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Página 1 / 14Informação para Doentes - Cancro da Próstata
osso púbico
tumor
próstata
bexiga
vesículas seminais
reto
Fig. 1: Um tumor da próstata T1 é demasiado pequeno para ser sentido no toque retal ou visualizado num exame.
Cancro da Próstata Localizado33
PortuguêsInformação para Doentes
Se foi diagnosticado com cancro da próstata localizado,
o seu médico pode recomendar o tratamento com uma
abordagem conservadora, prostatectomia radical,
radioterapia, ou novas técnicas experimentais. Cada
tratamento tem as suas vantagens e desvantagens. A
escolha vai depender da sua situação individual. Esta
secção descreve as diferentes opções de tratamento
que deverá discutir com o seu médico.
Esta é informação genérica, que não é específica para
as suas necessidades individuais. Lembre-se que as
recomendações individuais podem variar consoante
o país e o sistema de saúde.
O que é o cancro da próstata localizado?Cancro da próstata localizado significa que o tumor
está limitado à próstata, e não alastrou para outras
partes do corpo. Pode ser um tumor T1 ou T2,
dependendo das dimensões e da localização na
próstata.
T1 significa que o tumor é demasiado pequeno para
ser palpado no toque retal (TR) ou visível numa
Os termos sublinhados estão listados no glossário.TAC. Os tumores T1 são confirmados por biópsia e
classificados com a, b, ou c, dependendo da análise
do patologista.
Um tumor T2 significa que pode ser palpado durante
o TR, mas ainda está limitado à próstata. O seu
médico vai também classificá-lo como a, b, ou c,
dependendo das dimensões e se envolve ou não um
ou mais lobos da próstata (Fig. 1 e 2).
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Opções de tratamentoAs opções de tratamento mais frequentes para o cancro da próstata localizado são a abordagem conservadora,
prostatectomia radical e radioterapia. Qual o protocolo de tratamento mais indicado para si depende:
• Das características do tumor
• Da sua história clínica
• Da sua idade
• Dos tratamentos disponíveis no seu hospital
• Das suas preferências pessoais
• Da rede de apoio disponível para si
Na abordagem conservadora o médico monitoriza o tumor e o crescimento deste, recomendando tratamento
adicional quando necessário. Este tratamento está geralmente indicado quando o tumor tem um baixo grau de
Gleason.
A prostatectomia radical é o tratamento cirúrgico em que toda a próstata e as vesículas seminais são removidas.
O seu médico pode ainda recomendar a radioterapia. Este tratamento danifica e mata as células cancerosas. Este
tratamento pode consistir em radioterapia externa ou em braquiterapia [radioterapia interna].
Abordagem conservadoraA abordagem conservadora é o tipo de tratamento em que a progressão da sua doença é cuidadosamente
monitorizada. No cancro da próstata, tal poderá consistir em vigilância ativa ou espera vigilante.
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Fig. 2: Um tumor da próstata T2 está limitado à próstata.
tumor em ambos os lobos da próstata
osso púbico
bexiga
vesículas seminais
reto
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Na vigilância ativa, o médico monitoriza o tumor e o crescimento deste, através de um rigoroso calendário de consultas. Em cada uma das consultas, são realizados diversos exames, incluindo a medição do nível de antigénio específico da próstata (PSA) no seu sangue. O objetivo é passar para outras opções de tratamento se surgirem sinais de que a doença está a progredir. A vigilância ativa é um protocolo de tratamento indicado para o cancro da próstata localizado com baixo grau de Gleason. Se tiver cancro da próstata localmente avançado, serão recomendadas outros protocolos de tratamento.
A espera vigilante é uma forma de tratamento guiado pelos sintomas. O objetivo é passar para outras opções de tratamento apenas quando surgirem sintomas. O seu médico pode recomendar-lhe observação atenta se as outras opções de tratamento não forem as mais indicadas para a sua situação individual.
Discuta com o seu médico as vantagens e desvantagens da abordagem conservadora, e se esta é a opção adequada para si.
Prostatectomia radicalA prostatectomia radical é opção de tratamento cirúrgico do cancro da próstata localizado. O objetivo é remover a totalidade da próstata e as vesículas seminais. Esta cirurgia é realizada sob anestesia geral.
