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CENTRO DE ESTUDOS AVANÇADOS MULTIDISCIPLINARES-CEAM NÚCLEO DE ESTUDOS E PESQUISAS DA TERCEIRA IDADE-NEPTI CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM SAÚDE DA PESSOA IDOSA FÁBIO DE ALCÂNTARA E SILVA INTERPRETAÇÃO DA AVALIAÇÃO DO MEDO DE CAIR EM IDOSOS COM CATARATA NA PERSPECTIVA DA CIF BRASÍLIA 2017

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CENTRO DE ESTUDOS AVANÇADOS MULTIDISCIPLINARES-CEAM NÚCLEO DE ESTUDOS E PESQUISAS DA TERCEIRA IDADE-NEPTI

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM SAÚDE DA PESSOA IDOSA

FÁBIO DE ALCÂNTARA E SILVA

INTERPRETAÇÃO DA AVALIAÇÃO DO MEDO DE CAIR EM IDOSOS COM CATARATA NA

PERSPECTIVA DA CIF

BRASÍLIA 2017

Page 2: INTERPRETAÇÃO DA AVALIAÇÃO DO MEDO DE CAIR EM ......consenso foi obtido com um terceiro juiz. Em seguida, foi realizada avaliação com os indivíduos (n=10) aplicando a escala

FÁBIO DE ALCÂNTARA E SILVA

INTERPRETAÇÃO DA AVALIAÇÃO DO MEDO DE CAIR EM IDOSOS COM CATARATA NA

PERSPECTIVA DA CIF

BRASÍLIA 2017

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Universidade de Brasília – Campus Darcy Ribeiro como requisito de aprovação parcial do Curso de Especialização em Saúde da Pessoa Idosa. Orientador (a): Dra. Ruth Losada de Menezes

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FÁBIO DE ALCÂNTARA E SILVA

INTERPRETAÇÃO DA AVALIAÇÃO DO MEDO DE CAIR EM IDOSOS COM CATARATA NA

PERSPECTIVA DA CIF

Brasília,___/___/_____

COMISSÃO EXAMINADORA

____________________________________________ Dr. Leonardo Petrus da Silva Paz

_____________________________________________ Ms. Hudson Azevedo Pinheiro

____________________________________________ Ms. Wendel Rodrigo Teixeira Pimentel

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RESUMO

SILVA, Fábio de Alcântara. Interpretação da avaliação do medo de quedas de idosos com

catarata na perspectiva da CIF. 2017. 27f. Trabalho de conclusão de curso (Pós-graduação) –

Universidade de Brasília, Especialização em Saúde da Pessoa Idosa. Brasília, 2017.

Objetivos: estabelecer a ligação entre o instrumento (FES-I) com a Classificação

Internacional de Funcionalidade e avaliar o medo de cair em idosos com catarata na

perspectiva da CIF. Metodologia: Dois juízes realizaram o processo de comparação dos itens

que compõem a FES-I com os componentes da CIF, agrupando aqueles componentes que

mais se identificam com os itens descritos na escala. Após avaliação de discordâncias, um

consenso foi obtido com um terceiro juiz. Em seguida, foi realizada avaliação com os

indivíduos (n=10) aplicando a escala na perspectiva da CIF. Resultados: A idade do idosos

variou entre 65 e 80 anos, sendo maioria do sexo feminino. Os itens da FES-I associaram

apenas com os componentes de Atividade e Participação da CIF, com os capítulos 4

(Mobilidade), 5 (Auto cuidados), 6 (Vida doméstica), 7 (Interações e relacionamentos

interpessoais) e 9 (Vida comunitária, social e cívica). A avaliação do medo de quedas pela

FES-I demonstrou por meio da CIF os níveis de Atividade e Participação dos idosos através

dos seus qualificadores. O qualificador 1= Dificuldade LEVE foi o mais utilizado nas

respostas da escala. Os Itens 14 (Caminhando sobre superfície irregular ), 11 (Andando sobre

superfície escorregadia) e 7 (Subindo ou descendo escadas) teve uma maior distribuição na

escolha dos demais qualificadores. Conclusões: O conteúdo da FES-I é compatível em parte

com a perspectiva da CIF, pois não aborda totalmente os quatro domínios existentes. A

avaliação do medo de quedas revelou que os idosos, no geral, utilizaram qualificadores de

desempenho com dificuldade leve ou moderada. Nas questões como andar sobre superfícies

diferentes e contornar obstáculos, o desempenho foi mais qualificado como grave ou

completo.

Palavras-chave: Medo de cair; Visão; Catarata; Idoso; Funcionalidade.

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ABSTRACT

SILVA, Fábio de Alcântara. Interpretation of the evaluation of the fear of falls from the

elderly with cataract from the perspective of the CIF. 2017. 27f. Postgraduate course -

University of Brasília, Specialization in Health of the Elderly Person. Brasilia, 2017.

