instituições de direito direito constitucional, primeira parte – a organização do estado na...
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Instituições de Direito
Direito Constitucional, Primeira Parte – a organização do Estado na Constituição de 1988
Profa. Maria Tereza Leopardi Mello Instituto de Economia/UFRJ
M.Tereza Leopardi Mello - IE/UFRJ 2
Direito Constitucional – Parte I A organização do Estado na Constituição de 19881. Forma de Estado: a Federação2. As funções de governo
2.1. Executivo; 2.2. Legislativo; 2.3. Judiciário.
3. O exercício do poder normativo (tipos de normas)4. Mecanismos institucionais de controle do exercício do poder
M.Tereza Leopardi Mello - IE/UFRJ 3
A ORGANIZAÇÃO DO ESTADO NA CONSTITUIÇÃO DE 1988
Forma de Governo
República forma com se dá a instituição do poder: quem o exerce e como (eletividade periódica do chefe de Estado), nos três níveis: U E e M
Sistema de
Governo
Presiden-cialismo
modo como se relacionam executivo e legislativo:PR exerce funções de chefe de Estado e de Governo, cumpre mandato fixo, não dependendo da confiança do legislativo.
Forma de Estado
Federação estrutura da organização político-administrativa do Estado:divisão espacial do poder político (diferente de Estado centralizado ou da descentralização apenas administrativa).
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1. Forma de Estado: FederativaCF, art. 1o e 60, § 4o (preservação do princípio federativo)
Descentralização do poder político implica:
Estados Munic
auto-organização constituição própria art. 25, caput
art. 29
auto-governo escolha do chefe do executivo pela população (voto direto)
art. 28 art. 29, I
auto-administração
unidades da federação administram seus próprios órgãos
arts. 37 e ss
capacidade normativa
autonomia de editar normas jurídicas no seu âmbito de administração; esse poder não é delegado (pois quem delega pode revogar);Estados: Constituições próprias e leis estaduais, elaboradas pelas Assembléias LegislativasMunicípios: Lei Orgânica e leis municipais elaboradas pelas Câmaras de Vereadores.
art. 27, 25, §1o 22
art. 30, I e II
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1. Forma de Estado: FederativaCF, art. 1o e 60, § 4o (preservação do princípio federativo)
Descentralização do poder político implica:
autonomia financeira
Sistema Tributário arts.155 a 159
repartição de competências
estabelecida a nível constitucional (não por delegação) e não modificável nem por emendas à Constituição
arts. 20 a 23
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1. FEDERAÇÃO - REPARTIÇÃO DE COMPETÊNCIA
Referem-se ao poder/dever de cada esfera de governo de:- promover ações/ programas/ políticas públicas, - prestar serviços públicos, ou a - editar leis (competência legislativa)
arts. da CF Técnica
UNIÃO 21 (exclusiva) e 22 (privativa: pode ser delegada - v.§ único)
expressas
ESTADOS 25, §1o : competências não vedadas ou não exclusivas de U e M.
remanescentes
MUNICÍPIOS art.30 expressas
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União, Estados e
Municípios
art. 23Lei Complementar estabelece normas para cooperação
competência comum(ações
paralelas)
União e Estados
art. 24 União: normas gerais;Estados: normas específicas
competência concorrente
U, E e M competência
tributária
arts 145 e ss.: autonomia financeira das esferas
competências expressas
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2. FUNCÕES DE GOVERNO (ou tripartição de poderes):
princípio fundamental da Constituição - art. 2o e art. 60, § 4o
2.1. EXECUTIVO
Funções
1. administrar, executar políticas; colocar em prática as previsões legais.2. competência regulamentar: Decretos3. competência "legislativa": Medidas Provisórias4. também ‘legisla’ e ‘julga’ por meio de seus órgãos administrativos
ComposiçãoPresidente da República: funções privativas: art.84;responsabilidade: art. 85 e ss;forma de eleição do PR: art.77Ministros (auxiliares) - art. 87/88
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Câmara dos Deputados
art.45: representação proporcional à população do Estado
Senado
art.46:órgão representativo das unidades federadas, composto por 3 representantes de cada estado. Representação igualitária de todos estados visa a garantir equilíbrio entre as unidades da federação
Tribunal de Contas da União
auxiliar do Congresso na fiscalização; composição (art.73)
2.2. FUNCÕES DE GOVERNO
LEGISLATIVO
Composição: duas “Casas”
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funções: - legislar s/ matérias de competência da União;-fiscalizar contas da União; - julgar PR, ministros do STF, Procurador Geral da União em crimes de responsabilidade.