Discuta com o seu médico as vantagens e desvantagens da prostatectomia radical, e se esta é a opção adequada para si.
Como é realizada a prostatectomia radical?A prostatectomia radical pode ser realizada por via aberta ou laparoscópica. Na cirurgia aberta, o cirurgião corta a parede abdominal ou o períneo para aceder diretamente à próstata. A próstata e as vesículas seminais são removidas, sendo bexiga e a uretra ligadas (Fig. 3). O médico introduz um cateter para ajudar a cicatrizar a uretra e a bexiga. Geralmente, o cateter é removido 7 dias depois.
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Fig. 3a: Durante a prostatectomia radical, o cirurgião remove a totalidade da próstata e das vesículas seminais.
Fig. 3b: A posição da bexiga após a cirurgia.
uretra
bexiga
vesículas seminais
tumor
próstata
bexiga
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Na cirurgia laparoscópica, o cirurgião introduz
pequenos tubos de plástico no seu abdómen.
Através desses tubos, o cirurgião pode inserir os
instrumentos necessários para remover a próstata.
Um desses tubos é utilizado para introduzir uma
câmara que permite ao cirurgião ver no ecrã uma
imagem de elevada qualidade da sua próstata. A
cirurgia laparoscópica pode ainda ser realizada com
a ajuda de um sistema de cirurgia robótica.
Para a remoção de um tumor da próstata localizado
com prostatectomia radical, as cirurgias aberta e
laparoscópica parecem ser igualmente eficazes.
Remoção dos gânglios linfáticos pélvicos
Se o seu cancro tiver possibilidade de ter alastrado
para os gânglios linfáticos da região pélvica, o seu
médico pode decidir remover estes gânglios durante
a prostatectomia radical.
Como devo preparar-me para a cirurgia?O seu médico aconselhá-lo-á detalhadamente sobre
a forma de se preparar para a cirurgia. Não deverá
comer, beber ou fumar nas 6 horas anteriores, para se
preparar para a anestesia. Se está a tomar qualquer
medicação, deve referir isso ao seu médico. Pode
ser necessário parar de tomá-la alguns dias antes
da cirurgia. O seu médico dir-lhe-á quando deverá
recomeçar a mesma.
Quais são os efeitos secundários da cirurgia?Geralmente, poderá ter alta do hospital 3 a 7 dias
após a cirurgia. O tempo de internamento pode variar
de país para país. Poderá ter uma dor ligeira na parte
inferior do abdómen durante algumas semanas após a
prostatectomia radical aberta. Depois da cirurgia poderá
sofrer de incontinência urinária ou disfunção erétil e
poderá necessitar de tratamento para estes problemas.
Deverá ir ao seu médico ou voltar imediatamente
para o hospital se:
• Tiver febre
• Tiver uma perda abundante de sangue
• Tiver dor intensa
• Tiver dificuldade em urinar
Pode ler mais acerca da recuperação depois da
cirurgia na secção Apoio após Cirurgia na página 11.
Qual é o impacto do tratamento?A prostatectomia radical é um tratamento comum
para o cancro da próstata localizado.
A prostatectomia radical pode causar incontinência
urinária de esforço (IUE). Isto acontece porque
a próstata circunda a uretra, ajudando-a resistir
à pressão da bexiga quando está cheia. Se a sua
próstata for removida, isso poderá ter impacto sobre
a quantidade de pressão a que a uretra consegue
resistir. Há várias opções de tratamento para melhorar
ou curar a IUE. Pode ler mais acerca das mesmas na
secção IU após Cirurgia à Próstata, na Informação
da EAU para Doentes sobre Incontinência Urinária.
Outro risco comum da prostatectomia radical é a
disfunção erétil. Durante a cirurgia, o cirurgião tem
que operar junto dos nervos e vasos sanguíneos
do pénis. O cirurgião tenta manter intactos estes
nervos. O sucesso desta preservação vai depender
da agressividade do cancro e da sua localização.
Se necessário, o seu médico poderá recomendar
tratamento para a IUE ou para a disfunção erétil.
Não hesite em discutir as suas preocupações com o
seu médico. Em conjunto, poderão decidir se outras
opções de tratamento são mais adequadas para o
seu caso.
