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ÍNDICE INTRODUÇÃO .................................................................................................................................................................................................................................... 3
CAPITULO I ......................................................................................................................................................................................................................................... 4
GESTÃO DE PESSOAS: UMA ABORDAGEM A SER DISCUTIDA NO COMÉRCIO VAREJISTA ............................................................................................................ 4
CAPITULO II ...................................................................................................................................................................................................................................... 17
ALFABETIZAÇÃO FINANCEIRA E OS FATORES QUE A INFLUENCIAM ........................................................................................................................................... 17
CAPITULO III ..................................................................................................................................................................................................................................... 30
CONHECIMENTO FINANCEIRO: O “VILÃO” QUE PODE SALVAR O EMPRESÁRIO ........................................................................................................................ 30
CAPITULO IV .................................................................................................................................................................................................................................... 43
“COMO A ESCOLHA DE FUNDING E BOM CONHECIMENTO FINANCEIRO AJUDAM NAS DECISÕES DE CAPTAÇÃO DE RECURSOS NA EMPRESA.” .................. 43
CAPITULO V ..................................................................................................................................................................................................................................... 56
RECURSOS HUMANOS E SUAS DIVISÕES: RECRUTAMENTO E SELEÇÃO ..................................................................................................................................... 56
CAPITULO VI .................................................................................................................................................................................................................................... 66
DESENVOLVIMENTO DE COMPETÊNCIAS EMPREENDEDORAS PARA INICIANTES ...................................................................................................................... 66
Núcleo de Pesquisa e Extensão
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INTRODUÇÃO
Prof.ª Mary Correia Moreira Kalume
Prof.ª Elisa de Carvalho Barroso
O e-book Gestão, Empreendedorismo e Finanças reúnem coleções de resumos sobre estudos nas áreas de Administração e
Ciências Contábeis. O estudo tem como objetivo levar conhecimentos a área acadêmica e empresarial interessadas nos assuntos
apresentados além de contribuir com o aumento de conhecimentos nessas áreas.
A temática sobre gestão de pessoas: uma abordagem a ser discutida no comércio varejista foi escolhida com a proposta
de compreensão sobre a importância da seleção, capacitação, reconhecimento e promoção de seus colaboradores e abordar sobre
ações para um bom desempenho da empresa no caso o setor varejista.
Os conhecimentos acerca da temática Desenvolvimento de competências empreendedoras para iniciantes vêm
desmistificar a idéia do sobre empreendedorismo levando a compreensão dos comportamentos empreendedores necessários ao
desenvolvimento de gestor de sucesso.
A Alfabetização financeira e os fatores que a influenciam, e como a escolha de “funding” e bom conhecimento financeiro
ajudam nas decisões de captação de recursos na empresa apresenta ações e soluções capazes de transformar as finanças
pessoais, no reconhecimento do sistema financeiro adequado para a sua realidade.
Assim, espera-se que os leitores encontram nesta proposta, esclarecimentos, conhecimentos e informações que venham a
atender aos seus anseios, contribuindo assim na disseminação dos saberes das diversas áreas do âmbito administrativo e contábil.
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CAPITULO I
GESTÃO DE PESSOAS: UMA ABORDAGEM A SER DISCUTIDA NO COMÉRCIO VAREJISTA
Glauce Barros Santos Alane de Sousa Santos
Deyse Kelly da Silva Carvalho João Carlos Carvalho Gonçalves
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INTRODUÇÃO
Gestão de pessoas se torna um conceito amplo quando se trata de um assunto dentro do contexto chamado gestão, onde a
mesma apresenta-se como sendo a base estrutural de como indivíduo é tratado dentro do seu ambiente de trabalho, qual o seu grau
de importância, bem como os processos quanto a sua seleção e treinamento para a melhoria do seu desempenho em meio as suas
atividades .Nesse sentido, a empresa é responsável pelo papel de auxiliar e colaborar cotidianamente dando suporte necessário,
avaliando o grau de importância e significação de seu pessoal em sua organização.
Dessa forma, nesse elo de pessoas e empresas, no envolvimento e comprometimento de todas as partes, poderão alcançar
resultados positivos para ambas. Com isso, através de ferramentas disponibilizadas pela gestão de pessoas é possível o
administrador ter autonomia diante da sua equipe, tendo ele a função e a competência para gerir e nortear seus colaboradores. É
de suma importância relatar sobre a gestão de pessoas dentro do comércio varejista abordadas para a realidade do nosso país no
contexto atual, para que as demais pessoas possam conhecer as diversas abordagens existentes no que tange a gestão de pessoas
e o comércio varejista, pois o mesmo ocupa lugar de transformações em meio à crise, que segundo dados da Sociedade Brasileira
de Varejo e Consumo (2017) o varejo impacta 47,4% do PIB brasileiro, alavancando a economia e propiciando novos modelos de
negócios, como também novas oportunidades de empregabilidade e lucratividade no mercado vigente.
1.BREVE HISTÓRICO DA EVOLUÇÃO DA GESTÃO DE PESSOAS
A gestão de pessoas foi criada numa época em que as atividades que envolviam pessoas tinham como necessidade “registrar
fatos”, esta área em estudo envolve uma série de características flexíveis e diversas peculiaridades, onde cada vez mais mudanças
ocorrem de maneira satisfatória, levando para longe o tratamento antiquado dado no início das obrigações trabalhistas nos meados
do século XIX.
Segundo Ferreira (2017) há poucas décadas as atividades de gestão de pessoas enquadravam-se apenas nas relações
industriais – resultado de uma visão burocratizada da Revolução Industrial com predomínio significativo na década de 1950. A mão
de obra era apenas um recurso, sem a exigência de seres pensantes, o que tornava o trabalhador detentor apenas da “mão de obra”
e a força do trabalho.
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Por um período o campo de Gestão de Pessoas era conhecido como Departamento de Pessoal, onde as atividades típicas do
setor se limitavam a execução da legislação trabalhista e de controles diversos, como folha de ponto do trabalhador, férias, dentre
outros. Com isso, a área sofreu uma mudança no amadurecimento em relação à importância do pessoal em suas organizações.
Hoje o administrador participa ativamente das atividades, quanto ao processo de recrutar, selecionar, integrar, administrar o
ambiente de trabalho, como também o desempenho e progressões de cargos e salários de seus funcionários.
Nesse novo cenário, as pessoas passaram a ser percebidas como capital intelectual das organizações, bem como detentoras
de conhecimentos, habilidades, atitudes e, sobretudo, de inteligência, que possibilita conseguir os resultados projetados pela
empresa. Segundo Gil (2016), a Gestão de Pessoas é a função gerencial que direciona à colaboração de seu pessoal no que tange
a obtenção dos resultados sejam eles organizacionais quanto individuais.
1.1 O Capital Principal das Organizações em Tempos Modernos:
Na sociedade moderna de hoje é quase impossível imaginar uma organização sem pessoas, pois as mesmas são as bases de
tudo. Seja no setor industrial, serviços ou no comércio, o capital humano sempre estará em primeiro lugar, pois a obtenção dos
objetivos organizacionais é movida por elas. Conforme salienta Chiavenato (2009) que pessoas não são meros recursos, mas
características incríveis e detentoras de diferenças individuais.
Segundo Low e Kalafut (2003), para a economia atual, os novos ativos da empresa – aqueles que mais valorizam seu patrimônio
intelectual-, não são mais os recursos naturais, mas sim o capital intelectual. Esses, por sua vez, representam os objetivos reais da
empresa, como pesquisa e desenvolvimento, os conhecimentos, habilidades, redes de fornecimento e marcas.
Para Chiavenato (2009), cada pessoa possuí características inerentes aos objetivos organizacionais e estes, por sua vez, estão
atrelados às influências e variáveis ambientais. O comportamento refere-se as maneiras pelas quais as pessoas costumam reagir
em seus contatos mútuos e atividades cotidianas. Assim, esse comportamento pode ser afetado por variáveis externas como
aspectos culturais, estruturais, sistemas recomposentários, aspectos políticos e procedimentais e variáveis internas (como sua
aprendizagem, percepção dos seres, entendimento e motivação).
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Figura 1.0 – os fatores internos e os fatores externos que influenciam o comportamento humano. Fonte: Chiavenato, 2009.
2.GESTÃO DE PESSOAS NO COMÉRCIO VAREJISTA
No comércio varejista antes do que tudo necessita constantemente das intervenções das pessoas em seus negócios, em virtude
dessa área ser bastante dinâmica e previsível, pois em suas atividades são acometidas por várias mudanças e transformações de
acordo com as reais necessidades dos sujeitos. Dessa forma é necessário que o seu pessoal seja qualificado, especializado em
suas funções de modo comprometido e motivado para assumir suas atividades com efetividade, produtividade e qualidade.
2.1 Definições do varejo
Na definição de Kotler e Armstrong (2007) varejo é definido como “todas as atividades envolvidas de bens e serviços
diretamente aos consumidores finais para seu uso pessoal e não somente empresarial”.
Para Mattar (2011) o varejo não configura somente como venda de produtos em lojas físicas, mas sim em diversas maneiras,
seja de forma direta, por telefone, internet, prestação de serviços, entre outras.
A pessoa na
organização
Fatores Internos
Personalidade
Aprendizagem
Motivação
Percepção
Valores
Fatores Externos
Ambiente organizacional
Regras e regulamentos
Cultura
Políticas
Métodos e processos
Recompensas e punições
Grau de confiança
Comportamento da
pessoa dentro da
organização
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Tais definições classificam o varejo como um intermediário entre o produtor e o consumidor final. Ele serve como um facilitador
da compra da mercadoria, e consequentemente a obtenção da satisfação das necessidades do mesmo. Isso significa que o varejo
é considerado como toda venda de produtos destinados ao consumidor, não importando a forma como tal serviço chegue até ele.
2.2 Histórico do varejo
A história do varejo remonta-se há tempos antigos, pois o homem sempre teve a necessidade de produzir para sobreviver e
esta prática deu origem ao escambo que segundo Mattar (2011) uma revolução ocorreu na atividade comercial quando, a partir do
século XIX, nos Estados Unidos, houve uma forte decadência do comércio colonial, trazendo uma especialização ao comércio
varejista.
Conforme o autor, ao longo dos anos o setor varejista alcançou um crescimento favorável, com rápida expansão em
faturamento, número de lojas, setores de empregos, e outros.
2.3 Classificações do varejo
Assim como nos demais setores do comércio, o varejo também possui sua classificação, com lojas diferenciadas e tamanhos
diversos capazes de identificá-las facilmente e Mattar (2011) o classifica da seguinte forma:
Lojas de serviços completos: com localização em grandes espaços urbanos, ou shopping. Varia desde confecções em geral,
como também linhas de eletrodomésticos, ferramentas, eletrônicos e diversas utilidades. Lojas de departamento júnior: lojas
menores, com uma pequena linha de produtos;
Lojas de variedades: operada com sistema de autosserviços, lojas que vendem diversos produtos que tem baixa duração com
valor reduzido
Lojas especializadas: não importa o tamanho da loja, formato de rede ou individual, oferece uma variedade enorme de
utensílios e poucas variedades, pois o mesmo busca atender somente as necessidades específicas do consumidor;
Cadeia de lojas: empresas varejistas de médias e grandes portes espalhados em todo território nacional, possui controle
centralizado e enorme poder de compra.
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Superlojas: grandes supermercados que oferece diversas linhas de alimentos sejam eles perecíveis ou não-perecíveis, bem
como produtos de confecções e produtos domésticos.
Lojas de conveniência: são de pequeno porte, geralmente autosserviço;
Lojas de descontos: linha variada de produtos, sendo lojas de liquidação, que operam com custos baixos;
Lojas de fábrica: são coordenadas pelos próprios produtores para que estes possam vender seus produtos no mercado
varejista
Lojas de preço único: são empresas independentes que possui peculiaridades próprias na venda no que tange ao valor de
R$ 1,99, geralmente de pequeno porte;
Lojas de Shoppings Centers: possuem diversas opções de lojas, serviços e atividades de entretenimento.
Diante desta classificação, podemos ressaltar que, mesmo diante de uma desacelerada economia setorial, o comércio varejista
ainda continua sendo um dos que mais contribuem para a geração de renda atualmente no nosso país.
3.INOVAÇÕES NO SETOR VAREJISTA
Segundo Content (2018) as inovações tecnológicas têm assumindo papel relevante nas grandes redes varejistas, no intuito de
promover facilidade e comodidade aos seus clientes, pois em uma era de grande consumo, as pessoas não necessitam mais sair
de casa para realizar suas compras ou usufruir de serviços e diversas atividades cotidianas.
De acordo com Rocha (2018) A comodidade e conveniência dos serviços tem grande relevância e impacto mais do que o valor
e o preço dos serviços, isso faz com que o comércio varejista ganhe espaço e cada vez mais venha introduzir em seus serviços as
demandas da tecnologia, da transformação digital como forma de alcançar resultados positivos e satisfatórios tanto para ele como
para o consumidor.
Diante desses fatos, o jornal exclusivo (2018) destaca as diversas inovações no setor varejista atualmente.
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Experiência flexível de compra – são serviços online que são utilizados como formas de dinamizar a vida dos clientes, tanto
na facilidade das compras, como na retirada dos produtos na empresa, dando agilidade e facilidade no ato da compra e
venda dos produtos e serviços da mesma.
Assistentes digitais (bots) – são os serviços oferecidos de maneira rápida e em poucos minutos, realizados pelo próprio
cliente nos serviços de autoatendimento.
As lojas deixam de ser apenas lugares de distribuição – nessa etapa as lojas através da comunicação e tecnologia são
as ferramentas utilizadas para educar seus clientes e manter uma relação mais próxima.
Pagamento facilitado – visando diminuir o processo lento dos pagamentos, através dessa ferramenta o cliente poderá
através do smartphone do vendedor efetuar o pagamento da sua mercadoria, evitando desgaste, filas e demoras.
Varejo híbrido – essa ferramenta visa fidelizar o cliente, através da oferta de diferentes produtos ou serviços que atinjam o
mesmo público, fazendo com que o cliente faça suas compras com maior comodidade sem precisar sair de casa
4.ANÁLISE E DESENVOLVIMENTO DE PESSOAS
O desenvolvimento das pessoas dá-se através do processo educacional, no processo de treinamento e ensino, pois é através
do ensino que o indivíduo adquire os conhecimentos para que a partir daí possa intervir diretamente na realidade onde está inserido
e através do treinamento os sujeitos tem a possibilidade de aliar as teorias aprendidas e colocar em prática ,permitindo fazer e
refazer, transformar e modificar o contexto atual, como também aprimorar sua capacidade intelectual, pessoal e profissional.
4.1 Recrutamento, Seleção e Treinamento
As empresas para que venha a manter-se no mercado e atue com qualidade é necessário que as mesmas invistam na
satisfação dos seus clientes. Nesse sentido, é imprescindível que as mesmas trabalhem de acordo com as reais necessidades das
pessoas, bem como atualizado no que tange as transformações e as mudanças constantes na realidade e no contexto onde estão
inseridos.
Diante disso, as pessoas que exercem atividades nas empresas assumem papel fundamental no processo de qualidade da
mesma, dessa forma é de suma importância que estes venham recrutar, selecionar e treinar seu pessoal como forma de alcançar
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resultados positivos, como também fazer com que seus recursos humanos contribuam de forma satisfatória cumprindo sua missão
na empresa a contento.
Nesse cenário, é imprescindível que as pessoas estejam atualizadas, qualificadas, treinadas e satisfeitas no ambiente no qual
trabalha para que assim estes possam oferecer os serviços de qualidade nas quais os mesmos estão recebendo, fazendo desse
ciclo entre o dar e receber pontos fortes no que tange a qualidade dos serviços oferecidos pela empresa.
