inventário florestal_laudo de avaliacao_exemplo de um inventario pronto
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1
INVENTÁRIO FLORESTAL
E
LAUDO
DE
AVALIAÇÃO
JUÍZO DA VARA FEDERAL
CIRCUNSCRIÇÃO DE LAGES - SC
AUTOS : 0000.0000.000000-0
REQUERENTE:
DISPERTA S/A INDÚSTRIA E COMÉRCIO
REQUERIDO:
UNIÃO FEDERAL E OUTROS
Perito Nomeado
ENGº AGRº
CREA nº 0000
Rua Almirante Kaneko, 48
00000-000 – São Paulo – SP
e-mail:
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OBJETO
Tem o presente laudo pericial, a finalidade específica de oferecer a este Douto
Juízo, em razão de sentença, informações qualitativas e quantitativas dos recursos da
floresta existente no imóvel objeto, visando obter o volume estimado das essências
inventariadas, bem como, estabelecer os valores mercadológicos praticados para o
imóvel como um todo.
PROPRIETÁRIO
É proprietária do imóvel a empresa DISPERTA S/A INDÚSTRIA E COMÉRCIO,
inscrita no CGC/MF 00.000.000/0001-00, representada por Normélio Disperta,
brasileiro, casado, industrial, Carteira de Identidade Nº 000000 SSP/PR, CPF Nº
000.000.000-00, residente à rua Coronel Pedro Manaus,665 na cidade de Pedreiras-
MG.
REGISTRO DO IMÓVEL
Conforme Certidão de Registro de Imóveis da Comarca de Curitibanos, exarada pela
Oficial em 29/03/1999, fls. 34 dos Autos, imóvel objeto está transcrito sob nº 20.800, fls.200,
do liv. 3 “C”.
DENOMINAÇÃO
O imóvel objeto é denominado e conhecido na região por “FAZENDA DA
RAIZ”.
LOCALIZAÇÃO
Está localizado no Planalto Catarinense, município de Ponte Alta - SC, distando
por cerca de 45 km de sua sede municipal e de 12kmde Otacílio Costa → sentido →
Rodovia SC-470, município vizinho e mais próximo da propriedade, sendo que destes,
3 km pela SC – 425 asfaltada e 18km por estrada macadamizada transitável com
qualquer tempo.
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ÁREA GLOBAL
Conforme levantamento topográfico efetuado pela Autora,às fls. 51 dos autos,
o imóvel objeto possui área global de 1.405,50 hectares predominantemente
constituídas por floresta de característica primária, conforme distribuição assim
especificada:
DISTRIBUIÇÃO FÍSICA DOS AGREGADOS A TERRA NUA
Área em Hectares
%
Maciço Florestal 896,6303 63,79
Mata de Preservação Permanente 188,4094 13,41
Reserva Legal Projetada 290,4603 20,67
Outras 30,0000 2,13
TOTAL 1.405,5000 100,00
Conforme determina a LEI N.º 4.771 – DE 15 DE SETEMBRO DE1965, em seu
artigo 2º (ANEXO IV), foram consideradas áreas de preservação permanente no
imóvel objeto, as florestas e demais formas de vegetação natural que estão nela
situadas ao longo dos cursos d’água dos Arroios do Rancho do Rio Quente, da
Encharcada, seus efluentes e outros sem denominação, cuja largura mínima
apresentou ser inferior a 10 metros, bem como, em nascentes, olhos d’água dispersos,
nas encostas com declividade superior a 45º, indicados no mapa em anexo.
A área de reserva legal prevista no código florestal destinada a constituir uma
reserva de recursos florestais (madeira, frutos, sementes, folhas, resinas e etc...)
passível de manejo para garantir sua sustentabilidade com objetivos de conservação
dos recursos naturais e econômicos, que ainda não foi averbada a margem da
matrícula do Registro de Imóveis, foi projetada neste trabalho em 290,4603 hectares e
que representa 20,67% do imóvel como um todo. Está indicada na planta em anexo a
título ilustrativo e consequentemente poderá ser revista, mas carece de aprovação do
órgão ambiental.
CONFRONTAÇÕES
Ao Norte – Com terras pertencentes a Henry Roma, Aparecido Moraes, Sucessores de
Felipe Gorki e Serra Geral;
Ao Sul – Com o Arroio da Encharcada, terras da empresa Olincraft Papel e Celulose e
Jonas Vinagre de Souza;
Ao Leste – Com terras de sucessores de Felipe Gorki, João Carnevalli, Jaco Nius e
Batista Pires;
Ao Oeste – Com terras de Vilmar Casella, Jonas de Macedo, Fazenda Guatá e
sucessores de Érico Mendes.
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CARACTERÍSTICAS FÍSICAS DO IMÓVEL
a) DOS SOLOS
Conforme classificação da EMBRAPA efetuada em setembro de 1979, tratam-se
de solos com característica de terra roxa estruturada distrófica, com horizonte “A”
proeminente, com textura muito argilosa, fase floresta subtropical perenifólia, com
relevo fortemente ondulado a montanhoso, com excelente fertilidade natural, graças a
uma precipitação média anual que se situa entre 1.300 a 2.400 mm.
b) DO RELÊVO
Como se pode verificar na cópia da aerofoto estampada no ANEXO II, o imóvel
de maneira geral apresenta topografia íngreme em todas suas encostas, característica
esta predominante da serra geral e situa-se entre 600 a 1.300 m de altitude, segundo
classificação da EMBRAPA. O quadro de distribuição topográfica do imóvel abaixo
discriminado ilustra a sua real formação:
TOPOGRAFIA Área em Hectares
%
Plana a Levemente Ondulada
70,275 5
Ondulada 562,200 40
Fortemente Ondulada 773,025 55
TOTAIS 1.405,500 100
c) DA FLORESTA
O maciço florestal do imóvel objeto é revestido em quase toda sua globalidade
por mata densa de difícil acesso. De acordo com a Resolução nº 04 de 04/05/1994 do
CONAMA a floresta inventariada é definida como sendo ombrófila densa com estágio
avançado de regeneração (ANEXOIII).
Como se poderá verificar adiante no diagnóstico do presente inventário, ela
agrega espécies nativas raras e abundantes em concentrações de considerável
biodiversidade. Além do que é um ecossistema raro que guarda em seus valores
intrínsecos um real significado histórico, ecológico, social e cultural não só para a
região de abrangência, como também, para o estado como um todo e o país.
Foi vistoriada e amostrada aleatoriamente conforme indicado nos ANEXOS I e II
e classificada por espécie e por código individual para facilitar os trabalhos de coleta
com base nas essências mais ocorrentes na mata atlântica da região. As espécies que
se destacaram e ocorrentes na amostragem estão indicadas na cor vermelha.
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METODOLOGIA EMPREGADA
Para a realização deste inventário foi efetuada amostragem aleatória em 24
(vinte e quatro) pontos sorteados ao longo do dossel em área de 20,00 x 25,00 m
(500,00 m2) cada uma, totalizando em 12.000,00 m2 de área efetivamente amostrada.
As amostras foram monitoradas por satélite através de equipamento GPS PROMARK-2
ASTECH geodésico de precisão milimétrica, cada qual com sua coordenada geográfica
todas indicadas nos ANEXOS I e II, onde as espécies catalogadas tiveram a mesma
probabilidade de participar da amostra.
