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I�STITUTO A VEZ DO MESTRE Programa de Pós-Graduação em Auditoria e Controladoria
Cristiane Regina Braga
Informações Contábeis para Usuários Internos e Externos nos processos decisórios das Entidades
Projeto de Pesquisa apresentado ao Curso de Pós-Graduação em “Auditoria e Controladoria” – �ível de Pós-Graduação
para aprovação na disciplina de Metodologia para Elaboração de Projetos
Rio de Janeiro, Abril de 2010.
2
SUMÁRIO
PÁGI�A
AGRADECIME�TOS I
RESUMO II 1 I�TRODUÇÃO
1.1 CO�TEXTUALIZAÇÃO 6
1.2 JUSTIFICATIVA 7
1.3 PROBLEMATIZAÇÃO 8
1.4 METODOLOGIA DA PESQUISA 9
2 FU�DAME�TAÇÃO TEÓRICA
2.1 I�FORMAÇÃO 9
2.2 SISTEMAS DE I�FORMAÇÕES 12
2.2.1 CO�SIDERAÇÕES SOBRE O SISTEMA 12
2.3 CLASSIFICAÇÃO DOS SISTEMAS DE I�FORMAÇÕES 13
2.3.1 SISTEMAS DE I�FORMAÇÕES SOBRE OS AMBIE�TES
EXTER�OS E I�TER�OS 14
2.3.2 SISTEMAS DE I�FORMAÇÕES OPERACIO�AIS 14
2.3.3 SISTEMAS DE I�FORMAÇÕES ECO�ÔMICO-FI�A�-CEIRAS - MÔDELO GECO� 14
2.3.4 VISÃO GERAL DO MODELO 17
2.3.5 SISTEMAS DE I�FORMAÇÕES CO�TÁBEIS 25
3 ASPECTOS FU�DAME�TAIS DO GERE�CIAME�TO DA I�FOR-
MAÇÃO 29 4 SISTEMAS DE I�FORMAÇÕES VOLTADAS PARA AVALIAÇÃO DE
DESEMPE�HO 30
3
5 I�TERAÇÃO E�TRE O SISTEMA DE I�FORMAÇÕES E O SISTEMA
DE GESTÃO 32 6 RELAÇÃO E�TRE CO�TROLADORIA E SISTEMA DE GESTÃO 33
6.1 O GESTOR DO SISTEMA CO�TROLADORIA 36
7 O PAPEL DA CO�TROLADORIA PARA SUBSÍDIAR O PROCESSO DE
TOMADA DE DECISÃO DOS GESTORES ATRAVÉS DO SISTEMA DE
I�FORMAÇÃO 39
7.1 PLA�EJAME�TO, EXECUÇÃO E CO�TROLE 41
8 CO�SIDERAÇÕES FI�AIS 43
BIBLIOGRAFIA 46
4
AGRADECIME�TOS
Aos meus filhos, marido e familiares pela compreensão e colaboração neste período e também
aos amigos que tanto torceram pelo nosso sucesso.
Aos professores, pelos ensinamentos. E aos colegas de curso, pelo convívio saudável.
5
RESUMO
Este trabalho tem por objetivo analisar a influência do Sistema de Informações Contábeis
como instrumento da Controladoria no suporte aos processos decisórios das empresas, com
informações e indicadores adequados, para uma estrutura dinâmica, que subsidie os gestores
da empresa, visando contribuir na proposta de melhoria dos seus procedimentos de tomadas
de decisões.
Sendo assim, os gestores das empresas necessitam de capacitação em processos de educação
continuada e acesso aos instrumentos gerenciais eficazes e eficientes, haja vista serem eles os
tomadores de decisões das empresas.
A partir deste estudo, conclui-se que o Sistema de Informações Contábeis é um dos mais
importantes instrumentos da Controladoria para suporte aos processos decisórios das
empresas.
6
1 I�TRODUÇÃO
1.1 CO�TEXTUALIZAÇÃO
O atual contexto competitivo e a rapidez com que vem sucedendo as mudanças na
tecnologia e o avanço no processo de globalização dos mercados exige das empresas um
permanente processo de adaptação para sua sobrevivência e continuidade. A evolução e o
desenvolvimento de novas tecnologias provocam mudanças profundas nas relações
empresarias e humanas, exigindo um tempo de resposta às necessidades de mudança cada vez
menor, colocando as empresas diante de novos desafios que, dependendo da forma de
desempenho de suas ações, do cumprimento de seus objetivos e missão, poderão ser levadas
ao sucesso ou ao fracasso. A partir desse contexto, as empresas foram levadas, a nível
mundial a se adequar às mudanças, para um contínuo aperfeiçoamento, ter visão para prevenir
a situação futura e ter ferramentas para utilizar no processo de tomada de decisão, tornando-se
eficientes e eficazes, passando a se preocuparem mais intensamente com: flexibilidade,
qualidade e melhoria contínua.
Desta forma, a sobrevivência da empresa passa a ser responsabilidade de toda a
organização. Em um mercado competitivo, a empresa deve investir dentre outras ações, na
implantação e/ou desenvolvimento de um sistema de informações que permita não só o
cumprimento de sua missão, mas garanta sua sobrevivência, revendo conceitos e critérios
adotados, procurando assim, manter-se auto-sustentável, além da eficiência e eficácia de suas
ações voltadas para o atendimento e satisfação de seus clientes internos e externos, investir no
desenvolvimento individual de seus funcionários e no desempenho de seus gestores.
Para Lauzel (Apud Mosimann, 1999:17), a empresa “é um agrupamento humano
hierarquizado que põe em ação meios intelectuais, físicos e financeiros, para extrair,
transformar, transportar e distribuir riquezas ou produzir serviços, conforme objetivos
7
definidos por uma direção individual ou colegiada, fazendo intervir em diversos graus,
motivação de benefício e de utilidade social”.
Dentro desse enfoque, várias são as teorias existentes sobre os Sistemas de Informações
Contábeis que poderão proporcionar às empresas a nortearem suas ações para adequação ao
sistema como suporte à gestão e ao processo de tomadas de decisões.
1.2 JUSTIFICATIVA
O trabalho desta monografia desenvolve-se a partir da necessidade de mostrar a influência
do Sistema de Informações Contábeis como instrumento da Controladoria no suporte aos
processos decisórios das empresas, com vistas a tornarem-se mais competitivas e viáveis sob
os aspectos sociais, econômicos e financeiros frente aos meios em que atuam e, objetivando
através do enfoque sobre o conhecimento a cerca do assunto identificar os elementos vitais
que possam contribuir para o desempenho dos gestores no processo de tomada de decisões
das empresas.
Trata-se de um estudo realizado através de levantamento bibliográfico com base nos
fundamentos, conceitos e teorias, que registra a concepção e a prática do Sistema de
Informações Contábeis, que tem interação direta com os demais sistemas e subsistemas das
empresas.
São os principais aspectos abordados:
O primeiro trata da Importância das Informações contidas nas Demonstrações Contábeis
para os Clientes Internos e Externos e na Tomada de Decisão pelos Gestores das Entidades;
O segundo aspecto aborda as informações contábeis destinadas aos usuários externos e
internos;
No terceiro aspecto, a importância dos sistemas de informações para dar o devido suporte
informativo a cada etapa do processo decisório;
8
No quarto aspecto, os sistemas de informações de avaliação de desempenho devem
impulsionar as ações dos gestores para a otimização do resultado global da entidade;
No quinto, a Interação entre o sistema de Informações e o Sistema de Gestão;
No sexto, a Contabilidade deve ser compreendida como um “banco de dados”, não
somente sobre os eventos realizados, mas também sobre os eventos planejados, mensurados
por medidas físicas e monetárias.
A implementação de um Sistema de Informações Contábeis eficaz possui uma
importância que transcende ao conceito da contabilidade; que caracteriza-se como um
processo de identificar, mensurar e comunicar informações econômicas; propriamente ditos,
pois constitui-se em um processo de mudança, que impacte profundamente os diversos
aspectos da organização, desde a postura dos gestores até o modelo de gestão adotado pela
empresa.
1.3 PROBLEMATIZAÇÃO
Atualmente, exige-se rapidez de ação, principalmente no cenário das organizações.
