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UNIVERSIDADE POTIGUAR UnP PR-REITORIA DE GRADUAO NCLEO DE EDUCAO A DISTNCIA NEaD

Ingls Instrumental ILivro-texto EaD

Natal/RN 2010

DIRIGENTES DA UNIVERSIDADE POTIGUAR UnP Reitoria Smela Soraya Gomes de Oliveira Pr-Reitoria de Graduao e Ao Comunitria Sandra Amaral de Arajo Pr-Reitoria de Pesquisa, Extenso e Ps-Graduao Aaro Lyra

NCLEO DE EDUCAO A DISTNCIA DA UNIVERSIDADE POTIGUAR UnP Coordenao Geral Barney Silveira Arruda Luciana Lopes Xavier Coordenao Pedaggica Edilene Cndido da Silva Coordenao de Produo de Recursos Didticos Michelle Cristine Mazzetto Betti Coordenao de Produo de Vdeos Bruna Werner Gabriel Coordenao de Logstica Helionara Lucena Nunes Reviso de Linguagem e Estrutura em EaD Priscilla Carla Silveira Menezes Thalyta Mabel Nobre Barbosa rsula Andra de Arajo Silva Apoio Acadmico Flvia Helena Miranda de Arajo Freire Assistente Administrativo Eliane Ferreira de Santana Gabriella Souza de Azevedo Gibson Marcelo Galvo de Sousa Giselly Jordan Virginia Portella

O48e

Milanez, Maria Kassimati. Ingls instrumental I / Maria Kassimati Milanez. Natal: EdUnP, 2010. 178 p. : il. ; 20 X 28 cm Ebook Livro eletrnico disponvel on-line. ISBN 978-85-61140-46-5

1. Ingls instrumental. I.Ttulo. RN/UnP/BCSF CDU 811.111

Maria Kassimati Milanez

Ingls Instrumental I1a Edio

Natal/RN 2010

EQUIPE DE PRODUO DE RECURSOS DIDTICOS Organizao Luciana Lopes Xavier Michelle Cristine Mazzetto Betti Coordenao de Produo de Recursos Didticos Michelle Cristine Mazzetto Betti Reviso de Linguagem e Estrutura em EaD Priscilla Carla Silveira Menezes Ilustrao do Mascote Lucio Masaaki Matsuno

EQUIPE DE PRODUO DE MATERIAL DIDTICO Delinea - Tecnologia Educacional Coordenao Pedaggica Margarete Lazzaris Kleis Coordenao de Editorao Charlie Anderson Olsen Larissa Kleis Pereira Coordenao de Reviso Gramatical e Normativa Michelle Christie Olsen Reviso Gramatical e Normativa Morgana do Carmo Andrade Barbieri Coordenao de Diagramao Alexandre Alves de Freitas Noronha Diagramao Michelle Cristina Damasco Ilustraes Alexandre Beck

MARIA KASSIMATI MILANEZHello! Meu nome Maria Kassimati, sou grega, mas moro no Brasil desde os quatro anos de idade. A maior parte de minha vida passei no Rio de Janeiro, onde comecei a estudar ingls aos 14 anos, e nunca mais parei de me envolver com essa lngua interessantssima. Graduei-me em Letras, Licenciatura Portugus e Ingls, pela Universidade Federal Fluminense (UFF) em Niteri, estado do Rio de Janeiro, em 1985. Moro em Natal, Rio Grande do Norte, desde 1992. Sou mestre em Lingustica Aplicada pela UFRN (2009) e, atualmente, sou doutoranda na mesma rea, tambm na UFRN. Tenho muito interesse em estudar sobre o ensino de Ingls Instrumental e esse o tema da minha dissertao de mestrado e da minha tese de doutorado. Sou professora DNS III do curso de Letras na UnP e tambm atuo na Ps-Graduao de Lngua Inglesa da instituio e em outros cursos e ps da UnP. Fui professora substituta no curso de Licenciatura em Letras, modalidade Ingls, da UFRN de 2005 a 2007 e, quando estava escrevendo este livro, exercia a mesma funo com vigncia at 2012. Sou professora de lngua inglesa em escolas de lnguas desde 1982 e, tambm, j atuei como professora de Portugus no ensino mdio. Tive um curso de ingls em Natal por seis anos. Tambm trabalho com reviso de textos acadmicos e outros tipos h mais de 27 anos, bem como com traduo de textos.

CONHECENDO O AUTOR

INGLS INSTRUMENTAL IIngls Instrumental uma modalidade do ensino da lngua inglesa que est focalizada nas necessidades especficas do pblicoalvo que, no caso deste livro-texto, a leitura e a interpretao de textos variados na lngua inglesa. Assim, outras habilidades/ competncias inerentes lngua, como falar, ouvir e escrever no so alvo desta disciplina. Este livro-texto visa ensinar o aluno a ler e interpretar corretamente variados tipos/gneros de textos em ingls, tais como: propagandas, grficos, textos dissertativos de todo o tipo, receitas, letras de msica, artigos de jornal, revista ou eletrnicos. O estudo desta disciplina lhe possibilitar ler e compreender textos em ingls, mesmo que voc no tenha um domnio da lngua inglesa falada e mesmo possuindo um vocabulrio mnimo em ingls. O livro-texto tambm tem como objetivo aumentar o vocabulrio que voc j possui, a fim de facilitar a sua compreenso dos textos em ingls por meio de exerccios indutivos de preenchimento de lacunas, por exemplo, e outros. Ademais, voc saber usar os prefixos e sufixos para entender palavras derivadas desconhecidas em ingls. Voc tambm aprender a usar o seu conhecimento prvio, o contexto, as palavras cognatas e as conhecidas para deduzir o significado de palavras desconhecidas. Por fim, voc perceber que possvel ler e compreender um texto em ingls sem precisar ser um falante dessa lngua. Bom estudo!

CONHECENDO A DISCIPLINA

Captulo 1 - Estratgias de leitura rpida: skimming, scanning e tpico frasal ......................................................... 13 1.1 Contextualizando .......................................................................................................... 13 1.2 Conhecendo a teoria .................................................................................................... 14 1.2.1 Skimming ............................................................................................................... 14 1.2.2 Scanning ................................................................................................................ 15 1.2.3 Marcas tipogrficas ............................................................................................ 20 1.2.4 Tpico frasal .......................................................................................................... 24 1.2.5 Ttulo ........................................................................................................................ 25 1.2.6 Conhecimento prvio......................................................................................... 25 1.2.7 Deducting .............................................................................................................. 28 1.2.8 Infering ................................................................................................................... 30 1.3 Aplicando a teoria na prtica .................................................................................... 31 1.4 Para saber mais .............................................................................................................. 33 1.5 Relembrando .................................................................................................................. 33 1.6 Testando os seus conhecimentos ............................................................................ 34 Onde encontrar ..................................................................................................................... 37 Captulo 2 - Usando a estratgia da deduo e do conhecimento prvio .................................................... 39 2.1 Contextualizando .......................................................................................................... 39 2.2 Conhecendo a teoria .................................................................................................... 40 2.2.1 Esquemas mentais .............................................................................................. 42 2.2.2 O vocabulrio de que voc precisa .............................................................. 47 2.2.3 Deduzindo pelo contexto ................................................................................ 52 2.2.4 Usando o dicionrio ............................................................................................ 54 2.3 Aplicando a teoria na prtica ..................................................................................... 56 2.4 Para saber mais .............................................................................................................. 58 2.5 Relembrando .................................................................................................................. 58 2.6 Testando os seus conhecimentos ............................................................................ 59 Onde encontrar ..................................................................................................................... 61 Captulo 3 - Como interpretar um texto em ingls .................................. 63 3.1 Contextualizando .......................................................................................................... 63 3.2 Conhecendo a teoria .................................................................................................... 64 3.2.1 O que so palavras cognatas e como elas podem nos ajudar na compreenso de um texto em ingls? .................................................. 66 3.2.2 Palavras com radical cognato e terminaes regulares, que possuem correspondente em portugus .................................................. 67 3.2.3 Palavras conhecidas ........................................................................................... 69 3.2.4 Expresses idiomticas e phrasal verbs ...................................................... 71 3.2.5 Com um vocabulrio maior, como traduzir um texto em ingls? ..... 73 3.3 Aplicando a teoria na prtica ..................................................................................... 75 3.4 Para saber mais .............................................................................................................. 76 3.5 Relembrando .................................................................................................................. 76 3.6 Testando os seus conhecimentos ............................................................................ 77 Onde encontrar ..................................................................................................................... 77

SUMRIO

Captulo 4 - Gneros textuais ........................................................................................ 79 4.1 Contextualizando ................................................................................................................................... 79 4.2 Conhecendo a teoria ............................................................................................................................. 80 4.2.1 Diferena entre gnero textual e tipo textual ................................................................... 81 4.2.2 Como usar os gneros textuais para entender um texto em ingls .......................... 83 4.2.3 Gneros textuais comuns em nosso dia a dia ................................................................... 87 4.3 Aplicando a teoria na prtica .............................................................................................................. 93 4.4 Para saber mais ....................................................................................................................................... 93 4.5 Relembrando ........................................................................................................................................... 94 4.6 Testando os seus conhecimentos ..................................................................................................... 94 Onde encontrar .............................................................................................................................................. 97 Captulo 5 - Vocabulrio: palavras cognatas, conhecidas e falsos cognatos ............ 99 5.1 Contextualizando ................................................................................................................................... 99 5.2 Conhecendo a teoria ...........................................................................................................................100 5.2.1 Palavras cognatas .......................................................................................................................101 5.2.2 Falsos cognatos e cognatos enganosos ............................................................................102 Actual ................................................................................................................................................104 5.2.3 Palavras conhecidas ..................................................................................................................106 5.3 Aplicando a teoria na prtica ............................................................................................................108 5.4 Para saber mais .....................................................................................................................................110 5.5 Relembrando .........................................................................................................................................110 5.6 Testando os seus conhecimentos ...................................................................................................111 Onde encontrar ............................................................................................................................................112 Captulo 6 - A estrutura gramatical e sinttica da lngua inglesa ............................113 6.1 Contextualizando .................................................................................................................................113 6.2 Conhecendo a teoria ...........................................................................................................................114 6.2.1 Os grupos nominais: estruturas diferentes das do portugus ..................................116 6.2.2 Tipos de modificadores em um grupo nominal .............................................................123 6.2.3 Como reconhecer um grupo nominal em um texto .....................................................127 6.2.4 Os verbos e os grupos verbais em ingls ..........................................................................128 6.3 Aplicando a teoria na prtica ............................................................................................................130 6.4 Para saber mais .....................................................................................................................................131 6.5 Relembrando .........................................................................................................................................131 6.6 Testando os seus conhecimentos ...................................................................................................132 Onde encontrar ............................................................................................................................................133 Captulo 7 - Formao de palavras: composio, derivao e converso ...............135 7.1 Contextualizando .................................................................................................................................135 7.2 Conhecendo a teoria ...........................................................................................................................136 7.2.1 Alguns sufixos mais comuns na lngua inglesa ...............................................................140 7.2.2 Alguns prefixos mais comuns na lngua inglesa .............................................................148 7.3 Aplicando a teoria na prtica ............................................................................................................151 7.4 Para saber mais .....................................................................................................................................152 7.5 Relembrando .........................................................................................................................................152 7.6 Testando os seus conhecimentos ...................................................................................................153 Onde encontrar ............................................................................................................................................154

