haze brasil n°1

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Page 1: Haze brasil N°1

Ano 1N01

Experiencias e cultivosRevista Digital Gratis

Buchecha

Fake Pot

Sòmente para adultos

Dr.grow

2da Copada Maconha

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A liberdade é a primeira expressão inerente ao mesmo instante em que foi criado o universo. A natureza é sabia e livre. Os vegetais surgiram antes que os animais, e o ser humano deve sua

existência á bondade das plantas. Na procura de alimentos e horizontes descobrimos ás drogas até mesmo antes de ser-mos homo sapiens e tal vez a canábis seja aquela que á mais tempo nos acompanha, segundo os cientistas: á de milhares de anos. O corpo humano traz de fábrica um complexo siste-ma para interagir com uma planta só: a maconha. Esta planta é a única do mundo em produzir uma quantidade variada de compostos orgânicos do grupo dos terpenofenoles chama-dos cannabinoides. Este tipo de substancias pode ajudar a curar várias doenças e melhorar a condição de vida de várias pessoas com problemas de saúde. Ninguém em toda a histo-ria universal morreu por consumir esta planta. Se repararmos na vergonhosa posição prohibicionista adotada recente-mente pelo novo Papa Francisco podemos ver como o Vati-cano continua com suas intenções de manter um sistema de escravidão moral que tanto mal faz á educação e saúde das pessoas. É graças a este trabalho e ao do resto das estruturas de poder que podemos entender o fato de que esta erva que é cultivada no Brasil á pelo menos 300 anos continua sendo tão demonizada e consequentemente desconhecida pela maioria da população. É por isso que achamos que chegou a hora de mostrar tudo o que essa planta tem para nos ofe-recer. E lançamos este novo espaço onde poderemos ver os jardins dos cultivadores brasileiros que tomam coragem e nos mostram diferentes maneiras de combater o tráfico pro-duzindo sua própria erva. Além de discutir questões onde a canábis e a saúde se encontram, mostrar variedades que ainda não foram cultivadas neste país e divulgar todos os acontecimentos da comunidade de cultivadores de canábis para o consumo pessoal. Já temos mostrado o trabalho dos principais cannabicultores da Argentina e toda a América do Sul, agora é a vez do Brasil. Um novo Brasil mais adul-to. Faminto de verdade e livre informação, que está saindo para ás ruas para lutar pelos seus direitos e a sua liberdade.Haze Brasil nasce graças á irmandade entre dois povos e o poder curador de uma planta em comum. Nossa afortunada missão é instala-la no coração de cada um de vocês, gra-ças á sua intrínseca beleza, o caminho espiritual que assi-nala, e suas bondades curativas. Ás sementes de canábis são o futuro de nossas gerações e a garantia de esperança de algum dia ter um planeta sem fronteiras, sem guer-ras, onde só haja paz e amor, onde nada esteja proibido.

EDITORIAL

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Diretor executivo:Alberto Huergo

Coordenação geral Brasil:Francisco Ribeiro, Pablo Serpa

Editor fotográfico:Guillermo Andrés Romero

Diretor de arte: Maxi Muñoz

Designers:Ezequiel DigrilloGabi Stern

Editor:Eduardo Obeid

Produção geral:Adela KeinSol Mato

Colunistas: Fabio Cerra, Mandacaru, Alberto Huergo, Camarón, Francesco Ribeiro, Albertinho, Juan Saverino, Fotógrafos: Pablo Serpa, Kaneh Bosem, Eloisa Yanquelevich, Sol Mato, Maxdrumm,

Agradecimentos:Ao Sinclair Maia (pelo nosso belíssimo pôster), a todo o crew do Pot In Rio, Hempadão, Cadú Oliveira, Henk e Jouke da DutchPassion Seed Company, André e Luc da Paradise Seeds, ...e a mãe terra e ao universo por nos dar a cannábis. Se sozinho se chega mais rápido...com certeza juntos vamos bem mais longe! Agradecemos a todos aqueles que fortaleceram e contribuíram na nossa jornada até aqui, e em mantemos uma forte vibração para que nesta nova caminhada que se inicia neste número da HazeBrasil, nossa aliança sempre se mantenha firme e forte! Muito obrigado, em ordem “analfabética”, pela consideração e confiança: Luan e UltraEco, Cláudia SantaRosa e Vulkania, Dubatak, Bernardo Negron, Verdim e Cannabis Café Brasil, Rudi Moreno e Horta Urbana, Alê e Cultura Cannabis

APRESENTA02/ Editorial 07/ Fotos dos leitores

CULTIVA09/ Buchecha...uma fama supernova por Fabio Cerra17/ O Príncipe Esquecido por Alberto Huergo

PERGUNTA34/Dr. Grow Samba Tour por Fabio Cerra

FICHA38/ Frisan Dew por Albertinho

ExPERIMENTA45/ Weed Stock o Jogo por Fabio Cerra

INFORMA50/Pot in Rio 2013 por Cadú Oliveira 57/Fake Pot! por Francesco Ribeiro63/2da copa da maconha por CAMARÓN E FABIO CERRA

SANA 75/Cannabis & Cancer por doutor Juan Saverino

FOTO DE CAPA: ESPERANçA VERDE AMARELA

Revista Haze Brasil é publicada cada 45 dias e é propriedade da Big Plant S.A. e seu objetivo é oferecer ao público adulto informação verdadeira e imparcial sobre a planta da espécie cannabis sativa, ou canábis e outras plantas medicinais. Os direitos ao acesso e à divulgação de informação são garantias fundamentais incluídas no artigo 5 da Constituição Federal, no artigo nr° 19 da Declaração Universal dos Direitos Humanos e nos artigos nr° 13.1 e 13.2 da Convenção Interamericana de Direitos Humanos. A publicação desta revista e seu conteúdo não representa violação de nenhuma lei da República Federativa do Brasil e está amparada pelas ADI 4274 e ADPF 187 do STF. Haze Brasil não é responsável pelo conteúdo dos websites citados nas matérias, artigos ou publicidades mesmo se tratando de páginas de acesso livre. O conteúdo das publicidades é responsabilidade dos anunciantes. A reprodução das matérias e dos artigos não será permitida sem autorização escrita da Haze Brasil. As matérias publicadas não refletem necessariamente a opinião desta revista e sim a de seus autores. Se escolher consumir é sua obrigação sempre se informar antes pois o consumo de qualquer substancia pode ser perigoso.

apresenta

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StAFFANO 1

DEC 2013

NúmERO1

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ELAS SÃO, DO AMAZONAS

¨As Meninas do Riverplant¨mande suas fotos para [email protected]

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A grande surpresa do ano de 2012 na cena canábica do Brasil sem dúvida foi o “Buchecha”. Por isso, a HB não podia deixar de trazê-lo em destaque na nossa edição número nº1.Este engenheiro paulista de 40 anos, pai da pequena Julia e fã do Slayer, veio morar na cidade maravilhosa no final de 2011 e foi justamente quando começaram os seus primeiros contatos com o mundo, infelizmente clandestino, do auto - cultivo. Entusiasta da erva, tomou a sábia e corajosa decisão de cultivar sua própria maconha e os bons resultados não tardaram a chegar. Em seis meses teve sua primeira colheita bem sucedida para logo após despontar com a Special Queen#1(Royal Queen Seeds) na segunda colocação da Copa Growroom na cidade de Florianópo-lis em novembro do ano passado. Seu primeiro contato com a galera do cultivo veio através dos encontros realizados no espaço da Horta Urbana.

BUCHECHAUma fama “Supernova”!

CULTIVA

Estado vegetativo

Em uma barraca de cultivo do tamanho 1 x 1 x2m, Bu-

checha mantém suas plantas no regime vegetativo 18/6,

onde elas recebem 18 h de luz e permanecem 6h na fase

escura ininterrupta. “O desenvolvimento de galhos re-

sistentes é fundamental para que a planta quando na

floração, possa suportar bem o peso dos camarões” diz

Buchecha. O uso de ventiladores é mais uma dica utili-

zada por ele. “É como se fosse uma ginástica natural”

afirma. Buchecha tem o hábito de levar esse período em

30 dias, tempo suficiente pra que suas mudas encorpem

e virem belas plantas ramificadas prontas para começa-

rem a florescer.

Sem seca

São muitos os fatores que levam os cultivadores que querem manter seu ciclo regular de colheitas a adotar o siste-

ma de reprodução assexuada, ou seja, a retirada de mudas das plantas pré-selecionadas que, uma vez enraizadas

geram novas plantas. “Este método tem várias vantagens além de economizar todo o tempo e trabalho empregado

no processo que vai da germinação até o estado de muda”. “A manutenção de minhas plantas favoritas e evitar

o risco em adquirir sementes importadas estão entre estes benefícios.” Ele faz uso da lã de rocha e o gel hormonal

selagel. Em uma mini estufa improvisada ele consegue manter o ambiente interno em 90% de umidade, ideal pra

essa fase de enraizamento. Em média seus clones enraízam em 10 dias e é satisfatório ver as raízes saindo em busca

de alimento. “Meu grande truque nessa fase é estar sempre borrifando uma mistura bem diluída de água com

fertilizante rico em nitrogênio.” Nesse momento ele transplanta suas mudas pros vasos de dois litros, onde se dá

início o período de vegetação.

Seu primeiro contato com a galera do cultivo veio através dos encontros realizados no espaço da Horta Urbana. Durante algum tempo esse foi o ponto de encontro dos coletivos antiproibicionistas do RJ, que ali trocavam suas experiências e mantinham assim acesa a chama da resistência. A equipe da HB teve a honra de ser recebida na residência do Buchecha para uma agradável noite de bate papo sobre cultivo, onde a fera que acelera fundo nas 400cc nos contou um pouco dos seus segredos e técnicas e claro, abriu o jogo sobre a nova queridinha do papai: a “SUPERNOVA”, uma ultra saborosa cruza de AK-47 x Chronic. Então...vamos embarcar com a HB no mundo do Buchecha!

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CULTIVA Experiências com amarras e podas múltiplas.

Um conjunto de técnicas que permitem uma otimização do espaço interno da barraca de cultivo dá ao Buchecha significantes resul-tados no aumento do rendimento de suas colheitas. Podas e amarras direcionam os brotos inferiores para áreas de maior ex-posição à luz: “Uma boa limpeza nas partes inferiores das plantas também é uma boa dica para se obter bons resultados, uma boa circulação e renovação de ar nessa região previne bastante a incidência de pragas e o surgimento de doenças” afirma.

Irrigação automática e outras engenhosidades.

Devido a suas exaustivas jornadas fora de casa a trabalho e seus compromissos de pai de família, seu tempo livre para se dedicar ao cultivo é sempre limitado. Uma vez “en-genhoso” por natureza resolveu aplicar um sistema de rega automatizado o que lhe dá mais conforto e rende boas horas de lazer junto à pequena Júlia.Um medidor de energia independente para a tenda de cultivo também possibilita manter o consumo de energia dentro do esperado.

Flora Plena

Na nossa visita, Buchecha apresentou seu car-dápio pra próxima temporada. Em sua tenda de cultivo de 1X1X2m ele mantém, com nutri-ção organo-mineral suas variedades preferi-das. A Mazar é um “coquetel de frutas”, esse feno já corre há alguns anos pelo Rio arran-cando suspiros de emoção em quem sente seu aroma. As variedades Moby Dick e “Querose-ne” nunca deixam ninguém na mão segundo ele. “Essa querosene é muito potente e é uma cruza de um grande cultivador do Rio que me presenteou em 2012 com um clone. Um dia pretendo competir com essa planta híbrida que tem predominância da Diesel em suas ca-racterísticas de potência e cheiro principal-mente” classifica Buchecha.

