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I Seminário Científico do Vale do Peruaçu
Água e Clima: Uso e conservação dos recursos
hídricos - I SCIVAPE
Relatório Técnico – Volume I
Parque Nacional Cavernas do Peruaçu
APA Cavernas do Peruaçu
09 e 10 de novembro de 2017
Januária, MG
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RELATÓRIO TÉCNICO DO I SEMINÁRIO CIENTÍFICO DO VALE DO PERUAÇU - SCIVAPE
ÁGUA E CLIMA: USO E CONSERVAÇÃO DOS RECURSOS NATURAIS
I) INTRODUÇÃO
O Seminário Científico do Vale do Peruaçu (SCIVAPE) é um evento de edição bienal destinado a
divulgar os resultados das pesquisas desenvolvidas por diferentes instituições nas áreas
legalmente protegidas localizadas na sub-bacia hidrográfica do rio Peruaçu, no norte de Minas
Gerais. A criação do evento partiu da necessidade de integração dos trabalhos científicos junto
à população local, bem como promover a integração das diferentes instituições de ensino,
pesquisa e do terceiro setor que coordenam a realização destas pesquisas.
A primeira edição do SCIVAPE, intitulada “I Seminário Científico do Vale do Peruaçu – Água e
Clima: Uso e conservação dos recursos hídricos" (I SCIVAPE), ocorreu nos dias 09 e 10 de
novembro de 2017 no Centro de Visitantes do Parque Nacional Cavernas do Peruaçu, Minas
Gerais. Diante da crise hídrica que a região norte mineira vem enfrentando nos últimos 10
anos, os temas centrais selecionados para essa primeira edição do SCIVAPE foram Água e
Clima’. A escolha teve como objetivo incentivar a discussão sobre os altos índices de
degradação do solo e da vegetação do cerrado, particularmente das veredas, e seus efeitos
sobre os recursos hídricos e a qualidade de vida na região do Vale do Peruaçu, além de chamar
a atenção para o potencial da APA e do Parque Nacional Cavernas do Peruaçu para o
desenvolvimento de pesquisas que venham a contribuir com a gestão territorial adequada às
necessidades socioambientais regionais. Durante o I SCIVAPE também foram discutidas
propostas de estudos que poderão gerar informações úteis para ajudar a mitigar os impactos
da mudança do clima já observados na região, como por exemplo, o aumento do período seco
e a consequente deterioração da qualidade das águas.
O I SCIVAPE foi organizado pelo Parque Nacional e Área de Proteção Ambiental Cavernas do
Peruaçu, do Instituto Chico Mendes (ICMBio), em parceria com o Grupo de Espeleologia e
Estudos Orientados de Januária, Instituto Federal do Norte de Minas Gerais, Associação de
Agentes Ambientais do Vale do Rio Peruaçu, Universidade Federal Fluminense, Instituto de
Ciências Agrárias da Universidade Federal de Minas Gerais, Universidade Estadual de Montes
Claros (Unimontes), Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Cavernas (CECAV) e
Instituto Estadual de Florestas (IEF). Contou com a colaboração da Prefeitura Municipal de
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Januária, da Prefeitura Municipal de Itacarambi e da Prefeitura Municipal de São João das
Missões, com apoio financeiro da GERDAU por meio do Termo de Compromisso Ambiental
TCA Nº 101/2014/ICMBio.
II) OBJETIVOS DO SEMINÁRIO
- Aumentar o número de pesquisas realizadas na APA e no Parque Nacional Cavernas do
Peruaçu;
- Colocar em contato os diferentes setores, instituições de pesquisa e pesquisadores;
- Dar um retorno e dar visibilidade as pesquisas realizadas no Vale do Peruaçu para a
sociedade; e
- Buscar soluções qualificadas para o atual contexto de degradação ambiental da região.