Competência exclusiva do Congresso Nacional (art 49) - fiscalização e controle sobre o Executivo; competência privativa da Câmara (art 51); Competência privativa do Senado (art 52)
OBS: função fiscalizadora do Legislativo: arts 70/71 - Tribunal de Contas da União (auxiliar do Congresso na fiscalização)TCU: competência (art. 71); composição (art.73); rejeição das contas da União pelo TCU pode dar margem a crime de responsabilidade (v. art.85, VI).
2.2. FUNCÕES DE GOVERNO - Legislativo
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2.3. JUDICIÁRIO (função jurisdicional)julga conflitos concretos (dirige-se a pessoas concretas - partes), mediante certos procedimentos - direito processual;
duplo grau de jurisdição:
todos os conflitos apreciados pelo judiciário estão sujeitos a análise de pelo menos 2 instâncias
competência originária
(juiz ou tribunal em que tem início o processo)
competência recursal:
(aprecia recursos contra decisões de instâncias inferiores)
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2.3. Estrutura de Poder Judiciário no Brasil
• Segmentos especializados (organizados a nível nacional, pela União)– Justiça do Trabalho– Justiça Federal– Justiça Eleitoral– Justiça Militar
• Justiça Comum (Estadual)
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SEGMENTOS ESPECIALIZADOS DO JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO - arts. 111 a 117 da CFjulga conflitos originados das relações individuais e coletivas de trabalho
composição competência
TST - Tribunal Superior do Trabalho
art. 111, § 1o definida em lei - CLT
TRT’s - Tribunais Regionais do Trabalho
art. 115 recursal: recursos das decisões dos Juízes do Trabalhooriginária: dissídios coletivos, por ex.
Juiz do Trabalho art.116 conflitos individuais do trabalho
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JUSTIÇA FEDERAL - art. 106 a 110quando há interesse da União (de qualquer órgão federal, da administração direta
ou indireta)*
composição competência
TRF’s- Tribunais Regionais Federais
art. 107 art. 108:I - originária II - recursal
Juízes Federais art. 109
* Casos especiais (exceções): 1. causas trabalhistas - julgadas pela Justiça do Trabalho - v. art. 114;2. ações acidentárias de empregados da União - julgadas pela Justiça Estadual;3. ações previdenciárias (contra o INSS) onde não houver varas da Justiça Federal são julgadas pela Justiça Estadual, com recurso para o TRF - CF, art. 109, §§ 3º e 4º.4. falências
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JUSTIÇA ELEITORAL - art. 119 da CF
composição competência
TSE: Tribunal Superior Eleitoral
art. 119
TRE’s: Tribunais Regionais Eleitorais
art. 120, § 1o decidir conflitos relativos a eleições
Juízes Eleitorais juízes comuns assumem temporariamente as funções
Juntas Eleitorais formadas por cidadãos, na época das eleições
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JUSTIÇA MILITAR - arts. 122 a 124crimes militares
STM - Superior Tribunal Militar
art.123
Tribunais Militares podem ser estaduais (art. 125, § 3o)
Juízes Militares
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“NÃO ESPECIALIZADO”
JUSTIÇA COMUM - ESTADUALcompete-lhe tudo o que não estiver incluído na competência das demais
(organizada conforme Constituições e leis de âmbito estadual)
TRIBUNAIS DE JUSTIÇATRIBUNAIS DE ALÇADA
Competências recursais dos tribunais são estabelecidas em função da matéria
Juízes de Varas Cíveis e Criminais
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TRIBUNAIS SUPERIORES
composição competência
STJ: guarda a supremacia de Lei Federal
art.104, I e II: ministros nomeados
pelo PR, c/ aprovação do Senado
originária: art 105, I recursal:1.ordinária: art. 105, II (rec.ordinário de decisões dos tribunais especializados em suas competências originárias)2.especial: art. 105, III (quando decisão recorrida contraria lei federal, etc.)
STF: guarda supremacia da Constituição
art. 101: ministros, nomeados pelo PR, c/ aprovação
Senado
art.102:I - originária: (v. ação direta de inconstitucionalidade);II - recursal ordinária (rec. de decisões de Tribunais Superiores);III - recursal extraordinária (quando decisões inferiores contrariem a CF).
