hoje macau 18 jan 2013 #2775

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MUITO NUBLADO MIN 10 MAX 17 HUM 55-85% EURO 10.4 BAHT 0.2 YUAN 1.2 AGÊNCIA COMERCIAL PICO 28721006 MOP$10 DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ SEXTA-FEIRA 18 DE JANEIRO DE 2013 ANO XII Nº 2775 PUB PUB PUB Ter para ler EXPOSIÇÃO DE FOTOGRAFIA José Drummond apresenta “The Ghost” no MAM CENTRAIS LEI DO PATRIMÓNIO Deputados podem não ter tempo de acabar análise PÁGINA 3 CANÍDROMO Governo revela que galgo Brooklyn está de baixa PÁGINA 13 LEGISLAÇÃO Gabriel Tong defende uso da Língua Portuguesa PÁGINA 2 Viver em hotel é que está a dar IMOBILIÁRIO Economista considera previsões desonestas Viver num hotel durante 20 anos pode ser uma alter- nativa à compra de uma casa que custe 10 milhões de patacas. A comparação, “caricata e indesejável”, como afirma o deputado José Pereira Coutinho, faz parte de uma análise ao mercado imobiliário que o Hoje Macau fez. Também Albano Martins não aconselha a situação a ninguém por considerar que a compra de casa “é um direito”contudo, o economista, considera que “a maior parte das agências de imobiliário não é honesta” na hora de divulgar as suas previsões sobre o mercado. PÁGINAS 6 E 7 VENHAM MAIS CINCO (SÉCULOS) PUB h MACAU CAM 17 MIL MILHÕES DE PATACAS DINHEIRO DO GOVERNO SERVIU PARA PAGAR EMPRÉSTIMO PÁGINA 2 A QUALIDADE DEVIDA

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Edição do Hoje Macau de 18 de Janeiro de 2013 • Ano X • N.º 2775

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Page 1: Hoje Macau 18 JAN 2013 #2775

MUITO NUBLADO MIN 10 MAX 17 HUM 55-85% • EURO 10.4 BAHT 0.2 YUAN 1.2

AGÊNCIA COMERCIAL PICO • 28721006 MOP$10 DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ • SEXTA-FEIRA 18 DE JANEIRO DE 2013 • ANO XII • Nº 2775

PUB PUB

PUB

Ter para ler

EXPOSIÇÃO DE FOTOGRAFIA

José Drummond apresenta “The Ghost” no MAM

CENTRAIS

LEI DO PATRIMÓNIO

Deputados podem não ter tempo de acabar análise

PÁGINA 3

CANÍDROMO

Governo revelaque galgo Brooklyn está de baixa

PÁGINA 13

LEGISLAÇÃO

Gabriel Tong defende uso da Língua Portuguesa

PÁGINA 2

Viver em hotelé que está a dar

IMOBILIÁRIO Economistaconsidera previsões desonestas

Viver num hotel durante 20 anos pode ser uma alter-nativa à compra de uma casa que custe 10 milhões de patacas. A comparação, “caricata e indesejável”, como afirma o deputado José Pereira Coutinho, faz parte de uma análise ao mercado imobiliário que o Hoje Macau fez. Também Albano Martins não aconselha a situação a ninguém por considerar que a compra de casa “é um direito”contudo, o economista, considera que “a maior parte das agências de imobiliário não é honesta” na hora de divulgar as suas previsões sobre o mercado.

PÁGINAS 6 E 7

VENHAM MAIS CINCO (SÉCULOS)

PUB

h

• MACAU

CAM 17 MIL MILHÕES DE PATACAS

DINHEIRO DO GOVERNO SERVIU PARA PAGAR EMPRÉSTIMO

PÁGINA 2

A QUALIDADE DEVIDA

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sexta-feira 18.1.2013política2 www.hojemacau.com.mo

Joana [email protected]

A pergunta foi feita por José Pereira Coutinho na As-sembleia Legislativa: para que serviram os 17 mil

milhões de patacas que o Governo injectou na Companhia do Aeroporto de Macau (CAM)? O Hoje Macau questionou ontem a Autoridade da Aviação Civil do território (AACM), que explicou que o valor serviu para pagar empréstimos pedidos pela companhia, aquando da necessidade de construção do aeroporto interna-cional de Macau.

De acordo com um assessor da AACM, a CAM precisou de “pedir um empréstimo sindicalizado a longo-prazo” – ou seja, de recorrer a diversas instituições financeiras – “para adquirir capital suficiente para a construção do aeroporto em 1994”. Isto, depois de, em 1980, o Governo se ter apercebido da neces-sidade de construir um aeroporto internacional para ligações directas com o exterior. “Para assegurar que havia capital suficiente para concretizar o projecto de construir o aeroporto, o Governo concedeu uma garantia de empréstimo à CAM para financiar parcialmente a construção do aeroporto e adquirir instalações”, explica um assessor da AACM ao Hoje Macau. Ou seja, no caso da companhia não conseguir pagar o empréstimo, o Executivo teria de interceder. A CAM viu-se obrigada a utilizar esta medida. “Desde aí que a CAM tem estado a perder dinheiro e não tinha capacidade para pagar os empréstimos ao banco”, frisa a AACM. “A fim de não prejudicar o desenvolvimento saudável e orde-nado da nossa indústria de aviação e conseguir cumprir o objectivo de

Autoridade de Aviação Civil justifica investimento na CAM com falta de capacidade da companhia em pagar empréstimo

Dinheiro serviu para construção do aeroporto

JOSÉ Pereira Coutinho voltou ontem a insistir na questão da contratação de

trabalhadores ilegais no sector das con-venções e exposições. O deputado, que já tinha falado no assunto em Novembro do ano passado, volta a questionar o Governo sobre as medidas de combate a este tipo de funcionários, uma vez que tanto os recém-licenciados em cursos da área, como os fotógrafos locais se

Cecília [email protected]

O deputado nomeado e vice-director do De-partamento de Direito da Universidade de

Macau, Gabriel Tong, deu ontem uma palestra ao alunos da Universidade de Ciências e Tecnologia (MUST) sobre a compreensão da legislação na sociedade. O académico mostrou-se preocupado com o facto de algumas pessoas considerarem que a Língua Portuguesa pode ser excluída da lei. Gabriel Tong afirma que a língua não só é característica de Macau, como serve para indicar o território como a plataforma para os países de Língua Portuguesa e discorda com o pensamento da sociedade. “Não concordo que alguém que não saiba português, não entende a lei de Macau, até porque as disposições da lei estão claras no papel. Mas temos de ver que cancelar a função da Língua Portuguesa na lei é algo que não deve ser considerado.”

Após o retorno à pátria, relembrou, já não é

necessário utilizar apenas o português na lei, pelo que cabem as duas línguas na legislação. “Agora, a comunicação corre bem e os legisladores tanto sabem português como chinês. Logo, a legislação pode ser formulada em formato bilingue.”

Gabriel Tong diz também que Macau tem uma característica especial devido às duas lín-guas oficiais, que faz com que sejam muitos os casos acumulados no tribunal devido à falta de funcionários profissionais em tradução.

desenvolver Macau como um centro de turismo mundial, os accionistas da CAM estudaram a forma de resolver os passivos, desde 2010. A CAM decidiu, em Assembleia Geral

Extraordinária, de Maio de 2012, reduzir o capital inicial e emitir acções preferenciais resgatáveis”, isto é, que poderiam ser compradas novamente pela empresa, “cujo va-

lor era de 19 mil milhões de patacas, e emitir novas acções para adquirir fundos para pagar os empréstimos bancários.”

O plano foi efectivado em

Junho do ano passado e “67% dessas acções foram adquiridas pelo Governo de Macau”, enquanto a “Sociedade de Turismo e Diver-sões de Macau obteve 33%”.

A AACM assegura que o plano só foi para a frente uma vez que “foi perceptível que o aeroporto internacional de Macau servia como estrutura de apoio ao turismo e que era necessário criar um plano novo e a longo-prazo para o aeroporto”.

PERSPECTIVAS CONTRÁRIAS Recorde-se que a questão foi levantada pelo deputado Pereira Coutinho ainda no ano passado, frente ao secretário para as Obras Públicas e Transportes Lau Si Io. O deputado frisou ter-se apercebido da injecção “de 17 mil milhões de patacas” na CAM para “a construção de uma segunda pista” no aeroporto. O montante constava no orçamento para o ano passado.

A justificação que Lau Si Io deu na AL não convenceu, com Pereira Coutinho a não perceber a necessidade de se injectar dinheiro numa companhia “que era abastada porque tinha terrenos”.

Na resposta de ontem dada pela AAMC ao Hoje Macau, a assessoria assegura que o Governo adquiriu 13 mil milhões de patacas – e não os 17 mil milhões de que Pereira Coutinho fala -, mas não corrige o Hoje Macau quando questionada sobre o valor ser de 17 mil milhões, não sendo exactamente perceptível quanto foi realmente o valor injec-tado na companhia.

Recorde-se que o Governo já mencionou que a CAM vai pagar este valor ao Governo, que apesar de ter sido injectado devido à compra de acções – como explica a AACM na resposta – terá servido de empréstimo.

Convenções com trabalhadores ilegais

A roubar lugarGabriel Tong não concorda

com cancelamento da Língua Portuguesa na legislação

Cabem as duas línguas

Transparência judicial Quando questionado sobre o caso do mangal da Taipa, Gabriel Tong disse que o Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM) precisa de dar mais explicações ao público. Como já tinha feito esta semana, Gabriel Tong voltou ontem a pedir que seja reforçada a transparência judicial. “Temos de tentar obter a confiança do público, por isso digo sempre que a transparência judicial tem que ser melhoradaa, bem como a promoção de justiça à sociedade.”

queixam de estar a ser prejudicados nos seus empregos. “Os queixosos afirmaram que têm descoberto, em pontos turísticos e em hotéis e ruas de Macau, muitas caras desconhecidas a exercer a actividade [de fotografia], e a maior parte vem do interior da China e de Hong Kong, não estando autorizada a trabalhar em Macau.”

Sem ainda ter recebido uma res-posta do Executivo, Pereira Coutinho insiste que permitir a permanência deste tipo de trabalhadores no terri-tório vai prejudicar as oportunidades de trabalho dos locais, até porque, muitos deles, já residem em Macau e, “como têm visto de turista, nem pagam impostos”.

O deputado pede ainda respostas sobre o que tenciona fazer o Executivo para evitar que pessoas com visto de turista possam trabalhar ilegalmente em Macau. - J.F.

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3políticasexta-feira 18.1.2013 www.hojemacau.com.mo

Joana [email protected]

OS deputados da 3.ª Comissão Perma-nente da Assem-bleia Legislativa

(AL), encarregues de analisar na especialidade a proposta de Lei de Salvaguarda do Patri-mónio, estão numa corrida contra o tempo para que o diploma possa ser aprovado ainda nesta legislatura. Che-ang Chi Keong, presidente da comissão, frisou ontem que vai necessitar de acelerar os trabalhos de análise de forma a que a proposta de lei não caia. Isto porque a IV legislatura da AL termina a 17 de Agosto. “O nosso maior problema é o tempo. Só temos aproximadamen-te seis meses [tempo útil] para concluir o trabalho e podemos não conseguir. Até Agosto, o parecer tem de estar assinado e agendada a discussão agendada para o plenário”, explicou Cheang Chi Keong.

Para conseguir termi-nar a análise a aprovar a lei, a Comissão optou por modificar a metodologia de trabalho. Para isso, os deputados pediram a pre-sença do secretário Cheong U, da tutela dos Assuntos Sociais e Cultura, em todas as reuniões “para analisar artigo a artigo em conjun-to”. A intenção é que o Go-verno fique imediatamente a par das preocupações da comissão. “Podemos pedir logo à assessoria que co-

Deputados receiam não terem tempo para acabaranálise da Lei do Património durante esta legislatura

Corrida contra o tempo

mece a elaborar os artigos prontos”, frisou Cheang Chi Keong.

O presidente assegura que a Comissão está disposta a reunir “de forma intensa” durante dois meses para que a proposta esteja concluída a tempo, mas admite que são muitas as dificuldades a serem superadas. “Vamos reunir antes do ano novo chinês, porque depois alguns

deputados da comissão não vão ter tempo para reunir porque vão estar ausentes. Vamos trabalhar a todo o vapor após o ano novo chi-nês. O tempo é apertado, mas Cheong U comprometeu-se a apoiar-nos.”

Caso não seja possível a presença do secretário, os deputados pedem, pelo me-nos, a presença do presidente do IC. Uma coisa é certa: “a

aprovação tem de ser feita antes do dia 17 de Agosto, porque acaba a sessão legis-lativa, senão a proposta de lei não pode transitar e terá de ser apresentada novamente.”

MAIS PERGUNTASQUE OPINIÕES A Lei de Salvaguarda do Património foi aprovada na generalidade em Outu-bro, passando para análise

mais específica da comissão no mês seguinte. Dado “o impacto que a protecção do património tem na socieda-de”, os deputados decidiram realizar uma nova consulta pública sobre o projecto de lei.

A ideia era que fossem apresentadas sugestões so-bre a lei, mas de acordo com o que Cheang Chi Keong transmitiu aos jornalistas

após a reunião de ontem na AL, foram mais as per-guntas do que as opiniões. “Chegaram sete cartas [válidas]. Praticamente ver-sam sobre os cada um dos artigos, perguntam como funciona o mecanismo de indemnização em caso de expropriação e se o Governo vai dar apoio financeiro ou não para a preservação ou manutenção dos edifícios particulares.”

Cheang Chi Keong indi-cou que as cartas recebidas com sugestões não vão ser divulgadas publicamente, “porque alguns pediram o anonimato”, mas serão tidas em conta para a análise na especialidade. A maioria das sugestões era de asso-ciações e chegou uma de uma empresa de construção civil.

Recorde-se que a Lei de Salvaguarda do Património foi uma das exigências da UNESCO quando, em 2005, Macau foi conside-rado património histórico mundial. O diploma está a ser elaborado há mais de quatro anos e deveria ter sido implementado o ano passado, uma vez que, no próximo mês, Macau tem de entregar um relatório sobre a conservação do património à UNESCO. O Governo já disse que a lei não vai estar aprovada antes disso e a comissão encarregue de analisar o diploma teme agora não ter tempo de aprovar a lei ainda este ano.

Cecília [email protected]

FOI em Setembro do ano pas-sado que a Associação Novo

Macau (ANM) entregou uma queixa junto do Comissariado contra a Corrupção (CCAC) rela-tivamente ao regulamento sobre o direito de constituir associações, onde pedem que seja definido um limite máximo de financiamento anual para as associações e que as mesmas sejam obrigadas a publicar os seus relatórios e contas. Na sua resposta, o CCAC diz que a lei 2/99 está a ser cumprida, mas avisa o Executivo. “O Governo tem de melhorar o formato em termos de procedimentos e supervisão dos subsídios atribuídos.”

