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III SEMINÁRIO INTERNACIONAL ENLAÇANDO SEXUALIDADES
15 a 17 de Maio de 2013 Universidade do Estado da Bahia – Campus I
Salvador - BA
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A GESTÃO NA DIVERSIDADE: “TRIBOS URBANAS” E ESCOLA- UMA ANÁLISE DAS
RELAÇÕES DE SOCIABILIDADE JUVENIL E EDUCAÇÃO ESCOLAR NA REGIÃO
METROPOLITANA DE BELÉM DO PARÁ1
Paula Francinete Ramos2
Ernani Pinheiro Chaves3
RESUMO
RAMOS, Paula. F. Tribos Urbanas e Gestão Escolar Uma análise das relações de sociabilidade
juvenil e educação escolar na Região Metropolitana de Belém do Pará, 2012.
Este artigo analisa o universo de “tribos urbanas” nas escolas e as relações dos jovens que aderem
ao estilo “tribal urbano” com gestores escolares e a comunidade escolar a partir da avaliação desses
comportamentos, pretende-se averiguar a relação de sociabilidades e transformações culturais a
partir de uma perspectiva pós-moderna na escola. Tem como principal foco os elementos que
compõe o verdadeiro sentido de busca da “identidade” na juventude hoje. Realiza-se uma análise do
preconceito existente em relação á essas sociabilidades, utilizando como metodologia principal um
estudo de caso baseado em alguns dos principais autores da antropologia, sociologia e educação. Na
perspectiva de fazer relações entre essas três áreas e mostrar a importância desses diálogos dentro
da gestão escolar.
PALAVRAS-CHAVE: Tribos urbanas. Gestão escolar. Identidade. Juventude. Preconceito.
1 . O artigo faz parte da monografia da Aluna Paula Ramos no curso de Especialização em Gestão Escolar pela
Universidade do Estado do Pará\ UEPA, iniciada no ano de 2011 e concluída no ano de 2012 2 Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Antropologia da Universidade Federal do Pará – PPGA/UFPA. E-mail:
[email protected] 3 Prof. Dr. vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Antropologia da Universidade Federa do Pará – PPGA/UFPA.
E-mail: [email protected]
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INTRODUÇÃO
Este artigo tem como tema a relação entre educadores com os alunos ditos como “diferentes
socialmente falando”. Essa expressão é enfatizada principalmente para jovens que fazem parte de
“tribos urbanas”, que também são estigmatizados como diferentes não somente na sociedade, mas
como também na escola. Pretende-se discutir a relação entre esses alunos e os demais e como os
educadores lidam com esse tipo de diferença.
Fazer relações entre escola e diversidade4 étnica cultural está se tornando cada vez mais
interessante para a pesquisa educacional. Um novo momento vem-se configurando no quadro de
produção teórica que discute a relação entre educação e sociedade. Esse momento tem surgido a
partir da ação e do interesse de pesquisadores, profissionais da educação e integrantes de
movimentos sociais, que vêm refletindo sobre várias dimensões do fenômeno educativo (GOMES,
2006). Podemos observar que as tribos urbanas fazem partes desses movimentos sociais, mas que
poucas vezes são discutidas ou percebidas nas perspectivas do ramo da educação.
De alguma forma a diversidade não está somente nas questões de raças, classes sociais,
deficiência física ou mental, ela está em toda parte e em qualquer tipo de comportamento social. A
diversidade está a partir do gosto de cada um, e isso pode ser algo que vá ser benéfico ou maléfico
para o indivíduo, dependendo do seu “gosto”. Quando julgamos o gosto, quase sempre lançamos
mão de valores estéticos inerentes ao nosso universo cultural e social (CALDAS, 1988). Isso
implica dizer que sempre que fazemos uma crítica estética de determinados gostos utilizados, existe
um universo de informações, valores e normas que revelam um universo de informações, valores e
normas que explicam através da ação social, o pensamento e a lógica a qual pertence às sociedades.
A partir desses pensamentos vê-se a importância de questionar o que leva os jovens ou
adolescentes a quererem se diferenciar um do outro, como forma de identificação tribal ou grupal?
Como eles se comportam entre si, em relação a esse tipo de diversidade, quem é mais aceito, quem
sofre mais preconceito? Além da relação com os alunos, como os professores e gestores se
relacionam com os pais dos jovens? Há discussões na escola sobre esse tema? Essas e outras
4 O termo diversidade diz respeito à variedade e convivência de idéias, características ou elementos diferentes entre si, em determinado assunto, situação ou ambiente.
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inquietações problemáticas são de suma importância para se discutir com vista a mostrar de maneira
convincente que este trabalho é de suma importância para fins educacionais e um melhor
relacionamento entre alunos e educado.
“TRIBOS URBANAS” UMA SOCIABILIDA JUVENIL DENTRO DA SOCIEDADE
METROPOLITANA
Analisar as “tribos urbanas” é importante para melhor entendimento das sociabilidades
estudadas nesse artigo. Elas surgiram como construção de identidade juvenil, interferindo em suas
atitudes e redes de sociabilidades. Em virtude disso, há um aproveitamento de determinado meio,
como a mídia, para aproveitar-se desses aparatos, transformando os estilos tribais em redes de
resignações. Fazendo com que os restantes das sociabilidades juvenis aderem aos estilos, sem ao
menos conhecê-las.
É importante para o gestor e docente ter entendimento de definições de tribos urbanas
para ter uma relação mais adequada com os discentes, por isso dar-se ênfase naquilo que poderia ser
“definido” como “tribos urbanas”, o que elas representam para os jovens e quanto essa
representatividade é importante para a licenciatura, no sentido no qual o educador ao ter noções do
comportamento dos seus alunos terá uma maior facilidade de entendimento dos mesmos e isso lhe
proporcionará uma didática não somente melhor, mas como também mais atualizada, além de um
relacionamento mais abrangente entre gestores, alunos e pais.
Nesse sentido, dou um breve conceito do que seriam esses movimentos que atraem
cada vez mais jovens e adolescentes, sendo a partir dos gostos musicais, da maneira de se vestir, da
ideologia política, ou até mesmo religiosa. Numa classificação geral, esses movimentos são
denominados de “Tribos urbanas”.
O surgimento em cadeia e a adesão a essas “tribos” se dão como conseqüência da
globalização e do crescente individualismo nas grandes metrópoles, à vista das transformações que
os mesmos causam na sociedade. Foi percebido ao longo do processo de investigação de alguns
trabalhos, que teve como tema as “tribos urbanas” que a “perda da identidade pessoal” é vista como
uma das justificativas para essa grande “onda” de grupos diversos. Assim, ao observar esses
movimentos de sociabilidade que reúnem em sua maioria, jovens que compartilham gostos,
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vontades, valores, hábitos e ideologias, pode-se perceber o crescente processo de “tribalização” que
a juventude contemporânea vive.
O conceito “tribos urbanas” é uma metáfora e não uma categoria (MAGNANI, 2008),
na cidade de Belém, é notável o aparecimento dessas tribos, no qual sempre ao passar pelas ruas ou
escolas há presença de adolescentes com características que para a sociedade tradicional são
consideradas como “incomum”. Magnani, afirma que há diferença entre metáfora e categoria. Na
qual primeira traz consigo a denotação e todas as conotações distintas do seu uso inicial. Por alguns
desses traços foi escolhida, tornando-se metáfora exatamente nessa transposição: o significado
original é aplicado em um novo campo. A vantagem que oferece é o poder de delimitar um
problema para a qual não tem um enquadramento.
Metáfora é usada então no lugar de algo, com a intenção de substituí-lo, dá-lhe um nome.
Evoca contexto original, em vez de estabelecer distinções claras e precisas no contexto presente, o
problema, contudo, que acarreta e dá a impressão de escrever, de forma total e acabada, o fenômeno
estudado aceitando-se como dado aquilo que se quer exatamente estudar (MAGNANI, 2008). Nesse
sentido, é de suma importância que seja colocada o verdadeiro sentido a que esse termo venha
designar e saber os sistemas de significações de onde foi tirado, principalmente no sentido original
da palavra tribo.
Etnologicamente falando, a palavra tribo é conceituada a partir de uma forma de
organizações de sociedades que constituíram o primeiro e mais significativo objeto de estudo na
área da Antropologia, porém, Magnani, afirma que não deixa de ser sintático um termo usual nos
estudos de sociedades de pequenas escalas para descrever fenômenos que ocorrem em sociedades
contemporâneas altamente urbanizadas e densamente povoadas. Para o autor um dos efeitos dessa
metáfora é projetar luz contraste sobre aquilo que se pretende explicar.
Mafesolli5 (1987) chega a propor que o “tribalismo” ou “neo tribalismo” seja tomando como
um novo paradigma do individualismo na compreensão da sociedade contemporânea. As tribos
urbanas nesses contextos são constituídas de micro grupos que tem por objetivo estabelecer “redes
de amizades” a partir de interesses e afinidades em comum, sendo que essas agregações apresentam
uma conformidade de pensamentos, como ideologias, hábitos e maneira de se vestir.
Visivelmente, é fácil identificar essas tribos, uma vez que os jovens que fazem parte delas
geralmente andam em grupo e com um visual característico próprio, na maioria das vezes, as “tribos
5 Sociólogo francês que estudou sobre tribos urbanas, um dos primeiros no qual eu tive leitura sobre esse termo.
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urbanas” podem ser denominadas de movimento de contracultura, por exemplo, nem toda tribo é
determinada somente por uma ideologia política comum, isso foi constatado nos movimentos
Hippie e Punk, sendo ambos anarquistas, porém com atitudes diferentes.
Dentre vários exemplos de tribos urbanas podemos citar: Patricinhas, emocores, punk,
headbangers, otakus, j-rocks, góticos, indies e muitos outros. Entre tantas redes de interação, na
qual essas pessoas se comunicam como praças, Shopping Center e internet, a escola também está
incluída como uma das principais redes de interação entre esses jovens, inclusive, é a partir de
determinados ethos, que surge a chamada “panelinha” no meio escolar e também o surgimento do
Bulling.
SOBRE JUVENTUDE E IDENTIDADE
Para compreender a realidade das situações exercidas entre alunos, professores e gestores é
essencial refletir sobre os seus conceitos e definições dos termos adolescência e juventude, para
seguirmos adiante nesse estudo. O termo adolescência surgiu no início do século XX, tornou-se
mais evidente a partir da segunda guerra mundial. Para Calligaris (2000), esse é um termo mítico,
no momento que foi compreendido como um dado natural, ordenando normas de funcionamento e
regras de expressões, então, juntamente com a infância, a adolescência é hoje compreendida como
uma categoria construída historicamente, considerada como um dos paradigmas da pós-
modernidade.
Biologicamente falando, a adolescência é um período de transformação e mudanças físicas
ocorridas em cada um de nós, o que seria uma transição entre a infância e a idade adulta, sendo
definida com um período cronológico em nossas vidas. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística (IBGE) e as Nações Unidas entendem-se jovens os indivíduos entre 15 e24 anos.
Porém, o critério de idade não é o suficiente para definir uma categoria que assumem contornos tão
diferentes, não podemos percebê-la como um grupo social homogêneo, pois se agrupam sujeitos
que só tem em comum a idade.
Segundo Pais (1993), a juventude também é uma categoria socialmente construída, sendo
sujeita a modificar-se ao longo do tempo. A segmentarização do curso de vida em sucessivas fases é
um produto complexo de construção social. Diariamente, os indivíduos tomam consciência de
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determinadas características e, se elas afetam um universo considerável desses indivíduos
pertencentes a uma geração, são culturalmente incorporadas.
A idade como critério para agrupar pessoas, traz implícito o caráter de transitoriedade. Nesse
caso, a juventude continuaria representando uma transição. E ser jovem seria estar em uma
condição provisória. Esse modo de ver a juventude como mera transição decorre de uma
compreensão da vida adulta como estável em oposição à estabilidade juvenil.
Desse modo, nas tribos o que conta é o fato do “estar junto”, que promove o “sentir junto”,
ou seja, é o que é buscado no engajamento á estes grupos, uma experiência estética, segundo uma
definição particular de Mafesolli. Nesse sentido, pode-se constatar que essa “nebulosa” se dá a
partir da visão de quem adere á tribo através do outro e que esse tipo de relacionamento só acontece
a partir do que foi mencionado, uma vez que ao observar determinadas sociabilidades constata-se,
que mesmo existindo um espaço, onde todos se encontravam, ainda assim, tinha uma diferença de
classe, contradizendo um pouco a perspectiva de Mafesolli (1987). Nesse sentido a escola se faz
muito presente, porque as maiorias dos jovens estudam juntas e os que não estudam nas mesmas
escolas se relacionam via internet.
A relação entre as tribos e a sociedade de consumo é bastante complexa. Quando falamos
em movimento punk, onde ao mesmo tempo eles veicularam uma mensagem contestatória ao
próprio consumo, diferenciando-se de outras tribos, como por exemplo, da new wave6. Eles
repudiavam o valor dado por outros, á roupas de etiquetas caras existente no mercado da moda.
