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Instituto A Vez do Mestre
Licenciatura em pedagogia
INCLUSÃO ESCOLAR DOS PORTADORES DE SÍNDROME DE
DOWN
Apresentação de monografia ao IAVM
como requisito parcial para a obtenção
do grau de especialista em pedagogia
Por.: Solania Maria Fraga Corrêa
Orientadora: profª Ms. Andrea Villela
Mafra da Silva
RIO DE JANEIRO
2010
DOCU
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RAL
2
AGRADECIMENTOS
Agradeço ao meu marido e minhas
filhas pela paciência e força que me
deram nessa minha caminhada e a
Deus por ter me proporcionado
alcançar mais esse objetivo tão
importante na minha vida.
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RESUMO
O tema inclusão escolar tem sido constantemente debatido no Brasil, por
diversos setores da sociedade: professores, educadores, mídia, entre outros. A
lei brasileira já garante a inserção de alunos com necessidades educacionais
especiais no ensino regular, porem esse direito ainda não é totalmente
garantido nas escolas brasileiras por diversos fatores. Pensamento nisso, esse
trabalho se propôs esclarecer esses fatores através de pesquisa bibliográfica,
constituída principalmente com informações contidas em livros, revistas, jornais
e artigos da internet. Através da pesquisa, identificar se as escolas de ensino
regular estão preparadas para receber crianças com deficiência mental,
esclarecer se a inclusão de crianças com síndrome de down faz diferença na
aprendizagem. A investigação objetivou refletir sobre a inclusão dos alunos
com síndrome de down no espaço escolar e na sociedade, contribuindo para
que ela ocorra de forma natural, ajudando a combater todos os preconceitos.
Porém, o resultado obtido mostra a falta de conhecimento da sociedade para
que haja a inclusão, que é direito e dever de todos.
Palavras-chave: inclusão, síndrome de down, ensino regular.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO....................................................................................................7 CAPITULO I........................................................................................................9 1.1. Uma breve retrospectiva da educação........................................................9 1.2. Direito a educação.....................................................................................14
CAPITULO II.....................................................................................................19 2.1. Breve histórico............................................................................................19 2.2. O que é síndrome de down?......................................................................19 2.3. Características físicas................................................................................20 2.3.1. Tônus muscular baixo.............................................................................21 2.3.2. Características faciais.............................................................................21 2.4. Características cognitivas..........................................................................22 2.5 O desenvolvimento.....................................................................................24 2.6 A vida familiar.............................................................................................26
2.6.1. Expectativas.............................................................................................27 2.6.2. Os limites.................................................................................................28 2.6.3. A independência .....................................................................................28 CAPITULO III.....................................................................................................30 3.1. Projeto “educar mais 1”...............................................................................32 3.1.1. Histórico...................................................................................................32 3.2. Objetivos e normas....................................................................................32 3.3. Fundamentação: projeto Roma..................................................................34 3.3.1. Histórico...................................................................................................34
CONCLUSÃO..................................................................................................39
BIBLIOGRAFIA................................................................................................40 ANEXOS.....................................................................................................42-44
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INTRODUÇÃO
Essa pesquisa foi motivada pelo interesse pessoal de aprofundar ao
conhecimentos a respeito das crianças portadoras de síndrome de down, um
distúrbio que leva a deficiência mental, descrevendo as características físicas e
emocionais desses individuais. Com isso descobrir qual a importância da
inclusão na escola e no convívio social dessas crianças com outras ditas
normais.
Ouvimos muito falar sobre pessoas com necessidades especiais, ou
melhor, portadores de algum tipo de deficiência, e principalmente sobre
inclusão. Os jornais, a TV por meio de programas especiais e, principalmente,
telenovelas, abordam sempre esta temática, mas, de forma muito sintetizada e,
as vezes, até fantasiosa. Apesar do assunto estar em todos os lugares e ser
muito divulgado pela mídia, as duvidas são muitas e o preconceito ainda existe.
Podemos constatar que há varias questões a serem esclarecidas sobre esse
assunto.
O tema de pesquisa se justifica pela importância de se apresentar
alguns aspectos de crianças portadoras de síndrome de down, a fim de auxiliar
pais e professores envolvidos no problema a compreender o comportamento
delas e buscar meios para melhorar a convivência dessas crianças no
ambiente escolar e social. O trabalho também é de muita importância para
pessoas que se interessam pelo assunto, seja por motivo profissional ou
particular, dando ao leitor um conhecimento mais profundo sobre as
habilidades e imitações dessas crianças.
Pensando nisso, os objetivos deste estudo são apresentar a história da
educação especial a inclusiva, descrever as características da criança
portadora de síndrome de down, expondo os aspectos físicos e emocionais e
apontar as possibilidades e dificuldades do processo de inclusão de um aluno
com síndrome de down numa escola regular, por meio de metodologia de
pesquisa quantitativa, através de estudos bibliográfico, constituído
principalmente com informações contidas em livros, publicações, jornais e
artigos da internet.
Esta monografia está dividida em três capítulos. O primeiro capítulo faz
um breve histórico sobre a educação no Brasil. O segundo capítulo descreve
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os aspectos físicos, emocionais e cognitivos do desenvolvimento da criança
com síndrome de down e o terceiro capitulo falar sobre a importância da
inclusão de crianças portadoras de síndrome de down no ensino regular.
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CAPÍTULO I
A HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO NO BRASIL
Vivemos com a discriminação e o preconceito, eles sempre foram
características marcantes na sociedade, principalmente, quando se trata de
pessoas com algum tipo de deficiência. Para entender melhor a evolução
histórica da inserção social das pessoas com necessidades especiais e sua
educação, é necessário expor acontecimentos marcantes no Brasil.
1.1. Uma breve retrospectiva da educação
Segundo Seesp/MEC no Brasil, da época colonial até a década de 90,
momento que testemunhou o inicio dos movimentos internacionais para a
construção de sistemas educacionais inclusivos, na busca da garantia do
acesso de todos a escola, respeitando-se as peculiaridades de cada um.
A história das relações, na área educacional, entre a sociedade
brasileira e o segmento populacional constituído pelas pessoas com deficiência
vem se modificando no decorrer do tempo, com maiores ganhos objetivos
observados na última década. Revisando, há que se lembrar que a educação
pública neste país é relativamente jovem, não tendo completado sequer 80
anos! No período do Brasil colônia, a educação se restringia ao ensino
religioso, sob a responsabilidade dos padres jesuítas, processo e situação que
durou até o século XVIII, quando a companhia de Jesus foi expulsa do país.
A primeira constituição brasileira, promulgada no inicio do século XIX
(1824) foi o primeiro documento oficial a manifestar o interesse do país pela
educação de todos os cidadãos ao estabelecer a gratuidade da instrução
primaria. Entretanto, ela não explicitou de quem seria a responsabilidade pelo
sistema e pelo processo educacional, eximindo o poder público desse
compromisso. É importante também lembrar que, como bem o aponta Kassar
(1999, p.20), quando o texto dizia “todos os cidadãos”, certamente não incluía a
massa de trabalhadores, constituída, em sua ,maioria, de escravos. Assim, o
texto constitucional que aparentemente se comprometia com os brasileiros, na
verdade se referia somente a uma pequena minoria, representada pela elite
sociopolítica no país.
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Segundo Seesp/MEC partir de 1961, os textos legislativos tornaram-se
gradativamente mais explícitos, especialmente no que se refere a educação
das pessoas com deficiência. De maneira geral, os dispositivos legais se
referem a educação desse segmento populacional como um direito a ser
usufruído, quando possível, no sistema regular de ensino. Apesar desses
dizeres, entretanto, manteve-se sempre uma tentativa de conciliação entre as
forças antagônicas que tem caracterizado o debate social sobre esse assunto
ao garantir apoio financeiro também as entidades privadas, incentivando o
encaminhamento e a permanência de pessoas com deficiência em escolas e
classes especiais, segregadas, sob o argumento do beneficio da especialidade.