Contudo, a resposta não agra-dou à ANM, que pede que Vasco Fong “vá além” do que é frisado no documento. O CCAC afirma que a legislação está a ser cumprida no que diz respeito à atribuição dos subsídios, mas a ANM exige que seja fixado um valor máximo em que seja obrigatório apresentar

Novo Macau quer ver erro jurídico da resposta resolvido

Governo leva puxão de orelhas o relatório e contas. Jason Chao diz que apenas são referidos os dinheiros públicos, mas que as associações nunca explicitam os

nos primeiros 20 lugares dos que recebem dinheiro, para ser justo para com o público.”

ERRO JURÍDICOContudo, a resposta também não agradou à ANM por outros motivos. Os democratas apontam um erro na resposta, em termos de análise jurídica, por terem evocado um despacho datado de 1997, quando a situação a que se referem diz respeito à lei 2\99, que fala da obrigatoriedade das associações em apresentar o relatório anual um mês depois da aprovação das suas contas. “Como é que um regulamento de 1999 pode ter sido implementa-do em 1997? Um erro destes é inaceitável para um organismo como o CCAC. Leva-me a pen-sar que o CCAC se transformou numa entidade para proteger os governantes”, acusou Jason Chao, presidente da ANM. Já o deputado Ng Kuok Cheong exigiu a correcção do erro, caso contrário, a ANM promete ter outra reunião com o organismo.

montantes privados que recebem. “A ANM não precisa de finan-ciamento do Governo, mas para algumas associações pequenas o

financiamento não é tão grande como outras mais tradicionais. É melhor o Governo publicar a conta das associações que estão

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4 política sexta-feira 18.1.2013www.hojemacau.com.mo

EDITALEdital nº: 110/E/2012 Processo nº: 663/BC/2012/F Assunto: Notificação do despacho de embargo e início do procedimento de audiência

pela infracção às respectivas disposições do Regulamento de Segurança Contra Incêndios (RSCI)

Local: Beco do Lilau nº 9, Edf. Kam Long Garden, Bloco 2, fracção 3º andar A, Macau

Chan Pou Ha, Directora Substituta da Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT), faz saber por este meio ao dono da obra ou seu mandatário, ao encarregado da obra, aos técnico responsável pela obra e executores da obra existente no local acima indicado, cujas identidades se desconhecem, o seguinte: 1. Em 04/07/2012, o agente de fiscalização desta DSSOPT deslocou-se ao local acima

indicado e verificou a realização de obra sem licença cuja descrição e situação é a seguinte:

Obra Situação da obra Infracção ao RSCI e motivo da demolição

1.1 Instalação de gaiola e suporte metálicos na fachada do edifício junto à janela da fracção

Em curso Infracção ao nº 12 do artigo 8º, obstrução do acesso aos pontos de penetração no edifício.

2. Nestas circunstâncias e em cumprimento do disposto no no 3 do artigo 88o do RSCI, aprovado pelo Decreto-Lei no 24/95/M, de 9 de Junho, o agente de fiscalização ordenou a imediata suspensão da execução da obra.

3. Nos termos do nº 1 do artigo 88º do RSCI, por meu despacho de 07/08/2012, exarado sobre a informação nº 4140/DURDEP/2012 de 11/07/2012, confirmei a suspensão de trabalhos e determinei o embargo da obra.

4. O despacho de embargo acima indicado só pode ser levantado depois de cessar o motivo que o determinou, em conformidade com o preceituado no nº 9 do artigo 88º do RSCI.

5. A continuação dos trabalhos depois do embargo, notificado pelo presente edital, sujeita os donos, responsáveis e executores da obra (quer sejam empreiteiros ou tarefeiros) às penas do crime de desobediência qualificada, nos termos do nº 6 do artigo 88º do RSCI.

6. A janela acima referida é considerada como ponto de penetração para realização de operações de salvamento de pessoas e de combate a incêndios, não pode a mesma ser dificultada com elementos fixos ( gaiolas, grelhagens, etc.), de acordo com o disposto no nº 12 do artigo 8º. As alterações introduzidas pelo infractor nos referidos espaços, descritas no ponto 1 do presente edital, contrariam a função desses espaços enquanto ponto(s) de penetração no edifício e comprometem a segurança de pessoas e bens em caso de incêndio. Assim, a obra executada não é susceptível de legalização pelo que terá necessariamente de ser determinada pela DSSOPT a sua demolição a fim de ser reintegrada a legalidade urbanística violada.

7. Nos termos do no 7 do artigo 87o do RSCI, aprovado pelo Decreto-Lei no 24/95/M, de 9 de Junho, a infracção ao disposto no no 12 do artigo 8o, é sancionável com multa de $2 000,00 a $20 000,00 patacas.

8. Considerando a matéria referida nos pontos 5 e 6 do presente edital, podem os interessados, querendo, pronunciar-se por escrito sobre a mesma e demais questões objecto do procedimento, no prazo de 5 (cinco) dias contados a partir da data de publicação do presente edital, podendo requerer diligências complementares e oferecer os respectivos meios de prova, em conformidade com o disposto no nº 1 do artigo 95º do RSCI.

9. O processo pode ser consultado durante as horas de expediente nas instalações da Divisão de Fiscalização do Departamento de Urbanização desta DSSOPT, situadas na Estrada de D. Maria II, n.o 33, 15.º andar, Macau (telefones nos 85977154 e 85977227).

10. Nos termos do artigo 97º do RSCI e das competências delegadas pelos nos 1 e 4 da Ordem Executiva nº 124/2009, publicada no Boletim Oficial da RAEM, Número Extraordinário, I Série, de 20 de Dezembro de 2009, da decisão referida no ponto 2 do presente edital cabe recurso hierárquico necessário para o Secretário para os Transportes e Obras Públicas, a interpor no prazo de 8 (oito) dias contados a partir da data de publicação do presente edital.

11. O recurso referido no número anterior não tem efeito suspensivo, devendo por isso a obra manter-se embargada.

Aos 07 de Agosto de 2012

Directora dos Serviços, Substituta

Engª Chan Pou Ha

Cecília [email protected]

O deputado e presidente da Associação dos Tra-

balhadores da Função Pú-blica (ATFPM) José Pereira Coutinho questionou ontem, em interpelação escrita, a condecoração de Lei Chin Ion – condecorado com a medalha de mérito profissio-nal - e Ma Io Weng – con-decorado com a medalha de valor. Escolhidos em 2012 pelo Chefe do Executivo,

NOVOS impressos onde são exigidas informações mais detalhadas, mais

medidas para realizar auditorias às contas das associações financiadas lançadas ainda este ano. São estas as novidades apresenta-das pela Fundação Macau (FM) no que diz respeito aos apoios concedidos, que tanta tinta já fizeram correr na imprensa.

Segundo um comunicado oficial, a entidade “relembra que vai continuar a ser escrupulosa na fiscalização das actividades ou projectos financiados”, através da “ve-racidade das despesas e da compatibilidade do orçamento com os custos efectivos da actividade”.

Para além disso, a FM garante que todos os relatórios e contas anuais das associações apoiadas deverão ser entregues à entidade até ao próximo dia 31. “A FM apela às institui-ções que pretendem pedir apoio financeiro para cooperarem com as novas medidas, e elaborarem uma apresentação mais porme-norizada sobre as actividades”, pode ler-se no documento.

As associações têm, assim, um prazo de três meses para se adaptarem aos novos impressos, sendo que os modelos antigos dos requerimentos podem continuar a ser usados, mas só até 17 de Abril. Os novos documentos prometem ter informações mais precisas, “de modo a regular e supervisionar as matérias relevantes que devem ser dadas a conhecer à FM, quando for apresentado o requerimento de apoio financeiro”.

“SIMPLICIDADE E MODÉSTIA”Para além disso, é exigida uma “aplicação adequada dos recursos financeiros e à rea-lização atempada do projecto, fazendo uso para tal de toda a simplicidade e modéstia na sua concretização, dado que irá certamente promover o bem-estar da população e o desenvolvimento social”.

A FM determina ainda regras mais

apertadas quanto à apresentação dos re-latórios e contas. “O beneficiário de um apoio financeiro para actividades anuais, deve elaborar e entregar um relatório final das actividades, antes de 31 de Janeiro do ano seguinte. O beneficiário de um apoio financeiro para uma só actividade deve entregar um relatório final nos trinta dias seguintes à sua conclusão. O requerimento de concessão de apoio financeiro deve ser formulado com antecedência mínima de 60 dias face à realização do projecto ao qual se destina o apoio financeiro reque-rido.” - A.S.S.

Pereira Coutinho critica condecorações do Executivo

Estes dois é que nãoo director dos Serviços de Saúde e o Chefe do Corpo de Bombeiros, respectiva-mente, são considerados inaptos para a imposição destes títulos pelo deputado.

Pereira Coutinho asse-gura que critica as escolhas “não porque tenha ciúmes dos senhores”, mas porque considera que Lei Chin Ion não tem capacidade para gerir os Serviços de Saúde, apontado que estes prestam maus serviços à população, e recorda ainda que Ma Io

Weng está envolvido num processo no Tribunal Admi-nistrativo por ilegalidades. “É uma grande dúvida de como podem estes dois ter elogios do Governo”, indica Pereira Coutinho, que questiona o Executivo sobre quando será aberto para avaliar a liderança dos dois homens.

O deputado quer ainda saber se haverá um proces-so disciplinar para Ma Io Weng, que está em tribunal por alegado abuso de poder.

Relatórios de associaçõesdevem chegar até ao final do mês

Fundação Macau “escrupulosa” a fiscalizar

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5sexta-feira 18.1.2013 www.hojemacau.com.mo sociedade

A CITIC Telecom garantiu emprésti-mos junto de oito bancos para a com-

pra de 79% da Companhia de Telecomunicações de Macau detidos pela Portugal Telecom e Cable & Wireless Com-munications, noticiou hoje a imprensa de Hong Kong.

De acordo com a edição de ontem do jornal publica-do em língua inglesa South China Morning Post, a CI-TIC Telecom International conseguiu 1,16 mil milhões de dólares em empréstimos junto de oito bancos para a operação de compra da Companhia Telecomunica-ções de Macau (CTM).

“Duzentos milhões de dólares serão emprestados a um ano, enquanto o restante montante será através de em-préstimos a cinco anos”, disse o director financeiro da CITIC Telecom, David Chan.

Os empréstimos serão garantidos por um banco com ligações ao interior da China e por outros do Japão, Singapura e Nova Zelândia, indicou o mesmo responsável.

A Portugal Telecom (PT) e a britânica Cable & Wireless Communica-tions (C&W), accionistas maioritários da Companhia de Telecomunicações de

A direcção da Associação de Im-prensa em Português e Inglês

de Macau (AIPIM) pediu a demis-são. De acordo com o presidente demissionário, Paulo Azevedo, em declarações à Rádio Macau, trata-se de uma iniciativa tomada apenas em nome de um compromisso com os associados aquando do último acto eleitoral.

De acordo com a rádio, os corpos sociais vão manter-se nas funções até haver novas eleições. Estas não têm, contudo, data marcada.

Paulo Azevedo disse à rádio esperar que “a classe participe no próximo acto eleitoral e que haja uma ou mais listas de candidatos, com projectos interessantes e com ideias importantes para o desenvol-vimento da associação”.

Para já sem candidatos, a associação, diz Paulo Azevedo, tem um balanço positivo destes quatro anos, destacando a inten-sa actividade que permitiu mais visibilidade na sociedade civil: “Organizámos com enormíssi-mo impacto não só o primeiro

congresso dos jornalistas de Macau mas também a primeira assembleia-geral da Federação de Jornalistas de Língua Portuguesa, com enviados de praticamente todos os países lusófonos aqui a Macau. Foi uma altura im-portantíssima para pensarmos o que vai bem e o que vai mal na comunicação social, não só em Macau, mas também nos países de língua portuguesa. Acho que para uma associação que ainda é relativamente recente estamos no bom caminho”.

Do lado negativo, Paulo Azeve-do lamenta que, ao fim de quatro anos, a Associação de Imprensa não tenha ainda uma sede. “É o nosso calcanhar de Aquiles”, diz o jornalista, justificando que uma sede “é importante porque uma as-sociação que já tem esta dimensão precisa urgentemente de um local que possa servir para a reunião dos corpos gerentes, e também para um serviço administrativo que permita tratar das questões diárias da associação”, diz à Rádio Macau.

TRINTA e quatro empresas foram constituídas em Macau

por sócios residentes em Portugal entre Janeiro e Outubro de 2012, um crescimento superior a 30 % em relação às 23 registadas nos mesmos parâmetros nos doze meses anteriores, indicam dados oficiais.

O sector da prestação de ser-viços continuou, nos primeiros

CITIC Telecom pede empréstimos a oito bancos para comprar CTM

Os 79% que custam caro

Macau com participações respectivas de 28% e 51%, anunciaram no domingo a venda das suas participações na CTM à CITIC Telecom International Holdings, que até agora detinha 20% do capital.

A venda da C&W foi acordada pelo valor de 749,7

milhões de dólares, e a par-ticipação da PT pelo valor de 411,6 milhões de dólares.

O negócio que, carece de autorizações, deve estar concluído entre seis a nove meses.

A CITIC Telecom passa a controlar 99% das acções da empresa, e a ter o controlo

do negócio, quando as duas operações forem concluídas.

Os Correios de Macau mantêm a participação de 1% no capital da CTM.

Estabelecida em 1981, a CTM é o único operador de telecomunicações de rede fixa e de serviços de internet em Macau e detém

Direcção da Associação de Imprensaem Português e Inglês de Macau demite-se

Uma questão legalMais empresas com capital português abrem em Macau

RAEM promissora

47% da quota de mercado do serviço de telecomunicações móveis.

A CITIC Telecom é uma empresa cotada na Bolsa de Valores de Hong Kong, e membro do Grupo CITIC Corporation of China.

No domingo, após o anúncio da venda da posição

na Companhia de Telecomu-nicações de Macau, o presi-dente da Portugal Telecom disse à Lusa que esta operação permite à operadora centrar--se em mercados estratégicos. “Esta operação permite focar a nossa actuação nas geogra-fias que são estratégicas para a PT, o tripé constituído pelos mercados de Portugal, Brasil e África”, afirmou Zeinal Bava. “A nossa posição na CTM era minoritária e acom-panhamos a Cable & Wireless na sua decisão de vender, mas assinámos em contrapartida um acordo de colaboração tecnológica com o grupo Citic para os próximos três anos”, avançou.

Na nota que tinha sido enviada ao mercado, a PT informou que “em confor-midade com esta aliança es-tratégica, a CITIC Telecom irá seleccionar a PT como o prestador estratégico de serviços TIC [Tecnologias de Informação e Comu-nicação] do grupo CITIC Telecom”. - Lusa

dez meses do ano passado e à semelhança de 2011, a liderar as preferências dos empresários radicados em Portugal com inte-resses em Macau, com 17 socie-dades criadas naquele período, revelam os números da direção de Serviços de Censos e Estatísticas enviados à agência Lusa.

Em 2011 tinham sido criadas

nove empresas de prestação de serviços por sócios residentes em Portugal em Macau, mais do dobro das quatro registadas no mesmo sector no ano de 2010, quando o sector líder foi o comércio por grosso e retalho, com seis em 20 novas sociedades.

O comércio por grosso e re-talho passou então a ocupar, nos primeiros dez meses de 2012, o segundo sector em maior número de sociedades constituídas por sócios residentes em Portugal, com oito empresas abertas em Macau nesse período.