Objectives: To establish the link between the instrument (FES-I) and the International

Classification of Functionality and to evaluate the fear of falls in the elderly with cataract

from the perspective of the ICF. Methodology Two judges performed the process of

comparing the items that compose the FES-I with the components of the ICF, grouping those

components that most identify with the items described in the scale. After assessing

disagreements, a consensus was reached with a third judge. Subsequently, an evaluation was

performed with the individuals (n = 10) applying the scale from the ICF perspective. Results:

The age of the elderly ranged from 65 to 80 years, with a majority of females. The FES-I

items associated only with the ICF Activity and Participation components, with chapters 4

(Mobility), 5 (Self Care), 6 (Domestic Life), 7 (Interpersonal Relationships and Interpersonal

Relationships) and 9 (Community Life , Social and civic). The evaluation of the fear of falls

by the FES-I demonstrated through the CIF the levels of Activity and Participation of the

elderly through their qualifiers. The qualifier 1 = LIGHT difficulty was the most used in scale

responses. Items 14 (Walking on irregular surface), 11 (Walking on slippery surface) and 7

(Up or down stairs) had a greater distribution in the choice of other qualifiers. Conclusions:

The content of the FES-I is compatible in part with the ICF perspective as it does not fully

address the four existing domains. The assessment of fear of falls revealed that the elderly

generally used performance qualifiers with mild or moderate difficulty. In issues such as

walking on different surfaces and circumventing obstacles, performance was more qualified

as serious or complete.

Keywords: Fear of falling; Vision; Cataract; Old man; Functionality.

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SUMÁRIO

1-INTRODUÇÃO...............................................................................................08

2- OBJETIVOS .................................................................................................10

3-METODOLOGIA............................................................................................11

4-RESULTADOS...............................................................................................13

5-DISCUSSÃO .................................................................................................22

6- CONCLUSÃO ..............................................................................................25

7-REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..........................................................26

8-ANEXOS.......................................................................................................28

ANEXO A – FALLS EFFICACY SCALE-INTERNATIONAL (FES-I)

ANEXO B - NORMAS DA REVISTA CIENTÍFICA

ANEXO C - PARECER DO COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA

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1-INTRODUÇÃO

As quedas em idosos são consideradas um importante problema de saúde pública, em

função de sua incidência, complicações e custos ao sistema de saúde1. Esses agravos estão

associados às perdas da autonomia e da independência do idoso por estarem diretamente

relacionados a fraturas, traumas, dor, incapacidades e perda da confiança2.

É conhecido que as quedas possuem origem multifatorial, não sendo possível isolar

um único fator como determinante para seu acontecimento. Para a população idosa em geral,

os principais fatores de risco intrínsecos são: a idade avançada, sexo feminino, incapacidade

funcional, déficit de equilíbrio, distúrbios de marcha, baixa aptidão física, diminuição da força

muscular, hipotensão postural, baixa acuidade visual, déficits cognitivos e polifarmácia3.

Um dos primeiros sistemas a sofrer o impacto do processo do envelhecimento

fisiológico é o sistema sensorial e, particularmente, o visual4. No sistema visual, o

comprometimento pode ocorrer de forma cumulativa e progressiva por meio de danos

metabólicos e ambientais, caracterizando a relação de estreita intimidade entre a visão e a

senescência. Associadas às mudanças fisiológicas que ocorrem na visão devido ao

envelhecimento, doenças oculares crônicas agravam o declínio da habilidade visual do idoso5.

A execução segura das atividades cotidianas é dependente, em grande parte, do equilíbrio

corporal, sendo que maiores graus de déficit visual foram associados a maior instabilidade

postural6. Idosos com comprometimento visual tendem a se exercitar menos devido ao medo

de cair, o que leva à alteração do equilíbrio, do controle postural, diminuição da mobilidade, à

depressão, à ansiedade e ao isolamento social7.

O medo de cair é definido como baixa autoeficácia ou confiança no próprio equilíbrio

para evitar quedas, causando declínio no desempenho físico e funcional. Sua prevalência é

maior em mulheres, idosos longevos, naqueles com história prévia de quedas, mobilidade

reduzida e fragilidade8. Sua avaliação é feita geralmente através de questionamentos simples

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9

feitos ao paciente, de maneira dicotômica (ter medo ou não ter) por meio de questões com

graduação do nível de medo ou de escalas baseadas no conceito de autoeficácia ou perda na

confiança do equilíbrio9.

As escalas têm ganhado destaque nessa avaliação por abordarem mais profundamente

os aspectos envolvidos no medo de cair. Dentre elas, a mais utilizada é a Falls Efficacy Scale

– International (FES-I) , uma versão modificada da Falls Efficacy Scale (escala de eficácia

em quedas) pela Rede Européia de prevenção às quedas, visto que detecta melhor as

preocupações relacionadas às atividades sociais e externas que se mostram particularmente

úteis em avaliar o medo de cair em idosos9.

Nessa perspectiva, é relevante pensar em outras possibilidades de tornar esses

instrumentos cada vez mais confiáveis, com embasamento seguro, para assim identificarem

de forma precisa o que propõem. Uma ferramenta que demonstra ser útil para esse propósito é

a Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF), visto que a

assistência à saúde do idoso está pautada em sua funcionalidade e a CIF fornece instrumentos

para descrever essa funcionalidade, por meio de um modelo biopsicossocial10

. Dentre as suas

finalidades, destaca-se a de estabelecer uma linguagem comum para a descrição da saúde e

dos estados relacionados com a saúde, para melhorar a comunicação e permitir a comparação

de dados entre países, entre disciplinas relacionadas com os cuidados de saúde, entre serviços,

e em diferentes momentos ao longo do tempo11

.