Captulo 8 - Coeso e coerncia no texto em ingls: uso dos elementos de coeso .................................................................155 8.1 Contextualizando .................................................................................................................................155 8.2 Conhecendo a teoria ...........................................................................................................................156 8.2.1 Coeso ...........................................................................................................................................156 8.2.2 Elementos de coeso em ingls ...........................................................................................158 8.2.3 Referenciao pronominal .....................................................................................................163 Pronomes de caso reto ....................................................................................................................164 Pronomes possessivos .....................................................................................................................164 Pronomes reflexivos .........................................................................................................................165 Pronomes demonstrativos ...............................................................................................................167 Pronomes relativos............................................................................................................................168 8.2.4 A coerncia textual ....................................................................................................................169 8.3 Aplicando a teoria na prtica ............................................................................................................170 8.4 Para saber mais .....................................................................................................................................171 8.5 Relembrando .........................................................................................................................................171 8.6 Testando os seus conhecimentos ...................................................................................................172 Onde encontrar ............................................................................................................................................173 Referncias .....................................................................................................................................................175

Captulo 1

CAPTULO 1ESTRATGIAS DE LEITURA RPIDA: SKIMMING, SCANNING E TPICO FRASAL

1.1 ContextualizandoA leitura de textos, mesmo em nossa lngua materna, requer estratgias que, muitas vezes, esquecemos de usar ou as desconhecemos por completo. Nem todas as respostas ou informaes encontram-se dentro do texto lido: muitas delas esto fora dele, ou alm dele. Torna-se necessrio, portanto, conhecer algumas estratgias que podero nos ajudar na interpretao de textos em lngua inglesa. Neste captulo, voc ir aprender as estratgias de leitura rpida, como skimming, scanning e tpico frasal. Elas vo ajud-lo a entender o assunto, ou o tema de um texto em lngua inglesa, sem precisar ler todo o texto, ou, ento, quando voc estiver procurando uma informao especfica em um dado texto e no quiser ler o texto todo. Outro ponto que vale ressaltar e do qual o leitor muitas vezes se esquece o conhecimento prvio que ele tem do assunto do texto. Quando se tem conhecimento do assunto, essas informaes podero ser acessadas durante a sua leitura e certamente o ajudaro a deduzir, ou inferir, o que no est claro ou se desconhece. preciso, portanto, muitas vezes, parar a leitura e refletir sobre o assunto que est sendo lido e usar as informaes que se tem a esse respeito, o que tornar a compreenso bem mais fcil. necessrio que o leitor tenha tambm domnio da estrutura de sua lngua materna para que possa fazer, quando possvel, as equivalncias entre as duas lnguas e, com isso, facilitar a deduo de certas estruturas, expresses e palavras de um texto em ingls. No poderamos deixar de lado tambm o uso do bom senso, da lgica e da intuio que todos ns possumos em maior

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Captulo 1

ou menor grau e que, certamente, faro a diferena na interpretao final de um texto em lngua inglesa. Assim, ao final deste captulo, esperamos que voc seja capaz de: aplicar as estratgias de skimming e scanning e de tpico frasal para ler rapidamente um texto em ingls; ativar seu conhecimento prvio para entender um texto em ingls; usar as informaes verbais e no verbais presentes no texto para a compreenso do assunto do texto.

1.2 Conhecendo a teoria1.2.1 SkimmingMuitas vezes, s queremos saber do que trata o texto para, ento, comear a l-lo de verdade. A estratgia de skimming muito til nessa situao, evitando que percamos tempo lendo um texto todo que, no final, no nos interessa. O skimming especialmente til para ganhar tempo em testes e provas que apresentam perguntas sobre o tema central do texto e no requerem pormenores ou, ento, quando estamos decidindo qual bibliografia usar em um trabalho cientfico, por exemplo. Lemos apenas a informao mais destacada como, o ttulo, subttulos, a fonte, consideramos a linguagem grfica, no verbal, como gravuras, grficos, mapas, as palavras que se repetem ao longo do texto.

DEFINIOSkim em ingls significa tirar a nata do leite, tirar da superfcie, isto , como estratgia de leitura, significa tirar do texto a informao relativa ao assunto do texto.

Usando a estratgia de skimming, podemos concluir que o Texto 1 a seguir trata de estampas tribais (tribal prints). Observe:

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TEXTO 1 Celebs in Tribal Prints Get inspiration and tips for incorporating this crazy-fun trend into your summer wardrobe! Beyonc turned heads in Brazil while filming the video for Put It in a Love Song, an Alicia Keys track that shes featured on. The tribalinspired blazer paired with floral shortyshorts might be a little crazy to wear out in public, but on the set of a fun music video in Brazil, anything goes! Find a structured tribal blazer like Beyoncs and layer a black tank underneath. Then finish the look with a pair of dark denim skinny jeans or black leggings. AFP/Getty Images Fonte: Disponvel em: . Acesso em: 3 jun. 2010.

1.2.2 ScanningScanning um termo usado na informtica e que todos ns conhecemos. Escanear um anglicismo, adaptao de uma palavra inglesa para o portugus. No entanto, j que escanear em computao copiar um texto ou imagem atravs de um scanner para o computador, isso pode dar uma ideia errada do que seja esta estratgia. Nesse caso, seria melhor compreender como se d o escaneamento para entender o que esta palavra tem a ver com uma estratgia de leitura e interpretao de texto.

DEFINIOEm ingls, scan significa esquadrinhar, perscrutar, examinar atentamente, alcanar com a viso.

isso o que o scanner faz para copiar um texto ou figura para o computador: ele esquadrinha, faz uma varredura no texto todo primeiro para poder transferir o seu contedo para o computador.

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Pela estratgia de scanning, exatamente isso o que fazemos com o texto: examinamos, esquadrinhamos para encontrar alguma informao especfica. Lembra-se dos filmes O exterminador do futuro ou Robocop? Os personagens-mquinas eram computadorizados e toda vez que eles procuravam algo ou algum, a imagem que aparecia para ns no filme era a de um scanner esquadrinhando a cena procura de algo ou algum especfico e que parava, sinalizando que achou algo, quando finalmente o alvo era encontrado. exatamente assim que nosso crebro funciona quando est procura de uma palavra-chave, por exemplo, e, quando ele a encontra, paramos de procurar e lemos esta palavra (e tambm a informao que est ao seu redor). Esta uma estratgia que tambm nos poupa tempo no caso de um teste ou de uma prova. Ela especialmente til para encontrarmos informaes especficas contidas em questes de prova, por exemplo, usando as palavraschave sem precisarmos ler o texto todo. Suponhamos que voc quer achar palavras no texto a seguir, que tenham relao com o ganhador do American Idol n 9 (corresponde ao programa de televiso dolos), Lee DeWyze, e com o namorado da concorrente, Simon Cowell. Ento voc faz uma varredura no texto e para nas palavras Lee DeWyze e Simon Cowell, lendo o trecho que gira ao redor dessas palavras, para saber o que o texto declara sobre eles. Voc descobre que: a outra concorrente da final, Crystal Bowersox, admira o rival e torce para que ambos tenham uma tima carreira. Descobre que ela no ficou surpresa por ele ter ganhado e que o acha um cara muito legal. Tambm descobre que Crystal terminou o namoro com Simon Cowell, porque ele no se adaptava ao novo estilo dela por ser um rapaz de cidade pequena. O restante do texto voc nem l, porque no lhe interessa e, sim, o que diz respeito a Lee DeWyze e Simon Cowell. Vamos tentar? Observe o Texto 2 a seguir. Nele assinalamos onde o nome do ganhador do American Idol n 9 aparece por completo, ou parcialmente, bem como o nome do namorado de Crystal e a palavra boyfriend, que significa namorado. Essas so as partes do texto em que seus olhos vo parar quando estiver usando a estratgia de scanning.

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TEXTO 2 American Idol runner-up Crystal Bowersox still feels like she won American Idol finale: And the winner is... I feel like Ive won because Lee [DeWyze] won, and I have such respect for him as an artist and a human being, Bowersox said backstage after the finale. Both of us are going to have very successful careers and were going to be friends for a long time. Bowersox, 24, said she wasnt surprised DeWyze was crowned Idols ninth winner. I knew Lee was going to win and people seemed to be surprised by that, but I just had a feeling, Bowersox said. I couldnt be happier for Lee. It couldnt have happened to a nicer guy. I said before the show [he would win], Bowersox continued. I just had this strange sense of peace and calm. Ive been that way through the whole season if you hadnt noticed. Im just mellow and I was willing and ready and happy for whatever the outcome was. Read our recap of the American Idol finale Besides going on the Idol tour, Bowersox said the first thing shell do is hug my baby boy and get back to living, Then she plans on recording an album while on tour. Now the real work begins. So what did she learn from her Idol experience? That I can walk in heels, Bowersox joked, adding more seriously: Ive learned a lot about myself and Ive learned a lot about the business. I already knew who I was, but I was just picking the things that I like and adding to it. Im never going to be the same; my life is never going to be the same. American Idol alums say farewell to Simon Cowell Another thing that wont be the same: her boyfriend. He wasnt cool with the lifestyle, Bowersox told Ryan Seacrest on his 102.7 KIIS-FM radio show Thursday. Hes a small-town guy and its fine. But Im a small-town girl but I want this. Fonte: Disponvel em: . Acesso em: 28 ago. 2010.

a) Palavras-chave

CONCEITOChamamos de palavras-chave todas aquelas palavras que tm relao direta com o tema central do texto e que, sem sabermos o seu significado, ficaramos sem entender a ideia central do texto.

Normalmente, podemos representar, por meio de um diagrama, a relao das palavras-chave de um texto a partir do seu tema, mesmo antes de lermos um texto. Chamamos a isto de ativao do conhecimento prvio, isto , uma maneira de alertar nosso crebro para o que poder vir pela

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Captulo 1

frente em termos de vocabulrio relacionado ao tema. Mas isto s poder ser feito uma vez que percebamos qual o tema central do texto que queremos interpretar. Isto poder ser conseguido pela leitura do ttulo, das marcas tipogrficas (elementos no textuais, como gravuras, forma do texto, cor e forma das fontes etc.), do ttulo e do primeiro pargrafo do texto. Observe um exemplo de diagrama (Figura 1) das palavras-chave de um texto sobre a dengue:

mosquito blood epidemics

Aedes Egipty

fever

Dengue

deaths

haemorrhagic

still water flu-like symptoms

bites

Figura 1 - Palavras-chave de um texto sobre a dengue

EXPLORANDOPesquise no dicionrio online o significado destas palavras-chave sobre a dengue. Acesse: www.babylon.com>.

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b) Palavras Repetidas Muitas vezes observamos, ao passar os olhos rapidamente por um texto, que algumas palavras se repetem ao longo dele, o que uma poderosa dica de que aquelas so palavras-chave relacionadas ao tema principal do texto. Essa repetio acaba se constituindo em uma marca tipogrfica, j que podemos perceb-la sem precisar ler todo o texto e ter uma ideia do tema principal logo desde o primeiro contato com ele. Fique atento a essas palavras e, se souber o seu significado, voc j poder ter uma ideia do que trata o texto que est para ler. Veja as palavras-chave destacadas no Texto 3, a seguir, sobre o carro eltrico do futuro: algumas delas se repetem ao longo do texto.TEXTO 3 An Electric Car Test DriveIn 2020 With the Nissan Leaf, the Chevy Volt and other plug-in cars entering the market, potential buyers wonder: How will recharging stations work? What will a fill up cost? To answer those questions, we talked to dozens of experts and spent a day with a hypothetical EV driver from the future. Santa Monica, California, 12 AM, August 4, 2020 At midnight, your car wakes up. The hefty, 15-pound charging cable tethering the front of the vehicle to a 220-volt outlet in your garage goes live, pulling 5 kilowatts of power from the grid. In just 5 hours, it will nearly double your homes average daily electrical consumption. Across California, hundreds of thousands of plug-in hybrids and pure electric vehicles are doing the same, sipping electricity from a power network at rest. Some of those vehicles have different charging regimens, communicating more with the local utility, or even allowing that utility to actively control when and how to recharge their batteries. But yours follows a simple pricing scheme, automatically charging during what is typically the cheapest time of the day, between midnight and 5 am. Thats when the utilities have power to spare, when the office buildings in downtown Los Angeles have gone dark and sweltering. In the daily rhythm of the grid, this is off-peak. Fonte: Disponvel em: . Acesso em: 28 ago. 2010.

Sem saber o significado dessas palavras, fica difcil entender o texto, porque todas elas se relacionam diretamente com o tema tratado no mesmo. Se voc no souber o seu significado, este o momento de consultarum dicionrio e verificar o que elas significam para ento reiniciar a leitura e usar as outras estratgias conjuntamente para entender esse texto.

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c) Palavras Cognatas e/ou Conhecidas

DEFINIOCognata significa conhecida e vem do latim cognecer, que significa conhecer.

Chamamos de palavras cognatas aquelas que j conhecemos por se parecerem com a nossa lngua materna como: exercise, television, attention, conversation, public etc. Mas tambm podemos considerar como palavras conhecidas todas as palavras em ingls que j so de domnio pblico como love, yes, no, hamburguer, fast food etc.

LEMBRETELembre-se de que comentamos anteriormente sobre a atitude correta diante de um texto em lngua inglesa: levar em conta sempre o que j sabemos e no nos deixar desanimar sobre o que ainda no sabemos. Neste ponto, nunca demais ressaltar que as pessoas sabem mais palavras na lngua inglesa do que imaginam, j que a exposio a esta lngua nesses tempos de globalizao enorme, portanto, no se subestime com relao ao seu conhecimento da lngua inglesa.

1.2.3 Marcas TipogrcasHoje em dia o apelo visual muito grande e na linguagem escrita tambm podemos observar isto. Os textos, muitas vezes, vm acompanhados de figuras, grficos, cores, tipos de letra, fotos, formatao, tudo para chamar a ateno do leitor. Esta caracterstica, cada vez mais presente em textos escritos e que chamaremos de marcas tipogrficas, muito pode nos ajudar na compreenso desses textos. Se pudermos perceber o assunto ou o tema central do texto antes mesmo de l-lo cuidadosamente, nosso crebro ficar mais atento s informaes no decorrer da leitura e faremos as relaes entre as palavras e os blocos de informao mais facilmente. Observar todas as marcas tipogrficas para saber o assunto do texto antes de comear a l-lo predispe nosso crebro a entender melhor do que trata esse texto.

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Algumas marcas tipogrficas mais comuns so: figuras, fotos, gravuras, imagens em geral elas geralmente traduzem o assunto principal do texto e so poderosas dicas sobre o tema central, por isso, no devem ser ignoradas; grficos, tabelas, esquemas, diagramas normalmente eles mostram dados estatsticos do texto e tambm so uma eficiente dica sobre o tema central do texto. Na maioria das vezes, usam nmeros, que so uma linguagem universal, o que facilita ainda mais o seu entendimento e podem auxiliar na compreenso do tema central do texto; layout ou formatao do texto nem sempre os textos tm uma formatao padro. Se o texto est formatado em colunas, normalmente trata-se de um artigo de revista ou jornal; se possui uma formatao incomum, como em forma de corao, ou circular, por exemplo, normalmente refletir o tema central do texto, neste caso, amor ou a Terra, respectivamente. A distribuio dos pargrafos tambm importante, j que cada pargrafo introduz um aspecto diferente do pargrafo anterior; cores e formatos das letras muitas vezes as cores de algumas letras (normalmente as que iniciam os pargrafos) tambm carregam algum tipo de informao a respeito do texto. Uma letra com fonte do tipo usado por mquinas ou computao poder significar que o texto futurstico, por exemplo, ou de que trata de mquinas; caracteres diferentes de letras quando se percebe em um texto o uso repetido de caracteres que no sejam as letras do alfabeto, pode-se deduzir que o tema central do texto est intimamente relacionado com aqueles caracteres. Por exemplo, se percebemos muitos cifres e nmeros decimais, deduzimos que se trata de assunto financeiro; se existem muitos sinais de porcentagem, podemos deduzir que se trata de estatsticas ou economia. A presena de nmeros geralmente uma marca tipogrfica, j que, dependendo do tipo de nmeros (anos, datas, cifras, porcentagens, decimais, fraes etc.), poderemos deduzir do que o texto est tratando se eles se repetirem ao longo da leitura.

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Como se pode perceber neste item, nem sempre preciso LER todo um texto para se extrair informaes, mas preciso ficar atento a cada detalhe e sempre usar a deduo, a lgica, a intuio e o conhecimento prvio para se chegar a concluses corretas antes mesmo de se comear a ler o texto. Antes de comear a ler um texto na sua prpria lngua, voc forma expectativas com relao ao texto que ir ler baseadas no seu conhecimento do mundo e da sua lngua: chamamos a isso de predio (em ingls, prediction) (TOTIS, 1991). Normalmente, fazemos as predies com relao a um texto baseados no ttulo, subttulo, nas figuras e, at mesmo, na fonte e no autor e, ento, ao lermos o texto propriamente dito, confirmamos ou no essas predies. A predio , portanto, uma estratgia bem til para que possamos ativar nosso conhecimento prvio e prepararmos nossa mente para o contedo provvel do texto. Aqui a palavra-chave OBSERVAO. No basta ler, preciso, antes, observar as marcas tipogrficas no texto e sempre lev-las em considerao antes mesmo de ler esse texto, tentando prever do que tratar. Ao fazer isso, voc ativar o seu conhecimento prvio sobre o assunto que ser tratado, fazendo um brain storm, que, no nosso caso, significa pensar sobre as possveis palavras e expresses relacionadas ao assunto previsto pelas marcas tipogrficas. Tais marcas podem aparecer ao longo do texto, pois elas podero, muitas vezes, preencher os vazios que, porventura, surjam na leitura (palavras e/ou expresses que desconhecemos), facilitando, assim, a interpretao correta desse texto.

CURIOSIDADEO brain storm to importante que, cada vez que um professor vai trabalhar um texto em uma turma, normalmente ele faz um brain storm coletivo, conversando sobre o assunto. Algumas vezes, inclusive, ele faz perguntas a respeito do assunto do texto para induzir os alunos a pensarem nas palavras relacionadas ao texto e que se espera que apaream no decorrer da leitura. Infelizmente, por falta de informao turma do uso desta estratgia, muitos alunos pensam que o professor no est dando a aula propriamente dita. Na verdade ele est simplesmente usando a estratgia da predio para preparar a mente do aluno para o contedo do texto a ser lido.