Estas tenderão a passar por processos radicais de inovação, quer seja na reestruturação,
redefinição de suas metas e objetivos, que seja no redirecionamento de suas ações, tendo
como ponto fundamental, a satisfação do cliente, e os valores que agregam à sociedade como
um todo, mantendo sintonia com as necessidades futuras.
A era da globalização e do conhecimento tem despertado no homem novas formas de
procedimentos no campo profissional. Uma delas é a necessidade de participar no
desempenho da empresa, principalmente no que tange às tomadas de decisões que poderão
afetar o destino não só das empresas, mas também o seu. O homem deixa de ser um mero
executor para ser um agregador na sociedade empresarial.
9
A problemática atual do cenário empresarial brasileiro está, na maioria das vezes, na
ineficácia como muitas empresas planejam, executam e controlam suas ações e na forma
como os seus gestores utilizam informações contábeis, sem integração com o processo
decisório.
Desta forma compreende-se que as tomadas de decisões nas empresas é de
fundamental importância para o alcance de sua missão, objetivos e metas, além de objetivar a
busca do seu equilíbrio financeiro e econômico.
1.4 METODOLOGIA DA PESQUISA
O trabalho baseou-se em pesquisa bibliográfica que incluiu livros, artigos de revistas
especializadas, monografias, documentos oficiais, e consultas via Internet que forneceram
informações necessárias para sua realização.
Portanto o critério adotado para orientação de pesquisa foi o método dedutivo onde os
conceitos, fundamentos e verdades já estabelecidas através dos autores nas obras citadas nas
referências bibliográficas geraram as conclusões válidas para o tema abordado.
2 FU�DAME�TAÇÃO TEÓRICA
2.1 I�FORMAÇÃO
A atual conjuntura econômica e social reforça a necessidade das empresas incorporarem
características que lhes permitam um maior grau de flexibilidade e adaptação ao ambiente
onde atua. As mudanças que vêm ocorrendo no modelo capitalista mundial nas últimas
décadas, o processo irreversível de globalização, a competitividade pelo mercado, têm afetado
todos os setores da economia e da sociedade, influenciando diretamente o ambiente das
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organizações nos processos e nas relações humanas e profissionais. As teorias administrativas,
os paradigmas do sucesso, os processos de trabalho, os modelos administrativos e gerenciais
estão sofrendo mudanças muito rápidas. O avanço da tecnologia no processo de divulgação da
informação vem exigindo cada vez mais dos gestores e das empresas um aperfeiçoamento nos
seus procedimentos, rotinas e ações, determinando novas posturas dos profissionais da
administração em relação ao uso, controle e gerenciamento da informação nas organizações,
com vistas a enfrentarem e superarem a competição desenfreada em vigor nos dias atuais.
Observa-se um crescimento do número de empresas que consideram o aprendizado
contínuo dos recursos humanos, a eficácia nos processos de gestão, a eficiência no processo
de tomada de decisões e um sistema de informações preciso, ferramentas fundamentais que
capacitam as empresas a reagirem às mudanças e aos avanços tecnológicos.
Os sistemas de informações, na teoria retrata que se bem implementados, poderão ser
ferramentas importantes à disposição dos gestores nas tomadas de decisões. A constante
evolução dos sistemas de informações contribui no processo de gestão das empresas rumo à
eficácia e eficiência no desempenho de suas ações gerenciais.
A crescente evolução dos computadores e mecanismos de comunicação eletrônica nas
últimas décadas, especialmente a Internet, trouxe para as organizações a responsabilidade de
serem, fundamentalmente, entidades processadoras de informação. A informação, para ser
considerada válida, deverá apresentar características essenciais como: precisão, atualidade,
confiabilidade, valor econômico, adequação às exigências decisórias da empresa entre outros
requisitos.
Para Bio (1996, p.29): “Quanto à informação, haveria muitas formas de conceituá-la,
dependendo do ângulo de observação e do campo de conhecimento em que se busque tal
conceito. Do ponto de vista mais específico de sistemas de informações, examina-se o
conceito a partir do entendimento da informação como resultado do tratamento de dados”.
11
Para tanto, é preciso verificar a distinção entre os seguintes elementos: dado,
processamento e informação.
O dado é a matéria-prima que o sistema vai trabalhar para transformar em informação.
Vale ressaltar que o dado analisado isoladamente não possui valor e não expressa nenhum
conhecimento.
Já o processamento abrange o conjunto de atividades que, para transformar os dados em
uma informação, necessita de elementos como: recursos humanos, materiais, financeiros e
tecnológicos.
Enquanto que, a informação é o produto gerado após o processamento dos dados,
possuindo um valor que tem como fator primordial: o de reduzir a incerteza na tomada de
decisões, aumentando a qualidade decisória quando utilizada pelos gestores.
A abordagem sobre informação, em linhas gerais, permite observar vários aspectos em
termos de finalidade, importância, e do seu papel nas empresas com o propósito de habilitar
cada uma a alcançar seus objetivos.
A figura abaixo mostra um fluxo simplificado dos elementos pertinentes ao
processamento de informações.
⇒ ⇒⇒⇒⇒
Figura 1. Elementos dos Sistemas de Informações.
A figura permite observar que os dados de entrada, depois de coletados, são conduzidos
até o ponto de processamento que tem como função registrar e converter em informações que
serão conduzidas aos usuários.
PROCESSAME�TO I�FORMAÇÃO DADOS
12
2.2 SISTEMAS DE I�FORMAÇÕES
O sistema de informação é visto como um conjunto de procedimentos com a função de
captar o que acontece na empresa, é também, a combinação de pessoas, tecnologia, ambiente,
procedimentos e controles com os quais se pretende manter os canais essenciais de
comunicação, processar certas rotinas típicas de transações e alertar a administração e outros
para a valorização dos eventos internos e externos, bem como propor subsídios aos gestores
na tomada de decisões inteligentes.
Entre os aspectos relevantes do papel desempenhado pelo Sistema de Informação no
contexto empresarial, destacam-se: o de dar suporte adequado ao subsistema de gestão como
um todo, principalmente nas áreas de gerenciamento, planejamento, controle e execução;
considerar aspectos dos ambientes externos e internos; evidenciar as diferenças entre o
previsto e o realizado e identificar os problemas ao nível estratégico operacional.
2.2.1 CO�SIDERAÇÕES SOBRE O SISTEMA
As informações geradas pelo sistema de informações influenciam o processo de tomada
de decisão, em todas as suas fases. As informações, portanto, devem facilitar e provocar ações
por parte dos gestores buscando a otimização dos resultados.
Apresentando o sistema de apuração de custos, receitas e resultados ficam claro que os
gestores, hoje, possuem um instrumento que auxilia na tomada de decisões.
O sistema oferece algumas vantagens como: fornecimento de informações tempestivas,
como também no que se refere a seus resultados, cabendo ao gestor ações nos produtos que
não alcançaram os objetivos previamente planejados.
É fundamental para o sucesso do sistema que as informações cheguem de forma correta.
13
2.3 CLASSIFICAÇÃO DOS SISTEMAS DE I�FORMAÇÕES
Sob o enfoque dos processes decisórios, considera-se que um sistema de informações
deve apoiar as decisões da Administração em todas as etapas do processo de sua gestão,
objetivando em princípio que a empresa alcance os resultados esperados.
Na visão do Professor Carlos Alberto Pereira (ln: Catelli, 1999:61), para atendimento a
essa questão, faz-se necessário desenvolver nas empresas um sistema de informações
gerenciais com características específicas para suportar as tomadas de decisões, conforme
demonstração da figura a seguir:
Figura 2. Sistemas de Informações
Sistemas de Informações
Sistemas de Informações
sobre os ambientes externo e interno
Planejamento
estratégico
Sistemas de informações operacionais
Planejamento e controle
Sistemas de informações ecônomica-financeiras – modelo GECO�
Módulo de simulações
Módulo de planejamento
Módulo realizado
Modelos de mensuração, acumulação e informação
14
2.3.1 SISTEMAS DE I�FORMAÇÕES SOBRE OS AMBIE�TES EXTER�OS E
I�TER�OS
O papel desses sistemas é subsidiar os gestores durante a fase de planejamento estratégico
com informações sobre os ambientes externos e internos.
