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  • Governo Federal

    Ministrio da EducaoSecretaria de Educao BsicaDepartamento de Articulao e Desenvolvimento dos Sistemas de Ensino

    Universidade de Braslia UnB

    ReitorTimothy Martin Muholland

    Vice-ReitorEdgar Nobuo Mamiya

    Coordenao Pedaggica do ProfuncionrioBernardo Kipnis Cead/FE/UnBDante Diniz Bessa Cead/UnBFrancisco das Chagas Firmino do Nascimento SEE-DFJoo Antnio Cabral de Monlevade FE/UnBMaria Abdia da Silva FE/UnBTnia Mara Piccinini Soares MEC

    Centro de Educao a Distncia Cead/UnBDiretor Sylvio QuezadoCoordenao Executiva Ricardo de SagebinCoordenao Pedaggica Tnia Schmitt

    Unidade de PedagogiaGesto da Unidade Pedaggica Ana Luisa NepomucenoGestora Pedaggica Juliana C. JungmannGesto da Unidade Produo Rossana M. F. BeraldoDesigner Educacional Luciana KuryReviso Danzia Maria Queiroz Cruz GamaEditorao Raimunda DiasIlustrao Tatiana Tiburcio

    Unidade de Apoio Acadmico e LogsticoGerente da Unidade Lourdinia Martins da Silva CardosoGestora do Projeto Diva Peres Gomes Portela

  • K39i Nascimento, Joo Kerginaldo Firmino do.

    Informtica aplicada educao. / Joo Kerginaldo

    Firmino do Nascimento. Braslia : Universidade de Braslia, 2007.

    84 p.

    ISBN: 978-85-230-0981-6

    1. Capacitao de funcionrios. I. Ttulo. II. Univer-sidade de Braslia. Centro de Educao a Distncia.

    CDD 370

    Dados Internacionais de Catalogao na Publicao (CIP)

  • ApresentaoNeste mdulo, voc e eu vamos tratar da informtica

    educativa como mais um importante recurso pedaggico em nosso ambiente de trabalho. Conheceremos a histria de

    sua implantao no Brasil e traaremos um grfico de sua evo-luo. Conversaremos sobre a utilizao do computador na esco-

    la, introduzindo tcnicas que enriquecero a prtica pedaggica dos professores.

    Trataremos tambm do seu importante papel, como funcionrio de uma escola, e a necessidade de capacitao e formao continuada, que possi-

    bilitar um redimensionamento de conceitos j adquiridos para a busca de novas idias no uso dos laboratrios de informtica.

    Ementa

    Informtica na educao. Histrico da informtica educativa no Brasil. O uso do computador na escola como recurso pedaggico. A importncia da capacitao e do papel do professor, do administrador escolar e do funcionrio da educao. O uso da internet na educao.

    Objetivo

    Capacitar o funcionrio de escola para a utilizao de ferramentas da informtica na educao, a fim de diversificar e ampliar os processos de ensino-aprendizagem.

  • Mensagem do autorOl! Tudo bem? Meu nome Kerginaldo. Nasci no Cear em 1969 e ainda beb vim para Braslia com minha fam-lia. Aqui cresci, formei-me em Processamento de Dados, fiz especializao em Educao, Redes de Computadores e Criptografia. Atualmente, fao mestrado na rea de Edu-cao.

    Sou professor do Centro de Educao Profissional de Cei-lndia uma escola pblica do Distrito Federal localizada a cerca de 30 km do centro de Braslia e trabalho com in-formtica h 22 anos, tempo durante o qual pude vivenciar como a informtica foi se transformando em algo to impor-tante para a sociedade e, aos poucos, sendo incorporada ao nosso cotidiano, como uma ferramenta revolucionria.

    Trabalho na Secretaria de Educao do Distrito Federal h 11 anos. No decorrer desses anos, dei aula de informtica com e sem computadores. Tambm fui coordenador de laboratrio de informtica e gestor de capacitao de servi-dores. Hoje, administro uma moderna rede de 405 compu-tadores no Centro de Educao Profissional de Ceilndia, sendo 175 deles ligados por meio de uma tecnologia cha-mada sem fio (wireless).

    Sou uma pessoa de fcil convivncia, pois dificilmente me aborreo com alguma coisa, sou brincalho e vivo de bem com a vida. Acredito que sempre podemos tirar boas li-es de qualquer experincia vivida, mesmo de situaes ruins. Penso que encarar as coisas de forma positiva nos faz pessoas mais felizes e capazes de superar, com mais tranqilidade, as dificuldades da vida.

    E como a vida no feita somente de trabalho, procuro aproveitar os finais de semana, as horas vagas e as frias para fazer coisas que me divertem. Gosto muito de assistir a filmes e estar em contato com a natureza, sempre, cla-ro, na companhia da minha namorada, da minha famlia e dos meus amigos. Fazer o que gosto ao lado de quem gos-to uma combinao perfeita para aproveitar momentos agradveis e espantar o estresse.

    Acredito que j lhe dei boas dicas a meu respeito. Pena que voc no possa fazer o mesmo agora. Mas, quem sabe, um dia, possamos nos encontrar por a! Espero que este mdulo de estudo possa ser til para voc. O importante lembrar que estamos em constante aprendizado e que os desafios nos ajudam a crescer.

  • Sumrio

  • UNIDADE 1 Histrico da informtica educativa no Brasil 11

    UNIDADE 2 O uso do computador na escola como recurso pedaggico 37

    UNIDADE 3 A importncia da capacitao e do papel do funcionrio da educao 61

    UNIDADE 4 O uso da internet na educao 71

    REFERNCIAS 83

  • 1Histrico da informtica educativano Brasil

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    Vamos comear esta unidade com um breve histrico de como se deu o incio da informtica na educao aqui em nosso pas. O Brasil deu os primeiros passos, no caminho da informtica edu-cativa, em 1971, de acordo com o livro Projeto Educom, quando, pela primeira vez, se discutiu o uso de computadores no ensino de fsica (USP de So Carlos), em seminrio promovido em co-laborao com a Universidade de Dartmouth/EUA. As entida-

    des responsveis pelas primeiras investigaes sobre o uso de computadores na educao brasileira foram: Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

    Os registros indicam a Universidade Federal do Rio de Janei-ro como instituio pioneira na utilizao do computador em atividades acadmicas, por meio do Departamento de Clcu-lo Cientfico, criado em 1966, que deu origem ao Ncleo de Computao Eletrnica (NCE). Nessa poca, o computador era utilizado como objeto de estudo e pesquisa, propiciando uma disciplina voltada para o ensino de informtica.

    A partir de 1973, o Ncleo de Tecnologia Educacional para a Sade (Nutes) e o Centro Latino-Americano de Tecnologia Educacional (Clates), dessa mesma universidade, iniciaram, no contexto acadmico, o uso da informtica como tecnologia educacional voltada para a avaliao formativa e somativa de alunos da disciplina de qumica, utilizando-a para o desenvol-vimento de simulaes.

    Ainda em 1973, surgiram as primeiras iniciativas na UFRGS, sustentadas por diferentes bases tericas e linhas de ao. Segundo o livro Projeto Educom, o primeiro estudo utilizava terminais de teletipo e display (que eram telas de computa-dores bem diferentes das que temos hoje) num experimento simulado de fsica para alunos do curso de graduao. Desta-cava-se tambm o software Siscai, desenvolvido pelo Centro de Processamento de Dados (CPD), voltado para a avaliao de alunos de ps-graduao em Educao.

    O teletipo um sistema de transmisso de textos, via telgrafo, por meio de um teclado que permite a emisso, a recepo e a impresso da mensagem. Ele foi inventado em 1910 e permitiu o envio de mensagens a distncia utilizando o cdigo Baudot, criado por mile Baudot em 1874.

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    Essas e outras experincias foram realizadas at 1980, utili-zando equipamentos de grande porte. Nessa poca, o compu-tador era visto como recurso auxiliar do professor no ensino e na avaliao, enfocando a dimenso cognitiva e afetiva, ao analisar atitudes e diferentes graus de ansiedade dos alunos em processos interativos com o computador.

    Em 1975, um grupo de pesquisadores da Universidade de Campinas (Unicamp), coordenado pelo professor Ubiratan dAmbrsio, do Instituto de Matemtica, Estatstica e Cincias da Computao, escreveu o documento Introduo de Com-putadores nas Escolas de 2o Grau, financiado pelo acordo do Ministrio da Educao (MEC) com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), mediante convnio com o Programa de Reformulao do Ensino (Premen)MEC, existente na poca.

    Em julho de 1975 e no ano seguinte, a Unicamp recebeu a visita de Seymour Papert e Marvin Minsky, renomados cientis-tas criadores de uma nova perspectiva em inteligncia artifi-cial, para aes de cooperao tcnica. Em fevereiro e maro de 1976, um grupo de pesquisadores da Unicamp visitou o MEDIA-Lab do Instituto de Tecnologia de Massachusetts nos Estados Unidos MIT/EUA, cujo retorno permitiu a criao de um grupo interdisciplinar envolvendo especialistas das reas de computao, lingstica e psicologia educacional, dando origem s primeiras investigaes sobre o uso de computado-res na educao, utilizando uma linguagem de programao chamada Logo.

    A partir de 1977, o projeto passou a envolver crianas sob a coordenao de dois mestrandos em computao. No incio de 1983, foi institudo o Ncleo Interdisciplinar de Informtica Aplicada Educao (Nied) da Unicamp, j com o apoio do MEC, tendo o Projeto Logo como o referencial maior de sua pesquisa, durante vrios anos.

    Ainda no final da dcada de 1970 e incio de 1980, novas expe-rincias, apoiadas nas teorias de Jean Piaget e nos estudos de Papert, surgiram na UFRGS, destacando-se o trabalho realiza-do pelo Laboratrio de Estudos Cognitivos (LEC) do Instituto de Psicologia da UFRGS, que explorava a potencialidade do computador usando a linguagem Logo. Esses trabalhos fo-ram desenvolvidos, prioritariamente, com crianas de escola pblica que apresentavam dificuldades de aprendizagem de leitura, escrita e clculo, procurando compreender o racioc-nio lgico-matemtico dessas crianas e as possibilidades de

    A inteligncia artificial (IA) uma rea de pesquisa da cincia da computao dedicada a buscar mtodos ou dispositivos computacionais que possuam ou simulem a capacidade humana de resolver problemas, pensar ou, de forma ampla, ser inteligente.