Já o sector da construção e actividades imobiliárias registou três novas sociedades no territó-rio até Outubro, à semelhança do verificado no ramo informático.

As 34 empresas fundadas por parceiros portugueses nos primeiros dez meses de 2012 reúnem um capital social global de 2,79 milhões de patacas, evi-denciando uma evolução de cerca de 43 % em relação a 2011, ano em que o capital social ascendeu a 1,58 milhões de patacas. - Lusa

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AUMENTOS entre 10 a 20%. São estas as previ-

sões já apontadas por agências imobiliárias como a Midland ou a Jones Lang La Sale para os preços de compra e venda de casas que vão praticar este ano. Contudo, o economista Albano Martins lança um alerta. “Os preços não vão ser muito controlados, vão subir, mas não é necessariamente assim”. E explica porquê. “É uma mensagem que as agên-cias passam para os jornais, para que as pessoas possam comprar casa agora porque os preços vão, supostamente, subir. A maior parte dela não é honesta nas suas previsões.” E acrescenta “os preços não vão cair enquanto não houver medidas que controlem estas agências, porque são elas que utilizam estas técnicas sobre os proprietários”, explica ao Hoje Macau.

Depois de Wong Sei Weng, da Midland, ter falado de aumentos de preços na ordem dos 25,5%, ontem Jeff Wong, da Jones Lang La

Valores de alojamento num hotel durante 20 anos semelhantes preço de uma casa nova

Morar num quarto duplo com pequeno-almoço e piscina

Albano Martins fala dos “tubarões” que fazem a especulação

“A maior parte das agênciasnão é honesta nas suas previsões”

Sale, falou de aumentos de 10 a 15%. “Achamos que a prin-cipal razão é a falta de oferta, em especial de habitações. Em 2012 registámos cerca de 2400 unidades, mas para 2013 há apenas 1000 unidades dis-poníveis para entrega”, disse, em declarações reproduzidas pela TDM.

Albano Martins considera ainda que “as agências deve-riam ser sociedades anónimas auditadas, com contabilidade regulada”. “São elas os prin-cipais tubarões, interessadas em que os preços disparem e violam a lei”.

Neste ponto, o econo-mista pede mais regras para os contratos de arrenda-mento. “Todos os contratos

deveriam ser entregues e fis-calizados pela Direcção dos Serviços de Finanças (DSF), porque muitos deles não são válidos. A DSF deveria ter mão nisso”. Até porque “o mercado joga com todos, e há pessoas que estão a violar a lei, fazem contratos de um ano, e são as agências que estão a trazer essas questões, obrigando as pessoas a acei-tar esse tipo de contratos”.

LEI DEVERIA SER ALTERADAPara quem quer adquirir casa, avizinha-se mais um ano com-plicado. “O volume de capital em Macau é elevado, e não há limites para a aquisição de ca-sas por parte de não residentes, e o número de transacções já

é substancialmente elevado”. Albano Martins considera, portanto, que é “naturalmente urgente” mudar a legislação a este nível. “O Governo deve-ria limitar aos não residentes a hipótese de comprarem mais do que uma casa. O mercado é pequeno e quem cá trabalha precisa de ter uma casa pró-pria. Mesmo que tenham uma primeira habitação e possam comprar uma segunda, aí deveriam pagar muito mais de imposto. E a China já faz isso”. O economista afirma que até Novembro último foram registadas 2733 casas vendidas pelos não residen-tes, um negócio de 11 mil milhões de patacas. Em 2011, os números são bem menores:

1800 casas vendidas, 7,4 mil milhões de negócio.

Depois de Chong Sio Kin, presidente da Associa-ção Geral do Sector Imobi-liário, ter defendido mais leilões de terrenos públicos, Albano Martins considera que essa medida “poderia ou não poderia ajudar” a travar a especulação. “É preciso

primeiro que haja terrenos. Os leilões têm uma desvan-tagem porque os tubarões conseguem comprar casa a um preço elevadíssimo e depois vão vender. Os gran-des empresários têm sempre mais poder. O Governo tem que ter a construção com va-lores controlados, é a única forma de fazer com que esses terrenos entrem no mercado e não disparem.”

Apesar de estar prevista uma quebra na compra e ven-da de imóveis, o economista considera que as pessoas vão continuar a investir. “As taxas de juro são muito baixas, porque a moeda está indexada ao dólar americano e então o dinheiro é fácil. Isso actua, fazendo com que seja fácil entrar no mercado. As pessoas vão procurar activos reais e por isso investem em casas. Quem compra espera para revender novamente e depois vai para o comprador seguinte, e o Governo tem que intervir para evitar essa bolha, é para isso que existe.” - A.S.S.

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7sexta-feira 18.1.2013 www.hojemacau.com.mo

Andreia Sofia [email protected]

COMPRAR casa no ter-ritório é actualmente um dos maiores proble-mas para as famílias, e

muitos consideram praticamente impossível conseguir adquirir um imóvel. Segundo dados oficiais divulgados há um ano pela Direc-ção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC), o preço médio por metro quadrado de um apartamen-to aumentou 33,6% entre 2010 e 2011, cifrando-se nas 41.433 pa-tacas. Em 2004, o preço por metro quadrado era de 2432 patacas.

Com uma casa comum a custar hoje até dez milhões de patacas, o Hoje Macau foi descobrir quanto custa viver num hotel, com base nos preços praticados por noite.

Casa mais cara fica no Residence e custa 17 milhões A agência Centaline compilou os dados de compra e venda de imóveis, bem como de arrendamento, e publicou ontem o relatório referente aos negócios concretizados entre 7 e 13 deste mês. A casa mais cara situa-se no edifício Residence e foi vendida por 17 milhões de patacas, com 2,497 pés quadrados. Já no Pearl Harbour, o preço de um apartamento fixou-se em 9,800 milhões de patacas, com uma área de 7,151 pés quadrados. Quanto ao arrendamento, a casa mais cara situa-se na Taipa, no edifício Nova City, cujo valor cifrou-se nas 19 mil patacas mensais. Em Macau a renda mais cara é no edifício Mandarin Oriental, onde uma casa com 1500 pés quadrados custa 50 mil patacas por mês. - C.L.

Cecília [email protected]

DEPUTADO nomeado e fi-gura proeminente do sector

da construção, Lau Veng Seng admitiu que só vão aparecer para venda cerca de mil novas casas este ano. Em entrevista ao jornal Ou Mun, o responsável pede ao Governo mais medidas para que a classe média possa adquirir casa.

O presidente da Associação dos Construtores Civis de Macau fala de uma situação que não promete ser “muito optimista”. “Os novos edifícios proporcio-nam essencialmente unidades pequenas, e as casas maiores estão concentradas no Fai Chi Kei, mas na fase de teste só vão ser propor-cionadas 20 unidades. O mercado

Quem quiser comprar uma casa em Macau tem que estar preparado para investir até 10 milhões de patacas, tecto máximo para uma casa dita comum, deixando de fora os apartamentos considerados de luxo, com valores bem mais elevados. Um valor semelhante ao que se pode pagar para viver num hotel durante 20 anos, sem a preocupação de mobílias, empréstimos ou contas da água e luz. O economista Albano Martins não aconselha a situação a ninguém por considerar que adquirir casa “é um direito”. José Pereira Coutinho fala de uma situação “caricata e indesejável”

Valores de alojamento num hotel durante 20 anos semelhantes preço de uma casa nova

Morar num quarto duplo com pequeno-almoço e piscina

A conclusão é curiosa: viver em alguns hotéis de quatro ou cinco estrelas durante aproximadamente 20 anos é semelhante à compra de uma casa. A maioria dos hotéis contactados não incluem todas as refeições no preço, estando apenas disponível o pequeno-almoço. Em hotéis fora dos casinos, como é o caso do Royal ou do Sintra, o pequeno-almoço tem mesmo de ser pago à parte. Mas as outras despesas comuns numa habitação, como impostos, seguros, água ou luz podem ficar de parte.

O Grand Lapa, de cinco estre-las, situado na zona do NAPE, é conhecido como um dos espaços hoteleiros mais antigos do terri-tório, e dispõe de quartos duplos, com pequeno-almoço e internet incluídos, a 1700 dólares de Hong Kong por noite. Fazendo as contas,

dá cerca de 12 milhões de patacas ao fim de 20 anos.

Já o Westin Resort, em Coloane, tem quartos que rondam as 1288 patacas por noite, o que dá acima das nove milhões de patacas ao fim de 20 anos. Outro exemplo é o novo Conrad, no Sands Cotai Central, com quartos que custam 1296 patacas, o que perfaz cerca de 11 milhões.

Fora do percurso dos casinos, o hotel Sintra disponibiliza quartos pouco acima das 1000 patacas por noite, o que perfaz acima das sete milhões de patacas para viver bem perto das luzes do Grand Lisboa.

O Hoje Macau pesquisou ainda os mais recentes imóveis à venda, disponíveis no website Mali Mali Home. Uma casa no edifício The Praia, no Fai Chi Kei, pode ser vendido acima das seis milhões de

patacas. Outra fracção T3 na zona da Ilha Verde está à venda por um preço superior a sete milhões de patacas. No edifício La Oceânia, com vista para o Sands China, um T4 pode ir acima das 12 milhões de patacas.

DESVANTAGEM:OS PREÇOS PODEM SUBIR O economista Albano Martins nem quer ouvir falar da possibilidade de habitar um hotel, por muito que os preços sejam semelhantes aos de uma casa à venda. “Comprar uma casa é um direito, viver num hotel é uma punição que não desejo a ninguém. Vai-se para um sitio de grande qualidade mas perde-se privacidade”.

E acrescenta uma desvantagem. “Nas casas compradas o preço não vai subir, deixam de haver rendas. No hotel não se controlam os preços, e não é comparável a qualidade de vida”, aponta o economista, considerando que, tal como todos os produtos e bens de consumo, os preços do alojamento turístico também vão subir como consequência da inflação.

Já o deputado José Pereira Coutinho olha para a semelhança de valores como uma situação “caricata e indesejável”, e aponta o dedo ao Governo. “O problema central tem a ver com a oferta: não há. Sabendo que há uma grande procura, o Governo tem que criar mais concursos públicos para terrenos a preços controlados. É a melhor forma para controlar a especulação”.

Coutinho fala também da possi-bilidade dos preços do alojamento nos hotéis poderem aumentar com os anos e defende que o problema dos imóveis “deve ser atacado de raiz, pois as soluções apresentadas só adiam as resoluções e compli-cam a vida das pessoas”.

O também presidente da Associação dos Trabalhadores da Função Pública de Macau (ATFPM) diz que o Executivo deve ainda “acelerar o processo de construção, porque as plan-tas demoram muito tempo a ser aprovadas”, o que vem piorar a situação dos preços.

Jeff Kwok, director da agência imobiliária Huan Yu Property, afirmou ao Hoje Macau que quem compra casa está sempre “a fazer um investimento contra a inflação, mas viver num hotel não se obtém nenhuma garantia. Viver num hotel é uma forma de consumo”, frisou, tendo também falado de aumentos na ordem dos 5 a 10%, tal como os seus parceiros do sector (ver texto secundário).

Deputado diz que vão surgir apenas mil novas fracções

Lau Veng Seng quer classe média a comprar mais casas

só oferece casas de luxo e não há muitas ofertas para os residentes comuns. O Governo precisa de resolver a questão da oferta, com a cooperação dos investidores, para poder aliviar os preços da habitação.”

Lau Veng Seng frisou ainda que muitas associações do sector vão reunir-se com a Direcção dos

Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT), onde prometem pedir mais facilidades na avaliação dos profissionais, bem como maior rapidez na aprovação de projectos.

Também à TDM, Lei Neng, docente do Instituto Politécnico de Macau (IPM) mostrou a sua preocupação sobre as casas T1 da habitação económica, afirmando que vão ter um efeito negativo nos jovens, evitando o progresso. “Se tiverem casa, não vão ter de se preocupar com a possível perda de trabalho, e vão perder a noção da necessidade de competição. Quando a economia não estiver numa boa posição como agora, os jovens vão ter falta de preparação para responder aos impactos externos.”

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sexta-feira 18.1.2013nacional8 www.hojemacau.com.mo

A aposta no mercado interno e num “es-tado social sólido” devem ser as prio-

ridades da nova liderança chi-nesa, recomendou quarta-feira em Macau o investigador Xiang Lanxin, especialista em História e Política Inter-nacional.

Falando à margem de uma palestra subordinada ao tema “Os principais de-safios para a nova liderança em Pequim”, Xiang Lanxin considerou que o principal problema do novo governo, é “a transformação estrutu-ral” da economia, que “está muito dependente das rela-ções económicas externas e do comércio internacional”

Professor no Graduate Institute of International and Development Studies (HEID), em Genebra, Xiang Lanxin considerou que “a grande missão do futuro primeiro-ministro chinês, Li Keqiang”, deve apostar na criação de um “verdadeiro estado social” na China. “Este vai ser um grande desafio. O que eles estão a fazer, - penso que é o método correcto -, é criar nos próximos anos um sistema de segurança social sólido. Este será o elemento mais importante a construir se queremos que as pessoas gastem dinheiro, porque nunca tivemos um sistema de segurança social consolida-do, em termos de cuidados de saúde, de pensões de reforma ou da educação das crianças”, explicou.

Ainda no plano interno, Xiang Lanxin disse que o

UMA das feiras internacionais de moda que se realizam anu-

almente em Xangai, com marcas de dezenas de países, tem um nome latino e é dirigida por um gestor português radicado há mais de uma década no Extremo Oriente. “Portu-gal tem imenso potencial. O nosso calçado, por exemplo, é de grande qualidade”, realçou à agência Lusa Guilherme Faria, director-geral do “Novomania International Fashion Trade Show”.

Trata-se de uma feira promo-

vida pelo Novo Group, consórcio chinês fundado pelo filho de uma família de industriais têxteis de Hong Kong, Alan Fang, com lojas em várias cidades da China. “O nome, ‘novo’, vem directamente do latim. Nem sequer temos um nome em chinês”, explicou Gui-lherme Faria.

Oito empresas portuguesas - cinco da área do calçado e três de vestuário - estiveram representadas na edição de 2012 da “Novomania”, numa participação sem precedentes

numa feira dirigida sobretudo á juventude urbana chinesa.

Este ano, em Julho, o número poderá ser ainda maior: “Talvez dez ou uma dúzia. O calçado português está numa situação relativamente boa”, disse Guilherme Faria, citan-do o caso de uma empresa do sector, sedeada em S. João da Madeira, norte de Portugal, que, entretanto, abriu cinco lojas na China.

A “Novomania” também deverá crescer: em 2013, os organizadores esperam reunir produtos de 200

marcas (mais 70 do que em 2012) e atrair 20.000 visitantes, quase o dobro de há apenas dois anos.

Guilherme Faria tem 34 anos. Estudou Economia em Lisboa e em Itália, e antes de se estabelecer em Xangai, em Dezembro de 2010, viveu dez anos no Japão.

Antigo adido comercial da embaixada de Portugal em Tóquio, Guilherme Faria foi responsável de marketing de uma conhecida empresa italiana no Japão e a seguir trabalhou para um grupo japonês.