Suas características reportam-se à utilização de banco de dados, onde são armazenadas as
informações de diferentes naturezas sobre o ambiente externo, que por sua própria natureza é
altamente flexível e, portanto, pouco estruturado quando às fontes (revistas especializadas,
jornais, vídeos, pesquisa de mercado, etc.).
2.3.2 SISTEMAS DE I�FORMAÇÕES OPERACIO�AIS
Esses sistemas têm o papel de processarem as transações planejadas e realizadas no
processo físico-operacional, bem como permitirem o controle físico do patrimônio da
empresa.
São caracterizados por um banco de dados que compreende as variáveis das transações,
tais como: datas, volumes, prazos, taxas, vencimentos, etc. Essas variáveis são utilizadas
pelos sistemas de informações econômico-financeiras, para a mensuração, o planejamento e o
controle de resultados.
2.3.3 SISTEMAS DE I�FORMAÇÕES ECO�ÔMICO-FI�A�CEIRAS - MÔDELO
GECO�
Conforme os preceitos do GECON, esses sistemas objetivam subsidiar os gestores com
informações sobre os resultados das alternativas simuladas, planejadas e realizadas, em todos
os processos de sua gestão.
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Os sistemas de informações do GECON são estruturados nos seguintes módulos que se
integram entre si e ao processo de gestão da empresa:
a) módulo de simulações – visa subsidiar os gestores durante a fase de pre-
planejamento, gerando informações sobre os resultados das alternativas simuladas,
buscando identificar aquelas que otimizam os resultados;
b) módulo de planejamento – visa subsidiar os gestores durante a fase de
planejamento operacional de curto, médio e longo prazo, gerando informações
detalhadas sobre os resultados dos eventos planejados;
c) módulo do realizado – fornece subsídio aos gestores durante a fase de controle,
gerando informações detalhadas sobre os resultados dos eventos realizados em
comparação aos dos eventos planejados.
Os módulos em referência, são sustentados numa base conceitual que admite os seguintes
modelos:
a) modelo de decisão – compreende as variáveis associadas aos eventos que
impactam a situação patrimonial da entidade (eventos econômicos) e que se
encontram sob a responsabilidade de determinado gestor;
b) modelo de mensuração – compreeende um conjunto de conceitos que permitem a
correta mensuração dos resultados proporcionados pelos eventos econômicos;
c) modelo de identificação e acumulação – compreende a identificação de quanto,
como, onde e sob a responsabilidade de quem ocorrem os resultados da
organização, permitindo a acumulação desses resultados de acordo com os
eventos, as atividades, os produtos e as áreas que os geraram;
d) modelo de informação – compreende os requisitos que as informações geradas
devem atender, visando subsidiar o processo de avaliação de resultados e
desempenhos, intrínseco ao processo de gestão das empresas, por meio da
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comparação entre os resultados planejados e realizados. As informações são vistas
como facilitadoras e indutoras das ações gerenciais para a otimização dos
resultados.
Portanto os estudos evidenciam que os Sistemas de Informações contribuem e influem no
processo de gerencia através do planejamento, direção e controle; no crescimento das
empresas; no aumento do volume de produção e atividades; na utilização de tecnologia mais
adequada para a empresa e das informações relevantes a disposição dos gestores.
Nos dias atuais, as empresas, para se modernizarem, estão se reorganizando através da
utilização e da busca de mecanismos que possam contribuir como suporte aos desafios que
estão enfrentando diante da abertura do mundo globalizado e que possam manter-se em
constante postura de renovação com vista à sobrevivência no próximo milênio.
Para possibilitar tamanha velocidade e precisão, as empresas contam com a tecnologia
aliada à informática e a telecomunicação e todo o avanço científico na área de transmissão
espacial de dados.
Internamente, as empresas contam ainda com um grande número de hardware e software
capazes de coletar, processar, acessar e transmitir os mais variados tipos de informações e
conexões com pessoas, funções e setores, tanto internos quanto externos as organizações.
Outro fator que está provocando revolução em nossos dias e consequentemente no
mundo empresarial, é a chamada era digital, uma vez que as transações do mercado têm-se
direcionado para a tecnologia digital no que concerne à forma de como as empresas compram,
vendem e se comunicam.
Cabe ressaltar, que essa tecnologia digital significa acesso facilitado à informação, em
todos os setores, implicando isso em que os empresários devem atentar para que os sistemas
de informações de suas empresas sejam implementados, seguindo padrões de adequação,
precisão e segurança rigorosos, uma vez que as informações produzidas estão cada vez mais
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presentes e disponíveis a todos, dentro e fora das empresas, considerando-se que hoje tudo se
interliga via Internet, quebrando assim o paradigma de que reter informações para si é
garantia de sobrevivência e/ou poder.
Hoje, as informações que saem da rede eletrônica são transformadas em valor, quer sejam
produtos ou serviços. Daí a rede eletrônica vem substituindo nas empresas, regras formais
arraigadas, pelas informais. Percebe-se que cada vez mais a complexidade do mundo se insere
no contexto empresarial e coloca em risco a sustentabilidade das empresas, principalmente se
estas não dispuserem de processos de informação e decisão adequados e eficazes que possam
delinear cenários para o futuro.
2.3.4 VISÃO GERAL DO MODELO
Um Modelo Conceitual de Sistema de Informações Gerenciais é composto por quatro
elementos:
• Modelo de Decisão
• Modelo de Mensuração
• Modelo de Identificação e Acumulação
• Modelo de Informação
Nos tópicos apresentados a seguir, abordaremos cada modelo, destacando os pontos que
sustentam o Modelo Conceitual de Informações, conforme demonstrado graficamente:
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Modelo de Decisão
Um modelo de decisão diz respeito à sistematização do processo de seleção e escolha de
alternativas sobre um dado evento econômico. Parte-se do princípio da necessidade da
modelagem da decisão, mensurada economicamente, para propiciar ao gestor segurança na
tomada de decisão. O gestor é visto como um elemento que contribui para o resultado
econômico da empresa.
Este modelo deve atender as seguintes premissas:
♦ Otimizar os resultados econômico global da empresa, propiciando a escolha da melhor
alternativa;
♦ Refletir o ambiente físico-operacional e;
♦ Apoiar todas as fases do processo de gestão em consonância com os modelos de
avaliação de desempenhos e de resultados.
Para atender estas premissas, o modelo deve adotar dois conceitos fundamentais:
Visão Geral do Modelo
Modelo Conceitual de Informação
Modelo de Informação e Acumulação
Mod
elo
de D
ecis
ão
Mod
elo
de m
ensu
raçã
o
Mod
elo
de in
form
ação
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1. Os resultados econômicos, que se expressa pela variação do patrimônio da entidade
em dois períodos distintos.
2. O método de custeio, que deve refletir adequadamente a realidade físico-operacional
sem alterar a natureza dos recursos, ou seja, o método de custeio direto. O método de
custeio direto é aquele em que segregam os custos variáveis perfeitamente
identificados com a unidade de produto/serviços e os custos fixos, que são
identificados por período, estando ligada a manutenção da estrutura da entidade.
Desta forma, o modelo de decisão que atende aos pré-requisitos de um Sistema de Informação
é o seguinte:
Modelo de Mensuração Um modelo de mensuração se destina a atribuir valores monetários aos eventos
econômicos. O modelo de mensuração determina como os eventos e/ou transações
econômicas serão medidos.
A principal finalidade do modelo de mensuração reside na orientação quanto à atribuição
de valores numéricos às transações e eventos de caráter econômico, para efeito de avaliação e
tomada de decisão.
Receita Operacional Bruta (-) Impostos Incidentes (=) Receita Operacional Líquida (-) Custos Variáveis (=) Margem de Contribuição (-) Custos Fixos (=) Resultado Econômico
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Premissas do Modelo de Mensuração
♦ A mensuração deve refletir adequadamente a realidade física e operacional da empresa.
♦ Dentro do conceito de gestão econômica devem ser mensurados os eventos e
transações econômicas que produzem resultados.
♦ A mensuração deve considerar a competência dos períodos, sendo os resultados
apurados em conformidade com o período de ocorrência dos fatos geradores das
receitas e custos/despesas.
♦ O preço de transferência deve permitir identificar perdas e ganhos com eficiência ou
ineficiência em suas respectivas origens.
