instituto multidisciplinar departamento de educaÇÃo...
TRANSCRIPT
INSTITUTO MULTIDISCIPLINAR DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO E SOCIEDADE CURSO DE LICENCIATURA EM PEDAGOGIA UMA ESCOLA ESPECIAL NA PERSPECTIVA INCLUSIVA NO MUNICÍPIO DE BELFORD ROXO CINTIA DA SILVA NASCIMENTO Nova Iguaçu, dezembro de 2019.
2
INSTITUTO MULTIDISCIPLINAR DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO E SOCIEDADE CURSO DE LICENCIATURA EM PEDAGOGIA UMA ESCOLA ESPECIAL NA PERSPECTIVA INCLUSIVA NO MUNICÍPIO DE BELFORD ROXO
CINTIA DA SILVA NASCIMENTO
Monografia apresentada ao curso de Pedagogia como requisito parcial para a obtenção do Título de Licenciado em Pedagogia do Instituto Multidisciplinar da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. Orientador: Profª. Drª. Márcia Denise Pletsch
Nova Iguaçu, dezembro de 2019.
3
Nova Iguaçu, dezembro de 2019.
4
AGRADECIMENTO
Agradeço...
A Deus por mais uma promessa realizada em minha vida, dedica a Ele toda
honra e toda Glória. A fidelidade do Senhor me cerca todos os dias.
À minha mãe Míria pelo esforço e empenho para fazer minha matrícula,
obrigada por acreditar em mim, por compreender minhas ausências.
Ao meu esposo Wagner que tanto me apoiou e me entendeu nos momentos
difíceis, por estar ao meu lado todos os dias.
Aos professores que tive durante todo a minha caminhada na graduação e que
tanto contribuíram para a minha prática e minha formação.
Minha orientadora, Prof.ª Márcia Denise Pletsch, pela oportunidade que me
deu de ser sua orientanda, pela contribuição na minha formação durante o período de
formação e os textos que muito me ajudaram a refletir nas minhas práticas em sala de aula.
A todos os professores que participaram da minha pesquisa, pelas colaborações
na realização da minha pesquisa.
Ao meu querido irmão que tanto me incentivou durante o meu período de
formação.
Todos que contribuíram direta e indiretamente para que o meu sonho se
realiza-se.
Muito obrigada!
5
RESUMO
A inclusão das pessoas com deficiência tem ocupado espaço nos debates educacionais. É um tema que precisa ser debatido nas diversas áreas do conhecimento. Este trabalho busca refletir sobre a inclusão em uma escola de Educação Especial que tem se transformado para a perspectiva inclusiva. A investigação foi realizada durante o ano de 2019 em uma escola do município de Belford Roxo, na Baixada Fluminense, com a finalidade de conhecer os processos de inclusão que acontecem dentro dessa escola, quais caminhos e possibilidades têm sido construídas no âmbito escolar. É um estudo qualitativo, com levantamento bibliográfico e documental e, pesquisa de campo com coletas de dados por meio de entrevistas semiestruturadas com profissionais que ali atuam. Os resultados evidenciaram que os professores reclamam que não tem formação continuada. No entanto, fazem um trabalho que atenda as demandas dos alunos, os professores se articulam para fazer um trabalho em que as duas turmas tanto de classes especiais quanto de classe comum se relacionem e compartilhem aprendizado e assim um vai aprendendo com o outro. As entrevistas mostram que o processo de transformação de uma escola especial para a perspectiva inclusiva é gradativo e ocorre processualmente.
Palavras-chave: educação inclusiva; formação de professores; Educação Especial
6
SUMÁRIO
Introdução.................................................................................................................................... 7
Capítulo I- BREVE HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO NO BRASIL ESPECIAL
.......................................................................................................................................................
10
Capitulo 2 - CAMINHOS METODOLÓGICOS, PROCEDIMENTOS DE PESQUISA E ANÁLISES INICIAIS.................................................................................................................
17
2.1 Procedimentos realizados para a investigação........................................................................ 17
2.2Uma escola especial em busca de tornar-se inclusiva.............................................................. 18
Capitulo 3 - O QUE DIZEM OS PROFESSORES SOBRE UMA ESCOLA ESPECIAL EM PROCESSO DE TRASNFORMAÇÃO PARA UMA ESCOLA INCLUSIVA?............
26
3.1 Interação das turmas regulares com as turmas de classes comuns.......................................... 26
3.2 Formação dos docentes para atuar com alunos com deficiência............................................. 29
Considerações finais................................................................................................................... 34
Referências Bibliográficas.......................................................................................................... 37
Anexos........................................................................................................................................... 39
7
INTRODUÇÃO
O presente estudo analisa uma escola de Educação Especial que tem tentado se
transformar para a perspectiva da educação inclusiva. As práticas para incluir as pessoas
com deficiências tem se tornado um papel importante no cenário educacional brasileiro e
internacional. As políticas públicas evidenciam além das propostas de escolarização
voltadas para inclusão, também apresentam alternativas para garantir o acesso e a
permanência dos alunos nas escolas. Sendo assim, a pesquisa reflete uma educação para
todos e os desafios enfrentados pelos professores para ter uma prática pedagógica que
atenda os alunos público alvo da Educação Especial.
A motivação pelo tema surgiu no curso normal durante as aulas de Educação
Especial. Quando me formei fui trabalhar em uma escola em que tive a oportunidades de
ser mediadora de um aluno com deficiência múltipla. Foi um desafio, no início não sabia o
que fazer, mas fui pesquisar e estudar para fazer um trabalho que fosse produtivo para esse
aluno.
Em 2012 fui convocada pelo município de Belford Roxo, na hora de escolher a
escola eu optei por uma escola de Educação Especial, grandes foram os desafios, mas
fiquei focada no trabalho para desenvolver junto aos alunos. Tive a oportunidade de cursar
Pedagogia na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), através do Plano
Nacional de Formação de Professores (PARFOR), programa que é destinado aos
professores da rede pública. Fiz também alguns cursos de capacitação pela prefeitura de
Belford Roxo. Essas formações contribuíram para aguçar ainda mais o meu interesse em
trabalhar no sentido de compreender as possibilidades de aprendizagem desses alunos.
A pesquisa é de caráter qualitativo, com leituras de textos de autores que se
debruçam em pesquisar a trajetória da educação inclusiva no Brasil, análise de documentos
e entrevistas semiestruturadas com seis professores da escola.
O presente estudo está estruturado em três capítulos, conforme segue.
No primeiro capítulo “Breve histórico da Educação Especial no Brasil”, apresento
de forma suscinta os aspectos históricos da Educação Especial no Brasil, as políticas de
8
educação inclusiva, bem como a institucionalização da educação ofertada nas redes
regulares de ensino para os alunos público alvo da Educação Especial.
Em relação à educação inclusiva, fala da Conferência Mundial, em Salamanca, que
trata dos princípios políticos e práticas dessa perspectiva. Fornece diretrizes básicas para
reformular o sistema educacional.
O segundo capítulo apresenta” Os caminhos metodológicos e os procedimentos da
pesquisa”. Aqui é apresentada a pesquisa qualitativa, com análise textual e documental
com entrevistas aos docentes que se dispuseram em participar da pesquisa. O estudo
dialoga com autores como Mazzotta (2003, 2005); Jannuzzi (1992, 2004, 2006); Pletsch (
2013, 2014) e Glat (2007), que são pesquisadores da área Educação Especial e vem
apresentando os variados desdobramento dessa no âmbito nacional e internacional de
maneira que vem contribuindo para refletir e melhorar a prática pedagógica voltada para a
Educação Especial.
Foi analisado o PPP, Projeto Político Pedagógico da Escola, com o objetivo de
conhecer a trajetória da Escola Municipal de Educação Especial Albert Sabin até chegar
nos dias atuais em que vem se propondo a transforma-se em uma escola inclusiva.
O terceiro capítulo, “Análise de dados”, faz uma análise dos dados e dos resultados
obtidos durante a pesquisa. Como falado anteriormente, foi realizado uma entrevista com
seis professores da escola. A partir das entrevistas as professoras relatam que não se
sentem capacitadas para atuar com esse público apesar de terem realizado graduação.
Por fim, apresentamos as considerações finais.
9
CAPÍTULO I
BREVE HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO ESPECIAL NO BRASIL
Este capítulo tem como objetivo apresentar a história da Educação Especial no
Brasil, apresentaremos sucintamente como se deu esse processo.
Nos meados do século XIX, as pessoas com deficiência sofreram grandes
preconceitos, essas pessoas eram consideradas incapazes, dignas de caridades, eram
abandonadas, diziam que as pessoas deficientes não contribuíam para o crescimento do
país. Mazzotta fala que por um longo período o atendimento da pessoa com deficiência foi:
Um consenso social pessimista, fundamentado essencialmente na ideia de que a condição de “incapacitado”, “deficiente”, inválido” é uma condição imutável, leva à completa omissão da sociedade em relação à organização de serviços para atender às necessidades individuais específicas dessa população ( 2005, p.3).
Para falar de Educação Especial precisamos voltar no período do Império. Na
Constituição de 1824 foi instituído o direito à educação para todos os brasileiros, depois
dessa Constituição esse direito também foi mantido nas Constituições de 1934, 1937 e
1943. Também foi aprovada a Declaração dos Direitos Humanos em 1948, a qual é
promulgada pela Assembleia Geral das Nações Unidas que afirma a não discriminação e
declara o direito à educação de todos, incluindo as pessoas com deficiências.
