habeas corpus - resumo de direito - direitonet

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  • 03/03/2015 HabeascorpusResumodeDireitoDireitoNet

    http://www.direitonet.com.br/resumos/exibir/417/Habeascorpus 1/4

    DN DireitoNet Resumos

    Habeas corpus

    Conceito, legitimidade, competncia, espcies (preventivo e liberatrio),salvo-conduto, cabimento e liminar.

    Conceito e legitimidade

    A expresso "habeas corpus" significa apresente o corpo. Ele uma garantia constitucionalque tutela a liberdade de locomoo do homem. Assim, o "habeas corpus" um remdioconstitucional cabvel sempre que algum tiver sofrendo constrangimento ilegal no seudireito de ir e vir, ou quando estiver na iminncia de sofrer tal constrangimento. Preceitua oart. 5, inciso LXVIII, da Constituio Federal que, "conceder-se- "habeas-corpus" sempreque algum sofrer ou se achar ameaado de sofrer violncia ou coao em sua liberdade delocomoo, por ilegalidade ou abuso de poder".

    Importante dizer que, o "habeas corpus" no um recurso, embora o Cdigo de ProcessoPenal o enquadre como tal. Isso porque a utilizao de recursos pressupe uma deciso notransitada em julgado, e o remdio constitucional em questo pode ser impetrado aqualquer momento, ainda que esgotadas todas as instncias. Alm disso ele pode serimpetrado tanto contra uma deciso judicial, quanto contra um ato administrativo, bastandoque haja a ameaa ou a violncia ao direito de ir e vir de determinada pessoa.

    Portanto, dizemos que o "habeas corpus" uma ao, ou melhor, uma ao penal popular,j que pode ser impetrado por qualquer pessoa do povo. Para tanto, so necessrios apresena de todos os requisitos da ao penal, quais sejam, a possibilidade jurdica dopedido, o interesse de agir, a legitimidade "ad causam" e a justa causa.

    O "habeas corpus", como mencionado anteriormente, pode ser impetrado por qualquerpessoa, quer tenha ou no capacidade postulatria. No h necessidade do beneficiriooutorgar procurao a quem redigir o remdio. At mesmo o Ministrio Pblico ou qualquerpessoa jurdica podem impetr-lo. Porm, cabe mencionar que o juiz no poder impetrar"habeas corpus" em decorrncia de sua funo, a no ser que seja o paciente da ao.Nesse sentido, prev o art. 654, 2 do Cdigo de Processo Penal que "os juzes e ostribunais tm competncia para expedir de ofcio ordem de 'habeas corpus', quando nocurso de processo verificarem que algum sofre ou est na iminncia de sofrer coaoilegal".

    No entanto, importante ressaltar que, quando o juiz verificar a ilegalidade de priso emflagrante, dever imediatamente relax-la, mas tal providncia no implicar em concessode "habeas corpus". Se o juiz conceder a ordem de ofcio dever submeter sua deciso aoexame da instncia superior, conforme estipula o art. 574, inciso I, do CPP.

    Competncia

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    - Competncia originria:

    O Supremo Tribunal Federal ser competente originariamente para julgar o "habeascorpus" quando o paciente for o Presidente da Repblica, o Vice-Presidente da Repblica, osmembros do Congresso Nacional, seus prprios Ministros, o Procurador Geral da Repblica,os Ministros de Estado, os Comandantes da Marinha, do Exrcito, e da Aeronutica; osmembros dos Tribunais Superiores, do Tribunal de Contas da Unio e os chefes de missodiplomtica de carter permanente, conforme preceitua o art. 102, I, "d" da CF. O STFtambm ter competncia originria "quando o coator for Tribunal Superior ou quando ocoator ou o paciente for autoridade ou funcionrio cujos atos estejam sujeitos diretamente jurisdio do Supremo Tribunal Federal, ou se trate de crime sujeito mesma jurisdio emuma nica instncia" (art. 102, I, "i" da CF).

    De acordo com o art. 105, I, "c" da CF, o "habeas corpus" dever ser endereado ao SuperiorTribunal de Justia quando o paciente for Governador, Desembargador, membros doTribunal de Contas dos Estados e do Distrito Federal, membros dos Tribunais RegionaisFederais, dos Tribunais Regionais Eleitorais e do Trabalho, membros dos Conselhos ouTribunais de contas do Municpio ou membros do Ministrio Pblico da Unio que oficiemperante os Tribunais, ressalvada a competncia da Justia Eleitoral. Ser ainda competenteoriginariamente o STJ "quando o coator for tribunal sujeito sua jurisdio, Ministro deEstado ou Comandante da Marinha, do Exrcito ou da Aeronutica, ressalvada acompetncia da Justia Eleitoral" (art. 105, I, "c" da CF).