♦ Serão alocados aos objetivos de mensuração somente os custos que lhe sejam
perfeitamente identificados.
♦ Os eventos econômicos serão classificados de forma que toda e qualquer área de
responsabilidade seja passível de avaliação.
♦ A classificação e enquadramento dos eventos devem ser feitos por área de
responsabilidade.
♦ A mensuração só deve espelhar a contribuição de cada área de responsabilidade para a
formação do resultado econômico da empresa.
♦ O modelo de mensuração deve estar integrado aos modelos de decisão, informação,
identificação e acumulação.
♦ Todos os eventos semelhantes devem ser mensurados sob uma mesma base conceitual.
A quantificação dos planos, expressa através dos orçamentos, deve ter por base os
mesmos conceitos e princípios de mensuração do desempenho realizado.
♦ Os conceitos de mensuração devem ser explícitos e compreendidos pelos usuários da
informação. Esses conceitos devem ser lógicos, racionais e inteligíveis, sem assumir
um caráter dogmático.
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♦ O modelo de mensuração deve ter como base conceitual o uso de moeda constante,
valor presente e contabilização do custo de oportunidade.
Consequentemente, os conceitos necessários à apuração do resultado econômico (em
atendimento às premissas estabelecidas) são:
• Preço de Transferência
• Valor Presente
• Moeda Constante
• Custo de oportunidade
Preço de Transferência
Corresponde ao preço validado para a transferência de produtos e serviços entre centros
de resultado de uma mesma empresa. A importância da utilização correta de preço de
transferência consiste em apoiar as avaliações de resultado e desempenho dentro do contexto
da gestão por resultado, permitindo a mensuração do resultado no momento da ocorrência da
riqueza (base para otimização de resultado).
Para esse conceito ser eficaz, ele deve atender aos seguintes requisitos:
1. Refletir o operacional;
2. Não repassar ineficiências;
3. Identificar como/onde os resultados são formados;
4. Reconhecer as evoluções patrimoniais no momento da sua ocorrência;
5. Não distorcer os resultados das partes;
6. Não prejudicar os negócios da empresa;
7. Promover o autocontrole.
Assim, a utilização eficaz de preço de transferência ocorre com a adoção do método
baseado no custo de oportunidade do cliente interno, ou seja, o menor preço de mercado de
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um determinado insumo para as condições requeridas pela área cliente (custo da melhor
alternativa desprezada).
O objetivo é evidenciar que o resultado econômico surge a cada decisão tomada nas áreas
da organização. O resultado econômico ocorre em todas as cadeias de valor
(compras/produção/vendas), o que é justo por evidenciar claramente o local de sua ocorrência.
Outros benefícios da utilização de preço de transferência dizem respeito à: a) melhora da
integração entre as áreas da empresa que passam a trabalhar efetivamente com o conceito de
cliente/fornecedor; b) dada a parceria estabelecida, os gestores passam a controlar melhor a
qualidade e a quantidade dos produtos e serviços negociados; c) como conseqüência, há uma
melhoria dos processos físicos.
Custo de Oportunidade
O custo de oportunidade representa o valor da melhor alternativa desprezada em favor da
alternativa escolhida. A aplicação do conceito no sistema de informações apoia a apuração do
resultado correto, porque está associado ao conceito de lucro econômico.
Desse modo, o lucro é a parcela que excede a remuneração do capital investido na
atividade, evidenciando o correto retorno do investimento, sem distorcer a avaliação do
negócio. O conceito de custo de oportunidade é empregado na apuração do resultado da
empresa e na definição do preço de transferência entre áreas.
Valor Presente
O valor presente permite ao modelo de mensuração trazer para a data da transação todos
os valores envolvidos, considerando os prazos e juros (da operação e de oportunidade),
atendendo a necessidade de apuração do resultado segregando a parcela operacional da
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parcela financeira. Em conseqüência, as apurações de resultado acabam evidenciando
corretamente os efeitos econômicos das operações financeiras.
Moeda constante
A aplicação do conceito de moeda constante objetiva a expressão monetária dos eventos
econômicos numa mesma base, permitindo que os resultados e desempenhos (planejados e
realizados) sejam passíveis de comparação ao longo do tempo, além de permitir a soma dos
desempenhos de períodos diferentes. Cabe ressaltar que a moeda constante de uma empresa
não guarda, necessariamente, correlação com índices gerais da economia (p.e. IGP, IPC, etc.).
Modelo de identificação e Acumulação
O modelo de identificação e acumulação se destina a identificar e acumular custos,
receitas e resultados conforme as unidades onde ocorrem. Este processo de identificação e
acumulação apoia todo o processo gerencial por reconhecer corretamente onde e quando os
resultados foram gerados.
Existe estreita relação entre este modelo e o modelo de decisão, conforme evidenciado
anteriormente, por identificar e acumular os resultados (receitas “menos” custos) obtidos em
cada transação realizada.
Modelo de Informação
Um modelo de informação expressa a forma de comunicação das informações aos
gestores numa organização. Destina-se a comunicar com clareza e objetividade as ocorrências
captadas e processadas pelo sistema de informação gerencial.
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Esse modelo também deve considerar determinadas premissas que garantam a correta
expressão da informação gerada pelo sistema de informações, como pode ser visto a seguir:
Premissas do Modelo de Informações
♦ A geração das informações gerenciais deve ser realizada a partir de uma fonte única de
dados.
♦ As informações econômico-financeiras para usuários internos e externos devem ser
de responsabilidade exclusiva da contabilidade, visando garantir a homogeneização
dos conceitos e critérios.
♦ As informações podem ser obtidas de forma descentralizada pelos gestores
responsáveis.
♦ A gestão dos sistemas relacionada a prestações de informações gerenciais, orçamento
de unidades/simulação de resultados, mensuração de resultados e avaliação de
desempenho econômico devem ser de responsabilidade exclusiva da contabilidade.
♦ O modelo de informação deve considerar todas as premissas que foram
estabelecidas no modelo de mensuração.
♦ Para cada objetivo de mensuração estabelecido, deverá haver um modelo pelo qual os
sistemas deverão obter, processar e distribuir as informações determinadas.
♦ O modelo de informação deve estar integrado aos modelos de decisão e mensuração.
♦ As informações gerenciais (econômico-financeiras) devem ser suficientes e possuir
características de tempestividade, precisão, relevância e clareza.
♦ O modelo de informação deve evidenciar as causas das variações entre os
desempenhos planejados e realizados, de modo a permitir a avaliação e controle de
desempenhos e de resultados.
25
2.3.5 SISTEMAS DE I�FORMAÇÕES CO�TÁBEIS
Quando se recorria às teorias para um entendimento sobre o significado da terminologia
contabilidade, era comum encontrarem-se as definições voltadas para contabilidade como a
arte de registrar e classificar as transações de caráter financeiro e que tinha como propósito
interpretar os seus resultados. A importância estava sobretudo no fato de propor aos gestores
das empresas, meios para prestarem contas de suas ações perante os seus superiores.
Ao longo do tempo, tem-se constatado mudanças quanto à definição e objetivos da
Contabilidade. Na teoria é vista como um sistema de informação e avaliação com a função de
fornecer aos seus principais usuários, demonstrações e análises de natureza econômica,
financeira, física e de produtividade das empresas, objetivando desta forma um melhor
atendimento das suas necessidades de gerenciamento.
Nesta linha surge a Contabilidade Gerencial, que se destaca pela utilização da informação
contábil como ferramenta da administração, objetivando transformar-se em instrumento
gerencial, a fim de habilitar a organização a alcançar seus objetivos.
Cabe aos gestores das empresas a seguinte responsabilidade que é voltada para a
sustentabilidade de cada uma:
a) gestão - que compreende o processo de planejar, executar e controlar;
b) eficácia da empresa.
Partindo desse pressuposto eles têm grande dependência do recurso da informação.
Conforme já citado neste trabalho, a informação é a matéria prima do processo de tomada de
decisão.
26
Para que os sistemas de informações atendam às necessidades desses gestores, é preciso o
apoio da alta administração da empresa, ou seja, a necessidade tem que ser percebida pela alta
cúpula e deve atender a toda empresa.
