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Layzon Antonio Lemos da Silva
INVESTIGAÇÃO FITOQUÍMICA DA ESPÉCIE Vernonanthura
tweedieana (Baker) H. Rob.
Dissertação submetida ao Programa de
Pós-Graduação em Farmácia da
Universidade Federal de Santa
Catarina para a obtenção do Grau de
Mestre em Farmácia, sob orientação da
Profa. Dra. Maique Weber Biavatti.
Florianópolis
2015
Layzon Antonio Lemos da Silva
INVESTIGAÇÃO FITOQUÍMICA DA ESPÉCIE Vernonanthura
tweedieana (Baker) H. Rob.
Esta Dissertação foi julgada adequada para obtenção do Título de
“Mestre em Farmácia”, e aprovado a em sua forma final pelo Programa
de Pós-Graduação em Farmácia da Universidade Federal de Santa
Catarina
Florianópolis, 30 de março de 2015.
________________________
Prof.ª Tânia Beatriz Crecznski Pasa, Dr.ª
Coordenador do Curso
Banca Examinadora:
________________________
Prof.ª Maique Weber Biavatti, Dr.ª
Orientadora
Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC
________________________
Prof.ª Angela Malheiros, Dr.ª
Universidade do Vale do Itajaí – Univali
________________________
Prof.ª Inês Maria Costa Brighente, Dr.ª
Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC
________________________
Prof.ª Miriam de Barcellos Falkenberg, Dr.ª
Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC
DEDICATÓRIA
Aos meus pais, Carlos e Elair, e minha
mana Talissa.
AGRADECIMENTOS
À minha orientadora, Profa. Dra. Maique Weber Biavatti, por ter
me acolhido desde o início, e por todo o aprendizado e parceria durante
o desenvolvimento deste trabalho.
À UFSC, ao Programa de Pós-graduação em Farmácia e todos os
professores pelos ensinamentos durante o mestrado.
À CAPES pela bolsa de estudo.
Às técnicas do laboratório Claudinha e Solange, e a Sandra por
toda a ajuda e amizade.
Aos colegas e amigos de laboratório, Tamires, Solomon, Larissa,
Narjara, Luise, Vanessa, Rafaela, Luiz, Daniela, Gabriele, Ana Cláudia,
Maria Izabel, Tauana, entre outros amigos dos laboratórios vizinhos e
parceiros, presentes e àqueles que já seguiram por outros caminhos,
obrigado por todos os momentos felizes e agradáveis que passamos
juntos que tornaram tudo mais fácil.
Aos professores Dr. Andersson Barison e Dra. Francinete Ramos
Campos, ao Alan e a Lívia, da UFPR, que gentilmente contribuíram
para a realização das análises de RMN e EM.
Ao Professor Dr. Ademir Reis pela ajuda na identificação do
material vegetal.
À Elis pelas análises de EM.
Ao Professor Dr. Mário Steindel e a Milene pela realização dos
ensaios biológicos. Aos amigos e familiares que de alguma forma estiveram presente,
contribuindo e torcendo por mim.
Agradeço, muito, em especial à Larissa, pelo carinho, afeto,
companheirismo, e por estar ao meu lado me incentivando e me
apoiando em todos os momentos. E aos meus pais, Carlos e Elair, e
minha mana Talissa, por todo o amor e carinho que sempre tiveram por
mim, pela paciência nos momentos difíceis, pela confiança, dedicação,
suporte, por acreditarem em mim e por tornarem possível que eu fosse
atrás dos meus sonhos. Amo muito vocês!
RESUMO
O uso de plantas medicinais com fins terapêuticos é uma das mais
antigas práticas medicinais da humanidade. A espécie Vernonanthura
tweedieana (Asteraceae), conhecida popularmente como “assa-peixe” e
“mata-pasto”, tem sido utilizada no Brasil para o tratamento de doenças
respiratórias. Com o intuito de promover a investigação fitoquímica da
espécie para avaliação da atividade biológica in vitro dos componentes
majoritários, os extratos brutos hidroetanólicos de partes aéreas, de
caules e raízes, e o extrato acetônico de lavagem foliar foram
submetidos a sucessivos procedimentos cromatográficos. A partir dos
diversos processos cromatográficos foi possível purificar e caracterizar
11 substâncias, sendo dois ácidos fenólicos, ácidos cafeico e
protocatecuico; um derivado etoxilado do ácido cafeico, cafeato de etila;
cinco flavonoides, naringenina, crisoeriol, eriodictiol, apigenina e
luteolina; dois fenilpropanoides, 3-hidroxi-1-(4-hidroxi-3,5-
dimetoxifenil)-propan-1-ona e evofolina B; e uma lactona
sesquiterpênica, glaucolídeo A. Com exceção do eriodictiol, já reportado
para as folhas de V. tweedieana, as demais substâncias estão sendo
relatadas pela primeira vez para a espécie. Avaliado biologicamente in
vitro quanto às atividades leishmanicida (frente a Leishmania amazonensis) e tripanocida (frente a Trypanosoma cruzi), o eriodictiol
apresentou fraca atividade tripanocida (com porcentagem de inibição de
crescimento de 22,65%) e não apresentou atividade leishmanicida. Os
resultados obtidos possibilitam aprofundar o conhecimento da
composição química e do potencial biológico para a espécie V.
tweedieana, considerando as poucas informações disponíveis na
literatura.
Palavras-chave: Vernonanthura tweedieana. Asteraceae. Lactona
sesquiterpênica. Compostos fenólicos.
ABSTRACT
Phytochemical investigation of the specie Vernonanthura tweedieana
(Baker) H. Rob.
The use of medicinal plants for therapeutic purposes is one of the oldest
medicinal practices in humanity. The species Vernonanthura
tweedieana (Asteraceae), popularly known as “assa-peixe” and “mata-
pasto”, has been used in Brazil for the treatment of respiratory diseases.
In order to promote the phytochemical investigation of the species to
evaluate in vitro biological activity of major components, the
hydroethanolic crude extracts from aerial parts, from stems and roots,
and from leaf washing acetone extract were subjected to successive
chromatographic procedures. From the various chromatographic
processes was possible to purify and characterize 11 substances, two
phenolic acids, caffeic and protocatechuic acid; one ethoxylated
derivative of caffeic acid, ethyl caffeate; five flavonoids, naringenin,
crysoeriol, eriodictyol, apigenin and luteolin; two phenylpropanoids, 3-
hydroxy-1-(4-hydroxy-3,5-dimethoxyphenyl) propan-1-one and
evofolin B; and one sesquiterpene lactone, glaucolide A. With the
exception of eriodictyol, which as reported to leaves of V. tweedieana,
other substances are being related for the first time in this species.
Biologically evaluated in vitro for the leishmanicidal (against
Leishmania amazonensis) and trypanocidal (against Trypanosoma cruzi) activities, the eriodictyol had a weak trypanocidal activity (with growth
inhibition percentage of 22.65%) and showed no leishmanicidal activity.
The results allow greater understanding of the chemical composition and
biological potential for the species V. tweedieana, considering the
limited information available in the literature.
Keywords: Vernonanthura tweedieana. Asteraceae. Sesquiterpene
lactone. Phenolic compounds.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Ciclo biossintético dos metabólitos secundários. 38
Figura 2 – Via do acetato/mevalonato para síntese de difosfato de
isopentenila (IPP). 40
Figura 3 – Principais esqueletos carbocíclicos para as lactonas
sesquiterpênicas. 42
Figura 4 – Esqueletos carbocíclicos de hirsutinolídeo e glaucolídeo. 43
Figura 5 – Núcleo fundamental dos flavonoides e sua numeração. 46
Figura 6 – Rota biossintética simplificada de formação dos flavonoides. 47
Figura 7 – Ilustração de espécimes de V. tweedieana (Baker) H. Rob. 51
Figura 8 – Constituintes químicos caracterizados de V. tweedieana. 54
Figura 9 – Análise microscópica de folhas secas de V. tweedieana. 75
Figura 10 – Análise por cromatografia em camada delgada das frações
orgânicas da partição dos extratos brutos de partes aéreas (EAF) e caules e
raízes (ECR) de V. tweedieana. 79
Figura 11 – Análise por cromatografia em camada delgada do extrato bruto
de lavagem foliar (ELF) de V. tweedieana. 80
Figura 12 – Análise por cromatografia em camada delgada da substância
VT1 (cafeato de etila) de V. tweedieana. 90
Figura 13 – Espectro de 1H RMN (600 MHz, TMS, acetona-d6) para a
substância VT1 (cafeato de etila) de V. tweedieana. 91
Figura 14 – Espectro de 1H RMN (600 MHz, TMS, acetona-d6) para a
substância VT1 (cafeato de etila) de V. tweedieana, ampliado na região
entre δ 6,20 e δ 7,60. 91
Figura 15 – Espectro de 1H RMN (600 MHz, TMS, acetona-d6) para a
substância VT1 (cafeato de etila) de V. tweedieana, ampliado na região
entre δ 6,80 e δ 7,20. 92
Figura 16 – Espectro de 1H RMN (600 MHz, TMS, acetona-d6) para a
substância VT1 (cafeato de etila) de V. tweedieana, ampliado na região
entre δ 1,20 e δ 4,20. 92
Figura 17 – Mapa de correlação HSQC (600 MHz 1H e 125 MHz
13C,
TMS, acetona-d6) para a substância VT1 (cafeato de etila) de V.
tweedieana. 93
Figura 18 – Mapa de correlação HMBC (600 MHz 1H e 125 MHz
13C,
TMS, acetona-d6) para a substância VT1 (cafeato de etila) de V.
tweedieana. 93
Figura 19 – Mapa de correlação HMBC (600 MHz 1H e 125 MHz
13C,
TMS, acetona-d6) para a substância VT1 (cafeato de etila) de V.
tweedieana, ampliado na região entre δ 7,80 e δ 8,80 para 1H, e entre δ 100
e δ 160 para 13
C. 94
Figura 20 – Estrutura molecular da substância VT1 (cafeato de etila) de V.
tweedieana. 95
Figura 21 – Correlações a longa distância entre 1H–
13C da substância VT1
(cafeato de etila) de V. tweedieana. 95
Figura 22 – Espectro de 1H RMN (600 MHz, TMS, acetona-d6) para as
substâncias VT2 (naringenina) e VT3 (crisoeriol) de V. tweedieana. 97
Figura 23 – Espectro de 1H RMN (600 MHz, TMS, acetona-d6) para a
substância VT2 (naringenina) de V. tweedieana, ampliado na região entre δ
5,40 e δ 6,00 (mistura com VT3). 97
Figura 24 – Espectro de 1H RMN (600 MHz, TMS, acetona-d6) para a
substância VT2 (naringenina) de V. tweedieana, ampliado na região entre δ
2,60 e δ 3,30 (mistura com VT3). 98
Figura 25 – Espectro de 1H RMN (600 MHz, TMS, acetona-d6) para a
substância VT2 (naringenina) de V. tweedieana, ampliado na região entre δ
6,85 e δ 7,45 (mistura com VT3). 98
Figura 26 – Mapa de correlação HSQC (600 MHz 1H e 125 MHz
13C,
TMS, acetona-d6) para as substâncias VT2 (naringenina) e VT3 (crisoeriol)
de V. tweedieana. 99
Figura 27 – Mapa de correlação HMBC (600 MHz 1H e 125 MHz
13C,
TMS, acetona-d6) para as substâncias VT2 (naringenina) e VT3 (crisoeriol)
de V. tweedieana. 100
Figura 28 – Espectro de 1H RMN (600 MHz, TMS, acetona-d6) para a
substância VT3 (crisoeriol) de V. tweedieana, ampliado na região entre δ
6,20 e δ 6,75 (mistura com VT2). 102
Figura 29 – Espectro de 1H RMN (600 MHz, TMS, acetona-d6) para a
substância VT3 (crisoeriol) de V. tweedieana, ampliado na região entre δ
6,95 e δ 7,70 (mistura com VT2). 102
Figura 30 – Espectro de 1H RMN (600 MHz, TMS, acetona-d6) para a
substância VT3 (crisoeriol) de V. tweedieana, ampliado na região entre δ
3,80 e δ 4,30 (mistura com VT2). 103
Figura 31 – Estrutura molecular da substância VT2 (naringenina) de V.
tweedieana. 104
Figura 32 – Correlações a longa distância entre 1H–
13C da substância VT2
(naringenina) de V. tweedieana. 104
Figura 33 – Estrutura molecular da substância VT3 (crisoeriol) de V.
tweedieana. 106
Figura 34 – Correlações a longa distância entre 1H–
13C da substância VT3
(crisoeriol) de V. tweedieana. 106
Figura 35 – Análise por cromatografia em camada delgada da substância
VT4 (eriodictiol) de V. tweedieana. 107
Figura 36 – Espectro de 1H RMN (600 MHz, TMS, CD3OD) para a
substância VT4 (eriodictiol) de V. tweedieana. 108
Figura 37 – Espectro de 1H RMN (600 MHz, TMS, CD3OD) para a
substância VT4 (eriodictiol) de V. tweedieana, ampliado na região entre δ
5,20 e δ 6,00. 108
Figura 38 – Espectro de 1H RMN (600 MHz, TMS, CD3OD) para a
substância VT4 (eriodictiol) de V. tweedieana, ampliado na região entre δ
2,60 e δ 3,20. 109
Figura 39 – Espectro de 1H RMN (600 MHz, TMS, CD3OD) para a
substância VT4 (eriodictiol) de V. tweedieana, ampliado na região entre δ
6,75 e δ 6,95. 109
Figura 40 – Mapa de correlação HSQC (600 MHz 1H e 125 MHz
13C,
TMS, CD3OD) para as substâncias VT4 (eriodictiol) de V. tweedieana. 110
Figura 41 – Mapa de correlação HMBC (600 MHz 1H e 125 MHz
13C,
TMS, CD3OD) para as substâncias VT4 (eriodictiol) de V. tweedieana. 111
Figura 42 – Estrutura molecular da substância VT4 (eriodictiol) de V.
tweedieana. 113
Figura 43 – Correlações a longa distância entre 1H–
13C da substância VT4
(eriodictiol) de V. tweedieana. 113
Figura 44 – Espectro de 1H RMN (600 MHz, TMS, acetona-d6) para as
substâncias VT5 (3-hidroxi-1-[4-hidroxi-3,5-dimetoxifenil]-propan-1-ona) e
VT6 (evofolina B) de V. tweedieana. 114
Figura 45 – Espectro de 1H RMN (600 MHz, TMS, acetona-d6) para a
substância VT5 (3-hidroxi-1-[4-hidroxi-3,5-dimetoxifenil]-propan-1-ona)
de V. tweedieana, ampliado na região entre δ 3,10 e δ 3,95 (mistura com
VT6). 115
Figura 46 – Espectro de 1H RMN (600 MHz, TMS, acetona-d6) para a
substância VT5 (3-hidroxi-1-[4-hidroxi-3,5-dimetoxifenil]-propan-1-ona)
de V. tweedieana, ampliado na região entre δ 7,20 e δ 7,45 (mistura com
VT6). 116
Figura 47 – Mapa de correlação HSQC (600 MHz 1H e 125 MHz
13C,
TMS, acetona-d6) para as substâncias VT5 (3-hidroxi-1-[4-hidroxi-3,5-
dimetoxifenil]-propan-1-ona) e VT6 (evofolina B) de V. tweedieana. 116
Figura 48 – Mapa de correlação HMBC (600 MHz 1H e 125 MHz
13C,
TMS, acetona-d6) para as substâncias VT5 (3-hidroxi-1-[4-hidroxi-3,5-
dimetoxifenil]-propan-1-ona) e VT6 (evofolina B) de V. tweedieana. 117
Figura 49 – Espectro de 1H RMN (600 MHz, TMS, acetona-d6) para a
substância VT6 (evofolina B) de V. tweedieana, ampliado na região entre δ
6,70 e δ 7,70 (mistura com VT5). 118
Figura 50 – Espectro de 1H RMN (600 MHz, TMS, acetona-d6) para a
substância VT6 (evofolina B) de V. tweedieana, ampliado na região entre δ
3,60 e δ 4,85 (mistura com VT5). 119
Figura 51 – Espectro de 1H RMN (600 MHz, TMS, acetona-d6) para a
substância VT6 (evofolina B) de V. tweedieana, ampliado na região entre δ
3,75 e δ 4,00 (mistura com VT5). 119
Figura 52 – Estrutura molecular da substância VT5 (3-hidroxi-1-[4-hidroxi-
3,5-dimetoxifenil]-propan-1-ona) de V. tweedieana. 120
Figura 53 – Correlações a longa distância entre 1H–
13C da substância VT5
(3-hidroxi-1-[4-hidroxi-3,5-dimetoxifenil]-propan-1-ona) de V. tweedieana. 121
Figura 54 – Estrutura molecular da substância VT6 (evofolina B) de V.
tweedieana. 122
Figura 55 – Correlações a longa distância entre 1H–
13C da substância VT6
(evofolina B) de V. tweedieana. 122
Figura 56 – Espectro de massas ESI-Q-TOF para as substâncias VT5 (3-
hidroxi-1-[4-hidroxi-3,5-dimetoxifenil]-propan-1-ona) e VT6 (evofolina B)
de V. tweedieana. 123
Figura 57 – Espectro de 1H RMN (600 MHz, TMS, CD3OD) para a
substância VT7 (apigenina) de V. tweedieana. 124
Figura 58 – Espectro de 1H RMN (600 MHz, TMS, CD3OD) para a
substância VT7 (apigenina) de V. tweedieana, ampliado na região entre δ
6,15 e δ 6,65. 125
Figura 59 – Espectro de 1H RMN (600 MHz, TMS, CD3OD) para a
substância VT7 (apigenina) de V. tweedieana, ampliado na região entre δ
6,90 e δ 7,90. 125
Figura 60 – Mapa de correlação HSQC (600 MHz 1H e 125 MHz
13C,
TMS, CD3OD) para a substância VT7 (apigenina) de V. tweedieana. 126
Figura 61 – Mapa de correlação HMBC (600 MHz 1H e 125 MHz
13C,
TMS, CD3OD) para a substância VT7 (apigenina) de V. tweedieana. 127
Figura 62 – Estrutura molecular da substância VT7 (apigenina) de V.
tweedieana. 129
Figura 63 – Correlações a longa distância entre 1H–
13C da substância VT7
(apigenina) de V. tweedieana. 129
Figura 64 – Espectro de 1H RMN (600 MHz, TMS, acetona-d6) para as
substâncias VT8 (ácido cafeico) e VT9 (ácido protocatecuico) de V.
tweedieana. 130
Figura 65 – Espectro de 1H RMN (600 MHz, TMS, acetona-d6) para a
substância VT8 (ácido cafeico) de V. tweedieana, ampliado na região entre
δ 6,20 e δ 7,60 (mistura com VT9). 131
Figura 66 – Mapa de correlação HSQC (600 MHz 1H e 125 MHz
13C,
TMS, acetona-d6) para as substâncias VT8 (ácido cafeico) e VT9 (ácido
protocatecuico) de V. tweedieana. 131
Figura 67 – Mapa de correlação HMBC (600 MHz 1H e 125 MHz
13C,
TMS, acetona-d6) para as substâncias VT8 (ácido cafeico) e VT9 (ácido
protocatecuico) de V. tweedieana. 132
Figura 68 – Estrutura molecular da substância VT8 (ácido cafeico) de V.
tweedieana. 133
Figura 69 – Correlações a longa distância entre 1H–
13C da substância VT8
(ácido cafeico) de V. tweedieana. 134
Figura 70 – Espectro de 1H RMN (600 MHz, TMS, acetona-d6) para a
substância VT9 (ácido protocatecuico) de V. tweedieana, ampliado na
região entre δ 6,85 e δ 7,55 (mistura com VT8). 134
Figura 71 – Estrutura molecular da substância VT9 (ácido protocatecuico)
de V. tweedieana. 135
Figura 72 – Correlações a longa distância entre 1H–
13C da substância VT9
(ácido protocatecuico) de V. tweedieana. 136
Figura 73 – Espectro de 1H RMN (600 MHz, TMS, acetona-d6) para a
substância VT10 (luteolina) de V. tweedieana. 136
Figura 74 – Espectro de 1H RMN (600 MHz, TMS, acetona-d6) para a
substância VT10 (luteolina) de V. tweedieana, ampliado na região entre δ
6,20 e δ 6,60. 137
Figura 75 – Espectro de 1H RMN (600 MHz, TMS, acetona-d6) para a
substância VT10 (luteolina) de V. tweedieana, ampliado na região entre δ
6,95 e δ 7,55. 138
Figura 76 – Mapa de correlação HSQC (600 MHz 1H e 125 MHz
13C,
TMS, acetona-d6) para a substância VT10 (luteolina) de V. tweedieana. 138
Figura 77 – Mapa de correlação HMBC (600 MHz 1H e 125 MHz
13C,
TMS, acetona-d6) para a substância VT10 (luteolina) de V. tweedieana. 139
Figura 78 – Estrutura molecular da substância VT10 (luteolina) de V.
tweedieana. 141
Figura 79 – Correlações a longa distância entre 1H–
13C da substância VT10
(luteolina) de V. tweedieana. 141
Figura 80 – Análise por cromatografia em camada delgada da substância
VT11 (glaucolídeo A) de V. tweedieana. 142
Figura 81 – Espectro de 1H RMN (400 MHz, TMS, CDCl3) para a
substância VT11 (glaucolídeo A) de V. tweedieana. 142
Figura 82 – Espectro de 1H RMN (400 MHz, TMS, CDCl3) para a
substância VT11 (glaucolídeo A) de V. tweedieana, ampliado na região
entre δ 5,65 e δ 6,25. 144
Figura 83 – Espectro de 1H RMN (400 MHz, TMS, CDCl3) para a
substância VT11 (glaucolídeo A) de V. tweedieana, ampliado na região
entre δ 4,70 e δ 5,00. 144
Figura 84 – Espectro de 1H RMN (400 MHz, TMS, CDCl3) para a
substância VT11 (glaucolídeo A) de V. tweedieana, ampliado na região
entre δ 1,50 e δ 2,15. 145
Figura 85 – Mapa de correlação HSQC (400 MHz 1H e 100 MHz
13C,
TMS, CDCl3) para a substância VT11 (glaucolídeo A) de V. tweedieana. 145
Figura 86 – Mapa de correlação HMBC (400 MHz 1H e 100 MHz
13C,
TMS, CDCl3) para a substância VT11 (glaucolídeo A) de V. tweedieana. 146
Figura 87 – Estrutura molecular da substância VT11 (glaucolídeo A) de V.
tweedieana. 148
Figura 88 – Correlações a longa distância entre 1H–
13C da substância VT11
(glaucolídeo A) de V. tweedieana. 148
Figura 89 – Espectro de massas ESI-Q-TOF da substância VT11
(glaucolídeo A) de V. tweedieana. 149
Figura 90 – Cromatograma da substância VT4 (eriodictiol) de V.
tweedieana por CLUE-DAD. 150
Figura 91 – Espectro de UV da substância VT4 (eriodictiol) de V.
tweedieana... 151
LISTA DE FLUXOGRAMAS
Fluxograma 1 – Etapas do particionamento do extrato bruto
hidroetanólico de partes aéreas (EAF) de V. tweedieana. 77
Fluxograma 2 – Etapas do particionamento do extrato bruto
hidroetanólico de caules e raízes (ECR) de V. tweedieana. 78
Fluxograma 3 – Etapas do fracionamento cromatográfico das frações
orgânicas do extrato bruto de partes aéreas (EAF) de V. tweedieana 81
Fluxograma 4 – Etapas do fracionamento cromatográfico das frações
orgânicas do extrato bruto de caules e raízes (ECR) de V. tweedieana. 82
Fluxograma 5 – Etapas de fracionamento cromatográfico do extrato
bruto de lavagem foliar (ELF) de V. tweedieana. 83
Fluxograma 6 – Etapas do fracionamento cromatográfico da fração DM
do extrato bruto de partes aéreas (EAF) de V. tweedieana. 85
Fluxograma 7 – Etapas do fracionamento cromatográfico da fração
AcOEt do extrato bruto de partes aéreas (EAF) de V. tweedieana. 86
Fluxograma 8 – Etapas do fracionamento cromatográfico da fração DM
do extrato bruto de caules e raízes (ECR) de V. tweedieana. 87
Fluxograma 9 – Etapas do fracionamento cromatográfico da fração
AcOEt do extrato bruto de caules e raízes (ECR) de V. tweedieana. 88
Fluxograma 10 – Etapas do fracionamento cromatográfico do extrato
bruto de lavagem foliar (ELF) de V. tweedieana. 89
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 – Classificação dos compostos fenólicos de acordo com o
tipo de esqueleto carbônico básico. 45
Quadro 2 – Doenças tropicais negligenciadas. 55
Quadro 3 – Valores de tempo de retenção, área do pico e porcentagem
de área para a substância VT4 (eriodictiol) de V. tweedieana. 151
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Dados de 1H RMN e
13C RMN para a substância VT1
(cafeato de etila) de V. tweedieana, e dados comparativos da literatura. 94
Tabela 2 – Dados de 1H RMN e
13C RMN para a substância VT2
(naringenina) de V. tweedieana, e dados comparativos da literatura. 103
Tabela 3 – Dados de 1H RMN e
13C RMN para a substância VT3
(crisoeriol) de V. tweedieana, e dados comparativos da literatura. 105
Tabela 4 – Dados de 1H RMN e
13C RMN para a substância VT4
(eriodictiol) de V. tweedieana, e dados comparativos da literatura. 112
Tabela 5 – Dados de 1H RMN e
13C RMN para a substância VT5 (3-
hidroxi-1-[4-hidroxi-3,5-dimetoxifenil]-propan-1-ona) de V.
