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Prof. Carlos Alberto C. Ricaldoni
Introdução ao Controle das Infecções Hospitalares
Aspectos históricos
• Hospital 325 d.C.
• Próximo de catedrais
• Pacientes mesmo ambiente
• Camas partilhadas
HOSPITAIS INFECÇÃO HOSPITALAR
Primeira metade do Sec XIX
A questão da Infecção Hospitalar passou a ser enfocada
pelos profissionais da saúde.
1847 ( Semmelweis) Preconizou a lavação das mãos
com água clorada.
Mortalidade materna por
febre puerperal
Aspectos históricos
1856-Florence Nightingale
Padronizou os procedimentos de higiene e limpeza no
hospital.
Vigilância Epidemiológica
1860( Simpson) Maior taxa de letalidade pós-
amputação
Pacientes hospitalizados
1864- Disseminação do tipo IH – Hosp c/ X Hosp s/
isolamento
1876 e 1882 (Lister)
• Trabalhos sobre anti-sepsia
• Conceito de cirurgia asséptica
da incidência IH
Cuidados com pacientes continuavam precários
Permanência hospitalar prolongada
Enfermarias superlotadas
Disseminação de
infecções
estreptocócicas
Século XX
Disseminaram – princípio que tudo que vai tocar no campo cirúrgico tem que ser estéril
Uso de luvas, capotes, gorro, máscara e material cirúrgico estéril
1928 e 1942( Fleming) Descobre a Penicilina
Significativa das infecções
estreptocócicas
Década de 1950 Cepas resistentes a PEN
incidência de IH( surtos)
1950 – Cria-se a primeira Comissão de Controle
de Infecção Hospitalar ( Inglaterra)
1958 Associação Americana de Hospitais ( AHA)
Vigilância de IH e estabelecimento da CCIH
Formação da 1ª turma de enfermeiras treinadas
pelo CDC
CADEIA EPIDEMIOLÓGICA
INFECÇÃO HOSPITALAR FORMA DESARMÔNICA
MICROBIOTA HUMANA + MECANISMOS DE DEFESA
NORMAL DO HOSPEDEIRO
MICROORGANISMO + HOSPEDEIRO
( Patogenicidade + Virulência) ( Mecanismos de defesa)
DOENÇA
O QUE PODE CAUSAR
INFECÇÃO HOSPITALAR?
ALTERAÇÃO DA
MICROBIOTA
USO DE
ANTIBIÓTICOS
PROCEDIMENTOS
INVASIVOS
DOENÇA DE
BASE PACIENTE
ONDE SE ENCONTRAM OS
MICROORGANISMOS QUE CAUSAM
INFECÇÃO HOSPITALAR ?
No próprio paciente;
Nas mãos dos pacientes e
profissionais de saúde;
Em materiais e instrumentos
contaminados;
Na água e medicamentos
contaminados;
Em alimentos contaminados.
TRANSMISSÃO DE
MICROORGANISMOS
FONTE DE
MICROORGANISMOS
MODO DE
TRANSMISSÃO
INDIVÍDUO
SUSCEPTÍVEL
INDIVÍDUO ( COLONIZADO / INFECTADO)
MEDIDAS DE CONTENÇÃO DA DISSEMINAÇÃO
DOS MICROORGANISMOS
COLONIZAÇÃO vs. INFECÇÃO
COLONIZAÇÃO
Presença e multiplicação de microorganismos patogênicos nos tecidos do hospedeiro, que pode ser identificada através de cultura, mas sem manifestação clínica ou desenvolvimento de resposta imune.
INFECÇÃO
Presença e multiplicação de microorganismos nos tecidos do hospedeiro acompanhada de resposta clínica, produção de sinais e sintomas( infecção clínica ) ou apenas resposta imune (infecção subclínica).
Caso Clínico
Paciente demonstra desconhecimento sobre os cuidado com lavação de mãos e contato com outros pacientes.
Qual o diagnóstico de enfermagem você poderia dar para este paciente?
Diagnóstico de Enfermagem Risco de Infecção
Definição: Risco de ser invadido por organismo patogênicos
Fatores de risco:
- Aumento de exposição ambiental a patógenos (Surtos)
- Conhecimento deficiente para evitar exposição a patógenos
- Defesas primarias inadequadas (pele rompida)
- Defesa secundárias inadequadas (imunossupressão)
- Desnutrição
- Doença crônica (diabetes)
- Procedimentos invasivos
- Ruptura prolongado de membranas amnióticas
- Vacinação inadequada
Evitar o crescimento de
microrganismo colonizante
Evitar o contato
paciente - patógeno
Técnica Higiene Isolamento
asséptica das mãos Descolonização
PREVENÇÃO DA INFECÇÃO
MEDIDAS DE PRECAUÇÃO PADRÃO
• Lavar as mãos ou usar solução antisséptica
• Antes e depois de cuidar de qualquer paciente;
• É considerada a medida mais simples, porém a mais
fundamental ao lidar com pacientes;
• Lava-se com água e sabão, na técnica correta;
MEDIDAS DE PRECAUÇÃO PADRÃO
Usar luvas
• Quando tocar em sangue e secreções corporais,
mucosas, lesões de pele, etc, em todos os
pacientes;
• Quando puncionar veia periférica;
• Existem as luvas de procedimento e luvas estéreis,
cada uma com seu objetivo;
• As luvas são individuais e descartáveis;
MEDIDAS DE PRECAUÇÃO PADRÃO
Use máscara e protetor de olhos
• Quando houver risco de respingos de sangue e
secreções na face;
• Quando houver risco de você contaminar o paciente
com saliva;
• Tem uma validade de 3 horas. Após esse tempo,
descartar;
Tipos de Transmissão
• Transmissão de contato • Direto (mãos, contato corporal)
• Indireto (instrumento e objetos contaminados)
• Transmissão por gotículas (perdigotos > 5μm – se mantém no ar em uma distancia de até 1m)
• Transmissão pelo ar “aerossóis” (particulas <= 5μm – podem ficar suspensa no ar por muito tempo)
• Transmissão por um vetor
Precaução Padrão (independente do diagnóstico)
Suplemento ao sistema de isolamento por doença específica (patógenos sanguíneos);
Lavagem das mãos, luvas, capote (ampliou o uso de máscara e óculos);
Ênfase: prevenção do acidente pérfuro-cortante (não reencapar agulhas)
Precaução Padrão (independente do diagnóstico)
Lavagem das mãos Após tirar as luvas
Luvas Entre pacientes e partes do corpo
Máscara Sangue, secreções,
Avental Fluídos corporais
Roupas Evitar a disseminação
Perfurocortantes Recipiente rígido
Quarto privativo Pctes sem controle das eliminações
Trocar
Usar qdo houver
risco de contato
Enssacar
Precaução de contato
• Para pacientes colonizados ou infectados por microorganismos epidemiologicamente importantes, transmitidos por contato direto ou indireto
• Quarto privativo ou coorte
• Luvas de procedimento
• Avental
• Transporte limitado de paciente
• Limpeza e desinfecção de artigos
• Equipamentos e artigos de uso exclusivo ou desinfecção após o uso
Precaução respiratória (perdigoto)
• Indicadas para pacientes portadores de microorganismos maiores de 5
• Haemophilus influenza tipo B
• Neisseria meningitidis
• Streptococcus pneumonia multiresistente
• Difteria faringeana
• Pneumonia por Mycoplasma
• Coqueluche
• Rubéola
• Quarto privativo ou coorte
• Máscara cirúrgica para distância inferior a 1 metro
• Transporte limitado de paciente e com máscara cirúrgica
Precaução respiratória (aerossóis)
• Indicadas para pacientes com infecção comprovada ou não por microorganismos menor de 5
• Sarampo
• Varicela
• Tuberculose pulmonar
• Quarto privativo ou coorte
• Respirador
• Transporte limitado de paciente e com máscara cirúrgica
Orientações
Para as doenças HIV, Hepatite B e C, não há nenhuma
precaução adicional, somente a precaução padrão. As
luvas, capotes e máscaras, somente deverão ser utilizados
se houver risco de contato com secreção.
Controle dos riscos
• uso de equipamento de proteção coletiva (EPC)
• uso de equipamento de proteção individual (EPI)
• educação permanente para conscientização dos
trabalhadores em área de saúde
• diagnóstico e profilaxia precoce
• imunização
Imunização
O exame admissional é o momento ideal de referência propício
para a verificação dos indicadores do seu estado de imunidade e
quando necessário, atualização do esquema vacinal do adulto, com
ou sem sorologias confirmatórias de acordo com os recursos
tecnológicos e financeiro da instituição.
