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AGÊNCIA COMERCIAL PICO 28721006 PUB PUB DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ WWW.HOJEMACAU.COM.MO MOP$10 SEXTA-FEIRA 7 DE MARÇO DE 2014 ANO XIII Nº 3045 hojemacau QUE MÉDICOS TEMOS? Os Serviços de Saúde estão a promover “um novo modelo de internato” para licenciados em Medicina que passa por uma frequência em dois cursos adjudicados ao privado - na MUST e no Kiang Wu -, por forma a combater a falta de qua- lidade dos candidatos a médicos. Contudo, esta medida, posta em prática em 2011, não consta na lei, em vigor desde 1999. PÁGINA 5 PUB No próximo mês os residentes vão ver devolvido 60% do imposto profissional que pagaram em 2012. A medida, no entanto, não é vista com bons olhos pelo economista Albano Martins que fala em “lógica in- vertida”. IMPOSTO PROFISSIONAL PÁGINA 6 O pintor português, filho do realizador Manoel de Oliveira, está em Macau para promover a sua arte. A exposição “Pintar a Ideia” inaugura hoje na Galeria do Tap Seac e Manuel Casimiro explica ao HM a sua relação com o Oriente. ENTREVISTA PÁGS. 2 E 3 Governo vai começar a distribuir em Abril Manuel Casimiro bebe na mitologia chinesa REMBRANDT VAN RIJN, A LIÇÃO DE ANATOMIA DO DR. NICOLAES TULP

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Hoje Macau N.º3045 de 7 de Março de 2014

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Page 1: Hoje Macau 7 MAR 2014 #3045

AGÊNCIA COMERCIAL PICO • 28721006

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DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ WWW.HOJEMACAU.COM.MO MOP$10 S E X TA - F E I R A 7 D E M A R Ç O D E 2 0 1 4 • A N O X I I I • N º 3 0 4 5

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Os Serviços de Saúde estão a promover “um novo modelo de internato” para licenciados em Medicina que passa por uma frequência em dois cursos adjudicados ao privado - na MUST e no

Kiang Wu -, por forma a combater a falta de qua-lidade dos candidatos a médicos. Contudo, esta medida, posta em prática em 2011, não consta na lei, em vigor desde 1999. PÁGINA 5

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No próximo mês os residentes vão ver devolvido 60% do imposto profissional que pagaram em 2012. A medida, no entanto, não é vista com bons olhos pelo economista Albano Martins que fala em “lógica in-vertida”. IMPOSTO PROFISSIONAL PÁGINA 6

O pintor português, filho do realizador Manoel de Oliveira, está em Macau para promover a sua arte. A exposição “Pintar a Ideia” inaugura hoje na Galeria do Tap Seac e Manuel Casimiro explica ao HM a sua relação com o Oriente. ENTREVISTA PÁGS. 2 E 3

Governo vai começara distribuir em Abril

Manuel Casimiro bebe na mitologia chinesa

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Page 2: Hoje Macau 7 MAR 2014 #3045

2 hoje macau sexta-feira 7.3.2014ENTREVISTAA influência do Oriente é notória na obra do pintor português Manuel Casimiro. Em Macau, o filho do realizador Manoel de Oliveira traz consigo “Pintar a Ideia”, uma exposição que vai ser inaugurada hoje na galeria do Tap Seac

BERNARDO PINTO DE ALMEIDAProfessor Catedrático da Universidade do Porto

O que representa para si expor no Oriente?Conforme escrevi no texto do catálogo é com grande alegria que faço esta expo-sição na China, em Macau, onde no passado a história entre os dois países se enlaçaram numa dinâmica de amizade e prosperidade, amizade que felizmente persiste hoje entre a China e Portugal. Para um ociden-tal, o Oriente é uma fonte de atracção com os seus antiquíssimos e muitos in-sondáveis mistérios, lendas e histórias, donde transpira sabedoria.

A sua pintura estreita as re-lações com o Oriente desde há muitos anos. Porquê ?É verdade que há uma parte importante do meu traba-lho que reflecte a partir da tal sabedoria que já referi, porventura muitas vezes esquecida no Ocidente, que eventualmente é vítima des-sa perda, que deixa o homem despido de valores essenciais que contribuem para uma existência plena. A mitologia chinesa é imensa e está cheia de ensinamentos virtuosos, encontramos dois exemplos maiores, no Taoísmo e no Confucionismo. Tao, quer dizer “caminho”, recto, virtuoso. Lao Tse que se acredita ter escrito “O Livro do Princípio e da Virtude”, apesar de todos sabermos, que sobre este personagem,

PINTOR MANUEL CASIMIRO FALA AO HM DO SEU TRABALHO E DA SUA RELAÇÃO COM O ORIENTE

“A mitologia chinesa está cheia de

são poucos os elementos verdadeiramente históricos, há uma espécie de nevoeiro que envolve a sua pessoa, que contribui para adensar a lenda que se foi construindo e enraizando em redor dele. De facto, muitas das suas ideias propagaram-se sobretudo por via oral. Como é sabido, o Taoísmo estabelece três for-ças, o Yang, força positiva, por exemplo o masculino, o Yin, força contrária, por exemplo o feminino, e uma força superior que as contem, que nas suas permutas dá um sentido, o que me parece enquadrar-se perfeitamente e muito bem no chinês de hoje, mas também em qualquer ser humano do planeta. É algo que pode ajudar a equilibrar positivamente o ser humano. É algo que não se vê, nem se ouve, um “não-ser” que influi no “ser”, um “ser” interior que existe em cada um de nós e nos leva a alcançar o inalcançável. A partir de um conceito simultaneamente virtual e futuro, a ausência e a plenitude se conjugam, o mesmo e o outro, a comuni-cação entre Homem, Mundo, Universo. Creio que é des-ta enorme força cósmica que também provirá toda

a criação, não acha ? Em 1998 e 2002, 2003, pintei bastantes telas, algumas de grandes dimensões, que re-ferem o que acabo de dizer. É a uma série a que chamei “Vazio e Plenitude”, com telas, umas com um fundo azul, que lembram a cor do céu, ou do mar, outras de fundo escuro. Uma tela de fundo preto, e três de fundo azul, desta série, integram a exposição “Pintar a Ideia”, que vai ser inaugurada a 7 de Março em Macau, na galeria do Tap Seac.

Mas as telas de fundo ver-melho que tive ocasião de ver antes do fim do ano, no seu atelier, têm muito a ver com o Oriente, também integram a exposição? Naturalmente que sim, esse núcleo novo, nasceu com o propósito de ser mostrado na exposição “Pintar a Ideia”, foi ele mesmo que deu este nome à exposição que irei fazer muito em breve na galeria do Tap Seac. É todo um trabalho, uma série nova, de pinturas em tela, mas tam-bém em papel, com fundo a uma só cor, o vermelho, que será mostrado na China, em Macau, pela primeira

vez, uma estreia absoluta, universal. São pinturas que se dividem em dois grupos; o das “Montanhas/Água”, e os “Jogos”. Como chegou a ver, numas e noutras, os mo-tivos estão representados no interior de um rectângulo no meio da superfície do supor-te pintado de cor vermelha, a sugerir deste modo a vasti-

uma pintura milenar, sábia, que ao longo do tempo, se repete mas sempre de modo diferente. Estas pinturas, nem são cópias da nature-za, nem da pintura chinesa, têm a ver com estados de alma. Pintar neste contexto uma paisagem é revelar a profundidade espiritual e subjectiva. Os “Jogos” são

Infelizmente não foi possível enviar nenhuma obra da série “O Vazio e a Forma, Vasos da Antiguidade Chinesa”, pois foram vendidas. Neste caso, não pintei muitas obras, nem formatos grandes, e como bem sabe, os formatos mais pequenos têm maior numero de pretendentes, já que são mais fáceis para encontra-rem um espaço em casa das pessoas. Mas atenção, na exposição podemos também ver obras muito diferentes, com outras origens daquelas que tenho falado. Por exem-plo, o meu trabalho em redor dos “Caprichos de Goya”, os “Caprichos” casimiria-nos , sabe bem do que falo, pois eles foram expostos no Museu Berardo, em Lisboa, quando o meu amigo, perten-cia à comissão de compras desse museu. Os “Caprichos” foram muito bem acolhidos pelo público, tive muitos contactos de pessoas que gostariam de ficar com uma, duas ou três imagens. Mas sempre pensei que as oitenta imagens dos “Caprichos”, são parte integrante de uma obra só, e só por isso foi possível trazê-la a Macau. “Os Caprichos”, expressam já outras preocupações, assim como, duas outras séries diferentes que tam-bém integram a exposição; duas grandes telas da série, “Chocolate”, que ironizam os excessos visíveis no circo da arte contemporânea, e um importante grupo de obras, da série “Identidade(s)”, que reflectem a partir dos elemen-tos que compõem a Bandeira Nacional de Portugal, a nossa história, os mitos.

Em que medida se sente próximo da tradição Mo-derna e Contemporânea na arte europeia ?Há já quase meio século que pratico este ‘métier’, e como nos conhecemos há já muito tempo, sabe bem, aquilo que motivou e incentivou todo o meu percurso, digo bem, percurso, e não carreira. Carreira será quando se tem vontade de chegar rapida-mente a um grande sucesso, se pretende ganhar acima de tudo dinheiro, aparecer per-manentemente nos médias, etc.. Este lado nunca me atraiu, fui sempre agarrado e motivado pelo lado das

[A minha obra] é algo que resiste ao tempo, a um questionamento constante de hoje e amanhã

dão da China. Também será de certo modo uma homena-gem, pois no Oriente, mais do que em qualquer outro lugar, o vermelho, é a cor do sangue, da vida, do poder, a cor que aniquila os poderes nefastos, e exprime felicida-de. As “Montanhas/Água”, são uma reminiscência da milenar pintura chinesa, que privilegia a representação de paisagens onde figuram montanhas-(yang), e água--(Yin), sem haver a preocu-pação de imitar o mundo, antes a de o convocar, e com a preocupação de encontrar a harmonia. Como já disse, é

divertidos. São também in-ventados pelo pintor, umas vezes são absurdos, outras não, são de facto um desafio ao espectador.

Vejo que para a exposição “Pintar a Ideia”, de facto, teve o cuidado de reunir uma parte importante do seu trabalho que tem a ver com o Oriente, a que acres-centou as recentes “Mon-tanhas/Água” e “Jogos”.Muito naturalmente, achei que para esta exposição fazia todo o sentido, incorporar as obras que pintei com algumas raízes no Oriente.

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3 entrevistahoje macau sexta-feira 7.3.2014

JOSÉ C. [email protected]

O pintor Manuel Casimiro está pela primeira vez em Macau para apresentar a

exposição “Pintar a Ideia”, que inaugura hoje, pelas 18h30, na Galeria do Instituto Cultural, no Tap Seac. A mostra reúne 147 obras do artista português, nas-cido no Porto, em 1941 mas que tem grande parte do seu trabalho ligado à sabedoria Oriental. Divi-dida em várias fases, a exposição apresenta alguns trabalhos nunca antes expostos e que agora podem

ser vistos pela primeira vez. “Fiz uma parte expressamente para esta exposição, a parte das montanhas e da água, no sentido da tradicional pintura chinesa, que reúne sempre as montanhas, (yang) e a água (yin), numa procura de harmonia, fazendo não uma cópia da nature-za, da paisagem, mas inventando a própria paisagem. Procedi do mesmo modo, na procura de uma harmonia”, disse o pintor ao HM numa visita guiada à exposição que hoje abre portas.

Numa outra zona da galeria podemos ver vários quadros, alguns de grande dimensão ligados a uma

característica que marca cada vez mais a cidade: o jogo. “Esta área apresenta algumas obras sobre o jogo, com várias numerações, umas a fazer sentido, outras sem lógica nenhuma, mas que são um piscar de olho ao jogo de Macau”, explicou o pintor.

As grandes dimensões da galeria permitiram que o artista alargasse a mostra de trabalhos. “ Como o espaço era grande propus apresen-tar também uma parte antológica de obras que ainda estavam em meu poder, sobretudo de obras de grandes dimensões que são sempre mais difíceis de colocar,” disse.

“Identidades”, mostra assim algu-mas reflexões do pintor a partir da bandeira nacional portuguesa e das suas cores.

A mostra tem ainda espaço para uma outra intervenção do artista português a partir dos “Caprichos” de Goya, que aqui adquirem o nome de “Caprichos Casimirianos”.

“O Vazio e a Plenitude”, refle-xão sobre a antiguidade chinesa e “Chocolate”, uma ironia sobre os excessos das artes contemporâneas completam a mostra das 147 obras que a partir de hoje e até 18 de Maio podem ser vistas na galeria do Tap Seac.

EXPOSIÇÃO “PINTAR A IDEIA” INAUGURA HOJE NA GALERIA DO TAP SEAC

O yang e o yin de Manuel Casimiro

ideias, o da “ pintura é uma coisa mental” referida pelo grande e sempre actual, Le-onardo da Vinci, que viveu nesse glorioso período de tempo, que foi o da Renas-cença. Talvez por isto, no início o meu percurso, apesar de ainda não ter grande C.V., o meu trabalho tenha chama-do a atenção de tão grande número de ilustres persona-gens, filósofos, escritores, historiadores, críticos de arte, com reconhecimento internacional, como, J.F. Lyotard, V. Descombes, M.Butor, Christine Buci--Gluksmann, Pierre Restany, Giullio Giorello, Raphael Monticelli, por exemplo, para citar alguns... e bem mais tarde os portugueses como tu, ou o Eduardo Lourenço, José-Augusto França, entre outros. To-dos escreveram textos de reflexão importantes. Se ambicionasse a tal carreira, de que falei no início, uma glória vã e vedetismo, à ma-neira dos actores de cinema, ou cantores de rock, como é desejo e do agrado de tantos colegas de ofício, quando vivia em Nova York, em 1978, poderia ter assinado um contracto fabuloso com uma das maiores galerias de então, nesta cidade. E esta proposta, nesse tempo de bastantes dificuldades, foi muito tentador, pois vendia pouco, e esse contracto resolveria muita coisa. Mas esse contracto também tinha obrigações, que não comun-gavam com o meu modo de estar na vida, e foi por isso que o declinei. Apesar disto ficaram algumas vestígios da minha passagem por Nova Iorque, o caso do postal edi-tado por Artists’ Postcards em 1978, com uma imagem do meu trabalho “Édipo explicando o enigma”, cujo original de 1976, ou 77 foi exposto no Cooper-Hewitt Museum, the Smithsonian Institution’s National Mu-seum of Design, Nova Ior-que. Porque estimava muito esse trabalho, com a vontade dividida em querer e não querer vender esse meu tra-balho, pensei que se alguém me contactasse, triplicaria o seu valor habitual para afu-gentar algum pretendente. Para grande surpresa minha, com uma certa tristeza à

mistura com grande alegria, um coleccionador entrou em contacto comigo, e sem discutir o valor ficou com este trabalho. Guardo ainda um ou dois postais com a reprodução. Tinha recebido 500 exemplares, por contra-to, mas hoje restam apenas estes dois ou três exempla-res. Tudo isto para lhe dizer, a minha ligação com as artes terá a ver com o moderno mas também com o que há de bom no contemporâneo, ou qualquer outra época, pois no sentido em que entendo a arte ela deverá vencer o tempo, ser de ontem, de hoje, de amanhã, não ser uma questão de moda de uma de-terminada época, efémera.

ensinamentos virtuosos”e ajudaram muitos outros a ver. Será justo, lembrar também instituições sem outros interesses que os da cultura, do pensamento humano, como foi o caso em Espanha, da Universidade de Salamanca, que me edi-tou em castelhano um livro sobre o meu trabalho, “Pon-tes”, e me convidou a fazer duas exposições, “Pontes”, e o “Museu Imaginário”, quando em 2002 a cidade de Salamanca, foi “Capital Eu-ropeia da Cultura”. Ou mais recentemente na Bélgica, a Universidade de Lovaina, Leuven University Press, que editou textos sobre arte, do grande e reconhecido filó-sofo Jean-François Lyotard,

onde figura um dos seus escritos sobre o meu traba-lho, “Par-dessus le pathos”, “Beyond Pathos”.