tweedieana, e dados comparativos da literatura. 120
Tabela 6 – Dados de 1H RMN e
13C RMN para a substância VT6
(evofolina B) de V. tweedieana, e dados comparativos da literatura. 121
Tabela 7 – Dados de 1H RMN e
13C RMN para a substância VT7
(apigenina) de V. tweedieana, e dados comparativos da literatura. 128
Tabela 8 – Dados de 1H RMN e
13C RMN para a substância VT8 (ácido
cafeico) de V. tweedieana, e dados comparativos da literatura. 133
Tabela 9 – Dados de 1H RMN e
13C RMN para a substância VT9 (ácido
protocatecuico) de Vernonanthura tweedieana, e dados comparativos da
literatura. 135
Tabela 10 – Dados de 1H RMN e
13C RMN para a substância VT10
(luteolina) de V. tweedieana, e dados comparativos da literatura. 140
Tabela 11 – Dados de 1H RMN e
13C RMN para a substância VT11
(glaucolídeo A) de V. tweedieana, e dados comparativos da literatura. 147
Tabela 12 – Valores de porcentagem de inibição de crescimento para a
substância VT4 (eriodictiol) de V. tweedieana para as atividades
leishmanicida e tripanocida. 152
LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS, FÓRMULAS E
UNIDADES
AcOEt Acetato de etila
C6D6 Benzeno deuterado
CC Coluna cromatográfica
CC50 Concentração que inibe 50% do crescimento
celular
CCD Cromatografia em camada delgada
CD3OD Metanol deuterado
CDCl3 Clorofórmio deuterado
CLUE Cromatografia líquida de ultra eficiência
CLV Cromatografia líquida a vácuo
d Dupleto
dd Dupleto de dupleto
ddd Duplo-dupleto de dupleto
DM Diclorometano
DMSO Dimetilsulfóxido
DMSO-d6 Dimetilsulfóxido deuterado
DPPH 2,2-difenil,1-picrilidrazila
EAF Extrato da combinação de partes aéreas ECR Extrato da combinação de caules e raízes
ELF Extrato de lavagem foliar
EM Espectrometria de massas ESI-Q-TOF Ionização por eletronebulização com analisadores
do tipo quadrupolo acoplado a tempo de voo (do
inglês, Electrospray ionization-quadrupole-time of flight)
FE Fase estacionária FID Decaimento de indução livre (do inglês, Free
induction decay)
FM Fase móvel g Grama
HEPES Ácido N-(2-hidroxietil)-piperazina-N’-(2-etanosulfônico)
HMBC Correlação heteronuclear de ligações múltiplas (do
inglês, Heteronuclear multiple bond correlation)
HSQC Correlação heteronuclear de quantum simples (do
inglês, Heteronuclear single quantum Correlation)
IC50 Concentração que inibe 50% dos parasitos J Constante de acoplamento (expresso em Hertz, Hz)
K Kelvin
kg Quilograma
L Litro
LS Lactonas sesquiterpênicas
m Multipleto
MeOH Metanol mg Miligrama
min Minuto mL Mililitro
mm Milímetro
mM Milimolar
MTT Brometo de 3-(4,5-dimetiltiazol-2-il)-2,5-difenil-
tetrazólio
nm Nanômetro
PMA Forbol-12-miristato-13-acetato
q Quadrupleto Rf Fator de retenção (do inglês, Retention factor)
RMN Ressonância magnética nuclear
RMN 1H Ressonância magnética nuclear de hidrogênio
s Simpleto
sl Simpleto largo SBF Soro bovino fetal
t Tripleto
TMS Tetrametilsilano
UV Ultravioleta
v Volume
δ (delta) Deslocamento químico (expresso em partes por milhão – ppm, em relação ao padrão interno -
TMS) ºC Grau Celsius
µg Micrograma
µL Microlitro µM Micromolar
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO 31
2 REVISÃO DA LITERATURA 35
2.1 PLANTAS MEDICINAIS 35
2.2 METABOLISMO VEGETAL 37
2.2.1 Metabólitos secundários 37 2.2.1.1 Terpenoides 39
2.2.1.1.1 Lactonas sesquiterpênicas 40
2.2.1.2 Compostos fenólicos 44
2.2.1.2.1 Flavonoides 45
2.3 FAMÍLIA ASTERACEAE 48
2.3.1 Gênero Vernonanthura 49
2.4 ESPÉCIE Vernonanthura tweedieana 51
2.5 DOENÇAS TROPICAIS NEGLIGENCIADAS 54
2.5.1 Leishmanioses 56
2.5.2 Tripanossomíase americana 58
3 OBJETIVOS 61
3.1 OBJETIVO GERAL 61
3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS 61
4 MATERIAIS E MÉTODOS 63 4.1 MATERIAL VEGETAL 63
4.1.1 Investigação fitoquímica de metabólitos secundários 63
4.1.2 Pesquisa de lactonas sesquiterpênicas 63 4.2 PREPARAÇÃO DAS SOLUÇÕES EXTRATIVAS 64
4.2.1 Extratos hidroetanólicos para investigação fitoquímica 64
4.2.1.1 Obtenção dos extratos brutos 64
4.2.1.2 Particionamento dos extratos bruto 65
4.2.2 Extratos de lavagem foliar para pesquisa de LS 65 4.3 FRACIONAMENTO PRELIMINAR E MONITORAMENTO
CROMATOGRÁFICO 65
4.3.1 Fracionamento cromatográfico preliminar 65
4.3.2 Monitoramento por cromatografia em camada delgada 66
4.4 PURIFICAÇÃO E ISOLAMENTO DOS METABÓLITOS
SECUNDÁRIOS 66
4.4.1 Investigação fitoquímica do extrato EAF 66
4.4.1.1 Fracionamento da fração DM de partição: substâncias VT1 67
4.4.1.1.1 Coluna CLV de reunião AF7 e AF8: 1ª coluna EAF 67
4.4.1.1.2 Coluna cromatográfica da fração AF7-8F: 2ª coluna EAF 67
4.4.1.1.3 Coluna Sephadex da fração AF7-8FVII: 3ª coluna EAF 67
4.4.1.2 Fracionamento da fração AcOEt de partição: substâncias VT1,
VT2, VT3 e VT4 67
4.4.1.2.1 CC de fração AF25: 4ª coluna EAF 68 4.4.1.2.2 Coluna Sephadex de fração AF25F: 5ª coluna EAF 68
4.4.1.2.3 CCD preparativa da fração AF25FIV: CCD preparativa EAF 68
4.4.1.2.4 Coluna Sephadex de fração AF25G: 6ª coluna EAF 68 4.4.1.2.5 Coluna CLV da fração AF26: 7ª coluna EAF 68
4.4.1.2.6 CC de reunião AF26K e AF26L: 8ª coluna EAF 69
4.4.2 Investigação fitoquímica do extrato ECR 69
4.4.2.1 Fracionamento da fração DM de partição: substâncias VT5 e
VT6 69
4.4.2.1.1 CC de fração CR10: 1ª coluna ECR 69
4.4.2.1.2 Coluna Sephadex de fração CR10E: 2ª coluna ECR 69
4.4.2.2 Fracionamento da fração AcOEt de partição: substâncias VT4,
VT7, VT8, VT9 e VT10 70
4.4.2.2.1 CC de fração CR21: 3ª coluna ECR 70 4.4.2.2.2 CC de fração CR21H: 4ª coluna ECR 70
4.4.2.2.3 CCD preparativa da fração CR21HV: CCD preparativa ECR 70
4.4.2.2.4 Coluna Sephadex de fração CR21K: 5ª coluna ECR 70
4.4.3 Pesquisa de LS do extrato ELF 71
4.4.3.1 Fracionamento de fração LF8 de CLV: substância VT11 71
4.4.3.1.1 CC de fração LF8: 1ª coluna ELF 71
4.5 ELUCIDAÇÃO ESTRUTURAL 71
4.5.1 Ressonância magnética nuclear 71
4.5.2 Espectrometria de massas 72
4.6 AVALIAÇÃO ATIVIDADE BIOLÓGICA in vitro 72
4.6.1 Análise de pureza por cromatografia líquida de ultra eficiência 72
4.6.2 Avaliação das atividades leishmanicida e tripanocida 73
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO 75 5.1 OBTENÇÃO DO MATERIAL VEGETAL E PREPARAÇÃO DOS
EXTRATOS BRUTOS 75
5.1.1 Obtenção do material vegetal e análise microscópica 75 5.1.1.1 Investigação fitoquímica de metabólitos secundários 75
5.1.1.2 Pesquisa de lactonas sesquiterpênicas (LS) 75
5.1.2 Preparação dos extratos brutos 76
5.1.2.1 Extratos hidroetanólicos para investigação fitoquímica 76
5.1.2.1.1 Particionamento dos extratos brutos 76
5.1.2.2 Extrato de lavagem foliar para pesquisa de LS 79
5.2 FRACIONAMENTO PRELIMINAR DOS EXTRATOS BRUTOS 80
5.2.1 CLV das frações orgânicas dos extratos EAF e ECR 80
5.2.2 CLV do extrato ELF 83
5.3 PURIFICAÇÃO E ISOLAMENTO DOS METABÓLITOS
SECUNDÁRIOS 84
5.3.1 Investigação fitoquímica dos extratos EAF e ECR 84 5.3.1.1 Fracionamento das frações DM e AcOEt do extrato EAF 84
5.3.1.2 Fracionamento das frações DM e AcOEt do extrato ECR 84
5.3.2 Pesquisa de LS do extrato ELF 89 5.4 ELUCIDAÇÃO ESTRUTURAL 89
5.4.1 Substância VT1 (Cafeato de etila) 89
5.4.2 Substâncias VT2 (Naringenina) e VT3 (Crisoeriol) 95
5.4.3 Substância VT4 (Eriodictiol) 106
5.4.4 Substâncias VT5 (3-hidroxi-1-[4-hidroxi-3,5-dimetoxifenil]-
propan-1-ona) e VT6 (Evofolina B) 113
5.4.5 Substância VT7 (Apigenina) 124
5.4.6 Substância VT8 (Ácido cafeico) e VT9 (Ácido protocatecuico) 129
5.4.7 Substância VT10 (Luteolina) 136
5.4.8 Substância VT11 (Glaucolídeo A) 141 5.5 AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE BIOLÓGICA in vitro 150
5.5.1 Análise de pureza por cromatografia líquida de ultra eficiência
(CLUE) 150
5.5.2 Avaliação das atividades leishmanicida e tripanocida 152
6 CONCLUSÃO 153
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS E PERSPECTIVAS 155
REFERÊNCIAS 159
31
1 INTRODUÇÃO
O emprego de plantas medicinais com finalidade terapêutica é
uma das práticas medicinais mais antigas da humanidade. O uso das
plantas e medicamentos fitoterápicos tem sido uma tendência crescente
nos últimos anos, sendo recentemente, um destaque no tratamento de
doenças crônicas (VEIGA JUNIOR; PINTO; MACIEL, 2005; ALVIM
et al., 2006; ALEXANDRE; BAGATINI; SIMÕES, 2008).
A grande diversidade vegetal torna as plantas medicinais
brasileiras altamente promissoras. No entanto, o conhecimento
relacionado à flora nativa e às propriedades medicinais destas plantas é
ainda muito escasso (SIMÕES; SCHENKEL, 2002; HEINZMANN;
BARROS, 2007).
Os produtos naturais mostram-se uma ferramenta muito útil na
descoberta de novos fármacos, servindo como fonte de padrões
moleculares inovadores. Neste contexto, o Brasil pode se tornar um
grande centro na pesquisa de plantas medicinais, deixando de ser apenas
fornecedor de matéria-prima, mas oferecendo ao mercado farmacêutico
substâncias e produtos de valor tecnológico agregado (ALVES et al.,
2008; CALIXTO; SIQUEIRA JUNIOR, 2008).
No Brasil, a regulamentação acerca das plantas medicinais e
dos fitoterápicos se dá pela Política Nacional de Plantas Medicinais e
Fitoterápicos, aprovada pelo Decreto Presidencial nº 5.813, de 22 de
junho de 2006, que visa promover acesso seguro e o uso racional de
plantas medicinais e de fitoterápicos, uso sustentável da biodiversidade,
e desenvolvimento da cadeia produtiva e da indústria nacional. A partir
desta Política, instituiu-se um Grupo de Trabalho Interministerial
responsável por elaborar o Programa Nacional de Plantas Medicinais e
Fitoterápicos, aprovado pela Portaria Interministerial nº 2960 de 9 de
dezembro de 2008, o qual também cria o Comitê Nacional de Plantas
Medicinais e Fitoterápicos com a missão de monitorar e avaliar a
implantação da Política Nacional (BRASIL, 2009).
Apesar do avanço de pesquisadores e indústria na busca de
novos medicamentos, a maioria dos medicamentos fitoterápicos
nacionais tem sua fundamentação restrita ao uso popular das plantas,
sem a adequada comprovação clínica. Da mesma forma, a maior parte
das plantas medicinais disponíveis no mercado não possuem dados que
permitam uma precisa avaliação de sua qualidade, eficácia e segurança.
Como resultado, os produtos nacionais acabam não sendo competitivos
internacionalmente, e nem em nível nacional (YUNES; PEDROSA;
32
CECHINEL FILHO, 2001; CALIXTO, 2005; CALIXTO; SIQUEIRA
JUNIOR, 2008).
O desenvolvimento e obtenção de um medicamento fitoterápico
envolvem diversas etapas, que vão desde a seleção da planta, passando
pela coleta e identificação desta, pela extração, purificação e elucidação
estrutural dos constituintes de interesse, bem como a realização de
ensaios para determinação das atividades biológicas e de toxicidade, até
as etapas relacionadas à produção, desenvolvimento tecnológico e
controle de qualidade do produto, além da realização dos ensaios
clínicos para comprovação de qualidade, eficácia e segurança (RATES,
2001).
A investigação fitoquímica objetiva conhecer os constituintes
químicos das espécies vegetais, podendo ser direcionada para
isolamento e elucidação de uma classe específica de interesse. Devido à
complexidade química das preparações vegetais, bem como à
diversidade quanto à atividade biológica, são poucas as substâncias
derivadas de plantas que apresentam comprovação para uso clínico.
Todavia, a purificação das substâncias presentes em uma preparação
vegetal é fundamental para a identificação dos compostos responsáveis
por seu potencial biológico (BROCHINI; LAGO, 2007;
FALKENBERG; SANTOS; SIMÕES, 2007; SOUSA et al., 2008).
Entre as plantas de interesse pertencente à família Asteraceae
(tribo Vernonieae) o gênero Vernonanthura apresenta 65 espécies
distribuídas pelo México, Índias Ocidentais e Américas Central e do Sul
(ROBINSON, 1992; ROBINSON, 1999; MENDONÇA et al., 2009).
Conhecida popularmente como “assa-peixe” e “mata-pasto”, a
espécie Vernonanthura tweedieana (Baker) H. Rob. tem demonstrado
atividades antibacteriana, antifúngica, antinociceptiva e
antiedematogênica (PORTILLO et al., 2005; ZANON, 2006; DÍAZ et
al., 2008; ZANON et al., 2008; TREVISAN et al., 2012).
São poucos os estudos encontrados na literatura envolvendo a
espécie V. tweedieana, revelando a importância da pesquisa acerca da
composição química e atividade biológica para a espécie (ZANON,
2006).
As informações científicas geradas com a pesquisa envolvendo
plantas medicinais de determinada região permitem auxiliar os
profissionais da saúde acerca da orientação à população, quanto ao uso
racional desses recursos terapêuticos, preconizando sua segurança e a
eficácia (LAPA et al., 2007).
Apesar do aumento no número de trabalhos de pesquisa
envolvendo produtos naturais, ainda é pequena a proporção de plantas
33
investigadas quimicamente. A tribo Vernonieae tem sido considerada
um dos grupos mais complexos de Asteraceae sob o ponto de vista
taxonômico, sofrendo alteração quanto à circunscrição de alguns
gêneros com o passar dos anos (MENDONÇA; ESTEVES;
GONÇALVES-ESTEVES, 2007). O conhecimento quimiotaxonômico
tem permitido a descoberta de novos fármacos de origem natural,
podendo ser utilizados sem alteração ou servir como modelo para
síntese de novas substâncias. Entre os metabólitos secundários
considerados mais apropriados em estudos taxonômicos, destacam-se as
lactonas sesquiterpênicas (VON POSER; MENTZ, 2007).
Pertencem ao grupo dos sesquiterpenos (hidrocarbonetos
formados por cadeias carbônicas de 15 carbonos), as lactonas
sesquiterpênicas representam um conjunto de substâncias muito
importante dentro dos produtos naturais, podendo ser obtidas de
diversas espécies de plantas. Derivam-se do esqueleto carbônico
sesquiterpênico básico, mas com a oxidação de um dos grupos metila da
porção isopropila, o que permite a formação do anel lactônico fundido a
esta cadeia (MERFORT, 2002; CHATURVEDI, 2011).
As lactonas sesquiterpênicas possuem propriedades
antibacterianas, antifúngicas, antiplasmódica, citotóxicas e antitumorais,
e representam a mais importante classe de metabólitos secundários da
família Asteraceae (NEERMAN, 2003; STRAPASSON, 2010).
A investigação do potencial de bioatividade de substâncias
químicas obtidas a partir de plantas com uso popular impulsiona a busca
de novos fármacos (DIAS et al., 2006).
A avaliação biológica de plantas e preparações vegetais é etapa
essencial na determinação de suas ações farmacológicas. Os bioensaios
podem envolver a utilização de sistemas in vitro (por exemplo, células
cultivadas), ex vivo (sistemas de tecidos e órgãos isolados), e sistemas in vivo (experimentos pré-clínicos com diferentes tipos de animais e
ensaios clínicos). Ao se testar biologicamente plantas medicinais ou
potenciais medicamentos torna-se necessário considerar fundamentos
científicos, econômicos e éticos, sendo que nos estágios iniciais de
pesquisa os testes in vitro assumem prioridade sobre os estudos in vivo
(GURIB-FAKIM, 2006; LACRET et al., 2012).
As doenças negligenciadas tropicais são um grande problema
de saúde pública para a maioria dos países em desenvolvimento.
Compõem um grupo de 17 doenças crônicas e debilitantes, causadas por
infecções virais, fúngicas, parasitárias e bacterianas, acometendo
especialmente pessoas de baixa renda (HOTEZ et al., 2007; WHO,
34
2007; HOTEZ et al., 2008; FEASEY et al., 2010; GYAPONG et al.,
2010; WHO, 2015).
Entre estas, as leishmanioses e as tripanossomíases exigem
grande atenção devido à sua incidência, distribuição e acometimento da
população. Causadas por protozoários, as leishmanioses são um
complexo de doenças causadas por protozoários parasitas do gênero
Leishmania. Já a tripanossomíase americana ou doença de Chagas é
causada pelo protozoário parasita flagelado, Trypanosoma cruzi (KAYSER; KIDERLEN; CROFT, 2002; HOTEZ et al., 2008; PINTO et
al., 2014).
Diferentes preparações vegetais e compostos derivados de
produtos naturais tem apresentado atividade leishmanicida e tripanocida
in vitro (HOET et al., 2004; ROCHA et al., 2005; UCHIYAMA, 2009;
GONZÁLEZ-COLOMA et al., 2012; JONES et al., 2013; QURESHI et
al., 2014). Ainda assim, torna-se necessário investir na pesquisa e
desenvolvimento não somente de novos produtos para o tratamento
destas enfermidades, mas garantir que estes produtos novos e atuais
sejam apropriados para uso pela população (MRAZEK; MOSSIALOS,
2003).
Desse modo, a descoberta de substâncias quimicamente
definidas isoladas de origem natural e que apresentem potentes
atividades biológicas, pode representar um avanço na busca de novos
agentes antiprotozoários, tendo em vista a urgente necessidade de novos
agentes terapêuticos para o tratamento dessas doenças negligenciadas
(ROCHA et al., 2005).
Neste contexto, a investigação fitoquímica da espécie
Vernonanthura tweedieana pode levar ao aprofundamento e
enriquecimento do conhecimento de sua composição química, além de
um progresso relevante diante da possibilidade futura de obtenção de
novos fármacos ou novos protótipos de origem natural.
35
2 REVISÃO DA LITERATURA
2.1 PLANTAS MEDICINAIS
Há milhares de anos a natureza tem se mostrado uma fonte para
o desenvolvimento de medicina e de medicamentos a partir de origem
naturais, e as plantas medicinais e seus derivados têm papel
preponderante nesta evolução (BALUNAS; KINGHORN, 2005;
CRAGG; GROTHAUS; NEWMAN, 2009).
Os produtos naturais, tanto terrestres quanto marinhos, têm
contribuído substancialmente para a descoberta de novos agentes ativos,
como por exemplo, os chamados fitomedicamentos ou fitofármacos,
constituídos por uma ou pela mistura de substâncias químicas que atuam
isoladamente ou em associação à terapia convencional. As plantas
contribuem com aproximadamente 25% dos medicamentos prescritos
em todo o mundo, com 121 dessas moléculas ativas em uso atual
(CORDELL, 2000; GURIB-FAKIM, 2006; HARVEY, 2008; AHMAD,
2009).
A fim de se compreender a contribuição dos produtos naturais
para a descoberta de agentes medicinais, torna-se necessário estabelecer
as etapas e as fontes de tais agentes. A farmacognosia, ciência que trata
da história, produção, comércio, coleta, seleção, identificação,
valorização, preservação e uso de drogas ou derivados de origem vegetal
e animal, é de fundamental importância neste contexto (CORDELL,
2000; SKALICKA-WOZNIAK; WIDELSKI; GLOWNIAK, 2008).
Diversas áreas do conhecimento estão envolvidas no
desenvolvimento de um medicamento a partir de plantas medicinais.
Entre as várias etapas envolvidas, o processo se inicia pela seleção,
coleta e correta identificação do material vegetal, passando pela
extração, isolamento, purificação e elucidação dos componentes ativos
de interesse, pela avaliação de suas atividades biológica e toxicidade,
além da produção, desenvolvimento tecnológico e controle de qualidade
do produto, até ser submetido a amplos programas de triagem clínica e
toxicológica para avaliação de sua qualidade, eficácia e segurança antes
que de ser registrados como medicamento (CORDELL, 1995; RATES,
2001; BALUNAS; KINGHORN, 2005; SKALICKA-WOZNIAK;
WIDELSKI; GLOWNIAK, 2008).
O aprimoramento das técnicas cromatográficas de extração
juntamente com os avanços dos métodos espectroscópicos tem
contribuído para o progresso da química de produtos naturais. Uma vez
36
sendo possível estabelecer o farmacóforo da substância, podem-se
empregar os conhecimentos relativos à química medicinal por meio de
modificações através de semissíntese, no intuito de aumentar a potência,
reduzir a toxicidade e/ou aprimorar a solubilidade dos constituintes
ativos (CORDELL, 2000; BROSS-WALCH et al., 2005; PHILLIPSON,
2007).
Estima-se que existam entre 300.000 a 600.000 espécies de
plantas classificadas e documentadas. Entretanto, estima-se que apenas
15% desse total já tenham sido investigados fitoquimicamente, e
somente de 6 a 10% avaliados quanto sua ação farmacológica
(SIMÕES; SCHENKEL, 2002; CHINOU, 2008; CRAGG;
GROTHAUS; NEWMAN, 2009).
O pouco conhecimento das plantas é mais evidente na região
dos trópicos, sendo que no Brasil, das cerca de 55.000 espécies de
plantas estima-se que apenas 0,4% tenham relatos de estudos. Embora
sejam escassos os conhecimentos apropriadamente registrados, devido
às ricas e diversas culturas de cura da África e das Américas Central e
do Sul, essas regiões mostram-se como uma fonte evidente de novos
fármacos à base de plantas para os próximos anos (VAN WYK; WINK,
2004; GURIB-FAKIM, 2006).
Certamente, a natureza continuará a ser uma das principais
provedoras de novas fontes para o desenvolvimento de fármacos. Para
isso, estratégias e abordagens inovadoras perante os produtos naturais
são necessárias para se aproveitar ao máximo sua diversidade química
em descobertas futuras. Mesmo com todos os desafios da pesquisa com
plantas medicinais, os produtos naturais isolados de plantas se manterão
essenciais para a busca de novos medicamentos (CORDELL, 2000;
BALUNAS; KINGHORN, 2005; CRAGG; GROTHAUS; NEWMAN,
2009).
Uma abordagem multidisciplinar se mostra necessária no que
diz respeito à descoberta e desenvolvimento de medicamentos a partir
de fontes de produtos naturais. Neste sentido, a academia pode
desempenhar uma importante função nesta área de pesquisa, que
somada à necessária interação e colaboração com as indústrias
farmacêuticas, pode contribuir para a produção de novos medicamentos
e novos protótipos de origem natural com comprovação científica de
segurança, qualidade e eficácia (PHILLIPSON, 2001; SIMÕES;
SCHENKEL, 2002; NEWMAN; CRAGG; SNADER, 2003; CALIXTO,
2005; NEWMAN; CRAGG, 2012).
37
2.2 METABOLISMO VEGETAL
O sistema metabólico de uma planta é constituído por um
conjunto de reações químicas reguladas por enzimas em diferentes rotas
metabólicas. Os produtos químicos formados, ou transformados, dessas
reações são denominados metabólitos, os quais são divididos em dois
grupos: metabólitos primários e metabólitos secundários (GURIB-
FAKIM, 2006; SANTOS, 2007; VON POSER; MENTZ, 2007).
Os metabólitos primários estão associados a processos
fundamentais, comuns a todas as plantas. São produzidos como parte
das atividades metabólicas normais das plantas, com funções vitais bem
definidas, sendo formados por açúcares, aminoácidos, nucleotídeos e
lipídeos (VON POSER; MENTZ, 2007; CHINOU, 2008).
Os metabólitos secundários são extremamente diversificados.
Apresentam estrutura complexa, baixo peso molecular, marcantes
atividades biológicas, sendo necessários para a sobrevivência e
preservação do vegetal. Podendo ser produzidos e acumulados em
determinadas famílias, gêneros e/ou espécies, fornecem uma base para a
taxonomia e quimiossistemática (GURIB-FAKIM, 2006; VON POSER;
MENTZ, 2007; CHINOU, 2008).
2.2.1 Metabólitos secundários
A real função destes metabólitos secundários para os vegetais
ainda não é totalmente conhecida, embora sejam reconhecidas funções
de várias substâncias desses metabólitos na defesa contra herbivoria,
predadores e microrganismos, proteção contra luz UV, e atração de
polinizadores e animais dispersores de sementes (SANTOS, 2007; VON
POSER; MENTZ, 2007; CHINOU, 2008; CRAGG; GROTHAUS;
NEWMAN, 2009).
A origem dos metabólitos secundários se dá a partir do
metabolismo da glicose, por duas vias de intermediários, via do ácido
chiquímico e via do acetato, conforme ilustrado resumidamente na
Figura 1. O acetato fornece unidades para formação do intermediário
ativo, acetil-coenzima A (Acetil-CoA), verdadeiro precursor de várias
substâncias (SANTOS, 2007).
38
Figura 1 – Ciclo biossintético dos metabólitos secundários.
Fonte: adaptado de Santos (2007).
Podendo ser classificados com base em sua estrutura química,
composição, solubilidade, ou via pela qual são biossintetizados, os
metabólitos secundários são divididos simplificadamente em três
grandes grupos: terpenoides (originados de via do mevalonato,
composto quase inteiramente de carbono e hidrogênio); fenólicos
(originados a partir de açúcares simples, contendo anéis benzênicos,
hidrogênio e oxigênio); e compostos nitrogenados (ou também contendo
ácido sulfúrico) (CHINOU, 2008). Dentre exemplos de classes de
metabólitos estão esteroides, terpenoides, taninos, saponinas, alcaloides,
cumarinas, glicosídeos, ácidos graxos e flavonoides (BENNETT;
WALLSGROVE, 1994; MILLS; BONE, 2000; AHMAD, 2009).
Além de apresentar importância alimentar (nutracêutico),
agronômica e para perfumaria, por serem fatores de interação entre
organismos, os metabólitos secundários frequentemente possuem
atividades biológicas interessantes que despertam o interesse
farmacêutico (SANTOS, 2007; CHINOU, 2008).
Devido à ampla diversidade molecular dos metabólitos
secundários em todo o reino vegetal, estes se tornam um recurso valioso
39
para a pesquisa e descoberta de novas moléculas de origem vegetal e
para o desenvolvimento de medicamentos inovadores (GURIB-FAKIM,
2006).
2.2.1.1 Terpenoides
Os terpenoides ou terpenos, com ocorrência na maioria das
espécies, correspondem a um dos grupos mais importantes de
compostos ativos em plantas, com mais de 20.000 estruturas conhecidas.
Sua formação se dá a partir de unidades carbônicas de cinco membros,
contendo duas insaturações, os isoprenos. As unidades isoprênicas são
obtidas do difosfato de isopentenila (IPP), o qual é sintetizado a partir
do acetato pela via do mevalonato (PENGELLY, 2004; SIMÕES;
SPITZER, 2007; HEINRICH et al., 2012), como ilustrado
resumidamente na Figura 2.
Os terpenos são formados por uma série de reações baseadas na
condensação de um número variável de unidades isoprênicas, ligados
conforme a regra “cabeça-cauda” (ligação entre o C-4 de um isopreno
ao C-1 de outro). O número de unidades incorporadas ao esqueleto
carbonado serve de base para a classificação dos diferentes terpenoides
(PENGELLY, 2004; SIMÕES; SPITZER, 2007; AHMAD, 2009;
HEINRICH et al., 2012).
Os hemiterpenos, derivados da modificação do IPP, têm a
fórmula C5H8. São os terpenoides mais simples, tendo como exemplo os
isômeros dos ácidos tíglico e angélico. Já os monoterpenos são
formados por duas unidades isoprênicas, apresentando 10 carbonos
(exemplo C10H16). São os principais constituintes de óleos essenciais
(cerca de 90%), justificando sua importância econômica como aromas e
perfumes. Os sesquiterpenos (15 carbonos) são formados por três
isoprenos e são caracterizados pelo “princípio amargo”. Podem existir
na forma alifática, bi e tricíclica, sendo destaque a formação de anéis
lactônicos fundidos ao esqueleto carbônico (lactonas sesquiterpênicas).
Diterpenos são formados por quatro unidades de isoprenos, com 20
carbonos, compõem as resinas ácidas. Os triterpenos (30 carbonos),
constituídos por seis unidades de isopreno, caracterizam as saponinas e
esteroides. Os tetraterpenos ou carotenoides, formados por oito
unidades de isopreno, contendo 40 carbonos. Além destes, os
politerpenos são aqueles formados por mais de oito unidades
isoprênicas, (C5H8)n (PENGELLY, 2004; AHMAD, 2009; HEINRICH
et al., 2012).
40
Figura 2 – Via do acetato/mevalonato para síntese de difosfato de isopentenila
(IPP).
Fonte: adaptado de Croteau et al. (2000) e Santos (2007).
Entre suas funções, os terpenos podem participar da regulação
de crescimento vegetal, como agentes protetores e de defesa contra
fitopatógenos, e influenciar as interações entre plantas e animais
(polinização, feromônios) (KOCH; BASAR; RICHTER, 2008).
