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Hepatite Hepatite

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Page 1: hepatite

HepatiteHepatite

Page 2: hepatite

HepatiteHepatite

Page 3: hepatite

Hepatite AHepatite A

O vírus da hepatite A é um vírus RNA ( a sua O vírus da hepatite A é um vírus RNA ( a sua informação genética é escrita em uma cadeia de RNA - informação genética é escrita em uma cadeia de RNA - a humana é DNA, que é "traduzido" para o RNA ao ser a humana é DNA, que é "traduzido" para o RNA ao ser "lido") transmitido por via oro-fecal, isto é, alimentos e "lido") transmitido por via oro-fecal, isto é, alimentos e água contaminados. O período de incubação ( tempo água contaminados. O período de incubação ( tempo para o aparecimento da doença ) é de 2-6 semanas e o para o aparecimento da doença ) é de 2-6 semanas e o tempo em que o vírus é encontrado no sangue é tempo em que o vírus é encontrado no sangue é pequeno ( 5-7 dias ). Portanto, a transmissão parenteral pequeno ( 5-7 dias ). Portanto, a transmissão parenteral ( pelo sangue ) é rara. Como uma infecção por via oro-( pelo sangue ) é rara. Como uma infecção por via oro-fecal, sua transmissão esta associada a condições fecal, sua transmissão esta associada a condições socioeconômicas, é mais comum em paises pobres e socioeconômicas, é mais comum em paises pobres e pode ocorrer em epidemias. pode ocorrer em epidemias.

Page 4: hepatite

SintomasSintomas

A maioria dos pacientes não apresentam quaisquer sintomas, A maioria dos pacientes não apresentam quaisquer sintomas, particularmente as crianças, ou apresentam sintomas particularmente as crianças, ou apresentam sintomas incaracterísticos que se assemelham a um quadro gripal. Por incaracterísticos que se assemelham a um quadro gripal. Por esse motivo, muitos adultos descobrem que já tiveram hepatite A esse motivo, muitos adultos descobrem que já tiveram hepatite A através de exames de sangue e nunca souberam. Quando se através de exames de sangue e nunca souberam. Quando se apresenta clinicamente, os sintomas mais comuns são icterícia apresenta clinicamente, os sintomas mais comuns são icterícia ( pele e olhos amarelados ), fadiga, falta de apetite, náuseas e ( pele e olhos amarelados ), fadiga, falta de apetite, náuseas e dores articulares e musculares, ocasionalmente com febre baixa dores articulares e musculares, ocasionalmente com febre baixa e dor no fígado.e dor no fígado.

        A hepatite A nunca se torna crônica e raramente é fulminante A hepatite A nunca se torna crônica e raramente é fulminante ( menos que 1% ). Manifestações sistêmicas são incomuns e ( menos que 1% ). Manifestações sistêmicas são incomuns e incluem crioglobulinemia, nefrite, vasculite leucocitoclástica e incluem crioglobulinemia, nefrite, vasculite leucocitoclástica e meningoencefalite. A evolução mais comum e de recuperação meningoencefalite. A evolução mais comum e de recuperação completa em 3 semanas, mas pode em poucos casos apresentar completa em 3 semanas, mas pode em poucos casos apresentar surtos mais leves até 6 meses apos a infecção. surtos mais leves até 6 meses apos a infecção.

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Fisiopatogenia Fisiopatogenia

O vírus da hepatite A se concentra O vírus da hepatite A se concentra principalmente no fígado, mas pode também principalmente no fígado, mas pode também ser encontrado no estomago e no intestino. O ser encontrado no estomago e no intestino. O vírus não destrói as células do fígado, mas sim vírus não destrói as células do fígado, mas sim o próprio sistema imunológico do doente, que o próprio sistema imunológico do doente, que destrói as células infectadas. Na biopsia do destrói as células infectadas. Na biopsia do fígado, pode-se encontrar alterações fígado, pode-se encontrar alterações necroinflamatórias ( inflamação e destruição necroinflamatórias ( inflamação e destruição dos hepatócitos ) na região peri-portal e dos hepatócitos ) na região peri-portal e colestase em graus variados. colestase em graus variados.

Page 6: hepatite

DiagnósticoDiagnóstico

diagnostico da hepatite A é feito pela diagnostico da hepatite A é feito pela detecção de anticorpos contra o vírus. Os detecção de anticorpos contra o vírus. Os anticorpos aparecem em duas variedades, anticorpos aparecem em duas variedades, IgM e IgG, sendo que o primeiro aparece IgM e IgG, sendo que o primeiro aparece na infecção aguda e o segundo apos a na infecção aguda e o segundo apos a cura, permanecendo por toda a vida e cura, permanecendo por toda a vida e protegendo contra novas infecções. protegendo contra novas infecções. Elevações de AST e ALT ocorrem no Elevações de AST e ALT ocorrem no quadro agudo e podem demorar até 6 quadro agudo e podem demorar até 6 meses para normalizarem meses para normalizarem

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TratamentoTratamento

O tratamento é baseado em medidas de suporte, sendo O tratamento é baseado em medidas de suporte, sendo orientado repouso até melhora da icterícia. Sugere-se orientado repouso até melhora da icterícia. Sugere-se ainda interromper o uso de medicações que possam ainda interromper o uso de medicações que possam prejudicar o fígado ( incluindo álcool ) e dieta prejudicar o fígado ( incluindo álcool ) e dieta hipercalórica, pois o fígado é um dos responsáveis por hipercalórica, pois o fígado é um dos responsáveis por manter constante a taxa de açúcar no sangue e esta manter constante a taxa de açúcar no sangue e esta função pode estar prejudicada. Devem ser tomados função pode estar prejudicada. Devem ser tomados cuidados para evitar a transmissão entre os familiares. cuidados para evitar a transmissão entre os familiares. Só é necessária internação em casos graves, idosos e Só é necessária internação em casos graves, idosos e naqueles com outras doenças severas. Os raros naqueles com outras doenças severas. Os raros pacientes com hepatite fulminante ( com aparecimento pacientes com hepatite fulminante ( com aparecimento de encefalopatia hepática dentro de 8 semanas do inicio de encefalopatia hepática dentro de 8 semanas do inicio dos sintomas ) devem ser encaminhados para um centro dos sintomas ) devem ser encaminhados para um centro de referencia e considerada a possibilidade de de referencia e considerada a possibilidade de transplante hepático. transplante hepático.