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Highlight – SUPERNOVA

Dentre suas variedades uma se destaca por seu im-pressionante aroma doce. A supernova tem um forte cheiro de chiclete de uva que persiste por vários mi-nutos nas mãos de quem tem o prazer de tocá-la mes-mo de forma mais sútil. “Essa planta já é minha sele-cionada pra tentar uma boa colocação na 2º Copa Da Maconha do Rio de Janeiro em setembro. Desta vez é no sabor que eu pretendo ganhar mais pontos. Cerca de um mês de cura deve ser suficiente pra que a Su-pernova fique ainda mais gostosa de fumar e trazer mais um título aqui pra casa” planeja feliz o Buche-cha.

CULTIVA

Isso aí brother!!! Desejamos toda a sorte e muito sucesso pra você que já é um dos grandes plantadores de maconha do país e que tem, com certeza, tudo pra conti-nuar por muitos anos entre os “POT” 10 do cultivo no Brasil! Obrigado pela preza até a próxima HB.

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CULTIVA CULTIVA

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e suas donzelas

por Alberto Huergo

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CULTIVA EXPERIMENTA

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Há muitas razões para não eliminá--los. A semente de Cannabis herda em proporções iguais a genética de

cada um dos pais. Geralmente recebemos as sementes de um amigo ou de uma companhia internacional. Às vezes, aparecem em qualquer uma de nossas fêmeas, algumas sementes pro-duto do pólen de algum pai desconhecido, ou (como deveria ser), promovida por um dos pais do nosso agrado, ou seja, criadas e selecionadas para obter descendentes de características de-sejáveis. O cultivador que obtém as sementes forma di-reta sempre conhece a mãe na maioria dos seus aspectos. Quando o pai também é conhecido pelo cultivador, todos os caminhos levam a ob-ter características desejáveis de ambos os pro-genitores, com um melhor resultado que quem só conhece a mãe. Por outro lado, é a única forma de continuar uma variedade pura, sem ter que manipular hormônios ou estressar as plantas para obter flores do sexo oposto, onde apenas se transmitem as características genéti-cas de um só de seus pais. Se tivermos uma fêmea excepcional obtida através de um clone, e não se dispõe de um macho, não há outra escolha, que cloná-lo indefinidamente até que o príncipe apareça. Se não houver outro jeito, induzi-a a produzir uma flor masculina em bus-ca de sementes feminizadas seria uma extensão do prazo, mas nenhuma solução. A boa forma genética se compõe da união e o amor entre plantas de diferentes sexos bem diferenciados. Quanto mais resistência houver por parte de cada progenitor para produzir flo-res hermafroditas, melhores são as chances de que nossas sementes se desenvolvam com os sexos perfeitamente diferenciados e completa-mente estáveis sob situações de estresse. Um verdadeiro macho da raça pode suportar a flutuação do foto período ou o envenenamen-to de luz no período escuro, e continuar sendo heterossexual. Assim como diferenciamos sexualmente ás

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pessoas, a cannabis é uma das plantas que mais se diferenciam entre exemplares de diferentes sexos. Certamente, os seres humanos herdaram essa virtude tão especial. Muitas híbridas que alcançaram notoriedade e fama, herdaram ca-racterísticas excepcionais, principalmente gra-ças à contribuição da genética masculina, que pode às vezes ser mais importante do que sua fêmea amada. Até mesmo a mãe pode não ser muito pode-rosa, mas sendo-o seu pai, pode ser que essa característica genética tão importante seja de-vida ao macho em questão. Quando os mestres falam em procurar novas landraces nos luga-res originais, como se fez há 40 anos, sempre fantasiam com encontrar uma fêmea grande e monstruosa, pensando na imediata clonagem ou na imagem comercial para a venda. É difícil ouvir a frase: “Vou procurar o melhor garanhão para impregnar meu rebanho de fêmeas.” Isso é algo que deveria acontecer se formos culti-vadores sérios e preservadores desta espécie maravilhosa. As plantas jamais se matam, sua vida transcende, quando as colheitamos e utili-zamos sua energia. Essa é a principal razão para não brincar de Deus desperdiçando uma bela vida antes do tempo. Se as trouxemos ao mundo como nos-sas filhas e assim as temos criado, matar um ma-cho ou uma fêmea doente ou atacada por pra-gas é uma decisão típica do ser humano. Existe sempre uma varanda com um pouco de sol para nos dar uma alegria quando vemos nossas plan-tas não favoritas desfrutar da alegria de viver.

Existem várias maneiras de analisar e escolher um macho de características fabulosas. Embo-ra isso depende do gosto de cada cultivador, há pautas que funcionam com grande precisão para determinar seu valor genético. Normal-mente, as plantas que mostram rapidamente o sexo não são utilizadas como procriadoras. Um macho que cresce rápida e vigorosamen-

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EXPERIMENTA

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Crescimento, ramagem abundante, caule rígido, folhas grandes e saudáveis, boa saúde em geral.

Não produzir flores pistiladas, mesmo sob con-dições extremas de estresse.

A altura foi sempre competência dos machos, que se esforçam para garantir-se de impregnar as fêmeas. Quantos mais cachos de flores pro-duza, no menor tempo possível (depois de ser introduzido em um ciclo de 12/12 até a libera-ção do pólen), melhor será o resultado.

AromaEsfregando o caule podemos perceber seu aro-ma. Os machos aromáticos se fazem sentir nas suas folhas ao tocá-las quando as regamos. Os terpenos aromáticos e sua sinergia com os can-nabinóides são responsáveis, pelo sabor e por alguns dos efeitos ou tipos de efeitos da canna-bis. Plantas cheirosas, sempre geram varias sen-sações.

com Diferentes FenótiposA tempo de começar com o cultivo destas maravilhosas Indicas do banco de sementes de Kaiki, machos e fêmeas apresentaram seus

sexos e ogaranhão reprodutor foi selecionado e colocado separadamente no cativeiro. No começo cresceu sempre melhor do que as fê-meas, com uma bela cabeleira verde. O aroma que exalava quando se roçavam seus ramos era marcante, impossível passar despercebido. A continuidade e riqueza de sua ramagem fizeram dele um imperador destacando-se do resto do clã. Cresceu com impressionante força e altura, completamente estável produzindo centenas de cachos florais, quando ficou maduro. Para que pudesse curtir de um grande trio, duas irmãs com um crescimento vegetativo muito saudável foram escolhidas, levando em conta na escolha dois fenótipos diferentes na procura de uma ampla gama de características desejáveis. Ambas fêmeas cresceram viçosamente com fo-lhas muito escuras e de tamanho considerável; a grande diferença era que as flores de uma eram azuis e roxas, e a outra brilhava com flores se-melhantes a rosas vermelhas. O resto da planta era muito similar. Uma das características ou genes que queria achar era uma maior ramagem lateral, pois ambas fêmeas eram índicas muito tubulares e com poucos ramos, um atributo que o macho possuía. Ambas eram extremamente resinosas, com tricomas glandulares até nos pe-cíolos das folhas. O fenó mais vermelho fecha-va seus cálices como pequenas rosas rococós (variedade comum na Argentina), enquanto o fenó azul era predominante nos cálices pontia-gudos como cactos.

te, sem promover uma flor hermafrodita com boa altura, aromático,de profusa ramificação, e grandes colônias ou agrupamentos de flores estaminadas é um grande candidato a ser um bom exemplo para transmitir essas característi-cas aos seus sucessores. Todas estas características Podem ser observa-das, sempre que cultivemos e demos o mesmo tratamento ao macho que as nossas meninas mimadas. Esfregando o caule podemos sentir a presença de um nível maior ou menor de terpe-nos aromáticos da planta. Pra quem tem buds por perto, é pouco aprazível fumar uma plan-ta macho para testar o seu nível de potência. Um cultivador muito exigente pode executar esta tarefa, mas faz pouco sentido. Observando com um microscópio ou lupa de 30x / 50x vemos a presença de tricomas globulares sem o pedúnculo, nas proximidades de suas flores e folhas pequenas em machos de variedades ricas em produção de resina. Todas essas pistas visuais e aromáticas que nos dá um macho em pleno bombardeio de pólen garante que essas características serão transfe-ridas. Mas o potencia e o sabor, dois elemen-tos considerados essenciais pelos amantes da planta não são garantidos por essas simples observações. Um teste cromatográfico deve ser feito para garantir este recurso importante, não acessível a qualquer um, e quase imperceptível, quando se trata de analisar resina em machos. É preciso entender que o macho deve ser ho-mozigoto quando o que se procura é alta po-tência. Eles geralmente são heterozigotos, ou machos híbridos, e somente fornecem uma ca-racterística desejável a uma parte da população de descendentes. Como é fácil testar a potência e sabor em nos-sas fêmeas, geralmente o que o produtor rea-

liza, é uma análise do poder masculino a partir do poder dos descendentes de sexo feminino. Um bom teste do potencial dos machos consis-te em escolher entre os machos disponíveis e cruzá-los com clones fêmeas da mesma mãe. As sementes resultantes quando as fêmeas ma-durem mostrarão o valor genético do macho escolhido. Apenas quando tenhamos testado várias fême-as resultantes de cada cruzamento, poderemos tirar conclusões quanto ao verdadeiro poder de cada doador macho.Levando em consideração que sabemos exa-tamente o poder da mãe que utilizamos para cruzá-lo, podemos comparar através das filhas, já que a mãe é a mesma. Uma vez que perce-bemos instintivamente que é o melhor macho, conservamos seu pólen e trabalhamos com ele. Os machos bons, também podem ser clonados e preservados como material genético essencial.

Embora dependa do gosto de cada produtor, os seguintes aspectos devem ser tidos em conta na hora de escolher um garanhão valioso:

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potencial genético que nunca é descoberto, até que se infiltra diretamente nosso espírito. Só faltava o primeiro bebê crescer e ver os resul-tados.

Quando as plantas são cruzadas entre si ou en-tre membros da família, os genes dos seus des-cendentes tornam-se mais homogêneos. Isso significa que cada par de genes é mais provável que seja uniforme ou tenha alelos idênticos. As plantas homogêneas tem menos vigor que as heterogêneas com diferentes alelos. O resulta-do é o fenômeno conhecido como “vigor híbri-do”. Quando duas variedades são cruzadas, os descendentes são mais vigorosos do que qual-quer um dos progenitores. Para restabelecer a força de linhas puras, é bom desenvolver duas linhas com características se-melhantes. Como cada linhagem foi cruzada de forma endogamica, as duas linhas de genes terão alelos diferentes. Então, as duas linhas são cruzadas para produzir sementes. Assim os descendentes recuperam o vigor perdido como consequência dos cruzamentos endogámicos. Neste caso, as sementes do fenó azul mogno e fenó vermelho rococó cruzadas com o mesmo macho, isto é, seu pai, deram como resultado uma outra geração de plantas com fenós azuis, cálices iguais aos da mãe, o que mostra unifor-midade. Pela linha do fenó vermelho se obteve uma planta com muitos galhos, de cores azuis e ver-melhas, folhas lilás e douradas como uma alfa-zema, resinosas, como seus pais. Em todos os casos, o tempo de maturação floral foi o mesmo, 60 dias. A próxima etapa é fazer com outro grande macho, outra linha paralela, além de continuar combinando o pó-len deste macho em gerações sucessivas. Até a próxima.