2.2.1.1.1 Lactonas sesquiterpênicas
Os sesquiterpenos são a maior classe de compostos terpenoides,
e assim como os monoterpenos, são constituintes dos óleos essenciais
(PENGELLY, 2004; ZIDORN, 2008; HEINRICH et al., 2012).
41
Pertencentes aos sesquiterpenos, as lactonas sesquiterpênicas
(LS) constituem uma grande e diversificada classe de compostos de
ampla ocorrência na natureza. Cerca de 90% desses metabólitos
secundários foram obtidos da família Asteraceae, sendo componentes
característicos para a família (NEERMAN, 2003; ZIDORN, 2008;
STRAPASSON, 2010).
As LS são geralmente substâncias incolores, amargas,
relativamente estáveis e de caráter lipofílico. São sintetizadas a partir do
trans,trans-farnesilpirofosfato (formado pela condensação de três
moléculas de IPP), que passa por uma ciclização inicial para obtenção
do cátion germacrano. Por meio de subsequentes modificações
oxidativas, este cátion serve de precursor para formação dos diferentes
esqueletos das LS. A oxidação da cadeia lateral isopropila do esqueleto
sesquiterpênico, seguida da adição de oxigênio em C-6 ou C-8
possibilita o fechamento do anel lactônico (RODRIGUEZ; TOWERS;
MITCHELL, 1976; EMERENCIANO, 1983; SCHMIDT, 2006).
A classificação da LS é realizada com base no esqueleto
carbocíclico, podendo ser divididas em quatro grupos principais:
germacranolídeos (com um anel de 10 membros), eudesmanolídeos
(com dois anéis de seis membros fundidos), guaianolídeos (com anéis de
cinco e sete membros fundidos, e uma metila em C-4) e
pseudoguaianolídeos (com anéis de cinco e sete membros fundidos, e
uma metila em C-5) (SEAMAN, 1982; PICMAN, 1986; NEERMAN,
2003; PENGELLY, 2004; STRAPASSON, 2010). A Figura 3 ilustra os
principais esqueletos das LS.
No entanto, LS podem apresentar uma variedade de
esqueléticos carbocíclicos. Modificações moleculares dos esqueletos
principais podem envolver principalmente a incorporação de grupos
funcionais como hidroxilas, anéis epóxidos e ésteres (RODRIGUEZ;
TOWERS; MITCHELL, 1976; PICMAN, 1986; CHATURVEDI,
2011).
Acredita-se que existam mais de 4.000 estruturas de LS e cerca
de 30 tipos diferentes de esqueletos carbocíclicos, já relatados para as
várias tribos de Asteraceae (DA COSTA; TERFLOTH; GASTEIGER,
2005; SCHMIDT, 2006; CHATURVEDI, 2011).
42
Figura 3 – Principais esqueletos carbocíclicos para as lactonas sesquiterpênicas.
Fonte: adaptado de Picman (1986), Neerman (2003) e Chaturvedi (2011).
Os hirsutinolídeos e glaucolídeos são esqueletos
germacranolídeos altamente oxigenados. Suas moléculas possuem
insaturação endocíclica entre C-7 e C-11, um grupamento acetoxi em C-
13 e uma cadeia de éster em C-8 (Figura 4). Ambos os esqueletos
parecem ser restritos à subtribo Vernoniinae, da tribo Vernonieae
(Asteraceae) (SEAMAN, 1982; DA COSTA; TERFLOTH;
GASTEIGER, 2005; BUSKÜHL, 2007; BORKOSKY et al., 2009).
43
Figura 4 – Esqueletos carbocíclicos de hirsutinolídeo e glaucolídeo.
Fonte: adaptado de Da Costa et al. (2005).
Uma importante característica comum às LS é a presença de um
anel γ-lactônico (anel de cinco membros), podendo ser ciclizado em
direção a C-6 ou C-8. Outra característica frequente é a presença de α,β-
insaturações, sendo observada ao menos uma vez em cerca de 80% das
LS. Nas γ-lactonas a ligação dupla conjugada pode ser endocíclica,
gerando o α-ciclopenteno; ou exocíclica, gerando a α-metileno-γ-lactona
(PICMAN, 1986; ZHANG et al., 2005; SCHMIDT, 2006).
No que diz respeito ao potencial biológico, além da vantagem
como digestivos amargos, as LS possuem propriedades antibacterianas,
antimalárica, antiviral, antifúngicas, antiprotozoária, antiplasmódica,
anti-inflamatórias, moluscicida, leishmanicida, gastroprotetora,
analgésica, genotóxica, citotóxicas, alergênica e antitumoral (PICMAN,
1986; GIORDANO et al., 1990; NEERMAN, 2003; PENGELLY, 2004;
GURIB-FAKIM, 2006; GAUTAM; JACHAK, 2009; STRAPASSON,
2010; ODONNE et al., 2011).
Acredita-se que a bioatividade das LS seja mediada pela
alquilação de nucleófilos por meio das α,β- ou α,β,γ-insaturações, como
as observadas nas α-metileno-γ-lactonas ou ciclopentenonas α,β-
insaturadas. A presença desses grupos funcionais como aceptores
eletrofílicos é de grande importância para a atividade das LS, atividade
esta que pode ser influenciada também por outros elementos estruturais,
como grupos epóxi, aldeídos, peróxidos e radicais ésteres, como
metacrilato e tiglato (SCHMIDT, 2006; VIEIRA; FERNANDES;
ANDREI, 2007; CHATURVEDI, 2011).
As LS nas Asteraceae ocorrem frequentemente em tricomas
glandulares nas folhas, flores ou de sementes, e a porcentagem desses
metabólitos pode variar quantitativamente entre as espécies de 0,001% a
8% de peso seco (RODRIGUEZ; TOWERS; MITCHELL, 1976;
44
SEAMAN, 1982; KOCH; BASAR; RICHTER, 2008; CHATURVEDI,
2011).
O conteúdo dos tricomas glandulares geralmente é formado por
terpenos e óleos essenciais, dificilmente armazenados em grandes
quantidades no interior da célula. A ocorrência de tricomas, com a
presença de marcadores químicos como as LS, mostra-se como caráter
interessante no diagnóstico taxonômico para a família Asteraceae
(WAGNER, 1991; ASCENSÃO, 2007).
2.2.1.2 Compostos fenólicos
Os compostos fenólicos compreendem uma das maiores classes
de metabólitos secundários amplamente distribuídos nas plantas.
Apresentam uma grande variedade estrutural e são de considerável
importância fisiológica e morfológica para as plantas (BENNETT;
WALLSGROVE, 1994; BALASUNDRAM; SUNDRAM; SAMMAN,
2006; GURIB-FAKIM, 2006).
Os fenólicos possuem um anel benzênico com no mínimo um
dos hidrogênios substituído por um grupamento hidroxila, podendo
também ter outros substituintes como, por exemplo, grupos metila
(PENGELLY, 2004; CARVALHO; GOSMANN; SCHENKEL, 2007).
Os compostos fenólicos podem ser originados por duas rotas
metabólicas, a via do ácido chiquímico e a via do acetato/palmitato. A
rota biossintética determina o padrão de substituição dos compostos,
sendo para primeira via observadas hidroxilas em posição orto (formado
a partir do ácido cinâmico); e para a segunda, observada hidroxilas
dispostas em meta (BENNETT; WALLSGROVE, 1994; CARVALHO;
GOSMANN; SCHENKEL, 2007).
Devido à ampla diversidade estrutural, os compostos fenólicos
podem apresentar desde estruturas simples, contendo anel aromático
monocíclico com um grupo álcool, aldeído ou ácido carboxílico, como
de ácidos fenólicos, até compostos complexos, como os flavonoides,
taninos, lignanas (PENGELLY, 2004; GURIB-FAKIM, 2006).
A classificação dos fenólicos é realizada de acordo com o
esqueleto principal dos compostos, baseando-se no número de carbonos
da cadeia substituinte, além dos carbonos aromáticos (PENGELLY,
2004; BALASUNDRAM; SUNDRAM; SAMMAN, 2006; GURIB-
FAKIM, 2006; CARVALHO; GOSMANN; SCHENKEL, 2007). O
Quadro 1 apresenta as principais classes de compostos fenólicos.
Podem ainda ser divididos conforme sua ocorrência, entre
fenólicos amplamente distribuídos, que englobam ácidos fenólicos,
45
cumarinas, flavonoides, taninos e lignanas; e fenólicos de distribuição
restrita, abrangendo as demais classes (CARVALHO; GOSMANN;
SCHENKEL, 2007).
Os compostos fenólicos são distribuídos entre todas as classes
de plantas. Contribuem para o sabor, odor e coloração de vários
vegetais, sendo utilizados como flavorizantes e corantes de bebidas e
alimentos. Possuem, também, propriedades bactericida, antisséptica,
anti-inflamatória, antioxidante e anti-helmíntica (PENGELLY, 2004;
PAUL; GOHIL; BHUTANI, 2006; CARVALHO; GOSMANN;
SCHENKEL, 2007; ZHANG et al., 2009; BELLIK et al., 2012;
ZHANG et al., 2015).
Quadro 1 – Classificação dos compostos fenólicos de acordo com o tipo de
esqueleto carbônico básico.
Tipo de
esqueleto básico Classes
C6 Fenóis simples e benzoquinonas
C6-C1 Ácidos fenólicos
C6-C2 Acetofenonas e ácidos fenilacéticos
C6-C3 Fenilpropanoides (ácidos cinâmicos e análogos,
fenilpropenos, cumarinas, isocumarinas e
cromona)
C6-C4 Naftoquinonas
C6-C1-C6 Xantonas
C6-C2-C6 Estilbenos e antraquinonas
C6-C3-C6 Flavonoides e isoflavonoides
(C6-C3)2 Lignanas
(C6-C3-C6)2 Diflavonoides
(C6)n Melaninas vegetais
(C6-C3)n Ligninas
(C6-C1)n Taninos hidrolisáveis
(C6-C3-C6)n Taninos condensados
Fonte: adaptado de Balasundram et al. (2006) e Carvalho et al. (2007).
2.2.1.2.1 Flavonoides
Os flavonoides representam um dos compostos fenólicos mais
importantes e diversificados entre os compostos de origem natural,
sendo conhecidas mais de 4.000 substâncias diferentes. São
46
principalmente hidrossolúveis e estão presentes nas plantas ligados a um
açúcar como heterosídeo ou na forma aglicônica (livre) (HARBORNE,
1998; PENGELLY, 2004; ZUANAZZI; MONTANHA, 2007).
Os flavonoides são produtos de reações da via do acetato
(acetil-CoA) e via do ácido chiquímico. São sintetizados a partir das
chalconas, cuja formação se dá pela condensação de três unidades
precursoras de malonil-CoA e uma de 4-coumaroil-CoA (éster CoA
ácido hidroxicinâmico). O malonil-CoA é sintetizado do intermediário
acetil-CoA e dióxido de carbono, enquanto o 4-coumaroil-CoA deriva-
se da via do ácido chiquímico, envolvendo aminoácidos aromáticos,
como a fenilalanina e tirosina (PENGELLY, 2004; ZUANAZZI;
MONTANHA, 2007; AHMAD, 2009).
A estrutura química dos flavonoides baseia-se em um esqueleto
de 15 átomos de carbono, sendo dois anéis benzênicos (anéis A e B)
ligados por uma cadeia de três carbonos. Em geral, essa cadeia
carbônica se fecha formando um anel heterocíclico (anel C). Esta
estrutura tricíclica, conforme ilustrado na Figura 5, compreende o
núcleo fundamental dos flavonoides (BALASUNDRAM; SUNDRAM;
SAMMAN, 2006; DAVIES; YÁÑEZ, 2012).
Figura 5 – Núcleo fundamental dos flavonoides e sua numeração.
Fonte: adaptado de Zuanazzi e Montanha (2007) e Davies e Yáñez (2012).
Dependendo do nível de oxidação do anel C e das variações no
esqueleto carbônico básico, promovidas por reações de hidroxilação,
metilação, glicosilação, acilação, prenilação, e sulfonação, permite a
formação das diferentes subclasses de flavonoides, tais como
flavanonas, flavanonóis, flavonas, flavonóis, isoflavonas, flavan-3-ols e
antocianidinas (COUTINHO; MUZITANO; COSTA, 2009; DAVIES;
YÁÑEZ, 2012).
A Figura 6 apresenta um esquema simplificado da rota
biossintética para a formação das diferentes subclasses de flavonoides.
47
Figura 6 – Rota biossintética simplificada de formação dos flavonoides.
Fonte: adaptado de Zuanazzi e Montanha (2007), Ahmad (2009) e Khan et al.
(2014).
48
As funções dos flavonoides nos vegetais incluem a proteção
contra danos pela radiação UV, proteção contra insetos e
microrganismos, como atraentes de agentes polinizadores, antioxidantes,
inibidores de enzimas e controle hormonal, pigmentos e agentes
alelopáticos. Estudos demostram que flavonoides também possuem
propriedades antiviral, anti-inflamatória, antitumoral, antimutagênica,
antiproliferativa, vasorrelaxante e vasoprotetora, antifúngica e
antibacteriana (COOK; SAMMAN, 1996; MIDDLETON;
KANDASWAMI; THEOHARIDES, 2000; PENGELLY, 2004;
CUSHNIE; LAMB, 2005; ZUANAZZI; MONTANHA, 2007;
COUTINHO; MUZITANO; COSTA, 2009; DAVIES; YÁÑEZ, 2012;
KHAN; HUMA; DANGLES, 2014; LAGO et al., 2014).
2.3 FAMÍLIA ASTERACEAE
A família Asteraceae, anteriormente também conhecida por
Compositae, corresponde a uma das mais importantes fontes de espécies
vegetais com valor medicinal, devido ao grande número de plantas
usadas popularmente, muitas das quais amplamente estudadas química e
farmacologicamente (DI STASI; HIRUMA-LIMA, 2002; GURIB-
FAKIM, 2006).
A Asteraceae é a maior família das angiospermas e compreende
12 subfamílias, 43 tribos, cerca de 1.500 gêneros e aproximadamente
25.000 espécies, distribuídas na maioria dos ecossistemas do planeta,
com exceção da Antártida, sendo particularmente bem representada na
região das Américas. No Brasil, a família compreende 28 tribos, 278
gêneros e cerca de 2.000 espécies, especialmente encontradas no
cerrado, em campos rupestres, campos de altitude e restinga (GURIB-
FAKIM, 2006; MENDONÇA; ESTEVES; GONÇALVES-ESTEVES,
2007; AHMAD, 2009; HEINRICH et al., 2012; NAKAJIMA et al.,
2015a; OGASAWARA; ROQUE, 2015).
A família Asteraceae ainda não possui uma classificação
universalmente aceita. A maior parte dos membros da família é anual ou
perene, com hábitos variando desde ervas, arbustos, trepadeiras, e
ocasionalmente árvores, sendo a grande maioria dos gêneros constituída
de plantas de pequeno porte. Do ponto de vista morfológico, a
característica mais importante é em relação às inflorescências, sendo
que todos os membros da família apresentam inflorescência composta
em capítulos (DI STASI; HIRUMA-LIMA, 2002; AHMAD, 2009;
HEINRICH et al., 2012).
49
Outro aspecto em que a família é bastante diversificada diz
respeito à sua composição química, sendo mais de 5.000 espécies da
família já estudadas quimicamente, com cerca de 7.000 compostos já
isolados. Em termos fitoquímicos as asteráceas são caracterizadas pela
presença de lactonas sesquiterpênicas em alguns segmentos da família,
estes que são produtos naturais importantes e, quando presentes,
responsáveis em grande parte por sua atividade farmacológica. Também
apresentam tipicamente polifrutanos, compostos poliacetilênicos, óleos
essenciais, em alguns casos, alcaloides e diterpenoides (ALVARENGA
et al., 2001; GURIB-FAKIM, 2006; HEINRICH et al., 2012).
A tribo Vernonieae pertencente à família Asteraceae é
considerada taxonomicamente um dos grupos mais complexos da
família. Subdividida em 21 subtribos, com aproximadamente 100
gêneros e cerca de 1.500 espécies, a tribo é amplamente distribuída pelo
Paraguai, Uruguai, Bolívia, Argentina e Brasil, basicamente
concentrando-se no sudeste brasileiro. No Brasil, apresenta 15 subtribos,
cerca de 50 gêneros e aproximadamente 450 espécies (KEELEY;
FORSMAN; CHAN, 2007; SALLES-DE-MELO et al., 2010;
MARINHO, 2014; NAKAJIMA et al., 2015b).
A tribo compreende membros anuais ou perenes, cujos hábitos
são variados, desde ervas, arbustos, lianas (trepadeiras) e, raramente,
árvores de grande porte. Em termos fitoquímicos, já foram obtidos mais
de 800 compostos diferentes para tribo, sendo destaque para as lactonas
sesquiterpênicas e triterpenos, além de terpenoides, flavonoides,
cumarinas, poliacetilenos e fenilpropanoides (ALVARENGA et al.,
2001; MENDONÇA; ESTEVES; GONÇALVES-ESTEVES, 2007;
OGASAWARA; ROQUE, 2015).
2.3.1 Gênero Vernonanthura
O gênero Vernonanthura pertence à tribo Vernonieae
(Asteraceae) e compreende cerca de 70 espécies, distribuídas nas regiões
do México, Índias Ocidentais e América Central e do Sul. No Brasil,
existem aproximadamente 40 espécies, predominantemente encontradas
nas regiões Sul e Sudeste. O gênero Vernonanthura H. Rob. foi criado
para designar um grupo de espécies antes pertencentes ao gênero
Vernonia Schreb, muito embora a nomenclatura para esse novo gênero
ainda não seja totalmente consolidada na literatura, sendo empregado
em muitos trabalhos o basiônimo (Vernonia) das espécies estudadas
(ROBINSON, 1992; ROBINSON, 1999; MENDONÇA et al., 2009;
50
VEGA; DEMATTEIS, 2010; VEGA; DEMATTEIS, 2011;
REDONDA-MARTÍNEZ; VILLASEÑOR; TERRAZAS, 2012).
O gênero é caracterizado pelo hábito lenhoso e ereto, por vezes
com xilopódio e inflorescência tirsoide ou paniculiforme e com grãos de
pólen do tipo A (REDONDA-MARTÍNEZ; VILLASEÑOR;
TERRAZAS, 2012; MOREIRA, 2013).
As espécies de Vernonanthura representam as chamadas
"assapeixes", que no Brasil são utilizadas popularmente na preparação
de xaropes para o tratamento de gripes e resfriados. Correspondem a
arbustos, subarbustos ou árvores de pequeno porte, que frequentemente
são encontrados nas vegetações próximas às cidades, facilitando sua
coleta (LEITÃO et al., 2014).
Diferentes classes de compostos já foram identificadas para o
gênero, como ácidos graxos, flavonoides, terpenoides, ácidos fenólicos,
esteroides, e principalmente lactonas sesquiterpênicas (BORKOSKY et
al., 1995; BAZON et al., 1997; BORKOSKY et al., 1997; KOTOWICZ
et al., 1998; POLLORA et al., 2004; OLIVEIRA et al., 2012; IGUAL et
al., 2013; MANZANO et al., 2013; SANTANA et al., 2013;
MANZANO et al., 2014; MARTUCCI et al., 2014).
Das atividades descritas para preparações e/ou substâncias
obtidas do gênero estão, por exemplo, as atividades antifúngica
(PORTILLO et al., 2005; SANTANA et al., 2012; MANZANO et al.,
2013), antiprotozoária (SANTANA et al., 2014), antibacteriana
(ROCHA-GRACIA et al., 2013), “antifeedant” (DEL CORRAL et al.,
2014) e antiulcerogênica (BARBASTEFANO, 2007; OLIVEIRA et al.,
2011).
São encontrados muitos outros estudos envolvendo espécies de
Vernonanthura, mas sendo frequentemente empregados seus basiônimos
(Vernonia), tanto para estudos fitoquímicos de caraterização, desde
alcaloides, flavonoides, terpenoides, esteroides, poliacetilenos, ácidos
fenólicos a lactonas sesquiterpênicas (MABRY et al., 1975a;
BOHLMANN et al., 1983; ABEGAZ et al., 1994; CARVALHO;
COSTA; SANTOS ABREU, 1999; PÉREZ-AMADOR et al., 2008;
MAIA et al., 2010; TOYANG; VERPOORTE, 2013); quanto para
estudos biológicos, sendo demonstradas as atividades anti-inflamatória,
antibacteriana, analgésica, reguladora de pressão arterial,
antiproliferativa, antifúngica, leishmanicida, antiulcerogênica e
antinociceptiva (VALVERDE et al., 2001; SILVEIRA; FOGLIO;
GONTIJO, 2003; BARBASTEFANO et al., 2007; BRAGA et al., 2007;
RISSO; SCARMINIO; MOREIRA, 2010; SANTOS JÚNIOR et al.,
2010).
51
2.4 ESPÉCIE Vernonanthura tweedieana
A espécie Vernonanthura tweedieana (Baker) H. Rob. (Figura
7) era anteriormente referida por seu basiônimo e sinonímia botânica,
Vernonia tweedieana Baker (BAKER, 1873; ROBINSON, 1992;
FLANN, 2015; IPNI, 2015; THEPLANTLIST.ORG, 2015;
TROPICOS.ORG, 2015), passando a integrar o gênero Vernonanthura
após reclassificação realizada por Robinson (1992).
Figura 7 – Ilustração de espécimes de Vernonanthura tweedieana (Baker) H.
Rob.
Fonte: Fotos do autor
Popularmente conhecida como “assapeixe”, “língua-de-vaca”,
“chamarrita”, “erva-de-mula”, “orelha-de-mula”, “mata-pasto”, “erva-
de-laguna” e “laguneira”, a espécie tem ocorrência no Brasil, Argentina
e Paraguai. No Brasil, é encontrada principalmente na região sul, mas
ocorre também nos estados de São Paulo, Mato Grosso do Sul, Minas
Gerais. No estado de Santa Catarina é predominante na região do meio
oeste e vale do Itajaí, e constitui uma das principais plantas invasoras de
52
pastagens, principalmente de solos úmidos, sendo encontrada em quase
toda vegetação secundária catarinense (CABRERA; KLEIN, 1980;
ROBINSON, 1999; SOARES, 2012; GARCIA et al., 2013; GASPER et
al., 2013).
A espécie V. tweedieana compreende subarbustos eretos com
aproximadamente 2 m de altura, caule ramificado, ramos achatados
densamente gríseo-pubescentes, sulcados. Com folhas alternadas,
levemente pecioladas (com pecíolo de 0,7 a 1,3 cm de contorno plano-
convexo), membranáceas, lanceoladas, agudas no ápice e atenuadas na
base, com bordos serreados, medindo de 5 a 12 cm de comprimento e de
1,3 a 2,5 cm de largura, com face adaxial estrigosa-setosa e face abaxial
estrigosa a setosa, com tricomas em forma de “T”, tendo a epiderme
revestida por cutícula levemente ornamentada, que apresenta estrias
mais evidentes nas proximidades dos estômatos anomocíticos,
localizados em ambas as faces epidérmicas. Apresenta nervura central
mais pronunciada na face abaxial. Possui capítulos numerosos,
pedicelados, em número de 2 a 3, formando cincínios curtos agrupando-
se em uma densa panícula corimbiforme. Os aquênios pubescentes de 2
mm de comprimento, com papus alvo, persistente, externo plano,
interno cilíndrico 6 a 7 mm, e flores brancas ou roxas (de 14 a 25), de
corola lilás, com tubo de 7 a 9 mm, anteras de 3 a 4 mm e estilete de 7 a
10 mm, sendo florescente no verão entre os meses de fevereiro e abril,
predominantemente em março (CABRERA; KLEIN, 1980; SOARES,
2012; DUARTE; CHELLA, 2014).
Empregada na medicina popular para o tratamento de doenças
respiratórias, a espécie V. tweedieana mostra-se como alternativa
terapêutica para gripes, bronquites e tosses (ZANON, 2006; ZANON et
al., 2008).
Diferentes são as atividades biológicas demonstradas para a
espécie. Ensaios realizados com soluções extrativas de V. tweediana em
hexano, clorofórmio, acetato de etila e em metanol demonstraram
atividade bacteriana contra Proteus vulgaris, Enterobacter aerogenes, Proteus mirabilis, Serratia marcescens, Pseudomonas aeruginosa,
Staphylococcus aureus, Acinetobacter baumannii e Bacillus cereus (DÍAZ et al., 2008).
Petri e colaboradores (2008) demonstraram atividade
imunomoduladora em camundongos para o extrato hidroetanólico de V.
tweedieana. Foi comprovada também, a atividade antioxidante para
extrato bruto hidroetanólico, e para as frações diclorometânica, acetato
de etila e butanólica de V. tweedieana, em modelo de DPPH (ZANON,
2006).
53
Trevisan e colaboradores (2012) confirmaram atividade
antinociceptiva e antiedematogênica do esteroide α-espinasterol obtido
de V. tweediana. O sesquiterpeno 6-cinamoil-1-hidroxieudesm-4-en-3-
ona, purificado a partir de raízes da espécie apresentou atividade
antifúngica contra Candida albicans, Cryptococcus neoformans,
Microsporum gypseum, Saccharomyces cerevisiae e principalmente
Trichophyton mentagrophytes (PORTILLO et al., 2005).
Identificou-se atividade tóxica de solução extrativa hexânica de
raiz e clorofórmica de partes aéreas de V. tweediana contra Artemia
salina, cujos valores de DL50 foram 9,32 ppm e 1 ppm, respectivamente
(BARDÓN et al., 2007; DÍAZ et al., 2008).
Da mesma forma, Olguin e colaboradores (2005) confirmaram
leve atividade tóxica do extrato hexânico de raiz de V. tweediana contra
A. salina (DL50 = 922 ppm), além de demonstrar a atividade alelopática
dos extratos hexânico e acetato de etila frente ao crescimento de
radículas de Lactuca sativa (alface).
Em contrapartida, Zanon (2006) demonstrou não haver
toxicidade aguda em camundongos para o extrato bruto hidroetanólico,
e para as frações diclorometânica, acetato de etila e butanólica de V. tweedieana.
Segundo Montanha e colaboradores (2004) os extratos, aquoso
e hidroetanólico de V. tweedieana, testados contra cepas virais HSV-1,
não apresentaram atividade antiviral (CC50 = 1,0 e 0,5 mg/ml,
respectivamente). Da mesma forma, os óleos essenciais das flores e
folhas de V. tweedieana não apresentaram atividade antimicrobiana
frente a Enterococus faecalis e S. aureus (LOQUETE et al., 2008).
Entre os constituintes químicos já caracterizados para a espécie
V. tweedieana estão triterpenos, como α- e β-amirina e lupeol, esteroides
como β-sitosterol, estigmasterol e espinasterol, a flavanona eriodictiol, o
sesquiterpeno 6-cinamoil-1-hidroxieudesm-4-en-3-ona, e o ácido
palmítico, ilustrados na Figura 8 (PORTILLO et al., 2005; ZANON,
2006; DÍAZ et al., 2008; ZANON et al., 2008; ROSSATO et al., 2011;
TREVISAN et al., 2012).
54
Figura 8 – Constituintes químicos caracterizados de Vernonanthura tweedieana
(Baker) H. Rob.
Fonte: Adaptado de Portillo et al. (2005), Zanon (2006), Díaz et al. (2008),
Zanon et al. (2008), Rossato et al. (2011) e Trevisan et al. (2012).
2.5 DOENÇAS TROPICAIS NEGLIGENCIADAS
As doenças tropicais negligenciadas são um grupo diversificado
de doenças com efeitos crônico, debilitante, incapacitante e
desfigurante. Promovem infecções virais, fúngicas, bacterianas e
parasitárias, estando entre as principais causas de doença que acometem
populações de baixa renda (HOTEZ et al., 2008; GYAPONG et al.,
2010; WHO, 2015).
As doenças tropicais negligenciadas compreendem um grupo de
17 doenças endêmicas em 149 países, afetando cerca de 1,4 bilhões de
pessoas. Essas doenças podem ser divididas conforme seus patógenos em quatro grupos: protozoários, bactérias, helmintos e vírus (HOTEZ et
al., 2008; FEASEY et al., 2010; WHO, 2015). A Quadro 2 apresentas as
diferentes enfermidades que compõem as doenças tropicais
negligenciadas.
55
Quadro 2 – Doenças tropicais negligenciadas.