Lembre-se que o objetivo principal da prostatectomia
radical é remover o tumor e curá-lo a si.
Como será o seguimento após a cirurgia?Após a prostatectomia radical para o cancro da
próstata, terá consultas regulares planeadas pelo
seu médico. O seguimento de rotina prolonga-se por,
pelo menos, 5 anos. Em cada consulta, o médico
avaliará o nível de antigénio específico da próstata
(PSA) no seu sangue. Nalguns casos, poderá ser
necessário fazer um Toque Rectal (TR). O seguimento
é importante para monitorizar a sua recuperação da
cirurgia, para avaliar o seu estado de saúde geral, e
para detetar uma possível recidiva do cancro.
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Tratamento após a cirurgiaSe, durante o seguimento, o nível de PSA mostrar que o cancro da próstata não foi completamente removido,
poderá necessitar de tratamento adicional para remover todas as células tumorais. Deverá discutir com o seu
médico quais as melhores opções de tratamento para si.
Termos que o seu médico pode usar:
Cirurgia aberta → a surgical procedure in which the surgeon cuts skin and tissue to have direct access to
the prostate
Cirurgia nerve-sparing [cirurgia poupadora de nervos] → um procedimento cirúrgico que ajuda a manter
a função sexual ao preservar os nervos de ambos os lados da glândula prostática
Cirurgia laparoscópica → uma técnica cirúrgica minimamente invasiva em que o cirurgião não necessita de
cortar a pele e os tecidos. Em vez disso, o cirurgião insere os instrumentos cirúrgicos através de pequenas
incisões no abdómen
Sistema de cirurgia robótica → um instrumento que ajuda os cirurgiões a realizar cirurgia laparoscópica.
O cirurgião controla os instrumentos robóticos com sensores de controlo remoto
Radioterapia A radioterapia danifica e mata as células e é usada para atacar as células cancerosas. Pode ser feita com radioterapia
externa ou com braquiterapia. As células do cancro da próstata são habitualmente sensíveis à radioterapia. Devido
aos avanços nas técnicas de radioterapia, este é hoje um tratamento eficaz para o cancro da próstata localizado.
Discuta com o seu medico as vantagens e desvantagens da radioterapia, e se esta é adequada ao seu caso.
Como é realizada a radioterapia?O objetivo da radioterapia é matar as células cancerosas na próstata. Uma vez que a radioterapia também matar as
células de outros órgãos, como a bexiga, é importante que o feixe de radiação atinja essencialmente as células do
cancro e limite os danos a outros tecidos. Os desenvolvimentos na radioterapia aumentaram a precisão deste feixe
de radiação, permitindo assim obter uma maior dose de radiação com menos efeitos secundários.
O protocolo padrão da radioterapia externa (Fig. 4) demora cerca de 8 semanas, 5 dias por semana. Irá receber
uma dose de radiação por dia. O tratamento dura cerca de 20 minutos por dia, e não precisará de ficar internado
no hospital.
Antes do início do tratamento de radioterapia irá fazer uma TAC. Este exame é feito para mapear a área que vai ser
irradiada, bem como o tecido circundante que não deverá ser tratado. Nos últimos anos, a radioterapia guiada por
imagem tornou-se mais amplamente disponível. Neste tipo de tratamento, o radioncologista localiza a próstata de
forma muito precisa com o auxílio de Raio X ou de TAC, para garantir que a dose de radioterapia é administrada na
próstata.
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Outra forma de radioterapia é a braquiterapia. Neste tipo de tratamento, a fonte de radiação é inserida diretamente
na próstata (Fig. 5). O seu médico pode sugerir-lhe este tratamento se tiver uma baixa pontuação de Gleason e não
tiver sintomas urinários.
Como devo preparar-me para o tratamento?O seu médico irá informá-lo detalhadamente sobre a forma como se deve preparar para o tratamento. Irá receber
uma agenda/um horário que lhe indicará quando comer e beber antes de cada sessão, para garantir que tem a
bexiga confortavelmente cheia e o reto vazio antes do tratamento. Se está a tomar alguma medicação, fale com o
seu médico. Habitualmente, não é necessário deixar de tomá-la durante a radioterapia.
Quais são os efeitos secundários do tratamento?Os efeitos secundários mais frequentes são ardor ao urinar frequência urinária, e irritação anal. Isto acontece porque
os órgãos circundantes, particularmente a bexiga e o reto, também recebem alguma radiação. Geralmente, estes
sintomas aparecem a meio do programa de tratamento, e desaparecem vários meses após o final do mesmo.
Um efeito secundário comum da radioterapia é o sangramento da bexiga e do reto, mesmo vários anos após o
tratamento. Poderá também ter sintomas do trato urinário inferior (STUI) ou disfunção erétil.
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Fig. 4a: A radioterapia externa danifica e mata as células do cancro.
máquina
feixe de radiação
próstatareto
próstata
posições possíveis da máquina
Fig 4b: O feixe de radiação é direcionado para a próstata a partir de diferentes ângulos.
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Fig. 5: Na braquiterapia, um fonte de radiação (“sementes”) é introduzida diretamente na próstata.
bexiga próstata
cateter com balão fonte de radiação (“sementes”)
agulha para introduzir as sementes
matriz
retosonda de ecografia
O incómodo devido aos efeitos secundários da
radioterapia varia de pessoa para pessoa, e está
relacionado com o seu estado de saúde geral, e com
o tipo de radioterapia que recebeu.
Leia mais sobre como lidar com os efeitos secundários
da radioterapia na secção Apoio para a Radioterapia
na página 12.
Como será o seguimento após a radioterapia?Depois da radioterapia para o cancro da próstata, o
seu médico irá planear consigo consultas regulares
de seguimento. O seguimento de rotina dura pelo
menos 5 anos. Em cada consulta, o seu médico
avaliará o nível de antigénio específico da próstata
(PSA) no seu sangue. Nalguns casos, poder ser
necessário fazer um toque retal (TR). O seguimento
é importante para monitorizar a sua recuperação do
tratamento, avaliar o seu estado de saúde geral, e
detetar uma possível recidiva do cancro.
Radioterapia combinada com hormonoterapiaSe tiver um cancro da próstata localizado com
uma elevada pontuação de Gleason, o seu médico
poderá recomendar radioterapia em combinação
com hormonoterapia. O seu médico discutirá
detalhadamente consigo como se deverá preparar
para este tratamento.
Tratamento após radioterapiaSe, durante o seguimento, o nível de PSA mostrar
que o cancro da próstata não foi completamente
removido, poderá necessitar de tratamentos
adicionais para eliminar todas as células tumorais.
Discuta com o seu médico qual a melhor opção de
tratamento para si.
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Fig. 6: A ablação criocirúrgica da próstata (CSAP)mata as células do cancro congelando-as.
cateter com balão
bexiga
agulha para aplicar temperatura de congelação
matriz
retosonda de ecografia
próstata após CSAP
Novas técnicas experimentais
Para além da cirurgia, radioterapia e tratamento conservador, existem outras opções de tratamento para o cancro
da próstata localizado, tais como:
• Crio-ablação da próstata (CAP)
• High Intensity Focused Ultrasound (HIFU) [Ultrassom Focalizado de Alta Intensidade]
• Terapêutica focal
O que é CAP?A crio-ablação da próstata (CAP) é uma técnica experimental para tratar o cancro da próstata. É uma cirurgia
minimamente invasiva em que temperaturas de congelação são aplicadas diretamente nas células tumorais para as
matar. (Fig. 6).
O que é HIFU?High-intensity focused ultrasound (HIFU) é uma técnica experimental para tratar o cancro da próstata. Utiliza a
energia de ondas sonoras de alta frequência para aquecer e matar as células cancerosas (Fig. 7).
O que é terapêutica focal?Terapêutica focal é o termo para diversas técnicas experimentais utilizadas para destruir pequenos tumores na
próstata. Uma vez que os tumores são atingidos diretamente, não há muitos danos para outros tecidos na próstata
ou no trato urinário inferior (Fig. 8).
O seu médico discutirá consigo estas opções de tratamento, se outras terapêuticas não forem uma opção para si.
Isto também depende das suas preferências pessoais. Estes tratamentos podem ser-lhe sugeridos integrados num
ensaio clínico.