Em variedades indicas é recomendável engra-vidá-las em torno dos 21 dias (três semanas) após o começo da floração. Nas sativas este prazo pode se estender umas duas semanas a mais. Enquanto os pistilos estiverem brancos e viáveis, e as sementes tenham tempo suficiente para gestar e amadurecer antes do final da flo-ração, estaremos sempre a tempo de gestar um novo indivíduo. Separadas as fêmeas selecionadas da sala de flo-ração, prosseguiu-se com um pincel artístico a poliniza-las a partir da terceira semana de início de floração. Uma dieta rica em fósforo continuou de forma orgânica e as plantas utilizaram quase toda a sua energia para a produção de centenas de descen-dentes com a ira de uma tempestade de areia. Quando as fêmeas estavam prontas para co-lheita em 9 semanas, as suas sementes tinham plena maturidade, cor marrom com listras e linhas,muito seguras sobre a seus cálices resi-nosos. De cada planta, de 1,30 metro de altura, foram obtidas aproximadamente 500 sementes de per-feita saúde e maturidade. Em suas últimas semanas as cores verde das folhas tornaram-se de um azul tão escuro que às vezes parecia negro. A planta é como uma bala de sabor doce e ácido, sabor morango de efeito muito sedativo como a melhor das índi-cas. Graças ao fato de cultivar e preservar um macho singular, uma família de um milhar de Sandstorms espera a oportunidade de flores-cer sob raios de um bondoso sol. E com um

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PERGUNTA

Desde abril de 2012, quando comecei a me envolver com

a produção da copa do Rio, o nome Vulkania seeds era sempre

recorrente. De lá pra cá, muita fu-maça rolou e minha missão hoje, quase

um ano depois, era resgatar no aeroporto internacional a lenda do cultivo biológico

Massimiliano Salami, aka DrGrow. “La maqui-na biologica” desembarcava, pela primeira vez

no Brasil, para ministrar ao lado da entomologista Cláudia Santa Rosa (cofundadora da Vulkania) dois workshops sobre cultivo orgânico de canábis. “Brazil Samba Tour” rolou dia 6 e 7 de abril nas cidades do Rio e São Paulo respectivamente, de onde “Massi” partiu então pra Salvador onde curtiu alguns dias de merecido descanso. Foi exatamente na “terra de todos os santos”, que em fins de 2011, Cláudia apresentou uma oficina de cultivo que con-tou não só com growers iniciantes, mas também com uma boa parcela de cultivadores experien-tes. Foi justamente o sucesso desta primeira apre-sentação “solo” que alavancou a vinda de DrGrow nestes que foram os primeiros workshops canábicos

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PERGUNTA

PORFABIO CERRA

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1)H.B.: Quem aparece primeiro na sua história e quem hoje ocupa de forma mais predominante sua personalidade hoje em dia? DrGrow ...ou Massi, o ativista pelo respeito aos animais?

M.S.: Massi o ativista contra os maus tratos dos animais nasceu logo no começo dos anos 90, mas hoje em dia está se tornando cada vez mais forte. Começou com uma sim-ples escolha: a de não comer mais animais! Assim virei vegetariano e hoje sou vegano. Sempre que posso, ofe-reço junto a Vulkaniaseeds, sementes de canábis a preços especiais e 100% do dinheiro arrecadado vai diretamente para uma sociedade protetora de animais! DrGrow “nasceu” em 1998....mas nessa época “Doc” era metade Massi (eu) metade “El Aguila”, um dos meus me-lhores amigos, e grande mestre para mim, digamos que este personagem nasceu então de uma parceria, de um sonho de dois amigos maconheiros!Então hoje, Massi o ativista e DrGrow, formam uma boa dupla e eu nem sei dizer quem sou eu quem é o verdadeiro “alter ego”: o maconheiro ou o vegano....só no verdeeeee! (risos)

2) Como Você descreveria o cenário mundial em torno da questão da legalização da maconha?

Humm...esse tema é complicado e extenso mas hoje em dia tem um papel fundamental em prol da legalização e regulamentação da maconha que são as associações e clubes de usuários, que aos poucos vão nascendo e se for-

talecendo... trabalhando e conscientizando o povo sobre os aspectos do uso da canábis para fins medicinais por exemplo. Tudo isso é um trabalho árduo e constante e eu também estou nessa caminhada plantando minha semen-tinha. Antes do final de Julho abriremos nosso clube de consumidores 3) Quais foram os principais nomes que colaboraram e in-fluenciaram na sua vida, contribuindo assim na sua for-mação como breeder?

As pessoas mais influentes na minha vida como Massi e como DrGrow tem sido: Ed Rosenthal, Mel Franks, Robert Connel Clarke, John MacPartland, Alejandro Diaz “El Agui-la”, e cada um dos professores da Escola de Capacitação Agrária de Tacoronte bem como alguns professores da fa-culdade de biologia de La Laguna, a lista não é pequena, mas o mais influentes foram eles!

4) Estivemos na última edição da copa CABA com alguns apoiadores e patrocinadores do seu próximo livro, perce-bemos uma expectativa muito positiva por parte de todos. Conte-nos um pouco do que vem neste próximo trabalho

Meu próximo livro consiste em um manual de cultivo ex-clusivamente em vaso, neste livro falo todos os segredos que venho aprendendo nesses mais de 16 anos de expe-riência profissional do setor canábico. Um livro para todos os públicos, bem colorido e cheio de curiosidades, não sei ainda bem quando vai ser publicado, espero que em bre-ve, mas... devagar também é pressa! GO GO GO!!!

5) Como foi sua passagem pelo Brasil na Samba Tour 2013? Projetos para 2014?

Brasiiiilllllll....que país incrível é esse! ME GUSTA! A ex-periência foi incrível! O calor do país e da sua gente não pode se descrever com palavras! Pra 2014? Adoraria vol-tar, mas isso não depende só de mim... Desta visita ao Rio e Sampa tenho percebido que o povo tem “fome de in-formação” e é isso que mais me “encanta” !!! GO GO GO SAMBÁÁÁ!!!!!ao Rio e Sampa tenho percebido que o povo tem “fome de informação”....e é isso mais me “encanta” !!! GO GO G SAMBÁÁÁÁ

realizados em terras tupiniquins.A história da Vulkania tem início nas Ilhas Canárias onde mora o autor do livro CANNABIS SATIVA L.(2008), até hoje tido como uma referência no segmento do cultivo biológico. A Vulkania nasceu em 2007 mas, o “parto foi longo”(risos) segundo Claudia Santa Rosa. “Em 97 abri-mos um dos primeiros growshops da Espanha (Mr.Fantasy Growshop) e sentimos a necessidade não só de fornecer sementes e fertilizantes, mas também de formar um gru-po de cultivadores, pois como moramos nas Ilhas, Massi pensou: Como nós estamos isolados, caso aconteça algu-ma mudança drástica na legislação local seria bem melhor que nossas sementes já estivessem aqui do que do outro lado do oceano! ...e foi assim que tudo começou...“ Com o passar dos anos e ao lado de um amigo, o licen-ciado em matemática e técnico em gestão agropecuária foi errando e aprendendo, testando e buscando sempre as melhores genéticas até que em 2007 finalmente decidiu mostrar seu trabalho para o público. Construiu se assim a marca Vulkania, uma referência hoje no mercado mundial. Uma das mais fortes características de Massi é seu envol-vimento em causas ecológicas e contra os maus tratos aos animais. Confira aqui na Haze Brasil este papo com o mais carismático “pot star“ das canárias!

PERGUNTAPERGUNTA

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IMPRESAO VISUAL: 10

Henry Amiel, um escritor suíço alguma vez escreveu: “Olhe duas vezes para ver o justo. Não olhes mais de una vez para ver o belo”. A maior virtude desta planta é ser linda. Toda pessoa que ame a beleza intrínseca das plantas, sejam ou não de cannabis, não pode evitar se apaixonar pela pele e a imponente cabeleira desta Frisan Dew simples-mente apreciando-a por um segundo. A partir da terceira semana de floração esta menina começa a desenvolver enormes topetes com mil-hões de estigmas brancos, as flores adquirem uma cor parecida ao rosa choque, quase púrpura ao finalizar o ciclo. Este branco mar de cabelos

encrespados forma a juba de um leão, a planta é toda pur-purada por dentro e toda uma lagarta branca por fora. Esta combinação a faz muito vistosa e atraente, é realmente uma raridade deslumbrante. A cola principal da planta adquire um tamanho descomunal, duplica o diâmetro de qualquer outra planta graças a sua fantasia de urso polar. O tempo de madu-ração sugerido pelo banco de sementes é de oito semanas, este fenótipo cultivado (nem tão indico) esteve no ponto só após dez semanas, mas valeu a espera por cada um dos se-gundos que compartí com ela. A pesar de que é recomendada como planta de exterior por aguentar as inclemências do tem-po e mofos, aceitei o desafio de cultiva-la em indoor baixo um sódio de 400 w só para admirar sua beleza. TRICOMAS VISÍVEIS: 8

O incomensurável manto de pelos brancos obstrui em certa medida a visibilidade de brácteas e cálices repletos de tri-comas glandulares. Se nos aproximarmos a centímetros dá planta podem se ver brilhar milhões de pequenos tricomas imersos na carne púrpura que ressalta no contraste de cores.

Para observá-los com lupa é necessário se internar abrindo caminho entre as lanças brancas eretas desta floresta.

AROMAS: 8,5

A Frisan não cheira tanto viva como curada. Viva cheira a tudo menos aos terpenos presentes na maioria das variedades com-erciais da atualidade. Quem alguma vez tenha cultivado uma colombiana antiga, daquelas selvagens dos anos oitentas e tenha se deleitado com o sabor a erva e fruta, encontrará nesta planta uma grande reminiscência daquele gostinho. A primeira sensação é de se estar cheirando uma colônia ou amaciante para roupa de bebé. Quando se fecham os olhos com uma bellota curada colada no nariz uma fragrância do bosque como uma combinação de baias silvestres e grama recém-cortado invade o olfato.

Colônia de bebé 50%Baias selvagens 25%Amaciante de lava-roupa 25%Fragrâncias de bosques frios 25%

VARIEDADE (strain): FRISAN DEWGENETICA: SUPER SKUNK x PURPLE STAR

CRIADOR: DUTCH PASSIONCULTIVADOR: Albertinho

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FICHA

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FICHA

EXAME FÍSICO:SUPRESSOR DA ANSIEDADE: 8SUPRESSOR DA DOR: 8PERCEPCAO AUDITIVA: 9CONTROLE DA MOTRICIDADE: 9CONTROLE DA VISAO: 9AUMENTO DO BOM HUMOR: 9AUMENTO DO APETITE: 8AUMENTO DA LIBIDO: 9IMAGINACAO/CREATIVIDADE: 9RELAX FÍSICO: 8

SABORES: 9

É importante em variedades quase selvagens como esta con-seguir um bom curado para deleitar-se e curtir ao máximo de-sta maravilha. Por um lado parece um ponche de frutas, incli-nado às frutas vermelhas, essa é a primeira sensação quando se encontra com a boca. Por outro (imediatamente) sente-se um sabor selvagem a ervas, alguma coisa de indica dos vales do Hindu kush como a Chitral, neste caso a Purple Star. No en-tanto este fenótipo que tive a sorte de cultivar graças a umas sementes que Henk (criador da Dutch Passion seed company) me deu, tem muita influência sativa o que lhe dá a maior parte do mérito. A pesar que sua mãe Super Skunk é muito mais in-dica que a tradicional Skunk n°1, nota-se a grande influência colombiana, não só no sabor que às vezes lembra seu ances-tral parental a sativa selvagem, senão no tempo de madura-ção e o efeito algo cerebral.