Vi no seu atelier uma fo-tografia, da Peggy Gugge-nheim, tirada pelo Manuel Casimiro, onde interveio com o ovóide. Como co-nheceu esta ilustre figura patrona das artes?Conheci a Peggy Gugge-nheim quatro meses antes da sua morte, em 1979. Nesse tempo vivia em França, Nice, e quando podia, partia para Itália, e muitas dessas vezes para Veneza. Passava toda a noite num comboio velho e cansado, e em Veneza, como o dinheiro não abun-dava instalava-me numa paupérrima pensão, onde os hóspedes eram recebidos por um homem de feitio abrutalhado e desagradável, forte e atarracado, com uma pesada corrente de ouro ao pescoço, a pender no peito

peludo. Tratava os clientes sem a mínima cortesia, berrava-lhe, sempre de mau humor, como se estivesse a prestar um grande favor, con-trariado. Só faltava bater nos clientes. Era inacreditável. Um dia pedi-lhe para ligar à Fundação Guggenheim, para falar com a Peggy Guggenheim. Ele pôs-se a rir e a dizer que era louco. Como quer você ligar a uma pessoa das mais influentes e ricas de Veneza? Você está louco!!! Mas depois de mui-to insistir, lá fez a ligação. Falei primeiro longamente com o secretário que me perguntou várias coisas. A Peggy devia estar a ouvir, porque de repente, veio ao telefone para me dizer para vir no dia seguinte tomar o pequeno almoço com ela. Foi assim que a vim a conhecer e a fotografá-la. Entretanto, o proprietário da pensão que esteve a ouvir a conversa, passou a ter uma enorme con-sideração por mim, passei a ser o único cliente da pensão a ser bem tratado.

Como define a sua obra ?Não gosto muito de defini-ções sobre o meu trabalho, pois creio que elas limitam. Mas falando da arte em geral, diria, que ela é algo que resiste ao tempo, a um questionamento constante de hoje e amanhã. É um jogo livre do espírito, actividade pura e desinteressada, sem outra finalidade que a de libertar ideias e abrir cami-nhos. Na realidade, a reali-dade em arte não existe, ou seja: é uma espécie de ficção adiada em permanência e re-construída incessantemente pelo espectador.

Para um ocidental, o Oriente é uma fonte de atracção com os seus antiquíssimos e muitos insondáveis mistérios, lendas e histórias, donde transpira sabedoria

No entanto sabe bem, que esta forma de pensar, não é lá muito corrente no circo da contemporaneidade, onde a maioria ambiciona sobre-tudo conquistar o tal vede-tismo, que de uma maneira geral é quase sempre de curta duração, sobretudo quando se privilegia a sua imagem à da própria obra. Apesar desta minha forma de estar, um tanto recatada, naturalmente é sempre muito gratificante sentir o reconhecimento do nosso trabalho, por alguns museus, que compraram obras ou organizaram expo-sições minhas, e sobretudo daqueles que escreveram textos brilhantes sobre a obra casimiriana, que iluminaram

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hoje macau sexta-feira 7.3.2014

A Proposta de Lei do Regi-me de Credenciação dos Assistentes Sociais poderá

estar concluída no segundo semes-tre do ano. Quem o diz é Cheong U, secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, numa resposta a uma questão levantada pelo deputado Mak Soi Kun.

Esta proposta de lei é espera-da há, pelo menos, quatro anos. Anunciado nas Linhas de Acção Governativa (LAG) em 2010, o sistema de credenciação iria neces-sitar de mais dois anos a partir de 2011 para, presumivelmente, ficar pronto, de acordo com o que disse nesse ano Iong Kong Io, presidente do Instituto de Acção Social (IAS). Contudo, 2013 também não foi su-ficiente para que os trabalhos ficas-sem concluídos: numa nova ocasião pública, Iong Kong Io, assegurou que o Governo precisaria de mais um ano para acabar o regime. Isso pode, finalmente, vir a acontecer entre Julho a Dezembro deste ano.

ASSISTENTES SOCIAIS PROPOSTA DE LEI DO REGIME DE CREDENCIAÇÃO PODERÁ ESTAR PRONTA ESTE ANO

Com muito esforço, talvezplementado este regime, Cheong U explica que a proposta de lei vai incluir um Código Deontoló-gico para assistentes sociais, os requisitos gerais que estes têm de obedecer para se inscreverem, a questão da formação contínua, um mecanismo de supervisão e ainda a viabilidade da inscrição dos trabalhadores da função pú-blica com habilitação de serviço social neste regime. Actualmente, existem cerca de 600 assistentes sociais no território. Destes, cerca de 400 vão estar sujeitos a este regime de credenciação, por faze-rem parte do sector privado, mas, para já, os restantes 200, do sector dos serviços públicos, regem-se por regras próprias. Uma das jus-tificações para os atrasos com este processo é que este é um “regime complexo”, que exige elaboração de leis e consenso entre todas as partes e que demorou 20 anos a ser implementado na região de Hong Kong. - J.F.

De acordo com documentos fornecidos aos jornalistas na quarta--feira – e que respondem a perguntas que ficaram sem resposta e que foram feitas pelos deputados durante as LAG para este ano -, Cheong U explica que as coisas podem andar para a frente este ano, mas que isso vai obrigar a muito trabalho. “Prevê-se que o relatório sobre as opiniões re-colhidas [através da consulta pública] fique concluído em meados de 2014 e envidar-se-ão todos os esforços para que o texto da Proposta [de Lei] revisto possa ficar concluído no segundo semestre deste ano.”

DEONTOLOGIA A CAMINHONa resposta a Mak Soi Kun, que queria saber quando iria ser im-

JOANA [email protected]

A Assembleia Le-gislativa (AL) admitiu os dois pedidos de de-

bate enviados por Ella Lei e pela dupla José Pereira Coutinho e Leong Veng Chai sobre o tabagismo e os táxis amarelos.

De acordo com o website da AL, Ho Iat Seng terá aceite os requerimentos dos deputados, ambos de Fevereiro, e tudo o que falta agora é marcar a data

AL DEBATES SOBRE TABACO E TÁXIS AMARELOS ACEITES PARA APROVAÇÃO

“Apanhar táxi é uma verdadeira lotaria”para que estes sejam ou não aprovados pelos restantes membros do hemiciclo.

Leong Veng Chai e José Pereira Coutinho querem esclarecimentos directos do Governo sobre o modelo de exploração de táxis amare-los, o porquê do contrato de concessão feito pelo Gover-no e o porquê da renovação do contrato. “Sem aviso prévio e sem submeter o assunto à consulta da popu-lação, o Governo prorrogou o contrato de concessão à Vang Iek por nove meses (...) e 40% passam a assegurar o

serviço de táxis através de exploração livre. Recorde-se que, no passado recente, o Governo afirmou que uma das condições essenciais para a renovação do contrato desta concessão seria o de exploração exclusiva de táxis por via de chamadas telefónicas.”

Os deputados referem que o aumento das conces-sões do jogo prejudicou a qualidade dos serviços de táxi, devido ao aumento da população e dos turistas. “Os idosos, os doentes e os turistas incluem-se entre os

utilizadores de serviços de táxis que mais prejudicados ficaram com esta situação, que se tem vindo a agravar com o diminuto número de licenças de táxis concedidas para exploração, transfor-mando o acto de apanhar um táxi numa verdadeira lotaria.”

POUCO FUMOElla Lei já tinha anuncia-do que iria entregar uma proposta de debate no hemiciclo para que seja implementada a proibição completa do consumo de

tabaco dentro dos casinos. “Segundo a Lei de Bases da Política do Emprego e de Direitos Laborais, os empregados têm direito a trabalhar com condições de segurança e limpeza, e os patrões também têm a responsabilidade de tomar as medidas que protejam a saúde dos empregados, por forma a prevenir acidentes de trabalho e doenças cau-sadas pela profissão. Ao mesmo tempo, deve dar compensações sobre os da-nos causados pelo trabalho”, escreveu a deputada na pro-

posta, que enviou também às redacções no mês passado. A deputada, que se estreia a entregar uma proposta na AL, diz que tem vindo a receber muitas queixas de funcionários de casinos. Também Angela Leong, número um da Sociedade de Jogos de Macau e deputada, tem vindo a defender esta ideia da proibição total de fumar nos casinos.

Se ambos os requeri-mentos foram aprovados, membros do Governo terão de ir à AL para esclarecer dúvidas.

4 POLÍTICA

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5SOCIEDADEhoje macau sexta-feira 7.3.2014

ANDREIA SOFIA SILVA*[email protected]

D ESDE 2011 que os Ser- viços de Saúde (SS) operam dois cursos com o sector privado desti-

nados a licenciados em Medicina que chumbaram no exame de acesso ao estágio hospitalar, o ano do internato geral. O “curso de aperfeiçoamento do conhecimento clínico”, de nível básico, é feito com a Universidade de Ciências e Tecnologia (MUST) e dura cinco meses. Já o “curso avançado de prática de medicina clínica” dura 12 meses e é feito no hospital privado Kiang Wu.

Segundo explicações dos SS ao HM, estes cursos fazem parte do “novo modelo de internato”, mas não há nenhuma legislação que de-termine as regras de funcionamento e avaliação dos cursos. A lei sobre o regime de internatos, em vigor desde 1999, nada prevê de cursos criados mais de dez anos depois.

O preceito diz ainda que cabe à direcção de internatos médicos a realização dos estágios geral e complementar (de especialidade médica), sendo que os conteúdos de formação devem ser aprovados por despacho do director dos SS. Os diplomas finais seriam emitidos pelo, à data, Governador, hoje Chefe do Executivo.

Contudo, apenas existem in-formações dos cursos no website dos SS. Uma pesquisa no Boletim Oficial (BO) não revelou nenhum documento legislativo, apenas os subsídios pagos pelos SS aos formandos, no segundo trimestre de 2013. Um decreto-lei de 1987, sobre o “funcionamento e objec-tivos da comissão de formação contínua”, determina as regras para a realização de acções de formação, cujos anúncios terão de estar em BO. O que não é o caso dos cursos da MUST e Kiang Wu.

O HM inquiriu os SS sobre a base legal dos cursos, mas não obteve resposta. Os SS dizem que essas formações surgiram como alternativa à fraca qualidade dos candidatos a estagiários, e vão continuar. “O novo modelo de in-ternato demora entre 15 a 17 meses, e embora o tempo dos cursos seja diferente do período de internato geral (18 meses), corresponde ao período de 12 meses que é exigido noutros países. O novo modelo pretende garantir a qualidade e nível de formação.”

Depois, caberá a uma “comis-são de formação dos médicos” dos SS “avaliar os alunos, e se consi-derarem que são qualificados para serem médicos de clínica geral, passam por um exame rigoroso e podem obter a qualificação equiva-lente que é concedida aos médicos do internato geral”.

O Governo garante ainda que “vai continuar com os dois cursos na MUST e Kiang Wu. Os

Alteração do decreto-lei dos internatos? Penso que a proposta ainda está a ser analisada pelo Conselho Executivo. Como a lei do erro médico ainda vai demorar dois anos a ser discutida, a alteração a esse decreto-lei deve demorar mais tempo CHAN IEK LAP Médico e deputado

MEDICINA CURSOS NÃO SURGEM NA LEI, QUE CONTINUA POR REVER

Governo fala em “novo modelo” para estágiosOs Serviços de Saúde estão a implementar “um novo modelo de internato” para licenciados em Medicina, composto por dois cursos feitos com a MUST e com o Hospital Kiang Wu. A falta de candidatos com qualidade determina a não abertura de concursos de internato. Mas o “novo modelo” não consta na lei em vigor desde 1999

esse tipo de preparação: vão lá um ano, têm um ordenado simbólico, estão a exercer medicina tutelada. Esses cursos são feitos como pre-paração para o internato”, disse ao HM.

Apesar de, no início, “não ter concordado muito” com os cursos, hoje, Rui Furtado não vê problema e diz que é “um favor” que os SS fazem a quem chumbou no exame de internato. “Não há uma lei, mas penso que os SS podem fazer cursos de preparação. Se há ilega-lidade na forma como criaram esse ano de preparação, não sei. Mas não se pode comparar a situação destes médicos com a situação do internato geral. São coisas com-pletamente diferentes. Os médicos estão ali no seu próprio benefício para se prepararem. Depois são colocados perante um exame e são iguais e todos.”

O HM pediu mais informações junto do jurista dos SS Rui Peres do Amaral que não quis prestar esclarecimentos. Mário Évora, director clínico do Hospital Conde de São Januário, não esteve dispo-nível para um contacto telefónico até ao fecho da edição. Junto da MUST foi feito um contacto, mas apenas nos foi dito que, até à data, participaram 700 formandos.

NOVA LEI SEM DATA Um dia depois de Rui Furtado ter dito ao HM que era “importante” pensar na nova lei de internatos, os SS não avançaram qualquer ca-lendário. “Como o decreto-lei dos internatos médicos já está em vigor há mais de dez anos, não conseguiu adaptar-se à tendência de desenvol-vimento do sector médico. Os SS começaram o trabalho de alteração da lei há algum tempo.”

Chan Iek Lap, médico pediatra, afirmou ao HM desconhecer o cur-so da MUST. “Conheço a situação e sei que, depois de 2011, não voltou a ser realizado um exame de acesso ao internato geral. Acho que os cursos que o Governo está a realizar servem para facilitar os licenciados que não precisam de estar sempre à espera dos exames do Executivo, mas que podem ter uma experiência prática depois de ter a graduação. Compreendo os motivos.”

O também deputado assume que a lei dos internatos vai demo-rar. “Alteração do decreto-lei dos internatos? Penso que a proposta ainda está a ser analisada pelo Conselho Executivo. Como a lei do erro médico ainda vai demorar dois anos a ser discutida, a alteração a esse decreto-lei deve demorar mais tempo.”

De frisar que, em 2011, o Comissariado da Auditoria (CA) acusou os SS de não terem um plano de longo prazo de recru-tamento e formação de médicos, tendo salientado a não abertura de concursos de internato. - *com Cecília Lin

licenciados em medicina apenas necessitam de terminar o curso de nível básico, e passam a ter qualificações para se candidatarem ao curso avançado”.

Na verdade, estes dois cursos servem, de acordo com os SS, “para melhorar o nível dos médicos” e só depois de findos com aprovação “é que os formandos podem ser con-siderados médicos estagiários”.

SS NÃO CONSEGUEM ABRIR CONCURSOSA entidade dirigida por Lei Chin Ion frisa que não consegue abrir concursos de internato geral, dada as fracas capacidades dos licenciados em medicina. “Como em 2011 apenas dois dos 318 candidatos passaram nos exames de internato geral, e agora o nível de qualidade dos licenciados é va-riado, não há candidatos suficientes para a abertura dos exames. Os SS não conseguem continuar a abrir os concursos de internato geral. Teve de se pensar como melhorar o conhecimento e a prática dos

médicos. Assim, cooperamos com a MUST, no nível básico, e com o Kiang Wu, no nível avançado, na criação destes dois cursos.”

