo.

Em 09 de julho de 1932, eclodiu a Revolução Constitucionalista. Tropas rebeldes do Exército de São Paulo ocuparam os quartéis e assumiram o controle do Estado. Mesmo sem a esperada adesão do Rio Grande do Sul e de Minas Gerais, São Paulo lançou‐se ao movimento. No Rio Grande do Sul, Borges de Medeiros, Batista Luzardo, Raul Pilla, Lindolfo Collor e João Neves da Fontoura representavam o movi‐mento oposicionista.

O interventor Flores da Cunha, agindo em apoio ao Governo, desarti‐culou qualquer ação dos revolucionári‐os, na medida em que determinou a prisão de todos os seus líderes.

Desfavorável ao apoio dado por Flores da Cunha a Getúlio Vargas, o então comandante‐geral da Brigada Militar, coronel Claudino Nunes Pereira, pediu afastamento, alegando motivos de saúde. Em seu lugar assumiu o coro‐nel do Exército João de Deus Canabarro Cunha.

O Exército Constitucionalista articu‐lou‐se em quatro frentes: Norte, que seguiu pelo Vale do Paraíba, em direção ao Rio de Janeiro; Sul, também chama‐da de frente do Paraná, que avançou pela região da estrada de ferro soroca‐bana até Itararé, em São Paulo; frente do Mato Grosso, que seguiu da região de Bauru e Araçatuba, em direção ao Mato Grosso; e Leste, que seguiu de Campinas em direção à divisa com Minas Gerais. O governo provisório mobilizou cerca de 35 mil homens do Exército, Marinha, Polícias Militares e Corpos Provisórios.

A milícia gaúcha atuou pela frente Sul, juntamente com as polícias do Paraná e Santa Catarina. Possuía quatro batalhões de infantaria, dois regimentos

de cavalaria, além dos corpos auxiliares, totalizando o efetivo de 2.393 homens.

No Rio Grande do Sul, foram poucas e insignificantes as ações de caráter bélico, limitando‐se a pequenos confli‐tos em Fão (município de Soledade), Nonoai, Cerro Alegre (município de Piratini) e uma tentativa de levante em Vacaria.

Apesar do esforço e da mobilização de São Paulo, o Exército era muito maior e os paulistas acabaram se rendendo.

Efetivo que participou da Revolução de 1932

Estado apoiou Getúlio Vargas na Revolução Constitucionalista

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Momento da refeição da tropa do 1º Batalhão de Infantaria

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Uma série de acusações contra o presidente da República, Jânio Quadros, teve início em 1961. Ao mesmo tempo, nos EUA, o Jornal The New York Times publicou que Jânio Quadros era um homem a ser observado, devido às relações que mantinha com os governos cubano e socialista soviético.

Para agravar a situação do Gover‐no, no início de agosto do mesmo ano, o vice‐presidente João Goulart (também conhecido como Jango) foi à China Popular para tentar estabele‐cer relações diplomáticas e comer‐ciais com aquele país. Embarcou de Paris rumo a Pequim, passando por Moscou. Na China, reuniu‐se com o presidente Mao Tsé‐Tung.

Enquanto isso, no Brasil, Jânio Quadros renunciou ao cargo de presi‐dente da República e os ministros militares tentaram impedir a posse do vice‐presidente João Goulart.

Ao tomar conhecimento dos fatos, o governador Leonel Brizola se reuniu com o secretariado e declarou publicamente: “O Rio Grande do Sul não pactuará com qualquer golpe

contra as instituições e liberdade pública”.

Logo após a renúncia de Jânio, o governador Leonel Brizola requisitou a Rádio Guaíba e seus pronunciamentos passaram a ser ouvidos em todo o Brasil. Com isso, outras emissoras foram unindo‐se à Rádio da Legalida‐de, surgindo, assim, a Rede Nacional da Legalidade. As atividades radiofôni‐cas foram centralizadas nos porões do Palácio Piratini e para assegurar as suas transmissões a Brigada Militar enviou seus homens para guarnece‐rem as antenas da Rádio Guaíba, loca‐lizadas na Ilha da Pintada.

Todas as medidas de Brizola cria‐ram um estado de exaltação coletiva no Rio Grande do Sul. Grande parte da população civil foi para as ruas,

concentrando‐se, principalmente, à volta do Palácio do Governo. Em cumprimento a determinações do Ministro da Guerra, foram montadas pelo III Exército, por duas vezes, operações para desmantelar a Rede da Legalidade. Entretanto, temendo que qualquer reação viesse a desen‐cadear uma guerra civil, o general Machado Lopes, comandante do III Exército, determinou que ambas fossem sustadas.

A Brigada Militar, que passava por um momento de transição, pois seus homens, antes preparados exclusiva‐mente para a guerra, iniciavam o serviço de policiamento, atuou como força de sustentação da autoridade do governador Leonel Brizola contra o veto dos ministros militares à posse de João Goulart.

Todos os contingentes possíveis da Corporação, que se encontravam destacados nos municípios vizinhos, deslocaram‐se para Porto Alegre, tomando todas as posições que o Estado‐Maior da Brigada Militar entendia conveniente. O Palácio Piratini e as áreas adjacentes foram se transformando numa verdadeira cidadela. As torres da Catedral foram ocupadas com ninhos de metralhado‐ras. Pilhas de sacos de areia forma‐vam barricadas onde se fizessem necessárias.

Diante das informações de que unidades da Marinha de Guerra esta‐vam preparadas para invadir o Rio Grande do Sul, a Brigada Militar criou o Batalhão de Operações para fazer a defesa da divisa entre os Estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

Depois de muita negociação, liderados por Brizola, os apoiadores de Jango e a oposição acabaram fazendo um acordo político pelo qual se criaria o regime parlamentarista. Em 1963, houve um plebiscito e o povo optou pela volta do regime presidencialista. João Goulart, final‐mente, assumiu a presidência da República com amplos poderes. Durante seu mandato, tornaram‐se aparentes vários problemas estrutu‐rais na política brasileira, desestabili‐zando o seu Governo.

Na luta pela Legalidade

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Ildo Meneghetti passando a tropa em revista,durante a interiorização do Governo em Passo Fundo

O presidente João Goulart, durante um comício na Central do Brasil, no Rio de Janeiro,

anunciou medidas que nacionalizavam refinarias de petróleo e desapropriavam áreas

rurais para fins de reforma agrária. Alguns setores da sociedade reagiram fortemente

às reformas. Empresários, militares e membros da sociedade temiam que tais medidas

indicassem a implantação do comunismo no Brasil.

Em consequência, os setores mais conservadores da sociedade reagiram com a Marcha da Família com Deus pela Liberdade, em São Paulo, reunindo milhares de pessoas em oposição a Jango.

A radicalização política se intensificou até o dia 31 de março de 1964, quando um movimento civil‐militar derrubou o presidente João Goulart.

Durante o movimento de 1964, o Governo Estadual, parte do seu secretariado, Casa Civil e Casa Militar foram transferidos para Passo Fundo, ficando sediados no quartel do 2º Batalhão Policial (2º BP) durante três dias, com o intuito de evitar sabo‐tagem. O 2º BP convocou oficiais da reserva e requisitou os veículos da CEEE e do Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (DAER) para realizar a seguran‐ça nos órgãos de fornecimento de água e de energia elétrica e na Rede Ferroviária Federal Sociedade Anônima (RFFSA).

Logo após os primeiros dias do golpe civil‐militar de 1964, a Brigada Militar formou Batalhões Volantes, por ordem do governador do Estado, que se dirigiram ao interior do Rio Grande do Sul para evitar possíveis reações ao golpe que estava em curso.

Assim, em 1964, teve início o regime militar, que perdurou até 1985.

Governador verificando a segurança do aquartelamento

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Golpe Militarderrubou Jango

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Depois de um longo período de atuação como força bélica, ocor‐reram as principais transforma‐ções da Brigada Militar, principal‐mente após a crise da República Oligárquica, em 1930, quando se estabeleceram alterações nos sistemas político e administrativo do Brasil. Assim, no início da República Nova, a Corporação voltou‐se para o policiamento ostensivo, além de assumir o Corpo de Bombeiros.

Contudo, somente em 1967, as polícias militares se tornaram responsáveis pelo policiamento ostensivo, fardadas, atuando como força de dissuasão ou de maneira repressiva diante da perturbação da ordem, devendo atender à convocação do Governo Federal em caso de guerra exter‐na ou ameaça de sua irrupção. Naquele ano, as Guardas Civis e de Trânsito foram extintas.

POLICIAMENTO RODOVIÁRIO

Em 1934, foi criada a 1ª Companhia Rodoviária, em Santa Cruz do Sul, oriunda do extinto 8º Batalhão de Infantaria da Reserva. Inicialmente, seu efetivo foi designado para auxiliar na construção da estrada Rio Pardo‐Encruzilhada, supervisionando o trabalho de detentos. Somente em 1967, a BM recebeu a incumbência de realizar policiamento ostensivo, patrulhamento e fiscalização nas rodovias estaduais. No mesmo ano, foi criada a Companhia de Policiamento Rodoviário, em Viamão. A Polícia Rodoviária Estadual cresceu junto com a malha viária do Estado e com o número de usuários das rodovias. Em 1981, a Companhia deu lugar ao Batalhão de Polícia Rodoviária, com Companhias em Viamão, Passo Fundo e Santa Maria, sendo, posteriormente, criada a 4ª Companhia em Montenegro. Atualmente, o Comando Rodoviário da Brigada Militar (CRBM) possui três Batalhões Rodoviários (BRBM), localizados em Passo Fundo, Cachoeira do Sul e Bento Gonçalves, com frações ao longo das rodovias estaduais.

CORPO DE BOMBEIROS

No ano de 1935, as Companhias Seguradoras, que mantinham o Corpo de Bombei‐ros desde o final do século XIX, perderam a condição financeira para a aquisição de equipamentos mais modernos, necessários às atividades de combate ao fogo. Assim, em 27 de junho do mesmo ano, o Corpo de Bombeiros foi integrado à Brigada Militar. Além de atuar na Capital, os bombeiros passaram a desenvolver suas atividades no interior do Estado. Em 1959, foi criado o Serviço de Salvamento Fluvial e Marítimo.

14 Revista da Brigada Militar 175 anos

BM ampliou suas atividades de polícia ostensiva

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POLICIAMENTO MONTADO

Na década de 1950, embora a Corporação contasse com regimentos de cavalaria, houve a proposta de criação de um Regimento de Polícia Rural Montada, aos moldes da Real Polícia Montada do Canadá. Assim, foram planejadas as atividades de policiamento rural e, em novembro de 1955, o 1º Regimento de Cavalaria foi transformado em Regimento de Polícia Rural Montada, que ficou conhecido como abas‐largas, em decorrência do chapéu utilizado por seus integrantes.

Naquele mesmo ano, foi criada a Companhia Pedro e Paulo, em caráter experimental, adida ao 1º Batalhão de Caçadores (atual 1º BPM). Essa companhia desenvolvia suas atividades de policiamento em duplas, aos moldes do que vinha sendo realizado nas grandes metrópoles. Seu nome foi uma homenagem aos padroeiros do Rio Grande do Sul. Inicialmente, reali‐zavam policiamento no aeroporto, rodoviária e estação férrea, ampliando, mais tarde, seus locais de atuação. Três anos depois, a Companhia foi transfor‐

mada em Batalhão Pedro e Paulo, que manteve o mesmo sistema de policia‐mento em duplas. Na década de 1960, iniciaram suas atividades no interior do Estado.

COMPANHIA DE SEGURANÇA

Para realizar a fiscalização do efetivo que atuava em Porto Alegre e organizar guardas de honra, em março de 1964, foi criada a Companhia de Segurança, subor‐dinada ao 3º Batalhão de Polícia Militar. Seis meses depois, a unidade tornou‐se independente e passou a ser chamada de Companhia de Policiamento Militar, subordinada ao Estado‐Maior da Brigada Militar. Dez anos mais tarde, recebeu a denominação de Companhia de Polícia de Choque e, posteriormente, Batalhão de Polícia de Choque. Finalmente, em 1998, a unidade passou a denominar‐se Batalhão de Operações Especiais (BOE), reunindo a tropa mais especializada da Corporação: o Grupo de Ações Táticas Especiais (GATE), Pelotão de Patrulhas Especiais de Segurança (PATRES), os batedores motociclistas e o canil.

POLICIAMENTO RADIOMOTORIZADO

Logo após a extinção da Divisão de Rádio Patrulha da Guarda Civil (DRP), em 1967, a Brigada Militar criou a Companhia de Policiamento Radiomo‐torizado (Cia PRM), em Porto Alegre. O serviço iniciou com 11 viaturas Rural Willis, equipadas com rádio transmissor‐receptor, com uma estação de comando localizada no quartel do Comando‐Ge‐ral. Em seguida, a Companhia recebeu onze caminhonetes Chevrolet e 10 veículos Jeep com capota de aço e xadrez, oriundas da extinta DRP, para a realização de suas atividades. A Cia PRM, em 1974, foi transformada no 11º Batalhão de Polícia Militar.

POLICIAMENTO AÉREO

Na década de 1980, foi criado o Grupamento Aéreo de Policiamento

Ostensivo (GUAPO), cujos helicópteros eram comandados por pilotos civis, contratados pelo Estado. Cabia aos policiais militares a função de patrulhar e atuar como observadores, a bordo. Quatro anos depois, foi criado o Grupa‐mento de Polícia Militar Aéreo (GPMA), efetivando‐se, oficialmente, como uma unidade militar. Foram adquiridas novas e modernas aeronaves e o Ximango passou a ser empregado nas atividades de policiamento aéreo. Atualmente, a Corporação possui o Batalhão de Avia‐ção da Brigada Militar (BAvBM) e o Centro de Formação Aeropolicial (CFAER), que é uma das únicas escolas aeronáuticas na área de segurança pública homologada pela Agência Na‐cional de Aviação Civil (ANAC) para ministrar todas as modalidades de cursos de pilotagem.

POLICIAMENTO AMBIENTAL

Preocupada com a preservação ambiental, após firmar convênio com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Iba‐ma), a BM criou o Grupamento Flores‐tal, em 1989, que realizava fiscalizações no Estado, em conjunto com técnicos do órgão federal. Na década de 1990, foram criadas as Patrulhas Ambientais (Patrams) em Montenegro, Estrela e Pelotas, subordinadas às unidades operacionais e, mais tarde, foi criado o Batalhão de Polícia Ambiental, em Porto Alegre, que passou a realizar as ativida‐des de policiamento ambiental em todo o Estado. Após a extinção do convênio com o Ibama, foi criado o Esquadrão Ambiental, subordinado ao 4º Regimen‐to de Polícia Montada (4º RPMon), na Capital. Ao mesmo tempo, foram formadas Patrams em diversas cidades. No final da década, o Esquadrão foi extinto, sendo criado o Batalhão de Polícia Ambiental (BPA), responsável pelo policiamento ambiental em Porto Alegre e região Metropolitana. Três anos mais tarde, o BPA foi reorganizado, agregando todas as Patrams. Hoje, a Corporação conta com o Comando Ambi‐ental (CABM) e três Batalhões Ambien‐tais, que atuam em todo o Estado.

PEDRO E PAULO

15Revista da Brigada Militar 175 anos

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16 Revista da Brigada Militar 175 anos

As bandas de música sempre repre‐sentaram um elo de integração e socialização com as comunidades, desde o seu surgimento, na segunda metade do século XVII. Em ações militares, a música servia como meio de comunicação nos campos de bata‐lha, além de elevar o moral da tropa e atemorizar os inimigos, já que deter‐minados sons poderiam perturbá‐los. Em tempos de paz ou durante os intervalos entre os combates ou bata‐lhas, as bandas alegravam os solda‐dos com repertório popular.

A primeira banda de música militar surgiu, no Brasil, em 1808, logo após a chegada da Família Real. Na Brigada Militar, embora desde o fim do século XIX existissem quatro formações musi‐cais em algumas de suas unidades, somente em 1909 o maestro da Banda do 1º Regimento de Cavalaria (1º RC), tenente Pedro Correa Borges, começou a idealizar a composição de uma gran‐de banda, com instrumental moderno, constituída pelos melhores músicos da

Corporação. Pedro Correa Borges era profissional reconhecido e em agosto de 1908, após retornar de uma apresenta‐ção da banda do 1º RC nas festividades alusivas ao centenário dos portos do Rio de Janeiro, foi agraciado pelo Jornal do Comércio com uma batuta encastoada de ouro, que faz parte do acervo do Museu da Brigada Militar.

Finalmente, em 23 de janeiro de 1912, foi criada a Banda de Música da Brigada Militar, com 30 componentes, oriundos do 1º RC, sob a regência de Pedro Correa Borges, que foi declarado alferes inspetor das bandas de música pelo presidente do Estado, a partir de proposta encaminhada pelo comandan‐te‐geral da Corporação.

Logo após sua criação, a Banda de Música da BM realizou um grande concerto em frente ao Palácio do Gover‐no do Estado, denominado, à época, de Palácio Presidencial. Como uma das suas atribuições era acompanhar tropas em ações bélicas, viajou ao Estado de São Paulo durante a Revolução de 1924, onde permaneceu até o final do episódio.

Banda do Grupo de Batalhões de Caçadores, durante a Revolução de 1924

Banda de Música da Brigada Militar vive seu centenário

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17Revista da Brigada Militar 175 anos

Em 05 de novembro de 1971, a banda participou das homenagens prestadas ao cientista Albert Bruce Sabin, que veio a Porto Alegre receber o título de Professor Honoris Causa da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

Em 2012, no ano de seu centená‐rio, a Banda da Brigada Militar come‐mora o importante trabalho de inte‐gração que realiza entre a Corporação e a comunidade sul‐rio‐grandense, tradicionalmente apresentando‐se em formaturas, em desfiles cívico‐militares e em recepções a autoridades nacio‐nais e estrangeiras no Palácio Piratini.

Atualmente vinculada à Ajudância‐Geral da Corporação e com 33 integrantes, além de participar de atividades milita‐res, a Banda toca em locais públicos, concertos, eventos culturais e desporti‐vos e em festividades diversas, com um repertório eclético.

O mestre ou regente da Banda, hoje, é o 1º tenente Zonir Pereira Mene‐zes, eventualmente substituído pelo 2º sargento Daizon Marcelo Waick Schuck, contramestre.

Embora os policiais músicos tenham dedicação exclusiva à Banda, participam regularmente das instruções de atualiza‐ção em segurança pública e, quando

necessário, são convocados para ativida‐des de policiamento ostensivo.

Em algumas ocasiões, a Banda de Música da Brigada Militar é acompanha‐da por integrantes das outras cinco formações musicais da Corporação: Comando Regional de Policiamento Ostensivo do Vale do Rio dos Sinos, com sede em Novo Hamburgo; Coman‐do Regional de Policiamento Ostensivo do Planalto, sediado em Passo Fundo; 4º Batalhão de Polícia Militar, de Pelotas; Escola de Formação e Aperfeiçoamento de Sargentos de Santa Maria (EsFAS) e Escola de Formação e Especialização de Soldados de Montenegro (EsFES/MN).