Tipo de patógeno Doenças
Protozoários Doença de Chagas
Tripanossomíase Humana Africana (“doença do sono”)
Leishmanioses
Bactérias Úlcera de Buruli
Lepra (Hanseníase)
Tracoma (Conjuntivite granulomatosa)
Bouba
Helmintos Cisticercose/Teníase
Dracunculíase (doença do “verme-da-guiné”)
Equinococose
Trematodíases transmitidas por alimentos
Filariose linfática (Elefantíase)
Oncocercose (“cegueira dos rios”)
Esquistossomose
Helmintíases transmitidas pelo solo
Vírus Dengue e Chicungunha
Raiva
Fonte: adaptado de WHO (2015).
Predominantes na região dos trópicos, essas doenças são um
grande problema de saúde pública para a maioria dos países em
desenvolvimento. Sendo associadas a altos níveis de morbidade e/ou
mortalidade, uma vez que vacinas e tratamentos medicamentosos
adequados não estão disponíveis, acometem quase exclusivamente as
populações marginalizadas e de baixa renda. Embora a pobreza seja
quesito preponderante, outros fatores podem estar relacionados à
epidemiologia dessas doenças, como etnia, idade, gênero e fatores
ecológicos (MRAZEK; MOSSIALOS, 2003; WHO, 2007; HOTEZ et
al., 2008; FEASEY et al., 2010; GYAPONG et al., 2010).
Com incidência no Brasil e América do Sul as doenças
parasitárias (leishmanioses e doenças de Chagas) merecem atenção por
sua distribuição, prevalência e acometimento da população. O estímulo
na pesquisa e desenvolvimento de novos, seguros, eficazes e adequados
tratamentos medicamentosos e vacinas para essas doenças torna-se
necessário para promover a melhoria da saúde e do desenvolvimento
econômico dos países em que ocorrem (MRAZEK; MOSSIALOS,
2003; HOTEZ et al., 2007; HOTEZ et al., 2008).
56
2.5.1 Leishmanioses
As leishmanioses são doenças parasitárias causadas por
protozoários intracelulares obrigatórios do gênero Leishmania, incluindo
cerca de 20 espécies que podem causar um espectro de doenças que vai
desde úlceras cutâneas a doença visceral fatal. Com prevalência global
de 12 milhões e com estimativa de população de 350 milhões em
situação de risco, as leishmanioses estão presentes em 88 países
diferentes, sendo predominantes na Índia, Sul da Ásia, África
Subsaariana, América Latina e Caribe (HOTEZ et al., 2007; WHO,
2007; FEASEY et al., 2010).
Dependendo de fatores como predisposição genética e
condições imunológicas do hospedeiro, e da espécie de Leishmania
envolvida, as leishmanioses podem apresentar uma variedade de
sintomas clínicos, que vão desde manifestações cutâneas e
mucocutâneas mais brandas, até sintomas viscerais fatais. Sendo assim,
as leishmanioses podem ser divididas em cutânea (tegumentar) e
visceral (KAYSER; KIDERLEN; CROFT, 2002; HOTEZ et al., 2007;
WHO, 2007).
A leishmaniose cutânea é a mais comum, considerada uma
enfermidade polimórfica e espectral da pele e das mucosas.
Caracterizada por lesões ulcerosas, indolores, únicas ou múltiplas no
rosto, braços e pernas, que embora curem espontaneamente, causam
incapacidade grave e deixam cicatrizes graves e desfigurantes
permanentemente. A forma cutaneomucosa é caracterizada por lesões
mucosas agressivas que afetam as regiões nasofaríngeas, destruindo
tecidos moles do nariz, boca e garganta. Na forma disseminada
apresenta múltiplas úlceras cutâneas por disseminação hematogênica ou
linfática e, finalmente, a forma difusa com lesões nodulares não-
ulceradas (GENARO; REIS, 2005; WHO, 2007).
No Brasil, a leishmaniose cutânea pode ser causada por
diferentes espécies, como Leishmania braziliensis, L. guyanensis, L. lainsoni, L. shawi, L. naiffi e L. amazonensis. No ano de 2005 foram
registrados cerca de 62.000 casos da forma cutânea na América Latina,
sendo 28.375 casos no Brasil (GENARO; REIS, 2005; HOTEZ et al.,
2008).
A leishmaniose visceral é uma doença crônica, grave, de alta
letalidade se não tratada, podendo ser fatal dentro de dois anos. Consiste
de uma infecção sistêmica, de evolução crônica, caracterizada por febre
irregular de intensidade média e de longa duração, esplenomegalia,
hepatomegalia, acompanhada dos sinais biológicos de anemia,
57
leucopenia, trombocitopenia, hipergamaglobulinemia e
hipoalbuminemia. A linfoadenopatia periférica é comum em alguns
focos da doença (GENARO; REIS, 2005; WHO, 2007).
A doença visceral é causada por parasitos do complexo L.
donovani que inclui as espécies L. donovani, L. infantum e L. chagasi,
esta última sendo responsável pelas formas clínicas nas Américas. Cerca
de 90% dos casos mundiais estão concentrados na Índia, Bangladesh,
Nepal, Sudão e Brasil. Em 2004, dos 5.000 casos que foram registrados
na América Latina, 3.386 foram no Brasil (MICHALICK; GENARO,
2005; HOTEZ et al., 2008).
Nas Américas, a transmissão da leishmaniose ocorre a partir de
flebotomíneos fêmeas do gênero Lutzomyia, conhecidos por “mosquito-
palha”. Os ciclos de transmissão podem ser silvestres (em que a
transmissão pode ocorrer entre os animais, sem intervir infecção
humana) ou domésticos (em que os reservatórios predominantes são
seres humanos e cães) (KAYSER; KIDERLEN; CROFT, 2002;
FEASEY et al., 2010).
A doença apresenta dois ciclos, um no vetor (mosquito) e outro
no hospedeiro vertebrado. No intestino do inseto transmissor, bem como
em meio de cultura de tecidos, o parasita existe como formas
promastigotas extracelulares, alongadas e flageladas. As formas
promastigotas, que são encontradas no tubo digestivo do mosquito
(hospedeiro invertebrado) na forma livre ou aderidas ao epitélio
intestinal, são injetadas na pele durante a alimentação do mosquito e
rapidamente são absorvidas pelos fagócitos mononucleares,
principalmente macrófagos residentes, onde ficam mantidas no vacúolo
intracelular. Dentro do fagolisossoma os parasitas se transformam em
amastigotas e se multiplicam como ovóides, que são especialmente
adaptadas para as elevadas temperaturas dentro do mamífero hospedeiro
e do ambiente hostil no interior dessas células. A multiplicação
amastigota maciça leva ao rompimento celular e liberação de parasitas
para infectar células hospedeiras recém-recrutadas. A infecção do inseto
ocorre ao picar o hospedeiro vertebrado, no repasto sanguíneo, quando
juntamente com o sangue ingere macrófagos parasitados por formas
amastigotas, que ao serem liberados no esôfago do mosquito sofrem
uma divisão binária e se transformam rapidamente em promastigotas
(KAYSER; KIDERLEN; CROFT, 2002; GENARO; REIS, 2005;
MICHALICK; GENARO, 2005).
O tratamento é complexo, realizado com antimoniais,
anfotericina B e antimoniato de N-metil glucamina. Deve ser adaptado
para os sintomas, a gravidade da infecção, as espécies infectantes. Entre
58
os problemas relacionados ao tratamento estão o alto custo, a incidência
de efeitos colaterais, resistência aos fármacos e a baixa adesão
(MRAZEK; MOSSIALOS, 2003; HOTEZ et al., 2007; FEASEY et al.,
2010; PELISSARI et al., 2011).
Na revisão realizada por Rocha e colaboradores (2005) foram
identificadas 101 plantas com potencial leishmanicida, sendo relatadas
239 substâncias naturais com atividade leishmanicida. Entre os
compostos isolados e identificados estão terpenoides, alcaloides,
flavonoides, esteroides, lipídios, cumarinas, hidrocarbonetos, entre
outros. As potentes propriedades leishmanicidas apresentadas por
substâncias isoladas de origem natural representam um avanço na busca
de novos agentes antiprotozoários em meio à necessidade urgente de
medicamentos inovadores para o tratamento dessas doenças.
2.5.2 Tripanossomíase americana
A tripanossomíase americana, ou doença de Chagas, é uma
doença parasitária causada pelo protozoário flagelado Trypanosoma
cruzi. Nas Américas, o T. cruzi infecta cerca de 200.000 novas pessoas
por ano. Isso faz com que a doença de Chagas seja uma condição
parasitária humana mais importante nas Américas. No Brasil, esta
endemia atinge cerca de oito milhões de habitantes, principalmente
populações pobres que residem em condições precárias, mostrando um
problema médico-social grave (KAYSER; KIDERLEN; CROFT, 2002;
LANA; TAFURI, 2005; WHO, 2007; FEASEY et al., 2010).
A doença de Chagas tem prevalência global de 8-9 de milhões,
tendo de 25-90 milhões de pessoas em situação de risco, sendo que a
América Latina (em 13 países) e o Caribe são as regiões de maior
prevalência (HOTEZ et al., 2007; HOTEZ et al., 2008).
O T. cruzi é transmitido por meio das fezes de triatomíneos,
insetos hematófagos conhecidos como “barbeiro”. A infecção ocorre
pela penetração de formas tripomastigotas metacíclicas, que são
eliminadas nas fezes ou na urina do barbeiro durante o hematofagismo,
que podem invadir feridas, olhos ou mucosas. Cerca de 30% dos
indivíduos infectados desenvolvem a doença de Chagas crônica
(KAYSER; KIDERLEN; CROFT, 2002; BARRETT et al., 2003;
LANA; TAFURI, 2005; FEASEY et al., 2010).
Outras formas de transmissão do T. cruzi envolvem transfusão
de sangue infectado, como segundo modo mais significativo,
transmissão congênita, com mais de 100 casos no Brasil e Chile, além
59
da transmissão por acidentes laboratoriais e por transplante (LANA;
TAFURI, 2005; WHO, 2007).
As manifestações clínicas da doença de Chagas podem ser
agudas ou crônicas. As agudas podem ser sintomáticas, começando 6-10
dias após a contaminação pelo barbeiro, iniciando com manifestações
locais além de sintomas gerais como febre, edema localizado e
generalizado, poliadenia, hepatomegalia, esplenomeglia e, às vezes,
insuficiência cardíaca e perturbações neurológicas; podem ser ainda
assintomáticas, indeterminada que pode durar anos. A infecção crônica,
que geralmente começa na infância, pode danificar irreversivelmente o
coração, esôfago, cólon e sistema nervoso periférico na vida adulta, com
cardiomiopatia, megacólon, megaesôfago (BARRETT et al., 2003;
LANA; TAFURI, 2005; HOTEZ et al., 2007; WHO, 2007).
O ciclo biológico do T. cruzi é do tipo heteroxênico, com uma
fase de multiplicação intracelular no hospedeiro vertebrado (homem e
mamíferos) e extracelular no inseto vetor (triatomíneos, barbeiro). No
inseto, são encontradas formas arredondadas com flagelo denominadas
esferomastigotas presentes no estômago e intestino. Também formas
epimastigotas presentes em todo o intestino e tripomastigotas presentes
no reto, sendo tripomastigota metacíclica a forma mais natural de
infecção para o hospedeiro vertebrado. Os tripomastigotas metacíclicas
transmitidos pelo vetor interagem com células da pele ou mucosas, onde
ocorre a transformação dos tripomastigotas em amastigotas, que aí se
multiplicam por divisão binária simples. A seguir, ocorre a
diferenciação dos amastigotas em tripomastigotas, que caem na corrente
circulatória, atingem outras células de qualquer tecido ou órgão para
cumprir novo ciclo celular ou são destruídos por mecanismos
imunológicos do hospedeiro. Podem ainda ser ingeridos por novo inseto,
onde cumprirão seu ciclo extracelular (KAYSER; KIDERLEN;
CROFT, 2002; LANA; TAFURI, 2005).
Não há tratamento específico para a doença de Chagas. O
tratamento é experimental e pode incluir uso de nifurtimox e
benznidazol, mas ambos os fármacos são eficazes apenas na fase aguda
da doença, além de que estão associados com longo período de
tratamento, efeitos colaterais severos, fraca tolerância e baixa adesão
(BARRETT et al., 2003; MRAZEK; MOSSIALOS, 2003; HOTEZ et
al., 2007).
As plantas têm se mostrado uma rica fonte de substâncias com
atividade contra as formas amastigota, epimastigota e tripomastigota do
T. cruzi, e se apresentam como uma das direções promissoras na busca
de fármacos eficazes na prevenção e tratamento da doença de Chagas.
60
Diferentes substâncias de origem natural de diversas classes, como
quinonas, flavonoides, alcaloides e terpenos mostraram-se ativas contra
o T. cruzi (SAÚDE-GUIMARÃES; FARIA, 2007; UCHIYAMA, 2009).
A carência de medicamentos mais eficazes para a cura da
infecção nas suas fases aguda e crônica permanece, podendo ser os
produtos naturais uma alternativa na busca de novos fármacos ou
protótipos para o tratamento da doença de Chagas.
61
3 OBJETIVOS
3.1 OBJETIVO GERAL
Realizar a investigação fitoquímica da espécie Vernonanthura tweedieana (Asteraceae) para isolamento dos componentes majoritários
e a avaliação da atividade antiparasitária in vitro.
3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Obter os componentes majoritários dos extratos hidroetanólicos
preparados a partir das partes aéreas e da combinação de caules e raízes
de V. tweedieana (Asteraceae);
Investigar a presença de lactonas sesquiterpênicas em extratos
específicos preparados a partir das folhas de V. tweedieana
(Asteraceae);
Purificar e caracterizar as substâncias majoritárias e
minoritárias dos extratos hidroetanólicos por meio de técnicas
espectroscópicas como Ressonância Magnética Nuclear (RMN) e
Espectrometria de Massas (EM);
Ensaiar as substâncias majoritárias isoladas e identificadas em
modelos biológicos in vitro para avaliação da atividade antiparasitária
(em parceria);
62
63
4 MATERIAIS E MÉTODOS
4.1 MATERIAL VEGETAL
O material vegetal empregado neste estudo foi obtido e
preparado de maneira diferente, de acordo com a finalidade proposta. A
coleta e preparação, bem como a elaboração das soluções extrativas
derivadas, foram divididas em duas etapas, sendo a primeira etapa
destinada à investigação fitoquímica de metabólitos secundários em
geral; e a segunda, voltada à pesquisa de lactonas sesquiterpênicas.
4.1.1 Investigação fitoquímica de metabólitos secundários
Os espécimes de Vernonanthura tweedieana (Asteraceae)
empregados nesta etapa foram coletados em abril de 2013, no município
de Florianópolis, estado de Santa Catarina, Brasil. Foram realizadas
duas coletas, sendo a primeira realizada dia 04/04/2013 na região da
Costa da Lagoa da Conceição (27º33'54.8"S 48º25'48.0"W) e a segunda
coleta, dia 06/04/2013 nos arredores da Universidade Federal de Santa
Catarina (UFSC) - Campus Universitário Reitor João David Ferreira
Lima Trindade (27°35'54.7"S 48°31'00.3"W).
A identidade botânica foi confirmada pelo biólogo Dr. Ademir
Reis, sendo avaliada por meio da comparação com exsicatas
representativas da espécie. O material herborizado foi depositado no
Herbário Barbosa Rodrigues (HBR), no município de Itajaí/SC, sob
registro “L. A. da Silva s.n. 06/04/2013 - HBR 54999”, e no Herbário
RB do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, município do Rio de Janeiro,
sob registro “RB 612274”.
O material vegetal de ambas as coletas foi separado em dois
conjuntos de farmacógenos, um composto por partes aéreas, as quais
foram rasuradas manualmente; e outro constituído por caules e raízes,
que tiveram o tamanho reduzido com auxílio de tesoura de jardinagem.
Os farmacógenos foram utilizados frescos no processo de extração.
4.1.2 Pesquisa de lactonas sesquiterpênicas (LS)
Para a pesquisa de LS realizou-se nova coleta em outubro de
2014, no município de Florianópolis/SC, na região da Costa da Lagoa da
Conceição (27º33'54.8"S 48º25'48.0"W). O local de coleta selecionado
64
foi o mesmo onde foram coletados os espécimes empregados na análise
fitoquímica (item 4.1.1), garantindo a identidade botânica, confirmada
previamente.
Para esta etapa, foram coletadas somente as folhas de V.
tweedieana (Asteraceae), manipuladas de modo a evitar rasuras. As
folhas de V. tweedieana foram secas à temperatura ambiente e ao abrigo
de luz solar, revolvidas cuidadosamente duas vezes ao dia, durante cinco
dias.
Uma alíquota das folhas secas foi avaliada microscopicamente,
em microscópio óptico Studar Lab®, para investigação da presença de
tricomas glandulares. Para tanto, as folhas foram seccionadas
transversalmente a mão-livre, clarificadas em hipoclorito de sódio a 2%
e observadas em microscópio com aumento de 400 vezes.
4.2 PREPARAÇÃO DAS SOLUÇÕES EXTRATIVAS
4.2.1 Extratos hidroetanólicos para investigação fitoquímica
4.2.1.1 Obtenção dos extratos brutos
As duas combinações de farmacógenos frescos de
Vernonanthura tweedieana (conforme item 4.1.1), sendo 2,6 kg de
partes aéreas e 5,9 kg de caules e raízes, foram utilizadas separadamente
para a preparação dos extratos. Os extratos foram obtidos por maceração
à temperatura ambiente, utilizando como líquido extrator uma mistura
hidroetanólica a 75%, durante um período total de 56 dias. A renovação
do solvente se deu três vezes, sendo as duas primeiras vezes a cada 21
dias, e a última após sete dias, sendo ainda mantida a maceração por
mais sete dias após a última renovação do líquido extrator.
Os extratos hidroetanólicos foram filtrados por papel filtro e o
solvente foi removido sob pressão reduzida com auxílio de evaporador
rotatório. O solvente recuperado foi ajustado para a proporção inicial e
empregado na re-extração do material vegetal.
Os extratos hidroetanólicos brutos da combinação das partes
aéreas (EAF) e dos caules e raízes (ECR) foram levados à secura e
armazenados em temperatura reduzida (8 ºC), até posterior processo de
particionamento. Após avaliação por cromatografia em camada delgada,
as combinações EAF das diferentes coletas foram reunidas. O mesmo se
deu para as combinações ECR obtidas diferentes coletas.
65
4.2.1.2 Particionamento dos extratos brutos
O processo de particionamento dos extratos brutos EAF
reunidos (172,0 g) e ECR reunidos (291,6 g) foi realizado,
separadamente, em funil de separação e utilizando solventes de ordem
crescente de polaridade (maiores detalhes, item 5.1.2.1.1 – Fluxogramas 1 e 2).
Para tanto, os extratos brutos levados à secura foram suspensos
em água destilada e submetidos a uma partição líquido/líquido, sob
agitação manual, de forma exaustiva e sucessiva, utilizando hexano,
diclorometano (DM) e acetato de etila (AcOEt), respectivamente.
A fração aquosa residual resultante foi liofilizada e armazenada
em temperatura reduzida (8 ºC). Os extratos orgânicos tiveram o
solvente removido em evaporador rotatório e sob pressão reduzida, para
obtenção das frações hexano, DM e AcOEt, respectivamente.
As frações orgânicas foram então submetidas a diferentes e
consecutivos processos de fracionamento cromatográfico para
purificação dos compostos de interesse.
4.2.2 Extrato de lavagem foliar para pesquisa de LS
As folhas secas e íntegras (704,0 g) de V. tweedieana (conforme
item 4.1.2) foram usadas na preparação dos extratos de lavagem foliar,
segundo técnica adaptada de Faleiro (2014). Uma alíquota de cerca de
20 folhas foi transferida para frasco de vidro e imersa durante 30
segundos em acetona P.A. (1 L), sob leve agitação.
Cada litro de acetona foi reutilizado para a extração de seis
alíquotas de folhas, como descrito anteriormente. Empregou-se um total
de 5 L de líquido extrator para a lavagem de todas as folhas.
Os extratos da lavagem foram reunidos e filtrados por papel
filtro. O solvente foi removido em evaporador rotatório sob pressão
reduzida, resultando no extrato bruto acetônico de lavagem foliar (ELF),
o qual foi levado à secura e armazenado em temperatura reduzida (8 ºC)
para posterior fracionamento cromatográfico.
4.3 FRACIONAMENTO PRELIMINAR E MONITORAMENTO
CROMATOGRÁFICO
4.3.1 Fracionamento cromatográfico preliminar
66
As frações orgânicas DM e AcOEt derivadas de ambos os
extratos EAF e ECR, bem como o extrato ELF para pesquisa de LS,
foram submetidos ao fracionamento preliminar por cromatografia
líquida a vácuo (CLV).
Utilizou-se como fase estacionária (FE) sílica gel 60 (230-400
mesh; 0,04-0,063 mm). O eluente utilizado como fase móvel (FM), em
sistema gradiente, foi composto por solventes de grau P.A. em ordem de
polaridade crescente. Empregou-se desde hexano, passando por
concentrações crescentes de DM em hexano, concentrações crescentes
de AcOEt ou acetona em DM, misturas de metanol (MeOH) e AcOEt ou
acetona, até MeOH puro. Para alguns casos, a última eluição se deu com
misturas de água e MeOH.
A proporção de cada solvente utilizado nas preparações das
misturas binárias foi selecionada conforme o perfil de cada fração em
cromatografia em camada delgada.
4.3.2 Monitoramento por cromatografia em camada delgada (CCD)
Para acompanhar e monitorar a separação das substâncias nas
frações obtidas empregaram-se a análises por CCD, em que foram
utilizadas cromatofolhas de sílica gel 60 com indicador de fluorescência
(F254) em suporte de alumínio (SiliCycle®). Para frações mais polares
foram utilizadas cromatofolhas de sílica de fase reversa (C18), com
indicador de fluorescência (F254), também em suporte de alumínio
(Macherey-Nagel®).
Para cada separação cromatográfica selecionou-se previamente
o solvente ou a mistura de solventes para compor o eluente,
considerando o perfil em CCD das amostras analisadas, para obtenção
de sistema cromatográfico que proporcionasse a melhor separação dos
constituintes.
O perfil cromatográfico das frações e/ou amostras foi
estabelecido após análise sob luz visível, luz UV, nos comprimentos de
onda de 254 (extinção) e 366 nm (fluorescência), antes e após revelação
com anisaldeído sulfúrico (WAGNER; BLADT, 2001).
4.4 PURIFICAÇÃO E ISOLAMENTO DOS METABÓLITOS
SECUNDÁRIOS
4.4.1 Investigação fitoquímica do extrato EAF
4.4.1.1 Fracionamento da fração DM de partição: substância VT1
67
O fracionamento cromatográfico preliminar por CLV da fração
DM (3,6 g) do extrato EAF permitiu a obtenção de 17 subfrações,
denominadas de AF1 a AF17.
4.4.1.1.1 Coluna CLV de reunião AF7 e AF8: 1ª coluna EAF
A reunião (676,6 mg) das frações AF7 e AF8 foi submetida a
novo fracionamento por CLV, empregando sílica gel 60 (230-400 mesh;
0,04-0,063 mm) como FE e sistema gradiente para FM, compostos de
mistura de concentrações crescentes de DM em hexano (40-70%),
seguido de mistura de acetona em DM (0-70%), mistura de MeOH em
acetona (0-50%), até MeOH puro. Foram obtidas 16 frações,
denominadas AF7-8A a AF7-8P.
4.4.1.1.2 Coluna cromatográfica da fração AF7-8F: 2ª coluna EAF
A subfração AF7-8F (368,7 mg) foi fracionada por coluna
cromatográfica (CC) clássica, usando com FE sílica gel 60 (230-400
mesh; 0,04-0,063 mm) e como FM um gradiente composto de mistura
de acetona em hexano (25-50%), seguido de acetona 100%, até MeOH
puro.
As frações obtidas foram agrupadas de acordo com o perfil em
CCD pela comparação das manchas, resultando em 10 frações
denominadas AF7-8FI a AF7-8FX. Destas, a fração AF7-8FVIII
corresponde à substância VT1 (37,3 mg).
4.4.1.1.3 Coluna Sephadex da fração AF7-8FVII: 3ª coluna EAF
A fração AF7-8VII (180,5 mg) foi submetida à coluna em
resina Sephadex LH20 empregando acetona 100% como FM. Esta etapa
permitiu novamente a obtenção da substância VT1 (40,1 mg).
4.4.1.2 Fracionamento da fração AcOEt de partição: substâncias VT1,
VT2, VT3 e VT4
Após fracionamento por CLV da fração AcOEt (10,4 g) do
extrato EAF foram obtidas 18 frações denominadas AF18 a AF35.
68
4.4.1.2.1 CC de fração AF25: 4ª coluna EAF
A fração AF25 (319,0 mg) foi novamente fracionada em CC
utilizando como FE sílica gel 60 (230-400 mesh; 0,04-0,063 mm) e
como FM um gradiente composto de mistura de DM em hexano (80-
95%), seguido de acetona em DM (0-70%), de mistura de MeOH em
acetona (0-50%), até MeOH 100%. As frações semelhantes foram
reunidas conforma perfil em CCD, resultando em 11 frações,
denominadas AF25A a AF25K.
4.4.1.2.2 Coluna Sephadex de fração AF25F: 5ª coluna EAF
A fração AF25F (66,6 mg) foi fracionada em coluna de resina
Sephadex LH20 usando como FM acetona 100%. Obteve-se, após
reunião das frações semelhantes, um conjunto de seis frações, nomeadas
de AF25FI a AF25FVI.
4.4.1.2.3 CCD preparativa da fração AF25FIV: CCD preparativa EAF
A partir da fração AF25FIV (29,4 mg) realizou-se purificação
em CCD preparativa. A fração foi aplicada com capilar de vidro em
placas de sílica gel e a CCD foi desenvolvida em eluente composto por
mistura de DM: acetona, na proporção 90:10 (v/v).
A substância obtida foi raspada e solubilizada em acetona. Em
seguida, a solução foi filtrada por funil com placa de vidro sinterizado
de granulometria G3, sob vácuo. Este processo permitiu isolamento da
substância VT1 (27,8 mg).
4.4.1.2.4 Coluna Sephadex de fração AF25G: 6ª coluna EAF
A fração AF25G (22,0 mg) foi fracionada em coluna usando
como FE resina Sephadex LH20 e acetona 100% como FM. Após
reunião das frações semelhantes foram obtidas sete frações, nomeadas
de AF25GI a AF25GVII. A fração AF25GV (3,4 mg) corresponde à mistura das
substâncias VT2 e VT3.
4.4.1.2.5 Coluna CLV da fração AF26: 7ª coluna EAF
A fração AF26 (2079,3 mg) foi novamente submetida ao
fracionamento por CLV, empregando como FE sílica gel 60 (230-400
69
mesh; 0,04-0,063 mm) e com FM um sistema gradiente compostos da
mistura de DM em hexano (80%), seguida da mistura de acetona em
DM (0-30%), da mistura de MeOH em acetona (0-50%), até mistura de
água em MeOH (0-10%). Foram obtidas 17 frações nomeadas de
AF26A a AF26Q.
4.4.1.2.6 CC de reunião AF26K e AF26L: 8ª coluna EAF
A reunião (262,1 mg) das frações AF26K e AF26L foi
submetida à CC utilizando como FE sílica gel 60 (230-400 mesh; 0,04-
0,063 mm) e como FM um gradiente composto de mistura de acetona
em DM (15-70%), seguida de mistura de MeOH em acetona (0-30%),
até MeOH 100%. As frações semelhantes quanto ao perfil em CCD
foram reunidas, sendo obtidas nove frações, denominadas de AF26K-LI
a AF26K-LIX. Destas, a fração AF26K-LIV corresponde à substância
VT4 (104,7 mg).
4.4.2 Investigação fitoquímica do extrato ECR
4.4.2.1 Fracionamento da fração DM de partição: substâncias VT5 e
VT6
O fracionamento preliminar por CLV da fração DM (4,2 g) do
extrato ECR rendeu 18 frações, nomeadas de CR1 a CR18.
4.4.2.1.1 CC de fração CR10: 1ª coluna ECR
A fração CR10 (112,0 mg) foi fracionada em CC empregando
como FE sílica gel 60 (230-400 mesh; 0,04-0,063 mm) e como FM um
gradiente composto da mistura de acetona em DM (3-70%), seguida da
mistura de MeOH em acetona (0-70%), até MeOH 100%. Após reunião
das frações semelhantes foram obtidas 12 subfrações, denominadas de
CR10A a CR10L.