Segundo também contou, a sua contratação pelo Novo Group tra-duz a disposição daquele consórcio chinês de “internacionalizar a feira” e “mostrar a moda internacional à China”. “Os chineses estão à pro-cura de inovação e qualidade, e, nesse aspecto, o factor Europa ainda conta”, afirma Guilherme Faria.

“Capital económica da China” e sede de um município com cerca de 23 milhões de habitantes, Xan-gai é igualmente a maior e mais cosmopolita cidade chinesa.

Transformação da economia é o maior desafio da nova liderança chinesa

Mercado interno e estado social são aposta

Gestor português dirige uma feira de moda urbana em Xangai chamada “Novomania”

Qualidade e inovação

chefe do executivo de Hong Kong, Cy Leung, fez bem ao colocar o foco das suas políticas na resolução do problema da habitação na-quela região administrativa especial, mas que continua a não haver garantias de que se mantenha em funções até ao final do mandato.

No caso de Macau, o académico considera que

vai existir continuidade, já que a economia chinesa deverá manter “um bom desempenho, com base nas estimativas de crescimento de 8,2 %” no Produto Interno Bruto para este ano.

E mesmo admitindo que a campanha anti-corrupção anunciada por Pequim possa bloquear a entrada de algum dinheiro nos casinos de

Macau, Xiang Lanxin não antevê um grande impacto na economia local por essa via. “A maior parte do dinheiro gerado pela corrupção está na Europa, como na Suíça e noutros países. Macau de-sempenha um papel pequeno. Até mesmo Hong Kong de-sempenhará um maior papel nesta matéria. Sim, [a nova liderança chinesa] terá algum

impacto em Macau, mas não um grande impacto”, disse.

Já no plano internacional, Xiang Lanxin disse que as re-lações sino-americanas estão “actualmente ao pior nível dos últimos 20 anos” e que “não há uma confiança estra-tégica entre os dois países”. “A questão das ilhas Diaoyu [ilhotas desabitados que são disputadas pela China e pelo

Japão] não era um grande problema até recentemente. Parece que a nova estratégia norte-americana - o chamado regresso à Ásia - encorajou muitas disputas territoriais entre a China e os países vi-zinhos, que estavam bastante adormecidas no passado. E muitos países vizinhos da China e ela própria tornaram--se mais assertivos”, disse.

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9sexta-feira 18.1.2013 www.hojemacau.com.mo região

O Paquistão e a Índia decidiram quarta-feira reduzir as tensões na li-nha de demarcação que

separa os dois exércitos na região de Caxemira, anunciou o porta-voz indiano, após dez dias de incidentes e cinco mortos confirmados. “Um acordo foi alcançado entre os dois directores-gerais das operações militares para reduzir as tensões ao longo da linha de controlo”, declarou à agência noticiosa fran-cesa AFP um porta-voz indiano, Jagdeep Dahiya.

A linha de controlo é uma linha de armistício e uma fron-teira ‘de facto’ entre a parte indiana e a parte paquistanesa

de Caxemira, região disputada entre a Índia e o Paquistão. Um cessar-fogo vigora ao longo desta linha desde 2003.

De acordo com o porta-voz, o general indiano Vinod Bathia e o homólogo paquistanês Afshaq Nadeem falaram “durante dez minutos”. “O director geral pa-quistanês disse terem sido dadas instruções rigorosas para que o cessar-fogo não fosse violado”, afirmou o mesmo porta-voz. Dahiya declarou que as tropas indianas também não iam violar o cessar-fogo e lembrou que o lado indiano “sempre respeitou a trégua e limitou-se a responder” aos tiros paquistaneses.

O Paquistão não reagiu ainda ao anúncio indiano.

A Índia e o Paquistão, as duas potências nucleares rivais da Ásia do Sul, confrontaram-se em três guerras desde a independência do Reino Unido em 1947. Dois destes conflitos foram originados pela questão de Caxemira.

UM membro do movimento político tailandês dos “camisas

vermelhas” foi condenado a dois anos de prisão por ter insultado a monarquia durante um discurso po-lítico proferido em 2010, informou ontem o seu advogado.

Yosawaris Chuklom, antigo hu-morista de 54 anos, foi considerado culpado do crime de lesa-majestade, em Banguecoque, tendo sido conde-nado a três anos de prisão, pena que foi atenuada para dois anos de prisão por cooperação com a justiça.

O advogado do tailandês já re-correu da decisão.

A família real tailandesa não tem nenhum papel político oficial, mas a sua imagem é protegida por uma das leis mais severas do mundo, que prevê até 15 anos de prisão para quem ofender a monarquia.

As perseguições e condenações por lesa-majestade multiplicaram--se na Tailândia desde o golpe de Estado militar de 2006 contra Thaksin Shinawatra, antigo pri-meiro-ministro no exílio, conside-rado pelas elites de Banguecoque como um perigo para a monarquia, mas que continua a ser a grande figura carismática dos “camisas vermelhas”.

A irmã de Thaksin, Yingluck, dirige o Governo tailandês há um ano e meio.

Yosawaris Chuklom é também acusado de terrorismo com outros 20 líderes dos “camisas verme-lhas” pelo seu papel nos protestos de 2010 em Banguecoque que cau-saram 90 mortos e mais de 1.900 feridos e obrigaram à intervenção do exército.

AS autoridades de avia-ção indianas ordena-

ram ontem à Air India a suspensão das operações dos seus aviões Boeing 787, modelo norte-americano que sofreu várias avarias nas últimas duas semanas. “Pedimos à Air India para deixar em terra os seus seis Dreamliners, depois de ter-mos recebido uma recomen-dação da Autoridade Federal de Aviação norte-americana por razões de segurança”, declarou o director geral de aviação civil da Índia, Arun Mishra, citado pela agência AFP.

A Air India adquiriu 27 Dreamliner à Boeing em 2005, tendo o primeiro avião chegado a Nova Deli em Setembro de 2012.

A companhia de bandei-ra da Índia já recebeu seis

UM tribunal sul-coreano decretou o pagamento

de uma indemnização de cerca de 5,2 mil milhões de patacas às vítimas do pior derrame de petróleo do país, em 2007, que afectou gravemente o turismo e a pesca.

O tribunal da cidade de Daejeon estimou os danos causados a residentes e em-presas pelo derrame nesse valor, sendo que cerca de 1,4 mil milhões de patacas deverão ser assumidos pela empresa proprietária do petroleiro, a Hebei Spirit Shipping, e cerca de 40 milhões de patacas pela Samsung Heavy Industries.

O derrame ocorreu quando um guindaste de construção transportado por uma embarcação da Samsung Heavy Industries se soltou, tendo embatido contra um petroleiro de Hong Kong, o que causou a libertação para o mar de 10.900 toneladas de petró-leo, que afectou sobretudo a costa a sudoeste de Seul. O acidente devastou as in-dústrias locais do turismo e da pesca, estando na origem de uma série de suicídios ocorridos na região, já que a batalha legal sobre quem deveria ser compensado se foi arrastando ao longo dos anos.

Adesão de Timor-Leste à ASEAN leva tempoO ministro dos Negócios Estrangeiros de Timor-leste, José Luís Guterres, disse ontem que a adesão à Associação das Nações do Sudeste Asiático é um “processo que leva tempo” e que exige “preparação” por parte dos timorenses. “O que devo dizer é que isto é um processo que leva tempo. Um processo que também exige de nós preparação. Estamos a fazer o melhor para desenvolver o país”, afirmou à agência Lusa José Luís Guterres. O chefe da diplomacia timorense reuniu-se na terça-feira com o novo secretário-geral da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), Le Luong Minh. Durante o encontro, o secretário-geral da ASEAN explicou que a adesão de Timor-Leste à organização assenta em três pilares, nomeadamente segurança, economia e sociedade.

Índia e Paquistão concordam em reduzir tensões

Ao fim de dez diasde incidentes

Humorista condenado a dois anos de prisão

Culpado de crimede lesa-majestade

Cinco mil milhões de patacasa vítimas de derrame de petróleo

Turismo e pesca devastados

Suspensão das operações dos Boeing 787 da Air India

Aviões em terra

Kobe assinalou 18 anos sobre o terramotoA cidade japonesa de Kobe assinalou ontem18 anos sobre o terramoto de magnitude 7,3 que causou 6.434 mortos em 1995. Cerca de 5.000 pessoas reuniram-se ontem no parque Higashi Yuenchi, em Kobe, onde se encontra um monumento dedicado ao terramoto de 1995, para uma homenagem às vítimas com alguns momentos em silêncio às 05:46, a hora em que ocorreu o Grande Terramoto de Hanshin, nome da região onde o abalo foi registado. O sismo teve o seu epicentro na parte norte da ilha de Awaji, a 20 quilómetros de Kobe. Este terramoto foi o pior que o Japão registou no século XX depois de Kanto, que em 1923 causou mais de 100 mil mortos em Tóquio.

Boeing 787 e deverá receber os restantes 21 até 2016.

As autoridades norte--americanas decidiram suspender as operações dos seis 787 da United Airlines perante a possibilidade de as suas baterias de lítio

se incendiarem, depois de as duas maiores compa-nhias aéreas japonesas e principais compradoras do Dreamliner terem tomado a mesma decisão depois de uma aterragem de emer-gência de um desses aviões

no Japão na quarta-feira. O Governo japonês informou ontem que os 24 aviões Boeing 787 de companhias aéreas nipónicas vão ficar em terra até que a segurança dos seus equipamentos seja garantida.

Transformação da economia é o maior desafio da nova liderança chinesa

Mercado interno e estado social são aposta

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sexta-feira 18.1.2013www.hojemacau.com.mo10 entrevista

José C. [email protected]

INTEGRADA no núcleo de exposições “Montra de Arte de Macau”, o Museu de Arte de Macau

(MAM) apresenta a partir do próximo dia 22 e até 28 de Fevereiro uma mostra de trabalhos do artista português, radicado em Macau há vários anos. São mais de uma dezena de fotografias a preto e branco, de média e grande dimensão já apresentadas em Pequim e que agora podem ser vistas em Macau. Ao Hoje Macau, José Drummond levantou um pouco o véu daquilo que poderemos ver.

Como surgiu a hipótese de fazer esta mostra?O convite foi feito directa-mente pelo Museu de Arte e integra-se no núcleo de ex-posições “Montra de Arte de Macau” na galeria C do piso 3 do museu.

Que tipo de trabalhos é que vão estar expostos? É mais de uma dezena de tra-balhos em fotografia a preto e branco, de média e grande dimensão, de uma série mui-to vasta a que chamei “The Ghost”. A maior parte dos trabalhos agora mostrados em Macau foram o núcleo da exposição individual que apresentei em Pequim que foi integrada no Festival Pho-tospring – Arles In Beijing. A instalação no Museu de Arte de Macau joga com essa dico-tomia do preto e branco como duas partes opostas de um

MAM apresenta a partir de terça-feira exposição de fotografias de José Drummond

O enigma fantasma

“The Ghost”visto porRui CascaisNeste seu novo trabalho, The Ghost, José Drummond realiza uma vasta operação elegíaca, através de uma série de fotografias a preto e branco, que são parte de uma sequência contínua. No entanto, ao contrário de projectos anteriores, como a peça de vídeo de 60 minutos de duração The Painter (2005), que levantou questões precisas relacionadas com a estética (e, portanto, pertencente, até certo ponto, à fenomenologia e também à ontologia), The Ghost evita qualquer reflexão evidente da arte sobre si mesma. (…) Acima de tudo, The Ghost é um trabalho de intimidade e silêncio, onde os principais protagonistas são beleza e terror. Mas o silêncio é, naturalmente, a grande circunstância e contingência daqueles que exprimem o seu estado de terror; e a intimidade representa a variável, mas de alcance altamente sensível, no qual a beleza pode ainda ser controlada. Neste sentido, estas imagens falam assustadoramente porque falam silenciosamente, ou seja, elas saltam a barreira da sua hesitante mudez para intencionalmente exercitarem o silêncio. Este modo, que entrelaça beleza e terror, é também intencionalmente agravada pelo facto que todas as figuras nas imagens aparecem sem caras (ou mostrando apenas parte da face, embora que distorcida ou velada ou reflectida - mas sempre fragmentada.)A expressão Grega para aquele sem rosto, ou para a ausência de face é aprosopos. O termo designa especificamente um monstro sem rosto, ou a monstruosidade da ausência de face, mas, curiosamente, isto poderia ser provocado por causa de uma ofuscação causada por uma deslumbrante beleza. (…) A realidade do restante aprosopos é portanto um requerimento em face de um contexto feito inabitável. Dentro da máscara uma voz ressoa silenciosamente, e isto significa que para além de ser usada como protecção contra condições inóspitas a máscara é também usada porque cria um território, uma atmosfera. E constituir um território, como Gilles Deleuze observou uma vez, é quase o nascimento da arte. In APROPOS APROSOPOSE BELEZA COMO APARIÇÃO

Page 11: Hoje Macau 18 JAN 2013 #2775

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11sexta-feira 18.1.2013 www.hojemacau.com.mo entrevista

MAM apresenta a partir de terça-feira exposição de fotografias de José Drummond

O enigma fantasmamesmo elemento aumentando a relação proposta pelas fotos. Quando é que foram feitos estes trabalhos? Foram feitos entre 2011 e 2012 e a série evolui de trabalhos anteriores.

Qual o conceito por detrás desta mostra?Como referia antes existem opostos num mesmo elemento. A luz e sombra, a noite e o dia, o interior e o exterior e como pano mais intenso a beleza e o horror. Depois existe a homenagem a um das minhas constantes referências, Marcel Duchamp, através do título da exposição: A GUEST + A HOST. Em 1953 Duchamp criou um múltiplo efémero que serviu de souvenir a uma exposição onde no papel de rebuçado se lia “A GUEST + A HOST = A GHOST”. A união destes dois mundos, do anfitrião e do hóspede, e dos seus mundos opostos mas que se complementam resulta na sua extinção criando o enigma fantasma. Sendo que a série se chama “The Ghost” recuperei a adivinha transportando parte

do título comigo a ser o Guest, o Museu a ser o Host e o tra-balho a ser o Ghost.

Mas concretamente o que podemos esperar?Concretamente sobre os tra-balhos devo referir que a série resulta de várias inquietações conceptuais que me interessam. Cativa-me o lado processual, de como fazer, de descobrir enquanto se experimenta. É para mim muito importante esse lado experimental que depois se torna experiencial e processual e que se torna um ponto de revelação. Nesta série, para além de tentar reflectir, de modo contrária, a percepção que temos hoje sobre o modo fotográfico, inundado por vá-rias plataformas, da câmara do telefone à difusão via internet, importuno-me conceptualmen-te a apresentar o contrário. O meu uso da fotografia é ela-borado de modo a recuperar a noção de imaginário como fonte primordial de comentário artís-tico. Por outro lado estas fotos são metáforas sobre a oposição entre sonho e realidade, ilusão e decepção, permanência e não permanência, visibilidade e invisibilidade e muito particu-larmente são observações sobre a beleza e sobre o lado de horror que existe nesse conceito. Está satisfeito com o resul-tado?Estou muito satisfeito com o lado técnico. Com o tipo de impressão e emolduramento. Utilizei uma técnica de co-lagem na face e verso com ‘plexiglass’, o que lhes confere uma auréola espacial. As fotos

quando colocadas na parede dão a ideia de poderem estar a flutuar, o que reforça o mundo de sonho, suspensão e imersão a que recorrem do ponto de vista plástico e narrativo. Esta técnica, extremamente dispen-diosa transforma as fotografias em algo mais do que simples fotografias elevando-as à ca-tegoria de objectos. Artista é sinal de inquietação? Para uns artistas poderá ser, para outros não. Há espaço para tudo. No meu caso sim. É sinal de inquietação mas também é o mundo onde vivo melhor comigo mesmo. Existe um destino por cumprir em todos os artistas.