III) METODOLOGIA PARA O DESENVOLVIMENTO DO SEMINÁRIO
Para iniciar os trabalhos de planejamento e organização, dois meses antes do Seminário foi
criado um grupo de trabalho (GT) de coordenação. Esse GT, que trabalhou de forma presencial
e por meio digital, foi responsável por definir a temática do Seminário, detalhar a metodologia,
organizar a estrutura e providenciar os recursos humanos, materiais e financeiros. Fizeram
parte do GT: Raine de Melo Viana (coordenadora); Dayanne Ferreira dos Santos Sirqueira,
Rafael Pereira Pinto, Hamilton Sales e Késcia Madureira. Para facilitar as plenárias do
Seminário e mediar as discussões foi contratada a bióloga da conservação, Gisela Herrmann,
também responsável pela elaboração do presente relatório.
A dinâmica do Seminário envolveu a realização de mesas redondas, palestras, minicursos e
apresentação de painéis com os resumos de pesquisas realizadas na região. Como o público
alvo do Seminário era bastante diverso, composto por pesquisadores, gestores de unidades de
conservação, pessoas das comunidades locais, professores e estudantes da rede escolar e das
universidades regionais, os palestrantes e professores dos minicursos foram orientados a
adotar uma linguagem que facilitasse a compreensão por pessoas com diferentes experiências.
O I SCIVAPE contou com a participação de 209 pessoas. A programação do Seminário é
apresentada na Tabela 1.
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Tabela 1 - Programação do I Seminário Científico do Vale do Peruaçu – I SCIVAPE, realizado no
Centro de Visitantes Cavernas do Peruaçu em novembro de 2017.
09 novembro
13h30 - 14h Credenciamento dos participantes
14h às 15h Mesa de abertura do seminário
15h-16h Mesa Redonda: “Potencial de pesquisa da região do Vale do Peruaçu e Entorno”
16h-16h30 Debate
16h30-16h45 Intervalo
16h45-17h30
Palestra: Veredas, Oásis do Sertão
17h30 -18h15
Palestra: Adequação de sistemas de produção como estratégia para manutenção da água no solo
10 novembro
8h-10h15 Mini cursos: 1) Identificação botânica na trilha da Lapa do Rezar 2) Identificação de áreas de recarga hídrica e suas técnicas de recuperação ambiental 3) Caracterização espeleológica das cavidades do Vale do rio Peruaçu 4) Restauração do Cerrado
10h15-10h30 Intervalo
10h30-12h Exposição de painéis e continuação dos minicursos
12h-13h30 Almoço
13h30-15h Mesa redonda: “Recuperação de Áreas Degradadas”
15h-15h30 Debate
15h30-15h45 Intervalo
15h45-16h15
Palestra: Reconstrução Paleoclimática do Norte de Minas Gerais com base no registro de espeleotemas do Parque Nacional Cavernas do Peruaçu
17h-17h45 Encaminhamentos
17h45 Encerramento e coffee break
Após as apresentações das mesas redondas e das palestras, a mediadora estimulou a discussão
sobre cada tema apresentado, buscando manter o foco nos objetivos do Seminário. Durante as
apresentações e debates, a mediadora registrou em fichas as principais ideias e
recomendações que compuseram um quadro consolidado no final do Seminário. Também
foram registradas as recomendações oriundas das discussões entre os participantes dos
minicursos. No presente relatório, essas recomendações são apresentadas separadamente por
Mesa Redonda, palestra ou minicurso.
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Figura 01 – Abertura do I Seminário Científico do Vale do Peruaçu – SCIVAPE, realizado no
Centro de Visitantes Cavernas do Peruaçu, em novembro de 2017. (Fotos: Gisela Herrmann).