4.4.2.1.2 Coluna Sephadex de fração CR10E: 2ª coluna ECR
Submeteu-se a fração CR10E (19,7 mg) ao fracionamento em
coluna de Sephadex LH20, utilizando como FM acetona 100%. As
frações semelhantes quanto ao perfil em CCD foram reunidas, rendendo
70
seis subfrações, denominadas de CR10EI a CR10EVI. Destas, a fração
CR10EVI (0,8 mg) corresponde à mistura das substâncias VT5 e VT6.
4.4.2.2 Fracionamento da fração AcOEt de partição: substâncias VT4,
VT7, VT8, VT9 e VT10
No fracionamento cromatográfico preliminar por CLV da
fração AcOEt (2,5 g) derivada de extrato ECR obteve-se sete
subfrações. Estas foram denominadas de CR19 a CR25.
4.4.2.2.1 CC de fração CR21: 3ª coluna ECR
A fração CR21 (135,9 mg) foi submetida a fracionamento em
CC tendo como FE sílica gel 60 (230-400 mesh; 0,04-0,063 mm) e
como FM um gradiente composto da mistura de AcOEt em DM (10-
90%), seguido de mistura de MeOH em AcOEt (0-75%), até mistura de
água em MeOH (0-5%). Após reunião das frações semelhantes, obteve-
se 15 subfrações, denominadas de CR21A a CR21O.
4.4.2.2.2 CC de fração CR21H: 4ª coluna ECR
A fração CR21H (16,7 mg) foi novamente fracionada em CC
utilizando sílica gel 60 (230-400 mesh; 0,04-0,063 mm) como FE e
como FM um gradiente composto da mistura de MeOH em DM (5%)
até MeOH 100%. As frações reunidas de acordo com semelhança no
perfil em CCD, sendo obtidas seis subfrações, foram denominadas de
CR21HI a CR21HVI.
4.4.2.2.3 CCD preparativa da fração CR21HV: CCD preparativa ECR
Da fração CR21HV (9,6 mg) promoveu-se a purificação em
CCD preparativa. A fração foi aplicada com capilar de vidro em
cromatofolhas de sílica de fase reversa (C18) para CCD que foi
desenvolvida em eluente composto por mistura de MeOH: água, na
proporção 70:30 (v/v).
As substâncias obtidas foram raspadas e solubilizadas em
MeOH. Em seguida, as soluções foram filtradas por funil com placa de
vidro sinterizado de granulometria G3, sob vácuo. Este processo
permitiu isolamento da substância VT4 (4,9 mg) e substância VT7 (0,7
mg).
4.4.2.2.4 Coluna Sephadex de fração CR21K: 5ª coluna ECR
71
A fração CR21K (21,3 mg) foi fracionada em coluna usando
como FE resina Sephadex LH20 e acetona 100% como FM. Após
avaliação em CCD reuniu-se das frações semelhantes, sendo obtidas
oito frações nomeadas de CR21KI a CR21KVIII.
A fração CR21KV (11,0 mg) corresponde à mistura das
substâncias VT8 e VT9. Já a fração CR21KVII corresponde à substância
VT10 (1,0 mg).
4.4.3 Pesquisa de LS do extrato ELF
4.4.3.1 Fracionamento de fração LF8 de CLV: substância VT11
A partir do fracionamento cromatográfico preliminar por CLV
do extrato ELF (1,7 g) obteve-se 15 subfrações, as quais foram
denominadas de LF1 a LF15.
4.4.3.1.1 CC de fração LF8: 1ª coluna ELF
A fração LF8 (329,1 mg) foi submetida a fracionamento por CC
empregando como FE sílica gel 60 (230-400 mesh; 0,04-0,063 mm) e
como FM um gradiente composto da mistura de acetona em hexano (5-
15%), seguido de acetona 100%, até MeOH puro. Após reunião das
frações semelhantes no perfil em CCD foram obtidas 14 subfrações,
denominadas de LF8A a LF8N.
Desta, a fração LF8K (16,5 mg) corresponde à substância
VT11.
4.5 ELUCIDAÇÃO ESTRUTURAL
As amostras derivadas do fracionamento cromatográfico, ao
apresentar apenas uma mancha em CCD e/ou cristalização espontânea,
foram submetidas a análises espectroscópicas de Ressonância Magnética
Nuclear (RMN) e Espectrometria de massas (EM), para a elucidação
estrutural e caracterização das substâncias.
Os experimentos espectroscópicos foram realizados em
parceria, junto à Universidade Federal do Paraná (UFPR), Curitiba/PR.
4.5.1 Ressonância magnética nuclear (RMN)
72
As substancias isoladas foram submetidas a análises de RMN
de Hidrogênio (RMN 1H) e experimentos bidimensionais (HSQC e
HMBC). Os sinais referentes aos carbonos (13
C) foram atribuídos
considerando os experimentos bidimensionais de HSQC e HMBC.
Os experimentos foram desenvolvidos em equipamento
Bruker® modelo Avance 400 (400 MHz para
1H e 100 MHz para
13C) e
em equipamento Bruker® modelo Ascend 600 (600 MHz para
1H e 150
MHz para 13
C), sendo ambos vinculados ao Departamento de Química
da UFPR, Curitiba/PR.
Os dados adquiridos (FID) foram processados em software
ACD lab (SpecManager®) e em software TopSpin 3.1 (Bruker
®), e os
resultados comparados com dados disponíveis na literatura.
4.5.2 Espectrometria de massas (EM)
Algumas das substâncias foram também caracterizadas por EM.
Os experimentos foram desenvolvidos em equipamento ESI-Q-TOF
Bruker® modelo ultrOTOFQ, vinculado ao Departamento de Farmácia
da UFPR, Curitiba/PR.
Foram também realizados experimentos de EM junto ao
Laboratório Central de Biologia Molecular Estrutural (CEBIME), da
UFSC. Os experimentos foram realizados em espectrômetro de massas
ESI-Q-TOF Bruker®, modelo micrOTOF-Q II 10243.
4.6 AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE BIOLÓGICA in vitro
4.6.1 Análise de pureza por cromatografia líquida de ultra eficiência
(CLUE)
A substância purificada a ser ensaiada biologicamente foi
submetida à análise de pureza por CLUE. Os experimentos de CLUE
foram realizados em equipamento WATERS®
modelo Acquity UPLC,
equipado com detector de arranjo de fotodiodos (DAD) hifenado ao
detector de espalhamento de luz evaporativo (ELSD), injetor automático
e forno. Este equipamento é vinculado ao Departamento de Ciências
Farmacêuticas da UFSC.
Para as análises, o volume de injeção utilizado foi de 2 μL.
Empregou-se uma coluna Acquity UPLC BEH C18 (2,1 x 50 mm i.d., 1,7
µm) com forno de coluna à temperatura de 40 ºC (± 2 ºC). A FM
utilizada constituiu de gradiente combinando acetonitrila (A) e solução
aquosa a acidificada com ácido fórmico a 0,1% (B), nas seguintes
73
condições: 0-1 min, gradiente da proporção de A:B (10:90, v/v) até
proporção A:B (20:80, v/v); 1-5 min, gradiente até proporção A:B
(45:55, v/v); 5-6 min, gradiente até proporção A:B (65:35, v/v); 6-7 min,
retorno do gradiente até proporção inicial de A:B (10:90, v/v),
totalizando 7 minutos de análise a um fluxo constante de 0,40 mL.min-1
.
Todos os solventes utilizados foram de grau HPLC, filtrados
por membrana Millipore® (poro de 0,22 µm) e desgaseificados em
banho de ultrassom durante 15 minutos, sob pressão reduzida, antes de
sua utilização. A amostra foi também preparada empregando solventes
de grau HPLC e filtrada por membrana (0,22 µm).
Os cromatogramas foram adquiridos no comprimento de onda
de 287 nm, sendo os espectros de UV monitorados na faixa de 200 a 400
nm. Os dados foram processados em software Empower 3 (Waters®).
Para a avaliação de pureza da substância (expressa em
porcentagem) foram integradas as áreas dos picos contidos no
cromatograma da substância e calculada a porcentagem respectiva de
cada pico em relação à somatória das áreas.
4.6.2 Avaliação das atividades leishmanicida e tripanocida
A investigação in vitro das atividades leishmanicida e
tripanocida foi realizada em parceria com o Laboratório de
Protozoologia, sob supervisão do professor Dr. Mário Steindel,
vinculado ao Departamento de Microbiologia, Imunologia e
Parasitologia da UFSC.
Para tanto, empregou-se linhagem celular THP-1 (ATCC
TIB202) de macrófagos humanos que foi cultivada em meio RPMI-1640
sem vermelho de fenol, suplementado com 10% (v/v) de SBF, tampão
HEPES a 12,5 mM, penicilina (100 U/mL), estreptomicina (100 µg/mL)
e Glutamax® (2 mM), em incubação a 37 ºC em atmosfera umidificada
com 5% de CO2.
As formas promastigotas de Leishmania amazonensis
(MHOM/BR/77/LTB0016) utilizadas, expressando β-galactosidase,
foram cultivadas a 26 ºC em meio Schneider´s insect medium (Sigma-
Aldrich Co, St. Louis) suplementado com 5% (v/v) de SBF inativado
por calor e 2% (v/v) de urina humana.
Para a triagem leishmanicida contra formas amastigotas
intracelulares as células THP-1 (4,0x104 células/poço) foram cultivadas
em placas de 96 poços em meio RPMI-1640 e tratadas com 100 ng/mL
de forbol-12-miristato-13-acetato (PMA) durante 72 horas a 37 ºC em
5% de CO2, para permitir a diferenciação das células THP-1 em
74
macrófagos que não se dividem (SCHWENDE et al., 1996). Após
quatro dias de cultivo a cultura de promastigotas ajustada para 4,0x106
parasitos/mL foi lavada com solução salina tamponada com fosfato, pH
7,4 (PBS) e incubada em meio RPMI-1640 suplementado com 10% de
soro humano AB+ inativado por calor durante uma hora a 34 ºC para a
opsonização do parasito. As células THP-1 aderentes foram incubadas
com a solução de promastigotas opsonizadas na proporção parasitos:
célula de 10:1, durante quatro horas a 34 ºC e 5% de CO2. Após este
período os parasitas não aderentes foram removidos por lavagem com
PBS. As células infectadas foram incubadas com 180 μL de meio
RPMI-1640 completo nas mesmas condições de opsonização durante 24
horas, para permitir a transformação de promastigotas em amastigotas
intracelulares.
Para triagem tripanocida as cepas de Trypanosoma cruzi, β-
galactosidase, (Tulahuen) foram fornecidas pelo Laboratório de
Parasitologia Celular e Molecular, Centro de Pesquisas René Rachou,
FIOCRUZ, Belo Horizonte. Tripomastigotas derivados de culturas
obtidas a partir de linhagem celular L929 infectadas foram usadas para
infectar células THP-1 diferenciadas (4,0x104 células/poço) em
microplacas de 96 poços, numa proporção de parasito: célula de 3:1 e
incubados durante a noite a 37 ºC com 5% de CO2. O meio contendo
parasitos não internalizados foi removido e substituído por 180 µL de
meio fresco.
A amostra foi solubilizada em DMSO e diluída em série (de 50
µM a 1,56 µM). As células infectadas foram tratadas com 20 µL de cada
amostra, em triplicata, seguida de incubação durante 48 horas a 34 ºC ou
37 ºC e 5% de CO2. Após o tratamento, as células foram
cuidadosamente lavadas com PBS e incubadas durante 16 horas a 37 ºC
com 250 µL de clorofenol-vermelho-β-D-galactopiranosídeo a 100 µM
e Nonidet P-40 a 0,1%. A densidade óptica foi determinada a 570 e 630
nm em espectrofotômetro Tecan® modelo Infinite M200.
A anfotericina B e o benznidazol foram utilizados como
controle positivo para as atividades leishmanicida e tripanocida,
respectivamente. DMSO 1% foi empregado como controle negativo.
75
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO
5.1 OBTENÇÃO DO MATERIAL VEGETAL E PREPARAÇÃO DOS
EXTRATOS BRUTOS
5.1.1 Obtenção do material vegetal e análise microscópica
5.1.1.1 Investigação fitoquímica de metabólitos secundários
Após a separação do material vegetal derivado das duas coletas
(Costa da Lagoa da Conceição e Campus Trindade da UFSC, conforme
item 4.1.1), foram obtidos para os dois grupos de farmacógenos frescos,
um total de 2,6 kg de partes aéreas e 5,9 kg de caules e raízes de V. tweedieana.
5.1.1.2 Pesquisa de lactonas sesquiterpênicas (LS)
A coleta do material vegetal para a pesquisa de LS rendeu, após
a secagem, um total de 704,0 g de folhas secas de V. tweedieana.
A análise microscópica das folhas revelou a presença de
tricomas tectores característicos para a espécie (Figura 9A).
Figura 9 – Análise microscópica de folhas secas de Vernonanthura tweedieana.
Epiderme adaxial de folha de V. tweedieana em corte transversal observado
com aumento de 400 vezes; A: tricoma tector em formato de “T”; B-C: possível
gotícula de material lipofílico.
76
Não foram observadas as estruturas correspondentes aos
tricomas glandulares. Apesar disso, foram identificados achados que
podem indicar a presença de conteúdo de natureza lipofílica (Figura 9B-
C), o qual pode ter sido liberado de tricomas.
Segundo Duarte e Chella (2014), a espécie V. tweedieana
apresenta dois tipos de tricomas, tectores e glandulares. Os tectores são
pluricelulares, unisseriados, exibindo uma célula apical alongada, que se
pode inclinar perpendicularmente e determinar um formato em “T”. Já
os tricomas glandulares são capitados, com pedicelo curto e cabeça
bicelular, inseridos em pequena depressão na epiderme.
A liberação do conteúdo glandular dos tricomas, devido à
fragilidade destes, pode ser resultado da influência de diferentes fatores
tanto bióticos quanto abióticos, como por exemplo, frente a variações de
temperatura e umidade (KELSEY; SHAFIZADEH, 1980; ASCENSÃO,
2007).
5.1.2 Preparação dos extratos brutos
5.1.2.1 Extratos hidroetanólicos para investigação fitoquímica
A obtenção dos extratos brutos hidroetanólicos, preparados a
partir das combinações de farmacógenos de partes aéreas (EAF) e de
caules e raízes (ECR), rendeu 173,2 g e 293,0 g, respectivamente.
Uma alíquota de cada extrato bruto foi separada para reserva,
sendo aliquotados 1,2 g do extrato EAF e 1,4 g do extrato ECR. O
restante de cada extrato foi submetido ao particionamento.
5.1.2.1.1 Particionamento dos extratos brutos
Os extratos brutos EAF (172,0 g) e ECR (291,6 g) foram
submetidos à partição líquido/líquido conforme item 4.2.1.2.
O Fluxograma 1 apresenta os detalhes do processo de
particionamento do extrato EAF. Foram obtidos 17,3 g, 3,6 g e 10,4 g
para as frações hexano, DM e AcOEt, respectivamente, além da fração
aquosa resultante de 104,3 g.
As etapas da partição do extrato ECR estão descritas no
Fluxograma 2. Para o extrato ECR foram obtidos 10,9 g, 4,2 g e 2,5 g
para as frações hexano, DM e AcOEt, respectivamente. A fração aquosa
resultante obtida foi de 244,9 g.
77
Fluxograma 1 – Etapas do particionamento do extrato bruto hidroetanólico de partes aéreas (EAF) de Vernonanthura tweedieana.
DM: diclorometano; AcOEt: acetato de etila.
77
77
78
Fluxograma 2 – Etapas do particionamento do extrato bruto hidroetanólico de caules e raízes (ECR) de Vernonanthura
tweedieana.
DM: diclorometano; AcOEt: acetato de etila.
79
Na análise cromatográfica por CCD das frações orgânicas
obtidas do particionamento dos extratos EAF e ECR (Figura 10A-B) foi
possível observar, após revelação com anisaldeído sulfúrico, a presença
de manchas de coloração roxa (Rf=0,65 a 0,96) predominantes no
extrato ECR. Já para o extrato EAF, foi também evidenciada a presença
de manchas de coloração alaranjada (Rf=0,41) e amarela (Rf=0,14),
além de machas de coloração marrom (Rf=0,19 e Rf=0,58).
Manchas de coloração roxa são alusivas a esteroides e
terpenoides. As manchas de coloração alaranjada e amarelas, observadas
no extrato EAF, são indicativas da presença de flavonoides, enquanto as
manchas de coloração marrom a castanho sugerem a presença de
lactonas sesquiterpênicas (KELSEY et al., 1973; WAGNER; BLADT,
2001; ZANON, 2006; KOCH; BASAR; RICHTER, 2008).
Figura 10 – Análise por cromatografia em camada delgada das frações
orgânicas da partição dos extratos brutos de partes aéreas (EAF) e caules e
raízes (ECR) de Vernonanthura tweedieana.
Cromatogramas das frações orgânicas da partição dos extratos brutos de partes
aéreas (A) e caules e raízes (B) de V. tweedieana, revelados com anisaldeído
sulfúrico. FM: fase móvel; DM: diclorometano; AcOEt: acetato de etila.
5.1.2.2 Extrato de lavagem foliar para pesquisa de LS
O extrato derivado da lavagem das folhas de V. tweedieana
permitiu a obtenção de 1,7 g de extrato bruto (ELF). A análise
cromatográfica em CCD do extrato ELF (Figura 11) revelou a presença
de manchas de coloração marrom (Rf=0,35 e 0,46) após revelação com
80
anisaldeído sulfúrico, sendo indicativas da possível presença de lactonas
sesquiterpênicas no extrato.
Figura 11 – Análise por cromatografia em camada delgada do extrato bruto de
lavagem foliar (ELF) de Vernonanthura tweedieana.
Cromatograma do extrato bruto de lavagem foliar (ELF) de V. tweedieana,
revelado com anisaldeído sulfúrico. FM: fase móvel; AcOEt: acetato de etila.
5.2 FRACIONAMENTO PRELIMINAR DOS EXTRATOS BRUTOS
As frações orgânicas DM e AcOEt dos extratos EAF e ECR,
além do extrato ELF, foram submetidas a fracionamento por
cromatografia líquida a vácuo (CLV), conforme item 4.3.1.
5.2.1 CLV das frações orgânicas dos extratos EAF e ECR
As frações DM (4,2 g) e AcOEt (2,5 g) do extrato EAF foram
submetidas a CLV e os detalhes do fracionamento estão apresentados no
Fluxograma 3. Foram obtidas para a fração DM, 17 novas subfrações,
nomeadas de AF1 a AF17. Já para a fração AcOEt foram obtidas 18
subfrações, nomeadas de AF18 a AF35.
O fracionamento por CLV das frações DM (3,6 g) e AcOEt
(10,4 g) do extrato ECR está detalhado no Fluxograma 4. Obteve-se
para a fração DM, 18 novas subfrações nomeadas de CR1 a CR18. A
fração AcOEt rendeu sete subfrações, nomeadas de CR19 a CR25.
81
Fluxograma 3 – Etapas do fracionamento cromatográfico das frações orgânicas
do extrato bruto de partes aéreas (EAF) de Vernonanthura tweedieana.
DM: diclorometano; AcOEt: acetato de etila; MeOH: metanol.
82
Fluxograma 4 – Etapas do fracionamento cromatográfico das frações orgânicas
do extrato bruto de caules e raízes (ECR) de Vernonanthura tweedieana.
DM: diclorometano; AcOEt: acetato de etila; MeOH: metanol.
83
5.2.2 CLV do extrato ELF
O extrato de lavagem foliar (ELF, 1,7 g) foi também fracionado
por CLV, e os detalhes desse processo estão apresentados no
Fluxograma 5. Obtiveram-se 15 subfrações, as quais foram
denominadas de LF1 a LF15.
Fluxograma 5 – Etapas do fracionamento cromatográfico do extrato bruto de
lavagem foliar (ELF) de Vernonanthura tweedieana.
DM: diclorometano; AcOEt: acetato de etila; MeOH: metanol.
84
5.3 PURIFICAÇÃO E ISOLAMENTO DOS METABÓLITOS
SECUNDÁRIOS
As diferentes subfrações derivadas do fracionamento preliminar
por CLV das frações orgânicas dos extratos EAF e ECR, e do extrato
bruto ELF de V. tweedieana foram submetidas a consecutivos processos
de fracionamento cromatográfico, conforme itens 4.4.1; 4.4.2 e 4.4.3.
Estas etapas permitiram a purificação e caracterização de 11 diferentes
substâncias, denominadas de VT1 a VT11.
5.3.1 Investigação fitoquímica dos extratos EAF e ECR
5.3.1.1 Fracionamento das frações DM e AcOEt do extrato EAF
Das 11 substâncias identificadas, quatro denominadas VT1 a
VT4, foram obtidas a partir do extrato de partes aéreas (EAF), sendo
que VT1 foi purificada de subfrações de CLV da fração DM. As outras
substâncias, VT2 e VT3 em mistura e VT4 foram obtidas de subfrações
de CLV da fração AcOEt. Além destas, purificou-se novamente a
substância VT1 a partir da fração AcOEt do extrato EAF.
Os Fluxogramas 6 e 7 apresentam as etapas envolvidas no
fracionamento das subfrações da fração DM e AcOEt, respectivamente,
para a purificação das quatro substâncias, VT1 a VT4.
5.3.1.2 Fracionamento da fração DM e AcOEt do extrato ECR
Foram purificadas outras seis substâncias derivadas do extrato
ECR, denominadas VT5 a VT10. Das subfrações da CLV da fração DM
foram obtidas duas substâncias, VT5 e VT6 em mistura. Já para as
subfrações de CLV da fração AcOEt obtiveram-se quatro substâncias,
VT7, VT8 e VT9 em mistura, e VT10. Além destas, purificou-se
também da fração AcOEt de ECR a substância VT4.
As etapas de purificação das substâncias VT5 a VT10 estão
apresentadas nos Fluxogramas 8 e 9, que descrevem o fracionamento
das subfrações da fração DM e AcOEt, respectivamente.
85
Fluxograma 6 – Etapas do fracionamento cromatográfico da fração DM do extrato bruto de partes aéreas (EAF) de
Vernonanthura tweedieana.
DM: diclorometano.
86
Fluxograma 7 – Etapas do fracionamento cromatográfico da fração AcOEt do extrato bruto de partes aéreas (EAF) de
Vernonanthura tweedieana.
AcOEt: acetato de etila.
87
Fluxograma 8 – Etapas do fracionamento cromatográfico da fração DM do extrato bruto de caules e raízes (ECR) de
Vernonanthura tweedieana.
DM: diclorometano.
88
Fluxograma 9 – Etapas do fracionamento cromatográfico da fração AcOEt do extrato bruto de caules e raízes (ECR) de
Vernonanthura tweedieana.
AcOEt: acetato de etila.
89
5.3.2 Pesquisa de LS do extrato ELF
O fracionamento cromatográfico do extrato de lavagem foliar
(ELF, 1,7 g) de V. tweedieana permitiu a obtenção de 15 subfrações,
denominadas LF1 a LF15. Destas, a subfração LF8 foi submetida a
processo de purificação até o isolamento da substância VT11.
O Fluxograma 10 apresenta as etapas envolvidas na purificação
da substância VT11, também presente no extrato ELF.
Fluxograma 10 – Etapas do fracionamento cromatográfico do extrato bruto de
lavagem foliar (ELF) de Vernonanthura tweedieana.
5.4 ELUCIDAÇÃO ESTRUTURAL
5.4.1 Substância VT1 (Cafeato de etila)
Foi obtida na forma de pó amarelado (105,2 mg). Na análise
por CCD, empregando eluente composto por DM:acetona 90:10 (v/v)
observou-se mancha (Rf=0,28) de coloração amarela sob luz visível,
extinção (254 nm) roxa e fluorescência (366 nm) azul. Após revelação
com anisaldeído sulfúrico, apresentou coloração roxa-acinzentada,
conforme ilustrado na Figura 12.
90
Figura 12 - Análise por cromatografia em camada delgada da substância VT1
(cafeato de etila) de Vernonanthura tweedieana.
Cromatograma da substância VT1 (cafeato de etila) de V. tweedieana, revelado
com anisaldeído sulfúrico. FM: fase móvel; DM: diclorometano.
A análise de 1H RMN (Figura 13) mostra dois sinais de dupleto
em 7,54 (1H, H-7) e 6,27 (1H, H-8) ppm, com J=15,9 Hz, indicativo de
ligação dupla trans (Figura 14). Foram observados outros três sinais
sugestivos de H de anel aromático (Figura 15), sendo dois dupletos em δ
7,16 (1H, J=2,0, H-2) e em δ 6,87 (1H, J=8,2, H-5), além de um dupleto
de dupleto δ 7,04 (1H, J=8,2; 2,0, H-6). Os valores de J destes três
hidrogênios sugerem ser substituintes do mesmo anel, com acoplamento
entre si, estando o H δ 7,04 dd em posição orto em relação a δ 6,87 d e
meta em relação a δ 7,16 d.
Evidenciou-se a presença de uma cadeia etilada, considerando a
presença dos sinais em δ 1,27 (3H, H-2’) na forma de tripleto (J=7,2) e δ
4,18 (2H, H-1’) na forma de quadrupleto (J=7,2), conforme ilustrado na
Figura 16.
O mapa de correlações HSQC (Figura 17) permitiu identificar a
presença dos carbonos olefínicos da ligação dupla trans em 145,2 (C-7)
e 115,8 (C-8) ppm, bem como os carbonos aromáticos em δ 115,2 (C-2),
δ 116,3 (C-5) e δ 122,3 (C-6).
Também é possível observar os carbonos sp3 em δ 14,7 (C-2’),
característico de metila terminal, e em δ 60,5 (C-1’), indicativo de CH2
vizinho a elemento eletronegativo.
91
Figura 13 – Espectro de 1H RMN (600 MHz, TMS, acetona-d6) para a
substância VT1 (cafeato de etila) de Vernonanthura tweedieana.
Deslocamento químico, expresso em ppm relativo ao TMS.
Figura 14 – Espectro de 1H RMN (600 MHz, TMS, acetona-d6) para a
substância VT1 (cafeato de etila) de Vernonanthura tweedieana, ampliado na
região entre δ 6,20 e δ 7,60.
Deslocamento químico, expresso em ppm relativo ao TMS.
92
Figura 15 – Espectro de 1H RMN (600 MHz, TMS, acetona-d6) para a
substância VT1 (cafeato de etila) de Vernonanthura tweedieana, ampliado na
região entre δ 6,80 e δ 7,20.
Deslocamento químico, expresso em ppm relativo ao TMS.
Figura 16 – Espectro de 1H RMN (600 MHz, TMS, acetona-d6) para a
substância VT1 (cafeato de etila) de Vernonanthura tweedieana, ampliado na
região entre δ 1,20 e δ 4,20.
Deslocamento químico, expresso em ppm relativo ao TMS.
93
Figura 17 – Mapa de correlação HSQC (600 MHz 1H e 125 MHz
13C, TMS,
acetona-d6) para a substância VT1 (cafeato de etila) de Vernonanthura
tweedieana.
Na análise de HMBC (Figura 18), é possível observar as
correlações dos hidrogênios olefínicos δ 7,54 d e δ 6,27 d com um
carbono carbonílico em 167,4 (C-9) ppm, indicativo de éster. Esta
carbonila que também tem correlação com os hidrogênios do metileno
em δ 60,5, sugerindo se tratar de éster etílico. Ainda é possível observar
a presença de outros três carbonos quaternários, em 127,5 (C-1) ppm,
típico de carbono sp2 aromático, e em 146,4 (C-3) e 148,7 (C-4) ppm,
indicando carbonos aromáticos oxigenados.
Figura 18 – Mapa de correlação HMBC (600 MHz
1H e 125 MHz
13C, TMS,
acetona-d6) para a substância VT1 (cafeato de etila) de Vernonanthura
tweedieana.
94
Figura 19 – Mapa de correlação HMBC (600 MHz 1H e 125 MHz
13C, TMS,
acetona-d6) para a substância VT1 (cafeato de etila) de Vernonanthura
tweedieana, ampliado na região entre δ 7,80 e δ 8,80 para 1H, e entre δ 100 e δ
160 para 13
C.
Os sinais de simpleto largo em δ 8,17 (1H, OH-3) e δ 8,41 (1H,
OH-4), por não apresentarem correlação com carbonos no experimento
de HSQC sugerem se tratar de hidroxilas.
As correlações destes hidrogênios com carbonos do anel
aromático, observado no mapa de HMBC, indica que estas hidroxilas
são também substituintes do anel (Figura 19).
Os dados obtidos de 1H RMN e
13C RMN (derivados dos
experimentos bidimensionais) foram comparados com a literatura, e os
dados estão descritos na Tabela 1.
Tabela 1 – Dados de
1H RMN e
13C RMN para a substância VT1 (cafeato de
etila) de Vernonanthura tweedieana, e dados comparativos da literatura.
Posição
VT1 (UWAI et al., 2008) (ARAÚJO, 2011)
δ 1H
mult .(J Hz) δ ¹³C
δ 1H
mult .(J Hz) δ ¹³C
δ 1H
mult .(J Hz) δ ¹³C
1 - 127,5 - 127,6 - 126,6
2 7,16 d (2,0) 115,2 7,16 d (2,0) 115,2 7,08 d (1,8) 114,0
3 - 146,4 - 146,2 - 145,6
4 - 148,7 - 148,6 - 148,4
5 6,87 d (8,2) 116,3 6,87 d (7,8) 116,3 6,82 d (8,4) 114,1
6 7,04 dd (8,2; 2,0) 122,3 7,03 dd (8,3; 2,0) 122,5 6,96 dd (8,1; 1,8) 121,8
7 7,54 d (15,9) 145,2 7,53 d (16,1) 145,5 7,56 d (15,6) 145,6
8 6,27 d (15,9) 115,8 6,27 d (16,1) 115,7 6,28 d (15,6) 115,4
9 - 167,4 - 167,4 - 168,3
OH-3 8,17 sl - 8,29 sl - -
OH-4 8,41 sl - 8,29 sl - -
1’ 4,18 q (7,2) 60,5 4,17 q (7,3) 60,5 4,23 q 60,4
2’ 1,27 t (7,2) 14,7 1,25 t (7,3) 14,6 1,25 t 13,5
(600 MHz 1H,
125 MHz 13C,
acetona-d6)
(400 MHz 1H,
100 MHz 13C,
acetona-d6)
(300 MHz 1H,
75 MHz 13C,
CD3OD)
95
A partir desses dados foi possível determinar que a substância
VT1 corresponde ao derivado etoxilado do ácido cafeico, o cafeato de
etila, conforme ilustrado na Figura 20.
Sua fórmula molecular é C11H12O4, de peso molecular
calculado 208,0736 g/mol, e com índice de insaturação de 6
(BUSKÜHL, 2007; UWAI et al., 2008; ARAÚJO, 2011; XIANG et al.,
2011; FALCAO et al., 2013).
Algumas das correlações entre 1H–
13C observadas no mapa de
HMBC para a substância VT1 estão apresentadas na Figura 21.
Figura 20 – Estrutura molecular da substância VT1 (cafeato de etila) de
Vernonanthura tweedieana.
Fonte: adaptado de Uwai et al. (2008) e Falcao et al. (2013).
Figura 21 – Correlações a longa distância entre
1H–
13C (HMBC) da substância
VT1 (cafeato de etila) de Vernonanthura tweedieana.
5.4.2 Substâncias VT2 (Naringenina) e VT3 (Crisoeriol)
As substâncias VT2 (naringenina) e VT3 (crisoeriol) foram
elucidadas em mistura (3,4 mg). Por esse motivo, a elucidação estrutural
96
será discutida separadamente para cada substância, embora os espectros
e mapas de correlação bidimensionais apresentados sejam comuns às
duas.
A Figura 22 mostra o espectro de 1H RMN das substâncias,
sendo possível observar a presença de sinais desblindados na região
entre 6,0 e 7,0 ppm, indicativo de hidrogênios ligados a carbono sp2,
mais especialmente de anel aromático.
Para a substância VT2, o espectro de 1H RMN mostra dois
sinais de dupleto em δ 5,96 (1H, J=2,1, H-8) e δ 5,95 (1H, J=2,1, H-6)
característico de hidrogênios meta substituídos de anel aromático. Além
desses, foram observados três hidrogênios na forma de dupleto de
dupleto, em δ 5,45 (J=12,9; 3,0, H-2), δ 3,17 (J=17,1; 12,9, H-3a) e δ
2,74 (J=17,1; 3,0, H-3b). A constante de 17,1 Hz entre os dois últimos,
característica de acoplamento geminal, indica que compõem um
metileno, e que pelas demais constantes de acoplamento mostram-se
vicinais ao H em 5,45 ppm (Figuras 23 e 24).
Foram observados dois sinais de dupleto, cada um integrando
para dois H, em δ 7,39 (J=8,5, H-2’ e H-6’) e em δ 6,90 (J=8,5, H-3’ e
H-5’) sugerindo H simétricos, substituintes de anel aromático (Figura
25).
A análise do experimento de HSCQ (Figura 26) confirmou a
existência do metileno formado pelos H δ 3,17 dd e δ 2,74 dd, cujo
carbono está em 43,5 (C-3) ppm. Além disso, observa-se carbono em δ
80,0 (C-2) para o metino de H 5,54 dd ppm, indicando estar ligado a
elemento eletronegativo (oxigênio).
Os demais carbonos hidrogenados confirmam se tratar de
carbonos de anel aromático, sendo observados em δ 96,4 (C-6), δ 95,9
(C-8), δ 129,0 (C-2’ e C-6’) e δ 116,4 (C-3’ e C-5’).
O mapa de correlações HMBC (Figura 27) mostrou sete
carbonos quaternários, sendo um em δ 197,2 (C-4), típico de carbonila
de cetona cíclica, quatro deles sugestivos de carbonos sp2 oxigenados
em anel aromático estando em δ 166,8 (C-5), δ 161,8 (C-7), δ 164,5 (C-
9) e δ 158,7 (C-4’), além de dois outros em 103,2 (C-10) e 130,7 (C-1’)
ppm. Este último carbono correlacionando com os H em δ 3,17 dd e δ
5,45 dd, e os H em δ 3,17 dd e δ 2,74 dd correlacionado com o carbono
carbonílico sugerem um esqueleto de flavanona.
97
Figura 22 – Espectro de 1H RMN (600 MHz, TMS, acetona-d6) para as
substâncias VT2 (naringenina) e VT3 (crisoeriol) de Vernonanthura
tweedieana.
Deslocamento químico, expresso em ppm relativo ao TMS - δ 0,00.
Figura 23 – Espectro de 1H RMN (600 MHz, TMS, acetona-d6) para a
substância VT2 (naringenina) de Vernonanthura tweedieana, ampliado na
região entre δ 5,40 e δ 6,00 (em mistura com VT3).
5 Deslocamento químico, expresso em ppm relativo ao TMS.
98
Figura 24 – Espectro de 1H RMN (600 MHz, TMS, acetona-d6) para a
substância VT2 (naringenina) de Vernonanthura tweedieana, ampliado na
região entre δ 2,60 e δ 3,30 (em mistura com VT3).
Deslocamento químico, expresso em ppm relativo ao TMS.
Figura 25 – Espectro de 1H RMN (600 MHz) em acetona-d6 para a substância
VT2 (naringenina) de Vernonanthura tweedieana, ampliado na região entre δ
6,85 e δ 7,45 (em mistura com VT3).
Deslocamento químico, expresso em ppm relativo ao TMS.
99
Figura 26 – Mapa de correlação HSQC (600 MHz
1H e 125 MHz
13C, TMS, acetona-d6) para as substâncias VT2 (naringenina) e
VT3 (crisoeriol) de Vernonanthura tweedieana.
100
Figura 27 – Mapa de correlação HMBC (600 MHz
1H e 125 MHz
13C, TMS, acetona-d6) para as substâncias VT2 (naringenina) e
VT3 (crisoeriol) de Vernonanthura tweedieana.
101
Para a substância VT3, a análise do espectro de 1H RMN
mostrou dois sinais de dupleto em δ 6,55 (1H, J=2,0, H-8) e δ 6,26 (1H,
J=2,0, H-6) também típicos de H meta substituídos de anel aromático.
Mostra um simpleto em 6,69 (1H, H-3), cujo valor mais desblindado
sugere hidrogênio olefínico (Figura 28).
Observam-se três H característicos de anel aromático (Figura
29), sendo dois dupletos em δ 7,63 (1H, J=2,1, H-2’) e em δ 7,01 (1H,
J=8,3, H-5’), e um dupleto de dupleto δ 7,60 (1H, J=8,3; 2,1, H-6’). As
constantes de acoplamento desses H sugerem anel aromático
trisubstituintes, dispostos em posição orto o H δ 7,60 dd em relação a δ
7,01 d e em meta em relação à δ 7,63 d.
A Figura 30 mostra um sinal de simpleto em 4,00 (3H, H-1”)
ppm, sugerindo uma metila ligada a oxigênio, típico de radical metoxi.
O mapa de correlação de HSCQ (Figura 26) confirmou a
existência de um carbono olefínico em 104,5 (C-3) ppm além dos
carbonos sp2 de aromáticos δ 99,7 (C-6), δ 94,7 (C-8), δ 110,7 (C-2’), δ
116,4 (C-5’) e δ 121,4 (C-6’).
Os dados de HMBC (Figura 27) mostram a presença de um
segundo carbono olefínico em 164,9 (C-2) ppm, de um carbono
carbonílico em δ 182,9 (C-4) indicando cetona α,β-insaturada.
Foram observados quatro carbonos quaternários em δ 163,3 (C-
5), δ 165,0 (C-7), δ 151,3 (C-4’) e δ 148,8 (C-3’), este correlacionando
com os hidrogênios do radical metoxi (indicando assim sua posição com
substituinte).
Observam-se dois sinais de simpleto em δ 13,00 e δ 12,17,
sugestivos de hidroxilas em queladas a carbonila. A ausência de
correlações destes sinais com carbonos confirma a hipótese de se
tratarem de hidroxilas.
Por não se observar correlações das hidroxilas com 13
C no
experimento bidimensional de HMBC, torna-se difícil a determinação
de qual das substâncias cada OH pertence. Entretanto, a partir da
comparação com os dados de literatura é possível atribuir a hidroxila em
12,17 (OH-5) ppm à substância VT2 (naringenina) e a hidroxila 13,00
(OH-5) ppm à substância VT3 (crisoeriol).
Os dados obtidos de 1H RMN e
13C RMN para a substância
VT2 estão apresentados com os dados comparativos da literatura na
Tabela 2.
102
Figura 28 – Espectro de 1H RMN (600 MHz, TMS, acetona-d6) para a
substância VT3 (crisoeriol) de Vernonanthura tweedieana, ampliado na região
entre δ 6,20 e δ 6,75 (em mistura com VT2).
Deslocamento químico, expresso em ppm relativo ao TMS.
Figura 29 – Espectro de 1H RMN (600 MHz, TMS, acetona-d6) para a
substância VT3 (crisoeriol) de Vernonanthura tweedieana, ampliado na região
entre δ 6,95 e δ 7,70 (em mistura com VT2).
Deslocamento químico, expresso em ppm relativo ao TMS.
103
Figura 30 – Espectro de 1H RMN (600 MHz, TMS, acetona-d6) para a
substância VT3 (crisoeriol) de Vernonanthura tweedieana, ampliado na região
entre δ 3,80 e δ 4,30 (em mistura com VT2).
Deslocamento químico, expresso em ppm relativo ao TMS.
Tabela 2 – Dados de 1H RMN e
13C RMN para a substância VT2 (naringenina)
de Vernonanthura tweedieana, e dados comparativos da literatura.
Posição VT2 (FATOPE et al., 2003)
(SELENSKI; PETTUS,
2006)
δ 1H mult .(J Hz) δ ¹³C δ 1H mult .(J Hz) δ ¹³C δ 1H mult .(J Hz) δ ¹³C
1 - - - - - -
2 5,45 dd (12,9; 3,0) 80,0 5,45 d (13,0) 79,0 5,44-5,48 m 80,0
3a 3,17 dd (17,1; 12,9) 43,5
3,17 dd (17,0; 13,0) 42,6
3,15-3,22 m 43,6
3b 2,74 dd (17,1; 3,0) 2,70 d (17,0) 2,70-2,5 m)
4 - 197,2 - 196,3 - 197,4
5 - 166,8 - 164,4 - 167,3
6 5,95 d (2,1) 96,4 5,96 s 95,9 5,95 s 96,8
7 - 161,8 - 166,4 - 164,5
8 5,96 d (2,1) 95,9 5,96 s 95,9 5,94 s 95,9
9 - 164,5 - 163,5 - 165,4
10 - 103,2 - 102,3 - 103,3
1’ - 130,7 - 128,1 - 130,9
2’ 7,39 d (8,5) 129,0 7,40 d (7,6) 129,9 7,39 d (9,0) 129,1
3’ 6,90 d (8,5) 116,4 6,91 d (7,6) 115,3 6,90 d (9,0) 116,3
4’ - 158,7 - 157,8 - 158,8
5’ 6,90 d (8,5) 116,4 6,91 d (7,6) 115,3 6,90 d (9,0) 116,3
6’ 7,39 d (8,5) 129,0 7,40 d (7,6) 129,9 7,39 d (9,0) 129,1
OH-5 12,17 s - - 12,19 s -
(600 MHz 1H,
125 MHz 13C,
acetona-d6)
(400 MHz 1H,
100 MHz 13C,
acetona-d6)
(400 MHz 1H,
100 MHz 13C,
acetona-d6)
104
Pode-se determinar com estes dados que a substância VT2
trata-se da flavanona naringenina ou 5,7,4’-trihidroxi-flavanona,
ilustrada na Figura 31.
Sua fórmula molecular é C15H12O5 e peso molecular calculado
de 272,0685 g/mol. O grau de insaturação é de 10 (ABE; SATO;
SAKAMURA, 1987; FATOPE et al., 2003; SELENSKI; PETTUS,
2006; PENSO et al., 2014)
Figura 31 – Estrutura molecular da substância VT2 (naringenina) de
Vernonanthura tweedieana.
Fonte: adaptado de Ibrahim et al. (2014) e Penso et al. (2014).
A Figura 32 ilustra as principais correlações entre 1H–
13C
observadas do experimento de HMBC para a substância VT2
(naringenina).
Figura 32 – Correlações a longa distância entre
1H–
13C (HMBC) da substância
VT2 (naringenina) de Vernonanthura tweedieana.
105
Os dados obtidos de 1H RMN e
13C RMN para a substância
VT3 estão apresentados com os dados comparativos da literatura na
Tabela 3.
Tabela 3 – Dados de
1H RMN e
13C RMN para a substância VT3 (crisoeriol) de
Vernonanthura tweedieana, e dados comparativos da literatura.
Posição
VT3 (AHMED, 2014) (KHALIFA; YOUSSEF, 2001)
δ 1H
mult .(J Hz) δ ¹³C
δ 1H
mult .(J Hz)
δ 1H
mult .(J Hz) δ ¹³C
1 - - - - -
2 - 164,9 - - 164,2
3 6,69 s 104,5 6,69 s 6,82 s 106,8
4 - 182,9 - - 181,9
5 - 163,3 - - 161,5
6 6,26 d (2,0) 99,7 6,25 d (2,1) 6,19 d (2,1) 98,9
7 - 165,0 - - 163,7
8 6,55 d (2,0) 94,7 6,55 d (2,1) 6,49 d (2,1) 94,1
9 - 158,7 - - 157,4
10 - 105,2 - - 103,3
1’ - 123,6 - - 121,6
2’ 7,63 d (2,1) 110,7 7,63 d (2,1) 7,54 d (2,3) 110,2
3’ - 148,8 - - 150,8
4’ - 151,3 - - 148,1
5’ 7,01 d (8,3) 116,4 7,00 d (8,3) 6,93 d (8,9) 115,8
6’ 7,60 dd (8,3; 2,1) 121,4 7,60 dd (8,3; 2,1) 7,54 dd (8,9; 2,3) 120,4
1” (OCH3) 4,00 s 56,6 4,00 s 3,95 s 56,0
OH-5 13,00 s - 13,01 s 12,9 s -
(600 MHz 1H, 125 MHz 13C,
acetona-d6)
(300 MHz 1H,
DMSO-d6)
(300 MHz 1H, 75 MHz 13C,
CD3OD)
A partir dos dados determina-se que a substância VT3 trata-se
da flavona crisoeriol ou 5,7,4’-trihidroxi-3’-metoxi-flavona (Figura 33).
Com fórmula molecular C16H12O6, peso molecular calculado de
300,0634 g/mol, e grau de insaturação de 11 (LIN; KONG, 2006;
BENTAMENE et al., 2008; AHMED, 2014).
106
Figura 33 – Estrutura molecular da substância VT3 (crisoeriol) de
Vernonanthura tweedieana.
Fonte: adaptado de Khalifa e Youssef (2001) e Lin e Kong (2006).
A Figura 34 ilustra as principais correlações entre 1H–
13C
observadas do experimento de HMBC para a substância VT3
(crisoeriol).
Figura 34 – Correlações a longa distância entre
1H–
13C (HMBC) da substância
VT3 (crisoeriol) de Vernonanthura tweedieana.
5.4.3 Substância VT4 (Eriodictiol)
Purificada na forma de pó amarelado um total de 109,6 mg. A
análise por CCD de fase reversa, empregando eluente composto por
MeOH:água 70:30 (v/v) mostrou uma mancha (Rf=0,64) de coloração
107
amarela sob luz visível, extinção (254 nm) e fluorescência (366 nm)
roxa. Após revelação com anisaldeído sulfúrico, apresentou coloração
alaranjada, conforme ilustrado na Figura 35.
Figura 35 - Análise por cromatografia em camada delgada da substância VT4
(eriodictiol) de Vernonanthura tweedieana.
Cromatograma da substância VT4 (eriodictiol) de V. tweedieana, revelado com
anisaldeído sulfúrico. FM: fase móvel; MeOH: metanol.
A análise do espectro de 1H RMN da substância VT4 (Figura
36) mostrou dois sinais de dupleto em δ 5,90 (1H, J=2,2, H-8) e δ 5,88
(1H, J=2,2, H-6) como sinais característicos de hidrogênios meta
substituídos de anel aromático. Observa-se dupleto de dupleto em 5,28
(1H, J=12,8; 3,0, H-2), cujo valor de deslocamento químico mais
desblindado sugere proximidade a elemento eletronegativo (Figura 37).
É possível observar outros dois hidrogênios na forma de
dupleto de dupleto, em δ 3,06 (J=17,2; 12,8, H-3a) e δ 2,69 (J=17,2; 3,0,
H-3b). O valor de J de 17,1 Hz entre estes hidrogênio é indicativo de
acoplamento geminal, sugerindo um metileno. As demais constantes
mostram um acoplamento vicinal destes hidrogênios com o H em 5,45
ppm (Figura 38).
Observam-se mais três hidrogênios indicativos de anel aromático (Figura 39) na forma de multipletos em δ 6,91 (1H, H-2’), δ
6,78 (1H, H-5’) e δ 6,79 (1H, H-6’).
108
Figura 36 – Espectro de 1H RMN (600 MHz, TMS, CD3OD) para a substância
VT4 (eriodictiol) de Vernonanthura tweedieana.
Deslocamento químico, expresso em ppm relativo ao TMS.
Figura 37 – Espectro de
1H RMN (600 MHz, TMS, CD3OD) para a substância
VT4 (eriodictiol) de Vernonanthura tweedieana, ampliado na região entre δ
5,20 e δ 6,00.
Deslocamento químico, expresso em ppm relativo ao TMS.
109
Figura 38 – Espectro de
1H RMN (600 MHz, TMS, CD3OD) para a substância
VT4 (eriodictiol) de Vernonanthura tweedieana, ampliado na região entre δ
2,60 e δ 3,20.
Deslocamento químico, expresso em ppm relativo ao TMS.
Figura 39 – Espectro de 1H RMN (600 MHz, TMS, CD3OD) para a substância
VT4 (eriodictiol) de Vernonanthura tweedieana, ampliado na região entre δ
6,75 e δ 6,95.
Deslocamento químico, expresso em ppm relativo ao TMS.
110
A análise do mapa de correlações de HSCQ (Figura 40)
evidencia a presença de um metileno formado pelos H δ 3,06 dd e δ 2,69
dd, de carbono em δ 44,2 (C-3).
Foi possível observar, também, um carbono em 80,7 (C-2) ppm,
formando um metino de H em 5,28 dd ppm, indicando proximidade a
elemento eletronegativo (oxigênio). Confirmou-se a existência de
carbonos sp2 hidrogenados, típicos de carbonos de anel aromático, em δ
97,2 (C-6), δ 96,2 (C-8), δ 114,7 (C-2’), δ 116,6 (C-5’) e em δ 119,2 (C-
6’).
O experimento de HMBC (Figura 41) mostrou oito carbonos
quaternários, sendo um carbono carbonílico em δ 197,8 (C-4), típico de
cetona cíclica, cinco carbonos sp2 oxigenados em anel aromático
estando em δ 165,6 (C-5), δ 168,6 (C-7), δ 164,9 (C-9), δ 146,1 (C-3’) e
δ 158,7 (C-4’), bem como dois outros em δ 103,5 (C-10) e δ131,8 (C-
1’).
As correlações ente 1H-
13C do metileno (δ 3,06 dd e δ 2,69 dd)
e do metino (5,28 dd), e de seus hidrogênios com carbono carbonílico
sugerem, novamente, um esqueleto de flavanona.
Figura 40 – Mapa de correlação HSQC (600 MHz
1H e 125 MHz
13C, TMS,
CD3OD) para as substâncias VT4 (eriodictiol) de Vernonanthura tweedieana.
111
Figura 41 – Mapa de correlação HMBC (600 MHz
1H e 125 MHz
13C, TMS, CD3OD) para as substâncias VT4 (eriodictiol) de
Vernonanthura tweedieana.
112
Os dados de 1H RMN e
13C RMN obtidos para a substância
VT4 foram comparados com a literatura, e os dados estão apresentados
na Tabela 4.
Tabela 4 – Dados de
1H RMN e
13C RMN para a substância VT4 (eriodictiol) de
Vernonanthura tweedieana, e dados comparativos da literatura.
Posição
VT4 (HUANG et al., 2014) (JÚNIOR et al., 2008)
δ 1H
mult .(J Hz) δ ¹³C
δ 1H
mult .(J Hz) δ ¹³C
δ 1H
mult .(J Hz) δ ¹³C
1 - - - - - -
2 5,28 dd (12,8; 3,0) 80,7 5,36 dd (12,9; 2,9) 79,9 5,17 dd (12,5; 3,0) 80,4
3a 3,06 dd (17,2; 12,8) 44,2
2,69 dd (17,4; 2,9) 43,4
2,96 dd (17,0; 12,5) 44,0
3b 2,69 dd (17,2; 3,0) 2,69 dd (17,4; 2,9) 2,61 dd (17,0; 3,0)
4 - 197,8 - 197,3 - 197,7
5 - 165,6 - 165,1 - 165,4
6 5,88 d (2,2) 97,2 5,91 d (2,1) 96,7 5,79 d (2,0) 97,0
7 - 168,6 - 167,7 - 168,3
8 5,90 d (2,2) 96,2 5,93 d (2,1) 95,8 5,80 d (2,0) 96,2
9 - 164,9 - 164,8 - 164,8
10 - 103,5 - 103,8 - 103,3
1’ - 131,8 - 131,2 - 131,7
2’ 6,91 m 114,7 7,01 s 114,6 6,83 sl 114,7
3’ - 146,1 - 146,1 - 146,4
4’ - 147,1 - 146,5 - 146,8
5’ 6,78 m 116,6 6,84 s 115,9 6,68-6,71 m 116,2
6’ 6,79 m 119,2 6,84 s 119,0 6,68-6,71 m 119,2
(600 MHz 1H, 125 MHz 13C,
CD3OD)
(400 MHz 1H, 100 MHz 13C,
CD3OD)
(500 MHz 1H, 75 MHz 13C,
CD3OD)
A partir dessas informações foi possível sugerir que a
substância VT4 trata-se da flavanona eriodictiol ou 5,7,3’,4’-
tetrahidroxi-flavanona (Figura 42). Seu peso molecular calculado é
288,0634 g/mol, fórmula molecular de C15H12O6, e grau de insaturação
de 10 (MIYAKE; YAMAMOTO; OSAWA, 1997; ZANON, 2006;
JÚNIOR et al., 2008; IVANOVA; BABKIN, 2011; OLENNIKOV;
TANKHAEVA; PARTILKHAEV, 2012)
O eriodictiol já foi previamente purificado a partir das folhas V. tweedieana (ZANON, 2006). Entretanto, é a primeira vez que esta
flavanona está sendo reportada para os caules e raízes da espécie.
Na Figura 43 estão ilustradas algumas as principais correlações entre
1H–
13C observadas do experimento de HMBC para a substância
VT4 (eriodictiol).
113
Figura 42 – Estrutura molecular da substância VT4 (eriodictiol) de
Vernonanthura tweedieana.
Fonte: adaptado de Huang et al. (2014) e Júnior et al. (2008).
Figura 43 – Correlações a longa distância entre 1H–
13C (HMBC) da substância
VT4 (eriodictiol) de Vernonanthura tweedieana.
5.4.4 Substâncias VT5 (3-hidroxi-1-[4-hidroxi-3,5-dimetoxifenil]-
propan-1-ona) e VT6 (Evofolina B)
As substâncias VT5 (3-hidroxi-1-[4-hidroxi-3,5-dimetoxifenil]-
propan-1-ona) e VT6 (evofolina B) foram elucidadas em mistura (0,8
mg). A elucidação estrutural será discutida para cada substância
separadamente, entretanto, os espectros e mapas de correlação
bidimensionais apresentados são comuns às duas.
114
A Figura 44 apresenta o espectro de 1H RMN para as
substâncias, pode-se observar sinais em região desblindada entre 6,70 e
7,70 ppm, indicando a presença de hidrogênios aromáticos.
Figura 44 – Espectro de
1H RMN (600 MHz, TMS, acetona-d6) para as
substâncias VT5 (3-hidroxi-1-[4-hidroxi-3,5-dimetoxifenil]-propan-1-ona) e
VT6 (evofolina B) de Vernonanthura tweedieana.
Deslocamento químico, expresso em ppm relativo ao TMS.
Para a substância VT5 (3-hidroxi-1-[4-hidroxi-3,5-
dimetoxifenil]-propan-1-ona) foram observados no espectro de 1H RMN
sinal de dupleto de dupleto em 3,17 (2H, J=6,2, H-8) ppm, indicando
ligação com carbono sp3. Sinal em δ 3,91 (8H), cuja análise indica dois
tipos de sinais: um simpleto de integração para seis hidrogênios (OCH3-
5 e OCH3-6), característico de metoxila, sugerindo dois radicais
simétricos; e um multipleto (2H, H-9) indicando metileno próximo a
elemento eletronegativo (Figura 45).
Observou-se, também, sinal de hidrogênio simpleto em δ 7,34
(2H, H-2 e H-6), indicando H simétrico de anel aromático (Figura 46).
A análise do mapa de HSQC (Figura 47) mostra sinais de
carbono aromático em 107,0 (C-2 e C-6) ppm, dois sinais característicos
115
de carbono de CH2 em δ 41,8 (C-8) e δ 58,6 (C-9), além de carbonos
confirmando grupo metoxila em δ 3,91 (OCH3).
Os dados de HMBC (Figura 48) mostram sinais de cinco
carbonos, sendo um carbono carbonílico em δ 198,2 (C-7), três carbonos
oxigenados de anel aromático em δ 148,5 (C-3 e C-5) e δ 142,0 (C-4),
além de carbono em 129,3 ppm.
As correlações 1H-
13C dos hidrogênios dos metilenos e dos H
aromáticos com a carbonila indica uma cadeia alifática ligada ao anel
aromático por meio de um grupo cetona.
Figura 45 – Espectro de
1H RMN (600 MHz, TMS, acetona-d6) para a
substância VT5 (3-hidroxi-1-[4-hidroxi-3,5-dimetoxifenil]-propan-1-ona) de
Vernonanthura tweedieana, ampliado na região entre δ 3,10 e δ 3,95 (em
mistura com VT8).
Deslocamento químico, expresso em ppm relativo ao TMS.
116
Figura 46 – Espectro de 1H RMN (600 MHz) em acetona-d6 para a substância
VT5 (3-hidroxi-1-[4-hidroxi-3,5-dimetoxifenil]-propan-1-ona) de
Vernonanthura tweedieana, ampliado na região entre δ 7,20 e δ 7,45 (em
mistura com VT6).
Deslocamento químico, expresso em ppm relativo ao TMS.
Figura 47 – Mapa de correlação HSQC (600 MHz 1H e 125 MHz
13C, TMS,
acetona-d6) para as substâncias VT5 (3-hidroxi-1-[4-hidroxi-3,5-dimetoxifenil]-
propan-1-ona) e VT6 (evofolina B) de Vernonanthura tweedieana.
117
Figura 48 – Mapa de correlação HMBC (600 MHz 1H e 125 MHz
13C, TMS, acetona-d6) para as substâncias VT5 (3-hidroxi-1-
[4-hidroxi-3,5-dimetoxifenil]-propan-1-ona) e VT6 (evofolina B) de Vernonanthura tweedieana.
118
O espectro de 1H RMN mostra para a substância VT6 dois
conjuntos de sinais de hidrogênios típicos de anel aromático (Figura 49).
Um conjunto formado por dois dupletos em δ 7,60 (1H, J=2,0, H-2) e
em δ 6,84 (1H, J=8,3, H-5), e um dupleto de dupleto δ 7,66 (1H, J=8,3;
2,0, H-6). As constantes de acoplamento sugerem anel aromático
trisubstituído, sendo o H δ 7,66 dd em posição orto referente ao H em δ
6,84 d, e em meta em relação a δ 7,60 d. O segundo conjunto, também
caraterístico de anel aromático trisubstituído, apresenta hidrogênio δ
6,80 dd (1H, J=8,1; 2,0, H-6’) em posição orto em relação ao H em δ
6,74 d (1H, J=8,1, H-5’), e em posição meta em relação a δ 6,99 d (1H,
J=2,0, H-2’). Observam-se sinais em δ 4,80 dd (1H, J=8,5; 5,2, H-8), δ
4,23 m (1H, H-9a) e em δ 3,71 m (1H, H-9b), característico de H ligados
a carbono sp3, sugerindo presença de um metino e um metileno (Figura
50). A Figura 51 mostra dois sinais de simpleto em 3,88 (3H, OCH3-3) e
3,82 (3H, OCH3-3’) ppm, sugerindo grupos metoxila.
Os dados de HSQC (Figura 47) confirmam metileno de carbono
em δ 65,5 (C-9), sugerindo proximidade a oxigênio, e de metino com
carbono em 55,9 (C-8) ppm. A análise de HMBC (Figura 48) mostra
correlação destes grupamentos com carbonila em δ 198,2 (C-7). A
correlação de alguns dos H aromáticos com o carbono carbonílico indica
que os anéis estejam ligados por um grupamento cetônico.
Figura 49 – Espectro de
1H RMN (600 MHz, TMS, acetona-d6) para a
substância VT6 (evofolina B) de Vernonanthura tweedieana, ampliado na
região entre δ 6,70 e δ 7,70 (em mistura com VT5).
Deslocamento químico, expresso em ppm relativo ao TMS.
119
Figura 50 – Espectro de 1H RMN (600 MHz, TMS, acetona-d6) para a
substância VT6 (evofolina B) de Vernonanthura tweedieana, ampliado na
região entre δ 3,60 e δ 4,85 (em mistura com VT5).
Deslocamento químico, expresso em ppm relativo ao TMS.
Figura 51 – Espectro de 1H RMN (600 MHz, TMS, acetona-d6) para a
substância VT6 (evofolina B) de Vernonanthura tweedieana, ampliado na
região entre δ 3,75 e δ 4,00 (em mistura com VT5).
Deslocamento químico, expresso em ppm relativo ao TMS.
120
Os dados de 1H RMN e
13C RMN obtidos para a substância
VT5 foram comparados com a literatura, e as informações estão
apresentados na Tabela 5.
Tabela 5 – Dados de 1H RMN e
13C RMN para a substância VT5 (3-hidroxi-1-
[4-hidroxi-3,5-dimetoxifenil]-propan-1-ona) de Vernonanthura tweedieana, e
dados comparativos da literatura.
Posição
VT5 (ZHU et al., 2012) (JONES et al., 2000)
δ 1H
mult .(J Hz) δ ¹³C
δ 1H
mult .(J Hz) δ ¹³C
δ 1H
mult .(J Hz) δ ¹³C
1 - 129,3 - 129,3 - 127,8
2 7,34 s 107,0 7,34 s 106,9 7,34 s 115,5
3 - 148,5 - 49,0 - 149,1
4 - 142,0 - - 152,9
5 - 148,5 - 49,0 - 112,4
6 7,34 s 107,0 7,34 s 106,9 7,34 s 124,6
7 - 198,2 - 99,6 - 199,0
8 3,17 d (6,2) 41,8 3,19 t (6,1) 59,1 3,16 42,0
9 3,91 m 58,6 3,96 t (6,1) 41,5 3,91 m 66,3
3-OCH3 3,91 s 56,9 3,92 s 56,6 3,90 s 56,9
5-OCH3 3,91 s 56,9 3,92 s 56,6 3,90 s 56,9
(600 MHz 1H, 125 MHz 13C,
acetona-d6)
(400 MHz 1H, 100 MHz 13C,
CD3OD)
(500 MHz 1H, 125 MHz 13C,
acetona-d6)
A partir das informações é possível inferir que a substância
VT5 corresponde ao fenilpropanoide 3-hidroxi-1-[4-hidroxi-3,5-
dimetoxifenil]-propan-1-ona (Figura 52).
Apresenta fórmula molecular C11H14O5, peso molecular
calculado de 226,0841 g/mol e grau de insaturação 5 (JONES et al.,
2000; LACRET et al., 2012; ZHU et al., 2012).
As principais correlações entre 1H–
13C observadas do mapa de
HMBC para a substância VT5 estão ilustradas na Figura 53.
Figura 52 – Estrutura molecular da substância VT5 (3-hidroxi-1-[4-hidroxi-3,5-
dimetoxifenil]-propan-1-ona) de Vernonanthura tweedieana.
Fonte: adaptado de Lacret et al. (2012) e Zhu et al. (2012).
121
Figura 53 – Correlações a longa distância entre 1H–
13C (HMBC) da substância
VT5 (3-hidroxi-1-[4-hidroxi-3,5-dimetoxifenil]-propan-1-ona) de
Vernonanthura tweedieana.
Os dados de
1H RMN e
13C RMN obtidos para a substância
VT6 foram comparados com a literatura, conforme apresentados na
Tabela 6.
Tabela 6 – Dados de
1H RMN e
13C RMN para a substância VT6 (evofolina B)
de Vernonanthura tweedieana, e dados comparativos da literatura.
Posição
VT6 (WILAIRAT et al., 2006) (WU; YEH; WU, 1995)
δ 1H
mult .(J Hz) δ ¹³C
δ 1H
mult .(J Hz) δ ¹³C
δ 1H
mult .(J Hz) δ ¹³C
1 - 130,5 - 129,1 - 131,3
2 7,60 d (2,0) 112,3 7,54 d (1,9) 110,5 7,58 d (2,0) 112,3
3 - 148,2 - 146,9 - 148,2
4 - 152,1 - 150,5 - 152,2
5 6,84 d (8,3) 115,3 6,84 d (8,8) 113,9 6,83 d (8,3) 115,3
6 7,66 dd (8,3; 2,0) 124,5 7,53 dd (8,8; 1,9) 124,5 7,64 dd (8,3; 2,0) 124,5
7 - 198,2 - 198,6 - 198,0
8 4,80 dd (8,5; 5,2) 55,9 4,66 dd (8,2; 5,0) 55,5 4,79 dd (8,4; 5,2) 55,8
9a 4,23 m 65,5
4,22 d (11,3; 8,4) 65,3
4,22 dd (10,4; 8,4) 65,6
9b 3,71 m 3,82-3,89 m 3,69 dd (10,4; 5,2)
1’ - 129,9 - 128,4 - 129,9
2’ 6,99 d (2,0) 112,8 6,71 d (1,9) 110,1 6,98 d (2,0) 112,8
3’ - 148,5 - 145,1 - 148,5
4’ - 146,6 - 146,6 - 146,7
5’ 6,74 d (8,1) 115,9 6,86 d (8,0) 111,0 6,72 d (8,1) 116,0
6’ 6,80 dd (8,1; 2,0) 121,9 6,80 dd (8,0; 1,9) 121,5 6,79 dd (8,1; 2,0) 121,9
3-OCH3 3,88 s 56,3 3,90 s 55,9 3,86 s 56,2
3’-OCH3 3,82 s 56,4 3,84 s 55,9 3,81 s 56,2
(600 MHz 1H,
125 MHz 13C, acetona-d6)
(300 MHz 1H,
75 MHz 13C, CDCl3)
( -
- acetona-d6)
Assim foi possível confirmar que a substância VT6 deve
corresponder ao fenilpropanoide evofolina B (Figura 54).
122
A evofolina B possui fórmula molecular C17H18O6, peso
molecular calculado de 318,1103 g/mol e grau de insaturação 9 (WU;
YEH; WU, 1995; WILAIRAT et al., 2006; LACRET et al., 2012; LUO
et al., 2013). As principais correlações entre 1H–
13C observadas do mapa
de HMBC para a substância VT8 (evofolina B) estão ilustradas na
Figura 55. Figura 54 – Estrutura molecular da substância VT6 (evofolina B) de
Vernonanthura tweedieana.
Fonte: adaptado de Lacret et al. (2012) e Luo et al. (2013).
Figura 55 – Correlações a longa distância entre 1H–
13C (HMBC) da substância
VT6 (evofolina B) de Vernonanthura tweedieana.
A análise de EM ESI-Q-TOF confirmou se tratar da mistura dos
fenilpropanoides 3-hidroxi-1-[4-hidroxi-3,5-dimetoxifenil]-propan-1-
ona e evofolina B, uma vez que se observa a presença do íon molecular
para ambas as substâncias, na forma de aduto com sódio,
respectivamente, m/z=249,0871 [M+Na]+ e m/z=341,1173 [M+Na]
+
(Figura 56).
123
Figura 56 – Espectro de massas ESI-Q-TOF para as substâncias VT5 (3-hidroxi-1-[4-hidroxi-3,5-dimetoxifenil]-propan-1-ona) e
VT6 (evofolina B) de Vernonanthura tweedieana.
Espectro de massas de alta resolução ESI-Q-TOF (modo positivo) para as substâncias VT5 (3-hidroxi-1-[4-hidroxi-3,5-
dimetoxifenil]-propan-1-ona) e VT6 (evofolina B). Eixo Y: intensidade (%); Eixo X: relação carga/massa (m/z).
124
5.4.5 Substância VT7 (Apigenina)
A substância VT7 (apigenina) foi isolada na forma de pó
amarelado (0,7 mg).
A Figura 57 mostra o espectro de 1H RMN para a substância
VT7. A análise do espectro de 1H RMN mostrou dois sinais de dupleto
em δ 6,46 (1H, J=2,1, H-8) e δ 6,21 (1H, J=2,1, H-6), característicos de
hidrogênios meta substituídos de anel aromático. Observa-se, também
um simpleto em 6,60 (1H, H-3), cujo valor mais desblindado sugere se
tratar hidrogênio olefínico (Figura 58).
Foram observados dois sinais de hidrogênios típicos de anel
aromático (Figura 59), na forma de dupleto, em δ 7,85 (2H, J=8,9, H-2’
e H-6’) e em δ 6,93 (2H, J=8,9, H-3’ e H-5’). A integração e forma dos
sinais sugerem se tratar de hidrogênios simétricos de anel aromático
tetrasubstituído.
Figura 57 – Espectro de
1H RMN (600 MHz, TMS, CD3OD) para a substância
VT7 (apigenina) de Vernonanthura tweedieana.
Deslocamento químico, expresso em ppm relativo ao TMS.
125
Figura 58 – Espectro de 1H RMN (600 MHz, TMS, CD3OD) para a substância
VT7 (apigenina) de Vernonanthura tweedieana, ampliado na região entre δ 6,15
e δ 6,65.
Deslocamento químico, expresso em ppm relativo ao TMS.
Figura 59 – Espectro de 1H RMN (600 MHz, TMS, CD3OD) para a substância
VT7 (apigenina) de Vernonanthura tweedieana, ampliado na região entre δ 6,90
e δ 7,90.
Deslocamento químico, expresso em ppm relativo ao TMS.
126
Figura 60 – Mapa de correlação HSQC (600 MHz
1H e 125 MHz
13C, TMS, CD3OD) para a substância VT7 (apigenina) de
Vernonanthura tweedieana.
127
Figura 61 – Mapa de correlação HMBC (600 MHz
1H e 125 MHz
13C, TMS, CD3OD) para a substância VT7 (apigenina) de
Vernonanthura tweedieana.
128
O mapa de correlações de HSCQ (Figura 60) confirmou um
carbono olefínico em 102,9 (C-3) ppm além dos carbonos sp2 de anel
aromático, em δ 100,2 (C-6), δ 95,0 (C-8), δ 129,6 (C-2’ e C-6’) e δ
117,1 (C-3’ e C-5’), estes dois últimos sinais mostrando se tratar de anel
aromático simétrico.
Os dados de HMBC (Figura 61) mostram a presença de um
segundo carbono olefínico em 166,3 (C-2) ppm, um carbono carbonílico
em δ 183,9 (C-4) indicando cetona cíclica α,β-insaturada. Foram
observados outros carbonos quaternários em δ 163,2 (C-5), δ 166,1 (C-
7), δ 159,5 (C-9), δ 162,7 (C-4’), indicando carbonos oxigenados, além
de carbono em δ 105,3 (C-10). A análise dos dados indica se tratar de
um esqueleto de flavona.
Os dados obtidos de 1H RMN e
13C RMN para a substância
VT7 estão apresentados com os dados comparativos da literatura na
Tabela 7.
Tabela 7 – Dados de 1H RMN e
13C RMN para a substância VT7 (apigenina) de
Vernonanthura tweedieana, e dados comparativos da literatura.
Posição
VT7 (KIM et al., 2014) (WEI et al., 2013)
δ 1H
mult .(J Hz) δ ¹³C
δ 1H
mult .(J Hz) δ ¹³C
δ 1H
mult .(J Hz) δ ¹³C
1 - - - - - -
2 - 166,3 - 163,8 - 165,0
3 6,60 s 102,9 6,72 s 102,8 6,55 s 102,9
4 - 183,9 - 181,7 - 182,7
5 - 163,2 - 165,2 - 161,6
6 6,21 d (2,1) 100,2 6,45 d (2,1) 99,2 6,27 d (1,7) 99,2
7 - 166,1 - 161,4 - 164,4
8 6,46 d (2,1) 95,0 6,16 d (2,1) 94,2 6,46 d (1,7) 94,2
9 - 159,5 - 157,5 - 158,1
10 - 105,3 - 105,3 - 104,4
1’ - 123,3 - 121,2 - 122,1
2’ 7,85 d (8,9) 129,6 7,89 d (8,8) 128,5 7,82 d (8,6) 128,3
3’ 6,93 d (8,9) 117,1 6,92 d (8,8) 116,1 6,95 d (8,6) 115,9
4’ - 162,7 - 161,5 - 161,1
5’ 6,93 d (8,9) 117,1 6,92 d (8,8) 116,1 6,95 d (8,6) 115,9
6’ 7,85 d (8,9) 129,6 7,89 d (8,8) 128,5 7,82 d (8,6) 128,3
(600 MHz 1H, 125 MHz 13C,
CD3OD)
(500 MHz 1H, 120 MHz 13C,
CD3OD)
(500 MHz 1H, 125 MHz 13C,
CDCl3)
A partir dessas informações pode-se concluir que a substância
VT7 trata-se da flavona apigenina ou 5,7,4’-trihidroxi-flavona (Figura
62). Sua fórmula molecular é C15H10O5, peso molecular calculado de
270,0528 g/mol e grau de insaturação igual a 11 (WEI et al., 2013; KIM
et al., 2014; SCOGNAMIGLIO et al., 2014; SHI et al., 2014).
129
Figura 62 – Estrutura molecular da substância VT7 (apigenina) de
Vernonanthura tweedieana.
Fonte: adaptado de Kim et al. (2014) e Shi et al. (2014).
As principais correlações entre 1H–
13C observadas do mapa de
HMBC para a substância VT7 (apigenina) estão ilustradas na Figura 63.
Figura 63 – Correlações a longa distância entre
1H–
13C (HMBC) da substância
VT7 (apigenina) de Vernonanthura tweedieana.
5.4.6 Substâncias VT8 (Ácido cafeico) e VT9 (Ácido protocatecuico)
As substâncias VT8 (ácido cafeico) e VT9 (ácido
protocatecuico) foram elucidadas em mistura (11,0 mg). Os espectros e
mapas de correlação bidimensionais apresentados são comuns às duas,
apesar de a elucidação estrutural ser discutida separadamente para cada
substância.
Análise do espectro de 1H RMN (Figura 64) mostra, para a
substância VT8, dois sinais de dupleto em 7,55 (1H, H-7) e 6,27 (1H, H-
8) ppm, com constante de acoplamento de 15,9 Hz, indicativo de ligação
dupla trans. Foram observados outros três sinais sugestivos de H de anel
130
aromático, sendo dois dupletos, em δ 7,16 (1H, J=2,0, H-2) e outro em δ
6,87 (1H, J=8,2, H-5), além de um dupleto de dupleto δ 7,03 (1H, J=8,2;
2,0, H-6) (Figura 65). Os valores de J destes três hidrogênios sugerem
um anel aromático trisubstituído, em que o H δ 7,03 dd está em posição
orto em relação à δ 6,87 d, e meta em relação a δ 7,16 d.
Avaliando-se o espectro de 1H RMN em relação à intensidade
dos sinais, observa-se que a mistura apresenta proporção de VT8:VT9
2:1.
Os dados do experimento de HSQC (Figura 66) mostram os
sinais dos carbonos olefínicos da ligação dupla trans em 146,1 (C-7) e
115,9 (C-8) ppm, além dos carbonos aromáticos em δ 115,2 (C-2), δ
116,4 (C-5) e δ 122,5 (C-6).
Na análise das correlações de HMBC (Figura 67) é possível
observar as correlações dos hidrogênios olefínicos δ 7,54 d e δ 6,27 d com um carbono carbonílico em 168,3 (C-9) ppm, indicativo de um
grupamento de ácido carboxílico. Ainda é possível observar a presença
de outros três carbonos quaternários, em 146,4 (C-3) e 148,7 (C-4) ppm,
indicando carbonos aromáticos oxigenados, e em 127,5 (C-1) ppm,
típico de carbono sp2 aromático.
Figura 64 – Espectro de
1H RMN (600 MHz, TMS, acetona-d6) para as
substâncias VT8 (ácido cafeico) e VT9 (ácido protocatecuico) de
Vernonanthura tweedieana.
Deslocamento químico, expresso em ppm relativo ao TMS.
131
Figura 65 – Espectro de 1H RMN (600 MHz, TMS, acetona-d6) para a
substância VT8 (ácido cafeico) de Vernonanthura tweedieana, ampliado na
região entre δ 6,20 e δ 7,60 (em mistura com VT9).
Deslocamento químico, expresso em ppm relativo ao TMS.
Figura 66 – Mapa de correlação HSQC (600 MHz 1H e 125 MHz
13C, TMS,
acetona-d6) para as substâncias VT8 (ácido cafeico) e VT 9 (ácido
protocatecuico) de Vernonanthura tweedieana.
132
Figura 67 – Mapa de correlação HMBC (600 MHz
1H e 125 MHz
13C, TMS, acetona-d6) para as substâncias VT8
(ácido cafeico) e VT9 (ácido protocatecuico) de Vernonanthura tweedieana.
133
Os dados obtidos de 1H RMN e
13C RMN para a substância
VT8 (ácido cafeico) estão apresentados com os dados comparativos da
literatura na Tabela 8.
Tabela 8 – Dados de 1H RMN e
13C RMN para a substância VT8 (ácido cafeico)
de Vernonanthura tweedieana, e dados comparativos da literatura.
Posição
VT8 (LEE et al., 2012) (SHI et al., 2014)
δ 1H
mult .(J Hz) δ ¹³C
δ 1H
mult .(J Hz) δ ¹³C
δ 1H
mult .(J Hz) δ ¹³C
1 - 127,6 - 126,7 - 125,7
2 7,16 d (2,0) 115,2 7,03 d (2,3) 113,9 7,02 d (1,8) 115,1
3 - 146,3 - 145,6 - 145,7
4 - 148,7 - 148,2 - 148,4
5 6,87 d (8,2) 116,4 6,78 d (8,2) 115,3 6,76 d (7,8) 115,4
6 7,03 dd (8,2; 2,0) 122,5 6,93 dd (8,2; 2,3) 121,6 6,97 dd (7,8; 1,8) 121,4
7 7,55 d (15,9) 146,1 7,52 d (15,8) 145,6 7,43 d (16,2) 144,9
8 6,27 d (15,9) 115,9 6,23 d (15,8) 114,5 6,16 d (16,2) 115,8
9 - 168,3 - 169,8 - 168,0
(600 MHz 1H,
125 MHz 13C,
acetona-d6)
(500 MHz 1H,
125 MHz 13C,
CD3OD)
(600 MHz 1H,
150 MHz 13C,
DMSO-d6)
Apesar de estes dados serem obtidos em solvente diferente aos
encontrados na literatura, a semelhança dos deslocamentos observados
da substância VT8 com aqueles encontrados na literatura permite
confirmar que VT8 corresponde ao ácido cafeico (Figura 68). Sua
fórmula molecular é C9H8O4, peso molecular calculado de 180,0423
g/mol, e grau de insaturação igual a 6 (LEE et al., 2012; KIM et al.,
2014; NGUYEN et al., 2014; SHI et al., 2014).
Figura 68 – Estrutura molecular da substância VT8 (ácido cafeico) de
Vernonanthura tweedieana.
Fonte: adaptado de Nguyen et al. (2014) e Lee et al. LEE et al. (2012).
As principais correlações entre 1H–
13C identificadas do mapa de
HMBC para a substância VT8 (ácido cafeico) são ilustradas na Figura
69.
134
Figura 69 – Correlações a longa distância entre 1H–
13C (HMBC) da substância
VT8 (ácido cafeico) de Vernonanthura tweedieana.
Para a substância VT9 (ácido protocatecuico), foram
observados três sinais sugestivos de hidrogênios de anel aromático
(Figura 70), sendo dois dupletos, em δ 7,53 (1H, J=2,0, H-2) e em δ
6,90 (1H, J=8,3, H-5), e um dupleto de dupleto em δ 7,48 (1H, J=8,3;
2,0, H-6).
Os valores de constante de acoplamento destes três hidrogênios
sugerem ser substituintes do mesmo anel aromático, com acoplamento
entre si, estando o hidrogênio em δ 7,48 dd em posição orto em relação
à δ 6,90 d, e em posição meta em relação à δ 7,53 d.
Figura 70 – Espectro de
1H RMN (600 MHz, TMS, acetona-d6) para a
substância VT9 (ácido protocatecuico) de Vernonanthura tweedieana, ampliado
na região entre δ 6,85 e δ 7,55 (em mistura com VT8).
Deslocamento químico, expresso em ppm relativo ao TMS.
135
Os dados de HSQC (Figura 66) mostram três carbonos
aromáticos, em δ 117,6 (C-2), δ 115,8 (C-5) e δ 123,7 (C-6). No
experimento de HMBC (Figura 67) é possível observar correlações dos
H aromáticos com um carbono carbonílico em 167,7 (C-7) ppm,
possivelmente de ácido carboxílico. Foram ainda observados três
carbonos quaternários, em δ 123,2 (C-1), δ 145,5 (C-3) e δ 150,6 (C-4),
estes dois últimos típicos de carbonos aromáticos oxigenados, por estar
em região mais desblindada. O conjunto de dados sugere se tratar de um
ácido aromático dissubstituído. Os dados de 1H RMN e
13C RMN para a
substância VT9 (ácido protocatecuico) estão apresentados com dados
comparativos da literatura na Tabela 9.
Tabela 9 – Dados de 1H RMN e
13C RMN para a substância VT9 (ácido
protocatecuico) de Vernonanthura tweedieana, e dados comparativos da
literatura.
Posição
VT9 (LIAO et al., 2014) (ZHANG et al., 2011)
δ 1H
mult .(J Hz) δ ¹³C
δ 1H
mult .(J Hz) δ ¹³C
δ 1H
mult .(J Hz) δ ¹³C
1 - 123,2 - 123,2 - 121,7
2 7,53 d (2,0) 117,6 7,52 d (1,9) 117,5 7,31 d (2,0) 116,8
3 - 145,5 - 145,7 - 144,9
4 - 150,6 - 150,8 - 150,6
5 6,90 d (8,3) 115,8 6,89 d (8,3) 115,8 6,75 d (8,0) 115,2
6 7,48 dd (8,3; 2,0) 123,7 7,47 dd (8,3; 1,9) 123,7 7,26 dd (8,0; 2,0) 123,0
7 - 167,7 - 167,8 - 168,1
(600 MHz 1H, 125 MHz 13C,
acetona-d6)
(500 MHz 1H, 125 MHz 13C,
CD3OD)
(400 MHz 1H, 100 MHz 13C,
DMSO-d6)
A partir desses dados é possível confirmar que a substância
VT9 corresponde ao ácido protocatecuico (Figura 71). Sua fórmula
molecular é C7H6O4, peso molecular calculado de 154,0266 g/mol, e
grau de insaturação igual a 5 (ZHANG et al., 2011; LEE et al., 2012;
LIAO et al., 2014; NGUYEN et al., 2014).
Figura 71 – Estrutura molecular da substância VT9 (ácido protocatecuico) de
Vernonanthura tweedieana.
Fonte: adaptado de Liao et al. (2014) e Nguyen et al. (2014).
136
A Figura 72 ilustra as principais correlações entre 1H–
13C
observadas do mapa de HMBC para a substância VT9 (ácido
protocatecuico).
Figura 72 – Correlações a longa distância entre
1H–
13C (HMBC) da substância
VT9 (ácido protocatecuico) de Vernonanthura tweedieana.
5.4.7 Substância VT10 (Luteolina)
Isolada na forma de pó amarelado (1,0 mg) a substância VT10
apresenta, no espectro de 1H RMN, sinais típicos de hidrogênios de anel
aromático (Figura 73).
Figura 73 – Espectro de
1H RMN (600 MHz, TMS, acetona-d6) para a
substância VT10 (luteolina) de Vernonanthura tweedieana.
Deslocamento químico, expresso em ppm relativo ao TMS.
137
Observam-se dois sinais de dupleto em δ 6,53 (1H, J=2,1, H-8)
e δ 6,25 (1H, J=2,1, H-6) característicos de hidrogênios meta
substituídos de anel aromático. O espectro de 1H RMN também mostra
um simpleto em 6,57 (1H, H-3), indicando hidrogênio olefínico devido
ao seu deslocamento químico para região mais desblindada (Figura 74).
Observam-se três H característicos de anel aromático (Figura
75), sendo dois dupletos, em δ 7,50 (1H, J=2,3, H-2’) e em δ 7,00 (1H,
J=8,4, H-5’), além de um dupleto de dupleto em δ 7,46 (1H, J=8,4; 2,3,
H-6’). De acordo com os valores de J desses H, o H em δ 7,46 dd está
disposto em posição orto em relação ao H em δ 7,00 d, e em posição
meta em relação ao H em δ 7,50 d.
O mapa de correlação de HSCQ (Figura 76) confirmou a
existência de um carbono olefínico em 104,2 (C-3) ppm e dos carbonos
aromáticos em δ 99,6 (C-6), δ 94,7 (C-8), δ 114,1 (C-2’), δ 116,6 (C-5’)
e δ 120,1 (C-6’). Os dados do experimento de HMBC (Figura 77)
mostram um segundo carbono olefínico em 165,3 (C-2) ppm, um
carbono carbonílico em δ 182,9 (C-4), que juntamente com os carbonos
olefínicos indica novamente um cetona cíclica α,β-insaturada. Foram
observados outros cinco carbonos quaternários em δ 163,3 (C-5), δ
164,9 (C-7), δ 158,9 (C-4’), δ 146,6 (C-3’) e δ 150,2 (C-4’), além de um
carbono em 105,3 (C-10) ppm, sugerindo esqueleto de flavona. Figura 74 – Espectro de
1H RMN (600 MHz, TMS, acetona-d6) para a
substância VT10 (luteolina) de Vernonanthura tweedieana, ampliado na região
entre δ 6,20 e δ 6,60.
Deslocamento químico, expresso em ppm relativo ao TMS.