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PrevençãoPrevenção

As medidas gerais para a prevenção da hepatite A são higiênicas As medidas gerais para a prevenção da hepatite A são higiênicas ( lavar as mãos, usar água potável, lavar os alimentos e rede de ( lavar as mãos, usar água potável, lavar os alimentos e rede de esgoto ). No caso de exposição ao vírus, pode ser utilizada a esgoto ). No caso de exposição ao vírus, pode ser utilizada a imunoglobulina A para prevenir o aparecimento da doença, sendo imunoglobulina A para prevenir o aparecimento da doença, sendo eficaz em 85% dos casos se administrada em até 10-14 dias.eficaz em 85% dos casos se administrada em até 10-14 dias.

        As vacinas com o vírus inativado se mostraram seguras e As vacinas com o vírus inativado se mostraram seguras e eficazes, conferindo proteção de 94-100% após 2-3 doses, por 5 eficazes, conferindo proteção de 94-100% após 2-3 doses, por 5 a 20 anos. Recomenda-se ( apesar de não fazer parte do a 20 anos. Recomenda-se ( apesar de não fazer parte do calendário vacinal do Ministério da Saúde ) a vacinação em calendário vacinal do Ministério da Saúde ) a vacinação em crianças em comunidades endêmicas, crianças que freq6uentam crianças em comunidades endêmicas, crianças que freq6uentam creches e pacientes portadores de doenças crônicas do fígado. creches e pacientes portadores de doenças crônicas do fígado. Os principais efeitos colaterais são dor no local da injeção, febre Os principais efeitos colaterais são dor no local da injeção, febre e eventual dor de cabeçae eventual dor de cabeça

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Hepatite BHepatite B

Page 10: hepatite

Hepatite BHepatite B

Mais de 50% da população mundial já foi Mais de 50% da população mundial já foi contaminada pelo vírus da hepatite B. Estima-contaminada pelo vírus da hepatite B. Estima-se algo em torno de 2 bilhões de pessoas que se algo em torno de 2 bilhões de pessoas que já entraram em contato com o vírus, 350 já entraram em contato com o vírus, 350 milhões de portadores crônicos e 50 milhões milhões de portadores crônicos e 50 milhões de novos casos a cada ano. Em áreas com de novos casos a cada ano. Em áreas com maior incidência, 8 a 25% das pessoas maior incidência, 8 a 25% das pessoas carregam o vírus e de 60 a 85% já foram carregam o vírus e de 60 a 85% já foram expostas. No Brasil, 15% da população já foi expostas. No Brasil, 15% da população já foi contaminada e 1% é portadora crônica. contaminada e 1% é portadora crônica.

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O vírusO vírus

O vírus que causa a hepatite B ( HBV ) é um O vírus que causa a hepatite B ( HBV ) é um vírus DNA, transmitido por sangue ( transfusões, vírus DNA, transmitido por sangue ( transfusões, agulhas contaminadas, relação sexual, após o agulhas contaminadas, relação sexual, após o parto, etc. ). Não se adquire hepatite B através parto, etc. ). Não se adquire hepatite B através de talheres, pratos, beijo, abraço ou qualquer de talheres, pratos, beijo, abraço ou qualquer outro tipo de atividade social aonde não ocorra outro tipo de atividade social aonde não ocorra contato com sangue. Após a infecção, o vírus contato com sangue. Após a infecção, o vírus concentra-se quase que totalmente nas células concentra-se quase que totalmente nas células do fígado, aonde seu DNA fará o hepatócito do fígado, aonde seu DNA fará o hepatócito construir novos vírus. construir novos vírus.

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Hepatite CrônicaHepatite Crônica

Em cerca de 3-8% dos adultos, a defesa imunológica Em cerca de 3-8% dos adultos, a defesa imunológica não consegue destruir as células infectadas e a não consegue destruir as células infectadas e a inflamação ( hepatite ) persiste. Quando a infecção inflamação ( hepatite ) persiste. Quando a infecção persiste por mais de 6 meses, definindo hepatite persiste por mais de 6 meses, definindo hepatite crônica, a chance de cura espontânea é muito baixa. Os crônica, a chance de cura espontânea é muito baixa. Os sintomas mais comuns são falta de apetite, perda de sintomas mais comuns são falta de apetite, perda de peso e fadiga, apesar da maioria das pessoas ser peso e fadiga, apesar da maioria das pessoas ser assintomática. Outras manifestações extra-hepáticas, assintomática. Outras manifestações extra-hepáticas, mais raras, incluem artralgias, artrite, poliarterite mais raras, incluem artralgias, artrite, poliarterite nodosa, glomerulonefrite, derrame pleural, púrpura de nodosa, glomerulonefrite, derrame pleural, púrpura de Henoch-Schölein, edema angioneurótico, pericardite, Henoch-Schölein, edema angioneurótico, pericardite, anemia aplástica, pancreatite, miocardite, pneumonia anemia aplástica, pancreatite, miocardite, pneumonia atípica, mielite transversa e neuropatia periférica. atípica, mielite transversa e neuropatia periférica.