Mesa de Abertura, da esquerda para direita: Tatiana Rodrigues, Coordenadora de Pesquisa do
Instituto Federal do Norte de Minas Gerais; Juliana Gonçalves Ferreira, Analista Ambiental da
Coordenação Regional de Lagoa Santa; Dayanne Ferreira dos Santos, Chefe da Área de
Proteção Ambiental Cavernas do Peruaçu; Fabrício de Souza Ribeiro, Chefe do Parque
Nacional Cavernas do Peruaçu; Célio Murilo Carvalho Valle, um dos idealizadores e criadores
do Parna Caverna do Peruaçu Mário Lúcio dos Santos, Chefe Regional do Instituto Estadual de
Florestas do Alto e Médio São Francisco; Cláudia Seixas, Secretária Municipal de Meio
Ambiente de Itacarambi; Sidney Olimpio, Secretário Municipal de Meio Ambiente de Januária
(Foto 1). Homenagem dos brigadistas para os membros da Mesa de Abertura (Foto 2).
IV) RESULTADOS
MESAS REDONDAS E PALESTRAS
Mesa Redonda: “Potencial de pesquisa da região do Vale do Peruaçu”
Data: 09/11/2017
Componentes da mesa:
1. José Carlos Carvalho – ex Ministro do Meio Ambiente e ex Secretário Estadual de Meio
Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Minas Gerais (SEMAD). Sócio Diretor da
Seiva Consultoria
2. Kátia Torres – Coordenadora Geral de Pesquisas do Instituto Chico Mendes de
Conservação da Biodiversidade (ICMBio)
3. Darcy José dos Santos - Analista ambiental do Centro Nacional de Pesquisa e
Conservação de Cavernas (CECAV)
4. Mauro Gomes - Analista ambiental do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de
Cavernas (CECAV)
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Recomendações:
- Observar as mudanças do clima que já estão ocorrendo à nossa volta, sem ignorar os
saberes locais
- Degradação dos recursos hídricos, três eixos de ação devem ser considerados:
Investimento em ciência e tecnologia
Reconhecimento dos saberes locais
Mudança de atitude
- Preparar para as mudanças que irão ocorrer no mudo na era pós-petróleo
- Mudar as políticas públicas que estimulam a degradação
- Os seminários de pesquisa devem abrir para a participação de toda a sociedade e
abordar e integrar o conhecimento científico e os saberes locais
- Entender que as unidades de conservação são uma das estratégias de conservação,
que são áreas da sociedade inseridas no desenvolvimento local e regional
- O conhecimento científico não funciona sozinho, bem como a gestão. É preciso juntar
todas as áreas científicas e administrativas com o conhecimento local. A conservação
exige a articulação de todas as áreas de conhecimento
- Apoios importantes para pesquisa que podem ser oferecidos pelas unidades de
conservação:
Estrutura
Vivência com pessoal local das UCs
Trilhas
Mapas
Registros das histórias locais
- Apoiar todas as pesquisas, mas é fundamental identificar e selecionar as pesquisas
mais importantes para o manejo e gestão da UC. Determinar perguntas a serem
respondidas para auxiliar na identificação das pesquisas prioritárias
- Destacar a importância de utilizar o SISBIO como ferramenta de gestão do
conhecimento
- Utilizar portais de Ciência Cidadã
- Incentivar o cadastro de informações sobre o patrimônio espeleológico já inventariado
no Cadastro Nacional de Informações Espeleológicas (CANIE) do CECAV.
Debate:
- Como integrar o esforço de trabalho dos vários estudos sobre as cavernas?
CECAV promover reuniões com pesquisadores do Peruaçu
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Fazer parcerias entre o ICMBio (APA e o Parque Nacional Cavernas do Peruaçu
e CECAV) com instituições de pesquisa.
- Avaliar a possibilidade de realização de um Plano de Ação (PAN) das “Cavernas do
Peruaçu”. Acordar cronogramas para ida a campo em conjunto (esforço de articulação
entre pesquisadores e instituições)
- Como resolver a falta de divulgação das pesquisas sobre as pesquisas realizadas no
Peruaçu e sua importância?
Promover “eventos”, como p. ex. reuniões do conselho consultivo da APA e do
Parque, para retornar os resultados das pesquisas para comunidade
Fazer protocolo para pesquisa na APA e no Parque Nacional Cavernas do
Peruaçu e incluir a necessidade de divulgação e retorno das pesquisas para
comunidade
- Incentivar para que os temas manejo e a gestão sejam considerados alvos de
pesquisas.
