inspeção-geral das atividades em saúde“a sociedade tem o direito de pedir contas a todo o...
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Inspeção-Geral das Atividades em Saúde
Lisboa, 28 de maio de 2015
Mª do Rosário Raposo
Controle Interno, Auditoria Interna e Sustentabilidade
do Sistema Nacional de Saúde
Inspeção-Geral das Atividades em Saúde Lisboa, 28 de maio de 2015
Despesa corrente em cuidados de saúde em % do PIB em Portugal
Inspeção-Geral das Atividades em Saúde Lisboa, 28 de maio de 2015
Peso da saúde no PIB subiu 1,6% no decénio 2000-2009
Despesa corrente em cuidados de saúde em % do PIB em Portugal
Inspeção-Geral das Atividades em Saúde Lisboa, 28 de maio de 2015
Crescimento da despesa no longo prazo
Avanço tecnológico, doenças de “civilização” e aumento da esperança de vida criam pressão a longo prazo sobre a despesa
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Complexificação das entidades e riscos associados
– Aumento da dimensão das entidades
– Volatilidade tecnológica
– Dinâmica legislativa e regulamentar
Inspeção-Geral das Atividades em Saúde Lisboa, 28 de maio de 2015
Complexificação das entidades e riscos associados
– Aumento da dimensão das entidades
– Volatilidade tecnológica
– Dinâmica legislativa e regulamentar
– Tendência internacional para a complexificação da fraude
Inspeção-Geral das Atividades em Saúde Lisboa, 28 de maio de 2015
Tipo de fraudes no sector da Saúde reportados pela
Association of Certified Fraud Examiners - ACFE (%)
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Ano 2014 2010
Sobrefaturação / faturas falsas 29 22
Desvio de fundos (numerario) 16 8
Desvio de fundos (outros) 21 9
Falsificação de cheques 21 12
Corrupção 37 29
Reembolso de despesas 23 11
Falsificação de contabilidade 8 4
Desvio de bens 12 20
Assiduidade/Vencimentos 15 9
Soma 182 124
Fonte: Report to the nations on occupational fraud and abuse, ACFE, 2014
Report to the nations on occupational fraud and abuse, ACFE, 2010
Contenção Orçamental
– Cidadão pouco sensibilizado dado que não se associa diretamente o financiamento (impostos) ao consumo (serviços de saúde).
– Credibilidade externa (PAEF)
– Documento de Estratégia Orçamental 2014-2018
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Estratégia Sustentabilidade
Promoção da mudança em 3 áreas:
• Redução da morbilidade /Redução da carga de doença
• Diminuição do desperdício/fraude e rendas excessivas
• Redução do custo base da infraestrutura do sistema de saúde
(Paulo Moita de Macedo em “Orçamento de Estado|2015, Saúde e Segurança Social: Para onde vamos?, Ordem dos Economistas, 24 de novembro de 2014”)
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Estratégia Sustentabilidade
• Desenvolver o processo de contratualização e contratação: centrar as medidas nos resultados; analisar continuamente a experiência internacional associada à introdução de concorrência e assegurar flexibilidade suficiente desses mecanismos para fazer face à exigências da evolução dos cuidados de saúde
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(Paulo Moita de Macedo em “Orçamento de Estado|2015, Saúde e Segurança Social: Para onde vamos?, Ordem dos Economistas, 24 de novembro de 2014”)
Responsabilidade Social
“A sociedade tem o direito de pedir contas a todo o agente público pela
sua administração” Declaração dos Direitos do Homem, 1789
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Responsabilidade Social
– Estatuto do gestor público: Decreto-Lei n.º 71/2007, de 27 de Março, alterado e republicado pelo Decreto-Lei nº 8/2012, de 18 de Janeiro
– Estatutos dos hospitais e centros hospitalares: Decreto-Lei nº 233/2005, alterado e republicado pelo Decreto-Lei nº 244/2012, de 9 de novembro
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Diagnóstico
– Qual a distribuição por Ministério/Tutela?
Ministério da Saúde é o mais representativo com 20% dos respondentes
– Qual a natureza da entidade?
Mais de 60% dos respondentes são Serviços e Fundos Autónomos e os Serviços Integrados com unidade orçamental
– Quantas entidades têm serviços desconcentrados?
72 entidades têm 1.628 serviços desconcentrados 61% dessas entidades tem menos de 10 serviços desconcentrados
– Quantos trabalhadores têm?
41% dos respondentes têm mais de 300 trabalhadores
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Diagnóstico
– Como se distribuem as entidades por escalão da despesa executada em
2013? Escalão da despesa executada em 2013 mais representativo corresponde ao ≥M€ 1 e < M€ 10, sendo mais relevante entre as entidades públicas reclassificadas e os serviços integrados sem unidade orçamental
– Qual a importância relativa das despesas com pessoal? Para 51% das entidades respondentes, as despesas com pessoal atingiram
mais de 50% da despesa total executada em 2013, destacando-se que 41% dos respondentes têm mais de 300 trabalhadores
– Qual a importância relativa das despesas com aquisição de bens de
investimento? Despesas com a aquisição de bens de investimento surgem como pouco
representativas, sendo de assinalar que representam menos de 25% da despesa total executada em 2013 para mais de 90% das entidades respondentes
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Diagnóstico
- Qual a importância relativa das despesas com bens e serviços?
Entre os respondentes, predominam as entidades em que as despesas com a aquisição de bens e serviços representam menos de 25% da despesa executada em 2013.
É entre as entidades públicas empresariais e as entidades reclassificadas que as despesas com a aquisição de bens e serviços tendem a ser mais representativas face à despesa total executada em 2013.
É no Ministério da Saúde e no Ministério das Finanças que a importância relativa das entidades em que as despesas com a aquisição de bens e serviços correspondem a mais de 50% da despesa total é comparativamente mais elevada, em 24,5% e 20% das entidades, respetivamente.
Diagnóstico
– Qual o grau de cobertura das despesas por receitas próprias?
Em cerca de 40% das entidades respondentes o grau de cobertura de despesa por receitas próprias está entre 0% e 25%
– Qual a importância relativa dos pagamentos em atraso face à despesa executada?
72% dos respondentes indicou que não tinha pagamentos em atraso
Cerca de 68% das EPE/SA respondentes identificaram dívidas em atraso
– Qual a importância relativa dos apoios financeiros concedidos face à despesa executada em 2013?
52% dos respondentes não identificou apoios financeiros concedidos
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Diagnóstico
– Qual a importância relativa dos recebimentos em atraso face às receitas próprias de 2013?
Para cerca de 34% das entidades respondentes, os recebimentos em atraso correspondem a menos de 25% das receitas próprias referentes a 2013
Para mais de 20% das entidades do Ministério da Saúde os recebimentos em atraso são superiores às receitas própria
– Qual a importância relativa dos compromissos plurianuais face à despesa executada em 2013?
32% das entidades não identificou compromissos plurianuais para 2014, 2015 e 2016
O escalão mais representativo é o das entidades que identificaram compromissos plurianuais correspondentes a menos de 25% da despesa executada em 2013
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Diagnóstico
– Quantas entidades foram objeto de auditoria pelo Tribunal de Contas, IGF ou Inspeção setorial?
47% dos respondentes assinalaram a existência de auditorias do Tribunal de Contas
55% das entidades foram objeto de auditoria da IGF
60% dos respondentes identificou auditorias da inspeção setorial
25% das entidades não foi objeto nos últimos três anos de uma auditoria da IGF ou da inspeção setorial
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Grupo Coordenador do Sistema de Controlo Interno Integrado do Ministério da Saúde (GCCI)
Criação do GCCI:
Despacho do Ministro da Saúde nº 6447/2012, publicado no Diário da República, 2ª série, nº 94, de 15 de maio;
Presidido pelo Inspetor-Geral das Atividades em Saúde
Integrado pelos Presidentes dos ACSS, SPMS, INFARMED, e das 5 ARS
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Objetivos do GCCI
• Fomentar cooperação ativa entre as entidades intervenientes no
controlo, inspeção, monitorização e auditoria; • Definir objetivos de controlo - a curto, médio e longo prazo - e
avaliar, regularmente, os resultados desses controlos, com propostas de medidas consideradas imprescindíveis;
• Propiciar informação sobre despesa controlada, irregularidades detetadas, ilegalidades comunicadas, análise de risco, perceção da (in)eficácia; etc.
• Incrementar o esforço de controlo global do MS.
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Constrangimentos à atividade do GCCI
• Resistência à concertação de intervenções, face a práticas
orientadas para atuações individuais; • Dificuldade de harmonização de conceitos e metodologias,
definição de instrumentos de medida e de reporte de resultados, etc…
• Noção de “perda de tempo” com a necessária formação dos trabalhadores e o alinhamento de posições entre entidades;
• Insuficiente implementação dos Serviços de Auditoria Interna, quer pela sua inexistência (4 EPE e 1 ARS), quer pelo insuficiente número de Auditores Internos em relação à dimensão das entidades.
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Conclusão
– Sistema de Controlo Interno carece, para a sua cabal expressão, do concurso do Serviço de Auditoria Interna
– Mudança de paradigma no que concerne ao papel de Auditor Interno
– Atitudes e ideias voltadas para alavancar resultados e combater a fraude e o desperdício
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Conclusão
Análise à posteriori
centrada em factos passados;
Agente de identificação de problemas e garante do cumprimento da legalidade e da formalidade
Visão dirigida ao futuro
Interveniente proactivo na identificação de medidas de correção e de melhoria
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Conclusão
– Atividade independente, de garantia e de
consultoria, destinada a acrescer valor e a melhorar as operações de uma organização. Assiste a organização na consecução dos seus objetivos, através de uma abordagem sistemática e disciplinada para a avaliação e melhoria da eficácia dos processos de gestão de risco, controlo e governação.
Conceito de Auditoria Interna do Institute of Internal Auditors (IIA)
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Obrigada pela vossa atenção!
Lisboa, 28 de maio de 2015