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INTRODUÇÃO
Um dos sentidos mais importantes, é a chave para a linguagem oral.
Durante a gravidez, por volta da 20ª semana, o feto já é capaz de escutar alguns
sons, entre eles a voz da mãe.
Sem a audição, a criança perde parte do mundo real, passando a ter problemas
emocionais e sociais.
A falta de estimulação de linguagem nos primeiros anos de vida ocasiona uma
defasagem no desenvolvimento lingüístico.
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Sumário
1. Anatomia da Orelha 1.1 Orelha Externa 1.2 Orelha Media 1.3 Orelha Interna 1.4 Passos para a Audição 1.5 Evolução da Audição: Ouvinte versus Surdo 2. Fisiologia da Audição 2.1 Orelha Externa 2.2 Orelha Media 2.3 Orelha Interna 3. Causas da Surdez 3.1 Causas pré-natais 3.2 Causas peri-natais 3.3 Causas pós-natais 4. Tipos de Perda Auditiva 4.1 Perda condutiva 4.2 Perda sensório-neural 4.3 Perda Mista 4.4 Perda central, disfunção auditiva central ou surdez central. 5. Tipos de Surdez 5.1 Surdez leve (limiar auditivo de 20 a 40 dB). 5.2 Surdez média (limiar auditivo de 40 a 70 dB).
5.3 Surdez grave (limiar auditivo de 70 a 90 dB). 5.4 Surdez profunda (limiar auditivo de 90 a 120 dB). 5.5 Perda auditiva total (limiar auditivo superior a 120 dB).
6. Prevenção
6.1 Cuidados ao engravidar
6.2 Cuidados durante a gravidez
6.3 Cuidados após o nascimento do bebê
7. Aparelhos Auditivos 8. Implante Coclear 9. Tratamento Fonoaudiológico 10. Aquisição da linguagem oral pela criança deficiente auditivo
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1. Anatomia da Audição
Existem três partes principais da orelha envolvidas no processo de audição: a Orelha
Externa, a Orelha Média e a Orelha Interna. O processo auditivo começa quando as ondas
sonoras (som) entram no pavilhão externo e caminham pelo canal auditivo até o tímpano,
fazendo-o vibrar. Essas vibrações tocam os três ossículos da orelha média. Esses ossículos
fazem com que o som seja amplificado antes de entrar na orelha interna.
Dentro da orelha interna existe a cóclea que é um órgão cheio de líquido e que contém
milhares de células ciliadas. Quando as vibrações tocam a cóclea, faz seu fluído interno
mover-se em ondas por toda sua extensão. Conforme isso acontece, aproximadamente 12.000
células ciliadas movimentam-se. A freqüência e intensidade do som determinam qual célula
ciliada se moverá.
A ação faz com que impulsos elétricos sejam enviados nervo central para que o
cérebro processe a informação. Esses impulsos elétricos são a linguagem que o cérebro
consegue entender e converter em sons com significado.
1.1 Orelha externa: é constituída pelo pavilhão auricular e do meato acústico. O
pavilhão funciona como um pré-amplificador natural e quanto maior a sua área, maior energia
mecânica captada. Os idosos que apresentam deficiência auditiva (presbioacusia) colocam a
mão em forma de concha aumentando a área efetiva do pavilhão auricular e assim, otimizam a
captação do som. O meato funciona como se fosse um tubo ressonador para sons da fala
humana. Quando a onda sonora chega na membrana timpânica ela ressona e transfere a
energia mecânica para a orelha média.
1.2 Orelha Média: faz o limite com a orelha externa através da membrana timpânica
que está em contato com três ossículos articulados entre si (martelo, bigorna e estribo).
Quando tímpano vibra os ossículos também vibram e funcionam como um sistema de
alavancas amplificadoras do som. Adicionalmente, o fato de a área do tímpano ser maior do
que a base do estribo, colabora para que a pressão sonora incidente dentro do liquido coclear
seja ainda maior e, assim, superando a impedância.