O HM contactou um médico, ligado ao serviço público de saúde, que confirmou pouco saber sobre estes cursos. “É como se fosse uma preparação, mas não há um regulamento próprio para critérios e avaliação. Eu não vi. É uma coisa que não tem uma base legal. Deve haver um critério para as pessoas serem admitidas, mas depois são avaliados como?”

O profissional de saúde, que pediu resguardo de identidade,

ainda referiu que o Governo está “a pensar um dia alterar a lei (regime de acreditação, em discussão), e as pessoas vão passar a ter um ano de formação para pedir a licença de médico. Mas enquanto a lei não existe, os cursos não servem para nada”. “Têm enganado as pesso-as, que têm concorrido. Quando não está fundamentado, dá azo a recursos e queixas”, disse ainda.

O presidente da Associação de Médicos de Língua Portuguesa (AMLP), Rui Furtado, também falou da “invenção” criada pela RAEM. “Dada a impreparação dos concorrentes os SS inventaram

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hoje macau sexta-feira 7.3.20146 sociedade

ANDREIA SOFIA [email protected]

É já a partir de Abril que o Executivo vai devolver 60% do im-posto profissional já

pago pelos residentes, sendo que o valor devolvido não pode ser superior a 12 mil patacas. A data foi avançada ontem pela Rádio Macau e surge no seguimento da medida anunciada pelo Governo no âmbito das Li-nhas de Acção Governativa (LAG), como um incentivo à classe média.

Contudo, esta medida não irá trazer melhorias a todas as franjas da socie-dade, conforme defendeu o economista Albano Martins ao HM. “A lógica está um bocado invertida, porque deveria haver uma dedução maior para as classes mais baixas e mais baixa para as classes altas, e assim servia toda a gente.”

Segundo os cálculos feitos pelo economista, só os salários acima das 45 mil patacas é que vão ver

O S Serviços de Saúde (SS) foram absolvidos de pagar uma indemnização por

erro médico. Um acórdão ontem publicado pelo Tribunal Adminis-trativo dá conta que

O caso remonta a Julho de 2010, quando o paciente descobriu ter um tumor. O homem teve, então de ser internado em Outubro no Centro Hospitalar do Conde de São Januário, onde se submeteu a uma cirurgia. O doente teve alta a 25 de Outubro e nove dias depois decidiu retirar os pontos da ferida num Centro de Saúde. “Nessa altura, sem nenhum médico ter verificado a situação de recuperação da ferida cirúrgica, uma enfermeira desfez a sutura da ferida.”

Ora, um mês depois, o paciente teve de ser internado no Hospital

Kiang Wu e no Hospital St. Paul´s de Hong Kong, com problemas na produção hormonal, abcessos e outros sintomas. O homem diz que o pessoal médico e de enfer-magem do São Januário não fez um diagnóstico preciso, nem um tratamento adequado da ferida infectada que o homem terá tido depois da cirurgia, “deixando este até em perigo de vida”, e pediu ao Tribunal Administrativo que condenasse os Serviços de Saúde a assumir a responsabilidade civil por “actividades médicas de forma culposa”. O diagnóstico veio do Hospital da RAEHK.

As indemnizações, por danos patrimoniais e não-patrimoniais, ultrapassavam as mais de 250 mil patacas. O tribunal discorda que tenha havido qualquer erro.

“Desde o dia do internamento do [paciente] até à sua submis-são ao exame de sangue no São Januário, o pessoal médico e de enfermagem não efectuou, por negligência, diagnóstico errado, nem praticou qualquer acto viola-dor das normas técnicas médicas ou da lei. Além disso, nos autos, o [paciente] não conseguiu provar que o resultado do diagnóstico oferecido pelo Hospital de Hong Kong já existia antes de 5 de No-vembro de 2010, nem comprovou que foi o exercício culposo da actividade médica pelo pessoal médico e de enfermagem subor-dinado [aos Serviços de Saúde] que causou os problemas surgidos depois da cirurgia”, diz o tribu-nal, decidindo não dar razão ao homem e absolver os SS. - J.F.

IMPOSTO PROFISSIONAL GOVERNO COMEÇA A DISTRIBUIR EM ABRIL

“A lógica está um bocado invertida”

ERRO MÉDICO SERVIÇOS DE SAÚDE ABSOLVIDOS DE ACUSAÇÃO

Sem provas e sem ligação

devolvidas as 12 mil patacas na sua totalidade. “Quem ganha 25 mil patacas paga cerca de seis mil de imposto, e só será deduzido 3600 pa-tacas. Vai pagar (de imposto profissional) 2400 patacas. A quem é que faz mais falta o dinheiro? À classe

média baixa. Quem ganha 40 mil patacas o Governo devolve cerca de dez mil, e a pessoa continua a pagar 1737 patacas. Quem ganha 17 mil patacas por mês, a devolução é pouco mais de 600 patacas. Quem ganha 20 mil, paga 1189 patacas,

e não havia razão nenhuma para isso. Porque é que não se aplica à classe média baixa a dedução integral? Esta politica de 12 mil fa-vorece claramente a classe média alta, mas a baixa é insignificante.”

DESCONTOS DE 2013 SÓ EM 2015Segundo informações da Direcção dos Serviços de Finanças (DSF) à Rádio Macau, ainda não se sabe o dia certo da devolução desse imposto, que será feita por cheque ou directamente por transferência bancária.

Quem recebe o valor no banco são os trabalha-dores de estabelecimento de ensino que recebam o subsídio directo da pasta dos Assuntos Sociais e Cultura, professores que recebam o subsídio de de-senvolvimento profissional e os residentes com salários de funções dos serviços da Administração Pública.

O pagamento feito em Abril corresponde aos des-contos feitos em 2012, sendo que o imposto pago o ano passado só será devolvi-do em 2015. O processo sofre esta demora porque, segundo explicou a DSF, é necessário apurar as contas relativas ao imposto profis-sional. As contas de 2013 só terão sido incluídas neste mês de Março, sendo que existem ainda “certos pro-cedimentos administrativos que precisam ser feitos antes que a devolução possa ser realizada”.

É já no próximo mês que os residentes vão ver devolvido 60% do imposto profissional que pagaram em 2012, com um limite máximo de 12 mil patacas. Mas o economista Albano Martins diz que classe média alta é que realmente beneficia desta medida

A lógica está um bocado invertida, porque deveria haver uma dedução maior para as classes mais baixas e mais baixa para as classes altas, e assim servia toda a genteALBANO MARTINS Economista

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7 sociedade

CECÍLIA L [email protected]

O S moradores do edifício Sin Fong Garden, edifício

residencial em risco de ruína na rua Ribeira do Patane, mostraram ontem os docu-mentos que comprovam uma transferência de responsa-bilidades no caso para uma segunda empresa ligada à Companhia de Construção e Investimento Ho Chun Kei.

Segundo a TDM, a em-presa em questão é a Com-panhia de Engenharia e Construção Weng Fok, que estará ligada à Ho Chun Kei pela via de sócios comuns. Os moradores temem assim que, em caso de falência da Weng Fok, não recebam qualquer indemnização ou compensação pelo facto de terem ficado sem casa, uma vez que a empresa

Movimento de passageiros no aeroporto cresceu 7% em FevereiroO movimento de passageiros no Aeroporto Internacional de Macau superou em Fevereiro deste ano as 420 mil pessoas, mais 7% do que em igual período de 2013, informou a empresa gestora em comunicado. De acordo com os dados da CAM - Sociedade do Aeroporto Internacional de Macau, diariamente foram registados mais de 15 mil passageiros no segundo mês de 2014. No tráfego aéreo, a CAM registou em Fevereiro um aumento de 8% correspondendo a mais de 3.900 movimentos de aeronaves. Segundo a empresa, “o crescimento do mercado de passageiros está estável, ao mesmo tempo que se assiste à diversificação dos destinos”. Os mercados do interior da China e Taiwan registaram aumentos de 18% e 1,3%, respectivamente, enquanto o mercado do sudeste asiático apresentou um ligeiro declínio, em consequência da instabilidade política na região. O Aeroporto Internacional de Macau “vai continuar a trabalhar para expandir as rotas de ligação ao interior da China e aos mercados internacionais”, conclui a nota.

Macau recebe congresso de engenheiros lusófonos em NovembroMacau vai receber o segundo Congresso de Engenheiros de Língua Portuguesa (CELP), entre 27 e 29 de Novembro, disse à agência Lusa António Trindade, da Associação dos Engenheiros de Macau. Segundo António Trindade, o congresso, que junta também profissionais de engenharia do interior da China, deverá reunir entre 400 e 800 participantes. “Estamos também a tentar organizar uma exposição sobre a obra do engenheiro Edgar Cardoso, que foi o projectista da primeira ponte de Macau”, acrescentou António Trindade. O programa do CELP será apresentado a 14 de Março em Macau, numa sessão que conta com a participação do vice-presidente da Ordem dos Engenheiros de Portugal (OEP), José Vieira. “O Congresso de Engenheiros de Língua Portuguesa é uma plataforma de diálogo entre os académicos, profissionais e responsáveis máximos pelos investimentos públicos e privados, nas áreas da engenharia, nos países que integram a Comunidade de Língua Portuguesa (CPLP) e Macau, reforçando a cooperação bilateral na promoção do seu desenvolvimento socioeconómico”, refere um comunicado da Associação dos Engenheiros de Macau. O primeiro congresso realizou-se em 2012 em Lisboa, e o terceiro deverá ter lugar em 2016 em Moçambique.

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ANÚNCIOANÚNCIOHM-2ª VEZ - 7-3-14

PROC. DESPEJO n.º CV3-13-0024-CPE 3º Juízo Cível

AUTOR: WONG, GARRICK JORGE KAR HO, residente na Rotunda de S. João Bosco, Edf. Hei Fong Toi, 2º andar, Macau. -------------------------------------------------------

RÉU: CHAN CHON WA, ora ausente em parte incerta, com última residência conhecida em Macau, na Rua Quatro do Bairro da Areia Preta, nº 40-42, Edf. Kam Heng Tai Há, r/c A. --

FAZ-SE SABER que pelo Tribunal Judicial da RAEM, correm éditos de TRINTA DIAS, contados a partir da segunda e última publicação do respectivo anúncio, citando o réu CHAN CHON WA, acima identificado, para no prazo de TRINTA DIAS, findo o dos éditos, contestar a petição inicial dos autos acima identificados, apresentada pelo autor, na qual pede que deve a presente acção ser julgada procedente e provada e, em consequência ser o réu condenado: ---------------------------------------------------------------------------------

1) Ordenar resolver o contrato de arrendamento entre o autor e o réu, julgar que o réu despeja-se de imediato da fracção autónoma AR/C sita em Macau, Rua Quatro Um do Bairro da Areia Preta nº 40-42 e da fracção autónoma BR/C sita em Macau, Rua Um do Bairro da Areia Preta nº 45-47: e --------------------------------------------------------------

2) Julgar que o réu despeja-se de imediato da fracção autónoma AR/C sita em Macau, Rua Quatro do Bairro da Areia Preta nº 40-42 e da fracção autónoma BR/C sita em Macau, Rua Um do Bairro da Areia Preta nº 45-47; e--------------------------------------------------

3) Julgar que o réu de imediato paga as rendas em dívida no valor de MOP$46.920,00, esta quantia deve ser acrescentada de juro legal até o pagamento; ------------------------------------

4) Julgar que o réu indemniza as rendas de MOP$19.877,94 que o réu não despejou dos respectivos imóveis após expirar o prazo de arrendamento, esta quantia deve ser acrescentada de juro legal até o pagamento; -----------------------------------------------------

5) Julgar que o réu paga as custas judiciais e a procuradoria, conforme tudo melhor consta da petição inicial, cujos duplicados se encontram nesta Secretaria à sua disposição. ----------

O citando fica advertido de que ao contestar pode deduzir em reconvenção o seu direito a benfeitorias ou a uma indemnização, e ainda que é obrigatória a constituição de advogado, nos termos dos artigos 932º e 74º do Código Processo Civil. ------------------------

Tribunal Judicial de Base de RAEM, aos 26 de Fevereiro de 2014.

***

HM-2ª VEZ - 7-3-14

ARRESTO PROCESSO Nº. CV3-13-0111-CEO-A 3º. Juízo Cível

REQUERENTE: DIVERSÕES GOLD CITY SOCIEDADE UNIPES-SOAL LDA, com sede na Rua de Londres, nº 98, Edifício Wan U Hou Teng – Wan Seng Hin, Bloco I, 4º. Andar “B” em Macau. -----------------------------

REQUERIDO: CARLOS ALBERTO JORGE, ora ausente em parte incerta, com última residência conhecida em Macau, na Avª. Comercial de Macau, Edif. Lake View Tower, 17º Q. ----------------------------------------------

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FAZ-SE SABER que, por este Juízo e Tribunal, correm éditos de TRINTA (30) DIAS, contados da segunda e última publicação do respectivo anúncio, NOTIFICANDO o requerido, acima identificado, para no prazo de DEZ DIAS, posteriores aos dos éditos, querendo, recorrer, nos termos gerais, do despacho que decretou o Arresto, quando entenda que, face aos elementos apurados ele não devia ter sido deferido, ou, em alternativa, deduzir oposição, quando pretenda alegar factos ou fazer uso de meios de prova não considerados pelo Tribunal e que possam afastar os fundamentos da providência ou determinar a sua redução, conforme o disposto no Art. 333º, nº 1 a) e b), do CPCM, como tudo melhor consta da petição inicial cujo duplicado fica nesta Secretaria a aguardar eventual solicitação pelo requerido, sob pena de não o fazendo no dito prazo, seguir o processo os ulteriores termos até final à sua revelia. ---------------------------------------------------------------------- Consigna-se que é obrigatória a constituição de advogado, no caso de querer deduzir oposição ou interpor recurso. ------------------------------

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SIN FONG GARDEN RESPONSABILIDADES SERÃO DE OUTRA EMPRESA

Weng Fok poderá ter de compensar moradores

sobre o término do projec-to, entregue ao Executivo da altura, e que diz que as obras foram realizadas “em conformidade com o pro-jecto da obra aprovado”. A declaração está em nome da empresa Weng Fok.

De acordo com o jornal Cheng Pou, o empresário da empresa Ho Chun Kei, de nome Ho Weng Pio, foi responsável pela construção das fundações e do tecto do edifício, nos anos de 1992 e 1993. Mas em 1994 a Associação de Beneficência Tong Sin Tung, proprietária do edifício, entregou um documento assinado pelo director da Weng Fok, de nome Ho Weng Cheong, irmão de Ho Weng Pio.

Na mesma altura, a Weng Fok entregou ainda outro documento em que declara que é a empresa responsável pelo projecto.

sendo uma situação comum junto dos empreiteiros.

Os moradores do Sin Fong Garden afirmaram desejar ir a tribunal pedir uma compensação de oito milhões de patacas à Weng Fok, mas receiam que, mesmo que ganhem o caso, nada venham a receber da empresa.

O documento divulgado pelos moradores remete ao ano de 1994, quando as obras do Sin Fong Garden ficaram concluídas. Trata-se de uma declaração em português

foi criada quando a obra chegou ao fim e possuía apenas um capital social de 100 mil patacas.

A Weng Fok já declarou à TDM que não iria comentar o caso. Da parte da Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DS-SOPT), ficou garantido que a investigação ao empreiteiro e engenheiro participantes no projecto está a ser feita. Segundo as Obras Públicas, a mudança de responsabili-dades no projecto de cons-trução é permitida por lei,

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8 hoje macau sexta-feira 7.3.2014CHINA

O ministro chinês das Finan-ças, Lou Jiwei, admitiu on-tem alguma flexibilidade na meta de “cerca de 7,5%”

de crescimento económico preconizada pelo Governo para 2014, salientando que “o importante é o emprego”. “Se o índice de crescimento for de 7,2% ou 7,3% isso continuará a ser ‘cerca de 7,5%’”, disse Lou Liwei numa conferência de impren-sa em Pequim. “O que é importante é o emprego”, acrescentou.

