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Meio: Imprensa País: Portugal Period.: Mensal Âmbito: Outros Assuntos Pág: 42 Cores: Cor Área: 21,00 x 27,70 cm² Corte: 1 de 8 ID: 76210877 01-08-2018 grande prova Brancos do Douro, carácter e sedução A produção de uvas brancas na região duriense é muito antiga, mas esteve durante mais de um século associada ao Vinho do Porto. Por essa razão, a localização das vinhas, a altitude ou as castas usadas não eram factores preponderantes. Mas tudo isso mudou e hoje a região pode, com orgulho, mostrar os seus grandes vinhos brancos. 1 F_X 10 JOÃO PAULO MARTINS FOTOS RICARDO PALMA VEIGA

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Page 1: ID: 76210877 01-08-2018 Âmbito: Outros Assuntos€¦ · chegar à fórmula actual: pouca barriCa nova, maior percentagem de barrica usada e, práti-ca cada vez mais generalizada,

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grande prova

Brancos do Douro, carácter

e sedução A produção de uvas brancas na região duriense é muito antiga, mas esteve durante mais de um século associada ao Vinho do Porto. Por essa razão, a localização das vinhas, a altitude ou as castas usadas não eram factores preponderantes. Mas tudo isso mudou e hoje a região pode, com orgulho,

mostrar os seus grandes vinhos brancos.

1 F_X 10 JOÃO PAULO MARTINS FOTOS RICARDO PALMA VEIGA

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Ta tradição portuguesa mais antiga, o Douro, tal e, imo as outras regiões, produzia uvas brancas e tin-tas, não raramente misturadas na mesma vinha e vindimadas cm simultâneo. Esse lote feito na vinha marcou a forma de trabalhar e de pensar o vinho durante séculos; o método era válido para os tintos

- com as castas misturadas - mas era também para os brancos. Ainda hoje se encontram no Douro vinhas centenárias onde apenas pontifi-cam cepas de uvas brancas e nessa "misturada" encontramos um lote muito alargado de castas e por vezes até uvas de mesa, tradicional-mente mais vocacionadas para serem comidas do que usadas para fa-zer vinho. A vinificação destas uvas para fazer um branco não generoso não ao longo do séc. XX, prática que interessasse a muitos produtores e foram assim bastante escassas as marcas com alguma expressão co-mercial. Neste capítulo temos de recordar as etiquetas quer cla Real Vinícola:quer da Real Companhia Velha que, enquanto empresas for-temente concorrentes, iam criando marcas à medida da "resposta a dar" à empresa rival. Assim, rótulos como Grandjó, Evcl. Grantom, Granléve, Marquis de Soveral eram conhecidos dos apreciadores, mas a palavra Douro nem andava associada a estes vinhos. Era a época em que a região não estava demarcada para vinhos DOC.: mas apenas

A reestrutu- ração levou ao afunila- mento do

número de variedades,

situação que se manteve

até há pouco.

para vinhos clo Porto e onde proliferavam muitas adegas cooperativas que acabavam por abranger quase todas as escolhas de vi-nhos da região. Alguns brancos eram também o resultado de lotes de vinhos de várias proveniências-. (algo não comunicado ao consumidor), mas a cir-culação pela restauração tinha algum signifi-cado; vinhos como Monopólio (C:onstantino) ou Lcllo (Borges) marcavam o terreno nos anos 60 e 70, tendo ainda nessa década surgi-do o Quinta clo C:õtto. Em verdade se diga que apresentar a alguém um branco de refe-rência do Douro era tarefa ingrata; além de faltar massa crítica, havia pouco:conhecimen-to sobre a potencialidade das castas brancas. Esse quadro manteve-se até aos anos H() do ,éculo passado, quandose•começou a estudar e a lazer microvinificaçõcs das castas mais co-nhecidas da região. A necessidade de fazer um estudo com validade estatística levou ao inevitável afunilamento do número de varie-dades situação que se manteve até há poucos anos, quando alguns produtores começaram a vinificar castas tradicionais caídas em desu-so. Estamos agora em período de intenso ex-perimentalismo, sentindo-se um interesse cada vez maior pelas castas que estiveram fora de moda. E não são só os produtores de DOC: Douro que lhes estão a dedicar mais atenção, são também empresas totalmente vocacionadas para o Vinho clo Porto, como é ocaso da Fladgate Partnersli ip.