    O "habeas corpus" dever ser impetrado ao Tribunal Regional Federal quando a autoridadecoatora for Juiz Federal, segundo estabelece o art. 108, I, "d" da CF. Por outro lado, se aautoridade coatora for autoridade militar federal e se relacionar com crime cujo processoseja da competncia da justia Militar Federal, o remdio constitucional ser impetradoperante o Superior Tribunal Militar.

    Alm disso, determina o art. 109, VII, da CF que "aos juzes federais compete processar ejulgar: (...) VII - os 'habeas-corpus', em matria criminal de sua competncia ou quando oconstrangimento provier de autoridade cujos atos no estejam diretamente sujeitos a outrajurisdio". O "habeas corpus" ser impetrado no Tribunal Militar Estadual quando a coaopartir de qualquer autoridade militar estadual e se referir a processo de competncia daJustia Militar Estadual. Na inexistncia deste Tribunal, o Tribunal de Justia sercompetente para julgar a ao.

    Salienta-se que, no estado de So Paulo, quando o constrangimento referir-se priso civil,a competncia ser da Seo Civil do Tribunal de Justia. Nos demais casos, o writ serimpetrada perante o Juiz de Direito. Ademais, segundo a Smula 690, do STF, compete a eleo julgamento de "habeas corpus" contra deciso de Turma Recursal de Juizados EspeciaisCriminais.

    - Competncia recursal:

    Se a ordem impetrada perante o juiz singular for denegada, o interessado poder interporrecurso em sentido estrito, conforme disposto no art. 581, X, do CPP (tal recurso depende decapacidade postulatria); ou impetrar outro "habeas corpus" diretamente no Tribunalcompetente. J se a ordem for denegada por Juiz Eleitoral, o interessado poder apenasinterpor o recurso em sentido estrito, com fundamento no art. 581, X, do CPP (art, 364 doCdigo Eleitoral). Entretanto, se a denegao partir do Tribunal Regional Eleitoral, poderser interposto recurso ordinrio-eleitoral, no prazo de trs dias, para o Tribunal SuperiorEleitoral, com fulcro no art. 276, II, "b" e 1 do Cdigo Eleitoral; cabendo tambm ao

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    interessado impetrar outro writ no TSE.

    Frisa-se que, quando o Tribunal competente houver denegado a concesso da ordemrequerida atravs de recurso, ou quando a ordem for negada diretamente, entende-se queo interessado poder substituir o recurso ordinrio pelo "habeas corpus", que serimpetrado no STJ ou STF, conforme o caso.

    Em contrapartida, na Justia Militar todos os "habeas corpus" sero interpostos nos rgosde 2 grau. Se o pedido for denegado caber recurso ordinrio constitucional ao STJ, se adenegao partir do Tribunal Estadual; ou ao STF, se denegada a ordem pelo STM.

    "Habeas corpus" preventivo e liberatrio

    O "habeas corpus" preventivo aquele impetrado quando existe uma ameaa ao direito deir e vir de uma pessoa. Por outro lado, o "habeas corpus" liberatrio utilizado quando apessoa j sofreu violao ao seu direito de locomoo. Quando o "habeas corpus"preventivo for concedido ser expedido salvo-conduto, que visa impedir a priso oudeteno pelos motivos que ensejaram a impetrao do remdio.

    Assim, tal remdio extraordinrio cabvel quando houver constrangimento ilegal ao direitode locomoo das pessoas, por violncia ou coao, ou ainda quando houver iminnciadesse constrangimento.

    De acordo com o art. 648, do Cdigo de Processo Penal, a coao considerar-se- ilegal:

    I-quando no houver justa causa: em sentido estrito, no haver justa causa quando o fatoimputado ao agente no estiver previsto em lei, ou quando houver alguma excludente deilicitude ou excludente de culpabilidade e escusa absolutria. Assim, no haver justa causaquando a lei no prever sano para o ato ou quando o fato no preencher os requisitosdeterminados pela lei;

    II-quando algum estiver preso por mais tempo do que determina a lei: tal dispositivorefere-se aos casos de priso provisria (priso em flagrante, preventiva e temporria).Ultrapassado o prazo para a realizao dos atos processuais, por se tratar de prisocautelar, considera-se que h coao ilegal em decorrncia do excesso de lapso temporal,cabendo assim a concesso do writ .