Nesse contexto diz Guerreiro (In: Catelli, 1999:347): "O Sistema de Informação de
Contabilidade deve ser uma ferramenta de gestão, ou seja, auxiliar o gestor em suas
atividades operativas e, simultaneamente, consubstanciar-se em um instrumento por meio do
qual possa ser desenvolvido harmonicamente o ritual de "prestação de contas" entre os
diversos níveis da estrutura de organização que surge com a delegação".
Nessa mesma corrente de pensamento, Guerreiro (In: Catelli, 1999:318) destaca várias
premissas que norteiam o desenvolvimento do Sistema de Informação proposto nas empresas,
dentre as quais citam-se: a) os responsáveis pela gestão econômica em sua esfera de
responsabilidade necessitam de informações adequadas a seus modelos de decisão; b) os
Sistemas de Informações Contábeis devem dar o devido suporte informativo a cada etapa do
processo de tomada de decisões.
Guerreiro reporta-se aos contadores, uma vez que estes são os responsáveis pela geração
das informações, a fim de que se conscientizem para sua própria evolução profissional, e
eficácia de suas atividades, no intuito de contribuírem para a otimização do lucro global da
empresa, controlando, assessorando e induzindo os gestores à tomada das melhores decisões
para a empresa.
E sobre os gestores, Guerreiro considera que estes necessitam de informações adequadas
para seus modelos de decisão. E que os contadores detêm um dos mais poderosos
instrumentos da empresa que é o Sistema de Informação Contábil.
O Sistema de Informações Contábeis é um subsistema do sistema empresa. É integrado
por diversos subsistemas, tais como: padrões, orçamento, contabilidade e outros.
27
O subsistema de padrões é visto como modelo de mensuração de desempenho de uma
unidade de produto. Enquanto que o sistema de orçamentos e visto como um modelo de
mensuração de desempenho da empresa como um todo e das unidades que a compõem.
O subsistema de custo é outro instrumento gerencial que tem sua importância no
contexto empresarial nos seguintes aspectos: a) contribuir para que a organização possa
atingir seus objetivos; b) proporcionar bom desempenho nas decisões gerenciais; c) coletar e
analisar as informações dos custos das empresas; d) exprimir em termos monetários, as
mudanças patrimoniais oriundas das transações de ordem econômico-financeiras. Para tanto
deve ser formalmente estruturado e integrado com os outros subsistemas do Sistema de
Informação e com o processo de gestão da empresa.
São características do Sistema de Informações Contábeis: a) qualidade da informação
gerencial; b) comparabilidade, confiança, c) geradas em tempo hábil; d) nível de
detalhamento adequado e relevância das informações.
É um sistema que também permite a entrada de alguns dados, através de certos critérios
de avaliação e controle. Esses dados são transformados em informações contábeis úteis para o
processo decisório de toda a empresa, em todos os níveis. Para o processamento dos dados,
utilizam-se dois recursos fundamentais: recursos humanos (contadores) e software de
contabilidade que possibilita ao contador a realização da informação contábil a ser gerada.
Enquanto que, as saídas do citado sistema são as informações contábeis voltadas para
atender todos os objetivos da empresa e dos seus usuários, tais como: relatórios contábeis;
análises contábeis; informação eletrônica integrada para usuários específicos, dentro e fora da
organização etc.
Outro ponto fundamental que merece ser ressaltado a respeito dos Sistemas de
Informações Contábeis, é que estes devem produzir informações que possam atender aos
seguintes aspectos: (GIL Apud Padoveze, 1998:48).
28
I- Níveis empresariais
• estratégico;
• tático;
• operacional.
II- Ciclo Administrativo
• planejamento;
• execução;
• controle.
II- Nível de estruturação da informação
• estruturada;
• semi-estruturada;
• não-estruturada.
Operacionalidade, integração e custo, são outros pontos relevantes dos Sistemas de
Informações Contábeis requeridos pelas empresas para sua validade.
Na operacionalidade as informações são coletadas, armazenadas e processadas de forma
operacional. Como características básicas citam-se: relatórios concisos e elaborados de
acordo com as necessidades do usuário; coleta de informações objetivas e de imediato
entendimento pelo usuário; apresentação visual e manipulação adequada.
Considera-se o Sistema de Informações Contábeis como integrado quando todas as áreas
necessárias para o gerenciamento da informação contábil estão abrangidas por um único
sistema de informação contábil. Todos devem utilizar-se de um mesmo e único sistema de
informação, o que caracteriza a acessibilidade dos dados.
29
3 ASPECTOS FU�DAME�TAIS DO GERE�CIAME�TO DA I�FORMAÇÃO
A informação tem se tornado um dos principais elementos das atividades de negócios. O
propósito da informação é capacitar uma organização a alcançar seus objetivos pelo uso
eficiente de seus outros recursos, isto é, homens, materiais, máquinas e outros ativos e
dinheiro. Desde que informação é também dinheiro, devemos considerar o problema de seu
uso eficiente. Os custos associados com a produção de informação são aqueles envolvidos na
coleta, processamento de dados e distribuição das informações geradas. O valor da
informação repousa em seu uso final, isto é, na sua inteligibilidade para que pessoas tomem
decisões e sua relevância para essas decisões.
Segundo Flippo (1970, pag. 39-57, 126-143, 333-353), é difícil avaliar que informação é
necessária ao decisor, bem como atribuir o seu valor em termos de contribuição para decisões
mais acertadas. A maneira como a informação é disponibilizada ao decisor pode indicar o que
é útil ou não. Os executivos tendem a ser inundados com memorandos e relatórios, cujo
conteúdo pode ser trivial, não sendo realmente relevante às decisões que devem ser tomadas.
Para ser útil, a informação deve ser compreendida e absorvida pelo decisor.
Significa que a informação somente terá valor a partir do momento que a mesma auxilia
os gestores na tomada de decisões e, portanto não tem valor quanto preparada para gestores
sem a apropriada influência ou poder de ação.
Dentro do processo de avaliação do Sistema de Informação deveriam ser levados em
consideração os seguintes aspectos: o primeiro diz respeito ao incremento de benefícios
resultantes de um Sistema de Informação que permite ao gestor melhorar o seu modelo ou
visão do mundo. O segundo diz respeito ao valor do “feedback” de informação que está
relacionado com o aprendizado gerado pela informação. Em muitas decisões o feedback é
necessário a fim de avaliar decisões estratégicas, o desempenho gerencial, testar modelos
idealizados, e mesmo ajudar a reconhecer a existência de problemas.
30
O processo de tomada de decisões não consiste somente na escolha entre duas ou mais
alternativas, a tomada de decisão envolve alguma coisa mais do que a escolha final que é o
clímax do processo de decisão.
4 SISTEMAS DE I�FORMAÇÕES VOLTADAS PARA AVALIAÇÃO DE
DESEMPE�HO
A gestão se caracteriza pela atuação a nível interno da empresa no sentido de otimizar as
relações recursos-operação-produtos/serviços, considerando nesse esforço o comportamento
das variáveis dos ambientes externo e interno que impactam a empresa e os atributos dos
recursos possuídos. Considera-se que a administração eficaz tem condições de conseguir em
longo prazo, o desenvolvimento da empresa e a otimização dos seus resultados, quaisquer que
sejam as circunstâncias que influenciem o seu desempenho hoje e no futuro.
Todavia, administrar é tarefa difícil e complexa em decorrência distintivas dos fatores a
serem manipulados, além da influência das próprias dimensões da empresa.
Neste aspecto é fundamental para os gestores saber como eles participam no
desempenho econômico global da empresa, procurando conhecer o seu desempenho do ponto
de vista da utilização dos recursos.
Do ponto de vista estratégico, a empresa necessita saber quais setores contribuem mais
ou menos para a lucratividade global, permitindo uma análise e avaliação mais lógica dos
pontos fortes e fracos da empresa em termos de tecnologia, recursos, etc.
A mensuração dos eventos no processo de apuração do resultado líquido deve ser
efetuada com base no valor de mercado, no sentido de se constatar se o resultado obtido
assegura à reposição dos ativos consumidos, os gestores têm profundo interesse em conhecer
as causas de suas ineficiências e o impacto econômico das mesmas no seu desempenho e,
tendem a dar mais importância aos interesses particulares de sua área, em detrimento dos
31
interesses de outras áreas, ou mesmo dos interesses globais da organização. Os gestores têm
uma grande preocupação, no sentido de que o seu desempenho não seja influenciado pelas
ações de outros gestores, ou de variáveis fora de seu controle.