A contenção do desemprego urbano abaixo dos 4,6% foi uma das metas anun-ciadas pelo primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, no relatório apresentado na quarta-feira, na abertura da sessão anual da Assembleia Nacional Popular. “O emprego é a base do bem-estar da população”, salientou Li Keqiang.

Em 2013, o número de novos postos de trabalho criados nas zonas urbanas atingiu os 13,1 milhões e o índice de desemprego situou-se nos 4,1%, refere o relatório. “Este ano,

DIVERSOS simpatizan-tes alemães do artista

Ai Weiwei, um dos mais famosos dissidentes políti-cos da China, pediram esta quarta-feira que o governo da Alemanha exija a devolução do passaporte dele antes de uma exposição de trabalhos politicamente motivados na capital da Alemanha.

A mostra, com inaugura-ção marcada para 3 de Abril na Martin-Gropius-Bau, em Berlim, ocorre exactamente três anos depois da prisão de Ai pelas autoridades chine-sas, em 2011.

O governo chinês reteve o passaporte de Ai depois que ele foi libertado, mas não fez nenhuma acusação formal contra o artista, disse o ad-vogado Peter Raue, que tra-balha em Berlim e visitou Ai em Pequim no mês passado. “Nós insistimos com firmeza que o nosso governo tome uma posição sobre isso”,

disse Klaus Staeck, presiden-te da Academia de Artes de Berlim, acrescentando que espera que Ai, integrante da academia, possa comparecer à assembleia anual de 8 a 10 de Maio, em Berlim.

O artista tem vindo a atrair atenção internacional há muito tempo por criticar o histórico do governo chinês em direitos humanos, livre expressão e democracia. Diversas pes-soas viram na sua prisão em 2011, pela acusação de crime económico, uma tentativa de amordaçá-lo.

Numa mensagem de vídeo gravada, Ai disse ter pedido ao órgão de seguran-ça pública em Pequim que lhe devolvesse o passaporte, dando como justificativa as exposições e actividades relacionadas ao ensino na Alemanha. “Se não pude-rem, quero realmente que me dêem um motivo claro”, disse Ai no vídeo.

Pequim pode aprovar milho transgénico até meados do ano

A S importações chinesas de azeite, um dos produtos exóti-cos que estão a tentar cativar o

paladar da nova classe média da China, quase triplicaram nos últimos cinco anos, atingindo 43,4 milhões de litros em 2013, disse um jornal oficial. “Os chineses estão a ganhar gosto pelo azei-te”, afirma o China Daily num artigo publicado na quarta-feira na primeira página do suplemento económico do jornal.

Pelas contas citadas no jornal, em 2009, a China importou apenas 14,7 milhões de litros de azeite.

Contudo, o azeite continua a ser um ingrediente raro na cozinha chinesa e, apesar do acelerado aumento das im-portações, ainda só representa 1% do consumo de óleos comestíveis usados no país, refere o China Daily.

Entre os produtores de azeite, o jornal destaca a Espanha, afirmando que nos primeiros nove meses de 2013 aquele país exportou para a China 18,7 milhões de litros.

O investimento da Espanha em publicidade na imprensa chinesa, no-

Gazprom fornecerá gás à ChinaO director-presidente da empresa russa Gazprom, Alexei Miller, informou que está a ser negociado com o governo chinês um contrato de fornecimento de gás com duração de trinta anos. Alexei revelou a informação após audiência com o primeiro-ministro da Rússia, Dmitri Medvedev. O volume inicial de fornecimento de gás pela Gazprom será de 38 biliões de metros cúbicos.

Honeywell vai equipar voos da Air China com Wi-fi de alta velocidadeA Honeywell Aerospace assinou um memorando de entendimento com a Air China para começar os testes GX nas aeronaves A330 da companhia. A Air China é a primeira companhia aérea a colaborar com a Honeywell e a Inmarsat nos testes conjuntos para soluções de conectividade GX na banda Ka GX, o que está previsto para começar no segundo trimestre de 2015.

MINISTRO CHINÊS DAS FINANÇAS DIZ QUE “O IMPORTANTE É O EMPREGO”

Venha daí o trabalhinhoSimpatizantes de Ai Weiwei pedem que Alemanha pressione Pequim

O processo de aprovação da variedade de milho

transgénico MIR162, da Syngenta na China está em andamento, depois da em-presa ter apresentado novos documentos às autoridades em Novembro, e deve ser encerrado rapidamente, revelou o vice-ministro de agricultura chinês Niu Dun.

Oficialmente, a China já rejeitou 887 mil toneladas de milho dos EUA desde Novembro do ano passado, depois de detectar a presen-ça de grãos da variedade MIR162, não aprovados no país. “O processo de aprova-ção deve ser encerrado muito rapidamente”, disse à Reuters o ministro, no intervalo da abertura do parlamento chinês nesta quarta-feira.

Questionado se a va-riedade de milho pode ser aprovada ainda no primeiro semestre de 2014, disse que “é possível”. O ministro acrescentou que o crono-

grama exacto vai depender do comité de biossegurança do Ministério da Agricul-tura.

A Syngenta aguarda a aprovação do milho MIR162 desde que submeteu o pedido oficial em Março de 2010.

A China enfrenta actu-almente um excedente de milho no mercado domésti-co, com uma nova epidemia de gripe aviária e com uma queda nos preços da carne suína pesando sobre a de-manda, o que levou fontes da indústria a sugerir que Pequim não teria nenhuma pressa em facilitar a entrada de importações adicionais.

AZEITE IMPORTAÇÕES QUASE TRIPLICARAM

O culto do ouro líquido

meadamente na televisão, e em outras acções de promoção do azeite, também foi elevado: 4,5 milhões de euros, dis-se ao China Daily o director-geral da Associação Espanhola de Exportadores de Azeites, Amparo Chozaz.

No caso de Portugal, pelo contrário, as exportações de azeite para a China di-minuíram muito nos últimos dois anos.

Segundo as estatísticas da Adminis-tração-geral das Alfandegas Chinesas, que não incluem as transacções com Macau e Hong Kong, em 2013, as im-portações de azeite português caíram para 734.000 euros, uma descida de 47% em relação a 2012 e menos de metade do que em 2011.

com 7,27 milhões de estudantes a saírem das universidades, precisamos de criar mais empregos”, afirmou o primeiro-ministro.

A percentagem da população chi-nesa considerada urbana subiu para 53,75% em 2013.

No ano passado, o Governo chinês preconizou igualmente um crescimento económico de “cerca de 7,5%”, mas o resultado foi ligei-ramente superior (7,7%), igualando o índice de 2012. “Não interessa de que lado dos 7,5% fica a diferença”, disse hoje o ministro chinês das Finanças.

A sessão anual da Assembleia Nacional Popular chinesa decorre até à próxima quinta-feira com cerca de 3.000 delegados, oriundos de todas as províncias do país.

É a primeira reunião plenária da Assembleia desde que a nova direcção do Partido Comunista Chinês (PCC) reconheceu “o papel decisivo do mercado” no “aprofundamento global das reformas”, há um ano.

Além do relatório da actividade do Governo, os delegados vão aprovar o orçamento de Estado e o Plano de Desenvolvimento Económico-social para 2014.

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hoje macau sexta-feira 7.3.2014 9REGIÃO

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ANÚNCIO 【N.º 25/2014】

Para os devidos efeitos vimos por este meio notificar os representantes dos agregados familiares da lista de candidatos a habitação social abaixo indicados, no uso da competência delegada pela alínea 11) e 14) do n.º 1 do Despacho n.º 01/IH/2014, publicado no Boletim Oficial da RAEM, n.º 3, II Série, de 15 de Janeiro de 2014 e nos termos do n.º 2 do artigo 72.º do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 57/99/M, de 11 de Outubro:

Nome N.º do boletim de candidaturaMOU KUN MENG 31200901415LEI WENG KIT 31200906377TANG SU IAN 31200906127CHAO HOU 31200903491

Por causa dos representantes dos agregados familiares acima mencionados se recusarem a assinar o contrato de arrendamento, sem motivo justificativo, as respectivas candidaturas serão excluídas na lista geral de espera, de acordo com os termos da alínea 3) do artigo 11.º do Regulamento de Candidatura para Atribuição de Habitação Social, aprovado pelo Despacho do Chefe do Executivo n.º 296/2009, com as alterações introduzidas pelo Despacho do Chefe do Executivo n.º141/2012.

Tendo este Instituto publicado um anúncio na imprensa de língua chinesa e língua portuguesa, no dia 11 de Fevereiro de 2014, a solicitar aos interessados acima mencionados para apresentarem por escrito as suas contestações pelos factos acima referidos no prazo de 10 (dez) dias a contar da data de publicação do referido anúncio, entretanto não o fizeram. Nos termos da alínea 3) do artigo 11.º do Regulamento de Candidatura para Atribuição de Habitação Social, aprovado pelo Despacho do Chefe do Executivo n.º 296/2009, com as alterações introduzidas pelo Despacho do Chefe do Executivo n.º 141/2012, assim como da decisão do despacho do signatário, exarado na Proposta n.º 0174/DHP/DHS/2014, as respectivas candidaturas foram excluídas da lista geral de espera por IH.

Simultaneamente, foram cessados as concessões de abono de residência por os agregados familiares beneficiários terem sidos excluidos da lista geral de espera, de acordo com os termos da alínea 1) do n.º 1 do artigo 8.º do Regulamento Administrativo n.º 23/2008(Plano Provisório de Atribuição de Abono de Residência a Agregados Familiares da Lista de Candidatos a Habitação Social), exarado na Proposta acima mencionada. Caso queiram contestar a respectiva decisão, de acordo com o disposto no n.º 20 do Despacho n.º 01/IH/2014, publicado no Boletim Oficial da RAEM, n.º 3, II Série, de 15 de Janeiro de 2014 e no artigo 155.º do Código do Procedimento Administrativo, cabem recurso hierárquico necessário da respectiva decisão adminstrativa, à Presidente substituta do Instituto de habitação, no prazo de 30(trinta) dias a contar da data de publicação do presente anúncio, o recurso hierárquico tem efeito suspensivo.

O Chefe do Departamentode Habitação Pública,

Chan Wa Keong 5 de Março de 2014

ANÚNCIO 【N.º 27/2014】

Para os devidos efeitos vimos por este meio notificar os representantes dos agregados familiares do concurso de habitação económica abaixo indicados, no uso da competência delegada pela alínea 15) do n.º 1 do Despacho n.º 01/IH/2014, publicado no Boletim Oficial da RAEM, n.º 3, II Série, de 15 de Janeiro de 2014 e nos termos do n.º 2 do artigo 72.º do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 57/99/M, de 11 de Outubro:

Nome N.º do Boletimde candidatura Nome N.º do Boletim de

candidaturaLEONG HOU SAM 108230 PUN IENG WAN 66121LOI SAO I 76323 WU IP CHAN 86292LEI FOK TONG 2517 AO KIT TIM 109571CHAN NGA WAI 84990 AO HONG 76343NG WENG PUI 3089 TAM MAN KIT 3199WONG CHI MENG 84200

Por causa dos representantes dos agregados familiares acima mencionados não comparecerem no este Instituto para escolha de habitação após a emissão da segunda convocação, as respectivas candidaturas serão excluídas na lista geral, de acordo com os termos da alínea 2) do n.º 5 do artigo 60.º da Lei n.º 10/2011 (Lei da habitação económica) e alínea a) do artigo 14.º do Regulamento de Acesso à Compra de Habitações Construídas no Regime de Contrato de Desenvolvimento para a Habitação, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 26/95/M, de 26 de Junho, revisto pelo Regulamento Administrativo n.º 25/2002. Tendo este Instituto publicado um anúncio na imprensa de língua chinesa e língua portuguesa, no dia 6 de Fevereiro de 2014, a solicitar aos interessados acima mencionados para apresentarem por escrito as suas contestações pelos factos acima referidos no prazo de 10 (dez) dias a contar da data de publicação do referido anúncio, mas não fizeram a entrega das suas contestações dentro do prazo indicado, assim como da decisão do despacho do signatário, exarado na Proposta n.º 0374/DHP/DHEA/2014, as respectivas candidaturas foram excluídas da lista geral de espera. E nos termos do n.º 20 do Despacho n.º 01/IH/2014, publicado no Boletim Oficial da RAEM, n.º 3, II Série, de 15 de Janeiro de 2014 e no artigo 155.º do Código do Procedimento Administrativo, cabem recurso hierárquico necessário da respectiva decisão administrativa, ao Presidente deste Instituto, no prazo de 30 (trinta) dias a contar da data de publicação do presente anúncio, o recurso hierárquico tem efeito suspensivo.

O Chefe do Departamento de Habitação Pública,

Chan Wa Keong5 de Março de 2014

A Coreia do Norte recusou ontem a proposta da Coreia do Sul para uma reunião de estudo de no-

vos reencontros de famílias separadas pela guerra na península, o que traduz um passo atrás no relativo entendi-mento que estava ser conseguido pelos dois países.

Numa mensagem entregue atra-vés da linha de comunicação da aldeia fronteiriça de Panmunjom, o regime de Kim Jong-un declinou a proposta de Seul e alegou que “neste momento o ambiente não é o mais propício “

para as conversações, explicou um porta-voz dos Ministério da Unifi-cação da Coreia do Sul.

Ainda que as duas Coreias tenha desanuviado a tensão bilateral des-de Fevereiro, ao longo dos últimos dias e até ao início da próxima semana os exercícios militares conjuntos entre a Coreia do Sul e os Estados Unidos e o lançamento de vários mísseis norte-coreanos de curto alcance no mar reacenderam algum stress.

A Coreia do Sul tinha desafiado quarta-feira a Coreia do Norte para

uma reunião na próxima semana com o objectivo de tentar um acordo que estabelecesse uma periodicidade nos reencontros familiares ente famílias separadas na guerra entre 1950 e 1953 como a que aconteceu entre 20 e 25 de Fevereiro.

Na recusa, a Coreia do Norte também alegou que o canal de con-versações feito pela Cruz Vermelha não é o mais adequado para o assunto em questão, uma resposta que pode traduzir a vontade de Pyongyang em elevar o estatuto do diálogo com esse fim.

O número de filiados na “Yakuza”, o crime organizado japonês,

diminuiu em 2013 ao seu nível mais baixo nos últimos 20 anos, referem dados pu-blicados ontem pela Agência Nacional de Polícia nipónica.

De acordo com o docu-mento da agência, o número aproximado de associados dos clãs “Yakuza” no final do ano passado era de 58.600 pessoas, menos 4.600 do que no final de 2012 o que significa o nível mais baixo desde 1992, ano em que entrou em vigor a lei contra o crime organizado.

Para a polícia japonesa, o número de membros segue uma tendência de queda devido ao maior esforço repressivo e a medidas adoptadas para limitar os mecanismos de financia-mento dos sindicatos de crime.

Além disso, acrescenta a polícia, nenhum dos inci-dentes ocorridos devido à rivalidade dos clãs “Yakuza” provocou mortes entre os elementos.

COREIAS NORTE RECUSA DIÁLOGO PARA REUNIÕES FAMILIARES

Sul ficou a falar para a mão

JAPÃO FILIADOS NAS SEITAS SÃO MENOS

Palavra de polícia

Apesar da melhoria dos dados, a polícia está preocupa-da com o aumento do número de crimes na prefeitura de Hiroshima e dos 23 casos de extorsão e ameaças com armas registados em 2013 no Japão, 16 aconteceram naquela re-gião, que não tinha registado qualquer caso nem em 2011 nem em 2012.