4.1.1 Conceitos de Recrutamento
Banov (2015) comenta que o recrutamento se relaciona com as técnicas usadas pela empresa para anunciar a função
disponível com o intuito de selecionar os candidatos almejados pela organização.
A função de atrair pessoas é uma metodologia utilizada para alcançar aquelas pessoas com perfil característico a desenvolver
atividades do cargo, para isso é feito um planejamento de acordo com as necessidades da empresa.
De acordo com Chiavenato (2000a) o recrutamento tem como finalidade atrair possíveis candidatos para uma vaga, e para que os resultados dessa prática sejam satisfatórios é necessário que haja número adequado para o preenchimento da mesma. Chiavaneto (2009b) relata que toda empresa deve estar imbuída no sentido de recrutar pessoas, pois este ato de responsabilidade deve ser compartilhado por todos os lugares e em todas classes.
Diante disso, a gestão de pessoas no recrutamento contribui para que as empresas diminuam a rotatividade de seu pessoal,
evitando demissões e admissões de funcionários para assumir determinada função, pois nesse processo de recrutamento a instituição tem a oportunidade de escolher a pessoa adequada para exercer a função com mais desempenho, eficiência e qualidade. 4.1.2 Conceitos de Seleção
Guimarães e Arieira (2005) comenta que todo ato de selecionar se faz como um procedimento único e pode ser um elemento de marketing tanto interno como externo e que pode ser utilizado em seu benefício, pois a pessoa selecionada deve ser apresentada e integrada no seu espaço de atividade nos primeiros momentos, dias e meses na empresa, fazendo com que esse processo de seleção não seja encerrado logo na contratação do mesmo.
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De acordo com Martins (2007) a seleção permite fazer uma comparação dos demais candidatos de acordo com as funções específicas do cargo exigidos pela empresa. Dessa forma é de suma importância selecionar a pessoa certa, para que a mesma possa realizar as atividades a ela confiada, pessoal qualificado e comprometido para trabalhar de maneira satisfatória para as organizações.
Diante disso, percebe-se que é fundamental que aconteça a seleção de pessoal para trabalhar na empresa. Esse processo deve ser realizado de maneira correta e consciente para que as pessoas selecionadas possam atender de forma positiva as reais necessidades da organização e contribuindo para atingir os objetivos almejados pelo estabelecimento. 4.1.3 Conceitos de Treinamento
Chiavenato (2014) comenta que treinamento pode ser considerado como sendo um processo educativo que se for aplicado de
maneira organizada e sistemática, as pessoas têm a oportunidade de adquirir conhecimentos, aperfeiçoar as habilidades e
competências para que os resultados previamente definidos sejam alcançados.
Segundo o autor as empresas são estruturas vivas, com mudanças contínuas envolvendo ações diárias que buscam seu
crescimento e desenvolvimento, tendo sucesso nos seus planejamentos, dessa forma obtém um crescimento patrimonial, financeiro
e pessoal grandioso necessitando de uma atenção maior, para evitar perda de controle ou outros problemas que venham prejudicar
o andamento da mesma.
Nesse sentido é de suma importância investir no treinamento e aperfeiçoamento de seu pessoal com aplicação de
conhecimentos que busquem assegurar as competências exigidas pela empresa, a fim de que sejam executadas as tarefas com
uma maior precisão em um menor tempo e menor custo.
5.CONSIDERAÇÕES FINAIS
Percebe-se que a área de gestão de pessoas a cada ano vem inovando e crescendo em relação ao tratamento dado aos
lojistas. Diversos tipos de empresas foram criados com diferentes características e segmentos de mercado ideal para cada tipo de
consumidor.
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Através de explanações básicas sobre o processo de integração do funcionário à empresa, pode-se notar o quão importante é
a busca certa por talentos que estejam aptos a dedicar e comprometer-se com a empresa, pois quando se adota uma atitude de
buscar conhecimento e disponibilidade para atuar no comércio, todas as outras funções passam a ser desenvolvidas de maneira
motivacional e favorável para ambas as partes.
A gestão de pessoas sempre estará em busca de inovações para atender as necessidades e desejos iminentes de seu objeto
de estudo: o colaborador, e que cabe aos gestores destas tarefas usufruírem de conhecimentos e o tratamento adequado a equipe
que mais sustenta o seu negócio, com pesquisas de satisfação interna, aceitando opiniões sobre o andamento do negócio e
conhecendo as vontades e desejos de seus clientes, porque só assim – com o devido cuidado e tratamento – a empresa não terá
só lucratividade, mas também a conquista inacabável da competitividade.
6.RECAPITULANDO O TEXTO
Gestão de Pessoas é a base estrutural de como indivíduo é tratado dentro do seu ambiente de trabalho, qual o seu grau de
importância, bem como os processos quanto a sua seleção e treinamento para a melhoria do seu desempenho em meio as suas
atividades.
Histórico da gestão de pessoas-Antigamente as pessoas não eram consideradas como sujeitos intelectuais e colaborativos, pois
os mesmos eram vistos apenas como sendo um ser que atuava no campo de trabalho como uma simples mão-de-obra
A modernização nas organizações- Na sociedade contemporânea cada vez mais as empresas estão investindo nas pessoas, pois
são elas que detêm o conhecimento, possuem características e habilidades diferenciadas a serem exercidas e praticadas em suas
atividades, contribuindo de forma satisfatória nos resultados e objetivos almejados pelas organizações.
Gestão de Pessoas no comércio varejista- É de suma importância a gestão de pessoas no comércio varejista, pois este tipo de
comércio vem ocupando lugar de destaque no cenário atual, alavancando a economia, como também oportunizando novos modelos
de negócios e novas oportunidades de empregabilidade.
Inovações no setor varejista-Cada dia mais o setor varejista vem modernizando suas atividades, seguindo as tendências da
modernidade como forma de conquistar mais espaços no cenário atual, bem como ganhar novos clientes, criando novas formas de
fidelização e meios de aumentar suas lucratividades
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Recrutamento, Seleção e Treinamento- Quando os processos de recrutar, selecionar e treinar pessoas são realizadas de maneira correta e eficiente, as empresas obtêm maiores resultados, pois o desempenho e qualidade das funções executadas pelo seu pessoal, contribui para o desenvolvimento da instituição, como também no crescimento pessoal e profissional de seus funcionários.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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FERREIRA, Patrícia Ítala. Clima organizacional e qualidade de vida no trabalho. [Reimpr]. – Rio de Janeiro : LTC, 2017.
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GIL, Antonio Carlos. Gestão de pessoas: enfoque nos papeis estratégicos. 2 ed. São Paulo: Atlas, 2016.
GUIMARÃES, Marilda Ferreira e ARIEIRA, Jailson de Oliveira. O Processo de Recrutamento e Seleção como uma Ferramenta de
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LOW, Jonathan. KALAFUT, Pam Cohen. Vantagem Invisível. Porto Alegre: Bookman, 2003.
MARTINS, Jaime. Recursos Humanos. Disponível em: w3.ualg.pt/~jmartins/gestao/Final.pdf Acesso em 22 de maio de 2018
MATTAR. F.N. administração de varejo. Rio de Janeiro: Elsevier, 2011.
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CAPITULO II
ALFABETIZAÇÃO FINANCEIRA E OS FATORES QUE A INFLUENCIAM
Luzilene de Sousa Silva Dorival Rocha de Castro
Juliana Reis Bernardes
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1 INTRODUÇÃO
O endividamento da população vem aumentanto no Brasil e no mundo (DONADIO et al., 2012). Esse é um fato preocupante pois mostra o quanto os indivíduos sofrem pela falta de um planejamento e conhecimento financeiro adequado, visto que acaba afetando tanto a vida profissional quanto o cotidiano dessas pessoas.
Segundo Marcolin e Abraham (2006), com a facilidade e a agilidade de encontrar crédito no mercado, as pessoas estão cada vez mais comprando descontroladamente e isso vem provocando o aumento do endividamento, tornando a alfabetização financeira algo imprescindível na vida da população, visto que ela tem o intuito de educar financeiramente essas pessoas.
Para piorar essa situação, o número de desempregados vem aumentando significativamente, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2017) esse número atingiu 12,8% no trimestre de maio a julho, com 13,3% milhões de indivíduos a buscar uma oportunidade no Brasil. Contudo a região com maior porcentagem de indivíduos com débitos atrasados é o Sudeste, com 44,9%, seguido pelo Nordeste, com 25,3%, Sul, 12,7%, Norte, 8,8% e Centro Oeste, 8,3%.
Segundo o Indicador Serasa Experian (2018), a demanda dos consumidores por crédito aumentou 13,2% em março/2018 em comparação a fevereiro/2018. No acumulado do primeiro trimestre deste ano, o número cresceu 12,5%. Este foi o melhor resultado para um primeiro trimestre dos últimos sete anos, perdendo apenas para os primeiros três meses de 2010 (+19,4%) e de 2011 (+12,9%).
O Serasa Experian (2018) registrou um aumento da procura por crédito em março de 2018 em todos os níveis de renda ou a renda mensal das classes. Para quem ganha até R$ 500 o aumento foi de 14,9%; quem ganha R$ 500 e R$ 1.000 o aumento foi de 13,0% ; quem ganha 1.000 e R$ 2.000 o aumento foi de 12,7%; quem ganha R$ 2.000 e R$ 5.000, a alta foi de 13,5%; já quem ganha entre R$ 5.000 e R$ 10.000 a alta foi de 13,9%; e para os que ganham acima de R$ 10.000, a alta foi de 12,7%.
O aumento da procura em março de 2018 ocorreu também em todas as regiões no Brasil. No Sul, o aumento foi de 21,2% em comparação a fevereiro, no Norte a alta foi de 19,1%, o Centro-oeste, foi de 16,7%, no Sudeste foi de 12,7%, e no Nordeste a alta foi de 4,8% comparado a fevereiro 2018, segundo o Serasa Experian (2018).
Nesse cenário, a alfabetização financeira surge como um caminho para ajudar as pessoas a apreender como fazer o uso conciente dos seus recursos, tornando-se sujeitos capazes de fazer escolhas certas e precisas no tocante a dinheiro. Para Huston (2009), a alfabetização financeira é o conjunto do conhecer e saber como aplicar as informações financeiras principalmente na vida pessoal tornando elevado o bem-estar das pessoas.
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A Organização de Cooperação e de Desenvolvimento Econômico (OCDE, 2014) traz a alfabetização financeira como sendo um complexo conjunto de características tais como a educação, compreensão, seriedade, competência, e atitude que combinados tornam a tormada de decisão financeira bem mais eficiente e eficaz.
Sendo assim, é de fundamental importância aprofundar os conhecimentos sobre alfabetização e educação financeira, para que haja um bom entendimento e um planejamento adequado de como usar o capital de forma mais eficaz.
2 ALFABETIZAÇÃO FINANCEIRA
Segundo Paulo Freire (1996), a alfabetização conduz as pessoas além do soletrar, pois provoca um entendimento crítico na vida real da sociedade, tanto política como a econômica, no qual está o alfabetizando. Sendo assim, a educação vai além do ler e escrever, é a capacidade de ler e escrever o mundo a sua volta, é a competência de seguir aprendendo e é o segredo do portal do conhecimento.
Nessa perspectiva, os governantes por toda parte encontram-se entusiasmados em encontrar soluções eficientes para melhorar o nível de alfabetização financeira da sua população, por meio da formação ou aprimoramento de suas estratégias nacionais, com o intuito de proporcionar oportunidades de conhecimento nos diferentes níveis educacionais (ATKINSON; MESSY, 2012).
Um exemplo da falta de conchecimento nas finanças é a de uma pessoa que vai ao banco e pega um empréstimo financeiro e não analisa ou não conhece o quão tal fato irá afetar a sua vida financeira, não tem conhecimento das taxas de juros abusivas ou de produtos agregados ao empréstimo que irão aumentar as suas parcelas mensais. Enfim, não há um planejamento financeiro para verificar se a parcela que será paga por mês não irá afetar os seus outros compromissos mensais, podendo não conseguir arcar com todos seus compromissos. Dessa maneira, os indivíduos com baixa educação financeira não sabem mensurar uma aquisição ou qual a melhor escolha de um investimnto para seu patrimônio (SOUSA; TORRALVO, 2008).
A alfabetização financeira vem com o objetivo de ensinar literalmente como as pessoas devem controlar, organizar, gerir e administrar cada centavo adquirido ao longo da vida, proporcionando maior conhecimento dos seus recursos e o devido valor agregado a ele, pois o conhecimento aprofundado proporciona as pessoas entendimento adequado para que possam tomar decisões certas a tempo hábil. Em um universo na qual as trasformações são bastante rápidas e complexas não há tempo para erros primários, ou seja, o dinheiro hoje tem um valor, amanhã ele poderá está sendo mais valorizado ou desvalorizado e, consequentemente, as decisões tomadas hoje podem ser fundamentais para uma saudável posição financeira amanhã.
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Portanto, tudo depende de uma análise bastante criteriosa do indivíduo, para a harmonia entre as suas receitas e despesas, entendendo que os gastos mensais não podem ser maiores que a sua arrecadação mensal (receita), pelo contrário para se ter uma relação financeira saudável, o ideal é que os gastos sejam menores que os ganhos, ou seja, adequados ao padrão da renda .
Não existe um método nem tão pouco uma receita padrão específica, de como se ter um bom planejamento financeiro que sirva de forma generalizada, o que existe é uma necessidade a ser suprida de informações relevantes, claras e precisas, com utilidade e aplicabilidade nas finanças na sua totalidade.
O ponto chave da administração financeira é uma boa organização de seus recursos de forma que nada passe despercebido, por menor que seja. Sendo assim, é de fundamental importância a análise diária da evolução e do controle de cada despesa com relação à receita adquirida, evitando gastos desnecessários e acúmulo de dívidas.
Para Anderloni e Vandone (2010), a educação financeira é uma forma usada pelas pessoas que possibilita ter melhor entendimento e maior planejamento financeiro de maneira eficiente e adequada previnindo o mal uso do dinheiro e o endividamento precoce.
A informação financeira deve ser clara e objetiva, pois é de fundamental importância para auxiliar na hora de escolher um serviço ou um produto. Quanto maior o aprendizado na educação financeira, maior será a capacidade de acúmulo de reservas de recursos para uma situação inesperada ou até mesmo provisão de algo esperado, como um motivo de saúde a uma melhor aposentadoria.
3 EDUCAÇÃO ECONÔMICA E FINANCEIRA NO BRASIL
A globalização veio com a ideia de conectar as coisas e pessoas dos mais diversos tipos e lugares do mundo, mas com isso veio o capitalismo levando as pessoas a consumirem cada vez mais sem analisarem suas finanças e as consequências que isso poderia ocasionar em suas vidas. Isso tudo está relacionado com a cultura consumista enraizada pelo capitalismo mundial.
De acordo com Cerbasi (2005), a noção de riqueza da cultura brasileira está associada a bens materiais, ou seja, buscase obter coisas que possam ser mostradas, exibidas a amigos e parentes. Contudo, o mercado oferece várias formas de crédito através de instituições financeiras para a população, como, por exemplo, cartões de lojas, cartão de crédito, cheque, crédito pessoal, empréstimos e financiamentos. Essas facilidades contribuem para que indivíduos que não têm o discernimento correto de como administrar, analisar e controlar seus recursos financeiros, fiquem cada vez mais endividados. Além disso, as propagandas, presentes em toda parte, induzem as pessoas a consumirem, independente se vão usar ou não determinado produto.