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Hepatite CrônicaHepatite Crônica

No caso de crianças que entram em contato com o vírus no parto, No caso de crianças que entram em contato com o vírus no parto, o sistema imunológico é incapaz de desenvolver uma boa defesa. o sistema imunológico é incapaz de desenvolver uma boa defesa. Isto faz com que um grande número de células se infectem e, Isto faz com que um grande número de células se infectem e, com o tempo, o organismo desenvolve uma certa "tolerância", com o tempo, o organismo desenvolve uma certa "tolerância", gerando uma hepatite crônica leve em cerca de 90% dos casos. gerando uma hepatite crônica leve em cerca de 90% dos casos. O risco de hepatite crônica já diminui para 20-50% quando há O risco de hepatite crônica já diminui para 20-50% quando há infecção em crianças entre 1-5 anos. Em adultos com déficit de infecção em crianças entre 1-5 anos. Em adultos com déficit de imunidade, o risco é de cerca de 50%. Dentre as pessoas com imunidade, o risco é de cerca de 50%. Dentre as pessoas com hepatite B crônica, algumas tem sistema imunológico "tolerante" hepatite B crônica, algumas tem sistema imunológico "tolerante" ao vírus. Nestas, a destruição de hepatócitos é quase nula e, ao vírus. Nestas, a destruição de hepatócitos é quase nula e, portanto, o risco a longo prazo de evolução da doença é baixo. portanto, o risco a longo prazo de evolução da doença é baixo. Nestes pacientes, os níveis de AST e ALT, marcadores de lesão Nestes pacientes, os níveis de AST e ALT, marcadores de lesão celular, são baixos, a quantidade de vírus circulando no sangue é celular, são baixos, a quantidade de vírus circulando no sangue é pequena e a pessoa é considerada portadora sã, o que significa pequena e a pessoa é considerada portadora sã, o que significa que essa pessoa dificilmente sofrerá as conseqüências da que essa pessoa dificilmente sofrerá as conseqüências da doença, mas que mesmo assim pode transmiti-la. doença, mas que mesmo assim pode transmiti-la.

Page 14: hepatite

Hepatite CrônicaHepatite Crônica

Outras pessoas desenvolvem destruição crônica das células do Outras pessoas desenvolvem destruição crônica das células do fígado, com períodos de atividade da doença ( elevação de AST e fígado, com períodos de atividade da doença ( elevação de AST e ALT ), chamados de "flares". Estes portadores de hepatite crônica ALT ), chamados de "flares". Estes portadores de hepatite crônica ativa têm um risco maior de desenvolver ativa têm um risco maior de desenvolver cirrosecirrose e e câncercâncer..

                Com a destruição crônica das células, estas aos poucos vão Com a destruição crônica das células, estas aos poucos vão dando lugar às cicatrizes, até o desenvolvimento de dando lugar às cicatrizes, até o desenvolvimento de cirrosecirrose. Até . Até cerca de 50% destas pessoas com cirrose vai desenvolver um cerca de 50% destas pessoas com cirrose vai desenvolver um câncer de fígadocâncer de fígado ( ( hepatocarcinomahepatocarcinoma ), mas mesmo antes da ), mas mesmo antes da cirrose o hepatocarcinoma pode surgir. De fato, o risco anual de cirrose o hepatocarcinoma pode surgir. De fato, o risco anual de desenvolvimento de hepatocarcinoma é de 0,06-0,3% em desenvolvimento de hepatocarcinoma é de 0,06-0,3% em portadores sãos, 0,5-0,8% na hepatite crônica ativa e 1,5-6,6% na portadores sãos, 0,5-0,8% na hepatite crônica ativa e 1,5-6,6% na cirrose. Deve-se lembrar no entanto que o cirrose. Deve-se lembrar no entanto que o uso de álcooluso de álcool e a co- e a co-infecção com hepatites infecção com hepatites AA, , CC ou ou DD costumam piorar muito o curso costumam piorar muito o curso da doença.da doença.

Page 15: hepatite

DiagnósticoDiagnóstico

O diagnóstico da hepatite B, bem como das suas fases O diagnóstico da hepatite B, bem como das suas fases evolutivas, é baseado classicamente na coleta de sorologias, evolutivas, é baseado classicamente na coleta de sorologias, conforme tabela abaixo. No entanto, deve ser associado a conforme tabela abaixo. No entanto, deve ser associado a marcadores de lesão de células ( AST e ALT ) e, mais marcadores de lesão de células ( AST e ALT ) e, mais recentemente, pode ser utilizado o método de PCR ( recentemente, pode ser utilizado o método de PCR ( polimerase polimerase chain reactionchain reaction ) para detectar a quantidade do vírus circulante no ) para detectar a quantidade do vírus circulante no sangue.sangue.

                Compreender o significado dos exames sorológicos não é Compreender o significado dos exames sorológicos não é fácil e é motivo de confusão não só entre os portadores, mas fácil e é motivo de confusão não só entre os portadores, mas também entre os médicos que não estão acostumados a lidar também entre os médicos que não estão acostumados a lidar com a hepatite B. É extremamente comum recebermos e-mails de com a hepatite B. É extremamente comum recebermos e-mails de portadores com diagnósticos de hepatite B crônica ativa quando portadores com diagnósticos de hepatite B crônica ativa quando na verdade os exames só mostraram que foram vacinados contra na verdade os exames só mostraram que foram vacinados contra a hepatite B.a hepatite B.

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DiagnósticoDiagnóstico

De um modo muito simplificado, antígenos (Ag) são De um modo muito simplificado, antígenos (Ag) são substâncias que são capazes de desencadear uma substâncias que são capazes de desencadear uma resposta do sistema imunológico. O vírus da hepatite B resposta do sistema imunológico. O vírus da hepatite B possui três antígenos principais, o "s" (HBsAg), o "c" possui três antígenos principais, o "s" (HBsAg), o "c" (HBcAg) e o "e" (HBeAg). Anticorpos são substâncias (HBcAg) e o "e" (HBeAg). Anticorpos são substâncias produzidas pelo organismo para destruir os antígenos. produzidas pelo organismo para destruir os antígenos. Assim, o diagnóstico da hepatite B baseia-se nas Assim, o diagnóstico da hepatite B baseia-se nas mudanças na relação entre vírus e hospedeiro. mudanças na relação entre vírus e hospedeiro. Geralmente divide-se a hepatite B em uma fase Geralmente divide-se a hepatite B em uma fase replicativa ( multiplicação do vírus ), inicial, na fase replicativa ( multiplicação do vírus ), inicial, na fase aguda, e outra não replicativa, correspondente à cura ou aguda, e outra não replicativa, correspondente à cura ou fase crônica ( figura 1 ). No caso de infecção perinatal, fase crônica ( figura 1 ). No caso de infecção perinatal, ainda há uma terceira fase de adaptação ou "tolerância ainda há uma terceira fase de adaptação ou "tolerância imunológica" ( figura 2 ), que pode durar de 10 a 30 imunológica" ( figura 2 ), que pode durar de 10 a 30 anos. anos.

