história e geografia

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Didatismo e Conhecimento HISTÓRIA GEOGRAFIA RESUMO PARA CONCURSOS Conteúdo Resumido dos Principais Concursos Keila Naiara V eronez e Luciana de Deus Neto Ferrari CONTATO EDITORA NOVA APOSTILA FONE: (11) 3536-5302 / 28486366 EMAIL: NOV A@NOV AAPOSTILA.COM.BR WWW.NOVACONCURSOS.COM.BR WWW.NOVAAPOSTILA.COM.BR 

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  • Didatismo e Conhecimento

    HISTRIAGEOGRAFIA

    RESUMO PARA CONCURSOSContedo Resumido dos Principais Concursos

    Keila Naiara Veronez e Luciana de Deus Neto Ferrari

    CONTATOEDITORA NOVA APOSTILA

    FONE: (11) 3536-5302 / 28486366EMAIL: [email protected]

    WWW.NOVACONCURSOS.COM.BRWWW.NOVAAPOSTILA.COM.BR

  • Didatismo e Conhecimento

    HISTRIAGEOGRAFIA

    RESUMO PARA CONCURSOSCOORDENAO GERAL

    Juliana PivottoPedro Moura

    DIAGRAMAO

    Pollyana Lebro

    DESIGN GRFICO

    Brbara Gabriela

    Veronez, Keila Naiara

    Ferrari, Luciana de Deus Neto

    Histria. Resumo para Concursos / Keila Naiara Veronez. So Paulo: Editora Nova Apostila, 2011

    Geografia. Resumo para Concursos / Luciana de Deus Neto Ferrari. So Paulo: Editora Nova Apostila, 2011

    1 edio

    ISBN........

  • Didatismo e Conhecimento

    SumrioHistriaCAPTULO 1: INTRODUO HISTRIA.............................................................................01

    O Surgimento do Homem.....................................................................................................................02O Surgimento das Cidades....................................................................................................................04

    CAPTULO 2: HISTRIA ANTIGA.............................................................................................05A Antiguidade Oriental.........................................................................................................................05Histria da Mesopotmia......................................................................................................................05O Egito Antigo........................................................................................................................................07Histria dos Hebreus, Persas e Fenicios..............................................................................................09Grcia Antiga.........................................................................................................................................10Histria de Atenas..................................................................................................................................13Guerra de Tria.....................................................................................................................................16Histria da Roma Antiga e Imprio Romano.....................................................................................16Povos Brbaros-Histria dos Povos Germnicos...............................................................................18

    CAPTULO 3: IDADE MDIA....................................................................................................23Absolutismo............................................................................................................................................23Imprio Bizantino..................................................................................................................................24Imprio Carolngio................................................................................................................................25Feudalismo na Idade Mdia..................................................................................................................26As Cruzadas...........................................................................................................................................27

    CAPTULO 4: OS IMPRIOS COLONIAIS...............................................................................31Civilizaes Pr-Colombianas..............................................................................................................34Maias, Astecas, Incas, Mxico...............................................................................................................34A Reforma Protestante..........................................................................................................................36O Luteranismo.......................................................................................................................................36O Calvinismo..........................................................................................................................................39A Reforma Catlica (Contra-Reforma)...............................................................................................41O Batismo da Amrica..........................................................................................................................42

    CAPTULO 5: O ANTIGO REGIME E A AMRICA.................................................................45As Invases dos Franceses ao Brasil....................................................................................................47As Primeiras Lavouras de Cana-de-Acar no Brasil.......................................................................48O Mercantilismo Portugus..................................................................................................................48A Unio Ibrica......................................................................................................................................49

  • Didatismo e Conhecimento

    O Comrcio Negreiro.............................................................................................................................51Monarquias Europias..........................................................................................................................57A Idade do Ouro no Brasil....................................................................................................................60O Iluminismo e o Despotismo Esclarecido..........................................................................................61As Reformas Pombalinas......................................................................................................................63A Extino da Companhia de Jesus.....................................................................................................63

    CAPTULO 6: A ERA DAS REVOLUES E DOS IMPRIOS...............................................68A Revoluo Francesa...........................................................................................................................69A Revoluo Industrial..........................................................................................................................70Conspiraes e Revoltas na Amrica Portuguesa...............................................................................71Brasil Colnia........................................................................................................................................74As Independncias na Amrica Espanhola.........................................................................................84

    CAPTULO 7: NAES E NACIONALISMO............................................................................96A Frana no Sculo XIX........................................................................................................................96

    CAPTULO 8: A ERA DOS IMPRIOS.....................................................................................102O Imprio do Caf...............................................................................................................................103O Exrcito Brasileiro...........................................................................................................................110

    CAPTULO 9: A REPBLICA DO BRASIL..............................................................................114A Indstria do Caf.............................................................................................................................120

    CAPTULO 10: A ERA DOS EXTREMOS.................................................................................125A Revoluo Socialista Russa.............................................................................................................129A Revoluo Mexicana........................................................................................................................132O Brasil entre O Moderno e O Arcaico.............................................................................................133A Crise de 1929 e a Quebra da Bolsa.................................................................................................134O Fascismo Italiano.............................................................................................................................137O Nazismo............................................................................................................................................138Retratos do Brasil................................................................................................................................140A Revoluo de 1932............................................................................................................................140O Plano Cohen.....................................................................................................................................143O Estado Novo.....................................................................................................................................143Os Direitos Trabalhistas......................................................................................................................144

    CAPTULO 11: GUERRAS E CRISES......................................................................................151A Guerra Fria.......................................................................................................................................166

  • Didatismo e Conhecimento

    CAPTULO 12: GOVERNANTES E GOVERNADOS..............................................................171Ditadura Militar...................................................................................................................................173O Autoritarismo em Marcha..............................................................................................................175Guerra no Vietn.................................................................................................................................178A Era de Aqurio no Brasil.................................................................................................................181O Milagre Brasileiro............................................................................................................................182O Governo do Fernando Collor (1990 - 1995)..................................................................................190Reeleio de FHC.................................................................................................................................192Lula.......................................................................................................................................................192Dilma....................................................................................................................................................193

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS........................................................................................199

    GeografiaGEOGRAFIA FSICA.................................................................................................................201

    Conceito de Geografia.........................................................................................................................201

    A Terra e seus movimentos.................................................................................................................201Elementos do Clima.............................................................................................................................205Vegetao do Brasil..............................................................................................................................210Hidrografia do Brasil...........................................................................................................................216

    Relevo do Brasil...................................................................................................................................221Domnios Morfoclimticos..................................................................................................................227Questes Ambientais...........................................................................................................................231

    GEOGRAFIA HUMANA.............................................................................................................239Brasil-Dados.........................................................................................................................................239Localizao Geogrfica.......................................................................................................................240

    Industrializao do Brasil...................................................................................................................244Agricultura do Brasil...........................................................................................................................251Pecuria do Brasil................................................................................................................................257Fontes de Energia................................................................................................................................262Aspectos da Populao mundial.........................................................................................................268

    GEOGRAFIA GERAL.................................................................................................................279Revoluo Industrial...........................................................................................................................279Capitalismo..........................................................................................................................................283Globalizao.........................................................................................................................................286Nova Ordem Mundial.........................................................................................................................289Continentes..........................................................................................................................................299

  • Didatismo e Conhecimento

    Keila Naiara Veroneze

    Luciana de Deus Neto Ferrari

    RESUMO DE CONCURSOSContedo Resumido dos Principais Concursos

    1 edio

    So PauloNova Apostila

    2011

  • 1Didatismo e Conhecimento

    RESUMO DE CONCURSOS

    HISTRIACAPTULO 1: INTRODUO HISTRIA

    Quando lemos um jornal ou uma revista, vemos vrias notcias: guerras, violncia nas cidades, desemprego, greves, destruio de florestas, projetos contra a fome, etc. Notcias que mostram os problemas enfrentados por homens, mulheres e crianas em todo o mundo.

    Este um mundo em que a pobreza e a riqueza convivem em um quadro de grandes desigualdades sociais. A Histria ajuda a entender a realidade mundial. Estudando a maneira como as pessoas viviam no passado, como se relacionavam e transformavam o ambiente ao seu redor, possvel compreender melhor os problemas que enfrentamos no dia-a-dia.

    Histria uma cincia humana que estuda o desenvolvimento do homem no tempo. A Histria analisa os processos histricos, personagens e fatos para poder compreender um determinado perodo histrico, cultura ou civilizao.

    Um dos principais objetivos da Histria resgatar os aspectos culturais de um determinado povo ou regio para o entendimento do processo de desenvolvimento.

    Entender o passado tambm importante para a compreenso do presente.O estudo da Histria foi dividido em dois perodos: a Pr-Histria (antes do surgimento da escrita) e a Histria (aps o surgimento

    da escrita, por volta de 4.000 a.C). Para analisar a Pr-Histria, os historiadores e arquelogos analisam fontes materiais (ossos, ferramentas, vasos de cermica, objetos de pedra e fsseis) e artsticas (arte rupestre, esculturas, adornos). J o estudo da Histria conta com um conjunto maior de fontes para serem analisadas pelo historiador.

    Estas podem ser: livros, roupas, imagens, objetos materiais, registros orais, documentos, moedas, jornais, gravaes,etc.A Histria conta com cincias que auxiliam seu estudo. Entre estas cincias auxiliares, podemos citar: Antropologia (estuda o

    fator humano e suas relaes), Paleontologia (estudo dos fsseis), Herldica (estudo de brases e emblemas), Numismtica (estudo das moedas e medalhas), Psicologia (estudo do comportamento humano), Arqueologia (estudo da cultura material de povos antigos), Paleografia (estudo das escritas antigas) entre outras.

    Periodizao da Histria

    Pr-Histria: antes do surgimento da escrita, ou seja, at 4.000 a.C.Idade Antiga (Antiguidade): de 4.000 a.C at 476 (invaso do Imprio Romano)Idade Mdia (Histria Medieval): de 476 a 1453 (conquista de Constantinopla pelos turcos otomanos).Idade Moderna: de 1453 a 1789 (Revoluo Francesa).Idade Contempornea: de 1789 at os dias de hoje.

    A tradicional diviso da Histria em idades Pr-histria, Antiga, Mdia, Moderna e Contempornea muito difundida no Ocidente. Entretanto sofre forte crtica na atualidade, sendo contestada por correntes que indicam ser esta diviso parcial, por privilegiar a Histria das sociedades dominantes e ignorar ou depreciar a Histria das sociedades dominadas. Alm disso, supervaloriza a Histria dos pases ricos.

