ithamar prada neto eficiÊncia relativa de … · silicatos na correÇÃo da acidez do solo...
TRANSCRIPT
ITHAMAR PRADA NETO
EFICIEcircNCIA RELATIVA DE DIFERENTES FRACcedilOtildeES GRANULOMEacuteTRICAS DE SILICATOS NA CORRECcedilAtildeO DA ACIDEZ DO SOLO
Dissertaccedilatildeo apresentada agrave Universidade Federal de Uberlacircndia como parte das exigecircncias do Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Agronomia - Mestrado aacuterea de concentraccedilatildeo em Solos para obtenccedilatildeo do tiacutetulo de ldquoMestrerdquo
Orientador Prof Dr Gaspar Henrique Korndoumlrfer
UBERLAcircNDIA MINAS GERAIS - BRASIL
2009
ITHAMAR PRADA NETO
EFICIEcircNCIA RELATIVA DE DIFERENTES FRACcedilOtildeES GRANULOMEacuteTRICAS DE SILICATOS NA CORRECcedilAtildeO DA ACIDEZ DO SOLO
Dissertaccedilatildeo apresentada agrave Universidade Federal de Uberlacircndia como parte das exigecircncias do Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Agronomia - Mestrado aacuterea de concentraccedilatildeo em Solos para obtenccedilatildeo do tiacutetulo de ldquoMestrerdquo
APROVADO em 15 de junho de 2009
Prof Dr Beno Wendling UFU
Prof Dr Renato de Mello Prado UNESP
Prof Dr Carlos Alexandre Costa Crusciol UNESP
Prof Dr Gaspar Henrique Korndoumlrfer ICIAG ndash UFU (Orientador)
UBERLAcircNDIA MINAS GERAIS - BRASIL
2009
Aos meus pais Ithamar e Marli agrave minha esposa Sycelle e agrave minha filha Sarah Dedico
AGRADECIMENTOS
Agradeccedilo a Deus pelo dom da vida
Aos meus pais Ithamar e Marli por todo amor incentivo confianccedila e
oportunidades que me deram
Agrave minha esposa Sycelle por todo o amor incentivo e sonhos partilhados
Agrave minha filha Sarah que estaacute a caminho e mesmo antes de nascer jaacute nos
transmite tanto amor
Ao meu orientador Prof Gaspar pela oportunidade de trabalharmos juntos pelo
conhecimento transferido e amizade formada
Aos membros da banca prof Dr Renato de Mello Prado prof Dr Carlos
Alexandre Costa Crusciol prof Dr Beno Wendling e profa Dra Regina Maria Quintatildeo
Lana pelos inuacutemeros ensinamentos conselhos e atenccedilatildeo para com este trabalho
Agraves minhas irmatildes Regiane e Fernanda pelo companheirismo e parceria
Agrave minha avoacute (Daisy) pelo constante exemplo de juventude e forccedila
Aos meus cunhados (Josiel Rafael Leandro e Sofia) pelo apoio
Agraves minhas sobrinhas (Ana Luiza Letiacutecia e Maria Clara) e ao meu sobrinho
(Enrico) pela alegria que nos passam em cada sorriso
Ao meu sogro Silas e minha sogra Ceacutelia por me incluiacuterem em suas famiacutelias
Aos meus familiares e amigos por todos os momentos que passamos juntos
Agrave Universidade Federal de Uberlacircndia e ao Instituto de Ciecircncias Agraacuterias por
permitirem a realizaccedilatildeo do mestrado conciliando com as atividades profissionais
Aos funcionaacuterios do Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Agronomia da UFU
Aparecida e Eduardo por toda a atenccedilatildeo e apoio
Ao Centro Universitaacuterio de Patos de Minas pelo apoio e ajuda nos custos de
viagem para Uberlacircndia
Aos engenheiros agrocircnomos Rafael Alves Pereira e Odinei Pires Cenci pelo
apoio imensuraacutevel na conduccedilatildeo deste trabalho
Ao Prof Carlos Henrique Eiterer de Sousa ao aluno Willian Lourenccedilatildeo e aos
demais membros da equipe da Central de Fertilidade do Solo
Aos estudantes do Grupo de Pesquisas em Siliacutecio e a equipe do Laboratoacuterio de
Fertilizantes da UFU na pessoa da Valeacuteria
Agrave Universidade Federal de Ouro Preto em particular ao Laboratoacuterio de
Hidrometalurgia e em especial ao Prof Verciani e ao Graciliano pela realizaccedilatildeo das
anaacutelises de superfiacutecie especiacutefica dos corretivos
Agrave Excell Minerais e agrave Holcim pela amostra do produto e constante auxiacutelio ao
Grupo de Pesquisa em Siliacutecio
Agrave FAPEMIG pelo apoio financeiro
Agrave Associaccedilatildeo para Pesquisas Agriacutecolas (APPA)
Agrave todos que direta ou indiretamente contribuiacuteram para este trabalho
BIOGRAFIA
Ithamar Prada Neto nasceu em Limeira SP em 21 de abril de 1981 filho de
Ithamar Luiz de Castro Prada e Marli Bernadete Francisco Prada
Iniciou no ano de 1999 o curso de Engenharia Agronocircmica na Escola Superior
de Agricultura ldquoLuiz de Queirozrdquo pertencente agrave Universidade de Satildeo Paulo
(ESALQUSP) onde teve a oportunidade de trabalhar com os professores Dr Durval
Dourado Neto e Dr Rubens Duarte Coelho e com o pesquisador Dr Edmilson
Ambrosano
Em 2003 em sua conclusatildeo de curso desempenhou estaacutegio profissionalizante
com vivecircncia em uma propriedade focada na produccedilatildeo de cana-de-accediluacutecar e na
reproduccedilatildeo de bovinos de corte da companhia CFM em Araccedilatuba sob a orientaccedilatildeo do
Prof Dr Luis Ignaacutecio Prochnow
No ano de 2006 ingressou no curso de especializaccedilatildeo em Fertilidade do Solo e
Nutriccedilatildeo de Plantas no Agronegoacutecio da Universidade Federal de Lavras (UFLA) o qual
concluiu em 2007 com a defesa da monografia intitulada ldquoViabilidade agronocircmica e
econocircmica de fosfatos naturais reativosrdquo sob a orientaccedilatildeo do Prof Dr Antonio Furtini
Neto
Ingressou no mestrado em Agronomia na aacuterea de concentraccedilatildeo em Solos na
Universidade Federal de Uberlacircndia (UFU) no ano de 2007 sob a orientaccedilatildeo do Prof
Dr Gaspar Henrique Korndoumlrfer
No acircmbito profissional foi trainee e posteriormente assessor agronocircmico da
Bunge Fertilizantes entre o final de 2003 ateacute o ano de 2006 atuando nos estados de
Minas Gerais Goiaacutes e Espiacuterito Santo Em 2006 iniciou carreira docente assumindo
disciplinas nas aacutereas de Fitotecnia Fertilidade do Solo e Nutriccedilatildeo de Plantas e
Produccedilatildeo e Tecnologia de Adubos para o curso de Agronomia da Faculdade de Ciecircncias
Agraacuterias do Centro Universitaacuterio de Patos de Minas (UNIPAM) onde atua ateacute o
presente momento
De novembro de 2006 a setembro de 2008 coordenou o curso de Agronomia do
UNIPAM
No final de 2008 apoacutes encerrar as atividades agrave frente do curso de Agronomia do
UNIPAM assumiu a aacuterea de desenvolvimento de tecnologias da Associaccedilatildeo para
Pesquisas Agriacutecolas (APPA)
SUMAacuteRIO
RESUMO i
ABSTRACT ii
1 INTRODUCcedilAtildeO 1
2 REVISAtildeO BIBLIOGRAFICA 3
21 Acidez do solo 3
22 Correccedilatildeo da acidez do solo 4
23 Caracteriacutesticas dos corretivos de acidez 5
24 Silicatos de caacutelcio 7
25 Efeitos do Si na agricultura 8
3 MATERIAL E MEacuteTODOS 10
31 Local do experimento 10
32 Solos utilizados nas unidades experimentais 10
33 Corretivos utilizados 12
34 Tratamentos e delineamento experimental 17
34 Conduccedilatildeo do experimento 17
35 Determinaccedilatildeo do pH do solo apoacutes a incubaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo da eficiecircncia
relativa 18
36 Avaliaccedilatildeo do teor de Si no solo apoacutes a incubaccedilatildeo 19
36 Anaacutelise estatiacutestica 19
4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 20
41 Variaccedilotildees no pH aos 30 dias de incubaccedilatildeo 20
42 Variaccedilotildees no pH equivalente CaCO3 e eficiecircncia relativa dos corretivos aos 90 dias
de incubaccedilatildeo 23
43 Teor de siliacutecio no solo apoacutes 30 dias de incubaccedilatildeo 28
54 Teor de siliacutecio no solo apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo 29
5 CONCLUSOtildeES 32
6 REFEREcircNCIAS 33
LISTA DE FIGURAS
Paacutegina 1 Mesa agitadora (a) e peneiras utilizadas para a separaccedilatildeo dos
corretivos nas diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas (b) 14
2 Ilustraccedilotildees dos processos laboratoriais para determinaccedilatildeo do PN em amostras dos materiais corretivos desde a pesagem (a) a fervura da soluccedilatildeo contendo a amostra do corretivo e HCl (b) a soluccedilatildeo transferida para balatildeo volumeacutetrico de 100 mL em descanso para decantaccedilatildeo (c) e a titulaccedilatildeo ateacute o aparecimento da coloraccedilatildeo rosada (d) 15
3
4
Pesagem dos corretivos (a) adiccedilatildeo dos corretivos nos recipientes plaacutesticos contendo as amostras dos solos (b) irrigaccedilatildeo das amostras dos solos (c) e incubaccedilatildeo em laboratoacuterio por 30 e 90 dias (d)
Valores do pH em CaCl2 em funccedilatildeo da dose equivalente de CaCO3
aplicada ao solo apoacutes 30 dias de incubaccedilatildeo nos solos muito argiloso (a) argiloso (b) meacutedio (c) arenoso (d)
18
20
5 Valores do pH em CaCl2 em funccedilatildeo da dose equivalente de CaCO3
aplicada ao solo apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo nos solos muito argiloso (a) argiloso (b) meacutedio (c) arenoso (d)
23
LISTA DE TABELAS
Paacutegina
1 Caracterizaccedilatildeo quiacutemica e fiacutesica dos solos utilizados no experimento 11 2 Densidade das amostras dos solos utilizados no experimento 12 3 Necessidade de calagem em equivalente de CaCO3 com 100 de PRNT
para amostras dos solos utilizados no experimento considerando as respectivas densidades das amostras dos solos 12
4 Teores de caacutelcio magneacutesio e siliacutecio dos corretivos utilizados 12 5 Superfiacutecie especifica e volume total de poros dos corretivos de acidez do
solo 13
6 Poder de neutralizaccedilatildeo dos materiais corretivos de acidez do solo utilizados no experimento 16
7 Quantidade de corretivo calculada para atingir 60 de saturaccedilatildeo por bases para cada um dos solos experimentais 16
8 Dose de Si fornecida por cada um dos silicatos em cada solo experimental 17
9 Valores de pH em CaCl2 em funccedilatildeo do corretivo de solo utilizado na dose referente agrave elevaccedilatildeo da saturaccedilatildeo por bases para 60 e da fraccedilatildeo granulomeacutetrica apoacutes 30 dias de incubaccedilatildeo para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso
22
10
Valores de pH em CaCl2 em funccedilatildeo do corretivo de solo utilizado na dose referente agrave elevaccedilatildeo da saturaccedilatildeo por bases para 60 e da fraccedilatildeo granulomeacutetrica apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso 24
11
Eficiecircncias relativas em relaccedilatildeo ao CaCO3 dos corretivos de acidez de diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas aos 90 dias de incubaccedilatildeo 26
12
Eficiecircncias relativas em relaccedilatildeo agrave fraccedilatildeo granulomeacutetrica inferior a 03 mm (peneira 50 ABNT) dos corretivos de acidez em diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas aos 90 dias de incubaccedilatildeo 27
13
Teor de Si no solo em funccedilatildeo da fraccedilatildeo granulomeacutetrica e do corretivo utilizado para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso apoacutes 30 dias de incubaccedilatildeo 28
14
Teor de Si no solo em funccedilatildeo da fraccedilatildeo granulomeacutetrica e do corretivo utilizado para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo
30
i
RESUMO
PRADA NETO ITHAMAR Eficiecircncia relativa de diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas de silicatos na correccedilatildeo da acidez do solo 2009 38f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em AgronomiaSolos) ndash Universidade Federal de Uberlacircndia Uberlacircndia1
Os silicatos satildeo produtos que podem ser utilizados natildeo apenas para o fornecimento de siliacutecio como tambeacutem para a correccedilatildeo da acidez do solo Nos corretivos agriacutecolas os principais fatores que devem ser avaliados satildeo o poder de neutralizaccedilatildeo e a reatividade que juntos compotildee o poder relativo de neutralizaccedilatildeo total fator determinante para a definiccedilatildeo da dose a ser empregada na agricultura Atualmente os silicatos estatildeo sendo avaliados quanto a sua capacidade de correccedilatildeo do solo com os mesmos criteacuterios utilizados para o calcaacuterio mesmo apresentando origens e processos de produccedilatildeo muito distintos Com o presente trabalho objetivou-se quantificar a reatividade para cada fraccedilatildeo granulomeacutetrica de diferentes silicatos O experimento foi desenvolvido no Centro Universitaacuterio de Patos de Minas em Patos de Minas MG utilizando-se trecircs silicatos (Agrosiliacutecio Silifeacutertil e Holcim) e um calcaacuterio comercial em quatro fraccedilotildees granulomeacutetricas separados pelas peneiras lt 10 mesh 10 a 20 mesh 20 a 50 mesh e gt 50 mesh em quatro solos com as seguintes classes granulomeacutetricas muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso com quatro repeticcedilotildees Os corretivos foram aplicados e misturados nos vasos contendo 300g de amostras de solos os quais foram submetidos agrave incubaccedilatildeo por trinta e noventa dias com solos mantidos a 80 da capacidade de campo Para a obtenccedilatildeo dos valores de equivalente em carbonato de caacutelcio foram submetidos tambeacutem a incubaccedilatildeo dos solos com carbonato de caacutelcio em doses crescentes Apoacutes os periacuteodos de incubaccedilatildeo foram realizadas anaacutelises de pH em CaCl2 e do teor de Si no solo em CaCl2 Os dados foram submetidos a anaacutelise de variacircncia e tiveram suas meacutedias comparadas pelo teste de Scott-Knott agrave 5 de probabilidade Os resultados obtidos mostraram que quanto menor a fraccedilatildeo granulomeacutetrica maior a eficiecircncia relativa dos corretivos (calcaacuterio e silicatos) na elevaccedilatildeo do pH do solo Quanto aos resultados dos corretivos os silicatos Agrosiliacutecio e Silifeacutertil se destacaram o que demonstrou que com os meacutetodos atualmente empregados estatildeo subestimando a reatividade destes produtos principalmente na fraccedilatildeo compreendida entre as peneiras de 20 e 50 mesh O Holcim se mostrou menos eficiente que o calcaacuterio quanto a correccedilatildeo da acidez do solo fato este que pode estar associado a alguma diferenccedila no processo de produccedilatildeo do produto em relaccedilatildeo aos demais silicatos Quanto ao fornecimento de siliacutecio para o solo a mesma tendecircncia foi mantida com superioridade para as fraccedilotildees granulomeacutetricas mais finas Desta forma novos paracircmetros precisam ser colocados em praacutetica para a determinaccedilatildeo da reatividade dos silicatos
Palavras-chave Escoacuteria de siderurgia Siliacutecio Corretivos agriacutecolas Fertilidade do solo
1 Orientador Prof Dr Gaspar Henrique Korndoumlrfer ndash UFU
ii
ABSTRACT
PRADA NETO ITHAMAR Relative efficiency of different size fractions of silicate in correcting the soil acidity 2009 38p Dissertation (Masters Degree in AgronomySoils Science) ndash Federal University of Uberlacircndia Uberlacircndia2
The silicates are products that might be used not just for silicon supply but also for correction of soil acidity The main factors that must be evaluated for agricultural correctives are neutralization power and reactivity which combined form the relative power of total neutralization a determinant factor for the definition of the dose to be used in agriculture Currently the silicates have been evaluated for their ability to correct the soil with the same criteria used for lime despite presenting very different origin and production processes This study quantified the reactivity for each size fraction of different silicates The experiment was conducted at the University of Patos de Minas in Patos de Minas MG using three silicates (Agrosiliacutecio Silifeacutertil and Holcim) and a commercial lime in four size fractions separated by sieves lt10 mesh 10 to 20 mesh 20 to 50 mesh and gt 50 mesh in four soils very clayey clayey loamy and sandy medium texture with four replications The correctives were applied and mixed in pots containing 300g of soil samples which were subjected to incubation for thirty to ninety days at 80 field capacity Soils that received calcium carbonate in increasing doses were also incubated to obtain the values of the equivalent in calcium carbonate After the incubation periods analyses of pH in CaCl2 and the Si content of the soil in CaCl2 were done Data were submitted to analysis of variance and means were compared by their Scott-Knott test at 5 probability The results showed that the smaller the fraction size the greater the relative efficiency of the corrective (lime and silicates) in raising the soil pH The results of the silicates Agrosiliacutecio and Silifeacutertil were outstanding showing that the methods currently employed are underestimating the reactivity of these products mainly in the fraction between 20 and 50 mesh Holcim was less efficient than lime in correcting soil acidity a fact that may be associated with differences in the production process in relation to the other silicates The same trend was maintained for silicon supply to the soil with superiority for the smaller size fractions Thus new parameters need to be put into practice for determining the reactivity of silicates
Keywords Silicate slag Silicon Agricultural correctives soil fertility
2 Supervisor Prof Dr Gaspar Henrique Korndoumlrfer ndash UFU
1
1 INTRODUCcedilAtildeO
A maioria dos solos brasileiros sobretudo aqueles sob vegetaccedilatildeo de cerrado
apresenta limitaccedilotildees quanto ao estabelecimento e desenvolvimento das principais
culturas em decorrecircncia dos efeitos da acidez do solo
Neste cenaacuterio a correccedilatildeo da acidez do solo se apresenta com papel fundamental
para a obtenccedilatildeo de resultados agronocircmicos e econocircmicos positivos na agricultura Nos
uacuteltimos anos o consumo brasileiro de calcaacuterio vem oscilando na ordem de 16 a 27
milhotildees de toneladas por ano segundo informaccedilotildees da Associaccedilatildeo Brasileira dos
Produtores de Calcaacuterio Agriacutecola (2008)
Natildeo apenas os calcaacuterios mas tambeacutem os silicatos apresentam bom potencial
para utilizaccedilatildeo como corretivos de acidez com o benefiacutecio de aleacutem de corrigir a acidez
do solo e fornecer caacutelcio e magneacutesio e tambeacutem o siliacutecio elemento que desperta grande
interesse da comunidade cientiacutefica e do setor agriacutecola atualmente por trazer uma seacuterie
de benefiacutecios para algumas culturas
Os principais paracircmetros que orientam o uso dos corretivos satildeo os valores de
poder de neutralizaccedilatildeo reatividade e poder relativo de neutralizaccedilatildeo total sendo este
uacuteltimo resultante da combinaccedilatildeo dos anteriores Tais paracircmetros satildeo fundamentais para
a definiccedilatildeo de doses eficiecircncia agrocircnomica e efeito residual
A avaliaccedilatildeo do poder de neutralizaccedilatildeo (PN) consiste na anaacutelise quiacutemica do poder
corretivo do material ou seja a capacidade do corretivo em neutralizar o hidrogecircnio
Esta avaliaccedilatildeo eacute feita atraveacutes da adiccedilatildeo de HCl em uma amostra de calcaacuterio e na
posterior identificaccedilatildeo na quantidade de HCl consumida o que reflete o poder de
neutralizaccedilatildeo do material
A reatividade (RE) se refere agrave velocidade de reaccedilatildeo do corretivo no solo e esta
velocidade de reaccedilatildeo estaacute associada com a superfiacutecie de contato do material Quando se
analisa a reatividade de um corretivo se considera apenas o tamanho de partiacuteculas
desconsiderando suas caracteriacutesticas intriacutensecas de superfiacutecie especiacutefica como a
porosidade e forma das partiacuteculas A porosidade e a forma das partiacuteculas diferem muito
em funccedilatildeo da origem do corretivo Os silicatos oriundos de escoacuterias de siderurgia
apresentam em geral e para um mesmo tamanho de partiacutecula uma superfiacutecie especiacutefica
e porosidade bem maiores do que as partiacuteculas de um corretivo oriundo de uma rocha
calcaacuteria
2
Estas caracteriacutesticas certamente podem afetar a reatividade de um corretivo e
atualmente satildeo totalmente ignoradas no meacutetodo de determinaccedilatildeo da reatividade Existe
a hipoacutetese de que a determinaccedilatildeo da reatividade de materiais silicatados oriundos de
escoacuterias esteja sendo subestimada quando comparada aos calcaacuterios em geral
Desta forma objetivou-se com o presente trabalho quantificar a eficiecircncia
relativa na correccedilatildeo da acidez do solo de fraccedilotildees granulomeacutetricas de silicatos em
comparaccedilatildeo ao calcaacuterio
3
2 REVISAtildeO BIBLIOGRAFICA
21 Acidez do solo
Segundo Lopes e colaboradores (1990) a grande maioria dos solos brasileiros
principalmente os solos sob vegetaccedilatildeo de cerrado apresentam elevada acidez o que
prejudica o bom desenvolvimento das plantas Sousa e colaboradores (2007) relatam
que tal efeito pode estar associado agrave presenccedila de Al e Mn em concentraccedilotildees toacutexicas e
aos baixos teores dos macronutrientes Ca e Mg
A acidificaccedilatildeo do solo eacute um processo natural e sua intensidade depende de
fatores intriacutensecos do solo e das perturbaccedilotildees a que o sistema eacute submetido
(KAMINSKI RHEINHEIMER 2000)
Os solos poderatildeo ser naturalmente aacutecidos quando a rocha de origem apresentar
baixos teores de bases ou entatildeo mesmo apresentando altos teores de bases quando este
solo for submetido a intenso processo pedogeneacutetico Neste uacuteltimo caso destaca-se a
situaccedilatildeo de precipitaccedilatildeo pluvial intensa ao longo dos anos promovendo lixiviaccedilatildeo de
bases permanecendo no complexo de troca predominantemente os caacutetions hidrogecircnio e
alumiacutenio (FURTINI NETO et al 2001)
Aleacutem dos processos pedogeneacuteticos outros fatores tambeacutem contribuem para a
acidificaccedilatildeo do solo como as reaccedilotildees de hidroacutelise que ocorrem nas soluccedilotildees dos solos
a decomposiccedilatildeo de resiacuteduos orgacircnicos pelos microorganismos a accedilatildeo do homem
atraveacutes de adubaccedilotildees e sistemas de produccedilatildeo adotados e a proacutepria absorccedilatildeo de
nutrientes (MEURER 2006)
A acidez ativa do solo eacute definida como todo o hidrogecircnio (H+) presente na
soluccedilatildeo medida pelo potencial hidrogecircnio iocircnico (pH) O pH pode ser determinado com
um potenciocircmetro utilizando-se dois meacutetodos principais no primeiro utiliza-se uma
suspensatildeo de terra em aacutegua e no segundo em CaCl2 a 001 M (PLESE 2000)
A concentraccedilatildeo de H+ na soluccedilatildeo do solo avaliada pelo pH natildeo eacute na maioria
dos casos fator limitante para o crescimento e desenvolvimento das plantas desde que
haja suprimento adequado dos nutrientes e ausecircncia de elementos em concentraccedilotildees
toacutexicas Entretanto essa situaccedilatildeo natildeo ocorre naturalmente nos solos pois em condiccedilotildees
aacutecidas podem ocorrer iacuteons como o Al3+ e Mn2+ em teores toacutexicos para as plantas
Outros aspectos importantes associados agrave elevada acidez satildeo a alteraccedilatildeo na
4
disponibilidade de nutrientes e a interferecircncia na atividade microbiana (SOUSA et al
2007)
22 Correccedilatildeo da acidez do solo
Em funccedilatildeo dos fatores negativos da acidez do solo para a produccedilatildeo agriacutecola
torna-se necessaacuteria a sua correccedilatildeo atraveacutes da calagem maneira mais faacutecil e econocircmica
para se corrigir a acidez do solo nos primeiros 20 cm deste Furtini Neto e
colaboradores (2001) destacam como principais benefiacutecios da calagem
Diminuiccedilatildeo da toxidez por Al3+ e Mn2+
Aumento da mineralizaccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica consequentemente aumentando
a disponibilidade de nutrientes principalmente nitrogecircnio enxofre foacutesforo e
boro
Aumento na disponibilidade de caacutelcio e magneacutesio por adiccedilatildeo direta ao solo
Aumento na disponibilidade de foacutesforo e molibdecircnio presentes em formas
fixadas e de menor disponibilidade no solo aacutecido
Aumento da fixaccedilatildeo natildeo-simbioacutetica e simbioacutetica de nitrogecircnio
Aumento da CTC do solo reduzindo os problemas de salinidade e de lixiviaccedilatildeo
de caacutetions
Aumento da eficiecircncia da adubaccedilatildeo
Aumento da preservaccedilatildeo de aacutereas de floresta ou de aacutereas menos vocacionadas
para a agricultura em face da necessidade de menor aacuterea para obter a mesma
produccedilatildeo
Segundo Sousa e Lobato (2004) para solos de Cerrado a produtividade de gratildeos
das culturas de sequeiro (soja milho trigo e feijatildeo) aumenta com a saturaccedilatildeo por bases
ateacute 40 estabiliza entre os valores de 40 a 60 e diminui quando a saturaccedilatildeo por
bases eacute maior que 60 Neste uacuteltimo caso o pH em aacutegua do solo estaraacute maior que 63
o que ocasiona a reduccedilatildeo na disponibilidade de zinco cobre ferro e manganecircs
Diversos satildeo os meacutetodos para a determinaccedilatildeo da necessidade de calagem sem
haver uma definiccedilatildeo clara sobre qual o melhor deles Fundamentalmente os caacutelculos
tem-se baseado nos seguintes meacutetodos meacutetodo da curva de incubaccedilatildeo de CaCO3
meacutetodo baseado no teor de alumiacutenio trocaacutevel (CATE 1965 CATANI ALONSO
1969) meacutetodo baseado no decreacutescimo de pH de soluccedilotildees-tampatildeo SMP (SHOEMAKER
5
et al 1961) meacutetodo baseado na saturaccedilatildeo por bases (RAIJ 1981) meacutetodo baseado no
pH e mateacuteria orgacircnica (DEFELIPO et al 1982 ALVAREZ V 1996) e meacutetodo para
neutralizar a acidez trocaacutevel e elevar os teores de Ca e Mg trocaacuteveis (ALVAREZ V
RIBEIRO 1999)
Independente do meacutetodo adotado eacute de extrema importacircncia que a determinaccedilatildeo
da necessidade de calagem seja adequada pois o excesso de aplicaccedilatildeo de um corretivo
pode trazer diversos impactos negativos como a induccedilatildeo a deficiecircncias de ferro e
manganecircs (LOPES 1989)
23 Caracteriacutesticas dos corretivos de acidez
Todo material utilizado para corrigir a acidez do solo conteacutem componentes
neutralizantes como carbonatos oacutexidos hidroacutexidos e silicatos Os componentes
neutralizantes nestes materiais natildeo satildeo os caacutetions Ca2+ e Mg2+ mas sim os acircnions CO3-2
OH- SiO32- (PLESE 2000)
A qualidade de um calcaacuterio eacute dada pela combinaccedilatildeo de seus atributos quiacutemicos e
fiacutesicos O atributo quiacutemico representado pelo poder de neutralizaccedilatildeo depende do tipo e
teor de neutralizantes no corretivo O fiacutesico representado pela eficiecircncia relativa
depende da natureza geoloacutegica da rocha calcaacuteria e do grau de moagem a que foi
submetida (KURIHARA et al 1999)
A avaliaccedilatildeo quiacutemica dos corretivos de acidez consta das seguintes
determinaccedilotildees poder de neutralizaccedilatildeo (PN) e teores de Ca e Mg (ALCARDE
RODELLA 1996)
A avaliaccedilatildeo fiacutesica dos corretivos de acidez eacute determinada pela sua composiccedilatildeo
granulomeacutetrica empregando-se as peneiras nordm 10 20 e 50 segundo a Associaccedilatildeo
Brasileira de Normas Teacutecnicas - ABNT Para cada uma das fraccedilotildees granulomeacutetricas
produto retido na peneira ABNT 10 produto passante na peneira ABNT 10 e retido na
peneira ABNT 20 produto passante na peneira ABNT 20 e retido na peneira ABNT 50
e produto passante na peneira ABNT 50 satildeo atribuiacutedos os seguintes valores de
reatividade 0 20 60 e 100 respectivamente A partir dos resultados da
composiccedilatildeo granulomeacutetrica calcula-se a reatividade (RE) ou eficiecircncia relativa (ER) do
calcaacuterio de acordo com a equaccedilatildeo abaixo (ALCARDE RODELLA 1996)
RE = F10-20 x 02 + F20-50 x 06 + Fgt50 x 1
6
Onde
F10-20= percentual de produto que passa pela peneira nordm10 e fica retido na peneira
nordm20 F20-50 = percentual de produto que passa pela peneira nordm20 e fica retido na
peneira nordm50 e Fgt50 = percentual de produto que passa pela peneira nordm50
Estes paracircmetros de reatividade satildeo adotados no Brasil de acordo com o que a
legislaccedilatildeo prevecirc para todos os corretivos independente de sua origem Segundo Prado e
colaboradores (2001) ainda natildeo existe uma legislaccedilatildeo especiacutefica para silicatos de
caacutelcio sendo estes incluiacutedos na legislaccedilatildeo de calcaacuterios com algumas adaptaccedilotildees
Alcarde e colaboradores (1989) avaliando a reatividade de calcaacuterios de
diferentes origens na correccedilatildeo da acidez do solo constataram eficiecircncia relativa acima
de 80 para partiacuteculas de tamanho inferior a 03 mm (peneira gt 50 ABNT) entre 39 e
65 para partiacuteculas entre 03 e 084 mm (produto passante na peneira 20 ABNT e retido
na peneira 50 ABNT) e eficiecircncia entre 6 e 27 para partiacuteculas entre 084 e 20 mm
(produto passante na peneira 10 ABNT e retido na peneira 20 ABNT)
Bellingieri (1983) avaliando a eficiecircncia de fraccedilotildees granulomeacutetricas de calcaacuterios
em laboratoacuterio em solos com controle de umidade em 30 encontrou valores de
eficiecircncia relativa de 74 376 767 e 100 respectivamente para corretivos nas
fraccedilotildees granulomeacutetricas passantes na peneira ABNT 5 e retiros na peneira ABNT 10
passantes na peneira 10 e retidos na peneira ABNT 30 passantes na peneira ABNT 30 e
retidos na peneira ABNT 50 e produtos passantes na peneira ABNT 50
Segundo Kurihara e colaboradores (1999) a origem da rocha calcaacuteria interfere
na ER do corretivo com destaque para os materiais de origem sedimentar que
apresentam elevada friabilidade possibilitando que torrotildees do material sejam facilmente
desagregados com pequena pressatildeo entre os dedos da matildeo de maneira que apoacutes sua
extraccedilatildeo da jazida esse calcaacuterio natildeo necessita passar por um processo de moagem como
os de natureza metamoacuterfica Entretanto ao se efetuar a anaacutelise granulomeacutetrica verifica-
se que estes torrotildees natildeo passam pelo conjunto de peneiras durante a agitaccedilatildeo mecacircnica
subestimando a real capacidade do material em se solubilizar no solo
Bellingieri e colaboradores (1992) avaliando a reatividade de um calcaacuterio
dolomiacutetico e calcaacuterio dolomiacutetico calcinado durante dois anos agriacutecolas relataram que o
calcaacuterio calcinado apresentou maior reatividade no primeiro ano agriacutecola bem como as
fraccedilotildees granulomeacutetricas mais finas proporcionaram maior reatividade no primeiro ano
do trabalho fato que foi amenizado no segundo ano agriacutecola em que a reatividade dos
7
calcaacuterios tenderam a se igualar e a granulometria mais grosseira tambeacutem compensou a
menor reatividade obtida no primeiro ano
Plese (2000) avaliando o efeito da umidade do solo entre o intervalo de 0 a 80
da capacidade de campo na reatividade das fraccedilotildees granulomeacutetricas de um calcaacuterio
observou que quanto mais altos os valores de umidade do solo mais favoraacutevel era para
a reaccedilatildeo do corretivo no solo Para solos mantidos a 80 da capacidade de campo a
frequecircncia de molhamento teve pouca influecircncia na reatividade
A combinaccedilatildeo das caracteriacutesticas quiacutemicas e fiacutesicas do corretivo
respectivamente PN expresso em equivalente de carbonato de caacutelcio e ER originam o
Poder Relativo de Neutralizaccedilatildeo Total (PRNT) variaacutevel esta utilizada para a definiccedilatildeo
da dose a ser utilizada (BELINGIERI et al 1988)
24 Silicatos de Caacutelcio
Segundo Prado e colaboradores (2001) para minimizar os problemas quiacutemicos
dos solos do Brasil uma maneira seria mediante a correccedilatildeo da acidez do solo pelo uso
de escoacuterias de siderurgia um resiacuteduo da induacutestria do accedilo e ferro-gusa constituiacutedo
quimicamente de silicato de caacutelcio (CaSiO3)
Segundo Malavolta (1981) de maneira simplificada a escoacuteria de siderurgia
pode ser definida como sendo obtida atraveacutes da siacutelica do mineacuterio de ferro que reage com
o caacutelcio do calcaacuterio em alto forno Este processo envolvendo altas temperaturas
seguindo de um raacutepido resfriamento difere do processo de produccedilatildeo de calcaacuterio
(moagem de rochas calcaacuterias) o que pode originar materiais de alta solubilidade
consequentemente elevando sua eficiecircncia relativa
Os silicatos de caacutelcio e magneacutesio apresentam como principais benefiacutecios o
aumento na disponibilidade do Si a elevaccedilatildeo do pH o aumento do Ca e Mg trocaacuteveis
no solo a reduccedilatildeo de toxicidade do Fe Mn e Al para as plantas e o aumento na
disponibilidade de P no solo (KORNDOumlRFER et al 2003)
Segundo Alcarde (1992) a accedilatildeo neutralizante dos silicatos de caacutelcio e magneacutesio
no solo pode ser explicada com as seguintes equaccedilotildees
Ca(Mg)SiO3 + H2O
Ca+2(Mg+2) + SiO3-2
SiO3-2 + H2O HSiO3
- + OH-
HSiO3- + H2O H2SiO3 + OH-
H2SiO3 + H2O H4SiO4
8
Dentre os silicatos as fontes mais abundantes e baratas satildeo as escoacuterias
sideruacutergicas originadas do processamento em altas temperaturas geralmente acima de
1400 ordmC da reaccedilatildeo do calcaacuterio com a siacutelica presente no mineacuterio de ferro
(KORNDOumlRFER et al 2003)
As principais caracteriacutesticas que devem ser avaliadas na escolha de uma fonte de
siliacutecio para a agricultura satildeo solubilidade disponibilidade as propriedades fiacutesicas a
concentraccedilatildeo de elementos contaminantes e a relaccedilatildeo custo benefiacutecio (GASCHO
2001)
25 Efeitos do Si na agricultura
A utilizaccedilatildeo de macronutrientes nitrogecircnio (N) foacutesforo (P) potaacutessio (K) caacutelcio
(Ca) magneacutesio (Mg) e enxofre (S) e de micronutrientes boro (B) cloro (Cl) cobre
(Cu) ferro (Fe) manganecircs (Mn) molibdecircnio (Mo) niacutequel (Ni) e zinco (Zn) eacute
considerada como essencial para se alcanccedilar resultados satisfatoacuterios na produccedilatildeo
agriacutecola Poreacutem em determinadas condiccedilotildees de solo e cultivo existem elementos
chamados de natildeo-essenciais como o siliacutecio (Si) que pode promover diversos processos
fisioloacutegicos desejaacuteveis para as plantas e por consequecircncia aumentar a produtividade
(KORNDOumlRFER LEPSCH 2001)
A comprovaccedilatildeo da essencialidade do siliacutecio eacute muito difiacutecil de ser obtida devido
a sua abundacircncia na biosfera Estaacute presente em quantidades significativas mesmo em
sais aacutegua e ar (WERNER ROTH 1983)
As plantas absorvem siliacutecio diretamente da soluccedilatildeo do solo sendo este
transportado ateacute as raiacutezes principalmente via fluxo de massa (DAYANADAM et al
1983)
Balastra e colaboradores (1989) relatam que o Si apoacutes absorvido eacute transportado
pelo xilema e depositado na parede celular na forma de siacutelica amorfa hidratada ou opala
biogecircnica (SiO2nH2O) Uma vez alocado o Si torna-se imoacutevel e natildeo mais se redistribui
na planta
Marschner (1995) classifica as plantas de acordo com o seu teor de SiO2 na
mateacuteria seca da parte aeacuterea em trecircs grupos I ) acumuladoras com teores de Si de 10 a
15 II) intermediaacuterias com teores de Si de 1 a 3 III) natildeo acumuladoras com teores
na ordem de 05 Myake e Takahashi (1983) relatam que as gramiacuteneas satildeo
9
acumuladoras tiacutepicas reduzindo de forma raacutepida a concentraccedilatildeo de Si na soluccedilatildeo do
solo
Entre as plantas que mais extraem Si destacam-se o arroz e a cana-de-accediluacutecar
Ma e Takahashi (2002) relatam que as plantas de arroz possuem mecanismos
especiacuteficos de absorccedilatildeo de Si em que as proteiacutenas de membranas satildeo produzidas por
expressatildeo do gene especiacutefico Uma seacuterie de autores demonstram que o siliacutecio reduz a
severidade de vaacuterias doenccedilas de importacircncia econocircmica na cultura do arroz tais como a
brusone mancha parda escaldadura entre outras (KORNDOumlRFER DATNOFF 1995)
Natildeo apenas na reduccedilatildeo da severidade de doenccedilas como tambeacutem na reduccedilatildeo do
ataque de pragas pode-se observar grandes efeitos da aplicaccedilatildeo de Si Yoshida (1975)
citado por Barbosa Filho e colaboradores (2000) relata que a silicificaccedilatildeo da epiderme
previne a penetraccedilatildeo e a mastigaccedilatildeo pelos insetos porque as ceacutelulas ficam mais
endurecidas Segundo revisatildeo feita pelos mesmos autores diversos insetos sofreram
impactos com a aplicaccedilatildeo de Si como larvas da broca de colo trips e cigarrinha parda
que respectivamente tiveram mandiacutebulas danificadas inibiccedilatildeo na atividade e reduccedilatildeo
da populaccedilatildeo
O siliacutecio aparece na cana-de-accediluacutecar em altas concentraccedilotildees podendo variar
desde 014 em folhas jovens ateacute 67 nos colmos e folhas velhas No Havaiacute as folhas
contendo menos de 05 de siliacutecio satildeo frequentemente afetadas por um sintoma
denominado freckling A causa deste sintoma eacute ainda bastante controvertida poreacutem a
maioria dos pesquisadores atribuem agrave falta de Si e a desequiliacutebrios nutricionais O
aparecimento da ferrugem na cana-de-accediluacutecar (Puccinia melanocephala) pode estar
relacionado com o referido sintoma O sintoma eacute mais severo nas folhas mais velhas e a
aacuterea fotossinteacutetica eacute normalmente fortemente atingida (KORNDOumlRFER DATNOFF
1995)
Natildeo apenas em relaccedilatildeo aos fitopatoacutegenos mas quanto ao ataque de pragas
principalmente a broca do colmo e cigarrinha poderiam ser diminuiacutedas nas cultivares
acumuladoras de Si Outros efeitos do Si na cana-de-accediluacutecar estatildeo relacionados agrave maior
resistecircncia ao acamamento e alteraccedilotildees na arquitetura da planta deixando as folhas mais
eretas e em consequecircncia disso mais eficientes quanto agrave capacidade de aproveitamento
da luz solar e de realizaccedilatildeo da fotossiacutentese (KORNDOumlRFER et al 2002)
10
3 MATERIAL E MEacuteTODOS
31 Local do experimento
O experimento foi desenvolvido na Central de Fertilidade do Solo da
Faculdade de Ciecircncias Agraacuterias do Centro Universitaacuterio de Patos de Minas (UNIPAM)
no municiacutepio de Patos de Minas ndash MG onde os solos foram armazenados durante o
periacuteodo de incubaccedilatildeo de 30 e 90 dias de 8 de julho agrave 6 de outubro de 2008
32 Solos utilizados nas unidades experimentais
O experimento foi realizado em quatro classes de solo de diferentes texturas
sendo arenoso meacutedio argiloso e muito argiloso Os solos foram coletados do horizonte
B para natildeo haver interferecircncia da mateacuteria orgacircnica e posteriormente foram secos ao ar
ateacute atingirem massa constante Em seguida peneirados em malha de 2 mm e realizada a
anaacutelise quiacutemica e fiacutesica seguindo a metodologia descrita pelo Programa
Interlaboratorial de controle de qualidade de anaacutelise de solo (2005) exceto para o teor
de Si no solo que seguiu a metodologia descrita por Korndoumlrfer et al (2004) Os
resultados satildeo apresentados na Tabela 1
11
Tabela 1 Caracterizaccedilatildeo quiacutemica e fiacutesica dos solos utilizados no experimento
SOLOS Atributo Unidade Muito
argiloso Argiloso Meacutedio Arenoso
Latossolo Vermelho Acifeacuterrico
Tiacutepico
Latossolo Vermelho Perfeacuterrico
Tiacutepico
Latossolo Vermelho
Distrofeacuterrico Tiacutepico
Latossolo Amarelo
Distroacutefico Psamiacutetico
Si mg dm-3 59 50 87 29
P (Mehlich 1) mg dm-3 00 07 10 01
K mg dm-3 364 40 226 89
Ca cmolc dm-3
02 02 04 02
Mg cmolc dm-3
06 02 05 01
H + Al cmolc dm-3
37 60 39 34
pH (em H2O)
51 53 47 45
Al cmolc dm-3
01 01 04 05
CTC (e) cmolc dm-3
09 05 14 08
CTC (T) cmolc dm-3
46 64 49 37
SB cmolc dm-3
08 04 10 03
V 185 64 200 82
Cu mg dm-3 02 13 09 03
Zn mg dm-3 01 01 01 01
Argila 74 45 30 14
Silte 12 36 16 1
Areia 14 19 54 85
Metodologia P K Cu Zn (Mehlich 1 HCl 005 M + H2SO4 00125 M) Ca Mg Al (KCl 1 M) H+Al (soluccedilatildeo tampatildeo ndash SMP a pH 75) pH (em aacutegua) anaacutelise textural (meacutetodo da pipeta)
Realizou-se a determinaccedilatildeo da densidade das amostras dos quatro solos (Tabela
2) pelo meacutetodo da proveta descrita pela Embrapa (1997) Este meacutetodo eacute uma
alternativa para experimentos em vasos onde amostras de solo satildeo desagregadas para
preencher os vasos compondo a unidade experimental
12
Tabela 2 Densidade das amostras dos solos utilizados no experimento
Solos Densidade
g cm-3
Muito Argiloso 096
Argiloso 130
Meacutedio 125
Arenoso 135
Com os resultados da anaacutelise quiacutemica dos solos foi determinada a necessidade
de calagem pelo meacutetodo da saturaccedilatildeo por bases descrito por Raij e colaboradores
(1996) com o objetivo de elevaacute-la agrave 60 (Tabela 3)
Tabela 3 Necessidade de calagem em equivalente de CaCO3 com 100 de PRNT para amostras dos solos utilizados no experimento considerando as respectivas densidades das amostras dos solos
Solos Unidade
Muito Argiloso Argiloso Meacutedio Arenoso
Mg ha-1 189 343 056 191
mg vaso-1 27114 66795 10587 38735
33 Corretivos utilizados
Foram utilizadas trecircs fontes de silicatos originados de diferentes escoacuterias de
siderurgia sendo estes Agrosiliacutecio Silifeacutertil e Holcim por serem os mais
representativos quanto ao uso na agricultura como corretivos agriacutecolas Estes foram
comparados com um calcaacuterio comercial de origem sedimentar e com o carbonato de
caacutelcio pa padratildeo para estudos de eficiecircncia relativa de corretivos (Tabela 4)
Tabela 4 Teores de caacutelcio magneacutesio e siliacutecio dos corretivos utilizados
Corretivo CaO () MgO () SiO2 ()
Agrosiliacutecio 39 10 23
Silifeacutertil 38 8 22
Holcim 25 7 43
Calcaacuterio 30 20 0
Carbonato de caacutelcio 56 0 0
13
Para a caracterizaccedilatildeo dos corretivos quanto a sua superfiacutecie especiacutefica foi
realizada a anaacutelise da superfiacutecie especiacutefica pela equipe do Laboratoacuterio de
Hidrometalurgia da Universidade Federal de Ouro Preto utilizando-se o meacutetodo de
determinaccedilatildeo por gases descrito por Brunauer e colaboradores (1938) (Tabela 5)
Tabela 5 Superfiacutecie especifica e volume total de poros dos corretivos de acidez do solo
Corretivo Superfiacutecie Especiacutefica Volume total de poros
m2 g-1 cm3 g-1
Agrosiliacutecio 1175 00482
Silifeacutertil 066 00023
Holcim 038 00006
Calcaacuterio 091 00039
Fonte Universidade Federal de Ouro Preto (Laboratoacuterio de Hidrometalurgia)
Todos os corretivos foram submetidos agrave uniformizaccedilatildeo de umidade atraveacutes de
secagem em estufa com circulaccedilatildeo forccedilada de ar a 105 ordmC por um periacuteodo de setenta e
duas horas
Apoacutes esta etapa os silicatos foram submetidos agrave separaccedilatildeo nas seguintes
fraccedilotildees granulomeacutetricas atraveacutes de agitador mecacircnico por 5 minutos seguindo a
metodologia oficial (Veras et al 2007) fracionando os corretivos nas seguintes classes
partiacuteculas maiores que 200 mm (fraccedilatildeo do corretivo retido na peneira ABNT 10 ndash 10
mesh) partiacuteculas entre 084 e 200 mm (fraccedilatildeo do corretivo passante na peneira ABNT
10 e retido na peneira ABNT 20 ndash 20 mesh) partiacuteculas entre 030 e 084 (fraccedilatildeo do
corretivo passante na peneira ABNT 20 e retido na peneira ABNT 50 ndash 50 mesh) e
partiacuteculas com dimensatildeo inferior agrave 030 mm (fraccedilatildeo do corretivo passante na peneira
ABNT 50) (Figura 1)
14
(a) (b)
Figura 1 Mesa agitadora (a) e peneiras utilizadas para a separaccedilatildeo dos corretivos nas diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas (b)
A definiccedilatildeo das fraccedilotildees granulomeacutetricas avaliadas acompanhou os criteacuterios
atualmente adotados na legislaccedilatildeo para calcaacuterio aleacutem do fato de natildeo se justificar o uso
de silicatos em fraccedilatildeo granulomeacutetrica mais fina do que as jaacute comumente utilizadas para
calcaacuterio em funccedilatildeo da maior abrasividade das escoacuterias de siderurgia (PRADO et al
2001) o que tecnicamente dificulta a accedilatildeo dos moinhos brasileiros tornando a moagem
para a obtenccedilatildeo de partiacuteculas muito finas economicamente inviaacutevel
Apoacutes a separaccedilatildeo das fraccedilotildees granulomeacutetricas os corretivos foram submetidos
agrave determinaccedilatildeo do poder de neutralizaccedilatildeo (PN) pelo meacutetodo da titulaccedilatildeo que consiste
em colocar em contato uma massa conhecida do corretivo com uma quantidade
conhecida e em excesso de aacutecido padronizado fazendo com que o corretivo neutralize
uma parte do aacutecido O excesso de aacutecido eacute quantificado por alcalimetria obtendo-se
indiretamente a quantidade de aacutecido que foi neutralizado pelo corretivo seguindo o
procedimento descrito a seguir (BRASIL 1983)
Pesou-se 1000 g da amostra secada moiacuteda e passada em peneira de 03 mm
dos corretivos (Figura 2 a) e transferiu-se o material para erlenmeyer de 250 mL no
qual adicionou-se 50 mL da soluccedilatildeo de HCl 05 M padronizada O erlenmeyer foi
coberto com vidro de reloacutegio e a soluccedilatildeo foi fervida suavemente por 5 minutos (Figura
2 b) Apoacutes esta etapa a soluccedilatildeo foi esfriada transferida para balatildeo de 100 mL que teve
seu volume completado com aacutegua destilada e deixou-se decantar (Figura 2 c) Pipetou-
se 50 mL da soluccedilatildeo que foi transferida para erlenmeyer de 125 mL no qual se
acrescentou trecircs gotas de soluccedilatildeo de fenolftaleina (indicador) A soluccedilatildeo aacutecida foi
titulada com soluccedilatildeo padronizada de NaOH 025 M ateacute o aparecimento de uma leve cor
rosada do indicador (Figura 2 d) anotou-se o volume gasto e a partir deste valor
15
calculou-se o poder de neutralizaccedilatildeo do corretivo em de CaCO3 equivalente pela
expressatildeo
PN = 10 (25M1-V2M2) onde G
M1 = concentraccedilatildeo molar da soluccedilatildeo de HCl
V2 = volume em mL da soluccedilatildeo de NaOH gasto na titulaccedilatildeo
M2 = concentraccedilatildeo molar da soluccedilatildeo de NaOH
G = massa inicial da amostra em gramas
(a) (b)
(c) (d)
Figura 2 Ilustraccedilotildees dos processos laboratoriais para determinaccedilatildeo do PN em amostras
dos materiais corretivos desde a pesagem (a) a fervura da soluccedilatildeo contendo a amostra
do corretivo e HCl (b) a soluccedilatildeo transferida para balatildeo volumeacutetrico de 100 mL em
descanso para decantaccedilatildeo (c) e a titulaccedilatildeo ateacute o aparecimento da coloraccedilatildeo rosada (d)
Para os silicatos em funccedilatildeo de sua constituiccedilatildeo quiacutemica a visualizaccedilatildeo da
coloraccedilatildeo rosada foi dificultada pelo escurecimento da soluccedilatildeo (coloraccedilatildeo esverdeada)
sendo necessaacuteria a utilizaccedilatildeo do meacutetodo potenciomeacutetrico em que o excesso de HCl da
soluccedilatildeo eacute neutralizado por NaOH ateacute atingir pH 70
Foram encontrados valores distintos de poder de neutralizaccedilatildeo para cada um dos
corretivos (Tabela 6)
16
Tabela 6 Poder de neutralizaccedilatildeo dos materiais corretivos de acidez do solo utilizados
no experimento
Corretivos Poder de Neutralizaccedilatildeo ()
Agrosiliacutecio 859
Silifeacutertil 778
Holcim 740
Calcaacuterio 1131
CaCO3 1041
Com base nos valores do poder de neutralizaccedilatildeo encontrados para cada um dos
corretivos e de acordo com as necessidades de calagem encontrados para cada solo
foram calculadas as doses de cada corretivo a serem aplicadas nos vasos preenchidos
com 300 g de amostras dos solos (Tabela 7)
Tabela 7 Quantidade de corretivo calculada para atingir 60 de saturaccedilatildeo por bases
para cada um dos solos experimentais
SOLOS
Corretivos
Muito Argiloso
Argiloso Meacutedia Arenoso
---------------------------------- mg por vaso ------------------------------------
Agrosiliacutecio 3189 7775 1232 4509
Silifeacutertil 3487 8589 1361 4981
Holcim 3666 9031 1431 5239
Calcaacuterio 2397 5906 936 3425
CaCO3 2605 6416 1012 3721
Em funccedilatildeo da dose dos corretivos utilizados em cada solo (Tabela 5) e da
concentraccedilatildeo de SiO2 em cada um dos silicatos foram calculadas as doses de Si
fornecidas por cada silicato para o respectivo solo (Tabela 8)
17
Tabela 8 Dose de Si fornecida por cada um dos silicatos em cada solo experimental SOLOS
Corretivos Concentraccedilatildeo
de Si Muito Argiloso
Argiloso Meacutedia Arenoso
--------------------------- mg por vaso -----------------------
Agrosiliacutecio
107 341 832 132 482
Silifeacutertil 103 359 885 140 513 Holcim 203 744 1833 290 1064
34 Tratamentos e delineamento experimental
Foram conduzidos quatro experimentos sendo cada um em uma classe
textural de solo em delineamento inteiramente casualizado A anaacutelise de variacircncia foi
baseada num arranjo fatorial 4x4 com quatro corretivos de acidez (trecircs silicatos de
caacutelcio Agrosiliacutecio Silifeacutertil e Holcim e um calcaacuterio) e quatro fraccedilotildees granulomeacutetricas
(entre 5 e 10 mesh partiacuteculas entre 2 e 4 mm entre 10 e 20 mesh partiacuteculas entre 084
e 2 mm entre 20 e 50 mesh partiacuteculas entre 03 e 084 mm e maior que 50 mesh
partiacuteculas menores que 03 mm) com quatro repeticcedilotildees
Aleacutem dos tratamentos acima foi realizada a incubaccedilatildeo com CaCO3 (reagente
pa) corretivo padratildeo para comparaccedilatildeo da eficiecircncia relativa na correccedilatildeo da acidez do
solo sendo este utilizado em cinco diferentes doses testemunha 50 100 150 e
200 em relaccedilatildeo agrave dose recomendada para a correccedilatildeo da acidez do solo para atingir
60 de saturaccedilatildeo por bases (Tabela 3)
34 Conduccedilatildeo do experimento
As parcelas experimentais constituiacuteram-se de recipientes plaacutesticos de 500 mL
nos quais foram adicionados 300 g de solo e as devidas quantidades dos corretivos que
posteriormente foram incubados em recipientes abertos por trinta e noventa dias em
laboratoacuterio sem exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo solar direta e a intensas variaccedilotildees de temperatura
(Figura 3 a b)
Durante o periacuteodo de incubaccedilatildeo os solos foram irrigados com aacutegua destilada
para a manutenccedilatildeo da umidade a 80 da capacidade de campo (Figura 3 c)
Apoacutes 30 e 90 dias de incubaccedilatildeo fraccedilotildees de 50 g de cada uma das amostras
foram retiradas e colocadas para secar ao ar (Figura 3 d)
18
(a) (b)
(c) (d)
Figura 3 Pesagem dos corretivos (a) adiccedilatildeo dos corretivos nos recipientes plaacutesticos
contendo as amostras dos solos (b) irrigaccedilatildeo das amostras dos solos (c) e incubaccedilatildeo em
laboratoacuterio por 30 e 90 dias (d)
35 Determinaccedilatildeo do pH do solo apoacutes a incubaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo da eficiecircncia relativa
Para a caracterizaccedilatildeo da correccedilatildeo da acidez do solo foi determinado o pH em
CaCl2 em cada unidade experimental Esta variaacutevel de cada fraccedilatildeo granulomeacutetrica dos
silicatos de caacutelcio foi confrontada com os valores obtidos atraveacutes da curva de incubaccedilatildeo
do CaCO3 (reagente pa)
A anaacutelise do pH foi realizada seguindo a metodologia descrita pelo Programa
Interlaboratorial de controle de qualidade de anaacutelise de solo (2005) em que se colocou
10 cm3 de TFSA num frasco de 50 mL e adicionou-se 25 mL de CaCl2 2H2O 001 M
(1469 g L-1) deixando em contato por quinze minutos Posteriormente agitou-se a
amostra em agitador horizontal por dez minutos a 200 rpm Apoacutes esta etapa a soluccedilatildeo
foi mantida em repouso por sessenta minutos Na sequecircncia sem agitar novamente a
amostra foi realizada a leitura em potenciocircmetro devidamente calibrado com soluccedilotildees-
padratildeo de pH 40 e 70
Os valores de pH obtidos por cada fraccedilatildeo granulomeacutetrica de cada um dos
corretivos foram confrontados com os valores de pH obtidos na curva de incubaccedilatildeo de
CaCO3 obtendo-se os valores de equivalente em CaCO3 aos 90 dias
19
Os valores de eficiecircncia relativa foram ajustados em relaccedilatildeo aos resultados
obtidos por cada corretivo na fraccedilatildeo granulomeacutetrica inferior agrave 03 mm (gt 50 mesh)
atribuindo-se a esta fraccedilatildeo mais fina o iacutendice de 100 seguindo a metodologia adotada
por Bellingieri (1983)
36 Avaliaccedilatildeo do teor de Si no solo apoacutes a incubaccedilatildeo
Para a avaliaccedilatildeo do teor de Si no solo disponibilizado por cada uma das fontes
nas fraccedilotildees granulomeacutetricas foram realizadas as anaacutelises no Laboratoacuterio de Anaacutelise de
Fertilizantes da Universidade Federal de Uberlacircndia utilizando o extrator cloreto de
caacutelcio 001 M de acordo com a metodologia descrita por Korndoumlrfer e colaboradores
(2004) em que apoacutes o contato de 10 g da amostra do solo com 100 mL da soluccedilatildeo
extratora os mesmos foram submetidos a um agitador horizontal orbital por 1 hora na
frequumlecircncia de 50 rpm Apoacutes este procedimento as amostras ficaram em repouso por 15
minutos para decantar e a suspensatildeo foi filtrada e ficando sob novo repouso por 12
horas Entatildeo pipetou-se 10 mL do extrato de cada amostra acrescentando-se 1 mL de
soluccedilatildeo sulfo-moliacutebdica Decorridos 10 minutos acrescentou-se 2 mL de soluccedilatildeo de
aacutecido tartaacuterico 200 mg L-1 e apoacutes 5 minutos adicionou-se 10 mL da soluccedilatildeo de aacutecido
ascoacuterbico Apoacutes 1 hora foi realizada a leitura em espectofotocircmetro UV-visiacutevel no
comprimento de onda de 660 nanocircmetros Em funccedilatildeo do fator de diluiccedilatildeo o valor de
leitura foi multiplicado por 10 para se chegar no teor de Si do solo em mg dm-3
37 Anaacutelise estatiacutestica
Os resultados referentes ao pH em CaCl2 encontrados em funccedilatildeo das doses de
CaCO3 foram submetidos agrave anaacutelise de variacircncia e posterior ajuste ao modelo de
regressatildeo mais adequado para cada solo dentro dos dois periacuteodos de incubaccedilatildeo
utilizando o software estatiacutestico Sisvar desenvolvido por Ferreira (1999)
Os dados referentes ao pH em CaCl2 e ao teor de Si no solo encontrados em
funccedilatildeo dos corretivos (silicatos e calcaacuterio) em cada fraccedilatildeo granulomeacutetrica foram
submetidos agrave anaacutelise de variacircncia e suas meacutedias foram comparadas pelo teste de Scott-
Knott (1974) a 5 de probabilidade quanto agrave variaccedilatildeo dos corretivos dentro de cada
fraccedilatildeo granulomeacutetrica e quanto agrave variaccedilatildeo das fraccedilotildees granulomeacutetricas dentro dos
corretivos
20
4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
41 Variaccedilotildees no pH aos 30 dias de incubaccedilatildeo
Em relaccedilatildeo agrave variaacutevel pH em CaCl2 houve efeito significativo das doses de
CaCO3 para os quatro solos analisados o que possibilitou o ajuste de modelos de
regressatildeo (Figura 4)
Para os valores de pH em CaCl2 em funccedilatildeo do corretivo e fraccedilatildeo granulomeacutetrica
utilizados a anaacutelise de variacircncia tambeacutem permitiu constatar efeito significativo
inclusive para a interaccedilatildeo entre estes fatores (Tabela 9) Em geral quanto menor a
fraccedilatildeo granulomeacutetrica maior o pH do solo resultado este que concorda com o trabalho
realizado anteriormente por Alcarde e colaboradores (1989)
Novais e colaboradores (1993) tambeacutem descreveram que a granulometria mais
fina das escoacuterias de siderurgia permitiu maior reatividade tanto em solos arenosos
quanto em solos argilosos
(a)
y = -03764x2 + 13644x + 49458
R2 = 099
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(b)
y = -07093x2 + 24251x + 50564
R2 = 097
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(c)
y = 0492x + 3941
R2 = 094
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(d)
y = -1075x2 + 37825x + 39585
R2 = 099
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalnete CaCO3
pH e
m C
aCl 2
Significativo a 5 de probabilidade pelo teste f Figura 4 Valores do pH em CaCl2 em funccedilatildeo da dose equivalente de CaCO3 aplicada ao solo apoacutes 30 dias de incubaccedilatildeo nos solos muito argiloso (a) argiloso (b) meacutedio (c) arenoso (d)
21
Para os solos muito argiloso argiloso e arenoso pode-se observar que com as
doses de CaCO3 dentro do limite de 0 a 200 em relaccedilatildeo agrave recomendaccedilatildeo para atingir
60 de saturaccedilatildeo por bases o pH em CaCl2 aumentou significativamente de maneira
quadraacutetica Entretanto observou-se para o solo de textura meacutedia um ajuste linear Este
efeito pode ser atribuiacutedo ao fato das doses do corretivo utilizado natildeo terem sido
suficientes para atingir a faixa de estabilidade
Atraveacutes da amplitude de variaccedilatildeo nos valores de pH em funccedilatildeo do acreacutescimo
nas doses de CaCO3 pode-se observar o maior efeito tampatildeo dos solos muito argiloso e
argiloso em relaccedilatildeo ao solo arenoso e de textura meacutedia informaccedilatildeo esta que corrobora
aos relatos de Furtini e colaboradores (2001) O poder tampatildeo do solo eacute a resistecircncia
que o solo oferece a mudanccedila de pH Sousa e colaboradores (2007) exemplificando a
proporcionalidade dos diferentes tipos de acidez do solo relatam que a quantidade de
calcaacuterio necessaacuteria para neutralizar a acidez ativa pode chegar a quatorze mil setecentos
e vinte e trecircs vezes menor do que o necessaacuterio para a correccedilatildeo da acidez potencial do
solo o que evidencia a importacircncia do conhecimento do poder tampatildeo do solo para se
determinar a dose do corretivo
Pode-se observar que os resultados de pH em CaCl2 em funccedilatildeo dos corretivos e
das fraccedilotildees granulomeacutetricas para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso
submetidos a 30 dias de incubaccedilatildeo ocorreram de forma que quanto menor a
granulometria do corretivo maior foi o aumento no valor de pH encontrado nos solos
(Tabela 9)
22
Tabela 9 Valores de pH em CaCl2 em funccedilatildeo do corretivo de solo utilizado na dose
referente agrave elevaccedilatildeo da saturaccedilatildeo por bases para 60 e da fraccedilatildeo granulomeacutetrica apoacutes
30 dias de incubaccedilatildeo para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso
Peneira ABNT (mesh) Corretivo
5 - 10 10 - 20 20 ndash 50 gt 50 Meacutedia Solo muito argiloso
Agrosiliacutecio 51
Ac
51
Ac
57
Ab
59
Aa
55 Silifeacutertil 49
Ad
53
Ac
56
Ab
60
Aa
54 Holcim 50
Ab
49
Bb
49
Cb
53
Ca
50 Calcaacuterio 49
Ac
50
Bc
54
Bb
57
Ba
53 Meacutedia 50
51
54
57
53 Solo argiloso
Agrosiliacutecio
51
Ac
53
Ac
61
Ab
65
Aa
57 Silifeacutertil 53
Ac
52
Ac
59
Ab
66
Aa
57 Holcim 51
Ab
51
Ab
51
Cb
55
Ba
52 Calcaacuterio 51
Ac
52
Ac
56
Bb
65
Aa
56
51
52
56
63
56 Solo meacutedio
Agrosiliacutecio
40
Ac
41
Ac
41
Ab
43
Aa
41 Silifeacutertil 40
Ab
40
Ab
41
Aa
42
Ca
41 Holcim 40
Ab
40
Ab
40
Bb
41
Ca
40 Calcaacuterio 40
Ab
41
Ab
41
Bb
42
Ba
41 Meacutedia 40
40
41
42
41 Solo arenoso
Agrosiliacutecio
40
Ac
43
Ac
55
Ab
63
Aa
50 Silifeacutertil 40
Ac
42
Ac
52
Bb
65
Aa
50 Holcim 40
Ab
41
Ab
42
Cb
50
Ba
43 Calcaacuterio 40
Ac
40
Ac
50
Bb
63
Aa
48 Meacutedia 40
42
49
60
48 Letras maiuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na coluna e letras minuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na linha (Scott-Knott a 5)
No solo muito argiloso o Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil proporcionaram a maior
elevaccedilatildeo do pH do solo em relaccedilatildeo aos demais corretivos em todas as faixas
granulomeacutetricas passantes na peneira de 10 mesh ou seja quando a granulometria foi
inferior a 2 mm em fraccedilotildees maiores que esta o efeito do corretivo foi muito pequeno
natildeo havendo diferenccedila entre os corretivos (Tabela 9)
Para os demais solos os corretivos natildeo apresentaram diferenccedilas quanto ao
aumento provocado no pH do solo quando aplicados em granulometria acima de 084
mm ou seja produtos retidos na peneira de 10 mesh Para as granulometrias mais finas
23
os corretivos apresentaram diferenccedilas no aumento do pH ficando os solos que
receberam o silicato Holcim com os menores valores
De maneira geral para as granulometrias mais finas inferior a 084 mm
(passantes na peneira de 20 mesh) o Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil proporcionaram os
maiores incrementos em pH exceto para o produto mais fino gt 50 mesh no solo de
textura meacutedia e para o produto de granulometria entre 03 e 084 mm (ABNT 20 ndash 50)
no solo arenoso em que o Agrosiliacutecio obteve os melhores resultados (Tabela 9)
42 Variaccedilotildees no pH equivalente em CaCO3 e eficiecircncia relativa dos corretivos aos
90 dias de incubaccedilatildeo
Houve efeito significativo das doses de CaCO3 nos valores de pH em CaCl2 para
os quatro solos analisados o que possibilitou o ajuste de modelos polinomiais (Figura
5)
(a)
y = -01466x2 + 09457x + 49792
R2 = 085
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(b)
y = -05821x2 + 21998x + 49789
R2 = 098
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(c)
y = 04565x + 39275
R2 = 091
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(d)
y = -0865x2 + 34185x + 39925
R2 = 098
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
Significativo a 5 de probabilidade pelo teste f
Figura 5 Valores do pH em CaCl2 em funccedilatildeo da dose equivalente de CaCO3 aplicada ao solo apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo nos solos muito argiloso (a) argiloso (b) meacutedio (c) arenoso (d)
24
Para os solos muito argiloso argiloso e arenoso (Figura 5 a b d) como era de
se esperar as doses de CaCO3 dentro do limite de 0 a 200 em relaccedilatildeo agrave
recomendaccedilatildeo aumentaram significativamente e de forma quadraacutetica o pH em CaCl2
Acompanhando a tendecircncia observada apoacutes 30 dias de incubaccedilatildeo para o solo de
textura meacutedia verificou-se um ajuste linear para o aumento do valor de pH em CaCl2
em funccedilatildeo de doses de CaCO3 Este efeito pode ser atribuiacutedo ao fato das doses do
corretivo utilizado natildeo terem sido suficientes para atingir a faixa de estabilidade
Para as variaccedilotildees de pH em CaCl2 em funccedilatildeo do corretivo e fraccedilatildeo
granulomeacutetrica utilizados tambeacutem houve efeito significativo inclusive para a interaccedilatildeo
entre estes fatores (Tabela 10)
25
Tabela 10 Valores de pH em CaCl2 em funccedilatildeo do corretivo de solo utilizado na dose
referente agrave elevaccedilatildeo da saturaccedilatildeo por bases para 60 e da fraccedilatildeo granulomeacutetrica apoacutes
90 dias de incubaccedilatildeo para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso
Peneira ABNT (mesh) Corretivo
5 - 10 10 - 20 20 ndash 50 gt 50 Meacutedia Solo muito argiloso
Agrosiliacutecio 50
Ad
52
Ac
56
Ab
57
Aa
54 Silifeacutertil 50
Ac
51
Ac
55
Ab
58
Aa
53 Holcim 49
Ab
48
Cb
48
Bb
53
Ba
50 Calcaacuterio 49
Ac
50
Bc
55
Ab
57
Aa
53 Meacutedia 50
50
53
56
52 Solo argiloso
Agrosiliacutecio 52
Ab
53
Ab
61
Aa
62
Aa
57 Silifeacutertil 49
Cd
53
Ac
58
Bb
63
Aa
56 Holcim 50
Bb
50
Bb
51
Db
55
Ca
51 Calcaacuterio 51
Bd
52
Ac
56
Cb
62
Ba
55 Meacutedia 50
52
56
60
55 Solo meacutedio
Agrosiliacutecio 40
Ad
41
Ac
42
Ab
43
Aa
42 Silifeacutertil 41
Ac
41
Ac
42
Ab
43
Aa
42 Holcim 41
Ab
41
Ab
41
Cb
41
Ba
41 Calcaacuterio 40
Ab
41
Ab
41
Bb
43
Aa
41 Meacutedia 40
41
41
42
41 Solo arenoso
Agrosiliacutecio
40
Ac
44
Ab
59
Aa
61
Aa
51 Silifeacutertil 40
Ac
43
Ac
55
Ab
64
Aa
51 Holcim 39
Ab
40
Ab
42
Bb
48
Ba
43 Calcaacuterio 40
Ac
42
Ac
55
Ab
63
Aa
50 Meacutedia 40
42
53
59
49 Letras maiuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na coluna e letras minuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na linha (Scott-Knott a 5)
No solo muito argiloso e no solo arenoso o Agrosiliacutecio o Silifeacutertil e o calcaacuterio
proporcionaram maior elevaccedilatildeo no pH do solo em relaccedilatildeo ao Holcim nos corretivos
com granulometria inferior a 084 mm passantes na peneira de 20 mesh Quando se
comparam estes resultados com os obtidos aos 30 dias de incubaccedilatildeo observa-se a
inclusatildeo do calcaacuterio entre os corretivos com melhores resultados de aumento de pH no
solo muito argiloso Este fato demonstrou que para este solo os silicatos Agrosiliacutecio e
Silifeacutertil tiveram uma maior dissociaccedilatildeo aos 30 dias fato este que foi compensado pelo
calcaacuterio entre 30 e 90 dias de incubaccedilatildeo (Tabela 10)
26
Os valores de pH do solo argiloso apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo demonstraram que
o Agrosiliacutecio proporcionou os maiores valores de pH em todas as fraccedilotildees
granulomeacutetricas ficando este em igualdade com o Silifeacutertil na granulometria inferior a
03 mm (gt 50 mesh) e entre 08 mm e 20 mm (10 a 20 mesh) sendo que nesta uacuteltima
fraccedilatildeo granulomeacutetrica o calcaacuterio tambeacutem se igualou aos dois corretivos acima
mencionados (Tabela 10)
No solo de textura meacutedia as diferenccedilas ocorreram apenas nas fraccedilotildees
granulomeacutetricas inferiores a 08 mm (peneira de 20 mesh) com melhores resultados
atribuiacutedos ao Agrosiliacutecio Silifeacutertil e ao calcaacuterio na fraccedilatildeo mais fina (gt 50 mesh) e ao
Agrosiliacutecio e ao Silifeacutertil na fraccedilatildeo compreendida entre 03 e 084 mm (20 a 50 mesh)
Para o solo arenoso o Agrosiliacutecio o Silifeacutertil e o calcaacuterio proporcionaram
maiores valores de pH nas fraccedilotildees granulomeacutetricas inferiores a 084 mm enquanto que
nas fraccedilotildees mais grossas todos os corretivos tiveram o mesmo comportamento
Para todos os solos utilizados no experimento verificou-se que quanto menor a
dimensatildeo das partiacuteculas maiores satildeo os incrementos gerados nos valores de pH em
CaCl2 (Tabela 10) resultado este que concorda com trabalhos realizados anteriormente
por Bellingieri e colaboradores (1989)
Nas comparaccedilotildees entre os resultados dos valores de pH das amostras de solo
apoacutes 30 e 90 dias de incubaccedilatildeo os resultados praticamente se equivalem demonstrando
que 30 dias de incubaccedilatildeo foi um periacuteodo suficiente para a accedilatildeo dos corretivos
Com base nos incrementos verificados no pH das amostras dos solos pelos
corretivos de acidez em cada fraccedilatildeo granulomeacutetrica em relaccedilatildeo agraves curvas de incubaccedilatildeo
com CaCO3 calculou-se os valores de equivalente em CaCO3 para cada corretivo
dentro de cada fraccedilatildeo granulomeacutetrica com 90 dias de incubaccedilatildeo (Tabela 11)
27
Tabela 11 Equivalente em CaCO3 dos corretivos de acidez de diferentes fraccedilotildees
granulomeacutetricas aos 90 dias de incubaccedilatildeo
Peneiras ABNT (mesh)
Corretivos
5 ndash 10 10 - 20 20 - 50 gt 50 Meacutedia
--------------------------------------- -----------------------------------------
Agrosiliacutecio 9
Ac
24
Ab
64
Aa
77
Aa
43
Silifeacutertil 9
Ac
19
Ac
52
Ab
87
Aa
42 Calcaacuterio 8
Ac
13
Ac
33
Bb
79
Aa
33 Holcim 7
Ab
7
Ab
10
Cb
33
Ba
14 Meacutedia 8
16
39
69
33 Letras maiuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na coluna e letras minuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na linha (Scott-Knott a 5)
Os resultados de equivalente em CaCO3 apresentados para 90 dias de incubaccedilatildeo
(Tabela 11) demonstraram grande variaccedilatildeo para este atributo entre os corretivos de
acidez o que evidencia que natildeo apenas a granulometria mas tambeacutem a origem dos
corretivos exerce grande influecircncia na velocidade de correccedilatildeo da acidez do solo
Para as fraccedilotildees granulomeacutetrica mais grossas (lt 10 e 10 a 20 mesh) pode-se
observar que natildeo houve diferenccedila entre os corretivos jaacute na fraccedilatildeo mais fina (gt 50) o
silicato Holcim proporcionou menores valores de equivalente em CaCO3 em relaccedilatildeo as
demais fontes Na fraccedilatildeo granulomeacutetrica entre 20 e 50 (Tabela 11) verificou-se
diferenccedilas entre o equivalente em CaCO3 de silicatos e do calcaacuterio o que demonstrou o
fato de estarmos neste caso subestimando a reatividade dos silicatos Pode-se observar
que natildeo houve diferenccedilas entre os resultados obtidos com a aplicaccedilatildeo dos silicatos
Agrosiliacutecio e Silifeacutertil portanto sugere-se a elaboraccedilatildeo de novos paracircmetros para a
avaliaccedilatildeo de silicatos com origem de aciaria
Seguindo os criteacuterios adotados por Bellingieri (1983) de ajustar a eficiecircncia dos
corretivos atribuindo valores de 100 para as partiacuteculas passantes na peneira 50 ABNT
(partiacuteculas inferiores a 03 mm) determinou-se a eficiecircncia relativa de cada uma das
fraccedilotildees granulomeacutetricas dos corretivos permitindo a adoccedilatildeo de novos criteacuterios de
reatividade para os silicatos (Tabela 12)
28
Tabela 12 Eficiecircncias relativas em relaccedilatildeo agrave fraccedilatildeo granulomeacutetrica inferior a 03 mm
(peneira 50 mesh) dos corretivos de acidez em diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas aos
90 dias de incubaccedilatildeo
Peneiras ABNT (mesh)
Corretivos 5 - 10 10 - 20 20 - 50 gt 50 Meacutedia
------------------------------ -------------------------------
Agrosiliacutecio 12 33 85 100 58
Silifeacutertil 9 25 65 100 50
Holcim 16 17 27 100 40
Calcaacuterio 9 18 63 100 48
Meacutedia 12 23 60 100
Propotildee-se a adequaccedilatildeo da equaccedilatildeo atualmente adotada para a determinaccedilatildeo da
eficiecircncia relativa (reatividade) de silicatos de origem de aciaria para uso como
corretivo de acidez em funccedilatildeo das diferenccedilas encontradas em eficiecircncia relativa
apresentadas na Tabela 12 entre os silicatos de origem de escoacuteria de aciaria
(Agrosiliacutecio e Silifeacutertil) em relaccedilatildeo ao calcaacuterio ficando a mesma da seguinte forma
RE = F10-20 x 03 + F20-50 x 075 + Fgt50 x 1
Onde
F10-20= percentual de produto que passa pela peneira nordm10 e fica retido na
peneira nordm20 F20-50 = percentual de produto que passa pela peneira nordm20 e fica retido
na peneira nordm50 e F-50 = percentual de produto que passa pela peneira nordm50
Os valores de eficiecircncia relativa 12 em meacutedia para a fraccedilatildeo granulomeacutetrica
mais grosseira pode estar associado agrave presenccedila de micropartiacuteculas (poacute) aderidas ao
redor das partiacuteculas mais grossas (Tabela 12) jaacute que a separaccedilatildeo granulomeacutetrica seguiu
o meacutetodo oficial de separaccedilatildeo em peneiras a seco
29
43 Teor de siliacutecio no solo apoacutes 30 dias de incubaccedilatildeo
De maneira geral pode-se observar que o Agrosiliacutecio proporcionou maiores
incrementos de Si no solo obtendo no solo argiloso quando aplicado na fraccedilatildeo
granulomeacutetrica mais fina incremento de 10 mg dm-3 (Tabela 13)
Tabela 13 Teor de Si no solo em funccedilatildeo da fraccedilatildeo granulomeacutetrica e do corretivo utilizado para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso apoacutes 30 dias de incubaccedilatildeo
Peneiras ABNT (mesh) Corretivos 5 - 10 10 - 20 20 ndash 50 gt 50 Meacutedia
-------------------------------- Si (mg kg-1) -------------------------------------
Solo muito argiloso
Agrosiliacutecio 7
Aa
8
Aa
9
Aa
8
Aa
8 Silifeacutertil 7
Aa
7
Aa
7
Ba
7
Aa
7 Holcim 6
Aa
6
Aa
6
Ba
6
Ba
6 Calcaacuterio 7
Aa
6
Aa
5
Ba
5
Ba
6 Meacutedia 6
7
7
6
6
Solo argiloso
Agrosiliacutecio 6
Ad
10
Ac
14
Ab
15
Aa
11 Silifeacutertil 7
Ac
6
Bc
10
Bb
12
Ba
9 Holcim 6
Ab
5
Bb
6
Cb
9
Ca
7 Calcaacuterio 5
Ba
5
Ba
4
Da
2
Db
4 Meacutedia 6
6
8
10
8
Solo meacutedio
Agrosiliacutecio 10
Aa
10
Aa
10
Aa
10
Aa
10 Silifeacutertil 9
Aa
9
Aa
10
Aa
10
Aa
9 Holcim 8
Ba
9
Aa
9
Ba
10
Aa
9 Calcaacuterio 9
Ba
9
Aa
9
Ba
8
Bb
9 Meacutedia 9
9
9
9
9
Solo arenoso
Agrosiliacutecio 4
Ab
5
Ab
8
Aa
9
Aa
6 Silifeacutertil 3
Ac
5
Ab
7
Aa
7
Ba
6 Holcim 3
Ab
4
Aa
4
Ba
6
Ca
4 Calcaacuterio 3
Aa
3
Ba
3
Ca
2
Da
3 Meacutedia 3
4
6
6
5 Letras maiuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na coluna e letras minuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na linha (Scott-Knott a 5)
No solo muito argiloso as fraccedilotildees mais grossas dos corretivos com partiacuteculas
superiores a 084 mm (lt 20 mesh) natildeo apresentaram diferenccedilas quanto ao fornecimento
30
de Si ao solo poreacutem quando se avaliaram as fraccedilotildees mais finas observou-se maiores
valores de Si para o Agrosiliacutecio na fraccedilatildeo de 03 a 084 mm (20 a 50 mesh) e para o
Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil quando o corretivo foi aplicado na granulometria inferior a 03
mm (gt 50 mesh) estes resultados tambeacutem se repetiram no solo arenoso (Tabela 13)
Para o solo argiloso o Agrosiliacutecio foi o silicato que promoveu maiores valores
de Si no solo quando tambeacutem se avaliaram as fraccedilotildees granulomeacutetricas inferiores a 20
mm (gt 10 mesh) apenas para a fraccedilatildeo mais grossa maior que 20 mm o Agrosiliacutecio o
Silifeacutertil e o Holcim natildeo diferiram estatisticamente variando apenas em relaccedilatildeo ao
calcaacuterio que eacute o uacutenico corretivo avaliado que natildeo apresenta Si em sua constituiccedilatildeo
No solo de textura meacutedia o Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil proporcionaram a mesma
eficiecircncia no fornecimento de Si para o solo (fraccedilotildees 20 a 50 mesh e lt 10 mesh) na
fraccedilatildeo mais fina (gt 50 mesh) os trecircs silicatos avaliados resultaram nos mesmos valores
de Si no solo deferindo apenas do calcaacuterio jaacute na fraccedilatildeo entre 10 a 20 mesh todos os
corretivos proporcionaram o mesmo resultado
De maneira geral a granulometria natildeo resultou em diferenccedilas no fornecimento
de Si pelos silicatos exceto no solo argiloso em que se observa que quanto menor a
granulometria maior foi o teor de Si no solo (Tabela 13)
Ao se avaliar os efeitos do calcaacuterio em relaccedilatildeo ao teor de Si no solo pode-se
observar que quanto menor a fraccedilatildeo granulomeacutetrica do calcaacuterio menores os teores de Si
no solo Este fato pode estar associado a maior alteraccedilatildeo causada no pH do solo pelas
fraccedilotildees mais finas do calcaacuterio reduzindo assim sua disponibilidade de Si corroborando
aos dados de McKeague e Cline (1963) em que o aumento de pH de 6 para 9 reduziu
de 36 para 6 mg dm-3 a concentraccedilatildeo de Si soluacutevel
44 Teor de siliacutecio no solo apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo
De maneira geral pode-se observar que o Agrosiliacutecio promoveu maior
incremento de Si no solo apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo exceto para a fraccedilatildeo
granulomeacutetrica entre 20 a 50 mesh e no solo de textura meacutedia em que o Silifeacutertil e o
Holcim obtiveram resultados semelhantes ao Agrosiliacutecio (Tabela 14)
Quanto agraves fraccedilotildees granulomeacutetricas observou-se que quanto menor a fraccedilatildeo
granulomeacutetrica independente do silicato maior foi o fornecimento de Si ao solo
seguindo a tendecircncia encontrada por Oliveira e colaboradores (1994) em que escoacuterias
31
de alto forno com partiacuteculas menores que 03 mm foram mais eficientes no
fornecimento de Ca e Mg para o solo quando comparadas as fraccedilotildees mais grosseiras
Tabela 14 Teor de Si no solo em funccedilatildeo da fraccedilatildeo granulomeacutetrica e do corretivo
utilizado para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso apoacutes 90 dias de
incubaccedilatildeo
Peneiras ABNT (mesh) Corretivos 5 - 10 10 - 20 20 - 50 gt 50 Meacutedia
-------------------------------- Si (mg kg-1) --------------------------------------
Solo muito argiloso Agrosiliacutecio 8
Ab
9
Aa
9
Aa
9
Aa
9 Silifeacutertil 6
Bb
7
Bb
7
Ba
8
Ba
7 Holcim 7
Bb
7
Bb
6
Cb
8
Ba
7 Calcaacuterio 6
Ba
6
Ba
5
Db
5
Cb
6 Meacutedia 7
7
7
7
7 Solo argiloso
Agrosiliacutecio 7
Ac
11
Ab
13
Aa
13
Aa
11 Silifeacutertil 5
Bc
7
Bb
9
Ba
9
Ba
8 Holcim 6
Bb
5
Cb
6
Cb
9
Ba
7 Calcaacuterio 4
Ca
4
Da
4
Da
3
Cb
4 Meacutedia 5
7
8
9
7 Solo meacutedio
Agrosiliacutecio 10
Aa
11
Aa
10
Aa
11
Aa
11 Silifeacutertil 10
Ba
10
Ba
10
Aa
10
Ba
10 Holcim 10
Bb
10
Bb
10
Ab
11
Aa
10 Calcaacuterio 9
Ba
10
Ba
9
Bb
8
Cc
9 Meacutedia 10
10
10
10
10 Solo arenoso
Agrosiliacutecio 4
Ac
6
Ab
7
Aa
7
Aa
6 Silifeacutertil 3
Bc
4
Bb
6
Ba
6
Ba
5 Holcim 3
Bc
3
Cb
4
Cb
5
Ca
4 Calcaacuterio 2
Ca
2
Da
2
Da
2
Da
2 Meacutedia 3
4
5
5
4 Letras maiuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na coluna e letras minuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na linha (Scott-Knott a 5)
Para todos os solos analisados observou-se a seguinte sequecircncia para o teor de
Si Agrosiliacutecio gt Silifeacutertil gt Holcim gt Calcaacuterio Fato este que acompanha a tendecircncia
observada na avaliaccedilatildeo da reatividade na correccedilatildeo da acidez do solo exceto para o
calcaacuterio por natildeo apresentar Si em sua constituiccedilatildeo
32
Korndoumlrfer e colaboradores (2004) apresentaram a solubilidade de diferentes
silicatos evidenciando que o Agrosiliacutecio (escoacuteria de aciaria) apresentou maiores valores
de solubilidade em relaccedilatildeo aos valores obtidos pela escoacuteria de alto forno como o
Holcim com valores de 43 e 7 respectivamente Estas diferenccedilas em solubilidade
explicam os valores encontrados tanto na avaliaccedilatildeo aos 30 como aos 90 dias de
incubaccedilatildeo
Pereira e colaboradores (2004) em trabalho para a avaliaccedilatildeo da eficiecircncia de
fontes de Si para a cultura do arroz encontraram que a fonte que proporcionou mais
extraccedilatildeo de Si para os gratildeos foi a escoacuteria oriunda da produccedilatildeo de accedilo inox dado que
corrobora os resultados encontrados neste trabalho em que o Agrosiliacutecio (escoacuteria de
aciaria) apresentou maior disponibilizaccedilatildeo de Si para o solo
Nas comparaccedilotildees entre os resultados do teor de Si no solo apoacutes 30 e 90 dias de
incubaccedilatildeo os resultados praticamente se equivalem demonstrando que 30 dias foi um
periacuteodo suficiente para que os silicatos fornecessem Si
Comparando o teor de Si antes da aplicaccedilatildeo dos corretivos com o teor de Si no
solo apoacutes a aplicaccedilatildeo dos corretivos e apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo verificou-se
expressivo acreacutescimo no teor Si no solo ocasionado pelos silicatos principalmente para
o Agrosiliacutecio que incrementou na meacutedia entre as fraccedilotildees granulomeacutetricas 2 6 1 e 3 mg
dm-3 de Si nos solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso respectivamente O
Silifeacutertil tambeacutem forneceu Si ao solo elevando em 1 4 0 e 3 mg dm-3 o teor de Si nos
solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso respectivamente Jaacute o Holcim
apresentou incrementos de 0 2 0 e 1 mg dm-3 respectivamente para os solos muito
argiloso argiloso meacutedio e arenoso
33
5 CONCLUSOtildeES
Os silicatos Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil proporcionam maiores valores de eficiecircncia
relativa na correccedilatildeo da acidez do solo em comparaccedilatildeo ao calcaacuterio e ao silicato Holcim
na fraccedilatildeo granulomeacutetrica entre 030 e 084 mm
Quanto menor a fraccedilatildeo granulomeacutetrica do silicato maior eacute a eficiecircncia relativa
na correccedilatildeo da acidez do solo e maior eacute o fornecimento de Si para o solo
O Agrosiliacutecio apresenta melhores resultados no fornecimento de Si ao solo
seguido do Silifeacutertil e do Holcim
O periacuteodo de 30 dias em condiccedilotildees de umidade mantida agrave 80 da capacidade
de campo eacute um periacuteodo suficiente para a correccedilatildeo da acidez do solo e fornecimento de
Si pelos silicatos ao solo
34
6 REFEREcircNCIAS
ALCARDE JC PAULINO VT DERNARDIN J S Avaliaccedilatildeo da reatividade de corretivos da acidez do solo Revista Brasileira de Ciecircncia do Solo Campinas v 13 p 387-392 1989
ALCARDE JC Corretivos de acidez dos solos caracteriacutesticas e interpretaccedilotildees teacutecnicas Satildeo Paulo ANDA 1992 24p (Boletim Teacutecnico 6)
ALCARDE JC RODELLA AA Avaliaccedilatildeo quiacutemica de corretivos de acidez para fins agriacutecolas uma nova proposiccedilatildeo Scientia Agriacutecola Piracicaba v 53 n 2 ndash 3 1996
ALVAREZ V VH RIBEIRO AC Calagem In RIBEIRO AC GUIMARAtildeES PTG GUIMARAtildeES PTG ALVAREZ V VH (Ed) Recomendaccedilotildees para o uso de corretivos e fertilizantes em Minas Gerais ndash 5ordf Aproximaccedilatildeo Viccedilosa CFSEMG 1999 p 43-60
ALVAREZ V VH Correlaccedilatildeo e calibraccedilatildeo de meacutetodos de anaacutelise de solos In ALVAREZ V VH FONTES LEF FONTES MPF (Ed) O solo nos grandes domiacutenios morfoclimaacuteticos do Brasil e o desenvolvimento sustentado Viccedilosa Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo 1996 p 615-646
ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DOS PRODUTORES DE CALCAacuteRIO Calcaacuterio agriacutecola ndash Brasil consumo aparente por estado (1992 ndash 2006) Disponiacutevel em lthttpwwwcalcario-rscombrgt Acesso em 25 de novembro de 2008
BALASTRA MLFC PEREZ CM JULIANO BO VILLAREAL P Effects of siacutelica level on some properties of Oriza sativa straw and hull Canadian Journal of Botany Ottawa v 67 p 2356-2363 1989
BARBOSA FILHO MP SNYDER G H PRABHU A S DATNOFF L E KORNDOumlRFER G H Importacircncia do siliacutecio para a cultura do arroz Informaccedilotildees agronocircmicas v 89 p 1-8 2000
BELLINGIERI PA Avaliaccedilatildeo em laboratoacuterio da eficiecircncia de diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas de calcaacuterios agriacutecolas 1983 99f Tese (Doutorado) ndash Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Universidade de Satildeo Paulo Piracicaba 1983
BELLINGIERI PA ALCARDE JC amp SOUZA ECA Avaliaccedilatildeo da qualidade de calcaacuterios agriacutecolas atraveacutes do PRNT Anais da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Piracicaba v 45 n 2 p 579-588 1988
BELLINGIERI PA ALCARDE JC SOUZA ECA de Eficiecircncia relativa de diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas de calcaacuterios na neutralizaccedilatildeo da acidez dos solos avaliada em laboratoacuterio Anais da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Piracicaba v46 n2 1989 p 303-317
35
BELLINGIERI PA SOUZA ECA ALCARDE JC SHIKASHO HW Importacircncia da reatividade do calcaacuterio sobre a produccedilatildeo e algumas caracteriacutesticas da soja Scientia Agricola Piracicaba v 49 p 61-71 1992
BRASIL MAPA Laboratoacuterio Nacional de Referecircncia Vegetal Anaacutelise de corretivos fertilizantes e inoculantes Brasiacutelia 1983 104p
BRUNAUER S EMMETT P H TELLER E Adsorption of gases in multimolecular layers In Journal of the American Chemical Society New York v 60 p 309-19 1938
CATANI RA ALONSO O Avaliaccedilatildeo e exigecircncia de calcaacuterio do solo Anais da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Piracicaba v 26 p 141-156 1969
CATE R Sugestotildees para adubaccedilatildeo com base na anaacutelise de solos Raleigh North Caroline State University 1965 16p
DAYANADAM P KAUFMAN PB FRANKLIN CL Detection of siacutelica in plants American Journal of Botany Columbus v 70 p 1079-1084 1983
DEFELIPO BV BRAGA JM SPIES C Comparaccedilatildeo entre meacutetodos de determinaccedilatildeo da necessidade de calcaacuterio de solos de Minas Gerais Experientiae v 13 p 111-136 1982
EMBRAPA C N P S Manual de meacutetodos de anaacutelise de solo Rio de Janeiro 1997 212p
EPSTEIN E Silicon Annu Rev Plant Physiol Plant Molec Biol Palo Alto v 50 1999 p 641 - 664
FERREIRA DF SISVAR versatildeo 43 (Build 41) Lavras UFLADEX 1999 4 disquetes
FURTINI NETO A VALE FR RESENDE A V GUILHERME L R G GUEDES G A A Fertilidade do solo Lavras UFLAFAEPE 2001 252p
GASCHO G J Silicon sources for agriculture In DATNOFF L E SNYDER G H KORNDOumlRFER G H (Ed) Silicon in agriculture Amsterdan Elsevier 2001 cap 12 p 197-207
KAMINSKI J RHEINHEIMER DS A acidez do solo e a nutriccedilatildeo mineral de plantas In KAMINSKI J (Ed) Uso de corretivos da acidez do solo no plantio direto Pelotas SBCSNRS 2000 cap2 p 21 - 39
KORNDOumlRFER G H Elementos beneacuteficos In FERNANDES M S Nutriccedilatildeo mineral de plantas Viccedilosa Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo 2006 432p
36
KORNDOumlRFER G H DATNOFF L E Adubaccedilatildeo com siliacutecio uma alternativa no controle de doenccedilas da cana-de-accediluacutecar e do arroz Informaccedilotildees Agronocircmicas Piracicaba v 70 p 1-5 1995
KORNDOumlRFER G H PEREIRA H S CAMARGO M S Silicatos de caacutelcio e magneacutesio na agricultura 3 ed Uberlacircndia 2004 28 p (Boletim Teacutecnico n1)
KORNDOumlRFER G H PEREIRA H S NOLLA A Anaacutelise de siliacutecio solo planta e fertilizante 1 ed Uberlacircndia 2004 50 p (Boletim Teacutecnico n2)
KORNDOumlRFER G H PEREIRA H S CAMARGO M S Silicatos de caacutelcio e magneacutesio na agricultura 2 ed Uberlacircndia 2003 15 p (Boletim Teacutecnico n1)
KORNDOumlRFER G H PEREIRA H S CAMARGO M S Papel do siliacutecio na produccedilatildeo de cana-de-accediluacutecar STAB v 21 n 2 2002 4 p
KORNDOumlRFER G H LEPSCH I Effect of silicon on plant growth and crop yeld In DATNOFF L E SNYDER G H KORNDOumlRFER G H (Ed) Silicon in agriculture Amsterdan Elsevier 2001 p 133 ndash 147
KURIHARA CH MAEDA S HERNANI LC SILVA WM Eficiecircncia relativa de fraccedilotildees granulomeacutetricas de calcaacuterios sul-mato-grossenses Pesquisa Agropecuaacuteria Brasileira Brasiacutelia v34 n 8 p 1443 - 1449 1999
LOPES A S SILVA MC GUILHERME L R G Acidez do solo e calagem 3 ed Satildeo Paulo ANDA 1990 22 p (Boletim Teacutecnico 1)
LOPES A S Manual de fertilidade do solo Satildeo Paulo ANDAPOTAFOacuteS 1989 153p
MA JF TAKAHASHI E Soil fertilizer and plant silicon research in Japan Amosterdan Elsevier Science 2002 281 p
MALAVOLTA E Manual de quiacutemica agriacutecola adubos e adubaccedilatildeo Satildeo Paulo Agronocircmica Ceres 1981 608 p
MARSCHNER H Mineral nutrition of higher plants 2 ed LondresAcademic Press 1995 889p
MCKEAGUE J A CLINE M G Silica in soils Advances in Agronomy New York v 15n 3 p 339-397 1963
MEURER E J Fundamentos de quiacutemica do solo 3 ed Porto Alegre Evangraf 2006 285p
MIYAKE Y TAKAHASHI E Effect of silicon on the growth of cucumber plant in soil culture Soil Science Plant Nutrition Tokyo v 29 p 463-471 1983
37
NOVAIS R F BARROS N F LEITE F P TEIXEIRA J L LEAL P G L Eficiecircncia agronocircmica de escoacuterias de siderurgia Pains Viccedilosa Universidade Federal de Viccedilosa 1993
OLIVEIRA AC HAHNE H BARROS NF MORAIS EJ Uso de escoacuteria de alto forno como fonte de nutrientes na adubaccedilatildeo florestal In GUERRINI IA BELLOTE AFJ BUumlLL LT (Ed) Seminaacuterio sobre uso de resiacuteduos florestais e urbanos em florestas Botucatu Fundaccedilatildeo de Estudos e Pesquisas Agriacutecolas e Florestais 1994 p 77-96
PEREIRA HS KORNDOumlRFER GH VIDAL AA CAMARGO MS Silicon sources for rice crop Scientia Agriacutecola Piracicaba v 61 p 522-528 2004
PLESE L P M Efeito da umidade do solo na reatividade das fraccedilotildees granulomeacutetricas de um calcaacuterio 2000 49f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) ndash Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Universidade de Satildeo Paulo Piracicaba 2000
PRADO R M FERNANDES F M NATALE W Uso de escoacuteria de siderurgia no Brasil estudos na cultura da cana-de-accediluacutecar Jaboticabal Funep 2001 67p
PROGRAMA INTERLABORATORIAL DE CONTROLE DE QUALIDADE DE ANAacuteLISE DE SOLO Manual do laboratorista 2005 33p
RAIJ BV Avaliaccedilatildeo da fertilidade do solo Piracicaba Associaccedilatildeo Brasileira para Pesquisa da Potassa e do Fosfato 1981 142p
RAIJ B V CANTARELLA H QUAGGIO J A FURLANI A M C Recomendaccedilatildeo de adubaccedilatildeo e calagem para o estado de Satildeo Paulo Campinas IAC 1996 285p (IAC Boletim 100)
SCOTT AJ KNOTT MA A cluster analysis method for grouping means in the analysis of variance Biometrics Washington v 30 n 2 1974 p 507-512
SHOEMAKER HE MCCLEAN E PRATT PF Buffer methods for determining lime requirements of soil with appreciable amounts of extractable aluminium Soil Sci Soc Am Proc Madison v 25 p 274-277 1961
SOUSA D M G MIRANDA L N OLIVEIRA S A Acidez do solo e sua correccedilatildeo In NOVAIS R F ALVAREZ V V H BARROS N F FONTES R L F CANTARUTTI R B NEVES J C L Fertilidade do solo Viccedilosa Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo 2007 p 205 ndash 274
SOUSA D M G LOBATO E Cerrado correccedilatildeo do solo e adubaccedilatildeo Brasiacutelia Embrapa Informaccedilatildeo Tecnoloacutegica 2004 416p
VERAS M C M VIEIRA W TEIXEIRA L S M ALCARDE J C OLIVEIRA L B Manual de meacutetodos analiacuteticos oficiais para fertilizantes minerais orgacircnicos organominerais e corretivos 1 ed Brasiacutelia MAPA 2007 v 1
38
WERNER D ROTH R Siacutelica metabolism In LAUCHILI A BIELESKI RL (Ed) Encyclopedia of plant physiology New Series Berlin Springer-Velag 1983 v 15B p 682-694
- Parte inicial dissertaccedilatildeopdf
- RESUMOpdf
- Corpo da dissertaccedilatildeopdf
-
ITHAMAR PRADA NETO
EFICIEcircNCIA RELATIVA DE DIFERENTES FRACcedilOtildeES GRANULOMEacuteTRICAS DE SILICATOS NA CORRECcedilAtildeO DA ACIDEZ DO SOLO
Dissertaccedilatildeo apresentada agrave Universidade Federal de Uberlacircndia como parte das exigecircncias do Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Agronomia - Mestrado aacuterea de concentraccedilatildeo em Solos para obtenccedilatildeo do tiacutetulo de ldquoMestrerdquo
APROVADO em 15 de junho de 2009
Prof Dr Beno Wendling UFU
Prof Dr Renato de Mello Prado UNESP
Prof Dr Carlos Alexandre Costa Crusciol UNESP
Prof Dr Gaspar Henrique Korndoumlrfer ICIAG ndash UFU (Orientador)
UBERLAcircNDIA MINAS GERAIS - BRASIL
2009
Aos meus pais Ithamar e Marli agrave minha esposa Sycelle e agrave minha filha Sarah Dedico
AGRADECIMENTOS
Agradeccedilo a Deus pelo dom da vida
Aos meus pais Ithamar e Marli por todo amor incentivo confianccedila e
oportunidades que me deram
Agrave minha esposa Sycelle por todo o amor incentivo e sonhos partilhados
Agrave minha filha Sarah que estaacute a caminho e mesmo antes de nascer jaacute nos
transmite tanto amor
Ao meu orientador Prof Gaspar pela oportunidade de trabalharmos juntos pelo
conhecimento transferido e amizade formada
Aos membros da banca prof Dr Renato de Mello Prado prof Dr Carlos
Alexandre Costa Crusciol prof Dr Beno Wendling e profa Dra Regina Maria Quintatildeo
Lana pelos inuacutemeros ensinamentos conselhos e atenccedilatildeo para com este trabalho
Agraves minhas irmatildes Regiane e Fernanda pelo companheirismo e parceria
Agrave minha avoacute (Daisy) pelo constante exemplo de juventude e forccedila
Aos meus cunhados (Josiel Rafael Leandro e Sofia) pelo apoio
Agraves minhas sobrinhas (Ana Luiza Letiacutecia e Maria Clara) e ao meu sobrinho
(Enrico) pela alegria que nos passam em cada sorriso
Ao meu sogro Silas e minha sogra Ceacutelia por me incluiacuterem em suas famiacutelias
Aos meus familiares e amigos por todos os momentos que passamos juntos
Agrave Universidade Federal de Uberlacircndia e ao Instituto de Ciecircncias Agraacuterias por
permitirem a realizaccedilatildeo do mestrado conciliando com as atividades profissionais
Aos funcionaacuterios do Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Agronomia da UFU
Aparecida e Eduardo por toda a atenccedilatildeo e apoio
Ao Centro Universitaacuterio de Patos de Minas pelo apoio e ajuda nos custos de
viagem para Uberlacircndia
Aos engenheiros agrocircnomos Rafael Alves Pereira e Odinei Pires Cenci pelo
apoio imensuraacutevel na conduccedilatildeo deste trabalho
Ao Prof Carlos Henrique Eiterer de Sousa ao aluno Willian Lourenccedilatildeo e aos
demais membros da equipe da Central de Fertilidade do Solo
Aos estudantes do Grupo de Pesquisas em Siliacutecio e a equipe do Laboratoacuterio de
Fertilizantes da UFU na pessoa da Valeacuteria
Agrave Universidade Federal de Ouro Preto em particular ao Laboratoacuterio de
Hidrometalurgia e em especial ao Prof Verciani e ao Graciliano pela realizaccedilatildeo das
anaacutelises de superfiacutecie especiacutefica dos corretivos
Agrave Excell Minerais e agrave Holcim pela amostra do produto e constante auxiacutelio ao
Grupo de Pesquisa em Siliacutecio
Agrave FAPEMIG pelo apoio financeiro
Agrave Associaccedilatildeo para Pesquisas Agriacutecolas (APPA)
Agrave todos que direta ou indiretamente contribuiacuteram para este trabalho
BIOGRAFIA
Ithamar Prada Neto nasceu em Limeira SP em 21 de abril de 1981 filho de
Ithamar Luiz de Castro Prada e Marli Bernadete Francisco Prada
Iniciou no ano de 1999 o curso de Engenharia Agronocircmica na Escola Superior
de Agricultura ldquoLuiz de Queirozrdquo pertencente agrave Universidade de Satildeo Paulo
(ESALQUSP) onde teve a oportunidade de trabalhar com os professores Dr Durval
Dourado Neto e Dr Rubens Duarte Coelho e com o pesquisador Dr Edmilson
Ambrosano
Em 2003 em sua conclusatildeo de curso desempenhou estaacutegio profissionalizante
com vivecircncia em uma propriedade focada na produccedilatildeo de cana-de-accediluacutecar e na
reproduccedilatildeo de bovinos de corte da companhia CFM em Araccedilatuba sob a orientaccedilatildeo do
Prof Dr Luis Ignaacutecio Prochnow
No ano de 2006 ingressou no curso de especializaccedilatildeo em Fertilidade do Solo e
Nutriccedilatildeo de Plantas no Agronegoacutecio da Universidade Federal de Lavras (UFLA) o qual
concluiu em 2007 com a defesa da monografia intitulada ldquoViabilidade agronocircmica e
econocircmica de fosfatos naturais reativosrdquo sob a orientaccedilatildeo do Prof Dr Antonio Furtini
Neto
Ingressou no mestrado em Agronomia na aacuterea de concentraccedilatildeo em Solos na
Universidade Federal de Uberlacircndia (UFU) no ano de 2007 sob a orientaccedilatildeo do Prof
Dr Gaspar Henrique Korndoumlrfer
No acircmbito profissional foi trainee e posteriormente assessor agronocircmico da
Bunge Fertilizantes entre o final de 2003 ateacute o ano de 2006 atuando nos estados de
Minas Gerais Goiaacutes e Espiacuterito Santo Em 2006 iniciou carreira docente assumindo
disciplinas nas aacutereas de Fitotecnia Fertilidade do Solo e Nutriccedilatildeo de Plantas e
Produccedilatildeo e Tecnologia de Adubos para o curso de Agronomia da Faculdade de Ciecircncias
Agraacuterias do Centro Universitaacuterio de Patos de Minas (UNIPAM) onde atua ateacute o
presente momento
De novembro de 2006 a setembro de 2008 coordenou o curso de Agronomia do
UNIPAM
No final de 2008 apoacutes encerrar as atividades agrave frente do curso de Agronomia do
UNIPAM assumiu a aacuterea de desenvolvimento de tecnologias da Associaccedilatildeo para
Pesquisas Agriacutecolas (APPA)
SUMAacuteRIO
RESUMO i
ABSTRACT ii
1 INTRODUCcedilAtildeO 1
2 REVISAtildeO BIBLIOGRAFICA 3
21 Acidez do solo 3
22 Correccedilatildeo da acidez do solo 4
23 Caracteriacutesticas dos corretivos de acidez 5
24 Silicatos de caacutelcio 7
25 Efeitos do Si na agricultura 8
3 MATERIAL E MEacuteTODOS 10
31 Local do experimento 10
32 Solos utilizados nas unidades experimentais 10
33 Corretivos utilizados 12
34 Tratamentos e delineamento experimental 17
34 Conduccedilatildeo do experimento 17
35 Determinaccedilatildeo do pH do solo apoacutes a incubaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo da eficiecircncia
relativa 18
36 Avaliaccedilatildeo do teor de Si no solo apoacutes a incubaccedilatildeo 19
36 Anaacutelise estatiacutestica 19
4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 20
41 Variaccedilotildees no pH aos 30 dias de incubaccedilatildeo 20
42 Variaccedilotildees no pH equivalente CaCO3 e eficiecircncia relativa dos corretivos aos 90 dias
de incubaccedilatildeo 23
43 Teor de siliacutecio no solo apoacutes 30 dias de incubaccedilatildeo 28
54 Teor de siliacutecio no solo apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo 29
5 CONCLUSOtildeES 32
6 REFEREcircNCIAS 33
LISTA DE FIGURAS
Paacutegina 1 Mesa agitadora (a) e peneiras utilizadas para a separaccedilatildeo dos
corretivos nas diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas (b) 14
2 Ilustraccedilotildees dos processos laboratoriais para determinaccedilatildeo do PN em amostras dos materiais corretivos desde a pesagem (a) a fervura da soluccedilatildeo contendo a amostra do corretivo e HCl (b) a soluccedilatildeo transferida para balatildeo volumeacutetrico de 100 mL em descanso para decantaccedilatildeo (c) e a titulaccedilatildeo ateacute o aparecimento da coloraccedilatildeo rosada (d) 15
3
4
Pesagem dos corretivos (a) adiccedilatildeo dos corretivos nos recipientes plaacutesticos contendo as amostras dos solos (b) irrigaccedilatildeo das amostras dos solos (c) e incubaccedilatildeo em laboratoacuterio por 30 e 90 dias (d)
Valores do pH em CaCl2 em funccedilatildeo da dose equivalente de CaCO3
aplicada ao solo apoacutes 30 dias de incubaccedilatildeo nos solos muito argiloso (a) argiloso (b) meacutedio (c) arenoso (d)
18
20
5 Valores do pH em CaCl2 em funccedilatildeo da dose equivalente de CaCO3
aplicada ao solo apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo nos solos muito argiloso (a) argiloso (b) meacutedio (c) arenoso (d)
23
LISTA DE TABELAS
Paacutegina
1 Caracterizaccedilatildeo quiacutemica e fiacutesica dos solos utilizados no experimento 11 2 Densidade das amostras dos solos utilizados no experimento 12 3 Necessidade de calagem em equivalente de CaCO3 com 100 de PRNT
para amostras dos solos utilizados no experimento considerando as respectivas densidades das amostras dos solos 12
4 Teores de caacutelcio magneacutesio e siliacutecio dos corretivos utilizados 12 5 Superfiacutecie especifica e volume total de poros dos corretivos de acidez do
solo 13
6 Poder de neutralizaccedilatildeo dos materiais corretivos de acidez do solo utilizados no experimento 16
7 Quantidade de corretivo calculada para atingir 60 de saturaccedilatildeo por bases para cada um dos solos experimentais 16
8 Dose de Si fornecida por cada um dos silicatos em cada solo experimental 17
9 Valores de pH em CaCl2 em funccedilatildeo do corretivo de solo utilizado na dose referente agrave elevaccedilatildeo da saturaccedilatildeo por bases para 60 e da fraccedilatildeo granulomeacutetrica apoacutes 30 dias de incubaccedilatildeo para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso
22
10
Valores de pH em CaCl2 em funccedilatildeo do corretivo de solo utilizado na dose referente agrave elevaccedilatildeo da saturaccedilatildeo por bases para 60 e da fraccedilatildeo granulomeacutetrica apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso 24
11
Eficiecircncias relativas em relaccedilatildeo ao CaCO3 dos corretivos de acidez de diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas aos 90 dias de incubaccedilatildeo 26
12
Eficiecircncias relativas em relaccedilatildeo agrave fraccedilatildeo granulomeacutetrica inferior a 03 mm (peneira 50 ABNT) dos corretivos de acidez em diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas aos 90 dias de incubaccedilatildeo 27
13
Teor de Si no solo em funccedilatildeo da fraccedilatildeo granulomeacutetrica e do corretivo utilizado para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso apoacutes 30 dias de incubaccedilatildeo 28
14
Teor de Si no solo em funccedilatildeo da fraccedilatildeo granulomeacutetrica e do corretivo utilizado para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo
30
i
RESUMO
PRADA NETO ITHAMAR Eficiecircncia relativa de diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas de silicatos na correccedilatildeo da acidez do solo 2009 38f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em AgronomiaSolos) ndash Universidade Federal de Uberlacircndia Uberlacircndia1
Os silicatos satildeo produtos que podem ser utilizados natildeo apenas para o fornecimento de siliacutecio como tambeacutem para a correccedilatildeo da acidez do solo Nos corretivos agriacutecolas os principais fatores que devem ser avaliados satildeo o poder de neutralizaccedilatildeo e a reatividade que juntos compotildee o poder relativo de neutralizaccedilatildeo total fator determinante para a definiccedilatildeo da dose a ser empregada na agricultura Atualmente os silicatos estatildeo sendo avaliados quanto a sua capacidade de correccedilatildeo do solo com os mesmos criteacuterios utilizados para o calcaacuterio mesmo apresentando origens e processos de produccedilatildeo muito distintos Com o presente trabalho objetivou-se quantificar a reatividade para cada fraccedilatildeo granulomeacutetrica de diferentes silicatos O experimento foi desenvolvido no Centro Universitaacuterio de Patos de Minas em Patos de Minas MG utilizando-se trecircs silicatos (Agrosiliacutecio Silifeacutertil e Holcim) e um calcaacuterio comercial em quatro fraccedilotildees granulomeacutetricas separados pelas peneiras lt 10 mesh 10 a 20 mesh 20 a 50 mesh e gt 50 mesh em quatro solos com as seguintes classes granulomeacutetricas muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso com quatro repeticcedilotildees Os corretivos foram aplicados e misturados nos vasos contendo 300g de amostras de solos os quais foram submetidos agrave incubaccedilatildeo por trinta e noventa dias com solos mantidos a 80 da capacidade de campo Para a obtenccedilatildeo dos valores de equivalente em carbonato de caacutelcio foram submetidos tambeacutem a incubaccedilatildeo dos solos com carbonato de caacutelcio em doses crescentes Apoacutes os periacuteodos de incubaccedilatildeo foram realizadas anaacutelises de pH em CaCl2 e do teor de Si no solo em CaCl2 Os dados foram submetidos a anaacutelise de variacircncia e tiveram suas meacutedias comparadas pelo teste de Scott-Knott agrave 5 de probabilidade Os resultados obtidos mostraram que quanto menor a fraccedilatildeo granulomeacutetrica maior a eficiecircncia relativa dos corretivos (calcaacuterio e silicatos) na elevaccedilatildeo do pH do solo Quanto aos resultados dos corretivos os silicatos Agrosiliacutecio e Silifeacutertil se destacaram o que demonstrou que com os meacutetodos atualmente empregados estatildeo subestimando a reatividade destes produtos principalmente na fraccedilatildeo compreendida entre as peneiras de 20 e 50 mesh O Holcim se mostrou menos eficiente que o calcaacuterio quanto a correccedilatildeo da acidez do solo fato este que pode estar associado a alguma diferenccedila no processo de produccedilatildeo do produto em relaccedilatildeo aos demais silicatos Quanto ao fornecimento de siliacutecio para o solo a mesma tendecircncia foi mantida com superioridade para as fraccedilotildees granulomeacutetricas mais finas Desta forma novos paracircmetros precisam ser colocados em praacutetica para a determinaccedilatildeo da reatividade dos silicatos
Palavras-chave Escoacuteria de siderurgia Siliacutecio Corretivos agriacutecolas Fertilidade do solo
1 Orientador Prof Dr Gaspar Henrique Korndoumlrfer ndash UFU
ii
ABSTRACT
PRADA NETO ITHAMAR Relative efficiency of different size fractions of silicate in correcting the soil acidity 2009 38p Dissertation (Masters Degree in AgronomySoils Science) ndash Federal University of Uberlacircndia Uberlacircndia2
The silicates are products that might be used not just for silicon supply but also for correction of soil acidity The main factors that must be evaluated for agricultural correctives are neutralization power and reactivity which combined form the relative power of total neutralization a determinant factor for the definition of the dose to be used in agriculture Currently the silicates have been evaluated for their ability to correct the soil with the same criteria used for lime despite presenting very different origin and production processes This study quantified the reactivity for each size fraction of different silicates The experiment was conducted at the University of Patos de Minas in Patos de Minas MG using three silicates (Agrosiliacutecio Silifeacutertil and Holcim) and a commercial lime in four size fractions separated by sieves lt10 mesh 10 to 20 mesh 20 to 50 mesh and gt 50 mesh in four soils very clayey clayey loamy and sandy medium texture with four replications The correctives were applied and mixed in pots containing 300g of soil samples which were subjected to incubation for thirty to ninety days at 80 field capacity Soils that received calcium carbonate in increasing doses were also incubated to obtain the values of the equivalent in calcium carbonate After the incubation periods analyses of pH in CaCl2 and the Si content of the soil in CaCl2 were done Data were submitted to analysis of variance and means were compared by their Scott-Knott test at 5 probability The results showed that the smaller the fraction size the greater the relative efficiency of the corrective (lime and silicates) in raising the soil pH The results of the silicates Agrosiliacutecio and Silifeacutertil were outstanding showing that the methods currently employed are underestimating the reactivity of these products mainly in the fraction between 20 and 50 mesh Holcim was less efficient than lime in correcting soil acidity a fact that may be associated with differences in the production process in relation to the other silicates The same trend was maintained for silicon supply to the soil with superiority for the smaller size fractions Thus new parameters need to be put into practice for determining the reactivity of silicates
Keywords Silicate slag Silicon Agricultural correctives soil fertility
2 Supervisor Prof Dr Gaspar Henrique Korndoumlrfer ndash UFU
1
1 INTRODUCcedilAtildeO
A maioria dos solos brasileiros sobretudo aqueles sob vegetaccedilatildeo de cerrado
apresenta limitaccedilotildees quanto ao estabelecimento e desenvolvimento das principais
culturas em decorrecircncia dos efeitos da acidez do solo
Neste cenaacuterio a correccedilatildeo da acidez do solo se apresenta com papel fundamental
para a obtenccedilatildeo de resultados agronocircmicos e econocircmicos positivos na agricultura Nos
uacuteltimos anos o consumo brasileiro de calcaacuterio vem oscilando na ordem de 16 a 27
milhotildees de toneladas por ano segundo informaccedilotildees da Associaccedilatildeo Brasileira dos
Produtores de Calcaacuterio Agriacutecola (2008)
Natildeo apenas os calcaacuterios mas tambeacutem os silicatos apresentam bom potencial
para utilizaccedilatildeo como corretivos de acidez com o benefiacutecio de aleacutem de corrigir a acidez
do solo e fornecer caacutelcio e magneacutesio e tambeacutem o siliacutecio elemento que desperta grande
interesse da comunidade cientiacutefica e do setor agriacutecola atualmente por trazer uma seacuterie
de benefiacutecios para algumas culturas
Os principais paracircmetros que orientam o uso dos corretivos satildeo os valores de
poder de neutralizaccedilatildeo reatividade e poder relativo de neutralizaccedilatildeo total sendo este
uacuteltimo resultante da combinaccedilatildeo dos anteriores Tais paracircmetros satildeo fundamentais para
a definiccedilatildeo de doses eficiecircncia agrocircnomica e efeito residual
A avaliaccedilatildeo do poder de neutralizaccedilatildeo (PN) consiste na anaacutelise quiacutemica do poder
corretivo do material ou seja a capacidade do corretivo em neutralizar o hidrogecircnio
Esta avaliaccedilatildeo eacute feita atraveacutes da adiccedilatildeo de HCl em uma amostra de calcaacuterio e na
posterior identificaccedilatildeo na quantidade de HCl consumida o que reflete o poder de
neutralizaccedilatildeo do material
A reatividade (RE) se refere agrave velocidade de reaccedilatildeo do corretivo no solo e esta
velocidade de reaccedilatildeo estaacute associada com a superfiacutecie de contato do material Quando se
analisa a reatividade de um corretivo se considera apenas o tamanho de partiacuteculas
desconsiderando suas caracteriacutesticas intriacutensecas de superfiacutecie especiacutefica como a
porosidade e forma das partiacuteculas A porosidade e a forma das partiacuteculas diferem muito
em funccedilatildeo da origem do corretivo Os silicatos oriundos de escoacuterias de siderurgia
apresentam em geral e para um mesmo tamanho de partiacutecula uma superfiacutecie especiacutefica
e porosidade bem maiores do que as partiacuteculas de um corretivo oriundo de uma rocha
calcaacuteria
2
Estas caracteriacutesticas certamente podem afetar a reatividade de um corretivo e
atualmente satildeo totalmente ignoradas no meacutetodo de determinaccedilatildeo da reatividade Existe
a hipoacutetese de que a determinaccedilatildeo da reatividade de materiais silicatados oriundos de
escoacuterias esteja sendo subestimada quando comparada aos calcaacuterios em geral
Desta forma objetivou-se com o presente trabalho quantificar a eficiecircncia
relativa na correccedilatildeo da acidez do solo de fraccedilotildees granulomeacutetricas de silicatos em
comparaccedilatildeo ao calcaacuterio
3
2 REVISAtildeO BIBLIOGRAFICA
21 Acidez do solo
Segundo Lopes e colaboradores (1990) a grande maioria dos solos brasileiros
principalmente os solos sob vegetaccedilatildeo de cerrado apresentam elevada acidez o que
prejudica o bom desenvolvimento das plantas Sousa e colaboradores (2007) relatam
que tal efeito pode estar associado agrave presenccedila de Al e Mn em concentraccedilotildees toacutexicas e
aos baixos teores dos macronutrientes Ca e Mg
A acidificaccedilatildeo do solo eacute um processo natural e sua intensidade depende de
fatores intriacutensecos do solo e das perturbaccedilotildees a que o sistema eacute submetido
(KAMINSKI RHEINHEIMER 2000)
Os solos poderatildeo ser naturalmente aacutecidos quando a rocha de origem apresentar
baixos teores de bases ou entatildeo mesmo apresentando altos teores de bases quando este
solo for submetido a intenso processo pedogeneacutetico Neste uacuteltimo caso destaca-se a
situaccedilatildeo de precipitaccedilatildeo pluvial intensa ao longo dos anos promovendo lixiviaccedilatildeo de
bases permanecendo no complexo de troca predominantemente os caacutetions hidrogecircnio e
alumiacutenio (FURTINI NETO et al 2001)
Aleacutem dos processos pedogeneacuteticos outros fatores tambeacutem contribuem para a
acidificaccedilatildeo do solo como as reaccedilotildees de hidroacutelise que ocorrem nas soluccedilotildees dos solos
a decomposiccedilatildeo de resiacuteduos orgacircnicos pelos microorganismos a accedilatildeo do homem
atraveacutes de adubaccedilotildees e sistemas de produccedilatildeo adotados e a proacutepria absorccedilatildeo de
nutrientes (MEURER 2006)
A acidez ativa do solo eacute definida como todo o hidrogecircnio (H+) presente na
soluccedilatildeo medida pelo potencial hidrogecircnio iocircnico (pH) O pH pode ser determinado com
um potenciocircmetro utilizando-se dois meacutetodos principais no primeiro utiliza-se uma
suspensatildeo de terra em aacutegua e no segundo em CaCl2 a 001 M (PLESE 2000)
A concentraccedilatildeo de H+ na soluccedilatildeo do solo avaliada pelo pH natildeo eacute na maioria
dos casos fator limitante para o crescimento e desenvolvimento das plantas desde que
haja suprimento adequado dos nutrientes e ausecircncia de elementos em concentraccedilotildees
toacutexicas Entretanto essa situaccedilatildeo natildeo ocorre naturalmente nos solos pois em condiccedilotildees
aacutecidas podem ocorrer iacuteons como o Al3+ e Mn2+ em teores toacutexicos para as plantas
Outros aspectos importantes associados agrave elevada acidez satildeo a alteraccedilatildeo na
4
disponibilidade de nutrientes e a interferecircncia na atividade microbiana (SOUSA et al
2007)
22 Correccedilatildeo da acidez do solo
Em funccedilatildeo dos fatores negativos da acidez do solo para a produccedilatildeo agriacutecola
torna-se necessaacuteria a sua correccedilatildeo atraveacutes da calagem maneira mais faacutecil e econocircmica
para se corrigir a acidez do solo nos primeiros 20 cm deste Furtini Neto e
colaboradores (2001) destacam como principais benefiacutecios da calagem
Diminuiccedilatildeo da toxidez por Al3+ e Mn2+
Aumento da mineralizaccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica consequentemente aumentando
a disponibilidade de nutrientes principalmente nitrogecircnio enxofre foacutesforo e
boro
Aumento na disponibilidade de caacutelcio e magneacutesio por adiccedilatildeo direta ao solo
Aumento na disponibilidade de foacutesforo e molibdecircnio presentes em formas
fixadas e de menor disponibilidade no solo aacutecido
Aumento da fixaccedilatildeo natildeo-simbioacutetica e simbioacutetica de nitrogecircnio
Aumento da CTC do solo reduzindo os problemas de salinidade e de lixiviaccedilatildeo
de caacutetions
Aumento da eficiecircncia da adubaccedilatildeo
Aumento da preservaccedilatildeo de aacutereas de floresta ou de aacutereas menos vocacionadas
para a agricultura em face da necessidade de menor aacuterea para obter a mesma
produccedilatildeo
Segundo Sousa e Lobato (2004) para solos de Cerrado a produtividade de gratildeos
das culturas de sequeiro (soja milho trigo e feijatildeo) aumenta com a saturaccedilatildeo por bases
ateacute 40 estabiliza entre os valores de 40 a 60 e diminui quando a saturaccedilatildeo por
bases eacute maior que 60 Neste uacuteltimo caso o pH em aacutegua do solo estaraacute maior que 63
o que ocasiona a reduccedilatildeo na disponibilidade de zinco cobre ferro e manganecircs
Diversos satildeo os meacutetodos para a determinaccedilatildeo da necessidade de calagem sem
haver uma definiccedilatildeo clara sobre qual o melhor deles Fundamentalmente os caacutelculos
tem-se baseado nos seguintes meacutetodos meacutetodo da curva de incubaccedilatildeo de CaCO3
meacutetodo baseado no teor de alumiacutenio trocaacutevel (CATE 1965 CATANI ALONSO
1969) meacutetodo baseado no decreacutescimo de pH de soluccedilotildees-tampatildeo SMP (SHOEMAKER
5
et al 1961) meacutetodo baseado na saturaccedilatildeo por bases (RAIJ 1981) meacutetodo baseado no
pH e mateacuteria orgacircnica (DEFELIPO et al 1982 ALVAREZ V 1996) e meacutetodo para
neutralizar a acidez trocaacutevel e elevar os teores de Ca e Mg trocaacuteveis (ALVAREZ V
RIBEIRO 1999)
Independente do meacutetodo adotado eacute de extrema importacircncia que a determinaccedilatildeo
da necessidade de calagem seja adequada pois o excesso de aplicaccedilatildeo de um corretivo
pode trazer diversos impactos negativos como a induccedilatildeo a deficiecircncias de ferro e
manganecircs (LOPES 1989)
23 Caracteriacutesticas dos corretivos de acidez
Todo material utilizado para corrigir a acidez do solo conteacutem componentes
neutralizantes como carbonatos oacutexidos hidroacutexidos e silicatos Os componentes
neutralizantes nestes materiais natildeo satildeo os caacutetions Ca2+ e Mg2+ mas sim os acircnions CO3-2
OH- SiO32- (PLESE 2000)
A qualidade de um calcaacuterio eacute dada pela combinaccedilatildeo de seus atributos quiacutemicos e
fiacutesicos O atributo quiacutemico representado pelo poder de neutralizaccedilatildeo depende do tipo e
teor de neutralizantes no corretivo O fiacutesico representado pela eficiecircncia relativa
depende da natureza geoloacutegica da rocha calcaacuteria e do grau de moagem a que foi
submetida (KURIHARA et al 1999)
A avaliaccedilatildeo quiacutemica dos corretivos de acidez consta das seguintes
determinaccedilotildees poder de neutralizaccedilatildeo (PN) e teores de Ca e Mg (ALCARDE
RODELLA 1996)
A avaliaccedilatildeo fiacutesica dos corretivos de acidez eacute determinada pela sua composiccedilatildeo
granulomeacutetrica empregando-se as peneiras nordm 10 20 e 50 segundo a Associaccedilatildeo
Brasileira de Normas Teacutecnicas - ABNT Para cada uma das fraccedilotildees granulomeacutetricas
produto retido na peneira ABNT 10 produto passante na peneira ABNT 10 e retido na
peneira ABNT 20 produto passante na peneira ABNT 20 e retido na peneira ABNT 50
e produto passante na peneira ABNT 50 satildeo atribuiacutedos os seguintes valores de
reatividade 0 20 60 e 100 respectivamente A partir dos resultados da
composiccedilatildeo granulomeacutetrica calcula-se a reatividade (RE) ou eficiecircncia relativa (ER) do
calcaacuterio de acordo com a equaccedilatildeo abaixo (ALCARDE RODELLA 1996)
RE = F10-20 x 02 + F20-50 x 06 + Fgt50 x 1
6
Onde
F10-20= percentual de produto que passa pela peneira nordm10 e fica retido na peneira
nordm20 F20-50 = percentual de produto que passa pela peneira nordm20 e fica retido na
peneira nordm50 e Fgt50 = percentual de produto que passa pela peneira nordm50
Estes paracircmetros de reatividade satildeo adotados no Brasil de acordo com o que a
legislaccedilatildeo prevecirc para todos os corretivos independente de sua origem Segundo Prado e
colaboradores (2001) ainda natildeo existe uma legislaccedilatildeo especiacutefica para silicatos de
caacutelcio sendo estes incluiacutedos na legislaccedilatildeo de calcaacuterios com algumas adaptaccedilotildees
Alcarde e colaboradores (1989) avaliando a reatividade de calcaacuterios de
diferentes origens na correccedilatildeo da acidez do solo constataram eficiecircncia relativa acima
de 80 para partiacuteculas de tamanho inferior a 03 mm (peneira gt 50 ABNT) entre 39 e
65 para partiacuteculas entre 03 e 084 mm (produto passante na peneira 20 ABNT e retido
na peneira 50 ABNT) e eficiecircncia entre 6 e 27 para partiacuteculas entre 084 e 20 mm
(produto passante na peneira 10 ABNT e retido na peneira 20 ABNT)
Bellingieri (1983) avaliando a eficiecircncia de fraccedilotildees granulomeacutetricas de calcaacuterios
em laboratoacuterio em solos com controle de umidade em 30 encontrou valores de
eficiecircncia relativa de 74 376 767 e 100 respectivamente para corretivos nas
fraccedilotildees granulomeacutetricas passantes na peneira ABNT 5 e retiros na peneira ABNT 10
passantes na peneira 10 e retidos na peneira ABNT 30 passantes na peneira ABNT 30 e
retidos na peneira ABNT 50 e produtos passantes na peneira ABNT 50
Segundo Kurihara e colaboradores (1999) a origem da rocha calcaacuteria interfere
na ER do corretivo com destaque para os materiais de origem sedimentar que
apresentam elevada friabilidade possibilitando que torrotildees do material sejam facilmente
desagregados com pequena pressatildeo entre os dedos da matildeo de maneira que apoacutes sua
extraccedilatildeo da jazida esse calcaacuterio natildeo necessita passar por um processo de moagem como
os de natureza metamoacuterfica Entretanto ao se efetuar a anaacutelise granulomeacutetrica verifica-
se que estes torrotildees natildeo passam pelo conjunto de peneiras durante a agitaccedilatildeo mecacircnica
subestimando a real capacidade do material em se solubilizar no solo
Bellingieri e colaboradores (1992) avaliando a reatividade de um calcaacuterio
dolomiacutetico e calcaacuterio dolomiacutetico calcinado durante dois anos agriacutecolas relataram que o
calcaacuterio calcinado apresentou maior reatividade no primeiro ano agriacutecola bem como as
fraccedilotildees granulomeacutetricas mais finas proporcionaram maior reatividade no primeiro ano
do trabalho fato que foi amenizado no segundo ano agriacutecola em que a reatividade dos
7
calcaacuterios tenderam a se igualar e a granulometria mais grosseira tambeacutem compensou a
menor reatividade obtida no primeiro ano
Plese (2000) avaliando o efeito da umidade do solo entre o intervalo de 0 a 80
da capacidade de campo na reatividade das fraccedilotildees granulomeacutetricas de um calcaacuterio
observou que quanto mais altos os valores de umidade do solo mais favoraacutevel era para
a reaccedilatildeo do corretivo no solo Para solos mantidos a 80 da capacidade de campo a
frequecircncia de molhamento teve pouca influecircncia na reatividade
A combinaccedilatildeo das caracteriacutesticas quiacutemicas e fiacutesicas do corretivo
respectivamente PN expresso em equivalente de carbonato de caacutelcio e ER originam o
Poder Relativo de Neutralizaccedilatildeo Total (PRNT) variaacutevel esta utilizada para a definiccedilatildeo
da dose a ser utilizada (BELINGIERI et al 1988)
24 Silicatos de Caacutelcio
Segundo Prado e colaboradores (2001) para minimizar os problemas quiacutemicos
dos solos do Brasil uma maneira seria mediante a correccedilatildeo da acidez do solo pelo uso
de escoacuterias de siderurgia um resiacuteduo da induacutestria do accedilo e ferro-gusa constituiacutedo
quimicamente de silicato de caacutelcio (CaSiO3)
Segundo Malavolta (1981) de maneira simplificada a escoacuteria de siderurgia
pode ser definida como sendo obtida atraveacutes da siacutelica do mineacuterio de ferro que reage com
o caacutelcio do calcaacuterio em alto forno Este processo envolvendo altas temperaturas
seguindo de um raacutepido resfriamento difere do processo de produccedilatildeo de calcaacuterio
(moagem de rochas calcaacuterias) o que pode originar materiais de alta solubilidade
consequentemente elevando sua eficiecircncia relativa
Os silicatos de caacutelcio e magneacutesio apresentam como principais benefiacutecios o
aumento na disponibilidade do Si a elevaccedilatildeo do pH o aumento do Ca e Mg trocaacuteveis
no solo a reduccedilatildeo de toxicidade do Fe Mn e Al para as plantas e o aumento na
disponibilidade de P no solo (KORNDOumlRFER et al 2003)
Segundo Alcarde (1992) a accedilatildeo neutralizante dos silicatos de caacutelcio e magneacutesio
no solo pode ser explicada com as seguintes equaccedilotildees
Ca(Mg)SiO3 + H2O
Ca+2(Mg+2) + SiO3-2
SiO3-2 + H2O HSiO3
- + OH-
HSiO3- + H2O H2SiO3 + OH-
H2SiO3 + H2O H4SiO4
8
Dentre os silicatos as fontes mais abundantes e baratas satildeo as escoacuterias
sideruacutergicas originadas do processamento em altas temperaturas geralmente acima de
1400 ordmC da reaccedilatildeo do calcaacuterio com a siacutelica presente no mineacuterio de ferro
(KORNDOumlRFER et al 2003)
As principais caracteriacutesticas que devem ser avaliadas na escolha de uma fonte de
siliacutecio para a agricultura satildeo solubilidade disponibilidade as propriedades fiacutesicas a
concentraccedilatildeo de elementos contaminantes e a relaccedilatildeo custo benefiacutecio (GASCHO
2001)
25 Efeitos do Si na agricultura
A utilizaccedilatildeo de macronutrientes nitrogecircnio (N) foacutesforo (P) potaacutessio (K) caacutelcio
(Ca) magneacutesio (Mg) e enxofre (S) e de micronutrientes boro (B) cloro (Cl) cobre
(Cu) ferro (Fe) manganecircs (Mn) molibdecircnio (Mo) niacutequel (Ni) e zinco (Zn) eacute
considerada como essencial para se alcanccedilar resultados satisfatoacuterios na produccedilatildeo
agriacutecola Poreacutem em determinadas condiccedilotildees de solo e cultivo existem elementos
chamados de natildeo-essenciais como o siliacutecio (Si) que pode promover diversos processos
fisioloacutegicos desejaacuteveis para as plantas e por consequecircncia aumentar a produtividade
(KORNDOumlRFER LEPSCH 2001)
A comprovaccedilatildeo da essencialidade do siliacutecio eacute muito difiacutecil de ser obtida devido
a sua abundacircncia na biosfera Estaacute presente em quantidades significativas mesmo em
sais aacutegua e ar (WERNER ROTH 1983)
As plantas absorvem siliacutecio diretamente da soluccedilatildeo do solo sendo este
transportado ateacute as raiacutezes principalmente via fluxo de massa (DAYANADAM et al
1983)
Balastra e colaboradores (1989) relatam que o Si apoacutes absorvido eacute transportado
pelo xilema e depositado na parede celular na forma de siacutelica amorfa hidratada ou opala
biogecircnica (SiO2nH2O) Uma vez alocado o Si torna-se imoacutevel e natildeo mais se redistribui
na planta
Marschner (1995) classifica as plantas de acordo com o seu teor de SiO2 na
mateacuteria seca da parte aeacuterea em trecircs grupos I ) acumuladoras com teores de Si de 10 a
15 II) intermediaacuterias com teores de Si de 1 a 3 III) natildeo acumuladoras com teores
na ordem de 05 Myake e Takahashi (1983) relatam que as gramiacuteneas satildeo
9
acumuladoras tiacutepicas reduzindo de forma raacutepida a concentraccedilatildeo de Si na soluccedilatildeo do
solo
Entre as plantas que mais extraem Si destacam-se o arroz e a cana-de-accediluacutecar
Ma e Takahashi (2002) relatam que as plantas de arroz possuem mecanismos
especiacuteficos de absorccedilatildeo de Si em que as proteiacutenas de membranas satildeo produzidas por
expressatildeo do gene especiacutefico Uma seacuterie de autores demonstram que o siliacutecio reduz a
severidade de vaacuterias doenccedilas de importacircncia econocircmica na cultura do arroz tais como a
brusone mancha parda escaldadura entre outras (KORNDOumlRFER DATNOFF 1995)
Natildeo apenas na reduccedilatildeo da severidade de doenccedilas como tambeacutem na reduccedilatildeo do
ataque de pragas pode-se observar grandes efeitos da aplicaccedilatildeo de Si Yoshida (1975)
citado por Barbosa Filho e colaboradores (2000) relata que a silicificaccedilatildeo da epiderme
previne a penetraccedilatildeo e a mastigaccedilatildeo pelos insetos porque as ceacutelulas ficam mais
endurecidas Segundo revisatildeo feita pelos mesmos autores diversos insetos sofreram
impactos com a aplicaccedilatildeo de Si como larvas da broca de colo trips e cigarrinha parda
que respectivamente tiveram mandiacutebulas danificadas inibiccedilatildeo na atividade e reduccedilatildeo
da populaccedilatildeo
O siliacutecio aparece na cana-de-accediluacutecar em altas concentraccedilotildees podendo variar
desde 014 em folhas jovens ateacute 67 nos colmos e folhas velhas No Havaiacute as folhas
contendo menos de 05 de siliacutecio satildeo frequentemente afetadas por um sintoma
denominado freckling A causa deste sintoma eacute ainda bastante controvertida poreacutem a
maioria dos pesquisadores atribuem agrave falta de Si e a desequiliacutebrios nutricionais O
aparecimento da ferrugem na cana-de-accediluacutecar (Puccinia melanocephala) pode estar
relacionado com o referido sintoma O sintoma eacute mais severo nas folhas mais velhas e a
aacuterea fotossinteacutetica eacute normalmente fortemente atingida (KORNDOumlRFER DATNOFF
1995)
Natildeo apenas em relaccedilatildeo aos fitopatoacutegenos mas quanto ao ataque de pragas
principalmente a broca do colmo e cigarrinha poderiam ser diminuiacutedas nas cultivares
acumuladoras de Si Outros efeitos do Si na cana-de-accediluacutecar estatildeo relacionados agrave maior
resistecircncia ao acamamento e alteraccedilotildees na arquitetura da planta deixando as folhas mais
eretas e em consequecircncia disso mais eficientes quanto agrave capacidade de aproveitamento
da luz solar e de realizaccedilatildeo da fotossiacutentese (KORNDOumlRFER et al 2002)
10
3 MATERIAL E MEacuteTODOS
31 Local do experimento
O experimento foi desenvolvido na Central de Fertilidade do Solo da
Faculdade de Ciecircncias Agraacuterias do Centro Universitaacuterio de Patos de Minas (UNIPAM)
no municiacutepio de Patos de Minas ndash MG onde os solos foram armazenados durante o
periacuteodo de incubaccedilatildeo de 30 e 90 dias de 8 de julho agrave 6 de outubro de 2008
32 Solos utilizados nas unidades experimentais
O experimento foi realizado em quatro classes de solo de diferentes texturas
sendo arenoso meacutedio argiloso e muito argiloso Os solos foram coletados do horizonte
B para natildeo haver interferecircncia da mateacuteria orgacircnica e posteriormente foram secos ao ar
ateacute atingirem massa constante Em seguida peneirados em malha de 2 mm e realizada a
anaacutelise quiacutemica e fiacutesica seguindo a metodologia descrita pelo Programa
Interlaboratorial de controle de qualidade de anaacutelise de solo (2005) exceto para o teor
de Si no solo que seguiu a metodologia descrita por Korndoumlrfer et al (2004) Os
resultados satildeo apresentados na Tabela 1
11
Tabela 1 Caracterizaccedilatildeo quiacutemica e fiacutesica dos solos utilizados no experimento
SOLOS Atributo Unidade Muito
argiloso Argiloso Meacutedio Arenoso
Latossolo Vermelho Acifeacuterrico
Tiacutepico
Latossolo Vermelho Perfeacuterrico
Tiacutepico
Latossolo Vermelho
Distrofeacuterrico Tiacutepico
Latossolo Amarelo
Distroacutefico Psamiacutetico
Si mg dm-3 59 50 87 29
P (Mehlich 1) mg dm-3 00 07 10 01
K mg dm-3 364 40 226 89
Ca cmolc dm-3
02 02 04 02
Mg cmolc dm-3
06 02 05 01
H + Al cmolc dm-3
37 60 39 34
pH (em H2O)
51 53 47 45
Al cmolc dm-3
01 01 04 05
CTC (e) cmolc dm-3
09 05 14 08
CTC (T) cmolc dm-3
46 64 49 37
SB cmolc dm-3
08 04 10 03
V 185 64 200 82
Cu mg dm-3 02 13 09 03
Zn mg dm-3 01 01 01 01
Argila 74 45 30 14
Silte 12 36 16 1
Areia 14 19 54 85
Metodologia P K Cu Zn (Mehlich 1 HCl 005 M + H2SO4 00125 M) Ca Mg Al (KCl 1 M) H+Al (soluccedilatildeo tampatildeo ndash SMP a pH 75) pH (em aacutegua) anaacutelise textural (meacutetodo da pipeta)
Realizou-se a determinaccedilatildeo da densidade das amostras dos quatro solos (Tabela
2) pelo meacutetodo da proveta descrita pela Embrapa (1997) Este meacutetodo eacute uma
alternativa para experimentos em vasos onde amostras de solo satildeo desagregadas para
preencher os vasos compondo a unidade experimental
12
Tabela 2 Densidade das amostras dos solos utilizados no experimento
Solos Densidade
g cm-3
Muito Argiloso 096
Argiloso 130
Meacutedio 125
Arenoso 135
Com os resultados da anaacutelise quiacutemica dos solos foi determinada a necessidade