CÓDIGO NOVE VULGAR NOME CIENTÍFICO CÓDIGO NOME VULGAR NOME CINETIFICO
1 açoita-cavalo Luchea grandiflora 43 guamirim-chorão Calyptranthes strigipes
2 amoeira Maclura tinctoria 44 guamirim-ferro Calyptranthes lucida
3 araca Myrcia glabra 45 guaraperê Clenthra scabra
4 araçá-do-mato Campomonesia guazumaefolia 46 guatambu Aspidosperma macrocarpum
5 baga de tucano Cytharexyllum myriantum 47 imbira Rollinia silvatica
6 baguaçú Talauma ovata 48 ingá feijão inga marginata
7 bracatinga Mimosa scabrella 49 ingazeiro Inga uruguensis
8 branquinho Sebastiana schottiana 50 ipê-amarelo Tabebuia alba
9 bugreiro Littharea brasiliensis 51 ipê-roxo Tabebuia avellanedae
10 cafezeiro do mato Casearia sylvestris 52 jaboticaba Myrciaria trunciflora
11 camboatá Cupania vernalis 53 jerivá Arecastrum romanzoffianum
12 canela Ocotea sp 54 juvevê Fagara kleinii
13 canela imbuia Ocotea porosa 55 laranjeira-do-mato Sloanea guianensis
14 canela-amarela Nectandra lanceolata 56 leiteiro Peschiera fuchsiaefolia
15 canela -pinho Ocotea catharinensis 57 leiteiro Brasimopsis lactescens
16 canela-preta Ocotea catharinensis 58 licurana Croton urucurana
17 canela-sassafraz Ocotea olerata 59 louro pardo Cordia trichotoma
18 canela-veado Helietta apiculata 60 mamica de cadela Fagara rhoifolia
19 capororoca Repanea ferruginea 61 maracanã Lonchocarpus guilleminianus
20 carne de vaca Roupala sp 62 maria mole Styrax leprosus
21 caroba Jacarandá cuspidifolia 63 maria preta Maba incontas
22 carvalho Euplassa cantareirae 64 miguel pintado Mataiba elaeagnoides
23 cataia Drimys brasiliensis 65 olandi Mataiba elaeagnoides
24 caúna Ilex taubertiana 66 palmiteiro Euterpe edulis
25 caxeta Crysophyllum gonocar 67 pau andrade Croton celtidifolius
26 cedro Cedrela fissilis 68 pau-d' óleo Copaifera trapezifolia
27 cinamomo-gigante Meliaazedarach 69 pau-jacaré Piptadenia gonoacantha
28 cinzeiro Hirtella hebeclada 70 pau-mandioca Didymopanax angustissimum
29 congonha Ilex dumosa 71 peroba-vermelha Aspidosperma olivaceum
30 cortiça Annona cacans 72 pessegueiro bravo Prunus sellowii
31 erva-mate Ilex paraguariensis 73 pimenteira Capsicodendron dinisii
32 espinheira santa Maytenus elicifolia 74 pinheiro Araucaria angustifolia
33 eucalipto Eucalyptus sp 75 pinheiro americano Pinus sp
34 figueira Fícus guaranítica 76 pitangueira Eugenia uniflora
35 garajuva Securinega guaraiuva 77 sabugueiro Sambucus australis
36 garapuvu Shizolobium parahyba 78 sapopema Sloanea garckeana
37 goiaba Psidium guajava 79 tanheiro Alchornea glandulosa
38 guabiroba Campomanesia xanthocarpa 80 timbó Ateleia glazioveana
39 guaçatunga Banara parviflora 81 vacum Allophyllus edulis
40 guamirim Calycorectes duarteanus 82 vassourão Bastardiopsis densiflora
41 gumairim branco Myrceugenia sp 83 vassourão branco Eupatorium sp
42 guamirim vermelho Myrcia sp 84 vassourão vermelho Dodonaea viscosa
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Foram relatados 487 indivíduos vivos de 30 espécies diferentes,
desconsiderando indivíduos com diâmetro inferior a 15 cm e aqueles em falência.
A metodologia adotada neste estudo consistiu na realização de diversas
atividades preconizadas pela Legislação Ambiental Federal através do seu Conselho
Nacional do Meio e Ambiente – CONAMA em sua Resolução nº 04/94 , de 4 de maio
de 1994 (ANEXO III) e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos
Naturais Renováveis – IBAMA em sua Portaria Interinstitucional nº 01/96, de 04 de
junho de 1996 (ANEXO V), quais sejam:
a) PROCEDIMENTOS
1. Vistoria preliminar autorizada pela Autora para verificação da envergadura dos
trabalhos que seriam desenvolvidos na elaboração do inventário florestal;
2. Elaboração de proposta para execução dos trabalhos periciais;
3. Aprovação do orçamento e consequente início dos trabalhos;
4. Reunião com Assistente Técnico da Autora no imóvel objeto e contato por telefone
com o Assistente Técnico da Ré;
5. Aquisição de fotografia aérea efetuada pela empresa Cruzeiro do Sul em1996,
através da 5ª Diretoria de Levantamento do Exército do Rio de Janeiro - RJ, detentora
dos direitos de revenda daquele material, visando identificar o maciço florestal de
forma ampla,
6. Identificação da propriedade em aerofoto, na escala 1:60.000 reduzida para a escala
1:20.000 (este material foi estrategicamente copiado em papel adequado para ser
juntado aos Autos);
7. Identificação das divisas do imóvel objeto, monitoradas com GPS com apoio de
marco do IBGE localizado à cerca de 6 km as margens da SC - 425 em frente a Fazenda
Pena Verde;
8. Pré-classificação das áreas dos maciços florestais passíveis de manejo sustentado e
das áreas de preservação permanente ao longo dos arroios, riachos e córregos
existentes no imóvel;
9. Projeção estimada da área de Reserva Legal a ser aprovada pelo órgãoambiental;
10. Amostragem da floresta em áreas de 500,00 m2 (20 x 25) escolhidas
aleatoriamente com DAP ≥ 15 cm, demarcadas em suas extremidades com tinta
brilhante na cor amarela e laranja (FOTOS ANEXO VI);
11. Produção de material pictórico (mapa) com a indicação dos pontos amostrados e
suas coordenadas geográficas. Vide monitoramento geográfico nos ANEXOS I e II;
12. Produção de fotografias (10 x 15) cm geradas na execução dos trabalhos de campo
(ANEXO VI);
13. Geração de informações quantitativas e qualitativas;
14. Visitas a madeireiras de influência na região de abrangência para obtenção de
informações mercadológicas no comércio de essências nativas (ANEXOVII);
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15. Visitas as Prefeituras Municipais de Otacílio Costa, Ponte Alta, Sindicatos Rurais e
escritórios regionais da EPAGRI nos municípios citados, bem como, na INCEPA e
EPAGRI em Florianópolis (ANEXO VIII);
16. Contatos com corretores imobiliários, proprietários rurais, fazendeiros,
comerciantes, auxiliares e peões (ANEXO VIII);
17. Geração de um relatório com as estatísticas obtidas no diagnóstico, contendo
informações atualizadas acerca da realidade florestal do imóvel objeto.
b) CÁLCULOS
b.1) DO VOLUME
Para cálculo do volume da madeira comercial ( V ) expresso em metros cúbicos
(m3) foi utilizada a fórmula do diâmetro assim caracterizada:
V (m3) = 0,00007854 x (DAP)2x A x FA
Onde:
DAP = Diâmetro à altura do peito (1,30 m) expresso em centímetros;
A = Altura comercial expresso em metros;
FA = Fator de aproveitamento relacionado à proporção aproveitável do tronco
aqui considerado 0,6 para folhosas e 0,7 para araucária;
0,00007854 = Constante
b.2) DA ÁREA BASAL (AB)
Para o cálculo da área basal individual expressa em metros quadrados (m2) foi
utilizada a fórmula:
AB = 0,00007854 x DAP x DAP
b.3) DA ANÁLISE ESTATÍSITCA/ha
b.3.1) Volume médio em m3
V = ∑��
�
����
Onde:
∑ ��� = Somatória do volume encontrado nas amostras
N = número de amostras
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PLANILHA
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