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1.3 Orelha Interna: é um labirinto membranoso que fica dentro do osso temporal que
formam a cóclea e o sistema vestibular. A cóclea possui as células sensoriais auditivas
situadas no órgão de Corti. Quando as ondas mecânicas chegam para dentro da cóclea,
propagam-se pelo líquido coclear e deformam mecanicamente a membrana basilar onde as
células sensoriais estão assentadas. A deformação mecânica da membrana repercute nas
células sensoriais como uma reação elétrica correspondente e serve de estimulo para o nervo
auditivo que envia os impulsos nervosos para o cérebro. Finalmente, no córtex auditivo, as
informações acústicas são interpretadas permitindo que reconheçamos as diferenças entre os
sons da fala e de um instrumento musical; um ruído de avião de um latido de cão, etc.
1.4 Passos para a Audição
1º Passo para Audição
Inicia-se na Orelha Externa que é constituída pelo pavilhão auricular e o conduto
auditivo.
Começa quando as ondas sonoras entram no pavilhão externo e caminham pelo
canal auditivo até o tímpano, fazendo-o vibrar.
2º Passo para Audição
Inicia-se na Orelha Média através da vibração da membrana timpânica que está em
contato com três ossículos articulados entre si: Martelo, Bigorna e Estribo, que vibram
junto com a membrana timpânica.
Essas vibrações fazem com que o som seja amplificado antes de entrar na orelha
interna.
3º Passo para Audição
Inicia-se na Orelha Interna que é constituída por um labirinto membranoso
localizado dentro do osso temporal que formam a cóclea e o sistema vestibular
(equilíbrio).
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Quando as vibrações tocam a cóclea, faz seu líquido interno mover-se em ondas
por toda sua extensão composta por células ciliadas.
4º Passo para Audição
A freqüência e intensidade do som determina quais, das mais de 12.000 células
ciliadas, se moverá.
A ação faz com que impulsos elétricos sejam enviados do nervo auditivo central
para que o cérebro processe a informação. Esses impulsos elétricos são a linguagem que o
cérebro consegue entender e converter em sons com significado.
1.5 Evolução da Audição: Ouvinte X Surdo
CRIANÇA OUVINTE
Primeiros dias: reage a certos ruídos de maneira reflexa.
2 ou 3 meses: fixa o olhar nos lábios do adulto que fala e esboça movimentos labiais
sem emissão de voz.
3 ou 4 meses: certos ruídos adquirem significação própria; a criança discrimina
quando alguém entra em seu espaço físico, reage a voz de sua mãe, distingue os ruídos
familiares.
4 ou 5 meses: discrimina algumas entonações, se o chamam, se o repreendem; a
mímica que acompanha alguma palavras.
5 ou 6 meses: começa a lalação; emite, ao acaso, numerosos sons e alguns deles não
fazem parte do idioma materno. O adulto o ouve e imita-o, repete suas vocalizações e insere
outros elementos sonoros. Imita, à sua maneira, as emissões do adulto, que vão aproximando-
se do idioma materno. Pouco a pouco alguns sons apresentam significado, conjuntamente
percebidos pela criança e adulto.
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A partir dos 10 ou 12 meses: a criança compreende palavras familiares (papai,
passear, mamadeira) e ordens simples "dá", "vem", etc.
A partir de 1 ano: amplia consideravelmente a compreensão, emprega palavras cada
vez mais numerosas que começam a ser associadas a frases de 2 e logo 3 palavras. O
fundamental das estruturas do idioma se estabelece por volta dos 3 anos.
CRIANÇA SURDA
Primeiros dias: não reage ao ruído, sem ocasionar suspeitas devido a pouca idade.
2 ou 3 meses: fixa o olhar nos lábios do adulto que fala e esboça movimentos labiaIs
sem emissão de voz.
3 ou 4 meses: mostra-se indiferente aos ruídos familiares.
4 ou 5 meses: não recebe as entonações; porém os gestos expressivos, a mímica
acentuada podem conduzi-lo a algumas informações.