Entre as famílias “Yakuza”, conhecidos como “boryoku-dan” (grupos violentos) pela imprensa e forças de se-gurança no Japão, o grupo ‘Yamaguchi-gumi’ continua a ser o maior, com cerca de 20.000 membros.

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10 hoje macau sexta-feira 7.3.2014EVENTOS

À VENDA NA LIVRARIA PORTUGUESA RUA DE S. DOMINGOS 16-18 • TEL: +853 28566442 | 28515915 • FAX: +853 28378014 • [email protected]

AS CINQUENTA SOMBRAS DE GREY • E. L. JamesAs Cinquenta Sombras de Grey é um romance obsessivo, viciante e que fica na nossa memória para sempre. Anastasia Steele é uma estudante de literatura jovem e inexperiente. Christian Grey é o temido e carismático presidente de uma poderosa corporação internacional. O destino levará Anastasia a entrevistá-lo para um jornal universitário. No ambiente sofisticado e luxuoso de um arranha-céus, ela descobre-se estranhamente atraída por aquele homem enigmático, sombrio, cuja beleza corta a respiração. Voltarão a encontrar-se dias mais tarde, por acaso ou talvez não. O implacável homem de negócios revela-se incapaz de resistir ao discreto charme da estudante. Ele quer desesperadamente possuí-la. Mas apenas se ela aceitar os bizarros termos que ele propõe...

O PRISIONEIRO DO CÉU • Carlos Ruiz ZafónBarcelona, 1957. Daniel Sempere e o amigo Fermín, os heróis de A Sombra do Vento, regressam à aventura, para enfrentar o maior desafio das suas vidas. Quando tudo lhes começava a sorrir, uma inquietante personagem visita a livraria de Sempere e ameaça revelar um terrível segredo, enterrado há duas décadas na obscura memória da cidade. Ao conhecer a verdade, Daniel vai concluir que o seu destino o arrasta inexoravelmente a confrontar-se com a maior das sombras: a que está a crescer dentro de si. Transbordante de intriga e de emoção, O Prisioneiro do Céu é um romance magistral, onde os fios de A Sombra do Vento e de O Jogo do Anjo convergem através do feitiço da literatura e conduzem os leitores ao enigma que se esconde no coração do Cemitério dos Livros Esquecidos.

A Associação de De-fesa do Património de Lisboa (ADPL) está a reunir com

grupos parlamentares e gru-pos municipais para pedir aos partidos políticos apoio para candidatar a calçada portu-guesa a património nacional.

Em comunicado, a asso-ciação revelou que contactou os grupos parlamentares de Os Verdes e do CDS-PP e o grupo municipal do Bloco de Esquerda “numa tentativa de sensibilização face à propos-ta da Câmara Municipal de Lisboa de remover a calçada à portuguesa de várias zonas da cidade de Lisboa”. “A associação está empenhada em elevar a calçada portu-guesa a património nacional, daí a nossa acção de sensi-bilização junto dos grupos parlamentares, para além da nossa intenção em falar com os grupos municipais”, real-ça a presidente da ADPLx,

ACOMPANH0U FERNANDO MAURÍCIO E DEOLINDA RODRIGUES

Morreu o guitarrista Sidónio PereiraO guitarrista Sidónio

Pereira, de 57 anos, morreu esta quarta-

-feira no Hospital de Santa Maria, em Lisboa, onde se encontrava internado desde a semana passada, vítima de um acidente vascular cere-bral, disse à Lusa o músico Alexandre Cortez.

Sidónio Pereira dirigia actualmente o projecto “Re-sidências Fadistas no Povo Lisboa”, destinado a jovens fadistas, permitindo-lhes a sua primeira gravação em disco.

No passado dia 21 de Fe-vereiro, o músico participou na apresentação do álbum Compilação de Fadistas do Povo, no Museu do Fado, em Lisboa.

Natural de Ademas, no concelho de Santiago do Ca-cém, umas suas referências

era o seu conterrâneo Antó-nio Chaínho. Autodidacta, começou a tocar guitarra por-tuguesa aos dez anos, mas, nas décadas de 1960 e 1970, participou em vários grupos de música rock e, na década de 1980, voltou a interessar--se pelo fado. Trabalhou no teatro de revista com Ivone Silva e Camilo de Oliveira.

Em palco acompanhou vários nomes, entre os quais Fernando Maurício, De-olinda Rodrigues, Nuno da Câmara Pereira, Nuno de Aguiar, Maria Emília e Daniel Gouveia, estes três últimos numa recriação do auto fadista O Chico do Ca-chené, de Linhares Barbosa, no Teatro Ibérico, em Lisboa.

Data de 1994 o seu pri-meiro álbum a solo, Guitarra Portuguesa - Música do país

de Fernando Pessoa, para uma discográfica da Bélgica, com produção de Timothy Hagelstein. Seguiram-se outros discos como o Atlan-ticidades, para a Expo’98.

Interessado nos cruza-mentos musicais, com a Família Vargas criou o pro-jecto Flamenfado, do qual foi produzido o álbum El Roce de las Almas.

Músico residente na Loja do Povo, em Lisboa, onde dirigia as residência fadis-tas, editou em 2012 o CD Narração Exacta-Sidónio Pereira, que foi apresentado no Mercado Internacional do Disco da Música e do Entre-tenimento (MIDEM’2012) e distinguido pela Balcony TV Global, de Nova Iorque, como Melhor Vídeo, com o tema Fadinho de Alcácer.

CALÇADA PORTUGUESA ASSOCIAÇÃO SENSIBILIZA PARTIDOS PARAQUE SEJA PATRIMÓNIO NACIONAL

Imagemde marca

Aline Hall de Beuvink, num comunicado.

A dirigente considera que “é fundamental que se compreenda a importância da calçada a nível histórico, cultural e patrimonial, sendo um erro gravíssimo, com consequências catastróficas, a sua remoção”.

Para a ADPLx, a calçada

portuguesa deverá ser encara-da “como imagem de marca” de Portugal, “como aposta turística e promocional”, salientando que é possível “exportar a calçada como um produto de marca portugue-sa”, até porque “são vários os países que pedem este tipo de trabalho, com destaque para o Brasil, Estados Unidos e, até, China (Macau)”.

No comunicado, a AD-PLx realça que a deputada Cláudia Madeira, do gru-po “Os Verdes”, afirmou estarem “disponíveis para acompanhar esta iniciativa da Associação” e que a deputada municipal Isabel Pires, do Bloco de Esquerda, concor-dou em “apoiar a associação ao longo deste processo”. “O deputado do grupo par-lamentar do CDS-PP, João Gonçalves Pereira, considera que estão ‘receptivos à pro-blemática, neste momento de ponderação, sobre o que será feito à calçada à portu-guesa, tendo em conta que faz parte do património de Lisboa e também tendo em vista a sua importância a nível nacional’”, refere a ADPLx.

A associação realça ainda que tem agendada uma reu-nião para sexta-feira com o vereador do PCP na Câmara de Lisboa, Carlos Moura, e que aguarda resposta dos grupos parlamentares do PS e do PSD.

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eventoshoje macau sexta-feira 7.3.2014 11

Estudo diz que 136 locais Património Mundial da UNESCO podem desaparecerPelo menos 136 lugares considerados Património Mundial da Humanidade da UNESCO serão afectados caso as temperaturas continuem a subir nos próximos dois mil anos, em média, três graus célsius, estimou quarta-feira um estudo da Environmental Research Letters. A publicação científica do Institute of Physics aponta a Estátua da Liberdade, o Independence Hall, a Torre de Londres e casa da Ópera de Sydney como exemplos de locais históricos que poderão ser gravemente afectados com a subida do nível do mar nos próximos dois mil anos. A revista do IOP Publishing Environmental Research Letters calculou o aumento da temperatura em 720 locais que integram a lista da UNESCO e que seriam atingidos se a actual tendência de aquecimento global continuasse e as temperaturas se elevassem a três graus célsius acima dos níveis verificados no período pré-industrial.

Albergue dá a conhecer Manuel VicenteO Albergue SCM e o Docomo Macau estão a organizar uma série de três seminários subordinados ao tema “Descobrir Manuel Vicente”. O primeiro dos três encontros tem lugar já este sábado, entre as 15 e as 18h, sob o título de “O Arquitecto e a Cidade” e tem como oradores os arquitectos Alexandre Alves Costa, Weijing Wang e João Santa Rita. A conversa em torno do arquitecto que, ao longo de 40 anos, contribuiu para uma larga reflexão sobre a cidade de Macau, terá como moderador o arquitecto Carlos Marreiros.

Lisboa Palace vai ter hotel concebido por Karl LagerfeldMorreu o poeta espanhol Leopoldo María Panero

LEOPOLDO María Panero considerado o enfant terrible da poesia espanhola

surgida a partir da década de 1970, morreu esta quinta-feira aos 65 anos. O poeta terá morrido ontem de madrugada no Hospital Rey Juan Carlos I, em Gran Canária, onde estava internado na unidade psiquiátrica.

Figura obscura da literatura espanhola, Leopoldo María Panero passou grande parte da sua vida em manicómios. Segundo a agência Efe era o hospital onde morreu responsável por Panero, uma vez que o poeta não teria familiares. Ou pelo menos, há anos que estava sozinho.

“Morreu Leopoldo María Panero, mor-reu o nosso Peter Pan, o nosso Artaud, o nosso louco, o nosso intocável, o nosso monstro. Aconteceu em Las Palmas (Gran Canária), à meia-noite, na Unidade Clínica

de Reabilitação do Hospital Juan Carlos I. Chegou a hora do obituário mais esperado da literatura espanhola.”

É assim que o espanhol El Mundo come-ça a notícia da morte deste poeta espanhol, Leopoldo María Panero, filho de outro poeta, Leopoldo Panero (que colaborou com o regime franquista tornando-se num poeta “oficial” do regime) e da escritora e actriz Felicidad Blanc. Nascido em Madrid a 16 de Junho de 1948, Leopoldo María Panero é autor de uma obra “extremista”, tantas vezes baseada nas suas experiências de vida. Além de ter passado parte dos anos que viveu em manicómios, o espanhol lu-tou ainda contra a dependência de drogas e álcool. Em Portugal, Leopoldo María Panero tem editado Poemas do Manicómio de Mondragón, pela editora Alma-Azul.

O novo empreendimento da Sociedade de Jogos de

Macau (SJM) no Cotai vai ter um hotel concebido pelo estilista Karl Lagerfeld. A assinatura do memorando foi feita esta quarta--feira em Paris, França, segundo um comunicado emitido pela própria operadora de jogo. O projecto terá o nome de Karl Lagerfeld Hotel e será, segundo a SJM, “o primeiro no mundo a ser totalmente concebido por Karl Lagerfeld, um dos desig-ners mais influentes e icónicos”. O hotel terá cerca de 270 quar-tos e suites e ainda 20 andares exclusivos numa das torres do empreendimento Lisboa Palace.

Segundo Ambrose So, director-executivo da SJM, o optimismo em relação ao projecto é grande. “Juntamente com o Palazzo Versace Macau e com a nossa marca Lisboa, o nosso resort será o destino para o alojamento de luxo. Esta parceria vai demonstrar a par-tilha da cultura sino-ocidental, que já é uma longa tradição em Macau.”

O designer, considera-do um dos maiores nomes do mundo da moda, e que já trabalhou para marcas como Chloé, Fendi e Chanel, revelou-se “muito feliz e orgulhoso com um projecto

de tamanha dimensão: um hotel concebido por mim. É a primeira vez para mim! Penso que esta ideia é genial!”.

O projecto, que estará a cargo da Karl Lagerfeld Group BV, foi ainda comen-tado por Pier Paolo Righi, CEO da empresa. “Este pro-jecto é um importante passo para o desenvolvimento da nossa marca e do negócio no geral, e especificamente na China, onde o ano passado abrimos cinco lojas Karl La-gerfeld. Estamos orgulhosos da abertura do primeiro hotel Karl Lagerfeld numa região fascinante.”

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12 hoje macau sexta-feira 7.3.2014

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IDEI

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José simões morais(TEXTO E FOTOS)

C ELEBROU-SE no Domin-go, dia 2 de Março, o ani-versário do deus da terra. É uma festividade de bair-

ro, já que este deus tem a função de guardião de uma pequena área de terra (aldeia, bairro) e dos seus habitantes, por isso considerado também deus da família.

Apesar de em Macau haver mais de dez templos dedicados a Tu Di, merecendo especial referência o Tou Tei Miu (Fok Tak Chi) da Avenida do Almirante Sérgio, que a par com o da Rua de Tomás da Rosa e o do Largo do Pagode do Patane, entre as ruas da Palmeira e da Pedra, são os maiores da cidade. Mas apenas nos dois últimos se realizam grandes festejos, que

土地 TU DI, O ESPÍRITO DA TERRAconstam de cinco dias com Ópera Yue e finalizam num jantar oferecido a todos os anciãos da zona de protecção do deus.

Para além dos templos consagrados a Tu Di, este deus em Macau, conhecido por Tou Tei, encontra-se em quase todas as ruas e pátios, tanto em altares, como em nichos colocados nos passeios e em inúmeras portas de entrada das casas, podendo estar representado por estátuas, ou por placas com caracteres. Feitos em pedra vermelha, com uma forma que simboliza uma casa, esses nichos contêm placas com caracteres gravados em dourado, estando por vezes numa pequena elevação para os retirar do caminho dos transeuntes

mais distraídos. Em escultura aparece com uma imagem humana, a do idoso ou, quando acompanhado, por um casal de idosos.

À frente destes nichos, durante a abertura e fecho das lojas, é frequente ver uma pessoa a acender três pivetes (pauzinhos de incenso) e com eles, elevados à altura da cabeça, fazer três vénias, virando-se para cada uma das direcções. Depois de colocá-los no pequeno incensório ou, na própria oferenda, normalmente uma ou mais peças de fruta, queimam-se papéis votivos e deitam-se a arder no pote metálico vermelho, que serve de fornalha.

O deus da terra encarnou o espírito de uma pessoa que na zona viveu e

após passar esta vida, os habitantes, distinguindo-o pela sua virtude, ou poderes sobrenaturais, escolheram-no para seu protector e do lugar. Logo, o espírito dos Tu Di não está personificado, nem nas divindades do Céu, espíritos puros, ou personagens históricas, mas no de um simples habitante. Também se este não cumprir com as suas funções de guardião, protegendo bem a pequena zona e as pessoas que nela vivem, poderão os habitantes substituí-lo por um outro que, durante a vida terrena mostrou virtudes para exercer a função, tomando-lhe assim o lugar de espírito protector.

A razão dos nichos dos Tu Di se encontrarem no chão deve-se a

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13 artes, letras e ideiashoje macau sexta-feira 7.3.2014

(Continua na pagina seguinte)

uma história que ocorreu com Zhu Yuanzhang, quando ele estava a caminho de ser o primeiro imperador da dinastia Ming, Hong Wu (1368-99). Andava o comandante Zhu Yuanzhang (1328-1398) a conquistar a China à dinastia Yuan, após os ter vencido em Nanjing no ano de 1356, quando parou numa estalagem para jantar. Estando todas as mesas ocupadas, encontrou uma onde a imagem de Tu Di estava pousada numa cadeira. O futuro imperador pegou nela e colocou-a no chão. Finda a refeição e após este sair, o dono da hospedaria voltou a colocar o deus na cadeira. À noite, o estalajadeiro sonhou com o espírito da terra, que lhe disse não querer ir contra a ordem do imperador e foi assim que, a imagem de Tu Di passou a ser colocada no chão.

