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INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO NOVO TESTAMENTO Panorama Geral Pr. Ricardo L. Gondim www.teologiafacil.com.br

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Para se elaborar um estudo adequado para o Novo Testamento, faz-se necessário antes, apresentar um panorama do período final do Antigo Testamento e do período intertestamentário para que possamos entender com uma consciência aguda as diferenças nas atitudes e estruturas políticas, culturais e religiosas que existem entre o Velho e o Novo Testamentos. Supõe-se, logicamente, uma certa dedicação no estudo dos eventos que se desenvolveram durante os 400 anos que decorreram entre os dois livros, onde as muitas mudanças no cenário histórico devem ser explicadas. Assim é necessário, portanto, voltar-se, na história, até o tempo entre os dois Testamentos, a fim de se apreciar mais completamente a situação pressuposta no Novo Testamento. Pr. Ricardo L. Gondim

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Page 1: Introdução ao Estudo do NT

INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO

NOVO TESTAMENTO

Panorama Geral

Pr. Ricardo L. Gondim www.teologiafacil.com.br

Page 2: Introdução ao Estudo do NT

Para se elaborar um estudo adequado para o Novo Testamento, faz-se necessário antes, apresentar um panorama do período final do Antigo Testamento e do período intertestamentário para que possamos entender com uma consciência aguda as diferenças nas atitudes e estruturas políticas, culturais e religiosas que existem entre o Velho e o Novo Testamentos. Supõe-se, logicamente, uma certa dedicação no estudo dos eventos que se desenvolveram durante os 400 anos que decorreram entre os dois livros, onde as muitas mudanças no cenário histórico devem ser explicadas. Assim é necessário, portanto, voltar-se, na história, até o tempo entre os dois Testamentos, a fim de se apreciar mais completamente a situação pressuposta no Novo Testamento. Pr. Ricardo L. Gondim

Introdução

Page 3: Introdução ao Estudo do NT

Historia

Contexto histórico entre o AT e o NT

Ambiente Social

Contexto social e cultural

Ambiente Religioso

Contexto da religião judaica

Canon

A escritura e o texto do Novo Testamento

Cenário do Novo Testamento

Page 4: Introdução ao Estudo do NT

Algumas coisas que são aceitas como verdadeiras, no Novo Testamento, para as quais é necessária uma explicação, são as seguintes:

1.A situação política (domínio romano, as divisões da Palestina).

2.A dispersão judaica (judeus em cada cidade principal do Império Romano).

3.Uma sociedade urbana. 4.A língua (grego e aramaico; hebraico limitado

aos eruditos). 5.Exclusivismo judaico. 6.Ênfase sobre a Tora.

Page 5: Introdução ao Estudo do NT

as seguintes:

7. O sinédrio. 8. A sinagoga e a escola. 9. Seitas religioso-políticas (saduceus, fariseus,

essênios, escribas, zelotes, herodianos, zadoqueus).

10.Literatura extra-canônica (apócrifos e pseudo-epígrafos).

11.Tradição oral. 12.Fim da idolatria.

Page 6: Introdução ao Estudo do NT

as seguintes:

13.Doutrina explícita da ressurreição. 14.Doutrinas de anjos, demônios, etc. 15.Publicanos e pecadores (Ame-ha-Aretz). 16.Filosofia judaico-alexandrina. 17.Interesse no apocalíptico. 18.Samaritanos. 19.Monogamia estrita. 20.Sacerdócio corrupto. 21.Messianismo político.

Page 7: Introdução ao Estudo do NT

O Antigo Testamento encerra-se com os filhos de Israel sob a dominação dos persas. No Novo Testamento, a Palestina é subserviente aos romanos.

A história política que denota esta mudança incide em quatro partes: o período persa, o período grego, o período macabeu ou hasmoneu (o período da independência) e o período romano.

Page 8: Introdução ao Estudo do NT

O PERÍODO PERSA (538-331 a.C.)

Capital no

tempo de

Ester

Capital no

tempo

Dario I

Um pouco da história

Ciro conquista a Babilônia e logo após a sua morte assume seu filho Cambisses que no livro de Esdras (4.6) é chamado de Assuero.