A arte é cada vez mais um negócio? A arte é cada vez mais um negócio como sempre o foi. A diferença é que somos sempre cada vez mais e existem sempre cada vez mais coisas. O artista tem que comer. Ser artista é uma profissão e não um passatempo e o artista deve ser pago pelo seu trabalho. Penso que o texto do David Ackert ilustra bem quem somos nós: “Os artistas são as pessoas mais motivadas e corajosas sobre a face da terra. Lidam com mais rejeição num ano do que a maioria das pes-soas encara durante toda uma vida. Todos os dias, artistas enfrentam o desafio financei-ro de viver um estilo de vida independente, o desrespeito de pessoas que acham que eles deviam ter um emprego a sério e o seu próprio medo de nunca mais ter trabalho. Todos os dias, têm de ignorar a possibilidade

de que a visão à qual têm dedi-cado suas vidas seja apenas um sonho. Com cada obra ou papel, empurram os seus limites, emo-cionais e físicos, arriscando a crítica e o julgamento, muitos deles a ver outras pessoas da sua idade a alcançar os marcos previsíveis da vida normal - o carro, a família, a casa, o pé--de-meia.

Porquê?Porque estão os artistas dispos-tos a dar a sua vida inteira por um momento - para que aquele verso, aquele riso, aquele gesto, agite a alma do público. Artistas são seres que prova-ram o néctar da vida naquele momento de cristal quando derramaram o seu espírito criativo e tocaram no coração do outro. Nesse instante, eles estão mais próximos da magia, de Deus e da perfeição do que

qualquer um poderia estar. E nos seus corações, sabem que dedicar-se a esse momento vale mil vidas “ Como está a saúde da arte em Macau?Tem pernas para andar e já dá os seus passos mas ainda muito pouco seguros. Ocorre--me a ideia de Lacan sobre a “fase do espelho”. Diz Lacan que na fase da constituição do ser humano, entre os seis e os dezoito meses; a criança, ainda num estado de impotência e de inexistente coordenação moto-ra, antecipa imaginariamente a apreensão e o domínio da sua

unidade corporal. Esta unifi-cação imaginária opera-se por identificação com a imagem do semelhante como forma total; ilustra-se e actualiza-se pela experiência concreta em que a criança percebe a sua própria imagem num espelho. A fase do espelho constitui a matriz e o esboço do que será o ego. Por outro lado é uma outra forma de falarmos de narcisismo. A arte de Macau espelha bem a terra. Praticamente só olha para si própria e muito pouco à sua volta. Vive fechada numa concha espelhada e procura no seu reflexo, no seu eu imagi-nário, a força e a razão da sua existência. A arte de Macau de um certo modo ainda está na “fase do espelho”. Felizmente alguns artistas e curadores já se aperceberam disso e estão a dar mostras disso. Quais são os seus projectos futuros?Muitas coisas a serem conge-minadas para este ano e para o próximo. No imediato uma colectiva em Lisboa, em Mar-ço, na Plataforma Revólver com artistas como Jan Fabre, e outra colectiva, em Maio, aqui ao lado no Hong Kong Visual Arts Center.

Artistas são seres que provaram o néctar da vida naquele momento de cristal quando derramaram o seu espírito criativo e tocaram no coração do outro

Cativa-me o lado processual, de como fazer, de descobrir enquanto se experimenta. É para mim muito importante esse lado experimental que depois se torna experiencial e processual e que se torna um ponto de revelação

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sexta-feira 18.1.2013publicidade12 www.hojemacau.com.mo

www. iacm.gov.mo

AvisoDe acordo com o Despacho do Chefe do Executivo n.° 109/2005, os

requerimentos visando a renovação de licenças anuais, a emitir pelo Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais, devem ser tratados, anualmente, entre Janeiro e Fevereiro, salvo se outro prazo estiver fixado em disposição legal. Na falta de regime especial, a não renovação da licença anual no supramencionado prazo implica a cessação da actividade licenciada, salvo se o interessado proceder à respectiva regularização no prazo de 90 dias.

Caso efectue o pedido de renovação da licença anual no período de regularização de 90 dias, fica sujeito a uma taxa adicional calculada nos seguintes termos:

• Dentro de 30 dias, a contar do termo do prazo para a apresentação do pedido de renovação da licença: 30% da taxa da licença em causa;

• Dentro de 60 dias, a contar do termo do prazo para a apresentação do pedido de renovação da licença: 60% da taxa da licença em causa;

• Dentro de 90 dias, a contar do termo do prazo para a apresentação do pedido de renovação da licença: 100% da taxa da licença em causa.

Para um melhor conhecimento dos titulares de licença, é apresentada a seguinte tabela descritiva com o tipo de licenças a renovar entre 1 de Janeiro e 28 de Fevereiro de 2013:

Tipos de Licença Local de tratamentodas formalidades

Licença de estabelecimentos de venda a retalho de aves de capoeira vivas

Centro de Serviços / Todos os Centros de Prestação de Serviços ao Público /Postos de Atendimento e Informação /

Núcleo de Expediente e Arquivo

Licença de estabelecimentos de venda a retalho de animais de estimaçãoLicença de venda a retalho de carnes frescas, refrigeradas e congeladasLicença de venda a retalho de vegetaisLicença de venda a retalho de pescadoLicença de animais de competiçãoLicença de outros animais – cavalo, muar ou asinino

Licença anual do cão de companhia ou de estimação

Canil Municipal / Posto de Atendimento Itinerante para o Requerimento e Renovação da Licença do Cão de

Estimação/ Centro de Serviços * / Todos os Centros de Prestação de Serviços ao

Público ** é necessário ainda marcar uma data para a vacinação anti-rábica e, na data combinada, transportar o cão ao Canil

MunicipalLicença anual de lugares avulsos no mercado

Centro de Serviços / Todos os Centros de Prestação de Serviços ao Público

Licença de vendilhõesLicença de afixação de publicidade e propagandaAferição de equipamentos de pesagem ou mediçãoLicença de reclamos em veículosLicença de pejamento de carácter permanente

Licença de esplanadaCentro de Serviços / Centro de

Prestação de Serviços ao Público das Ilhas

Os locais e as horas de expediente, para o tratamento de requerimentos de renovação de licenças, são os seguintes:

Centro de Serviços do IACM:Avenida da Praia Grande, n.° 804, Edf. China Plaza, 2° andar, Macau.- 2.ª a 6.ª feira: das 9:00 às 18:00 horas (Funciona durante as horas de almoço).

Centros de Prestação de Serviços ao Público:

Centro de Prestação de Serviços ao Público da Zona NorteRua Nova da Areia Preta, n.º 52, Centro de Serviços da RAEM, Macau.Centro de Prestação de Serviços ao Público das IlhasRua da Ponte Negra, Bairro Social da Taipa, n.º 75K, Taipa.Centro de Prestação de Serviços ao Público da Zona CentralRotunda de Carlos da Maia, Nos .5 e 7 , Complexo da Rotunda de Carlos da Maia, 3º andar, Macau.- 2.ª a 6.ª feira: das 9:00 às 18:00 horas (Funciona durante as horas de almoço).

Postos de Atendimento e Informação:

Posto de Atendimento e Informação CentralAvenida da Praia Grande, n.° 804, Edf. China Plaza, 2° andar, Macau.Posto de Atendimento e Informação Toi SanAvenida de Artur Tamagnini Barbosa n.º 127, Edf. Dona Julieta Nobre de Carvalho, Torre B, r/c, Macau.Posto de Atendimento e Informação de S. LourençoRua de João Lecaros, Complexo Municipal do Mercado de S. Lourenço, 4°andar, Macau.- 2.ª a 6.ª feira: das 9:00 às 19:00 horas (Funciona durante as horas de almoço).

Núcleo de Expediente e Arquivo:Avenida de Almeida Ribeiro, n.°163, r/c, Macau.- 2.ª a 5.ª feira: das 9:00 às 13:00; das 14:30 às 17:45 horas.- 6.ª feira: das 9:00 às 13:00; das 14:30 às 17:30 horas.

Canil Municipal de Macau: Avenida do Almirante Lacerda, Macau.- 2.ª a 6.ª feira: das 9:00 às 17:00 horas (Funciona durante as horas de almoço).

Canil Municipal de Coloane: Estrada de Cheoc Van, Coloane.- 2.ª feira: das 10:00 às 15:00 horas (Funciona durante as horas de almoço).

Os formulários de pedido de renovação das supramencionadas licenças (excepto para a Licença de Vendilhões) poderão ser obtidos no website do IACM (www.iacm.gov.mo). Para mais informações, queira ligar para a Linha do Cidadão do IACM, através do telefone no 2833 7676.

Macau, 06 de Novembro de 2012.

O Presidente do Conselho de Administração,

Tam Vai Man

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13sexta-feira 18.1.2013 www.hojemacau.com.mo vida

Joana [email protected]

O galgo Brooklyn, cara da campanha para salvar os galgos que correm no Canídromo, “está

vivo”, garantiu ontem o Governo de Macau. A resposta foi dada à Grey2K USA - organização norte--americana que luta, desde 2001, pela extinção das corridas de gal-gos -, que questionou o Executivo de Macau sobre o estado do cão.

“No mês passado, enviámos uma carta à Direcção de Coorde-nação e Inspecção de Jogos (DCIJ) e pedimos-lhe que nos dissessem o estado do Brooklyn”, pode ler-se num comunicado da organização. “Escrevemos: passaram sete meses desde que o Brooklyn foi dado como “curado” dos seus ferimen-tos, mas ele não mais voltou a correr. Por isso, tememos que ele possa não estar vivo.”

Recorde-se que o galgo Brooklyn sofreu um acidente que o deixou com diversos ferimentos e fora das corridas em Novembro de 2011, o que, normalmente, leva a que os ani-mais sejam abatidos. Seis meses antes do acidente, a organização norte-americana tinha pedido a libertação do galgo.

No ano passado, em Outubro,

Galgos Cara da campanha para salvar cãesdo Canídromo está vivo mas “de baixa”, diz Governo

Brooklyn: em que estado?

O substituto dos reformados vai-véns espaciais da NASA vai

ter tecnologia europeia. A Agência Espacial Europeia (ESA) e a sua ho-móloga norte-americana assinaram nesta quarta-feira um acordo para construir um dos módulos da nave Orion. A ESA ficará responsável pelo módulo que dará a propulsão e a energia, fará o controlo térmico e fornecerá água e gás à futura nave espacial, enquanto a NASA cons-truirá, por exemplo, o módulo onde viajarão os astronautas e o foguetão.

A Orion é a próxima geração de naves tripuladas concebida pela NASA para ir até à Lua, até a aste-róides ou mesmo Marte. O primeiro teste completo desta nave será em 2017, com uma viagem não tripu-lada até à Lua. Se tudo correr bem,

Cometa ISON poderá brilhar mais do que a LuaNo próximo mês de Novembro, o cometa chamado ISON poderá proporcionar um espectáculo raro quando se aproximar do Sol, sendo visível da Terra a olho nu bastando olhar para o céu para se poder assistir ao aparecimento do cometa que promete ser um dos mais espectaculares da história da astronomia, podendo ser mesmo mais brilhante do que a Lua. O cometa “C/2012 S1” foi descoberto no passado dia 21 de Setembro pelos astrónomos russos Vitali Nevski e Artyom Novichonok e baptizado de ISON, atraindo a atenção de observadores espaciais do mundo todo, uma vez que segundo a s estimativas iniciais dizem que será mais brilhante que Marte, podendo mesmo superar em muito o brilho lunar. No entanto, o cometa ainda está muito longe, próximo da órbita de Júpiter e há que esperar pelo verão para os astrónomos confirmarem se o ISON é mesmo tão promissor. A 28 de Novembro, se o ISON não mudar de trajectória e não se desintegrar na sua aproximação ao Sol, então os astrónomos acreditam que haverá um verdadeiro espectáculo no céu, mesmo à luz do dia, considerando que será um momento “histórico”. A confirmar-se, então os portugueses terão sorte, já que o fenómeno terá melhor visibilidade no hemisfério norte.

Quase 800 acusados de fumar onde não devemCerca de 740 pessoas por mês foram acusadas de infringir a lei anti-tabaco em Macau desde a entrada em vigor deste regime a 1 de Janeiro de 2012, indicam dados oficiais. De acordo com dados dos Serviços de Saúde, foram acusadas até terça-feira, dia 15, 8.913 pessoas por violação do Regime de Prevenção e Controlo do Tabagismo. Num comunicado, os Serviços de Saúde recordam que o Governo planeia proceder à revisão geral da lei em 2015, prometendo realizar, nessa altura, uma ampla recolha de opiniões sobre o assunto. - Lusa

Primeiro teste será em 2017, num voo até à Lua

NASA e ESA assinam acordo para substituto dos vaivéns

a primeira viagem com astronautas será em 2021.

O módulo cuja construção será da responsabilidade da ESA terá a forma de um cilindro com 2,7 metros de largura e 4,5 de diâmetro. Terá metade da largura do Veículo de Transferência Automática (ATV, sigla em inglês), o cargueiro es-pacial construído pela ESA que já fez algumas viagens até à Estação Espacial Internacional (ISS) para levar diferentes tipos de carga.

Quando acopla à estação, o veículo é mais um módulo para os astronautas, além de ter capacidade de dar propulsão à estação para se desviar de lixo espacial. Quando volta à Terra, o ATV traz da ISS lixo produzido lá. “O ATV já deu provas em três missões até à ISS

sem falhas e este acordo é a prova de que a Europa está a construir naves avançadas e seguras”, disse Nico Dettmann, responsável pelo programa de produção do ATV.

Na futura Orion, o módulo eu-ropeu ficará por baixo do módulo para os astronautas. Com este acor-do, a Orion deverá também levar astronautas europeus para o espaço. “A decisão da NASA de cooperar com a ESA nos seus programas de exploração, com a Europa a produzir um elemento crucial da missão, é um sinal forte da confiança nas nossas capacidades”, disse por sua vez Thomas Reiter, director do programa de Viagens Espaciais Tripuladas da ESA. “Para a ESA, é uma contri-buição importante da exploração espacial feita humanidade.”

Albano Martins, presidente da Sociedade Protectora dos Animais – ANIMA, tinha referido ao Hoje Macau que Brooklyn teria voltado ao activo. “Pelo menos há duas semanas, estava”, disse na altura.