5 ou 6 meses: apresenta a lalação igual ao bebê ouvinte, porém é, geralmente, menos
rica. Não compreende os jogos vocais dos adultos. Seus sons não evoluem, tampouco algum
modelo de acordo com o acervo de sons do idioma. Não emerge nenhuma significação dos
modelos sonoros emitidos.
A partir dos 10 ou 12 meses: não há compreensão das palavras, já a compreensão de
certas ordens simples está ligada a mímica e aos gestos que a acompanham. Dá o objeto
porque o adulto ao falar "dá-me" associa o gesto de estender a mão.
A partir de 1 ano: uma evolução sem conseqüências, se ninguém lhe presta uma
atenção particular, as emissões sonoras da lalação se detém, e a criança mergulhará no
silêncio alheia à fala e aos ruídos para os quais não manifesta nenhuma reação. Se o surdo
receber informações e estimulações pelos outros sentidos (visão, tato, olfato, gustação) pode
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se desenvolver sem muitoatrasos. Quanto antes a surdez for detectada, melhor para o
indivíduo surdo.
3. Causas da Surdez
Fatores de risco para Deficiência Auditiva
Em 1994 o Comitê Americano sobre Perdas Auditivas (Joint Committe on Infant
Hearing), elaborou uma lista de fatores de risco para a deficiência auditiva periférica e central
para bebês neonatos:
• Antecedentes familiares de perda auditiva neurossensorial hereditária
• Consangüinidade materna
• Infecções congênitas (rubéola, sífilis, citomegalovírus, herpes e toxoplasmose)
• Malformações craniofacias incluindo as do pavilhão auricular e do conduto auditivo
• Peso de nascimento inferior a 1.500 gramas
• Hiperbilirrubinemia – exsanguineotransfusão
• Medicação ototóxica
• Meningite bacteriana
• Apgar de 0 a 4 / 1º minuto ou 0 a 6/ 5º minuto
• Ventilação mecânica
• Síndromes
• Alcoolismo materno ou uso de drogas na gestação
• Hemorragia ventricular
• Permanência na incubadora por mais de 7 dias
• Convulsões neonatais
• Otite média recorrente ou persistente por mais de 3 meses
• Suspeita dos familiares de atraso de desenvolvimento de fala, linguagem e audição
• Traumatismo craniano com perda de consciência ou fratura craniana
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Deficiência auditiva ou surdez é a incapacidade parcial ou total de audição. Pode ser
de nascença ou causada posteriormente por doenças.
No passado, costumava-se achar que a surdez era acompanhada por algum tipo de
déficit de inteligência. Entretanto, com a inclusão dos surdos no processo educativo,
compreendeu-se que eles, em sua maioria, não tinham a possibilidade de desenvolver a
inteligência em virtude dos poucos estímulos que recebiam e que isto era devido à dificuldade
de comunicação entre surdos e ouvintes. Porém, o desenvolvimento das diversas línguas de
sinais e o trabalho de ensino das línguas orais permitiram aos surdos os meios de
desenvolvimento de sua inteligência.
Atualmente, a educação inclusiva é uma realidade em muitos países. Fato ressaltado
na Declaração de Salamanca que culminou com uma nova tendência educacional e social.
A deficiência auditiva tem origens diversas tais como:
3.1. Causas pré-natais (antes do parto)
→hereditárias,
→malformações congénitas, adquiridas pelo embrião devido a infecções virais ou
bacterianas intra-uterinas (ex.: rubéola, sarampo, sífilis, citamegalovirus, herpes simplex,
toxoplasmose),
→intoxicações intra-uterinas (ex.: quinino, álcool, drogas),
→alterações endócrinas (ex.: patologias da tiróide, diabetes),
→carências alimentares (ex.: vitaminicas),
→agentes físicos (ex.: raios X);
3.2.Causas peri-natais (durante o parto):
→traumatismos obstétricos (ex.: hemorragias do ouvido interno ou nas meninges),
→anóxia,
→incompatibilidades sanguíneas (do factor RH que podem provocar danos no
sistema nervoso central);
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3.3. Causas pós-natais (depois do parto e no decurso da vida do indivíduo):
→doenças infecciosas,
→bacterianas (ex.: meningites, otites, inflamações agudas ou crónicas das fossas
nasais e da naso-faringe),
→virais (ex.: encefalites, varicela),
→intoxicações (ex.: alguns antibióticos, ácido acetilsalicílico, excesso de vitamina D
que pode provocar lesão com hemorragia ou infiltração calcária nas artérias auditivas),
→trauma acústico (ex.: exposição prolongada a ruídos nos locais de trabalho ou em
recintos de diversão; sons de elevada intensidade e de curta duração, tais como: nas explosões
e na caça; diferenças de pressão, como no caso dos mergulhadores);
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4. Tipos de Perda Auditiva
Existem 3 tipos principais de perda auditiva: condutiva, neurossensorial e mista.
São classificados em graus: leve, moderado, severo ou profundo.
Cada tipo afeta uma parte diferente do ouvido e tem várias causas.
A deficiência auditiva pode ser causada por fatores que ocorrem antes, durante ou
após o nascimento.
4.1 Perda Auditiva Condutiva
Ocorre quando as ondas sonoras são bloqueadas na orelha externa ou média e não
conseguem chegar à orelha interna.
A maioria não é permanente e pode ser tratada com medicamentos ou por
cirurgias.
Possíveis Causas:
• Otite Média
• Otoesclerose
• Bloqueios temporários
• Perfuração do tímpano
4.2 Perda Auditiva Neurossensorial
Ocorre quando as células ciliadas da cóclea ficam prejudicadas e o som não
consegue atingir o cérebro.
Uma vez que as células ciliadas foram perdidas não há como recuperá-las,
tornando a perda permanente.
Os aparelhos auditivos podem ajudar na maioria dos casos.
Possíveis Causas:
• Envelhecimento (Presbiacusia)
• Induzida por Ruído
• Medicação tóxica
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• Doenças durante a gravidez
• Problemas no nascimento
• Problemas genéticos
4.3 Perda Auditiva Mista
Em alguns casos, o impedimento auditivo pode ser uma combinação dos dois tipos
de perda auditiva condutiva e neurossensorial.
Os primeiros anos de vida
É o período crítico para o desenvolvimento das habilidades auditivas e de linguagem.
Maior período da plasticidade neural, quando o sistema nervoso auditivo central pode ser
modificado de maneira positiva ou negativa, dependendo da quantidade e qualidade dos
estímulos externos.
Além disso, o período de recepção dos símbolos lingüísticos auditivos é um pré-
requisito para a formulação da expressão verbal.
Diagnóstico Audiológico
Quando realizado durante o primeiro ano de vida, possibilita a intervenção médica
e/ou fonoaudiológica, ainda nesse período crítico, permitindo um prognóstico mais favorável
em relação ao desenvolvimento global da criança.
A deficiência auditiva pode ser causada por fatores que ocorrem antes, durante ou após
o nascimento.
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5. Graus de Surdez
5.1 Perda auditiva leve - Entre 20 a 40 db
A palavra é ouvida, mas certos elementos fonéticos escapam à criança. Tem, por
exemplo, dificuldade em compreender uma conversa a uma distância superior a 3 metros.
Aqui a surdez não provoca atraso na aquisição da linguagem, podem é ter defeitos de
articulação e dificuldades em ouvir a voz do professor (são crianças tidas como muito
distraídas). Necessitam de ensino de leitura da fala e de estimulação da linguagem. Devem ter
também uma colocação adequada na sala de aula.