Exposição Ocupacional à Material Biológico (HIV, Hepatites B e C)
TIPOS DE EXPOSIÇÃO
Exposições percutâneas: lesões provocadas por instrumentos perfurantes e cortantes (p.ex. agulhas, bisturi, vidrarias);
Exposições em mucosas: quando há respingos na face envolvendo olho, nariz, boca ou genitália;
Exposições cutâneas (pele não-íntegra) – p.ex. contato com pele com dermatite ou feridas abertas;
Abordagem Inicial da Exposição Ocupacional
Passo 1: Descontaminação do Sítio Exposto
Limpar ferida com água e sabão
Irrigar membranas mucosas com água limpa
Irrigar os olhos com água limpa ou solução oftalmológica estéril
Passo 2: Contactar os responsáveis (enfermeiro do trabalho ou enfemeiro do setor da ocorrência)
Determinar o risco da exposição
Triagem rápida para profilaxia imediata pós-exposição:
1.Quimioprofilaxia anti-HIV
2.Imunoprofilaxia para HBV (se indicado)
Aconselhamento
Passo 3: Acompanhamento Clínico
Obter informações no mesmo dia do acidente ou no próximo dia de trabalho
Anotações e teste sorológico confidenciais
Aconselhamento
Educação preventiva
58,88
3,74
0,94
9,35
3,27
4,2
9,81
9,81
Agulha
Dispositivo intravascular
Fluidos
Lanceta
Bisturi
Tesoura
Scalp
Demais materiais
Gráfico 2 - Distribuição dos acidentes com material biológico da instituição hospitalar em
estudo segundo agente causador, Belo Horizonte, janeiro de 2001 a abril de 2005.
Fonte: Impresso de Comunicado de Acidente do Trabalho da Instituição em estudo
Total de 214 acidentes, no período de 01/01/2001 a 30/04/2005
Gráfico 3 - Distribuição dos acidentes com material biológico da instituição
hospitalar em estudo segundo a função dos acidentados, Belo Horizonte,
janeiro de 2001 a abril de 2005.
57,94
17,76
0,470,472,8
1,4 0,94
11,68
6,54
Auxiliar de enfermagem Técnico de enfermagem
Auxiliar de higienização Colhedor
Enfermeiro Técnico de Patologia
Auxiliar de lavandaria Assistente de rouparia
Auxiliar de manutenção
Fonte: Impresso de Comunicado de Acidente do Trabalho da Instituição em estudo.
Gráfico 4 – Distribuição em percentual dos acidentes com material biológico da
instituição hospitalar em estudo segundo horas após inicio da jornada de trabalho,
Belo Horizonte, janeiro de 2001 a abril de 2005.
12,15
14,0213,08
6,54
8,88
6,54
3,74
7,48 7,487,94
8,41
3,74
0
2
4
6
8
10
12
14
16
1ª
hora
2ª
hora
3ª
hora
4ª
hora
5ª
hora
6ª
hora
7ª
hora
8ª
hora
9ª
hora
10ª
hora
11ª
hora
12ª
hora
Fonte: Impresso de Comunicado de Acidente do Trabalho da Instituição em estudo.
Risco de Infecção pelos Vírus veiculados pelo Sangue após Exposição Ocupacional
VÍRUS RISCO DE TRANSMISSÃO MATERIAL INFECTANTE
Acidente
perfuro-cortante
Contato com
pele lesada
mucosa
Documenta
do
Possível Incomum
HBV 2 – 40% Não
quantificado
Sangue e
derivados
Sêmen. Sec. Vaginal,
saliva, fluidos com
sangue
Urina.
fezes
HCV 3 – 10% Não
quantificado
Sangue Sêmen. Sec. Vaginal,
saliva, fluidos com
sangue
Saliva,
urina,
fezes
HIV 0,2 – 0,5% Não
quantificado
(risco
estimado de
0,1%)
Sangue e
derivados;
fluidos
corpóreos
com
sangue
Sêmen. Sec. Vaginal,
LCR, leite humano,
exsudatos.
Liq. Serosos.
Líq. Aminiótico
Saliva: durante trat.
dentário
Saliva,
urina,
fezes