de calagem pelo meacutetodo da saturaccedilatildeo por bases descrito por Raij e colaboradores
(1996) com o objetivo de elevaacute-la agrave 60 (Tabela 3)
Tabela 3 Necessidade de calagem em equivalente de CaCO3 com 100 de PRNT para amostras dos solos utilizados no experimento considerando as respectivas densidades das amostras dos solos
Solos Unidade
Muito Argiloso Argiloso Meacutedio Arenoso
Mg ha-1 189 343 056 191
mg vaso-1 27114 66795 10587 38735
33 Corretivos utilizados
Foram utilizadas trecircs fontes de silicatos originados de diferentes escoacuterias de
siderurgia sendo estes Agrosiliacutecio Silifeacutertil e Holcim por serem os mais
representativos quanto ao uso na agricultura como corretivos agriacutecolas Estes foram
comparados com um calcaacuterio comercial de origem sedimentar e com o carbonato de
caacutelcio pa padratildeo para estudos de eficiecircncia relativa de corretivos (Tabela 4)
Tabela 4 Teores de caacutelcio magneacutesio e siliacutecio dos corretivos utilizados
Corretivo CaO () MgO () SiO2 ()
Agrosiliacutecio 39 10 23
Silifeacutertil 38 8 22
Holcim 25 7 43
Calcaacuterio 30 20 0
Carbonato de caacutelcio 56 0 0
13
Para a caracterizaccedilatildeo dos corretivos quanto a sua superfiacutecie especiacutefica foi
realizada a anaacutelise da superfiacutecie especiacutefica pela equipe do Laboratoacuterio de
Hidrometalurgia da Universidade Federal de Ouro Preto utilizando-se o meacutetodo de
determinaccedilatildeo por gases descrito por Brunauer e colaboradores (1938) (Tabela 5)
Tabela 5 Superfiacutecie especifica e volume total de poros dos corretivos de acidez do solo
Corretivo Superfiacutecie Especiacutefica Volume total de poros
m2 g-1 cm3 g-1
Agrosiliacutecio 1175 00482
Silifeacutertil 066 00023
Holcim 038 00006
Calcaacuterio 091 00039
Fonte Universidade Federal de Ouro Preto (Laboratoacuterio de Hidrometalurgia)
Todos os corretivos foram submetidos agrave uniformizaccedilatildeo de umidade atraveacutes de
secagem em estufa com circulaccedilatildeo forccedilada de ar a 105 ordmC por um periacuteodo de setenta e
duas horas
Apoacutes esta etapa os silicatos foram submetidos agrave separaccedilatildeo nas seguintes
fraccedilotildees granulomeacutetricas atraveacutes de agitador mecacircnico por 5 minutos seguindo a
metodologia oficial (Veras et al 2007) fracionando os corretivos nas seguintes classes
partiacuteculas maiores que 200 mm (fraccedilatildeo do corretivo retido na peneira ABNT 10 ndash 10
mesh) partiacuteculas entre 084 e 200 mm (fraccedilatildeo do corretivo passante na peneira ABNT
10 e retido na peneira ABNT 20 ndash 20 mesh) partiacuteculas entre 030 e 084 (fraccedilatildeo do
corretivo passante na peneira ABNT 20 e retido na peneira ABNT 50 ndash 50 mesh) e
partiacuteculas com dimensatildeo inferior agrave 030 mm (fraccedilatildeo do corretivo passante na peneira
ABNT 50) (Figura 1)
14
(a) (b)
Figura 1 Mesa agitadora (a) e peneiras utilizadas para a separaccedilatildeo dos corretivos nas diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas (b)
A definiccedilatildeo das fraccedilotildees granulomeacutetricas avaliadas acompanhou os criteacuterios
atualmente adotados na legislaccedilatildeo para calcaacuterio aleacutem do fato de natildeo se justificar o uso
de silicatos em fraccedilatildeo granulomeacutetrica mais fina do que as jaacute comumente utilizadas para
calcaacuterio em funccedilatildeo da maior abrasividade das escoacuterias de siderurgia (PRADO et al
2001) o que tecnicamente dificulta a accedilatildeo dos moinhos brasileiros tornando a moagem
para a obtenccedilatildeo de partiacuteculas muito finas economicamente inviaacutevel
Apoacutes a separaccedilatildeo das fraccedilotildees granulomeacutetricas os corretivos foram submetidos
agrave determinaccedilatildeo do poder de neutralizaccedilatildeo (PN) pelo meacutetodo da titulaccedilatildeo que consiste
em colocar em contato uma massa conhecida do corretivo com uma quantidade
conhecida e em excesso de aacutecido padronizado fazendo com que o corretivo neutralize
uma parte do aacutecido O excesso de aacutecido eacute quantificado por alcalimetria obtendo-se
indiretamente a quantidade de aacutecido que foi neutralizado pelo corretivo seguindo o
procedimento descrito a seguir (BRASIL 1983)
Pesou-se 1000 g da amostra secada moiacuteda e passada em peneira de 03 mm
dos corretivos (Figura 2 a) e transferiu-se o material para erlenmeyer de 250 mL no
qual adicionou-se 50 mL da soluccedilatildeo de HCl 05 M padronizada O erlenmeyer foi
coberto com vidro de reloacutegio e a soluccedilatildeo foi fervida suavemente por 5 minutos (Figura
2 b) Apoacutes esta etapa a soluccedilatildeo foi esfriada transferida para balatildeo de 100 mL que teve
seu volume completado com aacutegua destilada e deixou-se decantar (Figura 2 c) Pipetou-
se 50 mL da soluccedilatildeo que foi transferida para erlenmeyer de 125 mL no qual se
acrescentou trecircs gotas de soluccedilatildeo de fenolftaleina (indicador) A soluccedilatildeo aacutecida foi
titulada com soluccedilatildeo padronizada de NaOH 025 M ateacute o aparecimento de uma leve cor
rosada do indicador (Figura 2 d) anotou-se o volume gasto e a partir deste valor
15
calculou-se o poder de neutralizaccedilatildeo do corretivo em de CaCO3 equivalente pela
expressatildeo
PN = 10 (25M1-V2M2) onde G
M1 = concentraccedilatildeo molar da soluccedilatildeo de HCl
V2 = volume em mL da soluccedilatildeo de NaOH gasto na titulaccedilatildeo
M2 = concentraccedilatildeo molar da soluccedilatildeo de NaOH
G = massa inicial da amostra em gramas
(a) (b)
(c) (d)
Figura 2 Ilustraccedilotildees dos processos laboratoriais para determinaccedilatildeo do PN em amostras
dos materiais corretivos desde a pesagem (a) a fervura da soluccedilatildeo contendo a amostra
do corretivo e HCl (b) a soluccedilatildeo transferida para balatildeo volumeacutetrico de 100 mL em
descanso para decantaccedilatildeo (c) e a titulaccedilatildeo ateacute o aparecimento da coloraccedilatildeo rosada (d)
Para os silicatos em funccedilatildeo de sua constituiccedilatildeo quiacutemica a visualizaccedilatildeo da
coloraccedilatildeo rosada foi dificultada pelo escurecimento da soluccedilatildeo (coloraccedilatildeo esverdeada)
sendo necessaacuteria a utilizaccedilatildeo do meacutetodo potenciomeacutetrico em que o excesso de HCl da
soluccedilatildeo eacute neutralizado por NaOH ateacute atingir pH 70
Foram encontrados valores distintos de poder de neutralizaccedilatildeo para cada um dos
corretivos (Tabela 6)
16
Tabela 6 Poder de neutralizaccedilatildeo dos materiais corretivos de acidez do solo utilizados
no experimento
Corretivos Poder de Neutralizaccedilatildeo ()
Agrosiliacutecio 859
Silifeacutertil 778
Holcim 740
Calcaacuterio 1131
CaCO3 1041
Com base nos valores do poder de neutralizaccedilatildeo encontrados para cada um dos
corretivos e de acordo com as necessidades de calagem encontrados para cada solo
foram calculadas as doses de cada corretivo a serem aplicadas nos vasos preenchidos
com 300 g de amostras dos solos (Tabela 7)
Tabela 7 Quantidade de corretivo calculada para atingir 60 de saturaccedilatildeo por bases
para cada um dos solos experimentais
SOLOS
Corretivos
Muito Argiloso
Argiloso Meacutedia Arenoso
---------------------------------- mg por vaso ------------------------------------
Agrosiliacutecio 3189 7775 1232 4509
Silifeacutertil 3487 8589 1361 4981
Holcim 3666 9031 1431 5239
Calcaacuterio 2397 5906 936 3425
CaCO3 2605 6416 1012 3721
Em funccedilatildeo da dose dos corretivos utilizados em cada solo (Tabela 5) e da
concentraccedilatildeo de SiO2 em cada um dos silicatos foram calculadas as doses de Si
fornecidas por cada silicato para o respectivo solo (Tabela 8)
17
Tabela 8 Dose de Si fornecida por cada um dos silicatos em cada solo experimental SOLOS
Corretivos Concentraccedilatildeo
de Si Muito Argiloso
Argiloso Meacutedia Arenoso
--------------------------- mg por vaso -----------------------
Agrosiliacutecio
107 341 832 132 482
Silifeacutertil 103 359 885 140 513 Holcim 203 744 1833 290 1064
34 Tratamentos e delineamento experimental
Foram conduzidos quatro experimentos sendo cada um em uma classe
textural de solo em delineamento inteiramente casualizado A anaacutelise de variacircncia foi
baseada num arranjo fatorial 4x4 com quatro corretivos de acidez (trecircs silicatos de
caacutelcio Agrosiliacutecio Silifeacutertil e Holcim e um calcaacuterio) e quatro fraccedilotildees granulomeacutetricas
(entre 5 e 10 mesh partiacuteculas entre 2 e 4 mm entre 10 e 20 mesh partiacuteculas entre 084
e 2 mm entre 20 e 50 mesh partiacuteculas entre 03 e 084 mm e maior que 50 mesh
partiacuteculas menores que 03 mm) com quatro repeticcedilotildees
Aleacutem dos tratamentos acima foi realizada a incubaccedilatildeo com CaCO3 (reagente
pa) corretivo padratildeo para comparaccedilatildeo da eficiecircncia relativa na correccedilatildeo da acidez do
solo sendo este utilizado em cinco diferentes doses testemunha 50 100 150 e
200 em relaccedilatildeo agrave dose recomendada para a correccedilatildeo da acidez do solo para atingir
60 de saturaccedilatildeo por bases (Tabela 3)
34 Conduccedilatildeo do experimento
As parcelas experimentais constituiacuteram-se de recipientes plaacutesticos de 500 mL
nos quais foram adicionados 300 g de solo e as devidas quantidades dos corretivos que
posteriormente foram incubados em recipientes abertos por trinta e noventa dias em
laboratoacuterio sem exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo solar direta e a intensas variaccedilotildees de temperatura
(Figura 3 a b)
Durante o periacuteodo de incubaccedilatildeo os solos foram irrigados com aacutegua destilada
para a manutenccedilatildeo da umidade a 80 da capacidade de campo (Figura 3 c)
Apoacutes 30 e 90 dias de incubaccedilatildeo fraccedilotildees de 50 g de cada uma das amostras
foram retiradas e colocadas para secar ao ar (Figura 3 d)
18
(a) (b)
(c) (d)
Figura 3 Pesagem dos corretivos (a) adiccedilatildeo dos corretivos nos recipientes plaacutesticos
contendo as amostras dos solos (b) irrigaccedilatildeo das amostras dos solos (c) e incubaccedilatildeo em
laboratoacuterio por 30 e 90 dias (d)
35 Determinaccedilatildeo do pH do solo apoacutes a incubaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo da eficiecircncia relativa
Para a caracterizaccedilatildeo da correccedilatildeo da acidez do solo foi determinado o pH em
CaCl2 em cada unidade experimental Esta variaacutevel de cada fraccedilatildeo granulomeacutetrica dos
silicatos de caacutelcio foi confrontada com os valores obtidos atraveacutes da curva de incubaccedilatildeo
do CaCO3 (reagente pa)
A anaacutelise do pH foi realizada seguindo a metodologia descrita pelo Programa
Interlaboratorial de controle de qualidade de anaacutelise de solo (2005) em que se colocou
10 cm3 de TFSA num frasco de 50 mL e adicionou-se 25 mL de CaCl2 2H2O 001 M
(1469 g L-1) deixando em contato por quinze minutos Posteriormente agitou-se a
amostra em agitador horizontal por dez minutos a 200 rpm Apoacutes esta etapa a soluccedilatildeo
foi mantida em repouso por sessenta minutos Na sequecircncia sem agitar novamente a
amostra foi realizada a leitura em potenciocircmetro devidamente calibrado com soluccedilotildees-
padratildeo de pH 40 e 70
Os valores de pH obtidos por cada fraccedilatildeo granulomeacutetrica de cada um dos
corretivos foram confrontados com os valores de pH obtidos na curva de incubaccedilatildeo de
CaCO3 obtendo-se os valores de equivalente em CaCO3 aos 90 dias
19
Os valores de eficiecircncia relativa foram ajustados em relaccedilatildeo aos resultados
obtidos por cada corretivo na fraccedilatildeo granulomeacutetrica inferior agrave 03 mm (gt 50 mesh)
atribuindo-se a esta fraccedilatildeo mais fina o iacutendice de 100 seguindo a metodologia adotada
por Bellingieri (1983)
36 Avaliaccedilatildeo do teor de Si no solo apoacutes a incubaccedilatildeo
Para a avaliaccedilatildeo do teor de Si no solo disponibilizado por cada uma das fontes
nas fraccedilotildees granulomeacutetricas foram realizadas as anaacutelises no Laboratoacuterio de Anaacutelise de
Fertilizantes da Universidade Federal de Uberlacircndia utilizando o extrator cloreto de
caacutelcio 001 M de acordo com a metodologia descrita por Korndoumlrfer e colaboradores
(2004) em que apoacutes o contato de 10 g da amostra do solo com 100 mL da soluccedilatildeo
extratora os mesmos foram submetidos a um agitador horizontal orbital por 1 hora na
frequumlecircncia de 50 rpm Apoacutes este procedimento as amostras ficaram em repouso por 15
minutos para decantar e a suspensatildeo foi filtrada e ficando sob novo repouso por 12
horas Entatildeo pipetou-se 10 mL do extrato de cada amostra acrescentando-se 1 mL de
soluccedilatildeo sulfo-moliacutebdica Decorridos 10 minutos acrescentou-se 2 mL de soluccedilatildeo de
aacutecido tartaacuterico 200 mg L-1 e apoacutes 5 minutos adicionou-se 10 mL da soluccedilatildeo de aacutecido
ascoacuterbico Apoacutes 1 hora foi realizada a leitura em espectofotocircmetro UV-visiacutevel no
comprimento de onda de 660 nanocircmetros Em funccedilatildeo do fator de diluiccedilatildeo o valor de
leitura foi multiplicado por 10 para se chegar no teor de Si do solo em mg dm-3
37 Anaacutelise estatiacutestica
Os resultados referentes ao pH em CaCl2 encontrados em funccedilatildeo das doses de
CaCO3 foram submetidos agrave anaacutelise de variacircncia e posterior ajuste ao modelo de
regressatildeo mais adequado para cada solo dentro dos dois periacuteodos de incubaccedilatildeo
utilizando o software estatiacutestico Sisvar desenvolvido por Ferreira (1999)
Os dados referentes ao pH em CaCl2 e ao teor de Si no solo encontrados em
funccedilatildeo dos corretivos (silicatos e calcaacuterio) em cada fraccedilatildeo granulomeacutetrica foram
submetidos agrave anaacutelise de variacircncia e suas meacutedias foram comparadas pelo teste de Scott-
Knott (1974) a 5 de probabilidade quanto agrave variaccedilatildeo dos corretivos dentro de cada
fraccedilatildeo granulomeacutetrica e quanto agrave variaccedilatildeo das fraccedilotildees granulomeacutetricas dentro dos
corretivos
20
4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
41 Variaccedilotildees no pH aos 30 dias de incubaccedilatildeo
Em relaccedilatildeo agrave variaacutevel pH em CaCl2 houve efeito significativo das doses de
CaCO3 para os quatro solos analisados o que possibilitou o ajuste de modelos de
regressatildeo (Figura 4)
Para os valores de pH em CaCl2 em funccedilatildeo do corretivo e fraccedilatildeo granulomeacutetrica
utilizados a anaacutelise de variacircncia tambeacutem permitiu constatar efeito significativo
inclusive para a interaccedilatildeo entre estes fatores (Tabela 9) Em geral quanto menor a
fraccedilatildeo granulomeacutetrica maior o pH do solo resultado este que concorda com o trabalho
realizado anteriormente por Alcarde e colaboradores (1989)
Novais e colaboradores (1993) tambeacutem descreveram que a granulometria mais
fina das escoacuterias de siderurgia permitiu maior reatividade tanto em solos arenosos
quanto em solos argilosos
(a)
y = -03764x2 + 13644x + 49458
R2 = 099
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(b)
y = -07093x2 + 24251x + 50564
R2 = 097
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(c)
y = 0492x + 3941
R2 = 094
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(d)
y = -1075x2 + 37825x + 39585
R2 = 099
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalnete CaCO3
pH e
m C
aCl 2
Significativo a 5 de probabilidade pelo teste f Figura 4 Valores do pH em CaCl2 em funccedilatildeo da dose equivalente de CaCO3 aplicada ao solo apoacutes 30 dias de incubaccedilatildeo nos solos muito argiloso (a) argiloso (b) meacutedio (c) arenoso (d)
21
Para os solos muito argiloso argiloso e arenoso pode-se observar que com as
doses de CaCO3 dentro do limite de 0 a 200 em relaccedilatildeo agrave recomendaccedilatildeo para atingir
60 de saturaccedilatildeo por bases o pH em CaCl2 aumentou significativamente de maneira
quadraacutetica Entretanto observou-se para o solo de textura meacutedia um ajuste linear Este
efeito pode ser atribuiacutedo ao fato das doses do corretivo utilizado natildeo terem sido
suficientes para atingir a faixa de estabilidade
Atraveacutes da amplitude de variaccedilatildeo nos valores de pH em funccedilatildeo do acreacutescimo
nas doses de CaCO3 pode-se observar o maior efeito tampatildeo dos solos muito argiloso e
argiloso em relaccedilatildeo ao solo arenoso e de textura meacutedia informaccedilatildeo esta que corrobora
aos relatos de Furtini e colaboradores (2001) O poder tampatildeo do solo eacute a resistecircncia
que o solo oferece a mudanccedila de pH Sousa e colaboradores (2007) exemplificando a
proporcionalidade dos diferentes tipos de acidez do solo relatam que a quantidade de
calcaacuterio necessaacuteria para neutralizar a acidez ativa pode chegar a quatorze mil setecentos
e vinte e trecircs vezes menor do que o necessaacuterio para a correccedilatildeo da acidez potencial do
solo o que evidencia a importacircncia do conhecimento do poder tampatildeo do solo para se
determinar a dose do corretivo
Pode-se observar que os resultados de pH em CaCl2 em funccedilatildeo dos corretivos e
das fraccedilotildees granulomeacutetricas para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso
submetidos a 30 dias de incubaccedilatildeo ocorreram de forma que quanto menor a
granulometria do corretivo maior foi o aumento no valor de pH encontrado nos solos
(Tabela 9)
22
Tabela 9 Valores de pH em CaCl2 em funccedilatildeo do corretivo de solo utilizado na dose
referente agrave elevaccedilatildeo da saturaccedilatildeo por bases para 60 e da fraccedilatildeo granulomeacutetrica apoacutes
30 dias de incubaccedilatildeo para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso
Peneira ABNT (mesh) Corretivo
5 - 10 10 - 20 20 ndash 50 gt 50 Meacutedia Solo muito argiloso
Agrosiliacutecio 51
Ac
51
Ac
57
Ab
59
Aa
55 Silifeacutertil 49
Ad
53
Ac
56
Ab
60
Aa
54 Holcim 50
Ab
49
Bb
49
Cb
53
Ca
50 Calcaacuterio 49
Ac
50
Bc
54
Bb
57
Ba
53 Meacutedia 50
51
54
57
53 Solo argiloso
Agrosiliacutecio
51
Ac
53
Ac
61
Ab
65
Aa
57 Silifeacutertil 53
Ac
52
Ac
59
Ab
66
Aa
57 Holcim 51
Ab
51
Ab
51
Cb
55
Ba
52 Calcaacuterio 51
Ac
52
Ac
56
Bb
65
Aa
56
51
52
56
63
56 Solo meacutedio
Agrosiliacutecio
40
Ac
41
Ac
41
Ab
43
Aa
41 Silifeacutertil 40
Ab
40
Ab
41
Aa
42
Ca
41 Holcim 40
Ab
40
Ab
40
Bb
41
Ca
40 Calcaacuterio 40
Ab
41
Ab
41
Bb
42
Ba
41 Meacutedia 40
40
41
42
41 Solo arenoso
Agrosiliacutecio
40
Ac
43
Ac
55
Ab
63
Aa
50 Silifeacutertil 40
Ac
42
Ac
52
Bb
65
Aa
50 Holcim 40
Ab
41
Ab
42
Cb
50
Ba
43 Calcaacuterio 40
Ac
40
Ac
50
Bb
63
Aa
48 Meacutedia 40
42
49
60
48 Letras maiuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na coluna e letras minuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na linha (Scott-Knott a 5)
No solo muito argiloso o Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil proporcionaram a maior
elevaccedilatildeo do pH do solo em relaccedilatildeo aos demais corretivos em todas as faixas
granulomeacutetricas passantes na peneira de 10 mesh ou seja quando a granulometria foi
inferior a 2 mm em fraccedilotildees maiores que esta o efeito do corretivo foi muito pequeno
natildeo havendo diferenccedila entre os corretivos (Tabela 9)
Para os demais solos os corretivos natildeo apresentaram diferenccedilas quanto ao
aumento provocado no pH do solo quando aplicados em granulometria acima de 084
mm ou seja produtos retidos na peneira de 10 mesh Para as granulometrias mais finas
23
os corretivos apresentaram diferenccedilas no aumento do pH ficando os solos que
receberam o silicato Holcim com os menores valores
De maneira geral para as granulometrias mais finas inferior a 084 mm
(passantes na peneira de 20 mesh) o Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil proporcionaram os
maiores incrementos em pH exceto para o produto mais fino gt 50 mesh no solo de
textura meacutedia e para o produto de granulometria entre 03 e 084 mm (ABNT 20 ndash 50)
no solo arenoso em que o Agrosiliacutecio obteve os melhores resultados (Tabela 9)
42 Variaccedilotildees no pH equivalente em CaCO3 e eficiecircncia relativa dos corretivos aos
90 dias de incubaccedilatildeo
Houve efeito significativo das doses de CaCO3 nos valores de pH em CaCl2 para
os quatro solos analisados o que possibilitou o ajuste de modelos polinomiais (Figura
5)
(a)
y = -01466x2 + 09457x + 49792
R2 = 085
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(b)
y = -05821x2 + 21998x + 49789
R2 = 098
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(c)
y = 04565x + 39275
R2 = 091
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(d)
y = -0865x2 + 34185x + 39925
R2 = 098
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
Significativo a 5 de probabilidade pelo teste f
Figura 5 Valores do pH em CaCl2 em funccedilatildeo da dose equivalente de CaCO3 aplicada ao solo apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo nos solos muito argiloso (a) argiloso (b) meacutedio (c) arenoso (d)
24
Para os solos muito argiloso argiloso e arenoso (Figura 5 a b d) como era de
se esperar as doses de CaCO3 dentro do limite de 0 a 200 em relaccedilatildeo agrave
recomendaccedilatildeo aumentaram significativamente e de forma quadraacutetica o pH em CaCl2
Acompanhando a tendecircncia observada apoacutes 30 dias de incubaccedilatildeo para o solo de
textura meacutedia verificou-se um ajuste linear para o aumento do valor de pH em CaCl2
em funccedilatildeo de doses de CaCO3 Este efeito pode ser atribuiacutedo ao fato das doses do
corretivo utilizado natildeo terem sido suficientes para atingir a faixa de estabilidade
Para as variaccedilotildees de pH em CaCl2 em funccedilatildeo do corretivo e fraccedilatildeo
granulomeacutetrica utilizados tambeacutem houve efeito significativo inclusive para a interaccedilatildeo
entre estes fatores (Tabela 10)
25
Tabela 10 Valores de pH em CaCl2 em funccedilatildeo do corretivo de solo utilizado na dose
referente agrave elevaccedilatildeo da saturaccedilatildeo por bases para 60 e da fraccedilatildeo granulomeacutetrica apoacutes
90 dias de incubaccedilatildeo para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso
Peneira ABNT (mesh) Corretivo
5 - 10 10 - 20 20 ndash 50 gt 50 Meacutedia Solo muito argiloso
Agrosiliacutecio 50
Ad
52
Ac
56
Ab
57
Aa
54 Silifeacutertil 50
Ac
51
Ac
55
Ab
58
Aa
53 Holcim 49
Ab
48
Cb
48
Bb
53
Ba
50 Calcaacuterio 49
Ac
50
Bc
55
Ab
57
Aa
53 Meacutedia 50
50
53
56
52 Solo argiloso
Agrosiliacutecio 52
Ab
53
Ab
61
Aa
62
Aa
57 Silifeacutertil 49
Cd
53
Ac
58
Bb
63
Aa
56 Holcim 50
Bb
50
Bb
51
Db
55
Ca
51 Calcaacuterio 51
Bd
52
Ac
56
Cb
62
Ba
55 Meacutedia 50
52
56
60
55 Solo meacutedio
Agrosiliacutecio 40
Ad
41
Ac
42
Ab
43
Aa
42 Silifeacutertil 41
Ac
41
Ac
42
Ab
43
Aa
42 Holcim 41
Ab
41
Ab
41
Cb
41
Ba
41 Calcaacuterio 40
Ab
41
Ab
41
Bb
43
Aa
41 Meacutedia 40
41
41
42
41 Solo arenoso
Agrosiliacutecio
40
Ac
44
Ab
59
Aa
61
Aa
51 Silifeacutertil 40
Ac
43
Ac
55
Ab
64
Aa
51 Holcim 39
Ab
40
Ab
42
Bb
48
Ba
43 Calcaacuterio 40
Ac
42
Ac
55
Ab
63
Aa
50 Meacutedia 40
42
53
59
49 Letras maiuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na coluna e letras minuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na linha (Scott-Knott a 5)
No solo muito argiloso e no solo arenoso o Agrosiliacutecio o Silifeacutertil e o calcaacuterio
proporcionaram maior elevaccedilatildeo no pH do solo em relaccedilatildeo ao Holcim nos corretivos
com granulometria inferior a 084 mm passantes na peneira de 20 mesh Quando se
comparam estes resultados com os obtidos aos 30 dias de incubaccedilatildeo observa-se a
inclusatildeo do calcaacuterio entre os corretivos com melhores resultados de aumento de pH no
solo muito argiloso Este fato demonstrou que para este solo os silicatos Agrosiliacutecio e
Silifeacutertil tiveram uma maior dissociaccedilatildeo aos 30 dias fato este que foi compensado pelo
calcaacuterio entre 30 e 90 dias de incubaccedilatildeo (Tabela 10)
26
Os valores de pH do solo argiloso apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo demonstraram que
o Agrosiliacutecio proporcionou os maiores valores de pH em todas as fraccedilotildees
granulomeacutetricas ficando este em igualdade com o Silifeacutertil na granulometria inferior a
03 mm (gt 50 mesh) e entre 08 mm e 20 mm (10 a 20 mesh) sendo que nesta uacuteltima
fraccedilatildeo granulomeacutetrica o calcaacuterio tambeacutem se igualou aos dois corretivos acima
mencionados (Tabela 10)
No solo de textura meacutedia as diferenccedilas ocorreram apenas nas fraccedilotildees
granulomeacutetricas inferiores a 08 mm (peneira de 20 mesh) com melhores resultados
atribuiacutedos ao Agrosiliacutecio Silifeacutertil e ao calcaacuterio na fraccedilatildeo mais fina (gt 50 mesh) e ao
Agrosiliacutecio e ao Silifeacutertil na fraccedilatildeo compreendida entre 03 e 084 mm (20 a 50 mesh)
Para o solo arenoso o Agrosiliacutecio o Silifeacutertil e o calcaacuterio proporcionaram
maiores valores de pH nas fraccedilotildees granulomeacutetricas inferiores a 084 mm enquanto que
nas fraccedilotildees mais grossas todos os corretivos tiveram o mesmo comportamento
Para todos os solos utilizados no experimento verificou-se que quanto menor a
dimensatildeo das partiacuteculas maiores satildeo os incrementos gerados nos valores de pH em
CaCl2 (Tabela 10) resultado este que concorda com trabalhos realizados anteriormente
por Bellingieri e colaboradores (1989)
Nas comparaccedilotildees entre os resultados dos valores de pH das amostras de solo
apoacutes 30 e 90 dias de incubaccedilatildeo os resultados praticamente se equivalem demonstrando
que 30 dias de incubaccedilatildeo foi um periacuteodo suficiente para a accedilatildeo dos corretivos
Com base nos incrementos verificados no pH das amostras dos solos pelos
corretivos de acidez em cada fraccedilatildeo granulomeacutetrica em relaccedilatildeo agraves curvas de incubaccedilatildeo
com CaCO3 calculou-se os valores de equivalente em CaCO3 para cada corretivo
dentro de cada fraccedilatildeo granulomeacutetrica com 90 dias de incubaccedilatildeo (Tabela 11)
27
Tabela 11 Equivalente em CaCO3 dos corretivos de acidez de diferentes fraccedilotildees
granulomeacutetricas aos 90 dias de incubaccedilatildeo
Peneiras ABNT (mesh)
Corretivos
5 ndash 10 10 - 20 20 - 50 gt 50 Meacutedia
--------------------------------------- -----------------------------------------
Agrosiliacutecio 9
Ac
24
Ab
64
Aa
77
Aa
43
Silifeacutertil 9
Ac
19
Ac
52
Ab
87
Aa
42 Calcaacuterio 8
Ac
13
Ac
33
Bb
79
Aa
33 Holcim 7
Ab
7
Ab
10
Cb
33
Ba
14 Meacutedia 8
16
39
69
33 Letras maiuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na coluna e letras minuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na linha (Scott-Knott a 5)
Os resultados de equivalente em CaCO3 apresentados para 90 dias de incubaccedilatildeo
(Tabela 11) demonstraram grande variaccedilatildeo para este atributo entre os corretivos de
acidez o que evidencia que natildeo apenas a granulometria mas tambeacutem a origem dos
corretivos exerce grande influecircncia na velocidade de correccedilatildeo da acidez do solo
Para as fraccedilotildees granulomeacutetrica mais grossas (lt 10 e 10 a 20 mesh) pode-se
observar que natildeo houve diferenccedila entre os corretivos jaacute na fraccedilatildeo mais fina (gt 50) o
silicato Holcim proporcionou menores valores de equivalente em CaCO3 em relaccedilatildeo as
demais fontes Na fraccedilatildeo granulomeacutetrica entre 20 e 50 (Tabela 11) verificou-se
diferenccedilas entre o equivalente em CaCO3 de silicatos e do calcaacuterio o que demonstrou o
fato de estarmos neste caso subestimando a reatividade dos silicatos Pode-se observar
que natildeo houve diferenccedilas entre os resultados obtidos com a aplicaccedilatildeo dos silicatos
Agrosiliacutecio e Silifeacutertil portanto sugere-se a elaboraccedilatildeo de novos paracircmetros para a
avaliaccedilatildeo de silicatos com origem de aciaria
Seguindo os criteacuterios adotados por Bellingieri (1983) de ajustar a eficiecircncia dos
corretivos atribuindo valores de 100 para as partiacuteculas passantes na peneira 50 ABNT
(partiacuteculas inferiores a 03 mm) determinou-se a eficiecircncia relativa de cada uma das
fraccedilotildees granulomeacutetricas dos corretivos permitindo a adoccedilatildeo de novos criteacuterios de
reatividade para os silicatos (Tabela 12)
28
Tabela 12 Eficiecircncias relativas em relaccedilatildeo agrave fraccedilatildeo granulomeacutetrica inferior a 03 mm
(peneira 50 mesh) dos corretivos de acidez em diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas aos
90 dias de incubaccedilatildeo
Peneiras ABNT (mesh)
Corretivos 5 - 10 10 - 20 20 - 50 gt 50 Meacutedia
------------------------------ -------------------------------
Agrosiliacutecio 12 33 85 100 58
Silifeacutertil 9 25 65 100 50
Holcim 16 17 27 100 40
Calcaacuterio 9 18 63 100 48
Meacutedia 12 23 60 100
Propotildee-se a adequaccedilatildeo da equaccedilatildeo atualmente adotada para a determinaccedilatildeo da
eficiecircncia relativa (reatividade) de silicatos de origem de aciaria para uso como
corretivo de acidez em funccedilatildeo das diferenccedilas encontradas em eficiecircncia relativa
apresentadas na Tabela 12 entre os silicatos de origem de escoacuteria de aciaria
(Agrosiliacutecio e Silifeacutertil) em relaccedilatildeo ao calcaacuterio ficando a mesma da seguinte forma
RE = F10-20 x 03 + F20-50 x 075 + Fgt50 x 1
Onde
F10-20= percentual de produto que passa pela peneira nordm10 e fica retido na
peneira nordm20 F20-50 = percentual de produto que passa pela peneira nordm20 e fica retido
na peneira nordm50 e F-50 = percentual de produto que passa pela peneira nordm50
Os valores de eficiecircncia relativa 12 em meacutedia para a fraccedilatildeo granulomeacutetrica
mais grosseira pode estar associado agrave presenccedila de micropartiacuteculas (poacute) aderidas ao
redor das partiacuteculas mais grossas (Tabela 12) jaacute que a separaccedilatildeo granulomeacutetrica seguiu
o meacutetodo oficial de separaccedilatildeo em peneiras a seco
29
43 Teor de siliacutecio no solo apoacutes 30 dias de incubaccedilatildeo
De maneira geral pode-se observar que o Agrosiliacutecio proporcionou maiores
incrementos de Si no solo obtendo no solo argiloso quando aplicado na fraccedilatildeo
granulomeacutetrica mais fina incremento de 10 mg dm-3 (Tabela 13)
Tabela 13 Teor de Si no solo em funccedilatildeo da fraccedilatildeo granulomeacutetrica e do corretivo utilizado para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso apoacutes 30 dias de incubaccedilatildeo
Peneiras ABNT (mesh) Corretivos 5 - 10 10 - 20 20 ndash 50 gt 50 Meacutedia
-------------------------------- Si (mg kg-1) -------------------------------------
Solo muito argiloso
Agrosiliacutecio 7
Aa
8
Aa
9
Aa
8
Aa
8 Silifeacutertil 7
Aa
7
Aa
7
Ba
7
Aa
7 Holcim 6
Aa
6
Aa
6
Ba
6
Ba
6 Calcaacuterio 7
Aa
6
Aa
5
Ba
5
Ba
6 Meacutedia 6
7
7
6
6
Solo argiloso
Agrosiliacutecio 6
Ad
10
Ac
14
Ab
15
Aa
11 Silifeacutertil 7
Ac
6
Bc
10
Bb
12
Ba
9 Holcim 6
Ab
5
Bb
6
Cb
9
Ca
7 Calcaacuterio 5
Ba
5
Ba
4
Da
2
Db
4 Meacutedia 6
6
8
10
8
Solo meacutedio
Agrosiliacutecio 10
Aa
10
Aa
10
Aa
10
Aa
10 Silifeacutertil 9
Aa
9
Aa
10
Aa
10
Aa
9 Holcim 8
Ba
9
Aa
9
Ba
10
Aa
9 Calcaacuterio 9
Ba
9
Aa
9
Ba
8
Bb
9 Meacutedia 9
9
9
9
9
Solo arenoso
Agrosiliacutecio 4
Ab
5
Ab
8
Aa
9
Aa
6 Silifeacutertil 3
Ac
5
Ab
7
Aa
7
Ba
6 Holcim 3
Ab
4
Aa
4
Ba
6
Ca
4 Calcaacuterio 3
Aa
3
Ba
3
Ca
2
Da
3 Meacutedia 3
4
6
6
5 Letras maiuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na coluna e letras minuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na linha (Scott-Knott a 5)
No solo muito argiloso as fraccedilotildees mais grossas dos corretivos com partiacuteculas
superiores a 084 mm (lt 20 mesh) natildeo apresentaram diferenccedilas quanto ao fornecimento
30
de Si ao solo poreacutem quando se avaliaram as fraccedilotildees mais finas observou-se maiores
valores de Si para o Agrosiliacutecio na fraccedilatildeo de 03 a 084 mm (20 a 50 mesh) e para o
Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil quando o corretivo foi aplicado na granulometria inferior a 03
mm (gt 50 mesh) estes resultados tambeacutem se repetiram no solo arenoso (Tabela 13)
Para o solo argiloso o Agrosiliacutecio foi o silicato que promoveu maiores valores
de Si no solo quando tambeacutem se avaliaram as fraccedilotildees granulomeacutetricas inferiores a 20
mm (gt 10 mesh) apenas para a fraccedilatildeo mais grossa maior que 20 mm o Agrosiliacutecio o
Silifeacutertil e o Holcim natildeo diferiram estatisticamente variando apenas em relaccedilatildeo ao
calcaacuterio que eacute o uacutenico corretivo avaliado que natildeo apresenta Si em sua constituiccedilatildeo
No solo de textura meacutedia o Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil proporcionaram a mesma
eficiecircncia no fornecimento de Si para o solo (fraccedilotildees 20 a 50 mesh e lt 10 mesh) na
fraccedilatildeo mais fina (gt 50 mesh) os trecircs silicatos avaliados resultaram nos mesmos valores
de Si no solo deferindo apenas do calcaacuterio jaacute na fraccedilatildeo entre 10 a 20 mesh todos os
corretivos proporcionaram o mesmo resultado
De maneira geral a granulometria natildeo resultou em diferenccedilas no fornecimento
de Si pelos silicatos exceto no solo argiloso em que se observa que quanto menor a
granulometria maior foi o teor de Si no solo (Tabela 13)
Ao se avaliar os efeitos do calcaacuterio em relaccedilatildeo ao teor de Si no solo pode-se
observar que quanto menor a fraccedilatildeo granulomeacutetrica do calcaacuterio menores os teores de Si
no solo Este fato pode estar associado a maior alteraccedilatildeo causada no pH do solo pelas
fraccedilotildees mais finas do calcaacuterio reduzindo assim sua disponibilidade de Si corroborando
aos dados de McKeague e Cline (1963) em que o aumento de pH de 6 para 9 reduziu
de 36 para 6 mg dm-3 a concentraccedilatildeo de Si soluacutevel
44 Teor de siliacutecio no solo apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo
De maneira geral pode-se observar que o Agrosiliacutecio promoveu maior
incremento de Si no solo apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo exceto para a fraccedilatildeo
granulomeacutetrica entre 20 a 50 mesh e no solo de textura meacutedia em que o Silifeacutertil e o
Holcim obtiveram resultados semelhantes ao Agrosiliacutecio (Tabela 14)
Quanto agraves fraccedilotildees granulomeacutetricas observou-se que quanto menor a fraccedilatildeo
granulomeacutetrica independente do silicato maior foi o fornecimento de Si ao solo
seguindo a tendecircncia encontrada por Oliveira e colaboradores (1994) em que escoacuterias
31
de alto forno com partiacuteculas menores que 03 mm foram mais eficientes no
fornecimento de Ca e Mg para o solo quando comparadas as fraccedilotildees mais grosseiras
Tabela 14 Teor de Si no solo em funccedilatildeo da fraccedilatildeo granulomeacutetrica e do corretivo
utilizado para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso apoacutes 90 dias de
incubaccedilatildeo
Peneiras ABNT (mesh) Corretivos 5 - 10 10 - 20 20 - 50 gt 50 Meacutedia
-------------------------------- Si (mg kg-1) --------------------------------------
Solo muito argiloso Agrosiliacutecio 8
Ab
9
Aa
9
Aa
9
Aa
9 Silifeacutertil 6
Bb
7
Bb
7
Ba
8
Ba
7 Holcim 7
Bb
7
Bb
6
Cb
8
Ba
7 Calcaacuterio 6
Ba
6
Ba
5
Db
5
Cb
6 Meacutedia 7
7
7
7
7 Solo argiloso
Agrosiliacutecio 7
Ac
11
Ab
13
Aa
13
Aa
11 Silifeacutertil 5
Bc
7
Bb
9
Ba
9
Ba
8 Holcim 6
Bb
5
Cb
6
Cb
9
Ba
7 Calcaacuterio 4
Ca
4
Da
4
Da
3
Cb
4 Meacutedia 5
7
8
9
7 Solo meacutedio
Agrosiliacutecio 10
Aa
11
Aa
10
Aa
11
Aa
11 Silifeacutertil 10
Ba
10
Ba
10
Aa
10
Ba
10 Holcim 10
Bb
10
Bb
10
Ab
11
Aa
10 Calcaacuterio 9
Ba
10
Ba
9
Bb
8
Cc
9 Meacutedia 10
10
10
10
10 Solo arenoso
Agrosiliacutecio 4
Ac
6
Ab
7
Aa
7
Aa
6 Silifeacutertil 3
Bc
4
Bb
6
Ba
6
Ba
5 Holcim 3
Bc
3
Cb
4
Cb
5
Ca
4 Calcaacuterio 2
Ca
2
Da
2
Da
2
Da
2 Meacutedia 3
4
5
5
4 Letras maiuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na coluna e letras minuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na linha (Scott-Knott a 5)
Para todos os solos analisados observou-se a seguinte sequecircncia para o teor de
Si Agrosiliacutecio gt Silifeacutertil gt Holcim gt Calcaacuterio Fato este que acompanha a tendecircncia
observada na avaliaccedilatildeo da reatividade na correccedilatildeo da acidez do solo exceto para o
calcaacuterio por natildeo apresentar Si em sua constituiccedilatildeo
32
Korndoumlrfer e colaboradores (2004) apresentaram a solubilidade de diferentes
silicatos evidenciando que o Agrosiliacutecio (escoacuteria de aciaria) apresentou maiores valores
de solubilidade em relaccedilatildeo aos valores obtidos pela escoacuteria de alto forno como o
Holcim com valores de 43 e 7 respectivamente Estas diferenccedilas em solubilidade
explicam os valores encontrados tanto na avaliaccedilatildeo aos 30 como aos 90 dias de
incubaccedilatildeo
Pereira e colaboradores (2004) em trabalho para a avaliaccedilatildeo da eficiecircncia de
fontes de Si para a cultura do arroz encontraram que a fonte que proporcionou mais
extraccedilatildeo de Si para os gratildeos foi a escoacuteria oriunda da produccedilatildeo de accedilo inox dado que
corrobora os resultados encontrados neste trabalho em que o Agrosiliacutecio (escoacuteria de
aciaria) apresentou maior disponibilizaccedilatildeo de Si para o solo
Nas comparaccedilotildees entre os resultados do teor de Si no solo apoacutes 30 e 90 dias de
incubaccedilatildeo os resultados praticamente se equivalem demonstrando que 30 dias foi um
periacuteodo suficiente para que os silicatos fornecessem Si
Comparando o teor de Si antes da aplicaccedilatildeo dos corretivos com o teor de Si no
solo apoacutes a aplicaccedilatildeo dos corretivos e apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo verificou-se
expressivo acreacutescimo no teor Si no solo ocasionado pelos silicatos principalmente para
o Agrosiliacutecio que incrementou na meacutedia entre as fraccedilotildees granulomeacutetricas 2 6 1 e 3 mg
dm-3 de Si nos solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso respectivamente O
Silifeacutertil tambeacutem forneceu Si ao solo elevando em 1 4 0 e 3 mg dm-3 o teor de Si nos
solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso respectivamente Jaacute o Holcim
apresentou incrementos de 0 2 0 e 1 mg dm-3 respectivamente para os solos muito
argiloso argiloso meacutedio e arenoso
33
5 CONCLUSOtildeES
Os silicatos Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil proporcionam maiores valores de eficiecircncia
relativa na correccedilatildeo da acidez do solo em comparaccedilatildeo ao calcaacuterio e ao silicato Holcim
na fraccedilatildeo granulomeacutetrica entre 030 e 084 mm
Quanto menor a fraccedilatildeo granulomeacutetrica do silicato maior eacute a eficiecircncia relativa
na correccedilatildeo da acidez do solo e maior eacute o fornecimento de Si para o solo
O Agrosiliacutecio apresenta melhores resultados no fornecimento de Si ao solo
seguido do Silifeacutertil e do Holcim
O periacuteodo de 30 dias em condiccedilotildees de umidade mantida agrave 80 da capacidade
de campo eacute um periacuteodo suficiente para a correccedilatildeo da acidez do solo e fornecimento de
Si pelos silicatos ao solo
34
6 REFEREcircNCIAS
ALCARDE JC PAULINO VT DERNARDIN J S Avaliaccedilatildeo da reatividade de corretivos da acidez do solo Revista Brasileira de Ciecircncia do Solo Campinas v 13 p 387-392 1989
ALCARDE JC Corretivos de acidez dos solos caracteriacutesticas e interpretaccedilotildees teacutecnicas Satildeo Paulo ANDA 1992 24p (Boletim Teacutecnico 6)
ALCARDE JC RODELLA AA Avaliaccedilatildeo quiacutemica de corretivos de acidez para fins agriacutecolas uma nova proposiccedilatildeo Scientia Agriacutecola Piracicaba v 53 n 2 ndash 3 1996
ALVAREZ V VH RIBEIRO AC Calagem In RIBEIRO AC GUIMARAtildeES PTG GUIMARAtildeES PTG ALVAREZ V VH (Ed) Recomendaccedilotildees para o uso de corretivos e fertilizantes em Minas Gerais ndash 5ordf Aproximaccedilatildeo Viccedilosa CFSEMG 1999 p 43-60
ALVAREZ V VH Correlaccedilatildeo e calibraccedilatildeo de meacutetodos de anaacutelise de solos In ALVAREZ V VH FONTES LEF FONTES MPF (Ed) O solo nos grandes domiacutenios morfoclimaacuteticos do Brasil e o desenvolvimento sustentado Viccedilosa Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo 1996 p 615-646
ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DOS PRODUTORES DE CALCAacuteRIO Calcaacuterio agriacutecola ndash Brasil consumo aparente por estado (1992 ndash 2006) Disponiacutevel em lthttpwwwcalcario-rscombrgt Acesso em 25 de novembro de 2008
BALASTRA MLFC PEREZ CM JULIANO BO VILLAREAL P Effects of siacutelica level on some properties of Oriza sativa straw and hull Canadian Journal of Botany Ottawa v 67 p 2356-2363 1989
BARBOSA FILHO MP SNYDER G H PRABHU A S DATNOFF L E KORNDOumlRFER G H Importacircncia do siliacutecio para a cultura do arroz Informaccedilotildees agronocircmicas v 89 p 1-8 2000
BELLINGIERI PA Avaliaccedilatildeo em laboratoacuterio da eficiecircncia de diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas de calcaacuterios agriacutecolas 1983 99f Tese (Doutorado) ndash Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Universidade de Satildeo Paulo Piracicaba 1983
BELLINGIERI PA ALCARDE JC amp SOUZA ECA Avaliaccedilatildeo da qualidade de calcaacuterios agriacutecolas atraveacutes do PRNT Anais da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Piracicaba v 45 n 2 p 579-588 1988
BELLINGIERI PA ALCARDE JC SOUZA ECA de Eficiecircncia relativa de diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas de calcaacuterios na neutralizaccedilatildeo da acidez dos solos avaliada em laboratoacuterio Anais da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Piracicaba v46 n2 1989 p 303-317
35
BELLINGIERI PA SOUZA ECA ALCARDE JC SHIKASHO HW Importacircncia da reatividade do calcaacuterio sobre a produccedilatildeo e algumas caracteriacutesticas da soja Scientia Agricola Piracicaba v 49 p 61-71 1992
BRASIL MAPA Laboratoacuterio Nacional de Referecircncia Vegetal Anaacutelise de corretivos fertilizantes e inoculantes Brasiacutelia 1983 104p
BRUNAUER S EMMETT P H TELLER E Adsorption of gases in multimolecular layers In Journal of the American Chemical Society New York v 60 p 309-19 1938
CATANI RA ALONSO O Avaliaccedilatildeo e exigecircncia de calcaacuterio do solo Anais da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Piracicaba v 26 p 141-156 1969
CATE R Sugestotildees para adubaccedilatildeo com base na anaacutelise de solos Raleigh North Caroline State University 1965 16p
DAYANADAM P KAUFMAN PB FRANKLIN CL Detection of siacutelica in plants American Journal of Botany Columbus v 70 p 1079-1084 1983
DEFELIPO BV BRAGA JM SPIES C Comparaccedilatildeo entre meacutetodos de determinaccedilatildeo da necessidade de calcaacuterio de solos de Minas Gerais Experientiae v 13 p 111-136 1982
EMBRAPA C N P S Manual de meacutetodos de anaacutelise de solo Rio de Janeiro 1997 212p
EPSTEIN E Silicon Annu Rev Plant Physiol Plant Molec Biol Palo Alto v 50 1999 p 641 - 664
FERREIRA DF SISVAR versatildeo 43 (Build 41) Lavras UFLADEX 1999 4 disquetes
FURTINI NETO A VALE FR RESENDE A V GUILHERME L R G GUEDES G A A Fertilidade do solo Lavras UFLAFAEPE 2001 252p
GASCHO G J Silicon sources for agriculture In DATNOFF L E SNYDER G H KORNDOumlRFER G H (Ed) Silicon in agriculture Amsterdan Elsevier 2001 cap 12 p 197-207
KAMINSKI J RHEINHEIMER DS A acidez do solo e a nutriccedilatildeo mineral de plantas In KAMINSKI J (Ed) Uso de corretivos da acidez do solo no plantio direto Pelotas SBCSNRS 2000 cap2 p 21 - 39
KORNDOumlRFER G H Elementos beneacuteficos In FERNANDES M S Nutriccedilatildeo mineral de plantas Viccedilosa Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo 2006 432p
36
KORNDOumlRFER G H DATNOFF L E Adubaccedilatildeo com siliacutecio uma alternativa no controle de doenccedilas da cana-de-accediluacutecar e do arroz Informaccedilotildees Agronocircmicas Piracicaba v 70 p 1-5 1995
KORNDOumlRFER G H PEREIRA H S CAMARGO M S Silicatos de caacutelcio e magneacutesio na agricultura 3 ed Uberlacircndia 2004 28 p (Boletim Teacutecnico n1)
KORNDOumlRFER G H PEREIRA H S NOLLA A Anaacutelise de siliacutecio solo planta e fertilizante 1 ed Uberlacircndia 2004 50 p (Boletim Teacutecnico n2)
KORNDOumlRFER G H PEREIRA H S CAMARGO M S Silicatos de caacutelcio e magneacutesio na agricultura 2 ed Uberlacircndia 2003 15 p (Boletim Teacutecnico n1)
KORNDOumlRFER G H PEREIRA H S CAMARGO M S Papel do siliacutecio na produccedilatildeo de cana-de-accediluacutecar STAB v 21 n 2 2002 4 p
KORNDOumlRFER G H LEPSCH I Effect of silicon on plant growth and crop yeld In DATNOFF L E SNYDER G H KORNDOumlRFER G H (Ed) Silicon in agriculture Amsterdan Elsevier 2001 p 133 ndash 147
KURIHARA CH MAEDA S HERNANI LC SILVA WM Eficiecircncia relativa de fraccedilotildees granulomeacutetricas de calcaacuterios sul-mato-grossenses Pesquisa Agropecuaacuteria Brasileira Brasiacutelia v34 n 8 p 1443 - 1449 1999
LOPES A S SILVA MC GUILHERME L R G Acidez do solo e calagem 3 ed Satildeo Paulo ANDA 1990 22 p (Boletim Teacutecnico 1)
LOPES A S Manual de fertilidade do solo Satildeo Paulo ANDAPOTAFOacuteS 1989 153p
MA JF TAKAHASHI E Soil fertilizer and plant silicon research in Japan Amosterdan Elsevier Science 2002 281 p
MALAVOLTA E Manual de quiacutemica agriacutecola adubos e adubaccedilatildeo Satildeo Paulo Agronocircmica Ceres 1981 608 p
MARSCHNER H Mineral nutrition of higher plants 2 ed LondresAcademic Press 1995 889p
MCKEAGUE J A CLINE M G Silica in soils Advances in Agronomy New York v 15n 3 p 339-397 1963
MEURER E J Fundamentos de quiacutemica do solo 3 ed Porto Alegre Evangraf 2006 285p
MIYAKE Y TAKAHASHI E Effect of silicon on the growth of cucumber plant in soil culture Soil Science Plant Nutrition Tokyo v 29 p 463-471 1983
37
NOVAIS R F BARROS N F LEITE F P TEIXEIRA J L LEAL P G L Eficiecircncia agronocircmica de escoacuterias de siderurgia Pains Viccedilosa Universidade Federal de Viccedilosa 1993
OLIVEIRA AC HAHNE H BARROS NF MORAIS EJ Uso de escoacuteria de alto forno como fonte de nutrientes na adubaccedilatildeo florestal In GUERRINI IA BELLOTE AFJ BUumlLL LT (Ed) Seminaacuterio sobre uso de resiacuteduos florestais e urbanos em florestas Botucatu Fundaccedilatildeo de Estudos e Pesquisas Agriacutecolas e Florestais 1994 p 77-96
PEREIRA HS KORNDOumlRFER GH VIDAL AA CAMARGO MS Silicon sources for rice crop Scientia Agriacutecola Piracicaba v 61 p 522-528 2004
PLESE L P M Efeito da umidade do solo na reatividade das fraccedilotildees granulomeacutetricas de um calcaacuterio 2000 49f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) ndash Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Universidade de Satildeo Paulo Piracicaba 2000
PRADO R M FERNANDES F M NATALE W Uso de escoacuteria de siderurgia no Brasil estudos na cultura da cana-de-accediluacutecar Jaboticabal Funep 2001 67p
PROGRAMA INTERLABORATORIAL DE CONTROLE DE QUALIDADE DE ANAacuteLISE DE SOLO Manual do laboratorista 2005 33p
RAIJ BV Avaliaccedilatildeo da fertilidade do solo Piracicaba Associaccedilatildeo Brasileira para Pesquisa da Potassa e do Fosfato 1981 142p
RAIJ B V CANTARELLA H QUAGGIO J A FURLANI A M C Recomendaccedilatildeo de adubaccedilatildeo e calagem para o estado de Satildeo Paulo Campinas IAC 1996 285p (IAC Boletim 100)
SCOTT AJ KNOTT MA A cluster analysis method for grouping means in the analysis of variance Biometrics Washington v 30 n 2 1974 p 507-512
SHOEMAKER HE MCCLEAN E PRATT PF Buffer methods for determining lime requirements of soil with appreciable amounts of extractable aluminium Soil Sci Soc Am Proc Madison v 25 p 274-277 1961
SOUSA D M G MIRANDA L N OLIVEIRA S A Acidez do solo e sua correccedilatildeo In NOVAIS R F ALVAREZ V V H BARROS N F FONTES R L F CANTARUTTI R B NEVES J C L Fertilidade do solo Viccedilosa Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo 2007 p 205 ndash 274
SOUSA D M G LOBATO E Cerrado correccedilatildeo do solo e adubaccedilatildeo Brasiacutelia Embrapa Informaccedilatildeo Tecnoloacutegica 2004 416p
VERAS M C M VIEIRA W TEIXEIRA L S M ALCARDE J C OLIVEIRA L B Manual de meacutetodos analiacuteticos oficiais para fertilizantes minerais orgacircnicos organominerais e corretivos 1 ed Brasiacutelia MAPA 2007 v 1
38
WERNER D ROTH R Siacutelica metabolism In LAUCHILI A BIELESKI RL (Ed) Encyclopedia of plant physiology New Series Berlin Springer-Velag 1983 v 15B p 682-694
- Parte inicial dissertaccedilatildeopdf
- RESUMOpdf
- Corpo da dissertaccedilatildeopdf
-
Aos meus pais Ithamar e Marli agrave minha esposa Sycelle e agrave minha filha Sarah Dedico
AGRADECIMENTOS
Agradeccedilo a Deus pelo dom da vida
Aos meus pais Ithamar e Marli por todo amor incentivo confianccedila e
oportunidades que me deram
Agrave minha esposa Sycelle por todo o amor incentivo e sonhos partilhados
Agrave minha filha Sarah que estaacute a caminho e mesmo antes de nascer jaacute nos
transmite tanto amor
Ao meu orientador Prof Gaspar pela oportunidade de trabalharmos juntos pelo
conhecimento transferido e amizade formada
Aos membros da banca prof Dr Renato de Mello Prado prof Dr Carlos
Alexandre Costa Crusciol prof Dr Beno Wendling e profa Dra Regina Maria Quintatildeo
Lana pelos inuacutemeros ensinamentos conselhos e atenccedilatildeo para com este trabalho
Agraves minhas irmatildes Regiane e Fernanda pelo companheirismo e parceria
Agrave minha avoacute (Daisy) pelo constante exemplo de juventude e forccedila
Aos meus cunhados (Josiel Rafael Leandro e Sofia) pelo apoio
Agraves minhas sobrinhas (Ana Luiza Letiacutecia e Maria Clara) e ao meu sobrinho
(Enrico) pela alegria que nos passam em cada sorriso
Ao meu sogro Silas e minha sogra Ceacutelia por me incluiacuterem em suas famiacutelias
Aos meus familiares e amigos por todos os momentos que passamos juntos
Agrave Universidade Federal de Uberlacircndia e ao Instituto de Ciecircncias Agraacuterias por
permitirem a realizaccedilatildeo do mestrado conciliando com as atividades profissionais
Aos funcionaacuterios do Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Agronomia da UFU
Aparecida e Eduardo por toda a atenccedilatildeo e apoio
Ao Centro Universitaacuterio de Patos de Minas pelo apoio e ajuda nos custos de
viagem para Uberlacircndia
Aos engenheiros agrocircnomos Rafael Alves Pereira e Odinei Pires Cenci pelo
apoio imensuraacutevel na conduccedilatildeo deste trabalho
Ao Prof Carlos Henrique Eiterer de Sousa ao aluno Willian Lourenccedilatildeo e aos
demais membros da equipe da Central de Fertilidade do Solo
Aos estudantes do Grupo de Pesquisas em Siliacutecio e a equipe do Laboratoacuterio de
Fertilizantes da UFU na pessoa da Valeacuteria
Agrave Universidade Federal de Ouro Preto em particular ao Laboratoacuterio de
Hidrometalurgia e em especial ao Prof Verciani e ao Graciliano pela realizaccedilatildeo das
anaacutelises de superfiacutecie especiacutefica dos corretivos
Agrave Excell Minerais e agrave Holcim pela amostra do produto e constante auxiacutelio ao
Grupo de Pesquisa em Siliacutecio
Agrave FAPEMIG pelo apoio financeiro
Agrave Associaccedilatildeo para Pesquisas Agriacutecolas (APPA)
Agrave todos que direta ou indiretamente contribuiacuteram para este trabalho
BIOGRAFIA
Ithamar Prada Neto nasceu em Limeira SP em 21 de abril de 1981 filho de
Ithamar Luiz de Castro Prada e Marli Bernadete Francisco Prada
Iniciou no ano de 1999 o curso de Engenharia Agronocircmica na Escola Superior
de Agricultura ldquoLuiz de Queirozrdquo pertencente agrave Universidade de Satildeo Paulo
(ESALQUSP) onde teve a oportunidade de trabalhar com os professores Dr Durval
Dourado Neto e Dr Rubens Duarte Coelho e com o pesquisador Dr Edmilson
Ambrosano
Em 2003 em sua conclusatildeo de curso desempenhou estaacutegio profissionalizante
com vivecircncia em uma propriedade focada na produccedilatildeo de cana-de-accediluacutecar e na
reproduccedilatildeo de bovinos de corte da companhia CFM em Araccedilatuba sob a orientaccedilatildeo do
Prof Dr Luis Ignaacutecio Prochnow
No ano de 2006 ingressou no curso de especializaccedilatildeo em Fertilidade do Solo e
Nutriccedilatildeo de Plantas no Agronegoacutecio da Universidade Federal de Lavras (UFLA) o qual
concluiu em 2007 com a defesa da monografia intitulada ldquoViabilidade agronocircmica e
econocircmica de fosfatos naturais reativosrdquo sob a orientaccedilatildeo do Prof Dr Antonio Furtini
Neto
Ingressou no mestrado em Agronomia na aacuterea de concentraccedilatildeo em Solos na
Universidade Federal de Uberlacircndia (UFU) no ano de 2007 sob a orientaccedilatildeo do Prof
Dr Gaspar Henrique Korndoumlrfer
No acircmbito profissional foi trainee e posteriormente assessor agronocircmico da
Bunge Fertilizantes entre o final de 2003 ateacute o ano de 2006 atuando nos estados de
Minas Gerais Goiaacutes e Espiacuterito Santo Em 2006 iniciou carreira docente assumindo
disciplinas nas aacutereas de Fitotecnia Fertilidade do Solo e Nutriccedilatildeo de Plantas e
Produccedilatildeo e Tecnologia de Adubos para o curso de Agronomia da Faculdade de Ciecircncias
Agraacuterias do Centro Universitaacuterio de Patos de Minas (UNIPAM) onde atua ateacute o
presente momento
De novembro de 2006 a setembro de 2008 coordenou o curso de Agronomia do
UNIPAM
No final de 2008 apoacutes encerrar as atividades agrave frente do curso de Agronomia do
UNIPAM assumiu a aacuterea de desenvolvimento de tecnologias da Associaccedilatildeo para
Pesquisas Agriacutecolas (APPA)
SUMAacuteRIO
RESUMO i
ABSTRACT ii
1 INTRODUCcedilAtildeO 1
2 REVISAtildeO BIBLIOGRAFICA 3
21 Acidez do solo 3
22 Correccedilatildeo da acidez do solo 4
23 Caracteriacutesticas dos corretivos de acidez 5
24 Silicatos de caacutelcio 7
25 Efeitos do Si na agricultura 8
3 MATERIAL E MEacuteTODOS 10
31 Local do experimento 10
32 Solos utilizados nas unidades experimentais 10
33 Corretivos utilizados 12
34 Tratamentos e delineamento experimental 17
34 Conduccedilatildeo do experimento 17
35 Determinaccedilatildeo do pH do solo apoacutes a incubaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo da eficiecircncia
relativa 18
36 Avaliaccedilatildeo do teor de Si no solo apoacutes a incubaccedilatildeo 19
36 Anaacutelise estatiacutestica 19
4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 20
41 Variaccedilotildees no pH aos 30 dias de incubaccedilatildeo 20
42 Variaccedilotildees no pH equivalente CaCO3 e eficiecircncia relativa dos corretivos aos 90 dias
de incubaccedilatildeo 23
43 Teor de siliacutecio no solo apoacutes 30 dias de incubaccedilatildeo 28
54 Teor de siliacutecio no solo apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo 29
5 CONCLUSOtildeES 32
6 REFEREcircNCIAS 33
LISTA DE FIGURAS
Paacutegina 1 Mesa agitadora (a) e peneiras utilizadas para a separaccedilatildeo dos
corretivos nas diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas (b) 14
2 Ilustraccedilotildees dos processos laboratoriais para determinaccedilatildeo do PN em amostras dos materiais corretivos desde a pesagem (a) a fervura da soluccedilatildeo contendo a amostra do corretivo e HCl (b) a soluccedilatildeo transferida para balatildeo volumeacutetrico de 100 mL em descanso para decantaccedilatildeo (c) e a titulaccedilatildeo ateacute o aparecimento da coloraccedilatildeo rosada (d) 15
3
4
Pesagem dos corretivos (a) adiccedilatildeo dos corretivos nos recipientes plaacutesticos contendo as amostras dos solos (b) irrigaccedilatildeo das amostras dos solos (c) e incubaccedilatildeo em laboratoacuterio por 30 e 90 dias (d)
Valores do pH em CaCl2 em funccedilatildeo da dose equivalente de CaCO3
aplicada ao solo apoacutes 30 dias de incubaccedilatildeo nos solos muito argiloso (a) argiloso (b) meacutedio (c) arenoso (d)
18
20
5 Valores do pH em CaCl2 em funccedilatildeo da dose equivalente de CaCO3
aplicada ao solo apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo nos solos muito argiloso (a) argiloso (b) meacutedio (c) arenoso (d)
23
LISTA DE TABELAS
Paacutegina
1 Caracterizaccedilatildeo quiacutemica e fiacutesica dos solos utilizados no experimento 11 2 Densidade das amostras dos solos utilizados no experimento 12 3 Necessidade de calagem em equivalente de CaCO3 com 100 de PRNT
para amostras dos solos utilizados no experimento considerando as respectivas densidades das amostras dos solos 12
4 Teores de caacutelcio magneacutesio e siliacutecio dos corretivos utilizados 12 5 Superfiacutecie especifica e volume total de poros dos corretivos de acidez do
solo 13
6 Poder de neutralizaccedilatildeo dos materiais corretivos de acidez do solo utilizados no experimento 16
7 Quantidade de corretivo calculada para atingir 60 de saturaccedilatildeo por bases para cada um dos solos experimentais 16
8 Dose de Si fornecida por cada um dos silicatos em cada solo experimental 17
9 Valores de pH em CaCl2 em funccedilatildeo do corretivo de solo utilizado na dose referente agrave elevaccedilatildeo da saturaccedilatildeo por bases para 60 e da fraccedilatildeo granulomeacutetrica apoacutes 30 dias de incubaccedilatildeo para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso
22
10
Valores de pH em CaCl2 em funccedilatildeo do corretivo de solo utilizado na dose referente agrave elevaccedilatildeo da saturaccedilatildeo por bases para 60 e da fraccedilatildeo granulomeacutetrica apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso 24
11
Eficiecircncias relativas em relaccedilatildeo ao CaCO3 dos corretivos de acidez de diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas aos 90 dias de incubaccedilatildeo 26
12
Eficiecircncias relativas em relaccedilatildeo agrave fraccedilatildeo granulomeacutetrica inferior a 03 mm (peneira 50 ABNT) dos corretivos de acidez em diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas aos 90 dias de incubaccedilatildeo 27
13
Teor de Si no solo em funccedilatildeo da fraccedilatildeo granulomeacutetrica e do corretivo utilizado para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso apoacutes 30 dias de incubaccedilatildeo 28
14
Teor de Si no solo em funccedilatildeo da fraccedilatildeo granulomeacutetrica e do corretivo utilizado para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo
30
i
RESUMO
PRADA NETO ITHAMAR Eficiecircncia relativa de diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas de silicatos na correccedilatildeo da acidez do solo 2009 38f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em AgronomiaSolos) ndash Universidade Federal de Uberlacircndia Uberlacircndia1
Os silicatos satildeo produtos que podem ser utilizados natildeo apenas para o fornecimento de siliacutecio como tambeacutem para a correccedilatildeo da acidez do solo Nos corretivos agriacutecolas os principais fatores que devem ser avaliados satildeo o poder de neutralizaccedilatildeo e a reatividade que juntos compotildee o poder relativo de neutralizaccedilatildeo total fator determinante para a definiccedilatildeo da dose a ser empregada na agricultura Atualmente os silicatos estatildeo sendo avaliados quanto a sua capacidade de correccedilatildeo do solo com os mesmos criteacuterios utilizados para o calcaacuterio mesmo apresentando origens e processos de produccedilatildeo muito distintos Com o presente trabalho objetivou-se quantificar a reatividade para cada fraccedilatildeo granulomeacutetrica de diferentes silicatos O experimento foi desenvolvido no Centro Universitaacuterio de Patos de Minas em Patos de Minas MG utilizando-se trecircs silicatos (Agrosiliacutecio Silifeacutertil e Holcim) e um calcaacuterio comercial em quatro fraccedilotildees granulomeacutetricas separados pelas peneiras lt 10 mesh 10 a 20 mesh 20 a 50 mesh e gt 50 mesh em quatro solos com as seguintes classes granulomeacutetricas muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso com quatro repeticcedilotildees Os corretivos foram aplicados e misturados nos vasos contendo 300g de amostras de solos os quais foram submetidos agrave incubaccedilatildeo por trinta e noventa dias com solos mantidos a 80 da capacidade de campo Para a obtenccedilatildeo dos valores de equivalente em carbonato de caacutelcio foram submetidos tambeacutem a incubaccedilatildeo dos solos com carbonato de caacutelcio em doses crescentes Apoacutes os periacuteodos de incubaccedilatildeo foram realizadas anaacutelises de pH em CaCl2 e do teor de Si no solo em CaCl2 Os dados foram submetidos a anaacutelise de variacircncia e tiveram suas meacutedias comparadas pelo teste de Scott-Knott agrave 5 de probabilidade Os resultados obtidos mostraram que quanto menor a fraccedilatildeo granulomeacutetrica maior a eficiecircncia relativa dos corretivos (calcaacuterio e silicatos) na elevaccedilatildeo do pH do solo Quanto aos resultados dos corretivos os silicatos Agrosiliacutecio e Silifeacutertil se destacaram o que demonstrou que com os meacutetodos atualmente empregados estatildeo subestimando a reatividade destes produtos principalmente na fraccedilatildeo compreendida entre as peneiras de 20 e 50 mesh O Holcim se mostrou menos eficiente que o calcaacuterio quanto a correccedilatildeo da acidez do solo fato este que pode estar associado a alguma diferenccedila no processo de produccedilatildeo do produto em relaccedilatildeo aos demais silicatos Quanto ao fornecimento de siliacutecio para o solo a mesma tendecircncia foi mantida com superioridade para as fraccedilotildees granulomeacutetricas mais finas Desta forma novos paracircmetros precisam ser colocados em praacutetica para a determinaccedilatildeo da reatividade dos silicatos
Palavras-chave Escoacuteria de siderurgia Siliacutecio Corretivos agriacutecolas Fertilidade do solo
1 Orientador Prof Dr Gaspar Henrique Korndoumlrfer ndash UFU
ii
ABSTRACT
PRADA NETO ITHAMAR Relative efficiency of different size fractions of silicate in correcting the soil acidity 2009 38p Dissertation (Masters Degree in AgronomySoils Science) ndash Federal University of Uberlacircndia Uberlacircndia2
The silicates are products that might be used not just for silicon supply but also for correction of soil acidity The main factors that must be evaluated for agricultural correctives are neutralization power and reactivity which combined form the relative power of total neutralization a determinant factor for the definition of the dose to be used in agriculture Currently the silicates have been evaluated for their ability to correct the soil with the same criteria used for lime despite presenting very different origin and production processes This study quantified the reactivity for each size fraction of different silicates The experiment was conducted at the University of Patos de Minas in Patos de Minas MG using three silicates (Agrosiliacutecio Silifeacutertil and Holcim) and a commercial lime in four size fractions separated by sieves lt10 mesh 10 to 20 mesh 20 to 50 mesh and gt 50 mesh in four soils very clayey clayey loamy and sandy medium texture with four replications The correctives were applied and mixed in pots containing 300g of soil samples which were subjected to incubation for thirty to ninety days at 80 field capacity Soils that received calcium carbonate in increasing doses were also incubated to obtain the values of the equivalent in calcium carbonate After the incubation periods analyses of pH in CaCl2 and the Si content of the soil in CaCl2 were done Data were submitted to analysis of variance and means were compared by their Scott-Knott test at 5 probability The results showed that the smaller the fraction size the greater the relative efficiency of the corrective (lime and silicates) in raising the soil pH The results of the silicates Agrosiliacutecio and Silifeacutertil were outstanding showing that the methods currently employed are underestimating the reactivity of these products mainly in the fraction between 20 and 50 mesh Holcim was less efficient than lime in correcting soil acidity a fact that may be associated with differences in the production process in relation to the other silicates The same trend was maintained for silicon supply to the soil with superiority for the smaller size fractions Thus new parameters need to be put into practice for determining the reactivity of silicates
Keywords Silicate slag Silicon Agricultural correctives soil fertility
2 Supervisor Prof Dr Gaspar Henrique Korndoumlrfer ndash UFU
1
1 INTRODUCcedilAtildeO
A maioria dos solos brasileiros sobretudo aqueles sob vegetaccedilatildeo de cerrado
apresenta limitaccedilotildees quanto ao estabelecimento e desenvolvimento das principais
culturas em decorrecircncia dos efeitos da acidez do solo
Neste cenaacuterio a correccedilatildeo da acidez do solo se apresenta com papel fundamental
para a obtenccedilatildeo de resultados agronocircmicos e econocircmicos positivos na agricultura Nos
uacuteltimos anos o consumo brasileiro de calcaacuterio vem oscilando na ordem de 16 a 27
milhotildees de toneladas por ano segundo informaccedilotildees da Associaccedilatildeo Brasileira dos
Produtores de Calcaacuterio Agriacutecola (2008)
Natildeo apenas os calcaacuterios mas tambeacutem os silicatos apresentam bom potencial
para utilizaccedilatildeo como corretivos de acidez com o benefiacutecio de aleacutem de corrigir a acidez
do solo e fornecer caacutelcio e magneacutesio e tambeacutem o siliacutecio elemento que desperta grande
interesse da comunidade cientiacutefica e do setor agriacutecola atualmente por trazer uma seacuterie
de benefiacutecios para algumas culturas
Os principais paracircmetros que orientam o uso dos corretivos satildeo os valores de
poder de neutralizaccedilatildeo reatividade e poder relativo de neutralizaccedilatildeo total sendo este
uacuteltimo resultante da combinaccedilatildeo dos anteriores Tais paracircmetros satildeo fundamentais para
a definiccedilatildeo de doses eficiecircncia agrocircnomica e efeito residual
A avaliaccedilatildeo do poder de neutralizaccedilatildeo (PN) consiste na anaacutelise quiacutemica do poder
corretivo do material ou seja a capacidade do corretivo em neutralizar o hidrogecircnio
Esta avaliaccedilatildeo eacute feita atraveacutes da adiccedilatildeo de HCl em uma amostra de calcaacuterio e na
posterior identificaccedilatildeo na quantidade de HCl consumida o que reflete o poder de
neutralizaccedilatildeo do material
A reatividade (RE) se refere agrave velocidade de reaccedilatildeo do corretivo no solo e esta
velocidade de reaccedilatildeo estaacute associada com a superfiacutecie de contato do material Quando se
analisa a reatividade de um corretivo se considera apenas o tamanho de partiacuteculas
desconsiderando suas caracteriacutesticas intriacutensecas de superfiacutecie especiacutefica como a
porosidade e forma das partiacuteculas A porosidade e a forma das partiacuteculas diferem muito
em funccedilatildeo da origem do corretivo Os silicatos oriundos de escoacuterias de siderurgia
apresentam em geral e para um mesmo tamanho de partiacutecula uma superfiacutecie especiacutefica
e porosidade bem maiores do que as partiacuteculas de um corretivo oriundo de uma rocha
calcaacuteria
2
Estas caracteriacutesticas certamente podem afetar a reatividade de um corretivo e
atualmente satildeo totalmente ignoradas no meacutetodo de determinaccedilatildeo da reatividade Existe
a hipoacutetese de que a determinaccedilatildeo da reatividade de materiais silicatados oriundos de
escoacuterias esteja sendo subestimada quando comparada aos calcaacuterios em geral
Desta forma objetivou-se com o presente trabalho quantificar a eficiecircncia
relativa na correccedilatildeo da acidez do solo de fraccedilotildees granulomeacutetricas de silicatos em
comparaccedilatildeo ao calcaacuterio
3
2 REVISAtildeO BIBLIOGRAFICA
21 Acidez do solo
Segundo Lopes e colaboradores (1990) a grande maioria dos solos brasileiros
principalmente os solos sob vegetaccedilatildeo de cerrado apresentam elevada acidez o que
prejudica o bom desenvolvimento das plantas Sousa e colaboradores (2007) relatam
que tal efeito pode estar associado agrave presenccedila de Al e Mn em concentraccedilotildees toacutexicas e
aos baixos teores dos macronutrientes Ca e Mg
A acidificaccedilatildeo do solo eacute um processo natural e sua intensidade depende de
fatores intriacutensecos do solo e das perturbaccedilotildees a que o sistema eacute submetido
(KAMINSKI RHEINHEIMER 2000)
Os solos poderatildeo ser naturalmente aacutecidos quando a rocha de origem apresentar
baixos teores de bases ou entatildeo mesmo apresentando altos teores de bases quando este
solo for submetido a intenso processo pedogeneacutetico Neste uacuteltimo caso destaca-se a
situaccedilatildeo de precipitaccedilatildeo pluvial intensa ao longo dos anos promovendo lixiviaccedilatildeo de
bases permanecendo no complexo de troca predominantemente os caacutetions hidrogecircnio e
alumiacutenio (FURTINI NETO et al 2001)
Aleacutem dos processos pedogeneacuteticos outros fatores tambeacutem contribuem para a
acidificaccedilatildeo do solo como as reaccedilotildees de hidroacutelise que ocorrem nas soluccedilotildees dos solos
a decomposiccedilatildeo de resiacuteduos orgacircnicos pelos microorganismos a accedilatildeo do homem
atraveacutes de adubaccedilotildees e sistemas de produccedilatildeo adotados e a proacutepria absorccedilatildeo de
nutrientes (MEURER 2006)
A acidez ativa do solo eacute definida como todo o hidrogecircnio (H+) presente na
soluccedilatildeo medida pelo potencial hidrogecircnio iocircnico (pH) O pH pode ser determinado com
um potenciocircmetro utilizando-se dois meacutetodos principais no primeiro utiliza-se uma
suspensatildeo de terra em aacutegua e no segundo em CaCl2 a 001 M (PLESE 2000)
A concentraccedilatildeo de H+ na soluccedilatildeo do solo avaliada pelo pH natildeo eacute na maioria
dos casos fator limitante para o crescimento e desenvolvimento das plantas desde que
haja suprimento adequado dos nutrientes e ausecircncia de elementos em concentraccedilotildees
toacutexicas Entretanto essa situaccedilatildeo natildeo ocorre naturalmente nos solos pois em condiccedilotildees
aacutecidas podem ocorrer iacuteons como o Al3+ e Mn2+ em teores toacutexicos para as plantas
Outros aspectos importantes associados agrave elevada acidez satildeo a alteraccedilatildeo na
4
disponibilidade de nutrientes e a interferecircncia na atividade microbiana (SOUSA et al
2007)
22 Correccedilatildeo da acidez do solo
Em funccedilatildeo dos fatores negativos da acidez do solo para a produccedilatildeo agriacutecola
torna-se necessaacuteria a sua correccedilatildeo atraveacutes da calagem maneira mais faacutecil e econocircmica
para se corrigir a acidez do solo nos primeiros 20 cm deste Furtini Neto e
colaboradores (2001) destacam como principais benefiacutecios da calagem
Diminuiccedilatildeo da toxidez por Al3+ e Mn2+
Aumento da mineralizaccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica consequentemente aumentando
a disponibilidade de nutrientes principalmente nitrogecircnio enxofre foacutesforo e
boro
Aumento na disponibilidade de caacutelcio e magneacutesio por adiccedilatildeo direta ao solo
Aumento na disponibilidade de foacutesforo e molibdecircnio presentes em formas
fixadas e de menor disponibilidade no solo aacutecido
Aumento da fixaccedilatildeo natildeo-simbioacutetica e simbioacutetica de nitrogecircnio
Aumento da CTC do solo reduzindo os problemas de salinidade e de lixiviaccedilatildeo
de caacutetions
Aumento da eficiecircncia da adubaccedilatildeo
Aumento da preservaccedilatildeo de aacutereas de floresta ou de aacutereas menos vocacionadas
para a agricultura em face da necessidade de menor aacuterea para obter a mesma
produccedilatildeo
Segundo Sousa e Lobato (2004) para solos de Cerrado a produtividade de gratildeos
das culturas de sequeiro (soja milho trigo e feijatildeo) aumenta com a saturaccedilatildeo por bases
ateacute 40 estabiliza entre os valores de 40 a 60 e diminui quando a saturaccedilatildeo por
bases eacute maior que 60 Neste uacuteltimo caso o pH em aacutegua do solo estaraacute maior que 63
o que ocasiona a reduccedilatildeo na disponibilidade de zinco cobre ferro e manganecircs
Diversos satildeo os meacutetodos para a determinaccedilatildeo da necessidade de calagem sem
haver uma definiccedilatildeo clara sobre qual o melhor deles Fundamentalmente os caacutelculos
tem-se baseado nos seguintes meacutetodos meacutetodo da curva de incubaccedilatildeo de CaCO3
meacutetodo baseado no teor de alumiacutenio trocaacutevel (CATE 1965 CATANI ALONSO
1969) meacutetodo baseado no decreacutescimo de pH de soluccedilotildees-tampatildeo SMP (SHOEMAKER
5
et al 1961) meacutetodo baseado na saturaccedilatildeo por bases (RAIJ 1981) meacutetodo baseado no
pH e mateacuteria orgacircnica (DEFELIPO et al 1982 ALVAREZ V 1996) e meacutetodo para
neutralizar a acidez trocaacutevel e elevar os teores de Ca e Mg trocaacuteveis (ALVAREZ V
RIBEIRO 1999)
Independente do meacutetodo adotado eacute de extrema importacircncia que a determinaccedilatildeo
da necessidade de calagem seja adequada pois o excesso de aplicaccedilatildeo de um corretivo
pode trazer diversos impactos negativos como a induccedilatildeo a deficiecircncias de ferro e
manganecircs (LOPES 1989)
23 Caracteriacutesticas dos corretivos de acidez
Todo material utilizado para corrigir a acidez do solo conteacutem componentes
neutralizantes como carbonatos oacutexidos hidroacutexidos e silicatos Os componentes
neutralizantes nestes materiais natildeo satildeo os caacutetions Ca2+ e Mg2+ mas sim os acircnions CO3-2
OH- SiO32- (PLESE 2000)
A qualidade de um calcaacuterio eacute dada pela combinaccedilatildeo de seus atributos quiacutemicos e
fiacutesicos O atributo quiacutemico representado pelo poder de neutralizaccedilatildeo depende do tipo e
teor de neutralizantes no corretivo O fiacutesico representado pela eficiecircncia relativa
depende da natureza geoloacutegica da rocha calcaacuteria e do grau de moagem a que foi
submetida (KURIHARA et al 1999)
A avaliaccedilatildeo quiacutemica dos corretivos de acidez consta das seguintes
determinaccedilotildees poder de neutralizaccedilatildeo (PN) e teores de Ca e Mg (ALCARDE
RODELLA 1996)
A avaliaccedilatildeo fiacutesica dos corretivos de acidez eacute determinada pela sua composiccedilatildeo
granulomeacutetrica empregando-se as peneiras nordm 10 20 e 50 segundo a Associaccedilatildeo
Brasileira de Normas Teacutecnicas - ABNT Para cada uma das fraccedilotildees granulomeacutetricas
produto retido na peneira ABNT 10 produto passante na peneira ABNT 10 e retido na
peneira ABNT 20 produto passante na peneira ABNT 20 e retido na peneira ABNT 50
e produto passante na peneira ABNT 50 satildeo atribuiacutedos os seguintes valores de
reatividade 0 20 60 e 100 respectivamente A partir dos resultados da
composiccedilatildeo granulomeacutetrica calcula-se a reatividade (RE) ou eficiecircncia relativa (ER) do
calcaacuterio de acordo com a equaccedilatildeo abaixo (ALCARDE RODELLA 1996)
RE = F10-20 x 02 + F20-50 x 06 + Fgt50 x 1
6
Onde
F10-20= percentual de produto que passa pela peneira nordm10 e fica retido na peneira
nordm20 F20-50 = percentual de produto que passa pela peneira nordm20 e fica retido na
peneira nordm50 e Fgt50 = percentual de produto que passa pela peneira nordm50
Estes paracircmetros de reatividade satildeo adotados no Brasil de acordo com o que a
legislaccedilatildeo prevecirc para todos os corretivos independente de sua origem Segundo Prado e
colaboradores (2001) ainda natildeo existe uma legislaccedilatildeo especiacutefica para silicatos de
caacutelcio sendo estes incluiacutedos na legislaccedilatildeo de calcaacuterios com algumas adaptaccedilotildees
Alcarde e colaboradores (1989) avaliando a reatividade de calcaacuterios de
diferentes origens na correccedilatildeo da acidez do solo constataram eficiecircncia relativa acima
de 80 para partiacuteculas de tamanho inferior a 03 mm (peneira gt 50 ABNT) entre 39 e
65 para partiacuteculas entre 03 e 084 mm (produto passante na peneira 20 ABNT e retido
na peneira 50 ABNT) e eficiecircncia entre 6 e 27 para partiacuteculas entre 084 e 20 mm
(produto passante na peneira 10 ABNT e retido na peneira 20 ABNT)
Bellingieri (1983) avaliando a eficiecircncia de fraccedilotildees granulomeacutetricas de calcaacuterios
em laboratoacuterio em solos com controle de umidade em 30 encontrou valores de
eficiecircncia relativa de 74 376 767 e 100 respectivamente para corretivos nas
fraccedilotildees granulomeacutetricas passantes na peneira ABNT 5 e retiros na peneira ABNT 10
passantes na peneira 10 e retidos na peneira ABNT 30 passantes na peneira ABNT 30 e
retidos na peneira ABNT 50 e produtos passantes na peneira ABNT 50
Segundo Kurihara e colaboradores (1999) a origem da rocha calcaacuteria interfere
na ER do corretivo com destaque para os materiais de origem sedimentar que
apresentam elevada friabilidade possibilitando que torrotildees do material sejam facilmente
desagregados com pequena pressatildeo entre os dedos da matildeo de maneira que apoacutes sua
extraccedilatildeo da jazida esse calcaacuterio natildeo necessita passar por um processo de moagem como
os de natureza metamoacuterfica Entretanto ao se efetuar a anaacutelise granulomeacutetrica verifica-
se que estes torrotildees natildeo passam pelo conjunto de peneiras durante a agitaccedilatildeo mecacircnica
subestimando a real capacidade do material em se solubilizar no solo
Bellingieri e colaboradores (1992) avaliando a reatividade de um calcaacuterio
dolomiacutetico e calcaacuterio dolomiacutetico calcinado durante dois anos agriacutecolas relataram que o
calcaacuterio calcinado apresentou maior reatividade no primeiro ano agriacutecola bem como as
fraccedilotildees granulomeacutetricas mais finas proporcionaram maior reatividade no primeiro ano
do trabalho fato que foi amenizado no segundo ano agriacutecola em que a reatividade dos
7
calcaacuterios tenderam a se igualar e a granulometria mais grosseira tambeacutem compensou a
menor reatividade obtida no primeiro ano
Plese (2000) avaliando o efeito da umidade do solo entre o intervalo de 0 a 80
da capacidade de campo na reatividade das fraccedilotildees granulomeacutetricas de um calcaacuterio
observou que quanto mais altos os valores de umidade do solo mais favoraacutevel era para
a reaccedilatildeo do corretivo no solo Para solos mantidos a 80 da capacidade de campo a
frequecircncia de molhamento teve pouca influecircncia na reatividade
A combinaccedilatildeo das caracteriacutesticas quiacutemicas e fiacutesicas do corretivo
respectivamente PN expresso em equivalente de carbonato de caacutelcio e ER originam o
Poder Relativo de Neutralizaccedilatildeo Total (PRNT) variaacutevel esta utilizada para a definiccedilatildeo
da dose a ser utilizada (BELINGIERI et al 1988)
24 Silicatos de Caacutelcio
Segundo Prado e colaboradores (2001) para minimizar os problemas quiacutemicos
dos solos do Brasil uma maneira seria mediante a correccedilatildeo da acidez do solo pelo uso
de escoacuterias de siderurgia um resiacuteduo da induacutestria do accedilo e ferro-gusa constituiacutedo
quimicamente de silicato de caacutelcio (CaSiO3)
Segundo Malavolta (1981) de maneira simplificada a escoacuteria de siderurgia
pode ser definida como sendo obtida atraveacutes da siacutelica do mineacuterio de ferro que reage com
o caacutelcio do calcaacuterio em alto forno Este processo envolvendo altas temperaturas
seguindo de um raacutepido resfriamento difere do processo de produccedilatildeo de calcaacuterio
(moagem de rochas calcaacuterias) o que pode originar materiais de alta solubilidade
consequentemente elevando sua eficiecircncia relativa
Os silicatos de caacutelcio e magneacutesio apresentam como principais benefiacutecios o
aumento na disponibilidade do Si a elevaccedilatildeo do pH o aumento do Ca e Mg trocaacuteveis
no solo a reduccedilatildeo de toxicidade do Fe Mn e Al para as plantas e o aumento na
disponibilidade de P no solo (KORNDOumlRFER et al 2003)
Segundo Alcarde (1992) a accedilatildeo neutralizante dos silicatos de caacutelcio e magneacutesio
no solo pode ser explicada com as seguintes equaccedilotildees
Ca(Mg)SiO3 + H2O
Ca+2(Mg+2) + SiO3-2
SiO3-2 + H2O HSiO3
- + OH-
HSiO3- + H2O H2SiO3 + OH-
H2SiO3 + H2O H4SiO4
8
Dentre os silicatos as fontes mais abundantes e baratas satildeo as escoacuterias
sideruacutergicas originadas do processamento em altas temperaturas geralmente acima de
1400 ordmC da reaccedilatildeo do calcaacuterio com a siacutelica presente no mineacuterio de ferro
(KORNDOumlRFER et al 2003)
As principais caracteriacutesticas que devem ser avaliadas na escolha de uma fonte de
siliacutecio para a agricultura satildeo solubilidade disponibilidade as propriedades fiacutesicas a
concentraccedilatildeo de elementos contaminantes e a relaccedilatildeo custo benefiacutecio (GASCHO
2001)
25 Efeitos do Si na agricultura
A utilizaccedilatildeo de macronutrientes nitrogecircnio (N) foacutesforo (P) potaacutessio (K) caacutelcio
(Ca) magneacutesio (Mg) e enxofre (S) e de micronutrientes boro (B) cloro (Cl) cobre
(Cu) ferro (Fe) manganecircs (Mn) molibdecircnio (Mo) niacutequel (Ni) e zinco (Zn) eacute
considerada como essencial para se alcanccedilar resultados satisfatoacuterios na produccedilatildeo
agriacutecola Poreacutem em determinadas condiccedilotildees de solo e cultivo existem elementos
chamados de natildeo-essenciais como o siliacutecio (Si) que pode promover diversos processos
fisioloacutegicos desejaacuteveis para as plantas e por consequecircncia aumentar a produtividade
(KORNDOumlRFER LEPSCH 2001)
A comprovaccedilatildeo da essencialidade do siliacutecio eacute muito difiacutecil de ser obtida devido
a sua abundacircncia na biosfera Estaacute presente em quantidades significativas mesmo em
sais aacutegua e ar (WERNER ROTH 1983)
As plantas absorvem siliacutecio diretamente da soluccedilatildeo do solo sendo este
transportado ateacute as raiacutezes principalmente via fluxo de massa (DAYANADAM et al
1983)
Balastra e colaboradores (1989) relatam que o Si apoacutes absorvido eacute transportado
pelo xilema e depositado na parede celular na forma de siacutelica amorfa hidratada ou opala
biogecircnica (SiO2nH2O) Uma vez alocado o Si torna-se imoacutevel e natildeo mais se redistribui
na planta
Marschner (1995) classifica as plantas de acordo com o seu teor de SiO2 na
mateacuteria seca da parte aeacuterea em trecircs grupos I ) acumuladoras com teores de Si de 10 a
15 II) intermediaacuterias com teores de Si de 1 a 3 III) natildeo acumuladoras com teores
na ordem de 05 Myake e Takahashi (1983) relatam que as gramiacuteneas satildeo
9
acumuladoras tiacutepicas reduzindo de forma raacutepida a concentraccedilatildeo de Si na soluccedilatildeo do
solo
Entre as plantas que mais extraem Si destacam-se o arroz e a cana-de-accediluacutecar
Ma e Takahashi (2002) relatam que as plantas de arroz possuem mecanismos
especiacuteficos de absorccedilatildeo de Si em que as proteiacutenas de membranas satildeo produzidas por
expressatildeo do gene especiacutefico Uma seacuterie de autores demonstram que o siliacutecio reduz a
severidade de vaacuterias doenccedilas de importacircncia econocircmica na cultura do arroz tais como a
brusone mancha parda escaldadura entre outras (KORNDOumlRFER DATNOFF 1995)
Natildeo apenas na reduccedilatildeo da severidade de doenccedilas como tambeacutem na reduccedilatildeo do
ataque de pragas pode-se observar grandes efeitos da aplicaccedilatildeo de Si Yoshida (1975)
citado por Barbosa Filho e colaboradores (2000) relata que a silicificaccedilatildeo da epiderme
previne a penetraccedilatildeo e a mastigaccedilatildeo pelos insetos porque as ceacutelulas ficam mais
endurecidas Segundo revisatildeo feita pelos mesmos autores diversos insetos sofreram
impactos com a aplicaccedilatildeo de Si como larvas da broca de colo trips e cigarrinha parda
que respectivamente tiveram mandiacutebulas danificadas inibiccedilatildeo na atividade e reduccedilatildeo
da populaccedilatildeo
O siliacutecio aparece na cana-de-accediluacutecar em altas concentraccedilotildees podendo variar
desde 014 em folhas jovens ateacute 67 nos colmos e folhas velhas No Havaiacute as folhas
contendo menos de 05 de siliacutecio satildeo frequentemente afetadas por um sintoma
denominado freckling A causa deste sintoma eacute ainda bastante controvertida poreacutem a
maioria dos pesquisadores atribuem agrave falta de Si e a desequiliacutebrios nutricionais O
aparecimento da ferrugem na cana-de-accediluacutecar (Puccinia melanocephala) pode estar
relacionado com o referido sintoma O sintoma eacute mais severo nas folhas mais velhas e a
aacuterea fotossinteacutetica eacute normalmente fortemente atingida (KORNDOumlRFER DATNOFF
1995)
Natildeo apenas em relaccedilatildeo aos fitopatoacutegenos mas quanto ao ataque de pragas
principalmente a broca do colmo e cigarrinha poderiam ser diminuiacutedas nas cultivares
acumuladoras de Si Outros efeitos do Si na cana-de-accediluacutecar estatildeo relacionados agrave maior
resistecircncia ao acamamento e alteraccedilotildees na arquitetura da planta deixando as folhas mais
eretas e em consequecircncia disso mais eficientes quanto agrave capacidade de aproveitamento
da luz solar e de realizaccedilatildeo da fotossiacutentese (KORNDOumlRFER et al 2002)
10
3 MATERIAL E MEacuteTODOS
31 Local do experimento
O experimento foi desenvolvido na Central de Fertilidade do Solo da
Faculdade de Ciecircncias Agraacuterias do Centro Universitaacuterio de Patos de Minas (UNIPAM)
no municiacutepio de Patos de Minas ndash MG onde os solos foram armazenados durante o
periacuteodo de incubaccedilatildeo de 30 e 90 dias de 8 de julho agrave 6 de outubro de 2008
32 Solos utilizados nas unidades experimentais
O experimento foi realizado em quatro classes de solo de diferentes texturas
sendo arenoso meacutedio argiloso e muito argiloso Os solos foram coletados do horizonte
B para natildeo haver interferecircncia da mateacuteria orgacircnica e posteriormente foram secos ao ar
ateacute atingirem massa constante Em seguida peneirados em malha de 2 mm e realizada a
anaacutelise quiacutemica e fiacutesica seguindo a metodologia descrita pelo Programa
Interlaboratorial de controle de qualidade de anaacutelise de solo (2005) exceto para o teor
de Si no solo que seguiu a metodologia descrita por Korndoumlrfer et al (2004) Os
resultados satildeo apresentados na Tabela 1
11
Tabela 1 Caracterizaccedilatildeo quiacutemica e fiacutesica dos solos utilizados no experimento
SOLOS Atributo Unidade Muito
argiloso Argiloso Meacutedio Arenoso
Latossolo Vermelho Acifeacuterrico
Tiacutepico
Latossolo Vermelho Perfeacuterrico
Tiacutepico
Latossolo Vermelho
Distrofeacuterrico Tiacutepico
Latossolo Amarelo
Distroacutefico Psamiacutetico
Si mg dm-3 59 50 87 29
P (Mehlich 1) mg dm-3 00 07 10 01
K mg dm-3 364 40 226 89
Ca cmolc dm-3
02 02 04 02
Mg cmolc dm-3
06 02 05 01
H + Al cmolc dm-3
37 60 39 34
pH (em H2O)
51 53 47 45
Al cmolc dm-3
01 01 04 05
CTC (e) cmolc dm-3
09 05 14 08
CTC (T) cmolc dm-3
46 64 49 37
SB cmolc dm-3
08 04 10 03
V 185 64 200 82
Cu mg dm-3 02 13 09 03
Zn mg dm-3 01 01 01 01
Argila 74 45 30 14
Silte 12 36 16 1
Areia 14 19 54 85
Metodologia P K Cu Zn (Mehlich 1 HCl 005 M + H2SO4 00125 M) Ca Mg Al (KCl 1 M) H+Al (soluccedilatildeo tampatildeo ndash SMP a pH 75) pH (em aacutegua) anaacutelise textural (meacutetodo da pipeta)
Realizou-se a determinaccedilatildeo da densidade das amostras dos quatro solos (Tabela
2) pelo meacutetodo da proveta descrita pela Embrapa (1997) Este meacutetodo eacute uma
alternativa para experimentos em vasos onde amostras de solo satildeo desagregadas para
preencher os vasos compondo a unidade experimental
12
Tabela 2 Densidade das amostras dos solos utilizados no experimento
Solos Densidade
g cm-3
Muito Argiloso 096
Argiloso 130
Meacutedio 125
Arenoso 135
Com os resultados da anaacutelise quiacutemica dos solos foi determinada a necessidade
de calagem pelo meacutetodo da saturaccedilatildeo por bases descrito por Raij e colaboradores
(1996) com o objetivo de elevaacute-la agrave 60 (Tabela 3)
Tabela 3 Necessidade de calagem em equivalente de CaCO3 com 100 de PRNT para amostras dos solos utilizados no experimento considerando as respectivas densidades das amostras dos solos
Solos Unidade
Muito Argiloso Argiloso Meacutedio Arenoso
Mg ha-1 189 343 056 191
mg vaso-1 27114 66795 10587 38735
33 Corretivos utilizados
Foram utilizadas trecircs fontes de silicatos originados de diferentes escoacuterias de
siderurgia sendo estes Agrosiliacutecio Silifeacutertil e Holcim por serem os mais
representativos quanto ao uso na agricultura como corretivos agriacutecolas Estes foram
comparados com um calcaacuterio comercial de origem sedimentar e com o carbonato de
caacutelcio pa padratildeo para estudos de eficiecircncia relativa de corretivos (Tabela 4)
Tabela 4 Teores de caacutelcio magneacutesio e siliacutecio dos corretivos utilizados
Corretivo CaO () MgO () SiO2 ()
Agrosiliacutecio 39 10 23
Silifeacutertil 38 8 22
Holcim 25 7 43
Calcaacuterio 30 20 0
Carbonato de caacutelcio 56 0 0
13
Para a caracterizaccedilatildeo dos corretivos quanto a sua superfiacutecie especiacutefica foi
realizada a anaacutelise da superfiacutecie especiacutefica pela equipe do Laboratoacuterio de
Hidrometalurgia da Universidade Federal de Ouro Preto utilizando-se o meacutetodo de
determinaccedilatildeo por gases descrito por Brunauer e colaboradores (1938) (Tabela 5)
Tabela 5 Superfiacutecie especifica e volume total de poros dos corretivos de acidez do solo
Corretivo Superfiacutecie Especiacutefica Volume total de poros
m2 g-1 cm3 g-1
Agrosiliacutecio 1175 00482
Silifeacutertil 066 00023
Holcim 038 00006
Calcaacuterio 091 00039
Fonte Universidade Federal de Ouro Preto (Laboratoacuterio de Hidrometalurgia)
Todos os corretivos foram submetidos agrave uniformizaccedilatildeo de umidade atraveacutes de
secagem em estufa com circulaccedilatildeo forccedilada de ar a 105 ordmC por um periacuteodo de setenta e
duas horas
Apoacutes esta etapa os silicatos foram submetidos agrave separaccedilatildeo nas seguintes
fraccedilotildees granulomeacutetricas atraveacutes de agitador mecacircnico por 5 minutos seguindo a
metodologia oficial (Veras et al 2007) fracionando os corretivos nas seguintes classes
partiacuteculas maiores que 200 mm (fraccedilatildeo do corretivo retido na peneira ABNT 10 ndash 10
mesh) partiacuteculas entre 084 e 200 mm (fraccedilatildeo do corretivo passante na peneira ABNT
10 e retido na peneira ABNT 20 ndash 20 mesh) partiacuteculas entre 030 e 084 (fraccedilatildeo do
corretivo passante na peneira ABNT 20 e retido na peneira ABNT 50 ndash 50 mesh) e
partiacuteculas com dimensatildeo inferior agrave 030 mm (fraccedilatildeo do corretivo passante na peneira
ABNT 50) (Figura 1)
14
(a) (b)
Figura 1 Mesa agitadora (a) e peneiras utilizadas para a separaccedilatildeo dos corretivos nas diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas (b)
A definiccedilatildeo das fraccedilotildees granulomeacutetricas avaliadas acompanhou os criteacuterios
atualmente adotados na legislaccedilatildeo para calcaacuterio aleacutem do fato de natildeo se justificar o uso
de silicatos em fraccedilatildeo granulomeacutetrica mais fina do que as jaacute comumente utilizadas para
calcaacuterio em funccedilatildeo da maior abrasividade das escoacuterias de siderurgia (PRADO et al
2001) o que tecnicamente dificulta a accedilatildeo dos moinhos brasileiros tornando a moagem
para a obtenccedilatildeo de partiacuteculas muito finas economicamente inviaacutevel
Apoacutes a separaccedilatildeo das fraccedilotildees granulomeacutetricas os corretivos foram submetidos
agrave determinaccedilatildeo do poder de neutralizaccedilatildeo (PN) pelo meacutetodo da titulaccedilatildeo que consiste
em colocar em contato uma massa conhecida do corretivo com uma quantidade
conhecida e em excesso de aacutecido padronizado fazendo com que o corretivo neutralize
uma parte do aacutecido O excesso de aacutecido eacute quantificado por alcalimetria obtendo-se
indiretamente a quantidade de aacutecido que foi neutralizado pelo corretivo seguindo o
procedimento descrito a seguir (BRASIL 1983)
Pesou-se 1000 g da amostra secada moiacuteda e passada em peneira de 03 mm
dos corretivos (Figura 2 a) e transferiu-se o material para erlenmeyer de 250 mL no
qual adicionou-se 50 mL da soluccedilatildeo de HCl 05 M padronizada O erlenmeyer foi
coberto com vidro de reloacutegio e a soluccedilatildeo foi fervida suavemente por 5 minutos (Figura
2 b) Apoacutes esta etapa a soluccedilatildeo foi esfriada transferida para balatildeo de 100 mL que teve
seu volume completado com aacutegua destilada e deixou-se decantar (Figura 2 c) Pipetou-
se 50 mL da soluccedilatildeo que foi transferida para erlenmeyer de 125 mL no qual se
acrescentou trecircs gotas de soluccedilatildeo de fenolftaleina (indicador) A soluccedilatildeo aacutecida foi
titulada com soluccedilatildeo padronizada de NaOH 025 M ateacute o aparecimento de uma leve cor
rosada do indicador (Figura 2 d) anotou-se o volume gasto e a partir deste valor
15
calculou-se o poder de neutralizaccedilatildeo do corretivo em de CaCO3 equivalente pela
expressatildeo
PN = 10 (25M1-V2M2) onde G
M1 = concentraccedilatildeo molar da soluccedilatildeo de HCl
V2 = volume em mL da soluccedilatildeo de NaOH gasto na titulaccedilatildeo
M2 = concentraccedilatildeo molar da soluccedilatildeo de NaOH
G = massa inicial da amostra em gramas
(a) (b)
(c) (d)
Figura 2 Ilustraccedilotildees dos processos laboratoriais para determinaccedilatildeo do PN em amostras
dos materiais corretivos desde a pesagem (a) a fervura da soluccedilatildeo contendo a amostra
do corretivo e HCl (b) a soluccedilatildeo transferida para balatildeo volumeacutetrico de 100 mL em
descanso para decantaccedilatildeo (c) e a titulaccedilatildeo ateacute o aparecimento da coloraccedilatildeo rosada (d)
Para os silicatos em funccedilatildeo de sua constituiccedilatildeo quiacutemica a visualizaccedilatildeo da
coloraccedilatildeo rosada foi dificultada pelo escurecimento da soluccedilatildeo (coloraccedilatildeo esverdeada)
sendo necessaacuteria a utilizaccedilatildeo do meacutetodo potenciomeacutetrico em que o excesso de HCl da
soluccedilatildeo eacute neutralizado por NaOH ateacute atingir pH 70
Foram encontrados valores distintos de poder de neutralizaccedilatildeo para cada um dos
corretivos (Tabela 6)
16
Tabela 6 Poder de neutralizaccedilatildeo dos materiais corretivos de acidez do solo utilizados
no experimento
Corretivos Poder de Neutralizaccedilatildeo ()
Agrosiliacutecio 859
Silifeacutertil 778
Holcim 740
Calcaacuterio 1131
CaCO3 1041
Com base nos valores do poder de neutralizaccedilatildeo encontrados para cada um dos
corretivos e de acordo com as necessidades de calagem encontrados para cada solo
foram calculadas as doses de cada corretivo a serem aplicadas nos vasos preenchidos
com 300 g de amostras dos solos (Tabela 7)
Tabela 7 Quantidade de corretivo calculada para atingir 60 de saturaccedilatildeo por bases
para cada um dos solos experimentais
SOLOS
Corretivos
Muito Argiloso
Argiloso Meacutedia Arenoso
---------------------------------- mg por vaso ------------------------------------
Agrosiliacutecio 3189 7775 1232 4509
Silifeacutertil 3487 8589 1361 4981
Holcim 3666 9031 1431 5239
Calcaacuterio 2397 5906 936 3425
CaCO3 2605 6416 1012 3721
Em funccedilatildeo da dose dos corretivos utilizados em cada solo (Tabela 5) e da
concentraccedilatildeo de SiO2 em cada um dos silicatos foram calculadas as doses de Si
fornecidas por cada silicato para o respectivo solo (Tabela 8)
17
Tabela 8 Dose de Si fornecida por cada um dos silicatos em cada solo experimental SOLOS
Corretivos Concentraccedilatildeo
de Si Muito Argiloso
Argiloso Meacutedia Arenoso
--------------------------- mg por vaso -----------------------
Agrosiliacutecio
107 341 832 132 482
Silifeacutertil 103 359 885 140 513 Holcim 203 744 1833 290 1064
34 Tratamentos e delineamento experimental
Foram conduzidos quatro experimentos sendo cada um em uma classe
textural de solo em delineamento inteiramente casualizado A anaacutelise de variacircncia foi
baseada num arranjo fatorial 4x4 com quatro corretivos de acidez (trecircs silicatos de
caacutelcio Agrosiliacutecio Silifeacutertil e Holcim e um calcaacuterio) e quatro fraccedilotildees granulomeacutetricas
(entre 5 e 10 mesh partiacuteculas entre 2 e 4 mm entre 10 e 20 mesh partiacuteculas entre 084
e 2 mm entre 20 e 50 mesh partiacuteculas entre 03 e 084 mm e maior que 50 mesh
partiacuteculas menores que 03 mm) com quatro repeticcedilotildees
Aleacutem dos tratamentos acima foi realizada a incubaccedilatildeo com CaCO3 (reagente
pa) corretivo padratildeo para comparaccedilatildeo da eficiecircncia relativa na correccedilatildeo da acidez do
solo sendo este utilizado em cinco diferentes doses testemunha 50 100 150 e
200 em relaccedilatildeo agrave dose recomendada para a correccedilatildeo da acidez do solo para atingir
60 de saturaccedilatildeo por bases (Tabela 3)
34 Conduccedilatildeo do experimento
As parcelas experimentais constituiacuteram-se de recipientes plaacutesticos de 500 mL
nos quais foram adicionados 300 g de solo e as devidas quantidades dos corretivos que
posteriormente foram incubados em recipientes abertos por trinta e noventa dias em
laboratoacuterio sem exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo solar direta e a intensas variaccedilotildees de temperatura
(Figura 3 a b)
Durante o periacuteodo de incubaccedilatildeo os solos foram irrigados com aacutegua destilada
para a manutenccedilatildeo da umidade a 80 da capacidade de campo (Figura 3 c)
Apoacutes 30 e 90 dias de incubaccedilatildeo fraccedilotildees de 50 g de cada uma das amostras
foram retiradas e colocadas para secar ao ar (Figura 3 d)
18
(a) (b)
(c) (d)
Figura 3 Pesagem dos corretivos (a) adiccedilatildeo dos corretivos nos recipientes plaacutesticos
contendo as amostras dos solos (b) irrigaccedilatildeo das amostras dos solos (c) e incubaccedilatildeo em
laboratoacuterio por 30 e 90 dias (d)
35 Determinaccedilatildeo do pH do solo apoacutes a incubaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo da eficiecircncia relativa
Para a caracterizaccedilatildeo da correccedilatildeo da acidez do solo foi determinado o pH em
CaCl2 em cada unidade experimental Esta variaacutevel de cada fraccedilatildeo granulomeacutetrica dos
silicatos de caacutelcio foi confrontada com os valores obtidos atraveacutes da curva de incubaccedilatildeo
do CaCO3 (reagente pa)
A anaacutelise do pH foi realizada seguindo a metodologia descrita pelo Programa
Interlaboratorial de controle de qualidade de anaacutelise de solo (2005) em que se colocou
10 cm3 de TFSA num frasco de 50 mL e adicionou-se 25 mL de CaCl2 2H2O 001 M
(1469 g L-1) deixando em contato por quinze minutos Posteriormente agitou-se a
amostra em agitador horizontal por dez minutos a 200 rpm Apoacutes esta etapa a soluccedilatildeo
foi mantida em repouso por sessenta minutos Na sequecircncia sem agitar novamente a
amostra foi realizada a leitura em potenciocircmetro devidamente calibrado com soluccedilotildees-
padratildeo de pH 40 e 70
Os valores de pH obtidos por cada fraccedilatildeo granulomeacutetrica de cada um dos
corretivos foram confrontados com os valores de pH obtidos na curva de incubaccedilatildeo de
CaCO3 obtendo-se os valores de equivalente em CaCO3 aos 90 dias
19
Os valores de eficiecircncia relativa foram ajustados em relaccedilatildeo aos resultados
obtidos por cada corretivo na fraccedilatildeo granulomeacutetrica inferior agrave 03 mm (gt 50 mesh)
atribuindo-se a esta fraccedilatildeo mais fina o iacutendice de 100 seguindo a metodologia adotada
por Bellingieri (1983)
36 Avaliaccedilatildeo do teor de Si no solo apoacutes a incubaccedilatildeo
Para a avaliaccedilatildeo do teor de Si no solo disponibilizado por cada uma das fontes
nas fraccedilotildees granulomeacutetricas foram realizadas as anaacutelises no Laboratoacuterio de Anaacutelise de
Fertilizantes da Universidade Federal de Uberlacircndia utilizando o extrator cloreto de
caacutelcio 001 M de acordo com a metodologia descrita por Korndoumlrfer e colaboradores
(2004) em que apoacutes o contato de 10 g da amostra do solo com 100 mL da soluccedilatildeo
extratora os mesmos foram submetidos a um agitador horizontal orbital por 1 hora na
frequumlecircncia de 50 rpm Apoacutes este procedimento as amostras ficaram em repouso por 15
minutos para decantar e a suspensatildeo foi filtrada e ficando sob novo repouso por 12
horas Entatildeo pipetou-se 10 mL do extrato de cada amostra acrescentando-se 1 mL de
soluccedilatildeo sulfo-moliacutebdica Decorridos 10 minutos acrescentou-se 2 mL de soluccedilatildeo de
aacutecido tartaacuterico 200 mg L-1 e apoacutes 5 minutos adicionou-se 10 mL da soluccedilatildeo de aacutecido
ascoacuterbico Apoacutes 1 hora foi realizada a leitura em espectofotocircmetro UV-visiacutevel no
comprimento de onda de 660 nanocircmetros Em funccedilatildeo do fator de diluiccedilatildeo o valor de
leitura foi multiplicado por 10 para se chegar no teor de Si do solo em mg dm-3
37 Anaacutelise estatiacutestica
Os resultados referentes ao pH em CaCl2 encontrados em funccedilatildeo das doses de
CaCO3 foram submetidos agrave anaacutelise de variacircncia e posterior ajuste ao modelo de
regressatildeo mais adequado para cada solo dentro dos dois periacuteodos de incubaccedilatildeo
utilizando o software estatiacutestico Sisvar desenvolvido por Ferreira (1999)
Os dados referentes ao pH em CaCl2 e ao teor de Si no solo encontrados em
funccedilatildeo dos corretivos (silicatos e calcaacuterio) em cada fraccedilatildeo granulomeacutetrica foram
submetidos agrave anaacutelise de variacircncia e suas meacutedias foram comparadas pelo teste de Scott-
Knott (1974) a 5 de probabilidade quanto agrave variaccedilatildeo dos corretivos dentro de cada
fraccedilatildeo granulomeacutetrica e quanto agrave variaccedilatildeo das fraccedilotildees granulomeacutetricas dentro dos
corretivos
20
4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
41 Variaccedilotildees no pH aos 30 dias de incubaccedilatildeo
Em relaccedilatildeo agrave variaacutevel pH em CaCl2 houve efeito significativo das doses de
CaCO3 para os quatro solos analisados o que possibilitou o ajuste de modelos de
regressatildeo (Figura 4)
Para os valores de pH em CaCl2 em funccedilatildeo do corretivo e fraccedilatildeo granulomeacutetrica
utilizados a anaacutelise de variacircncia tambeacutem permitiu constatar efeito significativo
inclusive para a interaccedilatildeo entre estes fatores (Tabela 9) Em geral quanto menor a
fraccedilatildeo granulomeacutetrica maior o pH do solo resultado este que concorda com o trabalho
realizado anteriormente por Alcarde e colaboradores (1989)
Novais e colaboradores (1993) tambeacutem descreveram que a granulometria mais
fina das escoacuterias de siderurgia permitiu maior reatividade tanto em solos arenosos
quanto em solos argilosos
(a)
y = -03764x2 + 13644x + 49458
R2 = 099
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(b)
y = -07093x2 + 24251x + 50564
R2 = 097
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(c)
y = 0492x + 3941
R2 = 094
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(d)
y = -1075x2 + 37825x + 39585
R2 = 099
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalnete CaCO3
pH e
m C
aCl 2
Significativo a 5 de probabilidade pelo teste f Figura 4 Valores do pH em CaCl2 em funccedilatildeo da dose equivalente de CaCO3 aplicada ao solo apoacutes 30 dias de incubaccedilatildeo nos solos muito argiloso (a) argiloso (b) meacutedio (c) arenoso (d)
21
Para os solos muito argiloso argiloso e arenoso pode-se observar que com as
doses de CaCO3 dentro do limite de 0 a 200 em relaccedilatildeo agrave recomendaccedilatildeo para atingir
60 de saturaccedilatildeo por bases o pH em CaCl2 aumentou significativamente de maneira
quadraacutetica Entretanto observou-se para o solo de textura meacutedia um ajuste linear Este
efeito pode ser atribuiacutedo ao fato das doses do corretivo utilizado natildeo terem sido
suficientes para atingir a faixa de estabilidade
Atraveacutes da amplitude de variaccedilatildeo nos valores de pH em funccedilatildeo do acreacutescimo
nas doses de CaCO3 pode-se observar o maior efeito tampatildeo dos solos muito argiloso e
argiloso em relaccedilatildeo ao solo arenoso e de textura meacutedia informaccedilatildeo esta que corrobora
aos relatos de Furtini e colaboradores (2001) O poder tampatildeo do solo eacute a resistecircncia
que o solo oferece a mudanccedila de pH Sousa e colaboradores (2007) exemplificando a
proporcionalidade dos diferentes tipos de acidez do solo relatam que a quantidade de
calcaacuterio necessaacuteria para neutralizar a acidez ativa pode chegar a quatorze mil setecentos
e vinte e trecircs vezes menor do que o necessaacuterio para a correccedilatildeo da acidez potencial do
solo o que evidencia a importacircncia do conhecimento do poder tampatildeo do solo para se
determinar a dose do corretivo
Pode-se observar que os resultados de pH em CaCl2 em funccedilatildeo dos corretivos e
das fraccedilotildees granulomeacutetricas para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso
submetidos a 30 dias de incubaccedilatildeo ocorreram de forma que quanto menor a
granulometria do corretivo maior foi o aumento no valor de pH encontrado nos solos
(Tabela 9)
22
Tabela 9 Valores de pH em CaCl2 em funccedilatildeo do corretivo de solo utilizado na dose
referente agrave elevaccedilatildeo da saturaccedilatildeo por bases para 60 e da fraccedilatildeo granulomeacutetrica apoacutes
30 dias de incubaccedilatildeo para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso
Peneira ABNT (mesh) Corretivo
5 - 10 10 - 20 20 ndash 50 gt 50 Meacutedia Solo muito argiloso
Agrosiliacutecio 51
Ac
51
Ac
57
Ab
59
Aa
55 Silifeacutertil 49
Ad
53
Ac
56
Ab
60
Aa
54 Holcim 50
Ab
49
Bb
49
Cb
53
Ca
50 Calcaacuterio 49
Ac
50
Bc
54
Bb
57
Ba
53 Meacutedia 50
51
54
57
53 Solo argiloso
Agrosiliacutecio
51
Ac
53
Ac
61
Ab
65
Aa
57 Silifeacutertil 53
Ac
52
Ac
59
Ab
66
Aa
57 Holcim 51
Ab
51
Ab
51
Cb
55
Ba
52 Calcaacuterio 51
Ac
52
Ac
56
Bb
65
Aa
56
51
52
56
63
56 Solo meacutedio
Agrosiliacutecio
40
Ac
41
Ac
41
Ab
43
Aa
41 Silifeacutertil 40
Ab
40
Ab
41
Aa
42
Ca
41 Holcim 40
Ab
40
Ab
40
Bb
41
Ca
40 Calcaacuterio 40
Ab
41
Ab
41
Bb
42
Ba
41 Meacutedia 40
40
41
42
41 Solo arenoso
Agrosiliacutecio
40
Ac
43
Ac
55
Ab
63
Aa
50 Silifeacutertil 40
Ac
42
Ac
52
Bb
65
Aa
50 Holcim 40
Ab
41
Ab
42
Cb
50
Ba
43 Calcaacuterio 40
Ac
40
Ac
50
Bb
63
Aa
48 Meacutedia 40
42
49
60
48 Letras maiuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na coluna e letras minuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na linha (Scott-Knott a 5)
No solo muito argiloso o Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil proporcionaram a maior
elevaccedilatildeo do pH do solo em relaccedilatildeo aos demais corretivos em todas as faixas
granulomeacutetricas passantes na peneira de 10 mesh ou seja quando a granulometria foi
inferior a 2 mm em fraccedilotildees maiores que esta o efeito do corretivo foi muito pequeno
natildeo havendo diferenccedila entre os corretivos (Tabela 9)
Para os demais solos os corretivos natildeo apresentaram diferenccedilas quanto ao
aumento provocado no pH do solo quando aplicados em granulometria acima de 084
mm ou seja produtos retidos na peneira de 10 mesh Para as granulometrias mais finas
23
os corretivos apresentaram diferenccedilas no aumento do pH ficando os solos que
receberam o silicato Holcim com os menores valores
De maneira geral para as granulometrias mais finas inferior a 084 mm
(passantes na peneira de 20 mesh) o Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil proporcionaram os
maiores incrementos em pH exceto para o produto mais fino gt 50 mesh no solo de
textura meacutedia e para o produto de granulometria entre 03 e 084 mm (ABNT 20 ndash 50)
no solo arenoso em que o Agrosiliacutecio obteve os melhores resultados (Tabela 9)
42 Variaccedilotildees no pH equivalente em CaCO3 e eficiecircncia relativa dos corretivos aos
90 dias de incubaccedilatildeo
Houve efeito significativo das doses de CaCO3 nos valores de pH em CaCl2 para
os quatro solos analisados o que possibilitou o ajuste de modelos polinomiais (Figura
5)
(a)
y = -01466x2 + 09457x + 49792
R2 = 085
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(b)
y = -05821x2 + 21998x + 49789
R2 = 098
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(c)
y = 04565x + 39275
R2 = 091
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(d)
y = -0865x2 + 34185x + 39925
R2 = 098
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
Significativo a 5 de probabilidade pelo teste f
Figura 5 Valores do pH em CaCl2 em funccedilatildeo da dose equivalente de CaCO3 aplicada ao solo apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo nos solos muito argiloso (a) argiloso (b) meacutedio (c) arenoso (d)
24
Para os solos muito argiloso argiloso e arenoso (Figura 5 a b d) como era de
se esperar as doses de CaCO3 dentro do limite de 0 a 200 em relaccedilatildeo agrave
recomendaccedilatildeo aumentaram significativamente e de forma quadraacutetica o pH em CaCl2
Acompanhando a tendecircncia observada apoacutes 30 dias de incubaccedilatildeo para o solo de
textura meacutedia verificou-se um ajuste linear para o aumento do valor de pH em CaCl2
em funccedilatildeo de doses de CaCO3 Este efeito pode ser atribuiacutedo ao fato das doses do
corretivo utilizado natildeo terem sido suficientes para atingir a faixa de estabilidade
Para as variaccedilotildees de pH em CaCl2 em funccedilatildeo do corretivo e fraccedilatildeo
granulomeacutetrica utilizados tambeacutem houve efeito significativo inclusive para a interaccedilatildeo
entre estes fatores (Tabela 10)
25
Tabela 10 Valores de pH em CaCl2 em funccedilatildeo do corretivo de solo utilizado na dose
referente agrave elevaccedilatildeo da saturaccedilatildeo por bases para 60 e da fraccedilatildeo granulomeacutetrica apoacutes
90 dias de incubaccedilatildeo para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso
Peneira ABNT (mesh) Corretivo
5 - 10 10 - 20 20 ndash 50 gt 50 Meacutedia Solo muito argiloso
Agrosiliacutecio 50
Ad
52
Ac
56
Ab
57
Aa
54 Silifeacutertil 50
Ac
51
Ac
55
Ab
58
Aa
53 Holcim 49
Ab
48
Cb
48
Bb
53
Ba
50 Calcaacuterio 49
Ac
50
Bc
55
Ab
57
Aa
53 Meacutedia 50
50
53
56
52 Solo argiloso
Agrosiliacutecio 52
Ab
53
Ab
61
Aa
62
Aa
57 Silifeacutertil 49
Cd
53
Ac
58
Bb
63
Aa
56 Holcim 50
Bb
50
Bb
51
Db
55
Ca
51 Calcaacuterio 51
Bd
52
Ac
56
Cb
62
Ba
55 Meacutedia 50
52
56
60
55 Solo meacutedio
Agrosiliacutecio 40
Ad
41
Ac
42
Ab
43
Aa
42 Silifeacutertil 41
Ac
41
Ac
42
Ab
43
Aa
42 Holcim 41
Ab
41
Ab
41
Cb
41
Ba
41 Calcaacuterio 40
Ab
41
Ab
41
Bb
43
Aa
41 Meacutedia 40
41
41
42
41 Solo arenoso
Agrosiliacutecio
40
Ac
44
Ab
59
Aa
61
Aa
51 Silifeacutertil 40
Ac
43
Ac
55
Ab
64
Aa
51 Holcim 39
Ab
40
Ab
42
Bb
48
Ba
43 Calcaacuterio 40
Ac
42
Ac
55
Ab
63
Aa
50 Meacutedia 40
42
53
59
49 Letras maiuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na coluna e letras minuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na linha (Scott-Knott a 5)
No solo muito argiloso e no solo arenoso o Agrosiliacutecio o Silifeacutertil e o calcaacuterio
proporcionaram maior elevaccedilatildeo no pH do solo em relaccedilatildeo ao Holcim nos corretivos
com granulometria inferior a 084 mm passantes na peneira de 20 mesh Quando se
comparam estes resultados com os obtidos aos 30 dias de incubaccedilatildeo observa-se a
inclusatildeo do calcaacuterio entre os corretivos com melhores resultados de aumento de pH no
solo muito argiloso Este fato demonstrou que para este solo os silicatos Agrosiliacutecio e
Silifeacutertil tiveram uma maior dissociaccedilatildeo aos 30 dias fato este que foi compensado pelo
calcaacuterio entre 30 e 90 dias de incubaccedilatildeo (Tabela 10)
26
Os valores de pH do solo argiloso apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo demonstraram que
o Agrosiliacutecio proporcionou os maiores valores de pH em todas as fraccedilotildees
granulomeacutetricas ficando este em igualdade com o Silifeacutertil na granulometria inferior a
03 mm (gt 50 mesh) e entre 08 mm e 20 mm (10 a 20 mesh) sendo que nesta uacuteltima
fraccedilatildeo granulomeacutetrica o calcaacuterio tambeacutem se igualou aos dois corretivos acima
mencionados (Tabela 10)
No solo de textura meacutedia as diferenccedilas ocorreram apenas nas fraccedilotildees
granulomeacutetricas inferiores a 08 mm (peneira de 20 mesh) com melhores resultados
atribuiacutedos ao Agrosiliacutecio Silifeacutertil e ao calcaacuterio na fraccedilatildeo mais fina (gt 50 mesh) e ao
Agrosiliacutecio e ao Silifeacutertil na fraccedilatildeo compreendida entre 03 e 084 mm (20 a 50 mesh)
Para o solo arenoso o Agrosiliacutecio o Silifeacutertil e o calcaacuterio proporcionaram
maiores valores de pH nas fraccedilotildees granulomeacutetricas inferiores a 084 mm enquanto que
nas fraccedilotildees mais grossas todos os corretivos tiveram o mesmo comportamento
Para todos os solos utilizados no experimento verificou-se que quanto menor a
dimensatildeo das partiacuteculas maiores satildeo os incrementos gerados nos valores de pH em
CaCl2 (Tabela 10) resultado este que concorda com trabalhos realizados anteriormente
por Bellingieri e colaboradores (1989)
Nas comparaccedilotildees entre os resultados dos valores de pH das amostras de solo
apoacutes 30 e 90 dias de incubaccedilatildeo os resultados praticamente se equivalem demonstrando
que 30 dias de incubaccedilatildeo foi um periacuteodo suficiente para a accedilatildeo dos corretivos
Com base nos incrementos verificados no pH das amostras dos solos pelos
corretivos de acidez em cada fraccedilatildeo granulomeacutetrica em relaccedilatildeo agraves curvas de incubaccedilatildeo
com CaCO3 calculou-se os valores de equivalente em CaCO3 para cada corretivo
dentro de cada fraccedilatildeo granulomeacutetrica com 90 dias de incubaccedilatildeo (Tabela 11)
27
Tabela 11 Equivalente em CaCO3 dos corretivos de acidez de diferentes fraccedilotildees
granulomeacutetricas aos 90 dias de incubaccedilatildeo
Peneiras ABNT (mesh)
Corretivos
5 ndash 10 10 - 20 20 - 50 gt 50 Meacutedia
--------------------------------------- -----------------------------------------
Agrosiliacutecio 9
Ac
24
Ab
64
Aa
77
Aa
43
Silifeacutertil 9
Ac
19
Ac
52
Ab
87
Aa
42 Calcaacuterio 8
Ac
13
Ac
33
Bb
79
Aa
33 Holcim 7
Ab
7
Ab
10
Cb
33
Ba
14 Meacutedia 8
16
39
69
33 Letras maiuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na coluna e letras minuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na linha (Scott-Knott a 5)
Os resultados de equivalente em CaCO3 apresentados para 90 dias de incubaccedilatildeo
(Tabela 11) demonstraram grande variaccedilatildeo para este atributo entre os corretivos de
acidez o que evidencia que natildeo apenas a granulometria mas tambeacutem a origem dos
corretivos exerce grande influecircncia na velocidade de correccedilatildeo da acidez do solo
Para as fraccedilotildees granulomeacutetrica mais grossas (lt 10 e 10 a 20 mesh) pode-se
observar que natildeo houve diferenccedila entre os corretivos jaacute na fraccedilatildeo mais fina (gt 50) o
silicato Holcim proporcionou menores valores de equivalente em CaCO3 em relaccedilatildeo as
demais fontes Na fraccedilatildeo granulomeacutetrica entre 20 e 50 (Tabela 11) verificou-se
diferenccedilas entre o equivalente em CaCO3 de silicatos e do calcaacuterio o que demonstrou o
fato de estarmos neste caso subestimando a reatividade dos silicatos Pode-se observar
que natildeo houve diferenccedilas entre os resultados obtidos com a aplicaccedilatildeo dos silicatos
Agrosiliacutecio e Silifeacutertil portanto sugere-se a elaboraccedilatildeo de novos paracircmetros para a
avaliaccedilatildeo de silicatos com origem de aciaria
Seguindo os criteacuterios adotados por Bellingieri (1983) de ajustar a eficiecircncia dos
corretivos atribuindo valores de 100 para as partiacuteculas passantes na peneira 50 ABNT
(partiacuteculas inferiores a 03 mm) determinou-se a eficiecircncia relativa de cada uma das
fraccedilotildees granulomeacutetricas dos corretivos permitindo a adoccedilatildeo de novos criteacuterios de
reatividade para os silicatos (Tabela 12)
28
Tabela 12 Eficiecircncias relativas em relaccedilatildeo agrave fraccedilatildeo granulomeacutetrica inferior a 03 mm
(peneira 50 mesh) dos corretivos de acidez em diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas aos
90 dias de incubaccedilatildeo
Peneiras ABNT (mesh)
Corretivos 5 - 10 10 - 20 20 - 50 gt 50 Meacutedia
------------------------------ -------------------------------
Agrosiliacutecio 12 33 85 100 58
Silifeacutertil 9 25 65 100 50
Holcim 16 17 27 100 40
Calcaacuterio 9 18 63 100 48
Meacutedia 12 23 60 100
Propotildee-se a adequaccedilatildeo da equaccedilatildeo atualmente adotada para a determinaccedilatildeo da
eficiecircncia relativa (reatividade) de silicatos de origem de aciaria para uso como
corretivo de acidez em funccedilatildeo das diferenccedilas encontradas em eficiecircncia relativa
apresentadas na Tabela 12 entre os silicatos de origem de escoacuteria de aciaria
(Agrosiliacutecio e Silifeacutertil) em relaccedilatildeo ao calcaacuterio ficando a mesma da seguinte forma
RE = F10-20 x 03 + F20-50 x 075 + Fgt50 x 1
Onde
F10-20= percentual de produto que passa pela peneira nordm10 e fica retido na
peneira nordm20 F20-50 = percentual de produto que passa pela peneira nordm20 e fica retido
na peneira nordm50 e F-50 = percentual de produto que passa pela peneira nordm50
Os valores de eficiecircncia relativa 12 em meacutedia para a fraccedilatildeo granulomeacutetrica
mais grosseira pode estar associado agrave presenccedila de micropartiacuteculas (poacute) aderidas ao
redor das partiacuteculas mais grossas (Tabela 12) jaacute que a separaccedilatildeo granulomeacutetrica seguiu
o meacutetodo oficial de separaccedilatildeo em peneiras a seco
29
43 Teor de siliacutecio no solo apoacutes 30 dias de incubaccedilatildeo
De maneira geral pode-se observar que o Agrosiliacutecio proporcionou maiores
incrementos de Si no solo obtendo no solo argiloso quando aplicado na fraccedilatildeo
granulomeacutetrica mais fina incremento de 10 mg dm-3 (Tabela 13)
Tabela 13 Teor de Si no solo em funccedilatildeo da fraccedilatildeo granulomeacutetrica e do corretivo utilizado para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso apoacutes 30 dias de incubaccedilatildeo
Peneiras ABNT (mesh) Corretivos 5 - 10 10 - 20 20 ndash 50 gt 50 Meacutedia
-------------------------------- Si (mg kg-1) -------------------------------------
Solo muito argiloso
Agrosiliacutecio 7
Aa
8
Aa
9
Aa
8
Aa
8 Silifeacutertil 7
Aa
7
Aa
7
Ba
7
Aa
7 Holcim 6
Aa
6
Aa
6
Ba
6
Ba
6 Calcaacuterio 7
Aa
6
Aa
5
Ba
5
Ba
6 Meacutedia 6
7
7
6
6
Solo argiloso
Agrosiliacutecio 6
Ad
10
Ac
14
Ab
15
Aa
11 Silifeacutertil 7
Ac
6
Bc
10
Bb
12
Ba
9 Holcim 6
Ab
5
Bb
6
Cb
9
Ca
7 Calcaacuterio 5
Ba
5
Ba
4
Da
2
Db
4 Meacutedia 6
6
8
10
8
Solo meacutedio
Agrosiliacutecio 10
Aa
10
Aa
10
Aa
10
Aa
10 Silifeacutertil 9
Aa
9
Aa
10
Aa
10
Aa
9 Holcim 8
Ba
9
Aa
9
Ba
10
Aa
9 Calcaacuterio 9
Ba
9
Aa
9
Ba
8
Bb
9 Meacutedia 9
9
9
9
9
Solo arenoso
Agrosiliacutecio 4
Ab
5
Ab
8
Aa
9
Aa
6 Silifeacutertil 3
Ac
5
Ab
7
Aa
7
Ba
6 Holcim 3
Ab
4
Aa
4
Ba
6
Ca
4 Calcaacuterio 3
Aa
3
Ba
3
Ca
2
Da
3 Meacutedia 3
4
6
6
5 Letras maiuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na coluna e letras minuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na linha (Scott-Knott a 5)
No solo muito argiloso as fraccedilotildees mais grossas dos corretivos com partiacuteculas
superiores a 084 mm (lt 20 mesh) natildeo apresentaram diferenccedilas quanto ao fornecimento
30
de Si ao solo poreacutem quando se avaliaram as fraccedilotildees mais finas observou-se maiores
valores de Si para o Agrosiliacutecio na fraccedilatildeo de 03 a 084 mm (20 a 50 mesh) e para o
Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil quando o corretivo foi aplicado na granulometria inferior a 03
mm (gt 50 mesh) estes resultados tambeacutem se repetiram no solo arenoso (Tabela 13)
Para o solo argiloso o Agrosiliacutecio foi o silicato que promoveu maiores valores
de Si no solo quando tambeacutem se avaliaram as fraccedilotildees granulomeacutetricas inferiores a 20
mm (gt 10 mesh) apenas para a fraccedilatildeo mais grossa maior que 20 mm o Agrosiliacutecio o
Silifeacutertil e o Holcim natildeo diferiram estatisticamente variando apenas em relaccedilatildeo ao
calcaacuterio que eacute o uacutenico corretivo avaliado que natildeo apresenta Si em sua constituiccedilatildeo
No solo de textura meacutedia o Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil proporcionaram a mesma
eficiecircncia no fornecimento de Si para o solo (fraccedilotildees 20 a 50 mesh e lt 10 mesh) na
fraccedilatildeo mais fina (gt 50 mesh) os trecircs silicatos avaliados resultaram nos mesmos valores
de Si no solo deferindo apenas do calcaacuterio jaacute na fraccedilatildeo entre 10 a 20 mesh todos os
corretivos proporcionaram o mesmo resultado
De maneira geral a granulometria natildeo resultou em diferenccedilas no fornecimento
de Si pelos silicatos exceto no solo argiloso em que se observa que quanto menor a
granulometria maior foi o teor de Si no solo (Tabela 13)
Ao se avaliar os efeitos do calcaacuterio em relaccedilatildeo ao teor de Si no solo pode-se
observar que quanto menor a fraccedilatildeo granulomeacutetrica do calcaacuterio menores os teores de Si
no solo Este fato pode estar associado a maior alteraccedilatildeo causada no pH do solo pelas
fraccedilotildees mais finas do calcaacuterio reduzindo assim sua disponibilidade de Si corroborando
aos dados de McKeague e Cline (1963) em que o aumento de pH de 6 para 9 reduziu
de 36 para 6 mg dm-3 a concentraccedilatildeo de Si soluacutevel
44 Teor de siliacutecio no solo apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo
De maneira geral pode-se observar que o Agrosiliacutecio promoveu maior
incremento de Si no solo apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo exceto para a fraccedilatildeo
granulomeacutetrica entre 20 a 50 mesh e no solo de textura meacutedia em que o Silifeacutertil e o
Holcim obtiveram resultados semelhantes ao Agrosiliacutecio (Tabela 14)
Quanto agraves fraccedilotildees granulomeacutetricas observou-se que quanto menor a fraccedilatildeo
granulomeacutetrica independente do silicato maior foi o fornecimento de Si ao solo
seguindo a tendecircncia encontrada por Oliveira e colaboradores (1994) em que escoacuterias
31
de alto forno com partiacuteculas menores que 03 mm foram mais eficientes no
fornecimento de Ca e Mg para o solo quando comparadas as fraccedilotildees mais grosseiras
Tabela 14 Teor de Si no solo em funccedilatildeo da fraccedilatildeo granulomeacutetrica e do corretivo
utilizado para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso apoacutes 90 dias de
incubaccedilatildeo
Peneiras ABNT (mesh) Corretivos 5 - 10 10 - 20 20 - 50 gt 50 Meacutedia
-------------------------------- Si (mg kg-1) --------------------------------------
Solo muito argiloso Agrosiliacutecio 8
Ab
9
Aa
9
Aa
9
Aa
9 Silifeacutertil 6
Bb
7
Bb
7
Ba
8
Ba
7 Holcim 7
Bb
7
Bb
6
Cb
8
Ba
7 Calcaacuterio 6
Ba
6
Ba
5
Db
5
Cb
6 Meacutedia 7
7
7
7
7 Solo argiloso
Agrosiliacutecio 7
Ac
11
Ab
13
Aa
13
Aa
11 Silifeacutertil 5
Bc
7
Bb
9
Ba
9
Ba
8 Holcim 6
Bb
5
Cb
6
Cb
9
Ba
7 Calcaacuterio 4
Ca
4
Da
4
Da
3
Cb
4 Meacutedia 5
7
8
9
7 Solo meacutedio
Agrosiliacutecio 10
Aa
11
Aa
10
Aa
11
Aa
11 Silifeacutertil 10
Ba
10
Ba
10
Aa
10
Ba
10 Holcim 10
Bb
10
Bb
10
Ab
11
Aa
10 Calcaacuterio 9
Ba
10
Ba
9
Bb
8
Cc
9 Meacutedia 10
10
10
10
10 Solo arenoso
Agrosiliacutecio 4
Ac
6
Ab
7
Aa
7
Aa
6 Silifeacutertil 3
Bc
4
Bb
6
Ba
6
Ba
5 Holcim 3
Bc
3
Cb
4
Cb
5
Ca
4 Calcaacuterio 2
Ca
2
Da
2
Da
2
Da
2 Meacutedia 3
4
5
5
4 Letras maiuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na coluna e letras minuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na linha (Scott-Knott a 5)
Para todos os solos analisados observou-se a seguinte sequecircncia para o teor de
Si Agrosiliacutecio gt Silifeacutertil gt Holcim gt Calcaacuterio Fato este que acompanha a tendecircncia
observada na avaliaccedilatildeo da reatividade na correccedilatildeo da acidez do solo exceto para o
calcaacuterio por natildeo apresentar Si em sua constituiccedilatildeo
32
Korndoumlrfer e colaboradores (2004) apresentaram a solubilidade de diferentes
silicatos evidenciando que o Agrosiliacutecio (escoacuteria de aciaria) apresentou maiores valores
de solubilidade em relaccedilatildeo aos valores obtidos pela escoacuteria de alto forno como o
Holcim com valores de 43 e 7 respectivamente Estas diferenccedilas em solubilidade
explicam os valores encontrados tanto na avaliaccedilatildeo aos 30 como aos 90 dias de
incubaccedilatildeo
Pereira e colaboradores (2004) em trabalho para a avaliaccedilatildeo da eficiecircncia de
fontes de Si para a cultura do arroz encontraram que a fonte que proporcionou mais
extraccedilatildeo de Si para os gratildeos foi a escoacuteria oriunda da produccedilatildeo de accedilo inox dado que
corrobora os resultados encontrados neste trabalho em que o Agrosiliacutecio (escoacuteria de
aciaria) apresentou maior disponibilizaccedilatildeo de Si para o solo
Nas comparaccedilotildees entre os resultados do teor de Si no solo apoacutes 30 e 90 dias de
incubaccedilatildeo os resultados praticamente se equivalem demonstrando que 30 dias foi um
periacuteodo suficiente para que os silicatos fornecessem Si
Comparando o teor de Si antes da aplicaccedilatildeo dos corretivos com o teor de Si no
solo apoacutes a aplicaccedilatildeo dos corretivos e apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo verificou-se
expressivo acreacutescimo no teor Si no solo ocasionado pelos silicatos principalmente para
o Agrosiliacutecio que incrementou na meacutedia entre as fraccedilotildees granulomeacutetricas 2 6 1 e 3 mg
dm-3 de Si nos solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso respectivamente O
Silifeacutertil tambeacutem forneceu Si ao solo elevando em 1 4 0 e 3 mg dm-3 o teor de Si nos
solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso respectivamente Jaacute o Holcim
apresentou incrementos de 0 2 0 e 1 mg dm-3 respectivamente para os solos muito
argiloso argiloso meacutedio e arenoso
33
5 CONCLUSOtildeES
Os silicatos Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil proporcionam maiores valores de eficiecircncia
relativa na correccedilatildeo da acidez do solo em comparaccedilatildeo ao calcaacuterio e ao silicato Holcim
na fraccedilatildeo granulomeacutetrica entre 030 e 084 mm
Quanto menor a fraccedilatildeo granulomeacutetrica do silicato maior eacute a eficiecircncia relativa
na correccedilatildeo da acidez do solo e maior eacute o fornecimento de Si para o solo
O Agrosiliacutecio apresenta melhores resultados no fornecimento de Si ao solo
seguido do Silifeacutertil e do Holcim
O periacuteodo de 30 dias em condiccedilotildees de umidade mantida agrave 80 da capacidade
de campo eacute um periacuteodo suficiente para a correccedilatildeo da acidez do solo e fornecimento de
Si pelos silicatos ao solo
34
6 REFEREcircNCIAS
ALCARDE JC PAULINO VT DERNARDIN J S Avaliaccedilatildeo da reatividade de corretivos da acidez do solo Revista Brasileira de Ciecircncia do Solo Campinas v 13 p 387-392 1989
ALCARDE JC Corretivos de acidez dos solos caracteriacutesticas e interpretaccedilotildees teacutecnicas Satildeo Paulo ANDA 1992 24p (Boletim Teacutecnico 6)
ALCARDE JC RODELLA AA Avaliaccedilatildeo quiacutemica de corretivos de acidez para fins agriacutecolas uma nova proposiccedilatildeo Scientia Agriacutecola Piracicaba v 53 n 2 ndash 3 1996
ALVAREZ V VH RIBEIRO AC Calagem In RIBEIRO AC GUIMARAtildeES PTG GUIMARAtildeES PTG ALVAREZ V VH (Ed) Recomendaccedilotildees para o uso de corretivos e fertilizantes em Minas Gerais ndash 5ordf Aproximaccedilatildeo Viccedilosa CFSEMG 1999 p 43-60
ALVAREZ V VH Correlaccedilatildeo e calibraccedilatildeo de meacutetodos de anaacutelise de solos In ALVAREZ V VH FONTES LEF FONTES MPF (Ed) O solo nos grandes domiacutenios morfoclimaacuteticos do Brasil e o desenvolvimento sustentado Viccedilosa Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo 1996 p 615-646
ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DOS PRODUTORES DE CALCAacuteRIO Calcaacuterio agriacutecola ndash Brasil consumo aparente por estado (1992 ndash 2006) Disponiacutevel em lthttpwwwcalcario-rscombrgt Acesso em 25 de novembro de 2008
BALASTRA MLFC PEREZ CM JULIANO BO VILLAREAL P Effects of siacutelica level on some properties of Oriza sativa straw and hull Canadian Journal of Botany Ottawa v 67 p 2356-2363 1989
BARBOSA FILHO MP SNYDER G H PRABHU A S DATNOFF L E KORNDOumlRFER G H Importacircncia do siliacutecio para a cultura do arroz Informaccedilotildees agronocircmicas v 89 p 1-8 2000
BELLINGIERI PA Avaliaccedilatildeo em laboratoacuterio da eficiecircncia de diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas de calcaacuterios agriacutecolas 1983 99f Tese (Doutorado) ndash Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Universidade de Satildeo Paulo Piracicaba 1983