5.2 Perda auditiva média - Entre 40 a 70 db
Aqui a criança só consegue ouvir a palavra, quando esta é de intensidade forte e tem
dificuldades nas discussões em grupo e na aula. Verificam-se algumas dificuldades nas
discussões em grupo e na aula. Verificam-se algumas dificuldades na aquisição da linguagem
e algumas perturbações da articulação da palavra, e da linguagem, aqui um processo
compensador é a leitura labial. Há também necessidade do uso de próteses, de treino auditivo
e estimulação da linguagem.
5.3 Perda auditiva severa - Entre 70 a 90 db
A criança não consegue perceber a palavra normal. É necessário gritar para que exista
uma sensação auditiva verbal. Mesmo usando próteses têm dificuldade em distinguir vogais
de consoantes. Estes alunos têm algumas dificuldades psicológicas, perturbações na aquisição
da linguagem, perturbações na voz e na palavra. Necessitam já de cuidados especiais no treino
auditivo, leitura da fala e, estimulação da linguagem. Não podem dispensar as próteses. Pode
necessitar de linguagem gestual tanto para se expressar como para compreender os outros.
5.4 Perda auditiva profunda - Superior a 90 db
Em que nenhuma sensação auditiva verbal pode ser captada pela criança
espontaneamente. Aqui, é necessário adaptar métodos especiais na estimulação da linguagem
e, fazer um treino intenso de maneira a aproveitar os resíduos auditivos. Deve-se recorrer à
linguagem gestual.
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IMPORTANTE!
Existem vários métodos e técnicas para avaliação e tratamento da função auditiva de
um indivíduo. Em casos de fatores de risco presentes ou alguma suspeita, o primeiro passo é
procurar uma orientação médica. Se for constatada alguma perda auditiva, o passo seguinte,
ou seja, a forma pela qual o indivíduo será educado, deve ser uma decisão da família e
posteriormente do próprio indivíduo.
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6. Prevenção
6.1 Cuidados ao engravidar:
• Procurar orientação médica
• Se existe caso de deficiência na família, realizar o exame do cariótipo, para
identificar a probabilidade da criança apresentar deficiência
• Antes de engravidar tomar conhecimento das vacinas que deve tomar para prevenir
a surdez e outras doenças
6.2 Cuidados durante a gravidez:
• Sempre consultar o médico antes de tomar qualquer medicamento
• Não ficar exposta a raios-x, sem necessidade extrema
• Não consumir bebidas alcoólicas, drogas e fumos
6.3 Cuidados após o nascimento do bebê:
• A amamentação é extremamente importante, pois fornece nutrientes, favorece a
produção de anticorpos e é responsável por uma ligação afetiva entre mãe e filho
• A postura é muito importante, pois quando a criança é amamentada em posição
errada pode provocar o desenvolvimento de otite, a posição mais ereta é a ideal
• Atenção com objetos pequenos, como grãos de milho, feijão entre outros, pois a
criança pode inserir na orelha
• Utilizar o “cotonete” somente na parte externa da orelha
• Evite deixar a criança exposta a ruídos intensos ou brinquedos que apresentam
barulhos altos e estrondosos
• Ficar atento a determinadas doenças que causam perda auditiva como, Sarampo,
Caxumba, Meningite, Rubéola, Sífilis entre outras
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7. Aparelho auditivo individual
O aparelho auditivo eletrônico é um mini-amplificador que conduz o som à orelha
do indivíduo, coletando e transmitindo a onda sonora, adicionando energia necessária, e
evitando a dispersão do som, com a menor distorção possível.
Seu objetivo é aproveitar a audição residual de modo efetivo.
Basicamente um aparelho é constituído por: microfone, que capta o som; circuito
elétrico, que o amplifica; e micro alto-falante, que o transmite ao tímpano.