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DiagnósticoDiagnóstico

Vale a pena ressaltar que parte dos vírus da hepatite B Vale a pena ressaltar que parte dos vírus da hepatite B são mutantes ( mutação na região pré-core ou core-são mutantes ( mutação na região pré-core ou core-promoter ), aonde não há produção de antígeno HBe promoter ), aonde não há produção de antígeno HBe (HBeAg) e mesmo uma sorologia HBeAg negativa / (HBeAg) e mesmo uma sorologia HBeAg negativa / anti-HBe positiva está associada a hepatite em anti-HBe positiva está associada a hepatite em atividade, não em resolução.atividade, não em resolução.

                A biópsia hepática, além de auxiliar no A biópsia hepática, além de auxiliar no diagnóstico ( através da pesquisa de HBcAg ), permite diagnóstico ( através da pesquisa de HBcAg ), permite prever a evolução da doença. Sabemos, por exemplo, prever a evolução da doença. Sabemos, por exemplo, que portadores de fibrose hepática com score F3 que portadores de fibrose hepática com score F3 apresentam probabilidade de evolução para apresentam probabilidade de evolução para cirrosecirrose de de 17% em apenas 5 anos. E que a presença de 17% em apenas 5 anos. E que a presença de atividade necroinflamatória mais intensa também atividade necroinflamatória mais intensa também sugere evolução mais rápida da doença.sugere evolução mais rápida da doença.

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TratamentoTratamento

Hepatite FulminanteHepatite Fulminante                 Na caso de hepatite fulminante, Na caso de hepatite fulminante,

tratamento intensivo em unidade especializada tratamento intensivo em unidade especializada reduz a mortalidade, que sem isso chega a reduz a mortalidade, que sem isso chega a 80%. Entre os procedimentos indicados 80%. Entre os procedimentos indicados estariam redução da ingesta protéica, lactulose estariam redução da ingesta protéica, lactulose ou neomicina orais, controle hidroeletrolítico e ou neomicina orais, controle hidroeletrolítico e cardiorrespiratório, controle de sangramentos cardiorrespiratório, controle de sangramentos e, se indicado, transplante hepático.e, se indicado, transplante hepático.

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TratamentoTratamento

Hepatite CrônicaHepatite Crônica                 O tratamento da hepatite B crônica visa suprimir a replicação O tratamento da hepatite B crônica visa suprimir a replicação

viral e reduzir a lesão hepática, prevenindo a evolução para viral e reduzir a lesão hepática, prevenindo a evolução para cirrosecirrose e e carcinoma carcinoma hepatocelularhepatocelular. São considerados portanto . São considerados portanto objetivos do tratamento:objetivos do tratamento:

soroconversão de HBeAg para anti-HBe; soroconversão de HBeAg para anti-HBe; desaparecimento do DNA do vírus do soro; desaparecimento do DNA do vírus do soro; normalização do nível de ALT; normalização do nível de ALT; melhora da histologia hepática. melhora da histologia hepática.                 Espera-se que, com efeitos sustentados, a progressão para Espera-se que, com efeitos sustentados, a progressão para

cirrose e hepatocarcinoma seja atrasado ou pare. Atualmente, há cirrose e hepatocarcinoma seja atrasado ou pare. Atualmente, há três tratamentos com eficácia comprovada para a hepatite B três tratamentos com eficácia comprovada para a hepatite B crônica em uso no Brasil:crônica em uso no Brasil:

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TratamentoTratamento

interferon-alfa-1b; interferon-alfa-1b; lamivudina; lamivudina; adefovir dipivoxil; adefovir dipivoxil; interferon peguilado, entecavir, telbivudina e outros interferon peguilado, entecavir, telbivudina e outros

ainda estão em estudo. ainda estão em estudo.                 Para fins de tratamento, considera-se que o Para fins de tratamento, considera-se que o PCRPCR

( que faz a contagem de vírus no sangue ) seja o ( que faz a contagem de vírus no sangue ) seja o método mais adequado para avaliar a replicação método mais adequado para avaliar a replicação ( multiplicação ) viral no sangue. Valores acima de ( multiplicação ) viral no sangue. Valores acima de 100.000 cópias/ml100.000 cópias/ml são indicativos de replicação, são indicativos de replicação, enquanto que indivíduos com valores abaixo desse enquanto que indivíduos com valores abaixo desse são portadores inativos.são portadores inativos.

Page 21: hepatite

AcompanhamentoAcompanhamento

Fase agudaFase aguda                 Na fase aguda, recomenda-se, além da avaliação clínica, a Na fase aguda, recomenda-se, além da avaliação clínica, a

coleta de exames para avaliar lesão hepatocítica coleta de exames para avaliar lesão hepatocítica ( transaminases ) e função hepatocítica ( eletroforese de ( transaminases ) e função hepatocítica ( eletroforese de proteínas, tempo/atividade de protrombina e dosagem de fator V ) proteínas, tempo/atividade de protrombina e dosagem de fator V ) a cada 15 a 30 dias. Quando houver evidências laboratoriais de a cada 15 a 30 dias. Quando houver evidências laboratoriais de que a lesão hepatocítica está diminuindo, os exames de função que a lesão hepatocítica está diminuindo, os exames de função tornam-se dispensáveis, devendo ser solicitados apenas se tornam-se dispensáveis, devendo ser solicitados apenas se houver suspeita clínica de insuficiência hepática. A houver suspeita clínica de insuficiência hepática. A soroconversão rápida ( em menos de 3 meses ) de HBeAg para soroconversão rápida ( em menos de 3 meses ) de HBeAg para anti-HBe indica que provavelmente haverá resolução espontânea anti-HBe indica que provavelmente haverá resolução espontânea da hepatite. Mas recomenda-se o acompanhamento até a da hepatite. Mas recomenda-se o acompanhamento até a soroconversão HBsAg para anti-HBs, que pode demorar 6 soroconversão HBsAg para anti-HBs, que pode demorar 6 meses.meses.