Palestra: “Veredas, Oásis do Sertão”
Data: 09/11/2017
Palestrante: Maria das Dores Magalhães Veloso – Universidade Estadual de Montes Claros
Recomendações:
- Investir em pesquisas sobre os aquíferos da região da APA e do Parque Cavernas do
Peruaçu
- Incentivar a realização de estudos multidisciplinares nas áreas de veredas
- Implantar projetos de cunho social para garantir a qualidade de vida de todos os
veredeiros
- Implantar projetos ambientais, incluindo cursos e palestras nas escolas e associações
ruralistas
- Intensificar a educação ambiental de jovens e adultos
- Construir laboratórios ambulantes para estudar a relação entre uso e reserva de água
no cerrado e nas veredas
- Georreferenciar as veredas e realizar estudos sobre uso e ocupação das veredas
- Estudar a legislação sobre uso da água e avaliar as mudanças nas leis sobre abertura
de poços artesianos
- Revisar as formas de concessão de licenças ambientais.
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Palestra: “Adequação de sistemas de produção como estratégia para manutenção da água
no solo”
Data: 09/11/2017
Palestrante - Leidivan Almeida Frazão – Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
Recomendações:
- Investir em estudos e programas sobre manejo adequado do solo da região da APA e
do Parque Nacional Cavernas do Peruaçu
- Investir em políticas públicas que promovam o uso e o manejo adequado do solo da
região
- Mapear propriedades rurais e identificar áreas de nascentes e matas ciliares a serem
recuperadas
- O nível de degradação varia muito, algumas áreas perderam a resiliência. Fazer o
levantamento e entender o nível de degradação de cada área para propor medidas
adequadas de recuperação
- Pressionar o poder público para regulamentar e acompanhar a abertura de poços
artesianos
- Promover a construção de bacias de captação de água (barraginhas)
- Realizar estudos sobre as estradas rurais e urbanas. Analisar o impacto das estradas
sobre as veredas
- Promover a adequação do uso do solo por meio das seguintes atividades:
Adequação das áreas de pastagem
Sistemas agroflorestais
Culturas adaptadas à região
Agricultura familiar de baixo impacto
Recuperação de áreas degradadas
Proteção/recuperação de nascentes e matas ciliares
Educação ambiental com foco no manejo adequado do solo.
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Figura 02 - Palestra “Adequação de sistemas de produção como estratégia para manutenção
da água no solo”, durante o I Seminário Científico do Vale do Peruaçu – SCIVAPE, realizado no
Centro de Visitantes Cavernas do Peruaçu, em novembro de 2017 (Fotos: Gisela Herrmann).
Mesa Redonda: “Recuperação de Áreas Degradadas”
Data: 10/11/2017
Componentes da mesa:
1. Alexandre Sampaio - Centro Nacional de Avaliação da Biodiversidade e de Pesquisa e
Conservação do Cerrado (CBC/ICMBio)
2. Flávio Pimenta Figueiredo - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
3. Hernando Baggio Filho - Universidade Federal do Vale do Jequitinhonha e Mucuri
(UFVJM)
Recomendações:
- Desenvolver projeto de recuperação socioambiental na Vereda Dizimeiro na APA
Cavernas do Peruaçu
- Desenvolver projeto de energia fotovoltáica como alternativa de retirada do gado de
entrar nas áreas de preservação permanente
- Fazer o Atlas Geoquímico da região da APA e do Parque Cavernas do Peruaçu
- Desenvolver projeto com foco na qualidade ambiental da água
- Investir em educação ambiental, com foco no uso do solo e conservação da água,
desde escolas até universidade
- Promover a articulação entre universidade e institutos de pesquisa para realizar
programas de educação ambiental
- Promover a integração entre os projetos da região: entre universidades e entre
universidades e comunidades
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- Promover uma linha de pesquisa em restauração de veredas. Centro Nacional de
Avaliação da Biodiversidade e de Pesquisa e Conservação do Cerrado (CBC) pode ser
um dos parceiros
- Envolver as superintendências estaduais de ensino e escolas para divulgar os projetos
nas comunidades
- Divulgar a frase: Vereda é o lugar onde se planta água
- Marcar dia de campo com conselho consultivo para recuperação de nascentes na APA
e no Parque. Parceiros: SENAR, IFNMG, Unimontes e comunidades. Fazer um projeto
piloto.