    Por meio de vrias observaes, com crianas, o professor e bilogo suo Jean Piaget (1896-1980) deu origem Teoria Cognitiva. Ele valorizou o potencial infantil pela legitimidade cognitiva (ligada ao saber), social, afetiva (ligada postura e sentimentos) e cultural. Segundo o pesquisador, existem quatro estgios de desenvolvimento cognitivo no ser humano, relacionados com o saber: Sensrio-motor, Pr-operacional, Operatrio concreto e Operatrio formal. Obtido no site: hhtp://wikipedia.org/wiki/Jean_Piaget

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    interveno como forma de promover a aprendizagem aut-noma delas.

    Com relao s aes do governo federal na busca pela in-formatizao da sociedade brasileira, segundo a professora Maria Candida Moraes, o Brasil, a partir de meados da dcada de 1970, estabeleceu polticas pblicas voltadas para a constru-o de uma indstria prpria, objetivando uma maior garantia de segurana e desenvolvimento da nao. Tais polticas con-dicionaram a adoo de medidas protecionistas para a rea.

    Dessa forma, o governo brasileiro deu origem Comisso Coordenadora das Atividades de Processamento Eletrnico (Capre), Empresa Digital Brasileira (Digibras) e Secretaria Especial de Informtica (SEI). Esta ltima nasceu como rgo executivo do Conselho de Segurana Nacional da Presidncia da Repblica em plena poca da ditadura militar e tinha por finalidade regulamentar, supervisionar e fomentar o desenvol-vimento e a transio tecnolgica do setor.

    Com a criao da SEI, como rgo responsvel pela coorde-nao e pela execuo da poltica nacional de informtica, buscava-se fomentar e estimular a informatizao da socie-dade brasileira, voltada para a capacitao cientfica e tecno-lgica capaz de promover a autonomia nacional, baseada em diretrizes e princpios fundamentados na realidade brasileira e decorrentes das atividades de pesquisas e da consolidao da indstria nacional.

    A busca de alternativas capazes de viabilizar uma proposta nacional de uso de computadores na educao, que tivesse como princpio fundamental o respeito cultura, aos valores e aos interesses da comunidade brasileira, motivou a consti-tuio de uma equipe intersetorial, que contou com a partici-pao de representantes da SEI, do Ministrio da Educao (MEC), do Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientfico e Tecnolgico (CNPq) e da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), como responsveis pelo planejamento das primeiras aes na rea.

    Como princpio fundamental do trabalho desenvolvido, a equi-pe reconheceu como prioritria a necessidade de consulta permanente comunidade tcnico-cientfica nacional, no sen-tido de discutir estratgias de planejamento que refletissem as preocupaes e o interesse da sociedade brasileira. Para isso, decidiu realizar o I Seminrio Nacional de Informtica na Educao, na Universidade de Braslia (UnB), no perodo de 25 a 27 de agosto de 1981.

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    Esse seminrio contou com a participao de especialistas na-cionais e internacionais, constituindo-se no primeiro frum a estabelecer posio sobre o tema, destacando a importncia de se pesquisar o uso do computador como ferramenta auxi-liar do processo de ensino-aprendizagem. Desse seminrio, surgiram vrias recomendaes norteadoras do movimento e que continuaram influenciando a conduo de polticas pbli-cas na rea.

    Entre as recomendaes, destacavam-se aquelas relaciona-das importncia de que as atividades de informtica na edu-cao fossem balizadas por valores culturais, sociopolticos e pedaggicos da realidade brasileira, bem como a necessidade do prevalecimento da questo pedaggica sobre as questes tecnolgicas no planejamento de aes. O computador foi re-conhecido como um meio de ampliao das funes do pro-fessor e jamais como ferramenta para substitu-lo.

    Foi nesse seminrio que, ainda de acordo com a professora Maria Candida Moraes, surgiu a primeira idia de implanta-o de projetos-piloto em universidades, cujas investigaes ocorreriam em carter experimental e deveriam servir de sub-sdios a uma futura poltica nacional de informatizao da edu-cao. Nesse evento, foi recomendado que as experincias atendessem aos diferentes graus e modalidades de ensino e deveriam ser desenvolvidas por equipes brasileiras em uni-versidades de reconhecida capacitao nas reas de educa-o, psicologia e informtica.

    Aps a realizao desse primeiro seminrio, foi criado um gru-po de trabalho intersetorial com representantes do MEC, da SEI, do CNPq e da Finep para elaborao de subsdios para um futuro Programa de Informtica na Educao que possibi-litasse a implantao dos sugeridos centros-piloto e colabo-rasse no delineamento dos principais instrumentos de ao.

    Em dezembro de 1981, foi divulgado o documento Subs-dios para a Implantao do Programa Nacional de Informtica na Educao, que apresentou o primeiro modelo de funcio-namento de um futuro sistema de informtica na educao brasileira, elaborado por aquela equipe. Esse documento re-comendava que as iniciativas nacionais deveriam estar cen-tradas nas universidades e no diretamente nas Secretarias de Educao, pois era necessrio construir conhecimentos tcnico-cientficos para depois discuti-los com a sociedade brasileira. Buscava-se a criao de centros formadores de

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    recursos humanos qualificados, capazes de superar os desa-fios presentes e futuros ento vislumbrados.

    O documento, ainda, destacava a necessidade de combinao adequada dos fatores de produo em educao para viabi-lizar um sistema de ensino realmente adequado s necessi-dades e s realidades regionais, com flexibilidade suficiente para o atendimento s situaes especficas, ao aumento da efetividade no processo de ensino-aprendizagem e elabora-o de uma programao participativa a partir dos interesses do usurio.

    O documento propunha tambm a ampliao e a acumulao de conhecimento na rea mediante a realizao de pesquisas para a capacitao nacional, o desenvolvimento de software educativos, demarcados por valores culturais, sociopolticos e pedaggicos da realidade brasileira, e a formao de recursos humanos de alto nvel.

    Para a operacionalizao da proposta, esse documento suge-ria a criao de uma comisso oficial sob o amparo do MEC, com representantes da SEI, do CNPq e da Finep e de uma comisso executiva para exercer a funo mediadora entre a comisso oficial e a comunidade acadmica, os centros-piloto e as demais instituies de ensino e pesquisa interessadas.

    Para o incio dos trabalhos, o documento sugeria, em funo dos escassos recursos disponveis, a seleo de cinco univer-sidades representativas das diversas regies brasileiras para a implantao dos referidos centros, bem como o acompanha-mento e a avaliao por parte do poder pblico e posterior divulgao de seus resultados.

    A partir da viso de que o equacionamento adequado da re-lao informtica e educao seria uma das condies impor-tantes para o alcance do processo de informatizao da socie-dade brasileira, o MEC assumiu, em 1982, o compromisso de criar instrumentos e mecanismos que possibilitassem o de-senvolvimento de estudos e o encaminhamento da questo, colocando-se disposio para a implementao de projetos que permitissem o desenvolvimento das primeiras investiga-es na rea.

    Ainda em 1982, foram elaboradas as primeiras diretrizes minis- teriais para o setor, estabelecidas no III Plano Setorial de Edu-cao e Cultura (III PSEC), referente ao perodo de 1980-1985, que apontavam e davam o devido respaldo ao uso das

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    tecnologias educacionais e dos sistemas de computao, en-fatizando as possibilidades desses recursos colaborarem para a melhoria da qualidade do processo educacional, ratificando a importncia da atualizao de conhecimentos tcnico-cien-tficos, cujas necessidades tinham sido anteriormente expres-sas no II Plano Nacional de Desenvolvimento (II PND), referen-te ao perodo de 1975-1979.

    Para melhor caracterizao das aes na rea, o MEC, a SEI e o CNPq promoveram, em agosto de 1982, na Universidade Federal da Bahia, o II Seminrio Nacional de Informtica na Educao, visando coletar novos subsdios para a criao dos projetos-piloto a partir de reflexes dos especialistas das reas de educao, psicologia, informtica e sociologia.

    Importantes recomendaes norteadoras da poltica de infor-mtica na educao originaram-se desse encontro. Entre elas, a necessidade de que a presena do computador na escola fosse encarada como um recurso auxiliar ao processo educa-cional e jamais como um fim em si mesmo. Para tanto, pro-punha-se que o computador deveria submeter-se aos fins da educao e no os determinar, reforando dessa maneira a idia de que o computador deveria auxiliar o desenvolvimen-to da inteligncia do aluno e as habilidades intelectuais espe-cficas requeridas pelos diferentes contedos.

    Recomendou-se ainda, a partir do II Seminrio Nacional de Informtica na Educao, que as aplicaes do computador no deveriam se restringir ao 2o grau, de acordo com a pro-posta inicial do governo federal, mas procurar atender a ou-tros graus e modalidades de ensino, acentuando a necessida-de do carter interdisciplinar que deveria existir nas equipes dos centros-piloto, como condio importante para garantir a abordagem adequada e o sucesso da pesquisa.

    Em janeiro de 1983, foi criada, no mbito da SEI, a Comisso Es-pecial no 11/1983 Informtica na Educao, por meio da Porta-ria SEI/CSN/PR no 001/1983. Essa comisso tinha por finalidade, entre outros aspectos, conforme Maria Candida Moraes, propor a orientao bsica da poltica de utilizao das tecnologias da informao no processo de ensino-aprendizagem, observando os objetivos e as diretrizes do Plano Setorial de Educao, Cul-tura e Desporto, da poltica nacional de informtica e do Plano Bsico de Desenvolvimento Cientfico e Tecnolgico do pas, alm de apoiar a implantao de centros-piloto, funes essas intimamente concernentes ao mbito educacional.

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    Em maro de 1983, a Secretaria Executiva da referida comis-so, atendendo recomendaes propostas, apresentou o do-cumento Projeto Educom, que consubstanciou uma proposta interdisciplinar voltada implantao experimental de cen-tros-piloto com infra-estruturas relevantes para o desenvolvi-mento de pesquisas, pretendendo a capacitao nacional e a coleta de subsdios para uma futura poltica setorial.