No Brasil, tradicionalmente, os gestores operacionais são avaliados por parâmetros
físicos (toneladas produzidas, quantidades vendidas, horas trabalhadas, etc) e, em empresas
mais organizadas, pelos custos incorridos comparados com padrões ou dados históricos.
Os gestores necessitam conhecer separadamente os resultados dos produtos e serviços,
bem como da sua área de responsabilidade. Todo gestor deve ser responsável pelas decisões e
ações que toma e implementa.
A tomada de decisão corresponde ao processo de planejar, executar e controlar. Os
gestores não devem se limitar apenas à execução das atividades sob sua responsabilidade, mas
também planejá-las e controlá-las, são portanto, os responsáveis por todas as etapas do
processo administrativo – planejamento, execução e controle – na sua área de atuação.
Os gestores, além de se envolverem com todas as etapas do processo decisório
(planejamento, execução e controle), não podem se furtar aos três aspectos de gestão, ou seja,
operacional, econômico e financeiro.
A informação vem se tornando um recurso cada vez mais estratégico para a
sobrevivência, continuidade e desenvolvimento das empresas modernas, em face de seu porte,
complexidade e às rápidas transformações no seu ambiente externo.
Os sistemas de informação da empresa devem ser configurados de forma a atender
eficientemente as necessidades informativas de seus usuários, bem como incorporar
conceitos, políticas, procedimentos que motivem e estimulam o gestor a tomar as melhores
decisões para a empresa.
Neste contexto, as atividades realizadas pela empresa devem gerar um resultado no
mínimo suficiente para assegurar à reposição de todos os ativos consumidos no processo de
realização de tais atividades. A empresa tem a responsabilidade social de gerar lucros para
32
que possa continuar operando de forma indefinida e cumprir a missão-objeto da sua
existência. Essa necessidade de geração de lucro conduz automaticamente ao estabelecimento
de objetivos de lucratividade a serem perseguidos pela empresa.
5 I�TERAÇÃO E�TRE O SISTEMA DE I�FORMAÇÕES E O SISTEMA DE
GESTÃO
Embora tenha sido abordado nos capítulos anteriores a cerca do entendimento de alguns
autores sobre “informação”, achou-se por bem relembrar através da linha de pensamento de
Padoveze (1999, p. 129) que diz: “O propósito da informação é possibilitar que uma
organização alcance seus objetivos pelo uso eficiente de seus outros recursos, isto é, homens,
materiais, máquinas, outros ativos e dinheiro. Sendo a informação também um recurso, a
teoria da informação considera os problemas de seu uso eficiente”.
Demonstra ainda, que o valor da informação reside na sua utilização final considerada
pelo autor citado como inteligibilidade para as pessoas que tomam decisões e sua relevância
para aquelas decisões.
No que tange ao Sistema de gestão, é nele em que as decisões são tomadas. Por ser nesse
sistema que se encontra o processo de gestão com suas funções de planejamento, execução e
controle, esse mantém uma ligação relevante com o subsistema de informação.
Pode-se acrescentar a esse sistema, a preocupação que ele tem com relação às
informações necessárias para a gestão econômico-financeira da empresa. Portanto, ressalta-se
o Sistema de Informação Contábil como um sistema de suporte à gestão, juntamente com os
demais sistemas. Por sua vez, os Sistemas de Gestão têm como base de suporte as
informações de processo e quantitativas geradas pelos sistemas operacionais.
Neste contexto, pode-se dizer: para que o Sistema Global de Informações das empresas
tenha um bom desempenho em termos de funcionamento a um custo aceitável, é fundamental
33
que ocorra uma perfeita integração desses dois sistemas: Sistemas de Informações Contábeis
e Sistema de Gestão.
Segundo Nakagama (1995, p. 97), a integração entre o processo gerencial de
planejamento e controle e o sistema de informações proporciona e assegura aos gestores o
suporte necessário de informações para o modelo específico de decisões de cada um.
Dessa forma, pode-se avaliar a importância das informações geradas pela interação dos
sistemas, as quais poderão vir a atender de forma satisfatória às necessidades em nível de
detalhes essenciais para a tomada de decisões.
Em linhas gerais, pode-se dizer que a compatibilização entre as políticas e os sistemas de
informações que compõe uma empresa têm seu papel fundamental na contribuição para a
eficácia das ações desempenhadas por seus gerentes, e consequentemente na otimização dos
resultados.
Para que os gestores possam ter mais subsídios na resolução dos problemas com
determinação das ações a serem implementadas coerentemente com cada situação enfrentada,
é imprescindível que eles tenham visão sistêmica da empresa a fim de perceberem
rapidamente em que área está ocorrendo às ineficiências para então corrigi-las em tempo
hábil.
A interação é um fator que deve ser constante entre esses dois sistemas, uma vez que a
existência de ambos assegura o fornecimento das informações aos gerentes de acordo com os
diversos níveis hierárquicos, onde se possa também fazer uma análise entre o desempenho
planejado e o fato executado.
6 RELAÇÃO E�TRE CO�TROLADORIA E SISTEMA DE GESTÃO
A Contabilidade não deve se limitar à geração da informação apenas sobre os eventos realizados,
mas também sobre os eventos planejados, deve ser compreendida como um “banco de dados”,
34
contemplando informações sobre todos os eventos econômicos empresariais, planejados e realizados,
mensurados por medidas físicas e monetárias.
Através dos conceitos e informações contidas nos capítulos anteriores, pode-se observar que a
eficácia, o atingimento dos objetivos traçados e a continuidade das empresas no seu ramo de negocio
dependem de como se precede o modelo de gestão implementado na estrutura organizacional de
cada uma. E consequentemente do modelo de Informações e do modelo de tomada de decisões
adotados.
Retomando um pouco do que já foi exposto, o modelo de Informação para ser eficaz tem que
proporcionar aos gestores: confiança, domínio de informações, certeza, valorização de habilidades e
sobretudo ser aceito e nunca imposto. Quanto ao modelo de tomada de decisão, este permite a
empresa alcançar otimização do resultado nas categorias estratégicas, operacionais e
administrativas, contemplando o modelo de planejamento, execução e controle. É oportuno
salientar que constantemente as empresas, para o desenvolvimento de seus trabalhos gerenciais,
deparam-se com a necessidade de resolver problemas e tomar decisões.
Neste enfoque, a Controladoria como órgão administrativo tem por finalidade garantir
informações adequadas ao processo decisório, no intuito de colaborar também com os gestores, a fim de
que os mesmos possam obter bons resultados no desempenho de suas ações voltadas
principalmente para os aspectos econômicos que poderão contribuir na sustentabilidade da
eficácia empresarial. É considerada como um sistema aberto que também interage com outros num
determinado ambiente, desempenhando assim um importante papel no êxito empresarial.
No entender de vários autores, a Controladoria é uma ciência autônoma que não pode ser
confundida com a Contabilidade, embora seu principal instrumento seja o contábil. Mas que
pode ser vista como a Ciência Contábil evoluída, e também considerada como órgão de staff da
organização, uma vez que cada gestor é um detentor de autoridade para controlar sua área, além
35
de ser o responsável maior pelos resultados gerados na empresa, sendo ainda apontada como
ramo do conhecimento.
A Controladoria tem como objeto: a gestão econômica que é todo o conjunto de decisões e
ações orientado por resultados desejados mensurados de acordo com os conceitos econômicos.
Como missão: otimizar os resultados econômicos da empresa, conduzindo-a sob uma
perspectiva sistêmica com vista a sua continuidade.
E como função: gerar informações relevantes para a tomada de decisões no âmbito da
empresa. A teoria leva os leitores e pesquisadores a um entendimento de que a Controladoria
como órgão administrativo possui uma missão, funções e princípios definidos no Modelo de
Gestão Econômica e Sistema Empresa. E como área do conhecimento humana pode ser
conceituada como o conjunto de princípios, procedimentos e métodos provenientes de outras
ciências.