ALTITUDE E EXPOSIÇÃO SOLAR É comummente ti•eite que ule, sobretu- do numa zona dc clima quente ,•oino o Dou-ro, pode jogar um papel determinante nos vinhos que origina. E assim normal que as melhores uvas para branco venham dc vinhas da cota 500 metros ou acima disso, zonas já

- não utilizadas para a produção de Vinho do Porto. Aí se conseguem uvas com grande fres-cura e acidez elevada, condição indispensável para se conseguir um bom vinho branco.

las o Douro é muito extenso e muito diversi-ficado e, em consequência, é possível encon-trar boas parcelas que desafiem aquela lógica da altitude. Aqui então já não estamos a falar de altitude, mas sim de localização e de expo-sição solar. Nas duas margens do rio encon-tramos vinhas que, estando abaixo daquela cota dos 500m, podem também originar vi-nhos complexos e ricos. Estamos a pensar em encostas viradas a norte, menos castigadas pelo escaldão estival e que conseguem conser-var uma boa acidez nas uvas. Para Jorge Moreira, enólogo e produtor na região (Poeira; La Rosa e Real Companhia

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para cá, muito se experimentou e muito a in-vestigação sobre barricas avançou para se chegar à fórmula actual: pouca barriCa nova, maior percentagem de barrica usada e, práti-ca cada vez mais generalizada, uso de barri-cas velhas. Mas a fórmula não é mágica. Jorge Borges confessa que gosta de usar barrica com 3 ou 4 anos, mas que depois dessa idade passa a usar essas barricas apenas para tintos. E, ao con-trário do que aconteceu com os primeiros brancos da marca Guru, a versão mais recen-te tem pouco mais de 10% de barrica nova e o resto com a idade citada. É determinante usar barricas para fazer um grande branco porque "a barrica confere estabilidade e con-servação ao vinho, dando-lhe mais resistência à oxidação; a madeira muito velha acaba ine-vitavelmente por conferir aromas do tipo ran-ço e favorece a acidez volátil e, por isso, há que ter o máximo cuidado", explica Borges. E reforça: "Não é por ser velha que a madeira é boa para brancos; pode ser mas também pode correr mal." Luis Sottomayor, enólogo da So-grape, confessa estar ainda numa fase de expe-rimentação dc barricas e tem utilizado a ma-deira sobretudo para o final da fermentação e estágio dos brancos; não tendo ainda ainda certezas quanto às castas, a não ser a Arinto. que, "como tem muito boa acidez, pode aguen-tar bem a fermentação em madeira".

O mais im- portante é

conseguir-se uma boa

maturação conservando a acidez. Para

isso, a loca- lização da

vinha é fun- damental.

kl II grande prova

Velha), o mais importante é conseguir-se uma boa maturação, mas em que se conserve a acidez e, neste ponto, a localização da vinha é fun-damental. Em zonas mais extremadas de clima, quer para o lado seco quer para o lado mais pluvioso da região, é mais dificil. Mas Jorge é peremptório ao afirmar que existe "ainda pouca experiência de vinhos brancos no Douro, falta estudar as castas que estiveram esquecidas e que podem dar grandes resultados". Samarrinho e Donzelinho são castas agora a serem trabalhadas na Real Companhia Velha e que podem rmascer das cinzas", regressando ao lote das eleitas da região.