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2-OBJETIVO

São escassas as informações acerca da associação entre a presença da catarata e o

medo de cair de idosos, além disso, necessita de um melhor estudo da caracterização dos

instrumentos utilizados para avaliação do medo de cair, para que identifique de forma mais

abrangente e segura as necessidades apresentadas por idosos com medo de queda. Portanto, a

partir de um estudo maior denominado “Impacto da cirurgia de catarata na ocorrência de

quedas e nos aspectos multidimensionais da saúde: estudo longitudinal de idosos no Distrito

Federal”, este trabalho apresenta como objetivo estabelecer a ligação entre o instrumento de

avaliação do medo de quedas (FES-I) com a Classificação Internacional de Funcionalidade e

avaliar o medo de quedas em idosos com catarata na perspectiva da CIF.

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3-METODOLOGIA

O estudo caracteriza-se como descritivo transversal, cuja amostra é composta de

idosos com 60 anos ou mais, de ambos os gêneros, com catarata. São provenientes de

agendamento e lista de espera para cirurgia desta, recrutados no Departamento de

Oftalmologia do Hospital de Base do Distrito Federal (HB/DF). A amostra é composta por 10

indivíduos atendendo aos critérios de inclusão e exclusão descritos no projeto “Impacto da

cirurgia de catarata na ocorrência de quedas e nos aspectos multidimensionais da saúde:

estudo longitudinal de idosos no Distrito Federal”, a saber: os critérios de inclusão adotados

são idosos comunitários (≥ 60 anos), de ambos os sexos com diagnóstico confirmado de

catarata bilateral por meio de exame oftalmológico e complementar. Os critérios de exclusão

são diagnóstico clínico ou deficit cognitivo grave sugestivo de demência (MEEM<17),

autorrelato positivo para outros problemas de visão não corrigidos e correção cirúrgica de

catarata em um dos olhos.

Quanto aos instrumentos de avaliação utilizados, a Falls Efficacy Scale-international

(FES-I) foi empregada para avaliar o medo de quedas. A FES-I apresenta questões sobre a

preocupação com a possibilidade de cair ao realizar 16 atividades, com respectivos escores de

um a quatro. O escore total pode variar de 16 (ausência de preocupação) a 64 (preocupação

extrema)9. As questões do instrumento foram interpretadas na perspectiva da Classificação

Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF) da Organização Mundial de

Saúde (OMS)12

. O projeto de pesquisa foi aprovado pelo CEP da FEPECS/SES-DF.

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Análise de dados

Dois juízes independentes, o autor do estudo e uma aluna de iniciação científica,

realizaram, separadamente, o processo de comparação dos itens que compõem a FES-I com os

componentes da CIF, agrupando aqueles componentes que mais se identificam com os itens

descritos na escala. Discordâncias foram discutidas e um consenso foi obtido com a

participação da orientadora da pesquisa.

Em seguida, foi realizada avaliação com os indivíduos aplicando a escala na

perspectiva da CIF.

Salienta-se que o projeto maior no qual este estudo está inserido é financiado pelo

CNPq: Processo 480434/2011-5, contemplado no Edital Universal. Toda a coleta foi realizada

individualmente com o idoso, com tempo aproximado de 40 minutos cada. Os encontros com

os indivíduos ocorreram na UnB/FCE.

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4-RESULTADOS

Entre os idosos avaliados, a idade variou entre 65 e 80 anos, sendo a maioria

pertencente ao sexo feminino, em comparação com o masculino. Metade deles são casados ou

ainda vivem com o companheiro, em sua maioria são aposentados e possuem baixa

escolaridade, como mostra os dados na Tabela 1.

Características n %

Gênero

Masculino 4 (40%)

Feminino 6 (60%)

Idade

65 – 70 (anos) 4 (40%)

70 – 75 (anos) 4 (40%)

75 – 80 (anos) 2 (20%)

Estado civil

Casado ou vive com companheiro (a) 5 (50%)

Solteiro (a) 0 (0%)

Divorciado (a) 2 (20%)

Viúvo (a) 3 (30%)

Tipo de renda

Trabalho 2 (20%)

Aposentado (a) 6 (60%)

Pensionista 2 (20%)

Escolaridade

Nunca foi a escola 4 (40%)

Alfabetização de adultos 0 (0%)

Escola primária 4 (40%)

Ginásio 1 (10%)

Nível superior 1 (10%)

Moradia

Mora só 2 (20%)

Mora com alguém 8 (80%)

Tabela 1 – Características sociodemográficas dos idosos (n=10). Brasília, Df. 2017

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Quanto ao perfil clínico definido pela afecção por catarata, apresentado pela Tabela 2,

os idosos em sua totalidade possuem comprometimento de ambos os olhos, a maioria não

havia realizado cirurgia e apenas metade utiliza óculos prescritos. Também foi observado

maior número de idosos que não utilizam dispositivo para marcha, apesar da condição clínica,

e quase metade relatou queda nos últimos doze meses.

Características

Clínicas n %

Possui catarata

Sim 10 (100%)

Não 0 (0%)

Nível de afecção

Apenas um olho 0 (0%)

Os dois olhos 10 (100%)

Realizou cirurgia

Sim 4 (40%)

Não 6 (60%)

Em uso de óculos prescritos

Sim 5 (50%)

Não 5 (50%)

Utiliza auxílio para a marcha

Sim 1 (10%)

Não 9 (90%)

Caiu nos últimos 12 meses

Sim 4 (40%)

Não 6 (60%)

Tabela 2 – Características clínicas da amostra estudada (n=10). Brasília, Df. 2017.

Reveja a forma de fazer uma tabela

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15

Os itens da escala FES-I foram relacionados apenas com os componentes de Atividade

e Participação da CIF, onde foi feita associação com categorias de cinco capítulos de um total

de nove: capítulo 4 (Mobilidade); 5 (Auto cuidados); 6 (Vida doméstica); 7 (Interações e

relacionamentos interpessoais) e 9 (Vida comunitária, social e cívica) respectivamente.

Quadro 1 - Demonstração dos códigos selecionados pelos juízes de acordo com seus respectivos

capítulos do componente Atividade e Participação. Brasília, 2017.

Instrumento Atividade e Participação

Capítulos Códigos

FES-I

Mobilidade d410; d4103; d4104; d4105

d4300; d4301; d4305

d4452; d450; d4500; d4502; d4503; d4551;

d4552

d4601

Auto cuidados

d510; d540; d5400; d5401

Vida doméstica

d620; d6200; d6300; d640

Interações e relacionamentos

interpessoais

d7500; d760

Vida comunitária, social e cívica d910; d920; d9205

O maior número de códigos utilizados na associação foram aqueles que fazem parte do

capítulo 4, um total de quinze, que corresponde as categorias referentes à Mobilidade, em

seguida os capítulos 5 (Auto cuidados) e capítulo 6 (Vida doméstica), com quatro códigos,

seguido do capítulo 9 (Vida comunitária, social e cívica) com três códigos, e o menor número

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16

de códigos que corresponde ao capítulo 7, referente as Interações e Relacionamentos

interpessoais.

Os itens do instrumento FES-I que receberam maior número de códigos foram o 6 -

Sentando ou levantando de uma cadeira, o 9 - Pegando algo acima de sua cabeça ou do chão e

o 12 - Visitando um amigo ou parente. Sendo que, desses códigos, cinco foram registrados

por ambos juízes: d4103 (Sentar-se), d4104 (Pôr-se em pé), d4105 (Curvar-se), d4452

(Alcançar) e d9205 (Socialização).

Após associação feita pelos dois juízes entre os itens da FES-I e os códigos da CIF, as

discordâncias foram discutidas e chegou-se em um consenso com a orientadora da pesquisa,

onde foram obtidos os resultados apresentados no quadro 2.

Quadro 2 - Associações realizadas pelos juízes entre os itens da FES-I e os componentes de Atividade

e Participação da CIF. Brasília, 2017.

Itens avaliados pelo

instrumento FES-I

CIF

(Componente de Atividade e participação)

Juiz 1 Juiz 2

Código Descrição Código Descrição

1. Limpando a casa (ex:

passar pano, aspirar ou tirar

a poeira)

d640

Realizar as tarefas

domésticas

d640

Realizar as tarefas

domésticas

2. Vestindo ou tirando a

roupa

d540 Vestir-se

d540

d5400

d5401

Vestir-se

Vestir roupa

Despir roupa

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17

3. Preparando refeições

simples

d6300 Preparar refeições

simples

d6300 Preparar refeições simples

4. Tomando banho d510 Lavar-se

d510 Lavar-se

5. Indo às compras

d620 Aquisição de bens e

serviços

d620

d6200

Aquisição de bens e

serviços

Comprar

6. Sentando ou levantando

de uma cadeira

d410

d4103

d4104

Mudar a posição

básica do corpo

Sentar-se

Pôr-se em pé

d4103

d4104

Sentar-se

Pôr-se em pé

7. Subindo ou descendo

escadas

d4551 Subir/descer

d4551 Subir/descer

8. Caminhando pela

vizinhança

d4601 Deslocar-se dentro de

edifícios que não a

própria casa

d450

d4500

Andar

Andar distâncias curtas

9. Pegando algo acima de

sua cabeça ou do chão

d4105

d4452

Curvar-se

Alcançar

d4300

d4301

d4305

d4105

d4452

Levantar

Transportar nas mãos

Pousar objetos

Curvar-se

Alcançar

10. Indo atender o telefone

antes que pare de tocar

d4600 Deslocar-se dentro de

casa

d4600 Deslocar-se dentro de casa

11. Andando sobre

superfície escorregadia (ex:

chão molhado)

d450

d4502

Andar

Andar sobre

superfícies diferentes

d4502 Andar sobre superfícies

diferentes

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12. Visitando um amigo ou

parente

d4601

d9205

Deslocar-se dentro de

edifícios que não a

própria casa

Socialização

d7500

d760

d9205

Relacionamentos

informais com amigos

Relacionamentos

familiares

Socialização

13. Andando em lugares

cheios de gente

d4503 Andar contornando

obstáculos

d4503 Andar contornando

obstáculos

14. Caminhando sobre

superfície irregular (ex: com

pedras, esburacada)

d4502 Andar sobre

superfícies diferentes

d4502 Andar sobre superfícies

diferentes

15. Subindo ou descendo

uma ladeira

d4551 Subir/descer

d4551 Subir/descer

16. Indo a uma atividade

social (ex: ato religioso,

reunião de família ou

encontro no clube)

d9205

d910

Socialização

Vida comunitária

d920

d9205

Recreação e lazer

Socialização

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Os resultados da avaliação do medo de quedas realizada pela Falls Efficacy Scale-

international (FES-I) permitiram demonstrar por meio da CIF os níveis de Atividade e

Participação dos idosos estudados, utilizando os seus respectivos qualificadores de

desempenho. A maioria dos idosos utilizaram o qualificador 1= Dificuldade LEVE, quando

questionados sobre o medo de queda nas atividades descritas. Nos Itens 14 (Caminhando

sobre superfície irregular ), 11 (Andando sobre superfície escorregadia) e 7 (Subindo ou

descendo escadas) percebe-se uma maior distribuição do número de idosos que escolheram os

demais qualificadores em relação ao qualificador 1. (Tabela 3)

Tabela 3 - Distribuição dos idosos (n=10) por nível de dificuldade nas tarefas relacionadas ao

medo de quedas (desempenho), na perspectiva da Classificação Internacional de Funcionalidade

(CIF). Brasília, DF. 2017.