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Fig. 7: A High-Intensity Focused Ultrasound (HIFU) usa a energia de ondas sonoras de alta frequência para aquecer as células do cancro e matá-las.
cateter com balão
bexiga
sonda de HIFU
próstata
tumor
reto
Fig. 8: Na terapêutica focal, as células do tumor da próstata são atingidas diretamente, pelo que não há muitos danos para outros tecidos.
tumor afetado pela terapêutica focal
uretra
próstata
bexiga
cateter com balão
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Tratamento da recidivaÉ possível que o cancro da próstata volte a aparecer
após o tratamento. Isto é conhecido como recidiva.
O cancro poderá voltar a aparecer na próstata, no
tecido à volta da próstata ou nos gânglios linfáticos
pélvicos, ou noutros locais do corpo. O protocolo de
tratamento de seguimento depende da localização
do cancro. O seu médico recomendará a realização
de exames de imagem como TAC, RM, PET ou
cintigrafias ósseas para localizar o tumor, identificar
as suas características, e determinar o tratamento.
Se tiver sido tratado com prostatectomia radical
e o nível de PSA subir, isso pode ser um sinal
de recorrência. O seu médico pode recomendar
radioterapia de salvação. Neste procedimento, a área
onde a próstata estava localizada será irradiada para
matar células cancerosas. Se o seu cancro foi tratado
com radioterapia, o seu médico poderá recomendar
o tratamento da recidiva com prostatectomia radical.
Se tiver sido tratado com técnicas experimentais,
discuta com o seu médico qual a melhor opção de
tratamento para si.
ApoioO diagnóstico de cancro tem um grande impacto
na sua vida e nas vidas dos seus entes queridos.
O cancro pode fazê-lo sentir-se impotente. Pode
também causar sentimentos de ansiedade, raiva,
medo ou até depressão. O tratamento para o cancro
é intenso e pode afetar o seu trabalho, a sua vida
social e a sua sexualidade.
Para procurar apoio, fale com o seu médico ou
enfermeiro no hospital, ou pergunte ao seu médico
de família. Eles poderão dar-lhe informações de
contacto de associações de doentes, ou outras,
que poderão ajudá-lo com apoio psicológico, ou em
questões práticas tais como conselhos financeiros.
Preparar-se para uma consulta Preparar-se para uma consulta poder ser muito útil.
Vai ajudá-lo a si e ao seu médico a responder da
melhor forma às suas perguntas e preocupações.
Pode também ajudar a prepará-lo para o tratamento
e possíveis efeitos secundários. Aqui estão algumas
coisas que poderá experimentar:
• Tome nota das perguntas que gostaria de fazer
ao médico. Isto vai ajudá-lo a recordar as coisas
que quer perguntar. Escrever as perguntas pode
também ajudar a organizar as suas ideias
• Se possível, leve alguém consigo à consulta.
É importante ter alguém para discutir o que o
médico disse, e provavelmente irão recordar
coisas diferentes
• Peça informação sobre o seu tipo específico de
cancro da próstata
• Se o médico utilizar palavras que não
compreenda, peça uma explicação
• Diga ao seu médico quais os medicamentos que
está a tomar, e se toma algum medicamento
alternativo. Alguns destes medicamentos podem
afetar o tratamento
• Some of these medicines can affect the treatment
Depois da consulta pode:
• Pesquisar na Internet ou ir à biblioteca para
obter mais informações sobre o seu tipo de
cancro. Lembre-se que nem toda a informação
que encontra online é de boa qualidade. O seu
médico ou equipa de saúde podem indicar-lhe os
websites de confiança.
• Contactar uma associação de doentes; eles
podem prestar apoio e informação
• Discutir com a sua equipa de saúde as possíveis
consequências financeiras do seu tratamento.
Eles podem ser capazes de lhe indicar pessoas
ou lugares onde poderá obter conselhos acerca
da sua situação económica ou mesmo ajuda
financeira.
• Se quiser, poderá pedir uma segunda opinião a
outro especialista
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Apoio após cirurgiaNos primeiros dias ou semanas após a cirurgia,
poderá necessitar de ajuda nas suas atividades
diárias. Se puder, peça à sua família, amigos ou
vizinhos para o ajudarem em coisas como comprar
e levar alimentação para sua casa, cozinhar, limpar
a casa, lavar a roupa ou jardinagem. Pode também
pedir informações à sua equipa de saúde sobre
serviços domésticos profissionais.