AS ZONAS DE ELEIÇÃO Já no que respeita às variedades mais plantadas, Jorge coloca um pé no "bloco central" — Viosinho e Gouveio —, enquanto pilares dos brancos durienses, mas é especialmente apreciador de outras, como a Arinto e Boal; em relação a outras variedades, tem menos apreço pela Malvasia Fina e pelo Moscatel, sobretudo usado em lote. "Mas", diz, "há outras que conheço mal e que ainda tenho pouca experiência, como a Códe-ga do Latirmo." Fica a dúvida: há castas específicas de cada uma das três sub-regiões durienses (Baixo Corgo, Cima Corgo e Douro Superior)? Jorge Morei-ra tem uma resposta segura: "Rabigato é claramente do Douro Supe-rior, enquanto Malvasia Fina e Códega são claramente do Baixo Cor-go; no entanto quero deixar claro que temos muito a esperar das castas que estamos a redescobrir e que que nos irão ajudar à diversidade, algo que nas últimas décadas se perdeu no Douro. E isto é válido tanto para tintos como brancos." Já o também enólogo e produtor Jorge Borges (Guru, Manoella) acres-centa o Arinto às duas atrás citadas e foi esse trio que plantou numa pequena vinha de 2,5ha nas zonas altas. É de resto na faixa que vai de Murça até Carrazeda de Ansiães que Jorge Borges situa a melhor zona para a produção de grandes brancos, "porque tem uma mistura de zonas de xisto com granito e porque, do ponto de vista climático, ofe-rece um clima mais abrigado onde se conseguem maturações de boa qualidade". As experiências de João Nicolau de Almeida nos anos 80 na empresa Ramos Pinto e os trabalhos sobre viticultura que partiram dos investi-gadores da Universidade de Trás-os-Montes ajudaram a que os bran-cos reconquistassem o gosto dos consumidores. A marca Duas Quin-tas surgiu nos inícios dos anos 90 e mostrou que, com tecnologia moderna, era possível fazer vinhos de grande longevidade, o que su-cessivas provas verticais têm vindo a demonstrar. Até aparecer o Duas Quintas Reserva, já com fermentação em barrica, colocava-se a dúvi-da sobre a capacidade desses vinhos feitos em inox resistirem ao tem-po. Há mesmo, segundo Jorge Moreira, algumas castas como o Arinto e Samarrinho que até ganham em serem vinificadas apenas em inox. Os anos 90 foram assim tempos de experimentação onde de tudo isso se falou e discutiu e onde os consumidores foram ouvindo falar de zo-nas dc eleição para a produção de brancos: Murça, Alijó, S. João da Pesqueira, Favaios, entraram aos poucos no léxico dos apreciadores.

O PAPEL DA BARRICA No Douro, tal como noutras regiões, começou-se nos anos 90 a usar a barrica para fermentar brancos. Resta saber se, para se fazer um bom branco do Douro, é ou não preciso recorrer à fermentação em barrica e, na sequência, em que tipo de barrica. Nova é indispensável? De se-gunda e terceira utilização é mais útil? Velha é o caminho a seguir? Foi seguindo os ditames das modas de então que surgiram os primeiros vinhos fermentados em barrica nova, algo totalmente inovador e sur-preendente que animou debates e conversas. No entanto, de então

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18 €24,80 05

Gurti Douro branco 2016

WINE & SOUL Tem origem no Cima Corgo. Feito

com Viosinho, Rabigato, Códega do Larinho, Gouveio. Perfil austero, com um mínimo de redução. sobressaindo

um lado mineral mais pedregoso e menos focado na fruta. Muito bom

volume de boca, a madeira está perfeitamente inserida, bastante

frescura, um branco com vigor mas sem perder a elegáncia. Ganhará

imenso com a cave. (12,5%)

18 €41,50 01) Maria Izabel Vinhas

da Princesa Douro branco 2015

QUINTA MARIA IZABEL

Tem origem em vinhas velhas. Aroma requintado, com notas verdes e

especiadas, leve floral em fundo a dar finura e personalidade. A ligeira redução dá-lhe um tom austero e mineral. permanecendo o carácter elegante e fino na boca. Vai ganhar com o tempo. Muito bom conjunto.