Banda apresenta repertórioeclético em diversos eventos

Apresentação durante formaturana Academia de Polícia Militar

Banda de Concertos: formaçãoespecial com músicos da BM

Formação atual da Bandada Brigada Militar

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Antecessor do Diário Oficialpublicou o Levante Militar

Editoração: Alex Silva | Texto: Alexandre Nogueira | Foto: Tiago Belinski

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UM PRESENTE JUNTO DA COMUNIDADE

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Sistema de videomonitoramento está reforçando o trabalho da Brigada Militar no controle da criminalidade nos municípios do Litoral Norte. O projeto contempla 156 câmeras de vídeo e áudio, seis unidades itineran‐tes de captura de imagens, 14 disposi‐tivos com Reconhecimento Óptico de Caracteres (OCR) para identificação de placas de veículos, 20 estações de monitoramento e gravação, 31 torres de telecomunicações e oito estações repetidoras.

A instalação das primeiras câmeras ocorreu em janeiro de 2012, no Balneá‐rio Pinhal. No final de outubro (fecha‐mento da revista), 30% do total das câmeras de vídeo estavam em funcio‐

namento em 23 municípios da região litorânea, mais Rolante, no Vale do Para‐nhana, conforme o comandante do Comando Regional de Policiamento Ostensivo do Litoral (CRPO LIT), coronel Altemir Folgiarini Ferreira.

O custo total do aparato tecnológi‐co é de R$ 12,3 milhões. O recurso foi viabilizado por meio de convênio entre a Associação dos Municípios do Litoral Norte (Amlinorte) e o Ministério da Justiça. De acordo com a empresa mineira que elaborou o projeto, fornece e instala os equipamentos, esse é o maior sistema de videomonitoramento da América Latina em área urbana, cobrindo, ainda, parte de rodovias esta‐duais e federais que cortam as cidades abrangidas pelo projeto.

Sistema de videomonitoramento da região é o maior da América latina

Câmeras auxiliam no controle da criminalidade no Litoral Norte

Câmeras identificam detalhes em até 450m e todo movimento é monitorado nas salas de operações

22 Revista da Brigada Militar 175 anos

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CONTROLE E PREVENÇÃO

As câmeras giram 360° e são capa‐zes de identificar detalhes na distância de até 450 metros. As imagens capta‐das são imediatamente enviadas às salas de operações, instaladas nos quartéis da Brigada Militar das cidades cobertas pelo sistema, onde PMs estão atentos a monitores e telões, que mostram a movimentação de pedestres e veículos. A partir de qual‐quer atitude suspeita, é acionada uma patrulha para o local. Como são várias câmeras em todas as cidades, o video‐monitoramento permite acompanhar um indivíduo ou veículo que sai do ponto do delito e está se deslocando para outras áreas. No caso de alguém cometer o crime no raio de abrangên‐cia de uma câmera e, ao se deslocar, não passar por nenhum outro ponto de captação de imagens, pelo menos haverá evidências materiais para a identificação do suspeito. As imagens ficam arquivadas e, segundo o coronel Altemir, inclusive a Polícia Civil tem recorrido a elas para investigações.

Junto às câmeras, há um interco‐municador, por onde uma pessoa pode falar diretamente com o policial na sala de operações e informar uma atitude suspeita ou ocorrência na área. Quan‐do o cidadão está ao microfone, a câmera é direcionada para ele.

Também estão previstas seis câme‐ras móveis, montadas sobre reboques, para utilização em locais com grande aglomeração de pessoas, como even‐tos, e a instalação de 14 dispositivos com Reconhecimento Óptico de Carac‐teres (OCR), capazes de identificar placas de veículos, remetendo às centrais dados referentes a furto e situa‐ção do IPVA.

O coronel Altemir destaca que o videomonitoramento tem caráter preventivo, além de reprimir a criminali‐dade. “As câmeras conseguem inibir o crime. O criminoso não quer ser identifi‐cado. Se ele está encapuzado, por exem‐plo, já será um suspeito e, pelas imagens, uma patrulha será acionada, evitando uma ocorrência”, destaca o oficial.

GESTÃO DA SEGURANÇA

Uma das exigências para implanta‐ção do projeto de videomonitoramento é a criação de Gabinetes de Gestão Integrada Regional (GGIRs). O coronel Altemir explica que o objetivo dos Gabi‐netes de Gestão é analisar o contexto dos locais com maiores índices de ocor‐rências videomonitoradas e gerir ações de segurança pública. “Os componentes de segurança dos locais serão avaliados, como, por exemplo, iluminação pública e existência de terrenos baldios, para a

tomada de ações preventivas”, diz o oficial.

Os GGIRs serão instalados nas sedes da Brigada Militar em Balneário Pinhal, Osório, Tramandaí e Capão da Canoa e cada um deles vai monitorar as imagens das câmeras de municípios próximos. Serão compostos por repre‐sentantes da polícias militar e civil, prefeituras, Conselhos Pró‐Segurança Pública (Consepros), Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe) e associações comunitárias.

Revista da Brigada Militar 175 anos

MUNICÍPIO

TORRES

OSÓRIO

TRAMANDAÍ

BALNEÁRIO PINHAL

TRÊS CACHOEIRAS

ARROIO DO SAL

CAPÃO DA CANOA

MAQUINÉ

XANGRI-LÁ

IMBÉ

CIDREIRA

CAPIVARI DO SUL

TOTAL

Nº DE CÂMERAS

11

12

11

8

4

5

1

4

8

8

8

4

PALMARES DO SUL

MOSTARDAS

TAVARES

CARAÁ

MAMPITUBA

MORRINHOS DO SUL

SANTO ANTÔNIO

TERRA DE AREIA

TRÊS FORQUILHAS

ITATI

DOM PEDRO DE ALCÂNTARA

ROLANTE

Nº DE CÂMERAS

11

12

11

8

4

5

1

4

8

8

8

4

23

156

Pára-raios

Rádio comantena

Câmera

Alto-falante

Caixa deequipamentos

Intercomunicador

MUNICÍPIO TOTAL

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24 Revista da Brigada Militar 175 anos

Política de Segurança em Fronteiras busca qualidade de vida para cidadãos

Aqualidade de vida do cidadão que mora, trabalha, desfruta de lazer e circula em áreas de

fronteira no Rio Grande do Sul está amparada por uma diretriz definida pela Brigada Militar. A Corporação publicou em Boletim Geral, no último mês de outubro, a sua Política de Segu‐rança Pública em Fronteiras.

“A diretriz está focada na sociedade e nas relações institucionais, buscando promover uma mudança de comporta‐mento, baseada nos conceitos huma‐nistas e éticos de valorização da vida e respeito à cidadania e ao meio ambien‐te. Prima pelos princípios que orientam o ofício de polícia e de bombeiros, na defesa do cidadão sul‐americano e de sua qualidade de vida, promovendo a

segurança pública internacional.” A explicação é do comandante Regional de Políciamento Ostensivo da Fron‐teira Noroeste (CRPO FNO), coronel Sérgio Flores de Campos, um dos integrantes da comissão que elabo‐rou a diretriz da Política de Segurança em Fronteiras. O trabalho reuniu, ainda, representantes dos Comandos Regionais da Fronteira Oeste, Sul e Missões, dos Comandos Rodoviário e Ambiental, do Batalhão de Aviação e do Corpo de Bombeiros.

O documento surgiu a partir do Plano Estratégico de Fronteiras, criado por decreto federal, que é o marco legal para os Estados estabelecerem suas políticas para as regiões fronteiriças. A iniciativa está inserida na Estra‐

Brigada Militar é pioneira na elaboração de diretrizes para atuação nas faixas de fronteira

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Revista da Brigada Militar 175 anos 25

tégia Nacional de Segurança Pública nas Fronteiras (Enafron), do Ministério da Justiça. O Rio Grande do Sul aderiu à Enafron, por meio de convênio entre a Secretaria Estadual da Segurança Pública e o Ministério.

A diretriz apresenta quatro eixos estratégicos para a normatização dos procedimentos de todas as organiza‐ções policiais da Brigada Militar, que atuam nos 2 mil quilômetros das fronteiras do Estado: atenção aos profissionais, qualificação da gestão de segurança pública, soluções tecnológi‐cas e estímulo à pesquisa e ao conheci‐mento em torno de modelos e concei‐tos de relações internacionais. “O objetivo inicial é que essa política se torne uma prática sólida dentro da Brigada, quebrando paradigmas em termos de gestão. O segundo passo é estabelecer a cooperação com os órgãos municipais, estaduais e federais das áreas de fronteira e com os países vizinhos”, esclarece o coronel Campos.

Para ele, o diferencial agregado à nova sistematização é o foco na quali‐dade de vida das pessoas que transi‐tam em zonas de fronteiras. A preocu‐pação prioritária não está no delito fronteiriço, mas no tratamento a ser dado às comunidades dessas áreas. “Um cidadão não pode ser identificado como suspeito só porque fala uma língua diferente. Ele tem que ser trata‐do com generosidade; temos que garantir o seu trabalho tranquilo, o seu desenvolvimento, o seu lazer. Tanto do brasileiro que vai para o outro lado, quanto do estrangeiro que entra no Estado”, diz o oficial. “A Brigada Militar pode fazer essa mediação na troca de informações com a polícia dos países vizinhos”, complementa.

Na prática, a Política de Segurança Pública em Fronteiras da Brigada Militar vem consolidar ações já existentes e potencializar outras iniciativas. O coronel Campos lembra que operações simultâ‐neas entre a BM e forças policiais de Santa Catarina, Uruguai e Argentina acontecem desde o ano 2000, visando prevenir e reprimir o tráfico de entorpe‐centes e de armas, exploração sexual, comercialização ilegal de agrotóxicos, abigeato e crimes ambientais.

Em 2011, essas atividades se intensi‐ficaram na divisa com a Argentina, a

partir do Tratado de Fronteiras estabele‐cido entre a Brigada Militar e a Polícia da Província de Misiones. Também foram realizadas qualificações para o patrulha‐mento em fronteiras com brigadianos e policiais uruguaios e argentinos. Já em 2012, ocorreram dois cursos para instru‐tores do Programa Educacional de Resis‐tência às Drogas e à Violência (Proerd) com a participação de policiais do Uruguai e Argentina, no Centro de Treinamento da Fazenda Lolita, em Santana do Livramento, e no município de Três Passos.

Nova diretriz visa às relações institucionais para garantir o respeito à cidadania e ao meio ambiente

Desde 2000, BM realiza operações nas fronteiras, em cooperação com polícias de Santa Catarina, Argentina e Uruguai

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26 Revista da Brigada Militar 175 anos

Além do Rio Grande do Sul, mais dez Estados brasileiros fazem divisas com outros países e devem atender ao Plano Estratégico de Fronteiras, imple‐mentando suas políticas por lei ou decreto, até janeiro de 2013.

O gerente do programa Enafron, Alex Jorge das Neves, capitão da Polícia Militar de Goiás, destaca a Brigada Mili‐tar nesse processo. “Em se tratando das políticas implementadas pelas nossas instituições parceiras, a Brigada Militar é pioneira na elaboração de diretrizes aprofundadas sobre a atuação de seus agentes na faixa de fronteira e, inclusive, servirá como orientação aos órgãos de segurança pública das demais regiões fronteiriças do país”, salienta.

Ele ainda afirma que a iniciativa da Corporação para as operações simultâ‐neas é única no Brasil, já que reúne as polícias militar e civil do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná e diversos órgãos de províncias do Uruguai, Argentina e Paraguai, ou seja, envol‐vendo quatro países em ações planeja‐das. “Essa ação coordenada hoje pelos três Estados do Arco Sul da Fronteira, em parceria com os demais órgãos dos países vizinhos, é tão importante que, recentemente, em evento realizado no município de Ponta Porã, no Mato Grosso do Sul, com a presença da secretária nacional de Segurança Públi‐ca, Regina Miki, e todos os secretários de Segurança Pública dos Estados de Fronteira, foi ratificada a necessidade

de incentivar, apoiar e fortalecer iniciati‐vas como essa, que deverão estar sendo lastreadas nas demais regiões fronteiri‐ças, sob a égide dos gabinetes de Gestão Integrada de Fronteira, Câmaras Temáticas de Fronteira e todos os atores importantes nesse tema”, diz Alex Neves.

O gerente do Enafron também expõe a sua visão sobre o impacto que as políticas de segurança terão sobre as comunidades de áreas de fronteiras. “O desenvolvimento e a integração dos municípios de fronteira brasileiros e também dos demais países da América do Sul, especialmente os lindeiros ao Brasil, são primordiais, imprescindíveis e impactantes nas problemáticas afetas à segurança pública. Isso para os quase 10,5 milhões de habitantes dos 588 municípios de fronteira (desses, 197 no Rio Grande do Sul, com cerca de 3 milhões de habitantes) e aos demais do território nacional”, ressalta.

Para Alex Neves, não há como disso‐ciar as ações de segurança pública das demais estratégias de Estado para a melhoria de vida dos brasileiros e estrangeiros, que vivem nas regiões fronteiriças do país. Por isso, a Secretaria Nacional de Segurança Pública tem buscado aprofundar os laços de parceria com a Comissão Permanente para o Desenvolvimento e a Integração da Faixa de Fronteira, coordenada pela Secretaria de Desenvolvimento Regional do Ministério da Integração Nacional.

Iniciativa da BM em realizar operações simultâneas em suas fronteiras é única no país

RS SE DESTACA NA POLÍTICA DE FRONTEIRAS

Documento tem foco na atenção humanizada aos cidadãos que transitam em regiões fronteiriças

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Revista da Brigada Militar 175 anos 27

ABrigada Militar participa, desde 1993, das Missões de Paz da Organização das

Nações Unidas (ONU). Oficiais da Corporação já integraram ou fazem parte de missões de manutenção e consolidação da paz em El Salvador, Guatemala, Haiti, Kosovo, Guiné‐Bissau, Timor Leste, Sudão do Sul e no Alto Comissariado de Direitos Humanos da ONU, sediado em Genebra, na Suíça.

A participação em Missões de Paz da ONU possibilita a troca de conheci‐mentos técnico‐profissionais entre poli‐ciais dos 193 países integrantes das Nações Unidas, o contato com culturas diversas, proporcionando agregar valo‐res de vida aos policiais, além das expe‐riências humanitárias, jamais esquecidas.

Nos anos de 1993 e 1994, 11 capi‐tães integraram a Missão de Observação da ONU em El Salvador, auxiliando na reestruturação policial do país, no pós‐guerra civil. Em 1996, a BM esteve presente na Missão de Verificação na Guatemala, cumprindo tarefas de observação dos acordos de paz e inves‐tigação de violações de direitos huma‐nos no interior e na Capital do país.

Nos anos de 2003 e 2005, um capi‐tão foi designado para Kosovo e outro para a Missão de Estabilização no Haiti. Em 2006, mais um capitão foi para Kosovo e no ano seguinte outros três oficiais partiram para o Haiti, trabalhan‐do na Seção de Controle de Trânsito, Direção de Operações e Academia da Polícia Nacional do país, nessa última como instrutores dos policiais haitianos.

Missões de Paz receberam brigadia‐nos em 2009 e 2010 no Timor Leste e em Guiné‐Bissau (oeste africano). O capitão Átila Mesadri Pezzeta está pres‐tando serviço na Missão do Timor Leste, desde março deste ano, fazendo acon‐selhamentos à polícia timorense. “Após tanto tempo sob a intervenção estran‐

geira, o povo está descobrindo a liberda‐de e o valor que ela representa. Foi fruto de uma conquista com o custo de quase 250 mil vidas e o povo sabe que os problemas sociais não serão resolvidos em um curto espaço de tempo. Os servi‐ços como água, luz e estradas, aos poucos, estão sendo consolidados e a administração pública ainda se organiza. Polícia e forças armadas são bem aceitas e gozam da simpatia geral”, relatou o oficial via internet.

Já o capitão Marco Antônio dos Santos Moraes, que havia estado no Haiti em 2007, retornou ao terreno das Missões de Paz, em 2012, desta vez no Sudão do Sul (África), que conquistou sua independência do Sudão, em 2011.

"Esta é uma missão na qual os integrantes da ONU atuam desarmados na função de conselheiro policial e as principais tarefas são treinamento e formação da polícia local", explica o oficial por mensagem eletrônica.

Na declaração a seguir, ele sintetiza o sentimento de participar de uma Missão de Paz da ONU. “Viver e trabalhar em um lugar onde você passa por vários tipos de privações, como racionamento de água potável e de energia elétrica, falta de alimentos básicos, como frutas e verduras, impossibilidade de um simples banho de chuveiro e de um local adequa‐do para as necessidades fisiológicas, faz você refletir sobre os valores que temos. A oportunidade de atuar em uma Missão de Paz da ONU é uma experiência profis‐sional e de vida incomensurável.”

Capitão Marco Moraes: Vivenciamos religião, cultura e hábitos diferentes dos nossos. Sinto orgulho de estar aqui, ostentando no braço a bandeira do nosso país e o brasão brigadiano

"Com a Missão da ONU no Sudão do Sul a principal conquista do país foi a integração dos antigos rebeldes ao Exército regular e à Polícia Nacional. Com isso, homens e mulheres passaram a receber salários." - Capitão Marco Moraes

Capitão Ricardo Freitas da Silva já integrou Missão de Paz no Haiti e hoje atua no Alto Comissariado de Direitos Humanos da ONU, em Genebra, na Suíça

Missões de Paz da ONUsão lições de vida

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28 Revista da Brigada Militar 175 anos

ABrigada Militar foi a primeira instituição do país a enviar oficiais do Corpo de Bombei‐

ros ao exterior como instrutores de salvamentos terrestre e aquático, no âmbito do convênio entre o Brasil e a Agência de Cooperação Internacional do Japão (JICA).

Em 2010, dois capitães do Corpo de Bombeiros viajaram para Maputo, capital de Moçambique, na África, para ministrar o módulo de instrução em salvamento terrestre para integrantes do Serviço Nacional de Salvação Públi‐ca (Sensap) daquele país. Em 2011, dois majores foram a Maputo para a finalização do curso, com a parte de salvamento aquático.

Experientes no ofício, o que os majores Jeferson Ecco e Gilson Wagner Alves não esperavam encontrar em um curso de salvamento aquático eram alunos que não sabiam nadar. A turma era de 20 militares do Sensap, que haviam realizado a parte inicial do curso, em salvamento terrestre. Entre

eles, apenas cinco tinham conhecimento básico de natação. Os oficiais gaúchos tiveram que partir para uma seleção entre o efetivo do Sensap, com cerca de 150 homens, a fim de encontrar outros 15 militares com o mínimo de aquacida‐de para completar a turma definida pelo convênio com a JICA e iniciar o treino.

Seleção superada, turma fechada. Mas o primeiro passo foi ensinar o grupo a nadar, e não a salvar. “De dois meses da duração do curso, passamos 30 dias em uma piscina, ensinando a turma a nadar. Parecia escolinha de natação,” lembra o major Jeferson. No segundo mês, os oficiais conseguiram partir para a técnica de salvamento. “Foi um desafio ensinar a quem não dominava a natação, a nadar e a salvar gente”, conta Jeferson.

O major Wagner relata que nos dois meses em que estiveram na Capital moçambicana, souberam da morte de nove pessoas por afogamento, pela falta do serviço de salva‐vidas à beira‐mar na Baía de Maputo, onde ocorre o lazer dos moradores, em uma cidade com popu‐

lação aproximada de 1,5 milhão de habitantes. “Lá, a variação da tábua de maré é muito grande e rápida, podendo provocar os afogamentos”, diz o oficial. Além disso, ele conta que há uma rodo‐via que costeia o mar e em muitos acidentes de trânsito os veículos vão parar dentro da água, com vítimas fa‐tais, necessitando de resgate pelo servi‐ço de salvamento aquático, que não existia e era solicitado pela população para as autoridades locais.