Page 9: Introdução ao Estudo do NT

• O reino do norte de Israel havia sido conquistado pelos assírios em 722 a.C. sob a liderança de Sargão.

• Seus habitantes foram então deportados para a Assíria (II Reis 17:6) e para outras terras conquistadas.

• Por sua vez, os povos de outras nações conquistadas foram então importados, para povoarem a área conhecida como Samária.

• A política dos assírios foi tentar destruir todo vestígio de linhagem nacional e, assim, unir todos os povos num só.

Page 10: Introdução ao Estudo do NT

• Em 612 a.C., os babilônios, liderados

por Nabopolassar, destruíram Nínive e conquistaram os assírios.

• O reino do sul, Judá, caiu nas mãos dos babilônios, sob Nabucodonozor, em 605 a.C., e alguns da família real e líderes abastados foram levados cativos para a Babilônia.

• Entre estes, estavam Daniel e os três jovens de Daniel 1( Hananias, Misael e Azarias )

• . Uma curta rebelião em 597 a.C. foi suprimida, servindo de pretexto para outra deportação (incluindo Ezequiel).

• Uma revolta ainda posterior, conduzida por Zedequias, foi suprimida em 587 a.C., com a destruição completa do Templo e deportação de todos, exceto algumas poucas pessoas pobres, para evitar que o país se tornasse um deserto.

Page 11: Introdução ao Estudo do NT

• O "cativeiro babilônico" não foi tanto um cativeiro como um exílio.

• O propósito das deportações não foi tanto destruir as

linhagens nacionais (como foi a política assíria), mas punir aqueles que se opunham ao governo.

• Permitiu-se aos cativos uma parcela de liberdade, e eles podiam eleger seus próprios líderes em suas comunidades.

• Muitos desses exilados se tornaram líderes no governo babilônico (Dan. 1:20; 2:48,49; 3:30; etc.), e bem poderosos.

• Esses exilados estavam começando a encontrar seu ponto forte real nos campos da indústria e do comércio.

• A tendência que se iniciou na Babilônia tornou-se mais desenvolvida nas gerações posteriores, até que, durante

os tempos do Novo Testamento, as comunidades judaicas eram primariamente urbanas e comerciais, em vez do meio agrícola e pastoral do Velho Testamento.

Page 12: Introdução ao Estudo do NT

• Durante esse período o nome judeus entrou em uso.

• Ele denotava o povo da nação conquistada de Judá.

• Os outros termos usados no Antigo Testamento para referência aos descendentes de Abraão e Isaque tornaram-se menos usados, e o termo judeus entrou em uso quase que exclusivamente.

A palavra "judeu" originalmente era usada para designar aos filhos de Judá, filho de Jacó, posteriormente foi designado aos nascidos na Judeia.11 Depois da libertação do cativeiro da Babilônia, os hebreus começaram a ser chamados de judeus.

Page 13: Introdução ao Estudo do NT

• Estando tão longe de Jerusalém, e sem

ter o Templo de Salomão e o Tabernáculo para cultuar, o povo exigiu dos sacerdotes um modo temporário de retenção do conhecimento de Jeová.

• Assim, surgiram os grupos de adoradores que se reuniam regularmente para ouvir a lei lida, uma palavra de exortação ou explicação, o cântico de salmos e a recitação das orações.

• Esses grupos formaram os primórdios da instituição que deveria

posteriormente ser conhecida com o nome grego de "sinagoga" ("reunidos juntos").

O termo "sinagoga" tem origem na palavra grega sýnago, composta de [sýn], ―com, junto‖, e ['ago], ―conduta, educação‖, cujo significado amplo seria "assembleia"

Page 14: Introdução ao Estudo do NT

• A intenção, a princípio, era que a sinagoga fosse apenas uma coisa temporária, até que a volta a Jerusalém pudesse ser feita e o Templo, reconstruído.

• Contudo, a importância da sinagoga como força coesiva na unificação dos judeus numa comunidade foi gradualmente reconhecida e aceita universalmente pelos líderes religiosos.