No decorrer da década de 70, o paradigma da institucionalização,
vigente no país desde o período imperial, começou a dividir o espaço com um
novo conjunto de ideias. Nesse ponto da caminhada, o país, sob influencia
provenientes direções, passou a assumir:
1. O principio da normalização como critério norteador da avaliação
social.
2. O paradigma de serviços como modelo de atenção a pessoa
portadora de deficiência, na área educacional.
Assim, recomendava a prestação de serviços educacionais técnicos,
especializados, com o objetivo de promover a adaptação da pessoa ao seu
meio social.
A declaração de salamanca e o programa educação para todos a
década de 80 manteve esta tendência, que começou novamente a se modificar
nos anos 90, especialmente após a conferencia mundial de educação para
todos, ocorrida em Jomtien (Tailândia), secundada e fortalecida no que se
refere aos direitos das pessoas com deficiência, pela declaração de
salamanca, 1994.
O programa educação para todos trata da garantia, para todos os
cidadãos, do acesso a escolaridade, ao saber culturalmente construído, ao
processo de produção e de difusão do conhecimento e, principalmente, a sua
utilização na vivencia da cidadania.
O cumprimento de tais objetivos requer a existência de sistemas
educacionais planejados e organizados para dar conta da diversidade dos
alunos, de forma a poder oferecer, a cada um, respostas pedagógicas
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adequadas as suas peculiaridades individuais, as suas características e
necessidades especificas.
A declaração de Salamanca, por sua vez, traz as recomendações
referentes aos princípios, a política e a pratica de reconhecimento e atenção as
necessidades educacionais especiais. Ao concordar com as recomendações
contidas nesses dois importantes documentos, e ao fazer delas seu
compromisso, o Brasil sinalizou que estava pronto para promover novo avanço
na relação com seus com deficiência.
Os pressupostos que fundamentaram essa atitude foram de natureza
filosófico, ética, política e social, e encontram-se abaixo explicitados: todos
somos diferentes uns dos outros, o que vem a ser o aspecto central da
diversidade que constitui qualquer sociedade; não há diferença que faça de
uma pessoa um cidadão de menor valia: todos são iguais perante a lei; a
pessoa com deficiência é cidadã como qualquer outra pessoa e, como tal, tem
o direito de receber os serviços de que necessita, sem que, para tanto,
necessite permanecer segregada; assim, tem imediatamente o direito ao
acesso e a permanência no ambiente comum, independentemente do tipo de
deficiência que tiver e de seu grau de comprometimento; para que isso
aconteça, a sociedade tem de se reajustar de forma a se tornar acolhedora
para todos; isso deverá acontecer em cada comunidade, em todos os níveis de
ação pública, em todos os ambientes, em todas as instancias.
O compromisso prático resultante da opção pela adoção desses
princípios foi determinar que cada instancia da atenção pública: identificasse a
situação da pessoa com deficiência; identificasse as providencias necessárias
para garantir o acesso imediato e a participação da pessoa com deficiência nos
serviços e recursos disponíveis em cada área da atenção pública; tornasse
disponíveis os suportes que se mostrem necessários para favorecer esse
acesso e participação, promovesse a capacitação de recursos humanos para
administrar a atenção pública em uma comunidade inclusiva; favorecesse a
conscientização dos cidadãos, de maneira geral, quanto a responsabilidade de
cada um no processo de construção de uma sociedade inclusiva.
Tais providencias se constituíram nos primeiros passos de
caracterização de um novo paradigma, denominado paradigma de suportes.
Ele se caracteriza pela implementação de ações objetivas e afirmativas no
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sentido de ajustar/adaptar a sociedade, nas varias instancias da atenção e da
ação públicas, de forma que ela se torne acolhedora para todos. Tal
procedimento, portanto, se faz uma medida essencial para garantir que a
pessoa com necessidades especiais possa acessar e participar, imediata e
definitivamente, do espaço comum da vida em sociedade, independentemente
do tipo de deficiência que apresente, de seu grau de comprometimento, bem
como de fato de estar recebendo ou sendo submetida a serviços diferenciados,
e/ou especializados.
Na área da educação, isso implica que se providencie e implemente
todos os ajustes que se fizerem necessários para garantir que as pessoas com
necessidades educacionais especiais possam se matricular, frequentar e
participar da escola regular, em todos os seus níveis e modalidades,
compartilhando do cotidiano da vida comunitária.
Mas então o aluno com deficiência não mais precisa do ensino especial?
Ele então deverá então ficar na sala regular, sem atendimento
especializado?
Mas assim ele não será prejudicado?
Estas são perguntas importantes, principalmente porque tem circulado
no meio educacional, sendo fonte de preocupação e de angustia para muitos
professores e dirigentes educacionais!
Vejamos... sabemos que todos somos diferentes uns dos outros, não é
verdade? Nem todos somos morenos, ou loiros, temos pele amarela, ou pele
vermelha, somos de cor branca, ou de cor negra, temos cabelos lisos, ou
cabelos enrolados, e assim por diante... cada pessoa tem características que
são somente suas e que, na verdade, a diferenciam das demais o mesmo
acontece com nosso funcionamento mental. Algumas pessoas aprendem
melhor por via visual, ou seja, lendo textos, assistindo cenas; outras aprendem
melhor por via auditiva, ou seja, ouvindo o professor, ou lendo em voz alta;
algumas pessoas compreendem melhor um fato ou um fenômeno qualquer se
puderem lidar com ele concretamente; outras pessoas já tem facilidade para
compreender o mesmo fenômeno, ainda que dele se trate abstratamente, ou
seja, no nível da imaginação, da elaboração de ideias.
Segundo essa pesquisa, podemos dizer que, para que o resultado seja
satisfatório na aprendizagem dos portadores de necessidades especiais, é
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necessário a participação ativa de todos, familiares e da escola, pois esses
alunos precisam de ter em seu lado pessoas que acreditam no seu
desenvolvimento intelectual.
Seesp vai sugerir a mudança de terminologias e da forma de colocar
algumas perguntas que, segundo Cláudia Dutra, não estão sendo interpretadas
adequadamente pelos responsáveis pela informação do censo nas escolas.
Professores – A formação continuada de professores da educação especial,
que vem sendo feita desde 2003, também não foi corretamente informada
pelos sistemas de educação no censo de 2005, explicou Cláudia Dutra. Em
2004, disse, a Seesp apoiou a formação em serviço de 23 mil professores;
outros 300 professores fizeram formação de 120 horas em libras (língua
brasileira de sinais); 380 fizeram o Proinesp (programa de informática na
educação especial), mas estes números não aparecem no censo escolar. Os
dirigentes da educação do Paraná e de Santa Catarina informaram que 15 mil
e 30 mil professores, respectivamente, receberam formação, dado que também
não está refletido no censo de 2005.
Segundo (MANTOAN, 2006, p.56) a formação de profissionais da
educação é tema de destacado valor quando a perspectiva do sistema de
ensino é garantir a matricula de todos os alunos no ensino regular,
particularmente na classe comum.
1.2 Direito à educação
O documento “direito à educação”, subsídios para a gestão do sistema
educacional inclusivo, apresenta um conjunto de textos que tratam da politica
educacional no âmbito da educação especial – subsídios legais que devem
embasara construção de sistemas educacionais inclusivos. O documento é
constituído de duas partes:
Orientações gerais
A política educacional no âmbito da educação especial;
Diretrizes nacionais para a educação especial na educação básica-
parecer 17/2001;
Fontes de recursos e mecanismos de financiamentos da educação
especial;
Evolução estatísticas da educação especial.
Marcos legais
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Trata do ornamento jurídico, contendo as leis que regem a educação
nacional e os direitos das pessoas com deficiência, constituindo importantes
subsídios para embasamento legal a gestão dos sistemas de ensino.
Educação inclusiva: a fundamentação filosófica inclui a seguinte legislação:
Constituição da republica federativa do Brasil/88
Lei 7853/89 – Dispõe sobre o apoio as pessoas portadoras de
deficiência,
Lei 8069/90 – Dispõe sobre o estatuto da criança e do adolescente e dá
outras providencias – ECA
Lei 8859/94 – Modifica dispositivos da lei n° 6494, de 07 de dezembro de
1977, estendendo aos alunos de ensino especial o direito a participação em
atividades de estágio.