Durante a Mesa Redonda foi apresentada a proposta do “Projeto de recuperação
socioambiental na vereda dizimeiro na APA Cavernas do Peruaçu”, pelo professor Flávio
Pimenta Figueiredo da UFMG, para divulgação e convite para parcerias com outras instituições
e pesquisadores. A justificativa apresentada para o estudo está na ocorrência dos incêndios
frequentes que, em função da seca dos últimos 5 anos, está degradando o bioma cerrado,
particularmente na APA Cavernas do Peruaçu. Recentemente, foi observada a queima por
completo de uma vereda conhecida por Dizimeiro-Peruaçu, localizada nos municípios de
Januária, Itacarambi e São João das Missões. Nesta vereda, houve a queima de
aproximadamente 500 hectares interferindo no equilíbrio do sistema hidroecológico. O
objetivo da proposta apresentada é atuar com pesquisas e ações que promovam a
recuperação dessa área degradada.
Palestra: “Reconstrução Paleoclimática do Norte de Minas Gerais com base no registro de
espeleotemas do Parque Nacional Cavernas do Peruaçu”
Data: 10/11/2017
Palestrante: Nicolàs Striks - Universidade Federal Fluminense
Recomendações:
- Vale do Peruaçu é alvo do Projeto PAI. Fazer parcerias com pesquisadores locais
- Investir no potencial da região para estudos Paleoclimáticos. Resumo das principais
questões científicas a serem investigadas:
Como foram as variações de chuva no passado e qual a relação com eventos
climáticos de escala global?
Qual o papel das variações de umidade no controle dos assentamentos
humanos?
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Será o aquecimento das últimas décadas uma consequência das ações
antrópicas?
- Será uma consequência do aquecimento global?
- Será uma consequência das mudanças, em escala regional, do uso e
ocupação do solo?
Figura 03 - Mesas redondas do o I Seminário Científico do Vale do Peruaçu – SCIVAPE,
realizado no Parque Nacional Cavernas do Peruaçu, em novembro de 2017: Mesa Redonda:
“Potencial de pesquisa da região do Vale do Peruaçu” (Foto 1) e Mesa Redonda “Recuperação
de Áreas Degradadas” (Fotos 2, 3 e 4). (Fotos: Gisela Herrmann).
MINICURSOS
1) Identificação botânica na trilha da Lapa do Rezar
Professora: Rubia Santos Fonseca – UFMG
Resumo do conteúdo:
Curso prático de campo com o objetivo de informar sobre as diferentes tipologias do bioma da
Caatinga e Cerrado e diferentes estágios sucessionais; identificar as espécies vegetais mais
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comuns do Parque Nacional Cavernas do Peruaçu, especificamente as encontradas no
percurso que leva a Lapa do Rezar e; apresentar conhecimentos teóricos básicos que auxiliem
na identificação das plantas (Figura 04).
Recomendação:
Realizar a identificação botânica das espécies que ocorrem na trilha da Lapa do Rezar.
Figura 04 – Minicurso de identificação botânica, durante o I Seminário Científico do Vale do
Peruaçu – SCIVAPE, realizado no Parque Nacional Cavernas do Peruaçu, em novembro de 2017
(Fotos: Gisela Herrmann).
