idade de transição e psicopatologia · 2018. 8. 13. · abordagem dos indivíduos em idade de...
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Idade de Transição e Psicopatologia Qual o papel do Pedopsiquiatra? Ivo Peixoto1; Pedro Dias1; Paula Vilariça2
1 Médico interno de Pedopsiquiatria; 2 Assistente Hospitalar Graduada de Pedopsiquiatria Clínica da Juventude - Área de Pedopsiquiatria do Hospital Dona Estefânia Centro Hospitalar Lisboa Central
MÉTODOS:
Revisão não sistemática da literatura em bases de dados científicas (MEDLINE,
PsycINFO) com os termos “Transitional Age Youth” e “Child Psychiatry”,
complementada com outra literatura de relevo.
DISCUSSÃO
• A idade de transição é um período crítico do desenvolvimento que merece
um enfoque particular por parte da psiquiatria e dos serviços de saúde mental.
• O psiquiatra da infância e adolescência tem um posicionamento único na
abordagem dos indivíduos em idade de transição por diferentes fatores:
1. Experiência em psicopatologia do desenvolvimento
2. Abordagem da patologia psiquiátrica com uma visão integrada dos sistemas
família, escola, comunidade e outros significativos
3. Familiaridade com as transições ao longo do desenvolvimento infanto-
juvenil;
4. Reconhecimento de continuidades e descontinuidades no funcionamento
mental e na psicopatologia e a valorização da individualidade.
CONCLUSÃO
O pedopsiquiatria tem o papel crucial de reconhecer sinais e sintomas
inaugurais de doença psiquiátrica em instalação, compreender fatores de risco
e proteção que podem prevenir ou promover transições bem-sucedidas para a
idade adulta, e de estar ciente das mudanças e exigências sociais e culturais.
Formar, assistir e colaborar com outros profissionais, minimizando
descontinuidades nesta transição irá permitir intervir de forma a moderar o
impacto da doença mental nestas idades.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: • Wielewicki et al. (2011) Clinical practice instruments: CBCL as a functional analysis and intervention planning
facilitator. Temas em Psicologia - 2011, Vol. 19, no 2, 513 – 523. • Achenbach, T. Dias, P., Ramalho, V., Lima, V. Machado, B., Gonçalves, M. (2014) Manual do Sistema de
avaliação Empiricamente Validado (ASEBA): Um sistema integrado de avaliação com múltiplos informadores Psiquilíbrios.
IDADE DE TRANSIÇÃO Dados Demográficos US
• 43 milhões
• 1/5 com Patologia Psiquiátrica
• 2/3 sem tratamento
• 10% tem algum tipo de incapacidade
Neurobiologia
• Áreas límbicas (emoções, recompensa) com desenvolvimento e
maturação mais precoce que lobos frontais (processamento, controle,
tomada de decisões, discernimento)
• Densidade sináptica no cortex pré-frontal continua ↑ entre os 20 e 30
anos
• Mielinização e Pruning sináptico continuados
• Alterações nos níveis de neurotransmissores e sensibilidade
farmacológica
Tarefas Psicossociais Vulnerabilidades Psiquiátricas
• PHDA 6% a 9% das crianças → persiste 75% adolescência → 50% adultícia • P. Ansiedade infância → ↑ Depressão, PSPT, P. Uso Substâncias adultícia • ↑ P. Afetivas e ↑ PCA em idade de transição • PEA 2% crianças → ↑rapazes dos 14 aos 17 anos • 3/4 dos adultos com P. Uso Substâncias tem início antes dos 25 anos • 47% mulheres 62% homens com Esquizofrenia tem início antes dos 25 anos • Suicídio é a segunda causa de morte dos 15-29 anos • Aos 25 anos 60% dos jovens adultos cumpriram critérios de doença psiquiátrica • Jovens adultos apresentam as taxas mais elevadas de DST • Jovens adutos apresentam as taxas mais elevadas de problemas comportamentais, com a perceção de risco mais baixa e menor acesso a cuidados preventivos ou tratamento • Efeito halo das comorbilidades ampliado em idade de transição
INTRODUÇÃO:
• A transição da adolescência para a vida adulta é caracterizada por uma série
de marcos de desenvolvimento nas áreas da autonomia e independência, da
diferenciação individual e familiar, ao nível da educação e emprego e das
relações inter-pessoais.
• Em adolescentes ou jovens adultos diagnosticados com uma patologia
mental antes ou durante esta faixa etária, os desafios na aquisição e
consolidação destas competências são ampliados, uma vez que o
amadurecimento de vários aspetos emocionais e psicossociais está muitas
vezes protelado ou comprometido.
• O contexto sociocultural atual tem condicionado transições para a vida
adulta menos previsíveis e mais precárias.
• A área de conhecimentos e de atuação do pedopsiquiatra é fundamental
para a abordagem das particularidades destas idades.
Objetivo: Fundamentar o papel do pedopsiquiatra quanto ao reconhecimento
e intervenção em saúde mental e psiquiatria em idade de transição.
Consolidação da identidade
Separação da família de origem
Autonomia
Intimidade
Educação
Emprego
- Fatores Culturais
- Fatores Socioeconómic
os
- Relações interpessoais
- Família
- Adaptação e Flexibilidade
- Inteligência e autoeficácia
- Regulação emocional
PT
• 18 aos 34 anos - grupo de maior
risco de ter Doença mental
• Mediana da idade de início de
qualquer perturbação em IT