Lei 9394/96 – estabelece as diretrizes e bases da educação nacional –
LDBEN.
Lei 9424/96 – Dispõe sobre o fundo de manutenção e desenvolvimento
do ensino fundamental e valorização do magistério – FUNDEF.
Lei 10098/00 – Estabelece normas gerais e critérios básicos para a
promoção de acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com
mobilidade reduzida, e dá outras providencias.
Lei 10216/2001 – Dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas
portadores de transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em
saúde mental.
Lei 10436/02 – Dispõe sobre a língua brasileira de sinais – Libras e dá
outras providencias.
Lei 10845/2004 – institui o programa de complementação ao
atendimento educacional especializado as pessoas portadores de deficiência, e
dá outras providencias – PAED.
Decreto 2.264/97 – Regulamenta a lei 9424/96 – FUNDEF, no âmbito
federal, e determina outras providencias.
Decreto 3.298/99 – regulamenta a lei no 7853, de 24 de outubro de
1989, que dispõe sobre a política nacional para a integração da pessoa
portadora de deficiência, consolida as normas de proteção e dá outras
providencias.
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Decreto 3030/99 – Dá nova redação ao art. 2° do decreto 1680/95 que
dispõe sobre a competência, a composição e o funcionamento do conselho
consultivo da coordenadoria nacional para integração da pessoa portadora de
deficiência. (CORDE)
Decreto 3076/99 – Cria no âmbito do ministério da justiça o conselho
Nacional dos direitos da pessoa portadora de deficiência. (CONADE).
Decreto 3631/00 – Regulamenta a lei 8899/94, que dispõe sobre o
transporte de pessoas portadores de deficiência no sistema de transporte
coletivo interestadual.
Decreto 3952/01 – Dispõe sobre o conselho nacional de combate a
discriminação (CNCD).
Decreto 3956/01 – Promulga a convenção interamericana para a
eliminação de todas as formas de discriminação contra as pessoas portadoras
de deficiências. (convenção da Guatemala) portarias – MEC
Portaria 1793/94 – recomenda a inclusão da disciplina aspectos ético –
político – educacionais na normalização de integração da pessoa portadoras de
necessidades especiais, prioritariamente, nos cursos de pedagogia, psicologia
e em todas as licenciaturas.
Portaria 319/99 – Institui no ministério da educação, vinculada a
secretaria de educação especial/SEESP a comissão brasileira do Braille, de
caráter permanente.
Portaria 554/00 – Aprova o regulamento interno da comissão brasileira
do Braille.
Portaria 3284/03 – Dispõe sobre requisitos de acessibilidade de pessoas
portadores de deficiências, para instruir os processos de autorização e de
reconhecimento de cursos e de credenciamento de instituições.
Portaria do ministério do planejamento 08/2001 – Atualiza e consolida os
procedimentos operacionais adotados pelas unidades de recursos humanos
para a aceitação, como estagiários, de alunos regularmente
matriculados.resoluções
Resolução 09/78 – Conselho federal de educação – Autoriza,
excepcionalmente, a matricula do aluno classificado como superdotado nos
cursos superiores sem que tenha concluído curso de 2° grau.
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Resolução 02/81 – Conselho federal de educação – Autoriza a
concessão de dilatação de prazo de conclusão do curso de graduação aos
alunos portadores de deficiência física, afecções congênitas ou adquiridas.
Resolução 02/01 – Conselho nacional de educação – Institui diretrizes
nacionais para a educação especial na educação básica.
Resolução 01 e 02/02 – Conselho nacional de educação – Diretrizes
nacionais para a formação de professores da educação básica, em nível
superior, graduação plena.
Resolução 01/04 – Conselho nacional de educação – Estabelece
diretrizes nacionais para organização e realização de estágio de alunos do
ensino profissionalizante e ensino médio, inclusive nas modalidades de ensino
especial e educação de jovens e adultos.
Aviso circular
Aviso circular n° 277/96 – Dirigido aos reitores das IES solicitando a
execução adequada de uma política educacional dirigida aos portadores de
necessidades especiais.
Parecer
Parecer n° 17/01 DO CNE/Câmara de educação básica – diretrizes
nacionais para educação especial na educação básica.
Segundo (MANTOAN, 2006, p.16) fazer valer o direito a educação para
todos não se limita a cumprir o que está na lei e aplicá-la, sumariamente, as
situações discriminadoras. O assunto merece um entendimento mais profundo
da questão de justiça.
Como é possível perceber, a educação especial representou, por muitos
anos, um papel secundário nas políticas publicas. Entretanto, a partir dos anos
90, esse quadro começou a mudar com a lei 9394/96, que em seu capítulo V
aponta que a educação dos deficientes deve ser, de preferência, na rede
regular de ensino, significando uma nova forma de educação e integração
desses indivíduos.
Através da resolução, de 11/09/2001, publicado no diário oficial da
união, foram instituídas as “diretrizes nacionais para educação especial na
educação básica” (BRASIL, 2001), que estabelecem que desse resposta as
necessidades dos alunos especiais.
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No ano de 2002, o presidente da republica sancionou a lei 10.436
(BRASIL, 2002) que reconhece como meio legal de comunicação e expressão
a língua brasileira de sinais (LIBRAS) e outros recursos de expressão a ela
associados. Esta lei estabelece que o sistema educacional federal e os
sistemas educacionais estaduais, municipais e distrito federal devem garantir a
inclusão do ensino de LIBRAS nos cursos de formação de educação especial,
de fonoaudiologia e de magistério, nos níveis médio e superior. O ensino de
LIBRAS também é parte integrante dos parâmetros curriculares nacionais
(PCN’s) e deve ser ministrado na educação básica (educação infantil, ensino
fundamental e médio).
Nenhum ser humano é igual ao outro. O mesmo pode-se dizer dos
indivíduos com síndrome de down (SD), que ao nascerem apresentam
características físicas semelhantes, mas podem ter comportamento e padrão
de desenvolvimento da criança com síndrome de down.
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CAPÍTULO II
A CRIANÇA COM SÍNDROME DE DOWN
Qualquer criança precisa de cuidados especiais. A criança com
síndrome de down também. Observar o desenvolvimento de uma criança é
muito compensador, assim como acompanhar o desenvolvimento de uma
criança com síndrome de down. A criança com síndrome de down faz tudo
como qualquer outra criança ri, chora, faz pirraça, brinca, precisa de muito
carinho e atenção.
Nesse caso, é necessário a busca de informações para entender melhor
o significado da síndrome de down, para que se possa deixar todos os mitos e
vencer os medos de uma só vez.
2.1 Breve histórico
Segundo (GUNDERSEN, 2007 p.30) em 1959, o geneticista francês
Jerome lejeune obteve a identificação do cromossomo excedente e percebeu
que este se ligava ao par 21, daí o termo Trissomia 21. Até então, os
portadores de Trissomia 21, eram conhecidos como mongoloides, em
referencia aos traços físicos dos mongóis. Essa denominação começou a ser
usada a partir de 1866, quando o médico inglês John Langdon down
apresentou as características do portador da Trissomia 21. Acreditava-se,
naquela época, em diferença entre raças e, segundo o dr. John, os mongóis
eram considerados seres inferiores. Como forma de homenagear o dr. John
Ingdon down, a anomalia foi denominada síndrome de down.
2.2 O que é síndrome de down?
Segundo (voivodic, 2008 p.39) A síndrome de down significa, que o bebê
tem um cromossomo extra em cada uma de suas milhares de células. Em vez
de 46, ele tem 47 cromossomos.
Nascem, atualmente, milhões de crianças com síndrome de down no
mundo, ocorrendo igualmente em meninos e meninas. É um dos defeitos
congênitos mais comuns na humanidade, apresentando-se em todas as raças,
grupos étnicos, classe socioeconômicos e nacionalidades.