Tipos de AASI:
• Caixa
• Haste de óculos
• Retro-auricular
• Vibrador ósseo
• Intra-auricular
• Intra-canais
• Programáveis
Cabe ao fonoaudiólogo a seleção e adaptação do aparelho auditivo, o que inclui:
• Avaliação audiométrica
• Impressão do molde mais adequado
• Avaliar a atuação de diversos aparelhos
• Selecionar o aparelho que leva à maior amplificação
• Testar o aparelho em câmaras acústicas
• Aconselhar o paciente e/ou a família sobre os aspectos da deficiência auditiva, do
aparelho e seu uso
• Acompanhar o progresso do paciente quanto à adaptação
• Organizar terapia e treinamento especial
O candidato à protetização é qualquer paciente que tenha perda auditiva, seja ela
leve ou profunda e que manifeste algum grau de dificuldade de comunicação.
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São fatores que influenciam na protetização e devem ser avaliados: motivação,
estilo de vida, idade, profissão, necessidade de audição e comunicação e o estado geral de
saúde.
O sucesso da adaptação depende da habilidade de discriminação do paciente, da
sua faixa dinâmica, de seu desempenho acústico sob condições de ruído, do bem estar
com o uso do aparelho, agradabilidade, etc.
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8. Implante Coclear
É um dispositivo que proporciona às pessoas com perda auditiva profunda uma
audição útil e uma maior habilidade quanto à comunicação.
A cóclea do surdo não pode mais efetuar a codificação do som, então é substituída
por um aparelho, que estimula diretamente as fibras do nervo auditivo.
As vantagens sobre a comunicação seriam:
• consciência sonora
• melhora na leitura orofacial e no controle da voz
• na maioria dos casos (principalmente para surdez pós-linguagem), melhora
na discriminação verbal
Como funciona o Implante
O microfone capta o som e o transforma em sinais elétricos. Estes sinais são
amplificados e codificados pelo processador da fala que é o “cérebro” do implante, pois
ele seleciona freqüências e amplitudes sonoras que são enviadas ao sistema transmissor
que emite ondas eletromagnéticas (sistema transcutâneo) para a unidade interna que
estimula a terminações do nervo auditivo.
Classificação
Quanto ao modo de funcionamento do processador da fala: Analógico (som
convertido em sinal elétrico mantém as mesmas características) e Digital (som filtrado).
Quanto a forma de acoplamento: Percutâneo (transmissão por continuidade) ou
Transcutâneo (indução magnética).
Tipo de eletrodo: Intracoclear ou Extracoclear.
Seleção de Pacientes
Pacientes portadores de disacusia neurossensorial profunda bilateral que:
• Não tenham obtido benefício com prótese auditiva
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• Tenham o nervo coclear com capacidade residual suficiente para obter uma sensação
subjetiva de som ao estímulo elétrico apresentado
• Tenham avaliação psicológica favorável em relação a motivação para o uso do
implante
• Não tenham diagnóstico de otites
• Não tenham malformações congênitas de osso temporal (síndromes)
Resultados
O reconhecimento de ruídos do ambiente e de vozes familiares são os principais
fatores que fazem com que o surdo "reencontre o mundo dos ouvintes".
A grande maioria dos pacientes passa a identificar os sons ambientais (campainha,
telefone, tráfego, etc); sendo que o treinamento é possível também identificar e reconhecer
vozes familiares.
O efeito direto sobre a leitura labial é, principalmente, a redução da tensão e do
esforço, que são necessários à compreensão; o que ocasiona uma melhora sobre a
performance da leitura labial.
A capacidade de discriminação de fala nos surdos pós-linguais aumenta com o
implante coclear.
Há uma melhora no nível da qualidade vocal (intensidade, entonação) e também da
fala e articulação.
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9. Tratamento Fonoaudiológico
Reabilitação Auditiva
Reabilitação auditiva é o termo comumente utilizado na literatura sobre deficiência de
audição e sugere procedimentos específicos para que os efeitos provocados pela alteração
auditiva sejam minimizados. Na clínica fonoaudiológica esta terminologia está relacionada a
um processo terapêutico que privilegia o uso da audição residual através de amplificação
sonora apropriada e dá ênfase na aquisição da linguagem oral, sendo fundamental o
diagnóstico precoce e o início do processo terapêutico o mais cedo possível.
