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I. Culpa contratual
Cirurgião-plástico que se compromete aembelezar o paciente por meio de cirurgiaplástica, porém não alcança o resultado proposto.
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
AULA 02
Não cumprida a obrigação, responde odevedor por perdas e danos, mais juros eatualização monetária segundo índices oficiaisregularmente estabelecidos, e honorários deadvogado.
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
APELAÇÃO. AÇÃO INDENIZATÓRIA. RESPONSABILIDADE CIVIL. ERRO
MÉDICO. CIRURGIA PLÁSTICA. Implante de próteses de silicone nas
nádegas. Intervenção meramente estética. Obrigação resultado. Fotos
carreadas aos autos que não deixam dúvidas acerca do resultado negativo e
insatisfatório da cirurgia plástica realizada. Presença dos requisitos necessários
para a responsabilização do apelante. DANO MORAL. Ocorrência. Evidente a
lesão aos direitos de personalidade da apelada, diante da dor e angústia
vivenciadas pelo insucesso da intervenção a que se submeteu, assim como
pela frustração da razoável expectativa que tinha de obter uma melhora da sua
aparência estética. Quantum indenizatório. Manutenção. INDENIZAÇÃO PARA
A REALIZACAÇÃO DE NOVA CIRURGIA. Possibilidade. Ausência de
impugnação específica e forma de superar, ainda que em parte, as expectativas
da apelada. RECURSO IMPROVIDO. (Relator(a): Rosangela Telles; Comarca:
Jales; Órgão julgador: 2ª Câmara de Direito Privado; Data do julgamento:
29/05/2017; Data de registro: 29/05/2017)
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
DECISÃO: ACORDAM OS DESEMBARGADORES INTEGRANTES DA DÉCIMA
CÂMARA CÍVEL DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARANÁ, POR
UNANIMIDADE DE VOTOS, EM NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO DO
RÉU E DAR PROVIMENTO AO RECURSO DA AUTORA, VENCIDA A
DESEMBARGADORA ÂNGELA KHURY QUE DÁ PROVIMENTO EM MENOR
EXTENSÃO, COM DECLARAÇÃO DE VOTO. EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL -
INDENIZAÇÃO - ERRO MÉDICO - CIRURGIA PLÁSTICA EMBELEZADORA
CORRETIVA DE OUTRA REALIZADA ANTERIORMENTE - AUMENTO
MAMÁRIO COM IMPLANTE DE SILICONE - NECROSE DO COMPLEXO
ARÉOLO-MAMILAR - CIRURGIA DE RESSECÇÃO DE ARÉOLA E POSTERIOR
PROCEDIMENTO RECONSTRUTOR COM COLOCAÇÃO DE ENXERTO DE
PELE, TOTALMENTE MAL SUCEDIDO - CULPA RECONHECIDA -
REPARAÇÃO DEVIDA - DANOS MORAIS - ELEVAÇÃO.RECURSO DO RÉU
APELANTE "1" DESPROVIDO.RECURSO DA AUTORA APELANTE "2"
PROVIDO.
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
1 - A obrigação decorrente de procedimento cirúrgico plástico
embelezador é de resultado, sendo atribuída ao médico a
responsabilidade subjetiva com culpa presumida, em atenção ao disposto
no artigo 14, § 4º, do Código de Defesa do Consumidor. Precedente do
STJ. 2 - Resulta patenteada a culpa do requerido, diante na necrose total
do complexo aréolo-mamilar esquerdo de paciente, submetida a cirurgia
mamária de aumento, com implantação de prótese de silicone, que não
vem a receber tratamento pós operatório adequado, para evitar ou
minimizar os efeitos da necrose tecidual, absolutamente previsível, ante o
histórico da paciente. Culpa também há pelo total insucesso, por
imperícia, de procedimento cirúrgico para reconstrução mamilar com
colocação de enxerto de pele, extraída da parte interna da coxa, cuja
ferida também não foi adequadamente tratada
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3 - Os danos morais na espécie, estão caracterizados no sofrimento
suportado pela suplicante, diante das lesões que lhe advieram, em
especial no seio esquerdo, com extirpação total da aréola,
comprometendo não só a estética, como a funcionalidade, impedindo-a de
amamentar futuramente, além de comprometer a sexualidade. 4 - A
fixação do montante devido a título de dano moral fica ao prudente arbítrio
do Julgador, devendo pesar nestas circunstâncias, a gravidade e duração
da lesão, a possibilidade de quem deve reparar o dano, e as condições do
ofendido, cumprindo levar em conta que a reparação não deve gerar o
enriquecimento ilícito, constituindo, ainda, sanção apta a coibir atos da
mesma espécie. (TJPR - 10ª C.Cível - AC - 1133569-8 - Curitiba - Rel.:
Luiz Lopes - Unânime - J. 16.07.2015)
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Se o direito violado tiver como fundamentopreceito geral de direito, que manda respeitar apessoa e os bens alheios, a culpa é extracontratualou aquiliana (artigos 186 e 927 do Código Civil)
Exemplo: médico que abandona o plantão e nãoatende ao paciente que evoluí para óbito.
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Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187),causar dano a outrem, fica obrigado arepará-lo.
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Também comete ato ilícito o titular de umdireito que, ao exercê-lo, excede manifestamenteos limites impostos pelo seu fim econômico ousocial, pela boa-fé ou pelos bons costumes.
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Culpa contratual = não precisa provar a culpa.
Culpa aquiliana ou extracontratual = o ônus da prova é da vítima.
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Não cumprida a obrigação, responde odevedor por perdas e danos, mais juros eatualização monetária segundo índicesoficiais regularmente estabelecidos, ehonorários de advogado.
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Cirurgião-plástico que se compromete a embelezar o paciente por meio de cirurgia plástica, porém não alcança o resultado proposto, deve indenizar o(a) paciente.
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◦ Culpa contratual = não há prova; basta constituir omédico em mora.
◦ Culpa aquiliana = deve haver prova por parte dopaciente por inexistir presunção de culpa.
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Sim
O médico não pode atuar na área em que não tenha especialização.
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Capítulo III do CEM
Artigo 1º É vedado ao médico causar dano ao paciente, por ação ou omissão, caracterizável como imperícia, imprudência ou negligência.
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
Dispõe sobre as atividades do médico residente e dá outras providências.
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Artigo 1º
A Residência Médica constitui modalidade de
ensino de pós-graduação, destinada a médicos, sob
a forma de cursos de especialização, caracterizada
por treinamento em serviço, funcionando sob a
responsabilidade de instituições de saúde,
universitárias ou não, sob a orientação de
profissionais médicos de elevada qualificação ética
e profissional.
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
Artigo 6º
Os programas de Residência Médicacredenciados na forma desta Lei conferirão títulosde especialistas em favor dos médicos residentesneles habilitados, os quais constituirãocomprovante hábil para fins legais junto ao sistemafederal de ensino e ao Conselho Federal deMedicina.
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
Grave
Leve
Levíssima
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
“A indenização mede-se pela extensão dodano. Parágrafo único. Se houver excessivadesproporção entre a gravidade da culpa eo dano, poderá o juiz reduzir,equitativamente, a indenização.”
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
O ato de o médico lesionar o paciente (ação =imprudência) caracteriza a culpa “in committendo”ou “in faciendo”. Exemplo: o médico realiza umparto às pressas, causando dano ao feto.
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
Se ele cometer uma abstenção (omissão =negligência), tem-se a culpa “in omittendo”.Exemplo: o médico esquece uma gaze no corpo dopaciente e tem de realizar nova cirurgia pararetirá-la.
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA