impacto das tecnologias digitais na construção de novos modelos de negócio e em novas...
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Fundação Getúlio Vargas
MBA em Marketing Digital BH 03
Gestão de Tecnologias Digitais
Impacto das Tecnologias
Digitais na construção de
novos modelos de negócio e
em novas estratégias de
marketing: Mercado editorial
Professor: Fábio Flatschart
Alunas: Aline Camargos
Lilian de Souza
Abril de 2015
Análise do cenário pré-digital
• Para a seleção das publicações, as editoras baseavam-se
nas indicações de publishers e/ou agentes literários,
principalmente se o autor ainda não era conhecido.
• No Brasil, as traduções predominavam nos catálogos das
editoras, uma vez que era um negócio mais confiável investir
em obras que já eram sucesso de vendas em outros países,
como nos mercados dos EUA e da Europa.
• A tiragem média de obras novas, sobretudo se fossem de
autores ainda não consagrados, era bem pequena,
principalmente se comparada às dos EUA e da Europa.
• As iniciativas de self-publishing eram isoladas devido aos
custos de impressão, e poucos autores se arriscavam a
produzir seus livros por demanda.
• As livrarias são o principal canal de distribuição de obras. Destaque para as megastores, que continuam em expansão no Brasil.
• A segmentação do mercado editorial varia bastante entre os países e, no Brasil, os principais segmentos são livros didáticos; científicos, técnicos e profissionais; religiosos; e obras gerais.
• Nos EUA e na Europa, o agente literário, profissional que media a relação de escritores com editoras e os orienta em questões jurídicas e administrativas, é fundamental no mercado editorial. Contudo, no mercado brasileiro, esse profissional é quase inexistente.
Análise do cenário pré-digital
O novo paradigma tecnológico –Disruptura
• A ruptura acontece quando há uma mudança radical ou
evolução nos processos.
• A tecnologia disruptiva domina um mercado existente,
preenchendo e regendo um espaço que a tecnologia antiga
não foi capaz de suprir, ou ocupando lentamente um lugar no
mercado, começando com um produto mais barato, com
desempenho inferior e, através de aperfeiçoamentos,
finalmente se apossando do espaço dos líderes do ramo.
• Analógico X Digital: No mercado
editorial a disruptura ocorreu
quando a tecnologia deslocada da
editoração tradicional perdeu
espaço para a inovação da
editoração eletrônica.
O novo paradigma tecnológico –Disruptura
• Editoração tradicional x editoração eletrônica: no início dos anos
80, a diagramação do texto fazia parte do processo gráfico. Os
primeiros sistemas de editoração eletrônica não conseguiam atingir
em qualidade e funcionalidade os sistemas profissionais de alta
qualidade (hing-end). A partir daí, passou a ocorrer o uso da
tecnologia evolucionária para a mudança nos processos de pré-
impressão.
• Década de 1970: Projeto Gutenberg – Conceito de universalização e
compartilhamento de conteúdo.
• Livro impresso X E-book: a mudança revolucionária que
muitos ainda têm dúvidas quanto à sua amplitude, seus
efeitos e suas consequências na indústria de comunicação
(editoras, gráficas, distribuidoras, livrarias). Sua
importância pode ser avaliada pelo número de artigos,
estudos e publicações que estão sendo dedicados a esse
tema e pela atenção da sociedade em acompanhar o
desenvolvimento da tecnologia.
O novo paradigma tecnológico –Disruptura
Core business
• Negócio do mercado editorial: é o conteúdo e não o livro.
• Conteúdo cada vez mais segmentado, com a existência
maior de gêneros e subgêneros; aumenta a segmentação e
especialização das editoras e, consequente, dos profissionais
e agentes envolvidos no mercado editorial.
• Cauda longa: a força dos
nichos de mercado
• Necessidade do mercado
editorial estar atento às
subculturas ligadas aos seus
nichos de mercado, até
mesmo interagindo com elas.
A Era da Busca –
Inversão do vetor de marketing
• Todas essas transformações são responsáveis por um
processo de inversão do vetor de marketing.
• Se no marketing tradicional todas as ações partiam das
empresas em direção ao consumidor, na era da busca, no
cenário digital, os papéis se invertem e o consumidor passa a
exercer um papel de maior protagonismo.
• A era da busca consolida um mercado em que os
consumidores são produtores de conteúdo e consumidores
de informações. São chamados de “prosumidores”.
A Era da Busca –
Inversão do vetor de marketing • Os “prosumidores” se organizam
nas redes sociais, formam grupos
de tradução e revisão de obras,
fazem suas próprias versões,
contatam as editoras, criam suas
demandas para o mercado.
Transformam-se ainda em
publishers e agentes literários, ao
ajudar na escolha do que deve ser
pulicado, como no caso de bloggers
que leem livros e os divulgam para
seus leitores, a partir de parcerias
com as editoras, até redigindo
publieditoriais, assim como
apontam, em plataformas de
fanfictions e de self-publishing,
potenciais textos e escritores para
serem publicados.
• É o consumidor quem busca a marca, ele escolhe quando,
onde e como. Fazendo com que as estratégias tradicionais
não sejam mais suficientes para o mercado atual.
• A busca permeia todas as tecnologias – redes de pessoas,
redes de dados e redes de informações: sociais, GPS,
documentos e assim por diante.
• Devido a facilidade de publicar e compartilhar conteúdo,
teoricamente, qualquer pessoa pode publicar na Web. Ao
mesmo tempo em que isso é bom, pois traz liberdade às
pessoas, por outro lado, surge o problema da multiplicação
de conteúdos em velocidade vertiginosa.
A Era da Busca –
Inversão do vetor de marketing
Impacto da mobilidade
• Celular: inclusão digital em países subdesenvolvidos. Pesquisa
da Unesco apontou que aplicativos de celulares estimulam e
aumentam a leitura em países da África.
• Embora as pessoas ainda estejam se habituando ao suporte,
com tela menor, os smartphones são convenientes, pois estão
quase sempre à mão e possibilitam a leitura de um e-book a
qualquer hora.
• A facilidade de compras pelas tecnologias mobile atraem cada
vez mais consumidores e impactam diretamente nos processos
de vendas do mercado editorial.
• De acordo com o CEO da Publishing Technology, pesquisa
encomendada apontou que o número de pessoas que estão
usando seus telefones para a leitura de livros cresce
rapidamente.
• Uso de celulares aumentou a
participação/interação em
redes sociais e, assim, a
divulgação e o acesso a redes
e comunidades de leitura
como o Goodreads e o Skoob.
Impacto da mobilidade
• Houve aumento também da formação
e da comunicação de grupos de
leituras no Facebook e no Whatsapp,
bem como indicações e debates de
obras nessas redes, como podemos
constatar nas recorrentes hashtags#nowreading no Twitter e Instagram.
A gestão como diferencial competitivo
• A gestão das organizações deve ser feita de maneira a garantir a
qualidade da informação em todas as plataformas, independente se
digitais ou impressas.
• Outra mudança
importante na gestão das
organizações é a
necessidade de, cada vez
mais, conhecer o
consumidor. Com o meio
digital, a importância das
assinaturas no mix de
faturamento cresce, e a
empresa passa a ter a
obrigação de entregar
exatamente o que o
consumidor espera: com
a gestão do conteúdo.
Turnê de editora passa por várias cidades do Brasil: conhecer e interagir com o consumidor
• No Brasil, ainda há pouco consumo de e-readers e/ou tablets,
sendo que a utilização desses suportes ainda está concentrada em
nichos, por exemplo, comunidade acadêmica e áreas técnicas como
o Direito etc. Contudo, o e-book também é consumido em desktops,
notebooks e celulares.
• No ambiente acadêmico, a popularização dos tablets iniciou-se com
a distribuição deles como “brindes” em faculdades particulares.
Ideia que pode ser trabalhada pelo mercado editorial, com vistas a
popularizar os e-readers.
• Desenvolvimento de ferramentas multimídias que enriqueçam cada
vez mais a experiência da leitura, tornando-a atrativa: hipertexto.
• Se o e-book traz hiperlinks e recursos multimídia, as editoras devem ter um fluxo de trabalho dinâmico, com equipes multidisciplinares.
Estratégias, ferramentas, plataformas de reposicionamento e a consolidação nos novos modelos de negócio
Estratégias, ferramentas, plataformas de reposicionamento e a consolidação nos novos modelos de negócio
• Posse X acesso, tendência do mercado fonográfico e
cinematográfico para o mercado editorial: Kindle Unlimited.
• O mercado editorial precisa ter muita atenção às ferramentas de
gerenciamento dos dados: big data, bem como às ferramentas de
indexação (semântica e taxionomia).