Na época do Império foram criadas duas instituições: o Instituto dos Meninos
Cegos que foi em 1854, Instituto Benjamim Constant (IBC) e três anos depois o Instituto
de Surdos e Mudos criado em 1857, hoje é chamado de Instituto da Educação dos Surdos
(INES). De acordo com Mazzotta (2005, p. 29), o INES “[...] desde seu início caracterizou-
se como um estabelecimento educacional voltado para a ‘educação literária e o ensino
profissionalizante’ de meninos ‘surdo-mudos’ (termo usado na época), com idade entre 7 e
14 anos.” Para Mazzotta, apesar de ainda ser muito precária em vista do quantitativo de
deficiente, foi muito importante essa conquista no atendimento dos surdos e também para
se pensar e discutir sobre a educação das pessoas com deficiência.
10
Em 1883, ocorreu o 1º Congresso de Instrução Pública, um dos temas desse
congresso foi sobre a sugestão de currículo e formação de professores para cegos e
surdos. O governo começou a direcionar verbas para os Institutos.
No Brasil, por volta da década de 20, começam a surgir alguns rumores que foram
influenciados com as ideias de professores e psicólogos europeus que vinham para dar
cursos aos professores do Brasil. Segundo Jannuzzi (1992), teve destaque dentre esses
professores Helena Antipoff, psicóloga russa que criou a Sociedade Pestalozzi e que
influenciou com isso a formação de profissionais para o trabalho da educação especial,
também participou de forma ativa do movimento que deu origem em 1954 a Associação de
Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE).
Mas, segundo Mazzotta (2001, p. 27):
A inclusão da “educação de deficientes”, da “educação dos excepcionais” ou da “educação especial” na política educacional brasileira vem a ocorrer somente no final dos anos cinquenta e início da década de sessenta do século XX.
O governo federal assumiu claramente e nacionalmente o atendimento educacional
aos sujeitos com deficiência a partir da década de 50 como dito pelo autor. Em 1958 que o
Ministério da Educação começou a prestar assistência, tanto técnica. quanto financeira para
as secretarias e nas instituições especializadas. Dessa forma, aumentaram as classes
especiais, o que, naquela contexto, permitiu o acesso dessa população a educação escolar.
Ainda segundo Mazzotta, a Educação Especial pode ser dividida em dois períodos
históricos: o primeiro vai de 1854 à 1956 que é o período de iniciativas oficiais e
particulares isoladas, nesse período foi fundado o “Imperial Instituto para meninos Cegos”,
hoje Instituto Benjamin Constant e o também Imperial instituto dos Surdos, hoje é
chamado de Instituto Nacional de Educação de Surdos. E o segundo período vai de 1857 à
1993 que é o de iniciativas oficiais de âmbito nacional.
Mesmo com a primeira Constituição no país em 1824, que promete uma educação
gratuita a todos, isso não foi necessário para garantir os direitos dos alunos deficientes.
Jannuzzi (1992) relata que:
A educação popular, e muito menos a dos “deficientes mentais”, não era motivo de preocupação. Na sociedade ainda pouco urbanizada, apoiada no setor rural, primitivamente aparelhado, provavelmente não eram considerados “deficientes”; havia lugar, havia alguma tarefa que
11
executassem. A população era iletrada em sua maioria, chegando a 85% o número de analfabetos, entre todas as idades (p. 23).
A autora fala da importância de duas vertentes que acontecem no início da história
da Educação Especial no Brasil, as quais foram importantes para a sua efetivação. Diz ela
que:
Vertentes médico-pedagógica: mais subordinada ao médico, não só na determinação do diagnóstico, mas também no âmbito das práticas escolares [...]. Vertente psicopedagógica: que não independe do médico, mas enfatiza os princípios psicológicos [...] ( JANNUZZI, 1992, p. 59).
Foram os médicos os primeiros a estudar os casos de crianças mais graves e criaram
instituições junto a sanatórios psiquiátricos para que essas crianças recebessem os devidos
e específicos tratamentos, mas ainda não era um tratamento institucionalizado.
Isso ocorreu a partir de 1929, com a chegada da pesquisadora Helena Antipoff ao
Brasil, a qual criou o Laboratório de Psicologia Aplicada na Escola de aperfeiçoamento de
Professores, em Minas Gerais. Ela iniciou uma proposta de organizar a educação primária
em rede comum de ensino com classes que tenham crianças com alguma deficiência e
criança “normal”. Foi em 1932 que Helena Antipoff criou a Sociedade Pestalozzi de Minas
Gerais e que mais tarde, por volta de 1945 vai se expandir pelo Brasil. A autora dentre
tantas outras participações e contribuições, também participou da implantação do
Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE), como já citado anteriormente por
Jannuzzi (1992).
Quando se trata de estudos para as pessoas com deficiência intelectual no Brasil,
Jannuzzi ( 1992) diz que no período dos anos de 1935:
1. Não houve solução escolar para elas. 2. As conceituações sobre deficiência eram contraditórias e imprecisas, e incorporavam as expectativas sociais do momento histórico em curso. 3. A concepção de deficiência intelectual englobou diversas e variadas crianças, com comportamentos divergentes das normas sociedade e então veiculadas nos padrões escolares. 4. A classificação ficou mais ao nível do discurso, e foi aplicada muito pouco em função da desescolarização geral predominante. 5. A escassa educação das pessoas com deficiência intelectual neste período representa a síntese dos enfoques e procedimentos primeiramente franceses e posteriormente europeus e norte-americanos. (1992, p. 67).
12
A Educação Especial passou por um período de ampliação de instituições
especializadas em 1961. Nesse momento o Brasil estava envolvido em uma crise
democrática, havia uma preocupação por parte do governo com a modernização do país e a
educação precisava de mudanças. Nesse período, começam a ocorrer mobilizações em
defesa da escola pública contra os interesses da iniciativa privada.
Nesse contexto, deu origem a primeira LDB 4024/1961 (após 13 anos de debates, o
primeiro projeto é de 1948) que direciona realmente a educação para o ensino. Em relação
a Educação Especial, essa lei nos artigos 99 e 89 vai enquadrar no sistema geral de ensino
a educação de excepcionais e ela passa a ser tratada legalmente, e começa a configurar as
políticas públicas. Em 1962, o Plano Nacional de Educação destinou 5% dos recursos do
Fundo Primário, para a educação de excepcionais e bolsas de estudos para atender crianças
de deficientes de maneira geral.
É importante dizer que a estrutura das instituições de Educação Especial aqui no
Brasil teve origem na década de 30. Nesse período os educadores eram envolvidos com a
educação dos alunos com deficiências, começaram a usar a expressão “ensino
emandativo”, que significa corrigir falta, tirar defeito. Com isso, a Educação Especial
passou a evidenciar a necessidade de receber recursos para melhor atender quem realmente
precisava (JANNUZZI, 2006).
Na década de 70, começou a ser enfatizada que a escola é um mecanismo para a
formação do capital humano e que esse capital precisava ser agregado para aumentar a
produtividade das empresas. Jannuzzi (2006) nos explica que ocorreu uma transformação
na visão do trabalho. Isto é, nessa época havia uma preparação para as oficinas em atender
os sujeitos com deficientes.
O especialista norte-americano em Educação Especial, James Gallagler,
apresentara, em novembro de 1972 o Relatório de planejamento para o Grupo-Tarefa de
Educação Especial e do Ministério da Educação e Cultura do Brasil., como descrito pela
mesma autora. Ainda segundo ela, esse relatório integrou os estudos do Grupo-Tarefa, que
contribuiu para que o Ministério da Educação e Cultura, criasse um órgão responsável nos
atendimentos aos “excepcionais”. Nascia, assim, o Centro Nacional de Educação Especial
(CENESP). Mazzotta diz que o órgão foi criado com a “finalidade de promover, em todo
território nacional, a expansão e melhoria do atendimento aos excepcionais”. O autor
também discorre que:
13
O CENESP tem por finalidade planejar, coordenar e promover o desenvolvimento da Educação Especial no período pré-escolar, nos ensinos de 1º e 2º graus, superior e supletivo, para os deficientes da visão, da audição, mentais, físicos, portadores de deficiências múltiplas, educandos com problemas de conduta e os superdotados, visando à sua participação progressiva na comunidade, obedecendo aos princípios doutrinários, políticos e científicos que orientam a Educação Especial (MAZZOTTA, 2003, P. 56).
No dia 5 de outubro de 1988 a Nova Constituição Brasileira é promulgada. No
artigo 205 foi definido que a educação é um direito de todos e dever do Estado e da
família. E no artigo 208, inciso III, diz que: “o atendimento educacional especializado aos
portadores de deficiências, preferencialmente na rede regular de ensino.” Com isso, a
educação passa a ser direito de todos, inclusive das pessoas com deficiência, e também
igualdade de condições de acesso e de permanência.
A Constituição de 1988 garante e assegura a educação para todas as pessoas, é um
direito para crianças, mulheres, homens, adultos ou crianças, sem distinção e
discriminação, independentemente de sua capacidade mental. Posteriormente a
Constituição de 1988, o primeiro documento que vai tratar desse assunto é a Lei de nº
8.069, de 13 de julho de 1990 (ECA). Esse documento vai reforçar os direitos dos alunos
com deficiências.