    , ento, apresentada uma diviso que utiliza como critrio o Modo de produo econmico que demonstra a organizao da economia e as relaes sociais decorrentes. Por esta classificao so apresentadas as situaes das classes dominantes e dominadas

    De acordo com o Modo de produo, a Histria dividida da seguinte forma:

    Pr- Histria

    Antiga

    Aparecimento do homem

    Modo de Produo Primitivo --------------------------------------------EscritaModo de Produo AsiticoModo de Produo Escravista

    Mdia Modo de Produo Feudal

  • 2Didatismo e Conhecimento

    RESUMO DE CONCURSOS

    ModernaModo de Produo Mercantilista

    Modo de Produo Pr-Capitalista

    ContemporneaModo de Produo Capitalista

    Modo de Produo Socialista

    Primitivo: caracteriza as sociedades primitiva, pr-histricas. A produo era comum a todos os membros da comunidade que usufruam em condies de igualdade. Todos trabalhavam e no existiam classes sociais.

    Asitico: as terras pertenciam ao Estado e as relaes sociais eram de servido coletiva.

    Escravista: apareciam os senhores, os donos. A eles pertenciam as terras, os meios de produo e os trabalhadores (escravos). A riqueza se concentrava nas mos dos senhores. Existiam a classe dominante e a dominada. As relaes sociais eram de dominao.

    Feudal: os donos mantinham a classe trabalhadora na servido. Os senhores feudais formavam a classe dominante.

    Mercantilista: caracteriza-se por um grande crescimento do comrcio, o que exigia maior produo, construo de navios e grandes capitais. A burguesia enriqueceu, os reis absolutistas montaram cortes luxuosas e fizeram muitas guerras. o perodo do pr-capitalista.

    Pr-Capitalista: servos libertos arrendam partes de propriedades feudais e a produo agrcola passou a orientar-se para a venda nas cidades e no apenas para o consumo. Novas tcnicas de cultivo aumentam a produtividade do solo.

    Capitalista: o trabalho passa a ser assalariado e estabelece-se a luta de classes entre a classe proprietria e a classe trabalhadora (proletariado).

    Socialista: das condies do capitalismo desenvolve-se o modo de produo socialista, que defende a organizao de uma sociedade sem classes sociais.

    O Calendrio Gregoriano:

    O calendrio mais usado no mundo atual o calendrio gregoriano, tambm conhecido como calendrio cristo. um calendrio inteiramente solar, isto , baseado na rotao da Terra em torno do Sol. Esse calendrio tem a sua origem no calendrio oficial do Imprio Romano, o chamado calendrio Juliano, que tinha 365,25 dias.

    A reforma do calendrio Juliano foi encomendada pelo papa Gregrio XIII (1502-1585), procurando aproximar o ano definido no calendrio com o ano solar, que de 365 dias, 5 horas e 49 minutos.

    O novo calendrio institui o ano bissexto a cada quatro anos, comeando a partir de 1600 e definiu o dia 1 de janeiro como incio do ano para toda a cristandade.

    O grego Herdoto, que viveu no sculo V a.C considerado o pai da Histria e primeiro historiador, pois foi o pioneiro na investigao do passado para obter o conhecido histrico.

    A historiografia o estudo do registro da Histria.O historiador o profissional, com bacharelado em curso de Histria, que atua no estudo desta cincia, analisando e produzindo

    conhecimentos histricos.

    O SURGIMENTO DO HOMEM

    A Origem do Homem

    Sabe-se que a princpio, no existiam seres vivos possuidores de coluna vertebral. Antes do surgimento dos primeiros vertebrados milhes de anos se passaram na histria da evoluo. Os primeiros a aparecer tinham a forma de peixe, e somente milhes de anos aps que os primeiros anfbios passaram a existir, e depois vieram os rpteis, pssaros e mamferos. Para a ocorrncia de todo esse processo, ocorreram inmeras explicaes, contudo, a mais conhecida foi explanada por Darwin (teoria evolucionista). Ele se fez notar quando observou que no existem duas plantas ou dois animais exatamente iguais. Observou-se que partes dessas diferenas

  • 3Didatismo e Conhecimento

    RESUMO DE CONCURSOS

    so benficas para a obteno mais alimento, fato que permite uma melhor formao e um tempo de vida mais prolongado. Essas variaes passaram de gerao para gerao e foram muito teis para o desenvolvimento dos seres vivos. Aps milhes de anos, a aparncia de animais e plantas ficou bem diferente do que era. Aqueles que se desenvolveram melhor, foram os que tiveram a chance de se adaptar as inmeras mudanas que ocorreram em nosso planeta.Podemos definir a pr-histria como um perodo anterior ao aparecimento da escrita. Portanto, esse perodo anterior h 4000 a.C, pois foi por volta deste ano que os sumrios desenvolveram a escrita cuneiforme. Foi uma importante fase, pois o homem conseguiu vencer as barreiras impostas pela natureza e prosseguir com o desenvolvimento da humanidade na Terra. O ser humano foi desenvolvendo, aos poucos, solues prticas para os problemas da vida. Com isso, inventando objetos e solues a partir das necessidades. Ao mesmo tempo foi desenvolvendo uma cultura muito importante. Esse perodo pode ser dividido em trs fases: Paleoltico, Mesoltico e Neoltico. No decorrer deste ltimo sculo os cientistas descobriram vrias pistas que os levaram as comprovaes da teoria da evoluo.

    Paleoltico ou Idade da Pedra Lascada

    Nesta poca, o ser humano habitava cavernas, muitas vezes tendo que disputar este tipo de habitao com animais selvagens. Quando acabavam os alimentos da regio em que habitavam, as famlias tinham que migrar para outra regio. Desta forma, o

    ser humano tinha uma vida nmade (sem habitao fixa). Vivia da caa de animais de pequeno, mdio e grande porte, da pesca e da coleta de frutos e razes. Usavam instrumentos e ferramentas feitos a partir de pedaos de ossos e pedras. Os bens de produo eram de uso e propriedade coletiva.

    Neste perodo intermedirio, o homem conseguiu dar grandes passos rumo ao desenvolvimento e sobrevivncia de forma mais segura. O domnio do fogo foi o maior exemplo disto. Com o fogo, o ser humano pde espantar os animais, cozinhar a carne e outros alimentos, iluminar sua habitao alm de conseguir calor nos momentos de frio intenso. Outros dois grandes avanos foram o desenvolvimento da agricultura e a domesticao dos animais. Cultivando a terra e criando animais, o homem conseguiu diminuir sua dependncia com relao a natureza. Com esses avanos, foi possvel a sedentarizao, pois a habitao fixa tornou-se uma necessidade. Neste perodo ocorreu tambm a diviso do trabalho por sexo dentro das comunidades. Enquanto o homem ficou responsvel pela proteo e sustento das famlias, a mulher ficou encarregada de criar os filhos e cuidar da habitao.

    Neoltico ou Idade da Pedra Polida

    Nesta poca o homem atingiu um importante grau de desenvolvimento e estabilidade. Com a sedentarizao, a criao de animais e a agricultura em pleno desenvolvimento, as comunidades puderam trilhar novos caminhos. Um avano importante foi o desenvolvimento da metalurgia. Criando objetos de metais, tais como, lanas, ferramentas e machados, os homens puderam caar melhor e produzir com mais qualidade e rapidez. A produo de excedentes agrcolas e sua armazenagem garantiam o alimento necessrio para os momentos de seca ou inundaes. Com mais alimentos, as comunidades foram crescendo e logo surgiu a necessidade de trocas com outras comunidades. Foi nesta poca que ocorreu um intenso intercmbio entre vilas e pequenas cidades. A diviso de trabalho, dentro destas comunidades, aumentou ainda mais, dando origem ao trabalhador especializado.

    As pinturas Ruprestes

    Os povos antigos, antes de conhecerem a escrita, j produziam obras de arte. Os homens das cavernas faziam bonitas figuras em suas paredes, representando os animais e pessoas da poca, com cenas de caas e ritos religiosos. Faziam tambm esculturas em madeira, ossos e pedras; os cientistas estudam esses objetos e pinturas, e conseguem saber como viviam aqueles povos antigos. Alm da arte dos povos pr-histricos, tambm considerada arte primitiva aquela produzida pelos ndios e outros povos que viviam na Amrica antes da vinda de Colombo. Os maias, os astecas e os incas representavam a arte pr-colombiana. So pinturas, esculturas e templos maravilhosos, feitos de pedras ou materiais preciosos, que nos contam a histria desses povos.

    A Origem do Homem Americano

    Segundo alguns estudiosos, o continente americano comeou a ser povoado h 30.000, 50.000 ou at 60.000 anos atrs. Dos povos mais antigos, os arquelogos encontraram restos de carvo, objetos de pedra, desenhos e pinturas em cavernas e partes de esqueletos. Dos povos mais recentes encontramos grandes obras como: pirmides, templos e cidades. Alguns, como os Astecas e os Mais, conheceram a escrita e deixaram documentos que continuam sendo estudados. Hoje, os pesquisadores admitem que os primeiros habitantes americanos vieram da sia, devido grande semelhana fsica entre ndios e mongis. A teoria mais aceita de que os primitivos vieram a p, pelo estreito de Behring, na glaciao de 62.000 anos atrs. Outros afirmam que vieram pelas ilhas da Polinsia, em pequenos barcos, tendo desembarcado em diversos pontos e da se espalhado. Os vestgios mais antigos da presena do homem no continente foram encontrados em So Raimundo Nonato no Piau pela arqueloga Niede Guidon, com idade de 48.000 anos, permitindo a concluso de que eram caadores e usavam o fogo para cozinhar, atacar e defender-se dos inimigos, pelos utenslios encontrados.

  • 4Didatismo e Conhecimento

    RESUMO DE CONCURSOS

    O SURGIMENTO DAS CIDADES

    Em urbanismo, duas grandes correntes de pensamento procuram explicar a origem das cidades. Para uma delas, a origem estaria no comrcio. As cidades teriam nascido como centros de troca. Para a outra, seria a guerra. A cidade como uma fortaleza, uma muralha de proteo contra inimigos presentes e futuros.

    Ao observarmos fotos, revistas, jornais e filmes antigos podemos ver o quanto as coisas eram diferentes do mundo de hoje. As roupas das pessoas, os projetos de suas casas, os mveis, os carros, dentre outros. Fazer visitas e passeios a museus tambm nos ajuda a descobrir essas diferenas, pois nestes so encontrados objetos que retratam diferentes pocas e fatos histricos.

