informationweek brasil - ed.246
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InformationWeek Brasil Maio de 2013 - Ano 14 - Ed. 246 O CIO que Você Precisa SerTRANSCRIPT
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ndice
InformationWeek Brasil | Janeiro de 201010 IW Brasil | Maio de 2013
Maio de 2013 - Nmero 246
16CarreiraJ pensou em seguir carreira no exterior? Cada vez mais as empresas demandam a ida de CIOs brasileiros para outros pases. Conhea histrias como a de Paulo Guzzo, hoje CEO da MeS, empresa adquirida pela Cielo nos EUA34
entrevistaLuis Antonio Rodrigues, diretor setorial de tecnologia da Febraban e diretor de tecnologia do Ita Unibanco o entrevistado desta edio
46espeCial it Forum
COnFIRA AS dISCUSSES FEItAS dURAntE OS IntERCMbIOS
dE IdEIAS; AS REFLExES dO kEynOtE PEtE dELISI,
dA UnIvERSIdAdE dE SAntA CLARA, SObRE O PERFIL qUE O CIO PRECISA tER; OS RESULtAdOS
dO EStUdO AntES dA tI, A EStRAtGIA; E AS COnCLUSES
dO wORkShOP PEnSAMEntO EStRAtGICO, LIdERAdO POR JAIRO OkREt, dA kORn FERRy
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Maio de 2013 - Nmero 246
140TENDNCIA?A relao entre marketing e TI tem sido bastante discutida. Veja quais foram as concluses do IT Mdia Debate que tratou do assunto
122CUSTO INVISVELA burocracia trazida por mudanas na lei, novidades no sistema tributrio e at monitorao de certifi cados digitais gera um custo muitas vezes no calculado. Veja o que dizem CIOs e fabricantes
FIXAS12 Expediente14 Editorial146 Papo Aberto
MUNDO MVEL
IT MDIA DEBATE ABORDA COMO
AS EMPRESAS TM APLICADO
O CONCEITO MVEL EM SUAS
ESTRATGIAS E QUAL O REAL BENEFCIO
DA MOBILIDADE NO DIA A DIA
CORPORATIVO
anosanosanos
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InformationWeek Brasil | Janeiro de 2010
Carta ao leitor
14 IW Brasil | Maio de 2013
IW Brasil
Foto
: Ric
ardo
Ben
ichi
o
Vitor CaValCantiEditor
desafiosUm mundo de
difcil encontrar algum que
no se queixe de presso para
apresentar coisas novas onde
trabalha ou de ser demandado a
assumir novas responsabilida-
des que, no necessariamente,
fazem parte de sua competncia.
Temos ainda obrigaes comuns
como relacionamento, liderana,
comunicao e por a vai. Sim, vi-
vemos em um mundo de desafios
crescentes e, mais uma vez, essas
transformaes batem tambm
porta dos CIOs.
Assim, no foi toa o tema
que a IT Mdia levou para a 15
edio do IT Forum, que acon-
teceu em maio, na Praia do For-
te (BA), O CIO que voc precisa
ser: mudar ou mudar. Essa a re-
alidade do executivo de TI. Mas
como fazer essa mudana?. As
discusses em torno desse novo
perfil desejado tm ganhado for-
a por fatos que passam desde
o aumento do uso de tecnologia
pelo departamento de marke-
ting, pela evoluo tecnolgica
que trazem termos como cloud,
Big Data, mobilidade e rede so-
cial e at pela nova postura dos
funcionrios que tm disposi-
o em suas casas todo um arse-
nal tecnolgico at mais evolu-
do que nas corporaes.
Eu poderia trazer aqui diversos
fatos que contribuem para elevar
os desafios dos CIOs. Mas ao longo
das pginas, voc ser convidado
a navegar por temas desde a expa-
triao - que tem crescido at pelo
aumento do interesse de empresas
estrangeiras na flexibilidade dos
executivos brasileiros -, passando
pelo desafio da mobilidade e da
relao entre TI e marketing e at
pelas reflexes do keynote do IT
Forum, Pete Delisi, que tratou das
habilidades que os CEOs esperam
ver nos gestores de TI.
Mas para instigar seu pensa-
mento, e mostrar que o tema per-
meia todos as rodas de debates,
deixo com voc, leitor, uma pergun-
ta feita pelo pesquisador do MIT,
Martin Mocker, em visita Univer-
sidade de So Paulo: qual mudana
tecnolgica voc promoveu em
sua empresa nos ltimos anos que
realmente causou impacto nos re-
sultados da companhia? Se voc
no encontrar uma resposta, pode
estar na hora de repensar suas
aes e ver se realmente, ao defen-
der um investimento X, est tendo
em mente a corporao como um
todo. Afinal, essa a postura de-
mandada pelos CEOs.
At a prxima
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InformationWeek Brasil | Janeiro de 2010
Entrevista
16 IW Brasil | Maio de 2013
IW BrasilFo
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Rodrigues, da Febraban, acredita que maior desafio dos bancos, com as chamadas agncias conceitos, segue sendo TI e no pessoas
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Olho noVitor CaValCanti
cliente
EngEnharia sOcial na sEgurana E ExpErincia dO cliEntE quandO sE Olha mObilidadE EstO EntrE Os dEsafiOs dOs bancOs, cOmO pOntua luis antniO rOdriguEs, dirEtOr sEtOrial dE tEcnOlOgia E autOmaO bancria da fEbraban
Todos os fornecedores de tecno-logia querem falar com os bancos. Todos os CIOs gostariam de ter nas mos os oramentos de TI das ins-tituies financeiras. Se analisando apenas sob a perspectiva econmica, realmente, faz sentido, j que essas empresas possuem boas margens, ainda que as taxas de juros tenham sido puxadas para baixo, e quando se avalia de acordo com o investi-mento em tecnologia da informao, o motivo tende a ser ainda maior. de conhecimento de todos que os oramentos dos bancos para TI so grandes e hoje eles j respondem por 15% de todo gasto com TI no Brasil. Os nmeros, entretanto, no fazem deste um setor menos complexo ou com poucos desafios.
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InformationWeek Brasil | Janeiro de 2010
Entrevista
18 IW Brasil | Maio de 2013
IW Brasil
IW Brasil - O que a queda no uso
das agncias bancrias repre-
senta para as instituies em ter-
mos de estratgia?
Luis Antnio Rodrigues - O que os bancos procuram agora transfor-mar esse canal fsico em um canal de relacionamento, consultivo. O que eles esto fazendo testar que tipo de agncia conceito atender melhor a esse tipo de cliente. A mi-grao dos clientes para um mundo mais virtualizado, para transaes mais simples e de maior convenin-cia, faz com que esses canais (fsicos) sejam procurados pelos clientes que queiram produtos mais complexos, que queiram fazer investimentos e que busquem uma consultoria de algum tipo de servio que o banco oferta. Assim, a ideia que seja um canal de construo de relaciona-mento com o cliente.
IW Brasil - Qual o maior desafio
do banco nesse sentido? de pes-
soas ou de tecnologia?
Rodrigues - Eu acho que o desafio continua sendo tecnologia, no sentido de prover essas agncias que chama-mos de conceito com servios e siste-mas que possam trazer inteligncia por trs do atendimento. Ento, quan-do a gente fala de investimentos, de
Big Data, CRM e outras coisas, para conseguir trazer o cliente e, na outra ponta, para que o consultor tenha o mximo de informao possvel para atender o cliente da melhor forma possvel. O investimento em tecnolo-gia para esses pontos continua sendo um desafio relevante.
IW Brasil - O cenrio macroeco-
nmico no dos mais favor-
veis. Ainda assim, o investimento
em TI dos bancos tem crescido
em torno de 10% ao ano e bancos
como o Ita e Banco do Brasil tm
anunciado aportes extras para
novos data centers, isso tem algu-
ma questo sazonal ou por con-
ta de novas regulamentaes?
Rodrigues - No, isso est mais re-lacionado busca por eficincia ope-racional. Na realidade, todos os ban-cos passaram por um crescimento bastante grande, o que traz a neces-sidade de tornar nossas infraestru-turas mais eficientes. Ento, o maior problema que a gente tem hoje em CPD, o maior custo, est relacionado ao custo de energia e ar-condiciona-do, e isso tem crescido dado o volu-me e necessidade de colocar storage dentro das mquinas, o que faz com que o custo operacional fique maior. A ideia de novos CPDs para supor-
Alguns bancos j esto conseguindo romper essa barreira, testando a nuvem
pblica. Nos prximos dois anos isso deve crescer rapidamente
Dados da pesquisa Febra-ban de Tecnologia Bancria 2013, feita em parceira com a Booz & Company, mostram uma aderncia cada vez maior dos canais mveis, uma migra-o do pblico das agncias e at mesmo do call center. Ape-nas entre 2008 e 2012, as tran-saes mveis cresceram 223% e hoje respondem por 2,30% do total de transaes. No total, so seis milhes de contas com acesso mvel.
Assim, parte do esforo dos bancos est em atender bem esse pblico, que tem perfil mais exi-gente e no gosta de esperar. A est tambm canalizado parte dos mais de R$ 20 bilhes gas-tos com tecnologia da informa-o e comunicao pelos bancos em 2012. Prova disso que a representatividade de software nessa fatia aumentou e j con-tabiliza 37%. Aps apresentar os nmeros para jornalistas em So Paulo, Luis Antnio Rodri-gues, diretor setorial de tecno-logia e automao bancria da Febraban e diretor-executivo de tecnologia do Ita-Unibanco, conversou rapidamente com IW Brasil e passou algumas im-presses sobre o setor com base neste levantamento e abordou, tambm, questes como com-putao em nuvem e os desafios relacionados segurana da informao. A seguir, os princi-pais trechos da conversa.
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Entrevista IW Brasil
IW Brasil | Maio de 2013
tar volumes e tornar a operao cada vez mais eficiente.
IW Brasil - Tem uma movimen-
tao de se investir muito em
front-office. No caso dos bancos,
isso vem com pontos de acesso e
redes sociais, diante disso, qual
seu maior dilema: oferecer a me-
lhor experincia para o usurio
ou a questo da segurana?
Rodrigues - Acho que o maior desafio hoje no segurana, mas captar a melhor experincia para o usurio naquele canal, naquele dis-positivo e com um servio cada vez mais simples e amigvel, acredito que este seja o grande desafio que a gente tem. J se investiu em ar-quitetura de aplicaes e em infra-estrutura tecnolgica nos ltimos cinco anos para prover uma arqui-tetura que facilite disponibilizar mais rapidamente os servios para qualquer dispositivo que venha a surgir. O desafio no est na segu-rana, mas na convenincia, na faci-lidade e na experincia do usurio.
IW Brasil - E a questo da nuvem,
fala-se muito no Brasil, mas ban-
co ainda esbarra em regulamen-
tao. Quando voc acha que
essa barreira ser suplantada?
Rodrigues - Primeiro (em nuvem) t-nhamos o problema de segurana, a confiabilidade dos bancos passa por isso e a entra tambm a regulamen-tao, alm disso, tinha tambm a questo da gesto, como fazer a ges-to adequada desse ambiente para
ter a segurana adequada e, final-mente, vem o custo operacional des-se ambiente. Hoje em dia, os bancos continuam sendo mais eficientes na adoo dessas tecnologias do que as empresas que se colocam como pres-tadoras desse tipo de servio. Nesses ltimos tempos, apareceram algu-mas empresas que, dada a robustez do servio que esto oferecendo, vo conseguir trazer um custo operacio-nal melhor para os bancos e alguns bancos j esto conseguindo romper essa barreira, testando a nuvem p-blica. Nos prximos dois anos isso deve crescer rapidamente.
IW Brasil - Hoje onde est o maior
desafio da segurana dos bancos?
Rodrigues - A gente ainda tem um problema grave chamado engenha-ria social, ou seja, a forma com que as pessoas, seja no ATM ou no dispositi-vo mvel, utilizam o servio. A maior dificuldade criar uma cultura para que as pessoas usem o servio de for-ma adequada. No emprestar o car-to, ficar atento se tem gente ao lado ao usar ATM, cuidar da senha, man-ter a mquina com antivrus atuali-zado, no abrir emails que possam instalar phishing. Assim, o maior problema de engenharia social. Os bancos tm investido nos ltimos anos em segurana, investimento em token, biometria, mas tambm em monitoramento e controle de fraude. Monitoramos todas as transaes para monitorar se aquele pode ser um comportamento de fraude ou no. O investimento tem sido pesado.
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mvel mvel mvel mvel mvel mvel mvel mvel mvel mvel mvel mvel mvel mvel mvel mvel
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IT Mdia Debate
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Mobilidade
Italo Flammia, CIO da Porto Seguro
Margareth Ortiz, CIO do Hospital Srio Libans
O futuro
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mvel mvel mvel mvel mvel mvel mvel
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Joo Paulo Bruder, analista de telecom da IDC
Felipe Redondo, CIO do Banco Pine
KAREN FERRAZ | [email protected]
A presso pela adoo da mobilidade uma realidade enfrentada pelos CIOs, que alm de conciliar as expectativas da empresa ainda esbarram em questes mal resolvidas, como BYOD, segurana da informao e gerenciamento do acesso
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IT Mdia Debate
24 IW Brasil | Maio de 2013
Mobilidade
ense de quantas maneiras
hoje possvel trabalhar
sem estar necessariamente
em sua mesa. As facilidades
trazidas pelas tecnologias
mveis se tornaram um di-
ferencial competitivo para os
negcios. Foi apenas a partir delas
que informaes crticas e decisivas, antes restritas
ao ambiente interno das empresas, passaram
a circular e se tornaram acessveis aos funcio-
nrios a partir de qualquer lugar e em qualquer
horrio. Olhando por esse ponto de vista, no
surpresa, por exemplo, uma constatao do estudo Antes
da TI, a Estratgia, produzido pela IT Mdia, em parceria
com o consultor Sergio Lozinsky, e que analisou a opinio
de 156 CIOs representantes das 500 maiores empresas
brasileiras. Para 78,2% dos entrevistados, mobilidade re-
presenta a tecnologia que ir causar maior impacto nas em-
presas nos prximos anos. Alm disso, a pesquisa tambm
mostra que a mobilidade estar no foco dos investimentos
da TI nos prximos meses para 81,4% dos CIOs.
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IT Mdia Debate
26 IW Brasil | Maio de 2013
Mobilidade
Outro estudo, este produzido pela
IDC, com 1,5 mil empresas latino-ame-
ricanas, no ano passado, mostra que a
mdia de uso de mobilidade no mundo
corporativo de 34%, sendo que, especi-
ficamente para o Brasil, esse porcentual
de 30%. Os nmeros mostram que a TI
est preocupada com o tema, mas, mui-
tas vezes, esses olhos atentos vm pela
presso exercida por parte do mercado,
pelos CEOs e pelos colaboradores, que
tm cada vez mais acesso aos disposi-
tivos de ltima gerao e no veem a
hora de poder us-los em seu dia a dia.
As empresas, verdade, esto
dando seus passos em direo mo-
bilidade, mas ainda se deparam com
muitos pontos que no esto total-
mente esclarecidos, como a segu-
rana da informao e at questes
trabalhistas. Todos esses dilemas e
como as empresas tm apostado na
temtica foram discutidos durante
o IT Mdia Debate, que contou com a
presena de Margareth Ortiz, CIO do
Hospital Srio Libans, Italo Flammia,
CIO da Porto Seguro, Felipe Redondo,
CIO do Banco Pine, e Joo Paulo Bru-
der, analista de telecom da IDC.
Na prtica
Com mais de dez milhes de clien-
tes, 1,5 mil prestadores de servio e 15
mil funcionrios, a mobilidade es-
sencial para os negcios da Porto Se-
guro. Como explica o CIO Italo Flam-
mia, os primeiros passos em direo
mobilidade, chamada de por dele
de primeira gerao, foram dados
em 1999, quando a TI criou um equi-
pamento prprio que utilizava rdio
UHF para estabelecer comunicao
com os guinchos e acelerar o trabalho
de assistncia. Em 2004, no que ele
chamou de segunda gerao, esses
Especialistas dizem que o movimento de traga seu prprio dispositivo (BYOD, da sigla em ingls) pode trazer inmeras facilidades para as organizaes, como a acessibilidade e o aumento de produtividade. Quando pensamos em quantas horas por semana alguns funcionrios passam dentro de um taxi para se deslocarem durante o expediente, quanto desse tempo no poderia ser otimizado com a realizao de tarefas por meio de dispositivos mveis?No entanto, as companhias ainda no sabem como controlar o acesso s informaes e como esses dispositi-vos sero usados dentro do ambiente de trabalho. talo Flammia, da Porto Seguro, conta que a empresa, por en-quanto, s permite que os funcionri-os de cargos de confiana tragam seus prprios dispositivos, porm, ressalta que esta uma questo latente que ainda est sendo decida internamente.Mais que uma questo ferramental, os CIOs ainda lidam com a questo das leis trabalhistas, que ainda no so claras quando o funcionrio est em modo mvel. Na Porto Seguro, feito um controle de quando o funcionrio est de home office na qual a empresa consegue monitorar o total de horas trabalhadas. Contudo, a companhia ainda no consegue con-trolar as horas trabalhadas quando o mesmo traz o seu prprio dispositivo para o ambiente corporativo. At agora no tivemos nenhum problema, pois as aplicaes esto sendo mais utilizadas por pessoas que no rece-beriam hora extra por estarem em cargos de confiana, revela Flammia.
BYOD: estamOs preparaDOs?
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IT Mdia Debate
28 IW Brasil | Maio de 2013
Mobilidade
equipamentos foram substitudos
por aplicaes embarcadas.
Hoje estamos no que chamamos
de terceira gerao, na qual abrimos
uma operadora mvel virtual, a Porto
Seguro Conecta, para ter mais acesso
aos servios de telecomunicao, que
so a corrente sangunea da mobilida-
de. Essa infraestrutura fundamental
para o monitoramento do trfego em
tempo real, pelo qual conseguimos di-
zer ao guincho qual o melhor cami-
nho at o segurado, explica Flammia.
No setor financeiro, em que a agili-
dade e a proximidade com o cliente so
indispensveis para aprovao de cr-
dito, a mobilidade se torna um recurso
importante para melhorar o fluxo dos
negcios. Com essa linha de raciocnio,
o Banco Pine iniciou um processo de
automao do fluxo de aprovao do
crdito que trouxe a disponibilizao
de informaes sobre os clientes de
maneira mais gil para auxiliar nas de-
cises e avaliaes dos executivos.
Como explica o CIO da instituio
Felipe Redondo, apesar desse proces-
so contar com ajuda de workflows, era
muito difcil ter todo o fluxo acontecen-
do em um espao de tempo que fosse
razovel. Queramos colocar toda a
participao do executivo no processo
de deciso no s por meio de uma apli-
cao de desktop, mas tambm por Bla-
ckBerry, comenta, lembrando que isso
permitiu um fluxo sem interrupes,
mesmo quando os executivos neces-
srios aprovao estavam fora da em-
presa. A mobilidade entrou nos nossos
processos e no tem mais como voltar.