Atividade e Participação Nível de dificuldade

Itens Códigos LEVE MODERADA GRAVE COMPLETA

1. d640 Realizar as tarefas

domésticas

05 02 01 02

2.

d540 Vestir-se

d5400 Vestir roupa

d5401 Despir roupa

05

04

0

01

3.

d6300 Preparar

refeições simples

08

01

01

0

4.

d510 Lavar-se

05

03

01

01

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5.

d620 Aquisição de bens

e serviços

d6200 Comprar

05

02

03

0

6.

d410 Mudar a posição

básica do corpo

d4103 Sentar-se

d4104 Pôr-se em pé

06

02

01

01

7.

d4551 Subir/descer

02

05

02

01

8.

d4601 Deslocar-se

dentro de edifícios que

não a própria casa

d450 Andar

d4500 Andar distâncias

curtas

05

03

01

01

9.

d4300 Levantar

d4301 Transportar nas

mãos

d4305 Pousar objetos

d4105 Curvar-se

d4452 Alcançar

05

02

02

01

10.

d4600 Deslocar-se

dentro de casa

05

02

02

01

11.

d450 Andar

d4502 Andar sobre

superfícies diferentes

02

03

03

02

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12.

d4601 Deslocar-se

dentro de edifícios que

não a própria casa

d7500 Relacionamentos

informais com amigos

d760 Relacionamentos

familiares

d9205 Socialização

07

01

01

01

13.

d4503 Andar

contornando obstáculos

05

0

04

01

14.

d4502 Andar sobre

superfícies diferentes

03

02

03

02

15.

d4551 Subir/descer

04

03

03

0

16.

d910 Vida comunitária

d920 Recreação e lazer

d9205 Socialização

04

03

03

0

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22

5- DISCUSSÃO

Ao realizar associação entre a escala FES-I, que avalia o medo de cair, com a CIF, foi

possível reconhecer melhor aspectos importantes deste instrumento no processo de

identificação de fatores que influenciam direta ou indiretamente para que venha acontecer o

evento queda em idosos. Tendo em vista que, a possibilidade de agrupar códigos da CIF com

itens da escala, permitiu fornecer uma melhor descrição destes, ampliando assim o

entendimento dos fatores que influenciam o medo de cair. Ao mesmo tempo, essa associação

proporciona uma melhor confiabilidade para o instrumento, uma vez que está sendo

comparado a CIF, uma classificação mundialmente reconhecida por proporcionar uma base

científica para a compreensão e estudo dos determinantes da saúde, dos resultados e das

condições relacionadas com a saúde13

.

Em sua totalidade os itens da escala FES-I associaram com categorias do componente

d (atividades e participação). O fator preocupação com quedas analisado nessa escala, possui

duas dimensões distintas: tarefas mais básicas e mais complexas tanto no domínio físico

quanto no social9, o que é um ponto positivo do intrumento quando se considera a perspectiva

biopsicossocial proposta pela CIF. Sendo assim, observa-se essa estreita relação com o que é

proposto no componente Atividades e Participação, que engloba a totalidade das áreas vitais,

desde a aprendizagem básica ou a mera observação a áreas mais complexas, tais como,

interações pessoais ou de trabalho12

.

Os capítulos da CIF que favoreceram associações dos seus códigos com os itens da

FES-I foram: Mobilidade, Auto cuidados, Vida doméstica, Interações e relacionamentos

interpessoais e Vida comunitária, social e cívica. A descrição dos códigos desses capítulos

agrupam atividades importantes que envolvem o dia a dia das pessoas, e no caso estudado,

atividades que o idoso pode desenvolver em seu cotidiano e consequentemente gerar o risco

ou medo da queda dependendo do seu estado de saúde. Rezende et al, discute os resultados

Page 22: INTERPRETAÇÃO DA AVALIAÇÃO DO MEDO DE CAIR EM ......consenso foi obtido com um terceiro juiz. Em seguida, foi realizada avaliação com os indivíduos (n=10) aplicando a escala

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de um estudo realizado com 147 idosos, onde verificou-se que 133 idosos referiram medo de

cair, no mínimo em umas das 16 tarefas propostas pela “Escala Internacional de Eficácia de

Quedas”, sendo as mais pontuadas: andar em superfície escorregadia, caminhar sobre

superfície irregular, subir e descer escadas, subir e descer ladeira e tomar banho14

. Essas

atividades são descritas nos códigos do domínio relacionado à mobilidade, onde os idosos

geralmente apresentam maior vulnerabilidade para quedas. Dias et al também cita que a

restrição de atividades por medo de cair, em nível excessivo, pode proporcionar perda de

independência por reduzir a interação social, levar à inatividade física e comprometer a

qualidade de vida15

.