    As cidades existem desde a pr-histria, e vm sofrendo transformaes em razo das necessidades do homem.As primeiras cidades desenvolveram-se nas proximidades de grandes rios, onde se iniciou a atividade agrcola.O cultivo da terra permitiu que as sociedades produzissem mais alimentos. Com isso, a populao humana cresceu mais

    rapidamente.Ao contrrio dos agrupamentos humanos anteriores, as cidades tinham duas caractersticas bsicas: maior diviso do trabalho e

    centralizao poltica. No sculo XIX, surgiram as primeiras indstrias, as facilidades que trouxeram para a vida do homem aceleraram o crescimento

    das cidades. Onde havia indstrias a populao era maior, pois era uma forma das pessoas procurarem emprego.Outro motivo que influenciou no crescimento das cidades foram as grandes plantaes de caf. Nas fazendas tambm havia

    grandes concentraes de pessoas para cuidar das lavouras e fazer a coleta. Os imigrantes, pessoas de outros pases que vieram para o Brasil, foram os grandes responsveis por esse trabalho, pois ofereciam mo-de-obra mais barata para os senhores do caf.

    A Centralizao Poltica

    Com o desenvolvimento da agricultura e o aumento populacional, tornou-se necessrio organizar melhor o trabalho na sociedade. Esse trabalho de coordenao era feito pela famlia da aldeia mais poderosa, que assumia o controle da produo de alimentos e da construo de obras pblicas, como canais de irrigao e diques. O chefe dessa famlia passava ento a ser um rei.

    Para conseguir estender esse controle sobre toda a populao, o rei utilizava seus prprios servidores. Entre esses servidores, uns eram encarregados de registrar as colheitas, outros eram responsveis pelo armazenamento dos gros, e assim por diante.

    Originou-se assim uma organizao de pessoas com plena autoridade sobre a populao, que podiam, por exemplo, criar e cobrar impostos, organizar a defesa, fazer as leis e julgar os crimes. o que chamamos de processo de centralizao poltica ou de formao do Estado. O palcio era o local onde essas pessoas se reuniam com o rei.

    Alm do palcio, existiam os templos, onde os sacerdotes cultuavam os deuses protetores da cidade.Hoje em dia muito diferente. A modernidade deixou a vida mais agitada e as cidades mais completas. Nelas podemos encontrar

    esportes, lazer, cultura, arte, trabalho, um grande comrcio, vrias indstrias, alm dos governantes que cuidam dos problemas e dos interesses de seu povo.

    ANOTAES

  • 5Didatismo e Conhecimento

    RESUMO DE CONCURSOS

    CAPTULO 2: HISTRIA ANTIGA

    A Histria Antiga uma poca histrica que coincide com o surgimento e desenvolvimento das primeiras civilizaes, tambm conhecidas como civilizaes antigas. De acordo com a historiografia, o incio deste perodo marcado pelo surgimento da escrita (por volta de 4.000 a.C), que representa tambm o fim da Pr-Histria. De acordo com este sistema de periodizao histrica, a Antiguidade vai at o sculo V, com a queda do Imprio Romano do Ocidente aps as invases dos povos germnicos (brbaros).

    Principais caractersticas histricas desta poca

    - Surgimento e desenvolvimento da vida urbana;- Poder poltico centralizado nas mos de reis;- Sociedade marcada pela estratificao social;- Desenvolvimento de religies (maioria politestas) organizadas;- Militarizao e ocorrncias constantes de guerras entre povos;- Desenvolvimento e fortalecimento do comrcio;- Desenvolvimento do sistema de cobrana de impostos e obrigaes sociais;- Criao de sistemas jurdicos (leis);- Desenvolvimento cultural e artstico.

    Principais povos e civilizaes antigas

    - Mesopotmia - Persas - Egito Antigo - Hebreus - Hititas - Grcia Antiga - Roma Antiga - Creta - Povos Brbaros - Celtas - Etruscos

    A ANTIGUIDADE ORIENTALHISTRIA DA MESOPOTMIA

    A palavra mesopotmia tem origem grega e significa terra entre rios. Essa regio localiza-se entre os rios Tigre e Eufrates no Oriente Mdio, onde atualmente o Iraque. Esta civilizao considerada uma das mais antigas da histria. Vrios povos antigos habitaram essa regio entre os sculos V e I a.C. Entre estes povos, podemos destacar: babilnicos, assrios, sumrios, caldeus, amoritas e acdios. Vale dizer que os povos da antiguidade buscavam regies frteis, prximas a rios, para desenvolverem suas comunidades. Dentro desta perspectiva, a regio da mesopotmia era uma excelente opo, pois garantia a populao: gua para consumo, rios para pescar e via de transporte pelos rios. Outro benefcio oferecido pelos rios eram as cheias que fertilizavam as margens, garantindo um timo local para a agricultura. No geral, eram povos politestas, pois acreditavam em vrios deuses ligados natureza. No que se refere poltica, tinham uma forma de organizao baseada na centralizao de poder, onde apenas uma pessoa ( imperador ou rei ) comandava tudo. A economia destes povos era baseada na agricultura e no comrcio nmade de caravanas.

    Sumrios

    Este povo destacou-se na construo de um complexo sistema de controle da gua dos rios. Construram canais de irrigao, barragens e diques. A armazenagem da gua era de fundamental importncia para a sobrevivncia das comunidades. Uma grande

  • 6Didatismo e Conhecimento

    RESUMO DE CONCURSOS

    contribuio dos sumrios foi o desenvolvimento da escrita cuneiforme, por volta de 4000 a.C. Usavam placas de barro, onde cunhavam esta escrita. Muito do que sabemos hoje sobre este perodo da histria, devemos as placas de argila com registros cotidianos, administrativos, econmicos e polticos da poca.

    Os sumrios, excelentes arquitetos e construtores, desenvolveram os zigurates. Estas construes eram em formato de pirmides e serviam como locais de armazenagem de produtos agrcolas e tambm como templos religiosos. Construram vrias cidades importantes como, por exemplo: Ur, Nipur, Lagash e Eridu.

    Babilnios

    Este povo construiu suas cidades nas margens do rio Eufrates. Foram responsveis por um dos primeiros cdigos de leis que temos conhecimento. Baseando-se nas Leis de Talio ( olho por olho, dente por dente), o imperador de legislador Hamurabi desenvolveu um conjunto de leis para poder organizar e controlar a sociedade. De acordo com o Cdigo de Hamurabi, todo criminoso deveria ser punido de uma forma proporcional ao delito cometido. Os babilnios tambm desenvolveram um rico e preciso calendrio, cujo objetivo principal era conhecer mais sobre as cheias do rio Eufrates e tambm obter melhores condies para o desenvolvimento da agricultura. Excelentes observadores dos astros e com grande conhecimento de astronomia, desenvolveram um preciso relgio de sol.

    Alm de Hamurabi, um outro imperador que se tornou conhecido por sua administrao foi Nabucodonosor II, responsvel pela construo dos Jardins suspensos da Babilnia (que fez para satisfazer sua esposa) e a Torre de Babel (zigurate vertical de 90 metros de altura). Sob seu comando, os babilnios chegaram a conquistar o povo hebreu e a cidade de Jerusalm.

    Assrios

    Este povo destacou-se pela organizao e desenvolvimento de uma cultura militar. Encaravam a guerra como uma das principais formas de conquistar poder e desenvolver a sociedade. Eram extremamente cruis com os povos inimigos que conquistavam. Impunham aos vencidos, castigos e crueldades como uma forma de manter respeito e espalhar o medo entre os outros povos. Com estas atitudes, tiveram que enfrentar uma srie de revoltas populares nas regies que conquistavam.

    Acadianos

    Os acdios, grupos de nmades vindos do deserto da Sria, comearam a penetrar nos territrios ao norte das regies sumrias, terminando por dominar as cidades-estados desta regio por volta de 2550 a.C.. Mesmo antes da conquista, porm, j ocorria uma sntese entre as culturas sumria e acdia, que se acentuou com a unificao dos dois povos. Os ocupantes assimilaram a cultura dos vencidos, embora, em muitos aspectos, as duas culturas mantivessem diferenas entre si, como por exemplo - e mais evidentemente - no campo religioso.

    A maioria das cidades-templos foi unificada pela primeira vez por volta de 2375 a.C. por Lugal-zage-si, soberano da cidade-estado de Uruk. Foi a primeira manifestao de uma ideia imperial de que se tem notcia na histria.

    Depois, quando Sargo I, patsi da cidade de Acdia, subiu ao poder, no sculo XXIII a.C., ele levou esse processo cooptativo adiante, conquistando muitas das regies circunvizinhas, terminando por criar um imprio de grandes propores, cobrindo todo o Oriente Mdio e chegando a se estender at o Mar Mediterrneo e a Anatlia, .

    Sargo I era chamado soberano dos quatro cantos da terra (isto , governante do mundo inteiro), em reconhecimento ao sucesso da unificao mesopotmica. O rei tornou-se mtico a ponto de ser tradicionalmente considerado o primeiro governante do novo imprio (que combinava a Acdia e a Sumria), deixando o Lugal-zage-si de Uruk perdido por muito tempo nas areias do tempo, sendo redescoberto apenas recentemente. interessante notar, contudo, que, apesar da unificao, as estruturas polticas da Sumria continuaram existindo. Os reis das cidades-estados sumerianas foram mantidos no poder e reconheciam-se como tributrios dos conquistadores acadianos.

    O imprio criado por Sargo desmoronou aps um sculo de existncia, em conseqncia de revoltas internas e dos ataques dos guti, nmades originrios dos montes Zagros, no Alto do Tigre, que investiam contra as regies urbanizadas, uma vez que a sedentarizao das populaes do Oriente Mdio lhes dificultava a caa e o pastoreio. Por volta de 2150 a.C., os guti conquistaram a civilizao sumrio-acadiana. Depois disso, a histria da Mesopotmia parecia se repetir. A unidade poltica dos sumrio-acadianos era destruda pelos guti, que, por sua vez, eram vencidos por revoltas internas dos sumrio-acadianos.

    O domnio intermitente dos guti durou um sculo, sendo substitudo no sculo seguinte (cerca de 2100 a.C.1950 a.C.) por uma dinastia proveniente da cidade-estado de Ur. Expulsos os guti, Ur-Nammu reunificou a regio sobre o controle dos sumrios. Foi um rei enrgico, que construiu os famosos zigurates e promoveu a compilao das leis do direito sumeriano. Os reis de Ur no somente restabeleceram a soberania sumria, mas tambm conquistaram a Acdia. Nesse perodo, chamado de renascena sumeriana, a civilizao sumria atingiu seu apogeu. Contudo, esse foi o ltimo ato de manifestao do poder poltico da Sumria: atormentados pelos ataques de tribos elamitas e amoritas, o imprio ruiu. Nesta poca, os sumrios desapareceram da histria, mas a influncia de sua cultura nas civilizaes subseqentes da Mesopotmia teve longo alcance.