O objetivo do trabalho terapêutico é a aquisição da linguagem pela criança. Grande
ênfase é dada ao uso da audição, o que se evidencia pelo investimento na atenção auditiva da
criança, principalmente durante a época da seleção e adaptação do aparelho de amplificação
sonora. A situação terapêutica, permeada por um jogo onde ouvir faz parte da interação,
permite que a criança se volte para o som e junto com o terapeuta chegue a partilhar seus
significados.
O trabalho de linguagem apóia-se na situação de interação, terapeuta e criança
constroem sua história a partir de situações lúdicas. A leitura e escrita têm seu espaço neste
processo. Desde muito cedo faz parte da situação terapêutica o texto escrito, principalmente o
livro infantil. Não há preocupação com aquisição do código mas sim de vivência da criança
com a língua escrita. Posteriormente, será através da leitura que muitas crianças deficientes
auditivas conseguirão alcançar maior conhecimento da sua própria língua.
Os objetivos a serem trabalhados são:
• controle da intensidade da fala
• ressonância
• ritmo e velocidade de fala
• treinamento auditivo
• ensino do uso correto da voz
• automatização do uso correto da voz
• desenvolver as sensações táteis-cinestésicas
• conscientização da respiração associada à fonação
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• adequação da postura corporal
• movimentos adequados dos articuladores (mandíbula, lábios, e língua)
• livre excursão da laringe no pescoço
• adequação da intensidade vocal ao ambiente
Características Vocais do Surdo
A audição é um fator importante para a manutenção de um padrão vocal adequado
para todos os indivíduos.
A falta de feedback auditivo é responsável pelas alterações na qualidade vocal e na
produção da fala dos surdos que não desenvolvem o controle sobre voz, respiração e
articulação.
A perda auditiva é um impedimento para o desenvolvimento da fala, pois restringe o
indivíduo na recepção desta e reduz a habilidade do falante de monitorar sua própria fala.
A audição é fundamental para o desenvolvimento da linguagem oral articulada para
distinguir e reconhecer o significado dos sons, produzir e simbolizá-los através da fala.
A relação entre a articulação e a qualidade vocal nos deficientes auditivos é essencial
para garantir a inteligibilidade de fala
As principais dificuldades na comunicação verbal são:
• sincronização, ritmo, altura, entoação
• articulação e qualidade vocal
• omissão e ensurdecimento de consoantes
• substituição de nasal por sua oral cognata
• trocas de vogais e hipernasalidade
• tendência para prolongar excessivamente as vogais
• estridência e elevados valores de freqüência fundamental
• irregularidades no ritmo da fala
A freqüência fundamental na fala pode ser alta (aguda) devido ao aumento de tensão
das pregas vocais e do trato vocal, resultando em fechamento glótico excessivo.
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Existe uma variabilidade na fala do surdo que pode estar relacionada à extensão e ao
tipo de perda auditiva, à idade em que ocorreu a perda, ao ambiente familiar e ao tipo de
treino recebido.
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10. Aquisição da Linguagem Oral pela Criança Deficiente Auditiva
O processo de aquisição de linguagem oral pelas crianças deficientes auditivas, é
diferente das crianças ouvintes. As crianças deficientes auditivas profundas enfrentam um
difícil e complicado problema de adquirir uma linguagem oral que não podem ouvir.
Dependendo do grau da perda auditiva, a criança poderá adquirir linguagem com
comunicação limitada, podendo não chegar à oralização se a perda auditiva for profunda.
Portanto, a aquisição da linguagem oral, no deficiente auditivo, não é um processo
espontâneo e natural vividos em situações habituais de comunicação e intercâmbios de
informações orais. É, na verdade, um aprendizado que deve ser planificado de forma
sistemática pelos adultos. Aos poucos, as palavras incorporam-se ao vocabulário da criança,
sendo muito importante não distanciá-la de um contexto comunicativo e interativo.
