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IDADE DAS TREVAS
Entre os séculos V e XV considerada a idade das trevas (cidades inteiras destruídas), onde em um
intervalo vazio entre a Antiguidade Clássica e o ressurgimento da Renascença Italiana –
Idade Média.
Momento entre a morte de Justiniano, o Grande (Imperador Bizantino Oriente) e o
reinado de Carlos Magno (Imperador do Ocidente).
Épocas de algumas importantes realizações artísticas (Germânicas, Irlandesas, Carolíngia, Otoniana...)
IDADE DAS TREVAS - SERÁ???}
Um período de aproximadamente mil anos definem os limites da Idade Média – milênio das trevas.
Serão trevas rendilhados na arquitetura e explosão de cores em vitrais?
Serão trevas iluminuras fascinantes e afrescos enlevados?
Alguma treva resiste à sublime música medieval ou à doce literatura dos menestréis (Músico-poeta ambulante
da Idade Média)?
Um conturbado período de guerras sangrentas;
Extinção de uma economia monetária;
Supressão da liberdade dos camponeses;
Domínio ininterrupto da Igreja que permitem, de fato, uma interpretação funesta do período medieval;
Vamos ver neste período dez séculos de arte cristã;
IDADE DAS TREVAS
A pintura é tolerada e em alguns aspectos incentivada como instrumento pedagógico, a
escultura é vista com desagrado pelo que retém à adoração pagã.
Surge um novo tipo de edifício religioso.
A produção artística continua existindo prioritariamente em função da
propagação das idéias cristãs e acaba sendo influenciada pela cultura dos chamados
povos bárbaros.
ARTE DOS POVOS BARBAROS
Os últimos séculos do Império Romano foram marcados por
um crescente enfraquecimento político e militar.
A divisão do Império, com Constantino em 323d.C.,
deslocou uma das sedes do Império para o Oriente, em
Constantinopla, enquanto Roma permanecia enfraquecida.
Povos chamados pejorativamente de bárbaros (pois não
possuíam a cultura clássica) invadiram e tomaram o Império
do Ocidente.
ARTE DOS POVOS BARBAROS
Os Vândalos no Norte da África, os Visigodos
na Espanha, os Francos na Gália, os
Ostrogodos e Lombardos na Itália.
Era uma nova geografia quem se vislumbrava,
a gênese das línguas modernas que se
iniciava, o cristianismo que se consolidava
utilizando a belíssima miscigenação das Artes
Paleocristã e Bárbara.
ARTE DOS POVOS BARBAROS
As tradições artísticas bárbaras, espalhadas por diversos territórios e épocas, traduzem-se
principalmente nos motivos de animais criando padrões intrincados quase abstratos, em madeira
talhada, metais, esmaltes e pedrarias.
Em objetos de acentuado realismo porém com decorações abstratas, podemos conferir a
existência de uma cultura religiosa desenvolvida e senso estético esmerado.
Cabeça de dragão
Noruega - séc.IX d.C.
Madeira entalhada, altura 51cm;
Universitetets Oldsaksamling, Oslo.
Esplêndida cabeça de
animal.
Poste terminal que foi
encontrado junto a muitos
outros equipamentos em
um navio viking que
afundou na Noruega.
Cabeça feita com um
realismo surpreendente,
assim como certos
detalhes dentes,
gengivas e narinas.
Superfície com desenhos
geométricos que
denunciam sua origem
nos trabalhos de metal.
INÍCIO DO SÉCULO IX
POVOS GERMÂNICOS
IDADE MÉDIA
Os primeiros tempos da
Idade Média, chamada
Alta Idade Média, são
fortemente influenciados
pela estética bárbara.
Cruzes com adornos
celtas,
Utilização de pedrarias
não lapidadas,
ARTE DOS POVOS BARBAROS
Iluminuras com padrões intrincados como podemos observar no manuscrito Evangeliário de Lindisfarne.
Combinam elementos célticos e germânicos.
A iluminura da Cruz apresenta o intrincado padrão formal bárbaro.