O maior número de códigos utilizados correspondem aos capitulos mobilidade, vida

doméstica e auto cuidados do componente Atividade e Participação, isso demonstra a

complexidade que envolve realizar algumas das atividades básicas e instrumentais de vida

diária, que incluem dentre outros, deslocamentos e afazeres dentro do lar, uma vez que não

decorrem da execução de uma única tarefa, mas um conjunto de tarefas que resultam na

atividade final. Mostra também, a capacidade da Classificação Internacional em descrever de

forma precisa essas atividades, uma vez que cada código utilizado corresponde as diversas

tarefas funcionais que podem ser realizadas. Trelha et al conclui em seu estudo que, quanto ao

local de ocorrência das quedas, 70,0% ocorreram no ambiente domiciliar, e que muitas quedas

são acidentais, ocorrem dentro de casa ou em seus arredores e geralmente, durante o

desempenho de atividades cotidianas como caminhar, mudar de posição e ir ao banheiro. Cita

ainda, que isso, se deve ao fato dos idosos diminuírem a atenção durante a realização das

tarefas, ou estarem com pressa em desenvolver as atividades, deixa-os mais vulneráveis a

acidentes16

.

Em contrapartida, existem outros aspectos que envolvem o medo de quedas descritos

na CIF que poderiam estar presentes na escala, tornando este instrumento mais completo

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ainda, como por exemplo, o questionamento sobre as alterações de Estruturas e Funções

corporais do idoso que são importantes ao considerar a condição queda. O mesmo aplica-se

para questões relacionadas aos fatores Ambientais, que investigariam a presença de

facilitadores ou barreiras influenciando no medo de cair. Isso também se justifica pela própria

etiologia multifatorial da queda, resultante da interação entre fatores predisponentes e

precipitantes, que podem ser intrínsecos e extrínsecos. Os fatores intrínsecos podem ser

definidos como aqueles relacionados ao próprio sujeito, o qual pode apresentar redução da

função dos sistemas que compõem o controle postural, doenças, transtornos cognitivos e

comportamentais, apresentando incapacidade em manter ou recuperar o equilíbrio, quando

necessário. Como fatores extrínsecos têm-se aqueles relacionados ao ambiente, tais como

iluminação, superfície para deambulação, tapetes soltos, degraus altos ou estreitos17

.

Um aspecto importante para ser discutido, é quanto ao nível de dificuldade e

preocupação observado nos idosos em relação ao desempenho e ao medo de cair em

determinadas atividades questionadas na FES-I. Dentre os itens que eles mais demonstraram

dificuldade, temos: 7. Subindo ou descendo escadas, em que a metade dos idosos pontuam

como dificuldade moderada, 11. Andando sobre superfície escorregadia, onde três relatam

dificuldade moderada, três dificuldade grave e dois dificuldade completa, 14. Caminhando

sobre superfície irregular, que dois relatam dificuldade moderada, três indicam dificuldade

grave e dois dificuldade completa. Observa-se, que nesses itens, as atividades que preocupam

os idosos exigem mais equilíbrio e segurança durante sua execução, além disso mais atenção

e controle por parte deles, pois envolvem um risco maior de gerar queda. No estudo de Trelha

et al também foram observados, com maior frequência, a preocupação dos idosos nas

questões que abordavam a realização de atividade como andar em uma superfície

escorregadia, caminhar sobre uma superfície irregular e subir e descer escadas16

.

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25

6- CONCLUSÃO

Os resultados deste estudo ajudaram a demonstrar que o conteúdo da Falls Efficacy

Scale-international (FES-I) é compatível em parte com a perspectiva biopsicossocial

abordada na Classificação Internacional de Funcionalidade, visto que, não aborda em sua

totalidade os quatro domínios existentes nesta classificação. Entretanto, o instrumento oferece

aos profissionais a oportunidade de melhor contextualizar a avaliação do medo de quedas, por

meio da investigação do desempenho dos idosos em atividades e participação presentes em

situações do cotidiano dessa população. A avaliação do medo de quedas revelou que os

idosos, no geral, utilizaram qualificadores de desempenho com dificuldade leve ou moderada

para as tarefas questionadas. No entanto, em situações específicas abordadas pelo

instrumento, como andar sobre superfícies diferentes e contornar obstáculos, o desempenho

foi mais qualificado como grave ou completo.

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7- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. HARWOOD, RH., et al. Falls and health status in elderly women following first eye

cataract surgery: a randomised controlled trial. Br J Ophthalmol. 2005.

2. ROCHA, L., et al. Vulnerabilidade de idosos às quedas seguidas de fratura de quadril.

Esc Anna Nery (impr.). 14 (4):690-696; out-dez 2010.

3. NEVITT, MC., MASDEU, JC., SUDARSKY, L., WOLFSON, L. Falls in the elderly:

risk factors and prevention. In: MASDEU, J. C.; SUDARSKY, L.; WOLFSON, L.;

(edit.). Gait disorders of aging. Falls and Therapeutic strategies. Philadelphia:

Lippincott-Raven Publishers. p.13-36; 1997.

4. PATTEN, C., CRAIK, RL. Alterações sensoriomotoras e adaptação no idoso. In:

Guccione AA, editor. Fisioterapia geriátrica. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara

Koogan; p. 73-102, 2002.