Durante a formação, cada dia uma nova faceta se apresentava para ser vencida, tanto para instrutores, quanto para alunos. “Eles vivem na cultura da miséria. Havia dias em que alguns chegavam com fome e não estavam em condições para o treino. Conseguimos reverter isso e eles passaram a se alimentar melhor porque era necessário para o trabalho. A partir daí, mudaram o comportamento nesse aspecto”, conta o major Wagner, orgulhoso em ter contri‐buído para melhorar um pouco a vida daquelas pessoas.

Oficiais gaúchos ensinam moçambicanos a salvar vidas

Alunos não sabiam nadar, mas desafios foram superados com

técnica e camaradagem

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Depois do curso, Maputo implantou serviço de salva-vidas, que era reivindicado pela população local

Já o major Jeferson destaca que era necessário transpor a rigidez e a hierar‐quia, utilizando‐se de camaradagem com os alunos, para conquistar‐lhes a confiança. “Eles precisavam desenvol‐ver o sentimento de confiança em nós, porque íamos para a água para um treino de salvamento.”

Cada conquista dos moçambicanos era premiada pelos instrutores com os próprios pertences levados para o país africano, entre vestuário e calçados. Eles contam que voltaram com a mala vazia.

SALVA-VIDAS DEIXAM MARCAS EM MAPUTO

O resultado dos desafios enfrenta‐dos pelos militares gaúchos foi rechea‐do de vitórias e a experiência em Maputo tornou‐se emblemática para eles. De certa forma, eles ajudaram a salvar vidas. A vida dos alunos moçam‐bicanos, sob a ótica do aprendizado que

receberam e que, de alguma maneira, transformou suas rotinas, e as vidas que, a partir daquele curso, foram poupadas pelo trabalho de salvamento aquático implantado naquele lugar.

Ao final do curso, 13 alunos se formaram e com este grupo foi instala‐do o serviço de salva‐vidas em Maputo. O uniforme inicial usado por eles foi o fardamento dos salva‐vidas do Rio Grande do Sul deixado como presente pelos seus instrutores. “Queríamos provocá‐los a providenciar logo os seus próprios fardamentos e equipamentos”, fala o major Jeferson.

O embrião do trabalho em salva‐mento aquático foi deixado em um país do outro lado do Atlântico pelas mãos de integrantes da Brigada Militar. Por meio de contato com membros da JICA, os oficiais sabem que dois moçambicanos que aprenderam com eles o ofício de salva‐vidas, recentemen‐te estiveram em Portugal, participando de um novo curso na área.

“Além da missão de formar, aquela

experiência foi uma lição humanitária”, exclama o major Wagner, que, de tão acostumado a desafios, foi um dos participantes do programa “No Limite”, da Rede Globo, tendo participado do jogo durante 62 dias, em 2009. Para o major Jeferson, que trabalha com salva‐mento aquático há 16 anos, a experiên‐cia em Maputo trouxe realização profis‐sional ímpar.

Confiança foi conquistada para treino seguro no mar

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Operação Golfinho concentra ações de policiamento nas praias

Tradicionalmente, a população do Rio Grande do Sul se desloca da Capital e do interior do Estado para a orla gaúcha entre a segunda quinzena de dezembro e o início de março, aprovei‐tando as praias durante o verão. Para acompanhar essa movimentação, anualmente a Brigada Militar realiza a Operação Golfinho, que se traduz na maior articulação de segurança de todo o Brasil, concentrada na costa marítima de um Estado.

“O deslocamento volumoso de pessoas para os balneários implica, naturalmente, incremento de atenção a essa população em diversos segmen‐tos. O setor público, em todas as esferas, tem o dever de ofertar serviços satisfatórios a esta população que busca lazer e também trabalho tempo‐rário. Nesse contexto, insere‐se a segurança pública, em especial a polícia ostensiva, que deve redimensio‐nar suas estruturas para oferecer respostas condizentes com a possibili‐dade de recrudescimento da criminali‐dade nas praias, durante o veraneio”, contextualiza o subcomandante‐geral da Brigada Militar, coronel Altair de Freitas Cunha, coordenador da Opera‐ção Golfinho.

Para atender uma população flutu‐ante em torno de 2 milhões de pessoas em 89 balneários de 14 municípios do Litoral Norte e Litoral Sul, que perfa‐zem 489 Km de extensão entre Torres e ChuÍ, a BM emprega um efetivo aproximado de 3,5 mil PMs no policia‐mento ostensivo, 1.135 salva‐vidas para 257 guaritas; cerca de 250 viaturas nos policiamentos ostensivo, rodoviário,

ambiental e fazendário; além de motocicletas, aeronaves e veículos do Corpo de Bombeiros, entre caminhões de combate a incêndio e viaturas de resgate. Ainda há a presença de 165 sal‐va‐vidas em 68 balneários de águas interiores, em várias regiões do Estado.

A sede administrativa e operacional localiza‐se em Tramandaí. Também é aberta a Casa da Brigada em Capão da Canoa, à beira‐mar, junto a outras estru‐turas de atendimento do Governo do Estado. Na praia do Cassino, em Rio Grande, a BM instala equipes da Seção de Comunicação Social e dos Projetos Sociais na Casa de Governo.

Durante a Operação Golfinho, o programa Brigada Orienta leva para o litoral os seguintes projetos sociais: Salva‐vidas Mirim e Master, Surf Salva, Brigada Orienta Verão, Patrulheiro Ambiental Mirim, Proerd Praia, Escoli‐nha de Trânsito e Brigada em Cena. As ações atraem tanto o público infanto‐juvenil quanto o adulto e na última temporada atingiram em torno de 75 mil pessoas.

Além de se apresentar na abertura oficial da Operação Golfinho, a Banda de Música da Brigada Militar marca presen‐ça em diversos eventos realizados pela Corporação, como o concurso de escul‐tura na areia, Bolamar, campeonatos de tiro para profissionais da imprensa e de nado entre salva‐vidas.

Conheça, detalhadamente, a atuação de cada área do policiamento, que, juntas, se complementam para a preven‐ção e repressão da criminalidade, manutenção da ordem pública, proteção dos banhistas, entre outras atividades que uma operação tão complexa exige.

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POLICIAMENTO OSTENSIVO

O policiamento ostensivo urbano é realizado, normalmente, pelo efetivo orgânico dos batalhões situados nos municípios abrangidos pela Operação Golfinho, com reforço de policiais deslocados de outras regiões, confor‐me previsto em planejamento específi‐co.

As ações preventivas e repressivas acontecem com barreiras policiais e de trânsito, abordando pessoas e veículos; inspeções em bares; orientação aos turistas e à população em geral sobre segurança própria, no trânsito, em residências e estabelecimentos comer‐ciais; acréscimo do policiamento osten‐sivo em locais com índices elevados de criminalidade e em setores comerciais, bancários, gastronômicos e turísticos das cidades; e incremento nas ações de polícia comunitária.

POLICIAMENTO AÉREO

O policiamento com aeronaves, feito pelo Batalhão de Aviação (BAvBM), a partir do aeródromo do Centro de Formação Aeropolicial (CFAer), em Capão da Canoa, é imprescindível nas ações de busca e salvamento. Também presta apoio ao

policiamento ostensivo e a atividades administrativas e operacionais.

A atuação do BAvBM compreende busca e salvamento de banhistas afoga‐dos; transportes de enfermos; localiza‐ção de guaritas e balneários por GPS; radiopatrulhamento preventivo na orla marítima, em rodovias estaduais, cidades litorâneas e na área da Mata Atlântica, em apoio à polícia ambiental.

CORPO DE BOMBEIROS

As atividades de prevenção contra incêndios, atendimento pré‐hospitalar, busca e salvamento mobilizam o traba‐lho do Corpo de Bombeiros, além do serviço de salva‐vidas, disponível somente no período de veraneio, na orla marítima e em balneários de águas interiores.

Uma das questões que exige a atenção redobrada dos bombeiros é a prevenção contra incêndio e pânico, já que ocorre a abertura de uma quantida‐de considerável de estabelecimentos comerciais, para atendimento somente no verão, e de eventos artísticos realiza‐dos, muitas vezes, em locais temporári‐os, como palcos móveis. Essas situações requerem rigorosa fiscalização do cumprimento das normas de prevenção contra sinistros nesses locais, a fim de evitar tragédias.

Policiamento ostensivo emprega efetivo aproximado de 3,5 mil PMs

Salva-vidas Mirim é um dos projetos sociais que atrai crianças durante o verão

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POLICIAMENTO RODOVIÁRIO

A atuação do policiamento rodo‐viário é voltada às questões que envol‐vem prevenção de acidentes no trânsi‐to e combate à criminalidade. São desenvolvidas ações ostensivas e de fiscalização nos locais com maiores índices de acidentes e com alto fluxo de veículos, buscando reduzir as taxas de acidentalidade, evitar conflitos de circulação e proporcionar fluidez.

Nos finais de semana, aumenta o número de viaturas e policiais militares nas entradas e saídas das cidades litorâ‐neas e em acessos a locais de diversão pública, como danceterias, casas de espetáculos, shows e outros eventos.

POLICIAMENTO AMBIENTAL

A polícia ostensiva de proteção ambi‐ental intensifica ações de rotina e realiza operações de fiscalização, a fim de preve‐nir e coibir impactos ao meio ambiente. É empregado o efetivo das unidades do Comando Ambiental sediadas no Litoral Norte e Litoral Sul, acrescido de policiais ambientais deslocados da Capital e interi‐or do Estado. O mesmo acontece com viaturas e embarcações.

Agressões comuns à natureza na região litorânea são a pesca predatória, extração ilegal de palmito na área da Mata Atlântica, desmatamento, cativei‐ros irregulares de aves silvestres, caça ilegal e poluição de diversas formas.

4

NÚMEROS DA OPERAÇÃO GOLFINHO 2011/2012

FLAGRANTES

TERMOS CIRCUNSTANCIADOS 1.803

FORAGIDOS RECAPTURADOS 105

ARMAS APREENDIDAS 179

SALVAMENTOS NO MAR E ÁGUAS INTERIORES 1.296

MORTES POR AFOGAMENTO

PRISÕES (POLICIAMENTO OSTENSIVO, RODOVIÁRIO E AMBIENTAL)

5.400

981

Operação Golfinho é a maior articulação de segurança em todo o Brasil, concentrada na costa marítima de um Estado

Policiamento rodoviário controla o fluxo nas rodovias estaduais e principais acessos aos balneários

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Policia ambiental em operação contra a pesca predatória na Laguna dos Patos, Litoral Sul

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Corpo de Bombeiros vive tempos de prosperidade

O Comando do Corpo de Bombeiros (CCB) está de casa nova. E pela primeira vez em sede própria. O quar‐tel, que dividia com o 1º Comando Regional de Bombeiros, na avenida Praia de Belas, na Capital, foi substi‐tuído pelo prédio na avenida Silva Só, nº 300, junto à Escola de Bombeiros (EsBo).

A nova sede do CCB é uma cons‐trução com 2.750,96m², integrante do complexo da EsBo, datado da década de 1950, que durante um ano passou por completa reforma para acomodar as seções administrativas, alojamen‐tos masculino e feminino, refeitório e almoxarifado. Também está abrigando históricas viaturas e caminhões de combate a incêndio, no total de seis veículos. Na reforma do prédio e na aquisição de mobiliário e equipamen‐tos de informática foi investido aproxi‐madamente R$ 1,3 milhão oriundo do Fundo Estadual de Segurança Pública (Fesp).

Conforme o comandante do Corpo de Bombeiros, coronel Guido Pedroso de Melo, o seu efetivo é enxuto. No CCB trabalham 35 servidores, entre oficiais e praças. Em todo o Estado, distribuídos em 12 Comandos Regio‐

nais de Bombeiros, o efetivo é de 2.100 militares para uma necessidade prevista de 3 mil. Mas essa defasagem estará quase totalmente superada em abril de 2013, quando se encerrará o curso de formação de quase 630 novos bombei‐ros, iniciado em setembro. A expectati‐va do coronel Guido é de que pratica‐mente todos sigam a carreira porque, em média, 95% dos alunos concluem o curso. “O índice de desistência é muito baixo entre os bombeiros, bem menor do que no curso para policiamento”, diz o oficial.

Esses novos profissionais estarão habilitados para a prevenção, combate a incêndio e salvamentos, a partir da preparação com um currículo reformu‐lado, dedicado exclusivamente à ativi‐dade de bombeiro. Anteriormente, o aluno com foco na carreira de bombeiro iniciava a formação militar com discipli‐nas básicas para o policiamento. A alteração se deu em novembro de 2011 com o objetivo de aprimorar a capacita‐ção dos bombeiros, oportunizando conhecimentos teóricos e práticos ampliados. “Esse novo currículo possibi‐litará uma formação mais especializada para que o militar exerça a função de bombeiro em sua plenitude”, argumen‐ta o comandante do CCB.

Corpo de Bombeiros conta com renovada frota de caminhões

Prevenção vem ganhando mais espaço que incêndios no Estado

Viaturas antigas podem ser vistas na nova sede do CCB

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PREVENÇÃO É CARRO-CHEFE

O coronel Guido destaca que, desde 1997, o carro‐chefe da atividade dos bombeiros é a prevenção, por meio da Lei Estadual Nº 10.987 e dos decretos que a regulamentaram. O amparo legal pôs fim ao ciclo das leis municipais de prevenção a incêndios, atribuindo ao Corpo de Bombeiros o poder de polícia na fiscalização preven‐tiva de sinistros.

Desde lá, o número de incêndios reduziu no Estado, graças à exigência legal para que os prédios comerciais, industriais e de diversões públicas e os edifícios residenciais com mais de uma economia e de um pavimento apresen‐tem o seu Plano de Prevenção Contra Incêndio (PPCI), examinado pelo Corpo de Bombeiros para ser implan‐tado. Entre as determinações de segurança para as edificações estão a instalação de escada protegida contra fogo, rede hidráulica preparada para o combate de incêndios, iluminação e sinlização de emergência.

QUARTÉIS COM NOVA FACHADA

Ultimamente o Corpo de Bombei‐ros vem passando por transformações,

ora de ordem legal, ora no âmbito da sua infraestrutura. Aos poucos, os desta‐camentos existentes em 95 municípios estarão com nova fachada. A previsão do comandante do CCB é de que em 2013 todos os quartéis estejam pintados de vermelho e amarelo, as cores do padrão mundial dos bombeiros, no lugar do camurça que, atualmente, cobre os prédios das unidades no Estado.

Por enquanto, somente o quartel de Tramandaí está com a roupagem renovada. A definição da nova pintura é resultado de estudo feito por uma comissão do CCB, que aponta melhor apresentação e maior visibilidade dos quartéis nas cores internacionais dos bombeiros.

MAIS CONQUISTAS

As mudanças não se limitam à conquista da sede própria para o Comando, à padronização dos quartéis e ao novo currículo de forma‐ção dos bombeiros. Uma reestrutura‐ção está prevista pelo Governo do Estado para conceder ao Corpo de Bombeiros autonomia administrativa, financeira e operacional. O anúncio foi feito pelo governador Tarso Genro, em 02 de julho – Dia do Bombeiro ‐ e projeto de lei ainda precisa ser apreci‐ado na Assembleia Legislativa. Não se

trata de desvincular os bombeiros da Brigada Militar, mas de garantir ao seu comando a liberdade de autogestão.

Conforme o comandante‐geral da Brigada Militar, coronel Sérgio Rober‐to de Abreu, essa autonomia permiti‐rá que o Corpo de Bombeiros defina as diretrizes para administrar as verbas que recebe. O comandante do CCB concorda que a mudança trará poder para destinação do seu orçamento e distribuição do efetivo, conforme as necessidades dos Comandos Regionais. “É o primeiro passo para se construir, democratica‐mente, a autonomia do Corpo de Bombeiros. Para isso, o Governo também deverá apontar os recursos necessários à manutenção, reequipa‐mento e aquisições de instrumentos modernos, com tecnologia avança‐da”, acredita o coronel Guido.

Quando a autonomia chegar, poderá trazer junto a vinculação da Escola de Bombeiros ao CCB, hoje subordinada ao Departamento de Ensino (DE) da Brigada Militar. A escola é responsável pela formação e especialização dos militares, que seguirão a carreira de bombeiros, e pelos treinamentos dos salva‐vidas, que atuam no mar, em rios e em lagoas durante as temporadas de verão.

Comando do Corpo de Bombeiros conquistou sede própria

9º CRB , em Tramandaí, já apresenta fachada nas cores do padrão internacional dos bombeiros

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Mais uma Operação Golfinho está planejada. Para proteger banhistas que se espalham pelas praias e aqueles que procuram os balneários de águas doces, o treina‐mento de salva‐vidas veteranos e novos, iniciado em novembro, segue até 15 de dezembro.

Para encarar as braçadas do vera‐neio 2012/2013, cerca de 1.300 salva‐vidas militares estarão nas 257 guaritas do Litoral Norte e Litoral Sul e em mais 68 pontos de lazer em águas internas. Entre esses, alguns salva‐vidas estarão atuando pela primeira vez na atividade. São policiais militares que passaram por seleção e realizam o curso de formação de salva‐vidas.

Também foram abertas 600 vagas para os civis temporários, mas a média de adesão tem sido de 100 interessa‐dos, que são treinados pela Escola de Bombeiros e se somam aos salva‐vidas

militares, proporcionado segurança aos veranistas.

O comandante do CCB, alerta que a prudência é a melhor decisão para evitar perigos nos banhos de mar ou em águas internas. “A maior causa de mortes por afogamento ainda é a imprudência”, declara o coronel Guido. O maior índice de óbitos ocorre em rios, lagoas, açudes e barragens, que não são balneários públicos e, portanto, sem a presença de salva‐vidas.

Conforme o Corpo de Bombeiros, na Operação Golfinho 2010/2011 ocorreram 2.312 salvamentos no mar e em águas internas, 13 mortes por afogamento em pontos com guaritas e 73 óbitos em locais sem salva‐vidas. Na temporada 2011/2012 foram retiradas das águas 1.296 pessoas, 64 morreram afogadas em áreas de banho sem segurança e apenas quatro óbitos foram registrados em locais com a presença de salva‐vidas.

OPERAÇÃO GOLFINHO 2012/2013

Proteção dos banhistas é feita nas praias e em balneários de águas interiores

Salva-vidas treinam na praia de Torres para trabalhar na temporada 2012/2013

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Banhistas no Vale do Taquari têm proteção em áreas privadas

Iniciativa do Corpo de Bombeiros de Lajeado, no Vale do Taquari, evita mortes por afogamento em balneá‐rios particulares, que não estão sujeitos à atuação de salva‐vidas da Brigada Militar nos meses de verão. Visando oferecer proteção às pesso‐as que buscam esses locais para refrescar o calor durante o vera‐neio, o Corpo de Bombeiros prepara Guardiões de Balneários.

A ideia surgiu há muito tempo em Estrela, quando um banhista morreu afogado em um camping privado. O Corpo de Bombeiros da cidade ficou atento aos óbitos em rios, lagoas e açudes, que eram superiores aos números computados nas praias do litoral gaúcho, como continua acontecendo. Foi lançado, então, o projeto Guardiões de Balneários, com a curta duração de três anos, devido à falta de interesse

dos responsáveis por áreas privadas de lazer, com locais de banho.