Groselha com agua com gás 35%Morangos silvestres 35%Ervas do mato 30%

POTENCIA: 8

Não é a típica planta que te arrebenta a cabeça, nem é daquelas que podem gerar paranoia. Muito tranquila, boa para começar o dia e se manter calmo sem ficar estático numa cadeira nem voar ao hiperespaço com três tapas. Também não é boa ideia fumar um baseado inteiro porque daí sim ela se faz sentir. Por esse motivo, sem ser uma planta muito potente, também não é daquelas que quase nem dá pra sentir, seria algo assim como moderadamente potente.

EFEITO: 9 Depende de que efeito em que determinado momento cada um procura numa erva para poder em realidade pontua-la, o critério é muito subjetivo de acordo ao que cada um estiver esperando. Si procuramos um efeito muito psicodélico já vi-mos que esta não é a variedade. Si queremos suprimir a dor até o ponto da imobilidade física, também não. Si queremos começar o dia com uma erva não paranoica, social-enérgica por momentos, criativa por outros e relaxante no final do pro-cesso, então é muito apropriada e não apresenta contraindi-cações. O lado sativo é criativo e dá vontade de trabalhar, o lado índico final é relaxante mas não te fará desmaiar. É reco-mendável para todo tipo de fumadores .

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EXPERIMENTA

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Page 24: Haze brasil N°1

EXPERIMENTAEXPERIMENTA

layout novo, perspectiva de vida nova. A partir daí

foi uma bola de “fumaça” cada vez mais entrando na

militância, apaixonado e repassando o conhecimen-

to para todos os que se interessavam em abrir suas

mentes. Segui meu caminho para Europa, morei em

Portugal por um ano, trabalhei na equipe da revista

A-Folha (a-folha.com), marquei presença na marcha

de Lisboa, só degustando do pólen e bolota (hax)

marroquinos. Passei em Amsterdam, morei três me-

ses na capital enfumaçada, provando das melhores

do mundo e aproveitando para somar conhecimento.

A vida não estava muito fácil na Europa, foi quando

conheci o amor da minha vida, Priscila, pelo Smoke-

Buddies, grupo canábico no facebook recentemente

extinto. Como já estava voltando para o Brasil, apro-

veitei para conhecer Priscila ao vivo e estamos nessa

vibe intensa até hoje...

HazeBrasil: – Falaê Conrado! Obrigado por receber a

gente brother! Conte-nos um pouco do caminho que

te levou até “Weedstock”...como foi essa onda?

Conrado: – Então... prazer receber vocês galera!!!

Meu nome é Conrado Andrade, tenho 24 anos, sou

gaúcho de Porto Alegre e sou muito apaixonado pela

canábis. Sou muito estudioso e sempre fui careta, até

era contra as drogas ilegais como muita gente, até

que conheci o Hempadão, maior blog sobre maconha

do Brasil! Era o que faltava para matar minhas laricas

sobre o mundo da canábis, aprendi muito e a partir

daí irmão, foi amor verdadeiro.

Comprei tanto a ideia, que resolvi entrar no ativismo,

entrei em contato com o Cadu (máster mind do Hem-

padão) e ofereci um layout novo e mais fácil de ser

usado, em 2010 lançamos a versão 1.0 do Hempadão,

Utilizar-se de estratégias e recursos didáticos dos mais modernos

e eficientes possíveis para fazer a transposição de conhecimen-

tos, tem sido uma orientação geral nos meios docentes e uma

espécie de missão para todos os educadores em geral. O paradigma

“instrucionista” (que concebe a aquisição por memorização e instru-

ção) tem sido cada vez mais substituído pelo paradigma “construcio-

nista” em que o educando interage em busca de uma aprendizagem

mais significativa na construção de seu conhecimento.

Em todas as áreas, a utilização do computador tem tornado o processo

de ensino mais criativo, envolvente e inteligente. Ideias abstratas, por

exemplo, tornam-se passíveis de visualização e teste. A possibilida-

de de agir de modo pró-ativo em situações-problema, eleva conside-

rável- mente as chances de sucesso neste, muitas vezes, complicado

processo.

A equipe da Haze Brasil, na busca dessas inovações tecnológicas apli-

cadas ao nosso “ramo”, se deslocou até Macaé para conversar com o

criador de “Weedstock”, um simulador de cultivo canábico desenvol-

vido pelo Conrado, um gaúcho de 24 anos, ativista, programador, web

designer, nesta ordem.

Lá ele nos contou um pouco sobre as motivações que o levaram a de-

senvolver essa jogada e o que ela apresenta de diferente em relação a

outros simuladores que já rolam por aí. Confira nesta entrevista em que

“pé” está o jogo que promete ajudar a galera a colher aos kilo...bytes.

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vencer os amigos que o plantio caseiro é a solução para muitos problemas. Foi fazendo o layout 2.0 do Hempadão que veio de repente a ideia de um simulador de plantio, fiel o bastante para ser usado para testes de cresci-mento, diferentes equipamentos e protótipos para growrooms. Estou a 2 anos programando o Wee-dStock, devido a grande complexidade do simu-lador, me foquei no principal, as plantas, o sis-tema cria cada semente com uma espécie de DNA digital que definirá todo o processo do seu ciclo de vida. Com o tempo o simulador foi se tornando mais complexo e hoje conta com diversos fatores da vida real das plantas, ficando cada vez mais fiel ao plantio indoor.

H.B.: Como você definiria WEEDSTOCK em linhas ge-rais e o que ele oferece de inovação no segmento?

Conrado: - WeedStock é um simulador, quanto mais conhecimento sobre plantio o jogador tiver, mais controle ele terá de suas plantas. É tanto para o novato que precisa aprender sobre flush, over--fert, como para o cultivador experiente que quer

H.B.: - Como foi a ideia do jogo? Há quanto tempo você vem trabalhando nisso?

Conrado: - O Jogo veio após eu voltar da Europa sa-bendo bastante sobre plantio indoor e pela grande repressão que sofremos aqui no Brasil, é difícil con-

testar novas variedades de erva em de-terminado growroom, com determinada lâmpada etc. Tenho certeza que este jogo ajudará muita gente a se iniciar no mundo do cultivo caseiro. Desde sempre a ideia é de um simulador, algo que fosse realmen-te útil para as pessoas aprenderem, erran-do e principalmente sem correr o risco de “cair a casa”.

H.B.: -”Em que pé” (hehe) se encontra o jogo? Qual é a previsão de lançamento?

Conrado: - Está no processo de finalização da programação em si e criação dos com-ponentes do growroom. Gasto 4 horas por dia programando para garantir que o jogo seja lançado em dezembro, porém, perde-mos nosso investidor e estamos por con-ta própria novamente, suor e vontade de ajudar growers do Brasil a fora nos fazem

continuar na luta!

H.B.: - E coquetel de lançamento? Vai cha-mar a HazeBrasil para petiscar nessa “fa-zenda”?Conrado: - O coquetel será no Pot In Rio 2014, dia de colheita! hehe

H.B.: - Como os “entusiastas do ramo” po-dem te achar?

Conrado: - O Site do WEEDSTOCK.nl esta no ar, tem todas as formas de contato conos-co. Diretamente comigo pelo [email protected]. Estamos aceitando propostas de investidores e marcas que queiram se agre-gar ao projeto.

H.B: - Faz aê suas considerações finais e mais uma vez... obrigado pela recepção!!!

Conrado: - A luta segue, o plantio caseiro é o segredo para enfraquecer o tráfico e poder ter algo de qualidade, sem risco de químicos e melhor, feito por você!Obrigado a todos envolvidos e a esta revis-ta sensacional!

O Site do WEEDSTOCK.nl esta no ar, tem todas as formas de contato conosco. Diretamente comigo pelo [email protected]. Estamos aceitando propos-tas de investidores e marcas que queiram se agregar ao projeto.

EXPERIMENTA

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Que viagem, Que marola: Pot in rio, segunda ediçãopor Cadu oliveira

INFORMA

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vIAjAINFORMA

“Pot in rio, porque esse nome em inglês?”, pensei em fazer essa pergunta. mas a explicação é óbvia: trata--se de uma paródia ao rock in rio, um evento que acontece de vez em quando na Cidade maravilhosa e é meio paradoxal porque às vezes não acontece no rio, tipo rock in rio lisboa, e às vezes não tem rock, tipo Claudia leite. Já o Pot in rio pode até ser que um dia aconteça em outros lugares que não no rio de Janeiro, mas certamente será fiel ao assunto Pot, ou erva, ou ganja, ou maconha, todos os termos estão em casa.“o Pot in rio é como se fosse um encontro de mo-toqueiro, só que sem moto, mas com maconha”, essa definição, gritada disputando propagação de ar contra as caixas de som do dubatak que estavam em brasa, conseguiu chegar ao microfone da câmera, que captou então talvez a melhor definição. ao invés de motocicletas, ou qualquer veículo de transporte inventado pelo homem, uma flor! uma flor que por décadas é associada à paz e amor, mas também vio-lência e repressão.militar contra o estigma e a opressão estatal contra usuários é um desafio que os organizadores do Pot in rio resolveram abraçar. “não só ir à marcha da maconha é fundamental, mas também buscar outras formas de dialogar e se articular com grupos inter-disciplinares a fim de mudar a opinião vigente. isso é muito importante”, afirma um dos organizadores do evento. e por falar no evento, porque não começar a relembrar parágrafo a parágrafo tudo que rolou no Pot in rio ii?Podíamos fazer uma descrição cronológica do evento

dizendo como foi do começo ao fim, mas seria muito careta, não?! melhor pular detalhes sobre localização e excelência do espaço da chamada mansão laranjei-ras, para lembrar logo que o evento começou de tar-dinha e foi até de noite, com palestras e muito bom som, chegando ao ápice de receber Bnegão in tha house, cantando como numa festa de família, para não mais que vinte ou trinta pessoas. o evento tinha muito mais gente, pra lá de trinta pessoas estavam assistindo aula de ativismo com Chacrero, um uru-guaio com extensa bagagem sobre como lutar contra a proibição.todos os coletivos do rio estavam presentes, do gro-wroom ao Hempadão passando pelo smoke Buddies. Poesias numa parede, crônica de boas vindas na ou-tra, desenhos com fumaça, de Fernando de la roque, finamente expostos, além de stands de camisas sobre cultivo e toda sorte de objetos para fumício ou in-formação, de bongs a livros. algumas das atrações do primeiro Pot in rio, como o professor da uFrJ João menezes, deram mais uma vez a honra da presença. aulas, shows e liberdade, num só lugar.diferente do rock in rio, em que só o entretenimento é vendido para a multidão, no Pot in rio o contato é fácil, todos se conhecem ou podem facilmente se conhecer. além de curtir um som, todos tem o natural intuito de se articular, debater, mostrar ideias, pro-por mudanças. um bom exemplo é o coletivo delta9, que saiu de Campinas, cidade do interior de são Pau-lo, para ir ao rio de Janeiro apresentar suas propos-tas e políticas. Chegando lá, deram entrevista para o torrando com tomazine, o maior vlog do Brasil sobre

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maconha.no meio de tanta marola quem se portou de forma completamente amigável, sem emitir um latido, foi a sara, acompanhada por seu responsável gustavo. ambos foram presos na marcha da maconha de 2008, proibida pela polícia no estado do rio de Janeiro. “Presos” é modo de dizer, pois lá no evento pudemos ouvir como tudo se deu. eles foram conduzidos à de-legacia, levados em uma viatura, ele e a cadela. tudo isso porque o cão tinha uma placa onde havia escri-to: “a estupidez é a essência do preconceito’ legalize Canábis”. apesar do absurdo constrangimento, gus-tavo disse que não houve excesso nem maus tratos por parte dos policiais.reunião de ativistas como essa deveria ser algo nor-mal em todos os estados do Brasil. se assim fosse, certamente o movimento canábico estaria elevado a outro patamar. no Pot in rio houve reunião de gran-des militantes e até mesmo de personalidades polí-ticas como o vereador renato Cinco que prestigiou a festa.o Pot in rio em menos de um ano alavancou duas edições e já planeja próximos passos, com eventos paralelos e quem sabe mais uma copa feita no Brasil. “temos que agradecer a Jah todos os dias a possibi-lidade de reivindicar um direito e ainda assim contar com nossa liberdade, afinal de contas, vivemos ainda um quadro de perseguição no qual vários irmãos se encontram presos por cultivar a erva”, lembra Fabio Cerra, sobre o lado mais perverso da proibição das drogas, o encarceramento de jovens muitas vezes mi-litantes. militantes pela legalização e também mili-tantes ativos contra o tráfico, afinal, como disse Cha-crero em sua palestra: “o maior ativismo que existe é ensinar alguém a plantar. e dar a essa pessoa boas

sementes!”, disse, como que sintetizando bem a aura do evento – onde se ensinou que é possível plantar paz com sementes de coragem e sabedoria. vida lon-ga ao Pot in rio.