BELLINGIERI PA ALCARDE JC amp SOUZA ECA Avaliaccedilatildeo da qualidade de calcaacuterios agriacutecolas atraveacutes do PRNT Anais da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Piracicaba v 45 n 2 p 579-588 1988
BELLINGIERI PA ALCARDE JC SOUZA ECA de Eficiecircncia relativa de diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas de calcaacuterios na neutralizaccedilatildeo da acidez dos solos avaliada em laboratoacuterio Anais da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Piracicaba v46 n2 1989 p 303-317
35
BELLINGIERI PA SOUZA ECA ALCARDE JC SHIKASHO HW Importacircncia da reatividade do calcaacuterio sobre a produccedilatildeo e algumas caracteriacutesticas da soja Scientia Agricola Piracicaba v 49 p 61-71 1992
BRASIL MAPA Laboratoacuterio Nacional de Referecircncia Vegetal Anaacutelise de corretivos fertilizantes e inoculantes Brasiacutelia 1983 104p
BRUNAUER S EMMETT P H TELLER E Adsorption of gases in multimolecular layers In Journal of the American Chemical Society New York v 60 p 309-19 1938
CATANI RA ALONSO O Avaliaccedilatildeo e exigecircncia de calcaacuterio do solo Anais da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Piracicaba v 26 p 141-156 1969
CATE R Sugestotildees para adubaccedilatildeo com base na anaacutelise de solos Raleigh North Caroline State University 1965 16p
DAYANADAM P KAUFMAN PB FRANKLIN CL Detection of siacutelica in plants American Journal of Botany Columbus v 70 p 1079-1084 1983
DEFELIPO BV BRAGA JM SPIES C Comparaccedilatildeo entre meacutetodos de determinaccedilatildeo da necessidade de calcaacuterio de solos de Minas Gerais Experientiae v 13 p 111-136 1982
EMBRAPA C N P S Manual de meacutetodos de anaacutelise de solo Rio de Janeiro 1997 212p
EPSTEIN E Silicon Annu Rev Plant Physiol Plant Molec Biol Palo Alto v 50 1999 p 641 - 664
FERREIRA DF SISVAR versatildeo 43 (Build 41) Lavras UFLADEX 1999 4 disquetes
FURTINI NETO A VALE FR RESENDE A V GUILHERME L R G GUEDES G A A Fertilidade do solo Lavras UFLAFAEPE 2001 252p
GASCHO G J Silicon sources for agriculture In DATNOFF L E SNYDER G H KORNDOumlRFER G H (Ed) Silicon in agriculture Amsterdan Elsevier 2001 cap 12 p 197-207
KAMINSKI J RHEINHEIMER DS A acidez do solo e a nutriccedilatildeo mineral de plantas In KAMINSKI J (Ed) Uso de corretivos da acidez do solo no plantio direto Pelotas SBCSNRS 2000 cap2 p 21 - 39
KORNDOumlRFER G H Elementos beneacuteficos In FERNANDES M S Nutriccedilatildeo mineral de plantas Viccedilosa Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo 2006 432p
36
KORNDOumlRFER G H DATNOFF L E Adubaccedilatildeo com siliacutecio uma alternativa no controle de doenccedilas da cana-de-accediluacutecar e do arroz Informaccedilotildees Agronocircmicas Piracicaba v 70 p 1-5 1995
KORNDOumlRFER G H PEREIRA H S CAMARGO M S Silicatos de caacutelcio e magneacutesio na agricultura 3 ed Uberlacircndia 2004 28 p (Boletim Teacutecnico n1)
KORNDOumlRFER G H PEREIRA H S NOLLA A Anaacutelise de siliacutecio solo planta e fertilizante 1 ed Uberlacircndia 2004 50 p (Boletim Teacutecnico n2)
KORNDOumlRFER G H PEREIRA H S CAMARGO M S Silicatos de caacutelcio e magneacutesio na agricultura 2 ed Uberlacircndia 2003 15 p (Boletim Teacutecnico n1)
KORNDOumlRFER G H PEREIRA H S CAMARGO M S Papel do siliacutecio na produccedilatildeo de cana-de-accediluacutecar STAB v 21 n 2 2002 4 p
KORNDOumlRFER G H LEPSCH I Effect of silicon on plant growth and crop yeld In DATNOFF L E SNYDER G H KORNDOumlRFER G H (Ed) Silicon in agriculture Amsterdan Elsevier 2001 p 133 ndash 147
KURIHARA CH MAEDA S HERNANI LC SILVA WM Eficiecircncia relativa de fraccedilotildees granulomeacutetricas de calcaacuterios sul-mato-grossenses Pesquisa Agropecuaacuteria Brasileira Brasiacutelia v34 n 8 p 1443 - 1449 1999
LOPES A S SILVA MC GUILHERME L R G Acidez do solo e calagem 3 ed Satildeo Paulo ANDA 1990 22 p (Boletim Teacutecnico 1)
LOPES A S Manual de fertilidade do solo Satildeo Paulo ANDAPOTAFOacuteS 1989 153p
MA JF TAKAHASHI E Soil fertilizer and plant silicon research in Japan Amosterdan Elsevier Science 2002 281 p
MALAVOLTA E Manual de quiacutemica agriacutecola adubos e adubaccedilatildeo Satildeo Paulo Agronocircmica Ceres 1981 608 p
MARSCHNER H Mineral nutrition of higher plants 2 ed LondresAcademic Press 1995 889p
MCKEAGUE J A CLINE M G Silica in soils Advances in Agronomy New York v 15n 3 p 339-397 1963
MEURER E J Fundamentos de quiacutemica do solo 3 ed Porto Alegre Evangraf 2006 285p
MIYAKE Y TAKAHASHI E Effect of silicon on the growth of cucumber plant in soil culture Soil Science Plant Nutrition Tokyo v 29 p 463-471 1983
37
NOVAIS R F BARROS N F LEITE F P TEIXEIRA J L LEAL P G L Eficiecircncia agronocircmica de escoacuterias de siderurgia Pains Viccedilosa Universidade Federal de Viccedilosa 1993
OLIVEIRA AC HAHNE H BARROS NF MORAIS EJ Uso de escoacuteria de alto forno como fonte de nutrientes na adubaccedilatildeo florestal In GUERRINI IA BELLOTE AFJ BUumlLL LT (Ed) Seminaacuterio sobre uso de resiacuteduos florestais e urbanos em florestas Botucatu Fundaccedilatildeo de Estudos e Pesquisas Agriacutecolas e Florestais 1994 p 77-96
PEREIRA HS KORNDOumlRFER GH VIDAL AA CAMARGO MS Silicon sources for rice crop Scientia Agriacutecola Piracicaba v 61 p 522-528 2004
PLESE L P M Efeito da umidade do solo na reatividade das fraccedilotildees granulomeacutetricas de um calcaacuterio 2000 49f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) ndash Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Universidade de Satildeo Paulo Piracicaba 2000
PRADO R M FERNANDES F M NATALE W Uso de escoacuteria de siderurgia no Brasil estudos na cultura da cana-de-accediluacutecar Jaboticabal Funep 2001 67p
PROGRAMA INTERLABORATORIAL DE CONTROLE DE QUALIDADE DE ANAacuteLISE DE SOLO Manual do laboratorista 2005 33p
RAIJ BV Avaliaccedilatildeo da fertilidade do solo Piracicaba Associaccedilatildeo Brasileira para Pesquisa da Potassa e do Fosfato 1981 142p
RAIJ B V CANTARELLA H QUAGGIO J A FURLANI A M C Recomendaccedilatildeo de adubaccedilatildeo e calagem para o estado de Satildeo Paulo Campinas IAC 1996 285p (IAC Boletim 100)
SCOTT AJ KNOTT MA A cluster analysis method for grouping means in the analysis of variance Biometrics Washington v 30 n 2 1974 p 507-512
SHOEMAKER HE MCCLEAN E PRATT PF Buffer methods for determining lime requirements of soil with appreciable amounts of extractable aluminium Soil Sci Soc Am Proc Madison v 25 p 274-277 1961
SOUSA D M G MIRANDA L N OLIVEIRA S A Acidez do solo e sua correccedilatildeo In NOVAIS R F ALVAREZ V V H BARROS N F FONTES R L F CANTARUTTI R B NEVES J C L Fertilidade do solo Viccedilosa Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo 2007 p 205 ndash 274
SOUSA D M G LOBATO E Cerrado correccedilatildeo do solo e adubaccedilatildeo Brasiacutelia Embrapa Informaccedilatildeo Tecnoloacutegica 2004 416p
VERAS M C M VIEIRA W TEIXEIRA L S M ALCARDE J C OLIVEIRA L B Manual de meacutetodos analiacuteticos oficiais para fertilizantes minerais orgacircnicos organominerais e corretivos 1 ed Brasiacutelia MAPA 2007 v 1
38
WERNER D ROTH R Siacutelica metabolism In LAUCHILI A BIELESKI RL (Ed) Encyclopedia of plant physiology New Series Berlin Springer-Velag 1983 v 15B p 682-694
- Parte inicial dissertaccedilatildeopdf
- RESUMOpdf
- Corpo da dissertaccedilatildeopdf
-
AGRADECIMENTOS
Agradeccedilo a Deus pelo dom da vida
Aos meus pais Ithamar e Marli por todo amor incentivo confianccedila e
oportunidades que me deram
Agrave minha esposa Sycelle por todo o amor incentivo e sonhos partilhados
Agrave minha filha Sarah que estaacute a caminho e mesmo antes de nascer jaacute nos
transmite tanto amor
Ao meu orientador Prof Gaspar pela oportunidade de trabalharmos juntos pelo
conhecimento transferido e amizade formada
Aos membros da banca prof Dr Renato de Mello Prado prof Dr Carlos
Alexandre Costa Crusciol prof Dr Beno Wendling e profa Dra Regina Maria Quintatildeo
Lana pelos inuacutemeros ensinamentos conselhos e atenccedilatildeo para com este trabalho
Agraves minhas irmatildes Regiane e Fernanda pelo companheirismo e parceria
Agrave minha avoacute (Daisy) pelo constante exemplo de juventude e forccedila
Aos meus cunhados (Josiel Rafael Leandro e Sofia) pelo apoio
Agraves minhas sobrinhas (Ana Luiza Letiacutecia e Maria Clara) e ao meu sobrinho
(Enrico) pela alegria que nos passam em cada sorriso
Ao meu sogro Silas e minha sogra Ceacutelia por me incluiacuterem em suas famiacutelias
Aos meus familiares e amigos por todos os momentos que passamos juntos
Agrave Universidade Federal de Uberlacircndia e ao Instituto de Ciecircncias Agraacuterias por
permitirem a realizaccedilatildeo do mestrado conciliando com as atividades profissionais
Aos funcionaacuterios do Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Agronomia da UFU
Aparecida e Eduardo por toda a atenccedilatildeo e apoio
Ao Centro Universitaacuterio de Patos de Minas pelo apoio e ajuda nos custos de
viagem para Uberlacircndia
Aos engenheiros agrocircnomos Rafael Alves Pereira e Odinei Pires Cenci pelo
apoio imensuraacutevel na conduccedilatildeo deste trabalho
Ao Prof Carlos Henrique Eiterer de Sousa ao aluno Willian Lourenccedilatildeo e aos
demais membros da equipe da Central de Fertilidade do Solo
Aos estudantes do Grupo de Pesquisas em Siliacutecio e a equipe do Laboratoacuterio de
Fertilizantes da UFU na pessoa da Valeacuteria
Agrave Universidade Federal de Ouro Preto em particular ao Laboratoacuterio de
Hidrometalurgia e em especial ao Prof Verciani e ao Graciliano pela realizaccedilatildeo das
anaacutelises de superfiacutecie especiacutefica dos corretivos
Agrave Excell Minerais e agrave Holcim pela amostra do produto e constante auxiacutelio ao
Grupo de Pesquisa em Siliacutecio
Agrave FAPEMIG pelo apoio financeiro
Agrave Associaccedilatildeo para Pesquisas Agriacutecolas (APPA)
Agrave todos que direta ou indiretamente contribuiacuteram para este trabalho
BIOGRAFIA
Ithamar Prada Neto nasceu em Limeira SP em 21 de abril de 1981 filho de
Ithamar Luiz de Castro Prada e Marli Bernadete Francisco Prada
Iniciou no ano de 1999 o curso de Engenharia Agronocircmica na Escola Superior
de Agricultura ldquoLuiz de Queirozrdquo pertencente agrave Universidade de Satildeo Paulo
(ESALQUSP) onde teve a oportunidade de trabalhar com os professores Dr Durval
Dourado Neto e Dr Rubens Duarte Coelho e com o pesquisador Dr Edmilson
Ambrosano
Em 2003 em sua conclusatildeo de curso desempenhou estaacutegio profissionalizante
com vivecircncia em uma propriedade focada na produccedilatildeo de cana-de-accediluacutecar e na
reproduccedilatildeo de bovinos de corte da companhia CFM em Araccedilatuba sob a orientaccedilatildeo do
Prof Dr Luis Ignaacutecio Prochnow
No ano de 2006 ingressou no curso de especializaccedilatildeo em Fertilidade do Solo e
Nutriccedilatildeo de Plantas no Agronegoacutecio da Universidade Federal de Lavras (UFLA) o qual
concluiu em 2007 com a defesa da monografia intitulada ldquoViabilidade agronocircmica e
econocircmica de fosfatos naturais reativosrdquo sob a orientaccedilatildeo do Prof Dr Antonio Furtini
Neto
Ingressou no mestrado em Agronomia na aacuterea de concentraccedilatildeo em Solos na
Universidade Federal de Uberlacircndia (UFU) no ano de 2007 sob a orientaccedilatildeo do Prof
Dr Gaspar Henrique Korndoumlrfer
No acircmbito profissional foi trainee e posteriormente assessor agronocircmico da
Bunge Fertilizantes entre o final de 2003 ateacute o ano de 2006 atuando nos estados de
Minas Gerais Goiaacutes e Espiacuterito Santo Em 2006 iniciou carreira docente assumindo
disciplinas nas aacutereas de Fitotecnia Fertilidade do Solo e Nutriccedilatildeo de Plantas e
Produccedilatildeo e Tecnologia de Adubos para o curso de Agronomia da Faculdade de Ciecircncias
Agraacuterias do Centro Universitaacuterio de Patos de Minas (UNIPAM) onde atua ateacute o
presente momento
De novembro de 2006 a setembro de 2008 coordenou o curso de Agronomia do
UNIPAM
No final de 2008 apoacutes encerrar as atividades agrave frente do curso de Agronomia do
UNIPAM assumiu a aacuterea de desenvolvimento de tecnologias da Associaccedilatildeo para
Pesquisas Agriacutecolas (APPA)
SUMAacuteRIO
RESUMO i
ABSTRACT ii
1 INTRODUCcedilAtildeO 1
2 REVISAtildeO BIBLIOGRAFICA 3
21 Acidez do solo 3
22 Correccedilatildeo da acidez do solo 4
23 Caracteriacutesticas dos corretivos de acidez 5
24 Silicatos de caacutelcio 7
25 Efeitos do Si na agricultura 8
3 MATERIAL E MEacuteTODOS 10
31 Local do experimento 10
32 Solos utilizados nas unidades experimentais 10
33 Corretivos utilizados 12
34 Tratamentos e delineamento experimental 17
34 Conduccedilatildeo do experimento 17
35 Determinaccedilatildeo do pH do solo apoacutes a incubaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo da eficiecircncia
relativa 18
36 Avaliaccedilatildeo do teor de Si no solo apoacutes a incubaccedilatildeo 19
36 Anaacutelise estatiacutestica 19
4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 20
41 Variaccedilotildees no pH aos 30 dias de incubaccedilatildeo 20
42 Variaccedilotildees no pH equivalente CaCO3 e eficiecircncia relativa dos corretivos aos 90 dias
de incubaccedilatildeo 23
43 Teor de siliacutecio no solo apoacutes 30 dias de incubaccedilatildeo 28
54 Teor de siliacutecio no solo apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo 29
5 CONCLUSOtildeES 32
6 REFEREcircNCIAS 33
LISTA DE FIGURAS
Paacutegina 1 Mesa agitadora (a) e peneiras utilizadas para a separaccedilatildeo dos
corretivos nas diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas (b) 14
2 Ilustraccedilotildees dos processos laboratoriais para determinaccedilatildeo do PN em amostras dos materiais corretivos desde a pesagem (a) a fervura da soluccedilatildeo contendo a amostra do corretivo e HCl (b) a soluccedilatildeo transferida para balatildeo volumeacutetrico de 100 mL em descanso para decantaccedilatildeo (c) e a titulaccedilatildeo ateacute o aparecimento da coloraccedilatildeo rosada (d) 15
3
4
Pesagem dos corretivos (a) adiccedilatildeo dos corretivos nos recipientes plaacutesticos contendo as amostras dos solos (b) irrigaccedilatildeo das amostras dos solos (c) e incubaccedilatildeo em laboratoacuterio por 30 e 90 dias (d)
Valores do pH em CaCl2 em funccedilatildeo da dose equivalente de CaCO3
aplicada ao solo apoacutes 30 dias de incubaccedilatildeo nos solos muito argiloso (a) argiloso (b) meacutedio (c) arenoso (d)
18
20
5 Valores do pH em CaCl2 em funccedilatildeo da dose equivalente de CaCO3
aplicada ao solo apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo nos solos muito argiloso (a) argiloso (b) meacutedio (c) arenoso (d)
23
LISTA DE TABELAS
Paacutegina
1 Caracterizaccedilatildeo quiacutemica e fiacutesica dos solos utilizados no experimento 11 2 Densidade das amostras dos solos utilizados no experimento 12 3 Necessidade de calagem em equivalente de CaCO3 com 100 de PRNT
para amostras dos solos utilizados no experimento considerando as respectivas densidades das amostras dos solos 12
4 Teores de caacutelcio magneacutesio e siliacutecio dos corretivos utilizados 12 5 Superfiacutecie especifica e volume total de poros dos corretivos de acidez do
solo 13
6 Poder de neutralizaccedilatildeo dos materiais corretivos de acidez do solo utilizados no experimento 16
7 Quantidade de corretivo calculada para atingir 60 de saturaccedilatildeo por bases para cada um dos solos experimentais 16
8 Dose de Si fornecida por cada um dos silicatos em cada solo experimental 17
9 Valores de pH em CaCl2 em funccedilatildeo do corretivo de solo utilizado na dose referente agrave elevaccedilatildeo da saturaccedilatildeo por bases para 60 e da fraccedilatildeo granulomeacutetrica apoacutes 30 dias de incubaccedilatildeo para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso
22
10
Valores de pH em CaCl2 em funccedilatildeo do corretivo de solo utilizado na dose referente agrave elevaccedilatildeo da saturaccedilatildeo por bases para 60 e da fraccedilatildeo granulomeacutetrica apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso 24
11
Eficiecircncias relativas em relaccedilatildeo ao CaCO3 dos corretivos de acidez de diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas aos 90 dias de incubaccedilatildeo 26
12
Eficiecircncias relativas em relaccedilatildeo agrave fraccedilatildeo granulomeacutetrica inferior a 03 mm (peneira 50 ABNT) dos corretivos de acidez em diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas aos 90 dias de incubaccedilatildeo 27
13
Teor de Si no solo em funccedilatildeo da fraccedilatildeo granulomeacutetrica e do corretivo utilizado para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso apoacutes 30 dias de incubaccedilatildeo 28
14
Teor de Si no solo em funccedilatildeo da fraccedilatildeo granulomeacutetrica e do corretivo utilizado para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo
30
i
RESUMO
PRADA NETO ITHAMAR Eficiecircncia relativa de diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas de silicatos na correccedilatildeo da acidez do solo 2009 38f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em AgronomiaSolos) ndash Universidade Federal de Uberlacircndia Uberlacircndia1
Os silicatos satildeo produtos que podem ser utilizados natildeo apenas para o fornecimento de siliacutecio como tambeacutem para a correccedilatildeo da acidez do solo Nos corretivos agriacutecolas os principais fatores que devem ser avaliados satildeo o poder de neutralizaccedilatildeo e a reatividade que juntos compotildee o poder relativo de neutralizaccedilatildeo total fator determinante para a definiccedilatildeo da dose a ser empregada na agricultura Atualmente os silicatos estatildeo sendo avaliados quanto a sua capacidade de correccedilatildeo do solo com os mesmos criteacuterios utilizados para o calcaacuterio mesmo apresentando origens e processos de produccedilatildeo muito distintos Com o presente trabalho objetivou-se quantificar a reatividade para cada fraccedilatildeo granulomeacutetrica de diferentes silicatos O experimento foi desenvolvido no Centro Universitaacuterio de Patos de Minas em Patos de Minas MG utilizando-se trecircs silicatos (Agrosiliacutecio Silifeacutertil e Holcim) e um calcaacuterio comercial em quatro fraccedilotildees granulomeacutetricas separados pelas peneiras lt 10 mesh 10 a 20 mesh 20 a 50 mesh e gt 50 mesh em quatro solos com as seguintes classes granulomeacutetricas muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso com quatro repeticcedilotildees Os corretivos foram aplicados e misturados nos vasos contendo 300g de amostras de solos os quais foram submetidos agrave incubaccedilatildeo por trinta e noventa dias com solos mantidos a 80 da capacidade de campo Para a obtenccedilatildeo dos valores de equivalente em carbonato de caacutelcio foram submetidos tambeacutem a incubaccedilatildeo dos solos com carbonato de caacutelcio em doses crescentes Apoacutes os periacuteodos de incubaccedilatildeo foram realizadas anaacutelises de pH em CaCl2 e do teor de Si no solo em CaCl2 Os dados foram submetidos a anaacutelise de variacircncia e tiveram suas meacutedias comparadas pelo teste de Scott-Knott agrave 5 de probabilidade Os resultados obtidos mostraram que quanto menor a fraccedilatildeo granulomeacutetrica maior a eficiecircncia relativa dos corretivos (calcaacuterio e silicatos) na elevaccedilatildeo do pH do solo Quanto aos resultados dos corretivos os silicatos Agrosiliacutecio e Silifeacutertil se destacaram o que demonstrou que com os meacutetodos atualmente empregados estatildeo subestimando a reatividade destes produtos principalmente na fraccedilatildeo compreendida entre as peneiras de 20 e 50 mesh O Holcim se mostrou menos eficiente que o calcaacuterio quanto a correccedilatildeo da acidez do solo fato este que pode estar associado a alguma diferenccedila no processo de produccedilatildeo do produto em relaccedilatildeo aos demais silicatos Quanto ao fornecimento de siliacutecio para o solo a mesma tendecircncia foi mantida com superioridade para as fraccedilotildees granulomeacutetricas mais finas Desta forma novos paracircmetros precisam ser colocados em praacutetica para a determinaccedilatildeo da reatividade dos silicatos
Palavras-chave Escoacuteria de siderurgia Siliacutecio Corretivos agriacutecolas Fertilidade do solo
1 Orientador Prof Dr Gaspar Henrique Korndoumlrfer ndash UFU
ii
ABSTRACT
PRADA NETO ITHAMAR Relative efficiency of different size fractions of silicate in correcting the soil acidity 2009 38p Dissertation (Masters Degree in AgronomySoils Science) ndash Federal University of Uberlacircndia Uberlacircndia2
The silicates are products that might be used not just for silicon supply but also for correction of soil acidity The main factors that must be evaluated for agricultural correctives are neutralization power and reactivity which combined form the relative power of total neutralization a determinant factor for the definition of the dose to be used in agriculture Currently the silicates have been evaluated for their ability to correct the soil with the same criteria used for lime despite presenting very different origin and production processes This study quantified the reactivity for each size fraction of different silicates The experiment was conducted at the University of Patos de Minas in Patos de Minas MG using three silicates (Agrosiliacutecio Silifeacutertil and Holcim) and a commercial lime in four size fractions separated by sieves lt10 mesh 10 to 20 mesh 20 to 50 mesh and gt 50 mesh in four soils very clayey clayey loamy and sandy medium texture with four replications The correctives were applied and mixed in pots containing 300g of soil samples which were subjected to incubation for thirty to ninety days at 80 field capacity Soils that received calcium carbonate in increasing doses were also incubated to obtain the values of the equivalent in calcium carbonate After the incubation periods analyses of pH in CaCl2 and the Si content of the soil in CaCl2 were done Data were submitted to analysis of variance and means were compared by their Scott-Knott test at 5 probability The results showed that the smaller the fraction size the greater the relative efficiency of the corrective (lime and silicates) in raising the soil pH The results of the silicates Agrosiliacutecio and Silifeacutertil were outstanding showing that the methods currently employed are underestimating the reactivity of these products mainly in the fraction between 20 and 50 mesh Holcim was less efficient than lime in correcting soil acidity a fact that may be associated with differences in the production process in relation to the other silicates The same trend was maintained for silicon supply to the soil with superiority for the smaller size fractions Thus new parameters need to be put into practice for determining the reactivity of silicates
Keywords Silicate slag Silicon Agricultural correctives soil fertility
2 Supervisor Prof Dr Gaspar Henrique Korndoumlrfer ndash UFU
1
1 INTRODUCcedilAtildeO
A maioria dos solos brasileiros sobretudo aqueles sob vegetaccedilatildeo de cerrado
apresenta limitaccedilotildees quanto ao estabelecimento e desenvolvimento das principais
culturas em decorrecircncia dos efeitos da acidez do solo
Neste cenaacuterio a correccedilatildeo da acidez do solo se apresenta com papel fundamental
para a obtenccedilatildeo de resultados agronocircmicos e econocircmicos positivos na agricultura Nos
uacuteltimos anos o consumo brasileiro de calcaacuterio vem oscilando na ordem de 16 a 27
milhotildees de toneladas por ano segundo informaccedilotildees da Associaccedilatildeo Brasileira dos
Produtores de Calcaacuterio Agriacutecola (2008)
Natildeo apenas os calcaacuterios mas tambeacutem os silicatos apresentam bom potencial
para utilizaccedilatildeo como corretivos de acidez com o benefiacutecio de aleacutem de corrigir a acidez
do solo e fornecer caacutelcio e magneacutesio e tambeacutem o siliacutecio elemento que desperta grande
interesse da comunidade cientiacutefica e do setor agriacutecola atualmente por trazer uma seacuterie
de benefiacutecios para algumas culturas
Os principais paracircmetros que orientam o uso dos corretivos satildeo os valores de
poder de neutralizaccedilatildeo reatividade e poder relativo de neutralizaccedilatildeo total sendo este
uacuteltimo resultante da combinaccedilatildeo dos anteriores Tais paracircmetros satildeo fundamentais para
a definiccedilatildeo de doses eficiecircncia agrocircnomica e efeito residual
A avaliaccedilatildeo do poder de neutralizaccedilatildeo (PN) consiste na anaacutelise quiacutemica do poder
corretivo do material ou seja a capacidade do corretivo em neutralizar o hidrogecircnio
Esta avaliaccedilatildeo eacute feita atraveacutes da adiccedilatildeo de HCl em uma amostra de calcaacuterio e na
posterior identificaccedilatildeo na quantidade de HCl consumida o que reflete o poder de
neutralizaccedilatildeo do material
A reatividade (RE) se refere agrave velocidade de reaccedilatildeo do corretivo no solo e esta
velocidade de reaccedilatildeo estaacute associada com a superfiacutecie de contato do material Quando se
analisa a reatividade de um corretivo se considera apenas o tamanho de partiacuteculas
desconsiderando suas caracteriacutesticas intriacutensecas de superfiacutecie especiacutefica como a
porosidade e forma das partiacuteculas A porosidade e a forma das partiacuteculas diferem muito
em funccedilatildeo da origem do corretivo Os silicatos oriundos de escoacuterias de siderurgia
apresentam em geral e para um mesmo tamanho de partiacutecula uma superfiacutecie especiacutefica
e porosidade bem maiores do que as partiacuteculas de um corretivo oriundo de uma rocha
calcaacuteria
2
Estas caracteriacutesticas certamente podem afetar a reatividade de um corretivo e
atualmente satildeo totalmente ignoradas no meacutetodo de determinaccedilatildeo da reatividade Existe
a hipoacutetese de que a determinaccedilatildeo da reatividade de materiais silicatados oriundos de
escoacuterias esteja sendo subestimada quando comparada aos calcaacuterios em geral
Desta forma objetivou-se com o presente trabalho quantificar a eficiecircncia
relativa na correccedilatildeo da acidez do solo de fraccedilotildees granulomeacutetricas de silicatos em
comparaccedilatildeo ao calcaacuterio
3
2 REVISAtildeO BIBLIOGRAFICA
21 Acidez do solo
Segundo Lopes e colaboradores (1990) a grande maioria dos solos brasileiros
principalmente os solos sob vegetaccedilatildeo de cerrado apresentam elevada acidez o que
prejudica o bom desenvolvimento das plantas Sousa e colaboradores (2007) relatam
que tal efeito pode estar associado agrave presenccedila de Al e Mn em concentraccedilotildees toacutexicas e
aos baixos teores dos macronutrientes Ca e Mg
A acidificaccedilatildeo do solo eacute um processo natural e sua intensidade depende de
fatores intriacutensecos do solo e das perturbaccedilotildees a que o sistema eacute submetido
(KAMINSKI RHEINHEIMER 2000)
Os solos poderatildeo ser naturalmente aacutecidos quando a rocha de origem apresentar
baixos teores de bases ou entatildeo mesmo apresentando altos teores de bases quando este
solo for submetido a intenso processo pedogeneacutetico Neste uacuteltimo caso destaca-se a
situaccedilatildeo de precipitaccedilatildeo pluvial intensa ao longo dos anos promovendo lixiviaccedilatildeo de
bases permanecendo no complexo de troca predominantemente os caacutetions hidrogecircnio e
alumiacutenio (FURTINI NETO et al 2001)
Aleacutem dos processos pedogeneacuteticos outros fatores tambeacutem contribuem para a
acidificaccedilatildeo do solo como as reaccedilotildees de hidroacutelise que ocorrem nas soluccedilotildees dos solos
a decomposiccedilatildeo de resiacuteduos orgacircnicos pelos microorganismos a accedilatildeo do homem
atraveacutes de adubaccedilotildees e sistemas de produccedilatildeo adotados e a proacutepria absorccedilatildeo de
nutrientes (MEURER 2006)
A acidez ativa do solo eacute definida como todo o hidrogecircnio (H+) presente na
soluccedilatildeo medida pelo potencial hidrogecircnio iocircnico (pH) O pH pode ser determinado com
um potenciocircmetro utilizando-se dois meacutetodos principais no primeiro utiliza-se uma
suspensatildeo de terra em aacutegua e no segundo em CaCl2 a 001 M (PLESE 2000)
A concentraccedilatildeo de H+ na soluccedilatildeo do solo avaliada pelo pH natildeo eacute na maioria
dos casos fator limitante para o crescimento e desenvolvimento das plantas desde que
haja suprimento adequado dos nutrientes e ausecircncia de elementos em concentraccedilotildees
toacutexicas Entretanto essa situaccedilatildeo natildeo ocorre naturalmente nos solos pois em condiccedilotildees
aacutecidas podem ocorrer iacuteons como o Al3+ e Mn2+ em teores toacutexicos para as plantas
Outros aspectos importantes associados agrave elevada acidez satildeo a alteraccedilatildeo na
4
disponibilidade de nutrientes e a interferecircncia na atividade microbiana (SOUSA et al
2007)
22 Correccedilatildeo da acidez do solo
Em funccedilatildeo dos fatores negativos da acidez do solo para a produccedilatildeo agriacutecola
torna-se necessaacuteria a sua correccedilatildeo atraveacutes da calagem maneira mais faacutecil e econocircmica
para se corrigir a acidez do solo nos primeiros 20 cm deste Furtini Neto e
colaboradores (2001) destacam como principais benefiacutecios da calagem
Diminuiccedilatildeo da toxidez por Al3+ e Mn2+
Aumento da mineralizaccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica consequentemente aumentando
a disponibilidade de nutrientes principalmente nitrogecircnio enxofre foacutesforo e
boro
Aumento na disponibilidade de caacutelcio e magneacutesio por adiccedilatildeo direta ao solo
Aumento na disponibilidade de foacutesforo e molibdecircnio presentes em formas
fixadas e de menor disponibilidade no solo aacutecido
Aumento da fixaccedilatildeo natildeo-simbioacutetica e simbioacutetica de nitrogecircnio
Aumento da CTC do solo reduzindo os problemas de salinidade e de lixiviaccedilatildeo
de caacutetions
Aumento da eficiecircncia da adubaccedilatildeo
Aumento da preservaccedilatildeo de aacutereas de floresta ou de aacutereas menos vocacionadas
para a agricultura em face da necessidade de menor aacuterea para obter a mesma
produccedilatildeo
Segundo Sousa e Lobato (2004) para solos de Cerrado a produtividade de gratildeos
das culturas de sequeiro (soja milho trigo e feijatildeo) aumenta com a saturaccedilatildeo por bases
ateacute 40 estabiliza entre os valores de 40 a 60 e diminui quando a saturaccedilatildeo por
bases eacute maior que 60 Neste uacuteltimo caso o pH em aacutegua do solo estaraacute maior que 63
o que ocasiona a reduccedilatildeo na disponibilidade de zinco cobre ferro e manganecircs
Diversos satildeo os meacutetodos para a determinaccedilatildeo da necessidade de calagem sem
haver uma definiccedilatildeo clara sobre qual o melhor deles Fundamentalmente os caacutelculos
tem-se baseado nos seguintes meacutetodos meacutetodo da curva de incubaccedilatildeo de CaCO3
meacutetodo baseado no teor de alumiacutenio trocaacutevel (CATE 1965 CATANI ALONSO
1969) meacutetodo baseado no decreacutescimo de pH de soluccedilotildees-tampatildeo SMP (SHOEMAKER
5
et al 1961) meacutetodo baseado na saturaccedilatildeo por bases (RAIJ 1981) meacutetodo baseado no
pH e mateacuteria orgacircnica (DEFELIPO et al 1982 ALVAREZ V 1996) e meacutetodo para
neutralizar a acidez trocaacutevel e elevar os teores de Ca e Mg trocaacuteveis (ALVAREZ V
RIBEIRO 1999)
Independente do meacutetodo adotado eacute de extrema importacircncia que a determinaccedilatildeo
da necessidade de calagem seja adequada pois o excesso de aplicaccedilatildeo de um corretivo
pode trazer diversos impactos negativos como a induccedilatildeo a deficiecircncias de ferro e
manganecircs (LOPES 1989)
23 Caracteriacutesticas dos corretivos de acidez
Todo material utilizado para corrigir a acidez do solo conteacutem componentes
neutralizantes como carbonatos oacutexidos hidroacutexidos e silicatos Os componentes
neutralizantes nestes materiais natildeo satildeo os caacutetions Ca2+ e Mg2+ mas sim os acircnions CO3-2
OH- SiO32- (PLESE 2000)
A qualidade de um calcaacuterio eacute dada pela combinaccedilatildeo de seus atributos quiacutemicos e
fiacutesicos O atributo quiacutemico representado pelo poder de neutralizaccedilatildeo depende do tipo e
teor de neutralizantes no corretivo O fiacutesico representado pela eficiecircncia relativa
depende da natureza geoloacutegica da rocha calcaacuteria e do grau de moagem a que foi
submetida (KURIHARA et al 1999)
A avaliaccedilatildeo quiacutemica dos corretivos de acidez consta das seguintes
determinaccedilotildees poder de neutralizaccedilatildeo (PN) e teores de Ca e Mg (ALCARDE
RODELLA 1996)
A avaliaccedilatildeo fiacutesica dos corretivos de acidez eacute determinada pela sua composiccedilatildeo
granulomeacutetrica empregando-se as peneiras nordm 10 20 e 50 segundo a Associaccedilatildeo
Brasileira de Normas Teacutecnicas - ABNT Para cada uma das fraccedilotildees granulomeacutetricas
produto retido na peneira ABNT 10 produto passante na peneira ABNT 10 e retido na
peneira ABNT 20 produto passante na peneira ABNT 20 e retido na peneira ABNT 50
e produto passante na peneira ABNT 50 satildeo atribuiacutedos os seguintes valores de
reatividade 0 20 60 e 100 respectivamente A partir dos resultados da
composiccedilatildeo granulomeacutetrica calcula-se a reatividade (RE) ou eficiecircncia relativa (ER) do
calcaacuterio de acordo com a equaccedilatildeo abaixo (ALCARDE RODELLA 1996)
RE = F10-20 x 02 + F20-50 x 06 + Fgt50 x 1
6
Onde
F10-20= percentual de produto que passa pela peneira nordm10 e fica retido na peneira
nordm20 F20-50 = percentual de produto que passa pela peneira nordm20 e fica retido na
peneira nordm50 e Fgt50 = percentual de produto que passa pela peneira nordm50
Estes paracircmetros de reatividade satildeo adotados no Brasil de acordo com o que a
legislaccedilatildeo prevecirc para todos os corretivos independente de sua origem Segundo Prado e
colaboradores (2001) ainda natildeo existe uma legislaccedilatildeo especiacutefica para silicatos de
caacutelcio sendo estes incluiacutedos na legislaccedilatildeo de calcaacuterios com algumas adaptaccedilotildees
Alcarde e colaboradores (1989) avaliando a reatividade de calcaacuterios de
diferentes origens na correccedilatildeo da acidez do solo constataram eficiecircncia relativa acima
de 80 para partiacuteculas de tamanho inferior a 03 mm (peneira gt 50 ABNT) entre 39 e
65 para partiacuteculas entre 03 e 084 mm (produto passante na peneira 20 ABNT e retido
na peneira 50 ABNT) e eficiecircncia entre 6 e 27 para partiacuteculas entre 084 e 20 mm
(produto passante na peneira 10 ABNT e retido na peneira 20 ABNT)
Bellingieri (1983) avaliando a eficiecircncia de fraccedilotildees granulomeacutetricas de calcaacuterios
em laboratoacuterio em solos com controle de umidade em 30 encontrou valores de
eficiecircncia relativa de 74 376 767 e 100 respectivamente para corretivos nas
fraccedilotildees granulomeacutetricas passantes na peneira ABNT 5 e retiros na peneira ABNT 10
passantes na peneira 10 e retidos na peneira ABNT 30 passantes na peneira ABNT 30 e
retidos na peneira ABNT 50 e produtos passantes na peneira ABNT 50
Segundo Kurihara e colaboradores (1999) a origem da rocha calcaacuteria interfere
na ER do corretivo com destaque para os materiais de origem sedimentar que
apresentam elevada friabilidade possibilitando que torrotildees do material sejam facilmente
desagregados com pequena pressatildeo entre os dedos da matildeo de maneira que apoacutes sua
extraccedilatildeo da jazida esse calcaacuterio natildeo necessita passar por um processo de moagem como
os de natureza metamoacuterfica Entretanto ao se efetuar a anaacutelise granulomeacutetrica verifica-
se que estes torrotildees natildeo passam pelo conjunto de peneiras durante a agitaccedilatildeo mecacircnica
subestimando a real capacidade do material em se solubilizar no solo
Bellingieri e colaboradores (1992) avaliando a reatividade de um calcaacuterio
dolomiacutetico e calcaacuterio dolomiacutetico calcinado durante dois anos agriacutecolas relataram que o
calcaacuterio calcinado apresentou maior reatividade no primeiro ano agriacutecola bem como as
fraccedilotildees granulomeacutetricas mais finas proporcionaram maior reatividade no primeiro ano
do trabalho fato que foi amenizado no segundo ano agriacutecola em que a reatividade dos
7
calcaacuterios tenderam a se igualar e a granulometria mais grosseira tambeacutem compensou a
menor reatividade obtida no primeiro ano
Plese (2000) avaliando o efeito da umidade do solo entre o intervalo de 0 a 80
da capacidade de campo na reatividade das fraccedilotildees granulomeacutetricas de um calcaacuterio
observou que quanto mais altos os valores de umidade do solo mais favoraacutevel era para
a reaccedilatildeo do corretivo no solo Para solos mantidos a 80 da capacidade de campo a
frequecircncia de molhamento teve pouca influecircncia na reatividade
A combinaccedilatildeo das caracteriacutesticas quiacutemicas e fiacutesicas do corretivo
respectivamente PN expresso em equivalente de carbonato de caacutelcio e ER originam o
Poder Relativo de Neutralizaccedilatildeo Total (PRNT) variaacutevel esta utilizada para a definiccedilatildeo
da dose a ser utilizada (BELINGIERI et al 1988)
24 Silicatos de Caacutelcio
Segundo Prado e colaboradores (2001) para minimizar os problemas quiacutemicos
dos solos do Brasil uma maneira seria mediante a correccedilatildeo da acidez do solo pelo uso
de escoacuterias de siderurgia um resiacuteduo da induacutestria do accedilo e ferro-gusa constituiacutedo
quimicamente de silicato de caacutelcio (CaSiO3)
Segundo Malavolta (1981) de maneira simplificada a escoacuteria de siderurgia
pode ser definida como sendo obtida atraveacutes da siacutelica do mineacuterio de ferro que reage com
o caacutelcio do calcaacuterio em alto forno Este processo envolvendo altas temperaturas
seguindo de um raacutepido resfriamento difere do processo de produccedilatildeo de calcaacuterio
(moagem de rochas calcaacuterias) o que pode originar materiais de alta solubilidade
consequentemente elevando sua eficiecircncia relativa
Os silicatos de caacutelcio e magneacutesio apresentam como principais benefiacutecios o
aumento na disponibilidade do Si a elevaccedilatildeo do pH o aumento do Ca e Mg trocaacuteveis
no solo a reduccedilatildeo de toxicidade do Fe Mn e Al para as plantas e o aumento na
disponibilidade de P no solo (KORNDOumlRFER et al 2003)
Segundo Alcarde (1992) a accedilatildeo neutralizante dos silicatos de caacutelcio e magneacutesio
no solo pode ser explicada com as seguintes equaccedilotildees
Ca(Mg)SiO3 + H2O
Ca+2(Mg+2) + SiO3-2
SiO3-2 + H2O HSiO3
- + OH-
HSiO3- + H2O H2SiO3 + OH-
H2SiO3 + H2O H4SiO4
8
Dentre os silicatos as fontes mais abundantes e baratas satildeo as escoacuterias
sideruacutergicas originadas do processamento em altas temperaturas geralmente acima de
1400 ordmC da reaccedilatildeo do calcaacuterio com a siacutelica presente no mineacuterio de ferro
(KORNDOumlRFER et al 2003)
As principais caracteriacutesticas que devem ser avaliadas na escolha de uma fonte de
siliacutecio para a agricultura satildeo solubilidade disponibilidade as propriedades fiacutesicas a
concentraccedilatildeo de elementos contaminantes e a relaccedilatildeo custo benefiacutecio (GASCHO
2001)
25 Efeitos do Si na agricultura
A utilizaccedilatildeo de macronutrientes nitrogecircnio (N) foacutesforo (P) potaacutessio (K) caacutelcio
(Ca) magneacutesio (Mg) e enxofre (S) e de micronutrientes boro (B) cloro (Cl) cobre
(Cu) ferro (Fe) manganecircs (Mn) molibdecircnio (Mo) niacutequel (Ni) e zinco (Zn) eacute
considerada como essencial para se alcanccedilar resultados satisfatoacuterios na produccedilatildeo
agriacutecola Poreacutem em determinadas condiccedilotildees de solo e cultivo existem elementos
chamados de natildeo-essenciais como o siliacutecio (Si) que pode promover diversos processos
fisioloacutegicos desejaacuteveis para as plantas e por consequecircncia aumentar a produtividade
(KORNDOumlRFER LEPSCH 2001)
A comprovaccedilatildeo da essencialidade do siliacutecio eacute muito difiacutecil de ser obtida devido
a sua abundacircncia na biosfera Estaacute presente em quantidades significativas mesmo em
sais aacutegua e ar (WERNER ROTH 1983)
As plantas absorvem siliacutecio diretamente da soluccedilatildeo do solo sendo este
transportado ateacute as raiacutezes principalmente via fluxo de massa (DAYANADAM et al
1983)
Balastra e colaboradores (1989) relatam que o Si apoacutes absorvido eacute transportado
pelo xilema e depositado na parede celular na forma de siacutelica amorfa hidratada ou opala
biogecircnica (SiO2nH2O) Uma vez alocado o Si torna-se imoacutevel e natildeo mais se redistribui
na planta
Marschner (1995) classifica as plantas de acordo com o seu teor de SiO2 na
mateacuteria seca da parte aeacuterea em trecircs grupos I ) acumuladoras com teores de Si de 10 a
15 II) intermediaacuterias com teores de Si de 1 a 3 III) natildeo acumuladoras com teores
na ordem de 05 Myake e Takahashi (1983) relatam que as gramiacuteneas satildeo
9
acumuladoras tiacutepicas reduzindo de forma raacutepida a concentraccedilatildeo de Si na soluccedilatildeo do
solo
Entre as plantas que mais extraem Si destacam-se o arroz e a cana-de-accediluacutecar
Ma e Takahashi (2002) relatam que as plantas de arroz possuem mecanismos
especiacuteficos de absorccedilatildeo de Si em que as proteiacutenas de membranas satildeo produzidas por
expressatildeo do gene especiacutefico Uma seacuterie de autores demonstram que o siliacutecio reduz a
severidade de vaacuterias doenccedilas de importacircncia econocircmica na cultura do arroz tais como a
brusone mancha parda escaldadura entre outras (KORNDOumlRFER DATNOFF 1995)
Natildeo apenas na reduccedilatildeo da severidade de doenccedilas como tambeacutem na reduccedilatildeo do
ataque de pragas pode-se observar grandes efeitos da aplicaccedilatildeo de Si Yoshida (1975)
citado por Barbosa Filho e colaboradores (2000) relata que a silicificaccedilatildeo da epiderme
previne a penetraccedilatildeo e a mastigaccedilatildeo pelos insetos porque as ceacutelulas ficam mais
endurecidas Segundo revisatildeo feita pelos mesmos autores diversos insetos sofreram
impactos com a aplicaccedilatildeo de Si como larvas da broca de colo trips e cigarrinha parda
que respectivamente tiveram mandiacutebulas danificadas inibiccedilatildeo na atividade e reduccedilatildeo
da populaccedilatildeo
O siliacutecio aparece na cana-de-accediluacutecar em altas concentraccedilotildees podendo variar
desde 014 em folhas jovens ateacute 67 nos colmos e folhas velhas No Havaiacute as folhas
contendo menos de 05 de siliacutecio satildeo frequentemente afetadas por um sintoma
denominado freckling A causa deste sintoma eacute ainda bastante controvertida poreacutem a
maioria dos pesquisadores atribuem agrave falta de Si e a desequiliacutebrios nutricionais O
aparecimento da ferrugem na cana-de-accediluacutecar (Puccinia melanocephala) pode estar
relacionado com o referido sintoma O sintoma eacute mais severo nas folhas mais velhas e a
aacuterea fotossinteacutetica eacute normalmente fortemente atingida (KORNDOumlRFER DATNOFF
1995)
Natildeo apenas em relaccedilatildeo aos fitopatoacutegenos mas quanto ao ataque de pragas
principalmente a broca do colmo e cigarrinha poderiam ser diminuiacutedas nas cultivares
acumuladoras de Si Outros efeitos do Si na cana-de-accediluacutecar estatildeo relacionados agrave maior
resistecircncia ao acamamento e alteraccedilotildees na arquitetura da planta deixando as folhas mais
eretas e em consequecircncia disso mais eficientes quanto agrave capacidade de aproveitamento
da luz solar e de realizaccedilatildeo da fotossiacutentese (KORNDOumlRFER et al 2002)
10
3 MATERIAL E MEacuteTODOS
31 Local do experimento
O experimento foi desenvolvido na Central de Fertilidade do Solo da
Faculdade de Ciecircncias Agraacuterias do Centro Universitaacuterio de Patos de Minas (UNIPAM)
no municiacutepio de Patos de Minas ndash MG onde os solos foram armazenados durante o
periacuteodo de incubaccedilatildeo de 30 e 90 dias de 8 de julho agrave 6 de outubro de 2008
32 Solos utilizados nas unidades experimentais
O experimento foi realizado em quatro classes de solo de diferentes texturas
sendo arenoso meacutedio argiloso e muito argiloso Os solos foram coletados do horizonte
B para natildeo haver interferecircncia da mateacuteria orgacircnica e posteriormente foram secos ao ar
ateacute atingirem massa constante Em seguida peneirados em malha de 2 mm e realizada a
anaacutelise quiacutemica e fiacutesica seguindo a metodologia descrita pelo Programa
Interlaboratorial de controle de qualidade de anaacutelise de solo (2005) exceto para o teor
de Si no solo que seguiu a metodologia descrita por Korndoumlrfer et al (2004) Os
resultados satildeo apresentados na Tabela 1
11
Tabela 1 Caracterizaccedilatildeo quiacutemica e fiacutesica dos solos utilizados no experimento
SOLOS Atributo Unidade Muito
argiloso Argiloso Meacutedio Arenoso
Latossolo Vermelho Acifeacuterrico
Tiacutepico
Latossolo Vermelho Perfeacuterrico
Tiacutepico
Latossolo Vermelho
Distrofeacuterrico Tiacutepico
Latossolo Amarelo
Distroacutefico Psamiacutetico
Si mg dm-3 59 50 87 29
P (Mehlich 1) mg dm-3 00 07 10 01
K mg dm-3 364 40 226 89
Ca cmolc dm-3
02 02 04 02
Mg cmolc dm-3
06 02 05 01
H + Al cmolc dm-3
37 60 39 34
pH (em H2O)
51 53 47 45
Al cmolc dm-3
01 01 04 05
CTC (e) cmolc dm-3
09 05 14 08
CTC (T) cmolc dm-3
46 64 49 37
SB cmolc dm-3
08 04 10 03
V 185 64 200 82
Cu mg dm-3 02 13 09 03
Zn mg dm-3 01 01 01 01
Argila 74 45 30 14
Silte 12 36 16 1
Areia 14 19 54 85
Metodologia P K Cu Zn (Mehlich 1 HCl 005 M + H2SO4 00125 M) Ca Mg Al (KCl 1 M) H+Al (soluccedilatildeo tampatildeo ndash SMP a pH 75) pH (em aacutegua) anaacutelise textural (meacutetodo da pipeta)
Realizou-se a determinaccedilatildeo da densidade das amostras dos quatro solos (Tabela
2) pelo meacutetodo da proveta descrita pela Embrapa (1997) Este meacutetodo eacute uma
alternativa para experimentos em vasos onde amostras de solo satildeo desagregadas para
preencher os vasos compondo a unidade experimental
12
Tabela 2 Densidade das amostras dos solos utilizados no experimento
Solos Densidade
g cm-3
Muito Argiloso 096
Argiloso 130
Meacutedio 125
Arenoso 135
Com os resultados da anaacutelise quiacutemica dos solos foi determinada a necessidade
de calagem pelo meacutetodo da saturaccedilatildeo por bases descrito por Raij e colaboradores
(1996) com o objetivo de elevaacute-la agrave 60 (Tabela 3)
Tabela 3 Necessidade de calagem em equivalente de CaCO3 com 100 de PRNT para amostras dos solos utilizados no experimento considerando as respectivas densidades das amostras dos solos
Solos Unidade
Muito Argiloso Argiloso Meacutedio Arenoso
Mg ha-1 189 343 056 191
mg vaso-1 27114 66795 10587 38735
33 Corretivos utilizados
Foram utilizadas trecircs fontes de silicatos originados de diferentes escoacuterias de
siderurgia sendo estes Agrosiliacutecio Silifeacutertil e Holcim por serem os mais
representativos quanto ao uso na agricultura como corretivos agriacutecolas Estes foram
comparados com um calcaacuterio comercial de origem sedimentar e com o carbonato de
caacutelcio pa padratildeo para estudos de eficiecircncia relativa de corretivos (Tabela 4)
Tabela 4 Teores de caacutelcio magneacutesio e siliacutecio dos corretivos utilizados
Corretivo CaO () MgO () SiO2 ()
Agrosiliacutecio 39 10 23
Silifeacutertil 38 8 22
Holcim 25 7 43
Calcaacuterio 30 20 0
Carbonato de caacutelcio 56 0 0
13
Para a caracterizaccedilatildeo dos corretivos quanto a sua superfiacutecie especiacutefica foi
realizada a anaacutelise da superfiacutecie especiacutefica pela equipe do Laboratoacuterio de
Hidrometalurgia da Universidade Federal de Ouro Preto utilizando-se o meacutetodo de
determinaccedilatildeo por gases descrito por Brunauer e colaboradores (1938) (Tabela 5)
Tabela 5 Superfiacutecie especifica e volume total de poros dos corretivos de acidez do solo
Corretivo Superfiacutecie Especiacutefica Volume total de poros
m2 g-1 cm3 g-1
Agrosiliacutecio 1175 00482
Silifeacutertil 066 00023
Holcim 038 00006
Calcaacuterio 091 00039
Fonte Universidade Federal de Ouro Preto (Laboratoacuterio de Hidrometalurgia)
Todos os corretivos foram submetidos agrave uniformizaccedilatildeo de umidade atraveacutes de
secagem em estufa com circulaccedilatildeo forccedilada de ar a 105 ordmC por um periacuteodo de setenta e
duas horas
Apoacutes esta etapa os silicatos foram submetidos agrave separaccedilatildeo nas seguintes
fraccedilotildees granulomeacutetricas atraveacutes de agitador mecacircnico por 5 minutos seguindo a
metodologia oficial (Veras et al 2007) fracionando os corretivos nas seguintes classes
partiacuteculas maiores que 200 mm (fraccedilatildeo do corretivo retido na peneira ABNT 10 ndash 10
mesh) partiacuteculas entre 084 e 200 mm (fraccedilatildeo do corretivo passante na peneira ABNT
10 e retido na peneira ABNT 20 ndash 20 mesh) partiacuteculas entre 030 e 084 (fraccedilatildeo do
corretivo passante na peneira ABNT 20 e retido na peneira ABNT 50 ndash 50 mesh) e
partiacuteculas com dimensatildeo inferior agrave 030 mm (fraccedilatildeo do corretivo passante na peneira
ABNT 50) (Figura 1)
14
(a) (b)
Figura 1 Mesa agitadora (a) e peneiras utilizadas para a separaccedilatildeo dos corretivos nas diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas (b)
A definiccedilatildeo das fraccedilotildees granulomeacutetricas avaliadas acompanhou os criteacuterios
atualmente adotados na legislaccedilatildeo para calcaacuterio aleacutem do fato de natildeo se justificar o uso
de silicatos em fraccedilatildeo granulomeacutetrica mais fina do que as jaacute comumente utilizadas para
calcaacuterio em funccedilatildeo da maior abrasividade das escoacuterias de siderurgia (PRADO et al
2001) o que tecnicamente dificulta a accedilatildeo dos moinhos brasileiros tornando a moagem
para a obtenccedilatildeo de partiacuteculas muito finas economicamente inviaacutevel
Apoacutes a separaccedilatildeo das fraccedilotildees granulomeacutetricas os corretivos foram submetidos
agrave determinaccedilatildeo do poder de neutralizaccedilatildeo (PN) pelo meacutetodo da titulaccedilatildeo que consiste
em colocar em contato uma massa conhecida do corretivo com uma quantidade
conhecida e em excesso de aacutecido padronizado fazendo com que o corretivo neutralize
uma parte do aacutecido O excesso de aacutecido eacute quantificado por alcalimetria obtendo-se
indiretamente a quantidade de aacutecido que foi neutralizado pelo corretivo seguindo o
procedimento descrito a seguir (BRASIL 1983)
Pesou-se 1000 g da amostra secada moiacuteda e passada em peneira de 03 mm
dos corretivos (Figura 2 a) e transferiu-se o material para erlenmeyer de 250 mL no
qual adicionou-se 50 mL da soluccedilatildeo de HCl 05 M padronizada O erlenmeyer foi
coberto com vidro de reloacutegio e a soluccedilatildeo foi fervida suavemente por 5 minutos (Figura
2 b) Apoacutes esta etapa a soluccedilatildeo foi esfriada transferida para balatildeo de 100 mL que teve
seu volume completado com aacutegua destilada e deixou-se decantar (Figura 2 c) Pipetou-
se 50 mL da soluccedilatildeo que foi transferida para erlenmeyer de 125 mL no qual se
acrescentou trecircs gotas de soluccedilatildeo de fenolftaleina (indicador) A soluccedilatildeo aacutecida foi
titulada com soluccedilatildeo padronizada de NaOH 025 M ateacute o aparecimento de uma leve cor
rosada do indicador (Figura 2 d) anotou-se o volume gasto e a partir deste valor
15
calculou-se o poder de neutralizaccedilatildeo do corretivo em de CaCO3 equivalente pela
expressatildeo
PN = 10 (25M1-V2M2) onde G
M1 = concentraccedilatildeo molar da soluccedilatildeo de HCl
V2 = volume em mL da soluccedilatildeo de NaOH gasto na titulaccedilatildeo
M2 = concentraccedilatildeo molar da soluccedilatildeo de NaOH
G = massa inicial da amostra em gramas
(a) (b)
(c) (d)
Figura 2 Ilustraccedilotildees dos processos laboratoriais para determinaccedilatildeo do PN em amostras
dos materiais corretivos desde a pesagem (a) a fervura da soluccedilatildeo contendo a amostra
do corretivo e HCl (b) a soluccedilatildeo transferida para balatildeo volumeacutetrico de 100 mL em
descanso para decantaccedilatildeo (c) e a titulaccedilatildeo ateacute o aparecimento da coloraccedilatildeo rosada (d)
Para os silicatos em funccedilatildeo de sua constituiccedilatildeo quiacutemica a visualizaccedilatildeo da
coloraccedilatildeo rosada foi dificultada pelo escurecimento da soluccedilatildeo (coloraccedilatildeo esverdeada)
sendo necessaacuteria a utilizaccedilatildeo do meacutetodo potenciomeacutetrico em que o excesso de HCl da
soluccedilatildeo eacute neutralizado por NaOH ateacute atingir pH 70
Foram encontrados valores distintos de poder de neutralizaccedilatildeo para cada um dos
corretivos (Tabela 6)
16
Tabela 6 Poder de neutralizaccedilatildeo dos materiais corretivos de acidez do solo utilizados
no experimento
Corretivos Poder de Neutralizaccedilatildeo ()
Agrosiliacutecio 859
Silifeacutertil 778
Holcim 740
Calcaacuterio 1131
CaCO3 1041
Com base nos valores do poder de neutralizaccedilatildeo encontrados para cada um dos
corretivos e de acordo com as necessidades de calagem encontrados para cada solo
foram calculadas as doses de cada corretivo a serem aplicadas nos vasos preenchidos
com 300 g de amostras dos solos (Tabela 7)
Tabela 7 Quantidade de corretivo calculada para atingir 60 de saturaccedilatildeo por bases
para cada um dos solos experimentais
SOLOS
Corretivos
Muito Argiloso
Argiloso Meacutedia Arenoso
---------------------------------- mg por vaso ------------------------------------
Agrosiliacutecio 3189 7775 1232 4509
Silifeacutertil 3487 8589 1361 4981
Holcim 3666 9031 1431 5239
Calcaacuterio 2397 5906 936 3425
CaCO3 2605 6416 1012 3721
Em funccedilatildeo da dose dos corretivos utilizados em cada solo (Tabela 5) e da
concentraccedilatildeo de SiO2 em cada um dos silicatos foram calculadas as doses de Si
fornecidas por cada silicato para o respectivo solo (Tabela 8)
17
Tabela 8 Dose de Si fornecida por cada um dos silicatos em cada solo experimental SOLOS
Corretivos Concentraccedilatildeo
de Si Muito Argiloso
Argiloso Meacutedia Arenoso
--------------------------- mg por vaso -----------------------
Agrosiliacutecio
107 341 832 132 482
Silifeacutertil 103 359 885 140 513 Holcim 203 744 1833 290 1064
34 Tratamentos e delineamento experimental
Foram conduzidos quatro experimentos sendo cada um em uma classe
textural de solo em delineamento inteiramente casualizado A anaacutelise de variacircncia foi
baseada num arranjo fatorial 4x4 com quatro corretivos de acidez (trecircs silicatos de
caacutelcio Agrosiliacutecio Silifeacutertil e Holcim e um calcaacuterio) e quatro fraccedilotildees granulomeacutetricas
(entre 5 e 10 mesh partiacuteculas entre 2 e 4 mm entre 10 e 20 mesh partiacuteculas entre 084
e 2 mm entre 20 e 50 mesh partiacuteculas entre 03 e 084 mm e maior que 50 mesh
partiacuteculas menores que 03 mm) com quatro repeticcedilotildees
Aleacutem dos tratamentos acima foi realizada a incubaccedilatildeo com CaCO3 (reagente
pa) corretivo padratildeo para comparaccedilatildeo da eficiecircncia relativa na correccedilatildeo da acidez do
solo sendo este utilizado em cinco diferentes doses testemunha 50 100 150 e
200 em relaccedilatildeo agrave dose recomendada para a correccedilatildeo da acidez do solo para atingir
60 de saturaccedilatildeo por bases (Tabela 3)
34 Conduccedilatildeo do experimento
As parcelas experimentais constituiacuteram-se de recipientes plaacutesticos de 500 mL
nos quais foram adicionados 300 g de solo e as devidas quantidades dos corretivos que
posteriormente foram incubados em recipientes abertos por trinta e noventa dias em
laboratoacuterio sem exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo solar direta e a intensas variaccedilotildees de temperatura
(Figura 3 a b)
Durante o periacuteodo de incubaccedilatildeo os solos foram irrigados com aacutegua destilada
para a manutenccedilatildeo da umidade a 80 da capacidade de campo (Figura 3 c)
Apoacutes 30 e 90 dias de incubaccedilatildeo fraccedilotildees de 50 g de cada uma das amostras
foram retiradas e colocadas para secar ao ar (Figura 3 d)
18
(a) (b)
(c) (d)
Figura 3 Pesagem dos corretivos (a) adiccedilatildeo dos corretivos nos recipientes plaacutesticos
contendo as amostras dos solos (b) irrigaccedilatildeo das amostras dos solos (c) e incubaccedilatildeo em
laboratoacuterio por 30 e 90 dias (d)
35 Determinaccedilatildeo do pH do solo apoacutes a incubaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo da eficiecircncia relativa
Para a caracterizaccedilatildeo da correccedilatildeo da acidez do solo foi determinado o pH em
CaCl2 em cada unidade experimental Esta variaacutevel de cada fraccedilatildeo granulomeacutetrica dos
silicatos de caacutelcio foi confrontada com os valores obtidos atraveacutes da curva de incubaccedilatildeo
do CaCO3 (reagente pa)
A anaacutelise do pH foi realizada seguindo a metodologia descrita pelo Programa
Interlaboratorial de controle de qualidade de anaacutelise de solo (2005) em que se colocou
10 cm3 de TFSA num frasco de 50 mL e adicionou-se 25 mL de CaCl2 2H2O 001 M
(1469 g L-1) deixando em contato por quinze minutos Posteriormente agitou-se a
amostra em agitador horizontal por dez minutos a 200 rpm Apoacutes esta etapa a soluccedilatildeo
foi mantida em repouso por sessenta minutos Na sequecircncia sem agitar novamente a
amostra foi realizada a leitura em potenciocircmetro devidamente calibrado com soluccedilotildees-
padratildeo de pH 40 e 70
Os valores de pH obtidos por cada fraccedilatildeo granulomeacutetrica de cada um dos
corretivos foram confrontados com os valores de pH obtidos na curva de incubaccedilatildeo de
CaCO3 obtendo-se os valores de equivalente em CaCO3 aos 90 dias
19
Os valores de eficiecircncia relativa foram ajustados em relaccedilatildeo aos resultados
obtidos por cada corretivo na fraccedilatildeo granulomeacutetrica inferior agrave 03 mm (gt 50 mesh)
atribuindo-se a esta fraccedilatildeo mais fina o iacutendice de 100 seguindo a metodologia adotada
por Bellingieri (1983)
36 Avaliaccedilatildeo do teor de Si no solo apoacutes a incubaccedilatildeo
Para a avaliaccedilatildeo do teor de Si no solo disponibilizado por cada uma das fontes
nas fraccedilotildees granulomeacutetricas foram realizadas as anaacutelises no Laboratoacuterio de Anaacutelise de
Fertilizantes da Universidade Federal de Uberlacircndia utilizando o extrator cloreto de
caacutelcio 001 M de acordo com a metodologia descrita por Korndoumlrfer e colaboradores
(2004) em que apoacutes o contato de 10 g da amostra do solo com 100 mL da soluccedilatildeo
extratora os mesmos foram submetidos a um agitador horizontal orbital por 1 hora na
frequumlecircncia de 50 rpm Apoacutes este procedimento as amostras ficaram em repouso por 15
minutos para decantar e a suspensatildeo foi filtrada e ficando sob novo repouso por 12
horas Entatildeo pipetou-se 10 mL do extrato de cada amostra acrescentando-se 1 mL de
soluccedilatildeo sulfo-moliacutebdica Decorridos 10 minutos acrescentou-se 2 mL de soluccedilatildeo de
aacutecido tartaacuterico 200 mg L-1 e apoacutes 5 minutos adicionou-se 10 mL da soluccedilatildeo de aacutecido
ascoacuterbico Apoacutes 1 hora foi realizada a leitura em espectofotocircmetro UV-visiacutevel no
comprimento de onda de 660 nanocircmetros Em funccedilatildeo do fator de diluiccedilatildeo o valor de
leitura foi multiplicado por 10 para se chegar no teor de Si do solo em mg dm-3
37 Anaacutelise estatiacutestica
Os resultados referentes ao pH em CaCl2 encontrados em funccedilatildeo das doses de
CaCO3 foram submetidos agrave anaacutelise de variacircncia e posterior ajuste ao modelo de
regressatildeo mais adequado para cada solo dentro dos dois periacuteodos de incubaccedilatildeo
utilizando o software estatiacutestico Sisvar desenvolvido por Ferreira (1999)
Os dados referentes ao pH em CaCl2 e ao teor de Si no solo encontrados em
funccedilatildeo dos corretivos (silicatos e calcaacuterio) em cada fraccedilatildeo granulomeacutetrica foram
submetidos agrave anaacutelise de variacircncia e suas meacutedias foram comparadas pelo teste de Scott-
Knott (1974) a 5 de probabilidade quanto agrave variaccedilatildeo dos corretivos dentro de cada
fraccedilatildeo granulomeacutetrica e quanto agrave variaccedilatildeo das fraccedilotildees granulomeacutetricas dentro dos
corretivos
20
4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
41 Variaccedilotildees no pH aos 30 dias de incubaccedilatildeo
Em relaccedilatildeo agrave variaacutevel pH em CaCl2 houve efeito significativo das doses de
CaCO3 para os quatro solos analisados o que possibilitou o ajuste de modelos de
regressatildeo (Figura 4)
Para os valores de pH em CaCl2 em funccedilatildeo do corretivo e fraccedilatildeo granulomeacutetrica
utilizados a anaacutelise de variacircncia tambeacutem permitiu constatar efeito significativo
inclusive para a interaccedilatildeo entre estes fatores (Tabela 9) Em geral quanto menor a
fraccedilatildeo granulomeacutetrica maior o pH do solo resultado este que concorda com o trabalho
realizado anteriormente por Alcarde e colaboradores (1989)
Novais e colaboradores (1993) tambeacutem descreveram que a granulometria mais
fina das escoacuterias de siderurgia permitiu maior reatividade tanto em solos arenosos
quanto em solos argilosos
(a)
y = -03764x2 + 13644x + 49458
R2 = 099
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(b)
y = -07093x2 + 24251x + 50564
R2 = 097
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(c)
y = 0492x + 3941
R2 = 094
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(d)
y = -1075x2 + 37825x + 39585
R2 = 099
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalnete CaCO3
pH e
m C
aCl 2
Significativo a 5 de probabilidade pelo teste f Figura 4 Valores do pH em CaCl2 em funccedilatildeo da dose equivalente de CaCO3 aplicada ao solo apoacutes 30 dias de incubaccedilatildeo nos solos muito argiloso (a) argiloso (b) meacutedio (c) arenoso (d)
21
Para os solos muito argiloso argiloso e arenoso pode-se observar que com as
doses de CaCO3 dentro do limite de 0 a 200 em relaccedilatildeo agrave recomendaccedilatildeo para atingir
60 de saturaccedilatildeo por bases o pH em CaCl2 aumentou significativamente de maneira
quadraacutetica Entretanto observou-se para o solo de textura meacutedia um ajuste linear Este
efeito pode ser atribuiacutedo ao fato das doses do corretivo utilizado natildeo terem sido
suficientes para atingir a faixa de estabilidade
Atraveacutes da amplitude de variaccedilatildeo nos valores de pH em funccedilatildeo do acreacutescimo
nas doses de CaCO3 pode-se observar o maior efeito tampatildeo dos solos muito argiloso e
argiloso em relaccedilatildeo ao solo arenoso e de textura meacutedia informaccedilatildeo esta que corrobora
aos relatos de Furtini e colaboradores (2001) O poder tampatildeo do solo eacute a resistecircncia
que o solo oferece a mudanccedila de pH Sousa e colaboradores (2007) exemplificando a
proporcionalidade dos diferentes tipos de acidez do solo relatam que a quantidade de
calcaacuterio necessaacuteria para neutralizar a acidez ativa pode chegar a quatorze mil setecentos
e vinte e trecircs vezes menor do que o necessaacuterio para a correccedilatildeo da acidez potencial do
solo o que evidencia a importacircncia do conhecimento do poder tampatildeo do solo para se
determinar a dose do corretivo
Pode-se observar que os resultados de pH em CaCl2 em funccedilatildeo dos corretivos e
das fraccedilotildees granulomeacutetricas para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso
submetidos a 30 dias de incubaccedilatildeo ocorreram de forma que quanto menor a
granulometria do corretivo maior foi o aumento no valor de pH encontrado nos solos
(Tabela 9)
22
Tabela 9 Valores de pH em CaCl2 em funccedilatildeo do corretivo de solo utilizado na dose
referente agrave elevaccedilatildeo da saturaccedilatildeo por bases para 60 e da fraccedilatildeo granulomeacutetrica apoacutes
30 dias de incubaccedilatildeo para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso
Peneira ABNT (mesh) Corretivo
5 - 10 10 - 20 20 ndash 50 gt 50 Meacutedia Solo muito argiloso
Agrosiliacutecio 51
Ac
51
Ac
57
Ab
59
Aa
55 Silifeacutertil 49
Ad
53
Ac
56
Ab
60
Aa
54 Holcim 50
Ab
49
Bb
49
Cb
53
Ca
50 Calcaacuterio 49
Ac
50
Bc
54
Bb
57
Ba
53 Meacutedia 50
51
54
57
53 Solo argiloso
Agrosiliacutecio
51
Ac
53
Ac
61
Ab
65
Aa
57 Silifeacutertil 53
Ac
52
Ac
59
Ab
66
Aa
57 Holcim 51
Ab
51
Ab
51
Cb
55
Ba
52 Calcaacuterio 51
Ac
52
Ac
56
Bb
65
Aa
56
51
52
56
63
56 Solo meacutedio
Agrosiliacutecio
40
Ac
41
Ac
41
Ab
43
Aa
41 Silifeacutertil 40
Ab
40
Ab
41
Aa
42
Ca
41 Holcim 40
Ab
40
Ab
40
Bb
41
Ca
40 Calcaacuterio 40
Ab
41
Ab
41
Bb
42
Ba
41 Meacutedia 40
40
41
42
41 Solo arenoso
Agrosiliacutecio
40
Ac
43
Ac
55
Ab
63
Aa
50 Silifeacutertil 40
Ac
42
Ac
52
Bb
65
Aa
50 Holcim 40
Ab
41
Ab
42
Cb
50
Ba
43 Calcaacuterio 40
Ac
40
Ac
50
Bb
63
Aa
48 Meacutedia 40
42
49
60
48 Letras maiuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na coluna e letras minuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na linha (Scott-Knott a 5)
No solo muito argiloso o Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil proporcionaram a maior
elevaccedilatildeo do pH do solo em relaccedilatildeo aos demais corretivos em todas as faixas
granulomeacutetricas passantes na peneira de 10 mesh ou seja quando a granulometria foi
inferior a 2 mm em fraccedilotildees maiores que esta o efeito do corretivo foi muito pequeno
natildeo havendo diferenccedila entre os corretivos (Tabela 9)
Para os demais solos os corretivos natildeo apresentaram diferenccedilas quanto ao
aumento provocado no pH do solo quando aplicados em granulometria acima de 084
mm ou seja produtos retidos na peneira de 10 mesh Para as granulometrias mais finas
23
os corretivos apresentaram diferenccedilas no aumento do pH ficando os solos que
receberam o silicato Holcim com os menores valores
De maneira geral para as granulometrias mais finas inferior a 084 mm
(passantes na peneira de 20 mesh) o Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil proporcionaram os
maiores incrementos em pH exceto para o produto mais fino gt 50 mesh no solo de
textura meacutedia e para o produto de granulometria entre 03 e 084 mm (ABNT 20 ndash 50)
no solo arenoso em que o Agrosiliacutecio obteve os melhores resultados (Tabela 9)
42 Variaccedilotildees no pH equivalente em CaCO3 e eficiecircncia relativa dos corretivos aos
90 dias de incubaccedilatildeo
Houve efeito significativo das doses de CaCO3 nos valores de pH em CaCl2 para
os quatro solos analisados o que possibilitou o ajuste de modelos polinomiais (Figura
5)
(a)
y = -01466x2 + 09457x + 49792
R2 = 085
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(b)
y = -05821x2 + 21998x + 49789
R2 = 098
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(c)
y = 04565x + 39275
R2 = 091
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(d)
y = -0865x2 + 34185x + 39925
R2 = 098
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
Significativo a 5 de probabilidade pelo teste f
Figura 5 Valores do pH em CaCl2 em funccedilatildeo da dose equivalente de CaCO3 aplicada ao solo apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo nos solos muito argiloso (a) argiloso (b) meacutedio (c) arenoso (d)
24
Para os solos muito argiloso argiloso e arenoso (Figura 5 a b d) como era de
se esperar as doses de CaCO3 dentro do limite de 0 a 200 em relaccedilatildeo agrave
recomendaccedilatildeo aumentaram significativamente e de forma quadraacutetica o pH em CaCl2
Acompanhando a tendecircncia observada apoacutes 30 dias de incubaccedilatildeo para o solo de
textura meacutedia verificou-se um ajuste linear para o aumento do valor de pH em CaCl2
em funccedilatildeo de doses de CaCO3 Este efeito pode ser atribuiacutedo ao fato das doses do
corretivo utilizado natildeo terem sido suficientes para atingir a faixa de estabilidade
Para as variaccedilotildees de pH em CaCl2 em funccedilatildeo do corretivo e fraccedilatildeo
granulomeacutetrica utilizados tambeacutem houve efeito significativo inclusive para a interaccedilatildeo
entre estes fatores (Tabela 10)
25
Tabela 10 Valores de pH em CaCl2 em funccedilatildeo do corretivo de solo utilizado na dose
referente agrave elevaccedilatildeo da saturaccedilatildeo por bases para 60 e da fraccedilatildeo granulomeacutetrica apoacutes
90 dias de incubaccedilatildeo para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso
Peneira ABNT (mesh) Corretivo
5 - 10 10 - 20 20 ndash 50 gt 50 Meacutedia Solo muito argiloso
Agrosiliacutecio 50
Ad
52
Ac
56
Ab
57
Aa
54 Silifeacutertil 50
Ac
51
Ac
55
Ab
58
Aa
53 Holcim 49
Ab
48
Cb
48
Bb
53
Ba
50 Calcaacuterio 49
Ac
50
Bc
55
Ab
57
Aa
53 Meacutedia 50
50
53
56
52 Solo argiloso
Agrosiliacutecio 52
Ab
53
Ab
61
Aa
62
Aa
57 Silifeacutertil 49
Cd
53
Ac
58
Bb
63
Aa
56 Holcim 50
Bb
50
Bb
51
Db
55
Ca
51 Calcaacuterio 51
Bd
52
Ac
56
Cb
62
Ba
55 Meacutedia 50
52
56
60
55 Solo meacutedio
Agrosiliacutecio 40
Ad
41
Ac
42
Ab
43
Aa
42 Silifeacutertil 41
Ac
41
Ac
42
Ab
43
Aa
42 Holcim 41
Ab
41
Ab
41
Cb
41
Ba
41 Calcaacuterio 40
Ab
41
Ab
41
Bb
43
Aa
41 Meacutedia 40
41
41
42
41 Solo arenoso
Agrosiliacutecio
40
Ac
44
Ab
59
Aa
61
Aa
51 Silifeacutertil 40
Ac
43
Ac
55
Ab
64
Aa
51 Holcim 39
Ab
40
Ab
42
Bb
48
Ba
43 Calcaacuterio 40
Ac
42
Ac
55
Ab
63
Aa
50 Meacutedia 40
42
53
59
49 Letras maiuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na coluna e letras minuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na linha (Scott-Knott a 5)
No solo muito argiloso e no solo arenoso o Agrosiliacutecio o Silifeacutertil e o calcaacuterio
proporcionaram maior elevaccedilatildeo no pH do solo em relaccedilatildeo ao Holcim nos corretivos
com granulometria inferior a 084 mm passantes na peneira de 20 mesh Quando se
comparam estes resultados com os obtidos aos 30 dias de incubaccedilatildeo observa-se a
inclusatildeo do calcaacuterio entre os corretivos com melhores resultados de aumento de pH no
solo muito argiloso Este fato demonstrou que para este solo os silicatos Agrosiliacutecio e
Silifeacutertil tiveram uma maior dissociaccedilatildeo aos 30 dias fato este que foi compensado pelo
calcaacuterio entre 30 e 90 dias de incubaccedilatildeo (Tabela 10)
26
Os valores de pH do solo argiloso apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo demonstraram que
o Agrosiliacutecio proporcionou os maiores valores de pH em todas as fraccedilotildees
granulomeacutetricas ficando este em igualdade com o Silifeacutertil na granulometria inferior a
03 mm (gt 50 mesh) e entre 08 mm e 20 mm (10 a 20 mesh) sendo que nesta uacuteltima
fraccedilatildeo granulomeacutetrica o calcaacuterio tambeacutem se igualou aos dois corretivos acima
mencionados (Tabela 10)
No solo de textura meacutedia as diferenccedilas ocorreram apenas nas fraccedilotildees
granulomeacutetricas inferiores a 08 mm (peneira de 20 mesh) com melhores resultados
atribuiacutedos ao Agrosiliacutecio Silifeacutertil e ao calcaacuterio na fraccedilatildeo mais fina (gt 50 mesh) e ao
Agrosiliacutecio e ao Silifeacutertil na fraccedilatildeo compreendida entre 03 e 084 mm (20 a 50 mesh)
Para o solo arenoso o Agrosiliacutecio o Silifeacutertil e o calcaacuterio proporcionaram
maiores valores de pH nas fraccedilotildees granulomeacutetricas inferiores a 084 mm enquanto que
nas fraccedilotildees mais grossas todos os corretivos tiveram o mesmo comportamento
Para todos os solos utilizados no experimento verificou-se que quanto menor a
dimensatildeo das partiacuteculas maiores satildeo os incrementos gerados nos valores de pH em
CaCl2 (Tabela 10) resultado este que concorda com trabalhos realizados anteriormente
por Bellingieri e colaboradores (1989)
Nas comparaccedilotildees entre os resultados dos valores de pH das amostras de solo
apoacutes 30 e 90 dias de incubaccedilatildeo os resultados praticamente se equivalem demonstrando
que 30 dias de incubaccedilatildeo foi um periacuteodo suficiente para a accedilatildeo dos corretivos
Com base nos incrementos verificados no pH das amostras dos solos pelos
corretivos de acidez em cada fraccedilatildeo granulomeacutetrica em relaccedilatildeo agraves curvas de incubaccedilatildeo
com CaCO3 calculou-se os valores de equivalente em CaCO3 para cada corretivo
dentro de cada fraccedilatildeo granulomeacutetrica com 90 dias de incubaccedilatildeo (Tabela 11)
27
Tabela 11 Equivalente em CaCO3 dos corretivos de acidez de diferentes fraccedilotildees
granulomeacutetricas aos 90 dias de incubaccedilatildeo
Peneiras ABNT (mesh)
Corretivos
5 ndash 10 10 - 20 20 - 50 gt 50 Meacutedia
--------------------------------------- -----------------------------------------
Agrosiliacutecio 9
Ac
24
Ab
64
Aa
77
Aa
43
Silifeacutertil 9
Ac
19
Ac
52
Ab
87
Aa
42 Calcaacuterio 8
Ac
13
Ac
33
Bb
79
Aa
33 Holcim 7
Ab
7
Ab
10
Cb
33
Ba
14 Meacutedia 8
16
39
69
33 Letras maiuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na coluna e letras minuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na linha (Scott-Knott a 5)
Os resultados de equivalente em CaCO3 apresentados para 90 dias de incubaccedilatildeo
(Tabela 11) demonstraram grande variaccedilatildeo para este atributo entre os corretivos de
acidez o que evidencia que natildeo apenas a granulometria mas tambeacutem a origem dos
corretivos exerce grande influecircncia na velocidade de correccedilatildeo da acidez do solo
Para as fraccedilotildees granulomeacutetrica mais grossas (lt 10 e 10 a 20 mesh) pode-se
observar que natildeo houve diferenccedila entre os corretivos jaacute na fraccedilatildeo mais fina (gt 50) o
silicato Holcim proporcionou menores valores de equivalente em CaCO3 em relaccedilatildeo as
demais fontes Na fraccedilatildeo granulomeacutetrica entre 20 e 50 (Tabela 11) verificou-se
diferenccedilas entre o equivalente em CaCO3 de silicatos e do calcaacuterio o que demonstrou o
fato de estarmos neste caso subestimando a reatividade dos silicatos Pode-se observar
que natildeo houve diferenccedilas entre os resultados obtidos com a aplicaccedilatildeo dos silicatos
Agrosiliacutecio e Silifeacutertil portanto sugere-se a elaboraccedilatildeo de novos paracircmetros para a
avaliaccedilatildeo de silicatos com origem de aciaria
Seguindo os criteacuterios adotados por Bellingieri (1983) de ajustar a eficiecircncia dos
corretivos atribuindo valores de 100 para as partiacuteculas passantes na peneira 50 ABNT
(partiacuteculas inferiores a 03 mm) determinou-se a eficiecircncia relativa de cada uma das
fraccedilotildees granulomeacutetricas dos corretivos permitindo a adoccedilatildeo de novos criteacuterios de
reatividade para os silicatos (Tabela 12)
28
Tabela 12 Eficiecircncias relativas em relaccedilatildeo agrave fraccedilatildeo granulomeacutetrica inferior a 03 mm
(peneira 50 mesh) dos corretivos de acidez em diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas aos
90 dias de incubaccedilatildeo
Peneiras ABNT (mesh)
Corretivos 5 - 10 10 - 20 20 - 50 gt 50 Meacutedia
------------------------------ -------------------------------
Agrosiliacutecio 12 33 85 100 58
Silifeacutertil 9 25 65 100 50
Holcim 16 17 27 100 40
Calcaacuterio 9 18 63 100 48
Meacutedia 12 23 60 100
Propotildee-se a adequaccedilatildeo da equaccedilatildeo atualmente adotada para a determinaccedilatildeo da
eficiecircncia relativa (reatividade) de silicatos de origem de aciaria para uso como
corretivo de acidez em funccedilatildeo das diferenccedilas encontradas em eficiecircncia relativa
apresentadas na Tabela 12 entre os silicatos de origem de escoacuteria de aciaria
(Agrosiliacutecio e Silifeacutertil) em relaccedilatildeo ao calcaacuterio ficando a mesma da seguinte forma
RE = F10-20 x 03 + F20-50 x 075 + Fgt50 x 1
Onde
F10-20= percentual de produto que passa pela peneira nordm10 e fica retido na
peneira nordm20 F20-50 = percentual de produto que passa pela peneira nordm20 e fica retido
na peneira nordm50 e F-50 = percentual de produto que passa pela peneira nordm50
Os valores de eficiecircncia relativa 12 em meacutedia para a fraccedilatildeo granulomeacutetrica
mais grosseira pode estar associado agrave presenccedila de micropartiacuteculas (poacute) aderidas ao
redor das partiacuteculas mais grossas (Tabela 12) jaacute que a separaccedilatildeo granulomeacutetrica seguiu
o meacutetodo oficial de separaccedilatildeo em peneiras a seco
29
43 Teor de siliacutecio no solo apoacutes 30 dias de incubaccedilatildeo
De maneira geral pode-se observar que o Agrosiliacutecio proporcionou maiores
incrementos de Si no solo obtendo no solo argiloso quando aplicado na fraccedilatildeo
granulomeacutetrica mais fina incremento de 10 mg dm-3 (Tabela 13)
Tabela 13 Teor de Si no solo em funccedilatildeo da fraccedilatildeo granulomeacutetrica e do corretivo utilizado para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso apoacutes 30 dias de incubaccedilatildeo
Peneiras ABNT (mesh) Corretivos 5 - 10 10 - 20 20 ndash 50 gt 50 Meacutedia
-------------------------------- Si (mg kg-1) -------------------------------------
Solo muito argiloso
Agrosiliacutecio 7
Aa
8
Aa
9
Aa
8
Aa
8 Silifeacutertil 7
Aa
7
Aa
7
Ba
7
Aa
7 Holcim 6
Aa
6
Aa
6
Ba
6
Ba
6 Calcaacuterio 7
Aa
6
Aa
5
Ba
5
Ba
6 Meacutedia 6
7
7
6
6
Solo argiloso
Agrosiliacutecio 6
Ad
10
Ac
14
Ab
15
Aa
11 Silifeacutertil 7
Ac
6
Bc
10
Bb
12
Ba
9 Holcim 6
Ab
5
Bb
6
Cb
9
Ca
7 Calcaacuterio 5
Ba
5
Ba
4
Da
2
Db
4 Meacutedia 6
6
8
10
8
Solo meacutedio
Agrosiliacutecio 10
Aa
10
Aa
10
Aa
10
Aa
10 Silifeacutertil 9
Aa
9
Aa
10
Aa
10
Aa
9 Holcim 8
Ba
9
Aa
9
Ba
10
Aa
9 Calcaacuterio 9
Ba
9
Aa
9
Ba
8
Bb
9 Meacutedia 9
9
9
9
9
Solo arenoso
Agrosiliacutecio 4
Ab
5
Ab
8
Aa
9
Aa
6 Silifeacutertil 3
Ac
5
Ab
7
Aa
7
Ba
6 Holcim 3
Ab
4
Aa
4
Ba
6
Ca
4 Calcaacuterio 3
Aa
3
Ba
3
Ca
2
Da
3 Meacutedia 3
4
6
6
5 Letras maiuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na coluna e letras minuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na linha (Scott-Knott a 5)
No solo muito argiloso as fraccedilotildees mais grossas dos corretivos com partiacuteculas
superiores a 084 mm (lt 20 mesh) natildeo apresentaram diferenccedilas quanto ao fornecimento
30
de Si ao solo poreacutem quando se avaliaram as fraccedilotildees mais finas observou-se maiores
valores de Si para o Agrosiliacutecio na fraccedilatildeo de 03 a 084 mm (20 a 50 mesh) e para o
Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil quando o corretivo foi aplicado na granulometria inferior a 03
mm (gt 50 mesh) estes resultados tambeacutem se repetiram no solo arenoso (Tabela 13)
Para o solo argiloso o Agrosiliacutecio foi o silicato que promoveu maiores valores
de Si no solo quando tambeacutem se avaliaram as fraccedilotildees granulomeacutetricas inferiores a 20
mm (gt 10 mesh) apenas para a fraccedilatildeo mais grossa maior que 20 mm o Agrosiliacutecio o
Silifeacutertil e o Holcim natildeo diferiram estatisticamente variando apenas em relaccedilatildeo ao
calcaacuterio que eacute o uacutenico corretivo avaliado que natildeo apresenta Si em sua constituiccedilatildeo
No solo de textura meacutedia o Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil proporcionaram a mesma
eficiecircncia no fornecimento de Si para o solo (fraccedilotildees 20 a 50 mesh e lt 10 mesh) na
fraccedilatildeo mais fina (gt 50 mesh) os trecircs silicatos avaliados resultaram nos mesmos valores
de Si no solo deferindo apenas do calcaacuterio jaacute na fraccedilatildeo entre 10 a 20 mesh todos os
corretivos proporcionaram o mesmo resultado
De maneira geral a granulometria natildeo resultou em diferenccedilas no fornecimento
de Si pelos silicatos exceto no solo argiloso em que se observa que quanto menor a
granulometria maior foi o teor de Si no solo (Tabela 13)
Ao se avaliar os efeitos do calcaacuterio em relaccedilatildeo ao teor de Si no solo pode-se
observar que quanto menor a fraccedilatildeo granulomeacutetrica do calcaacuterio menores os teores de Si
no solo Este fato pode estar associado a maior alteraccedilatildeo causada no pH do solo pelas
fraccedilotildees mais finas do calcaacuterio reduzindo assim sua disponibilidade de Si corroborando
aos dados de McKeague e Cline (1963) em que o aumento de pH de 6 para 9 reduziu
de 36 para 6 mg dm-3 a concentraccedilatildeo de Si soluacutevel
44 Teor de siliacutecio no solo apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo
De maneira geral pode-se observar que o Agrosiliacutecio promoveu maior
incremento de Si no solo apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo exceto para a fraccedilatildeo
granulomeacutetrica entre 20 a 50 mesh e no solo de textura meacutedia em que o Silifeacutertil e o
Holcim obtiveram resultados semelhantes ao Agrosiliacutecio (Tabela 14)
Quanto agraves fraccedilotildees granulomeacutetricas observou-se que quanto menor a fraccedilatildeo
granulomeacutetrica independente do silicato maior foi o fornecimento de Si ao solo
seguindo a tendecircncia encontrada por Oliveira e colaboradores (1994) em que escoacuterias
31
de alto forno com partiacuteculas menores que 03 mm foram mais eficientes no
fornecimento de Ca e Mg para o solo quando comparadas as fraccedilotildees mais grosseiras
Tabela 14 Teor de Si no solo em funccedilatildeo da fraccedilatildeo granulomeacutetrica e do corretivo
utilizado para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso apoacutes 90 dias de
incubaccedilatildeo
Peneiras ABNT (mesh) Corretivos 5 - 10 10 - 20 20 - 50 gt 50 Meacutedia
-------------------------------- Si (mg kg-1) --------------------------------------
Solo muito argiloso Agrosiliacutecio 8
Ab
9
Aa
9
Aa
9
Aa
9 Silifeacutertil 6
Bb
7
Bb
7
Ba
8
Ba
7 Holcim 7
Bb
7
Bb
6
Cb
8
Ba
7 Calcaacuterio 6
Ba
6
Ba
5
Db
5
Cb
6 Meacutedia 7
7
7
7
7 Solo argiloso
Agrosiliacutecio 7
Ac
11
Ab
13
Aa
13
Aa
11 Silifeacutertil 5
Bc
7
Bb
9
Ba
9
Ba
8 Holcim 6
Bb
5
Cb
6
Cb
9
Ba
7 Calcaacuterio 4
Ca
4
Da
4
Da
3
Cb
4 Meacutedia 5
7
8
9
7 Solo meacutedio
Agrosiliacutecio 10
Aa
11
Aa
10
Aa
11
Aa
11 Silifeacutertil 10
Ba
10
Ba
10
Aa
10
Ba
10 Holcim 10
Bb
10
Bb
10
Ab
11
Aa
10 Calcaacuterio 9
Ba
10
Ba
9
Bb
8
Cc
9 Meacutedia 10
10
10
10
10 Solo arenoso
Agrosiliacutecio 4
Ac
6
Ab
7
Aa
7
Aa
6 Silifeacutertil 3
Bc
4
Bb
6
Ba
6
Ba
5 Holcim 3
Bc
3
Cb
4
Cb
5
Ca
4 Calcaacuterio 2
Ca
2
Da
2
Da
2
Da
2 Meacutedia 3
4
5
5
4 Letras maiuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na coluna e letras minuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na linha (Scott-Knott a 5)
Para todos os solos analisados observou-se a seguinte sequecircncia para o teor de
Si Agrosiliacutecio gt Silifeacutertil gt Holcim gt Calcaacuterio Fato este que acompanha a tendecircncia
observada na avaliaccedilatildeo da reatividade na correccedilatildeo da acidez do solo exceto para o
calcaacuterio por natildeo apresentar Si em sua constituiccedilatildeo
32
Korndoumlrfer e colaboradores (2004) apresentaram a solubilidade de diferentes
silicatos evidenciando que o Agrosiliacutecio (escoacuteria de aciaria) apresentou maiores valores
de solubilidade em relaccedilatildeo aos valores obtidos pela escoacuteria de alto forno como o
Holcim com valores de 43 e 7 respectivamente Estas diferenccedilas em solubilidade
explicam os valores encontrados tanto na avaliaccedilatildeo aos 30 como aos 90 dias de
incubaccedilatildeo
Pereira e colaboradores (2004) em trabalho para a avaliaccedilatildeo da eficiecircncia de
fontes de Si para a cultura do arroz encontraram que a fonte que proporcionou mais
extraccedilatildeo de Si para os gratildeos foi a escoacuteria oriunda da produccedilatildeo de accedilo inox dado que
corrobora os resultados encontrados neste trabalho em que o Agrosiliacutecio (escoacuteria de
aciaria) apresentou maior disponibilizaccedilatildeo de Si para o solo
Nas comparaccedilotildees entre os resultados do teor de Si no solo apoacutes 30 e 90 dias de
incubaccedilatildeo os resultados praticamente se equivalem demonstrando que 30 dias foi um
periacuteodo suficiente para que os silicatos fornecessem Si
Comparando o teor de Si antes da aplicaccedilatildeo dos corretivos com o teor de Si no
solo apoacutes a aplicaccedilatildeo dos corretivos e apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo verificou-se
expressivo acreacutescimo no teor Si no solo ocasionado pelos silicatos principalmente para
o Agrosiliacutecio que incrementou na meacutedia entre as fraccedilotildees granulomeacutetricas 2 6 1 e 3 mg
dm-3 de Si nos solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso respectivamente O
Silifeacutertil tambeacutem forneceu Si ao solo elevando em 1 4 0 e 3 mg dm-3 o teor de Si nos
solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso respectivamente Jaacute o Holcim
apresentou incrementos de 0 2 0 e 1 mg dm-3 respectivamente para os solos muito
argiloso argiloso meacutedio e arenoso
33
5 CONCLUSOtildeES
Os silicatos Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil proporcionam maiores valores de eficiecircncia
relativa na correccedilatildeo da acidez do solo em comparaccedilatildeo ao calcaacuterio e ao silicato Holcim
na fraccedilatildeo granulomeacutetrica entre 030 e 084 mm
Quanto menor a fraccedilatildeo granulomeacutetrica do silicato maior eacute a eficiecircncia relativa
na correccedilatildeo da acidez do solo e maior eacute o fornecimento de Si para o solo
O Agrosiliacutecio apresenta melhores resultados no fornecimento de Si ao solo
seguido do Silifeacutertil e do Holcim
O periacuteodo de 30 dias em condiccedilotildees de umidade mantida agrave 80 da capacidade
de campo eacute um periacuteodo suficiente para a correccedilatildeo da acidez do solo e fornecimento de
Si pelos silicatos ao solo
34
6 REFEREcircNCIAS
ALCARDE JC PAULINO VT DERNARDIN J S Avaliaccedilatildeo da reatividade de corretivos da acidez do solo Revista Brasileira de Ciecircncia do Solo Campinas v 13 p 387-392 1989
ALCARDE JC Corretivos de acidez dos solos caracteriacutesticas e interpretaccedilotildees teacutecnicas Satildeo Paulo ANDA 1992 24p (Boletim Teacutecnico 6)
ALCARDE JC RODELLA AA Avaliaccedilatildeo quiacutemica de corretivos de acidez para fins agriacutecolas uma nova proposiccedilatildeo Scientia Agriacutecola Piracicaba v 53 n 2 ndash 3 1996
ALVAREZ V VH RIBEIRO AC Calagem In RIBEIRO AC GUIMARAtildeES PTG GUIMARAtildeES PTG ALVAREZ V VH (Ed) Recomendaccedilotildees para o uso de corretivos e fertilizantes em Minas Gerais ndash 5ordf Aproximaccedilatildeo Viccedilosa CFSEMG 1999 p 43-60
ALVAREZ V VH Correlaccedilatildeo e calibraccedilatildeo de meacutetodos de anaacutelise de solos In ALVAREZ V VH FONTES LEF FONTES MPF (Ed) O solo nos grandes domiacutenios morfoclimaacuteticos do Brasil e o desenvolvimento sustentado Viccedilosa Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo 1996 p 615-646
ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DOS PRODUTORES DE CALCAacuteRIO Calcaacuterio agriacutecola ndash Brasil consumo aparente por estado (1992 ndash 2006) Disponiacutevel em lthttpwwwcalcario-rscombrgt Acesso em 25 de novembro de 2008
BALASTRA MLFC PEREZ CM JULIANO BO VILLAREAL P Effects of siacutelica level on some properties of Oriza sativa straw and hull Canadian Journal of Botany Ottawa v 67 p 2356-2363 1989
BARBOSA FILHO MP SNYDER G H PRABHU A S DATNOFF L E KORNDOumlRFER G H Importacircncia do siliacutecio para a cultura do arroz Informaccedilotildees agronocircmicas v 89 p 1-8 2000
BELLINGIERI PA Avaliaccedilatildeo em laboratoacuterio da eficiecircncia de diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas de calcaacuterios agriacutecolas 1983 99f Tese (Doutorado) ndash Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Universidade de Satildeo Paulo Piracicaba 1983
BELLINGIERI PA ALCARDE JC amp SOUZA ECA Avaliaccedilatildeo da qualidade de calcaacuterios agriacutecolas atraveacutes do PRNT Anais da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Piracicaba v 45 n 2 p 579-588 1988
BELLINGIERI PA ALCARDE JC SOUZA ECA de Eficiecircncia relativa de diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas de calcaacuterios na neutralizaccedilatildeo da acidez dos solos avaliada em laboratoacuterio Anais da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Piracicaba v46 n2 1989 p 303-317
35
BELLINGIERI PA SOUZA ECA ALCARDE JC SHIKASHO HW Importacircncia da reatividade do calcaacuterio sobre a produccedilatildeo e algumas caracteriacutesticas da soja Scientia Agricola Piracicaba v 49 p 61-71 1992
BRASIL MAPA Laboratoacuterio Nacional de Referecircncia Vegetal Anaacutelise de corretivos fertilizantes e inoculantes Brasiacutelia 1983 104p
BRUNAUER S EMMETT P H TELLER E Adsorption of gases in multimolecular layers In Journal of the American Chemical Society New York v 60 p 309-19 1938
CATANI RA ALONSO O Avaliaccedilatildeo e exigecircncia de calcaacuterio do solo Anais da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Piracicaba v 26 p 141-156 1969
CATE R Sugestotildees para adubaccedilatildeo com base na anaacutelise de solos Raleigh North Caroline State University 1965 16p
DAYANADAM P KAUFMAN PB FRANKLIN CL Detection of siacutelica in plants American Journal of Botany Columbus v 70 p 1079-1084 1983
DEFELIPO BV BRAGA JM SPIES C Comparaccedilatildeo entre meacutetodos de determinaccedilatildeo da necessidade de calcaacuterio de solos de Minas Gerais Experientiae v 13 p 111-136 1982
EMBRAPA C N P S Manual de meacutetodos de anaacutelise de solo Rio de Janeiro 1997 212p
EPSTEIN E Silicon Annu Rev Plant Physiol Plant Molec Biol Palo Alto v 50 1999 p 641 - 664
FERREIRA DF SISVAR versatildeo 43 (Build 41) Lavras UFLADEX 1999 4 disquetes
FURTINI NETO A VALE FR RESENDE A V GUILHERME L R G GUEDES G A A Fertilidade do solo Lavras UFLAFAEPE 2001 252p
GASCHO G J Silicon sources for agriculture In DATNOFF L E SNYDER G H KORNDOumlRFER G H (Ed) Silicon in agriculture Amsterdan Elsevier 2001 cap 12 p 197-207
KAMINSKI J RHEINHEIMER DS A acidez do solo e a nutriccedilatildeo mineral de plantas In KAMINSKI J (Ed) Uso de corretivos da acidez do solo no plantio direto Pelotas SBCSNRS 2000 cap2 p 21 - 39
KORNDOumlRFER G H Elementos beneacuteficos In FERNANDES M S Nutriccedilatildeo mineral de plantas Viccedilosa Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo 2006 432p
36
KORNDOumlRFER G H DATNOFF L E Adubaccedilatildeo com siliacutecio uma alternativa no controle de doenccedilas da cana-de-accediluacutecar e do arroz Informaccedilotildees Agronocircmicas Piracicaba v 70 p 1-5 1995
KORNDOumlRFER G H PEREIRA H S CAMARGO M S Silicatos de caacutelcio e magneacutesio na agricultura 3 ed Uberlacircndia 2004 28 p (Boletim Teacutecnico n1)
KORNDOumlRFER G H PEREIRA H S NOLLA A Anaacutelise de siliacutecio solo planta e fertilizante 1 ed Uberlacircndia 2004 50 p (Boletim Teacutecnico n2)
KORNDOumlRFER G H PEREIRA H S CAMARGO M S Silicatos de caacutelcio e magneacutesio na agricultura 2 ed Uberlacircndia 2003 15 p (Boletim Teacutecnico n1)
KORNDOumlRFER G H PEREIRA H S CAMARGO M S Papel do siliacutecio na produccedilatildeo de cana-de-accediluacutecar STAB v 21 n 2 2002 4 p
KORNDOumlRFER G H LEPSCH I Effect of silicon on plant growth and crop yeld In DATNOFF L E SNYDER G H KORNDOumlRFER G H (Ed) Silicon in agriculture Amsterdan Elsevier 2001 p 133 ndash 147
KURIHARA CH MAEDA S HERNANI LC SILVA WM Eficiecircncia relativa de fraccedilotildees granulomeacutetricas de calcaacuterios sul-mato-grossenses Pesquisa Agropecuaacuteria Brasileira Brasiacutelia v34 n 8 p 1443 - 1449 1999
LOPES A S SILVA MC GUILHERME L R G Acidez do solo e calagem 3 ed Satildeo Paulo ANDA 1990 22 p (Boletim Teacutecnico 1)
LOPES A S Manual de fertilidade do solo Satildeo Paulo ANDAPOTAFOacuteS 1989 153p
MA JF TAKAHASHI E Soil fertilizer and plant silicon research in Japan Amosterdan Elsevier Science 2002 281 p
MALAVOLTA E Manual de quiacutemica agriacutecola adubos e adubaccedilatildeo Satildeo Paulo Agronocircmica Ceres 1981 608 p
MARSCHNER H Mineral nutrition of higher plants 2 ed LondresAcademic Press 1995 889p
MCKEAGUE J A CLINE M G Silica in soils Advances in Agronomy New York v 15n 3 p 339-397 1963
MEURER E J Fundamentos de quiacutemica do solo 3 ed Porto Alegre Evangraf 2006 285p
MIYAKE Y TAKAHASHI E Effect of silicon on the growth of cucumber plant in soil culture Soil Science Plant Nutrition Tokyo v 29 p 463-471 1983
37
NOVAIS R F BARROS N F LEITE F P TEIXEIRA J L LEAL P G L Eficiecircncia agronocircmica de escoacuterias de siderurgia Pains Viccedilosa Universidade Federal de Viccedilosa 1993
OLIVEIRA AC HAHNE H BARROS NF MORAIS EJ Uso de escoacuteria de alto forno como fonte de nutrientes na adubaccedilatildeo florestal In GUERRINI IA BELLOTE AFJ BUumlLL LT (Ed) Seminaacuterio sobre uso de resiacuteduos florestais e urbanos em florestas Botucatu Fundaccedilatildeo de Estudos e Pesquisas Agriacutecolas e Florestais 1994 p 77-96
PEREIRA HS KORNDOumlRFER GH VIDAL AA CAMARGO MS Silicon sources for rice crop Scientia Agriacutecola Piracicaba v 61 p 522-528 2004
PLESE L P M Efeito da umidade do solo na reatividade das fraccedilotildees granulomeacutetricas de um calcaacuterio 2000 49f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) ndash Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Universidade de Satildeo Paulo Piracicaba 2000
PRADO R M FERNANDES F M NATALE W Uso de escoacuteria de siderurgia no Brasil estudos na cultura da cana-de-accediluacutecar Jaboticabal Funep 2001 67p
PROGRAMA INTERLABORATORIAL DE CONTROLE DE QUALIDADE DE ANAacuteLISE DE SOLO Manual do laboratorista 2005 33p
RAIJ BV Avaliaccedilatildeo da fertilidade do solo Piracicaba Associaccedilatildeo Brasileira para Pesquisa da Potassa e do Fosfato 1981 142p
RAIJ B V CANTARELLA H QUAGGIO J A FURLANI A M C Recomendaccedilatildeo de adubaccedilatildeo e calagem para o estado de Satildeo Paulo Campinas IAC 1996 285p (IAC Boletim 100)
SCOTT AJ KNOTT MA A cluster analysis method for grouping means in the analysis of variance Biometrics Washington v 30 n 2 1974 p 507-512
SHOEMAKER HE MCCLEAN E PRATT PF Buffer methods for determining lime requirements of soil with appreciable amounts of extractable aluminium Soil Sci Soc Am Proc Madison v 25 p 274-277 1961
SOUSA D M G MIRANDA L N OLIVEIRA S A Acidez do solo e sua correccedilatildeo In NOVAIS R F ALVAREZ V V H BARROS N F FONTES R L F CANTARUTTI R B NEVES J C L Fertilidade do solo Viccedilosa Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo 2007 p 205 ndash 274
SOUSA D M G LOBATO E Cerrado correccedilatildeo do solo e adubaccedilatildeo Brasiacutelia Embrapa Informaccedilatildeo Tecnoloacutegica 2004 416p
VERAS M C M VIEIRA W TEIXEIRA L S M ALCARDE J C OLIVEIRA L B Manual de meacutetodos analiacuteticos oficiais para fertilizantes minerais orgacircnicos organominerais e corretivos 1 ed Brasiacutelia MAPA 2007 v 1
38
WERNER D ROTH R Siacutelica metabolism In LAUCHILI A BIELESKI RL (Ed) Encyclopedia of plant physiology New Series Berlin Springer-Velag 1983 v 15B p 682-694
- Parte inicial dissertaccedilatildeopdf
- RESUMOpdf
- Corpo da dissertaccedilatildeopdf
-
Agrave Universidade Federal de Ouro Preto em particular ao Laboratoacuterio de
Hidrometalurgia e em especial ao Prof Verciani e ao Graciliano pela realizaccedilatildeo das
anaacutelises de superfiacutecie especiacutefica dos corretivos
Agrave Excell Minerais e agrave Holcim pela amostra do produto e constante auxiacutelio ao
Grupo de Pesquisa em Siliacutecio
Agrave FAPEMIG pelo apoio financeiro
Agrave Associaccedilatildeo para Pesquisas Agriacutecolas (APPA)
Agrave todos que direta ou indiretamente contribuiacuteram para este trabalho
BIOGRAFIA
Ithamar Prada Neto nasceu em Limeira SP em 21 de abril de 1981 filho de
Ithamar Luiz de Castro Prada e Marli Bernadete Francisco Prada
Iniciou no ano de 1999 o curso de Engenharia Agronocircmica na Escola Superior
de Agricultura ldquoLuiz de Queirozrdquo pertencente agrave Universidade de Satildeo Paulo
(ESALQUSP) onde teve a oportunidade de trabalhar com os professores Dr Durval
Dourado Neto e Dr Rubens Duarte Coelho e com o pesquisador Dr Edmilson
Ambrosano
Em 2003 em sua conclusatildeo de curso desempenhou estaacutegio profissionalizante
com vivecircncia em uma propriedade focada na produccedilatildeo de cana-de-accediluacutecar e na
reproduccedilatildeo de bovinos de corte da companhia CFM em Araccedilatuba sob a orientaccedilatildeo do
Prof Dr Luis Ignaacutecio Prochnow
No ano de 2006 ingressou no curso de especializaccedilatildeo em Fertilidade do Solo e
Nutriccedilatildeo de Plantas no Agronegoacutecio da Universidade Federal de Lavras (UFLA) o qual
concluiu em 2007 com a defesa da monografia intitulada ldquoViabilidade agronocircmica e
econocircmica de fosfatos naturais reativosrdquo sob a orientaccedilatildeo do Prof Dr Antonio Furtini
Neto
Ingressou no mestrado em Agronomia na aacuterea de concentraccedilatildeo em Solos na
Universidade Federal de Uberlacircndia (UFU) no ano de 2007 sob a orientaccedilatildeo do Prof
Dr Gaspar Henrique Korndoumlrfer
No acircmbito profissional foi trainee e posteriormente assessor agronocircmico da
Bunge Fertilizantes entre o final de 2003 ateacute o ano de 2006 atuando nos estados de
Minas Gerais Goiaacutes e Espiacuterito Santo Em 2006 iniciou carreira docente assumindo
disciplinas nas aacutereas de Fitotecnia Fertilidade do Solo e Nutriccedilatildeo de Plantas e
Produccedilatildeo e Tecnologia de Adubos para o curso de Agronomia da Faculdade de Ciecircncias
Agraacuterias do Centro Universitaacuterio de Patos de Minas (UNIPAM) onde atua ateacute o
presente momento
De novembro de 2006 a setembro de 2008 coordenou o curso de Agronomia do
UNIPAM
No final de 2008 apoacutes encerrar as atividades agrave frente do curso de Agronomia do
UNIPAM assumiu a aacuterea de desenvolvimento de tecnologias da Associaccedilatildeo para
Pesquisas Agriacutecolas (APPA)
SUMAacuteRIO
RESUMO i
ABSTRACT ii
1 INTRODUCcedilAtildeO 1
2 REVISAtildeO BIBLIOGRAFICA 3
21 Acidez do solo 3
22 Correccedilatildeo da acidez do solo 4
23 Caracteriacutesticas dos corretivos de acidez 5
24 Silicatos de caacutelcio 7
25 Efeitos do Si na agricultura 8
3 MATERIAL E MEacuteTODOS 10
31 Local do experimento 10
32 Solos utilizados nas unidades experimentais 10
33 Corretivos utilizados 12
34 Tratamentos e delineamento experimental 17
34 Conduccedilatildeo do experimento 17
35 Determinaccedilatildeo do pH do solo apoacutes a incubaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo da eficiecircncia
relativa 18
36 Avaliaccedilatildeo do teor de Si no solo apoacutes a incubaccedilatildeo 19
36 Anaacutelise estatiacutestica 19
4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 20
41 Variaccedilotildees no pH aos 30 dias de incubaccedilatildeo 20
42 Variaccedilotildees no pH equivalente CaCO3 e eficiecircncia relativa dos corretivos aos 90 dias
de incubaccedilatildeo 23
43 Teor de siliacutecio no solo apoacutes 30 dias de incubaccedilatildeo 28
54 Teor de siliacutecio no solo apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo 29
5 CONCLUSOtildeES 32
6 REFEREcircNCIAS 33
LISTA DE FIGURAS
Paacutegina 1 Mesa agitadora (a) e peneiras utilizadas para a separaccedilatildeo dos
corretivos nas diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas (b) 14
2 Ilustraccedilotildees dos processos laboratoriais para determinaccedilatildeo do PN em amostras dos materiais corretivos desde a pesagem (a) a fervura da soluccedilatildeo contendo a amostra do corretivo e HCl (b) a soluccedilatildeo transferida para balatildeo volumeacutetrico de 100 mL em descanso para decantaccedilatildeo (c) e a titulaccedilatildeo ateacute o aparecimento da coloraccedilatildeo rosada (d) 15
3
4
Pesagem dos corretivos (a) adiccedilatildeo dos corretivos nos recipientes plaacutesticos contendo as amostras dos solos (b) irrigaccedilatildeo das amostras dos solos (c) e incubaccedilatildeo em laboratoacuterio por 30 e 90 dias (d)
Valores do pH em CaCl2 em funccedilatildeo da dose equivalente de CaCO3
aplicada ao solo apoacutes 30 dias de incubaccedilatildeo nos solos muito argiloso (a) argiloso (b) meacutedio (c) arenoso (d)
18
20
5 Valores do pH em CaCl2 em funccedilatildeo da dose equivalente de CaCO3
aplicada ao solo apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo nos solos muito argiloso (a) argiloso (b) meacutedio (c) arenoso (d)
23
LISTA DE TABELAS
Paacutegina
1 Caracterizaccedilatildeo quiacutemica e fiacutesica dos solos utilizados no experimento 11 2 Densidade das amostras dos solos utilizados no experimento 12 3 Necessidade de calagem em equivalente de CaCO3 com 100 de PRNT
para amostras dos solos utilizados no experimento considerando as respectivas densidades das amostras dos solos 12
4 Teores de caacutelcio magneacutesio e siliacutecio dos corretivos utilizados 12 5 Superfiacutecie especifica e volume total de poros dos corretivos de acidez do
solo 13
6 Poder de neutralizaccedilatildeo dos materiais corretivos de acidez do solo utilizados no experimento 16
7 Quantidade de corretivo calculada para atingir 60 de saturaccedilatildeo por bases para cada um dos solos experimentais 16
8 Dose de Si fornecida por cada um dos silicatos em cada solo experimental 17
9 Valores de pH em CaCl2 em funccedilatildeo do corretivo de solo utilizado na dose referente agrave elevaccedilatildeo da saturaccedilatildeo por bases para 60 e da fraccedilatildeo granulomeacutetrica apoacutes 30 dias de incubaccedilatildeo para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso
22
10
Valores de pH em CaCl2 em funccedilatildeo do corretivo de solo utilizado na dose referente agrave elevaccedilatildeo da saturaccedilatildeo por bases para 60 e da fraccedilatildeo granulomeacutetrica apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso 24
11
Eficiecircncias relativas em relaccedilatildeo ao CaCO3 dos corretivos de acidez de diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas aos 90 dias de incubaccedilatildeo 26
12
Eficiecircncias relativas em relaccedilatildeo agrave fraccedilatildeo granulomeacutetrica inferior a 03 mm (peneira 50 ABNT) dos corretivos de acidez em diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas aos 90 dias de incubaccedilatildeo 27
13
Teor de Si no solo em funccedilatildeo da fraccedilatildeo granulomeacutetrica e do corretivo utilizado para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso apoacutes 30 dias de incubaccedilatildeo 28
14
Teor de Si no solo em funccedilatildeo da fraccedilatildeo granulomeacutetrica e do corretivo utilizado para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo
30
i
RESUMO
PRADA NETO ITHAMAR Eficiecircncia relativa de diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas de silicatos na correccedilatildeo da acidez do solo 2009 38f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em AgronomiaSolos) ndash Universidade Federal de Uberlacircndia Uberlacircndia1
Os silicatos satildeo produtos que podem ser utilizados natildeo apenas para o fornecimento de siliacutecio como tambeacutem para a correccedilatildeo da acidez do solo Nos corretivos agriacutecolas os principais fatores que devem ser avaliados satildeo o poder de neutralizaccedilatildeo e a reatividade que juntos compotildee o poder relativo de neutralizaccedilatildeo total fator determinante para a definiccedilatildeo da dose a ser empregada na agricultura Atualmente os silicatos estatildeo sendo avaliados quanto a sua capacidade de correccedilatildeo do solo com os mesmos criteacuterios utilizados para o calcaacuterio mesmo apresentando origens e processos de produccedilatildeo muito distintos Com o presente trabalho objetivou-se quantificar a reatividade para cada fraccedilatildeo granulomeacutetrica de diferentes silicatos O experimento foi desenvolvido no Centro Universitaacuterio de Patos de Minas em Patos de Minas MG utilizando-se trecircs silicatos (Agrosiliacutecio Silifeacutertil e Holcim) e um calcaacuterio comercial em quatro fraccedilotildees granulomeacutetricas separados pelas peneiras lt 10 mesh 10 a 20 mesh 20 a 50 mesh e gt 50 mesh em quatro solos com as seguintes classes granulomeacutetricas muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso com quatro repeticcedilotildees Os corretivos foram aplicados e misturados nos vasos contendo 300g de amostras de solos os quais foram submetidos agrave incubaccedilatildeo por trinta e noventa dias com solos mantidos a 80 da capacidade de campo Para a obtenccedilatildeo dos valores de equivalente em carbonato de caacutelcio foram submetidos tambeacutem a incubaccedilatildeo dos solos com carbonato de caacutelcio em doses crescentes Apoacutes os periacuteodos de incubaccedilatildeo foram realizadas anaacutelises de pH em CaCl2 e do teor de Si no solo em CaCl2 Os dados foram submetidos a anaacutelise de variacircncia e tiveram suas meacutedias comparadas pelo teste de Scott-Knott agrave 5 de probabilidade Os resultados obtidos mostraram que quanto menor a fraccedilatildeo granulomeacutetrica maior a eficiecircncia relativa dos corretivos (calcaacuterio e silicatos) na elevaccedilatildeo do pH do solo Quanto aos resultados dos corretivos os silicatos Agrosiliacutecio e Silifeacutertil se destacaram o que demonstrou que com os meacutetodos atualmente empregados estatildeo subestimando a reatividade destes produtos principalmente na fraccedilatildeo compreendida entre as peneiras de 20 e 50 mesh O Holcim se mostrou menos eficiente que o calcaacuterio quanto a correccedilatildeo da acidez do solo fato este que pode estar associado a alguma diferenccedila no processo de produccedilatildeo do produto em relaccedilatildeo aos demais silicatos Quanto ao fornecimento de siliacutecio para o solo a mesma tendecircncia foi mantida com superioridade para as fraccedilotildees granulomeacutetricas mais finas Desta forma novos paracircmetros precisam ser colocados em praacutetica para a determinaccedilatildeo da reatividade dos silicatos
Palavras-chave Escoacuteria de siderurgia Siliacutecio Corretivos agriacutecolas Fertilidade do solo
1 Orientador Prof Dr Gaspar Henrique Korndoumlrfer ndash UFU
ii
ABSTRACT
PRADA NETO ITHAMAR Relative efficiency of different size fractions of silicate in correcting the soil acidity 2009 38p Dissertation (Masters Degree in AgronomySoils Science) ndash Federal University of Uberlacircndia Uberlacircndia2
The silicates are products that might be used not just for silicon supply but also for correction of soil acidity The main factors that must be evaluated for agricultural correctives are neutralization power and reactivity which combined form the relative power of total neutralization a determinant factor for the definition of the dose to be used in agriculture Currently the silicates have been evaluated for their ability to correct the soil with the same criteria used for lime despite presenting very different origin and production processes This study quantified the reactivity for each size fraction of different silicates The experiment was conducted at the University of Patos de Minas in Patos de Minas MG using three silicates (Agrosiliacutecio Silifeacutertil and Holcim) and a commercial lime in four size fractions separated by sieves lt10 mesh 10 to 20 mesh 20 to 50 mesh and gt 50 mesh in four soils very clayey clayey loamy and sandy medium texture with four replications The correctives were applied and mixed in pots containing 300g of soil samples which were subjected to incubation for thirty to ninety days at 80 field capacity Soils that received calcium carbonate in increasing doses were also incubated to obtain the values of the equivalent in calcium carbonate After the incubation periods analyses of pH in CaCl2 and the Si content of the soil in CaCl2 were done Data were submitted to analysis of variance and means were compared by their Scott-Knott test at 5 probability The results showed that the smaller the fraction size the greater the relative efficiency of the corrective (lime and silicates) in raising the soil pH The results of the silicates Agrosiliacutecio and Silifeacutertil were outstanding showing that the methods currently employed are underestimating the reactivity of these products mainly in the fraction between 20 and 50 mesh Holcim was less efficient than lime in correcting soil acidity a fact that may be associated with differences in the production process in relation to the other silicates The same trend was maintained for silicon supply to the soil with superiority for the smaller size fractions Thus new parameters need to be put into practice for determining the reactivity of silicates
Keywords Silicate slag Silicon Agricultural correctives soil fertility
2 Supervisor Prof Dr Gaspar Henrique Korndoumlrfer ndash UFU
1
1 INTRODUCcedilAtildeO
A maioria dos solos brasileiros sobretudo aqueles sob vegetaccedilatildeo de cerrado
apresenta limitaccedilotildees quanto ao estabelecimento e desenvolvimento das principais
culturas em decorrecircncia dos efeitos da acidez do solo
Neste cenaacuterio a correccedilatildeo da acidez do solo se apresenta com papel fundamental
para a obtenccedilatildeo de resultados agronocircmicos e econocircmicos positivos na agricultura Nos
uacuteltimos anos o consumo brasileiro de calcaacuterio vem oscilando na ordem de 16 a 27
milhotildees de toneladas por ano segundo informaccedilotildees da Associaccedilatildeo Brasileira dos
Produtores de Calcaacuterio Agriacutecola (2008)
Natildeo apenas os calcaacuterios mas tambeacutem os silicatos apresentam bom potencial
para utilizaccedilatildeo como corretivos de acidez com o benefiacutecio de aleacutem de corrigir a acidez
do solo e fornecer caacutelcio e magneacutesio e tambeacutem o siliacutecio elemento que desperta grande
interesse da comunidade cientiacutefica e do setor agriacutecola atualmente por trazer uma seacuterie
de benefiacutecios para algumas culturas
Os principais paracircmetros que orientam o uso dos corretivos satildeo os valores de
poder de neutralizaccedilatildeo reatividade e poder relativo de neutralizaccedilatildeo total sendo este
uacuteltimo resultante da combinaccedilatildeo dos anteriores Tais paracircmetros satildeo fundamentais para
a definiccedilatildeo de doses eficiecircncia agrocircnomica e efeito residual
A avaliaccedilatildeo do poder de neutralizaccedilatildeo (PN) consiste na anaacutelise quiacutemica do poder
corretivo do material ou seja a capacidade do corretivo em neutralizar o hidrogecircnio
Esta avaliaccedilatildeo eacute feita atraveacutes da adiccedilatildeo de HCl em uma amostra de calcaacuterio e na
posterior identificaccedilatildeo na quantidade de HCl consumida o que reflete o poder de
neutralizaccedilatildeo do material
A reatividade (RE) se refere agrave velocidade de reaccedilatildeo do corretivo no solo e esta
velocidade de reaccedilatildeo estaacute associada com a superfiacutecie de contato do material Quando se
analisa a reatividade de um corretivo se considera apenas o tamanho de partiacuteculas
desconsiderando suas caracteriacutesticas intriacutensecas de superfiacutecie especiacutefica como a
porosidade e forma das partiacuteculas A porosidade e a forma das partiacuteculas diferem muito
em funccedilatildeo da origem do corretivo Os silicatos oriundos de escoacuterias de siderurgia
apresentam em geral e para um mesmo tamanho de partiacutecula uma superfiacutecie especiacutefica
e porosidade bem maiores do que as partiacuteculas de um corretivo oriundo de uma rocha
calcaacuteria
2
Estas caracteriacutesticas certamente podem afetar a reatividade de um corretivo e
atualmente satildeo totalmente ignoradas no meacutetodo de determinaccedilatildeo da reatividade Existe
a hipoacutetese de que a determinaccedilatildeo da reatividade de materiais silicatados oriundos de
escoacuterias esteja sendo subestimada quando comparada aos calcaacuterios em geral
Desta forma objetivou-se com o presente trabalho quantificar a eficiecircncia
relativa na correccedilatildeo da acidez do solo de fraccedilotildees granulomeacutetricas de silicatos em
comparaccedilatildeo ao calcaacuterio
3
2 REVISAtildeO BIBLIOGRAFICA
21 Acidez do solo
Segundo Lopes e colaboradores (1990) a grande maioria dos solos brasileiros
principalmente os solos sob vegetaccedilatildeo de cerrado apresentam elevada acidez o que
prejudica o bom desenvolvimento das plantas Sousa e colaboradores (2007) relatam
que tal efeito pode estar associado agrave presenccedila de Al e Mn em concentraccedilotildees toacutexicas e
aos baixos teores dos macronutrientes Ca e Mg
A acidificaccedilatildeo do solo eacute um processo natural e sua intensidade depende de
fatores intriacutensecos do solo e das perturbaccedilotildees a que o sistema eacute submetido
(KAMINSKI RHEINHEIMER 2000)
Os solos poderatildeo ser naturalmente aacutecidos quando a rocha de origem apresentar
baixos teores de bases ou entatildeo mesmo apresentando altos teores de bases quando este
solo for submetido a intenso processo pedogeneacutetico Neste uacuteltimo caso destaca-se a
situaccedilatildeo de precipitaccedilatildeo pluvial intensa ao longo dos anos promovendo lixiviaccedilatildeo de
bases permanecendo no complexo de troca predominantemente os caacutetions hidrogecircnio e
alumiacutenio (FURTINI NETO et al 2001)
Aleacutem dos processos pedogeneacuteticos outros fatores tambeacutem contribuem para a
acidificaccedilatildeo do solo como as reaccedilotildees de hidroacutelise que ocorrem nas soluccedilotildees dos solos
a decomposiccedilatildeo de resiacuteduos orgacircnicos pelos microorganismos a accedilatildeo do homem
atraveacutes de adubaccedilotildees e sistemas de produccedilatildeo adotados e a proacutepria absorccedilatildeo de
nutrientes (MEURER 2006)
A acidez ativa do solo eacute definida como todo o hidrogecircnio (H+) presente na
soluccedilatildeo medida pelo potencial hidrogecircnio iocircnico (pH) O pH pode ser determinado com
um potenciocircmetro utilizando-se dois meacutetodos principais no primeiro utiliza-se uma
suspensatildeo de terra em aacutegua e no segundo em CaCl2 a 001 M (PLESE 2000)
A concentraccedilatildeo de H+ na soluccedilatildeo do solo avaliada pelo pH natildeo eacute na maioria
dos casos fator limitante para o crescimento e desenvolvimento das plantas desde que
haja suprimento adequado dos nutrientes e ausecircncia de elementos em concentraccedilotildees
toacutexicas Entretanto essa situaccedilatildeo natildeo ocorre naturalmente nos solos pois em condiccedilotildees
aacutecidas podem ocorrer iacuteons como o Al3+ e Mn2+ em teores toacutexicos para as plantas
Outros aspectos importantes associados agrave elevada acidez satildeo a alteraccedilatildeo na
4
disponibilidade de nutrientes e a interferecircncia na atividade microbiana (SOUSA et al
2007)
22 Correccedilatildeo da acidez do solo
Em funccedilatildeo dos fatores negativos da acidez do solo para a produccedilatildeo agriacutecola
torna-se necessaacuteria a sua correccedilatildeo atraveacutes da calagem maneira mais faacutecil e econocircmica
para se corrigir a acidez do solo nos primeiros 20 cm deste Furtini Neto e
colaboradores (2001) destacam como principais benefiacutecios da calagem
Diminuiccedilatildeo da toxidez por Al3+ e Mn2+
Aumento da mineralizaccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica consequentemente aumentando
a disponibilidade de nutrientes principalmente nitrogecircnio enxofre foacutesforo e
boro
Aumento na disponibilidade de caacutelcio e magneacutesio por adiccedilatildeo direta ao solo
Aumento na disponibilidade de foacutesforo e molibdecircnio presentes em formas
fixadas e de menor disponibilidade no solo aacutecido
Aumento da fixaccedilatildeo natildeo-simbioacutetica e simbioacutetica de nitrogecircnio
Aumento da CTC do solo reduzindo os problemas de salinidade e de lixiviaccedilatildeo
de caacutetions
Aumento da eficiecircncia da adubaccedilatildeo
Aumento da preservaccedilatildeo de aacutereas de floresta ou de aacutereas menos vocacionadas
para a agricultura em face da necessidade de menor aacuterea para obter a mesma
produccedilatildeo
Segundo Sousa e Lobato (2004) para solos de Cerrado a produtividade de gratildeos
das culturas de sequeiro (soja milho trigo e feijatildeo) aumenta com a saturaccedilatildeo por bases
ateacute 40 estabiliza entre os valores de 40 a 60 e diminui quando a saturaccedilatildeo por
bases eacute maior que 60 Neste uacuteltimo caso o pH em aacutegua do solo estaraacute maior que 63
o que ocasiona a reduccedilatildeo na disponibilidade de zinco cobre ferro e manganecircs
Diversos satildeo os meacutetodos para a determinaccedilatildeo da necessidade de calagem sem
haver uma definiccedilatildeo clara sobre qual o melhor deles Fundamentalmente os caacutelculos
tem-se baseado nos seguintes meacutetodos meacutetodo da curva de incubaccedilatildeo de CaCO3
meacutetodo baseado no teor de alumiacutenio trocaacutevel (CATE 1965 CATANI ALONSO
1969) meacutetodo baseado no decreacutescimo de pH de soluccedilotildees-tampatildeo SMP (SHOEMAKER
5
et al 1961) meacutetodo baseado na saturaccedilatildeo por bases (RAIJ 1981) meacutetodo baseado no
pH e mateacuteria orgacircnica (DEFELIPO et al 1982 ALVAREZ V 1996) e meacutetodo para
neutralizar a acidez trocaacutevel e elevar os teores de Ca e Mg trocaacuteveis (ALVAREZ V
RIBEIRO 1999)
Independente do meacutetodo adotado eacute de extrema importacircncia que a determinaccedilatildeo
da necessidade de calagem seja adequada pois o excesso de aplicaccedilatildeo de um corretivo
pode trazer diversos impactos negativos como a induccedilatildeo a deficiecircncias de ferro e
manganecircs (LOPES 1989)
23 Caracteriacutesticas dos corretivos de acidez
Todo material utilizado para corrigir a acidez do solo conteacutem componentes
neutralizantes como carbonatos oacutexidos hidroacutexidos e silicatos Os componentes
neutralizantes nestes materiais natildeo satildeo os caacutetions Ca2+ e Mg2+ mas sim os acircnions CO3-2
OH- SiO32- (PLESE 2000)
A qualidade de um calcaacuterio eacute dada pela combinaccedilatildeo de seus atributos quiacutemicos e
fiacutesicos O atributo quiacutemico representado pelo poder de neutralizaccedilatildeo depende do tipo e
teor de neutralizantes no corretivo O fiacutesico representado pela eficiecircncia relativa
depende da natureza geoloacutegica da rocha calcaacuteria e do grau de moagem a que foi
submetida (KURIHARA et al 1999)
A avaliaccedilatildeo quiacutemica dos corretivos de acidez consta das seguintes
determinaccedilotildees poder de neutralizaccedilatildeo (PN) e teores de Ca e Mg (ALCARDE
RODELLA 1996)
A avaliaccedilatildeo fiacutesica dos corretivos de acidez eacute determinada pela sua composiccedilatildeo
granulomeacutetrica empregando-se as peneiras nordm 10 20 e 50 segundo a Associaccedilatildeo
Brasileira de Normas Teacutecnicas - ABNT Para cada uma das fraccedilotildees granulomeacutetricas
produto retido na peneira ABNT 10 produto passante na peneira ABNT 10 e retido na
peneira ABNT 20 produto passante na peneira ABNT 20 e retido na peneira ABNT 50
e produto passante na peneira ABNT 50 satildeo atribuiacutedos os seguintes valores de
reatividade 0 20 60 e 100 respectivamente A partir dos resultados da
composiccedilatildeo granulomeacutetrica calcula-se a reatividade (RE) ou eficiecircncia relativa (ER) do
calcaacuterio de acordo com a equaccedilatildeo abaixo (ALCARDE RODELLA 1996)
RE = F10-20 x 02 + F20-50 x 06 + Fgt50 x 1
6
Onde
F10-20= percentual de produto que passa pela peneira nordm10 e fica retido na peneira
nordm20 F20-50 = percentual de produto que passa pela peneira nordm20 e fica retido na
peneira nordm50 e Fgt50 = percentual de produto que passa pela peneira nordm50
Estes paracircmetros de reatividade satildeo adotados no Brasil de acordo com o que a
legislaccedilatildeo prevecirc para todos os corretivos independente de sua origem Segundo Prado e
colaboradores (2001) ainda natildeo existe uma legislaccedilatildeo especiacutefica para silicatos de
caacutelcio sendo estes incluiacutedos na legislaccedilatildeo de calcaacuterios com algumas adaptaccedilotildees
Alcarde e colaboradores (1989) avaliando a reatividade de calcaacuterios de
diferentes origens na correccedilatildeo da acidez do solo constataram eficiecircncia relativa acima
de 80 para partiacuteculas de tamanho inferior a 03 mm (peneira gt 50 ABNT) entre 39 e
65 para partiacuteculas entre 03 e 084 mm (produto passante na peneira 20 ABNT e retido
na peneira 50 ABNT) e eficiecircncia entre 6 e 27 para partiacuteculas entre 084 e 20 mm
(produto passante na peneira 10 ABNT e retido na peneira 20 ABNT)
Bellingieri (1983) avaliando a eficiecircncia de fraccedilotildees granulomeacutetricas de calcaacuterios
em laboratoacuterio em solos com controle de umidade em 30 encontrou valores de
eficiecircncia relativa de 74 376 767 e 100 respectivamente para corretivos nas
fraccedilotildees granulomeacutetricas passantes na peneira ABNT 5 e retiros na peneira ABNT 10
passantes na peneira 10 e retidos na peneira ABNT 30 passantes na peneira ABNT 30 e
retidos na peneira ABNT 50 e produtos passantes na peneira ABNT 50
Segundo Kurihara e colaboradores (1999) a origem da rocha calcaacuteria interfere
na ER do corretivo com destaque para os materiais de origem sedimentar que
apresentam elevada friabilidade possibilitando que torrotildees do material sejam facilmente
desagregados com pequena pressatildeo entre os dedos da matildeo de maneira que apoacutes sua
extraccedilatildeo da jazida esse calcaacuterio natildeo necessita passar por um processo de moagem como
os de natureza metamoacuterfica Entretanto ao se efetuar a anaacutelise granulomeacutetrica verifica-
se que estes torrotildees natildeo passam pelo conjunto de peneiras durante a agitaccedilatildeo mecacircnica
subestimando a real capacidade do material em se solubilizar no solo
Bellingieri e colaboradores (1992) avaliando a reatividade de um calcaacuterio
dolomiacutetico e calcaacuterio dolomiacutetico calcinado durante dois anos agriacutecolas relataram que o
calcaacuterio calcinado apresentou maior reatividade no primeiro ano agriacutecola bem como as
fraccedilotildees granulomeacutetricas mais finas proporcionaram maior reatividade no primeiro ano
do trabalho fato que foi amenizado no segundo ano agriacutecola em que a reatividade dos
7
calcaacuterios tenderam a se igualar e a granulometria mais grosseira tambeacutem compensou a
menor reatividade obtida no primeiro ano
Plese (2000) avaliando o efeito da umidade do solo entre o intervalo de 0 a 80
da capacidade de campo na reatividade das fraccedilotildees granulomeacutetricas de um calcaacuterio
observou que quanto mais altos os valores de umidade do solo mais favoraacutevel era para
a reaccedilatildeo do corretivo no solo Para solos mantidos a 80 da capacidade de campo a
frequecircncia de molhamento teve pouca influecircncia na reatividade
A combinaccedilatildeo das caracteriacutesticas quiacutemicas e fiacutesicas do corretivo
respectivamente PN expresso em equivalente de carbonato de caacutelcio e ER originam o
Poder Relativo de Neutralizaccedilatildeo Total (PRNT) variaacutevel esta utilizada para a definiccedilatildeo
da dose a ser utilizada (BELINGIERI et al 1988)
24 Silicatos de Caacutelcio
Segundo Prado e colaboradores (2001) para minimizar os problemas quiacutemicos
dos solos do Brasil uma maneira seria mediante a correccedilatildeo da acidez do solo pelo uso
de escoacuterias de siderurgia um resiacuteduo da induacutestria do accedilo e ferro-gusa constituiacutedo
quimicamente de silicato de caacutelcio (CaSiO3)
Segundo Malavolta (1981) de maneira simplificada a escoacuteria de siderurgia
pode ser definida como sendo obtida atraveacutes da siacutelica do mineacuterio de ferro que reage com
o caacutelcio do calcaacuterio em alto forno Este processo envolvendo altas temperaturas
seguindo de um raacutepido resfriamento difere do processo de produccedilatildeo de calcaacuterio
(moagem de rochas calcaacuterias) o que pode originar materiais de alta solubilidade
consequentemente elevando sua eficiecircncia relativa
Os silicatos de caacutelcio e magneacutesio apresentam como principais benefiacutecios o
aumento na disponibilidade do Si a elevaccedilatildeo do pH o aumento do Ca e Mg trocaacuteveis
no solo a reduccedilatildeo de toxicidade do Fe Mn e Al para as plantas e o aumento na
disponibilidade de P no solo (KORNDOumlRFER et al 2003)
Segundo Alcarde (1992) a accedilatildeo neutralizante dos silicatos de caacutelcio e magneacutesio
no solo pode ser explicada com as seguintes equaccedilotildees
Ca(Mg)SiO3 + H2O
Ca+2(Mg+2) + SiO3-2
SiO3-2 + H2O HSiO3
- + OH-
HSiO3- + H2O H2SiO3 + OH-
H2SiO3 + H2O H4SiO4
8
Dentre os silicatos as fontes mais abundantes e baratas satildeo as escoacuterias
sideruacutergicas originadas do processamento em altas temperaturas geralmente acima de
1400 ordmC da reaccedilatildeo do calcaacuterio com a siacutelica presente no mineacuterio de ferro
(KORNDOumlRFER et al 2003)
As principais caracteriacutesticas que devem ser avaliadas na escolha de uma fonte de
siliacutecio para a agricultura satildeo solubilidade disponibilidade as propriedades fiacutesicas a
concentraccedilatildeo de elementos contaminantes e a relaccedilatildeo custo benefiacutecio (GASCHO
2001)
25 Efeitos do Si na agricultura
A utilizaccedilatildeo de macronutrientes nitrogecircnio (N) foacutesforo (P) potaacutessio (K) caacutelcio
(Ca) magneacutesio (Mg) e enxofre (S) e de micronutrientes boro (B) cloro (Cl) cobre
(Cu) ferro (Fe) manganecircs (Mn) molibdecircnio (Mo) niacutequel (Ni) e zinco (Zn) eacute
considerada como essencial para se alcanccedilar resultados satisfatoacuterios na produccedilatildeo
agriacutecola Poreacutem em determinadas condiccedilotildees de solo e cultivo existem elementos
chamados de natildeo-essenciais como o siliacutecio (Si) que pode promover diversos processos
fisioloacutegicos desejaacuteveis para as plantas e por consequecircncia aumentar a produtividade
(KORNDOumlRFER LEPSCH 2001)
A comprovaccedilatildeo da essencialidade do siliacutecio eacute muito difiacutecil de ser obtida devido
a sua abundacircncia na biosfera Estaacute presente em quantidades significativas mesmo em
sais aacutegua e ar (WERNER ROTH 1983)
As plantas absorvem siliacutecio diretamente da soluccedilatildeo do solo sendo este
transportado ateacute as raiacutezes principalmente via fluxo de massa (DAYANADAM et al
1983)
Balastra e colaboradores (1989) relatam que o Si apoacutes absorvido eacute transportado
pelo xilema e depositado na parede celular na forma de siacutelica amorfa hidratada ou opala
biogecircnica (SiO2nH2O) Uma vez alocado o Si torna-se imoacutevel e natildeo mais se redistribui
na planta
Marschner (1995) classifica as plantas de acordo com o seu teor de SiO2 na
mateacuteria seca da parte aeacuterea em trecircs grupos I ) acumuladoras com teores de Si de 10 a
15 II) intermediaacuterias com teores de Si de 1 a 3 III) natildeo acumuladoras com teores
na ordem de 05 Myake e Takahashi (1983) relatam que as gramiacuteneas satildeo
9
acumuladoras tiacutepicas reduzindo de forma raacutepida a concentraccedilatildeo de Si na soluccedilatildeo do
solo
Entre as plantas que mais extraem Si destacam-se o arroz e a cana-de-accediluacutecar
Ma e Takahashi (2002) relatam que as plantas de arroz possuem mecanismos
especiacuteficos de absorccedilatildeo de Si em que as proteiacutenas de membranas satildeo produzidas por
expressatildeo do gene especiacutefico Uma seacuterie de autores demonstram que o siliacutecio reduz a
severidade de vaacuterias doenccedilas de importacircncia econocircmica na cultura do arroz tais como a
brusone mancha parda escaldadura entre outras (KORNDOumlRFER DATNOFF 1995)
Natildeo apenas na reduccedilatildeo da severidade de doenccedilas como tambeacutem na reduccedilatildeo do
ataque de pragas pode-se observar grandes efeitos da aplicaccedilatildeo de Si Yoshida (1975)
citado por Barbosa Filho e colaboradores (2000) relata que a silicificaccedilatildeo da epiderme
previne a penetraccedilatildeo e a mastigaccedilatildeo pelos insetos porque as ceacutelulas ficam mais
endurecidas Segundo revisatildeo feita pelos mesmos autores diversos insetos sofreram
impactos com a aplicaccedilatildeo de Si como larvas da broca de colo trips e cigarrinha parda
que respectivamente tiveram mandiacutebulas danificadas inibiccedilatildeo na atividade e reduccedilatildeo
da populaccedilatildeo
O siliacutecio aparece na cana-de-accediluacutecar em altas concentraccedilotildees podendo variar
desde 014 em folhas jovens ateacute 67 nos colmos e folhas velhas No Havaiacute as folhas
contendo menos de 05 de siliacutecio satildeo frequentemente afetadas por um sintoma
denominado freckling A causa deste sintoma eacute ainda bastante controvertida poreacutem a
maioria dos pesquisadores atribuem agrave falta de Si e a desequiliacutebrios nutricionais O
aparecimento da ferrugem na cana-de-accediluacutecar (Puccinia melanocephala) pode estar
relacionado com o referido sintoma O sintoma eacute mais severo nas folhas mais velhas e a
aacuterea fotossinteacutetica eacute normalmente fortemente atingida (KORNDOumlRFER DATNOFF
1995)
Natildeo apenas em relaccedilatildeo aos fitopatoacutegenos mas quanto ao ataque de pragas
principalmente a broca do colmo e cigarrinha poderiam ser diminuiacutedas nas cultivares