Porém, isso não foi o suficiente para fazer com que o mercado se “aproveitasse” do auge do
movimento para com os adolescentes, para fazer do punk, mais um artifício de consumo, criando
assim a moda punk, o que veio a acontecer com outros estilos surgidos. Sendo assim, as tribos
urbanas fazem parte das chamadas Sociedades Complexas, devido ao “estranhamento que causa á
“sociedade comum”.
Isto fica particularmente nítido quando fazemos pesquisas em grandes cidades e metrópoles
onde a heterogeneidade da divisão do trabalho, a complexidade institucional e a coexistência de
numerosas tradições culturais expressam-se em visões de mundo diferenciadas e até contraditórias
(OLIVEN, 1992). Parecem tornar-se cada vez mais visíveis as diferenças culturais. Igualmente,
6 Gênero musical surgido em meados da década de 1970, junto com o punk rock.
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mais do que nunca, têm sido freqüentes e fortes tanto os embates sobre a diferença e entre os
diferentes, quanto à opressão de alguns sobre os outros, seja na busca da exploração econômica e
material, seja nas práticas de dominação e imposição de valores, significados e sistemas simbólicos
de um grupo sobre os demais (VEIGA NETO, 1993).
É na perspectiva dessas simbologias que Baudrillard (1970) se refire quando afirmou que
na cultura do consumo os bens materiais não são apenas utilidades, mas tem um valor simbólico,
um valor de signo ou símbolos. Goffman (1980) salienta a diferença entre o indivíduo desacreditado
e o indivíduo desacreditável, isto é, entre aquele que apresenta uma discrepância visível entre a sua
identidade social real e a sua identidade virtual e entre aquele cujo estigma ou defeito não
imediatamente visível ou conhecido pelos outros. São considerados “defeitos”, não somente
anomalias físicas, como deficiência visual, mental, mas, também tudo o que possa ser “diferente”
ou “incomum” ao que os indivíduos estejam acostumados, inclusive as questões raciais e de
orientação sexual, podem receber determinado estigma pela sociedade. Em tribos urbanas isso é
muito comum, entre as próprias facções tribais e também as demais sociabilidades.
Podemos afirmar então, que na “cultura de imagem”, onde se buscam uma completude
ilusória através de objetos de consumo, as tribos têm uma função de demarcação e sustentação de
identificação, mesmo sendo provisória. Porém, os critérios de pertencimentos á uma determinada
tribo, assim como da própria constituição de cada uma, são tão frágeis e descartáveis quanto os
objetos de consumo. Segundo Candau (2008) todas as culturas tendem a distribuir as pessoas e os
grupos sociais entre dois princípios competitivos de pertença hierárquica: princípio da igualdade e
princípio da diferença. Esta última premissa situa-nos no âmago da questão da ressignificação dos
direitos humanos hoje.
Desta forma, a categoria da identidade7, que remete a uma idéia de unidade e estabilidade, é
colocada em cheque, dando lugar ao próprio processo de identificação como um instrumento
privilegiado de análise. Por isso Mafesolli (1987) propõe a substituição da lógica da identidade pela
lógica da identificação, a qual implica necessariamente uma relação e não uma noção de um
indivíduo estável e contínuo. No seu argumento, a identificação diz respeito á “pessoas” (personas),
7 Stuart Hall (1992) coloca que as velhas identidades, estão em declínio, fazendo surgir novas identidades e fragmentando o indivíduo moderno, essa “crise de identidade” é um processo amplo de mudanças, que está deslocando as estruturas e processos centrais da sociedade moderna. Acredito que essa idéia de Hall sirva também para designar a chamada “crise de identidade” no qual esses conceitos, como infância, adolescência e juventude estão passando
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ás máscaras variáveis e, em última instância á imagem de si, sempre em relação ao outro, como foi
citado anteriormente. Se as tribos são descritas como grupos sem líderes (CAIAFA, 1985),
“informais e afetivos” (MAFESOLLI, 1987), supomos que a concepção de ilusão grupal é muito
pertinente á esse tema. Nesse caso, penso que talvez, ao compartilhar emoções e fantasias, abolindo
conflitos e diferenças, os membros das tribos urbanas contemporâneas, podem encontrar uma
maneira de lidar com o desespero humano, que cada vez mais se acentua com a complexidade de
nossa sociedade.
Melucci (1999) discute que, nas sociedades complexas, na qual a informação assume a
centralidade, as experiências constitutivas do sujeito são cada vez mais permeadas pela tensão entre
limite e possibilidade, entre o pleno e o vazio. O “eu” não tem mais uma base sólida de
identificação estável, e as seguranças de que necessitamos devem ser construídas por nós mesmos.
Berger (1999) fala de socialização como um processo de interiorização. Para ele o mundo é
internalizado pela criança, mas este processo também ocorre com o adulto cada vez que é iniciado
em um novo contexto social. Nesses dois processos, ele define como socialização primária, no
primeiro caso e socialização secundária, posteriormente
Esses jovens encontram-se em grupos, mas há um vínculo desses grupos com o espaço
social em que estão inseridos. Nessa interação, constroem suas experiências cotidianas, que giram
em torno de expressões culturais, em um processo educativo vital para a juventude. Como parte da
socialização dos jovens vem ocorrendo em espaços e tempos variados, com múltiplas referências
culturais, é possível pensar os grupos de sociabilidade como articuladores de redes de significados e
vivências que, num jogo de relações e interações (re) constroem as identidades juvenis.
Para muitos, esse contexto se traduz em apatia, desinteresse e individualismo, como já foi
mencionado. Porém, precisamos elaborar outra construção discursiva sobre os jovens, pois a
situação juvenil na contemporaneidade constitui-se um fenômeno em curso; é um segmento grande,
definido pela afinidade de inserção no mercado de trabalho, escola, construção de projetos de vida e
prolongamento do vínculo familiar, que finalmente fazem do presente a dimensão privilegiada da
existência.
Quando Featherstone (1990) fala que a cultura de consumo contemporânea conota
individualidade, auto-expressão e uma consciência de si estilizada, cheguei à conclusão que essa
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afirmação tem um valor de suma importância para a cultura punk, em que a priori era vista como
algo totalmente alternativo foi se transformando em algo corriqueiro para muitos jovens, os
chamados “punks de boutique” que aderiram os vestuários dos mesmos, porém sem aderir de fato á
sua cultura, na qual, não se remete apenas á maneira de se vestir, em que antropologicamente é
chamado de redes, como já foi mencionado anteriormente.
NA ESCOLA, A DIVERSIDADE.
A relação entre professores, gestores e alunos na sala de aula é um tema muito em voga para
a educação, uma vez que se tem discutido muito sobre esse tipo de relação, que tem sido alvo de
debates que tendem a cair numa visão apocalíptica sobre o fracasso da instituição escolar, com
gestores, professores, alunos e suas famílias culpando-se mutuamente. Para a escola e seus
profissionais, o problema situa-se na juventude, no seu pretenso individualismo de caráter hedonista
e irresponsável, dentre outros adjetivos, que estaria gerando um desinteresse pela educação escolar.
Sposito (2006) afirma que o tema juventude praticamente desapareceu do interesse das
Ciências Humanas desde os trabalhos pioneiros de Marialice Foracchi, divulgados no final dos anos
de 1960. Sposito (2006) avalia que os jovens tornaram-se invisíveis para o meio acadêmico depois
dos chamados “Anos Rebeldes” não só como atores sociais, mas também como tema competente de
acender o interesse de reflexão teórica. Porém nos anos de 1980, os jovens aparecem introduzidos
na mídia, ascendendo novamente a chama de serem estudados nas Ciências Sociais no Brasil,
depois de um longo período sem nenhuma investigação acadêmica sobre o tema juventude.
Este silêncio, ainda foi mais evidente na área educacional, com algumas exceções
(SPOSITO, 2006). Na área da educação, Sposito (2006) fala de duas orientações que tiveram suma
importância para essa temática nos anos de 1970, que foram a ênfase nos processos sociais de
natureza estrutural, que esclarecem a exclusão observada no sistema educativo, que de certa forma,
estão inseridos no fracasso escolar. Onde a autora enfatiza que é em decorrência a categoria de
classe social e reprodução de desigualdades sociais, esses fatores podem influenciar na evasão.
Para os jovens, a escola se mostra distante dos seus interesses, reduzida a um cotidiano
enfadonho, com professores que pouco acrescentam à sua formação, tornando-se cada vez mais
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uma "obrigação" necessária, tendo em vista a necessidade dos diplomas. Parece que assistimos a
uma crise da escola na sua relação com a juventude, com professores e jovens se perguntando a que
ela se propõe (DAYRELL, 2007).