Page 22: hepatite

PrevençãoPrevenção

VacinaVacina                 A vacina para a hepatite B é altamente efetiva e A vacina para a hepatite B é altamente efetiva e

praticamente isenta de complicações ( pode causar apenas praticamente isenta de complicações ( pode causar apenas reações no local da injeção ). Como a hepatite B é uma das reações no local da injeção ). Como a hepatite B é uma das principais causas de câncer de fígado no mundo, a vacinação não principais causas de câncer de fígado no mundo, a vacinação não previne apenas a hepatite como também o câncer. Mais de 80 previne apenas a hepatite como também o câncer. Mais de 80 países já adotaram a vacinação de toda a população como países já adotaram a vacinação de toda a população como estratégia de combate à doença. A vacina consiste de fragmentos estratégia de combate à doença. A vacina consiste de fragmentos do antígeno da hepatite B HBsAg, suficiente para produzir do antígeno da hepatite B HBsAg, suficiente para produzir anticorpos mas incapaz de transmitir doença.anticorpos mas incapaz de transmitir doença.

                A dose da vacina é de três injeções intramusculares, sendo A dose da vacina é de três injeções intramusculares, sendo a segunda após 1-2 meses e a terceira 5 meses após a primeira. a segunda após 1-2 meses e a terceira 5 meses após a primeira. Neste esquema, 95% produzirão os anticorpos e, nestes, a Neste esquema, 95% produzirão os anticorpos e, nestes, a proteção contra a hepatite é próxima de 100%. A imunidade proteção contra a hepatite é próxima de 100%. A imunidade costuma durar pelo menos 10 anos, mas pode persistir por toda a costuma durar pelo menos 10 anos, mas pode persistir por toda a vida, podendo ser avaliada por exame de sangue.vida, podendo ser avaliada por exame de sangue.

Page 23: hepatite

PrevençãoPrevenção

A vacina é indicada em todas as crianças e adolescentes até 18 anos. A vacina é indicada em todas as crianças e adolescentes até 18 anos. Entre adultos, deve ser utilizada em pessoas de alto risco ( trabalhadores Entre adultos, deve ser utilizada em pessoas de alto risco ( trabalhadores da área da saúde, homossexuais, usuários de drogas endovenosas e da área da saúde, homossexuais, usuários de drogas endovenosas e outros ). A vacina está disponível gratuitamente na rede pública de outros ). A vacina está disponível gratuitamente na rede pública de saúde. Gravidez, amamentação e uso de antibióticos não contra-indicam saúde. Gravidez, amamentação e uso de antibióticos não contra-indicam a vacinação.a vacinação.

                Não são recomendadas "doses de reforço" para a vacina contra a Não são recomendadas "doses de reforço" para a vacina contra a hepatite B, pois mesmo que o nível de anticorpos desapareça com o hepatite B, pois mesmo que o nível de anticorpos desapareça com o tempo, há memória imunológica duradoura e rápida produção de tempo, há memória imunológica duradoura e rápida produção de anticorpos quando há contato com o vírus. Por esse motivo, não anticorpos quando há contato com o vírus. Por esse motivo, não recomenda-se a realização de sorologia após a vacinação, a não ser em recomenda-se a realização de sorologia após a vacinação, a não ser em casos especiais ( recém nascidos de mãe com hepatite B, casos especiais ( recém nascidos de mãe com hepatite B, imunodeficientes, nefropatas em diálise, parceiros sexuais de portadores imunodeficientes, nefropatas em diálise, parceiros sexuais de portadores e profissionais da saúde com contato com sangue contaminado ). Nesses e profissionais da saúde com contato com sangue contaminado ). Nesses casos, se a sorologia demonstrou ausência de resposta à vacinação casos, se a sorologia demonstrou ausência de resposta à vacinação ( sem títulos protetores de anti-HBs ), é possível a realização de uma ( sem títulos protetores de anti-HBs ), é possível a realização de uma segunda série, com eficácia de cerca de 50%.segunda série, com eficácia de cerca de 50%.

Page 24: hepatite

PrevençãoPrevenção

As reações adversas mais comuns são leves, com dor As reações adversas mais comuns são leves, com dor ( 3% ) e enduração ( quase 10% ) locais ou febre ( 0,2 ( 3% ) e enduração ( quase 10% ) locais ou febre ( 0,2 a 1,0% ), aparecendo no primeiro dia após a a 1,0% ), aparecendo no primeiro dia após a vacinação. Reação grave, anafilática, ocorre apenas vacinação. Reação grave, anafilática, ocorre apenas em 1 a cada 600.000 casos no Brasil, de 30 minutos em 1 a cada 600.000 casos no Brasil, de 30 minutos até 2 horas após a aplicação.até 2 horas após a aplicação.

                Em pessoas não vacinadas que tenham contato Em pessoas não vacinadas que tenham contato com sangue contaminado, é indicado o início imediato com sangue contaminado, é indicado o início imediato da vacinação, além de receber a imunoglobulina para da vacinação, além de receber a imunoglobulina para hepatite B ( 0,06 mL/kg ). O mesmo deve ser realizado hepatite B ( 0,06 mL/kg ). O mesmo deve ser realizado em recém nascidos de mãe portadora de hepatite B.em recém nascidos de mãe portadora de hepatite B.

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Hepatite CHepatite C

Hepatite C é a inflamação do fígado Hepatite C é a inflamação do fígado causada pela infecção pelo vírus da causada pela infecção pelo vírus da hepatite C (HCV), transmitido através do hepatite C (HCV), transmitido através do contato com sangue contaminado. Essa contato com sangue contaminado. Essa inflamação ocorre na maioria das pessoas inflamação ocorre na maioria das pessoas que adquire o vírus e, dependendo da que adquire o vírus e, dependendo da intensidade e tempo de duração, pode intensidade e tempo de duração, pode levar a levar a cirrosecirrose e e câncer do fígadocâncer do fígado . .

