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V. 8, N0
1 | Janeiro/Fevereiro 2011 ISSN 1678-6661
Nesta Edio:
Caderno CientficoMercado In
EventosEntrevista: Paulo Coelho
Latino-americana
Implantodontia 2011
Bases cientficase clnicas para umaprtica de sucesso.
Os melhores implantodontistas
da Amrica Latina estaro aqui.
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Vol. 8 No1 Janeiro/Fevereiro 2011
Qualificao:Qualis Nacional B4 - Odontologia e Interdisciplinar
Qualis Nacional B5 - Medicina II e Engenharias II e III
Indexao:BBO - Bibliografia Brasileira de Odontologia
LILACS - Literatura Latino-Americana e do Caribe em Cincias da Sade
ImplantNews - Vol. 8, n.1 (janeiro/fevereiro/2011) - So Paulo: VM Comunicaes - Diviso Cultural, 2004
Periodicidade Bimestral
ISSN - 1678-6661
1. Implantes dentrios. 2. Cirurgia de implantes. 3. Prtese sobreimplantes.
I. VM Comunicaes - Diviso Cultural II. Ttulo
CDD 617.6005
Black D74
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Fazer bem da maneira mais simples
Ponto de Vista
M
esmo complexa, a Odontologia uma profisso apaixonante; obviamente, para os que mergulham
fundo, particularmente na interface perio/prtese/orto/implante. Em resumo, a arte de escutar,
somada ao estudo contnuo. Uma mente razoavelmente treinada faz bom diagnstico em pouco
tempo, mesmo que exames adicionais sejam necessrios. Entretanto, o grande problema est no prognstico:
antes da glria, passamos um bom tempo aprendendo com os nossos pacientes.
Ao mesmo tempo, sucesso uma palavra forte. Os outros pertencentes do trio so simplicidade e sobrevi-
vncia. Comecei em uma poca onde o nosso hardwareera limitado e fazer o melhor da maneira mais simples
soava fundamental. Os reabilitadores orais nunca devem esquecer que a prtese um elemento artificial.
Na grande maioria, o sucesso imediato rapidamente vai se traduzir em manuteno constante,
fator aliviado apenas pela motivao de seus clientes. Nem o melhor implante do mundo (se
que existe) supera uma boa higiene oral... Por que, em pleno sculo 21, virou pecado sucessose tornar sobrevivncia?
Indiscutivelmente, muitos dos meus planejamentos para prteses extensas seriam diferentes
(mais simples) se os implantes dentrios j apresentassem taxa de sucesso acima dos 90%
nos anos de 1960 e 1970 (e o prognstico tambm). Pacincia, a profisso funciona desta
forma. Entretanto, fico extremamente realizado quando vejo que mesmo diante de uma filosofia
oclusal emprica (continua assim) e de uma Periodontia puramente invasiva, diversos dos meus
pacientes e colegas ainda possuem seus dentes e prteses com funo e esttica aceitveis. Contudo, isto
no significa que nossas insnias acabaram: oclusais cermicas, hbitos parafuncionais, dentes tratados
endodonticamente que funcionam como pilares intermedirios de prteses fixas, cantilveres, crie, doena
periodontal crnica (principalmente na zona esttica), pacientes com doenas que impedem boa coordenao
motora, fraturas por alterao da dimenso vertical e ocluso topo a topo em pacientes com prteses fixas
acrlicas implantossuportadas etc.
Obviamente, o fato acima implica em uma boa porcentagem de pacientes com necessidade de repetio do
tratamento (este um fenmeno mundial). Voc s vai tornar a resoluo simples (em muitos casos, amenizar
os problemas) quando fizer as perguntas certas: possvel remover a prtese sem comprometer os dentes?
O volume sseo precisa de modificao? Qual a melhor compensao esttica? Aqui, simplicidade significa
otimizar seu tempo clnico buscando na literatura qualificada o mais razovel e com melhor custo-benefcio.
Finalmente, eu recomendo fortemente aos novatos que entendam como uma simples sonda periodontal e uma
fita oclusal fazem toda diferena antes de mergulharem no mundo da Implantodontia. Alm disso, uma ficha
clnica bem conduzida um tesouro inestimvel por geraes.
Minhas sinceras desculpas aos mais afoitos, mas o nome do jogo continua sendo sobrevivncia. Fazer bem
fazer de modo simples, aproveitando ao mximo todos os recursos disponveis.
Waldyr Janson especialista em Prtese, Periodontia e Implante e patrono do IN 2011 Latin American OsseointegrationCongress.
Waldyr Janson
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Facilitar o acesso a contedos baseadosem pesquisas clnicas testadas e
comprovadas.
Publicar contedos de vanguarda,visando trazer mais perto
possibilidades futuras.
Promover a discusso de temaspolmicos e fazer consenso para
melhor orientar e proporcionarsegurana nas vrias prticas
clnicas.
Incentivar a produo cientfica dejovens talentos, criando prmios demrito para ampliar o nmero de
pesquisadores no Brasil.
Crescer continuamente o volume deartigos clnicos publicados por
edio, buscando aumentar a basede informao.
Disponibilizar canal on-linede consultaspara solucionar eventuais dvidas
em prticas clnicas seguras.
Garantir circulao da revista na datacerta, evitando a quebra do fluxoregular de atualizao cientfica
neste campo.
Compromisso com nossos leitores
Publicao bimestral dirigidaaos cirurgies-dentistas,
especialistas ou com interesseem Implantodontia clnica.
Capa: viso artstica de umaprtica multidisciplinar.
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5. Ponto de Vista Fazer bem da maneira mais simples
Waldyr Janson
11. Editorial E agora Padilha?
13. Caderno Cientfi coUm registro da produo dos autores nacionais
112. Temas em Debate Como simplificar a comunicao profissional/
tcnico de laboratrio? O que funciona?
O que no funciona?
116. Intercmbio Internacional Acordo bilateral entre as universidades de
Gotemburgo/Sucia e Sagrado Corao/Bauru/
Brasil, movimenta Brazilian Day
124. Srie Pioneiros Entrevista: Paulo Coelho
O brasileiro que conquistou a Amrica131. TrendMarking Os lanamentos do mundo da Implantodontia
133. A Vez dos Editores Clssicos da dcada
134. Eventos O maior evento de Implantodontia j est pronto
para voc
138. Mercado In Snap-On Smilechega ao Brasil em 2011 3oBicon Day contou com apresentao de
casos clnicos
Instituto ImplantePerio: novo espao paraatualizao clnica e cientfica
Nobel Biocare estende parceria comP-I Brnemark Institute Bauru
Tcnica pioneira apresentada em livro Straumann lana implante de dimetro reduzido
143. Responsabilidade Civil Orientao jurdica comunidade odontolgica
144. Homenagem Tributo tradicional famlia Todescan
145. Normas de Publicao
sumrio
138Made in USA. Snap-On Smileest chegando ao Brasil.
140Evento 3oBicon Day.
143Regina Clia Dalle Nogare, advogada.
124Entrevista: Paulo Coelho o novodiretor de Pesquisa do Departamentode Implante da New York University.
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13. Explantao, reimplantao e regenerao tecidual guiada
Explantation, reimplantation and guide tecidual regeneration.
Case report
Evelyn Juri Rezende Lacerda, Hesio Magri de Lacerda, Mauro Cruz
20. Cirurgia guiada por computador associada a funo imediata:anlise de um ano de acompanhamento clnico
Computer associated, guided-surgery with immediate implant
function: one year of clinical follow up
Eduardo Moreschi, Vilmar D. Gottardo, Cleverson Luciano Trento,
Manfredo Zamponi, Renato Zardetto Jr., Tatiana Roberta deCamargo Aleixo
27. Utilizao de osso humano fresco congelado para aumento verticalna regio posterior de mandbula
Vertical augmentation at the posterior mandibular area with
fresh-frozen human bone
Anglica Castro Pimentel, Marcello Roberto Manzi,Saul Galileu Sartori , Ricardo Tanaka, Jonie Shuiti Yamazaki,
Wilson Roberto Sendyk
39. Restabelecimento da esttica em regio anterior: exodontia com
instalao imediata de implante e do pilar de zircnia
The reestablishment of esthetics in the anterior region: tooth
extraction, immediate implant placement, and zirconia abutment
loading
Daniel Afonso Hiramatsu, Larcio Wonhrath Vasconcelos,Rafael Calada Bastos Vasconcelos, Paulo Fukashi Yamaguti
49. Tcnica alternativa para reembasamento de prteses totais comresina resiliente simples, segura e efetiva
Alternative technique using a resilient denture liner simple,
safe and effective
Aurlio Belas, Alberto Fedeli Junior, Rafael Neves Tomio,
Carlos Alberto do Amaral Vallado Junior
55. Aplicao de tcnica cirrgica minimamente invasiva na instalao
de implantes zigomticos
Minimally invasive surgical approach for zygomatic implant
placement
Marcelo Melo Soares, Ricardo Ciantelli, Lais Lippi Ciantelli
ARTIGOS ORIGINAIS / ORIGINAL ARTICLES
CADERNO CIENTFICO
61. Tratamento cirrgico da regio anterior superior: relato de caso
clnico (parte 1)
Surgical treatment at the anterior superior region: case report
(part 1)
Marcio Rodrigues Martins, Eduardo S. Cardoso, Rafael SilvaCardoso, Paulo Henrique de Oliveira
71. Transportadores para protena morfogentica ssearecombinante humana-2 rhBMP-2
Recombinant human bone morphogenetic protein-2 (rhBMP-2)
carriers: literature review
Carlos Alberto Yoshihiro Takauti, Srgio Henrique Ferreirade Oliveira, Nilton de Bortoli Jnior
81. Reabilitao de maxilas atrficas com implantesosseointegrados sem reconstrues sseas
Implant treatment options for atrophic maxillae without
using bone grafts
Euro Elerati, Maurica de Paula Assis, Karolina Marques
de Azevedo
87. Comparao entre radiografia periapical e tomografia
cone-beampara implantes no corpo da mandbula
Accuracy of periapical radiographic and cone-beam images
for dental implants at mandibular body region
Nilo Lacerda Junior, Thomaz Wassall
93. Tcnica all-on-fourbimaxilar com funo imediata
Bimaxillary all-on-four technique with immediate implant loading:
a clinical report
Francis Gray Coachman, Gustavo Petrilli, Oswaldo Scopin
de Andrade
103. Avaliao da alterao dimensional de guias cirrgicos
prototipados aps autoclavagem
Dimensional alteration of prototyped surgical guides after
autoclave sterilization
Alexander Cordeiro Gabriel, Adriana Rubin Machado, CesarOleskovicz, Fabrcio Batistin Zanatta, Gustavo Nogara Dotto,Patricia Pasquali Dotto
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E agora Padilha?
Onome do ex-ministro-chefe da Secretaria de Relaes Institucionais do Governo Lula,Alexandre Padilha, para assumir o Ministrio da Sade no Governo Dilma Roussef foivisto com bons olhos pela comunidade odontolgica. Jovem (apenas 39 anos), mdico por
formao acadmica e com experincia governamental na rea da sade, Padilha tem tudo
para ser um ministro atento e atuante aos problemas do setor.
Na classe odontolgica, a expectativa em torno da sua gesto grande, assim como os de-
safios da rea que se impem sua frente para os prximos quatro anos. A questo agora
ficar de olho na montagem da equipe que compe a Coordenao Nacional de Sade Bucal,
novamente liderada por Gilberto Pucca Jnior. fato que o Governo Lula proporcionou resultados positivos na sade bucal. Dados da Pesquisa Nacional
de Sade Bucal Projeto SB Brasil 2010, por exemplo, apontaram uma reduo no ndice de dentes
cariados, perdidos ou obturados em pessoas de diferentes grupos etrios, melhorias na ateno sade
bucal em todas as regies do Brasil, mais investimentos na rea e aumento do nmero de equipes de
sade bucal, entre outras conquistas.
Assim, necessrio que o ministro d prosseguimento atual poltica de sade, sobretudo, ao programa
Brasil Sorridente, mantendo sua equipe, alm de ampliar o atendimento em reas isoladas e diminuir
ainda mais a prevalncia de cries no Brasil, por meio de programas e investimentos em sade bucal.
Outra questo de extrema importncia melhorar o atendimento aos idosos que necessitam de prtese
dentria. Segundo dados da Pesquisa Nacional de Sade Bucal existem mais de trs milhes de brasi-leiros, entre 65 e 74 anos, que precisam de prtese total e quatro milhes que necessitam de prtese
parcial. um dficit considervel, que ainda est longe de ser sanado.
O ideal, ainda, seria que o SUS custeasse tratamentos com implantes, tendo em vista as centenas de
milhares de pessoas desdentadas parciais ou totais existentes no pas. um item de extrema importncia
que esperamos ver concretizado em um futuro prximo, at porque existem hoje no Brasil tecnologias e
produtos com preos acessveis, permitindo tratar com qualidade grande parcela da populao dentro
de programas governamentais.
Em discurso recente, na solenidade de abertura do Congresso do Centenrio da APCD, o ministro Pa-
dilha citou posicionamento do ex-presidente Lula, que disse nunca ter entendido porque o Ministrio da
Sade sempre deixou o atendimento odontolgico em segundo plano, j que a sade comea pela boca.O trabalho est em seu incio, as apostas so muitas, os prognsticos favorveis, ainda mais porque
Padilha, j na sua posse, manifestou o desejo de se reunir, o mais breve possvel, com o Conselho Federal
de Odontologia para discutir assuntos de interesse da classe odontolgica. O dilogo est aberto, uma
tima oportunidade para troca de ideias em benefcio da rea.
Os desafios so imensos e um longo caminho a ser trilhado. A bola, agora, est com o senhor, ministro
Padilha.
Boa leitura!
Os editores
Editorial
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Explantao, reimplantao e regenerao tecidual guiada
Explantation, reimplantation and guide tecidual regeneration. Case report
Evelyn Juri Rezende Lacerda*Hesio Magri de Lacerda*Mauro Cruz **
*Mestres em Cincias Odontolgicas e especialistas em Implantodontia Implantodontia CPO So Leopoldo Mandic.**Especialista em Cirurgia Maxilofacial e Ortodontia, mestre e doutor em Implantodontia Clinest Centro Clnico de Pesquisa em Estomatologia/Juiz de Fora.
RESUMO
Este trabalho descreve a sequncia de procedimentos clnicos, desde explantao e reimplantao,
coadjuvados pela regenerao tecidual guiada (RTG), utilizados em um caso no qual o implante
encontrava-se instalado fora do envelope esqueletal, com perda ssea e deiscncia da mucosa na
regio vestibular, comprometendo a esttica e a prpria sobrevivncia do implante. O resultado
mostrou-se previsvel e eficiente.
Unitermos -Implante dentrio; Enxerto sseo; Regenerao ssea.
ABSTRACT
This report describes a sequence of procedures, explantation, and GTR-assisted reimplantation, usedin a case where the implant was installed outside of the alveolar bone envelope. The bone and softtissue dehiscence in the buccal region compromised the aesthetics and even the implant survival.Key Words -Bone graft; Dental implants; Bone regeneration.
Relato de Caso Clnico
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Lacerda EJR de Lacerda HM Cruz M
Introduo
Nas reabilitaes orais utilizando implantes dentais, aaparncia dos tecidos moles e a esttica so to importan-tes para o resultado final quanto as condies fisiolgicasda prpria restaurao implantossuportada. Por isso, a
manuteno ou recuperao dos tecidos duros ou molesperi-implantares deve ser uma constante preocupao.Em seus primrdios, a Implantodontia ainda preocupadaem alcanar a estabilidade biolgica e a longevidade dasrazes implantadas no osso alveolar, pouco se preocupavacom o posicionamento dos implantes em relao futuraprtese. Constatou-se, ento, com o passar do tempo, queesta conduta, muitas vezes, resultava em prteses noaceitveis sob o ponto de vista esttico1. Atualmente, coma segurana biolgica garantida por fortes evidnciasclnicas, pode-se enfatizar ainda mais a esttica, buscan-do-a por diversos meios, mesmo refazendo-se situaesclinicamente saudveis, mas esteticamente pobres. Umdos objetivos atuais a ser alcanado na instalao dos im-plantes , portanto, a confeco de prteses que, alm debiologicamente saudveis sejam estticas, atendendo saspiraes do paciente. Assim, todo o processo teraputicodever estar direcionado para que a futura prtese possater uma condio natural e harmnica com os dentes e seustecidos circunjacentes2-3.A prtese idealmente, por meiodo planejamento reverso, dita a posio e a angulao doimplante, respeitando os aspectos anatmicos dos tecidosperi-implantares4-5. Aspectos mucogengivais, como sadedos tecidos peri-implantares, presena de papilas inter-proximais e quantidade de suporte sseo vestibular socondies que devem estar em harmonia com implantese dentes6. Da mesma maneira, problemas estticos e deordem biolgica podem ocorrer quando questes anat-micas so desconsideradas ou subvalorizadas, quando da
instalao dos implantes.Este relato de caso descreve as condies de um im-
plante instalado por vestibular do rebordo sseo; isto , forade seus limites anatmicos, onde a harmonia com os tecidosmoles no foi conseguida, comprometendo a esttica e aprpria sobrevivncia do implante. A teraputica incluiu
procedimentos de explantao e reimplantao, coadjuva-do pela RTG, que permitiram a reabilitao satisfatria dotecido sseo e da mucosa peri-implantar.
Relato de Caso Clnico
Paciente sexo feminino, 22 anos, Asa I, apresentou-se clnica com o seguinte relato: aps finalizao de trata-mento ortodntico, para distalizao do pr-molar inferiore regularizao do espao do canino inferior direito, foirealizado um implante osseointegrado no elemento 43onde, a seu ver, o contorno gengival estava insatisfatrio
e apresentava constantes dores aos procedimentos deescovao. Relatou tambm ter se submetido s interven-
Figura 1Recesso da mucosa na superfcie vestibular
de implante, na regio de 44.
Figuras 2Desenho esquemtico sobre um corte tomogrfico axial de maxila, ilustrando a RRR e
evidenciando o que se concebe por envelope esqueletal e sua importncia nos procedimentosregenerativos. A. Apesar da perda ssea o implante (vermelho) situa-se dentro dos limites daestrutura ssea. B. Mesmo sem perda da espessura do rebordo, a instalao do implante fora
do arcabouo sseo reduz muito a previsibilidade da regenerao para corrigir o problema.
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Relato de Caso Clnico
es cirrgicas de enxertos de gengiva na tentativa desolucionar a recesso da mucosa peri-implantar (Figura 1).
O exame intraoral revelou uma acentuada perdassea, estando o implante vestibularizado, isto , fora doslimites do rebordo sseo. A instalao do implante forado arcabouo sseo reduz a previsibilidade da regenera-o, por isso, a proposta foi de explantao (Figuras 2).A explantao foi realizada com trefina (Dentoflex SoPaulo, Brasil) preservando-se ao mximo o tecido sseoadjacente (Figura 3). O retalho foi retornado sem tensese deixado recuperar por seu livre curso. As Figuras 4 ilus-tram a regenerao da mucosa aps duas e nove semanasda explantao.
