insolvência
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InsolvênciaOrigem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
A insolvência é um estado em que o devedor possui mais dívidas do que a quantidade de seus bens para saldá-las.
Uma empresa insolvente poderá ao final de um processo ser declarada em falência ou em recuperação.
Índice
[esconder]
1 Portugal
2 Brasil
o 2.1 Insolvência do Empresário
3 Referências
4 Ligações externas
[editar]Portugal
A nova legislação Portuguesa apresenta a figura do processo de insolvência. Este resulta da criação de uma única
forma de processo especial com o qual se pretende tornar mais célere a decisão judicial (com maior rapidez e
flexibilidade na abertura e encerramento do processo), pretende obter uma mais justa composição dos interesses em
causa é a nota de maior relevo no novo Código da Insolvência e Recuperação de Empresas.
O presente código regula a eliminação ou a reorganização financeira de uma empresa conferindo aos credores um
papel central e preponderante (estes, por força da insolvência são considerados os proprietários económicos da
empresa). Ou seja, está agora muito mais na esfera dos credores a decisão de recuperar a empresa, e em que termos,
designadamente quanto à sua manutenção na titularidade do devedor insolvente ou na de outrem. Aos credores
caberá, portanto, decidir se o pagamento dos seus créditos resultará da liquidação integral do património do devedor
(nos termos do presente código ou de acordo com plano de insolvência que venham a aprovar), ou através da
manutenção em actividade e reestruturação da empresa.
[editar]Brasil
A insolvência revela-se pela incapacidade patrimonial de satisfazer regularmente as próprias obrigações. Tanto podem
ser insolventes o empresário e a pessoa natural.
No caso do empresário, deverá haver a decretação de falência com a arrecadação de todos os seus bens para
pagamento dos credores. O processo de falência é regulamentado pela Lei Federal n°. 11.101/05. Diferentemente, a
insolvência da pessoa natural (insolvência civil) é regulamentada pelo Código Civil.
A declaração de insolvência do devedor produz vários efeitos, dentre eles ocorre o vencimento antecipado das suas
dívidas; a arrecadação de todos os seus bens suscetíveis de penhora, quer os atuais, quer os adquiridos no curso do
processo; a execução por concurso universal dos seus credores. [1]
[editar]Insolvência do Empresário
De acordo com a lei de falências, a insolvência pode ser comprovada através de:
Ausência de pagamento das obrigações com valor definido constantes de títulos executivos protestados cuja
soma ultrapasse o equivalente a 40 salários-mínimos;
Ausência de pagamento ou depósito de valores que estejam sendo executados;
Auto-falência (pedido de falência realizado pelo próprio empresário).
pratica qualquer dos seguintes atos, exceto se fizer parte de plano de recuperação judicial:
procede à liquidação precipitada de seus ativos ou lança mão de meio ruinoso ou fraudulento para realizar
pagamentos;
realiza ou, por atos inequívocos, tenta realizar, com o objetivo de retardar pagamentos ou fraudar credores,
negócio simulado ou alienação de parte ou da totalidade de seu ativo a terceiro, credor ou não;
transfere estabelecimento a terceiro, credor ou não, sem o consentimento de todos os credores e sem ficar
com bens suficientes para solver seu passivo;
simula a transferência de seu principal estabelecimento com o objetivo de burlar a legislação ou a
fiscalização ou para prejudicar credor;
dá ou reforça garantia a credor por dívida contraída anteriormente sem ficar com bens livres e
desembaraçados suficientes para saldar seu passivo;
ausenta-se sem deixar representante habilitado e com recursos suficientes para pagar os credores,
abandona estabelecimento ou tenta ocultar-se de seu domicílio, do local de sua sede ou de seu principal
estabelecimento;
deixa de cumprir, no prazo estabelecido, obrigação assumida no plano de recuperação judicial.
A insolvência civil real e presumida requerida pelo credor quirografárioElaborado em 10/2001.
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Ao contrair uma dívida, o devedor assume para si uma responsabilidade,
devidamente respaldada pela potência patrimonial de seus bens móveis e imóveis.
Enquanto o universo patrimonial responder pelas obrigações assumidas, não há
falar-se em insolvência civil.