A ação tomou novo fôlego na região de abrangência do Corpo de Bombeiros de Lajeado. A unidade vem conseguindo, desde 2005, mobilizar os proprietários de campings e espaços balneáveis de 24 municípios a encaminhar um empre‐gado ou contratado para o treina‐mento, que, depois, ficará zelando pelos banhistas. Normalmente, o preparo de um guardião acontece em novembro, durante quatro dias, com treino prático nas manhãs e tardes e com ensinamentos teóricos à noite, completando 40 horas/aula de forma‐ção. Dominar a natação e estar em perfeito estado de saúde, atestado por médico, são exigências para o curso. Os instrutores são salva‐vidas do Corpo de Bombeiros, com larga experiência na atividade.

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Revista da Brigada Militar 175 anos

“Os guardiões são treinados, a partir de uma síntese do trabalho dos salva‐vidas”, afirma o comandante dos Bombeiros de Lajeado, capitão Cássio Conzatti, subordinado ao 6º Comando Regional de Bombeiros. “O enfoque da preparação é o atendimento pré‐hos‐pitalar, com ênfase no socorro ao afogado e em reanimação cardiopul‐monar, a técnica básica de salvamento aquático e o nado utilitário”, comple‐menta o oficial. As aulas práticas acon‐tecem no rio Taquari, em Lajeado; na lagoa da Harmonia, um curso d'água artificial, em área particular, na cidade de Teutônia; e em um balneário priva‐do, em Estrela.

O treinamento tem um custo em torno de R$ 60,00 para cobrir os

gastos com material didático e unifor‐me, composto por camiseta amarela e calção vermelho, que os guardiões usarão em serviço.

MINISTÉRIO PÚBLICO APOIA INICIATIVA

Quando o projeto foi retomado em Lajeado, o Corpo de Bombeiros editou uma instrução normativa para amparar a proposta, que está respaldada pelo Ministério Público e Poder Judiciário. “Não podemos obrigar que os espaços balneáveis privados disponham de um salva‐vidas particular, mas como existe a cobrança de ingresso para acesso a esses locais, o Ministério Público entende que,

no caso de morte por afogamento, o proprietário poderá ser responsabilizado legalmente, caso não haja o serviço de proteção”, explica o capitão Cássio.

Ou por esse aspecto, ou por mudan‐ça de cultura, praticamente todos os balneários da área de atuação do Corpo de Bombeiros de Lajeado têm inscrito alguém para ser treinado a atuar como guardião. O resultado é que não tem havido mortes por afogamentos nesses locais.

O destacamento dos Bombeiros de Santa Cruz do Sul já se movimenta para implantar o projeto na sua área de atua‐ção, ampliando, indiretamente, a prote‐ção de banhistas onde não há guaritas de salva‐vidas da Brigada Militar.

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Projeto dos Guardiões de Balneários tem respaldo do Ministério Público e Poder Judiciário de Lajeado

Atendimento pré-hospitalar, com reanimação cardiopulmonar, é uma das disciplinas do curso

As aulas práticas acontecem no rio Taquari e em balneários privados

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Um software inédito no mer‐cado mundial e de domínio exclusivo do Corpo de Bom‐

beiros da Brigada Militar revolucionou a cultura da prevenção de incêndios no Rio Grande do Sul. Trata‐se do Sistema Integrado de Gestão da Prevenção de Incêndio (SIGPI) desenvolvido pelo 5º Comando Regional de Bombeiros (5º CRB), em Caxias do Sul, com suporte técnico de empresa de informática.

O SIGPI conta com 40 funcionali‐dades, que permitem desburocratizar e agilizar o processo administrativo da prevenção de incêndios. O que levava, em média, seis meses para ser aprova‐do vem sendo feito em até 15 minutos. Antes do SIGPI, o exame de um Plano de Prevenção Contra Incêndio (PPCI) tomava tempo de engenheiros, arqui‐

tetos e dos bombeiros, além de espaço físico com a papelada que se acumulava nas prateleiras. Atualmente, o projeto de uma edificação entra no Corpo de Bombeiros com a metragem quadrada da atual ou futura área, altura da construção, tipo de ocupação e objeti‐vos do empreendimento. O bombeiro digita as informações no computador e o SIGPI aponta as providências que o proprietário ou o responsável técnico deverá tomar para enquadrar o projeto às normas oficiais de segurança. O siste‐ma detecta o local exato onde devem ser instalados o extintor, a escada de fuga e a porta de emergência, por exemplo. Também é possível obter dados estatísticos, georreferenciados, históricos e técnicos das edificações. Ainda está disponível a moderna ferra‐

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Tecnologia revoluciona prevenção de incêndios no Estado

Depois do SIGPI, bombeiros atuam mais na prevenção do que no combate a sinistros

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menta de realidade aumentada, a ser utilizada em breve, que mostra o georreferenciamento dos imóveis, contendo o sistema preventivo de incêndio, em qualquer ponto do Estado, sem a necessidade de desloca‐mento do bombeiro à edificação.

Até 2005, quando o software foi desenvolvido, no máximo 20% das edificações em todo o Estado eram fiscalizadas pelo Corpo de Bombeiros. Agora, o trabalho abrange pratica‐mente a totalidade das construções em solo gaúcho, exceto em Porto Alegre, onde o sistema ainda será implementado. Somente em Caxias do Sul, em 2011, foram inspecionados e concedidos alvarás para 3 milhões e 250 mil m² de edificações ao passo que em 2005 esse número era de apenas 4.929m². Na área de abran‐gência do 5º CRB, onde estão 47 cidades com nove unidades do Corpo de Bombeiros, as inspeções e alvarás atingiram aproximadamente 14 milhões de metros quadrados no ano passado, contra aproximadamente 11,5 mil m² de 2005.

Se em metros quadrados fica difícil alcançar a noção de construções visto‐riadas pelos bombeiros, vejamos em números quantitativos. Antes da implantação do SIGPI, o 5º CRB contabilizava 21 inspeções realizadas e 19 alvarás emitidos em 2005. Já neste ano, até junho, ocorreram 6.243 inspe‐ções e foram emitidos 5.291 alvarás.

“Esse sistema possibilitou uma mudança significativa na atuação do Corpo de Bombeiros no que tange à prevenção de incêndios e ao atendi‐mento da sociedade, com números extremamente positivos”, comemora o comandante do Corpo de Bombei‐ros no Estado, coronel Guido Pedroso de Melo.

E o trabalho continua evoluindo. Em Caxias do Sul, os bombeiros já estão indo aos locais das vistorias com tablet e impressora. No ato da inspe‐ção, pode ser emitido o Relatório de Inconformidade, caso seja constatada alguma divergência com as normas de prevenção contra incêndio. Em pouco tempo, o próprio alvará poderá ser

entregue no local da fiscalização. Já há condições técnicas para isso, mas o 5º CRB ainda amadurece a ideia.

REDUÇÃO DE SINISTROS

Mais números comprovam a eficiên‐cia do SIGPI. Há 10 anos, ocorriam três incêndios em Caxias do Sul. Atualmente, esse número caiu para a metade, permi‐tindo aos bombeiros atingir a premissa básica da profissão, que é concentrar mais tempo na prevenção de sinistros.

INSPEÇÕES ALIMENTAM FUNREBOM

Ao mesmo tempo em que reduziu a espera para emissão dos alvarás de prevenção e proteção contra incêndio, o SIGPI melhorou as condições de traba‐lho do Corpo de Bombeiros. A quantida‐de vultosa de inspeções gera, na mesma proporção, valores consideráveis, que revertem em melhorias ao patrimônio da Corporação e às condições de traba‐lho dos bombeiros.

Para o cadastro do Plano de Preven‐

ção Contra Incêndio (PPCI) de uma edificação, que será inspecionado pelo Corpo de Bombeiros, há uma taxa de R$ 56,88 a ser paga no Banco do Estado do Rio Grande do Sul ou em convenia‐dos. A soma arrecadada vai para o Fundo Municipal de Reequipamento dos Bombeiros (Funrebom). Em cada município, a gestão do Fundo é feita pela prefeitura, ou outros gestores, que repassa os recursos à unidade local do Corpo de Bombeiros. O dinheiro vem proporcionando a autossustentação dos quartéis. Anteriormente, o 5º CRB sobrevivia de repasses da prefeitura de Caxias do Sul para o Funrebom em aproximadamente R$ 90 mil anuais. Somente em agosto deste ano entra‐ram no Funrebom R$ 71 mil, engordan‐do o saldo total em R$ 700 mil (até aquele mês).

Desde a implantação do SIGPI, o 5º CRB já adquiriu duas caminhonetes Nissan, seis veículos Prisma, dois caminhões de combate a incêndio, uma viatura de resgate e construiu um quartel com 200 m² em Caxias do Sul (a obra também contou com recursos da prefeitura e de Associação de Morado‐res). Além disso, cada bombeiro conta com seu próprio Equipamento de Prote‐ção Individual (EPI), no padrão norte‐americano, composto de calça, bota, jaqueta e capacete. Antes dos valores avantajados das inspeções, de individual o equipamento tinha só o nome, porque era dividido entre o efetivo. Havia um EPI para cada 20 bombeiros.

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“ Atuamos cada vez menos no combate a incêndio. Cerca de 80 inspeções são realizadas na Serra diariamente e as edificações estão mais seguras, o que permite o controle do princípio de incêndio pelo próprio pessoal dos prédios.”

Coronel Guido

Sistema mudou cultura de prevenção a incêndios

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Uma ferramenta com tantas vanta‐gens não demoraria para ser conhecida e copiada. A Alemanha, um dos países mais desenvolvidos do mundo, mostrou‐se interessada no SIGPI, genuinamente caxiense. Em 2009, o sistema foi apresentado ao Corpo de Bombeiros de Darmstadt, cidade independente ao sul de Frankfurt. Curiosamente, na cidade está localiza‐da a Universidade Técnica de Darmstadt, uma das mais importantes da Alemanha. Continuam sendo feitas tentativas para a oficialização de um projeto piloto de intercâmbio, por meio do qual o Corpo de Bombeiros gaúcho passaria a tecnologia do SIGPI em

troca de cursos e de equipamentos de combate a incêndio.

No Brasil, Rio de Janeiro e Santa Catarina verificaram o funcionamento do sistema, mas não o implantaram por lá. Minas Gerais e Tocantins estão utili‐zando parte da tecnologia e cultura levadas daqui. O Distrito Federal está na fase de estudo e desenvolvimento do método gaúcho. Recentemente, repre‐sentantes da Secretaria Estadual de Assuntos Estratégicos, do Sindicato das Indústrias da Construção Civil (Sindus‐con) e do Corpo de Bombeiros do Paraná visitaram o 5º CRB e também estão implantando o projeto criado na serra gaúcha.

40 Revista da Brigada Militar 175 anos

TECNOLOGIA DE EXPORTAÇÃO

ANTES DO SIGPI

EXCESSO DE BUROCRACIA

TRABALHO ARTESANAL

RETRABALHO

DIMINUIÇÃO DO EFETIVO

3 INCÊNDIOS/DIA EM CAXIAS DO SUL

1 EPI PARA 20 BOMBEIROS

MÉDIA DE R$ 2 MIL/MÊS EM CAIXA COM TAXAS

COM O SIGPI

AGILIDADE NOS PROCEDIMENTOS

PROCEDIMENTOS ELETRÔNICOS: CONSULTA DA

SITUAÇÃO DA EDIFICAÇÃO, ENCAMINHAMENTO

REMOTO DE PLANOS, EMISSÃO DE DOCUMENTOS

ELIMINAÇÃO DE DEMANDAS REPRIMIDAS

AMPLIAÇÃO DO NÚMERO DE EDIFICAÇÕES SEGURAS

1,5 INCÊNDIO/DIA EM CAXIAS DO SUL

1 EPI PARA CADA BOMBEIRO

R$ 71 MIL EM CAIXA EM AGOSTO/2012 COM TAXAS

Antes do SIGPI, no máximo 20% das edificações eram fiscalizadas; agora é quase a totalidade das construções

Bombeiros são beneficiados com melhorias nos quartéis, a partir das taxas de inspeção

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Criado em 1988, o Instituto de Pesqui‐sas da Brigada Militar (IPBM) é um dos pioneiros entre as polícias milita‐res do país. É encarregado de fomen‐tar a pesquisa, vinculada ao aperfei‐çoamento das atividades do policial militar e do bombeiro, dentro das linhas de estratégia e fundamentos da segurança pública, gestão, operacio‐nalidade e recursos humanos.

O IPBM apura sugestões de títulos de pesquisa junto aos Comandos da Corporação. Depois de analisados e aprovados pelo Departamento de Ensino da BM, são apresentados aos alunos em formação e especialização para que escolham os temas das monografias. Também são atribuições do IPBM oferecer orientadores metodo‐lógicos ao aluno, enquanto desenvolve a

pesquisa, e formar e coordenar a banca de avaliação. Os trabalhos de conclusão são entregues nos meios físico e digital.

O seu acervo, atualmente, é de 3.110 trabalhos científicos produzidos nos cursos Superior de Polícia Militar (CSPM), de Especialização e Políticas em Gestão de Segurança Pública (CEPGSP) e Avançado de Administra‐ção Policial Militar (CAAPM).

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Instituto de Pesquisas da BM é pioneiro

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Brigadianos estão habilitados a adestrar cães para busca e salvamento

O primeiro curso para a formação de policiais militares em adestramento de cão de busca e salvamento foi realizado pela Brigada Militar em 2012. Local: Escola de Formação e Especialização de Soldados em Montenegro (EsFES/MN), onde, em maio deste ano, ficou pronta uma área que simula situações de desas‐tres. Coordenador do curso: major Romeu Rodrigues da Cruz Neto, oficial do Grupamento de Busca e Salvamen‐to (GBS) do Comando do Corpo de Bombeiros (CCB). Atuando na Força Nacional de Segurança Pública do Ministério da Justiça, ele comandou o Grupamento de Busca e Salvamento que participou dos resgates nos quatro maiores desastres naturais do Brasil nos últimos anos: enchentes em Blumenau (SC), 2008; deslizamentos no Morro do Bumba, em Niterói (RJ), 2010; inundações em Alagoas, 2010; e catástrofe natural na região serrana do Rio de Janeiro, 2011.

A tragédia em Blumenau também foi vivenciada pelo tenente‐coronel Ronaldo Buss, como comandante do Batalhão Especial de Pronto Emprego da Força Nacional. Atualmente coman‐dando a EsFES/MN, ele disponibilizou o local para abrigar uma pista de treinamento para situações de catás‐trofes, montada pelo capitão Antunes Isandré de Souza, que também partici‐pou dos trabalhos de resgate na enchente da cidade catarinense.

Policiais poderão atuar, com seus cães, no resgate de vítimas de catástrofes

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O curso de formação de adestra‐dor de cães de busca e salvamento fez a estreia da área com 2 mil m², que se compõe de módulos com manilhas e simulação de escombros, local confi‐nado e túneis.

O curso pioneiro formou 15 poli‐ciais militares, entre eles oito bombei‐ros, que estão preparados para treinar um cão e deixá‐lo em condições de operacionalidade na localização de vítimas vivas ou mortas. Os alunos passaram 244 horas/aula em forma‐ção, entre agosto e outubro, acompa‐nhados de seus cães, com idades entre 9 meses e 1,5 ano, das raças labrador, pastor e retriever, conforme previsto no edital do curso. “O cão só obedece ao seu adestrador. A psicologia canina é a da matilha, na qual há um líder, seguido pelo resto do bando. Assim, o cão obedece ao cinófilo”, explica o major Romeu. Essa relação estreita entre o adestrador e o animal recebe o nome de binômio (homem‐cão).

Na rotina dos alunos, os instruto‐res, entre eles o major Romeu, orien‐tavam sobre veterinária básica; legislação e história do serviço de cães de busca e salvamento no Brasil e no mundo; atendimento pré‐hos‐pitalar; psicologia canina; adestra‐mentos básico e avançado; buscas em mata e escombros; e orientação e sobrevivência.

O major Romeu afirma que esse curso foi o primeiro entre as polícias militares do Brasil a formar adestrado‐

res de cães para busca e salvamento. “Já ocorreram especializações, mas a formação de um policial sem experiên‐cia na área, que ao final do curso está habilitado a adestrar seu cão, foi a primeira vez”, diz o oficial.

Atualmente, em situações de desastres no Estado, a Defesa Civil aciona o serviço de cães de busca e salvamento do canil do GBS do Corpo de Bombeiros, que conta com seis animais. A partir de agora, os policiais que finalizaram o curso, poderão atuar no resgate de vítimas de catástrofes, desde que o binômio esteja certificado na categoria de pronto emprego. A certificação passará a ser emitida pelo GBS do CCB e pela Escola de Bombei‐ros do Departamento de Ensino da BM, que aplicará provas nos cães para identificar o seu nível de habilitação, nas categorias adestramento básico, adestramento avançado e pronto emprego.

Conforme o major Romeu, normati‐zações da Brigada Militar, publicadas neste ano, estipulam critérios para os binômios certificados, como a monta‐gem de canil, tipo de veículo para o transporte dos animais e a forma como vai acontecer o acionamento e o emprego do adestrador e seu cão nas ações de resgate.

Outro curso está em andamento para formar a segunda turma de adestradores de cães de busca e salva‐mento, com previsão para encerrar ao final de novembro.

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Turma do primeiro curso de formação em adestramento de cão de busca e salvamento da BM

No conteúdo programático, aulas de veterinária básica

Cão obedece ao adestrador porque sua psicologia está focada na matilha, cujo bando segue um líder

Pista na EsFES/MN simula escombros, local confinado e túneis

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Ofestival hípico mais antigo do Brasil, que acontece de maneira ininterrupta há 52

anos, está em Porto Alegre e é organi‐zado pela Brigada Militar. Em 1960, o 4º Regimento de Polícia Montada (4º RPMon) realizou a primeira edição do Festival Hípico Noturno, que se conso‐lidou como um evento atrativo para competidores de todo o Brasil e de países vizinhos.

O festival integra as comemora‐ções do aniversário da Brigada Militar (18 de novembro) e faz parte do calen‐dário oficial da Confederação Brasileira de Hipismo (CBH). Com entrada franca, em torno de cinco mil pessoas circulam pela área do 4º RPMon, situa‐do na Avenida Aparício Borges, bairro

Partenon, para acompanhar cavaleiros e amazonas, militares e civis, que dispu‐tam as provas de salto durante quatro dias. O festival tem atraído uma média de 350 competidores de vários Estados do país, além da Argentina e do Uruguai. Os campeões e atletas classificados ganham troféus, medalhas, brindes e prêmios em dinheiro e seus cavalos recebem escarapelas, também conheci‐das por rosetas.

“O 4º RPMon deixa de ser um quartel nesses dias e torna‐se palco de um glamouroso evento aberto a toda comunidade”, observa o comandante do Regimento, tenente‐coronel Solon Brum Beresford. O local, de fato, transfi‐gura‐se. São locadas arquibancadas e banheiros químicos para

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Festival Hípico Noturno acontecehá mais de meio século

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Revista da Brigada Militar 175 anos 45

Festival é disputado por militares e civis

atender, adequadamente, o grande público, instalado sistema de sonori‐zação, montados toldos e ambienta‐ções com lounges, além da contrata‐ção de todo o estafe de julgadores da competição, chamados de oficiais de concurso.

O acontecimento é denominado Festival Hípico Noturno porque as principais provas são disputadas à noite, como um diferencial na modalidade, mas muitas atividades também ocorrem durante o dia. Conforme o tenente‐coronel Beres‐ford, outro atrativo para os atletas é a característica da pista principal, que, pelas dimensões reduzidas e proximidade com o público e estru‐turas, torna o festival semelhante

aos concursos hípicos europeus.O evento é organizado com

aporte financeiro de patrocinadores e parte dos valores é destinada à execução de projetos do 4º RPMon, como aquisição de equinos e de equipamentos, adaptação de caminhões para o transporte de cavalos e a recente construção do Centro de Treinamento de Policia‐mento Montado (ver página 56).