J a rea de sade tem uma situ-
ao curiosa, embora seja um setor
onde a transformao tecnolgica
demorou a chegar, at por conta da
estrutura ainda familiar de diversos
hospitais e centros mdicos e da fal-
ta de uma cultura forte de se investir
em tecnologia, o mercado tem obser-
vado um aumento do investimento
e grande interesse por mobilidade.
Obviamente, essa mudana tem tido
impacto em todas as frentes, mas o
uso do conceito mvel tem chamado
a ateno. A mobilidade na sade
um fator crtico de sucesso e tem que
caminhar no sentido de fornecer as
informaes que o mdico precisa so-
bre o seu paciente. No apenas a me-
dicao que d o conforto ao paciente,
tambm o acolhimento, explica
Margareth Ortiz, CIO do Hospital Srio
Libans. Para ela, um conceito factvel
e possvel de ser aplicado atualmente
est sendo trabalhado no sentido de
trazer uma contribuio para que o
pronturio do paciente seja alimen-
tado com o mximo de informaes
possvel. Como exemplo prtico apli-
cado no hospital, ela cita os PDAs car-
regados em um cinto pelos auxiliares
de enfermagem, por meio do qual
feita a administrao dos remdios.
ParadigMas
Embora a mobilidade seja aplica-
da na prtica de maneira diferente
para cada uma dessas empresas, at
pela natureza dos negcios, todas
elas, e at os CIOs que assistiram ao
debate, citaram como dificuldade a
falta de aplicaes que sejam capa-
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IT Mdia Debate
30 IW Brasil | Maio de 2013
Mobilidade
zes de entregar essas informaes
de forma gil e simples independen-
temente da plataforma e dispositivo
utilizados. Polticas de segurana e
questes trabalhistas tambm foram
citadas pela maioria dos executivos.
Margareth, do Srio-Libans, deta-
lha que o hospital possui um sistema
de informao que ainda no opera
em plataforma web. Diante disso, ela
mostra que uma das barreiras cultu-
rais enfrentadas a expectativa dos
usurios. A aplicao desenvolvida
tem que rodar no cdigo para iPad e
para Android, e os mdicos no tm
noo do que est por trs disso. Eles
querem usar a aplicao no iPad no
dia seguinte, afirma.
Do mesmo modo, Redondo, do
Banco Pine, explica que a implantao
da aplicao para acelerar o fluxo de
aprovao de crdito esbarrou em uma
cultura de realizao das operaes
por meio outros tipo de aprovao, en-
quanto os smartphones eram usados
para leitura de emails. Mas concludo
o projeto, ele conta que executivos que
no esperavam por esse tipo de intera-
o comearam a perguntar sobre no-
vas aplicaes mveis.
muito diferente desenvolver
uma aplicao pra desktop do que para
um smartphone ou tablet. preciso sa-
ber o que voc precisa apresentar, ser
mais direto e mais gil. Hoje j temos
nossa vida em um celular, ento, no
adianta no olhar para o assunto. Te-
mos que estar atentos ao que est acon-
tecendo no mercado e no esquecer de
que a segurana para as organizaes
fundamental, afirma Redondo.
Diante desses apontamentos,
Bruder, analista da IDC, reconhece
que h uma demanda pela mobili-
dade, sendo as aplicaes o princi-
pal direcionador. O futuro mvel,
no tenham dvida disso. Todo esse
ecossistema quer ir pra frente, quer
que o ndice de mobilidade aumente,
seja com o cliente que gostaria de ter
mais servios como esses, seja pelos
prprios funcionrios, ressalta.
Contudo, o especialista destaca
que, para novos investimentos, o CIO
precisa mostrar essa necessidade. Ele
enfatiza que a TI deve se aproveitar
do fato de ser uma das reas mais mo-
nitoradas da empresa, no sentido de
aplicar mtricas para mensurar resul-
tados, recomendando, assim, que o
CIO tente identificar pelo menos uma
rea da companhia a receber esse
benefcio e, depois, fazer a implanta-
o para, ento, medir os resultados.
Assim, possvel ver que o ndice de
mobilidade est aumentando, por-
que voc vai acompanhando os re-
sultados. Comece com uma rea, v
medindo e isso ir ajudar a expandir.
A demanda por novas aplicaes
existe, mas medir esse retorno nem
sempre simples ou mesmo neces-
srio. No exemplo citado pelo Banco
Pine, o benefcio foi reduzir pela me-
tade o tempo despendido nos fluxos
de aprovao, dando agilidade ao pro-
cesso e melhorando o ambiente de ne-
gcio, j na Porto Seguro, para vrias
aplicaes, no houve uma conta, j
que a mobilidade funciona como via-
bilizadora do negcio.
Nosso objetivo que o guin-
cheiro possa usar uma aplicao ta-
blet, sem precisar do equipamento
instalado no guincho, que o funcio-
nrio da moto possa levar um smar-
tphone para ajudar na prestao do
atendimento e que o cliente consiga
acompanhar esse processo na tela e
saber quanto o tempo ir demorar.
A informao a mesma para qual-
quer um dos dispositivos, explica
Flammia. Ele completa dizendo que
acredita em uma grande expanso
da mobilidade, com a chegada de
novos devices, e que os CIOs devem
enxergar isso como oportunidade
de negcio.
Para a rea da sade, a mobilida-
de traz exigncias e responsabilida-
des imprescindveis, j que qualquer
nmero errado, pode mudar a con-
duta do especialista. Entretanto, Mar-
gareth afirma que muitos recursos
que poderiam contribuir para uma
conduta mais assertiva ainda no so
oferecidos a um preo acessvel.
Gostaramos de trabalhar o voice
recognition na evoluo do paciente. A
tecnologia est a, isso possvel, mas
como utiliz-la em prol da sade a um
preo acessvel? A mobilidade um fa-
tor crtico de sucesso para a nossa rea,
mas espero que a tecnologia venha de
forma mais acessvel, pontua.
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CIO tipoKAREN FERRAZ
H poucos anos era muito co-mum ouvir notcias sobre a vinda de executivos estrangeiros para ajudar empresas brasileiras a solucionarem problemas na estruturao de suas operaes, hoje, essa tendncia tem se invertido. As transformaes econ-micas vivenciadas pelo Brasil e sua consequente projeo em um con-texto econmico global, que tambm possibilitou a internacionalizao de empresas nacionais, certamente contri-buram para que a economia mundial abrisse as portas para os executivos brasileiros assumirem desafios inter-nacionais. Mas mais que uma questo econmica, o estilo do lder brasileiro tem chamado cada vez mais a ateno de grandes corporaes mundo afora.
Segundo Caroline Cadorin, gerente da prtica de TI, engenharia e supply chain da Hays, o Brasil sempre foi um Pas culturalmente desafiador,
Jogo de cintura, expertise,
pr-atividade so caractersticas
tpicas de lderes brasileiros. Mas por
que eles tm sido escolhidos para
assumir posies no exterior?
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o que contribuiu decisivamente para que o nosso executivo fosse valori-zado l fora. No final dos anos 80, passamos por um processo econmi-co complexo no qual tivemos quatro moedas at chegar ao Real. Ento, quando analisamos o momento que os Estados Unidos e a Europa esto vivendo, ps-crise 2008 e todos os seus desdobramentos, percebemos que o profissional brasileiro j passou por situaes parecidas e criou meca-nismos para lidar com essas dificul-dades, exemplifica.
Quando se pensa apenas em TI, a especialista considera que existe um motivo especfico para o movimento de CIOs brasileiros para o exterior: eles adquiriram um papel diferen-ciado para agregar valor a essas organizaes. O bom profissional de TI aprendeu a transitar muito bem por todas as reas, como finan-ceira, supply chain e operacional. Ele
enxerga a TI por meio de uma viso holstica e como uma rea de im-pacto nos negcios. De acordo com ela, este o grande diferencial dos profissionais que recebem convites para atuar em outros pases. E isso acontece por uma razo simples: eles so escolhidos para promover uma transformao nessas companhias e, muitas vezes, a transformao que se busca exatamente deixar de ver a TI somente como rea de apoio, e sim como negcio.
E foi para conduzir essa trans-formao que Paulo Guzzo deixou a vice-presidncia de operaes e tecnologia da Cielo para liderar uma nova companhia adquirida pelo grupo brasileiro, a norte-americana Merchant e-Solutions (MeS) em 2012. Ao longo de sua carreira, o executivo sempre esteve prximo s reas de negcios que eram grandes demandantes da TI e, alm disso,
teve uma participao ativa como consultor no processo de avaliao que envolveu a aquisio e durou cerca de dois anos.
No Brasil, temos uma carac-terstica que bastante peculiar: o brasileiro no se limita a executar as atividades que so somente de sua competncia. Na Cielo, sempre tive a possibilidade de interagir com reas de negcios e finanas, o que me proporcionou uma viso da administrao da empresa como um todo. Acredito que isso no acontea da mesma maneira nos EUA, onde as funes so mais compartimenta-das. No Brasil mais verstil, procu-ramos ter a capacidade de olhar para os lados de forma um pouco mais ampla, avalia.
Para Guzzo, os negcios no Pas so tocados com uma dinmi-ca de jogo de cintura que faz com que os profissionais tenham mais
Guzzo, da MeS: Brasileiro no se limita a executar as atividades que so somente de sua competncia
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flexibilidade, o que, por sua vez, possibilita a transformao apontada por Caroline. Ele acredita que os gestores brasileiros tm apresentado resultados positivos para as empre-sas estrangeiras no apenas no que diz respeito gesto, mas alavan-cando tambm uma mudana para um perfil mais abrangente e menos cadenciado, que favorece uma viso mais aberta s possibilidades que o mercado oferece.
Uma caracterstica comum de CIOs que so expatriados o fato de que eles geralmente j possuam anteriormente uma exposio global nas empresas e se destacaram por estarem prximos da TI de uma forma mais estruturada, sempre olhando para os negcios. Eles esto no mesmo nvel de profis-sionais formados l fora e, muitas vezes, j fizeram algum intercmbio para aperfeioar o idioma ou uma especializao na rea de finanas ou negcios para complementar a formao, acrescenta Caroline.
Assim, quando a companhia farmacutica Boehringer Ingelheim decidiu agregar estratgias de ma-rketing sua TI global, a proximida-de com os negcios e os resultados conseguidos em projetos de TI com foco em inovao e mobilidade na unidade brasileira foram decisivos para o CIO Rubens Pinto ser convi-dado a assumir o cargo de liderana da parte de CRM para mercados emergentes da companhia na Ale-manha. Acumulando os dois cargos desde 2010, Rubens Pinto considera que hoje o Brasil um mercado de TI
Foto: Ricardo Benichio
Caroline, da Hays: O CIO brasileiro enxerga a TI por meio de uma viso holstica e como uma rea de im-pacto nos negcios
maduro que est atualizado com o que acontece globalmente.As corporaes europeias trabalham com um timeline diferente. Como
os nossos prazos so muito menores, a agilidade e a pr-atividade em dar respostas, a capacidade de lidar com imprevisibilidade e a proximidade com os negcios colaboram para que o profissional esteja apto a pensar em alter-nativas de forma antecipada. Antes os profissionais vinham para a Europa s para aprender e hoje eles vm tambm para exportar essa criatividade essa agilidade, acrescenta. Dessa maneira, ele acredita que esse perfil pode ajudar muito diante de novos cenrios, como o da mobilidade, e contribuir
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O caminho de voltaA oportunidade de vivenciar essa experincia no exterior e ter contato com outras culturas , sem dvidas, um diferencial profissional importante para o CIO, o que torna o caminho de volta para o Brasil igualmente atrativo, somado situao econmica de crise que alguns pases enfrentam. Para Caroline, da Hays, o profissional que passa por esse desafio regressa com uma viso mais sistmica e traz na bagagem aprendizados que podem ajudar a melhorar as estruturas que temos aqui. Por isso, muito comum que lderes de TI retornem ao Brasil assumindo cadeiras mais relacionadas com negcio e gesto.A volta sempre importante para o Pas como um todo e para a insero da nossa competncia na tecnologia da informao global. Assim como estamos enviando cientistas e bolsistas pra fora, a ideia que todas as pessoas que voltem com um know-how tcnico administrativo e cultural que contribuam para tornar o Brasil mais competitivo. Como as empresas brasileiras se expandiram muito rpido, esta uma grande oportunidade para atingirmos um padro de gesto internacional, comenta Fernando Birman.
para encontrar sadas e modelos flexveis capazes de gerar resultados melhores com a criao de solues que sejam simples e, ao mesmo tempo, inteligentes e eficazes.
Desafios
Mesmo levando diferenciais importantes na bagagem, a adaptao do executivo expatriado um grande desafio. Acostumar-se com uma cultura diferente e outro modo de conduzir os negcios uma tarefa difcil e reflete em um pro-cesso de transformao. Segundo a consultora da Hays, at a maneira do executivo se relacionar tem que se adequar, visto que em muitos pases no h uma necessidade de proximi-dade no ambiente corporativo, como no Brasil, e acaba sendo substituda por conference calls e gesto remota de equipes. Alm disso, quem tambm sofre essas consequncias a famlia, que muitas vezes acaba mudando de pas para acom-panhar o profissional.
Morando h mais de seis meses nos Estados Unidos, Guzzo, da Cielo, teve o total apoio da famlia e revela que j se sente adaptado. Esse tipo de mudana passa por aspectos pessoais e faz com que voc tenha que estar aberto para entender o contexto em que est chegando e tenha a ca-pacidade de absorver os aspectos culturais e sociais da empresa para se inserir de maneira relevante nesse cenrio. O ponto chave alcanar um equil-brio nesta nova vida pessoal e profis-sional e conseguir fazer com que as
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Rubens Pinto, da Boehringer, acredita que agilidade e pr-atividade colaboram com movimento
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Os desafios dos expatriados- Adaptao ao clima e cultura- Entender a forma de fazer negcios no pas destino- Estudar a cultura local para no ter problemas de relacionamentos- Criar um esquema de transferncia que no prejudique a famlia
pessoas que agora trabalham com voc entendam seu estilo no s de gesto, mas de execuo, destaca.
O atual CIO da Rhodia no Brasil, Fernando Birman, j era o brao di-reito do CIO global antes mesmo de ser covidado para atuar na diretoria mundial de CRM e de planejamento estratgico de TI na Frana, cargo que desempenhou por quatro anos. Uma experincia internacional algo absolutamente incrvel, que agrega tanto do lado profissional quanto do profissional. Tive a experincia de viver outra cultura, outro modo de vida e, profissional-mente, hoje recebo muitos feedbacks positivos de colegas e headhunters, afirma. Segundo ele, uma combi-nao entre a qualidade dos CIOs brasileiros e o momento econmico que o Pas vive, leva a uma maior ocorrncia dessas oportunidades. Elas vo aparecer cada vez mais e cabe aos brasileiros se prepararem para aproveit-las ao mximo.
Dicas
O prprio Birman, que j expatriou muitas pessoas em seu departamento, comenta que a maioria dos casos foi bem sucedida, sendo que apenas de 15% a 20% das expatriaes acompanhadas por ele no deram certo, principalmente, por conta da adaptao e da famlia. Ele considera que as geraes mais novas so ainda mais abertas a esses tipos de desafios e, frequentemen-te, j buscam experincia em nvel internacional ainda na formao, o que, de acordo com ele, facilita a
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Para Birman, da Rhodia, o crescimen-to das empresas oportunidade para atingir padro de gesto internacional
empregabilidade e a ajuda a formar uma viso global desde jovem.E essa viso global, no s de olhar para outras culturas, mas de entender
a TI como parte de um ecossistema integrado indispensvel para a evoluo dos negcios, capaz de enxergar os impactos do resultado final e compreen-der as demandas do mercado, o que leva os CIOs brasileiros a se destaca-rem e serem escolhidos para assumir novos horizontes em outros pases.
Rubens Pinto, da Boehringer Ingelheim, lembra que muitas vezes a rea de TI acaba ficando muito distante do cliente real da empresa, perdendo a chance de estar mais prximo dos negcios. Para contornar essa realidade, ele conta que nas viagens que fez para pases como a China, Rssia e Tur-quia sempre procurou visitar diferentes hospitais, o que ele considera que foi muito importante ajud-lo a compreender e avaliar os hospitais do Brasil em comparao com os de fora.
Meu conselho para os CIOs e outros profissionais de TI que queiram vivenciar essas oportunidades um dia que eles saiam a campo para apren-der como funcionam os negcios. Alm disso, a contribuio com projetos globais tem que comear cedo. Quanto mais o CIO e seu time mostrarem no s o seu valor, mas tambm o dos brasileiros, mais portas sero abertas, recomenda Rubens Pinto.
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O CIOque voc precisa ser
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MENOS ESPECIALISTA E MAIS GENERALISTA, MENOS ANALISTA E MAIS INTEGRADOR, MENOS TTICO E MAIS ESTRATGICO. ESTA A MUDANA DE PERFIL DEFENDIDA POR PETE DELISI, PROFESSOR DA UNIVERSIDADE DE SANTA CLARA
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e pararmos para pensar como o mercado de tecnologia
se transformou ao lon-go dos quinze anos de existncia do IT Forum
uma coisa certa: a TI est fornecendo os princi-
pais recursos de desenvolvimento responsveis por uma revoluo no modo como as corporaes passa-ram a estruturar seus negcios e a se relacionar com os seus clientes. Apesar da importncia da tecno-logia para o mundo corporativo, muito se fala sobre a necessidade do CIO aproveitar sua condio estratgica dentro desse contexto e
se tornar um agente de mudana e inovaes. Mas como?Para ajudar a responder esse dilema, a IT Mdia trouxe Pete DeLisi, coor-denador do programa de Liderana em TI da Universidade de Santa Cla-ra, nos EUA, que abriu o IT Forum 2013 falando sobre o tema central do encontro: O CIO que voc precisa ser: mudar ou mudar. Essa a reali-dade do executivo de TI. Mas como fazer essa mudana?. A razo pela qual eu fao consultorias no Vale do Silcio e na Universidade de Santa Clara a mesma por estar aqui: o pa-pel do CIO extremamente impor-tante e o meu propsito fazer com
que ele passe a ser uma pea funda-mental capaz de gerar valor aos ne-gcios, declarou.
Em seu currculo, DeLisi soma 30 anos de experincia em plane-jamento estratgico e consultoria para mais de 100 companhias, alm de ter atuado por 27 anos como exe-cutivo snior de vendas e em re-as de marketing em companhias como IBM e DEC. O especialista contou que ao longo de sua carrei-ra como consultor percebeu muitos motivos que contribuem para essa dificuldade do lder de TI ser um profissional mais estratgico. Ele diz ainda que esse obstculo no
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est somente relacionado ao gestor, mas ao modo como as outras pesso-as e os outros setores enxergam a TI e o seu respectivo lder.
A tecnologia reconhecida como um viabilizador de negcios, mas muitas vezes ainda paira uma dvi-da conceitual do que realmente esse valor. Entrevisto diversos CEOs nos processos de consultoria e j cheguei a ouvir algumas respostas sobre o valor da TI do tipo: como o ar, est em todos os lugares, mas voc no consegue ver, comentou. H uma percepo errada sobre os profissio-nais de TI por parte dos executivos de negcios que, segundo ele, precisa ser modificada, pois ela um gran-de impeditivo para que muitos CIOs sejam vistos como agentes de trans-formao nas empresas e tenham oportunidades de participar de ou-tros desafios.
DeLisi falou plateia que o pro-fissional de tecnologia visto como um indivduo de grande capacida-de analtica, no entanto, os estudos mostram que eles no so to ana-lticos assim quanto as empresas gostariam. Ele considera que essa percepo restrita sobre o profissio-nal de TI um fator limitador para
a carreira dessas pessoas, uma vez que exclui imediatamente outras habilidades prticas, como a de pla-nejamento e estratgia.
Apesar disso, o palestrante con-ta que ao traar um comparativo entre as caractersticas que os CEOs acreditam ser importantes para um executivo de sucesso e as caracters-ticas que eles esperam de um CIO, foi constatada uma semelhana enorme e que os perfis desejveis se esbar-ram em habilidades de comunicao, de estratgia, de liderana, de relacio-namento, diferenciando-se apenas pela habilidade tcnica.
Ou seja, para ser um CIO de sucesso voc tem que ter as mes-mas qualidades de um CEO. Se eu no entender a estratgia do ne-gcio, no vou entender a minha estratgia de TI. E para isso eu te-nho que fazer as perguntas certas, compreendendo a importncia da minha organizao e escolher onde eu quero ser bom, pois eu no vou conseguir fazer tudo, completou. Para DeLisi, a capacidade de liderar necessria, mas no o suficiente para um executivo snior: lderes so pessoas influentes, que se co-municam bem, se relacionam com
os outros e a ausncia dessas carac-tersticas afeta a liderana.
Os prprios CIOs acreditam que vo se tornar mais estratgicos. Eles sero agentes de transforma-o dos negcios e vo se parecer cada vez mais com o CEO. E eu digo a vocs que se os CIOs entenderem mais de estratgia eles vo traba-lhar melhor que os CEOs. Estes l-timos tm o conhecimento, mas no sabem colocar em prtica, disse ele aos 178 CIOs presentes.
Para Delisi, em um mundo onde a tecnologia a engrenagem que une pessoas, negcios e lugares, o CIO ser o lder que ir contribuir para o desenvolvimento de uma conscincia sobre as transformaes em evoluo. Mas isso ir acontecer apenas com uma mudana de pers-pectiva. Menos especialista e mais generalista, menos analista e mais integrador, menos ttico e mais es-tratgico, essa a mudana defendi-da por Pete Delisi. S assim iremos caminhar para a formao de ver-dadeiros lderes de TI, capazes de conduzir seus departamentos e ti-mes como uma rea que gere valor e conhecimento para as corporaes, e no apenas tecnologia.
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ExEcutIvos da acEco tI, HP, ItautEc, samsung, tIm E uol dIvEo fazEm PErguntas ao ProfEssor da unIvErsIdadE dE santa clara, Pete Delisi soBrE o futuro do cIo
Karen Ferraz
udar ou mudar? A necessidade de uma mudana de pers-pectiva e mentalidade pelo CIO veementemente defendi-
da pelo professor da Universidade de Santa Clara e consultor Pete DeLisi. Inevitavelmente, so muitas as dvidas e questio-
namentos, seja sobre os reais impactos dessas transformaes, tanto para o CIO como para o mercado de TI como um todo, ou sobre como conduzir de fato essa ruptura. Todas essas
transformaes pelas quais passam os gestores de TI interessam tam-bm indstria, como demonstraram os representantes de Aceco TI, HP, Itautec, Samsung, TIM e UOLDiveo no painel realizado durante o IT Forum 2013, onde esses executivos fizeram perguntas sobre o futuro do CIO para o keynote do encontro.
Jorge Nitzan, presidente da Aceco ti - Como os CiOs podem ser es-
tratgicos e ter todas as aplicaes funcionando o mesmo tempo?
Pete Delisi - Eu sei que no fcil realizar tudo o que se tem para fazer no dia a dia e ainda aplicar o que eu sugeri para se tornar mais estratgico. Eu mesmo trabalhei com marketing e, nessa poca, ns tnhamos a percepo de que os produtos estavam se tornando com-modities de tecnologia. E quando eu estava comeando no negcio de consultoria, tive que ler bastante material estratgico. Ento a minha dica : leia mais e conhea mais sobre o assunto. V atrs de novos
O que aindstriaquer saber?
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artigos e materiais que tratem de pensamento estratgico, como os publicados pela Harvard Business Review e pelo Mackenzie, e faa esse material circular em seu de-partamento. Todos vo entender que voc conhece sobre estratgia
Denoel Eller, vice-presidente de
vendas de EG da HP - Estou ten-
tando me colocar no papel do CIO
e pensando como ele pode fazer
para se transformar. Assim eu gos-
taria de saber, baseado em suas
observaes ao longo de sua ex-
perincia, se existe um papel para
ns como patrocinadores nesse
processo de transformao.
DeLisi - Apesar de existir muitos coachings, isso depende de conse-guir encontrar algum em quem a empresa confia. Quando eu era vendedor na IBM, acabei sendo coaching para muitos executivos. No precisa necessariamente ser algum que faa isso formalmen-
te, mas algum em que voc con-fie, que voc acha que tenha uma capacidade estratgica, que possa ser uma espcie de padrinho e que lidere essa atitude, essa mudana. O ponto de partida voc entender que precisa de ajuda.
Silvio Passos vice-presidente de
servios da Itautec - Como o CIO
pode ser mais influente na rea es-
tratgica do negcio em um cen-
rio onde os novos executivos j es-
to acostumados a conceitos como
mobilidade e cloud, muitas vezes
at antes de terem oportunidade
de implantar isso nas empresas?
DeLisi - Diferentemente do que acontecia no passado, hoje as pes-soas tm muito conhecimento sobre tecnologia, e s vezes at mais que ns mesmos. Dessa forma, no se trata de uma questo de tecnologia e sim de construir um relaciona-mento com os que esto chegando agora nas empresas, dos valores
que voc traz para eles e do enten-dimento de suas necessidades.
Marcelo Zuccas, vice-presidente
enterprise business para a Am-
rica Latina da Samsung - Eu acre-
dito que o CIO tem sido o respon-
svel pelo centro de inovao das
empresas, mas possvel que ele
seja bem sucedido sem passar
pelas reas de venda e negcios
antes de se tornar um CEO?
DeLiSi - Eu concordo que seja im-portante passar por essas reas antes. Essa poderia ser uma boa jo-gada sobre a carreira j que se voc conhecesse mais sobre o negcio se tornaria um executivo mais facil-mente. importante se preocupar sobre qual imagem voc quer ven-der para a empresa e que funo voc estaria melhor preparado para assumir. Eu conheo vrios casos nos EUA em que CIOs que assu-miram a parte estratgica fizeram essa transio com sucesso. uma
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maneira de passar a ser visto com um papel diferente e como um colega, porque tudo que est ligado com o objetivo da empre-sa gira em torno de estratgia. Geralmente, mais comum os CIOs passarem por negcios e operaes, j por marketing ou RH muito raro.
Alex Salgado, diretor de ven-
das top client mvel da TIM
- Do ponto de vista de compor-
tamento e de entender mais
os desafios de empresa e os
processos de negcio e estra-
tgia, como o CIO pode acom-
panhar as transformaes de
um mundo que est mudando
cada vez mais rpido?
DeLisi - Eu no sei uma soluo em curto prazo, pois estamos diante de problemas complexos. No entanto, temos que reconhe-cer, apesar de no ser simples, que isso precisa ser feito. Voc tem que encontrar algum que pode ajudar, como um coaching. Como so poucos os cursos e treinamentos especficos dispo-nveis no mercado que prepa-ram para essa realidade, uma alternativa fazer um MBA, ou ento participar de encontros e conferncias. Ns j sabemos que essas habilidades precisam ser adquiridas, ento temos que dedicar algum tempo para consegui-las. Como exemplo, sei de muitos CIOs que se tornaram vendedores pois queriam desen-
volver habilidades de comuni-cao. E isso que eu defendo, essa nova arquitetura, na qual os executivos de TI tambm so bem articulados e tm grande capacidade de comunicao. para os pontos fracos que voc deve dedicar um tempo.
Andr Nigro, diretor nacio-
nal de vendas do Uol Diveo
- Quando observamos o mer-
cado de TI no Brasil, perce-
bemos que o relacionamen-
to dos provedores com seus
clientes s vezes difcil.
Como melhor-lo?
DeLisi - Mais uma vez eu insisto no argumento de que no se tra-ta da tecnologia para pautar esse relacionamento, e sim uma rela-o de valor agregado entre am-bos. Nos Estados Unidos vimos emergir inicialmente uma tran-sio de relao que era centrada no produto para ser centrada no conhecimento. E agora estamos em um segundo movimento, que ainda est acontecendo, e centrado na inovao. Este lti-mo nos leva a refletir sobre o que precisamos ser e como podemos nos tornar mais ntimos de nos-sos clientes. E isso o que eu quero passar, uma maneira de entender esse modelo. As pesso-as falam muito de inovao, mas o que inovador e, ao mesmo tempo, contribui para o sucesso do seu cliente? isso que voc tem que descobrir.Fot
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anosanosanos Especial IT Forum 2013Antes da TI, a Estratgia
VITOR CAVALCANTI
Asoutras
Mobilidade, automao operacional, computao em nu-vem, Big Data e social business so os cinco termos tecnol-gicos apontados por executivos de TI, representantes das 500 maiores empresas do Pas, que devem causar os maiores im-pactos nas companhias nos prximos anos. Um problema? No necessariamente. Ao menos na leitura feita pelo consultor Srgio Lozinsky, parceiro da IT Mdia na produo do estudo Antes da TI, a Estratgia, de onde extramos tais constataes.
Muito dos novos nomes so re-empacotamentos de coisas que esto por a h vrios anos e, de alguma maneira, preci-so buscar uma resposta para isso. A parte boa que a TI tem participado da maioria dos processos, sinaliza o consultor, ao apresentar os principais resultados do levantamento em ses-so realizada no IT Forum 2013, na Praia do Forte (BA).
Alm de mensurar os principais impactos ou desafios des-ses executivos, o estudo identificou tambm o momento da cor-porao como um todo, verificando posio de mercado, pro-penso a operaes de fuso e aquisio, j que movimentaes desse tipo interessam a qualquer rea de uma corporao.
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TIsPRODUZIDO PELA IT MDIA, EM PARCERIA COM O CONSULTOR SRGIO LOZINSKY, ESTUDO ANTES DA TI, A ESTRATGIA TRAA A REALIDADE DOS DEPARTAMENTOS DE TECNOLOGIA NO BRASIL
Dos 156 executivos ouvidos, 50% afirmaram que a empresa onde trabalha est em uma posio de mercado vantajosa, 70% apontaram que existe uma perspectiva de fuso e aquisio e outros 50% disse-ram que haver expanso geogrfica ou ampliao de portflio. E tudo isso impacta muito a TI. Tudo pode funcionar bem na situao atual, mas no necessariamente na nova realidade que pode bater porta da TI, lembrou Lozinsky.
Embora todos os pontos citados at aqui sejam de extrema im-portncia para os gestores de TI, algo que chama a ateno nesta terceira edio do estudo a constatao da real existncia de outros departamentos de tecnologia na empresa. Isso fica evidente quando foi perguntado aos CIOs que tipos de gastos com TI ocorrem fora do oramento de tecnologia, administrados diretamente pelas reas de negcio. Nas respostas, alm das tradicionais planilhas (citadas por 34% dos respondentes) que costumam circular nas corporaes, surgiram pontos como dispositivos de mobilidade, ferramentas de produtividade e at links de comunicao.
Nas pginas a seguir, voc confere alguns grficos com outros resultados apontados pelo estudo.
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anosanosanos Especial IT Forum 2013Antes da TI, a Estratgia
EM TERMOS TECNOLGICOS, O QUE CAUSAR MAIOR IMPACTO EM SEU SETOR/EMPRESA NOS PRXIMOS ANOS?
Mobilidade
Automao operacional
Cloud computing
Big Data
Social business
78,20%
48,10%
39,10%
23,10%
21,20%
Operaes (produo/distribuio/logstica)
Comercial
Contbil-fi nanceira/controladoria
Planejamento
Marketing
Outras
RH
55,80%
40,40%
29,50%
7,10%
7,10%
6,40%
6,40%
Desenvolvimento e manuteno de planilhas
Automao industrial e operacional
Seleo, instalao e manuteno de algumas solues de software especfi cas
Dispositivos de mobilidade (smartphones, tablets, rdios)
Ferramentas de produtividade para uso nos equipamentos individuais
Pessoal de TI alocado diretamente nas reas de negcios, sob a superviso da rea
Links de comunicao
QUE TIPOS DE GASTOS COM TECNOLOGIA OCORREM FORA DO ORAMENTO DE TI, ADMINISTRADOS DIRETAMENTE PELAS REAS DE NEGCIO?
34%
32,10%
21,80%
12,80%
12,80%
10,90%
5,80%
ASSINALE AS DUAS REAS DE NEGCIOS DE SUA EMPRESA QUE MAIS DEMANDARO RECURSOS DO ORAMENTO DE TI
NO PERODO 2013-2014
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anosanosanos Especial IT Forum 2013Antes da TI, a Estratgia
Foram parcialmente realizadas, mas outras necessidades ganharam prioridade e tambm foram executadas
Foram integralmente realizadas e ainda houve outras necessidades tambm atendidas por TI no perodo
Foram parcialmente realizadas por falta de capacidade de execuo ou por restrio no oramento
Foram integralmente realizadas, mas alguns projetos foram estendidos para o ano de 2013
Foram integralmente realizadas
NO ANO DE 2012, AS INICIATIVAS PREVISTAS NO PLANO DE TI:
44,70%
20,30%
13%
12,20%
9,80%
40h - 80h
80h - 120h
At 40h
Acima de 120h
QUANTAS HORAS POR ANO O GESTOR DE TI INVESTE EM SEU PRPRIO TREINAMENTO?
47,50%
26,60%
16,50%
9,40%
OS INVESTIMENTOS E INICIATIVAS ESTRATGICAS DO NEGCIO:
Equipe com um nmero representativo de profissionais que conhecem processos e negcios, e que atuam proativamente na melhoria das solues da empresa
Alm de possuir colaboradores que entendem de processos e negcios, alguns profissionais da equipe esto sendo preparados para assumir a gesto da TI ou de outras reas da empresa no futuro, no papel de executivos. Alm de possuir colaboradores que entendem de processos e negcios, alguns profissionais da equipe esto sendo preparados para assumir a gesto da TI ou de outras reas da empresa no futuro, no papel de executivos
Equipe com maioria de formao tcnica, que atua
fortemente no desenvolvimento de demandas dos usurios,
suporte aos usurios e resoluo de problemas
42.80%
32.90%
24.30%
58,3%
50%
34,6%
33,3%
21,2%
9%
8,3%
Falta de mo de obra qualifi cada
Aumento da concorrncia
Alta tributao sobre produtos e servios
Baixo crescimento ou estagnao
Pouco investimento do governo no desenvolvimento do setor em que a empresa atua
Crescimento acelerado da economia
Dependncia de investimentos estrangeiros
QUAIS FATORES EXTERNOS REPRESENTAM MAIOR RISCO PARA EXECUO DOS PLANOS?
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anosanosanos Especial IT Forum 2013Workshop
VITOR CAVALCANTIPensamento
CADA VEZ MAIS PRESSIONADOS A PENSAR O NEGCIO COMO UM TODO, CIOS SE DEPARAM COM DEMANDAS POR NOVAS HABILIDADES. MAS COMO DAR CONTA DE TUDO ISSO?
Discutir o futuro da carreira do CIO parece algo velho. Mas de tempos em tempos o assunto volta ao debate por diversos motivos e o mais importante de todos a trans-formao sofrida pelo mercado. A prpria evoluo tecnolgica, que coloca disposio de qualquer pes-soa o melhor da tecnologia, se torna um desafio corporativo no sentido de repensar questes como a com-pra centralizada e o real papel do departamento de tecnologia dentro de uma corporao. Soma-se a essa mutao mercadolgica o prprio perfil do profissional de TI. Ao lon-go dos ltimos anos, assistiu-se a uma grande transformao que o alou de gerente de CPD a CIO. Mas essa guinada, em muitos, casos no se concretizou de fato. Se partirmos do pressuposto que a nomenclatura coloca o gestor de TI junto ao C-level, em diversas corporaes, a realida-de no essa.
E no , na viso de diversos especialistas, pelo perfil do profis-sional, que precisa, cada vez mais, ter uma capacidade de pensar a es-tratgia corporativa como um todo, possuir habilidades de liderana, comunicao, tomada de decises complexas, pensar o novo e geren-ciar todo tipo de relacionamento, seja com pares, subalternos, presi-dente, clientes externos ou parcei-ros. A boa notcia, como dizem os especialistas da Korn Ferry, que praticamente todas as habilidades necessrias podem ser adquiridas. O assunto, totalmente alinhado ao
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Fotos: Photogama
estratg ico
Vanderlei Ferreira, CIO da EDP Energias do Brasil
Na EDP o CEO j cobra isso da TI, ele acha que a TI tem que estar muito prxima ao negcio e tem que ser parceira, no apenas um meio de viabilizar o processo. A gente vem mudando isso, as equipes so tcnicas e conheciam pouco do negcio e faltava interface do conhecimento tcnico com atividade fim. Deslocamos pessoas da TI para os departamentos para traduzir o que o negcio queria para a TI. Criamos um comit estratgico onde as reas apresentam demandas para a TI e temos colhido vrios frutos. J reduzimos custos importantes para as distribuidoras, trouxemos modernidade para as agncias de atendimento e conseguimos trazer o negcio para dentro dos projetos de TI, o que foi muito importante. O gerente de projeto o cara de negcio e o par algum de TI
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anosanosanos Especial IT Forum 2013Workshop
tema central do IT Forum 2013 O CIO que voc precisa ser: mudar ou mudar, essa a realidade do exe-cutivo de TI. Mas como fazer essa mudana?, ganhou um tratamento especial em um workshop condu-zido por Jairo Okret, lder regional da prtica de TI da Korn Ferry, e por Guilherme Maciel, principal da mesma vertical.
Pelo framework proposto pela consultoria, esses gestores de TI pas-saram por trs grandes fases: a pri-meira a do crescimento do uso da TI nas empresas, onde o CIO tinha um amplo domnio das atividades de tecnologia; a segunda caracterizada pela onda do outsourcing de opera-es, conferindo ao gestor de TI um foco mais voltado estratgia da em-presa e tendo como desafio a busca por eficincia operacional; a terceira e atual a era da colaborao, na qual o CIO se converte em um agente de mudana, aquele que pode provocar uma mudana disruptiva no neg-cio, ou, ao menos, tentar isso.
Nos contatos que temos tido nas empresas, h uma demanda por um profissional forte e com entendi-mento diferente do CIO. uma era de transformao colaborativa, o gestor de TI vira um agente de mu-dana do negcio por meio da tec-nologia. No cortar custo, mas um processo de saltos qunticos via TI. um CIO que precisa se integrar equipe de liderana, explica Okret.
Como parte da atividade desen-volvida durante o IT Forum, a Korn Ferry, antes mesmo do encontro, aplicou nos CIOs convidados um assessment para avaliar o perfil de liderana com base em compe-tncias estratgicas. O resultado
Katia Sanfins, CIO do Grupo Schahin
Existem dois mundos: as empresas onde a TI est
junto com o negcio e que no funcionam sem ela, como
ecommerce e bancos. E outras onde a TI um apoio, para
essas, a participao muito mais difcil. Mas tem o papel do
CIO em buscar por esse espao, seja inovando e trazendo
oportunidades. Tenho pensado muito sobre esse tema, acho
que o CIO precisa desenvolver o relacionamento interno, da mesma forma que faz com o mercado. Somos vistos como
pessoas tcnicas, nosso linguajar tcnico e os caras
de negcio tm dificuldade de falar com a gente. Temos
que falar de margem, lucro, conversas de negcio. Tenho
uma meta de me posicionar diferente. Eu fiz administrao
de empresas e um pedao meu me motiva a me autopromover
como profissional mais generalista e cada um tem que
fazer isso
O QUE OS CEOS QUEREM DOS CIOS? Criar o novo e diferente
Gerenciar relacionamentos
Tomar decises complexas
Demonstrar exibilidade pessoal
Ser aberto e receptivo
Habilidades interpessoais
Se preocupar com os outros*Fonte: Korn Ferry
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anosanosanos Especial IT Forum 2013Workshop
Rosngela Souza, CIO da Comlurb
Existem dois tipos que moldam o CIO
dentro da empresa. Na pblica, o CIO tem
que ser de negcio, de logstica, tcnica,
e, na verdade, faz at o papel do financeiro, por ter que trabalhar de forma econmica,
ganha know-how. E na empresa privada no tem isso, tem o
conforto da verba que entra de forma
mais fcil. No pblico uma verba dividida para a empresa. Mas verdade que, hoje,
a TI tem um papel de liderana mais forte
que no passado. Antes era vista como suporte
e hoje o corao da empresa. Os mais
experientes lidam melhor e isso no tem a ver com idade. Por isso faz um papel de tudo
foi confrontado com as constata-es de um levantamento feito com CEOs (ver box na pgina 68), de-monstrando, assim, a lacuna entre as caractersticas dos executivos de TI e as habilidades desejadas pelos presidentes de corporaes.
O grupo demonstrou ter resolvi-do questes de relacionamento inter-pessoal e ter uma postura mais aber-ta e receptiva, entretanto, existem lacunas importantes e que precisam ser trabalhadas, como criar o novo e diferente, tomar decises complexas e flexibilidade pessoal. H um gap entre o que o CEO espera dos CIOs, entre o que os melhores CIOs do mundo apresentam de competncia e tambm naquilo que constatamos no assessment com os CIOs do IT Forum, aponta Okret. O especialis-ta no quer assustar os executivos, por isso, lembra que no existe um super homem e que preciso fazer escolhas. Ele ensina ainda que o ideal iniciar o desenvolvimento dessas competncias necessrias no prprio ambiente de trabalho, ou seja, no adianta achar que tudo se resolver em um MBA (veja o Box ao lado com algumas dicas).
Temos gastado muito tempo ajudando o negcio a atingir al-guns objetivos departamentais e no a empresa a atingir grandes objetivos. Olhando apenas as ques-tes de reas especficas. E isso no significa um sucesso corpora-tivo de fato, preciso uma revolu-o nesse pensamento, otimizar as peas, ensinou Pete DeLisi, pro-
fessor da Universidade de Santa Clara, nos EUA, em participao no workshop. Voc precisa fazer as perguntas corretas, e isso passa por entender bem o negcio, o mer-cado, dentro de uma viso mais ampla, alertou, frisando uma das lies passadas por ele mesmo na abertura do evento.
Obviamente, ningum tem a pretenso de moldar voc, CIO. Mas tambm fato que em muitas corpo-raes, essa era colaborativa, a qual se refere Okret, j chegou e, sem habili-dades relacionais, de comunicao e de envolvimento maior na estratgia global da empresa, dificilmente um executivo de TI conseguir manter-se relevante. Assim, o ideal que voc avalie o momento da sua companhia e inicie uma eventual virada dando um passo de cada vez.
5
34
21
Administre a linguagem no verbal isso inclui suas apresentaes para venda de projetos
Tome o tempo devido para a tomada de deciso, sobretudo, para questes mais complexas
Busque ajuda sempre que necessrio. Isso parte de sua habilidade de relacionamento
Faa as perguntas corretas, procure entender melhor o negcio e as reais necessidades; isso te ajudar a criar o novo e diferente dentro da empresa
Abaixe a guarda e solicite feedbacks. Voc precisa demonstrar flexibilidade pessoal e aprender a transitar em diferentes situaes
*Fonte: Korn Ferry
5 DICAS PARA MELHORAR SEU POSICIONAMENTO NA EMPRESA
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anosanosanos Especial IT Forum 2013Intercmbio de Ideias Big Data
Big Data:uma combinao de fatores
PARA CIO DA SERASA EXPERIAN, LSIAS LAURETTI, ENCONTRAR A MANEIRA CORRETA DE UTILIZAR AS TECNOLOGIAS O CAMINHO PARA EXTRAIR VALOR DOS DADOS
KAREN FERRAZ
que trazer? O que utilizar? Como aplicar? As decises que envolvem o conceito de Big Data no so fceis e passam pela dificuldade de se conseguir enxergar, em meio a uma imensido de dados das mais variadas fontes, o que pode ser til no negcio da empresa. Alm disso,
a capacidade de armazenar e tratar esses dados ainda esbarra em questes que ainda no esto bem resolvidas,
como a nuvem.Mesmo assim, a presso por sua adoo clara e, como de-
sabafaram os CIOs presentes no Intercmbio de Ideias sobre o tema, no IT Forum 2013, o entendimento de muitos CEOs passa longe do reconhecimento da complexidade do assunto. Para muitos, h a ideia de que tudo pode ser resolvido com um simples apertar de bo-to que, em um passe de mgica, todos os dados esto disponveis.
O Big Data novo para a gente, novo para o mercado e estamos usando com cautela. Mas ns contamos com um diferencial impor-tante, que um time de cientistas de dados altamente qualificado, pontua Lsias Lauretti, CIO da Serasa Experian, que compartilhou com os lderes de TI presentes sua experincia com o Projeto Tetris, baseado no conceito de Big Data.
Tanto se fala sobre a necessidade de inovao nos negcios, mas poucas empresas de fato possuem uma agenda que per-
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Fotos: Photogama
mita a introduo dessas novas ideias no dia a dia da corporao. Porm, foi justamente esse espao de identificao, anlise e aplica-o de iniciativas complexas que permitiu que a Serasa Experian adotasse tal projeto.
H mais de 40 anos no mercado brasileiro, a Serasa Experian dona do maior banco de dados de clientes da Amrica Latina e pauta a maioria das decises de negcios tomadas diariamente no Brasil. Considerando a quantidade de informaes no es-truturadas sobre os consumidores dis-ponveis na internet, como utiliz-las para agregar outros dados relevantes e complementar as anlises dos pro-dutos ofertados pela companhia?
Assim, um grupo multidiscipli-nar foi criado para tratar de forma sistemtica o conceito de Big Data e os dados no estruturados, com base no modelo Business Model Can-vas, e encontrar a maneira correta de utilizar tecnologias especficas e extrair valor desses recursos. A par-tir da unio de informaes da base interna com os dados no estrutura-dos da internet, somado capacida-de de inteligncia analtica do time da Serasa Experian, o projeto nasceu com propsito de suprir um gap de informaes que as empresas desco-nhecem sobre seus clientes.
Percebemos que poderamos ir alm dos dados de crdito e conhecer as variveis que determinam o mo-mento e estilo de vida dos indivdu-os, cruzando essas fontes para obter informaes valiosas e direcionar
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Especial IT Forum 2013Intercmbio de Ideias Big Data
anosanosanos
novas oportunidades de negcios, explica Lauretti. Todo o projeto le-vou um ano e meio e tudo testado e retestado, pois no podemos por em risco o negcio principal.
Os dados do Projeto Tetris so capturados da internet nos mais di-versos sites, blogs, CRM logs, infor-maes pblicas, at portais de no-tcia so utilizados como fonte. No entanto, por uma questo de no ter controle da veracidade de seu con-tedo publicado, optou-se por no considerar publicaes das redes sociais. O servio identifica, captu-ra, valida e utiliza os dados no BI, e, at o momento, trs empresas iden-tificaram a necessidade de contar com essas informaes especficas.
Dessa maneira, a soluo foi uti-lizada para direcionar ofertas per-sonalizadas de crdito imobilirio de acordo com o momento, estilo de vida e influncia para pblicos e perfis diferenciados. Outra apli-cao, utilizada por um varejista do setor esportivo, consiste na utiliza-o de dados de estilo de vida, com-portamento de compra e perfil das empresas concorrentes e do pblico
existente dentro de uma determina-da regio, permitindo extrair dados sobre a densidade da mesma. J o terceiro caso teve como base o uso de dados no estruturados para mo-delagem do risco de sinistro anali-sando-se o comportamento dos usu-rios de uma empresa de seguros.
Para compor a estrutura tecnol-gica do projeto (que conta com fer-ramentas do SAS, Red Hhat, PHP, MySQL, Teradata e Amazon Web Services e at da prpria Serasa, no caso, o DiscoveryData), Lauretti conta que a abordagem passou pela definio de uma estratgia, j que muitos so os fabricantes que dizem possuir solues de Big Data. Diante desse impasse, os CIOs presentes co-mentaram sobre a dificuldade de se gerenciar o amontoado de tecnolo-gias, de modo que as empresas esto caminhando, certamente, para per-der o domnio de suas ferramentas para os fornecedores, e distanciando da simplicidade e do baixo custo.