No bojo desse debate, temos, em Salamanca, na Espanha, em 1994, a Conferência
Mundial sobre a Educação Especial, cujo objetivo era dar base para a reformulações e as
reformas das políticas de inclusão social. A Declaração de Salamanca, é um documento
inovador, pois fala em seu texto “... proporcionou uma oportunidade única de colaboração
da educação especial dentro da estrutura de “educação para todos” firmada em 1990 (...)
promoveu uma plataforma que afirma o princípio e a discussão da prática de garantia da
inclusão das crianças com necessidades educacionais especiais nestas iniciativas e a
tomada de seus lugares de direito numa sociedade de aprendizagem”. Nessa Declaração, a
inclusão é defendida como “o princípio fundamental da escola inclusiva é o de que todas as
crianças deveriam aprender juntas, independente de quaisquer dificuldades ou diferenças
que possam ter”.
Em 1996 a Educação Especial aparece na Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional (LDB), Lei de nº 9.394, de 20 dezembro de 1996. No artigo 58 da LDB temos o
seguinte texto: “Entende-se por educação especial, para os efeitos desta Lei, a modalidade
14
de educação escolar, oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para
educandos portadores de necessidades especiais”.
No artigo 59 vai dizer também que: Art. 59. Os sistemas de ensino assegurarão aos educandos com necessidades especiais: I – Currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e organização específicos, para atender às suas necessidades; II – Terminalidade específica para aqueles que não puderem atingir o nível exigido para a conclusão do ensino fundamental, em virtude de suas deficiências, e aceleração para concluir em menor tempo o programa escolar para os superdotados; III – professores com especialização adequada em nível médio ou superior, para atendimento especializado, bem como professores do ensino regular capacitados para a interação desses educandos nas classes comuns; IV – Educação Especial para o trabalho, visando sua efetiva integração na vida em sociedade, inclusive condições adequadas para os que não revelarem capacidade de inserção no trabalho competitivo, mediante articulação com os órgãos oficiais afins, bem como para aqueles que apresentam habilidade superior na áreas artísticas, intelectual ou psicomotora; V – Acesso igualitário aos benefícios dos programas sociais suplementares disponíveis para o respectivo nível do ensino regular.
Podemos observar que a LDB de 96 vai assegurar diversos direitos, dentre eles,
professores capacitados para atuar com os alunos especiais, currículo de acordo com a
necessidade de cada aluno, uma educação que esteja voltada para o mercado de trabalho. A
Educação Especial vai tomando o seu lugar de direito nas escolas e também na sociedade,
como modalidade de educação escolar, oferecida de forma preferencial na rede regular de
ensino, para os alunos portadores de necessidades especiais, está também incluído o
atendimento educacional especializado.
No decorrer dos anos 2000, vários eventos internacionais influenciaram na
elaboração de políticas na área da Educação Especial brasileira, entre eles, a Convenção de
Guatemala, a Convenção de Nova Iorque, os quais reforçaram a importância da educação
inclusiva.
Isso se refletiu em janeiro de 2001, no capítulo 8 do Plano Nacional de Educação
(Lei nº 10.172), inclui “a Educação Especial se destina às pessoas com necessidades
especiais no campo da aprendizagem, originadas quer de deficiência física, sensorial,
mental”.
15
Também em 2001 na Resolução de CNE/CEB Nº 2 – diz que: “os sistemas de
ensino devem matricular todos os alunos, cabendo às escolares organizar-se para o
atendimento aos educandos com necessidades educacionais especiais, assegurando as
condições necessárias para uma educação de qualidade para todos”. Também impactou no
reconhecimento, em 2002, por meio da Lei Nº 10.436/02, da Língua Brasileira de Sinais
(LIBRAS).
Foram vários os decretos que amparam a Educação Especial numa perspectiva
inclusiva. Como já citado anteriormente, a Educação Especial foi ganhando espaço com
muitas lutas. A partir destas diretrizes, a pessoa com deficiência gradativamente tem seus
direitos reconhecidos a partir da estrutura legal.
Diferentemente de épocas anteriores em que eram reconhecidos a partir de uma
concepção assistencialista focado no modelo médico, agora os sujeitos tem seus direitos
educacionais e sociais cada vez mais reconhecidos, com acesso nas classes comuns do
ensino regular. A LDB, veio para finalmente definir o espaço na educação escolar da
educação especial. Ela fala da necessidade de uma qualificação dos professores para que
seja garantido um ensino de qualidade para esse aluno, mas é importante dizer que não é
apenas o professor regente da turma que precisa dessa capacitação, mas sim, todos os
profissionais que estão envolvidos e comprometidos com o processo educativo desse
aluno.
Ou seja, com os avanços das políticas educacionais, a Educação Especial no Brasil
vem passando por várias transformações. É importante que essas políticas avancem
mantendo o direito à inclusão e ao ensino de qualidade, não se pode perder o debate dessa
perspectiva de educação.
A Educação Inclusiva foi fundada, principalmente, a partir de 1990 com a
Conferência Mundial de Salamanca como já discorrido anteriormente.
Mas, no Brasil, temos avanços mais significativos a partir de 2008 com a Política
Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (BRASIL, 2008) que
defende a inclusão desde a educação infantil até o ensino superior e sugere o atendimento
educacional especializado como suporte no contraturno por meio das salas de recursos
multifuncionais, como apresentado pela Resolução 4 de 2009 (BRASIL, 2009). O principal
objetivo dessas salas, segundo o decreto Nº 7.611 de novembro de 2011, é: garantir
16
serviços de apoio especializado voltado a eliminar as barreiras que possam obstruir o
processo de escolarização de estudantes com necessidades educacionais especiais.
Em fevereiro de 2016, entra em vigor, a Lei Nº 13.146 de 6 de junho de 2015, a Lei
Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência. O documento fala dos direitos da pessoa
com deficiência em todos os âmbitos da sociedade, o seu objetivo é assegurar e promover,
em condições de igualdade, o exercício dos direitos e das liberdades fundamentais por
pessoa com deficiência, visando à sua inclusão social e cidadania.
Todas essas questões representam um grande avanço para o público da Educação
Especial. Entendemos que não foi nada fácil chegar até aqui. Tudo foi conquistado com
muita luta e de forma gradativa.
Tomando essa perspectiva como pano de fundo no capítulo seguinte apresentamos
os referenciais metodológicos usados nessa monografia.
17
CAPÍTULO 2
CAMINHOS METODOLÓGICOS, PROCEDIMENTOS DE PESQUISA E ANÁLISES INICIAIS
Este capítulo tem como objetivo apresentar os referenciais metodológicos, o campo
de pesquisa e os sujeitos. Igualmente apresentaremos os procedimentos de coleta e análise
de dados.
Os fundamentos metodológicos utilizados na pesquisa são de caráter qualitativo,
com análise de textos e coleta de dados com entrevistas semiestrutura como pode ser visto
no anexo1, tendo em vista que a pesquisa científica é uma atividade voltada para o
esclarecimento de situações-problemas ou de novas descobertas, com ela podemos definir
os caminhos e também as formas que serão seguidos.
Rosa e Arnoldi (2006) e Luana (1988, p.71) discorrem que a pesquisa é “uma
atividade de investigação capaz de oferecer e, portanto, produz um conhecimento novo a
respeito de uma área ou de um fenômeno, sistematizando-o em relação ao que já se sabe”.
2.1. Procedimentos realizados para investigação
A primeira parte da pesquisa foi a leitura baseada em estudos e pesquisas
relacionadas à educação inclusiva, dialogamos com alguns autores que estudam a
Educação Especial e educação inclusiva como Mazzotta (2003, 2005), Jannuzzi (2004,
2006), Pletsch (2012, 2013) e Glat (2007).
Foram analisados textos desses autores tendo em vista que esses apresentam a
trajetória da Educação Especial no Brasil, as políticas públicas de implementações e
garantia para a inclusão escolar.
Trabalhamos também com a perspectiva histórico-social de Vygotsky, segundo o
autor, a construção do homem como ser histórico-cultural vai se constituir com a sua
interação com o meio que o transforma e também é transformado durante as relações
sociais determinada por alguma cultura.
Além da coleta de dados com as entrevistas com 6 professores analisamos o PPP da
unidade escolar. É uma pesquisa que busca um diálogo entre o sujeito e o pesquisador,
uma flexibilidade que permite a contribuição de cada entrevistado.
18
A pesquisa tem como objetivo analisar o papel de uma instituição especializada no
contexto da proposta de Educação Inclusiva, identificar os avanços do processo de inclusão
em uma escola do município de Belford Roxo, do Estado do Rio de Janeiro. Belford Roxo
é um munícipio da Região Metropolitana do Rio de Janeiro, atualmente o município é o
sexto mais populoso do Rio de Janeiro.
Segundo Pletsch (2012, 2013), sobre a região em que e localiza o município
merece enfatizar a sua realidade social, marcada por baixos índices de desenvolvimento
humano (IDH), evasão escolar, precariedade nos serviços de saúde e outros problemas
comuns às grandes metrópoles brasileiras, como falta de saneamento básico, precariedade
do transporte público e a violência urbana.
2.2. Uma escola especial em busca de tornar-se inclusiva
As informações a seguir tem como base o PPP (Projeto Político Pedagógico) da
escola. A Educação Especial se iniciou no município de Belford Roxo no dia 23 de Março
de 1993 com o Decreto nº 236 de 23/03/1993, foi criada a E.M. de Educação Especial
Albert Sabin, que funcionava em uma sala na E.M. Bairro das Graças onde eram atendidas
crianças com diversos tipos de deficiências em um espaço, onde atuavam professores,
psicólogos, fonoaudiólogos, fisioterapeutas, massagista e as auxiliares. A primeira diretora
que assumiu foi a professora Carmem da Silva Magalhães.