Programa ação – Pot in rio ii – duas Casas em Pegando Fogo

a dinâmica da festa foi conduzida por dois espaços distintos, com programações independentes que ocorriam simultaneamente. a geografia da mansão era mesmo exuberante, possuindo duas casas, duas piscinas, dois ambientes. Perfeito para abrigar o Pot in rio dois. Para refrescar a memória dos presentes e ilustrar a imaginação de quem não foi, a partir de agora vamos lembrar tudo que passou por cada um dos espaços:

Casa 1: sensações e sonsFoi o espaço mais destinado aos shows, artes e stan-ds. era também o primeiro espaço disposto na man-são, por onde todos os visitantes chegavam na festa: já se ambientando com a música do internacional dJ Cubanito e também do mC marcelo l.a. mais tarde houve apresentação de dubatak, com direito a convi-dados ilustres tipo nissim, rico neurótico e B. negão. isso no andar de baixo, porque em cima tinha expo-sição fina de arte de Fernando de la roque, uma arte feita com fumaça.também na parte de cima da casa tinha o enorme painel da peça Hindu Kush, feita para o evento pe-las latas do grafiteiro PXe, um artista que tem espa-ço eterno evento. descendo a escada, se deparando mais de perto com o peso do sound system, quem

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vIAjAINFORMA

chegava à festa também já vislumbrava os stands: com roupas, parafernália, livros e revistas. a loja novaera promoveu também sorteios. além dos espaços comerciais, já na escada estavam dispostas algumas poesias de temas variados como: carnaval, preconceito e ética, temáticas diversas, mas tudo ligado ao universo canábico. afinal, para falar de carnaval o autor fala do bloco carioca Planta na mente, grupo que faz paródias de canções clássicas renovan-do-as com letras sobre marijuana; e ao falar de precon-ceito, lembra-se da dificuldade de se amar uma planta em tempos de guerra às flores; ou ainda desconstrói o imaginário de que “todo maconheiro é gente boa”, pois isso bem que podia ser verdade, mas na prática, infelizmente, não é.na outra parede tem Jahbah the Hutt, um ilustrador ati-vista que tem no currículo diversas colaborações para a marcha da maconha. expos originais de desenhos feitos para a revista semsemente e também por demanda da Copa rio 2012, além do Programa em Busca dos trico-mas dourados – artes belíssimas, com iluminação em cima, dispostas próximo ao local dos shows, ou seja, com grande destaque.

do outro lado, mais uma exposição, mas desta vez de fotos. imagens representativas do contexto de vida da cidade e do evento. a fotografia de Pablo serpa contou com cliques originais que promoviam a ligação entre a verve do rio de Janeiro com o Pot in rio, em uma edição onde a malandragem foi convocada para dar as cartas, não poderia faltar, por exemplo, um belo registro dos morros e favelas, que infelizmente, já são parte carac-terística do cenário da cidade e de grande parte dos usuários.

Casa 2 – sons e inFormações

mais um pouco de música, mas só som ambiente, entre uma palestra e outra. aqui o espaço é para educação e cultura. Passaram pelos microfones profissionais de áreas como advocacia, neurociência, produção audio-visual, cartunistas e claro, ativistas, sendo que não só do Brasil, como também uma participação internacio-nal. Comandando o som, raoni mou Choque da rádio legalize, mas quem abriu as falas foi erik torquato, re-presentante do coletivo da marcha da maconha do rio

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de Janeiro.mais uma vez houve presença ilustre do dr. João mene-zes, biólogo especializado em neurociência e professor da uFrJ (universidade Federal do rio de Janeiro), com uma aula sobre maconha e cérebro. Já da uerJ, a uni-versidade estadual da cidade, compareceu também a professora Juliana inácio. o ciclo de palestras começou às duas e meia da tarde e foi até tarde da noite.algumas participações foram em vídeo, com abertu-ra do rodrigo mac niven, diretor do filme Cortina de Fumaça. o secretário do meio ambiente do rJ gravou um vídeo em apoio a festa que também foi exibido no telão da casa dois. o ativista da argentina, malu-co nacho, fez um bate papo com a galera e também mostrou algumas de suas produções independentes: cobertura da marcha da maconha de córdoba, além de oficinas de produção de cartazes e reuniões ante-cedentes ao dia do evento. maluco nacho é profundo conhecer da geografia da Jamaica e veio ao Pot in rio representando a asociación edith moremo Cogollos, um grupo ativista de grande representatividade. Por falar em arte independente, nem mesmo os mais sequelas vão esquecer as falas de matias maxx e Juca,

cartunistas maconheiros que exibiram cartoons do freakbrothers e também do super herói da fumaça no Brasil, o Capitão Presença. o artista Fernando de la ro-que além de expor também falou no espaço de falas.no horário destinado à “maconha em debate”, foi con-vidada a mesa Cristiano morango, um dos integrantes do bloco Planta na mente, e também os advogados emílio Figueiredo e andré Barros. o advogado gusta-vo Castro alves, acompanhado de sara, a cadela com quem foi preso em 2009, fez parte da mesa que contou também com o militante uruguaio Juan Chacrero. enquanto as duas casas ferviam de informação e boa música, a equipe do Hempadão estava em ação fa-zendo cobertura e produzindo o vlog torrando com tomazine. outra presença de peso foi do diretor da revista HaZe (argentina), alberto Huergo, também conhecido como organizador da copa CaBa além de autor do livro sativa Cultivo indoor e vencedor de vá-rias cannabis cups que voltou a nos visitar. assim foi a segunda edição do Pot in rio, uma verdadeira over-dose de cultura canábica. ninguém saiu ferido, todos seguem loucos pelas próximas edições.

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FICHA

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Star Bud x Sour Power

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FICHA

por Francesco Ribeiro

Escolha sua “strain” artificial!

O nome “spice” é utilizado muitas vezes de for-ma genérica para designar toda linha de pro-dutos “fake pot” porque esta foi a primeira

marca comercial vendida na Europa em 2004 pela empresa “The Psyche Deli” de Londres. Em 2008, va-riedades de marcas concorrentes começaram a surgir e nomes como K-2, Rei Krypto, Tribal Warrior e Black Mamba atraíam cada vez mais pessoas que buscavam

atingir estados de “consciência alterada”. Mudar seu estado mental é algo muito normal no comporta-mento humano, mas fato é que estes compostos, do ponto de vista de uma ciência responsável e segu-ra, são muito novos e como são totalmente sintéticos deveriam ser exaustivamente testados antes de sua entrada no mercado, existindo inúmeros relatos de reações psicológicas severas devido ao seu efeito ex-tremamente potente que pode ser de 50 a 1000 vezes mais forte que a maconha natural, o que tem leva-

do inúmeras pessoas sob efeito destas substâncias a apresentarem comportamentos agressivos, depres-são grave e tendências suicidas. A maconha sintética é vendida como incenso em pacotinhos de 3g a um preço de 13 dólares cada em incontáveis lojas de con-veniências, “smoke shops” ou ainda livremente pela internet. O alerta “NOT FOR CONSUMPTIONS” em todas as embalagens, segundo seus fabricantes serve para “desencorajar” algum uso indevido. Wesley Upchur-ch é proprietário da Pandora Pot-pourri (Columbia--EUA) e considera: “Eu não quero que as pessoas fumem isso, mas eu não posso dizer a elas o que fa-zer com meu produto... Eu simplesmente “pergunto pouco e entrego muito”! Diz o empresário. Os ven-dedores apresentam um discurso uníssono bastante afiado quando o assunto é o abuso por parte dos jo-vens dos produtos que eles oferecem. George Challi-tas é produtor de maconha sintética em Tampa Bay e em uma entrevista recente fez interessantes coloca-ções ao repórter da “ABC Action News” quando in-terpelado sobre os inúmeros casos de intoxicação por canabinóides sintéticos que estampam diariamente os periódicos americanos: - Porque você esta produ-zindo maconha sintética? Você tem conhecimento de que ela tem feito muito mal aos jovens? DSAW“Esta primeira pergunta, para ser bastante sincero com você é uma pergunta idiota”! Eu não vejo porque haveria qualquer problema em produzir, embalar e distribuir uma substância que é 100% legal! E nós não produzimos aqui, eu simplesmente compro os prin-cípios ativos da China, Califórnia ou diferentes partes do país e revendemos para as lojas! E veja, muitas outras coisas fazem mal aos jovens! Deixe-me te fazer uma pergunta muito simples: você vai ao supermer-

cado comprar algum produto de limpeza, chega em casa e guarda a embalagem no armário próprio para estas substâncias, com tranca. Algum tempo depois, seu filho de 10 anos consegue acessar o armário, está abrindo a embalagem, ele bebe do produto e você o leva pro hospital certo? Isso pode acontecer? Corri-ja–me se eu estiver errado! Então eu pergunto: - por-que você não procura os fabricantes de produtos de limpeza e diz a eles que o produto é perigoso, que pode ferir as crianças, e que muitas delas vão para o hospital doentes por ter ingerido dessas substâncias que eles comercializam? Meus produtos são incensos, eu não posso ir às lojas e verificar que uso ou mal uso as pessoas fazem deles! Eu por exemplo, nasci e cresci em um regime onde não havia nenhum controle so-bre as leis de fumo e eu nunca fumei um cigarro. Era livre... qualquer um poderia comprar! Eu não posso controlar nada, tudo o que eu faço é absolutamente legal! Se por um lado, a maconha sintética não tem nada a ver com a erva “in natura”, foram os exatamente seus potenciais farmacêuticos que levaram o professor de química orgânica John W. Hoofman da Universidade de Clemson (Carolina do Sul) a sintetizar pela primei-ra vez no início da década de 1990, moléculas com propriedades análogas ao Delta-9-tetrahidro canna-binol (principal agente psicoativo da cannabis sati-va), a “família” dos compostos que levam até hoje suas iniciais “JWH” (018, 035, 073 e 200, entre outros) e que buscavam até então alternativas legais para aliviar o sofrimento de pacientes de Aids e câncer. O professor Huffmann, que nunca teve relações com os lucros da maconha sintética, hoje tem 83 anos e fica nitidamente contrariado quando o assunto toma o