Sendo responsável pelos sistemas de informações que dão suporte a gestão, a Controladoria
deve estar estruturada em duas áreas: a área contábil e fiscal-responsável pelas informações
societárias, fiscais e funções de guarda do ativo; e a área de planejamento e controle - voltada
para a questão orçamentária, custo e contabilidade por responsabilidade.
E de sua competência: a busca de informação a respeito dos problemas de ordem econômica,
bem como propor soluções aos gestores sobre os problemas inerentes as suas áreas. E devera
colocar a disposição dos mesmos um conjunto de ações com os instrumentos que possibilitem a
eficiência nas decisões tais como: modelo de decisão, modelo de mensuração e modelo de
informação. Conforme já comentado no capítulo 2 deste trabalho.
36
6.1 O GESTOR DO SISTEMA CO�TROLADORIA
A terminologia mais usada que caracteriza o "gestor" do sistema Controladoria é a
palavra de origem inglesa já inserida na literatura técnica brasileira, ou seja, "controller" que
significa controlador.
O controller é o gestor encarregado do departamento de Controladoria. Seu papel é, por
meio do gerenciamento de um sistema de informação, zelar pela continuidade da empresa,
viabilizando as sinergias existentes, fazendo com que as atividades desenvolvidas em conjunto
alcancem resultados superiores aos que alcançariam se efetuadas individualmente.
Para que um controller possa contribuir, através do seu trabalho, no processo de gestão, a
empresa requer do mesmo, dentre outras, as seguintes características: antecipar e prever
problemas no âmbito da gestão econômica global; visão econômica; fornecer informações às
diversas áreas em linguagem compreensível e útil aos gestores; síntese nas informações,
utilizando formas que possibilitem a comparação entre o resultado realizado e o planejado; visão
de futuro; persistência; acompanhar e cobrar as ações sugeridas para otimizar o resultado
econômico global; cooperação; imparcialidade; Ética; e por último, ter liderança para administrar
sua área a fim de que a empresa possa alcançar seus objetivos.
Considerou-se oportuna à idéia de enfatizar neste capítulo um pouco da base teórica sobre
a Controladoria pelo fato de se obter um melhor entendimento da relação que ela mantém com
outras ciências conforme definições de Hermann Jr (Apud Mosimann, 1999, p. 100).
No que tange as ciências matemáticas, esta relação ocorre pelo emprego de símbolos e
métodos que permitem a mensuração econômica do patrimônio da empresa.
Com a Ciência da Economia que estuda os fatos humanos relacionados com a riqueza
voltada à produção, a distribuição, a circulação e ao consumo de utilidades, a relação
ocorre através destes objetos de conhecimentos que contribuem para o desenvolvimento da
37
Ciência da Controladoria no que tange ao conceito de valor econômico de um bem, decorrente de
sua utilidade no atendimento das necessidades humanas. Contribui ainda para a mensuração dos
ativos das entidades.
Já com a Ciência da Administração, sendo esta, o ramo do conhecimento que se ocupa da
gestão de recursos econômicos, sua contribuição decorre dos conceitos de eficácia empresarial,
com a visão sistêmica da empresa e com o processo decisório da Ciência da Controladoria, tendo
em vista que um dos princípios bastante utilizado pela Controladoria é que cada gestor deverá
justificar o, desempenho de sua atividade em relação aos demais gestores da empresa em que
atua.
No que tange a Contabilidade, encontra-se no fato de que esta é o ramo do conhecimento que
estuda conceitos de identificação e acompanhamento, no tempo, do patrimônio da entidade
expresso monetariamente. E no aspecto da Contabilidade se ocupar dos fatos relacionados com a
atividade econômica do homem limitada ao âmbito das empresas. Bem como, por ser esta a
responsável pelo estudo das práticas e funções de orientação, controle e registro relativos aos
atos e fatos da administração econômica. Sua relação maior com a Controladoria consiste no
processo de comunicação de informações econômicas para subsidiar a tomada de decisões no
âmbito empresarial, tanto no ambiente interno como no externo.
Conforme Silvermann (Apud Mosimann, 1999 , p. 108), a relação com outras ciências por
exemplo: a Psicologia que procura medir, explicar e, em certos casos, modificar o comportamento
do homem diante dos estímulos causados pelo impacto das informações quando das tomadas de
decisões gerenciais.
Já Bertrand (Apud Mosimann, 1999, p. 108) menciona esta relação com a Sociologia que se
preocupa com o estudo do homem em relação a outros seres humanos, encontrando assim a
contribuição para a Controladoria nas teorias das organizações, incluindo as relações de autoridade
e responsabilidade, centralização e descentralização do processo decisório, ressaltando-se o
38
processo de comunicação no tocante à informação de caráter econômico, entre as áreas da
empresa e da própria organização para o ambiente externo.
A Controladoria tem seu papel fundamental no planejamento das empresas, de forma global
e setorial, isto pelo fato de ser responsável através de seu gestor, da coordenação e da
participação na seleção de alternativa mais eficaz, no que se refere aos aspectos econômicos, no
processo de planejamento global, no intuito de criar ferramentas de planejamento e controle
econômico que incluí: sistema de informações econômico-financeiras; sistema de padrões;
sistema contábil; modelo de decisão e modelo de mensuração, de modo a garantir a
continuidade da empresa com eficácia e eficiência.
Através do Planejamento estratégico, a Controladoria definida como administradora do
sistema de informações econômico-financeiras da empresa tem de saber interpretar o impacto
econômico dos possíveis eventos na riqueza empresarial, bem como captar do ambiente
externo, informações no sentido de projetar um estudo sobre pontos fortes e fracos da
empresa, a fim de que as diretrizes estratégicas sejam tragadas.
Enquanto no Planejamento operacional é de sua competência gerenciar para que os resultados
da empresa sejam otimizados, e tenha uma participação mais atuante na elaboração dos planos
operacionais.
Na linha de Planejamento, pode-se ainda enfatizar que a Controladoria é desdobrada em
Planejamentos: tático e operacional. O primeiro é encarregado da definição das diretrizes táticas
da Controladoria que deverão estar em sintonia com as diretrizes estratégicas da empresa,
contendo políticas e objetivos. E o segundo abrange as ações para elaboração de políticas,
definição de objetivos e metas e definição dos fundamentos e princípios do sistema de
informações.
Atualmente, a Controladoria é a maior responsável pela coordenação de esforços com
vistas à otimização da gestão dos negócios das empresas, assim como pela criação,
39
implantação , operação e manutenção de sistemas de informações que proporcionem suporte
ao processo de planejamento e controle.
Enquanto que, a Contabilidade Gerencial tem-se caracterizado como uma das ferramentas
administrativas mais utilizadas pelos gestores na otimização do processo de tomadas de
decisões, em razão da mesma dispor de um sistema de informação e mensuração de eventos
que afetam a tomada de decisão, possibilitando ainda que a partir do conhecimento de fatos
passados, procedimentos futuros sejam delineados para serem inseridos num cenário mais
moderno, conferindo as empresas maior nível de segurança.
"A Controladoria, para ser eficaz em sua missão, é profundamente dependente da
cultura organizacional vigente. Essa cultura organizacional tem sua gênese no Subsistema
Institucional e, em função da missão, crenças e valores , será definido o Modelo de Gestão que
estabelece a maneira como a empresa será conduzida". (Pereira, Almeida, Paris! In: Catelli,
1999:379).
7 O PAPEL DA CO�TROLADORIA PARA SUBSIDIAR O PROCESSO DE
TOMADA DE DECISÃO DOS GESTORES ATRAVÉS DO SITEMA DE
I�FORMAÇÃO
A controladoria deve contribuir para o cumprimento da missão e a continuidade da empresa.
Seu papel fundamental, nesse sentido, consiste em coordenar esforços para obter um resultado
global sinérgico.
O objeto da controladoria é a gestão econômica, ou seja, todo conjunto de decisões e ações
orientado por resultados desejados mensurados segundo conceitos econômicos. Assim, a
Controladoria deve participar ativamente do processo de desenvolvimento empresarial, com
40
poderes e competência técnica suficientes para garantir o cumprimento de políticas, a utilização
de instrumentos e a aplicação de conceitos que permitam a gestão econômica da empresa.