Diversos manuscritos forram decorados sob esta influência, ajudando a trazer um novo elemento artístico para a arte ocidental (Gombrich, 1983)
Página dos EvangelhosLindisfarne
séc. VII (698) d.C. – Museu Britanico,
Londres
INÍCIO DO SÉCULO VII
POVOS IRLANDESESEntrelaçamento de figuras de animais com formas orgânicas e geométricas.
É como se o mundo paganismo incorporado em monstros terríveis e de garras
afiadas, houvesse sido, aqui, subitamente domesticado pela autoridade suprema
da Cruz.
São Lucas
séc.VIII (750) d.C.
De um evangelho manuscrito; Stifsbibliothek,
St. Gallen
O mais belo
manuscrito
que floresceu
nos mosteiros.
INÍCIO DO
SÉCULO VIII
São Mateus
séc.IX (800) d.C.
De um evangelho manuscrito; provavelmente
pintado em Aachen;
Kunsthistorischesn Museum, Viena.
Manuscrito
supostamente
encontrado no
tumulo de
Carlos
Magnos, c.800
d.C.
INÍCIO DO
SÉCULO IX
ARTE
CAROLÍNGIA
Adão e Eva após a queda.
Vegetação estranhamente estilizada.
O dedo acusador do Senhor, visto contra a superfície vazia do fundo, é o ponto central do drama.
Adão e Eva depois da Queda
Alemanha - séc. XI (1015) d.C.
Das portas de bronze
da Catedral de Hildesheim
SÉCULO XI ARQUITETURA OTONIANA / saxões
Volta-se para
adão
paralisado
pelo medo,
que atribui a
culpa à sua
companheira.
Enquanto
essa por sua
vez, atribui a
serpente em
forma de
dragão a
seus pés.
Pintura primitiva pintada em suaves tons pastel fazendo lembrar as paisagens romanas.
Perspectiva arquitetônica pintada que decoravam as casas de Pompéia.
Mudanças de uma ação física para espiritual.
Cristo e São Pedro são os maiores do que as outras figuras.
Cristo é mais longo.
Oito discípulos apenas observando comprimidos em um espaço tão reduzido. Cristo lavando os pés dos apóstolos
Alemanha - séc.XI d.C. Do Livro dos
Evangelhos de Oto III; Bayerische
Staatsbibliothek, Munique
SÉCULO XI ILUMINURA OTONIANA
ARTE BIZANTINA
Após a cisão (divisão) do Império Romano (oriente –ocidente);
A região de Bizâncio, com capital em Constantinopla, tornou-se um esplendoroso Império (oriente);
Manutenção de várias tradições clássicas de representação e arquitetura, agora voltadas para o
cristianismo;
A religião oficial era subordinada ao Imperador, e não ao Papa em Roma, a partir do reinado de Justiniano,
no séc. VI.
Esta religião, chamada Ortodoxa (imperador) a partir do séc. XI, tornou-se extremamente rígida
em relação à arte,
Principalmente quanto à representação religiosa,
Os iconoclastas (é aquela que desmascara heróis e nomes consagrados)
que, assim como impediam uma representação naturalista de Deus, Nossa Senhora e apóstolos,
renegavam violentamente as imagens ditas pagãs – esse foi o principal motivo da destruição das
esculturas gregas originais.
ARTES DECORATIVAS
A arquitetura religiosa bizantina apresentou diversas contribuições, tanto no oriente, como no ocidente – pois
foi muito forte a sua influência também na Itália.
O mosaico era muito utilizado, seus pequenos cubos de vidro, esmalte e metal eram dispostos de forma a
exaltar a glória e o poder divino e nunca a sua semelhança com um homem comum.
Cobriam imensas paredes e cúpulas,
Sempre com as características de rigidez, frontalidade e ausência de perspectiva.
ARTES DECORATIVAS
As pinturas de “ícones” também seguiam esta
tradição,
Porém com a representação estática de Nossa
senhora com o Menino,
De forte tradição russa, onde a Igreja Ortodoxa
também chegou,
Figura Madona Entronizada
(c. 1280) provavelmente
pintado em Constantinopla.
(Washington D.C.) National
Gallery of Art (Coleção
Mellon)
Estas pinturas também
seguem regras rígidas de
cromatismos simbólicos
(dourados, vermelhos),
Perfil em três quartos da
figura central, rico
planejamento e detalhes do
trono.
ALTA IDADE MÉDIA – ARTE CAROLÍNGIA E ARTE ROMÂNICA
O séc. IX, na Europa, foi marcado pelo chamadorenascimento carolíngio,
Período em que o Imperador Carlos Magno fez ressurgir acultura clássica,
Principalmente através de manuscritos ricamentedecorados.
Os escritos latinos foram recuperados e transcritos emletras hoje conhecidas por romanas.
A arquitetura retomou elementos clássicos, como o arcoromano.
São Mateus
séc.IX (830) d.C.
De um evangelho manuscrito;
Biblioteca Municipal, Épernay -
França
Manuscrito de
um filosofo
romano
transformado
por um
arrebatamento
de inspiração
divina.
Um
instrumento
para o registro
da Palavra de
Deus.
INÍCIO DO
SÉCULO IX
ARTE
CAROLÍNGIA
Figura cheia de energia
que põe tudo em
movimento.
Drapeado da roupa,
plano de fundo com uma
vegetação parecendo
agitada por um furacão.
Rosto com traços
quadrangular.
Mão segurando um
pergaminho e a outra
com uma pena de ave
para escrever.
ALTA IDADE MÉDIA – ARTE CAROLÍNGIA E ARTE ROMÂNICA
A partir do séc. XI, as atividades culturais e os trabalhos intelectuais ficam centralizados nos mosteiros,
Unidades autossuficientes extremamente tradicionais na religiosidade,
Os mosteiros foram os domínios dos monges copistas e iluminadores que deram continuidade e desenvolvimento a
arte dos manuscritos decorados, além de serem responsórios da cultura clássica.
Neste período as igrejas tornam-se cada vez mais sólidas,
ARTE ROMÂNICA
Com aspectos defensivos de
fortalezas – são as igrejas românicas,
Solidez e falta de luminosidade natural
caracterizavam essas construções.
Na Inglaterra, sob influência dos povos
normandos, este estilo é conhecido
por Normando.Beneditina de Murbach (remanecentes). (C.
1160) Alsácia
ARTE ROMÂNICA
As decorações destas igrejas eram igualmente
austeras – as esculturas,
Sempre estruturais, eram presas à arquitetura.
Os pórticos (entrada da igreja) normalmente
apresentavam um Cristo Pantocrator (aquele
que tudo rege)
ARTE ROMÂNICA
Normalmente o Cristo sentado em um trono e circundado por uma oval.
Ao Seu redor, símbolos dos quatro evangelistas,
São Marcos, leão;
São Mateus, anjo;
São Lucas, boi;
São João, águia.
Na igreja românica de St. Trophimepodemos observar esta composição sobre o tímpano do pórtico.
ARTE ROMÂNICA
As decorações também poderiam ter um caráter
expressivo ligado às deformações e exageros
com finalidade de provocar o medo e a
opressão do Juízo Final.
Figura vinda da tradição bizantina, na qual a mão
direita erguida apresentava uma benção
e a esquerda segurava as escrituras sagrada,
ARTE ROMÂNICA
São comuns imagens entrelaçadas de criaturase monstros fabulosos em extravagante delírio e inspiração apocalíptica ou paradisíaca.
Paisagem de primavera. Manuscrito dos Carmina Burana. Biblioteca Bávara, Munique. (Séc. XIII)
ARTE ROMÂNICA
A pintura decorativa românica era bastante escassa, temos exemplos de afrescos sempre com ausência de naturalismo.
A bidimensionalidadeimperava em composições geométricas e riqueza cromática.
A representação do espaço era ausente, assim como as figuras humanas apresentavam distorções na representação.
Painel de San Quirino e Santa Julita ( séc. XII). Museu de Arte da
Cataluña (Barcelona)
A BAIXA IDADE MÉDIA – ARTE GÓTICA
A partir do séc. XI o sistema econômico feudal entra em declínio, dando lugar a uma economia comercial, monetária e urbana (HAUSER,1982).
O trabalho passa a se organizar de outras formas, com o reaparecimento do dinheiro na economia
(ausente na economia feudal).
Aparece a função dos mestres-de-obras e de mestre pedreiro e uma imensa diversidade de
artista e artífices.
A BAIXA IDADE MÉDIA – ARTE GÓTICA
Essa nova realidade, com todos os seus desdobramentos faz surgir uma nova arte,
Mais fiel à natureza, voltada para a representação do indivíduo e do espaço: é a
Arte Gótica .
Inovações técnicas possibilitaram a construção de imensas catedrais extremamente originais
em suas formas.
ARTE GÓTICA
A primeira inovação deu-se ainda no período anterior,
Arquitetos normandos começaram a construir abóbadas,
Técnica, também chamada de nervura,
Possibilitou a partir do séc. XII a construção de altíssimos tetos em nervura,
Usando o arco ogival.
ARTE GÓTICA
Como os arcos somente necessitavam do
apoio de pilares, as paredes perderam a
função de sustentação do teto,
O que possibilitou o uso intenso dos vitrais
coloridos, unidos por filetes de chumbo, que
formam desenhos.
ARTE GÓTICA
Observe o
interior de uma
catedral gótica,
com as
nervuras de
arcos ogivais,
os pilares com
rendilhados e
os vitrais
intercalados.Interior da Catedral de Sainte
Chapelle ( 1.250) Paris
ARTE GÓTICA
As esculturas góticas permanecem estruturais,
Ligadas à arquitetura,
Porém são tratadas de uma forma completamente diferente da escultura
românica: são alongadas (como a arquitetura) e muito realistas, tendo cada figura um
tratamento individualizado.
O pórtico da catedral de Chartresapresenta profetas bíblicos os quais podem ser identificados pelos elementos e objetos que os acompanham.
Esculturas do pórtico do transepto da Catedral de Chartres. (1194).
Assim como a França é o berço das transformações arquitetônicas,
A Itália que ocorrem as revoluções pictóricas.
Retábulos (é uma construção de madeira, de mármore, ou de
outro material, com lavores, que fica por trás e/ou acima do altar)
Afrescos (obra pictórica feita sobre parede, com base de gesso
ou argamassa ainda úmida)
Vinham de antigas tradições, ligadas à arte bizantina –portanto hieráticos (relativo ao sagrado, religioso ao sacerdotal)
e rígidos.
Cimabue introduz
modificações às
tradições de
representações
sagradas, painéis
grandes, com figuras
mais expressivas
substituem pequenos
ícones. Cimabue. Virgem em majestade. (1280-90) Galeria Uffizi ( Florença
Duccio introduz a representação do espaço
Precedendo Giottode Bondonne, aquele a quem os renascentistas chamavam de mestre do trecento( é um período da História da Arte
que segue a Idade Média na Itália) (o séc. XIV, para os italianos). Duccio. Entrada de Cristo em
Jerusalém. (1308-11) Museu da Catedral (Siena).
Giotto:
Afrescos cenas bíblicas (como em Pádua) ou sobre a vida de santos (como os de são Francisco, em Assis)
Profundo realismo, não apenas a representação do espaço em perspectiva, mas a gestualidade, a proporção, a posição e expressão de cada figura da cena
Giotto, A Lamentação de
Cristo. ( 1306) Capella
dell’Arena ( Pádua)
Era uma narrativa presencial
da cena contada, como
nunca havia sido feito.
O sagrado finalmente
passava a ser visível.
RESIDÊNCIA GÓTICA
No século XV, o estilo gótico deixou de serexclusivo dos edifícios religiosos e chegou àsresidências, como o palácio conhecido comoCa’d’Oro, construído por Matteo Reverti, entre1422 e 1440, em Veneza.
O nome “Casa de Ouro”, trata-se de umareferencia ao rico revestimento dourado queornamentava a fachada de pedra branca notempo de sua construção.
Erguida sobre o Grande Canal, cuja águas refletem as linhas da fachada, a residência é considerada o mais belo edifício de Veneza.
BIBLIOGRAFIA
STRICKLAND, Carol e BOSWELL, John. Arte Comentada: Da Pré-história ao Pós-Moderno. 3. ed. Ediouro Publicação S.A., Rio de Janeiro,2001
JANSON,H.W e JANSON, Anthony. Iniciação à História da Arte. Livraria Martins Fontes Editora Ltda.
http://pt.scribd.com/doc/97697507/ARTE-NA-IDADE-MEDIA