O outro ponto salientado por Sposito (2006) é a descoberta do espaço escolar, enquanto
modalidades de múltiplas relações, apropriações e redefinições das orientações estatais e das
determinações estruturais (EZPELETA e ROCKWELL, 1985), nesse sentido é importante ressaltar
a importância da interdisciplinaridade com a Antropologia, pois a análise não é o suficiente para
contemplar estudos sobre o tema, apesar de ser muito importante, mas um estudo etnográfico
completa a análise. Pois é muito importante também buscar o ponto de vista dos sujeitos estudados.
Mas, qual é a relevância dos estudos de “tribos urbanas” para a Educação, ou então, para a
Gestão Escolar? O que o Gestor tem haver com esses conceitos? Muita coisa! Considero que esses
conceitos sejam de suma importância para um melhor entendimento entre discente e a demais
comunidade estudantil, incluindo o gestor escolar. É a partir desses conceitos que o gestor pode
relativizar e quem sabe deixar de estigmatizar os alunos fazendo assim um melhor ambiente para a
Escola, a qual ele coordena. Sem falar que ao falar de “tribos urbanas” se incluem ainda temas
relacionados á gênero, a etnias e também de gerações.
Nesse sentido a educação se encaixa como responsável pela visão de homem no seu
contexto histórico, no seu meio social e na sua cultura, na qual podemos afirmar, através de alguns
autores que cultura sem educação não é cultura. Levando em consideração que cultura vai além de
costumes tradicionais e raciais e mesmo entre aqueles que possuem culturas semelhantes, como o
idioma, a fato de ter nascido no mesmo país ou cidade, não implica dizer que ele seja homogêneo
em relação ao outro, o que seria um sistema de referências, oriundo de um aparelho de referências
complexas.
Gomes (2006) coloca que estamos passando por um novo momento, o qual vem se
configurando no quadro da produção teórica que discute a relação entre a escola e a sociedade, esse
momento vem ganhando força a partir do interesse de pesquisadores profissionais da educação e
também de integrantes de movimentos sociais, estes tem uma importância bastante significativa
nessa noção de diversidade cultural na formação escolar, fazendo com que a comunidade escolar
obtenha um novo olhar sobre questões referentes aos processos sócio-culturais como a construção
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de referências de identidade (GOMES, 2006). Isso é constatado a partir das vivências culturais
constroem, seja no interior das classes, seja a partir de algo com quem se identifique, firmando
assim, suas identidades, socialmente construídas por sua sociedade ou por meio de “outros8”
Para Lévi-Strauss (1983), nós colocamos literalmente, com este sistema de referenciais e os
conjuntos culturais que se constituíram fora dele, não nos são perceptíveis se não através das
deformações que eles lhes imprimem. Talvez nós tornemos incapazes de vê-los. A partir dessa
afirmação de Lévi-Strauss, podemos entender que essa falta de percepção de enxergar o outro está
presente em todos os momentos de nossa vivência, inclusive dentro do âmbito escolar.
Porém, podemos afirmar que de forma gradual dentro da Educação está se formando um
movimento que a inclusão de novas temáticas, nas quais dentre elas se incluem o diálogo entre
Educação e Cultura, Educação e diversidades, sendo elas étnico-racial, de gênero ou de religião.
Visando compreender melhor as teias de relacionamento existentes nas escolas. Mas, infelizmente,
não são todas as comunidades educacionais que se interessam por essas temáticas.
Krenak (2006) Acha importante refletir sobre essas questões porque, segundo este auto, por
mais que a nossa geração se esforce para encontrar pontos comuns e aspectos positivos na
cooperação dos que têm conhecimento de que a cultura faz parte das funções sociais da escola, pois
isso faz com que a escola forme uma opinião mais tolerante , que vai além dos limites do que foi
construído socialmente na vida de todos.
O que acontece é que algumas docências não procuram entender que entre os alunos existem
várias diversidades, e o gestor, por sua vez também não se interessa em tomar conhecimento de tais
diversidades, fala-se em diversidades de gêneros, fala-se em diversidades raciais, mas não se fala
em diversidades de gostos, em diversidades estéticas que como foi assentado por Lévi-Strauss
(1983) anteriormente está ultrapassam essas questões, pois são formadas por comunidades
minoritárias, que muitas vezes têm o espaço da escola como principal fonte da sua “nebulosa
afetuosa”.