  • 7Didatismo e Conhecimento

    RESUMO DE CONCURSOS

    O EGITO ANTIGO

    Os faras eram os reis do Egito Antigo. Possuam poderes absolutos na sociedade, decidindo sobre a vida poltica, religiosa, econmica e militar. Como a transmisso de poder no Egito era hereditria, o fara no era escolhido atravs de voto, mas sim por ter sido filho de outro fara. Desta forma, muitas dinastias perduraram centenas de anos no poder.

    O poder dos faras

    Na civilizao egpcia, os faras eram considerados deuses vivos. Os egpcios acreditavam que estes governantes eram filhos diretos do deus Osris, portanto agiam como intermedirios entre os deuses e a populao egpcia.

    Os impostos arrecadados no Egito concentravam-se nas mos do fara, sendo que era ele quem decidia a forma que os tributos seriam utilizados. Grande parte deste valor arrecadado ficava com a prpria famlia do fara, sendo usado para a construo de palcios, monumentos, compra de jias, etc. Outra parte era utilizada para pagar funcionrios (escribas, militares, sacerdotes, administradores, etc) e fazer a manuteno do reino.

    Ainda em vida o fara comeava a construir sua pirmide, pois est deveria ser o tmulo para o seu corpo. Como os egpcios acreditavam na vida aps a morte, a pirmide servia para guardar, em segurana, o corpo mumificado do fara e seus tesouros. No sarcfago era colocado tambm o livro dos mortos, contando todas as coisas boas que o fara fez em vida. Esta espcie de biografia era importante, pois os egpcios acreditavam que Osris (deus dos mortos) iria utiliz-la para julgar os mortos.

    Exemplos de faras famosos e suas realizaes

    - Tutms I conquistou boa parte da Nbia e ampliou, atravs de guerras, territrios at a regio do rio Eufrates.- Tutms III consolidou o poder egpcio no continente africano aps derrotar o reino de Mitani.- Ranss II buscou estabelecer relaes pacficas com os hititas, conseguindo fazer o reino egpcio obter grande desenvolvimento

    e prosperidade. - Tutankamon o fara menino, governou o Egito de 10 a 19 anos de idade, quando morreu, provavelmente assassinado. A

    pirmide deste fara foi encontrada por arquelogos em 1922. Dentro dela foram encontrados, alm do sarcfago e da mmia, tesouros impressionantes.

    A maldio do fara

    No comeo do sculo XX, os arquelogos descobriram vrias pirmides no Egito Antigo. Nelas, encontraram diversos textos, entre eles, um que dizia que: morreria aquele que perturbasse o sono eterno do faro. Alguns dias aps a entrada nas pirmides, alguns arquelogos morreram de forma estranha e sem explicaes. O medo espalhou-se entre muitas pessoas, pois os jornais divulgavam que a maldio dos faras estava fazendo vtimas. Porm, aps alguns estudos, verificou-se que os arquelogos morreram, pois inalaram, dentro das pirmides, fungos mortais que atacavam os rgos do corpo. A cincia conseguiu explicar e desmistificar a questo.

    A sociedade egpcia

    A sociedade do Egito Antigo possua uma forma de organizao bem eficiente, embora injusta, garantindo seu funcionamento e expanso. Esta sociedade era hierrquica, ou seja, cada segmento possua funes e poderes determinados, sendo que os grupos com menos poderes tinham que obedecer quem estava acima.

    Os principais grupos sociais e suas funes

    Fara

    Era o governante do Egito. Possua poderes totais sobre a sociedade egpcia, alm de ser reconhecido como um deus. O poder dos faras era transmitido hereditariamente, portanto no havia nenhum processo de escolha ou votao para coloc-lo no poder. O fara e sua famlia eram muito ricos, pois ficavam com boa parte dos impostos recolhidos entre o povo. A famlia real vivia de forma luxuosa em grandes palcios. Ainda em vida, ordenava a construo da pirmide que iria abrigar seu corpo mumificado e seus tesouros aps a morte.

  • 8Didatismo e Conhecimento

    RESUMO DE CONCURSOS

    Sacerdotes

    Na escala de poder estavam abaixo somente do fara. Eram responsveis pelos rituais, festas e atividades religiosas no Antigo Egito. Conheciam muito bem as caractersticas e funes dos deuses egpcios. Comandavam os templos e os rituais aps a morte do fara. Alguns sacerdotes foram mumificados e seus corpos colocados em pirmides, aps a morte.

    Chefes Militares

    Os chefes militares eram os responsveis pela segurana do territrio egpcio. Em momentos de guerra ganhavam destaque na sociedade. Tinham que preparar e organizar o exrcito de forma eficiente, pois uma derrota ou fracasso podia lhes custar a prpria vida.

    Escribas

    Eram os responsveis pela escrita egpcia (hieroglfica e demtica). Registravam os acontecimentos e, principalmente, a vida do fara. Escreviam no papiro (papel feito de fibras da planta papiro), nas paredes das pirmides ou em placas de barro ou pedra. Os escribas tambm controlavam e registravam os impostos cobrados pelo fara.

    Povo Egpcio

    Mais da metade da sociedade egpcia era formada por comerciantes, artesos, lavradores e pastores. Trabalhavam muito para ganhar o suficiente para a manuteno da vida. Podiam ser convocados pelo fara para trabalharem, sem receber salrios, em obras pblicas (diques, represas, palcios, templos).

    Escravos

    Geralmente eram os inimigos capturados em guerras de conquista. Trabalhavam muito e no recebiam salrio. Ganhavam apenas roupas velhas e alimentos para a sobrevivncia. Eram constantemente castigados como forma de punio. Eram desprezados pela sociedade e no possuiam direitos.

    As pirmides

    As Pirmides de Giz, Guiz ou Guiza ocupam a primeira posio na lista das sete maravilhas do mundo antigo.A grande diferena das Pirmides de Giz em relao s outras maravilhas do mundo que elas ainda persistem, resistindo ao

    tempo e s intempries da natureza, encontrando-se em relativo bom estado e, por este motivo, no necessitam de historiadores ou poetas para serem conhecidas, j que podem ser vistas.

    A palavra pirmide no provm da lngua egpcia. Formou-se a partir do grego pyra (que quer dizer fogo, luz, smbolo) e midos (que significa medidas).

    As pirmides de Giz esto localizadas na esplanada de Giz, na antiga necrpole da cidade de Mnfis, e atualmente integra o Cairo, no Egito. Elas so as nicas das antigas maravilhas que sobreviveram ao tempo.

    Estas trs majestosas pirmides foram construdas como tumbas reais para os reis Kufu (ou Quops), Qufren, e Menkaure (ou Miquerinos) - pai, filho e neto. A maior delas, com 160 m de altura (49 andares), chamada Grande Pirmide, e foi construda cerca de 2550 a.C. para Kufu, no auge do antigo reinado do Egito.

    As pirmides de Giz so um dos monumentos mais famosos do mundo. Como todas as pirmides, cada uma faz parte de um importante complexo que compreende um templo, uma rampa, um templo funerrio e as pirmides menores das rainhas, todo cercado de tmulos (mastabas) dos sacerdotes e pessoas do governo, uma autntica cidade para os mortos. As valas aos ps das pirmides continham botes desmontados: parte integral da vida no Nilo sendo considerados fundamentais na vida aps a morte, porque os egpcios acreditavam que o defunto-rei navegaria pelo cu junto ao Rei-Sol. Apesar das complicadas medidas de segurana, como sistemas de bloqueio com pedregulhos e grades de granito, todas as pirmides do Antigo Imprio foram profanadas e roubadas possivelmente antes de 2000 a.C.

    A Grande Pirmide, de 450 ps de altura, a maior de todas as 80 pirmides do Egito. Se a Grande Pirmide estivesse na cidade de Nova Iorque por exemplo, ela poderia cobrir sete quarteires. Todos os quatro lados so praticamente do mesmo comprimento, com uma exatido no existente apenas por alguns centmetros. Isso mostra como os antigos egpcios estavam avanados na matemtica e na engenharia, numa poca em que muitos povos do mundo ainda eram caadores e andarilhos. A Grande Pirmide manteve-se como a mais alta estrutura feita pelo homem at a construo da Torre Eiffel, em 1900, 4.400 anos depois da construo da pirmide.

  • 9Didatismo e Conhecimento

    RESUMO DE CONCURSOS

    Para os egpcios, a pirmide representava os raios do Sol, brilhando em direo Terra. Todas as pirmides do Egito foram construdas na margem oeste do Nilo, na direo do sol poente. Os egpcios acreditavam que, enterrando seu rei numa pirmide, ele se elevaria e se juntaria ao sol, tomando o seu lugar de direito com os deuses.

    Um velho provrbio rabe ilustra isso: O tempo ri para todas as coisas, mas as pirmides riem do tempo.Pouco se sabe a respeito do rei Kufu. As lendas dizem que ele era um tirano, fazendo de seu povo escravos para a realizao do

    trabalho. possvel, porm que os egpcios comuns considerassem uma honra e um dever religioso trabalharem na Grande Pirmide. Alm disso, a maior parte do trabalho na pirmide ocorreu durante os quatro meses do ano quando o rio Nilo estava inundado e no havia trabalho para ser feito nas fazendas. Alguns registros mostram que as pessoas que trabalharam nas pirmides foram pagas com cerveja.

    Foram necessrios 30.000 trabalhadores por mais de 50 anos para construir a Grande Pirmide. Foram usados mais de 2.000.000 de blocos de pedra, cada qual pesando em mdia duas toneladas e meia. Existem muitas idias diferentes sobre o modo de construo daquela pirmide. Muito provavelmente os pesados blocos eram colocados sobre trens de madeira e arrastados sobre uma longa rampa. Enquanto a pirmide ficava mais alta, a rampa ficava mais longa, para manter o nvel de inclinao igual. Mas uma outra teoria a de que uma rampa envolvia a pirmide, como uma escada em espiral.

    Existem trs passagens dentro da Grande Pirmide, levando s trs cmaras. A maioria das pirmides tem apenas uma cmara morturia subterrnea, mas enquanto a pirmide ia ficando cada vez mais alta, provavelmente Kufu mudou de idia, duas vezes. Ele finalmente foi enterrado na Cmara do Rei, onde a pedra do lado de fora de seu caixo - chamado sarcfago - est hoje. (A cmara do meio foi chamada Cmara da Rainha, por acidente. A rainha foi enterrada numa pirmide muito menor, ao lado da pirmide de Kufu).