Na nona semana ps-explantao, quando o tecido
gengival encontrava-se totalmente curado, procedeu-senova cirurgia para a instalao de novo implante e rege-nerao dos tecidos, sseo e mole, circunjacentes. Apsos procedimentos protocolares de assepsia, a operao foirealizada, com anestesia local (mepivacana 2% - 1:50.000epinefrina (DFL Rio de Janeiro, Brasil). Procedeu-seuma inciso supracristal prolongando-se para distal, in-trassulcular at o dente 45 e para mesial at o 41, onde foirealizada uma inciso vertical (relaxante) de aproximada-mente 8 mm. O retalho mucoperisteo foi elevado, expondotoda a rea e evidenciando a perda ssea. A instalaodo implante foi realizada, segundo o protocolo recomen-
dado pelo fabricante e centralizando-o no rebordo. Aps
Figura 3Explantao realizada comtrefina de 0,25 mm de dimetromaior que o do implante.
Figuras 4Reparao natural dos tecidos moles com duas e nove semanas da explantao.
Observe perda da continuidade da linha mucogengival. A. Duas semanas. B. Nove semanas.
Figura 5Implantao e regenerao ssea peri-implantar.
Sonda periodontal apoiada na estrutura ssea remanescente,para a mensurao da membrana.
Figura 6Membrana posicionada, apoiada no osso dos dentes vizinhos.
Importante espao compreendido entre o implantee a membrana com a presena do cogulo.
A B
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Lacerda EJR de Lacerda HM Cruz M
Figura 8Prtese final em metalocermica, tipo cimentada.
a instalao, o tecido sseo foi preparado para se induzira regenerao do local via regenerao tecidual guiada,utilizando-se uma membrana totalmente oclusiva (Allumi-na - Maxtron, Juiz de Fora, MG, Brasil). Com uma sondaperiodontal T6 (Hu-Friedy RJ, Brasil), apoiada na estruturassea remanescente na mesial do segundo pr e distal docanino (Figura 5), mensurou-se o tamanho da membrana,para que ela encontrasse apoio nas duas extremidades dodefeito sseo e mantivesse o arcabouo como referencial
para a regenerao da rea desejada7-8 (Figura 6). Aps trsmeses, procedeu-se a reabertura (Figura 7) e a instalaoda prtese final (Figura 8).
Resultados e Discusso
Comparativamente com outras solues descritas naliteratura, para casos semelhantes, como enxertos em blocoou mesmo particulado, o diferencial apresentado nessecaso foi a baixa morbidade e previsibilidade da tcnicaempregada7-9. Ela permitiu alcanar, com os princpios danatureza, resultados satisfatrios, revertendo uma situaode regresso e de degenerao9. Visto que o implante seencontrava em um leito que no permitia bom contornogengival, a explantao foi o primeiro passo, permitindoque o tecido mole se regenerasse naturalmente e, emseguida, se procedesse a regenerao ssea juntamentecom o reimplante, o que foi realizado nove semanas aps.
Apesar das limitaes e perdas, alguns fatores dolocal e do material utilizado devem ser considerados comopositivos, favorecendo o sucesso do caso. Das condieslocais ressalta-se como positiva a presena de osso nasproximais dos dentes vizinhos, garantindo a manutenoda papila durante todo o procedimento. Da membrana
Figura 7Aps trs meses da implantao o contorno vestibular
encontrava-se j em condies satisfatrias para os procedimentosde reabertura e confeco da prtese.
Comparativamentecom outras solues
descritas naliteratura, para casos
semelhantes, comoenxertos em bloco oumesmo particulado,
o diferencialapresentado nesse
caso foi a baixamorbidade e
previsibilidade datcnica empregada7-9.
Ela permitiu alcanar,com os princpios danatureza, resultados
satisfatrios,revertendo uma
situao de regressoe de degenerao9.
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Caderno Cientfi co
REVISTA IMPLANTNEWS 2011;8(1):13-7
Relato de Caso Clnico
Referncias1. Mecall RA, Rosenfeld AL. Influence of residual ridge resorption patterns on implant fixture
placement and tooth position.1. Int J Periodontics Restorative Dent 1991;11(1):8-23.2. Touati B, Guez G. Immediate implantation with provisionalization: from literature to
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utilizada ressaltam-se caractersticas de biocompatibili-dade, resistncia, estabilidade, capacidade de selamentoperifrico8prevenindo a migrao e a ao de clulas noosteognicas, excluindo fatores inibidores e permitindo aconcentrao de fatores favorveis no local10. De maneiraespecial, sua resistncia permitiu a manuteno do arca-
bouo ou referncia para o crescimento do tecido sseo,no espao compreendido entre a membrana e o implante.
As complicaes relatadas na literatura com a uti-lizao de membrana oclusiva so deiscncias da feridacirrgica, acmulo de placa e infeco11. Visto que o tecidogengival estava ntegro, a membrana foi posicionada api-calmente, no se interpondo nos bordos do retalho, o queevitou a deiscncia e a exposio.
Os ndices de previsibilidade destes procedimen-tos desde a explantao, reimplantao, RTG, uso demembrana totalmente oclusiva e ganho de tecido sseo etecidos moles esto hoje baseados em fortes evidncias
cientficas, garantindo sua utilizao segura na clnica.
Concluso
Os procedimentos utilizados foram eficientes para seatingir os objetivos propostos do caso, com baixos ndicesde morbidade e ndices satisfatrios de previsibilidade.
Recebido em:ago/2010Aprovado em:out/2010
Endereo de correspondnciaEvelyn Juri Rezende LacerdaRua Santa Cruz, 39/10336500-000 Ub MGTel.: (32) [email protected]
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Cirurgia guiada por computador associada a funo imediata:anlise de um ano de acompanhamento clnico
Computer associated, guided-surgery with immediate implant function: one year of clinical follow up
Eduardo Moreschi*Vilmar D. Gottardo**Cleverson Luciano Trento***Manfredo Zamponi****Renato Zardetto Jr.*****Tatiana Roberta de Camargo Aleixo******
*Doutorando em CTBMF USC/Bauru; Docente do Curso de Odontologia e Especializao em CTBMF Centro Universitrio de Maring Cesumar.** Doutorando em CTBMF USC/Bauru; Docente do Curso de Odontologia Centro Universitrio de Maring Cesumar.*** Especialista, mestre e doutor em cirurgia Unesp/Araatuba; Prof. adjunto do Departamento de Odontologia Universidade Federal de Sergipe.**** Especialista em Ortodontia e mestrando em Prtese Dentria Uning/Maring.***** Docente do curso de Odontologia Centro Universitrio de Maring Cesumar.
****** Especialista em CTBMF Centro Universitrio de Maring Cesumar.
RESUMO
Com a evoluo da prototipagem biomdica surge o conceito de cirurgia guiada por com-
putador. Esta tcnica demonstra alta preciso e ainda apresenta como benefcio: reduo
do tempo cirrgico, mnima inciso, sangramento reduzido e menor morbidade. O presente
trabalho objetivou o acompanhamento de 17 pacientes pelo perodo de um ano, submetidos
ao procedimento de cirurgia guiada com planejamento virtual para tratamento reabilitador
com implantes osseointegrados e prtese tipo protocolo. Os parmetros de anlise foram:
sucesso do implante, sucesso da prtese, complicaes ps-operatrias, dor e edema. Aps
anlise dos dados, parece-nos lcito concluir que a cirurgia guiada por computador para a
colocao de implantes possibilita uma elevada taxa de sucesso dos implantes e prteses
instaladas; apresentando mnimas complicaes ps-operatrias conferindo ao paciente
menor morbidade, assim como maior conforto no tocante ao edema e sintomatologia dolorosa.Unitermos - Cirurgia guiada; Funo imediata; Implantes.
ABSTRACT
The concept of image-guided surgery evolved with biomedical prototyping development.This technique shows high accuracy and still presents as benefits reduction of surgical time,minimal incision placement, bleeding, and reduced morbidity. This study aimed to followup 17 patients for a period of 1 year, subject to the procedure of image-guided surgery andtreated with osseointegrated implants. Implant success, postoperative complications, pain,and edema were screened. It seems fair to conclude that computer-guided surgery for implant
placement permits a high success rate for implants and prostheses, presenting minimalpostoperative complications, giving the patient less morbidity, as well as greater comfortregarding to swelling and painful symptoms.Key Words -Computer-guided surgery; Immediate implant function; dental implants.
Moreschi E Gottardo VD Trento CL Zamponi M Zardetto Jr. R Aleixo TRC
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Trabalho de Pesquisa
Introduo
Superada a etapa de experimentao e dvidas acerca da credibilidade da carga ou funo imediata e suainfluncia na manuteno da osseointegrao, clnicos epesquisadores tm experimentado, na proporo igual-
mente veloz evoluo tecnolgica, maneiras mais rpidase seguras de reabilitar os pacientes desdentados1.
Com a evoluo da prototipagem biomdica surge oconceito de cirurgia guiada com planejamento virtual comoimportante ferramenta de anlise diagnstica, na qual possvel planejar e executar na tela do computador a partirde um software especfico e, em um segundo momento, noprprio paciente, cirurgias para instalao de implantese prteses, de forma rpida e previsvel. Este recurso temdespertado credibilidade e j est sendo oferecido poralgumas empresas2.
As etapas preliminares cirurgia para instalao deimplantes dentrios so to importantes quanto o ato ope-ratrio propriamente dito. O posicionamento inadequadodas fixaes pode ocasionar leses s estruturas anatmi-cas nobres e comprometer, esttica ou funcionalmente, afase prottica da reabilitao bucal.
O planejamento e a instalao de implantes podemser realizados utilizando-se somente tomografias compu-tadorizadas e guias cirrgicos confeccionados a partir doplanejamento virtual. Entretanto, a visualizao tridimen-sional direta das reas a serem abordadas cirurgicamentee a simulao, em modelo real, do procedimento cirrgicoa ser realizado podem contribuir significativamente para aobteno de resultados mais condizentes com o plano detratamento inicialmente proposto. O prottipo biomdicoou biomodelo reproduz fielmente a condio ssea dopaciente e possibilita este tipo de avaliao.
Cirurgia guiada em Implantodontia uma tcnicaque permite a definio do posicionamento de implantesosseointegrados em modelo virtual e a transferncia desteplanejamento para o ato operatrio, por meio de guia ci-rrgico prototipado, softwaresespecficos, tcnicas de bio-prototipagem e sistemas para a instalao dos implantes3-6.
A confeco de um guia cirrgico, que permita
uma reproduo fiel da posio planejada das fixaes, fundamental para o sucesso das reabilitaes bucaissobreimplantes7.
Alguns estudos laboratoriais demonstram que a mdiade erro desta tcnica ocorre em no mximo 1 mm na posi-o do implante e em cinco graus em sua inclinao8-9. Noentanto, este erro no comprometeu a adequada realizaoda tcnica cirrgica. Somado a esta pequena impreciso,os benefcios da cirurgia sem retalho seriam: reduo dotempo cirrgico, mnima inciso, sangramento reduzidoe menor morbidade10.
Estudos sobre cirurgia guiada passaram a ser mais
destacados na literatura odontolgica a partir do incio
dos anos 2000. Realizaram uma pesquisa para avaliar apreciso do assentamento de guias cirrgicos fabricadospor estereolitografia e pelo mtodo convencional, emresina acrlica11. Sete voluntrios com dentio completaforam includos na pesquisa. Para cada paciente, foramconfeccionados um guia prototipado e outro em acrlico,
que foi utilizado como padro ouro no trabalho pelo fatode ser confeccionado por tcnica direta sobre o modelo deestudo. O espao entre os dentes e os guias foi avaliadopor meio da colocao de fina camada de material pararegistro de mordida na face interna do guia, seguido deseu posicionamento na boca. As reas preenchidas pelomaterial foram mensuradas aps a realizao de cortestransversais dos guias. A diferena mdia entre as regiesavaliadas foi de 0,24 mm. Os resultados indicaram que osguias cirrgicos obtidos pela tcnica de estereolitografiaapresentam elevado grau de preciso, quanto sua adap-tao sobre os dentes, de modo que o planejamento virtual
de sua modelagem pode ser transferido para a cirurgia nopaciente.
Alguns autores compararam a preciso do posi-cionamento final de leitos de implantes, em rplicas demandbula humana edntula, com os planejamentos rea-lizados para a confeco de dois tipos de guias cirrgicosdemonstrando sua eficcia e perfeio12. Primeiramente,um guia tomogrfico contendo cinco pr-molares de ma-terial radiopaco (sulfato de brio) foi confeccionado para
As etapas preliminares cirurgia para
instalao de implantesdentrios so to
importantes quantoo ato operatrio
propriamente dito.O posicionamento
inadequado dasfixaes pode ocasionar
leses s estruturasanatmicas nobres ecomprometer, estticaou funcionalmente,a fase prottica da
reabilitao bucal.
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ser posicionado no lado direito das mandbulas. Foramrealizadas tomografias computadorizadas cone-beamdasrplicas, com o guia em posio. Aps a manipulaoe reformatao das imagens, foi planejado, para cadamandbula, a instalao de dez implantes dentrios. Nolado direito, o planejamento foi realizado de acordo com o
longo eixo dos pr-molares radiopacos. No lado esquerdo,onde no foi confeccionado guia tomogrfico, a posiodos implantes foi definida e um guia cirrgico foi cons-trudo pelo mtodo de estereolitografia. Os procedimentosde instalao dos implantes foram realizados por umaequipe de experientes profissionais. Aps a realizao dainstrumentao com a sequncia de brocas recomendadapelo fabricante, os implantes foram colocados e, para aobteno dos resultados, foram realizadas tomografias com-putadorizadas ps-operatrias e as imagens sobrepostasao planejamento; onde podemos comprovar o posiciona-mento real dos implantes e comparando com o resultado
obtido. A distncia mdia entre a posio planejada e asosteotomias foi de 1,5 mm na poro mais superior e de2,1 mm no pice, quando os guias convencionais foramutilizados. As medidas foram significativamente reduzidaspara 0,9 e 1,0 mm com a utilizao de guias prototipados(p < 0,01). Em mdia, as variaes observadas, quanto angulao das pretensas fixaes, foram de 8 4,5 grause 4,5 2 graus nas osteotomias realizadas com guia cirr-gico convencional e de estereolitografia, respectivamente(p < 0,01). Os resultados deste estudo demonstraram asvantagens da utilizao de guias cirrgicos prototipadosdurante a instalao de implantes dentrios12.
O presente trabalho objetivou a anlise e o acompa-nhamento, pelo perodo de um ano, de 17 pacientes subme-tidos ao procedimento de cirurgia guiada por computador.Com anlise de quatro parmetros: sucesso do implante,sucesso da prtese, complicaes ps-operatrias, dor eedema ps-operatrio.
Foram operados 17 pacientes atravs da tcnica decirurgia guiada. Realizou-se umfollow upde um ano aps acolocao dos implantes em funo imediata. Um termo deconsentimento livre e esclarecido foi designado para cadapaciente e o estudo seguiu as Diretrizes e Normas Regula-mentadoras, Resoluo (CNS 196/96). Os procedimentoscirrgicos foram realizados no curso de Especializao emCirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial do Centro Uni-versitrio de Maring (Cesumar) entre janeiro e dezembrode 2008. As cirurgias foram realizadas por um nico cirur-gio experiente, assim como os procedimentos protticospor um protesista. Todos os pacientes apresentavam ossosuficiente para a colocao de implantes de no mnimo 9mm de comprimento e 3,5 mm de dimetro. Os critrios deexcluso foram: severas discrepncias dentofaciais, porta-dores de bruxismo, portadores de problemas psiquitricos,HIV positivos, portadores de doena autoimune, doenasmetablicas, problemas de coagulao, usurios de drogas
ilcitas, pacientes grvidas e portadores de infeces naregio de colocao dos implantes. Foi realizado um exameimaginolgico prvio utilizando radiografia panormica.
Os parmetros a serem seguidos foram: 1. Sucesso do implante. 2. Sucesso da prtese.
3. Complicaes ps-operatrias. 4. Dor e edema ps-operatrio
O nvel de dor e edema foi mensurado no primeiroretorno ps-operatrio de trs dias pela Escala AnalgicaVisual (EVA) e escala verbal.
O nvel de dor foi estabelecido atravs de uma escala:0 = Nenhuma dor.
1 = Dor leve. 2 = Dor moderada. 3 = Dor severa.
O edema foi mensurado atravs da escala:0 = Edema no visvel.
1 = Leve edema. 2 = Edema moderado. 3 = Edema severo.
Aps a confeco de um guia tomogrfico, os pacientesforam encaminhados a um centro radiolgico para a realiza-o doexame tomogrfico, posteriormente, este exame foiconvertido em um softwareespecfico para o planejamentovirtual dos implantes a serem instalados. A partir desteplanejamento foi confeccionado um guia cirrgico espec-
fico para a realizao dos procedimentos de cirurgia semretalho. A estabilidade inicial acima de 35 Ncm2, medidaatravs de torqumetro especfico (Neodent, Curitiba-Brasil),foi mandatria para realizao de carga imediata. Aps oprocedimento, os pacientes foram medicados.
TABELA 1 -RESUMO DAS COMPLICAES OCORRIDASTipo de complicaes Nmero de pacientes afetados
Perda do implante 3
Perda da prtese 0
Hemorragia 1
Dor leve 5
Dor moderada 1
Edema leve 3
Edema moderado 1
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Trabalho de Pesquisa
Resultados
Foram instalados 90 implantes do tipo EX cone-morse(Neodent, Curitiba-Brasil) de diferentes dimetros e com-primentos, todos em maxila. Todos os implantes colocadosapresentaram um travamento inicial acima de 35 Ncm2, o
que possibilitou a realizao de carga imediata em todos oscasos. Quinze prteses do tipo protocolo foram instaladase trs prteses unitrias sobreimplantes foram colocadasem dois pacientes.
De acordo com os parmetros propostos para anlise,foram obtidos os seguintes resultados (Tabela 1):1. Sucesso do implante: a taxa de sucesso foi de 96%,
com a perda por mobilidade de trs implantes duranteo perodo de acompanhamento, oque no culminou no fracasso de ne-nhum tratamento. Sendo um perdidono ps-operatrio de um ms e doisperdidos com dois meses. Todos depacientes diferentes.
2. Sucesso da prtese: no ocorreu afalha de nenhuma prtese, apenasadaptaes foram necessrias emtrs casos, devido a perda de umimplante em cada caso, de prtesesdo tipo protocolo.
3. Complicaes ps-operatrias: ape-nas um paciente apresentou compli-cao ps-operatrias, caracterizadapor hemorragia na regio de coloca-o da agulha para a estabilizao doguia.
4. Dor e edema: seis pacientes relata-ram dor no ps-operatrio, sendocinco casos de nvel 1 (dor leve) e apenas um caso denvel 2 (dor moderada). Trs pacientes apresentaramedema perceptivo no ps-operatrio de nvel 1 (edemaleve), um paciente apresentou nvel 2 (edema modera-do) e 13 pacientes se enquadraram no nvel 0 (ausnciade edema perceptivo).
DiscussoAutores revisaram a literatura acerca da cirurgia
guiada na Implantodontia, buscando elucidar quais osdiferentes fatores e quais as limitaes que influenciama preciso desse tipo de tratamento. Em seu artigo, elesrelatam que esta preciso depende de vrios fatores acu-mulativos e interativos, que podem estar presentes: noprocesso de aquisio de imagem, no processo do registroda imagem, na navegao do software, na produo do guiacirrgico e no erro humano. Cabe-se salientar, entretanto,que o sucesso do tratamento depende diretamente de uma
coordenao precisa de procedimentos de diagnstico e
plano de tratamento tridimensional envolvendo os profis-sionais de Imaginologia, cirurgia e prtese, de maneiraa transferir para o ambiente virtual dados precisos e quereflitam exatamente a situao clnica atual do paciente13-14.
Os resultados deste estudo foram positivos e socorroborados por trabalhos similares15-16, com taxa de
sucesso dos implantes de 96%, no entanto, com todosos 17 pacientes operados pela tcnica de cirurgia semretalho (flapless), reabilitados proteticamente; nenhumanecessidade de reinterveno cirrgica foi necessria.Outros estudos recentes de implantes submetidos a fun-o imediata em maxila demonstram similarmente altastaxas de sucesso. A Tabela 2 demonstra sete estudos,incluindo o presente.
Pesquisadores avaliaram a sobrevivncia de 183 im-plantes (30 pacientes) inseridos em arcos completamenteedntulos pela tcnica de cirurgia guiada, utilizandotomografias cone-beam, guias mucossuportados e cargaimediata, os resultados indicaram que a instalao deimplantes dentrios e a colocao imediata de prtesefixa pela tcnica de cirurgia guiada apresentam ndicessemelhantes ao mesmo tipo de reabilitao sobreimplantesreabertos aps o perodo de osseointegrao17.
Torna-se difcil mensurar a significncia dos resulta-dos de dor e edema no ps-operatrio, isto porque alm deser um mtodo subjetivo, temos a ausncia de um grupocontrole. No entanto, o procedimento de instalao deimplantes pela tcnica de cirurgia sem retalho demons-trou visivelmente uma ausncia total de edema em 13pacientes, com apenas trs casos de edema leve, um casode edema moderado. Quanto a sintomatologia dolorosa,a opinio dos pacientes, algo muito importante, obtevendices satisfatrios, onde seis pacientes relataram dor,
sendo em cinco pacientes dor leve e apenas um caso de
TABELA 2 - RESUMO DOS TRABALHOS DE FUNO IMEDIATA EM MAXILAS EDNTULAS
EstudoPacientes
(no
)
Implantes
(insucesso no
)
Prteses com
insucesso (no
)Follow up
Sistema
de implantePresente 17 90 (3) 0 Um ano Neodent
Cannizzaro15 33 202 (2) 0 Um ano Zimmer Spline
Bergkvist et al19 28 168 (3) 0 Oito meses Straumann
Degidi et al20 44 338 (3) 0 Cinco anos Diversos
Mal1 32 128 (3) 0 Um ano Nobel Biocare
Ostman19 20 123 (1) 0 Um ano Nobel Biocare
Van Steenberghe14 27 184 (0) 0 Um ano Nobel Biocare
Total 201 1233 0
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dor moderada, em todas situaes tratava-se rapidamentecom a utilizao de analgsicos no opioides. Em estudosimilar, alguns achados desfavorveis foram relatados,sendo que em um total de 27 pacientes: 18 apresentaramdor leve, seis dor moderada e um dor severa. Quanto aoedema neste mesmo estudo, oito pacientes apresentaram
edema leve, dez edemas moderado e quatro edema severo.Em estudo com 27 pacientes com maxila edentada
utilizando a cirurgia guiada atravs do sistema Teeth-in-one-Hour (Nobel Biocare) concluiu, aps um ano deacompanhamento, que todos os implantes e respectivasprteses instaladas com carga imediata estavam ntegras18.O presente estudo est de acordo com este relato, onde o
fallow upde um ano proporcionou a observao da inte-gridade de todas as prteses instaladas e a no ocorrnciade perda de implantes aps trs meses da colocao dosmesmos.
Comparada tcnica tradicional (cirurgia com reta-
lho), a colocao de implante pela tcnica guiada requerum investimento substancialmente maior, no entanto,parece propiciar um bom resultado, eliminando erros esistematizando a reproduo de tratamentos com sucesso19.Alm de propiciar menor morbidade e maior conforto nops-operatrio de pacientes submetidos a colocao demltiplos implantes, como relatado no presente estudo(Tabela 2).
Concluso
Atravs da anlise do presente estudo, parece-noslcito concluir que a cirurgia guiada para a colocao deimplantes possibilita uma elevada taxa de sucesso emimplantes e prteses instaladas, apresentando mnimas
complicaes ps-operatrias e conferindo ao pacientemenor morbidade, assim como maior conforto no tocanteao edema e sintomatologia dolorosa.
Apesar do alto ndice de sucesso, ainda se faz neces-sria nova avaliao comfollow upmais longo para quese confirme esse ndice de sucesso.
Recebido em: ago/2010Aprovado em: set/2010
Endereo para correspondncia:Tatiana Roberta de Camargo AleixoRua Campos Sales, 1.308 Apto. 602 Edifcio Joo Gabriel
87020-080 Maring PRTel.: (44) [email protected]
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Utilizao de osso humano fresco congelado para aumentovertical na regio posterior de mandbula
Vertical augmentation at the posterior mandibular area with fresh-frozen human bone
Anglica Castro Pimentel*Marcello Roberto Manzi**Saul Galileu Sartori***Ricardo Tanaka****Jonie Shuiti Yamazaki*****Wilson Roberto Sendyk******
*Doutoranda em Implantodontia Universidade So Leopoldo Mandic/SP; Mestre e especialista em Implantodontia Universidade Santo Amaro/SP; Professora do curso de Mestrado e Especializao Universidade Santo Amaro/SP; Professora coordenadora dos cursos de especializao ABO So Caetano e Apio/SP.**Mestre Implantodontia Universidade Santo Amaro/SP; Especialista Implantodontia Universidade Santo Amaro/SP; Especialista Prtese Uni-versidade Camilo Castelo Branco/SP; Professor coordenador dos cursos de especializao ABO So Caetano e Apio/SP.***Mestre em Implantodontia Universidade Santo Amaro/SP; Especialista em Implantodontia - Sindicato dos Odontologistas/SP.**** Mestre em Implantodontia Universidade Santo Amaro/SP.*****Mestre em Implantodontia Universidade Santo Amaro/SP.******Doutor em Periodontia Universidade de So Paulo/SP; Livre-docncia em Periodontia Unicamp/SP; Professor titular Universidade de SantoAmaro/SP.
RESUMO
A resoluo do edentulismo posterior em mandbula atrfica vem sendo um dos grandes desafios
para o implantodontista. Neste sentido, a busca por diferentes biomateriais, entre eles o osso
homgeno, tem sido estudada como potenciais substitutos sseos em cirurgias reconstrutivas. O
objetivo deste estudo foi demonstrar a possibilidade da utilizao de osso humano fresco congelado,
proveniente de tecido sseo cortical de fmur, em um procedimento de aumento vertical na regio
posterior de mandbula e, atravs da anlise estatstica, avaliar o grau de ganho em altura ssea, o
grau de reabsoro ssea e as complicaes decorrentes da tcnica empregada. Foram realizados 12
procedimentos de enxerto na rea posterior da mandbula. Os resultados do estudo foram avaliados
clinicamente atravs de mensuraes que foram comparadas com tomografias antes e aps seis
meses. Conclumos que a utilizao do osso humano fresco congelado promoveu a formao ssea em
altura de 4,75 0,26 mm. A reabsoro dos enxertos foi considerada estatisticamente nula e, quanto
ao quesito das complicaes decorrentes da tcnica empregada, existiu diferena estatisticamente
significante entre os percentuais de fratura do bloco, mobilidade clnica e parestesia. Dos 12 enxertos
colocados, quatro apresentaram deiscncia de sutura, resultando em 66,7% de sucesso. Neste sentido,a reconstruo em altura da regio posterior de mandbula, com osso homgeno cortical, torna-se
vivel seguindo corretamente os passos e cuidados da tcnica empregada.
Unitermos -Transplante sseo; Tecido sseo; Osso; Mandbula.
ABSTRACT
Edentulous posterior mandibular atrophic areas have become a challenge for surgeons. For this,different biomaterials have being studied, being the fresh-frozen allograft bone applied in severalworks. The aim of this study was to demonstrate that the human fresh bone, proceeding from thecortical femoral area, can be used to reconstruct the lower jaw area. The new bone height level, boneresorption and the complications was analyzed statistically. Twelve lower jaw posterior bone graft
procedures were performed, and the results evaluated clinically and measured with CT scans beforeand six months after surgery. We concluded that the allograft bone promoted a height bone formationof 4.75 0.26 mm. Bone resorption was considered statistically non-significant. Statistically significantdifferences were seen for factors such as bone harvest fracture, clinical mobility, and paresthesia.Suture dehiscence was observed in 4 of 12 of these blocks, resulting in success rate of 66.7%. Verticalaugmentation at posterior atrophic mandibular areas can be done with fresh-frozen bone usingadequate surgical procedures.Key Words -Bone transplantation; Bone grafts; Fresh-frozen bone; Mandible.
Trabalho de Pesquisa
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Introduo
Os resultados clnicos favorveis obtidos com implan-tes osseointegrados1e a comprovao da estabilidade desua unio ao osso, ao longo do tempo, tornaram confivelo uso de implantes dentais no tratamento de pacientes
edntulos.A perda do elemento dental principalmente quando
associada a problemas periodontais, leses endodnticas,acidentes e fraturas muitas vezes, produz reabsorese/ou remodelaes no rebordo sseo alveolar, gerandodefeitos de contorno como depresses de difcil correo2.Por este motivo, ocorre que, aps extraes dentrias, areabsoro ssea alveolar modifica a altura e a espessurado rebordo remanescente3.
Um dos pr-requisitos para os stios receptores deimplantes o volume suficiente de osso alveolar. As tcni-cas de reconstruo ssea, entre elas a regenerao sseaguiada (ROG) e o enxerto sseo autgeno, vieram permitira colocao de implantes em locais que anteriormenteno seriam viveis4. Portanto, a instalao de implantesdentrios em reas atrficas sem nenhum cuidado paraincrementar a densidade e a quantidade de osso, prova-velmente, resultar no fracasso do tratamento ao longodos anos.
A tcnica de enxerto sseo autgeno consideradao padro ouro das tcnicas de reconstruo ssea, devido ausncia de reao antignica e pela presena dos po-tenciais de osteognese, osteoinduo e osteoconduo5.Entretanto, no so todos os pacientes que aceitam duaszonas cirrgicas (rea doadora e recepto-ra), alm disto, a rea doadora pode apre-sentar limitaes quanto quantidadepossvel de ser retirada, principalmenteem situaes que requeiram um grandevolume de enxerto6.
Na impossibilidade de preservar oosso alveolar e/ou corrigir o defeito s-seo e por no se dispor, na maioria dasvezes, de fonte ssea intraoral suficienteao preenchimento dos defeitos7; vrios
materiais tm sido estudados com afinalidade de regenerar o osso perdido.A necessidade de encontrar um
material adequado de enxerto para asfalhas sseas segmentares criadas no esqueleto, que possasubstituir o osso autgeno, vem sendo estudada por v-rios autores8. Por isso, uma opo de tratamento o ossohumano fresco congelado. Dentre suas vantagens temos:reduo do tempo cirrgico e anestesia; menor perdasangunea; ausncia de deformidades do leito doador;diminuio de hematomas; leses vasculares e nervosase dor crnica atribuda aos locais da doao.
Segundo os principais estudos longitudinais, que
comparam as diversas regies dos maxilares, a regioposterior da mandbula um dos grandes desafios parao implantodontista9. Normalmente, isso ocorre por duasrazes: a presena do nervo alveolar inferior e a poucaqualidade ssea. A primeira porque diminui considera-velmente a quantidade de osso e impede a ancoragem
bicortical. J a segunda est relacionada atrofia por de-suso, o que propicia uma diminuio da qualidade ssea,fator relevante para comprometer a estabilidade inicial doimplante, resultando em um ndice maior de insucesso.
Dessa maneira, este estudo objetiva avaliar umatcnica que utiliza osso humano fresco congelado com afinalidade de possibilitar boa incorporao do enxerto edensidade ssea adequada que possibilite a colocao deimplantes osseointegrveis.
Material e Mtodos
Seleo dos pacientes e consideraes geraisO presente estudo consistiu em 12 enxertos de osso
humano fresco congelado, sob a forma de blocos aposicio-nais em diferentes pacientes leucodermas, do sexo femi-nino, com idades entre 30 e 60 anos e que necessitavamde reconstruo ssea em altura em regies posterioresda mandbula.
Os indivduos deveriam apresentar edentulismoparcial de pr-molares e/ou molares da mandbula comno mximo 6 mm de altura entre a crista e o teto do canalmandibular do processo alveolar e distncia interoclusalpreservada.
Os pacientes que procuraram a Faculdade de Odon-tologia da Universidade de Santo Amaro (Unisa/SoPaulo) Clnica de Mestrado em Implantodontia quenecessitavam de cirurgia para aumento vertical de rebordoem rea posterior de mandbula para posterior colocaode implantes, so os que foram includos neste trabalho.
Esta pesquisa obedeceu s Normas Preconizadaspela Resoluo 196/96 do Conselho Nacional de Sade/
MS sobre diretrizes e normas reguladoras de pesquisa
Segundo os principais estudos longitudinais, quecomparam as diversas regies dos maxilares, a
regio posterior da mandbula um dos grandesdesafios para o implantodontista9. Normalmente,isso ocorre por duas razes: a presena do nervo
alveolar inferior e a pouca qualidade ssea.
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Trabalho de Pesquisa
envolvendo seres humanos e tambm Declarao deHelsinque (2001), tendo sido aprovada pelo Comit detica em Pesquisa da Universidade de Santo Amaro, Unisa,conforme o parecer n 040/2006.
Exame clnico extra e intrabucal convencional foirealizado com objetivo de avaliar a condio de sade dostecidos moles e as alteraes dentrias presentes.
Aps a avaliao clnica e laboratorial dos pacientes,foram fornecidas informaes detalhadas a respeito dos
procedimentos futuros e do enxerto sseo a ser utilizadoatravs da Carta de Informao e do Termo de Consenti-mento Livre e Esclarecido previamente assinadas.
Aps terem sido selecionados os indivduos de acordocom todos os critrios de incluso e excluso, foram solici-tados os exames pr-operatrios e de imagem. Os pacientesrealizaram uma tomografia computadorizada (Figura 1),com cortes sagitais das reas a serem enxertadas, paramensurao da altura do rebordo sseo residual antes doprocedimento cirrgico.
Os pacientes receberam, por via oral, as medicaespr-operatria uma hora antes do procedimento de enxertia
(amoxicilina 500 mg, 2 g; clindamicina 600 mg pacien-
tes alrgicos a penicilina e betametasona 4 mg, em dosenica). A antissepsia intra e extrabucal foi realizada comdigluconato de clorexidina a 0,12% (Colgate, So Paulo Brasil) por um minutoe 2% respectivamente.
A anestesia foi infiltrativa na rea a ser enxertada(Figura 2) com soluo de cloridrato de mepivacana a 2%com adrenalina: 1:100.000(DFL, Rio de Janeiro-Brasil).
A tcnica iniciou-se com uma inciso relaxante narea interdental adjacente, portanto, longe da rea a ser
enxertada (Figura 3), realizada com bisturi Bard Parkerno3 elmina no 15C. Essa inciso teve como finalidade avisualizao do nervo mentual.
Aps a visualizao do nervo mentual, iniciou-se ainciso no fundo do sulco, contornando a rea do formenmentual at a regio retromolar.
O retalho obtido foi total e com o descolador de Moltfoi realizada a divulso at a exposio ssea receptora(Figura 4).
O tecido sseo cortical de fmur congelado foi retirado15 minutos antes de sua modelagem (Figura 5) e colocadoem um pote dappenestril e imerso em soluo fisiolgica
at o momento da sua utilizao.
Figura 1Tomografia inicial.
Figura 2rea a ser reconstruda com o enxerto cortical de fmur.
Figura 3Inciso relaxante para visualizao do nervo mentual.
Figura 4Exposio da rea receptora.
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O bloco sseo foi regularizado com o uso de brocasirrigadas com soro fisiolgico at conseguir uma adaptaodesejada. E, antes de sua colocao, foram realizadas coma fresa no6 do kit de sseo sntese perfuraes no lugarque seriam colocados os parafusos de fixao (Figura 6),isso para facilitar a estabilizao do bloco sseo na rea
receptora.Com a fresa no1 do kit de sseo sntese, pequenas
perfuraes foram realizadas na rea receptora (descorti-calizao) com a finalidade de aumentar o fluxo sanguneopara o enxerto sseo (Figura 7).
Depois desse procedimento, o bloco sseo foi estabili-zado com os parafusos de fixao da marca Conexo comdimetros de 1,5 mm e comprimentos que variaram entre6, 8 e 10 mm. Os parafusos foram escolhidos de acordocom a localizao da altura do canal mandibular (Figura 8).
Com o enxerto sseo estabilizado foram observadasreas que no estavam arredondadas e a existncia de
espaos na interface do enxerto sseo com a rea receptoraque, respectivamente, foram arredondadas e preenchidascom osso particulado que se encontrava no coletor sseo,contendo o osso humano fresco congelado particulado(Figura 9). Nesse momento, com o espessmetro sseo, foimensurada a altura do bloco fixado, para posterior confir-mao com a segunda tomografia computadorizada, queseria realizada aps seis meses.
Antes da sutura, foi verificada a passividade do fe-chamento do retalho e, caso houvesse tenso do retalho,seria realizada uma inciso de alvio no peristeo na basedo retalho. A sntese das feridas cirrgicas (Figura 10) foi
realizada com fios de sutura mononylon (Johnson&Johnson,So Jos dos Campos/Brasil).
Aps a realizao da sutura, alguns cuidados ps-ope-ratrios foram recomendados: os pacientes foram instrudosa ingerirem as medicaes ps-operatrias; compressasfrias foram indicadas nas primeiras quatro horas de ps-operatrio, para preveno do edema. Com o mesmo obje-tivo, recomendou-se aos pacientes que se abstivessem deexerccios fsicos aerbicos por uma semana e que evitasseminsolao direta na rea cirrgica por dez dias.
Os pacientes foram instrudos para que no utilizas-sem prteses removveis sobre a rea operada.
As avaliaes clnicas das cirurgias de enxertia sseaforam realizadas aps uma, duas e quatro semanas de ps-operatrio e, a partir dessa data, foi feita uma avaliaomensal at a data de colocao dos implantes. Este tempofoi de seis meses.
Nessa fase, procurou-se acompanhar o processode reparao clnica da gengiva e da mucosa alveolarnas reas incisadas. Foram monitorados atentamente sehaveria sinais e sintomas clnicos, como enfartamentoganglionar, edema extemporneo, dor tardia, presena defstula, secreo purulenta, abscesso agudo, deiscncia desutura e parestesia.
Figura 7Visualizao da descorticalizao na rea receptora.
Figura 5Visualizao do bloco sseo, aps a retirada da embalagem.
Figura 6Perfurao do bloco para a insero dos parafusos de fixao.
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Trabalho de Pesquisa
Aps seis meses da realizao do procedimento deenxertia dos 12 blocos de cortical de fmur congelado, ospacientes realizaram uma nova tomografia computadori-zada (Figura 11), com o objetivo de conseguir um corretoplanejamento do dimetro e do comprimento dos implantesosseointegrados. Foi considerado sucesso de reconstruo
as reas passveis de receberem fixaes com comprimentomnimo de 10 mm.
Os pacientes foram instrudos sobre a necessidadeda segunda tomada radiogrfica ser realizada no mesmolugar do primeiro exame, a fim de que no houvesse erronas medies.
Todos os pacientes foram submetidos a um novoprocedimento cirrgico para instalao dos implantes eorientados a seguir sobre o mesmo padro de medicaoaplicado anteriormente.
A antissepsia intra e extrabucal foi realizada comdigluconato de clorexidina a 0,12% (por um minuto) e 2%,
respectivamente.A anestesia consistiu em infiltrativa na rea a serem
inseridos os implantes (com soluo de cloridrato de me-pivacana a 2% com adrenalina: 1:100.000).
A tcnica iniciou-se com uma inciso crestal na mu-cosa mastigatria, por meio de bisturi Bard Parker no3 e
lmina no15C que procedeu na divulso total do retalho,com a utilizao do descolador de Molt, a fim de expor obloco sseo enxertado (Figura 12).
Nesse momento, os seguintes itens clnicos foramavaliados:1. A existncia ou no da mobilidade do bloco foi avaliada,
clinicamente, pelos dedos de uma nica mo polegare o indicador realizando-se movimentos de vaivm.
2. A mensurao da altura do bloco sseo foi comprovadapelo uso do espessmetro sseo. Uma ponta do espess-metro foi posicionada na cabea do parafuso de fixaoe a outra foi colocada na base do bloco sseo enxertado(Figura 13). Os valores adquiridos foram confirmadosposteriormente pela tomografia computadorizada.
Uma vez colocados os implantes (Conexo-Porous,SoPaulo/Brasil), procedeu-se retirada dos montadorese colocao dos respectivos cover-screw(Figura 14).
Depois da colocao dos cover-screw, o retalho foiposicionado em sua situao original e estabilizado atravsde sutura simples (Figura 15).
Os cuidados ps-operatrios e medicaes foramrecomendados assim como na primeira cirurgia, quandoda colocao do enxerto.
Resultados
Os valores obtidos nas tomografias iniciais e apsseis meses da realizao dos enxertos esto detalhadosno Quadro 1.
Objetivando-se verificar a consistncia dos dados
Figura 8Bloco sseo cortical de fmur estabilizado.
Figura 9Bloco sseo cortical de fmur estabilizado preenchido
com osso homgeno congelado.
Figura 10Sntese aps enxertia ssea.
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obtidos na avaliao dos parmetros estudados, recorreu-se ao teste de Wilcoxon, ao teste de igualdade de duaspropores, ao teste t Student e, para complementaoda anlise descritiva, utilizamos a tcnica de intervalo deconfiana para a mdia. Lembramos que todos os interva-los de confiana construdos ao longo do trabalho foram
construdos com 95% de confiana estatstica (p 0,05).Para a anlise da altura ssea entre os momentos pr
e ps-operatrio, foi utilizado o teste de Wilcoxon, poistemos uma caracterstica de pareamento de dados, ou seja,o mesmo indivduo pesquisa e controle dele mesmo.
Existiu diferena estatisticamente significativa entreo pr e ps-operatrio. Notou-se que houve um aumen-to significativo na altura ssea e que existiu uma baixavariabilidade, o que indica que os dados obtidos foramhomogneos.
Com relao anlise descritiva referente ao ganhosseo em altura, pode-se concluir que foi de 4,75 0,26 mm,
conforme segue no Quadro 2.Durante o perodo ps-operatrio e controle, as
complicaes decorrentes da tcnica empregada foramavaliadas e esto elucidadas no Quadro 3.
Para a anlise das complicaes decorrentes da tc-nica cirrgica, utilizamos o teste estatstico de igualdadede duas propores (Quadro 4).
Existiu diferena estatisticamente significativa entreos percentuais nas complicaes de fratura do bloco, mo-bilidade clnica e parestesia. Nessas complicaes, temoso maior percentual de no.
Os resultados clnicos e tomogrficos obtidos demons-
traram que os enxertos com osso humano fresco congeladopromoveram um aumento sseo alveolar em todos os 12casos, com crescimento mdio de 4,75 0,26 mm.
Figura 15Sutura aps finalizao dos implantes.
Figura 11
Tomografia computadorizada aps seis mesesda cirurgia de enxerto sseo.
Figura 12Observao da unio do leito receptor com o bloco sseo.
Figura 13Mensurao com espessmetro da altura ssea do bloco enxertado.
Figura 14
Implantes posicionados com cover-screw.
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Trabalho de Pesquisa
Discusso
No planejamento para a reabilitao de pacientes comimplantes osseointegrados, uma prerrogativa fundamental a disponibilidade ssea presente na regio alveolar, sufi-ciente para permitir a instalao de implantes, possibilitan-do uma reabilitao morfofuncional e esttica dos dentesperdidos. A reabsoro contnua, progressiva e irreversvel
do tecido alveolar acarretar em comprometimento dainstalao de implantes e da esttica da prtese10-11.
A perda, em altura do rebordo alveolar com conse-quente aumento do espao prottico interoclusal, implicaruma relao coroa/implante biomecanicamente desfavor-vel e comprometimento da esttica devido a coroas longase insuficincia de tecido gengival12.
Torna-se, ento, necessria a reconstruo dessas
QUADRO 1 -VALORES OBTIDOS DA ALTURA EREABSORO SSEA EM MILMETROS
QUADRO 2 -ANLISE DESCRITIVA REFERENTEAO GANHO SSEO EM ALTURA
QUADRO 3 -DEMONSTRATIVO DAS COMPLICAESCLNICAS
BlocosAltura ssea
pr-operatriaAltura ssea
ps-operatriaGanho sseo Reabsoro
1 9 14 5 0
2 6 11 5 0
3 6 11 5 0
4 7 11 4 1
5 9 14 5 0
6 8 13 5 0
7 6 11 5 0
8 7 11 4 1
9 7 11 4 1
10 6 11 5 0
11 8 13 5 0
12 8 13 5 0
Ganho sseo
Mdia 4,75
Mediana 5
Desvio-padro 0,45
CV 9,5%
Q1 4,75
Q3 5
Min 4
Max 5
N 12
IC 0,26
Blocos Parestesia Deiscncia Mobilidade clnica Fratura do bloco
1 0 0 0 0
2 0 1 1 1
3 0 0 0 0
4 0 1 0 0
5 0 0 0 0
6 0 0 0 0
7 0 0 0 0
8 0 1 0 0
9 0 1 0 0
10 0 0 0 0
11 0 0 0 0
12 0 0 0 0
QUADRO 4 -ANLISE DAS COMPLICAESDECORRENTES DA TCNICA CIRRGICA
ComplicaoNo Sim
p-valorQtde. % Qtde. %
Deiscncia 8 66,7% 4 33,3% 0,102
Fratura do bloco 11 91,7% 1 8,3% < 0,001*
Mobilidade clnica 11 91,7% 1 8,3% < 0,001*
Parestesia 12 100,0% 0 0,0% < 0,001*
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estruturas de suporte para o restabelecimento de funo,esttica, fontica, conforto e autoestima, fatores essescomprometidos com a perda ssea4,13. Dentre as vrias tc-nicas cirrgicas comumente empregadas na reconstruodo rebordo alveolar, os enxertos autgenos representam opadro ouro para a reconstruo de reas atrficas e podemser obtidos em diversas regies anatmicas distintas, tantointra como extraoral14-15.
No entanto, as desvantagens desta modalidade tera-putica tm levado a pesquisa por novos materiais parasubstituir os enxertos autgenos8,16-18. Apesar de que, acada vez mais, sente-se a necessidade de utilizar materiaissubstitutos de osso autgeno com o objetivo de reduzir amorbidade ps-operatria, relacionada necessidade decoleta de uma rea doadora; atualmente, eles permane-cem como material de referncia por sua confiabilidade eindubitvel capacidade osteognica, osteocondutora e os-teoindutora6,19-20. Certas limitaes so encontradas quando imperativa a necessidade de reconstruo vertical dorebordo alveolar na regio posterior da mandbula. Isso
se deve, principalmente, dificuldade de recobrir a regioenxertada com tecido gengival, a distoro acentuada daanatomia da regio e a pouca vascularizao inicial, queaumenta o risco de necrose do enxerto e consequentereabsoro9,21.
A utilizao de enxertos sseos homgenos de cadve-res ou de doadores vivos, conservados em bancos de ossos,tem se mostrado eficaz em inmeras situaes, principal-mente, na ortopedia; quando h grandes reconstruespara reparao de perdas sseas extensas18,22.
As principais vantagens da utilizao dos enxertossseos homgenos comparadas com os enxertos autgenosso: eliminao da rea doadora e morbidade associada;diminuio do tempo operatrio e de convalescena, tor-nando a interveno mais frequentemente realizvel comanestesia local23-24. Lembramos ainda que o material deveser adquirido em banco de tecidos devidamente regulari-zados pelo Ministrio da Sade.
Este estudo tambm avaliou a incorporao do enxertohomgeno proveniente de osso cortical de fmur, com a
Figura 17
Distribuio percentualdas complicaes.
Figura 16Comparao da alturassea pr e ps-operatrio.
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Trabalho de Pesquisa
finalidade de se obter uma reabsoro menor do enxerto.Alguns autores compararam a utilizao do osso corticale do osso esponjoso, definindo que, no enxerto cortical,
resultou em um volume maior da enxertia ssea, quandocomparado a utilizao do enxerto esponjoso, no qual ograu de reabsoro foi maior12. Com base nessa literaturaencontrada, foi escolhido o osso cortical de fmur parase obter maior formao de osso, em uma rea de difcilcrescimento sseo e vascularizao.
Como dificuldades da tcnica empregada neste estu-do, podemos citar primeiramente, aps a inciso relaxantena rea interdental adjacente, a visualizao do nervomentual tornou-se dificultada. Mas, torna-se imprescin-dvel para um resultado satisfatrio. Neste estudo, os 12pacientes no apresentaram parestesia como complicao,
o que demonstra 100% de xito empregando-se tal tcni-ca. O que confirma que houve diferena estatisticamentesignificante no teste de igualdade de duas proporescom p 0,001.
de grande valia a destreza e delicadeza do profis-sional no momento da divulso do retalho, para no sedilacerar o tecido gengival, o que viria a dificultar a snteseda rea enxertada.
Neste trabalho, o preparo do leito receptor foi reali-zado de acordo com os preceitos cirrgicos comumenteutilizados na realizao de enxertos sseos. As descorti-calizaes ou perfuraes foram realizadas com o objetivo
de aproximar o enxerto medula ssea da rea receptora,que fonte de vasos sanguneos e clulas osteognicas15,sendo que em trabalhos mais antigos, descreviam-se asimples colocao do enxerto sobre o leito, sem outro pre-paro cirrgico alm do desnudamento mucoperiosteal25.
Reconstrues sseas em altura tm apresentado omaior ndice de insucesso dentre todos os enxertos reali-zados, uma vez que o enxerto sobreposto ao rebordo sseotorna-se difcil vascularizao12. Por esta razo, tambm,foram realizadas as perfuraes no leito receptor, buscandoacelerar o processo de vascularizao15.
Em relao modelagem do tecido sseo humano
fresco congelado, podemos citar como sendo uma segundadificuldade de se adaptar intimamente ao leito recep-tor26. Acreditamos que deve ser pela alta densidade do
osso homgeno ser cortical e por ser mantido resfriado a-80C. Diferentemente encontrado nos trabalhos de algunsautores21 que utilizaram o osso homgeno em defeitos ma-xilomadibulares, concluindo que os enxertos homgenospossuem as mesmas caractersticas de textura e resistnciado osso autgeno.
Por conseguinte, a alta densidade encontrada no ossocortical de fmur, diferentemente encontrada no osso au-tgeno, colaborou para uma tima fixao do enxerto, poisdiminuiu o risco de trincas e afrouxamento do parafuso,durante as fases iniciais da reparao do enxerto. Algunsautores acreditam que o processo de congelamento a tem-
peraturas a -78C no altera as propriedades biomecnicasdo enxerto27.
O osso humano fresco congelado, diferente do ossoliofilizado, no desidratado durante seu processamento,fato que mantm as caractersticas fsicas e mecnicas doenxerto. Dessa maneira, o material pode ser utilizado naforma de blocos, o que no ocorre com o enxerto liofilizado,que aps desidratao, torna-se frgil, portanto, somentepode ser utilizado na forma de partculas28.
Os protocolos de retirada, conservao, esterilizao eutilizao destes materiais j esto estabelecidos em muitosservios especializados, com resultados satisfatrios que
justificam sua utilizao29.Com o aumento vertical sseo na rea receptora, hou-
ve a dificuldade de recobrir o enxerto sseo, portanto, natcnica empregada mostrou-se a necessidade de realizaruma inciso relaxante no peristeo, com a finalidade defechar totalmente o retalho, a fim de diminuir a probabili-dade de ruptura de sutura15. Devemos lembrar do cuidadopara no ocorrerem perfuraes no tecido gengival e que asutura deve garantir o selamento impermevel aos agentescontaminantes e no deve submeter o retalho a traesexcessivas que criem isquemias e risco de deiscncia.Assim como, nos enxertos autgenos, o recobrimento se
Em relao modelagem do tecido sseohumano fresco congelado, podemos citar comosendo uma segunda dificuldade de se adaptar
intimamente ao leito receptor26. Acreditamos quedeve ser pela alta densidade do osso homgenoser cortical e por ser mantido resfriado a -80C.
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faz necessrio para no ocorrer contaminao e reabsorossea do enxerto12,15.
Embora muitos autores relatem que o revestimento doenxerto sseo com retalho adequado e fechado hermetica-mente seria a fase mais importante para garantir o xito, afim de no ocorrer a inevitvel contaminao pela pene-
trao de germes e resduos alimentares, cuja presena de alto risco de infeco do enxerto e sua perda total ouparcial15. Nesta pesquisa, os resultados demonstraram-sediferentes. Mesmo ocorrendo a exposio ssea do ossohumano fresco congelado em quatro pacientes, a inserodos implantes osseointegrveis se tornou possvel. Emapenas um dos pacientes ocorreu pequena mobilidade efratura do bloco parcial e, mesmo assim, a insero dosimplantes tambm foi obtida.
Esse relato nos leva a pensar que, devido ao osso sertotalmente cortical, ele se torna tal como uma barreirana sua poro coronria, protegendo a rea que est in-
timamente ligada ao osso receptor e servindo como umapropriedade osteocondutora. O enxerto sseo homgenopossui capacidade de criar suporte estrutural, formando
um arcabouo para a neoformao ssea, todavia, estimulao crescimento de osso novo e serve como boa sustentaopara unir e estabilizar os defeitos sseos5.
Outro ponto que possvel elaborar uma discusso com relao ao potencial de induo dos tecidos. A os-teoinduo foi atribuda ao fato de protenas no colgenas(BMPs) presentes na matriz ssea, considerada fatores decrescimento, estimularem as clulas indiferenciadas dostecidos vizinhos, do leito receptor, at chegarem ao localdo enxerto onde iro se diferenciar em osteoblastos e con-sequentemente formar matriz ssea5. Os autores citam queo osso humano fresco congelado pode ser considerado ummaterial osteoindutor, pois o processo de congelamento noaltera as protenas morfogenticas sseas, que somenteseriam alteradas em caso de se realizar a esterilizaoadicional com irradiao gama21. Outros autores acredi-tam que as protenas morfogenticas (BMPs) podem estarpresentes em menor quantidade (comparado ao enxertoautgeno) no tecido sseo homgeno, que ir dependerda tcnica utilizada para preservao do osso humanofresco congelado19.
Vale ressaltar que um dos pr-requisitos para o xito
do enxerto sseo a sua imobilizao e ausncia de cargamecnica. Os pacientes que foram submetidos aos enxertossseos no deveriam portar prteses removveis que oscomprimisse durante os seis meses.
Durante o perodo de seis meses para cicatrizao,nenhum dos pacientes relatou alterao de sensibilida-
de ou de infeco durante o ps-operatrio. Porm, emquatro casos ocorreram deiscncia da sutura, que foramacompanhados at o momento da reabertura. Em nenhummomento foi realizada a tentativa de fechamento da ferida.Os pacientes foram instrudos quanto higienizao darea operada, a qual deveria ser feita com clorexidina a0,12% duas vezes ao dia.
A remodelao ssea da rea enxertada radiografi-camente e clinicamente foi visvel aps seis meses, o quepode ser constatado na presente pesquisa, por meio detomografias computadorizadas antes da colocao dos im-plantes e clinicamente, por visualizar a unio da interface
leito/receptor com o bloco homlogo, no ato da reabertura,e devido estabilidade primria conseguida na instalaodos implantes osseointegrados21.
Com relao ao tempo necessrio para instalaodos implantes, a literatura descreve um perodo de quatromeses quando o osso autgeno utilizado, pois nesseperodo j houve remodelao e maturao do tecido,alm de ter havido a recomposio do peristeo21. Com autilizao do osso homgeno, o processo ocorre de formasemelhante, no entanto, existe uma atividade imunolgi-ca do organismo que interfere no processo, tornando-omais lento. Uma grande incompatibilidade entre doadore receptor afeta temporariamente a expresso do cdigogentico da matriz ssea extracelular, como se fosse umaresposta imunolgica e, consequentemente, atrasandoa nova formao ssea na interface entre o enxerto e oleito de um enxerto sseo cortical homgeno congelado30.Sendo assim, neste estudo, esperou-se seis meses para ainstalao dos implantes osseointegrados.
Os resultados clnicos e tomogrficos obtidos demons-traram que os enxertos com osso humano fresco congeladopromoveram aumento sseo alveolar nos 12 casos, comcrescimento mdio de 4,75 0,26 mm.
Deve-se lembrar que as fontes de material autgenoso limitadas, impossibilitando, muitas vezes, obter-se
Com relao ao tempo necessrio para instalao dos implantes, a literatura descreve umperodo de quatro meses quando o osso autgeno utilizado, pois nesse perodo j houve
remodelao e maturao do tecido, alm de ter havido a recomposio do peristeo21.
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7/23/2019 ImplantNews 2011 Jan Fev
29/11837
Caderno Cientfi co
REVISTA IMPLANTNEWS 2011;8(1):27-37
Trabalho de Pesquisa
a quantidade de material necessria para correes degrandes defeitos16,18. Assim, nos pacientes em que