    Aps a aprovao do Projeto Educom, a SEI divulgou o Co-municado SEI/SS no 15/1983, informando o interesse gover-namental na implantao de centros-piloto em universidades interessadas no desenvolvimento dessas pesquisas, mediante aes integradas com escolas pblicas, preferencialmente de 2o grau, estabelecendo, at mesmo, critrios e formas de ope-racionalizao do projeto.

    Entretanto, pouco tempo antes, em novembro de 1982, foi criado o Centro de Informtica (Cenifor) do MEC, subordina-do hoje extinta Fundao Centro Brasileiro de TV Educativa (Funtev), cujas atribuies regimentais foram posteriormente reformuladas, em maro de 1984, para melhor cumprimento dos requisitos indispensveis ao desenvolvimento e coor-denao das atividades na rea, tendo em vista o interesse da Secretaria-Geral do MEC em assumir a coordenao do projeto. Coube ao Cenifor a responsabilidade pela implemen-tao, pela coordenao e pela superviso tcnica do Projeto Educom, cujo suporte financeiro e delegao de competn-cia foram definidos em Protocolo de Intenes assinado entre MEC, SEI, CNPq, Finep e Funtev, em julho de 1984.

    A partir desse momento, o MEC assumiu a liderana do pro-cesso de informatizao da educao brasileira, procurando organizar-se para o cumprimento de suas novas obrigaes. Um dos argumentos utilizados para a transferncia do Projeto Educom para o MEC era, de acordo com Maria Candida Mo-raes, o de que informtica na educao tratava de questes de natureza pedaggica relacionadas ao processo de ensi-no-aprendizagem, envolvendo escolas pblicas brasileiras e universidades, na busca de subsdios para uma futura poltica para o setor educacional.

    Pesava, tambm, nessa deciso, a questo financeira, pois, apesar de o acordo firmado entre os organismos governa-mentais e o prprio estmulo para a implantao do projeto ter-se originado na prpria SEI, esta secretaria no havia pre-visto, no seu oramento, o montante de recursos capazes de

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    dar a devida sustentao financeira ao projeto, em termos de contrapartida negociada com o MEC. Assim, coube ao Minis-trio da Educao, apesar de inmeras dificuldades, garantir a sua operacionalizao.

    Em 3 de outubro de 1984, foram firmados os primeiros conv-nios para o incio das atividades de implantao dos centros-piloto, entre a Funtev/MEC e as Universidades Federais do Rio Grande do Sul, Pernambuco, Minas Gerais, Rio de Janei-ro e Estadual de Campinas. Entretanto, em maro de 1985, com o fim do governo militar, profundas alteraes funcionais ocorreram na administrao federal, com conseqentes mu-danas de orientao poltica e administrativa.

    Nessa poca, a nova administrao da Funtev/MEC iniciou a operao desmonte do Cenifor, alegando seu desinteresse na pesquisa, relegando os centros-piloto do Projeto Educom a uma situao financeira difcil e insustentvel, segundo o relato da professora Maria Candida Moraes. A partir desse momento, iniciou-se o descumprimento da sustentao finan-ceira do projeto por parte do prprio MEC, iniciando um pro-cesso de disputa interna de rgos que pretendiam assumir a coordenao do setor.

    De acordo com os relatrios de pesquisas, o Educom produ-ziu, num perodo de cinco anos, quatro teses de doutorado, 17 teses de mestrado, cinco livros, 165 artigos publicados, mais de duas centenas de conferncias e palestras ministradas, alm de vrios cursos de extenso, especializao e treina-mento de professores. Sistemas de autor e vrios softwares educacionais foram desenvolvidos, dos quais alguns foram os primeiros colocados em concursos nacionais. Assessoramen-tos tcnicos foram prestados s vrias secretarias estaduais e municipais de educao, aos comits assessores de pro-gramas ministeriais, bem como desenvolvidos programas de cooperao tcnica, nacional e internacional, promovidos pela Organizao dos Estados Americanos (OEA) e pela Organiza-o das Naes Unidas para a Educao, a Cincia e a Cultura (Unesco). Segundo Maria Candida Moraes:

    bom esclarecer para voc que a institucionalizao do ncleo de pesquisa interdisciplinar em cada universi-dade que participou do Educom foi um fato importante para preenchimento de uma lacuna que existia na pesquisa na-cional. A medida do sucesso do empreendimento e

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    das pesquisas realizadas pode ser verificada a partir da incorporao de cada centro-piloto na universidade

    hospedeira, transformando-se em ncleo, coordenado-ria ou centro, de acordo com as alternativas regimentais de cada instituio universitria, demonstrando, assim, o reconhecimento efetivo da comunidade universitria ao empenho e dedicao de todos aqueles que dedicaram

    esforos para o desenvolvimento desse projeto de pes-quisa.

    Voc j ouviu falar da Unesco? Sabe quais so suas funes e os pases que a compem?

    Quais so suas principais contribuies para a infor-mtica educativa no Brasil?

    Pesquise, se possvel na internet, e procure responder a essas questes. Elabore um texto e compartilhe com

    seus colegas de curso.

    Em fevereiro de 1986, logo aps a criao do Comit Assessor de Informtica na Educao da Secretaria de Ensino de 1o e 2o Graus Caie/Seps, presidido pelo secretrio-geral do MEC, iniciou-se uma nova fase. Esse comit foi constitudo por pro-fissionais de reconhecida competncia tcnico-cientfica no pas, procedentes de diferentes seguimentos da sociedade.

    Em abril do mesmo ano, o comit recomendou a aprovao do Programa de Ao Imediata em Informtica na Educao de 1o e 2o Graus, objetivando a criao de uma infra-estrutu-ra de suporte junto s secretarias estaduais de educao, a capacitao de professores, o incentivo produo descen-tralizada de software educativo, bem como a integrao de pesquisas que vinham sendo desenvolvidas pelas diversas universidades brasileiras. Alm disso, pretendia-se a consig-nao de recursos financeiros no oramento do Ministrio da Educao, para o exerccio de 1987, necessrios ao suporte operacional e continuidade das aes em desenvolvimento. Ainda em 1986, foi lanado o I Concurso Nacional de Software Educacional.

    O Programa de Ao Imediata, utilizando a abordagem sis-tmica no planejamento de suas aes, apresentou uma lista

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    de projetos voltados ao atendimento das funes bsicas referentes ao uso e aplicao da tecnologia, produo, pesquisa, ao desenvolvimento de recursos humanos, alm do atendimento s funes de apoio relativas ao fomento, disseminao e divulgao da tecnologia de informtica educativa. Como importante estratgia de ao, propunha a convergncia de esforos do setor educacional em busca de autonomia tecnolgica no pas e a capacitao nacional para que a sociedade brasileira fosse capaz de assumir o comando do seu prprio processo de informatizao, colaborando para o pleno desenvolvimento do pas.

    Uma das primeiras aes decorrentes do lanamento desse programa, em 1986, foi recomendar a avaliao dos centros-piloto do Projeto Educom, realizada por uma comisso de es-pecialistas de alto nvel, instituda pela Portaria no 418 do MEC, de 16 de julho de 1986. Ao final do relatrio, segundo Maria Candida Moraes, a comisso alertava que os centros-piloto vi-nham desenvolvendo as atividades a que se propuseram, no havendo dvidas quanto s suas reais possibilidades para a consecuo de suas metas, apesar dos atrasos no repasse das verbas, da descontinuidade da oferta de bolsas por parte do CNPq, da falta de apoio financeiro da Finep e da SEI, que ha-viam se retirado do processo, alm dos descompassos exis-tentes no nvel de coordenao administrativa do projeto.

    O relatrio solicitava a manuteno e o revigoramento do apoio tcnico e financeiro aos centros-piloto, maior intercm-bio entre os pesquisadores, e que as atividades de pesquisa fossem a tnica principal desses centros na busca de conheci-mentos seguros que subsidiassem futuras decises polticas e possibilitassem condies de respostas na antecipao de problemas e no reconhecimento de seus limites. Em maio de 1986, a Secretaria de Informtica do MEC assumiu a respon-sabilidade de conduo das aes de informtica na educao e, conseqentemente, a coordenao e a superviso tcnica do Projeto Educom.

    Iniciou-se, ento, nessa poca, um novo perodo de consul-tas comunidade, motivado pela necessidade de elaborar um plano estratgico para a rea. Isso oportunizou a realizao da Jornada de Trabalho de Informtica na Educao, em Floria-npolis, em novembro de 1987, que contou com a participa-o de profissionais envolvidos com a pesquisa e com a pro-duo na rea, bem como profissionais de escolas e empre-sas que atuavam no setor. Foi produzido como resultado desse

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    encontro um documento com recomendaes para formula-o da poltica trienal para o setor, posteriormente submetida aprovao do Comit Assessor do MEC.

    O fato de o pas no dispor de conhecimento tcnico-cientfi-co nessa rea fez com que o Ministrio da Educao, segun-do Maria Candida Moraes, optasse por iniciar as atividades desenvolvendo pesquisas nas universidades para posterior disseminao de seus resultados, mediante capacitao dos professores dos sistemas estaduais de ensino pblico. O in-cio da capacitao dos professores foi realizado pelo Projeto Formar, por meio da Unicamp, e contou com a colaborao dos vrios centros-piloto do Projeto Educom.

    O Projeto Formar foi criado por recomendao do Comit Assessor de Informtica e Educao (Caie) do Ministrio da Educao (MEC), sob a coordenao do Nied/Unicamp e mi-nistrado por pesquisadores e especialistas dos demais cen-tros-piloto integrantes do Projeto Educom. Destinava-se, em sua primeira etapa, formao de profissionais para atuarem nos diversos centros de informtica educativa dos sistemas estaduais e municipais de educao. Tratava-se de um curso de especializao de 360 horas, planejado de forma modular, ministrado de forma intensiva ao longo de nove semanas (45 dias teis), com oito horas de atividades dirias. Seus conte-dos foram distribudos em seis disciplinas, constitudas de au-las tericas e prticas, seminrios e conferncias. A formao de profissionais propiciada por esse projeto foi realizada por meio de trs cursos e atingiu cerca de 150 educadores prove-nientes das secretarias estaduais e municipais de educao, das escolas tcnicas, profissionais da rea de educao espe-cial, bem como professores de universidades interessadas na implantao de outros centros.