A Grey2K USA recebeu ontem a resposta do Governo à sua questão, que não menciona se Brooklyn está no activo. “Brooklyn está agora a cargo da Companhia do Canídromo Yat Yuen e continua de baixa, depois do seu ferimento estar curado”, pode ler-se num e-mail enviado pela DCIJ à Grey2k USA. A or-ganização reagiu à notícia, mas aproveita para recordar críticas antigas. “Estamos aliviados por saber que, aparentemente, o

Brooklyn continua vivo. Con-tudo, ainda há muito trabalho a fazer para ajudar os cães do Canídromo.”

Na carta que a DCIJ envia à organização, pode ler-se que o Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM) e a ANIMA estão a entrar em acordo para criar um mecanismo de adopção para os galgos, algo que já vem sendo noticiado, e que, por isso mesmo, as DCIJ não precisa de interferir.

A campanha “Salvem o Brooklyn” começou no final de 2010, após visita de uma representante da Grey2K USA a Macau. Na altura, para além da parceria feita com a ANIMA,

a organização norte-americana lançou uma campanha para convencer os proprietários da Companhia de Corrida de Galgos de Macau Yat Yuen a permitir que Brooklyn fosse adoptado após sair das corridas.

A ANIMA tentou, por diver-sas vezes, criar mecanismos para adopções, mas o IACM e a Yat Yuen sempre puseram problemas no processo. Mais recentemente, ficou a saber-se que a adopção será feita no próprio Canídromo, sendo que cabe apenas à ANIMA arranjar adoptantes, algo que deixou o presidente da socie-dade desapontado. Até agora, que se saiba, nenhum galgo foi adoptado.

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sexta-feira 18.1.2013cultura14 www.hojemacau.com.mo

José C. [email protected]

O CCM procura novos pro-jectos cinematográficos locais para projectar no Festival Internacional

de Cinema e Vídeo de Macau (MI-FVF) que decorre de Março a Maio de 2013.

O evento que inclui a secção “Macau Indies” como espaço privilegiado para as produções locais aceita inscrições de filmes e vídeos até às 18 horas do dia 25 de Janeiro de 2013.

Apostando na descoberta de no-vos talentos bem como na promoção de uma plataforma de intercâmbio para cineastas locais, o “Macau Indies” é uma oportunidade para os realizadores locais colocarem os seus trabalhos no grande ecrã e de eventual exposição internacional, informa o comunicado de imprensa da organização.

As edições anteriores da com-petição tiveram filmes incluídos no projecto “Macau o Poder do Documentário” como “Viagem no Tempo”, “350 Metros”, ou “Um outro Lar” e “Aqui Estou” , tendo posteriormente sido projectados no exterior, informa a nota de imprensa.

O festival continua focado na singularidade da cidade de Ma-

PEDRO Sena Nunes realizou Hope em 2009 e desde então

têm sido várias as participações em festivais nacionais e interna-cionais. Desta vez, e apesar de três anos terem passado desde então, o filme foi escolhido pela galeria londrina Hanmi Gallery para a 25 edição da London Art Fair, que arrancou esta quarta-feira e dura até domingo.

A London Art Fair, que celebra nesta edição os 25 anos, é uma das feiras mais importantes no calendário das artes, onde estão presentes 131 galerias. Pedro Sena Nunes estará representado na Hanmi Gallery, galeria que representa novos artistas e que além de estar em Londres tem também representação na Coreia do Sul. “Foi uma surpresa muito boa, não estava à espera”, diz ao Público o realizador, explicando que o convite lhe foi feito pelas duas curadoras da galeria, que numa pesquisa de preparação para a feira encontraram o trabalho do

CCM procura projectos cinematográficos para “Macau Indies” até dia 25

Plataforma para cineastas locais

cau e das suas gentes e mantém o objectivo de apoiar e destacar as produções locais. Ao mesmo tempo a organização do MIFVF centra esforços para garantir uma atmosfera de intercâmbio entre realizadores locais e profissionais do exterior ao convidar figuras dis-

tintas da indústria cinematográfica para integrarem o júri. A fechar a competição o CCM também pro-move um encontro que funciona como uma plataforma e uma rede para a troca de ideias entre todos os realizadores do “Macau Indies” e os membros do júri.

Sem limites no que diz res-peito ao tema ou duração das películas, a competição é aberta a qualquer filme produzido por um artista de Macau ou filmado na cidade. Os candidatos poderão entregar os seus trabalhos em diversos formatos incluindo fil-

mes, documentários e animações. Em jogo estão diversos prémios num total de mais de 60,000 patacas atribuíveis a todos os trabalhos seleccionados, informa a nota. Os boletins de inscrição podem ser descarregados da página www.ccm.gov.mo.

Pedro Sena Nunes convidado a apresentar Hope na London Art Fair

Encontro animal entre homem e mulherportuguês e propuseram que este expusesse Hope.

Hope, sobre o encontro animal entre o homem e a mulher e que foi premiado no Fantasporto na edi-ção de 2011, será apresentado em Londres em forma de instalação. “O filme tem esta característica, foi feito de forma a poder ser visto tanto no cinema como em instalação”, explica o realizador, que apesar de não ser um nome das artes, admite que o campo da

instalação não é uma novidade. “A multidisciplinaridade do objecto fílmico foi a raiz do próprio desafio a que me lancei quando comecei a pensar no Hope. A relação da imagem com o texto, da imagem com o som é algo que me interessa bastante”, continua.

Sobre a escolha deste filme em questão, Sena Nunes acredita que tem a ver com a mensagem intemporal que Hope transmite. “Este filme não foi pensado para

um tempo, não é centrado em nenhuma data, e por isso é que se mantém bastante actual”, diz. Em 2009 o filme serviu como uma espécie de alerta para os tempos difíceis que se adivinhavam. “É um alerta de um lado animalesco do que está para vir e projecta uma aparente tranquilidade.”

Hope é um filme, dos poucos que fará, como explica, capaz de perdurar no tempo. “É um trabalho que tem lugar no futuro”, acres-

centa, explicando que também o seu currículo foi depois avaliado pela galeria. “É nestas alturas que percebemos que todo o trabalho que temos vale a pena porque afinal alguém está atento, e quando esse alguém é alguém de fora é ainda mais surpreendente”. Defende que em Portugal o meio artístico é muito fechado. “Sinto que às vezes é mais do mesmo. Já vivi anos em que as coisas eram mais ricas do lado do diálogo.”

Além de o cinema ser a sua área, também se tem destacado na dança, com a Companhia In-tegrada Multidisciplinar, criada há cerca de cinco anos com o objectivo de integrar na socie-dade, e na vida artística, pessoas com necessidades especiais. Actualmente está a preparar a apresentação do espectáculo O Nada em Lisboa, depois de o ter estreado em Guimarães no ano passado no âmbito da Ca-pital Europeia da Cultura. “Os projectos nunca param, estou sempre a fazer alguma coisa, é um frenesim criativo”, conta. Ambiciona ganhar maior visi-bilidade a nível internacional. “Aqui não há dinheiro, preciso de novas realidades.”

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15culturasexta-feira 18.1.2013 www.hojemacau.com.mo

A Casa de Portugal em Macau vai participar no Carnaval de Nice, em Fevereiro, após ter sido esco-lhida por um júri na sequência da

mega parada multicultural, que decorreu, a 20 de Dezembro, na Região Administrativa Especial chinesa. “Um júri, constituído pelo Instituto Cultural, pelos cônsules--gerais de vários países presentes no desfile e por um representante do Carnaval de Nice, escolheu os melhores grupos locais. As distinções mais altas foram atribuídas à Associação dos Comerciantes de Peixe Fresco de Macau e à Casa de Portugal em Macau”, refere uma nota divulgada pelo Instituto Cultural (IC), o qual prepara agora a participação destes dois grupos no evento.

O Carnaval de Nice - um dos três maiores e mais reconhecidos carnavais do mundo e o maior de França - celebra, este ano, a 129.ª edição, a qual é subordinada ao tema “Rei dos Cinco Continentes”.

No recente “Desfile por Macau, Cida-de Latina”, a Casa de Portugal apresentou “actuações temáticas com marionetes artesanais, numa fusão de elementos cul-turais orientais e ocidentais, combinando dança e teatro com características de Macau, que se revelaram muito populares

Casa de Portugal escolhida para participar no Carnaval de cidade francesa

De Macau até Nice

junto do público”, refere a nota do IC.Já a Associação dos Comerciantes de

Peixe Fresco de Macau fez-se represen-tar com a tradicional Dança do Dragão Embriagado, a qual se encontra já inse-rida nas Listas do Património Cultural Imaterial de Macau e Nacional. “Estes dois grupos notáveis terão agora a opor-tunidade de mostrar as suas artes a uma audiência global no Carnaval de Nice, um dos maiores do mundo, promovendo assim além-fronteiras o charme cultural único de Macau”, realça o IC.

O Instituto Cultural de Macau reuniu--se no ano passado, por duas vezes, com o vice-presidente da Câmara de Nice, Rudy Salles, para troca de ideias, tendo o responsável proposto a participação dos “mais notáveis grupos” da mega parada multicultural nesta edição do Carnaval de Nice.

O desfile, que se realizou a 20 de De-zembro, dia do aniversário do estabeleci-mento da Região Administrativa Especial chinesa, pelo segundo ano consecutivo, envolveu cerca de 2.000 pessoas entre artistas ‘principais’ e pessoal de bastidores, tendo contado com a participação de mais de 20 países e regiões. - Lusa

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sexta-feira 18.1.2013desporto16 www.hojemacau.com.mo

Gonçalo Lobo [email protected]

UM regresso e três novidades abso-lutas. O Grupo Desportivo Monte

Carlo acaba de contratar três brasileiros e um chinês para o plantel que está a disputar a Liga de Elite deste ano. Os médios Renê Soares, regres-sado após grave lesão, e Rafel Medeiros, o defesa-central Paulo César e o avançado chi-nês Du Zhiqiang, da formação do Guangzhou Evergrande, são os mais recentes reforços do vice-campeão.

Sérgio [email protected]

MESMO à distância de dez meses, a 31.ª edição da Taça

Intercontinental FIA de Fórmula 3, a prova cabeça de cartaz do Grande Prémio de Macau, tem já feito correr muita tinta na imprensa especializada europeia.

A Federação Internacional do Automóvel (FIA) tinha deixado claro que a corrida de encerramento de temporada de 2013 no Circuito da Guia seria a primeira a autorizar a participação dos monolugares de Fórmula 3 equipados com os novos motores a introduzir em 2014 – motores 2 litros de injecção directa.

Aparentemente, a FIA passou agora para uma posição mais extrema, compelindo todos os participantes a utilizarem os novos motores, algo que tem deixado muitas dúvidas entre os

Monte Carlo reforça-se com trio de brasileiros e um chinês

Plantel continua abertoAo Hoje Macau, o pre-

sidente Firmino Mendonça confirmou a chegada dos jogadores e explicou que o Monte Carlo estava a precisar de jogadores experientes. “Senti que precisávamos de reforçar a equipa com jogadores, apesar de jovens, mais ex-perientes. E por isso é que

fomos buscar estes quatro jogadores.”

Apesar de não ter o pa-trocínio do ano passado, o presidente do Monte Carlo assumiu que não fazia sentido os amarelos não se reforçarem depois dos adversários mais directos o terem feito, assumindo que o plantel ainda não está

fechado. “Chegarão ainda mais dois avançados, um chinês e outro brasileiro, mas ainda não vou adian-tar nomes. Pensei que não fizéssemos grandes inves-timentos, até porque não temos um patrocinador forte, mas tivemos de fazer alguns ajustes.”

Com a Liga de Elite

no seu arranque, Firmino Mendonça comentou ain-da o que se pode esperar para este campeonato. “Os candidatos ao título, onde o Monte Carlo se insere, começaram a ganhar. Pen-so que a equipa mais forte é o Benfica, contudo nem sempre os grandes inves-timentos têm os maiores

retornos. Estou confiante no plantel que estamos a construir.”

Uma palavra de apreço ao trabalho do técnico Paulo Bento que deixou a equipa na segunda posição da Liga de Elite do ano passado e levou os canarinhos até à final da Taça de Macau. “O Paulo Bento é um excelente profissional e só não ficou no Monte Carlo por ques-tões financeiras, uma vez que não temos patrocinador para custear o projecto que ele idealizava. Seja como for terá sempre a porta aberta.”

Uso de novos motores no GP Macau F3 coloca FIA contra o resto dos intervenientes

Macau no meio do turbilhãointervenientes, sendo uma ideia muito pouco consensual. “Nós certamente não queremos ser ratos de laboratório, especialmente para algo que pode falhar e sendo esta a 60.ª edição do evento”, disse à revista inglesa Autosport, Barry Bland, o co-organizador da corrida de Fórmula 3 em Macau desde a sua fundação nos anos oitenta.

O primeiro obstáculo à ideia FIA, cuja comissão de mono-lugares é agora liderada pelo ex-piloto de F1 Gerhard Berger, que sucedeu a Bland no cargo, é o próprio calendário internacional. A última corrida do Campeonato Europeu FIA de Fórmula 3 está marcada para 27 de Outubro, em

França, restando poucos dias às equipas para prepararem os seus monolugares com motores novos até à data limite para os enviar, por via aérea do Luxemburgo, os seus carros para a RAEM.

Por outro lado, as equipas têm duas outras dificuldades técnicas pela frente: a adaptação dos no-vos motores à actual traseira dos chassis Dallara F312 e o “balanço de performance”. Caso a FIA opte por permitir o uso das duas motorizações, o órgão regulador terá que encontrar um “balanço de performance” entre motores novos e suas versões anteriores, o organismo máximo que regula o desporto automóvel terá eventu-

almente que utilizar um sistema de “lastros”, ao estilo do WTCC.

Porém esta opção poderá acarre-tar consequências sérias, duvidando a própria Dallara da rigidez de al-guns componentes dos seus chassis. A segunda opção técnica viável passa por jogar com os restritores de ar dos motores, uma solução que também pode criar transtornos se não houver tempo suficiente para testes antes do Grande Prémio.

Em Novembro de 2011 a FIA cedeu à pressão da Volkswagen e da Mercedes-Benz e adiou para 2013 a introdução de novos motores na disciplina. O ano passado voltou a fazer o mesmo, prolongando o prazo de admissão para permitir a

homologação dos motores dos dois gigantes germânicos, o que gerou um certo mal estar nos outros que apostaram em produzir unidades para a mais antiga e reputada categoria de formação de pilotos. Para além dos dois gigantes ger-mânicos, também as nipónicas Nissan-Tomei, MTEC Mugen, Toda Honda e Toyota-Tom’s, a inglesa Neil Brown Engineering e a alemã Spiess, construíram motores de acordo com os futuros regulamentos da Fórmula 3.

A prova de F3 será realizada, como confirmado na quarta-feira, no segundo fim-de-semana do “Jubileu de Diamante”, de 14 a 17 de Novembro.

