hábitos alimentares de tubarão martelo jovem (shpyrna zygaena)

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HÁBITOS ALIMENTARES DE TUBARÕES- MARTELO JOVENS, SPHYRNA ZYGAENA (CARCHARHINIFORMES: SPHYRNIDAE), NO LITORAL SUL DO BRA SIL Hugo Bornatowski, Luciano Costa, Maurício de Castro Robert & Juliana Ventura da Pina Rayssa Lima Bolsista do Programa de Educação Tutorial - Pet Biologia/UFRPE

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Page 1: Hábitos alimentares de tubarão martelo jovem (shpyrna zygaena)

HÁBITOS ALIMENTARES DE TUBARÕES-MARTELO JOVENS, SPHYRNA ZYGAENA(CARCHARHINIFORMES: SPHYRNIDAE), NO

LITORAL SUL DO BRASIL

Hugo Bornatowski,

Luciano Costa, Maurício de

Castro Robert & Juliana

Ventura da Pina

Rayssa Lima

Bolsista do Programa de Educação Tutorial - Pet Biologia/UFRPE

Page 2: Hábitos alimentares de tubarão martelo jovem (shpyrna zygaena)

INTRODUÇÃO

A maioria das espécies de tubarão ocupa posição de destaque na cadeiaalimentar dos ecossistemas marinhos, sobretudo das regiões tropicais esubtropicais ( Camhi et al. 1998 )

Sphyrna zygaena ( Tubarão Martelo-

Liso)

• Pelágico costeiro ou semioceânico.

• Distribui-se desde a superfície até

150 metros de profundidade.

• No Brasil: Comum na região

Sudeste e Sul, onde exemplares

jovens podem ser encontrados

próximos da costa nos meses de

inverno.

Page 3: Hábitos alimentares de tubarão martelo jovem (shpyrna zygaena)

INTRODUÇÃO

No Brasil, trabalhos sobre alimentação de tubarões costeiros ainda sãoescassos. (Vaske Jr. et al. 1993, Capitoli et al. 1995, Muto et al. 1995, Lessaet al. 1999, Vaske Jr. & Rincón-Filho 1998, Lima et al. 2000).

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MATERIAIS E MÉTODOSJulho 2001 / Março de

2003 / Maio 2004

Brejatuba, município

de Guaratuba (PR) e

Barra do Saí,

município de Itapoá

(SC)

Desembarques

diários, entre 9 e 14

horas, onde foram

observados indivíduos

de S. zygaena no

FUNDEIO, pescaria

realizada com rede de

emalhe fixa ao fundo

numa profundidade

Page 5: Hábitos alimentares de tubarão martelo jovem (shpyrna zygaena)

MATERIAIS E MÉTODOSOs estágios de desenvolvimento reprodutivo

foram determinados de acordo com Castro

(1983), Hazin et al. (2001), Motta (2001) e

Andrade (2004)

Jovens: Cicatriz umbilical aberta

Jovens Fêmeas: Pouca ou nenhuma atividade

vitelogênica. ( Ovário de cor esbranquiçada )

Jovens Machos: Clásperes descalcificados ou

não totalmente descalcificados ( Analisados

manualmente observando-se a flexibilidade )

Com auxilio de uma trena/Balança do tipo

dinamômetro, foram tomados dados de CT e PT,

respectivamente.

Page 6: Hábitos alimentares de tubarão martelo jovem (shpyrna zygaena)

MATERIAIS E MÉTODOS

O sistema digestório foi removido e fixado em solução

de formol a 4%.

Conteúdos estomacais examinados com auxílio de um

microscópio estereoscópico.

• Itens identificados até o menor nível taxonômico

possível com auxílio de publicações especializadas.

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MATERIAIS E MÉTODOS

• Análise da importância dos Itensalimentares:

• Método de frequência de ocorrência (FO) eo método de número de pontos (P).

• Análise da importância efetiva de cada itemna alimentação da espécie: Índice Alimentar(Iai)

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RESULTADOS

Foram examinados 30 exemplares jovens de tubarão martelo no período de estudo.

Tamanho: 78 e 133 cm.

Peso: 1565,90 e 8993,34

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RESULTADOS

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RESULTADOS

DIVISÃO

TELEOSTEI

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RESULTADOS

DIVISÃO

TELEOSTEI

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RESULTADOS

Nota: São Nemátodeos da Famlía Anisakidae

aderidos a serosa dos orgãos de um PACU. Esta

parasitose é considerada uma zoonose, ou seja, pode

ser transmitida para o homem.

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DISCUSSÃO

1. Apresentaram hábitos teutófagos e Ictiófagos durante sua fase JUVENIL.A Lula do gênero Loligo Sp. Foi encontrada na maioria dos estômagos.

2. O trabalho apresentado por Cortês (1999) revelou que S. Zygaena tempreferência por cefalópodes, seguidos de Teleósteos.