PREPARAÇÃO DOS FESTEJOSAo passar pela Rua do Campo, na entrada da Rua Tomás da Rosa, assistimos à colocação de muitas bandeiras triangulares e a uma estrutura construída com varas de bambu, fazendo como porta ao Bairro Horta da Mitra. Aí se preparava uma outra estrutura para servir de abrigo aos espectadores que, durante a tarde e noite dos cinco dias, iriam assistir ao desenrolar dos vários actos da peça representada por uma companhia de Shunde de Ópera Yue.

Durante os dias que antecederam o aniversário do deus da terra, as pessoas do bairro foram passando e entregando dinheiro, cuja quantia ficou registada em grandes folhas, depois dependuradas em placares na enorme estrutura de bambu. Esse dinheiro serviu para oferecer ao deus a música de que ele tanto gosta.

Conhecido por Chong Kuok Tou Tei Miu, ou Pagode Chinês dos deuses locais, o templo que se encontra na Rua Tomás da Rosa foi construído no ano de 1886, substituindo um antigo existente no local, demolido quando no bairro se abriram novas vias públicas. Em agradecimento ao Governador Tomás da Rosa, os moradores da Horta da Mitra colocaram no pátio de entrada do templo uma lápide a assinalar tal facto. Fizeram ainda questão que a rua a passar em frente tivesse o nome de Tomás Rosa.

O templo, onde sobre a porta redonda se lêem os caracteres Fok Tak Chi (Templo da Felicidade e da Virtude), é constituído por um átrio, tendo ao fundo do lado esquerdo, para quem entra, a casa do guarda e no outro lado, uma pequena capela. No altar principal, o deus da terra e a sua esposa estão representados em estátuas de porcelana e entre ambos, uma placa

de madeira com os caracteres都天至富財帛星君之位, que indica tratar-se do deus Tchoi Pak Seng Kuan. Este deus, mais conhecido por Choi San, é responsável por toda a abundância e riqueza do mundo. Em Macau, o Tou Tei, que protege a família e dá boa sorte, faz muitas vezes o papel de Choi San, segundo a crença popular. No altar há ainda outras divindades e à sua frente, a mesa dos sacrifícios está cheia de oferendas.

Ao lado do edifício do templo encontra-se um grande palco com cadeiras colocadas à sua frente, ocupando todo o espaço da rua, que no quotidiano é pedonal. Após um olhar mais cuidado vemos, por baixo do palco, um altar térreo ao deus da terra feito de pedra sem nenhuma

figuração, tendo à frente, a guardá-lo, duas pequenas estátuas de leões, encontrando-se por vezes uma estátua de Kun Iam.

AS CELEBRAÇÕESSão 23 horas do dia 1 de Março e em frente à entrada do templo já uma grande quantidade de pessoas se reúne. Conversam entre si, pois todos se conhecem. Residentes do bairro e outros, que aqui já viveram, esperam a sua vez para oferecer sacrifícios ao deus da terra. Os mais velhos seguem

à frente e ao passar a porta do templo são-lhes entregues pivetes que, após três vénias em frente ao altar, colocam no incensório. A senhora que vende fruta, ainda com o estabelecimento aberto, dá uma corridinha deixando o negócio por breves momentos para também vir oferecer incenso. Parece que ninguém do bairro quer perder o primeiro período do dia para prestar homenagem ao protector do lugar. Após a passagem pelo templo, os residentes vão comer um pouco de leitão, que está a ser oferecido numa mesa colocada na parte de cima da Rua Tomás da Rosa. Quando nos oferecem um naco, dizem-nos que traz sorte para quem o come.

Encontramos o senhor Félix, aposentado da polícia que até aos anos 80 aqui viveu, a quem em conversa escutamos um pouco da história desta festividade. Conta este nativo do bairro, agora com 72 anos, sem poder precisar com certeza as datas, terem as festas de Tou Tei sido interrompidas entre

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PARA ALÉM

DOS TEMPLOS

CONSAGRADOS A TU DI,

ESTE DEUS EM MACAU,

CONHECIDO POR TOU

TEI, ENCONTRA-SE EM

QUASE TODAS AS RUAS

E PÁTIOS, TANTO EM

ALTARES, COMO EM

NICHOS COLOCADOS

NOS PASSEIOS E EM

INÚMERAS PORTAS

DE ENTRADA DAS

CASAS, PODENDO

ESTAR REPRESENTADO

POR ESTÁTUAS, OU

POR PLACAS COM

CARACTERES

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14 hoje macau sexta-feira 7.3.2014h

dependurados sobre a porta, aí parava e realizava a dança do leão. Após as folhas de alface e o laisi serem pela boca do leão arrancados do fio que as prende, seguia-se o ribombar dos panchões, dirigindo-se depois todo o grupo para a entrada de outra loja.

Durante tardes e noites, o grupo de ópera foi realizando actuações de uma única peça que durou cinco dias e no fim do qual houve um enorme jantar onde estiveram os idosos do bairro. Os mais anciãos foram colocados numa mesa dentro do templo.

Este ano, a cerimónia de abertura não contou com a dança do dragão, nem vimos a companhia de dança do leão subir para a caixa traseira de uma camioneta para circular por Macau. Como normalmente acontecia, visitavam os outros templos de Tou Tei mais pequenos, existentes por toda a cidade e que, por não terem dinheiro para realizar as cerimónias, celebravam o dia, mas sem o espectáculo que transbordava em som e ambiente de alegria pelo dia festivo.

os anos de 1967 e 1969, período da Revolução Cultural. Em Macau, este foi o primeiro templo a reatar os festejos, já que a associação do bairro recebeu o apoio do governo. Anteriormente as celebrações eram diferentes. Como todos queriam levar para casa as estátuas dos deuses destinadas a durante um ano propiciarem protecção e sorte às famílias que as albergavam, fazia-se um jogo para elas serem distribuídas. Inúmeras imagens de deuses eram colocadas em redor do Templo da Felicidade e da Virtude e na Rua Henrique de Macedo, por ser mais ampla, procedia-se à distribuição das estátuas através do lançamento para o ar de um pequeno foguete. Ainda no ar, as flechas em forma de flor, onde estavam escritos os nomes de cada um dos deuses, eram disputadas por uma série de jovens adultos provenientes dos grupos de artes marciais, que as famílias contratavam para tal fim. Quem agarrasse primeiro a flecha, tinha direito a ficar durante o ano com a estátua cujo nome nela

vinha registado. Com a interrupção dos festejos nos finais dos anos 60, estiveram as estátuas dos deuses durante três anos nas mãos das mesmas famílias e quando estes foram reatados, deixou-se de proceder a tal jogo. As estátuas dos deuses passaram a ficar durante um ano nas casas de quem mais dinheiro oferecesse. Actualmente são sempre as mesmas famílias que as guardam e no período das festividades aqui as trazem para serem colocadas perante o templo. Finalizada a cerimónia são de novo levadas para casa.

A cerimónia oficial de abertura ocorreu ao meio-dia do dia 2 do segundo mês lunar, que este ano calhou a 2 de Março.

Iniciou-se com o dar vida aos leões,

pintando-lhes os olhos e a boca. Depois o estalar dos panchões e por fim o cortar dos leitões, cuja carne foi distribuída por quem ali passou. Finda a cerimónia, as pessoas começaram a ir depositar o incenso perante a imagem do deus da terra. À frente da porta do templo, uma mesa onde os crentes colocavam as suas oferendes, que depois eram levadas até ao altar. Também nessa mesa se encontravam três nichos com os respectivos deuses que, depois das cerimónias, foram levados por cada uma das três famílias guardiãs para serem colocados à porta das suas lojas.

O grupo marcial foi, ao som dos tambores e címbalos, percorrendo o bairro e onde encontrava um molhe de alface com um envelope vermelho

APÓS A PASSAGEM PELO TEMPLO, OS RESIDENTES

VÃO COMER UM POUCO DE LEITÃO, QUE ESTÁ A

SER OFERECIDO NUMA MESA COLOCADA NA PARTE

DE CIMA DA RUA TOMÁS DA ROSA. QUANDO NOS

OFERECEM UM NACO, DIZEM-NOS QUE TRAZ SORTE

PARA QUEM O COME

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15DESPORTOhoje macau sexta-feira 7.3.2014

SÉRGIO [email protected]

R ODOLFO Ávila dá o “pontapé de saída” à temporada 2014 esta sexta-feira no Circuito In-

ternacional de Sepang, na Malásia. O piloto português da RAEM irá tripular o novo Porsche 911 GT3 Cup (Tipo 991) do Team Jebsen.

Ávila, que no mês passado tinha confirmado aos microfones da Rádio Macau a sua continuidade na estrutura do Porsche Centro de Hong Kong e Macau para a época 2014, irá ter o primeiro contacto com a nova viatura da casa de Weissach da sua equipa que este ano apresenta uma nova decoração.

Totalmente renovado, o 911 GT3 Cup da geração “991″ tem várias evoluções em relação ao “997″ utilizado até aqui (os números referem-se ao código interno utilizado pela fábrica para designar as diferentes gerações do Porsche 911).

Além de ser mais potente, o carro novo tem novidades signi-ficativas que o tornam ainda mais atractivo para os pilotos. “Será a primeira vez que conduzo um Porsche de troféu com mudanças no volante. É o mesmo sistema do 911 GT3 R que conduzi em 2012 na Taça Macau GT do Grande Prémio. Tenho a certeza que este carro será mais rápido e estável”, diz Ávila, que espera “adaptar-se rapidamente, tanto às mudanças, como ao comportamento do carro e aos novos pneus. Estou curioso por descobrir as maiores diferenças entre o comportamento deste novo Porsche em relação a outros que já conduzi. Estes quatro dias na

MARCO [email protected]

A selecção chinesa de futebol vai marcar presença na fase

final da Taça das Nações Asiáticas, que se disputa na Austrália entre 9 e 31 de Janeiro do próximo ano. A República Popular da China foi derrotada frente ao Iraque por 1-3 no derradeiro encon-tro da fase de qualificação, mas o terceiro lugar no grupo C da competição e o estatuto de melhor terceiro classificado por entre os cin-co grupos que disputaram o evento escancarou as portas da fase final ao onze chinês.

Disputada em Shar-jah, nos Emirados Árabes Unidos, a partida pautou a estreia de Alain Perrin no banco da República Popular da China e o técnico fran-cês viu Yunus Mahmood inaugurar o marcador aos 23 minutos, após um bom

AUTOMOBILISMO PILOTO DE MACAU TESTA NOVO PORSCHE

Novidades ao volante de Ávila

FUTEBOL SELECÇÃO CHINESA PERDEU MAS GARANTE PRESENÇA NA TAÇA DAS NAÇÕES ASIÁTICAS

Sorte, apesar de tudo

Malásia servirão para isso mesmo, para a equipa encontrar as melhores afinações antes da primeira corrida da temporada.”

A Taça Porsche Carrera Ásia terá sete eventos em 2014 e terá uma lista de inscritos de vinte oito concorrentes, entre eles, o campeão de 2013, Earl Bamber, e o campeão de 2012, Alexander Imperatori. Este ano a competição não visitará o Circuito da Guia, no entanto, “voltamos a correr

em Zhuhai, que é uma ‘segunda casa’ para mim, e um circuito em que habitualmente consigo obter bons resultados. Estou também entusiasmado por irmos correr este ano a Fuji, no Japão, que é um circuito mítico e que certa-mente irá proporcionar duas boas corridas.”

EQUIPA DE MACAU PRESENTETambém presente em Sepang vai estar a equipa do território Asia

Racing Team liderada pelo francês Philippe Descombes. A estrutura da RAEM irá dar o suporte téc-nico a duas formações da China Continental: o Team Betterlife, de Pequim, e o Team Zheng Tong, de Dongguan.

Para a equipa baseada no circuito de Zhuhai, este teste será também o primeiro contacto com o novo 911 GT3 Cup. “Ape-nas esta segunda-feira tivemos acesso ao novo carro. Desde da

electrónica aos pneus, é um carro totalmente novo. Felizmente a equipa está habituada a trabalhar com viaturas da marca Porsche, desde do troféu até às provas do campeonato GT Asia, e não es-peramos encontrar dificuldades e vamos medir forças de igual para igual com as melhores equipas da especialidade do continente asi-ático”, disse ao HM o português Rúben Silva, engenheiro de pista da Asia Racing Team.

passe de Mohammad Ab-dulrahim.

O tento foi contestado pela China, que alega fora de jogo por parte do dianteiro iraquiano. O avançado res-pondeu ao descontentamento do banco chinês com novo golo. A dois minutos do inter-valo, Yunus Mahmood vol-tou a brilhar em Sharjah ao apontar o segundo do Iraque, segundo também da conta pessoal. O guarda-redes da selecção do Continente, Ya Zhi, ainda conseguiu defen-der um primeiro remate de Ahmad Yassen, mas nada pode fazer para travar a re-carga de Mahmood.

O intervalo não afectou a predisposição ofensiva da formação iraquiana e aos 58 minutos, a onze orientado por Hake-em Shaker apontou o

terceiro, com Ali Adnan a marcar de ângulo apertado. A República Popular da China só aos 72 minutos

conseguiu dar um ar da sua graça, depois de Yu Hanchao ser derrubado em falta no coração do último reduto ira-quiano. Chamado a cobrar a grande penalidade, Zhang Xizhe não desperdiçou e reduziu para o onze chinês.

Wu Lei esteve quase a marcar o segundo da China pouco depois, mas o cabece-amento do dianteiro morreu no ferro da baliza iraquiana. Apesar da derrota, a selecção chinesa conseguiu assegurar a presença na fase final da Taça das Nações Asiáticas, não obstante o Líbano – que mantinha sérias aspirações à presença na fase final da competição – ter goleado em Banguecoque a Tailândia por cinco bolas a duas. O esforço acabou por se reve-lar inglório e é a República Popular da China quem vai disputar a fase final da com-petição por apresentar uma menor diferença entre golos marcados e golos sofridos.

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TEMPO CHUVA FRACA MIN 15 MAX 17 HUM 80-98% • EURO 10 .9 BAHT 0 .2 YUAN 1 .3

João Corvofonte da inveja

Pu YiPOR MIM FALO

Definitivo (re)encontro

A lavagem de dinheiro também é uma indústria altamente criativa.

HELEN FLANAGAN TEM OS MELHORES SEIOS DE INGLATERRA

Conhecida por ter, alegadamente, o melhor peito de Inglaterra e, quiçá, do mundo, a modelo Helen Flanagan brindou os fãs com uma mudança de visual. A noiva do jogador de futebol Scott Sinclair decidiu mudar de look, deixando para trás os cabelos loiros de anos e optando pelo ruivo. Nós por cá continuamos a preferi-la de loiro...

10% dos americanos acham que HTML é uma doença sexualmente transmissível• Por vezes já pensou o que querem dizer algumas siglas usadas nos dias que correm. Se lhe perguntasse o que queria dizer HTML muito provavelmente não saberia responder. A título de curiosidade HTML quer dizer HyperText Markup Language, que significa algo como Linguagem de Marcação de Hipertexto e é usada para construir páginas de Internet. Então, se um em cada 10 norte-americanos estivesse certo, após ler esta página você iria precisar deslocar-se urgentemente ao médico. Tudo porque 10% dos 2.392 americanos que responderam a um inquérito acham que HTML é uma doença sexualmente transmissível. Para além disso há ainda: 15% que acham que software diz respeito a roupa confortável; 18% que acham que Blu-ray é um animal marinho; 23% que acreditam que um MP3 possa ser um robot da saga Star Wars; 12% que pensam que USB é uma sigla de um país europeu; 27% que imaginam que um gigabyte para ser um insecto encontrado na América do Sul ou 42% que acham que motherboard se refere ao ‘convés de um navio de cruzeiro’.