138
Figura 75 – Espectro de 1H RMN (600 MHz, TMS, acetona-d6) para a
substância VT10 (luteolina) de Vernonanthura tweedieana, ampliado na região
entre δ 6,95 e δ 7,55.
Deslocamento químico, expresso em ppm relativo ao TMS.
Figura 76 – Mapa de correlação HSQC (600 MHz 1H e 125 MHz
13C, TMS,
acetona-d6) para a substância VT10 (luteolina) de Vernonanthura tweedieana.
139
Figura 77 – Mapa de correlação HMBC (600 MHz
1H e 125 MHz
13C, TMS, acetona-d6) para a substância VT10 (luteolina) de
Vernonanthura tweedieana.
140
A Tabela 10 mostra os dados obtidos de 1H RMN e
13C RMN
para a substância VT10 (luteolina) e os dados comparativos da
literatura.
Tabela 10 – Dados de 1H RMN e
13C RMN para a substância VT10 (luteolina)
de Vernonanthura tweedieana, e dados comparativos da literatura.
Posição
VT10 (KOBAYASHI et al., 2013) (LOIZZO et al., 2007)
δ 1H
mult .(J Hz) δ ¹³C
δ 1H
mult .(J Hz) δ ¹³C
δ 1H
mult .(J Hz) δ ¹³C
1 - - - - - -
2 - 165,3 - 165,1 - 164,0
3 6,57 s 104,2 6,57 s 104,2 6,65 s 102,7
4 - 182,9 - 183,0 - 182,1
5 - 163,3 - 163,4 - 161,6
6 6,25 d (2,1) 99,6 6,51 d (1,5) 99,6 6,18 d (2,0) 98,6
7 - 164,9 - 164,8 - 164,6
8 6,53 d (2,1) 94,7 6,24 d (1,5) 94,6 6,43 d (2,0) 94,0
9 - 158,9 - 158,8 - 157,4
10 - 105,3 - 105,3 - 103,8
1’ - 123,7 - 123,8 - 121,6
2’ 7,50 d (2,3) 114,1 7,49 d (2,2) 114,1 7,39 d (2,2) 113,5
3’ - 146,6 - 146,4 - 145,9
4’ - 150,2 - 150,0 - 149,8
5’ 7,00 d (8,4) 116,6 6,99 d (8,3) 116,6 6,88 d (7,6) 116,2
6’ 7,46 dd (8,4; 2,3) 120,1 7,47 dd (8,3; 2,2) 120,1 7,40 dd (7,8; 2,2) 119,1
OH-5 13,00 s - 13,00 s -
(600 MHz 1H,
125 MHz 13C,
acetona-d6)
(500 MHz 1H,
125 MHz 13C,
acetona-d6)
(400 MHz 1H,
100 MHz 13C,
DMSO-d6)
A partir das informações pode-se confirmar que a substância
VT10 trata-se da flavona luteolina ou 5,7,3’,4’-tretrahidroxi-flavona
(Figura 78).
Sua fórmula molecular é C15H10O6, peso molecular calculado
de 286,0477 g/mol, e grau de insaturação igual a 11 (LOIZZO et al.,
2007; YING et al., 2009; KOBAYASHI et al., 2013; SCOGNAMIGLIO
et al., 2014; SHI et al., 2014)
A Figura 79 apresenta as principais correlações entre 1H–
13C
observadas do mapa de HMBC para a substância VT10 (luteolina).
141
Figura 78 – Estrutura molecular da substância VT10 (luteolina) de
Vernonanthura tweedieana.
Fonte: adaptado de Kobayashi et al. (2013) e Shi et al. (2014).
Figura 79 – Correlações a longa distância entre
1H–
13C (HMBC) da substância
VT10 (luteolina) de Vernonanthura tweedieana.
5.4.8 Substância VT11 (Glaucolídeo A)
A substância VT11 foi isolada na forma de um óleo viscoso de
coloração esbranquiçada (16,5 mg). Na análise em CCD, empregando
eluente hexano:acetona 60:40 (v/v), a substância apresentou extinção
(254 nm) roxa, mas não foi visualizar fluorescência (366 nm). Após
revelação com anisaldeído sulfúrico, apresentou-se como uma mancha
de coloração marrom (Rf=0,57), conforme ilustrado na Figura 80.
O espectro de RMN 1H obtido à temperatura ambiente da
substância VT11 apresentou sinais alargados, dificultando sua
interpretação. Desse modo, as análises de RMN 1H e bidimensionais
foram desenvolvidas em temperatura reduzida, a 263 K (-10,1 ºC),
mostrando a maior parte dos sinais melhor resolvidos. A Figura 81
apresenta a visão geral do espectro de RMN 1H (400 MHz, CDCl3) da
substância VT11 em temperatura reduzida.
142
Figura 80 - Análise por cromatografia em camada delgada da substância VT11
(glaucolídeo A) de Vernonanthura tweedieana.
Cromatograma da substância VT11 (glaucolídeo A) de V. tweedieana, revelado
com anisaldeído sulfúrico. FM: fase móvel.
Figura 81 – Espectro de 1H RMN (400 MHz, TMS, CDCl3) para a substância
VT11 (glaucolídeo A) de Vernonanthura tweedieana.
Deslocamento químico, expresso em ppm relativo ao TMS.
143
A análise do espectro de 1H RMN mostrou a presença de
multipletos em δ 6,17 (1H, H-3’a) e δ 5,75 (1H, H-3’b) indicando
hidrogênios olefínicos, ligados a carbonos sp2 (Figura 82). Foram
observados de sinal de simpleto largo em δ 4,81 (2H, H-13a,b) e
dupletos em δ 4,95 (1H, J=9,5, H-6) e δ 4,76 (1H, J=8,3. H-8), indicam
hidrogênios próximos a elemento eletronegativo (oxigênio) (Figura 83).
Observaram-se sinais simpleto em δ 1,55 (3H, H-14) e δ 1,68
(3H, H-15) característicos de metilas (CH3), e simpletos em δ 1,94 (3H,
H-4’), δ 2,07 (3H, H-2”) e δ 2,11 (3H, H-2”’) que indicam metilas
ligadas a carbonos sp2 (Figura 84).
A análise do experimento bidimensional de HSQC (Figura 85)
confirmou a existência de um metileno formado pelos hidrogênios em δ
4,81 sl com seu carbono em δ 54,9 (C-13) estando ligado ao oxigênio.
Foi possível confirmar também o CH2 formado pelos hidrogênios
olefínicos δ 6,17 m e δ 5,75 m cujo carbono sp2 está em δ 128,0 (C-3’).
Além desses, foram identificados outros três grupos CH2 com
carbonos sp3 em δ 32,6 (C-2), δ 40,0 (C-9) e δ 31,4 (C-3). Com a análise
foi possível identificar sinais de hidrogênio sobrepostos aos sinais de
CH3. Foram observados os sinais em δ 2,96 ddd (1H, J=17,3; 12,7; 4,8,
H-2a) e em δ 2,31 m (1H, H-2b); outros dois H em δ 2,63 ddd (1H,
J=14,0; 13,5; 4,8, H-3a) e δ 1,66 m (1H, H-3a); e os sinais em δ 2,84 dd
(1H, J=16,2; 8,3, H-9a) e δ 2,28 d (1H, J=16,2, H-9b) correspondem ao
CH2 de carbono δ 40,0. O valor de J menor (8,3 Hz) do H em δ 2,84
deste último CH2 sugere acoplamento com o H do metino em δ 4,76 d
(com mesmo valor de J), de carbono em δ 64,3 (C-8).
Foi possível identificar um terceiro metino, de H em δ 2,84 d
(1H, J=9,5, H-5) e carbono em δ 58,5 (C-5), cujo valor de J sugere
acoplamento com o CH de H em δ 4,95 d (1H, J=9,5, H-6) de carbono
em δ 80,7 (C-6), indicando serem CH vicinais.
Os dados de HMBC (Figura 86) confirmam a existência de 23
carbonos para a molécula. Foi observada a presença de quatro carbonos
carbonílicos de grupamentos éster, em δ 166,2 (C-1’), δ 169,5 (C-12), δ
169,8 (C-1’”) e δ 170,4 (C-1”). Para a carbonila em δ 166,2, foram
observadas correlações com os hidrogênios olefínicos (δ 4,81 sl) e os H
da metila em δ 1,94 s, estes últimos que também correlacionam com um
segundo carbono olefínico em δ 134,4 (C-2’), indicando se tratar do
radical metacriloiloxi.
As carbonilas em δ 170,4 e δ 169,8 apresentam correlação com
os hidrogênios de CH3 em δ 2,07 s e δ 2,11 s, respectivamente,
indicando a presença de dois radicais acetoxi.
144
Figura 82 – Espectro de 1H RMN (400 MHz, TMS, CDCl3) para a substância
VT11 (glaucolídeo A) de Vernonanthura tweedieana, ampliado na região entre
δ 5,65 e δ 6,25.
Deslocamento químico, expresso em ppm relativo ao TMS.
Figura 83 – Espectro de 1H RMN (400 MHz, TMS, CDCl3) para a substância
VT11 (glaucolídeo A) de Vernonanthura tweedieana, ampliado na região entre
δ 4,70 e δ 5,00.
Deslocamento químico, expresso em ppm relativo ao TMS.
145
Figura 84 – Espectro de 1H RMN (400 MHz, TMS, CDCl3) para a substância
VT11 (glaucolídeo A) de Vernonanthura tweedieana, ampliado na região entre
δ 1,50 e δ 2,15.
Deslocamento químico, expresso em ppm relativo ao TMS.
Figura 85 – Mapa de correlação HSQC (400 MHz 1H e 100 MHz
13C, TMS,
CDCl3) para a substância VT11 (glaucolídeo A) de Vernonanthura tweedieana.
146
Figura 86 – Mapa de correlação HMBC (400 MHz
1H e 100 MHz
13C, TMS, CDCl3) para a substância VT11 (glaucolídeo A) de
Vernonanthura tweedieana.
147
Para a carbonila em 169,5 ppm, foram observadas correlações
com os hidrogênios em δ 4,81 m. Estes hidrogênios também revelaram
correlações com outros dois carbonos sp2 característicos, sugerindo a
existência de um anel γ-lactônico α,β-insaturado. O anel lactônico
contém, além da carbonila (δ 169,5) o α-carbono em δ 124,6 (C-11), β-
carbono em δ 163,6 (C-7) e o γ-carbono em δ 80,7 (C-6). Foi possível
observar, também, outros três carbonos quaternários, sendo uma quinta
carbonila em δ 206,7 (C-1) e dois carbonos sp3 próximos a oxigênio, em
61,5 (C-4) e 84,4 (C-10) ppm.
Os dados observados de 1H RMN e
13C RMN para a substância
VT11, juntamente com os dados da literatura, estão apresentadas na
Tabela 11.
Tabela 11 – Dados de
1H RMN e
13C RMN para a substância VT11 (glaucolídeo
A) de Vernonanthura tweedieana, e dados comparativos da literatura.
Posição VT11 (BARDÓN et al., 1990)
(BOHLMANN;
CZERSON, 1978)
δ 1H mult .(J Hz) δ ¹³C δ
1H mult .(J Hz) δ ¹³C δ
1H mult .(J Hz)
1 - 206,7 - 207,7 -
2a 2,96 ddd (17,3; 12,7; 4,8) 32,6
2,93 ddd (17,0; 11,5; 5,0) 33,3
1,98 dl (15,0)
2b 2,31 m 2,50 m 2,41 ddd (15,0; 12,0;
3,0)
3a 2,63 ddd (14,0; 13,5; 4,8) 31,4
2,50 m 32,5
2,18 ddd (15,0; 12,0;
3,0)
3b 1,66 m 1,70 ~ 1,32 dl (15,0)
4 - 61,5 - 61,0 -
5 2,84 d (9,5) 58,5 2,74 d (9,5) 59,5 2,26 d (9,5)
6 4,95 d (9,5) 80,7 4,89 d (9,5) 81,1 4,73 dl (9,5)
7 - 163,6 - 162,8 -
8 4,76 d (8,3) 64,3 4,93 d (7,5) 64,5 4,92 dl (7,5)
9a 2,84 dd (16,2; 8,3) 40,0
2,82 dd (15,5; 7,5) 41,9
1,97 dd (16,0; 7,5)
9b 2,28 d (16,2) 2,41 dl (15,5) 2,52 d (16,0)
10 - 84,4 - 84,5 -
11 - 124,6 - 126,0 -
12 - 169,5 - 169,4 -
13a 4,81 sl 54,9
4,90 dd (13,1) 55,3
4,93 dl (12,5)
13b 4,81 sl 4,83 dd (13,1) 4,77 dl (12,5)
14 1,55 s 18,7 1,67 s 19,1 1,47 s
15 1,68 s 22,5 1,61 s 19,1 1,50 s
1’ - 166,2 - 166,3 -
2’ - 134,4 - 135,2 -
3’a 6,17 m 128,0
6,16 tl (1,0) 127,2
5,99 sl
3’b 5,75 m 5,69 tl (1,0) 5,22 sl
4’ 1,94 s 18,1 1,96 q (1,0) 17,8 1,72 sl
1’’ - 170,4 - 170,6 -
2’’ 2,07 s 20,8 2,07 s 20,8 1,65 s
1’’’ - 169,8 - 169,9 -
2’’’ 2,11 s 21,0 2,06 s 20,5 1,73 s
(400 MHz 1H, 100 MHz
13C,CDCl3) (270 MHz
1H, 67 MHz
13C, CDCl3)
(270 MHz 1H, 100,
C6D6)
148
A partir destes dados é possível confirmar que a substância
VT11 corresponde a lactona sesquiterpênica, glaucolídeo A (Figura 87),
cuja formula molecular é C23H28O10 e peso molecular calculado
464,1682 g/mol, e com grau de insaturação de dez (ABDEL-BASET et
al., 1971; PADOLINA et al., 1974; BOHLMANN; CZERSON, 1978;
CATALÁN et al., 1988; BARDÓN et al., 1990; CARTAGENA et al.,
2007). A Figura 88 mostra algumas das correlações entre 1H–
13C da
substância VT11, identificadas a partir do experimento de HMBC.
Figura 87 – Estrutura molecular da substância VT11 (glaucolídeo A) de
Vernonanthura tweedieana.
Fonte: adaptado de Padolina et al. (1974) e Bohlmann e Czerson (1978).
Figura 88 – Correlações a longa distância entre 1H–
13C (HMBC) da substância
VT11 (glaucolídeo A) de Vernonanthura tweedieana.
Bastante incidente em espécies do gênero Vernonia (ABDEL-
BASET et al., 1971; PADOLINA et al., 1974; MABRY et al., 1975b;
JAKUPOVIC et al., 1985), o glaucolídeo A também já foi identificado para as espécies de Vernonanthura como em V. pinguis, V. chamaedrys,
V. phosphorica, V. squamulosa (CATALÁN et al., 1986; CATALÁN et
al., 1988; BORKOSKY et al., 1997; KOTOWICZ et al., 1998; IGUAL
et al., 2013).
149
Borkosky e colaboradores (BORKOSKY et al., 2009)
demonstraram atividade moluscicida (LD50=38,18 µg/ml) para o
glaucolídeo A contra Biomphalaria peregrina.
A análise de EM ESI-Q-TOF confirma se tratar do glaucolídeo
A, uma vez que é possível observar a presença de íon molecular na
forma de aduto com sódio m/z=487,1606 [M+Na]+ (Figura 89).
Figura 89 – Espectro de massas ESI-Q-TOF da substância VT11 (glaucolídeo
A) de Vernonanthura tweedieana.
Espectro de massas de alta resolução ESI-Q-TOF (modo positivo) da substância
VT1. Eixo Y: intensidade (105); Eixo X: relação carga/massa (m/z).
150
5.5 AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE BIOLÓGICA in vitro
A substância VT4 (eriodictiol), componente majoritário
encontrado na investigação fitoquímica da V. tweedieana foi avaliada
biologicamente em ensaios in vitro.
Antes da avaliação da atividade biológica a substância foi
analisada quanto ao teor de pureza por cromatografia líquida de ultra
eficiência (CLUE).
5.5.1 Análise de pureza por cromatografia líquida de ultra eficiência
(CLUE)
O cromatograma derivado da análise por CLUE, apresentado na
Figura 90, mostrou que o tempo de retenção para o eriodictiol (VT4) nas
condições analisadas foi de 3,663 minutos.
Figura 90 – Cromatograma da substância VT4 (eriodictiol) de Vernonanthura
tweedieana por CLUE-DAD.
Cromatograma adquirido em comprimento de onda de 287 nm; Eixo Y:
intensidade; Eixo X: tempo de retenção (minutos).
Foram detectados outros picos indicativos de impureza, nos
tempos de retenção de 4,493; 4,577; 5,643 e 6,096 minutos. As áreas de
todos os picos foram integradas e a porcentagem de cada pico foi
calculada.
Os dados para a análise de pureza estão apresentados no Quadro
3. A avaliação de pureza indicou uma pureza maior que 98% para o
eriodictiol.
151
Quadro 3 – Valores de tempo de retenção, área do pico e porcentagem de área
para a substância VT4 (eriodictiol) de Vernonanthura tweedieana.
Pico Tempo de retenção (minutos) Área do pico Porcentagem de
área
1 3,663 473072 98,15
2 4,493 858 0,18
3 4,577 999 0,21
4 5,643 696 0,14
5 6,096 6373 1,32
A porcentagem dos picos foi calculada considerando a área de cada pico em
relação à somatória das áreas obtidas nos quatro picos.
O espectro de varredura no UV entre 200 a 400 nm da
substância VT4 (eriodictiol) mostrou uma banda com máximo de
absorção em 287 nm e uma banda menos intensa na região próxima a
330 nm (Figura 91).
Figura 91 – Espectro de UV da substância VT4 (eriodictiol) de Vernonanthura
tweedieana.
Espectro de varredura no ultravioleta (UV) entre os comprimentos de onda de
200 a 400 nm; Eixo Y: absorbância; Eixo X:comprimento de onda (nm).
Este perfil no UV da substância VT4 é característico daqueles
apresentados por flavanonas, cujos máximos de absorção ocorrem entre
240 e 285 nm para banda II e entre 300 e 400 nm para a banda I. Devido
à ausência da dupla ligação entre C-2 e C-3 em flavanonas e di-
idroflavonois, não há contribuição do grupo cinamoil para a absorção no
espectro de UV, havendo pouca ou nenhuma conjugação entre os anéis
A e B. Por isso, apresentam a banda II, associada à absorção do sistema
152
benzoil, mais intensa que a banda I, esta última, aparecendo como um
“ombro” da banda II (ZUANAZZI; MONTANHA, 2007; DA CUNHA,
2013; ÁSSIMOS, 2014).
5.5.2 Avaliação das atividades leishmanicida e tripanocida
A substância VT4 (eriodictiol) foi avaliada quanto as atividade
leishmanicida e tripanocida. A substância foi investigada inicialmente
quanto à porcentagem de inibição de crescimento para as células
acometidas por L. amazonensis e T. cruzi.
Os valores de porcentagem de inibição de crescimento para a
substância VT4, bem como para os controles positivos, estão
apresentados na Tabela 12.
Tabela 12 – Valores de porcentagem de inibição de crescimento para a
substância VT4 (eriodictiol) de Vernonanthura tweedieana para as atividades
leishmanicida e tripanocida.
Substância Porcentagem de inibição de crescimento
Leishmania amazonensis Trypanosoma cruzi
Eriodictiol (VT4)(50 µM) S.A. 22,65 ( 3,95)
Anfotericina (1 µM) 82,82 ( 4,24) -
Benznidazol (15 µM) - 56,96 ( 4,84)
Resultados expressos como média (± desvio padrão); S.A.: sem atividade.
Embora não se tenha observada a capacidade de inibição de
crescimento de L. amazonensis e T. cruzi para o eriodictiol, relatos na
literatura indicam sua atividade leishmanicida e tripanocida.
Segundo Tasdemir e colaboradores (2006) o eriodictiol
apresentou atividade contra L. donovani (IC50=10,4±5,3 µg/mL), T.
brucei rhodesiense (IC50=24,3±2,3 µg/mL) e T. cruzi (IC50=14,5±3,8
µg/mL). Já em estudo realizado por Salem e Werbovetz (2005),
demonstrou-se atividade contra L. donovani (IC50=25,0±4,4 µg/mL) e T. brucei brucei (IC50=25-50 µg/mL). O eriodictiol também se mostrou
ativo contra T. brucei (IC50=14,3±1,6 µg/mL) em estudo realizado por
Van Baren e colaboradores (2006).
A utilização de estratégias que promovam o direcionamento
seletivo da substância às células alvo, como por exemplo, com o
desenvolvimento de formulações farmacêuticas, seria uma alternativa
muito útil para melhorar as atividades leishmanicida e tripanocida,
assim como favorecer a seletividade.
153
6 CONCLUSÕES
• Foram identificadas 11 substâncias a partir da espécie
Vernonanthura tweedieana (Baker) H. Rob..
• A partir do extrato hidroetanólico de partes aéreas foram
isolados como componentes majoritários o cafeato de etila (VT1),
purificado das frações diclorometano e acetato de etila, e o
eriodictiol (VT4), purificado da fração acetato de etila. Foram
obtidos ainda da fração acetato de etila os componentes minoritários
naringenina (VT2) e crisoeriol (VT3), em mistura.
• No extrato hidroetanólico de caules e raízes foram obtidos os
componentes minoritários 3-hidroxi-1-(4-hidroxi-3,5-dimetoxifenil)-
propan-1-ona (VT5) e evofolina B (VT6) em mistura, a partir da
fração diclorometânica; e da fração acetato de etila, obtidos o
eriodictiol (VT4), a apigenina (VT7), os ácido cafeico (VT8) e ácido
protocatecuico (VT9) em mistura, e a luteolina (VT10).
• A partir do extrato acetônico da lavagem foliar, preparado para
a investigação de lactonas sesquiterpênicas, foi isolada a lactona
sesquiterpênica glaucolídeo A (VT11).
• A técnica de lavagem foliar mostrou-se eficiente para a
extração de lactona sesquiterpênica, sendo o glaucolídeo A (VT11)
purificado facilmente em poucas etapas.
• Com exceção do eriodictiol, já anteriormente reportado para V. tweedieana, as demais substâncias estão sendo relatadas pela primeira
vez para a espécie.
• A flavanona eriodictiol não apresentou atividade leishmanicida
(frente a Leishmania amazonensis), e apresentou fraca atividade
tripanocida (frente a Trypanosoma cruzi) com porcentagem de inibição
de crescimento de 22,65%.
154
155
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS E PERSPECTIVAS
A classificação das espécies da família Asteraceae entre tribos,
considerando a morfologia, não é uma questão totalmente resolvida. A
quimiotaxonomia, que se baseia na avaliação da ocorrência restrita de
metabólitos secundários em determinados grupos de plantas pode ser de
grande importância, uma vez que a análise dos principais constituintes
destas espécies e a avaliação das informações químicas geradas podem
contribuir para a resolução dos problemas de classificação intrafamiliar
(ALVARENGA et al., 2001; VON POSER; MENTZ, 2007).
O conhecimento da composição química vegetal é de grande
importância, já que a existência de um padrão comum no metabolismo
secundário pode prover evidências mais corretas de parentesco e
similaridade morfológica entre as espécies, e a descoberta de novos
compostos pode contribuir como marcadores taxonômicos (GURIB-
FAKIM, 2006; VON POSER; MENTZ, 2007).
A classificação do gênero Vernonanthura ainda permanece
contraditória e estudos fitoquímicos podem ser usados para auxiliar na
compreensão da sua estrutura taxonômica. Em termos químicos, a
comparação entre o perfil fitoquímico de diferentes espécies de
Vernonanthura pode corroborar para solução quanto à taxonomia desta
tribo (IGUAL et al., 2013).
As lactonas sesquiterpênicas são os metabólitos secundários
mais estudados na família Asteraceae, podendo ser utilizadas como
marcadores taxonômicos e fitoquímicos para os diferentes membros da
família (SEAMAN, 1982; EMERENCIANO et al., 1986;
EMERENCIANO et al., 1987; DA COSTA; TERFLOTH;
GASTEIGER, 2005; ARAÚJO et al., 2007).
Entende-se marcador químico como um constituinte ou classe
de compostos químicos presente no insumo vegetal, idealmente a
própria substância ativa, que preferencialmente seja responsável, ao
menos em parte, pelo efeito terapêutico, sendo usado no controle de
qualidade da matéria-prima, das preparações intermediárias e dos
medicamentos fitoterápicos (LIST; SCHMIDT, 1989; BRASIL, 2004).
O glaucolídeo A, caracterizado pela primeira vez na espécie
Vernonanthura tweedieana, mostra-se uma possível substância a ser
empregada como marcador químico e taxonômico para a espécie.
Além desta, o eriodictiol como componente majoritário também
pode se revelar uma substância promissora a ser utilizada com marcador
para V. tweedieana. Neste contexto, tem-se como perspectiva futura
156
para este trabalho estabelecer cromatograficamente, por CLUE, o
eriodictiol como marcador químico de controle de qualidade de droga
vegetal para a espécie V. tweedieana.
O estabelecimento de marcadores químicos é indispensável
para o planejamento e monitoramento de ações de transformação
tecnológicas e para estudos de estabilidade de produtos intermediário e
final, quando se trata de medicamentos fitoterápicos (SONAGLIO et al.,
2007).
A transformação do material vegetal para um produto
tecnicamente elaborado, intermediário ou acabado, implica na utilização
de operações de transformação tecnológica, que devem visar à
preservação da integridade química e farmacológica do vegetal,
garantindo a constância de sua ação biológica, segurança e utilização,
além da valorização de seu potencial terapêutico (TOLEDO et al.,
2003).
Modificações moleculares de produtos naturais, com vista a
aumentar a atividade ou seletividade e reduzir os efeitos colaterais ou
toxicidade, tem sido uma crescente nos últimos anos. Revelam-se uma
excelente ferramenta para o aprimoramento dos constituintes ativos até
o desenvolvimento de uma alternativa terapêutica para o tratamento das
diferentes enfermidades que acometem a humanidade (CECHINEL
FILHO; YUNES, 1998; CORDELL, 2000; MONTANARI; BOLZANI,
2001; BARREIRO, 2002; VIEGAS JR; BOLZANI; BARREIRO,
2006).
Segundo Lago e colaboradores (2014), devido às suas
propriedades anti-inflamatória e antioxidante, os flavonoides mostram-
se candidatos prováveis a serem avaliados para o tratamento de doenças
inflamatórias, incluindo doenças pulmonares. Entretanto, apesar dos
diversos testes em modelos experimentais, relacionando os flavonoides
à inibição de citocinas associadas com a regulação de fatores de
transcrição, são necessários mais estudos acerca dos efeitos específicos
de flavonóides sobre mecanismos moleculares nas doenças pulmonares.
A flavanona eriodictiol possui propriedades anti-inflamatórias,
sendo estas relacionadas à inibição da ativação do NF-κB induzida por
lipopolissacarídeo, resultante da inibição da degradação do inibidor de
κB-α e da fosfolarização de proteínas quinases ativadas por mitógenos
(MAPK). Parte do efeito pode ser também devido à inibição das
enzimas xantina oxidase e ciclo-oxigenases 1 e 2, redução dos níveis de
mTNF-α, inibição da prostaglandina E2, inibição da produção de óxido
nítrico, e à redução dos níveis de mRNA, interleucina-6 e interleucina-
157
1β (XAGORARI et al., 2001; TAKANO-ISHIKAWA; GOTO;
YAMAKI, 2006; ZHANG et al., 2006; LEE, 2011; LEE et al., 2013).
Considerando a utilização popular da espécie V. tweedieana para o tratamento de doenças respiratórias, outra perspectiva é a
investigação da atividade anti-inflamatória para o eriodictiol
(componente majoritário), em modelos in vivo de inflamação pleural.
Outra perspectiva futura para o trabalho é o desenvolvimento de
estudos para a avaliação das atividades biológicas in vitro da lactona
sesquiterpênica, glaucolídeo A.
Ainda, mais análises fitoquímicas podem ser desenvolvidas no
intuito de explorar as demais frações de V. tweedieana não investigadas
neste trabalho, especialmente, para a fração aquosa derivada do
particionamento de cada combinação de farmacógenos.
Por fim, uma parte dos resultados obtidos no desenvolvimento
de estudo não está sendo divulgada em função de se estabelecer a
proteção intelectual sobre estas informações, almejando-se como
perspectiva um futuro pedido de patente.
158
159
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