acumuladoras de Si Outros efeitos do Si na cana-de-accediluacutecar estatildeo relacionados agrave maior
resistecircncia ao acamamento e alteraccedilotildees na arquitetura da planta deixando as folhas mais
eretas e em consequecircncia disso mais eficientes quanto agrave capacidade de aproveitamento
da luz solar e de realizaccedilatildeo da fotossiacutentese (KORNDOumlRFER et al 2002)
10
3 MATERIAL E MEacuteTODOS
31 Local do experimento
O experimento foi desenvolvido na Central de Fertilidade do Solo da
Faculdade de Ciecircncias Agraacuterias do Centro Universitaacuterio de Patos de Minas (UNIPAM)
no municiacutepio de Patos de Minas ndash MG onde os solos foram armazenados durante o
periacuteodo de incubaccedilatildeo de 30 e 90 dias de 8 de julho agrave 6 de outubro de 2008
32 Solos utilizados nas unidades experimentais
O experimento foi realizado em quatro classes de solo de diferentes texturas
sendo arenoso meacutedio argiloso e muito argiloso Os solos foram coletados do horizonte
B para natildeo haver interferecircncia da mateacuteria orgacircnica e posteriormente foram secos ao ar
ateacute atingirem massa constante Em seguida peneirados em malha de 2 mm e realizada a
anaacutelise quiacutemica e fiacutesica seguindo a metodologia descrita pelo Programa
Interlaboratorial de controle de qualidade de anaacutelise de solo (2005) exceto para o teor
de Si no solo que seguiu a metodologia descrita por Korndoumlrfer et al (2004) Os
resultados satildeo apresentados na Tabela 1
11
Tabela 1 Caracterizaccedilatildeo quiacutemica e fiacutesica dos solos utilizados no experimento
SOLOS Atributo Unidade Muito
argiloso Argiloso Meacutedio Arenoso
Latossolo Vermelho Acifeacuterrico
Tiacutepico
Latossolo Vermelho Perfeacuterrico
Tiacutepico
Latossolo Vermelho
Distrofeacuterrico Tiacutepico
Latossolo Amarelo
Distroacutefico Psamiacutetico
Si mg dm-3 59 50 87 29
P (Mehlich 1) mg dm-3 00 07 10 01
K mg dm-3 364 40 226 89
Ca cmolc dm-3
02 02 04 02
Mg cmolc dm-3
06 02 05 01
H + Al cmolc dm-3
37 60 39 34
pH (em H2O)
51 53 47 45
Al cmolc dm-3
01 01 04 05
CTC (e) cmolc dm-3
09 05 14 08
CTC (T) cmolc dm-3
46 64 49 37
SB cmolc dm-3
08 04 10 03
V 185 64 200 82
Cu mg dm-3 02 13 09 03
Zn mg dm-3 01 01 01 01
Argila 74 45 30 14
Silte 12 36 16 1
Areia 14 19 54 85
Metodologia P K Cu Zn (Mehlich 1 HCl 005 M + H2SO4 00125 M) Ca Mg Al (KCl 1 M) H+Al (soluccedilatildeo tampatildeo ndash SMP a pH 75) pH (em aacutegua) anaacutelise textural (meacutetodo da pipeta)
Realizou-se a determinaccedilatildeo da densidade das amostras dos quatro solos (Tabela
2) pelo meacutetodo da proveta descrita pela Embrapa (1997) Este meacutetodo eacute uma
alternativa para experimentos em vasos onde amostras de solo satildeo desagregadas para
preencher os vasos compondo a unidade experimental
12
Tabela 2 Densidade das amostras dos solos utilizados no experimento
Solos Densidade
g cm-3
Muito Argiloso 096
Argiloso 130
Meacutedio 125
Arenoso 135
Com os resultados da anaacutelise quiacutemica dos solos foi determinada a necessidade
de calagem pelo meacutetodo da saturaccedilatildeo por bases descrito por Raij e colaboradores
(1996) com o objetivo de elevaacute-la agrave 60 (Tabela 3)
Tabela 3 Necessidade de calagem em equivalente de CaCO3 com 100 de PRNT para amostras dos solos utilizados no experimento considerando as respectivas densidades das amostras dos solos
Solos Unidade
Muito Argiloso Argiloso Meacutedio Arenoso
Mg ha-1 189 343 056 191
mg vaso-1 27114 66795 10587 38735
33 Corretivos utilizados
Foram utilizadas trecircs fontes de silicatos originados de diferentes escoacuterias de
siderurgia sendo estes Agrosiliacutecio Silifeacutertil e Holcim por serem os mais
representativos quanto ao uso na agricultura como corretivos agriacutecolas Estes foram
comparados com um calcaacuterio comercial de origem sedimentar e com o carbonato de
caacutelcio pa padratildeo para estudos de eficiecircncia relativa de corretivos (Tabela 4)
Tabela 4 Teores de caacutelcio magneacutesio e siliacutecio dos corretivos utilizados
Corretivo CaO () MgO () SiO2 ()
Agrosiliacutecio 39 10 23
Silifeacutertil 38 8 22
Holcim 25 7 43
Calcaacuterio 30 20 0
Carbonato de caacutelcio 56 0 0
13
Para a caracterizaccedilatildeo dos corretivos quanto a sua superfiacutecie especiacutefica foi
realizada a anaacutelise da superfiacutecie especiacutefica pela equipe do Laboratoacuterio de
Hidrometalurgia da Universidade Federal de Ouro Preto utilizando-se o meacutetodo de
determinaccedilatildeo por gases descrito por Brunauer e colaboradores (1938) (Tabela 5)
Tabela 5 Superfiacutecie especifica e volume total de poros dos corretivos de acidez do solo
Corretivo Superfiacutecie Especiacutefica Volume total de poros
m2 g-1 cm3 g-1
Agrosiliacutecio 1175 00482
Silifeacutertil 066 00023
Holcim 038 00006
Calcaacuterio 091 00039
Fonte Universidade Federal de Ouro Preto (Laboratoacuterio de Hidrometalurgia)
Todos os corretivos foram submetidos agrave uniformizaccedilatildeo de umidade atraveacutes de
secagem em estufa com circulaccedilatildeo forccedilada de ar a 105 ordmC por um periacuteodo de setenta e
duas horas
Apoacutes esta etapa os silicatos foram submetidos agrave separaccedilatildeo nas seguintes
fraccedilotildees granulomeacutetricas atraveacutes de agitador mecacircnico por 5 minutos seguindo a
metodologia oficial (Veras et al 2007) fracionando os corretivos nas seguintes classes
partiacuteculas maiores que 200 mm (fraccedilatildeo do corretivo retido na peneira ABNT 10 ndash 10
mesh) partiacuteculas entre 084 e 200 mm (fraccedilatildeo do corretivo passante na peneira ABNT
10 e retido na peneira ABNT 20 ndash 20 mesh) partiacuteculas entre 030 e 084 (fraccedilatildeo do
corretivo passante na peneira ABNT 20 e retido na peneira ABNT 50 ndash 50 mesh) e
partiacuteculas com dimensatildeo inferior agrave 030 mm (fraccedilatildeo do corretivo passante na peneira
ABNT 50) (Figura 1)
14
(a) (b)
Figura 1 Mesa agitadora (a) e peneiras utilizadas para a separaccedilatildeo dos corretivos nas diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas (b)
A definiccedilatildeo das fraccedilotildees granulomeacutetricas avaliadas acompanhou os criteacuterios
atualmente adotados na legislaccedilatildeo para calcaacuterio aleacutem do fato de natildeo se justificar o uso
de silicatos em fraccedilatildeo granulomeacutetrica mais fina do que as jaacute comumente utilizadas para
calcaacuterio em funccedilatildeo da maior abrasividade das escoacuterias de siderurgia (PRADO et al
2001) o que tecnicamente dificulta a accedilatildeo dos moinhos brasileiros tornando a moagem
para a obtenccedilatildeo de partiacuteculas muito finas economicamente inviaacutevel
Apoacutes a separaccedilatildeo das fraccedilotildees granulomeacutetricas os corretivos foram submetidos
agrave determinaccedilatildeo do poder de neutralizaccedilatildeo (PN) pelo meacutetodo da titulaccedilatildeo que consiste
em colocar em contato uma massa conhecida do corretivo com uma quantidade
conhecida e em excesso de aacutecido padronizado fazendo com que o corretivo neutralize
uma parte do aacutecido O excesso de aacutecido eacute quantificado por alcalimetria obtendo-se
indiretamente a quantidade de aacutecido que foi neutralizado pelo corretivo seguindo o
procedimento descrito a seguir (BRASIL 1983)
Pesou-se 1000 g da amostra secada moiacuteda e passada em peneira de 03 mm
dos corretivos (Figura 2 a) e transferiu-se o material para erlenmeyer de 250 mL no
qual adicionou-se 50 mL da soluccedilatildeo de HCl 05 M padronizada O erlenmeyer foi
coberto com vidro de reloacutegio e a soluccedilatildeo foi fervida suavemente por 5 minutos (Figura
2 b) Apoacutes esta etapa a soluccedilatildeo foi esfriada transferida para balatildeo de 100 mL que teve
seu volume completado com aacutegua destilada e deixou-se decantar (Figura 2 c) Pipetou-
se 50 mL da soluccedilatildeo que foi transferida para erlenmeyer de 125 mL no qual se
acrescentou trecircs gotas de soluccedilatildeo de fenolftaleina (indicador) A soluccedilatildeo aacutecida foi
titulada com soluccedilatildeo padronizada de NaOH 025 M ateacute o aparecimento de uma leve cor
rosada do indicador (Figura 2 d) anotou-se o volume gasto e a partir deste valor
15
calculou-se o poder de neutralizaccedilatildeo do corretivo em de CaCO3 equivalente pela
expressatildeo
PN = 10 (25M1-V2M2) onde G
M1 = concentraccedilatildeo molar da soluccedilatildeo de HCl
V2 = volume em mL da soluccedilatildeo de NaOH gasto na titulaccedilatildeo
M2 = concentraccedilatildeo molar da soluccedilatildeo de NaOH
G = massa inicial da amostra em gramas
(a) (b)
(c) (d)
Figura 2 Ilustraccedilotildees dos processos laboratoriais para determinaccedilatildeo do PN em amostras
dos materiais corretivos desde a pesagem (a) a fervura da soluccedilatildeo contendo a amostra
do corretivo e HCl (b) a soluccedilatildeo transferida para balatildeo volumeacutetrico de 100 mL em
descanso para decantaccedilatildeo (c) e a titulaccedilatildeo ateacute o aparecimento da coloraccedilatildeo rosada (d)
Para os silicatos em funccedilatildeo de sua constituiccedilatildeo quiacutemica a visualizaccedilatildeo da
coloraccedilatildeo rosada foi dificultada pelo escurecimento da soluccedilatildeo (coloraccedilatildeo esverdeada)
sendo necessaacuteria a utilizaccedilatildeo do meacutetodo potenciomeacutetrico em que o excesso de HCl da
soluccedilatildeo eacute neutralizado por NaOH ateacute atingir pH 70
Foram encontrados valores distintos de poder de neutralizaccedilatildeo para cada um dos
corretivos (Tabela 6)
16
Tabela 6 Poder de neutralizaccedilatildeo dos materiais corretivos de acidez do solo utilizados
no experimento
Corretivos Poder de Neutralizaccedilatildeo ()
Agrosiliacutecio 859
Silifeacutertil 778
Holcim 740
Calcaacuterio 1131
CaCO3 1041
Com base nos valores do poder de neutralizaccedilatildeo encontrados para cada um dos
corretivos e de acordo com as necessidades de calagem encontrados para cada solo
foram calculadas as doses de cada corretivo a serem aplicadas nos vasos preenchidos
com 300 g de amostras dos solos (Tabela 7)
Tabela 7 Quantidade de corretivo calculada para atingir 60 de saturaccedilatildeo por bases
para cada um dos solos experimentais
SOLOS
Corretivos
Muito Argiloso
Argiloso Meacutedia Arenoso
---------------------------------- mg por vaso ------------------------------------
Agrosiliacutecio 3189 7775 1232 4509
Silifeacutertil 3487 8589 1361 4981
Holcim 3666 9031 1431 5239
Calcaacuterio 2397 5906 936 3425
CaCO3 2605 6416 1012 3721
Em funccedilatildeo da dose dos corretivos utilizados em cada solo (Tabela 5) e da
concentraccedilatildeo de SiO2 em cada um dos silicatos foram calculadas as doses de Si
fornecidas por cada silicato para o respectivo solo (Tabela 8)
17
Tabela 8 Dose de Si fornecida por cada um dos silicatos em cada solo experimental SOLOS
Corretivos Concentraccedilatildeo
de Si Muito Argiloso
Argiloso Meacutedia Arenoso
--------------------------- mg por vaso -----------------------
Agrosiliacutecio
107 341 832 132 482
Silifeacutertil 103 359 885 140 513 Holcim 203 744 1833 290 1064
34 Tratamentos e delineamento experimental
Foram conduzidos quatro experimentos sendo cada um em uma classe
textural de solo em delineamento inteiramente casualizado A anaacutelise de variacircncia foi
baseada num arranjo fatorial 4x4 com quatro corretivos de acidez (trecircs silicatos de
caacutelcio Agrosiliacutecio Silifeacutertil e Holcim e um calcaacuterio) e quatro fraccedilotildees granulomeacutetricas
(entre 5 e 10 mesh partiacuteculas entre 2 e 4 mm entre 10 e 20 mesh partiacuteculas entre 084
e 2 mm entre 20 e 50 mesh partiacuteculas entre 03 e 084 mm e maior que 50 mesh
partiacuteculas menores que 03 mm) com quatro repeticcedilotildees
Aleacutem dos tratamentos acima foi realizada a incubaccedilatildeo com CaCO3 (reagente
pa) corretivo padratildeo para comparaccedilatildeo da eficiecircncia relativa na correccedilatildeo da acidez do
solo sendo este utilizado em cinco diferentes doses testemunha 50 100 150 e
200 em relaccedilatildeo agrave dose recomendada para a correccedilatildeo da acidez do solo para atingir
60 de saturaccedilatildeo por bases (Tabela 3)
34 Conduccedilatildeo do experimento
As parcelas experimentais constituiacuteram-se de recipientes plaacutesticos de 500 mL
nos quais foram adicionados 300 g de solo e as devidas quantidades dos corretivos que
posteriormente foram incubados em recipientes abertos por trinta e noventa dias em
laboratoacuterio sem exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo solar direta e a intensas variaccedilotildees de temperatura
(Figura 3 a b)
Durante o periacuteodo de incubaccedilatildeo os solos foram irrigados com aacutegua destilada
para a manutenccedilatildeo da umidade a 80 da capacidade de campo (Figura 3 c)
Apoacutes 30 e 90 dias de incubaccedilatildeo fraccedilotildees de 50 g de cada uma das amostras
foram retiradas e colocadas para secar ao ar (Figura 3 d)
18
(a) (b)
(c) (d)
Figura 3 Pesagem dos corretivos (a) adiccedilatildeo dos corretivos nos recipientes plaacutesticos
contendo as amostras dos solos (b) irrigaccedilatildeo das amostras dos solos (c) e incubaccedilatildeo em
laboratoacuterio por 30 e 90 dias (d)
35 Determinaccedilatildeo do pH do solo apoacutes a incubaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo da eficiecircncia relativa
Para a caracterizaccedilatildeo da correccedilatildeo da acidez do solo foi determinado o pH em
CaCl2 em cada unidade experimental Esta variaacutevel de cada fraccedilatildeo granulomeacutetrica dos
silicatos de caacutelcio foi confrontada com os valores obtidos atraveacutes da curva de incubaccedilatildeo
do CaCO3 (reagente pa)
A anaacutelise do pH foi realizada seguindo a metodologia descrita pelo Programa
Interlaboratorial de controle de qualidade de anaacutelise de solo (2005) em que se colocou
10 cm3 de TFSA num frasco de 50 mL e adicionou-se 25 mL de CaCl2 2H2O 001 M
(1469 g L-1) deixando em contato por quinze minutos Posteriormente agitou-se a
amostra em agitador horizontal por dez minutos a 200 rpm Apoacutes esta etapa a soluccedilatildeo
foi mantida em repouso por sessenta minutos Na sequecircncia sem agitar novamente a
amostra foi realizada a leitura em potenciocircmetro devidamente calibrado com soluccedilotildees-
padratildeo de pH 40 e 70
Os valores de pH obtidos por cada fraccedilatildeo granulomeacutetrica de cada um dos
corretivos foram confrontados com os valores de pH obtidos na curva de incubaccedilatildeo de
CaCO3 obtendo-se os valores de equivalente em CaCO3 aos 90 dias
19
Os valores de eficiecircncia relativa foram ajustados em relaccedilatildeo aos resultados
obtidos por cada corretivo na fraccedilatildeo granulomeacutetrica inferior agrave 03 mm (gt 50 mesh)
atribuindo-se a esta fraccedilatildeo mais fina o iacutendice de 100 seguindo a metodologia adotada
por Bellingieri (1983)
36 Avaliaccedilatildeo do teor de Si no solo apoacutes a incubaccedilatildeo
Para a avaliaccedilatildeo do teor de Si no solo disponibilizado por cada uma das fontes
nas fraccedilotildees granulomeacutetricas foram realizadas as anaacutelises no Laboratoacuterio de Anaacutelise de
Fertilizantes da Universidade Federal de Uberlacircndia utilizando o extrator cloreto de
caacutelcio 001 M de acordo com a metodologia descrita por Korndoumlrfer e colaboradores
(2004) em que apoacutes o contato de 10 g da amostra do solo com 100 mL da soluccedilatildeo
extratora os mesmos foram submetidos a um agitador horizontal orbital por 1 hora na
frequumlecircncia de 50 rpm Apoacutes este procedimento as amostras ficaram em repouso por 15
minutos para decantar e a suspensatildeo foi filtrada e ficando sob novo repouso por 12
horas Entatildeo pipetou-se 10 mL do extrato de cada amostra acrescentando-se 1 mL de
soluccedilatildeo sulfo-moliacutebdica Decorridos 10 minutos acrescentou-se 2 mL de soluccedilatildeo de
aacutecido tartaacuterico 200 mg L-1 e apoacutes 5 minutos adicionou-se 10 mL da soluccedilatildeo de aacutecido
ascoacuterbico Apoacutes 1 hora foi realizada a leitura em espectofotocircmetro UV-visiacutevel no
comprimento de onda de 660 nanocircmetros Em funccedilatildeo do fator de diluiccedilatildeo o valor de
leitura foi multiplicado por 10 para se chegar no teor de Si do solo em mg dm-3
37 Anaacutelise estatiacutestica
Os resultados referentes ao pH em CaCl2 encontrados em funccedilatildeo das doses de
CaCO3 foram submetidos agrave anaacutelise de variacircncia e posterior ajuste ao modelo de
regressatildeo mais adequado para cada solo dentro dos dois periacuteodos de incubaccedilatildeo
utilizando o software estatiacutestico Sisvar desenvolvido por Ferreira (1999)
Os dados referentes ao pH em CaCl2 e ao teor de Si no solo encontrados em
funccedilatildeo dos corretivos (silicatos e calcaacuterio) em cada fraccedilatildeo granulomeacutetrica foram
submetidos agrave anaacutelise de variacircncia e suas meacutedias foram comparadas pelo teste de Scott-
Knott (1974) a 5 de probabilidade quanto agrave variaccedilatildeo dos corretivos dentro de cada
fraccedilatildeo granulomeacutetrica e quanto agrave variaccedilatildeo das fraccedilotildees granulomeacutetricas dentro dos
corretivos
20
4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
41 Variaccedilotildees no pH aos 30 dias de incubaccedilatildeo
Em relaccedilatildeo agrave variaacutevel pH em CaCl2 houve efeito significativo das doses de
CaCO3 para os quatro solos analisados o que possibilitou o ajuste de modelos de
regressatildeo (Figura 4)
Para os valores de pH em CaCl2 em funccedilatildeo do corretivo e fraccedilatildeo granulomeacutetrica
utilizados a anaacutelise de variacircncia tambeacutem permitiu constatar efeito significativo
inclusive para a interaccedilatildeo entre estes fatores (Tabela 9) Em geral quanto menor a
fraccedilatildeo granulomeacutetrica maior o pH do solo resultado este que concorda com o trabalho
realizado anteriormente por Alcarde e colaboradores (1989)
Novais e colaboradores (1993) tambeacutem descreveram que a granulometria mais
fina das escoacuterias de siderurgia permitiu maior reatividade tanto em solos arenosos
quanto em solos argilosos
(a)
y = -03764x2 + 13644x + 49458
R2 = 099
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(b)
y = -07093x2 + 24251x + 50564
R2 = 097
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(c)
y = 0492x + 3941
R2 = 094
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(d)
y = -1075x2 + 37825x + 39585
R2 = 099
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalnete CaCO3
pH e
m C
aCl 2
Significativo a 5 de probabilidade pelo teste f Figura 4 Valores do pH em CaCl2 em funccedilatildeo da dose equivalente de CaCO3 aplicada ao solo apoacutes 30 dias de incubaccedilatildeo nos solos muito argiloso (a) argiloso (b) meacutedio (c) arenoso (d)
21
Para os solos muito argiloso argiloso e arenoso pode-se observar que com as
doses de CaCO3 dentro do limite de 0 a 200 em relaccedilatildeo agrave recomendaccedilatildeo para atingir
60 de saturaccedilatildeo por bases o pH em CaCl2 aumentou significativamente de maneira
quadraacutetica Entretanto observou-se para o solo de textura meacutedia um ajuste linear Este
efeito pode ser atribuiacutedo ao fato das doses do corretivo utilizado natildeo terem sido
suficientes para atingir a faixa de estabilidade
Atraveacutes da amplitude de variaccedilatildeo nos valores de pH em funccedilatildeo do acreacutescimo
nas doses de CaCO3 pode-se observar o maior efeito tampatildeo dos solos muito argiloso e
argiloso em relaccedilatildeo ao solo arenoso e de textura meacutedia informaccedilatildeo esta que corrobora
aos relatos de Furtini e colaboradores (2001) O poder tampatildeo do solo eacute a resistecircncia
que o solo oferece a mudanccedila de pH Sousa e colaboradores (2007) exemplificando a
proporcionalidade dos diferentes tipos de acidez do solo relatam que a quantidade de
calcaacuterio necessaacuteria para neutralizar a acidez ativa pode chegar a quatorze mil setecentos
e vinte e trecircs vezes menor do que o necessaacuterio para a correccedilatildeo da acidez potencial do
solo o que evidencia a importacircncia do conhecimento do poder tampatildeo do solo para se
determinar a dose do corretivo
Pode-se observar que os resultados de pH em CaCl2 em funccedilatildeo dos corretivos e
das fraccedilotildees granulomeacutetricas para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso
submetidos a 30 dias de incubaccedilatildeo ocorreram de forma que quanto menor a
granulometria do corretivo maior foi o aumento no valor de pH encontrado nos solos
(Tabela 9)
22
Tabela 9 Valores de pH em CaCl2 em funccedilatildeo do corretivo de solo utilizado na dose
referente agrave elevaccedilatildeo da saturaccedilatildeo por bases para 60 e da fraccedilatildeo granulomeacutetrica apoacutes
30 dias de incubaccedilatildeo para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso
Peneira ABNT (mesh) Corretivo
5 - 10 10 - 20 20 ndash 50 gt 50 Meacutedia Solo muito argiloso
Agrosiliacutecio 51
Ac
51
Ac
57
Ab
59
Aa
55 Silifeacutertil 49
Ad
53
Ac
56
Ab
60
Aa
54 Holcim 50
Ab
49
Bb
49
Cb
53
Ca
50 Calcaacuterio 49
Ac
50
Bc
54
Bb
57
Ba
53 Meacutedia 50
51
54
57
53 Solo argiloso
Agrosiliacutecio
51
Ac
53
Ac
61
Ab
65
Aa
57 Silifeacutertil 53
Ac
52
Ac
59
Ab
66
Aa
57 Holcim 51
Ab
51
Ab
51
Cb
55
Ba
52 Calcaacuterio 51
Ac
52
Ac
56
Bb
65
Aa
56
51
52
56
63
56 Solo meacutedio
Agrosiliacutecio
40
Ac
41
Ac
41
Ab
43
Aa
41 Silifeacutertil 40
Ab
40
Ab
41
Aa
42
Ca
41 Holcim 40
Ab
40
Ab
40
Bb
41
Ca
40 Calcaacuterio 40
Ab
41
Ab
41
Bb
42
Ba
41 Meacutedia 40
40
41
42
41 Solo arenoso
Agrosiliacutecio
40
Ac
43
Ac
55
Ab
63
Aa
50 Silifeacutertil 40
Ac
42
Ac
52
Bb
65
Aa
50 Holcim 40
Ab
41
Ab
42
Cb
50
Ba
43 Calcaacuterio 40
Ac
40
Ac
50
Bb
63
Aa
48 Meacutedia 40
42
49
60
48 Letras maiuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na coluna e letras minuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na linha (Scott-Knott a 5)
No solo muito argiloso o Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil proporcionaram a maior
elevaccedilatildeo do pH do solo em relaccedilatildeo aos demais corretivos em todas as faixas
granulomeacutetricas passantes na peneira de 10 mesh ou seja quando a granulometria foi
inferior a 2 mm em fraccedilotildees maiores que esta o efeito do corretivo foi muito pequeno
natildeo havendo diferenccedila entre os corretivos (Tabela 9)
Para os demais solos os corretivos natildeo apresentaram diferenccedilas quanto ao
aumento provocado no pH do solo quando aplicados em granulometria acima de 084
mm ou seja produtos retidos na peneira de 10 mesh Para as granulometrias mais finas
23
os corretivos apresentaram diferenccedilas no aumento do pH ficando os solos que
receberam o silicato Holcim com os menores valores
De maneira geral para as granulometrias mais finas inferior a 084 mm
(passantes na peneira de 20 mesh) o Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil proporcionaram os
maiores incrementos em pH exceto para o produto mais fino gt 50 mesh no solo de
textura meacutedia e para o produto de granulometria entre 03 e 084 mm (ABNT 20 ndash 50)
no solo arenoso em que o Agrosiliacutecio obteve os melhores resultados (Tabela 9)
42 Variaccedilotildees no pH equivalente em CaCO3 e eficiecircncia relativa dos corretivos aos
90 dias de incubaccedilatildeo
Houve efeito significativo das doses de CaCO3 nos valores de pH em CaCl2 para
os quatro solos analisados o que possibilitou o ajuste de modelos polinomiais (Figura
5)
(a)
y = -01466x2 + 09457x + 49792
R2 = 085
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(b)
y = -05821x2 + 21998x + 49789
R2 = 098
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(c)
y = 04565x + 39275
R2 = 091
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(d)
y = -0865x2 + 34185x + 39925
R2 = 098
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
Significativo a 5 de probabilidade pelo teste f
Figura 5 Valores do pH em CaCl2 em funccedilatildeo da dose equivalente de CaCO3 aplicada ao solo apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo nos solos muito argiloso (a) argiloso (b) meacutedio (c) arenoso (d)
24
Para os solos muito argiloso argiloso e arenoso (Figura 5 a b d) como era de
se esperar as doses de CaCO3 dentro do limite de 0 a 200 em relaccedilatildeo agrave
recomendaccedilatildeo aumentaram significativamente e de forma quadraacutetica o pH em CaCl2
Acompanhando a tendecircncia observada apoacutes 30 dias de incubaccedilatildeo para o solo de
textura meacutedia verificou-se um ajuste linear para o aumento do valor de pH em CaCl2
em funccedilatildeo de doses de CaCO3 Este efeito pode ser atribuiacutedo ao fato das doses do
corretivo utilizado natildeo terem sido suficientes para atingir a faixa de estabilidade
Para as variaccedilotildees de pH em CaCl2 em funccedilatildeo do corretivo e fraccedilatildeo
granulomeacutetrica utilizados tambeacutem houve efeito significativo inclusive para a interaccedilatildeo
entre estes fatores (Tabela 10)
25
Tabela 10 Valores de pH em CaCl2 em funccedilatildeo do corretivo de solo utilizado na dose
referente agrave elevaccedilatildeo da saturaccedilatildeo por bases para 60 e da fraccedilatildeo granulomeacutetrica apoacutes
90 dias de incubaccedilatildeo para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso
Peneira ABNT (mesh) Corretivo
5 - 10 10 - 20 20 ndash 50 gt 50 Meacutedia Solo muito argiloso
Agrosiliacutecio 50
Ad
52
Ac
56
Ab
57
Aa
54 Silifeacutertil 50
Ac
51
Ac
55
Ab
58
Aa
53 Holcim 49
Ab
48
Cb
48
Bb
53
Ba
50 Calcaacuterio 49
Ac
50
Bc
55
Ab
57
Aa
53 Meacutedia 50
50
53
56
52 Solo argiloso
Agrosiliacutecio 52
Ab
53
Ab
61
Aa
62
Aa
57 Silifeacutertil 49
Cd
53
Ac
58
Bb
63
Aa
56 Holcim 50
Bb
50
Bb
51
Db
55
Ca
51 Calcaacuterio 51
Bd
52
Ac
56
Cb
62
Ba
55 Meacutedia 50
52
56
60
55 Solo meacutedio
Agrosiliacutecio 40
Ad
41
Ac
42
Ab
43
Aa
42 Silifeacutertil 41
Ac
41
Ac
42
Ab
43
Aa
42 Holcim 41
Ab
41
Ab
41
Cb
41
Ba
41 Calcaacuterio 40
Ab
41
Ab
41
Bb
43
Aa
41 Meacutedia 40
41
41
42
41 Solo arenoso
Agrosiliacutecio
40
Ac
44
Ab
59
Aa
61
Aa
51 Silifeacutertil 40
Ac
43
Ac
55
Ab
64
Aa
51 Holcim 39
Ab
40
Ab
42
Bb
48
Ba
43 Calcaacuterio 40
Ac
42
Ac
55
Ab
63
Aa
50 Meacutedia 40
42
53
59
49 Letras maiuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na coluna e letras minuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na linha (Scott-Knott a 5)
No solo muito argiloso e no solo arenoso o Agrosiliacutecio o Silifeacutertil e o calcaacuterio
proporcionaram maior elevaccedilatildeo no pH do solo em relaccedilatildeo ao Holcim nos corretivos
com granulometria inferior a 084 mm passantes na peneira de 20 mesh Quando se
comparam estes resultados com os obtidos aos 30 dias de incubaccedilatildeo observa-se a
inclusatildeo do calcaacuterio entre os corretivos com melhores resultados de aumento de pH no
solo muito argiloso Este fato demonstrou que para este solo os silicatos Agrosiliacutecio e
Silifeacutertil tiveram uma maior dissociaccedilatildeo aos 30 dias fato este que foi compensado pelo
calcaacuterio entre 30 e 90 dias de incubaccedilatildeo (Tabela 10)
26
Os valores de pH do solo argiloso apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo demonstraram que
o Agrosiliacutecio proporcionou os maiores valores de pH em todas as fraccedilotildees
granulomeacutetricas ficando este em igualdade com o Silifeacutertil na granulometria inferior a
03 mm (gt 50 mesh) e entre 08 mm e 20 mm (10 a 20 mesh) sendo que nesta uacuteltima
fraccedilatildeo granulomeacutetrica o calcaacuterio tambeacutem se igualou aos dois corretivos acima
mencionados (Tabela 10)
No solo de textura meacutedia as diferenccedilas ocorreram apenas nas fraccedilotildees
granulomeacutetricas inferiores a 08 mm (peneira de 20 mesh) com melhores resultados
atribuiacutedos ao Agrosiliacutecio Silifeacutertil e ao calcaacuterio na fraccedilatildeo mais fina (gt 50 mesh) e ao
Agrosiliacutecio e ao Silifeacutertil na fraccedilatildeo compreendida entre 03 e 084 mm (20 a 50 mesh)
Para o solo arenoso o Agrosiliacutecio o Silifeacutertil e o calcaacuterio proporcionaram
maiores valores de pH nas fraccedilotildees granulomeacutetricas inferiores a 084 mm enquanto que
nas fraccedilotildees mais grossas todos os corretivos tiveram o mesmo comportamento
Para todos os solos utilizados no experimento verificou-se que quanto menor a
dimensatildeo das partiacuteculas maiores satildeo os incrementos gerados nos valores de pH em
CaCl2 (Tabela 10) resultado este que concorda com trabalhos realizados anteriormente
por Bellingieri e colaboradores (1989)
Nas comparaccedilotildees entre os resultados dos valores de pH das amostras de solo
apoacutes 30 e 90 dias de incubaccedilatildeo os resultados praticamente se equivalem demonstrando
que 30 dias de incubaccedilatildeo foi um periacuteodo suficiente para a accedilatildeo dos corretivos
Com base nos incrementos verificados no pH das amostras dos solos pelos
corretivos de acidez em cada fraccedilatildeo granulomeacutetrica em relaccedilatildeo agraves curvas de incubaccedilatildeo
com CaCO3 calculou-se os valores de equivalente em CaCO3 para cada corretivo
dentro de cada fraccedilatildeo granulomeacutetrica com 90 dias de incubaccedilatildeo (Tabela 11)
27
Tabela 11 Equivalente em CaCO3 dos corretivos de acidez de diferentes fraccedilotildees
granulomeacutetricas aos 90 dias de incubaccedilatildeo
Peneiras ABNT (mesh)
Corretivos
5 ndash 10 10 - 20 20 - 50 gt 50 Meacutedia
--------------------------------------- -----------------------------------------
Agrosiliacutecio 9
Ac
24
Ab
64
Aa
77
Aa
43
Silifeacutertil 9
Ac
19
Ac
52
Ab
87
Aa
42 Calcaacuterio 8
Ac
13
Ac
33
Bb
79
Aa
33 Holcim 7
Ab
7
Ab
10
Cb
33
Ba
14 Meacutedia 8
16
39
69
33 Letras maiuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na coluna e letras minuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na linha (Scott-Knott a 5)
Os resultados de equivalente em CaCO3 apresentados para 90 dias de incubaccedilatildeo
(Tabela 11) demonstraram grande variaccedilatildeo para este atributo entre os corretivos de
acidez o que evidencia que natildeo apenas a granulometria mas tambeacutem a origem dos
corretivos exerce grande influecircncia na velocidade de correccedilatildeo da acidez do solo
Para as fraccedilotildees granulomeacutetrica mais grossas (lt 10 e 10 a 20 mesh) pode-se
observar que natildeo houve diferenccedila entre os corretivos jaacute na fraccedilatildeo mais fina (gt 50) o
silicato Holcim proporcionou menores valores de equivalente em CaCO3 em relaccedilatildeo as
demais fontes Na fraccedilatildeo granulomeacutetrica entre 20 e 50 (Tabela 11) verificou-se
diferenccedilas entre o equivalente em CaCO3 de silicatos e do calcaacuterio o que demonstrou o
fato de estarmos neste caso subestimando a reatividade dos silicatos Pode-se observar
que natildeo houve diferenccedilas entre os resultados obtidos com a aplicaccedilatildeo dos silicatos
Agrosiliacutecio e Silifeacutertil portanto sugere-se a elaboraccedilatildeo de novos paracircmetros para a
avaliaccedilatildeo de silicatos com origem de aciaria
Seguindo os criteacuterios adotados por Bellingieri (1983) de ajustar a eficiecircncia dos
corretivos atribuindo valores de 100 para as partiacuteculas passantes na peneira 50 ABNT
(partiacuteculas inferiores a 03 mm) determinou-se a eficiecircncia relativa de cada uma das
fraccedilotildees granulomeacutetricas dos corretivos permitindo a adoccedilatildeo de novos criteacuterios de
reatividade para os silicatos (Tabela 12)
28
Tabela 12 Eficiecircncias relativas em relaccedilatildeo agrave fraccedilatildeo granulomeacutetrica inferior a 03 mm
(peneira 50 mesh) dos corretivos de acidez em diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas aos
90 dias de incubaccedilatildeo
Peneiras ABNT (mesh)
Corretivos 5 - 10 10 - 20 20 - 50 gt 50 Meacutedia
------------------------------ -------------------------------
Agrosiliacutecio 12 33 85 100 58
Silifeacutertil 9 25 65 100 50
Holcim 16 17 27 100 40
Calcaacuterio 9 18 63 100 48
Meacutedia 12 23 60 100
Propotildee-se a adequaccedilatildeo da equaccedilatildeo atualmente adotada para a determinaccedilatildeo da
eficiecircncia relativa (reatividade) de silicatos de origem de aciaria para uso como
corretivo de acidez em funccedilatildeo das diferenccedilas encontradas em eficiecircncia relativa
apresentadas na Tabela 12 entre os silicatos de origem de escoacuteria de aciaria
(Agrosiliacutecio e Silifeacutertil) em relaccedilatildeo ao calcaacuterio ficando a mesma da seguinte forma
RE = F10-20 x 03 + F20-50 x 075 + Fgt50 x 1
Onde
F10-20= percentual de produto que passa pela peneira nordm10 e fica retido na
peneira nordm20 F20-50 = percentual de produto que passa pela peneira nordm20 e fica retido
na peneira nordm50 e F-50 = percentual de produto que passa pela peneira nordm50
Os valores de eficiecircncia relativa 12 em meacutedia para a fraccedilatildeo granulomeacutetrica
mais grosseira pode estar associado agrave presenccedila de micropartiacuteculas (poacute) aderidas ao
redor das partiacuteculas mais grossas (Tabela 12) jaacute que a separaccedilatildeo granulomeacutetrica seguiu
o meacutetodo oficial de separaccedilatildeo em peneiras a seco
29
43 Teor de siliacutecio no solo apoacutes 30 dias de incubaccedilatildeo
De maneira geral pode-se observar que o Agrosiliacutecio proporcionou maiores
incrementos de Si no solo obtendo no solo argiloso quando aplicado na fraccedilatildeo
granulomeacutetrica mais fina incremento de 10 mg dm-3 (Tabela 13)
Tabela 13 Teor de Si no solo em funccedilatildeo da fraccedilatildeo granulomeacutetrica e do corretivo utilizado para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso apoacutes 30 dias de incubaccedilatildeo
Peneiras ABNT (mesh) Corretivos 5 - 10 10 - 20 20 ndash 50 gt 50 Meacutedia
-------------------------------- Si (mg kg-1) -------------------------------------
Solo muito argiloso
Agrosiliacutecio 7
Aa
8
Aa
9
Aa
8
Aa
8 Silifeacutertil 7
Aa
7
Aa
7
Ba
7
Aa
7 Holcim 6
Aa
6
Aa
6
Ba
6
Ba
6 Calcaacuterio 7
Aa
6
Aa
5
Ba
5
Ba
6 Meacutedia 6
7
7
6
6
Solo argiloso
Agrosiliacutecio 6
Ad
10
Ac
14
Ab
15
Aa
11 Silifeacutertil 7
Ac
6
Bc
10
Bb
12
Ba
9 Holcim 6
Ab
5
Bb
6
Cb
9
Ca
7 Calcaacuterio 5
Ba
5
Ba
4
Da
2
Db
4 Meacutedia 6
6
8
10
8
Solo meacutedio
Agrosiliacutecio 10
Aa
10
Aa
10
Aa
10
Aa
10 Silifeacutertil 9
Aa
9
Aa
10
Aa
10
Aa
9 Holcim 8
Ba
9
Aa
9
Ba
10
Aa
9 Calcaacuterio 9
Ba
9
Aa
9
Ba
8
Bb
9 Meacutedia 9
9
9
9
9
Solo arenoso
Agrosiliacutecio 4
Ab
5
Ab
8
Aa
9
Aa
6 Silifeacutertil 3
Ac
5
Ab
7
Aa
7
Ba
6 Holcim 3
Ab
4
Aa
4
Ba
6
Ca
4 Calcaacuterio 3
Aa
3
Ba
3
Ca
2
Da
3 Meacutedia 3
4
6
6
5 Letras maiuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na coluna e letras minuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na linha (Scott-Knott a 5)
No solo muito argiloso as fraccedilotildees mais grossas dos corretivos com partiacuteculas
superiores a 084 mm (lt 20 mesh) natildeo apresentaram diferenccedilas quanto ao fornecimento
30
de Si ao solo poreacutem quando se avaliaram as fraccedilotildees mais finas observou-se maiores
valores de Si para o Agrosiliacutecio na fraccedilatildeo de 03 a 084 mm (20 a 50 mesh) e para o
Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil quando o corretivo foi aplicado na granulometria inferior a 03
mm (gt 50 mesh) estes resultados tambeacutem se repetiram no solo arenoso (Tabela 13)
Para o solo argiloso o Agrosiliacutecio foi o silicato que promoveu maiores valores
de Si no solo quando tambeacutem se avaliaram as fraccedilotildees granulomeacutetricas inferiores a 20
mm (gt 10 mesh) apenas para a fraccedilatildeo mais grossa maior que 20 mm o Agrosiliacutecio o
Silifeacutertil e o Holcim natildeo diferiram estatisticamente variando apenas em relaccedilatildeo ao
calcaacuterio que eacute o uacutenico corretivo avaliado que natildeo apresenta Si em sua constituiccedilatildeo
No solo de textura meacutedia o Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil proporcionaram a mesma
eficiecircncia no fornecimento de Si para o solo (fraccedilotildees 20 a 50 mesh e lt 10 mesh) na
fraccedilatildeo mais fina (gt 50 mesh) os trecircs silicatos avaliados resultaram nos mesmos valores
de Si no solo deferindo apenas do calcaacuterio jaacute na fraccedilatildeo entre 10 a 20 mesh todos os
corretivos proporcionaram o mesmo resultado
De maneira geral a granulometria natildeo resultou em diferenccedilas no fornecimento
de Si pelos silicatos exceto no solo argiloso em que se observa que quanto menor a
granulometria maior foi o teor de Si no solo (Tabela 13)
Ao se avaliar os efeitos do calcaacuterio em relaccedilatildeo ao teor de Si no solo pode-se
observar que quanto menor a fraccedilatildeo granulomeacutetrica do calcaacuterio menores os teores de Si
no solo Este fato pode estar associado a maior alteraccedilatildeo causada no pH do solo pelas
fraccedilotildees mais finas do calcaacuterio reduzindo assim sua disponibilidade de Si corroborando
aos dados de McKeague e Cline (1963) em que o aumento de pH de 6 para 9 reduziu
de 36 para 6 mg dm-3 a concentraccedilatildeo de Si soluacutevel
44 Teor de siliacutecio no solo apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo
De maneira geral pode-se observar que o Agrosiliacutecio promoveu maior
incremento de Si no solo apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo exceto para a fraccedilatildeo
granulomeacutetrica entre 20 a 50 mesh e no solo de textura meacutedia em que o Silifeacutertil e o
Holcim obtiveram resultados semelhantes ao Agrosiliacutecio (Tabela 14)
Quanto agraves fraccedilotildees granulomeacutetricas observou-se que quanto menor a fraccedilatildeo
granulomeacutetrica independente do silicato maior foi o fornecimento de Si ao solo
seguindo a tendecircncia encontrada por Oliveira e colaboradores (1994) em que escoacuterias
31
de alto forno com partiacuteculas menores que 03 mm foram mais eficientes no
fornecimento de Ca e Mg para o solo quando comparadas as fraccedilotildees mais grosseiras
Tabela 14 Teor de Si no solo em funccedilatildeo da fraccedilatildeo granulomeacutetrica e do corretivo
utilizado para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso apoacutes 90 dias de
incubaccedilatildeo
Peneiras ABNT (mesh) Corretivos 5 - 10 10 - 20 20 - 50 gt 50 Meacutedia
-------------------------------- Si (mg kg-1) --------------------------------------
Solo muito argiloso Agrosiliacutecio 8
Ab
9
Aa
9
Aa
9
Aa
9 Silifeacutertil 6
Bb
7
Bb
7
Ba
8
Ba
7 Holcim 7
Bb
7
Bb
6
Cb
8
Ba
7 Calcaacuterio 6
Ba
6
Ba
5
Db
5
Cb
6 Meacutedia 7
7
7
7
7 Solo argiloso
Agrosiliacutecio 7
Ac
11
Ab
13
Aa
13
Aa
11 Silifeacutertil 5
Bc
7
Bb
9
Ba
9
Ba
8 Holcim 6
Bb
5
Cb
6
Cb
9
Ba
7 Calcaacuterio 4
Ca
4
Da
4
Da
3
Cb
4 Meacutedia 5
7
8
9
7 Solo meacutedio
Agrosiliacutecio 10
Aa
11
Aa
10
Aa
11
Aa
11 Silifeacutertil 10
Ba
10
Ba
10
Aa
10
Ba
10 Holcim 10
Bb
10
Bb
10
Ab
11
Aa
10 Calcaacuterio 9
Ba
10
Ba
9
Bb
8
Cc
9 Meacutedia 10
10
10
10
10 Solo arenoso
Agrosiliacutecio 4
Ac
6
Ab
7
Aa
7
Aa
6 Silifeacutertil 3
Bc
4
Bb
6
Ba
6
Ba
5 Holcim 3
Bc
3
Cb
4
Cb
5
Ca
4 Calcaacuterio 2
Ca
2
Da
2
Da
2
Da
2 Meacutedia 3
4
5
5
4 Letras maiuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na coluna e letras minuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na linha (Scott-Knott a 5)
Para todos os solos analisados observou-se a seguinte sequecircncia para o teor de
Si Agrosiliacutecio gt Silifeacutertil gt Holcim gt Calcaacuterio Fato este que acompanha a tendecircncia
observada na avaliaccedilatildeo da reatividade na correccedilatildeo da acidez do solo exceto para o
calcaacuterio por natildeo apresentar Si em sua constituiccedilatildeo
32
Korndoumlrfer e colaboradores (2004) apresentaram a solubilidade de diferentes
silicatos evidenciando que o Agrosiliacutecio (escoacuteria de aciaria) apresentou maiores valores
de solubilidade em relaccedilatildeo aos valores obtidos pela escoacuteria de alto forno como o
Holcim com valores de 43 e 7 respectivamente Estas diferenccedilas em solubilidade
explicam os valores encontrados tanto na avaliaccedilatildeo aos 30 como aos 90 dias de
incubaccedilatildeo
Pereira e colaboradores (2004) em trabalho para a avaliaccedilatildeo da eficiecircncia de
fontes de Si para a cultura do arroz encontraram que a fonte que proporcionou mais
extraccedilatildeo de Si para os gratildeos foi a escoacuteria oriunda da produccedilatildeo de accedilo inox dado que
corrobora os resultados encontrados neste trabalho em que o Agrosiliacutecio (escoacuteria de
aciaria) apresentou maior disponibilizaccedilatildeo de Si para o solo
Nas comparaccedilotildees entre os resultados do teor de Si no solo apoacutes 30 e 90 dias de
incubaccedilatildeo os resultados praticamente se equivalem demonstrando que 30 dias foi um
periacuteodo suficiente para que os silicatos fornecessem Si
Comparando o teor de Si antes da aplicaccedilatildeo dos corretivos com o teor de Si no
solo apoacutes a aplicaccedilatildeo dos corretivos e apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo verificou-se
expressivo acreacutescimo no teor Si no solo ocasionado pelos silicatos principalmente para
o Agrosiliacutecio que incrementou na meacutedia entre as fraccedilotildees granulomeacutetricas 2 6 1 e 3 mg
dm-3 de Si nos solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso respectivamente O
Silifeacutertil tambeacutem forneceu Si ao solo elevando em 1 4 0 e 3 mg dm-3 o teor de Si nos
solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso respectivamente Jaacute o Holcim
apresentou incrementos de 0 2 0 e 1 mg dm-3 respectivamente para os solos muito
argiloso argiloso meacutedio e arenoso
33
5 CONCLUSOtildeES
Os silicatos Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil proporcionam maiores valores de eficiecircncia
relativa na correccedilatildeo da acidez do solo em comparaccedilatildeo ao calcaacuterio e ao silicato Holcim
na fraccedilatildeo granulomeacutetrica entre 030 e 084 mm
Quanto menor a fraccedilatildeo granulomeacutetrica do silicato maior eacute a eficiecircncia relativa
na correccedilatildeo da acidez do solo e maior eacute o fornecimento de Si para o solo
O Agrosiliacutecio apresenta melhores resultados no fornecimento de Si ao solo
seguido do Silifeacutertil e do Holcim
O periacuteodo de 30 dias em condiccedilotildees de umidade mantida agrave 80 da capacidade
de campo eacute um periacuteodo suficiente para a correccedilatildeo da acidez do solo e fornecimento de
Si pelos silicatos ao solo
34
6 REFEREcircNCIAS
ALCARDE JC PAULINO VT DERNARDIN J S Avaliaccedilatildeo da reatividade de corretivos da acidez do solo Revista Brasileira de Ciecircncia do Solo Campinas v 13 p 387-392 1989
ALCARDE JC Corretivos de acidez dos solos caracteriacutesticas e interpretaccedilotildees teacutecnicas Satildeo Paulo ANDA 1992 24p (Boletim Teacutecnico 6)
ALCARDE JC RODELLA AA Avaliaccedilatildeo quiacutemica de corretivos de acidez para fins agriacutecolas uma nova proposiccedilatildeo Scientia Agriacutecola Piracicaba v 53 n 2 ndash 3 1996
ALVAREZ V VH RIBEIRO AC Calagem In RIBEIRO AC GUIMARAtildeES PTG GUIMARAtildeES PTG ALVAREZ V VH (Ed) Recomendaccedilotildees para o uso de corretivos e fertilizantes em Minas Gerais ndash 5ordf Aproximaccedilatildeo Viccedilosa CFSEMG 1999 p 43-60
ALVAREZ V VH Correlaccedilatildeo e calibraccedilatildeo de meacutetodos de anaacutelise de solos In ALVAREZ V VH FONTES LEF FONTES MPF (Ed) O solo nos grandes domiacutenios morfoclimaacuteticos do Brasil e o desenvolvimento sustentado Viccedilosa Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo 1996 p 615-646
ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DOS PRODUTORES DE CALCAacuteRIO Calcaacuterio agriacutecola ndash Brasil consumo aparente por estado (1992 ndash 2006) Disponiacutevel em lthttpwwwcalcario-rscombrgt Acesso em 25 de novembro de 2008
BALASTRA MLFC PEREZ CM JULIANO BO VILLAREAL P Effects of siacutelica level on some properties of Oriza sativa straw and hull Canadian Journal of Botany Ottawa v 67 p 2356-2363 1989
BARBOSA FILHO MP SNYDER G H PRABHU A S DATNOFF L E KORNDOumlRFER G H Importacircncia do siliacutecio para a cultura do arroz Informaccedilotildees agronocircmicas v 89 p 1-8 2000
BELLINGIERI PA Avaliaccedilatildeo em laboratoacuterio da eficiecircncia de diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas de calcaacuterios agriacutecolas 1983 99f Tese (Doutorado) ndash Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Universidade de Satildeo Paulo Piracicaba 1983
BELLINGIERI PA ALCARDE JC amp SOUZA ECA Avaliaccedilatildeo da qualidade de calcaacuterios agriacutecolas atraveacutes do PRNT Anais da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Piracicaba v 45 n 2 p 579-588 1988
BELLINGIERI PA ALCARDE JC SOUZA ECA de Eficiecircncia relativa de diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas de calcaacuterios na neutralizaccedilatildeo da acidez dos solos avaliada em laboratoacuterio Anais da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Piracicaba v46 n2 1989 p 303-317
35
BELLINGIERI PA SOUZA ECA ALCARDE JC SHIKASHO HW Importacircncia da reatividade do calcaacuterio sobre a produccedilatildeo e algumas caracteriacutesticas da soja Scientia Agricola Piracicaba v 49 p 61-71 1992
BRASIL MAPA Laboratoacuterio Nacional de Referecircncia Vegetal Anaacutelise de corretivos fertilizantes e inoculantes Brasiacutelia 1983 104p
BRUNAUER S EMMETT P H TELLER E Adsorption of gases in multimolecular layers In Journal of the American Chemical Society New York v 60 p 309-19 1938
CATANI RA ALONSO O Avaliaccedilatildeo e exigecircncia de calcaacuterio do solo Anais da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Piracicaba v 26 p 141-156 1969
CATE R Sugestotildees para adubaccedilatildeo com base na anaacutelise de solos Raleigh North Caroline State University 1965 16p
DAYANADAM P KAUFMAN PB FRANKLIN CL Detection of siacutelica in plants American Journal of Botany Columbus v 70 p 1079-1084 1983
DEFELIPO BV BRAGA JM SPIES C Comparaccedilatildeo entre meacutetodos de determinaccedilatildeo da necessidade de calcaacuterio de solos de Minas Gerais Experientiae v 13 p 111-136 1982
EMBRAPA C N P S Manual de meacutetodos de anaacutelise de solo Rio de Janeiro 1997 212p
EPSTEIN E Silicon Annu Rev Plant Physiol Plant Molec Biol Palo Alto v 50 1999 p 641 - 664
FERREIRA DF SISVAR versatildeo 43 (Build 41) Lavras UFLADEX 1999 4 disquetes
FURTINI NETO A VALE FR RESENDE A V GUILHERME L R G GUEDES G A A Fertilidade do solo Lavras UFLAFAEPE 2001 252p
GASCHO G J Silicon sources for agriculture In DATNOFF L E SNYDER G H KORNDOumlRFER G H (Ed) Silicon in agriculture Amsterdan Elsevier 2001 cap 12 p 197-207
KAMINSKI J RHEINHEIMER DS A acidez do solo e a nutriccedilatildeo mineral de plantas In KAMINSKI J (Ed) Uso de corretivos da acidez do solo no plantio direto Pelotas SBCSNRS 2000 cap2 p 21 - 39
KORNDOumlRFER G H Elementos beneacuteficos In FERNANDES M S Nutriccedilatildeo mineral de plantas Viccedilosa Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo 2006 432p
36
KORNDOumlRFER G H DATNOFF L E Adubaccedilatildeo com siliacutecio uma alternativa no controle de doenccedilas da cana-de-accediluacutecar e do arroz Informaccedilotildees Agronocircmicas Piracicaba v 70 p 1-5 1995
KORNDOumlRFER G H PEREIRA H S CAMARGO M S Silicatos de caacutelcio e magneacutesio na agricultura 3 ed Uberlacircndia 2004 28 p (Boletim Teacutecnico n1)
KORNDOumlRFER G H PEREIRA H S NOLLA A Anaacutelise de siliacutecio solo planta e fertilizante 1 ed Uberlacircndia 2004 50 p (Boletim Teacutecnico n2)
KORNDOumlRFER G H PEREIRA H S CAMARGO M S Silicatos de caacutelcio e magneacutesio na agricultura 2 ed Uberlacircndia 2003 15 p (Boletim Teacutecnico n1)
KORNDOumlRFER G H PEREIRA H S CAMARGO M S Papel do siliacutecio na produccedilatildeo de cana-de-accediluacutecar STAB v 21 n 2 2002 4 p
KORNDOumlRFER G H LEPSCH I Effect of silicon on plant growth and crop yeld In DATNOFF L E SNYDER G H KORNDOumlRFER G H (Ed) Silicon in agriculture Amsterdan Elsevier 2001 p 133 ndash 147
KURIHARA CH MAEDA S HERNANI LC SILVA WM Eficiecircncia relativa de fraccedilotildees granulomeacutetricas de calcaacuterios sul-mato-grossenses Pesquisa Agropecuaacuteria Brasileira Brasiacutelia v34 n 8 p 1443 - 1449 1999
LOPES A S SILVA MC GUILHERME L R G Acidez do solo e calagem 3 ed Satildeo Paulo ANDA 1990 22 p (Boletim Teacutecnico 1)
LOPES A S Manual de fertilidade do solo Satildeo Paulo ANDAPOTAFOacuteS 1989 153p
MA JF TAKAHASHI E Soil fertilizer and plant silicon research in Japan Amosterdan Elsevier Science 2002 281 p
MALAVOLTA E Manual de quiacutemica agriacutecola adubos e adubaccedilatildeo Satildeo Paulo Agronocircmica Ceres 1981 608 p
MARSCHNER H Mineral nutrition of higher plants 2 ed LondresAcademic Press 1995 889p
MCKEAGUE J A CLINE M G Silica in soils Advances in Agronomy New York v 15n 3 p 339-397 1963
MEURER E J Fundamentos de quiacutemica do solo 3 ed Porto Alegre Evangraf 2006 285p
MIYAKE Y TAKAHASHI E Effect of silicon on the growth of cucumber plant in soil culture Soil Science Plant Nutrition Tokyo v 29 p 463-471 1983
37
NOVAIS R F BARROS N F LEITE F P TEIXEIRA J L LEAL P G L Eficiecircncia agronocircmica de escoacuterias de siderurgia Pains Viccedilosa Universidade Federal de Viccedilosa 1993
OLIVEIRA AC HAHNE H BARROS NF MORAIS EJ Uso de escoacuteria de alto forno como fonte de nutrientes na adubaccedilatildeo florestal In GUERRINI IA BELLOTE AFJ BUumlLL LT (Ed) Seminaacuterio sobre uso de resiacuteduos florestais e urbanos em florestas Botucatu Fundaccedilatildeo de Estudos e Pesquisas Agriacutecolas e Florestais 1994 p 77-96
PEREIRA HS KORNDOumlRFER GH VIDAL AA CAMARGO MS Silicon sources for rice crop Scientia Agriacutecola Piracicaba v 61 p 522-528 2004
PLESE L P M Efeito da umidade do solo na reatividade das fraccedilotildees granulomeacutetricas de um calcaacuterio 2000 49f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) ndash Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Universidade de Satildeo Paulo Piracicaba 2000
PRADO R M FERNANDES F M NATALE W Uso de escoacuteria de siderurgia no Brasil estudos na cultura da cana-de-accediluacutecar Jaboticabal Funep 2001 67p
PROGRAMA INTERLABORATORIAL DE CONTROLE DE QUALIDADE DE ANAacuteLISE DE SOLO Manual do laboratorista 2005 33p
RAIJ BV Avaliaccedilatildeo da fertilidade do solo Piracicaba Associaccedilatildeo Brasileira para Pesquisa da Potassa e do Fosfato 1981 142p
RAIJ B V CANTARELLA H QUAGGIO J A FURLANI A M C Recomendaccedilatildeo de adubaccedilatildeo e calagem para o estado de Satildeo Paulo Campinas IAC 1996 285p (IAC Boletim 100)
SCOTT AJ KNOTT MA A cluster analysis method for grouping means in the analysis of variance Biometrics Washington v 30 n 2 1974 p 507-512
SHOEMAKER HE MCCLEAN E PRATT PF Buffer methods for determining lime requirements of soil with appreciable amounts of extractable aluminium Soil Sci Soc Am Proc Madison v 25 p 274-277 1961
SOUSA D M G MIRANDA L N OLIVEIRA S A Acidez do solo e sua correccedilatildeo In NOVAIS R F ALVAREZ V V H BARROS N F FONTES R L F CANTARUTTI R B NEVES J C L Fertilidade do solo Viccedilosa Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo 2007 p 205 ndash 274
SOUSA D M G LOBATO E Cerrado correccedilatildeo do solo e adubaccedilatildeo Brasiacutelia Embrapa Informaccedilatildeo Tecnoloacutegica 2004 416p
VERAS M C M VIEIRA W TEIXEIRA L S M ALCARDE J C OLIVEIRA L B Manual de meacutetodos analiacuteticos oficiais para fertilizantes minerais orgacircnicos organominerais e corretivos 1 ed Brasiacutelia MAPA 2007 v 1
38
WERNER D ROTH R Siacutelica metabolism In LAUCHILI A BIELESKI RL (Ed) Encyclopedia of plant physiology New Series Berlin Springer-Velag 1983 v 15B p 682-694
- Parte inicial dissertaccedilatildeopdf
- RESUMOpdf
- Corpo da dissertaccedilatildeopdf
-
BIOGRAFIA
Ithamar Prada Neto nasceu em Limeira SP em 21 de abril de 1981 filho de
Ithamar Luiz de Castro Prada e Marli Bernadete Francisco Prada
Iniciou no ano de 1999 o curso de Engenharia Agronocircmica na Escola Superior
de Agricultura ldquoLuiz de Queirozrdquo pertencente agrave Universidade de Satildeo Paulo
(ESALQUSP) onde teve a oportunidade de trabalhar com os professores Dr Durval
Dourado Neto e Dr Rubens Duarte Coelho e com o pesquisador Dr Edmilson
Ambrosano
Em 2003 em sua conclusatildeo de curso desempenhou estaacutegio profissionalizante
com vivecircncia em uma propriedade focada na produccedilatildeo de cana-de-accediluacutecar e na
reproduccedilatildeo de bovinos de corte da companhia CFM em Araccedilatuba sob a orientaccedilatildeo do
Prof Dr Luis Ignaacutecio Prochnow
No ano de 2006 ingressou no curso de especializaccedilatildeo em Fertilidade do Solo e
Nutriccedilatildeo de Plantas no Agronegoacutecio da Universidade Federal de Lavras (UFLA) o qual
concluiu em 2007 com a defesa da monografia intitulada ldquoViabilidade agronocircmica e
econocircmica de fosfatos naturais reativosrdquo sob a orientaccedilatildeo do Prof Dr Antonio Furtini
Neto
Ingressou no mestrado em Agronomia na aacuterea de concentraccedilatildeo em Solos na
Universidade Federal de Uberlacircndia (UFU) no ano de 2007 sob a orientaccedilatildeo do Prof
Dr Gaspar Henrique Korndoumlrfer
No acircmbito profissional foi trainee e posteriormente assessor agronocircmico da
Bunge Fertilizantes entre o final de 2003 ateacute o ano de 2006 atuando nos estados de
Minas Gerais Goiaacutes e Espiacuterito Santo Em 2006 iniciou carreira docente assumindo
disciplinas nas aacutereas de Fitotecnia Fertilidade do Solo e Nutriccedilatildeo de Plantas e
Produccedilatildeo e Tecnologia de Adubos para o curso de Agronomia da Faculdade de Ciecircncias
Agraacuterias do Centro Universitaacuterio de Patos de Minas (UNIPAM) onde atua ateacute o
presente momento
De novembro de 2006 a setembro de 2008 coordenou o curso de Agronomia do
UNIPAM
No final de 2008 apoacutes encerrar as atividades agrave frente do curso de Agronomia do
UNIPAM assumiu a aacuterea de desenvolvimento de tecnologias da Associaccedilatildeo para
Pesquisas Agriacutecolas (APPA)
SUMAacuteRIO
RESUMO i
ABSTRACT ii
1 INTRODUCcedilAtildeO 1
2 REVISAtildeO BIBLIOGRAFICA 3
21 Acidez do solo 3
22 Correccedilatildeo da acidez do solo 4
23 Caracteriacutesticas dos corretivos de acidez 5
24 Silicatos de caacutelcio 7
25 Efeitos do Si na agricultura 8
3 MATERIAL E MEacuteTODOS 10
31 Local do experimento 10
32 Solos utilizados nas unidades experimentais 10
33 Corretivos utilizados 12
34 Tratamentos e delineamento experimental 17
34 Conduccedilatildeo do experimento 17
35 Determinaccedilatildeo do pH do solo apoacutes a incubaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo da eficiecircncia
relativa 18
36 Avaliaccedilatildeo do teor de Si no solo apoacutes a incubaccedilatildeo 19
36 Anaacutelise estatiacutestica 19
4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 20
41 Variaccedilotildees no pH aos 30 dias de incubaccedilatildeo 20
42 Variaccedilotildees no pH equivalente CaCO3 e eficiecircncia relativa dos corretivos aos 90 dias
de incubaccedilatildeo 23
43 Teor de siliacutecio no solo apoacutes 30 dias de incubaccedilatildeo 28
54 Teor de siliacutecio no solo apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo 29
5 CONCLUSOtildeES 32
6 REFEREcircNCIAS 33
LISTA DE FIGURAS
Paacutegina 1 Mesa agitadora (a) e peneiras utilizadas para a separaccedilatildeo dos
corretivos nas diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas (b) 14
2 Ilustraccedilotildees dos processos laboratoriais para determinaccedilatildeo do PN em amostras dos materiais corretivos desde a pesagem (a) a fervura da soluccedilatildeo contendo a amostra do corretivo e HCl (b) a soluccedilatildeo transferida para balatildeo volumeacutetrico de 100 mL em descanso para decantaccedilatildeo (c) e a titulaccedilatildeo ateacute o aparecimento da coloraccedilatildeo rosada (d) 15
3
4
Pesagem dos corretivos (a) adiccedilatildeo dos corretivos nos recipientes plaacutesticos contendo as amostras dos solos (b) irrigaccedilatildeo das amostras dos solos (c) e incubaccedilatildeo em laboratoacuterio por 30 e 90 dias (d)
Valores do pH em CaCl2 em funccedilatildeo da dose equivalente de CaCO3
aplicada ao solo apoacutes 30 dias de incubaccedilatildeo nos solos muito argiloso (a) argiloso (b) meacutedio (c) arenoso (d)
18
20
5 Valores do pH em CaCl2 em funccedilatildeo da dose equivalente de CaCO3
aplicada ao solo apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo nos solos muito argiloso (a) argiloso (b) meacutedio (c) arenoso (d)
23
LISTA DE TABELAS
Paacutegina
1 Caracterizaccedilatildeo quiacutemica e fiacutesica dos solos utilizados no experimento 11 2 Densidade das amostras dos solos utilizados no experimento 12 3 Necessidade de calagem em equivalente de CaCO3 com 100 de PRNT
para amostras dos solos utilizados no experimento considerando as respectivas densidades das amostras dos solos 12
4 Teores de caacutelcio magneacutesio e siliacutecio dos corretivos utilizados 12 5 Superfiacutecie especifica e volume total de poros dos corretivos de acidez do
solo 13
6 Poder de neutralizaccedilatildeo dos materiais corretivos de acidez do solo utilizados no experimento 16
7 Quantidade de corretivo calculada para atingir 60 de saturaccedilatildeo por bases para cada um dos solos experimentais 16
8 Dose de Si fornecida por cada um dos silicatos em cada solo experimental 17
9 Valores de pH em CaCl2 em funccedilatildeo do corretivo de solo utilizado na dose referente agrave elevaccedilatildeo da saturaccedilatildeo por bases para 60 e da fraccedilatildeo granulomeacutetrica apoacutes 30 dias de incubaccedilatildeo para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso
22
10
Valores de pH em CaCl2 em funccedilatildeo do corretivo de solo utilizado na dose referente agrave elevaccedilatildeo da saturaccedilatildeo por bases para 60 e da fraccedilatildeo granulomeacutetrica apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso 24
11
Eficiecircncias relativas em relaccedilatildeo ao CaCO3 dos corretivos de acidez de diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas aos 90 dias de incubaccedilatildeo 26
12
Eficiecircncias relativas em relaccedilatildeo agrave fraccedilatildeo granulomeacutetrica inferior a 03 mm (peneira 50 ABNT) dos corretivos de acidez em diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas aos 90 dias de incubaccedilatildeo 27
13
Teor de Si no solo em funccedilatildeo da fraccedilatildeo granulomeacutetrica e do corretivo utilizado para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso apoacutes 30 dias de incubaccedilatildeo 28
14
Teor de Si no solo em funccedilatildeo da fraccedilatildeo granulomeacutetrica e do corretivo utilizado para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo
30
i
RESUMO
PRADA NETO ITHAMAR Eficiecircncia relativa de diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas de silicatos na correccedilatildeo da acidez do solo 2009 38f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em AgronomiaSolos) ndash Universidade Federal de Uberlacircndia Uberlacircndia1
Os silicatos satildeo produtos que podem ser utilizados natildeo apenas para o fornecimento de siliacutecio como tambeacutem para a correccedilatildeo da acidez do solo Nos corretivos agriacutecolas os principais fatores que devem ser avaliados satildeo o poder de neutralizaccedilatildeo e a reatividade que juntos compotildee o poder relativo de neutralizaccedilatildeo total fator determinante para a definiccedilatildeo da dose a ser empregada na agricultura Atualmente os silicatos estatildeo sendo avaliados quanto a sua capacidade de correccedilatildeo do solo com os mesmos criteacuterios utilizados para o calcaacuterio mesmo apresentando origens e processos de produccedilatildeo muito distintos Com o presente trabalho objetivou-se quantificar a reatividade para cada fraccedilatildeo granulomeacutetrica de diferentes silicatos O experimento foi desenvolvido no Centro Universitaacuterio de Patos de Minas em Patos de Minas MG utilizando-se trecircs silicatos (Agrosiliacutecio Silifeacutertil e Holcim) e um calcaacuterio comercial em quatro fraccedilotildees granulomeacutetricas separados pelas peneiras lt 10 mesh 10 a 20 mesh 20 a 50 mesh e gt 50 mesh em quatro solos com as seguintes classes granulomeacutetricas muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso com quatro repeticcedilotildees Os corretivos foram aplicados e misturados nos vasos contendo 300g de amostras de solos os quais foram submetidos agrave incubaccedilatildeo por trinta e noventa dias com solos mantidos a 80 da capacidade de campo Para a obtenccedilatildeo dos valores de equivalente em carbonato de caacutelcio foram submetidos tambeacutem a incubaccedilatildeo dos solos com carbonato de caacutelcio em doses crescentes Apoacutes os periacuteodos de incubaccedilatildeo foram realizadas anaacutelises de pH em CaCl2 e do teor de Si no solo em CaCl2 Os dados foram submetidos a anaacutelise de variacircncia e tiveram suas meacutedias comparadas pelo teste de Scott-Knott agrave 5 de probabilidade Os resultados obtidos mostraram que quanto menor a fraccedilatildeo granulomeacutetrica maior a eficiecircncia relativa dos corretivos (calcaacuterio e silicatos) na elevaccedilatildeo do pH do solo Quanto aos resultados dos corretivos os silicatos Agrosiliacutecio e Silifeacutertil se destacaram o que demonstrou que com os meacutetodos atualmente empregados estatildeo subestimando a reatividade destes produtos principalmente na fraccedilatildeo compreendida entre as peneiras de 20 e 50 mesh O Holcim se mostrou menos eficiente que o calcaacuterio quanto a correccedilatildeo da acidez do solo fato este que pode estar associado a alguma diferenccedila no processo de produccedilatildeo do produto em relaccedilatildeo aos demais silicatos Quanto ao fornecimento de siliacutecio para o solo a mesma tendecircncia foi mantida com superioridade para as fraccedilotildees granulomeacutetricas mais finas Desta forma novos paracircmetros precisam ser colocados em praacutetica para a determinaccedilatildeo da reatividade dos silicatos
Palavras-chave Escoacuteria de siderurgia Siliacutecio Corretivos agriacutecolas Fertilidade do solo
1 Orientador Prof Dr Gaspar Henrique Korndoumlrfer ndash UFU
ii
ABSTRACT
PRADA NETO ITHAMAR Relative efficiency of different size fractions of silicate in correcting the soil acidity 2009 38p Dissertation (Masters Degree in AgronomySoils Science) ndash Federal University of Uberlacircndia Uberlacircndia2
The silicates are products that might be used not just for silicon supply but also for correction of soil acidity The main factors that must be evaluated for agricultural correctives are neutralization power and reactivity which combined form the relative power of total neutralization a determinant factor for the definition of the dose to be used in agriculture Currently the silicates have been evaluated for their ability to correct the soil with the same criteria used for lime despite presenting very different origin and production processes This study quantified the reactivity for each size fraction of different silicates The experiment was conducted at the University of Patos de Minas in Patos de Minas MG using three silicates (Agrosiliacutecio Silifeacutertil and Holcim) and a commercial lime in four size fractions separated by sieves lt10 mesh 10 to 20 mesh 20 to 50 mesh and gt 50 mesh in four soils very clayey clayey loamy and sandy medium texture with four replications The correctives were applied and mixed in pots containing 300g of soil samples which were subjected to incubation for thirty to ninety days at 80 field capacity Soils that received calcium carbonate in increasing doses were also incubated to obtain the values of the equivalent in calcium carbonate After the incubation periods analyses of pH in CaCl2 and the Si content of the soil in CaCl2 were done Data were submitted to analysis of variance and means were compared by their Scott-Knott test at 5 probability The results showed that the smaller the fraction size the greater the relative efficiency of the corrective (lime and silicates) in raising the soil pH The results of the silicates Agrosiliacutecio and Silifeacutertil were outstanding showing that the methods currently employed are underestimating the reactivity of these products mainly in the fraction between 20 and 50 mesh Holcim was less efficient than lime in correcting soil acidity a fact that may be associated with differences in the production process in relation to the other silicates The same trend was maintained for silicon supply to the soil with superiority for the smaller size fractions Thus new parameters need to be put into practice for determining the reactivity of silicates
Keywords Silicate slag Silicon Agricultural correctives soil fertility
2 Supervisor Prof Dr Gaspar Henrique Korndoumlrfer ndash UFU
1
1 INTRODUCcedilAtildeO
A maioria dos solos brasileiros sobretudo aqueles sob vegetaccedilatildeo de cerrado
apresenta limitaccedilotildees quanto ao estabelecimento e desenvolvimento das principais
culturas em decorrecircncia dos efeitos da acidez do solo
Neste cenaacuterio a correccedilatildeo da acidez do solo se apresenta com papel fundamental
para a obtenccedilatildeo de resultados agronocircmicos e econocircmicos positivos na agricultura Nos
uacuteltimos anos o consumo brasileiro de calcaacuterio vem oscilando na ordem de 16 a 27
milhotildees de toneladas por ano segundo informaccedilotildees da Associaccedilatildeo Brasileira dos
Produtores de Calcaacuterio Agriacutecola (2008)
Natildeo apenas os calcaacuterios mas tambeacutem os silicatos apresentam bom potencial
para utilizaccedilatildeo como corretivos de acidez com o benefiacutecio de aleacutem de corrigir a acidez
do solo e fornecer caacutelcio e magneacutesio e tambeacutem o siliacutecio elemento que desperta grande
interesse da comunidade cientiacutefica e do setor agriacutecola atualmente por trazer uma seacuterie
de benefiacutecios para algumas culturas
Os principais paracircmetros que orientam o uso dos corretivos satildeo os valores de
poder de neutralizaccedilatildeo reatividade e poder relativo de neutralizaccedilatildeo total sendo este
uacuteltimo resultante da combinaccedilatildeo dos anteriores Tais paracircmetros satildeo fundamentais para
a definiccedilatildeo de doses eficiecircncia agrocircnomica e efeito residual
A avaliaccedilatildeo do poder de neutralizaccedilatildeo (PN) consiste na anaacutelise quiacutemica do poder
corretivo do material ou seja a capacidade do corretivo em neutralizar o hidrogecircnio
Esta avaliaccedilatildeo eacute feita atraveacutes da adiccedilatildeo de HCl em uma amostra de calcaacuterio e na
posterior identificaccedilatildeo na quantidade de HCl consumida o que reflete o poder de
neutralizaccedilatildeo do material
A reatividade (RE) se refere agrave velocidade de reaccedilatildeo do corretivo no solo e esta
velocidade de reaccedilatildeo estaacute associada com a superfiacutecie de contato do material Quando se
analisa a reatividade de um corretivo se considera apenas o tamanho de partiacuteculas
desconsiderando suas caracteriacutesticas intriacutensecas de superfiacutecie especiacutefica como a
porosidade e forma das partiacuteculas A porosidade e a forma das partiacuteculas diferem muito
em funccedilatildeo da origem do corretivo Os silicatos oriundos de escoacuterias de siderurgia
apresentam em geral e para um mesmo tamanho de partiacutecula uma superfiacutecie especiacutefica
e porosidade bem maiores do que as partiacuteculas de um corretivo oriundo de uma rocha
calcaacuteria
2
Estas caracteriacutesticas certamente podem afetar a reatividade de um corretivo e
atualmente satildeo totalmente ignoradas no meacutetodo de determinaccedilatildeo da reatividade Existe
a hipoacutetese de que a determinaccedilatildeo da reatividade de materiais silicatados oriundos de
escoacuterias esteja sendo subestimada quando comparada aos calcaacuterios em geral
Desta forma objetivou-se com o presente trabalho quantificar a eficiecircncia
relativa na correccedilatildeo da acidez do solo de fraccedilotildees granulomeacutetricas de silicatos em
comparaccedilatildeo ao calcaacuterio
3
2 REVISAtildeO BIBLIOGRAFICA
21 Acidez do solo
Segundo Lopes e colaboradores (1990) a grande maioria dos solos brasileiros
principalmente os solos sob vegetaccedilatildeo de cerrado apresentam elevada acidez o que
prejudica o bom desenvolvimento das plantas Sousa e colaboradores (2007) relatam
que tal efeito pode estar associado agrave presenccedila de Al e Mn em concentraccedilotildees toacutexicas e
aos baixos teores dos macronutrientes Ca e Mg
A acidificaccedilatildeo do solo eacute um processo natural e sua intensidade depende de
fatores intriacutensecos do solo e das perturbaccedilotildees a que o sistema eacute submetido
(KAMINSKI RHEINHEIMER 2000)
Os solos poderatildeo ser naturalmente aacutecidos quando a rocha de origem apresentar
baixos teores de bases ou entatildeo mesmo apresentando altos teores de bases quando este
solo for submetido a intenso processo pedogeneacutetico Neste uacuteltimo caso destaca-se a
situaccedilatildeo de precipitaccedilatildeo pluvial intensa ao longo dos anos promovendo lixiviaccedilatildeo de
bases permanecendo no complexo de troca predominantemente os caacutetions hidrogecircnio e
alumiacutenio (FURTINI NETO et al 2001)
Aleacutem dos processos pedogeneacuteticos outros fatores tambeacutem contribuem para a
acidificaccedilatildeo do solo como as reaccedilotildees de hidroacutelise que ocorrem nas soluccedilotildees dos solos
a decomposiccedilatildeo de resiacuteduos orgacircnicos pelos microorganismos a accedilatildeo do homem
atraveacutes de adubaccedilotildees e sistemas de produccedilatildeo adotados e a proacutepria absorccedilatildeo de
nutrientes (MEURER 2006)
A acidez ativa do solo eacute definida como todo o hidrogecircnio (H+) presente na
soluccedilatildeo medida pelo potencial hidrogecircnio iocircnico (pH) O pH pode ser determinado com
um potenciocircmetro utilizando-se dois meacutetodos principais no primeiro utiliza-se uma
suspensatildeo de terra em aacutegua e no segundo em CaCl2 a 001 M (PLESE 2000)
A concentraccedilatildeo de H+ na soluccedilatildeo do solo avaliada pelo pH natildeo eacute na maioria
dos casos fator limitante para o crescimento e desenvolvimento das plantas desde que
haja suprimento adequado dos nutrientes e ausecircncia de elementos em concentraccedilotildees
toacutexicas Entretanto essa situaccedilatildeo natildeo ocorre naturalmente nos solos pois em condiccedilotildees
aacutecidas podem ocorrer iacuteons como o Al3+ e Mn2+ em teores toacutexicos para as plantas
Outros aspectos importantes associados agrave elevada acidez satildeo a alteraccedilatildeo na
4
disponibilidade de nutrientes e a interferecircncia na atividade microbiana (SOUSA et al
2007)
22 Correccedilatildeo da acidez do solo
Em funccedilatildeo dos fatores negativos da acidez do solo para a produccedilatildeo agriacutecola
torna-se necessaacuteria a sua correccedilatildeo atraveacutes da calagem maneira mais faacutecil e econocircmica
para se corrigir a acidez do solo nos primeiros 20 cm deste Furtini Neto e
colaboradores (2001) destacam como principais benefiacutecios da calagem
Diminuiccedilatildeo da toxidez por Al3+ e Mn2+
Aumento da mineralizaccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica consequentemente aumentando
a disponibilidade de nutrientes principalmente nitrogecircnio enxofre foacutesforo e
boro
Aumento na disponibilidade de caacutelcio e magneacutesio por adiccedilatildeo direta ao solo
Aumento na disponibilidade de foacutesforo e molibdecircnio presentes em formas
fixadas e de menor disponibilidade no solo aacutecido
Aumento da fixaccedilatildeo natildeo-simbioacutetica e simbioacutetica de nitrogecircnio
Aumento da CTC do solo reduzindo os problemas de salinidade e de lixiviaccedilatildeo
de caacutetions
Aumento da eficiecircncia da adubaccedilatildeo
Aumento da preservaccedilatildeo de aacutereas de floresta ou de aacutereas menos vocacionadas
para a agricultura em face da necessidade de menor aacuterea para obter a mesma
produccedilatildeo
Segundo Sousa e Lobato (2004) para solos de Cerrado a produtividade de gratildeos
das culturas de sequeiro (soja milho trigo e feijatildeo) aumenta com a saturaccedilatildeo por bases
ateacute 40 estabiliza entre os valores de 40 a 60 e diminui quando a saturaccedilatildeo por
bases eacute maior que 60 Neste uacuteltimo caso o pH em aacutegua do solo estaraacute maior que 63
o que ocasiona a reduccedilatildeo na disponibilidade de zinco cobre ferro e manganecircs
Diversos satildeo os meacutetodos para a determinaccedilatildeo da necessidade de calagem sem
haver uma definiccedilatildeo clara sobre qual o melhor deles Fundamentalmente os caacutelculos
tem-se baseado nos seguintes meacutetodos meacutetodo da curva de incubaccedilatildeo de CaCO3
meacutetodo baseado no teor de alumiacutenio trocaacutevel (CATE 1965 CATANI ALONSO
1969) meacutetodo baseado no decreacutescimo de pH de soluccedilotildees-tampatildeo SMP (SHOEMAKER
5
et al 1961) meacutetodo baseado na saturaccedilatildeo por bases (RAIJ 1981) meacutetodo baseado no
pH e mateacuteria orgacircnica (DEFELIPO et al 1982 ALVAREZ V 1996) e meacutetodo para
neutralizar a acidez trocaacutevel e elevar os teores de Ca e Mg trocaacuteveis (ALVAREZ V
RIBEIRO 1999)
Independente do meacutetodo adotado eacute de extrema importacircncia que a determinaccedilatildeo
da necessidade de calagem seja adequada pois o excesso de aplicaccedilatildeo de um corretivo
pode trazer diversos impactos negativos como a induccedilatildeo a deficiecircncias de ferro e
manganecircs (LOPES 1989)
23 Caracteriacutesticas dos corretivos de acidez
Todo material utilizado para corrigir a acidez do solo conteacutem componentes
neutralizantes como carbonatos oacutexidos hidroacutexidos e silicatos Os componentes
neutralizantes nestes materiais natildeo satildeo os caacutetions Ca2+ e Mg2+ mas sim os acircnions CO3-2
OH- SiO32- (PLESE 2000)
A qualidade de um calcaacuterio eacute dada pela combinaccedilatildeo de seus atributos quiacutemicos e
fiacutesicos O atributo quiacutemico representado pelo poder de neutralizaccedilatildeo depende do tipo e
teor de neutralizantes no corretivo O fiacutesico representado pela eficiecircncia relativa
depende da natureza geoloacutegica da rocha calcaacuteria e do grau de moagem a que foi
submetida (KURIHARA et al 1999)
A avaliaccedilatildeo quiacutemica dos corretivos de acidez consta das seguintes
determinaccedilotildees poder de neutralizaccedilatildeo (PN) e teores de Ca e Mg (ALCARDE
RODELLA 1996)
A avaliaccedilatildeo fiacutesica dos corretivos de acidez eacute determinada pela sua composiccedilatildeo
granulomeacutetrica empregando-se as peneiras nordm 10 20 e 50 segundo a Associaccedilatildeo
Brasileira de Normas Teacutecnicas - ABNT Para cada uma das fraccedilotildees granulomeacutetricas
produto retido na peneira ABNT 10 produto passante na peneira ABNT 10 e retido na
peneira ABNT 20 produto passante na peneira ABNT 20 e retido na peneira ABNT 50
e produto passante na peneira ABNT 50 satildeo atribuiacutedos os seguintes valores de
reatividade 0 20 60 e 100 respectivamente A partir dos resultados da
composiccedilatildeo granulomeacutetrica calcula-se a reatividade (RE) ou eficiecircncia relativa (ER) do
calcaacuterio de acordo com a equaccedilatildeo abaixo (ALCARDE RODELLA 1996)
RE = F10-20 x 02 + F20-50 x 06 + Fgt50 x 1
6
Onde
F10-20= percentual de produto que passa pela peneira nordm10 e fica retido na peneira
nordm20 F20-50 = percentual de produto que passa pela peneira nordm20 e fica retido na
peneira nordm50 e Fgt50 = percentual de produto que passa pela peneira nordm50
Estes paracircmetros de reatividade satildeo adotados no Brasil de acordo com o que a
legislaccedilatildeo prevecirc para todos os corretivos independente de sua origem Segundo Prado e
colaboradores (2001) ainda natildeo existe uma legislaccedilatildeo especiacutefica para silicatos de
caacutelcio sendo estes incluiacutedos na legislaccedilatildeo de calcaacuterios com algumas adaptaccedilotildees
Alcarde e colaboradores (1989) avaliando a reatividade de calcaacuterios de
diferentes origens na correccedilatildeo da acidez do solo constataram eficiecircncia relativa acima
de 80 para partiacuteculas de tamanho inferior a 03 mm (peneira gt 50 ABNT) entre 39 e
65 para partiacuteculas entre 03 e 084 mm (produto passante na peneira 20 ABNT e retido
na peneira 50 ABNT) e eficiecircncia entre 6 e 27 para partiacuteculas entre 084 e 20 mm
(produto passante na peneira 10 ABNT e retido na peneira 20 ABNT)
Bellingieri (1983) avaliando a eficiecircncia de fraccedilotildees granulomeacutetricas de calcaacuterios
em laboratoacuterio em solos com controle de umidade em 30 encontrou valores de
eficiecircncia relativa de 74 376 767 e 100 respectivamente para corretivos nas
fraccedilotildees granulomeacutetricas passantes na peneira ABNT 5 e retiros na peneira ABNT 10
passantes na peneira 10 e retidos na peneira ABNT 30 passantes na peneira ABNT 30 e
retidos na peneira ABNT 50 e produtos passantes na peneira ABNT 50
Segundo Kurihara e colaboradores (1999) a origem da rocha calcaacuteria interfere
na ER do corretivo com destaque para os materiais de origem sedimentar que
apresentam elevada friabilidade possibilitando que torrotildees do material sejam facilmente
desagregados com pequena pressatildeo entre os dedos da matildeo de maneira que apoacutes sua
extraccedilatildeo da jazida esse calcaacuterio natildeo necessita passar por um processo de moagem como
os de natureza metamoacuterfica Entretanto ao se efetuar a anaacutelise granulomeacutetrica verifica-
se que estes torrotildees natildeo passam pelo conjunto de peneiras durante a agitaccedilatildeo mecacircnica
subestimando a real capacidade do material em se solubilizar no solo
Bellingieri e colaboradores (1992) avaliando a reatividade de um calcaacuterio
dolomiacutetico e calcaacuterio dolomiacutetico calcinado durante dois anos agriacutecolas relataram que o
calcaacuterio calcinado apresentou maior reatividade no primeiro ano agriacutecola bem como as
fraccedilotildees granulomeacutetricas mais finas proporcionaram maior reatividade no primeiro ano
do trabalho fato que foi amenizado no segundo ano agriacutecola em que a reatividade dos
7
calcaacuterios tenderam a se igualar e a granulometria mais grosseira tambeacutem compensou a
menor reatividade obtida no primeiro ano
Plese (2000) avaliando o efeito da umidade do solo entre o intervalo de 0 a 80
da capacidade de campo na reatividade das fraccedilotildees granulomeacutetricas de um calcaacuterio
observou que quanto mais altos os valores de umidade do solo mais favoraacutevel era para
a reaccedilatildeo do corretivo no solo Para solos mantidos a 80 da capacidade de campo a
frequecircncia de molhamento teve pouca influecircncia na reatividade
A combinaccedilatildeo das caracteriacutesticas quiacutemicas e fiacutesicas do corretivo
respectivamente PN expresso em equivalente de carbonato de caacutelcio e ER originam o
Poder Relativo de Neutralizaccedilatildeo Total (PRNT) variaacutevel esta utilizada para a definiccedilatildeo
da dose a ser utilizada (BELINGIERI et al 1988)
24 Silicatos de Caacutelcio
Segundo Prado e colaboradores (2001) para minimizar os problemas quiacutemicos
dos solos do Brasil uma maneira seria mediante a correccedilatildeo da acidez do solo pelo uso
de escoacuterias de siderurgia um resiacuteduo da induacutestria do accedilo e ferro-gusa constituiacutedo
quimicamente de silicato de caacutelcio (CaSiO3)
Segundo Malavolta (1981) de maneira simplificada a escoacuteria de siderurgia
pode ser definida como sendo obtida atraveacutes da siacutelica do mineacuterio de ferro que reage com
o caacutelcio do calcaacuterio em alto forno Este processo envolvendo altas temperaturas
seguindo de um raacutepido resfriamento difere do processo de produccedilatildeo de calcaacuterio
(moagem de rochas calcaacuterias) o que pode originar materiais de alta solubilidade
consequentemente elevando sua eficiecircncia relativa
Os silicatos de caacutelcio e magneacutesio apresentam como principais benefiacutecios o
aumento na disponibilidade do Si a elevaccedilatildeo do pH o aumento do Ca e Mg trocaacuteveis
no solo a reduccedilatildeo de toxicidade do Fe Mn e Al para as plantas e o aumento na
disponibilidade de P no solo (KORNDOumlRFER et al 2003)
Segundo Alcarde (1992) a accedilatildeo neutralizante dos silicatos de caacutelcio e magneacutesio
no solo pode ser explicada com as seguintes equaccedilotildees
Ca(Mg)SiO3 + H2O
Ca+2(Mg+2) + SiO3-2
SiO3-2 + H2O HSiO3
- + OH-
HSiO3- + H2O H2SiO3 + OH-
H2SiO3 + H2O H4SiO4
8
Dentre os silicatos as fontes mais abundantes e baratas satildeo as escoacuterias
sideruacutergicas originadas do processamento em altas temperaturas geralmente acima de
1400 ordmC da reaccedilatildeo do calcaacuterio com a siacutelica presente no mineacuterio de ferro
(KORNDOumlRFER et al 2003)
As principais caracteriacutesticas que devem ser avaliadas na escolha de uma fonte de
siliacutecio para a agricultura satildeo solubilidade disponibilidade as propriedades fiacutesicas a
concentraccedilatildeo de elementos contaminantes e a relaccedilatildeo custo benefiacutecio (GASCHO
2001)
25 Efeitos do Si na agricultura
A utilizaccedilatildeo de macronutrientes nitrogecircnio (N) foacutesforo (P) potaacutessio (K) caacutelcio
(Ca) magneacutesio (Mg) e enxofre (S) e de micronutrientes boro (B) cloro (Cl) cobre
(Cu) ferro (Fe) manganecircs (Mn) molibdecircnio (Mo) niacutequel (Ni) e zinco (Zn) eacute
considerada como essencial para se alcanccedilar resultados satisfatoacuterios na produccedilatildeo
agriacutecola Poreacutem em determinadas condiccedilotildees de solo e cultivo existem elementos
chamados de natildeo-essenciais como o siliacutecio (Si) que pode promover diversos processos
fisioloacutegicos desejaacuteveis para as plantas e por consequecircncia aumentar a produtividade
(KORNDOumlRFER LEPSCH 2001)
A comprovaccedilatildeo da essencialidade do siliacutecio eacute muito difiacutecil de ser obtida devido
a sua abundacircncia na biosfera Estaacute presente em quantidades significativas mesmo em
sais aacutegua e ar (WERNER ROTH 1983)
As plantas absorvem siliacutecio diretamente da soluccedilatildeo do solo sendo este
transportado ateacute as raiacutezes principalmente via fluxo de massa (DAYANADAM et al
1983)
Balastra e colaboradores (1989) relatam que o Si apoacutes absorvido eacute transportado
pelo xilema e depositado na parede celular na forma de siacutelica amorfa hidratada ou opala
biogecircnica (SiO2nH2O) Uma vez alocado o Si torna-se imoacutevel e natildeo mais se redistribui
na planta
Marschner (1995) classifica as plantas de acordo com o seu teor de SiO2 na
mateacuteria seca da parte aeacuterea em trecircs grupos I ) acumuladoras com teores de Si de 10 a
15 II) intermediaacuterias com teores de Si de 1 a 3 III) natildeo acumuladoras com teores
na ordem de 05 Myake e Takahashi (1983) relatam que as gramiacuteneas satildeo
9
acumuladoras tiacutepicas reduzindo de forma raacutepida a concentraccedilatildeo de Si na soluccedilatildeo do
solo
Entre as plantas que mais extraem Si destacam-se o arroz e a cana-de-accediluacutecar
Ma e Takahashi (2002) relatam que as plantas de arroz possuem mecanismos
especiacuteficos de absorccedilatildeo de Si em que as proteiacutenas de membranas satildeo produzidas por
expressatildeo do gene especiacutefico Uma seacuterie de autores demonstram que o siliacutecio reduz a
severidade de vaacuterias doenccedilas de importacircncia econocircmica na cultura do arroz tais como a
brusone mancha parda escaldadura entre outras (KORNDOumlRFER DATNOFF 1995)
Natildeo apenas na reduccedilatildeo da severidade de doenccedilas como tambeacutem na reduccedilatildeo do
ataque de pragas pode-se observar grandes efeitos da aplicaccedilatildeo de Si Yoshida (1975)
citado por Barbosa Filho e colaboradores (2000) relata que a silicificaccedilatildeo da epiderme
previne a penetraccedilatildeo e a mastigaccedilatildeo pelos insetos porque as ceacutelulas ficam mais
endurecidas Segundo revisatildeo feita pelos mesmos autores diversos insetos sofreram
impactos com a aplicaccedilatildeo de Si como larvas da broca de colo trips e cigarrinha parda
que respectivamente tiveram mandiacutebulas danificadas inibiccedilatildeo na atividade e reduccedilatildeo
da populaccedilatildeo
O siliacutecio aparece na cana-de-accediluacutecar em altas concentraccedilotildees podendo variar
desde 014 em folhas jovens ateacute 67 nos colmos e folhas velhas No Havaiacute as folhas
contendo menos de 05 de siliacutecio satildeo frequentemente afetadas por um sintoma
denominado freckling A causa deste sintoma eacute ainda bastante controvertida poreacutem a
maioria dos pesquisadores atribuem agrave falta de Si e a desequiliacutebrios nutricionais O
aparecimento da ferrugem na cana-de-accediluacutecar (Puccinia melanocephala) pode estar
relacionado com o referido sintoma O sintoma eacute mais severo nas folhas mais velhas e a
aacuterea fotossinteacutetica eacute normalmente fortemente atingida (KORNDOumlRFER DATNOFF
1995)
Natildeo apenas em relaccedilatildeo aos fitopatoacutegenos mas quanto ao ataque de pragas
principalmente a broca do colmo e cigarrinha poderiam ser diminuiacutedas nas cultivares
acumuladoras de Si Outros efeitos do Si na cana-de-accediluacutecar estatildeo relacionados agrave maior
resistecircncia ao acamamento e alteraccedilotildees na arquitetura da planta deixando as folhas mais
eretas e em consequecircncia disso mais eficientes quanto agrave capacidade de aproveitamento
da luz solar e de realizaccedilatildeo da fotossiacutentese (KORNDOumlRFER et al 2002)
10
3 MATERIAL E MEacuteTODOS
31 Local do experimento
O experimento foi desenvolvido na Central de Fertilidade do Solo da
Faculdade de Ciecircncias Agraacuterias do Centro Universitaacuterio de Patos de Minas (UNIPAM)
no municiacutepio de Patos de Minas ndash MG onde os solos foram armazenados durante o
periacuteodo de incubaccedilatildeo de 30 e 90 dias de 8 de julho agrave 6 de outubro de 2008
32 Solos utilizados nas unidades experimentais
O experimento foi realizado em quatro classes de solo de diferentes texturas
sendo arenoso meacutedio argiloso e muito argiloso Os solos foram coletados do horizonte
B para natildeo haver interferecircncia da mateacuteria orgacircnica e posteriormente foram secos ao ar
ateacute atingirem massa constante Em seguida peneirados em malha de 2 mm e realizada a
anaacutelise quiacutemica e fiacutesica seguindo a metodologia descrita pelo Programa
Interlaboratorial de controle de qualidade de anaacutelise de solo (2005) exceto para o teor
de Si no solo que seguiu a metodologia descrita por Korndoumlrfer et al (2004) Os
resultados satildeo apresentados na Tabela 1
11
Tabela 1 Caracterizaccedilatildeo quiacutemica e fiacutesica dos solos utilizados no experimento
SOLOS Atributo Unidade Muito
argiloso Argiloso Meacutedio Arenoso
Latossolo Vermelho Acifeacuterrico
Tiacutepico
Latossolo Vermelho Perfeacuterrico
Tiacutepico
Latossolo Vermelho
Distrofeacuterrico Tiacutepico
Latossolo Amarelo
Distroacutefico Psamiacutetico
Si mg dm-3 59 50 87 29
P (Mehlich 1) mg dm-3 00 07 10 01
K mg dm-3 364 40 226 89
Ca cmolc dm-3
02 02 04 02
Mg cmolc dm-3
06 02 05 01
H + Al cmolc dm-3
37 60 39 34
pH (em H2O)
51 53 47 45
Al cmolc dm-3
01 01 04 05
CTC (e) cmolc dm-3
09 05 14 08
CTC (T) cmolc dm-3
46 64 49 37
SB cmolc dm-3
08 04 10 03
V 185 64 200 82
Cu mg dm-3 02 13 09 03
Zn mg dm-3 01 01 01 01
Argila 74 45 30 14
Silte 12 36 16 1
Areia 14 19 54 85
Metodologia P K Cu Zn (Mehlich 1 HCl 005 M + H2SO4 00125 M) Ca Mg Al (KCl 1 M) H+Al (soluccedilatildeo tampatildeo ndash SMP a pH 75) pH (em aacutegua) anaacutelise textural (meacutetodo da pipeta)
Realizou-se a determinaccedilatildeo da densidade das amostras dos quatro solos (Tabela
2) pelo meacutetodo da proveta descrita pela Embrapa (1997) Este meacutetodo eacute uma
alternativa para experimentos em vasos onde amostras de solo satildeo desagregadas para
preencher os vasos compondo a unidade experimental
12
Tabela 2 Densidade das amostras dos solos utilizados no experimento
Solos Densidade
g cm-3
Muito Argiloso 096
Argiloso 130
Meacutedio 125
Arenoso 135
Com os resultados da anaacutelise quiacutemica dos solos foi determinada a necessidade
de calagem pelo meacutetodo da saturaccedilatildeo por bases descrito por Raij e colaboradores
(1996) com o objetivo de elevaacute-la agrave 60 (Tabela 3)
Tabela 3 Necessidade de calagem em equivalente de CaCO3 com 100 de PRNT para amostras dos solos utilizados no experimento considerando as respectivas densidades das amostras dos solos
Solos Unidade
Muito Argiloso Argiloso Meacutedio Arenoso
Mg ha-1 189 343 056 191
mg vaso-1 27114 66795 10587 38735
33 Corretivos utilizados
Foram utilizadas trecircs fontes de silicatos originados de diferentes escoacuterias de
siderurgia sendo estes Agrosiliacutecio Silifeacutertil e Holcim por serem os mais
representativos quanto ao uso na agricultura como corretivos agriacutecolas Estes foram
comparados com um calcaacuterio comercial de origem sedimentar e com o carbonato de
caacutelcio pa padratildeo para estudos de eficiecircncia relativa de corretivos (Tabela 4)
Tabela 4 Teores de caacutelcio magneacutesio e siliacutecio dos corretivos utilizados
Corretivo CaO () MgO () SiO2 ()
Agrosiliacutecio 39 10 23
Silifeacutertil 38 8 22
Holcim 25 7 43
Calcaacuterio 30 20 0
Carbonato de caacutelcio 56 0 0
13
Para a caracterizaccedilatildeo dos corretivos quanto a sua superfiacutecie especiacutefica foi
realizada a anaacutelise da superfiacutecie especiacutefica pela equipe do Laboratoacuterio de
Hidrometalurgia da Universidade Federal de Ouro Preto utilizando-se o meacutetodo de
determinaccedilatildeo por gases descrito por Brunauer e colaboradores (1938) (Tabela 5)
Tabela 5 Superfiacutecie especifica e volume total de poros dos corretivos de acidez do solo
Corretivo Superfiacutecie Especiacutefica Volume total de poros
m2 g-1 cm3 g-1
Agrosiliacutecio 1175 00482
Silifeacutertil 066 00023
Holcim 038 00006
Calcaacuterio 091 00039
Fonte Universidade Federal de Ouro Preto (Laboratoacuterio de Hidrometalurgia)
Todos os corretivos foram submetidos agrave uniformizaccedilatildeo de umidade atraveacutes de
secagem em estufa com circulaccedilatildeo forccedilada de ar a 105 ordmC por um periacuteodo de setenta e
duas horas
Apoacutes esta etapa os silicatos foram submetidos agrave separaccedilatildeo nas seguintes
fraccedilotildees granulomeacutetricas atraveacutes de agitador mecacircnico por 5 minutos seguindo a
metodologia oficial (Veras et al 2007) fracionando os corretivos nas seguintes classes
partiacuteculas maiores que 200 mm (fraccedilatildeo do corretivo retido na peneira ABNT 10 ndash 10
mesh) partiacuteculas entre 084 e 200 mm (fraccedilatildeo do corretivo passante na peneira ABNT
10 e retido na peneira ABNT 20 ndash 20 mesh) partiacuteculas entre 030 e 084 (fraccedilatildeo do
corretivo passante na peneira ABNT 20 e retido na peneira ABNT 50 ndash 50 mesh) e
partiacuteculas com dimensatildeo inferior agrave 030 mm (fraccedilatildeo do corretivo passante na peneira
ABNT 50) (Figura 1)
14
(a) (b)
Figura 1 Mesa agitadora (a) e peneiras utilizadas para a separaccedilatildeo dos corretivos nas diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas (b)
A definiccedilatildeo das fraccedilotildees granulomeacutetricas avaliadas acompanhou os criteacuterios
atualmente adotados na legislaccedilatildeo para calcaacuterio aleacutem do fato de natildeo se justificar o uso
de silicatos em fraccedilatildeo granulomeacutetrica mais fina do que as jaacute comumente utilizadas para
calcaacuterio em funccedilatildeo da maior abrasividade das escoacuterias de siderurgia (PRADO et al
2001) o que tecnicamente dificulta a accedilatildeo dos moinhos brasileiros tornando a moagem
para a obtenccedilatildeo de partiacuteculas muito finas economicamente inviaacutevel
Apoacutes a separaccedilatildeo das fraccedilotildees granulomeacutetricas os corretivos foram submetidos
agrave determinaccedilatildeo do poder de neutralizaccedilatildeo (PN) pelo meacutetodo da titulaccedilatildeo que consiste
em colocar em contato uma massa conhecida do corretivo com uma quantidade
conhecida e em excesso de aacutecido padronizado fazendo com que o corretivo neutralize
uma parte do aacutecido O excesso de aacutecido eacute quantificado por alcalimetria obtendo-se
indiretamente a quantidade de aacutecido que foi neutralizado pelo corretivo seguindo o
procedimento descrito a seguir (BRASIL 1983)
Pesou-se 1000 g da amostra secada moiacuteda e passada em peneira de 03 mm
dos corretivos (Figura 2 a) e transferiu-se o material para erlenmeyer de 250 mL no
qual adicionou-se 50 mL da soluccedilatildeo de HCl 05 M padronizada O erlenmeyer foi
coberto com vidro de reloacutegio e a soluccedilatildeo foi fervida suavemente por 5 minutos (Figura
2 b) Apoacutes esta etapa a soluccedilatildeo foi esfriada transferida para balatildeo de 100 mL que teve
seu volume completado com aacutegua destilada e deixou-se decantar (Figura 2 c) Pipetou-
se 50 mL da soluccedilatildeo que foi transferida para erlenmeyer de 125 mL no qual se
acrescentou trecircs gotas de soluccedilatildeo de fenolftaleina (indicador) A soluccedilatildeo aacutecida foi
titulada com soluccedilatildeo padronizada de NaOH 025 M ateacute o aparecimento de uma leve cor
rosada do indicador (Figura 2 d) anotou-se o volume gasto e a partir deste valor
15
calculou-se o poder de neutralizaccedilatildeo do corretivo em de CaCO3 equivalente pela
expressatildeo
PN = 10 (25M1-V2M2) onde G
M1 = concentraccedilatildeo molar da soluccedilatildeo de HCl
V2 = volume em mL da soluccedilatildeo de NaOH gasto na titulaccedilatildeo
M2 = concentraccedilatildeo molar da soluccedilatildeo de NaOH
G = massa inicial da amostra em gramas
(a) (b)
(c) (d)
Figura 2 Ilustraccedilotildees dos processos laboratoriais para determinaccedilatildeo do PN em amostras
dos materiais corretivos desde a pesagem (a) a fervura da soluccedilatildeo contendo a amostra
do corretivo e HCl (b) a soluccedilatildeo transferida para balatildeo volumeacutetrico de 100 mL em
descanso para decantaccedilatildeo (c) e a titulaccedilatildeo ateacute o aparecimento da coloraccedilatildeo rosada (d)
Para os silicatos em funccedilatildeo de sua constituiccedilatildeo quiacutemica a visualizaccedilatildeo da
coloraccedilatildeo rosada foi dificultada pelo escurecimento da soluccedilatildeo (coloraccedilatildeo esverdeada)
sendo necessaacuteria a utilizaccedilatildeo do meacutetodo potenciomeacutetrico em que o excesso de HCl da
soluccedilatildeo eacute neutralizado por NaOH ateacute atingir pH 70
Foram encontrados valores distintos de poder de neutralizaccedilatildeo para cada um dos
corretivos (Tabela 6)
16
Tabela 6 Poder de neutralizaccedilatildeo dos materiais corretivos de acidez do solo utilizados
no experimento
Corretivos Poder de Neutralizaccedilatildeo ()
Agrosiliacutecio 859
Silifeacutertil 778
Holcim 740
Calcaacuterio 1131
CaCO3 1041
Com base nos valores do poder de neutralizaccedilatildeo encontrados para cada um dos
corretivos e de acordo com as necessidades de calagem encontrados para cada solo
foram calculadas as doses de cada corretivo a serem aplicadas nos vasos preenchidos
com 300 g de amostras dos solos (Tabela 7)
Tabela 7 Quantidade de corretivo calculada para atingir 60 de saturaccedilatildeo por bases
para cada um dos solos experimentais
SOLOS
Corretivos
Muito Argiloso
Argiloso Meacutedia Arenoso
---------------------------------- mg por vaso ------------------------------------
Agrosiliacutecio 3189 7775 1232 4509
Silifeacutertil 3487 8589 1361 4981
Holcim 3666 9031 1431 5239
Calcaacuterio 2397 5906 936 3425
CaCO3 2605 6416 1012 3721
Em funccedilatildeo da dose dos corretivos utilizados em cada solo (Tabela 5) e da
concentraccedilatildeo de SiO2 em cada um dos silicatos foram calculadas as doses de Si
fornecidas por cada silicato para o respectivo solo (Tabela 8)
17
Tabela 8 Dose de Si fornecida por cada um dos silicatos em cada solo experimental SOLOS
Corretivos Concentraccedilatildeo
de Si Muito Argiloso
Argiloso Meacutedia Arenoso
--------------------------- mg por vaso -----------------------
Agrosiliacutecio
107 341 832 132 482
Silifeacutertil 103 359 885 140 513 Holcim 203 744 1833 290 1064
34 Tratamentos e delineamento experimental
Foram conduzidos quatro experimentos sendo cada um em uma classe
textural de solo em delineamento inteiramente casualizado A anaacutelise de variacircncia foi
baseada num arranjo fatorial 4x4 com quatro corretivos de acidez (trecircs silicatos de
caacutelcio Agrosiliacutecio Silifeacutertil e Holcim e um calcaacuterio) e quatro fraccedilotildees granulomeacutetricas
(entre 5 e 10 mesh partiacuteculas entre 2 e 4 mm entre 10 e 20 mesh partiacuteculas entre 084
e 2 mm entre 20 e 50 mesh partiacuteculas entre 03 e 084 mm e maior que 50 mesh
partiacuteculas menores que 03 mm) com quatro repeticcedilotildees
Aleacutem dos tratamentos acima foi realizada a incubaccedilatildeo com CaCO3 (reagente
pa) corretivo padratildeo para comparaccedilatildeo da eficiecircncia relativa na correccedilatildeo da acidez do
solo sendo este utilizado em cinco diferentes doses testemunha 50 100 150 e
200 em relaccedilatildeo agrave dose recomendada para a correccedilatildeo da acidez do solo para atingir
60 de saturaccedilatildeo por bases (Tabela 3)
34 Conduccedilatildeo do experimento
As parcelas experimentais constituiacuteram-se de recipientes plaacutesticos de 500 mL
nos quais foram adicionados 300 g de solo e as devidas quantidades dos corretivos que
posteriormente foram incubados em recipientes abertos por trinta e noventa dias em
laboratoacuterio sem exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo solar direta e a intensas variaccedilotildees de temperatura
(Figura 3 a b)
Durante o periacuteodo de incubaccedilatildeo os solos foram irrigados com aacutegua destilada
para a manutenccedilatildeo da umidade a 80 da capacidade de campo (Figura 3 c)
Apoacutes 30 e 90 dias de incubaccedilatildeo fraccedilotildees de 50 g de cada uma das amostras
foram retiradas e colocadas para secar ao ar (Figura 3 d)
18
(a) (b)
(c) (d)
Figura 3 Pesagem dos corretivos (a) adiccedilatildeo dos corretivos nos recipientes plaacutesticos
contendo as amostras dos solos (b) irrigaccedilatildeo das amostras dos solos (c) e incubaccedilatildeo em
laboratoacuterio por 30 e 90 dias (d)
35 Determinaccedilatildeo do pH do solo apoacutes a incubaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo da eficiecircncia relativa
Para a caracterizaccedilatildeo da correccedilatildeo da acidez do solo foi determinado o pH em
CaCl2 em cada unidade experimental Esta variaacutevel de cada fraccedilatildeo granulomeacutetrica dos
silicatos de caacutelcio foi confrontada com os valores obtidos atraveacutes da curva de incubaccedilatildeo
do CaCO3 (reagente pa)
A anaacutelise do pH foi realizada seguindo a metodologia descrita pelo Programa
Interlaboratorial de controle de qualidade de anaacutelise de solo (2005) em que se colocou
10 cm3 de TFSA num frasco de 50 mL e adicionou-se 25 mL de CaCl2 2H2O 001 M
(1469 g L-1) deixando em contato por quinze minutos Posteriormente agitou-se a
amostra em agitador horizontal por dez minutos a 200 rpm Apoacutes esta etapa a soluccedilatildeo
foi mantida em repouso por sessenta minutos Na sequecircncia sem agitar novamente a
amostra foi realizada a leitura em potenciocircmetro devidamente calibrado com soluccedilotildees-
padratildeo de pH 40 e 70
Os valores de pH obtidos por cada fraccedilatildeo granulomeacutetrica de cada um dos
corretivos foram confrontados com os valores de pH obtidos na curva de incubaccedilatildeo de
CaCO3 obtendo-se os valores de equivalente em CaCO3 aos 90 dias
19
Os valores de eficiecircncia relativa foram ajustados em relaccedilatildeo aos resultados
obtidos por cada corretivo na fraccedilatildeo granulomeacutetrica inferior agrave 03 mm (gt 50 mesh)
atribuindo-se a esta fraccedilatildeo mais fina o iacutendice de 100 seguindo a metodologia adotada
por Bellingieri (1983)
36 Avaliaccedilatildeo do teor de Si no solo apoacutes a incubaccedilatildeo
Para a avaliaccedilatildeo do teor de Si no solo disponibilizado por cada uma das fontes
nas fraccedilotildees granulomeacutetricas foram realizadas as anaacutelises no Laboratoacuterio de Anaacutelise de
Fertilizantes da Universidade Federal de Uberlacircndia utilizando o extrator cloreto de
caacutelcio 001 M de acordo com a metodologia descrita por Korndoumlrfer e colaboradores
(2004) em que apoacutes o contato de 10 g da amostra do solo com 100 mL da soluccedilatildeo
extratora os mesmos foram submetidos a um agitador horizontal orbital por 1 hora na
frequumlecircncia de 50 rpm Apoacutes este procedimento as amostras ficaram em repouso por 15
minutos para decantar e a suspensatildeo foi filtrada e ficando sob novo repouso por 12
horas Entatildeo pipetou-se 10 mL do extrato de cada amostra acrescentando-se 1 mL de
soluccedilatildeo sulfo-moliacutebdica Decorridos 10 minutos acrescentou-se 2 mL de soluccedilatildeo de
aacutecido tartaacuterico 200 mg L-1 e apoacutes 5 minutos adicionou-se 10 mL da soluccedilatildeo de aacutecido
ascoacuterbico Apoacutes 1 hora foi realizada a leitura em espectofotocircmetro UV-visiacutevel no
comprimento de onda de 660 nanocircmetros Em funccedilatildeo do fator de diluiccedilatildeo o valor de
leitura foi multiplicado por 10 para se chegar no teor de Si do solo em mg dm-3
37 Anaacutelise estatiacutestica
Os resultados referentes ao pH em CaCl2 encontrados em funccedilatildeo das doses de
CaCO3 foram submetidos agrave anaacutelise de variacircncia e posterior ajuste ao modelo de
regressatildeo mais adequado para cada solo dentro dos dois periacuteodos de incubaccedilatildeo
utilizando o software estatiacutestico Sisvar desenvolvido por Ferreira (1999)
Os dados referentes ao pH em CaCl2 e ao teor de Si no solo encontrados em
funccedilatildeo dos corretivos (silicatos e calcaacuterio) em cada fraccedilatildeo granulomeacutetrica foram
submetidos agrave anaacutelise de variacircncia e suas meacutedias foram comparadas pelo teste de Scott-
Knott (1974) a 5 de probabilidade quanto agrave variaccedilatildeo dos corretivos dentro de cada
fraccedilatildeo granulomeacutetrica e quanto agrave variaccedilatildeo das fraccedilotildees granulomeacutetricas dentro dos
corretivos
20
4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
41 Variaccedilotildees no pH aos 30 dias de incubaccedilatildeo
Em relaccedilatildeo agrave variaacutevel pH em CaCl2 houve efeito significativo das doses de
CaCO3 para os quatro solos analisados o que possibilitou o ajuste de modelos de
regressatildeo (Figura 4)
Para os valores de pH em CaCl2 em funccedilatildeo do corretivo e fraccedilatildeo granulomeacutetrica
utilizados a anaacutelise de variacircncia tambeacutem permitiu constatar efeito significativo
inclusive para a interaccedilatildeo entre estes fatores (Tabela 9) Em geral quanto menor a
fraccedilatildeo granulomeacutetrica maior o pH do solo resultado este que concorda com o trabalho
realizado anteriormente por Alcarde e colaboradores (1989)
Novais e colaboradores (1993) tambeacutem descreveram que a granulometria mais
fina das escoacuterias de siderurgia permitiu maior reatividade tanto em solos arenosos
quanto em solos argilosos
(a)
y = -03764x2 + 13644x + 49458
R2 = 099
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(b)
y = -07093x2 + 24251x + 50564
R2 = 097
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(c)
y = 0492x + 3941
R2 = 094
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(d)
y = -1075x2 + 37825x + 39585
R2 = 099
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalnete CaCO3
pH e
m C
aCl 2
Significativo a 5 de probabilidade pelo teste f Figura 4 Valores do pH em CaCl2 em funccedilatildeo da dose equivalente de CaCO3 aplicada ao solo apoacutes 30 dias de incubaccedilatildeo nos solos muito argiloso (a) argiloso (b) meacutedio (c) arenoso (d)
21
Para os solos muito argiloso argiloso e arenoso pode-se observar que com as
doses de CaCO3 dentro do limite de 0 a 200 em relaccedilatildeo agrave recomendaccedilatildeo para atingir
60 de saturaccedilatildeo por bases o pH em CaCl2 aumentou significativamente de maneira
quadraacutetica Entretanto observou-se para o solo de textura meacutedia um ajuste linear Este
efeito pode ser atribuiacutedo ao fato das doses do corretivo utilizado natildeo terem sido
suficientes para atingir a faixa de estabilidade
Atraveacutes da amplitude de variaccedilatildeo nos valores de pH em funccedilatildeo do acreacutescimo
nas doses de CaCO3 pode-se observar o maior efeito tampatildeo dos solos muito argiloso e
argiloso em relaccedilatildeo ao solo arenoso e de textura meacutedia informaccedilatildeo esta que corrobora
aos relatos de Furtini e colaboradores (2001) O poder tampatildeo do solo eacute a resistecircncia
que o solo oferece a mudanccedila de pH Sousa e colaboradores (2007) exemplificando a
proporcionalidade dos diferentes tipos de acidez do solo relatam que a quantidade de
calcaacuterio necessaacuteria para neutralizar a acidez ativa pode chegar a quatorze mil setecentos
e vinte e trecircs vezes menor do que o necessaacuterio para a correccedilatildeo da acidez potencial do
solo o que evidencia a importacircncia do conhecimento do poder tampatildeo do solo para se
determinar a dose do corretivo
Pode-se observar que os resultados de pH em CaCl2 em funccedilatildeo dos corretivos e
das fraccedilotildees granulomeacutetricas para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso
submetidos a 30 dias de incubaccedilatildeo ocorreram de forma que quanto menor a
granulometria do corretivo maior foi o aumento no valor de pH encontrado nos solos
(Tabela 9)
22
Tabela 9 Valores de pH em CaCl2 em funccedilatildeo do corretivo de solo utilizado na dose
referente agrave elevaccedilatildeo da saturaccedilatildeo por bases para 60 e da fraccedilatildeo granulomeacutetrica apoacutes
30 dias de incubaccedilatildeo para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso
Peneira ABNT (mesh) Corretivo
5 - 10 10 - 20 20 ndash 50 gt 50 Meacutedia Solo muito argiloso
Agrosiliacutecio 51
Ac
51
Ac
57
Ab
59
Aa
55 Silifeacutertil 49
Ad
53
Ac
56
Ab
60
Aa
54 Holcim 50
Ab
49
Bb
49
Cb
53
Ca
50 Calcaacuterio 49
Ac
50
Bc
54
Bb
57
Ba
53 Meacutedia 50
51
54
57
53 Solo argiloso
Agrosiliacutecio
51
Ac
53
Ac
61
Ab
65
Aa
57 Silifeacutertil 53
Ac
52
Ac
59
Ab
66
Aa
57 Holcim 51
Ab
51
Ab
51
Cb
55
Ba
52 Calcaacuterio 51
Ac
52
Ac
56
Bb
65
Aa
56
51
52
56
63
56 Solo meacutedio
Agrosiliacutecio
40
Ac
41
Ac
41
Ab
43
Aa
41 Silifeacutertil 40
Ab
40
Ab
41
Aa
42
Ca
41 Holcim 40
Ab
40
Ab
40
Bb
41
Ca
40 Calcaacuterio 40
Ab
41
Ab
41
Bb
42
Ba
41 Meacutedia 40
40
41
42
41 Solo arenoso
Agrosiliacutecio
40
Ac
43
Ac
55
Ab
63
Aa
50 Silifeacutertil 40
Ac
42
Ac
52
Bb
65
Aa
50 Holcim 40
Ab
41
Ab
42
Cb
50
Ba
43 Calcaacuterio 40
Ac
40
Ac
50
Bb
63
Aa
48 Meacutedia 40
42
49
60
48 Letras maiuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na coluna e letras minuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na linha (Scott-Knott a 5)
No solo muito argiloso o Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil proporcionaram a maior
elevaccedilatildeo do pH do solo em relaccedilatildeo aos demais corretivos em todas as faixas
granulomeacutetricas passantes na peneira de 10 mesh ou seja quando a granulometria foi
inferior a 2 mm em fraccedilotildees maiores que esta o efeito do corretivo foi muito pequeno
natildeo havendo diferenccedila entre os corretivos (Tabela 9)
Para os demais solos os corretivos natildeo apresentaram diferenccedilas quanto ao
aumento provocado no pH do solo quando aplicados em granulometria acima de 084
mm ou seja produtos retidos na peneira de 10 mesh Para as granulometrias mais finas
23
os corretivos apresentaram diferenccedilas no aumento do pH ficando os solos que
receberam o silicato Holcim com os menores valores
De maneira geral para as granulometrias mais finas inferior a 084 mm
(passantes na peneira de 20 mesh) o Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil proporcionaram os
maiores incrementos em pH exceto para o produto mais fino gt 50 mesh no solo de
textura meacutedia e para o produto de granulometria entre 03 e 084 mm (ABNT 20 ndash 50)
no solo arenoso em que o Agrosiliacutecio obteve os melhores resultados (Tabela 9)
42 Variaccedilotildees no pH equivalente em CaCO3 e eficiecircncia relativa dos corretivos aos
90 dias de incubaccedilatildeo
Houve efeito significativo das doses de CaCO3 nos valores de pH em CaCl2 para
os quatro solos analisados o que possibilitou o ajuste de modelos polinomiais (Figura
5)
(a)
y = -01466x2 + 09457x + 49792
R2 = 085
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(b)
y = -05821x2 + 21998x + 49789
R2 = 098
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(c)
y = 04565x + 39275
R2 = 091
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(d)
y = -0865x2 + 34185x + 39925
R2 = 098
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
Significativo a 5 de probabilidade pelo teste f
Figura 5 Valores do pH em CaCl2 em funccedilatildeo da dose equivalente de CaCO3 aplicada ao solo apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo nos solos muito argiloso (a) argiloso (b) meacutedio (c) arenoso (d)
24
Para os solos muito argiloso argiloso e arenoso (Figura 5 a b d) como era de
se esperar as doses de CaCO3 dentro do limite de 0 a 200 em relaccedilatildeo agrave
recomendaccedilatildeo aumentaram significativamente e de forma quadraacutetica o pH em CaCl2
Acompanhando a tendecircncia observada apoacutes 30 dias de incubaccedilatildeo para o solo de
textura meacutedia verificou-se um ajuste linear para o aumento do valor de pH em CaCl2
em funccedilatildeo de doses de CaCO3 Este efeito pode ser atribuiacutedo ao fato das doses do
corretivo utilizado natildeo terem sido suficientes para atingir a faixa de estabilidade
Para as variaccedilotildees de pH em CaCl2 em funccedilatildeo do corretivo e fraccedilatildeo
granulomeacutetrica utilizados tambeacutem houve efeito significativo inclusive para a interaccedilatildeo
entre estes fatores (Tabela 10)
25
Tabela 10 Valores de pH em CaCl2 em funccedilatildeo do corretivo de solo utilizado na dose
referente agrave elevaccedilatildeo da saturaccedilatildeo por bases para 60 e da fraccedilatildeo granulomeacutetrica apoacutes
90 dias de incubaccedilatildeo para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso
Peneira ABNT (mesh) Corretivo
5 - 10 10 - 20 20 ndash 50 gt 50 Meacutedia Solo muito argiloso
Agrosiliacutecio 50
Ad
52
Ac
56
Ab
57
Aa
54 Silifeacutertil 50
Ac
51
Ac
55
Ab
58
Aa
53 Holcim 49
Ab
48
Cb
48
Bb
53
Ba
50 Calcaacuterio 49
Ac
50
Bc
55
Ab
57
Aa
53 Meacutedia 50
50
53
56
52 Solo argiloso
Agrosiliacutecio 52
Ab
53
Ab
61
Aa
62
Aa
57 Silifeacutertil 49
Cd
53
Ac
58
Bb
63
Aa
56 Holcim 50
Bb
50
Bb
51
Db
55
Ca
51 Calcaacuterio 51
Bd
52
Ac
56
Cb
62
Ba
55 Meacutedia 50
52
56
60
55 Solo meacutedio
Agrosiliacutecio 40
Ad
41
Ac
42
Ab
43
Aa
42 Silifeacutertil 41
Ac
41
Ac
42
Ab
43
Aa
42 Holcim 41
Ab
41
Ab
41
Cb
41
Ba
41 Calcaacuterio 40
Ab
41
Ab
41
Bb
43
Aa
41 Meacutedia 40
41
41
42
41 Solo arenoso
Agrosiliacutecio
40
Ac
44
Ab
59
Aa
61
Aa
51 Silifeacutertil 40
Ac
43
Ac
55
Ab
64
Aa
51 Holcim 39
Ab
40
Ab
42
Bb
48
Ba
43 Calcaacuterio 40
Ac
42
Ac
55
Ab
63
Aa
50 Meacutedia 40
42
53
59
49 Letras maiuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na coluna e letras minuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na linha (Scott-Knott a 5)
No solo muito argiloso e no solo arenoso o Agrosiliacutecio o Silifeacutertil e o calcaacuterio
proporcionaram maior elevaccedilatildeo no pH do solo em relaccedilatildeo ao Holcim nos corretivos
com granulometria inferior a 084 mm passantes na peneira de 20 mesh Quando se
comparam estes resultados com os obtidos aos 30 dias de incubaccedilatildeo observa-se a
inclusatildeo do calcaacuterio entre os corretivos com melhores resultados de aumento de pH no
solo muito argiloso Este fato demonstrou que para este solo os silicatos Agrosiliacutecio e
Silifeacutertil tiveram uma maior dissociaccedilatildeo aos 30 dias fato este que foi compensado pelo
calcaacuterio entre 30 e 90 dias de incubaccedilatildeo (Tabela 10)
26
Os valores de pH do solo argiloso apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo demonstraram que
o Agrosiliacutecio proporcionou os maiores valores de pH em todas as fraccedilotildees
granulomeacutetricas ficando este em igualdade com o Silifeacutertil na granulometria inferior a
03 mm (gt 50 mesh) e entre 08 mm e 20 mm (10 a 20 mesh) sendo que nesta uacuteltima
fraccedilatildeo granulomeacutetrica o calcaacuterio tambeacutem se igualou aos dois corretivos acima
mencionados (Tabela 10)
No solo de textura meacutedia as diferenccedilas ocorreram apenas nas fraccedilotildees
granulomeacutetricas inferiores a 08 mm (peneira de 20 mesh) com melhores resultados
atribuiacutedos ao Agrosiliacutecio Silifeacutertil e ao calcaacuterio na fraccedilatildeo mais fina (gt 50 mesh) e ao
Agrosiliacutecio e ao Silifeacutertil na fraccedilatildeo compreendida entre 03 e 084 mm (20 a 50 mesh)
Para o solo arenoso o Agrosiliacutecio o Silifeacutertil e o calcaacuterio proporcionaram
maiores valores de pH nas fraccedilotildees granulomeacutetricas inferiores a 084 mm enquanto que
nas fraccedilotildees mais grossas todos os corretivos tiveram o mesmo comportamento
Para todos os solos utilizados no experimento verificou-se que quanto menor a
dimensatildeo das partiacuteculas maiores satildeo os incrementos gerados nos valores de pH em
CaCl2 (Tabela 10) resultado este que concorda com trabalhos realizados anteriormente
por Bellingieri e colaboradores (1989)
Nas comparaccedilotildees entre os resultados dos valores de pH das amostras de solo
apoacutes 30 e 90 dias de incubaccedilatildeo os resultados praticamente se equivalem demonstrando
que 30 dias de incubaccedilatildeo foi um periacuteodo suficiente para a accedilatildeo dos corretivos
Com base nos incrementos verificados no pH das amostras dos solos pelos
corretivos de acidez em cada fraccedilatildeo granulomeacutetrica em relaccedilatildeo agraves curvas de incubaccedilatildeo
com CaCO3 calculou-se os valores de equivalente em CaCO3 para cada corretivo
dentro de cada fraccedilatildeo granulomeacutetrica com 90 dias de incubaccedilatildeo (Tabela 11)
27
Tabela 11 Equivalente em CaCO3 dos corretivos de acidez de diferentes fraccedilotildees
granulomeacutetricas aos 90 dias de incubaccedilatildeo
Peneiras ABNT (mesh)
Corretivos
5 ndash 10 10 - 20 20 - 50 gt 50 Meacutedia
--------------------------------------- -----------------------------------------
Agrosiliacutecio 9
Ac
24
Ab
64
Aa
77
Aa
43
Silifeacutertil 9
Ac
19
Ac
52
Ab
87
Aa
42 Calcaacuterio 8
Ac
13
Ac
33
Bb
79
Aa
33 Holcim 7
Ab
7
Ab
10
Cb
33
Ba
14 Meacutedia 8
16
39
69
33 Letras maiuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na coluna e letras minuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na linha (Scott-Knott a 5)
Os resultados de equivalente em CaCO3 apresentados para 90 dias de incubaccedilatildeo
(Tabela 11) demonstraram grande variaccedilatildeo para este atributo entre os corretivos de
acidez o que evidencia que natildeo apenas a granulometria mas tambeacutem a origem dos
corretivos exerce grande influecircncia na velocidade de correccedilatildeo da acidez do solo
Para as fraccedilotildees granulomeacutetrica mais grossas (lt 10 e 10 a 20 mesh) pode-se
observar que natildeo houve diferenccedila entre os corretivos jaacute na fraccedilatildeo mais fina (gt 50) o
silicato Holcim proporcionou menores valores de equivalente em CaCO3 em relaccedilatildeo as
demais fontes Na fraccedilatildeo granulomeacutetrica entre 20 e 50 (Tabela 11) verificou-se
diferenccedilas entre o equivalente em CaCO3 de silicatos e do calcaacuterio o que demonstrou o
fato de estarmos neste caso subestimando a reatividade dos silicatos Pode-se observar
que natildeo houve diferenccedilas entre os resultados obtidos com a aplicaccedilatildeo dos silicatos
Agrosiliacutecio e Silifeacutertil portanto sugere-se a elaboraccedilatildeo de novos paracircmetros para a
avaliaccedilatildeo de silicatos com origem de aciaria
Seguindo os criteacuterios adotados por Bellingieri (1983) de ajustar a eficiecircncia dos
corretivos atribuindo valores de 100 para as partiacuteculas passantes na peneira 50 ABNT
(partiacuteculas inferiores a 03 mm) determinou-se a eficiecircncia relativa de cada uma das
fraccedilotildees granulomeacutetricas dos corretivos permitindo a adoccedilatildeo de novos criteacuterios de
reatividade para os silicatos (Tabela 12)
28
Tabela 12 Eficiecircncias relativas em relaccedilatildeo agrave fraccedilatildeo granulomeacutetrica inferior a 03 mm
(peneira 50 mesh) dos corretivos de acidez em diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas aos
90 dias de incubaccedilatildeo
Peneiras ABNT (mesh)
Corretivos 5 - 10 10 - 20 20 - 50 gt 50 Meacutedia
------------------------------ -------------------------------
Agrosiliacutecio 12 33 85 100 58
Silifeacutertil 9 25 65 100 50
Holcim 16 17 27 100 40
Calcaacuterio 9 18 63 100 48
Meacutedia 12 23 60 100
Propotildee-se a adequaccedilatildeo da equaccedilatildeo atualmente adotada para a determinaccedilatildeo da
eficiecircncia relativa (reatividade) de silicatos de origem de aciaria para uso como
corretivo de acidez em funccedilatildeo das diferenccedilas encontradas em eficiecircncia relativa
apresentadas na Tabela 12 entre os silicatos de origem de escoacuteria de aciaria
(Agrosiliacutecio e Silifeacutertil) em relaccedilatildeo ao calcaacuterio ficando a mesma da seguinte forma
RE = F10-20 x 03 + F20-50 x 075 + Fgt50 x 1
Onde
F10-20= percentual de produto que passa pela peneira nordm10 e fica retido na
peneira nordm20 F20-50 = percentual de produto que passa pela peneira nordm20 e fica retido
na peneira nordm50 e F-50 = percentual de produto que passa pela peneira nordm50
Os valores de eficiecircncia relativa 12 em meacutedia para a fraccedilatildeo granulomeacutetrica
mais grosseira pode estar associado agrave presenccedila de micropartiacuteculas (poacute) aderidas ao
redor das partiacuteculas mais grossas (Tabela 12) jaacute que a separaccedilatildeo granulomeacutetrica seguiu
o meacutetodo oficial de separaccedilatildeo em peneiras a seco
29
43 Teor de siliacutecio no solo apoacutes 30 dias de incubaccedilatildeo
De maneira geral pode-se observar que o Agrosiliacutecio proporcionou maiores
incrementos de Si no solo obtendo no solo argiloso quando aplicado na fraccedilatildeo
granulomeacutetrica mais fina incremento de 10 mg dm-3 (Tabela 13)
Tabela 13 Teor de Si no solo em funccedilatildeo da fraccedilatildeo granulomeacutetrica e do corretivo utilizado para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso apoacutes 30 dias de incubaccedilatildeo
Peneiras ABNT (mesh) Corretivos 5 - 10 10 - 20 20 ndash 50 gt 50 Meacutedia
-------------------------------- Si (mg kg-1) -------------------------------------
Solo muito argiloso
Agrosiliacutecio 7
Aa
8
Aa
9
Aa
8
Aa
8 Silifeacutertil 7
Aa
7
Aa
7
Ba
7
Aa
7 Holcim 6
Aa
6
Aa
6
Ba
6
Ba
6 Calcaacuterio 7
Aa
6
Aa
5
Ba
5
Ba
6 Meacutedia 6
7
7
6
6
Solo argiloso
Agrosiliacutecio 6
Ad
10
Ac
14
Ab
15
Aa
11 Silifeacutertil 7
Ac
6
Bc
10
Bb
12
Ba
9 Holcim 6
Ab
5
Bb
6
Cb
9
Ca
7 Calcaacuterio 5
Ba
5
Ba
4
Da
2
Db
4 Meacutedia 6
6
8
10
8
Solo meacutedio
Agrosiliacutecio 10
Aa
10
Aa
10
Aa
10
Aa
10 Silifeacutertil 9
Aa
9
Aa
10
Aa
10
Aa
9 Holcim 8
Ba
9
Aa
9
Ba
10
Aa
9 Calcaacuterio 9
Ba
9
Aa
9
Ba
8
Bb
9 Meacutedia 9
9
9
9
9
Solo arenoso
Agrosiliacutecio 4
Ab
5
Ab
8
Aa
9
Aa
6 Silifeacutertil 3
Ac
5
Ab
7
Aa
7
Ba
6 Holcim 3
Ab
4
Aa
4
Ba
6
Ca
4 Calcaacuterio 3
Aa
3
Ba
3
Ca
2
Da
3 Meacutedia 3
4
6
6
5 Letras maiuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na coluna e letras minuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na linha (Scott-Knott a 5)
No solo muito argiloso as fraccedilotildees mais grossas dos corretivos com partiacuteculas
superiores a 084 mm (lt 20 mesh) natildeo apresentaram diferenccedilas quanto ao fornecimento
30
de Si ao solo poreacutem quando se avaliaram as fraccedilotildees mais finas observou-se maiores
valores de Si para o Agrosiliacutecio na fraccedilatildeo de 03 a 084 mm (20 a 50 mesh) e para o
Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil quando o corretivo foi aplicado na granulometria inferior a 03
mm (gt 50 mesh) estes resultados tambeacutem se repetiram no solo arenoso (Tabela 13)
Para o solo argiloso o Agrosiliacutecio foi o silicato que promoveu maiores valores
de Si no solo quando tambeacutem se avaliaram as fraccedilotildees granulomeacutetricas inferiores a 20
mm (gt 10 mesh) apenas para a fraccedilatildeo mais grossa maior que 20 mm o Agrosiliacutecio o
Silifeacutertil e o Holcim natildeo diferiram estatisticamente variando apenas em relaccedilatildeo ao
calcaacuterio que eacute o uacutenico corretivo avaliado que natildeo apresenta Si em sua constituiccedilatildeo
No solo de textura meacutedia o Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil proporcionaram a mesma
eficiecircncia no fornecimento de Si para o solo (fraccedilotildees 20 a 50 mesh e lt 10 mesh) na
fraccedilatildeo mais fina (gt 50 mesh) os trecircs silicatos avaliados resultaram nos mesmos valores
de Si no solo deferindo apenas do calcaacuterio jaacute na fraccedilatildeo entre 10 a 20 mesh todos os
corretivos proporcionaram o mesmo resultado
De maneira geral a granulometria natildeo resultou em diferenccedilas no fornecimento
de Si pelos silicatos exceto no solo argiloso em que se observa que quanto menor a
granulometria maior foi o teor de Si no solo (Tabela 13)
Ao se avaliar os efeitos do calcaacuterio em relaccedilatildeo ao teor de Si no solo pode-se
observar que quanto menor a fraccedilatildeo granulomeacutetrica do calcaacuterio menores os teores de Si
no solo Este fato pode estar associado a maior alteraccedilatildeo causada no pH do solo pelas
fraccedilotildees mais finas do calcaacuterio reduzindo assim sua disponibilidade de Si corroborando
aos dados de McKeague e Cline (1963) em que o aumento de pH de 6 para 9 reduziu
de 36 para 6 mg dm-3 a concentraccedilatildeo de Si soluacutevel
44 Teor de siliacutecio no solo apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo
De maneira geral pode-se observar que o Agrosiliacutecio promoveu maior
incremento de Si no solo apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo exceto para a fraccedilatildeo
granulomeacutetrica entre 20 a 50 mesh e no solo de textura meacutedia em que o Silifeacutertil e o
Holcim obtiveram resultados semelhantes ao Agrosiliacutecio (Tabela 14)
Quanto agraves fraccedilotildees granulomeacutetricas observou-se que quanto menor a fraccedilatildeo
granulomeacutetrica independente do silicato maior foi o fornecimento de Si ao solo
seguindo a tendecircncia encontrada por Oliveira e colaboradores (1994) em que escoacuterias
31
de alto forno com partiacuteculas menores que 03 mm foram mais eficientes no
fornecimento de Ca e Mg para o solo quando comparadas as fraccedilotildees mais grosseiras
Tabela 14 Teor de Si no solo em funccedilatildeo da fraccedilatildeo granulomeacutetrica e do corretivo
utilizado para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso apoacutes 90 dias de
incubaccedilatildeo
Peneiras ABNT (mesh) Corretivos 5 - 10 10 - 20 20 - 50 gt 50 Meacutedia
-------------------------------- Si (mg kg-1) --------------------------------------
Solo muito argiloso Agrosiliacutecio 8
Ab
9
Aa
9
Aa
9
Aa
9 Silifeacutertil 6
Bb
7
Bb
7
Ba
8
Ba
7 Holcim 7
Bb
7
Bb
6
Cb
8
Ba
7 Calcaacuterio 6
Ba
6
Ba
5
Db
5
Cb
6 Meacutedia 7
7
7
7
7 Solo argiloso
Agrosiliacutecio 7
Ac
11
Ab
13
Aa
13
Aa
11 Silifeacutertil 5
Bc
7
Bb
9
Ba
9
Ba
8 Holcim 6
Bb
5
Cb
6
Cb
9
Ba
7 Calcaacuterio 4
Ca
4
Da
4
Da
3
Cb
4 Meacutedia 5
7
8
9
7 Solo meacutedio
Agrosiliacutecio 10
Aa
11
Aa
10
Aa
11
Aa
11 Silifeacutertil 10
Ba
10
Ba
10
Aa
10
Ba
10 Holcim 10
Bb
10
Bb
10
Ab
11
Aa
10 Calcaacuterio 9
Ba
10
Ba
9
Bb
8
Cc
9 Meacutedia 10
10
10
10
10 Solo arenoso
Agrosiliacutecio 4
Ac
6
Ab
7
Aa
7
Aa
6 Silifeacutertil 3
Bc
4
Bb
6
Ba
6
Ba
5 Holcim 3
Bc
3
Cb
4
Cb
5
Ca
4 Calcaacuterio 2
Ca
2
Da
2
Da
2
Da
2 Meacutedia 3
4
5
5
4 Letras maiuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na coluna e letras minuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na linha (Scott-Knott a 5)
Para todos os solos analisados observou-se a seguinte sequecircncia para o teor de
Si Agrosiliacutecio gt Silifeacutertil gt Holcim gt Calcaacuterio Fato este que acompanha a tendecircncia
observada na avaliaccedilatildeo da reatividade na correccedilatildeo da acidez do solo exceto para o
calcaacuterio por natildeo apresentar Si em sua constituiccedilatildeo
32
Korndoumlrfer e colaboradores (2004) apresentaram a solubilidade de diferentes
silicatos evidenciando que o Agrosiliacutecio (escoacuteria de aciaria) apresentou maiores valores
de solubilidade em relaccedilatildeo aos valores obtidos pela escoacuteria de alto forno como o
Holcim com valores de 43 e 7 respectivamente Estas diferenccedilas em solubilidade
explicam os valores encontrados tanto na avaliaccedilatildeo aos 30 como aos 90 dias de
incubaccedilatildeo
Pereira e colaboradores (2004) em trabalho para a avaliaccedilatildeo da eficiecircncia de
fontes de Si para a cultura do arroz encontraram que a fonte que proporcionou mais
extraccedilatildeo de Si para os gratildeos foi a escoacuteria oriunda da produccedilatildeo de accedilo inox dado que
corrobora os resultados encontrados neste trabalho em que o Agrosiliacutecio (escoacuteria de
aciaria) apresentou maior disponibilizaccedilatildeo de Si para o solo
Nas comparaccedilotildees entre os resultados do teor de Si no solo apoacutes 30 e 90 dias de
incubaccedilatildeo os resultados praticamente se equivalem demonstrando que 30 dias foi um
periacuteodo suficiente para que os silicatos fornecessem Si
Comparando o teor de Si antes da aplicaccedilatildeo dos corretivos com o teor de Si no
solo apoacutes a aplicaccedilatildeo dos corretivos e apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo verificou-se
expressivo acreacutescimo no teor Si no solo ocasionado pelos silicatos principalmente para
o Agrosiliacutecio que incrementou na meacutedia entre as fraccedilotildees granulomeacutetricas 2 6 1 e 3 mg
dm-3 de Si nos solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso respectivamente O
Silifeacutertil tambeacutem forneceu Si ao solo elevando em 1 4 0 e 3 mg dm-3 o teor de Si nos
solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso respectivamente Jaacute o Holcim
apresentou incrementos de 0 2 0 e 1 mg dm-3 respectivamente para os solos muito
argiloso argiloso meacutedio e arenoso
33
5 CONCLUSOtildeES
Os silicatos Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil proporcionam maiores valores de eficiecircncia
relativa na correccedilatildeo da acidez do solo em comparaccedilatildeo ao calcaacuterio e ao silicato Holcim
na fraccedilatildeo granulomeacutetrica entre 030 e 084 mm
Quanto menor a fraccedilatildeo granulomeacutetrica do silicato maior eacute a eficiecircncia relativa
na correccedilatildeo da acidez do solo e maior eacute o fornecimento de Si para o solo
O Agrosiliacutecio apresenta melhores resultados no fornecimento de Si ao solo
seguido do Silifeacutertil e do Holcim
O periacuteodo de 30 dias em condiccedilotildees de umidade mantida agrave 80 da capacidade
de campo eacute um periacuteodo suficiente para a correccedilatildeo da acidez do solo e fornecimento de
Si pelos silicatos ao solo
34
6 REFEREcircNCIAS
ALCARDE JC PAULINO VT DERNARDIN J S Avaliaccedilatildeo da reatividade de corretivos da acidez do solo Revista Brasileira de Ciecircncia do Solo Campinas v 13 p 387-392 1989
ALCARDE JC Corretivos de acidez dos solos caracteriacutesticas e interpretaccedilotildees teacutecnicas Satildeo Paulo ANDA 1992 24p (Boletim Teacutecnico 6)
ALCARDE JC RODELLA AA Avaliaccedilatildeo quiacutemica de corretivos de acidez para fins agriacutecolas uma nova proposiccedilatildeo Scientia Agriacutecola Piracicaba v 53 n 2 ndash 3 1996
ALVAREZ V VH RIBEIRO AC Calagem In RIBEIRO AC GUIMARAtildeES PTG GUIMARAtildeES PTG ALVAREZ V VH (Ed) Recomendaccedilotildees para o uso de corretivos e fertilizantes em Minas Gerais ndash 5ordf Aproximaccedilatildeo Viccedilosa CFSEMG 1999 p 43-60
ALVAREZ V VH Correlaccedilatildeo e calibraccedilatildeo de meacutetodos de anaacutelise de solos In ALVAREZ V VH FONTES LEF FONTES MPF (Ed) O solo nos grandes domiacutenios morfoclimaacuteticos do Brasil e o desenvolvimento sustentado Viccedilosa Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo 1996 p 615-646
ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DOS PRODUTORES DE CALCAacuteRIO Calcaacuterio agriacutecola ndash Brasil consumo aparente por estado (1992 ndash 2006) Disponiacutevel em lthttpwwwcalcario-rscombrgt Acesso em 25 de novembro de 2008
BALASTRA MLFC PEREZ CM JULIANO BO VILLAREAL P Effects of siacutelica level on some properties of Oriza sativa straw and hull Canadian Journal of Botany Ottawa v 67 p 2356-2363 1989
BARBOSA FILHO MP SNYDER G H PRABHU A S DATNOFF L E KORNDOumlRFER G H Importacircncia do siliacutecio para a cultura do arroz Informaccedilotildees agronocircmicas v 89 p 1-8 2000
