históri em educaçà matemática moda ou necessidade? · reconheceu o l0 encontro...
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Director Eduardo Veloso
Redac f ã Ana Paula Canavarro
Ana Vieira Leonor Barã Helena Lopes
Henrique Guimarãe Jd Manuel Matos Maria Joã Lagarto
Paulo Abrantes Paulo Aivega
R&o Ribeiro Susaoa Carreira
Entidade Proprieiári Associaçà de Professores
de Matemátic
Periodicidade Trimestral
Tiragem 3000 exemplares
Composiçà Gabinete Técnic da APM
com Gabinete Técnic da APM
Montagem, fotolito e impressã Costa e Val6rio
W de Registo: 112307 N" de Dep-sito Legal: 7201li93
Correspondênci AssociaçS de Professores
de Matemátic Rua Major Neutel de Abren, no 11
1500 Lisboa
Nota. Os artigos assinados sã da responsabilidade dos seus
autores, &o reflectindo necessariamente os pontos de vista da
Redacçi da Revista.
Históri em educaçà matemática
moda ou necessidade?
Finalmente, passados cinco anos desde o seu aparecimento, e ap6s26 número publicados, Educa@io eMate&a decide-se a considerar o tema da Hist6riano ensinodaMatemática Nãofo sem hesitaçã mesmo assim,que aredacçà tomou essadecis'o. Pesavam contraelavário argumentos: i) adificuldade de abordagem de um tema em que, claramente, a nossa experiênci ainda 6 diminuta; ii) em consequência o perigo de fazer um númer de carácte acentuadamente tdrico, o que contrariaria o pendor de reflexã sobre prática pedag6gicas concretas que sempre temos pretendido dar revista; iii) e, finalmente, a reduzida ou nula reflex'o, mesmo te6rica e sobre pr4ticas alheias, que sobre o tema tem sido feita no seio do movimento de reforma da educaçà matemátic em Portugal.
No entanto, tiveram maior peso factores como o interesse que despertam num númer consideráve de professores os temas de Hist6ria da Matemátic e a sua possÃve integraçà no ensino da nossa disciplina e ainda a convicçà crescente, entre muitos de 116s. de que nã tem sequer sentido falar em renovaçà do ensino da Matemátic sem que, obrigatoriamente. uma forte perspectiva hist6rica deva ser tomada em consideraçã nã como simples colecç' de anedotas destinadas a "motivar" ou "humanizar" uma matemátic supostamente desumana, mas como componente necessári de um dos objectivos primordiais da matemátic escolar, a saber, que os alunos compreendam a natureza da matedtica e a sua relevância tanto hist6rica como actual, na vida da humanidade.
Se o interesse pela hist6ria corresponde a uma moda ou a uma necessidade à a pergunta colocada e respondida por J. Carvalho e Silva, que no seu estilo vivo questiona ainda a perspectiva hist6rica inseridanos novos programase sobretudo as condiçõ que existem, ou nBo (!), para tomar efectivaessa perspectiva. Aponta aindaalgumas sugest'es muito interessantes parautilizaçà na salade aula. Maria Fernanda Estrada dá-no um panorama largo sobre a integraç' da hist6ria no ensino da Matemática sugerindo utilmente alguns caminhos possÃvei para os professores interessados. Outras sugestõe sã apresentadas por trê professoras da Esc. Sec. de Sto. Ant6nio dos Cavaleiros, mostrando que o interesse dos professores portugueses pelo tema pode exprimir-se atrav6s de propostas explÃci tas, que apenas falta concretizar. De Inglaterra temos a colaboraç' de John Fauvel, presidente da British Society for lhe History of Mathematics e chairman do gmpo de estudo internacional History andpedagogy of Mathemaiics. Fauvel trata de um tema muito pertinente e de muita actualidade no caso portuguê - a importânci da matemhtica local na educaçà dos jovens. Com efeito, tal como reconheceu o l0 Encontro Luso-Brasileiro de Hist6ria da Matemátic - cujo relato 6 feito neste númer por Lu's Saraiva, do Seminári Nacional de Hist6ria da Matemática da SPM - muito hà a fazer relativamente ao estudo da Hist6ria da Matemátic em Portugal, tanto a nÃve da investigaçà como a nÃve de publicaçà e reediçà de textos de matemático portugueses. A par com esse trabalho, e no aspecto que nos interessaparticularmente-aeducaçà matemátic - John Fauvel dà sugestõe no sentido de valorizar os aspectos locais da matem4tica. e nã s6os habituais temasdecar4ctermais universal. Aesterespeito, a matemitica dos Descobrimentos- e à apenas um exemplo entre outros-à um
Educaçà e Matemátic no 27 3 trimestre de 1993
temariquÃssimo queestà longe de se ter esgotado com as iniciativas quâ fo- ram realizadas atà agora. Começamo a publicar neste númer um conjunto de biografiasresumidasde matemAticos por- tugueses, compiladas por Sérgi Macias Marques.