5. ROMANI, FA, et al. Prevalência de transtornos oculares na população de idosos

residentes na cidade de Veranópolis, RS, Brasil. Arq Bras Oftalmol. 68(5), p.649-

55, 2005.

6. LEE, Harry KM, e RHONDA, J. Scudds. "Comparison of balance in older people with

and without visual impairment." Age and ageing 32.6, p.643-649, 2003.

7. CAMPBELL, AJ, et al. Randomised controlled trial of prevention of falls in people

aged > or = 75 with severe visual impairment: the VIP trial. BMJ.331(7520):817,

2005.

8. MACEDO, Barbara Gazolla de, et al. "Medo de cair e qualidade de vida em idosos

com catarata." Rev. bras. geriatr. gerontol 16.3, p.569-577, 2013.

9. CAMARGOS, Flávia FO, et al. "Cross-cultural adaptation and evaluation of the

psychometric properties of the Falls Efficacy Scale-International Among Elderly

Brazilians (FES-I-BRAZIL)." Brazilian Journal of Physical Therapy 14.3, p.237-

243, 2010.

10. MACHADO, F. N., MACHADO, A. N., & SOARES, S. M. Comparação entre a

capacidade e desempenho: um estudo sobre a funcionalidade de idosos

dependentes. Revista Latino-Americana de Enfermagem, 21(6), p.1321-1329, 2013.

11. FARIA, Christina Danielli Coelho de Morais, et al. "Identificação das categorias de

participação da CIF em instrumentos de qualidade de vida utilizados em indivíduos

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acometidos pelo acidente vascular encefálico." Revista Panamericana de Salud

Pública 31.4, p.338-344, 2012.

12. Organização Mundial da Saúde. (2004). Classificação internacional de

funcionalidade, incapacidade e saúde (CIF). Lisboa, Portugal: Direcção Geral da

Saúde.

13. QUINTANA, Julia de Moura, et al. "A utilização da Classificação Internacional de

Funcionalidade, Incapacidade e Saúde no cuidado aos idosos." Revista de

Enfermagem Referência 1, p.145, 2014.

14. REZENDE, Adriana Arruda Barbosa, et al. "Medo do idoso em sofrer quedas

recorrentes: a marcha como fator determinante da independência funcional."Acta

fisiátrica 17.3, p.117-121, 2016.

15. DIAS, Rosângela C., et al. "Características associadas à restrição de atividades por

medo de cair em idosos comunitários." Rev Bras Fisioter 15.5, p.406-13, 2011.

16. TRELHA, Celita Salmaso, et al. "Equilíbrio e Medo de Cair em Idosos

Comunitários." Geriatrics, Gerontology and Aging 6.4, p.361-369, 2012.

17. DE ALMEIDA, Sionara Tamanini, et al. "Análise de fatores extrínsecos e intrínsecos

que predispõem a quedas em idosos." Revista da Associação Médica Brasileira 58.4,

p.427-433, 2012.

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ANEXO A – FALLS EFFICACY SCALE-INTERNATIONAL (FES-I)

(CAMARGOS, 2007)

Agora nós gostaríamos de fazer algumas perguntas sobre qual é sua preocupação a respeito da

possibilidade de cair. Por favor, responda imaginando como você normalmente faz a atividade. Se

você atualmente não faz a atividade (por ex. alguém vai às compras para você), responda de maneira

a mostrar como você se sentiria em relação a quedas se você tivesse que fazer essa atividade. Para

cada uma das seguintes atividades, por favor marque o quadradinho que mais se aproxima com sua

opinião sobre o quão preocupado você fica com a possibilidade de cair, se você fizesse esta

atividade.

Nem um

pouco

preocupado

1

Um pouco

preocupado

2

Muito

preocupado

3

Extremamente

preocupado

4

1 Limpando a casa (ex:

passar pano, aspirar ou

tirar a poeira).

1 2 3 4

2 Vestindo ou tirando a

roupa. 1 2 3 4

3 Preparando refeições

simples. 1 2 3 4

4

Tomando banho. 1 2 3 4

5 Indo às compras.

1 2 3 4

6 Sentando ou levantando

de uma cadeira. 1 2 3 4

7 Subindo ou descendo

escadas. 1 2 3 4

8 Caminhando pela

vizinhança. 1 2 3 4

9 Pegando algo acima de

sua cabeça ou do chão. 1 2 3 4

10 Ir atender o telefone 1 2 3 4

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antes que pare de tocar.

11 Andando sobre superfície

escorregadia (ex: chão

molhado).

1 2 3 4

12 Visitando um amigo ou

parente. 1 2 3 4

13 Andando em lugares

cheios de gente. 1 2 3 4

14 Caminhando sobre

superfície irregular (com

pedras, esburacada).

1 2 3 4

15 Subindo ou descendo

uma ladeira. 1 2 3 4

16 Indo a uma atividade

social (ex: ato religioso,

reunião de família ou

encontro no clube).

1 2 3 4

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ANEXO B - NORMAS DA REVISTA CIENTÍFICA

Diretrizes para Autores

NORMAS PARA PUBLICAÇÃO

Política Editorial

A Revista CIFBrasil é uma publicação da CIF Brasil na versão ONLINE, com periodicidade quadrimestral,

e que tem por finalidade contribuir para a produção e divulgação científica, profissional e acadêmica de

trabalhadores, docentes e discentes de qualquer instituição no âmbito das Ciências da Saúde Pública.