BELLINGIERI PA Avaliaccedilatildeo em laboratoacuterio da eficiecircncia de diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas de calcaacuterios agriacutecolas 1983 99f Tese (Doutorado) ndash Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Universidade de Satildeo Paulo Piracicaba 1983
BELLINGIERI PA ALCARDE JC amp SOUZA ECA Avaliaccedilatildeo da qualidade de calcaacuterios agriacutecolas atraveacutes do PRNT Anais da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Piracicaba v 45 n 2 p 579-588 1988
BELLINGIERI PA ALCARDE JC SOUZA ECA de Eficiecircncia relativa de diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas de calcaacuterios na neutralizaccedilatildeo da acidez dos solos avaliada em laboratoacuterio Anais da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Piracicaba v46 n2 1989 p 303-317
35
BELLINGIERI PA SOUZA ECA ALCARDE JC SHIKASHO HW Importacircncia da reatividade do calcaacuterio sobre a produccedilatildeo e algumas caracteriacutesticas da soja Scientia Agricola Piracicaba v 49 p 61-71 1992
BRASIL MAPA Laboratoacuterio Nacional de Referecircncia Vegetal Anaacutelise de corretivos fertilizantes e inoculantes Brasiacutelia 1983 104p
BRUNAUER S EMMETT P H TELLER E Adsorption of gases in multimolecular layers In Journal of the American Chemical Society New York v 60 p 309-19 1938
CATANI RA ALONSO O Avaliaccedilatildeo e exigecircncia de calcaacuterio do solo Anais da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Piracicaba v 26 p 141-156 1969
CATE R Sugestotildees para adubaccedilatildeo com base na anaacutelise de solos Raleigh North Caroline State University 1965 16p
DAYANADAM P KAUFMAN PB FRANKLIN CL Detection of siacutelica in plants American Journal of Botany Columbus v 70 p 1079-1084 1983
DEFELIPO BV BRAGA JM SPIES C Comparaccedilatildeo entre meacutetodos de determinaccedilatildeo da necessidade de calcaacuterio de solos de Minas Gerais Experientiae v 13 p 111-136 1982
EMBRAPA C N P S Manual de meacutetodos de anaacutelise de solo Rio de Janeiro 1997 212p
EPSTEIN E Silicon Annu Rev Plant Physiol Plant Molec Biol Palo Alto v 50 1999 p 641 - 664
FERREIRA DF SISVAR versatildeo 43 (Build 41) Lavras UFLADEX 1999 4 disquetes
FURTINI NETO A VALE FR RESENDE A V GUILHERME L R G GUEDES G A A Fertilidade do solo Lavras UFLAFAEPE 2001 252p
GASCHO G J Silicon sources for agriculture In DATNOFF L E SNYDER G H KORNDOumlRFER G H (Ed) Silicon in agriculture Amsterdan Elsevier 2001 cap 12 p 197-207
KAMINSKI J RHEINHEIMER DS A acidez do solo e a nutriccedilatildeo mineral de plantas In KAMINSKI J (Ed) Uso de corretivos da acidez do solo no plantio direto Pelotas SBCSNRS 2000 cap2 p 21 - 39
KORNDOumlRFER G H Elementos beneacuteficos In FERNANDES M S Nutriccedilatildeo mineral de plantas Viccedilosa Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo 2006 432p
36
KORNDOumlRFER G H DATNOFF L E Adubaccedilatildeo com siliacutecio uma alternativa no controle de doenccedilas da cana-de-accediluacutecar e do arroz Informaccedilotildees Agronocircmicas Piracicaba v 70 p 1-5 1995
KORNDOumlRFER G H PEREIRA H S CAMARGO M S Silicatos de caacutelcio e magneacutesio na agricultura 3 ed Uberlacircndia 2004 28 p (Boletim Teacutecnico n1)
KORNDOumlRFER G H PEREIRA H S NOLLA A Anaacutelise de siliacutecio solo planta e fertilizante 1 ed Uberlacircndia 2004 50 p (Boletim Teacutecnico n2)
KORNDOumlRFER G H PEREIRA H S CAMARGO M S Silicatos de caacutelcio e magneacutesio na agricultura 2 ed Uberlacircndia 2003 15 p (Boletim Teacutecnico n1)
KORNDOumlRFER G H PEREIRA H S CAMARGO M S Papel do siliacutecio na produccedilatildeo de cana-de-accediluacutecar STAB v 21 n 2 2002 4 p
KORNDOumlRFER G H LEPSCH I Effect of silicon on plant growth and crop yeld In DATNOFF L E SNYDER G H KORNDOumlRFER G H (Ed) Silicon in agriculture Amsterdan Elsevier 2001 p 133 ndash 147
KURIHARA CH MAEDA S HERNANI LC SILVA WM Eficiecircncia relativa de fraccedilotildees granulomeacutetricas de calcaacuterios sul-mato-grossenses Pesquisa Agropecuaacuteria Brasileira Brasiacutelia v34 n 8 p 1443 - 1449 1999
LOPES A S SILVA MC GUILHERME L R G Acidez do solo e calagem 3 ed Satildeo Paulo ANDA 1990 22 p (Boletim Teacutecnico 1)
LOPES A S Manual de fertilidade do solo Satildeo Paulo ANDAPOTAFOacuteS 1989 153p
MA JF TAKAHASHI E Soil fertilizer and plant silicon research in Japan Amosterdan Elsevier Science 2002 281 p
MALAVOLTA E Manual de quiacutemica agriacutecola adubos e adubaccedilatildeo Satildeo Paulo Agronocircmica Ceres 1981 608 p
MARSCHNER H Mineral nutrition of higher plants 2 ed LondresAcademic Press 1995 889p
MCKEAGUE J A CLINE M G Silica in soils Advances in Agronomy New York v 15n 3 p 339-397 1963
MEURER E J Fundamentos de quiacutemica do solo 3 ed Porto Alegre Evangraf 2006 285p
MIYAKE Y TAKAHASHI E Effect of silicon on the growth of cucumber plant in soil culture Soil Science Plant Nutrition Tokyo v 29 p 463-471 1983
37
NOVAIS R F BARROS N F LEITE F P TEIXEIRA J L LEAL P G L Eficiecircncia agronocircmica de escoacuterias de siderurgia Pains Viccedilosa Universidade Federal de Viccedilosa 1993
OLIVEIRA AC HAHNE H BARROS NF MORAIS EJ Uso de escoacuteria de alto forno como fonte de nutrientes na adubaccedilatildeo florestal In GUERRINI IA BELLOTE AFJ BUumlLL LT (Ed) Seminaacuterio sobre uso de resiacuteduos florestais e urbanos em florestas Botucatu Fundaccedilatildeo de Estudos e Pesquisas Agriacutecolas e Florestais 1994 p 77-96
PEREIRA HS KORNDOumlRFER GH VIDAL AA CAMARGO MS Silicon sources for rice crop Scientia Agriacutecola Piracicaba v 61 p 522-528 2004
PLESE L P M Efeito da umidade do solo na reatividade das fraccedilotildees granulomeacutetricas de um calcaacuterio 2000 49f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) ndash Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Universidade de Satildeo Paulo Piracicaba 2000
PRADO R M FERNANDES F M NATALE W Uso de escoacuteria de siderurgia no Brasil estudos na cultura da cana-de-accediluacutecar Jaboticabal Funep 2001 67p
PROGRAMA INTERLABORATORIAL DE CONTROLE DE QUALIDADE DE ANAacuteLISE DE SOLO Manual do laboratorista 2005 33p
RAIJ BV Avaliaccedilatildeo da fertilidade do solo Piracicaba Associaccedilatildeo Brasileira para Pesquisa da Potassa e do Fosfato 1981 142p
RAIJ B V CANTARELLA H QUAGGIO J A FURLANI A M C Recomendaccedilatildeo de adubaccedilatildeo e calagem para o estado de Satildeo Paulo Campinas IAC 1996 285p (IAC Boletim 100)
SCOTT AJ KNOTT MA A cluster analysis method for grouping means in the analysis of variance Biometrics Washington v 30 n 2 1974 p 507-512
SHOEMAKER HE MCCLEAN E PRATT PF Buffer methods for determining lime requirements of soil with appreciable amounts of extractable aluminium Soil Sci Soc Am Proc Madison v 25 p 274-277 1961
SOUSA D M G MIRANDA L N OLIVEIRA S A Acidez do solo e sua correccedilatildeo In NOVAIS R F ALVAREZ V V H BARROS N F FONTES R L F CANTARUTTI R B NEVES J C L Fertilidade do solo Viccedilosa Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo 2007 p 205 ndash 274
SOUSA D M G LOBATO E Cerrado correccedilatildeo do solo e adubaccedilatildeo Brasiacutelia Embrapa Informaccedilatildeo Tecnoloacutegica 2004 416p
VERAS M C M VIEIRA W TEIXEIRA L S M ALCARDE J C OLIVEIRA L B Manual de meacutetodos analiacuteticos oficiais para fertilizantes minerais orgacircnicos organominerais e corretivos 1 ed Brasiacutelia MAPA 2007 v 1
38
WERNER D ROTH R Siacutelica metabolism In LAUCHILI A BIELESKI RL (Ed) Encyclopedia of plant physiology New Series Berlin Springer-Velag 1983 v 15B p 682-694
- Parte inicial dissertaccedilatildeopdf
- RESUMOpdf
- Corpo da dissertaccedilatildeopdf
-
SUMAacuteRIO
RESUMO i
ABSTRACT ii
1 INTRODUCcedilAtildeO 1
2 REVISAtildeO BIBLIOGRAFICA 3
21 Acidez do solo 3
22 Correccedilatildeo da acidez do solo 4
23 Caracteriacutesticas dos corretivos de acidez 5
24 Silicatos de caacutelcio 7
25 Efeitos do Si na agricultura 8
3 MATERIAL E MEacuteTODOS 10
31 Local do experimento 10
32 Solos utilizados nas unidades experimentais 10
33 Corretivos utilizados 12
34 Tratamentos e delineamento experimental 17
34 Conduccedilatildeo do experimento 17
35 Determinaccedilatildeo do pH do solo apoacutes a incubaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo da eficiecircncia
relativa 18
36 Avaliaccedilatildeo do teor de Si no solo apoacutes a incubaccedilatildeo 19
36 Anaacutelise estatiacutestica 19
4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 20
41 Variaccedilotildees no pH aos 30 dias de incubaccedilatildeo 20
42 Variaccedilotildees no pH equivalente CaCO3 e eficiecircncia relativa dos corretivos aos 90 dias
de incubaccedilatildeo 23
43 Teor de siliacutecio no solo apoacutes 30 dias de incubaccedilatildeo 28
54 Teor de siliacutecio no solo apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo 29
5 CONCLUSOtildeES 32
6 REFEREcircNCIAS 33
LISTA DE FIGURAS
Paacutegina 1 Mesa agitadora (a) e peneiras utilizadas para a separaccedilatildeo dos
corretivos nas diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas (b) 14
2 Ilustraccedilotildees dos processos laboratoriais para determinaccedilatildeo do PN em amostras dos materiais corretivos desde a pesagem (a) a fervura da soluccedilatildeo contendo a amostra do corretivo e HCl (b) a soluccedilatildeo transferida para balatildeo volumeacutetrico de 100 mL em descanso para decantaccedilatildeo (c) e a titulaccedilatildeo ateacute o aparecimento da coloraccedilatildeo rosada (d) 15
3
4
Pesagem dos corretivos (a) adiccedilatildeo dos corretivos nos recipientes plaacutesticos contendo as amostras dos solos (b) irrigaccedilatildeo das amostras dos solos (c) e incubaccedilatildeo em laboratoacuterio por 30 e 90 dias (d)
Valores do pH em CaCl2 em funccedilatildeo da dose equivalente de CaCO3
aplicada ao solo apoacutes 30 dias de incubaccedilatildeo nos solos muito argiloso (a) argiloso (b) meacutedio (c) arenoso (d)
18
20
5 Valores do pH em CaCl2 em funccedilatildeo da dose equivalente de CaCO3
aplicada ao solo apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo nos solos muito argiloso (a) argiloso (b) meacutedio (c) arenoso (d)
23
LISTA DE TABELAS
Paacutegina
1 Caracterizaccedilatildeo quiacutemica e fiacutesica dos solos utilizados no experimento 11 2 Densidade das amostras dos solos utilizados no experimento 12 3 Necessidade de calagem em equivalente de CaCO3 com 100 de PRNT
para amostras dos solos utilizados no experimento considerando as respectivas densidades das amostras dos solos 12
4 Teores de caacutelcio magneacutesio e siliacutecio dos corretivos utilizados 12 5 Superfiacutecie especifica e volume total de poros dos corretivos de acidez do
solo 13
6 Poder de neutralizaccedilatildeo dos materiais corretivos de acidez do solo utilizados no experimento 16
7 Quantidade de corretivo calculada para atingir 60 de saturaccedilatildeo por bases para cada um dos solos experimentais 16
8 Dose de Si fornecida por cada um dos silicatos em cada solo experimental 17
9 Valores de pH em CaCl2 em funccedilatildeo do corretivo de solo utilizado na dose referente agrave elevaccedilatildeo da saturaccedilatildeo por bases para 60 e da fraccedilatildeo granulomeacutetrica apoacutes 30 dias de incubaccedilatildeo para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso
22
10
Valores de pH em CaCl2 em funccedilatildeo do corretivo de solo utilizado na dose referente agrave elevaccedilatildeo da saturaccedilatildeo por bases para 60 e da fraccedilatildeo granulomeacutetrica apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso 24
11
Eficiecircncias relativas em relaccedilatildeo ao CaCO3 dos corretivos de acidez de diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas aos 90 dias de incubaccedilatildeo 26
12
Eficiecircncias relativas em relaccedilatildeo agrave fraccedilatildeo granulomeacutetrica inferior a 03 mm (peneira 50 ABNT) dos corretivos de acidez em diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas aos 90 dias de incubaccedilatildeo 27
13
Teor de Si no solo em funccedilatildeo da fraccedilatildeo granulomeacutetrica e do corretivo utilizado para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso apoacutes 30 dias de incubaccedilatildeo 28
14
Teor de Si no solo em funccedilatildeo da fraccedilatildeo granulomeacutetrica e do corretivo utilizado para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo
30
i
RESUMO
PRADA NETO ITHAMAR Eficiecircncia relativa de diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas de silicatos na correccedilatildeo da acidez do solo 2009 38f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em AgronomiaSolos) ndash Universidade Federal de Uberlacircndia Uberlacircndia1
Os silicatos satildeo produtos que podem ser utilizados natildeo apenas para o fornecimento de siliacutecio como tambeacutem para a correccedilatildeo da acidez do solo Nos corretivos agriacutecolas os principais fatores que devem ser avaliados satildeo o poder de neutralizaccedilatildeo e a reatividade que juntos compotildee o poder relativo de neutralizaccedilatildeo total fator determinante para a definiccedilatildeo da dose a ser empregada na agricultura Atualmente os silicatos estatildeo sendo avaliados quanto a sua capacidade de correccedilatildeo do solo com os mesmos criteacuterios utilizados para o calcaacuterio mesmo apresentando origens e processos de produccedilatildeo muito distintos Com o presente trabalho objetivou-se quantificar a reatividade para cada fraccedilatildeo granulomeacutetrica de diferentes silicatos O experimento foi desenvolvido no Centro Universitaacuterio de Patos de Minas em Patos de Minas MG utilizando-se trecircs silicatos (Agrosiliacutecio Silifeacutertil e Holcim) e um calcaacuterio comercial em quatro fraccedilotildees granulomeacutetricas separados pelas peneiras lt 10 mesh 10 a 20 mesh 20 a 50 mesh e gt 50 mesh em quatro solos com as seguintes classes granulomeacutetricas muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso com quatro repeticcedilotildees Os corretivos foram aplicados e misturados nos vasos contendo 300g de amostras de solos os quais foram submetidos agrave incubaccedilatildeo por trinta e noventa dias com solos mantidos a 80 da capacidade de campo Para a obtenccedilatildeo dos valores de equivalente em carbonato de caacutelcio foram submetidos tambeacutem a incubaccedilatildeo dos solos com carbonato de caacutelcio em doses crescentes Apoacutes os periacuteodos de incubaccedilatildeo foram realizadas anaacutelises de pH em CaCl2 e do teor de Si no solo em CaCl2 Os dados foram submetidos a anaacutelise de variacircncia e tiveram suas meacutedias comparadas pelo teste de Scott-Knott agrave 5 de probabilidade Os resultados obtidos mostraram que quanto menor a fraccedilatildeo granulomeacutetrica maior a eficiecircncia relativa dos corretivos (calcaacuterio e silicatos) na elevaccedilatildeo do pH do solo Quanto aos resultados dos corretivos os silicatos Agrosiliacutecio e Silifeacutertil se destacaram o que demonstrou que com os meacutetodos atualmente empregados estatildeo subestimando a reatividade destes produtos principalmente na fraccedilatildeo compreendida entre as peneiras de 20 e 50 mesh O Holcim se mostrou menos eficiente que o calcaacuterio quanto a correccedilatildeo da acidez do solo fato este que pode estar associado a alguma diferenccedila no processo de produccedilatildeo do produto em relaccedilatildeo aos demais silicatos Quanto ao fornecimento de siliacutecio para o solo a mesma tendecircncia foi mantida com superioridade para as fraccedilotildees granulomeacutetricas mais finas Desta forma novos paracircmetros precisam ser colocados em praacutetica para a determinaccedilatildeo da reatividade dos silicatos
Palavras-chave Escoacuteria de siderurgia Siliacutecio Corretivos agriacutecolas Fertilidade do solo
1 Orientador Prof Dr Gaspar Henrique Korndoumlrfer ndash UFU
ii
ABSTRACT
PRADA NETO ITHAMAR Relative efficiency of different size fractions of silicate in correcting the soil acidity 2009 38p Dissertation (Masters Degree in AgronomySoils Science) ndash Federal University of Uberlacircndia Uberlacircndia2
The silicates are products that might be used not just for silicon supply but also for correction of soil acidity The main factors that must be evaluated for agricultural correctives are neutralization power and reactivity which combined form the relative power of total neutralization a determinant factor for the definition of the dose to be used in agriculture Currently the silicates have been evaluated for their ability to correct the soil with the same criteria used for lime despite presenting very different origin and production processes This study quantified the reactivity for each size fraction of different silicates The experiment was conducted at the University of Patos de Minas in Patos de Minas MG using three silicates (Agrosiliacutecio Silifeacutertil and Holcim) and a commercial lime in four size fractions separated by sieves lt10 mesh 10 to 20 mesh 20 to 50 mesh and gt 50 mesh in four soils very clayey clayey loamy and sandy medium texture with four replications The correctives were applied and mixed in pots containing 300g of soil samples which were subjected to incubation for thirty to ninety days at 80 field capacity Soils that received calcium carbonate in increasing doses were also incubated to obtain the values of the equivalent in calcium carbonate After the incubation periods analyses of pH in CaCl2 and the Si content of the soil in CaCl2 were done Data were submitted to analysis of variance and means were compared by their Scott-Knott test at 5 probability The results showed that the smaller the fraction size the greater the relative efficiency of the corrective (lime and silicates) in raising the soil pH The results of the silicates Agrosiliacutecio and Silifeacutertil were outstanding showing that the methods currently employed are underestimating the reactivity of these products mainly in the fraction between 20 and 50 mesh Holcim was less efficient than lime in correcting soil acidity a fact that may be associated with differences in the production process in relation to the other silicates The same trend was maintained for silicon supply to the soil with superiority for the smaller size fractions Thus new parameters need to be put into practice for determining the reactivity of silicates
Keywords Silicate slag Silicon Agricultural correctives soil fertility
2 Supervisor Prof Dr Gaspar Henrique Korndoumlrfer ndash UFU
1
1 INTRODUCcedilAtildeO
A maioria dos solos brasileiros sobretudo aqueles sob vegetaccedilatildeo de cerrado
apresenta limitaccedilotildees quanto ao estabelecimento e desenvolvimento das principais
culturas em decorrecircncia dos efeitos da acidez do solo
Neste cenaacuterio a correccedilatildeo da acidez do solo se apresenta com papel fundamental
para a obtenccedilatildeo de resultados agronocircmicos e econocircmicos positivos na agricultura Nos
uacuteltimos anos o consumo brasileiro de calcaacuterio vem oscilando na ordem de 16 a 27
milhotildees de toneladas por ano segundo informaccedilotildees da Associaccedilatildeo Brasileira dos
Produtores de Calcaacuterio Agriacutecola (2008)
Natildeo apenas os calcaacuterios mas tambeacutem os silicatos apresentam bom potencial
para utilizaccedilatildeo como corretivos de acidez com o benefiacutecio de aleacutem de corrigir a acidez
do solo e fornecer caacutelcio e magneacutesio e tambeacutem o siliacutecio elemento que desperta grande
interesse da comunidade cientiacutefica e do setor agriacutecola atualmente por trazer uma seacuterie
de benefiacutecios para algumas culturas
Os principais paracircmetros que orientam o uso dos corretivos satildeo os valores de
poder de neutralizaccedilatildeo reatividade e poder relativo de neutralizaccedilatildeo total sendo este
uacuteltimo resultante da combinaccedilatildeo dos anteriores Tais paracircmetros satildeo fundamentais para
a definiccedilatildeo de doses eficiecircncia agrocircnomica e efeito residual
A avaliaccedilatildeo do poder de neutralizaccedilatildeo (PN) consiste na anaacutelise quiacutemica do poder
corretivo do material ou seja a capacidade do corretivo em neutralizar o hidrogecircnio
Esta avaliaccedilatildeo eacute feita atraveacutes da adiccedilatildeo de HCl em uma amostra de calcaacuterio e na
posterior identificaccedilatildeo na quantidade de HCl consumida o que reflete o poder de
neutralizaccedilatildeo do material
A reatividade (RE) se refere agrave velocidade de reaccedilatildeo do corretivo no solo e esta
velocidade de reaccedilatildeo estaacute associada com a superfiacutecie de contato do material Quando se
analisa a reatividade de um corretivo se considera apenas o tamanho de partiacuteculas
desconsiderando suas caracteriacutesticas intriacutensecas de superfiacutecie especiacutefica como a
porosidade e forma das partiacuteculas A porosidade e a forma das partiacuteculas diferem muito
em funccedilatildeo da origem do corretivo Os silicatos oriundos de escoacuterias de siderurgia
apresentam em geral e para um mesmo tamanho de partiacutecula uma superfiacutecie especiacutefica
e porosidade bem maiores do que as partiacuteculas de um corretivo oriundo de uma rocha
calcaacuteria
2
Estas caracteriacutesticas certamente podem afetar a reatividade de um corretivo e
atualmente satildeo totalmente ignoradas no meacutetodo de determinaccedilatildeo da reatividade Existe
a hipoacutetese de que a determinaccedilatildeo da reatividade de materiais silicatados oriundos de
escoacuterias esteja sendo subestimada quando comparada aos calcaacuterios em geral
Desta forma objetivou-se com o presente trabalho quantificar a eficiecircncia
relativa na correccedilatildeo da acidez do solo de fraccedilotildees granulomeacutetricas de silicatos em
comparaccedilatildeo ao calcaacuterio
3
2 REVISAtildeO BIBLIOGRAFICA
21 Acidez do solo
Segundo Lopes e colaboradores (1990) a grande maioria dos solos brasileiros
principalmente os solos sob vegetaccedilatildeo de cerrado apresentam elevada acidez o que
prejudica o bom desenvolvimento das plantas Sousa e colaboradores (2007) relatam
que tal efeito pode estar associado agrave presenccedila de Al e Mn em concentraccedilotildees toacutexicas e
aos baixos teores dos macronutrientes Ca e Mg
A acidificaccedilatildeo do solo eacute um processo natural e sua intensidade depende de
fatores intriacutensecos do solo e das perturbaccedilotildees a que o sistema eacute submetido
(KAMINSKI RHEINHEIMER 2000)
Os solos poderatildeo ser naturalmente aacutecidos quando a rocha de origem apresentar
baixos teores de bases ou entatildeo mesmo apresentando altos teores de bases quando este
solo for submetido a intenso processo pedogeneacutetico Neste uacuteltimo caso destaca-se a
situaccedilatildeo de precipitaccedilatildeo pluvial intensa ao longo dos anos promovendo lixiviaccedilatildeo de
bases permanecendo no complexo de troca predominantemente os caacutetions hidrogecircnio e
alumiacutenio (FURTINI NETO et al 2001)
Aleacutem dos processos pedogeneacuteticos outros fatores tambeacutem contribuem para a
acidificaccedilatildeo do solo como as reaccedilotildees de hidroacutelise que ocorrem nas soluccedilotildees dos solos
a decomposiccedilatildeo de resiacuteduos orgacircnicos pelos microorganismos a accedilatildeo do homem
atraveacutes de adubaccedilotildees e sistemas de produccedilatildeo adotados e a proacutepria absorccedilatildeo de
nutrientes (MEURER 2006)
A acidez ativa do solo eacute definida como todo o hidrogecircnio (H+) presente na
soluccedilatildeo medida pelo potencial hidrogecircnio iocircnico (pH) O pH pode ser determinado com
um potenciocircmetro utilizando-se dois meacutetodos principais no primeiro utiliza-se uma
suspensatildeo de terra em aacutegua e no segundo em CaCl2 a 001 M (PLESE 2000)
A concentraccedilatildeo de H+ na soluccedilatildeo do solo avaliada pelo pH natildeo eacute na maioria
dos casos fator limitante para o crescimento e desenvolvimento das plantas desde que
haja suprimento adequado dos nutrientes e ausecircncia de elementos em concentraccedilotildees
toacutexicas Entretanto essa situaccedilatildeo natildeo ocorre naturalmente nos solos pois em condiccedilotildees
aacutecidas podem ocorrer iacuteons como o Al3+ e Mn2+ em teores toacutexicos para as plantas
Outros aspectos importantes associados agrave elevada acidez satildeo a alteraccedilatildeo na
4
disponibilidade de nutrientes e a interferecircncia na atividade microbiana (SOUSA et al
2007)
22 Correccedilatildeo da acidez do solo
Em funccedilatildeo dos fatores negativos da acidez do solo para a produccedilatildeo agriacutecola
torna-se necessaacuteria a sua correccedilatildeo atraveacutes da calagem maneira mais faacutecil e econocircmica
para se corrigir a acidez do solo nos primeiros 20 cm deste Furtini Neto e
colaboradores (2001) destacam como principais benefiacutecios da calagem
Diminuiccedilatildeo da toxidez por Al3+ e Mn2+
Aumento da mineralizaccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica consequentemente aumentando
a disponibilidade de nutrientes principalmente nitrogecircnio enxofre foacutesforo e
boro
Aumento na disponibilidade de caacutelcio e magneacutesio por adiccedilatildeo direta ao solo
Aumento na disponibilidade de foacutesforo e molibdecircnio presentes em formas
fixadas e de menor disponibilidade no solo aacutecido
Aumento da fixaccedilatildeo natildeo-simbioacutetica e simbioacutetica de nitrogecircnio
Aumento da CTC do solo reduzindo os problemas de salinidade e de lixiviaccedilatildeo
de caacutetions
Aumento da eficiecircncia da adubaccedilatildeo
Aumento da preservaccedilatildeo de aacutereas de floresta ou de aacutereas menos vocacionadas
para a agricultura em face da necessidade de menor aacuterea para obter a mesma
produccedilatildeo
Segundo Sousa e Lobato (2004) para solos de Cerrado a produtividade de gratildeos
das culturas de sequeiro (soja milho trigo e feijatildeo) aumenta com a saturaccedilatildeo por bases
ateacute 40 estabiliza entre os valores de 40 a 60 e diminui quando a saturaccedilatildeo por
bases eacute maior que 60 Neste uacuteltimo caso o pH em aacutegua do solo estaraacute maior que 63
o que ocasiona a reduccedilatildeo na disponibilidade de zinco cobre ferro e manganecircs
Diversos satildeo os meacutetodos para a determinaccedilatildeo da necessidade de calagem sem
haver uma definiccedilatildeo clara sobre qual o melhor deles Fundamentalmente os caacutelculos
tem-se baseado nos seguintes meacutetodos meacutetodo da curva de incubaccedilatildeo de CaCO3
meacutetodo baseado no teor de alumiacutenio trocaacutevel (CATE 1965 CATANI ALONSO
1969) meacutetodo baseado no decreacutescimo de pH de soluccedilotildees-tampatildeo SMP (SHOEMAKER
5
et al 1961) meacutetodo baseado na saturaccedilatildeo por bases (RAIJ 1981) meacutetodo baseado no
pH e mateacuteria orgacircnica (DEFELIPO et al 1982 ALVAREZ V 1996) e meacutetodo para
neutralizar a acidez trocaacutevel e elevar os teores de Ca e Mg trocaacuteveis (ALVAREZ V
RIBEIRO 1999)
Independente do meacutetodo adotado eacute de extrema importacircncia que a determinaccedilatildeo
da necessidade de calagem seja adequada pois o excesso de aplicaccedilatildeo de um corretivo
pode trazer diversos impactos negativos como a induccedilatildeo a deficiecircncias de ferro e
manganecircs (LOPES 1989)
23 Caracteriacutesticas dos corretivos de acidez
Todo material utilizado para corrigir a acidez do solo conteacutem componentes
neutralizantes como carbonatos oacutexidos hidroacutexidos e silicatos Os componentes
neutralizantes nestes materiais natildeo satildeo os caacutetions Ca2+ e Mg2+ mas sim os acircnions CO3-2
OH- SiO32- (PLESE 2000)
A qualidade de um calcaacuterio eacute dada pela combinaccedilatildeo de seus atributos quiacutemicos e
fiacutesicos O atributo quiacutemico representado pelo poder de neutralizaccedilatildeo depende do tipo e
teor de neutralizantes no corretivo O fiacutesico representado pela eficiecircncia relativa
depende da natureza geoloacutegica da rocha calcaacuteria e do grau de moagem a que foi
submetida (KURIHARA et al 1999)
A avaliaccedilatildeo quiacutemica dos corretivos de acidez consta das seguintes
determinaccedilotildees poder de neutralizaccedilatildeo (PN) e teores de Ca e Mg (ALCARDE
RODELLA 1996)
A avaliaccedilatildeo fiacutesica dos corretivos de acidez eacute determinada pela sua composiccedilatildeo
granulomeacutetrica empregando-se as peneiras nordm 10 20 e 50 segundo a Associaccedilatildeo
Brasileira de Normas Teacutecnicas - ABNT Para cada uma das fraccedilotildees granulomeacutetricas
produto retido na peneira ABNT 10 produto passante na peneira ABNT 10 e retido na
peneira ABNT 20 produto passante na peneira ABNT 20 e retido na peneira ABNT 50
e produto passante na peneira ABNT 50 satildeo atribuiacutedos os seguintes valores de
reatividade 0 20 60 e 100 respectivamente A partir dos resultados da
composiccedilatildeo granulomeacutetrica calcula-se a reatividade (RE) ou eficiecircncia relativa (ER) do
calcaacuterio de acordo com a equaccedilatildeo abaixo (ALCARDE RODELLA 1996)
RE = F10-20 x 02 + F20-50 x 06 + Fgt50 x 1
6
Onde
F10-20= percentual de produto que passa pela peneira nordm10 e fica retido na peneira
nordm20 F20-50 = percentual de produto que passa pela peneira nordm20 e fica retido na
peneira nordm50 e Fgt50 = percentual de produto que passa pela peneira nordm50
Estes paracircmetros de reatividade satildeo adotados no Brasil de acordo com o que a
legislaccedilatildeo prevecirc para todos os corretivos independente de sua origem Segundo Prado e
colaboradores (2001) ainda natildeo existe uma legislaccedilatildeo especiacutefica para silicatos de
caacutelcio sendo estes incluiacutedos na legislaccedilatildeo de calcaacuterios com algumas adaptaccedilotildees
Alcarde e colaboradores (1989) avaliando a reatividade de calcaacuterios de
diferentes origens na correccedilatildeo da acidez do solo constataram eficiecircncia relativa acima
de 80 para partiacuteculas de tamanho inferior a 03 mm (peneira gt 50 ABNT) entre 39 e
65 para partiacuteculas entre 03 e 084 mm (produto passante na peneira 20 ABNT e retido
na peneira 50 ABNT) e eficiecircncia entre 6 e 27 para partiacuteculas entre 084 e 20 mm
(produto passante na peneira 10 ABNT e retido na peneira 20 ABNT)
Bellingieri (1983) avaliando a eficiecircncia de fraccedilotildees granulomeacutetricas de calcaacuterios
em laboratoacuterio em solos com controle de umidade em 30 encontrou valores de
eficiecircncia relativa de 74 376 767 e 100 respectivamente para corretivos nas
fraccedilotildees granulomeacutetricas passantes na peneira ABNT 5 e retiros na peneira ABNT 10
passantes na peneira 10 e retidos na peneira ABNT 30 passantes na peneira ABNT 30 e
retidos na peneira ABNT 50 e produtos passantes na peneira ABNT 50
Segundo Kurihara e colaboradores (1999) a origem da rocha calcaacuteria interfere
na ER do corretivo com destaque para os materiais de origem sedimentar que
apresentam elevada friabilidade possibilitando que torrotildees do material sejam facilmente
desagregados com pequena pressatildeo entre os dedos da matildeo de maneira que apoacutes sua
extraccedilatildeo da jazida esse calcaacuterio natildeo necessita passar por um processo de moagem como
os de natureza metamoacuterfica Entretanto ao se efetuar a anaacutelise granulomeacutetrica verifica-
se que estes torrotildees natildeo passam pelo conjunto de peneiras durante a agitaccedilatildeo mecacircnica
subestimando a real capacidade do material em se solubilizar no solo
Bellingieri e colaboradores (1992) avaliando a reatividade de um calcaacuterio
dolomiacutetico e calcaacuterio dolomiacutetico calcinado durante dois anos agriacutecolas relataram que o
calcaacuterio calcinado apresentou maior reatividade no primeiro ano agriacutecola bem como as
fraccedilotildees granulomeacutetricas mais finas proporcionaram maior reatividade no primeiro ano
do trabalho fato que foi amenizado no segundo ano agriacutecola em que a reatividade dos
7
calcaacuterios tenderam a se igualar e a granulometria mais grosseira tambeacutem compensou a
menor reatividade obtida no primeiro ano
Plese (2000) avaliando o efeito da umidade do solo entre o intervalo de 0 a 80
da capacidade de campo na reatividade das fraccedilotildees granulomeacutetricas de um calcaacuterio
observou que quanto mais altos os valores de umidade do solo mais favoraacutevel era para
a reaccedilatildeo do corretivo no solo Para solos mantidos a 80 da capacidade de campo a
frequecircncia de molhamento teve pouca influecircncia na reatividade
A combinaccedilatildeo das caracteriacutesticas quiacutemicas e fiacutesicas do corretivo
respectivamente PN expresso em equivalente de carbonato de caacutelcio e ER originam o
Poder Relativo de Neutralizaccedilatildeo Total (PRNT) variaacutevel esta utilizada para a definiccedilatildeo
da dose a ser utilizada (BELINGIERI et al 1988)
24 Silicatos de Caacutelcio
Segundo Prado e colaboradores (2001) para minimizar os problemas quiacutemicos
dos solos do Brasil uma maneira seria mediante a correccedilatildeo da acidez do solo pelo uso
de escoacuterias de siderurgia um resiacuteduo da induacutestria do accedilo e ferro-gusa constituiacutedo
quimicamente de silicato de caacutelcio (CaSiO3)
Segundo Malavolta (1981) de maneira simplificada a escoacuteria de siderurgia
pode ser definida como sendo obtida atraveacutes da siacutelica do mineacuterio de ferro que reage com
o caacutelcio do calcaacuterio em alto forno Este processo envolvendo altas temperaturas
seguindo de um raacutepido resfriamento difere do processo de produccedilatildeo de calcaacuterio
(moagem de rochas calcaacuterias) o que pode originar materiais de alta solubilidade
consequentemente elevando sua eficiecircncia relativa
Os silicatos de caacutelcio e magneacutesio apresentam como principais benefiacutecios o
aumento na disponibilidade do Si a elevaccedilatildeo do pH o aumento do Ca e Mg trocaacuteveis
no solo a reduccedilatildeo de toxicidade do Fe Mn e Al para as plantas e o aumento na
disponibilidade de P no solo (KORNDOumlRFER et al 2003)
Segundo Alcarde (1992) a accedilatildeo neutralizante dos silicatos de caacutelcio e magneacutesio
no solo pode ser explicada com as seguintes equaccedilotildees
Ca(Mg)SiO3 + H2O
Ca+2(Mg+2) + SiO3-2
SiO3-2 + H2O HSiO3
- + OH-
HSiO3- + H2O H2SiO3 + OH-
H2SiO3 + H2O H4SiO4
8
Dentre os silicatos as fontes mais abundantes e baratas satildeo as escoacuterias
sideruacutergicas originadas do processamento em altas temperaturas geralmente acima de
1400 ordmC da reaccedilatildeo do calcaacuterio com a siacutelica presente no mineacuterio de ferro
(KORNDOumlRFER et al 2003)
As principais caracteriacutesticas que devem ser avaliadas na escolha de uma fonte de
siliacutecio para a agricultura satildeo solubilidade disponibilidade as propriedades fiacutesicas a
concentraccedilatildeo de elementos contaminantes e a relaccedilatildeo custo benefiacutecio (GASCHO
2001)
25 Efeitos do Si na agricultura
A utilizaccedilatildeo de macronutrientes nitrogecircnio (N) foacutesforo (P) potaacutessio (K) caacutelcio
(Ca) magneacutesio (Mg) e enxofre (S) e de micronutrientes boro (B) cloro (Cl) cobre
(Cu) ferro (Fe) manganecircs (Mn) molibdecircnio (Mo) niacutequel (Ni) e zinco (Zn) eacute
considerada como essencial para se alcanccedilar resultados satisfatoacuterios na produccedilatildeo
agriacutecola Poreacutem em determinadas condiccedilotildees de solo e cultivo existem elementos
chamados de natildeo-essenciais como o siliacutecio (Si) que pode promover diversos processos
fisioloacutegicos desejaacuteveis para as plantas e por consequecircncia aumentar a produtividade
(KORNDOumlRFER LEPSCH 2001)
A comprovaccedilatildeo da essencialidade do siliacutecio eacute muito difiacutecil de ser obtida devido
a sua abundacircncia na biosfera Estaacute presente em quantidades significativas mesmo em
sais aacutegua e ar (WERNER ROTH 1983)
As plantas absorvem siliacutecio diretamente da soluccedilatildeo do solo sendo este
transportado ateacute as raiacutezes principalmente via fluxo de massa (DAYANADAM et al
1983)
Balastra e colaboradores (1989) relatam que o Si apoacutes absorvido eacute transportado
pelo xilema e depositado na parede celular na forma de siacutelica amorfa hidratada ou opala
biogecircnica (SiO2nH2O) Uma vez alocado o Si torna-se imoacutevel e natildeo mais se redistribui
na planta
Marschner (1995) classifica as plantas de acordo com o seu teor de SiO2 na
mateacuteria seca da parte aeacuterea em trecircs grupos I ) acumuladoras com teores de Si de 10 a
15 II) intermediaacuterias com teores de Si de 1 a 3 III) natildeo acumuladoras com teores
na ordem de 05 Myake e Takahashi (1983) relatam que as gramiacuteneas satildeo
9
acumuladoras tiacutepicas reduzindo de forma raacutepida a concentraccedilatildeo de Si na soluccedilatildeo do
solo
Entre as plantas que mais extraem Si destacam-se o arroz e a cana-de-accediluacutecar
Ma e Takahashi (2002) relatam que as plantas de arroz possuem mecanismos
especiacuteficos de absorccedilatildeo de Si em que as proteiacutenas de membranas satildeo produzidas por
expressatildeo do gene especiacutefico Uma seacuterie de autores demonstram que o siliacutecio reduz a
severidade de vaacuterias doenccedilas de importacircncia econocircmica na cultura do arroz tais como a
brusone mancha parda escaldadura entre outras (KORNDOumlRFER DATNOFF 1995)
Natildeo apenas na reduccedilatildeo da severidade de doenccedilas como tambeacutem na reduccedilatildeo do
ataque de pragas pode-se observar grandes efeitos da aplicaccedilatildeo de Si Yoshida (1975)
citado por Barbosa Filho e colaboradores (2000) relata que a silicificaccedilatildeo da epiderme
previne a penetraccedilatildeo e a mastigaccedilatildeo pelos insetos porque as ceacutelulas ficam mais
endurecidas Segundo revisatildeo feita pelos mesmos autores diversos insetos sofreram
impactos com a aplicaccedilatildeo de Si como larvas da broca de colo trips e cigarrinha parda
que respectivamente tiveram mandiacutebulas danificadas inibiccedilatildeo na atividade e reduccedilatildeo
da populaccedilatildeo
O siliacutecio aparece na cana-de-accediluacutecar em altas concentraccedilotildees podendo variar
desde 014 em folhas jovens ateacute 67 nos colmos e folhas velhas No Havaiacute as folhas
contendo menos de 05 de siliacutecio satildeo frequentemente afetadas por um sintoma
denominado freckling A causa deste sintoma eacute ainda bastante controvertida poreacutem a
maioria dos pesquisadores atribuem agrave falta de Si e a desequiliacutebrios nutricionais O
aparecimento da ferrugem na cana-de-accediluacutecar (Puccinia melanocephala) pode estar
relacionado com o referido sintoma O sintoma eacute mais severo nas folhas mais velhas e a
aacuterea fotossinteacutetica eacute normalmente fortemente atingida (KORNDOumlRFER DATNOFF
1995)
Natildeo apenas em relaccedilatildeo aos fitopatoacutegenos mas quanto ao ataque de pragas
principalmente a broca do colmo e cigarrinha poderiam ser diminuiacutedas nas cultivares
acumuladoras de Si Outros efeitos do Si na cana-de-accediluacutecar estatildeo relacionados agrave maior
resistecircncia ao acamamento e alteraccedilotildees na arquitetura da planta deixando as folhas mais
eretas e em consequecircncia disso mais eficientes quanto agrave capacidade de aproveitamento
da luz solar e de realizaccedilatildeo da fotossiacutentese (KORNDOumlRFER et al 2002)
10
3 MATERIAL E MEacuteTODOS
31 Local do experimento
O experimento foi desenvolvido na Central de Fertilidade do Solo da
Faculdade de Ciecircncias Agraacuterias do Centro Universitaacuterio de Patos de Minas (UNIPAM)
no municiacutepio de Patos de Minas ndash MG onde os solos foram armazenados durante o
periacuteodo de incubaccedilatildeo de 30 e 90 dias de 8 de julho agrave 6 de outubro de 2008
32 Solos utilizados nas unidades experimentais
O experimento foi realizado em quatro classes de solo de diferentes texturas
sendo arenoso meacutedio argiloso e muito argiloso Os solos foram coletados do horizonte
B para natildeo haver interferecircncia da mateacuteria orgacircnica e posteriormente foram secos ao ar
ateacute atingirem massa constante Em seguida peneirados em malha de 2 mm e realizada a
anaacutelise quiacutemica e fiacutesica seguindo a metodologia descrita pelo Programa
Interlaboratorial de controle de qualidade de anaacutelise de solo (2005) exceto para o teor
de Si no solo que seguiu a metodologia descrita por Korndoumlrfer et al (2004) Os
resultados satildeo apresentados na Tabela 1
11
Tabela 1 Caracterizaccedilatildeo quiacutemica e fiacutesica dos solos utilizados no experimento
SOLOS Atributo Unidade Muito
argiloso Argiloso Meacutedio Arenoso
Latossolo Vermelho Acifeacuterrico
Tiacutepico
Latossolo Vermelho Perfeacuterrico
Tiacutepico
Latossolo Vermelho
Distrofeacuterrico Tiacutepico
Latossolo Amarelo
Distroacutefico Psamiacutetico
Si mg dm-3 59 50 87 29
P (Mehlich 1) mg dm-3 00 07 10 01
K mg dm-3 364 40 226 89
Ca cmolc dm-3
02 02 04 02
Mg cmolc dm-3
06 02 05 01
H + Al cmolc dm-3
37 60 39 34
pH (em H2O)
51 53 47 45
Al cmolc dm-3
01 01 04 05
CTC (e) cmolc dm-3
09 05 14 08
CTC (T) cmolc dm-3
46 64 49 37
SB cmolc dm-3
08 04 10 03
V 185 64 200 82
Cu mg dm-3 02 13 09 03
Zn mg dm-3 01 01 01 01
Argila 74 45 30 14
Silte 12 36 16 1
Areia 14 19 54 85
Metodologia P K Cu Zn (Mehlich 1 HCl 005 M + H2SO4 00125 M) Ca Mg Al (KCl 1 M) H+Al (soluccedilatildeo tampatildeo ndash SMP a pH 75) pH (em aacutegua) anaacutelise textural (meacutetodo da pipeta)
Realizou-se a determinaccedilatildeo da densidade das amostras dos quatro solos (Tabela
2) pelo meacutetodo da proveta descrita pela Embrapa (1997) Este meacutetodo eacute uma
alternativa para experimentos em vasos onde amostras de solo satildeo desagregadas para
preencher os vasos compondo a unidade experimental
12
Tabela 2 Densidade das amostras dos solos utilizados no experimento
Solos Densidade
g cm-3
Muito Argiloso 096
Argiloso 130
Meacutedio 125
Arenoso 135
Com os resultados da anaacutelise quiacutemica dos solos foi determinada a necessidade
de calagem pelo meacutetodo da saturaccedilatildeo por bases descrito por Raij e colaboradores
(1996) com o objetivo de elevaacute-la agrave 60 (Tabela 3)
Tabela 3 Necessidade de calagem em equivalente de CaCO3 com 100 de PRNT para amostras dos solos utilizados no experimento considerando as respectivas densidades das amostras dos solos
Solos Unidade
Muito Argiloso Argiloso Meacutedio Arenoso
Mg ha-1 189 343 056 191
mg vaso-1 27114 66795 10587 38735
33 Corretivos utilizados
Foram utilizadas trecircs fontes de silicatos originados de diferentes escoacuterias de
siderurgia sendo estes Agrosiliacutecio Silifeacutertil e Holcim por serem os mais
representativos quanto ao uso na agricultura como corretivos agriacutecolas Estes foram
comparados com um calcaacuterio comercial de origem sedimentar e com o carbonato de
caacutelcio pa padratildeo para estudos de eficiecircncia relativa de corretivos (Tabela 4)
Tabela 4 Teores de caacutelcio magneacutesio e siliacutecio dos corretivos utilizados
Corretivo CaO () MgO () SiO2 ()
Agrosiliacutecio 39 10 23
Silifeacutertil 38 8 22
Holcim 25 7 43
Calcaacuterio 30 20 0
Carbonato de caacutelcio 56 0 0
13
Para a caracterizaccedilatildeo dos corretivos quanto a sua superfiacutecie especiacutefica foi
realizada a anaacutelise da superfiacutecie especiacutefica pela equipe do Laboratoacuterio de
Hidrometalurgia da Universidade Federal de Ouro Preto utilizando-se o meacutetodo de
determinaccedilatildeo por gases descrito por Brunauer e colaboradores (1938) (Tabela 5)
Tabela 5 Superfiacutecie especifica e volume total de poros dos corretivos de acidez do solo
Corretivo Superfiacutecie Especiacutefica Volume total de poros
m2 g-1 cm3 g-1
Agrosiliacutecio 1175 00482
Silifeacutertil 066 00023
Holcim 038 00006
Calcaacuterio 091 00039
Fonte Universidade Federal de Ouro Preto (Laboratoacuterio de Hidrometalurgia)
Todos os corretivos foram submetidos agrave uniformizaccedilatildeo de umidade atraveacutes de
secagem em estufa com circulaccedilatildeo forccedilada de ar a 105 ordmC por um periacuteodo de setenta e
duas horas
Apoacutes esta etapa os silicatos foram submetidos agrave separaccedilatildeo nas seguintes
fraccedilotildees granulomeacutetricas atraveacutes de agitador mecacircnico por 5 minutos seguindo a
metodologia oficial (Veras et al 2007) fracionando os corretivos nas seguintes classes
partiacuteculas maiores que 200 mm (fraccedilatildeo do corretivo retido na peneira ABNT 10 ndash 10
mesh) partiacuteculas entre 084 e 200 mm (fraccedilatildeo do corretivo passante na peneira ABNT
10 e retido na peneira ABNT 20 ndash 20 mesh) partiacuteculas entre 030 e 084 (fraccedilatildeo do
corretivo passante na peneira ABNT 20 e retido na peneira ABNT 50 ndash 50 mesh) e
partiacuteculas com dimensatildeo inferior agrave 030 mm (fraccedilatildeo do corretivo passante na peneira
ABNT 50) (Figura 1)
14
(a) (b)
Figura 1 Mesa agitadora (a) e peneiras utilizadas para a separaccedilatildeo dos corretivos nas diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas (b)
A definiccedilatildeo das fraccedilotildees granulomeacutetricas avaliadas acompanhou os criteacuterios
atualmente adotados na legislaccedilatildeo para calcaacuterio aleacutem do fato de natildeo se justificar o uso
de silicatos em fraccedilatildeo granulomeacutetrica mais fina do que as jaacute comumente utilizadas para
calcaacuterio em funccedilatildeo da maior abrasividade das escoacuterias de siderurgia (PRADO et al
2001) o que tecnicamente dificulta a accedilatildeo dos moinhos brasileiros tornando a moagem
para a obtenccedilatildeo de partiacuteculas muito finas economicamente inviaacutevel
Apoacutes a separaccedilatildeo das fraccedilotildees granulomeacutetricas os corretivos foram submetidos
agrave determinaccedilatildeo do poder de neutralizaccedilatildeo (PN) pelo meacutetodo da titulaccedilatildeo que consiste
em colocar em contato uma massa conhecida do corretivo com uma quantidade
conhecida e em excesso de aacutecido padronizado fazendo com que o corretivo neutralize
uma parte do aacutecido O excesso de aacutecido eacute quantificado por alcalimetria obtendo-se
indiretamente a quantidade de aacutecido que foi neutralizado pelo corretivo seguindo o
procedimento descrito a seguir (BRASIL 1983)
Pesou-se 1000 g da amostra secada moiacuteda e passada em peneira de 03 mm
dos corretivos (Figura 2 a) e transferiu-se o material para erlenmeyer de 250 mL no
qual adicionou-se 50 mL da soluccedilatildeo de HCl 05 M padronizada O erlenmeyer foi
coberto com vidro de reloacutegio e a soluccedilatildeo foi fervida suavemente por 5 minutos (Figura
2 b) Apoacutes esta etapa a soluccedilatildeo foi esfriada transferida para balatildeo de 100 mL que teve
seu volume completado com aacutegua destilada e deixou-se decantar (Figura 2 c) Pipetou-
se 50 mL da soluccedilatildeo que foi transferida para erlenmeyer de 125 mL no qual se
acrescentou trecircs gotas de soluccedilatildeo de fenolftaleina (indicador) A soluccedilatildeo aacutecida foi
titulada com soluccedilatildeo padronizada de NaOH 025 M ateacute o aparecimento de uma leve cor
rosada do indicador (Figura 2 d) anotou-se o volume gasto e a partir deste valor
15
calculou-se o poder de neutralizaccedilatildeo do corretivo em de CaCO3 equivalente pela
expressatildeo
PN = 10 (25M1-V2M2) onde G
M1 = concentraccedilatildeo molar da soluccedilatildeo de HCl
V2 = volume em mL da soluccedilatildeo de NaOH gasto na titulaccedilatildeo
M2 = concentraccedilatildeo molar da soluccedilatildeo de NaOH
G = massa inicial da amostra em gramas
(a) (b)
(c) (d)
Figura 2 Ilustraccedilotildees dos processos laboratoriais para determinaccedilatildeo do PN em amostras
dos materiais corretivos desde a pesagem (a) a fervura da soluccedilatildeo contendo a amostra
do corretivo e HCl (b) a soluccedilatildeo transferida para balatildeo volumeacutetrico de 100 mL em
descanso para decantaccedilatildeo (c) e a titulaccedilatildeo ateacute o aparecimento da coloraccedilatildeo rosada (d)
Para os silicatos em funccedilatildeo de sua constituiccedilatildeo quiacutemica a visualizaccedilatildeo da
coloraccedilatildeo rosada foi dificultada pelo escurecimento da soluccedilatildeo (coloraccedilatildeo esverdeada)
sendo necessaacuteria a utilizaccedilatildeo do meacutetodo potenciomeacutetrico em que o excesso de HCl da
soluccedilatildeo eacute neutralizado por NaOH ateacute atingir pH 70
Foram encontrados valores distintos de poder de neutralizaccedilatildeo para cada um dos
corretivos (Tabela 6)
16
Tabela 6 Poder de neutralizaccedilatildeo dos materiais corretivos de acidez do solo utilizados
no experimento
Corretivos Poder de Neutralizaccedilatildeo ()
Agrosiliacutecio 859
Silifeacutertil 778
Holcim 740
Calcaacuterio 1131
CaCO3 1041
Com base nos valores do poder de neutralizaccedilatildeo encontrados para cada um dos
corretivos e de acordo com as necessidades de calagem encontrados para cada solo
foram calculadas as doses de cada corretivo a serem aplicadas nos vasos preenchidos
com 300 g de amostras dos solos (Tabela 7)
Tabela 7 Quantidade de corretivo calculada para atingir 60 de saturaccedilatildeo por bases
para cada um dos solos experimentais
SOLOS
Corretivos
Muito Argiloso
Argiloso Meacutedia Arenoso
---------------------------------- mg por vaso ------------------------------------
Agrosiliacutecio 3189 7775 1232 4509
Silifeacutertil 3487 8589 1361 4981
Holcim 3666 9031 1431 5239
Calcaacuterio 2397 5906 936 3425
CaCO3 2605 6416 1012 3721
Em funccedilatildeo da dose dos corretivos utilizados em cada solo (Tabela 5) e da
concentraccedilatildeo de SiO2 em cada um dos silicatos foram calculadas as doses de Si
fornecidas por cada silicato para o respectivo solo (Tabela 8)
17
Tabela 8 Dose de Si fornecida por cada um dos silicatos em cada solo experimental SOLOS
Corretivos Concentraccedilatildeo
de Si Muito Argiloso
Argiloso Meacutedia Arenoso
--------------------------- mg por vaso -----------------------
Agrosiliacutecio
107 341 832 132 482
Silifeacutertil 103 359 885 140 513 Holcim 203 744 1833 290 1064
34 Tratamentos e delineamento experimental
Foram conduzidos quatro experimentos sendo cada um em uma classe
textural de solo em delineamento inteiramente casualizado A anaacutelise de variacircncia foi
baseada num arranjo fatorial 4x4 com quatro corretivos de acidez (trecircs silicatos de
caacutelcio Agrosiliacutecio Silifeacutertil e Holcim e um calcaacuterio) e quatro fraccedilotildees granulomeacutetricas
(entre 5 e 10 mesh partiacuteculas entre 2 e 4 mm entre 10 e 20 mesh partiacuteculas entre 084
e 2 mm entre 20 e 50 mesh partiacuteculas entre 03 e 084 mm e maior que 50 mesh
partiacuteculas menores que 03 mm) com quatro repeticcedilotildees
Aleacutem dos tratamentos acima foi realizada a incubaccedilatildeo com CaCO3 (reagente
pa) corretivo padratildeo para comparaccedilatildeo da eficiecircncia relativa na correccedilatildeo da acidez do
solo sendo este utilizado em cinco diferentes doses testemunha 50 100 150 e
200 em relaccedilatildeo agrave dose recomendada para a correccedilatildeo da acidez do solo para atingir
60 de saturaccedilatildeo por bases (Tabela 3)
34 Conduccedilatildeo do experimento
As parcelas experimentais constituiacuteram-se de recipientes plaacutesticos de 500 mL
nos quais foram adicionados 300 g de solo e as devidas quantidades dos corretivos que
posteriormente foram incubados em recipientes abertos por trinta e noventa dias em
laboratoacuterio sem exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo solar direta e a intensas variaccedilotildees de temperatura
(Figura 3 a b)
Durante o periacuteodo de incubaccedilatildeo os solos foram irrigados com aacutegua destilada
para a manutenccedilatildeo da umidade a 80 da capacidade de campo (Figura 3 c)
Apoacutes 30 e 90 dias de incubaccedilatildeo fraccedilotildees de 50 g de cada uma das amostras
foram retiradas e colocadas para secar ao ar (Figura 3 d)
18
(a) (b)
(c) (d)
Figura 3 Pesagem dos corretivos (a) adiccedilatildeo dos corretivos nos recipientes plaacutesticos
contendo as amostras dos solos (b) irrigaccedilatildeo das amostras dos solos (c) e incubaccedilatildeo em
laboratoacuterio por 30 e 90 dias (d)
35 Determinaccedilatildeo do pH do solo apoacutes a incubaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo da eficiecircncia relativa
Para a caracterizaccedilatildeo da correccedilatildeo da acidez do solo foi determinado o pH em
CaCl2 em cada unidade experimental Esta variaacutevel de cada fraccedilatildeo granulomeacutetrica dos
silicatos de caacutelcio foi confrontada com os valores obtidos atraveacutes da curva de incubaccedilatildeo
do CaCO3 (reagente pa)
A anaacutelise do pH foi realizada seguindo a metodologia descrita pelo Programa
Interlaboratorial de controle de qualidade de anaacutelise de solo (2005) em que se colocou
10 cm3 de TFSA num frasco de 50 mL e adicionou-se 25 mL de CaCl2 2H2O 001 M
(1469 g L-1) deixando em contato por quinze minutos Posteriormente agitou-se a
amostra em agitador horizontal por dez minutos a 200 rpm Apoacutes esta etapa a soluccedilatildeo
foi mantida em repouso por sessenta minutos Na sequecircncia sem agitar novamente a
amostra foi realizada a leitura em potenciocircmetro devidamente calibrado com soluccedilotildees-
padratildeo de pH 40 e 70
Os valores de pH obtidos por cada fraccedilatildeo granulomeacutetrica de cada um dos
corretivos foram confrontados com os valores de pH obtidos na curva de incubaccedilatildeo de
CaCO3 obtendo-se os valores de equivalente em CaCO3 aos 90 dias
19
Os valores de eficiecircncia relativa foram ajustados em relaccedilatildeo aos resultados
obtidos por cada corretivo na fraccedilatildeo granulomeacutetrica inferior agrave 03 mm (gt 50 mesh)
atribuindo-se a esta fraccedilatildeo mais fina o iacutendice de 100 seguindo a metodologia adotada
por Bellingieri (1983)
36 Avaliaccedilatildeo do teor de Si no solo apoacutes a incubaccedilatildeo
Para a avaliaccedilatildeo do teor de Si no solo disponibilizado por cada uma das fontes
nas fraccedilotildees granulomeacutetricas foram realizadas as anaacutelises no Laboratoacuterio de Anaacutelise de
Fertilizantes da Universidade Federal de Uberlacircndia utilizando o extrator cloreto de
caacutelcio 001 M de acordo com a metodologia descrita por Korndoumlrfer e colaboradores
(2004) em que apoacutes o contato de 10 g da amostra do solo com 100 mL da soluccedilatildeo
extratora os mesmos foram submetidos a um agitador horizontal orbital por 1 hora na
frequumlecircncia de 50 rpm Apoacutes este procedimento as amostras ficaram em repouso por 15
minutos para decantar e a suspensatildeo foi filtrada e ficando sob novo repouso por 12
horas Entatildeo pipetou-se 10 mL do extrato de cada amostra acrescentando-se 1 mL de
soluccedilatildeo sulfo-moliacutebdica Decorridos 10 minutos acrescentou-se 2 mL de soluccedilatildeo de
aacutecido tartaacuterico 200 mg L-1 e apoacutes 5 minutos adicionou-se 10 mL da soluccedilatildeo de aacutecido
ascoacuterbico Apoacutes 1 hora foi realizada a leitura em espectofotocircmetro UV-visiacutevel no
comprimento de onda de 660 nanocircmetros Em funccedilatildeo do fator de diluiccedilatildeo o valor de
leitura foi multiplicado por 10 para se chegar no teor de Si do solo em mg dm-3
37 Anaacutelise estatiacutestica
Os resultados referentes ao pH em CaCl2 encontrados em funccedilatildeo das doses de
CaCO3 foram submetidos agrave anaacutelise de variacircncia e posterior ajuste ao modelo de
regressatildeo mais adequado para cada solo dentro dos dois periacuteodos de incubaccedilatildeo
utilizando o software estatiacutestico Sisvar desenvolvido por Ferreira (1999)
Os dados referentes ao pH em CaCl2 e ao teor de Si no solo encontrados em
funccedilatildeo dos corretivos (silicatos e calcaacuterio) em cada fraccedilatildeo granulomeacutetrica foram
submetidos agrave anaacutelise de variacircncia e suas meacutedias foram comparadas pelo teste de Scott-
Knott (1974) a 5 de probabilidade quanto agrave variaccedilatildeo dos corretivos dentro de cada
fraccedilatildeo granulomeacutetrica e quanto agrave variaccedilatildeo das fraccedilotildees granulomeacutetricas dentro dos
corretivos
20
4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
41 Variaccedilotildees no pH aos 30 dias de incubaccedilatildeo
Em relaccedilatildeo agrave variaacutevel pH em CaCl2 houve efeito significativo das doses de
CaCO3 para os quatro solos analisados o que possibilitou o ajuste de modelos de
regressatildeo (Figura 4)
Para os valores de pH em CaCl2 em funccedilatildeo do corretivo e fraccedilatildeo granulomeacutetrica
utilizados a anaacutelise de variacircncia tambeacutem permitiu constatar efeito significativo
inclusive para a interaccedilatildeo entre estes fatores (Tabela 9) Em geral quanto menor a
fraccedilatildeo granulomeacutetrica maior o pH do solo resultado este que concorda com o trabalho
realizado anteriormente por Alcarde e colaboradores (1989)
Novais e colaboradores (1993) tambeacutem descreveram que a granulometria mais
fina das escoacuterias de siderurgia permitiu maior reatividade tanto em solos arenosos
quanto em solos argilosos
(a)
y = -03764x2 + 13644x + 49458
R2 = 099
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(b)
y = -07093x2 + 24251x + 50564
R2 = 097
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(c)
y = 0492x + 3941
R2 = 094
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(d)
y = -1075x2 + 37825x + 39585
R2 = 099
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalnete CaCO3
pH e
m C
aCl 2
Significativo a 5 de probabilidade pelo teste f Figura 4 Valores do pH em CaCl2 em funccedilatildeo da dose equivalente de CaCO3 aplicada ao solo apoacutes 30 dias de incubaccedilatildeo nos solos muito argiloso (a) argiloso (b) meacutedio (c) arenoso (d)
21
Para os solos muito argiloso argiloso e arenoso pode-se observar que com as
doses de CaCO3 dentro do limite de 0 a 200 em relaccedilatildeo agrave recomendaccedilatildeo para atingir
60 de saturaccedilatildeo por bases o pH em CaCl2 aumentou significativamente de maneira
quadraacutetica Entretanto observou-se para o solo de textura meacutedia um ajuste linear Este
efeito pode ser atribuiacutedo ao fato das doses do corretivo utilizado natildeo terem sido
suficientes para atingir a faixa de estabilidade
Atraveacutes da amplitude de variaccedilatildeo nos valores de pH em funccedilatildeo do acreacutescimo
nas doses de CaCO3 pode-se observar o maior efeito tampatildeo dos solos muito argiloso e
argiloso em relaccedilatildeo ao solo arenoso e de textura meacutedia informaccedilatildeo esta que corrobora
aos relatos de Furtini e colaboradores (2001) O poder tampatildeo do solo eacute a resistecircncia
que o solo oferece a mudanccedila de pH Sousa e colaboradores (2007) exemplificando a
proporcionalidade dos diferentes tipos de acidez do solo relatam que a quantidade de
calcaacuterio necessaacuteria para neutralizar a acidez ativa pode chegar a quatorze mil setecentos
e vinte e trecircs vezes menor do que o necessaacuterio para a correccedilatildeo da acidez potencial do
solo o que evidencia a importacircncia do conhecimento do poder tampatildeo do solo para se
determinar a dose do corretivo
Pode-se observar que os resultados de pH em CaCl2 em funccedilatildeo dos corretivos e
das fraccedilotildees granulomeacutetricas para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso
submetidos a 30 dias de incubaccedilatildeo ocorreram de forma que quanto menor a
granulometria do corretivo maior foi o aumento no valor de pH encontrado nos solos
(Tabela 9)
22
Tabela 9 Valores de pH em CaCl2 em funccedilatildeo do corretivo de solo utilizado na dose
referente agrave elevaccedilatildeo da saturaccedilatildeo por bases para 60 e da fraccedilatildeo granulomeacutetrica apoacutes
30 dias de incubaccedilatildeo para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso
Peneira ABNT (mesh) Corretivo
5 - 10 10 - 20 20 ndash 50 gt 50 Meacutedia Solo muito argiloso
Agrosiliacutecio 51
Ac
51
Ac
57
Ab
59
Aa
55 Silifeacutertil 49
Ad
53
Ac
56
Ab
60
Aa
54 Holcim 50
Ab
49
Bb
49
Cb
53
Ca
50 Calcaacuterio 49
Ac
50
Bc
54
Bb
57
Ba
53 Meacutedia 50
51
54
57
53 Solo argiloso
Agrosiliacutecio
51
Ac
53
Ac
61
Ab
65
Aa
57 Silifeacutertil 53
Ac
52
Ac
59
Ab
66
Aa
57 Holcim 51
Ab
51
Ab
51
Cb
55
Ba
52 Calcaacuterio 51
Ac
52
Ac
56
Bb
65
Aa
56
51
52
56
63
56 Solo meacutedio
Agrosiliacutecio
40
Ac
41
Ac
41
Ab
43
Aa
41 Silifeacutertil 40
Ab
40
Ab
41
Aa
42
Ca
41 Holcim 40
Ab
40
Ab
40
Bb
41
Ca
40 Calcaacuterio 40
Ab
41
Ab
41
Bb
42
Ba
41 Meacutedia 40
40
41
42
41 Solo arenoso
Agrosiliacutecio
40
Ac
43
Ac
55
Ab
63
Aa
50 Silifeacutertil 40
Ac
42
Ac
52
Bb
65
Aa
50 Holcim 40
Ab
41
Ab
42
Cb
50
Ba
43 Calcaacuterio 40
Ac
40
Ac
50
Bb
63
Aa
48 Meacutedia 40
42
49
60
48 Letras maiuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na coluna e letras minuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na linha (Scott-Knott a 5)
No solo muito argiloso o Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil proporcionaram a maior
elevaccedilatildeo do pH do solo em relaccedilatildeo aos demais corretivos em todas as faixas
granulomeacutetricas passantes na peneira de 10 mesh ou seja quando a granulometria foi
inferior a 2 mm em fraccedilotildees maiores que esta o efeito do corretivo foi muito pequeno
natildeo havendo diferenccedila entre os corretivos (Tabela 9)
Para os demais solos os corretivos natildeo apresentaram diferenccedilas quanto ao
aumento provocado no pH do solo quando aplicados em granulometria acima de 084
mm ou seja produtos retidos na peneira de 10 mesh Para as granulometrias mais finas
23
os corretivos apresentaram diferenccedilas no aumento do pH ficando os solos que
receberam o silicato Holcim com os menores valores
De maneira geral para as granulometrias mais finas inferior a 084 mm
(passantes na peneira de 20 mesh) o Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil proporcionaram os
maiores incrementos em pH exceto para o produto mais fino gt 50 mesh no solo de
textura meacutedia e para o produto de granulometria entre 03 e 084 mm (ABNT 20 ndash 50)
no solo arenoso em que o Agrosiliacutecio obteve os melhores resultados (Tabela 9)
42 Variaccedilotildees no pH equivalente em CaCO3 e eficiecircncia relativa dos corretivos aos
90 dias de incubaccedilatildeo
Houve efeito significativo das doses de CaCO3 nos valores de pH em CaCl2 para
os quatro solos analisados o que possibilitou o ajuste de modelos polinomiais (Figura
5)
(a)
y = -01466x2 + 09457x + 49792
R2 = 085
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(b)
y = -05821x2 + 21998x + 49789
R2 = 098
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(c)
y = 04565x + 39275
R2 = 091
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(d)
y = -0865x2 + 34185x + 39925
R2 = 098
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
Significativo a 5 de probabilidade pelo teste f
Figura 5 Valores do pH em CaCl2 em funccedilatildeo da dose equivalente de CaCO3 aplicada ao solo apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo nos solos muito argiloso (a) argiloso (b) meacutedio (c) arenoso (d)
24
Para os solos muito argiloso argiloso e arenoso (Figura 5 a b d) como era de
se esperar as doses de CaCO3 dentro do limite de 0 a 200 em relaccedilatildeo agrave
recomendaccedilatildeo aumentaram significativamente e de forma quadraacutetica o pH em CaCl2
Acompanhando a tendecircncia observada apoacutes 30 dias de incubaccedilatildeo para o solo de
textura meacutedia verificou-se um ajuste linear para o aumento do valor de pH em CaCl2
em funccedilatildeo de doses de CaCO3 Este efeito pode ser atribuiacutedo ao fato das doses do
corretivo utilizado natildeo terem sido suficientes para atingir a faixa de estabilidade
Para as variaccedilotildees de pH em CaCl2 em funccedilatildeo do corretivo e fraccedilatildeo
granulomeacutetrica utilizados tambeacutem houve efeito significativo inclusive para a interaccedilatildeo
entre estes fatores (Tabela 10)
25
Tabela 10 Valores de pH em CaCl2 em funccedilatildeo do corretivo de solo utilizado na dose
referente agrave elevaccedilatildeo da saturaccedilatildeo por bases para 60 e da fraccedilatildeo granulomeacutetrica apoacutes
90 dias de incubaccedilatildeo para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso
Peneira ABNT (mesh) Corretivo
5 - 10 10 - 20 20 ndash 50 gt 50 Meacutedia Solo muito argiloso
Agrosiliacutecio 50
Ad
52
Ac
56
Ab
57
Aa
54 Silifeacutertil 50
Ac
51
Ac
55
Ab
58
Aa
53 Holcim 49
Ab
48
Cb
48
Bb
53
Ba
50 Calcaacuterio 49
Ac
50
Bc
55
Ab
57
Aa
53 Meacutedia 50
50
53
56
52 Solo argiloso
Agrosiliacutecio 52
Ab
53
Ab
61
Aa
62
Aa
57 Silifeacutertil 49
Cd
53
Ac
58
Bb
63
Aa
56 Holcim 50
Bb
50
Bb
51
Db
55
Ca
51 Calcaacuterio 51
Bd
52
Ac
56
Cb
62
Ba
55 Meacutedia 50
52
56
60
55 Solo meacutedio
Agrosiliacutecio 40
Ad
41
Ac
42
Ab
43
Aa
42 Silifeacutertil 41
Ac
41
Ac
42
Ab
43
Aa
42 Holcim 41
Ab
41
Ab
41
Cb
41
Ba
41 Calcaacuterio 40
Ab
41
Ab
41
Bb
43
Aa
41 Meacutedia 40
41
41
42
41 Solo arenoso
Agrosiliacutecio
40
Ac
44
Ab
59
Aa
61
Aa
51 Silifeacutertil 40
Ac
43
Ac
55
Ab
64
Aa
51 Holcim 39
Ab
40
Ab
42
Bb
48
Ba
43 Calcaacuterio 40
Ac
42
Ac
55
Ab
63
Aa
50 Meacutedia 40
42
53
59
49 Letras maiuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na coluna e letras minuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na linha (Scott-Knott a 5)
No solo muito argiloso e no solo arenoso o Agrosiliacutecio o Silifeacutertil e o calcaacuterio
proporcionaram maior elevaccedilatildeo no pH do solo em relaccedilatildeo ao Holcim nos corretivos
com granulometria inferior a 084 mm passantes na peneira de 20 mesh Quando se
comparam estes resultados com os obtidos aos 30 dias de incubaccedilatildeo observa-se a
inclusatildeo do calcaacuterio entre os corretivos com melhores resultados de aumento de pH no
solo muito argiloso Este fato demonstrou que para este solo os silicatos Agrosiliacutecio e
Silifeacutertil tiveram uma maior dissociaccedilatildeo aos 30 dias fato este que foi compensado pelo
calcaacuterio entre 30 e 90 dias de incubaccedilatildeo (Tabela 10)
26
Os valores de pH do solo argiloso apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo demonstraram que
o Agrosiliacutecio proporcionou os maiores valores de pH em todas as fraccedilotildees
granulomeacutetricas ficando este em igualdade com o Silifeacutertil na granulometria inferior a
03 mm (gt 50 mesh) e entre 08 mm e 20 mm (10 a 20 mesh) sendo que nesta uacuteltima
fraccedilatildeo granulomeacutetrica o calcaacuterio tambeacutem se igualou aos dois corretivos acima
mencionados (Tabela 10)
No solo de textura meacutedia as diferenccedilas ocorreram apenas nas fraccedilotildees
granulomeacutetricas inferiores a 08 mm (peneira de 20 mesh) com melhores resultados
atribuiacutedos ao Agrosiliacutecio Silifeacutertil e ao calcaacuterio na fraccedilatildeo mais fina (gt 50 mesh) e ao
Agrosiliacutecio e ao Silifeacutertil na fraccedilatildeo compreendida entre 03 e 084 mm (20 a 50 mesh)
Para o solo arenoso o Agrosiliacutecio o Silifeacutertil e o calcaacuterio proporcionaram
maiores valores de pH nas fraccedilotildees granulomeacutetricas inferiores a 084 mm enquanto que
nas fraccedilotildees mais grossas todos os corretivos tiveram o mesmo comportamento
Para todos os solos utilizados no experimento verificou-se que quanto menor a
dimensatildeo das partiacuteculas maiores satildeo os incrementos gerados nos valores de pH em
CaCl2 (Tabela 10) resultado este que concorda com trabalhos realizados anteriormente
por Bellingieri e colaboradores (1989)
Nas comparaccedilotildees entre os resultados dos valores de pH das amostras de solo
apoacutes 30 e 90 dias de incubaccedilatildeo os resultados praticamente se equivalem demonstrando
que 30 dias de incubaccedilatildeo foi um periacuteodo suficiente para a accedilatildeo dos corretivos
Com base nos incrementos verificados no pH das amostras dos solos pelos
corretivos de acidez em cada fraccedilatildeo granulomeacutetrica em relaccedilatildeo agraves curvas de incubaccedilatildeo
com CaCO3 calculou-se os valores de equivalente em CaCO3 para cada corretivo
dentro de cada fraccedilatildeo granulomeacutetrica com 90 dias de incubaccedilatildeo (Tabela 11)
27
Tabela 11 Equivalente em CaCO3 dos corretivos de acidez de diferentes fraccedilotildees
granulomeacutetricas aos 90 dias de incubaccedilatildeo
Peneiras ABNT (mesh)
Corretivos
5 ndash 10 10 - 20 20 - 50 gt 50 Meacutedia
--------------------------------------- -----------------------------------------
Agrosiliacutecio 9
Ac
24
Ab
64
Aa
77
Aa
43
Silifeacutertil 9
Ac
19
Ac
52
Ab
87
Aa
42 Calcaacuterio 8
Ac
13
Ac
33
Bb
79
Aa
33 Holcim 7
Ab
7
Ab
10
Cb
33
Ba
14 Meacutedia 8
16
39
69
33 Letras maiuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na coluna e letras minuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na linha (Scott-Knott a 5)
Os resultados de equivalente em CaCO3 apresentados para 90 dias de incubaccedilatildeo
(Tabela 11) demonstraram grande variaccedilatildeo para este atributo entre os corretivos de
acidez o que evidencia que natildeo apenas a granulometria mas tambeacutem a origem dos
corretivos exerce grande influecircncia na velocidade de correccedilatildeo da acidez do solo
Para as fraccedilotildees granulomeacutetrica mais grossas (lt 10 e 10 a 20 mesh) pode-se
observar que natildeo houve diferenccedila entre os corretivos jaacute na fraccedilatildeo mais fina (gt 50) o
silicato Holcim proporcionou menores valores de equivalente em CaCO3 em relaccedilatildeo as
demais fontes Na fraccedilatildeo granulomeacutetrica entre 20 e 50 (Tabela 11) verificou-se
diferenccedilas entre o equivalente em CaCO3 de silicatos e do calcaacuterio o que demonstrou o
fato de estarmos neste caso subestimando a reatividade dos silicatos Pode-se observar
que natildeo houve diferenccedilas entre os resultados obtidos com a aplicaccedilatildeo dos silicatos
Agrosiliacutecio e Silifeacutertil portanto sugere-se a elaboraccedilatildeo de novos paracircmetros para a
avaliaccedilatildeo de silicatos com origem de aciaria
Seguindo os criteacuterios adotados por Bellingieri (1983) de ajustar a eficiecircncia dos
corretivos atribuindo valores de 100 para as partiacuteculas passantes na peneira 50 ABNT
(partiacuteculas inferiores a 03 mm) determinou-se a eficiecircncia relativa de cada uma das
fraccedilotildees granulomeacutetricas dos corretivos permitindo a adoccedilatildeo de novos criteacuterios de
reatividade para os silicatos (Tabela 12)
28
Tabela 12 Eficiecircncias relativas em relaccedilatildeo agrave fraccedilatildeo granulomeacutetrica inferior a 03 mm
(peneira 50 mesh) dos corretivos de acidez em diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas aos
90 dias de incubaccedilatildeo
Peneiras ABNT (mesh)
Corretivos 5 - 10 10 - 20 20 - 50 gt 50 Meacutedia
------------------------------ -------------------------------
Agrosiliacutecio 12 33 85 100 58
Silifeacutertil 9 25 65 100 50
Holcim 16 17 27 100 40
Calcaacuterio 9 18 63 100 48
Meacutedia 12 23 60 100
Propotildee-se a adequaccedilatildeo da equaccedilatildeo atualmente adotada para a determinaccedilatildeo da
eficiecircncia relativa (reatividade) de silicatos de origem de aciaria para uso como
corretivo de acidez em funccedilatildeo das diferenccedilas encontradas em eficiecircncia relativa
apresentadas na Tabela 12 entre os silicatos de origem de escoacuteria de aciaria
(Agrosiliacutecio e Silifeacutertil) em relaccedilatildeo ao calcaacuterio ficando a mesma da seguinte forma
RE = F10-20 x 03 + F20-50 x 075 + Fgt50 x 1
Onde
F10-20= percentual de produto que passa pela peneira nordm10 e fica retido na
peneira nordm20 F20-50 = percentual de produto que passa pela peneira nordm20 e fica retido
na peneira nordm50 e F-50 = percentual de produto que passa pela peneira nordm50
Os valores de eficiecircncia relativa 12 em meacutedia para a fraccedilatildeo granulomeacutetrica
mais grosseira pode estar associado agrave presenccedila de micropartiacuteculas (poacute) aderidas ao
redor das partiacuteculas mais grossas (Tabela 12) jaacute que a separaccedilatildeo granulomeacutetrica seguiu
o meacutetodo oficial de separaccedilatildeo em peneiras a seco
29
43 Teor de siliacutecio no solo apoacutes 30 dias de incubaccedilatildeo
De maneira geral pode-se observar que o Agrosiliacutecio proporcionou maiores
incrementos de Si no solo obtendo no solo argiloso quando aplicado na fraccedilatildeo
granulomeacutetrica mais fina incremento de 10 mg dm-3 (Tabela 13)
Tabela 13 Teor de Si no solo em funccedilatildeo da fraccedilatildeo granulomeacutetrica e do corretivo utilizado para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso apoacutes 30 dias de incubaccedilatildeo
Peneiras ABNT (mesh) Corretivos 5 - 10 10 - 20 20 ndash 50 gt 50 Meacutedia
-------------------------------- Si (mg kg-1) -------------------------------------
Solo muito argiloso
Agrosiliacutecio 7
Aa
8
Aa
9
Aa
8
Aa
8 Silifeacutertil 7
Aa
7
Aa
7
Ba
7
Aa
7 Holcim 6
Aa
6
Aa
6
Ba
6
Ba
6 Calcaacuterio 7
Aa
6
Aa
5
Ba
5
Ba
6 Meacutedia 6
7
7
6
6
Solo argiloso
Agrosiliacutecio 6
Ad
10
Ac
14
Ab
15
Aa
11 Silifeacutertil 7
Ac
6
Bc
10
Bb
12
Ba
9 Holcim 6
Ab
5
Bb
6
Cb
9
Ca
7 Calcaacuterio 5
Ba
5
Ba
4
Da
2
Db
4 Meacutedia 6
6
8
10
8
Solo meacutedio
Agrosiliacutecio 10
Aa
10
Aa
10
Aa
10
Aa
10 Silifeacutertil 9
Aa
9
Aa
10
Aa
10
Aa
9 Holcim 8
Ba
9
Aa
9
Ba
10
Aa
9 Calcaacuterio 9
Ba
9
Aa
9
Ba
8
Bb
9 Meacutedia 9
9
9
9
9
Solo arenoso
Agrosiliacutecio 4
Ab
5
Ab
8
Aa
9
Aa
6 Silifeacutertil 3
Ac
5
Ab
7
Aa
7
Ba
6 Holcim 3
Ab
4
Aa
4
Ba
6
Ca
4 Calcaacuterio 3
Aa
3
Ba
3
Ca
2
Da
3 Meacutedia 3
4
6
6
5 Letras maiuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na coluna e letras minuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na linha (Scott-Knott a 5)
No solo muito argiloso as fraccedilotildees mais grossas dos corretivos com partiacuteculas
superiores a 084 mm (lt 20 mesh) natildeo apresentaram diferenccedilas quanto ao fornecimento
30
de Si ao solo poreacutem quando se avaliaram as fraccedilotildees mais finas observou-se maiores
valores de Si para o Agrosiliacutecio na fraccedilatildeo de 03 a 084 mm (20 a 50 mesh) e para o
Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil quando o corretivo foi aplicado na granulometria inferior a 03
mm (gt 50 mesh) estes resultados tambeacutem se repetiram no solo arenoso (Tabela 13)
Para o solo argiloso o Agrosiliacutecio foi o silicato que promoveu maiores valores
de Si no solo quando tambeacutem se avaliaram as fraccedilotildees granulomeacutetricas inferiores a 20
mm (gt 10 mesh) apenas para a fraccedilatildeo mais grossa maior que 20 mm o Agrosiliacutecio o
Silifeacutertil e o Holcim natildeo diferiram estatisticamente variando apenas em relaccedilatildeo ao
calcaacuterio que eacute o uacutenico corretivo avaliado que natildeo apresenta Si em sua constituiccedilatildeo
No solo de textura meacutedia o Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil proporcionaram a mesma
eficiecircncia no fornecimento de Si para o solo (fraccedilotildees 20 a 50 mesh e lt 10 mesh) na
fraccedilatildeo mais fina (gt 50 mesh) os trecircs silicatos avaliados resultaram nos mesmos valores
de Si no solo deferindo apenas do calcaacuterio jaacute na fraccedilatildeo entre 10 a 20 mesh todos os
corretivos proporcionaram o mesmo resultado
De maneira geral a granulometria natildeo resultou em diferenccedilas no fornecimento
de Si pelos silicatos exceto no solo argiloso em que se observa que quanto menor a
granulometria maior foi o teor de Si no solo (Tabela 13)
Ao se avaliar os efeitos do calcaacuterio em relaccedilatildeo ao teor de Si no solo pode-se
observar que quanto menor a fraccedilatildeo granulomeacutetrica do calcaacuterio menores os teores de Si
no solo Este fato pode estar associado a maior alteraccedilatildeo causada no pH do solo pelas
fraccedilotildees mais finas do calcaacuterio reduzindo assim sua disponibilidade de Si corroborando
aos dados de McKeague e Cline (1963) em que o aumento de pH de 6 para 9 reduziu
de 36 para 6 mg dm-3 a concentraccedilatildeo de Si soluacutevel
44 Teor de siliacutecio no solo apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo
De maneira geral pode-se observar que o Agrosiliacutecio promoveu maior
incremento de Si no solo apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo exceto para a fraccedilatildeo
granulomeacutetrica entre 20 a 50 mesh e no solo de textura meacutedia em que o Silifeacutertil e o
Holcim obtiveram resultados semelhantes ao Agrosiliacutecio (Tabela 14)
Quanto agraves fraccedilotildees granulomeacutetricas observou-se que quanto menor a fraccedilatildeo
granulomeacutetrica independente do silicato maior foi o fornecimento de Si ao solo
seguindo a tendecircncia encontrada por Oliveira e colaboradores (1994) em que escoacuterias
31
de alto forno com partiacuteculas menores que 03 mm foram mais eficientes no
fornecimento de Ca e Mg para o solo quando comparadas as fraccedilotildees mais grosseiras
Tabela 14 Teor de Si no solo em funccedilatildeo da fraccedilatildeo granulomeacutetrica e do corretivo
utilizado para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso apoacutes 90 dias de
incubaccedilatildeo
Peneiras ABNT (mesh) Corretivos 5 - 10 10 - 20 20 - 50 gt 50 Meacutedia
-------------------------------- Si (mg kg-1) --------------------------------------
Solo muito argiloso Agrosiliacutecio 8
Ab
9
Aa
9
Aa
9
Aa
9 Silifeacutertil 6
Bb
7
Bb
7
Ba
8
Ba
7 Holcim 7
Bb
7
Bb
6
Cb
8
Ba
7 Calcaacuterio 6
Ba
6
Ba
5
Db
5
Cb
6 Meacutedia 7
7
7
7
7 Solo argiloso
Agrosiliacutecio 7
Ac
11
Ab
13
Aa
13
Aa
11 Silifeacutertil 5
Bc
7
Bb
9
Ba
9
Ba
8 Holcim 6
Bb
5
Cb
6
Cb
9
Ba
7 Calcaacuterio 4
Ca
4
Da
4
Da
3
Cb
4 Meacutedia 5
7
8
9
7 Solo meacutedio
Agrosiliacutecio 10
Aa
11
Aa
10
Aa
11
Aa
11 Silifeacutertil 10
Ba
10
Ba
10
Aa
10
Ba
10 Holcim 10
Bb
10
Bb
10
Ab
11
Aa
10 Calcaacuterio 9
Ba
10
Ba
9
Bb
8
Cc
9 Meacutedia 10
10
10
10
10 Solo arenoso
Agrosiliacutecio 4
Ac
6
Ab
7
Aa
7
Aa
6 Silifeacutertil 3
Bc
4
Bb
6
Ba
6
Ba
5 Holcim 3
Bc
3
Cb
4
Cb
5
Ca
4 Calcaacuterio 2
Ca
2
Da
2
Da
2
Da
2 Meacutedia 3
4
5
5
4 Letras maiuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na coluna e letras minuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na linha (Scott-Knott a 5)
Para todos os solos analisados observou-se a seguinte sequecircncia para o teor de
Si Agrosiliacutecio gt Silifeacutertil gt Holcim gt Calcaacuterio Fato este que acompanha a tendecircncia
observada na avaliaccedilatildeo da reatividade na correccedilatildeo da acidez do solo exceto para o
calcaacuterio por natildeo apresentar Si em sua constituiccedilatildeo
32
Korndoumlrfer e colaboradores (2004) apresentaram a solubilidade de diferentes
silicatos evidenciando que o Agrosiliacutecio (escoacuteria de aciaria) apresentou maiores valores
de solubilidade em relaccedilatildeo aos valores obtidos pela escoacuteria de alto forno como o
Holcim com valores de 43 e 7 respectivamente Estas diferenccedilas em solubilidade
explicam os valores encontrados tanto na avaliaccedilatildeo aos 30 como aos 90 dias de
incubaccedilatildeo
Pereira e colaboradores (2004) em trabalho para a avaliaccedilatildeo da eficiecircncia de
fontes de Si para a cultura do arroz encontraram que a fonte que proporcionou mais
extraccedilatildeo de Si para os gratildeos foi a escoacuteria oriunda da produccedilatildeo de accedilo inox dado que
corrobora os resultados encontrados neste trabalho em que o Agrosiliacutecio (escoacuteria de
aciaria) apresentou maior disponibilizaccedilatildeo de Si para o solo
Nas comparaccedilotildees entre os resultados do teor de Si no solo apoacutes 30 e 90 dias de
incubaccedilatildeo os resultados praticamente se equivalem demonstrando que 30 dias foi um
periacuteodo suficiente para que os silicatos fornecessem Si
Comparando o teor de Si antes da aplicaccedilatildeo dos corretivos com o teor de Si no
solo apoacutes a aplicaccedilatildeo dos corretivos e apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo verificou-se
expressivo acreacutescimo no teor Si no solo ocasionado pelos silicatos principalmente para
o Agrosiliacutecio que incrementou na meacutedia entre as fraccedilotildees granulomeacutetricas 2 6 1 e 3 mg
dm-3 de Si nos solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso respectivamente O
Silifeacutertil tambeacutem forneceu Si ao solo elevando em 1 4 0 e 3 mg dm-3 o teor de Si nos
solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso respectivamente Jaacute o Holcim
apresentou incrementos de 0 2 0 e 1 mg dm-3 respectivamente para os solos muito
argiloso argiloso meacutedio e arenoso
33
5 CONCLUSOtildeES
Os silicatos Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil proporcionam maiores valores de eficiecircncia
relativa na correccedilatildeo da acidez do solo em comparaccedilatildeo ao calcaacuterio e ao silicato Holcim
na fraccedilatildeo granulomeacutetrica entre 030 e 084 mm
Quanto menor a fraccedilatildeo granulomeacutetrica do silicato maior eacute a eficiecircncia relativa
na correccedilatildeo da acidez do solo e maior eacute o fornecimento de Si para o solo
O Agrosiliacutecio apresenta melhores resultados no fornecimento de Si ao solo
seguido do Silifeacutertil e do Holcim
O periacuteodo de 30 dias em condiccedilotildees de umidade mantida agrave 80 da capacidade
de campo eacute um periacuteodo suficiente para a correccedilatildeo da acidez do solo e fornecimento de
Si pelos silicatos ao solo
34
6 REFEREcircNCIAS
ALCARDE JC PAULINO VT DERNARDIN J S Avaliaccedilatildeo da reatividade de corretivos da acidez do solo Revista Brasileira de Ciecircncia do Solo Campinas v 13 p 387-392 1989
ALCARDE JC Corretivos de acidez dos solos caracteriacutesticas e interpretaccedilotildees teacutecnicas Satildeo Paulo ANDA 1992 24p (Boletim Teacutecnico 6)
ALCARDE JC RODELLA AA Avaliaccedilatildeo quiacutemica de corretivos de acidez para fins agriacutecolas uma nova proposiccedilatildeo Scientia Agriacutecola Piracicaba v 53 n 2 ndash 3 1996
ALVAREZ V VH RIBEIRO AC Calagem In RIBEIRO AC GUIMARAtildeES PTG GUIMARAtildeES PTG ALVAREZ V VH (Ed) Recomendaccedilotildees para o uso de corretivos e fertilizantes em Minas Gerais ndash 5ordf Aproximaccedilatildeo Viccedilosa CFSEMG 1999 p 43-60
ALVAREZ V VH Correlaccedilatildeo e calibraccedilatildeo de meacutetodos de anaacutelise de solos In ALVAREZ V VH FONTES LEF FONTES MPF (Ed) O solo nos grandes domiacutenios morfoclimaacuteticos do Brasil e o desenvolvimento sustentado Viccedilosa Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo 1996 p 615-646
ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DOS PRODUTORES DE CALCAacuteRIO Calcaacuterio agriacutecola ndash Brasil consumo aparente por estado (1992 ndash 2006) Disponiacutevel em lthttpwwwcalcario-rscombrgt Acesso em 25 de novembro de 2008
BALASTRA MLFC PEREZ CM JULIANO BO VILLAREAL P Effects of siacutelica level on some properties of Oriza sativa straw and hull Canadian Journal of Botany Ottawa v 67 p 2356-2363 1989
BARBOSA FILHO MP SNYDER G H PRABHU A S DATNOFF L E KORNDOumlRFER G H Importacircncia do siliacutecio para a cultura do arroz Informaccedilotildees agronocircmicas v 89 p 1-8 2000
BELLINGIERI PA Avaliaccedilatildeo em laboratoacuterio da eficiecircncia de diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas de calcaacuterios agriacutecolas 1983 99f Tese (Doutorado) ndash Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Universidade de Satildeo Paulo Piracicaba 1983
BELLINGIERI PA ALCARDE JC amp SOUZA ECA Avaliaccedilatildeo da qualidade de calcaacuterios agriacutecolas atraveacutes do PRNT Anais da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Piracicaba v 45 n 2 p 579-588 1988
BELLINGIERI PA ALCARDE JC SOUZA ECA de Eficiecircncia relativa de diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas de calcaacuterios na neutralizaccedilatildeo da acidez dos solos avaliada em laboratoacuterio Anais da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Piracicaba v46 n2 1989 p 303-317
35
BELLINGIERI PA SOUZA ECA ALCARDE JC SHIKASHO HW Importacircncia da reatividade do calcaacuterio sobre a produccedilatildeo e algumas caracteriacutesticas da soja Scientia Agricola Piracicaba v 49 p 61-71 1992
BRASIL MAPA Laboratoacuterio Nacional de Referecircncia Vegetal Anaacutelise de corretivos fertilizantes e inoculantes Brasiacutelia 1983 104p
BRUNAUER S EMMETT P H TELLER E Adsorption of gases in multimolecular layers In Journal of the American Chemical Society New York v 60 p 309-19 1938
CATANI RA ALONSO O Avaliaccedilatildeo e exigecircncia de calcaacuterio do solo Anais da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Piracicaba v 26 p 141-156 1969
CATE R Sugestotildees para adubaccedilatildeo com base na anaacutelise de solos Raleigh North Caroline State University 1965 16p
DAYANADAM P KAUFMAN PB FRANKLIN CL Detection of siacutelica in plants American Journal of Botany Columbus v 70 p 1079-1084 1983
DEFELIPO BV BRAGA JM SPIES C Comparaccedilatildeo entre meacutetodos de determinaccedilatildeo da necessidade de calcaacuterio de solos de Minas Gerais Experientiae v 13 p 111-136 1982
EMBRAPA C N P S Manual de meacutetodos de anaacutelise de solo Rio de Janeiro 1997 212p
EPSTEIN E Silicon Annu Rev Plant Physiol Plant Molec Biol Palo Alto v 50 1999 p 641 - 664
FERREIRA DF SISVAR versatildeo 43 (Build 41) Lavras UFLADEX 1999 4 disquetes
FURTINI NETO A VALE FR RESENDE A V GUILHERME L R G GUEDES G A A Fertilidade do solo Lavras UFLAFAEPE 2001 252p
GASCHO G J Silicon sources for agriculture In DATNOFF L E SNYDER G H KORNDOumlRFER G H (Ed) Silicon in agriculture Amsterdan Elsevier 2001 cap 12 p 197-207
KAMINSKI J RHEINHEIMER DS A acidez do solo e a nutriccedilatildeo mineral de plantas In KAMINSKI J (Ed) Uso de corretivos da acidez do solo no plantio direto Pelotas SBCSNRS 2000 cap2 p 21 - 39
KORNDOumlRFER G H Elementos beneacuteficos In FERNANDES M S Nutriccedilatildeo mineral de plantas Viccedilosa Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo 2006 432p
36
KORNDOumlRFER G H DATNOFF L E Adubaccedilatildeo com siliacutecio uma alternativa no controle de doenccedilas da cana-de-accediluacutecar e do arroz Informaccedilotildees Agronocircmicas Piracicaba v 70 p 1-5 1995
KORNDOumlRFER G H PEREIRA H S CAMARGO M S Silicatos de caacutelcio e magneacutesio na agricultura 3 ed Uberlacircndia 2004 28 p (Boletim Teacutecnico n1)
KORNDOumlRFER G H PEREIRA H S NOLLA A Anaacutelise de siliacutecio solo planta e fertilizante 1 ed Uberlacircndia 2004 50 p (Boletim Teacutecnico n2)
KORNDOumlRFER G H PEREIRA H S CAMARGO M S Silicatos de caacutelcio e magneacutesio na agricultura 2 ed Uberlacircndia 2003 15 p (Boletim Teacutecnico n1)
KORNDOumlRFER G H PEREIRA H S CAMARGO M S Papel do siliacutecio na produccedilatildeo de cana-de-accediluacutecar STAB v 21 n 2 2002 4 p
KORNDOumlRFER G H LEPSCH I Effect of silicon on plant growth and crop yeld In DATNOFF L E SNYDER G H KORNDOumlRFER G H (Ed) Silicon in agriculture Amsterdan Elsevier 2001 p 133 ndash 147
KURIHARA CH MAEDA S HERNANI LC SILVA WM Eficiecircncia relativa de fraccedilotildees granulomeacutetricas de calcaacuterios sul-mato-grossenses Pesquisa Agropecuaacuteria Brasileira Brasiacutelia v34 n 8 p 1443 - 1449 1999
LOPES A S SILVA MC GUILHERME L R G Acidez do solo e calagem 3 ed Satildeo Paulo ANDA 1990 22 p (Boletim Teacutecnico 1)
LOPES A S Manual de fertilidade do solo Satildeo Paulo ANDAPOTAFOacuteS 1989 153p
MA JF TAKAHASHI E Soil fertilizer and plant silicon research in Japan Amosterdan Elsevier Science 2002 281 p
MALAVOLTA E Manual de quiacutemica agriacutecola adubos e adubaccedilatildeo Satildeo Paulo Agronocircmica Ceres 1981 608 p
MARSCHNER H Mineral nutrition of higher plants 2 ed LondresAcademic Press 1995 889p
MCKEAGUE J A CLINE M G Silica in soils Advances in Agronomy New York v 15n 3 p 339-397 1963
MEURER E J Fundamentos de quiacutemica do solo 3 ed Porto Alegre Evangraf 2006 285p
MIYAKE Y TAKAHASHI E Effect of silicon on the growth of cucumber plant in soil culture Soil Science Plant Nutrition Tokyo v 29 p 463-471 1983
37
NOVAIS R F BARROS N F LEITE F P TEIXEIRA J L LEAL P G L Eficiecircncia agronocircmica de escoacuterias de siderurgia Pains Viccedilosa Universidade Federal de Viccedilosa 1993
OLIVEIRA AC HAHNE H BARROS NF MORAIS EJ Uso de escoacuteria de alto forno como fonte de nutrientes na adubaccedilatildeo florestal In GUERRINI IA BELLOTE AFJ BUumlLL LT (Ed) Seminaacuterio sobre uso de resiacuteduos florestais e urbanos em florestas Botucatu Fundaccedilatildeo de Estudos e Pesquisas Agriacutecolas e Florestais 1994 p 77-96
PEREIRA HS KORNDOumlRFER GH VIDAL AA CAMARGO MS Silicon sources for rice crop Scientia Agriacutecola Piracicaba v 61 p 522-528 2004
PLESE L P M Efeito da umidade do solo na reatividade das fraccedilotildees granulomeacutetricas de um calcaacuterio 2000 49f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) ndash Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Universidade de Satildeo Paulo Piracicaba 2000
PRADO R M FERNANDES F M NATALE W Uso de escoacuteria de siderurgia no Brasil estudos na cultura da cana-de-accediluacutecar Jaboticabal Funep 2001 67p
PROGRAMA INTERLABORATORIAL DE CONTROLE DE QUALIDADE DE ANAacuteLISE DE SOLO Manual do laboratorista 2005 33p
RAIJ BV Avaliaccedilatildeo da fertilidade do solo Piracicaba Associaccedilatildeo Brasileira para Pesquisa da Potassa e do Fosfato 1981 142p
RAIJ B V CANTARELLA H QUAGGIO J A FURLANI A M C Recomendaccedilatildeo de adubaccedilatildeo e calagem para o estado de Satildeo Paulo Campinas IAC 1996 285p (IAC Boletim 100)
SCOTT AJ KNOTT MA A cluster analysis method for grouping means in the analysis of variance Biometrics Washington v 30 n 2 1974 p 507-512
SHOEMAKER HE MCCLEAN E PRATT PF Buffer methods for determining lime requirements of soil with appreciable amounts of extractable aluminium Soil Sci Soc Am Proc Madison v 25 p 274-277 1961
SOUSA D M G MIRANDA L N OLIVEIRA S A Acidez do solo e sua correccedilatildeo In NOVAIS R F ALVAREZ V V H BARROS N F FONTES R L F CANTARUTTI R B NEVES J C L Fertilidade do solo Viccedilosa Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo 2007 p 205 ndash 274
SOUSA D M G LOBATO E Cerrado correccedilatildeo do solo e adubaccedilatildeo Brasiacutelia Embrapa Informaccedilatildeo Tecnoloacutegica 2004 416p
VERAS M C M VIEIRA W TEIXEIRA L S M ALCARDE J C OLIVEIRA L B Manual de meacutetodos analiacuteticos oficiais para fertilizantes minerais orgacircnicos organominerais e corretivos 1 ed Brasiacutelia MAPA 2007 v 1
38
WERNER D ROTH R Siacutelica metabolism In LAUCHILI A BIELESKI RL (Ed) Encyclopedia of plant physiology New Series Berlin Springer-Velag 1983 v 15B p 682-694
- Parte inicial dissertaccedilatildeopdf
- RESUMOpdf
- Corpo da dissertaccedilatildeopdf
-
LISTA DE FIGURAS
Paacutegina 1 Mesa agitadora (a) e peneiras utilizadas para a separaccedilatildeo dos
corretivos nas diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas (b) 14
2 Ilustraccedilotildees dos processos laboratoriais para determinaccedilatildeo do PN em amostras dos materiais corretivos desde a pesagem (a) a fervura da soluccedilatildeo contendo a amostra do corretivo e HCl (b) a soluccedilatildeo transferida para balatildeo volumeacutetrico de 100 mL em descanso para decantaccedilatildeo (c) e a titulaccedilatildeo ateacute o aparecimento da coloraccedilatildeo rosada (d) 15
3
4
Pesagem dos corretivos (a) adiccedilatildeo dos corretivos nos recipientes plaacutesticos contendo as amostras dos solos (b) irrigaccedilatildeo das amostras dos solos (c) e incubaccedilatildeo em laboratoacuterio por 30 e 90 dias (d)
Valores do pH em CaCl2 em funccedilatildeo da dose equivalente de CaCO3
aplicada ao solo apoacutes 30 dias de incubaccedilatildeo nos solos muito argiloso (a) argiloso (b) meacutedio (c) arenoso (d)
18
20
5 Valores do pH em CaCl2 em funccedilatildeo da dose equivalente de CaCO3
aplicada ao solo apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo nos solos muito argiloso (a) argiloso (b) meacutedio (c) arenoso (d)
23
LISTA DE TABELAS
Paacutegina
1 Caracterizaccedilatildeo quiacutemica e fiacutesica dos solos utilizados no experimento 11 2 Densidade das amostras dos solos utilizados no experimento 12 3 Necessidade de calagem em equivalente de CaCO3 com 100 de PRNT
para amostras dos solos utilizados no experimento considerando as respectivas densidades das amostras dos solos 12
4 Teores de caacutelcio magneacutesio e siliacutecio dos corretivos utilizados 12 5 Superfiacutecie especifica e volume total de poros dos corretivos de acidez do
solo 13
6 Poder de neutralizaccedilatildeo dos materiais corretivos de acidez do solo utilizados no experimento 16
7 Quantidade de corretivo calculada para atingir 60 de saturaccedilatildeo por bases para cada um dos solos experimentais 16
8 Dose de Si fornecida por cada um dos silicatos em cada solo experimental 17
9 Valores de pH em CaCl2 em funccedilatildeo do corretivo de solo utilizado na dose referente agrave elevaccedilatildeo da saturaccedilatildeo por bases para 60 e da fraccedilatildeo granulomeacutetrica apoacutes 30 dias de incubaccedilatildeo para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso
22
10
Valores de pH em CaCl2 em funccedilatildeo do corretivo de solo utilizado na dose referente agrave elevaccedilatildeo da saturaccedilatildeo por bases para 60 e da fraccedilatildeo granulomeacutetrica apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso 24
11
Eficiecircncias relativas em relaccedilatildeo ao CaCO3 dos corretivos de acidez de diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas aos 90 dias de incubaccedilatildeo 26
12
Eficiecircncias relativas em relaccedilatildeo agrave fraccedilatildeo granulomeacutetrica inferior a 03 mm (peneira 50 ABNT) dos corretivos de acidez em diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas aos 90 dias de incubaccedilatildeo 27
13
Teor de Si no solo em funccedilatildeo da fraccedilatildeo granulomeacutetrica e do corretivo utilizado para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso apoacutes 30 dias de incubaccedilatildeo 28
14
Teor de Si no solo em funccedilatildeo da fraccedilatildeo granulomeacutetrica e do corretivo utilizado para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo
30
i
RESUMO
PRADA NETO ITHAMAR Eficiecircncia relativa de diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas de silicatos na correccedilatildeo da acidez do solo 2009 38f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em AgronomiaSolos) ndash Universidade Federal de Uberlacircndia Uberlacircndia1
Os silicatos satildeo produtos que podem ser utilizados natildeo apenas para o fornecimento de siliacutecio como tambeacutem para a correccedilatildeo da acidez do solo Nos corretivos agriacutecolas os principais fatores que devem ser avaliados satildeo o poder de neutralizaccedilatildeo e a reatividade que juntos compotildee o poder relativo de neutralizaccedilatildeo total fator determinante para a definiccedilatildeo da dose a ser empregada na agricultura Atualmente os silicatos estatildeo sendo avaliados quanto a sua capacidade de correccedilatildeo do solo com os mesmos criteacuterios utilizados para o calcaacuterio mesmo apresentando origens e processos de produccedilatildeo muito distintos Com o presente trabalho objetivou-se quantificar a reatividade para cada fraccedilatildeo granulomeacutetrica de diferentes silicatos O experimento foi desenvolvido no Centro Universitaacuterio de Patos de Minas em Patos de Minas MG utilizando-se trecircs silicatos (Agrosiliacutecio Silifeacutertil e Holcim) e um calcaacuterio comercial em quatro fraccedilotildees granulomeacutetricas separados pelas peneiras lt 10 mesh 10 a 20 mesh 20 a 50 mesh e gt 50 mesh em quatro solos com as seguintes classes granulomeacutetricas muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso com quatro repeticcedilotildees Os corretivos foram aplicados e misturados nos vasos contendo 300g de amostras de solos os quais foram submetidos agrave incubaccedilatildeo por trinta e noventa dias com solos mantidos a 80 da capacidade de campo Para a obtenccedilatildeo dos valores de equivalente em carbonato de caacutelcio foram submetidos tambeacutem a incubaccedilatildeo dos solos com carbonato de caacutelcio em doses crescentes Apoacutes os periacuteodos de incubaccedilatildeo foram realizadas anaacutelises de pH em CaCl2 e do teor de Si no solo em CaCl2 Os dados foram submetidos a anaacutelise de variacircncia e tiveram suas meacutedias comparadas pelo teste de Scott-Knott agrave 5 de probabilidade Os resultados obtidos mostraram que quanto menor a fraccedilatildeo granulomeacutetrica maior a eficiecircncia relativa dos corretivos (calcaacuterio e silicatos) na elevaccedilatildeo do pH do solo Quanto aos resultados dos corretivos os silicatos Agrosiliacutecio e Silifeacutertil se destacaram o que demonstrou que com os meacutetodos atualmente empregados estatildeo subestimando a reatividade destes produtos principalmente na fraccedilatildeo compreendida entre as peneiras de 20 e 50 mesh O Holcim se mostrou menos eficiente que o calcaacuterio quanto a correccedilatildeo da acidez do solo fato este que pode estar associado a alguma diferenccedila no processo de produccedilatildeo do produto em relaccedilatildeo aos demais silicatos Quanto ao fornecimento de siliacutecio para o solo a mesma tendecircncia foi mantida com superioridade para as fraccedilotildees granulomeacutetricas mais finas Desta forma novos paracircmetros precisam ser colocados em praacutetica para a determinaccedilatildeo da reatividade dos silicatos
Palavras-chave Escoacuteria de siderurgia Siliacutecio Corretivos agriacutecolas Fertilidade do solo
1 Orientador Prof Dr Gaspar Henrique Korndoumlrfer ndash UFU
ii
ABSTRACT
PRADA NETO ITHAMAR Relative efficiency of different size fractions of silicate in correcting the soil acidity 2009 38p Dissertation (Masters Degree in AgronomySoils Science) ndash Federal University of Uberlacircndia Uberlacircndia2
The silicates are products that might be used not just for silicon supply but also for correction of soil acidity The main factors that must be evaluated for agricultural correctives are neutralization power and reactivity which combined form the relative power of total neutralization a determinant factor for the definition of the dose to be used in agriculture Currently the silicates have been evaluated for their ability to correct the soil with the same criteria used for lime despite presenting very different origin and production processes This study quantified the reactivity for each size fraction of different silicates The experiment was conducted at the University of Patos de Minas in Patos de Minas MG using three silicates (Agrosiliacutecio Silifeacutertil and Holcim) and a commercial lime in four size fractions separated by sieves lt10 mesh 10 to 20 mesh 20 to 50 mesh and gt 50 mesh in four soils very clayey clayey loamy and sandy medium texture with four replications The correctives were applied and mixed in pots containing 300g of soil samples which were subjected to incubation for thirty to ninety days at 80 field capacity Soils that received calcium carbonate in increasing doses were also incubated to obtain the values of the equivalent in calcium carbonate After the incubation periods analyses of pH in CaCl2 and the Si content of the soil in CaCl2 were done Data were submitted to analysis of variance and means were compared by their Scott-Knott test at 5 probability The results showed that the smaller the fraction size the greater the relative efficiency of the corrective (lime and silicates) in raising the soil pH The results of the silicates Agrosiliacutecio and Silifeacutertil were outstanding showing that the methods currently employed are underestimating the reactivity of these products mainly in the fraction between 20 and 50 mesh Holcim was less efficient than lime in correcting soil acidity a fact that may be associated with differences in the production process in relation to the other silicates The same trend was maintained for silicon supply to the soil with superiority for the smaller size fractions Thus new parameters need to be put into practice for determining the reactivity of silicates
Keywords Silicate slag Silicon Agricultural correctives soil fertility
2 Supervisor Prof Dr Gaspar Henrique Korndoumlrfer ndash UFU
1
1 INTRODUCcedilAtildeO
A maioria dos solos brasileiros sobretudo aqueles sob vegetaccedilatildeo de cerrado
apresenta limitaccedilotildees quanto ao estabelecimento e desenvolvimento das principais
culturas em decorrecircncia dos efeitos da acidez do solo
Neste cenaacuterio a correccedilatildeo da acidez do solo se apresenta com papel fundamental
para a obtenccedilatildeo de resultados agronocircmicos e econocircmicos positivos na agricultura Nos
uacuteltimos anos o consumo brasileiro de calcaacuterio vem oscilando na ordem de 16 a 27
milhotildees de toneladas por ano segundo informaccedilotildees da Associaccedilatildeo Brasileira dos
Produtores de Calcaacuterio Agriacutecola (2008)
Natildeo apenas os calcaacuterios mas tambeacutem os silicatos apresentam bom potencial
para utilizaccedilatildeo como corretivos de acidez com o benefiacutecio de aleacutem de corrigir a acidez
do solo e fornecer caacutelcio e magneacutesio e tambeacutem o siliacutecio elemento que desperta grande
interesse da comunidade cientiacutefica e do setor agriacutecola atualmente por trazer uma seacuterie
de benefiacutecios para algumas culturas
Os principais paracircmetros que orientam o uso dos corretivos satildeo os valores de
poder de neutralizaccedilatildeo reatividade e poder relativo de neutralizaccedilatildeo total sendo este
uacuteltimo resultante da combinaccedilatildeo dos anteriores Tais paracircmetros satildeo fundamentais para
a definiccedilatildeo de doses eficiecircncia agrocircnomica e efeito residual
A avaliaccedilatildeo do poder de neutralizaccedilatildeo (PN) consiste na anaacutelise quiacutemica do poder
corretivo do material ou seja a capacidade do corretivo em neutralizar o hidrogecircnio
Esta avaliaccedilatildeo eacute feita atraveacutes da adiccedilatildeo de HCl em uma amostra de calcaacuterio e na
posterior identificaccedilatildeo na quantidade de HCl consumida o que reflete o poder de
neutralizaccedilatildeo do material
A reatividade (RE) se refere agrave velocidade de reaccedilatildeo do corretivo no solo e esta
velocidade de reaccedilatildeo estaacute associada com a superfiacutecie de contato do material Quando se
analisa a reatividade de um corretivo se considera apenas o tamanho de partiacuteculas
desconsiderando suas caracteriacutesticas intriacutensecas de superfiacutecie especiacutefica como a
porosidade e forma das partiacuteculas A porosidade e a forma das partiacuteculas diferem muito
em funccedilatildeo da origem do corretivo Os silicatos oriundos de escoacuterias de siderurgia
apresentam em geral e para um mesmo tamanho de partiacutecula uma superfiacutecie especiacutefica
e porosidade bem maiores do que as partiacuteculas de um corretivo oriundo de uma rocha
calcaacuteria
2
Estas caracteriacutesticas certamente podem afetar a reatividade de um corretivo e
atualmente satildeo totalmente ignoradas no meacutetodo de determinaccedilatildeo da reatividade Existe
a hipoacutetese de que a determinaccedilatildeo da reatividade de materiais silicatados oriundos de
escoacuterias esteja sendo subestimada quando comparada aos calcaacuterios em geral
Desta forma objetivou-se com o presente trabalho quantificar a eficiecircncia
relativa na correccedilatildeo da acidez do solo de fraccedilotildees granulomeacutetricas de silicatos em
comparaccedilatildeo ao calcaacuterio
3
2 REVISAtildeO BIBLIOGRAFICA
21 Acidez do solo
Segundo Lopes e colaboradores (1990) a grande maioria dos solos brasileiros
principalmente os solos sob vegetaccedilatildeo de cerrado apresentam elevada acidez o que
prejudica o bom desenvolvimento das plantas Sousa e colaboradores (2007) relatam
que tal efeito pode estar associado agrave presenccedila de Al e Mn em concentraccedilotildees toacutexicas e
aos baixos teores dos macronutrientes Ca e Mg
A acidificaccedilatildeo do solo eacute um processo natural e sua intensidade depende de
fatores intriacutensecos do solo e das perturbaccedilotildees a que o sistema eacute submetido
(KAMINSKI RHEINHEIMER 2000)
Os solos poderatildeo ser naturalmente aacutecidos quando a rocha de origem apresentar
baixos teores de bases ou entatildeo mesmo apresentando altos teores de bases quando este
solo for submetido a intenso processo pedogeneacutetico Neste uacuteltimo caso destaca-se a
situaccedilatildeo de precipitaccedilatildeo pluvial intensa ao longo dos anos promovendo lixiviaccedilatildeo de
bases permanecendo no complexo de troca predominantemente os caacutetions hidrogecircnio e
alumiacutenio (FURTINI NETO et al 2001)
Aleacutem dos processos pedogeneacuteticos outros fatores tambeacutem contribuem para a
acidificaccedilatildeo do solo como as reaccedilotildees de hidroacutelise que ocorrem nas soluccedilotildees dos solos
a decomposiccedilatildeo de resiacuteduos orgacircnicos pelos microorganismos a accedilatildeo do homem
atraveacutes de adubaccedilotildees e sistemas de produccedilatildeo adotados e a proacutepria absorccedilatildeo de
nutrientes (MEURER 2006)
A acidez ativa do solo eacute definida como todo o hidrogecircnio (H+) presente na
soluccedilatildeo medida pelo potencial hidrogecircnio iocircnico (pH) O pH pode ser determinado com
um potenciocircmetro utilizando-se dois meacutetodos principais no primeiro utiliza-se uma
suspensatildeo de terra em aacutegua e no segundo em CaCl2 a 001 M (PLESE 2000)
A concentraccedilatildeo de H+ na soluccedilatildeo do solo avaliada pelo pH natildeo eacute na maioria
dos casos fator limitante para o crescimento e desenvolvimento das plantas desde que
haja suprimento adequado dos nutrientes e ausecircncia de elementos em concentraccedilotildees
toacutexicas Entretanto essa situaccedilatildeo natildeo ocorre naturalmente nos solos pois em condiccedilotildees
aacutecidas podem ocorrer iacuteons como o Al3+ e Mn2+ em teores toacutexicos para as plantas
Outros aspectos importantes associados agrave elevada acidez satildeo a alteraccedilatildeo na
4
disponibilidade de nutrientes e a interferecircncia na atividade microbiana (SOUSA et al
2007)
22 Correccedilatildeo da acidez do solo
Em funccedilatildeo dos fatores negativos da acidez do solo para a produccedilatildeo agriacutecola
torna-se necessaacuteria a sua correccedilatildeo atraveacutes da calagem maneira mais faacutecil e econocircmica
para se corrigir a acidez do solo nos primeiros 20 cm deste Furtini Neto e
colaboradores (2001) destacam como principais benefiacutecios da calagem
Diminuiccedilatildeo da toxidez por Al3+ e Mn2+
Aumento da mineralizaccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica consequentemente aumentando
a disponibilidade de nutrientes principalmente nitrogecircnio enxofre foacutesforo e
boro
Aumento na disponibilidade de caacutelcio e magneacutesio por adiccedilatildeo direta ao solo
Aumento na disponibilidade de foacutesforo e molibdecircnio presentes em formas
fixadas e de menor disponibilidade no solo aacutecido
Aumento da fixaccedilatildeo natildeo-simbioacutetica e simbioacutetica de nitrogecircnio
Aumento da CTC do solo reduzindo os problemas de salinidade e de lixiviaccedilatildeo
de caacutetions
Aumento da eficiecircncia da adubaccedilatildeo
Aumento da preservaccedilatildeo de aacutereas de floresta ou de aacutereas menos vocacionadas
para a agricultura em face da necessidade de menor aacuterea para obter a mesma
produccedilatildeo
Segundo Sousa e Lobato (2004) para solos de Cerrado a produtividade de gratildeos
das culturas de sequeiro (soja milho trigo e feijatildeo) aumenta com a saturaccedilatildeo por bases
ateacute 40 estabiliza entre os valores de 40 a 60 e diminui quando a saturaccedilatildeo por
bases eacute maior que 60 Neste uacuteltimo caso o pH em aacutegua do solo estaraacute maior que 63
o que ocasiona a reduccedilatildeo na disponibilidade de zinco cobre ferro e manganecircs
Diversos satildeo os meacutetodos para a determinaccedilatildeo da necessidade de calagem sem
haver uma definiccedilatildeo clara sobre qual o melhor deles Fundamentalmente os caacutelculos
tem-se baseado nos seguintes meacutetodos meacutetodo da curva de incubaccedilatildeo de CaCO3
meacutetodo baseado no teor de alumiacutenio trocaacutevel (CATE 1965 CATANI ALONSO
1969) meacutetodo baseado no decreacutescimo de pH de soluccedilotildees-tampatildeo SMP (SHOEMAKER
5
et al 1961) meacutetodo baseado na saturaccedilatildeo por bases (RAIJ 1981) meacutetodo baseado no
pH e mateacuteria orgacircnica (DEFELIPO et al 1982 ALVAREZ V 1996) e meacutetodo para
neutralizar a acidez trocaacutevel e elevar os teores de Ca e Mg trocaacuteveis (ALVAREZ V
RIBEIRO 1999)
Independente do meacutetodo adotado eacute de extrema importacircncia que a determinaccedilatildeo
da necessidade de calagem seja adequada pois o excesso de aplicaccedilatildeo de um corretivo
pode trazer diversos impactos negativos como a induccedilatildeo a deficiecircncias de ferro e
manganecircs (LOPES 1989)
23 Caracteriacutesticas dos corretivos de acidez
Todo material utilizado para corrigir a acidez do solo conteacutem componentes
neutralizantes como carbonatos oacutexidos hidroacutexidos e silicatos Os componentes
neutralizantes nestes materiais natildeo satildeo os caacutetions Ca2+ e Mg2+ mas sim os acircnions CO3-2
OH- SiO32- (PLESE 2000)
A qualidade de um calcaacuterio eacute dada pela combinaccedilatildeo de seus atributos quiacutemicos e
fiacutesicos O atributo quiacutemico representado pelo poder de neutralizaccedilatildeo depende do tipo e
teor de neutralizantes no corretivo O fiacutesico representado pela eficiecircncia relativa
depende da natureza geoloacutegica da rocha calcaacuteria e do grau de moagem a que foi
submetida (KURIHARA et al 1999)
A avaliaccedilatildeo quiacutemica dos corretivos de acidez consta das seguintes
determinaccedilotildees poder de neutralizaccedilatildeo (PN) e teores de Ca e Mg (ALCARDE
RODELLA 1996)
A avaliaccedilatildeo fiacutesica dos corretivos de acidez eacute determinada pela sua composiccedilatildeo
granulomeacutetrica empregando-se as peneiras nordm 10 20 e 50 segundo a Associaccedilatildeo
Brasileira de Normas Teacutecnicas - ABNT Para cada uma das fraccedilotildees granulomeacutetricas
produto retido na peneira ABNT 10 produto passante na peneira ABNT 10 e retido na
peneira ABNT 20 produto passante na peneira ABNT 20 e retido na peneira ABNT 50
e produto passante na peneira ABNT 50 satildeo atribuiacutedos os seguintes valores de
reatividade 0 20 60 e 100 respectivamente A partir dos resultados da
composiccedilatildeo granulomeacutetrica calcula-se a reatividade (RE) ou eficiecircncia relativa (ER) do
calcaacuterio de acordo com a equaccedilatildeo abaixo (ALCARDE RODELLA 1996)
RE = F10-20 x 02 + F20-50 x 06 + Fgt50 x 1
6
Onde
F10-20= percentual de produto que passa pela peneira nordm10 e fica retido na peneira
nordm20 F20-50 = percentual de produto que passa pela peneira nordm20 e fica retido na
peneira nordm50 e Fgt50 = percentual de produto que passa pela peneira nordm50
Estes paracircmetros de reatividade satildeo adotados no Brasil de acordo com o que a
legislaccedilatildeo prevecirc para todos os corretivos independente de sua origem Segundo Prado e
colaboradores (2001) ainda natildeo existe uma legislaccedilatildeo especiacutefica para silicatos de
caacutelcio sendo estes incluiacutedos na legislaccedilatildeo de calcaacuterios com algumas adaptaccedilotildees
Alcarde e colaboradores (1989) avaliando a reatividade de calcaacuterios de
diferentes origens na correccedilatildeo da acidez do solo constataram eficiecircncia relativa acima
de 80 para partiacuteculas de tamanho inferior a 03 mm (peneira gt 50 ABNT) entre 39 e
65 para partiacuteculas entre 03 e 084 mm (produto passante na peneira 20 ABNT e retido
na peneira 50 ABNT) e eficiecircncia entre 6 e 27 para partiacuteculas entre 084 e 20 mm
(produto passante na peneira 10 ABNT e retido na peneira 20 ABNT)
Bellingieri (1983) avaliando a eficiecircncia de fraccedilotildees granulomeacutetricas de calcaacuterios
em laboratoacuterio em solos com controle de umidade em 30 encontrou valores de
eficiecircncia relativa de 74 376 767 e 100 respectivamente para corretivos nas
fraccedilotildees granulomeacutetricas passantes na peneira ABNT 5 e retiros na peneira ABNT 10
passantes na peneira 10 e retidos na peneira ABNT 30 passantes na peneira ABNT 30 e
retidos na peneira ABNT 50 e produtos passantes na peneira ABNT 50
Segundo Kurihara e colaboradores (1999) a origem da rocha calcaacuteria interfere
na ER do corretivo com destaque para os materiais de origem sedimentar que
apresentam elevada friabilidade possibilitando que torrotildees do material sejam facilmente
desagregados com pequena pressatildeo entre os dedos da matildeo de maneira que apoacutes sua
extraccedilatildeo da jazida esse calcaacuterio natildeo necessita passar por um processo de moagem como
os de natureza metamoacuterfica Entretanto ao se efetuar a anaacutelise granulomeacutetrica verifica-
se que estes torrotildees natildeo passam pelo conjunto de peneiras durante a agitaccedilatildeo mecacircnica
subestimando a real capacidade do material em se solubilizar no solo
Bellingieri e colaboradores (1992) avaliando a reatividade de um calcaacuterio
dolomiacutetico e calcaacuterio dolomiacutetico calcinado durante dois anos agriacutecolas relataram que o
calcaacuterio calcinado apresentou maior reatividade no primeiro ano agriacutecola bem como as
fraccedilotildees granulomeacutetricas mais finas proporcionaram maior reatividade no primeiro ano
do trabalho fato que foi amenizado no segundo ano agriacutecola em que a reatividade dos
7
calcaacuterios tenderam a se igualar e a granulometria mais grosseira tambeacutem compensou a
menor reatividade obtida no primeiro ano
Plese (2000) avaliando o efeito da umidade do solo entre o intervalo de 0 a 80
da capacidade de campo na reatividade das fraccedilotildees granulomeacutetricas de um calcaacuterio
observou que quanto mais altos os valores de umidade do solo mais favoraacutevel era para
a reaccedilatildeo do corretivo no solo Para solos mantidos a 80 da capacidade de campo a
frequecircncia de molhamento teve pouca influecircncia na reatividade
A combinaccedilatildeo das caracteriacutesticas quiacutemicas e fiacutesicas do corretivo
respectivamente PN expresso em equivalente de carbonato de caacutelcio e ER originam o
Poder Relativo de Neutralizaccedilatildeo Total (PRNT) variaacutevel esta utilizada para a definiccedilatildeo
da dose a ser utilizada (BELINGIERI et al 1988)
24 Silicatos de Caacutelcio
Segundo Prado e colaboradores (2001) para minimizar os problemas quiacutemicos
dos solos do Brasil uma maneira seria mediante a correccedilatildeo da acidez do solo pelo uso
de escoacuterias de siderurgia um resiacuteduo da induacutestria do accedilo e ferro-gusa constituiacutedo
quimicamente de silicato de caacutelcio (CaSiO3)
Segundo Malavolta (1981) de maneira simplificada a escoacuteria de siderurgia
pode ser definida como sendo obtida atraveacutes da siacutelica do mineacuterio de ferro que reage com
o caacutelcio do calcaacuterio em alto forno Este processo envolvendo altas temperaturas
seguindo de um raacutepido resfriamento difere do processo de produccedilatildeo de calcaacuterio
(moagem de rochas calcaacuterias) o que pode originar materiais de alta solubilidade
consequentemente elevando sua eficiecircncia relativa
Os silicatos de caacutelcio e magneacutesio apresentam como principais benefiacutecios o
aumento na disponibilidade do Si a elevaccedilatildeo do pH o aumento do Ca e Mg trocaacuteveis
no solo a reduccedilatildeo de toxicidade do Fe Mn e Al para as plantas e o aumento na
disponibilidade de P no solo (KORNDOumlRFER et al 2003)
Segundo Alcarde (1992) a accedilatildeo neutralizante dos silicatos de caacutelcio e magneacutesio
no solo pode ser explicada com as seguintes equaccedilotildees
Ca(Mg)SiO3 + H2O
Ca+2(Mg+2) + SiO3-2
SiO3-2 + H2O HSiO3
- + OH-
HSiO3- + H2O H2SiO3 + OH-
H2SiO3 + H2O H4SiO4
8
Dentre os silicatos as fontes mais abundantes e baratas satildeo as escoacuterias
sideruacutergicas originadas do processamento em altas temperaturas geralmente acima de
1400 ordmC da reaccedilatildeo do calcaacuterio com a siacutelica presente no mineacuterio de ferro
(KORNDOumlRFER et al 2003)
As principais caracteriacutesticas que devem ser avaliadas na escolha de uma fonte de
siliacutecio para a agricultura satildeo solubilidade disponibilidade as propriedades fiacutesicas a
concentraccedilatildeo de elementos contaminantes e a relaccedilatildeo custo benefiacutecio (GASCHO
2001)
25 Efeitos do Si na agricultura
A utilizaccedilatildeo de macronutrientes nitrogecircnio (N) foacutesforo (P) potaacutessio (K) caacutelcio
(Ca) magneacutesio (Mg) e enxofre (S) e de micronutrientes boro (B) cloro (Cl) cobre
(Cu) ferro (Fe) manganecircs (Mn) molibdecircnio (Mo) niacutequel (Ni) e zinco (Zn) eacute
considerada como essencial para se alcanccedilar resultados satisfatoacuterios na produccedilatildeo
agriacutecola Poreacutem em determinadas condiccedilotildees de solo e cultivo existem elementos
chamados de natildeo-essenciais como o siliacutecio (Si) que pode promover diversos processos
fisioloacutegicos desejaacuteveis para as plantas e por consequecircncia aumentar a produtividade
(KORNDOumlRFER LEPSCH 2001)
A comprovaccedilatildeo da essencialidade do siliacutecio eacute muito difiacutecil de ser obtida devido
a sua abundacircncia na biosfera Estaacute presente em quantidades significativas mesmo em
sais aacutegua e ar (WERNER ROTH 1983)
As plantas absorvem siliacutecio diretamente da soluccedilatildeo do solo sendo este
transportado ateacute as raiacutezes principalmente via fluxo de massa (DAYANADAM et al
1983)
Balastra e colaboradores (1989) relatam que o Si apoacutes absorvido eacute transportado
pelo xilema e depositado na parede celular na forma de siacutelica amorfa hidratada ou opala
biogecircnica (SiO2nH2O) Uma vez alocado o Si torna-se imoacutevel e natildeo mais se redistribui
na planta
Marschner (1995) classifica as plantas de acordo com o seu teor de SiO2 na
mateacuteria seca da parte aeacuterea em trecircs grupos I ) acumuladoras com teores de Si de 10 a
15 II) intermediaacuterias com teores de Si de 1 a 3 III) natildeo acumuladoras com teores
na ordem de 05 Myake e Takahashi (1983) relatam que as gramiacuteneas satildeo
9
acumuladoras tiacutepicas reduzindo de forma raacutepida a concentraccedilatildeo de Si na soluccedilatildeo do
solo
Entre as plantas que mais extraem Si destacam-se o arroz e a cana-de-accediluacutecar
Ma e Takahashi (2002) relatam que as plantas de arroz possuem mecanismos
especiacuteficos de absorccedilatildeo de Si em que as proteiacutenas de membranas satildeo produzidas por
expressatildeo do gene especiacutefico Uma seacuterie de autores demonstram que o siliacutecio reduz a
severidade de vaacuterias doenccedilas de importacircncia econocircmica na cultura do arroz tais como a
brusone mancha parda escaldadura entre outras (KORNDOumlRFER DATNOFF 1995)
Natildeo apenas na reduccedilatildeo da severidade de doenccedilas como tambeacutem na reduccedilatildeo do
ataque de pragas pode-se observar grandes efeitos da aplicaccedilatildeo de Si Yoshida (1975)
citado por Barbosa Filho e colaboradores (2000) relata que a silicificaccedilatildeo da epiderme
previne a penetraccedilatildeo e a mastigaccedilatildeo pelos insetos porque as ceacutelulas ficam mais
endurecidas Segundo revisatildeo feita pelos mesmos autores diversos insetos sofreram
impactos com a aplicaccedilatildeo de Si como larvas da broca de colo trips e cigarrinha parda
que respectivamente tiveram mandiacutebulas danificadas inibiccedilatildeo na atividade e reduccedilatildeo
da populaccedilatildeo
O siliacutecio aparece na cana-de-accediluacutecar em altas concentraccedilotildees podendo variar
desde 014 em folhas jovens ateacute 67 nos colmos e folhas velhas No Havaiacute as folhas
contendo menos de 05 de siliacutecio satildeo frequentemente afetadas por um sintoma
denominado freckling A causa deste sintoma eacute ainda bastante controvertida poreacutem a
maioria dos pesquisadores atribuem agrave falta de Si e a desequiliacutebrios nutricionais O
aparecimento da ferrugem na cana-de-accediluacutecar (Puccinia melanocephala) pode estar
relacionado com o referido sintoma O sintoma eacute mais severo nas folhas mais velhas e a
aacuterea fotossinteacutetica eacute normalmente fortemente atingida (KORNDOumlRFER DATNOFF
1995)
Natildeo apenas em relaccedilatildeo aos fitopatoacutegenos mas quanto ao ataque de pragas
principalmente a broca do colmo e cigarrinha poderiam ser diminuiacutedas nas cultivares
acumuladoras de Si Outros efeitos do Si na cana-de-accediluacutecar estatildeo relacionados agrave maior
resistecircncia ao acamamento e alteraccedilotildees na arquitetura da planta deixando as folhas mais
eretas e em consequecircncia disso mais eficientes quanto agrave capacidade de aproveitamento
da luz solar e de realizaccedilatildeo da fotossiacutentese (KORNDOumlRFER et al 2002)
10
3 MATERIAL E MEacuteTODOS
31 Local do experimento
O experimento foi desenvolvido na Central de Fertilidade do Solo da
Faculdade de Ciecircncias Agraacuterias do Centro Universitaacuterio de Patos de Minas (UNIPAM)
no municiacutepio de Patos de Minas ndash MG onde os solos foram armazenados durante o
periacuteodo de incubaccedilatildeo de 30 e 90 dias de 8 de julho agrave 6 de outubro de 2008
32 Solos utilizados nas unidades experimentais
O experimento foi realizado em quatro classes de solo de diferentes texturas
sendo arenoso meacutedio argiloso e muito argiloso Os solos foram coletados do horizonte
B para natildeo haver interferecircncia da mateacuteria orgacircnica e posteriormente foram secos ao ar
ateacute atingirem massa constante Em seguida peneirados em malha de 2 mm e realizada a
anaacutelise quiacutemica e fiacutesica seguindo a metodologia descrita pelo Programa
Interlaboratorial de controle de qualidade de anaacutelise de solo (2005) exceto para o teor
de Si no solo que seguiu a metodologia descrita por Korndoumlrfer et al (2004) Os
resultados satildeo apresentados na Tabela 1
11
Tabela 1 Caracterizaccedilatildeo quiacutemica e fiacutesica dos solos utilizados no experimento
SOLOS Atributo Unidade Muito
argiloso Argiloso Meacutedio Arenoso
Latossolo Vermelho Acifeacuterrico
Tiacutepico
Latossolo Vermelho Perfeacuterrico
Tiacutepico
Latossolo Vermelho
Distrofeacuterrico Tiacutepico
Latossolo Amarelo
Distroacutefico Psamiacutetico
Si mg dm-3 59 50 87 29
P (Mehlich 1) mg dm-3 00 07 10 01
K mg dm-3 364 40 226 89
Ca cmolc dm-3
02 02 04 02
Mg cmolc dm-3
06 02 05 01
H + Al cmolc dm-3
37 60 39 34
pH (em H2O)
51 53 47 45
Al cmolc dm-3
01 01 04 05
CTC (e) cmolc dm-3
09 05 14 08
CTC (T) cmolc dm-3
46 64 49 37
SB cmolc dm-3
08 04 10 03
V 185 64 200 82
Cu mg dm-3 02 13 09 03
Zn mg dm-3 01 01 01 01
Argila 74 45 30 14
Silte 12 36 16 1
Areia 14 19 54 85
Metodologia P K Cu Zn (Mehlich 1 HCl 005 M + H2SO4 00125 M) Ca Mg Al (KCl 1 M) H+Al (soluccedilatildeo tampatildeo ndash SMP a pH 75) pH (em aacutegua) anaacutelise textural (meacutetodo da pipeta)
Realizou-se a determinaccedilatildeo da densidade das amostras dos quatro solos (Tabela
2) pelo meacutetodo da proveta descrita pela Embrapa (1997) Este meacutetodo eacute uma
alternativa para experimentos em vasos onde amostras de solo satildeo desagregadas para
preencher os vasos compondo a unidade experimental
12
Tabela 2 Densidade das amostras dos solos utilizados no experimento
Solos Densidade
g cm-3
Muito Argiloso 096
Argiloso 130
Meacutedio 125
Arenoso 135
Com os resultados da anaacutelise quiacutemica dos solos foi determinada a necessidade
de calagem pelo meacutetodo da saturaccedilatildeo por bases descrito por Raij e colaboradores
(1996) com o objetivo de elevaacute-la agrave 60 (Tabela 3)
Tabela 3 Necessidade de calagem em equivalente de CaCO3 com 100 de PRNT para amostras dos solos utilizados no experimento considerando as respectivas densidades das amostras dos solos
Solos Unidade
Muito Argiloso Argiloso Meacutedio Arenoso
Mg ha-1 189 343 056 191
mg vaso-1 27114 66795 10587 38735
33 Corretivos utilizados
Foram utilizadas trecircs fontes de silicatos originados de diferentes escoacuterias de
siderurgia sendo estes Agrosiliacutecio Silifeacutertil e Holcim por serem os mais
representativos quanto ao uso na agricultura como corretivos agriacutecolas Estes foram
comparados com um calcaacuterio comercial de origem sedimentar e com o carbonato de
caacutelcio pa padratildeo para estudos de eficiecircncia relativa de corretivos (Tabela 4)
Tabela 4 Teores de caacutelcio magneacutesio e siliacutecio dos corretivos utilizados
Corretivo CaO () MgO () SiO2 ()
Agrosiliacutecio 39 10 23
Silifeacutertil 38 8 22
Holcim 25 7 43
Calcaacuterio 30 20 0
Carbonato de caacutelcio 56 0 0
13
Para a caracterizaccedilatildeo dos corretivos quanto a sua superfiacutecie especiacutefica foi
realizada a anaacutelise da superfiacutecie especiacutefica pela equipe do Laboratoacuterio de
Hidrometalurgia da Universidade Federal de Ouro Preto utilizando-se o meacutetodo de
determinaccedilatildeo por gases descrito por Brunauer e colaboradores (1938) (Tabela 5)
Tabela 5 Superfiacutecie especifica e volume total de poros dos corretivos de acidez do solo
Corretivo Superfiacutecie Especiacutefica Volume total de poros
m2 g-1 cm3 g-1
Agrosiliacutecio 1175 00482
Silifeacutertil 066 00023
Holcim 038 00006
Calcaacuterio 091 00039
Fonte Universidade Federal de Ouro Preto (Laboratoacuterio de Hidrometalurgia)
Todos os corretivos foram submetidos agrave uniformizaccedilatildeo de umidade atraveacutes de
secagem em estufa com circulaccedilatildeo forccedilada de ar a 105 ordmC por um periacuteodo de setenta e
duas horas
Apoacutes esta etapa os silicatos foram submetidos agrave separaccedilatildeo nas seguintes
fraccedilotildees granulomeacutetricas atraveacutes de agitador mecacircnico por 5 minutos seguindo a
metodologia oficial (Veras et al 2007) fracionando os corretivos nas seguintes classes
partiacuteculas maiores que 200 mm (fraccedilatildeo do corretivo retido na peneira ABNT 10 ndash 10
mesh) partiacuteculas entre 084 e 200 mm (fraccedilatildeo do corretivo passante na peneira ABNT
10 e retido na peneira ABNT 20 ndash 20 mesh) partiacuteculas entre 030 e 084 (fraccedilatildeo do
corretivo passante na peneira ABNT 20 e retido na peneira ABNT 50 ndash 50 mesh) e
partiacuteculas com dimensatildeo inferior agrave 030 mm (fraccedilatildeo do corretivo passante na peneira
ABNT 50) (Figura 1)
14
(a) (b)
Figura 1 Mesa agitadora (a) e peneiras utilizadas para a separaccedilatildeo dos corretivos nas diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas (b)
A definiccedilatildeo das fraccedilotildees granulomeacutetricas avaliadas acompanhou os criteacuterios
atualmente adotados na legislaccedilatildeo para calcaacuterio aleacutem do fato de natildeo se justificar o uso
de silicatos em fraccedilatildeo granulomeacutetrica mais fina do que as jaacute comumente utilizadas para
calcaacuterio em funccedilatildeo da maior abrasividade das escoacuterias de siderurgia (PRADO et al
2001) o que tecnicamente dificulta a accedilatildeo dos moinhos brasileiros tornando a moagem
para a obtenccedilatildeo de partiacuteculas muito finas economicamente inviaacutevel
Apoacutes a separaccedilatildeo das fraccedilotildees granulomeacutetricas os corretivos foram submetidos
agrave determinaccedilatildeo do poder de neutralizaccedilatildeo (PN) pelo meacutetodo da titulaccedilatildeo que consiste
em colocar em contato uma massa conhecida do corretivo com uma quantidade
conhecida e em excesso de aacutecido padronizado fazendo com que o corretivo neutralize
uma parte do aacutecido O excesso de aacutecido eacute quantificado por alcalimetria obtendo-se
indiretamente a quantidade de aacutecido que foi neutralizado pelo corretivo seguindo o
procedimento descrito a seguir (BRASIL 1983)
Pesou-se 1000 g da amostra secada moiacuteda e passada em peneira de 03 mm
dos corretivos (Figura 2 a) e transferiu-se o material para erlenmeyer de 250 mL no
qual adicionou-se 50 mL da soluccedilatildeo de HCl 05 M padronizada O erlenmeyer foi
coberto com vidro de reloacutegio e a soluccedilatildeo foi fervida suavemente por 5 minutos (Figura
2 b) Apoacutes esta etapa a soluccedilatildeo foi esfriada transferida para balatildeo de 100 mL que teve
seu volume completado com aacutegua destilada e deixou-se decantar (Figura 2 c) Pipetou-
se 50 mL da soluccedilatildeo que foi transferida para erlenmeyer de 125 mL no qual se
acrescentou trecircs gotas de soluccedilatildeo de fenolftaleina (indicador) A soluccedilatildeo aacutecida foi
titulada com soluccedilatildeo padronizada de NaOH 025 M ateacute o aparecimento de uma leve cor
rosada do indicador (Figura 2 d) anotou-se o volume gasto e a partir deste valor
15
calculou-se o poder de neutralizaccedilatildeo do corretivo em de CaCO3 equivalente pela
expressatildeo
PN = 10 (25M1-V2M2) onde G
M1 = concentraccedilatildeo molar da soluccedilatildeo de HCl
V2 = volume em mL da soluccedilatildeo de NaOH gasto na titulaccedilatildeo
M2 = concentraccedilatildeo molar da soluccedilatildeo de NaOH