Após a cirurgia, é normal que tenha alguma sensação
de fadiga. Isto significa que se sente mais cansado
que o habitual, com pouca energia, com dificuldades
de concentração, e não melhora depois de dormir.
A maioria das pessoas têm esta fadiga durante 1-2
meses após a cirurgia. Para lidar com a fadiga, pode:
• Tomar nota das coisas que lhe dão energia, e
dar-lhes prioridade durante o dia ou semana
• Pedir ajuda para as tarefas domésticas como
lavar a roupa, limpar ou jardinar
• Dormir várias sestas curtas durante o dia
• Tentar ser tão ativo quando possível. Um
pequeno passeio a pé todos os dias é melhor
que um passeio longo uma vez por semana
• Ao planear atividades sociais como uma viagem
ou uma visita, lembre-se que poderá precisar de
tempo para descansar ao longo do dia. Discuta
isto com a sua família, amigos ou prestador
de cuidados, para que se possa planear com
antecedência. É importante dizer-lhes quando se
sentir cansado
A prostatectomia radical pode causar incontinência
urinária de esforço (IUE). Isto significa que perde urina
Como encontrar uma associação de doentes próxima Os grupos de doentes podem ser uma grande
ajuda. Para encontrar um próximo de si,
pergunte ao seu médico de família, enfermeiro
ou médico do hospital. Pode também procurar
um grupo de doentes na Internet.
durante certas atividades, como por exemplo tossir,
rir, correr ou levantar pesos. Aqui estão algumas
dicas para ajudá-lo a lidar com estes sintomas:
• Tente garantir que sabe sempre onde é a casa
de banho mais próxima. Nunca tenha receio ou
sinta vergonha de perguntar onde está a casa de
banho quando está fora de casa
• Se tiver problemas com as gotas de urina que
vai perdendo pode usar um recipiente coletor ou
um penso. Os recipientes coletores colocam-se
sobre o pénis e são mantidos no lugar pela sua
roupa interior.
• Invista em dispositivos preventivos de odores.
Pergunte ao seu farmacêutico ou médico de
família acerca dos mesmos
• Use roupa escura. As nódoas vêem-se mais
facilmente nas roupas claras
• Vista roupas largas para maior conforto
• Tenha uma muda extra de roupa à mão
Pode ler mais acerca destas dicas na secção Viver
com IU na Informação da EAU para aos Doentes
sobre Incontinência Urinária.
Outro risco frequente da cirurgia é a disfunção erétil.
Há várias opções para tratar este problema.
As mais comuns são comprimidos, injeções, ou uma
prótese. Discuta com o seu médico qual a melhor
opção para si.
Lidar com a IUE ou disfunção erétil após
prostatectomia radical pode ser difícil. Podem
provocar efeitos psicológicos duradouros. Fale com o
seu cirurgião, enfermeiro ou médico de família, para
poder encontrar o apoio de que necessita.
Apoio durante a radioterapiaDurante a radioterapia pode geralmente continuar
com as suas atividades diárias. O tratamento pode
afetar o seu trato urinário inferior e os intestinos, e
pode causar fadiga. A fadiga pode ser resultado das
idas diárias ao hospital. Geralmente estes sintomas
desaparecem alguns meses após o tratamento.
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A sua pele pode ser afetada pela radiação. Para
cuidar da sua pele, pode:
• Evitar arranhar ou coçar a área irradiada
• Perguntar ao seu médico ou enfermeiro que tipo
de loção cutânea deverá usar para lidar com a
irritação da pele
• Evitar a exposição ao sol
• Usar um protetor solar com fator de proteção
elevado
• Usar roupas largas de tecidos naturais como
algodão ou linho
• Tomar um banho diário com sabão neutro e água
tépida
• Secar a pele após o banho sem esfregar e de
forma suave
• Evitar a sauna
Seguimento Depois da cirurgia ou da radioterapia vai ter uma
consulta com o seu médico. Nesta consulta, vão
ser discutidos os resultados do seu tratamento e
o calendário de seguimento. Peça um plano de
cuidados para que possa saber com que frequência
vai ver o seu médico, e que tipo de exames vão ser
necessários antes de cada consulta. Isto depende
das características da sua doença.