• Ela não somente era o meio para ensino da lei e dos profetas, mas também um meio para ajudar os judeus a reterem sua identidade nacional.

Quando traduzimos a palavra sinagoga para o Hebraico, a

palavra utilizada para expressar a ideia é “Beit Knesset”,

que significa literalmente, “casa de assembleia”.

Se soa familiar, é provavelmente porque você reconhece a

palavra “Knesset” que é o nome utilizado para o parlamento

israelense.

Page 15: Introdução ao Estudo do NT

Foi durante essa época e através desses grupos que Ezequiel realizou seu

maravilhoso ministério. De seu trabalho e profecias, os cativos foram

ensinados que a calamidade veio sobre eles por causa da idolatria. Nas

sinagogas, isso foi ensinado à tamanha extensão que a idolatria foi

abandonada e não mais era um grande problema para os judeus.

• Na sinagoga surgiu a importante função de mestre. Homens com percepções excepcionais na lei foram recrutados para liderarem nessa importante posição.

• O mestre podia, ou não, ter sido da linhagem sacerdotal. O ensino regular da Torah levou a uma ênfase renovada sobre o sábado, a circuncisão e o jejum.

• Algumas influências sutis das religiões da Babilônia e da Pérsia foram introduzidas nas instruções religiosas dadas pela sinagoga. Estas podem ser vistas nas doutrinas em desenvolvimento acerca da vida depois da morte, angelologia e demonologia.

Page 16: Introdução ao Estudo do NT

• Ciro, tendo unido as nações da Média, Lídia e Pérsia,

capturou a Babilônia em 538 a.C. e confirmou muitos dos judeus em suas posições ,de

autoridade governamental (Dan. 6:1)

• A política oficial dos persas era permitir o povo deslocado voltar para as terras de seus pais. Por causa dessa política, a restauração de Judá foi possível.

• Contudo, a maioria dos judeus estava feliz na Babilônia e não desejava voltar. Cerca de 50.000 retornaram, sob a liderança de três homens, em três épocas diferentes. Os que

ficaram os apoiaram com doações.

Page 17: Introdução ao Estudo do NT

• Zorobabel um príncipe da linhagem real de Davi, conduziu a primeira volta em 535 a.C.

• Após alguma consolidação do poder, foi iniciada a reconstrução do Templo. Sob a pregação de Ageu e Zacarias, o Templo de Zorobabel foi terminado e dedicado em 516 a.C.

• Inferior em esplendor ao de Salomão, esse Templo existiu até que Herodes, o Grande, iniciou a obra de um maior, em 19 a.C.

1º. Templo Salomão

2º. Templo Zorobabel

3º. Templo Herodes

Page 18: Introdução ao Estudo do NT
Page 19: Introdução ao Estudo do NT

• Os adversários da reconstrução do Templo eram uma combinação daqueles que foram deixados após as deportações sob os assírios e babilônios — os povos trazidos para povoar o país — e os inimigos anteriores dos dois reinos de Israel e Judá, que, em sua ausência, tiveram oportunidade de estender seus limites de influência.

• Os descendentes do casamento misto desses grupos foram denominados "samaritanos".

• Era lógico que esse povo ia opor-se à volta e restauração dos judeus (ver Esdas 4:1 e ss.).

Page 20: Introdução ao Estudo do NT

• Uma segunda volta ocorreu sob Esdras, em 485 a.C. • Uma terceira foi liderada por Neemias, em 445 a.C. • Começando com Esdras e continuando através do

trabalho de Neemias e Malaquias, foram iniciadas reformas, que deveriam ter resultados de longo alcance.

• Uma vez que os persas não iriam tolerar a restauração da realeza davídica, o oficial mais alto, politicamente era o sumo sacerdote. Esse homem respondia, de uma maneira geral, ao governador persa. Esse ofício resultou eventualmente em "reis-sacerdotes".

• Igualmente, era necessário obter a aprovação do governador persa para eleger-se o sumo sacerdote.

Page 21: Introdução ao Estudo do NT

• Durante todo o período persa, os judeus foram excepcionais em sua lealdade ao rei persa. Isto pode ter ocorrido porque havia mais judeus na Babilônia do que na Palestina.