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3. O exercício do poder normativo
3.1. As diferentes normas existentes no sistema jurídico brasileiro
3.2. Atividade normativa do Executivo: primária e secundária
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3.1. As diferentes normas existentes no sistema jurídico brasileiro
Constituição, Emendas à Constituição
Leis Complementares
Leis ordinárias
Medidas Provisórias e Leis Delegadas
Decretos,
Regulamentos em geral (portaria, resoluções, instruções, atos normativos etc.)
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3.1. PROCESSO LEGISLATIVO - arts.59 e ss
limites iniciativa quórum sanção ou veto
Emendas à Constituição
art. 60, § 4o art. 60, I a III art. 60, § 2o
-
Lei Complementar
CF art. 61 art. 69 art. 66
Lei Ordinária CF; LC’s art. 61 art. 47 art. 66
Lei Delegada CF, limites da delegação: art. 68, § 1º
PR solicita delegação ao Congresso
art. 68, § 3o
-
Medida Provisória (art. 62)
igual à lei ordinária
elaborada pelo PR; tem vigência imediata
igual à lei ordinária
deve ser apreciada em 60 dias; se aprovada transforma-se em lei.
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3.2.ATIVIDADE NORMATIVA DO EXECUTIVO (da administração pública)
Primária: medida provisória e lei delegada, tipos de normas que podem inovar a ordem jurídica.Secundária: regulamentos de execução, hierarquicamente inferiores à lei (não podem inovar a ordem jurídica)
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3.2.ATIVIDADE NORMATIVA DO EXECUTIVO (da administração pública)
ato normativo da administração pública (geral)
ato administrativo executivo (individual)
critérios p/ decisão de casos concretos (abstratos, impessoais, hipotéticos)
casos concretos decididos
regulamento de execução - finalidades:a)precisar o conteúdo dos conceitos legais;b)estabelecer procedimentos dos órgãos da Administração Pública p/ execução das leis;c)estabelecer critérios técnicos p/ aplicação da lei (definições técnicas).
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Forma dos Atos Normativos da Administração Pública*
DECRETOS dos chefes dos executivos federal, estaduais e municipais;
Resoluções, Portarias
de autoridades outras que não o chefe do executivo: Ministros; secretários de Estado; dirigentes de autarquias
Deliberações, Resoluções
de órgãos colegiados
Atos Normativos, Instruções
estabelece normas e procedimentos internos para o encaminhamento de "casos"
Circulares transmissão de ordens internas uniformes aos funcionários subordinados
* as mesmas formas - decreto, portaria, resolução, deliberação - podem ser usadas para atos de conteúdo individual (por exemplo, punição de funcionário público, concessão de afastamento, etc.)
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Executivo Legislativo Judiciário
Executivo Sanção/veto a projetos de lei aprovados (art. 66)
escolha de alguns membros de Tribunais Superiores
Legislativo Arts. 165-169:orçamento;arts 70 e ss: controle das contas;art. 58 - Comissões de Inquérito;art. 52, III: aprovação do Senado para nomeações para cargos do Executivo;Art. 52, I: Julgamento do PR em crime de responsabilidade
orçamentocontrole das contas;julgamento de ministros do STF pelo Senado (art. 52 ...)
Judiciário Controle de constitucionalidade e de legalidade dos atos normativos e executivos.
controle de constitucionalidade
4. Mecanismos institucionais de controle
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4.1. CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE- Preventivo: nas Comissões do Congresso, ou pelo veto do PR
- Corretivo:
alegada em casos de conflitos concretos
inconstitucionalidade declarada no processo possui efeitos que só atingem as partes (não declara a inconstitucionalidade em tese).
Ação pode chegar ao STF por recurso extraordinário (art.102,III,b)
Ação direta de inconstitucio-nalidade (ADIN)
Ação proposta apenas para discutir a inconstitucionalidade em tese, sem se referir a um caso concreto de conflito (controle abstrato de constitucionalidade).
- quem propõe: art.103;- quem julga: STF;- suspensão da norma por Resolução do Senado (art. 52, X).
Inconstituciona-lidade por omissão
Mandado de Injunção por falta de regulamentação da norma constitucional
art. 5o, LXXI;- quem propõe: art.103- quem julga: STF (102,I,q);STJ (105,I,h)
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4.2. Controle ‘externo’ sobre o Judiciário: o Conselho Nacional de
Justiça – art. 103-B
• Composição do CNJ: art. 103-B, caput;
• Atribuições: art. 103-B, § 4o.