A ideia de poder ficar chapado de modo totalmente legal e sem ser pego em testes de drogas é a promessa do fenômeno da “maconha sintética” que movimenta o multimilionário mercado das “fake weeds”! O fato destes produtos poderem

ser adquiridos dentro de uma legalidade aparente, induz as pessoas a acreditar que tratam-se de substâncias de administração segura quando na realidade, esta classe de novas moléculas conhecidas como “canabinóides sintéticos” pode ser extremamente mais nociva do que a droga proscrita que eles mimetizam. Desenvolver esse ramo co-mercial, que trabalha com uma classe de drogas que dão “barato” como os produtos orgânicos (porém dispensando todo o “labor” envolvido no seu cultivo), que podem ser transportadas não em grandes fardos, mas em embalagens de 100 kg que rendem mais de um milhão de baseados cada, é o principal atrativo para seus empreendedores que parecem ter encontrado, em última análise, uma forma legal de traficar drogas

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FICHA

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rumo deste mercado criado, involuntariamente por ele, e resu-me sua contribuição na seguinte declaração recorrente: “Você não pode ser responsabilizado pelo que idiotas (os usuários) fazem”. Foi no verão de 1995 que os primeiros cem miligramas de JWH-018, foram fabricados pela equipe de Huffman e testados em ratos de laboratório. Um relatório foi escrito e a molécula ficou esquecida em uma gaveta até que alguns anos mais tarde o JWH-018 ressurgiu como parte de uma pesquisa que pretendia ser um substituto para a “maconha real” que permitiria ao usu-ário passar batido em testes de drogas ou evitar a prisão. As anotações da equipe do professor “vazaram” e como nos Es-tados Unidos a questão dos laboratórios caseiros é muito co-mum, são essas mesmas substâncias (as “JWH”) que hoje em dia, na sua forma líquida são borrifadas em mixes de ervas se-cas que remetem visualmente a maconha. A erva serve assim como simples “veículo” para as moléculas psicoativas sintéticas que quando secam sob ventilação em galpões que destinam-se a seu fabrico, cristalizam em sua superfície dando um aspecto de “tricomas”. Como a maior parte das plantas não apresenta sua superfície recoberta de “pistilos”, fartamente encontra-dos nas flores da maconha, uma breve análise do perfil físico da planta basta para o policial das ruas apreender, em caso de leve suspeita, o material e acusar a pessoa de porte ilegal de drogas. O estado da Louisiana, por exemplo, proibiu a erva Damiana(originária da América Central) que possui forte cheiro de camomila e aparência de maconha quando seca. Hoje, mis-turas de capim ordinário desidratado são muito usadas pelos fabricantes.

situação lEgal atual!

A condição da maconha sintética nos Estados Unidos como um todo hoje é de semilegalidade. Kansas foi o primeiro estado a banir completamente os canabinóides sintéticos, seguido de Missouri e dezenas de outros estados, hoje mais da metade dos estados americanos baniu a maconha sintética. Apesar disso, determinadas “strains” continuam sendo toleradas o que ori-gina uma verdadeira briga de gato e rato entre as autoridades e os produtores que, ao menor sinal de problemas jurídicos, desmontam seu acampamento e migram para algum estado vizinho de lei mais flexível. Impossível não fazer uma referên-cia a um vídeo disponível na internet com o título de “O que aconteceria se o café fosse proibido?” de Ethan Nadelmann (fundador e diretor-executivo da Drug Policy Alliance) que traz uma metáfora muito interessante do que poderia acontecer se o café, esta bebida tão admirada pelo mundo, fosse proibido criando assim novas variações da droga...sempre mais potentes e perigosas. A proibição que alavancou a pesquisa do Professor Hoofman décadas atrás é a mesma que permeia todo o processo de produção, distribuição e consumo da maconha sintética que é “fake” (falsa) no nome, mas que apresenta lucros e principal-mente riscos, bastante reais.

v

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FICHA

Lochness Haze

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CULTIVA

Perdidos no meio da floresta comemoramos mais

uma vez o amor por uma planta e a coragem de seus

apaixonados que lutam por justiça e liberdade. Cresce

a tradição canábica esportiva do nosso país e a Haze

Brasil foi ao Rio para conferir o que rolou na segunda

edição da copa canábica mais antiga organizada no

Brasil.

Já havendo presenciado outras cannabis cups era a primeira vez que compareceria a uma no Brasil e minhas expectativas eram muito

altas, pois sabíamos que a galera do Pot in Rio estava por conta da organização e tudo só podia dar certo. A umas duas horas e meia do centro da cidade maravilhosa fomos recebidos dos dias antes os convidados que viemos de longe e es-távamos a fim de nos entrosar com a galera dos diferentes coletivos e cultivadores pelo Brasil á fora. O local escolhido não poderia ser melhor: confortável e sem luxo; com o espaço bem distri-buído e lugar para muita gente que pode dormir tranquila e com privacidade logo das longas jor-nadas de degustação. E o que dizer da paisagem? O visual era simplesmente maravilhoso. A mata atlântica descia das ladeiras dos morros como se fosse uma avalanche verde pronta para nos engolir e nos enfiar no seu maravilhoso univer-so. Para os amantes da natureza o lugar era sim-plesmente o paraíso. Com os amigos Argentinos da Haze tomando conta da churrasqueira (que permaneceu acesa por três dias) houve tempo de sobra para conhecer todo mundo e experimentar amostras de vários cultivos diferentes, algumas delas em competição e outras não. A congo (do famoso breeder La Mano Negra) cultivada por

Pablo foi uma das mais doces e exóticas. A galera do GTR (Ganja Team Revolucionário) surpreendeu com seu time de sativas (original haze, mix haze, mexican sativa) além de alguns belos híbridos (moby dick, orange bud y chronic) e nem me falem da deliciosa L.A. Cheese (la confidential x buddha cheese) que me ofereceram os amigos de um Grow bem Natural de São Paulo. Até que chegou o dia da copa e todos os convi-dados e competidores já estavam lá. Os stands dos patrocinadores enfeitam o jardim central da pousada da copa enquanto começa a avaliação oficial de amostras. Trouxemos edições da revis-ta Haze impressa na versão Argentina e todos os que ás vem se amarram e mais ainda ficam em-polgados de saber que esta edição brasileira es-tava á caminho. Tanta empolgação é contagiante e o clima é de pura confraternização, sentado ao nosso lado está o Perna de Grilo, representan-te local do Rio que nos mostra os frutos do seu primeiro cultivo: três fenos diferentes de Jack 47 (cada um mais gostoso do que o outro) e nos

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CULTIVA

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conta que já guardou uma mãe do feno preferido porque acha que é uma variedade muito nobre e de fácil cuidado. As horas se passam e posso ver como todo mundo está fumando muito e tro-cando opiniões sobre cultivo e realidade social. A comemoração só é interrompida por algum momento de comunicação com a cidade de onde chegam notícias de um povo que resiste a pesar de toda a repressão. E o nosso jeito de resistir é continuar celebrando esta festa da liberdade. As Melhores amostras já foram selecionadas e os

cultivadores em competição voltam a avalia-las más desta vez já na procura das que ocuparão o pódio. Enquanto rola o segundo round ain-da dá tempo de conhecer gente tão legal como o Mao Verde que veio desde Petrópolis para nos contar como em um clima tão especial como o de lá é possível ter indoor sem precisar de ar con-dicionado. E o resultado é fácil de comprovar na hora de testar suas Money Maker y Banana Kush que nos deixam pra lá de doidos. Aos poucos se vai a tarde e uma tristeza infantil começa a

coçar no meu peito, com a chegada da noite o fim da copa se aproxima e acho que ninguém quer que termine. Os vencedores já foram definidos y em breve será a entrega de prêmios. Já nem sei quantas nem quais amostras experimentei mais ainda dá para lembrar das mais bonitas: a pakito (pakistán chitral kush auto) e a pakito por spe-cial kush (otra kush por kush) do Kiutiano com suas cores entre rosa e lilás conseguiram captar toda a atenção dos curiosos graças a seu belíssi-mo visual. Uma voz no microfone anuncia a pre-

miação. São chamados os cultivadores que mais pontos receberam de seus colegas. A alegria com que são recebidos os resultados faz pensar em que são os corretos. Os vencedores são aplaudi-dos de um jeito que confirma o mérito e recebem uma quantidade absurda de prêmios. Por aqui da pra sentir que os vencedores somos todos por estar neste dia histórico mudando o futuro do nosso jeito.

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vel número de 380 mil membros foi caçado pela administração da rede social e teve suas páginas deletadas. Como na adversidade sempre existem grandes possibilidades eles se remanejaram e partiram pra outras plataformas e hoje o site da galera traz muita informação bacana, uma rá-dio e claro... a fumaça continua rolando solta no grupo “potsecret” “SmokeBuddiesResistência” que a cada semana ganha novos membros na tradição dos Buddies: sempre aos milhares.Dave é um dos fumadores..ops...fundadores do grupo e esta foi sua primeira copa. “Para o Smoke Buddies participar como apoiador de um even-to desta magnitude e estar junto em mais um passo a frente na luta é extremamente impor-tante!!!” Afirma Dave que crê que a copa contri-bua como algo positivo para a legalização: “Um acontecimento deste porte é sempre um divisor de águas... chega enriquecendo e gerando uma cultura ao seu entorno, ainda escassa no Brasil, sendo uma quebra de barreiras e um ponta pé no na bunda do proibicionismo.”O desinteresse da “growlera” pela cerveja gelada disponível e a presença de um competidor que planta junto com sua mãe(também presente) fo-ram alguns dos pontos interessantes levantados pelo Buddie. “Achei notável a falta de interesse pela cervejinha em um ambiente regado de mui-to verde, paz e confraternização...¨ com certeza o mundo seria menos alcoolizado e mais zen com a Ganja Livre! “Outro fato bacana foi conhecer entre tantos, mãe e filho sendo que a Mãe, antes careta e de-vido às explanações do seu filho, expandiu os horizontes e achou sua cura na Ganja, esses dois juntos fizeram o meu 7 de setembro deste ano inesquecível!” classifica.

Rachel – GanjahTeamRevolucionario

As meninas de cabelo vermelho são fogo!!! Rachel obteve o quarto lugar no Outdoor com sua Oran-ge Bud e ficou muito feliz com sua colocação: “As análises foram incríveis, a pontuação interpreta-da, foi perfeita. Diante de tantas variedades boas fica difícil dizer que uma ou outra não estaria de acordo ou pontuar menos que 8 ou 9. Todas esta-vam ótimas. Parabéns aos 3 primeiros colocados (Sorrindo)... ficar em 4º colocado me deixou muito feliz e empolgada. Satisfação imensa estar com a família GTR e ser mulher representa uma grande responsabilidade em meio aos jardineiros que já estão na caminhada á tempos” afirma Ra-chel que teve como uma das maiores motivações para sair o interior de São Paulo para participar da copa do Rio protestar pela prisão do Rasta, volcalista do grupo GanjahTeamRevolucionário preso há um ano por plantar erva. Rasta parti-cipou na primeira copa e é autor da música “Po-tinRio” que narra seu considerável trajeto de casa no interior de São Paulo até o local da peleja ca-rioca do THC em 2012.“A idéia do cultivo floresceu em mim quando do triste ocorrido (a prisão do Rasta)...isso me des-encadeou muita revolta!!!Nosso irmão Rasta por conta de seu cultivo e de sua cultura, diferente desta nossa digamos no mínimo “preconceituo-sa” seria motivo de muito respeito e estudos. É muito Injusto!” diz Rachel que relaciona de modo firme o evento á luta pela causa: “Acredito que na copa, estando todos nela presentes dispa-ramos o gatilho na questão da ilegalidade no país. Tira o foco preconceituoso de que somos

Rio Weed Heroes! Quem são as pessoas que fizeram a segunda edição da copa do Rio. Fabio Cerra