(13,5%)

18 €32,50 01) IVIaritávora

Douro Grande Reserva branco 2015 MARITÁVORA

Vinha velha com mais de 100 anos, no Douro Superior. Fermentação e estágio de 6 meses em barrica. Citrino carregado na cor, aroma

complexo, ainda fechado e a precisar de tempo. Nota-se a madeira, a fruta madura, o lado misterioso da pedra

raspada. Excelente acidez, volumoso. estrutura bem desenhada. Sério.

vigoroso e promissor. (12,5%)

O Douro branco é assunto ainda em progresso e falta mais tempo e experiência

para se tirarem conclusões.

O QUE FAZ FALTA Tal corno em muitos outros items que aqui poderíamos enumerar, falta informação ou, se se quiser, quem dê a informação técnica que o trabalho agrícola requer. Jorge Borges lembra-nos que não há um organismo técnico no âmbito do IVDP que seja conselheiro de um lavrador que queira plantar uma nova vi-nha, "não há quem venha ver as condições específicas do local para sugerir o que plantar, corno plantar, se é zona de brancos ou se é de tintos, se é melhor plantar esta casta ou aque-la; é verdade que existe a ADVID mas é uma associação, o que quer dizer que é preciso ser--se sócio para ter apoio técnico". Sobre o terna, quisemos também ouvir a opinião de Rosário Janeiro, técnica da Sogrape, que lem-brou que os pequenos lavradores, se quiserem reconverter urna vinha, podem apresentar candidaturas agrupadas, mas a candidatura isolada não tem apoio técnico; o próprio Cen-tro de Estudos Vitivinícolas da Régua não tem equipas no terreno, confirmando-se as-sim os receios expressos por Jorge Borges. Das opiniões que recolhemos, fica-nos a sen-sação de que o Douro branco é assunto ainda em progresso e falta mais tempo e experiência para se tirarem conclusões; as castas bancas já têm um "núcleo duro", mas nos próximos anos poderá haver notícias interessantes nesta matéria; a vinha velha (mais de 40 anos, se-gundo Jorge Borges) é o local onde se podem produzir brancos de melhor qualidade e lon-gevidade; as zonas altas da região tendem a gerar mostos mais equilibrados e as barricas, indispensáveis a um grande vinho, deverão ser maioritariamente usadas. Estas serão as ideias-chave, as excepções existem para con-firmar a diversidade e grandiosidade da re-giào.'durierise. 1I

Castas Brancas do Douro

O Douro tem um grande número de castas brancas e nas vinhas velhas encontram-se variedades bem antigas, de nomes exóticos como Praça, Malvasia

Parda, Trincadeira Branca. Reconco, Chancelar, Rabigato Miranda, Sarnarnnho ou Donzelinha Branco.

Arinto ou Fernão Pires, uvas transversais a todo c Portugal, têm também um papel importante no Douro,

tal como a Códega (a Síria/Roupeiro). Mas as que se seguem serão talvez as que mais contribuem para a

identidade dos modernos brancos durienses,

VIOSINHO Conhecida no Douro desde o séc. XVIII. Está presente

em quase todas as novas plantações do Douro. produz vinhos bem estruturados, aromáticos e intensos,

embora lhe falte por vezes alguma acidez. sobretudo nas cotas mais baixas. Aromas e sabores de marmelo.

ananás, citrinos maduros.

GOUVEIO Referida desde o séc. XVI, é no Douro (e não só)

chamada muitas vezes de Verdelho, o que origina confusão com o Verdelho madeirense. É a mesma uva que o Godello da Galiza. Bastante adaptável a diferentes solos e climas, consegue uma boa

maturação sem perder acidez, originando vinhos de boa intensidade aromática (pêssego, maçã) e

equilíbrio.