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SALA 1THE IMPOSSIBLE [C]Um filme de: Issara Nadee, Patchanon Thumjira, Kirati NakintanonCom: Apinya Sakuljaroensuk, Peter Knight, Ray Macdonald14.30, 16.30, 21:30

LES MISÉRABLES [B]Um filme de: Tom HooperCom: Hugh Jackman, Anne Hathaway, Russel Crowe, Amanda Seyfried, Eddie Redmayne, Aaron Tveit, Samantha Barks,Helena

sexta-feira 18.1.2013 17www.hojemacau.com.mo futilidades

[Tele]visão

Sudoku [ ] Cruzadas

[ ] Cinema Cineteatro | PUB

TDM13:00 TDM News - Repetição13:30 Jornal das 24h RTPi14:45 RTPi Directo19:00 TDM Talk Show (Repetição)19:30 Resistirei20:30 Telejornal21:15 Ler + Ler Melhor21:30 Regresso a Sizalinda22:10 Escrito nas Estrelas23:00 TDM News23:30 Portugueses Pelo Mundo00:20 Telejornal – Repetição01:00 RTPi Directo

INFORMAÇÃO TDMRTPi 8214:00 Telejornal Madeira14:30 Percursos15:30 Criativar16:00 Bom Dia Portugal17:00 Decisão Final 17:50 Ler +, Ler Melhor18:00 Musicais20:00 Jornal da Tarde21:15 O Preço Certo 22:10 Portugal no Coração

30 - ESPN13:00 (Delay) Peru-Argentina-Chile Dakar Rally 2013 - Highlights13:30 Big Ten Conference Basketball 2012/13 Purdue vs. Nebraska15:30 Chinese Badminton Super League - Highlights16:30 ABL Crossover 2013 Highlights 17:00 Peru-Argentina-Chile Dakar Rally 2013 - Highlights17:30 Premier League Darts 2012 19:00 The Football Review 2012-2013 19:30 (LIVE) Sportscenter Asia 201320:00 (LIVE) Asean Basketball League 2013 Chang Thailand Slammers vs. Westports Malaysia Dragons22:00 Sportscenter Asia 2013 22:30 Peru-Argentina-Chile Dakar Rally 2013 - Highlights23:00 AFF Suzuki Cup 2012 Philippines vs. Singapore

31 - STAR Sports08:00 (LIVE) Australian Open 201320:00 Australasian Safari 201221:00 Game 201221:30 (Delay) Score Tonight 201322:00 Beirut Marathon22:30 (Delay) Australian Open 201323:30 Score Tonight 2013

40 - FOX Movies11:50 I Don’t Know How She Does It13:25 Hook15:50 When Harry Met Sally17:30 Anger Management19:15 Insidious21:00 The Entitled22:40 We Are The Night00:20 Quarantine

41 - HBO12:30 Solo14:05 Battle Los Angeles16:00 Moonlight And Valentino18:10 Absolute Power20:10 Contraband22:00 50 First Dates23:40 Red Riding Hood

42 - Cinemax12:45 Star Trek V The Final Frontier14:30 7 Seconds16:00 Downhill Racer17:45 The Juror19:40 Hollywood On Set20:10 Urban Legends21:45 Epad On Max22:00 Profugos23:50 Barricade

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SOLUÇÕES DO PROBLEMA

HORIZONTAIS: 1-Osso chato e delgado que separa as duas fossas nasais; Pátria de Santa Teresa de Jesus. 2-Parte do pistilo que encerra as sementes (Bot.); Pertences. 3-O lado do vento (Náut.); Figuras mal distintas. 4-Calçado próprio, com rodas ou lâminas de aço, para deslizar em superficies lisas ou no gelo. 5-Enredado e confuso. 6-Andava para lá; Jibóia; Poema lírico. 7-Transfere o direito ou a posse de; Gratifica; Cabo do Canadá, na província da Nova Escócia. 8-Pesquisador de nascentes de água; Fruto silvestre. 9-Língua dos Árias, antepassados da família indo-europeia; Sufixo designativo de aumento. 10-Embaraçar quem está fazendo alguma coisa. 11-Pão de milho; Planta vulgarmente conhecida por jarro.VERTICAIS: 1-Regressei; Vazia. 2-Germe; Amolecer em molho com tempero. 3-Nociva; Parte larga do remo que mergulha na água; Ordem judicial publicada por anúncios. 4-Desacertar; Fizera doação. 5-Graceja; Casa de pasto ordinária. 6-Ovídeo; Capa sem mangas usada em confrarias religiosas. 7- Arranhadura ou ferimento feito com a unha; Parecença. 8-Dança de salão de ritmo moderado; Enfada. 9-Comiseração; A parte central e mais tenra de certas hortaliças. 10-Constelação conhecida por Leão; Fragrância. 11-Submete à acção directa do fogo um alimento; Época fixa, a partir da qual se começam a contar os anos; Zomba.

HORIZONTAIS:1-VÓMER; ÁVILA. 2-OVÁRIO; ÉS. 3-LÓ; VULTOS. 4-PATINS. 5-EMARANHADO. 6-IA; BOA; ODE. 7-CEDE; DÁ; OR. 8-VEDOR; AMORA. 9-ARIANO; OL. 10-ATRAPALHAR. 11-BROA; ARÃO.VERTICAIS:1-VOLTEI; VÃ. 2-OVO; MACERAR. 3-MÁ; PÁ; ÉDITO. 4-ERRAR; DOARA. 5-RI; TABERNA. 6-OVINO. OPA. 7—UNHADA; AR. 8-VALSA; AMOLA. 9-DÓ; OLHO. 10-LEO; ODOR. 11-ASSA; ERA; RI.

REGRAS |Insira algarismos nos quadrados de forma a que cada linha, coluna e caixa de 3X3 contenha os dígitos de 1 a 9 sem repetição

SOLUÇÃO DO PROBLEMADO DIA ANTERIOR

Aqui há gatoHABITAÇÃO: FALTA DE MEDIDAS OU FALTA DE VONTADE?Publica-se hoje neste jornal um trabalho que faz uma comparação curiosa: e se aqueles que querem comprar uma casa fossem viver para um hotel? À partida a ideia pode parecer descabida, mas fazendo algumas contas, percebemos que os valores não são assim tão díspares como isso. E falamos de hotéis de topo, no Cotai ou na Taipa. Um economista chamou, contudo, a atenção para o problema: quem opta por viver num hotel sujeita-se às idas e vindas do mercado e da inflação, com os preços a mudar. Quem compra uma casa esta torna-se sua, acabou-se o problema. A não ser que seja no edifício Sin Fong Garden. Este pequeno exercício de comparação de valores serve para espelhar um pouco a situação quase dramática a que o mercado imobiliário parece estar a chegar, em que uma família de classe média não consegue comprar uma casa, muito menos jovens que estão a iniciar a sua carreira. Estão condenados a viver em casas arrendadas, uma área do mercado que também não conhece valores mais satisfatórios para as carteiras. Viveremos então num mercado gerido por interesses privados e de investidores externos? De não residentes da China e de Hong Kong que vêm cá comprar casas e ganhar muito dinheiro com isso? Senhor Chefe do Executivo, onde está então o seguimento do lema “terra de Macau para gentes de Macau?” Parece que estamos a ser governados por um Executivo que, ou não tem ideias ou não tem vontade. Tem medo de mexer na economia, senhor Chui Sai On? Ou tem medo de acabar com os interesses de certos grupos de influência? Se for este o caso, continue, tem feito muito bem o seu trabalho. Os ricos estão a conseguir manter-se no topo da pirâmide, a olhar a esplêndida vista que a sua casa de milhões de patacas proporciona. Os mais pobres, sem acesso a vista, estão atrás das gaiolas do seu prédio velho.

TRÊS METROS ACIMA DO CÉU • Federico Moccia“Três Metros Acima do Céu” é um romance apaixonante acerca da descoberta do amor por dois jovens vindos de mundos completamente distintos. Babi é uma rapariga certinha, de boas famílias, bonita e endinheirada, que está prestes a concluir os estudos num liceu fino de Roma. Step é um rapaz problemático e de carácter irascível e violento, amante do risco e da velocidade e com um comportamento muitas vezes reprovável. Uma comédia romântica sobre o fim da adolescência, “Três Metros Acima do Céu” tornou-se um estrondoso sucesso de vendas a nível mundial e trans-formou Federico Moccia em autor de culto entre os jovens.

HISTÓRIAS DE TERROR DO NAVIO • Chris PriestleyNa Velha Estalagem, sobre um mar tempestuoso, Ethan e Cathy esperam a chegada do pai. Entretanto, um marinheiro aparece em busca de abrigo, e assim começa uma longa noite de histórias aterradoras... Há algo neste homem que inquieta Ethan e Cath, mas não sabem o quê. É então que o amanhecer abre os olhos das crianças para uma realidade ainda mais chocante, mais angustiante do que o que as histórias que ouviram na noite anterior. Pu Yi

LES MISERÁBLES

Bonham Carter, Sacha Baron Cohen18.45SALA 2THE GRAND MASTER [B](FALADO EM CANTONÊS E MANDARIM LEGENDADO EM CHINÊS)Um filme de: Kar Wai WongCom: Tony Leung Chiu Wai, Ziyi Zhang, Chen Chang14.30, 16.45, 19:15, 21:30SALA 3THE LAST STAND [C]Um filme de: Kim Jee-WoonCom: Arnold Schwarzenegger, Zach Gilford, Forest Whitaker14.15, 16.05, 19:50, 21:45

THE IMPOSSIBLE [C]Um filme de: Issara Nadee, Patchanon Thumjira, Kirati NakintanonCom: Apinya Sakuljaroensuk, Peter Knight, Ray Macdonald17.55

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sexta-feira 18.1.2013opinião18 www.hojemacau.com.mo

um gr i to no desertoPaul Chan Wai Chi*

O dia 15 de Janeiro a Assembleia legislativa, numa deslocação or-ganizada pelo Governo, visitou o complexo de habitação pública de Seac Pai Van. Embora muitos dos deputados tenham elogiado

o complexo, eu vejo as coisas de outra maneira.

Durante a discussão sobre a Lei da Habi-tação Económica, o Governo sugeriu vários padrões para a gestão das áreas das fracções dos diferentes tipos de habitação pública. A área estandardizada é relativamente menor do que a de habitação pública construída no passado. O porta-voz do Governo informou que esta área representa os requisitos básicos podendo ser aumentada durante a actual construção. A diferença entre fracções de “um quarto e uma sala” e de “três quartos e uma sala” é que esta última possui mais dois quartos. O tamanho da sala é igual em todo o tipo de fracções. Qualquer inquilino, seja ele uma única pessoa, ou uma família com vários membros fica a viver com uma sala de cerca de nove metros quadrados. É este o padrão ideal?

O complexo de habitação pública de Seac Pai Van tem 9015 fracções no total. A área de construção é de cerca 120,000 metros quadrados para alojar cerca de 27.000 pes-soas. Este complexo é apenas uma parte do Plano de Urbanização de Seac Pai Van em Coloane, que cobre actualmente uma área de 300,000 metros quadrados para alojar um total de 60,000. Por outras palavras, no Plano de Urbanização de Seac Pai Van, cerca de 180,000 metros quadrados destinam-se à construção de um complexo residencial privado para 33.000 pessoas.

A área estandardizada é relativamente menor do que a de habitação pública construída no passado. O porta-voz do Governo informou que esta área representa os requisitos básicos podendo ser aumentada durante a actual construção

O Tin Shui Wai de MacauOs projectos de construtores privados

ultrapassam os de habitação pública. A Pedreira de Seac Pai Van também está nas mãos de promotores imobiliários privados. O processo de transferência deste terreno gerou na altura muitas dúvidas. O director da Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transporte, Carion, tinha prome-tido apresentar a tradução chinesa do docu-mento sobre a concessão por arrendamento da Pedreira de Seac Pai Van, em português, durante a interpelação oral na Assembleia Legislativa em 2012, para os deputados fica-rem a par do processo. Até agora, a tradução chinesa ainda não apareceu.

Segundo o esboço do projecto do Plano de Urbanização de Seac Pai Van, para alem do lote CN7, que está actualmente a ser desenvolvido no Edifício On Son num dos lados da Estrada de Seac Pai Van, os outros três edifícios que serão construídos defronte da Estrada terão a vista cortada pelos prédios construídos pelos promotores imobiliários privados. Ficam apenas com vista para as montanhas. Para além de deterem o(s) lote(s )virados para a avenida do Cotai Strip, os privados possuem também os terrenos à volta do Vale das Borboletas para promoção imobiliária.

Uma vez que a Pedreira não deu, durante anos, qualquer uso ao(s) lote(s) de Seac Pai Van, o Governo deveria ter primeiro recuperado o terreno, de acordo com o contrato de concessão, antes de se proceder ao seu desenvolvimento. O Governo não deveria autorizar a transferência directa de propriedade. Para além do mais, a área circundante ao Vale das Borboletas é uma

zona pantanosa que serve de habitat para a fauna e flora selvagem. O Governo não preservou a zona e permitiu que os privados desenvolvem-se complexos habitacionais o que é completamente inaceitável. Macau é um lugar único, não é verdade?

Nos meses de Fevereiro e Março deste

ano as pessoas vão mudar-se progressiva-mente para o complexo de habitação pública de Seac Pai Van. Cerca de 800 inquilinos irão mudar-se mês após mês e se o processo não for acelerado provavelmente serão precisos dez meses para a mudança estar completa. Ainda não se consegue perceber quais serão os suplementos do complexo ao nível de educação, transportes, saúde, serviços para idosos, e vida quotidiana. A construção destas instalações está prevista para ser finalizada depois de 2014. Em Hong Kong a construção de novos complexos habitacio-nais é acompanhada pela construção deste tipo de instalações sociais e comunitárias. Mas em Macau esta prática é negligenciada

para acelerar a construção de 19000 fracções de habitação pública.

Numa zona residencial com mais de 20000 residentes, não existe sequer um campo de basquetebol, nem um campo de futebol de cinco, nem um pequeno jardim. Em vez de dois centros comerciais, para promover a competição e ampliar a oferta de produtos, vai existir apenas um. Sendo o único, é fácil de imaginar os preços pratica-dos por este centro comercial. Quanto aos transportes, os residentes devem depender sobretudo dos autocarros, visto que não há maneira de expandir a rede de tráfego e não existe nenhuma paragem de metro ligeiro. A capacidade da estrada existente será posta perante um grande desafio quando os lotes CN1 e CN2 se transformarem num complexo residencial, e ainda suportar a população residente no One Oasis (um complexo ha-bitacional no Cotai South).

O Tin Shui Wai do Yuen Long de Hong Kong era, na verdade, um viveiro artificial. Depois de se tornar densamente povoado, os habitantes começaram a ser assolados com problemas de transportes e de empre-go. Se o complexo de habitação pública de Seac Pai Van está, por um lado recheado de complexos habitacionais privados, e por outro, sem estruturas de lazer e recriação, pode tornar-se no “Tin Shui Wai” de Macau.

Sou pessimista, mas depois de analisar as instalações e o layout do complexo, não consigo deixar de me preocupar. Espero não ser o único.