Moscove e Simkin (1990, p.148), citados por Mosimann afirmam que “a controladoria
desempenha um importante papel no êxito empresarial, tendo como missão primordial à geração
de informações relevantes para a tomada de decisão no âmbito da organização”.
A controladoria, no desempenho efetivo do seu papel na empresa, atuando nas áreas
econômica e financeira, terá sob a sua responsabilidade atividades que buscam subsidiar a alta
administração com todas as informações necessárias à tomada de decisão. A principal postura da
área deve ser de apoio à gestão empresarial.
O papel da controladoria é assessorar a gestão da empresa, fornecendo mensuração das
alternativas econômicas e, através da visão sistemática, integrar informações e reportá-las para
facilitar o processo decisório.
O processo de gestão está estruturado na forma do ciclo de planejamento, execução e
controle, onde são tomadas decisões voltadas a garantir a eficácia organizacional.
Em todas as fases do processo de gestão, são tomadas decisões que consistem na escolha de
diretrizes e alternativas que guiarão a empresa rumo aos objetivos definidos no contrato de
gestão.
Essas decisões requerem um suporte informativo adequado, de modo que sejam escolhidas
as melhores alternativas, de acordo com o grau de autonomia conferida aos gestores da empresa.
Segundo CATELLI (1999, p.128), “Processo de gestão econômica é, na realidade, um
grande processo de controle que tem por objeto assegurar a eficácia empresarial, atividade esta
que tem sido caracterizada pelos teóricos da administração como um contínuo processo de
tomada de decisões”.
41
O processo decisório é influenciado pela atuação da controladoria através das informações
de planejamento e controle.
Na fase de planejamento, para a implementação das transformações necessárias, a empresa
necessita antecipar cenários futuros, identificando oportunidades e ameaças e confeccionando
estratégias e políticas de atuação, ou seja, a empresa necessita de um planejamento estratégico.
As informações de planejamento e controle exigem sistemas de informações que suportem
estas decisões.
Na fase de planejamento, a atuação ocorre: subsidiando a elaboração do planejamento
estratégico e coordenando o processo de elaboração do planejamento operacional; na fase de
execução realizando o plano de ação previsto para a própria área e na fase de controle executando
o controle contábil e orçamentário, acompanhando o atingimento das metas de resultado
estipuladas para cada área/produto e no fornecimento de informações gerenciais necessárias ao
acompanhamento do desempenho econômico e financeiro.
7.1 PLA�EJAME�TO, EXECUÇÃO E CO�TROLE
O planejamento é um processo contínuo e integrado, que envolve tomada de decisão no
presente, entre várias alternativas, proporcionando uma maior probalidade de resultados
favoráveis no futuro.
O planejamento estratégico é um processo de tomada de decisão que estabelece os
macros objetivos, estratégias e políticas, com base na identificação da missão da empresa,
observadas as variáveis externas (oportunidades e ameaças) e o ambiente interno (pontos
fortes e fracos).
42
O planejamento operacional é também um processo de decisão, que, consoante os
macros objetivos, estratégias e políticas da empresa, identifica, integra, avalia e escolhe o
plano a ser implementado mediante planos operacionais alternativos. Contempla o pré-
planejamento, o planejamento médio/longo prazo e o planejamento de curto prazo.
Dentro do processo de gestão a fase seguinte é a execução, que é a fase onde as ações
ocorrem, onde são executadas transações. É a fase onde se procura cumprir os objetivos
estabelecidos no planejamento operacional.
Por fim a fase do controle, uma ação gerencial, que, baseada no sistema de informações,
evidencia o rumo da organização em relação aos planos e políticas pré-estabelecidas.
Conforme MARTINS (1978, P.303), “Controle significa conhecer a realidade, compará-
la com o que deveria ser, tomar conhecimento rápido das divergências e suas origens e tomar
atitudes para a sua correção”.
Portanto na fase de controle, com base em um sistema de informação eficiente é possível
proporcionar ações corretivas, quando da ocorrência de divergências com o planejado,
visando garantir os objetivos da empresa.
Na atuação da Controladoria no processo de gestão, os sistemas de informações
gerenciais exercem papel fundamental, devendo estar devidamente integrados àquele
processo, produzindo informações capazes de sustentar adequadamente as decisões que
ocorrem em todas as suas fases.
O Sistema de Informações está presente em todas as fases do processo de gestão, seja no
planejamento estratégico com informações sobre variáveis ambientais, seja no pré-
planejamento do planejamento operacional apresentando o resultado através de simulações
realizadas e nas fases seguintes com o orçamento ou na fase de controle com informações de
resultados realizados.
43
A controladoria tem contribuído de forma significativa para obtenção do resultado global
sinérgico. Ela induz às melhores decisões mensurando corretamente os resultados dos
eventos, produtos, atividades e áreas, informando adequadamente aos gestores e clarificando
como as decisões são ou deveriam ser tomadas.
8 CO�SIDERAÇÕES FI�AIS
Após a revisão sobre o assunto, objeto de estudo deste trabalho, em linhas gerais, pode-se
perceber que no Brasil, o cenário empresarial tem revelado que empresas tanto públicas como
privadas estão sofrendo pressões para adaptarem-se à concorrência global, acrescentando-se
ainda as preocupações com a instabilidade política, que pode alterar o cenário econômico
interno, criando incertezas que podem colocar em risco a sobrevivência da empresa.
As empresas têm que agir sobre a realidade, sabendo que, a sobrevivência estará acima da
competência. Não a competência de aprimorar o conhecido, mas a de criar soluções
apropriadas para o momento.
Observa-se assim, do ponto de vista teórico, que as empresas estão sendo pressionadas
constantemente para serem conduzidas a excelência, no que são intituladas de “Empresas
Excelentes”, por apresentarem características como: anteciparem-se as necessidade de
mudanças e de perceberem as tendências, e sobretudo, colocando-as em prática.
Ficou evidente que, entre desafios do mundo empresarial hoje, é administrar
organizações, tendo por obrigação constante transformá-las em inovadoras e lucrativas.
No Brasil é que, apesar de tantos impactos negativos, algumas empresas estão
conseguindo atravessar a crise que lhes serviu de base para aprendizado e proveito das
44
escassas oportunidades de investimentos no seu ramo de atividade ou em alternativas que
possam garantir sua permanência no mercado.
As empresas precisam se atualizar, absorver e por em prática novos conceitos de como
administrar e gerir negócios com qualidade, eficiência e eficácia.
No início do novo século, temos o predomínio da velocidade, mudando não só as
estruturas organizacionais em todo o mundo, como também os estilos de vidas das pessoas e
comunidades, ficando evidente que, para acompanhar este ritmo alucinante de todos os
acontecimentos, a informação será produto de primeira necessidade.
Foram observados também as vantagens operacionais e outros benefícios proporcionados
às empresas, através dos Sistemas de Informações Contábeis que aliados às novas tecnologias
possibilitam: racionalização dos serviços; diminuição dos custos operacionais; agilidade nas
contabilizações dos eventos econômicos e confiabilidade nas informações geradas, o que
resultará em êxito nos processos de gestão.
A complexidade que envolve os assuntos inerentes às informações está exigindo dos
gestores das empresas um maior conhecimento da gestão com abordagem sistêmica, a fim de
tornarem-se aptos a selecionarem as informações relevantes para as decisões que buscam o
alcance dos objetivos da empresa.
Acrescenta-se a tudo isso, o conhecimento da Contabilidade como uma Ciência versátil
que está em constante mutação para acompanhar o progresso das organizações.
Dentro dessa evolução encontra-se a Controladoria: uma Ciência mais abrangente que se
utiliza de outras ciências como: Administração, Economia, Estatística, Informática e,
principalmente da Contabilidade para melhor atender às exigências das empresas na
realização de seus resultados com eficiência e eficácia.
45
Portanto, as empresas têm na Controladoria um órgão de assessoramento. Seu processo
de gestão é totalmente dependente do apoio da Controladoria que não toma decisões, mas é
quem lhes confere segurança e validade.
Para concluir, entende-se que o Sistema de Informações Contábeis é um instrumento
imprescindível para os Gestores no suporte aos processos decisórios das empresas.
46
BIBLIOGRAFIA
BIO, Sérgio Rodrigues. Sistemas de Informação: um enfoque gerencial. São Paulo: Atlas,
1998.
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