    O paradeiro do corpo de Kufu desconhecido, bem como os tesouros enterrados com ele. A pirmide foi roubada h alguns milhares de anos. Todos os reis do Egito foram vtimas de ladres de tmulos - exceto um, chamado Tutankhamon (ou Rei Tut Ankh mon. Os tesouros de ouro da tumba de Tutankhamon foram descobertos em meio a riqussimos tesouros por Lord Carnavon e seu amigo Howard Carter, em 1922.

    Comeando por seu interior ela foi construda com blocos de pedra calcria, sendo que a camada externa das pirmides foi revestida com uma camada protetora de pedras vindas das pedreiras de Tura, que so polidas e tem um brilho distinto.

    Era composta de 1,0 milhes de enormes blocos de calcrio - estima-se que cada um pese de duas a trs toneladas.Observa-se que o ngulo de inclinao de seus lados fizeram com que cada lado fosse orientado cuidadosamente pelos pontos

    cardeais.Em todos os nveis da pirmide a seo transversal horizontal Triangular.As teorias inventadas nos ltimos sculos para explicar a construo das pirmides sofrem todas de uma problema comum. O

    desconhecimento da cincia egipcia do Antigo Imprio. Conhecimento este que foi recuperado apenas no final do sculo XX.A teoria que melhor explica as construes das pirmides sem encontrar contradies logsticas e sem invocar elementos extra-

    terrenos a qumica, mais exatamente um ramo dela, a geopolimerizao. Os blocos foram produzidos a partir de calcrio dolomtico, facilmente agregado no local usando-se compostos muito comuns na poca, como cal, salitre e areia. Toda a massa dos blocos foi transportada por homens carregando cestos da massa, posta a secar em moldes de madeira. O esforo humano neste caso seria muito menor e o assentamento do blocos perfeito.

    Contra a teoria da geopolimerizao pesa nomeadamente o fato de que os antigos egpcios especializaram-se na extrao e transporte de enormes blocos de pedra, tais como obeliscos de granito que chegavam a pesar mais de 300 toneladas. Ainda hoje possvel ver-se, em uma pedreira abandonada, em Assu, o famoso obelisco inacabado, com mais de mil toneladas de peso, que tem servido como fonte de informaes das tcnicas utilizadas na extrao de blocos de granito.

    HISTRIA DOS HEBREUS, PERSAS E FENICIOS

    Histria do povo hebreu

    A Bblia a referncia para entendermos a histria deste povo. De acordo com as escrituras sagradas, por volta de 1800 AC, Abrao recebeu uma sinal de Deus para abandonar o politesmo e para viver em Cana ( atual Palestina). Isaque, filho de Abrao, tem um filho chamado Jac. Este luta , num certo dia, com um anjo de Deus e tem seu nome mudado para Israel.

    Os doze filhos de Jac do origem as doze tribos que formavam o povo hebreu. Por volta de 1700 AC, o povo hebreu migra para o Egito, porm so escravizados pelos faras por aproximadamente 400 anos. A libertao do povo hebreu ocorreu por volta de 1300 AC. A fuga do Egito foi comandada por Moiss, que recebeu as tbuas dos Dez Mandamentos no monte Sinai. Durante 40 anos ficaram peregrinando pelo deserto, at receberem um sinal de Deus para voltarem para a terra prometida, Cana.

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    Didatismo e Conhecimento

    RESUMO DE CONCURSOS

    Jerusalm transformada num centro religioso pelo rei Davi. Aps o reinado de Salomo, filho de Davi, as tribos dividem-se em dois reinos : Reino de Israel e Reino de Jud. Neste momento de separao, aparece a crena da vinda de um messias que iria juntar o povo de Israel e restaurar o poder de Deus sobre o mundo. Em 721 comea a dispora judaica com a invaso babilnica. O imperador da Babilnia, aps invadir o reino de Israel, destri o templo de Jerusalm e deporta grande parte da populao judaica.

    No sculo I, os romanos invadem a Palestina e destroem o templo de Jerusalm. No sculo seguinte, destroem a cidade de Jerusalm, provocando a segunda dispora judaica. Aps estes episdios, os hebreus espalham-se pelo mundo, mantendo a cultura e a religio. Em 1948, o povo hebreu retoma o carter de unidade aps a criao do estado de Israel.

    Histria dos Persas

    Os persas, importante povo da antiguidade oriental, ocuparam a regio da Prsia (atual Ir). Este povo dedicou-se muito ao comrcio, fazendo desta atividade sua principal fonte econmica. A poltica era toda dominada e feita pelo imperador, soberano absoluto que mandava em tudo e em todos. O rei era considerado um deus, desta forma, o poder era de direito divino.

    Ciro, o grande, foi o mais importante imperador dos medos e persas. Durante seu governo ( 560 a.C - 529 a.C ), os persas conquistaram vrios territrios, quase sempre atravs de guerras. Em 539 a.C, conquistou a Babilnia, levando o imprio de Helesponto at as fronteiras da ndia.

    A religio persa era dualista e tinha o nome de Zoroastrismo ou Masdesmo, criada em homenagem a Zoroastro ou Zaratrusta, o profeta e lder espiritual criador da religio.

    Histria dos Fencios

    A civilizao fencia desenvolveu-se na Fencia, territrio do atual Lbano. No aspecto econmico, este povo dedicou-se e obteve muito sucesso no comrcio martimo. Mantinha contatos comerciais com vrios povos da regio do Oriente. As cidades fencias que mais de desenvolveram na antiguidade foram Biblos, Tiro e Sidon.

    A religio fencia era politesta e antropomrfica, sendo que cada cidade possua seu deus (baal = senhor). Acreditavam que atravs do sacrifcio de animais e de seres humanos podiam diminuir a ira dos deuses. Por isso, praticavam esses rituais com certa freqncia, principalmente antes de momentos importantes.

    GRCIA ANTIGA

    Civilizao minica

    A civilizao minica foi uma civilizao existente nas ilhas do mar Egeu entre 2200 a.C. e 1400 a.C.. Esta civilizao foi descoberta pelo arquelogo ingls Arthur Evans, tendo o seu foco principal na ilha de Creta.

    A civilizao minica teria surgido a partir de uma fuso dos habitantes de Creta com populaes que se fixaram nesta ilha vindas da sia Menor. Os Minicos tiveram como principal actividade econmica o comrcio e criaram uma civilizao que tinha em grandes palcios os seus centros administrativos. Em torno dos palcios existiam casas, no sendo os palcios amuralhados. Os palcios apresentavam sistemas de iluminao e esgotos e estavam decorados com belas pinturas.

    Os Minicos j conheciam a escrita (Linear A e Linear B) e destacaram-se pelo trabalho do ouro e das gemas, bem como por uma cermica decorada com motivos martimos e geomtricos.

    Suas terras mais frteis estavam na parte esquerda da ilha, onde se encontravam as principais cidades como Cnossos (capital) e Kato-Zacros. Apesar dos seus palcios terem sofrido com os terremotos que atingiam a regio, os Minicos prosperaram at 1400 a.C. A decadncia desta civilizao parece ter sido o resultado de ataques de inimigos, entre os quais se encontrariam os Micnicos.

    Vale a pena destacar o papel da mulher na sociedade minica. Ao contrrio das futuras cidades, como Atenas e Esparta, onde a mulher no tinha direitos polticos e era vista apenas como uma reprodutora, a mulher Minica era livre, podia adquirir propriedades e ser independente.

    Civilizao micnica

    Os Minicos viriam a influenciar a histria da Grcia atravs dos Micnicos, que adoptam aspectos da cultura minica. O nome micnico foi criado por Heinrich Schliemann com base nos estudos que fez no stio de Micenas, no nordeste do Peloponeso, onde outrora se erguia um grande palcio e uma das principais cidades alm de Tirinto, Tebas e Esparta. Julga-se que os Micnicos se chamariam a si prprios Aqueus. A sua civilizao floresceu entre 1600 e 1200 a.C.

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    Didatismo e Conhecimento

    RESUMO DE CONCURSOS

    Os Micnicos j falavam grego. No tinham uma unidade poltica, existindo vrios reinos micnicos. semelhana dos Minicos o centro poltico encontrava-se no palcio, cujas paredes tambm estavam decoradas com afrescos.

    Para alm de praticarem o comrcio, os Micnicos eram amantes da guerra e da caa. Por volta de 1400 a.C. os Micnicos teriam ocupado Cnossos, centro da cultura minica.

    Por volta de 1250 a.C. o mundo micnico entra em declnio, o que estaria relacionado com a decadncia do reino hitita no Prximo Oriente, que teria provocado a queda das rotas comerciais. Sua decadncia envolveu tambm guerras internas. provvel que a destruio da cidade de Tria, facto que se teria verificado entre 1230 a.C. e 1180 a.C., possa estar relacionado com o relato literrio de Homero na Ilada, escrita sculos depois.

    Idade das Trevas

    D-se o nome de Idade das Trevas ao perodo que se seguiu ao fim da civilizao micnica e que se situa entre 1100 a.C. e 750 a.C.. Durante este perodo perdeu-se o conhecimento da escrita, que s seria readquirido no sculo VIII a.C.. Os objectos de luxo produzidos durante a era micnica no so mais fabricados neste perodo. A designao atribuda ao perodo encontra-se relacionada no apenas com a decadncia civilizacional, mas tambm com as escassas fontes para o conhecimento da poca.

    Outro dos fenmenos que se verificou durante este perodo foi o da diminuio populacional, no sendo conhecidas as razes exactas que o possam explicar. Para alm disso, as populaes tambm se movimentam, abandonando antigos povoados para se fixarem em locais que ofereciam melhores condies de segurana.

    O Perodo Homrico

    Chama-se perodo homrico uma das fases da histria da Grcia (c. 1200 a.C. 800 a.C.) cuja principal fonte de informao so as obras de Homero, Ilada e Odisseia.

    Inicia-se no final da civilizao micnica - com a suposta invaso drica do sculo XI a.C. -, estendendo-se at o fim da Idade das Trevas na Grcia, por volta de 800 a.C.), quando surgem os primeiros registros escritos, inclusive a literatura pica de Homero sculo VIII a.C.), e as primeiras plis, as cidades-estados gregas comeam a se estruturar.Durante o perodo micnico (c. 1600 a.C. - c. 1100 a.C.), os elios e os jnios j se haviam estabelecido na tica, onde fundaram Atenas.