Page 26: hepatite

Hepatite CHepatite C

        Estima-se que cerca de 3% da população mundial, Estima-se que cerca de 3% da população mundial, 170 milhões de pessoas, sejam portadores de hepatite 170 milhões de pessoas, sejam portadores de hepatite C crônica. É atualmente a principal causa de C crônica. É atualmente a principal causa de transplante hepático em países desenvolvidos e transplante hepático em países desenvolvidos e responsável por 60% das hepatopatias crônicas. No responsável por 60% das hepatopatias crônicas. No Brasil, em doadores de sangue, a incidência da Brasil, em doadores de sangue, a incidência da hepatite C é de cerca de 1,2% hepatite C é de cerca de 1,2%

Apesar do altíssimo número de contaminados, alguns Apesar do altíssimo número de contaminados, alguns fatores de risco são considerados mais importantes e fatores de risco são considerados mais importantes e todas as pessoas com eles devem ser devem ser todas as pessoas com eles devem ser devem ser testadas, pelo alto risco da doença .testadas, pelo alto risco da doença .

Page 27: hepatite

SintomasSintomas

Diferentemente das hepatites Diferentemente das hepatites AA e e BB, a maioria das , a maioria das pessoas que adquirem a hepatite C desenvolvem pessoas que adquirem a hepatite C desenvolvem doença crônica e lenta, sendo que a maioria (90%) é doença crônica e lenta, sendo que a maioria (90%) é assintomática ou apresenta sintomas muito assintomática ou apresenta sintomas muito inespecíficos, como letargia, dores musculares e inespecíficos, como letargia, dores musculares e articulares, cansaço, náuseas ou desconforto no articulares, cansaço, náuseas ou desconforto no hipocôndrio direito. Assim, o diagnóstico só costuma ser hipocôndrio direito. Assim, o diagnóstico só costuma ser realizado através de exames para doação de sangue, realizado através de exames para doação de sangue, exames de rotina ou quando sintomas de doença exames de rotina ou quando sintomas de doença hepática surgem, já na fase avançada de hepática surgem, já na fase avançada de cirrosecirrose..

                Além dos sintomas relacionados diretamente à Além dos sintomas relacionados diretamente à hepatite, o vírus pode desencadear o aparecimento de hepatite, o vírus pode desencadear o aparecimento de outras doenças através de estimulação do sistema outras doenças através de estimulação do sistema imunológico:imunológico:

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TrasmissãoTrasmissão

A transmissão da hepatite C ocorre após o contato com sangue A transmissão da hepatite C ocorre após o contato com sangue contaminado. Apesar de relatos recentes mostrando a presença contaminado. Apesar de relatos recentes mostrando a presença do vírus em outras secreções ( leite, saliva, urina e esperma ), a do vírus em outras secreções ( leite, saliva, urina e esperma ), a quantidade do vírus parece ser pequena demais para causar quantidade do vírus parece ser pequena demais para causar infecção e não há dados que sugiram transmissão por essas vias. infecção e não há dados que sugiram transmissão por essas vias. Grupos de maior risco incluem receptores de sangue, usuários de Grupos de maior risco incluem receptores de sangue, usuários de drogas endovenosas, pacientes em hemodiálise ( cerca de 15-drogas endovenosas, pacientes em hemodiálise ( cerca de 15-45% são infectados nos EUA ) e trabalhadores da área de saúde.45% são infectados nos EUA ) e trabalhadores da área de saúde.

                Com o surgimento de exames para detecção da hepatite C, Com o surgimento de exames para detecção da hepatite C, a incidência anual vem caindo. Isso é mais significativo em a incidência anual vem caindo. Isso é mais significativo em receptores de transfusões, pois essa era a principal via de receptores de transfusões, pois essa era a principal via de transmissão e atualmente o risco de adquirir hepatite C por transmissão e atualmente o risco de adquirir hepatite C por transfusão sangüínea está entre 0,01 e 0,001%. Atualmente, o transfusão sangüínea está entre 0,01 e 0,001%. Atualmente, o maior risco é dos usuários de drogas, que nos EUA tem 72-90% maior risco é dos usuários de drogas, que nos EUA tem 72-90% de prevalência de infecção. Estima-se que após 6 a 12 meses de de prevalência de infecção. Estima-se que após 6 a 12 meses de uso de drogas endovenosas, 80% dos indivíduos estão uso de drogas endovenosas, 80% dos indivíduos estão infectados.infectados.

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TransmissãoTransmissão

Em trabalhadores de saúde que se acidentam com Em trabalhadores de saúde que se acidentam com agulhas contaminadas, há o risco de transmissão, mas agulhas contaminadas, há o risco de transmissão, mas ele é menor que 4% ( menos que a hepatite B, mais que ele é menor que 4% ( menos que a hepatite B, mais que o HIV ) e isso é responsável por menos de 1% dos o HIV ) e isso é responsável por menos de 1% dos casos de infecções.casos de infecções.

                A transmissão vertical ( mãe para filho ) ocorre em A transmissão vertical ( mãe para filho ) ocorre em 0 a 35,5% dos partos de mães infectadas, dependendo 0 a 35,5% dos partos de mães infectadas, dependendo principalmente da quantidade de vírus circulante no principalmente da quantidade de vírus circulante no momento do parto e coinfecção com HIV. A taxa de momento do parto e coinfecção com HIV. A taxa de transmissão vertical em geral está entre 4,3 a 5,0%. Há transmissão vertical em geral está entre 4,3 a 5,0%. Há risco maior no parto normal que na cesariana e o risco maior no parto normal que na cesariana e o aleitamento materno parece ser seguro, mas os estudos aleitamento materno parece ser seguro, mas os estudos em ambos os casos são conflitantes.em ambos os casos são conflitantes.