A 52ª edição do Festival Hípico, neste ano, trouxe à Capital gaúcha, pela primeira vez, o Campeonato Brasileiro Militar, promovido pela CBH, que reúne representantes das policias militares de vários Estados e do Exército Brasileiro, fomentando o hipismo de salto.

Comandante-geral, coronel Sérgio Abreu (esq.), e o comandante do 4º RPMon, tenente-coronel Beresford (dir.), no momento da premiação do Festival passado

Quartel do 4º RPMon transforma-se para receber competidores, autoridades e visitantes

Evento recebe competidores de todo o Brasil e países vizinhos

Pista principal é semelhante a de concursos hípicos europeus

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Tenente-coronel Nádia comandou Batalhão no interior e, agora, lidera outro na Capital

Vaidade convive com ofício de policial

efetivo feminino ingressou na Brigada Militar há 26 anos. Desde lá, as mulheres

vêm marcando território em um ambiente que deixou de ser tipicamen‐te masculino, mas que ainda reserva algumas atuações apenas aos homens. Somente em 2012, uma mulher assumiu o comando de um batalhão na Capital. A tenente‐coronel Nádia Rodri‐gues Silveira Gerhard passou a coman‐dar o 19º Batalhão de Polícia Militar em julho deste ano. Foram duas ascensões no mesmo período. Pouco antes, havia sido promovida do posto de major a

tenente‐coronel, junto com outras três mulheres, que somam oito policiais femininas neste patamar da carreira na Brigada Militar, estando duas na reserva.

Mas como comandante de batalhão, Nádia Gerhard traz a experiência acumu‐lada em cinco anos à frente do 40º BPM, localizado em Estrela, no Vale do Taquari, de onde se mudou com a família para Porto Alegre. O marido, oficial do Corpo de Bombeiros, também se transferiu para a Capital, acompanhando a esposa e filhos. Sinal dos tempos, o marido segue a companheira para não desestru‐turar a organização familiar, porque

embaixo da farda, do coldre e da postura firme diante de seus comandados, essa mulher também é mãe, assume afazeres domésticos, compromissos sociais e familiares.

A tenente‐coronel Nádia trabalha uma média de 12 horas por dia. Em finais de semana não fica no quartel, embora, às vezes, dê uma chegadinha lá, mas o celular funcional fica ligado 24 horas e inúmeras chamadas são atendi‐das. Conta com uma empregada para os afazeres domésticos e com a ajuda da mãe para cuidar dos três filhos de 15, 8 e 4 anos, mas nem por isso

O

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Revista da Brigada Militar 175 anos

descuida‐se das coisas do lar. As orien‐tações para a rotina doméstica são ditadas por ela, como o cardápio da semana. Auxiliar os filhos nos temas escolares e brincar com eles, organizar os armários, ir à manicure, circular pelo shopping e cozinhar para receber amigos e familiares ‐ tudo tem espaço reservado na sua apertada agenda. Afinal, policial militar é mais um ofício no meio de tantos outros encarados por milhares de mulheres que se desdobram entre o lar e o trabalho.

FARDA DÁ LUGAR A VESTIDOS

Apesar do risco imposto pela profis‐são; da habilidade ao manusear uma arma; da precisão de movimentos em uma operação delicada; sob a farda pulsa um coração carregado de particu‐laridades femininas. A vaidade é uma delas. Por isso, muitas vezes, o unifor‐me de trabalho dá lugar a trajes mais ousados. Seja um vestido de gala e uma coroa de soberana, seja um vestido de prenda e uma flor no cabelo. Esses figurinos são usados por duas soldados da Brigada Militar.

Eleita uma das princesas da 28ª

Oktoberfest, de Santa Cruz do Sul, a soldado Joana Aline Frantz, do 23º BPM, troca a farda pelo vestido cor‐de‐rosa, o coturno pelo salto alto, a boina pela coroa de soberana da terceira maior festa germânica do mundo. Aos 23 anos, Joana já havia participado de outros concursos de beleza e, eleita Miss Santa Cruz do Sul, representou o município no Miss Turismo Rio Grande do Sul, conquis‐tando a faixa de princesa.

Cursando faculdade de Direito e há três anos na Corporação, Joana sabe mostrar postura firme na rotina diária do combate à violência, mas também expressa simpatia natural, com um largo sorriso. Seu interesse pela carreira militar surgiu devido à proximidade com o trabalho dos brigadianos, já que desde os quatro anos mora em frente a uma unidade da Corporação.

Joana precisou entrar em férias na BM para dar conta da agenda que inclu‐ía viagens de divulgação, visitas a diver‐sos órgãos e entrevistas sobre a Oktoberfest, além da presença por horas a fio no parque do evento, nos dias da festividade. Ela carregará o título de soberana até passar a faixa para a próxima princesa, no ano que vem, mas os compromissos serão menos intensos, permitindo‐lhe conciliá‐los com o traba‐lho no quartel, os estudos, o namoro e a vida em família.

Por sua vez, a soldado Márcia Cristi‐na Borges da Silva, além de alimentar a vaidade, juntou a garra para, em duas ocasiões, romper barreiras em universos masculinizados. A estreia, ao ingressar na polícia militar. A segunda, e para marcar a história, ao ser a primeira mulher eleita patroa do CTG 35, em Porto Alegre, o pioneiro do movimento tradicionalista organizado no Estado. Ela ocupa o cargo desde dezembro de 2011 e há 11 anos está nas fileiras da Brigada Militar.

Com 38 anos, Márcia participa do CTG desde os cinco, foi primeira‐prenda três vezes, integrou invernadas artísticas e era a capataz cultural há oito anos, antes da disputa apertada com candida‐to do sexo masculino, como era praxe. De 268 eleitores, 149 votaram em Márcia. Ela atribui ao preconceito sua vitória por apenas 15 votos. Em reconhe‐cimento à sua dedicação ao tradicionalis‐mo, ela já foi agraciada com Medalha da Assembleia Legislativa; Comenda João de Barro, do Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG); Troféu Anita Garibaldi, da 1ª Região Tradicionalista; e Troféu Mulher Gaúcha, do Governo do Estado.

Márcia estará à frente da patrona‐gem do CTG 35 até dezembro de 2013. Por enquanto, não pensa na reeleição, permitida pelo estatuto da entidade. A soldado e patroa, casada há 11 anos, com uma filha de 6, graduada em Histó‐ria, pós‐graduada em Educação Ambiental e cursando outro pós em Psicopedagogia, tem a atenção voltada ao trabalho na recepção do gabinete do comandante‐geral da Brigada Militar, às inúmeras atividades no CTG, aos estudos, casa e família.

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A PM Joana durante treino de tiro

Soldado Joana Frantz troca a

farda pelo glamouroso

vestido de soberana da 28ª

OktoberfestSoldado Márcia é primeira mulher a eleger-se patroa de CTG

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Proerd tem Centro Mercosul de Formação

Interagindo com a sociedade, a Brigada Militar busca prevenir a violência e promover a cidadania. Com esse foco, são desenvolvidos programas, projetos, campanhas e ações sociais para os públicos infan‐til, infanto‐juvenil e adulto.

O Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência (Proerd), atualmente, é o de maior abrangência no Estado. Oriundo do programa norte‐americano D.A.R.E. (Drug Abuse Resistance Education), criado no ano de 1983, em Los Ange‐les, o Proerd foi implantado no Brasil em 1992 pela Polícia Militar do Esta‐do do Rio de Janeiro.

Trata‐se de uma ação conjunta entre polícia militar, escola e família no intuito de prevenir e reduzir o uso de drogas e a violência, por meio de currículos específicos para crianças e adolescentes dos 5º e 7º anos, educação infantil e séries iniciais do

ensino fundamental. Completando o ciclo de proteção integral em preven‐ção primária, há um curso específico para adultos. Em todos os currículos, são utilizadas técnicas pedagógicas e materiais didáticos adequados à cada categoria, adaptado pela Coordena‐ção Estadual, segundo as normas e preceitos da Câmara Técnica Nacional do Proerd.

No Estado, o Proerd surgiu em 1998, quando os primeiros instruto‐res da Brigada Militar capacitaram‐se em São Paulo, iniciando a expan‐são do programa pelo Rio Grande do Sul. Naquele mesmo ano, em 15 de julho, aniversário do Proerd/RS, foram formadas as duas primeiras turmas com alunos do Colégio Esta‐dual Piratini, localizado em Porto Alegre.

À época, o combate às drogas e à criminalidade estava mais focado na repressão, o que dificultava a atuação dos policiais que tentavam

desenvolver o programa. Todavia, começava‐se a falar na filosofia de polícia comunitária, ou seja, na integração entre polícia e comuni‐dade, visando à prevenção. A partir de então, o Proerd, foi conquistan‐do seu espaço dentro da Instituição e na sociedade. Com o aumento do consumo de drogas por adolescen‐tes e jovens e, consequentemente, da violência, diretores e professores passaram a requerer o programa para suas escolas e, assim, foram formados novos instrutores, a fim de dar conta da demanda.

Em 15 de junho de 2010, foi aprovada a Lei Estadual Nº 13.468, que instituiu o Proerd como política pública de prevenção às drogas em âmbito estadual e fixou a compe‐tência da Brigada Militar. O ano de 2011 também foi extremamente significativo para o Proerd. O comandante‐geral da BM, coronel Sérgio Roberto de Abreu, com o

Momento de uma formatura do Proerd, em Santa Maria

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Revista da Brigada Militar 175 anos

intuito de ampliar o programa e promover‐lhe maior destaque, inte‐grou a Coordenação Estadual ao Núcleo de Projetos Sociais da Assesso‐ria de Direitos Humanos, vinculada a seu gabinete.

A partir disso, a Brigada Militar constituiu, pela primeira vez, uma comitiva com três oficiais para repre‐sentar o Estado na 24ª Conferência Internacional do D.A.R.E., ocorrida em julho de 2011, na cidade de Nashville, Tennesse, Estados Unidos. Além de atualização e qualificação profissional, o objetivo maior era propor à equipe diretiva do D.A.R.E. International a oficialização do Proerd/RS como Centro de Treinamento. Assim, haveria possibilidade de maior interação com as polícias do Uruguai e da Argentina, eis que já haviam sido formados os primeiros pais e alunos uruguaios, por meio de parceria entre instrutores do Proerd de Santana do Livramento e a Polícia de Rivera (Uruguai). Os objeti‐vos da viagem foram atingidos com sucesso, tanto que no encontro de comemoração dos 18 anos do Proerd de São Paulo, em novembro de 2011, o diretor internacional do D.A.R.E., Mike Kuhlman, entregou ao comandan‐te‐geral da Brigada Militar a certifica‐ção para o Centro de Treinamento Oficial do D.A.R.E./Proerd. Depois, portaria do Estado‐Maior da BM deno‐minou‐o de Centro Mercosul de Formação Proerd, para que, em virtu‐de das fronteiras do Rio Grande do Sul com Uruguai e Argentina e da proximi‐dade cultural, seja possível difundir o programa nesses países.

Inaugurando a parceria com a Secretaria Estadual da Justiça e dos Direitos Humanos, em dezembro de 2011, foi realizado o Seminário de Capacitação em Prevenção às Drogas e Direitos Humanos, em Bento Gonçalves, atualizando cerca de 300

policiais instrutores do Proerd do Esta‐do, além de oficiais das polícias militares do Tocantins e de Alagoas, em novo currículo para o 7º ano, com metodolo‐gia atual e inovadora. Durante o semi‐nário, também ocorreu o primeiro curso para gestores, direcionado a oficiais responsáveis pela administração do Proerd nos Comandos Regionais. No início de novembro de 2012, ocorreu o II Seminário, em Santa Maria, capacitan‐do cerca de 400 policiais militares.

Na Operação Golfinho 2011/2012, pela primeira vez o Proerd integrou o Programa Brigada Orienta e reuniu todos os projetos sociais desenvolvidos no litoral naquele período. O “Proerd Praia” percorreu o litoral gaúcho, atuan‐do em mais de 30 praias, com palestras, conversas sobre prevenção e distribui‐ção de panfletos informativos. Em Torres, ocorreu a Gincana Proerd, com quatro equipes de ex‐alunos, que colo‐caram em prática os conhecimentos adquiridos no programa durante o ano.

Com uma equipe de treinamento qualificada, composta por cinco facilita‐dores, quatro pedagogos e 27 mentores em atuação, no primeiro semestre de 2012, foram realizados 10 cursos, formando quase 300 novos instrutores, em regiões diversas, com a participação inédita de um policial militar da Paraíba, de oito policiais uruguaios e quatro argentinos.

Hoje, o Proerd é reconhecido no Estado como política pública eficaz na prevenção às drogas e à violência e conta com aproximadamente 900 mil crianças e adolescentes participantes, desde a implementação do programa, em 1998. O Centro Mercosul de Forma‐ção Proerd está consolidado como um dos mais importantes e qualificados núcleos de treinamento do Brasil, mantendo‐se constantemente atualiza‐do e fiel à metodologia desenvolvida e aprimorada pelo D.A.R.E. America.

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Turma do primeiro curso de instrutores realizado pelo Centro Mercosul de Formação Proerd

Equipe que participou da Gincana Proerd, em Torres, durante a Operação Golfinho 2011/2012

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50 Revista da Brigada Militar 175 anos

O

Respeitável público, com vocês: Brigada em Cena

Com o teatro, brigadianos mostram a segurança pública sob outro ângulo

lúdico diverte e ensina. Com esse espírito, surgiu o Briga‐da em Cena, na cidade de

Santa Rosa, com policiais do Comando Regional de Policiamento Ostensivo Fronteira Noroeste (CRPO FNO). Em 2008, brigadianos que atuavam como instrutores do Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência (Proerd) tiveram a ideia de utilizar fantoches para dar mais vida às históri‐as contadas às crianças de até seis anos. A iniciativa acabou reconhecida pela Coordenadoria Estadual do Proerd como ferramenta capaz de proporcionar melhor interatividade entre o policial e o aluno.

Dali para a ribalta foi um pulo. Em 2010, aqueles instrutores frequenta‐ram um curso de artes cênicas e, logo após, formaram um grupo de teatro disposto a mostrar que a segurança pública pode ser apresentada sob outro ângulo.

No lugar da farda, figurinos colori‐dos são usados por policiais atores para retratar aspectos do cotidiano de forma pedagógica e divertida, com o foco na prevenção.

Os temas encenados em peças e esquetes vão desde o uso de drogas e

a relação entre pais e filhos diante desse problema; passando por questões de trânsito, como cinto de segurança, álcool e direção, faixa de segurança e cadeirinha de crianças; até à violência doméstica, Lei Maria da Penha e sua abrangência. Pela primeira vez partici‐pando da Operação Golfinho 2011‐2012, as apresentações estiveram focadas nos perigos do mar, informações sobre as bandeiras de alerta na beira da praia, cuidados com exposição ao sol e cães nas areias, que se repetirão nos próxi‐mos veraneios.

Atualmente, oito roteiros são ence‐nados pelo grupo, que conta com 10 integrantes. A direção cênica é do solda‐do Jeferson André Cavalheiro Pinto, que também escreve a maioria dos scripts. Desde sua criação até o momento, em várias cidades do Rio Grande do Sul, aproximadamente 50 mil pessoas assisti‐ram às apresentações do grupo em escolas, eventos diversos e ações comu‐nitárias.

E o sucesso do grupo já alcança outros pagos. Em agosto deste ano, esteve em Brasília, no Encontro Nacio‐nal das Delegacias Especializadas de Atendimento às Mulheres, onde foi lançada a Campanha “Compromisso e

Atitude – A Lei é mais Forte”, que busca fortalecer a Lei Maria da Penha, e apre‐sentou para cerca de 400 pessoas a peça “Maria”, que trata sobre o tema.

Para os seus deslocamentos, o grupo tem à disposição um ônibus da BM, com a identidade visual do Brigada em Cena patrocinada pela Secretaria Estadual da Justiça e dos Direitos Huma‐nos. Também recebe apoio da prefeitura e do Ministério Público de Santa Rosa.

Desde abril de 2012, o Brigada em Cena está inserido no Núcleo de Proje‐tos Sociais da Assessoria de Direitos Humanos da Brigada Militar.

É só aguardar a próxima atração, assistir e aplaudir.

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Editoração: Alex Silva | Texto: Alexandre Nogueira | Foto: Tiago Belinski

AGOSTO DE 2011

A revista “Brigada Militar na Legalidade“ recriou, pelo sentimen‐to de quem viveu aqueles dias, o cenário de uma página histórica de nosso país. Foram ouvidos policiais que viveram a Legalidade no Palácio Piratini, aguardando um bombar‐deio aéreo; outros que ficaram no Centro de Instrução Militar, prontos para um possível confronto com o Exército; aqueles que se deslocaram a Torres para defender a divisa do

Estado, além de outras pessoas que confirmaram a importância da Briga‐da Militar para que a Constituição fosse respeitada.

NOVEMBRO DE 2011

A edição comemorativa dos 174 anos da BM retratou a história pela demonstração do que existe sobre a memória institucional em diversos locais da Corporação, passando pelas atividades do cotidiano policial, com operações, ações e projetos que

foram esmiuçados nas matérias feitas a partir das entrevistas com os responsáveis diretos pela realização dessas atividades.

VERÃO DE 2012

A publicação apresentou os balneários de águas internas em 36 cidades, mais Porto Alegre, onde a Brigada Militar dispões do serviço de salva‐vidas com áreas demarcadas de banho, orientações aos veranistas e prevenção de afogamentos.

Atualmente, a CORAG, em termos organizacionais, tem uma estrutura similar a uma empresa da iniciativa privada, do setor fabril, tendo a sua sede localizada em uma área de 1.600 m², em Porto Alegre

Possui um parque gráfico totalmente informatizado, com capacidade insta‐lada para transformar 100 toneladas de papel por mês em informação.

Além de seu parque, a CORAG instalou, estrategicamente, duas lojas no centro da cidade de Porto Alegre, para facilitar o acesso da população ao Diário Oficial do Estado, aos livros e coletâneas das leis federais, estaduais e municipais, bem como às diversas publicações de literatura da cultura gaúcha.

Ao longo da sua história, a CORAG passou por muitas transformações, contribuindo, decisivamente, para avançar rumo à modernização, introduzir novos processos de gestão, elevar os investimentos em tecnologia da informa‐ção e consolidar as parcerias com diversas entidades públicas e privadas da sociedade gaúcha.

Numa parceria entre Corag e Brigada Militar, foram lançadas publicações sobre o trabalho da Corporação

Informe Publicitário

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UM FUTURO COM MAIS SEGURANÇA

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“Embora ainda faltem algumas defini‐ções relativas à Copa do Mundo 2014, a Brigada Militar está empenhada na capacitação de seus recursos humanos e no aporte de recursos materiais e técnicos que possibilitem a prestação de um serviço cada vez melhor à população gaúcha e a todos que vierem conhecer nosso Estado, durante este evento ou futuramente.” A declaração é da tenente‐coronel Ana Maria Haas, chefe da Seção de Operações e Treina‐mento (PM3) do Estado‐Maior da Brigada Militar.