    O perodo homrico tem incio por volta de 1150 a.C., quando os dricos comearam a invadir o Peloponeso, o que provocou a reduo da atividade agrcola e da produo artesanal, a paralisao do comrcio e a emigrao de muitos jnios e elios para as ilhas do Egeu e sia Menor, no episdio denominado de Primeira Dispora Grega, com a consequente desarticulao da civilizao creto-micnica at ali estruturada.

    O perodo homrico ficou marcado pela constituio das chamadas comunidades gentlicas. A base da sociedade passou a ser o genos (reunio em um mesmo lar de todos os descendentes de um nico antepassado - aparentados consanguneos ou no - , que era um heri ou um semideus). Era uma espcie de cl e funcionava em economia fechada (autarquia) e politicamente autnoma. Cada um dos genos possua o seu pater, uma espcie de lder poltico e econmico, pessoa de prestgio dentro do grupo, que entretanto no usufrua de privilgios maiores em relao aos demais membros do grupo. Um conjunto de genos formava a fratria; as fratrias reunidas formavam as tribos. Tudo o que era produzido pela fratria era distribudo igualitariamente entre as genos, impedindo assim a ascenso de um nico genos. Caso o genos fosse pouco numeroso ou no dominasse certo tipo de trabalho, era aceitvel buscar o trabalho de escravos ou de artesos. Apesar da distribuio da produo ser de carter igualitrio, existia uma organizao social baseada no grau de parentesco com o chefe do genos. Quanto mais distante este grau de parentesco, menor a sua importncia social. No plano poltico, o poder do chefe pater tinha sua base no monoplio de frmulas secretas que permitiam um contato com os ancestrais e os deuses que protegiam aquela famlia.

    Em perodo relativamente curto, o desenvolvimento dessas comunidades baseado em atividades agrcolas e na explorao coletiva das terras, resultou em um incremento populacional que acabou abrindo caminho para diversas disputas pelo controle das terras cultivveis. O genos comeou a encontrar dificuldades para manter sua organizao econmica e social em razo de limitaes tcnicas na produo de alimentos e, ao mesmo tempo, comea a se fragmentar em ncleos menores, o que leva ao seu enfraquecimento.

    Neste processo, os beneficiados foram os parentes mais prximos do pater, enquanto os mais afastados foram excludos de vez. Esta desintegrao fez com que as diferenas sociais fossem aumentadas consideravelmente. O grupo dos que quase nada possuam formou uma camada marginal que mal sobrevivia, enquanto o poder do chefe dilua-se entre seus parentes mais prximos, os euptridas, que passaram a monopolizar os equipamentos de guerra, a justia, a religio e tudo aquilo que envolvesse poder. Isto fez com que se consolidasse uma aristocracia que teve como base a posse de terras. A diviso das terras prosseguiu da seguinte forma:

    - Os euptridas (bem-nascidos), ficaram com as terras mais frteis;- Os georghoi (agricultores) ficaram com a periferia, ou seja, as terras menos frteis;- Os thetas (marginais), foram os que ficaram sem terras, marginalizados.- Os euptridas, herdeiros da tradio do pater, monopolizaram o poder poltico, constituindo uma aristocracia fundiria.

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    Didatismo e Conhecimento

    RESUMO DE CONCURSOS

    Por volta do sculo VIII a.C., a populao crescia acentuadamente, e a escassez de terras frteis levou novamente a disputas e guerras entre os genos e desestruturao das comunidades. A desorganizao da vida coletiva da Grcia conduz Segunda Dispora Grega. Dessa vez, contingentes populacionais marginalizados pela crescente apropriao de terras assolados pela fome deslocam-se em direo ao Mar Negro e Pennsula Itlica, onde fundam cidades e colnias, superando os limites do Mar Egeu. Essa expanso d lugar fundao de novas cidades, como feso, Magnsia, Mileto, Foceia, Cindo, Halicarnasso, isoladas e independentes. Com o tempo a unio de tribos deu origem a pequenas cidades-estado, as plis. Entre os sculos IX a.C. e VIII a.C. surgiram cerca de 160 cidades-estado - cada uma delas com um templo constudo em sua parte mais elevada, a Acrpole. O processo de estruturao das plis dura aproximadamente 300 anos e culmina com a realizao das primeiras olimpadas, em 776 a.C.

    O Perodo Arcaico

    Perodo Arcaico o nome que se d ao perodo da Grcia Antiga em que ocorreu o desenvolvimento cultural, poltico e social, situado entre c. 700 a.C. e 500 a.C., posterior Idade das Trevas e antecessor o Perodo clssico. Nesta altura do-se os primeiros avanos significativos para a ascenso da democracia e observa-se tambm uma revitalizao da linguagem escrita.

    Em termos artsticos o perodo caracteriza-se pela edificao dos primeiros templos inspirados nas habitaes micnicas, pelas tipologias escultricas kouros e kore, e pelo incio do registo de pintura negra em cermica.

    A colonizao

    Um dos fenmenos mais importantes do Perodo Arcaico foi o da colonizao, que espalhou os gregos um pouco por toda a rea costeira da bacia do Mar Mediterrneo e do Mar Negro.

    Os motivos que geraram estes fenmenos foram variados. Entres eles podem ser referidos os excessos populacionais, as dificuldades da plis em alimentar a sua populao aps um perodo de seca ou de chuvas torrenciais, os interesses comerciais ou a simples curiosidade e esprito aventureiro.

    A colonizao grega obedecia a um planeamento preciso, que implicava, para alm da escolha do local que seria colonizado, a nomeao do comandante da expedio (o oikistes) que seria responsvel pela conquista do territrio e que o governaria a colnia (apoika, residncia distante) como rei ou governador. Antes de partir com a sua expedio, o oikistes consultava o Orculo de Apolo em Delfos, que aprovava o local sugerido ou propunha outro. O deus Apolo encontrou-se assim associado colonizao; muitas colnias na Ilria, Trcia, Lbia e Palestina recebem o nome Apolnia em sua honra. Os colonizadores levavam da cidade me - a metrpole - o fogo sagrado e os elementos culturais e polticos desta, como o dialeto, o alfabeto, os cultos e o calendrio. Por vezes as colnias poderiam fundar por sua vez outras colnias.

    Uma das primeiras colonizaes deste perodo data de 775 a.C., tendo sido uma iniciativa de gregos da cidades de Clcis e Ertria que partem para a ilha de Ischia na baa de Npoles. Na dcada de 30 do sculo VIII esto documentadas as fundaes de colnias na Siclia: Naxos e Messina (por Clcis) e Siracusa (por Corinto)

    As costas do Mar Negro foram colonizadas essencialmente pela plis de Mileto. As colnias mais importantes desta regio foram Sinope (c. 700 a.C.) e Czico (c. 675 a.C.). De Megara partem colonos que fundam em 667 a.C. a cidade de Bizncio.

    No norte da frica Cirene foi fundada por colonos da ilha de Tera por volta de 630 a.C.. Na regio ocidental do Mediterrneo, salientem-se colnias como Massala (a moderna Marselha), Nice (de nik, vitria) e Amprias (esta ltima na Pennsula Ibrica).

    A colonizao grega deve ser entendida de uma forma diferente da colonizao realizada pelos Europeus na Idade Moderna e Contempornea, na medida em que a colnia no tinha qualquer tipo de dependncia poltica e econmica em relao metrpole. Entre a metrpole e a colnia existiam laos cordiais (era por exemplo chocante que ocorresse uma guerra entre as duas), mas os gregos que partiam para uma colnia perdiam a cidadania que detinham na cidade de onde eram oriundos.

    O desenvolvimento do comrcio

    Uma das consequncias da colonizao ser o desenvolvimento do comrcio, no apenas entre a colnia e a metrpole, mas entre as colnias e outros locais do Mediterrneo. At ento o comrcio no era uma atividade econmica prpria, mas uma atividade subsidiria da agricultura. Algumas colnias funcionam essencialmente como locais para a prtica do comrcio e sem um estatuto poltico: os emprios.

    O incremento da atividade comercial gera por sua vez o fomento da indstria. Deste sector destaca-se a produo da cermica, sendo famosos os vasos de Corinto e de Atenas, que se tornaram os principais objectos de exportao.

    No ltimo quartel do sculo VII a.C. ocorreu o aparecimento na Ldia da moeda, que se espalhou lentamente por toda a Grcia.

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    RESUMO DE CONCURSOS

    Consequncias do desenvolvimento do comrcio e da indstria

    Com o afluxo a partir das colnias de quantidades elevadas de cereais e com a importncia que a exportao do vinho e do azeite adquiriu, desenvolveu-se entre as classes mais abastadas a tendncia para substituir o cultivo do trigo pelo da vinha e da oliveira.

    Os camponeses com poucos recursos econmicos ficam impossibilitados de proceder a esta substituio, uma vez a vinha e a oliveira necessitam de algum tempo at oferecerem resultados. Para alm disso, estas culturas exigiam menos mo-de-obra e alguns trabalhadores tornaram-se excedentrios.

    Em resultado desta realidade econmica nasce no Perodo Arcaico uma nova classe, a dos plutocratas, cujos membros, oriundos frequentemente das classes inferiores, enriquecem graas s possibilidades oferecidas pelo desenvolvimento do comrcio e da indstria, atividades desdenhadas pela aristocracia. Esta classe possui ambies polticas, que na poca se encontravam relacionadas com a posse de terra. Como tal, os plutocratas procuram comprar terras. Os nobres, no pretendendo serem relegados para segundo plano, entram tambm na corrida compra das terras. As consequncias desta competio econmica repercutem-se entre os camponeses de fracos recursos, cujas condies de vida se agravam.

    Os legisladores

    Perante os conflitos sociais que se acentuaram na segunda metade do sculo VII a.C., as plis vo procurar resolver de forma pacfica os conflitos. As parte em conflito concordam em nomear homens com uma reputao ntegra que dotam as cidades de cdigos de leis - os legisladores.

    At ento as leis no eram escritas, o que dava azo a intepretaes arbitrrias ao servio da aristocracia. A exigncia de um cdigo escrito das leis parte das classes populares.

    Os primeiros legisladores conhecidos surgiram nas cidades da Magna Grcia em meados do sculo VII a.C.. O mais antigo legislador conhecido Zaleuco de Locros, figura com contornos lendrios, que teria escrito o primeiro cdigo de leis, aceite por cidades da Itlia e Siclia.

    Em Atenas os legisladores mais conhecidos foram Drcon e Slon; o primeiro ficou conhecido pelo seu cdigo de leis rigoroso ( do seu nome que deriva o adjectivo draconiano). As leis destes homens foram escritas em prismas de madeira rotativos (axones) que se encontravam expostos ao pblico.