• A autopublicação também é um fenômeno que cresce a cada ano,
e os editores têm, nas plataformas de self-publishing, um ambiente
fértil para descobrir novos autores e nichos de negócios.
• Em relação aos formatos, há tendência de concentração em
formatos específicos, que pertencem a plataformas desenvolvidas por empresas: Kindle-Amazon, Kobo-Kobo Inc. e iBooks-Apple.
• Uma vez que a evolução que o e-book representa não é apenas
a tecnologia da mudança do formato, mas toda a democratização
das informações e do acesso a elas decorrentes dos processos
de alteração do formato, o mercado editorial deveria privilegiar a
utilização de formatos abertos de publicação: HTML, ePUB, PDF.
Os novos modelos também devem considerar processos e
plataformas abertos, metodologias e ferramentas livres, de
código aberto.
• Com a adoção desses formatos e modelos, o e-pub se
populariza ainda mais e o mercado terá condições de oferecer
cada vez mais conteúdo, em qualquer dispositivo, para um
público ainda maior. Assim, os consumidores vão descobrindo
novos nichos, a base de leitores vai se ampliando e pode, até
mesmo, surgir a demanda da edição de um livro, que,
inicialmente, só foi lançado como e-book.
Estratégias, ferramentas, plataformas de reposicionamento e a consolidação nos novos modelos de negócio
• Recálculo de custos e reestabelecimento e prática de preços de
livros e de e-books, considerando o novo mercado editorial e a
“concorrência” da pirataria que foi facilitada com o novo formato.
Estratégias, ferramentas, plataformas de reposicionamento e a consolidação nos novos modelos de negócio
• O mercado editorial também
necessita discutir os direitos autorais
digitais e sua gestão, uma vez que o
e-book pode interagir com outras
mídias na web (hiperlinks). Será
necessário então buscar alternativas
estratégicas para driblar a pirataria,
estimulando o consumo de e-books.
Há boas ideias nesse sentido, como
as parcerias com bloggers e grupos
de leitores e de subculturas de
gêneros nas redes sociais. Sorteios em blogs de livros oferecidos por editoras já são uma estratégia bastante utilizada
• Dessa forma, a popularização e o sucesso dos lançamentos
será proporcional às estratégias de interação, às ferramentas, às
mídias e outros recursos oferecidos pela web, que constituem
valorosas estratégias de marketing para o negócio. Nesse
sentido, o mercado editorial deve ficar de olho nas redes sociais
e nos blogs, sendo parceira de seu público.
• Vale ainda observar e/ou interagir com plataformas de projetos
de democratização da leitura, como o Guttenberg, o Scielo etc. e
de leitura, produção colaborativa e compartilhamento, como o
Widbook .
• A partir dessa postura, o mercado editorial poderá aproveitar
plenamente o potencial e a verdadeira revolução provocada pelo
e-book para o seu negócio, que é a redução de custos para o
acesso à informação e ao conhecimento.
Estratégias, ferramentas, plataformas de reposicionamento e a consolidação nos novos modelos de negócio
• DERSCHUM, Carina Vianna. Blogs sobre literatura: a geração digital no mercado editorial. Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2014. Disponível em: <http://pt.slideshare.net/CarinaDerschum/monografia-36817120>.
• FLATSCHART, Fábio. Livro digital, etc. Rio de Janeiro: Brasport, 2014
• MELLO, Gustavo. Desafios para o setor editorial brasileiro de livros na era digital . Disponível em: <http://www.bndes.gov.br/SiteBNDES/export/sites/default/bndes_pt/Galerias/Arquivos/conhecimento/bnset/set3612.pdf>.
• PROCÓPIO, Ednei. O livro na era digital: o mercado editorial e as mídias digitais. São Paulo: Giz Editorial, 2010.
• http://www.mundodomarketing.com.br/reportagens/pesquisa/33261/10-tendencias-globais-de-consumo-que-estao-impactando-marcas-em-2015.html
Referências
• http://pt.wikipedia.org/wiki/Tecnologia_disruptiva
• http://www.sergiovilasboas.com.br/cursos/rupturas-e-inovacoes/
• http://litterisconsulting.com.br/disruptura-digital-importancia-pensamento-estrategico-com-o-setor-de-t/
• https://ebookpress.wordpress.com/2015/01/16/um-novo-mercado-editorial-esta-nascendo/
• http://www.rh.com.br/Portal/Comunicacao/Entrevista/2748/comunicacao-um-diferencial-competitivo.html
Referências