Poucos percebem que essa “diferença Estética” está inserida nas demais diversidades, isso é
muito evidente, pois é a partir da estética que alguns alunos são “definidos” como, por exemplo,
8 No caso, esses “outros” seriam as identidades adquiridas a partir de “persona”, ou seja, a construções sociais de
novas identidades, a parte daquela que lhe foi estabelecida.
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aquele que usa boné, a menina que vai de cabelo azul, o que pinta os olhos, o menino de cabelos
longos, a menina que usa uma calça de determinada marca e que a partir dessa marca, vão
identificá-la como uma freqüentadora de festa de aparelhagem ou não, enfim pouco se percebe que
muitas vezes os estigmas que os alunos sofrem, muitas vezes pelos próprios docentes, gestores e
demais funcionários da escola se dão pelo visual estético, e isso faz parte das suas culturas, sejam
elas, estabelecidas ou não.
Por isso enfatizo nesse trabalho que é importante para o gestor e demais comunidade escolar
entender esses conceitos, porque isso é relevante para um melhoramento da educação. Essas
questões estão inclusas inclusive na adoção de um modelo de gestão participativa, que visa
comprometimento com a Instituição, na qual a figura do diretor represente uma liderança efetiva é
a base para as mudanças que ora se impõem. É dever do diretor não apenas cuidar das questões
burocráticas da escola, mas procurar ter uma proximidade maior com todo um diálogo com alunos,
responsável e os demais que fazem parte da comunidade escolar.
Vigora ainda, em algumas escolas, uma visão fragmentada da administração escolar que
deve ser definitivamente banida: o diretor como representação da autoridade, como o único
responsável pela escola, dono do poder e das decisões; os técnicos cuidando da parte administrativa
e burocrática; e os professores preocupados unicamente com o pedagógico. Tudo isso influência
sim, nas questões culturais que foram implementadas nesse trabalho. Isso faz parte das funções
sociais, e muitos se esquecem disso.
Uma direção comprometida com o verdadeiro papel da escola deve percebê-la em sua
totalidade e promover a integração do administrativo com o pedagógico, estabelecendo e
difundindo a consciência da globalidade do processo educativo, e isso vale tanto para a Escola
Pública, quanto para a escola particular. É compromisso de muitos (direção, professores técnicos,
alunos, responsáveis) fazer com que a escola cumpra plenamente o seu papel na formação do
educando, sabemos, entretanto que a estrutura administrativa da Escola exige a figura de um
profissional que a represente legitimamente: o diretor – responsável último pelo que a escola realiza
e produz.
É evidente e entendível que tal estrutura não impede que trilhemos o caminho para a
construção de uma gestão participativa, objetivando uma escola democrática e de qualidade. Para
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esse fim, deve-se, incondicionalmente, deixar de lado práticas individualistas e centralizadoras,
procurando alternativas pensadas a partir do coletivo, o que nos leva a buscar um novo enfoque de
gestão: a gestão participativa. E principalmente fazer um trabalho de interdisciplinaridade, pois
nenhuma área possui a verdade plena,
Nesta nova prática administrativa sugerida, a figura do diretor é a de um facilitador do
trabalho em equipe, coordenando, valorizando iniciativas e compartilhando responsabilidades. O
diretor administra conflitos, reconhece suas próprias limitações e valoriza a contribuição de todo de
todos, respeitando as decisões do grupo. Inclusive do próprio aluno, por isso é importante saber,
quem são os alunos que estão na escola que ele administra, quais são os seus gostos, em vez de
estigmatizá-los porque estão fugindo dos padrões da normatividade estabelecida pela direção da
escola e pela sociedade como um todo, pois, mais uma vez defendo a posição de Lévi-Strauss que
uma civilização que se empenha em desenvolver os seus valores próprios parece não possuir
nenhuma, para um observador formado pela sua a reconhecer valores completamente diferentes.
Essa afirmação pode ser inserida em um contexto de micro sociedades, uma vez que essas
micros fazem parte de uma macro que na maioria das vezes impõem os seus padrões normativos de
formas generalizadas, inclusive dentro da sociabilidade escolar, e essas imposições podem ser
prejudicais para a educação, porque o isso coloca um grande “muro imaginário” entre o aluno visto
como diferente socialmente, a partir de uma estética, de uma raça, de uma deficiência física ou de
uma orientação sexual. É importante para o gestor procurar entender e relativizar tais diversidades.