• Somente cerca de 50.000 judeus haviam voltado à sua terra natal durante esses duzentos anos. Muitos dos judeus tinham altas posições de autoridade e alguns desfrutavam de grande riqueza.

• Mesmo uma judia tornou-se a esposa do rei (Ester 2). Esses judeus que estavam na Babilônia exerceram uma influência muito grande sobre seus patrícios na Palestina, através de seus poderes políticos e suas contribuições financeiras.

Page 22: Introdução ao Estudo do NT
Page 23: Introdução ao Estudo do NT

O PERÍODO GREGO (331-167 a.C.)

Page 24: Introdução ao Estudo do NT

• Filipe da Macedônia morreu em 334 a.C., antes de realizar seu sonho de unir os gregos e de espalhar a cultura grega pelo mundo.

• Essa tarefa caiu sobre os ombros de seu filho e herdeiro, Alexandre, que tinha então vinte anos de idade.

• O jovem príncipe, que fora pupilo de Aristóteles, partilhava do sonho e visão de seu pai.

• Depois de derrotar e arrasar Tebas, que se revoltara contra a dominação macedônia, Alexandre motivou os gregos a se juntarem a ele na tarefa hercúlea de conquistar a Pérsia.

Page 25: Introdução ao Estudo do NT

• Alexandre mobilizou um exército de dimensões

modestas, quando comparado aos mastodônticos

exércitos mercenários dos persas.

• Suas forças tinham, porém, um treinamento

superior e muito maior mobilidade. • A primeira batalha decisiva foi travada junto ao rio

Granico, na Ásia Menor, em 334 a.C., e abriu as

comportas da influência grega sobre o Oriente

Médio. Dario III foi derrotado mais uma vez em Isso, na

Cilícia (333 a.C.), e fugiu de volta para a Pérsia.

• Alexandre desviou sua marcha para o sul,

conquistando a Palestina e o Egito, tarefa

facilitada pela boa vontade egípcia em escaparem à

odiosa dominação persa e completada em 331 a.C

Page 26: Introdução ao Estudo do NT

• No Egito, fundou Alexandria, uma cidade grega destinada a ser um centro irradiador da cultura helênica e fundamental mais tarde na moldagem tanto do judaísmo quanto do cristianismo.

• Reza a tradição judaica que ao aproximar-se de Jerusalém, Alexandre se defrontou com uma embaixada judaica, encabeçada pelo sumo sacerdote Jadua, que lhe mostrou o livro de Daniel e as profecias de que fora objeto, e mudou sua disposição para com Jerusalém e os judeus, liberando-os do pagamento de tributos no ano sabático.

Page 27: Introdução ao Estudo do NT

• A ascensão meteórica de Alexandre continuou quando ele marchou para o norte e derrotou Dario III na planície de Gaugamela, a noroeste da antiga Nínive (também conhecida como batalha de Arbela) em 1º de outubro de 331 a.C.

• Apesar de lutar contra forças numericamente superiores, Alexandre empregou táticas brilhantes que garantiram sua vitória.

• Pouco a pouco o jovem general foi ocupando as principais cidades do império — Babilônia, Susa e Persépolis.

• Quando Dario III foi assassinado, Alexandre lhe concedeu pompas fúnebres dignas de um rei, e assumiu para si o título de Rei da Ásia.

• Sua marcha para o leste continuou até chegar ao vale do rio Indo, em 325 a.C

Page 28: Introdução ao Estudo do NT

• De lá, retornou para o ocidente, estabelecendo pelo caminho outras Alexandrias, como nas províncias de Bactria e Sogdiana.

• Nem tudo foi tranqüilo nessa marcha de conquista, pois os generais de Alexandre lhe deram quase tanto trabalho quanto as províncias do império que ainda restavam para conquistar.

• Ao voltar, ainda teve que corrigir distorções administrativas impostas por seus representantes durante sua ausência de cinco anos.

• Quando de sua volta, aceitou a deificação, recebendo a proskunēsis dos persas, mas isentando os gregos de tal prática.