A síndrome de down pode ser causada por três tipos de
comportamentos cromossômicos: trissomia simples, translocação e
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mosaicismo. Na primeira ocorre a não disjunção do cromossomo 21. Sua
incidência é mais comum, acontecendo em 96% dos casos. A segunda se dá
quando um cromossomo do par 21 e outro, ao qual se agrupou, sofrem uma
quebra na sua região central. Não se notam diferenças clinicas entre crianças
com trissomia simples ou por translocação, e ocorrem em 2% dos casos. O
mosaicismo é a presença de um percentual de células normais (46
cromossomos) e outro percentual com células trissômicas (47 cromossomos).
Ocorre em 2% dos casos (voivodic, 2008 p.39).
Existem alguns fatores que podem modificar a incidência da síndrome
de down como ambientais ou exógenos e endógenos. Nos endógenos, a idade
materna é muito importante. Mulheres mais velhas apresentam riscos maiores
de terem filhos trissômicos, devido ao fato do envelhecimento dos óvulos, o
que não acontece com os espermatozoides, por isso no caso da crescente
idade paterna não há relação direta entre a síndrome de down. Quanto aos
fatores ambientais, é evidente o diagnostico pré-natal.
2.3 Características físicas
Segundo (GUNDERSEN, 2007 p.31) logo após o nascimento, é possível
para um médico identificar se o bebê tem síndrome de down. O recém-nascido
com esta síndrome apresenta, tipicamente, diferenças na face, pescoço, mãos
e pés, bem como no tônus muscular. Essas características em conjunto dão
inicio as suspeitas do médico, que geralmente irão solicitar estudos
cromossômicos, para confirmar o diagnostico.
São alguns características frequentemente associadas ao portador da
síndrome de down. Mas no entanto, nem toda a criança com essa síndrome
que apresenta os mesmos aspectos físicos. O importante até o momento, é
que não se evidenciou qualquer conexão entre o número de características de
síndrome de down que uma criança apresenta e a sua capacidade cognitiva.
2.3.1 Tônus muscular baixo
Segundo (GUNDERSEN, 2007 p.31) hipotonia é o nome que se dá ao
tônus muscular baixo, esse caso é muito comum nos bebês com síndrome de
down, significa que os músculos são relaxados e dão a sensação de serem
moles. O tônus baixo normalmente afeta todos os músculos do corpo.
O tônus muscular do individuo com síndrome de down será sempre mais
baixo do que das outras pessoas, pois hipotonia não tem cura.
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2.3.2 Características faciais
Segundo (gundersen, 2007 p.32) a cabeça das crianças com síndrome
de down é normalmente menor se comparada com a das outras crianças,
mesmo menor, ainda está dentro da variação normal em relação ao resto do
corpo. A face geralmente pode ser levemente alargada e sua ponta nasal mais
plana do que o normal. Elas possuem narizes menores do que das outras
crianças, por esse motivo as vias nasais podem ser menores e se
congestionarem com mais facilidade.
Os olhos parecem inclinados para cima, lembrando uma pessoa oriental.
Podem ter também pequenas dobras de pele nos cantos internos, chamadas
de pregas epicântricas.
A boca é pequena e o céu pode ser profundo. Quando essas
características são acompanhadas de tônus muscular baixo, a língua pode
parecer grande em relação a boca.
Nos bebês com síndrome de down, os dentes são pequenos, de formas
incomuns e fora de lugar, nascem com atraso e fora de ordem. O problema
pode continuar, quando os dentes permanentes nascerem.
As orelhas geralmente são pequenas e suas pontas podem ser
dobradas com facilidade. Nos bebes com síndrome de down, as orelhas tem
localização levemente inferior na cabeça. As vias auditivas podem ser
menores, podendo tornar-se bloqueadas, causando a perda auditiva.
O peso e o comprimento dos bebês com síndrome de down geralmente
médio ao nascerem, porém, não crescem com a mesma rapidez das outras
crianças. Na adolescência e na fase adulta há uma propensão a obesidade.
As mãos de uma criança com síndrome de down podem ser menores e
seus dedos podem ser mais curtos do que os de outras crianças. A palma da
Mao pode ter apenas uma linha atravessando-a. geralmente, os pés das
crianças com esta síndrome de down parecem normais, mas pode existir um
grande espaço entre o primeiro e o segundo dedos dos pés.
O tórax de uma criança com síndrome de down pode ser afunilado, isto
é, o osso externo é achatado. Geralmente essas diferenças morfológicas
implicam em problemas clínicos. A pele pode ser manchada, clara e sensível e
os cabelos são geralmente, finos e lisos.
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É importante ressaltar, que nem todos os bebês com síndrome de down
mostram as mesmas características físicas aqui descritas e, além disso,
segundo.
Devido ao fato da criança com síndrome de down possuir o cromossomo
21 extra, ele pode apresentar, de algum modo, características semelhantes as
de outros bebês com síndrome de down. Entretanto, como se seu filho também
tem 22 pares de cromossomos completamente normais, ele se parecerá com
seus pais, irmãos e irmãs, e também possuirá suas próprias características
singulares.
2.4 Características cognitivas
Segundo (VOIVODIC, 2008 p.42) ao longo dos anos são atribuídas,
erroneamente a pessoa com síndrome de down, docilidade, amistosidade,
afetividade e teimosia como características próprias desses indivíduos.
Entretanto, estudos sobre as características das crianças com síndrome de
down não permitem traçar um perfil identificador da pessoa.
Conforme descreve (VOIVODIC, 2008 p.42):
Não devemos esquecer, em nenhum momento, das grandes diferenças
existentes entre os vários indivíduos com síndrome de down no que se refere
ao próprio potencial genético, características raciais, familiares e culturais, para
citar apenas algumas e que serão poderosos modificadores e determinantes do
comportamento a ser definido como características daquele individuo.
No que se diz aspecto cognitivo, a deficiência mental (DM), que é
definida pela associação americana de desenvolvimento mental como
“condições na qual o cérebro está impedido de atingir seu pleno
desenvolvimento, prejudicando a aprendizagem e a interação social do
indivíduo” (VOIVODIC, 2008 p.43). É considerada uma das características mais
comum do portador de síndrome de down, pois ela aprende mais lentamente e
apresenta dificuldades como raciocínio complexo, sendo que, o grau da
deficiência mental varia bastante, o que a criança com síndrome de down
aprender, será sempre aproveitado. Lembrando que, tanto as habilidades
intelectuais quanto as sociais destas crianças são maximizadas, quando
criadas em um ambiente de apoio, com suas famílias.
Já bastante tempo, a inteligência tem sido analisada por meio de testes
padronizados, que calculam uma medida chamada quociente de inteligência ou
20
QI, ajuda na avaliação da capacidade da criança para raciocinar, conceituar e
pensar.
Segundo (Gundersen, 2007, p.35), na população geral, há amplos
limites de variação inteligência “normal”, com QI variando de 70 a 130 pontos.
Os indivíduos que tem QI abaixo de 70, isto é, abaixo dos limites normais de
inteligência, são considerados portadores de deficiência mental.
Da mesma forma que existe uma diferença para a inteligência “normal”,
existe também uma diferença mental, em graus. Um individuo é avaliado como
portador de deficiência mental leve quando o seu QI se situa entre os limites de
55 e 70 pontos. A deficiência mental moderada significa uma variação de QI
entre 40 e 55 pontos. Enquanto, a deficiência mental grave significa uma
variação de QI entre 25 e 40 pontos. Normalmente as crianças com síndrome
de down se classificam, em sua maioria, dentro da intensidade de deficiência
mental moderada e leve. Algumas podem representar deficiência mental grave,
e outras podem possuir inteligência na intensidade quase normal. As crianças
com síndrome de down tem demonstrado avanço significativo nas últimas
décadas, comprova assim, que a inteligência não é determinada
exclusivamente por fatores biológicos, ela pode ser construída ao longo da
vida, por influencias ambientais.
O grau de QI apresentado por uma criança com síndrome de down não
impede de cuidar de si próprio, realizar um trabalho produtivo e aprender. Um
dos mitos que existem é que uma criança com síndrome de down, não
consegue aprender, devido ao QI mais baixo.
As crianças com síndrome de down conseguem aprender sim. Elas são
capazes de aprenderem a ler e escrever e podem ser matriculadas em classes
comuns durante todo o período escolar. Os indivíduos com síndrome de down
tem variação de capacidades, assim como as pessoas sem deficiência.
2.5 O desenvolvimento
Os primeiros anos de vida de uma criança constituem um período crítico
em seu desenvolvimento social, emocional e cognitivo, e o papel que a família
desempenha nesse período é de fundamental importância (VOIVODIC, 2008,
p.48)
Ao observar um bebê com síndrome de down podemos ver que seu
desenvolvimento é maisd lento que outros bebês, porém, apesar de mais
21
dependente, ele estará se desenvolvendo naturalmente no seu dia a dia, as
diversas fases e etapas do seu crescimento, ainda que mais devagar que uma
criança com desenvolvimento normal.
Os pais estão sempre criando expectativas quanto ao desenvolvimento
de seus filhos com síndrome de down ou sem deficiência. É importante saber
que há uma ampla variação no que chamamos de “desenvolvimento normal. O
mais importante é a qualidade do desenvolvimento. Um bebê com esta
síndrome de down pode aprender a caminhar mais cedo do que outras
crianças e pode aprender a falar mais tarde.
Há hipotonia (tônus muscular baixo) contribui para o atraso motor da
criança com síndrome de down, que apesar de variar de criança para criança,
pode afetar todos os músculos. Com ajuda de um trabalho psicomotor pode
reduzir bastante os efeitos da hipotonia. Além disso, esses efeitos diminuem
com a idade. O trabalho psicomotor deve ressaltar os seguintes aspectos: o
equilíbrio, a coordenação de movimentos, a estrutura do esquema corporal, a
orientação espacial, o ritmo, a sensibilidade, os hábitos posturais e os
exercícios respiratórios.
Os movimentos como sentar, ficar de pé e andar podem ocorrer mais
tarde e coordenados se comparados com os de uma criança normal,
comprometendo o desenvolvimento de outros aspectos, pois a criança
estabelece seu conhecimento do mundo por meio da exploração do ambiente.
A hipotonia também pode afetar as habilidades relacionadas com a
alimentação e a linguagem, pois os músculos que utilizamos para comer são os
mesmos que usamos para falar. A falta de tônus muscular pode dificultar a
formação da fala ou do movimento no interior da boca.
As mães de criança com síndrome de down costumam fazer menos
perguntas e mantem o mesmo padrão de conversação com a criança sendo
mais diretas. Por ser a linguagem a área a qual a criança com síndrome de
down mostra, geralmente, os maiores atrasos.
(VOIVODIC, 2008, p.44) esclarece que:
Apesar dessas dificuldades, a maioria das pessoas com SD fazem uso
funcional da linguagem e compreendem as regras utilizadas na conversação,
porém as habilidades comunicativas são bastante variáveis entre elas.
22
O atraso do desenvolvimento da fala e da linguagem durante os
primeiros anos de vida da criança pode ser, também, resultado de deficiência
auditiva e do próprio efeito da síndrome de down no desenvolvimento cognitivo
do individuo.
Uma forma de perceber o desenvolvimento da criança é a forma de
brincar. O modo de brincar da criança com síndrome de down segue o mesmo
padrão das crianças de modo geral, com algumas diferenças. Por conta da
pouca habilidade motora, as crianças com esta síndrome exploram e
manipulam menos, demonstrando, geralmente, uma atividade lúdica apropriada
ao seu nível cognitivo (VOIVODIC, 2008, p.45).
As crianças com síndrome de down apresentam pouca ligação com o
ambiente, pois passal muito tempo brincando sozinhas ou assistindo TV. Para
Casarin, 1999 (VOIVODIC, 2008, p.45), este isolamento talvez se deva ao
esforço que elas precisam fazer para formar um quadro coerente do mundo em
que vivem e adaptar-se a uma situação de que tem total controle.
Outro fator que se relaciona com o desenvolvimento da criança com
síndrome de down é a flexibilidade articular. Quando as articulações são muitos
flexíveis, são chamadas de hiperextensíveis. Por isso, os quadris e as pernas
de crianças com síndrome de down giram facilmente para fora ou que as
podem curvar-se na cintura mais naturalmente do que outras crianças. Essa
flexibilidade compromete o desenvolvimento motor que está profundamente
ligado ao tônus muscular baixo.
A resistência para a execução de atividades físicas costuma ser baixa
nas crianças com síndrome de down, podendo ser causada por um problema
cardíaco ou pela hipotonia, ou por ambos. Isso pode ser observado, quando a
criança, depois de tarefas simples, cansa-se rapidamente. A baixa capacidade
de resistência pode atrasar o desenvolvimento motor e diminuir a qualidade de
algumas habilidades.
As sensações de tato, textura e temperatura também causam problemas
de desenvolvimento nas crianças com síndrome de down, pois elas podem
reagir de forma exagerada as sensações, interferindo, assim, na exploração do
mundo, alimentação e administração da rotina (GUNDERSEN, 2007, p.110)
2.6 A vida familiar
23
A criança com síndrome de down deve fazer parte da família
naturalmente como qualquer criança, não ser o centro dela. Não deve dominar
a vida familiar, por ser uma criança especial. Essa situação não é bom para a
família, nem para a criança.
A convivência de cada familiar com a criança com síndrome de down é
um reflexo das atividades dos pais. Quando esses demonstram seus
sentimentos de afeto e encaram as adversidades de maneira positiva, os
outros membros da família também fazem o mesmo.
Os pais devem manter os outros filhos informados que o irmão ou a Irma
tem síndrome de down, pois as crianças tem capacidade de amar o irmão ou a
Irma incondicionalmente.
A criança com síndrome de down deve ser integrada ao estilo de vida da
família. Ela pode participar das atividades diárias da família como ir a piscina,
ao supermercado, aos restaurantes. Pode participar de atividades
comunitárias, como esporte, aulas de arte, ir a igreja, entre outras.
A educação da criança com síndrome de down pode ser feita em sala de
aula comum com outras crianças, possibilitando a aprendizagem a partir do
exemplo dos alunos das classes normais.
2.6.1 Expectativa
As crianças com síndrome de down nascem com várias capacidades
físicas e intelectuais. Tais capacidade não são iguais as de outras crianças,
mas é impossível antever o potencial completo de qualquer criança, em tenra
idade.
As expectativas não podem ser criadas no vácuo e nem baseadas em
estereótipos. As expectativas devem ser as mais realistas possíveis, focando
um futuro bem próximo e estabelecendo objetivos de curto prazo, e é
necessário que os pais se empenhem, o que (GUNDERSEN, 2007, p.115)
descreve de forma:
[...] obter o delicado equilíbrio entre uma avaliação realística do
desenvolvimento do seu filho e o prognostico fatalista de seu baixo
desempenho. Principalmente, garantam que ele leve uma vida feliz e
proveitosa, proporcionando-lhe apoio e treinamento desde os primeiros anos
de vida.
2.6.2 Os limites
24
A criança com síndrome de down necessita de disciplina, como qualquer
criança precisa, que é de responsabilidade dos pais. Um bom comportamento
significa segurança, integração social e a educação para qualquer individuo.
É muito difícil impor disciplina com uma criança que apresenta
deficiência mental. Entretanto, é importante que a disciplina seja aplicada
consistentemente. As crianças com síndrome de down necessitam saber seus
direitos e deveres na sociedade e o que não é em todas as situações, caso
contrário, elas sempre serão dependentes de outras pessoas.
O desenvolvimento social das crianças com síndrome de down é
frequentemente superior ao seu nível de desenvolvimento cognitivo. As
crianças com esta síndrome devem receber todas as oportunidades para
serem vitoriosas na vida, assim como outras crianças. Limites devem ser
estabelecidos e os reforços devem ser consistentes, enfatizando aspectos
positivos. Elogio e afeto são sempre recomendados para motivar um bom
comportamento (GUNDERSEN, 2007, p.115)
2.6.3 A independência
A criança com síndrome de down deve ser tratada de modo mais natural
possível, apesar de apresentar uma aparência vulnerável. Essa criança precisa
aprender a ter independência e responsabilidade.
Desde cedo a criança com síndrome de down pode aprender como se
vestir e se alimentar sozinha. Ela deve ter oportunidades de fazer coisas por
sua própria conta.
Havendo possibilidade, a criança deve ser exposta a novas situações,
para que possa descobrir o que é o novo e diferente. A criança com síndrome
de down pode ser bem sucedida em qualquer tarefa que lhe peçam para fazer,
inclusive atividade domesticas, e de acordo com (VOIVODIC, 2008, p.53-54).
As atividades da vida cotidiana na família dão a criança oportunidades
para aprender e desenvolver-se através, da participação conjunta, da
realização assistida e de tantas outras formas de aprendizagem.
A educação é um direito garantido a todos, assim diz a constituição
federal do Brasil de 1988, em seu artigo 205:
A educação, direito de todos, e dever do estado e da família, será
promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno
25
desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua
qualificação para o trabalho.
Então, é necessário cumprir esse direito e levar a educação a todos sem
distinção, inclusive as pessoas com deficiência. E para isso, esses indivíduos
devem ser atendidos em escolas comuns, juntamente como outros alunos.
26
CAPÍTULO III:
A INCLUSÃO DE PORTADORES DE SÍNDROME DE
DOWN NO ENSINO REGULAR.
A educação inclusiva tem sido caracterizada como um “novo
paradigma”, que se constitui pelo apreço a diversidade como condição a ser
valorizada, pois é benéfica a escolarização de todas as pessoas, pelo respeito
aos diferentes ritmos de aprendizagem e pela proposição de outras práticas
pedagógicas, o que exige ruptura com o instituído na sociedade e,
consequentemente, nos sistemas de ensino. A ideia de ruptura é
rotineiramente empregada em contraposição a ideia de continuidade e tida
como expressão do novo, podendo causar deslumbramento a ponto de não ser
questionada e repetir-se como modelo que nada transforma. Por outro lado, a
ideia de continuidade, ao ser associada ao que é velho, ultrapassado, pode ser
maldita sem que suas virtudes sejam reconhecidas em seu devido contexto
histórico e social (MANTOAN, 2006, p.40)
A escola é vista como um canal de mudança, desta forma a inclusão de
crianças com síndrome de down na rede regular de ensino pode transformar o
pensamento e também as atitudes em relação ao preconceito.
A palavra inclusão significa, atender a todos os alunos,
independentemente de possuir deficiência ou não, compreender, somar e é
esse pensamento que deve que deve ter quando se fala em inclusão de
pessoas com deficiências, é dar a ela o direito de ter as mesmas experiências,
é aceitar o diferente e também aprender com ele.
Conforme descreve (VOIVODIC, 2008, p.25):
O termo inclusão tem sido usado com múltiplos significados. Em um dos
extremos, encontra-se os que advogam a inclusão como colocação de todos os
alunos, independente do grau e tipo de incapacidade, na classe regular, com a
eliminação dos serviços de apoio de ensino especial. Em outro extremo, o
conceito de inclusão parece ser utilizado apenas para renomear integração,
considerando que o melhor é a colocação do aluno com deficiência na classe
regular, desde que se enquadre aos pré-requisitos da classe.
É importante discutir sobre a inclusão esse, pois é um direito garantido
por lei a todas as pessoas deficientes, incluir crianças deficientes é permitir que
27
ela se insira na sociedade, é não deixá-la alienada e despreparada para uma
realidade que também é sua.
A constituição brasileira de 1988 garante a todas as crianças e
adolescentes, sem exceção, o acesso ao ensino fundamental regular, além de
receber atendimento especializado, de preferência dentro da escola.
A inclusão ganhou reforços com a LDB (Lei De Diretrizes De Bases Da
Educação Nacional) de 1996 e com algum tipo de deficiência fora do ensino
regular é considerado exclusão.
Atualmente alguns aspectos da síndrome de down são mais conhecidos
e com isso eles tenham melhores chances de vida e desenvolvimento, o
preconceito ainda é uma das maiores barreiras para inclusão social desses
indivíduos.
O preconceito geralmente é gerado por falta de informação, o ser
humano só se sente seguro com aquilo que conhece.
É por esse motivo que a inclusão de crianças com deficiência nas
escolas de ensino regular é tão importante, pois de maneira natural serão
introduzidas junto com as crianças tidas como normais, e assim criara um
pensamento sem preconceito pra essas crianças.
Aceitar um aluno com deficiência em sala de aula pode parecer muito
complicado, mas na realidade, é aceitar que todos nós somos diferentes uns
dos outros e deve-se ter direitos e oportunidades iguais.
Os deficientes podem ter limitações que precisam enfrentar, mas essas
limitações se tornam menos complicadas quando vivem com pessoas ao seu
lado que aceitam a sua deficiência como algo diferente mais natural.
3.1 PROJETO “EDUCAR MAIS 1”
3.1.1 HISTÓRICO
O projeto “Educar Mais 1” visa a inclusão de crianças com síndrome de
Down em classes regular. Esse projeto é uma das propostas que está sendo
desenvolvido por um grupo de pais de crianças com síndrome de down. O
grupo começou a se reunir para compartilhar suas experiências na educação
de seus filhos, criando a Associação Mais 1, entidade cujo objetivo é trabalhar
as questões de inclusão de pessoas com necessidades especiais, não
exclusivamente síndrome de down.
28
O projeto “Educar mais 1” foi baseado nas teorias e metodologias do
Projeto Roma, que foi desenvolvido em Málaga, Espanha, coordenado polo
professor Miguel Lopes Melero.
A abordagem de Melero em relação a educação de pais de crianças com
esta síndrome, pertencentes ao grupo “Espaço XXI”, de Campinas, que
procuraram conseguir o máximo de informações sobre o projeto Roma. Em
maio de 1998 teve inicio uma primeira iniciativa concreta, na linha do projeto
Roma, com cinco crianças em idade pré-escolar, em Campinas. Uma
coordenadora foi contratada pelos pais e passou a atuar, juntamente com
algumas mediadoras, nos contextos escolares e familiar da criança, para
facilitar sua inclusão em todas as atividades escolares e sociais. (VOIVODIC,
2008, p.67).
3.2 Objetivos e normas
O projeto “Educar Mais 1” é um programa de inclusão escolar que visa a
inserção total das crianças a partir dos seguintes pontos de vista:
Físico, com a inserção da criança em classes comuns e participação em
todas as atividades.
Social, com a aceitação da criança pela comunidade, ou semelhantes,
atividades pedagógicas das outras crianças, sem mudança curricular.
Pedagógico, abrindo a possibilidade de a criança realizar as mesmas, ou
semelhantes, atividades pedagógicas das outras crianças, sem mudanças
curricular.
Em consonância com o projeto Roma, que serviu de modelo teórico e
metodológico, foram estabelecidas pelo grupo de pais e coordenação do
projeto algumas normas para seu desenvolvimento:
É fundamental a participação e o comprometimento dos pais,
acreditando nas reais potencialidades dos seus filhos. O mesmo
comprometimento se espera das escolas e dos professores.
Será designado um mediador, cuja função é estabelecer a ponte entre a
família e os profissionais da educação, trabalhando com os dois contextos da
criança: familiar e escolar.
29
A mediação terá o objetivo de facilitação da aprendizagem da criança,
nos contextos familiar e escolar, fazendo um elo de informação e união entre
estes contextos.
É função do mediador estar na escola da criança uma vez por semana,
durante o período escolar, observando a criança e o grupo, mas não
interferindo em nada na dinâmica da aula ministrada pelo professor.
