implantacao einício de funcionamento 1976 · faz uma crítica a david warsh e sua teoria da...
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o DECRETO DE N~ 831-N, DO GOVERNADOR ÉLCIO ÁLVARESCONCRETIZOU SEUS OBJETIVOS:
A Fundação Jones dos Santos Neves já se encontra credenciadajunto ao Conselho Federal de Mão-de-Obra, sob nO 0201, o que permite adedução, em dobro, do lucro tributável de todas as despesas realizadas comos cursos, seminários, simpósios e demais atividades de formação profissionalrealizadas em convênios com a FJSN.
IMPLANTACAO EINíCIO DE FUNCIONAMENTO31 de agosto de1976
FUNDACAO JONES DOS SANTOS NEVESórgão do sistema de planejamento do Estado do
- Esplrito Santo, cnada pela Lei Estadual3043, de 31 de dezembro de 1975
Programar e implementar pesquisas de apoio ao Governo Estadual na elaboração deseus programas de desenvolvimento;formular diagnósticos, realizar estudos e promover a elaboração de planos e programasde desenvolvimento urbano e regional;manter um sistema de informações sócio-econômicas na área de sua atuação;formar· recursos humanos voltados para o estudo e a pesquisa aplicados à realidade;capixaba.
que o
ocircu
o a parauso do solo na
a população que
E
FUNDAÇAo JONES DOS SANTOS NEVESProblemas de meio ambiente têm comissãoespecial , 34
MANOEL VEREZA DE OliVEIRA
O grande paradoxo do hamburguer , .. , . , .25Resenha: A luta pelo espaço 33
c
E, por último, da Fundação Jones dosno de Ação Imediata de Transporte elação na Aglomeração Urbana de Vitóriaassumir proporções que levam a uma relJrolanizélca'oGrande Vitória. O assunto é polêmico e envolvenela habita.
Pelos assuntos aqui apresentados, "' ....rorlli+,,'rn'"'''
te esteja aberto.
fN E
f.
Revista da Fundação Jones dos Santos Neves continua como firme propósito de se constituir num veículo nl"'rm::ln,i3n1r'"
de divulgação de experiências em torno dos problemas urbanos e regionais deste Estado. Valorizando os temas e autores locais, procura ensejar a conscientização às trocas deexperiências acumuladas no campo técnico-cientifico, estabelecendo um forum de debates em torno do processodesenvolvimento do Espírito Santo.Neste novo número, aspectos econômicos, sociais e
ciais vão ao encontro desses objetivos, Com o processo de in(i",~trl,,,,1i7"'_
ção e urbanização uma das formas artísticas mais expressivas da culturapopular capixaba desaparece: o artesanato, Levantamento pelaSecretaria de Estado da Cultura e do Bem Estar Social revela o perigode extinção do artesão e aponta medidas que devem ser tomadas a curtoprazo visando ao seu amparo.
A inflação, um assunto sempre atual, volta a ser enfocadopor Manoel Vereza de Oliveira. O autor tem se dedicado às pesquisas emtorno dos problemas enfrentados pelos países subdesenvolvidos, no·tadamente sobre as manifestações regionais de fenômenos econômicos. Aquifaz uma crítica a David Warsh e sua Teoria da Complexidade, assim como uma interpretação dessa teoria dentro da realidade capixaba.
Transcrevemos, ainda, conferência do capixaba Carlos Maximiliano Favet, proferida em Joinvilie, Santa Catarina, sobre Deserwollvimento dos Aglomerados Urbanos e Localização e Uso do Solo. Favet,arquiteto, está atualmente radicado, no Rio Grande do Sul, sem contudo, deixar de se preocupar com o Espírito da I-lInn:::l
ção Jones dos Santos Neves, notadamente no Planejamentotropolitana de Vitória, é também Vice-Presidente do Institutotetura do Brasil e Vice-Presidente do Conselho Engl:!ntlariaArquitetura e Agronomia da 8a Região. Carlos iano Favat lançaum alerta contra os problemas que põem em risco o equil do meioambiente.
REDAÇÃO: Avenida César HilaI, 43710 andar Vitória ES - Telefone:227·5044
DIAGRAll>IAÇÃÓ, COMPOSIÇÃO eMONTAGEM - FundaçãO CecilianoAbel de Almeida - Campus Universitário de Goiabeiras-Fone: 227-5164
Registrada sob o número 1.854P.· 209/73, na Divisa-o de Censura eDiversões Públicas do Departamentode Polícia Federal de Brasilia (DF).
CAPAAtílioGomes
REVISTA DA FUNDAÇÃOJONES DOS SANTOS NEVES
DISTRIBUIÇÃO DIRIGIDA- Os artigos assinados são da inteira responsabilidade dos autores.- Colaborações, em forma de artigos, ensaios ou resumos bibliográficos, s:ro aceitos se encaminhados aoDiretor Responsável.
REVISTADA FUNDAÇAoJONES DOS SANTOS NEVESANO 1 NúMERO 3 Jul/Set/78- TRIMESTRAL-VITÓRIA - ESPÍRITO SANTO-FJSN
DIRETORIA DA FJSN:Dire tor SuperintendenteStélio Dias;Diretor TécnicoArlindo Villaschi Filho.
Atribuições básicas da FJSN:- Planejamento urbano e regional.
Pesquisa aplicada, para subsidiar oplanejamento urbano e regional.Treinamento de recursos humanmpara o setor rúblico estadual.
SECRETÁRIA EXECUTNA:Regina Maria Monteiro
EDITOR EXECUTNO:Fernando Sanchotene
GOVERNO DO ESTADODO ESPÍRITO SANTOSECRETARIA DE ESTADODO PLANEJAMENTOFUNDAÇAOJONESDOSSANTOS NEVES
EXPEDIENtE
CONSELHO EDITORIAL:StéIío DiasArlindo Villaschi FilhoCarlos Alberto Feitosa PerimAntônio Luiz BOIjailleAndré T. AbeFernando B. BetarelloRoberto da Cunha PenedoManoel Vereza de OliveiraAntOnio Carlos Medeiros
COLABORADORESMichael Otto Bergmam;Mário Coelho;
CONTATO COMERCIALASSINATURAS:{anual Cr$ 80,00) - no endereçoda reciaça-o, com a Secretária Executiva.
REVISTA DA FUNDAÇÃO JONES DOS SANTOS NEVE8 108S/0100-2295/ VITORIA, éS I NQ 3 I JUL/SET.1978
CARLOS MAXIMILIANO FAYET
Desenvolvimento dos aglomerados urbanos - loca-lização e uso do solo .. , .4SECo DE EST. DA CULT, E DO BEM ESTAR SOCIAL
Artesanato Capixaba: Uma arte em extinção 9FUNDAÇÃO JONES DOS SANTOS NEVES
Plano de ação imediata de transporte e trânsito ... 18
CONFERENCIA
Desenvolvimento dos aglomeradosurbanos ..... localização e uso do solo·
Carlos Maximiliano Fayet * *
o conferencista aponta a humanização dascidades e a preservação de paisagens naturais como metas
prioritárias em Planejamento Urbano.
o tema que me foi propostose refere ao Desenvolvimento dosAglomerados Urbanos e à Localizaçá'o e o Uso do Solo. Mantiveexatamente a terminologia usada,de propósito, a fim de que possa,através deste episódio, procuraresclarecer alguns aspectos destetópico.
Seria ocioso falar a respeitodos problemas crescentes deste fenômeno peculiar do nosso século,que é a urbanização. Entretanto,convém, para que possamos situarnos numa atitude psicologicamente favorável, citar alguns númerose fazer algumas referencias.
As previsões são de que, em1990, a metade da popLflaçãomundial habite em cidades commais de cem mil habitantes. E esta população de cem mil habitantes tem sido considerada, universalmente, como a marca a partirda qual uma cidade, realmente,tenha plena característica de vidaurbana. Então, daqui a menos detreze anos, teremos um mundo começando a ser uma cidade, nãouma cidade só, mas, sem dúvida,uma população que vive em cidade.
Se lembrarmos que em 1801,a Grã-Bretanha, o País mais urbanizado atualmente, tinha apenas
10% da sua população morandoem cidades, podemos ver, nestes170 anos, a acelerada marcha quehouve no processo de urbanização. Em 1801, 10% dos inglesesmoravam em cidades, em 1975,80% dos ingleses moram em cidades. E essa percentagem tem-semantido estável. No Brasil, jáantes de 1970, tfnhamos ultrapassado a marca de 50% de populações urbanas. Isso é muito significativo, porque também usa-se,universalmente, como grau indicativo importante no desenvolvimento de um país, a mudançaqualitativa da população em termos de vivéncia ambiental, o passar da condição de vida ruralpara a de vida urbana.
Em Nova Iorque, as previsõespara 1985 são de vinte e um milhões de habitantes e especu la-sea possibilidade de, na primeira década deste próximo século, termos, no eixo Rio - São Paulo,uma população de trinta milhõesde habitantes. Isso dá uma idéiados problemas que deveremos terpela frente. Dá também a impressão de que. começaríamos a terproblemas espaciais, decorrentesdeste fato sócio-econômico. Noentanto, convém lembrar - para
ter uma idéia bastante segura arespeito de todo o contexto que 70% da população dos Estados Unidos ocupa 1% do território norte-americano. E, no paísmais urbanizado que, atualmente, é a Inglaterra, 40% da população ocupa 4% do território inglés. Estes dados nos possibilitamuma atitude bastante otimista emrelação ao assunto, especialmentese considerarmos o caso peculiardo Brasil, com a sua extensão territorial.
Convém, também, preliminarmente, caracterizar bem algunsconceitos sobre crescimento urbano, urbanização e desenvolvimento urbano. Crescimento urbano émedido em números absolutos.Significa apenas o aumento populacional das cidades. A urbanização, que é um fenômeno sociológico e economicamente mais importante, é expressa em númerosrelativos, procurando comparar apopulação urbana com a população total. Realmente, esse é umindicador, de muito interesse para o estudo do programa de desenvolvimento dos aglomeradosurbanos e para o problema de localização e de uso do solo. Finalmente, a expressão Desenvolvi-
*. TItulo da Conferência prC?ferida no. cic.'o de palestras promovido pela Associação dos Diplomados da Escola Supeflor de Guerra - Santa Catarma, em Jomvllle, em 3 de ouwbro de 1911.* * Arquiteto e Vrbanista, vice-presidente do Instiwto de Arquitetura ao Brasil, chefe da seçllo de Planejamento da Pre-feiwra Municipal de Porto Alegre. '
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menta Urbano .tem a ver maiscom a qualidade da vida urbanado que propriamente com"aspectos quantitativos das cidades..
Quais são os fatores que implicam e que forçam este acelerado processo de urbanização que severifica? Evidentemente que asraízes desse processo estão nosfatos sócio-econômicos. Eles produzem as mudanças nas relaçõesentre o homem e a natureza epermitem ao homem encontrarformas mais adiantadas, mais sofisticadas de organização social.Em consequência disso, formasmais complexas de organizaçãoespacial (se considerarmos a cidade como a organização espacialdo fato sócio-econômico): que é aurbanização, (não confundindonunca urbanização, aqui, com aurbanização no sentido de embelezamento ou l:Je tratamento de,uma cidade).
Que fatores, portanto, podem~star na raiz deste processo deurbanização? Um, geralmenteesquecido, é o aumento dos estabelecimentos urbanos rurais se considerarmos estabelecimentourbano uma cidade ou um empreendimento agropastoril que passaa ser considerado como estabelecimento urbano, por atingir ascondições de uma organização urbana. Esse é um fator que implica no aumento do percentual deurbanização.
O segundo é decorrente dastaxas de mortalidade. Todos sabemos que, apesar dos esforços quese tem feito no mundo inteiro,são as cidades aquelas áreas ondese consegue resultados mais animadores, não só no que diz respeito à redução do número denascimentos, como à redução donúmero de mortes, através do planejamento familiar e através da assistência médica e sanitária. Essaredução, entretanto, não se compensa. A expectativa de vida nacidade é muito maior que na zona do campo. Portanto, essa diferença na taxa de natalidade emortalidade é um fator de incremento das populações urbanas.
Finalmente, um fenômenoconhecido de todos, o da migrâ"~
ção campo-cidade, resulta de pro-
cesso sócio-ecçmômico complexoJNão é o caso no momento, desenvolvê-lo. Esses fatores, ponderáveis todos eles, precisamsseranalisados com o devido sensocrítico. Muitas vezes, aquilo quepode parecer uma migração docampo para a cidade é o resultado de incorporação de populações rurais (por terem as cidadesatingido, a se desenvolver espacialmente, as cercanias rurais, incorporando populações rurais à cidade) do que propriamente, umdeslocamento campo-cidade. Entretanto, é inegável que o processo de organização do trabalhorural, em primeiro lugar, e, asperspectivas que se abrem de trabalho nas cidades, em segundo lugar, são fatores que aceleram eaumentam, gradativamente, essamarcha migratória do campo paraa cidade.
A esses fenômenos de natureza social, econômica, muitas vezes envolvendo aspectos sanitários, de saúde pública e de planejamento familiar bastante complexos para serem controlados,somam-se todos aqueles quedecorrem das atividades intrínsecas que se desenrolam no seio dascidades. Torna-se extremamentedifícil a manipulação dos dadosque poderiam permitir um enfoque seguro dos problemas urbanos. Em consequência, fica difícil a intervenção nos problemas decorrentes do processo de'urbanização, levando-nos a umasérie de equívocos em que comumente incorrem os profissionaisenvolvidos no planejamento urbano.
No Brasil, devemos somar aisso a necessidade que tem o nosso País de estabelecer uma política de ocupação de seu territó,rio, compatível com a polítiéade desenvolvimento urbano. Nossaextensão territorial e os processosde urbanização, por meio da evolução histórica das nossas cida
:des, nas, últimas décadàs, têmacontecido em função dos transportes, especialmente do transporte rodoviário. Isto faz com que sedeva tomar medidas no sentidonão só de ocupar espacialmente oterritório, através de uma rede,
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uma malha de núcleos urbanossuficientefJ1ente fortes e distribu ída de modo que permita a estável ocupação deste mesmo território, como também proporcionar uma relativa estabilidadenas migrações internas, dentro doterritório nacional. Evitando assimdesequilíbrios cpnhecidos entre asdiversas regiões de nosso País.
Esses problemas foram abordados de modo sistemático (apesar de suscinto) no II Plano Naciônal de' Desenvolvimento Brasileiro. Basicamente, o PND está resumido em dois tópicos: ode controle do desenvolvimentodas 9 regiões metropolitanas brasileiras e a definição das funçõesdoS pólos secundários regionais ca-pazes de promover a descentralização das populações urbanas noBrasil. Essas propostas, inseridasno II PN D, estão evidentementena raiz de algumas medidas tomadas pelo Governo Federal de alocação de recursos. Por exemplo,os pólos de desenvolvimento petroquímico, na Bahia e no RioGrande do Sul, visam criar condições de desenvolvimento capazesde reterem estas populações e localizá-Ias regionalmente. Com isso,se constituírem embase para odesenvolvimento de núcleos urbanos, secundários de importância,e capazes, também, de reduzir apressão existente sobre as grandes cidades.
LOCALIZAÇÃO EUSO DO SOLO
Colocamos os aspectos geraisdos problemas de desenvolvimento urbano no mundo e 'no Brasil,gostária de abordar, um poucomais detalhadamente, os problemas de localização e uso dosolo. É um assunto que se temocupado bastante, ultimamente.eque apresso em transmitir algumas idéias, na esperança de queelas possam ser desenvolvidas ediscutidas oportunamente e quecontribuam talvez, para a tomadade algumas decisões.
Fala-se muito em problemasurbanos, em problemas de concentração, em problemas de tráfego, em problemas de qualidade
reí'a às suas necessidades e o queele produz é exatamente o contrário. Não conheço a evolução
de Joinvile. Conheço bastante, a evolução urbana de Florianópolis, porque, nos temposde estudante, participei de um dosseus primeiros Planos Diretores.Tive também a oportunidade deestudar Planos Diretores de outrascidades, como Vitória. Tenho acerteza de que todas essas cidadestiveram seus sítios escolhidos deuma maneira muito cuidadosa.As da cidade em seus primeiros tempos, também foram localizadas da maneira mais correta
E por que estas funções começam a não se adequar maisaos espaços físicos a elas reserva-
ou por que os espa-ços físicos já não são mais ade
às funções? Evidentemenprimeiro lugar, porque as
f"""P,,,~ mudam ao longo do tem-po dá a de que osespaços não mudar. Esseé um aspecto, a necessidaóe quetemos de ir os espa-ços já pelas cidades anovas ou às mudançasfuncionais ocorridas na cidade. Omais contudo é quando
começam a ocupar asáreas de expan-
e acontece uma ocupaçãodesvairada, baseada na ilusão deque a e o recurso financeiro tudo podem.
A nossa sugestão, feita emloriianópc)lis e em Vitória, recen
temente, é de que se estabeleçauma estratégia de localização dasatividades com um pouco maisde bom senso.
Essas palavras, talvez, possamparecer ou, talvez, idea-listas mas \lOU tentar mos-trar que elas são, no meu enten-
realistas e sensatas.Ao tratar da localização das
áreas de expansão das cidades, verificamos que existem valores,modificados pela sua ocupaçãoque não são renováveis. Esses valores são ecológicos, paisagísticose agrolágicos. Quando se aterraum mangue, quando se executaum corte profundo numa montanha, quando se remove uma
entãouma no de fazer com que o espaço físico seja
ils atividades quese desenvolvem.
Esses desecono-decorrentes da má estrutu-e das loca-
cionais das cidades,geralnlenlte, em deficiências de in-
em termos de serviços e eqlJip,lmemtl)S público,s. To-dos esses ocasionamreflexos que somando eque acabamdade de vidamais deteriorada.
decomeça acontrário:
que
tros
hánn~t::ilri::il de
a fim de convidá-los a pensaro assunto. Por que as nos
sas cidades se tornam inconvenientes para a vida do homem?~ isto para o ho-mem? Será que, as ci-dades são espaços não nos in-teressam ou que terum de interesse para a vida humana? Por que ao homemda cidade sempre atrai apara a zona rural? Encanta-lhea do campo,os da vidaParece que é porque o homemnão soube as cidades àssuas t não soube irtransformando e o es-paço urbano aos seus u~:.tlJU~.
Com a de que o ho·mem tem os recursos tecnológicos e financeiros para alterar anatureza a seu ele sen-te a ilusão de que, estas mo-dificações, \Ia i a natu-
porquede
do processocidades e en
da nossa cria-
soc:iólog(), nemm~ln1","r_lm'" em mi-
indicam que,muito remoto,
moraremos em
veznumquasede.
crescema efi·
de vida urbana, e, no meu enten-isso está merecer uma in-
tl'!rv&>I''II'~~rn sistemática coordenada.Em porque temosde cuidar com que as nossas cidades se transformem emagrad,3veis de porque
mais\leis'leis com a diglnil:lacle do homem.~ muito em capa-cidade nosblemas sem fazer incur-sões natureza social e econô-mica. nãofazer de
ditos.
umaeconomistanhato, comodo e prepanado
nomias
cil!ncia.
queserde lli:HUHI,!é! so,ciológic:a, alter<lçõl~S
de cornpclrtame:nto
probielmas fundecorrem deste fe
descontrcllaclo( Pr<lbll3nl,8S fundamentais
conhecemos e
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camada muito grande de soloarável, quando se elimina umavegetação considerada importante, está-se destruindo alguma coisa que não tem retorno.
Ecologia já começa a seruma palavra desgastada em nossosdias. Entretanto, temos que pensar em termos ecológicos, porquevamos depender muito do equilíbrio de alguns sistemas paraque L homem também possa semanter equilibrado.
A' paisagem é outro valor irrecuperável quando destru ído.Não é possível recriar os valoresde uma paisagem natural. E,do ponto de vista agro lógico,tem-se cometido alguns crimes. Apretexto de que uma cidade devase desenvolver numa determir.'ldadireção, utiliza-se, para fins deloteamento, para fins de localização industrial, sol0s mais adequados ao abastecimento cotidianoda própria população urbana.
Entre os critérios de uma nova estratégia de localização deáreas de expansão urbana, os primeiros devem ser aqueles que dizem respeito aos valores não renováveis: ecologia, paisagem eagrologia.
Logo depois, vêm os critérios sanitários: o homem tem condições de tornar salubre praticamente qualquer área do globoterrestre. Se ele conseguiu sobreviver na atmosfera estér.il daLua, pode modificar o universoa seu bel-prazer. ,
Entretanto, nós, no Brasil,temos a obrigação de pensar emtermos econômicos, em termos decustos. Não é possível que se localizem áreas de desenvolvimentourbano em zonas cujo condicionamento sanitário seja de elevado custo. Não tem nenhum sentido. Se nos faltasse espaço físico, isto teria algum cabimento.Não temos nenhuma justificativapara a ocupação de áreas insalubres para o desenvolvimento dezonas residenciais, que é o que setem feito com frequência no Brasil, jogando, muitas vezes, populações de menor renda nos terrenos mais baratos, que são osterrenos insalubres.
Na estratégia de 10calizaçãQ,alguns critérios eConômicos também devem ser considerados e doscritérios econômicos diretos osmais óbvios dizem respeito ao""custo da terra. Mas existem alguns outros indiretos, que devemser considerados, tais como o referente ao componente do custoda urbanização. Há uma gama devalores, que dizem respeito a todo um equipamento para a adequação de uma zona à vida urbana, e que custam mu ito maisdo que o valor da terra desta área.
Devem ser considerados critérios de localização, no sentidode tornar possível uma reduçãonos percursos, nas circulações. Deum modo geral, a ocupação doterritório da cidade se faz de umamaneira quase aleatório, ao sabordos empreendimentos imobiliáriose o Brasil não poee se dar ao luxo de, depois, tentar corrigir osresultados dessa política.
Ressalto, também, alguns critérios de caráter sociológico e cultural que devem ser levados emconsideração. Refiro-me ao quediz respeito aos hábitos e aosusos das populações urbanas que,muitas vezes, ocupam um lugarque lhes é oferecido e que nemsempre é o que gostariam de ocupar.
Areas Existentes
Quais são os meios que seteria, além destes critérios teóricos de localização, voltados maispara as novas áreas de crescimento urbano, para atuar sobre asáreas existentes?
São os meios de controle douso da terra. É conhecida, a tendência atual de institucionalizaçãode procedimentos capazes de controlar o estabelecimento de determinadas atividades no espaço urbano. Controlar as densidades depopulação, a fim de permitir asprevisões, no que diz respeito aequipamentos e serviços públicose controlar, também, de certaforma, o preço do solo urbano.
Um dos problemas que asnossas cidades enfrentam é de na-
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tureza contraditória. Por um lado,em algumas zonas, há uma extrema concentração que cria dificuldades para atendê-Ia com transportes coletivos, energia elétrica,abastecimento de água, rede de esgoto, pavimentação, segurança.Em contraposiçâ'o, existem áreasextremamente rarefeitas, que impedem que as administrações possam supri-Ias dos mesmos serviços e dos mesmos equipamentospor estarem tão rarefeitas que nãopermitem o retorno do investimento necessário. Por isso é necessário que a ocupação do território urbano se faça segundo oscritérios também de natureza temporal, que se faça um zoneamentonão só do espaço, mas um zonea-mento no tempo, no sentido deque determinadas áreas não sejam ocupadas antes que outrasatinjam os níveis de ocupaçãorazoável, capazes de viabilizaro seu equipamento.
E: necessário, também, que sedefinam zonas de expansão, ondese possa estabelecer elementoscontroladores do mercado imobiliário.Tenho a impressão de que,para que não haja mal entendidos,deve-se estabelecer uma distinçãonítida entre especulação imobiliária e empresa imobiliária. Especulação imobiliária, muitas vezes,nós mesmos fazemos e até mesmoum operário, premido pelas circunstâncias, contribui para a elevação do preço da terra, comprando (na falta de um outro investimento mais seguroJ Um terrenoque não usa, de maneira a criaruma base para um futuro incerto.Isso é especulação imobiliária queevidentemente, em volume, nãopode ser comparada com as especulações exercidas por grandesgrupos econômicos.
Temos que salientar que, poroutro lado, na maneira de evoluir das nossas cidades, a empresa imobiliária tem um papelmuito importante. Ela pode seruma associada do planejamento,se entendermos a imobi!iária como uma outra empresa qualquer,que compra matéria-prima, modifica-a e revende um produto manufaturado, com lucros razoáveise controlados. De um modo ge-
(Jue está neste veículo espacial,que é a Terra, e dele depende. Secontinuar alterando demasiadamente as suas relações com apr:opria natureza, inevitavelmente,vai transformar este veículo numespaço inabitável. Por exemplo,um astronauta, se não tomasseas precauções adequadas ao passar70 ou mais dias num desses labo·ratórios espaciais, inevitavelmente,teria de sair ao final do terceiroou quarto dia. Temos que começar a pensar assim. Acredito, quehaja lugar para muita gente neste Planeta. A metade da população do globo vai ocupar menosde 2% da superfície da terra firme; a metade da população, vivendo em cidades no limiar doséculo; (e a população do mundo,vai ultrapassar a casa dos cincobilhões de habitantes). Devemosaprender isto.
Talvez não tenha sido muitofeliz, procurando fazer um cortevertical no assunto que era proposto. Por certo não tenha dadoênfase mu ito queconsidero fundamental em tudo oque disse, que é exatamente anecessidade que temos de nosconciliar com a natureza - eaqui não são palavras simplesmente bucólicas ou ou umconvite a uma atitude contem·plativa. É um convite ao bomsenso, ao raciocínio.
Temos que. economizar osnossos recursos. Não podemoscontinuar gastando nosso tempoe nossa vida consumiqos naquilo que o poeta Ruben Bragadescreveu e eu talvez não possatraduzir com toda a exatidão:um cidadão, um empresário de sucesso que, no fim de sua vida,depois de alguns enfartes, atingiuo seu objetivo final: Foi pescar,numa quarta-feira fi tarde bem avontade, de pés descalços, decima de uma pedra, com um cha·peuzinho de palha. Lá encontrouum cidad1!'o humilde de pés descalços, bem â vontade, com umchapeuzinho de palha, que fezisto durante toda a vida. Nenhum, nem outro. Temos queviver e nos conciliarmos uns comos outros, com a terra, com anatureza.
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Não acredito que possa tercontribuído aqui com muitas certezas sobre como se pode intervir nas cidades, porque, pelomenos, uma certeza tenho a respeito desse problema: é a de quenão existe um sistema, um processo, um plano, um projeto,uma cabeça capaz de poder re·solver problema da adequação prévia do espaço físico, a atividadehumana do futuro. O que é necessário é que o homem, na medida em que ele se torna uma colônia de seres, possa encontrarmeiós de poder atuar emto, adequando o mesmo espaçoàs suas necessidades.
Um terreno baldio setransformar, num excelente espa-ço urbano, usado população.Vemos, com leis muni-cipais que os terrenosbaldios a serem porquetransformam-se em delixo ou são locais sem segurança.Mas, do ponto de vista físico, umterreno baldio exercer umaoutra função excelente. Então, oproblema não está exatamente noterreno baldio. Não é colocandomuro que se resolve oma do terreno baldio. Temos quever este tipo de problema, através de uma outra posição a perguntar: por que um terreno baldio tem que ser murado? E procurar enfrentar outros problemasque me parecem muito mais importantes, com uma ótica semelhante, a fim de que possa, realmente, adaptar a paisagem urbana a uma vida razoável.
Acredito que, inevitavelmente, o homem terá que encontraresse caminho. Estou convencido'de que o instinto de sobrevivênciaé fundamental no homem. Estouconvencido de que o homem vaimorar 'em cidades, e ele não sobreviverá se continuar morandodesta forma gradualmente into·lerável. Então, terá que, inevitavelmente, encontrar o caminhode se conciliar socialmente com ogrupo humano e ajustar o espaçofísico que vai ocupar.
O homem tem que aprendera coexistir com a natureza, talcomo ela é. Tem que aprender
Feita essa distinção entre espel~ul;açaro e empreendimento imo
parece-me que temos quefeitos pelos
nos seus níveis federal,t:~I.dUUi:l1 e públicos, aosinj'pn>~~'~~ dos empresários consci
que atuamimobiliário. Precisamosuma forma. de colocar
as populações como cores:po'i1Si3ve~is processo de ur·ballizaç~ío e com oportunidade de
das decisões
mu itas empresas imobiliáriasfazem mais do que isto. E
muitas delas se vêem a braçose lutam mesmo contra a especula
porque vêem cadavez mais difícil as possibilidadesde matéria-prima abaixo custo. Portanto, vêem-se
.com dificuldades de também ofe·recer estes produtos (se considerarmos assim o espaço urbano
a preços compatí·veis a nossa capacidade aqui-
encontrar uma ma·possamos. numa
criar nas cidadesambientes onde o homem
viver bem inevitavel-vai viver em cidades daqui
a frente.de uma casa se
obsoletas muito rapidacasa de 15 anos atrás
seIVe mais hoje, e, emde 15 anos, as casas que,
achamos agradáveis de mo-rar, também, obso-
breve. Uma casa podedemolir substituindo-a por
relativa facilidade. Astêm sua vida medida emNão podemos substituir
ra!,lid~lmlmt'e. No entanobsolesct!ncia das funções
urtlan,as âs vezes, mais rápidada vida doméstica. Te·
refletir sobre isso e faque os espaços urbanos
suficientemente generosos aque possam se ajustar â
delTIallda de futuros cada vez(não falo de fu·
de reali·vez mais atropeladas
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* * Original: O A R TESANA TO NO ESPIRITO SANTO. Projeto elaborado Secretaria de Estado da Cultura edo Bem Estar Social, conclu/do em dezembro de 1977. Visa levantar a situação artesão no Estado do Espírito Santonos aspectos considerados relevantes para a atuação da SEBS.
* * Projeto Coordenado por IIzete Maria da Silva e Maria das Graças Teixeira de Rezende. Consultoras Maria Noéliade Oliveira Scandian e Maria de Lourdes Frizera.
Levantamento mostra que o capixabacomeça a desaparecer. Um alerta às autoridades e as
principais medidas que devem sertomadas a curto prazo.
Com a modernização administrativa dos órgãos do Serviço PÚblico Estadual, a programação doCentro de Promoção de RecursosHumanos foi transferida para o
D~.~~~·~:~e~~~~, de Assu ntos doT Atualmente as ativida-des ligadas ao artesanato são gerenciadas pelo referido Departamento.
ticipação de outros órgãos daSEBS.
O presente trabalho pode serclassificado como pesquisa de natureza quantitativa-descritiva, cujafinalidade é a de investigar em caráter exploratório, certosaspectos ligados ao artesanato,considerados relevantes para a definição de um programa, a nívelestadual. A técnica utilizada foio método de "Survey", por meiode um aplicado ementrevista individual com o artesão.
ba:
ão •
Secretaria de da Cultura eBem Social **
Coube ao Centro de Promoção de Recursos Humanos l
,
em regime especial desta Secretaria, a tarefa de planejar, coordenare executar o levantamento, contando para a execução, com a par-
Entretanto, a adoção de medidas desta natureza tem sido dificultada pela inexistência de informações sobre o artesanato noEspírito Santo. Diante desta situação, julgou-se necessário realizar um estudo de natureza quantitativa e descritiva inicialmente,com a finalidade de firmar políticas em bases mais precisas e racionais.
uma ruptura caso não sejamimplementadas ações complementares que visem favorecer a comercialização, por preços justos e razoáveis, dos artefatos produzidose a participação do artesão nos·bens e serviços da sociedade.
PESQUISA
Artesanato capiUma arte em i
Uma ação institucional quenão ultrapasse este nível é limitada, e limitados são também seusefeitos em favor do artesão. Oprocesso de promoção humanaque se pretende desencadear, sofre
A Secretaria de Estado daCultura e do Bem Estar Social(SEBS), através do Centro de Promoção de Recursos Humanos,vem desenvolvendo programaçõesreferentes ao artesanato desde1975. A linha de ação adotada foia de realização de cursos a nivel deaprendizes, viabilizada medianteconvênio com o Programa Intensivo de Preparação de Mão-de-Obra(PIPMO). Seu objetivo básico é aabsorção de parte da mão-de-obraociosa, instrumentalizando-a e integrando-a em atividades artesanais, tendo em vista o seu significado sócio-econômico para o processo de desenvolvimento.
Seus principais objetivos foram os de:a) Realizar um levantamentoquantitativo-descritivo sobre o artesanato no Esp/rito Santo, nosaspectos considerados relevantespara a àtuação da SEBS.b) Suprir o Centro de Promoçãode Recursos Humanos de informações pertinentes e confiáveis, quepossibilitem a definição, em basesprecisas e racionais de uma política de desenvolvimento do Artesanato no Esplrito Santo.
METODOLOGIA DAPESQUISA
Este capítulo descreve a áreageográfica onde se realizou o levantamento, bem como o procedimento metodológico adptado nasua efetivação.
Em vista dos objetivos a serem atingidos, considerou-se necessário entrevistar todos os artesãos dos 53 municípios do Estadoo que não foi possível devido àimprecisão conceitllal do que sejao artesão, e por conseguinte peladificuldade em identificá-lo e localizá-Ia, principalmente o da zonarural. Para efeito de distribuiçãode tarefas e delegação de responsabilidades, os municípios foramagrupados segundo a localizaçãogeográfica e facilidade de acessoàs unidades executivas da SEBS. Acoordenação do levantamento anivel regional ficou sob a responsabilidade das Centrais Regionaise Municipais de Serviços, e a coordenação Estadual, ao encargodo Centro de Promoção de Recursos Humanos.
ELABORAÇÃO DOINSTRUMENTAL
DA PESQUISA
o questionário foi o instrumento utilizado na coleta de dados. Constituiu-se de 51 perguntas, contendo cada uma, diversasalternativas para a resposta. Em alguns wsos, admitiu-se a escolha demais de uma alternativa, em outros casos não.
Os tópicos do questionário,foram assim distribuidos:a) Identificação do artesão (perguntade 1 a 11);b) Identificação do artesanato(pergunta de 12 a 20);c) Nível de produção (pergunta de21 a 27);d) Nivel de comercialização (per
gunta de 28 a 37);e) Situação Demográfica e SócioEconômica do Artesão (pergunta38a 51).
Dada a urgência em se efetuar o levantamento, o questionário não foi pré-testado em campo, sendo diretamente utilizadona coleta de dados. Apesar dissonão se encontrou sérias deficiências na sua aplicação. No sentidode esclarecer as dúvidas que pudessem surgir no decorrer da entrevista, foi elaborado o "Manualdo Entrevistador", contendo instruções circunstanciadas sobre opreenchimento das perguntas.
TREINAMENTODA EQUIPE
A equipe de coordenação eexecução do levantamento constituiu-se de doze assistentes sociais, onze agentes sociais e duasestagiárias do Curso de ServiçoSocial da Universidade Federal doEsplrito Santo, lotados nos diversos órgãos da SEBS.
Seu treinamento foi feitoatravés de reuniões, onde se procurou estudar o projeto de pesquisa e as atribuições inerentes a cada função. A orientação quantoao preenchimento do questionáriofoi feita através de entrevistasimulada entre os participantes.
APLlCAÇÃÇ> DOQUESTIONARIO
Para o estabelecimento decontatos com os artesãos, a fimde se proceder à coleta de dados,recorreu-se. à EMCA TUR (Empresa Capixaba de Turismo), onde seobtive alguns endereços. Recorreu-se ainda às Prefeituras Municipais, à EMA TER (Empresa deAssistência Técnica Rural) e às
10
Entidades Sociais existentes nosmunicípios, onde nada se obteve.Somente através dos moradoresCJe bairros e dos próprios artesãoslistados inicialmente, pôde-se chegar aos artesãos para a entrevista.
Através de visitas domiciliares e moradores de bairros, foramconseguidas informações sobre onome e/ou endereço dos artesãosmais conhecidos na localidade. Estabelecido o contato, esse artesãoindicava o nome de outros, e assim sucessivamente. Esta forma,entretanto contribuiu para o retardamento da conclusão do trabalho, de vez que muitos artesãosencontravam-se ausentes ou já nãoresidiam no local, tornando-se necessária nova visita ou nova buscade endereço.
De uma maneira geral, os artesãos reagiram :.i8risfatoriamenteao lévantamento, mostrando-seesperançosos quanto a uma possivel intervenção por parte do poderpúblico no sentido de possibilitarlhes condições de melhoria do nivel de vida.
TABULAÇÃO EANALISE DOS DADOS
Realizadas as entrevistas e deposse de todos os formulários devidamente preenchidos, os dadosforam submetidos à quantifiracão.O processo utilizado foi o manual,sendo resultados dispostos em forma de tabela simples, tabela deduas entradas; com frequência absoluta e relativa.
Os dados relativos à situaçãodemográfica e sócio-econômica,encontram-se distribu/dos entre osdemais, não se constituindo un:item à parte, no capítulo que serefere à descrição dos dados.
Focos da Produção
De um modo geral, o artesanato capixaba é pouco conheci·do, tanto no próprio Estado quanto em outros estados do país, estando pois a carecer de uma campanha intensa de divulgação. Nesse sentido, alguns órgãos vêm empreendendo ações, embora de repercussão ainda limitada, poden-
do-se citar como exemplo, a Secretaria de Estado da Cultura e doBem-Estar Social (SEBS) e a Empresa Capixaba de Turismo(EMCATUR).
A despeito desta situação pode-se notar a existência de algunsfocos, cuja produção artesanalvem alcançando certo significadono contexto estadual e nacional,agindo como elemento de identificação do artesanato capixaba.
Merecem ser destacadas, aspanelas de barro, o artesanato deAntonio Rosa, os meninos deOCINBRA, os índios de CaieirasVelhas, além de outros, que carecem de estudos circunstanciadosvisando a sua caracterização.
As panelas de barro são produzidas pelo grupo de paneleiros,residentes no bairro de Goiabeiras,em Vitória. O grupo é misto, constituído de 5 pessoa~ em idades diversificadas, com predominânciade faixas etárias mais avançadas. Oartesanato preto, como dizem alguns foi uma herança recebida dosíndios tupi-guaranis e dos negrosafricanos, tendo sido transmitidade geração a geração. Nos seusprimórdios, era produzido apenasna quaresma, ocasião em que secostuma preparar a torta capixaba.
O processo de fabricação émanual e o instrumental utilizadoé de caráter rudimentar. Uma bolade argila grossa é colocada sobreuma tábua coberta de areia, paraevitar aderência, e, com o auxíliode uma cuité2
, de uma faca e deágua, vai se modelando a panela.Após modelada e seca, é raspadacom um pedaço de arco de barrilpara retirar as pedras, e polidacom um seixo da beira de rio. Emseguida é qúeimada em uma fogueira e, ainda quente, é pintadacom uma tinta3 de cor vermelha,extraída de uma árvore denominada mangue vermelho.
Esta tinta, além de dar umacor escura à panela, serve paracurtir e reforçar o barro.
Vários tipos de panelas sãofabricados, podendo-se mencionar: a panela casada (uma panela maior com uma menor dentro),o caldeirão de feijão a panela dearroz, trinta reis (panela de tama-
nho intermediário à panela ca$é1da) e assadeiras. 'Além das panelassão fabricados os jarros, os'buiões4
, os porquinhos que servem de cofre, as galinhas para ar~
ranjo, além de outros.A produção diária é de 60 pa
nelas, que são vendidas a particulares, a um preço fixado em função do tamanho das mesmas. Amatéria prima é obtida com relativa facilidade em área próxima àcidade de Vitória. Contudo, com aexpansão da área urbana, há umtemor de que a mesma seja loteada e vendida, e a menos que alguma medida no sentido de preservála seja tomada pelo poder públicoou que novas áreas sejam exploradas, as possibilidades de sobrevivência deste tipo de artesanatosão remotas. Além do mais, háque se considerar ainda o desinteresse da população jovem emaprender a técnica, segundo afirmou um componente do grupo.As panelas de barro já se integraram aos costumes do capixaba.Além de conservar a temperatura,melhoram o aspecto e o paladardas comidas nelas preparadas.
Além do artesanato a cidadede Conceição da Barra, situada nolitoral do Espírito Santo, distingue-se entre as demais por suaspotencialidades turísticas. Alémdas praias, das dunas de Itaúnas,do museu da mandioca dispõedo artesanato de Antonio Rosa,já bastante conhecido na Região.
Antônio Rosa, antes lavrador,transformou-se em artesão porforça das circunstâncias. Pelo fatode ter amputado uma perna, passou a fazer colheres de madeira,objeto de fácil comercialização,dada a sua utilidade prática. Comuma grande força de vontade aprimorou a sua técnica e hoje faz vários tipos de peças tais como: farinheiras, talhas, relógios, reco-recos, figuras de animais e de pessoas, além de outras. Seu instrumentaI é simples, constituindo-sede um lápis e de um canivete.Também no seu caso, as pessoasmais jovens não se interessam emaprender a técnica, o que leva acrer que, com sua morte, extinguir-se-á o artesanato de AntônioRosa.
11
O artesanato indígena éencontrado na região de CaieirasVelhas, Município de Aracruz. O
orupo que habita a região é remanescente dos índios tupiniquins,sendo constituído de 110 famílias aproximadamente. Com acessão das terras que cultivavampara atividades de reflorestamento, o grupo viu-se obrigado a produzir peças artesanais para sobreviver. Da criança ao adulto, todostrabalham na confecção de esteira, vassoura, peneira, flecha, arco,cocar, etc. .O preço dfi venda nomercado praiano nunca atingequantia superior a Cr$ 20,QO: algumas vezes são trocados por mercadorias, constituindo verdadeiraexploração e desvalorização doproduto artesanal. A renda obtidaé administrada pelo pagé.
Um fato merece destaque:dois indígenas, com madeira domangue, por ser mais resistente,confeccionam instrumentos musicais, tais como: casacas, bumbo,culca e tambor, que são vendidosa preços irrisórios em navios estrangeiros no Porto de Vitória. Ocouro do tambor e do bumbo écolado com produto extraído daprópria madeira utilizada na suafabricação. A pedido dos compradores, os instrumentos não sãopintados para não fugirem ao estilo indígena.
Há ainda que se mencionaro artesanato dos meninos deOCINBRA 6
• O trabalho nasceu
2. Este instrumento tem forma arredondada, e é feito do fruto daãrvore também denominada cuité.
3. A tinta é extrafda da casca domangue vermelho, ãrvore encontrada no mangue. A casca é socada e colocada numa infusão deãgua fria até atingir a cor avermelhada, ponto ideal para o uso.
4. Jarra de uma alça que outrora era utilizada para colocar café e hoje tem apenas valor ornamentai.
5. Espécie de reco-reco.
6. Obra Comunitãria de Itanguãe Nova BrasrJia, de natureza particular, localizada no municfpio deCariacica, tendo como finalidadea assistência aos carenciados e apromoção humana.
Seus principais objetivos foram os de:a) Realizar um levantamentoquantitativo-descritivo sobre o artesanato no Esp,rito Santo, nosaspectos considerados relevantespara a àtuação da SEBS.b) Suprir o Centro de Promoçãode Recursos Humanos de informações pertinentes e confiáveis, quepossibilitem a definição, em basesprecisas e racionais de uma política de desenvolvimento do Artesa·nato no Esp/rito Santo.
METODOLOGIA DAPESQUISA
Este cap/tulo descreve a áreageográfica onde se realizou o levantamento, bem como o procedimento metodol6giC;0 adotado nasua efetivação.
Em vista dos objetivos a serem atingidos, considerou-se necessário entrevistar todos os artesãos dos 53 municípios do Estadoo que não foi possível devido àimprecisão conceitual do que sejao artesão, e por conseguinte peladificuldade em identificá-lo e localizá-lo, principalmente o da zonarural. Para efeito de distribuiçãode tarefas e delegação de responsabilidades, os municípios foramagrupados segundo a localizaçãogeográfica e facilidade de acessoàs unidades executivas da SEBS. Acoordenação do levantamento anível regional ficou sob a responsabilidade das Centrais Regionaise Municipais de Serviços, e a coordenação Estadual, ao encargodo Centro de Promoção de Recursos Humanos.
ELABORAÇÃO DOINSTRUMENTAL
DA PESQUISA
o questionário foi o instrumento utilizado na coleta de dados. Constituiu-se de 51 perguntas, contendo cada uma, diversasalternativas para a resposta. Em alguns UJsos, admitiu-se a escolha demais de uma alternativa, em outros casos não.
Os tópicos do questionário,foram assim distribuídos: .a) Identificação do artesão (pergunta de 1 a 11);b) Identificação do artesanato(pergunta de 12 a 20);c) Nível de produção (pergunta de21 a 27);d) Nível de comercialização (per
gunta de 28 a 37);e) Situação Demográfica e SócioEconômica do Artesão (pergunta38a 51).
Dada a urgência em se efetuar o levantamento, o questionário não foi pré-testado em campo, sendo diretamente utilizadona coleta de dados. Apesar dissonão se encontrou sérias deficiências na sua aplicação. No sentidode esclarecer as dúvidas que pudessem surgir no decorrer da entrevista, foi elaborado o "Manualdo Entrevistador", contendo instruções circunstanciadas sobre opreenchimento das perguntas.
TREINAMENTODA EQUIPE
A equipe de coordenação eexecução do levantamento constituiu-se de doze assistentes sociais, onze agentes sociais e duasestagiárias do Curso de ServiçoSocial da Universidade Federal doEsp,rito Santo, lotados nos diversos órgãos da SEBS.
Seu treinamento foi feitoatravés de reuniões, onde se procurou estudar o projeto de pesquisa e as atribuições inerentes a cada função. A orientação quantoao preenchimento do questionáriofoi feita através de entrevistasimulada entre os participantes.
APLlCACÃO DOQUESTIÓNÃRIO
Para o estabelecimento decontatos com os artesãos, a fimde se proceder à coleta de dados,recorreu-se à EMCATUR (Empresa Capixaba de Turismo), onde seobtive alguns endereços. Recorreu-se ainda às Prefeituras Municipais, à EMA TER (Empresa deAssistência Técnica Rural) e às
10
Entidades Sociais existentes nosmunicípios, onde nada se obteve.Somente através dos moradoresde bairros e dos próprios artesãoslistados inicialmente, pôde-se chegar aos artesãos para a entrevista.
Através de visitas domiciliares e moradores de bairros, foramconseguidas informações sobre onome e/ou endereço dos artesãosmais conhecidos na localidade. Estabelecido o contato, esse artesãoindicava o nome de outros, e assim sucessivamente. Esta forma,entretanto contribuiu para o retardamento da conclusão do trabalho, de vez que muitos artesãosencontravam-se ausentes ou já nãoresidiam no local, tornando-se necessária nova visita ou nova buscade endereço.
De uma maneira geral, os artesãos reagiram :satisfatoriamenteao lévantamento, mostrando-seesperançosos quanto a uma possível intervenção por parte do poderpúblico no sentido de possibilitarlhes condições de melhoria do nível de vida.
TABULACÃO EANÃLlSE DOS DADOS
Realizadas as entrevistas e deposse de todos os formulários devidamente preenchidos, os dadosforam submetidos à quantifiólcão.O processo utilizado foi o manual,sendo resultados dispostos em forma de tabela simples, tabela deduas entradas; com frequência absoluta e relativa.
Os dados relativos à situaçãodemográfica e sócio-econômica,encontram-se distribu/dos entre osdemais, não se constituindo un:item à parte, no cap/tulo que serefere à descrição dos dados.
Focos da Produção
De um modo geral, o artesanato capixaba é pouco conhecido, tanto no próprio Estado quanto em outros estados do país, estando pois a carecer de uma campanha intensa de divulgação. Nesse sentido, alguns órgãos vêm empreendendo ações, embora de repercussão ainda limitada, poden-
do-se. citar como exemplo, a Secretaria de Estado da Cultura e doBem-Estar Social (SEBS) e a Empresa Capixaba de Turismo(EMCATUR).
A despeito desta situação pode-se notar a existência de algunsfocos, cuja produção artesanalvem alcançando certo significadono contexto estadual e nacional,agindo como elemento de identificação do artesanato capixaba.
Merecem ser destacadas, aspanelas de barro, o artesanato deAntonio Rosa, os meninos deOCINBRA, os índios de CaieirasVelhas, além de outros, que carecem de estudos circunstanciadosvisando a sua caracterização.
As panelas de barro são produzidas pelo grupo de paneleiros,residentes no bairro de Goiabeiras,em Vitória. O grupo é misto, constituído de 5 pessqas em idades diversificadas, com predominânciade faixas etárias mais avançadas. Oartesanato preto, como dizem alguns foi uma herança recebida dosíndios tupi-guaranis e dos negrosafricanos, tendo sido transmitidade geração a geração. Nos seusprimórdios, era produzido apenasna quaresma, ocasião em que secostuma preparar a torta capixaba.
O processo de fabricação émanual e o instrumental utilizadoé de caráter rudimentar. Uma bolade argila grossa é colocada sobreuma tábua coberta de areia, paraevitar aderência, e, com o auxíliode uma cuité2
, de uma faca e deágua, vai se modelando a panela.Após modelada e seca, é raspadacom um pedaço de arco de barrilpara retirar as pedras, e polidacom um seixo da beira de rio. Emseguida é queimada em uma fogueira e, ainda quente, é pintadacom uma tinta3 de cor vermelha,extraída de uma árvore denominada mangue vermelho.
Esta tinta, além de dar umacor escura à panela, serve paracurtir e reforçar o barro.
Vários tipos de panelas sãofabricados, podendo-se mencionar: a panela casada (uma panela maior com uma menor dentro),o caldeirão de feijão a panela dearroz, trinta reis (panela de tama-
nho intermediário à panelae,asada) e assadeiras. Além das panelassão fabricados os jarros, ôsbuiões4
, os porquinhos que servem de cofre, as galinhas paraârranjo, além de outros.
A produção diária é de 60 panelas, que são vendidas a particulares, a um preço fixado em função do tamanho das mesmas. Amatéria prima é obtida com relativa facilidade em área próxima àcidade de Vitória. Contudo, com aexpansão da área urbana, há umtemor de que a mesma seja loteada e vendida, e a menos que alguma medida no sentido de preservála seja tomada pelo poder públicoou que novas áreas sejam exploradas, as possibilidades de sobrevivência deste tipo de artesanatosão remotas. Além do mais, háque se considerar ainda o desinteresse da população jovem emaprender a técnica, segundo afirmou um componente do grupo.As panelas de barro já se integraram aos costumes do capixaba.Além de conservar a temperatura,melhoram o aspecto e o paladardas comidas nelas preparadas.
Além do artesanato a cidadede Conceição da Barra, situada nolitoral do Espírito Santo, distingue-se entre as demais por suaspotencialidades turísticas. Alémdas praias, das dunas de Itaúnas,do museu da mandioca dispõedo artesanato de Antonio Rosa,já bastante conhecido na Região.
Antônio Rosa, antes lavrador,transformou-se em artesão porforça das circunstâncias. Pelo fatode ter amputado uma perna, passou a fazer colheres de madeira,objeto de fácil comercialização,dada a sua utilidade prática. Comuma grande força de vontade aprimorou a sua técnica e hoje faz vários tipos de peças tais como: farinheiras, talhas, relógios, reco-recos, figuras de animais e de pessoas, além de outras. Seu instrumentaI é simples, constituindo-sede um lápis e de um canivete.Também no seu caso, as pessoasmais jovens não se interessam emaprender a técnica, o que leva acrer que, com sua morte, extinguir-se-á o artesanato de AntônioRosa.
11
O artesanato indígena éencontrado na região de CaieirasVelhas, Município de Aracruz. O
orupo que habita a região é remanescente dos índios tupiniquins,sendo constituído de 110 famílias aproximadamente. Com acessão das terras que cultivavampara atividades de reflorestamento, o grupo viu-se obrigado a produzir peças artesanais para sobreviver. Da criança ao 'adulto, todostrabalham na confecção de esteira, vassoura, peneira, flecha, arco,cocar, etc. .O preço d§1 venda nomercado praiano nunca atingequantia superior a Cr$ 20,00; algumas vezes são trocados por mercadorias, constituindo verdadeiraexploração e desvalorização doproduto artesanal. A renda obtidaé administrada pelo pagé.
Um fato merece destaque:dois indígenas, com madeira domangue, por ser mais resistente,confeccionam instrumentos musicais, tais como: casacas, bumbo,cuíCa e tambor, que são vendidosa preços irrisórios em navios estrangeiros no Porto de Vitória. Ocouro do tambor e do bumbo écolado com produto extraído daprópria madeira utilizada na suafabricação. A pedido dos compradores, os instrumentos não sãopintados para não fugirem ao estilo indígena.
Há ainda que se mencionaro artesanato dos meninos deOCINBRA 6
• O trabalho nasceu
2. Este instrumento tem forma arredondada, e é feito do fruto daárvore também denominada cui·té.
3. A tinta é extrafda da casca domangue vermelho, árvore encontrada no mangue. A casca é soca·.da e colocada numa infusão deágua fria até atingir a cor avermelhada, ponto ideal para o uso.
4. Jarra de uma alça que outro·ra era utilizada para colocar café e hoje tem apenas valor orna·mental.
5. Espécie de reco·reco.
6. Obra Comunitária de Itanguáe Nova Brasllia, de naturaza parti·cular, localizada no municfpio deCariacica, tendo como finalidadea assistência aos carenciados e apromoção humana.
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DISTRIBUiÇÃO ESPACIAL DOS ARTESÃOS *
'li' Os f!luniclpios foram distribuldos por região administrativa, conforme orientação do decrato nO 2778 de· 06 de agosto de 1968,que define a desconcentraç/Jo geográfica e a descentralização das atividades dos 6rg60s executivos da administração dirata e indireta das 1'8
glÕ8$ administrativas.
APRESENTAÇÃODOS RESULTADOS
Embora muitas tentativas tivessem sido feitas, não se conseguiu atingir o número real de artesãos que se presume existir no Estado. A esta situação, atribui-se osseguintes fatores:
a) Dificuldades de acesso ao artesão;b) Imprecisão conceitual do termoartesão;c) Acervo insuficiente de informações sobre o artesanato;d) Omissão de depoimento e/ouinformações da parte do artesão,por receio de algum comprometimento.
, do idealismo de uma família italiana, que acreditava ser seu ofício capaz de despertar o interes-
,se das crianças. Os meninos deOCINBRA trabalham em cerâmica e seus objetos ficam expostosna sede da obra para serem vendidos. A renda obtida com a vendados trabalhos é dividida entre aentidade e o menor. A entidadealém de possibilitar a qualificaçãoprofissional, através de cursos,presta ajuda às fam/lias de baixarenda residentes nas comunidadesonde atua.
Na orla marítima, principalmente, nas zonas praianas, destacando-se a cidade de Guarapari,são encontrados objetos ornamentais feitos de concha, objetosdestinados à pesca, e as rendas debílro.· A propósito, as rendeirasconstituem um grupo que necessita de maior apoio e incentivo àorganização, seu trabalho não desperta o interesse das populaçõesmais jovens, estando por conseguinte, fadado ao desaparecimen·to com o tempo.
Os objetos de fibras vegetaistêm maior incidência no interior,devido à grande oferta de matériaprima.
Estes são em síntese, os as·pectos peculiares ao artesanato ca·pixaba que se destacam. Contudo,presume-se que outros existem,necessitando apenas de serem deI"cobertos e divulgados.
0407010509030642
1
140709040102
Alegre ......•...... 06Jerônimo Monteiro. . •. 01Muniz Freire .lúna ............•.Guaçuí .......••...Dores do Rio Preto •...Divino de São Lourenço.São José do Calçado .Bom Jesus do Norte .Apiacá.....•.......TOTAL .
4a Região Administrativa
Nova Venécia •••.....São Gabriel da Palha .•.Barra de São Francisco .•Mantenópolis •....•..Eooporanga .•..••...Boa Esperança ••..•..Mucurici ••...•..•.•TOTAL .•.......•.• 37
7a Região Administrativa
6a Região Administrativa
5a Região Administrativa
Santa Tereza.•••.... , 03Itaguaçu . . . • . . . . • .. 03Afonso Cláudio. . . . . .. 22Fundão ..•....•.•.. 08~tarana " ..TOTAL ..•..•..•.•. 36
São MateLls.......•..Conceição da Barra. . .. 01Pinheiros. . . . • . . . . .• 06Montanha •......•..TOTAL .......•.... 07
Colatina.•..•.•..•. , 08Baixo Guandu. . • . . • •• 05Pancas•.•.••••...•• 03Ibiraçu .•.•.•••••. , 06Aracruz .••..••.••. , 11Unhares • • • . • • . • . •• 03TOTAL. " .••••••.•. 36
2a Região Administrativa
III Região Administrativa
3a Regiâ'o Administrativa
TABELA 1
Vitória .....•.•...• 56Cariacica . . . . . • • . . .• 51Vila Velha. . • . • . . . .• 33Viana .•.•.••...•.• 01Serra.•• ; . . • . . • . • .. 12Santa Leopoldina • . • .. 02Domingos Martins .••• , 05Guarapari. • • . . . • . • .. 22Alfredo Chaves. . . • . .. 07Anchieta • . . . • • . • . •. 11Iconha ~•... a. -Piuma ........• , •.• 10TOTAL .....•.•.••• 208
Cachoeira de Itapemirim. 10Rio Novo do Sul ..•..• 09Castelo ..•.••.•...• 06Conceição do Castelo. .. 05Atílio Vivácqua. . • • • •• 02Muquí. .•.•.•.•••.. 04Itapemirim....•••... 12Mimoso do Sul . • . • • •• 09Presidente Kennedy. • .. TOTAL. •..•......• 54
A despeito das dificuldadesmencionadas, o trabalho teve omérito de sistematizar informações iniciais sobre o artesanato noEspírito Santo, podendo servirde base a estudos mais aprofundados. Os dados obtidos são apresentados nos itens a seguir.'
1 - Identificação doArtesão
O estudo proposto se realizoujunto a 422 artesãos, de ambos ossexos, situados em faixas etárias
compreendidas ehtrel0 e 90anos.
A distribuição espacial dos artesãos apresenta um certodesequilíbrio. Há municípios que concentram grande número de artesãos; outros por sua vez apreslJntam um número pouco significativo em relação ao total, ou não apresentam nenhum dqdo. Nestaúltima categoria encontram-se osmunicípios de Mucurici, Montanha, São Mateus, Itarana, MunizFreire, Presidente Kennedy eIconha. Acredita-se, entretanto,que esta ausência de dados se de-
ve aos motivos mencionados acima, e não à inexistência de artesãos.
O artesanato tem sido umaatividade desempenhada por ambos os sexos, havendo entretanto,maior incidência do sexo feminino, com 228 casos. O sexo,masculino participa com 194 casos. Deigual forma, é desempenhada porfaixas etárias diversificadas. Verifica-se maior concentração de pessoas nas faixas iniciais. A partirdos cinquenta anos o número deartesãos tende a escassear, conforme demonstram os dados abaixo.
-
DISTRIBUIÇAO DOS ARTESAoS SEGUNDO fAIXA ETÃRIA E SEXO
TABELA 2 SEXO
Masculino feminino
faixa Etária NO % No %
10 a 20 31 7,34 26 6,1621 a 30 51 12,08 33 7,8131 a 40 25 5,92 58 13,7441 a 50 25 5,92 51 12,0851 a 60 22 5,21 30 7,1061 a 70 27 6,40 18 4,2671 a 80 10 2,36 12 2,8481 a 90 03 0,71 - -
TOTAL 194 45,97 228 54,03
Fonte: SEBS
A maIOria dos artesãos(56,95%) tem família constituída, legalmente ou não, e provémdo próprio Estado do EspíritoSanto (88,86%). Apenas 40 artesãos são originários dos estados li-
mítrofes. O tempo de residênciano local de maior significânciaestá na faixa de O a 5 anos, com167 casos (39,57%). A seguirvêm as faixas de 5 a 10 anos e demais de 20 anos com 82 e 89 casos, respectivamente.
13
Nem todo artesão possui adocumentação que o habilita aparticipar dos bens e serviços dasociedade. Tal fato é um indicadorda situação de marginalidade emque sobrevive.
Cerca de 124 artesãos(29,38), com predominância dasfaixas etárias iniciais, principalmente de 21 a 30 anos, não sãoprevidenciários. Uma das razõespela qual o artesão não se vinculaao sistema previdenciário, é a suaimpossibilidade financeira de con-
tribuir. A partir dos 30 anos a si·tuação de "não vinculados" começa a decrescer acentuando-seapós os 50.
Grande parte dos artesãos(52,38) dedica-se a outra profissão, em geral de. natureza nãoqualificada. Há entretanto casos
em que o artesão desempenhatambém profissão qualificada.
A partir dos 60 anos aumenti/in os casos de dedicação exclusiva ao artesanato. A dedicaçãoparcial ocorre nas faixas etáriasiniciais, notadamente dos 30 aos50 anos.
DISTRIBUIÇAO DOS ARTESAOS SEGUNDO DOCUMENTAÇAO EXISTENTE
TABELA 3
Documentação No de Artesãos Deficit No
Certidão de Nascimento 352 070Título de Eleitor 303 119Certidão de Casàm~nto 216 206Carteira de Previdência 204 218Carteira Profissional 187 235Carteira de Identidade 155 267CPF 123 299
Fonte: SEBS
DISTRIBUiÇÃO DOS ARTESÃOS SEGUNDO A SITUAÇAODE PREVIDENCIA POR FAIXA ETÃRIA
TABELA 4 Situação de Previdência
Vinculado N/VinculadoNúmero
Faixa Etária de Artesãos NO % No %
10 a 20 57 32 7,59 25 5,9221 a 30 84 54 12,80 30 7,9231 a 40 83 62 14,70 21 4,9841 a 50 76 58 13,74 18 4,2751 a 60 52 41 9,71 11 2,6061 a 70 45 33 7,81 12 2,8571 a 80 22 15 3,56 1,6681 a 90 03 03 0,71 - -
TOTAL 422 298 70,62 124 29,38
Fonte: SEBS
14
15
MATÉRIA PRIMA58,5355,5341,9440,2838,8628,43
NfVEl DECOMERCIALIZAÇÃO
Algumas recomendações irãofacilitar a elaboração de um programa destinado a incentivar eapoiar as atividades artesanais noEstado. Além de breves considerações sobre os problemas ligadosao artesão e ao artesanato, sugere-
DI RETRIZF.S ÀElABORAÇÃO DE UM
PROGRAMA DEDESENVOLVIMENTO DO
ARTESANATO
A comercialização do produto artesanal se faz diretamenteao comprador, no próprio localde trabalho de 82,94%, dos artesãos, cerca de 7,82% comercializam de outras pessoas e apenasum artesão o faz através de cooperativa. As categorias "diretamente ao comprador" e "através de outras pessoas" são amplas e dão margem às diversasinterpretações. Podem sugeririncfusive que esse comprador éum intermediário. Alguns artesãos (8,29%) trocam as peçasproduzidas por mercadorias quegarantam a sua sobrevivência.
O preço das peças é estabelecido de acordo com o tipo,tamanho e modelo, oscilandoentre Cr$ 0,50 a 5.000,00. Osprodutos mais caros são os tapetes, bordados manuais, quadros,trabalhos em crochê, pintura emcerâmica, entalhe, baús, etc.
A época do ano mais proplcia à comercialização da peçaé o verão, dado o afluxo de turistas à zona praiana; perto de 40"10'dos artesãos afirmaram não existir uma época mais propícia queoutras, principalmente no quese refere aos objetos utilitários.
Ao final pode-se concfuirque o artesanato no Esp/ritoSanto é ainda uma atividade dispersa e carente de organização. Aprodução é isolada, e, portanto,quantitativamente insignificante,incapaz de atender a uma intensificação da demanda. Muitos artesãos afirmaram estar abandonandoa atividade artesanal para se dedicar a uma profissão mais lucrativa.
FiosFibra vegetalBarroMadeiraCouro,TecidoMetal, contas, sementese produtos do mar 18,48
São utilizadas ainda outrasmatérias primas, porém em percentual pouco significativo.
A matéria prima, com exceção de fibra vegetal, é encontradadurante todo o ano, conformeafirmativa de 82,11% dos artesãos, e são adquiridas no comércio (84,59), ou extrafda da natureza: matas, brejos, mar e mangue(14,92). Poucos artesãos (17,29)vincularam a consecução da matéria prima a determinadas épocasdo ano.
O sistema de produção artesanal caracteriza-se pelo trabalho individualizado, inexistindo mentalidade e ações correspondentes decooperativação. Em proporçõespouco significativas, aparecem otrabalho em família (13,27) e ogrupo tarefa (10,19). Neste sistema estão envolvidos, na maioriadas vezes, o artesão (73,94) e, emalguns casos, o mestre (6,16), osaprendizes (19,43) e os ajudantes(0,47) sendo estes últimos aproveitados nas oficinas ou quando otraballJo é feito em famflia.
O volume da produção artesanal está estreitamente vinculadoao comportamento da demanda.A disponibilidade financeira doartésão para aquisição da matériaprima é, em geral reduzida o queo impede de confeccionar a peça emantê-Ia estocada até o momentoda comercialização. Em decorrência, o trabalho é feito quandohá encomenda, havendo casos emque a matéria prima é fornecidapelo freguês. A produção é também afetada por outros fatores,tais como: motivação, inspiraçãoe disponibilidade de tempo, principalmente nos casos em que oartesanato é uma atividade parcial.
NIVEL DE PRODUÇAO
2 - Identificação doArtesanato
A produção artesanal inspirase em temas cfássicos, indlgenas e,em menor proporção, nos temasfolcfórico e interpretativo. A grande maioria produz para atender àsnecessidades da moda, fator considerado essencial à comercialização.
O trabalho se verifica individualmente. Na maioria das vezesnão há separação entre residênciae local de trabalho. Poucos sãoaqueles, que têm oficina ou atelier (10,43). Também nos presídios a atividade artesanal vemsendo desenvolvida pelo presidiário como uma forma de ocupar o tempo ocioso e de ajudarfinanceiramente a sua famfliaque, na maioria qasvezes, sobrevive em situação de mjséria.
O método de aprendizagemartesanal é a prática; poucos sãoaqueles (14,69) que fr~quentarain
cursos profissionalizantes. O processo de produção é manual, como auxllio de ferramentas rudimentares, em sua maioria adquiridasde terceiros. Alguns fabricam seupróprio instrumental ou parte dele (13,14). Poucos (4,5) são os artesãos que utilizam ferramentamecânica.
O objeto produzido tem finalidade utilitária e decorativa ouornamental, dado o valor atribúfdo às mesmas. Ambas participamcom um percentual de 70,14%. Amatéria prima 'Itf/izada é diversificada e para cada tipo, há umaextensa relação de peças produzidas. O maior percentual encontrase em fios (58,53%), devido aogrande número de pessoas que sededicam aos trabalhos de crochê,tapeçaria, rede de pescar, tarrafa,renda de bilro e outros. Muitosartesãos (55,21) também se utilizam da fibra vegetal, uns para producão de peças utilitárias tais com~: assentos de cadeira, balaios,cestos, peneiras, esteiras, etc., outros para fins ornamentais, comopor exemplo, abajour, luminária,macramê, tapete, etc. O barro, amadeira e o couro são tambémutilizados conforme demonstramos quadros a seguir.
se objetivos, partindo principalmente da orientação política daSEBS seus princípios metodológicos, atividades e condições que,se adotadas, facilitarão sobremaneira o seu desenvolvimento.
REFLEXÃODIAGNOSTICA
o artesanato no Espírito Santo, por razões que escapam a nossa avaliação, não constitui até apresente data, objeto de uma política governamental e, conSf!quentemente, área prioritária nos planosde desenvolvimento estadual, apesar do seu reconhecido valor comoagente de crescimento econômicoe social. Este fato impede-o de receber o tratamento devido, uma.vez que não lhe sãO destinadosrecursos orçamentários csuficientes, além de outros implementoscapazes de dinamizar o setor. Poroutro lado, a ausência de estudossobre a temática do artesanato noEstado, de informações sobre onúmero de artesãos e respectivadistribuição geográfica, áreas decapacidade de produção, comportamento de mercado consumidor,etc., dificultam a adoção de medidas por parte dos órgãos competentes.
A inexistência de um mecanismo coordenador e harmonizador da ação institucional, acarretao desenvolvimento de iniciativasisoladas e de limitado efeito operacional. Há que se considerarainda, não ser tarefa fácil conseguir tal integração, pois as orientações pollticas, filosóficas e metodológicas das entidades nem sempre se ajustam, havendo relutância por parte das mesmas em abdicar de suas idéias particularespara assumir pontos de vista comuns. Além do mais, no atualmomento não se tem uma definição exata das entidades que trabalham com artesanato no Estado.
As dificuldades encontradasna comercialização do produtoartesanal não são de menor relevância, o que contribui para manter a situação de· pobreza do artesão. Em alguns casos, são oca-
sionadas pelo baixo e médio padrão de qualidade artística queapresenta; em outros, pelo sistema de divulgação adotado, que,além de semi-inoperante, é desvinculado da cultura popular àqual o artesanato se relaciona.Estas variáveis geram a desvalorização do produto artesanal e suacomercialização por preços insignificantes. Em decorrência, o poder de renda do artesão, quandonão evolui, permanece estagnado, tornando-o progressivamenteincapaz de participar dos bens eseNiços da sociedade. Algunsartesãos pensam em abandonarsuas atividades para se dedicar auma profissão economicamentemais rentável.
Via de regra, o artesão nãotêm consciência do valor econômico e, sobretudo, cultural doque produz, e do seu papel numasociedade em desenvolvimento.Se a tem, não a utiliza para reivindícar mudanças sociais queo beneficiem. O individualismo eisolamento que caracteriza a suavida e trabalho além de contribuir para manter e reforçar esteStatus (quo) baixa o índice de
produção artesanal.Há um pessimismo genera
lizado quanto à continuidade dotipo de artesanato que produzem.Todos são unânimes em afirmar odesinteresse da juventude pelo aprendizado da técnica.
Esta é, em síntese, a realidadedo artesanato capixaba. Uma realidade complexa, constituída de variáveis que se interrelacionam eque, a cada dia, assumem maioresdimensões.
ALTERNATIVA DESOLUÇÃO
Não constitui uma solução aproposta contida neste item, porque sabe-se ser muito difícil, senão impossível, resolver todos osproblemas ligados ao artesanato.Propõe-se, simplesmente, a adoçãode um instrumento que minimizeos efeitos das variáveis detectadas.Propõe-se a elaboração e implementação de um programa estadual de desenvolvimento do arte-
, ,
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sanato, a ser gerenciado pelo Centró
C
de Artesanato Capixaba, órgãocuja implantação foi definida pelaSécretaria da Cultura e Bem EstarSocial com uma prioridade em1978. O Centro de ArtesanatoCapixaba constituirá a base físicado programa e deverá ter, entreoutras, a função de coordenar, dinamizar e apoiar as atividadesartesanais no Estado.
'No seu primeiro ano de funcionamento, o programa deverárestringir seu âmbito de ação àárea da Grande Vitória, tendo emvista a necessidade de avaliar eajustar os seus objetivos, metodologia, estrutura, etc. A partir daípoderá se verificar a interiorizaçãodo programa.
Sua extensão a outros municípios, porém, deverá levar emconsideração sobretudo a vocaçãoartesanal da região, o interesse daadministração municipal e a exisMncia de recursos institucionaiscapazes de garantir a sua execução. A este respeito, pode-se adotar como um dos critérios mencionados, a existência no município de Centro Social Urbano e deentidades que se dediquem aotrabalho artesanal, identificadasatravés de um cadastro.
CONTEÚDO ESSENCIALDO PROGRAMA
Considerou-se básico a definição do programa mencionado,alguns comentários sobre a finalidade, princípios que deverãoorientar a metodologia (ie trabalho, as áreas operacionais e respectivas atividades, bem como sobreas condições facilitadoras ao seudesenvolvimento.
FINALIDADEBÃSICA
Com base no posicionamentofilosófico do Governo do Estado,que coloca o homem como o alvode suas realizações, um programade desenvolvimento do artesanato,gerenciado pela Secretaria de Estado da Cultura e do Bem EstarSocial deverá lIiSar sobretudo apromoção social do artesão. Porpromoção social pode-se entender
lmas:
s
às
"um conjunto de ,ações visando adesencadear um processo de desenvolvimento humano e social,no qual se criem para as faixascarentes da população, oportunidades de satisfação de suas necessidades econômicas, sociais e culturais e de participação consciente e responsável" 7
A definição dos demais elementos do programa poderá teressa finalidade como ponto de referência.
INCfPIOSMETODOLÓGICOS
o artesão deverá participar,direta ou indiretamente, em todasas fases de desenvolvimento doprograma. A observação desteprincípio garante a adesão aos objetivos propostos e, por conseguinte, o empenho na sua consecução.Por outro lado, a adoção desteprincípio, exige que se faculte aoartesão liberdade para avaliar e decidir o que lhe é conveniente.
A conjugação de esforços dosdiversos organismos da área sociale econômica aos quais o programase vincula, constitui outro princíprio, pois além de contribuir parao fortalecimento da ação institucional, evita a criação de estruturas paralelas.
O programa de desenvolvimento do artesanato deverá aindaser estruturada de forma a permitir: a satisfação pessoal, sem limites de idade, preservação das tradições culturais, utilização de matéria prima dispon/vel, aproveitamento da força de trabalho ociosae uma comercialização justa à altura do produto artesanal.
ÃREAS OPERACIONAIS
As atividades a serem desenvolvidas, por sua natureza, podemser concentradas em duas áreasoperacionais básicas: área de promoção e área de comercialização.
ÃREA DE PROMOÇÃO
Constituem atividades destaárea:
a)Cursos de FormaçiJo de mão-deobra artesanal,a nível de qualificação e aperfeiçoamento. Paraum funcionamento mais eficiente, esta atividade requer:- Elaboração de planos de cur
so, ressaltando os objetivosa serem alcançados, no dom/nio cognitivo, afetivo e psicomotor;
- Montagem de um sistema deavaliação em função destesobjetivos;
- Realização de pesquisas visando aprimorar a metodologia de ensino;
- Realização de pesquisa de aptidão artesanal, como atividade prévia ao treinamento,além de outras.
b) Palestras e debates sobre temasdiversos, de interesse do artesãoe/ou do aprendiz.
c) Orientação e encaminhamentoaos serviços de bem estar social.
d) Fornecimento de empréstimospara aquisição de matéria-primainstrumental para o trabalho,montagem e ou ampliação deoficina artesanal e outros, mediante a criação de um FundoRotativo de Apoio ao Artesão
ÃREA DECOMERCIALIZAÇÃO
As atividades desta área, embora não menos significativas naconsecução dos objetivos, terãocaráter complementar às atividades da área de promoção. Sãoelas:a) Divulgação de todo o acervo ligado ao artesanato;b) Organização de feiras e lojas;c) Organização de exposições e,d) Organização de núcleos e cooperativas de artesãos.
Além das atividades contidasnas áres mencionadas, há que seressaltar as atividades instrumentais, a saber:a) Organização e atualização docadastro geral do artesão;b) Organização e atualização decadastro das entidades que trabalham com artesanato;c) Pesquisa sistemática sobre ocomportamento do mercado con-
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sumidor., sobre as raízes culturaisdo artesanato, identificação deQ,ovos focos e respectiva capacidade de produção, além de outrosaspectos e,d) Ajuda financeira e orientaçãotécnica às entidades que trabalham com artesanato.
CONDIÇÕESFACILITADAS
o êxito de um programa desta natureza, está diretamente relacionado à existência de determinadas condições a que se convencionou chamar de facilitadoras.São elas:
Constituir prioridade nos pIanos governamentais;Dispor de recursos humanosespecializados e disponlveispara atuar a nlvel de planejamento, coordenação, execução e apoio administrativo;Dispor de oficinas-escolas ouunidades móveis, devidamente equipadas, para execuçãodos CurSOS programados ououtras atividades didáticas;Dispor de um sistema decontrole e avaliação que permita verificar a correspondência entre o planejado e o efetivamente executado, identificar e corrigir os desvios ebloqueios e obter subs/diospara .o replanejamento daação.Dispor de reCUrSOS financeirospróprios previstos no orçamento da SEBS ou recursosfinanceiros oriundos de convênios com organismos federais e estaduais.Ao final, cumpre ressaltar que
este levantamento despertou umasérie de expectativas em todosaqueles que foram entrevistadose por esta razão seus órgãos promotores tornaram-se responsáveispelo desenvolvimento de açõesque satisfaçam, senão total, pelomenos parcialmente as esperançasdespertadas.
7. CENTRO Brasileiro de Cooperação e intercâmbio de ServiçosSociais Alternativas de políticaassistencial brasileira. Rio de Janeiro. 1974. Doc. nO 90.
Plano deação imediata de
transporte e trânsito·
VIAS DE CIRCULAÇÃO GERAL
CARlACICA
VIANA
18
,V.RAPIDA
V.L1TORÂNEA _ ••• _ •••
V. ARTERIAIS
V.ARTERIALSECUNDÁRIAV.ALIMENTADORA _
V.ALlMENTADOR A
PROPOSTA _
o sistema viário básicopreconizado compõe-se decinco tipos de vias para acirculação gerare de trêsvias próprias para osistema de transportescoletivos. Formará umarede funcionalinter-modal de vias,visando, principalmente,a operação de um sistemaeficiente de transportescoletivos. Vai minimizar oscongestionamentos epermitirá soluções duradouraspara os problemasda circulação.
o trabalho objetiva a definição de um
sistema viário básico para a Grande Vitória
e de um sistema integrado de transportes coletivos,
possibilitando a complementaridade de modos ao invés
da competição entre eles. As medidas propostas
visam a contribuir para a consolidação da
estrutura urbana preconizada por uma
pol ítica global de ocupação do solo. Fundação Jones dos Santos Neves **
o Centro Metropolitano daGrande Vitória apresenta hoje excessiva concentração de atividades. O atual crescimento verificado na região agrava cada vezmais a dependência dos bairros emrelação ao centro. Cada novo bairro que surge é imediatamente ligado ao centro por linhas de ônibus, ficando mais.fácil ao moradpro acesso a ele do que a um centrosecundário, mais próximo de suaresidência. Congestionando, oCentro Metropolitano, hoje, carece de medidas destinadas ao aumento da fluidez do tráfego e dacriação de áreas para acomodarlevas de automóveis que necessitam circular e estacionar.
A movimentação gerada entrea periferia e o centro da conur-
. bação provoca um movimentopendular nas horas de pico, commaior intensidade às áreas localizadas ao sul, nos municípios deVila Velha e Cariacica. O fluxo verificado nessas últimas, chega a ultrapassar os limites consideradossuportáveis em três vezes na Ponte Florentino Avidos e perto deuma vez e meia a capacidade do sistema viário central,segundo estudos elaborados pelaFundação Jones dos Santos Neves.
Nas horas restantes, essas viasoperam com volumes próximos dacapacidade e, algumas vezes, também chega a ultrapassar os limites suportáveis. A diferença existente em relação às horas de pico é considerada pequena, pois asaturação do sistema viário é provocada pelos automóveis, que representam 75% dos veículos emcirculação, ficando os 25% restan-
tes por conta dos ônibus (2,1%)e os caminhões (4%).
Assim, a tentativa de distribuir a concentração de viagens decoletivos em horários de menormovimento implicaria em reduziro excedente sobre a Ponte Florentino Avidos a um nível aindaacima de sua capacidade, difi·cultando ainda mais a operaçãoCio sistema viário.
Pontos de Estrangulamento
Levantamentos efetuados re·centemente, à elaboração doPAITT, demonstram a existênciade quatro pontos críticos de estrangulamento no Sistema Viário. Atendendo a uma demandasempre superior à capacidade, alocalização destes estrangulamen-
. tos, em pontos estratégicos deAglomeração Urbana, vem provocando problemas de ordem sociale econômica à população, princi·palmente à mais carente. Essespontos estão localizlldos entreos' municípios de Vitória e VilaVelha: proximidades do PalácioAnchieta, Vila Rubim, Ponte Florentino Avidos e São Torquato.
Outro levantamento procuroumostrar, de maneira sumária, ascondições das vias, verificando ouso do solo e as condições deiluminação, pavimentação, drena·gem e dimensionamento de caixas daquelas vias servidas pelosistema de transporte coletivo e dealgumas ruas que· apresentem potencial de aproveitamento no sistema. 1:.. conveniente salientar queas vias servidas pelo transportecoletivo apresentam, em geral, me·Ihores condições do que .0 conjun-
to global das vias, concluindo-seque, na verdade, o quadro resultante dessas informações é otimista.
As vias pesquisadas totalizam288 quilômetros, verificando-seque 21,10% não dispõem de pavimentação e 33,49% de iluminação. Já os 203 quilômetros queconstituem vias municipais apresentam uma imagem ainda proble·mática.
ORGANIZACÃO DOSISTEMA DE
TRANSPORTE COLETIVO
O Sistema de Transporte Coletivo, através de ônibus, da Gran·qe Vitória, organizam·se operacionalmente em dois tipos de linhas:as que ligam um município aoutro e as que ligam bairros deum mesmo município. Mas, emvirtude do grande poder central izador exercido por Vitória, todasas ligações intermunicipais sãofeitas da capital aos demais municípios. Enquanto isso, somente as linhas intramunicipais de Vi·tória são significativas.
O sistema de transporte coletivo, por estabelecer passagemobrigatória no centro, apresentadificuldades inerentes que agra·vam a sua operacionalidade. As li·nhas provenientes da parte sul daAglomeração têm seu terminal deretorno situado -na parte norteda capital, enquanto que as li·nhas provenientes do norte retor·nam pela parte sul da Ilha. Assim,as vias centrais registram, na horado pico, a passagem de 350 ônibus/hora, entre urbanos, interur·banos e fretados, por sentido.
Projeto elaborado pela Fundaç30 Jones dos Santos Neves, concluído em junho de 1978, visa subsidiar a açlio doGoverno no sentido de dotar a populaç6(} da Grande Vitória de um sistema de Transportes Coletivos.
** Projeto supervisionado por ArlindoVillaschi Filho. Coordenado por Antônio Borjaijle e Carlos Alberto Perin. Téc·nicos auxiliares: Luciene Maria Becacici Esteves e Ronaldo Gonçalves Vianna.
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o Sistema Ferroviário
A infra-estrutura está restritaa duas linhas interestaduais: Estrada de Ferro Leopoldina (que liga Vitória ao Rio de Janeiro) ea Estrada de Ferro Vitória a Minas. A primeira encontra-se hojequase completamente desativada.A segunda, ao contrário, encontra-se em franca expansão e modernização. Serve basicamente eprioritariamente ao transportede minérios exportados pelo Superporto de Tubarão, com Ramalaté o Porto Velho e terminal deAtalaia, no canal de Vitória.
As estações finais para passageiros localizam-se ambas àsmargens sul do Canal, próximosdo centro metropolitano. O daEFVM oferece amplos espaços deintegração com outros modos, enquanto que a da EF L, praticamente abandonada e inativada nãotem demandado esta característica.
Estudos elaborados pela Fundação Jones dos Santos Nevesrevelam que os principais problemas relativos a transportes coletivos na área central se resumemna: superlotação dos coletivos nospontos iniciais dos trajetos, no per(odo de pico; envolvimento detodos os ônibus do norte no congestionamento da Ponte Florentino Avidos; redução da capacidade de transporte das linhas, pelaobrigatoriedade de toda a frotacruzar a área central nos doissentidos; grande concentração depassageiros nos pontos iniciaisde percurso, entre outros.
Sistema Aquaviário
o sistema aquaviário, parafins de transporte urbano de passageiros, apresenta-se em francaexpansão, após longo período dedecadência. De 1850 a 1960,foi largamente utilizado para otransporte intraurbano, dadas asfacilidades oferecidas pelo sítionatural para o seu desenvolvimento. Perdeu sua importância com acompetição do Sistema Rodoviário.
A revitalização do sistema foisugerida pelo Governo do Estado
e planejada pela Fundação Jones de transportes coletivos (ônibus)dos Santos Neves, por ser este um '~vem sendo feita paulatinamente,meio que oferece grande flexibi- estando em fase final de execulidade para expansão por não ne"'" ção as obras necessárias à intecessitar de investimentos na cons- gração rodo-aquaviário para o tertrução de vias. Trata-se de uma minai Paul.alternativa lógica e mais adequadaà realidade local.
Em 1976, duas velhas barcasmantinham em operação a linharemanescente, que liga Vitória aPaul. O estudo da Fundação Jones dos Santos Neves propôs para curto prazo o reequipamentoda linha existente (Paul-Centro) ea criação de mais duas, ligandoPorto de Santana (Cariacica) ePrainha (Vila Velha) ao Centro deVitória. Recomendou, ainda, aprofundar a análise para outrasexpansões a médio prazo . Porocasião do início do PAITT, junho de 1977 quatro novas barcasoperavam, entre os terminais reformados de Paul e Vitória (cerca de 300.000 passageiros pormês), estando previsto o iníciode operação da linha Prainha-Vitória, quando o sistema passariaa contar com sete barcas com capacidade para 160 passageiros cada.
A integração do sistema aquaviário com a rede rodoviária e
O Sistema de TransportesColetivos preconizado écomposto por três subsisteRodoviário, Aquaviário eFerroviário.Entre as soluções imediatae duradouras destaca-sea do transporte aquaviárioque acima de tudo atendecaracterísticas físicas doespaço urbano e amaneira como acidade seestruturou.
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VIAS RÁPIDAS ====V.ARTERIAL _
V,ARTERIALPROPOSTA _
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III
""20
i modos, ao invés da competiçãoentre eles; a minimizai,:ão doscongestionamentos; a melhoriadas condições de conforto e qualidade dos serviços de transportescoletivos; a obtenção da melhoriada fluidez, enfim, maior humanização da Grande Vitória.
[PROPOSTAS I
POLlTICA URBANA EOBJETIVOS DO PAITT
A concentração de atividadesno centro metropolitano da Grande Vitória torna necessária, maisdo que medidas destinadas à melhoria da fluidez, uma PolíticaUrbana a longo prazo, que reduzao número de viagens para estaárea. Deve ser dada ênfase à homogeneização do espaço e à oferta de alternativas locacionais coma melhoria de circulação e deacessibilidades.
A ocupação se fez desco'ntínua, desordenada, sempre de maneira aleatória contornando mangues e morros, configurando-seum assentamento com os bairrosem forma ciliar às vias principais.Por isso, a problemática transportes deve ser enfocada dentro deum processo de interVenção na estrutura urbana, juntamente comuma política glbbal de ocupaçãodo solo, a partir de diretrizes especiais criteriosamente definidas.
A organização preconizadaconsiste no controle da conurbação atual, delimitando-se a Aglomeração Urbana, onde se proces-'sará a reorganização espacial e deatividades, a fim de maximizar autilização da infra-estrutura existente e racionalizar a aplicaçãode novos investimentos urbanosautônomos destinadas ao atendimento de amplas áreas do entorno da Aglomeração para contero afluxo à área central; na preservação de área de interesse histórico, paisagístico e ecológico, resguardando-os contra a tendênciade expansão indiscriminada damancha urbana.
As medidas propostas peloPrograma de Ação Imediata deTransporte e Trânsito pretendemser de fácil execução e de baixo'custo, visando, além dos objetivos principais, preparar a áreapara modificações mais profundasprevistas em diretrizes traçadaspor um Plano Diretor de Transportes Urbanos para a GrandeVitória.
Depois de implantado, oPAITT criará um sistema integrado de transportes coletivos, definindo um sistema viário básico,de modo a se configurar uma rede funcional intermodal de vias.As primeiras medidas com a criação de um sistema integrado detransportes urbanos, possibilitarão uma complementariedade de
A eliminação de cada um dosproblemas críticos já apresentadosnão pode estar dissociada de umapolítica de descentralização, deuma organização funcional do sistema viário e de uma integraçãodos difeferentes subsistemas detransporte coletivo.
O trabalho reporta-se, maisuma vez, às concepções e conceituações dos elementos de reestruturação urbana, que deverão serimplementados a partir de umalegislação do uso do solo,incentivo a uma hierarquização decentros e da organização de umarede viária funcional.
As condições de estrangulamento do centro metropolitano,serão investidas pela melhoria decirculação na área central, pelaimplantação do sistema aquaviário e das linhas troncais, pelarealização de obras pontuais nospontos críticos e pela introduçãoda pista exclusiva para ônibus.
A Descentralização
A organização territorial preconizada, baseia-se nas proposições contidas no PDI 1 e PEE2 daGrande Vitória, constituindo-se.no controle da expansão da conurbação, delimitando-se a Aglomeração Urbana, onde se processará à reorganização espacial e deatividades, a fim de maximizara utilização da infra-estruturaexistente e racionalização da aplicação de novos investimentos e adefinição de unidades urbanas, onde se concentrem atividades urbanas destinadas ao atendimento desetores semi-autônomos da Aglomeração e conter o afluxo à áreacentral.
Para atingir tal objetivo, a organização do território basear-seá no conceito urbanístico depolinucleação, onde osbairros se articulam em unidadesurbanas, estruturados entre si eapoiados em um centro, viabilizando-se uma clientela que aí
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encontra resposta às suas necessidade~0 de moradia, lazer, trabalho, educação, etc. O modeloapoia-se num sistema de vias hierarquizadas onde se realizam osprincipais fluxos, e se localizamos comércios e serviços especializados nas arteriais, e nas demaispredominam o uso residencial eo tráfego de acesso. Através daanálise de aspectos tais como:morfologia, evolução urbana da Aglomeração, densidade atual, centralização e polinucleação, zonasde atividades, desenvolvimento social da população - definiu'separa a Aglomeração, quatro categorias de centro, com equipamentos urbanos, serviços de infra-estrutura adequados:
a) Centro Metropolitano - atende à função regional de provimento de comércio e serviços especializados, equipamentos sociais, recreativos, de saúde, serviços públicos, administrativos e financeiros, difusão cultural, comunicações e transportes, em necessidades setoriais, gerais' e específicas. Seu acesso deve se fazerpor meio de transportes coletivose vias arteriais, em deslocamentoseficientes; sua circulação internapor transporte de massa ou depedestres.
b) Centro de Animação - dispõe de comércio e serviços diversificados, equipamentos urbanosapropriados para atender às necessidades da saúde, ensino, lazere cultura no nível geral, setoriale local. Seu acesso se faz portransporte coletivo ou vias arteriais. São três os principais centros: em Vila Velha, Carapina eCampo Grande.
c) Centros de Bairros - dotados de comércio e serviços razoavelmente diversificados e equipamentos SOCiais, recreativos eserviços urbanos para necessidadessetoriais e locais e utilização oca·sional frequente. Seu acesso se fazpor meio de transporte coletivoe vias alimentad.oras, que pos-
1. M. Roberto Arquitetos. Piano de desenvolvimento integrado da microrrerjÍão deVitória. Rio de Janeiro,1973.3v.
2. Espírito Santo. Secretaria dePlanejamento. Grupo de Planejamento Urbano e Regional. Grande Vitória: umaproposta de ordenamento daaglomeraçllo urbana. 1976.
sibilitem deslocamentos eficientes.Tem a função estrutural de agrupar vários bairros em subcentrocomum.
d} Centro de Vizinhança com atividades e serviços predominantemente locais e cotidianos eimediatos, com equipamentos sociais, recreacionais e de lazer, destinados a crianças e pessoas idosas. O acesso se faz sem necessidàde de utilizaçao de transpor-te motorizado.
Delinea-se, portanto, a estratégia de descentralização do serviço e comércio das áreas de trabalho industrial e de comércio e serviços, visando a uma utilizaçãomais equilibrada da estrutura ur,ggna.
SISTEMA VIÁRIOFUNCIONAL
O Sistema Viário básico conceituado, compõe-se de cinco tipos de vias para' a circulação gerai e três tipos de vias própriaspara o sistema de transportes coletivos.
A primeira delas, as ViasRápidas, permitem tráfego em altavelocidade, ligando longas distâncias. São os acessos entre a Aglomeracão e sua área de influência; ~ntre a capital e as metrópoles nacionais. Nesta categoria seenquadrarrl~s BR 262 e BR 101,com exceção de seus trechos considerados urbanos.
Outras, as Vias Litorâneas,possuem semelhanças às vias rápidas, mas, no entanto, são destinadas a atender à faixa turística do litoral do Estado, que lhesconfere características próprias.Nesta categoria se enquadram asES-10 e ES-60 (Rodovia do Sol),com exceção dos trechos que penetram na malha urbana.
Já as Vias Arteriais estãosituadas no interior da malha urbana, servindo de coletoras e distribuidoras de fluxos que demandam aos centros de maior concentração de atividades. Atendema grande volume de tráfego edevem ter capacidade suficientepara manter a fluidez estável emvelocidade compatível com o espaço urbano.
As Vias Alimentadoras possuem função complementar às arteriais, servindo de coletoras e distribuidoras dos fluxos que demandam aos bairros, centros de bairros e de vizinhança. São servidas
pelo sistema de transporte coletivo.
A unidade mais simples na categoria das vias, LOCAIS, atende a seus moradores na funçãode acesso. o pedestre terá prioridade no seu uso.
Para o transporte coletivo, asVias Exclusivas, local izadas nasáreas centrais, servem para separar o tráfego dos coletivos dotráfego em geral, aumentando acapacidade das vias centrais e dando condições de competividadesaos coletivos, nas áreas de congestionamento, além de permitir aconquista de espaço ao pedestre.Prepara, além disso, o espaço urbano para receber equipamentosmais sofisticados de transportecoletivo, tais como o pré-metrôe o bonde moderno.
Aproveitando as características topográficas da região, que favorecem muito a expansão do sistema, as AQUAVIAS surgem como alternativa para acesso às áreas centrais, através do transporte coletivo aquaviário. As linhase terminais são integrados a outros modos.
A perspectiva de atender nofuturo a amplas massas populares, leva-nos, desde já, a integraras linhas de FERROVIA SUBURBANA às propostas, a fim de garantir o seu aproveitamento. O ramal da Estrada de Ferro Leopoldina terá a função de alimentaro Terminal Aquaviário. O ramalda Estrada de Ferro Vitória aMinas, oferece perspectiva parauma eficiente ligação entre osul e o norte da Aglomeração.
SISTEMA INTEGRADODE TRANSPORTES
COLETIVOS
o Sistema de Transportes Coletivos preconizado é compostopor três subsistemas, quais sejam:RodoviárIo, Aquaviário e Ferroviário que se complementam noatendimento à demanda e se integram através de terminais detransbordo, adequadamente localizados e projetados para desempenhar esta função de interação.
O Subsistema Rodoviário éclassificado em : O primeiro Interurbano, com a construção denovo terminal rodoviário, na Ilhado Príncipe, prevê a entrada dosônibus interurbanos na Aglomeração através de vias de tráfego par-
o tilhado. A distribu.içã,o, assim, dos
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passageiros será facilitada pela integração do terminal interurbanocom terminais urbano e aquaviário. Como 47% dos usuários deste subsistema demandam ao doCentro Metropolitano, o projetopaisagístico da área central prevêum caminho para o pedestre, ligando a Ilha do Príncipe até ocentro da cidade.
O Segundo Urbano propostotem como elementos principais aslinhas troncais, alimentadoras,convencionais, pontos de transbordo, além dos terminais detransbordo e urbano, e os terminais de retorno.
As Trancais são linhas rápidas, que ligam o Centro Metropolitano aos Centros de Animação, atravessando as áreas centrais em pista exclusiva. Podemser de dois tipos: TRANSVE RSAIS (LTT), quando ligam doisCentros de Animacão 'entre si eSIMPLES (LTS) quando o ligamum Centro de Animação ao Centro Metropolitano. Deverão oferecer elevada frequência e serãosupridas pelas Linhas Alimentadoras através de pontos de transbordo, dos terminais urbanos edos terminais de retorno. As linhas troncais poderão ter o retorno em centros de bairros localizados ao meio do trajeto sempreque se fizer necessário. Estão previstas as seguintes linhas troncais:
TRONCAIS SIMPLES(LTS)
Vitória - Vila VelhaVitória - Campo GrandeVitória - Carapina
TRONCAIS TRANSVERSAIS(LTT)
Vila Velha - Campo GrandeVila Velha - CarapinaCarapina - Campo GOrande
Já as Linhas Alimentadorastransportarão os usuários dos bairros até os pontos de transbordos,terminais urbanos e terminais deretorno, cobrindo toda a malhaurbana. A implantação das linhasalimentadoras oferece relativa facilidade, uma vez que mantémos antigos trajetos e abrangemsomente o sistema intermunicipalde Transporte Coletivo, onde asáreas de influência das linhas sãobem definidas.
As áreas próximas aos centrosserão atendidas por linhas convencionais ligando os terminais urbanos. As linhas municipais de
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Estão previstos os seguintes terminais urbanos:Aquaviário: Rodoviários Urbanos:
. Centro de Vitória . Campo Grande. Carapinll
Integrados:· Ilha do Principa - Interubano, Urbano, e Aquaviário· Dom Bosco - Urbano e Aquaviário• Paul - Urbano, Aquaviário e Ferroviário· Prainha - Urbano, Aquaviário• Porto da Santana - Urbano e Aquaviário
Flexal - SantanaCariacica-Santana.Itanguá-SantanaSantana de Cima - SantanaVale Encantado- PaulJardim Marilândia - PaulNovo México PaulItaparica - PaulIlhas das Flores- PaulPraia da CostaPrainhaGlória - PrainhaBoa Vista - PrainhaBarra do Jucu PrainhaConjunto Militar- Prainha
Prainha
Paul
Equip,amlen'tos de Apoio
namento do sistema, pois atravésderas serão canalizados os usuários dos bairros mais distantes daárea de influência, cujo acessosó é possível através de transporterápido. Para tanto, vias que atendem a essas linhas têm que sermelhoradas de forma a permitiruma velocidade comercial médiade 20 km/h para os ônibus emoperação. Foram previstas as seguintes linhas alimentadoras parao sistema:TERMINAL LINHA
- -----~----------
Como equipamentos deo PAITT prevê os pOintcl~aie''[ran!s-
bordo os eos terminais pontosde de ôni-bus abrigo paraos e conexão adequa-da entre as dos ônibusdas linhas trancais e alimentadoraso
Já os terminais de retornopontos de ônibus comabrigo para os passageiros e conexão adequada entre as paradasde ônibus das linhas troncais e
Santana
Linhas AlimentâêlôrasOs bairros contidos nas áreas
de influência de cada terminal serão ligados a este através de umsistema rodoviário alimentadorservido por linhas de ônibusintegrados com as linhas de barcas.
As linhas alimentadoras sãofundamentais para o bom funcio-
4) Etapa final:Para esta etapa de funciona
mento prevê-se também os Terminais de Aribiri e Ensead{l do Suá.
Dados os aspectos de competividade que esses terminais terão para com os de Pau I e DomBosco, respectivamente, a cautelaleva a uma posição no sentido deserem transferidas para o futurobreve o dimensionamento do subsistema nesta etapa de consolidação.
Ressalte-se outrossim, que está implícito no estudo, que asvariações sofridas pela demanda,durante a fase de implantação dosistema, poderão acarretar modificações no número de barcas e nodimensionamento dos terminais.Por esta razão os terminais serãoconstru ídos em módulos que facilitam sua ampliação.
ILHA DOPRíNCIPE CENTRO D. BOSCO
~PORTO DE PAUL PRAINHASANTANA
ao centro para as duas horas-pico da tarde no sentido CentroBairro.
3) Terceira etapa de funcionacmenta:
Nesta fase, considera-se operando os seis terminais, sendo,cada um destes, ligados aos trêsoutros terminais do lado oposto,com o número de barcas necessário ao atendimento à demandareal.
~PRAINHA
CENTRO PAUL
PORTO DESANTANA
o presente plano recomendaa possibilidade de estudo de localização adequada para o terminal de passageiros interurbanopara transporte marítimo a longadistância. Dadas às privilegiadascondições da baía de Vitória, oterminal pode ser central e perfeitamente integrado ao Sistema deTransportes Urbanos ~a Aglomeração.
Para a consolidação do subsistema Aquaviário é necessário oestabelecimento de hipóteses parasua implantação por etapas, visando atender as diversas fases defuncionamento que variarão nãoapenas em decorrência da execução das construções necessárias,como também da aquisição dasbarcas necessárias ao atendimentoà demanda real do sistema.
1) Primeira etapa de funcionamento.
Para esta fase, foram considerados operando o terminal docentro, no lado da Ilha e os terminais de Porto de Santana,Paul e Prainha, no Continente,estando em operação as sete barcas recentemente adquiridas. Onúmero de passageiros atendidos,o número de partidas de barcase os intervalos entre essas, estão,portanto, limitados pela capacidade de atendimento das mesmas.
SISTEMA AQUAVIÃRIO
Vitória mantém sua operação enão se transformam em alimentadoras devido a sua pequena extensão. A exceção aparece quandoas linhas do norte do municípiopodem ser remanejadas em vistade alimentarem no futuro o terminal de retorno situado em Goiabeiras. Na área central tambémusam as pistas exclusivas e integram o sistema como linhas convencionais.
2) Segunda etapa de funcionamento:
Situação idêntica à fase anterior quanto aos terminais queestarão em funcionamento, alterando-se porém o número de barcas (passam para 17) em operação. Foi considerada a demandareal do sistema de linhas diretas
CONCLUSOES ERECOMENDAÇOES
alimentadoras, com retorno da linha troncal. Estão previstos terminais de retorno em Cobilândia,Ibes e Goiabeiras.
Os termínaís urbanos são pontos de convergência de linhas troncais, aquaviárias, alimentadorase/ou ferroviárias, equipados comabrigos para passageiros e conexãoadequada entre as paradas dasdiferentes linhas. Localizam-se noCentro Metropolitano, nos Centros de Animação e, eventualmente, em Centros de Bairros.
A circulação principal detransporte coletivo realizar-se-áatravés de dois subsistemas primários: o subsistema aquaviário e osubsistema rodoviário troncal. Oprimeiro interliga os diferentesterminais do Continente aos termioai~ da Ilha; o segundo interliga os terminais urbanos dos Centros de Animação de CampoGrande, Vila Velha e Carapina aoTerminal Urbano do Centro.
As linhas alimentadoras captam as viagens dos diversos bairros e transferem-nas as linhastroncais, através de pontos detransbordo, ou ao subsistemaaquaviário, através de terminaisintegrados.
Tal sistema apresenta diversasvantagens:
Existem três perspectivas parao sistema ferroviário participar notransporte coletivo da Grande Vi·tória - A primeira delas seria asubstituição do ônibus pelo bondemoderno ou pré-metrô nas linhastroncais, já que é previsível umrápido esgotamento da capacidadedo sistema rodoviário nestas linhas, o que exigirá' a adoção desistemas mais sofisticados.
A segunda perspectiva é a utilização da EFVM (Estrada de Ferro Vitória-Minas) para ligar as partes sul e norte da Aglomeração,oferecendo alternativas às trancaistransversais. Finalmente, a terceiraperspectiva surge c?m a Estradade Ferro leopoldina, quase desativada, atravessando.. áreas periféricas ocupáveis a médio prazo. Oadensamento destas áreas viabilizará o seu aproveitamento integrando-a como alimentadora doterminal Aquaviário de Paul.
INTEGRAÇAOINSTITUCIONAL
fim de permitir que a cidadeexerça sua função portuária e redistribuidora sem comprometersua circulação urbana;
- Proceder pesquisas periódicas de circulação de pessoas, cargas e ve(culos, de modo a permitir a reavaliação e realimentacãodas propostas e proceder a m~didas corretivas com adequada antecedência.
As propostas aqui feitas, colocam de maneira bastante clara aexistência de subsistemas que secomplementam, sendo, portanto,fundamental a integração dasações dos diversos organismos queatuam no setor - sejam federais,estaduais ou municipais.
Essa integração só será viável na medida em que houver umacoordenação das pol (ticas voltadas para a melhoria do sistema detransportes na Aglomeração. Neste sentido propõe-se:
- A coordenação geral porparte da Secretaria de Estado doInterior e dos Transportes da normatização dos serviços de concessão de linhas, acompanhamento efiscalização das empresas concessionárias, bem como o estabelecimento de um processo permanente de levantamento de dados capaz de subsidiar o planejamento,o acompanhamento, controle efiscalização do sistema de transportes na Aglomeração urbana.
Subtende-se por esta proposição, a necessidade de um trabalhoharmônico e conjunto envolvendoo Estado e as Prefeituras Municipais de maneira a haver uma padronização das normas de concessão e fiscalização de linhas deônibus, de forma a homogeneizar a ação tanto no âmbito daslinhas intermunicipais como daquelas espec(ficas de cada munic(pio.
A participação efetiva docolegiado do CODIVIT na discussão dos planos e programas ligados ao setor de transportes anível da Aglomeração e de cadamunicípio, de forma a agilizar aimplantação do sistema e assegurar a continuidade do processo deplanejamento e execução integrada de obras e serviços que visam,em síntese, otimizar a aplicaçãodos recursos públicos.
a) aumenta' a área de atuaçãodos subsistemas aquaviário e trori:cal;
b) reduz o número de linhasque demandam ao centro, contribuindo para o seu descongestionamento;
c) contribui para a consolidação dos subcentros, na medidaem que estes foram escolhidos para a localização dos terminais deretorno ou dos terminais urbanos.
O transporte coletivo rodoviário na Aglomeração é complementado pelas linhas convencionais,que são aquelas que servem aomunicípio da Capital. Estas, porserem de curtos percursos, nãocomportam transferências modais,procurando-se diminuir sua demanda através de incentivos aoscentros de bairros.
Para operacionalizar a proposta, obtendo-se dos transportescoletivos menores tempos de percurso, maior conforto e maissegurança, aumentando a confiabilidade e dando condições decompetividade com o transporteindividual, além de melhorar ascondições de acessibilidades e modalidade das camadas menos favorecidas da população, é necessáriaa implementação de algumas medidas prioritárias:
- Dotar as vias alimentadoras de reais condições de trafegabilidade aumentando a segurança e a velocidade de operaçãodos coletivos e dando melhorescondições aos pedestres;
- Melhorar as condições decirculação na Área Central, realizando as obras necessárias à remoção dos pontos de estrangulamento e reorganizando a circulação de modo a favorecer o pedestre e o coletivo;
- Implantar uma hierarquização de fluxos;
- Implantar os terminais urbanos, os de retorno e os pontosde transbordo, abrigar e iluminaros pontos de ônibus de modo adar ampla proteção aps usuários;
- Dotar o sistema de eficiente sistema de comunicação visual,a fim de obter-se o melhor desempenho funcional;
- Suprir a frota rodoviáriae aquaviária de adequado número de veículos, garantindo melhorfrequência e maior regularidade dehorários;
- Proceder ao estudo de circulação e terminais c;le ~argas, a
RROVIÃRIOSISTEMA
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ENSAIO
Manoel Vereza de Oliveira **
o modelo de David Warshfoi publicado na revistaFORBES , na edição de15.09.77.
Por preços reais entende-58a razão existente entre deter·minado volume de bens eserviços e o salãrio liquido(menos impostos) de um cidadão representativo da população.
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Assim, não se compra "somente" um automóvel. Na verdade, compra-se um sistema dinâmico e envolvente, incluindo rodovias, policiamento nas estradas,etc.
desejo de fazer um lanche, masque estão intimamente ligadas àvida de toda a comunidade.
O processo de crescimentodos preços nominais, então, poderia ser explicado como consequência da difusão de custos, algobem mais complexo que a tãoconhecida inflação de custos. Comefeito, o autor propõe uma teoria particular a respeito das variações de preço no tempo. "ATeoria da Complexidade", comoele a denomina, tem sua baseexplicativa no fato de que os PfFJços nominais básicos, tais comoos que pagamos por alimentos,vestuários, habitação e combustivel, são determinados em funçãodo número de intermediários queparticipam do canal de distribuição desses produtos.
nalidade será representar nossa vi550 pessoal da problemática, a nivel nacional e regional, tendo como pano de fundo as duas fasesanteriores.
A TEORIA
David Warsh utiliza uma série de figuras de linguagem damaior pertinência para analisar oprocesso inflacionário, desde assuas origens mais remotas atéseus efeitos mais atuais.
Como explicar o fato de queo americano médio, atualmente,se alimenta e vive bem melhorpagando US$ 0,40 por cadahamburger do que seus pais quecompravam hamburger a US$ ...0,10 cada?
Segundo ele, um dos determinantes mais críticos do "Paradoxo" é a crescente complexidade do sistema econômico que,por sua vez, nada mais é do queo reflexo de uma intensa interdependência que, na verdade, atinge de forma global o mundo dehoje.
Afirma Warsh que quando alguém compra um hamburger, ouqualquer outra coisa, não estápagando apenas pelo hamburgermas também para ajudar a construção de navios de guerra, segurosocial, tratamento médico-hospitalar moderno, transmissões de TVcoisas que nada têm a ver com o
Crítica a David Warsh e sua Teoria da Complexidade.Análise do modelo e sua aplicabílídade à realidade brasileira
o grande paradoxo do hamb~rguer·
A inflação vem se constituindo num autêntico quebra-cabeçasque desafia a mente das maioresautoridades no assunto. "0 paradoxo do hamburger", concepçãode David Warsh, tenta analisar oprocesso inflacionário desde' assuas origens mais remotas atéseus efeitos mais atuais 1 . O Paradoxo ilustra uma situação naqual houve grande explosão nospreços nominais acompanhada porum pronunciado decréscimo dospreços atuais 2.
Em outras palavras, nós pagamos mais hoje em dia, segundoaquele autor, mas, em contrapartida, a grande maioria vivetambém bem melhor do queantigamente. Seria então possiveldizermos que a inflação nos tembeneficiado? Ou há alguma variável em jogo, cujo comportamentoescapa ao nosso conhecimento?Haveria aplicabilidade à realidadebrasileira? Por certo há condiçõesde se fazer uma analogia entreessa teoria e os reflexos da inflação no Brasil. Contudo, a análise crítica deve ser antecedida poruma descrição do modelo deWarsh, para que se chegue as concíusões necessárias, e, em seguida, confrontar as posições do autor com a realidade que nos cerca. Para tanto, procuramos trazeras considerações de vários autores brasileir05 versando sobre amatér;a. Logo após, levantar-se-áuma série de pressupostos cuja fi-
Original: '7he Great Hamburger Paradoxo".** Técnico da Fundação Jones dos Santos Neves e Professor da Universidade Federa/do Espfrito Santo.
A "Teoria da Complexidade",rudimentar como se apresenta, foielaborada com o objetivo de acrescentar outras facetas a umaexplicação que vem sendo universalmente aceita, no que concerneao processo inflacionário, a saber:a Teoria Quantitativa da Moeda.Milton Friedman ganhou o Prêmio Nobel em economia no anode 1976 devido aos seus trabalhossobre essa teoria. Ela diz que ospreços são maiores na GrandeNova Iorque do que na cidade delowa, porque há mais dinheiro emNova Iorque - uma complicadamaneira de dizer nada, segundoWarsh. Lembra que "claro que hámais dinheiro em Nova Iorque Nova Iorque é bem mais complexa que a cidade de lowa'~
Warsh se dispõe a refutar essa teoria, lançado uma nova visão sobre o pro,cesso inflacionário. Acredita que 8 discussãoatual acerca do processo inflacionário deve ser observada numaperspectiva mais histórica. Diz eleque os economistas trabalham como qualquer ser humano. No trabalho de entenderem a realidade utilizam relações entre fatosconhecidos e analogias para melhor compreenderem o mundo.Entretanto, onde conseguem buscar suas analogias? Eles simplesmente as tomam emprestado deoutros que de alguma forma tenham investigado o mundo anteriormente - os cientistas . Aqueles economistas que se acreditamlivres de influências externas estão, quase sempre, utilizando descobertas de algum físico, astrônomo ou geólogo há muito falecido. Como consequência, os economistas têm investigado as árvores e ignorado as florestas.
Por que a economia contemporânea falha em compreender eexplicar o que acontece com onosso mundo?
Warsh acredita que a resposta está no fato de que a modernaeconomia ainda trabalha com omesmo universo de Isaac Newton,no século XVII. um universomecânico, sem mudanças bruscas,que funcionaria tal qual um relógio. Diz Warsh que eles o fazem simplesmente porque ainda
vivem em pleno universo mecanista Newtoniano. Há somentedois grandes eventos ligados a umamáquina - o momento em queela inicia o seu funcionamento e O""
instante em que cessa de operar.Todo o resto se resume ao entrechoque de engrenagens bemlubrificadas, numa aparente sequência interminável de ciclos.Uma máquina não tem "história" - e, sim, mecanismos. Omundo dos economistas não necessita de história porque eles ovêem como se fosse uma máquina.
Ele sugere um novo conceitopara substituir o vocábulo "inflação": a palavra "difusão" utilizada normalmente para descrever o processo pelo qual aspartículas se misturam e se fundematé ninguém poder destin,gui-Ias isoladamente. Então, porque não usá:la para descrever oprocesso através do qual os custos se misturam e se fundem? Adifusão realça o fato de que algonovo foi acrescido ao processo.Na verdade, uma palavra aindamais real para retratar o processo inflacionário seria "conflação"- a fusão ou mistura de dois oumais itens diferentes.
E qual seria então a posiçãode David Warsh no que diz respeito à inflação? Será a inflaçãoalgo bom para nós? Não. A altasistemática de preços causa consideráveis danos ao Sistema Sócioeconômico, com impactos bastante fortes no Sistema Po/ltico.Nós deveríamos entender que atendência comumente chamada"inflação" tem sido sempre o sintoma de transição por que tempassado o mundo.
Se pode existir alguém aquem o processo inflacionáriopode ferir profundamente, essealguém é o Terceiro Mundo. Porum lado, diz Warsh, os paísessubdesenvolvidos culpwn os chamados países neo-imperialistas portodas as suas dores. Dizem serestes países quem sistematIcamente os golpeia fixando preços baixos para matérias-primas e outrosprodutos exportados. Por outrolado, os países subdesenvolvidosdesperdiçam todos os recursos de
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que dispõem no processo deexpansão do seu serviço público ede toda sua burocracia enquantoreprime os setpres mais produtivas.
Lembra que o Terceiro Mun-do está entrando num esquemapor demais rápido de divisão dotrabalho numa forma que nãoé a mais adequada. Quando,porém, chegam as empresas multinacionais e passam a dividir otrabalho de uma forma mais produtiva - criando administradores,trabalho qualificado, são consideradas como exploradoras.
Para finalizar, o autor traçauma analogia entre o sistemasócio-econômico e o sistema ecológico. Diz ele que os predadoresprecisam existir de forma a manter estável o equilíbrio das espécies. Os coiotes liquidam os coelhos que por sua vez devoramalgumas plantas e, assim sucessivamente. Caso o número de coiotes seja afetado de alguma forma externa ao sistema, todo oequilíbrio será mudado. Reduzase os coiotes e proliferarão oscoelhos que, por sua vez, devorarão um maior número de plantas. . . Aumente-se o número decoiotes e reduzir-se-á a população de coelhos; as plantas queeram devoradas pelos coelhos crescerão além do previsto eliminando plantas menores, insetos, etc.
Em suma, parece-nos que oautor defende uma posição delivre ajuste para o sistema econômico de forma que'haja urri equilíbrio natural entre os predadorese suas presas.
Argumentação
David Warsh procura encontrar na evolução histórica suasbases para a Teoria da Complexidade. Para ele, os problemasatuais, em torno do processo inflacionário, não podem ser dissociados de uma visão histórica,erro quase sempre incorrido pelamoderna economia. Ele acreditaque ainda hoje se trabalha com omesmo universo de lsaac Newton,no século XVII, um universo mecânico, sem mudanças bruscas,que funciona tal qual um relógio.
Salienta que devido ao surgimento de visões distintas na mecânica sob a qual funciona o universo, foram iniciados, nos primeiros 50 anos do século XIX, movimentos nos círculos científicos ligados à biologia e a geologia.
Para comprovar o que pensa,Warsh inicia lembrando "A Riqueza das Nações", obra de AdamSmith que, em Edinburgo, na Escócia, acreditava ser o sistemaeconômico semelhante ao sistemaque regia os céus e a terra. Ele seria, então, uma espécie de máquina dotada de autocontrole, funcionando sob o impulso de uma"mão invisível".
Para poder contrapor essepensamento, lembra Georges Couvier que, em 1801, acreditava quea única explicação plausível para odesaparecimento dos pterodátilose tiranosauros estaria ligada àsmudanças bruscas que teriamocorrido no planeta ao longo desua evolução.
Pensamentos opostos fazemcom que conclua que "devido aosurgimento de visões distintas damecânica sob a qual funciona ouniverso, houve a criação nosdrculos científicos, dos uniformistas, preocupados com os ciclosprediz(veis sob os quais funciona o universo; e os catastróficos,preocupados seriamente em explicar o universo num prisma de mudança".
No fim das contas, para ele,triunfaram os "catastróficos", apologistas do processo violento,repentirlO e imprevisível de mudanças. Não obstante terem os "catastróficos" conseguido explicarmelhor a realidade, os economistas cerraram fileíras com os"uniformistas" e, até os dias dehoje, continuam a explicar a realidade de forma Newtoniana, Smithiana. ..
David Warsh acredita que nesse quadro de referência, Karl Marxfoi muito mais perspicaz queAdam Smith. Segundo Marx: "Ahistória humana guarda estreitarelação com a paleontologia. Coisas que estão quase tocando nossos narizes são ignoradas de início - mesmo pelo:> mais importantes pesquisadores". Marx pes-
quisou a realidade através de analogias entre a paleontologia, répteis extintos, e a sociologia sociedades desaparecidas. O queele descobriu não foram os restos de animais fósseis que nãomais existiam, mas o esqueleto deum sistema de organização socialque não representava progresso ordenado como propunha AdamSmith. O que chamou realmente aatenção de Marx foi o século demudança catastróficas durante aqual o Sistema Feudal deu lugarao Sistema Comercial do séculoXVI'~
E prossegue: "A idéia de evolução catastrófica tornou-se bastante familiar - um sistema tranquilamente em equilíbrio enquanto forças internas e ocultas vãono mudando até determinadoponto-limite onde o equilíbrio équebrado e o Sistema atinge novo equilíbrio. Catástrofes, na verdade são comum na natureza líquidos fervendo, terremotos,tempestades, furacões. .. A teoriados "Quanta", na física, a genética Mendelina, a matemática catastrófica de René Thom's - tudodesembocando na idéia de descontinuidade como epicentro da evolucão"
. O autor vê a idéia da des-continuidade como familiar aosproblemas humanos. "Veja-se, porexemplo, Erik Eriksson e suapsicologia do crescimento - oprocesso de crescimento pontuadopor crises de identidade, nas quaisas personalidades pulam rapidamente para novos estágios de equilíbrio. Ou, considere-se JeanPiaget e seu trabalho com ascrianças: fases sucedidas por mudanças no processo perceptivo.Thomas Kuhn chegou mesmo apropor que as revoluções .- rápidos e decisivos processos de mudança - representam a direçãopara a qual se desloca a ciênciacomo um todo'~
Para ele, o único estudiosoque apresentou, quase uma geração depois, um argumento contra a perspectiva de Karl Marxfoi o inglês Alfred Marshal, como seu livro "Princípios de Economia" que já esgotou nada menosde oito edições milhõe.s rje
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exemplares. A idéia central do livr~: "NA TURA NON FACITSAL TUM" não passa de unifor"';!smo, concentmdo em alto grau.
O autor, a partir de Marshal,mostra, então o encadeamentoentre suas idéias (de Marshal) eas de Keynes seu discípulo. Keynes segundo Warsh viu "altose baixos" na história - mas aoinvés de movimentos catastróficos, mudança suave e gradual.
Com efeito, Keynes não chegou a refutar a visão marxista daHistória - simplesmente ignorou-aem toda a sua obra.
Walt Rostow e sua teoria do"take of", sumariou, de formamais sofisticada o pensamento deKeynes e Marshal. Todos os "cicios" de Rostow sucediam-se quase que automaticamente - novaversão uniformista do mundo.
As primeiras tentativas parase trazer evidl1ncias empíricas aotrabalho de Marx foram feitaspor Henry Phelps Brown, da"London School of Economics"que juntamente com sua associada, Sheila V. Hopkins, na qualidade de historiadores econômicos, apresentaram, em 1950, umaanálise envolvendo uma comparação entre os salários de umcarpinteiro e de um operário, naInglaterra, cobrindo um períodode setecentos anos.
Segundo suas pesquisas, os salários mantiveram-se consideravelmente estáveis durante. todo o'período, à exceção de três únicasvezes, ocasiões em que efetivamente decresceram. Com a proximidade do século XX, as duascurvas de salários tenderam ase aproximar cada vez mais umada outra.
Preços
Posteriormente, apresentaramoutro trabalho, em 195Q, no qualmontaram uma "cesta de consumo" envolvendo alimentos, bebidas,cQmg.t1stíveis e vestuário, e"chec~t~ifi"seus preços emção .. aos salários nominais dostrabalhadores.
O objetivo desse segundo trabalho foi testar as premissas levantadas em 1901 por C.F. Ste-
phens, dando eco às icl.éias deMarx, segundo as quais teria havido um aumento e, em seguida,uma grande queda no poder decompra do indivíduo médio entreos anos de 1300 e 1600, na Inglaterra.
"Por um século ou mais,parece que os preços irão obedecer a uma lei toda-poderosa; isso muda, e uma nova lei prevalece. Algo como uma guerra, quepoderia ter exercido considerávelinfluência sobre os preços numperíodo, já não exerce no subsequente. Será que nós conseguiremos detectar as causas que deter·minam esse comportamento numdado período? E por que razões,após um intervalo tão longo, deixam essas causas de exercer efeito preponderante? Qual a razãobásica para a mudança? Parecenos !ler a catástrofe. Um ,estado deequilíbrio é tão somente algoaparente. A todo instante, todoum sistema de poderosas forçasestá atuando e, numa reação emcadeia, gerando pequenas mudanças que se vão acumulando,até que, repentinamente zap !Todo o sistema muda para um outro patamar, no qual outro estado aparente de equilíbrio iráperdurar por algum tempo. A única observação de relevância sociológica é que para o caso da inffação, que repercute sobre sistemassociais, o "gap" pode durar duasou três gerações".
Da mesma forma que a história dos preços, a história dopoder de ganho dos trabalhadoresingleses mostra um pronunciadoperfil catastrófico. Nos anos quese sucederam a Peste Negra(1348) os salários começaram umalonga e lenta elevação até que,repentinamente, em 1500, começaram a cair. E que queda! Numperíodo de cem anos, um homemtrabalhando como carpinteiro descobre que seu salário anual compra bem menos da metade do queconseguia seu pai. Que dizer agorado argumento de Keynes segundoo qual o padrão de vida do trabalhador não havia mudado muitoao longo da história?
Por volta de 1650, os salários começaram, de novo a subir
lentamente. A elevação persistiuaté 1750, por aproximadamente100 anos. Então, por volta de1750, os salários reais começarama cair novamente. Nos anos 1800o carpinteiro tinha quase retornado ao ponto em que se encontrava ao início do século XVI.
Uma vez mais, os salários começaram a subir e, desta feita,continuaram subindo. No ano de1880 o carpinteiro estava, finalmente no ponto em que se localizara ao fim do século XVI. Seusalário real continuou subindoaté que, durante a Grande Depressão, atingiu o dobro do queera durante a Grande Era Dourada dos anos 1450 e 1500.
Então, surge a Segunda Guerra Mundial e, uma vez mais, ossalários começaram a cair.
Com efeito, à luz dos comentários anteriores, pode-se afirmarque Marx estava correto no queele observou - errando tão somente na maneira como aplicou assuas observações na sua teoria diz Warsh, e Pongera:
- No que tange ao estilo demudança, Marx estava correto eKeynes errado - pelo menos é oque se pode depreender dos trabalhos de Phelps e Hopkins.
O· progresso econômico quedecorreu até os dias atuais, aEra da Afluência, não foi algo estável - ele foi, ao contrário, algocomo uma dura cavalgada, comsacolejos, pulos e buracos.
Metamorfose
É de certa forma comum paraos historiadores segundo ele reportarem-se a essas modificações catastróficas do passado como "revoluções". Entretanto, acreditaque faz bem mais sentido encará-Iascomo processo de metamorfose aoinvés de esquemas revolucionários.A metamorfose, evidentemente, étoda marcada por mudanças catastróficas ao ponto de serem alteradas as próprias estruturas: girinos transformando-se em sapos;lagartas em borboletas. A novaestrutura sendo invariavelmentemais complexa que a anterior.
A primeira metamorfose, entre os anos de 1150 e 1325, fez
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com que os preços da "cesta deconsumo" - o custo de vida ....quadruplicasse. Por que? A res-
,posta estaria na mudança estru-'tural gerada pela Revolução ComerciaI que levou ao desaparecimento do Feudalismo. No início havia, cidades, igrejas e chefesguerreiros, ao fim, havia cidades,catedrais e reis todo-poderososcom desejos de encetar cruzadasno Oriente Médio. Será que asduas mudanças, nos preços e nacomplexidade, têm algo que veruma com a outra? Ou se trata dealguma simples fórmula econométrica descrevendo o processo inffacionário que irá explicar o queocorreu?
Quais as causas para o arrefecimento da inffação logo após1325? Teria o arrefecimento algoque ver com o processo de consolidação da nova estrutura surgidada metamorfose?
Nos anos de 1520 a 1640tem lugar a Segunda Grande Metamorfose. Surgia o Mercantilismo, apareciam novas idéias, pensadores, filósofos, Bacon, Lutero,Copérnico, Cromwelf, a descoberta do Novo Mundo!
Pergunte a um economistapor que os preços subiram na Inglaterra durante o século XVI eeles irão dizer que tudo ocorreuem função de um tremendo inffuxo de metais preciosos vindosdo Novo Mundo. Até o famosoJohn Kenneth Galbraith ofereceesta explicação no seu livro"MONEY".
Entretanto, seria a respostaalgo tão simples? Foi a pressãogerada pela entrada do ouro que"causou" a inffação, ou foi, emseu lugar, a crescente complexidade sócio-econômica e a subsequente necessidade de mais dinheiro para fazer face aos preços crescentes que "causou" a descoberta do ouro?
A Terceira Grande Metamorfose tem lugar por volta de 1750.As novas idéias trazidas pela Revolução Francesa, a automaçãointroduzida pela Revolução lfidustrial, a urbanização aceleradagerada pelo processo industrialtudo isso levou a novas estruturas,mais adaptadas à dinâmica de um
venela nos vencerá?
ta/porque a
não é mais dar um fimmas
e encontrar
cerEisvez
aocontrolarformasNão tenharnos dú~'ldas:
é umaeconômicoretoma
não concorda com a dialéti-ca ,~marxista dita.
com grandehq/:Jil'ldé1de a genuínade Marx - muito mais vinculadaà sua visão histórica de sociedadedo que aos pn'nC,lpléJS 1f7co'rp()rados ao "Oficou famoso.
As característicasdo "Grande Paradoxo do Hem"'''Vh''r·· lhe conferem o toque da
da àsa, tão necessária afj melhor en-tendimento tema.
Em no Jor-nal do Brasil de sob otítulo Som-bra", Luciano Le,lds'i!mljdtlf adotapontos de vista bastante co,mllara-veis aos Warsh.
visãobém de estadIsta
Como se o tre-cho acima deixa transparecerque outros parecem ver deou~a ~
deduzir da pordescrita
do é um pr,obi'en:latendo-~ estávelmoeda e aumentando-se a oferta de bens e os preços
a cair. Reduzindo-se aoferta de bens e os preços só subir. Conclusão:o efetivo CO/71bate
UMA APIFlEC:IACA,O
nanas são "pluralísticas". Warshesposa a tese de uma ilnica fonte:a divisão do trabalho.
O surgimento e crescimentodas grandes organizações e todo oseu impacto sobre o sistema sócio-econômico no que tange aoseu papel de redistribuidoras derenda; o grande impacto da tecnologia nos dias atuais - tudolevando a cada vez mais intrincadas e sofisticadas formas de di·visão do trabalho.
Como a leitura daparte I já deve ter suscitado ao
trata-se de um cu:ja abordagem tem o mérito deapresentar um bastanteinovador ao inflacioná-rio. Através de uma série de aproximações históricas o autor consegue convencer da necessidade deuma visão psicossocial do fenômeno de servisualizado em suas raízesteoria econômica convencional.
As comparações efetuadas pelo autor entre os "conformistas" e os "catastróficos" trazemum feixe de luznovo para a questão. Comtudo nos leva a crer que a economia tem realmente porapresentar uma visão mé1Canl(~ista,
Newtoniana, do Mundo. Emboradevamos o fato de quetem havido uma considerável inr:n,CDcwaI7ãn de conceitos oriundosdas ciências comportamentais àTeoria ainda não sefez sentir com a devida intensidade o dessa "conflação" sobre a visão que amaioria de economistasrealidade.
Um outro aspecto derelevância no foi a descri-ção da pesquisa deHopkins, incorporando fatos a 100anos de história da humanidade.E mais ainda, a dessaanálise para confrontar pontos devista como os de Keynes, Friedman e outros.
O artigo toca na ImnnrtfJ'nr:iRJda visão Marxista sob um pontode vista totalmente novo. O au-
o Petróleo
A recente crise do Petróleovem trazer evidência para aexplicabilidade da inflação em termos de complexidade sócio-econômica.
Embora a OPEP tenha sugadomilhões e milhões de dólares doSistema Econômico Internacional, o que normalmente daria curso a um processo deflacionário,ocorreu foi o contrário. A açãoda OPEP levou a "economia" auma elevação de preços - e queelevação! Como pode a deflaçãoser inflacionária?
A expectativa deflacionáriaestaria em consonância com ospreceitos da Teoria Quantitativada Moeda. Segundo está teoria, háuma quantidade mais ou 'menosfixa de bens no mundo, que élimitada por um perfil monetárioda mesma forma que em balãolimita e dá forma ao gás quecontém. O relacionamento entre ovolume de um gás e sua pressãotem um nome - a Lei de Boyle uma teoria mecanicista tomada deempréstimo à física pelos economistas.
Segundo os monetaristas tudose explica através da equação ...PT = MV, onde uP" representaos preços, "T" o volume de tremsações no período, UM" o suprimento de moeda e uV" a velocidade de circulação da moeda.Segundo Warsh, PT = MV é desprovida de qualquer sentido! Nãohá algo como "todos os preços':Ninguém pode falar sobre "preços" sem especificar a que preçosse refere.
A diferença entre Keynesianos e Monetaristas está no fatode que os primeiros acreditam quea velocidade da moeda varia juntamente com a quantidade de moeda. Em ambos os casos eles aceitam PT = MV - a única disputagira em tomo da .relativa elasticidade de "V". Ambos negligenciam quaisquer consideraçõesacerca do comportamento de "P':
Friedman, por sua vez, defende a tese de que as fontes inflacio-
mundo novo e altamente imprevisível.
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ta de preços) exige a ampliaçãoda oferta - em suma: o desenvolvimento representa o melhor remédio contra a inflação'~
Luciano Zajdsznajder parececrer que a inflação envolve algomais que uma simples expansão daoferta - algo que n/io seria resolvido pelo desenvolvimento puro e simples. Segundo ele:
"Economistas, administradores e até políticos t§m nos queridofazer crer que a inflação é um fenômeno puramente econômico e,portanto, deve ser combatido emseu próprio terreno. Pois afinala que se reduz uma última instância? A um comportamento dospreços, que incham e, ao fazd-Io,ocasionam uma distorç/io na maneira como é apreciada uma parte da realidade (... ). Há no processo inflacionário um cenárioque tem muito em comum comaquele que Lewis Carol nos apresenta na história de Alice noPaís das Maravilhas: as coisas aumei1tam de tamanho ou encolhem. Uma imagem que cabemuito bem para entendermos apsicologia do processo inflacionário e como este age sobre aspessoas é a de um mundo em queas unidades de medida - o metro,por exemplo, ou aquilo - variassem de modo que uma pessoa queum dia fosse dormir com 1,70mou com 65 quilos, acordasse nooutro dia, medindo ou pesandomenos e daí para frente sua vidafosse um terror constante. Tantopor n/io saber em que ponto estaria no dia seguinte, quanto portemer que um dia desaparecesseinteiramente. Aprofundando esteaspecto psicológico, verificamosque a inflação toca em estruturasprofundas da vida humana. A vidaeconlJmica, na qual não podemosdeixar de estar imersos-- e mesmoum monge budista que vive sócom seu manto e sua cuia delaparticipa. .. dos seus restos - éaquela onde estão em jogo doiselementos fundamentais da existência: o valor e o poder. Os preços pretendem dizer respeito aovalor e conhecer os valores é umadas formas básicas de orientaçãodo homem no mundo. Neste sentido, a inflação é sempre muito
temida porque introduz um e!ementa de desorientaç/io - e comportamentos defensivos - que tra~'
zem à vida econômica uma semente de desorganização".
De acordo, ainda, com Zajdsznajder, o combate tradicional àinflação tem·se caracterizado porum ataque aos efeitos e não àscausas. "É como se quisessem porfim a uma ressaca do mar indo aospontos enigmáticos onde surgemas ondas e esquecendo-se de queestas se formam devido a cor·rentes, a diferenças térmicas, aovento, e à atração da lua".
Dimensão Histórica
Como se pode observar, o"Grande Paradoxo do Hamburger" consegue ser bastante inclusivo para acatar, e com forteapoio, as idéias de Zajdsznajder;explicar a posição de Laffer - eainda ir além.
Warsh dá à sua análise uma dimensão histórica profunda bastante para justificar sua descrença noseconomistas da escola Keynesiana,nos monetaristas; para afirmar suaconvicção acerca do caráter sócioantropológico, econômico e histórico da inflação, e, finalmente,para acrescentar um elemento explicatório novo - a sua "Teoriada Complexidade".
Há, entretanto, um aspectoabordado no "Grande Paradoxodo Hamfiurger" que merece algumas considerações mais profundas. Segundo Warsh, a penetraçãodas empresas multinacionais dospaíses subdesenvolvidos só teriacomo ajudá-los a melhor alocarseus recursos produtivos. Parecenos que o autor, nesse particular,apresenta uma versão bem simplista do fenômeno subdesenvolvimento, em desacordo mesmo coma visão ampla que caracterizoutodo o seu artigo.
Tudo indica que Warsh estabelece uma linha divisória entrepaíses desenvolvidos e subdesenvolvidos, como se ambos n/io estivessem ligados por grande interdepend§ncia.
Vejamos o que diz a respeitoda inflação Luiz Carlos Bresser
30
Pereira, no seu livro "Estado eSubdesenvolvimento Industrializado". "A inflação, ou seja, oaumento persistente e generalizado dos preços, é um desequilíbrio crÔnico dos países subdesenvolvidos. (... ) Nos anos cinquenta, em pleno período do populismo, os economistas neoclássicos,chamados ent/io na América Latina de monetaristas, e geralmente situados fora do Estado, à media que muitas vezes ainda estavam comprometidos com o Estado oligárquico do modelo primário-exportador, tinham uma explicação simples para a inflação.Esta teria uma causa exógena: ademagogia e incapacidade dos governos populistas, que entravamem deficit orçamentário ao mesmo tempo que aumentavam o crédito, ao pretender dividir a renda entre as classes e grupos sociais em um número de partesmaior que o todo. O remédio proposto era simples: moralizar os governos, equilibrar o orçamento doEstado e reduzir o crédito bancário. Enquanto isto, os estruturalistas, então geralmente ocupandopostos no Estado, afirmavam quea inflação era endógena, resultavada imperfeição dos mercados daseconomias em processo de industrialização".
Mais adiante, continua Bresser Pereira: "Não há nenhuma razão para que a inflação seja apenas estrutural, monetária ou administrada. O aumento generalizadoe persistente de preços pode perfeitamente ser determinado poruma combinação dessas causas(...) A essas causas princípaispodemos ter somadas outras subsidiárias que também podem estarpresentes na determinação da inflaçao. Poderemos ter uma inflação importada, quando os preçosdos bens importados crescem rapidamente. Com a elevação dos preços do petróleo, em 1973, todosos países importadores do produto importaram inflação conjuntamente. Podemos ter aumentos dereservas internacionais causandoinflação. O Estado pode determinar o aumento dos salários causando inflação. E alguns falam em in-
de te-
a Estrada de Ferro Vitória j;/ e com ela toda umainfra-estrutura' de bastanteimllf},rt::l,rltl'! para a economia esta
metamorfo-
na,~ionais, ti!"Ou toda umaao fenômenocom a únicamento -
dual.
dasto/30.
se).A estrada de ferro represen
tou uma artéria se deslocava não só o fluxo de metê
emas, um processo de mi-
litoral-interior de vital impara a economia esta-
café e amadeira cacau o trinômio clássico dos rm'Jdl!Jtc>stradicionais numa economia
- foram agre-ao sistema econômico que
passou, a uma fase bemmais evolulda.
É de se ressaltar a correiaentre a da economia
e a urbanie entre esta e () desenvol
vimento é o processo inflacionário. Embora não
de levantamentos factuaisno estilo e para o
qu,estiio, temos fortesacreditar que nos
do apogeu dosalário
tenha-sede
pente, sem recursos
por ex~'mJ:"lo, sofl-era,mtos efeito que só
estão sendo sentidos.Com o da polí-
tica de do café na dé-cada me-UlfIrJO'Tm:eJ_ a do Estado
a pontos crlticos no quetange a aspectos econômico-sociais. Cidades inteiras eSll'azli;}r;;lm-
entendimento dos processps inflacionários incorporando variáveiscomportamentais que tem, muitasvezes, sido congeladas nos famosos "ceteris paribus" tão apreciados pelos economistas.
No que tange à aplicabilidadeda "Teoria da Complexidade"na explicação da realidade espirito-santense, cremos poder inseriralguns comentários que, esperamos, sejam criticados e enria'ue'cidos por tantos quantos lerem opresente trabalho.
Com efeito o fenômeno infla-no tem
au,fJnlad'o uma bastante(Josit,iva com outro processo quenos tem assaltado de forma avassaladora: a un'J81~lizéIÇão.
Embora nUo possamos deixarde considerar a inf'lal7lfo caf.lixi~ba
como de vetoresmais fortes no deforças inflacionárias - a oreflexo da nacionalsobre a economia local - parece-nos válido, inclusive, afirmarque as causas - tanto a nível deBrasil quanto a nível de Estadoestejam bastantecom a "Teoria da CO'fflJJle.xk.íaofe".
O histórico emdo desenvolveu-se orito Santo só oferecevas de para análiseos anos 3D. Não queremos dizercom isso que o maisdistante nãotivo. Acreditamos, isso sim, que ahistória capixaba se nos apresenta como um processo cU,mtlla:tlv,o,dentro do os fatos de maiorrelavOncia tenham ocorrido emfunção de anos anteriores masde forma bem mais marcante acontar dos anos 30, a dosquais começou a estrutura sócioeconômica do estado amais complexidade.
A partir dos anos 30, orito Santo começou a se apresentar nacional e internacional·mente, por força daGuerra Mundial, como um localde importancia estratégica, de vezque representava o escoadouro dominério de ferro vindo de Mi-nas, por 'um e umnatural a uma possível oe.nel~ral~Uoinimiga ds minas, por outro.