Hist6ria da Matemática no entanto, nã à apenas a hist6ria da matemátic como ciência ou umconjunto de biogra- fias de matemático célebres A hist6ria da matemátic tem estado sempre inti- mamente ligada& situaçãocultura soci- al e polÃtic de cada é.poca Muita vezes, a vida dos pr6prios matemático e a contribuiçãoqueel dãoparaoprogres so da ciência nos seus paÃses à condi- cionada pelas circunstância hist6ricas em que desenvolvem a sua actividade. No primeiro númer que dedicamos ao tema, nã podÃamo deixar de ter em conta o perÃod agitado que a investiga- çà e o ensino da Matemátic viveu nos anos quarentaem Portugal, emque, apar de um desenvolvimento Ãmpa da activi- dadematemáticae todos os sectores- a "lufada de ar fresco" de que falava Hugo Ribeiro-, arepressãodaditadur salazarista se abateu sobre um conjunto
ilustre de matemáticos que foram obri- gados a abandonar o ensino e, muitos deles, a emigrar. Felizmente. pudemos contar com a colaboraçà de Josà Mor- gado, que melhor do que ningué pode- ria descrever "a resistênci matemática dos anos 40.
Incluir uma perspectivahist6ricanã significa isolar a hist6ria como tema, mas sim integrá-lanaturalment noensi- no. Um exemplo de como isso pode ser feito &-nos dado por Evelyne Barbin no seu artigo, de que publicamos neste nú mero a primeira parte. Com a sua larga experiênci de trabalho sobre hist6ria da matemhtica nos Instituis de Recherche sur I'Enseignement des Mathématiques Evelyne mostra-nos como à imprescin- dÃvel se se quer ir ao fundo de uma quest'o daactividade matemática como à o caso da demonstraçã observá-l a partir de vária perspectivas, sendo uma delas, naturalmente, a que diz respeito & hist6ria.
Procurámo incluir exemplos de ac- tividades - na secçà Materiaispara a aula de Matemátic -integrando a his- t6ria no ensino, para diferentes nÃvei de escolaridade. Apenas uma, a de Paulo
Oliveira, corresponde a uma actividade jà experimentadaem sala de aula. Espe- ramos que as sugest'es apresentadas em muitos artigos deste númer animem os nossos leitores a desenvolver maior nú mero de propostas neste campo e a envi- ar-nos depois os relatos das suas experi- ência ouos seus materiais para publica- çã
Correspondendo ao interesse que entre os professores està a despertar a hist6riadamatemática,demonstradopel participaçà numerosa de portugueses na I a Universidade de Varã de Montpellier, como salienta Joã Rino no seu artigo, aqui deixamos um númer sob a égid da hist-ria, do princÃpi ao fim. Com efeito, alim de publicarmos um jogo hist-t'co, J. Paulo Viana conse- guiu dar um sabor hist6rico. embora nã da hist6ria local, ao problema do trimes- tre. Nada nos impede, no entanto, de substituir o rei Guilherme por D. Joã I, os saxõe pelos espanh6is e a batalha de Hastings por Aljubarrota ...
Ana Vieira Eduardo Veloso
Josà Manuel Matos
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