Para discutir os aspectos observados em sala de aula, o mediador
realizará reuniões com professores e outros profissionais envolvidos com a
criança (terapeuta ocupacional, fonoaudiólogo).
Em nenhum momento questiona-se o papel do professor como condutor
do processo de aprendizado. A presença do mediador em sala de aula presta-
se a identificação das dificuldades, propondo formas de ajudar a superá-las.
Não são propostas mudanças ou adaptações de currículo, mas apenas
mudanças na didática. São utilizados recursos metodológicos, tais como:
álbuns fotográficos e vídeos, projetos concretos baseados no cotidiano da
criança, para apoiar os processos cognitivos.
O mediador também deve estabelecer contatos semanais com os pais
da criança, para discutir seu processo de aprendizagem.
As observações do mediador serão discutidas com o coordenador em
reunião semanais.
O mediador apoia diretamente o professor e as famílias e, indiretamente,
a criança. A coordenadora apoia a medidora, discutindo suas observações e
atuações.
3.3. FUNDAMENTAÇÃO: PROJETO ROMA
3.3.1. HISTÓRICO
O projeto Roma, que serviu de base para o projeto “Educar Mais 1”,
surgiu em 1991, como um trabalho investigativo, na universidade de Málaga,
Espanha, coordenado pelo professor Miguel Lopez Melero (VOIVODIC, 2008,
p.70) em colaboração com o serviço neuropsicopedagógico do hospital
“Bambino Gesu” de Roma, Itália. Num primeiro momento, constitui-se uma
equipe multidisciplinar para avaliar os processos de ensino-aprendizagem de
pessoas com síndrome de down, de forma mais integrada.
30
A ideia central, segundo Melero (1997, p.35), foi a investigação com
pessoas com síndrome de down, no sentido da elaboração de uma nova teoria
da inteligência. A questão que a equipe se colocou foi: “a inteligência se define
ou se constrói?”
Inicialmente o projeto foi investigativo, fazendo um estudo, com análise e
avaliação neuropsicopedagógico sobre os processos de intervenção educativa
e as estratégias de aprendizagem num grupo de pessoas com síndrome de
down de 0 a 22 anos. Quatro pontos fundamentais foram levantados:
Questionar os preconceitos médicos e psicológicos sobre as
possibilidades de aprendizagem e desenvolvimento dos trissômicos 21
(competência cognitiva e cultural).
Identificar as estratégias mais adequadas de intervenção nos diferentes
agentes (família, escola, sociedade).
Os resultados da pesquisa, segundo Melero (1997, p.35), podem ser
considerados como os princípios de um novo modelo de conhecimento da
possibilidades cognitivas e culturais das pessoas com trissomia 21.
O projeto teve como objetivos concreto:
Avaliar e diagnosticar em que condições se produzem as dificuldades de
ensino-aprendizagem das pessoas com síndrome de down.
Facilitar as famílias dessas pessoas, através da mediação, estratégias
de intervenção.
Envolver os professores na elaboração de currículo alternativo que
responda ao interesse de todos os alunos.
Avaliar os projetos educacionais no âmbito familiar e escolar.
Demonstrar que, quando aumenta a competência cognitiva e cultural das
pessoas com síndrome de down, elas conseguem maior autonomia pessoal e
social e melhor qualidade de vida.
Oferecer indicadores de qualidade de vida relacionados com uma nova
teoria da inteligência. (VOIVODIC, 2008, p.71).
A partir do ponto de vista psicológico, o projeto Roma fundamenta-se no
pensamento de Vygotsky, onde a ideia principal é que o desenvolvimento da
criança se produz por importantes influencias culturais.
31
Segundo (VOIVODIC, 2008 p.23) não distingue dois modos de
desenvolvimento: um para as pessoas que tem atraso mental e outro para as
pessoas que não manifestam atraso. Enfatiza que as premissas que devem
constituir a base do estudo cientifico do desenvolvimento são a ideia da
unidade das leis do desenvolvimento da criança normal e da criança com
atraso mental. Esse atraso deve ser entendido como um processo.
O principal ponto do projeto Roma é atender famílias com diferentes
realidades, escolas com situações diversas e, através da mediação,
estabelecer pontes cognitivas como estratégias metodológicas. Para que isso
aconteça, usa de estratégias facilitadoras, tais como: trabalho com álbuns de
fotografias, experiências do cotidiano, projetos educativos concretos (projeto
casa, projeto agenda, projeto amigo, etc.).
Fica mais fácil para a criança com síndrome de down. Inclusa na escola
de ensino regular ter mais chances de se desenvolver, porque esse ambiente
para ela dá oportunidades de desafio, do que para os outros alunos sem
deficiência, e com isso servirá de estímulo para que ela se desenvolva
naturalmente.
Quando se trata de deficiência, é comum ser individualista, geralmente
as pessoas só se dão conta de que estão direta ou indiretamente excluindo um
portador de alguma deficiência, quando se depara com o problema dentro da
sua família.
Os pais de um deficiente muitas vezes se desesperam, principalmente
por não ter conhecimento e por sua vez não saber lidar com a situação, se
deparam com uma preocupação, lidar com o preconceito, essa é a
preocupação mais comum de pais de criança com deficiência, é as
discriminações e exclusões que seu filho poderá sofrer por causa da sua
deficiência, precisando assim aprender a lidar com o preconceito do ser
humano.
A criança com síndrome de down.tem um ritmo diferente de
aprendizagem, mais isso não significa que ele não vai aprender, ele só
necessita de mais estímulos e até mesmo tempo do que as outras crianças
para chegar a aprendizagem.
Uma pessoa com síndrome de down.pode perfeitamente cursar uma
faculdade, fazer cursos profissionalizantes, pode se tornar um profissional tudo
32
vai depender de como ele está sendo estimulado, também o grau da sua
deficiência e oportunidades que terá em sua vida.
A inclusão hoje em dia é muito falada mais é preciso que haja mais do
que discursos, é necessário ação da sociedade, principalmente mudança de
pensamento em relação ao preconceito, as escolas precisam ter outra postura,
em vez de jogar toda a responsabilidade para as instituições de educação
especial, os educadores devem estar preparados para receber esses alunos
com deficiência, os pais devem ficar atentos com seus filhos, ensinar a eles o
respeito ao próximo seja ele quem for e como for, para que não haja o
preconceito e a sociedade deve cobrar dos órgãos competentes ações que
proporcionem a inclusão.
VOIVODIC (2008, p.61) afirmava que as dificuldades dos indivíduos com
atraso mental deviam-se, em grande parte, ao seu isolamento e a pouca
interação com indivíduos mais evoluídos.
Embora pareça uma utopia a ideia de ter uma sociedade mais
consciente e com direitos iguais para todos, aos poucos estamos caminhando,
seguindo esse caminho podemos alcançar o objetivo de ter uma sociedade
mais justa.
O processo de conscientização leva tempo, mudar a ordem natural das
coisas exige disciplina, luta, comprometimento e esse comprometimento deve
ser de toda sociedade acreditando que todos se beneficiem por igual.
A inclusão de crianças com síndrome de down.na rede regular de
ensino, trará para essa criança muitos benefícios, dará a ela a oportunidade de
aprender desde cedo a ser autônomo, independente e a saber viver em
sociedade e esse direito não deve ser negado a ela.
Em relação aos educadores a maior conquista na inclusão é saber que
está garantindo o direito a todas as crianças a educação.
A escola tem a função de preparar seus alunos para o futuro, por esse
motivo que ela não pode ficar parada no tempo tem que evoluir junto com eles
e dar a todos o mesmo direito, uma educação de qualidade e aceitar a
diversidade, isso evitar a exclusão e contribui para o sucesso dos alunos.