Gringnon (2008). Aponta que a ação específica da escola contribui diretamente para o
reforço das características uniformes e uniformizantes da cultura, sobretudo da chamada “cultura
dominante”, podendo haver um enfraquecimento correlativo dos princípios das culturas populares e
também das culturas adquiridas a partir das chamadas “novas identidades”, que seriam aquelas que
foram absorvida por determinadas pessoas não pelas construções sociais que lhes foram atribuídas,
mas pelas culturas “escolhidas” por vontade própria, alegada a partir de persona.
Para que haja uma melhor compreensão da comunidade escolar em relação á diversidade
alheia, é necessário que o gestor, ao aderir o relativismo como parte de sua concepção de gestão
admita e reconheça o multiculturalismo, ou seja, a existência da diversidade cultural entre os seus e
deixar de lado o desvio populista que tanto ameaçam uma pedagogia relativista.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este trabalho procurou analisar a importância da gestão escolar em ter conhecimento das
noções de diversidades culturais na escola, tendo como recorte as “Tribos Urbanas” ou
sociabilidades juvenis. Analisar que essas noções são importantes, porque as mesmas se encontram
nas escolas e fazem parte das identidades adquiridas pelos discentes.
É importante saber que dentro das sociedades existem micros sociedades e que estas, muitas
vezes fazem parte de preconceitos adquiridos não somente por alunos, mas também por toda a
comunidade escolar. As “tribos urbanas” estão presentes a partir da estética, dos gostos musicais,
de ideologias políticas, religiosas e elas são formadas principalmente na adolescência e se estendem
por algum tempo ou até mesmo por toda a vida.
A comunidade escolar em sua maioria estigmatiza esses alunos, por não ter um
conhecimento adequado sobre as diversidades que envolvem os mesmos. Nesse sentido é
importante haver uma interdisciplinaridade com a Antropologia e a Educação, pois para se ter um
conhecimento maior sobre diversidades culturais, é de suma importância obter algumas informações
obtidas na Antropologia.
Essas “micros sociedades” fazem parte das sociedades complexas, porque não se enquadro
em um parâmetro normativo e está cada vez mais visíveis entre os jovens, e sabemos que a principal
função da escola é preparar o aluno para serem cidadãos críticos ativos, membros solidários e
democráticos de uma sociedade solidária e democrática (SANTOMÉ,2008).
Mas, para isso a comunidade escolar tem que compreender as diferenças do mesmo e cabe
primeiramente ao gestor começar a fiscalizar esse entendimento. A partir de esclarecimentos não
somente para ele como também para todos. Mas, como? A partir de palestras, de estudos
interdisciplinares, de melhores qualificações tanto dele como dos demais que compõem as escolas,
da participação dos pais, de entender que o que foi construído socialmente pela “macro sociedade”
nem sempre é o que alguns querem ser e principalmente não ver isso como uma forma negativa.
Precisa-se entender o que a juventude e a adolescência representam para a sociedade e o que
a educação representa para eles. É na escola que se formam as primeiras identidades que podem se
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prolongar pela vida toda, e que podem trazer conseqüências positivas ou não, dependendo do nível
de aceitamento do outro.
O gestor precisa entender o quão é importante para os discentes suas afirmações identitárias,
e que o não aceitamente de algumas podem causar a violência dentro da escola, seja ela simbólica
ou não, mas essa aceitação tem que partir primeiramente do gestor, para que este possa sentar com
os demais que fazem parte da comunidade e fazer com que os mesmos entendam que isso faz parte
do processo de desenvolvimento do ser humano.
A grande parte dos jovens gosta de se espelhar no “outro” para construir as suas “novas
identidades”, principalmente naqueles que eles consideram ídolos ou até mesmo da cultura de
outros países, a qual eles se identificam. Santomé (2008) afirma que os programas escolares
rejeitam ou não concedem reconhecimento á cultura popular e, mais concretamente, ás formas
culturais da infância e da juventude como cinema, rock and Roll, rap, quadrinhos, etc.
Isso é uma perda de oportunidade muito grande e produtiva de aproveitar os conteúdos
culturais do alunado para fazer parte do cotidiano em sala de aula e também em eventos na escola.
Para Santomé (2008) uma escola que não consegue conectar as culturas adquiridas, está deixando
de cumprir um objetivo adotado por todo mundo, isto, é, o de vincular as instituições escolares com
o contexto de compreender suas realidades e comprometer-se em suas transformações.
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