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TransmissãoTransmissão

A transmissão sexual é muito debatida. É verdadeiro A transmissão sexual é muito debatida. É verdadeiro que a hepatite C é muito menos transmitida que a hepatite C é muito menos transmitida sexualmente que a hepatite B. Em parceiros fixos de sexualmente que a hepatite B. Em parceiros fixos de pessoas contaminadas, a prevalência de infecção é de pessoas contaminadas, a prevalência de infecção é de apenas 0,4 a 3%, sendo que nesse muitas vezes apenas 0,4 a 3%, sendo que nesse muitas vezes encontramos outros fatores de risco que podem ser a encontramos outros fatores de risco que podem ser a causa da infecção. Por outro lado, entre pessoas sem causa da infecção. Por outro lado, entre pessoas sem nenhum outro fator de risco, encontramos 2 a 12% de nenhum outro fator de risco, encontramos 2 a 12% de sexualmente promíscuos. Atualmente, não há dados sexualmente promíscuos. Atualmente, não há dados que indiquem a necessidade de uso de preservativo que indiquem a necessidade de uso de preservativo em parceiros estáveis pela hepatite C. em parceiros estáveis pela hepatite C.

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TransmissãoTransmissão

Outros fatores de risco menores são o uso de cocaína Outros fatores de risco menores são o uso de cocaína intranasal, intranasal, piercingpiercing e tatuagens. Mesmo excluídas todos e tatuagens. Mesmo excluídas todos os fatores de risco anteriores, a transmissão esporádica, os fatores de risco anteriores, a transmissão esporádica, ou sem modo conhecido, é responsável por pelo menos ou sem modo conhecido, é responsável por pelo menos 12% dos casos.12% dos casos.

                Naturalmente, como tem os mesmos modos de Naturalmente, como tem os mesmos modos de transmissão, os portadores de hepatite C têm também transmissão, os portadores de hepatite C têm também um risco maior de outras doenças, particularmente a um risco maior de outras doenças, particularmente a hepatite B a AIDS e outras doenças sexualmente hepatite B a AIDS e outras doenças sexualmente transmissíveis, devendo realizar exames de sangue para transmissíveis, devendo realizar exames de sangue para diagnóstico. De particular interesse são a co-infecção diagnóstico. De particular interesse são a co-infecção hepatite B e C e hepatite C e HIV, com evoluções muito hepatite B e C e hepatite C e HIV, com evoluções muito piores e tratamento mais difícil.piores e tratamento mais difícil.

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FisiopatologiaFisiopatologia

A hepatite C é causada por um vírus tipo RNA ( as informações A hepatite C é causada por um vírus tipo RNA ( as informações genéticas são codificadas em RNA - no hospedeiro, este RNA genéticas são codificadas em RNA - no hospedeiro, este RNA precisa ser "traduzido" em DNA para produzir novos vírus ). Ele é precisa ser "traduzido" em DNA para produzir novos vírus ). Ele é muito diferente dos vírus que causam as outras hepatites mais muito diferente dos vírus que causam as outras hepatites mais comuns, a A e a B. O vírus da hepatite C é membro da família comuns, a A e a B. O vírus da hepatite C é membro da família FlaviviridaeFlaviviridae, a mesma da dengue e da febre amarela. Há vários , a mesma da dengue e da febre amarela. Há vários genótipos ( variações ) deste vírus, sendo 6 as mais importantes ( genótipos ( variações ) deste vírus, sendo 6 as mais importantes ( 1 a 6 ), sendo que estes estão subdivididos em mais de 50 1 a 6 ), sendo que estes estão subdivididos em mais de 50 subtipos ( 1a, 1b, 2a, etc ). Os genótipos chegam a apresentar 30 subtipos ( 1a, 1b, 2a, etc ). Os genótipos chegam a apresentar 30 a 50% de diferença no seu RNA. Esta divisão é importante a 50% de diferença no seu RNA. Esta divisão é importante porque cada subtipo tem características próprias de porque cada subtipo tem características próprias de agressividade e resposta ao tratamento. Genótipos 1 e 4 tem agressividade e resposta ao tratamento. Genótipos 1 e 4 tem maior resistência ao tratamento com interferon que os 2 e 3. maior resistência ao tratamento com interferon que os 2 e 3. Variações podem "enganar" o sistema imunológico e dificultar Variações podem "enganar" o sistema imunológico e dificultar muito a produção de vacinas, entre outras complicações. muito a produção de vacinas, entre outras complicações.

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FisiopatologiaFisiopatologia

A quantidade de vírus C no sangue infectado é menor A quantidade de vírus C no sangue infectado é menor que os de vírus B na hepatite B. Também não se que os de vírus B na hepatite B. Também não se observa antígenos no sangue, ao contrário da hepatite observa antígenos no sangue, ao contrário da hepatite B. Suspeita-se que, como na hepatite B, o principal B. Suspeita-se que, como na hepatite B, o principal mecanismo de destruição de células do fígado seja mecanismo de destruição de células do fígado seja pelo sistema imunológico do próprio hospedeiro, mas é pelo sistema imunológico do próprio hospedeiro, mas é provável que também haja destruição pelo vírus.provável que também haja destruição pelo vírus.

                Na biópsia hepática de portadores de hepatite C, Na biópsia hepática de portadores de hepatite C, observa-se esteatose micro ou macrovesicular (50%), observa-se esteatose micro ou macrovesicular (50%), dano em ductos biliares (60%) e agregados ou dano em ductos biliares (60%) e agregados ou folículos linfóides (60%).folículos linfóides (60%).

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DiagnósticoDiagnóstico

O principal método diagnóstico para a hepatite C continua sendo O principal método diagnóstico para a hepatite C continua sendo a sorologia para anti-HCV pelo método ELISA, sendo que a a sorologia para anti-HCV pelo método ELISA, sendo que a terceira geração deste exame, o ELISA III, tem sensibilidade e terceira geração deste exame, o ELISA III, tem sensibilidade e especificidades superiores a 95% ( com valor preditivo positivo especificidades superiores a 95% ( com valor preditivo positivo superior a 95% ). Após a infecção, o exame torna-se positivo superior a 95% ). Após a infecção, o exame torna-se positivo entre 20 e 150 dias ( média 50 dias ). Pela alta confiança do entre 20 e 150 dias ( média 50 dias ). Pela alta confiança do exame, o uso de sorologia por outro método ( RIBA ) só deve ser exame, o uso de sorologia por outro método ( RIBA ) só deve ser utilizado em suspeitas de ELISA falso positivo ( pessoas sem utilizado em suspeitas de ELISA falso positivo ( pessoas sem nenhum fator de risco ). O resultado falso positivo é mais comum nenhum fator de risco ). O resultado falso positivo é mais comum em portadores de doenças autoimunes com auto-anticorpos em portadores de doenças autoimunes com auto-anticorpos circulantes, além de indivíduos que tiveram hepatite C aguda, que circulantes, além de indivíduos que tiveram hepatite C aguda, que curaram espontaneamente mas que mantêm a sorologia positiva curaram espontaneamente mas que mantêm a sorologia positiva por várias semanas. Por outro lado, o exame também pode ser por várias semanas. Por outro lado, o exame também pode ser falso negativo em pacientes com sistema imunológico falso negativo em pacientes com sistema imunológico comprometido. comprometido.