    Com a escolha do nome Projeto Formar, tnhamos em mente marcar uma transio importante em nossa cultura de formao de professores. Ou seja, pretendamos fazer uma distino entre os termos formao e treinamento, mostrando que no estvamos preocupados com adestramento ou em simplesmente adicionar mais uma tcnica ao conhecimento que o profissional j tivesse, mas, sobretudo, pretendamos que o professor refletisse sobre sua forma de atuar em sala de aula e propiciar-lhe

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    condies de mudanas em sua prtica pedaggica na forma de compreender e conceber o processo ensino-aprendizagem, levando-o a assumir uma nova postura como educador (MORAES,1997).

    O Projeto Formar foi operacionalizado por meio de dois cur-sos de especializao em Informtica na Educao, em nvel de ps-graduao lato sensu, realizados na Unicamp, em 1987 e 1989, dedicados aos professores das diversas secre-tarias estaduais de educao e das escolas tcnicas federais. Os professores formados tiveram como compromisso princi-pal projetar e implantar, junto Secretaria de Educao que os havia indicado, um Centro de Informtica Educativa (Cied), a ser implementado mediante apoio tcnico e financeiro do Ministrio da Educao que, por sua vez, no pretendia impor mecanismos e procedimentos, apenas oferecer o devido res-paldo tcnico-financeiro necessrio consecuo dos objeti-vos pretendidos.

    Coube a cada Secretaria de Educao definir os rumos de sua proposta, de acordo com a capacidade tcnico-operacional de sua equipe e possibilidades de formao de recursos hu-manos. Ao Ministrio da Educao competiu o repasse dos recursos necessrios cooperao tcnica entre os pesqui-sadores dos centros-piloto do Projeto Educom e os professo-res das Secretarias de Educao, alm do fornecimento dos equipamentos necessrios, de acordo com as especificaes propostas pelo Comit Assessor do MEC.

    No perodo de 1988 e 1989, 17 Cieds foram implantados em diferentes Estados da Federao. Cada Cied, alm de coor-denar a implantao de outras unidades, tambm cuidava da formao de recursos humanos para a implementao das ati-vidades no mbito estadual. Alm de atribuies administrati-vas, esses centros transformaram-se em ambientes de apren-dizagem informatizados, integrados por grupos interdiscipli-nares de educadores, tcnicos e especialistas. Cada Cied tinha como propsito atender alunos e professores de 1o e 2o graus e de educao especial, alm de possibilitar o atendimento comunidade em geral, constituindo-se num centro irradiador e multiplicador da tecnologia da informtica para as escolas pblicas brasileiras.

    Lato sensu uma expresso em latim que significa literalmente em sentido amplo. Tambm se refere ao nvel de ps-graduao que titula o estudante como especialista em determinado campo do conhecimento. Obtido no site: http:pt.wikipedia.org/Lato_sensu

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    Como estratgia da poltica ministerial, ficou estabelecido que o Cied deveria ser uma iniciativa do Estado e no do governo federal. Ao MEC caberia, alm da formao inicial dos profes-sores indicados pelas Secretarias de Educao, sensibilizar os secretrios, destacando a importncia da rea e informan-do-lhes do interesse do Ministrio da Educao na implan-tao dos referidos centros, da possibilidade de cesso de equipamentos e recursos para custeio das atividades iniciais, alertando, entretanto, que caberia a cada Estado verificar seus interesses e condies de levar adiante tal empreendimento. A manuteno do Cied e a formao continuada de professo-res multiplicadores seriam atribuies do Estado, de acordo com a prpria capacidade de gesto de seus recursos huma-nos, financeiros e materiais.

    Ao final de 1988, a OEA, por meio de seu Departamento de Assuntos Educativos, reconhecendo o esforo brasileiro nessa rea, convidou o Ministrio da Educao a apresentar um projeto de cooperao multinacional envolvendo outros pases latino-americanos. Iniciava-se, ento, naquela poca, a primeira cooperao tcnica internacional com o Mxico, financiada pela OEA, para avaliao do Projeto de Informtica Educativa na rea de Educao bsica: Projeto Coeeba.

    Uma das primeiras aes de cooperao internacional pro-posta pelo Brasil foi a realizao de uma Jornada de Trabalho Luso-Latino-Americana de Informtica na Educao, realizada em Petrpolis, em maio de 1989, para identificao de pos-sveis reas de interesse comum relacionadas pesquisa e formao de recursos humanos, capazes de subsidiar um futuro projeto internacional sob a chancela da OEA. Essa jor-nada adotou como princpios norteadores do trabalho a par-ticipao, a integrao, a solidariedade e a adequao das propostas s realidades de cada pas, bem como o respeito multiculturalidade e diversidade cultural, como requisitos fundamentais de qualquer iniciativa de cooperao na rea. Estiveram presentes representantes de 15 pases, incluindo Portugal e pases africanos que, mesmo no estando sob a jurisdio americana, solicitaram participao.

    As recomendaes obtidas foram consubstanciadas em do-cumento prprio e serviram de base elaborao de um Pro-jeto Multinacional de Informtica Aplicada Educao Bsica, envolvendo oito pases americanos, que foi apresentado OEA, em 1989, em Washington, e aprovado para o perodo de 1990 a 1995. Conforme Maria Candida Moraes, o projeto ficou

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    paralisado aps 1992 por causa da falta de pagamento da quota anual brasileira que, por sua vez, condicionava a par-ticipao do Brasil, impossibilitando, assim, a realizao das atividades previstas e acordadas com os demais pases, preju-dicando a liderana latino-americana conquistada pelo Brasil, o que foi muito lamentado pelos pases integrantes do Acordo de Cooperao Tcnica firmado.

    A partir de todas essas iniciativas, foi estabelecida uma slida base para a criao de um Programa Nacional de Informtica Educativa (Proninfe), que foi efetivado em outubro de 1989, com a Portaria Ministerial no 549/GM. O Proninfe tinha por fi-nalidade:

    Desenvolver a informtica educativa no Brasil, atravs de projetos

    e atividades, articulados e convergentes, apoiados em fundamenta-

    o pedaggica slida e atualizada, de modo a assegurar a unidade

    poltica, tcnica e cientfica imprescindvel ao xito dos esforos e

    investimentos envolvidos.

    Apoiado em referncias constitucionais (ttulo VIII, captulos III e IV da atual Constituio brasileira) relacionadas s reas de educao, cincia e tecnologia, o Programa visava apoiar o desenvolvimento e a utilizao da informtica nos ensinos de 1o, 2o e 3o graus e na educao especial, o fomento in-fra-estrutura de suporte relativa criao de vrios centros, a consolidao e a integrao das pesquisas, bem como a ca-pacitao contnua e permanente de professores. Propunha, tambm, a criao de uma estrutura de ncleos distribudos geograficamente pelo pas, a capacitao nacional por meio de pesquisa e formao de recursos humanos, mediante um crescimento gradual em busca de competncia tecnolgica referenciada e controlada por objetivos educacionais.

    Simultaneamente criao do Proninfe, cuja coordenao passou a ser exercida por uma Comisso Geral de Coordena-o subordinada Secretaria-Geral do MEC, foram iniciadas gestes junto Secretaria Especial de Informtica (SEI) do Ministrio de Cincia e Tecnologia (MCT), visando incluso de metas e objetivos do programa como parte integrante do II Planin, Plano Nacional de Informtica e Automao, para o perodo de 1991 a 1993. O Planin foi aprovado pelo Conselho Nacional de Informtica e Automao (Conin), um colegiado que era constitudo pelos ministros de Estado das diferentes reas setoriais e representantes da indstria nacional e poste-riormente transformado em lei.

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    A incluso de objetivos, metas e estratgias no Planin ocor-reu no final de 1990. Acreditava-se que a poltica de inform-tica na educao deveria tambm estar em consonncia com os objetivos e as diretrizes da poltica educacional da rea de cincia e tecnologia, como subsistemas interligados e inter-dependentes. A incluso das aes do Proninfe foi importan-te para viabilizao de financiamentos de diferentes tipos de bolsas de estudos e outros benefcios decorrentes. A rea de informtica educativa passou ento a ser um dos destaques do Programa de Capacitao de Recursos Humanos em reas Estratgicas (Rhae), do Ministrio de Cincia e Tecnologia.

    Em seu documento referencial, o Proninfe fundamentava-se na necessidade de intensa colaborao entre as trs esferas do poder pblico, no qual os investimentos federais seriam canalizados, prioritariamente, para a criao de infra-estrutu-ra de suporte em instituies federais, estaduais e municipais de educao, para a capacitao de recursos humanos e bus-ca de autonomia cientfica e tecnolgica para o setor. Seus objetivos e metas atendiam, tambm, aos preceitos constitu-cionais referentes rea de cincia e tecnologia, solicitando tratamento prioritrio pesquisa cientfica bsica, voltada ao bem pblico e ao progresso da cincia na busca de solues aos problemas brasileiros. Seus objetivos, metas e estratgias vieram tambm a integrar o Plano Nacional de Educao, o Plano Plurianual de Investimentos, desdobrando-se, poste-riormente, em metas e atividades de alguns planos estaduais e municipais de educao, na tentativa de assegurar sua ope-racionalizao junto s bases estaduais e municipais na espe-rana de maior fluncia de recursos financeiros por parte das instituies governamentais.

    Entre suas aes prioritrias destacavam-se as atividades vol-tadas capacitao de professores e tcnicos dos diferentes sistemas de ensino, desenvolvimento de pesquisa bsica e aplicada, implantao de centros de informtica educativa, produo, aquisio, adaptao e avaliao de softwares edu-cativos. Pretendia-se, tambm, facilitar a aquisio de equipa-mentos computacionais por parte dos sistemas de educao pblica, implantao de rede pblica de comunicao de da-dos, incentivo a cursos de ps-graduao na rea, bem como acompanhamento e avaliao do programa.

    Em 1990, o Ministrio da Educao aprovou o 1o Plano de Ao Integrada (Planinfe), para o perodo de 1991 ao perodo de 1993, com objetivos, metas e atividades para o setor, associados a um

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    horizonte temporal de maior alcance. O Planinfe, assim como o Proninfe, destacava, como no poderia deixar de ser, a necessi-dade de um forte programa de formao de professores, acredi-tando que as mudanas s ocorrem se estiverem amparadas, em profundidade, por um intensivo e competente programa de capa-citao de recursos humanos, envolvendo universidades, secre-tarias, escolas tcnicas e empresas como o Senai e o Senac.