A escola funcionou por algum tempo no Bairro das Graças, mas o trabalho que era
realizado pela escola foi ficando conhecido, muitos pais começaram a procurar a escola
para matricular seus filhos, com o aumento da procura o espaço ficou pequeno, devido o
sucesso que foram sendo alcançados pelos alunos matriculados, alunos que antes eram
tidos como incapazes passaram a frequentar a escola e começaram a se desenvolver social
e pedagogicamente.
No ano de 1995, a E.M. de Educação Especial Albert Sabin foi transferida para um
anexo da Escola Municipal Miguel Ângelo Leone, no Bairro Xavante para que assim
melhor acomodasse aos alunos. A partir de então, as turmas começam a ser direcionadas:
turmas de deficientes mentais, de surdos, passou a ter sala de recurso, atendimento da
equipe técnica. Nesse período houve um destaque para os trabalhos com os surdos.
19
Houve a necessidade da unidade escolar passar por mais uma mudança, em 1996
ela foi transferida para o CIEP Municipalizado Casimiro Meirelles, que está localizado na
Rua Gonçalves Gato , s/n, essa escola é localizada no centro de Belford Roxo.
No ano de 1997 alguns professores sentiram a necessidade de buscar mais
informações e orientações para melhor trabalhar com os alunos, começaram a participar de
cursos, seminários, encontros que levaram a refletir sobre a prática e a teoria que estavam
sendo desenvolvidas. Começaram a entender a importância da mediação para um melhor
desenvolvimento dos alunos. Vygotsky apresenta a importância de se relacionar, a
importância de se entender e ser entendido. Vejamos o que ele diz:
Desde os primeiros dias do desenvolvimento da criança, suas atividades adquirem um significado próprio num sistema de comportamento social e, sendo dirigidas a objetos definidos, são retratadas através do prisma do ambiente da criança. [...] Essa estrutura humana complexa é o produto de desenvolvimento enraizado nas ligações entre a história individual e a história social (VYGOTSKY, 1994, P. 40).
Um grupo de profissionais sentiu a necessidade de seguir a proposta Bilíngue para
auxiliar os surdos no Município de Belford Roxo, segundo Avila (2019) fizeram o curso de
LIBRAS, por conta própria, em dois anos, ministrados por um professor surdo da
Federação Nacional de Educação e Integração de Surdos (FENEIS), no espaço da Igraja de
Nova Vida, no Centro de Belford Roxo. A partir de 1998 ocorreu o ingresso de um
estagiário da FENEIS, Fundação Nacional de Educação e Integração dos Surdos que
começou a colaborar nas salas de aula, foi da introdução de LIBRAS até um trabalho mais
sistemático, o que proporcionou um momento produtivo para os alunos e professores.
As demandas da escola continuam a crescer, então, houve a necessidade de mais
uma vez a escola mudar de endereço. Essa mudança aconteceu em 27 de Julho de 2000
com o decreto nº 1.429 BELFORD ROXO (2000), a escola foi transformada em Centro
Municipal de Referência Educação Especial Albert Sabin, e começa-se a ser construído a
sua sede na Rua Celi, s/n, no Bairro Nova Pian, no Município de Belford Roxo. Uma outra
conquista da escola foi a criação da Deliberação, que estabelece normas para a Educação
Especial na Educação Básica, isso em todas as suas etapas e modalidades no Sistema
Municipal de Ensino de Belford Roxo .
20
Esse é um fato muito importante que acontece na educação, principalmente se
tratando de Baixada Fluminense. É de fundamental importância também para a construção
de uma sociedade inclusiva e para um ensino democrático.
No ano de 2001, o novo prédio, a escola passou a ter uma parceria com o setor
municipal de saúde.
No ano de 2006, são iniciadas as obras da quadra de esportes e das salas de
oficinas. Em 2009, deixa de ser Centro Municipal de Referência em Educação Especial e
passa a chamar Escola Municipal de Educação Especial Albert Sabin, conforme no
Decreto nº 2545 do dia 25 de março de 2009.
Foi uma conquista para a Educação Especial a construção dessa escola. Os alunos
que ficavam em casa sem ter oportunidade de escolarização, agora é uma escola com
profissionais capacitados para trabalhar com os alunos com deficiência.
Segundo escrito no PPP, essa escola avançou com sua proposta pedagógica e
educacional, em 2016 a Escola Municipal Suzete Carrero foi extinta de suas atividades
pedagógicas e administrativas, então, a Escola Municipal de Educação Especial Albert
Sabin recebeu dessa escola que foi extinta 12 turmas do Ensino Regular. A escola passou a
ter uma perspectiva inclusiva. Segundo o art. 3º, inciso IV, a Declaração de Salamanca
(1994), vai dizer que: [...] todas as escolas deveriam acomodar todas as crianças, independentes de suas condições físicas, intelectuais, sociais, emocionais, linguística ou outras. Deveriam incluir todas as crianças deficientes e superdotadas, crianças de rua que trabalham, crianças de origem remota ou população nômade, crianças pertencentes a minoria linguística, étnicas ou culturais e crianças de outros grupos em desvantagens ou marginalizados. As escolas têm de encontrar a maneira de educar com êxito todas as crianças, inclusive as que tem deficiências graves.
A escola de Belford Roxo, não atende todas essas demandas que citamos de acordo
com a Declaração de Salamanca, mas a unidade atende alunos com vários tipos de
deficiência e com a entrada das classes regulares passou atender alunos com várias
especificidades. É importante dizer que nas turmas regulares tem alunos com deficiências e
as atividades que acontecem na escola atende todas as turmas, tanto as turmas de educação
especial quanto as turmas de classes regulares. Uma das propostas dessa escola inclusiva é
oferecer um ensino que desenvolva suas potencialidades e habilidades e parte do princípio
de uma educação para todos.
21
De acordo com o PPP da unidade, a escola tem como ação, propiciar um ambiente
incentivador e inclusivo onde o aluno possa adquirir e apropriar-se de meios importantes
como a leitura e escrita e esses atribuindo assim para a aquisição de conhecimentos e
prática da autonomia e independência. Para isso, ainda segundo o PPP da escola, é
necessário promover condições para uma reflexão crítica acerca das adversidades e dos
processos culturais, respeitando e valorizando a produção de subjetividade e as
experiências da comunidade escolar, visando à promoção de políticas de equidade; é
possibilitar ao estudante a vivência de práticas democráticas para que este possa
desenvolver-se como sujeito consciente solidário e responsável, capaz de contribuir para a
liberdade de expressão e para o fortalecimento de uma consciência crítica; promover
vivências interdisciplinares que contemplam a transversalidade do conhecimento. É preciso
garantir no espaço escolar a transformação do sistema educacional inclusivo e a afirmação
da escola como espaço fundamental na valorização da diversidade e garantia de cidadania.
O planejamento é flexível e deve ser voltado para as necessidades específicas de cada um
com o objetivo de adequar o currículo pertinente e compatível à realidade cognitiva dos
alunos, já que dentre as turmas que compõem a U.E., temos anos escolares de turmas do
Ensino fundamental I, “regulares”, “classes especiais” e ainda turmas regulares com
inclusão. As especificidades precisam ser respeitadas (classes especiais, regular e
inclusão), com as avaliações diagnósticas são elaboradas as pesquisas, projetos, jogos
pedagógicos e atividades diferenciadas. A aprendizagem é verificada com observações que
são feitas durante todo o processo e também considerando a autonomia e independência
que o aluno apresentará na utilização dos conceitos lúdicos de diversidade.
O sistema de Avaliação da Escola Municipal de Educação Especial Albert Sabin
tem como respaldo legal na LDB nº 9394/96 e também uma resolução da Semed-BR nº3,
de 13 de abril de 2018 que diz que, os alunos das turmas de Educação Infantil são
avaliados através de relatório descritivo, acerca do desenvolvimento integral da criança,
considerando os aspectos motores, cognitivos, psicológicos e afetivos. As Classes
Especiais do 1º segmento do Ensino Fundamental serão avaliados pelo PEI (Planejamento
Educacional Individualizado) e através de relatórios individuais descritivos. Os alunos que
estão nas classes regulares, mas que são público alvo da educação especial, também serão
avaliados através do PEI, esse procedimento avaliativo é feito bimestralmente, dois dias
22
para que os professores possam avaliar e fazer as adaptações curriculares necessárias para
dar continuidade ao trabalho desenvolvido com os alunos.
No ano de 2019, a escola iniciou com um crescimento na procura por novas
matrículas no Ensino Fundamental regular e passou a atender 884 alunos sendo
distribuídos da seguinte forma de acordo com os dados da Escola M. E. E. Albert Sabin.
EI – 3 turmas
EI – 4 turmas
Ensino Fundamental I Regular – 20 turmas – 401 alunos.
Ensino Fundamental I – Classes Especiais – 27 turmas – 326 alunos
A instituição também tem o transporte escolar, as chamadas ‘rotas’, onde sua
normatização encontra-se na Portaria SEMED, nº31 de 01 de agosto de 2013. A prioridade
na utilização do transporte é: alunos cadeirante; dificuldades físicas de locomoção;
distância da U.E. e a residência.