*Deputado e membroda Associação Novo Macau Democrático

N

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19opiniãosexta-feira 18.1.2013 www.hojemacau.com.mo

Propriedade Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José Editor Gonçalo Lobo Pinheiro Redacção Andreia Sofia Silva; Cecilia Lin; Joana Freitas; José C. Mendes; Rita Marques Ramos Colaboradores António Falcão; António Graça de Abreu; Fernando Eloy; Hugo Pinto; José Simões Morais; Marco Carvalho; Maria João Belchior (Pequim); Michel Reis; Rui Cascais; Sérgio Fonseca; Tiago Quadros Colunistas Arnaldo Gonçalves; Boi Luxo; Carlos M. Cordeiro; Correia Marques; David Chan; Gonçalo Alvim; Helder Fernando; Isabel Castro; Jorge Rodrigues Simão; José Pereira Coutinho, Leocardo; Maria Alberta Meireles; Mica Costa-grande; Paul Chan Wai Chi; Vanessa Amaro Cartoonista Steph Grafismo Catarina Lau; Paulo Borges Ilustração Rui Rasquinho Agências Lusa; Xinhua Fotografia António Falcão, Gonçalo Lobo Pinheiro; Lusa; GCS; Xinhua Secretária de redacção e Publicidade Madalena da Silva ([email protected]) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare Morada Calçada de Santo Agostinho, n.º 19, Centro Comercial Nam Yue, 6.º andar A, Macau Telefone 28752401 Fax 28752405 e-mail [email protected] Sítio www.hojemacau.com.mo

S crianças são seres amorosos e ternurentos que se caracterizam, entre outras coisas, por estarem em aprendizagem permanente. Estão no início da vida, no início de tudo. Tudo é novo, tudo é

descoberta. As crianças são seres que – descobriu-se há uns anos – não mentem. Inventam, isso sim. O copo que aparece partido foi descuido do irmão mais velho. A pintura na parede foi obra de anões que se escondem debaixo da cama quando os pais chegam. As asneiras nunca são mesmo asneiras e não há cá mentiras – as crianças só inventam, com a imaginação fértil que a idade lhes irá roubar aos poucos. As crianças são imensamente criativas.

As crianças são seres amorosos que, por via de metafóricos puxões de orelhas, lá vão aprendendo que entre a mentira e a invenção, quando há falha, a diferença não é grande. E então chega a idade das promessas, do não-volto-a-fazer e para-a-próxima-tenho--mais-cuidado, a idade das desculpas, do juro-que-não-foi-de-propósito. E porque as crianças são seres ternurentos e das asneiras pueris não vem mal ao mundo, a vida segue até que as crianças deixam de ser crianças e passam a ter um discurso diferente quando a coisa corre claramente mal. Ou então não.

A gente já sabe que Macau só tem 13 anos. O tempo passou a ser contado desde o regresso à mãe-pátria e esta contagem dá jeito: por um lado, esquece-se o passado e evita-se a compa-ração; por outro, 13 anos são só 13 anos, com tudo o que se pode fazer aos 13 anos.

Em 2001, aos dois anos, Macau já andava mas ainda titubeante, a equilibrar-se entre o que ficou da crise do final dos anos 90 e a perspectiva da liberalização do jogo. Em 2006 já sabia as letras e até contas simples de multiplicar, mas fez uma asneira das grandes, uma pintura com lápis de cera na parede que foi obra e graça de um anão, que aos sete anos não se culpa ninguém. Em 2011, já na pré--adolescência, recebeu um puxão de orelhas por não saber pensar no futuro, um puxão pouco compreensível e de que nada adiantou porque já se sabe que os pré-adolescentes não se caracterizam por pensar na velhice ou na doença. Outros puxões de orelhas semelhan-tes foram sendo dados ao longo do tempo, uns com mais carinho, outros mais severos, e volta e meia repetem-se, sendo que às vezes são mesmo dados pela mãe.

Como a idade da infância vai ficando para trás, desculpas de anões e de erros dos irmãos mais velhos vão deixando de poder ser utilizadas, que já não convencem ninguém. A passagem da idade amorosa e ternurenta para a era da responsabilidade não

contramãoIsabel [email protected]

Não faz mal e nada acontece, até ver. A fase da negação é normal, a das promessas também faz parte, os puxões não têm deixado marcas nas orelhinhas que se baixam com a cabeça no momento de reconhecer a culpa. Não fazendo mal, que há muito com que brincar na terra, fica-se pelo erro, sem quarto escuro, nem tampouco limites à utilização dos brinquedos

As crianças

é fácil, mas lá se desenham desculpas e pro-messas. Para-a-próxima-vai-correr-melhor, a culpa-não-foi-minha-foi-da-inflação, fiz-tudo-pelo-melhor-de-Macau, a culpa--foi-do-mercado, a culpa-não-foi-minha, juro-que-não-foi-de-propósito. E depois há ainda o vou-continuar-a-ser-adolescente--enquanto-a-minha-mãe-deixar.

É este o discurso que se ouve em Macau de cada vez que alguma coisa corre mal, ou seja, de cada vez que o Comissariado da Auditoria puxa as orelhas a quem não soube fazer contas, gastou de mais, pensou de menos. Esta semana, a Auditoria divulgou os resultados do estudo às despesas com a construção da nova Universidade de Macau, aquela que vai ficar longe da cidade, lá para os lados de uma ilha que a China gentilmente emprestou ao território.

Houve erros em tudo, ou quase tudo: os preços de uma obra de 2010 tiveram como referência números de 2006; os preços de

um mega projecto à imagem e semelhança de muitos outros plantados por essa China acima tiveram como referência pequenas obras locais de natureza completamente distinta; os preços foram sendo revistos mas não incluídos na mesada. Contas feitas, a brincadeira vai ficar quase pelo dobro do que se imaginava à partida.

Mas não faz mal – como não houve qualquer problema quando, há menos de dois anos, foram oficialmente puxadas as orelhas aos Serviços de Saúde que, até então, não se tinham dado conta de que o território tinha crescido, os residentes tinham aumentado, os turistas tinham-se multiplicado por milagre da mãe-pátria, e o hospital, os médicos e os enfermeiros não davam – e não dão – para tanta gente possivelmente enferma.

Outros exemplos podiam ser dados – ficam estes dois, nada originais e nulos de criatividade. Mas não faz mal – não vem mal ao mundo da traquinice de crianças em pré-adolescência, quase adolescentes. Não faz mal e nada acontece, até ver. A fase da negação é normal, a das promessas também faz parte, os puxões não têm deixado marcas nas orelhinhas que se baixam com a cabeça no momento de reconhecer a culpa.

Não fazendo mal, que há muito com que brincar na terra, fica-se pelo erro, sem quarto escuro, que isso está pedagogicamente fora de moda, nem tampouco limites à utilização dos brinquedos. As crianças são amorosas, já sabemos.

Mas a verdade é que estão a deixar de ser ternurentas. Dizem-me que são cada vez menos aqueles que as querem embalar ao adormecer, que têm paciência para lhes contar histórias e ouvir desculpas de anões, que os anões já não se escondem debaixo da cama quando os pais chegam a casa.

A

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sexta-feira 18.1.2013www.hojemacau.com.mo

Marco [email protected]

DOZE minutos afastaram na última temporada a Casa de Portugal do principal escalão do fu-

tebol do território, mas a formação de matriz portuguesa volta este ano volta a nortear a participação no Campeonato de Futebol da II Divi-são pelo mesmo objectivo. O grupo de trabalho orientado por Pelé vai tentar uma vez mais o assalto ao convívio dos grandes do futebol de Macau, numa caminhada que se afigura árdua.

A formação do Organismo Autónomo Desportivo da Casa de Portugal em Macau perdeu algumas das suas principais refe-rências para emblemas da Liga de Elite, mas Pelé mostra-se ainda assim confiante de que o plantel à sua disposição tem o que é necessário para levar a equipa ao principal campeonato de futebol da RAEM: “O ano passado tínha-mos jogadores mais influentes”, resume o técnico. “São jogadores de que sinto falta. Falo do Cuco, que saiu para o Benfica, mas tam-bém dos três jogadores franceses que reforçaram o C.P.K. Todos eles fazem falta, mas posso di-zer que tenho uma equipa com muita vontade de ganhar. Não são jogadores muito tecnicistas, mas são jogadores com os quais sei que posso contar e que vão dar tudo em prol dos objectivos da equipa”, defende.

Campeonato da II Divisão arranca esta noite

Casa de Portugalcom sonhos e fair-play

Durante o período de de-feso, a Casa de Portugal viu o capitão Cuco sair para o Ben-fica e os franceses Nicholas Friedmann, Jean Friedmann e Gaspard Laplaine assinar pelo neoprimodivisionário Chao Pak Kei. No capítulo dos reforços, o regresso de Jean Peres aos rel-vados, a contratação de Simon Ramoseau e a entrada de João Guedes são três das principais novidades. O antigo guarda--redes do Benfica de Macau espera estrear-se com a camisola da Casa de Portugal já no pró-ximo domingo, se possível com uma vitória sobre o Hong Ngai: “Seria sempre bom estrear-me com uma vitória. Se assim fosse, entraríamos com uma vitória e ficaríamos motivados para o que deve a vir a ser uma época dura. Estamos a falar, ainda assim, de uma equipa que desceu de divisão e por isso vamos ver. Vamos dar o nosso melhor e claro, tentar ganhar”, sublinha João Guedes.

O período de defeso deixou marcas no seio do grupo de traba-lho da Casa de Portugal e a nova época será, em grande medida, uma época de re-estruturação. Com a mudança de protagonis-tas, Pelé promete também uma mudança de filosofia dentro das quatro linhas. A última tempo-rada ficou pautada por vários incidentes, dentro e fora do terreno de jogo. Agora, o técni-co de origem são-tomense quer

recuperar a imagem da equipa e garante mais disciplina e fair play dentro de campo: “Não vamos cair no mesmo erro de andar atrás do árbitro, a armar confusões ou a arranjar encrencas. Vamos ser uma equipa mais cordata e vamos respeitar os adversários porque só no fim do jogo se sabe quem é o melhor. Tenho a certeza que com o grupo de trabalho de que disponho não terei problemas a este nível e conseguiremos alcançar os objectivos a que nos propômos”, remata o técnico.

A Casa de Portugal não está, no entanto, sozinhana corrida por um lugar entre os grandes do futebol do território. O Sporting Clube de Macau dá ao início da noite o pontapé de saída na edição de 2013 do Campeonato de Futebol da II Divisão, frente ao Lai Chi. Para João Guedes, a presença de outra equipa de ma-triz portuguesa no Campeonato torna a prova mais aliciante: “É bom ver uma espécie de “derby” desta natureza numa prova de Macau. Acho que um encontro entre as duas equipas será sem-pre interessante vir ao estádio ver um Sporting-Casa de Por-tugal”, defende o guarda-redes.

Ao contrário do que sucedeu na última temporada, o Campe-onato da II Divisão é este ano disputado sob as mesmas regras com que é disputada a Liga de Elite, com o nome do vencedor da prova a decidir-se em duas voltas.

Emigração cresceu 85% em PortugalA emigração em Portugal aumentou 85 por cento em 2011, relativamente a 2010. Os que mais emigraram situam-se na faixa etária dos 25 aos 29 anos. De acordo com os números do Instituto Nacional de Estatística (INE) sobre estimativas anuais de emigração, 43.998 pessoas, incluindo cidadãos portugueses e estrangeiros, emigraram em Portugal em 2011, mais 20.238 do que em 2010. Ou seja, em apenas um ano houve uma subida de 85 por cento na emigração. Das 43.998 pessoas que abandonaram Portugal em 2011, estima-se que 41.444 seriam portugueses e 2.554 estrangeiros.

Raide aéreo terá vitimado vários reféns e sequestradoresUm raide aéreo das Forças Aéreas argelinas sobre o campo de exploração de gás tomado por um grupo alegadamente ligado à Al-Qaeda provocou a morte de 34 reféns e de 14 sequestradores, segundo a agência noticiosa da Mauritânia, citada pela Reuters. No entanto, a “Reteurs” sublinha que as informações avançadas pela agência noticiosa ANI não foram ainda confirmadas. Esta última revela que os ataques aéreos provocaram a morte de 34 pessoas que tinham sido feitas reféns, bem como de 14 elementos do grupo que sequestrou vários cidadãos estrangeiros no local. O mesmo ataque é reportado pela Al-Jazeera, que fala em 35 reféns e 15 sequestradores mortos. É também revelado que Abou el-Baraa, líder do grupo armado que fez vários reféns, também foi morto no ataque de helicóptero.

Brad Pitt quer evitar divulgação de vídeode Angelina JolieO actor Brad Pitt está disponível para pagar 75 milhões de patacas por um vídeo com algumas cenas comprometedoras de Angelina Jolie, de acordo com o «”National Enquirer”. O jornal norte-americano indica que o actor estará disposto a pagar esse valor para que o vídeo, gravado durante a época mais controversa da vida de Jolie, nos anos 90, não seja revelado. Em causa estarão imagens que mostram Angelina Jolie a consumir drogas e em poses quase pornográficas, num período em que o casal ainda não se conhecia. O “National Enquirer” diz que o Brad Pitt, de 49 anos, contratou um detective privado para tratar do caso, não vendo problemas em pagar valores elevados quando em causa está a família. O casal terá receio que os filhos mais velhos, Maddoz e Pax, de 11 e 9 anos, encontrem na Internet o filme de Jolie.

Portugal emsintonia com FrançaO primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, disse ontem que Portugal e França pensam da mesma maneira no que diz respeito ao caminho que a Europa deve fazer. “Temos uma grande sintonia quanto à visão comum do trabalho que precisamos de fazer em termos europeus, de estabilização da zona euro, de aprofundamento das instituições europeias, de cumprimento das nossas obrigações, plasmadas nos tratados, seja o tratado da governação, seja o tratado para o crescimento”, afirmou Passos Coelho, depois de uma reunião com o presidente francês, François Hollande, em Paris.

Desaparecimentodos jornais em papelA Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) alertou ontem para o risco de Portugal deixar de ter jornais em formato papel dentro de alguns meses. “A imprensa portuguesa corre sérios riscos, estamos num momento de grande revolução tecnológica e de grandes emigrações”, disse o presidente da ERC, Carlos Magno, à margem da conferência “Motores de busca - O seu a seu dono”, em Lisboa. “Corremos o risco de não ter jornais impressos, em papel, dentro de alguns meses em Portugal”, avisou, citando “problemas sérios no sector gráfico em Portugal”, bem como a utilização de conteúdos jornalísticos na Internet sem remuneração.

Rússia diz ser blasfémia acusar regime sírioO chefe da diplomacia russa, Sergei Lavrov, criticou duramente o facto de o regime sírio de Bashar al-Assad ter sido acusado do ataque terrorista na Universidade de Aleppo. “Não se pode imaginar blasfémia maior. Principalmente vindo de um canal televisivo tão respeitado [CNN]”, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros, na capital do Tajiquistão. Relativamente à possibilidade de entregar os processos sobre alegados crimes do regime sírio ao Tribunal Criminal Internacional, Lavrov apontou duas lógicas nessa proposta: “Se se quer muito julgar e condenar alguém, isso é uma lógica. Mas se o principal é pôr fim à violência, é preciso concentrar-se nisso. Todo o resto pode esperar.” A secretaria de Estado norte-americana publicou uma declaração esta quinta-feira onde acusava as autoridades da Síria de organizarem o ataque à Universidade de Aleppo, que fez mais de 80 mortos e cerca de 160 feridos.

car toon CRISE NO MALI TORNA-SE GLOBAL

por Steff