Desde que Porto Alegre foi escolhi‐da uma das cidades‐sede do Mundial, a Brigada Militar mobiliza‐se na direção do aperfeiçoamento e ampliação de sua logística para garantir bases sólidas a uma complexa operação de segurança, que recepcionará delegações, autorida‐des, profissionais de imprensa e turistas. Foi criado um grupo de trabalho perma‐nente, encarregado de planejar e

administrar as ações referentes à realiza‐ção da Copa, coordenado pelo chefe do Estado‐Maior da Corporação, coronel Valmor Araújo de Mello.

Conforme a tenente‐coronel Ana, a capacitação dos policiais militares, sejam oficiais ou praças, está sendo feita de acordo com temáticas estabelecidas pelo Governo Federal. Já ocorreram ou ainda serão realizados treinamentos nas seguintes áreas: condutores de cães de faro para resgate de pessoas em áreas colapsadas e para drogas e explosivos, policiamento montado em praças e locais de grande aglomeração de público, visto‐ria técnica nesses locais, atendimento a múltiplas vítimas e em emergências com produtos perigosos, bombas e explosi‐vos, bombeiro de aeródromo, atuação de polícia judiciária voltada para grandes eventos, controle de distúrbios civis, escolta e batedores, uso diferenciado da força, sistema de comando de incidentes, segurança e apoio a turistas.

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Pontos turísticos da Capital foram visitados durante curso

Brigadianos estão aptos a orientar visitantes

Preparativos aguardam a Copa do Mundo 2014

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Relacionado ao último item, alguns Batalhões de Polícia Militar (BPMs) vêm proporcionando ao efetivo a participação em cursos de inglês e espanhol. Recentemente, uma turma de oficiais também concluiu curso de língua inglesa, fomentado pelo Comando‐Geral. Em parceria com a Secretaria de Turismo de Porto Alegre, foi realizada uma capacitação para atendimento de turistas, com policiais do 9º BPM, que cobre grande quanti‐dade de pontos turísticos da Capital. Por meio de palestras, imagens e passeio, os brigadianos estão qualifica‐dos a receber e orientar os visitantes.

PLANEJAMENTO INCLUI SEDES DOS CENTROS DE TREINAMENTOS

Além da concentração dos jogos do Mundial em Porto Alegre, outros municípios do Estado foram seleciona‐dos para oferecer Centros de Treina‐mentos, que servirão de base às equipes da Copa, com uso exclusivo por, no mínimo, 45 dias.

Essas cidades são Alvorada, Bento Gonçalves, Cachoeirinha, Capão da Canoa, Canela, Canoas, Farroupilha, Lajeado, Gramado, Novo Hamburgo, Osório, Pelotas, Rio Grande, Santa Cruz do Sul, Santa Maria, Santana do Livramento, Santo Antônio da Patru‐

lha, São Leopoldo, Passo Fundo, Três Coroas e Viamão.

“Embora a escolha dos Centros de Treinamento seja de competência exclusiva das seleções, a Corporação incluiu essas cidades em seu planeja‐mento, adotando as mesmas linhas de ações para a Capital, apenas em escala menor”, informa a chefe da PM3.

EXPERIÊNCIA GARANTIDA

Experiência em eventos com inten‐so fluxo de pessoas no Estado e na Capital não falta à Brigada Militar, que atuou em cinco edições do Fórum Social Mundial em Porto Alegre, nos anos de 2001 a 2003, 2005 e 2010. Também empregou sua capacidade operacional em seis jogos finais da Copa Libertado‐res, Sul‐Americana e Recopa, disputa‐dos entre times sul‐americanos na Capital.

Um teste, em menor escala, foi feito em 2009, quando Porto Alegre sediou o jogo Brasil x Peru pelas eliminatórias da Copa do Mundo de 2010. A partida, realizada no estádio Beira‐Rio, possibili‐tou à Corporação realizar uma prévia do planejamento e execução de todos os atos relativos ao Mundial, como escolta das delegações, da arbitragem e de equipe da Federação Internacional de Futebol Associado (FIFA), acompanha‐mento de reuniões técnicas, policiamen‐

to nos treinos abertos ao público e no próprio jogo.

Como a Copa 2014 exigirá meticulo‐sa atuação, a BM também tem enviado oficiais a eventos internacionais, a fim de aprimorar conhecimentos. Comitivas foram à Copa do Mundo 2010, na África do Sul e na final do Super Bowl 2012 (futebol americano), em Indianápolis, considerado o maior evento dos Estados Unidos, além de uma visita técnica à Polícia Metropolitana de Londres, acompanhando a preparação dos Jogos Olímpicos realizados lá, neste ano.

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BM realizou simulado de resgate em local que recebe grande público

Cinófilos do Grupo de Ações Táticas Especiais (GATE) estão prontos para atuar no Mundial

Cursos para adestrar cães de busca e salvamento vêm sendo realizados

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AQUECIMENTO PARA O MUNDIAL

Idealizado com vistas à Copa do Mundo 2014, o Centro de Treinamento de Policiamento Montado é uma recente conquista da cavalaria brigadi‐ana. Localizado no 4º Regimento de Polícia Montada (4º RPMon), na Capital, o espaço para a preparação de PMs e adestramento de cavalos, que atuarão no policiamento durante o Mundial, foi inaugurado em setembro.

A estrutura é composta por um picadeiro coberto de 1.000 m² e uma pista de aplicação, que simula as adver‐sidades do meio urbano. O local é iluminado e tem sistema de irrigação, permitindo treinos à noite e em dias de chuva. Também integram o Centro de Treinamento, quatro salas de aulas, com capacidade para 120 alunos, onde acontecem as instruções teóricas. A estrutura, incluindo a reforma das salas de aula, foi viabilizada com recursos do Festival Hípico Noturno (ver matéria às páginas 44 e 45) no valor de R$ 150 mil. “Todo o espaço foi muito bem utilizado e permite ao cavalo desenvolver suas virtudes físicas e psicológicas, com coragem e tranquilidade para o empre‐go operacional”, garante o comandan‐te do 4º RPMon, tenente‐coronel Solon Brum Beresford.

No Regimento, estão sendo adestrados 45 cavalos da raça Brasilei‐ro de Hipismo (BH), oriundos da Coudelaria da Serra, um dos criatórios de equinos da Brigada Militar, situado no município de Itaara e administrado pelo 1º RPMon, com sede em Santa Maria. “A Coudelaria produz cavalos da raça BH, a partir de inseminação. Por meio de convênio da Brigada com a Secretaria Nacional de Segurança Pública do Ministério da Justiça, em 2010, foram adquiridas 19 éguas e um ganharão da raça BH para termos cavalos puros”, conta o tenente‐coro‐nel Beresford. Essa é uma linhagem em formação no Brasil, produto do cruzamento entre machos de raças europeias, especializados nos esportes hípicos, e éguas bases de grande porte. O resultado é um cavalo de porte físico avantajado, com aptidão para a sela,

grande facilidade para adestramento e com caráter dócil, ideal para o trabalho do policiamento montado, além dos esportes hípicos.

Como o emprego da polícia monta‐da na Copa 2014 é uma das exigências do Caderno de Encargos da FIFA, devido às características de ostensivida‐de e prevenção desse tipo de patrulha‐mento, o 4º RPMon prevê contar com 200 conjuntos montados, ou seja, polici‐al e cavalo. O reforço vem sendo prepa‐rado. No 4º RPMon, 110 aspirantes à carreira militar estão no curso de forma‐ção para soldado. Em abril de 2013, farão parte do efetivo da Corporação. Segundo o comandante do Regimento, além das disciplinas gerais do currículo, esses recrutas passam por treinamento de equitação, pois já optaram pelo policiamento montado. “Eles se forma‐rão aptos à atividade e 2013 vai ser o período de aperfeiçoamento prático para o emprego desses novos soldados na Copa 2014”, afirma o tenente‐coronel Beresford.

Conforme o oficial, o policiamento montado será feito no estádio que abrigará os jogos do Mundial e em suas imediações, no local da Fun Fest (área para grande público, com transmissão dos jogos em telões) e nos setores turís‐tico e hoteleiro da Capital.

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Cavalos são adestrados para emprego durante o Mundial

Centro de Treinamento de Policiamento Montado será um legado da Copa 2014 na Capital

Pista de aplicação simula adversidades que cavalos poderão encontrar nas ruas

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Em abril de 2013, maior número de policiais militares estará trabalhando nas ruas do Estado. A formatura dos

novos soldados está prevista para o dia 21, data dedicada a Tiradentes, patro‐no das polícias. São pouco mais de 2.500 recrutas em formação, alojados em Batalhões de 28 cidades, desde a metade de setembro. Do total, 630 integrarão a tropa do Corpo de Bombeiros.

Os aspirantes haviam sido aprova‐dos em concurso realizado em 2010, que teve 30 mil candidatos. A previsão da Brigada Militar era chamar os primeiros 2 mil colocados, mas o governador Tarso Genro autorizou a convocação de todos os selecionados nas provas.

“O aumento do efetivo é mais um esforço do Governo do Estado, que tem buscado atacar os atuais índices de violência, com várias medidas, uma delas é a política de recompletamento dos quadros da Brigada Militar”, decla‐ra o comandante‐geral da Corporação, coronel Sérgio Roberto de Abreu. O efetivo, hoje, beira 23 mil brigadianos, diante de uma previsão de 10 mil policiais a mais. A última inclusão tinha sido em 2009.

“A novidade é o novo currículo,

focado no binômio eficiência e respeito aos direitos humanos, com especializa‐ção mais ampla no policiamento osten‐sivo e na atividade de bombeiro”, afirma o coronel Sérgio. Ele destaca que, pela primeira vez, os 12 Comandos Regionais de Bombeiros receberam turmas de alunos.

A formação, com 1,3 mil horas/aula, contempla 36 disciplinas, entre elas sociologia da violência e da criminalidade, ética e cidadania, direitos humanos, mediação de conflitos, inteli‐gência policial, técnicas de menor potencial ofensivo, polícia ostensiva em várias modalidades, diversas áreas do direito, uso da força e de armas de fogo.

“A forma de inclusão também foi marcada pelo ineditismo, pois a parceria entre a BM e as Secretarias Estaduais da Fazenda e da Administração permitiu aos aspirantes, em três dias, obter suas carteiras de identidade funcional provi‐sórias e ser incluídos no sistema de recursos humanos, recebendo seus salários ao final do primeiro mês de curso”, salienta o comandante‐geral.

Os alunos realizam o curso em quartéis nas regiões onde deverão trabalhar, como ocorria anos atrás. A prática foi retomada, pois a Instituição considera importante aproximar os recrutas das comunidades onde realiza‐

rão o policiamento ostensivo. “A agilida‐de na organização das estruturas, para oferecer aos alunos alojamentos e salas de aulas adequadas, além de fardamen‐to para usarem durante o curso, contou com o envolvimento de toda a Institui‐ção, desde os órgãos de apoio, aos Comandos Regionais”, lembra o coronel Sérgio Abreu.

As cidades onde ocorrem os cursos e nas quais os soldados deverão ser distribuídos são: Porto Alegre, Canoas, Cachoeirinha, Gravataí, Viamão, Alvora‐da, Sapucaia do Sul, Esteio, Novo Hamburgo, Sapiranga, Taquara, Charqueadas, Montenegro, Caxias do Sul, Bento Gonçalves, Gramado, Osório, Capão da Canoa, Pelotas, Rio Grande, Cachoeira do Sul, Passo Fundo, Erechim, Cruz Alta, Rio Pardo, Lajeado, Santa Rosa e Santana do Livramento.

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Aumento do efetivo reforçará segurança Alunos no dia em que se

apresentaram para o início do curso

Novos soldados atuarão em 28 cidades, a partir de abril de 2013

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Patrulha Maria da Penha protege vítimas de violência doméstica

Mulheres vítimas de violência doméstica residentes nos Territóri‐os de Paz de Porto Alegre podem se sentir mais seguras. Aquelas que foram agredidas por seus maridos, namorados ou ex‐com‐panheiros e solicitaram à Justiça a medida protetiva de urgência estão no roteiro da Patrulha Maria da Penha.

O projeto para oferecer prote‐ção a mulheres agredidas, por meio da ronda de uma patrulha especial‐mente destinada a isso, é inédito no país e foi lançado pelas Secretarias Estaduais da Segurança Pública (SSP) e de Política para Mulheres no final de outubro. A iniciativa é uma das ações da Rede de Atendi‐mento da Segurança Pública para o Enfrentamento à Violência Domés‐tica e Familiar, que também criou a Sala Lilás, no Departamento Médico Legal (DML) do Institu‐to‐Geral de Perícias (IGP), para dar privacidade às mulheres que vão

denunciar seus agressores.O funcionamento da Rede foi

planejado pela comandante do 19º Batalhão de Polícia Militar, tenen‐te‐coronel Nádia Rodrigues Silveira Gerhard; chefe de gabinete da SSP, Raquel Arruda Gomes; delegada Nadine Tagliari Farias Anflor, coorde‐nadora das Delegacias de Polícia Especializadas no Atendimento à Mulher (DEAMs); e corregedora‐geral do Instituto‐Geral de Perícias (IGP), perita Andrea Brochier Machado.

A Patrulha Maria da Penha, com quatro policiais militares (dois homens e duas mulheres), circula pelos Territórios de Paz Rubem Berta, Lomba do Pinheiro, Restinga e Morro Santa Tereza para fiscalizar se o agressor tem se mantido afastado de sua vítima. O monitoramento é feito com o auxílio de um tablet, que armazena os endereços das mulhe‐res amparadas pela medida proteti‐va. O serviço começou com um carro‐patrulha circulando pelos

quatro Territórios de Paz, mas a proposta é colocar uma viatura em cada um dos bairros.

Segundo a tenente‐coronel Nádia Gerhard, apesar da concessão da medida protetiva, muitas mulhe‐res acabam sendo assassinadas pelos seus agressores, o que justifica a implantação da Patrulha Maria da Penha. Para Nádia, a ronda da BM vai encorajar as mulheres vitimadas por violência doméstica a denuncia‐rem seus agressores, fazendo crescer, também, as solicitações de medidas protetivas. “Da mesma forma, acredito que a violência tenderá a diminuir, bem como os femicídios, uma vez que o agressor saberá que a BM vai estar presente na casa da vítima, reforçando a decisão judicial e protegendo esta mulher”, afirma a oficial.

Viatura percorre Territórios de Paz da Capital, dando segurança às mulheres agredidas

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Após as rondas, serão feitos relató‐rios, que poderão subsidiar os procedi‐mentos policiais. Também deverão ser realizadas visitas informais aos agresso‐res, no intuito de alertá‐los a obedecer a determinação judicial, mantendo‐se longe de suas vítimas.

OUTRAS CIDADES TERÃO O PATRULHAMENTO

A delegada Nadine Anflor observa que o fundamental no projeto é a mulher agredida saber que não está sozinha e pode contar com o trabalho preventivo da Brigada Militar. “Muitas mulheres vítimas de violência solicita‐vam medidas protetivas de urgência e questionavam quem iria fiscalizar essa ordem de afastamento do agressor. Tenho certeza que, a partir de agora, as prisões em flagrante irão aumentar e a sensação de segurança dessas mulhe‐res vítimas de violência doméstica também”, ressalta a delegada. “Os vizinhos e a família, percebendo que a BM está presente, passarão a acreditar mais na própria Lei Maria da Penha”, complementa.

Em Porto Alegre, a Delegacia da Mulher está localizada na rua Freitas de Castro, junto ao Palácio da Polícia, com atendimento 24 horas. Foi a primeira DEAM instalada no Estado, em 1985. Hoje, são mais 14 Delegacias da Mulher e 20 Postos de Atendimento à Mulher no Rio Grande do Sul.

A tenente‐coronel Nádia Gerhard afirma que a Patrulha Maria da Penha deverá se espalhar pelos municípios onde existem DEAMs. A sensibilização

iniciou por Canoas, em outubro. A oficial prevê para março de 2013 a incursão pelas demais cidades para a implanta‐ção do projeto: Caxias do Sul, Cruz Alta, Erechim, Gravataí, Ijuí, Lajeado, Novo Hamburgo, Passo Fundo, Pelotas, Rio Grande, Santa Cruz do Sul, Santa Maria e Santa Rosa.

SALA LILÁS OFERECE PRIVACIDADE ÀS VÍTIMAS

No DML do IGP está funcionando a Sala Lilás, para o acolhimento privativo das mulheres vítimas de agressões sexuais ou com lesões visíveis, que aguardam o atendimento das perícias clínica e psíquica e do serviço psicossoci‐al. Uma das novidades trazidas pela Sala Lilás é a veste íntima descartável, integrante do kit da coleta de material para análise de espermatozóides e

DNA. A veste íntima ofertada à vítima serve para que a sua seja recolhida e encaminhada com as demais amostras coletadas para análise, garantindo a segurança das provas.

CAPACITAÇÃO PARA O PROJETO

Os servidores envolvidos no projeto participaram de um treinamento, duran‐te uma semana, recebendo conteúdos sobre Lei Maria da Penha, Juizado da Violência Doméstica, direitos humanos, psiquiatria e sexologia forense, escuta de vítimas, dados estatísticos, rede de atendimento à mulher e local de crime. Foram treinados 20 policiais militares (quatro de cada Território de Paz e quatro do Centro Integrado de Opera‐ções de Segurança Pública/CIOSP), oito policiais civis (dos Territórios e da DEAM) e cinco servidores do IGP.

ANO

2004

2005

2006

2007

2008

2009

2010

2011

2012 (até setembro)

Nº DE REGISTROS

6.237

7.297

7.664

9.399

13.099

12.099

11.324

11.733

9.500

DADOS ESTATÍSTICOS DE MULHERES ATENDIDAS NA DEAM DA CAPITAL

Sala Lilás faz parte da Rede de Atendimento da Segurança Pública para o Enfrentamento à Violência Doméstica e Familiar

Patrulha Maria da Penha deverá se estender a todos municípios com DEAMs

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Pinheiro-brasileiro, em extinção, encontra abrigo na área

Uma rica área natural faz parte do patrimônio da Brigada Militar. O local, onde funciona o Centro de Instrução Militar e um dos criatórios de equinos da Corpora‐ção, abriga árvores em extinção e cursos d'água importantes para o Estado. A Fazenda da BM, em Passo Fundo, adquirida no início da década de 1930, segue a tendência mundial da sustentabilidade e projeta ações para manter a área protegida.

A Fazenda, com cerca de mil hectares, tem sua flora composta por campos nativos, bosques e pelo majestoso pinheiro‐brasileiro (Araucaria Angustifolia), que se encontra ameaçado de extinção, já que foi largamente explorado para fins comerciais, desde os primór‐dios do século XX. Em tempos de acalorados debates sobre os recur‐sos hídricos e sua escassez, devido à poluição e às alterações climáti‐cas, a Fazenda da BM tem o privi‐légio de abrigar as nascentes dos rios Passo Fundo e Miranda, de onde se origina a água potável que abastece a cidade.

Diante do valor ambiental da área, administrada pelo 3º Regimento de Polícia Montada (3º RPMon), a Brigada Militar busca apoio da Secretaria Estadual do Meio Ambiente, Ibama, Emater, Fepagro, Embrapa e Ministério Público para a manutenção daquela biodiversidade. Conforme o coman‐dante do Comando Regional de Policiamento Ostensivo da Região Planalto, coronel João Darci Gonçal‐ves da Rosa, uma das preocupações é proteger a Fazenda da expansão urbana no seu entorno.

O oficial destaca que serão sistematizadas atividades de educação ambiental para difundir a importância ecológica da Fazenda.