Essa unidade escolar, apesar das dificuldades e dos desafios que são enfrentados
todos os dias para atender a todos os alunos, vem criando um ambiente onde a inclusão de
fato aconteça, e essa inclusão não acontece apenas com os alunos que estão incluídos nas
classes especiais, mas dentro da unidade as classes regulares, as especiais trabalham juntos
durante o recreio, as festividades que são realizadas na unidade, os projetos pedagógicos
que são propostos tanto pela escola quanto pela secretaria de educação as turmas se
socializam e se integram para juntos realizarem cada proposta apresentada. A escola
utiliza-se de recursos e apoio especializado para garantir a aprendizagem de todos os
alunos. Uma das ferramentas utilizadas para auxiliar na aprendizagem dos alunos é o uso
da Tecnologia Assistiva, na sala da orientação educacional e pedagógica, há uma
diversidade de atividades que são feitas utilizando os recursos da Tecnologia Assistiva.
Para Manzini (2005, p. 82) vai dizer que:
Os recursos da tecnologia assistiva estão muito próximos do nosso dia a dia. Ora eles nos causam impacto devido à tecnologia que apresentam, ora passam quase despercebidos. Para exemplificar, podemos chamar de tecnologia assistiva uma bengala, utilizada pelos nossos avós para proporcionar conforto e segurança no momento de caminhar, bem como um aparelho de amplificação utilizado por uma pessoa com surdez moderada ou mesmo veículo adaptado para uma pessoa com deficiência.
23
A tecnologia assistiva é um conceito novo, mas são recursos que são usados a
muito tempo por diversos professores e profissionais para auxiliar e desenvolver a
aprendizagem dos alunos, esses recursos podem ser recursos simples e de baixo custo.
Muito dos materiais que são utilizados para montar as atividades na unidade pesquisada
são de materiais recicláveis como papelão, tampinhas, garrafa plástica. Também tem os
recursos mais caros, na escola Albert Sabin tem uma sala digital onde os computadores são
adaptados para os alunos que tem dificuldades de usar o teclado e o mouse.
A unidade escolar tem Atendimento Educacional Especializado, atende alunos da
escola e alunos da rede. O atendimento é garantido por lei aos alunos com deficiência,
transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação, e poderá ser
ofertado em classes, escolas ou em serviços especializados, sendo complementar ou
suplementar a escolarização dos alunos matriculados em classes comuns de ensino regular
(BRASIL/SEESP, 2008). Tanto a instituição e o atendimento especializado, ofertam de
forma obrigatória os serviços e os recursos voltados para os alunos público alvo da
Educação Especial. De acordo com a lei nº 9.394/96, Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional, no Art. 4º, destaca o dever do Estado com a educação pública, e a
garantia do atendimento especializado forma gratuita.
Nesse contexto, é importante que os professores que atuam nas salas de recursos
multifuncionais trabalhem em articulação com os professores do ensino regular, essa
parceria é importante para que a aprendizagem dos alunos sejam construídas de forma
significativa. As atividades que acontecem na sala de recurso não podem ser voltadas
apenas para a socialização. De acordo com o decreto presidencial, os objetivos do AEE
são:
I – promover condições de acesso, participação e aprendizagem no ensino regular e garantir serviços de apoio especializados de acordo com as necessidades individuais dos estudantes; II – garantir a transversalidade das ações da educação especial no ensino regular; III – fomentar o desenvolvimento dos recursos didáticos e pegagógico que eliminem as barreiras no processo de ensino e aprendizagem; IV – assegurar a continuidade desses estudos nos demais níveis, etapas e modalidades de ensino.
Sobre as atribuições do professor de AEE temos a Resolução nº 4, de 2 de outubro
de 2009 que a elaboração e a execução do plano de AEE são de competência dos
24
professores que atuam na sala de recursos multifuncionais ou centros de AEE, em
articulação com os demais professores do ensino regular, com a participação das famílias e
em interface com os demais serviços setoriais da saúde, da assistência social, entre outros
necessários ao atendimento. Por isso a importância do uso de materiais acessíveis ao aluno
e as diversas possibilidades que ele terá para melhor compreensão dos conteúdos
estudados. Esses conteúdos precisam andar juntos com os objetivos que são estudados em
sala de aula, para isso, o atendimento especializado acontece no contraturno da escola
comum que o aluno tem matrícula, eliminando as barreiras para a plena participação de seu
público alvo.
As diversas estratégias realizadas para a aprendizagem do aluno precisam ser feitas
pelo professor de AEE e pelo professor de sala de aula. Pletsch, fala da importância de
criar diversas maneiras para a aprendizagem do aluno, ela diz que:
A elaboração conceitual por parte de alunos com deficiência intelectual e outras dificuldades de aprendizagem requer do professor o uso de diferentes estratégicas pedagógicas para apoiar e mediar o ensino. É o que denominamos conhecimentos didáticos, os quais, muitas vezes, são menosprezados na formação inicial e continuada de professores com justificativas do tipo “receita de bolo” (PLETSCH, 2014, p. 15).
Pletsch discorre sobre a formação dos profissionais da educação para atuar de
forma satisfatória no campo educacional, como citado pela autora anteriormente, não é
“uma receita de bolo”, mas é preciso saber como traçar os caminhos da aprendizagem. Ela
vai relatar que:
[...] o processo educacional é muito mais complexo da que ensinar e aplicar estratégica pedagógica, mas não podemos negar que os docentes precisam de parâmetros teóricos e metodologias de ensino para realizar o trabalho pedagógico de forma efetiva; isto é, faz-se necessários garantir na formação inicial dos nossos discentes (futuros professores) e continuada de professores (daqueles que já atuam no magistério) fundamentos teóricos articulados com ações práticas a fim de que tenham condições de impulsionar processo de ensino e aprendizagem criativos e significativos aos alunos com deficiências e aos demais (PLETSCH, 2014, p. 15).
Para que de fato aconteça a inclusão, é necessário entender que garantir o acesso na
escola é só o primeiro passo que a família e a escola estão dando, além do acesso, o aluno
precisa ter direito a estudar os conteúdos que os demais alunos, é importante se pensar uma
25
planejamento que seja flexível, mas que atenda os alunos com deficiência, por isso a
importância do diálogo e um trabalho conjunto da professora da classe comum e a
professora do atendimento especializado, ter uma formação continuada para que esses
profissionais tenham condições de acrescentar novas experiências em sua formação. Hoje,
a escola Albert Sabin tem uma parceria com a secretaria de saúde, é ofertado o
atendimento de fonoaudiólogo, psicólogo, terapia ocupacional.
Sobre a Educação Inclusiva o documento do (BRASIL/SEESP, 2006) vai relatar
em seu capítulo um que: Mas acima de tudo, a escola tem a tarefa de ensinar os alunos a compartilharem o saber, os sentidos diferentes das coisas, as emoções , a discutir, a trocar pontos de vista. É na escola que desenvolvemos o espírito crítico, a observação e o reconhecimento do outro em todas as suas dimensões. Em suma, a escola comum tem um compromisso primordial e insubstituível: introduzir o aluno no mundo social, cultural e científico; e todo ser humano, incondicionalmente tem direito a essa introdução.
A escola tem o compromisso de não se contentar apenas com o que o aluno já sabe,
a escola precisa estimulá-lo a prosseguir no entendimento dos assuntos estudados e sendo
capaz de distinguir o que estuda do que já sabe em uma ou várias áreas do conhecimento.
Após presentar o contexto da escola é importante apresentar os sujeitos da pesquisa.
O quadro a seguir sistematiza as informações sobre os mesmos. Os nomes que estão no
quadro são fictícios.
Quadro 1. Dados sobre os sujeitos entrevistas
Nome fictício Formação Tempo de atuação Antônio
Graduação em Pedagogia e Pós graduação em Educação Especial e Psicopedagogo.
10 anos.
Ana Ensino Médio- Curso Normal. 11 anos. Luiza Ensino Médio-Curso Normal 17 anos. Maria Ensino Médio-Curso Normal 4 anos. Fátima Licenciatura plena em Pedagogia. 4 anos. Rose Pós graduação em gestão escolar. 10 anos.
Por último, evidenciamos a análise das entrevistas, onde foi feito um questionário
para responder, serão apresentados no capítulo seguinte.
26
CAPÍTULO 3
O QUE DIZEM OS PROFESSORES SOBRE UMA ESCOLA ESPECIAL EM PROCESSO DE TRASNFORMAÇÃO PARA UMA ESCOLA INCLUSIVA?
O pressente capítulo tem como objetivo apresentar os resultados de nossa
investigação realizada com seis profissionais de uma escola da Baixada Fluminense. Para
tal, focaremos em dois eixos principais, a saber: Como é a interação das turmas das classes
especiais com as turmas comuns do ensino regular analisando se ocorre transferência de
alunos entre as turmas e, e discutiremos sobre a formação continuada de professores.
3.1 Interação das turmas regulares com as turmas de classes comuns
De acordo com as entrevistas realizadas com os professores, pode-se dizer que a
interação entre as turmas das classes especiais e as turmas das classes comuns ocorrem nas
realizações de eventos, com algumas propostas dos professores e também acontece no
refeitório durante algumas refeições.