Proskynesis (em grego: , pros, e, kuneo, lit. "beijar em direção [a]") refere-

se ao tradicional ato dos antigos persas de prostrar-se diante de uma

pessoa de status social mais elevado.

Page 29: Introdução ao Estudo do NT

A morte de Alexandre foi tão súbita quanto sua carreira de líder mundial.

• Em 13 de junho de 323 a.C., com a idade de 32 anos, Alexandre morreu, provavelmente de malária, sem deixar sucessor.

• Sua esposa, a princesa sogdiana Roxane, com quem se casara como garantia da pacificação daquela província, estava grávida, mas seu filho jamais chegou a ser considerado herdeiro do trono.

• O chifre notável da profecia de Daniel 8 fora quebrado, e outros quatro chifres emergiriam do seu gigantesco império.

Page 30: Introdução ao Estudo do NT

A Divisão do Império Macedônio

• Uma longa disputa sobre os direitos de governar os territórios de Alexandre foi finalmente resolvida em 301 a.C., quando Antígono, o general que tentara obter a exclusividade do poder, foi morto em batalha.

• Quatro sátrapas, que haviam previamente (303 a.C.) concordado em dividir o império em quatro partes, assumiram seus governos como reis sobre territórios independentes. O gráfico a seguir indica como o império macedônio foi dividido:

Governantes Territórios

Ptolomeu Egito e Palestina

Seleuco Frígia, Síria, Mesopotâmia

e Pérsia

Cassandro Macedônia e Grécia

Lisímaco Trácia e Bitínia

Page 31: Introdução ao Estudo do NT

• Este arranjo durou apenas vinte anos, depois dos quais

os selêucidas estabeleceram controle sobre a Ásia

Menor, e Antígono Gônatas, neto do general de

Alexandre, assumiu o controle da Macedônia.

• Esses três reinos (Egito, Síria e Macedônia) duraram até

o advento de Roma como uma superpotência.

Page 32: Introdução ao Estudo do NT

O Domínio Ptolemaico sobre a Palestina

• Os primeiros herdeiros do império macedônio prestaram pouca atenção à Judéia, que continuou a ser controlada pelo sumo sacerdote, que era diretamente responsável por enviar a Alexandria o tributo anual.

• A segunda geração de líderes, porém, Antíoco I e Ptolomeu II, começou a competir pelo controle da Palestina, e assim começaram as chamadas guerras sírias.

• Na gangorra política e militar que se seguiu, a Síria e a Fenícia trocaram de mãos várias vezes, mas a Judéia permaneceu sob controle egípcio por quase um século.

Page 33: Introdução ao Estudo do NT

O Domínio Selêucida sobre a Palestina

• Quando o segundo século a.C. começou, Antíoco III (o Grande) tentou unificar (militarmente) os reinos rivais (Síria e Egito), mas fracassou em suas tentativas de invasão do Egito.

• Depois de duas fragorosas batalhas nas mãos dos romanos (Termópilas [191 a.C.] e Magnésia [190 a.C.]), Antíoco recorreu a uma política de saques, que acabou por se transformar num esforço de helenização quando Antíoco IV (Epífanes) subiu ao trono em 175 a.C.

• Seus esforços para helenizar os judeus foram canalizados primeiramente pela venalidade das lideranças judaicas. A corrupção era tal que Menelau, um judeu pró-helênico e não arônico, veio a ser sumo sacerdote!

Page 34: Introdução ao Estudo do NT

O Domínio Selêucida sobre a Palestina

• Em suas lutas contra o Egito, Antíoco Epífanes acabou por despertar a ira dos romanos, que dependiam da agricultura egípcia e não queriam perdê-la para quem já era seu inimigo na Ásia Menor.

• Humilhado pelos romanos, que o forçaram a sair do Egito, Epífanes voltou à Síria firmemente decidido a helenizar totalmente os judeus, de modo a ter uma retaguarda confiável entre si e as legiões romanas do cônsul Popillius Laenas, estacionadas no Egito.

• Antíoco entrou à força em Jerusalém e iniciou seu programa de helenização profanando o Templo.

• Em 25 de quisleu de 167 a.C., um altar ao Zeus Olímpico foi erigido no lugar do altar do holocausto, e ali foi sacrificada uma porca.