As dvidas e incertezas compar-tilhadas no encontro foram muitas, o que nos leva a entender a pequena quantidade dos executivos de TI que
afirmam ter iniciativas de Big Data em suas companhias. Dentre as situ-aes apresentadas, o CIO da Livra-ria Saraiva, Cesar Groh, relatou que h uma presso para uso do conceito, porm, nenhuma iniciativa foi reali-zada at o momento. J o CIO da Pfi-zer, Rogrio Kaneko, contou que sua companhia ainda est eliminando al-gumas pendncias dos dados estru-turados, por isso, existe apenas um embrio para comear a lidar com a questo dos dados no estruturados.
O prprio CIO da Serasa Ex-perian evidenciou que a empresa caminha devagar e com os ps no cho em direo ao Big Data. E quando lhe perguntam se ele, en-to, poderia dar alguma recomen-dao, ele foi enftico: preciso definir muito bem quais dados so interessantes para o negcio. Para se comear projetos de Big Data, o CIO vai precisar do patrocnio do CEO, alm de contar com uma equipe multidisciplinar e especializada na anlise de dados, e olhar muito bem para qual tecnologia ele vai usar. Ou ento ser apenas um volume dados que no geram nenhum valor.
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KAREN FERRAZ
o que buscarSaber
O Big Data a palavra da moda na TI, mas ser que estamos utilizando esse conceito da maneira correta? Ser que eu tenho Big Data na Netshoes? Eu acho que no. Foi com essa provocao que o diretor de infraestrutura da Netshoes, Jesus Garcia, deu incio apresen-tao do case da companhia sobre Big Data em uma das sesses de Intercmbio de Ideias, realizada durante o IT Forum 2013. Conside-rando que vrios CIOs que participavam do encontro contaram que, ao terem feito compras ou at mesmo pesquisas de produtos no site da Netshoes, receberam posteriormente outras su-gestes de produtos por e-mail ou em pginas da web, por que no considerar como Big Data?
A Netshoes hoje lder de comrcio eletr-nico de artigos esportivos no Brasil e possui mais de 1,7 mil funcionrios, cerca de 30 mil itens na lista de produtos oferecidos, 23 lojas online e duas fsicas, com operaes tambm no Mxico e na Argentina. A anlise de da-dos o principal instrumento direcionador de
toda a estratgia da empresa e, inclusive, foi o fator determinante para a construo de um novo centro de distribuio em Recife.
Mesmo assim, Garcia lembra que o mercado ainda tem um longo desafio pela frente. As esti-mativas mostram que at 2020 o universo digital ter uma quantidade aproximada de 40 zetabytes, nmero 20 vezes maior que a de hoje. Ento, como as empresas podem lidar com essa sobrecarga de informaes vindas das redes sociais, portais de notcias, bibliotecas virtuais e de seus prprios sites e driblar os altos custos para captar 100% dessas informaes? Por isso, ele afirma, funda-mental saber o que buscar, pois a soluo muitas vezes pode estar na nossa frente.
Ele tambm reala que alm desses confli-tos, o Big Data ainda precisa ter a questo da privacidade muito clara. Privacidade no ser bonzinho e dizer que eu respeito o meu clien-te. Voc tem que respeitar de fato a privacidade dele porque um passo errado pode ser decisivo para tirar voc do negcio.
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DIretor De Infraestrutura Da netshoes Jesus Garcia refora a ImportncIa De se fazer a pergunta certa antes De Buscar solues De BIg Data
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O gerente de infraestrutura conta que por meio da anlise de comporta-mento de vendas e um estudo compa-rativo entre origens, destinos e valor de frete a Netshoes conseguiu identi-ficar um consumo de seus produtos no nordeste do Pas expressivamente maior em relao ao PIB proporcional da regio. Essa informao foi deci-siva para a construo do centro de distribuio em Recife, permitindo encontrar o que era importante. As empresas ainda aproveitam pouco de seus dados porque caro. Ento, por isso, devemos focar naquilo que importante, que vai gerar valor para o meu negcio, destaca.
Apesar de cruzar muitas infor-maes de comportamento do consu-midor na internet, Garcia considera que o Big Data da empresa ainda no muito maduro, pois ainda h muito a ser feito. Dentro de seu fluxo tradi-cional de compra online, a Netshoes
utiliza ferramentas de audincia, que coletam rastros importantes de pre-ferncias e produtos mais visitados, e ferramentas de integrao com o Facebook quando o consumidor curte uma pgina que podem ser utilizadas para o direcionamento de marketing para o consumidor. Com a importao de dados de compor-tamento e navegao, so aplicadas regras de negcios para redirecionar pginas personalizadas na prxima navegao online e publicidade per-sonalizada em outros websites e dire-cionar campanhas conforme o perfil.
Para manter toda essa engrena-gem funcionando, a empresa possui uma equipe de negcios integrada, que forma uma combinao entre analise tcnica e de negcios com a tecnologia e, para tanto, conta com 20 pessoas especializadas em business intelligence. A expectativa grande porque a venda est totalmente rela-
cionada com essa engrenagem. Para ns, a grande questo do Big Data o timing: lidar com um grande vo-lume de dados em uma velocidade muito rpida para conseguir redi-recionar o momento da compra. Por exemplo, quando um cliente procura uma camiseta do time no site e, em seguida, j recebe outras sugestes de produtos. No entanto, ainda no conseguimos personalizar todas as pginas, ele explica.
E retomando o questionamen-to feito no incio do encontro, os CIOs presentes comearam a de-bater se essa presso pela adoo de ferramentas e solues de Big Data realmente faz sentido jus-tamente pela questo do timing, considerando que este no o fator decisivo para muitos seto-res. O conceito do Big Data est relacionado com o momento e o impulso da compra ou at a apro-vao do crdito. Talvez a sua em-presa nem precise de uma soluo de Big Data, pois ela j consegue tratar os dados para o que precisa. Nem tudo precisa ser online, essa a questo, afirma Garcia.
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JOS ANTONIO LEAL, CIO DA GERDAU, DESENHA ESTRATGIA DE TI PENSANDO EM COMO CLOUD COMPUTING SE ADEQUARIA ESTRUTURA CORPORATIVA
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Nuvem:Vitor CaValCanti
uma questo de planejamento
or incrvel que parea, em muitas empresas, a presso pelo uso da computao em nuvem no vem apenas de fornecedores, mas das unidades de negcio. Com a popularizao do conceito,
muitos executivos alheios aos termos tecnolgicos resolveram abraar cloud computing por conta da to
prometida reduo de custos. Uma dessas companhias o Gru-po Gerdau, onde o CIO Jos Antonio Leal, em vez de ceder presso de imediato, optou por elaborar entender como o mode-lo se adequaria ao plano estratgico de TI, provando, entre ou-tras coisas, que nem sempre o clculo de economia se torna real.
E no pense voc que se trata de uma forma de fugir, como ele mesmo afirmou, durante a sesso de Intercmbio de Ideias, no IT Forum 2013, existe uma certeza de que a Gerdau usar nu-vem, embora ele no tenha a resposta para o como. Existia um desejo para o uso de nuvem para reduzir custo, o negcio cada vez mais competitivo, especialmente em siderurgia, e precisa-mos ser os mais eficientes possveis e, com isso, cloud entra na agenda, mas no podemos ter solues de ocasio porque temos um ambiente estvel e globalmente integrado. No nossa estra-tgia ir para nuvem e ter problema com SLA, pontuou.
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Ao contribuir para o debate, o CIO do Grupo Abril, Claudio Prado, lembra que muitas das aplicaes precisam ser preparadas antes de ir para a nuvem. Se vai colocar fora (de casa), tem coisas pesadas e passa por diversos pontos. Tem que edu-car usurio, fazer trabalho prvio de diminuio do trfego para ir para a nuvem de forma menos traumtica e com uso mais consciente. Ainda temos enfrentado muita dificuldade do modelo de negcio dos prprios fornecedores que oferecem cloud, mas vendem licena, avisa.
O argumento de Prado s confir-ma a necessidade de um bom plano estratgico, como o que Leal vem trabalhando, para pensar em usar nuvem para aplicaes mais crti-cas. O executivo da Gerdau lembra, por exemplo, que existe uma vonta-de da corporao para trabalhar de forma mais integrada, criando um framework, at pelo perodo de cres-cimento e aquisies promovidas ao longo dos ltimos anos. Com esse objetivo, ele criou um comit de cur-to, mdio e longo prazo, passando cloud por todos os processos.
S para se ter uma noo da in-fraestrutura atual da Gerdau, a com-panhia possui dez mil servidores, por meio de outsourcing com IBM, onde roda todo os sistema de gesto SAP, o que, na viso de muita gen-te, j caracterizaria nuvem privada, rtulo rejeitado pelo executivo. Ele conta ainda com um forte trabalho de virtualizao, sendo que 75% de tudo que est em data centers no Bra-sil est virtualizado. O email, tam-bm com a IBM, seria uma espcie de nuvem privada, alm de colaborao com WebEx, usada como servio.
Mas dentro da viso de nuvem, o que ele entende ser o primeiro tes-te da companhia nesse sentido o Message Labs da Symantec, usado para barrar spams. O produto fica na nuvem da provedora e impede que emails indesejados entrem no ambiente Gerdau e sobrecarreguem a rede. Os resultados tm sido inte-ressantes. Samos de mais de 200 milhes de emails no ambiente em 2010 para pouco mais de 67 milhes no ano seguinte e est em reduo. O projeto levou cerca de trs meses para acontecer.
Voltando ideia de ter cloud computing imperando dentro de uma corporao como a Gerdau, Leal frisou que o comit pensa no curto, mdio