Agora quem ouvir falar em Rio de Janeiro e pensar em samba, cachaça e futebol....erra feio malan-dro!! Neste último dia 7 (sete) de setembro, en-quanto a cidade era tomada por manifestações que exigem políticas e práticas sociais mais jus-tas, uma cidadezinha tranquila e aconchegante no interior do Rio sediava a “Segunda Copa da Maconha do Rio” que tem como característica principal seu perfil “inclusivo” ou seja, promove o confronto direto dos tricomas nas mais belas flores dos melhores plantadores do momento, “formados” nos mais diferentes fóruns virtuais como o Growroom e o Canábis Café por ex, e gru-pos como o Telecurso420 ou mesmo competindo de forma totalmente independente, como foi o

vitorioso caso do cultivador K. que levou os tro-féus de primeiro e o terceiro lugar na categoria Outdoor para o Piauí de uma levada só com as verdadeiras “bolas de açúcar” da Chocolope e a ultra potente Jack Herer, respetivamente. En-quanto o pau quebrava na selva de pedra, as flores secas queimavam na copa e o clima de ca-maradagem, respeito e de conquista anunciava que a resistência da maconha estava ali, sem tro-cadilhos... de pé e reunida impondo muito mais que um evento puramente transgressor(como todo ato revolucionário) mas sustentando nossa ética, nosso comportamento, nossa certeza em torno da nossa causa.Como uma revolução não se faz sem revolucioná-rios, a HAZE Brasil escolheu alguns entrevistados para se aprofundar um pouco mais nos persona-gens que fizeram essa copa. Procuramos saber quem são as pessoas por traz daquelas plantas maravilhosas, o que pensam os convidados e os organizadores e o que os move intensamente a participar de forma ativa e até bastante arrisca-da da luta pela legalização. Uma luta onde me-dalhistas ou não, mascarados ou de “cara limpa” todos enfrentam a opressão com a determinação de vencedores... em busca de um ideal.Acompanhe algumas declarações, considerações e reflexões de quem compareceu na segunda Copa da maconha do Rio!

Dave – Smoke Buddies

Os amigos da fumaça formam o que é certamente o maior grupo de maconheiros do Brasil. O Smoke Buddies, grupo secreto de 2011 do facebook após virar manchete de matérias de TV e bater o incrí-

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mafiosos traficantes. É preciso estar perto de um “grower” pra entender isso...enfim, a planta não é perigosa e não pode ser julgada maléfica por ser ilegal”. Para a menina dos cabelos de fogo a copa foi “inesquecível”, nas suas palavras. ”...mas o que mais me marcou foi poder conhecer de perto o cultivo dos que já estão na caminhada a mais tempo e compreender que não sou apenas mais uma apaixonada, que sou parte de uma revo-lução.” Parabéns menina, quebrou tudo!!! Certa-mente o Rasta estará super feliz por você!

MOFS – Terceiro lugar INDOOR

O bonde das amarelinhas veio muito bem re-presentado. Verdergulho, Diambeiro, Cronista GGrowered, Buchecha entre outros mostraram porque o fórum é forte referência no Brasil quan-do o assunto é cultivo de maconha. As plantas estavam incríveis!! Cronista e Mofs foram pras cabeças com uma SuperNova e uma Chronic res-pectivamente. Na rodada final Mofs levou para a casinha verde o terceiro lugar. “Sou cadastrado no Growroom desde 2006. Entrava no site, tinha o prazer de ver as flores que eram cultivadas, mas achava não ser possível colher alguma coisa, já que nunca havia plantado nada além dos pés de feijão na escola. Há mais ou menos 5 anos reen-contrei um amigo que não via há muito tempo e que também era cadastrado no fórum ...ele me apresentou uma Blue Mistic e falou: - esse ai é o meu cultivo!!Então ele me disse que era possível, como ele tinha feito e eu tive o prazer de degus-tar aquela flor naquele momento, ali no meio da rua, foi uma transformação na minha cabeça já que tinha vontade de cultivar! Fiquei com aque-le sabor na boca durante muito tempo(risos)e ali eu cai de cara no fórum, estudei muito, tive muita ajuda de uma galera muito maneira. Foram muitos erros e acertos nestes anos e hoje sou auto suficiente e não compro mais um grama sequer no tráfico de drogas.” sentencia o pai de família de 40 anos que trabalha no ramo da tecnologia como Gestor de T.I. Sobre o papel dos cultivadores nas políticas de drogas Mofs é direto: “Na minha opinião, o cultivador caseiro de canábis hoje, é um grande aliado de toda a sociedade, visto que o usuário sempre foi taxado de ser o combustível para o

tráfico de drogas, onde ele deixa o seu dinheiro em troca da droga. O cultivador caseiro, quan-do inicia seu cultivo, ele quebra essa corrente com o tráfico, é menos um comprando na mão de grupos armados que não merecem esse in-vestimento!! Quando o amigo do cultivador vê que é possível ele também sai da mão do tráfico e vai plantar a sua maconha, e assim por diante. Quanto mais divulgado for o cultivo caseiro, mais maconheiros não satisfeitos seja com a qualida-de da maconha encontrada nas ruas, seja para não se arriscar subindo morro, seja para não ser subornado por maus policiais, quebra essa co-rrente e passa a não fazer nenhum mal para a sociedade...e ele não pode mais ser penalizado por nada. Hoje o carro chefe em qualquer morro é a maconha, basta ver quando se tem apreensão: são toneladas e toneladas de maconha e quilos das outras drogas. O cultivo caseiro legaliza-do iria minar uma boa fonte de renda do tráfico armado no Brasil”. Ainda no tema da segurança pública o dedo verde é categórico: ”Assim que comecei a plantar e a estudar mais sobre o tema, vi que tinha como obrigação dar alguma contri-buição que fosse para a causa, porque ela não é só minha, ela é de toda a sociedade, pois a gue-rra às drogas mata muito mais do que as próprias drogas. Eu tenho um filho, sobrinhos, filhos de amigos, e queremos que eles tenham uma socie-dade mais justa, mais segura, com menos violên-cia... a guerra às drogas, não traz nada a mais do que muita violência e caça aos pobres. Pois só o traficante que esta com fuzil no morro que mal sabe falar, é que é preso. Os grandes estão sol-tos e a corrupção corre solta. A legalização hoje e a fiscalização por parte do governo do total co-mercio das drogas seria o modo ideal em minha opinião. Teríamos qualidade no produto, muitas pessoas hoje desempregadas poderiam estar tra-balhando cultivando maconha, cooperativas se formando para usuários medicinais. A sociedade só teria a ganhar com uma nova política sobre as drogas. Eu caí de cara no ativismo, pois vi gran-des amigos fazendo o mesmo, sou moderador do Growroom e participo de debates etc e estou a 4 anos participando das Marchas da Maconha no Rio de Janeiro.” Isso aê Mofs, muito legal seu depoimento e sua trajetória campeã na cena canábica do Brasil. Pa-rabéns e boa sorte nas próximas participações!!!

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Mandáca – Segundo Lugar OUTDOOR

O apresentador (risos) do programa “Em busca dos tricomas dourados” medalhou em segundo na categoria outdoor. “Nosso esquema de apu-ração aplicado na copa deste ano ( as notas e resultados eram computados junto aos competi-dores) me deixou bastante a vontade de colocar uma amostra na briga também, mesmo fazendo parte da organização...porque afinal de contas eu também curto bastante o lado positivo da competição em si: o desafio das colheitas! Min-ha amostra é uma cruza caseira muito potente de uma sativa sul-africana (Ciskey – um presente de 2010 do meu amigo Carlos do mercacannabis) e uma incrível NepalHighland (Cannabiogen). Apenas dois ou três tapas já são suficientes pra deixar qualquer um com um sorrisão maroto insistente no rosto. Infelizmente, por estar “de serviço” no dia, eu não avaliei as amostras dele-gando esta feliz missão ao nosso amigo da revis-ta Cultura Cannabis Chile Ale, mais um ano aqui presente, que considerou o nível das amostras excelente.” Comemora o fumeta.

Beckenbauer - Campeão INDOOR

Plantando erva desde 2009, o campeão do indoor é moderador do fórum CannabisCafe e tem como referências positiva nomes como Gringo D2, Ma-caco Natalino, Verdim e Budzaum pois “Graças a eles o fórum, que me ensinou tudo o que eu sei sobre cultivo, tem tanta informação de qua-lidade.” Sobre a copa, Beckenbauer é categórico: “Par-ticipar foi sem dúvida um lance muito louco na minha vida!!! Sabia que estava com um fumo muito bom mas sinceramente não imaginava sair campeão! Minha “Cheese” foi selecionada du-rante um concurso realizado pela Dutch Passion

na sessão dos seedbanks do nosso fórum, onde eu ganhei as sementes. Ela foi escolhida entre três fenótipos vindos de sementes feminalizadas de Dutch Cheese. Desde então eu mantenho ela como madre e tenho um cultivo orgânico perpé-tuo. Ela foi para a copa 45 dias depois da colheita e estava com pouco mais de 30 dias de cura. Den-tre todas a plantas que eu tinha ela quem estava chamando mais atenção tanto em sabor quanto em potência, estava literalmente fazendo suar o couro cabeludo” reforça. Beckenbauer que veio de Floripa carregado com outras amostras que também impressionaram a galera presente, como a Black Widow por ex. acredita que “os eventos como esse ajudam a aumentar o debate sobre a legalização e isso é muito importante. Pode fazer com que as pessoas vejam o Maconheiro de outra forma, saber, por exemplo, que os usuários estão se organizando entre si e que estão fazendo isso sem depender do crime organizado, dependendo apenas de seus cultivos! Com certeza deve mexer com a paciência de muito proibicionista e isso é muito bom(risos)!!”“Como sou moderador conheço virtualmen-te growers por todo Brasil. Para mim é nesses eventos canábicos, na copa principalmente, que acontece uma ótima oportunidade de provar as flores e de conhecer pessoalmente vários destes amigos que são pessoas que muito admiro e são verdadeiros formadores de ideias!” Isso aê Be-quenbauer, parabéns pra você que veio de longe mostrar que é um campeão de fibra... e de muita resina!Isso aê irmandade, parabéns a todos que fizeram este lindo momento de confraternização entre os maconheiros de todo o Brasil fazendo momentos virarem história como lembrança de tempos de muita luta, mas acima de tudo de tempos insubs-tituíveis! Até a próxima!

RESULTADO FINAL

CATEGORIA INDOOR:

PRIMEIRO LUGAR: Dutch Cheese (Nro 04) de BeckenbauerSEGUNDO LUGAR: OG Kush (Nro 03) de TrosaTERCEIRO LUGAR : Chronic (Nro 6) de Romão

CATEGORIA OUTDOOR:

PRIMEIRO LUGAR: Chocolope (Nro 3) de KW SEGUNDO LUGAR: Giselle Bunchen (Nro 5) de MandaTERCEIRO LUGAR: Jack Herer (Nro 4) de KW

Parabéms a eles e a todos os que participaram!!!!

And the winners are:cof..! cof..!