16 FUTILIDADES hoje macau sexta-feira 7.3.2014

partolentamentesem para trás olhar

oculto-mena suja vidraçasuspensa numa velha parede

partosem um elaborado destinomeio intencionadono retomar da viagem

os sons poderão diferenciar-see os registos confundirem-senesta premente fugaansiada por quase todos os mortais

assim partopara um outro lugaruma outra paragem

essa é a radical sentença

ofuscareide vez todas as miragens

buscarei o reencontrocom a tua presença

para sempre

SALA 1300: RISE OF AN EMPIRE [C]Um filme de: Noam MurroCom: Sullivan Stapleton, Eva Green, Lena Headey14.30, 16.30, 21.30

300: RISE OF AN EMPIRE [3D] [C]Um filme de: Noam MurroCom: Sullivan Stapleton, Eva Green, Lena Headey19.30

SALA 2 LONE SURVIVOR [C]Um filme de: Peter BergCom: Mark Wahlberg, Taylor Kitsch, 14.30, 21.30

MR. PEABODY & SHERMAN [A](FALADO EM CANTONÊS)

Um filme de: Rob Minkoff16.45, 19.30

SALA 3MR. PEABODY & SHERMAN [A](FALADO EM CANTONÊS)Um filme de: Rob Minkoff14.30

POMPEII [C]Um filme de: Paul W. S. AndersonCom: Kit harington, Emily Browning, Kiefer Sutherland16.30, 21.30

12 YEARS A SLAVE [C]Um filme de: Steve McQueenCom: Michael Fassbender, Benedict Cumberbatch, Chiwetel Ejiofor19.00

300: RISE OF AN EMPIRE

C I N E M ACineteatro

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hoje macau sexta-feira 7.3.2014

contramãoISABEL [email protected]

17OPINIÃO

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CUSP ARECE que Chui Sai On está com

vontade de se recandidatar ao cargo, de ser Chefe do Executivo por mais cinco anos, de ocupar Santa Sancha por mais um mandato. Parece que sim, a acreditar nas palavras do próprio – e quem sou eu para duvidar delas.

Não sei se é de vontade – vontade própria – que se trata quando se fala em candidatura a líder do Governo ou

a qualquer outro cargo de responsabilidade na es-trutura do Executivo. Por mais livros que leia, por mais pessoas que ouça e por mais teses que analise, percebo cada vez menos de alguns métodos locais e nacionais de fazer política. Acredito também cada vez menos nas teorias da conspiração que circulam, nas coisas que se vão inventando em torno deste processo de escolha tão peculiar, que faz com que no topo do poder esteja alguém que, não passando por um escrutínio popular, chega onde chega por um processo que quase todos desconhecem.

É lá em cima que tudo se decide, dizem-me, e enquanto alguém lá de cima não me explicar como é que a coisa acontece, não acredito em nada. Como é altamente improvável que alguém lá de cima apareça mais logo para a sobreme-sa, continuo na minha quieta ignorância que, pesados os prós e os contras, não tem qualquer interesse. Deixei de ter curiosidade sobre o que acontece nos entretantos. A paciência esgotou-se em contraciclo oriental. Não me interessam os processos – eu queria era resultados.

Chui Sai On admite que há promessas eleitorais que não cumpriu. Fê-las naquele percurso solitário até Santa Sancha, naquelas eleições sem concor-rência, naquela campanha desprovida de sentido. Muito provavelmente, fará novas promessas daqui a meses, talvez as mesmas, numa nova marcha solitária para mais cinco anos com a mesma pro-fissão. A profissão de Chefe do Executivo, líder do Governo, comandante dos destinos da região. Cinco anos de muita coisa que nos passa ao lado e cinco anos de muita coisa que nos caiu em cima. No meu caso, os piores cinco anos de Macau, aqueles em que a curiosidade se perdeu para dar lugar à falta de paciência.

Não faço ideia do que pensa Chui Sai On sobre o trabalho que fez, a cidade que – pelo cargo que ocupa e pelo poder que lhe é formalmente atribuí-do – andou a gerir nestes últimos cinco anos. Não faço ideia do que pensa Chui Sai On quando lê os jornais, se lê os jornais, se alguém lhos lê. Não faço ideia do tamanho da consciência de Chui Sai On, qual a percentagem que a alma lhe ocupa no corpo. Não faço ideia do que pensa Chui Sai On – e também já não tenho curiosidade, que a paciência foi-se desgastando ao ritmo da inércia. Mas sei, por estes cinco anos que estão quase a acabar, que não foi capaz de gerir os interesses de ricos e pobres, proprietários e inquilinos, vendedores e compradores, influentes e influenciados. Não sei de quem foi Chefe. Talvez não tenham deixado Chui Sai On ser o funâmbulo que devia ser, dir-me-ão.

Não faço ideia do tamanho da consciência de Chui Sai On, qual a percentagem que a alma lhe ocupa no corpo. Não faço ideia do que pensa Chui Sai On – e também já não tenho curiosidade, que a paciência foi-se desgastando ao ritmo da inércia. Não sei de quem foi Chefe

O funâmbulo

Mas deixou de me interessar quem é que anda em cima da corda.

Alguns dizem-me que está a chegar a hora de começar a fazer as malas, em caso de se ter terra alternativa. Outros dizem-me que começou a contagem decrescente para Macau ser só de alguns: dos que pesam mais do que Chui Sai On. Esses outros também me dizem que está na hora

de começar a fazer as malas – e já ninguém pensa em contentores. Uns e outros não acreditam que os próximos cinco anos vão ser melhores do que aqueles que estão quase a acabar. Por aqui, a mala faz-se quando quisermos, que a residência foi em tempos assunto escorreito e com regras, apesar do salário modesto e do contributo nulo para a econo-mia. A não ser que a corda rebente. Com o peso.

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18 opinião hoje macau sexta-feira 7.3.2014

A Ucrânia é um estado com sistema de regime semi-presidencialista constituído por vinte e quatro regiões, a república autónoma da Crimeia e duas cidades com estatuto especial, a capital Kiev e Sebastopol, base naval da frota russa do Mar Negro, desde que foi conquistada ao

Império Otomano em 1783 pela Imperatriz Catarina II, a Grande.

A amotinação da tripulação do coura-çado de Potemkin, nesse porto, em plena Revolução de 1905, que culminou com a Revolução de 1917, tornou-se famosa pela transposição para o cinema pelo realizador Serguei Eisenstein em 1925,constituindo uma das referências fundamentais da sé-tima arte.

A estratégica base naval foi conquistada pelos alemães em 4 de Julho de 1942, que sofreram terríveis perdas calculadas em mais de cento e quarenta mil soldados e cujo cerco durou mais de dez meses. A União Soviética reconquistou a cidade portuária dois anos depois, procedendo a uma limpeza étnica, sendo os tártaros, seus primitivos habitantes deportados para a Ásia Central.

A Crimeia é entregue à Republica Socia-lista Soviética da Ucrânia a 19 de Fevereiro de 1954, sendo Nikita Kruschov, Secretário Geral do Partido Comunista e Presidente da “União das Republicas Socialistas Soviéti-cas (URSS)”, que nasceu numa cidade da fronteira entre a Rússia e a Ucrânia, tendo sido seu governador de 1939 a 1942, tendo terminado a deportação dos tártaros e de novo em 1943 para reconstruir a devastada república.

A Ucrânia viria a tornar-se independente por força do referendo realizado a 1 de De-zembro de 1991, tendo a União Soviética sido dissolvida a 31 de Dezembro do mesmo ano. É assinado durante a realização do Conselho Europeu de Corfu de 24 a 25 de Junho de 1994 um “Acordo de Parceria e Cooperação” entre a União Europeia (UE) e a Ucrânia cujas conclusões relativas à “Política Externa e de Segurança Comum”, afirmam que o Conselho Europeu se congra-tulava com a assinatura do dito “Acordo”, que criará condições para o desenvolvimento de uma relação de cooperação plena e fru-tuosa entre a Ucrânia e a UE.

O Conselho Europeu reiterou o apoio da UE à independência, à soberania e à inte-gridade territorial da Ucrânia, bem como à consolidação das instituições democráticas

Guerra, thermidor ou détente na Ucrânia (I)

perspect ivasJORGE RODRIGUES SIMÃO

“The “top brass” in the CIS countries are happy playing the “sovereignty flute”: They do not wish to relinquish one iota of power. But unless they do, no kind of unification is possible. In short, the interests of the political elites were given priority over those of the citizenry.”

Mikhail Gorbachev and George Shriver On My Country and the World

e à realização de reformas no sentido da economia de mercado. O Conselho Euro-peu salientou nesse contexto que o êxito dependia grandemente da forma como as autoridades ucranianas se mantivessem disponíveis e demonstrassem capacidade para levar a cabo o processo de reformas económicas e políticas.

O Conselho Europeu saudou as medidas então tomadas pela Ucrânia com vista à plena implementação dos acordos de desar-mamento nuclear e convencional e apelava a que a Ucrânia procedesse rapidamente à ratificação do “Tratado de Não Proliferação” como país sem armas nucleares.

O Conselho Europeu convidou o Conse-lho a prosseguir o seu trabalho de elaboração de uma política global em relação à Ucrânia. Na elaboração dessa política, com base no leque de instrumentos disponíveis no quadro do Tratado da União Europeia, incluindo eventuais acções comuns, o Conselho deverá seguir as seguintes directrizes gerais como sendo o apoio constante à consolidação das instituições democráticas, ao respeito dos Direitos do Homem e à realização de refor-mas no sentido da economia de mercado.

A promoção de relações de boa vizinhan-ça entre a Ucrânia e os países limítrofes eram consideradas bem como a cooperação com a Ucrânia nas instâncias multilaterais para apoiar a estabilidade regional e in-ternacional e para a resolução pacífica de conflitos; o apoio à plena implementação de acordos de desarmamento nuclear e convencional; a aceitação pela Ucrânia das normas de segurança nuclear internacio-nalmente aceite no âmbito de uma política energética global.

O Conselho Europeu exprimiu a sua preocupação com a questão geral da segu-rança nuclear na Ucrânia e recomendou em especial que a central nuclear de Chernobil fosse definitivamente encerrada o mais rapidamente possível. Esse encerramento deveria ser implementado através da com-binação de determinados factores. A UE desejava chegar a acordo com a Ucrânia sobre todo esse conjunto de acções no campo da segurança nuclear e estava disposta a fornecer uma ajuda substancial no âmbito de um plano global a ser estudado com os seus parceiros do G7.

A entrega da península da Crimeia à então República Socialista Soviética da Ucrânia e onde se encontra abrigada a base naval mais importante da Rússia no Mar Negro ficava sem qualquer protecção, ou seja, sem um suporte jurídico-territorial desde a “Queda do Muro de Berlim” em 9 de Novembro de 1989 e a independência da Ucrânia, pelo que em Junho de 1992 é assinado o “Acordo de Ialta” entre a Rússia e a Ucrânia sobre a base naval de Sevastopol, sendo a ex-frota soviética do Mar Negro dividida entre os dois países.

A base naval na Crimeia é de capital importância estratégica para a Rússia, pois possibilita o acesso ao Mar Negro e daí ao

Mediterrâneo. O novo acordo entre os dois países firmado em Maio de 1997, estipula que é dado de arrendamento à Rússia 80 por cento das infra-estruturas navais em Sevastopol pelo período de vinte anos que terminaria em 2017. A Ucrânia, em Junho de 1997 assina um “Acordo de Amizade e Cooperação” com a Rússia.

A Ucrânia em Novembro de 2004 foi a eleições presidenciais, tendo sido eleito presidente Viktor Ianukovitch, favorável à Rússia, mas o acto eleitoral é anulado de-vido a acusações de fraude, dando origem à denominada “Revolução Laranja”, sendo o dirigente da oposição, Viktor Iuchenko, envenenado durante a campanha eleitoral, que sobrevive e é eleito Presidente, e em Setembro de 2005, devido a acusações de corrupção demite Yulia Timochenko do cargo de primeira-ministra.

O Presidente Viktor Iuchenko dissolve o Parlamento em Abril de 2007 e a situação política de grande instabilidade permanece inalterável com os apoiantes dos partidos rivais a defrontarem-se nos locais públicos da capital ucraniana. O partido de Yulia Ti-mochenko, ganha as eleições gerais e assume de novo as funções de primeira-ministra. A segunda crise sobre o gás natural irrompe entre Dezembro de 2008 e Janeiro de 2009. A primeira-ministra consegue firmar um acordo com a Rússia, possibilitando a retoma do fornecimento de gás à Europa ocidental.

As eleições presidenciais de Fevereiro de 2010 elegem Viktor Ianukovitch como Presidente. A 11 de Outubro de 2011, Yulia Timochenko é condenada ao cumprimento de uma pena de prisão de sete anos por abuso de poder e corrupção relacionado com os contratos de fornecimento de gás da Rússia. A UE pediu insistentemente a sua libertação pelas razões consabidas. O

“Partido das Regiões”, do Presidente Viktor Ianukovitch, vence a 28 de Outubro de 2012, as eleições gerais, perante os protestos de fraude eleitoral.

A 21 de Novembro de 2013, o gover-no ucraniano suspendeu o diálogo sobre “Acordo de Parceria e Cooperação” com a UE, preferindo aumentar as relações económicas ao abrigo do “Acordo de Amizade e Cooperação” assinado com a Rússia em 1997, dando origem a fortes manifestações dos grupos da oposição que duraram cerca de uma semana e a 1 de Dezembro meio milhão de pessoas concentram-se na Praça da Independência em Kiev e levantam barricadas.

A 11 de Dezembro o presidente ucra-niano assina na Rússia a concessão de um empréstimo de quinze mil milhões de dólares e uma diminuição de 30 por cento no preço do gás fornecido ao país. As ma-nifestações tornam-se cada vez mais fortes e espalharam-se a outras cidades. A 22 de Janeiro a força de elite da polícia ucraniana destruiu as barricadas tendo havido quatro mortos e mais de quinhentos feridos. A 28 de Janeiro o primeiro-ministro demitiu-se e os protestos intensificam-se entre 18 e 19 de Fevereiro, tendo a força de elite da polícia ucraniana lançado um ataque à Praça da Independência a mandado do Presidente para combater a insurreição que a Rússia apoiou, afirmando tratar-se de uma tentativa de golpe de Estado.

As imagens transmitidas pelos meios de comunicação social, mostram que a violência foi de ambos os lados, quer do governo, quer dos protestantes, tendo a UE a brilhante e atabalhoada ideia de ameaçar com a imposição de sanções contra o go-verno ucraniano responsável tão só pela violência. A 20 de Fevereiro, o presidente do município da capital abandona o “Partido das Regiões” liderado pelo Presidente Viktor Ianukovicth como forma de protesto pelo banho de sangue que nesses dois dias fez cerca de cinquenta mortos.

A UE congela e proíbe a entrada das autoridades ucranianas responsáveis pela violência perpetrada na capital ucraniana e que fazem mais de sessenta mortos, estando ainda por apurar-se os responsáveis pelos actos de violência extrema praticados de ambos os lados das barricadas. Os ministros dos negócios estrangeiros da Alemanha, França e Polónia conseguiram obter um com-promisso do Presidente Viktor Ianukovitch para a realização de eleições presidenciais e gerais antecipadas até ao final do ano

A 21 de Fevereiro os principais partidos da oposição assinaram o acordo negociado, bem como o parlamento aprovou a limitação dos poderes do Presidente, pela reposição da Constituição de 2004 e aprovou a lei que revogou a norma do Código Penal pressu-posto da condenação da ex-primeira-ministra Yulia Timochenko.