Todavia, ressalte-se que referido patrimônio deve ser necessariamente, livre de
qualquer constrição judicial e não afeto ao instituto da impenhorabilidade.
Nesse passo, relevante transcrever a boa lição de HUMBERTO THEODORO
JÚNIOR,(1) que assim trata do assunto: "Pouco importa, então, a existência de um
patrimônio vultoso e até mesmo superior as dívidas, se os bens que os compõem são
impenhoráveis pela sua própria condição jurídica (CPC, art. 649). Neste caso, a existência
de bens impenhoráveis ou gravados coloca o devedor em estado de insolvabilidade, pois
de nada adiantam ao credor quirografário".
A Lei instrumental civil, reconhece dois tipos de insolvência: a real e a presumida.
A insolvência real é prevista no artigo 748 do Código de Processo Civil, dispondo
que "Dá-se a insolvência toda vez que as dívidas excederem à importância dos bens do
devedor."
No que respeita a insolvência presumida, expressamente prevista no artigo 750
do mesmo diploma legal, são previstos dois requisitos, a saber:
I. o devedor não possuir outros bens livres e desembaraçados para nomear à
penhora;
II. forem arrestados bens do devedor, com fundamento no art. 813, I, II e III.
Em complemento, pertinente aduzir que o Código de Processo Civil, quer para a
insolvência real (art. 748), quer para a presumida (art. 750), não cogita, muito menos
exige, a prévia comprovação de existência de mais de um credor. O mesmo Humberto
Theodoro Júnior (op. Cit. Pág. 133), assevera que a "insolvência civil, embora suponha,
em regra, a existência de vários credores, tem, na verdade, como fundamento, o deficit
patrimonial do devedor. Se se demonstra tal fato, não exige a lei que se prove, também, a
efetiva pluralidade de credores interessados no mesmo patrimônio."
Ademais, estabelece o artigo 753, I do C.P.C., que a declaração de insolvência
pode ser requerida por qualquer credor quirografário.
O Juiz, ao apreciar o pedido de insolvência civil, deve observar 4 (quatro)
sistemas legislativos básicos, a saber:
- sistema do efetivo estado patrimonial deficitário;
- sistema de cessação de pagamentos;
- sistema de impontualidade;
- sistema de presunção em face de atos enumerados na lei.
Assim sendo, o julgador, ao receber a inicial, deve observar apenas se o credor
cumpriu as exigências do artigo 754 do C.P.C., ou seja, se o pedido foi instruído com título
executivo judicial ou extrajudicial (art. 586 C.P.C).
Exigir do credor a comprovação do estado de insolvência do devedor só é
pertinente quando o pedido for fundamentado na insolvência real.
Se se tratar da insolvência presumida, é inexigível tal comprovação. Com
propriedade, o já citado professor Humberto Theodoro Júnior (op. Cit., pág. 46), assevera:
"Exigir do credor a prova de que o devedor não possui outros bens além dos penhorados,
ou mesmo de que não possui bens suficientes para cobrir todos os seus compromissos, na
verdade, equivale a impor-lhe o ônus da prova negativa, sacrifício que tem sido
exprobrado desde o antigo direito romano".
Ademais, incumbe ao devedor, em seus embargos, a prova de existirem bens
suficientes para cobrir a dívida cobrada. É o que se chama de superavit patrimonial.
Em reforço, o RSTJ 75/195, define que "AO DEVEDOR INCUMBE A PROVA DE
SUA SOLVÊNCIA".
Outro ponto que merece ser abordado, espancando reiterados enganos por parte
dos profissionais do Direito, é quanto a desnecessidade da preexistência de execução
singular para o manejo da insolvência civil.
Em nome do princípio da economia processual, o credor, já ciente da ruína
patrimonial do devedor, pode, ao seu alvedrio, ajuizar de pronto a específica ação de
execução por quantia certa contra devedor insolvente.
Se considerado procedente o pedido, a declaração de insolvência produzirá o
vencimento antecipado das dívidas do devedor, a arrecadação de todos os seus bens
suscetíveis de penhora, atuais ou futuros, adquiridos no curso do processo e, por fim, a
execução por concurso universal dos seus credores.
NOTAS
1.A insolvência civil: execução por quantia certa contra devedor insolvente - 4ª
ed., Rio de Janeiro: Forense, 1998, pág. 47.