O Conselho Científico da Revista CIFBrasil avaliará os manuscritos recebidos, emitirá parecer e

encaminhará os trabalhos aceitos para posterior publicação. O periódico utiliza o sistema de avaliação

por pares, preservando o sigilo, com omissão dos nomes de avaliadores e autores.

A aceitação dos trabalhos será baseada na cientificidade da produção, na adequação da metodologia

utilizada, na qualidade literária do texto, na concisão e coerência da exposição.

Os manuscritos devem ser submetidos online pelo Email da Revista CIFBrasil

([email protected]). Caso o autor não esteja cadastrado no sistema, este deve acessar a

página da Revista CIFBrasil, e na barra superior, em Acesso, fazer seu registro.

ACEITAMOS TRABALHOS NAS SEGUINTES CATEGORIAS:

* Debates: seção destinada a artigos que expressem opiniões de autores sobre o tema central da

revista. Não há estrutura de texto pré-definida.

* Relato de Pesquisa: Trabalho de pesquisa com resultados inéditos e que agreguem valores à área de

Saúde Pública. Sua estrutura deve conter: resumo e descritores, introdução, objetivos, material e

método, resultados, discussão, conclusão e referências.

* Relato de Experiência: Estudos de caso que sejam de interesse para a atuação dos profissionais

de Saúde Pública (Saúde Coletiva) nas diferentes áreas. Sua estrutura deve conter: resumo e

descritores, breve introdução, objetivos, material e método, relato da experiência, discussão, conclusão e

referências.

* Revisão Integrativa da Literatura: Análises abrangentes de literatura sobre um assunto de

interesse para o desenvolvimento das Ciências da Saúde. Sua estrutura deve conter: resumo e

descritores, introdução, objetivos, material e método, resultados, discussão, conclusão e referências.

Caso o mesmo seja recusado, os autores serão comunicados o mais breve possível.

Pedimos aos autores que desejarem enviar seus manuscritos para a Revista CIFBrasil que atendam às seguintes

normas:

ITENS EXIGIDOS PARA SUBMISSÃO DOS MANUSCRITOS

1. O tema precisa estar relacionado com a Classificação Internacional de Funcionalidade,

Incapacidade e Saúde ou tê-la como uma das referências.

2. Carta de declaração de responsabilidade e cessão de direitos autorais assinada por todos os autores

(modelo abaixo).

3. Cópia da aprovação emitida pelo Comitê de Ética em Pesquisa, em manuscritos resultantes de

pesquisa que envolve seres humanos (Resolução CNS - 466/12).

4. O manuscrito pode ser encaminhado para apreciação nos idiomas: PORTUGUÊS ou INGLÊS a

TRADUÇÃO é de INTEIRA RESPONSABILIDADE do AUTOR.

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ITENS EXIGIDOS PARA ENVIO DOS MANUSCRITOS

Formatação: Manuscrito digitado em letra Times New Roman 12, com espaço entre linhas 1,5 cm,

configurado em papel A4, com margem esquerda/superior e direita/inferior de 2,5 cm, com numeração

nas páginas. Utilização de Editor Word for Windows 97-2003 ou superior.

Atenção: O manuscrito não poderá ser encaminhado em PDF.

Primeira página:

- Título (conciso e informativo) em português e inglês (não exceder dez palavras).

- Nome completo dos autores, com qualificação curricular e titulação acadêmica (se houver).

- Endereço eletrônico (e-mail) dos autores.

- Resumo (máximo de 150 palavras) em português e inglês, apresentados em espaço simples.

- Descritores (3 palavras) na versão português e inglês.

Segunda página em diante:

Apresentação: A apresentação dos trabalhos científicos precisa obedecer à ordem abaixo especificada:

- Texto produzido conforme as características individuais de cada trabalho, ou seja, relato de pesquisa,

relato de experiência e revisão integrativa da literatura.

Ilustrações: (tabelas, quadros e figuras) conforme as normas da Revista e estão limitadas ao máximo

de cinco (5) por manuscrito. As figuras devem estar inseridas no texto, conter título, fonte e no formato

JPEG, com resolução de 300 dpi, tamanho 23X16 cm.

Referências:

Estilo Vancouver: Estão limitadas a vinte e cinco (25) e numeradas de forma consecutiva de acordo

com a ordem em que forem mencionadas pela primeira vez no texto.

Ou

Normas Brasileiras (ABNT). Estão limitadas a vinte e cinco (25) e devem estar em ordem alfabética.

5. Exceto com autorização do Conselho Editorial, TODO O MANUSCRITO NÃO DEVERÁ EXCEDER A 20 PÁGINAS.

6. O Conselho Editorial se reserva o direito de sugerir eventuais modificações de estrutura ou conteúdo

nos trabalhos, mas sempre em comum acordo com os autores.

7. Os artigos não publicados, não serão devolvidos, mas será comunicado aos autores uma justificativa

do Conselho Editorial.

8. O conteúdo, a redação e as referências dos trabalhos são de inteira responsabilidade dos autores.

9. As páginas do manuscrito devem estar numeradas desde a primeira página.

10. Dúvidas sugestões e reclamações deverão ser encaminhadas por via eletrônica (e-mail)

para: [email protected]

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ANEXO C - PARECER DO COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA