inova em foco - jun/2014 - uma boa mÃo, sorte e cacife? empreender É como jogar cartas?

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Junho . 2014 UMA BOA MÃO, SORTE E CACIFE? EMPREENDER É COMO JOGAR CARTAS? inovabs.com.br INOVA BUSINESS SCHOOL INOVA EM FOCO EXPERIÊNCIA E ATUAÇÃO: Graduado em Engenharia Civil, atua em empresas como consultor nas áreas de Gestão e Marketing. Professor das áreas de Marketing e Estratégia tanto na graduação como em Pós-Graduação e MBA. Atua há 15 anos na área de saúde suplementar. Especialização e Geração de Modelo de Negócios (BMGen). Palestrante, atua também em iniciativas Startups e de Inovação. Diretor da BADU+COP, Consultoria Empresarial, de Branding, Inteligência em Mídia e Planejamento / Ativação de negócios no Brasil e Itália. RENATO JANNUZZI CECCHETTINI Inicio este artigo com uma pergunta: Você tem uma boa ideia para um novo negócio? Um aplicativo, um produto ino- vador ou um modelo de negócio inovador? Todo mundo ou tem uma ideia na gaveta esperando o momento certo para se viabilizar ou até algo que já está em desenvolvimento. No mundo atual, onde o emprego não representa mais a estabilidade de antigamente, empreendemos para garantir nosso futuro. Mas sinto lhe dizer que empreender não é simplesmente colocar em prática uma boa ideia. É preciso muita perseverança, pois o caminho é cheio de obstáculos. Falo de três comportamentos dos empreendedores que podem levar a problemas. O primeiro deles é a paixão por uma ideia. Uma boa ideia não signica que estamos diante de um ótimo negócio. Nós brasileiros, torcemos apaixonadamente pelas nossas ideias. Não gostamos quando nossas ideias são questionadas. Achamos que não fomos compreendidos bem. Em segundo lugar o excesso de otimismo nos leva a acreditar que se o negócio não deu certo no início pode ter sido por azar. E assim, como num cassino, apostamos mais chas, pois na próxima rodada a sorte vai nos sorrir. Podemos colocar um terceiro motivo, o uxo de caixa e investimentos. Temos sempre a certeza da receita de vendas, mas ela é apenas uma expectativa. Baseada em projeções e apoiadas em dados, mas ainda assim uma expectativa. Sua ideia realmente convencerá o cliente? Como planejar com precisão a sua expectativa de receita? Então podemos dizer que o sucesso de uma iniciativa empreendedora depende de uma boa mão (uma boa ideia), sorte e cacife (investimento)? Não mesmo. Em primeiro lugar, não basta ter uma ideia de um produto ou serviço. A questão que você deve se fazer é “Que problema do cliente meu produto/serviço resolve?”. Além de outras como: “Quem é meu cliente?”, e “Como ele resolve este problema hoje, sem o meu produto/serviço?”. Ainda “A sua solução é simples?” Isso é apenas começo. Aceite as críticas iniciais como sinal de que você pode estar economizando tempo e dinheiro. Melhor alguém te falar sobre um problema antes do lançamento do que o mercado te dizer a mesma coisa não comprando e não dizendo porquê. Em segundo lugar, para evitar justicar uma falha da sua proposta de novo negócio como azar, tenha bem denidas as suas métricas e o que realmente interessa. Quais são as metas intermediárias? Dena objetivamente qual indicador e em que data você deverá alcançar para saber quando seu negócio deve ser repensado. Melhor corrigir rumos que ter que investigar o motivo do fechamento do seu negócio. E em terceiro lugar, saiba que a maioria dos negócios que fecham por falta de capital, se tivessem tido mais recursos, fechariam do mesmo jeito, só que mais tarde. O mercado é cruel, a briga é constante e sobrevive aquele que apresenta a melhor proposta para o cliente. Considere a possibilidade de buscar um investidor para o seu negócio. Isso ajuda a elaborar melhor a sua ideia, pois buscar alguém que esteja disposto a colocar dinheiro no seu projeto, vai exigir que você corrija falhas, inclusive aquelas que você pode não estar vendo. Não seja ingênuo. Um investidor não está procu- rando apenas boas ideias. Ele está procurando a melhor remuneração para o dinheiro dele. E depois de conseguir convencê-lo, saiba que o sucesso dos negócios que investidores aportam recursos beira os 20%. Portanto a sua ideia tem que ser muito boa para se transformar num bom negócio. E isso pode levar tempo de elabora- ção. Mas não desista. Persista. Anal é contra o vento que se decola! C M Y CM MY CY CMY K

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Leadership & Management


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Inova em Foco é um artigo escrito por professores da Inova Business School que provoca o leitor a refletir sobre temas ligados à gestão, liderança, inovação e futuro.

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Junho . 2014

UMA BOA MÃO, SORTE E CACIFE? EMPREENDER É COMO JOGAR CARTAS?

inovabs.com.br

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EXPERIÊNCIA E ATUAÇÃO: Graduado em Engenharia Civil, atua em empresas como consultor nas áreas de Gestão e Marketing. Professor das áreas de Marketing e Estratégia tanto na graduação como em Pós-Graduação e MBA. Atua há 15 anos na área de saúde suplementar. Especialização e Geração de Modelo de Negócios (BMGen). Palestrante, atua também em iniciativas Startups e de Inovação. Diretor da BADU+COP, Consultoria Empresarial, de Branding, Inteligência em Mídia e Planejamento / Ativação de negócios no Brasil e Itália.

RENATO JANNUZZI CECCHETTINI

Inicio este artigo com uma pergunta: Você tem uma boa ideia para um novo negócio? Um aplicativo, um produto ino-vador ou um modelo de negócio inovador? Todo mundo ou tem uma ideia na gaveta esperando o momento certo para se viabilizar ou até algo que já está em desenvolvimento. No mundo atual, onde o emprego não representa mais a estabilidade de antigamente, empreendemos para garantir nosso futuro. Mas sinto lhe dizer que empreender não é simplesmente colocar em prática uma boa ideia. É preciso muita perseverança, pois o caminho é cheio de obstáculos. Falo de três comportamentos dos empreendedores que podem levar a problemas.

O primeiro deles é a paixão por uma ideia. Uma boa ideia não significa que estamos diante de um ótimo negócio. Nós brasileiros, torcemos apaixonadamente pelas nossas ideias. Não gostamos quando nossas ideias são questionadas. Achamos que não fomos compreendidos bem.

Em segundo lugar o excesso de otimismo nos leva a acreditar que se o negócio não deu certo no início pode ter sido por azar. E assim, como num cassino, apostamos mais fichas, pois na próxima rodada a sorte vai nos sorrir.

Podemos colocar um terceiro motivo, o fluxo de caixa e investimentos. Temos sempre a certeza da receita de vendas, mas ela é apenas uma expectativa. Baseada em projeções e apoiadas em dados, mas ainda assim uma expectativa. Sua ideia realmente convencerá o cliente? Como planejar com precisão a sua expectativa de receita?

Então podemos dizer que o sucesso de uma iniciativa empreendedora depende de uma boa mão (uma boa ideia), sorte e cacife (investimento)? Não mesmo. Em primeiro lugar, não basta ter uma ideia de um produto ou serviço. A questão que você deve se fazer é “Que problema do cliente meu produto/serviço resolve?”. Além de outras como: “Quem é meu cliente?”, e “Como ele resolve este problema hoje, sem o meu produto/serviço?”. Ainda “A sua solução é simples?” Isso é apenas começo. Aceite as críticas iniciais como sinal de que você pode estar economizando tempo e dinheiro. Melhor alguém te falar sobre um problema antes do lançamento do que o mercado te dizer a mesma coisa não comprando e não dizendo porquê.

Em segundo lugar, para evitar justificar uma falha da sua proposta de novo negócio como azar, tenha bem definidas as suas métricas e o que realmente interessa. Quais são as metas intermediárias? Defina objetivamente qual indicador e em que data você deverá alcançar para saber quando seu negócio deve ser repensado. Melhor corrigir rumos que ter que investigar o motivo do fechamento do seu negócio.

E em terceiro lugar, saiba que a maioria dos negócios que fecham por falta de capital, se tivessem tido mais recursos, fechariam do mesmo jeito, só que mais tarde. O mercado é cruel, a briga é constante e sobrevive aquele que apresenta a melhor proposta para o cliente. Considere a possibilidade de buscar um investidor para o seu negócio. Isso ajuda a elaborar melhor a sua ideia, pois buscar alguém que esteja disposto a colocar dinheiro no seu projeto, vai exigir que você corrija falhas, inclusive aquelas que você pode não estar vendo. Não seja ingênuo. Um investidor não está procu-rando apenas boas ideias. Ele está procurando a melhor remuneração para o dinheiro dele. E depois de conseguir convencê-lo, saiba que o sucesso dos negócios que investidores aportam recursos beira os 20%.

Portanto a sua ideia tem que ser muito boa para se transformar num bom negócio. E isso pode levar tempo de elabora-ção. Mas não desista. Persista. Afinal é contra o vento que se decola!

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