MOSCATEL GALEGO A família Moscatel (nas suas muitas variantes) é provavelmente a mais antiga família de uvas

conhecida. O Moscatel Galego duriense (conhecido internacionalmente cómo Muscat à Petit Grainl está sobretudo plantado no planalto de Alijo e Favaios.

acima dos 500 metros de altitude. Muito aromático, floral, exuberante, marca presença em lotes de

brancos mais simples, mas começam a aparecer alguns varietais ambiCiosos. Para além de fazer o

licoroso Moscatel do Douro, claro.

RABIGATO Mencionada desde o séc. XVI, marcando outrora

presença um pouco por todo o país, está hoje centrada sobretudo no Douro. De baixa produtividade, com

muita acidez natural, boas notas citrinas, perfeita para lotes com outras castas mais ricas, mas menos frescas.

CÔDEGA DO LARINHO Casta típica do Douro e Trás-oS-Montes. Bem

produtiva, aromática (frutos tropicais, flores silvestres) mas muitas vezes com baixa acidez (sobretudo se plantada em cotas mais baixas), necessitando da

companhia de castas mais ácidas, como GOUvei0 e Rabigato.

MALVASIA FINA A Malvasia Fina (o Boal da Madeira) está bem presente

nas vinhas velhas e também em plantações mais recentes no Douro. De produtividade elevada, é muito

aromática e perfumada (quase melosa. por vezes), ganhando boa maturação. Quando vindimada cedo, e

em cotas altas, consegue conservar a frescura.

LUÍS LOPES

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Âmbito: Outros Assuntos

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18 '5,35 rj \Iirabilis

Douro Grande Reserva branco 2016 QUINTA NOVA DE NOSSA SENHORA

DO CARMO

Abundantes notas verdes no aroma, registo de fruta com citrinos.

acrescido de folha de limoeiro. Perfil muito elegante sem que a barrica marque a prova. Este lado verde e vivo é confirmado na boca, onde surgem leves fumados a amparar

o conjunto. Um branco muito requintado. (14%)

18 028,90 r) Redoma

Douro Reserva branco 2017 NIEPOORT

Há no aroma um lado sisudo e misterioso conferido pela leve

redução. mas permanece o tom elegante e com fruta delicada e muito precisa. Bela harmonia de boca, com textura macia, a nobre envolvência

da barrica. sem nunca perder o lado elegante que se completa num final

muito longo e afirmativo. (12,5%)

17,5 €37 r) Antón ia Adelaide Ferreira

Douro branco 2015 SOGRAPE VINHOS

Fino nas notas de fruta, mi.illo boa a ligação com a barrica, que aqui

surge a amparar o conjunto, resulta complexo e com um perfil enigmático

na dose certa. Leve toque evolutivo na boca ajuda à complexidade,

uni branco cheio, texturado. com excelente acidez e elevado sentido

gastronómico. (13%)

17,5 rJ 1 hias Quintas

Douro Reserva branco 2017 RAMOS PINTO

Aroma irrequieto, que faz salientar a fruta com toda a evidência e com

a barrica bem integrada. Notas de ameixa. de pêra, num registo

onde leves florais também marcam presença. A mesma sensação na boca, ha aqui uma grande

preocupação de equilíbrio entre as partes, tudo muito ajustado para dar

uma excelente prova. (14,5%)

17,5 € 20 O Meruge

Douro branco 2016 LAVRADORES DE FEITORIA

Intenso na cor, aroma evidencia a barrica mas também a fruta madura e um certo lado fumado. Muito bom o volume de boca. à tosta associa-se aqui a fruta e ao perfil fresco, tudo

num registo muito bem conseguido e pleno de energia e vibração. Perfeito

para queijos de pasta mole. (13%)