2) Identificação de áreas de recarga hídrica e suas técnicas de recuperação ambiental
Professor: Flávio Pimenta Figueiredo – UFMG
Resumo do conteúdo:
Curso teórico onde foram apresentados os conceitos básicos para entendimento do ciclo
hidrológico em uma bacia hidrográfica, tais como ás áreas de recarga, aquífero, as nascentes e
a bacia hidrográfica. Foram apresentados os principais impactos sobre as nascentes e a
situação da maioria das nascentes do norte de Minas Gerais e a situação dos rios no semi-árido
mineiro. Durante o curso, foram apresentadas medidas conservacionistas que devem ser feitas
para a recuperação de nascentes, áreas de recarga e córregos do norte de Minas, tais como:
cercamento de nascentes; enriquecimento da vegetação; controle do uso de defensivos;
adoção de medidas conservacionistas do solo e da água (terraços, plantio em nível,
barraginhas de contenção de água de chuva, entre outras; construção de fossas assépticas nas
residências rurais, evitando o lançamento de esgotos nas águas da propriedade; construção de
fossas para os rejeitos animais, principalmente no caso de criação de suínos; construção de
cochos para abastecimento de água para o gado ao longo da propriedade, evitando o trânsito
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de animais junto às nascentes e córregos e; incentivo ao isso de energia fotovoltaica (Figura
05).
Recomendação:
Identificar as áreas de recargas hídricas e suas técnicas de recuperação ambiental no Vale do
Peruaçu.
Figura 05 – Minicurso de Identificação de áreas de recarga hídrica e técnicas de recuperação
ambiental, durante o I Seminário Científico do Vale do Peruaçu – SCIVAPE, realizado no Centro
de Visitantes Cavernas do Peruaçu, em novembro de 2017 (Fotos: Gisela Herrmann).
3) Caracterização espeleológica das cavidades do Vale do rio Peruaçu
Professores: Hamilton dos Reis Sales - Grupo Geo e Instituto Federal do Norte de Minas Gerais
Nicolàs Striks - Universidade Federal Fluminense
Resumo do conteúdo:
O curso prático de campo, voltado para as cavidades do Parque Nacional Cavernas do Peruaçu,
teve como objetivo de qualificar os guias e condutores para os trabalhos de condução turística.
O curso forneceu informações gerais sobre as áreas da prática da espeleologia e sobre as
diferentes formações geológicas das cavernas do Peruaçu, com foco nas fragilidades dos
ecossistemas cavernícolas e os principais impactos que incidem sobre os mesmos.
Recomendação:
Realizar a caracterização espeleológica das cavidades do Vale do Rio Peruaçu.
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4) Restauração do Cerrado
Professor: Alexandre Sampaio - Centro Nacional de Avaliação da Biodiversidade e de Pesquisa
e Conservação do Cerrado (CBC/ICMBio)
O curso teórico teve como objetivo informar sobre as diferentes tipologias do bioma do
Cerrado; os determinantes para formação da vegetação, com foco no papel do foco; o impacto
sobre os ecossistemas causado por gramíneas invasoras e diferentes técnicas de restauração
da vegetação. O curso enfocou, ainda, a importância da participação social e do voluntariado
na restauração do Cerrado.