Acontece também, de alguns professores prepararem, suas aulas em conjunto, esse
momento é um momento de grande parceria e aprendizado tanto para os professores
quanto para os alunos, algumas dessas parcerias são realizadas pelas turmas das classes
especiais com as turmas de classes comuns. Nesse sentido, o depoimento de uma
professora do ensino regular é bastante representativo:
As crianças tem contato com outros da mesma faixa etária ou de faixa etária maior, ampliando sua percepção e reflexão sobre as diferenças. Foi observado que as crianças sabem respeitar os colegas especiais, não demonstrando preconceito (segundo semestre de 2019).
De acordo com os dados da pesquisa, as crianças agem de forma natural, não tem
preconceito, o trabalho se torna uma parceria, o que começa a prevalecer é uma relação de
respeito entre os colegas e também um entendimento das diferenças, não uma diferença
que diminui um do outro, mas uma diferença de saber respeitar o outro como ele é. Os
alunos vão desenvolvendo nas relçaões com os pares e também o pedagógico.
27
Sobre tal questão mais uma vez trouxemos Vygotsky (1996), que vai propor que o
desenvolvimento cognitivo vai acontecer por meio da interação social, interação de no
mínimo duas pessoas trocando experiências, produzindo novas experiencias e novos
conhecimentos. Para ele, a aprendizagem que acontece na sala é o resultado de atividades
que proporcionam interação, cooperação social. Essas atividades devem ser colaborativas
para que possibilitem o aluno de ir além do que ele seria capaz de ir sozinho.
Nessa perspectiva, a aprendizagem vai acontecer mediante a interação social e dos
compartilhamentos dos conhecimentos, o professor vai mediar a aprendizagem daquilo que
o aluno ainda não sabe, auxiliando na sua dependência e na preparação de um espaço de
diálogo e na interação e no convívio social.
É importante lembrar que a política de inclusão não está limitada a apenas “incluir”
os alunos com deficiência nas classes regulares, mas exige uma garantia de participação
como sujeito no processo de ensino e aprendizagem. É preciso se desvencilhar dos
preconceitos existentes com os alunos que são do público alvo da Educação Especial.
Sobre a ideia de inclusão Sassaki (1997), afirma que:
A ideia de inclusão surgiu para derrubar a prática da exclusão social a que foram expostas as pessoas com deficiência por vários séculos. A exclusão ocorria em seu sentido total, ou seja, as pessoas com deficiência eram excluídas da sociedade para qualquer atividade porque eram consideradas inválidas, sem utilidade para a sociedade e incapazes de trabalhar, características essas atribuídas indistintamente à todos os portadores ou que tiveram alguma deficiência (SASSAKI, 1997, p. 30-31).
Além das interações entre as turmas da escola, acontece também a transferência de
alunos com deficiência das classes especiais para as turmas comuns do ensino regular.
Segundo a resposta de uma professora, essa transferência é um processo lento, com muitas
dificuldades do sistema e também acontece com muito receio com a preocupação de não
prejudicar o aluno em seu desenvolvimento. É importante que toda equipe trabalhe em
conjunto para que esse aluno tenha os suportes necessários para uma nova experiência.
Experiência que vai precisar de profissionais que tenham uma formação para trabalhar com
alunos do público alvo da educação especial, em relação à formação do professor
falaremos mais detalhadamente a seguir.
O aluno que foi para a turma de classe comum do ensino regular precisa de suporte
necessário para interagir com a nova turma, a turma também precisa ser “trabalhada” para
28
receber esses alunos. Para que ocorra de fato essa inclusão são imprescindíveis
transformações nas concepções de educação e de homem, esses alunos não podem ser
excluídos do desenvolvimento pedagógico e social. Hoje, a escola pública precisa ser de
qualidade e para todos. O foco não pode ser a deficiência do aluno e sim os ambientes, os
espaços, os recursos precisam ser acessíveis com as especificidades de cada aluno.
Acessibilidade dos materiais pedagógicos, da arquitetura da escola, um currículo que
atenda as particularidades. A escola deve se reconstruir para atender a comunidade, onde
as pessoas com deficiência fazem parte.
Para que o aluno tenha um bom desempenho é preciso também que ele tenha
Atendimento Educacional Especializado (AEE) em salas de recurso multifuncionais. Na
escola Albert Sabin tem sala de recurso, os atendimentos acontecem no contraturno, porém
o que acontece em alguns casos é que os responsáveis não levam os alunos para o
atendimento alegando que fica difícil levar os alunos em dois horários para a escola. Uma
questão que influencia de forma negativa no processo de ensino e aprendizagem dos alunos
com deficiência é que muitos deles vão à escola de transporte escolar (as rotas). Como
mencionado no capítulo anterior, com autorização da diretora da escola e da orientação
analisamos o PPP da unidade, lá está relatado que a falta de manutenção constante na frota
que atende a Unidade Escolar, leva a baixa frequência dos alunos, pois frequentemente os
transportes não circulam por falta de manutenção ou até mesmo por falta de combustível,
atingem principalmente dos alunos cadeirantes e dos que tem dificuldades de locomoção.
Durante o trabalho de pesquisa pode-se perceber que o trabalho de inclusão escolar
feito pela unidade vai da implementação das políticas públicas, a garantia e permanência
na escola.
Sobre isso, a pesquisa mostrou que os pais também precisam participar ativamente
do processo de ensino e aprendizagem dos alunos com deficiência, a inclusão é um
processo que precisa acontecer dentro e fora da escola, os pais precisam estar de forma
colaborativa participando da vida dos educandos para que esse processo tenha resultados
positivo. É importante realizar ações inclusivas para uma sociedade mais justa por meio do
contexto escolar e também social.
29
3.2 Formação dos docentes para atuar com alunos com deficiência
O segundo eixo abordado na pesquisa foi sobre a formação continuada dos
professores frente ao processo de ressignificação da escola especial para uma escola
“inclusiva”. Essa formação é oferecida pela Secretaria de Educação do Município, mas
segundo os professores entrevistados, tem bastante tempo que não acontece, alguns até
desconsideram que existe. Sobre a formação continuada uma professora descreve que
“Infelizmente não temos uma formação para que esse processo ocorra, somente se o
professor buscar de forma particular”.
A formação está longe de ser a ideal para os professores trabalhem com os alunos
público alvo da educação especial. O processo educacional é mais do que o uso de
diferentes estratégias pedagógicas, Pletsch (2014) vai dizer que:
[...] não podemos negar que os docentes precisam de parâmetros teóricos e metodologias de ensino para realizar o trabalho pedagógico de forma efetiva; isto é, faz-se necessário garantir na formação inicial dos nossos discente (futuros professores) e continuada de professores (daqueles que já atuam no magistério) fundamentos teóricos articulados com ações práticas a fim de que tenham condições de impulsionar processos de ensino e aprendizagem criativos e significativos aos alunos com deficiência e aos demais. Por exemplo, é preciso oferecer diretrizes claras sobre como elaborar propostas individualizadas de ensino e as dimensões que envolvem o currículo escolar. Essas e outras medidas relacionadas às condições de trabalho dos docentes e à infraestrutura das instituições escolares certamente colaborarão para a melhoria das práticas educativas e dos indicadores de aprendizagem em nosso país. É importante também oferecer aos docentes conhecimentos sólidos sobre o desenvolvimento humano e áreas, como, por exemplo, a linguagem.
O professor precisa de recursos para trabalhar, a formação é um desses recursos, é
ela que vai nortear as possibilidades para trabalhar com as especificidades de cada aluno
em sala de aula. É importante que os professores dominem os saberes, dando
possibilidades para um exercício profissional competente e com isso alcançar um melhor
desempenho dos educandos. A formação continuada torna-se necessária para a preparação
dos professores. Vejamos o que Libâneo (2014, p. 78) discorre sobre:
A formação continuada é uma maneira diferente de ver a capacitação profissional de professores. Ela visa ao desenvolvimento pessoal e profissional mediante práticas de envolvimento dos professores na
30
organização e articulação do currículo, nas atividades de assistência pedagógico-didática junto com a coordenação pedagógica, nas reuniões pedagógicas, nos conselhos de classe, etc. O professor deixa de estar apenas cumprindo a rotina e executando tarefas, sem tempo de refletir e avaliar o que faz.
A justificativa da necessidade de uma formação continuada para professores é que
esses se sentirão mais preparados para exercerem suas funções, também para dinamizar sua
prática, ampliar os horizontes e efetuá-la com mais qualidade.
Esse debate sobre a formação ou a não formação dos professores tem se
intensificado. As matrículas dos alunos com deficiência têm aumentado nas classes
comuns, os professores precisam ter condições de atuar na sala de aula com esses alunos,
não é que a formação vai dar conta de todas as demandas, tem aspectos que vão ultrapassar
das nossas condições.
Uma resposta bem reflexiva de um professor da escola pesquisada pode nos levar a
entender a preocupação de muitos professores, ele fala do cuidado na hora de transferir o
aluno da classe especial para a classe comum, segundo ele: “Devemos pensar bastante ao
“incluir um aluno, nem todos os profissionais tem a formação para trabalhar com os
aluno”.
Para dar continuidade a nossas reflexões mais uma vez trouxemos Pletsch (2014, p.
17) que vai mencionar que: Sabemos que garantir aos alunos com deficiência intelectual processos de escolarização efetivos requer mudanças nas dinâmicas pedagógicas e curriculares. Todavia, a partir dos dados de pesquisa, podemos dizer que não basta possibilitar acesso aos conceitos científicos, uma vez que o próprio conceito de aprendizagem deve ser ampliado para abranger possibilidades de participação e interação com o coletivo de forma a possibilitar o desenvolvimento de novos modelos de agir e ser.