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Veja estes dois exemplos de textos (Textos 4 e 5) em que as marcas tipogrficas falam por si, sem que precisemos entender as palavras.TEXTO 4 Are You Normal or Nuts? Find out what human behavior crosses the line from wacky to worrisome, and what you really shouldnt worry about. By Jancee Dunn John Cuneo Join the discussion. What habits do you have that concern you? We all like to think were regular folk, but even the most straitlaced among us has a boatload of habits that are downright peculiar. Which is as it should be. Were only human, which means were all a little weird. As Whoopi Goldberg put it, Normal is nothing more than a cycle on a washing machine. So its a sure bet that your nutty quirk-the one you think is so freakishly unusual-is shared by plenty of other people, whether its an addiction to lip balm (yes, theres a Lip Balm Anonymous) or peladophobia (fear of bald people). Do you have a fear of flying? Find out how to assuage this completely normal occurrence. Fonte: READERS DIGEST. Disponvel em: . Acesso em: 28 ago. 2010. TEXTO 5 The 10 Best Weight-Loss Tips Ever Dieting sucks and never seems to work long-term anyway. These easy habits will slim you down. By Zoe Ruderman Losing pounds doesnt have to be torture (were looking at you, cayenne-pepper cleanse). Adopt at least three of these behaviors theyre simple to integrate into your day-to-day routine, and all are enthusiastically backed by nutritionists and youll be thinner and healthier in days. (Plus, the weight will stay off) Fonte: Disponvel em: . Acesso em: 28 ago. 2010.

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Captulo 1

1.2.4 Tpico FrasalO tpico frasal a frase que resume o tema central de um pargrafo em um texto dissertativo. Se este for o primeiro pargrafo, este tpico frasal representar o tema central do texto. Neste ponto, torna-se importante fazer uma distino entre assunto e tema de um texto.

CONCEITOAssunto: mais geral, pode ser comum a vrios textos, cujos temas podero ser diferentes. Normalmente representado por uma s palavra ou expresso sobre assuntos gerais. Ex.: ecologia, economia, pobreza, capitalismo, poltica, pases desenvolvidos, violncia urbana etc. Tema: uma delimitao do assunto, mais especfico e no pode ser resumido em uma palavra. Normalmente uma frase que, comumente, vem no incio do primeiro pargrafo do texto.

Portanto, para se ter uma boa ideia do tema central, basta ler a primeira frase do primeiro pargrafo do texto e, de preferncia, o pargrafo inteiro. Vale ressaltar que cada pargrafo tem seu tpico frasal, isto , o tema abordado naquele pargrafo, que no poder conflitar com o tema central do texto, e, sim, desenvolv-lo. como se fossem desdobramentos, aprofundamentos ou detalhamentos do tema central do texto. Veja este exemplo do primeiro pargrafo do Texto 6, onde o tpico frasal foi sublinhado.TEXTO 6 New photos from the Hubble Space Telescope show once again the value of having a decades-old orbiting observatory. After examining identical photos taken 10 years apart, scientists measured the speeds of individual stars in a distant nebula a feat akin to seeing the apparent thickness of a human hair 500 miles away. Fonte: Disponvel em: . Acesso em: 28 ago. 2010.

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Percebe-se que o tema central do restante do texto o Telescpio Espacial Hubble apenas lendo-se o tpico frasal. Concorda?

1.2.5 TtuloO ttulo normalmente visa dar uma ideia do assunto do texto e no do tema, portanto, cuidado para no se enganar. Muitas vezes, o ttulo pode at confundir um leitor mais desatento, pois pode conter linguagem figurada, como ironia, eufemismo (figura de linguagem usada para amenizar uma informao, ou o significado de uma palavra, por ser chocante ou inadequada para a situao) etc. Portanto, sempre leia o tpico frasal do primeiro pargrafo ou o pargrafo inteiro para se certificar do que trata o texto. Vamos a um exemplo de ttulo que pode confundir:TEXTO 7 Tribute to Daddy Daddy the pit bull was Cesar Millans right-hand dog since the beginning of Dog Whisperer. See photos of this legendary canine and find out how you can help honor his legacy of helping to rehabilitate other dogs. Fonte: Disponvel em: . Acesso em: 28 ago. 2010.

O ttulo do Texto 7 induz o leitor a pensar que o assunto paternidade ou uma homenagem a um pai. No entanto, ao lermos o texto, nos damos conta de que Daddy o nome de um co e nada sobre paternidade mencionado!

1.2.6 Conhecimento prvioJ comentamos esse assunto anteriormente, mas nunca demais enfatiz-lo. preciso que voc esteja sempre atualizado com todos os assuntos, dos mais banais aos mais importantes da atualidade. Conhecimento geral pr-requisito para tudo hoje em dia, desde o Vestibular at as entrevistas de emprego. Esteja sempre lendo: revistas semanais com notcias recentes atuais e mundiais; jornais; revistas femininas (deixe de lado o preconceito, principalmente se voc for homem, porque atualmente as revistas femininas trazem assuntos muito relevantes, que vo desde sade ecologia);

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revistas e jornais cientficos, literatura (muitos textos fazem referncia a obras mundialmente conhecidas, s vezes estabelecendo paralelos entre elas e o texto, ou usando metforas com base nos personagens ou em passagens famosas); obras literrias nacionais e estrangeiras; a Bblia (novamente, deixando os preconceitos de lado, j que este um livro de cunho histrico e literrio e no somente religioso e citado em muitas obras importantes) uma importante fonte de conhecimento; a mitologia grega (esta citada em muitas obras e at mesmo no nosso dia a dia seus personagens esto presentes); noticirios e programas de reportagens tambm so uma tima fonte de conhecimentos gerais. Tambm vale usar outras mdias como fonte de conhecimento, tais como: filmes; televiso (especialmente os noticirios, documentrios, entrevistas); msica, j que as letras podem mencionar desde eventos histricos at o cotidiano das pessoas comuns e refletem a cultura de uma lngua; teatro; sites da internet variados. No entanto, de nada adianta acumular tanto conhecimento geral se esquecermos de aplic-lo na hora em que dele mais precisarmos que, no nosso caso, na leitura e interpretao de um texto em lngua inglesa. Mencionamos anteriormente que nem todas as respostas encontram-se no texto e, sim, no leitor. O leitor que possui o conhecimento do assunto do texto j est a um passo da interpretao correta, mesmo que no saiba TODAS as palavras que esto l. Mas preciso que ele use este conhecimento no momento da leitura juntamente com suas tentativas de compreender o significado das palavras em ingls. O que acontece normalmente que o leitor fica to absorto com a leitura do texto e com suas tentativas de compreender o sentido das palavras desconhecidas, que se esquece de parar por um momento, sair do texto, e fazer uma ponte entre o que ele j conseguiu entender e o que sabe do assunto que est lendo. nesse momento que a lgica, as dedues e o bom senso podero ajud-lo a entender melhor o texto. Jamais tente entender um texto apenas decodificando o significado de suas palavras.

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REFLEXOQuando voc l um texto em sua lngua materna, voc L e ENTENDE cada palavra ou usa seu conhecimento prvio do tema que est sendo tratado no texto e de sua prpria lngua para compreender os blocos de palavras e o texto como um todo?

Um texto um todo e no somente um amontoado de palavras que possuem um significado individual. a habilidade de entender blocos de informao de cada vez, e no as palavras isoladamente, que resultar na interpretao correta do texto todo (CARRELL, 1990). O tema do Texto 8, a seguir, bem conhecido pelos brasileiros que gostam de futebol. Use o seu conhecimento prvio para entender do que trata o textoTEXTO 8 Full name: Ronaldo Luiz Nazrio de Lima Date of birth: September 22nd 1976. Place of birth: city of Rio de Janeiro, in the State of Rio de Janeiro. Height: 1.83 m (6 ft) Nicknames: when Ronaldo first came to the Brazilian team, in 1994, he was fellow of center-defense Ronaldo (Ronaldo = big Ronaldo); thus, despite being tall, he was dubbed Ronaldinho (Ronaldinho = little Ronaldo). By 2002, Ronaldo had left the Brazilian team, and another Ronaldo, Ronaldinho Gacho, had joined it; for some time, Brazilian fans were used to see Ronaldinho and Ronaldinho Gacho playing side by side. At the time, the fans of Internazionale in Milano were already calling him Ronaldo, the Phenomenon; Brazilian fans and media adopted the name. Today, Ronaldo is simply Ronaldo (or, Fenmeno), and Ronaldinho is Ronaldinho (or, Ronaldinho Gacho). The first professional team where Ronaldo played was So Cristvao, in the outskirts of Rio de Janeiro, from 1991 to 1993. Like every aspiring footballer in Rio, Ronaldo applied for tests in the football school maintained by his favorite team, Flamengo, but he was not approved. In 1993, he was taken by Jairzinho, the Hurricane of the 1970 World Cup, to sign a contract with Cruzeiro, one of the major teams in the State of Minas Gerais. In Cruzeiro, Ronaldos abilities soon drew attention of coach Carlos Alberto Silva. Ronaldo played for the first time in Cruzeiro at age 16 during an excursion to Europe; back to Brazil, he was already a principal. Fonte: Disponvel em: . Acesso em: 28 ago. 2010.

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REFLEXONo Texto 8 sobre Ronaldo, o Fenmeno, ser que entendemos o texto porque muitas das palavras so cognatas ou conhecidas, ou porque sabemos bastante sobre a vida deste craque brasileiro? Por que ele deixou de ser chamado Ronaldinho e passou a ser conhecido como Ronaldo? Qual sua cidade Natal? Qual foi o seu primeiro time profissional? Ao ler essas informaes, ser que voc est realmente lendo e interpretando as palavras em ingls ou est respondendo s questes porque voc j tem o conhecimento prvio deste tema?

1.2.7 DeductingMuitas vezes no sabemos o significado de algumas palavras, mas sabemos de outras. nesse momento, baseados no que j sabemos, que vamos deduzir o que no sabemos. Essa uma das tcnicas mais teis para suprir a falta de conhecimento de vocabulrio em ingls. Mas, para isso, preciso tambm ter um bom conhecimento do portugus para poder estabelecer paralelos entre as duas lnguas. importante tambm conhecer a estrutura da lngua inglesa, porque, muitas vezes, ela bem diferente da do portugus.