    Os tiranos

    A obra dos legisladores no conseguiu resolver os conflitos sociais. Assim, quase todas as cidades gregas conhecem entre 670 e 510 a.C. o domnio dos tiranos. A palavra tirano no possua a conotao negativa que hoje tem, significando apenas usurpador com poder supremo; entre os gregos, o termo s adquire um sentido negativo a partir do governo dos Trinta Tiranos em Atenas (404 a.C.), conhecidos pela sua crueldade.

    Os tiranos conquistaram o poder atravs da violncia e da fora, recebendo o apoio das classes inferiores as quais passam depois a proteger. O fenmeno dos tiranos manifestou-se em primeiro lugar nas cidades comerciais. Os primeiros tiranos conhecidos foram Ortgoras em Scion e Cpselo em Corinto. A Atenas do sculo VI conhece o tirano Pisstrato e Siracusa Dionsio, o Velho e Dionsio, o Novo.

    Entre as medidas tomadas pelos tiranos encontram-se a partilha das terras, a abolio das dvidas e a iseno de impostos. Cunham a moeda e lanam grandes obras pblicas, que permitem absorver a mo-de-obra excedentria e que embelezam as cidades. No campo da religio, procedem centralizao dos cultos.

    Os descendentes dos tiranos acabaram por no manter o seu apoio s classes populares, tornando-se impopulares. Quase todos desaparecem antes de 500 a.C., derrotados por nobres ou por Esparta. Na Siclia a situao diferente, dado que perante a ameaa dos Cartaginenses os tiranos conseguem continuar no poder at ao sculo III a.C..

    As tiranias sero substitudas por oligarquias ou democracias.

    HISTRIA DE ATENAS

    Por volta dos anos 500 e 400 AC, esta cidade, fundada h mais de 3.000 anos, era a mais prspera da Grcia Antiga e possua um poderoso lder, Pricles. Nesta fase, a diviso hierrquica seguia a seguinte ordem: nobres, homens livres e uma grande quantidade de escravos que realizavam trabalhos como mercadores, carpinteiros, professores e marceneiros.

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    RESUMO DE CONCURSOS

    Histria e caractersticas sociais, polticas e econmicas

    Por ser uma cidade bem sucedida e comercial, Atenas despertou a cobia de muitas cidades gregas. Esparta se uniu a outras cidades gregas para atacar Atenas. A Guerra do Peloponeso (431 a 404 a.C.) durou 27 anos e Esparta venceu, tomando a capital grega para si, que, a propsito, continuou riqussima culturalmente.

    Alguns dos maiores nomes do mundo viveram nesta regio repleta de escritores, pensadores e escultores, entre eles esto: os autores de peas de teatro squilo, Sfocles, Eurpedes e Aristfanes e tambm os grandes filsofos Plato e Scrates.

    Atenas destacou-se muito pela preocupao com o desenvolvimento artstico e cultural de seu povo, desenvolvendo uma civilizao de forte brilho intelectual. Na arquitetura, destacam-se os lindos templos erguidos em homenagens aos deuses, principalmente a deusa Atena, protetora da cidade.

    A democracia ateniense privilegiava apenas seus cidados (homens livres, nascidos em Atenas e maiores de idade) com o direito de participar ativamente da Assemblia e tambm de fazer a magistratura. No caso dos estrangeiros, estes, alm de no terem os mesmos direitos, eram obrigados a pagar impostos e prestar servios militares.

    Hoje em dia, Atenas tem mais de dois milhes e meio de habitantes, e, embora tenha inmeras construes modernas, continua com suas runas que remetem aos memorveis tempos antigos. A cidade um dos principais pontos tursticos da Europa.

    Perodo Clssico

    Histria (ocidente)

    Pr-Histria

    Idade da PedraPaleolticoMesolticoNeoltico

    Idade dos MetaisIdade do CobreIdade do BronzeIdade do Ferro

    Idade AntigaAntiguidade OrientalAntiguidade clssicaAntiguidade tardia

    Idade Mdia

    Alta Idade Mdia

    Baixa Idade Mdia Idade Mdia PlenaIdade Mdia Tardia

    sculo XV

    Idade Moderna sculo XVIsculo XVII

    sculo XVIII

    Idade Contempornea sculo XIXsculo XX

    sculo XXI

    O Perodo Clssico estende-se entre 480 a.C. e 359 a.C. e dominado por Esparta e Atenas. Cada um destas Plis desenvolveu o seu modelo poltico (a oligarquia militarista em Esparta e a democracia aristocrata em Atenas).

    Ao nvel externo verifica-se a ascenso do Imprio Persa Aquemnida quando Ciro II conquista o reino dos medos. O Imprio Aquemnida prossegue uma poltica expansionista e conquista as cidades gregas da costa da sia Menor. Atenas e Ertria apoiam a revolta das cidades gregas contra o domnio persa, mas este apoio revela-se insuficiente j que os jnios so derrotados: Mileto tomada e arrasada e muitos jnios decidem fugir para as colnias do Ocidente. O comportamento de Atenas iria gerar uma reaco persa e esteve na origem das Guerras Mdicas (490-479 a.C.).

    Em 490 a.C. a tica invadida pelas foras persas de Dario I, que j tinham passado por Ertria, destruindo esta cidade. O encontro entre atenienses e persas ocorre em Maratona, saldando-se na vitria dos atenienses, apesar de estarem em desvantagem numrica.

    Dario prepara a desforra, mas falece em 485, deixando a tarefa ao seu filho Xerxes I que invadiu a Grcia em 480 a.C. Perante a invaso, os gregos decidem esquecer as diferenas entre si e estabelecem uma aliana composta por 31 cidades, entre as quais Atenas e Esparta, tendo sido atribuda a esta ltima o comando das operaes militares por terra e pelo mar. As foras espartanas lideradas

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    RESUMO DE CONCURSOS

    pelo rei Lenidas I conseguem temporariamente bloquear os persas na Batalha das Termpilas, mas tal no impede a invaso da tica. O general Temstocles tinha optado por evacuar a populao da tica para Salamina e sob a direco desta figura Atenas consegue uma vitria sobre os Persas em Salamina. Em 479 a.C. os gregos confirmam a sua vitria desta feita na Batalha de Platias. A frota persa foge para o mar Egeu, onde em 478 a.C. vencida em Mcale.

    Guerra do Peloponeso

    Com o fim das Guerras Mdicas, e em resultado da sua participao decisiva no conflito, Atenas torna-se uma cidade poderosa, que passa a intervir nos assuntos do mundo grego. Esparta e Atenas distanciam-se e entram em rivalidade, encabeando cada um delas uma aliana poltica e militar: no caso de Esparta era a Liga do Peloponeso e no caso de Atenas a Liga de Delos. Esta ltima foi fundada em 477 a.C. e era composta essencialmente por estados martimos que encontravam-se prximos do mar Egeu, que temiam uma nova investida persa. O centro administrativo da liga era a ilha de Delos.

    Para poder atingir o seus objectivos a Liga precisava possuir uma frota. Os seus membros poderiam contribuir para a formao desta com navios ou dinheiro, tendo muitos estados optado pela ltima opo. Com o tempo Atenas afirma-se como o estado mais forte da liga, facto simbolizado com a transferncia do tesouro de Delos para Atenas em 454 a.C.. Os Atenienses passam a considerar qualquer secesso da Liga como um acto de traio e punem os estados que tentam faz-lo. Esparta aproveita este clima para realizar a sua propaganda.

    As relaes entre as duas pleis atingem o grau de saturao em 431 a.C., ano em que se inicia a guerra. As causas para esta guerra, cuja principal fonte para o seu conhecimento o historiador Tucdides, so essencialmente trs. Antes do conflito Atenas prestara ajuda a Crcira, ilha do mar Jnio fundada por Corinto (aliada de Esparta), mas que era completamente independente. Atenas tambm decretara sanes econmicas contra Mgara, justificadas com base em uma alegada transgresso de solo sagrado entre Mgara e Atenas. Para alm disso, Atenas realiza um bloqueio naval cidade de Potideia, no norte da Grcia, sua antiga aliada que se revoltara e pedira ajuda a Corinto.

    Esparta lana um ultimato a Atenas: deve levantar as sanes a Mgara e suspender o bloqueio a Potideia. Pricles consegue convencer a Assembleia a rejeitar o ultimato e a guerra comea. Os Atenienses adoptam a estratgia proposta por Pricles, que advogava que a populao dos campos se concentrasse no interior das muralhas de Atenas; os alimentos e os recursos chegariam atravs do porto do Pireu. Contudo, a estratgia teve um resultado imprevisvel: a concentrao da populao, aliada a condies de baixa higiene provocou a peste que atingiu ricos e pobres e o prprio Pricles. A guerra continuou at 422 a.C. ano em que Atenas derrotada em Anfpolis. Na batalha morrem o general espartano Brsidas e o ateniense Clon, ficando o ateniense Ncias em condies de estabelecer a paz (Paz de Ncias, 421 a.C.). Apesar do suposto cessar das hostilidades, entre 421 e 414 as duas pleis continuam a combater, no directamente entre si, mas atravs do seus aliados, como demonstra a ajuda secreta dada a Argos por Atenas. Em 415 a.C. Alcibades convenceu a Assembleia de Atenas a lanar um ataque contra Siracusa, uma aliada de Esparta, em expedio que se revelou um fracasso. Com a ajuda monetria dos Persas, Esparta construiu uma frota, que foi decisiva para vencer a guerra. Na Primavera de 404 a.C. Atenas rende-se.

    Esse foi um tempo em que o mundo grego prosperou, com o fortalecimento das cidades-Estado e a produo de obras que marcariam profundamente a cultura e a mentalidade ocidental, mas foi tambm o perodo em que o mundo grego viu-se envolvido em longas e prolongadas guerras.

    Ascenso da Macednia

    O reino da Macednia, situado a norte da Grcia, emerge em meados do sculo IV a.C. como nova potncia. Os macednios que no falavam o grego e no adoptaram o modelo poltico dos gregos, eram vistos por estes como brbaros. Apesar disso, muitos nobres macednios aderiram cultura grega, tendo a Macednia sido responsvel pela difuso da cultura grega em novos territrios.

    Durante o reinado de Filipe II da Macednia o exrcito macednio adopta tcnicas militares superiores, que aliadas diplomacia e corrupo, vo permitir-lhe a dominar as cidades da Grcia. Nestas formam-se partidos favorveis a Filipe, mas igualmente partidos que se opem aos Macednios. Em 338 a.C. Filipe e o seu filho, Alexandre, o Grande, derrotam uma coligao grega em Queroneia, desta forma colocando a Grcia continental sob domnio macednio. Filipe organiza ento a Grcia em uma confederao, a Assembleia de Corinto, procurando unir os gregos com um objectivo comum: conquistar o Imprio Persa como forma de vingar pela invaso de 480 a.C. Contudo, Filipe viria a ser assassinado por um nobre macednio em Julho de 336 a.C., tendo sido sucedido pelo seu filho Alexandre.