Os docentes buscam caminhos para trabalhar em suas práticas docentes para
ampliar as possibilidades de aprendizagem desses alunos. Kassar (2014, p. 208), discorre
que a Resolução n. CNE/ CEB 02/2001, estabelece dois tipos de professores apropriados
para assumir o magistério, “ os capacitados’ e os “especializados”. Sobre esses docentes
ele diz que: “Esses docentes tem atribuições diferenciadas. Para receber os alunos em
classes comuns, devem ser capacitados; para assumir as atividades de atendimento
educacional especializado, devem ser especializado”.
31
O professor capacitado, segundo ela, é aquele que teve alguma disciplina no ensino
médio ou no ensino superior sobre Educação Especial, já o professor especializado possui
licenciatura em Educação Especial ou em algumas de suas áreas.
A maioria das escolas estão longe de ser inclusiva, mas é importante dizer que o
problema não está necessariamente na gestão, nos professores, na equipe pedagógica.
Precisa de efetivação da implementação das políticas públicas educacional.
A última pergunta do questionário foi “Gostaria que você avaliasse a partir de suas
concepções os objetivos alcançados com essa proposta?” As respostas foram bem
parecidas, mesmo tendo muita coisa para melhorar, ainda que tudo vem acontecendo
gradativamente, estamos caminhando para que os objetivos de uma escola inclusiva sejam
alcançados de forma satisfatória e que realmente atenda às necessidades dos alunos.
Além da falta de professores especializados e capacitados, a educação inclusiva
enfrenta diversos desafios com a estrutura física nem sempre é adequada; o número
excessivo de alunos nas turmas; preconceito em relação à deficiência; falta de material
pedagógico. Ainda sobre o tema Glat (2007) vai dizer que: A Educação Inclusiva significa um novo modelo de escola em que é possível o acesso e a permanência de todos os alunos, e onde os mecanismos de seleção e discriminação, até então utilizados, são substituídos por procedimentos de identificação e remoção das barreiras para a aprendizagem. Para tornar-se inclusiva a escola precisa formar seus professores e equipe de gestão, e rever as formas de interação vigentes entre todos os segmentos que a compõem e que nela interferem. Precisa realimentar, sua estrutura, organização, seu projeto político-pedagógico, seus recursos didáticos, metodologias e estratégias de ensino, bem como suas práticas avaliativas. Para acolher todos os alunos, a escola precisa, sobretudo, transformar suas intenções e escolhas curriculares, oferecendo um ensino diferenciado que favoreça o desenvolvimento e a inclusão social. (GLAT, P. 16. 2007)
A educação inclusiva fomenta a valorização das diferenças, igualdade de
oportunidade, uma transformação da sociedade e também das políticas e das práticas
vigentes na escola e no sistema de ensino, implica na participação de todos.
O número de alunos com deficiência matriculados na classe comum vem
aumentando a cada ano, a escola tem sido um marco para o município de Belford Roxo,
para a comunidade em seu entorno que cada vez mais acredita no trabalho da toda equipe
escolar. Além das atividades que são realizadas pela professora regente, as turmas
participam das atividades de sala de leitura e também de educação física, tem as atividades
32
na sala digital. Atualmente também vem acontecendo um projeto na escola da secretaria
de Meio Ambiente, os alunos uma vez na semana tem aula de educação ambiental.
Muitas mudanças precisam acontecer, mas os desafios são enfrentados a cada dia,
mesmo sabendo que não é fácil, mesmo entendendo que apesar da escola se esforçar para
que o processo de uma educação inclusiva aconteça de modo que atenda as reais
necessidades dos discentes, esse trabalho vem acontecendo de modo gradativo. O professor
Antônio da escola Albert Sabin discorre sobre esse processo como um trabalho de
formiguinha, respeitando o tempo de aprendizagem dos alunos e que é fundamental que
trabalhe os aspectos afetivos, sua autonomia e o pedagógico.
Pelo que foi pesquisado na escola, a inclusão acontece entre as turmas e também
nas turmas, entre as turmas na maioria das vezes acontece partindo de cada professor,
exceção durante algumas festividades que acontece na escola e também durante o refeitório
na hora do almoço.
É uma proposta nova para a escola que teve início em 2016 com a entrada de
turmas de classes regulares como citado no capítulo anterior. Muitas coisas ainda estão
passando por adaptações, avaliando o que deu certo e o que não deu, como fazer para que
de fato a inclusão aconteça, seja ela nos aspectos sociais, respeitando as especificidades de
cada um e reconhecendo que é uma tarefa difícil, porém possível de acontecer.
Os profissionais que estão nas turmas de classe comum precisam ter uma
capacitação, tendo em vista que está garantido por lei que ela aconteça. O artigo 61 da Lei
de Diretrizes e Base da Educação Nacional vai dizer que:
A formação de profissionais da educação, de modo a atender aos objetivos dos diferentes níveis e modalidades de ensino e às características de cada fase do desenvolvimento do educando, terá como fundamentos: 1. a associação entre a teoria e prática, inclusive mediante a capacitação em serviço; 2. aproveitamento da formação e experiências anteriores em instituições de ensino e outras atividades (BRASIL, LDB, 9394/96. Art. 61.)
A prática está atrelada a teoria, apesar de não alcanças todos os objetivos, é a teoria
que vai fundamentar a prática dando suporte para as tomadas de decisões dentro de uma
ação contextualizada. Os profissionais precisam desse suporte mesmo que aconteça
minimamente. Vale destacar que muitos professores tem dado um passo importante quando
33
mesmo que de forma precária, com poucos recursos pedagógicos e com pouca formação,
vão se debruçando em fazer um trabalho que atenda os alunos que são público alvo da
educação especial. Pelo que foi observado durante a pesquisa, a equipe pedagógica é
comprometida e trabalha de maneira que todas as especificidades sejam atendidas da
melhor forma possível e dando oportunidade para que os alunos se desenvolvam em seus
diversos níveis de escolaridade.
É uma escola comprometida com a educação e vem tentando melhorar para que o
processo educacional na perspectiva de uma educação inclusiva possa acontecer trazendo
significado para o público alvo da educação especial e para os resultados surgirem é
preciso que haja políticas públicas que implementam e garantam o dinheiro de cada um,
que as leis sejam cumpridas, que as famílias cumpram com seu papel e que a escola tenha
plena condição e capacitação para desempenhar seu papel de socializar o conhecimento na
formação de todos os alunos, é na escola que a criança precisa ter condições necessárias
para formação intelectual e moral.
A escola precisa ser pública e de qualidade, democrática, aberta ao diálogo,
reforçando o respeito mútuo. É importante ter conhecimento para a construção da
cidadania na escola, tornando visível os conceitos e valores nas diversas relações e
estabelecendo reflexões sobre o seu papel na sociedade.
O processo de inclusão vem acontecendo, mas não podemos fechar os olhos,
defendemos uma educação como um direito inquestionável ao homem. A proposta
pedagógica da escola deve ser de contribuir para a transformação de uma sociedade que
seja menos desigual, mais justa e cada vez mais democrática.
34
Considerações finais
A temática da pesquisa teve como objetivo analisar uma escola de educação
especial em transformação para uma escola de educação inclusiva. Igualmente, teve como
objetivo refletir sobre como acontece a inclusão dos alunos e das turmas, como tem sido
essa proposta para os professores. Foi uma pesquisa qualitativa com coletas de dados por
meio de entrevistas semiestruturada com seis professores da escola. Também realizamos
análise de documentos, dentre eles o PPP da unidade escolar.
Após a análise dos dados, verificou-se que o trabalho de inclusão é uma proposta
nova para a escola que anteriormente só trabalhava com classes especiais, com a entrada
das classes regulares a escola teve que se articular de diversas formas para atendar todas as
demandas necessárias. Com o presente estudo constatamos que durante alguns eventos
escolares, as turmas de classes especiais fazem um trabalho conjunto com as turmas de
classes regulares e também em algumas propostas feitas pelos professores em algumas
aulas. Os docentes das classes regulares reclamaram da formação continuada para trabalhar
com os alunos público alvo da Educação Especial, o que dificulta um melhor desempenho
dos alunos segundo os mesmos. Mesmo com todas essas questões, os professores recebem
os alunos e tentam se articular de maneira que não comprometa os aspectos pedagógicos.
Também evidenciam que faltam equipamentos acessíveis para trabalhar com os alunos,
comprometendo o trabalho com as diversidades e especificidades de cada aluno. Como já
citado nesse trabalho, não é só colocar o aluno em sala de aula com outras crianças, a
proposta da educação inclusiva demanda que cada aluno de acordo com a sua
particularidade tenha garantindo o seu desenvolvimento nas relações sociais e no
desenvolvimento educacional. Precisa-se pensar de maneira coletiva, superar os
preconceitos. Todos precisam estar envolvidos nesse processo. Os orientadores,
professores, diretores, precisam de formação, adaptação e assim adequando as práticas
pedagógicas que condiz com as necessidades de cada aluno.
O estudo também foi realizado com análise em leituras de textos de autores que
discorrem desse assunto. Porém tive muitas dificuldades em fazer essas analises textuais
pois nem todos os livros estão disponíveis na biblioteca e os que estão temos um prazo
curto para a sua devolução.