Espécie já foi muito explorada comercialmente

Fazenda da BM protege riquezas naturais

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O 3º RPMon projeta identificar as espécies da flora, definir o roteiro para uma trilha guiada, produzir material informativo e um vídeo, além de capacitar policiais para receber visitan‐tes, especialmente escolas. “Algumas turmas de alunos de Passo Fundo e Porto Alegre já visitaram a Fazenda, mas vamos implantar um projeto de caminhadas orientadas, mostrando as belezas do local e instruindo para a proteção dos recursos naturais”, diz o coronel Gonçalves.

Outro projeto para a área envolve trabalhos da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) de Passo Fundo, a partir de parceria firmada com a Brigada Militar. Em breve, a Embrapa passará a realizar pesquisas com trigo e cevada, a serem semeados em cerca de 30 hectares, e a contrapartida será o plantio de pasta‐gens para os equinos do 3º RPMon, criados no local.

Aliás, a atividade mais intensa na Fazenda é a criação e produção de cavalos, destinados ao policiamento do 3º RPMon. No momento, o plantel é de 65 cavalos das raças Brasileiro de Hipismo (BH) e Hanoveriano, esse é originário da Alemanha e o principal equino criado naquele país. Segundo o coronel Gonçalves, os animais estão disponíveis para o policiamento montado de qualquer unidade da Corporação. O oficial diz que em torno de 10 potros nascem por ano na Fazenda, frutos da cobertura de éguas ou de inseminação artificial, que utiliza sêmen da Coudelaria do Rincão, do Exército Brasileiro, em São Borja. Hoje, são 27 potros, com idades entre um e dois anos, recebendo atenções para, no tempo adequado, serem emprega‐dos no policiamento montado.

O criatório também serve de

estágio para estudantes de medicina veterinária da Universidade de Passo Fundo (UPF), que disponibiliza o hospi‐tal veterinário aos equinos da Fazenda. Essa parceria existe há seis anos.

Com atividades diversificadas em questões ligadas à segurança, ensino e pesquisa, e pela presença de relevantes recursos naturais, a Fazenda da BM figura como um invejável cenário no Estado para a implantação oficial de um centro de produção do conhecimento, desenvolvimento científico e conserva‐ção ambiental.

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Local protege importantes mananciais hídricos

Plantel atual da propriedade é de 65 cavalos

Área de mil hectares pertence à Brigada Militar desde o início da década de 1930

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BM planeja complexo para especialização em salvamentos

ORio Grande do Sul poderá ter um centro de referência em treinamento para salvamen‐

tos aquático e terrestre e em Defesa Civil. Para concretizar a aspiração, o Comando‐Geral da Brigada Militar protocolou projeto no Departamento de Minimização de Desastres da Secretaria Nacional de Defesa Civil do Ministério da Integração Nacional.

A proposta do centro é formar, treinar e especializar integrantes de Corpos de Bombeiros, Polícias Militares e Civis, Guardas Municipais e Defesa Civil do país. Eles serão preparados para

salvamento aquático e mergulho em águas marítimas e interiores, salvamen‐to terrestre em situações de catástrofes naturais, acidentes de trânsito e de obras de engenharia, além das ações de defesa civil. Os profissionais também estarão habilitados a atuar em projetos sociais, buscando desenvolver a cultura da prevenção, especialmente relaciona‐da à questão aquática. Nesse contexto, inserem‐se os projetos sociais da Briga‐da Militar Salva‐Vidas Mirim e Master e Surf Salva. O centro ainda poderá capacitar administradores municipais e estaduais para os procedimentos

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burocráticos de decretação de emergência e de estado de calamida‐de pública, bem como para solicitar recursos junto ao Estado ou União para a recuperação de danos provoca‐dos por fenômenos naturais.

“Esses policiais e agentes estarão aptos a trabalhar na prevenção, prepa‐ração, resposta e reconstrução, que são os pilares das ações de defesa civil”, declara o tenente‐coronel Adria‐no Krukoski Ferreira, chefe da Assesso‐ria de Planejamento Estratégico do gabinete do comandante‐geral da Brigada Militar. “Com pessoal especia‐lizado, viaturas, máquinas, instalações e suprimentos é possível enfrentar cada tipo de desastre de maneira eficiente e econômica”, diz o oficial. “Poderão ser realizadas grandes opera‐ções de salvamento e de atendimento pré‐hospitalar, organizadas as evacua‐ções ou a relocação de pessoas em áreas de risco, o que acarreta a neces‐sidade de abertura de abrigos de emergência e, algumas vezes, a insta‐lação de hospitais de campanha, cozinhas comunitárias, recolhimento de donativos, entre outras ações”, complementa Krukoski.

A projeção feita pela Brigada Militar para abarcar um complexo que seja referência nacional, é de uma área com aproximadamente 5,4 mil m². O centro deve abrigar quatro salas de aula para um total de 160 alunos, auditório com 200 lugares, sala multiu‐so, 50 apartamentos com capacidade para quatro pessoas em cada, piscina térmica de 25 metros com oito raias, ginásio de esportes, vestiário comum ao ginásio e piscina, salas de muscula‐ção e de avaliação física e médica, pista de corrida, cozinha, refeitório,

administração, garagem para viaturas e embarcações e estacionamento desco‐berto.

O local terá capacidade para o treinamento anual de 720 agentes de salvamento e defesa civil de todo o país, 1.500 salva‐vidas civis e militares do Rio Grande do Sul e outros 500 das demais unidades da federação, além da estrutu‐ra para apoio em situações de catástro‐fes no Estado e, por solicitação, em qualquer lugar do Brasil.

A concretização do complexo, incluindo equipamentos, viaturas e mobiliário, exige em torno de R$ 12,7 milhões. O valor é de abril de 2012, quando o projeto foi apresentado em Brasília. Conforme o tenente‐coronel Krukoski, as instalações foram projeta‐das em módulos, permitindo aumento ou redução de área, de acordo com os recursos, que deverão ser liberados pelo Ministério da Integração Nacional em 2013.

A instalação do centro de treina‐mento está prevista para Tramandaí, onde o Executivo Municipal se compro‐meteu a doar o terreno para o Estado. Os comandantes do 9º Comando Regional de Bombeiros e do Grupa‐mento de Busca e Salvamento do Comando do Corpo de Bombeiros, respectivamente tenente‐coronel Rogério da Silva Alberche e major Jarbas Tróis de Ávila, que auxiliaram na elaboração do projeto, vêm avaliando três áreas no município.

Quando o complexo for concretiza‐do, o local que simula situações de desastres, existente hoje na Escola de Formação e Especialização de Soldados, em Montenegro (ver matéria às páginas 42 e 43), funcionará como um anexo do centro.

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Objetivo é atender 720 agentes de salvamento e defesa civil do país, 1.500 salva-vidas civis e militares do Rio Grande do Sul, mais 500 de outros Estados

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Nova ação nos Territórios de Paz: justiça restaurativa

Região Metropolitana terá Policiamento Montado

O 4º Regimento de Polícia Montada (4º RPMon), sediado na Capital, passará por uma rearticulação opera‐cional, ampliando o policiamento ostensivo montado para as regiões Metropolitana e Vale dos Sinos. “Houve um investimento muito grande do atual Comando‐Geral da Corporação na recuperação da capaci‐dade operacional do policiamento montado, permitindo ampliar a atuação, em princípio, para a região

Metropolitana e, mais tarde, para o Vale do Rio dos Sinos”, garante o comandante do 4º RPMon, tenen‐te‐coronel Solon Brum Beresford.

Um esquadrão é formado pelo conjunto de pelotões. Segundo Beres‐ford, a nova estrutura do 4º RPMon ficará composta pelo 1º Esquadrão Montado, para atender à área do Comando de Policiamento da Capital (CPC); 2º Esquadrão, atuando nos

municípios do Comando de Policiamento Metropolitano (CPM); e 3º Esquadrão, para cobrir as cidades do Vale dos Sinos.

Na previsão do comandante do 4º RPMon, em abril do ano que vem, logo após a formatura dos novos soldados, que iniciaram o curso em setembro, o 2º Esquadrão será constituído por 40 PMs e instalado na área onde funciona‐va a antiga olaria da Brigada, em Alvorada, com estrutura exclusivamente operacional.

Com a intenção de ampliar a gama de ações articuladas dentro do conceito de policiamento comunitá‐rio, a Brigada Militar poderá implan‐tar um sistema de justiça restaurati‐va, buscando mediar conflitos nos Territórios de Paz da Capital. A proposta foi apresentada ao Coman‐do‐Geral pelo major Martim Cabelei‐ra Moraes Júnior, que atua no Insti‐tuto de Pesquisas da Brigada Militar (IPBM).

O projeto foi embasado em recente experiência de justiça

restaurativa aplicada em Santa Cruz do Sul pelo Comando Regional de Policiamento Ostensivo do Vale do Rio Pardo. O objetivo é pacificar conflitos e tensões sociais, gerados por violência, crimes ou infrações, fortalecendo a cidadania das vítimas, por meio de seu acolhimen‐to e escuta empática. O procedi‐mento consiste em realizar visitas pré‐agendadas às vítimas para ouvir seu desabafo e anseios, na tentativa de minimizar‐lhe o trauma e a sensação de impotência e desampa‐ro, diante da criminalidade atual.

Segundo estudos, os benefícios da sistemática restaurativa são a coesão social; a participação da vítima, do ofensor e da comunidade (não necessariamente juntos) em espaços apropriados para expor seus sentimentos e posições sobre o dano ocasionado pelo crime; e a construção de comunidades mais pacíficas.

As práticas restaurativas tiveram destaque no Brasil a partir de 2005. A Irlanda é um país pioneiro no emprego desse procedimento, especialmente quanto à resolução de conflitos juvenis.

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Coronel Sérgio Roberto de Abreu Comandante-geral da Brigada Militar

Editoração: Alex Silva Texto: Alexandre Nogueira Foto: Tiago Belinski

Parceria que deu certo

Informe Publicitário

A parceria entre Brigada Militar e Corag vem desde muito tempo. São duas instituições gaúchas que elevam o nome do Rio Grande do Sul, por meio dos serviços de segurança pública e material gráfico.

A BM ao longo de sua existência, por diversas vezes e das mais diferentes formas, utilizou os serviços da Corag para produzir toda a gama de materiais gráficos (livros, jornais, folders e revistas da instituição), que revelam o nível de profissionalismo desta empresa.

Agora descortinamos a realização da revista dos 175 anos da Brigada Militar, com impressão primorosa da Corag, com conteúdo de qualidade, para divulgar o que é feito pelos gaúchos, tanto na segurança pública, como na área do material gráfico.

No futuro, novos materiais impressos serão feitos nesta parceria que, ao longo do tempo, vem dando certo e tem tudo para prosseguir existindo, o que possibilitará escrevermos outras páginas, falando da nossa história.

A cultura organizacional é o conjunto de valores, formas de relacionamento, ritos e histórias compartilhadas por uma determina‐da empresa ou instituição. É o resul‐tado do aprendizado de todos os que dela fazem parte, tornando‐a única.

A Brigada Militar, nestes 175 anos de existência, tendo sofrido as transformações implementadas

pelo Estado Republicano, chega aos nossos dias como uma instituição moderna, contextualizada e engaja‐da, não só na sua missão primeira, qual seja a de estar presente onde a segurança e o bem‐estar da socieda‐de gaúcha estejam ameaçados, como em importantes projetos, operações e programas de grande valor social e cultural.

A Companhia Rio‐grandense de

Artes Gráficas/Corag, contemporânea nesta trajetória, já que desde 1883 desenha a sua história no solo gaúcho, une‐se à Brigada Militar para, mais uma vez, abraçar o Rio Grande na coedição deste registro que nos enche de orgulho e satisfação.

Diretora-presidente da Corag, Vera Oliveira

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A CORPORAÇÃO, PELAS AUTORIDADES

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cupo, atualmente, a cadeira que já foi de vultos históricos da Brigada Militar, entre eles

o patrono Affonso Emílio Massot, homem de visão além de seu tempo, que, no início do século passado, criou as bases do ensino, saúde e aviação de nossa Instituição.

Tenho o privilégio de poder comemorar os 175 anos de nossa briosa, como carinhosamente é conhe‐cida, podendo constatar que nossos brigadianos e brigadianas mantêm a preocupação em melhorar a prestação de serviços à comunidade, com a mesma intensidade do nosso patrono.

Vivemos outro momento histórico. Evoluímos como polícia ostensiva e preventiva; estendemos as atividades dos bombeiros para todo o Estado; educamos, prevenimos e fiscalizamos o trânsito em quase 13 mil quilômetros de rodovias estaduais; garantimos o direito à vida futura, por meio da proteção do meio ambiente com a polícia ambiental. Também nos preocupamos em criar melhores condi‐ções de trabalho aos profissionais da segurança, aliando‐nos às outras insti‐tuições públicas e privadas que buscam a paz social.

Brigada Militar é sinônimo de credi‐bilidade por sua história e pelo trabalho realizado, não só em solo gaúcho, mas também em outros Estados do Brasil e outros países, levando nossa cultura de trabalho para polícias do mundo.

A Brigada é uma instituição eminentemente comunitária, que está dia‐a‐dia em contato direto com as pessoas, vivenciando a dinâmica das comunidades. Vivemos tempos de diálogo e de escuta da comunidade, numa adequação ao momento históri‐

co e social, para a proteção da vida e da dignidade humana, adotando recursos inovadores, como mediação de confli‐tos, polícia comunitária, justiça restaura‐tiva, conceitos internacionais de uso da força e da arma de fogo e realização de projetos sociais de educação para a cidadania, com crianças e jovens em situação de risco e vulnerabilidade social.

Ainda temos muito caminho a percor‐rer, pois a idade da Corporação revela o amadurecimento que só acontece ao longo de constante trabalho e que reafir‐ma, em cada atuação, em cada atendi‐mento, a confiança e a credibilidade nela depositadas pela sociedade gaúcha.

Quero agradecer a cada integrante da Brigada Militar, na totalidade dos municípios do Estado, pelo excelente trabalho que realiza, mantendo acesa a chama de igualdade, fraternidade e humanidade, estampadas no Pavilhão Gaúcho. Também presto homenagens a todos àqueles que pavimentaram a nossa trajetória, ao longo destes 175 anos, desde o primeiro comandante, Quintilia‐no, e seus comandados, passando por todos os demais, que construíram as bases do que somos hoje.

Obrigado a cada brigadiano e briga‐diana, que entende o papel da Corpora‐ção como uma das maiores prestadoras de serviços à comunidade rio‐gran‐dense, deixando a certeza de que conti‐nuaremos a comemorar, a cada 18 de novembro, o aniversário da Brigada Militar e a concretização de seu objetivo de trabalhar, com intensidade, para a garantia dos direitos humanos de nossos cidadãos.

Coronel Sérgio Roberto de AbreuComandante‐geral da Brigada Militar

68 Revista da Brigada Militar 175 anos

O

Brigada Militar é sinônimode credibilidade por sua história (...)”

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Revista da Brigada Militar 175 anos 69

omemoramos os 175 anos da Brigada Militar. É uma existência que espelha e, ao

mesmo tempo, é espelhada em muitos dos importantes aconteci‐mentos, movimentos, pensamentos, inquietudes, erros e acertos, avanços e retrocessos da história do Rio Grande do Sul e de seu povo. Por esse seu valor e, muito especial‐mente, porque as instituições de segurança pública, portanto os governos, estão a dever à popula‐ção, a quem são constituídas para servir, que este aniversário, além de merecida comemoração, também leva à necessária e esperada refle‐xão.

O Brasil tem índices incivilizados de segurança pública, o que indica a necessidade de novos métodos e políticas para o controle e o comba‐te à criminalidade e reversão desse quadro. A Brigada Militar, nesse contexto, ao mesmo tempo em que marca presença na história e na tradição, acompanha as transforma‐ções sociais com a implementação dos princípios da polícia comunitária e, também, a inclusão de mulheres em seu efetivo.

A polícia comunitária, desenvol‐vida pela Secretaria da Segurança Pública (SSP) com a participação fundamental da BM, é uma iniciati‐va para que a criminalidade não se alastre. É uma polícia de proximida‐de, em que o policial interage de forma contínua com a população, com o objetivo de identificar problemas locais de segurança pública e implementar ações para promover a redução e prevenção de crimes.

Comemoramos os 26 anos de inclusão das mulheres nos quadros da Brigada Militar, com o reconheci‐mento de seu trabalho e eficiência e a ocupação de postos de destaque e de liderança. Em 2012, pela primeira vez, uma oficial assumiu o comando de um Batalhão na Capital. Também neste ano, com a participação da BM, criamos o Fórum Pró‐Equidade de Gênero e Raça/Etnia da Segurança Pública. O objetivo é sugerir e promover ações em favor do reconhecimento da igualdade da condição humana, além de estimular práticas de gestão que promovam a equiparação de oportunidades entre homens e mulheres na SSP e nas suas vinculadas.

A preocupação com as questões de gênero orienta as políticas desen‐volvidas pela Secretaria, que contará com a experiência e a competência de policiais militares na Patrulha Maria da Penha, equipe voltada à proteção de mulheres vítimas de violência doméstica.

Além das atividades de policia‐mento, a Corporação realiza progra‐mas e projetos comunitários voltados à prevenção da violência, uso de drogas, educação no trânsito, educa‐ção ambiental, entre outros.

Por isso tudo, por esses 175 anos de atividades, quero cumprimentar a Brigada Militar pelo que vem fazendo e pelo potencial de fazer ainda mais pela população do Rio Grande do Sul.

Airton MichelsSecretário Estadual da Segurança Pública

C

Corporação acompanhatransformações sociais

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REVISTA - A Brigada Militar completa 175 anos de história na proteção da sociedade gaúcha. Como o senhor vê esta Instituição que há quase dois sécu‐los presta serviços ao cidadão nas 24 horas do dia?

GOVERNADOR - Nestes 175 anos de história, a Brigada Militar sempre esteve ao lado do povo gaúcho. E não será diferente no futuro. Temos orgu‐lho das mulheres e homens que inte‐gram a Instituição. A Brigada é reco‐nhecida por estar integrada ao nosso cotidiano. Além disso, a Corporação é referência para as policias militares de todo o país. Tanto é assim, que nossos policiais são convidados para treinar corporações em todos os Estados. Nossos brigadianos são respeitados e queridos por todas as famílias gaúchas, justamente por prestarem o serviço de proteger e servir o cidadão e a cidadã.

REVISTA – A Corporação apresenta uma defasagem de servidores. Hoje são em torno de 23 mil policiais milita‐res, frente a uma previsão de 33 mil. Quais as medidas do Governo para reduzir esse déficit?

GOVERNADOR - Já realizamos um grande concurso e começamos a treinar mais de 2,5 mil policiais. Temos que criar as condições para

avançarmos ainda mais. Ao mesmo tempo, estamos ampliando os investi‐mentos em tecnologia e qualificação para aperfeiçoar o trabalho da polícia, além de estimularmos a integração entre as corporações.

REVISTA - Um tema nevrálgico que envolve a Brigada Militar é a questão salarial. Nesses primeiros anos, o seu Governo tratou de apresentar melho‐rias salariais aos brigadianos. O senhor credita os avanços já obtidos ao diálogo permanente proposto pelo Governo?