G = massa inicial da amostra em gramas
(a) (b)
(c) (d)
Figura 2 Ilustraccedilotildees dos processos laboratoriais para determinaccedilatildeo do PN em amostras
dos materiais corretivos desde a pesagem (a) a fervura da soluccedilatildeo contendo a amostra
do corretivo e HCl (b) a soluccedilatildeo transferida para balatildeo volumeacutetrico de 100 mL em
descanso para decantaccedilatildeo (c) e a titulaccedilatildeo ateacute o aparecimento da coloraccedilatildeo rosada (d)
Para os silicatos em funccedilatildeo de sua constituiccedilatildeo quiacutemica a visualizaccedilatildeo da
coloraccedilatildeo rosada foi dificultada pelo escurecimento da soluccedilatildeo (coloraccedilatildeo esverdeada)
sendo necessaacuteria a utilizaccedilatildeo do meacutetodo potenciomeacutetrico em que o excesso de HCl da
soluccedilatildeo eacute neutralizado por NaOH ateacute atingir pH 70
Foram encontrados valores distintos de poder de neutralizaccedilatildeo para cada um dos
corretivos (Tabela 6)
16
Tabela 6 Poder de neutralizaccedilatildeo dos materiais corretivos de acidez do solo utilizados
no experimento
Corretivos Poder de Neutralizaccedilatildeo ()
Agrosiliacutecio 859
Silifeacutertil 778
Holcim 740
Calcaacuterio 1131
CaCO3 1041
Com base nos valores do poder de neutralizaccedilatildeo encontrados para cada um dos
corretivos e de acordo com as necessidades de calagem encontrados para cada solo
foram calculadas as doses de cada corretivo a serem aplicadas nos vasos preenchidos
com 300 g de amostras dos solos (Tabela 7)
Tabela 7 Quantidade de corretivo calculada para atingir 60 de saturaccedilatildeo por bases
para cada um dos solos experimentais
SOLOS
Corretivos
Muito Argiloso
Argiloso Meacutedia Arenoso
---------------------------------- mg por vaso ------------------------------------
Agrosiliacutecio 3189 7775 1232 4509
Silifeacutertil 3487 8589 1361 4981
Holcim 3666 9031 1431 5239
Calcaacuterio 2397 5906 936 3425
CaCO3 2605 6416 1012 3721
Em funccedilatildeo da dose dos corretivos utilizados em cada solo (Tabela 5) e da
concentraccedilatildeo de SiO2 em cada um dos silicatos foram calculadas as doses de Si
fornecidas por cada silicato para o respectivo solo (Tabela 8)
17
Tabela 8 Dose de Si fornecida por cada um dos silicatos em cada solo experimental SOLOS
Corretivos Concentraccedilatildeo
de Si Muito Argiloso
Argiloso Meacutedia Arenoso
--------------------------- mg por vaso -----------------------
Agrosiliacutecio
107 341 832 132 482
Silifeacutertil 103 359 885 140 513 Holcim 203 744 1833 290 1064
34 Tratamentos e delineamento experimental
Foram conduzidos quatro experimentos sendo cada um em uma classe
textural de solo em delineamento inteiramente casualizado A anaacutelise de variacircncia foi
baseada num arranjo fatorial 4x4 com quatro corretivos de acidez (trecircs silicatos de
caacutelcio Agrosiliacutecio Silifeacutertil e Holcim e um calcaacuterio) e quatro fraccedilotildees granulomeacutetricas
(entre 5 e 10 mesh partiacuteculas entre 2 e 4 mm entre 10 e 20 mesh partiacuteculas entre 084
e 2 mm entre 20 e 50 mesh partiacuteculas entre 03 e 084 mm e maior que 50 mesh
partiacuteculas menores que 03 mm) com quatro repeticcedilotildees
Aleacutem dos tratamentos acima foi realizada a incubaccedilatildeo com CaCO3 (reagente
pa) corretivo padratildeo para comparaccedilatildeo da eficiecircncia relativa na correccedilatildeo da acidez do
solo sendo este utilizado em cinco diferentes doses testemunha 50 100 150 e
200 em relaccedilatildeo agrave dose recomendada para a correccedilatildeo da acidez do solo para atingir
60 de saturaccedilatildeo por bases (Tabela 3)
34 Conduccedilatildeo do experimento
As parcelas experimentais constituiacuteram-se de recipientes plaacutesticos de 500 mL
nos quais foram adicionados 300 g de solo e as devidas quantidades dos corretivos que
posteriormente foram incubados em recipientes abertos por trinta e noventa dias em
laboratoacuterio sem exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo solar direta e a intensas variaccedilotildees de temperatura
(Figura 3 a b)
Durante o periacuteodo de incubaccedilatildeo os solos foram irrigados com aacutegua destilada
para a manutenccedilatildeo da umidade a 80 da capacidade de campo (Figura 3 c)
Apoacutes 30 e 90 dias de incubaccedilatildeo fraccedilotildees de 50 g de cada uma das amostras
foram retiradas e colocadas para secar ao ar (Figura 3 d)
18
(a) (b)
(c) (d)
Figura 3 Pesagem dos corretivos (a) adiccedilatildeo dos corretivos nos recipientes plaacutesticos
contendo as amostras dos solos (b) irrigaccedilatildeo das amostras dos solos (c) e incubaccedilatildeo em
laboratoacuterio por 30 e 90 dias (d)
35 Determinaccedilatildeo do pH do solo apoacutes a incubaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo da eficiecircncia relativa
Para a caracterizaccedilatildeo da correccedilatildeo da acidez do solo foi determinado o pH em
CaCl2 em cada unidade experimental Esta variaacutevel de cada fraccedilatildeo granulomeacutetrica dos
silicatos de caacutelcio foi confrontada com os valores obtidos atraveacutes da curva de incubaccedilatildeo
do CaCO3 (reagente pa)
A anaacutelise do pH foi realizada seguindo a metodologia descrita pelo Programa
Interlaboratorial de controle de qualidade de anaacutelise de solo (2005) em que se colocou
10 cm3 de TFSA num frasco de 50 mL e adicionou-se 25 mL de CaCl2 2H2O 001 M
(1469 g L-1) deixando em contato por quinze minutos Posteriormente agitou-se a
amostra em agitador horizontal por dez minutos a 200 rpm Apoacutes esta etapa a soluccedilatildeo
foi mantida em repouso por sessenta minutos Na sequecircncia sem agitar novamente a
amostra foi realizada a leitura em potenciocircmetro devidamente calibrado com soluccedilotildees-
padratildeo de pH 40 e 70
Os valores de pH obtidos por cada fraccedilatildeo granulomeacutetrica de cada um dos
corretivos foram confrontados com os valores de pH obtidos na curva de incubaccedilatildeo de
CaCO3 obtendo-se os valores de equivalente em CaCO3 aos 90 dias
19
Os valores de eficiecircncia relativa foram ajustados em relaccedilatildeo aos resultados
obtidos por cada corretivo na fraccedilatildeo granulomeacutetrica inferior agrave 03 mm (gt 50 mesh)
atribuindo-se a esta fraccedilatildeo mais fina o iacutendice de 100 seguindo a metodologia adotada
por Bellingieri (1983)
36 Avaliaccedilatildeo do teor de Si no solo apoacutes a incubaccedilatildeo
Para a avaliaccedilatildeo do teor de Si no solo disponibilizado por cada uma das fontes
nas fraccedilotildees granulomeacutetricas foram realizadas as anaacutelises no Laboratoacuterio de Anaacutelise de
Fertilizantes da Universidade Federal de Uberlacircndia utilizando o extrator cloreto de
caacutelcio 001 M de acordo com a metodologia descrita por Korndoumlrfer e colaboradores
(2004) em que apoacutes o contato de 10 g da amostra do solo com 100 mL da soluccedilatildeo
extratora os mesmos foram submetidos a um agitador horizontal orbital por 1 hora na
frequumlecircncia de 50 rpm Apoacutes este procedimento as amostras ficaram em repouso por 15
minutos para decantar e a suspensatildeo foi filtrada e ficando sob novo repouso por 12
horas Entatildeo pipetou-se 10 mL do extrato de cada amostra acrescentando-se 1 mL de
soluccedilatildeo sulfo-moliacutebdica Decorridos 10 minutos acrescentou-se 2 mL de soluccedilatildeo de
aacutecido tartaacuterico 200 mg L-1 e apoacutes 5 minutos adicionou-se 10 mL da soluccedilatildeo de aacutecido
ascoacuterbico Apoacutes 1 hora foi realizada a leitura em espectofotocircmetro UV-visiacutevel no
comprimento de onda de 660 nanocircmetros Em funccedilatildeo do fator de diluiccedilatildeo o valor de
leitura foi multiplicado por 10 para se chegar no teor de Si do solo em mg dm-3
37 Anaacutelise estatiacutestica
Os resultados referentes ao pH em CaCl2 encontrados em funccedilatildeo das doses de
CaCO3 foram submetidos agrave anaacutelise de variacircncia e posterior ajuste ao modelo de
regressatildeo mais adequado para cada solo dentro dos dois periacuteodos de incubaccedilatildeo
utilizando o software estatiacutestico Sisvar desenvolvido por Ferreira (1999)
Os dados referentes ao pH em CaCl2 e ao teor de Si no solo encontrados em
funccedilatildeo dos corretivos (silicatos e calcaacuterio) em cada fraccedilatildeo granulomeacutetrica foram
submetidos agrave anaacutelise de variacircncia e suas meacutedias foram comparadas pelo teste de Scott-
Knott (1974) a 5 de probabilidade quanto agrave variaccedilatildeo dos corretivos dentro de cada
fraccedilatildeo granulomeacutetrica e quanto agrave variaccedilatildeo das fraccedilotildees granulomeacutetricas dentro dos
corretivos
20
4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
41 Variaccedilotildees no pH aos 30 dias de incubaccedilatildeo
Em relaccedilatildeo agrave variaacutevel pH em CaCl2 houve efeito significativo das doses de
CaCO3 para os quatro solos analisados o que possibilitou o ajuste de modelos de
regressatildeo (Figura 4)
Para os valores de pH em CaCl2 em funccedilatildeo do corretivo e fraccedilatildeo granulomeacutetrica
utilizados a anaacutelise de variacircncia tambeacutem permitiu constatar efeito significativo
inclusive para a interaccedilatildeo entre estes fatores (Tabela 9) Em geral quanto menor a
fraccedilatildeo granulomeacutetrica maior o pH do solo resultado este que concorda com o trabalho
realizado anteriormente por Alcarde e colaboradores (1989)
Novais e colaboradores (1993) tambeacutem descreveram que a granulometria mais
fina das escoacuterias de siderurgia permitiu maior reatividade tanto em solos arenosos
quanto em solos argilosos
(a)
y = -03764x2 + 13644x + 49458
R2 = 099
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(b)
y = -07093x2 + 24251x + 50564
R2 = 097
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(c)
y = 0492x + 3941
R2 = 094
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(d)
y = -1075x2 + 37825x + 39585
R2 = 099
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalnete CaCO3
pH e
m C
aCl 2
Significativo a 5 de probabilidade pelo teste f Figura 4 Valores do pH em CaCl2 em funccedilatildeo da dose equivalente de CaCO3 aplicada ao solo apoacutes 30 dias de incubaccedilatildeo nos solos muito argiloso (a) argiloso (b) meacutedio (c) arenoso (d)
21
Para os solos muito argiloso argiloso e arenoso pode-se observar que com as
doses de CaCO3 dentro do limite de 0 a 200 em relaccedilatildeo agrave recomendaccedilatildeo para atingir
60 de saturaccedilatildeo por bases o pH em CaCl2 aumentou significativamente de maneira
quadraacutetica Entretanto observou-se para o solo de textura meacutedia um ajuste linear Este
efeito pode ser atribuiacutedo ao fato das doses do corretivo utilizado natildeo terem sido
suficientes para atingir a faixa de estabilidade
Atraveacutes da amplitude de variaccedilatildeo nos valores de pH em funccedilatildeo do acreacutescimo
nas doses de CaCO3 pode-se observar o maior efeito tampatildeo dos solos muito argiloso e
argiloso em relaccedilatildeo ao solo arenoso e de textura meacutedia informaccedilatildeo esta que corrobora
aos relatos de Furtini e colaboradores (2001) O poder tampatildeo do solo eacute a resistecircncia
que o solo oferece a mudanccedila de pH Sousa e colaboradores (2007) exemplificando a
proporcionalidade dos diferentes tipos de acidez do solo relatam que a quantidade de
calcaacuterio necessaacuteria para neutralizar a acidez ativa pode chegar a quatorze mil setecentos
e vinte e trecircs vezes menor do que o necessaacuterio para a correccedilatildeo da acidez potencial do
solo o que evidencia a importacircncia do conhecimento do poder tampatildeo do solo para se
determinar a dose do corretivo
Pode-se observar que os resultados de pH em CaCl2 em funccedilatildeo dos corretivos e
das fraccedilotildees granulomeacutetricas para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso
submetidos a 30 dias de incubaccedilatildeo ocorreram de forma que quanto menor a
granulometria do corretivo maior foi o aumento no valor de pH encontrado nos solos
(Tabela 9)
22
Tabela 9 Valores de pH em CaCl2 em funccedilatildeo do corretivo de solo utilizado na dose
referente agrave elevaccedilatildeo da saturaccedilatildeo por bases para 60 e da fraccedilatildeo granulomeacutetrica apoacutes
30 dias de incubaccedilatildeo para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso
Peneira ABNT (mesh) Corretivo
5 - 10 10 - 20 20 ndash 50 gt 50 Meacutedia Solo muito argiloso
Agrosiliacutecio 51
Ac
51
Ac
57
Ab
59
Aa
55 Silifeacutertil 49
Ad
53
Ac
56
Ab
60
Aa
54 Holcim 50
Ab
49
Bb
49
Cb
53
Ca
50 Calcaacuterio 49
Ac
50
Bc
54
Bb
57
Ba
53 Meacutedia 50
51
54
57
53 Solo argiloso
Agrosiliacutecio
51
Ac
53
Ac
61
Ab
65
Aa
57 Silifeacutertil 53
Ac
52
Ac
59
Ab
66
Aa
57 Holcim 51
Ab
51
Ab
51
Cb
55
Ba
52 Calcaacuterio 51
Ac
52
Ac
56
Bb
65
Aa
56
51
52
56
63
56 Solo meacutedio
Agrosiliacutecio
40
Ac
41
Ac
41
Ab
43
Aa
41 Silifeacutertil 40
Ab
40
Ab
41
Aa
42
Ca
41 Holcim 40
Ab
40
Ab
40
Bb
41
Ca
40 Calcaacuterio 40
Ab
41
Ab
41
Bb
42
Ba
41 Meacutedia 40
40
41
42
41 Solo arenoso
Agrosiliacutecio
40
Ac
43
Ac
55
Ab
63
Aa
50 Silifeacutertil 40
Ac
42
Ac
52
Bb
65
Aa
50 Holcim 40
Ab
41
Ab
42
Cb
50
Ba
43 Calcaacuterio 40
Ac
40
Ac
50
Bb
63
Aa
48 Meacutedia 40
42
49
60
48 Letras maiuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na coluna e letras minuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na linha (Scott-Knott a 5)
No solo muito argiloso o Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil proporcionaram a maior
elevaccedilatildeo do pH do solo em relaccedilatildeo aos demais corretivos em todas as faixas
granulomeacutetricas passantes na peneira de 10 mesh ou seja quando a granulometria foi
inferior a 2 mm em fraccedilotildees maiores que esta o efeito do corretivo foi muito pequeno
natildeo havendo diferenccedila entre os corretivos (Tabela 9)
Para os demais solos os corretivos natildeo apresentaram diferenccedilas quanto ao
aumento provocado no pH do solo quando aplicados em granulometria acima de 084
mm ou seja produtos retidos na peneira de 10 mesh Para as granulometrias mais finas
23
os corretivos apresentaram diferenccedilas no aumento do pH ficando os solos que
receberam o silicato Holcim com os menores valores
De maneira geral para as granulometrias mais finas inferior a 084 mm
(passantes na peneira de 20 mesh) o Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil proporcionaram os
maiores incrementos em pH exceto para o produto mais fino gt 50 mesh no solo de
textura meacutedia e para o produto de granulometria entre 03 e 084 mm (ABNT 20 ndash 50)
no solo arenoso em que o Agrosiliacutecio obteve os melhores resultados (Tabela 9)
42 Variaccedilotildees no pH equivalente em CaCO3 e eficiecircncia relativa dos corretivos aos
90 dias de incubaccedilatildeo
Houve efeito significativo das doses de CaCO3 nos valores de pH em CaCl2 para
os quatro solos analisados o que possibilitou o ajuste de modelos polinomiais (Figura
5)
(a)
y = -01466x2 + 09457x + 49792
R2 = 085
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(b)
y = -05821x2 + 21998x + 49789
R2 = 098
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(c)
y = 04565x + 39275
R2 = 091
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(d)
y = -0865x2 + 34185x + 39925
R2 = 098
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
Significativo a 5 de probabilidade pelo teste f
Figura 5 Valores do pH em CaCl2 em funccedilatildeo da dose equivalente de CaCO3 aplicada ao solo apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo nos solos muito argiloso (a) argiloso (b) meacutedio (c) arenoso (d)
24
Para os solos muito argiloso argiloso e arenoso (Figura 5 a b d) como era de
se esperar as doses de CaCO3 dentro do limite de 0 a 200 em relaccedilatildeo agrave
recomendaccedilatildeo aumentaram significativamente e de forma quadraacutetica o pH em CaCl2
Acompanhando a tendecircncia observada apoacutes 30 dias de incubaccedilatildeo para o solo de
textura meacutedia verificou-se um ajuste linear para o aumento do valor de pH em CaCl2
em funccedilatildeo de doses de CaCO3 Este efeito pode ser atribuiacutedo ao fato das doses do
corretivo utilizado natildeo terem sido suficientes para atingir a faixa de estabilidade
Para as variaccedilotildees de pH em CaCl2 em funccedilatildeo do corretivo e fraccedilatildeo
granulomeacutetrica utilizados tambeacutem houve efeito significativo inclusive para a interaccedilatildeo
entre estes fatores (Tabela 10)
25
Tabela 10 Valores de pH em CaCl2 em funccedilatildeo do corretivo de solo utilizado na dose
referente agrave elevaccedilatildeo da saturaccedilatildeo por bases para 60 e da fraccedilatildeo granulomeacutetrica apoacutes
90 dias de incubaccedilatildeo para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso
Peneira ABNT (mesh) Corretivo
5 - 10 10 - 20 20 ndash 50 gt 50 Meacutedia Solo muito argiloso
Agrosiliacutecio 50
Ad
52
Ac
56
Ab
57
Aa
54 Silifeacutertil 50
Ac
51
Ac
55
Ab
58
Aa
53 Holcim 49
Ab
48
Cb
48
Bb
53
Ba
50 Calcaacuterio 49
Ac
50
Bc
55
Ab
57
Aa
53 Meacutedia 50
50
53
56
52 Solo argiloso
Agrosiliacutecio 52
Ab
53
Ab
61
Aa
62
Aa
57 Silifeacutertil 49
Cd
53
Ac
58
Bb
63
Aa
56 Holcim 50
Bb
50
Bb
51
Db
55
Ca
51 Calcaacuterio 51
Bd
52
Ac
56
Cb
62
Ba
55 Meacutedia 50
52
56
60
55 Solo meacutedio
Agrosiliacutecio 40
Ad
41
Ac
42
Ab
43
Aa
42 Silifeacutertil 41
Ac
41
Ac
42
Ab
43
Aa
42 Holcim 41
Ab
41
Ab
41
Cb
41
Ba
41 Calcaacuterio 40
Ab
41
Ab
41
Bb
43
Aa
41 Meacutedia 40
41
41
42
41 Solo arenoso
Agrosiliacutecio
40
Ac
44
Ab
59
Aa
61
Aa
51 Silifeacutertil 40
Ac
43
Ac
55
Ab
64
Aa
51 Holcim 39
Ab
40
Ab
42
Bb
48
Ba
43 Calcaacuterio 40
Ac
42
Ac
55
Ab
63
Aa
50 Meacutedia 40
42
53
59
49 Letras maiuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na coluna e letras minuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na linha (Scott-Knott a 5)
No solo muito argiloso e no solo arenoso o Agrosiliacutecio o Silifeacutertil e o calcaacuterio
proporcionaram maior elevaccedilatildeo no pH do solo em relaccedilatildeo ao Holcim nos corretivos
com granulometria inferior a 084 mm passantes na peneira de 20 mesh Quando se
comparam estes resultados com os obtidos aos 30 dias de incubaccedilatildeo observa-se a
inclusatildeo do calcaacuterio entre os corretivos com melhores resultados de aumento de pH no
solo muito argiloso Este fato demonstrou que para este solo os silicatos Agrosiliacutecio e
Silifeacutertil tiveram uma maior dissociaccedilatildeo aos 30 dias fato este que foi compensado pelo
calcaacuterio entre 30 e 90 dias de incubaccedilatildeo (Tabela 10)
26
Os valores de pH do solo argiloso apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo demonstraram que
o Agrosiliacutecio proporcionou os maiores valores de pH em todas as fraccedilotildees
granulomeacutetricas ficando este em igualdade com o Silifeacutertil na granulometria inferior a
03 mm (gt 50 mesh) e entre 08 mm e 20 mm (10 a 20 mesh) sendo que nesta uacuteltima
fraccedilatildeo granulomeacutetrica o calcaacuterio tambeacutem se igualou aos dois corretivos acima
mencionados (Tabela 10)
No solo de textura meacutedia as diferenccedilas ocorreram apenas nas fraccedilotildees
granulomeacutetricas inferiores a 08 mm (peneira de 20 mesh) com melhores resultados
atribuiacutedos ao Agrosiliacutecio Silifeacutertil e ao calcaacuterio na fraccedilatildeo mais fina (gt 50 mesh) e ao
Agrosiliacutecio e ao Silifeacutertil na fraccedilatildeo compreendida entre 03 e 084 mm (20 a 50 mesh)
Para o solo arenoso o Agrosiliacutecio o Silifeacutertil e o calcaacuterio proporcionaram
maiores valores de pH nas fraccedilotildees granulomeacutetricas inferiores a 084 mm enquanto que
nas fraccedilotildees mais grossas todos os corretivos tiveram o mesmo comportamento
Para todos os solos utilizados no experimento verificou-se que quanto menor a
dimensatildeo das partiacuteculas maiores satildeo os incrementos gerados nos valores de pH em
CaCl2 (Tabela 10) resultado este que concorda com trabalhos realizados anteriormente
por Bellingieri e colaboradores (1989)
Nas comparaccedilotildees entre os resultados dos valores de pH das amostras de solo
apoacutes 30 e 90 dias de incubaccedilatildeo os resultados praticamente se equivalem demonstrando
que 30 dias de incubaccedilatildeo foi um periacuteodo suficiente para a accedilatildeo dos corretivos
Com base nos incrementos verificados no pH das amostras dos solos pelos
corretivos de acidez em cada fraccedilatildeo granulomeacutetrica em relaccedilatildeo agraves curvas de incubaccedilatildeo
com CaCO3 calculou-se os valores de equivalente em CaCO3 para cada corretivo
dentro de cada fraccedilatildeo granulomeacutetrica com 90 dias de incubaccedilatildeo (Tabela 11)
27
Tabela 11 Equivalente em CaCO3 dos corretivos de acidez de diferentes fraccedilotildees
granulomeacutetricas aos 90 dias de incubaccedilatildeo
Peneiras ABNT (mesh)
Corretivos
5 ndash 10 10 - 20 20 - 50 gt 50 Meacutedia
--------------------------------------- -----------------------------------------
Agrosiliacutecio 9
Ac
24
Ab
64
Aa
77
Aa
43
Silifeacutertil 9
Ac
19
Ac
52
Ab
87
Aa
42 Calcaacuterio 8
Ac
13
Ac
33
Bb
79
Aa
33 Holcim 7
Ab
7
Ab
10
Cb
33
Ba
14 Meacutedia 8
16
39
69
33 Letras maiuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na coluna e letras minuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na linha (Scott-Knott a 5)
Os resultados de equivalente em CaCO3 apresentados para 90 dias de incubaccedilatildeo
(Tabela 11) demonstraram grande variaccedilatildeo para este atributo entre os corretivos de
acidez o que evidencia que natildeo apenas a granulometria mas tambeacutem a origem dos
corretivos exerce grande influecircncia na velocidade de correccedilatildeo da acidez do solo
Para as fraccedilotildees granulomeacutetrica mais grossas (lt 10 e 10 a 20 mesh) pode-se
observar que natildeo houve diferenccedila entre os corretivos jaacute na fraccedilatildeo mais fina (gt 50) o
silicato Holcim proporcionou menores valores de equivalente em CaCO3 em relaccedilatildeo as
demais fontes Na fraccedilatildeo granulomeacutetrica entre 20 e 50 (Tabela 11) verificou-se
diferenccedilas entre o equivalente em CaCO3 de silicatos e do calcaacuterio o que demonstrou o
fato de estarmos neste caso subestimando a reatividade dos silicatos Pode-se observar
que natildeo houve diferenccedilas entre os resultados obtidos com a aplicaccedilatildeo dos silicatos
Agrosiliacutecio e Silifeacutertil portanto sugere-se a elaboraccedilatildeo de novos paracircmetros para a
avaliaccedilatildeo de silicatos com origem de aciaria
Seguindo os criteacuterios adotados por Bellingieri (1983) de ajustar a eficiecircncia dos
corretivos atribuindo valores de 100 para as partiacuteculas passantes na peneira 50 ABNT
(partiacuteculas inferiores a 03 mm) determinou-se a eficiecircncia relativa de cada uma das
fraccedilotildees granulomeacutetricas dos corretivos permitindo a adoccedilatildeo de novos criteacuterios de
reatividade para os silicatos (Tabela 12)
28
Tabela 12 Eficiecircncias relativas em relaccedilatildeo agrave fraccedilatildeo granulomeacutetrica inferior a 03 mm
(peneira 50 mesh) dos corretivos de acidez em diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas aos
90 dias de incubaccedilatildeo
Peneiras ABNT (mesh)
Corretivos 5 - 10 10 - 20 20 - 50 gt 50 Meacutedia
------------------------------ -------------------------------
Agrosiliacutecio 12 33 85 100 58
Silifeacutertil 9 25 65 100 50
Holcim 16 17 27 100 40
Calcaacuterio 9 18 63 100 48
Meacutedia 12 23 60 100
Propotildee-se a adequaccedilatildeo da equaccedilatildeo atualmente adotada para a determinaccedilatildeo da
eficiecircncia relativa (reatividade) de silicatos de origem de aciaria para uso como
corretivo de acidez em funccedilatildeo das diferenccedilas encontradas em eficiecircncia relativa
apresentadas na Tabela 12 entre os silicatos de origem de escoacuteria de aciaria
(Agrosiliacutecio e Silifeacutertil) em relaccedilatildeo ao calcaacuterio ficando a mesma da seguinte forma
RE = F10-20 x 03 + F20-50 x 075 + Fgt50 x 1
Onde
F10-20= percentual de produto que passa pela peneira nordm10 e fica retido na
peneira nordm20 F20-50 = percentual de produto que passa pela peneira nordm20 e fica retido
na peneira nordm50 e F-50 = percentual de produto que passa pela peneira nordm50
Os valores de eficiecircncia relativa 12 em meacutedia para a fraccedilatildeo granulomeacutetrica
mais grosseira pode estar associado agrave presenccedila de micropartiacuteculas (poacute) aderidas ao
redor das partiacuteculas mais grossas (Tabela 12) jaacute que a separaccedilatildeo granulomeacutetrica seguiu
o meacutetodo oficial de separaccedilatildeo em peneiras a seco
29
43 Teor de siliacutecio no solo apoacutes 30 dias de incubaccedilatildeo
De maneira geral pode-se observar que o Agrosiliacutecio proporcionou maiores
incrementos de Si no solo obtendo no solo argiloso quando aplicado na fraccedilatildeo
granulomeacutetrica mais fina incremento de 10 mg dm-3 (Tabela 13)
Tabela 13 Teor de Si no solo em funccedilatildeo da fraccedilatildeo granulomeacutetrica e do corretivo utilizado para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso apoacutes 30 dias de incubaccedilatildeo
Peneiras ABNT (mesh) Corretivos 5 - 10 10 - 20 20 ndash 50 gt 50 Meacutedia
-------------------------------- Si (mg kg-1) -------------------------------------
Solo muito argiloso
Agrosiliacutecio 7
Aa
8
Aa
9
Aa
8
Aa
8 Silifeacutertil 7
Aa
7
Aa
7
Ba
7
Aa
7 Holcim 6
Aa
6
Aa
6
Ba
6
Ba
6 Calcaacuterio 7
Aa
6
Aa
5
Ba
5
Ba
6 Meacutedia 6
7
7
6
6
Solo argiloso
Agrosiliacutecio 6
Ad
10
Ac
14
Ab
15
Aa
11 Silifeacutertil 7
Ac
6
Bc
10
Bb
12
Ba
9 Holcim 6
Ab
5
Bb
6
Cb
9
Ca
7 Calcaacuterio 5
Ba
5
Ba
4
Da
2
Db
4 Meacutedia 6
6
8
10
8
Solo meacutedio
Agrosiliacutecio 10
Aa
10
Aa
10
Aa
10
Aa
10 Silifeacutertil 9
Aa
9
Aa
10
Aa
10
Aa
9 Holcim 8
Ba
9
Aa
9
Ba
10
Aa
9 Calcaacuterio 9
Ba
9
Aa
9
Ba
8
Bb
9 Meacutedia 9
9
9
9
9
Solo arenoso
Agrosiliacutecio 4
Ab
5
Ab
8
Aa
9
Aa
6 Silifeacutertil 3
Ac
5
Ab
7
Aa
7
Ba
6 Holcim 3
Ab
4
Aa
4
Ba
6
Ca
4 Calcaacuterio 3
Aa
3
Ba
3
Ca
2
Da
3 Meacutedia 3
4
6
6
5 Letras maiuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na coluna e letras minuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na linha (Scott-Knott a 5)
No solo muito argiloso as fraccedilotildees mais grossas dos corretivos com partiacuteculas
superiores a 084 mm (lt 20 mesh) natildeo apresentaram diferenccedilas quanto ao fornecimento
30
de Si ao solo poreacutem quando se avaliaram as fraccedilotildees mais finas observou-se maiores
valores de Si para o Agrosiliacutecio na fraccedilatildeo de 03 a 084 mm (20 a 50 mesh) e para o
Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil quando o corretivo foi aplicado na granulometria inferior a 03
mm (gt 50 mesh) estes resultados tambeacutem se repetiram no solo arenoso (Tabela 13)
Para o solo argiloso o Agrosiliacutecio foi o silicato que promoveu maiores valores
de Si no solo quando tambeacutem se avaliaram as fraccedilotildees granulomeacutetricas inferiores a 20
mm (gt 10 mesh) apenas para a fraccedilatildeo mais grossa maior que 20 mm o Agrosiliacutecio o
Silifeacutertil e o Holcim natildeo diferiram estatisticamente variando apenas em relaccedilatildeo ao
calcaacuterio que eacute o uacutenico corretivo avaliado que natildeo apresenta Si em sua constituiccedilatildeo
No solo de textura meacutedia o Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil proporcionaram a mesma
eficiecircncia no fornecimento de Si para o solo (fraccedilotildees 20 a 50 mesh e lt 10 mesh) na
fraccedilatildeo mais fina (gt 50 mesh) os trecircs silicatos avaliados resultaram nos mesmos valores
de Si no solo deferindo apenas do calcaacuterio jaacute na fraccedilatildeo entre 10 a 20 mesh todos os
corretivos proporcionaram o mesmo resultado
De maneira geral a granulometria natildeo resultou em diferenccedilas no fornecimento
de Si pelos silicatos exceto no solo argiloso em que se observa que quanto menor a
granulometria maior foi o teor de Si no solo (Tabela 13)
Ao se avaliar os efeitos do calcaacuterio em relaccedilatildeo ao teor de Si no solo pode-se
observar que quanto menor a fraccedilatildeo granulomeacutetrica do calcaacuterio menores os teores de Si
no solo Este fato pode estar associado a maior alteraccedilatildeo causada no pH do solo pelas
fraccedilotildees mais finas do calcaacuterio reduzindo assim sua disponibilidade de Si corroborando
aos dados de McKeague e Cline (1963) em que o aumento de pH de 6 para 9 reduziu
de 36 para 6 mg dm-3 a concentraccedilatildeo de Si soluacutevel
44 Teor de siliacutecio no solo apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo
De maneira geral pode-se observar que o Agrosiliacutecio promoveu maior
incremento de Si no solo apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo exceto para a fraccedilatildeo
granulomeacutetrica entre 20 a 50 mesh e no solo de textura meacutedia em que o Silifeacutertil e o
Holcim obtiveram resultados semelhantes ao Agrosiliacutecio (Tabela 14)
Quanto agraves fraccedilotildees granulomeacutetricas observou-se que quanto menor a fraccedilatildeo
granulomeacutetrica independente do silicato maior foi o fornecimento de Si ao solo
seguindo a tendecircncia encontrada por Oliveira e colaboradores (1994) em que escoacuterias
31
de alto forno com partiacuteculas menores que 03 mm foram mais eficientes no
fornecimento de Ca e Mg para o solo quando comparadas as fraccedilotildees mais grosseiras
Tabela 14 Teor de Si no solo em funccedilatildeo da fraccedilatildeo granulomeacutetrica e do corretivo
utilizado para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso apoacutes 90 dias de
incubaccedilatildeo
Peneiras ABNT (mesh) Corretivos 5 - 10 10 - 20 20 - 50 gt 50 Meacutedia
-------------------------------- Si (mg kg-1) --------------------------------------
Solo muito argiloso Agrosiliacutecio 8
Ab
9
Aa
9
Aa
9
Aa
9 Silifeacutertil 6
Bb
7
Bb
7
Ba
8
Ba
7 Holcim 7
Bb
7
Bb
6
Cb
8
Ba
7 Calcaacuterio 6
Ba
6
Ba
5
Db
5
Cb
6 Meacutedia 7
7
7
7
7 Solo argiloso
Agrosiliacutecio 7
Ac
11
Ab
13
Aa
13
Aa
11 Silifeacutertil 5
Bc
7
Bb
9
Ba
9
Ba
8 Holcim 6
Bb
5
Cb
6
Cb
9
Ba
7 Calcaacuterio 4
Ca
4
Da
4
Da
3
Cb
4 Meacutedia 5
7
8
9
7 Solo meacutedio
Agrosiliacutecio 10
Aa
11
Aa
10
Aa
11
Aa
11 Silifeacutertil 10
Ba
10
Ba
10
Aa
10
Ba
10 Holcim 10
Bb
10
Bb
10
Ab
11
Aa
10 Calcaacuterio 9
Ba
10
Ba
9
Bb
8
Cc
9 Meacutedia 10
10
10
10
10 Solo arenoso
Agrosiliacutecio 4
Ac
6
Ab
7
Aa
7
Aa
6 Silifeacutertil 3
Bc
4
Bb
6
Ba
6
Ba
5 Holcim 3
Bc
3
Cb
4
Cb
5
Ca
4 Calcaacuterio 2
Ca
2
Da
2
Da
2
Da
2 Meacutedia 3
4
5
5
4 Letras maiuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na coluna e letras minuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na linha (Scott-Knott a 5)
Para todos os solos analisados observou-se a seguinte sequecircncia para o teor de
Si Agrosiliacutecio gt Silifeacutertil gt Holcim gt Calcaacuterio Fato este que acompanha a tendecircncia
observada na avaliaccedilatildeo da reatividade na correccedilatildeo da acidez do solo exceto para o
calcaacuterio por natildeo apresentar Si em sua constituiccedilatildeo
32
Korndoumlrfer e colaboradores (2004) apresentaram a solubilidade de diferentes
silicatos evidenciando que o Agrosiliacutecio (escoacuteria de aciaria) apresentou maiores valores
de solubilidade em relaccedilatildeo aos valores obtidos pela escoacuteria de alto forno como o
Holcim com valores de 43 e 7 respectivamente Estas diferenccedilas em solubilidade
explicam os valores encontrados tanto na avaliaccedilatildeo aos 30 como aos 90 dias de
incubaccedilatildeo
Pereira e colaboradores (2004) em trabalho para a avaliaccedilatildeo da eficiecircncia de
fontes de Si para a cultura do arroz encontraram que a fonte que proporcionou mais
extraccedilatildeo de Si para os gratildeos foi a escoacuteria oriunda da produccedilatildeo de accedilo inox dado que
corrobora os resultados encontrados neste trabalho em que o Agrosiliacutecio (escoacuteria de
aciaria) apresentou maior disponibilizaccedilatildeo de Si para o solo
Nas comparaccedilotildees entre os resultados do teor de Si no solo apoacutes 30 e 90 dias de
incubaccedilatildeo os resultados praticamente se equivalem demonstrando que 30 dias foi um
periacuteodo suficiente para que os silicatos fornecessem Si
Comparando o teor de Si antes da aplicaccedilatildeo dos corretivos com o teor de Si no
solo apoacutes a aplicaccedilatildeo dos corretivos e apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo verificou-se
expressivo acreacutescimo no teor Si no solo ocasionado pelos silicatos principalmente para
o Agrosiliacutecio que incrementou na meacutedia entre as fraccedilotildees granulomeacutetricas 2 6 1 e 3 mg
dm-3 de Si nos solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso respectivamente O
Silifeacutertil tambeacutem forneceu Si ao solo elevando em 1 4 0 e 3 mg dm-3 o teor de Si nos
solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso respectivamente Jaacute o Holcim
apresentou incrementos de 0 2 0 e 1 mg dm-3 respectivamente para os solos muito
argiloso argiloso meacutedio e arenoso
33
5 CONCLUSOtildeES
Os silicatos Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil proporcionam maiores valores de eficiecircncia
relativa na correccedilatildeo da acidez do solo em comparaccedilatildeo ao calcaacuterio e ao silicato Holcim
na fraccedilatildeo granulomeacutetrica entre 030 e 084 mm
Quanto menor a fraccedilatildeo granulomeacutetrica do silicato maior eacute a eficiecircncia relativa
na correccedilatildeo da acidez do solo e maior eacute o fornecimento de Si para o solo
O Agrosiliacutecio apresenta melhores resultados no fornecimento de Si ao solo
seguido do Silifeacutertil e do Holcim
O periacuteodo de 30 dias em condiccedilotildees de umidade mantida agrave 80 da capacidade
de campo eacute um periacuteodo suficiente para a correccedilatildeo da acidez do solo e fornecimento de
Si pelos silicatos ao solo
34
6 REFEREcircNCIAS
ALCARDE JC PAULINO VT DERNARDIN J S Avaliaccedilatildeo da reatividade de corretivos da acidez do solo Revista Brasileira de Ciecircncia do Solo Campinas v 13 p 387-392 1989
ALCARDE JC Corretivos de acidez dos solos caracteriacutesticas e interpretaccedilotildees teacutecnicas Satildeo Paulo ANDA 1992 24p (Boletim Teacutecnico 6)
ALCARDE JC RODELLA AA Avaliaccedilatildeo quiacutemica de corretivos de acidez para fins agriacutecolas uma nova proposiccedilatildeo Scientia Agriacutecola Piracicaba v 53 n 2 ndash 3 1996
ALVAREZ V VH RIBEIRO AC Calagem In RIBEIRO AC GUIMARAtildeES PTG GUIMARAtildeES PTG ALVAREZ V VH (Ed) Recomendaccedilotildees para o uso de corretivos e fertilizantes em Minas Gerais ndash 5ordf Aproximaccedilatildeo Viccedilosa CFSEMG 1999 p 43-60
ALVAREZ V VH Correlaccedilatildeo e calibraccedilatildeo de meacutetodos de anaacutelise de solos In ALVAREZ V VH FONTES LEF FONTES MPF (Ed) O solo nos grandes domiacutenios morfoclimaacuteticos do Brasil e o desenvolvimento sustentado Viccedilosa Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo 1996 p 615-646
ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DOS PRODUTORES DE CALCAacuteRIO Calcaacuterio agriacutecola ndash Brasil consumo aparente por estado (1992 ndash 2006) Disponiacutevel em lthttpwwwcalcario-rscombrgt Acesso em 25 de novembro de 2008
BALASTRA MLFC PEREZ CM JULIANO BO VILLAREAL P Effects of siacutelica level on some properties of Oriza sativa straw and hull Canadian Journal of Botany Ottawa v 67 p 2356-2363 1989
BARBOSA FILHO MP SNYDER G H PRABHU A S DATNOFF L E KORNDOumlRFER G H Importacircncia do siliacutecio para a cultura do arroz Informaccedilotildees agronocircmicas v 89 p 1-8 2000
BELLINGIERI PA Avaliaccedilatildeo em laboratoacuterio da eficiecircncia de diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas de calcaacuterios agriacutecolas 1983 99f Tese (Doutorado) ndash Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Universidade de Satildeo Paulo Piracicaba 1983
BELLINGIERI PA ALCARDE JC amp SOUZA ECA Avaliaccedilatildeo da qualidade de calcaacuterios agriacutecolas atraveacutes do PRNT Anais da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Piracicaba v 45 n 2 p 579-588 1988
BELLINGIERI PA ALCARDE JC SOUZA ECA de Eficiecircncia relativa de diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas de calcaacuterios na neutralizaccedilatildeo da acidez dos solos avaliada em laboratoacuterio Anais da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Piracicaba v46 n2 1989 p 303-317
35
BELLINGIERI PA SOUZA ECA ALCARDE JC SHIKASHO HW Importacircncia da reatividade do calcaacuterio sobre a produccedilatildeo e algumas caracteriacutesticas da soja Scientia Agricola Piracicaba v 49 p 61-71 1992
BRASIL MAPA Laboratoacuterio Nacional de Referecircncia Vegetal Anaacutelise de corretivos fertilizantes e inoculantes Brasiacutelia 1983 104p
BRUNAUER S EMMETT P H TELLER E Adsorption of gases in multimolecular layers In Journal of the American Chemical Society New York v 60 p 309-19 1938
CATANI RA ALONSO O Avaliaccedilatildeo e exigecircncia de calcaacuterio do solo Anais da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Piracicaba v 26 p 141-156 1969
CATE R Sugestotildees para adubaccedilatildeo com base na anaacutelise de solos Raleigh North Caroline State University 1965 16p
DAYANADAM P KAUFMAN PB FRANKLIN CL Detection of siacutelica in plants American Journal of Botany Columbus v 70 p 1079-1084 1983
DEFELIPO BV BRAGA JM SPIES C Comparaccedilatildeo entre meacutetodos de determinaccedilatildeo da necessidade de calcaacuterio de solos de Minas Gerais Experientiae v 13 p 111-136 1982
EMBRAPA C N P S Manual de meacutetodos de anaacutelise de solo Rio de Janeiro 1997 212p
EPSTEIN E Silicon Annu Rev Plant Physiol Plant Molec Biol Palo Alto v 50 1999 p 641 - 664
FERREIRA DF SISVAR versatildeo 43 (Build 41) Lavras UFLADEX 1999 4 disquetes
FURTINI NETO A VALE FR RESENDE A V GUILHERME L R G GUEDES G A A Fertilidade do solo Lavras UFLAFAEPE 2001 252p
GASCHO G J Silicon sources for agriculture In DATNOFF L E SNYDER G H KORNDOumlRFER G H (Ed) Silicon in agriculture Amsterdan Elsevier 2001 cap 12 p 197-207
KAMINSKI J RHEINHEIMER DS A acidez do solo e a nutriccedilatildeo mineral de plantas In KAMINSKI J (Ed) Uso de corretivos da acidez do solo no plantio direto Pelotas SBCSNRS 2000 cap2 p 21 - 39
KORNDOumlRFER G H Elementos beneacuteficos In FERNANDES M S Nutriccedilatildeo mineral de plantas Viccedilosa Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo 2006 432p
36
KORNDOumlRFER G H DATNOFF L E Adubaccedilatildeo com siliacutecio uma alternativa no controle de doenccedilas da cana-de-accediluacutecar e do arroz Informaccedilotildees Agronocircmicas Piracicaba v 70 p 1-5 1995
KORNDOumlRFER G H PEREIRA H S CAMARGO M S Silicatos de caacutelcio e magneacutesio na agricultura 3 ed Uberlacircndia 2004 28 p (Boletim Teacutecnico n1)
KORNDOumlRFER G H PEREIRA H S NOLLA A Anaacutelise de siliacutecio solo planta e fertilizante 1 ed Uberlacircndia 2004 50 p (Boletim Teacutecnico n2)
KORNDOumlRFER G H PEREIRA H S CAMARGO M S Silicatos de caacutelcio e magneacutesio na agricultura 2 ed Uberlacircndia 2003 15 p (Boletim Teacutecnico n1)
KORNDOumlRFER G H PEREIRA H S CAMARGO M S Papel do siliacutecio na produccedilatildeo de cana-de-accediluacutecar STAB v 21 n 2 2002 4 p
KORNDOumlRFER G H LEPSCH I Effect of silicon on plant growth and crop yeld In DATNOFF L E SNYDER G H KORNDOumlRFER G H (Ed) Silicon in agriculture Amsterdan Elsevier 2001 p 133 ndash 147
KURIHARA CH MAEDA S HERNANI LC SILVA WM Eficiecircncia relativa de fraccedilotildees granulomeacutetricas de calcaacuterios sul-mato-grossenses Pesquisa Agropecuaacuteria Brasileira Brasiacutelia v34 n 8 p 1443 - 1449 1999
LOPES A S SILVA MC GUILHERME L R G Acidez do solo e calagem 3 ed Satildeo Paulo ANDA 1990 22 p (Boletim Teacutecnico 1)
LOPES A S Manual de fertilidade do solo Satildeo Paulo ANDAPOTAFOacuteS 1989 153p
MA JF TAKAHASHI E Soil fertilizer and plant silicon research in Japan Amosterdan Elsevier Science 2002 281 p
MALAVOLTA E Manual de quiacutemica agriacutecola adubos e adubaccedilatildeo Satildeo Paulo Agronocircmica Ceres 1981 608 p
MARSCHNER H Mineral nutrition of higher plants 2 ed LondresAcademic Press 1995 889p
MCKEAGUE J A CLINE M G Silica in soils Advances in Agronomy New York v 15n 3 p 339-397 1963
MEURER E J Fundamentos de quiacutemica do solo 3 ed Porto Alegre Evangraf 2006 285p
MIYAKE Y TAKAHASHI E Effect of silicon on the growth of cucumber plant in soil culture Soil Science Plant Nutrition Tokyo v 29 p 463-471 1983
37
NOVAIS R F BARROS N F LEITE F P TEIXEIRA J L LEAL P G L Eficiecircncia agronocircmica de escoacuterias de siderurgia Pains Viccedilosa Universidade Federal de Viccedilosa 1993
OLIVEIRA AC HAHNE H BARROS NF MORAIS EJ Uso de escoacuteria de alto forno como fonte de nutrientes na adubaccedilatildeo florestal In GUERRINI IA BELLOTE AFJ BUumlLL LT (Ed) Seminaacuterio sobre uso de resiacuteduos florestais e urbanos em florestas Botucatu Fundaccedilatildeo de Estudos e Pesquisas Agriacutecolas e Florestais 1994 p 77-96
PEREIRA HS KORNDOumlRFER GH VIDAL AA CAMARGO MS Silicon sources for rice crop Scientia Agriacutecola Piracicaba v 61 p 522-528 2004
PLESE L P M Efeito da umidade do solo na reatividade das fraccedilotildees granulomeacutetricas de um calcaacuterio 2000 49f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) ndash Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Universidade de Satildeo Paulo Piracicaba 2000
PRADO R M FERNANDES F M NATALE W Uso de escoacuteria de siderurgia no Brasil estudos na cultura da cana-de-accediluacutecar Jaboticabal Funep 2001 67p
PROGRAMA INTERLABORATORIAL DE CONTROLE DE QUALIDADE DE ANAacuteLISE DE SOLO Manual do laboratorista 2005 33p
RAIJ BV Avaliaccedilatildeo da fertilidade do solo Piracicaba Associaccedilatildeo Brasileira para Pesquisa da Potassa e do Fosfato 1981 142p
RAIJ B V CANTARELLA H QUAGGIO J A FURLANI A M C Recomendaccedilatildeo de adubaccedilatildeo e calagem para o estado de Satildeo Paulo Campinas IAC 1996 285p (IAC Boletim 100)
SCOTT AJ KNOTT MA A cluster analysis method for grouping means in the analysis of variance Biometrics Washington v 30 n 2 1974 p 507-512
SHOEMAKER HE MCCLEAN E PRATT PF Buffer methods for determining lime requirements of soil with appreciable amounts of extractable aluminium Soil Sci Soc Am Proc Madison v 25 p 274-277 1961
SOUSA D M G MIRANDA L N OLIVEIRA S A Acidez do solo e sua correccedilatildeo In NOVAIS R F ALVAREZ V V H BARROS N F FONTES R L F CANTARUTTI R B NEVES J C L Fertilidade do solo Viccedilosa Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo 2007 p 205 ndash 274
SOUSA D M G LOBATO E Cerrado correccedilatildeo do solo e adubaccedilatildeo Brasiacutelia Embrapa Informaccedilatildeo Tecnoloacutegica 2004 416p
VERAS M C M VIEIRA W TEIXEIRA L S M ALCARDE J C OLIVEIRA L B Manual de meacutetodos analiacuteticos oficiais para fertilizantes minerais orgacircnicos organominerais e corretivos 1 ed Brasiacutelia MAPA 2007 v 1
38
WERNER D ROTH R Siacutelica metabolism In LAUCHILI A BIELESKI RL (Ed) Encyclopedia of plant physiology New Series Berlin Springer-Velag 1983 v 15B p 682-694
- Parte inicial dissertaccedilatildeopdf
- RESUMOpdf
- Corpo da dissertaccedilatildeopdf
-
LISTA DE TABELAS
Paacutegina
1 Caracterizaccedilatildeo quiacutemica e fiacutesica dos solos utilizados no experimento 11 2 Densidade das amostras dos solos utilizados no experimento 12 3 Necessidade de calagem em equivalente de CaCO3 com 100 de PRNT
para amostras dos solos utilizados no experimento considerando as respectivas densidades das amostras dos solos 12
4 Teores de caacutelcio magneacutesio e siliacutecio dos corretivos utilizados 12 5 Superfiacutecie especifica e volume total de poros dos corretivos de acidez do
solo 13
6 Poder de neutralizaccedilatildeo dos materiais corretivos de acidez do solo utilizados no experimento 16
7 Quantidade de corretivo calculada para atingir 60 de saturaccedilatildeo por bases para cada um dos solos experimentais 16
8 Dose de Si fornecida por cada um dos silicatos em cada solo experimental 17
9 Valores de pH em CaCl2 em funccedilatildeo do corretivo de solo utilizado na dose referente agrave elevaccedilatildeo da saturaccedilatildeo por bases para 60 e da fraccedilatildeo granulomeacutetrica apoacutes 30 dias de incubaccedilatildeo para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso
22
10
Valores de pH em CaCl2 em funccedilatildeo do corretivo de solo utilizado na dose referente agrave elevaccedilatildeo da saturaccedilatildeo por bases para 60 e da fraccedilatildeo granulomeacutetrica apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso 24
11
Eficiecircncias relativas em relaccedilatildeo ao CaCO3 dos corretivos de acidez de diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas aos 90 dias de incubaccedilatildeo 26
12
Eficiecircncias relativas em relaccedilatildeo agrave fraccedilatildeo granulomeacutetrica inferior a 03 mm (peneira 50 ABNT) dos corretivos de acidez em diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas aos 90 dias de incubaccedilatildeo 27
13
Teor de Si no solo em funccedilatildeo da fraccedilatildeo granulomeacutetrica e do corretivo utilizado para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso apoacutes 30 dias de incubaccedilatildeo 28
14
Teor de Si no solo em funccedilatildeo da fraccedilatildeo granulomeacutetrica e do corretivo utilizado para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo
30
i
RESUMO
PRADA NETO ITHAMAR Eficiecircncia relativa de diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas de silicatos na correccedilatildeo da acidez do solo 2009 38f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em AgronomiaSolos) ndash Universidade Federal de Uberlacircndia Uberlacircndia1
Os silicatos satildeo produtos que podem ser utilizados natildeo apenas para o fornecimento de siliacutecio como tambeacutem para a correccedilatildeo da acidez do solo Nos corretivos agriacutecolas os principais fatores que devem ser avaliados satildeo o poder de neutralizaccedilatildeo e a reatividade que juntos compotildee o poder relativo de neutralizaccedilatildeo total fator determinante para a definiccedilatildeo da dose a ser empregada na agricultura Atualmente os silicatos estatildeo sendo avaliados quanto a sua capacidade de correccedilatildeo do solo com os mesmos criteacuterios utilizados para o calcaacuterio mesmo apresentando origens e processos de produccedilatildeo muito distintos Com o presente trabalho objetivou-se quantificar a reatividade para cada fraccedilatildeo granulomeacutetrica de diferentes silicatos O experimento foi desenvolvido no Centro Universitaacuterio de Patos de Minas em Patos de Minas MG utilizando-se trecircs silicatos (Agrosiliacutecio Silifeacutertil e Holcim) e um calcaacuterio comercial em quatro fraccedilotildees granulomeacutetricas separados pelas peneiras lt 10 mesh 10 a 20 mesh 20 a 50 mesh e gt 50 mesh em quatro solos com as seguintes classes granulomeacutetricas muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso com quatro repeticcedilotildees Os corretivos foram aplicados e misturados nos vasos contendo 300g de amostras de solos os quais foram submetidos agrave incubaccedilatildeo por trinta e noventa dias com solos mantidos a 80 da capacidade de campo Para a obtenccedilatildeo dos valores de equivalente em carbonato de caacutelcio foram submetidos tambeacutem a incubaccedilatildeo dos solos com carbonato de caacutelcio em doses crescentes Apoacutes os periacuteodos de incubaccedilatildeo foram realizadas anaacutelises de pH em CaCl2 e do teor de Si no solo em CaCl2 Os dados foram submetidos a anaacutelise de variacircncia e tiveram suas meacutedias comparadas pelo teste de Scott-Knott agrave 5 de probabilidade Os resultados obtidos mostraram que quanto menor a fraccedilatildeo granulomeacutetrica maior a eficiecircncia relativa dos corretivos (calcaacuterio e silicatos) na elevaccedilatildeo do pH do solo Quanto aos resultados dos corretivos os silicatos Agrosiliacutecio e Silifeacutertil se destacaram o que demonstrou que com os meacutetodos atualmente empregados estatildeo subestimando a reatividade destes produtos principalmente na fraccedilatildeo compreendida entre as peneiras de 20 e 50 mesh O Holcim se mostrou menos eficiente que o calcaacuterio quanto a correccedilatildeo da acidez do solo fato este que pode estar associado a alguma diferenccedila no processo de produccedilatildeo do produto em relaccedilatildeo aos demais silicatos Quanto ao fornecimento de siliacutecio para o solo a mesma tendecircncia foi mantida com superioridade para as fraccedilotildees granulomeacutetricas mais finas Desta forma novos paracircmetros precisam ser colocados em praacutetica para a determinaccedilatildeo da reatividade dos silicatos
Palavras-chave Escoacuteria de siderurgia Siliacutecio Corretivos agriacutecolas Fertilidade do solo
1 Orientador Prof Dr Gaspar Henrique Korndoumlrfer ndash UFU
ii
ABSTRACT
PRADA NETO ITHAMAR Relative efficiency of different size fractions of silicate in correcting the soil acidity 2009 38p Dissertation (Masters Degree in AgronomySoils Science) ndash Federal University of Uberlacircndia Uberlacircndia2
The silicates are products that might be used not just for silicon supply but also for correction of soil acidity The main factors that must be evaluated for agricultural correctives are neutralization power and reactivity which combined form the relative power of total neutralization a determinant factor for the definition of the dose to be used in agriculture Currently the silicates have been evaluated for their ability to correct the soil with the same criteria used for lime despite presenting very different origin and production processes This study quantified the reactivity for each size fraction of different silicates The experiment was conducted at the University of Patos de Minas in Patos de Minas MG using three silicates (Agrosiliacutecio Silifeacutertil and Holcim) and a commercial lime in four size fractions separated by sieves lt10 mesh 10 to 20 mesh 20 to 50 mesh and gt 50 mesh in four soils very clayey clayey loamy and sandy medium texture with four replications The correctives were applied and mixed in pots containing 300g of soil samples which were subjected to incubation for thirty to ninety days at 80 field capacity Soils that received calcium carbonate in increasing doses were also incubated to obtain the values of the equivalent in calcium carbonate After the incubation periods analyses of pH in CaCl2 and the Si content of the soil in CaCl2 were done Data were submitted to analysis of variance and means were compared by their Scott-Knott test at 5 probability The results showed that the smaller the fraction size the greater the relative efficiency of the corrective (lime and silicates) in raising the soil pH The results of the silicates Agrosiliacutecio and Silifeacutertil were outstanding showing that the methods currently employed are underestimating the reactivity of these products mainly in the fraction between 20 and 50 mesh Holcim was less efficient than lime in correcting soil acidity a fact that may be associated with differences in the production process in relation to the other silicates The same trend was maintained for silicon supply to the soil with superiority for the smaller size fractions Thus new parameters need to be put into practice for determining the reactivity of silicates
Keywords Silicate slag Silicon Agricultural correctives soil fertility
2 Supervisor Prof Dr Gaspar Henrique Korndoumlrfer ndash UFU
1
1 INTRODUCcedilAtildeO
A maioria dos solos brasileiros sobretudo aqueles sob vegetaccedilatildeo de cerrado
apresenta limitaccedilotildees quanto ao estabelecimento e desenvolvimento das principais
culturas em decorrecircncia dos efeitos da acidez do solo
Neste cenaacuterio a correccedilatildeo da acidez do solo se apresenta com papel fundamental
para a obtenccedilatildeo de resultados agronocircmicos e econocircmicos positivos na agricultura Nos
uacuteltimos anos o consumo brasileiro de calcaacuterio vem oscilando na ordem de 16 a 27
milhotildees de toneladas por ano segundo informaccedilotildees da Associaccedilatildeo Brasileira dos
Produtores de Calcaacuterio Agriacutecola (2008)
Natildeo apenas os calcaacuterios mas tambeacutem os silicatos apresentam bom potencial
para utilizaccedilatildeo como corretivos de acidez com o benefiacutecio de aleacutem de corrigir a acidez
do solo e fornecer caacutelcio e magneacutesio e tambeacutem o siliacutecio elemento que desperta grande
interesse da comunidade cientiacutefica e do setor agriacutecola atualmente por trazer uma seacuterie
de benefiacutecios para algumas culturas
Os principais paracircmetros que orientam o uso dos corretivos satildeo os valores de
poder de neutralizaccedilatildeo reatividade e poder relativo de neutralizaccedilatildeo total sendo este
uacuteltimo resultante da combinaccedilatildeo dos anteriores Tais paracircmetros satildeo fundamentais para
a definiccedilatildeo de doses eficiecircncia agrocircnomica e efeito residual
A avaliaccedilatildeo do poder de neutralizaccedilatildeo (PN) consiste na anaacutelise quiacutemica do poder
corretivo do material ou seja a capacidade do corretivo em neutralizar o hidrogecircnio
Esta avaliaccedilatildeo eacute feita atraveacutes da adiccedilatildeo de HCl em uma amostra de calcaacuterio e na
posterior identificaccedilatildeo na quantidade de HCl consumida o que reflete o poder de
neutralizaccedilatildeo do material
A reatividade (RE) se refere agrave velocidade de reaccedilatildeo do corretivo no solo e esta
velocidade de reaccedilatildeo estaacute associada com a superfiacutecie de contato do material Quando se
analisa a reatividade de um corretivo se considera apenas o tamanho de partiacuteculas
desconsiderando suas caracteriacutesticas intriacutensecas de superfiacutecie especiacutefica como a
porosidade e forma das partiacuteculas A porosidade e a forma das partiacuteculas diferem muito
em funccedilatildeo da origem do corretivo Os silicatos oriundos de escoacuterias de siderurgia
apresentam em geral e para um mesmo tamanho de partiacutecula uma superfiacutecie especiacutefica
e porosidade bem maiores do que as partiacuteculas de um corretivo oriundo de uma rocha
calcaacuteria
2
Estas caracteriacutesticas certamente podem afetar a reatividade de um corretivo e
atualmente satildeo totalmente ignoradas no meacutetodo de determinaccedilatildeo da reatividade Existe
a hipoacutetese de que a determinaccedilatildeo da reatividade de materiais silicatados oriundos de
escoacuterias esteja sendo subestimada quando comparada aos calcaacuterios em geral
Desta forma objetivou-se com o presente trabalho quantificar a eficiecircncia
relativa na correccedilatildeo da acidez do solo de fraccedilotildees granulomeacutetricas de silicatos em
comparaccedilatildeo ao calcaacuterio
3
2 REVISAtildeO BIBLIOGRAFICA
21 Acidez do solo
Segundo Lopes e colaboradores (1990) a grande maioria dos solos brasileiros
principalmente os solos sob vegetaccedilatildeo de cerrado apresentam elevada acidez o que
prejudica o bom desenvolvimento das plantas Sousa e colaboradores (2007) relatam
que tal efeito pode estar associado agrave presenccedila de Al e Mn em concentraccedilotildees toacutexicas e
aos baixos teores dos macronutrientes Ca e Mg
A acidificaccedilatildeo do solo eacute um processo natural e sua intensidade depende de
fatores intriacutensecos do solo e das perturbaccedilotildees a que o sistema eacute submetido
(KAMINSKI RHEINHEIMER 2000)
Os solos poderatildeo ser naturalmente aacutecidos quando a rocha de origem apresentar
baixos teores de bases ou entatildeo mesmo apresentando altos teores de bases quando este
solo for submetido a intenso processo pedogeneacutetico Neste uacuteltimo caso destaca-se a
situaccedilatildeo de precipitaccedilatildeo pluvial intensa ao longo dos anos promovendo lixiviaccedilatildeo de
bases permanecendo no complexo de troca predominantemente os caacutetions hidrogecircnio e
alumiacutenio (FURTINI NETO et al 2001)
Aleacutem dos processos pedogeneacuteticos outros fatores tambeacutem contribuem para a
acidificaccedilatildeo do solo como as reaccedilotildees de hidroacutelise que ocorrem nas soluccedilotildees dos solos
a decomposiccedilatildeo de resiacuteduos orgacircnicos pelos microorganismos a accedilatildeo do homem
atraveacutes de adubaccedilotildees e sistemas de produccedilatildeo adotados e a proacutepria absorccedilatildeo de
nutrientes (MEURER 2006)
A acidez ativa do solo eacute definida como todo o hidrogecircnio (H+) presente na
soluccedilatildeo medida pelo potencial hidrogecircnio iocircnico (pH) O pH pode ser determinado com
um potenciocircmetro utilizando-se dois meacutetodos principais no primeiro utiliza-se uma
suspensatildeo de terra em aacutegua e no segundo em CaCl2 a 001 M (PLESE 2000)
A concentraccedilatildeo de H+ na soluccedilatildeo do solo avaliada pelo pH natildeo eacute na maioria
dos casos fator limitante para o crescimento e desenvolvimento das plantas desde que
haja suprimento adequado dos nutrientes e ausecircncia de elementos em concentraccedilotildees
toacutexicas Entretanto essa situaccedilatildeo natildeo ocorre naturalmente nos solos pois em condiccedilotildees
aacutecidas podem ocorrer iacuteons como o Al3+ e Mn2+ em teores toacutexicos para as plantas
Outros aspectos importantes associados agrave elevada acidez satildeo a alteraccedilatildeo na
4
disponibilidade de nutrientes e a interferecircncia na atividade microbiana (SOUSA et al
2007)
22 Correccedilatildeo da acidez do solo
Em funccedilatildeo dos fatores negativos da acidez do solo para a produccedilatildeo agriacutecola
torna-se necessaacuteria a sua correccedilatildeo atraveacutes da calagem maneira mais faacutecil e econocircmica
para se corrigir a acidez do solo nos primeiros 20 cm deste Furtini Neto e
colaboradores (2001) destacam como principais benefiacutecios da calagem
Diminuiccedilatildeo da toxidez por Al3+ e Mn2+
Aumento da mineralizaccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica consequentemente aumentando
a disponibilidade de nutrientes principalmente nitrogecircnio enxofre foacutesforo e
boro
Aumento na disponibilidade de caacutelcio e magneacutesio por adiccedilatildeo direta ao solo
Aumento na disponibilidade de foacutesforo e molibdecircnio presentes em formas
fixadas e de menor disponibilidade no solo aacutecido
Aumento da fixaccedilatildeo natildeo-simbioacutetica e simbioacutetica de nitrogecircnio
Aumento da CTC do solo reduzindo os problemas de salinidade e de lixiviaccedilatildeo
de caacutetions
Aumento da eficiecircncia da adubaccedilatildeo
Aumento da preservaccedilatildeo de aacutereas de floresta ou de aacutereas menos vocacionadas
para a agricultura em face da necessidade de menor aacuterea para obter a mesma
produccedilatildeo
Segundo Sousa e Lobato (2004) para solos de Cerrado a produtividade de gratildeos
das culturas de sequeiro (soja milho trigo e feijatildeo) aumenta com a saturaccedilatildeo por bases
ateacute 40 estabiliza entre os valores de 40 a 60 e diminui quando a saturaccedilatildeo por
bases eacute maior que 60 Neste uacuteltimo caso o pH em aacutegua do solo estaraacute maior que 63
o que ocasiona a reduccedilatildeo na disponibilidade de zinco cobre ferro e manganecircs
Diversos satildeo os meacutetodos para a determinaccedilatildeo da necessidade de calagem sem
haver uma definiccedilatildeo clara sobre qual o melhor deles Fundamentalmente os caacutelculos
tem-se baseado nos seguintes meacutetodos meacutetodo da curva de incubaccedilatildeo de CaCO3
meacutetodo baseado no teor de alumiacutenio trocaacutevel (CATE 1965 CATANI ALONSO
1969) meacutetodo baseado no decreacutescimo de pH de soluccedilotildees-tampatildeo SMP (SHOEMAKER
5
et al 1961) meacutetodo baseado na saturaccedilatildeo por bases (RAIJ 1981) meacutetodo baseado no
pH e mateacuteria orgacircnica (DEFELIPO et al 1982 ALVAREZ V 1996) e meacutetodo para
neutralizar a acidez trocaacutevel e elevar os teores de Ca e Mg trocaacuteveis (ALVAREZ V
RIBEIRO 1999)
Independente do meacutetodo adotado eacute de extrema importacircncia que a determinaccedilatildeo
da necessidade de calagem seja adequada pois o excesso de aplicaccedilatildeo de um corretivo
pode trazer diversos impactos negativos como a induccedilatildeo a deficiecircncias de ferro e
manganecircs (LOPES 1989)
23 Caracteriacutesticas dos corretivos de acidez
Todo material utilizado para corrigir a acidez do solo conteacutem componentes
neutralizantes como carbonatos oacutexidos hidroacutexidos e silicatos Os componentes
neutralizantes nestes materiais natildeo satildeo os caacutetions Ca2+ e Mg2+ mas sim os acircnions CO3-2
OH- SiO32- (PLESE 2000)
A qualidade de um calcaacuterio eacute dada pela combinaccedilatildeo de seus atributos quiacutemicos e
fiacutesicos O atributo quiacutemico representado pelo poder de neutralizaccedilatildeo depende do tipo e
teor de neutralizantes no corretivo O fiacutesico representado pela eficiecircncia relativa
depende da natureza geoloacutegica da rocha calcaacuteria e do grau de moagem a que foi
submetida (KURIHARA et al 1999)
A avaliaccedilatildeo quiacutemica dos corretivos de acidez consta das seguintes
determinaccedilotildees poder de neutralizaccedilatildeo (PN) e teores de Ca e Mg (ALCARDE
RODELLA 1996)
A avaliaccedilatildeo fiacutesica dos corretivos de acidez eacute determinada pela sua composiccedilatildeo
granulomeacutetrica empregando-se as peneiras nordm 10 20 e 50 segundo a Associaccedilatildeo
Brasileira de Normas Teacutecnicas - ABNT Para cada uma das fraccedilotildees granulomeacutetricas
produto retido na peneira ABNT 10 produto passante na peneira ABNT 10 e retido na
peneira ABNT 20 produto passante na peneira ABNT 20 e retido na peneira ABNT 50
e produto passante na peneira ABNT 50 satildeo atribuiacutedos os seguintes valores de
reatividade 0 20 60 e 100 respectivamente A partir dos resultados da
composiccedilatildeo granulomeacutetrica calcula-se a reatividade (RE) ou eficiecircncia relativa (ER) do
calcaacuterio de acordo com a equaccedilatildeo abaixo (ALCARDE RODELLA 1996)
RE = F10-20 x 02 + F20-50 x 06 + Fgt50 x 1
6
Onde
F10-20= percentual de produto que passa pela peneira nordm10 e fica retido na peneira
nordm20 F20-50 = percentual de produto que passa pela peneira nordm20 e fica retido na
peneira nordm50 e Fgt50 = percentual de produto que passa pela peneira nordm50
Estes paracircmetros de reatividade satildeo adotados no Brasil de acordo com o que a
legislaccedilatildeo prevecirc para todos os corretivos independente de sua origem Segundo Prado e
colaboradores (2001) ainda natildeo existe uma legislaccedilatildeo especiacutefica para silicatos de
caacutelcio sendo estes incluiacutedos na legislaccedilatildeo de calcaacuterios com algumas adaptaccedilotildees
Alcarde e colaboradores (1989) avaliando a reatividade de calcaacuterios de
diferentes origens na correccedilatildeo da acidez do solo constataram eficiecircncia relativa acima
de 80 para partiacuteculas de tamanho inferior a 03 mm (peneira gt 50 ABNT) entre 39 e
65 para partiacuteculas entre 03 e 084 mm (produto passante na peneira 20 ABNT e retido
na peneira 50 ABNT) e eficiecircncia entre 6 e 27 para partiacuteculas entre 084 e 20 mm
(produto passante na peneira 10 ABNT e retido na peneira 20 ABNT)
Bellingieri (1983) avaliando a eficiecircncia de fraccedilotildees granulomeacutetricas de calcaacuterios
em laboratoacuterio em solos com controle de umidade em 30 encontrou valores de
eficiecircncia relativa de 74 376 767 e 100 respectivamente para corretivos nas
fraccedilotildees granulomeacutetricas passantes na peneira ABNT 5 e retiros na peneira ABNT 10
passantes na peneira 10 e retidos na peneira ABNT 30 passantes na peneira ABNT 30 e
retidos na peneira ABNT 50 e produtos passantes na peneira ABNT 50
Segundo Kurihara e colaboradores (1999) a origem da rocha calcaacuteria interfere
na ER do corretivo com destaque para os materiais de origem sedimentar que
apresentam elevada friabilidade possibilitando que torrotildees do material sejam facilmente
desagregados com pequena pressatildeo entre os dedos da matildeo de maneira que apoacutes sua
extraccedilatildeo da jazida esse calcaacuterio natildeo necessita passar por um processo de moagem como
os de natureza metamoacuterfica Entretanto ao se efetuar a anaacutelise granulomeacutetrica verifica-
se que estes torrotildees natildeo passam pelo conjunto de peneiras durante a agitaccedilatildeo mecacircnica
subestimando a real capacidade do material em se solubilizar no solo
Bellingieri e colaboradores (1992) avaliando a reatividade de um calcaacuterio
dolomiacutetico e calcaacuterio dolomiacutetico calcinado durante dois anos agriacutecolas relataram que o
calcaacuterio calcinado apresentou maior reatividade no primeiro ano agriacutecola bem como as
fraccedilotildees granulomeacutetricas mais finas proporcionaram maior reatividade no primeiro ano
do trabalho fato que foi amenizado no segundo ano agriacutecola em que a reatividade dos
7
calcaacuterios tenderam a se igualar e a granulometria mais grosseira tambeacutem compensou a
menor reatividade obtida no primeiro ano
Plese (2000) avaliando o efeito da umidade do solo entre o intervalo de 0 a 80
da capacidade de campo na reatividade das fraccedilotildees granulomeacutetricas de um calcaacuterio
observou que quanto mais altos os valores de umidade do solo mais favoraacutevel era para
a reaccedilatildeo do corretivo no solo Para solos mantidos a 80 da capacidade de campo a
frequecircncia de molhamento teve pouca influecircncia na reatividade
A combinaccedilatildeo das caracteriacutesticas quiacutemicas e fiacutesicas do corretivo
respectivamente PN expresso em equivalente de carbonato de caacutelcio e ER originam o
Poder Relativo de Neutralizaccedilatildeo Total (PRNT) variaacutevel esta utilizada para a definiccedilatildeo
da dose a ser utilizada (BELINGIERI et al 1988)
24 Silicatos de Caacutelcio
Segundo Prado e colaboradores (2001) para minimizar os problemas quiacutemicos
dos solos do Brasil uma maneira seria mediante a correccedilatildeo da acidez do solo pelo uso
de escoacuterias de siderurgia um resiacuteduo da induacutestria do accedilo e ferro-gusa constituiacutedo
quimicamente de silicato de caacutelcio (CaSiO3)
Segundo Malavolta (1981) de maneira simplificada a escoacuteria de siderurgia
pode ser definida como sendo obtida atraveacutes da siacutelica do mineacuterio de ferro que reage com
o caacutelcio do calcaacuterio em alto forno Este processo envolvendo altas temperaturas
seguindo de um raacutepido resfriamento difere do processo de produccedilatildeo de calcaacuterio
(moagem de rochas calcaacuterias) o que pode originar materiais de alta solubilidade
consequentemente elevando sua eficiecircncia relativa
Os silicatos de caacutelcio e magneacutesio apresentam como principais benefiacutecios o
aumento na disponibilidade do Si a elevaccedilatildeo do pH o aumento do Ca e Mg trocaacuteveis
no solo a reduccedilatildeo de toxicidade do Fe Mn e Al para as plantas e o aumento na
disponibilidade de P no solo (KORNDOumlRFER et al 2003)
Segundo Alcarde (1992) a accedilatildeo neutralizante dos silicatos de caacutelcio e magneacutesio
no solo pode ser explicada com as seguintes equaccedilotildees
Ca(Mg)SiO3 + H2O
Ca+2(Mg+2) + SiO3-2
SiO3-2 + H2O HSiO3
- + OH-
HSiO3- + H2O H2SiO3 + OH-
H2SiO3 + H2O H4SiO4
8
Dentre os silicatos as fontes mais abundantes e baratas satildeo as escoacuterias
sideruacutergicas originadas do processamento em altas temperaturas geralmente acima de
1400 ordmC da reaccedilatildeo do calcaacuterio com a siacutelica presente no mineacuterio de ferro
(KORNDOumlRFER et al 2003)
As principais caracteriacutesticas que devem ser avaliadas na escolha de uma fonte de
siliacutecio para a agricultura satildeo solubilidade disponibilidade as propriedades fiacutesicas a
concentraccedilatildeo de elementos contaminantes e a relaccedilatildeo custo benefiacutecio (GASCHO
2001)
25 Efeitos do Si na agricultura
A utilizaccedilatildeo de macronutrientes nitrogecircnio (N) foacutesforo (P) potaacutessio (K) caacutelcio
(Ca) magneacutesio (Mg) e enxofre (S) e de micronutrientes boro (B) cloro (Cl) cobre
(Cu) ferro (Fe) manganecircs (Mn) molibdecircnio (Mo) niacutequel (Ni) e zinco (Zn) eacute
considerada como essencial para se alcanccedilar resultados satisfatoacuterios na produccedilatildeo
agriacutecola Poreacutem em determinadas condiccedilotildees de solo e cultivo existem elementos
chamados de natildeo-essenciais como o siliacutecio (Si) que pode promover diversos processos
fisioloacutegicos desejaacuteveis para as plantas e por consequecircncia aumentar a produtividade
(KORNDOumlRFER LEPSCH 2001)
A comprovaccedilatildeo da essencialidade do siliacutecio eacute muito difiacutecil de ser obtida devido
a sua abundacircncia na biosfera Estaacute presente em quantidades significativas mesmo em
sais aacutegua e ar (WERNER ROTH 1983)
As plantas absorvem siliacutecio diretamente da soluccedilatildeo do solo sendo este
transportado ateacute as raiacutezes principalmente via fluxo de massa (DAYANADAM et al
1983)
Balastra e colaboradores (1989) relatam que o Si apoacutes absorvido eacute transportado
pelo xilema e depositado na parede celular na forma de siacutelica amorfa hidratada ou opala
biogecircnica (SiO2nH2O) Uma vez alocado o Si torna-se imoacutevel e natildeo mais se redistribui
na planta
Marschner (1995) classifica as plantas de acordo com o seu teor de SiO2 na
mateacuteria seca da parte aeacuterea em trecircs grupos I ) acumuladoras com teores de Si de 10 a
15 II) intermediaacuterias com teores de Si de 1 a 3 III) natildeo acumuladoras com teores
na ordem de 05 Myake e Takahashi (1983) relatam que as gramiacuteneas satildeo
9
acumuladoras tiacutepicas reduzindo de forma raacutepida a concentraccedilatildeo de Si na soluccedilatildeo do
solo
Entre as plantas que mais extraem Si destacam-se o arroz e a cana-de-accediluacutecar
Ma e Takahashi (2002) relatam que as plantas de arroz possuem mecanismos
especiacuteficos de absorccedilatildeo de Si em que as proteiacutenas de membranas satildeo produzidas por
expressatildeo do gene especiacutefico Uma seacuterie de autores demonstram que o siliacutecio reduz a
severidade de vaacuterias doenccedilas de importacircncia econocircmica na cultura do arroz tais como a
brusone mancha parda escaldadura entre outras (KORNDOumlRFER DATNOFF 1995)
Natildeo apenas na reduccedilatildeo da severidade de doenccedilas como tambeacutem na reduccedilatildeo do
ataque de pragas pode-se observar grandes efeitos da aplicaccedilatildeo de Si Yoshida (1975)
citado por Barbosa Filho e colaboradores (2000) relata que a silicificaccedilatildeo da epiderme
previne a penetraccedilatildeo e a mastigaccedilatildeo pelos insetos porque as ceacutelulas ficam mais
endurecidas Segundo revisatildeo feita pelos mesmos autores diversos insetos sofreram
impactos com a aplicaccedilatildeo de Si como larvas da broca de colo trips e cigarrinha parda
que respectivamente tiveram mandiacutebulas danificadas inibiccedilatildeo na atividade e reduccedilatildeo
da populaccedilatildeo
O siliacutecio aparece na cana-de-accediluacutecar em altas concentraccedilotildees podendo variar
desde 014 em folhas jovens ateacute 67 nos colmos e folhas velhas No Havaiacute as folhas
contendo menos de 05 de siliacutecio satildeo frequentemente afetadas por um sintoma
denominado freckling A causa deste sintoma eacute ainda bastante controvertida poreacutem a
maioria dos pesquisadores atribuem agrave falta de Si e a desequiliacutebrios nutricionais O
aparecimento da ferrugem na cana-de-accediluacutecar (Puccinia melanocephala) pode estar
relacionado com o referido sintoma O sintoma eacute mais severo nas folhas mais velhas e a
aacuterea fotossinteacutetica eacute normalmente fortemente atingida (KORNDOumlRFER DATNOFF
1995)
Natildeo apenas em relaccedilatildeo aos fitopatoacutegenos mas quanto ao ataque de pragas
principalmente a broca do colmo e cigarrinha poderiam ser diminuiacutedas nas cultivares
acumuladoras de Si Outros efeitos do Si na cana-de-accediluacutecar estatildeo relacionados agrave maior
resistecircncia ao acamamento e alteraccedilotildees na arquitetura da planta deixando as folhas mais
eretas e em consequecircncia disso mais eficientes quanto agrave capacidade de aproveitamento
da luz solar e de realizaccedilatildeo da fotossiacutentese (KORNDOumlRFER et al 2002)
10
3 MATERIAL E MEacuteTODOS
31 Local do experimento
O experimento foi desenvolvido na Central de Fertilidade do Solo da
Faculdade de Ciecircncias Agraacuterias do Centro Universitaacuterio de Patos de Minas (UNIPAM)
no municiacutepio de Patos de Minas ndash MG onde os solos foram armazenados durante o
periacuteodo de incubaccedilatildeo de 30 e 90 dias de 8 de julho agrave 6 de outubro de 2008
32 Solos utilizados nas unidades experimentais
O experimento foi realizado em quatro classes de solo de diferentes texturas
sendo arenoso meacutedio argiloso e muito argiloso Os solos foram coletados do horizonte
B para natildeo haver interferecircncia da mateacuteria orgacircnica e posteriormente foram secos ao ar
ateacute atingirem massa constante Em seguida peneirados em malha de 2 mm e realizada a
anaacutelise quiacutemica e fiacutesica seguindo a metodologia descrita pelo Programa
Interlaboratorial de controle de qualidade de anaacutelise de solo (2005) exceto para o teor
de Si no solo que seguiu a metodologia descrita por Korndoumlrfer et al (2004) Os
resultados satildeo apresentados na Tabela 1
11
Tabela 1 Caracterizaccedilatildeo quiacutemica e fiacutesica dos solos utilizados no experimento
SOLOS Atributo Unidade Muito
argiloso Argiloso Meacutedio Arenoso
Latossolo Vermelho Acifeacuterrico
Tiacutepico
Latossolo Vermelho Perfeacuterrico
Tiacutepico
Latossolo Vermelho
Distrofeacuterrico Tiacutepico
Latossolo Amarelo
Distroacutefico Psamiacutetico
Si mg dm-3 59 50 87 29
P (Mehlich 1) mg dm-3 00 07 10 01
K mg dm-3 364 40 226 89
Ca cmolc dm-3
02 02 04 02
Mg cmolc dm-3
06 02 05 01
H + Al cmolc dm-3
37 60 39 34
pH (em H2O)
51 53 47 45
Al cmolc dm-3
01 01 04 05
CTC (e) cmolc dm-3
09 05 14 08
CTC (T) cmolc dm-3
46 64 49 37
SB cmolc dm-3
08 04 10 03
V 185 64 200 82
Cu mg dm-3 02 13 09 03
Zn mg dm-3 01 01 01 01
Argila 74 45 30 14
Silte 12 36 16 1
Areia 14 19 54 85
Metodologia P K Cu Zn (Mehlich 1 HCl 005 M + H2SO4 00125 M) Ca Mg Al (KCl 1 M) H+Al (soluccedilatildeo tampatildeo ndash SMP a pH 75) pH (em aacutegua) anaacutelise textural (meacutetodo da pipeta)
Realizou-se a determinaccedilatildeo da densidade das amostras dos quatro solos (Tabela
2) pelo meacutetodo da proveta descrita pela Embrapa (1997) Este meacutetodo eacute uma
alternativa para experimentos em vasos onde amostras de solo satildeo desagregadas para
preencher os vasos compondo a unidade experimental
12
Tabela 2 Densidade das amostras dos solos utilizados no experimento
Solos Densidade
g cm-3
Muito Argiloso 096
Argiloso 130
Meacutedio 125
Arenoso 135
Com os resultados da anaacutelise quiacutemica dos solos foi determinada a necessidade
de calagem pelo meacutetodo da saturaccedilatildeo por bases descrito por Raij e colaboradores
(1996) com o objetivo de elevaacute-la agrave 60 (Tabela 3)
Tabela 3 Necessidade de calagem em equivalente de CaCO3 com 100 de PRNT para amostras dos solos utilizados no experimento considerando as respectivas densidades das amostras dos solos
Solos Unidade
Muito Argiloso Argiloso Meacutedio Arenoso
Mg ha-1 189 343 056 191
mg vaso-1 27114 66795 10587 38735
33 Corretivos utilizados
Foram utilizadas trecircs fontes de silicatos originados de diferentes escoacuterias de
siderurgia sendo estes Agrosiliacutecio Silifeacutertil e Holcim por serem os mais
representativos quanto ao uso na agricultura como corretivos agriacutecolas Estes foram
comparados com um calcaacuterio comercial de origem sedimentar e com o carbonato de
caacutelcio pa padratildeo para estudos de eficiecircncia relativa de corretivos (Tabela 4)
Tabela 4 Teores de caacutelcio magneacutesio e siliacutecio dos corretivos utilizados
Corretivo CaO () MgO () SiO2 ()
Agrosiliacutecio 39 10 23
Silifeacutertil 38 8 22
Holcim 25 7 43
Calcaacuterio 30 20 0
Carbonato de caacutelcio 56 0 0
13
Para a caracterizaccedilatildeo dos corretivos quanto a sua superfiacutecie especiacutefica foi
realizada a anaacutelise da superfiacutecie especiacutefica pela equipe do Laboratoacuterio de
Hidrometalurgia da Universidade Federal de Ouro Preto utilizando-se o meacutetodo de
determinaccedilatildeo por gases descrito por Brunauer e colaboradores (1938) (Tabela 5)
Tabela 5 Superfiacutecie especifica e volume total de poros dos corretivos de acidez do solo
Corretivo Superfiacutecie Especiacutefica Volume total de poros
m2 g-1 cm3 g-1
Agrosiliacutecio 1175 00482
Silifeacutertil 066 00023
Holcim 038 00006
Calcaacuterio 091 00039
Fonte Universidade Federal de Ouro Preto (Laboratoacuterio de Hidrometalurgia)
Todos os corretivos foram submetidos agrave uniformizaccedilatildeo de umidade atraveacutes de
secagem em estufa com circulaccedilatildeo forccedilada de ar a 105 ordmC por um periacuteodo de setenta e
duas horas
Apoacutes esta etapa os silicatos foram submetidos agrave separaccedilatildeo nas seguintes
fraccedilotildees granulomeacutetricas atraveacutes de agitador mecacircnico por 5 minutos seguindo a
metodologia oficial (Veras et al 2007) fracionando os corretivos nas seguintes classes
partiacuteculas maiores que 200 mm (fraccedilatildeo do corretivo retido na peneira ABNT 10 ndash 10
mesh) partiacuteculas entre 084 e 200 mm (fraccedilatildeo do corretivo passante na peneira ABNT
10 e retido na peneira ABNT 20 ndash 20 mesh) partiacuteculas entre 030 e 084 (fraccedilatildeo do
corretivo passante na peneira ABNT 20 e retido na peneira ABNT 50 ndash 50 mesh) e
partiacuteculas com dimensatildeo inferior agrave 030 mm (fraccedilatildeo do corretivo passante na peneira
ABNT 50) (Figura 1)
14
(a) (b)
Figura 1 Mesa agitadora (a) e peneiras utilizadas para a separaccedilatildeo dos corretivos nas diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas (b)
A definiccedilatildeo das fraccedilotildees granulomeacutetricas avaliadas acompanhou os criteacuterios
atualmente adotados na legislaccedilatildeo para calcaacuterio aleacutem do fato de natildeo se justificar o uso
de silicatos em fraccedilatildeo granulomeacutetrica mais fina do que as jaacute comumente utilizadas para
calcaacuterio em funccedilatildeo da maior abrasividade das escoacuterias de siderurgia (PRADO et al
2001) o que tecnicamente dificulta a accedilatildeo dos moinhos brasileiros tornando a moagem
para a obtenccedilatildeo de partiacuteculas muito finas economicamente inviaacutevel
Apoacutes a separaccedilatildeo das fraccedilotildees granulomeacutetricas os corretivos foram submetidos
agrave determinaccedilatildeo do poder de neutralizaccedilatildeo (PN) pelo meacutetodo da titulaccedilatildeo que consiste
em colocar em contato uma massa conhecida do corretivo com uma quantidade
conhecida e em excesso de aacutecido padronizado fazendo com que o corretivo neutralize
uma parte do aacutecido O excesso de aacutecido eacute quantificado por alcalimetria obtendo-se
indiretamente a quantidade de aacutecido que foi neutralizado pelo corretivo seguindo o
procedimento descrito a seguir (BRASIL 1983)
Pesou-se 1000 g da amostra secada moiacuteda e passada em peneira de 03 mm
dos corretivos (Figura 2 a) e transferiu-se o material para erlenmeyer de 250 mL no
qual adicionou-se 50 mL da soluccedilatildeo de HCl 05 M padronizada O erlenmeyer foi
coberto com vidro de reloacutegio e a soluccedilatildeo foi fervida suavemente por 5 minutos (Figura
2 b) Apoacutes esta etapa a soluccedilatildeo foi esfriada transferida para balatildeo de 100 mL que teve
seu volume completado com aacutegua destilada e deixou-se decantar (Figura 2 c) Pipetou-
se 50 mL da soluccedilatildeo que foi transferida para erlenmeyer de 125 mL no qual se
acrescentou trecircs gotas de soluccedilatildeo de fenolftaleina (indicador) A soluccedilatildeo aacutecida foi
titulada com soluccedilatildeo padronizada de NaOH 025 M ateacute o aparecimento de uma leve cor
rosada do indicador (Figura 2 d) anotou-se o volume gasto e a partir deste valor
15
calculou-se o poder de neutralizaccedilatildeo do corretivo em de CaCO3 equivalente pela
expressatildeo
PN = 10 (25M1-V2M2) onde G
M1 = concentraccedilatildeo molar da soluccedilatildeo de HCl
V2 = volume em mL da soluccedilatildeo de NaOH gasto na titulaccedilatildeo
M2 = concentraccedilatildeo molar da soluccedilatildeo de NaOH
G = massa inicial da amostra em gramas
(a) (b)
(c) (d)
Figura 2 Ilustraccedilotildees dos processos laboratoriais para determinaccedilatildeo do PN em amostras
dos materiais corretivos desde a pesagem (a) a fervura da soluccedilatildeo contendo a amostra
do corretivo e HCl (b) a soluccedilatildeo transferida para balatildeo volumeacutetrico de 100 mL em
descanso para decantaccedilatildeo (c) e a titulaccedilatildeo ateacute o aparecimento da coloraccedilatildeo rosada (d)
Para os silicatos em funccedilatildeo de sua constituiccedilatildeo quiacutemica a visualizaccedilatildeo da
coloraccedilatildeo rosada foi dificultada pelo escurecimento da soluccedilatildeo (coloraccedilatildeo esverdeada)
sendo necessaacuteria a utilizaccedilatildeo do meacutetodo potenciomeacutetrico em que o excesso de HCl da
soluccedilatildeo eacute neutralizado por NaOH ateacute atingir pH 70
Foram encontrados valores distintos de poder de neutralizaccedilatildeo para cada um dos
corretivos (Tabela 6)
16
Tabela 6 Poder de neutralizaccedilatildeo dos materiais corretivos de acidez do solo utilizados
no experimento
Corretivos Poder de Neutralizaccedilatildeo ()
Agrosiliacutecio 859
Silifeacutertil 778
Holcim 740
Calcaacuterio 1131
CaCO3 1041
Com base nos valores do poder de neutralizaccedilatildeo encontrados para cada um dos
corretivos e de acordo com as necessidades de calagem encontrados para cada solo
foram calculadas as doses de cada corretivo a serem aplicadas nos vasos preenchidos
com 300 g de amostras dos solos (Tabela 7)
Tabela 7 Quantidade de corretivo calculada para atingir 60 de saturaccedilatildeo por bases
para cada um dos solos experimentais
SOLOS
Corretivos
Muito Argiloso
Argiloso Meacutedia Arenoso
---------------------------------- mg por vaso ------------------------------------
Agrosiliacutecio 3189 7775 1232 4509
Silifeacutertil 3487 8589 1361 4981
Holcim 3666 9031 1431 5239
Calcaacuterio 2397 5906 936 3425
CaCO3 2605 6416 1012 3721
Em funccedilatildeo da dose dos corretivos utilizados em cada solo (Tabela 5) e da
concentraccedilatildeo de SiO2 em cada um dos silicatos foram calculadas as doses de Si
fornecidas por cada silicato para o respectivo solo (Tabela 8)
17
Tabela 8 Dose de Si fornecida por cada um dos silicatos em cada solo experimental SOLOS
Corretivos Concentraccedilatildeo
de Si Muito Argiloso
Argiloso Meacutedia Arenoso
--------------------------- mg por vaso -----------------------
Agrosiliacutecio
107 341 832 132 482
Silifeacutertil 103 359 885 140 513 Holcim 203 744 1833 290 1064
34 Tratamentos e delineamento experimental
Foram conduzidos quatro experimentos sendo cada um em uma classe
textural de solo em delineamento inteiramente casualizado A anaacutelise de variacircncia foi
baseada num arranjo fatorial 4x4 com quatro corretivos de acidez (trecircs silicatos de
caacutelcio Agrosiliacutecio Silifeacutertil e Holcim e um calcaacuterio) e quatro fraccedilotildees granulomeacutetricas
(entre 5 e 10 mesh partiacuteculas entre 2 e 4 mm entre 10 e 20 mesh partiacuteculas entre 084
e 2 mm entre 20 e 50 mesh partiacuteculas entre 03 e 084 mm e maior que 50 mesh
partiacuteculas menores que 03 mm) com quatro repeticcedilotildees
Aleacutem dos tratamentos acima foi realizada a incubaccedilatildeo com CaCO3 (reagente
pa) corretivo padratildeo para comparaccedilatildeo da eficiecircncia relativa na correccedilatildeo da acidez do
solo sendo este utilizado em cinco diferentes doses testemunha 50 100 150 e
200 em relaccedilatildeo agrave dose recomendada para a correccedilatildeo da acidez do solo para atingir
60 de saturaccedilatildeo por bases (Tabela 3)
34 Conduccedilatildeo do experimento
As parcelas experimentais constituiacuteram-se de recipientes plaacutesticos de 500 mL
nos quais foram adicionados 300 g de solo e as devidas quantidades dos corretivos que
posteriormente foram incubados em recipientes abertos por trinta e noventa dias em
laboratoacuterio sem exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo solar direta e a intensas variaccedilotildees de temperatura
(Figura 3 a b)
Durante o periacuteodo de incubaccedilatildeo os solos foram irrigados com aacutegua destilada
para a manutenccedilatildeo da umidade a 80 da capacidade de campo (Figura 3 c)
Apoacutes 30 e 90 dias de incubaccedilatildeo fraccedilotildees de 50 g de cada uma das amostras
foram retiradas e colocadas para secar ao ar (Figura 3 d)
18
(a) (b)
(c) (d)
Figura 3 Pesagem dos corretivos (a) adiccedilatildeo dos corretivos nos recipientes plaacutesticos
contendo as amostras dos solos (b) irrigaccedilatildeo das amostras dos solos (c) e incubaccedilatildeo em
laboratoacuterio por 30 e 90 dias (d)
35 Determinaccedilatildeo do pH do solo apoacutes a incubaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo da eficiecircncia relativa
Para a caracterizaccedilatildeo da correccedilatildeo da acidez do solo foi determinado o pH em
CaCl2 em cada unidade experimental Esta variaacutevel de cada fraccedilatildeo granulomeacutetrica dos
silicatos de caacutelcio foi confrontada com os valores obtidos atraveacutes da curva de incubaccedilatildeo
do CaCO3 (reagente pa)
A anaacutelise do pH foi realizada seguindo a metodologia descrita pelo Programa
Interlaboratorial de controle de qualidade de anaacutelise de solo (2005) em que se colocou
10 cm3 de TFSA num frasco de 50 mL e adicionou-se 25 mL de CaCl2 2H2O 001 M
(1469 g L-1) deixando em contato por quinze minutos Posteriormente agitou-se a
amostra em agitador horizontal por dez minutos a 200 rpm Apoacutes esta etapa a soluccedilatildeo
foi mantida em repouso por sessenta minutos Na sequecircncia sem agitar novamente a
amostra foi realizada a leitura em potenciocircmetro devidamente calibrado com soluccedilotildees-
padratildeo de pH 40 e 70
Os valores de pH obtidos por cada fraccedilatildeo granulomeacutetrica de cada um dos
corretivos foram confrontados com os valores de pH obtidos na curva de incubaccedilatildeo de
CaCO3 obtendo-se os valores de equivalente em CaCO3 aos 90 dias
19
Os valores de eficiecircncia relativa foram ajustados em relaccedilatildeo aos resultados
obtidos por cada corretivo na fraccedilatildeo granulomeacutetrica inferior agrave 03 mm (gt 50 mesh)
atribuindo-se a esta fraccedilatildeo mais fina o iacutendice de 100 seguindo a metodologia adotada
por Bellingieri (1983)
36 Avaliaccedilatildeo do teor de Si no solo apoacutes a incubaccedilatildeo
Para a avaliaccedilatildeo do teor de Si no solo disponibilizado por cada uma das fontes
nas fraccedilotildees granulomeacutetricas foram realizadas as anaacutelises no Laboratoacuterio de Anaacutelise de
Fertilizantes da Universidade Federal de Uberlacircndia utilizando o extrator cloreto de
caacutelcio 001 M de acordo com a metodologia descrita por Korndoumlrfer e colaboradores
(2004) em que apoacutes o contato de 10 g da amostra do solo com 100 mL da soluccedilatildeo
extratora os mesmos foram submetidos a um agitador horizontal orbital por 1 hora na
frequumlecircncia de 50 rpm Apoacutes este procedimento as amostras ficaram em repouso por 15
minutos para decantar e a suspensatildeo foi filtrada e ficando sob novo repouso por 12
horas Entatildeo pipetou-se 10 mL do extrato de cada amostra acrescentando-se 1 mL de
soluccedilatildeo sulfo-moliacutebdica Decorridos 10 minutos acrescentou-se 2 mL de soluccedilatildeo de
aacutecido tartaacuterico 200 mg L-1 e apoacutes 5 minutos adicionou-se 10 mL da soluccedilatildeo de aacutecido
ascoacuterbico Apoacutes 1 hora foi realizada a leitura em espectofotocircmetro UV-visiacutevel no
comprimento de onda de 660 nanocircmetros Em funccedilatildeo do fator de diluiccedilatildeo o valor de
leitura foi multiplicado por 10 para se chegar no teor de Si do solo em mg dm-3
37 Anaacutelise estatiacutestica
Os resultados referentes ao pH em CaCl2 encontrados em funccedilatildeo das doses de
CaCO3 foram submetidos agrave anaacutelise de variacircncia e posterior ajuste ao modelo de
regressatildeo mais adequado para cada solo dentro dos dois periacuteodos de incubaccedilatildeo
utilizando o software estatiacutestico Sisvar desenvolvido por Ferreira (1999)
Os dados referentes ao pH em CaCl2 e ao teor de Si no solo encontrados em
funccedilatildeo dos corretivos (silicatos e calcaacuterio) em cada fraccedilatildeo granulomeacutetrica foram
submetidos agrave anaacutelise de variacircncia e suas meacutedias foram comparadas pelo teste de Scott-
Knott (1974) a 5 de probabilidade quanto agrave variaccedilatildeo dos corretivos dentro de cada
fraccedilatildeo granulomeacutetrica e quanto agrave variaccedilatildeo das fraccedilotildees granulomeacutetricas dentro dos
corretivos
20
4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
41 Variaccedilotildees no pH aos 30 dias de incubaccedilatildeo
Em relaccedilatildeo agrave variaacutevel pH em CaCl2 houve efeito significativo das doses de
CaCO3 para os quatro solos analisados o que possibilitou o ajuste de modelos de
regressatildeo (Figura 4)
Para os valores de pH em CaCl2 em funccedilatildeo do corretivo e fraccedilatildeo granulomeacutetrica
utilizados a anaacutelise de variacircncia tambeacutem permitiu constatar efeito significativo
inclusive para a interaccedilatildeo entre estes fatores (Tabela 9) Em geral quanto menor a
fraccedilatildeo granulomeacutetrica maior o pH do solo resultado este que concorda com o trabalho
realizado anteriormente por Alcarde e colaboradores (1989)
Novais e colaboradores (1993) tambeacutem descreveram que a granulometria mais
fina das escoacuterias de siderurgia permitiu maior reatividade tanto em solos arenosos
quanto em solos argilosos
(a)
y = -03764x2 + 13644x + 49458
R2 = 099
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(b)
y = -07093x2 + 24251x + 50564
R2 = 097
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(c)
y = 0492x + 3941
R2 = 094
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(d)
y = -1075x2 + 37825x + 39585
R2 = 099
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalnete CaCO3
pH e
m C
aCl 2
Significativo a 5 de probabilidade pelo teste f Figura 4 Valores do pH em CaCl2 em funccedilatildeo da dose equivalente de CaCO3 aplicada ao solo apoacutes 30 dias de incubaccedilatildeo nos solos muito argiloso (a) argiloso (b) meacutedio (c) arenoso (d)
21
Para os solos muito argiloso argiloso e arenoso pode-se observar que com as
doses de CaCO3 dentro do limite de 0 a 200 em relaccedilatildeo agrave recomendaccedilatildeo para atingir
60 de saturaccedilatildeo por bases o pH em CaCl2 aumentou significativamente de maneira
quadraacutetica Entretanto observou-se para o solo de textura meacutedia um ajuste linear Este
efeito pode ser atribuiacutedo ao fato das doses do corretivo utilizado natildeo terem sido
suficientes para atingir a faixa de estabilidade
Atraveacutes da amplitude de variaccedilatildeo nos valores de pH em funccedilatildeo do acreacutescimo
nas doses de CaCO3 pode-se observar o maior efeito tampatildeo dos solos muito argiloso e
argiloso em relaccedilatildeo ao solo arenoso e de textura meacutedia informaccedilatildeo esta que corrobora
aos relatos de Furtini e colaboradores (2001) O poder tampatildeo do solo eacute a resistecircncia
que o solo oferece a mudanccedila de pH Sousa e colaboradores (2007) exemplificando a
proporcionalidade dos diferentes tipos de acidez do solo relatam que a quantidade de
calcaacuterio necessaacuteria para neutralizar a acidez ativa pode chegar a quatorze mil setecentos
e vinte e trecircs vezes menor do que o necessaacuterio para a correccedilatildeo da acidez potencial do
solo o que evidencia a importacircncia do conhecimento do poder tampatildeo do solo para se
determinar a dose do corretivo
Pode-se observar que os resultados de pH em CaCl2 em funccedilatildeo dos corretivos e
das fraccedilotildees granulomeacutetricas para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso
submetidos a 30 dias de incubaccedilatildeo ocorreram de forma que quanto menor a
granulometria do corretivo maior foi o aumento no valor de pH encontrado nos solos
(Tabela 9)
22
Tabela 9 Valores de pH em CaCl2 em funccedilatildeo do corretivo de solo utilizado na dose
referente agrave elevaccedilatildeo da saturaccedilatildeo por bases para 60 e da fraccedilatildeo granulomeacutetrica apoacutes
30 dias de incubaccedilatildeo para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso
Peneira ABNT (mesh) Corretivo
5 - 10 10 - 20 20 ndash 50 gt 50 Meacutedia Solo muito argiloso
Agrosiliacutecio 51
Ac
51
Ac
57
Ab
59
Aa
55 Silifeacutertil 49
Ad
53
Ac
56
Ab
60
Aa
54 Holcim 50
Ab
49
Bb
49
Cb
53
Ca
50 Calcaacuterio 49
Ac
50
Bc
54
Bb
57
Ba
53 Meacutedia 50
51
54
57
53 Solo argiloso
Agrosiliacutecio
51
Ac
53
Ac
61
Ab
65
Aa
57 Silifeacutertil 53
Ac
52
Ac
59
Ab
66
Aa
57 Holcim 51
Ab
51
Ab
51
Cb
55
Ba
52 Calcaacuterio 51
Ac
52
Ac
56
Bb
65
Aa
56
51
52
56
63
56 Solo meacutedio
Agrosiliacutecio
40
Ac
41
Ac
41
Ab
43
Aa
41 Silifeacutertil 40
Ab
40
Ab
41
Aa
42
Ca
41 Holcim 40
Ab
40
Ab
40
Bb
41
Ca
40 Calcaacuterio 40
Ab
41
Ab
41
Bb
42
Ba
41 Meacutedia 40
40
41
42
41 Solo arenoso
Agrosiliacutecio
40
Ac
43
Ac
55
Ab
63
Aa
50 Silifeacutertil 40
Ac
42
Ac
52
Bb
65
Aa
50 Holcim 40
Ab
41
Ab
42
Cb
50
Ba
43 Calcaacuterio 40
Ac
40
Ac
50
Bb
63
Aa
48 Meacutedia 40
42
49
60
48 Letras maiuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na coluna e letras minuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na linha (Scott-Knott a 5)
No solo muito argiloso o Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil proporcionaram a maior
elevaccedilatildeo do pH do solo em relaccedilatildeo aos demais corretivos em todas as faixas
granulomeacutetricas passantes na peneira de 10 mesh ou seja quando a granulometria foi
inferior a 2 mm em fraccedilotildees maiores que esta o efeito do corretivo foi muito pequeno
natildeo havendo diferenccedila entre os corretivos (Tabela 9)
Para os demais solos os corretivos natildeo apresentaram diferenccedilas quanto ao
aumento provocado no pH do solo quando aplicados em granulometria acima de 084
mm ou seja produtos retidos na peneira de 10 mesh Para as granulometrias mais finas
23
os corretivos apresentaram diferenccedilas no aumento do pH ficando os solos que
receberam o silicato Holcim com os menores valores
De maneira geral para as granulometrias mais finas inferior a 084 mm
(passantes na peneira de 20 mesh) o Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil proporcionaram os
maiores incrementos em pH exceto para o produto mais fino gt 50 mesh no solo de
textura meacutedia e para o produto de granulometria entre 03 e 084 mm (ABNT 20 ndash 50)
no solo arenoso em que o Agrosiliacutecio obteve os melhores resultados (Tabela 9)
42 Variaccedilotildees no pH equivalente em CaCO3 e eficiecircncia relativa dos corretivos aos
90 dias de incubaccedilatildeo
Houve efeito significativo das doses de CaCO3 nos valores de pH em CaCl2 para
os quatro solos analisados o que possibilitou o ajuste de modelos polinomiais (Figura
5)
(a)
y = -01466x2 + 09457x + 49792
R2 = 085
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(b)
y = -05821x2 + 21998x + 49789
R2 = 098
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(c)
y = 04565x + 39275
R2 = 091
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(d)
y = -0865x2 + 34185x + 39925
R2 = 098
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
Significativo a 5 de probabilidade pelo teste f
Figura 5 Valores do pH em CaCl2 em funccedilatildeo da dose equivalente de CaCO3 aplicada ao solo apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo nos solos muito argiloso (a) argiloso (b) meacutedio (c) arenoso (d)
24
Para os solos muito argiloso argiloso e arenoso (Figura 5 a b d) como era de
se esperar as doses de CaCO3 dentro do limite de 0 a 200 em relaccedilatildeo agrave
recomendaccedilatildeo aumentaram significativamente e de forma quadraacutetica o pH em CaCl2
Acompanhando a tendecircncia observada apoacutes 30 dias de incubaccedilatildeo para o solo de
textura meacutedia verificou-se um ajuste linear para o aumento do valor de pH em CaCl2
em funccedilatildeo de doses de CaCO3 Este efeito pode ser atribuiacutedo ao fato das doses do
corretivo utilizado natildeo terem sido suficientes para atingir a faixa de estabilidade
Para as variaccedilotildees de pH em CaCl2 em funccedilatildeo do corretivo e fraccedilatildeo
granulomeacutetrica utilizados tambeacutem houve efeito significativo inclusive para a interaccedilatildeo
entre estes fatores (Tabela 10)
25
Tabela 10 Valores de pH em CaCl2 em funccedilatildeo do corretivo de solo utilizado na dose
referente agrave elevaccedilatildeo da saturaccedilatildeo por bases para 60 e da fraccedilatildeo granulomeacutetrica apoacutes
90 dias de incubaccedilatildeo para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso
Peneira ABNT (mesh) Corretivo
5 - 10 10 - 20 20 ndash 50 gt 50 Meacutedia Solo muito argiloso
Agrosiliacutecio 50
Ad
52
Ac
56
Ab
57
Aa
54 Silifeacutertil 50
Ac
51
Ac
55
Ab
58
Aa
53 Holcim 49
Ab
48
Cb
48
Bb
53
Ba
50 Calcaacuterio 49
Ac
50
Bc
55
Ab
57
Aa
53 Meacutedia 50
50
53
56
52 Solo argiloso
Agrosiliacutecio 52
Ab
53
Ab
61
Aa
62
Aa
57 Silifeacutertil 49
Cd
53
Ac
58
Bb
63
Aa
56 Holcim 50
Bb
50
Bb
51
Db
55
Ca
51 Calcaacuterio 51
Bd
52
Ac
56
Cb
62
Ba
55 Meacutedia 50
52
56
60
55 Solo meacutedio
Agrosiliacutecio 40
Ad
41
Ac
42
Ab
43
Aa
42 Silifeacutertil 41
Ac
41
Ac
42
Ab
43
Aa
42 Holcim 41
Ab
41
Ab
41
Cb
41
Ba
41 Calcaacuterio 40
Ab
41
Ab
41
Bb
43
Aa
41 Meacutedia 40
41
41
42
41 Solo arenoso
Agrosiliacutecio
40
Ac
44
Ab
59
Aa
61
Aa
51 Silifeacutertil 40
Ac
43
Ac
55
Ab
64
Aa
51 Holcim 39
Ab
40
Ab
42
Bb
48
Ba
43 Calcaacuterio 40
Ac
42
Ac
55
Ab
63
Aa
50 Meacutedia 40
42
53
59
49 Letras maiuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na coluna e letras minuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na linha (Scott-Knott a 5)
No solo muito argiloso e no solo arenoso o Agrosiliacutecio o Silifeacutertil e o calcaacuterio
proporcionaram maior elevaccedilatildeo no pH do solo em relaccedilatildeo ao Holcim nos corretivos
com granulometria inferior a 084 mm passantes na peneira de 20 mesh Quando se
comparam estes resultados com os obtidos aos 30 dias de incubaccedilatildeo observa-se a
inclusatildeo do calcaacuterio entre os corretivos com melhores resultados de aumento de pH no
solo muito argiloso Este fato demonstrou que para este solo os silicatos Agrosiliacutecio e
Silifeacutertil tiveram uma maior dissociaccedilatildeo aos 30 dias fato este que foi compensado pelo
calcaacuterio entre 30 e 90 dias de incubaccedilatildeo (Tabela 10)
26
Os valores de pH do solo argiloso apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo demonstraram que
o Agrosiliacutecio proporcionou os maiores valores de pH em todas as fraccedilotildees
granulomeacutetricas ficando este em igualdade com o Silifeacutertil na granulometria inferior a
03 mm (gt 50 mesh) e entre 08 mm e 20 mm (10 a 20 mesh) sendo que nesta uacuteltima
fraccedilatildeo granulomeacutetrica o calcaacuterio tambeacutem se igualou aos dois corretivos acima
mencionados (Tabela 10)
No solo de textura meacutedia as diferenccedilas ocorreram apenas nas fraccedilotildees
granulomeacutetricas inferiores a 08 mm (peneira de 20 mesh) com melhores resultados
atribuiacutedos ao Agrosiliacutecio Silifeacutertil e ao calcaacuterio na fraccedilatildeo mais fina (gt 50 mesh) e ao
Agrosiliacutecio e ao Silifeacutertil na fraccedilatildeo compreendida entre 03 e 084 mm (20 a 50 mesh)
Para o solo arenoso o Agrosiliacutecio o Silifeacutertil e o calcaacuterio proporcionaram
maiores valores de pH nas fraccedilotildees granulomeacutetricas inferiores a 084 mm enquanto que
nas fraccedilotildees mais grossas todos os corretivos tiveram o mesmo comportamento
Para todos os solos utilizados no experimento verificou-se que quanto menor a
dimensatildeo das partiacuteculas maiores satildeo os incrementos gerados nos valores de pH em
CaCl2 (Tabela 10) resultado este que concorda com trabalhos realizados anteriormente
por Bellingieri e colaboradores (1989)
Nas comparaccedilotildees entre os resultados dos valores de pH das amostras de solo
apoacutes 30 e 90 dias de incubaccedilatildeo os resultados praticamente se equivalem demonstrando
que 30 dias de incubaccedilatildeo foi um periacuteodo suficiente para a accedilatildeo dos corretivos
Com base nos incrementos verificados no pH das amostras dos solos pelos
corretivos de acidez em cada fraccedilatildeo granulomeacutetrica em relaccedilatildeo agraves curvas de incubaccedilatildeo
com CaCO3 calculou-se os valores de equivalente em CaCO3 para cada corretivo
dentro de cada fraccedilatildeo granulomeacutetrica com 90 dias de incubaccedilatildeo (Tabela 11)
27
Tabela 11 Equivalente em CaCO3 dos corretivos de acidez de diferentes fraccedilotildees
granulomeacutetricas aos 90 dias de incubaccedilatildeo
Peneiras ABNT (mesh)
Corretivos
5 ndash 10 10 - 20 20 - 50 gt 50 Meacutedia
--------------------------------------- -----------------------------------------
Agrosiliacutecio 9
Ac
24
Ab
64
Aa
77
Aa
43
Silifeacutertil 9
Ac
19
Ac
52
Ab
87
Aa
42 Calcaacuterio 8
Ac
13
Ac
33
Bb
79
Aa
33 Holcim 7
Ab
7
Ab
10
Cb
33
Ba
14 Meacutedia 8
16
39
69
33 Letras maiuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na coluna e letras minuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na linha (Scott-Knott a 5)
Os resultados de equivalente em CaCO3 apresentados para 90 dias de incubaccedilatildeo
(Tabela 11) demonstraram grande variaccedilatildeo para este atributo entre os corretivos de
acidez o que evidencia que natildeo apenas a granulometria mas tambeacutem a origem dos
corretivos exerce grande influecircncia na velocidade de correccedilatildeo da acidez do solo
Para as fraccedilotildees granulomeacutetrica mais grossas (lt 10 e 10 a 20 mesh) pode-se
observar que natildeo houve diferenccedila entre os corretivos jaacute na fraccedilatildeo mais fina (gt 50) o
silicato Holcim proporcionou menores valores de equivalente em CaCO3 em relaccedilatildeo as
demais fontes Na fraccedilatildeo granulomeacutetrica entre 20 e 50 (Tabela 11) verificou-se
diferenccedilas entre o equivalente em CaCO3 de silicatos e do calcaacuterio o que demonstrou o
fato de estarmos neste caso subestimando a reatividade dos silicatos Pode-se observar
que natildeo houve diferenccedilas entre os resultados obtidos com a aplicaccedilatildeo dos silicatos
Agrosiliacutecio e Silifeacutertil portanto sugere-se a elaboraccedilatildeo de novos paracircmetros para a
avaliaccedilatildeo de silicatos com origem de aciaria
Seguindo os criteacuterios adotados por Bellingieri (1983) de ajustar a eficiecircncia dos
corretivos atribuindo valores de 100 para as partiacuteculas passantes na peneira 50 ABNT
(partiacuteculas inferiores a 03 mm) determinou-se a eficiecircncia relativa de cada uma das
fraccedilotildees granulomeacutetricas dos corretivos permitindo a adoccedilatildeo de novos criteacuterios de
reatividade para os silicatos (Tabela 12)
28
Tabela 12 Eficiecircncias relativas em relaccedilatildeo agrave fraccedilatildeo granulomeacutetrica inferior a 03 mm
(peneira 50 mesh) dos corretivos de acidez em diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas aos
90 dias de incubaccedilatildeo
Peneiras ABNT (mesh)
Corretivos 5 - 10 10 - 20 20 - 50 gt 50 Meacutedia
------------------------------ -------------------------------
Agrosiliacutecio 12 33 85 100 58
Silifeacutertil 9 25 65 100 50
Holcim 16 17 27 100 40
Calcaacuterio 9 18 63 100 48
Meacutedia 12 23 60 100
Propotildee-se a adequaccedilatildeo da equaccedilatildeo atualmente adotada para a determinaccedilatildeo da
eficiecircncia relativa (reatividade) de silicatos de origem de aciaria para uso como
corretivo de acidez em funccedilatildeo das diferenccedilas encontradas em eficiecircncia relativa
apresentadas na Tabela 12 entre os silicatos de origem de escoacuteria de aciaria
(Agrosiliacutecio e Silifeacutertil) em relaccedilatildeo ao calcaacuterio ficando a mesma da seguinte forma
RE = F10-20 x 03 + F20-50 x 075 + Fgt50 x 1
Onde
F10-20= percentual de produto que passa pela peneira nordm10 e fica retido na
peneira nordm20 F20-50 = percentual de produto que passa pela peneira nordm20 e fica retido
na peneira nordm50 e F-50 = percentual de produto que passa pela peneira nordm50
Os valores de eficiecircncia relativa 12 em meacutedia para a fraccedilatildeo granulomeacutetrica
mais grosseira pode estar associado agrave presenccedila de micropartiacuteculas (poacute) aderidas ao
redor das partiacuteculas mais grossas (Tabela 12) jaacute que a separaccedilatildeo granulomeacutetrica seguiu
o meacutetodo oficial de separaccedilatildeo em peneiras a seco
29
43 Teor de siliacutecio no solo apoacutes 30 dias de incubaccedilatildeo
De maneira geral pode-se observar que o Agrosiliacutecio proporcionou maiores
incrementos de Si no solo obtendo no solo argiloso quando aplicado na fraccedilatildeo
granulomeacutetrica mais fina incremento de 10 mg dm-3 (Tabela 13)
Tabela 13 Teor de Si no solo em funccedilatildeo da fraccedilatildeo granulomeacutetrica e do corretivo utilizado para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso apoacutes 30 dias de incubaccedilatildeo
Peneiras ABNT (mesh) Corretivos 5 - 10 10 - 20 20 ndash 50 gt 50 Meacutedia
-------------------------------- Si (mg kg-1) -------------------------------------
Solo muito argiloso
Agrosiliacutecio 7
Aa
8
Aa
9
Aa
8
Aa
8 Silifeacutertil 7
Aa
7
Aa
7
Ba
7
Aa
7 Holcim 6
Aa
6
Aa
6
Ba
6
Ba
6 Calcaacuterio 7
Aa
6
Aa
5
Ba
5
Ba
6 Meacutedia 6
7
7
6
6
Solo argiloso
Agrosiliacutecio 6
Ad
10
Ac
14
Ab
15
Aa
11 Silifeacutertil 7
Ac
6
Bc
10
Bb
12
Ba
9 Holcim 6
Ab
5
Bb
6
Cb
9
Ca
7 Calcaacuterio 5
Ba
5
Ba
4
Da
2
Db
4 Meacutedia 6
6
8
10
8
Solo meacutedio
Agrosiliacutecio 10
Aa
10
Aa
10
Aa
10
Aa
10 Silifeacutertil 9
Aa
9
Aa
10
Aa
10
Aa
9 Holcim 8
Ba
9
Aa
9
Ba
10
Aa
9 Calcaacuterio 9
Ba
9
Aa
9
Ba
8
Bb
9 Meacutedia 9
9
9
9
9
Solo arenoso
Agrosiliacutecio 4
Ab
5
Ab
8
Aa
9
Aa
6 Silifeacutertil 3
Ac
5
Ab
7
Aa
7
Ba
6 Holcim 3
Ab
4
Aa
4
Ba
6
Ca
4 Calcaacuterio 3
Aa
3
Ba
3
Ca
2
Da
3 Meacutedia 3
4
6
6
5 Letras maiuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na coluna e letras minuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na linha (Scott-Knott a 5)
No solo muito argiloso as fraccedilotildees mais grossas dos corretivos com partiacuteculas
superiores a 084 mm (lt 20 mesh) natildeo apresentaram diferenccedilas quanto ao fornecimento
30
de Si ao solo poreacutem quando se avaliaram as fraccedilotildees mais finas observou-se maiores
valores de Si para o Agrosiliacutecio na fraccedilatildeo de 03 a 084 mm (20 a 50 mesh) e para o
Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil quando o corretivo foi aplicado na granulometria inferior a 03
mm (gt 50 mesh) estes resultados tambeacutem se repetiram no solo arenoso (Tabela 13)
Para o solo argiloso o Agrosiliacutecio foi o silicato que promoveu maiores valores
de Si no solo quando tambeacutem se avaliaram as fraccedilotildees granulomeacutetricas inferiores a 20
mm (gt 10 mesh) apenas para a fraccedilatildeo mais grossa maior que 20 mm o Agrosiliacutecio o
Silifeacutertil e o Holcim natildeo diferiram estatisticamente variando apenas em relaccedilatildeo ao
calcaacuterio que eacute o uacutenico corretivo avaliado que natildeo apresenta Si em sua constituiccedilatildeo
No solo de textura meacutedia o Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil proporcionaram a mesma
eficiecircncia no fornecimento de Si para o solo (fraccedilotildees 20 a 50 mesh e lt 10 mesh) na
fraccedilatildeo mais fina (gt 50 mesh) os trecircs silicatos avaliados resultaram nos mesmos valores
de Si no solo deferindo apenas do calcaacuterio jaacute na fraccedilatildeo entre 10 a 20 mesh todos os
corretivos proporcionaram o mesmo resultado
De maneira geral a granulometria natildeo resultou em diferenccedilas no fornecimento
de Si pelos silicatos exceto no solo argiloso em que se observa que quanto menor a
granulometria maior foi o teor de Si no solo (Tabela 13)
Ao se avaliar os efeitos do calcaacuterio em relaccedilatildeo ao teor de Si no solo pode-se
observar que quanto menor a fraccedilatildeo granulomeacutetrica do calcaacuterio menores os teores de Si
no solo Este fato pode estar associado a maior alteraccedilatildeo causada no pH do solo pelas
fraccedilotildees mais finas do calcaacuterio reduzindo assim sua disponibilidade de Si corroborando
aos dados de McKeague e Cline (1963) em que o aumento de pH de 6 para 9 reduziu
de 36 para 6 mg dm-3 a concentraccedilatildeo de Si soluacutevel
44 Teor de siliacutecio no solo apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo
De maneira geral pode-se observar que o Agrosiliacutecio promoveu maior
incremento de Si no solo apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo exceto para a fraccedilatildeo
granulomeacutetrica entre 20 a 50 mesh e no solo de textura meacutedia em que o Silifeacutertil e o
Holcim obtiveram resultados semelhantes ao Agrosiliacutecio (Tabela 14)
Quanto agraves fraccedilotildees granulomeacutetricas observou-se que quanto menor a fraccedilatildeo
granulomeacutetrica independente do silicato maior foi o fornecimento de Si ao solo
seguindo a tendecircncia encontrada por Oliveira e colaboradores (1994) em que escoacuterias
31
de alto forno com partiacuteculas menores que 03 mm foram mais eficientes no
fornecimento de Ca e Mg para o solo quando comparadas as fraccedilotildees mais grosseiras
Tabela 14 Teor de Si no solo em funccedilatildeo da fraccedilatildeo granulomeacutetrica e do corretivo
utilizado para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso apoacutes 90 dias de
incubaccedilatildeo
Peneiras ABNT (mesh) Corretivos 5 - 10 10 - 20 20 - 50 gt 50 Meacutedia
-------------------------------- Si (mg kg-1) --------------------------------------
Solo muito argiloso Agrosiliacutecio 8
Ab
9
Aa
9
Aa
9
Aa
9 Silifeacutertil 6
Bb
7
Bb
7
Ba
8
Ba
7 Holcim 7
Bb
7
Bb
6
Cb
8
Ba
7 Calcaacuterio 6
Ba
6
Ba
5
Db
5
Cb
6 Meacutedia 7
7
7
7
7 Solo argiloso
Agrosiliacutecio 7
Ac
11
Ab
13
Aa
13
Aa
11 Silifeacutertil 5
Bc
7
Bb
9
Ba
9
Ba
8 Holcim 6
Bb
5
Cb
6
Cb
9
Ba
7 Calcaacuterio 4
Ca
4
Da
4
Da
3
Cb
4 Meacutedia 5
7
8
9
7 Solo meacutedio
Agrosiliacutecio 10
Aa
11
Aa
10
Aa
11
Aa
11 Silifeacutertil 10
Ba
10
Ba
10
Aa
10
Ba
10 Holcim 10
Bb
10
Bb
10
Ab
11
Aa
10 Calcaacuterio 9
Ba
10
Ba
9
Bb
8
Cc
9 Meacutedia 10
10
10
10
10 Solo arenoso
Agrosiliacutecio 4
Ac
6
Ab
7
Aa
7
Aa
6 Silifeacutertil 3
Bc
4
Bb
6
Ba
6
Ba
5 Holcim 3
Bc
3
Cb
4
Cb
5
Ca
4 Calcaacuterio 2
Ca
2
Da
2
Da
2
Da
2 Meacutedia 3
4
5
5
4 Letras maiuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na coluna e letras minuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na linha (Scott-Knott a 5)
Para todos os solos analisados observou-se a seguinte sequecircncia para o teor de
Si Agrosiliacutecio gt Silifeacutertil gt Holcim gt Calcaacuterio Fato este que acompanha a tendecircncia
observada na avaliaccedilatildeo da reatividade na correccedilatildeo da acidez do solo exceto para o
calcaacuterio por natildeo apresentar Si em sua constituiccedilatildeo
32
Korndoumlrfer e colaboradores (2004) apresentaram a solubilidade de diferentes
silicatos evidenciando que o Agrosiliacutecio (escoacuteria de aciaria) apresentou maiores valores
de solubilidade em relaccedilatildeo aos valores obtidos pela escoacuteria de alto forno como o
Holcim com valores de 43 e 7 respectivamente Estas diferenccedilas em solubilidade
explicam os valores encontrados tanto na avaliaccedilatildeo aos 30 como aos 90 dias de
incubaccedilatildeo
Pereira e colaboradores (2004) em trabalho para a avaliaccedilatildeo da eficiecircncia de
fontes de Si para a cultura do arroz encontraram que a fonte que proporcionou mais
extraccedilatildeo de Si para os gratildeos foi a escoacuteria oriunda da produccedilatildeo de accedilo inox dado que
corrobora os resultados encontrados neste trabalho em que o Agrosiliacutecio (escoacuteria de
aciaria) apresentou maior disponibilizaccedilatildeo de Si para o solo
Nas comparaccedilotildees entre os resultados do teor de Si no solo apoacutes 30 e 90 dias de
incubaccedilatildeo os resultados praticamente se equivalem demonstrando que 30 dias foi um
periacuteodo suficiente para que os silicatos fornecessem Si
Comparando o teor de Si antes da aplicaccedilatildeo dos corretivos com o teor de Si no
solo apoacutes a aplicaccedilatildeo dos corretivos e apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo verificou-se
expressivo acreacutescimo no teor Si no solo ocasionado pelos silicatos principalmente para
o Agrosiliacutecio que incrementou na meacutedia entre as fraccedilotildees granulomeacutetricas 2 6 1 e 3 mg
dm-3 de Si nos solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso respectivamente O
Silifeacutertil tambeacutem forneceu Si ao solo elevando em 1 4 0 e 3 mg dm-3 o teor de Si nos
solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso respectivamente Jaacute o Holcim
apresentou incrementos de 0 2 0 e 1 mg dm-3 respectivamente para os solos muito
argiloso argiloso meacutedio e arenoso
33
5 CONCLUSOtildeES
Os silicatos Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil proporcionam maiores valores de eficiecircncia
relativa na correccedilatildeo da acidez do solo em comparaccedilatildeo ao calcaacuterio e ao silicato Holcim
na fraccedilatildeo granulomeacutetrica entre 030 e 084 mm
Quanto menor a fraccedilatildeo granulomeacutetrica do silicato maior eacute a eficiecircncia relativa
na correccedilatildeo da acidez do solo e maior eacute o fornecimento de Si para o solo
O Agrosiliacutecio apresenta melhores resultados no fornecimento de Si ao solo
seguido do Silifeacutertil e do Holcim
O periacuteodo de 30 dias em condiccedilotildees de umidade mantida agrave 80 da capacidade
de campo eacute um periacuteodo suficiente para a correccedilatildeo da acidez do solo e fornecimento de
Si pelos silicatos ao solo
34
6 REFEREcircNCIAS
ALCARDE JC PAULINO VT DERNARDIN J S Avaliaccedilatildeo da reatividade de corretivos da acidez do solo Revista Brasileira de Ciecircncia do Solo Campinas v 13 p 387-392 1989
ALCARDE JC Corretivos de acidez dos solos caracteriacutesticas e interpretaccedilotildees teacutecnicas Satildeo Paulo ANDA 1992 24p (Boletim Teacutecnico 6)
ALCARDE JC RODELLA AA Avaliaccedilatildeo quiacutemica de corretivos de acidez para fins agriacutecolas uma nova proposiccedilatildeo Scientia Agriacutecola Piracicaba v 53 n 2 ndash 3 1996
ALVAREZ V VH RIBEIRO AC Calagem In RIBEIRO AC GUIMARAtildeES PTG GUIMARAtildeES PTG ALVAREZ V VH (Ed) Recomendaccedilotildees para o uso de corretivos e fertilizantes em Minas Gerais ndash 5ordf Aproximaccedilatildeo Viccedilosa CFSEMG 1999 p 43-60
ALVAREZ V VH Correlaccedilatildeo e calibraccedilatildeo de meacutetodos de anaacutelise de solos In ALVAREZ V VH FONTES LEF FONTES MPF (Ed) O solo nos grandes domiacutenios morfoclimaacuteticos do Brasil e o desenvolvimento sustentado Viccedilosa Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo 1996 p 615-646
ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DOS PRODUTORES DE CALCAacuteRIO Calcaacuterio agriacutecola ndash Brasil consumo aparente por estado (1992 ndash 2006) Disponiacutevel em lthttpwwwcalcario-rscombrgt Acesso em 25 de novembro de 2008
BALASTRA MLFC PEREZ CM JULIANO BO VILLAREAL P Effects of siacutelica level on some properties of Oriza sativa straw and hull Canadian Journal of Botany Ottawa v 67 p 2356-2363 1989
BARBOSA FILHO MP SNYDER G H PRABHU A S DATNOFF L E KORNDOumlRFER G H Importacircncia do siliacutecio para a cultura do arroz Informaccedilotildees agronocircmicas v 89 p 1-8 2000
BELLINGIERI PA Avaliaccedilatildeo em laboratoacuterio da eficiecircncia de diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas de calcaacuterios agriacutecolas 1983 99f Tese (Doutorado) ndash Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Universidade de Satildeo Paulo Piracicaba 1983
BELLINGIERI PA ALCARDE JC amp SOUZA ECA Avaliaccedilatildeo da qualidade de calcaacuterios agriacutecolas atraveacutes do PRNT Anais da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Piracicaba v 45 n 2 p 579-588 1988
BELLINGIERI PA ALCARDE JC SOUZA ECA de Eficiecircncia relativa de diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas de calcaacuterios na neutralizaccedilatildeo da acidez dos solos avaliada em laboratoacuterio Anais da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Piracicaba v46 n2 1989 p 303-317
35
BELLINGIERI PA SOUZA ECA ALCARDE JC SHIKASHO HW Importacircncia da reatividade do calcaacuterio sobre a produccedilatildeo e algumas caracteriacutesticas da soja Scientia Agricola Piracicaba v 49 p 61-71 1992
BRASIL MAPA Laboratoacuterio Nacional de Referecircncia Vegetal Anaacutelise de corretivos fertilizantes e inoculantes Brasiacutelia 1983 104p
BRUNAUER S EMMETT P H TELLER E Adsorption of gases in multimolecular layers In Journal of the American Chemical Society New York v 60 p 309-19 1938
CATANI RA ALONSO O Avaliaccedilatildeo e exigecircncia de calcaacuterio do solo Anais da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Piracicaba v 26 p 141-156 1969
CATE R Sugestotildees para adubaccedilatildeo com base na anaacutelise de solos Raleigh North Caroline State University 1965 16p
DAYANADAM P KAUFMAN PB FRANKLIN CL Detection of siacutelica in plants American Journal of Botany Columbus v 70 p 1079-1084 1983
DEFELIPO BV BRAGA JM SPIES C Comparaccedilatildeo entre meacutetodos de determinaccedilatildeo da necessidade de calcaacuterio de solos de Minas Gerais Experientiae v 13 p 111-136 1982
EMBRAPA C N P S Manual de meacutetodos de anaacutelise de solo Rio de Janeiro 1997 212p
EPSTEIN E Silicon Annu Rev Plant Physiol Plant Molec Biol Palo Alto v 50 1999 p 641 - 664
FERREIRA DF SISVAR versatildeo 43 (Build 41) Lavras UFLADEX 1999 4 disquetes
FURTINI NETO A VALE FR RESENDE A V GUILHERME L R G GUEDES G A A Fertilidade do solo Lavras UFLAFAEPE 2001 252p
GASCHO G J Silicon sources for agriculture In DATNOFF L E SNYDER G H KORNDOumlRFER G H (Ed) Silicon in agriculture Amsterdan Elsevier 2001 cap 12 p 197-207
KAMINSKI J RHEINHEIMER DS A acidez do solo e a nutriccedilatildeo mineral de plantas In KAMINSKI J (Ed) Uso de corretivos da acidez do solo no plantio direto Pelotas SBCSNRS 2000 cap2 p 21 - 39
KORNDOumlRFER G H Elementos beneacuteficos In FERNANDES M S Nutriccedilatildeo mineral de plantas Viccedilosa Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo 2006 432p
36
KORNDOumlRFER G H DATNOFF L E Adubaccedilatildeo com siliacutecio uma alternativa no controle de doenccedilas da cana-de-accediluacutecar e do arroz Informaccedilotildees Agronocircmicas Piracicaba v 70 p 1-5 1995
KORNDOumlRFER G H PEREIRA H S CAMARGO M S Silicatos de caacutelcio e magneacutesio na agricultura 3 ed Uberlacircndia 2004 28 p (Boletim Teacutecnico n1)
KORNDOumlRFER G H PEREIRA H S NOLLA A Anaacutelise de siliacutecio solo planta e fertilizante 1 ed Uberlacircndia 2004 50 p (Boletim Teacutecnico n2)
KORNDOumlRFER G H PEREIRA H S CAMARGO M S Silicatos de caacutelcio e magneacutesio na agricultura 2 ed Uberlacircndia 2003 15 p (Boletim Teacutecnico n1)
KORNDOumlRFER G H PEREIRA H S CAMARGO M S Papel do siliacutecio na produccedilatildeo de cana-de-accediluacutecar STAB v 21 n 2 2002 4 p
KORNDOumlRFER G H LEPSCH I Effect of silicon on plant growth and crop yeld In DATNOFF L E SNYDER G H KORNDOumlRFER G H (Ed) Silicon in agriculture Amsterdan Elsevier 2001 p 133 ndash 147
KURIHARA CH MAEDA S HERNANI LC SILVA WM Eficiecircncia relativa de fraccedilotildees granulomeacutetricas de calcaacuterios sul-mato-grossenses Pesquisa Agropecuaacuteria Brasileira Brasiacutelia v34 n 8 p 1443 - 1449 1999
LOPES A S SILVA MC GUILHERME L R G Acidez do solo e calagem 3 ed Satildeo Paulo ANDA 1990 22 p (Boletim Teacutecnico 1)
LOPES A S Manual de fertilidade do solo Satildeo Paulo ANDAPOTAFOacuteS 1989 153p
MA JF TAKAHASHI E Soil fertilizer and plant silicon research in Japan Amosterdan Elsevier Science 2002 281 p
MALAVOLTA E Manual de quiacutemica agriacutecola adubos e adubaccedilatildeo Satildeo Paulo Agronocircmica Ceres 1981 608 p
MARSCHNER H Mineral nutrition of higher plants 2 ed LondresAcademic Press 1995 889p
MCKEAGUE J A CLINE M G Silica in soils Advances in Agronomy New York v 15n 3 p 339-397 1963
MEURER E J Fundamentos de quiacutemica do solo 3 ed Porto Alegre Evangraf 2006 285p
MIYAKE Y TAKAHASHI E Effect of silicon on the growth of cucumber plant in soil culture Soil Science Plant Nutrition Tokyo v 29 p 463-471 1983
37
NOVAIS R F BARROS N F LEITE F P TEIXEIRA J L LEAL P G L Eficiecircncia agronocircmica de escoacuterias de siderurgia Pains Viccedilosa Universidade Federal de Viccedilosa 1993
OLIVEIRA AC HAHNE H BARROS NF MORAIS EJ Uso de escoacuteria de alto forno como fonte de nutrientes na adubaccedilatildeo florestal In GUERRINI IA BELLOTE AFJ BUumlLL LT (Ed) Seminaacuterio sobre uso de resiacuteduos florestais e urbanos em florestas Botucatu Fundaccedilatildeo de Estudos e Pesquisas Agriacutecolas e Florestais 1994 p 77-96
PEREIRA HS KORNDOumlRFER GH VIDAL AA CAMARGO MS Silicon sources for rice crop Scientia Agriacutecola Piracicaba v 61 p 522-528 2004
PLESE L P M Efeito da umidade do solo na reatividade das fraccedilotildees granulomeacutetricas de um calcaacuterio 2000 49f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) ndash Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Universidade de Satildeo Paulo Piracicaba 2000
PRADO R M FERNANDES F M NATALE W Uso de escoacuteria de siderurgia no Brasil estudos na cultura da cana-de-accediluacutecar Jaboticabal Funep 2001 67p
PROGRAMA INTERLABORATORIAL DE CONTROLE DE QUALIDADE DE ANAacuteLISE DE SOLO Manual do laboratorista 2005 33p
RAIJ BV Avaliaccedilatildeo da fertilidade do solo Piracicaba Associaccedilatildeo Brasileira para Pesquisa da Potassa e do Fosfato 1981 142p
RAIJ B V CANTARELLA H QUAGGIO J A FURLANI A M C Recomendaccedilatildeo de adubaccedilatildeo e calagem para o estado de Satildeo Paulo Campinas IAC 1996 285p (IAC Boletim 100)
SCOTT AJ KNOTT MA A cluster analysis method for grouping means in the analysis of variance Biometrics Washington v 30 n 2 1974 p 507-512
SHOEMAKER HE MCCLEAN E PRATT PF Buffer methods for determining lime requirements of soil with appreciable amounts of extractable aluminium Soil Sci Soc Am Proc Madison v 25 p 274-277 1961
SOUSA D M G MIRANDA L N OLIVEIRA S A Acidez do solo e sua correccedilatildeo In NOVAIS R F ALVAREZ V V H BARROS N F FONTES R L F CANTARUTTI R B NEVES J C L Fertilidade do solo Viccedilosa Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo 2007 p 205 ndash 274
SOUSA D M G LOBATO E Cerrado correccedilatildeo do solo e adubaccedilatildeo Brasiacutelia Embrapa Informaccedilatildeo Tecnoloacutegica 2004 416p
VERAS M C M VIEIRA W TEIXEIRA L S M ALCARDE J C OLIVEIRA L B Manual de meacutetodos analiacuteticos oficiais para fertilizantes minerais orgacircnicos organominerais e corretivos 1 ed Brasiacutelia MAPA 2007 v 1
38
WERNER D ROTH R Siacutelica metabolism In LAUCHILI A BIELESKI RL (Ed) Encyclopedia of plant physiology New Series Berlin Springer-Velag 1983 v 15B p 682-694
- Parte inicial dissertaccedilatildeopdf
- RESUMOpdf
- Corpo da dissertaccedilatildeopdf
-
i
RESUMO
PRADA NETO ITHAMAR Eficiecircncia relativa de diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas de silicatos na correccedilatildeo da acidez do solo 2009 38f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em AgronomiaSolos) ndash Universidade Federal de Uberlacircndia Uberlacircndia1
Os silicatos satildeo produtos que podem ser utilizados natildeo apenas para o fornecimento de siliacutecio como tambeacutem para a correccedilatildeo da acidez do solo Nos corretivos agriacutecolas os principais fatores que devem ser avaliados satildeo o poder de neutralizaccedilatildeo e a reatividade que juntos compotildee o poder relativo de neutralizaccedilatildeo total fator determinante para a definiccedilatildeo da dose a ser empregada na agricultura Atualmente os silicatos estatildeo sendo avaliados quanto a sua capacidade de correccedilatildeo do solo com os mesmos criteacuterios utilizados para o calcaacuterio mesmo apresentando origens e processos de produccedilatildeo muito distintos Com o presente trabalho objetivou-se quantificar a reatividade para cada fraccedilatildeo granulomeacutetrica de diferentes silicatos O experimento foi desenvolvido no Centro Universitaacuterio de Patos de Minas em Patos de Minas MG utilizando-se trecircs silicatos (Agrosiliacutecio Silifeacutertil e Holcim) e um calcaacuterio comercial em quatro fraccedilotildees granulomeacutetricas separados pelas peneiras lt 10 mesh 10 a 20 mesh 20 a 50 mesh e gt 50 mesh em quatro solos com as seguintes classes granulomeacutetricas muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso com quatro repeticcedilotildees Os corretivos foram aplicados e misturados nos vasos contendo 300g de amostras de solos os quais foram submetidos agrave incubaccedilatildeo por trinta e noventa dias com solos mantidos a 80 da capacidade de campo Para a obtenccedilatildeo dos valores de equivalente em carbonato de caacutelcio foram submetidos tambeacutem a incubaccedilatildeo dos solos com carbonato de caacutelcio em doses crescentes Apoacutes os periacuteodos de incubaccedilatildeo foram realizadas anaacutelises de pH em CaCl2 e do teor de Si no solo em CaCl2 Os dados foram submetidos a anaacutelise de variacircncia e tiveram suas meacutedias comparadas pelo teste de Scott-Knott agrave 5 de probabilidade Os resultados obtidos mostraram que quanto menor a fraccedilatildeo granulomeacutetrica maior a eficiecircncia relativa dos corretivos (calcaacuterio e silicatos) na elevaccedilatildeo do pH do solo Quanto aos resultados dos corretivos os silicatos Agrosiliacutecio e Silifeacutertil se destacaram o que demonstrou que com os meacutetodos atualmente empregados estatildeo subestimando a reatividade destes produtos principalmente na fraccedilatildeo compreendida entre as peneiras de 20 e 50 mesh O Holcim se mostrou menos eficiente que o calcaacuterio quanto a correccedilatildeo da acidez do solo fato este que pode estar associado a alguma diferenccedila no processo de produccedilatildeo do produto em relaccedilatildeo aos demais silicatos Quanto ao fornecimento de siliacutecio para o solo a mesma tendecircncia foi mantida com superioridade para as fraccedilotildees granulomeacutetricas mais finas Desta forma novos paracircmetros precisam ser colocados em praacutetica para a determinaccedilatildeo da reatividade dos silicatos
Palavras-chave Escoacuteria de siderurgia Siliacutecio Corretivos agriacutecolas Fertilidade do solo
1 Orientador Prof Dr Gaspar Henrique Korndoumlrfer ndash UFU
ii
ABSTRACT
PRADA NETO ITHAMAR Relative efficiency of different size fractions of silicate in correcting the soil acidity 2009 38p Dissertation (Masters Degree in AgronomySoils Science) ndash Federal University of Uberlacircndia Uberlacircndia2
The silicates are products that might be used not just for silicon supply but also for correction of soil acidity The main factors that must be evaluated for agricultural correctives are neutralization power and reactivity which combined form the relative power of total neutralization a determinant factor for the definition of the dose to be used in agriculture Currently the silicates have been evaluated for their ability to correct the soil with the same criteria used for lime despite presenting very different origin and production processes This study quantified the reactivity for each size fraction of different silicates The experiment was conducted at the University of Patos de Minas in Patos de Minas MG using three silicates (Agrosiliacutecio Silifeacutertil and Holcim) and a commercial lime in four size fractions separated by sieves lt10 mesh 10 to 20 mesh 20 to 50 mesh and gt 50 mesh in four soils very clayey clayey loamy and sandy medium texture with four replications The correctives were applied and mixed in pots containing 300g of soil samples which were subjected to incubation for thirty to ninety days at 80 field capacity Soils that received calcium carbonate in increasing doses were also incubated to obtain the values of the equivalent in calcium carbonate After the incubation periods analyses of pH in CaCl2 and the Si content of the soil in CaCl2 were done Data were submitted to analysis of variance and means were compared by their Scott-Knott test at 5 probability The results showed that the smaller the fraction size the greater the relative efficiency of the corrective (lime and silicates) in raising the soil pH The results of the silicates Agrosiliacutecio and Silifeacutertil were outstanding showing that the methods currently employed are underestimating the reactivity of these products mainly in the fraction between 20 and 50 mesh Holcim was less efficient than lime in correcting soil acidity a fact that may be associated with differences in the production process in relation to the other silicates The same trend was maintained for silicon supply to the soil with superiority for the smaller size fractions Thus new parameters need to be put into practice for determining the reactivity of silicates