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FICHA

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Buddha Seeds

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SANA

de índole militar. Falamos de uma guerra que leva milhões de soldados e gera a ideia de tê--la perdido antes começar a lutá-la. Os mé-todos diagnósticos avançaram muito nas últi-mas décadas. Passado os 40 anos, existe uma larga lista de exames que procuram identificar a tempo ao inimigo silencioso para atacá-lo antes que seja tarde demais!Este é o paradigma tumoral: medo, auto-destruição, impotência, incertezas. Forma o marco da doença e, a partir desse momento, a pessoa enfrenta o tratamento para “salvar a sua vida”. A consciência coletiva encontra--se carregada de medo. A ideia de ter câncer aterroriza o mais corajoso. Desde o inicio, as possibilidades de êxito são diminuídas pela quantidade de informação que existe nos se-res humanos. Há pessoas que acham provei-tosa a adversidade e se enchem de coragem para ir adiante, casos que são maravilhosos. Porém, muitos perecem antes mesmo de co-meçar o tratamento. Os diagnósticos geral-mente são devastadores: “existe algo crescen-do dentro de você, se não for detido poderá acabar com a sua vida”. Independentemente do modo e da dedicação dos médicos na hora de cuidar da situação, essa mensagem chega desde muitos emissores. Campanhas publi-citárias, jornais, televisão, boca a boca. Está gravado no pensamento coletivo que o câncer equivale à morte e estamos frente a uma epi-demia. A doença se converteu em um demônio intratável. Esse jeito de percebê-la condiciona o modo de transitar o processo. Não tememos uma angina porque aprendemos que com um antibiótico podemos superá-la. No caso de um câncer, aprendemos a temer e ficar para-lisados. A equação é simples, fatores externos que provocam uma mutação geram um des-controle orgânico. Pouca relação com esta enfermidade salva o modo de viver. Refiro--me ao modo de transitar a vida, o controle das emoções, dos pensamentos e seu impacto no organismo. A estratégia terapêutica deixa de lado a pessoa. A abordagem mecanicista e causalista gera a fragmentação do homem en-fermo. Combate uma população celular com anseio de aniquilação. A um custo muito alto se consegue bons resultados, nos melhores ca-sos. Em muitos outros, a toxicidade estabelece

o limite, o paciente resigna-se ou não se ob-tém resultados.

MAIS ALÉM DO PARADIGMA TUMORAL

Antes da era dos antibióticos a tuberculose era uma doença fatal. A medicina era terminal e não possuía as ferramentas para tratá-la.Para ter sucesso em qualquer empreendimen-to que nos envolvemos sabemos que com uma atitude positiva e ganhadora vamos ter uma vantagem. Independentemente do resulta-do final, o caminho terá sido transitado com alegria e esperança. Este conceito é inevitável ao se falar de um tratamento médico. Espíritos cheios de medo, incerteza e impotência dese-jam curar-se. É muito difícil tirar água de um navio que está afundando.É hora de abordar a doença de outro ponto de vista, considerando a possibilidade de dei-xar de lado a ideia de um corpo deteriorado que não tem reparo sem antes passar por du-ras sessões de quimioterapia ou uma cirurgia radical. O uso da maconha em pacientes com câncer tem dois tipos de efeitos, o objetivo e o subjetivo. Do primeiro podem-se obter be-nefícios no plano fisiológico, com resultados mensuráveis e derivados das propriedades dos canabinóides. O efeito mais enigmático e surpreendente da Cannabis é o subjetivo. Constitui uma ponte de inalação para atraves-sar o paradigma tumoral.

EFEITO SUBJETIVO

O efeito subjetivo varia de pessoa para pessoa e não depende exclusivamente das proprie-dades psicoativas da Cannabis, mas também de fatores como a estrutura psíquica, a ex-pectativa, experiências prévias e o ambien-te. A caraterística principal é a variabilidade interpessoal. Um paciente oncológico imer-so num panorama de dor e pouca esperança pode elevar-se, deixar para trás um estado de escuridão no qual passa seus dias. Os usuá-rios experimentam uma transformação na percepção da realidade. A interpretação dos fatos está sustentada pelo contexto de vida de cada pessoa. A utilização da maconha oferece a possibilidade de interpretar o mesmo fato

O lugar de onde partimos marcará até onde chegaremos. A origem de um conflito de-limita as possíveis soluções. É traçada uma

rede de possibilidades baseadas na etiologia da problemática. É um mecanismo que utilizamos automaticamente para ser resolutivos e não per-petuar a análise. Da mesma forma, a medicina ocidental, metodologicamente correta, estabelece seus tratamentos baseando-se na origem das en-fermidades.Câncer (caranguejo). Origina-se da célula que so-freu mutações, seja pela influencia de algum tera-togênico (tabaco, álcool, exposição à substâncias tóxicas, radiações, infeções virais, etc.), por muta-ções espontâneas ou predisposição genética. Cau-sa perda de todos os mecanismos do controle ce-lular, multiplica-se indiscriminadamente e avança formando uma massa ou tumor anarquista.AS TEMIDAS METÁSTASES. Uma célula dessa po-pulação alcança um alto grau de malignidade,

se rompe até chegar à corrente sanguínea, onde elude eficazmente a imunidade. Amplamente su-perada em número e potencial, chega até um novo órgão. Ali estabelece uma colônia do tumor princi-pal, para continuar com sua incompreendida mis-são: destruir o organismo que a contém.Esta hipótese é a pedra fundamental da origem das neoplasias para a medicina alopática. Os tra-tamentos tentam frear o avanço celular de várias formas, inibindo a angiogênese (um tumor forma uma rede de vasos sanguíneos que fornece os nu-trientes precisos para levar a cabo a missão), ti-rando quirurgicamente o excedente de tecido ou confrontando corpo a corpo as células por meio de rádio e/ou quimioterapia. Dessa forma ficam delimitados os bandos, o tumor frente aos alia-dos: médicos, paciente, família, vizinhos, amigos, religião e esperança. A famosa batalha contra o câncer. Diariamente escuto frases do estilo “está lutando”, “continua batalhando” e muitas outras,

Por Doutor Juan Saverino

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desde outra perspectiva. É muito triste subestimar e rejeitar o grande valor desta experiência. É um efeito que não pode ser ignorado, seu valor pro-jetivo é altíssimo.

MODULADOR POSITIVO DO ESTADO DE ÂNIMO

RESGATE ANIMICO. Os guerreiros costumam cair em estados de desesperança e depressão pelo impacto da doença na sua estrutura psíquica ou dos cansa-tivos tratamentos. Resulta muito complexo abor-dar essa situação. O grupo familiar não sabe que ferramentas utilizar, os médicos não conseguem compreender a magnitude do transtorno e o pa-ciente continua girando num espiral descendente.O consumo de canabinóides é de muita utilidade. Por meio de inalação, devolve a simpatia nos pri-meiros 15 minutos após a administração. A trans-formação é imediata, clara e evidente. O efeito dura entre 2 a 3 horas. Os pacientes não experi-

mentam nenhum efeito rebote ao voltar ao estado psíquico neutro.No contexto de uma doença existem hábitos que viram cotidianos e ignoramos a imensa repercus-são que esses hábitos têm na pessoa afetada. Perda do apetite seletivo, infecções intercorrentes, insô-nia, dores, queda do cabelo e uma extensa lista de contratempos. O humor está em xeque. Não é su-ficiente tratar somente o corpo. A maconha reúne as caraterísticas farmacológicas para poder tratar o setor anímico. Não se trata somente de utilizar um fármaco que melhore a eficácia do tratamento, estamos falando de melhorar a qualidade de vida.

ESTIMULANTE DO APETITE

É muito triste e frustrante ver como uma pessoa emagrece 10 ou 15 kg em seis meses sem haver modo nenhum de frear essa situação. Tudo co-meça com a rejeição do alimento, continua com a negação a comer e acaba com o enjoo absoluto. É um problema que, com o passar dos dias, é mais e mais difícil de reverter.Diminui amplamente o gosto dos alimentos, mu-dando a percepção da fome pelo enjoo. Deixa de existir a fome seletiva e a pessoa come por obri-gação. Esses enormes sofrimentos descansam nas sombras da perda de depósitos lipídicos e no de-sinteresse dos médicos pelos mesmos, o que supõe um sofrimento ainda maior.O pior final é uma sonda nasogástrica que tenta proporcionar as calorias suficientes para que o organismo não pare de funcionar. É um problema que pode ser abordado a tempo. Sugerir maconha quando a pessoa está há três meses sem querer nem poder alimentar-se é ter perdido três meses! O desequilíbrio metabólico se incrementa ao longo

do tempo e o transtorno que gera a perda do habi-to é às vezes irremediável.As pessoas não desejam se alimentar e compreen-dem a magnitude do problema que isso implica. Sofrem quando está chegando o momento de co-mer, lembram-se da importância da ingestão e a falta de vontade os perturba. A maconha aumen-ta o apetite e o desejo de comer, misturando os efeitos objetivo e subjetivo. Pode ser administrada entre uma ou duas horas antes de comer para faci-litar a ingestão e aliviar o momento.

EFEITOS OBJETIVOS

Os efeitos objetivos do Cannabis são aqueles que derivam do seu mecanismo de ação. A maneira

que interagem os canabinóides determina o efeito fisiológico.Este plano é aquele que compartilha com diver-sos fármacos, que combinados são utilizados para tratar dores especificas. É um grande problema para o fígado metabolizar esse conjunto de subs-tâncias. Para cada efeito descrito é utilizado um fármaco distinto. A combinação com maconha não só permite diminuir a dose desses fármacos como também descontinuar o uso de alguns deles. Resulta benéfico diminuir a toxicidade farmaco-lógica para preservar órgãos nobres e melhorar a qualidade de vida. Caixas de distintos tamanhos e cores, pílulas e bulhas em excesso vão desgas-tando a vontade quando passam a ser parte da realidade.

EFEITO ANTIEMÉTICO E ANTIENJOATI-VO:os tratamentos com rádio e quimioterapia têm como um dos seus efeitos adversos vômitos e náu-

seas difíceis de controlar. Utilizam-se diversos fár-macos para diminuir sua incidência e gravidade. O Cannabis possui um potente efeito antiemético e antienjoativo. Pode-se administrar por via ina-latória nos casos mais graves ou manter uma con-centração estável de canabinóides por via oral em forma de óleo.

EFEITO SEDATIVO-HIPNÓTICO:As variedades indicadas de Cannabis possuem concentrações elevadas de CBD (canabinóide se-dativo). Estas produzem uma suave, mas profun-da sedação, que pode continuar com a indução ao sono. A dose varia baseada nas caraterísticas do indivíduo e seu nível de excitação. Os pacien-tes alcançam com frequência um grau de acatisia

difícil de controlar. Tenta-se dominá-lo com ben-zodiazepinas, porém estas permanecem por muito tempo no organismo tornando mais lentas as fun-ções cognitivas e geram tolerância e dependência. Como se isso fosse pouco, a maioria possui um ex-tenso metabolismo hepático.

EFEITO ANALGÉSICO:Pode-se utilizar sozinho ou combinado com os analgésicos habituais, dimin.uindo as doses e maximizando o efeito.

CONCLUSÃO

O Cannabis reúne uma série de caraterísticas que fazem com que seu uso no tratamento do câncer não possa seguir sendo ignorado. Falamos dos be-nefícios nos aspectos físico, psíquico e espiritual.É fundamental atender o estado de ânimo, o hu-mor, a alegria de viver. De nada serve “sobreviver” ao câncer se cada vez que se recorda o momento

escorre uma lágrima. É hora de escolher um modo consciente de transitar esse processo que ainda não é compreendido com clareza. Essa ajuda ina-latória, de fácil cultivo, acompanha as pessoas no caminho da cura, ao qual nem todos chegam, e os ajuda a compreender que esse momento da sua história é parte do caminho e não simplesmente seu fim. Reduzi-lo a uma ferramenta paliativa é ver a metade do copo vazio, ignorando perigo-samente o valor e a energia que essa viagem tão profunda e libertadora dentro de um panorama percebido como obscuro lhes oferece. Valor e energia que, olhando a metade do copo cheio, es-tas plantas passam a jogar do nosso lado: o lado da vida.

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