CONCEITODeducting deduzir, usar a lgica, o conhecimento prvio e o bom senso para deduzir o significado de uma palavra expresso ou frase.

Observe o exemplo:He did not want to *** anything because his stomach was already full of the good food of the French restaurant.

fcil deduzir que a palavra COMER (eat em ingls) a que melhor substitui os *** deduzindo-a a partir do restante da frase. Palavras como food,

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restaurant, stomach so cognatas, isto , parecidas com o correspondente em portugus, o que facilita a deduo de COMER nesta frase. Agora, observe este texto:Madonna is a WXYZ singer. She LMBD dancing and singing. Its her favorite hobbie. She is also a mother of two HGSR. She VUYR a girl and a boy. Madonna LMDB going out with them to the park, where they can FQP with other children and have fun. They LMDB their mother so much. She is a WXYZ mother besides being a singer and a VTHS.

Provavelmente voc conhece quase todas as palavras que fazem parte deste texto, com exceo, claro, das que esto em maisculas, pois elas no existem. No entanto, no difcil deduzir o que elas querem dizer. Vejamos o texto em portugus com as mesmas palavras inventadas.Madonna uma WXYZ cantora. Ela LMBD danar e cantar. o seu passatempo preferido. Ela tambm me de duas HGSR. Ela VUYR um menino e uma menina. Madonna LMBD sair com eles para o parque, onde podem FQP com outras crianas e se divertir. Eles MBD tanto sua me. Ela uma WXYZ me alm de ser cantora e TMHS.

Foi fcil deduzir as palavras inventadas? O mesmo deve ter acontecido com o texto em ingls, se voc conhecia a maioria das palavras. Como voc pde ver, o nosso crebro completa o que no sabemos a partir do que j sabemos. Alis, essa a maneira pela qual aprendemos qualquer coisa: nosso crebro parte do conhecido para descobrir o desconhecido.

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PRATICANDOVoc consegue ler o texto abaixo mesmo com as letras trocadas por nmeros? 35T3 P3QU3N0 T3XTO 53RV3 4P3N45 P4R4 M05TR4R COMO NO554 C4B34 CONS3GU3 F4Z3R CO1545 1MPR3551ON4ANT35! R3P4R3 N155O! NO COM3O 35T4V4 M310 COMPL1C4DO, M45 N3ST4 L1NH4 SU4 M3NT3 V41 D3C1FR4NDO O CD1GO QU453 4UTOM4T1C4M3NT3, S3M PR3C1S4R P3N54R MU1TO, C3RTO? POD3 F1C4R B3M ORGULHO5O D155O! SU4 C4P4C1D4D3 M3R3C3! P4R4BN5!

Viu s? No foi difcil, no ? assim que o nosso crebro completa ou substitui a informao desconhecida (os nmeros, neste caso), somente se baseando no que j conhecemos da estrutura lexical de nossa prpria lngua. assim que o seu crebro vai agir toda vez que voc ler um texto em ingls e no souber algumas palavras. Baseado no que voc j sabe, o seu crebro usar a deduo para completar a informao que falta, utilizando a informao que voc j decodificou ou o seu conhecimento prvio do assunto.

1.2.8 InferingInfering significa inferir, que deduzir o que o texto quer dizer alm das palavras escritas. ler entre as linhas, por assim dizer. Muitas vezes o autor no diz explicitamente o que quer dizer, mas o faz de maneira indireta, seja usando linguagem figurada ou, mesmo, deixando no ar algo que de fcil deduo, ou, ainda, lanando mo de eufemismos, ironia ou reticncias. No to fcil inferir o que o autor deixou de dizer, mas quis deixar no ar. preciso ter um maior domnio do vocabulrio e da estrutura da lngua inglesa, bem como usar, novamente, a intuio, a lgica, o bom senso e o conhecimento prvio do assunto. O que ajuda muito nas inferncias sempre levar em conta o contexto e no somente a palavra ou a expresso que se est tentando entender. Alis, considerar o contexto deve ser uma prtica que todo o leitor brasileiro de lngua inglesa deveria seguir sempre que lesse um texto em ingls. Nunca demais recomendar que no se deve ficar preso ao trecho do texto que

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se est lendo, mas lembrar-se sempre de que aquilo faz parte de um todo e, muitas vezes, apenas fazendo isto j o ajudar a entender melhor o que parecia to difcil.

DESAFIOO que o autor no diz claramente, mas que pode ser inferido no trecho abaixo com relao a um crime que algumas pessoas cometem? People do not know to research properly. They usually just read some information and paste it on their own text using ctrl C + ctrl V as if they have created the text themselves. It is an absurd that has many names but in all of them it is clear that people are acting anti-ethically because no credits are given to the original author of the text.

1.3 Aplicando a teoria na prticaVoc precisa responder s questes a seguir, a fim de poder fazer um trabalho, cuja referncia bibliogrfica o Texto 9 em ingls, que se segue. Use algumas das estratgias de leitura rpida para responder a essas perguntas: a) Qual o tema central do texto? b) De que trata cada pargrafo? c) Usando seu conhecimento prvio e/ou escaneando o texto, em que lugar do torneio mundial ficou o pas tratado no texto? d) Por que eles so chamados de champions? e) Quais so as palavras-chave do texto?

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TEXTO 9 Uruguay football team get heroes welcome By Veronica Psetizki Montevideo They may have finished fourth in the football World Cup but that was enough for Uruguays national side to be given a champions homecoming. Hundreds of thousands of Uruguayans followed and cheered the team in a long motorcade as they paraded along the sea promenade of the capital city, Montevideo, on Tuesday. The players waved to the crowd from the bus, holding flags, some of them filming on their own camcorders to cherish this moment forever. On the sides of the bus, a large banner summed up the nations feeling: Orgullo celeste, Spanish for Light blue pride, referring to the colour of Uruguays shirt. Thank you, champions! You gave us our pride back! read one of the hundreds of banners that flanked the squads 30km-long parade. () Fonte: Disponvel em: . Acesso em: 14 ago. 2010.

Ento, tentou resolver as questes? Vamos s respostas de cada uma? a) O tema a volta para casa da seleo uruguaia depois da copa de 2010 e como eles foram recebidos pelo povo em Montevideo. b) 1 pargrafo - Apesar da colocao na copa, eles foram tratados como campees na volta para casa; 2 pargrafo - A carreata de milhares de uruguaios nas ruas de Montevidu vibrando com sua seleo; 3 pargrafo - Os jogadores seguravam bandeiras e filmavam o momento de interao com a multido; 4 pargrafo - Uma faixa nos lados do nibus da seleo resumia o sentimento do povo: orgulho celeste, referindo-se cor da camisa da seleo; 5 pargrafo - Centenas de faixas de agradecimento por terem trazido de volta o orgulho dos uruguaios viam-se nos 30 km do desfile. c) C. No primeiro pargrafo aparece o numeral ordinal forth, que significa quarto.

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d) Porque, apesar de terem ficado em quarto lugar, foi muito significante para os uruguaios e eles consideraram isso como uma questo de trazer o orgulho uruguaio de volta nao. e) Uruguay(ans), parade(d) champion(s), pride, banners so as palavras que mais se repetem ao longo do texto.

1.4 Para saber maisSite: English Made in BrazilURL: Neste site, voc poder encontrar textos para praticar as estratgias apresentadas neste captulo.

Site: Ingls OnlineURL: Neste endereo, voc encontrar pequenos textos com glossrio para ajud-lo a aumentar o seu vocabulrio.

1.5 RelembrandoNeste captulo, voc estudou as seguintes estratgias de leitura de textos em ingls: Skimming uma estratgia de leitura rpida, cujo objetivo saber o assunto do texto de uma maneira geral. Para isso, voc poder usar: as marcas tipogrficas, que podem ser gravuras, grficos, nmeros, tamanho, forma e cor das fontes; as palavras-chave, que podem ser palavras repetidas, cognatas ou conhecidas; ttulos e subttulos.

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Scanning uma estratgia de leitura rpida, que visa procurar palavras ou expresses em particular no texto e ler a informao referente a elas. Tpico frasal uma estratgia de leitura rpida, que visa encontrar o tema central do texto e/ou de cada pargrafo do texto. Deducting/infering Estratgias, que visam descobrir o significado de uma palavra ou expresso a partir de outras que conhecemos, pelo contexto, utilizando o nosso conhecimento prvio ou, mesmo, usando o nosso bom senso e deduo lgica e pelo que conhecemos da estrutura da nossa prpria lngua.

1.6 Testando os seus conhecimentosResponda s perguntas a seguir, usando as estratgias de leitura que aprendemos at agora. 1) Como seria um diagrama para ativao do conhecimento prvio com 10 palavras que se relacionem com o assunto ANOREXIA? 2) Qual a estratgia mais apropriada para se usar no caso de voc estar procurando os preos de produtos em um texto de propaganda de uma loja? a) b) c) d) e) Skimming Deducting Infering Scanning Tpico frasal

3) Complete as lacunas abaixo com significados em portugus usando as estratgias de deducting\infering e/ou o seu conhecimento prvio para compreender todo o trecho. Use tambm as palavras cognatas e conhecidas.

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The _____________ of the United Sates, Barak Obama, has declared that he is interested in considering the Nuclear Weapond __________ a top priority in his government. He will try to establish an agreement with __________ such as Iran, North Korea and Afghanistan. They have _________ opinions about using nuclear power in defending their territories but Obama says he will try to reach to an __________ that is good for all of them and also for the world. 4) Marque as alternativas que mais se aproximam do que voc aprendeu neste captulo a respeito de ler um texto: a) A interpretao correta de um texto depende apenas de quanto conhecemos as estratgias de leitura aprendidas. b) Se soubermos usar corretamente as estratgias de skimming e scanning, conseguiremos saber qual o tema central de um texto, mesmo que no tenhamos conhecimento prvio. c) A interpretao de um texto depende em boa parte do conhecimento prvio que se tem sobre o assunto do texto. d) possvel saber o tema de um texto sem usar nenhuma das estratgias deste captulo, apenas usando o nosso conhecimento prvio do assunto. e) O conhecimento prvio sobre o assunto pode ajudar se no soubermos o significado de algumas palavras. 5) Como podemos encontrar o assunto de um texto sem ler esse texto? 6) Para que servem o ttulo e o subttulo? 7) Que tipo de palavras ns devemos procurar no dicionrio se no as conhecemos ou no as pudermos deduzir pelo contexto? a) b) c) d) e) Falsos cognatos Palavras desconhecidas Palavras do ttulo Palavras cognatas Palavras-chave

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8) Observe o Texto 10, a seguir, e responda:TEXTO 10 How Green Is the World? View the results of the annual Greendex survey and then calculate your score to find out how you rank compared to the rest of the world.

Fonte: Disponvel em: . Acesso em: 3 jun. 2010.

Qual o assunto do texto? a) b) c) d) e) O mundo O verde no mundo Resultados O verde Clculos

9) Observe o Texto 11, a seguir, e responda:TEXTO 11 Tribute to Daddy Daddy the pit bull was Cesar Millans right-hand dog since the beginning of Dog Whisperer. See photos of this legendary canine and find out how you can help honor his legacy of helping to rehabilitate other dogs. Fonte: Disponvel em: . Acesso em: 3 jun. 2010.

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Captulo 1

Apenas pelas palavras conhecidas e/ou cognatas, qual o tema central? a) b) c) d) e) Um co pit bull Um co honrado Uma lenda sobre reabilitao Um co que ajuda a reabilitar outros ces Reabilitao de pit bulls

Que inferncia ns podemos fazer a respeito do co Daddy? a) b) c) d) e) Ele no tem dono. Ele morreu. Suas fotos tm legendas. Ele mordeu a mo direita de Cesar Millan. Seu legado uma honra.

Onde encontrarCARRELL, P. J. D.; ESKEY, D. Interactive approaches to second language reading. Cambridge: CUP, 1990. TOTIS, V. P. Lngua inglesa: leitura. So Paulo: Cortez, 1991.

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Captulo 2

CAPTULO 2USANDO A ESTRATGIA DA DEDUO E DO CONHECIMENTO PRVIO

2.1 ContextualizandoNo captulo anterior, apresentamos a deduo e o conhecimento prvio como estratgias de leitura rpida. Neste captulo, vamos nos aprofundar na teoria a respeito do conhecimento prvio, estudando pormenorizadamente como se d o processo de leitura e interpretao de um texto e como podemos usar nossa deduo para esclarecer partes do texto que no sabemos. Voc perceber, cada vez mais, a importncia de se manter informado sobre o que acontece no mundo e sua volta, e de sua participao na construo do sentido enquanto voc interpreta um texto em ingls. Ao final deste captulo, esperamos que voc seja capaz de: usar seu conhecimento prvio para entender o assunto de um texto sem que precise conhecer todas as palavras que ele contm; deduzir partes de textos que possuem palavras desconhecidas usando a lgica e seu conhecimento prvio; por meio da teoria dos esquemas mentais, entender como se d a construo do significado em um texto; usar o dicionrio adequadamente para descobrir o significado de palavras desconhecidas.

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Captulo 2

2.2 Conhecendo a teoriaNo captulo anterior, usamos algumas estratgias de leitura de textos em ingls. As estratgias de leitura so divididas em dois tipos: ascendentes e descendentes. J se deu nfase a uma ou a outra em pocas diferentes, mas, hoje em dia, reconhece-se que nem um tipo, nem outro, separadamente, tornam eficiente a leitura de textos em ingls. Defende-se, atualmente, a abordagem interativa, na qual o fluxo de informao seria caracterizado pela bidirecionalidade, ou seja, a informao fluiria tanto do texto para o leitor (leitura como processo perceptivo), quanto do leitor para o texto (leitura como processo cognitivo), em geral, de forma simultnea. Entendamos melhor o que esses tipos de estratgias representam, na prtica. Quando voc usa a estratgia de skimming, por exemplo, est lanando mo de uma estratgia descendente, pois voc considera o texto como um todo (de cima) para chegar a um ponto mais especfico, como descobrir seu tema central (para baixo). Por outro lado, se voc usa a estratgia das palavraschave e/ou repetidas, estar usando uma estratgia ascendente, pois, a partir de uma ou mais palavras (de baixo), tentar descobrir qual o tema central do texto (para cima). Voc deve ter percebido que no captulo anterior usamos vrias estratgias ao mesmo tempo (dos tipos ascendente e descendente) para interpretar os textos propostos. Isso s vem comprovar o que os tericos defendem nos dias de hoje: que as vrias habilidades presentes no ato da leitura agem concomitantemente e no separadamente. Na verdade, os dois processos so complementares: um precisa do outro para que o entendimento do texto se concretize. Assim, de acordo com o que foi tratado at agora, o modelo ascendente tem o input visual como a dimenso mais importante na leitura. Em funo disso, chamado de orientado para os dados (no caso, o texto impresso). O modelo descendente, por outro lado, pressupe os esquemas mentais prvios como a dimenso mais importante na leitura. Por isso, chamado de orientado para o conceito (o conhecimento prvio). Comentamos sobre a importncia do conhecimento prvio no captulo anterior. Entretanto, vamos nos deter mais pormenorizadamente neste conceito de agora em diante, j que um dos fatores mais relevantes na leitura de um texto de lngua estrangeira ou de lngua materna.

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A habilidade na leitura, na verdade, depende o mnimo possvel do uso dos olhos e, medida que nos tornamos leitores fluentes, aprendemos a confiar naquilo que j conhecemos, naquilo que est alm dos olhos e, cada vez menos, no que est impresso na pgina diante de ns. A compreenso eficiente (de um texto) requer a habilidade de relacionar o material textual com o conhecimento prvio (CARRELL; EISTERHOLD, 1988, p. 76).Beck

A leitura um processo no linear, dinmico na inter-relao de vrios componentes utilizados para o acesso ao sentido, e uma atividade essencialmente preditiva, de formulao de hipteses, para a qual o leitor precisa utilizar seu conhecimento lingustico, conceitual e a sua experincia (KLEIMAN, 1989). um processo seletivo, no qual o (bom) leitor usa o seu conhecimento prvio do mundo para levantar hipteses que so confirmadas, ou no, durante o desenvolvimento do processo. A testagem das previses feitas seria eficiente devido grande redundncia existente na linguagem natural, assim como capacidade que o leitor tem de fazer as inferncias necessrias a partir de seu conhecimento prvio. Tal conhecimento pode ser entendido como o conjunto de conhecimentos extratextuais que o leitor emprega para detectar a inteno do autor e, consequentemente, perceber o efeito que este desejava causar (MOTTA-ROTH, 1991, p. 95). Citando Freire (2001, p. 8): a compreenso de um texto vai alm do texto em si, englobando tambm o contexto. Essa compreenso se concretiza no no nvel da manipulao mecnica das palavras, mas numa relao dinmica que envolve lngua e realidade. A aprendizagem de uma lngua estrangeira um processo global, que envolve todo o repertrio cultural das duas culturas envolvidas.

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por isso que, no captulo anterior, enfatizamos tanto a importncia de voc se manter informado sobre o que acontece no mundo, no seu pas, na sua cidade. Quanto mais conhecimento geral voc tiver e us-lo no momento da leitura de um texto em ingls, mais fcil ser interpret-lo satisfatoriamente. A leitura de um texto, mesmo se tratando de um texto tcnico, envolve a compreenso da cultura que lhe d origem. importante, pois, a questo da origem do texto, bem como a sua tipologia. por isso que devemos observar a fonte de onde se origina o texto antes de l-lo e estar familiarizados com os vrios tipos de gneros textuais existentes, tais como: anncio, artigo cientfico, artigo de revista, carta, letra de msica, pois cada um deles envolve um tipo de vocabulrio, estrutura, cultura e contexto. A compreenso eficiente (de um texto) requer a habilidade de relacionar o material textual com o conhecimento prvio (CARRELL; EISTERHOLD, 1988, p. 76). Alm da interao no fluxo de informao, pode-se postular que a leitura tem ainda um carter dialgico, ou seja, que a interao ocorre no somente no fluxo da informao, mas tambm entre os participantes no discurso. Esse carter dialgico, por sua vez, amplia sensivelmente a concepo interativa que se possa ter sobre a leitura (MOITA LOPES, 1996). Assim, convm aludir novamente ao conceito de esquemas que, segundo Moita Lopes, so estruturas cognitivas armazenadas em unidades de informao na memria de longo prazo (MLP), ou seja, constituem o nosso pr-conhecimento e so empregadas no ato de compreenso. Assim, os esquemas do leitor so vistos como fornecendo, na direo descendente, a informao oriunda do texto que est sendo processada de maneira ascendente (MOITA LOPES, 1996).

2.2.1 Esquemas mentaisOs esquemas mentais vm sendo estudados h dcadas, mas receberam uma maior ateno a partir da dcada de 70.

DEFINIOEsquemas mentais so nada mais nada menos do que estruturas mentais hipotticas para representar conceitos genricos guardados na memria.

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Eles funcionam como uma espcie de script e so criados em nosso crebro a partir de nossas experincias com as pessoas, com os objetos e com os eventos no mundo. Por exemplo, quando encontramos a palavra RESTAURANTE em um texto, em nossa mente iniciamos certas generalizaes envolvendo nossas experincias com restaurantes e desenvolvemos certas expectativas do que podemos encontrar em um restaurante. Voc, na verdade, j possui os esquemas mentais relacionados a um restaurante, como saber que restaurante envolve mesa, cardpio, comida, bebida, garom, pedido, conta etc. Ao ler um trecho que contenha a palavra restaurante, algumas lacunas (palavras que voc no sabe) so normalmente preenchidas com essas informaes automaticamente, porque voc j possui em sua mente um script com os eventos e elementos que fazem parte da situao de estar em um restaurante.

DEFINIOOs esquemas mentais podem tambm ser definidos como o seu conhecimento anterior que o leva a prever ou esperar aspectos na sua interpretao de um texto.

Acredita-se que a informao nova (do texto) juntamente com o nosso conhecimento anterior que constri a representao mental que nos faz entender um texto. A mente estimulada pelas palavras-chave ou expresses no texto, ou pelo contexto, ativa os esquemas de conhecimento. (COOK, 1989, p. 69). A partir deste ponto de vista, podemos concluir que os esquemas mentais so ativados por um ou outro desses modos: a) Uma informao nova do mundo exterior pode ser cognitivamente recebida e relacionada a uma informao j armazenada na memria pela lembrana ou acesso. Neste caso, novos conceitos so assimilados juntamente com a informao j existente, a qual pode ser alterada ou expandida.

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b) Uma informao nova pode ser representada por novas estruturas mentais. Nesse caso, na ausncia de esquemas mentais j existentes, o novo conhecimento constri novos esquemas mentais. Uma maneira de auxili-lo a ativar seus esquemas mentais antes de ler um texto fornecer atividades de pr-leitura, tais como: a) perguntar-se o que voc sabe sobre o assunto mencionado no ttulo; b) ler o primeiro pargrafo e, a partir dele, tentar perceber qual o tema do texto; c) fazer a leitura dos tpicos frasais de cada pargrafo do texto para tentar descobrir quais so os subtemas do texto, ou como ele est desenvolvido; d) ler o ltimo pargrafo: a concluso do autor; e) fazer esquemas de palavras do texto, relacionando-as semanticamente umas com as outras (voc se lembra dos diagramas de palavras do captulo anterior?). Voc j deve ter percebido, a essa altura, que VOC uma parte imprescindvel na compreenso de um texto e no somente as palavras que ele contm! O leitor no um coadjuvante, um mero decodificador de palavras. Na verdade, acredita-se que o autor de um texto contribui menos para a sua compreenso que o leitor. Qualquer texto no carrega em si um significado, a menos que haja um leitor para interagir com ele e ento atribuir-lhe significado. Como Koch (2006) afirma, o texto, seu autor e o leitor so indissociveis. preciso a interao dos trs para produzir um significado. Voc no fica satisfeito em saber que uma das peas-chave na leitura de um texto? Que o conhecimento de mundo e os esquemas mentais que voc possui so as peas fundamentais para desvendar o mistrio que cada texto traz com relao ao que o autor quer dizer? Vejamos o Texto 1 em portugus, de Rubem Alves:

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Captulo 2

TEXTO 1 Quando comeo a escrever deixo de ser dono de mim mesmo. Fico merc de idias que nunca pensei. Elas aparecem sem que eu as tenha chamado e me dizem: Escreva! No tenho outra alternativa. Obedeo. Cummings, referindose a um livro seu, ao invs de dizer quando eu escrevi esse livro, disse quando esse livro se escreveu. No foi ele... O livro j estava escrito antes, em algum lugar. Ele s fez obedecer s ordens que o livro lhe deu. Nikos Kazantzakis, autor de Zorba, o Grego, confessou que as letras do alfabeto o aterrorizavam. E isso porque, uma vez soltas, elas se recusavam a obedecer as suas ordens. As letras so demnios astutos e desavergonhados e perigosos! Voc abre o tinteiro e as solta: elas correm e voc no mais conseguir traz-las de novo para seu controle! Elas ficam vivas, juntam-se, separam-se, ignoram suas ordens, arranjam-se a seu bel-prazer no papel pretas, com rabos e chifres. Voc grita e implora: tudo em vo. Elas fazem o que querem [...]. Fonte: Disponvel em: . Acesso em: 3 jun. 2010.

REFLEXOVoc j se sentiu como o autor deste texto ao escrever uma redao, um texto de sua autoria? Quem voc acha que so Cummings e Nikos Kazantzakis? Por que o autor de Zorba, o Grego, disse que as letras do alfabeto so demnios? Voc tambm cr que as ideias tm vida prpria e difcil control-las no ato de escrever?

Voc percebeu que se voc no souber responder maioria dessas perguntas fica difcil entender esse texto, mesmo se tratando de um texto em sua prpria lngua?

EXPLORANDOQue tal voc pesquisar quem so os dois autores mencionados no texto? Assim, aumentando seu conhecimento de mundo, fica mais fcil entender este texto.

Agora, vejamos o Texto 2, em ingls, que tambm requerer de voc conhecimento prvio e, claro, conhecimento de um vocabulrio bsico de ingls.

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Captulo 2

TEXTO 2 What makes a successful business person? Business people who are tops in their field have a lot in common, and art professionals can learn a lot from their successes and strategies I have a theory on doing business. If my business is good, its not because of the weather, the time of year or the economy. Its because of me. Im doing something right. If my business is bad, its not because of the weather, the time of the year or the economy. Its because of me. Im doing something wrong. Somebody is always buying something from somebody, so how can I make them buy from me? First of all, you need confidence in yourself and your merchandise with clear goals and knowledge of the products you are selling. Only then can you inspire dedication from your staff and a willingness to buy from customers. Successful business people, no matter what their industry, have been found to share similar traits. Todays world is no longer satisfied with simply success-we want to know how the successful get to the top. The Russians developed a concept called anthropomaximology, in which they try to answer the question of why some individuals outperform others. Through the years Ive done some anthropomaximology of my own and found there are certain qualities that describe successful business people. [] Fonte: Disponvel em: . Acesso em: 3 jun. 2010.

Primeiramente, existem palavras que voc precisa conhecer no Texto 2 (se que j no conhece, pois elas so amplamente usadas no mundo dos negcios e mesmo fora dele), tais como: business, merchandise, staff, goals, buy e outras, que so cognatas, mas de igual importncia neste texto: economy, success, qualities.

EXPLORANDOSugerimos que voc procure as palavras do Texto 2 em um dicionrio eletrnico no endereo . Use este recurso sempre que achar necessrio!

Feito isto, voc precisa descobrir o que significa a palavra anthropomaximology. Esta difcil de achar em um dicionrio, pois no nada comum, mesmo na lngua inglesa. Ela foi atribuda a um conceito usado pelos russos, de acordo com o texto, mas, na verdade, ela tem a sua origem na lngua grega: anthropos em grego significa homem, pessoa. O restante da palavra contm maximo+logy, respectivamente,

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Captulo 2

mximo (do latim maximus) e estudo (do grego logia). Ento, o significado dessa palavra seria mais ou menos o estudo da maximizao do homem. Para saber disso, voc teria que ter um conhecimento de mundo com respeito lngua grega e latina. Na verdade, voc j conhece a palavra antropologia (o estudo do homem) que contm duas das trs palavras de origem grega, que fazem parte de anthropomaximology. A chave acessar esse conhecimento na hora em que precisa e no ficar confuso com uma palavra to pouco familiar. Voc precisa confiar no seu conhecimento de mundo. Essa a hora de parar e fazer as ligaes com as informaes que voc j possui e no se perder no texto e em suas dificuldades. Alm disso, voc precisar usar a deduo e a lgica para descobrir o significado da palavra toda a partir do significado de cada uma das trs palavras que a compem. Como voc pode ver, a sua participao, as suas estratgias de leitura, a sua lgica so importantssimas, porque nem sempre teremos um dicionrio mo e nem sempre encontraremos tudo o que precisamos no mesmo. O seu conhecimento de mundo que solucionar muitas das encruzilhadas semnticas (de significado) com as quais voc ir se deparar em um texto em lngua inglesa.

2.2.2 O vocabulrio de que voc precisa fato comum entre os tericos o reconhecimento de que, para se adquirir vocabulrio na lngua inglesa, preciso se expor lngua, lendo o mximo de textos possvel (CELCE-MURCIA, 2001). A exposio s mesmas palavras em contextos e textos diferentes que lhe dar condies de aumentar cada vez mais o seu vocabulrio na lngua inglesa. Embora as estratgias de leitura existam para suprir eventuais falhas no conhecimento de vocabulrio em ingls, somente elas no dariam conta da interpretao mais profunda de um texto em lngua inglesa. Devido a essa constatao em cada captulo desse livro, estaremos direcionando voc a ler outros textos alm dos expostos aqui, assim como esperamos que, por conta prpria, voc tome a iniciativa de ler o mximo possvel de textos em ingls.

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Captulo 2

Uma das maneiras de facilitar a aquisio de vocabulrio na lngua inglesa relacionar certas palavras a seus antnimos e/ou sinnimos, por meio de diagramas, por exemplo, ou fazer diagramas semnticos, como o que j fizemos no captulo anterior. Observe alguns exemplos de diagrama a partir do Texto 3 a seguir. As palavras-chave esto destacadas e, a partir delas, montaremos os diagramas (Figuras 1, 2, 3).TEXTO 3 A Parents Guide to Twitter By Rebecca Vander Meulen Chances are your teen has a page on Facebook, the social-networking website with a massive following among users ages 9 to 99. And, chances are, if youve heard of Facebook, youve probably also heard of Twitter, another player in the ever-expanding fray of social networking platforms, micro-blogs and the like. Perhaps you have a Twitter account. But does your child have one too? And as a parent, should you be concerned about Twitter in the hands of your child? The short answer: Theres no reason to ban your child from Twitter, but its important that both of you understand its ins and outs, its pros and cons and how to use it properly. While 14 percent of Americas 30 million Twitter users are 17 or younger, according to Web analysis firm Quantcast, the site is more popular among adults and has a more professional feel than Facebook. Faye Rogaski, founder of Socialsklz :-), which teaches communication skills for the modern age to young people, says teens often start Twitter accounts and then tend to forget about them. Still, Twitter is potentially a means through which personal information can fall into the hands of people who shouldnt have it. The key especially for kids and teens is to be smart and to be careful. Kids and teens often dont have the maturity level to understand that what goes online stays online, says Sue Scheff, founder of Parents Universal Resource Experts and co-author of Google Bomb. Fonte: Disponvel em: . Acesso em: 3 jun. 2010.

Iniciaremos pelas palavras cognatas e conhecidas, j que o Texto 3 sobre redes de relacionamento na internet e, por isto, imaginamos que muitas das palavras usadas neste texto com relao a esse tema voc provavelmente j conhece.