Keywords Silicate slag Silicon Agricultural correctives soil fertility
2 Supervisor Prof Dr Gaspar Henrique Korndoumlrfer ndash UFU
1
1 INTRODUCcedilAtildeO
A maioria dos solos brasileiros sobretudo aqueles sob vegetaccedilatildeo de cerrado
apresenta limitaccedilotildees quanto ao estabelecimento e desenvolvimento das principais
culturas em decorrecircncia dos efeitos da acidez do solo
Neste cenaacuterio a correccedilatildeo da acidez do solo se apresenta com papel fundamental
para a obtenccedilatildeo de resultados agronocircmicos e econocircmicos positivos na agricultura Nos
uacuteltimos anos o consumo brasileiro de calcaacuterio vem oscilando na ordem de 16 a 27
milhotildees de toneladas por ano segundo informaccedilotildees da Associaccedilatildeo Brasileira dos
Produtores de Calcaacuterio Agriacutecola (2008)
Natildeo apenas os calcaacuterios mas tambeacutem os silicatos apresentam bom potencial
para utilizaccedilatildeo como corretivos de acidez com o benefiacutecio de aleacutem de corrigir a acidez
do solo e fornecer caacutelcio e magneacutesio e tambeacutem o siliacutecio elemento que desperta grande
interesse da comunidade cientiacutefica e do setor agriacutecola atualmente por trazer uma seacuterie
de benefiacutecios para algumas culturas
Os principais paracircmetros que orientam o uso dos corretivos satildeo os valores de
poder de neutralizaccedilatildeo reatividade e poder relativo de neutralizaccedilatildeo total sendo este
uacuteltimo resultante da combinaccedilatildeo dos anteriores Tais paracircmetros satildeo fundamentais para
a definiccedilatildeo de doses eficiecircncia agrocircnomica e efeito residual
A avaliaccedilatildeo do poder de neutralizaccedilatildeo (PN) consiste na anaacutelise quiacutemica do poder
corretivo do material ou seja a capacidade do corretivo em neutralizar o hidrogecircnio
Esta avaliaccedilatildeo eacute feita atraveacutes da adiccedilatildeo de HCl em uma amostra de calcaacuterio e na
posterior identificaccedilatildeo na quantidade de HCl consumida o que reflete o poder de
neutralizaccedilatildeo do material
A reatividade (RE) se refere agrave velocidade de reaccedilatildeo do corretivo no solo e esta
velocidade de reaccedilatildeo estaacute associada com a superfiacutecie de contato do material Quando se
analisa a reatividade de um corretivo se considera apenas o tamanho de partiacuteculas
desconsiderando suas caracteriacutesticas intriacutensecas de superfiacutecie especiacutefica como a
porosidade e forma das partiacuteculas A porosidade e a forma das partiacuteculas diferem muito
em funccedilatildeo da origem do corretivo Os silicatos oriundos de escoacuterias de siderurgia
apresentam em geral e para um mesmo tamanho de partiacutecula uma superfiacutecie especiacutefica
e porosidade bem maiores do que as partiacuteculas de um corretivo oriundo de uma rocha
calcaacuteria
2
Estas caracteriacutesticas certamente podem afetar a reatividade de um corretivo e
atualmente satildeo totalmente ignoradas no meacutetodo de determinaccedilatildeo da reatividade Existe
a hipoacutetese de que a determinaccedilatildeo da reatividade de materiais silicatados oriundos de
escoacuterias esteja sendo subestimada quando comparada aos calcaacuterios em geral
Desta forma objetivou-se com o presente trabalho quantificar a eficiecircncia
relativa na correccedilatildeo da acidez do solo de fraccedilotildees granulomeacutetricas de silicatos em
comparaccedilatildeo ao calcaacuterio
3
2 REVISAtildeO BIBLIOGRAFICA
21 Acidez do solo
Segundo Lopes e colaboradores (1990) a grande maioria dos solos brasileiros
principalmente os solos sob vegetaccedilatildeo de cerrado apresentam elevada acidez o que
prejudica o bom desenvolvimento das plantas Sousa e colaboradores (2007) relatam
que tal efeito pode estar associado agrave presenccedila de Al e Mn em concentraccedilotildees toacutexicas e
aos baixos teores dos macronutrientes Ca e Mg
A acidificaccedilatildeo do solo eacute um processo natural e sua intensidade depende de
fatores intriacutensecos do solo e das perturbaccedilotildees a que o sistema eacute submetido
(KAMINSKI RHEINHEIMER 2000)
Os solos poderatildeo ser naturalmente aacutecidos quando a rocha de origem apresentar
baixos teores de bases ou entatildeo mesmo apresentando altos teores de bases quando este
solo for submetido a intenso processo pedogeneacutetico Neste uacuteltimo caso destaca-se a
situaccedilatildeo de precipitaccedilatildeo pluvial intensa ao longo dos anos promovendo lixiviaccedilatildeo de
bases permanecendo no complexo de troca predominantemente os caacutetions hidrogecircnio e
alumiacutenio (FURTINI NETO et al 2001)
Aleacutem dos processos pedogeneacuteticos outros fatores tambeacutem contribuem para a
acidificaccedilatildeo do solo como as reaccedilotildees de hidroacutelise que ocorrem nas soluccedilotildees dos solos
a decomposiccedilatildeo de resiacuteduos orgacircnicos pelos microorganismos a accedilatildeo do homem
atraveacutes de adubaccedilotildees e sistemas de produccedilatildeo adotados e a proacutepria absorccedilatildeo de
nutrientes (MEURER 2006)
A acidez ativa do solo eacute definida como todo o hidrogecircnio (H+) presente na
soluccedilatildeo medida pelo potencial hidrogecircnio iocircnico (pH) O pH pode ser determinado com
um potenciocircmetro utilizando-se dois meacutetodos principais no primeiro utiliza-se uma
suspensatildeo de terra em aacutegua e no segundo em CaCl2 a 001 M (PLESE 2000)
A concentraccedilatildeo de H+ na soluccedilatildeo do solo avaliada pelo pH natildeo eacute na maioria
dos casos fator limitante para o crescimento e desenvolvimento das plantas desde que
haja suprimento adequado dos nutrientes e ausecircncia de elementos em concentraccedilotildees
toacutexicas Entretanto essa situaccedilatildeo natildeo ocorre naturalmente nos solos pois em condiccedilotildees
aacutecidas podem ocorrer iacuteons como o Al3+ e Mn2+ em teores toacutexicos para as plantas
Outros aspectos importantes associados agrave elevada acidez satildeo a alteraccedilatildeo na
4
disponibilidade de nutrientes e a interferecircncia na atividade microbiana (SOUSA et al
2007)
22 Correccedilatildeo da acidez do solo
Em funccedilatildeo dos fatores negativos da acidez do solo para a produccedilatildeo agriacutecola
torna-se necessaacuteria a sua correccedilatildeo atraveacutes da calagem maneira mais faacutecil e econocircmica
para se corrigir a acidez do solo nos primeiros 20 cm deste Furtini Neto e
colaboradores (2001) destacam como principais benefiacutecios da calagem
Diminuiccedilatildeo da toxidez por Al3+ e Mn2+
Aumento da mineralizaccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica consequentemente aumentando
a disponibilidade de nutrientes principalmente nitrogecircnio enxofre foacutesforo e
boro
Aumento na disponibilidade de caacutelcio e magneacutesio por adiccedilatildeo direta ao solo
Aumento na disponibilidade de foacutesforo e molibdecircnio presentes em formas
fixadas e de menor disponibilidade no solo aacutecido
Aumento da fixaccedilatildeo natildeo-simbioacutetica e simbioacutetica de nitrogecircnio
Aumento da CTC do solo reduzindo os problemas de salinidade e de lixiviaccedilatildeo
de caacutetions
Aumento da eficiecircncia da adubaccedilatildeo
Aumento da preservaccedilatildeo de aacutereas de floresta ou de aacutereas menos vocacionadas
para a agricultura em face da necessidade de menor aacuterea para obter a mesma
produccedilatildeo
Segundo Sousa e Lobato (2004) para solos de Cerrado a produtividade de gratildeos
das culturas de sequeiro (soja milho trigo e feijatildeo) aumenta com a saturaccedilatildeo por bases
ateacute 40 estabiliza entre os valores de 40 a 60 e diminui quando a saturaccedilatildeo por
bases eacute maior que 60 Neste uacuteltimo caso o pH em aacutegua do solo estaraacute maior que 63
o que ocasiona a reduccedilatildeo na disponibilidade de zinco cobre ferro e manganecircs
Diversos satildeo os meacutetodos para a determinaccedilatildeo da necessidade de calagem sem
haver uma definiccedilatildeo clara sobre qual o melhor deles Fundamentalmente os caacutelculos
tem-se baseado nos seguintes meacutetodos meacutetodo da curva de incubaccedilatildeo de CaCO3
meacutetodo baseado no teor de alumiacutenio trocaacutevel (CATE 1965 CATANI ALONSO
1969) meacutetodo baseado no decreacutescimo de pH de soluccedilotildees-tampatildeo SMP (SHOEMAKER
5
et al 1961) meacutetodo baseado na saturaccedilatildeo por bases (RAIJ 1981) meacutetodo baseado no
pH e mateacuteria orgacircnica (DEFELIPO et al 1982 ALVAREZ V 1996) e meacutetodo para
neutralizar a acidez trocaacutevel e elevar os teores de Ca e Mg trocaacuteveis (ALVAREZ V
RIBEIRO 1999)
Independente do meacutetodo adotado eacute de extrema importacircncia que a determinaccedilatildeo
da necessidade de calagem seja adequada pois o excesso de aplicaccedilatildeo de um corretivo
pode trazer diversos impactos negativos como a induccedilatildeo a deficiecircncias de ferro e
manganecircs (LOPES 1989)
23 Caracteriacutesticas dos corretivos de acidez
Todo material utilizado para corrigir a acidez do solo conteacutem componentes
neutralizantes como carbonatos oacutexidos hidroacutexidos e silicatos Os componentes
neutralizantes nestes materiais natildeo satildeo os caacutetions Ca2+ e Mg2+ mas sim os acircnions CO3-2
OH- SiO32- (PLESE 2000)
A qualidade de um calcaacuterio eacute dada pela combinaccedilatildeo de seus atributos quiacutemicos e
fiacutesicos O atributo quiacutemico representado pelo poder de neutralizaccedilatildeo depende do tipo e
teor de neutralizantes no corretivo O fiacutesico representado pela eficiecircncia relativa
depende da natureza geoloacutegica da rocha calcaacuteria e do grau de moagem a que foi
submetida (KURIHARA et al 1999)
A avaliaccedilatildeo quiacutemica dos corretivos de acidez consta das seguintes
determinaccedilotildees poder de neutralizaccedilatildeo (PN) e teores de Ca e Mg (ALCARDE
RODELLA 1996)
A avaliaccedilatildeo fiacutesica dos corretivos de acidez eacute determinada pela sua composiccedilatildeo
granulomeacutetrica empregando-se as peneiras nordm 10 20 e 50 segundo a Associaccedilatildeo
Brasileira de Normas Teacutecnicas - ABNT Para cada uma das fraccedilotildees granulomeacutetricas
produto retido na peneira ABNT 10 produto passante na peneira ABNT 10 e retido na
peneira ABNT 20 produto passante na peneira ABNT 20 e retido na peneira ABNT 50
e produto passante na peneira ABNT 50 satildeo atribuiacutedos os seguintes valores de
reatividade 0 20 60 e 100 respectivamente A partir dos resultados da
composiccedilatildeo granulomeacutetrica calcula-se a reatividade (RE) ou eficiecircncia relativa (ER) do
calcaacuterio de acordo com a equaccedilatildeo abaixo (ALCARDE RODELLA 1996)
RE = F10-20 x 02 + F20-50 x 06 + Fgt50 x 1
6
Onde
F10-20= percentual de produto que passa pela peneira nordm10 e fica retido na peneira
nordm20 F20-50 = percentual de produto que passa pela peneira nordm20 e fica retido na
peneira nordm50 e Fgt50 = percentual de produto que passa pela peneira nordm50
Estes paracircmetros de reatividade satildeo adotados no Brasil de acordo com o que a
legislaccedilatildeo prevecirc para todos os corretivos independente de sua origem Segundo Prado e
colaboradores (2001) ainda natildeo existe uma legislaccedilatildeo especiacutefica para silicatos de
caacutelcio sendo estes incluiacutedos na legislaccedilatildeo de calcaacuterios com algumas adaptaccedilotildees
Alcarde e colaboradores (1989) avaliando a reatividade de calcaacuterios de
diferentes origens na correccedilatildeo da acidez do solo constataram eficiecircncia relativa acima
de 80 para partiacuteculas de tamanho inferior a 03 mm (peneira gt 50 ABNT) entre 39 e
65 para partiacuteculas entre 03 e 084 mm (produto passante na peneira 20 ABNT e retido
na peneira 50 ABNT) e eficiecircncia entre 6 e 27 para partiacuteculas entre 084 e 20 mm
(produto passante na peneira 10 ABNT e retido na peneira 20 ABNT)
Bellingieri (1983) avaliando a eficiecircncia de fraccedilotildees granulomeacutetricas de calcaacuterios
em laboratoacuterio em solos com controle de umidade em 30 encontrou valores de
eficiecircncia relativa de 74 376 767 e 100 respectivamente para corretivos nas
fraccedilotildees granulomeacutetricas passantes na peneira ABNT 5 e retiros na peneira ABNT 10
passantes na peneira 10 e retidos na peneira ABNT 30 passantes na peneira ABNT 30 e
retidos na peneira ABNT 50 e produtos passantes na peneira ABNT 50
Segundo Kurihara e colaboradores (1999) a origem da rocha calcaacuteria interfere
na ER do corretivo com destaque para os materiais de origem sedimentar que
apresentam elevada friabilidade possibilitando que torrotildees do material sejam facilmente
desagregados com pequena pressatildeo entre os dedos da matildeo de maneira que apoacutes sua
extraccedilatildeo da jazida esse calcaacuterio natildeo necessita passar por um processo de moagem como
os de natureza metamoacuterfica Entretanto ao se efetuar a anaacutelise granulomeacutetrica verifica-
se que estes torrotildees natildeo passam pelo conjunto de peneiras durante a agitaccedilatildeo mecacircnica
subestimando a real capacidade do material em se solubilizar no solo
Bellingieri e colaboradores (1992) avaliando a reatividade de um calcaacuterio
dolomiacutetico e calcaacuterio dolomiacutetico calcinado durante dois anos agriacutecolas relataram que o
calcaacuterio calcinado apresentou maior reatividade no primeiro ano agriacutecola bem como as
fraccedilotildees granulomeacutetricas mais finas proporcionaram maior reatividade no primeiro ano
do trabalho fato que foi amenizado no segundo ano agriacutecola em que a reatividade dos
7
calcaacuterios tenderam a se igualar e a granulometria mais grosseira tambeacutem compensou a
menor reatividade obtida no primeiro ano
Plese (2000) avaliando o efeito da umidade do solo entre o intervalo de 0 a 80
da capacidade de campo na reatividade das fraccedilotildees granulomeacutetricas de um calcaacuterio
observou que quanto mais altos os valores de umidade do solo mais favoraacutevel era para
a reaccedilatildeo do corretivo no solo Para solos mantidos a 80 da capacidade de campo a
frequecircncia de molhamento teve pouca influecircncia na reatividade
A combinaccedilatildeo das caracteriacutesticas quiacutemicas e fiacutesicas do corretivo
respectivamente PN expresso em equivalente de carbonato de caacutelcio e ER originam o
Poder Relativo de Neutralizaccedilatildeo Total (PRNT) variaacutevel esta utilizada para a definiccedilatildeo
da dose a ser utilizada (BELINGIERI et al 1988)
24 Silicatos de Caacutelcio
Segundo Prado e colaboradores (2001) para minimizar os problemas quiacutemicos
dos solos do Brasil uma maneira seria mediante a correccedilatildeo da acidez do solo pelo uso
de escoacuterias de siderurgia um resiacuteduo da induacutestria do accedilo e ferro-gusa constituiacutedo
quimicamente de silicato de caacutelcio (CaSiO3)
Segundo Malavolta (1981) de maneira simplificada a escoacuteria de siderurgia
pode ser definida como sendo obtida atraveacutes da siacutelica do mineacuterio de ferro que reage com
o caacutelcio do calcaacuterio em alto forno Este processo envolvendo altas temperaturas
seguindo de um raacutepido resfriamento difere do processo de produccedilatildeo de calcaacuterio
(moagem de rochas calcaacuterias) o que pode originar materiais de alta solubilidade
consequentemente elevando sua eficiecircncia relativa
Os silicatos de caacutelcio e magneacutesio apresentam como principais benefiacutecios o
aumento na disponibilidade do Si a elevaccedilatildeo do pH o aumento do Ca e Mg trocaacuteveis
no solo a reduccedilatildeo de toxicidade do Fe Mn e Al para as plantas e o aumento na
disponibilidade de P no solo (KORNDOumlRFER et al 2003)
Segundo Alcarde (1992) a accedilatildeo neutralizante dos silicatos de caacutelcio e magneacutesio
no solo pode ser explicada com as seguintes equaccedilotildees
Ca(Mg)SiO3 + H2O
Ca+2(Mg+2) + SiO3-2
SiO3-2 + H2O HSiO3
- + OH-
HSiO3- + H2O H2SiO3 + OH-
H2SiO3 + H2O H4SiO4
8
Dentre os silicatos as fontes mais abundantes e baratas satildeo as escoacuterias
sideruacutergicas originadas do processamento em altas temperaturas geralmente acima de
1400 ordmC da reaccedilatildeo do calcaacuterio com a siacutelica presente no mineacuterio de ferro
(KORNDOumlRFER et al 2003)
As principais caracteriacutesticas que devem ser avaliadas na escolha de uma fonte de
siliacutecio para a agricultura satildeo solubilidade disponibilidade as propriedades fiacutesicas a
concentraccedilatildeo de elementos contaminantes e a relaccedilatildeo custo benefiacutecio (GASCHO
2001)
25 Efeitos do Si na agricultura
A utilizaccedilatildeo de macronutrientes nitrogecircnio (N) foacutesforo (P) potaacutessio (K) caacutelcio
(Ca) magneacutesio (Mg) e enxofre (S) e de micronutrientes boro (B) cloro (Cl) cobre
(Cu) ferro (Fe) manganecircs (Mn) molibdecircnio (Mo) niacutequel (Ni) e zinco (Zn) eacute
considerada como essencial para se alcanccedilar resultados satisfatoacuterios na produccedilatildeo
agriacutecola Poreacutem em determinadas condiccedilotildees de solo e cultivo existem elementos
chamados de natildeo-essenciais como o siliacutecio (Si) que pode promover diversos processos
fisioloacutegicos desejaacuteveis para as plantas e por consequecircncia aumentar a produtividade
(KORNDOumlRFER LEPSCH 2001)
A comprovaccedilatildeo da essencialidade do siliacutecio eacute muito difiacutecil de ser obtida devido
a sua abundacircncia na biosfera Estaacute presente em quantidades significativas mesmo em
sais aacutegua e ar (WERNER ROTH 1983)
As plantas absorvem siliacutecio diretamente da soluccedilatildeo do solo sendo este
transportado ateacute as raiacutezes principalmente via fluxo de massa (DAYANADAM et al
1983)
Balastra e colaboradores (1989) relatam que o Si apoacutes absorvido eacute transportado
pelo xilema e depositado na parede celular na forma de siacutelica amorfa hidratada ou opala
biogecircnica (SiO2nH2O) Uma vez alocado o Si torna-se imoacutevel e natildeo mais se redistribui
na planta
Marschner (1995) classifica as plantas de acordo com o seu teor de SiO2 na
mateacuteria seca da parte aeacuterea em trecircs grupos I ) acumuladoras com teores de Si de 10 a
15 II) intermediaacuterias com teores de Si de 1 a 3 III) natildeo acumuladoras com teores
na ordem de 05 Myake e Takahashi (1983) relatam que as gramiacuteneas satildeo
9
acumuladoras tiacutepicas reduzindo de forma raacutepida a concentraccedilatildeo de Si na soluccedilatildeo do
solo
Entre as plantas que mais extraem Si destacam-se o arroz e a cana-de-accediluacutecar
Ma e Takahashi (2002) relatam que as plantas de arroz possuem mecanismos
especiacuteficos de absorccedilatildeo de Si em que as proteiacutenas de membranas satildeo produzidas por
expressatildeo do gene especiacutefico Uma seacuterie de autores demonstram que o siliacutecio reduz a
severidade de vaacuterias doenccedilas de importacircncia econocircmica na cultura do arroz tais como a
brusone mancha parda escaldadura entre outras (KORNDOumlRFER DATNOFF 1995)
Natildeo apenas na reduccedilatildeo da severidade de doenccedilas como tambeacutem na reduccedilatildeo do
ataque de pragas pode-se observar grandes efeitos da aplicaccedilatildeo de Si Yoshida (1975)
citado por Barbosa Filho e colaboradores (2000) relata que a silicificaccedilatildeo da epiderme
previne a penetraccedilatildeo e a mastigaccedilatildeo pelos insetos porque as ceacutelulas ficam mais
endurecidas Segundo revisatildeo feita pelos mesmos autores diversos insetos sofreram
impactos com a aplicaccedilatildeo de Si como larvas da broca de colo trips e cigarrinha parda
que respectivamente tiveram mandiacutebulas danificadas inibiccedilatildeo na atividade e reduccedilatildeo
da populaccedilatildeo
O siliacutecio aparece na cana-de-accediluacutecar em altas concentraccedilotildees podendo variar
desde 014 em folhas jovens ateacute 67 nos colmos e folhas velhas No Havaiacute as folhas
contendo menos de 05 de siliacutecio satildeo frequentemente afetadas por um sintoma
denominado freckling A causa deste sintoma eacute ainda bastante controvertida poreacutem a
maioria dos pesquisadores atribuem agrave falta de Si e a desequiliacutebrios nutricionais O
aparecimento da ferrugem na cana-de-accediluacutecar (Puccinia melanocephala) pode estar
relacionado com o referido sintoma O sintoma eacute mais severo nas folhas mais velhas e a
aacuterea fotossinteacutetica eacute normalmente fortemente atingida (KORNDOumlRFER DATNOFF
1995)
Natildeo apenas em relaccedilatildeo aos fitopatoacutegenos mas quanto ao ataque de pragas
principalmente a broca do colmo e cigarrinha poderiam ser diminuiacutedas nas cultivares
acumuladoras de Si Outros efeitos do Si na cana-de-accediluacutecar estatildeo relacionados agrave maior
resistecircncia ao acamamento e alteraccedilotildees na arquitetura da planta deixando as folhas mais
eretas e em consequecircncia disso mais eficientes quanto agrave capacidade de aproveitamento
da luz solar e de realizaccedilatildeo da fotossiacutentese (KORNDOumlRFER et al 2002)
10
3 MATERIAL E MEacuteTODOS
31 Local do experimento
O experimento foi desenvolvido na Central de Fertilidade do Solo da
Faculdade de Ciecircncias Agraacuterias do Centro Universitaacuterio de Patos de Minas (UNIPAM)
no municiacutepio de Patos de Minas ndash MG onde os solos foram armazenados durante o
periacuteodo de incubaccedilatildeo de 30 e 90 dias de 8 de julho agrave 6 de outubro de 2008
32 Solos utilizados nas unidades experimentais
O experimento foi realizado em quatro classes de solo de diferentes texturas
sendo arenoso meacutedio argiloso e muito argiloso Os solos foram coletados do horizonte
B para natildeo haver interferecircncia da mateacuteria orgacircnica e posteriormente foram secos ao ar
ateacute atingirem massa constante Em seguida peneirados em malha de 2 mm e realizada a
anaacutelise quiacutemica e fiacutesica seguindo a metodologia descrita pelo Programa
Interlaboratorial de controle de qualidade de anaacutelise de solo (2005) exceto para o teor
de Si no solo que seguiu a metodologia descrita por Korndoumlrfer et al (2004) Os
resultados satildeo apresentados na Tabela 1
11
Tabela 1 Caracterizaccedilatildeo quiacutemica e fiacutesica dos solos utilizados no experimento
SOLOS Atributo Unidade Muito
argiloso Argiloso Meacutedio Arenoso
Latossolo Vermelho Acifeacuterrico
Tiacutepico
Latossolo Vermelho Perfeacuterrico
Tiacutepico
Latossolo Vermelho
Distrofeacuterrico Tiacutepico
Latossolo Amarelo
Distroacutefico Psamiacutetico
Si mg dm-3 59 50 87 29
P (Mehlich 1) mg dm-3 00 07 10 01
K mg dm-3 364 40 226 89
Ca cmolc dm-3
02 02 04 02
Mg cmolc dm-3
06 02 05 01
H + Al cmolc dm-3
37 60 39 34
pH (em H2O)
51 53 47 45
Al cmolc dm-3
01 01 04 05
CTC (e) cmolc dm-3
09 05 14 08
CTC (T) cmolc dm-3
46 64 49 37
SB cmolc dm-3
08 04 10 03
V 185 64 200 82
Cu mg dm-3 02 13 09 03
Zn mg dm-3 01 01 01 01
Argila 74 45 30 14
Silte 12 36 16 1
Areia 14 19 54 85
Metodologia P K Cu Zn (Mehlich 1 HCl 005 M + H2SO4 00125 M) Ca Mg Al (KCl 1 M) H+Al (soluccedilatildeo tampatildeo ndash SMP a pH 75) pH (em aacutegua) anaacutelise textural (meacutetodo da pipeta)
Realizou-se a determinaccedilatildeo da densidade das amostras dos quatro solos (Tabela
2) pelo meacutetodo da proveta descrita pela Embrapa (1997) Este meacutetodo eacute uma
alternativa para experimentos em vasos onde amostras de solo satildeo desagregadas para
preencher os vasos compondo a unidade experimental
12
Tabela 2 Densidade das amostras dos solos utilizados no experimento
Solos Densidade
g cm-3
Muito Argiloso 096
Argiloso 130
Meacutedio 125
Arenoso 135
Com os resultados da anaacutelise quiacutemica dos solos foi determinada a necessidade
de calagem pelo meacutetodo da saturaccedilatildeo por bases descrito por Raij e colaboradores
(1996) com o objetivo de elevaacute-la agrave 60 (Tabela 3)
Tabela 3 Necessidade de calagem em equivalente de CaCO3 com 100 de PRNT para amostras dos solos utilizados no experimento considerando as respectivas densidades das amostras dos solos
Solos Unidade
Muito Argiloso Argiloso Meacutedio Arenoso
Mg ha-1 189 343 056 191
mg vaso-1 27114 66795 10587 38735
33 Corretivos utilizados
Foram utilizadas trecircs fontes de silicatos originados de diferentes escoacuterias de
siderurgia sendo estes Agrosiliacutecio Silifeacutertil e Holcim por serem os mais
representativos quanto ao uso na agricultura como corretivos agriacutecolas Estes foram
comparados com um calcaacuterio comercial de origem sedimentar e com o carbonato de
caacutelcio pa padratildeo para estudos de eficiecircncia relativa de corretivos (Tabela 4)
Tabela 4 Teores de caacutelcio magneacutesio e siliacutecio dos corretivos utilizados
Corretivo CaO () MgO () SiO2 ()
Agrosiliacutecio 39 10 23
Silifeacutertil 38 8 22
Holcim 25 7 43
Calcaacuterio 30 20 0
Carbonato de caacutelcio 56 0 0
13
Para a caracterizaccedilatildeo dos corretivos quanto a sua superfiacutecie especiacutefica foi
realizada a anaacutelise da superfiacutecie especiacutefica pela equipe do Laboratoacuterio de
Hidrometalurgia da Universidade Federal de Ouro Preto utilizando-se o meacutetodo de
determinaccedilatildeo por gases descrito por Brunauer e colaboradores (1938) (Tabela 5)
Tabela 5 Superfiacutecie especifica e volume total de poros dos corretivos de acidez do solo
Corretivo Superfiacutecie Especiacutefica Volume total de poros
m2 g-1 cm3 g-1
Agrosiliacutecio 1175 00482
Silifeacutertil 066 00023
Holcim 038 00006
Calcaacuterio 091 00039
Fonte Universidade Federal de Ouro Preto (Laboratoacuterio de Hidrometalurgia)
Todos os corretivos foram submetidos agrave uniformizaccedilatildeo de umidade atraveacutes de
secagem em estufa com circulaccedilatildeo forccedilada de ar a 105 ordmC por um periacuteodo de setenta e
duas horas
Apoacutes esta etapa os silicatos foram submetidos agrave separaccedilatildeo nas seguintes
fraccedilotildees granulomeacutetricas atraveacutes de agitador mecacircnico por 5 minutos seguindo a
metodologia oficial (Veras et al 2007) fracionando os corretivos nas seguintes classes
partiacuteculas maiores que 200 mm (fraccedilatildeo do corretivo retido na peneira ABNT 10 ndash 10
mesh) partiacuteculas entre 084 e 200 mm (fraccedilatildeo do corretivo passante na peneira ABNT
10 e retido na peneira ABNT 20 ndash 20 mesh) partiacuteculas entre 030 e 084 (fraccedilatildeo do
corretivo passante na peneira ABNT 20 e retido na peneira ABNT 50 ndash 50 mesh) e
partiacuteculas com dimensatildeo inferior agrave 030 mm (fraccedilatildeo do corretivo passante na peneira
ABNT 50) (Figura 1)
14
(a) (b)
Figura 1 Mesa agitadora (a) e peneiras utilizadas para a separaccedilatildeo dos corretivos nas diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas (b)
A definiccedilatildeo das fraccedilotildees granulomeacutetricas avaliadas acompanhou os criteacuterios
atualmente adotados na legislaccedilatildeo para calcaacuterio aleacutem do fato de natildeo se justificar o uso
de silicatos em fraccedilatildeo granulomeacutetrica mais fina do que as jaacute comumente utilizadas para
calcaacuterio em funccedilatildeo da maior abrasividade das escoacuterias de siderurgia (PRADO et al
2001) o que tecnicamente dificulta a accedilatildeo dos moinhos brasileiros tornando a moagem
para a obtenccedilatildeo de partiacuteculas muito finas economicamente inviaacutevel
Apoacutes a separaccedilatildeo das fraccedilotildees granulomeacutetricas os corretivos foram submetidos
agrave determinaccedilatildeo do poder de neutralizaccedilatildeo (PN) pelo meacutetodo da titulaccedilatildeo que consiste
em colocar em contato uma massa conhecida do corretivo com uma quantidade
conhecida e em excesso de aacutecido padronizado fazendo com que o corretivo neutralize
uma parte do aacutecido O excesso de aacutecido eacute quantificado por alcalimetria obtendo-se
indiretamente a quantidade de aacutecido que foi neutralizado pelo corretivo seguindo o
procedimento descrito a seguir (BRASIL 1983)
Pesou-se 1000 g da amostra secada moiacuteda e passada em peneira de 03 mm
dos corretivos (Figura 2 a) e transferiu-se o material para erlenmeyer de 250 mL no
qual adicionou-se 50 mL da soluccedilatildeo de HCl 05 M padronizada O erlenmeyer foi
coberto com vidro de reloacutegio e a soluccedilatildeo foi fervida suavemente por 5 minutos (Figura
2 b) Apoacutes esta etapa a soluccedilatildeo foi esfriada transferida para balatildeo de 100 mL que teve
seu volume completado com aacutegua destilada e deixou-se decantar (Figura 2 c) Pipetou-
se 50 mL da soluccedilatildeo que foi transferida para erlenmeyer de 125 mL no qual se
acrescentou trecircs gotas de soluccedilatildeo de fenolftaleina (indicador) A soluccedilatildeo aacutecida foi
titulada com soluccedilatildeo padronizada de NaOH 025 M ateacute o aparecimento de uma leve cor
rosada do indicador (Figura 2 d) anotou-se o volume gasto e a partir deste valor
15
calculou-se o poder de neutralizaccedilatildeo do corretivo em de CaCO3 equivalente pela
expressatildeo
PN = 10 (25M1-V2M2) onde G
M1 = concentraccedilatildeo molar da soluccedilatildeo de HCl
V2 = volume em mL da soluccedilatildeo de NaOH gasto na titulaccedilatildeo
M2 = concentraccedilatildeo molar da soluccedilatildeo de NaOH
G = massa inicial da amostra em gramas
(a) (b)
(c) (d)
Figura 2 Ilustraccedilotildees dos processos laboratoriais para determinaccedilatildeo do PN em amostras
dos materiais corretivos desde a pesagem (a) a fervura da soluccedilatildeo contendo a amostra
do corretivo e HCl (b) a soluccedilatildeo transferida para balatildeo volumeacutetrico de 100 mL em
descanso para decantaccedilatildeo (c) e a titulaccedilatildeo ateacute o aparecimento da coloraccedilatildeo rosada (d)
Para os silicatos em funccedilatildeo de sua constituiccedilatildeo quiacutemica a visualizaccedilatildeo da
coloraccedilatildeo rosada foi dificultada pelo escurecimento da soluccedilatildeo (coloraccedilatildeo esverdeada)
sendo necessaacuteria a utilizaccedilatildeo do meacutetodo potenciomeacutetrico em que o excesso de HCl da
soluccedilatildeo eacute neutralizado por NaOH ateacute atingir pH 70
Foram encontrados valores distintos de poder de neutralizaccedilatildeo para cada um dos
corretivos (Tabela 6)
16
Tabela 6 Poder de neutralizaccedilatildeo dos materiais corretivos de acidez do solo utilizados
no experimento
Corretivos Poder de Neutralizaccedilatildeo ()
Agrosiliacutecio 859
Silifeacutertil 778
Holcim 740
Calcaacuterio 1131
CaCO3 1041
Com base nos valores do poder de neutralizaccedilatildeo encontrados para cada um dos
corretivos e de acordo com as necessidades de calagem encontrados para cada solo
foram calculadas as doses de cada corretivo a serem aplicadas nos vasos preenchidos
com 300 g de amostras dos solos (Tabela 7)
Tabela 7 Quantidade de corretivo calculada para atingir 60 de saturaccedilatildeo por bases
para cada um dos solos experimentais
SOLOS
Corretivos
Muito Argiloso
Argiloso Meacutedia Arenoso
---------------------------------- mg por vaso ------------------------------------
Agrosiliacutecio 3189 7775 1232 4509
Silifeacutertil 3487 8589 1361 4981
Holcim 3666 9031 1431 5239
Calcaacuterio 2397 5906 936 3425
CaCO3 2605 6416 1012 3721
Em funccedilatildeo da dose dos corretivos utilizados em cada solo (Tabela 5) e da
concentraccedilatildeo de SiO2 em cada um dos silicatos foram calculadas as doses de Si
fornecidas por cada silicato para o respectivo solo (Tabela 8)
17
Tabela 8 Dose de Si fornecida por cada um dos silicatos em cada solo experimental SOLOS
Corretivos Concentraccedilatildeo
de Si Muito Argiloso
Argiloso Meacutedia Arenoso
--------------------------- mg por vaso -----------------------
Agrosiliacutecio
107 341 832 132 482
Silifeacutertil 103 359 885 140 513 Holcim 203 744 1833 290 1064
34 Tratamentos e delineamento experimental
Foram conduzidos quatro experimentos sendo cada um em uma classe
textural de solo em delineamento inteiramente casualizado A anaacutelise de variacircncia foi
baseada num arranjo fatorial 4x4 com quatro corretivos de acidez (trecircs silicatos de
caacutelcio Agrosiliacutecio Silifeacutertil e Holcim e um calcaacuterio) e quatro fraccedilotildees granulomeacutetricas
(entre 5 e 10 mesh partiacuteculas entre 2 e 4 mm entre 10 e 20 mesh partiacuteculas entre 084
e 2 mm entre 20 e 50 mesh partiacuteculas entre 03 e 084 mm e maior que 50 mesh
partiacuteculas menores que 03 mm) com quatro repeticcedilotildees
Aleacutem dos tratamentos acima foi realizada a incubaccedilatildeo com CaCO3 (reagente
pa) corretivo padratildeo para comparaccedilatildeo da eficiecircncia relativa na correccedilatildeo da acidez do
solo sendo este utilizado em cinco diferentes doses testemunha 50 100 150 e
200 em relaccedilatildeo agrave dose recomendada para a correccedilatildeo da acidez do solo para atingir
60 de saturaccedilatildeo por bases (Tabela 3)
34 Conduccedilatildeo do experimento
As parcelas experimentais constituiacuteram-se de recipientes plaacutesticos de 500 mL
nos quais foram adicionados 300 g de solo e as devidas quantidades dos corretivos que
posteriormente foram incubados em recipientes abertos por trinta e noventa dias em
laboratoacuterio sem exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo solar direta e a intensas variaccedilotildees de temperatura
(Figura 3 a b)
Durante o periacuteodo de incubaccedilatildeo os solos foram irrigados com aacutegua destilada
para a manutenccedilatildeo da umidade a 80 da capacidade de campo (Figura 3 c)
Apoacutes 30 e 90 dias de incubaccedilatildeo fraccedilotildees de 50 g de cada uma das amostras
foram retiradas e colocadas para secar ao ar (Figura 3 d)
18
(a) (b)
(c) (d)
Figura 3 Pesagem dos corretivos (a) adiccedilatildeo dos corretivos nos recipientes plaacutesticos
contendo as amostras dos solos (b) irrigaccedilatildeo das amostras dos solos (c) e incubaccedilatildeo em
laboratoacuterio por 30 e 90 dias (d)
35 Determinaccedilatildeo do pH do solo apoacutes a incubaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo da eficiecircncia relativa
Para a caracterizaccedilatildeo da correccedilatildeo da acidez do solo foi determinado o pH em
CaCl2 em cada unidade experimental Esta variaacutevel de cada fraccedilatildeo granulomeacutetrica dos
silicatos de caacutelcio foi confrontada com os valores obtidos atraveacutes da curva de incubaccedilatildeo
do CaCO3 (reagente pa)
A anaacutelise do pH foi realizada seguindo a metodologia descrita pelo Programa
Interlaboratorial de controle de qualidade de anaacutelise de solo (2005) em que se colocou
10 cm3 de TFSA num frasco de 50 mL e adicionou-se 25 mL de CaCl2 2H2O 001 M
(1469 g L-1) deixando em contato por quinze minutos Posteriormente agitou-se a
amostra em agitador horizontal por dez minutos a 200 rpm Apoacutes esta etapa a soluccedilatildeo
foi mantida em repouso por sessenta minutos Na sequecircncia sem agitar novamente a
amostra foi realizada a leitura em potenciocircmetro devidamente calibrado com soluccedilotildees-
padratildeo de pH 40 e 70
Os valores de pH obtidos por cada fraccedilatildeo granulomeacutetrica de cada um dos
corretivos foram confrontados com os valores de pH obtidos na curva de incubaccedilatildeo de
CaCO3 obtendo-se os valores de equivalente em CaCO3 aos 90 dias
19
Os valores de eficiecircncia relativa foram ajustados em relaccedilatildeo aos resultados
obtidos por cada corretivo na fraccedilatildeo granulomeacutetrica inferior agrave 03 mm (gt 50 mesh)
atribuindo-se a esta fraccedilatildeo mais fina o iacutendice de 100 seguindo a metodologia adotada
por Bellingieri (1983)
36 Avaliaccedilatildeo do teor de Si no solo apoacutes a incubaccedilatildeo
Para a avaliaccedilatildeo do teor de Si no solo disponibilizado por cada uma das fontes
nas fraccedilotildees granulomeacutetricas foram realizadas as anaacutelises no Laboratoacuterio de Anaacutelise de
Fertilizantes da Universidade Federal de Uberlacircndia utilizando o extrator cloreto de
caacutelcio 001 M de acordo com a metodologia descrita por Korndoumlrfer e colaboradores
(2004) em que apoacutes o contato de 10 g da amostra do solo com 100 mL da soluccedilatildeo
extratora os mesmos foram submetidos a um agitador horizontal orbital por 1 hora na
frequumlecircncia de 50 rpm Apoacutes este procedimento as amostras ficaram em repouso por 15
minutos para decantar e a suspensatildeo foi filtrada e ficando sob novo repouso por 12
horas Entatildeo pipetou-se 10 mL do extrato de cada amostra acrescentando-se 1 mL de
soluccedilatildeo sulfo-moliacutebdica Decorridos 10 minutos acrescentou-se 2 mL de soluccedilatildeo de
aacutecido tartaacuterico 200 mg L-1 e apoacutes 5 minutos adicionou-se 10 mL da soluccedilatildeo de aacutecido
ascoacuterbico Apoacutes 1 hora foi realizada a leitura em espectofotocircmetro UV-visiacutevel no
comprimento de onda de 660 nanocircmetros Em funccedilatildeo do fator de diluiccedilatildeo o valor de
leitura foi multiplicado por 10 para se chegar no teor de Si do solo em mg dm-3
37 Anaacutelise estatiacutestica
Os resultados referentes ao pH em CaCl2 encontrados em funccedilatildeo das doses de
CaCO3 foram submetidos agrave anaacutelise de variacircncia e posterior ajuste ao modelo de
regressatildeo mais adequado para cada solo dentro dos dois periacuteodos de incubaccedilatildeo
utilizando o software estatiacutestico Sisvar desenvolvido por Ferreira (1999)
Os dados referentes ao pH em CaCl2 e ao teor de Si no solo encontrados em
funccedilatildeo dos corretivos (silicatos e calcaacuterio) em cada fraccedilatildeo granulomeacutetrica foram
submetidos agrave anaacutelise de variacircncia e suas meacutedias foram comparadas pelo teste de Scott-
Knott (1974) a 5 de probabilidade quanto agrave variaccedilatildeo dos corretivos dentro de cada
fraccedilatildeo granulomeacutetrica e quanto agrave variaccedilatildeo das fraccedilotildees granulomeacutetricas dentro dos
corretivos
20
4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
41 Variaccedilotildees no pH aos 30 dias de incubaccedilatildeo
Em relaccedilatildeo agrave variaacutevel pH em CaCl2 houve efeito significativo das doses de
CaCO3 para os quatro solos analisados o que possibilitou o ajuste de modelos de
regressatildeo (Figura 4)
Para os valores de pH em CaCl2 em funccedilatildeo do corretivo e fraccedilatildeo granulomeacutetrica
utilizados a anaacutelise de variacircncia tambeacutem permitiu constatar efeito significativo
inclusive para a interaccedilatildeo entre estes fatores (Tabela 9) Em geral quanto menor a
fraccedilatildeo granulomeacutetrica maior o pH do solo resultado este que concorda com o trabalho
realizado anteriormente por Alcarde e colaboradores (1989)
Novais e colaboradores (1993) tambeacutem descreveram que a granulometria mais
fina das escoacuterias de siderurgia permitiu maior reatividade tanto em solos arenosos
quanto em solos argilosos
(a)
y = -03764x2 + 13644x + 49458
R2 = 099
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(b)
y = -07093x2 + 24251x + 50564
R2 = 097
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(c)
y = 0492x + 3941
R2 = 094
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(d)
y = -1075x2 + 37825x + 39585
R2 = 099
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalnete CaCO3
pH e
m C
aCl 2
Significativo a 5 de probabilidade pelo teste f Figura 4 Valores do pH em CaCl2 em funccedilatildeo da dose equivalente de CaCO3 aplicada ao solo apoacutes 30 dias de incubaccedilatildeo nos solos muito argiloso (a) argiloso (b) meacutedio (c) arenoso (d)
21
Para os solos muito argiloso argiloso e arenoso pode-se observar que com as
doses de CaCO3 dentro do limite de 0 a 200 em relaccedilatildeo agrave recomendaccedilatildeo para atingir
60 de saturaccedilatildeo por bases o pH em CaCl2 aumentou significativamente de maneira
quadraacutetica Entretanto observou-se para o solo de textura meacutedia um ajuste linear Este
efeito pode ser atribuiacutedo ao fato das doses do corretivo utilizado natildeo terem sido
suficientes para atingir a faixa de estabilidade
Atraveacutes da amplitude de variaccedilatildeo nos valores de pH em funccedilatildeo do acreacutescimo
nas doses de CaCO3 pode-se observar o maior efeito tampatildeo dos solos muito argiloso e
argiloso em relaccedilatildeo ao solo arenoso e de textura meacutedia informaccedilatildeo esta que corrobora
aos relatos de Furtini e colaboradores (2001) O poder tampatildeo do solo eacute a resistecircncia
que o solo oferece a mudanccedila de pH Sousa e colaboradores (2007) exemplificando a
proporcionalidade dos diferentes tipos de acidez do solo relatam que a quantidade de
calcaacuterio necessaacuteria para neutralizar a acidez ativa pode chegar a quatorze mil setecentos
e vinte e trecircs vezes menor do que o necessaacuterio para a correccedilatildeo da acidez potencial do
solo o que evidencia a importacircncia do conhecimento do poder tampatildeo do solo para se
determinar a dose do corretivo
Pode-se observar que os resultados de pH em CaCl2 em funccedilatildeo dos corretivos e
das fraccedilotildees granulomeacutetricas para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso
submetidos a 30 dias de incubaccedilatildeo ocorreram de forma que quanto menor a
granulometria do corretivo maior foi o aumento no valor de pH encontrado nos solos
(Tabela 9)
22
Tabela 9 Valores de pH em CaCl2 em funccedilatildeo do corretivo de solo utilizado na dose
referente agrave elevaccedilatildeo da saturaccedilatildeo por bases para 60 e da fraccedilatildeo granulomeacutetrica apoacutes
30 dias de incubaccedilatildeo para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso
Peneira ABNT (mesh) Corretivo
5 - 10 10 - 20 20 ndash 50 gt 50 Meacutedia Solo muito argiloso
Agrosiliacutecio 51
Ac
51
Ac
57
Ab
59
Aa
55 Silifeacutertil 49
Ad
53
Ac
56
Ab
60
Aa
54 Holcim 50
Ab
49
Bb
49
Cb
53
Ca
50 Calcaacuterio 49
Ac
50
Bc
54
Bb
57
Ba
53 Meacutedia 50
51
54
57
53 Solo argiloso
Agrosiliacutecio
51
Ac
53
Ac
61
Ab
65
Aa
57 Silifeacutertil 53
Ac
52
Ac
59
Ab
66
Aa
57 Holcim 51
Ab
51
Ab
51
Cb
55
Ba
52 Calcaacuterio 51
Ac
52
Ac
56
Bb
65
Aa
56
51
52
56
63
56 Solo meacutedio
Agrosiliacutecio
40
Ac
41
Ac
41
Ab
43
Aa
41 Silifeacutertil 40
Ab
40
Ab
41
Aa
42
Ca
41 Holcim 40
Ab
40
Ab
40
Bb
41
Ca
40 Calcaacuterio 40
Ab
41
Ab
41
Bb
42
Ba
41 Meacutedia 40
40
41
42
41 Solo arenoso
Agrosiliacutecio
40
Ac
43
Ac
55
Ab
63
Aa
50 Silifeacutertil 40
Ac
42
Ac
52
Bb
65
Aa
50 Holcim 40
Ab
41
Ab
42
Cb
50
Ba
43 Calcaacuterio 40
Ac
40
Ac
50
Bb
63
Aa
48 Meacutedia 40
42
49
60
48 Letras maiuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na coluna e letras minuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na linha (Scott-Knott a 5)
No solo muito argiloso o Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil proporcionaram a maior
elevaccedilatildeo do pH do solo em relaccedilatildeo aos demais corretivos em todas as faixas
granulomeacutetricas passantes na peneira de 10 mesh ou seja quando a granulometria foi
inferior a 2 mm em fraccedilotildees maiores que esta o efeito do corretivo foi muito pequeno
natildeo havendo diferenccedila entre os corretivos (Tabela 9)
Para os demais solos os corretivos natildeo apresentaram diferenccedilas quanto ao
aumento provocado no pH do solo quando aplicados em granulometria acima de 084
mm ou seja produtos retidos na peneira de 10 mesh Para as granulometrias mais finas
23
os corretivos apresentaram diferenccedilas no aumento do pH ficando os solos que
receberam o silicato Holcim com os menores valores
De maneira geral para as granulometrias mais finas inferior a 084 mm
(passantes na peneira de 20 mesh) o Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil proporcionaram os
maiores incrementos em pH exceto para o produto mais fino gt 50 mesh no solo de
textura meacutedia e para o produto de granulometria entre 03 e 084 mm (ABNT 20 ndash 50)
no solo arenoso em que o Agrosiliacutecio obteve os melhores resultados (Tabela 9)
42 Variaccedilotildees no pH equivalente em CaCO3 e eficiecircncia relativa dos corretivos aos
90 dias de incubaccedilatildeo
Houve efeito significativo das doses de CaCO3 nos valores de pH em CaCl2 para
os quatro solos analisados o que possibilitou o ajuste de modelos polinomiais (Figura
5)
(a)
y = -01466x2 + 09457x + 49792
R2 = 085
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(b)
y = -05821x2 + 21998x + 49789
R2 = 098
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(c)
y = 04565x + 39275
R2 = 091
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(d)
y = -0865x2 + 34185x + 39925
R2 = 098
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
Significativo a 5 de probabilidade pelo teste f
Figura 5 Valores do pH em CaCl2 em funccedilatildeo da dose equivalente de CaCO3 aplicada ao solo apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo nos solos muito argiloso (a) argiloso (b) meacutedio (c) arenoso (d)
24
Para os solos muito argiloso argiloso e arenoso (Figura 5 a b d) como era de
se esperar as doses de CaCO3 dentro do limite de 0 a 200 em relaccedilatildeo agrave
recomendaccedilatildeo aumentaram significativamente e de forma quadraacutetica o pH em CaCl2
Acompanhando a tendecircncia observada apoacutes 30 dias de incubaccedilatildeo para o solo de
textura meacutedia verificou-se um ajuste linear para o aumento do valor de pH em CaCl2
em funccedilatildeo de doses de CaCO3 Este efeito pode ser atribuiacutedo ao fato das doses do
corretivo utilizado natildeo terem sido suficientes para atingir a faixa de estabilidade
Para as variaccedilotildees de pH em CaCl2 em funccedilatildeo do corretivo e fraccedilatildeo
granulomeacutetrica utilizados tambeacutem houve efeito significativo inclusive para a interaccedilatildeo
entre estes fatores (Tabela 10)
25
Tabela 10 Valores de pH em CaCl2 em funccedilatildeo do corretivo de solo utilizado na dose
referente agrave elevaccedilatildeo da saturaccedilatildeo por bases para 60 e da fraccedilatildeo granulomeacutetrica apoacutes
90 dias de incubaccedilatildeo para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso
Peneira ABNT (mesh) Corretivo
5 - 10 10 - 20 20 ndash 50 gt 50 Meacutedia Solo muito argiloso
Agrosiliacutecio 50
Ad
52
Ac
56
Ab
57
Aa
54 Silifeacutertil 50
Ac
51
Ac
55
Ab
58
Aa
53 Holcim 49
Ab
48
Cb
48
Bb
53
Ba
50 Calcaacuterio 49
Ac
50
Bc
55
Ab
57
Aa
53 Meacutedia 50
50
53
56
52 Solo argiloso
Agrosiliacutecio 52
Ab
53
Ab
61
Aa
62
Aa
57 Silifeacutertil 49
Cd
53
Ac
58
Bb
63
Aa
56 Holcim 50
Bb
50
Bb
51
Db
55
Ca
51 Calcaacuterio 51
Bd
52
Ac
56
Cb
62
Ba
55 Meacutedia 50
52
56
60
55 Solo meacutedio
Agrosiliacutecio 40
Ad
41
Ac
42
Ab
43
Aa
42 Silifeacutertil 41
Ac
41
Ac
42
Ab
43
Aa
42 Holcim 41
Ab
41
Ab
41
Cb
41
Ba
41 Calcaacuterio 40
Ab
41
Ab
41
Bb
43
Aa
41 Meacutedia 40
41
41
42
41 Solo arenoso
Agrosiliacutecio
40
Ac
44
Ab
59
Aa
61
Aa
51 Silifeacutertil 40
Ac
43
Ac
55
Ab
64
Aa
51 Holcim 39
Ab
40
Ab
42
Bb
48
Ba
43 Calcaacuterio 40
Ac
42
Ac
55
Ab
63
Aa
50 Meacutedia 40
42
53
59
49 Letras maiuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na coluna e letras minuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na linha (Scott-Knott a 5)
No solo muito argiloso e no solo arenoso o Agrosiliacutecio o Silifeacutertil e o calcaacuterio
proporcionaram maior elevaccedilatildeo no pH do solo em relaccedilatildeo ao Holcim nos corretivos
com granulometria inferior a 084 mm passantes na peneira de 20 mesh Quando se
comparam estes resultados com os obtidos aos 30 dias de incubaccedilatildeo observa-se a
inclusatildeo do calcaacuterio entre os corretivos com melhores resultados de aumento de pH no
solo muito argiloso Este fato demonstrou que para este solo os silicatos Agrosiliacutecio e
Silifeacutertil tiveram uma maior dissociaccedilatildeo aos 30 dias fato este que foi compensado pelo
calcaacuterio entre 30 e 90 dias de incubaccedilatildeo (Tabela 10)
26
Os valores de pH do solo argiloso apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo demonstraram que
o Agrosiliacutecio proporcionou os maiores valores de pH em todas as fraccedilotildees
granulomeacutetricas ficando este em igualdade com o Silifeacutertil na granulometria inferior a
03 mm (gt 50 mesh) e entre 08 mm e 20 mm (10 a 20 mesh) sendo que nesta uacuteltima
fraccedilatildeo granulomeacutetrica o calcaacuterio tambeacutem se igualou aos dois corretivos acima
mencionados (Tabela 10)
No solo de textura meacutedia as diferenccedilas ocorreram apenas nas fraccedilotildees
granulomeacutetricas inferiores a 08 mm (peneira de 20 mesh) com melhores resultados
atribuiacutedos ao Agrosiliacutecio Silifeacutertil e ao calcaacuterio na fraccedilatildeo mais fina (gt 50 mesh) e ao
Agrosiliacutecio e ao Silifeacutertil na fraccedilatildeo compreendida entre 03 e 084 mm (20 a 50 mesh)
Para o solo arenoso o Agrosiliacutecio o Silifeacutertil e o calcaacuterio proporcionaram
maiores valores de pH nas fraccedilotildees granulomeacutetricas inferiores a 084 mm enquanto que
nas fraccedilotildees mais grossas todos os corretivos tiveram o mesmo comportamento
Para todos os solos utilizados no experimento verificou-se que quanto menor a
dimensatildeo das partiacuteculas maiores satildeo os incrementos gerados nos valores de pH em
CaCl2 (Tabela 10) resultado este que concorda com trabalhos realizados anteriormente
por Bellingieri e colaboradores (1989)
Nas comparaccedilotildees entre os resultados dos valores de pH das amostras de solo
apoacutes 30 e 90 dias de incubaccedilatildeo os resultados praticamente se equivalem demonstrando
que 30 dias de incubaccedilatildeo foi um periacuteodo suficiente para a accedilatildeo dos corretivos
Com base nos incrementos verificados no pH das amostras dos solos pelos
corretivos de acidez em cada fraccedilatildeo granulomeacutetrica em relaccedilatildeo agraves curvas de incubaccedilatildeo
com CaCO3 calculou-se os valores de equivalente em CaCO3 para cada corretivo
dentro de cada fraccedilatildeo granulomeacutetrica com 90 dias de incubaccedilatildeo (Tabela 11)
27
Tabela 11 Equivalente em CaCO3 dos corretivos de acidez de diferentes fraccedilotildees
granulomeacutetricas aos 90 dias de incubaccedilatildeo
Peneiras ABNT (mesh)
Corretivos
5 ndash 10 10 - 20 20 - 50 gt 50 Meacutedia
--------------------------------------- -----------------------------------------
Agrosiliacutecio 9
Ac
24
Ab
64
Aa
77
Aa
43
Silifeacutertil 9
Ac
19
Ac
52
Ab
87
Aa
42 Calcaacuterio 8
Ac
13
Ac
33
Bb
79
Aa
33 Holcim 7
Ab
7
Ab
10
Cb
33
Ba
14 Meacutedia 8
16
39
69
33 Letras maiuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na coluna e letras minuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na linha (Scott-Knott a 5)
Os resultados de equivalente em CaCO3 apresentados para 90 dias de incubaccedilatildeo
(Tabela 11) demonstraram grande variaccedilatildeo para este atributo entre os corretivos de
acidez o que evidencia que natildeo apenas a granulometria mas tambeacutem a origem dos
corretivos exerce grande influecircncia na velocidade de correccedilatildeo da acidez do solo
Para as fraccedilotildees granulomeacutetrica mais grossas (lt 10 e 10 a 20 mesh) pode-se
observar que natildeo houve diferenccedila entre os corretivos jaacute na fraccedilatildeo mais fina (gt 50) o
silicato Holcim proporcionou menores valores de equivalente em CaCO3 em relaccedilatildeo as
demais fontes Na fraccedilatildeo granulomeacutetrica entre 20 e 50 (Tabela 11) verificou-se
diferenccedilas entre o equivalente em CaCO3 de silicatos e do calcaacuterio o que demonstrou o
fato de estarmos neste caso subestimando a reatividade dos silicatos Pode-se observar
que natildeo houve diferenccedilas entre os resultados obtidos com a aplicaccedilatildeo dos silicatos
Agrosiliacutecio e Silifeacutertil portanto sugere-se a elaboraccedilatildeo de novos paracircmetros para a
avaliaccedilatildeo de silicatos com origem de aciaria
Seguindo os criteacuterios adotados por Bellingieri (1983) de ajustar a eficiecircncia dos
corretivos atribuindo valores de 100 para as partiacuteculas passantes na peneira 50 ABNT
(partiacuteculas inferiores a 03 mm) determinou-se a eficiecircncia relativa de cada uma das
fraccedilotildees granulomeacutetricas dos corretivos permitindo a adoccedilatildeo de novos criteacuterios de
reatividade para os silicatos (Tabela 12)
28
Tabela 12 Eficiecircncias relativas em relaccedilatildeo agrave fraccedilatildeo granulomeacutetrica inferior a 03 mm
(peneira 50 mesh) dos corretivos de acidez em diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas aos
90 dias de incubaccedilatildeo
Peneiras ABNT (mesh)
Corretivos 5 - 10 10 - 20 20 - 50 gt 50 Meacutedia
------------------------------ -------------------------------
Agrosiliacutecio 12 33 85 100 58
Silifeacutertil 9 25 65 100 50
Holcim 16 17 27 100 40
Calcaacuterio 9 18 63 100 48
Meacutedia 12 23 60 100
Propotildee-se a adequaccedilatildeo da equaccedilatildeo atualmente adotada para a determinaccedilatildeo da
eficiecircncia relativa (reatividade) de silicatos de origem de aciaria para uso como
corretivo de acidez em funccedilatildeo das diferenccedilas encontradas em eficiecircncia relativa
apresentadas na Tabela 12 entre os silicatos de origem de escoacuteria de aciaria
(Agrosiliacutecio e Silifeacutertil) em relaccedilatildeo ao calcaacuterio ficando a mesma da seguinte forma
RE = F10-20 x 03 + F20-50 x 075 + Fgt50 x 1
Onde
F10-20= percentual de produto que passa pela peneira nordm10 e fica retido na
peneira nordm20 F20-50 = percentual de produto que passa pela peneira nordm20 e fica retido
na peneira nordm50 e F-50 = percentual de produto que passa pela peneira nordm50
Os valores de eficiecircncia relativa 12 em meacutedia para a fraccedilatildeo granulomeacutetrica
mais grosseira pode estar associado agrave presenccedila de micropartiacuteculas (poacute) aderidas ao
redor das partiacuteculas mais grossas (Tabela 12) jaacute que a separaccedilatildeo granulomeacutetrica seguiu
o meacutetodo oficial de separaccedilatildeo em peneiras a seco
29
43 Teor de siliacutecio no solo apoacutes 30 dias de incubaccedilatildeo
De maneira geral pode-se observar que o Agrosiliacutecio proporcionou maiores
incrementos de Si no solo obtendo no solo argiloso quando aplicado na fraccedilatildeo
granulomeacutetrica mais fina incremento de 10 mg dm-3 (Tabela 13)
Tabela 13 Teor de Si no solo em funccedilatildeo da fraccedilatildeo granulomeacutetrica e do corretivo utilizado para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso apoacutes 30 dias de incubaccedilatildeo
Peneiras ABNT (mesh) Corretivos 5 - 10 10 - 20 20 ndash 50 gt 50 Meacutedia
-------------------------------- Si (mg kg-1) -------------------------------------
Solo muito argiloso
Agrosiliacutecio 7
Aa
8
Aa
9
Aa
8
Aa
8 Silifeacutertil 7
Aa
7
Aa
7
Ba
7
Aa
7 Holcim 6
Aa
6
Aa
6
Ba
6
Ba
6 Calcaacuterio 7
Aa
6
Aa
5
Ba
5
Ba
6 Meacutedia 6
7
7
6
6
Solo argiloso
Agrosiliacutecio 6
Ad
10
Ac
14
Ab
15
Aa
11 Silifeacutertil 7
Ac
6
Bc
10
Bb
12
Ba
9 Holcim 6
Ab
5
Bb
6
Cb
9
Ca
7 Calcaacuterio 5
Ba
5
Ba
4
Da
2
Db
4 Meacutedia 6
6
8
10
8
Solo meacutedio
Agrosiliacutecio 10
Aa
10
Aa
10
Aa
10
Aa
10 Silifeacutertil 9
Aa
9
Aa
10
Aa
10
Aa
9 Holcim 8
Ba
9
Aa
9
Ba
10
Aa
9 Calcaacuterio 9
Ba
9
Aa
9
Ba
8
Bb
9 Meacutedia 9
9
9
9
9
Solo arenoso
Agrosiliacutecio 4
Ab
5
Ab
8
Aa
9
Aa
6 Silifeacutertil 3
Ac
5
Ab
7
Aa
7
Ba
6 Holcim 3
Ab
4
Aa
4
Ba
6
Ca
4 Calcaacuterio 3
Aa
3
Ba
3
Ca
2
Da
3 Meacutedia 3
4
6
6
5 Letras maiuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na coluna e letras minuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na linha (Scott-Knott a 5)
No solo muito argiloso as fraccedilotildees mais grossas dos corretivos com partiacuteculas
superiores a 084 mm (lt 20 mesh) natildeo apresentaram diferenccedilas quanto ao fornecimento
30
de Si ao solo poreacutem quando se avaliaram as fraccedilotildees mais finas observou-se maiores
valores de Si para o Agrosiliacutecio na fraccedilatildeo de 03 a 084 mm (20 a 50 mesh) e para o
Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil quando o corretivo foi aplicado na granulometria inferior a 03
mm (gt 50 mesh) estes resultados tambeacutem se repetiram no solo arenoso (Tabela 13)
Para o solo argiloso o Agrosiliacutecio foi o silicato que promoveu maiores valores
de Si no solo quando tambeacutem se avaliaram as fraccedilotildees granulomeacutetricas inferiores a 20
mm (gt 10 mesh) apenas para a fraccedilatildeo mais grossa maior que 20 mm o Agrosiliacutecio o
Silifeacutertil e o Holcim natildeo diferiram estatisticamente variando apenas em relaccedilatildeo ao
calcaacuterio que eacute o uacutenico corretivo avaliado que natildeo apresenta Si em sua constituiccedilatildeo
No solo de textura meacutedia o Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil proporcionaram a mesma
eficiecircncia no fornecimento de Si para o solo (fraccedilotildees 20 a 50 mesh e lt 10 mesh) na
fraccedilatildeo mais fina (gt 50 mesh) os trecircs silicatos avaliados resultaram nos mesmos valores
de Si no solo deferindo apenas do calcaacuterio jaacute na fraccedilatildeo entre 10 a 20 mesh todos os
corretivos proporcionaram o mesmo resultado
De maneira geral a granulometria natildeo resultou em diferenccedilas no fornecimento
de Si pelos silicatos exceto no solo argiloso em que se observa que quanto menor a
granulometria maior foi o teor de Si no solo (Tabela 13)
Ao se avaliar os efeitos do calcaacuterio em relaccedilatildeo ao teor de Si no solo pode-se
observar que quanto menor a fraccedilatildeo granulomeacutetrica do calcaacuterio menores os teores de Si
no solo Este fato pode estar associado a maior alteraccedilatildeo causada no pH do solo pelas
fraccedilotildees mais finas do calcaacuterio reduzindo assim sua disponibilidade de Si corroborando
aos dados de McKeague e Cline (1963) em que o aumento de pH de 6 para 9 reduziu
de 36 para 6 mg dm-3 a concentraccedilatildeo de Si soluacutevel
44 Teor de siliacutecio no solo apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo
De maneira geral pode-se observar que o Agrosiliacutecio promoveu maior
incremento de Si no solo apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo exceto para a fraccedilatildeo
granulomeacutetrica entre 20 a 50 mesh e no solo de textura meacutedia em que o Silifeacutertil e o
Holcim obtiveram resultados semelhantes ao Agrosiliacutecio (Tabela 14)
Quanto agraves fraccedilotildees granulomeacutetricas observou-se que quanto menor a fraccedilatildeo
granulomeacutetrica independente do silicato maior foi o fornecimento de Si ao solo
seguindo a tendecircncia encontrada por Oliveira e colaboradores (1994) em que escoacuterias
31
de alto forno com partiacuteculas menores que 03 mm foram mais eficientes no
fornecimento de Ca e Mg para o solo quando comparadas as fraccedilotildees mais grosseiras
Tabela 14 Teor de Si no solo em funccedilatildeo da fraccedilatildeo granulomeacutetrica e do corretivo
utilizado para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso apoacutes 90 dias de
incubaccedilatildeo
Peneiras ABNT (mesh) Corretivos 5 - 10 10 - 20 20 - 50 gt 50 Meacutedia
-------------------------------- Si (mg kg-1) --------------------------------------
Solo muito argiloso Agrosiliacutecio 8
Ab
9
Aa
9
Aa
9
Aa
9 Silifeacutertil 6
Bb
7
Bb
7
Ba
8
Ba
7 Holcim 7
Bb
7
Bb
6
Cb
8
Ba
7 Calcaacuterio 6
Ba
6
Ba
5
Db
5
Cb
6 Meacutedia 7
7
7
7
7 Solo argiloso
Agrosiliacutecio 7
Ac
11
Ab
13
Aa
13
Aa
11 Silifeacutertil 5
Bc
7
Bb
9
Ba
9
Ba
8 Holcim 6
Bb
5
Cb
6
Cb
9
Ba
7 Calcaacuterio 4
Ca
4
Da
4
Da
3
Cb
4 Meacutedia 5
7
8
9
7 Solo meacutedio
Agrosiliacutecio 10
Aa
11
Aa
10
Aa
11
Aa
11 Silifeacutertil 10
Ba
10
Ba
10
Aa
10
Ba
10 Holcim 10
Bb
10
Bb
10
Ab
11
Aa
10 Calcaacuterio 9
Ba
10
Ba
9
Bb
8
Cc
9 Meacutedia 10
10
10
10
10 Solo arenoso
Agrosiliacutecio 4
Ac
6
Ab
7
Aa
7
Aa
6 Silifeacutertil 3
Bc
4
Bb
6
Ba
6
Ba
5 Holcim 3
Bc
3
Cb
4
Cb
5
Ca
4 Calcaacuterio 2
Ca
2
Da
2
Da
2
Da
2 Meacutedia 3
4
5
5
4 Letras maiuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na coluna e letras minuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na linha (Scott-Knott a 5)
Para todos os solos analisados observou-se a seguinte sequecircncia para o teor de
Si Agrosiliacutecio gt Silifeacutertil gt Holcim gt Calcaacuterio Fato este que acompanha a tendecircncia
observada na avaliaccedilatildeo da reatividade na correccedilatildeo da acidez do solo exceto para o
calcaacuterio por natildeo apresentar Si em sua constituiccedilatildeo
32
Korndoumlrfer e colaboradores (2004) apresentaram a solubilidade de diferentes
silicatos evidenciando que o Agrosiliacutecio (escoacuteria de aciaria) apresentou maiores valores
de solubilidade em relaccedilatildeo aos valores obtidos pela escoacuteria de alto forno como o
Holcim com valores de 43 e 7 respectivamente Estas diferenccedilas em solubilidade
explicam os valores encontrados tanto na avaliaccedilatildeo aos 30 como aos 90 dias de
incubaccedilatildeo
Pereira e colaboradores (2004) em trabalho para a avaliaccedilatildeo da eficiecircncia de
fontes de Si para a cultura do arroz encontraram que a fonte que proporcionou mais
extraccedilatildeo de Si para os gratildeos foi a escoacuteria oriunda da produccedilatildeo de accedilo inox dado que
corrobora os resultados encontrados neste trabalho em que o Agrosiliacutecio (escoacuteria de
aciaria) apresentou maior disponibilizaccedilatildeo de Si para o solo
Nas comparaccedilotildees entre os resultados do teor de Si no solo apoacutes 30 e 90 dias de
incubaccedilatildeo os resultados praticamente se equivalem demonstrando que 30 dias foi um
periacuteodo suficiente para que os silicatos fornecessem Si
Comparando o teor de Si antes da aplicaccedilatildeo dos corretivos com o teor de Si no
solo apoacutes a aplicaccedilatildeo dos corretivos e apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo verificou-se
expressivo acreacutescimo no teor Si no solo ocasionado pelos silicatos principalmente para
o Agrosiliacutecio que incrementou na meacutedia entre as fraccedilotildees granulomeacutetricas 2 6 1 e 3 mg
dm-3 de Si nos solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso respectivamente O
Silifeacutertil tambeacutem forneceu Si ao solo elevando em 1 4 0 e 3 mg dm-3 o teor de Si nos
solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso respectivamente Jaacute o Holcim
apresentou incrementos de 0 2 0 e 1 mg dm-3 respectivamente para os solos muito
argiloso argiloso meacutedio e arenoso
33
5 CONCLUSOtildeES
Os silicatos Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil proporcionam maiores valores de eficiecircncia
relativa na correccedilatildeo da acidez do solo em comparaccedilatildeo ao calcaacuterio e ao silicato Holcim
na fraccedilatildeo granulomeacutetrica entre 030 e 084 mm
Quanto menor a fraccedilatildeo granulomeacutetrica do silicato maior eacute a eficiecircncia relativa
na correccedilatildeo da acidez do solo e maior eacute o fornecimento de Si para o solo
O Agrosiliacutecio apresenta melhores resultados no fornecimento de Si ao solo
seguido do Silifeacutertil e do Holcim
O periacuteodo de 30 dias em condiccedilotildees de umidade mantida agrave 80 da capacidade
de campo eacute um periacuteodo suficiente para a correccedilatildeo da acidez do solo e fornecimento de
Si pelos silicatos ao solo
34
6 REFEREcircNCIAS
ALCARDE JC PAULINO VT DERNARDIN J S Avaliaccedilatildeo da reatividade de corretivos da acidez do solo Revista Brasileira de Ciecircncia do Solo Campinas v 13 p 387-392 1989
ALCARDE JC Corretivos de acidez dos solos caracteriacutesticas e interpretaccedilotildees teacutecnicas Satildeo Paulo ANDA 1992 24p (Boletim Teacutecnico 6)
ALCARDE JC RODELLA AA Avaliaccedilatildeo quiacutemica de corretivos de acidez para fins agriacutecolas uma nova proposiccedilatildeo Scientia Agriacutecola Piracicaba v 53 n 2 ndash 3 1996
ALVAREZ V VH RIBEIRO AC Calagem In RIBEIRO AC GUIMARAtildeES PTG GUIMARAtildeES PTG ALVAREZ V VH (Ed) Recomendaccedilotildees para o uso de corretivos e fertilizantes em Minas Gerais ndash 5ordf Aproximaccedilatildeo Viccedilosa CFSEMG 1999 p 43-60
ALVAREZ V VH Correlaccedilatildeo e calibraccedilatildeo de meacutetodos de anaacutelise de solos In ALVAREZ V VH FONTES LEF FONTES MPF (Ed) O solo nos grandes domiacutenios morfoclimaacuteticos do Brasil e o desenvolvimento sustentado Viccedilosa Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo 1996 p 615-646
ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DOS PRODUTORES DE CALCAacuteRIO Calcaacuterio agriacutecola ndash Brasil consumo aparente por estado (1992 ndash 2006) Disponiacutevel em lthttpwwwcalcario-rscombrgt Acesso em 25 de novembro de 2008
BALASTRA MLFC PEREZ CM JULIANO BO VILLAREAL P Effects of siacutelica level on some properties of Oriza sativa straw and hull Canadian Journal of Botany Ottawa v 67 p 2356-2363 1989
BARBOSA FILHO MP SNYDER G H PRABHU A S DATNOFF L E KORNDOumlRFER G H Importacircncia do siliacutecio para a cultura do arroz Informaccedilotildees agronocircmicas v 89 p 1-8 2000
BELLINGIERI PA Avaliaccedilatildeo em laboratoacuterio da eficiecircncia de diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas de calcaacuterios agriacutecolas 1983 99f Tese (Doutorado) ndash Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Universidade de Satildeo Paulo Piracicaba 1983
BELLINGIERI PA ALCARDE JC amp SOUZA ECA Avaliaccedilatildeo da qualidade de calcaacuterios agriacutecolas atraveacutes do PRNT Anais da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Piracicaba v 45 n 2 p 579-588 1988
BELLINGIERI PA ALCARDE JC SOUZA ECA de Eficiecircncia relativa de diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas de calcaacuterios na neutralizaccedilatildeo da acidez dos solos avaliada em laboratoacuterio Anais da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Piracicaba v46 n2 1989 p 303-317
35
BELLINGIERI PA SOUZA ECA ALCARDE JC SHIKASHO HW Importacircncia da reatividade do calcaacuterio sobre a produccedilatildeo e algumas caracteriacutesticas da soja Scientia Agricola Piracicaba v 49 p 61-71 1992
BRASIL MAPA Laboratoacuterio Nacional de Referecircncia Vegetal Anaacutelise de corretivos fertilizantes e inoculantes Brasiacutelia 1983 104p
BRUNAUER S EMMETT P H TELLER E Adsorption of gases in multimolecular layers In Journal of the American Chemical Society New York v 60 p 309-19 1938
CATANI RA ALONSO O Avaliaccedilatildeo e exigecircncia de calcaacuterio do solo Anais da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Piracicaba v 26 p 141-156 1969
CATE R Sugestotildees para adubaccedilatildeo com base na anaacutelise de solos Raleigh North Caroline State University 1965 16p
DAYANADAM P KAUFMAN PB FRANKLIN CL Detection of siacutelica in plants American Journal of Botany Columbus v 70 p 1079-1084 1983
DEFELIPO BV BRAGA JM SPIES C Comparaccedilatildeo entre meacutetodos de determinaccedilatildeo da necessidade de calcaacuterio de solos de Minas Gerais Experientiae v 13 p 111-136 1982
EMBRAPA C N P S Manual de meacutetodos de anaacutelise de solo Rio de Janeiro 1997 212p
EPSTEIN E Silicon Annu Rev Plant Physiol Plant Molec Biol Palo Alto v 50 1999 p 641 - 664
FERREIRA DF SISVAR versatildeo 43 (Build 41) Lavras UFLADEX 1999 4 disquetes
FURTINI NETO A VALE FR RESENDE A V GUILHERME L R G GUEDES G A A Fertilidade do solo Lavras UFLAFAEPE 2001 252p
GASCHO G J Silicon sources for agriculture In DATNOFF L E SNYDER G H KORNDOumlRFER G H (Ed) Silicon in agriculture Amsterdan Elsevier 2001 cap 12 p 197-207
KAMINSKI J RHEINHEIMER DS A acidez do solo e a nutriccedilatildeo mineral de plantas In KAMINSKI J (Ed) Uso de corretivos da acidez do solo no plantio direto Pelotas SBCSNRS 2000 cap2 p 21 - 39
KORNDOumlRFER G H Elementos beneacuteficos In FERNANDES M S Nutriccedilatildeo mineral de plantas Viccedilosa Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo 2006 432p
36
KORNDOumlRFER G H DATNOFF L E Adubaccedilatildeo com siliacutecio uma alternativa no controle de doenccedilas da cana-de-accediluacutecar e do arroz Informaccedilotildees Agronocircmicas Piracicaba v 70 p 1-5 1995
KORNDOumlRFER G H PEREIRA H S CAMARGO M S Silicatos de caacutelcio e magneacutesio na agricultura 3 ed Uberlacircndia 2004 28 p (Boletim Teacutecnico n1)
KORNDOumlRFER G H PEREIRA H S NOLLA A Anaacutelise de siliacutecio solo planta e fertilizante 1 ed Uberlacircndia 2004 50 p (Boletim Teacutecnico n2)
KORNDOumlRFER G H PEREIRA H S CAMARGO M S Silicatos de caacutelcio e magneacutesio na agricultura 2 ed Uberlacircndia 2003 15 p (Boletim Teacutecnico n1)
KORNDOumlRFER G H PEREIRA H S CAMARGO M S Papel do siliacutecio na produccedilatildeo de cana-de-accediluacutecar STAB v 21 n 2 2002 4 p
KORNDOumlRFER G H LEPSCH I Effect of silicon on plant growth and crop yeld In DATNOFF L E SNYDER G H KORNDOumlRFER G H (Ed) Silicon in agriculture Amsterdan Elsevier 2001 p 133 ndash 147
KURIHARA CH MAEDA S HERNANI LC SILVA WM Eficiecircncia relativa de fraccedilotildees granulomeacutetricas de calcaacuterios sul-mato-grossenses Pesquisa Agropecuaacuteria Brasileira Brasiacutelia v34 n 8 p 1443 - 1449 1999
LOPES A S SILVA MC GUILHERME L R G Acidez do solo e calagem 3 ed Satildeo Paulo ANDA 1990 22 p (Boletim Teacutecnico 1)
LOPES A S Manual de fertilidade do solo Satildeo Paulo ANDAPOTAFOacuteS 1989 153p
MA JF TAKAHASHI E Soil fertilizer and plant silicon research in Japan Amosterdan Elsevier Science 2002 281 p
MALAVOLTA E Manual de quiacutemica agriacutecola adubos e adubaccedilatildeo Satildeo Paulo Agronocircmica Ceres 1981 608 p
MARSCHNER H Mineral nutrition of higher plants 2 ed LondresAcademic Press 1995 889p
MCKEAGUE J A CLINE M G Silica in soils Advances in Agronomy New York v 15n 3 p 339-397 1963
MEURER E J Fundamentos de quiacutemica do solo 3 ed Porto Alegre Evangraf 2006 285p
MIYAKE Y TAKAHASHI E Effect of silicon on the growth of cucumber plant in soil culture Soil Science Plant Nutrition Tokyo v 29 p 463-471 1983
37
NOVAIS R F BARROS N F LEITE F P TEIXEIRA J L LEAL P G L Eficiecircncia agronocircmica de escoacuterias de siderurgia Pains Viccedilosa Universidade Federal de Viccedilosa 1993
OLIVEIRA AC HAHNE H BARROS NF MORAIS EJ Uso de escoacuteria de alto forno como fonte de nutrientes na adubaccedilatildeo florestal In GUERRINI IA BELLOTE AFJ BUumlLL LT (Ed) Seminaacuterio sobre uso de resiacuteduos florestais e urbanos em florestas Botucatu Fundaccedilatildeo de Estudos e Pesquisas Agriacutecolas e Florestais 1994 p 77-96
PEREIRA HS KORNDOumlRFER GH VIDAL AA CAMARGO MS Silicon sources for rice crop Scientia Agriacutecola Piracicaba v 61 p 522-528 2004
PLESE L P M Efeito da umidade do solo na reatividade das fraccedilotildees granulomeacutetricas de um calcaacuterio 2000 49f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) ndash Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Universidade de Satildeo Paulo Piracicaba 2000
PRADO R M FERNANDES F M NATALE W Uso de escoacuteria de siderurgia no Brasil estudos na cultura da cana-de-accediluacutecar Jaboticabal Funep 2001 67p
PROGRAMA INTERLABORATORIAL DE CONTROLE DE QUALIDADE DE ANAacuteLISE DE SOLO Manual do laboratorista 2005 33p
RAIJ BV Avaliaccedilatildeo da fertilidade do solo Piracicaba Associaccedilatildeo Brasileira para Pesquisa da Potassa e do Fosfato 1981 142p
RAIJ B V CANTARELLA H QUAGGIO J A FURLANI A M C Recomendaccedilatildeo de adubaccedilatildeo e calagem para o estado de Satildeo Paulo Campinas IAC 1996 285p (IAC Boletim 100)
SCOTT AJ KNOTT MA A cluster analysis method for grouping means in the analysis of variance Biometrics Washington v 30 n 2 1974 p 507-512
SHOEMAKER HE MCCLEAN E PRATT PF Buffer methods for determining lime requirements of soil with appreciable amounts of extractable aluminium Soil Sci Soc Am Proc Madison v 25 p 274-277 1961
SOUSA D M G MIRANDA L N OLIVEIRA S A Acidez do solo e sua correccedilatildeo In NOVAIS R F ALVAREZ V V H BARROS N F FONTES R L F CANTARUTTI R B NEVES J C L Fertilidade do solo Viccedilosa Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo 2007 p 205 ndash 274
SOUSA D M G LOBATO E Cerrado correccedilatildeo do solo e adubaccedilatildeo Brasiacutelia Embrapa Informaccedilatildeo Tecnoloacutegica 2004 416p
VERAS M C M VIEIRA W TEIXEIRA L S M ALCARDE J C OLIVEIRA L B Manual de meacutetodos analiacuteticos oficiais para fertilizantes minerais orgacircnicos organominerais e corretivos 1 ed Brasiacutelia MAPA 2007 v 1
38
WERNER D ROTH R Siacutelica metabolism In LAUCHILI A BIELESKI RL (Ed) Encyclopedia of plant physiology New Series Berlin Springer-Velag 1983 v 15B p 682-694
- Parte inicial dissertaccedilatildeopdf
- RESUMOpdf
- Corpo da dissertaccedilatildeopdf
-
ii
ABSTRACT
PRADA NETO ITHAMAR Relative efficiency of different size fractions of silicate in correcting the soil acidity 2009 38p Dissertation (Masters Degree in AgronomySoils Science) ndash Federal University of Uberlacircndia Uberlacircndia2
The silicates are products that might be used not just for silicon supply but also for correction of soil acidity The main factors that must be evaluated for agricultural correctives are neutralization power and reactivity which combined form the relative power of total neutralization a determinant factor for the definition of the dose to be used in agriculture Currently the silicates have been evaluated for their ability to correct the soil with the same criteria used for lime despite presenting very different origin and production processes This study quantified the reactivity for each size fraction of different silicates The experiment was conducted at the University of Patos de Minas in Patos de Minas MG using three silicates (Agrosiliacutecio Silifeacutertil and Holcim) and a commercial lime in four size fractions separated by sieves lt10 mesh 10 to 20 mesh 20 to 50 mesh and gt 50 mesh in four soils very clayey clayey loamy and sandy medium texture with four replications The correctives were applied and mixed in pots containing 300g of soil samples which were subjected to incubation for thirty to ninety days at 80 field capacity Soils that received calcium carbonate in increasing doses were also incubated to obtain the values of the equivalent in calcium carbonate After the incubation periods analyses of pH in CaCl2 and the Si content of the soil in CaCl2 were done Data were submitted to analysis of variance and means were compared by their Scott-Knott test at 5 probability The results showed that the smaller the fraction size the greater the relative efficiency of the corrective (lime and silicates) in raising the soil pH The results of the silicates Agrosiliacutecio and Silifeacutertil were outstanding showing that the methods currently employed are underestimating the reactivity of these products mainly in the fraction between 20 and 50 mesh Holcim was less efficient than lime in correcting soil acidity a fact that may be associated with differences in the production process in relation to the other silicates The same trend was maintained for silicon supply to the soil with superiority for the smaller size fractions Thus new parameters need to be put into practice for determining the reactivity of silicates
Keywords Silicate slag Silicon Agricultural correctives soil fertility
2 Supervisor Prof Dr Gaspar Henrique Korndoumlrfer ndash UFU
1
1 INTRODUCcedilAtildeO
A maioria dos solos brasileiros sobretudo aqueles sob vegetaccedilatildeo de cerrado
apresenta limitaccedilotildees quanto ao estabelecimento e desenvolvimento das principais
culturas em decorrecircncia dos efeitos da acidez do solo
Neste cenaacuterio a correccedilatildeo da acidez do solo se apresenta com papel fundamental
para a obtenccedilatildeo de resultados agronocircmicos e econocircmicos positivos na agricultura Nos
uacuteltimos anos o consumo brasileiro de calcaacuterio vem oscilando na ordem de 16 a 27
milhotildees de toneladas por ano segundo informaccedilotildees da Associaccedilatildeo Brasileira dos
Produtores de Calcaacuterio Agriacutecola (2008)
Natildeo apenas os calcaacuterios mas tambeacutem os silicatos apresentam bom potencial
para utilizaccedilatildeo como corretivos de acidez com o benefiacutecio de aleacutem de corrigir a acidez
do solo e fornecer caacutelcio e magneacutesio e tambeacutem o siliacutecio elemento que desperta grande
interesse da comunidade cientiacutefica e do setor agriacutecola atualmente por trazer uma seacuterie
de benefiacutecios para algumas culturas
Os principais paracircmetros que orientam o uso dos corretivos satildeo os valores de
poder de neutralizaccedilatildeo reatividade e poder relativo de neutralizaccedilatildeo total sendo este
uacuteltimo resultante da combinaccedilatildeo dos anteriores Tais paracircmetros satildeo fundamentais para
a definiccedilatildeo de doses eficiecircncia agrocircnomica e efeito residual
A avaliaccedilatildeo do poder de neutralizaccedilatildeo (PN) consiste na anaacutelise quiacutemica do poder
corretivo do material ou seja a capacidade do corretivo em neutralizar o hidrogecircnio
Esta avaliaccedilatildeo eacute feita atraveacutes da adiccedilatildeo de HCl em uma amostra de calcaacuterio e na
posterior identificaccedilatildeo na quantidade de HCl consumida o que reflete o poder de
neutralizaccedilatildeo do material
A reatividade (RE) se refere agrave velocidade de reaccedilatildeo do corretivo no solo e esta
velocidade de reaccedilatildeo estaacute associada com a superfiacutecie de contato do material Quando se
analisa a reatividade de um corretivo se considera apenas o tamanho de partiacuteculas
desconsiderando suas caracteriacutesticas intriacutensecas de superfiacutecie especiacutefica como a
porosidade e forma das partiacuteculas A porosidade e a forma das partiacuteculas diferem muito
em funccedilatildeo da origem do corretivo Os silicatos oriundos de escoacuterias de siderurgia
apresentam em geral e para um mesmo tamanho de partiacutecula uma superfiacutecie especiacutefica
e porosidade bem maiores do que as partiacuteculas de um corretivo oriundo de uma rocha
calcaacuteria
2
Estas caracteriacutesticas certamente podem afetar a reatividade de um corretivo e
atualmente satildeo totalmente ignoradas no meacutetodo de determinaccedilatildeo da reatividade Existe
a hipoacutetese de que a determinaccedilatildeo da reatividade de materiais silicatados oriundos de
escoacuterias esteja sendo subestimada quando comparada aos calcaacuterios em geral
Desta forma objetivou-se com o presente trabalho quantificar a eficiecircncia
relativa na correccedilatildeo da acidez do solo de fraccedilotildees granulomeacutetricas de silicatos em
comparaccedilatildeo ao calcaacuterio
3
2 REVISAtildeO BIBLIOGRAFICA
21 Acidez do solo
Segundo Lopes e colaboradores (1990) a grande maioria dos solos brasileiros
principalmente os solos sob vegetaccedilatildeo de cerrado apresentam elevada acidez o que
prejudica o bom desenvolvimento das plantas Sousa e colaboradores (2007) relatam
que tal efeito pode estar associado agrave presenccedila de Al e Mn em concentraccedilotildees toacutexicas e
aos baixos teores dos macronutrientes Ca e Mg
A acidificaccedilatildeo do solo eacute um processo natural e sua intensidade depende de
fatores intriacutensecos do solo e das perturbaccedilotildees a que o sistema eacute submetido
(KAMINSKI RHEINHEIMER 2000)
Os solos poderatildeo ser naturalmente aacutecidos quando a rocha de origem apresentar
baixos teores de bases ou entatildeo mesmo apresentando altos teores de bases quando este
solo for submetido a intenso processo pedogeneacutetico Neste uacuteltimo caso destaca-se a
situaccedilatildeo de precipitaccedilatildeo pluvial intensa ao longo dos anos promovendo lixiviaccedilatildeo de
bases permanecendo no complexo de troca predominantemente os caacutetions hidrogecircnio e
alumiacutenio (FURTINI NETO et al 2001)
Aleacutem dos processos pedogeneacuteticos outros fatores tambeacutem contribuem para a
acidificaccedilatildeo do solo como as reaccedilotildees de hidroacutelise que ocorrem nas soluccedilotildees dos solos
a decomposiccedilatildeo de resiacuteduos orgacircnicos pelos microorganismos a accedilatildeo do homem
atraveacutes de adubaccedilotildees e sistemas de produccedilatildeo adotados e a proacutepria absorccedilatildeo de
nutrientes (MEURER 2006)
A acidez ativa do solo eacute definida como todo o hidrogecircnio (H+) presente na
soluccedilatildeo medida pelo potencial hidrogecircnio iocircnico (pH) O pH pode ser determinado com
um potenciocircmetro utilizando-se dois meacutetodos principais no primeiro utiliza-se uma
suspensatildeo de terra em aacutegua e no segundo em CaCl2 a 001 M (PLESE 2000)
A concentraccedilatildeo de H+ na soluccedilatildeo do solo avaliada pelo pH natildeo eacute na maioria
dos casos fator limitante para o crescimento e desenvolvimento das plantas desde que
haja suprimento adequado dos nutrientes e ausecircncia de elementos em concentraccedilotildees
toacutexicas Entretanto essa situaccedilatildeo natildeo ocorre naturalmente nos solos pois em condiccedilotildees
aacutecidas podem ocorrer iacuteons como o Al3+ e Mn2+ em teores toacutexicos para as plantas
Outros aspectos importantes associados agrave elevada acidez satildeo a alteraccedilatildeo na
4
disponibilidade de nutrientes e a interferecircncia na atividade microbiana (SOUSA et al
2007)
22 Correccedilatildeo da acidez do solo
Em funccedilatildeo dos fatores negativos da acidez do solo para a produccedilatildeo agriacutecola
torna-se necessaacuteria a sua correccedilatildeo atraveacutes da calagem maneira mais faacutecil e econocircmica
para se corrigir a acidez do solo nos primeiros 20 cm deste Furtini Neto e
colaboradores (2001) destacam como principais benefiacutecios da calagem
Diminuiccedilatildeo da toxidez por Al3+ e Mn2+
Aumento da mineralizaccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica consequentemente aumentando
a disponibilidade de nutrientes principalmente nitrogecircnio enxofre foacutesforo e
boro
Aumento na disponibilidade de caacutelcio e magneacutesio por adiccedilatildeo direta ao solo
Aumento na disponibilidade de foacutesforo e molibdecircnio presentes em formas
fixadas e de menor disponibilidade no solo aacutecido
Aumento da fixaccedilatildeo natildeo-simbioacutetica e simbioacutetica de nitrogecircnio
Aumento da CTC do solo reduzindo os problemas de salinidade e de lixiviaccedilatildeo
de caacutetions
Aumento da eficiecircncia da adubaccedilatildeo
Aumento da preservaccedilatildeo de aacutereas de floresta ou de aacutereas menos vocacionadas
para a agricultura em face da necessidade de menor aacuterea para obter a mesma
produccedilatildeo
Segundo Sousa e Lobato (2004) para solos de Cerrado a produtividade de gratildeos
das culturas de sequeiro (soja milho trigo e feijatildeo) aumenta com a saturaccedilatildeo por bases
ateacute 40 estabiliza entre os valores de 40 a 60 e diminui quando a saturaccedilatildeo por
bases eacute maior que 60 Neste uacuteltimo caso o pH em aacutegua do solo estaraacute maior que 63
o que ocasiona a reduccedilatildeo na disponibilidade de zinco cobre ferro e manganecircs
Diversos satildeo os meacutetodos para a determinaccedilatildeo da necessidade de calagem sem
haver uma definiccedilatildeo clara sobre qual o melhor deles Fundamentalmente os caacutelculos
tem-se baseado nos seguintes meacutetodos meacutetodo da curva de incubaccedilatildeo de CaCO3
meacutetodo baseado no teor de alumiacutenio trocaacutevel (CATE 1965 CATANI ALONSO
1969) meacutetodo baseado no decreacutescimo de pH de soluccedilotildees-tampatildeo SMP (SHOEMAKER
5
et al 1961) meacutetodo baseado na saturaccedilatildeo por bases (RAIJ 1981) meacutetodo baseado no
pH e mateacuteria orgacircnica (DEFELIPO et al 1982 ALVAREZ V 1996) e meacutetodo para
neutralizar a acidez trocaacutevel e elevar os teores de Ca e Mg trocaacuteveis (ALVAREZ V
RIBEIRO 1999)
Independente do meacutetodo adotado eacute de extrema importacircncia que a determinaccedilatildeo
da necessidade de calagem seja adequada pois o excesso de aplicaccedilatildeo de um corretivo
pode trazer diversos impactos negativos como a induccedilatildeo a deficiecircncias de ferro e
manganecircs (LOPES 1989)
23 Caracteriacutesticas dos corretivos de acidez
Todo material utilizado para corrigir a acidez do solo conteacutem componentes
neutralizantes como carbonatos oacutexidos hidroacutexidos e silicatos Os componentes
neutralizantes nestes materiais natildeo satildeo os caacutetions Ca2+ e Mg2+ mas sim os acircnions CO3-2
OH- SiO32- (PLESE 2000)
A qualidade de um calcaacuterio eacute dada pela combinaccedilatildeo de seus atributos quiacutemicos e
fiacutesicos O atributo quiacutemico representado pelo poder de neutralizaccedilatildeo depende do tipo e
teor de neutralizantes no corretivo O fiacutesico representado pela eficiecircncia relativa
depende da natureza geoloacutegica da rocha calcaacuteria e do grau de moagem a que foi
submetida (KURIHARA et al 1999)
A avaliaccedilatildeo quiacutemica dos corretivos de acidez consta das seguintes
determinaccedilotildees poder de neutralizaccedilatildeo (PN) e teores de Ca e Mg (ALCARDE
RODELLA 1996)
A avaliaccedilatildeo fiacutesica dos corretivos de acidez eacute determinada pela sua composiccedilatildeo
granulomeacutetrica empregando-se as peneiras nordm 10 20 e 50 segundo a Associaccedilatildeo
Brasileira de Normas Teacutecnicas - ABNT Para cada uma das fraccedilotildees granulomeacutetricas
produto retido na peneira ABNT 10 produto passante na peneira ABNT 10 e retido na
peneira ABNT 20 produto passante na peneira ABNT 20 e retido na peneira ABNT 50
e produto passante na peneira ABNT 50 satildeo atribuiacutedos os seguintes valores de
reatividade 0 20 60 e 100 respectivamente A partir dos resultados da
composiccedilatildeo granulomeacutetrica calcula-se a reatividade (RE) ou eficiecircncia relativa (ER) do
calcaacuterio de acordo com a equaccedilatildeo abaixo (ALCARDE RODELLA 1996)
RE = F10-20 x 02 + F20-50 x 06 + Fgt50 x 1
6
Onde
F10-20= percentual de produto que passa pela peneira nordm10 e fica retido na peneira
nordm20 F20-50 = percentual de produto que passa pela peneira nordm20 e fica retido na
peneira nordm50 e Fgt50 = percentual de produto que passa pela peneira nordm50
Estes paracircmetros de reatividade satildeo adotados no Brasil de acordo com o que a
legislaccedilatildeo prevecirc para todos os corretivos independente de sua origem Segundo Prado e
colaboradores (2001) ainda natildeo existe uma legislaccedilatildeo especiacutefica para silicatos de
caacutelcio sendo estes incluiacutedos na legislaccedilatildeo de calcaacuterios com algumas adaptaccedilotildees
Alcarde e colaboradores (1989) avaliando a reatividade de calcaacuterios de
diferentes origens na correccedilatildeo da acidez do solo constataram eficiecircncia relativa acima
de 80 para partiacuteculas de tamanho inferior a 03 mm (peneira gt 50 ABNT) entre 39 e
65 para partiacuteculas entre 03 e 084 mm (produto passante na peneira 20 ABNT e retido
na peneira 50 ABNT) e eficiecircncia entre 6 e 27 para partiacuteculas entre 084 e 20 mm
(produto passante na peneira 10 ABNT e retido na peneira 20 ABNT)
Bellingieri (1983) avaliando a eficiecircncia de fraccedilotildees granulomeacutetricas de calcaacuterios
em laboratoacuterio em solos com controle de umidade em 30 encontrou valores de
eficiecircncia relativa de 74 376 767 e 100 respectivamente para corretivos nas
fraccedilotildees granulomeacutetricas passantes na peneira ABNT 5 e retiros na peneira ABNT 10
passantes na peneira 10 e retidos na peneira ABNT 30 passantes na peneira ABNT 30 e
retidos na peneira ABNT 50 e produtos passantes na peneira ABNT 50
Segundo Kurihara e colaboradores (1999) a origem da rocha calcaacuteria interfere
na ER do corretivo com destaque para os materiais de origem sedimentar que
apresentam elevada friabilidade possibilitando que torrotildees do material sejam facilmente
desagregados com pequena pressatildeo entre os dedos da matildeo de maneira que apoacutes sua
extraccedilatildeo da jazida esse calcaacuterio natildeo necessita passar por um processo de moagem como
os de natureza metamoacuterfica Entretanto ao se efetuar a anaacutelise granulomeacutetrica verifica-
se que estes torrotildees natildeo passam pelo conjunto de peneiras durante a agitaccedilatildeo mecacircnica
subestimando a real capacidade do material em se solubilizar no solo
Bellingieri e colaboradores (1992) avaliando a reatividade de um calcaacuterio
dolomiacutetico e calcaacuterio dolomiacutetico calcinado durante dois anos agriacutecolas relataram que o
calcaacuterio calcinado apresentou maior reatividade no primeiro ano agriacutecola bem como as
fraccedilotildees granulomeacutetricas mais finas proporcionaram maior reatividade no primeiro ano
do trabalho fato que foi amenizado no segundo ano agriacutecola em que a reatividade dos
7
calcaacuterios tenderam a se igualar e a granulometria mais grosseira tambeacutem compensou a
menor reatividade obtida no primeiro ano
Plese (2000) avaliando o efeito da umidade do solo entre o intervalo de 0 a 80
da capacidade de campo na reatividade das fraccedilotildees granulomeacutetricas de um calcaacuterio
observou que quanto mais altos os valores de umidade do solo mais favoraacutevel era para
a reaccedilatildeo do corretivo no solo Para solos mantidos a 80 da capacidade de campo a
frequecircncia de molhamento teve pouca influecircncia na reatividade
A combinaccedilatildeo das caracteriacutesticas quiacutemicas e fiacutesicas do corretivo
respectivamente PN expresso em equivalente de carbonato de caacutelcio e ER originam o
Poder Relativo de Neutralizaccedilatildeo Total (PRNT) variaacutevel esta utilizada para a definiccedilatildeo
da dose a ser utilizada (BELINGIERI et al 1988)
24 Silicatos de Caacutelcio
Segundo Prado e colaboradores (2001) para minimizar os problemas quiacutemicos
dos solos do Brasil uma maneira seria mediante a correccedilatildeo da acidez do solo pelo uso
de escoacuterias de siderurgia um resiacuteduo da induacutestria do accedilo e ferro-gusa constituiacutedo
quimicamente de silicato de caacutelcio (CaSiO3)
Segundo Malavolta (1981) de maneira simplificada a escoacuteria de siderurgia
pode ser definida como sendo obtida atraveacutes da siacutelica do mineacuterio de ferro que reage com
o caacutelcio do calcaacuterio em alto forno Este processo envolvendo altas temperaturas
seguindo de um raacutepido resfriamento difere do processo de produccedilatildeo de calcaacuterio
(moagem de rochas calcaacuterias) o que pode originar materiais de alta solubilidade
consequentemente elevando sua eficiecircncia relativa
Os silicatos de caacutelcio e magneacutesio apresentam como principais benefiacutecios o
aumento na disponibilidade do Si a elevaccedilatildeo do pH o aumento do Ca e Mg trocaacuteveis
no solo a reduccedilatildeo de toxicidade do Fe Mn e Al para as plantas e o aumento na
disponibilidade de P no solo (KORNDOumlRFER et al 2003)
Segundo Alcarde (1992) a accedilatildeo neutralizante dos silicatos de caacutelcio e magneacutesio
no solo pode ser explicada com as seguintes equaccedilotildees
Ca(Mg)SiO3 + H2O
Ca+2(Mg+2) + SiO3-2
SiO3-2 + H2O HSiO3
- + OH-
HSiO3- + H2O H2SiO3 + OH-
H2SiO3 + H2O H4SiO4
8
Dentre os silicatos as fontes mais abundantes e baratas satildeo as escoacuterias
sideruacutergicas originadas do processamento em altas temperaturas geralmente acima de
1400 ordmC da reaccedilatildeo do calcaacuterio com a siacutelica presente no mineacuterio de ferro
(KORNDOumlRFER et al 2003)
As principais caracteriacutesticas que devem ser avaliadas na escolha de uma fonte de
siliacutecio para a agricultura satildeo solubilidade disponibilidade as propriedades fiacutesicas a
concentraccedilatildeo de elementos contaminantes e a relaccedilatildeo custo benefiacutecio (GASCHO
2001)
25 Efeitos do Si na agricultura
A utilizaccedilatildeo de macronutrientes nitrogecircnio (N) foacutesforo (P) potaacutessio (K) caacutelcio
(Ca) magneacutesio (Mg) e enxofre (S) e de micronutrientes boro (B) cloro (Cl) cobre
(Cu) ferro (Fe) manganecircs (Mn) molibdecircnio (Mo) niacutequel (Ni) e zinco (Zn) eacute
considerada como essencial para se alcanccedilar resultados satisfatoacuterios na produccedilatildeo
agriacutecola Poreacutem em determinadas condiccedilotildees de solo e cultivo existem elementos
chamados de natildeo-essenciais como o siliacutecio (Si) que pode promover diversos processos
fisioloacutegicos desejaacuteveis para as plantas e por consequecircncia aumentar a produtividade
(KORNDOumlRFER LEPSCH 2001)
A comprovaccedilatildeo da essencialidade do siliacutecio eacute muito difiacutecil de ser obtida devido
a sua abundacircncia na biosfera Estaacute presente em quantidades significativas mesmo em
sais aacutegua e ar (WERNER ROTH 1983)
As plantas absorvem siliacutecio diretamente da soluccedilatildeo do solo sendo este
transportado ateacute as raiacutezes principalmente via fluxo de massa (DAYANADAM et al
1983)
Balastra e colaboradores (1989) relatam que o Si apoacutes absorvido eacute transportado
pelo xilema e depositado na parede celular na forma de siacutelica amorfa hidratada ou opala
biogecircnica (SiO2nH2O) Uma vez alocado o Si torna-se imoacutevel e natildeo mais se redistribui
na planta
Marschner (1995) classifica as plantas de acordo com o seu teor de SiO2 na
mateacuteria seca da parte aeacuterea em trecircs grupos I ) acumuladoras com teores de Si de 10 a
15 II) intermediaacuterias com teores de Si de 1 a 3 III) natildeo acumuladoras com teores
na ordem de 05 Myake e Takahashi (1983) relatam que as gramiacuteneas satildeo
9
acumuladoras tiacutepicas reduzindo de forma raacutepida a concentraccedilatildeo de Si na soluccedilatildeo do
solo
Entre as plantas que mais extraem Si destacam-se o arroz e a cana-de-accediluacutecar
Ma e Takahashi (2002) relatam que as plantas de arroz possuem mecanismos
especiacuteficos de absorccedilatildeo de Si em que as proteiacutenas de membranas satildeo produzidas por
expressatildeo do gene especiacutefico Uma seacuterie de autores demonstram que o siliacutecio reduz a
severidade de vaacuterias doenccedilas de importacircncia econocircmica na cultura do arroz tais como a
brusone mancha parda escaldadura entre outras (KORNDOumlRFER DATNOFF 1995)
Natildeo apenas na reduccedilatildeo da severidade de doenccedilas como tambeacutem na reduccedilatildeo do
ataque de pragas pode-se observar grandes efeitos da aplicaccedilatildeo de Si Yoshida (1975)
citado por Barbosa Filho e colaboradores (2000) relata que a silicificaccedilatildeo da epiderme
previne a penetraccedilatildeo e a mastigaccedilatildeo pelos insetos porque as ceacutelulas ficam mais
endurecidas Segundo revisatildeo feita pelos mesmos autores diversos insetos sofreram
impactos com a aplicaccedilatildeo de Si como larvas da broca de colo trips e cigarrinha parda
que respectivamente tiveram mandiacutebulas danificadas inibiccedilatildeo na atividade e reduccedilatildeo
da populaccedilatildeo
O siliacutecio aparece na cana-de-accediluacutecar em altas concentraccedilotildees podendo variar
desde 014 em folhas jovens ateacute 67 nos colmos e folhas velhas No Havaiacute as folhas
contendo menos de 05 de siliacutecio satildeo frequentemente afetadas por um sintoma
denominado freckling A causa deste sintoma eacute ainda bastante controvertida poreacutem a
maioria dos pesquisadores atribuem agrave falta de Si e a desequiliacutebrios nutricionais O
aparecimento da ferrugem na cana-de-accediluacutecar (Puccinia melanocephala) pode estar
relacionado com o referido sintoma O sintoma eacute mais severo nas folhas mais velhas e a
aacuterea fotossinteacutetica eacute normalmente fortemente atingida (KORNDOumlRFER DATNOFF
1995)
Natildeo apenas em relaccedilatildeo aos fitopatoacutegenos mas quanto ao ataque de pragas
principalmente a broca do colmo e cigarrinha poderiam ser diminuiacutedas nas cultivares
acumuladoras de Si Outros efeitos do Si na cana-de-accediluacutecar estatildeo relacionados agrave maior
resistecircncia ao acamamento e alteraccedilotildees na arquitetura da planta deixando as folhas mais
eretas e em consequecircncia disso mais eficientes quanto agrave capacidade de aproveitamento
da luz solar e de realizaccedilatildeo da fotossiacutentese (KORNDOumlRFER et al 2002)
10
3 MATERIAL E MEacuteTODOS
31 Local do experimento
O experimento foi desenvolvido na Central de Fertilidade do Solo da
Faculdade de Ciecircncias Agraacuterias do Centro Universitaacuterio de Patos de Minas (UNIPAM)
no municiacutepio de Patos de Minas ndash MG onde os solos foram armazenados durante o
periacuteodo de incubaccedilatildeo de 30 e 90 dias de 8 de julho agrave 6 de outubro de 2008
32 Solos utilizados nas unidades experimentais
O experimento foi realizado em quatro classes de solo de diferentes texturas
sendo arenoso meacutedio argiloso e muito argiloso Os solos foram coletados do horizonte
B para natildeo haver interferecircncia da mateacuteria orgacircnica e posteriormente foram secos ao ar
ateacute atingirem massa constante Em seguida peneirados em malha de 2 mm e realizada a
anaacutelise quiacutemica e fiacutesica seguindo a metodologia descrita pelo Programa
Interlaboratorial de controle de qualidade de anaacutelise de solo (2005) exceto para o teor
de Si no solo que seguiu a metodologia descrita por Korndoumlrfer et al (2004) Os
resultados satildeo apresentados na Tabela 1
11
Tabela 1 Caracterizaccedilatildeo quiacutemica e fiacutesica dos solos utilizados no experimento
SOLOS Atributo Unidade Muito
argiloso Argiloso Meacutedio Arenoso
Latossolo Vermelho Acifeacuterrico
Tiacutepico
Latossolo Vermelho Perfeacuterrico
Tiacutepico
Latossolo Vermelho
Distrofeacuterrico Tiacutepico
Latossolo Amarelo
Distroacutefico Psamiacutetico
Si mg dm-3 59 50 87 29
P (Mehlich 1) mg dm-3 00 07 10 01
K mg dm-3 364 40 226 89
Ca cmolc dm-3
02 02 04 02
Mg cmolc dm-3
06 02 05 01
H + Al cmolc dm-3
37 60 39 34
pH (em H2O)
51 53 47 45
Al cmolc dm-3
01 01 04 05
CTC (e) cmolc dm-3
09 05 14 08
CTC (T) cmolc dm-3
46 64 49 37
SB cmolc dm-3
08 04 10 03
V 185 64 200 82
Cu mg dm-3 02 13 09 03
Zn mg dm-3 01 01 01 01
Argila 74 45 30 14
Silte 12 36 16 1
Areia 14 19 54 85
Metodologia P K Cu Zn (Mehlich 1 HCl 005 M + H2SO4 00125 M) Ca Mg Al (KCl 1 M) H+Al (soluccedilatildeo tampatildeo ndash SMP a pH 75) pH (em aacutegua) anaacutelise textural (meacutetodo da pipeta)
Realizou-se a determinaccedilatildeo da densidade das amostras dos quatro solos (Tabela
2) pelo meacutetodo da proveta descrita pela Embrapa (1997) Este meacutetodo eacute uma
alternativa para experimentos em vasos onde amostras de solo satildeo desagregadas para
preencher os vasos compondo a unidade experimental
12
Tabela 2 Densidade das amostras dos solos utilizados no experimento
Solos Densidade
g cm-3
Muito Argiloso 096
Argiloso 130
Meacutedio 125
Arenoso 135
Com os resultados da anaacutelise quiacutemica dos solos foi determinada a necessidade
de calagem pelo meacutetodo da saturaccedilatildeo por bases descrito por Raij e colaboradores
(1996) com o objetivo de elevaacute-la agrave 60 (Tabela 3)
Tabela 3 Necessidade de calagem em equivalente de CaCO3 com 100 de PRNT para amostras dos solos utilizados no experimento considerando as respectivas densidades das amostras dos solos
Solos Unidade
Muito Argiloso Argiloso Meacutedio Arenoso
Mg ha-1 189 343 056 191
mg vaso-1 27114 66795 10587 38735
33 Corretivos utilizados
Foram utilizadas trecircs fontes de silicatos originados de diferentes escoacuterias de
siderurgia sendo estes Agrosiliacutecio Silifeacutertil e Holcim por serem os mais
representativos quanto ao uso na agricultura como corretivos agriacutecolas Estes foram
comparados com um calcaacuterio comercial de origem sedimentar e com o carbonato de
caacutelcio pa padratildeo para estudos de eficiecircncia relativa de corretivos (Tabela 4)
Tabela 4 Teores de caacutelcio magneacutesio e siliacutecio dos corretivos utilizados
Corretivo CaO () MgO () SiO2 ()
Agrosiliacutecio 39 10 23
Silifeacutertil 38 8 22
Holcim 25 7 43
Calcaacuterio 30 20 0
Carbonato de caacutelcio 56 0 0
13
Para a caracterizaccedilatildeo dos corretivos quanto a sua superfiacutecie especiacutefica foi
realizada a anaacutelise da superfiacutecie especiacutefica pela equipe do Laboratoacuterio de
Hidrometalurgia da Universidade Federal de Ouro Preto utilizando-se o meacutetodo de
determinaccedilatildeo por gases descrito por Brunauer e colaboradores (1938) (Tabela 5)
Tabela 5 Superfiacutecie especifica e volume total de poros dos corretivos de acidez do solo
Corretivo Superfiacutecie Especiacutefica Volume total de poros
m2 g-1 cm3 g-1
Agrosiliacutecio 1175 00482
Silifeacutertil 066 00023
Holcim 038 00006
Calcaacuterio 091 00039
Fonte Universidade Federal de Ouro Preto (Laboratoacuterio de Hidrometalurgia)
Todos os corretivos foram submetidos agrave uniformizaccedilatildeo de umidade atraveacutes de
secagem em estufa com circulaccedilatildeo forccedilada de ar a 105 ordmC por um periacuteodo de setenta e
duas horas
Apoacutes esta etapa os silicatos foram submetidos agrave separaccedilatildeo nas seguintes
fraccedilotildees granulomeacutetricas atraveacutes de agitador mecacircnico por 5 minutos seguindo a
metodologia oficial (Veras et al 2007) fracionando os corretivos nas seguintes classes
partiacuteculas maiores que 200 mm (fraccedilatildeo do corretivo retido na peneira ABNT 10 ndash 10
mesh) partiacuteculas entre 084 e 200 mm (fraccedilatildeo do corretivo passante na peneira ABNT
10 e retido na peneira ABNT 20 ndash 20 mesh) partiacuteculas entre 030 e 084 (fraccedilatildeo do
corretivo passante na peneira ABNT 20 e retido na peneira ABNT 50 ndash 50 mesh) e
partiacuteculas com dimensatildeo inferior agrave 030 mm (fraccedilatildeo do corretivo passante na peneira
ABNT 50) (Figura 1)
14
(a) (b)
Figura 1 Mesa agitadora (a) e peneiras utilizadas para a separaccedilatildeo dos corretivos nas diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas (b)
A definiccedilatildeo das fraccedilotildees granulomeacutetricas avaliadas acompanhou os criteacuterios
atualmente adotados na legislaccedilatildeo para calcaacuterio aleacutem do fato de natildeo se justificar o uso
de silicatos em fraccedilatildeo granulomeacutetrica mais fina do que as jaacute comumente utilizadas para
calcaacuterio em funccedilatildeo da maior abrasividade das escoacuterias de siderurgia (PRADO et al
2001) o que tecnicamente dificulta a accedilatildeo dos moinhos brasileiros tornando a moagem
para a obtenccedilatildeo de partiacuteculas muito finas economicamente inviaacutevel
Apoacutes a separaccedilatildeo das fraccedilotildees granulomeacutetricas os corretivos foram submetidos
agrave determinaccedilatildeo do poder de neutralizaccedilatildeo (PN) pelo meacutetodo da titulaccedilatildeo que consiste
em colocar em contato uma massa conhecida do corretivo com uma quantidade
conhecida e em excesso de aacutecido padronizado fazendo com que o corretivo neutralize
uma parte do aacutecido O excesso de aacutecido eacute quantificado por alcalimetria obtendo-se
indiretamente a quantidade de aacutecido que foi neutralizado pelo corretivo seguindo o
procedimento descrito a seguir (BRASIL 1983)
Pesou-se 1000 g da amostra secada moiacuteda e passada em peneira de 03 mm
dos corretivos (Figura 2 a) e transferiu-se o material para erlenmeyer de 250 mL no
qual adicionou-se 50 mL da soluccedilatildeo de HCl 05 M padronizada O erlenmeyer foi
coberto com vidro de reloacutegio e a soluccedilatildeo foi fervida suavemente por 5 minutos (Figura
2 b) Apoacutes esta etapa a soluccedilatildeo foi esfriada transferida para balatildeo de 100 mL que teve
seu volume completado com aacutegua destilada e deixou-se decantar (Figura 2 c) Pipetou-
se 50 mL da soluccedilatildeo que foi transferida para erlenmeyer de 125 mL no qual se
acrescentou trecircs gotas de soluccedilatildeo de fenolftaleina (indicador) A soluccedilatildeo aacutecida foi
titulada com soluccedilatildeo padronizada de NaOH 025 M ateacute o aparecimento de uma leve cor
rosada do indicador (Figura 2 d) anotou-se o volume gasto e a partir deste valor
15
calculou-se o poder de neutralizaccedilatildeo do corretivo em de CaCO3 equivalente pela
expressatildeo
PN = 10 (25M1-V2M2) onde G
M1 = concentraccedilatildeo molar da soluccedilatildeo de HCl
V2 = volume em mL da soluccedilatildeo de NaOH gasto na titulaccedilatildeo
M2 = concentraccedilatildeo molar da soluccedilatildeo de NaOH
G = massa inicial da amostra em gramas
(a) (b)
(c) (d)
Figura 2 Ilustraccedilotildees dos processos laboratoriais para determinaccedilatildeo do PN em amostras
dos materiais corretivos desde a pesagem (a) a fervura da soluccedilatildeo contendo a amostra
do corretivo e HCl (b) a soluccedilatildeo transferida para balatildeo volumeacutetrico de 100 mL em
descanso para decantaccedilatildeo (c) e a titulaccedilatildeo ateacute o aparecimento da coloraccedilatildeo rosada (d)
Para os silicatos em funccedilatildeo de sua constituiccedilatildeo quiacutemica a visualizaccedilatildeo da
coloraccedilatildeo rosada foi dificultada pelo escurecimento da soluccedilatildeo (coloraccedilatildeo esverdeada)
sendo necessaacuteria a utilizaccedilatildeo do meacutetodo potenciomeacutetrico em que o excesso de HCl da
soluccedilatildeo eacute neutralizado por NaOH ateacute atingir pH 70
Foram encontrados valores distintos de poder de neutralizaccedilatildeo para cada um dos
corretivos (Tabela 6)
16
Tabela 6 Poder de neutralizaccedilatildeo dos materiais corretivos de acidez do solo utilizados
no experimento
Corretivos Poder de Neutralizaccedilatildeo ()
Agrosiliacutecio 859
Silifeacutertil 778
Holcim 740
Calcaacuterio 1131
CaCO3 1041
Com base nos valores do poder de neutralizaccedilatildeo encontrados para cada um dos
corretivos e de acordo com as necessidades de calagem encontrados para cada solo
foram calculadas as doses de cada corretivo a serem aplicadas nos vasos preenchidos
com 300 g de amostras dos solos (Tabela 7)
Tabela 7 Quantidade de corretivo calculada para atingir 60 de saturaccedilatildeo por bases
para cada um dos solos experimentais
SOLOS
Corretivos
Muito Argiloso
Argiloso Meacutedia Arenoso
---------------------------------- mg por vaso ------------------------------------
Agrosiliacutecio 3189 7775 1232 4509
Silifeacutertil 3487 8589 1361 4981
Holcim 3666 9031 1431 5239
Calcaacuterio 2397 5906 936 3425
CaCO3 2605 6416 1012 3721
Em funccedilatildeo da dose dos corretivos utilizados em cada solo (Tabela 5) e da
concentraccedilatildeo de SiO2 em cada um dos silicatos foram calculadas as doses de Si
fornecidas por cada silicato para o respectivo solo (Tabela 8)
17
Tabela 8 Dose de Si fornecida por cada um dos silicatos em cada solo experimental SOLOS
Corretivos Concentraccedilatildeo
de Si Muito Argiloso
Argiloso Meacutedia Arenoso
--------------------------- mg por vaso -----------------------
Agrosiliacutecio
107 341 832 132 482
Silifeacutertil 103 359 885 140 513 Holcim 203 744 1833 290 1064
34 Tratamentos e delineamento experimental
Foram conduzidos quatro experimentos sendo cada um em uma classe
textural de solo em delineamento inteiramente casualizado A anaacutelise de variacircncia foi
baseada num arranjo fatorial 4x4 com quatro corretivos de acidez (trecircs silicatos de
caacutelcio Agrosiliacutecio Silifeacutertil e Holcim e um calcaacuterio) e quatro fraccedilotildees granulomeacutetricas
(entre 5 e 10 mesh partiacuteculas entre 2 e 4 mm entre 10 e 20 mesh partiacuteculas entre 084
e 2 mm entre 20 e 50 mesh partiacuteculas entre 03 e 084 mm e maior que 50 mesh
partiacuteculas menores que 03 mm) com quatro repeticcedilotildees
Aleacutem dos tratamentos acima foi realizada a incubaccedilatildeo com CaCO3 (reagente
pa) corretivo padratildeo para comparaccedilatildeo da eficiecircncia relativa na correccedilatildeo da acidez do
solo sendo este utilizado em cinco diferentes doses testemunha 50 100 150 e
200 em relaccedilatildeo agrave dose recomendada para a correccedilatildeo da acidez do solo para atingir
60 de saturaccedilatildeo por bases (Tabela 3)
34 Conduccedilatildeo do experimento
As parcelas experimentais constituiacuteram-se de recipientes plaacutesticos de 500 mL
nos quais foram adicionados 300 g de solo e as devidas quantidades dos corretivos que
posteriormente foram incubados em recipientes abertos por trinta e noventa dias em
laboratoacuterio sem exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo solar direta e a intensas variaccedilotildees de temperatura
(Figura 3 a b)
Durante o periacuteodo de incubaccedilatildeo os solos foram irrigados com aacutegua destilada
para a manutenccedilatildeo da umidade a 80 da capacidade de campo (Figura 3 c)
Apoacutes 30 e 90 dias de incubaccedilatildeo fraccedilotildees de 50 g de cada uma das amostras
foram retiradas e colocadas para secar ao ar (Figura 3 d)
18
(a) (b)
(c) (d)
Figura 3 Pesagem dos corretivos (a) adiccedilatildeo dos corretivos nos recipientes plaacutesticos
contendo as amostras dos solos (b) irrigaccedilatildeo das amostras dos solos (c) e incubaccedilatildeo em
laboratoacuterio por 30 e 90 dias (d)
35 Determinaccedilatildeo do pH do solo apoacutes a incubaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo da eficiecircncia relativa
Para a caracterizaccedilatildeo da correccedilatildeo da acidez do solo foi determinado o pH em
CaCl2 em cada unidade experimental Esta variaacutevel de cada fraccedilatildeo granulomeacutetrica dos
silicatos de caacutelcio foi confrontada com os valores obtidos atraveacutes da curva de incubaccedilatildeo
do CaCO3 (reagente pa)
A anaacutelise do pH foi realizada seguindo a metodologia descrita pelo Programa
Interlaboratorial de controle de qualidade de anaacutelise de solo (2005) em que se colocou
10 cm3 de TFSA num frasco de 50 mL e adicionou-se 25 mL de CaCl2 2H2O 001 M
(1469 g L-1) deixando em contato por quinze minutos Posteriormente agitou-se a
amostra em agitador horizontal por dez minutos a 200 rpm Apoacutes esta etapa a soluccedilatildeo
foi mantida em repouso por sessenta minutos Na sequecircncia sem agitar novamente a
amostra foi realizada a leitura em potenciocircmetro devidamente calibrado com soluccedilotildees-
padratildeo de pH 40 e 70
Os valores de pH obtidos por cada fraccedilatildeo granulomeacutetrica de cada um dos
corretivos foram confrontados com os valores de pH obtidos na curva de incubaccedilatildeo de
CaCO3 obtendo-se os valores de equivalente em CaCO3 aos 90 dias
19
Os valores de eficiecircncia relativa foram ajustados em relaccedilatildeo aos resultados
obtidos por cada corretivo na fraccedilatildeo granulomeacutetrica inferior agrave 03 mm (gt 50 mesh)
atribuindo-se a esta fraccedilatildeo mais fina o iacutendice de 100 seguindo a metodologia adotada
por Bellingieri (1983)
36 Avaliaccedilatildeo do teor de Si no solo apoacutes a incubaccedilatildeo
Para a avaliaccedilatildeo do teor de Si no solo disponibilizado por cada uma das fontes
nas fraccedilotildees granulomeacutetricas foram realizadas as anaacutelises no Laboratoacuterio de Anaacutelise de
Fertilizantes da Universidade Federal de Uberlacircndia utilizando o extrator cloreto de
caacutelcio 001 M de acordo com a metodologia descrita por Korndoumlrfer e colaboradores
(2004) em que apoacutes o contato de 10 g da amostra do solo com 100 mL da soluccedilatildeo
extratora os mesmos foram submetidos a um agitador horizontal orbital por 1 hora na
frequumlecircncia de 50 rpm Apoacutes este procedimento as amostras ficaram em repouso por 15
minutos para decantar e a suspensatildeo foi filtrada e ficando sob novo repouso por 12
horas Entatildeo pipetou-se 10 mL do extrato de cada amostra acrescentando-se 1 mL de
soluccedilatildeo sulfo-moliacutebdica Decorridos 10 minutos acrescentou-se 2 mL de soluccedilatildeo de
aacutecido tartaacuterico 200 mg L-1 e apoacutes 5 minutos adicionou-se 10 mL da soluccedilatildeo de aacutecido
ascoacuterbico Apoacutes 1 hora foi realizada a leitura em espectofotocircmetro UV-visiacutevel no
comprimento de onda de 660 nanocircmetros Em funccedilatildeo do fator de diluiccedilatildeo o valor de
leitura foi multiplicado por 10 para se chegar no teor de Si do solo em mg dm-3
37 Anaacutelise estatiacutestica
Os resultados referentes ao pH em CaCl2 encontrados em funccedilatildeo das doses de
CaCO3 foram submetidos agrave anaacutelise de variacircncia e posterior ajuste ao modelo de
regressatildeo mais adequado para cada solo dentro dos dois periacuteodos de incubaccedilatildeo
utilizando o software estatiacutestico Sisvar desenvolvido por Ferreira (1999)
Os dados referentes ao pH em CaCl2 e ao teor de Si no solo encontrados em
funccedilatildeo dos corretivos (silicatos e calcaacuterio) em cada fraccedilatildeo granulomeacutetrica foram
submetidos agrave anaacutelise de variacircncia e suas meacutedias foram comparadas pelo teste de Scott-
Knott (1974) a 5 de probabilidade quanto agrave variaccedilatildeo dos corretivos dentro de cada
fraccedilatildeo granulomeacutetrica e quanto agrave variaccedilatildeo das fraccedilotildees granulomeacutetricas dentro dos
corretivos
20
4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
41 Variaccedilotildees no pH aos 30 dias de incubaccedilatildeo
Em relaccedilatildeo agrave variaacutevel pH em CaCl2 houve efeito significativo das doses de
CaCO3 para os quatro solos analisados o que possibilitou o ajuste de modelos de
regressatildeo (Figura 4)
Para os valores de pH em CaCl2 em funccedilatildeo do corretivo e fraccedilatildeo granulomeacutetrica
utilizados a anaacutelise de variacircncia tambeacutem permitiu constatar efeito significativo
inclusive para a interaccedilatildeo entre estes fatores (Tabela 9) Em geral quanto menor a
fraccedilatildeo granulomeacutetrica maior o pH do solo resultado este que concorda com o trabalho
realizado anteriormente por Alcarde e colaboradores (1989)
Novais e colaboradores (1993) tambeacutem descreveram que a granulometria mais
fina das escoacuterias de siderurgia permitiu maior reatividade tanto em solos arenosos
quanto em solos argilosos
(a)
y = -03764x2 + 13644x + 49458
R2 = 099
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(b)
y = -07093x2 + 24251x + 50564
R2 = 097
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(c)
y = 0492x + 3941
R2 = 094
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(d)
y = -1075x2 + 37825x + 39585
R2 = 099
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalnete CaCO3
pH e
m C
aCl 2
Significativo a 5 de probabilidade pelo teste f Figura 4 Valores do pH em CaCl2 em funccedilatildeo da dose equivalente de CaCO3 aplicada ao solo apoacutes 30 dias de incubaccedilatildeo nos solos muito argiloso (a) argiloso (b) meacutedio (c) arenoso (d)
21
Para os solos muito argiloso argiloso e arenoso pode-se observar que com as
doses de CaCO3 dentro do limite de 0 a 200 em relaccedilatildeo agrave recomendaccedilatildeo para atingir
60 de saturaccedilatildeo por bases o pH em CaCl2 aumentou significativamente de maneira
quadraacutetica Entretanto observou-se para o solo de textura meacutedia um ajuste linear Este
efeito pode ser atribuiacutedo ao fato das doses do corretivo utilizado natildeo terem sido
suficientes para atingir a faixa de estabilidade
Atraveacutes da amplitude de variaccedilatildeo nos valores de pH em funccedilatildeo do acreacutescimo
nas doses de CaCO3 pode-se observar o maior efeito tampatildeo dos solos muito argiloso e
argiloso em relaccedilatildeo ao solo arenoso e de textura meacutedia informaccedilatildeo esta que corrobora
aos relatos de Furtini e colaboradores (2001) O poder tampatildeo do solo eacute a resistecircncia
que o solo oferece a mudanccedila de pH Sousa e colaboradores (2007) exemplificando a
proporcionalidade dos diferentes tipos de acidez do solo relatam que a quantidade de
calcaacuterio necessaacuteria para neutralizar a acidez ativa pode chegar a quatorze mil setecentos
e vinte e trecircs vezes menor do que o necessaacuterio para a correccedilatildeo da acidez potencial do
solo o que evidencia a importacircncia do conhecimento do poder tampatildeo do solo para se
determinar a dose do corretivo
Pode-se observar que os resultados de pH em CaCl2 em funccedilatildeo dos corretivos e
das fraccedilotildees granulomeacutetricas para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso
submetidos a 30 dias de incubaccedilatildeo ocorreram de forma que quanto menor a
granulometria do corretivo maior foi o aumento no valor de pH encontrado nos solos
(Tabela 9)
22
Tabela 9 Valores de pH em CaCl2 em funccedilatildeo do corretivo de solo utilizado na dose
referente agrave elevaccedilatildeo da saturaccedilatildeo por bases para 60 e da fraccedilatildeo granulomeacutetrica apoacutes
30 dias de incubaccedilatildeo para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso
Peneira ABNT (mesh) Corretivo
5 - 10 10 - 20 20 ndash 50 gt 50 Meacutedia Solo muito argiloso
Agrosiliacutecio 51
Ac
51
Ac
57
Ab
59
Aa
55 Silifeacutertil 49
Ad
53
Ac
56
Ab
60
Aa
54 Holcim 50
Ab
49
Bb
49
Cb
53
Ca
50 Calcaacuterio 49
Ac
50
Bc
54
Bb
57
Ba
53 Meacutedia 50
51
54
57
53 Solo argiloso
Agrosiliacutecio
51
Ac
53
Ac
61
Ab
65
Aa
57 Silifeacutertil 53
Ac
52
Ac
59
Ab
66
Aa
57 Holcim 51
Ab
51
Ab
51
Cb
55
Ba
52 Calcaacuterio 51
Ac
52
Ac
56
Bb
65
Aa
56
51
52
56
63
56 Solo meacutedio
Agrosiliacutecio
40
Ac
41
Ac
41
Ab
43
Aa
41 Silifeacutertil 40
Ab
40
Ab
41
Aa
42
Ca
41 Holcim 40
Ab
40
Ab
40
Bb
41
Ca
40 Calcaacuterio 40
Ab
41
Ab
41
Bb
42
Ba
41 Meacutedia 40
40
41
42
41 Solo arenoso
Agrosiliacutecio
40
Ac
43
Ac
55
Ab
63
Aa
50 Silifeacutertil 40
Ac
42
Ac
52
Bb
65
Aa
50 Holcim 40
Ab
41
Ab
42
Cb
50
Ba
43 Calcaacuterio 40
Ac
40
Ac
50
Bb
63
Aa
48 Meacutedia 40
42
49
60
48 Letras maiuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na coluna e letras minuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na linha (Scott-Knott a 5)
No solo muito argiloso o Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil proporcionaram a maior
elevaccedilatildeo do pH do solo em relaccedilatildeo aos demais corretivos em todas as faixas
granulomeacutetricas passantes na peneira de 10 mesh ou seja quando a granulometria foi
inferior a 2 mm em fraccedilotildees maiores que esta o efeito do corretivo foi muito pequeno
natildeo havendo diferenccedila entre os corretivos (Tabela 9)
Para os demais solos os corretivos natildeo apresentaram diferenccedilas quanto ao
aumento provocado no pH do solo quando aplicados em granulometria acima de 084
mm ou seja produtos retidos na peneira de 10 mesh Para as granulometrias mais finas
23
os corretivos apresentaram diferenccedilas no aumento do pH ficando os solos que
receberam o silicato Holcim com os menores valores
De maneira geral para as granulometrias mais finas inferior a 084 mm
(passantes na peneira de 20 mesh) o Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil proporcionaram os
maiores incrementos em pH exceto para o produto mais fino gt 50 mesh no solo de
textura meacutedia e para o produto de granulometria entre 03 e 084 mm (ABNT 20 ndash 50)
no solo arenoso em que o Agrosiliacutecio obteve os melhores resultados (Tabela 9)
42 Variaccedilotildees no pH equivalente em CaCO3 e eficiecircncia relativa dos corretivos aos
90 dias de incubaccedilatildeo
Houve efeito significativo das doses de CaCO3 nos valores de pH em CaCl2 para
os quatro solos analisados o que possibilitou o ajuste de modelos polinomiais (Figura
5)
(a)
y = -01466x2 + 09457x + 49792
R2 = 085
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(b)
y = -05821x2 + 21998x + 49789
R2 = 098
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(c)
y = 04565x + 39275
R2 = 091
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(d)
y = -0865x2 + 34185x + 39925
R2 = 098
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
Significativo a 5 de probabilidade pelo teste f
Figura 5 Valores do pH em CaCl2 em funccedilatildeo da dose equivalente de CaCO3 aplicada ao solo apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo nos solos muito argiloso (a) argiloso (b) meacutedio (c) arenoso (d)
24
Para os solos muito argiloso argiloso e arenoso (Figura 5 a b d) como era de
se esperar as doses de CaCO3 dentro do limite de 0 a 200 em relaccedilatildeo agrave
recomendaccedilatildeo aumentaram significativamente e de forma quadraacutetica o pH em CaCl2
Acompanhando a tendecircncia observada apoacutes 30 dias de incubaccedilatildeo para o solo de
textura meacutedia verificou-se um ajuste linear para o aumento do valor de pH em CaCl2
em funccedilatildeo de doses de CaCO3 Este efeito pode ser atribuiacutedo ao fato das doses do
corretivo utilizado natildeo terem sido suficientes para atingir a faixa de estabilidade
Para as variaccedilotildees de pH em CaCl2 em funccedilatildeo do corretivo e fraccedilatildeo
granulomeacutetrica utilizados tambeacutem houve efeito significativo inclusive para a interaccedilatildeo
entre estes fatores (Tabela 10)
25
Tabela 10 Valores de pH em CaCl2 em funccedilatildeo do corretivo de solo utilizado na dose
referente agrave elevaccedilatildeo da saturaccedilatildeo por bases para 60 e da fraccedilatildeo granulomeacutetrica apoacutes
90 dias de incubaccedilatildeo para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso
Peneira ABNT (mesh) Corretivo
5 - 10 10 - 20 20 ndash 50 gt 50 Meacutedia Solo muito argiloso
Agrosiliacutecio 50
Ad
52
Ac
56
Ab
57
Aa
54 Silifeacutertil 50
Ac
51
Ac
55
Ab
58
Aa
53 Holcim 49
Ab
48
Cb
48
Bb
53
Ba
50 Calcaacuterio 49
Ac
50
Bc
55
Ab
57
Aa
53 Meacutedia 50
50
53
56
52 Solo argiloso
Agrosiliacutecio 52
Ab
53
Ab
61
Aa
62
Aa
57 Silifeacutertil 49
Cd
53
Ac
58
Bb
63
Aa
56 Holcim 50
Bb
50
Bb
51
Db
55
Ca
51 Calcaacuterio 51
Bd
52
Ac
56
Cb
62
Ba
55 Meacutedia 50
52
56
60
55 Solo meacutedio
Agrosiliacutecio 40
Ad
41
Ac
42
Ab
43
Aa
42 Silifeacutertil 41
Ac
41
Ac
42
Ab
43
Aa
42 Holcim 41
Ab
41
Ab
41
Cb
41
Ba
41 Calcaacuterio 40
Ab
41
Ab
41
Bb
43
Aa
41 Meacutedia 40
41
41
42
41 Solo arenoso
Agrosiliacutecio
40
Ac
44
Ab
59
Aa
61
Aa
51 Silifeacutertil 40
Ac
43
Ac
55
Ab
64
Aa
51 Holcim 39
Ab
40
Ab
42
Bb
48
Ba
43 Calcaacuterio 40
Ac
42
Ac
55
Ab
63
Aa
50 Meacutedia 40
42
53
59
49 Letras maiuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na coluna e letras minuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na linha (Scott-Knott a 5)
No solo muito argiloso e no solo arenoso o Agrosiliacutecio o Silifeacutertil e o calcaacuterio
proporcionaram maior elevaccedilatildeo no pH do solo em relaccedilatildeo ao Holcim nos corretivos
com granulometria inferior a 084 mm passantes na peneira de 20 mesh Quando se
comparam estes resultados com os obtidos aos 30 dias de incubaccedilatildeo observa-se a
inclusatildeo do calcaacuterio entre os corretivos com melhores resultados de aumento de pH no
solo muito argiloso Este fato demonstrou que para este solo os silicatos Agrosiliacutecio e
Silifeacutertil tiveram uma maior dissociaccedilatildeo aos 30 dias fato este que foi compensado pelo
calcaacuterio entre 30 e 90 dias de incubaccedilatildeo (Tabela 10)
26
Os valores de pH do solo argiloso apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo demonstraram que
o Agrosiliacutecio proporcionou os maiores valores de pH em todas as fraccedilotildees
granulomeacutetricas ficando este em igualdade com o Silifeacutertil na granulometria inferior a
03 mm (gt 50 mesh) e entre 08 mm e 20 mm (10 a 20 mesh) sendo que nesta uacuteltima
fraccedilatildeo granulomeacutetrica o calcaacuterio tambeacutem se igualou aos dois corretivos acima
mencionados (Tabela 10)
No solo de textura meacutedia as diferenccedilas ocorreram apenas nas fraccedilotildees
granulomeacutetricas inferiores a 08 mm (peneira de 20 mesh) com melhores resultados
atribuiacutedos ao Agrosiliacutecio Silifeacutertil e ao calcaacuterio na fraccedilatildeo mais fina (gt 50 mesh) e ao
Agrosiliacutecio e ao Silifeacutertil na fraccedilatildeo compreendida entre 03 e 084 mm (20 a 50 mesh)
Para o solo arenoso o Agrosiliacutecio o Silifeacutertil e o calcaacuterio proporcionaram
maiores valores de pH nas fraccedilotildees granulomeacutetricas inferiores a 084 mm enquanto que
nas fraccedilotildees mais grossas todos os corretivos tiveram o mesmo comportamento
Para todos os solos utilizados no experimento verificou-se que quanto menor a
dimensatildeo das partiacuteculas maiores satildeo os incrementos gerados nos valores de pH em
CaCl2 (Tabela 10) resultado este que concorda com trabalhos realizados anteriormente
por Bellingieri e colaboradores (1989)
Nas comparaccedilotildees entre os resultados dos valores de pH das amostras de solo
apoacutes 30 e 90 dias de incubaccedilatildeo os resultados praticamente se equivalem demonstrando
que 30 dias de incubaccedilatildeo foi um periacuteodo suficiente para a accedilatildeo dos corretivos
Com base nos incrementos verificados no pH das amostras dos solos pelos
corretivos de acidez em cada fraccedilatildeo granulomeacutetrica em relaccedilatildeo agraves curvas de incubaccedilatildeo
com CaCO3 calculou-se os valores de equivalente em CaCO3 para cada corretivo
dentro de cada fraccedilatildeo granulomeacutetrica com 90 dias de incubaccedilatildeo (Tabela 11)
27
Tabela 11 Equivalente em CaCO3 dos corretivos de acidez de diferentes fraccedilotildees
granulomeacutetricas aos 90 dias de incubaccedilatildeo
Peneiras ABNT (mesh)
Corretivos
5 ndash 10 10 - 20 20 - 50 gt 50 Meacutedia
--------------------------------------- -----------------------------------------
Agrosiliacutecio 9
Ac
24
Ab
64
Aa
77
Aa
43
Silifeacutertil 9
Ac
19
Ac
52
Ab
87
Aa
42 Calcaacuterio 8
Ac
13
Ac
33
Bb
79
Aa
33 Holcim 7
Ab
7
Ab
10
Cb
33
Ba
14 Meacutedia 8
16
39
69
33 Letras maiuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na coluna e letras minuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na linha (Scott-Knott a 5)
Os resultados de equivalente em CaCO3 apresentados para 90 dias de incubaccedilatildeo
(Tabela 11) demonstraram grande variaccedilatildeo para este atributo entre os corretivos de
acidez o que evidencia que natildeo apenas a granulometria mas tambeacutem a origem dos
corretivos exerce grande influecircncia na velocidade de correccedilatildeo da acidez do solo
Para as fraccedilotildees granulomeacutetrica mais grossas (lt 10 e 10 a 20 mesh) pode-se
observar que natildeo houve diferenccedila entre os corretivos jaacute na fraccedilatildeo mais fina (gt 50) o
silicato Holcim proporcionou menores valores de equivalente em CaCO3 em relaccedilatildeo as
demais fontes Na fraccedilatildeo granulomeacutetrica entre 20 e 50 (Tabela 11) verificou-se
diferenccedilas entre o equivalente em CaCO3 de silicatos e do calcaacuterio o que demonstrou o
fato de estarmos neste caso subestimando a reatividade dos silicatos Pode-se observar
que natildeo houve diferenccedilas entre os resultados obtidos com a aplicaccedilatildeo dos silicatos
Agrosiliacutecio e Silifeacutertil portanto sugere-se a elaboraccedilatildeo de novos paracircmetros para a
avaliaccedilatildeo de silicatos com origem de aciaria
Seguindo os criteacuterios adotados por Bellingieri (1983) de ajustar a eficiecircncia dos
corretivos atribuindo valores de 100 para as partiacuteculas passantes na peneira 50 ABNT
(partiacuteculas inferiores a 03 mm) determinou-se a eficiecircncia relativa de cada uma das
fraccedilotildees granulomeacutetricas dos corretivos permitindo a adoccedilatildeo de novos criteacuterios de
reatividade para os silicatos (Tabela 12)
28
Tabela 12 Eficiecircncias relativas em relaccedilatildeo agrave fraccedilatildeo granulomeacutetrica inferior a 03 mm
(peneira 50 mesh) dos corretivos de acidez em diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas aos
90 dias de incubaccedilatildeo
Peneiras ABNT (mesh)
Corretivos 5 - 10 10 - 20 20 - 50 gt 50 Meacutedia
------------------------------ -------------------------------
Agrosiliacutecio 12 33 85 100 58
Silifeacutertil 9 25 65 100 50
Holcim 16 17 27 100 40
Calcaacuterio 9 18 63 100 48
Meacutedia 12 23 60 100
Propotildee-se a adequaccedilatildeo da equaccedilatildeo atualmente adotada para a determinaccedilatildeo da
eficiecircncia relativa (reatividade) de silicatos de origem de aciaria para uso como
corretivo de acidez em funccedilatildeo das diferenccedilas encontradas em eficiecircncia relativa
apresentadas na Tabela 12 entre os silicatos de origem de escoacuteria de aciaria
(Agrosiliacutecio e Silifeacutertil) em relaccedilatildeo ao calcaacuterio ficando a mesma da seguinte forma
RE = F10-20 x 03 + F20-50 x 075 + Fgt50 x 1
Onde
F10-20= percentual de produto que passa pela peneira nordm10 e fica retido na
peneira nordm20 F20-50 = percentual de produto que passa pela peneira nordm20 e fica retido
na peneira nordm50 e F-50 = percentual de produto que passa pela peneira nordm50
Os valores de eficiecircncia relativa 12 em meacutedia para a fraccedilatildeo granulomeacutetrica
mais grosseira pode estar associado agrave presenccedila de micropartiacuteculas (poacute) aderidas ao
redor das partiacuteculas mais grossas (Tabela 12) jaacute que a separaccedilatildeo granulomeacutetrica seguiu
o meacutetodo oficial de separaccedilatildeo em peneiras a seco
29
43 Teor de siliacutecio no solo apoacutes 30 dias de incubaccedilatildeo
De maneira geral pode-se observar que o Agrosiliacutecio proporcionou maiores
incrementos de Si no solo obtendo no solo argiloso quando aplicado na fraccedilatildeo
granulomeacutetrica mais fina incremento de 10 mg dm-3 (Tabela 13)