Tome nota das questões que possa ter antes da
consulta. Exemplos de perguntas que pode fazer são:
• O cancro despareceu?
• Vou necessitar de tratamento adicional? Nesse
caso, quais as opções que são relevantes para
mim?
• Que exames precisarei de fazer antes das
consultas de seguimento?
É importante que continue a comparecer às consultas
de seguimento. Nestas, o médico monitoriza o seu
estado de saúde e pode detetar a tempo possíveis
recidivas do tumor. É também importante que avise
o seu médico se reparar em sintomas novos que
possam estar relacionados com o cancro da próstata.
Se notar sintomas, não hesite em contactar a sua
equipa de saúde antes da consulta.
Aconselhamento sobre estilo de vidaÉ importante que mantenha um estilo de vida
saudável durante e após o tratamento. Tente praticar
exercício físico regularmente. Procure uma atividade
de que goste. Se tiver dúvidas acerca do que pode
fazer, peça ao seu médico que o encaminhe para um
fisioterapeuta.
Tente comer uma dieta equilibrada com uma mistura de
vegetais, frutas e laticínios. Inclua também alimentos
ricos em amido, como pão e batatas, arroz ou massa,
e alimentos riscos em proteínas como carne, peixe,
ovos ou leguminosas. Tente comer menos açúcar, sal
e gorduras. Se tiver questões, peça ao seu médico
que o encaminhe para um dietista.
Tente deixar de fumar. Pode ajudá-lo a recuperar
mais depressa depois do tratamento.
Apoio psicológicoDepois do tratamento, poderá ficar preocupado
com o seu prognóstico, o impacto do cancro na sua
situação social ou financeira, ou outros assuntos.
É normal ficar preocupado com a possibilidade
de o cancro regressar. A maioria das pessoas
diagnosticadas com cancro, ou as pessoas próximas,
irão provavelmente ter estas preocupações e
pensamentos. Se estiver preocupado, contacte o
seu médico e pergunte qual o seu risco de recidiva
do cancro. Pode também pedir ao seu médico que
o ajude a encontrar apoio psicológico se sentir que
precisa de falar com alguém. Uma associação de
doentes também pode oferecer apoio.
Durante o tratamento não vai estar a trabalhar.
Fale com o seu patrão acerca da melhor forma de
regressar ao trabalho. Talvez possa trabalhar a
tempo parcial, ou numa função diferente.
Discuta as possíveis consequências financeiras do
seu tratamento com a sua equipa de saúde. Talvez
eles possam indicar-lhe pessoas ou lugares onde
poderá obter conselhos acerca da sua situação
económica, ou mesmo apoio financeiro.
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Os efeitos secundários do tratamento podem
também dificultar a participação plena na vida social
e económica. Alterações na sua vida como resultado
da sua doença ou do tratamento podem levar a
isolamento. Fale com o seu médico ou enfermeiro. Eles
podem ajudá-lo a encontrar o apoio de que necessita.
Um diagnóstico de cancro pode levá-lo a ver a vida de
maneira diferente, e pode aperceber-se que agora tem
prioridades diferentes. Isto pode afetar o seu trabalho
ou relações, e pode fazê-lo sentir-se desorientado ou
inseguro. Fale com a família e amigos e leve todo
o tempo de que necessitar para este processo. Se
não se sentir confortável em falar destes assuntos
com as pessoas próximas, pode pedir à sua equipa
de saúde que lhe indique um psicólogo. O psicólogo
pode dar-lhe as ferramentas para lidar com estes
sentimentos e ajudá-lo a perceber as mudanças que
pretende ou necessita.
O tratamento do cancro pode afetar a sua sexualidade.
Os sentimentos de depressão ou cansaço também
podem ter um efeito negativo na sua vida sexual.
É importante que fale com a/o parceira/o acerca
dos seus sentimentos. Existem muitas formas de
intimidade, e se é difícil para si ser sexualmente ativo,
estejam perto um do outro, toquem-se, abracem-se
ou, simplesmente, sentem-se ou deitem-se próximos
um do outro.
Apoio para família e amigosUM diagnóstico de cancro não afeta apenas o doente,
mas também as pessoas à sua volta. Como um ente
querido, pode ajudar de diversas formas. Por vezes,
pode ajudar com coisas práticas como tratar da
roupa, jardinagem ou fazer compras.