3. Outros estudos revelaram que essa espécie de tubarão martelo têmpreferência alimentar por peixes teleósteos com baixa ocorrência decefalópodes. Sphyna tiburo foi estudado no Sudeste da Flórida porCortês et al (1996) e demonstrou preferência por Crustáceos e com baixaocorrência de Cefalópodes.

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DISCUSSÃO

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DISCUSSÃO

De acordo com os ITENSREGISTRADOS:

1. A alimentação de S. Zygaenabaseou-se em animais pelágicos.Harengula clupeola foi o peixe commaior número representativo entre osteleósteos. Comum nas regiõescosteiras do paraná.

2. Clupeidae, Hemiramphide,Carangidae, Trichiridae e Scianidaetambém são comuns na costa

Paranaense. As lulas do gêneroLoligo representam cerca de 80%dos cefalópodes ocorrentes no sul doBrasil.

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DISCUSSÃO

Podemos dizer desta forma que peixes ósseos, cefalópodes e crustáceoscompõem uma porção importante da dieta destas espécies de tubarão.

Porém, dizer porque um grupo é mais representado do que outro, necessitade análises mais robustas, tanto das condições ambientais quanto dasinterações que determinam a composição destas comunidades de presas.

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REFERÊNCIASANDRADE, A.C. 2004. Aspectos da reprodução e estrutura populacional de duas espécies de caçonete, Rhizoprionodon lalandii (Valenciennes, 1839) e Rhizoprionodon porosus (Poey, 1861), capturadas pela frota artesanal da Associação de Pescadores do Recreio dos Bandeirantes, no município do Rio de Janeiro, Brasil. Monografia. Universidade Rural do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro.

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BARLETTA, M. & CORRÊA, M.F.M. 1989. Chondrofauna do Complexo Estuarino da Baía de Paranaguá e adjacências, PR. Levantamento e produtividade pesqueira. Resumos. In IV Reunião do Grupo de Trabalho sobre Pesca e Pesquisa de Tubarões e Raias no Brasil. Universidade Federal de Pernambuco, Tamandaré, p.2.

BUSH, A. 2003. Diet and diel feeding periodicity of juvenile scalloped hammerhead sharks, Sphyrna lewini, in Kane’ohe Bay, Oahu, Hawaii. Environ. Biol. Fishes 67:1-11.

CAMHI, M., FOWLER, S., MUSICK, J., BRÄUTIGAN & FORDHAN, S. 1998. Sharks and their relatives. Ecology and Conservation. Occas. Pap. IUCN Spec. Surv. Com. 20:1-39.

CAPITOLI, R.R., RUFFINO, M.L. & VOOREN, C.M. 1995. Alimentação do tubarão Mustelus schmitti (Springer 1940) na plataforma costeira do estado do Rio Grande do Sul, Brasil. Atlântica 17:109-122.

CASTRO, J.L. 1983. Sharks of the North American Waters. 1 ed. Texas A & M University Press.

CERGOLE, M.C. 1999. Avaliação a ações prioritárias para a conservação de biodiversidade da zona costeira e marinha. nécton – pequenos pelágicos. Disponível em http://www.bdt.fat.org.br/workshop/costa/peqpelagicos. Visitado em 03/06/2006.

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CONTEÚDO ESTOMACAL DOSTUBARÕES AZUL (PRINACEGLAUCA) E ANEQUIM (ISURUSOXYRINCHUS) EM ÁGUASOCEÂNICAS NO SUL DO BRASIL

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MATERIAIS E MÉTODOS

• 68 estômagos de tubarão azule 32 estômagos de tubarão anequim.

• 4 cruzeiros de pesca nosmeses de agosto e outubro de 1990 emaio e junho de 1991. Em barcosespinheleiros da frota nacional comduração média de 17 dias cada.

Região oceânica em frente aos Estados

do Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

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MATERIAIS E MÉTODOS

• Evisceração feita logo após opeixe ser içado a bordo.

• Injeção de formol a 4% e fechadocom linha de náilon até o esôfago,armazenados em tonéis.

• Foram tomadas medidas deCT e PT.

• O conteúdo lavado epeneirado em malha de 1 milímetroe repassados a frascos com álcool a70% para posterior identificação.

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MATERIAIS E MÉTODOS

• A identificação dos itens foi feita até o menor táxon possível, observando-se as porcentagens em número, peso úmido em gramas e frequência de ocorrência.

• Os bicos de cefalópodes encontrados só influenciaram em números, já que são estruturas quitinosas pequenas, muito leves, sendo necessário de um grande acúmulo de pares para alcançar algumas unidades de gramas, que foram insignificantes nos resultados finais de peso.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICASBASS, A. J., D'AUBREY, J. D. & KISTNASAMY, N., 1975, Sharks of the east coast of southern Africa. IV. The familiesOdontaspidae, Scapanorhynchidae, Isuridae, Cetorhinidae, Alopidae, Orectolobidae and Rhinodontidae. Invest. Rep., 39,102p.

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