Nas crianças portadoras de deficiência auditiva surge um problema audiológico
diferente daquele que ocorre nos adultos, pois na criança, está em jogo a sua linguagem
ameaçada pela surdez. As conseqüências são muito mais graves que no adulto, pois o
problema ultrapassa o quadro clínico otológico para penetrar na esfera educacional. Nessas
crianças, pode-se tornar escassa ou até mesmo nula a projeção dos estímulos auditivos na área
temporal do córtex cerebral, especialmente dos sinais representados pelos sons da fala,
indispensáveis às ligações condicionadas verbais.
As crianças com perda auditiva, dispõem dos mesmos órgãos fonadores e das mesmas
possibilidades corticomotoras para a produção da fala que as crianças ouvintes, mas o
mecanismo da fonação não se organiza por se achar ausente a contribuição sensorial,
representada pelas sensações acústicas do mundo exterior, dada a incapacidade funcional do
aparelho auditivo. Faltam às crianças deficientes auditivas, os sinais auditivos verbais, que
permitem à criança ouvinte a aquisição da linguagem no meio em que vive.
Importante!
Existem vários métodos e técnicas para avaliação e tratamento da função auditiva
de um indivíduo.
Em casos de fatores de risco presentes ou alguma suspeita, o primeiro passo é
procurar uma orientação médica.
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Se for constatada alguma perda auditiva, o passo seguinte, ou seja, a forma pela
qual o indivíduo será tratado e educado, deve ser uma decisão da família e posteriormente
do próprio indivíduo.
SURDO SIM, SURDO-MUDO NÃO!
O fato de uma pessoa ser surda não significa que ela seja muda. A mudez é uma
outra deficiência, sem conexão com a surdez.
Existe a total possibilidade de um surdo falar, através de exercícios
fonoaudiológicos, aos quais chamamos de surdos oralizados.
Por esta razão, o surdo só será também mudo, somente se for constatada
clinicamente deficiência na sua oralidade ou no aparelho fonador, impedindo-o de emitir
sons.
Os 13 mandamentos para facilitar a comunicação com o surdo
1. Falar pausadamente e olhando de frente para a pessoa com dificuldade auditiva,
favorecendo a captação do som pelos dois ouvidos com o auxílio dos aparelhos.
2. Caso não seja possível estar de frente para a pessoa sente-se ao lado do melhor
ouvido que estiver com o aparelho auditivo.
3. Falar em locais com boa iluminação para favorecer a leitura dos lábios.
4. Falar um pouco mais alto, sem gritar.
5. Articular bem as palavras sem exagerar para facilitar a leitura dos lábios e a
compreensão da mensagem.
6. Caso a pessoa não compreenda bem, repetir o que foi dito empregando algumas
palavras diferentes para aumentar a chance de compreensão.
7. Não falar gritando de outros aposentos da casa.
8. Evitar conversar em ambientes ruidosos, barulhentos, isto dificulta a comunicação.
9. Auxiliar na inspeção do aparelho auditivo e incentivar o uso do aparelho auditivo.
10. O acompanhamento médico anualmente é fundamental para controle monitorado
da perda auditiva.
11. As críticas que a pessoa com perda auditiva é desatenta não favorecem a
reabilitação.
12. Incentivar a instalação de sinais luminosos para a campainha e para o telefone
FATEC – Faculdade de Teologia e Ciências
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Gramática da LIBRAS
13. Mediante qualquer dúvida a respeito do aparelho auditivo entre em contato com a
empresa ou com o fonoaudiólogo (a) responsável.
“A voz do surdo são as mãos e os corpos que pensam, sonham e expressam
Pensar sobre surdez requer penetrar no mundo dos surdos e ouvir as mãos que, com
alguns movimentos, nos dizem o que fazer para tornar possível o contato entre os
mundos envolvidos, requer conhecer a língua de sinais
Permita-se ouvir essas mãos, pois somente assim será possível mostrar aos surdos
como eles podem ouvir o silêncio da palavra escrita".
“As melhores e mais belas coisas do mundo não podem ser vistas nem tocadas, mas o
coração as sente”.
HELEN KELLER