35
Outra dificuldade vivenciada na pesquisa se refere a entrevistar os professores, pois
estudo pela manhã e trabalho à tarde, nem sempre conseguia disponibilidades para fazer a
entrevista. Os textos contribuíram para entender e refletir sobre a história da Educação
Especial, em especial sua trajetória no Brasil. Importante refletir também sobre as
implementações de políticas públicas de Educação Especial e da educação inclusiva.
Foi possível observar as necessidades de formação para os professores, da
necessidade de uma reformulação nas propostas pedagógicas, uma melhor articulação para
se trabalhar com as turmas. A política de inclusão exige que haja uma postura na atuação e
também no discurso. É preciso mudar as concepções e os estigmas de preconceito e dando
oportunidade para os professores terem conhecimento de uma política que de fato seja
inclusiva e que abram novos caminhos a serem seguidos e uma garantia de que se tem uma
escola pública de qualidade e que atende todos os alunos, sejam eles do público alvo da
educação especial ou não.
Merece destaque nessa pesquisa que apesar das dificuldades, os professores
entendem que os objetivos vêm sendo alcançados e que a proposta inclusiva é um processo
imprescindível, pois as crianças estão tendo a oportunidade de aprender com outros alunos,
ampliando as suas percepções e reflexões sobre as diferenças. Observou que entre as
crianças não tem preconceito, existe um respeita o outro e assim o aprendizado vai
acontecendo de forma natural. Mesmo que seja de forma gradativa as propostas vêm sendo
alcançadas, é uma iniciativa que acontece quando o professor se dispõe a fazer uma
proposta atendendo as especificidades humanas. Esse trabalho também acontece com a
professora da sala de leitura que faz os projetos de maneira que atenda a todas as turmas da
escola. Seu trabalho é em conjunto com o professor da turma.
A escola também tem o Atendimento Educacional Especializado que acontece no
contraturno do horário de aula do aluno. Infelizmente, o tempo de atendimento está longe
de ser o ideal para cada aluno, como relatado pelos docentes. Também tem aqueles alunos
em que os responsáveis não levam os alunos para atendimento. A unidade conta com uma
parceria com a saúde que tem uma unidade de atendimento na escola. A saúde atende
alunos de outras escolas, sendo assim, quando um aluno da escola local precisa de um dos
atendimentos, acontece muitas vezes de não ter vaga, e também como na questão anterior
muitos pais não levam os alunos ao atendimento.
36
Por fim, esperamos que este trabalho tenha contribuído para reflexão sobre a
importância e as possibilidades da educação inclusiva e traga questões para novas
pesquisas na área. Nossa Pretensão não foi de esgotar o tema, mas sim oferecer reflexões
para avançarmos no debate sobre os diferentes processos de escolarização dos sujeitos que
são público alvo da Educação Especial.
37
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AVILA, L.L. Orientações da banca examinadora. Instituto Multidisciplinar, Universidade Federal
Rural do Rio de Janeiro (IM/UFRRJ). 09/12/2019.
BRASIL/MEC/CENESP. Regimento Interno. Portaria n. 550. Brasília/DF,1975.
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, 1988.
______. Declaração de Salamanca e Linha de Ação sobre Necessidades Educativas Especiais.
Brasília: Coordenadoria Nacional para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência, 1994.
BRASIL. Declaração de Salamanca e linha de ação sobre necessidades educativas especiais.
Brasília: UNESCO, 1994.
BRASIL. Decreto n.º 7.611, de 17 de novembro de 2011. Dispõe sobre a Educação Especial, o
atendimento educacional especializado e dá outras providências. Diário Oficial da União, 18 nov.
2011 . Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccvil 03 ato2011 -
2014/2011/decreto/d7611.htm.
BRASIL. Lei n.o 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da Educação
nacional. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seed/arquivo/pdf/tvescola/leis/lein934.pdf.
BRASI. Ministério de Educação. Secretaria de Educação Especial. MEC/SEESP, 2006.
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Política Nacional de Educação
Especial na perspectiva da educação inclusiva. Brasília, DF: MEC/SEESP, 2008.
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Direito à educação: subsídios
para a gestão dos sistemas educacionais – orientações gerais e marcos legais. Brasília:
BRASIL. Resolução CNE/CEB Nº 2, de 11 de setembro de 2001. Institui Diretrizes Nacionais
para a Educação Especial na Educação Básica. Dinsponível em:
http://www.portal.mec.gov.br/cne/arquivo/pdf/CEB02001.pdf
38
BRASIL. Resolução de Nº 4, de outubro de 2009.
MEC/SEESP, 2006. BRASIL. IBGE.
GLAT, R. (Org.) Educação Inclusiva: cultura e cotidiano escolar. Rio de Janeiro: 7Letras, 2007.
JANNUZZI, G. A luta pela educação do deficiente mental no Brasil. 2ª ed. Campinas: Autores
Associados, 1992.
JANNUZZI, G. S. M. Políticas públicas de inclusão escolar de pessoas portadoras de necessidades
especiais: reflexões.Revista GIS. Rio de Janeiro, p. 30-36, out. 2004.
JANNUZZI, Gilberta. A educação do deficiente no Brasil: dos primórdios ao início do século XXI.
2. Ed. Campinas, SP: Autores Associados, 2006.
LIBÂNEO, J. C. As políticas de formação de professores, o conhecimento profissional e
aproximações entre didática e currículo. In: OLIVEIRA, M. R. N. S. Professor: formação, saberes e
problemas. Porto: Porto Editora, 2014. P. 78.
LIBÂNEO, José Carlos. Organização e gestão da escola: teoria e prática. 5. ed. Goiânia: Editora
Alternativa, 2004. 319 p.
MANZINI, E. J. Tecnologia assistiva para educação: recursos pedagógicos adaptados.
In: Ensaios pedagógicos: construindo escolas inclusivas. Brasília: SEESP/MEC, p. 82-86, 2005.
MAZZOTTA, M. J. S. Educação Especial no Brasil: Historias e Políticas Publicas. São Paulo,
Cortez, 2001. P. 27.
MAZZOTTA, Marcos J. S. Educação Especial no Brasil: História e políticas públicas. 4ª ed. São
Paulo: Cortez, 2003, P. 56.
MAZZOTTA, Marcos J.S. Educação Especial no Brasil: História e políticas públicas. 5ª
ed.,São Paulo: Cortez Editora, 2005, P. 3-29.
39
PLETSCH, Márcia Denise. Educação Especial e Inclusão Escolar: Políticas, Práticas Curriculares e
Processos de Ensino e Aprendizagem. Poiesis Pedagógica, Catalão-GO, v 12, n.1, p. 7-12, jan/jun.
2014.
ROSA, Maria Vírginia de Figueiredo Pereira do Couto; ARNOLDI, Marlene aparecida Gonzales
Colombo. A entrevista na pesquisa qualitativa: mecanismos para a avaliação dos resultados.
Belo Horizonte: Autêntica, 2006. 112 p.
SASSAKI, R. K. Inclusão: construindo uma sociedade para todos. 3. ed. Rio de Janeiro: WVA,
1997.
VIGOTSKI, L.S. A construção do pensamento e da linguagem. São Paulo: Martins Fontes, 2001.
ANEXO
40
TERMODECONCESSÃOEAUTORIZAÇÃODAPESQUISA
Eu,________________________________________________________________declaroestar devidamente informado (a) dos objetivos da pesquisa “Uma escola especial naperspectiva inclusiva no Município de Belford Roxo” por meio de reunião comapresentação do estudo proposto. A pesquisa está vinculada a minha monografia deconclusão do curso de Pedagogia na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro(UFRRJ).DeclaroqueconcordeiemautorizararealizaçãodoestudonaRedeMunicipalde Educação Belford Roxobem como conceder os direitos autorais de relatos einformações prestadas à Cíntia da Silva Nascimentograduanda da Universidade doFederalRuraldoRiode Janeiro,paraeventualpublicaçãoem trabalhosacadêmicos,naíntegraouemparte.Outrossim,declaroestarcientedequetodososparticipantesforamdevidamente informados sobreapreservaçãode sua identidadeem todosos trabalhosacadêmicosprovenientesdestapesquisa.______de______________de2019.
_________________________________________
RGnº_____________________________
41
QUESTIONÁRIO PARA FIM MONOGRÁFICO
Entrevista realizado por: Cíntia da Silva Nascimento
Data: ______/_______/________
Qual o seu nome ?
_______________________________________________________.
Idade ________________ Sexo F ( ) M ( )
Função: PROFESSOR ( ) ORIENTAROR ( ) GESTOR ( )
Formação: __________________________________.
Você possui alunos com alguma deficiência em sua turma? SIM ( ) NÃO ( )
Em sua escola tem transferência de alunos com alguma deficiência das classes especiais
para as turmas comuns do ensino regular? SIM ( ) NÃO
Gostaria que você me falasse sobre a formação continuada dos professores da sua escola
frente ao processo de ressignificação da escola especial para uma escola chamada
“inclusiva”. Como é esse formação? Quem a oferece?
SIM ( ) NÃO ( ).
Gostaria que você me falasse sobre a interação entre as turmas das classes especiais com as
turmas das classes comuns de ensino. Como ocorre esse processo? Em que momentos
ocorre essa interação? Como você descreve esse momento?
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
________________________________________________________________.
42
Gostaria que você avaliasse a partir de suas concepções os objetivos alcançados com essa
proposta?
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_____________________________________________________________.
43
44
45