idade moderna · 2019-12-10 · sociedade no antigo regime ... maciel henrique. dicionário de...
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IDADE MODERNA
EUROPA DOS SÉCULOS XV AO XVIII
ANTIGO REGIME: caracterizando a Europa Moderna
• Absolutismo - nível político
• Mercantilismo - nível econômico
• Sociedade Estamental – nível social
10 estado: clero
20 estado: nobreza
30 estado: burguesia, artesãos, camponeses
SOCIEDADE NO ANTIGO REGIME ESTAMENTO COMPONENTES ATIVIDADES
PRIMEIRO ESTADO
(clero)
alto clero (de origem nobre): cardeais, bispos e abades
baixo clero (de origem pobre): padres e frades
eram encarregados de serviços religiosos e exerciam cargos eclesiásticos e políticos eram encarregados de serviços religiosos
SEGUNDO ESTADO
(nobreza)
nobreza palaciana: residente na corte nobreza provincial: proprietária de terras nobreza de toga: burgueses portadores de títulos de nobreza comprados
viviam de pensões reais exploravam a terra e o trabalho dos camponeses, mas enfrentavam dificuldades econômicas exerciam altos cargos na justiça e na administração do país
TERCEIRO ESTADO
(burguesia, camponeses,
trabalhadores urbanos)
alta burguesia burguesia média burguesia pequena burguesia trabalhadores trabalhadores urbanos trabalhadores rurais
eram banqueiros, industriais e comerciantes eram profissionais liberais e funcionários públicos eram comerciantes e artesãos eram operários, aprendizes e empregados domésticos eram arrendatários, camponeses, assalariados e servos
• período a partir do qual passa a acontecer a construção da Modernidade
• período em que novos valores foram fomentados:
culturais - Renascimento
espirituais - Reforma Protestante
políticos - Absolutismo Monárquico
econômicos – Mercantilismo
período no qual o comércio expandiu-se por todo o planeta, acelerando o processo de concentração de riquezas na Europa
MODERNIDADE A ideia de modernidade surge, segundo Jacques Le Goff, quando há um sentimento de ruptura com o
passado. [...] Nesse sentido, a Era Moderna é de fato moderna, ao menos para os que nela viveram. Podemos definir a modernidade como um conjunto amplo de modificações nas estruturas sociais do Ocidente, a partir de um processo longo de racionalização da vida. Nesse sentido, modernidade é um conceito estritamente vinculado ao pensamento ocidental, sendo um processo de racionalização que atinge as esferas da economia, da política e da cultura. Segundo Sergio Paulo Rouanet, a racionalização econômica levou o Ocidente a dissolver as formas feudais e pré-capitalistas de produção e a elaborar uma mentalidade empresarial fundamentada no cálculo, na previsão, nas técnicas racionais de contabilidade e de administração e na forma de trabalho livre assalariado. Enfim, a racionalização econômica se materializa no capitalismo, desde o século XVIII até nossos dias.
• A racionalização política, por sua vez, apareceu com a substituição da autoridade descentralizada medieval pelo Estado moderno, com o sistema tributário centralizado, as forças militares permanentes, o monopólio da violência e da legislação pelo Estado e a administração burocrática racional. Com a passagem para o Estado liberal burguês, no século XVIII, a dominação política deixou de estar vinculada ao carisma, ao Direito Divino, ao costume, à tradição, e passou a ser legitimada em fundamentos racionais, em um contrato, em regras estabelecidas pelos cidadãos. No plano cultural, aos poucos ocorreu o desencantamento do mundo: o mundo moderno só poderia ser entendido pela razão, sem necessitar recorrer a mitos, a lendas, ao temor, a superstição. Ou seja, a ciência ganhou um poder de compreensão do mundo que deveria permitir ao homem escapar de visões mágicas (fantasmas, bruxas, seres imaginários), derrubando os altares e instalando o reino da Razão.
(SILVA, Kalina Vanderlei e SILVA, Maciel Henrique. Dicionário de conceitos históricos. São Paulo: Contexto, 2005, pp. 297-300.)
ABSOLUTISMO MONÁRQUICO
UM PROCESSO: DO SÉCULO XI AO XVIII
REGIME POLÍTICO EM QUE OS PODERES ESTAVAM NAS MÃOS
DE UM MONARCA E QUE VIGOROU EM VÁRIAS NAÇÕES EUROPEIAS DURANTE A IDADE MODERNA (séculos XV ao XVIII / 1500 a 1800)
ALIANÇA REI-BURGUSEIA
CENTRALIZAÇÃO DO PODER
MONARQUIAS NACIONAIS
ESTADO ABSOLUTISTA
1000 1100 1800 1400 1200 1500 1300
ALIANÇA REI-NOBREZA
MERCANTILISMO
PRINCÍPIOS - O TRINÔMIO SISTEMA DE INTERVENÇÃO DO ESTADO NA ECONOMIA A FIM DE PROMOVER A
PROSPERIDADE NACIONAL E AUMENTAR O PODER POLÍTICO DOS REIS.
• METALISMO - concepção que identifica a riqueza e o poder de um Estado à quantidade de metais preciosos acumulados
• BALANÇA DE COMÉRCIO FAVORÁVEL - Estado restringia importações e incentivava as exportações
• PROTECIONISMO proteção da produção nacional
política de incentivo à produção
MAS AÍ TEM UM PROBLEMINHA ...
diversos Estados europeus passaram a acumular metais preciosos e a proteger seus produtos para obter uma balança de comércio favorável
choque de interesses econômicos entre esses países: disputa de mercados para vender produtos
SOLUÇÃO
ESTÍMULO À EXPANSÃO MARÍTIMA E COMERCIAL
EXPLORAÇÃO DE COLÔNIAS
RENASCIMENTO
ITÁLIA – BERÇO DO RENASCIMENTO
• renascimento do comércio • vida citadina: cosmopolitismo
• contatos mediterrâneos: culturas árabe, judaica, bizantina, etc. • mecenato: burguesia financia os intelectuais, obras de arte, literatura,
poetas, músicos, artistas, arquiteturas, cientistas • humanismo - século XIV na Itália: estudos clássicos
CARACTERÍSTICAS GERAIS
• HUMANISMO: reinterpretação dos valores greco-romanos (clássicos)
• ANTROPOCENTRISMO: o homem como centro do universo
• HEDONISMO: busca do prazer
• NATURALISMO: integração do homem à natureza
• RACIONALISMO e ESPÍRITO CRÍTICO - desenvolvimento das ciências
Pietà Davi Moisés
Michelângelo. Teto da Capela Sistina (detalhe); 1508-1512; Afresco; Capela Sistina, Vaticano
Rafael (Rafaello Sanzio)
A escola de Atenas. 1508-1511. Afresco. I 770cm. Palazzo del Vaticano, Roma
REFORMA PROTESTANTE
EXPANSÃO MARÍTIMA
A EXPANSÃO ULTRAMARINA PORTUGUESA
• Origens de Portugal – Condado Portucalense: recompensa pelo auxílio prestado ao reino de Leão em embate contra muçulmanos
• Centralização monárquica mais cedo (1139) – independência em relação à Leão – para o processo de Reconquista, nobres se submetem ao
Rei (dinastia de Borgonha) • Revolução de Avis (1383-1385)
– fim da dinastia de Borgonha: possibilidade de Portugal voltar para o rei de Leão
– a burguesia liderou movimento popular que colocou D. João de Avis no poder
– em troca, exigiu apoio para o comércio
• Outras condições para a expansão:
– burguesia enriquecida – desenvolvimento náutico (tradição pesqueira, aperfeiçoou
o uso da bússola e desenvolveu o quadrante e a caravela) – posição geográfica
PÉRIPLO AFRICANO CEUTA (1415)
MADEIRA (1419)
AÇORES (1427-1432)
CABO BOJADOR (1434)
GUINÉ (1462) escravidão
CABO DA BOA ESPERANÇA (1488) – Bartolomeu Dias
CALICUTE (1498) – Vasco da Gama
INTERESSES ECONÔMICOS
VIAGENS DE VASCO DA GAMA
VIAGENS DE CABRAL
BULA INTERCOETERA (1492) , TRATADO DE TORDESILHAS (1494), TRATADO DE SARAGOÇA
(1529)
1 LÉGUA = 6.600 m
RECUPERAÇÃO
2A ETAPA
POLÍTICA COLONIZADORA (I)
ADMINISTRAÇÃO COLONIAL PORTUGUESA
CAPITANIAS HEREDITÁRIAS • sistema administrativo
descentralizado
• faixas de terras doadas a donatários, membros da pequena nobreza portuguesa
• donatários concediam sesmarias àqueles que as solicitassem e que poderiam torná-las produtivas
• terra era doada e não vendida; valia pelo que produzia
• concentração de terras: proprietários de terras anexavam as sesmarias de colonos mais pobres
GOVERNO-GERAL - CENTRALIZAÇÃO ADMINISTRATIVA -
PODER LOCAL: PODER REGIONAL
• CÂMARAS MUNICIPAIS: instituições fundamentais em todos os lugares em que houve a presença do Império ultramarino lusitano.
• grandes proprietários de terras e de escravos estavam entre os eleitores e os candidatos aos cargos das Câmaras Municipais
• funções: fiscalização das condições da vida urbana (abastecimento /
comércio, salubridade, etc.); arrecadar tributos; aplicar a justiça de primeira instância.
• nível mais independente e resistente às ordens que vinham da Metrópole
ECONOMIA COLONIAL
SÉCULO XVI: PRODUÇÃO AÇUCAREIRA
SÉCULO XVII: PRODUÇÃO AÇUCARIERA, PECUÁRIA, BANDEIRAS, DROGAS DO SERTÃO
SÉCULO XVI
A PRODUÇÃO AÇUCAREIRA - projeto agrícola de exploração colonial -
Por que o açúcar?
açúcar tinha grande aceitação no mercado europeu -alto preço
Portugal tinha experiência com a produção de açúcar
nas ilhas do Atlântico
Problemas iniciais:
ausência de capitais para investimentos na produção (mão-de-obra e equipamentos)
Portugal não conseguia fazer a distribuição do produto
na Europa questão da mão-de-obra
Participação do capital flamengo (holandês)
financiamento
transporte
refinação
distribuição na Europa
Sistema de Produção: plantation - dois setores
articulados: escravista (para exportação) e camponês (brecha camponesa)
latifúndio
monocultura produção para o mercado externo
mão-de-obra escrava
ENGENHO: unidade de produção escravaria
animais
terras para o plantio
casa-grande, capela, senzala
fábrica: moenda, casa das caldeiras e casa de purgar
uso de técnicas rudimentares
grande quantidade de escravos
relativo desenvolvimento de especialização
produção: entre 45 e 150 toneladas por ano
SÉCULO XVII
INTERIORIZAÇÃO DA COLONIZAÇÃO
- século XVII -