Também pode ser útil que vão ao médico em conjunto.
Pode oferecer-se para dar boleia para a consulta ou
para formular questões para fazer ao médico. Estar
presente na consulta também pode ser bom. Pode
lembrar-se de coisas diferentes ou focar-se noutros
detalhes, que podem discutir em conjunto mais tarde.
Pode também perguntar ao médico que impacto é que
o tratamento pode ter nas vossas vidas em termos de
prestação de cuidados ou de efeitos psicológicos.
O diagnóstico e tratamento podem ser muito emotivos
para todos os envolvidos. O tratamento do cancro é
intenso e a sua vida pode mudar de repente. Podem
surgir questões acerca do prognóstico, efeitos do
tratamento ou mesmo sobre a possibilidade de
morrer. Como amigo ou ente querido pode estar lá e
ouvir. Não precisa de ter as respostas.
Se sentir que precisa de alguém para falar, aborde o
seu médico de família ou a equipa médica para obter
ajuda. As associações de doentes também podem
dar apoio a familiares ou amigos de pessoas que
foram diagnosticadas com cancro.
Apoio para parceiras/osO diagnóstico de cancro pode colocar pressão na sua
relação. Muitas vezes falar um com o outro torna-se
mais difícil devido ao tempo e energia gastos com
o tratamento. Pode decidir falar sobre quaisquer
dificuldades com um terapeuta.
Pode sentir um grau de stress, raiva ou depressão
similar ao do seu parceiro. Pode também sentir-se
exausta/o, física e emocionalmente. Isto pode ser
consequência das responsabilidades de cuidar do
seu parceiro, e do trabalho adicional nas tarefas da
casa. Assegure-se que tira tempo para si e pensa
nas suas próprias necessidades e desejos.
O tratamento do cancro do seu parceiro pode afetar
a sua vida sexual. Tente falar com o seu parceiro
acerca dos seus sentimentos. Existem muitas formas
de intimidade. Estejam perto um do outro, toquem-
se, abracem-se ou, simplesmente, sentem-se ou
deitem-se próximos um do outro.
É normal preocupar-se que possa ficar sozinha/o.
Se sentir que precisa de falar com alguém, aborde o
seu médico de família ou o seu conselheiro espiritual.
As associações de doentes também oferecem apoio
para as parceiras/os.
Página 14 / 14Informação para Doentes - Cancro da Próstata
Esta informação foi atualizada em janeiro de 2015.
Este folheto é parte integrante da Informação da EAU para Doentes, sobre Cancro da Próstata. Contém informação geral sobre esta doença. Se tiver questões específicas sobre a situação médica individual deverá consultar o seu médico ou outro profissional de saúde. Nenhum folheto pode substituir uma conversa pessoal com o seu médico.
Esta informação foi produzida pela Association of Urology (EAU) [Associação Europeia de Urologia] em colaboração com a EAU Section of Uro-Oncology (ESOU) [Secção de Uro-oncologia da EAU], os Young Academic Urologists (YAU) [Jovens Urologistas Académicos], a European Association of Urology Nurses (EAUN) [Associação Europeia de Enfermeiros de Urologia], e a Europa Uomo.
O conteúdo deste folheto está em linha com as Guidelines da EAU.
Pode obter estas e outras informações sobre doenças urológicas no nosso website: http://patients.uroweb.org
Colaboradores:Dr. Roderick van den Bergh Utrecht, HolandaProf. Dr. Zoran Culig Innsbruck, ÁustriaProf. Dr. Louis Denis Antuérpia, BélgicaProf. Bob Djavan Viena, ÁustriaMr. Enzo Federico Trieste, ItáliaMr. Günter Feick Pohlheim, AlemanhaDr. Pirus Ghadjar Berlim, AlemanhaDr. Alexander Kretschmer Munique, AlemanhaProf. Dr. Feliksas Jankevičius Vilnius, LituâniaProf. Dr. Nicolas Mottet Saint-Étienne, FrançaDr. Bernardo Rocco Milão, ItáliaMs. Maria Russo Orbassano, Itália
Tradutores:Dr. Frederico Furriel Leiria, PortugalDr. Pedro Eufrásio Leiria, Portugal