    Alexandre concretizou o objectivo do pai, atravs da vitria nas batalhas de Granico, Isso e Gaugamela, marchando at ndia. No regresso, Alexandre era senhor de um vasto imprio que ia da sia Menor ao Afeganisto, passando pelo Egipto. Alexandre faleceu de forma prematura (possivelmente de malria) na Babilnia em 323 a.C.

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    RESUMO DE CONCURSOS

    Perodo Helenstico

    Aps a morte de Alexandre, os seus generais lutaram entre si pela posse do imprio. As cidades gregas aproveitam a situao para se livrarem do domnio macednio, mas foram subjugadas por Antpatro na Guerra Lamaca (323-322 a.C).

    Nenhum dos generais de Alexandre conseguiu reunir o imprio sob o seu poder. Em vez disso, nasceram vrios reinos que seguiriam percursos diferentes: Antgono fundou um reino que compreendia a Macednia, a Grcia e partes da sia Menor; Seleuco, estabeleceu um vasto reino que ia da Babilnia ao Afeganisto e Ptolemeu torna-se rei do Egipto.

    GUERRA DE TRIA

    Introduo

    A Guerra de Tria foi um conflito blico entre aqueus (um dos povos gregos que habitavam a Grcia Antiga) e os troianos, que habitavam uma regio da atual Turquia. Esta guerra, que durou aproximadamente 10 anos, aconteceu entre 1300 e 1200 a.C.

    Causa da guerra

    Gregos e troianos entraram em guerra por causa do rapto da princesa Helena de Tria (esposa do rei lendrio Menelau), por Pris (filho do rei Pramo de Tria). Isto ocorreu quando o prncipe troiano foi Esparta, em misso diplomtica, e acabou apaixonando-se por Helena. O rapto deixou Menelau enfurecido, fazendo com que este organiza-se um poderoso exrcito. O general Agamenon foi designado para comandar o ataque aos troianos. Usando o mar Egeu como rota, mais de mil navios foram enviados para Tria.

    A Guerra

    O cerco grego Tria durou cerca de 10 anos. Vrios soldados foram mortos, entre eles os heris gregos Heitor e Aquiles (morto aps ser atingido em seu ponto fraco, o calcanhar).

    A guerra terminou aps a execuo do grande plano do guerreiro grego Odisseu. Sua idia foi presentear os troianos com um grande cavalo de madeira. Disseram aos inimigos que estavam desistindo da guerra e que o cavalo era um presente de paz. Os troianos aceitaram e deixaram o enorme presente ser conduzido para dentro de seus muros protetores. Aps uma noite de muita comemorao, os troianos foram dormir exaustos. Neste momento, abriram-se portas no cavalo de madeira e saram centenas de soldados gregos. Estes abriram as portas da cidade para que os gregos entrassem e atacassem a cidade de Tria at sua destruio.

    Os eventos finais da guerra so contados na obra Ilada de Homero. Sua outra obra potica, Odissia, conta o retorno do guerreiro Odisseu e seus soldados ilha de taca.

    Mito ou fato histrico?

    Durante muitos sculos, acreditava-se que a Guerra de Tria fosse apenas mais um dos mitos da mitologia grega. Porm, com a descoberta e estudo de um stio arqueolgico na Turquia, pode-se comprovar que este importante fato histrico da antiguidade realmente ocorreu. Porm, muitos aspectos entre mitologia e histria ainda no foram identificados e se confundem. Mas o que se sabe que esta guerra ocorreu de fato.

    HISTRIA DA ROMA ANTIGA E IMPRIO ROMANO

    A histria de Roma Antiga fascinante em funo da cultura desenvolvida e dos avanos conseguidos por esta civilizao. De uma pequena cidade, tornou-se um dos maiores imprios da antiguidade. Dos romanos, herdamos uma srie de caractersticas culturais. O direito romano, at os dias de hoje est presente na cultura ocidental, assim como o latim, que deu origem a lngua portuguesa, francesa, italiana e espanhola.

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    RESUMO DE CONCURSOS

    Explicao mitolgica

    Os romanos explicavam a origem de sua cidade atravs do mito de Rmulo e Remo. Segundo a mitologia romana, os gmeos foram jogados no rio Tibre, na Itlia. Resgatados por uma loba, que os amamentou, foram criados posteriormente por um casal de pastores. Adultos, retornam a cidade natal de Alba Longa e ganham terras para fundar uma nova cidade que seria Roma.

    Explicao histrica e Monarquia Romana(753 a.C a 509 a.C)

    De acordo com os historiadores, a fundao de Roma resulta da mistura de trs povos que foram habitar a regio da Pennsula Itlica: gregos, etruscos e italiotas. Desenvolveram na regio uma economia baseada na agricultura e nas atividades pastoris. A sociedade, nesta poca, era formada por patrcios ( nobres proprietrios de terras ) e plebeus ( comerciantes, artesos e pequenos proprietrios ). O sistema poltico era a monarquia, j que a cidade era governada por um rei de origem patrcia. A religio neste perodo era politesta, adotando deuses semelhantes aos dos gregos, porm com nomes diferentes. Nas artes destacava-se a pintura de afrescos, murais decorativos e esculturas com influncias gregas.

    Repblica Romana (509 a.C. a 27 a.C)

    Durante o perodo republicano, o senado Romano ganhou grande poder poltico. Os senadores, de origem patrcia, cuidavam das finanas pblicas, da administrao e da poltica externa. As atividades executivas eram exercidas pelos cnsules e pelos tribunos da plebe. A criao dos tribunos da plebe est ligada s lutas dos plebeus por uma maior participao poltica e melhores condies de vida. Em 367 a.C, foi aprovada a Lei Licnia, que garantia a participao dos plebeus no Consulado (dois cnsules eram eleitos: um patrcio e um plebeu). Esta lei tambm acabou com a escravido por dvidas (vlida somente para cidados romanos).

    Formao e Expanso do Imprio Romano

    Aps dominar toda a pennsula itlica, os romanos partiram para as conquistas de outros territrios. Com um exrcito bem preparado e muitos recursos, venceram os cartagineses, liderados pelo general Anibal, nas Guerras Pnicas (sculo III a.C). Esta vitria foi muito importante, pois garantiu a supremacia romana no Mar Mediterrneo. Os romanos passaram a chamar o Mediterrneo de Mare Nostrum. Aps dominar Cartago, Roma ampliou suas conquistas, dominando a Grcia, o Egito, a Macednia, a Glia, a Germnia, a Trcia, a Sria e a Palestina.

    Com as conquistas, a vida e a estrutura de Roma passaram por significativas mudanas. O imprio romano passou a ser muito mais comercial do que agrrio. Povos conquistados foram escravizados ou passaram a pagar impostos para o imprio. As provncias (regies controladas por Roma) renderam grandes recursos para Roma. A capital do Imprio Romano enriqueceu e a vida dos romanos mudou.

    Principais imperadores romanos

    Augusto (27 a.C. - 14 d.C), Tibrio (14-37), Caligula (37-41), Nero (54-68), Marco Aurelio (161-180), Comodus (180-192).

    Po e Circo

    Com o crescimento urbano vieram tambm os problemas sociais para Roma. A escravido gerou muito desemprego na zona rural, pois muitos camponeses perderam seus empregos. Esta massa de desempregados migrou para as cidades romanas em busca de empregos e melhores condies de vida. Receoso de que pudesse acontecer alguma revolta de desempregados, o imperador criou a poltica do Po e Circo. Esta consistia em oferecer aos romanos alimentao e diverso. Quase todos os dias ocorriam lutas de gladiadores nos estdios ( o mais famoso foi o Coliseu de Roma ), onde eram distribudos alimentos. Desta forma, a populao carente acabava esquecendo os problemas da vida, diminuindo as chances de revolta.

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    RESUMO DE CONCURSOS

    Cultura Romana

    A cultura romana foi muito influenciada pela cultura grega. Os romanos copiaram muitos aspectos da arte, pintura e arquitetura grega.

    Os balnerios romanos espalharam-se pelas grandes cidades. Eram locais onde os senadores e membros da aristocracia romana iam para discutirem poltica e ampliar seus relacionamentos pessoais.

    A lngua romana era o latim, que depois de um tempo espalhou-se pelos quatro cantos do imprio, dando origem na Idade Mdia, ao portugus, francs, italiano e espanhol.

    A mitologia romana representava formas de explicao da realidade que os romanos no conseguiam explicar de forma cientfica. Trata tambm da origem de seu povo e da cidade que deu origem ao imprio. Entre os principais mitos romanos, podemos destacar: Rmulo e Remo e O rapto de Proserpina.

    Religio Romana

    Os romanos eram politestas, ou seja, acreditavam em vrios deuses. A grande parte dos deuses romanos foram retirados do panteo grego, porm os nomes originais foram mudados. Muitos deuses de regies conquistadas tambm foram incorporados aos cultos romanos.

    Os deuses eram antropomrficos, ou seja, possuam caractersticas ( qualidades e defeitos ) de seres humanos, alm de serem representados em forma humana. Alm dos deuses principais, os romanos cultuavam tambm os deuses lares e penates. Estes deuses eram cultuados dentro das casas e protegiam a famlia.

    Principais deuses romanos : Jpiter, Juno, Apolo, Marte, Diana, Vnus, Ceres e Baco.

    Crise e decadncia do Imprio Romano

    Por volta do sculo III, o imprio romano passava por uma enorme crise econmica e poltica. A corrupo dentro do governo e os gastos com luxo retiraram recursos para o investimento no exrcito romano. Com o fim das conquistas territoriais, diminuiu o nmero de escravos, provocando uma queda na produo agrcola. Na mesma proporo, caia o pagamento de tributos originados das provncias. Em crise e com o exrcito enfraquecido, as fronteiras ficavam a cada dia mais desprotegidas. Muitos soldados, sem receber salrio, deixavam suas obrigaes militares.

    Os povos germnicos, tratados como brbaros pelos romanos, estavam forando a penetrao pelas fronteiras do norte do imprio. No ano de 395, o imperador Teodsio resolve dividir o imprio em: Imprio Romano do Ocidente, com capital em Roma e Imprio Romano do Oriente (Imprio Bizantino), com capital em Constantinopla. Em 476, chega ao fim o Imprio Romano do Ocidente, aps a invaso de diversos povos brbaros, entre eles, visigodos, vnd