    A partir de 1992, em funo de gestes realizadas em anos anteriores e de uma firme determinao do ministro da Edu-cao daquela poca, foi criada uma rubrica oramentria especfica no oramento da Unio para o financiamento das atividades do setor. Esta foi uma luta por mais de cinco anos pela coordenao do programa, que acreditava em sua im-portncia para a consolidao das atividades planejadas na rea, para que no ficassem merc de possveis injunes polticas, como de fato ocorreram.

    Tanto o Programa de Ao Imediata quanto o Proninfe, em ter-mos de organizao e funcionamento, visavam capacitao contnua e permanente de professores dos trs nveis de ensi-no para o domnio dessa tecnologia em ambientes de ensino e pesquisa, a utilizao da informtica na prtica educativa e nos planos curriculares, alm da integrao, da consolidao e da ampliao de pesquisas e da socializao de conheci-mentos e experincias desenvolvidos.

    Para tanto, foi prevista a criao de uma infra-estrutura de n-cleos ou centros distribudos geograficamente pelo pas, lo-calizados em universidades, Secretarias de Educao e esco-las tcnicas federais. Esses ncleos, chamados de Centros de Informtica na Educao, tiveram atribuies de acordo com seus diferentes campos de atuao e em funo da vocao institucional de sua clientela, constituindo-se em Centros de Informtica na Educao Superior (Cies), Centros de Inform-tica na Educao de 1o e 2o graus (Cied) e Centros de Informti-ca na Educao Tcnica (Ciet).

    Em termos de organizao e funcionamento, o Centro de Informtica na Educao Superior (Cies) ficou vinculado a uma universidade, destinando-se a realizar pesquisa cientfica de carter interdisciplinar, formar recursos humanos, ofere-cer suporte aos Cied e Ciet, alm de supervisionar experin-cias educativas em andamento nos colgios de aplicao. O Centro de Informtica na Educao de 1o e 2o graus (Cied) ficou subordinado a uma secretaria estadual ou municipal de

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    educao, ao Colgio Pedro II, ao Instituto de Educao de Surdos e ao Instituto Benjamim Constant, tendo como fun-o atender aos professores e aos alunos de 1o e 2o graus, aos alunos de educao especial e comunidade interessada. O Centro de Informtica na Educao Tcnica, o Ciet, foi vin-culado a uma escola tcnica federal ou a um Centro Federal de Educao Tecnolgica (Cefet), destinando-se formao de recursos humanos, realizao de experincias tcnico-cientficas e ao atendimento a alunos e a professores da es-cola na qual estava inserido.

    Pretendia-se, com esses centros, a criao de novos ambien-tes que possibilitassem novas dinmicas sociais de aprendiza-gem, no sentido de resgatar algo que a educao se propunha h muito tempo e pouco vinha realizando, ou seja, os atos de pensar, aprender, conhecer e compreender, a partir do uso de novos instrumentos. Planejou-se, ento, a criao de ambien-tes que, por um lado, possibilitassem o uso de recursos tec-nolgicos, usufruindo da interatividade e da interconectivida-de que a mquina faculta, mas, ao mesmo tempo, associados a processos de desenvolvimento humano que estimulassem autonomia, cooperao, criticidade, criatividade e capacida-de decisria, possibilitando, assim, mudanas no paradigma educacional vigente.

    A multiplicao desses ambientes para o atendimento clien-tela de educao bsica foi planejada para ser difundida e realizada pelos Cied. Em termos de planejamento, coube aos Cied, aos seus subcentros e aos laboratrios a adoo de um processo de crescimento gradual e constante, a responsabi-lidade pela formao da demanda nacional de professores e alunos, em colaborao com as universidades, visando introduo da informtica no processo de ensino-aprendiza-gem. Foram concebidos como centros multiplicadores e di-fusores da tecnologia de informtica para as escolas pblicas e, possivelmente, os maiores responsveis pela disseminao da semente catalisadora dos processos de preparao de uma sociedade informatizada no Brasil.

    Ao Ciet competia realizar experincias tcnico-cientficas, ca-pacitar o corpo docente de educao tecnolgica para o uso e aplicao da tecnologia da informtica, colaborar na profis-sionalizao do aluno em sua rea de especializao, propiciar uma melhor preparao para o mercado de trabalho, favore-cer o surgimento de pesquisas visando ao desenvolvimento de novas metodologias para o ensino tecnolgico, alm de

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    promover a definio e a criao de sistemas, incluindo am-bientes, modelos e programas computacionais necessrios educao tecnolgica, em suas diversas reas de atuao.

    Ao Cies ou Nies competia realizar estudos e pesquisas cientfi-cas de carter interdisciplinar para a ampliao das bases cien-tficas e tecnolgicas na rea, em consonncia com as neces-sidades da comunidade nacional. Pressupunha a construo de ambientes de aprendizagem enriquecidos e adequados ao desenvolvimento cognitivo e socioafetivo dos alunos, visando apropriao das novas tecnologias pelas novas geraes. Implicava modernizar os laboratrios, desenvolver software utilizando tcnicas de inteligncia artificial, interfaces ergo-nmicas homemcomputador, pesquisar o desenvolvimen-to de funes cognitivas nos indivduos, criar e desenvolver micromundos lingsticos com linguagens artificiais, estudar processos cognitivos e afetivos dos alunos e de vrias outras atividades.

    Competia ainda aos Cies ou Nies o aperfeioamento contnuo da formao profissional, tcnica e cientfica na graduao, na ps-graduao e na extenso universitria, oferecendo cur-sos de especializao e atualizao aos professores da rede pblica de ensino que no tinham condies de aprofundar seus conhecimentos sem o amparo e a integrao com a co-munidade universitria. Dessa forma, o Programa Nacional de Informtica Educativa (Proninfe) definiu um modelo de organi-zao e funcionamento para a capacitao das atividades em todas as reas da educao nacional.

    Para coordenao e gerenciamento de suas atividades foi criada uma Comisso Central de Coordenao junto Secre-taria-Geral do Ministrio da Educao, constituda por repre-sentantes de todas as secretarias-fim do MEC, alm do Inep e da Capes. Sua finalidade era criar um centro de gerenciamen-to nacional das atividades desenvolvidas por uma estrutura produtiva de ncleos espalhados por todo o pas. O programa buscava, alm de fomentar as atividades na rea, incentivar, sobretudo, a integrao dos diversos centros constitutivos do sistema, promovendo e articulando os processos de coopera-o tcnica e financeira para o setor.

    De acordo com seus documentos, em termos de organiza-o e funcionamento, o Proninfe adotava como princpios de ao a descentralizao funcional e geogrfica nos diversos nveis de organizao; o crescimento gradual baseado na ex-perimentao e na anlise dos resultados obtidos, orientado

    A ergonomia a qualidade da adaptao de um dispositivo a seu operador e tarefa que ele realiza, ou seja, a usabilidade, pois quanto mais adaptado for o sistema interativo maiores sero os nveis de eficcia, eficincia e satisfao alcanados pelo usurio durante o uso do sistema. Por exemplo, como os usurios alcanam objetivos com o sistema, a qualidade necessria, a emoo que os sistemas proporcionam aos usurios em face dos resultados obtidos, etc. Obtido no site:http://pt.wikipedia.org/wiki/Ergonomia

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    pela capacidade de formao dos professores; a importncia pesquisa e ao desenvolvimento centrados nas universida-des e nas escolas tcnicas federais; a busca de competncia tecnolgica permanentemente referenciada e controlada por objetivos educacionais.

    Para sua operacionalizao, apresentava uma estrutura matricial com duas vertentes. Uma relacionada s funes produtivas de pesquisa, produo, uso e aplicao, desen-volvimento de recursos humanos e disseminao. Outra, em funo da clientela, determinava a criao de cinco subpro-gramas destinados ao ensino fundamental, educao espe-cial, ao ensino mdio, ao ensino superior e educao no formal. Para cada uma de suas funes havia uma srie de recomendaes sinalizando diretrizes importantes a serem observadas no desenvolvimento das atividades.

    Na rea da pesquisa, por exemplo, o documento recomen-dava o desenvolvimento prioritrio da pesquisa bsica e da aplicada a ser desenvolvida por equipes interdisciplinares, cujos recursos deveriam ser canalizados para a construo de ferramentas computacionais adequadas ao processo de en-sino-aprendizagem, estudos de avaliao do impacto da in-formtica no setor educacional, bem como levantamento do estado da arte.

    Em termos de capacitao de recursos humanos, o programa dava prioridade a propostas que fossem democratizantes e no determinadas por interesses industriais e mercadolgicos, baseadas na conscientizao, e no no adestramento, envol-vendo maior participao da universidade e de outras institui-es de ensino superior, por serem centros de excelncia de ensino, pesquisa e extenso. Recomendava ateno priorit-ria formao e ao aperfeioamento de pesquisadores, pre-ferencialmente articulados aos programas de ps-graduao. Sugeria, ainda, que os programas promovessem a articulao entre Secretarias de Educao, universidades e instituies, como o Senai e o Senac, fortalecendo mecanismos de coope-rao, intercmbio, bolsas e estgios no Brasil e no exterior.

    Colega educador(a), repare que, a partir da dcada de 1990, as aes governamentais na rea

    de informtica educativa voltaram-se capacitao de pessoal especialmente a de professor(a) para atuar

    nas escolas.

    O estado da arte o nvel mais alto de desenvolvimento, seja de um aparelho, de uma tcnica ou de uma rea cientfica. O estado da arte indica, portanto, o ponto em que o produto em questo deixa de ser um projeto tcnico para se tornar uma obra-prima. Obtido no site:hhttp;//pt.wikipedia.org/wiki/Estado_da_arte

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    Verifique, junto Secretaria de Educa-o de seu municpio, quantos profissionais de

    educao j foram capacitados, nos ltimos cinco anos, por quais programas e, dentre estes profissio-

    nais, quantos so funcionrios escolares.