APRESENTAÇÃO DE PAINÉIS SOBRE PESQUISAS REALIZADAS NA REGIÃO
Durante o Seminário foram apresentados nove painéis com os seguintes títulos, autores e
respectivas instituições (Figura 6):
1) “Avaliação preliminar de efeitos do turismo sobre a fauna de mamíferos no Parque Nacional
do Peruaçu”
Autores: Guilherme B. Ferreira; Danile C. Barcelos; Marcell S. Pinheiro
Instituições: Instituto Biotrópicos; Centre for Biodiversity and Environment Research,
University College London; Programa de Pós-graduação em Ecologia, Universidade de Brasília
(UnB)
2) “A tradição Nordeste no Vale do Peruaçu; um novo olhar em seus grafismos”
Autores: Lilian Panachuk; Tania Andrade de Lima; Daniel Cruz
Instituições: Programa de Doutorado em Arqueologia, UFMG; Museu Nacional, Universidade
Federal do Rio de Janeiro; Scientia Consultoria Científica
3) “Monitoramento Microclimático em cavidades do Parque Nacional Cavernas do Peruaçu”
Autores: Darcy José dos Santos; Mauro Gomes; Débora Campos Jansen; Úrsula Ruchkys de
Azevedo; Luiz Eduardo Panisset Travassos
Instituição: Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Cavernas (CECAV) / ICMBio
4) “No Peruaçu eu não tenho uma história, eu tenho uma vida! – Etnografia sobre as narrativas
e as memórias entrelaçadas na vida das pessoas da região do Vale do Peruaçu”
Autora: Flávia Cristina Costa Vieira
Instituição: UFMG
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5) “Valoração do serviço ambiental de provisão na APA Cavernas do Peruaçu”
Autores: Hiuri Martorelli Metaxas; Arnaldo Freitas de Oliveira Junior
Instituição: Mestrado em Sustentabilidade e Tecnologia Ambiental, Instituto Federal Minas
Gerais (IFMG)
6) “Inventário florístico das trilhas interpretativas do Parque Nacional Cavernas do Peruaçu”
Autoras: Martha Karoline Nascimento; Raiane de Melo Viana
Instituições: Curso de Engenharia Agrícola e Ambiental do Instituto Federal do Norte de Minas
Gerais; Parque Nacional Cavernas do Peruaçu / ICMBio
7) “Comunidades criativas e o território do Parque Nacional Cavernas do Peruaçu”
Autores: Ana Carolina Brugnera; Lucas Bernalli Fernandes Rocha
Instituições: Instituto Pequi do Cerrado; Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da
Universidade Presbiteriana Mackenzie; Unimontes; Fundação Getúlio Vargas
8) “Efeitos do turismo sobre a riqueza de mamíferos no Parque Nacional Cavernas do Peruaçu”
Autores: Daniele C. Barcelos; Guilherme B. Ferreira; Marcell S. Pinheiro; Cinthya R.J. Cordova;
Bruno E. Pires; Emerson M. Vieira
Instituições: Instituto Biotrópicos; Programa de Pós-graduação em Ecologia e Laboratório de
Ecologia de Vertebrados, Depto de Ecologia, Universidade de Brasília (UnB); Centre for
Biodiversity and Environment Research, University College London; Institute of Zoology,
Zoological Society of London
9) “Valorizando e construindo: saberes em mosaico”
Autores: Doralice Barros; Isabela Izidoro; Maília R.R. Silva; Paola Luchesi Braga; Tamara
Macedo Lima
Instituições: Instituto de Geociências e Faculdade de Arquitetura, UFMG
No Anexo 1 encontram-se fotos dos painéis apresentados durante o Seminário.
V) AVALIAÇÃO DO SEMINÁRIO PELOS PARTICIPANTES
Ao final do Seminário foi solicitado aos participantes que preenchessem um quadro com
algumas questões para avaliação. Cada indicador deveria ser classificado como: ruim, regular,
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bom, muito bom ou ótimo. As avaliações positivas dos participantes demonstram que o
conteúdo, a metodologia e a infraestrutura do Seminário atenderam a demanda (Tabela 2).
Tabela 2 – Avaliação do I Seminário Científico do Vale do Peruaçu - SCIVAPE , realizado no
Centro de Visitantes Cavernas do Peruaçu em novembro de 2017.
Indicador Ruim Regular Bom Muito Bom
ótimo
Apresentar temas fundamentais para conservação dos recursos hídricos da APA, do Parque e da região
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Oportunidade para troca de experiências entre participantes
5 13 26
Metodologia do seminário 5 11 30
Infraestrutura e instalações 1 1 1 10 32
N = 46 participantes
Figura 06 – Apresentação de painéis, durante o I Seminário Científico do Vale do Peruaçu –
SCIVAPE, realizado no Centro de Visitantes Cavernas do Peruaçu, em novembro de 2017 (Fotos:
Gisela Herrmann).
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ANEXOS I - Painéis expostos durante o I Seminário Científico do Vale do Peruaçu – SCIVAPE, realizado no Centro de Visitantes Cavernas do Peruaçu , em novembro de 2017 (Fotos: Gisela
Herrmann)
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