Page 35: Introdução ao Estudo do NT

O Domínio Selêucida sobre a Palestina

• A circuncisão foi proibida por lei e a adoração compulsória de deuses gregos era exigida em bases mensais.

• Isto levou à revolta dos macabeus, que começou com a reação de Matatias, um velho sacerdote que matou um judeu apóstata e um representante sírio em sua aldeia, Modina.

• O terceiro filho de Matatias, Judas, liderou os judeus numa luta de guerrilhas que logo escalou para uma guerra convencional.

• Depois de três anos Judas conseguiu derrotar os sírios em toda a Palestina, e obteve a libertação de Jerusalém, onde o Templo foi purificado e o culto normal restabelecido.

• A data da purificação, 25 de quisleu de 164 a.C., marca o começo da celebração de Chanukkah, a festa da dedicação.

Page 36: Introdução ao Estudo do NT

O Domínio Hasmoneano sobre a Palestina • A despeito das vitórias espetaculares de Judas e seus

irmãos, e do fato de que a liberdade religiosa dos judeus foi assegurada a partir do reinado de Antíoco V, a

verdadeira independência política ainda demoraria 22 anos para surgir.

• A instabilidade política crescente na Síria permitiu ao irmão de Judas, Simão, obter concessões significativas de Demétrio, um dos rivais ao trono da Síria.

• Simão estabeleceu a Judéia como uma nação independente, e sua própria família como príncipes-sacerdotes sobre Israel. Seu filho, João Hircano (135-104 a.C.),

perdeu e reconquistou a independência da Judéia e, com o consentimento de Roma, estendeu as fronteiras judias de modo a incluir Edom, Samaria e Galiléia.

• Foi durante seu reinado que se definiu a duradoura rixa entre os fariseus (descendentes religiosos dos hasidim da época dos macabeus) e os saduceus, a classe sacerdotal dominante, que apoiava os governantes hasmoneanos.

Page 37: Introdução ao Estudo do NT

• Alexandre Janeu, um dos filhos de João Hircano, conquistou ainda mais território, tornando o reino hasmoneano quase tão extenso quanto o de Davi.

• A conseqüência de seu reino de violência foram lutas internas que duraram quase quarenta anos, e que virtualmente extinguiram a linhagem hasmoneana.

• Depois de quase um século de auto governo, os judeus voltaram a ser dominados por uma potência estrangeira quando Pompeu interveio na Judéia para pôr fim aos conflitos surgidos entre

os filhos de Salomé Alexandra, viúva de Alexandre Janeu.

Page 38: Introdução ao Estudo do NT

Governantes Hasmoneanos na Palestina

Governantes Datas Eventos Principais

Simão Macabeu 143-135 Independência da Síria

João Hircano 135-104

Invasão síria. Aliança com Roma e reconquista

da independência. Expansão territorial.

Cunhagem de moedas.

Aristóbulo I 104-103 Conquista da Galiléia

Alexandre Janeu 103-76 Conquistas territoriais. Lutas internas. Perdas

de território para os nabateus.

Salomé Alexandra 76-67 Crescimento da influência dos fariseus.

Aristóbulo II 67-63 Luta fratricida contra Hircano II. Roma intervém

e termina a soberania da Judéia.

Hircano II 63-40

Líderes perdem o título de rei, retendo apenas

o sumo sacerdócio. Crescimento do controle

idumeu sobre a política judaica.

Antígono 40-37

Conflito contra Hircano II. Roma designa

Herodes como rei. Antígono é decapitado. Fim

da linhagem hasmoneana pura.

Page 39: Introdução ao Estudo do NT
Page 40: Introdução ao Estudo do NT

O Domínio Romano sobre a Palestina

• Os romanos, que tinham o controle efetivo da Palestina desde a invasão de Pompeu em 63 a.C., finalmente desistiram de arbitrar as intermináveis lutas entre os

hasmoneanos, e indicaram Herodes, filho de Antipatro, chefe de uma família iduméia que crescera em prestígio fazendo o jogo político e

econômico dos romanos na Palestina, como o rei dos judeus.