    Aps a coleta dos dados, avalie se o total de profissio-nais formados atende demanda de seu municpio, e se os profissionais capacitados encontram, nas escolas, as condies necessrias ao exerccio dos conhecimentos adquiridos. Em caso positivo, descreva-as; em caso ne-gativo, verifique o que falta para que essas condies sejam atendidas.

    Essa atividade pode compor sua prtica profissio-nal supervisionada.

    De modo geral, na rea de produo de software, o Proninfe estabelecia como uma de suas diretrizes a criao de equipes interdisciplinares de produo e avaliao de programas edu-cativos computacionais, devidamente qualificadas para anlise de questes sociolgi-cas, psicopedaggicas e epistemolgicas. Re-comendava, tambm, a produo de sistemas do tipo ferramenta, a aquisio de softwares educativos por parte dos rgos pblicos, mas devidamente ava-liados por grupos de pesquisa com experi-ncia comprovada na rea de produo e/ou avaliao de programas computacionais. Tam-bm propunha incenti-vos produo e introduo, no mercado educacional, de softwares educativos de qualidade, provenientes de grupos de pesquisa de reconhecida competncia, no sentido de gerar padres de qualidade, alm da criao de catlogos, banco de dados e glossrios para disseminao de informaes e consultas na rea.

    Epistemologia ou teoria do conhecimento, do grego episteme, cincia, conhecimento; logos, discurso. um ramo da filosofia que trata dos problemas filosficos relacionados crena e ao conhecimento. Portanto, questes espistemolgicas esto relacionadas ao conhecimento de algo. Obtido no site:http://wikipedia.org/wibi/Epistemologia

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    No que se refere aos equipamentos, o Proninfe buscava uma configurao bsica de custo reduzido, que pudesse ser ex-pandida modularmente e fosse capaz de suportar a implanta-o dos laboratrios das escolas. Pretendia, tambm, incen-tivar discusses e divulgaes de tendncias pedaggicas baseadas na utilizao de equipamentos produzidos pela in-dstria nacional, obedecendo a padres prprios, buscando, portanto, a definio do equipamento a ser utilizado pela infor-mtica educativa no Brasil, em consonncia com a poltica de reserva de mercado vigente naquela poca. Propunha, ainda, que o MEC atuasse como mediador e indutor do processo de informatizao da educao brasileira, incentivando a inds-tria nacional a adequar seus equipamentos aos padres que viessem a ser definidos pela comunidade cientfica nacional em funo de objetivos pedaggicos.

    O programa apresentava, como estratgias importantes, a padronizao dos equipamentos, visando conectabilidade, compatibilidade e portabilidade dos sistemas de informaes, a criao de mecanismos que permitissem o conhecimento do processo de informatizao da sociedade e a participao da comunidade. Recomendava o desenvolvimento de estu-dos com o Ministrio das Comunicaes para diferenciao tarifria e a criao de ncleos regionais ligados por rede p-blica de comunicao de dados.

    Tanto o Proninfe quanto o Planinfe destacavam a necessidade de um forte programa de formao de professores e tcnicos na rea de informtica educativa, acreditando que nenhuma mudana tecnolgica ocorreria se no estivesse profunda-mente amparada por um intensivo programa de capacitao de recursos humanos. O Planinfe recomendava, ainda, que a formao de professores e tcnicos para a utilizao des-ta tecnologia em educao levasse em conta o exame das possibilidades e dos limites do uso da informtica no sistema educacional, considerando os aspectos da realidade escolar, as diferenas regionais, o desemprego tecnolgico e a baixa condio de vida.

    O Planinfe aconselhava tambm uma avaliao crtica do signi-ficado da informtica na educao, a anlise das conseqncias gerais da informatizao como uso de tecnologias no neu-tras e comprometidas com determinado modo de concepo da sociedade. Reforava, ainda, a idia de que a tecnologia disposio da educao poderia colaborar para a compre-enso dos processos cognitivos do indivduo ao desenvolver

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    conhecimentos e como, a partir dessa tecnologia, poderia ser gerado o novo conhecimento cientfico e crescer em espiral. Promulgava a necessidade de mudanas nos papis da esco-la, do aluno e do professor e, conseqentemente, nos conte-dos, nos processos e nos materiais de ensino-aprendizagem, alegando que no se poderia incorporar o novo sem reformu-lar o antigo.

    Em abril de 1997, foi criado, pela Portaria no 522/MEC, o Pro-grama Nacional de Informtica na Educao (ProInfo) para promover o uso pedaggico da informtica na rede pblica de ensino fundamental e mdio. O programa desenvolvido pela Secretaria de Educao a Distncia (Seed), por meio do De-partamento de Infra-Estrutura Tecnolgica (Ditec), em parce-ria com as Secretarias de Educao estaduais e municipais.

    O ProInfo funciona de forma descentralizada. Sua coordena-o de responsabilidade federal, e a operacionalizao conduzida pelos estados e municpios. Em cada unidade da Federao, existe uma coordenao estadual ProInfo, cujo tra-balho principal o de introduzir as Tecnologias de Informao e Comunicao (TIC) nas escolas pblicas de ensino mdio e fundamental, alm de articular os esforos e as aes desen-volvidas no setor sob sua jurisdio, em especial as aes dos Ncleos de Tecnologia Educacional (NTE). Para apoiar tecno-logicamente e garantir a evoluo das aes do programa em todas as unidades da Federao, foi criado o Centro de Expe-rimentao em Tecnologia Educacional (Cete).

    Os NTEs so locais dotados de infra-estrutura de informtica e comunicao que renem educadores e especialistas em tecnologia de hardware e software. Os profissionais que tra-balham nos NTEs so especialmente capacitados pelo ProInfo para auxiliar as escolas em todas as fases do processo de in-corporao das novas tecnologias. A capacitao dos profes-sores realizada a partir desses ncleos nos quais os agentes multiplicadores dispem de toda a estrutura necessria para qualificar os educadores a fim de utilizar a internet no proces-so educacional.

    O laboratrio de informtica um patrimnio que pode bene-ficiar toda a comunidade, e o NTE um agente colaborador. Sua funo orientar o uso adequado desses instrumentos para promover o desenvolvimento humano no apenas na es-cola, mas em toda a comunidade, otimizando os resultados. Localizados em todas as unidades da Federao, cada ncleo

    Para saber mais sobre o programa ProInfo entre no site http://www.proinfo.mec.gov.br/

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    atende escolas situadas em uma mesma regio. O nmero de escolas a serem atendidas bem como o nmero de NTE em cada Estado estabelecido de maneira proporcional ao nmero de alunos e escolas de cada rede de ensino pblico estadual.

    O Cete foi criado para viabilizar e apoiar as aes do ProInfo e est situado na sede do MEC, em Braslia. Suas principais contribuies so:

    Estabelecimento de redes de comunicao.

    Divulgao de produtos.

    Disseminao de informaes.

    Promoo do uso de novas tecnologias por meio de ativi-dades nas reas de telemtica e infra-estrutura de informa-es.

    Agosto/81: realizao do I Seminrio de Informtica na Educao, Braslia/DF, UnB. Promoo MEC/SEI/

    CNPq.

    Dezembro/81: aprovao do documento: Subsdios para a Implantao do Programa de Informtica na Educao MEC/SEI/CNPq/Finep.

    Agosto/82: realizao do II Seminrio Nacional de Infor-mtica na Educao, UFBa/Salvador/Bahia.

    Janeiro/83: criao da Comisso Especial no 11/83 Infor-mtica na Educao, Portaria SEI/CSN/PR no 001, de 12 de janeiro de 1983.

    Julho/83: publicao do documento: Diretrizes para o Es-tabelecimento da Poltica de Informtica no Setor de Edu-cao, Cultura e Desporto, aprovado pela Comisso de Coordenao-Geral do MEC, em 26 de outubro de 1982.

    Agosto/83: publicao do Comunicado SEI, solicitando a apresentao de projetos para a implantao de centros-piloto junto s universidades.

    Maro/84: aprovao do regimento interno do Centro de Informtica Educativa (Cenifor) e do Funtev, Porta-

    ria no 27, de 29 de maro de 1984.

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    Julho/84: assinatura do Protocolo de Intenes MEC/SEI/CNPq/Finep/Funtev para a implantao dos centros-piloto, e delegao de competncia ao Cenifor e expedio do Comunicado SEI/SS no 19, in-formando subprojetos selecionados: UFRGS, UFRJ, UFMG, UFPe e Unicamp.

    Agosto/85: aprovao do novo regimento interno do Cenifor, Portaria Funtev no 246, de 14 de agosto de 1985.

    Setembro/85: aprovao do Plano Setorial Educao e Informtica pelo Conin/PR.

    Fevereiro/86: criao do Comit Assessor de Informtica na Educao de 1o e 2o Graus Caie/Seps.

    Abril/86: aprovao do Programa de Ao Imediata em In-formtica na Educao e extino do Caie/Seps e criao do Caie/MEC.

    Maio/86: coordenao e superviso tcnica do Projeto Educom so transferidas para a Seinf/MEC.

    Julho/86: instituio do I Concurso Nacional de Software Edu-cacional e da Comisso de Avaliao do Projeto Educom.

    Junho/87: implementao do Projeto Formar I, Curso de Especializao em Informtica na Educao, realizado na Unicamp.

    Julho/87: lanamento do II Concurso Nacional de Software Educacional.

    Novembro/87: realizao da Jornada de Trabalho de In-formtica na Educao: Subsdios para Polticas, UFSC, Florianpolis/SC, e incio da implantao dos Cieds.

    Setembro/88: realizao do III Concurso Nacional de Sof-tware Educacional.

    Janeiro/89: realizao do II Curso de Especializao em Informtica na Educao Formar II.

    Maio/89: realizao da Jornada de Trabalho Luso-Lati-no-Americana de Informtica na Educao, promovida pela OEA e Inep/MEC, PUC/Petrpolis/RJ.

    Outubro/89: instituio do Programa Nacional de In-formtica Educativa Proninfe na Secretaria-Geral do MEC.

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    Maro/90: aprovao do regimento interno do Pro-ninfe.

    Junho/90: reestruturao ministerial e transferncia do Proninfe para a Senete/MEC.

    Agosto/90: aprovao do Plano Trienal de Ao Integrada 1990/1993.

    Setembro/90: integrao de metas e objetivos do Pronin-fe/MEC no Planin/MCT.

    Fevereiro/92: criao de rubrica especfica para aes de informtica educativa no oramento da Unio.

    Abril/97: lanamento do Programa Nacional de Infor-mtica na Educao (ProInfo).

    Faa uma pesquisa para saber quais polticas pblicas, na rea de informtica na educao, esto

    sendo executadas em sua cidade e se a escola em que voc trabalha est includa em algum programa.

  • 2O uso do computadorna escola comorecurso pedaggico

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    Com a informtica possvel realizar variadas aes, como se comunicar, fazer pesquisas, redigir textos, criar desenhos, efetuar clculos e simular fenmenos. As utilidades e os bene-fcios no desenvolvimento de diversas habilidades fazem do computador, hoje, um importante recurso pedaggico. No h como a escola atual deixar de reconhecer a influncia da informtica na sociedade moderna e os reflexos dessa ferra-menta na rea educacional.

    Com a utilizao do computador na educao possvel ao professor e escola dinamizarem o processo de ensino-apren-dizagem com aulas mais criativas, mais motivadoras e que despertem, nos alunos, a curiosidade e o desejo de aprender, conhecer e fazer descobertas. A dimenso da informtica na educao no est, portanto, restrita informatizao da parte administrativa da escola ou ao ensino da informtica para os alunos.

    O problema est em como estimular os jovens a buscar novas formas de pensar, de procurar e de selecionar informaes, de construir seu jeito prprio de trabalhar com o conhecimento e de reconstru-lo continuamente, atribuindo-lhe novos significados, ditados por seus interesses e necessidade. Como despertar-lhes o prazer e as habilidades da escrita, a curiosidade para buscar dados, trocar informaes, atiar-lhes o desejo de enriquecer seu dilogo com o conhecimento sobre outras culturas e

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    pessoas, de construir peas grficas, de visitar museus, de olhar o mundo alm das paredes de sua escola, de seu bairro ou de seu pas... (ALMEIDA, 1998).

    Tajra destaca a caracterstica de interatividade proporcionada pelo computador e a sua grande possibilidade de ser um ins-trumento que pode ser utilizado para facilitar a aprendizagem individualizada. Alm disso, o computador incorpora, hoje, vrios recursos tecnolgicos. Nele possvel ouvir rdio, ver vdeos, ler revistas e jornais, reproduzir e gravar CD, como no aparelho de som, conversar com outra pessoa como se esti-vssemos ao telefone, entre outras coisas.

    No vocabulrio da informtica sempre encontramos palavras estrangeiras, pois importamos muitas tecnolo-gias de outros pase. Poir isso, muito importante que voc s use palavras ou expresses de lngua estrangeira quando no existir uma equivalente no portugus, assim, valorizamos nossa lngua e evitamos o uso abusivo dos estrangeirismos.

    A introduo da informtica na escola como recurso pedag-gico deve partir da constatao feita pela prpria comunidade escolar da necessidade de mudana no processo educacio-nal, a fim de adequar o ensino s novas demandas sociais. Para que os recursos e os benefcios da informtica possam ser utilizados de forma consciente, eficaz e crtica, necess-rio haver mobilizao, discusso e reflexo.

    Quando se fala em informtica na educao, preciso con-siderar a proposta pedaggica da escola. Todas as pessoas envolvidas no processo educacional precisam debater e de-finir como ser a utilizao da informtica na escola e qual seu objetivo, considerando os interesses e as exigncias da comunidade e da sociedade.

    Assim, para incorporar a tecnologia no contexto escolar, ne-cessrio:

    Verificar quais so os pontos de vista dos docentes e dos funcionrios em relao aos impactos das tecnologias na educao.

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    Discutir com os alunos quais so os impactos que as tecno-logias provocam em suas vidas cotidianas e como eles se do com os diversos instrumentos tecnolgicos.

    Integrar os recursos tecnolgicos de forma significativa com o cotidiano educacional.

    Envolver as famlias e os demais segmentos da comunida-de escolar nos processos de discusso e implementao das novas tecnologias no cotidiano escolar.

    possvel classificar a utilizao do computador na educao de duas formas, considerando a proposta pedaggica da es-cola:

    Por disciplina: nessa modalidade, os professores utilizam os computadores como reforo, complementao ou sen-sibilizao para os contedos abordados em sala de aula, em sua disciplina especfica, de forma isolada.

    Projetos educacionais: nesse enfoque, a utilizao da in-formtica acontece de forma integrada entre as vrias dis-ciplinas no desenvolvimento de propostas de projetos. O modo de utilizao do ambiente de informtica tambm uma questo a ser discutida. A problemtica levantada : o professor precisa cumprir uma grade horria mnima no ambiente de informtica ou deve utiliz-lo quando necessi-tar e tiver algum interesse?

    Com base nesse questionamento, a utilizao dos ambientes de informtica pode ser classificada de duas maneiras:

    Sistematizada: quando os horrios so definidos previa-mente, durante o planejamento das aulas. O coordenador designa o momento, no ambiente de informtica, para cada professor, que pode ser semanal ou quinzenal, por exem-plo. Essa modalidade recomendada quando a escola est iniciando seu processo de implantao de informtica na educao, sendo uma forma de ajudar o professor a vencer suas resistncias e seus medos em relao utilizao do computador.

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    TE No-sistematizada: o uso do ambiente de informtica

    livre e depende do interesse e da necessidade do profes-sor, que agenda seu horrio. Essa forma de utilizao do ambiente de informtica indicada quando a escola possui professores em estgio avanado de integrao tecnolgi-ca. Porm, na prtica, essa modalidade tende a deixar o ambiente de informtica ocioso pela pouca utilizao dos professores. O desenvolvimento de um plano de aula com tecnologia requer maior pesquisa, versatilidade, criativida-de e tempo do professor, fatores que tm motivado a au-sncia dos professores nos ambientes de informtica.

    Outra questo a ser considerada o objetivo de sua aplicao. As formas de utilizao do computador devem variar de acor-do com os objetivos a serem alcanados, sendo importante sua utilizao pelas vrias possibilidades apresentadas. O im-portante questionar o objetivo que se quer atingir ao utilizar um recurso tecnolgico na prtica pedaggica, avaliando suas qualidades e limitaes. Quanto ao objetivo de sua aplicao na escola, o uso do computador pode ser classificado de duas maneiras:

    Pedaggica: a escola utiliza o computador como ferramen-ta para complementos e sensibilizaes disciplinares ou projetos educacionais. Para isso, os alunos precisam estar aptos a manusear o computador e a trabalhar com os sof-twares. Caso contrrio, ficaro inseguros e no podero aproveitar as ferramentas de forma adequada para obter resultados positivos.

    Social: a escola preocupa-se em repassar para os alunos al-guns contedos tecnolgicos. Trabalhar apenas nesse en-foque pode provocar um desconhecimento, por parte dos alunos, sobre como relacionar as ferramentas tecnolgicas aprendidas com suas tarefas, como aliadas para suas ativi-dades bsicas do dia-a-dia. O enfoque social est relaciona-do tambm utilizao da informtica em diversas reas, como caixas eletrnicos de bancos, caixas de supermerca-do e terminais de consulta, por exemplo.

    Nesse caso, a prtica indicada consiliar os dois enfoques: o pedaggico e o social. Assim, na elaborao do plano de curso com a utilizao da informtica, devero ser previstos

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    momentos para orientaes tecnolgicas bsicas associadas s orientaes pedaggicas.

    A importncia da utilizao da tecnologia computacional na rea educacional indiscutvel e necessria, seja no sentido pedaggico, seja no sentido social. No cabe mais escola preparar o aluno apenas nas habilidades de lingstica e lgico-matemtica, apresentar o conhecimento dividido em partes, fazer do professor o grande detentor de todo o conhecimento e valorizar apenas a memorizao. Hoje, com o novo conceito de inteligncia, em que podemos desenvolver as pessoas em suas diversas habilidades, o computador aparece num momento bastante oportuno, inclusive para facilitar o desenvolvimento dessas habilidades lgico-matemtica, lingstica, interpessoal, intrapessoal, espacial, musical, corpo-cinestsica, naturista e pictrica (TAJRA, 2000).

    H, ainda, algumas consideraes gerais a respeito da utiliza-o dos ambientes de informtica nas escolas:

    A impresso dos trabalhos uma das atividades que mais motivam os alunos. Se possvel, procure sempre imprimir os trabalhos por eles desenvolvidos.

    Os alunos devem aprender a ligar e desligar o computador. Ligando e desligando o computador, os alunos entendero melhor o processo de inicializao da mquina.

    Os alunos devem iniciar todos os programas que sero uti-lizados durante a aula. Por isso, evite deix-los prontos para uso. Os alunos precisam lidar com o computador de forma natural e sem medo.

    Cada aluno ou equipe deve ter um disquete, CD ou pendrive para copiar seus trabalhos.

    Os momentos nos laboratrios de informtica devem con-ter muitas atividades prticas. Deve-se evitar momentos de explanao muito longos.

    No ambiente de informtica, devem existir mesas e ca-deiras para a realizao de outras atividades que no as elaboradas no prprio computador. Essa tambm uma boa estratgia a ser adotada quando a escola no possui

    Segundo o Dicionrio Aurlio da Lngua Portuguesa, cinestesia o sentido pelo qual se percebem os movimentos musculares, o peso e a posio dos membros. A habilidade corpo-cinestsica diz respeito a essa percepo corporal.

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    TEcomputadores suficientes para todos os alunos de uma

    mesma turma.

    So vrias as situaes positivas proporcionadas pelo uso da informtica no ambiente educacional, que variam de acordo com a proposta utilizada em cada caso e com a dedicao dos profissionais envolvidos:

    Os alunos ganham autonomia nos trabalhos, podendo de-senvolver boa parte das atividades sozinhos, de acordo com suas caractersticas pessoais, atendendo de forma mais n-tida ao aprendizado individualizado.

    Em funo da gama de ferramentas disponveis nos softwa-res, os alunos, alm de ficarem mais motivados, tambm se tornam mais criativos.

    A curiosidade outro elemento bastante aguado com a in-formtica, visto ser ilimitado o que se pode aprender e pes-quisar com os softwares e stios da internet disponveis.

    Os ambientes tornam-se mais dinmicos e ativos.

    Alunos com dificuldade de concentrao tornam-se mais concentrados.

    Esses ambientes favorecem uma nova socializao que, s vezes, no conseguida nos ambientes tradicionais. Os alu-nos que se sobressaem pelo uso da tecnologia costumam ajudar aqueles com dificuldades.

    As aulas expositivas perdem espaos para os trabalhos cor-porativos e prticos.

    A informtica passa a estimular o aprendizado de novas lnguas, sendo uma forma de comunicao voltada para a realidade da globalizao.

    Alm de a escola direcionar as fontes de pesquisas para os recursos j existentes, como livros, enciclopdias, revis-tas, jornais e vdeos, pode-se optar por mais uma fonte de aprendizagem: o computador.

    A informtica contribui para o desenvolvimento das habili-dades de comunicao e de estrutura lgica do pensamento.

    importante que as aulas no ambiente de informtica sejam planejadas, assim como aquelas ministradas no ambiente de

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    sala de aula. No planejamento dessas aulas, preciso ter aten-o para os seguintes aspectos:

    No planejamento de aulas, devero ser descritos: os obje-tivos a serem atingidos, os contedos a serem abordados, a estratgia a ser utilizada e os recursos necessrios. Nesse momento, indicado o software a ser utilizado e, por fim, qual critrio de avaliao ser usado.

    Deve-se sempre ter, como ponto de partida, a prvia expe-rincia do aluno e suas relaes cotidianas. Dessa forma, o enfoque deve ser orientado para atividades significativas.

    As aulas devero ser desafiadoras, com problemas a serem resolvidos. Devem-se evitar as aulas mecnicas, em que o aluno repete passos, mas no associa o aprendizado.

    Os planejamentos devem ser realizados em equipe com os demais professores da escola, envolvendo, tambm, os tcnicos em multimeios didticos. Dessa forma, a utilizao da informtica torna-se mais ampla e dinmica.

    Devem ser previstas prticas sociais da informtica nos pla-nos de aula, sempre relacionando as ferramentas com as mudanas sociais.

    Com base no ltimo item citado, descreva ao menos trs prticas sociais envolvendo a infor-

    mtica e, em seguida, proponha uma discusso com seus colegas de curso do porqu voc acredita que elas

    o so. Anote em seu relatrio final.

    A informtica pode ser um excelente recurso pedaggico a ser explorado por professores e alunos quando utilizada de forma adequada e planejada. Reitera-se, assim, a importncia da de-finio de objetivos e a elaborao do projeto pedaggico da escola, que deve levar em considerao as caractersticas, os interesses e as necessidades locais, para que a integrao do computador ao processo educacional possa ser efetivada de forma positiva e eficaz.

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    A anlise das experincias desenvolvidas no pas e no exterior alerta para o fato de que qualquer inovao educacional, para ser aceita, precisa ser planejada a partir de interesses, necessidades e aspiraes de sua comunidade. Os projetos precisam ser contextualizados, estar em sintonia com os interesses de comunidades regionais e locais, incluindo aqui a proposta pedaggica. O respeito aos valores culturais, sociopolticos e pedaggicos da realidade condio sine qua non para garantia de sucesso de qualquer empreendimento. O produto de qualquer empresa, para ser aceito, precisa responder aos interesses de sua clientela (MORAES, 1997).

    importante lembrar que o projeto pedaggico deve ser ela-borado em conjunto pela comunidade escolar, pois deve re-fletir os anseios, as opinies e os objetivos da maioria. Alm disso, deve ser periodicamente discutido, revisto e atualizado a partir das necessidades e dos interesses dos envolvidos no processo educacional, surgidos da prpria prtica pedaggica e da evoluo do conhecimento e das tecnologias.

    Para se implementar o projeto pedaggico, principalmente no que diz respeito informtica, precisa-se, evidentemen-te, identificar os recursos materiais e financeiros necessrios e os j disponveis. Nesse ponto, o envolvimento de toda a comunidade escolar tambm importante na definio de

    Sine qua non ou condio sine qua non originou-se do termo legal em latim que significa sem o qual no pode ser. Refere-se a uma ao, condio ou ingrediente indispensvel e essencial. Obtido no site: http://pt.wikipedia.org/wiki/Sine_qua_non

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    estratgias para obteno e uso dos recursos que viabilizaro a execuo do projeto.

    Verifique, na escola que voc atua, as reais condies para a implementao de um proje-

    to de informtica educacional. Liste os recursos finan-ceiros, materiais e humanos disponveis. A partir dos da-dos levantados, relacione os elementos ausentes, que

    impedem uma implementao efetiva do projeto.

    Softwares utilizados na educao

    Existem vrios tipos de softwares (programas de computa-dor) que podem ser utilizados na educao. H os desenvol-vidos especialmente para finalidades educativas, os educa-cionais, mas h, tambm, diversos softwares existentes no mercado que podem ser utilizados na educao. Eles podem ser classificados nos seguintes grupos:

    Tutoriais: software que apresenta conceitos e instrues para realizao de tarefas especficas, em geral com baixa interatividade. Hoje so comuns os tutoriais que ensinam a utilizar programas de computador.

    Exercitao: software que possibilita atividades interati-vas por meio de respostas s questes apresentadas. Os professores podem, por exemplo, apresentar conceitos comuns na sala de aula e, depois, propor exerccios sobre os conceitos no computador, a partir de software adequado.

    Investigao: por meio de programas de investigao, possvel localizar informaes a respeito de diversos as-suntos. Um exemplo desse tipo de software so as enci-clopdias, que agilizam a localizao de informaes mais adequadas e confiveis.

    Simulao: so exemplos desse tipo de programa os simu-ladores de vo, os gerenciadores de cidades, de hospitais e de safris. Os softwares simuladores so considerados recursos significativos para o aprendizado e atrativos, tanto para os alunos, quanto para os professores, pois apresen-tam, em seus exerccios, atividades que simulam a realida-de em estreita verossimilhana. Esses softwares ajudam a estabelecer a comunicao entre a teoria e a prtica.

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    TE Jogos: so softwares de entretenimento que apresentam

    grande interatividade e recursos de programao sofistica-dos, podendo ser utilizados para ministrar aulas mais diver-tidas e atraentes. Ao contrrio do que possa parecer, os jo-gos podem, sim, ser utilizados com finalidades educativas e com muita eficincia. Existe, hoje, uma infinidade de jogos matemticos, de raciocnio lgico, leitura e escrita, entre outros, que, de forma ldica, auxiliam o processo ensino-aprendizagem. Podem ser empregados desde a educao infantil.

    Abertos: so de livres produes e oferecem vrias ferra-mentas para serem utilizadas conforme o objetivo do usurio. So exemplos desse tipo de software os editores de texto, os bancos de dados, as planilhas eletrnicas, os programas ou softwares grficos, os de autoria, os de apresentao e os de programao.

    Exemplifique softwares tutoriais e de exercitao e descreva como voc os empregaria no seu local de trabalho.

    Os editores de texto apresentam vrios recursos para ela-borao de texto no computador. Com eles, possvel criar redaes, relatrios, cartas, poesias, entrevistas, cartazes, cartes e vrios outros tipos de texto de forma personalizada. Os editores de texto podem ser utilizados em qualquer disci-plina escolar e a partir de nveis escolares bsicos.

    Os bancos de dados possibilitam o arquivamento de informa-es (textos, atividades, imagens...) que podem ser utilizadas posteriormente em diversas atividades de anlises e elabora-o de relatrios. Por meio do banco de dados, os alunos po-dem imprimir relatrios com filtros de informaes, possibili-tando o desenvolvimento de atitudes de associao, definio de prioridades, de lgica e hierarquizao de informaes.

    Com as planilhas eletrnicas, possvel a realizao de cl-culos de forma rpida, a partir dos dados informados, e, pos-teriormente, a elaborao de grficos de diversos formatos. O professor pode propor aos alunos, por exemplo, a simula-o de ganhos ou entradas de dinheiro e de gastos ou despe-sas, para ensinar controle e anlises de finanas.

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    Os softwares grficos so destinados elaborao de dese-nhos e produes artsticas, como convites, cartes, calend-rios, envelopes e outros. Com ele, possvel utilizar a criativi-dade para fazer seus prprios desenhos ou ainda utilizar de-senhos disponveis em arquivos. Tambm possvel capturar imagens utilizando um scanner.

    Um exemplo de atividade que pode ser desenvolvida com um software grfico pedir ao aluno para elaborar um desenho que represente um texto fornecido pelo professor ou, a partir de um desenho ou cenrio apresentado no programa, pedir que o aluno elabore um texto. As atividades com softwares grficos despertam a criatividade artstica dos alunos e podem revelar talentos.

    Os softwares de autoria funcionam com um aglutinador de produes elaboradas em outros programas ou softwares. Para desenvolver produes neles, preciso preparar uma anlise lgica de apresentao que pode ser descrita resumi-damente da seguinte forma:

    Escolha um tema para a produo da aula.

    Monte a seqncia de apresentaes que pode conter fo-tos, animaes, textos, desenhos, sons etc.

    Elabore perguntas e possveis respostas sobre o assunto da aula. Dependendo do software de autoria utilizado, poss-vel elaborar diferentes tipos de atividades de exercitao.

    Selecione gravaes sonoras que podem ser obtidas a par-tir de sons previamente gravados em softwares musicais e/ou gravaes com as vozes dos alunos e de outras pes-soas.

    Efetue as produes antes citadas: desenhos, textos, ani-maes, captura de imagens e sons a partir dos aplicativos que voc possui no seu computador.

    Utilize o software de autoria para aglutinar todas as suas produes conforme a seqncia predefinida.

    Insira as atividades de exercitao.

    Exiba sua aula.

    Os softwares de apresentao so programas muito utiliza-dos para elaborar apresentaes de palestras e aulas (O Po-wer Point da Microsoft o exemplo mais comum). Possuem

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    TErecursos de visualizao de telas e permitem produes de

    slides e transparncias. Com a utilizao dessa ferramenta de apresentao, tanto alunos quanto professores podem exibir seus trabalhos para a turma no prprio computador.

    Voc j exemplificou o que so softwares tutoriais e de exercitao. Agora