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DiagnósticoDiagnóstico

O segundo método de escolha é a detecção do RNA do vírus no O segundo método de escolha é a detecção do RNA do vírus no sangue, que já é encontrado em 7 a 21 dias após a infecção. Há sangue, que já é encontrado em 7 a 21 dias após a infecção. Há vários métodos, sendo que o PCR qualitativo é o mais sensível vários métodos, sendo que o PCR qualitativo é o mais sensível ( detecta até quantidades mínimas como 50 cópias/mL ) e o PCR ( detecta até quantidades mínimas como 50 cópias/mL ) e o PCR quantitativo é menos sensível ( apenas acima de 1.000 cópias/mL quantitativo é menos sensível ( apenas acima de 1.000 cópias/mL ), mas informa uma estimativa da quantidade do vírus circulante. ), mas informa uma estimativa da quantidade do vírus circulante. Pelas definições da Organização Mundial de Saúde, pessoas Pelas definições da Organização Mundial de Saúde, pessoas com mais de 800.000 UI/mL ( cópias/mL ) são consideradas com mais de 800.000 UI/mL ( cópias/mL ) são consideradas como portadoras de título alto e, as com menos, portadores de como portadoras de título alto e, as com menos, portadores de título baixo.título baixo.

                O genótipo é desnecessário para o diagnóstico da infecção, O genótipo é desnecessário para o diagnóstico da infecção, mas é extremamente importante na tomada de decisões quanto mas é extremamente importante na tomada de decisões quanto ao tratamento. Para os genótipos 2 e 3, por exemplo, a dose da ao tratamento. Para os genótipos 2 e 3, por exemplo, a dose da medicação e o tempo de tratamento são menores do que os medicação e o tempo de tratamento são menores do que os recomendados para o genótipo 1.recomendados para o genótipo 1.

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DiagnósticoDiagnóstico

A elevação de transaminases não é necessária para o A elevação de transaminases não é necessária para o diagnóstico. Até 30% dos pacientes mantém dosagem diagnóstico. Até 30% dos pacientes mantém dosagem de ALT normal, mas mesmo assim 50% apresentam à de ALT normal, mas mesmo assim 50% apresentam à biópsia hepática alterações significativas.biópsia hepática alterações significativas.

                Como a severidade da doença não pode ser Como a severidade da doença não pode ser determinada com precisão por métodos menos determinada com precisão por métodos menos agressivos, a biópsia continua sendo necessária para agressivos, a biópsia continua sendo necessária para avaliar o grau de inflamação e fibrose ( formação de avaliar o grau de inflamação e fibrose ( formação de cicatrizes ). O consenso mundial é de que a biópsia é cicatrizes ). O consenso mundial é de que a biópsia é necessária em todos os pacientes antes do início do necessária em todos os pacientes antes do início do tratamento.tratamento.

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TratamentoTratamento

São consideradas indicações ao tratamento da hepatite C:São consideradas indicações ao tratamento da hepatite C: VHC RNA detectável, ALT persistentemente elevada e biópsia VHC RNA detectável, ALT persistentemente elevada e biópsia

hepática demonstrando fibrose portal, independente da atividade hepática demonstrando fibrose portal, independente da atividade inflamatória; inflamatória;

portadores de cirrose compensada; portadores de cirrose compensada; usuários de álcool ou drogas que tenham condições de aderir ao usuários de álcool ou drogas que tenham condições de aderir ao

tratamento; tratamento; portadores de doença mais leve, transplantados ( exceto fígado ) portadores de doença mais leve, transplantados ( exceto fígado )

e aqueles com manifestações extra-hepáticas do VHC têm e aqueles com manifestações extra-hepáticas do VHC têm indicação discutível de tratamento; indicação discutível de tratamento;

no caso de pacientes com transaminases normais, não há no caso de pacientes com transaminases normais, não há consenso, mas o tratamento é recomendável se houver fibrose consenso, mas o tratamento é recomendável se houver fibrose moderada/severa; moderada/severa;

portadores de co-infecção HCV-HIV, se a infecção pelo último portadores de co-infecção HCV-HIV, se a infecção pelo último estiver controlada; estiver controlada;

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PrevençãoPrevenção

A incidência de hepatite C pôde ser reduzida A incidência de hepatite C pôde ser reduzida pelo rastreamento adequado de doadores de pelo rastreamento adequado de doadores de sangue nas últimas décadas. Hoje, apenas 5% sangue nas últimas décadas. Hoje, apenas 5% dos novos casos são adquiridos dessa forma. dos novos casos são adquiridos dessa forma. Hoje, a melhor forma de prevenção reside no Hoje, a melhor forma de prevenção reside no combate ao uso de drogas endovenosas. combate ao uso de drogas endovenosas. Protocolos de tratamento logo após infecção Protocolos de tratamento logo após infecção ( contato com sangue contaminado ) não ( contato com sangue contaminado ) não apresentaram resultados favoráveis e não são apresentaram resultados favoráveis e não são recomendados. Ainda não há perspectiva a recomendados. Ainda não há perspectiva a médio prazo de uma vacina eficiente. médio prazo de uma vacina eficiente.

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ConclusãoConclusão

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BibliografiaBibliografia

www.hepcentro.com.brwww.hepcentro.com.br

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AlunosAlunos

Bruno Prado de PaulaBruno Prado de Paula Fernando Abel R. de AraújoFernando Abel R. de Araújo Thiago do Espírito SantoThiago do Espírito Santo