• Com ajuda romana, ele conquistou a Galiléia e depois Jerusalém.

• Escolhendo cuidadosamente a quem apoiar nas lutas que se seguiram ao assassinato de Júlio César em 44 a.C., Herodes reconquistou muito território.

Page 41: Introdução ao Estudo do NT

• Sistematicamente eliminou a competição no cenário doméstico, matando sem hesitar até esposas e filhos para assegurar sua posição.

• Herodes foi um administrador e negociador capaz, conseguindo agradar tanto a romanos quanto a judeus, que sempre se ressentiram de sua ascendência iduméia e de como mandara matar os últimos governantes hasmoneanos.

• Foi um ávido construtor de palácios, fortalezas, monumentos e templos, um dos quais dedicado a Otávio Augusto.

• O Templo de Jerusalém, sua obra máxima, foi começado por ele, mas ainda estava em construção parcial ao tempo do ministério de Jesus, mais de trinta anos depois da sua morte .

Caio Júlio César Octaviano Augusto foi o primeiro e um dos mais

importantes imperadores romanos.

Page 42: Introdução ao Estudo do NT

• Os muitos casamentos de Herodes fomentavam a intriga palaciana e as lutas domésticas.

• Isso levou a seis testamentos diferentes e a uma série de execuções de suas próprias esposas e filhos, o que levou Otávio a dizer que preferiria ser o porco de Herodes a ser o filho de Herodes .

• Herodes o Grande morreu por volta de 4 a.C. • Depois de sua morte, e com base em seu testamento,

Otávio dividiu o território sobre o qual Herodes reinara entre seus três filhos, Arquelau, Filipe e Antipas.

• Arquelau rapidamente conquistou a reputação de ser incapaz e cruel, o que fez a família de Jesus mudar-se para Nazaré (Mt 2:22).

Page 43: Introdução ao Estudo do NT

• Devido às constantes reclamações do povo, Otávio o removeu e baniu, substituindo-o por procuradores romanos.

• Filipe governou a parte mais setentrional da Palestina e não teve influência direta nos acontecimentos do Novo Testamento.

• Antipas era ambicioso e satisfazia seus próprios desejos, e eventualmente perdeu o favor de Roma e foi banido. Seu território esteve brevemente sob o governo de procuradores até que Herodes Agripa I recebeu o reino em a.D. 41.

• No Novo Testamento, todos esses são mencionados com seu nome familiar (Herodes), mas o que teve maior contato com Jesus foi Antipas. O quadro a seguir apresenta essas divisões.

Page 44: Introdução ao Estudo do NT

Áreas Geográficas e Distritos Administrativos da Palestina

Governados pelos Herodes3

Sul

Samaria, Judéia, e Iduméia

Norte – Leste

Galiléia e Peréia

Nordeste

Ituréia, Traconite,

Gaulanite, Auranite,

Batanéia

Herodes o Grande

37 – 4 a.C.

Arquelau

4 a.C. - a.D. 6 Antipas

4 a.C. - a.D. 39

Filipe

4 a.C. - a.D. 34

Governadores

romanos

a.D. 6 - 41

Governadores

romanos

34 - 37

Agripa I

39 – 44

Agripa I

37 - 44

Agripa I

41 – 44

Governadores romanos

44 - 66

Governadores romanos

44 – 53

Governadores

romanos

44 - 56

Agripa II

53 – 66

Agripa II

53 - 66

Governad

ores

romanos

56 - 66

Rebelião dos judeus contra Roma

66 – 70

Província da Palaestina

70 – 135

Colonia Aelia Capitolinia

depois de 135

Page 45: Introdução ao Estudo do NT

• Herodes Agripa I foi o neto de Herodes o Grande, que assumiu o controle do território de Filipe em 37.

• Depois que Antipas foi banido, recebeu controle de seu território também e acabou por reinar sobre um território tão grande quanto o de seu avô. Agripa I foi responsável pela primeira perseguição ―governamental‖ enfrentada pelos cristãos (At 12.1-3).

• Depois de sua morte, em 44, seu filho Agripa II (Marco), que estava em Roma, foi mantido lá por ser considerado ainda muito jovem para o trono.