Deve-se deixar claro que a adaptação escolar está relacionada a todos
os alunos, sem distinção, que (VOIVODIC, 2008, p.29) esclarece assim:
33
Considerando que a pluralidade, e não a igualdade, é a principal
característica do ser humano, e que a educação deve contemplar essa
diversidade da condição humana, propiciando oportunidades iguais para seu
desenvolvimento, fica evidente que não é apenas o educando, com deficiência
ou não, que deve adaptar-se ao sistema de ensino e sim a escola é que tem o
dever de atender as necessidades da criança para a sua real participação, ou
seja, para a sua inclusão.
Incluir uma criança com síndrome de down.na escola regular não é uma
tarefa fácil, levando-se em conta que se vive em uma sociedade onde o
preconceito fala mais alto do que os direitos humanos.
34
Conclusão
Conclui-se até o momento que, quando se trata de inclusão em nossa
sociedade o assunto é de grande importância, mas que requer mudanças de
atitude e muita informação para que realmente aconteça.
As diferenças são reais em nossa sociedade, aceitar a inclusão antes de
tudo é saber conviver com as diferenças e respeitá-las.
A área da educação e outras da sociedade que vivemos são
responsáveis pela mudança de comportamento da sociedade, pois através de
informações sobre a deficiência é que pode se combater o preconceito.
A inclusão aproxima e integra as pessoas que são vista como anormais,
e incapazes essa aproximação faz muita diferença não somente na vida da
pessoa que foi inclusa, mas também na vida de todos envolvidos que aceitou a
inclusão em sua vida.
Para que realmente haja a inclusão e deixe de ser um sonho, todas as
pessoas com algum tipo de deficiência deverá ter as mesmas oportunidades,
em todas as áreas, seja na educação ou no trabalho e em tudo que vivemos na
sociedade.
A inclusão é uma ideia antiga, mas ainda precisa amadurecer nas
mentes de todos nós pais, educadores, governantes, antes de tudo é preciso
ter consciência que o problema existe não ignora-lo, conviver e torna-lo parte
de nossas vidas como algo natural na sociedade.
É preciso entender que quando aceitamos o diferente, estamos deixando
de ter medo de mudanças, perceber que com essas diferenças podemos
aprender com o novo e o quanto pode ser interessante, aprender e passar para
o outro será uma troca de conhecimento e não caridade.
As mudanças de comportamento e de pensamento necessária para
inclusão só serão satisfatórias em nossa sociedade quando descobrirem o
quanto essas diferenças compartilhadas são valiosas e importantes para a
nossa aprendizagem e crescimento na sociedade.
35
BIBLIOGRAFIA
BRASIL. Congresso Nacional. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília – Senado Federal: Centro Gráfico, 1988. VOIVODIC, Maria Antonieta M. A. Inclusão Escolar de crianças com síndrome de Down. 5. Ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2008. GUNDERSEN, Kren Stray (org). Criança com Síndrome de Down: guia para pais e educadores. Tradução Maria Regina Lucena Borges-Osório. 2. Ed. Porto Alegre: Artmed, 2007. Jornal O Globo, Síndrome de Down tem debate emocionante. 20 de outubro de 2005, Rio de Janeiro. Disponível em: http://www.otavioleite.com.br/conteudo.asp?sindrome-de-down-tem-debate-emocionante-1477. MANTOAN, Maria Teresa Eglér. Inclusão escolar: pontos e contrapontos. 3 ed. São Paulo: Summus, 2006. Ministério de educação. Secretaria da educação especial (SEESP). Programa de educaçao inclusiva: direito a diversidade. Brasília, 2004, A fundamentação filosófica V1 p.25-26-27 e 28. Disponível em: http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/me000418.pdf
36
ANEXO
Síndrome de down tem debate emocionante no jornal Globo (20/10/2005,rio)
O debate sobre a inclusão social dos portadores de síndrome de Down, promovido anteontem pela série encontros da O GLOBO, não foi apenas um bate-papo sobre o tema proposto, mas também um evento emocionante. Portadores da síndrome mudaram a dinâmica do encontro ao subirem espontaneamente ao palco para dizer o que pensam sobre suas vidas e as dificuldades, por exemplo, para encontrar um emprego. Além de pais e especialistas, o evento, que lotou o auditório do jornal, contou com a presença do cineasta Evaldo Mocarzel. Ele apresentou seu documentário “Do Luto À Luta”, aplaudido por mais de um minuto pela plateia.
O filme mostra o drama dos pais quando descobrem ainda na maternidade que os filhos são portadores de down. Mas o documentário também conta como essas crianças podem levar uma vida igual a de outras. Por varias vezes o público sorriu e encheu os olhos de lágrimas com os depoimentos dos parentes de portadores da síndrome de down. Os jovens foram filmados em atividades no dia a dia, no trabalho e deram entrevistas contando seus planos para o futuro e seus relacionamentos amorosos.
Pais criticam despreparo de professores. Após a exibição do documentário, o jornalista do GLOBO Mauro Ventura mediou o debate entre o cineasta Mocarzel; a coordenadora do instituto meta social, Helena Werneck, responsável pela campanha, “Ser diferente é normal”, Cláudia Pires, do instituto Helena Antipoff, e Rodrigo Oliveira, portador da síndrome de down e que participou do filme. Mocarzel contou que quis fazer um documentário para mostrar ao público que portadores podem levar uma vida normal. Ele explicou também que o filme ajuda a acabar com os preconceitos que muitas pessoas ainda tem contra homens e mulheres com down. O cineasta confessou ter sofrido ao saber que a filha tinha a síndrome. _ Sofri muito, e depois percebi que era pura falta de informação. Acho que o filme tem essa intenção, dar informações aos pais, para que desde cedo eles percebam que o conhecimento pode ajudar a acabar com os preconceitos.
Rodrigo Oliveira, que aparece no documentário surfando, disse que decidiu praticar o esporte depois que viu seu irmão em cima de uma prancha. Helena Werneck explicou que o país precisa avançar muito para acabar com o preconceito em relação aos portadores de síndrome. Ela lembrou de uma recente declaração de um deputado federal e de um canal de TV que usaram a palavra “mongoloide” de maneira pejorativa. _Acho que avançamos, mas ainda falta muito. Acredito que, quanto mais a sociedade tiver informações, a tendência é o preconceito diminuir. A MTV, por exemplo, teve que se retratar e pedir desculpas pela maneira grosseira com que usou a palavra mongoloide – avaliou Helena, que também é mãe de uma jovem portadora da síndrome de down.
A educadora Cláudia Pires respondeu a perguntas de pais que criticaram as escolas públicas do município. Para eles, muitos professores não estão preparados para receber crianças com síndrome de down. O instituto Helena Antipoff, ligado a prefeitura, foi criado há quase 31 anos e promove cursos de atualização para professores que trabalham com a educação especial. Além de críticas, Cláudia também ouviu elogios de uma mãe que
37
contou como seu filho passou a ter um melhor desenvolvimento educacional quando migrou para a rede pública de ensino.
Rio tem 1.700 crianças com algum tipo de deficiência O vice-prefeito do Rio, Otávio Leite, assistiu ao filme. Segundo ele, a
cidade tem hoje cerca de 1.700 crianças com algum tipo de deficiência. _Pedimos dez cópias desse filme para o Mocarzel e já estamos exibindo nas salas de aula do município – informou.
Antes que o debate terminasse, quatro portadores da síndrome de down subiram ao palco e contaram suas experiência de vida. A disputa foi grande pelo monopólio do microfone, mas, no fim, todos conseguiram dar o seu recado. Breno Viola, de 24 anos, por exemplo, além de falar do preconceito que sofreu dos pais de uma ex-namorada, aproveitou para pedir ajuda da plateia para patrocinar um viagem para a Inglaterra, onde participará de uma campeonato de lutas marciais.
Bem-aventurado, Breno arrancou risos do público e acabou recebendo o convite para se sentar a mesa dos debatedores. Mãe de Wagner, de 25 anos, portador da síndrome d down, Conceição Calabrim elogiou a iniciativa do jornal de discutir inclusão social dos portadores da síndrome: _Estou muito feliz. A ideia de mostrar o filme e trazer pessoas para discutir o assunto é fundamental.
Fonte: Jornal O Globo 20/10/2005, Rio.