A 22 de Fevereiro e sem que nada o pre-visse, o Presidente ucraniano desaparece do

Os Estados Unidos, os países do G7, a UE e a NATO desdobram--se entre ameaças e tentativas diplomáticas com a Rússia para tentar solucionar o conflito existente pela via pacífica

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19 opiniãohoje macau sexta-feira 7.3.2014

Propriedade Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José Editor Gonçalo Lobo Pinheiro Redacção Andreia Sofia Silva; Cecilia Lin; Joana de Freitas; José C. Mendes Colaboradores Amélia Vieira; Ana Cristina Alves; António Falcão; António Graça de Abreu; Hugo Pinto; José Simões Morais; Marco Carvalho; Maria João Belchior (Pequim); Michel Reis; Rui Cascais; Sérgio Fonseca; Tiago Quadros Colunistas Agnes Lam; Arnaldo Gonçalves; Correia Marques; David Chan; Fernando Eloy ; Fernando Vinhais Guedes; Isabel Castro; Jorge Rodrigues Simão; Leocardo; Paul Chan Wai Chi Cartoonista Steph Grafismo Catarina Lau Pineda; Paulo Borges Ilustração Rui Rasquinho Agências Lusa; Xinhua Fotografia Gonçalo Lobo Pinheiro; Lusa; GCS; Xinhua Secretária de redacção e Publicidade Madalena da Silva ([email protected]) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare Morada Calçada de Santo Agostinho, n.º 19, Centro Comercial Nam Yue, 6.º andar A, Macau Telefone 28752401 Fax 28752405 e-mail [email protected] Sítio www.hojemacau.com.mo

cenário político, assim como todo o governo que se esfuma no breu da noite, votando o parlamento a destituição do presidente por abandono das suas funções, convocando eleições presidenciais para 25 de Maio e libertando Yulia Timochenko, sendo no dia seguinte nomeado Presidente interino, o novo presidente do Parlamento e pessoa muito próxima e de confiança da líder libertada.

A 24 de Fevereiro o ministro dos Ne-gócios Estrangeiros da Rússia garantiu que a Rússia não iria intervir na Ucrânia não devendo no entanto o país ser posto na di-fícil situação de ter de escolher entre a UE e a Rússia. A Rússia comprova o dito por prática oposta e no dia seguinte envia dois blindados para a cidade de Sebastopol para testar as reacções, que foram favoráveis como se imaginava, tendo mais de quinhen-tos manifestantes solicitado a designação de um russo para presidente do município.

A Rússua perante tal suporte inicia exer-cícios militares de intimidação, enquanto a Ucrânia solicitava um mandato internacional de captura por assassinato massivo contra o Presidente deposto, sendo o dirigente dos protestos, a favor da UE designado primeiro-ministro por uma instituição for-mada rapidamente e sem qualquer suporte constitucional designada por “Conselho da Maidan ou da Praça da Indepêndencia” onde se integram os dirigentes dos manifestantes, da sociedade civil da capital ucraniana e dos grupos radicais, entre eles os neonazis.

O apoio dos russos que representam 60 por cento da população da Crimeia, justifica que soldados não identificados e armados mas que se calculam em cerca de dezasseis mil pertencentes ao exercito russo, passem a controlar o Parlamento e governo da penín-sula, tendo o deposto presidente dado uma conferência de imprensa a partir de território russo, afirmando fora da história, continuar a ser a ser o presidente eleito democratica-mente e o único legítimo, pedindo asilo e intervenção da Rússia na Ucrânia.

A 28 de Fevereiro o governo da Crimeia afirma não ter intenções de divisão e inde-pendência da Ucrânia, mas afirma que irá realizar um referendo no final do mês para que o povo se pronuncie sobre o seu desti-no. O presidente interino da Ucrânia pede à Rússia que termine a invasão da Crimeia e mande retirar as tropas. A 1 de Março o Conselho da Federação Russa aprovou, por unanimidade, um pedido do presidente russo de autorização do recurso ao uso das forças armadas na Ucrânia, legitimando a invasão da Crimeia.

Os Estados Unidos, os países do G7, a UE e a NATO desdobram-se entre ameaças e tentativas diplomáticas com a Rússia para tentar solucionar o conflito existente pela via pacífica do diálogo que permita uma paz tensa e possibilite o retorno às instituições democráticas pela Ucrânia, sendo certo que, o regresso à democracia pode ter um custo elevado que será a independência da Crimeia e uma permanência dilatada russa para defesa dos seus interesses.

*Ex-deputado e membroda Associação Novo Macau Democrático

um gr i to no desertoPAUL CHAN WAI CHI*

A LGUNS amigos meus foram recentemente fazer compras a Zhuhai. Contaram-me que a segurança da alfândega de Gongbei tinha sido refor-çada. Os viajantes já não podem passar directamente do átrio de partida/saída para o centro comercial. Foram colocadas barreiras metáli-

cas que obrigam quem viaja a ir até à Praça e fazer fila para entrar no hall de partida/saída. A Praça está cheia de guardas armados com coletes à prova de bala. Este desvio é um pouco inconveniente para quem viaja.

Tudo isto tem com certeza a ver com o atentado terrorista na estação de caminho de ferro de na noite de 1 de Março de 2014, visto que nada disto se passava quando atravessei a fronteira Macau-Gongbei, no dia 28 de Fevereiro.

Seja qual for a razão, o assassínio pre-meditado de inocentes é algo intolerável e deve ser evitado a todo o custo. A Reuters no dia 2 de Março associou este ataque com aquele que ocorreu na Praça Tiananmen em Outubro, quando um carro se despistou, causando cinco mortes. A FOX News disse que este ataque foi o pior acto de violência

Quem está familiarizado com o cenário político da China, fica com a ideia de que as relações entre o governo central e os grupos minoritários estão cada vez mais tensas. Quanto à China, a construção duma sociedade harmoniosa ainda não passa de um slogan. O governo tem que intensificar as suas acções numa grande variedade de aspectos para que as palavras passem a ser uma realidade

Que não se derramemais sangue de inocentes

desde os tumultos Ürümqi em 2009, que causaram cerca de 200 mortes. O acadé-mico da Universidade George Washington, Sean R. Roberts, disse que o ataque de Kunming é um novo tipo de ataque, uma vez que foi premeditado e aconteceu fora de Xinjiang. No entanto, as armas usadas continuam a ser primitivas. O Global Times da China disse que os agressores evitaram propositadamente as Pequim, Xangai e Xinjiang por estas serem zonas altamente vigiadas, enquanto na província de Yunnan, a população não está à espera de ataques terroristas, nem está desperta para sinais de violência. Mais ainda, o ataque surgiu na véspera da abertura da Conferência Política Consultiva do Povo Chinês. É óbvio que os agressores quiseram deliberadamente desafiar a segurança governamental e causar pânico generalizado. Os atacantes espalharam o fogo do terror muito para além da sua área de origem.

Quem está familiarizado com o cenário político da China, fica com a ideia de que as relações entre o governo central e os grupos minoritários estão cada vez mais tensas. Quanto à China, a construção duma sociedade harmoniosa ainda não passa de um slogan. O governo tem que intensificar

as suas acções numa grande variedade de aspectos para que as palavras passem a ser uma realidade.

O conhecido intelectual Edward Said afirmou o seguinte num seu artigo intitu-lado “A retaliação não acaba com o terro-rismo”: “A responsabilidade intelectual, por seu lado, requer um maior sentido critico da realidade. Claro que o terror existe, e quase todos os movimentos de luta em dado momento assentaram em actos de terror. Foi o que aconteceu com o ANC de Nelson Mandela, como também se verificou com outros movimentos, incluindo com o sionismo. E, no entanto, bombardear cidadãos inocentes com F-16 e helicópteros tem o mesmo efeito que os ataques terroristas mais convencionais. O que é pior em qualquer tipo de terror é quando este está ligado a questões reli-giosas, a abstracções políticas ou a mitos reducionistas que desvirtuam a história e não fazem sentido. É nestas questões que a consciência secular tem de se fazer sentir. Seja nos Estados Unidos, seja no Médio Oriente. Nenhuma causa, nenhum Deus, nenhuma ideia abstracta pode justificar o massacre de inocentes, sobretudo quando é apenas um pequeno grupo de pessoas pratica estas acções em representação de uma causa, sem estarem realmente man-datados para o fazerem.”

Neste artigo que Said escreveu após o 11 de Setembro, ficou bem clara a ideia de que responder com violência à violên-cia não é a forma para vencer o ódio. Na minha peregrinação a Israel no ano 2000, percorri o caminho de Cristo. Mas o mais impressionante aconteceu quando me vim embora. Fui à Praça. Rabin de Tel Aviv prestar homenagem ao antigo primeiro--ministro de Israel, Yitzhak Rabin, um mártir que tentou implementar a paz entre Israel e a Palestina e que foi assassinado por radicais judeus de extrema-direita. Rabin percebeu que os problemas não se resolvem pela violência mas foi incompreendido pelos seus conterrâneos. Depois de sair de Israel, explodiram tumultos e conflitos por todo o país.

Não quero ver mais ataques terroristas nem sangue de inocentes a ser derramado.

A humanidade devia fazer uma pausa para pensar seriamente se há, ou não, outras maneiras de alcançar a paz e a estabilidade que não seja através da violência.

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Ucrânia Políciaprende autoproclamado governador de DonetskAs autoridades detiveram ao início da manhã o autoproclamado governador de Donetsk, Pavel Gubarev e perto de 70 manifestantes que tomaram de assalto a sede do governo da região, avançou ontem a Rádio Liberdade. As forças de segurança ucranianas desocuparam, pela segunda vez, a sede do governo regional, tomado na quarta-feira, por um grupo de manifestantes pró-russos, partidários de Gubarev e hastearam a bandeira ucraniana no lugar da russa. O Serviço de Segurança da Ucrânia abriu esta semana um processo contra Gubarev por este liderar a invasão de um edifício governamental.

Argélia Pelo menos 40 pessoas foram detidas em manifestaçõesCerca de 40 pessoas, entre as quais alguns jornalistas, foram presas pela polícia argelina durante uma manifestação na capital do país, Argel, contra um quarto mandato do Presidente Abdelaziz Bouteflika. Desde que as autoridades anunciaram, no dia 22 de Fevereiro, a recandidatura de Bouteflika, de 77 anos e há 15 no poder, os protestos têm-se multiplicado na Argélia. Segundo um repórter da agência France Press, os manifestantes gritavam palavras de ordem como «Viva a Argélia» ou «Argélia livre e democrática», quando foram surpreendidos pelas forças policiais.

Austrália vai financiar projectos sociais em São Tomé e PríncipeO Governo australiano disponibilizou uma linha de crédito para ajudar São Tomé e Príncipe a financiar um conjunto de projectos sociais com o intuito de erradicar a pobreza em diferentes comunidades, revelou esta quarta-feira fonte diplomática, citada pela ´Panapress´. Segundo a embaixadora da Austrália em São Tomé, residente em Portugal, Anne Plunkett, o financiamento segue-se ao apoio dado em 2012 à candidatura australiana a membro não permanente no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU). Além da ajuda financeira directa a seis projectos de cariz social, o Governo australiano vai oferecer 14 bolsas de estudos para o ensino da língua inglesa a diplomatas e elementos de outros sectores da vida nacional santomense.

Tragédia do Meco Testemunha dizserem nove jovensA investigação levada a cabo pela jornalista da TVI Ana Leal traz agora uma nova testemunha ao caso, que afirma ter visto nove pessoas na casa do Meco. Esta nova testemunha, Samuel Garcia, diz haverem mais rapazes para além de Tiago, Pedro Negrão e de João Gouveia “no sábado estavam mais dois rapazes na casa” que segundo ele não estavam a participar nas actividades. Recorde-se que João Gouveia disse desde o início que se encontravam no local apenas sete pessoas, ele e as seis vítimas mortais.

Maior dinossauro carnívoro da eraJurássica é portuguêsVestígios de uma nova espécie de dinossauro foram encontrados em Portugal. O Torvosaurus Gurneyi tem 150 milhões de anos e é considerado o maior dinossauro carnívoro da era Jurássica. A descoberta desta espécie única faz com que Portugal seja um dos países com mais espécies de dinossauros por quilómetro quadrado. O português Octávio Mateus é, em conjunto com Christophe Hendrickx, ambos paleontólogos da Universidade Nova de Lisboa, o autor desta descoberta. Octávio Mateus começou a investigar esta espécie após ter sido descoberta uma tíbia, no ano 2000, seguindo-se outras ossadas que foram encontradas em locais como Peniche, Cadaval e Alcobaça, contou Octávio Mateus à Renascença. “De repente, em Portugal, começamos a descobrir mais e mais exemplares deste carnívoro. Claramente o Torvosaurus era abundante e isto vem confirmar quão importante era este ecossistema que tínhamos na região da Lourinhã, com muita vegetação, muita água e muitos herbívoros que serviam de comida para os carnívoros.” Estima-se que o possante animal pesasse entre cinco a seis toneladas e medisse cerca de 10 metros de comprimento, o que fazia dele um predador que caçava outros dinossauros de grande porte.

cartoon por Stephff HÓQUEI NO GELO

NOVO MACAU GOVERNO AUTORIZOU CONSTRUÇÕES FRACASSADAS

Estala o vidro no Tap SeacCECÍLIA L [email protected]

A Associação Novo Macau (ANM) não está confiante nos projectos que o presi-

dente do Instituto Cultural (IC), Ung Vai Meng, anunciou esta semana ter para a Casa de Vidro, na Praça do Tap Seac. Isto, por-que a associação considera que as promessas do Governo para o local são sempre as mesmas, mas nunca se realizam.

Ontem, Zulu Sou, porta-voz da ANM, entregou uma carta ao Governo sobre o que chama de “construções fracassadas” na Praça do Tap Seac. A Casa de Vidro é uma dessas, a par do túnel e do parque de estaciona-mento subterrâneo. A associação acusa o Executivo de ter retirado

o campo de futebol do local, que funcionava como local de lazer em 2005, sem consulta pública e construiu edifícios que, ainda hoje, são criticados pela sociedade, por não terem qualquer interesse. “O projecto de reconstrução custou 160 milhões patacas e envolveu o primo do actual Chefe do Exe-cutivo, José Chui Sai Peng”, ataca a ANM.

A associação recorda que o Governo dizia que o projecto iria ser coordenado com obras na zona da Horta e Costa e da Rua do Campo, até às ruínas de São Paulo, de forma que as ligações entre todos estes locais fossem uma zona de lazer, passeio, com parques de estacionamento sub-terrâneos para os autocarros de turismo e ainda para revitalizar as

lojas. “Para atrair mais turistas, a Casa de Vidro iria ser um centro de alimentação e entretenimento. A ANM vê que os passeios nunca existiram, a taxa de uso do parque de estacionamento é baixa e a Casa de Vidro foi abandonada há sete anos, tornando-se numa ‘casa de mosquitos’.”

O ex-candidato a deputado, que participou nas eleições no ano passado, apontou ainda que há pessoas que comparam o projecto do mercado municipal dos Lagos Nam Van com o da Tap Seac: repentino. “Antes de fazer planos de infra-estruturas, o Go-verno precisa de fazer consultas públicas e deixar a Assembleia Legislativa aprovar não só o projecto, como o seu custo e ainda verificar se há interesses entre os empreiteiros.”