• Oito anos depois, todavia, foi-lhe concedido o território de seu tio, Herodes de Cálcis, e no ano seguinte as tetrarquias de Filipe (Batanéia, Traconite e Gaulanite) e de Lisânias (Abilene).

• Quando Nero subiu ao trono, Agripa II recebeu ainda a Peréia e a Galiléia. Ele foi o ―Herodes‖ diante de quem Paulo compareceu e apresentou sua defesa (At 25:13-26:32).

Page 46: Introdução ao Estudo do NT

• A região da Palestina esteve unificada durante o reinado de Herodes, o Grande (37-4 a.C.) e por três anos (41-44) durante o reinado de Agripa I.

• O reino de Agripa II não incluía a Judéia e, embora tenha subsistido até à destruição de Jerusalém, nada mais era que uma fachada para o governo romano (de quem ele foi ferrenho aliado).

• Depois da primeira revolta (66-70), a região foi organizada como uma província imperial - Palaestina – e governada por um legado imperial residente em Cesaréia.

• A decisão de Adriano de converter o território de Israel numa colônia romana precipitou a segunda revolta (liderada por Bar Kochba, 132-135).

• Depois dessa revolta ter sido sufocada, os judeus foram expulsos e a região se tornou uma colônia romana, como o nome de Colonia Aelia Capitolinia.

Page 47: Introdução ao Estudo do NT

• Quando o Senhor Jesus Cristo iniciou seu ministério, a Judéia estava sob governo romano direto. Arquelau, o etnarca idumeu, havia sido deposto e banido, e o governo era exercido por procuradores romanos.

• Os outros dois filhos de Herodes retiveram suas posições, mas viviam debaixo de supervisão romana.

• Antes que o Novo Testamento fosse concluído, Israel desaparecera como nação instalada em sua própria terra.

• O quadro a seguir alista imperadores romanos e governantes romanos na Palestina entre 27 a.C. e a.D. 96, bem como sua relação com eventos do Novo Testamento.

Page 48: Introdução ao Estudo do NT

Governantes romanos e sua relação com o Novo Testamento Imperadores Datas Procuradores e datas Eventos bíblicos

Otávio César 27 a.C.-a.D. 14 Copônio

(a.D. 6-10) Nascimento e infância de Jesus

Ambívio (10-13)

Anio Rufo (13-15)

Tibério 14-37 Valério Grato

(15-26)

Ministério público de Jesus.

Pentecostes.

Conversão de Paulo.

Pôncio Pilatos (26-36)

Marcelo (36-37)

Caio Calígula 37-41 Marulo (38-41)

Cláudio 41-54 ***4

Morte de Tiago.

1ª viagem de Paulo.

Concílio de Jerusalém.

2ª viagem de Paulo

Cuspio Fado

(44-46)

Tibério Júlio

(46-48)

Ventídio (49-52)

Nero 54-68 Marco Félix

(52-59)

3ª Viagem de Paulo. Prisão.

Ministério pós-prisão.

Martírio de Paulo.

Perseguição aos cristãos.

Pórcio Festo

(60-62)

Albino (62-64)

Géssio Floro

(65-70)5

Galba, Otão, Vitélio 68-69

Vespasiano 69-79 Vetuleno (70-72) (Destruição de Jerusalém)

Tito 79-81 Lucílio Basso

(72-75)

Domiciano 81-96 Salvieno (75-86) Perseguição. Exílio de João.

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Bibliografia

Hale, Broadus David, Introdução ao estudo do Novo Testamento, Tradução de Cláudio Vital de Souza. Rio de Janeiro, Junta de Educação Religiosa e Publicações, 1983. Pinto, Carlos Osvaldo Cardoso, Foco e desenvolvimento no Novo Testamento, São Paulo, Hagnos, 2008. Gundry, Robert H. Panorama do Novo Testamento, Título do original: A Survey of the New Testament ,Traduzido da edição publicada pela Zondervan Publishing House - Grand Rapids, Michigan, EUA, Ed. Sociedade Religiosa Edições Vida Nova, São Paulo, 1978.