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Essas mídias estão direcionando os indivíduos a seguirem uma determinada tendência de mercado, ao utilizarem da imagem de cantores, atores, jogadores de futebol famosos com o intuito de fazer com que as pessoas comprem exageradamente mesmo que não tenham recursos financeiros condizentes com o padrão de consumo. Essas práticas acarretam em grandes consequências como o endividamento precoce, fazendo com que esses indivíduos não tenham crédito no mercado, sendo conhecidos como mau pagadores.
Diante do consumo desenfreado, as pessoas não conseguem pagar todas suas despesas, pelo simples motivo de estarem gastando mais do que ganham, e, consequentemente, acabam por procurar instituições financeiras em busca de recursos para quitar essas despesas. Porém, tal prática, ao invés de ajudar esses indivíduos, acabam por fazer com que esses fiquem cada vez mais endividados por não ter o controle dos gastos, virando uma bola de neve com juros e taxas altíssimos.
O decreto nº 7.397, de 22 de dezembro de 2010, que criou a Estratégia Nacional de Educação Financeira (ENEF) no Brasil, tem o intuito de promover a Educação Financeira e Previdenciária, fortalecendo a cidadania e o sistema financeiro nacional, além disso, tem como finalidade a tomada de decisões conscientes dos consumidores. Nessa conjuntura, tal decreto descreve que a ENEF em seu art. 2º será executada em conformidade com tais diretrizes: I atuação permanente e em âmbito nacional; II gratuidade das ações de educação financeira; III prevalência do interesse público; IV atuação por meio de informação, formação e orientação; V centralização da gestão e descentralização da execução das atividades; VI formação de parcerias com órgãos e entidades públicas e instituições privadas; e VII avaliação e revisão periódicas e permanentes ENEF (2010).
O projeto está em planejamento, aperfeiçoamento e adequação nos materias didáticos e na grade curricular em 2018, para ser implementado na educação básica brasileira do ensino fundamental maior ao médio, como material obrigatório. O estado brasileiro sentiu a necessidade de uma sociedade com conhecimento em gerenciar o próprio dinheiro, com uma boa alfabetização de seus ganhos e gastos, fazendo com que as futuras gerações brasileiras não façam parte do índice de inadiplentes, pois já estarão incluídos nesse processo de alfabetização. Consequêntemente, isso ajuda a amparar as pessoas tanto no aspecto escolar e familiar (ROCHA, 2008).
Contudo, a educação brasileira, ou a falta dela afeta todo o continente, que apresenta uma grande desigualdade social em relação as renda. Segundo dado do IBGE (2017), 1% que é a população mais rica do pais ganha 36 vezes mais que a população mais pobre. As frequentes mundanças na inflação, o aumento dos preços, faz com que o orçamento familiar sofra constantes modificações e a população, que não tem conhecimento adequado financeiramente, é a maior afetada.
Em relação ao Brasil, Savóia et al. (2007) indicam que as políticas governamentais e o Ministério da Educação (MEC) não incluem o conhecimento financeiro como quesito para um melhor desenvolvimento do indivíduo.
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Vieira et al (2011) apontam que existem poucos incentivos e iniciativas por parte de instituições públicas e privadas, na hora de assessora aos alunos a ter melhor e maior conhecimento financeiro.
4 ALFABETIZAÇÃO FINANCEIRA E GÊNERO
A disparidades existentes entre homens e mulheres são visíveis quando se trata da utilização do dinheiro. Essas diferenças se dão pelo fato de que os homens visam o dinheiro como uma forma de adquirir maior autoridade e serem considerados um ser mais desejado, enquanto as mulheres apresentam uma visão mais passiva com relação ao dinheiro (CALAMATO, 2010). No entanto, o gênero masculino e feminino possuem prioridades diferentes de como gerenciar e planejar as finanças tanto pessoal quanto profissional, dependendo, também, do conhecimento, das habilidades, atitudes, comportamento, ou seja, das características individuais de cada um.
Já em 1998, estudo realizado por Chen e Volpe (1998) indicou que as meninas exibem maiores dificuldades em fazer cálculos e menores índices de ensino financeiro, o que se torna um obstáculo na sua capacidade de tomada de decisão com relação aos recursos financeiros.
Lusardi e Mitchell (2011) averiguaram que meninas estão expressivamente menos dispostas a responderem questionamentos que envolvem cálculos e mais dispostas a falarem que não sabem a opção certa. Essa situação ocorre consideravelmente de forma equivalente em países financeiramente diferentes (LUSARDI; WALLACE, 2013). No entanto, as meninas são mais cuidadosas em se autoavaliar em relação a educação financeira. Lusardi e Mitchell (2011) afirmam que essa situação ocorre tanto em países desenvolvidos e como em desenvolviemto.
Essas evidências mostram a necessidade e a urgência da implantação das medidas de ações que visam diminuir a falta de conhecimento financeiro. Uma sugestão de Lusardi e Mitchell (2011) , é a implementação de disciplinas voltadas para a educação financeira em todos os níveis de educação, sem distinção de gênero onde todos possam ter as mesmas oportunidades.
5 ALFABETIZAÇÃO FINANCEIRA EM RELAÇÃO À RENDA
A educação financeira varia também conforme a renda? Quem ganha mais sabe melhor administrar sua renda? Quem recebe menos, consegue gerenciar melhor sua remuneração? Estudos feitos anteriormente como os de Atkinson e Messy (2012) e Monticone (2010) nos mostram a relação entre alfabetização e a renda dos indivíduos.
Atkinson e Messy (2012) notaram em seu estudo que as pessoas que têm menores rendas têm também os menores níves de alfabetização financeira. Monticone (2010) também observou que a alta sociedade tem um pequeno impacto, mas favoravel sobre
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a educação financeira financeira, identificando que o aumento da renda fovorece gradativamente e positivamente a alfabetização financeira.
Nos estudos de Johnson e Sherraden (2007) de que o conhecimento financeiro dos estudantes de famílias de menor renda apresentaram níveis de conhecimento significativamente menor do que os estudantes de famílias de maior renda. Campbell (2006) afirma que as pessoas que possuem o nivel de renda e de educação bem baixa, não negociam suas divídas em epocas de baixa taxa de juros, pois não conseguem distinguir a melhor opção, ou seja, se prejudicando na hora da tomada de uma decisão, isso tudo é consequência da falta de uma boa educação financeira.
Calamato (2010) aponta que a renda influencia diretamente no conhecimento financeiro, pois os jovens de maiores rendas têm mais oportunidade no ensino e um melhor conhecimento agregado ao longo de sua vida, porém jovens de menor renda são mais propensos a abandonar os estudos, pois tem a necessidade de trabalhar para ajudar a família. Portanto, a maioria dos estudos conclui que a renda influencia na alfabetização financeira. Quanto maior o nível de renda, maior é o conhecimento de como gerenciar os seus recursos e quanto menor a renda menor será o uso racional dos recursos financeiros (ATKINSON; MESSY, 2012; SCHERESBERG, 2013; GERRANS; HEANEY, 2014; CLARK; LUSARDI; MITCHELL, 2015; GROHMANN; KOUWENBERG; MENKHOFF, 2015; SALLEH, 2015).
Segundo Sousa e Torralvo (2008),é natural que o aumento do consumo esteja relacionado com o aumento da renda, ou seja, quanto mais se ganha mas se tem a necessidade de comprar produtos e serviços ofertados no mercado. No entanto, se as pessoas não souberem controlar as despesas de acordo com a renda, consumindo de forma desenfreada produtos e serviços, isso fará com que elas fiquem cada vez mais endividadas, mesmo que possuam uma renda maior.
Contudo, observa-se que indivíduos com alto nível de alfabetização financeira possuem uma melhor tomada decisão tanto com relação aos gastos como também para aplicações financeiras, tornando mais adequado o planejamento financeiro, sendo propensos a atingirem objetivos sem desperdiçar seus recursos, nem comprometer seu futuro financeiro (SOUSA; TORRALVO, 2008).
6 ALFABETIZAÇÃO FINANCEIRA EM RELAÇÃO A FAMILIA
A família é a base de todo uma construção que será repassada ao filhos, por isso, essa base deve ser sólida pois irá nortear a conduta dos filhos. Para Denegri e Martínez (2004), a família é a principal responsável por passar o conhecimento racional do uso do dinheiro a seus filhos. Desde a década de 60 e 70, estudos são realizados nessa pespectiva(MARSHALL; MAGRUDER, 1960; PREVEY, 1965), mostrando que as ações realizadas pelos pais com relação à gestão do dinheiro afetam a educação financeira dos filhos.
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A aplicação da educação financeira evidencia a melhoria estimada da vida econômica dos indivíduos durante todas as etapas da vida, desde criança, que tende a aprender o valor do dinheiro e como juntá-lo, aos jovens, que se preparam pra uma vida independente, até os adultos ajudando nas decisões básicas como o sustento da família, a compra de um automóvel ou uma casa.
Shim et al. (2015) concluem que o convívio entre a família e as finanças trazem benefícios ou malefícios para os comportamentos e resultados financeiros dos filhos.Se os pais fazem um bom planejamento financeiro e possuem um bom conhecimento sobre a gestão dos recursos isso irá afetar positivamente seus filhos, porém se os pais possuem um desequilíbrio financeiro, ou seja, fazem mal uso do dinheiro, isso irá afetar negativamente seus filhos.
A comunicação entre os pais e seus filhos é fator de extrema importância no ensinamento da educação financeira (MOSCHIS, 1987), ou seja, os pais precisam manter um diálogo frequente com os filhos. Já para Shimet al. (2009, 2010), a educação financeira começa na família, ajudada pelos professores na escola e também no trabalho, ou seja, é um conjunto de aprendizagem que começa na família e vai tendo outras contribuições durante a vida escolar e no dia-a-dia no trabalho.
Segundo Mory e Lewis (2001), só uma pequena parcela das famílias se preocupam em ensinar ou educar seus filhos com relação a alfabetização financeira. Isso é algo preocupante, pois a família deve passar uma base segura e adequada aos filhos sobre o planejamento financeiro, para que, no futuro, eles se tornem adultos conscientes financeiramente.
No estudo realizado por Mory e Lewis (2001), foi possível observar que as famílias de baixa renda passam pouco ensinamento financeiro aos filhos (cerca de 21%) se comparadas as famílias com maior renda(83%).Cerca de 45% dos pais não tinham recebido esse ensinamento de suas familias de origem, principalmente nos de baixa renda.
Contudo, para Grohmann et al. (2015), a alfabetização financeira é uma junção doconhecimento e da prática, resultando do conhecimento adequirido no ambiente familiar e escolar dos indivíduos que, quando feito de forma adequada, traz benefícios positivos. Gutter et al. (2010) afirmam que as ações realizadas pelos indivíduos no tocante a finanças estão relacionadas a vivência em sociedade, inclusive a convivência em família.
Para Shim et al. (2009), os pais devem manter um contato diário com os filhos, conversar sobre como se ter um planejamento financeiro adequado com os seus ganhos, fazendo práticas com eles, mostrando como a gestão financeira é importante, e como faz diferença na vida das pessoas conhecer e aplicar de forma consciente o dinheiro.
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A alfabetização financeira é um problema que atinge todas as classes, principalmente as mais baixas. O presente trabalho visa mostrar quão importante é uma sociedade educada financeiramente, que saiba organizar os compromissos financeiros
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adequando a sua capacidade de pagamento, administrando recursos econômicos a fim de ter rentabilidade nos recursos e erradicar a inadimplências.
O aprimoramento das estratégias educacionais financeiras tende a melhorar as condições de vida da população, com disponibilidade de ferramentas que auxilie os indivíduos na construção de informações pertinentes a melhor tomada de decisão para o planejamento do futuro e gerenciamento dos recursos.
Evidencia-se que, no Brasil, assim como no resto do mundo, a população consome produtos e serviços de forma desenfreada, motivado por uma das ações do capitalismo e com a falta de aprendizado financeiro, ocasionando o descontrole na hora de cumprir as obrigações, ocasionando inadimplências.
Como causa do aumento da inadiplência, pode-se destacar a facilidade no acesso ao crédito financeiro, e a falta de planejamento. Além disso, as propagandas incentivam os gastos, mas não educam os consumidores a fazerem um orçamento, para que não se tornem endividados prejudicando a empresa e a si.
O governo brasileiro, percebendo a perda do controle financeiro dos cidadãos, criou um decreto em 2010, afim de melhorar a alfabetização financeira no país. Porém, essa medida ainda em processo de aperfeiçoamento agora no ano de 2018. Essa medida será implantada na educação básica para melhorar a educação financeira dos cidadãos no país, fazendo com que as futuras gerações saibam gerenciar de forma mais adequada os seus recursos.
Ao se tratar do gênero e a educação financeira, os estudos mostram que as mulheres têm maior organização dos gastos, porém tem menor relação com cálculos financeiros, e pouco conhecimento a respeito de finanças dificultando tomadas de decisões corretas, já para os homens, o dinheiro é o meio encontrado para si ter maior autoridade e confiança.
Pode-se concluir, também, que a renda, influencia, de forma direta, a educação financeira, visto quequem ganha mais apresenta um melhor conhecimento financeiro em relação aos demais., mas não apresenta grande diferença quanto a falta de conhecimento financeiro, pois se não for educado durante toda a trajetória de vida quanto ao gerenciamento dos recursos, e investimentos, remuneração mensal não fará grande diferença.
É evidente que o ensinamento dos métodos de organização financeira é necessário para adicionar a educação básica e média, como também é indispensável ao nível superior sem distinção de cursos. Os alunos do ensino superior tendem a serem mais educados financeiramente, porém não sabem utilizar de tal conhecimento na prática.
A família é tida como o espelho das crianças. A primeira educação adquirida pelos filhos, sobre finanças, vem da família. Quando essa é educada economicamente, essa educação reflete positivamente no conhecimento financeiro dos filhos. Esse conhecimento é adquirido através da observação das crianças quanto às atitudes dos adultos, com relação à administração e controle dos gastos e investimentos. O problema é que nem todas as pessoas possuem conhecimento financeiro suficiente para saber
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administrar, controlar, gerir e organizar seus patrimônios, fazendo com que os filhos cresçam sem uma alfabetização financeira de qualidade.
Só através de uma educação financeira de qualidade, e possível formar uma futura geração consciente dos gastos e ganhos em cada movimentação financeira, criando, assim, um país, uma nação, desenvolvida e bem estruturada financeiramente.
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CAPITULO III
CONHECIMENTO FINANCEIRO: O “VILÃO” QUE PODE SALVAR O EMPRESÁRIO
ALISON RAMON SANTOS E SILVA
ADRIANA DE CARVALHO ROTTA
RAFAEL BISPO SOUSA
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1.INTRODUÇÃO
O sistema financeiro tem um longo e interessante passado que começa logo depois da Pré-História com a invenção do
dinheiro. Ao cunharem as primeiras moedas cerca de 2.500 anos atrás, os lídios (habitantes da atual Turquia) e os gregos instituíram
o marco zero dessa história que, em determinado momento, passou a ditar os rumos da civilização.
A primeira moeda cunhada em Roma foi feita em 268 A.C., e chamava-se denário – termo que é a origem da palavra dinheiro.
O denário era feito de prata e servia como base do sistema de moedas (sistema monetário) de Roma. Ele também era fabricado no
templo dedicado à deusa Juno Maneta, que deu origem às palavras “moeda” e “monetário”.
Nos primórdios da civilização surgiu o interesse na troca de bens, onde se viu que com a troca de objetos satisfaziam a
necessidade de ambas as partes, porem com o passar do tempo a ambição do homem foi crescendo e surgindo o interesse de
controlar suas finanças. Com isso criou-se um selo único de troca (moeda).