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Captulo 2

micro-blog Facebook online

users

Google

Internet

website

account

Web socialnetworking

Twitter

Figura 1 - Diagrama com palavras-chave relacionadas internet

Se voc no conhece algumas dessas palavras, procure saber com quem faz parte do Facebook e/ou do Twitter, ou com algum mais envolvido com redes de relacionamento online e a internet de modo geral. Todas essas palavras esto relacionadas semanticamente, pois envolvem um mesmo tema: a internet e as redes de relacionamento. Vejamos agora as palavras-chave no necessariamente relacionadas com esse tema, mas que, neste texto, foram relacionadas ao tema por seu autor:

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Captulo 2

Kids

Child

Younger

Ages TeensYoung People

Adults

Parent

Figura 2 - Diagrama com palavras-chave relacionadas a ages

Estas palavras esto semanticamente relacionadas, pois se referem a fases da vida, idade cronolgica e relaes de parentesco. Crianas, filhos (que, em ingls, so a mesma palavra: kids, children (child no singular), adolescentes (teens = adolescents), pai (me e pai) (parent), adultos (adults), idades (ages), mais jovem (younger), jovens (young people). Finalmente, vejamos outro grupo de palavras que est fortemente relacionado ao tema central do Texto 3:

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Captulo 2

Ban

Concerned

Shouldnt

Stays

Ins and outs Careful Experts

Professional

Smart

Maturity level Understand Pros and cons

Goes

Figura 3 - Diagrama com palavras-chave relacionadas a careful

Pais preocupados (concerned) com o uso que seus filhos fazem da internet podem querer proibir (ban) seu uso, mas devem considerar as vantagens e as desvantagens (ins and outs) e os prs e contras (pros and cons) dessa ferramenta. O Twitter mais popular entre os adultos, possui um perfil mais profissional (professional) e normalmente os adolescentes desistem logo de us-lo. No entanto, ele um meio pelo qual as informaes pessoais poderiam cair nas mos de quem no deveriam (shouldnt). A chave que os adolescentes e as crianas sejam espertos (smart) e cuidadosos (careful) para evitar que isso acontea. Especialistas nesse assunto afirmam que as crianas e os adolescentes geralmente no possuem o nvel de maturidade (maturity level) para entenderem (understand) que o que vai (goes) para a internet fica (stays) na internet.

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Captulo 2

PRATICANDOVoc se lembra do nosso exemplo do restaurante (restaurant)? Agora, voc ir criar um diagrama de palavras-chave em ingls relacionadas a este tema.

Esperamos que voc, ao ler outros textos na lngua inglesa, possa fazer o mesmo com as palavras-chave e/ou repetidas do texto para aumentar o seu vocabulrio sempre. No se esquea de consultar um dicionrio toda vez que no puder deduzir uma palavra-chave do texto, usando as estratgias at aqui estudadas.

2.2.3 Deduzindo pelo contextoNeste momento, voltaremos a tocar em um ponto j mencionado anteriormente: o contexto. Halliday (1985) defende que a lngua uma representao do real e um sistema potencialmente capaz de gerar significados, os quais somente se realizam no contexto. A construo dos significados lingusticos negociada e processual: no pertence isoladamente ao falante (ou enunciador de qualquer tipo), gramtica da lngua, ou ao contexto, mas surge da relao dinmica desses componentes, validados pela cultura da comunidade lingustica.

DEFINIOContexto o ambiente ou a situao em que est inserida uma informao.

Por exemplo, uma informao do tipo A velha intil., dependendo do contexto em que ela foi transmitida, pode ter vrias interpretaes. Se o contexto for uma conversa entre marido e mulher a respeito da me dela, que vir morar com eles, deduzimos que o termo a velha refere-se sogra do marido. Mas se o contexto uma conversa em uma oficina de automveis, em que o mecnico est explicando ao dono do carro a razo da troca de uma pea por uma nova, o termo a velha refere-se a uma pea do carro. Voc pode imaginar mil e uma

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Captulo 2

situaes (contextos) diferentes em que essa mesma informao em questo poder ser interpretada de modos variados. Por isso, nunca devemos desprezar o contexto em que uma informao dada, at mesmo em conversas e no somente em textos, pois isso poder evitar muitos mal-entendidos.

REFLEXOJ imaginou passar por uma sala e ouvir algum dizendo: Temos que matar a desgraada! Voc vai logo achar que se trata de uma trama para assassinar algum. No entanto, pode ser que as pessoas estejam falando sobre uma barata, por exemplo. Seria engraado se no fosse trgico, porque imagine a confuso que daria se voc fosse correndo polcia denunciar a quadrilha. Tudo porque voc ouviu uma informao descontextualizada.

Em textos em lngua materna e em lngua estrangeira pode acontecer de voc deduzir o significado de uma palavra sem considerar o contexto em que ela est inserida, com consequncias bem menos trgicas, claro, mas com prejuzos ao entendimento do texto. Portanto, quando se deparar com uma expresso ou palavra desconhecida, no se esquea de considerar todo o contexto antes mesmo de partir para um dicionrio, porque o contexto ajudar inclusive na escolha da opo de significado mais apropriada ao consultar uma palavra no dicionrio. Tenha sempre em mente que, para se deduzir uma palavra ou expresso que desconhecemos, devemos considerar todas as outras palavras envolvidas na frase, ou trecho, que estamos lendo, por isso, precisamos conhecer, pelo menos, algumas palavras do trecho para, ento, deduzir as que no conhecemos. Mais uma vez, ressaltamos o fato de que necessrio possuir um vocabulrio mnimo na lngua inglesa para aplicar essa estratgia. Vejamos alguns exemplos prticos: a) Doctor Ivo Pitangui is a famous surgeon. He had operated many famous celebrities such as Snia Braga, Sofia Loren and Bo Derek. Aqui voc poderia deduzir que a palavra surgeon significa cirurgio, apenas com seu conhecimento de mundo. Mas, mesmo que voc nunca tivesse ouvido falar

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Captulo 2

no Dr. Ivo Pitangui, poderia deduzir o mesmo significado pelo fato de se tratar de um doctor (mdico) e tambm porque ele operated (operou) vrias celebridades. b) Sexual harassment is very common in offices, especially with secretaries. The boss usually thinks that the woman who is under his orders can be approached with offensive words or proposals. This is a crime and the offended woman can denounce her boss for this inconvenient attitude. Neste caso, temos as palavras-chave (que voc precisaria conhecer, mas a maioria cognata): sexual, offices, secretaries, boss, orders, offensive words, proposals, crime, inconvenient attitude. Por essas palavras somente, daria para se deduzir que a palavra harassment seria assdio. Aqui tambm vale o seu conhecimento do mundo a respeito do assunto e da existncia da expresso assdio sexual na nossa lngua. c) There are many foreigners who come to Brazil looking for beautiful beaches and women: Americans, Italians, French, Argentineans and many others. They love our sun, hospitality and food. Every year, tourists from all the world arrive in Brazil looking for pleasure and fun. Neste trecho, as palavras-chave que o ajudaro a deduzir o significado da palavra foreigners (estrangeiros) so as nacionalidades, pois so cognatas, e as palavras beautiful, beaches, women, tourists, from all over the world arrive. Novamente, o conhecimento do fato de que muitos estrangeiros vm para o Brasil por causa do sol e das mulheres tambm poder ajudar na deduo do significado dessa palavra.

2.2.4 Usando o dicionrioJ que muitas vezes no possvel deduzir as palavras que no sabemos em um texto em ingls, ser necessrio, s vezes, lanarmos mo de um dicionrio. Mesmo nesse caso, preciso sempre considerar o contexto, porque ao procurar uma palavra em um dicionrio, voc vai encontrar vrios significados para ela. Assim, para saber qual dos significados o mais adequado para o texto em que a palavra est inserida, deve-se considerar o trecho de onde ela foi retirada e tambm todo o contexto em que est localizada. Alm disso, para facilitar ainda mais esta escolha dentre os vrios significados oferecidos pelo dicionrio, seria muito til saber a classe gramatical da palavra que voc est procurando.

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Captulo 2

No caso de a palavra ser um verbo, por exemplo, voc precisar saber a forma original desse verbo, isto , o seu infinitivo, pois os verbetes de verbos nos dicionrios trazem sempre o verbo na forma infinitiva, nunca em sua forma conjugada (no passado, particpio ou gerndio, por exemplo). Normalmente, essas formas verbais so conseguidas pelos sufixos acrescentados ao infinitivo, ficando fcil descobrir a sua forma primitiva. Vejamos alguns exemplos:worked - passado e particpio do verbo work. Nesse caso, basta retirar o sufixo -ed ara se procurar pelo infinitivo work no dicionrio. suffering - particpio presente (gerndio) do verbo suffer. O sufixo acrescentado para este tempo verbal o -ing. Ao retirarmos esse sufixo, temos o infinitivo desse verbo.

Infelizmente existem alguns verbos irregulares em ingls, cuja forma verbal no passado no possui sufixos. Nesse caso, voc precisaria recorrer lista de verbos irregulares e achar o infinitivo do verbo para, ento, procurar o seu significado. Na internet, voc encontra vrios sites em ingls, que contm essas listas de verbos irregulares da lngua inglesa. Sugerimos que voc tenha uma dessas listas sempre mo. Inclusive muitas delas trazem tambm o significado desses verbos alm de seus tempos verbais.

EXPLORANDOUma sugesto o site , onde voc pode encontrar uma lista de verbos irregulares com o seu significado.

Se o verbo estiver no presente, voc poder procur-lo facilmente no dicionrio, porque a maioria dos verbos em ingls tem seu presente e infinitivo na mesma forma. Apenas tome cuidado para que, se o verbo terminar em -s, -es ou -ies, retirar esses sufixos antes de procurar o verbo, pois eles so a marca da terceira pessoa do singular do presente em ingls e no fazem parte da forma infinitiva. Por exemplo: dances - infinitivo dance, watches infinitivo watch, studies, infinitivo study.

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Captulo 2

Existem muitas palavras em ingls que possuem a mesma forma, mas tm classificaes gramaticais diferentes, dependendo do seu uso dentro de um texto.