17,5 C20 Pi

Vai lado Douro Reserva branco 2017

QUINTA DO VALLADO

Muito bom o desenho da fruta, ameixas brancas, alperces, num

perfeito diálogo com a barrica, que aparece em muito leves notas de

tosta. O lado floral e especiado surge mais na boca, com óptimo balanço

entre corpo e acidez, complementada com final macio e longo. A harmonia. que aprimorará em cave, domina o

conjunto (13%)

17 €29,90 O

Branco cia Gaivosa Douro Grande ResÉrva branco 2015

DOMINGOS ALVES DE SOUSA

Aroma muito expressivo, com algum — vegetal verde, um ligeiro toque

evolutivo que aqui confere bastante complexidade, fruta madura mas leve e elegante. Austero na boca.

renovando-se aqui o lado evolutivo mas conservando a excelente acidez. No ponto para ser apreciado. (12,5%)

17 €28 0) Dona Berta Vinha

Centenária Douro Grande Reserva branco 2017

HERNÂNI VERDELHO - HOS

Lote de seis castas do Douro Superior. Ainda fechado de aroma, ganhando com isso um lado mais

austero e de recorte mineral. Quer no aroma quer na boca sente-se urna

excelente acidez, uma fruta macia, com finura e muito caracter, mas

deixando que o terroir se exprima por cima dela. (14.5%)

I

17 €11 O La Rosa

Douro Reserva branco 2017 QUINTA DA ROSA

Base de Viosinho, com outras castas a completar o lote. Excelente fruta madura no aroma, leves fumados

e algumas notas florais. tudo num bouquet bem interessante.

Grande equilíbrio na boca, a acidez ponderada ajuda imenso ao conjunto. com a barrica a envolver, com muita

harmonia e presença. (13%)

17 €19,50 O Maria de Lourdes

Douro branco 2016 CARM

Gouveio, Viosinho e Rabigato. Aroma fino, elegante na fruta citrina e nas notas de alperce e gera. Muito firo também na boca, grande elegância

de conjunto, todo ele com boa arquitectura, acidez viva e final amplo

e distinto. Um branco assente na delicadeza. (12,5%)

17 €21 O Muxagat Os Xistos Al

Douro Rabigato branco 2014 MUXAGAT VINHOS

Ainda perfeita cor citrina. estilo vivo e mineral. com leve presença de fruta

e alguma evolução nobre. A boca confirma esse lado evoluído, mas ainda a dar boa conta em virtude

da perfeita acidez que aqui marca e alegra o conjunto. A beber desde á.

(12%)

17 €30 AZ, Poeira

Reg. Duriense branco 2016 JORGE MOREIRA

Ainda muito jovem, em fase de transição, mostrando a fruta de qualidade mas ainda escondida,

num estilo personalizado, austero e contido. Perfeita a ligação corpo/

acidez. resultando com uni excelente balanço na prova de boca. Um

vindo singular. seguramente muito gastronômico, que merece guarda

para retornar a ele mais tarde. (13,5%)

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Cores: Cor

Área: 9,76 x 8,02 cm²

Corte: 7 de 8ID: 76210877 01-08-2018

42 Uma Grande Prova com brancos do Douro Durante muito tempo. focado no Vinho cio Porto, o Douro olhou pouco para as suas castas brancas. Mas agora os tempos são outros. Fala-se de altitudes, exposições, solos. viticultura. E fazem-se grandes vinhos. Os brancos do Douro estão aí e são coisa milito séria.

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Cores: Cor

Área: 20,71 x 5,24 cm²

Corte: 8 de 8ID: 76210877 01-08-2018

N ° 16 I MENSAL 1 AGOSTO 201 8 1 WWW.GRANDESESCOLHAS.COM 1 €4

TAPADA - , DO CHAVES -.. - :- . - t,..,, .... ,, ,ÇLÁSSICO ALENTEJANO .. . •-:..\:,, : u. -kr '--

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