As primeiras moedas com características das atuais surgiram n século VII A.C, eram peças pequenas de metal com peso e
valor definido, ou seja, padronizada. Foi criada na Lídia que hoje é a Turquia. As moedas não tinham apenas o valor monetário,
transportavam também seu valor sociocultural (políticos, econômicos e culturais) que eram observado dentro da moeda e assim foi
evoluindo até os tempos atuais, tudo graças a globalização.
No mundo globalizado que estamos vivendo, com fluxo informacional contínuo e rápido, a adaptação das empresas nos seus
diversos modelos de negócios é fundamental seu conhecimento de cada área e suas interações inferindo assim um resultado global
consistente com os objetivos buscados no seu planejamento estratégico, que em última análise buscam como produto final aumentar
o valor da Companhia, seja de pequeno ou grande porte.
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Quando falamos de áreas de uma empresa, falamos de Marketing, Vendas, Produção, Finanças, Staff (exemplo auditoria),
Pesquisa e Desenvolvimento entre outras dependendo da complexidade da firma. Porém é inegável a importância da área financeira
que controla as atividades de Captação e Alocação de recursos e querendo ou não municia todas as outras áreas através do fluxo
de recursos.
A complexidade da área de finanças cresceu durante o tempo passando de simples administradora de fluxo de caixa
(recebimento e pagamento de contas) para uma área estratégica que além da tesouraria da empresa e sua contabilidade projeta
fluxos de caixa para projetos de investimento que trarão rentabilidade e criação de valor para o acionista (proprietário), juntamente
a isso também surgiram uma gama de produtos financeiros tanto na ponta passiva como na ativa do negócio fazendo aumentar cada
vez mais o nível de conhecimento do gestor da área, também chamado de CFO ( Chiefe Executive Officer) numa corporação de
grande porte ou simplesmente gerente financeiro nas firmas menores.
O conceito do renomado autor Lawrence Gitman sobre finanças nos diz muito de forma simples o tamanho da área Gitman
(2010, p. 3) “a arte e a ciência de administrar o dinheiro”. Na visão do professor Assaf Neto (2010, p.9) “Administração Financeira é
um campo de estudo teórico e prático que objetiva, essencialmente, assegurar um melhor e mais eficiente processo empresarial de
captação e alocação de recursos de capital”.
Assim, como administrar envolve decisões, não é diferente na área financeira, conforme pontua o professor Assaf Neto (2010
p.11) “A Administração Financeira volta-se para às seguintes funções: Planejamento Financeiro, Controle Financeiro, Administração
de Ativos e Administração de Passivos”. Também gosto muito de um conceito do prof. que diz que "Administração financeira está
dividida em decisões de curto e longo prazo. Portanto com o exposto vemos a amplitude e importância da área financeira para uma
companhia
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TIPOS DE EMPRESAS
É importante um entendimento sobre o mercado financeiro, conceitos de produtos e formas de constituição de empresas. Este
último é fundamental para o acesso a produtos de financiamento e no mercado de capitais, pois dependendo do tipo de constituição
é possível a empresa ter acesso a mais ou menos fontes de financiamentos.
Nas formas de se constituir uma empresa partimos primeiramente da divisão de Gitman (2013): Firmas Individuais, as
Partneships e as Sociedades por ações, sendo que a primeira é pertence a uma só pessoa que absorve todos os riscos da atividade,
as segundas tratam-se de sociedades de pessoas logo temos a idéia de conjunto nas responsabilidades e a terceira, a mais comum
para grandes empresas é formada por ações que dão direito de propriedade ao seu titular.
No Brasil temos uma classificação legal a partir de nosso direito em empresarial
Analisemos de forma mais cuidadosa as formas predominantes no mercado que são:
Sociedade Empresária Limitada (LTDA): Esta é a forma mais comum de constituição de empresas no país. Conforme C/C (art.
1052): Na sociedade limitada, a responsabilidade de cada sócio é restrita ao valor de suas cotas, mas todos respondem
solidariamente pela integralização do capital social.
EIRELI (Empresa Individual de Responsabilidade Limitada): É uma forma alternativa ao empresário, pois dá a este a figura de
sócio, podendo inclusive prestar garantia fidejussória para empresa considerando seu patrimônio pessoal. A lei exige um capital
social no mínimo de R$ 100 (cem) salários mínimos integralizado totalmente na abertura. A EIRELI é formada por apenas um sócio
que toma sozinho as decisões.
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Empresário: Antiga firma Individual. O C/C (art. 996): “Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade
econômica para produção ou a circulação de bens e serviços”. Aqui o mais importante é a mistura de responsabilidade entre CPF e
CNPJ que formam uma só constituição. O empresário não é sócio e sim proprietário dela, a empresa tem que ter o seu nome, por
não ter sócios e não tem contrato social e sim um requerimento de empresário.
MEI- Microempreendedor Individual: Forma simplificada criada por para facilitar a formalização de pequenos negócios. Aqui, a
pessoa titular é responsável totalmente inclusive com seus bens de pessoa física. Suas duas características principais são seu valor
faturado bruto anual não poder superar R$ 81.000,00(oitenta e hum mil reais) por ano e só poder existir um funcionário.
Sociedade Simples-(SS): Característica específica de sociedade simples é a sua finalidade, pode ser de prestadores de serviços,
para intelectuais, técnicas e científicas. Trata-se de um regime voltado, por exemplo, para os profissionais liberais.
Sociedade Anônima-(S/A): Também chamada de Companhia é o tipo mais comum para grandes empresas e multinacionais.
Tem o seu capital formado por Ações e seus proprietários chamados de acionistas. No Brasil são regidas pela lei 6404/64 também
conhecida como lei das S/As. Algumas características fazem com que seja um tipo atraente de negócio como a forma limitada de
participação (por ações), liquidez da participação devido a facilidade de comprar e vender no mercado de bolsa, acesso mais fácil a
financiamentos, maior facilidade e maiores mecanismos para captação de recursos. As maiores desvantagens são sua maior
estrutura de custos (mais cara) e o fato de ter informações divulgadas ao público, inclusive de demonstrações e negócios.
Sua estrutura de governança é robusta já que mantém um conselho de Administração e Fiscal para parte estratégica e
acompanhamento dos negócios.
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MERCADO FINANCEIRO
O Segundo ponto chave para conseguir captar recursos de forma quantitativa e qualitativamente adequada é conhecer o
Mercado e seus produtos. Trata-se hoje de um emaranhado de instituições participantes com diversos produtos oferecidos desde os
mais simples como Capitais de Giro, até mais complexo como Securitizações e outras formas híbridas desenvolvidas para diversas
situações.
Antes de entrar na parte da divisão do mercado precisamos entender que no mundo temos em pessoas (empresas) deficitárias
e superavitárias, aquelas precisam de recursos sejam para projetos de investimento sejam apenas para fechar seu caixa diário. Com
isso cria-se uma necessidade de junção entre os lados, sendo que quem se sacrifica e fica sem o seu dinheiro por um tempo precisa
ser recompensado por um valor que chamamos de juros.
Ocorre que essas pessoas não se conhecem, uma pode estar em São Paulo precisando de recursos e outra em Hong Kong
querendo ofertar. Foi para preencher essa lacuna que surgiram os diversos intermediários financeiros, tendo os bancos os seus
maiores exemplos, fazendo a aproximação como contraparte no sistema.
O Mercado Financeiro é dividido em quatro partes:
a) Monetário – Operações realizadas com prazo curto com papéis emitidos pelos Tesouros Federal, estadual e Municipal. Aqui
são muito famosos os leilões do BACEN e a compra através do tesouro Direto;
b) Mercado de crédito: Esse o mais conhecido e mais procurado pelas empresas. Aqui estão os diversos Bancos Múltiplos
oferecendo uma gama de empréstimos e financiamento de curto e longo prazo. No Brasil é muito comum os bancos Oficiais
e de desenvolvimento. Como exemplos de bancos nacionais temos o Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Banco
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Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e bancos regionais como banco do Nordeste do Brasil S/A e
Banco da Amazônia (Basa).
É importante destacar os Fundos constitucionais criados pela nossa Constituição Federal para as regiões Norte, Nordeste
e Centro-Oeste que permite as instituições que os operam aplicar com prazos longos e juros subsidiados, ou seja, inferiores
aos praticados no mercado.
c) Mercado de Capitais: típico mercado de longo prazo, fonte de recursos de investimento para economia. A Bolsa de Valores
representa bem esse mercado, principalmente, com as Ofertas Públicas de Ações para empresas novas ou já existentes
na estrutura. Tem uma relação inversa com a taxa de juros do país.
d) Mercado Cambial: Aqui temos os exportadores e importadores que precisam comprar ou vender moeda estrangeira.
Destacam-se muitos produtos competitivos em taxas e preços, porém exige conhecimento de instituições e legislação.
FINANÇAS E SUAS FINALIDADES
Mais a final, o que é finanças? É a ciência da gestão do dinheiro também conhecida como a ciência da estruturação dos
arranjos econômicos necessários à consecução de um conjunto de objetivos quanto à intendência dos ativos indispensáveis à essa
realização. Seu campo de estudo são as instituições financeiras, os mercados financeiros e o funcionamento dos sistemas
financeiros, quer dentro de uma nação, quer no mercado internacional. Quanto ao verbo, "financiar" significa fornecer fundos para
negócios e projetos.
Na sua acepção moderna, o conceito de "finanças" nasceu nos anos 1960 e sua abordagem característica é normativa, isto
é, um decisor, seja um investidor individual ou gerente empresarial, busca maximizar uma função-objetivo, seja em utilidade ou em
retorno esperado, ou agregar valor para o acionista, para um dado preço de título obtido no mercado. No nível microeconômico, as
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finanças são o estudo do gasto financeiro, da gestão de estoque e da captação de fundos por fundações e instituições. O termo
"finanças" pode, assim, incorporar o estudo do planejamento do dinheiro e outros ativos na própria área; o gerenciamento e controle
desses ativos ou recursos; e a análise e gerenciamento de riscos de projetos.
Como dito na introdução a arte de administrar se tornou essencial nos tempos atuais, porém, por mais ênfase que a sociedade
tenha dado a tal assunto muitas pessoas desconhecem a necessidade de administrar seu patrimônio pessoal e mais especificamente
essa função dentro das empresas.
A exemplo disso vemos dados do censo do IBGE de 2015 a 2017, no ano de 2015 713,6 mil empresas fecharam, ou seja, o
número foi maior do que a quantidade de empresas abertas no mercado no mesmo ano que foi de 708,6 mil, nesse mesmo ano o
fator que mais pesou foi a queda do PIB, que foi o pior dos últimos 25 anos com um recuo de 3,8%, isso implica dizer que mesmo
no período de crise antes ou depois dela um ponto fundamental para as empresas é o planejamento sobre todo o financeiro, quando
se trata de contabilidade, balanço e até fluxo de empreendimento.
O Sebrae – Serviço de Apoio as Micro e pequenas Empresas - também nos mostra que os principais problemas no Brasil são
a inadimplência e falta de linha de crédito capital de giro, todos esses ocupam uma fatia de 25%, outros 25% estão ligado a falta de
gestão, problemas administrativos e contábeis, falta de especialização e conhecimento agregado e uma logística, os outo 50% se
deram a falta de inovação e persistência. Veja os dados na figura abaixo:.
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FUNÇÃO FINANCEIRA
Não pense que essa falta de gestão se iniciou apenas no ramo empresarial, ela está inerente à administração pessoal e
familiar, a revista EBC (Agência Brasil) publicou no ultimo dia 5 de janeiro de 2018, que o número de brasileiros inadimplentes subiu
de 59% pra 62,2%, isso tudo devido a péssima administração no momento do uso de cartões de crédito, onde muitos se enganam
com as taxas de juros, e o fato disso é que 76,7%, das famílias com contas a pagar o cartão de crédito é a principal fora de
endividamento, isso ocorre no momento em que milhões de pessoas estão decididas a consumir exacerbadamente e veem no cartão
de crédito a oportunidade da compra sem o dinheiro em espécie , passando do limite, pagando altas taxas de juros.
Entende-se assim que para se obter sucesso precisamos saber controlar a parte financeira, na seara pessoal ou na
empresarial, pois ambas estão interligadas: “O gestor que não sabe controlar seus ganhos pessoais não conseguirá ter êxito no seu
empreendimento”. É internalizando estes problemas que esse capítulo foi criado para ampliar o conhecimento em administração
inad. Linha de crédito
problemas contabeis
falta de inovação
25%
25%
50%
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financeira e tirar as duvidas à cerca de como implantar uma boa gestão, seja ela empresarial ou pessoal. Segundo Gitman (2010, p.
4)
“A administração financeira refere-se ao conjunto de atribuições do administrador financeiro de empresas, e administrador financeiro é
aquele que gerencia ativamente os assuntos financeiros de qualquer tipo e organização seja ela financeira ou não, privada ou pública,
grande ou pequena, com ou sem fins lucrativos,” o autor quis dizer que o administrador financeiro tem uma função analítica da
organização, ou seja, se ele mexe com as contas, mas, a parte dele é analisar os dados brutos emitidos pelo profissional da contabilidade
então podemos entender que na teoria o administrador financeiro e o contador têm funções distintas apesar de trabalharem no setor
financeiro, quebramos aqui um dogma de que um pode fazer a função do outro, não que seja proibido, porém, tem que haver essa
divisão. As diferenças básicas entre eles é que o Administrador Financeiro tem ênfase em fluxos de caixas e tomada de decisão.
O administrador financeiro, também conhecido na sigla em inglês de CFO ( Chief Executive Officer), tem como atividades
principais planejamento financeiro, controle financeiro, Administração de ativos e passivos. Possui ênfase nos fluxos de caixa , nas
entradas e saídas de dinheiro, além disso mantém um planejamento de caixa necessário para cumprir obrigações e realizar
investimentos para cumprir sua principal meta que é aumentar o valor da empresa.
Conhecimento financeiro é importante na vida profissional e pessoal do ponto de vista empírico resume-se a analisar seu
cash (caixa) e controlá-lo, porem ele vai mais adiante quando vemos o ponto de vista de vários pensadores e executivos do mundo
financeiro, por exemplo, segundo Gitman (2010, p. 4), finanças são “a arte e a ciência da gestão do dinheiro”. Quando o autor fala
de gerir o dinheiro esse termo é amplo, gerenciar é olhar quais os melhores lugares para se investir o dinheiro, como gerir minha
empresa no mundo financeiro, onde encontro os melhores financiamentos com menores taxas de juros, como obter lucro a curto e
longo prazo e saber maximizar as riquezas e os lucros da organização. Lemes Júnior et al. (2005, p. 4 apud Veiga, Ana Luiza Barbosa
da Costa, 2009 p. 9), “administração financeira é a arte e a ciência de administrar recursos financeiros, para maximizar a riqueza
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dos acionistas”.
Com isso é visto que a parte financeira abrange o coração da organização. O fato é que essa área fundamental na empresa.
Na empresa temos outras áreas como o marketing, recursos humanos, vendas, pesquisa e desenvolvimento que também são
estratégicas e importantes, contudo todas as funções citadas acima se interligam com a função financeira, sendo necessário se ter
o mínimo de conhecimento sobre finanças para obter um bom gerenciamento organizacional. Para melhor entendimento veja um
exemplo:
"Imagine José, um ótimo cabeleireiro que está há anos com aquele salão da esquina, mas que nunca expandiu, e não foi por
falta de clientes, todos no bairro adoravam seus serviços, alguns saem de outros lugares pra cortar seu cabelo com José, do seu
atendimento, porém, não há investimento na infraestrutura do salão, o assento é o mesmo de oito anos atrás (desconfortável), a
ventilação é ruim e as maquinas de corte estão um pouco desgastadas, e o pior, José tem o dinheiro para fazer os investimentos
necessários, bem como crédito na praça para isso, no entanto, prefere comprar o carro novo, arrumar sua casa, comprar boas roupas
para os filhos e sair em um bom restaurante com a esposa".
Então vem a seguinte pergunta, onde José esta errando? Ele não deve investir na sua vida pessoal? Afinal o intuito de
trabalhar é para se ter uma vida com mais qualidade, certo? O principal erro de José é não ter uma definição clara do que é seu
negócio e separá-lo da sua vida pessoal. Como empresário e funcionário tem direito a retiradas planejadas e salário mensal, para
isso precisa entender de finanças para saber que o dinheiro aplicado ali possui um custo e só depois de ter seu negócio funcionando
com o que tem de melhor para não perder seus clientes e não ir a falência. Porém o caso do cabeleireiro é bem mais grave e comum,
muitos microempresários caem na fabula de que se pode misturar as finanças da empresa com suas vidas e não é bem assim, até
mesmo o dono da empresa recebe um salario pró-labore limitado como os demais funcionários. "O dono da organização é uma
pessoa física e a organização é uma pessoa jurídica e que tem por direito seus bens (capital, equipamentos e prédio) na qual a
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maior parte dos lucros é dela", isto implica dizer que tem que haver uma divisão entre os bens do dono (pessoa física) e os bens da
empresa (pessoa jurídica), ambos são distintos.
A empresa a partir do momento que nasce passa a atuar como um ser que tem poderes e autoridades, é por este motivo
que se tem o CNPJ que á identifica e li dá tal autoridade sobre todos os que nela trabalham, entendendo isso, o senhor José já não
vai mais pegar o dinheiro no caixa para fazer suas compras pessoais, pois de certa forma está ele tirando do salão. É necessário
entender que a empresa e o José não são um só, José agora terá que definir o seu salário dentro daquilo que o salão fatura, caso
trabalhe com mais outro cabeleireiro o dono vai especular um teto salarial dentro da empresa no qual o dele será maior que todos
os outros, por ser o dono, e o que sobrar é da pessoa jurídica que será administrada por ele mesmo e/ou um administrador que vai
reger toda essa empresa, e este capital deve ser aplicado dentro da organização, com investimento em equipamentos, conforto para
o cliente e na divulgação do salão, assim José terá um diferencial e deixará de ser só mais um salão de esquina para se torna o
SALÃO da cidade.
Como pode-se notar, é muito importante ter conhecimento financeiro, dos conceitos e produtos para o sucesso na atividade
empresarial.
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REFERÊNCIAS
FORTUNA, Eduardo. Mercado Financeiro: produtos e serviços.18.ed.Rio de Janeiro – RJ: Qualitymark, 2011, 1024p.
GITMAN, Lawrence J. Princípios de Administração Financeira.12.ed.São Paulo-SP: Pearson Prentice Hall, 2010.
ASSAF NETO, Alexandre. Finanças Corporativas e Valor.7.ed.São Paulo: Atlas, 2016.
VEIGA, Ana Luiza Barbosa da C; CRUZ, Marcio Aleixo.Fundamentos de Finanças.Rio de Janeiro: Fundação Cecierj, 2009.
BEZERRA, Julio Cesar de Azevedo. Introdução à Industria de Private Equity no Brasil, 1999, 157p.(Dissertação de Mestrado)
São Paulo: EAESP-FGV.
PAULA, Luis Fernando. Financiamento, crescimento econômico e funcionalidade do sistema financeiro: uma abordagem pós-
keynesiana. Revista da Teoria e pesquisa Econômica. São Paulo, v43. n.2. Apr. Jun. 2013.
https://coworkingbrasil.org/como-funciona-coworking/
https://acestartups.com.br/o-que-e-e-como-se-tornar-investidor-anjo/
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CAPITULO IV
“COMO A ESCOLHA DE FUNDING E BOM CONHECIMENTO FINANCEIRO AJUDAM NAS DECISÕES DE
CAPTAÇÃO DE RECURSOS NA EMPRESA.”
PROF. ESP. ALISON RAMON SANTOS E SILVA
ANA MARIA FERREIRA DOS SANTOS
FRANNKJAMMES ARAÚJO DOS SANTOS
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INTRODUÇÃO
O mundo dos negócios está cada vez mais competitivo com a velocidade das informações correndo o globo num piscar de olhos. Neste contexto a capacidade de adaptação das empresas é fundamental para sua sobrevivência e sucesso. Os empresários, principalmente as micro e pequenas empresas, precisam estar alinhados com o ambiente macroeconômico, buscando alta eficiência e diminuição de custos constantemente.
A partir disso, é essencial a forma que está estruturada a área financeira da companhia, bem como seu responsável, pois nela estão as principais decisões relativas a recursos que transpassam pelos diversos setores (sendo as principais de captação e alocação de recursos), cotidiano para operação da empresa.
Com base no exposto procuramos desenvolver no presente paper estudo estruturado e prático para conhecimento da dinâmica do processo de captar recursos, passando por uma base do que consideramos ideal para o empreendedor entender sobre finanças propiciando decisões de captação de recursos que venham a aumentar o valor da empresa e diminuir seu custo de capital. Utilizando para isso revisão da literatura vigente, análise de negócios e papers em geral.
FUNDING (CAPTAÇÃO)
No capítulo anterior, passamos pelo entendimento de três principais conceitos para que uma empresa possa captar bem
recursos para o seu negócio, agora vamos entender quais fontes de financiamento estão à nossa disposição, seus custos e a forma
de buscá-las.
Após a idéia do negócio, captar recursos passa a ser o grande vilão do empresário. Para isso, requer um planejamento prévio,
buscando entender o tipo de investimento para cada negócio e também para traçar a melhor estratégia, procurando depois a fonte
ideal. As principais fontes de captação destacadas neste trabalho são: Instituições Financeiras, Capital de Risco, Recursos Próprios,
investidores anjo, Crowdfunding, Órgãos e Agências de fomento, debêntures e commercial papers e fintechs (Startups financeiras).
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Instituições Financeiras Públicas e privadas: Sempre que pensamos em captar recursos já vem a nossa cabeça os bons
e velhos Bancos. Hoje a maioria das instituições bancárias brasileiras são múltiplas, ou seja, possuem várias carteiras entre elas
comercial e de investimento. Assim oferecem toda a gama de empréstimos (capital de giro) e financiamentos de curto e longo prazo.
O que o empreendedor precisa observar são as taxas de juros e os prazos das operações para que possam ser compatíveis com a
necessidade do negócio e também se a instituição repassa recursos públicos que geralmente possuem taxas mais baratas devido
ao subsídio governamental. Exemplo são as várias linhas do BNDES que são repassadas por bancos privados e públicos bem como
para as empresas que estão na região nordeste do país, recurso do Fundo Constitucional do Nordeste (FNE), fundo criado pela
Constituição Federal composto por repasses de impostos (mais especificamente IPI e IR) operados pelo Banco do Nordeste que
possui condições diferenciadas de taxas e prazos, bem como de porte das empresas.
Recursos Próprios: Uma forma de captação é através de aportes de sócios, compra de ações (Caso seja uma empresa
constituída como Sociedade Anônima) e reaplicação de lucros. Comecemos pelos aportes de sócios que são recursos investidos na
empresa através da integralização no capital social, ou seja, entram como donos da empresa e apostam no sucesso do
empreendimento, porém assumem todos os riscos caso não haja sucesso, ocorre, por exemplo, quando você ingressa de sócio uma
empresa LTDA. Muito similar é quando você compra ações de uma empresa, onde o raciocínio é o mesmo anterior, difere pois é
mais fácil comprar e vender a participação pois empresas listadas em bolsa são mais líquidas, exemplo quando você comprar ações
da Petrobrás na B3 (Bolsa de Valores) você se torna dono de uma parte da Petrobrás e esta utiliza os recursos na empresa através
da sua alocação nos diversos ativos. A última refere-se aos resultados positivos (lucros) que a empresa obtém na atividade e
reinveste no negócio não fazendo a distribuição para seus proprietários ou acionistas.
Investidor anjo esta modalidade está crescendo no país e se trata de pessoas físicas que possuem patrimônio e desejam
investir em outras empresas e empreendedores, mas que não possuem apenas dinheiro, também são investidores com experiência
em negócios. Além do auxilio financeiro, normalmente recebem em troca uma participação minoritária em seu negócio, e ajudam na
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tomada de decisões, por isso normalmente um anjo se envolve em áreas que conhece ou gosta.
No Brasil, o perfil do investidor anjo geralmente é de um ex-empreendedor que teve sucesso em sua Startup e quer começar
a apoiar o ecossistema, ou executivos de grandes empresas que buscam diversificar seu patrimônio e usar seu conhecimento para
encontrar novas oportunidades de investimento. Esses anjos investem em empresas inovadoras dentro de mercados em que têm
expertise e que possam agregar outros recursos como conhecimento, experiência e rede de contatos em prol do sucesso da empresa
apoiada.
Venture Capital e Private Equity são modalidades de investimento através de fundos, que captam recursos de terceiros e
investem (aportam) em empresas diretamente via compra de participações no capital social. O foco são negócios novos e
promissores que possam ser alavancados, bem como negócios estabelecidos que possam através de uma boa gestão melhorar
seus indicadores. Conforme BEZERRA, Julio Cesar de Azevedos (pag. 14): Venture Capital ( capital de Risco) é voltado para
empresas embrionárias, já Privaty Equity oferece recursos para empresas já estabelecidas. Pela classificação temos a diferença de
ambos, porém com o mesmo objetivo, buscar valorização do negócio e obter lucro.
Órgãos e Agências de Fomento apesar de alguns acreditarem que não há muito dinheiro disponível via editais para
empresas que visam captar recursos, isso não é verdade. Entretanto, acompanhar editais é uma tarefa que requer investimento de
tempo para verificar quais oportunidades são relevantes para o seu negócio. O financiamento tem como objetivo da uma
contrapartida a um novo projeto de um empreendimento para se inserir no mercado, ampliando seu Market Share.
Crowdfunding. é uma modalidade nova de intermediação financeira, na qual investidores de todos os tipos são aproximados
via um portal on-line para empréstimos e financiamentos. Aqui a empresa que administra o portal é só uma facilitadora e ganha
comissão na operação os riscos ficam por conta do investidor, porém possui facilidade na aprovação de crédito em relação as
instituições financeiras e facilita para quem quer investir valores menores diretamente em negócios.
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Debêntures é um título de dívida em que seu investimento é um empréstimo para determinada empresa que não seja uma
instituição financeira ou uma instituição de crédito imobiliário. Assim o investidor se torna um credor da empresa em questão e recebe
juros fixos ou variáveis ao final do período pactuado. Podem ser conversíveis (podem ser convertidas em ações da empresa
emissora, ao final do período ou em prazo estabelecido) ou simples (não podem ser convertidas em ações). Já os commercial
papers são títulos de curto prazo emitidos por sociedades por ações, exceto as instituições financeiras, as sociedades corretoras e
distribuidoras de valores mobiliários e sociedades de arrendamento mercantil (empresas de leasing), com a finalidade de captar
recursos no mercado interno para financiar suas necessidades de capital de giro. A grande diferença entre os títulos é que as
debêntures geralmente são para projetos de longo prazo e os papers para curto prazo. Ambos possuem custos elevados para
emissão e são emitidos por empresas de grande porte.
Fintechs são startups (empresas em fase inicial de surgimento porém com um negócio promissor) que trazem inovações
profundas para o mercado de serviços financeiros, com soluções muito mais acessíveis e revolucionárias. Elas são novas formas de
lidar com finanças e surgem a cada dia, transformando o que antes conhecíamos como convencional. Exemplo disso é a abertura
de uma conta corrente em um banco digital, que precisa apenas de um celular com câmera que possa digitalizar os documentos.
São diversas as tecnologias que estão chegando e sendo usadas nos aplicativos de finanças. A inteligência artificial (I.A.) é
uma delas, podendo auxiliar tanto em personalização de serviços, como big data( o termo big data refere-se a um grande conjunto
de dados armazenados). Diz-se que o Big Data se baseia em 5 V's : velocidade, volume, variedade, veracidade e valor),entre outros.
Outra é o blockchain (é uma tecnologia que visa a descentralização como medida de segurança), que, entre outras coisas, permitiu
o surgimento de moedas digitais criptografadas, cuja primeira versão totalmente descentralizada é a famosa Bitcoin. Bancos digitais
também são exemplos como: Banco Original, Neon e Nubank.
Keynes sugeriu em sua análise um circuito que envolve financiamento-investimento-poupança-funding, em que a obtenção
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de financiamento (moeda) é o início do processo de formação de capital, a poupança é gerada a partir das decisões de investimentos,
como resultado do processo multiplicador de renda, enquanto que a poupança ex post poderia ser canalizada para o mercado
financeiro para consolidar a dívida de curto prazo das firmas investidoras. Os requerimentos financeiros do processo de formação
de capital podem então ser sumarizados da seguinte forma:
O empresário quando decide investir, tem que se satisfazer em dois pontos: primeiro, deve poder obter um financiamento
de curto prazo suficiente durante o período de produção do investimento; e, em segundo lugar, deve poder eventualmente
consolidar, em condições satisfatórias, as obrigações de curto prazo, através de emissões de títulos de longo prazo. Vez ou outra,
o empresário pode utilizar-se de recursos próprios ou fazer emissão de longo prazo diretamente, mas isso não modifica o volume
de financiamento, que tem que ser encontrado pelo mercado como um todo, mas apenas o canal pelo qual chega o empresário
e a probabilidade de que parte do volume possa ser levantada pela liberação de dinheiro do próprio bolso ou do resto do público.
Dessa forma, é conveniente ver o processo duplo como o característico" [no financiamento do investimento]. (KEYNES, 1937, p.
664 apud PAULA, 2013)
A validade do circuito de financiamento finance-funding, contudo, não depende de uma estrutura financeira especializada,
como era típica até recentemente no sistema financeiro norte-americano. Em qualquer economia capitalista, o processo de formação
de capital começa com a provisão de liquidez, através da oferta de financiamento (finance) e conclui com a geração e alocação da
poupança para a realização do funding das empresas investidoras. Portanto, diferentes formas de organização do sistema financeiro
devem constituir formas específicas que permitam que as duas funções – finance e funding – sejam realizadas (Carvalho, 1997,
p.475-76). Assim, a funcionalidade de qualquer sistema financeiro não pode ser assegurada, nem qualquer política proposta, sem
uma análise mais apurada das instituições existentes no país e seu papel em financiar a acumulação de capital.
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CUSTO DAS FONTES – RISCO E RETORNO
Antes de partir para nossa conclusão é importante passar por uma parte importante da literatura e dos negócios diários
realizados pelas empresas que diz respeito ao custo das fontes captadas, pois todas possuem um custo. O primeiro erro que temos
que alertar e muito cometido pelos empresários em geral é não saber quantificar o capital próprio investido em um negócio e o outro
também muito comum é ter fontes não condizentes com os prazos do ciclo de negócios da empresa, contratando muitas vezes linhas
de curto prazo para investimentos com fluxos de caixa de longo prazo.
Ainda precisamos entender que quanto mais arriscado for um negócio, maior será o retorno exigido por quem está investindo,
ou seja, maior os juros para o empreendedor. Também quanto maior o prazo maior a taxa de juros devido ao risco embutido nessa
dilação. Mais o que significa risco? Conforme Gitman (2013 pag.203):
“Em sua acepção mais simples, risco é a chance de perda financeira. Ativos que apresentam maior chance de perda são considerados
mais arriscados do que os que trazem uma chance menor. Em termos mais formais, risco é usado de forma intercambiável com
incerteza em referência à variabilidade dos retornos associados a um determinado ativo.”
Porém perguntamos o que faz para um investimento ser mais arriscado que outro? Como as instituições fazem essa
ponderação? No mercado Financeiro, vários modelos são avaliados e variam de instituição para instituição, mas existem três que
sempre estão presentes que são: garantias, histórico de negócios e prazo (já citado acima).
Garantias conforme Fortuna (2011, p. 250): “São instrumentos colaterais em uma operação que quando recebidos minimizam
as perdas, podendo ser reais (hipoteca, penhor, alienação fiduciária) ou fidejussórias (aval ou fiança)”.
Histórico dos clientes também determina muito o custo, quanto mais capitalizada e com experiência positiva no mercado,
menor será o custo de captação e isso é medido de muitas formas, como: Negócios já realizados e bem sucedidos, bons ratings
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(pontuação) em agências de Risco ( Ex. Standard & Poors, Fith), sócios e administradores com experiência na atividade da empresa,
dentre outras.
Com esse início explicitado podemos entender um pouco dos custos associados as fontes de recursos e uma forma de calcular
através do CMPC (Custo Médio Ponderado de Capital).
O empreendedor possui duas formas de colocar recursos na empresa, através de capital próprio (como sócio ou acionista)
ou recorrendo a terceiros (credores) no mercado. As empresas têm várias proporções desses recuros podendo ter seu capital social
composto só de recursos próprios ou só de terceiros, no entanto, o comum é que mesclem essas proporções para atingir o menor
custo possível para o negócio.
O CMPC calcula a média desses custos, ponderada pelo proporção de cada hum na estrutura de capital.
Onde:
WACC = Custo médio ponderado de capital
Ke = Custo de capital próprio, dos acionistas.
Kd = Custo da dívida
E = Patrimônio líquido (Equity)
D = Dívida total
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IR = Imposto de renda incidente sobre os lucros da empresa
DESBRAVANDO OS PARÂMETROS DO CMPC NO MUNDO REAL
Como obter os valores? Matematicamente a equação é simples, entretanto os parâmetros podem ser subjetivos e depender
da intenção final de quem fizer análise.
O calculo do custo das dívidas (Kd) é simples pois é dado no mercado. Exemplo um banco cobra 10% a.a. em um capital de
giro, custo da dívida 10% a.a. Importante notar que a fórmula traz um redutor referente ao valor pago de imposto, pois em empresas
que declaram imposto de renda pelo lucro real (regime de tributação brasileiro) podem abater do lucro operacional esses valores,
consequentemente, daí a multiplicação por (1-IR) que é o benefício do imposto.
Para calcular o Custo de Capital próprio (Ke), primeiro o empreendedor precisa acreditar que o dinheiro dele tem um custo e
esse custo é o mais caro da empresa, pois são os proprietários que suportam todo o risco do negócio e caso haja insucesso nas
atividades são os últimos a ter direito a qualquer resíduo que sobre dos ativos. A fórmula mais adotada para o cálculo é do CAPM (
Capital Asset Pricing Model) descrita abaixo:
Rf = retorno de um ativo livre de risco
Β = Beta do ativo
Rm = Retorno esperado de mercado
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E logo;
Rm-Rf = excesso de retorno do mercado em relação a um ativo sem risco
Ás vezes as empresas de pequeno porte dizem que não é uma fórmula muito complicada e não querem utilizar, porém pode
ser adaptada a qualquer tamanho de negócio dependendo apenas do conhecimento prévio em finanças.
O retorno livre de risco trata-se do custo de oportunidade, ou seja, aquela aplicação livre de risco que podemos colocar o
dinheiro ao invés de investi-lo na empresa, exemplo título públicos de curto prazo ( LTNs ou NTNs). O beta é uma medida estatística
de risco do negócio ou no caso de não existir (não ser uma empresa relacionada em bolsa) pode-se calcular através do setor que
está inserida fazendo um processo de desalavancagem desse indicador, fácil entender que é o quanto o negócio está correlacionado
positivo ou negativamente com o mercado, exemplo quando a economia cresce é normal o setor de consumo também crescer, ou
seja, tem uma correlação positiva com o mercado. Por último quanto o mercado está pagando acima da taxa livre de risco; qual o
prêmio pelo risco, pelo dinheiro está saindo de um título livre de risco para um negócio arriscado. Aplicando na fórmula terei o custo
do capital próprio, do capital do empreendedor que é colocado na empresa.
Pode-se averiguar o percentual de dívida e de capital próprio através do balanço patrimonial.
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Lembrando que capital próprio é chamado de equity e capital de terceiros de debit.
Para relembrar:
O centro de um negócio seja novo ou já estabelecido é a idéia de um produto, serviço ou mesmo processo que gera uma vantagem
competitiva ao negócio, com a capacidade de gerar fluxo de caixas incrementais positivos, ser viável operacionalmente e
consequentente ter resultado final positivo (lucro). No foco principal está a seguinte pergunta: E os recursos financeiros? Dinheiro,
de onde virá? De quem virá? Assim a decisão de captar recursos precisa ser planejada e tomada a partir de critérios objetivos,
palpáveis, tendo em vista que todo investidor, seja sócio ou terceiro, possui uma expectativa de retorno que deve ser atendido pelo
negócio.
Muitos donos de empresa desconhecem os tipos de recursos que sua empresa pode buscar o custo diferente de cada fonte,
qual o risco percebido por cada investidor, os produtos disponíveis e a adequabilidade da fonte ao objetivo.
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A Constituição da empresa inclusive pode inviabilizar algumas formas de captação, a exemplo da emissão de ações que só
pode ser feita por Sociedades Anônimas. Conhecer o mercado te dá poder de escolha e decisão de viabilidade do seu negócio
mediante o custo a ser pago.
Assim, a grande questão tratada foi a informação especializada para quem busca recursos que alavanquem seu negócio,
não se submetendo ao fervor do mercado, podendo ficar com uma simetria de informações maior quando negociar com os diversos
players (participantes) de mercado.
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REFERÊNCIAS
FORTUNA, Eduardo. Mercado Financeiro: produtos e serviços.18.ed.Rio de Janeiro – RJ: Qualitymark, 2011, 1024p.
GITMAN, Lawrence J. Princípios de Administração Financeira.12.ed.São Paulo-SP: Pearson Prentice Hall, 2010.
ASSAF NETO, Alexandre. Finanças Corporativas e Valor.7.ed.São Paulo: Atlas, 2016.
VEIGA, Ana Luiza Barbosa da C; CRUZ, Marcio Aleixo.Fundamentos de Finanças.Rio de Janeiro: Fundação Cecierj, 2009.
BEZERRA, Julio Cesar de Azevedo. Introdução à Industria de Private Equity no Brasil, 1999, 157p.(Dissertação de Mestrado)
São Paulo: EAESP-FGV.
PAULA, Luis Fernando. Financiamento, crescimento econômico e funcionalidade do sistema financeiro: uma abordagem pós-
keynesiana. Revista da Teoria e pesquisa Econômica. São Paulo, v43. n.2. Apr. Jun. 2013.
https://coworkingbrasil.org/como-funciona-coworking/
https://acestartups.com.br/o-que-e-e-como-se-tornar-investidor-anjo/
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CAPITULO V
RECURSOS HUMANOS E SUAS DIVISÕES: RECRUTAMENTO E SELEÇÃO
Joseane Alves Barbosa
Venâncio Borges Anchiêta da Silva Filho
Deyse Kelly da Silva Carvalho
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INTRODUÇÃO
As etapas de recrutamento e seleção são consideradas o ápice empresarial que dificilmente podem passar despercebidos. É através deles que
a empresa passará a ter uma forma, um nome, pois as pessoas que ali trabalham são chamadas a vestir a camisa da instituição para, enfim,
atingir sua missão e seguir com sua visão.
Este tema foi escolhido para mostrar como é realizada a fase de escolha, triagem e seleção de candidatos para ocuparem cargos e funções
dentro da empresa foco da pesquisa.
Diante das exigências de mercado, um fator comumente evidente é a importância das pessoas no ambiente empresarial. A avaliação de todos
esses recursos caberá ao setor de Recursos Humanos, que se apresenta como principal, pela observação do capital intelectual, para a escolha
de profissionais aptos ao cargo disponível e em conformidade com os objetivos da empresa e promovendo melhor alavancagem empresarial.
PLANEJAMENTO DE RECURSOS HUMANOS
Para Banov e Fidelis (2007) na Era Industrial, as empresas se preocupavam cada vez mais em como alocar os trabalhadores em suas funções
buscando valorizar as limitações de cada um deles através de processos mecânicos sempre atrelados à competência e a habilidade. Em geral,
as empresas sabem que precisam abandonar as práticas de supervisão exagerada, controles inúteis, hierarquias contraditórias e a burocracia
para buscarem posições de destaque entre o mercado corporativo e a confiança da força do trabalho, assim, somente através da lógica da
comunicação é que se fortalecerá a credibilidade da empresa na visão das pessoas e o resultado colhedor será a antiga fórmula da motivação.
O objetivo da área de Recursos Humanos é avaliar o grupo de trabalho como ferramenta de sustentação dos objetivos
organizacionais, e o indivíduo como parceiro importante dessa engrenagem do processo produtivo e social. O processo
do planejamento estratégico da área de Recursos Humanos depende da capacidade de as pessoas mostrarem iniciativa
diante dos desafios encontrados, estarem conscientes de suas responsabilidades profissionais, desenvolvendo
habilidades à realização de suas tarefas e procurando o otimismo na construção de uma empresa de futuro. (BANOV e
FIDELIS, 2007, pág. 221)
Assim, para que os objetivos organizacionais sejam obtidos no que tange a normalidade é necessário grande interesse e dedicação das pessoas
envolvidas, para que o processo produtivo seja eficiente ao planejamento realizado pela empresa.
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DESENVOLVIMENTO DE RECURSOS HUMANOS
Banov e Fidelis (2007) ressaltam que, quando as pessoas sentem que seu trabalho é valorizado, tornam-se mais produtivas e engajadas nos
objetivos da empresa. E está deve, acima de tudo, prover de um ambiente favorável, capaz de incitar a motivação nas pessoas, para que esse
reconhecimento seja percebido como necessidade organizacional, criando um clima que culmine na formulação de estratégias internas voltadas
para o cliente externo, resultando no sucesso que todos almejam. A área de Recursos Humanos se esforça para aplicar conceitos que reflitam
no comportamento e na produtividade das pessoas, que complementem com a cultura da empresa, desenvolvendo responsabilidades por meio
de equipes, pois estimular o desenvolvimento de carreira torna a empresa viável e permite a permanência da força de trabalho em longo prazo.
Numa época em que ser excelente é uma questão de sobrevivência dos negócios, é muito importante lembrar que, por
trás das ideias novas que vêm surgindo no mundo empresarial, existem muito mais do que estratégias e potencialidades
individuais. Análise das situações, estudo das possibilidades, escolhas de caminhos e a capacidade de implementação
são fatores essenciais para o sucesso de soluções inovadoras. Existem empresas que possuem talentos para
empreender, todavia muito trabalho pode ser melhorado e poupado no tempo certo se o acaso aos instrumentos e às
metodologias adequadas ocorrer no momento oportuno. (BANOV, e FIDELIS, 2007, pág. 254).
Isso nos mostra que, mesmo que haja inovação empresarial, uma análise oportuna sobre a situação que o mercado se encontra poderá reduzir
significativamente os gastos e uma melhoria nos métodos e instrumentos que a empresa disponibiliza.
OS PROCESSOS DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS
Processo é uma coleção de atividades que possui um ou mais tipos de entrada, gera uma saída de valor para o
consumidor e possui uma ordenação específica de trabalho no tempo e no espaço, com início e fim. Portanto, é todo
um grupo de atividades interligadas que definem de forma clara a transformação de algo de forma a realizar um serviço
ou fabricar um produto. MILKOVICH, 2014, pág. 76)
Processo é essencial na manutenção das organizações, é o que transforma matérias-primas em produtos ou serviços acabados, com o auxílio
das pessoas que são essenciais nesses processos, pois sem elas nada aconteceria, são elas que coordenam e executam os trabalhos dentro
de um espaço de tempo.
Segundo França (2007) a administração de recursos humanos é formado por alguns grupos de segmentos. Cada segmento possui atividades
que, na lógica, só fazem sentido quando estão relacionados. A literatura nos apresenta cinco processos de administração de Recursos Humanos:
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1. Agregar pessoas: quando se trata da atração de novos colaboradores, para preenchimento de vagas na empresa. As principais atividades
relacionadas são o recrutamento, a seleção e a integração de pessoas;
2. Aplicar pessoas: onde as atividades são estruturadas por cargo ou função, bem como as orientações que são dadas as pessoas, como
a descrição do cargo, planejamento e alocação de pessoas, plano de carreiras e avaliação;
3. Desenvolver pessoas: significa a capacitação de pessoas. Também está ligada com a gestão de mudanças, a preparação para o
desenvolvimento da carreira, os planos de comunicação interna e os programas de qualidade de vida.
4. Manter pessoas: é o processo de se estruturar condições psicológicas e ambientais para adequar o funcionário a disposição de exercer
suas atividades. Aqui estão inclusas atividades de administração de salários, gestão de benefícios, segurança no trabalho, clima
organizacional;
5. Monitorar pessoas: como o próprio nome já diz é o acompanhamento e o controle das atividades desenvolvidas pelas pessoas na
organização, como desenvolvimento e a manutenção atualizada de bancos de dados, as auditorias de Recursos Humanos e a gestão de
pessoas MP âmbito da legislação vigente.
RECRUTAMENTO: O COMEÇO DO PROCESSO
Para Chiavenato (2004, pág. 145). “Recrutamento é um conjunto de técnicas e procedimentos que visa atrair candidatos potencialmente
qualificados e capazes de ocupar cargos dentro da organização”.
Recrutamento é a etapa inicial de captação de pessoas para trabalharem na organização. Trata-se de uma técnica onde é elaborado o perfil
ideal para se preencher uma vaga em aberto.
Chiavenato (2004) o planejamento das fases de recrutamento compreende três etapas:
Pesquisa interna de necessidades;
Pesquisa externa do mercado;
Definição das técnicas de recrutamento a utilizar.
A partir destas fases é possível estruturar o sistema de trabalho a ser desenvolvido.
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MEIOS DE RECRUTAMENTO
Recrutamento Interno
Segundo França (2007, pág. 75) “Este processo ajuda os próprios profissionais da empresa a melhorarem suas performances, devido à
possibilidade de mudança e de relacionamento com outros setores e pessoas, além de criar sentimento de justiça pelo oferecimento de
oportunidades aos funcionários já comprometidos e fieis aos objetivos da empresa”. Criando assim, uma disputa salutar dentro das organizações,
com mais dedicação por parte destes profissionais.
E aquele que privilegia os próprios recursos da empresa. Isto é, a divulgação das necessidades (vagas em aberto) é feita
por meio de comunicação – memorandos ou cartazes – em todos os quadros de avisos da empresa, com as
características exigidas pelo cargo, solicitando aos interessados que compareçam ao setor de recrutamento para
candidatar-se à posição oferecida ou enviem seus dados para análise. (MARRAS, 2015, pág. 234)
O recrutamento interno envolve necessariamente os recursos internos da organização e vários sistemas de banco de dados dos variados órgãos
da empresa, o que cria um sentimento de motivação nos participantes. Sua realização se dá através de comunicações internas do departamento
de pessoal àquelas pessoas interessadas em ocupar uma vaga.
Vantagens do Recrutamento Interno:
Como está relacionado com a movimentação de recursos humanos, o recrutamento interno apresenta as seguintes vantagens, identificadas por
França (2007):
Menor custo – mais econômico em relação a tempo e investimento;
Conhecimento prévio sobre o perfil do desempenho do “candidato”;
Estimula a preparação para a promoção, promovendo medidas especiais de treinamento e criando um clima sadio de progresso
profissional;
Melhora o moral interno;
Demonstra valorização do pessoal que já compõe a empresa.
Desvantagens do Recrutamento Interno
Todavia, o recrutamento interno também apresenta desvantagens, e França (2007) menciona:
Requer pessoas muito bem preparadas e que conheçam muito bem todas as áreas da empresa;
Não aproveitamento do elemento externo;
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Manutenção do status quo¹, reduzindo a possibilidade de inovação e novas ideias na empresa.
Recrutamento Externo
Como cita Banov e Fidelis (2007, pág. 256), o recrutamento externo “é o processo de captação de pessoas fora da empresa, levando em
consideração o mercado de recursos humanos e o mercado de trabalho”. Ou seja, a oferta e procura de emprego por meio das pessoas no
ambiente externo ao da organização.
Vantagens do Recrutamento Externo:
Ainda, segundo Banov e Fidelis (2007):
Trazer pessoas com habilidades e talentos novos para a organização;
Renovar o quadro de funcionários;
Aproveitar o potencial de pessoas que foram desenvolvidas por outras empresas.
Algumas fontes de recrutamento externo podem ser pesquisadas, evitando assim custos maiores com seleção. E França (2007) salienta as
principais:
Consulta ao cadastro de candidatos da própria empresa (processos seletivos anteriores ou apresentação espontânea de candidatos, por
exemplo, via site);
Escolas de cursos técnicos, faculdades e universidades;
Entidades de classe (sindicatos, associações e conselhos de classe);
Anúncio de vagas em locais visíveis da empresa ou em locais específicos (em faculdades);
Cadastros de outros recrutadores e grupos informais;
Intercambio entre empresas;
Sites especializados em oferta de candidatos;
Empresas de outplacement¹;
Anúncios em jornais, revistas, rádio, TV;
Agencias de emprego/headhunters²
Desvantagens do Recrutamento Externo
Banov e Fidelis (2007) mencionam que o recrutamento externo apresenta desvantagens, como:
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É mais caro, mais demorado e menos seguro;
Desmotiva os funcionários da empresa que esperam por uma oportunidade
Recrutamento Misto.
Essa forma de recrutamento é a consolidação das vantagens nos dois tipos de recrutamento e a minimização das desvantagens.
Para Chiavenato (2004, páginas 187):
“Ao fazer um recrutamento interno, o indivíduo deslocado para a posição vaga precisa ser substituído em sua posição
atual. Se é substituído por outro empregado, o deslocamento produz uma vaga que precisa ser preenchida. [...] Por outro
lado, sempre que se faz recrutamento externo, algum desafio, oportunidade ou horizonte devem ser oferecidos ao novo
empregado, sob pena de procurar desafios e oportunidades em outra organização que lhe pareça melhor.”
Isso implica dizer que, quando há uma substituição da vaga, abre-se mais oportunidades, tanto para aquele funcionário que subiu o cargo (a
pirâmide organizacional), quanto para quem está ingressando no atual momento.
“O recrutamento misto ocorre quando a empresa faz uso, no mesmo processo de divulgar suas vagas, tanto do recrutamento interno quanto do
externo”. (Banov, 2015, pág. 234). Ou seja, as empresas nem sempre buscam somente um meio de recrutamento, e a junção de recrutamento
interno e externo é uma solução para que o processo saia o mais vantajoso possível.
De acordo com o site Solides (2016), o recrutamento misto também apresenta algumas vantagens acerca de sua aquisição:
Aumenta as chances para os dois grupos envolvidos criando aberturas para a participação dos variados públicos;
Assim, cria um clima favorável de competição, entre os envolvidos, tentando se superar sempre, e isso faz com que a organização se
beneficiando
Ainda, segundo o mesmo site, as desvantagens também aparecem, como relacionamos a seguir:
Dificuldade de equilíbrar de forma salutar tanto os concorrentes internos quanto os externos possibilitando as mesmas chances de
conquistar a oportunidade;
“Na realidade, uma empresa nunca faz apenas o recrutamento interno ou apenas o recrutamento externo. Um sempre deve complementar o
outro, pois ao fazer o recrutamento interno, o individuo deslocado para a posição vaga precisa ser substituído em uma posição atual. Se for
substituído por outro empregado, o deslocamento produz uma vaga que precisa ser preenchida” (Banov,2015, pág. 108).
Esse equilíbrio geralmente é solucionado quando se encontra uma alternativa para a captação certa de pessoas, e a redução de custos é um
dos principais motivos que levam as empresas em buscar soluções flexíveis em cada processo gerencial.
SELEÇÃO DE PESSOAL
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Banov (2015, pág 123) afirma que:
Se as pessoas são diferentes e as empresas também, buscar a pessoa certa para o lugar certo é o objetivo básico do
processo de seleção. Trata-se de um processo de escolha, dentre os candidatos que respondem ao recrutamento
enviando seus currículos ou preenchendo fichas de solicitação de emprego, daqueles que mais se aproximam do perfil
do cargo desejado pela organização.
Os objetivos principais das organizações é buscar talentos diferentes para incrementar suas atividades cotidianas.
Neste raciocínio, salienta Chiavenato (2004, pág. 86):
“Se todas as pessoas fossem iguais e reunissem as mesmas condições individuais para aprender e trabalhar, certamente
a seleção de pessoal poderia ser dispensada. [...] as pessoas diferem entre si tanto na capacidade para aprender uma
tarefa como na maneira de realizá-la após a aprendizagem.”
Conhecimentos, habilidades e atitudes precisam andar lado a lado na hora da seleção de talentos na empresa. Desta forma traça-se um perfil
que a empresa almeja.
Entrevista de Seleção
“E a técnica de seleção mais utilizada. A entrevista de seleção de pessoal envolve um encontro entre um ou mais entrevistadores e um ou mais
entrevistados, onde os primeiros colhem informações sobre os demais visando uma possível contratação” (Banov, 2015). Escolhe-se aquele que
se encaixa melhor no perfil do cargo pretendido.
Chiavenato (2004) afirma que a entrevista de seleção é a técnica mais usada nas grandes, médias e pequenas empresas. Ela também possui
outras funções, como fazer a triagem no início do recrutamento, sempre estabelecendo como prioridade para aquele que melhor se encaixa no
perfil do cargo, na seleção de pessoal, no aconselhamento e orientação profissional, na avaliação do desempenho.
O autor nos mostra que a entrevista de seleção as por cinco etapas, da entrevista de seleção, a saber:
Preparação da entrevista: a entrevista não deve ser improvisada. Nem feita às pressas. Seja na hora marcada ou não, precisa de algum
tipo de preparação ou planejamento que permita determinar aspectos como: o que se pretende com ela, tipo de entrevista, leitura
preliminar do curriculum vitae do entrevistado etc.
Ambiente: merece um realce especial para neutralizar possíveis ruídos ou interferências externas que possam prejudicar a entrevista.
O ambiente que a organização deve buscar parte do ponto físico (uma pequena sala isolada, sem interferência) e psicológico (sem
pressões de tempo, sem coações ou imposições);
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Processamento da entrevista: deve levar em conta dois aspectos. O material (informações sobre o candidato, como dados escolares,
experiência profissional, situação familiar, condição socioeconômica etc.) e o formal (maneira como o candidato se comporta e reage
dentro da situação, sua maneira de pensar, agir, sentir, seu grau de agressividade, ambições etc.);
Encerramento da entrevista: seu encerramento deve ser elegante: o entrevistador deve fazer algum sinal claro para demonstrar o fim
da entrevista, sobretudo proporcionar ao entrevistado algum tipo de informação quanto à ação futura, como será contatado para saber
resultado ou quais serão os desdobramentos desse contrato;
Avaliação do candidato: no final, certas decisões devem ser tomadas em relação ao candidato: se ele foi rejeitado ou se foi aceito e
qual sua colocação em relação aos demais candidatos que disputam a mesma vaga.
As pessoas constituem o recurso mais precioso da organização, e o tratamento que deve ser dado a elas forma a base de todo o processo
gerencial. Cada processo é indispensável na obtenção de competitividade e sucesso, e a administração de recursos humanos busca sempre
explicar essa importância, suas dimensões e causas.
Portanto, o profissional deve estar sempre atendo as mudanças ocorridas no mundo globalizado de hoje. Pois pessoas competentes competem
com pessoas competentes, e as que não conhecem os fatores mutáveis tendem a se perder no espaço tornando-se obsoletos.
Pontos principais:
Quando o mercado está aquecido com muitas transações comerciais aumenta-se a necessidade de um quadro maior de colaboradores,
para o atendimento das demandas excedentes.
Os passos do recrutamento e seleção são processos importantes para uma organização, pois, essas sendo bem executados e alocando
as pessoas certas nas funções correspondentes, a empresa obterá êxito.
Inicia-se a partir do planejamento que compreende três etapas: Pesquisa interna de necessidades; pesquisa externa do mercado;
definição das técnicas de recrutamento a utilizar.
Pode ser interno, externo ou misto.
O interno tem como vantagens: menor custo, conhecimento prévio do perfil dos candidatos, motivação dos colaboradores. E algumas
desvantagens como: Requer pessoas muito bem preparadas e que conheçam muito bem todas as áreas da empresa; não aproveitamento
do elemento externo; pode reduzir as possibilidades de inovação.
O externo tem como vantagens a renovação e inovação e como desvantagem o preço.
Buscar a pessoa certa para o lugar certo é o objetivo básico do processo de seleção.
A técnica de seleção mais utilizada é a entrevista.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BANOV. Márcia Regina. Recrutamento, Seleção e Competências. 4ª Edição, São Paulo: Atlas, 2015.
____. Márcia Regina; FIDELIS. Gilson José. Gestão de Recursos Humanos: tradicional e estratégica. 2ª Ed. São Paulo, editora Érica, 2007.
CHIAVENATO, Idalberto. Teoria geral da administração: abordagens descritivas e explicativas. Vol. II. 7º edição. Barueri, SP, Manole, 2006.
____, Idalberto. Administração de Recursos Humanos: fundamentos básicos. 7ª edição, São Paulo, Ed. Manole, 2009.
______, Idalberto. Gestão de Pessoas. 3ª Edição, Rio de Janeiro: Editora Campus, 2004.
______, Idalberto. Recursos Humanos – O Capital Humano das Organizações. 8ª Edição. Editora Atlas, 2004.
FERREIRA. Patrícia Itala. Atração e seleção de talentos. 1ª Ed. Rio de Janeiro, editora LTC, 2014.
FRANÇA, Ana Cristina Limongi. Práticas de Recursos Humanos – PRH: conceitos, ferramentas e procedimentos. 1ª Edição, Editora Atlas,
São Paulo, Ano 2007.
GIL. Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 5ª Ed. São Paulo, Atlas, 2010.
LACOMBE. Francisco José Masset; HEILBRON. Gilberto Luiz José. Recursos Humanos: princípios e tendências. 2ª Ed. São Paulo, editora
Saraiva, 2011.
LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Metodologia Científica – 5ª ed. – 3. Reimpr. – São Paulo: Atlas, 2009.
MARRAS, Jean Pierre. Administração de Recursos Humanos – Do operacional ao estratégico. 15ª Ed. Saraiva, 2015.
MILKOVICH. George T. Administração de Recursos Humanos. Recrutamento Externo. Editora Atlas. 1ª Edição, São Paulo, Ano 2000, p. 162-
197.
BLOG, Mundo das Marcas. O Boticário – blogger, 2006. Disponível em: <http://mundodasmarcas.blogspot.com.br/2006/07/o-boticrio-natural-
do-brasil.html> Acesso em: 03/05/2017.
Revista pequenas empresas e grandes negócios. 3 razões para contratar pessoas com deficiência. 2014. Disponível em:
http://revistapegn.globo.com/Noticias/noticia/2014/05/3-razoes-para-contratar-pessoas-com-deficiencia.html. acesso em: 02/11/2017.
SITE. Solides. Quais os tipos de recrutamento mais comuns nas empresas?- 2016. Disponível em:< http://www.solides.com.br/quais-os-tipos-
de-recrutamento-mais-comuns-nas-empresas/> Acesso em: 02/05/2017.
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CAPITULO VI
DESENVOLVIMENTO DE COMPETÊNCIAS EMPREENDEDORAS PARA INICIANTES
Joseane Alves Barbosa
Mairene silva Duarte
Yasmim da Silva Costa
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INTRODUÇÃO
Muitas empresas não sobrevivem aos seus primeiros anos de vida, e muitos são os fatores que levam a isso, como: falta de
conhecimento do mercado, dificuldade de gerenciamento, falta de experiência e problemas financeiros dos novos empreendedores.
(SEBRAE 2008). As vantagens para sobreviver aos primeiros anos de vida são muitas e existem vários estudos a respeito. Mizumoto,
Artes, Lazzarini, Hashimoto e Bedê (2010) apud (BERTOLAMI et al 2018), apontam algumas dessas vantagens como: práticas
gerenciais, com a introdução de ferramentas de gestão no processo para as tomadas de decisões mais assertivas.
Outra importante vantagem para sobrevivência é o capital humano como a principal ferramenta do desenvolvimento intelectual e
empreendedor, pois, “capital humano é o conjunto de habilidades individuais de cada um” Schultz (1961). São essas habilidades
que vão influenciar no desenvolvimento das organizações, utilizarão educação, treinamento, habilidades, disciplina, experiência,
entre outros, sendo estes os meios que os diferenciam dos demais. Tornando as organizações cada vez mais competitiva e diminua
os riscos de mortalidade nos primeiros anos de vida. (BAPTISTA, KARAOZ, & MENDONÇA, 2014, apud BERTOLAMI et al 2018).
E o terceiro é o capital social que é um conjunto de recursos intrínsecos ao relacionamento com familiares, pais, amigos ou grupos
sociais em geral. “Empreendedores com fortes laços sociais têm chance de maior identificação de oportunidades lucrativas, acesso
à informação privilegiada e aquisição de recursos externos complementares” (BURT, 1992 apud BERTOLAMI et al 2018 pág.4). O
netwoork existente no capital social permitem trocas de informações e conhecimentos que dizem respeito ao negócio. completando
a tríade que leva as organizações a terem mais chances de sobrevivência aos primeiros anos de vida.
Este capítulo abordará os passos a serem seguidos por aqueles que querem guiar-se nas práticas empreendedoras. Empreender é
algo sonhado por muito que desejam colocar seu próprio negócio, mas os caminhos são longos e as vezes, possuidores de muitos
obstáculos para chegar até o destino almejado, sabendo que sempre haverá desafios a serem enfrentados durante toda a existência
do empreendimento, pois, as inovações são constantes e voláteis, e assim, forçando os empreendedores a buscarem cada vez mais
as melhorias constante para não torna-se obsoletos no seu seguimento.
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Empreendedorismo
Segundo Dornelas (2003), empreendedorismo significa fazer algo novo, diferente, mudar a situação atual e buscar, de forma
incessante, novas oportunidades de negócio, tendo como foco a inovação e a criação de valor. As definições para empreendedorismo
são várias, mas sua essência se resume em fazer diferente, empregar os recursos disponíveis de forma criativa, assumir riscos
calculados, buscar oportunidades e inovar.
A palavra empreendedorismo surgiu na França, e significa ser inovador, buscar formas de criar, de tirar a ideia do papel sem
ter medo dos riscos que se corre. O primeiro ato do empreendedor ao ter uma ideia, é saber como vai colocar em prática, e qual
melhor meio para fazer isso, depois ele busca recursos, dentre outras coisas e por fim ele pensa nas ameaças que corre ao abrir o
seu negócio, ele não tem medo de empreender, o empreendimento para ele é como um filho, que ele cuida e vive para isso. Buscar
desafios é o seu estilo de vida. (CHIAVENATO 2006).
“Empreender é como subir uma longa escada de muitos degraus, e bem lá no topo aparecem os resultados e o sucesso”. (BIAGIO,
p 18, 2012). A caminhada do empreendedor é muito longa e muitas vezes se torna cansativa, empreender demanda bastante energia,
nem tudo acontece da forma esperada, no meio da jornada existem bastantes percalços, o mercado muda, as necessidades
aumentam e mudam também, e para isso o empreendedor necessita de paciência e flexibilidade para poder se adequar. Estar por
dentro das tendências, do mercado, das mudanças, ir à luta, estudar, conhecer, se aprofundar, se adequar, se moldar, tornar-se
alguém único, diferenciado, com ideias novas e transformadoras é umas das muitas tarefas do empreendedor. Ele cria, muda,
transforma, melhora, inova, gere e assim depois de subir a sua longa escada, ele consegue o sucesso daquilo que almeja.
Diferenças e similaridades entre Administrador e o Empreendedor
SIMILARIDADES E/OU
DIFERENÇA
ADMINISTRADOR EMPREENDEDOR
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Quanto à orientação
estratégica:
Guia-se pelos critérios de
desempenho.
Tem a percepção de
oportunidade.
Quanto à análise de
oportunidades:
Preocupa-se mais a
redução dos riscos.
Toma decisões rápidas.
Quanto à alocação dos
recursos financeiros e de
mão de obra:
Guia-se pelo
planejamento formal.
Prioriza a eficiência.
Quanto ao controle dos
recursos:
Valoriza o poder, o
“status” e a recompensa.
É flexível
Quanto à estrutura
gerencial:
É formal e segue a cultura
organizacional.
É informal.
Fonte: Adaptado pelo autor. Raza (2008).
O administrador tem uma visão voltada para os princípios da Administração, fortemente disseminada por Henry Fayol no
século XX, que são planejar, organizar, dirigir e controlar. O empreendedor de sucesso possui características extras que somadas
as já existentes como administrador garante um bom posicionamento no mercado, e o nascimento de uma nova organização com
fortes chances de sucesso. Dornellas (2008).
Características dos empreendedores de Sucesso
CARACTERÍSTICA QUALIDADE
visionários Habilidade de implementar os sonhos;
Tomadores de decisões Tomam decisões corretas nos
momentos certos, principalmente nos
momentos de adversidade, sendo
esse um dos fatores-chaves para o
sucesso;
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Indivíduos que fazem a diferença Transformam algo de difícil definição,
uma ideia abstrata, em algo concreto,
transforma o que é possível em
realidade;
Exploram ao máximo as
oportunidades
As boas ideias são geradas daquilo
que todos ver, mas não identifica algo
prático para transformá-las em
oportunidade, por meio de dados e
informações. São identificadores de
oportunidades;
Determinados e dinâmicos Implementam ações com total
comprometimento. Passam por cima
das adversidades, ultrapassam os
obstáculos. Mantêm-se sempre
dinâmicos e cultivam um certo
inconformismo diante da rotina;
Dedicados Dedicam-se 24h por dia 7 dias da
semana, ao seu negócio. São
trabalhadores exemplares, encontram
energia para continuar, mesmo
quando encontram problemas pela
frente;
Otimistas e apaixonados pelo o que
fazem
Adoram o trabalho que realizam.
Tornam-se os melhores vendedores
de seus produtos e serviços, pois os
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71
conhecem bem. O otimismo faz com
que sempre enxergue o sucesso;
Ficam ricos Empreendedores de sucesso
acreditam que ficar rico não é o
objetivo principal, mas o dinheiro é
consequência do sucesso dos
negócios;
São líderes e formadores de equipes Possuem um senso de liderança
incomum. Sabem que para obter
sucesso, dependem de uma equipe
de profissionais competentes. Sabem
recrutar as melhores cabeças para
assessorá-lo nos campos onde não
detêm os melhores conhecimentos;
Possuem um bom relacionamento
(Netwoorking)
Sabem construir uma rede de
contatos que os auxiliam no ambiente
externo da empresa, junto a clientes,
fornecedores e entidades de classe;
Possuem conhecimento São sedentos pelo saber e aprendem
continuamente e sabem que quanto
maior o domínio sobre o ramo de
negócio, maior é a chance de êxito;
Assumem riscos calculados O verdadeiro empreendedor é aquele
que assume riscos calculados e
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sabem gerenciar o risco, avaliando as
reais chances de sucesso;
Criam valor para a sociedade Usam o seu capital intelectual para
criar valor para a sociedade, com a
geração de empregos, inovando,
usando sempre sua criatividade em
busca de soluções para melhorar a
vida das pessoas.
Fonte: adaptada pelo autor, Dornellas (2008).
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Para se tornar um empreendedor de sucesso, é preciso reunir:
Fonte: SEBRAE (2008)
A rotina do empreendedor é bastante árdua, a determinação é fator de suma importância para que o empreendedor possa ter
sucesso, além disso outros fatores como habilidade e conhecimento das técnicas e processos decisórios são características que
designam um empreendedor nato, organização e o poder que ele tem através da sua imaginação e a forma para estar sempre
inovando e buscando se diferenciar, isso são características que diferencia o empreendedor de pessoas normais, ou empresários.
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O que esperar de um empreendedor?
a) Ter força de vontade
Sabe-se que a caminhada para se tornar um empreendedor de sucesso é árdua, e ao longo do percurso vão surgindo inúmeros
obstáculos, isso porque o empreendedor está em constante mudança e aprendizado, a cada erro, uma evolução e cada dificuldade
uma incessante vontade de fazer com que dê certo.
b) Ter competência e não só sorte
Em suas ideias os empreendedores não acreditam que a sorte seja um fator de suma importância para que o empreendimento possa
ter sucesso, o fator condicionante e mais importante é o seu conhecimento, e a forma como aplica-lo.
c) Saber interagir com os conhecimentos e a força de trabalho dos outros
O empreendedor deve ter um alto poder de liderança e fazer com que os seus colaboradores ou subordinados possam trabalhar em
grupo e assim alcançar o objetivo principal do empreendimento. Não se esquecendo é claro, que os benefícios devem ser para as
duas partes, tanto para a empresa, quanto para os que trabalham para que o sucesso seja alcançado.
O que se espera do empreendedor que busca iniciar um negócio no Brasil que vise lucros ou que até mesmo seja uma atividade
filantrópica é que ele tenha uma enorme bagagem de experiência em sua mente, que ele saiba dos riscos que corre e mesmo assim
tenha determinação, foco e força de vontade para ultrapassar qualquer tipo de obstáculo que possa surgir em seu caminho. O que
o empreendedor tem de diferente é justamente a sua coragem e sua criatividade. (LINS, 2015)
Espera-se que um empreendedor tenha imaginação, criatividade, senso de realidade, capacidade de visualizar cenários de curto,
médio e longo prazo, disponibilidade para dedicação ao negócio e esforço pessoal intensivo, comprometimento e, principalmente,
gosto para lidar com pessoas, dentre muitas outras características. (BIAGIO, p19, 2012)
O que se espera que o empreendedor tenha, é uma atitude diferente dos demais empresários, já que existe uma grande diferença
entre uma pessoa que empreende e o que abre uma empresa, talvez seja o fato do empreendedor ser uma pessoa perspicaz e ter
uma concepção inovadora, ser criativo, ativo, arrojado, dinâmico, agenciador, ter visão futuro, criar metas, e traçar objetivos a curto,
médio e longo prazo, e ter afeição pelo empreendimento, e ter esforço excessivo pessoal, empenho e, principalmente, gostar de lidar
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com pessoas e processos, entre muitas outras características. “Lembre-se de que um empreendedor transforma sonhos em objetivos
e planeja a melhor maneira de atingi-los”. (BIAGIO, p 19, 2012), o empreendedor não é apenas um sonhador utópico, mais que isso,
ele é o tipo de pessoa que além de ter a criatividade aguçada, sonha e corre atrás daquilo que almeja, ele cria estratégias para
conseguir alcançar seus objetivos.
“O empreendedorismo proporciona o surgimento de um novo estilo de vida, em que algumas pessoas têm condições de alcançar um
novo e interessante patamar em suas vidas; bem como sendo referência para novos empreendedores”. (OLIVEIRA, p 18, 2014).
O estilo de vida do empreendedor é bastante diferente dos empresários e pessoas normais, o empreendedor geralmente está sempre
pensando, tentando criar inovações e ou até mesmo pensando em ideias que possam alocar em seu estabelecimento ou no meio
em que vivem, trabalham, estudam, enfim, o empreendedor geralmente pensam bem mais em seu negócio, basicamente vive para
ele, vivencia o próprio negócio, como se fosse um próprio filho, com tudo isso o empreendedor se torna um exemplo para outros que
querem também seguir o mesmo ramo.
Empreendedorismo no Brasil
O que culminou para o surgimento do empreendedorismo no Brasil foi justamente uma abertura na economia brasileira, o país estava
vivendo um período difícil, então o governo abriu oportunidade para que se exportasse empresas para cá. Com isso as pessoas que
até então estavam sentindo todo impacto da crise começaram a abrir novas empresas, o que acontecia era que essas pessoas não
detinham um conhecimento especifico administrativo para abrir uma organização e fazê-la competir com as grandes empresas de
fora, então o Sebrae fez parceria com esses empreendedores e auxiliou-os, levando a eles o conhecimento que deveriam ter sobre
administração, enfim, tudo que precisavam saber para abrir uma organização e assim poder competir com as que vinham de fora.
(DORNELAS 2007)
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Fonte: GEM (2015)
O gráfico mostra o crescimento do empreendedorismo no Brasil, pode-se notar que existe uma diferença considerável da abertura
de empresas no ano de 2002, para 2010 onde as taxas vão de 20 até mais ou menos 35 empresas abertas em menos de 10 anos,
no entanto a considerar pela quantidade de empresas abertas, as que conseguem se estabelecer são bem menos da metade do
que abrem. Isso acontece justamente porque o número de empresas abertas são aqueles empreendimentos por necessidade, onde
as pessoas normalmente estão buscando uma renda para sobreviver por conta da crise, a falta de empregos dentre outros fatores.
Do ano de 2010 a 2015 o gráfico ainda demonstra que o número de empresas abertas só cresce, saindo de 35 para 40 empresas
abertas, firmando-se no mercado uma média de 15 empreendimentos apenas.
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Tipos de empreendedor
Existem dois tipos de empreendedorismo, que são eles: empreendedor por necessidade que seriam aquelas pessoas que perderam
o emprego, receberam uma rescisão, e não conseguiram achar nada melhor, então abriram um negócio para sobreviver, o famoso
negócio aberto por necessidade, não tinham como ter uma renda ou eram sustentados pelos pais ou não tinham mesmo como se
sustentar a não ser que fossem eles mesmos autônomos. O outro tipo de empreendedorismo é o por oportunidade é aquele de
visão, ou seja, aquele que tem um conhecimento técnico e uma bagagem de experiências para abrir um negócio, o empreendedor
visionário é aquele que sabe muito bem onde quer chegar e quais passos deve dar para chegar no sucesso almejado, ele vê uma
oportunidade no mercado e a abraça. (DORNELAS 2007)
A grande diferença entre esses dois empreendedores, é que o empreendimento aberto por necessidade tem mais chances de não
ser um sucesso, ou não conseguir se sustentar, no entanto o empreendedor visionário tem mais chances de se fixar no mercado e
conseguir chegar ao sucesso. No entanto isso não quer dizer que todo empreendedor por necessidade esteja fadado ao fracasso,
mas ele tem mais chances que o profissional que se preparou. Outro grande fato que difere esses dois tipos de empreendedores é
a motivação, enquanto o visionário visa lucratividade, fixação no mercado, crescimento mental e também do ambiente inserido e das
pessoas que o rodeiam, o que abriu um negócio por necessidade busca apenas o sustento. (DORNELAS 2017).
(DOLABELA 2006) afirma que o grande foco de um empreendedor ao abrir um negócio é lucrar, desafiar-se, conseguir crescer
profissionalmente, modificar o meio em que vive, transformar as pessoas ao seu redor, criar, inovar e fazer a diferença. Neste
contexto entende-se que nenhuma empresa sem o seu criador, tem condições de ir a frente, tem motivação para ir além, o que faz
com que a empresa cresça e veja oportunidades de evoluir e estar sempre motivado é o seu criador, o empreendedor, ele busca
brechas no mercado que ele possa adicionar a seu negócio ele tem as ideias, sabe inovar, gosta de desafiar o mercado e a sí
mesmo, ele gosta do dinamismo, da velocidade das coisas acontecendo ele tem a visão de futuro. Então crescer não quer dizer que
a empresa já pode caminhar com as proprias pernas, na verdade ai mesmo que a empresa precisa do empreededor para ir mais
além, ele é o grande facilitador do sucesso, e isso faz com que os empreendedores e as organizações tornem-se um só.
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REFERÊNCIAS
BIAGIO. Luiz Arnaldo. Empreendedorismo: construindo seu projeto de vida – Barueri, SP: Ed. Manole, 2012. BERTOLAMI, Mariana. ARTES, Rinaldo. GONÇALVES, Pedro João. Marcos. HASHIMOTO, Sergio. LAZZARINI Giovanetti. Sobrevivência de Empresas Nascentes: Influência do Capital Humano, Social, Práticas Gerenciais e Gênero. Artigo: www.scielo.br. Junho. 2018. BORGES, Cândido Empreendedorismo Sustentável - Edição 1ª, Ed: Saraiva, 2014. CHIAVENATO, Idalberto. Empreendedorismo: dando asas ao espírito empreendedor. São Paulo: Saraiva, 2006. DOLABELA, Fernando. O segredo de Luísa. – 30º Ed. -- São Paulo. Ed: Cultura, 2006. DORNELAS, José Carlos Assis. Empreendedorismo na prática: mitos e verdades do empreendedor de sucesso. Rio de Janeiro: Ed: Elsevier, 2007 ___________. José Carlos Assis. Empreendedorismo. Transformando ideias em negócios. 3ª ed. Rio de Janeiro: Ed. Elsevier, 2008. ____________José Carlos Assis. Empreendedorismo corporativo, Ed: ltc, 2017. LINS, Luiz dos Santos. Empreendedorismo: uma abordagem prática e descomplicada – São Paulo: Ed. Atlas, 2015. OLIVEIRA. Djalma de Pinho Rebouças de. Empreendedorismo Vocação, Capacitação e Atuação. Direcionadas para um plano de negócio. São Paulo. Ed. Atlas. 2014. RAZA, Cláudio. Empreendedor e Administrador: diferença, similaridades e dificuldades. www.scielo.gov junho de 2008. Schultz, T. W. Investimento em capital humano. A revisão econômica Americana 51(1), 1-17. 1961 [ Links ]
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Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas- SEBRAE (2008). 10 anos de monitoramento da sobrevivência e mortalidade de empresas. São Paulo: Autor. [ Links ]