GOVERNADOR - Encontramos uma situação salarial preocupante e, imediatamente, tomamos a decisão política de reverter o cenário. Já avan‐çamos muito, tanto é verdade que o soldado, ao final do nosso governo, terá dobrado o seu salário. A valoriza‐ção do servidor é uma das bases para qualificar a área da segurança e isso fica muito mais fácil de conquistar através do diálogo respeitoso entre as partes.

REVISTA - Um dos programas de seu Governo é o RS na Paz, onde estão inseridos os Territórios de Paz da Capital e de outras cidades do Esta‐do. Qual o papel da Brigada Militar neste processo?

70 Revista da Brigada Militar 175 anos

O governador do Estado, Tarso Genro, expõe, nesta entrevista, sua visão sobre o trabalho da Brigada Militar, as melhorias propostas para a Corpora‐ção e as ações de polícia comunitária, que buscam garantir mais segurança à população gaúcha.

A Brigada Militar sempre esteve ao lado do povo gaúcho.“

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GOVERNADOR - Está muito claro que a melhor forma de enfrentar a violência e diminuir os índices de criminalidade é conciliar as ações ostensivas com a implantação de políticas sociais, que retiram as pessoas, principalmente jovens, do crime. E é esta a estratégia que estamos executando no Rio Gran‐de do Sul, com destaque para os Terri‐tórios de Paz e o policiamento comuni‐tário. Evidente que para o sucesso destas ações a nossa Brigada Militar tem um papel fundamental. Os briga‐dianos são referências para as comuni‐dades onde atuam e no policiamento comunitário isto é ainda mais impor‐tante para consolidar a presença da Corporação como uma força de paz.

REVISTA - O RS na Paz, coordenado pela Secretaria de Segurança Pública, abrange outras Pastas, pois, além do trabalho policial, é necessário o envol‐vimento de mais áreas, como saúde, saneamento, trabalho e educação. Essa integração confirma que segurança pública vai além do policiamento ostensivo?

Não basta o Estado GOVERNADOR - apenas combater o crime. É preciso criar as condições para que as pessoas tenham oportunidades e que suas necessidades básicas sejam atendidas. Por isso, é essencial que os mais diver‐sos agentes públicos estejam presentes nestas comunidades.

REVISTA – Uma das novidades na segurança pública, em Porto Alegre, é a Patrulha Maria da Penha nos Territórios de Paz. Como o senhor vê esta iniciati‐va inédita no país, realizada em parce‐ria pelas Secretarias da Segurança Pública e de Políticas para Mulheres?

A Secretaria da Segu‐GOVERNADOR - rança qualificou o trabalho de um grupo de policiais para obter resultados melhores. Como as mulheres são as maiores vítimas de violência doméstica e, na maioria das vezes, não se sentem seguras para denunciar, ter uma patru‐lha específica facilita a identificação de possíveis crimes.

A partir da Constituição de REVISTA -

1988, houve uma mudança na postura institucional das polícias militares, partindo para uma relação mais respei‐tosa com os movimentos sociais e mani‐festações públicas, notando‐se o diálogo como meta. O senhor acredita que este é um dos meios para a redução da violência do Estado?

GOVERNADOR - Em diversos setores, ainda encontramos resquícios de ações que eram adotadas em períodos de exceção. Quando nos deparamos com tal postura, é preciso agir rapidamente. E estamos fazendo isso. Dentro da Brigada Militar temos a Assessoria de Direitos Humanos, que tem trabalhado para evitar os casos de abuso em ações policiais. Os resultados são muito bons, porém, ainda é preciso avançar.

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A Brigada é

reconhecida

por estar

integrada

ao nosso

cotidiano.”

Revista da Brigada Militar 175 anos

Os brigadianos

são referências

para as

comunidades

onde atuam (...)”

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CEZAR MIOLA Presidente do TCE/RS

O Tribunal de Contas do Esta‐do soma‐se às justas home‐nagens pelo aniversário da Brigada Militar e aos seus esforços na direção de uma polícia cada vez mais ao lado do seu povo, contemporânea dos complexos desafios de segurança pública e da afir‐mação dos direitos funda‐mentais.

72 Revista da Brigada Militar 175 anos

Autoridades cumprimentam a Brigada Militar

Ao homenagear os 175 anos da Brigada Militar, estendo meu cumprimento especialmente aos seus servidores públicos, homens e mulheres, cujo trabalho abnegado, disci‐plina e lealdade para com o Estado do Rio Grande do Sul são motivos de orgulho e admiração. A Brigada Militar tem se capacitado cada vez mais para acom‐panhar as mudanças da sociedade e oferecer um serviço inteligente e de excelência em segurança pública. Tenho certeza que a população gaúcha, quan‐do trabalha e quando descansa, o faz com tran‐quilidade, porque sabe que há valorosos homens e mulheres dispostos a dar a vida para garantir o bem‐estar de todos. Parabéns, Brigada Militar. Nossa vida é melhor com vocês por perto!

STELA FARIAS Secretária Estadual da Administração e dos Recursos Humanos

MIRIAM MARRONI Secretária-geral de Governo

A Brigada Militar esteve presente nos momentos mais impor‐tantes da história e da construção da identidade do Rio Grande do Sul. Hoje, continua desempenhando papel decisivo na defe‐sa da segurança e da integridade do cidadão e da preservação ambiental. Parabéns à comunidade brigadiana pelo aniversário de 175 anos e longa vida à BM.

CORONEL ALTAIR DE FREITAS CUNHA Subcomandante-geral da Brigada Militar

Criada durante fato histórico indelével para os gaúchos ‐ a Revo‐lução Farroupilha, a BM cresceu, fortaleceu‐se e desenvolveu‐se no mesmo nível das necessidades de segurança que a evolução foi impondo à sociedade. Demonstra vital importância ao povo do Estado, oferecendo‐lhe proteção diuturnamente, aprimora‐se em todas as áreas de policiamento e de bombeiros e aproxima‐se mais das comunidades, focada na eficiência dos serviços e no atendimento dos anseios da população.

A BM sempre se constituiu em uma das mais sólidas instituições garanti‐doras dos direitos fundamentais. É notável sua capacidade de evolução, desde a sua criação, até nossos dias. Destaco sua atuação e respeito à Carta Magna no episódio da Legalida‐de. Nos dias atuais, a BM combina a guarda dos acúmulos e tradições de quase dois séculos de existência com a necessária abertura aos novos para‐digmas da segurança pública, tendo como objetivo precípuo a defesa dos direitos humanos e o enfrentamento qualificado e eficaz da criminalidade.

JUAREZ PINHEIROSecretário Estadual Adjunto da Segurança Pública

EDUARDO DE LIMA VEIGA Procurador-geral de Justiça

Parabenizamos a Briga‐da Militar pelos 175 anos de relevantes serviços prestados à comunidade gaúcha. É uma institui‐ção essencial ao Estado e o Ministério Público é testemunha da sua competência, dedicação e profissionalismo. É uma instituição de esco‐la, que honra as tradi‐ções do Rio Grande.

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Revista da Brigada Militar 175 anos 73

CORONEL VALMOR ARAÚJO DE MELLOChefe do Estado-Maior da Brigada Militar

Falar da Brigada Militar é fácil, pois sou integrante desta Instituição desde minha juventude e posso confirmar a exce‐lência do trabalho diário, realizado pelos brigadianos e briga‐dianas em todos os municípios do Rio Grande do Sul. São pessoas que se dedicam a realizar o trabalho, digno e difícil, de proteger o direito e a vida de toda a comunidade gaúcha.

Aprendi a admirar a Brigada Militar desde a minha infância, em Guaporé, onde jogava bola com os policiais. A hierarquia e a disciplina são pilares que elevam e mantêm esta Instituição como referência para corporações de outros Estados. Há 175 anos, a polícia militar é patrimônio e orgulho dos gaúchos, sempre presente nos momentos mais difíceis e nas grandes conquistas de nossa história. O Parlamento gaúcho confia e apoia esta Instituição. Parabéns a todos os brigadianos e vida longa à nossa Brigada Militar.

DEPUTADO ESTADUAL ALEXANDRE POSTAL Presidente da Assembleia Legislativa

FABIANO PEREIRA Secretário Estadual da Justiça e dos Direitos Humanos

Posso dizer que meu carinho e respeito pela família brigadiana vêm desde o nascimento, pois sou filho de um cabo da Brigada Militar. Por conta dessa relação, cresci aprendendo a valorizar o trabalho do brigadiano e trouxe essa bandeira para a vida públi‐ca. Como secretário da Justiça, tenho a alegria de apoiar proje‐tos da Corporação, que buscam defender a vida, como é o caso do Proerd. Desejo a todos os brigadianos os meus parabéns por construírem com dignidade, no dia‐a‐dia, a bonita história de 175 anos da nossa valorosa Brigada Militar.

É com muita satisfação que, em nome da Polícia Civil gaúcha, parabenizo todos os integrantes da Brigada Militar pela passagem de seus 175 anos dedicados à digna missão de preservação da ordem pública, em busca do bem estar da sociedade gaúcha.

DELEGADO DE POLÍCIA RANOLFO VIEIRA JR. Chefe de Polícia do Estado

JOSÉ CLÁUDIO TEIXEIRA GARCIADiretor-geral doInstituto-Geralde Perícias

A Brigada Militar é uma instituição que espelha a imagem do povo gaúcho pelo trabalho, seriedade, disciplina e culto às tradi‐ções de nossa gente. Muito nos orgulha o reconheci‐mento do valor, em nível nacional, da Polícia Militar do RS, entidade co‐irmã do IGP no âmbito da Seguran‐ça Pública. Parabéns a toda família brigadiana.

Uma sociedade conquista a identidade, através do tempo, pelo culto de valores materializa‐dos em suas instituições, que impulsionam o processo civilizatório. A centenária Brigada Militar é um “selo de qualidade”, que traduz nosso jeito de ser em defesa da sociedade, com doação e comprometimento, buscando a máxima eficiência, mesmo com o “sacrifício da própria vida”, como estabelece nosso juramento.

CORONEL JOÃO VANDERLAN RODRIGUES VIEIRA Juiz-presidente do Tribunal de Justiça Militar, ex-comandante-geral da Brigada Militar

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COM A PALAVRA, O CIDADÃO

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Comunidades reverenciam a Corporação

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A segurança percebida pela nossa população, deve‐se ao bem elaborado plano da BM, munida com os equipamen‐tos de última geração, em frota, monitoramento das ruas, armamentos e efetivo treinado e qualificado.

Claudio Spengler, presidente do Grupo de Apoio à Brigada Militar/Santa Cruz do Sul

Admiramos e respeitamos o 30º BPM por seu incansável trabalho em prol da segurança dos cidadãos. A Corpora‐ção é exemplo em qualificação de seus membros, visto que acompanhamos as formações continuadas nas salas de

aula de nossa Universidade. Carlos Lucindo Moreira, diretor do Polo UNIASSELVI/Camaquã

A relação diferenciada que o 8º BPM mantém com as instituições de Osório aumenta a credibilidade de seus profissionais, além de torná‐los verdadeiros amigos dos cidadãos. Isso transcende às funções de prestar segurança. Os projetos focados na formação das crianças, como o Agesco, Proerd, Lazer e Cidadania e Cinófilo Mirim, são

fundamentais para a construção de uma comunidade saudável e educada. Jornalista Eliana Ramos/Osório

A BM desempenha um brilhante serviço, atendendo sempre os anseios da população, pelo desprendimento daque‐les que ocupam os cargos e os desempenham com muita coragem e persistência.

Viriato João Jung Vargas, presidente do Sindicato Rural/São Borja

Temos percebido a preocupação do 12º BPM em buscar integração com a comunidade e acompanhar as atividades com os jovens, no intuito de prepará‐los para a vida e afastá‐los das drogas e violência. Somos destinatários de um projeto‐piloto de Polícia Comunitária, que já nos permite visualizar sua eficiência.

Luiz Raimundo Tomazzoni, presidente do Conselho Municipal de Defesa e Segurança/Caxias do Sul

O comandante do 2º BPAT solicitou apoio da nossa entidade para envolver empresas de segurança na compra de 15 rádios de comunicação. Eles estão em uso pela BM, na sala de monitoramento, viatura discreta e em cinco empresas de segurança, que também colocaram cerca de 70 homens e 50 carros e motos a ajudar a BM. Os índices de criminalidade já estão caindo,

animando‐nos a outras ações. Emerson Benetti, presidente da Associação Comercial e Industrial/Capão da Canoa

Nossa parceria com a Brigada Militar é de longa data e se fortaleceu ainda mais com a criação da Bike Patrulha e do Salão de Eventos. Para a CDL esta relação é um privilégio.

Zoila Medeiros, presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas/Passo Fundo

A BM atua na cidade voltada integralmente para a segurança em todos os setores, enaltecendo o nome da Corporação. Por vezes, constatamos que os policiais se doam ao serviço muito além do dever, em especial por falta de efetivo. Por isso, procu‐

ramos sempre ajudar no que for possível, a fim de proporcionar aos munícipes maior segurança. Gervázio A. Kuhn, Associ-

ação Comercial e Industrial - Claudiomiro Antônio Pagnoncelli, presidente do Consepro/Santa Maria do Herval

Estamos plenamente satisfeitos com a qualidade dos serviços prestados pelos integrantes da BM, que atuam na cidade sempre de forma prestativa, mantendo a ordem, segurança e harmonia entre os habitantes e visitantes.

Mônica Borges Sávio, presidente do Consepro/São José dos Ausentes

Os grandes líderes que desenvolvem resultados acima dos esperados, com ações diferenciadas e postura íntegra, devem e precisam ser alardeados a todos os rincões do Estado. Os policias são exemplos de integração e a BM transformou‐se em sinônimo de segurança e solidariedade no município.

Rogério Darci Muller, presidente do Sindicato da Indústria/Três Coroas

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Revista da Brigada Militar 175 anos 77

Como Conselheiro Tutelar que fui e, atualmente, como membro da comissão eleitoral do órgão, em várias oportu‐nidades precisamos do auxílio da BM, que, prontamente, sempre nos atendeu, fazendo nascer um vínculo de

respeito e apreço pela Corporação. Flávio Luís Souza Ribeiro, presidente do Lion's Club/Guaíba

A BM consegue atender suas principais demandas, através de ações criativas, como os “Cartões de Visitas” ao comércio local, e com palestras e contatos diretos com a comunidade, aumentando a segurança dos munícipes e

turistas da região. Roberto Schmits, presidente do Consepro/Canela

A BM tem sido o marco maior da segurança pública, com efetivo altamente comprometido e participando de todos os acontecimentos da cidade. Os efetivos do policiamento e do Corpo de Bombeiros são merecedores de

grande e justo louvor. Gilberto Paim de Abreu, conselheiro tutelar/Gramado

É gratificante apreciar a nobre presença da BM entre nós. Na vila N. Srª do Brasil, surgiu a esperança de uma comu‐nidade com novas relações humanas de paz, dignidade e respeito.

Beltriz Zanotelli e Célia Maria Veit, irmãs franciscanas, Território da Paz Santa Tereza/Porto Alegre

Na última década, a questão da segurança pública, passou a ser considerada problema fundamental e principal desafio ao estado de direito. O Conselho de Segurança Pública do Estremo Sul (Consep), desde sua criação em 2009, mantém com os órgãos públicos, em especial com o 21º BPM, uma parceria na luta por segurança e qualida‐

de de vida dos cidadãos brasileiros. Yeda Mari Belotto, presidente do Consep/Porto Alegre

A BM tem um grande papel social de prevenção e proteção e trabalha de forma pedagógica, com atividades de extrema relevância. O Conselho Municipal de Entorpecentes é parceiro da Brigada na proteção de vidas e nossas ações se somam para que tenhamos uma sociedade mais humanizada e consciente.

Fátima A. Militz de Oliveira, vice-presidente do Conselho Municipal de Entorpecentes/ Santa Maria

Oportunizamos, sempre que possível, o repasse de meios materiais, equipamentos e serviços, além de promover cursos e treina‐mentos que visem à melhoria dos serviços prestados e isso se reflete na integração Consepro e 3º Batalhão Rodoviário de Bento Gonçalves. A postura adotada por aqueles que vestem e dignificam o nome da BM, confortam‐nos e nos motivam a prosseguir

nesta caminhada pela busca da paz social. Geraldo Antônio Leite, presidente em exercício do Consepro/Bento Gonçalves

Só temos a agradecer o belo serviço prestado pela 1ª Companhia no combate ao tráfico de drogas. Mesmo com falta de efetivo, mas com força de vontade e determinação, esta organização cumpre seu papel de guardiã do povo.

Adriana Welter, conselheira tutelar/São Sebastião do Caí

Admiramos a valorosa e indispensável eficiência da BM no combate ao crime e nas atividades cívicas, que trans‐cendem os valores de trabalho, cooperação e segurança.

Nelso Mazzurana, presidente do COMUDE/Rolante

Os integrantes da BM são atuantes, dedicados, respeitosos e cônscios dos seus deveres. Nota‐se o esforço de cada integrante em manter os níveis de segurança na comunidade, exercendo suas funções, movidos pelo espírito de

camaradagem e respeito à comunidade. Aristóteles da Silva Greff, presidente do Consepro/Nova Petrópolis

É uma grande satisfação trabalharmos em parceria com o 10° BPM, eis que encontramos nessa Corporação pesso‐as preocupadas em dar atenção às solicitações da sociedade.

Naclides José Pagno, presidente do Consepro/Vacaria

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Publicação especial comemorativa dos 175 anos da Brigada Militar, em 18 de novembro de 2012.

Governador do Estado do Rio Grande do SulTarso Genro

Secretário de Estado da Segurança PúblicaAirton Michels

Brigada MilitarComandante‐geral Cel. Sérgio Roberto de Abreu

Subcomandante‐geral Cel. Altair de Freitas Cunha

Chefe do Estado‐MaiorCel. Valmor Araújo de Mello

Comissão EditorialTen‐cel. Paulo César Franquilin Pereira – Jornalista/RMT 9751 ‐ Chefe da ADHMaj. Najara Santos da Silva ‐ Historiadora ‐ Chefe do Museu da BMCap. Tales Osório – Especial. em Política Internacional – Ass. de Eventos/PM5Servidora civil Jussara Pelissoli – Jornalista/RMT 6108 – Ass. de Imprensa/CABM

Redação Textos históricos ‐ Maj. Najara Santos da SilvaReportagens ‐ Jornalista Jussara Pelissoli

ColaboraçãoCap. Letícia Dall'igna

RevisãoComissão Editorial

EdiçãoJornalista Jussara Pelissoli

FotografiasCláudio Fachel, Camila Domingues e Caroline Bicocchi/Palácio Piratini, Sarg. João Batista Silva Xavier, Telmo Emerim, Rodrigo Assman, MH3, Jussara Pelissoli, Cristiano Estrela/Correio do Povo

Arquivos: Museu da Brigada Militar, 5º e 9º Comandos Regionais de Bombeiros, Corpo de Bombeiros de Lajeado, CRPO FO, Centro Mercosul de Formação Proerd/RS, PM5/BM, Secretaria Estadual da Segurança Pública, IGP

Arquivos pessoais: majores Jeferson Ecco e Romeu Rodrigues C. Neto, capitães Marco Antônio dos Santos Moraes e Ricardo Freitas da Silva

Projeto Gráfico e DiagramaçãoÁrea Com Publicidade – Rubens Santos da Cunha

ImpressãoCorag

Tiragem5.000 exemplares

Comando‐Geral da Brigada MilitarRua dos Andradas, 522 – Centro Histórico ‐ Porto Alegre/RS ‐ 90.020.002www.brigadamilitar.rs.gov.br

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Expediente

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