    Prazos: para inqurito policial: 10 dias para ru preso e 30 dias para ru solto (prorrogvel).A Lei de Trfico de Entorpecentes determina que o prazo para o trmino do inqurito serde 30 dias, estando o indiciado preso, ou de 90 dias, caso esteja solto, podendo esse prazoser duplicado pelo juiz, ouvido o Ministrio Pblico, mediante pedido justificado daautoridade de polcia judiciria. A priso temporria poder durar no mximo 05 dias,prorrogveis por mais 05; e quando se tratar de crimes hediondos o prazo estende para 30dias, que tambm podero ser prorrogados por igual perodo;

    III-quando quem ordenar a coao no tiver competncia para faz-lo: tal inciso refere-sesomente s hipteses de priso temporria e preventiva decretadas durante o inquritopolicial, j que se decretadas durante o processo por juiz incompetente haver nulidade "abinitio" do processo, e o "habeas corpus" ser impetrado com fundamento no inciso VI desteartigo. Importante dizer que, em relao priso em flagrante no h o que se falar emincompetncia, j que decretada pela autoridade policial, que no dotada decompetncia;

    IV-quando houver cessado o motivo que autorizou a coao: quando desaparecer o motivo

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    que ensejou a priso, a sua manuteno torna-se ilegal;

    V-quando no for algum admitido a prestar fiana, nos casos em que a lei a autoriza: oscrimes afianveis so aqueles cuja pena mnima no ultrapassa dois anos. Caber "habeascorpus" tambm quando a fiana for arbitrada com valor excessivamente elevado;

    VI-quando o processo for manifestamente nulo: quando houver irregularidades noprocesso penal haver constrangimento ao ru, j que, segundo a Carta Magna, "ningumser privado de sua liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal" (art. 5, LIV). Ashipteses de nulidades encontram-se no rol do art. 564, do CPP ;

    VII-quando extinta a punibilidade: quando o Estado perde o seu direito de punir, aimposio de sano penal torna-se ilegal. As causas extintivas da punibilidade estoprevistas no art. 107, do Cdigo Penal (rol no taxativo).

    Peculiaridades

    Impetrada o "habeas corpus" poder o Tribunal ou juiz solicitar informaes sobre a coao.Obtidas as informaes o remdio dever ser apreciado em 24 horas. Na primeira instnciao Ministrio Pblico no se manifesta sobre o writ, porm na segunda instncia oProcurador deve se manifestar no prazo de dois dias.

    A petio do "habeas corpus" dever conter: "o nome da pessoa que sofre ou estameaada de sofrer violncia ou coao e o de quem exercer a violncia, coao ou ameaa;a declarao da espcie de constrangimento ou, em caso de simples ameaa de coao, asrazes em que funda o seu temor; a assinatura do impetrante, ou de algum a seu rogo,quando no souber ou no puder escrever, e a designao das respectivas residncias" (art.654, 1 do CPP). Assim, como ocorre no mandado de segurana, possvel a concesso deliminar no "habeas corpus", de modo a garantir a eficcia do direito liberdade do homem.

    Vale dizer que a concesso da ordem a um dos impetrantes estende-se aos demais queestejam na mesma situao, conforme analogia ao art. 580 do CPP. Alm disso, o pedido de"habeas corpus" poder ser reiterado em 1 ou 2 grau, no STJ ou STF, desde que baseadoem novos documentos ou argumentos.

    De acordo com o art. 650, 1, do CPP, "no cabe o habeas corpus contra a prisoadministrativa, atual ou iminente, dos responsveis por dinheiro ou valor pertencente Fazenda Pblica, alcanados ou omissos em fazer o seu recolhimento nos prazos legais,salvo se o pedido for acompanhado de prova de quitao ou de depsito do alcanceverificado, ou se a priso exceder o prazo legal".

    Referncias bibliogrficas

    TOURINHO, Fernando da Costa Filho. Manual de Processo Penal. 8 ed. So Paulo: EditoraSaraiva, 2006.

    MACHADO, Angela Cangiano e outros. Prtica Penal - Coleo Prtica Forense. 5 ed., v. I, SoPaulo: Editora Premier, 2009.

    Histrico de atualizaes deste contedo26/out/2009 Revisado e adaptado a nova doutrina.03/mar/2009 Publicado no DireitoNet.

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