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fIação psicológica, que seria determinada por perspectivas inflacionárias das empresas, levando-as aaumentar seus preços antes queoutros aumentassem. Inflação psicológica, entretanto, não é umacausa de inflação, mas sim um eufemismo para expressar um fatá'muito simples. Sejam quais foremos fatores desencadeantes da inflação - estruturais, monetários, ad-.ministrativos - esta terá sempreuma causa básica: a luta das empresas e grupos sociais por aumentar sua no excedente. A inflação é, na oresultado de uma luta feroz peladivisão do excedente econtimico.Essa luta trava-se ao nível das empresas. Aquelqs que forem capazesde aumentar mais e maismente seus preços, aquelas que tomarem a dianteira do processo inflacionário serão certamente as beneficiadas'~
Como se o fe-n6meno "inflação" nos paísessubdesenvolvidos é algo bem maiscomplexo. Na hipótese de estarcorreto Bresser as empresas multinacionais, com toda suatecnologia, iriam atuar no processo como predadores, desestabilizando todo o existente na "luta feroz pela divisão doexcedente", tendo em vista disporem de mecanismos de subrevivênela bem mais poderosos e sofIsticados. A realidade parece trazermais evidência para Bresser Pereirado que para David Warsh, nesseparticular.
Uma vez analisado o "Grande Paradoxo do Hamburger" dentro da problemática brasileira, pas'saremos à última fase desse trabalho, na qual procuraremos apresentar uma visão pessoal da maneira como o de Warsh seintegra à nossa realidade estadual.
Não podemos deixar de consignar, antes de quaisquer comentários, a importtJncia de um trabalho como o de Warsh na épocaem que vivemos. Embora suscetível de muitas críticas, representa um esforço sério de buscar um
rios e entraram em depressão pro·funda; a Grande Vitória, transformou-se em caudatário dagrande massa humana que emigrava do interior à busca de sobrevivência. O Estado, como um todo, viu-se esvaziado de recursosfinanceiros já que o café contri·buia de forma decisiva para ofuncionamento da economia.
A primeira consequência doprocesso de erradicação, talvez;tenha· sido dupla: depressão econômica nos municípios produtores de café, acompanhada de umquadro deflacionário, e inflaçãoacelerada na Grande Vitória, cujaestrutura urbana teve que receber,sem estar preparada, uma enormemassa humana. Cabe aqui uma ob·servação que se nos parece pertinente: mesmo na Grande Vitória,co-habitaram inflação e recessão,Inflação; causada pelos gastos públicos em caráter de emergênciae, também pela relativa escassezda oferta de bens e serviços,subtamente comprimida por umaprocura à qual não teve tempo dese adequar. Recessão, devido aofato de ter-se agregado à GrandeVit6riaum grande contingente dedesempregados. Ora, segundo atradicional análise feita através da"Curva de Phillips", quanto maioro desemprego, mais baixa a taxade inflação de preços. Como entender, então o comportamentoeconômico observado: inflação edesemprego crescentes?
Não se pode, mesmo, descartar a hipótese, por irônica quepossa ser, de que, durante a fasecrítica da erradicação tenhamossido um dos precursores da"stagflação", isto é, inflação crescente coexistindo com desemprego crescente!.
Durante a década 60/70, sur·ge a euforia dos Grandes Projetos (terceira grande metaformose).Naquela época, viveu-se sob a bandeira de um Esplrito Santo compotenciais imensos de riqueza edesenvolvimento. Aqui seriam instalados grandes complexos industriais que iriam revolucionar o papeI do estado no contexto nacional e internacional.
A "Teoria da Complexidade"mais uma vez parece ter sido cor-
roborada! Caso dispuséssemos> denovo, de dados factuais, temq§certeza de que iríamos detectarem rápido recrudescimento inflacionário, função da geração de e~'pectativas especu.latlvas sobre osempresários, o povo e o próprio Governo.
Há, para finalizar, ainda, algoque merece ser estudado de formamais detalhada. Referimo-nos aointervalo de tempo dentro do qualocorreram o que convencionamoschamar de "metamorfoses", nolinguajar de Warsh.
De uma maneira geral, meta·morfose são fatos geneticamenteprogramados. Assim, uma lagartasó passa a borboleta depois deter atingido o seu mais pleno de·senvolvimento estrutural como la·garta. A natureza, que lhe programou a forma final de borboleta,sabe que a estrutura tem que semodificar porque uma lagarta nãodispõe das mínimas característi·cas aerodinâmicas para uma queda - quanto mais para uma decolagem.
Suponhamos que 11m cientis·ta, desejando apressar a transfor·mação lagarta·borboleta, manipulasse as moléculas de ADN da la·garta. t verdade que o resultadopoderia levar a uma borboletanum espaço de tempo menor.Porém, sobre a intervenção extre·mamente complexa na "memória" do ADN, pesaria sempre otremendo risco de, em vez detransformar-se numa borboleta, alagarta se transformasse num animai monstruoso e disforme!
A rapidez das metamorfosessócio-econômicas sofridas pelo Espírito Santo parece apresentaralguma analogia com o caso dalagarta.
t bem verdade que podemoster, ao fim da última metamorfose, um sistema econômico-socialdotado de estruturas fortes e sadias, ajustadas ao novo meio-ambiente. No entanto, sem querermos passar por pessimistas, e guardando as devidas proporções nainterpretação da analogia, é, tamtém, possível que, ao fim da última metamorfose tenha/nos à frente um Estado bem diferente da·
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quele que imaginávamos quandocomeçamos a intervir, de forma a"queimar etapas", no processo-ei·xo, em função do qual deveriamocorrer todas as alterações estruturais capazes de serem absorvidas de forma natural pelos sistemas sociais, antropológico e ecoló'gico.
Esperamos que ocorra a primeira hipótese; no entanto, consideramos extremamente oportunostrabalhos de pesquisa que possamdetectar, a tempo, hipertrofias estruturais, de modo a que possamos intervir no sistema paracontrabalançar possíveis efeitosnegativos, gerados por decisõestomadas no passado.
Finalizando, achamos oportuno a explicitação de algumas limitações inerentes ao trabalho aoqual nos propomos, de forma aque se tenha uma percepção maisrealista acerca do mesmo.
A primeira limitação é canse·quência do trabalho de sínteseque se tomou necessário para adescrição do artigo, que pode,perfeitamente, ter distorcido alguns pensamentos do autor.
Uma segunda limitação residena índole puramente subjetiva dasconclusões. Tudo o que se con·cluiu foi elaborado a partir deinferências ligadas a percepções darealidade que podem ser perfeitamente contestadas em se dispondo de dados quantitativos, nãoutilizados por falta de disponibilidade e, também, por excederemo escopo do presente trabalho.
Gostaríamos de encerrar citando Bertrand Russel, em seu' livro "Significado e Verdade" quando diz: "visto que uma experiência é um fato as proposições ve·rificáveis são verdadeiras, mas nãohá razão para supor que todas assuposições verdadeiras sejam verificáveis. Se, porém, asseverarmospositivamente que há proposiçõesverdadeiras que não são verificáveis, abandonamos o empirismopuro. Finalmente, ninguém acredita no empirismo puro, e se devemos conservar crenças que todosconsideramos válidas, devemosadmitir princ(pios de inferênciaque não são demonstrativos nemderiváveis da experiência'~
....
"Segregação Espacial" mostra graves contradições do planejamento na determinação de traduzir o espaço como produto social. A autora coloca a contradição, nos seguintes termos:"Podemos constatar a existência de políticas urbanas inconciliáveis: uma sob o primado do lucro e da acumulação que vê acidade como um mercado da produção industrial; a outra que
e intensificar o atendimento das necessidadesh~;'::.'3~~sde~~~h~~~~~~~~~ de ordem biológica, social e psicol6-.q O da cidade, baseado em uma estraté-
urbana-econômica, será o progresso organizado, ordenado,fUl1ci,om~1 dos bens materiais. Todos os sinais Que permitem detectar os conflitos surgidos no meio urbano ficam "mascarados" nf!o destruídos pela eficiência da estratégia eca
urbano,organizador da pl'Odução,da rentaimpõe um consumo autoritário do espaço
urbano (... ). A opção do planejamento é, neste caso, deexploração intansa da infra-estrutura existente (...) O planejamento - açfio coerente - desse ponto de vista, é coerenteexclusivamente com seus compromissos com o desenvolvi-mento econômico. Opera com um único preservar o
e assegurar seu - o é acessório (...)com uma contraditória o planejamento tará
constantemente integrar, elementos con-traditórios. a oposição de duas realidades,entre as não existe fica claro que a concilia-ção é impossível". Dessa forma, conclui a autora queo plano de Brasília "criou uma fronteira entre si mesmofi (]I sítio onde se implantou", resultando num processo de se-gregação que só poderia ser redi recionado através deuma revelasse os indicadores da segregação, ex-pressa em da "impossibilidade do trabalhador de apro-prfar-se da urbana'~
"Planejar quem?", analisa os projetos governamen-tais de do espaço urbano ao âmbito de São Paulo,
que "nfio conduzirão a solucioner o problema dasfavelas mas, ao contrário, condições a disseminaçãodelas por todo o intariar Paulo". isso porquê, no en-tender da autora "Em nome da solução de problemas reaiscomo a deficiiJncias nos trensportes, carência de sa-
e estão se propondo medidas cujos resul-tados imediatos serão o ataque aos focos originários. Adesconcentração urbana, nos termos estruturais em que estáproposta, reproduz a estruture social das grandes cidades, nesdemais cidades, acrescentando-lhes todos os problemes jáconhecidos".
Trata-se, portanto, de um livro sério, que ceve ser materialde profundas reflexões para todos aqueles, direta ou indiretamente envolvidos no planejamento das cidades brasileiras.
resultados da "tendem a confirmar as hipóteses doestudo na em que evidenciam que os entrevistadosapresentam semelhanças e diferenças de acordo com as áreasantecipadas e as diferenças estão mais intimamente associa-das às sócio-econômicas".
e conjunto residencial", examina as re-pcllí1:ic'3-f'3vE!la. o processo de remoção de favelas, o
Impacto decorrente introdução do Sistema Financeiro Habitacional sobre as populações faveladas e a Manipulação doSFH com a utili.zação da bU.r.Dcracia vigente.
"Favelas do Municlpio de São Paulo": tem sua origem noCadastro de Favelas, em São Paulo, nos períodos de 72/73 e74/75. O artigo levanta os principais resu Itados dos cadastra-
descrevendo em sua essência, o cadastramento de 73 e·0 de 14/75. São formuladas algumas críticas às formulações teóricas acerca da favelização e marginalização, de início. Em seguida, algumas observações de ordemgeral são efetuadas, nas quais a autora busca situar o leitor naterminologia empregada pela equipe de cadastramento. A re
entre as formas utilizadas para intervenção, por parte doe os vários enfoques teóricos sobre favela é
são apresentados e discutidos os resul-
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textos de urbana; org. por EvaAlterman Blay. Petrópolis, Vozes, 1978, 179 p.
Manoel Vereza de Oliveira *
"A Luta pelo Espaço" compõe-se de duas partes. A primeira,entitulada "Da Teoria à Prática", examina dois trabalhos: a}Dialética do Rural ao Urbano, de Maria Isaura Pereira deQueiróz; e b} Habitação; a política e o habitante, de Eva AIterman Blay. A segunda parte, "A investigação sociológica emalgumas cidades brasileiras", é formada por 5 tópicos: aI AHeterogeneidade da Homogeneização; ou da como nem todosos habitantes de Porto Alegre são iguais, de RubemOliven; b) Favela, Política a Conjunto Residencial-no RioJaneiro, de Lícia do Prado Valadares; c) Favelas no Municí-pio de São Paulo, Resultados de de Suzana Paste r-nak Taschner; d) Segregação deMaria Prosperi Meyer e, finalmente, para oua Reprodução de Favelas nas cidades de Eva Alter-man Blay. As duas partes são no texto EvaAlterman Blay com "Crise Urbana ou Crise de doCapital?".
Trata-se de livro cuja característica mais marcante refere-se à posição crítica que adota. A própria introdução deixatransparecer claramei1te as características da obra, aonar profundamente o leitor acerca da medula mesma Sociologia Urbana: "a quem se destina o planejamento? Planejar para quem? Qual a lógica do sistema para o qual taisjamentos são necessários? Enfim existE mesmo uma ur-bana?".
O efeito dessas questões passa a incomodar, inquietar,despertar o leitor para buscar, no livro, suas próprias respostas.
Na "Dialética do Rural ao Urbano", a autora introduz oleitor às versões habituais para a problemática rural-urbana,passando a conceituar a dialética e a explicar de como estapode ser instrumento de análise sociológica da realidade. Apropriedade da utilização de uma dialética múltipla aná-lise do binômio rural-urbano, fica, patenteada da lei-tura do trabalho. A autora mostra como, através das contradições, forma-se um processo, único e ao mesmo tempo diferenciado, que rege toda a complexa interrelação do urbano aorural.
Em "Habitação: A política e o habitante" - são conside-rados quatro momentos históricos, explicar o significadodas políticas de habitação no O periodo escravocrata,com as senzalas; a primeira etapa da industrialização, com aconstrução de vilas operárias; a instalação do es-pontâneo de expansão urbana" li a construção dos con-juntos habitacionais pelo Banco Nacional de Habitação. A amálise hist6rica li conduzida de forma a permitir um acompanhamento de evolução do processo, desde às senzalas até os cemjuntos habitacionais. Nas palavras da autora, o Sistema Financeiro de Habitação não está resolvendo a sitliação. "O mecanismo posto em marcha pelo BNH conseguiu retardar ado problema habitacional brasileiro; vende umaa redistribuição de renda e desvia a direção dados verdadeiros problemas subjacentas ao problemacional".
Em "A Heterogeneidade 'da Ou de ca-ma nem todos os habitantes de Porto são iguais", oautor, ap6s algumas referências as teóricas, apresentasa feita em Porto Alegre, desenvolvida em torno da UIUU",,,,,,,segundo a qual "Os entrevistados - por viverem em uma cidade que é parte integrante da sociedade brasileira e assim,um lado, estarem sujeitos à influência homogeneizadorata. mas por outro lado terem ao mesmo temoo diferentes sociaIs nesta sociedade - apresentarão sim orientação semelhantanaquelas áreas que envolvem dimensões de vida prática e instrumentos como também em aspectos mais sujeitos à influências ideológicas, mas orientações diferentes naquelas áreas queenvolvem dimensões de vida pessoais e em aspectos que têmimponância e significado diversos de acordo com a posiçãosocial".
Segue-se uma série de considerações sobre uma pequenaamostra de alguns dados, em função da limitação do espaço. Os
BESENHA
Problemas de meio ambientetem comissão especial
aos problemas de poluição, eoutros.
Além do Presidente, a Comissão Estadual do Meio Ambiente é composta pelos Secretários de Estado doPlanejamento, da Agricultura,da Indústria e do Comércio,da Saúde, do Diretor Superintendente da Fundação Jones dos Santos Neves e derepresentantes da Federaçãodas Indústrias e Federação daA.gricultura do Estado do Espírito Santo, além do Secretário de Ci{}ncías e Tecnologia da Secretaria Especial doMeio Ambiente, do Ministériodo Interior.
A Fundação Jones dosSantos Neves é o órgão deapoio técnico e administrativo da CEMA. Compete a elaassessorá-Ia na organização eexecução dos seus programasde trabalho e no que se fizernecessário ao bom desempenho de suas atribuições; naorganização de suas reuniõesordinárias e extraordinárias,na elaboração de atos normativos e textos legais, na execução de estudos e na fiscalização e controle da aplicação das normas e padrõesambientais.
ECOLOGIA
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Cabe ainda à CEMA, atarefa de promover, atravésde seu órgão de apoio técnico e administrativo, um programa contínuo de formaçãoe treinamento de especialistasem assuntos relativos à preservação do meio ambiente;atuar junto aos agentes financeiros, à Secretaria Especíaldo Meio Ambiente, do Ministério do Interior, e demaisórgãos federais envolvidos noproblema, a fim de mobilizar recursos para pré-investimentos e para investimentoscom vistas ao controle da poluição; propor intensa e continuamente, campanhas de esclarecimento e de educaçãoda população do EspíritoSanto, tendo em vista a conservação do meio ambiente ea necessidade de evitar desassossegos coletivos em relação
lativos à preservação ambientaI com vistas a assegurar obem-estar da população, através de seu órgão de apoiotécnico e administrativo, assessorar órgãos estaduais emunicipais incumbidos daconservação do meio ambiente, tendo em vista o uso racíonal dos recursos naturais.
Acompanhar as transformações do ambiente,promover normas e padrões à preservação ambiental e mobilizar
recursos para investimentos com vistas ao controleda poluiç/Jo são alguns dos objetivos da CEMA.
o ESRírito Santo já contacom um grupo especial destinado a promover a conservação do meio ambiente e ouso racional dos recursos naturais. A Comissão Estadualdo Meio Ambiente foi instalada no dia 26 de outubrodo corrente ano, depois decriada pelo decreto na .....1.150/n, de 15 de maio de1978, do Governador tlcioÁlvares. Será composta pornove membros, sendo seu presidente o Secretário do Interior e Transportes.
Compete à CEMA acompanhar, através de seu órgãode apoio técnico e administrativo, as transformações doambiente, aplicando técnicasde aferição direta e sensoramento remoto para identificar as ocorr{}ncias anormaise tentar corrigi-Ias; firmarconvt1nios com a SecretariaEspecial do Meio Ambiente,do Ministério do Interior, afim de atualizar-se continuamente no que diz respeito àlegislação e às técnicas decontrole ambiental; promover, integrada à Secretaria Especial do Meio Ambiente, aelaboração e o estabelecimento de normas e padrões re-
Fundação Jones dos Santos Neves:
TRABALHOS ELABORADOS
- Programa de Apoio à Política de Desenvolvimento Urbano- Grande Vitória: Situação Financeira dos Municípios- Grande Vitória: Sistema de Transporte Aquaviário- Grande Vitória: Apoio à Demarragem dos Grandes Projetos - Algumas Prioridades- Grande Vitória: Centro de Animação de Carapina- Grande Vitória: Dimensionamento eLocalização do Novo Terminal de Passageiros
Estrutura Demográfica do Espírito Santo - 1940/2000- Estudo Preliminar do Parque Metropolitano de Camburi- Treinamento de Recursos Humanos para o Planejamento Urbano- I Curso de Desenvolvimento Urbano e Regional- Algumas Prioriaades Imediatas para o Desenvolvimento do Turismo no Espírito Santo- Pense e Fotografe sua Cidade
Plano Diretor Urbano de Conceição da Barra - 1977/1990- Regionalização: Uma Proposta de Organização Territorial do Estado do Espírito Santo para Fins
de ProgramaçãoProjeto Piloto de Jacaraípe
- Programa de Financiamento de Teses e Dissertações- Projeto de Reabilitação da Area do Porto de São Mateus- Sistema Cartográfico da Grande Vitória- Revista da Fundação Jones dos Santos Neves- Lazer na Grande Vitória- Estudo de Valorização do Patrimônio Histórico e Natural da Grande Vitória
Programa de Ação Imediata em Transporte e Trânsito na Grande VitóriaAspirações das Liderança,s Municipais no Estado do Espírito Santo
- Plano Diretor de Alegre- Série Documentos Capixabas 1 - Esp írito Santo: Documentos Coloniais
Cobertura Aerofotogramétrica da Micro-região Homogênea de Vitória e Areas Vizinhas - Escala1:20.000
- Cobertura Aerofotogramétrica da Aglomeração Urbana da Grande Vitória - Escala 1:5.000
EM ELABORAÇAo
- Plano Diretor Urbano de VitóriaPlano Diretor Urbano de Venda Nova
- Série Monográfica/FJSN- Plano Diretor da Serra- Série Documentos Capixabas 2 - Documentos Administrativos Coloniais- Programa de Cooperação para Incentivo à Pesquisa Regional- Programa de Cidades de Porte Médio - Governo do Estado do Espírito Santo/BIRD