Tabela 13 Teor de Si no solo em funccedilatildeo da fraccedilatildeo granulomeacutetrica e do corretivo utilizado para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso apoacutes 30 dias de incubaccedilatildeo
Peneiras ABNT (mesh) Corretivos 5 - 10 10 - 20 20 ndash 50 gt 50 Meacutedia
-------------------------------- Si (mg kg-1) -------------------------------------
Solo muito argiloso
Agrosiliacutecio 7
Aa
8
Aa
9
Aa
8
Aa
8 Silifeacutertil 7
Aa
7
Aa
7
Ba
7
Aa
7 Holcim 6
Aa
6
Aa
6
Ba
6
Ba
6 Calcaacuterio 7
Aa
6
Aa
5
Ba
5
Ba
6 Meacutedia 6
7
7
6
6
Solo argiloso
Agrosiliacutecio 6
Ad
10
Ac
14
Ab
15
Aa
11 Silifeacutertil 7
Ac
6
Bc
10
Bb
12
Ba
9 Holcim 6
Ab
5
Bb
6
Cb
9
Ca
7 Calcaacuterio 5
Ba
5
Ba
4
Da
2
Db
4 Meacutedia 6
6
8
10
8
Solo meacutedio
Agrosiliacutecio 10
Aa
10
Aa
10
Aa
10
Aa
10 Silifeacutertil 9
Aa
9
Aa
10
Aa
10
Aa
9 Holcim 8
Ba
9
Aa
9
Ba
10
Aa
9 Calcaacuterio 9
Ba
9
Aa
9
Ba
8
Bb
9 Meacutedia 9
9
9
9
9
Solo arenoso
Agrosiliacutecio 4
Ab
5
Ab
8
Aa
9
Aa
6 Silifeacutertil 3
Ac
5
Ab
7
Aa
7
Ba
6 Holcim 3
Ab
4
Aa
4
Ba
6
Ca
4 Calcaacuterio 3
Aa
3
Ba
3
Ca
2
Da
3 Meacutedia 3
4
6
6
5 Letras maiuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na coluna e letras minuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na linha (Scott-Knott a 5)
No solo muito argiloso as fraccedilotildees mais grossas dos corretivos com partiacuteculas
superiores a 084 mm (lt 20 mesh) natildeo apresentaram diferenccedilas quanto ao fornecimento
30
de Si ao solo poreacutem quando se avaliaram as fraccedilotildees mais finas observou-se maiores
valores de Si para o Agrosiliacutecio na fraccedilatildeo de 03 a 084 mm (20 a 50 mesh) e para o
Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil quando o corretivo foi aplicado na granulometria inferior a 03
mm (gt 50 mesh) estes resultados tambeacutem se repetiram no solo arenoso (Tabela 13)
Para o solo argiloso o Agrosiliacutecio foi o silicato que promoveu maiores valores
de Si no solo quando tambeacutem se avaliaram as fraccedilotildees granulomeacutetricas inferiores a 20
mm (gt 10 mesh) apenas para a fraccedilatildeo mais grossa maior que 20 mm o Agrosiliacutecio o
Silifeacutertil e o Holcim natildeo diferiram estatisticamente variando apenas em relaccedilatildeo ao
calcaacuterio que eacute o uacutenico corretivo avaliado que natildeo apresenta Si em sua constituiccedilatildeo
No solo de textura meacutedia o Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil proporcionaram a mesma
eficiecircncia no fornecimento de Si para o solo (fraccedilotildees 20 a 50 mesh e lt 10 mesh) na
fraccedilatildeo mais fina (gt 50 mesh) os trecircs silicatos avaliados resultaram nos mesmos valores
de Si no solo deferindo apenas do calcaacuterio jaacute na fraccedilatildeo entre 10 a 20 mesh todos os
corretivos proporcionaram o mesmo resultado
De maneira geral a granulometria natildeo resultou em diferenccedilas no fornecimento
de Si pelos silicatos exceto no solo argiloso em que se observa que quanto menor a
granulometria maior foi o teor de Si no solo (Tabela 13)
Ao se avaliar os efeitos do calcaacuterio em relaccedilatildeo ao teor de Si no solo pode-se
observar que quanto menor a fraccedilatildeo granulomeacutetrica do calcaacuterio menores os teores de Si
no solo Este fato pode estar associado a maior alteraccedilatildeo causada no pH do solo pelas
fraccedilotildees mais finas do calcaacuterio reduzindo assim sua disponibilidade de Si corroborando
aos dados de McKeague e Cline (1963) em que o aumento de pH de 6 para 9 reduziu
de 36 para 6 mg dm-3 a concentraccedilatildeo de Si soluacutevel
44 Teor de siliacutecio no solo apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo
De maneira geral pode-se observar que o Agrosiliacutecio promoveu maior
incremento de Si no solo apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo exceto para a fraccedilatildeo
granulomeacutetrica entre 20 a 50 mesh e no solo de textura meacutedia em que o Silifeacutertil e o
Holcim obtiveram resultados semelhantes ao Agrosiliacutecio (Tabela 14)
Quanto agraves fraccedilotildees granulomeacutetricas observou-se que quanto menor a fraccedilatildeo
granulomeacutetrica independente do silicato maior foi o fornecimento de Si ao solo
seguindo a tendecircncia encontrada por Oliveira e colaboradores (1994) em que escoacuterias
31
de alto forno com partiacuteculas menores que 03 mm foram mais eficientes no
fornecimento de Ca e Mg para o solo quando comparadas as fraccedilotildees mais grosseiras
Tabela 14 Teor de Si no solo em funccedilatildeo da fraccedilatildeo granulomeacutetrica e do corretivo
utilizado para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso apoacutes 90 dias de
incubaccedilatildeo
Peneiras ABNT (mesh) Corretivos 5 - 10 10 - 20 20 - 50 gt 50 Meacutedia
-------------------------------- Si (mg kg-1) --------------------------------------
Solo muito argiloso Agrosiliacutecio 8
Ab
9
Aa
9
Aa
9
Aa
9 Silifeacutertil 6
Bb
7
Bb
7
Ba
8
Ba
7 Holcim 7
Bb
7
Bb
6
Cb
8
Ba
7 Calcaacuterio 6
Ba
6
Ba
5
Db
5
Cb
6 Meacutedia 7
7
7
7
7 Solo argiloso
Agrosiliacutecio 7
Ac
11
Ab
13
Aa
13
Aa
11 Silifeacutertil 5
Bc
7
Bb
9
Ba
9
Ba
8 Holcim 6
Bb
5
Cb
6
Cb
9
Ba
7 Calcaacuterio 4
Ca
4
Da
4
Da
3
Cb
4 Meacutedia 5
7
8
9
7 Solo meacutedio
Agrosiliacutecio 10
Aa
11
Aa
10
Aa
11
Aa
11 Silifeacutertil 10
Ba
10
Ba
10
Aa
10
Ba
10 Holcim 10
Bb
10
Bb
10
Ab
11
Aa
10 Calcaacuterio 9
Ba
10
Ba
9
Bb
8
Cc
9 Meacutedia 10
10
10
10
10 Solo arenoso
Agrosiliacutecio 4
Ac
6
Ab
7
Aa
7
Aa
6 Silifeacutertil 3
Bc
4
Bb
6
Ba
6
Ba
5 Holcim 3
Bc
3
Cb
4
Cb
5
Ca
4 Calcaacuterio 2
Ca
2
Da
2
Da
2
Da
2 Meacutedia 3
4
5
5
4 Letras maiuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na coluna e letras minuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na linha (Scott-Knott a 5)
Para todos os solos analisados observou-se a seguinte sequecircncia para o teor de
Si Agrosiliacutecio gt Silifeacutertil gt Holcim gt Calcaacuterio Fato este que acompanha a tendecircncia
observada na avaliaccedilatildeo da reatividade na correccedilatildeo da acidez do solo exceto para o
calcaacuterio por natildeo apresentar Si em sua constituiccedilatildeo
32
Korndoumlrfer e colaboradores (2004) apresentaram a solubilidade de diferentes
silicatos evidenciando que o Agrosiliacutecio (escoacuteria de aciaria) apresentou maiores valores
de solubilidade em relaccedilatildeo aos valores obtidos pela escoacuteria de alto forno como o
Holcim com valores de 43 e 7 respectivamente Estas diferenccedilas em solubilidade
explicam os valores encontrados tanto na avaliaccedilatildeo aos 30 como aos 90 dias de
incubaccedilatildeo
Pereira e colaboradores (2004) em trabalho para a avaliaccedilatildeo da eficiecircncia de
fontes de Si para a cultura do arroz encontraram que a fonte que proporcionou mais
extraccedilatildeo de Si para os gratildeos foi a escoacuteria oriunda da produccedilatildeo de accedilo inox dado que
corrobora os resultados encontrados neste trabalho em que o Agrosiliacutecio (escoacuteria de
aciaria) apresentou maior disponibilizaccedilatildeo de Si para o solo
Nas comparaccedilotildees entre os resultados do teor de Si no solo apoacutes 30 e 90 dias de
incubaccedilatildeo os resultados praticamente se equivalem demonstrando que 30 dias foi um
periacuteodo suficiente para que os silicatos fornecessem Si
Comparando o teor de Si antes da aplicaccedilatildeo dos corretivos com o teor de Si no
solo apoacutes a aplicaccedilatildeo dos corretivos e apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo verificou-se
expressivo acreacutescimo no teor Si no solo ocasionado pelos silicatos principalmente para
o Agrosiliacutecio que incrementou na meacutedia entre as fraccedilotildees granulomeacutetricas 2 6 1 e 3 mg
dm-3 de Si nos solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso respectivamente O
Silifeacutertil tambeacutem forneceu Si ao solo elevando em 1 4 0 e 3 mg dm-3 o teor de Si nos
solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso respectivamente Jaacute o Holcim
apresentou incrementos de 0 2 0 e 1 mg dm-3 respectivamente para os solos muito
argiloso argiloso meacutedio e arenoso
33
5 CONCLUSOtildeES
Os silicatos Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil proporcionam maiores valores de eficiecircncia
relativa na correccedilatildeo da acidez do solo em comparaccedilatildeo ao calcaacuterio e ao silicato Holcim
na fraccedilatildeo granulomeacutetrica entre 030 e 084 mm
Quanto menor a fraccedilatildeo granulomeacutetrica do silicato maior eacute a eficiecircncia relativa
na correccedilatildeo da acidez do solo e maior eacute o fornecimento de Si para o solo
O Agrosiliacutecio apresenta melhores resultados no fornecimento de Si ao solo
seguido do Silifeacutertil e do Holcim
O periacuteodo de 30 dias em condiccedilotildees de umidade mantida agrave 80 da capacidade
de campo eacute um periacuteodo suficiente para a correccedilatildeo da acidez do solo e fornecimento de
Si pelos silicatos ao solo
34
6 REFEREcircNCIAS
ALCARDE JC PAULINO VT DERNARDIN J S Avaliaccedilatildeo da reatividade de corretivos da acidez do solo Revista Brasileira de Ciecircncia do Solo Campinas v 13 p 387-392 1989
ALCARDE JC Corretivos de acidez dos solos caracteriacutesticas e interpretaccedilotildees teacutecnicas Satildeo Paulo ANDA 1992 24p (Boletim Teacutecnico 6)
ALCARDE JC RODELLA AA Avaliaccedilatildeo quiacutemica de corretivos de acidez para fins agriacutecolas uma nova proposiccedilatildeo Scientia Agriacutecola Piracicaba v 53 n 2 ndash 3 1996
ALVAREZ V VH RIBEIRO AC Calagem In RIBEIRO AC GUIMARAtildeES PTG GUIMARAtildeES PTG ALVAREZ V VH (Ed) Recomendaccedilotildees para o uso de corretivos e fertilizantes em Minas Gerais ndash 5ordf Aproximaccedilatildeo Viccedilosa CFSEMG 1999 p 43-60
ALVAREZ V VH Correlaccedilatildeo e calibraccedilatildeo de meacutetodos de anaacutelise de solos In ALVAREZ V VH FONTES LEF FONTES MPF (Ed) O solo nos grandes domiacutenios morfoclimaacuteticos do Brasil e o desenvolvimento sustentado Viccedilosa Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo 1996 p 615-646
ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DOS PRODUTORES DE CALCAacuteRIO Calcaacuterio agriacutecola ndash Brasil consumo aparente por estado (1992 ndash 2006) Disponiacutevel em lthttpwwwcalcario-rscombrgt Acesso em 25 de novembro de 2008
BALASTRA MLFC PEREZ CM JULIANO BO VILLAREAL P Effects of siacutelica level on some properties of Oriza sativa straw and hull Canadian Journal of Botany Ottawa v 67 p 2356-2363 1989
BARBOSA FILHO MP SNYDER G H PRABHU A S DATNOFF L E KORNDOumlRFER G H Importacircncia do siliacutecio para a cultura do arroz Informaccedilotildees agronocircmicas v 89 p 1-8 2000
BELLINGIERI PA Avaliaccedilatildeo em laboratoacuterio da eficiecircncia de diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas de calcaacuterios agriacutecolas 1983 99f Tese (Doutorado) ndash Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Universidade de Satildeo Paulo Piracicaba 1983
BELLINGIERI PA ALCARDE JC amp SOUZA ECA Avaliaccedilatildeo da qualidade de calcaacuterios agriacutecolas atraveacutes do PRNT Anais da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Piracicaba v 45 n 2 p 579-588 1988
BELLINGIERI PA ALCARDE JC SOUZA ECA de Eficiecircncia relativa de diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas de calcaacuterios na neutralizaccedilatildeo da acidez dos solos avaliada em laboratoacuterio Anais da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Piracicaba v46 n2 1989 p 303-317
35
BELLINGIERI PA SOUZA ECA ALCARDE JC SHIKASHO HW Importacircncia da reatividade do calcaacuterio sobre a produccedilatildeo e algumas caracteriacutesticas da soja Scientia Agricola Piracicaba v 49 p 61-71 1992
BRASIL MAPA Laboratoacuterio Nacional de Referecircncia Vegetal Anaacutelise de corretivos fertilizantes e inoculantes Brasiacutelia 1983 104p
BRUNAUER S EMMETT P H TELLER E Adsorption of gases in multimolecular layers In Journal of the American Chemical Society New York v 60 p 309-19 1938
CATANI RA ALONSO O Avaliaccedilatildeo e exigecircncia de calcaacuterio do solo Anais da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Piracicaba v 26 p 141-156 1969
CATE R Sugestotildees para adubaccedilatildeo com base na anaacutelise de solos Raleigh North Caroline State University 1965 16p
DAYANADAM P KAUFMAN PB FRANKLIN CL Detection of siacutelica in plants American Journal of Botany Columbus v 70 p 1079-1084 1983
DEFELIPO BV BRAGA JM SPIES C Comparaccedilatildeo entre meacutetodos de determinaccedilatildeo da necessidade de calcaacuterio de solos de Minas Gerais Experientiae v 13 p 111-136 1982
EMBRAPA C N P S Manual de meacutetodos de anaacutelise de solo Rio de Janeiro 1997 212p
EPSTEIN E Silicon Annu Rev Plant Physiol Plant Molec Biol Palo Alto v 50 1999 p 641 - 664
FERREIRA DF SISVAR versatildeo 43 (Build 41) Lavras UFLADEX 1999 4 disquetes
FURTINI NETO A VALE FR RESENDE A V GUILHERME L R G GUEDES G A A Fertilidade do solo Lavras UFLAFAEPE 2001 252p
GASCHO G J Silicon sources for agriculture In DATNOFF L E SNYDER G H KORNDOumlRFER G H (Ed) Silicon in agriculture Amsterdan Elsevier 2001 cap 12 p 197-207
KAMINSKI J RHEINHEIMER DS A acidez do solo e a nutriccedilatildeo mineral de plantas In KAMINSKI J (Ed) Uso de corretivos da acidez do solo no plantio direto Pelotas SBCSNRS 2000 cap2 p 21 - 39
KORNDOumlRFER G H Elementos beneacuteficos In FERNANDES M S Nutriccedilatildeo mineral de plantas Viccedilosa Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo 2006 432p
36
KORNDOumlRFER G H DATNOFF L E Adubaccedilatildeo com siliacutecio uma alternativa no controle de doenccedilas da cana-de-accediluacutecar e do arroz Informaccedilotildees Agronocircmicas Piracicaba v 70 p 1-5 1995
KORNDOumlRFER G H PEREIRA H S CAMARGO M S Silicatos de caacutelcio e magneacutesio na agricultura 3 ed Uberlacircndia 2004 28 p (Boletim Teacutecnico n1)
KORNDOumlRFER G H PEREIRA H S NOLLA A Anaacutelise de siliacutecio solo planta e fertilizante 1 ed Uberlacircndia 2004 50 p (Boletim Teacutecnico n2)
KORNDOumlRFER G H PEREIRA H S CAMARGO M S Silicatos de caacutelcio e magneacutesio na agricultura 2 ed Uberlacircndia 2003 15 p (Boletim Teacutecnico n1)
KORNDOumlRFER G H PEREIRA H S CAMARGO M S Papel do siliacutecio na produccedilatildeo de cana-de-accediluacutecar STAB v 21 n 2 2002 4 p
KORNDOumlRFER G H LEPSCH I Effect of silicon on plant growth and crop yeld In DATNOFF L E SNYDER G H KORNDOumlRFER G H (Ed) Silicon in agriculture Amsterdan Elsevier 2001 p 133 ndash 147
KURIHARA CH MAEDA S HERNANI LC SILVA WM Eficiecircncia relativa de fraccedilotildees granulomeacutetricas de calcaacuterios sul-mato-grossenses Pesquisa Agropecuaacuteria Brasileira Brasiacutelia v34 n 8 p 1443 - 1449 1999
LOPES A S SILVA MC GUILHERME L R G Acidez do solo e calagem 3 ed Satildeo Paulo ANDA 1990 22 p (Boletim Teacutecnico 1)
LOPES A S Manual de fertilidade do solo Satildeo Paulo ANDAPOTAFOacuteS 1989 153p
MA JF TAKAHASHI E Soil fertilizer and plant silicon research in Japan Amosterdan Elsevier Science 2002 281 p
MALAVOLTA E Manual de quiacutemica agriacutecola adubos e adubaccedilatildeo Satildeo Paulo Agronocircmica Ceres 1981 608 p
MARSCHNER H Mineral nutrition of higher plants 2 ed LondresAcademic Press 1995 889p
MCKEAGUE J A CLINE M G Silica in soils Advances in Agronomy New York v 15n 3 p 339-397 1963
MEURER E J Fundamentos de quiacutemica do solo 3 ed Porto Alegre Evangraf 2006 285p
MIYAKE Y TAKAHASHI E Effect of silicon on the growth of cucumber plant in soil culture Soil Science Plant Nutrition Tokyo v 29 p 463-471 1983
37
NOVAIS R F BARROS N F LEITE F P TEIXEIRA J L LEAL P G L Eficiecircncia agronocircmica de escoacuterias de siderurgia Pains Viccedilosa Universidade Federal de Viccedilosa 1993
OLIVEIRA AC HAHNE H BARROS NF MORAIS EJ Uso de escoacuteria de alto forno como fonte de nutrientes na adubaccedilatildeo florestal In GUERRINI IA BELLOTE AFJ BUumlLL LT (Ed) Seminaacuterio sobre uso de resiacuteduos florestais e urbanos em florestas Botucatu Fundaccedilatildeo de Estudos e Pesquisas Agriacutecolas e Florestais 1994 p 77-96
PEREIRA HS KORNDOumlRFER GH VIDAL AA CAMARGO MS Silicon sources for rice crop Scientia Agriacutecola Piracicaba v 61 p 522-528 2004
PLESE L P M Efeito da umidade do solo na reatividade das fraccedilotildees granulomeacutetricas de um calcaacuterio 2000 49f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) ndash Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Universidade de Satildeo Paulo Piracicaba 2000
PRADO R M FERNANDES F M NATALE W Uso de escoacuteria de siderurgia no Brasil estudos na cultura da cana-de-accediluacutecar Jaboticabal Funep 2001 67p
PROGRAMA INTERLABORATORIAL DE CONTROLE DE QUALIDADE DE ANAacuteLISE DE SOLO Manual do laboratorista 2005 33p
RAIJ BV Avaliaccedilatildeo da fertilidade do solo Piracicaba Associaccedilatildeo Brasileira para Pesquisa da Potassa e do Fosfato 1981 142p
RAIJ B V CANTARELLA H QUAGGIO J A FURLANI A M C Recomendaccedilatildeo de adubaccedilatildeo e calagem para o estado de Satildeo Paulo Campinas IAC 1996 285p (IAC Boletim 100)
SCOTT AJ KNOTT MA A cluster analysis method for grouping means in the analysis of variance Biometrics Washington v 30 n 2 1974 p 507-512
SHOEMAKER HE MCCLEAN E PRATT PF Buffer methods for determining lime requirements of soil with appreciable amounts of extractable aluminium Soil Sci Soc Am Proc Madison v 25 p 274-277 1961
SOUSA D M G MIRANDA L N OLIVEIRA S A Acidez do solo e sua correccedilatildeo In NOVAIS R F ALVAREZ V V H BARROS N F FONTES R L F CANTARUTTI R B NEVES J C L Fertilidade do solo Viccedilosa Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo 2007 p 205 ndash 274
SOUSA D M G LOBATO E Cerrado correccedilatildeo do solo e adubaccedilatildeo Brasiacutelia Embrapa Informaccedilatildeo Tecnoloacutegica 2004 416p
VERAS M C M VIEIRA W TEIXEIRA L S M ALCARDE J C OLIVEIRA L B Manual de meacutetodos analiacuteticos oficiais para fertilizantes minerais orgacircnicos organominerais e corretivos 1 ed Brasiacutelia MAPA 2007 v 1
38
WERNER D ROTH R Siacutelica metabolism In LAUCHILI A BIELESKI RL (Ed) Encyclopedia of plant physiology New Series Berlin Springer-Velag 1983 v 15B p 682-694
- Parte inicial dissertaccedilatildeopdf
- RESUMOpdf
- Corpo da dissertaccedilatildeopdf
-
1
1 INTRODUCcedilAtildeO
A maioria dos solos brasileiros sobretudo aqueles sob vegetaccedilatildeo de cerrado
apresenta limitaccedilotildees quanto ao estabelecimento e desenvolvimento das principais
culturas em decorrecircncia dos efeitos da acidez do solo
Neste cenaacuterio a correccedilatildeo da acidez do solo se apresenta com papel fundamental
para a obtenccedilatildeo de resultados agronocircmicos e econocircmicos positivos na agricultura Nos
uacuteltimos anos o consumo brasileiro de calcaacuterio vem oscilando na ordem de 16 a 27
milhotildees de toneladas por ano segundo informaccedilotildees da Associaccedilatildeo Brasileira dos
Produtores de Calcaacuterio Agriacutecola (2008)
Natildeo apenas os calcaacuterios mas tambeacutem os silicatos apresentam bom potencial
para utilizaccedilatildeo como corretivos de acidez com o benefiacutecio de aleacutem de corrigir a acidez
do solo e fornecer caacutelcio e magneacutesio e tambeacutem o siliacutecio elemento que desperta grande
interesse da comunidade cientiacutefica e do setor agriacutecola atualmente por trazer uma seacuterie
de benefiacutecios para algumas culturas
Os principais paracircmetros que orientam o uso dos corretivos satildeo os valores de
poder de neutralizaccedilatildeo reatividade e poder relativo de neutralizaccedilatildeo total sendo este
uacuteltimo resultante da combinaccedilatildeo dos anteriores Tais paracircmetros satildeo fundamentais para
a definiccedilatildeo de doses eficiecircncia agrocircnomica e efeito residual
A avaliaccedilatildeo do poder de neutralizaccedilatildeo (PN) consiste na anaacutelise quiacutemica do poder
corretivo do material ou seja a capacidade do corretivo em neutralizar o hidrogecircnio
Esta avaliaccedilatildeo eacute feita atraveacutes da adiccedilatildeo de HCl em uma amostra de calcaacuterio e na
posterior identificaccedilatildeo na quantidade de HCl consumida o que reflete o poder de
neutralizaccedilatildeo do material
A reatividade (RE) se refere agrave velocidade de reaccedilatildeo do corretivo no solo e esta
velocidade de reaccedilatildeo estaacute associada com a superfiacutecie de contato do material Quando se
analisa a reatividade de um corretivo se considera apenas o tamanho de partiacuteculas
desconsiderando suas caracteriacutesticas intriacutensecas de superfiacutecie especiacutefica como a
porosidade e forma das partiacuteculas A porosidade e a forma das partiacuteculas diferem muito
em funccedilatildeo da origem do corretivo Os silicatos oriundos de escoacuterias de siderurgia
apresentam em geral e para um mesmo tamanho de partiacutecula uma superfiacutecie especiacutefica
e porosidade bem maiores do que as partiacuteculas de um corretivo oriundo de uma rocha
calcaacuteria
2
Estas caracteriacutesticas certamente podem afetar a reatividade de um corretivo e
atualmente satildeo totalmente ignoradas no meacutetodo de determinaccedilatildeo da reatividade Existe
a hipoacutetese de que a determinaccedilatildeo da reatividade de materiais silicatados oriundos de
escoacuterias esteja sendo subestimada quando comparada aos calcaacuterios em geral
Desta forma objetivou-se com o presente trabalho quantificar a eficiecircncia
relativa na correccedilatildeo da acidez do solo de fraccedilotildees granulomeacutetricas de silicatos em
comparaccedilatildeo ao calcaacuterio
3
2 REVISAtildeO BIBLIOGRAFICA
21 Acidez do solo
Segundo Lopes e colaboradores (1990) a grande maioria dos solos brasileiros
principalmente os solos sob vegetaccedilatildeo de cerrado apresentam elevada acidez o que
prejudica o bom desenvolvimento das plantas Sousa e colaboradores (2007) relatam
que tal efeito pode estar associado agrave presenccedila de Al e Mn em concentraccedilotildees toacutexicas e
aos baixos teores dos macronutrientes Ca e Mg
A acidificaccedilatildeo do solo eacute um processo natural e sua intensidade depende de
fatores intriacutensecos do solo e das perturbaccedilotildees a que o sistema eacute submetido
(KAMINSKI RHEINHEIMER 2000)
Os solos poderatildeo ser naturalmente aacutecidos quando a rocha de origem apresentar
baixos teores de bases ou entatildeo mesmo apresentando altos teores de bases quando este
solo for submetido a intenso processo pedogeneacutetico Neste uacuteltimo caso destaca-se a
situaccedilatildeo de precipitaccedilatildeo pluvial intensa ao longo dos anos promovendo lixiviaccedilatildeo de
bases permanecendo no complexo de troca predominantemente os caacutetions hidrogecircnio e
alumiacutenio (FURTINI NETO et al 2001)
Aleacutem dos processos pedogeneacuteticos outros fatores tambeacutem contribuem para a
acidificaccedilatildeo do solo como as reaccedilotildees de hidroacutelise que ocorrem nas soluccedilotildees dos solos
a decomposiccedilatildeo de resiacuteduos orgacircnicos pelos microorganismos a accedilatildeo do homem
atraveacutes de adubaccedilotildees e sistemas de produccedilatildeo adotados e a proacutepria absorccedilatildeo de
nutrientes (MEURER 2006)
A acidez ativa do solo eacute definida como todo o hidrogecircnio (H+) presente na
soluccedilatildeo medida pelo potencial hidrogecircnio iocircnico (pH) O pH pode ser determinado com
um potenciocircmetro utilizando-se dois meacutetodos principais no primeiro utiliza-se uma
suspensatildeo de terra em aacutegua e no segundo em CaCl2 a 001 M (PLESE 2000)
A concentraccedilatildeo de H+ na soluccedilatildeo do solo avaliada pelo pH natildeo eacute na maioria
dos casos fator limitante para o crescimento e desenvolvimento das plantas desde que
haja suprimento adequado dos nutrientes e ausecircncia de elementos em concentraccedilotildees
toacutexicas Entretanto essa situaccedilatildeo natildeo ocorre naturalmente nos solos pois em condiccedilotildees
aacutecidas podem ocorrer iacuteons como o Al3+ e Mn2+ em teores toacutexicos para as plantas
Outros aspectos importantes associados agrave elevada acidez satildeo a alteraccedilatildeo na
4
disponibilidade de nutrientes e a interferecircncia na atividade microbiana (SOUSA et al
2007)
22 Correccedilatildeo da acidez do solo
Em funccedilatildeo dos fatores negativos da acidez do solo para a produccedilatildeo agriacutecola
torna-se necessaacuteria a sua correccedilatildeo atraveacutes da calagem maneira mais faacutecil e econocircmica
para se corrigir a acidez do solo nos primeiros 20 cm deste Furtini Neto e
colaboradores (2001) destacam como principais benefiacutecios da calagem
Diminuiccedilatildeo da toxidez por Al3+ e Mn2+
Aumento da mineralizaccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica consequentemente aumentando
a disponibilidade de nutrientes principalmente nitrogecircnio enxofre foacutesforo e
boro
Aumento na disponibilidade de caacutelcio e magneacutesio por adiccedilatildeo direta ao solo
Aumento na disponibilidade de foacutesforo e molibdecircnio presentes em formas
fixadas e de menor disponibilidade no solo aacutecido
Aumento da fixaccedilatildeo natildeo-simbioacutetica e simbioacutetica de nitrogecircnio
Aumento da CTC do solo reduzindo os problemas de salinidade e de lixiviaccedilatildeo
de caacutetions
Aumento da eficiecircncia da adubaccedilatildeo
Aumento da preservaccedilatildeo de aacutereas de floresta ou de aacutereas menos vocacionadas
para a agricultura em face da necessidade de menor aacuterea para obter a mesma
produccedilatildeo
Segundo Sousa e Lobato (2004) para solos de Cerrado a produtividade de gratildeos
das culturas de sequeiro (soja milho trigo e feijatildeo) aumenta com a saturaccedilatildeo por bases
ateacute 40 estabiliza entre os valores de 40 a 60 e diminui quando a saturaccedilatildeo por
bases eacute maior que 60 Neste uacuteltimo caso o pH em aacutegua do solo estaraacute maior que 63
o que ocasiona a reduccedilatildeo na disponibilidade de zinco cobre ferro e manganecircs
Diversos satildeo os meacutetodos para a determinaccedilatildeo da necessidade de calagem sem
haver uma definiccedilatildeo clara sobre qual o melhor deles Fundamentalmente os caacutelculos
tem-se baseado nos seguintes meacutetodos meacutetodo da curva de incubaccedilatildeo de CaCO3
meacutetodo baseado no teor de alumiacutenio trocaacutevel (CATE 1965 CATANI ALONSO
1969) meacutetodo baseado no decreacutescimo de pH de soluccedilotildees-tampatildeo SMP (SHOEMAKER
5
et al 1961) meacutetodo baseado na saturaccedilatildeo por bases (RAIJ 1981) meacutetodo baseado no
pH e mateacuteria orgacircnica (DEFELIPO et al 1982 ALVAREZ V 1996) e meacutetodo para
neutralizar a acidez trocaacutevel e elevar os teores de Ca e Mg trocaacuteveis (ALVAREZ V
RIBEIRO 1999)
Independente do meacutetodo adotado eacute de extrema importacircncia que a determinaccedilatildeo
da necessidade de calagem seja adequada pois o excesso de aplicaccedilatildeo de um corretivo
pode trazer diversos impactos negativos como a induccedilatildeo a deficiecircncias de ferro e
manganecircs (LOPES 1989)
23 Caracteriacutesticas dos corretivos de acidez
Todo material utilizado para corrigir a acidez do solo conteacutem componentes
neutralizantes como carbonatos oacutexidos hidroacutexidos e silicatos Os componentes
neutralizantes nestes materiais natildeo satildeo os caacutetions Ca2+ e Mg2+ mas sim os acircnions CO3-2
OH- SiO32- (PLESE 2000)
A qualidade de um calcaacuterio eacute dada pela combinaccedilatildeo de seus atributos quiacutemicos e
fiacutesicos O atributo quiacutemico representado pelo poder de neutralizaccedilatildeo depende do tipo e
teor de neutralizantes no corretivo O fiacutesico representado pela eficiecircncia relativa
depende da natureza geoloacutegica da rocha calcaacuteria e do grau de moagem a que foi
submetida (KURIHARA et al 1999)
A avaliaccedilatildeo quiacutemica dos corretivos de acidez consta das seguintes
determinaccedilotildees poder de neutralizaccedilatildeo (PN) e teores de Ca e Mg (ALCARDE
RODELLA 1996)
A avaliaccedilatildeo fiacutesica dos corretivos de acidez eacute determinada pela sua composiccedilatildeo
granulomeacutetrica empregando-se as peneiras nordm 10 20 e 50 segundo a Associaccedilatildeo
Brasileira de Normas Teacutecnicas - ABNT Para cada uma das fraccedilotildees granulomeacutetricas
produto retido na peneira ABNT 10 produto passante na peneira ABNT 10 e retido na
peneira ABNT 20 produto passante na peneira ABNT 20 e retido na peneira ABNT 50
e produto passante na peneira ABNT 50 satildeo atribuiacutedos os seguintes valores de
reatividade 0 20 60 e 100 respectivamente A partir dos resultados da
composiccedilatildeo granulomeacutetrica calcula-se a reatividade (RE) ou eficiecircncia relativa (ER) do
calcaacuterio de acordo com a equaccedilatildeo abaixo (ALCARDE RODELLA 1996)
RE = F10-20 x 02 + F20-50 x 06 + Fgt50 x 1
6
Onde
F10-20= percentual de produto que passa pela peneira nordm10 e fica retido na peneira
nordm20 F20-50 = percentual de produto que passa pela peneira nordm20 e fica retido na
peneira nordm50 e Fgt50 = percentual de produto que passa pela peneira nordm50
Estes paracircmetros de reatividade satildeo adotados no Brasil de acordo com o que a
legislaccedilatildeo prevecirc para todos os corretivos independente de sua origem Segundo Prado e
colaboradores (2001) ainda natildeo existe uma legislaccedilatildeo especiacutefica para silicatos de
caacutelcio sendo estes incluiacutedos na legislaccedilatildeo de calcaacuterios com algumas adaptaccedilotildees
Alcarde e colaboradores (1989) avaliando a reatividade de calcaacuterios de
diferentes origens na correccedilatildeo da acidez do solo constataram eficiecircncia relativa acima
de 80 para partiacuteculas de tamanho inferior a 03 mm (peneira gt 50 ABNT) entre 39 e
65 para partiacuteculas entre 03 e 084 mm (produto passante na peneira 20 ABNT e retido
na peneira 50 ABNT) e eficiecircncia entre 6 e 27 para partiacuteculas entre 084 e 20 mm
(produto passante na peneira 10 ABNT e retido na peneira 20 ABNT)
Bellingieri (1983) avaliando a eficiecircncia de fraccedilotildees granulomeacutetricas de calcaacuterios
em laboratoacuterio em solos com controle de umidade em 30 encontrou valores de
eficiecircncia relativa de 74 376 767 e 100 respectivamente para corretivos nas
fraccedilotildees granulomeacutetricas passantes na peneira ABNT 5 e retiros na peneira ABNT 10
passantes na peneira 10 e retidos na peneira ABNT 30 passantes na peneira ABNT 30 e
retidos na peneira ABNT 50 e produtos passantes na peneira ABNT 50
Segundo Kurihara e colaboradores (1999) a origem da rocha calcaacuteria interfere
na ER do corretivo com destaque para os materiais de origem sedimentar que
apresentam elevada friabilidade possibilitando que torrotildees do material sejam facilmente
desagregados com pequena pressatildeo entre os dedos da matildeo de maneira que apoacutes sua
extraccedilatildeo da jazida esse calcaacuterio natildeo necessita passar por um processo de moagem como
os de natureza metamoacuterfica Entretanto ao se efetuar a anaacutelise granulomeacutetrica verifica-
se que estes torrotildees natildeo passam pelo conjunto de peneiras durante a agitaccedilatildeo mecacircnica
subestimando a real capacidade do material em se solubilizar no solo
Bellingieri e colaboradores (1992) avaliando a reatividade de um calcaacuterio
dolomiacutetico e calcaacuterio dolomiacutetico calcinado durante dois anos agriacutecolas relataram que o
calcaacuterio calcinado apresentou maior reatividade no primeiro ano agriacutecola bem como as
fraccedilotildees granulomeacutetricas mais finas proporcionaram maior reatividade no primeiro ano
do trabalho fato que foi amenizado no segundo ano agriacutecola em que a reatividade dos
7
calcaacuterios tenderam a se igualar e a granulometria mais grosseira tambeacutem compensou a
menor reatividade obtida no primeiro ano
Plese (2000) avaliando o efeito da umidade do solo entre o intervalo de 0 a 80
da capacidade de campo na reatividade das fraccedilotildees granulomeacutetricas de um calcaacuterio
observou que quanto mais altos os valores de umidade do solo mais favoraacutevel era para
a reaccedilatildeo do corretivo no solo Para solos mantidos a 80 da capacidade de campo a
frequecircncia de molhamento teve pouca influecircncia na reatividade
A combinaccedilatildeo das caracteriacutesticas quiacutemicas e fiacutesicas do corretivo
respectivamente PN expresso em equivalente de carbonato de caacutelcio e ER originam o
Poder Relativo de Neutralizaccedilatildeo Total (PRNT) variaacutevel esta utilizada para a definiccedilatildeo
da dose a ser utilizada (BELINGIERI et al 1988)
24 Silicatos de Caacutelcio
Segundo Prado e colaboradores (2001) para minimizar os problemas quiacutemicos
dos solos do Brasil uma maneira seria mediante a correccedilatildeo da acidez do solo pelo uso
de escoacuterias de siderurgia um resiacuteduo da induacutestria do accedilo e ferro-gusa constituiacutedo
quimicamente de silicato de caacutelcio (CaSiO3)
Segundo Malavolta (1981) de maneira simplificada a escoacuteria de siderurgia
pode ser definida como sendo obtida atraveacutes da siacutelica do mineacuterio de ferro que reage com
o caacutelcio do calcaacuterio em alto forno Este processo envolvendo altas temperaturas
seguindo de um raacutepido resfriamento difere do processo de produccedilatildeo de calcaacuterio
(moagem de rochas calcaacuterias) o que pode originar materiais de alta solubilidade
consequentemente elevando sua eficiecircncia relativa
Os silicatos de caacutelcio e magneacutesio apresentam como principais benefiacutecios o
aumento na disponibilidade do Si a elevaccedilatildeo do pH o aumento do Ca e Mg trocaacuteveis
no solo a reduccedilatildeo de toxicidade do Fe Mn e Al para as plantas e o aumento na
disponibilidade de P no solo (KORNDOumlRFER et al 2003)
Segundo Alcarde (1992) a accedilatildeo neutralizante dos silicatos de caacutelcio e magneacutesio
no solo pode ser explicada com as seguintes equaccedilotildees
Ca(Mg)SiO3 + H2O
Ca+2(Mg+2) + SiO3-2
SiO3-2 + H2O HSiO3
- + OH-
HSiO3- + H2O H2SiO3 + OH-
H2SiO3 + H2O H4SiO4
8
Dentre os silicatos as fontes mais abundantes e baratas satildeo as escoacuterias
sideruacutergicas originadas do processamento em altas temperaturas geralmente acima de
1400 ordmC da reaccedilatildeo do calcaacuterio com a siacutelica presente no mineacuterio de ferro
(KORNDOumlRFER et al 2003)
As principais caracteriacutesticas que devem ser avaliadas na escolha de uma fonte de
siliacutecio para a agricultura satildeo solubilidade disponibilidade as propriedades fiacutesicas a
concentraccedilatildeo de elementos contaminantes e a relaccedilatildeo custo benefiacutecio (GASCHO
2001)
25 Efeitos do Si na agricultura
A utilizaccedilatildeo de macronutrientes nitrogecircnio (N) foacutesforo (P) potaacutessio (K) caacutelcio
(Ca) magneacutesio (Mg) e enxofre (S) e de micronutrientes boro (B) cloro (Cl) cobre
(Cu) ferro (Fe) manganecircs (Mn) molibdecircnio (Mo) niacutequel (Ni) e zinco (Zn) eacute
considerada como essencial para se alcanccedilar resultados satisfatoacuterios na produccedilatildeo
agriacutecola Poreacutem em determinadas condiccedilotildees de solo e cultivo existem elementos
chamados de natildeo-essenciais como o siliacutecio (Si) que pode promover diversos processos
fisioloacutegicos desejaacuteveis para as plantas e por consequecircncia aumentar a produtividade
(KORNDOumlRFER LEPSCH 2001)
A comprovaccedilatildeo da essencialidade do siliacutecio eacute muito difiacutecil de ser obtida devido
a sua abundacircncia na biosfera Estaacute presente em quantidades significativas mesmo em
sais aacutegua e ar (WERNER ROTH 1983)
As plantas absorvem siliacutecio diretamente da soluccedilatildeo do solo sendo este
transportado ateacute as raiacutezes principalmente via fluxo de massa (DAYANADAM et al
1983)
Balastra e colaboradores (1989) relatam que o Si apoacutes absorvido eacute transportado
pelo xilema e depositado na parede celular na forma de siacutelica amorfa hidratada ou opala
biogecircnica (SiO2nH2O) Uma vez alocado o Si torna-se imoacutevel e natildeo mais se redistribui
na planta
Marschner (1995) classifica as plantas de acordo com o seu teor de SiO2 na
mateacuteria seca da parte aeacuterea em trecircs grupos I ) acumuladoras com teores de Si de 10 a
15 II) intermediaacuterias com teores de Si de 1 a 3 III) natildeo acumuladoras com teores
na ordem de 05 Myake e Takahashi (1983) relatam que as gramiacuteneas satildeo
9
acumuladoras tiacutepicas reduzindo de forma raacutepida a concentraccedilatildeo de Si na soluccedilatildeo do
solo
Entre as plantas que mais extraem Si destacam-se o arroz e a cana-de-accediluacutecar
Ma e Takahashi (2002) relatam que as plantas de arroz possuem mecanismos
especiacuteficos de absorccedilatildeo de Si em que as proteiacutenas de membranas satildeo produzidas por
expressatildeo do gene especiacutefico Uma seacuterie de autores demonstram que o siliacutecio reduz a
severidade de vaacuterias doenccedilas de importacircncia econocircmica na cultura do arroz tais como a
brusone mancha parda escaldadura entre outras (KORNDOumlRFER DATNOFF 1995)
Natildeo apenas na reduccedilatildeo da severidade de doenccedilas como tambeacutem na reduccedilatildeo do
ataque de pragas pode-se observar grandes efeitos da aplicaccedilatildeo de Si Yoshida (1975)
citado por Barbosa Filho e colaboradores (2000) relata que a silicificaccedilatildeo da epiderme
previne a penetraccedilatildeo e a mastigaccedilatildeo pelos insetos porque as ceacutelulas ficam mais
endurecidas Segundo revisatildeo feita pelos mesmos autores diversos insetos sofreram
impactos com a aplicaccedilatildeo de Si como larvas da broca de colo trips e cigarrinha parda
que respectivamente tiveram mandiacutebulas danificadas inibiccedilatildeo na atividade e reduccedilatildeo
da populaccedilatildeo
O siliacutecio aparece na cana-de-accediluacutecar em altas concentraccedilotildees podendo variar
desde 014 em folhas jovens ateacute 67 nos colmos e folhas velhas No Havaiacute as folhas
contendo menos de 05 de siliacutecio satildeo frequentemente afetadas por um sintoma
denominado freckling A causa deste sintoma eacute ainda bastante controvertida poreacutem a
maioria dos pesquisadores atribuem agrave falta de Si e a desequiliacutebrios nutricionais O
aparecimento da ferrugem na cana-de-accediluacutecar (Puccinia melanocephala) pode estar
relacionado com o referido sintoma O sintoma eacute mais severo nas folhas mais velhas e a
aacuterea fotossinteacutetica eacute normalmente fortemente atingida (KORNDOumlRFER DATNOFF
1995)
Natildeo apenas em relaccedilatildeo aos fitopatoacutegenos mas quanto ao ataque de pragas
principalmente a broca do colmo e cigarrinha poderiam ser diminuiacutedas nas cultivares
acumuladoras de Si Outros efeitos do Si na cana-de-accediluacutecar estatildeo relacionados agrave maior
resistecircncia ao acamamento e alteraccedilotildees na arquitetura da planta deixando as folhas mais
eretas e em consequecircncia disso mais eficientes quanto agrave capacidade de aproveitamento
da luz solar e de realizaccedilatildeo da fotossiacutentese (KORNDOumlRFER et al 2002)
10
3 MATERIAL E MEacuteTODOS
31 Local do experimento
O experimento foi desenvolvido na Central de Fertilidade do Solo da
Faculdade de Ciecircncias Agraacuterias do Centro Universitaacuterio de Patos de Minas (UNIPAM)
no municiacutepio de Patos de Minas ndash MG onde os solos foram armazenados durante o
periacuteodo de incubaccedilatildeo de 30 e 90 dias de 8 de julho agrave 6 de outubro de 2008
32 Solos utilizados nas unidades experimentais
O experimento foi realizado em quatro classes de solo de diferentes texturas
sendo arenoso meacutedio argiloso e muito argiloso Os solos foram coletados do horizonte
B para natildeo haver interferecircncia da mateacuteria orgacircnica e posteriormente foram secos ao ar
ateacute atingirem massa constante Em seguida peneirados em malha de 2 mm e realizada a
anaacutelise quiacutemica e fiacutesica seguindo a metodologia descrita pelo Programa
Interlaboratorial de controle de qualidade de anaacutelise de solo (2005) exceto para o teor
de Si no solo que seguiu a metodologia descrita por Korndoumlrfer et al (2004) Os
resultados satildeo apresentados na Tabela 1
11
Tabela 1 Caracterizaccedilatildeo quiacutemica e fiacutesica dos solos utilizados no experimento
SOLOS Atributo Unidade Muito
argiloso Argiloso Meacutedio Arenoso
Latossolo Vermelho Acifeacuterrico
Tiacutepico
Latossolo Vermelho Perfeacuterrico
Tiacutepico
Latossolo Vermelho
Distrofeacuterrico Tiacutepico
Latossolo Amarelo
Distroacutefico Psamiacutetico
Si mg dm-3 59 50 87 29
P (Mehlich 1) mg dm-3 00 07 10 01
K mg dm-3 364 40 226 89
Ca cmolc dm-3
02 02 04 02
Mg cmolc dm-3
06 02 05 01
H + Al cmolc dm-3
37 60 39 34
pH (em H2O)
51 53 47 45
Al cmolc dm-3
01 01 04 05
CTC (e) cmolc dm-3
09 05 14 08
CTC (T) cmolc dm-3
46 64 49 37
SB cmolc dm-3
08 04 10 03
V 185 64 200 82
Cu mg dm-3 02 13 09 03
Zn mg dm-3 01 01 01 01
Argila 74 45 30 14
Silte 12 36 16 1
Areia 14 19 54 85
Metodologia P K Cu Zn (Mehlich 1 HCl 005 M + H2SO4 00125 M) Ca Mg Al (KCl 1 M) H+Al (soluccedilatildeo tampatildeo ndash SMP a pH 75) pH (em aacutegua) anaacutelise textural (meacutetodo da pipeta)
Realizou-se a determinaccedilatildeo da densidade das amostras dos quatro solos (Tabela
2) pelo meacutetodo da proveta descrita pela Embrapa (1997) Este meacutetodo eacute uma
alternativa para experimentos em vasos onde amostras de solo satildeo desagregadas para
preencher os vasos compondo a unidade experimental
12
Tabela 2 Densidade das amostras dos solos utilizados no experimento
Solos Densidade
g cm-3
Muito Argiloso 096
Argiloso 130
Meacutedio 125
Arenoso 135
Com os resultados da anaacutelise quiacutemica dos solos foi determinada a necessidade
de calagem pelo meacutetodo da saturaccedilatildeo por bases descrito por Raij e colaboradores
(1996) com o objetivo de elevaacute-la agrave 60 (Tabela 3)
Tabela 3 Necessidade de calagem em equivalente de CaCO3 com 100 de PRNT para amostras dos solos utilizados no experimento considerando as respectivas densidades das amostras dos solos
Solos Unidade
Muito Argiloso Argiloso Meacutedio Arenoso
Mg ha-1 189 343 056 191
mg vaso-1 27114 66795 10587 38735
33 Corretivos utilizados
Foram utilizadas trecircs fontes de silicatos originados de diferentes escoacuterias de
siderurgia sendo estes Agrosiliacutecio Silifeacutertil e Holcim por serem os mais
representativos quanto ao uso na agricultura como corretivos agriacutecolas Estes foram
comparados com um calcaacuterio comercial de origem sedimentar e com o carbonato de
caacutelcio pa padratildeo para estudos de eficiecircncia relativa de corretivos (Tabela 4)
Tabela 4 Teores de caacutelcio magneacutesio e siliacutecio dos corretivos utilizados
Corretivo CaO () MgO () SiO2 ()
Agrosiliacutecio 39 10 23
Silifeacutertil 38 8 22
Holcim 25 7 43
Calcaacuterio 30 20 0
Carbonato de caacutelcio 56 0 0
13
Para a caracterizaccedilatildeo dos corretivos quanto a sua superfiacutecie especiacutefica foi
realizada a anaacutelise da superfiacutecie especiacutefica pela equipe do Laboratoacuterio de
Hidrometalurgia da Universidade Federal de Ouro Preto utilizando-se o meacutetodo de
determinaccedilatildeo por gases descrito por Brunauer e colaboradores (1938) (Tabela 5)
Tabela 5 Superfiacutecie especifica e volume total de poros dos corretivos de acidez do solo
Corretivo Superfiacutecie Especiacutefica Volume total de poros
m2 g-1 cm3 g-1
Agrosiliacutecio 1175 00482
Silifeacutertil 066 00023
Holcim 038 00006
Calcaacuterio 091 00039
Fonte Universidade Federal de Ouro Preto (Laboratoacuterio de Hidrometalurgia)
Todos os corretivos foram submetidos agrave uniformizaccedilatildeo de umidade atraveacutes de
secagem em estufa com circulaccedilatildeo forccedilada de ar a 105 ordmC por um periacuteodo de setenta e
duas horas
Apoacutes esta etapa os silicatos foram submetidos agrave separaccedilatildeo nas seguintes
fraccedilotildees granulomeacutetricas atraveacutes de agitador mecacircnico por 5 minutos seguindo a
metodologia oficial (Veras et al 2007) fracionando os corretivos nas seguintes classes
partiacuteculas maiores que 200 mm (fraccedilatildeo do corretivo retido na peneira ABNT 10 ndash 10
mesh) partiacuteculas entre 084 e 200 mm (fraccedilatildeo do corretivo passante na peneira ABNT
10 e retido na peneira ABNT 20 ndash 20 mesh) partiacuteculas entre 030 e 084 (fraccedilatildeo do
corretivo passante na peneira ABNT 20 e retido na peneira ABNT 50 ndash 50 mesh) e
partiacuteculas com dimensatildeo inferior agrave 030 mm (fraccedilatildeo do corretivo passante na peneira
ABNT 50) (Figura 1)
14
(a) (b)
Figura 1 Mesa agitadora (a) e peneiras utilizadas para a separaccedilatildeo dos corretivos nas diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas (b)
A definiccedilatildeo das fraccedilotildees granulomeacutetricas avaliadas acompanhou os criteacuterios
atualmente adotados na legislaccedilatildeo para calcaacuterio aleacutem do fato de natildeo se justificar o uso
de silicatos em fraccedilatildeo granulomeacutetrica mais fina do que as jaacute comumente utilizadas para
calcaacuterio em funccedilatildeo da maior abrasividade das escoacuterias de siderurgia (PRADO et al
2001) o que tecnicamente dificulta a accedilatildeo dos moinhos brasileiros tornando a moagem
para a obtenccedilatildeo de partiacuteculas muito finas economicamente inviaacutevel
Apoacutes a separaccedilatildeo das fraccedilotildees granulomeacutetricas os corretivos foram submetidos
agrave determinaccedilatildeo do poder de neutralizaccedilatildeo (PN) pelo meacutetodo da titulaccedilatildeo que consiste
em colocar em contato uma massa conhecida do corretivo com uma quantidade
conhecida e em excesso de aacutecido padronizado fazendo com que o corretivo neutralize
uma parte do aacutecido O excesso de aacutecido eacute quantificado por alcalimetria obtendo-se
indiretamente a quantidade de aacutecido que foi neutralizado pelo corretivo seguindo o
procedimento descrito a seguir (BRASIL 1983)
Pesou-se 1000 g da amostra secada moiacuteda e passada em peneira de 03 mm
dos corretivos (Figura 2 a) e transferiu-se o material para erlenmeyer de 250 mL no
qual adicionou-se 50 mL da soluccedilatildeo de HCl 05 M padronizada O erlenmeyer foi
coberto com vidro de reloacutegio e a soluccedilatildeo foi fervida suavemente por 5 minutos (Figura
2 b) Apoacutes esta etapa a soluccedilatildeo foi esfriada transferida para balatildeo de 100 mL que teve
seu volume completado com aacutegua destilada e deixou-se decantar (Figura 2 c) Pipetou-
se 50 mL da soluccedilatildeo que foi transferida para erlenmeyer de 125 mL no qual se
acrescentou trecircs gotas de soluccedilatildeo de fenolftaleina (indicador) A soluccedilatildeo aacutecida foi
titulada com soluccedilatildeo padronizada de NaOH 025 M ateacute o aparecimento de uma leve cor
rosada do indicador (Figura 2 d) anotou-se o volume gasto e a partir deste valor
15
calculou-se o poder de neutralizaccedilatildeo do corretivo em de CaCO3 equivalente pela
expressatildeo
PN = 10 (25M1-V2M2) onde G
M1 = concentraccedilatildeo molar da soluccedilatildeo de HCl
V2 = volume em mL da soluccedilatildeo de NaOH gasto na titulaccedilatildeo
M2 = concentraccedilatildeo molar da soluccedilatildeo de NaOH
G = massa inicial da amostra em gramas
(a) (b)
(c) (d)
Figura 2 Ilustraccedilotildees dos processos laboratoriais para determinaccedilatildeo do PN em amostras
dos materiais corretivos desde a pesagem (a) a fervura da soluccedilatildeo contendo a amostra
do corretivo e HCl (b) a soluccedilatildeo transferida para balatildeo volumeacutetrico de 100 mL em
descanso para decantaccedilatildeo (c) e a titulaccedilatildeo ateacute o aparecimento da coloraccedilatildeo rosada (d)
Para os silicatos em funccedilatildeo de sua constituiccedilatildeo quiacutemica a visualizaccedilatildeo da
coloraccedilatildeo rosada foi dificultada pelo escurecimento da soluccedilatildeo (coloraccedilatildeo esverdeada)
sendo necessaacuteria a utilizaccedilatildeo do meacutetodo potenciomeacutetrico em que o excesso de HCl da
soluccedilatildeo eacute neutralizado por NaOH ateacute atingir pH 70
Foram encontrados valores distintos de poder de neutralizaccedilatildeo para cada um dos
corretivos (Tabela 6)
16
Tabela 6 Poder de neutralizaccedilatildeo dos materiais corretivos de acidez do solo utilizados
no experimento
Corretivos Poder de Neutralizaccedilatildeo ()
Agrosiliacutecio 859
Silifeacutertil 778
Holcim 740
Calcaacuterio 1131
CaCO3 1041
Com base nos valores do poder de neutralizaccedilatildeo encontrados para cada um dos
corretivos e de acordo com as necessidades de calagem encontrados para cada solo
foram calculadas as doses de cada corretivo a serem aplicadas nos vasos preenchidos
com 300 g de amostras dos solos (Tabela 7)
Tabela 7 Quantidade de corretivo calculada para atingir 60 de saturaccedilatildeo por bases
para cada um dos solos experimentais
SOLOS
Corretivos
Muito Argiloso
Argiloso Meacutedia Arenoso
---------------------------------- mg por vaso ------------------------------------
Agrosiliacutecio 3189 7775 1232 4509
Silifeacutertil 3487 8589 1361 4981
Holcim 3666 9031 1431 5239
Calcaacuterio 2397 5906 936 3425
CaCO3 2605 6416 1012 3721
Em funccedilatildeo da dose dos corretivos utilizados em cada solo (Tabela 5) e da
concentraccedilatildeo de SiO2 em cada um dos silicatos foram calculadas as doses de Si
fornecidas por cada silicato para o respectivo solo (Tabela 8)
17
Tabela 8 Dose de Si fornecida por cada um dos silicatos em cada solo experimental SOLOS
Corretivos Concentraccedilatildeo
de Si Muito Argiloso
Argiloso Meacutedia Arenoso
--------------------------- mg por vaso -----------------------
Agrosiliacutecio
107 341 832 132 482
Silifeacutertil 103 359 885 140 513 Holcim 203 744 1833 290 1064
34 Tratamentos e delineamento experimental
Foram conduzidos quatro experimentos sendo cada um em uma classe
textural de solo em delineamento inteiramente casualizado A anaacutelise de variacircncia foi
baseada num arranjo fatorial 4x4 com quatro corretivos de acidez (trecircs silicatos de
caacutelcio Agrosiliacutecio Silifeacutertil e Holcim e um calcaacuterio) e quatro fraccedilotildees granulomeacutetricas
(entre 5 e 10 mesh partiacuteculas entre 2 e 4 mm entre 10 e 20 mesh partiacuteculas entre 084
e 2 mm entre 20 e 50 mesh partiacuteculas entre 03 e 084 mm e maior que 50 mesh
partiacuteculas menores que 03 mm) com quatro repeticcedilotildees
Aleacutem dos tratamentos acima foi realizada a incubaccedilatildeo com CaCO3 (reagente
pa) corretivo padratildeo para comparaccedilatildeo da eficiecircncia relativa na correccedilatildeo da acidez do
solo sendo este utilizado em cinco diferentes doses testemunha 50 100 150 e
200 em relaccedilatildeo agrave dose recomendada para a correccedilatildeo da acidez do solo para atingir
60 de saturaccedilatildeo por bases (Tabela 3)
34 Conduccedilatildeo do experimento
As parcelas experimentais constituiacuteram-se de recipientes plaacutesticos de 500 mL
nos quais foram adicionados 300 g de solo e as devidas quantidades dos corretivos que
posteriormente foram incubados em recipientes abertos por trinta e noventa dias em
laboratoacuterio sem exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo solar direta e a intensas variaccedilotildees de temperatura
(Figura 3 a b)
Durante o periacuteodo de incubaccedilatildeo os solos foram irrigados com aacutegua destilada
para a manutenccedilatildeo da umidade a 80 da capacidade de campo (Figura 3 c)
Apoacutes 30 e 90 dias de incubaccedilatildeo fraccedilotildees de 50 g de cada uma das amostras
foram retiradas e colocadas para secar ao ar (Figura 3 d)
18
(a) (b)
(c) (d)
Figura 3 Pesagem dos corretivos (a) adiccedilatildeo dos corretivos nos recipientes plaacutesticos
contendo as amostras dos solos (b) irrigaccedilatildeo das amostras dos solos (c) e incubaccedilatildeo em
laboratoacuterio por 30 e 90 dias (d)
35 Determinaccedilatildeo do pH do solo apoacutes a incubaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo da eficiecircncia relativa
Para a caracterizaccedilatildeo da correccedilatildeo da acidez do solo foi determinado o pH em
CaCl2 em cada unidade experimental Esta variaacutevel de cada fraccedilatildeo granulomeacutetrica dos
silicatos de caacutelcio foi confrontada com os valores obtidos atraveacutes da curva de incubaccedilatildeo
do CaCO3 (reagente pa)
A anaacutelise do pH foi realizada seguindo a metodologia descrita pelo Programa
Interlaboratorial de controle de qualidade de anaacutelise de solo (2005) em que se colocou
10 cm3 de TFSA num frasco de 50 mL e adicionou-se 25 mL de CaCl2 2H2O 001 M
(1469 g L-1) deixando em contato por quinze minutos Posteriormente agitou-se a
amostra em agitador horizontal por dez minutos a 200 rpm Apoacutes esta etapa a soluccedilatildeo
foi mantida em repouso por sessenta minutos Na sequecircncia sem agitar novamente a
amostra foi realizada a leitura em potenciocircmetro devidamente calibrado com soluccedilotildees-
padratildeo de pH 40 e 70
Os valores de pH obtidos por cada fraccedilatildeo granulomeacutetrica de cada um dos
corretivos foram confrontados com os valores de pH obtidos na curva de incubaccedilatildeo de
CaCO3 obtendo-se os valores de equivalente em CaCO3 aos 90 dias
19
Os valores de eficiecircncia relativa foram ajustados em relaccedilatildeo aos resultados
obtidos por cada corretivo na fraccedilatildeo granulomeacutetrica inferior agrave 03 mm (gt 50 mesh)
atribuindo-se a esta fraccedilatildeo mais fina o iacutendice de 100 seguindo a metodologia adotada
por Bellingieri (1983)
36 Avaliaccedilatildeo do teor de Si no solo apoacutes a incubaccedilatildeo
Para a avaliaccedilatildeo do teor de Si no solo disponibilizado por cada uma das fontes
nas fraccedilotildees granulomeacutetricas foram realizadas as anaacutelises no Laboratoacuterio de Anaacutelise de
Fertilizantes da Universidade Federal de Uberlacircndia utilizando o extrator cloreto de
caacutelcio 001 M de acordo com a metodologia descrita por Korndoumlrfer e colaboradores
(2004) em que apoacutes o contato de 10 g da amostra do solo com 100 mL da soluccedilatildeo
extratora os mesmos foram submetidos a um agitador horizontal orbital por 1 hora na
frequumlecircncia de 50 rpm Apoacutes este procedimento as amostras ficaram em repouso por 15
minutos para decantar e a suspensatildeo foi filtrada e ficando sob novo repouso por 12
horas Entatildeo pipetou-se 10 mL do extrato de cada amostra acrescentando-se 1 mL de
soluccedilatildeo sulfo-moliacutebdica Decorridos 10 minutos acrescentou-se 2 mL de soluccedilatildeo de
aacutecido tartaacuterico 200 mg L-1 e apoacutes 5 minutos adicionou-se 10 mL da soluccedilatildeo de aacutecido
ascoacuterbico Apoacutes 1 hora foi realizada a leitura em espectofotocircmetro UV-visiacutevel no
comprimento de onda de 660 nanocircmetros Em funccedilatildeo do fator de diluiccedilatildeo o valor de
leitura foi multiplicado por 10 para se chegar no teor de Si do solo em mg dm-3
37 Anaacutelise estatiacutestica
Os resultados referentes ao pH em CaCl2 encontrados em funccedilatildeo das doses de
CaCO3 foram submetidos agrave anaacutelise de variacircncia e posterior ajuste ao modelo de
regressatildeo mais adequado para cada solo dentro dos dois periacuteodos de incubaccedilatildeo
utilizando o software estatiacutestico Sisvar desenvolvido por Ferreira (1999)
Os dados referentes ao pH em CaCl2 e ao teor de Si no solo encontrados em
funccedilatildeo dos corretivos (silicatos e calcaacuterio) em cada fraccedilatildeo granulomeacutetrica foram
submetidos agrave anaacutelise de variacircncia e suas meacutedias foram comparadas pelo teste de Scott-
Knott (1974) a 5 de probabilidade quanto agrave variaccedilatildeo dos corretivos dentro de cada
fraccedilatildeo granulomeacutetrica e quanto agrave variaccedilatildeo das fraccedilotildees granulomeacutetricas dentro dos
corretivos
20
4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
41 Variaccedilotildees no pH aos 30 dias de incubaccedilatildeo
Em relaccedilatildeo agrave variaacutevel pH em CaCl2 houve efeito significativo das doses de
CaCO3 para os quatro solos analisados o que possibilitou o ajuste de modelos de
regressatildeo (Figura 4)
Para os valores de pH em CaCl2 em funccedilatildeo do corretivo e fraccedilatildeo granulomeacutetrica
utilizados a anaacutelise de variacircncia tambeacutem permitiu constatar efeito significativo
inclusive para a interaccedilatildeo entre estes fatores (Tabela 9) Em geral quanto menor a
fraccedilatildeo granulomeacutetrica maior o pH do solo resultado este que concorda com o trabalho
realizado anteriormente por Alcarde e colaboradores (1989)
Novais e colaboradores (1993) tambeacutem descreveram que a granulometria mais
fina das escoacuterias de siderurgia permitiu maior reatividade tanto em solos arenosos
quanto em solos argilosos
(a)
y = -03764x2 + 13644x + 49458
R2 = 099
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(b)
y = -07093x2 + 24251x + 50564
R2 = 097
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(c)
y = 0492x + 3941
R2 = 094
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(d)
y = -1075x2 + 37825x + 39585
R2 = 099
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalnete CaCO3
pH e
m C
aCl 2
Significativo a 5 de probabilidade pelo teste f Figura 4 Valores do pH em CaCl2 em funccedilatildeo da dose equivalente de CaCO3 aplicada ao solo apoacutes 30 dias de incubaccedilatildeo nos solos muito argiloso (a) argiloso (b) meacutedio (c) arenoso (d)
21
Para os solos muito argiloso argiloso e arenoso pode-se observar que com as
doses de CaCO3 dentro do limite de 0 a 200 em relaccedilatildeo agrave recomendaccedilatildeo para atingir
60 de saturaccedilatildeo por bases o pH em CaCl2 aumentou significativamente de maneira
quadraacutetica Entretanto observou-se para o solo de textura meacutedia um ajuste linear Este
efeito pode ser atribuiacutedo ao fato das doses do corretivo utilizado natildeo terem sido
suficientes para atingir a faixa de estabilidade
Atraveacutes da amplitude de variaccedilatildeo nos valores de pH em funccedilatildeo do acreacutescimo
nas doses de CaCO3 pode-se observar o maior efeito tampatildeo dos solos muito argiloso e
argiloso em relaccedilatildeo ao solo arenoso e de textura meacutedia informaccedilatildeo esta que corrobora
aos relatos de Furtini e colaboradores (2001) O poder tampatildeo do solo eacute a resistecircncia
que o solo oferece a mudanccedila de pH Sousa e colaboradores (2007) exemplificando a
proporcionalidade dos diferentes tipos de acidez do solo relatam que a quantidade de
calcaacuterio necessaacuteria para neutralizar a acidez ativa pode chegar a quatorze mil setecentos
e vinte e trecircs vezes menor do que o necessaacuterio para a correccedilatildeo da acidez potencial do
solo o que evidencia a importacircncia do conhecimento do poder tampatildeo do solo para se
determinar a dose do corretivo
Pode-se observar que os resultados de pH em CaCl2 em funccedilatildeo dos corretivos e
das fraccedilotildees granulomeacutetricas para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso
submetidos a 30 dias de incubaccedilatildeo ocorreram de forma que quanto menor a
granulometria do corretivo maior foi o aumento no valor de pH encontrado nos solos
(Tabela 9)
22
Tabela 9 Valores de pH em CaCl2 em funccedilatildeo do corretivo de solo utilizado na dose
referente agrave elevaccedilatildeo da saturaccedilatildeo por bases para 60 e da fraccedilatildeo granulomeacutetrica apoacutes
30 dias de incubaccedilatildeo para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso
Peneira ABNT (mesh) Corretivo
5 - 10 10 - 20 20 ndash 50 gt 50 Meacutedia Solo muito argiloso
Agrosiliacutecio 51
Ac
51
Ac
57
Ab
59
Aa
55 Silifeacutertil 49
Ad
53
Ac
56
Ab
60
Aa
54 Holcim 50
Ab
49
Bb
49
Cb
53
Ca
50 Calcaacuterio 49
Ac
50
Bc
54
Bb
57
Ba
53 Meacutedia 50
51
54
57
53 Solo argiloso
Agrosiliacutecio
51
Ac
53
Ac
61
Ab
65
Aa
57 Silifeacutertil 53
Ac
52
Ac
59
Ab
66
Aa
57 Holcim 51
Ab
51
Ab
51
Cb
55
Ba
52 Calcaacuterio 51
Ac
52
Ac
56
Bb
65
Aa
56
51
52
56
63
56 Solo meacutedio
Agrosiliacutecio
40
Ac
41
Ac
41
Ab
43
Aa
41 Silifeacutertil 40
Ab
40
Ab
41
Aa
42
Ca
41 Holcim 40
Ab
40
Ab
40
Bb
41
Ca
40 Calcaacuterio 40
Ab
41
Ab
41
Bb
42
Ba
41 Meacutedia 40
40
41
42
41 Solo arenoso
Agrosiliacutecio
40
Ac
43
Ac
55
Ab
63
Aa
50 Silifeacutertil 40
Ac
42
Ac
52
Bb
65
Aa
50 Holcim 40
Ab
41
Ab
42
Cb
50
Ba
43 Calcaacuterio 40
Ac
40
Ac
50
Bb
63
Aa
48 Meacutedia 40
42
49
60
48 Letras maiuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na coluna e letras minuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na linha (Scott-Knott a 5)
No solo muito argiloso o Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil proporcionaram a maior
elevaccedilatildeo do pH do solo em relaccedilatildeo aos demais corretivos em todas as faixas
granulomeacutetricas passantes na peneira de 10 mesh ou seja quando a granulometria foi
inferior a 2 mm em fraccedilotildees maiores que esta o efeito do corretivo foi muito pequeno
natildeo havendo diferenccedila entre os corretivos (Tabela 9)
Para os demais solos os corretivos natildeo apresentaram diferenccedilas quanto ao
aumento provocado no pH do solo quando aplicados em granulometria acima de 084
mm ou seja produtos retidos na peneira de 10 mesh Para as granulometrias mais finas
23
os corretivos apresentaram diferenccedilas no aumento do pH ficando os solos que
receberam o silicato Holcim com os menores valores
De maneira geral para as granulometrias mais finas inferior a 084 mm
(passantes na peneira de 20 mesh) o Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil proporcionaram os
maiores incrementos em pH exceto para o produto mais fino gt 50 mesh no solo de
textura meacutedia e para o produto de granulometria entre 03 e 084 mm (ABNT 20 ndash 50)
no solo arenoso em que o Agrosiliacutecio obteve os melhores resultados (Tabela 9)
42 Variaccedilotildees no pH equivalente em CaCO3 e eficiecircncia relativa dos corretivos aos
90 dias de incubaccedilatildeo
Houve efeito significativo das doses de CaCO3 nos valores de pH em CaCl2 para
os quatro solos analisados o que possibilitou o ajuste de modelos polinomiais (Figura
5)
(a)
y = -01466x2 + 09457x + 49792
R2 = 085
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(b)
y = -05821x2 + 21998x + 49789
R2 = 098
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(c)
y = 04565x + 39275
R2 = 091
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(d)
y = -0865x2 + 34185x + 39925
R2 = 098
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
Significativo a 5 de probabilidade pelo teste f
Figura 5 Valores do pH em CaCl2 em funccedilatildeo da dose equivalente de CaCO3 aplicada ao solo apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo nos solos muito argiloso (a) argiloso (b) meacutedio (c) arenoso (d)
24
Para os solos muito argiloso argiloso e arenoso (Figura 5 a b d) como era de
se esperar as doses de CaCO3 dentro do limite de 0 a 200 em relaccedilatildeo agrave
recomendaccedilatildeo aumentaram significativamente e de forma quadraacutetica o pH em CaCl2
Acompanhando a tendecircncia observada apoacutes 30 dias de incubaccedilatildeo para o solo de
textura meacutedia verificou-se um ajuste linear para o aumento do valor de pH em CaCl2
em funccedilatildeo de doses de CaCO3 Este efeito pode ser atribuiacutedo ao fato das doses do
corretivo utilizado natildeo terem sido suficientes para atingir a faixa de estabilidade
Para as variaccedilotildees de pH em CaCl2 em funccedilatildeo do corretivo e fraccedilatildeo
granulomeacutetrica utilizados tambeacutem houve efeito significativo inclusive para a interaccedilatildeo
entre estes fatores (Tabela 10)
25
Tabela 10 Valores de pH em CaCl2 em funccedilatildeo do corretivo de solo utilizado na dose
referente agrave elevaccedilatildeo da saturaccedilatildeo por bases para 60 e da fraccedilatildeo granulomeacutetrica apoacutes
90 dias de incubaccedilatildeo para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso
Peneira ABNT (mesh) Corretivo
5 - 10 10 - 20 20 ndash 50 gt 50 Meacutedia Solo muito argiloso
Agrosiliacutecio 50
Ad
52
Ac
56
Ab
57
Aa
54 Silifeacutertil 50
Ac
51
Ac
55
Ab
58
Aa
53 Holcim 49
Ab
48
Cb
48
Bb
53
Ba
50 Calcaacuterio 49
Ac
50
Bc
55
Ab
57
Aa
53 Meacutedia 50
50
53
56
52 Solo argiloso
Agrosiliacutecio 52
Ab
53
Ab
61
Aa
62
Aa
57 Silifeacutertil 49
Cd
53
Ac
58
Bb
63
Aa
56 Holcim 50
Bb
50
Bb
51
Db
55
Ca
51 Calcaacuterio 51
Bd
52
Ac
56
Cb
62
Ba
55 Meacutedia 50
52
56
60
55 Solo meacutedio
Agrosiliacutecio 40
Ad
41
Ac
42
Ab
43
Aa
42 Silifeacutertil 41
Ac
41
Ac
42
Ab
43
Aa
42 Holcim 41
Ab
41
Ab
41
Cb
41
Ba
41 Calcaacuterio 40
Ab
41
Ab
41
Bb
43
Aa
41 Meacutedia 40
41
41
42
41 Solo arenoso
Agrosiliacutecio
40
Ac
44
Ab
59
Aa
61
Aa
51 Silifeacutertil 40
Ac
43
Ac
55
Ab
64
Aa
51 Holcim 39
Ab
40
Ab
42
Bb
48
Ba
43 Calcaacuterio 40
Ac
42
Ac
55
Ab
63
Aa
50 Meacutedia 40
42
53
59
49 Letras maiuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na coluna e letras minuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na linha (Scott-Knott a 5)
No solo muito argiloso e no solo arenoso o Agrosiliacutecio o Silifeacutertil e o calcaacuterio
proporcionaram maior elevaccedilatildeo no pH do solo em relaccedilatildeo ao Holcim nos corretivos
com granulometria inferior a 084 mm passantes na peneira de 20 mesh Quando se
comparam estes resultados com os obtidos aos 30 dias de incubaccedilatildeo observa-se a
inclusatildeo do calcaacuterio entre os corretivos com melhores resultados de aumento de pH no
solo muito argiloso Este fato demonstrou que para este solo os silicatos Agrosiliacutecio e
Silifeacutertil tiveram uma maior dissociaccedilatildeo aos 30 dias fato este que foi compensado pelo
calcaacuterio entre 30 e 90 dias de incubaccedilatildeo (Tabela 10)
26
Os valores de pH do solo argiloso apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo demonstraram que
o Agrosiliacutecio proporcionou os maiores valores de pH em todas as fraccedilotildees
granulomeacutetricas ficando este em igualdade com o Silifeacutertil na granulometria inferior a
03 mm (gt 50 mesh) e entre 08 mm e 20 mm (10 a 20 mesh) sendo que nesta uacuteltima
fraccedilatildeo granulomeacutetrica o calcaacuterio tambeacutem se igualou aos dois corretivos acima
mencionados (Tabela 10)
No solo de textura meacutedia as diferenccedilas ocorreram apenas nas fraccedilotildees
granulomeacutetricas inferiores a 08 mm (peneira de 20 mesh) com melhores resultados
atribuiacutedos ao Agrosiliacutecio Silifeacutertil e ao calcaacuterio na fraccedilatildeo mais fina (gt 50 mesh) e ao
Agrosiliacutecio e ao Silifeacutertil na fraccedilatildeo compreendida entre 03 e 084 mm (20 a 50 mesh)
Para o solo arenoso o Agrosiliacutecio o Silifeacutertil e o calcaacuterio proporcionaram
maiores valores de pH nas fraccedilotildees granulomeacutetricas inferiores a 084 mm enquanto que
nas fraccedilotildees mais grossas todos os corretivos tiveram o mesmo comportamento
Para todos os solos utilizados no experimento verificou-se que quanto menor a
dimensatildeo das partiacuteculas maiores satildeo os incrementos gerados nos valores de pH em
CaCl2 (Tabela 10) resultado este que concorda com trabalhos realizados anteriormente
por Bellingieri e colaboradores (1989)
Nas comparaccedilotildees entre os resultados dos valores de pH das amostras de solo
apoacutes 30 e 90 dias de incubaccedilatildeo os resultados praticamente se equivalem demonstrando
que 30 dias de incubaccedilatildeo foi um periacuteodo suficiente para a accedilatildeo dos corretivos
Com base nos incrementos verificados no pH das amostras dos solos pelos
corretivos de acidez em cada fraccedilatildeo granulomeacutetrica em relaccedilatildeo agraves curvas de incubaccedilatildeo
com CaCO3 calculou-se os valores de equivalente em CaCO3 para cada corretivo
dentro de cada fraccedilatildeo granulomeacutetrica com 90 dias de incubaccedilatildeo (Tabela 11)
27
Tabela 11 Equivalente em CaCO3 dos corretivos de acidez de diferentes fraccedilotildees
granulomeacutetricas aos 90 dias de incubaccedilatildeo
Peneiras ABNT (mesh)
Corretivos
5 ndash 10 10 - 20 20 - 50 gt 50 Meacutedia
--------------------------------------- -----------------------------------------
Agrosiliacutecio 9
Ac
24
Ab
64
Aa
77
Aa
43
Silifeacutertil 9
Ac
19
Ac
52
Ab
87
Aa
42 Calcaacuterio 8
Ac
13
Ac
33
Bb
79
Aa
33 Holcim 7
Ab
7
Ab
10
Cb
33
Ba
14 Meacutedia 8
16
39
69
33 Letras maiuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na coluna e letras minuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na linha (Scott-Knott a 5)
Os resultados de equivalente em CaCO3 apresentados para 90 dias de incubaccedilatildeo
(Tabela 11) demonstraram grande variaccedilatildeo para este atributo entre os corretivos de
acidez o que evidencia que natildeo apenas a granulometria mas tambeacutem a origem dos
corretivos exerce grande influecircncia na velocidade de correccedilatildeo da acidez do solo
Para as fraccedilotildees granulomeacutetrica mais grossas (lt 10 e 10 a 20 mesh) pode-se
observar que natildeo houve diferenccedila entre os corretivos jaacute na fraccedilatildeo mais fina (gt 50) o
silicato Holcim proporcionou menores valores de equivalente em CaCO3 em relaccedilatildeo as
demais fontes Na fraccedilatildeo granulomeacutetrica entre 20 e 50 (Tabela 11) verificou-se
diferenccedilas entre o equivalente em CaCO3 de silicatos e do calcaacuterio o que demonstrou o
fato de estarmos neste caso subestimando a reatividade dos silicatos Pode-se observar
que natildeo houve diferenccedilas entre os resultados obtidos com a aplicaccedilatildeo dos silicatos
Agrosiliacutecio e Silifeacutertil portanto sugere-se a elaboraccedilatildeo de novos paracircmetros para a
avaliaccedilatildeo de silicatos com origem de aciaria
Seguindo os criteacuterios adotados por Bellingieri (1983) de ajustar a eficiecircncia dos
corretivos atribuindo valores de 100 para as partiacuteculas passantes na peneira 50 ABNT
(partiacuteculas inferiores a 03 mm) determinou-se a eficiecircncia relativa de cada uma das
fraccedilotildees granulomeacutetricas dos corretivos permitindo a adoccedilatildeo de novos criteacuterios de
reatividade para os silicatos (Tabela 12)
28
Tabela 12 Eficiecircncias relativas em relaccedilatildeo agrave fraccedilatildeo granulomeacutetrica inferior a 03 mm
(peneira 50 mesh) dos corretivos de acidez em diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas aos
90 dias de incubaccedilatildeo
Peneiras ABNT (mesh)
Corretivos 5 - 10 10 - 20 20 - 50 gt 50 Meacutedia
------------------------------ -------------------------------
Agrosiliacutecio 12 33 85 100 58
Silifeacutertil 9 25 65 100 50
Holcim 16 17 27 100 40
Calcaacuterio 9 18 63 100 48
Meacutedia 12 23 60 100
Propotildee-se a adequaccedilatildeo da equaccedilatildeo atualmente adotada para a determinaccedilatildeo da
eficiecircncia relativa (reatividade) de silicatos de origem de aciaria para uso como
corretivo de acidez em funccedilatildeo das diferenccedilas encontradas em eficiecircncia relativa
apresentadas na Tabela 12 entre os silicatos de origem de escoacuteria de aciaria
(Agrosiliacutecio e Silifeacutertil) em relaccedilatildeo ao calcaacuterio ficando a mesma da seguinte forma
RE = F10-20 x 03 + F20-50 x 075 + Fgt50 x 1
Onde
F10-20= percentual de produto que passa pela peneira nordm10 e fica retido na
peneira nordm20 F20-50 = percentual de produto que passa pela peneira nordm20 e fica retido
na peneira nordm50 e F-50 = percentual de produto que passa pela peneira nordm50
Os valores de eficiecircncia relativa 12 em meacutedia para a fraccedilatildeo granulomeacutetrica
mais grosseira pode estar associado agrave presenccedila de micropartiacuteculas (poacute) aderidas ao
redor das partiacuteculas mais grossas (Tabela 12) jaacute que a separaccedilatildeo granulomeacutetrica seguiu
o meacutetodo oficial de separaccedilatildeo em peneiras a seco
29
43 Teor de siliacutecio no solo apoacutes 30 dias de incubaccedilatildeo
De maneira geral pode-se observar que o Agrosiliacutecio proporcionou maiores
incrementos de Si no solo obtendo no solo argiloso quando aplicado na fraccedilatildeo
granulomeacutetrica mais fina incremento de 10 mg dm-3 (Tabela 13)
Tabela 13 Teor de Si no solo em funccedilatildeo da fraccedilatildeo granulomeacutetrica e do corretivo utilizado para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso apoacutes 30 dias de incubaccedilatildeo
Peneiras ABNT (mesh) Corretivos 5 - 10 10 - 20 20 ndash 50 gt 50 Meacutedia
-------------------------------- Si (mg kg-1) -------------------------------------
Solo muito argiloso
Agrosiliacutecio 7
Aa
8
Aa
9
Aa
8
Aa
8 Silifeacutertil 7
Aa
7
Aa
7
Ba
7
Aa
7 Holcim 6
Aa
6
Aa
6
Ba
6
Ba
6 Calcaacuterio 7
Aa
6
Aa
5
Ba
5
Ba
6 Meacutedia 6
7
7
6
6
Solo argiloso
Agrosiliacutecio 6
Ad
10
Ac
14
Ab
15
Aa
11 Silifeacutertil 7
Ac
6
Bc
10
Bb
12
Ba
9 Holcim 6
Ab
5
Bb
6
Cb
9
Ca
7 Calcaacuterio 5
Ba
5
Ba
4
Da
2
Db
4 Meacutedia 6
6
8
10
8
Solo meacutedio
Agrosiliacutecio 10
Aa
10
Aa
10
Aa
10
Aa
10 Silifeacutertil 9
Aa
9
Aa
10
Aa
10
Aa
9 Holcim 8
Ba
9
Aa
9
Ba
10
Aa
9 Calcaacuterio 9
Ba
9
Aa
9
Ba
8
Bb
9 Meacutedia 9
9
9
9
9
Solo arenoso
Agrosiliacutecio 4
Ab
5
Ab
8
Aa
9
Aa
6 Silifeacutertil 3
Ac
5
Ab
7
Aa
7
Ba
6 Holcim 3
Ab
4
Aa
4
Ba
6
Ca
4 Calcaacuterio 3
Aa
3
Ba
3
Ca
2
Da
3 Meacutedia 3
4
6
6
5 Letras maiuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na coluna e letras minuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na linha (Scott-Knott a 5)
No solo muito argiloso as fraccedilotildees mais grossas dos corretivos com partiacuteculas
superiores a 084 mm (lt 20 mesh) natildeo apresentaram diferenccedilas quanto ao fornecimento
30
de Si ao solo poreacutem quando se avaliaram as fraccedilotildees mais finas observou-se maiores
valores de Si para o Agrosiliacutecio na fraccedilatildeo de 03 a 084 mm (20 a 50 mesh) e para o
Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil quando o corretivo foi aplicado na granulometria inferior a 03
mm (gt 50 mesh) estes resultados tambeacutem se repetiram no solo arenoso (Tabela 13)
Para o solo argiloso o Agrosiliacutecio foi o silicato que promoveu maiores valores
de Si no solo quando tambeacutem se avaliaram as fraccedilotildees granulomeacutetricas inferiores a 20
mm (gt 10 mesh) apenas para a fraccedilatildeo mais grossa maior que 20 mm o Agrosiliacutecio o
Silifeacutertil e o Holcim natildeo diferiram estatisticamente variando apenas em relaccedilatildeo ao
calcaacuterio que eacute o uacutenico corretivo avaliado que natildeo apresenta Si em sua constituiccedilatildeo
No solo de textura meacutedia o Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil proporcionaram a mesma
eficiecircncia no fornecimento de Si para o solo (fraccedilotildees 20 a 50 mesh e lt 10 mesh) na
fraccedilatildeo mais fina (gt 50 mesh) os trecircs silicatos avaliados resultaram nos mesmos valores
de Si no solo deferindo apenas do calcaacuterio jaacute na fraccedilatildeo entre 10 a 20 mesh todos os
corretivos proporcionaram o mesmo resultado
De maneira geral a granulometria natildeo resultou em diferenccedilas no fornecimento
de Si pelos silicatos exceto no solo argiloso em que se observa que quanto menor a
granulometria maior foi o teor de Si no solo (Tabela 13)
Ao se avaliar os efeitos do calcaacuterio em relaccedilatildeo ao teor de Si no solo pode-se
observar que quanto menor a fraccedilatildeo granulomeacutetrica do calcaacuterio menores os teores de Si
no solo Este fato pode estar associado a maior alteraccedilatildeo causada no pH do solo pelas
fraccedilotildees mais finas do calcaacuterio reduzindo assim sua disponibilidade de Si corroborando
aos dados de McKeague e Cline (1963) em que o aumento de pH de 6 para 9 reduziu
de 36 para 6 mg dm-3 a concentraccedilatildeo de Si soluacutevel
44 Teor de siliacutecio no solo apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo
De maneira geral pode-se observar que o Agrosiliacutecio promoveu maior
incremento de Si no solo apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo exceto para a fraccedilatildeo
granulomeacutetrica entre 20 a 50 mesh e no solo de textura meacutedia em que o Silifeacutertil e o
Holcim obtiveram resultados semelhantes ao Agrosiliacutecio (Tabela 14)
Quanto agraves fraccedilotildees granulomeacutetricas observou-se que quanto menor a fraccedilatildeo
granulomeacutetrica independente do silicato maior foi o fornecimento de Si ao solo
seguindo a tendecircncia encontrada por Oliveira e colaboradores (1994) em que escoacuterias
31
de alto forno com partiacuteculas menores que 03 mm foram mais eficientes no
fornecimento de Ca e Mg para o solo quando comparadas as fraccedilotildees mais grosseiras
Tabela 14 Teor de Si no solo em funccedilatildeo da fraccedilatildeo granulomeacutetrica e do corretivo
utilizado para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso apoacutes 90 dias de
incubaccedilatildeo
Peneiras ABNT (mesh) Corretivos 5 - 10 10 - 20 20 - 50 gt 50 Meacutedia
-------------------------------- Si (mg kg-1) --------------------------------------
Solo muito argiloso Agrosiliacutecio 8
Ab
9
Aa
9
Aa
9
Aa
9 Silifeacutertil 6
Bb
7
Bb
7
Ba
8
Ba
7 Holcim 7
Bb
7
Bb
6
Cb
8
Ba
7 Calcaacuterio 6
Ba
6
Ba
5
Db
5
Cb
6 Meacutedia 7
7
7
7
7 Solo argiloso
Agrosiliacutecio 7
Ac
11
Ab
13
Aa
13
Aa
11 Silifeacutertil 5
Bc
7
Bb
9
Ba
9
Ba
8 Holcim 6
Bb
5
Cb
6
Cb
9
Ba
7 Calcaacuterio 4
Ca
4
Da
4
Da
3
Cb
4 Meacutedia 5
7
8
9
7 Solo meacutedio
Agrosiliacutecio 10
Aa
11
Aa
10
Aa
11
Aa
11 Silifeacutertil 10
Ba
10
Ba
10
Aa
10
Ba
10 Holcim 10
Bb
10
Bb
10
Ab
11
Aa
10 Calcaacuterio 9
Ba
10
Ba
9
Bb
8
Cc
9 Meacutedia 10
10
10
10
10 Solo arenoso
Agrosiliacutecio 4
Ac
6
Ab
7
Aa
7
Aa
6 Silifeacutertil 3
Bc
4
Bb
6
Ba
6
Ba
5 Holcim 3
Bc
3
Cb
4
Cb
5
Ca
4 Calcaacuterio 2
Ca
2
Da
2
Da
2
Da
2 Meacutedia 3
4
5
5
4 Letras maiuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na coluna e letras minuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na linha (Scott-Knott a 5)
Para todos os solos analisados observou-se a seguinte sequecircncia para o teor de
Si Agrosiliacutecio gt Silifeacutertil gt Holcim gt Calcaacuterio Fato este que acompanha a tendecircncia
observada na avaliaccedilatildeo da reatividade na correccedilatildeo da acidez do solo exceto para o
calcaacuterio por natildeo apresentar Si em sua constituiccedilatildeo
32
Korndoumlrfer e colaboradores (2004) apresentaram a solubilidade de diferentes
silicatos evidenciando que o Agrosiliacutecio (escoacuteria de aciaria) apresentou maiores valores
de solubilidade em relaccedilatildeo aos valores obtidos pela escoacuteria de alto forno como o
Holcim com valores de 43 e 7 respectivamente Estas diferenccedilas em solubilidade
explicam os valores encontrados tanto na avaliaccedilatildeo aos 30 como aos 90 dias de
incubaccedilatildeo
Pereira e colaboradores (2004) em trabalho para a avaliaccedilatildeo da eficiecircncia de
fontes de Si para a cultura do arroz encontraram que a fonte que proporcionou mais
extraccedilatildeo de Si para os gratildeos foi a escoacuteria oriunda da produccedilatildeo de accedilo inox dado que
corrobora os resultados encontrados neste trabalho em que o Agrosiliacutecio (escoacuteria de
aciaria) apresentou maior disponibilizaccedilatildeo de Si para o solo
Nas comparaccedilotildees entre os resultados do teor de Si no solo apoacutes 30 e 90 dias de
incubaccedilatildeo os resultados praticamente se equivalem demonstrando que 30 dias foi um
periacuteodo suficiente para que os silicatos fornecessem Si
Comparando o teor de Si antes da aplicaccedilatildeo dos corretivos com o teor de Si no
solo apoacutes a aplicaccedilatildeo dos corretivos e apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo verificou-se
expressivo acreacutescimo no teor Si no solo ocasionado pelos silicatos principalmente para
o Agrosiliacutecio que incrementou na meacutedia entre as fraccedilotildees granulomeacutetricas 2 6 1 e 3 mg
dm-3 de Si nos solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso respectivamente O
Silifeacutertil tambeacutem forneceu Si ao solo elevando em 1 4 0 e 3 mg dm-3 o teor de Si nos
solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso respectivamente Jaacute o Holcim
apresentou incrementos de 0 2 0 e 1 mg dm-3 respectivamente para os solos muito
argiloso argiloso meacutedio e arenoso
33
5 CONCLUSOtildeES
Os silicatos Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil proporcionam maiores valores de eficiecircncia
relativa na correccedilatildeo da acidez do solo em comparaccedilatildeo ao calcaacuterio e ao silicato Holcim
na fraccedilatildeo granulomeacutetrica entre 030 e 084 mm
Quanto menor a fraccedilatildeo granulomeacutetrica do silicato maior eacute a eficiecircncia relativa
na correccedilatildeo da acidez do solo e maior eacute o fornecimento de Si para o solo
O Agrosiliacutecio apresenta melhores resultados no fornecimento de Si ao solo
seguido do Silifeacutertil e do Holcim
O periacuteodo de 30 dias em condiccedilotildees de umidade mantida agrave 80 da capacidade
de campo eacute um periacuteodo suficiente para a correccedilatildeo da acidez do solo e fornecimento de
Si pelos silicatos ao solo
34
6 REFEREcircNCIAS
ALCARDE JC PAULINO VT DERNARDIN J S Avaliaccedilatildeo da reatividade de corretivos da acidez do solo Revista Brasileira de Ciecircncia do Solo Campinas v 13 p 387-392 1989
ALCARDE JC Corretivos de acidez dos solos caracteriacutesticas e interpretaccedilotildees teacutecnicas Satildeo Paulo ANDA 1992 24p (Boletim Teacutecnico 6)
ALCARDE JC RODELLA AA Avaliaccedilatildeo quiacutemica de corretivos de acidez para fins agriacutecolas uma nova proposiccedilatildeo Scientia Agriacutecola Piracicaba v 53 n 2 ndash 3 1996
ALVAREZ V VH RIBEIRO AC Calagem In RIBEIRO AC GUIMARAtildeES PTG GUIMARAtildeES PTG ALVAREZ V VH (Ed) Recomendaccedilotildees para o uso de corretivos e fertilizantes em Minas Gerais ndash 5ordf Aproximaccedilatildeo Viccedilosa CFSEMG 1999 p 43-60
ALVAREZ V VH Correlaccedilatildeo e calibraccedilatildeo de meacutetodos de anaacutelise de solos In ALVAREZ V VH FONTES LEF FONTES MPF (Ed) O solo nos grandes domiacutenios morfoclimaacuteticos do Brasil e o desenvolvimento sustentado Viccedilosa Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo 1996 p 615-646
ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DOS PRODUTORES DE CALCAacuteRIO Calcaacuterio agriacutecola ndash Brasil consumo aparente por estado (1992 ndash 2006) Disponiacutevel em lthttpwwwcalcario-rscombrgt Acesso em 25 de novembro de 2008
BALASTRA MLFC PEREZ CM JULIANO BO VILLAREAL P Effects of siacutelica level on some properties of Oriza sativa straw and hull Canadian Journal of Botany Ottawa v 67 p 2356-2363 1989
BARBOSA FILHO MP SNYDER G H PRABHU A S DATNOFF L E KORNDOumlRFER G H Importacircncia do siliacutecio para a cultura do arroz Informaccedilotildees agronocircmicas v 89 p 1-8 2000
BELLINGIERI PA Avaliaccedilatildeo em laboratoacuterio da eficiecircncia de diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas de calcaacuterios agriacutecolas 1983 99f Tese (Doutorado) ndash Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Universidade de Satildeo Paulo Piracicaba 1983
BELLINGIERI PA ALCARDE JC amp SOUZA ECA Avaliaccedilatildeo da qualidade de calcaacuterios agriacutecolas atraveacutes do PRNT Anais da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Piracicaba v 45 n 2 p 579-588 1988
BELLINGIERI PA ALCARDE JC SOUZA ECA de Eficiecircncia relativa de diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas de calcaacuterios na neutralizaccedilatildeo da acidez dos solos avaliada em laboratoacuterio Anais da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Piracicaba v46 n2 1989 p 303-317
35
BELLINGIERI PA SOUZA ECA ALCARDE JC SHIKASHO HW Importacircncia da reatividade do calcaacuterio sobre a produccedilatildeo e algumas caracteriacutesticas da soja Scientia Agricola Piracicaba v 49 p 61-71 1992
BRASIL MAPA Laboratoacuterio Nacional de Referecircncia Vegetal Anaacutelise de corretivos fertilizantes e inoculantes Brasiacutelia 1983 104p
BRUNAUER S EMMETT P H TELLER E Adsorption of gases in multimolecular layers In Journal of the American Chemical Society New York v 60 p 309-19 1938
CATANI RA ALONSO O Avaliaccedilatildeo e exigecircncia de calcaacuterio do solo Anais da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Piracicaba v 26 p 141-156 1969
CATE R Sugestotildees para adubaccedilatildeo com base na anaacutelise de solos Raleigh North Caroline State University 1965 16p
DAYANADAM P KAUFMAN PB FRANKLIN CL Detection of siacutelica in plants American Journal of Botany Columbus v 70 p 1079-1084 1983
DEFELIPO BV BRAGA JM SPIES C Comparaccedilatildeo entre meacutetodos de determinaccedilatildeo da necessidade de calcaacuterio de solos de Minas Gerais Experientiae v 13 p 111-136 1982
EMBRAPA C N P S Manual de meacutetodos de anaacutelise de solo Rio de Janeiro 1997 212p
EPSTEIN E Silicon Annu Rev Plant Physiol Plant Molec Biol Palo Alto v 50 1999 p 641 - 664
FERREIRA DF SISVAR versatildeo 43 (Build 41) Lavras UFLADEX 1999 4 disquetes
FURTINI NETO A VALE FR RESENDE A V GUILHERME L R G GUEDES G A A Fertilidade do solo Lavras UFLAFAEPE 2001 252p
GASCHO G J Silicon sources for agriculture In DATNOFF L E SNYDER G H KORNDOumlRFER G H (Ed) Silicon in agriculture Amsterdan Elsevier 2001 cap 12 p 197-207
KAMINSKI J RHEINHEIMER DS A acidez do solo e a nutriccedilatildeo mineral de plantas In KAMINSKI J (Ed) Uso de corretivos da acidez do solo no plantio direto Pelotas SBCSNRS 2000 cap2 p 21 - 39
KORNDOumlRFER G H Elementos beneacuteficos In FERNANDES M S Nutriccedilatildeo mineral de plantas Viccedilosa Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo 2006 432p
36
KORNDOumlRFER G H DATNOFF L E Adubaccedilatildeo com siliacutecio uma alternativa no controle de doenccedilas da cana-de-accediluacutecar e do arroz Informaccedilotildees Agronocircmicas Piracicaba v 70 p 1-5 1995
KORNDOumlRFER G H PEREIRA H S CAMARGO M S Silicatos de caacutelcio e magneacutesio na agricultura 3 ed Uberlacircndia 2004 28 p (Boletim Teacutecnico n1)
KORNDOumlRFER G H PEREIRA H S NOLLA A Anaacutelise de siliacutecio solo planta e fertilizante 1 ed Uberlacircndia 2004 50 p (Boletim Teacutecnico n2)
KORNDOumlRFER G H PEREIRA H S CAMARGO M S Silicatos de caacutelcio e magneacutesio na agricultura 2 ed Uberlacircndia 2003 15 p (Boletim Teacutecnico n1)
KORNDOumlRFER G H PEREIRA H S CAMARGO M S Papel do siliacutecio na produccedilatildeo de cana-de-accediluacutecar STAB v 21 n 2 2002 4 p
KORNDOumlRFER G H LEPSCH I Effect of silicon on plant growth and crop yeld In DATNOFF L E SNYDER G H KORNDOumlRFER G H (Ed) Silicon in agriculture Amsterdan Elsevier 2001 p 133 ndash 147
KURIHARA CH MAEDA S HERNANI LC SILVA WM Eficiecircncia relativa de fraccedilotildees granulomeacutetricas de calcaacuterios sul-mato-grossenses Pesquisa Agropecuaacuteria Brasileira Brasiacutelia v34 n 8 p 1443 - 1449 1999
LOPES A S SILVA MC GUILHERME L R G Acidez do solo e calagem 3 ed Satildeo Paulo ANDA 1990 22 p (Boletim Teacutecnico 1)
LOPES A S Manual de fertilidade do solo Satildeo Paulo ANDAPOTAFOacuteS 1989 153p
MA JF TAKAHASHI E Soil fertilizer and plant silicon research in Japan Amosterdan Elsevier Science 2002 281 p
MALAVOLTA E Manual de quiacutemica agriacutecola adubos e adubaccedilatildeo Satildeo Paulo Agronocircmica Ceres 1981 608 p
MARSCHNER H Mineral nutrition of higher plants 2 ed LondresAcademic Press 1995 889p
MCKEAGUE J A CLINE M G Silica in soils Advances in Agronomy New York v 15n 3 p 339-397 1963
MEURER E J Fundamentos de quiacutemica do solo 3 ed Porto Alegre Evangraf 2006 285p
MIYAKE Y TAKAHASHI E Effect of silicon on the growth of cucumber plant in soil culture Soil Science Plant Nutrition Tokyo v 29 p 463-471 1983
37
NOVAIS R F BARROS N F LEITE F P TEIXEIRA J L LEAL P G L Eficiecircncia agronocircmica de escoacuterias de siderurgia Pains Viccedilosa Universidade Federal de Viccedilosa 1993
OLIVEIRA AC HAHNE H BARROS NF MORAIS EJ Uso de escoacuteria de alto forno como fonte de nutrientes na adubaccedilatildeo florestal In GUERRINI IA BELLOTE AFJ BUumlLL LT (Ed) Seminaacuterio sobre uso de resiacuteduos florestais e urbanos em florestas Botucatu Fundaccedilatildeo de Estudos e Pesquisas Agriacutecolas e Florestais 1994 p 77-96
PEREIRA HS KORNDOumlRFER GH VIDAL AA CAMARGO MS Silicon sources for rice crop Scientia Agriacutecola Piracicaba v 61 p 522-528 2004
PLESE L P M Efeito da umidade do solo na reatividade das fraccedilotildees granulomeacutetricas de um calcaacuterio 2000 49f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) ndash Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Universidade de Satildeo Paulo Piracicaba 2000
PRADO R M FERNANDES F M NATALE W Uso de escoacuteria de siderurgia no Brasil estudos na cultura da cana-de-accediluacutecar Jaboticabal Funep 2001 67p
PROGRAMA INTERLABORATORIAL DE CONTROLE DE QUALIDADE DE ANAacuteLISE DE SOLO Manual do laboratorista 2005 33p
RAIJ BV Avaliaccedilatildeo da fertilidade do solo Piracicaba Associaccedilatildeo Brasileira para Pesquisa da Potassa e do Fosfato 1981 142p
RAIJ B V CANTARELLA H QUAGGIO J A FURLANI A M C Recomendaccedilatildeo de adubaccedilatildeo e calagem para o estado de Satildeo Paulo Campinas IAC 1996 285p (IAC Boletim 100)
SCOTT AJ KNOTT MA A cluster analysis method for grouping means in the analysis of variance Biometrics Washington v 30 n 2 1974 p 507-512
SHOEMAKER HE MCCLEAN E PRATT PF Buffer methods for determining lime requirements of soil with appreciable amounts of extractable aluminium Soil Sci Soc Am Proc Madison v 25 p 274-277 1961
SOUSA D M G MIRANDA L N OLIVEIRA S A Acidez do solo e sua correccedilatildeo In NOVAIS R F ALVAREZ V V H BARROS N F FONTES R L F CANTARUTTI R B NEVES J C L Fertilidade do solo Viccedilosa Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo 2007 p 205 ndash 274
SOUSA D M G LOBATO E Cerrado correccedilatildeo do solo e adubaccedilatildeo Brasiacutelia Embrapa Informaccedilatildeo Tecnoloacutegica 2004 416p
VERAS M C M VIEIRA W TEIXEIRA L S M ALCARDE J C OLIVEIRA L B Manual de meacutetodos analiacuteticos oficiais para fertilizantes minerais orgacircnicos organominerais e corretivos 1 ed Brasiacutelia MAPA 2007 v 1
38
WERNER D ROTH R Siacutelica metabolism In LAUCHILI A BIELESKI RL (Ed) Encyclopedia of plant physiology New Series Berlin Springer-Velag 1983 v 15B p 682-694
- Parte inicial dissertaccedilatildeopdf
- RESUMOpdf
- Corpo da dissertaccedilatildeopdf
-
2
Estas caracteriacutesticas certamente podem afetar a reatividade de um corretivo e
atualmente satildeo totalmente ignoradas no meacutetodo de determinaccedilatildeo da reatividade Existe
a hipoacutetese de que a determinaccedilatildeo da reatividade de materiais silicatados oriundos de
escoacuterias esteja sendo subestimada quando comparada aos calcaacuterios em geral
Desta forma objetivou-se com o presente trabalho quantificar a eficiecircncia
relativa na correccedilatildeo da acidez do solo de fraccedilotildees granulomeacutetricas de silicatos em
comparaccedilatildeo ao calcaacuterio
3
2 REVISAtildeO BIBLIOGRAFICA
21 Acidez do solo
Segundo Lopes e colaboradores (1990) a grande maioria dos solos brasileiros
principalmente os solos sob vegetaccedilatildeo de cerrado apresentam elevada acidez o que
prejudica o bom desenvolvimento das plantas Sousa e colaboradores (2007) relatam
que tal efeito pode estar associado agrave presenccedila de Al e Mn em concentraccedilotildees toacutexicas e
aos baixos teores dos macronutrientes Ca e Mg
A acidificaccedilatildeo do solo eacute um processo natural e sua intensidade depende de
fatores intriacutensecos do solo e das perturbaccedilotildees a que o sistema eacute submetido
(KAMINSKI RHEINHEIMER 2000)
Os solos poderatildeo ser naturalmente aacutecidos quando a rocha de origem apresentar
baixos teores de bases ou entatildeo mesmo apresentando altos teores de bases quando este
solo for submetido a intenso processo pedogeneacutetico Neste uacuteltimo caso destaca-se a
situaccedilatildeo de precipitaccedilatildeo pluvial intensa ao longo dos anos promovendo lixiviaccedilatildeo de
bases permanecendo no complexo de troca predominantemente os caacutetions hidrogecircnio e
alumiacutenio (FURTINI NETO et al 2001)
Aleacutem dos processos pedogeneacuteticos outros fatores tambeacutem contribuem para a
acidificaccedilatildeo do solo como as reaccedilotildees de hidroacutelise que ocorrem nas soluccedilotildees dos solos
a decomposiccedilatildeo de resiacuteduos orgacircnicos pelos microorganismos a accedilatildeo do homem
atraveacutes de adubaccedilotildees e sistemas de produccedilatildeo adotados e a proacutepria absorccedilatildeo de
nutrientes (MEURER 2006)
A acidez ativa do solo eacute definida como todo o hidrogecircnio (H+) presente na
soluccedilatildeo medida pelo potencial hidrogecircnio iocircnico (pH) O pH pode ser determinado com
um potenciocircmetro utilizando-se dois meacutetodos principais no primeiro utiliza-se uma
suspensatildeo de terra em aacutegua e no segundo em CaCl2 a 001 M (PLESE 2000)
A concentraccedilatildeo de H+ na soluccedilatildeo do solo avaliada pelo pH natildeo eacute na maioria
dos casos fator limitante para o crescimento e desenvolvimento das plantas desde que
haja suprimento adequado dos nutrientes e ausecircncia de elementos em concentraccedilotildees
toacutexicas Entretanto essa situaccedilatildeo natildeo ocorre naturalmente nos solos pois em condiccedilotildees
aacutecidas podem ocorrer iacuteons como o Al3+ e Mn2+ em teores toacutexicos para as plantas
Outros aspectos importantes associados agrave elevada acidez satildeo a alteraccedilatildeo na
4
disponibilidade de nutrientes e a interferecircncia na atividade microbiana (SOUSA et al
2007)
22 Correccedilatildeo da acidez do solo
Em funccedilatildeo dos fatores negativos da acidez do solo para a produccedilatildeo agriacutecola
torna-se necessaacuteria a sua correccedilatildeo atraveacutes da calagem maneira mais faacutecil e econocircmica
para se corrigir a acidez do solo nos primeiros 20 cm deste Furtini Neto e
colaboradores (2001) destacam como principais benefiacutecios da calagem
Diminuiccedilatildeo da toxidez por Al3+ e Mn2+
Aumento da mineralizaccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica consequentemente aumentando
a disponibilidade de nutrientes principalmente nitrogecircnio enxofre foacutesforo e
boro
Aumento na disponibilidade de caacutelcio e magneacutesio por adiccedilatildeo direta ao solo
Aumento na disponibilidade de foacutesforo e molibdecircnio presentes em formas
fixadas e de menor disponibilidade no solo aacutecido
Aumento da fixaccedilatildeo natildeo-simbioacutetica e simbioacutetica de nitrogecircnio
Aumento da CTC do solo reduzindo os problemas de salinidade e de lixiviaccedilatildeo
de caacutetions
Aumento da eficiecircncia da adubaccedilatildeo
Aumento da preservaccedilatildeo de aacutereas de floresta ou de aacutereas menos vocacionadas
para a agricultura em face da necessidade de menor aacuterea para obter a mesma
produccedilatildeo
Segundo Sousa e Lobato (2004) para solos de Cerrado a produtividade de gratildeos
das culturas de sequeiro (soja milho trigo e feijatildeo) aumenta com a saturaccedilatildeo por bases
ateacute 40 estabiliza entre os valores de 40 a 60 e diminui quando a saturaccedilatildeo por
bases eacute maior que 60 Neste uacuteltimo caso o pH em aacutegua do solo estaraacute maior que 63
o que ocasiona a reduccedilatildeo na disponibilidade de zinco cobre ferro e manganecircs
Diversos satildeo os meacutetodos para a determinaccedilatildeo da necessidade de calagem sem
haver uma definiccedilatildeo clara sobre qual o melhor deles Fundamentalmente os caacutelculos
tem-se baseado nos seguintes meacutetodos meacutetodo da curva de incubaccedilatildeo de CaCO3
meacutetodo baseado no teor de alumiacutenio trocaacutevel (CATE 1965 CATANI ALONSO
1969) meacutetodo baseado no decreacutescimo de pH de soluccedilotildees-tampatildeo SMP (SHOEMAKER
5
et al 1961) meacutetodo baseado na saturaccedilatildeo por bases (RAIJ 1981) meacutetodo baseado no
pH e mateacuteria orgacircnica (DEFELIPO et al 1982 ALVAREZ V 1996) e meacutetodo para
neutralizar a acidez trocaacutevel e elevar os teores de Ca e Mg trocaacuteveis (ALVAREZ V
RIBEIRO 1999)
Independente do meacutetodo adotado eacute de extrema importacircncia que a determinaccedilatildeo
da necessidade de calagem seja adequada pois o excesso de aplicaccedilatildeo de um corretivo
pode trazer diversos impactos negativos como a induccedilatildeo a deficiecircncias de ferro e
manganecircs (LOPES 1989)
23 Caracteriacutesticas dos corretivos de acidez
Todo material utilizado para corrigir a acidez do solo conteacutem componentes
neutralizantes como carbonatos oacutexidos hidroacutexidos e silicatos Os componentes
neutralizantes nestes materiais natildeo satildeo os caacutetions Ca2+ e Mg2+ mas sim os acircnions CO3-2
OH- SiO32- (PLESE 2000)
A qualidade de um calcaacuterio eacute dada pela combinaccedilatildeo de seus atributos quiacutemicos e
fiacutesicos O atributo quiacutemico representado pelo poder de neutralizaccedilatildeo depende do tipo e
teor de neutralizantes no corretivo O fiacutesico representado pela eficiecircncia relativa
depende da natureza geoloacutegica da rocha calcaacuteria e do grau de moagem a que foi
submetida (KURIHARA et al 1999)
A avaliaccedilatildeo quiacutemica dos corretivos de acidez consta das seguintes
determinaccedilotildees poder de neutralizaccedilatildeo (PN) e teores de Ca e Mg (ALCARDE
RODELLA 1996)
A avaliaccedilatildeo fiacutesica dos corretivos de acidez eacute determinada pela sua composiccedilatildeo
granulomeacutetrica empregando-se as peneiras nordm 10 20 e 50 segundo a Associaccedilatildeo
Brasileira de Normas Teacutecnicas - ABNT Para cada uma das fraccedilotildees granulomeacutetricas
produto retido na peneira ABNT 10 produto passante na peneira ABNT 10 e retido na
peneira ABNT 20 produto passante na peneira ABNT 20 e retido na peneira ABNT 50
e produto passante na peneira ABNT 50 satildeo atribuiacutedos os seguintes valores de
reatividade 0 20 60 e 100 respectivamente A partir dos resultados da
composiccedilatildeo granulomeacutetrica calcula-se a reatividade (RE) ou eficiecircncia relativa (ER) do
calcaacuterio de acordo com a equaccedilatildeo abaixo (ALCARDE RODELLA 1996)
RE = F10-20 x 02 + F20-50 x 06 + Fgt50 x 1
6
Onde
F10-20= percentual de produto que passa pela peneira nordm10 e fica retido na peneira
nordm20 F20-50 = percentual de produto que passa pela peneira nordm20 e fica retido na
peneira nordm50 e Fgt50 = percentual de produto que passa pela peneira nordm50
Estes paracircmetros de reatividade satildeo adotados no Brasil de acordo com o que a
legislaccedilatildeo prevecirc para todos os corretivos independente de sua origem Segundo Prado e
colaboradores (2001) ainda natildeo existe uma legislaccedilatildeo especiacutefica para silicatos de
caacutelcio sendo estes incluiacutedos na legislaccedilatildeo de calcaacuterios com algumas adaptaccedilotildees
Alcarde e colaboradores (1989) avaliando a reatividade de calcaacuterios de
diferentes origens na correccedilatildeo da acidez do solo constataram eficiecircncia relativa acima
de 80 para partiacuteculas de tamanho inferior a 03 mm (peneira gt 50 ABNT) entre 39 e
65 para partiacuteculas entre 03 e 084 mm (produto passante na peneira 20 ABNT e retido
na peneira 50 ABNT) e eficiecircncia entre 6 e 27 para partiacuteculas entre 084 e 20 mm
(produto passante na peneira 10 ABNT e retido na peneira 20 ABNT)
Bellingieri (1983) avaliando a eficiecircncia de fraccedilotildees granulomeacutetricas de calcaacuterios
em laboratoacuterio em solos com controle de umidade em 30 encontrou valores de
eficiecircncia relativa de 74 376 767 e 100 respectivamente para corretivos nas
fraccedilotildees granulomeacutetricas passantes na peneira ABNT 5 e retiros na peneira ABNT 10
passantes na peneira 10 e retidos na peneira ABNT 30 passantes na peneira ABNT 30 e
retidos na peneira ABNT 50 e produtos passantes na peneira ABNT 50
Segundo Kurihara e colaboradores (1999) a origem da rocha calcaacuteria interfere
na ER do corretivo com destaque para os materiais de origem sedimentar que
apresentam elevada friabilidade possibilitando que torrotildees do material sejam facilmente
desagregados com pequena pressatildeo entre os dedos da matildeo de maneira que apoacutes sua
extraccedilatildeo da jazida esse calcaacuterio natildeo necessita passar por um processo de moagem como
os de natureza metamoacuterfica Entretanto ao se efetuar a anaacutelise granulomeacutetrica verifica-
se que estes torrotildees natildeo passam pelo conjunto de peneiras durante a agitaccedilatildeo mecacircnica
subestimando a real capacidade do material em se solubilizar no solo
Bellingieri e colaboradores (1992) avaliando a reatividade de um calcaacuterio
dolomiacutetico e calcaacuterio dolomiacutetico calcinado durante dois anos agriacutecolas relataram que o
calcaacuterio calcinado apresentou maior reatividade no primeiro ano agriacutecola bem como as
fraccedilotildees granulomeacutetricas mais finas proporcionaram maior reatividade no primeiro ano
do trabalho fato que foi amenizado no segundo ano agriacutecola em que a reatividade dos
7
calcaacuterios tenderam a se igualar e a granulometria mais grosseira tambeacutem compensou a
menor reatividade obtida no primeiro ano
Plese (2000) avaliando o efeito da umidade do solo entre o intervalo de 0 a 80
da capacidade de campo na reatividade das fraccedilotildees granulomeacutetricas de um calcaacuterio
observou que quanto mais altos os valores de umidade do solo mais favoraacutevel era para
a reaccedilatildeo do corretivo no solo Para solos mantidos a 80 da capacidade de campo a
frequecircncia de molhamento teve pouca influecircncia na reatividade
A combinaccedilatildeo das caracteriacutesticas quiacutemicas e fiacutesicas do corretivo
respectivamente PN expresso em equivalente de carbonato de caacutelcio e ER originam o
Poder Relativo de Neutralizaccedilatildeo Total (PRNT) variaacutevel esta utilizada para a definiccedilatildeo
da dose a ser utilizada (BELINGIERI et al 1988)
24 Silicatos de Caacutelcio
Segundo Prado e colaboradores (2001) para minimizar os problemas quiacutemicos
dos solos do Brasil uma maneira seria mediante a correccedilatildeo da acidez do solo pelo uso
de escoacuterias de siderurgia um resiacuteduo da induacutestria do accedilo e ferro-gusa constituiacutedo
quimicamente de silicato de caacutelcio (CaSiO3)
Segundo Malavolta (1981) de maneira simplificada a escoacuteria de siderurgia
pode ser definida como sendo obtida atraveacutes da siacutelica do mineacuterio de ferro que reage com
o caacutelcio do calcaacuterio em alto forno Este processo envolvendo altas temperaturas
seguindo de um raacutepido resfriamento difere do processo de produccedilatildeo de calcaacuterio
(moagem de rochas calcaacuterias) o que pode originar materiais de alta solubilidade
consequentemente elevando sua eficiecircncia relativa
Os silicatos de caacutelcio e magneacutesio apresentam como principais benefiacutecios o
aumento na disponibilidade do Si a elevaccedilatildeo do pH o aumento do Ca e Mg trocaacuteveis
no solo a reduccedilatildeo de toxicidade do Fe Mn e Al para as plantas e o aumento na
disponibilidade de P no solo (KORNDOumlRFER et al 2003)
Segundo Alcarde (1992) a accedilatildeo neutralizante dos silicatos de caacutelcio e magneacutesio
no solo pode ser explicada com as seguintes equaccedilotildees
Ca(Mg)SiO3 + H2O
Ca+2(Mg+2) + SiO3-2
SiO3-2 + H2O HSiO3
- + OH-
HSiO3- + H2O H2SiO3 + OH-
H2SiO3 + H2O H4SiO4
8
Dentre os silicatos as fontes mais abundantes e baratas satildeo as escoacuterias
sideruacutergicas originadas do processamento em altas temperaturas geralmente acima de
1400 ordmC da reaccedilatildeo do calcaacuterio com a siacutelica presente no mineacuterio de ferro
(KORNDOumlRFER et al 2003)
As principais caracteriacutesticas que devem ser avaliadas na escolha de uma fonte de
siliacutecio para a agricultura satildeo solubilidade disponibilidade as propriedades fiacutesicas a
concentraccedilatildeo de elementos contaminantes e a relaccedilatildeo custo benefiacutecio (GASCHO
2001)
25 Efeitos do Si na agricultura
A utilizaccedilatildeo de macronutrientes nitrogecircnio (N) foacutesforo (P) potaacutessio (K) caacutelcio
(Ca) magneacutesio (Mg) e enxofre (S) e de micronutrientes boro (B) cloro (Cl) cobre
(Cu) ferro (Fe) manganecircs (Mn) molibdecircnio (Mo) niacutequel (Ni) e zinco (Zn) eacute
considerada como essencial para se alcanccedilar resultados satisfatoacuterios na produccedilatildeo
agriacutecola Poreacutem em determinadas condiccedilotildees de solo e cultivo existem elementos
chamados de natildeo-essenciais como o siliacutecio (Si) que pode promover diversos processos
fisioloacutegicos desejaacuteveis para as plantas e por consequecircncia aumentar a produtividade
(KORNDOumlRFER LEPSCH 2001)
A comprovaccedilatildeo da essencialidade do siliacutecio eacute muito difiacutecil de ser obtida devido
a sua abundacircncia na biosfera Estaacute presente em quantidades significativas mesmo em
sais aacutegua e ar (WERNER ROTH 1983)
As plantas absorvem siliacutecio diretamente da soluccedilatildeo do solo sendo este
transportado ateacute as raiacutezes principalmente via fluxo de massa (DAYANADAM et al
1983)
Balastra e colaboradores (1989) relatam que o Si apoacutes absorvido eacute transportado
pelo xilema e depositado na parede celular na forma de siacutelica amorfa hidratada ou opala
biogecircnica (SiO2nH2O) Uma vez alocado o Si torna-se imoacutevel e natildeo mais se redistribui
na planta
Marschner (1995) classifica as plantas de acordo com o seu teor de SiO2 na
mateacuteria seca da parte aeacuterea em trecircs grupos I ) acumuladoras com teores de Si de 10 a
15 II) intermediaacuterias com teores de Si de 1 a 3 III) natildeo acumuladoras com teores
na ordem de 05 Myake e Takahashi (1983) relatam que as gramiacuteneas satildeo
9
acumuladoras tiacutepicas reduzindo de forma raacutepida a concentraccedilatildeo de Si na soluccedilatildeo do
solo
Entre as plantas que mais extraem Si destacam-se o arroz e a cana-de-accediluacutecar
Ma e Takahashi (2002) relatam que as plantas de arroz possuem mecanismos
especiacuteficos de absorccedilatildeo de Si em que as proteiacutenas de membranas satildeo produzidas por
expressatildeo do gene especiacutefico Uma seacuterie de autores demonstram que o siliacutecio reduz a
severidade de vaacuterias doenccedilas de importacircncia econocircmica na cultura do arroz tais como a
brusone mancha parda escaldadura entre outras (KORNDOumlRFER DATNOFF 1995)
Natildeo apenas na reduccedilatildeo da severidade de doenccedilas como tambeacutem na reduccedilatildeo do
ataque de pragas pode-se observar grandes efeitos da aplicaccedilatildeo de Si Yoshida (1975)
citado por Barbosa Filho e colaboradores (2000) relata que a silicificaccedilatildeo da epiderme
previne a penetraccedilatildeo e a mastigaccedilatildeo pelos insetos porque as ceacutelulas ficam mais
endurecidas Segundo revisatildeo feita pelos mesmos autores diversos insetos sofreram
impactos com a aplicaccedilatildeo de Si como larvas da broca de colo trips e cigarrinha parda
que respectivamente tiveram mandiacutebulas danificadas inibiccedilatildeo na atividade e reduccedilatildeo
da populaccedilatildeo
O siliacutecio aparece na cana-de-accediluacutecar em altas concentraccedilotildees podendo variar
desde 014 em folhas jovens ateacute 67 nos colmos e folhas velhas No Havaiacute as folhas
contendo menos de 05 de siliacutecio satildeo frequentemente afetadas por um sintoma
denominado freckling A causa deste sintoma eacute ainda bastante controvertida poreacutem a
maioria dos pesquisadores atribuem agrave falta de Si e a desequiliacutebrios nutricionais O
aparecimento da ferrugem na cana-de-accediluacutecar (Puccinia melanocephala) pode estar
relacionado com o referido sintoma O sintoma eacute mais severo nas folhas mais velhas e a
aacuterea fotossinteacutetica eacute normalmente fortemente atingida (KORNDOumlRFER DATNOFF
1995)
Natildeo apenas em relaccedilatildeo aos fitopatoacutegenos mas quanto ao ataque de pragas
principalmente a broca do colmo e cigarrinha poderiam ser diminuiacutedas nas cultivares
acumuladoras de Si Outros efeitos do Si na cana-de-accediluacutecar estatildeo relacionados agrave maior
resistecircncia ao acamamento e alteraccedilotildees na arquitetura da planta deixando as folhas mais
eretas e em consequecircncia disso mais eficientes quanto agrave capacidade de aproveitamento
da luz solar e de realizaccedilatildeo da fotossiacutentese (KORNDOumlRFER et al 2002)
10
3 MATERIAL E MEacuteTODOS
31 Local do experimento
O experimento foi desenvolvido na Central de Fertilidade do Solo da
Faculdade de Ciecircncias Agraacuterias do Centro Universitaacuterio de Patos de Minas (UNIPAM)
no municiacutepio de Patos de Minas ndash MG onde os solos foram armazenados durante o
periacuteodo de incubaccedilatildeo de 30 e 90 dias de 8 de julho agrave 6 de outubro de 2008
32 Solos utilizados nas unidades experimentais
O experimento foi realizado em quatro classes de solo de diferentes texturas
sendo arenoso meacutedio argiloso e muito argiloso Os solos foram coletados do horizonte
B para natildeo haver interferecircncia da mateacuteria orgacircnica e posteriormente foram secos ao ar
ateacute atingirem massa constante Em seguida peneirados em malha de 2 mm e realizada a
anaacutelise quiacutemica e fiacutesica seguindo a metodologia descrita pelo Programa
Interlaboratorial de controle de qualidade de anaacutelise de solo (2005) exceto para o teor
de Si no solo que seguiu a metodologia descrita por Korndoumlrfer et al (2004) Os
resultados satildeo apresentados na Tabela 1
11
Tabela 1 Caracterizaccedilatildeo quiacutemica e fiacutesica dos solos utilizados no experimento
SOLOS Atributo Unidade Muito
argiloso Argiloso Meacutedio Arenoso
Latossolo Vermelho Acifeacuterrico
Tiacutepico
Latossolo Vermelho Perfeacuterrico
Tiacutepico
Latossolo Vermelho
Distrofeacuterrico Tiacutepico
Latossolo Amarelo
Distroacutefico Psamiacutetico
Si mg dm-3 59 50 87 29
P (Mehlich 1) mg dm-3 00 07 10 01
K mg dm-3 364 40 226 89
Ca cmolc dm-3
02 02 04 02
Mg cmolc dm-3
06 02 05 01
H + Al cmolc dm-3
37 60 39 34
pH (em H2O)
51 53 47 45
Al cmolc dm-3
01 01 04 05
CTC (e) cmolc dm-3
09 05 14 08
CTC (T) cmolc dm-3
46 64 49 37
SB cmolc dm-3
08 04 10 03
V 185 64 200 82
Cu mg dm-3 02 13 09 03
Zn mg dm-3 01 01 01 01
Argila 74 45 30 14
Silte 12 36 16 1
Areia 14 19 54 85
Metodologia P K Cu Zn (Mehlich 1 HCl 005 M + H2SO4 00125 M) Ca Mg Al (KCl 1 M) H+Al (soluccedilatildeo tampatildeo ndash SMP a pH 75) pH (em aacutegua) anaacutelise textural (meacutetodo da pipeta)
Realizou-se a determinaccedilatildeo da densidade das amostras dos quatro solos (Tabela
2) pelo meacutetodo da proveta descrita pela Embrapa (1997) Este meacutetodo eacute uma
alternativa para experimentos em vasos onde amostras de solo satildeo desagregadas para
preencher os vasos compondo a unidade experimental
12
Tabela 2 Densidade das amostras dos solos utilizados no experimento
Solos Densidade
g cm-3
Muito Argiloso 096
Argiloso 130
Meacutedio 125
Arenoso 135
Com os resultados da anaacutelise quiacutemica dos solos foi determinada a necessidade
de calagem pelo meacutetodo da saturaccedilatildeo por bases descrito por Raij e colaboradores
(1996) com o objetivo de elevaacute-la agrave 60 (Tabela 3)
Tabela 3 Necessidade de calagem em equivalente de CaCO3 com 100 de PRNT para amostras dos solos utilizados no experimento considerando as respectivas densidades das amostras dos solos
Solos Unidade
Muito Argiloso Argiloso Meacutedio Arenoso
Mg ha-1 189 343 056 191
mg vaso-1 27114 66795 10587 38735
33 Corretivos utilizados
Foram utilizadas trecircs fontes de silicatos originados de diferentes escoacuterias de
siderurgia sendo estes Agrosiliacutecio Silifeacutertil e Holcim por serem os mais
representativos quanto ao uso na agricultura como corretivos agriacutecolas Estes foram
comparados com um calcaacuterio comercial de origem sedimentar e com o carbonato de
caacutelcio pa padratildeo para estudos de eficiecircncia relativa de corretivos (Tabela 4)
Tabela 4 Teores de caacutelcio magneacutesio e siliacutecio dos corretivos utilizados
Corretivo CaO () MgO () SiO2 ()
Agrosiliacutecio 39 10 23
Silifeacutertil 38 8 22
Holcim 25 7 43
Calcaacuterio 30 20 0
Carbonato de caacutelcio 56 0 0
13
Para a caracterizaccedilatildeo dos corretivos quanto a sua superfiacutecie especiacutefica foi
realizada a anaacutelise da superfiacutecie especiacutefica pela equipe do Laboratoacuterio de
Hidrometalurgia da Universidade Federal de Ouro Preto utilizando-se o meacutetodo de
determinaccedilatildeo por gases descrito por Brunauer e colaboradores (1938) (Tabela 5)
Tabela 5 Superfiacutecie especifica e volume total de poros dos corretivos de acidez do solo
Corretivo Superfiacutecie Especiacutefica Volume total de poros
m2 g-1 cm3 g-1
Agrosiliacutecio 1175 00482
Silifeacutertil 066 00023
Holcim 038 00006
Calcaacuterio 091 00039
Fonte Universidade Federal de Ouro Preto (Laboratoacuterio de Hidrometalurgia)
Todos os corretivos foram submetidos agrave uniformizaccedilatildeo de umidade atraveacutes de
secagem em estufa com circulaccedilatildeo forccedilada de ar a 105 ordmC por um periacuteodo de setenta e
duas horas
Apoacutes esta etapa os silicatos foram submetidos agrave separaccedilatildeo nas seguintes
fraccedilotildees granulomeacutetricas atraveacutes de agitador mecacircnico por 5 minutos seguindo a
metodologia oficial (Veras et al 2007) fracionando os corretivos nas seguintes classes
partiacuteculas maiores que 200 mm (fraccedilatildeo do corretivo retido na peneira ABNT 10 ndash 10
mesh) partiacuteculas entre 084 e 200 mm (fraccedilatildeo do corretivo passante na peneira ABNT
10 e retido na peneira ABNT 20 ndash 20 mesh) partiacuteculas entre 030 e 084 (fraccedilatildeo do
corretivo passante na peneira ABNT 20 e retido na peneira ABNT 50 ndash 50 mesh) e
partiacuteculas com dimensatildeo inferior agrave 030 mm (fraccedilatildeo do corretivo passante na peneira
ABNT 50) (Figura 1)
14
(a) (b)
Figura 1 Mesa agitadora (a) e peneiras utilizadas para a separaccedilatildeo dos corretivos nas diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas (b)
A definiccedilatildeo das fraccedilotildees granulomeacutetricas avaliadas acompanhou os criteacuterios
atualmente adotados na legislaccedilatildeo para calcaacuterio aleacutem do fato de natildeo se justificar o uso
de silicatos em fraccedilatildeo granulomeacutetrica mais fina do que as jaacute comumente utilizadas para
calcaacuterio em funccedilatildeo da maior abrasividade das escoacuterias de siderurgia (PRADO et al
2001) o que tecnicamente dificulta a accedilatildeo dos moinhos brasileiros tornando a moagem
para a obtenccedilatildeo de partiacuteculas muito finas economicamente inviaacutevel
Apoacutes a separaccedilatildeo das fraccedilotildees granulomeacutetricas os corretivos foram submetidos
agrave determinaccedilatildeo do poder de neutralizaccedilatildeo (PN) pelo meacutetodo da titulaccedilatildeo que consiste
em colocar em contato uma massa conhecida do corretivo com uma quantidade
conhecida e em excesso de aacutecido padronizado fazendo com que o corretivo neutralize
uma parte do aacutecido O excesso de aacutecido eacute quantificado por alcalimetria obtendo-se
indiretamente a quantidade de aacutecido que foi neutralizado pelo corretivo seguindo o
procedimento descrito a seguir (BRASIL 1983)
Pesou-se 1000 g da amostra secada moiacuteda e passada em peneira de 03 mm
dos corretivos (Figura 2 a) e transferiu-se o material para erlenmeyer de 250 mL no
qual adicionou-se 50 mL da soluccedilatildeo de HCl 05 M padronizada O erlenmeyer foi
coberto com vidro de reloacutegio e a soluccedilatildeo foi fervida suavemente por 5 minutos (Figura
2 b) Apoacutes esta etapa a soluccedilatildeo foi esfriada transferida para balatildeo de 100 mL que teve
seu volume completado com aacutegua destilada e deixou-se decantar (Figura 2 c) Pipetou-
se 50 mL da soluccedilatildeo que foi transferida para erlenmeyer de 125 mL no qual se
acrescentou trecircs gotas de soluccedilatildeo de fenolftaleina (indicador) A soluccedilatildeo aacutecida foi
titulada com soluccedilatildeo padronizada de NaOH 025 M ateacute o aparecimento de uma leve cor
rosada do indicador (Figura 2 d) anotou-se o volume gasto e a partir deste valor
15
calculou-se o poder de neutralizaccedilatildeo do corretivo em de CaCO3 equivalente pela
expressatildeo
PN = 10 (25M1-V2M2) onde G
M1 = concentraccedilatildeo molar da soluccedilatildeo de HCl
V2 = volume em mL da soluccedilatildeo de NaOH gasto na titulaccedilatildeo
M2 = concentraccedilatildeo molar da soluccedilatildeo de NaOH
G = massa inicial da amostra em gramas
(a) (b)
(c) (d)
Figura 2 Ilustraccedilotildees dos processos laboratoriais para determinaccedilatildeo do PN em amostras
dos materiais corretivos desde a pesagem (a) a fervura da soluccedilatildeo contendo a amostra
do corretivo e HCl (b) a soluccedilatildeo transferida para balatildeo volumeacutetrico de 100 mL em
descanso para decantaccedilatildeo (c) e a titulaccedilatildeo ateacute o aparecimento da coloraccedilatildeo rosada (d)
Para os silicatos em funccedilatildeo de sua constituiccedilatildeo quiacutemica a visualizaccedilatildeo da
coloraccedilatildeo rosada foi dificultada pelo escurecimento da soluccedilatildeo (coloraccedilatildeo esverdeada)
sendo necessaacuteria a utilizaccedilatildeo do meacutetodo potenciomeacutetrico em que o excesso de HCl da
soluccedilatildeo eacute neutralizado por NaOH ateacute atingir pH 70
Foram encontrados valores distintos de poder de neutralizaccedilatildeo para cada um dos
corretivos (Tabela 6)
16
Tabela 6 Poder de neutralizaccedilatildeo dos materiais corretivos de acidez do solo utilizados
no experimento
Corretivos Poder de Neutralizaccedilatildeo ()
Agrosiliacutecio 859
Silifeacutertil 778
Holcim 740
Calcaacuterio 1131
CaCO3 1041
Com base nos valores do poder de neutralizaccedilatildeo encontrados para cada um dos
corretivos e de acordo com as necessidades de calagem encontrados para cada solo
foram calculadas as doses de cada corretivo a serem aplicadas nos vasos preenchidos
com 300 g de amostras dos solos (Tabela 7)
Tabela 7 Quantidade de corretivo calculada para atingir 60 de saturaccedilatildeo por bases
para cada um dos solos experimentais
SOLOS
Corretivos
Muito Argiloso
Argiloso Meacutedia Arenoso
---------------------------------- mg por vaso ------------------------------------
Agrosiliacutecio 3189 7775 1232 4509
Silifeacutertil 3487 8589 1361 4981
Holcim 3666 9031 1431 5239
Calcaacuterio 2397 5906 936 3425
CaCO3 2605 6416 1012 3721
Em funccedilatildeo da dose dos corretivos utilizados em cada solo (Tabela 5) e da
concentraccedilatildeo de SiO2 em cada um dos silicatos foram calculadas as doses de Si
fornecidas por cada silicato para o respectivo solo (Tabela 8)
17
Tabela 8 Dose de Si fornecida por cada um dos silicatos em cada solo experimental SOLOS
Corretivos Concentraccedilatildeo
de Si Muito Argiloso
Argiloso Meacutedia Arenoso
--------------------------- mg por vaso -----------------------
Agrosiliacutecio
107 341 832 132 482
Silifeacutertil 103 359 885 140 513 Holcim 203 744 1833 290 1064
34 Tratamentos e delineamento experimental
Foram conduzidos quatro experimentos sendo cada um em uma classe
textural de solo em delineamento inteiramente casualizado A anaacutelise de variacircncia foi
baseada num arranjo fatorial 4x4 com quatro corretivos de acidez (trecircs silicatos de
caacutelcio Agrosiliacutecio Silifeacutertil e Holcim e um calcaacuterio) e quatro fraccedilotildees granulomeacutetricas
(entre 5 e 10 mesh partiacuteculas entre 2 e 4 mm entre 10 e 20 mesh partiacuteculas entre 084
e 2 mm entre 20 e 50 mesh partiacuteculas entre 03 e 084 mm e maior que 50 mesh
partiacuteculas menores que 03 mm) com quatro repeticcedilotildees
Aleacutem dos tratamentos acima foi realizada a incubaccedilatildeo com CaCO3 (reagente
pa) corretivo padratildeo para comparaccedilatildeo da eficiecircncia relativa na correccedilatildeo da acidez do
solo sendo este utilizado em cinco diferentes doses testemunha 50 100 150 e
200 em relaccedilatildeo agrave dose recomendada para a correccedilatildeo da acidez do solo para atingir
60 de saturaccedilatildeo por bases (Tabela 3)
34 Conduccedilatildeo do experimento
As parcelas experimentais constituiacuteram-se de recipientes plaacutesticos de 500 mL
nos quais foram adicionados 300 g de solo e as devidas quantidades dos corretivos que
posteriormente foram incubados em recipientes abertos por trinta e noventa dias em
laboratoacuterio sem exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo solar direta e a intensas variaccedilotildees de temperatura
(Figura 3 a b)
Durante o periacuteodo de incubaccedilatildeo os solos foram irrigados com aacutegua destilada
para a manutenccedilatildeo da umidade a 80 da capacidade de campo (Figura 3 c)
Apoacutes 30 e 90 dias de incubaccedilatildeo fraccedilotildees de 50 g de cada uma das amostras
foram retiradas e colocadas para secar ao ar (Figura 3 d)
18
(a) (b)
(c) (d)
Figura 3 Pesagem dos corretivos (a) adiccedilatildeo dos corretivos nos recipientes plaacutesticos
contendo as amostras dos solos (b) irrigaccedilatildeo das amostras dos solos (c) e incubaccedilatildeo em
laboratoacuterio por 30 e 90 dias (d)
35 Determinaccedilatildeo do pH do solo apoacutes a incubaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo da eficiecircncia relativa
Para a caracterizaccedilatildeo da correccedilatildeo da acidez do solo foi determinado o pH em
CaCl2 em cada unidade experimental Esta variaacutevel de cada fraccedilatildeo granulomeacutetrica dos
silicatos de caacutelcio foi confrontada com os valores obtidos atraveacutes da curva de incubaccedilatildeo
do CaCO3 (reagente pa)
A anaacutelise do pH foi realizada seguindo a metodologia descrita pelo Programa
Interlaboratorial de controle de qualidade de anaacutelise de solo (2005) em que se colocou
10 cm3 de TFSA num frasco de 50 mL e adicionou-se 25 mL de CaCl2 2H2O 001 M
(1469 g L-1) deixando em contato por quinze minutos Posteriormente agitou-se a
amostra em agitador horizontal por dez minutos a 200 rpm Apoacutes esta etapa a soluccedilatildeo
foi mantida em repouso por sessenta minutos Na sequecircncia sem agitar novamente a
amostra foi realizada a leitura em potenciocircmetro devidamente calibrado com soluccedilotildees-
padratildeo de pH 40 e 70
Os valores de pH obtidos por cada fraccedilatildeo granulomeacutetrica de cada um dos
corretivos foram confrontados com os valores de pH obtidos na curva de incubaccedilatildeo de
CaCO3 obtendo-se os valores de equivalente em CaCO3 aos 90 dias
19
Os valores de eficiecircncia relativa foram ajustados em relaccedilatildeo aos resultados
obtidos por cada corretivo na fraccedilatildeo granulomeacutetrica inferior agrave 03 mm (gt 50 mesh)
atribuindo-se a esta fraccedilatildeo mais fina o iacutendice de 100 seguindo a metodologia adotada
por Bellingieri (1983)
36 Avaliaccedilatildeo do teor de Si no solo apoacutes a incubaccedilatildeo
Para a avaliaccedilatildeo do teor de Si no solo disponibilizado por cada uma das fontes
nas fraccedilotildees granulomeacutetricas foram realizadas as anaacutelises no Laboratoacuterio de Anaacutelise de
Fertilizantes da Universidade Federal de Uberlacircndia utilizando o extrator cloreto de
caacutelcio 001 M de acordo com a metodologia descrita por Korndoumlrfer e colaboradores
(2004) em que apoacutes o contato de 10 g da amostra do solo com 100 mL da soluccedilatildeo
extratora os mesmos foram submetidos a um agitador horizontal orbital por 1 hora na
frequumlecircncia de 50 rpm Apoacutes este procedimento as amostras ficaram em repouso por 15
minutos para decantar e a suspensatildeo foi filtrada e ficando sob novo repouso por 12
horas Entatildeo pipetou-se 10 mL do extrato de cada amostra acrescentando-se 1 mL de
soluccedilatildeo sulfo-moliacutebdica Decorridos 10 minutos acrescentou-se 2 mL de soluccedilatildeo de
aacutecido tartaacuterico 200 mg L-1 e apoacutes 5 minutos adicionou-se 10 mL da soluccedilatildeo de aacutecido
ascoacuterbico Apoacutes 1 hora foi realizada a leitura em espectofotocircmetro UV-visiacutevel no
comprimento de onda de 660 nanocircmetros Em funccedilatildeo do fator de diluiccedilatildeo o valor de
leitura foi multiplicado por 10 para se chegar no teor de Si do solo em mg dm-3
37 Anaacutelise estatiacutestica
Os resultados referentes ao pH em CaCl2 encontrados em funccedilatildeo das doses de
CaCO3 foram submetidos agrave anaacutelise de variacircncia e posterior ajuste ao modelo de
regressatildeo mais adequado para cada solo dentro dos dois periacuteodos de incubaccedilatildeo
utilizando o software estatiacutestico Sisvar desenvolvido por Ferreira (1999)
Os dados referentes ao pH em CaCl2 e ao teor de Si no solo encontrados em
funccedilatildeo dos corretivos (silicatos e calcaacuterio) em cada fraccedilatildeo granulomeacutetrica foram
submetidos agrave anaacutelise de variacircncia e suas meacutedias foram comparadas pelo teste de Scott-
Knott (1974) a 5 de probabilidade quanto agrave variaccedilatildeo dos corretivos dentro de cada
fraccedilatildeo granulomeacutetrica e quanto agrave variaccedilatildeo das fraccedilotildees granulomeacutetricas dentro dos
corretivos
20
4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
41 Variaccedilotildees no pH aos 30 dias de incubaccedilatildeo
Em relaccedilatildeo agrave variaacutevel pH em CaCl2 houve efeito significativo das doses de
CaCO3 para os quatro solos analisados o que possibilitou o ajuste de modelos de
regressatildeo (Figura 4)
Para os valores de pH em CaCl2 em funccedilatildeo do corretivo e fraccedilatildeo granulomeacutetrica
utilizados a anaacutelise de variacircncia tambeacutem permitiu constatar efeito significativo
inclusive para a interaccedilatildeo entre estes fatores (Tabela 9) Em geral quanto menor a
fraccedilatildeo granulomeacutetrica maior o pH do solo resultado este que concorda com o trabalho
realizado anteriormente por Alcarde e colaboradores (1989)
Novais e colaboradores (1993) tambeacutem descreveram que a granulometria mais
fina das escoacuterias de siderurgia permitiu maior reatividade tanto em solos arenosos
quanto em solos argilosos
(a)
y = -03764x2 + 13644x + 49458
R2 = 099
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(b)
y = -07093x2 + 24251x + 50564
R2 = 097
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(c)
y = 0492x + 3941
R2 = 094
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(d)
y = -1075x2 + 37825x + 39585
R2 = 099
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalnete CaCO3
pH e
m C
aCl 2
Significativo a 5 de probabilidade pelo teste f Figura 4 Valores do pH em CaCl2 em funccedilatildeo da dose equivalente de CaCO3 aplicada ao solo apoacutes 30 dias de incubaccedilatildeo nos solos muito argiloso (a) argiloso (b) meacutedio (c) arenoso (d)
21
Para os solos muito argiloso argiloso e arenoso pode-se observar que com as
doses de CaCO3 dentro do limite de 0 a 200 em relaccedilatildeo agrave recomendaccedilatildeo para atingir
60 de saturaccedilatildeo por bases o pH em CaCl2 aumentou significativamente de maneira
quadraacutetica Entretanto observou-se para o solo de textura meacutedia um ajuste linear Este
efeito pode ser atribuiacutedo ao fato das doses do corretivo utilizado natildeo terem sido
suficientes para atingir a faixa de estabilidade
Atraveacutes da amplitude de variaccedilatildeo nos valores de pH em funccedilatildeo do acreacutescimo
nas doses de CaCO3 pode-se observar o maior efeito tampatildeo dos solos muito argiloso e
argiloso em relaccedilatildeo ao solo arenoso e de textura meacutedia informaccedilatildeo esta que corrobora
aos relatos de Furtini e colaboradores (2001) O poder tampatildeo do solo eacute a resistecircncia
que o solo oferece a mudanccedila de pH Sousa e colaboradores (2007) exemplificando a
proporcionalidade dos diferentes tipos de acidez do solo relatam que a quantidade de
calcaacuterio necessaacuteria para neutralizar a acidez ativa pode chegar a quatorze mil setecentos
e vinte e trecircs vezes menor do que o necessaacuterio para a correccedilatildeo da acidez potencial do
solo o que evidencia a importacircncia do conhecimento do poder tampatildeo do solo para se
determinar a dose do corretivo
Pode-se observar que os resultados de pH em CaCl2 em funccedilatildeo dos corretivos e
das fraccedilotildees granulomeacutetricas para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso
submetidos a 30 dias de incubaccedilatildeo ocorreram de forma que quanto menor a
granulometria do corretivo maior foi o aumento no valor de pH encontrado nos solos
(Tabela 9)
22
Tabela 9 Valores de pH em CaCl2 em funccedilatildeo do corretivo de solo utilizado na dose
referente agrave elevaccedilatildeo da saturaccedilatildeo por bases para 60 e da fraccedilatildeo granulomeacutetrica apoacutes
30 dias de incubaccedilatildeo para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso
Peneira ABNT (mesh) Corretivo
5 - 10 10 - 20 20 ndash 50 gt 50 Meacutedia Solo muito argiloso
Agrosiliacutecio 51
Ac
51
Ac
57
Ab
59
Aa
55 Silifeacutertil 49
Ad
53
Ac
56
Ab
60
Aa
54 Holcim 50
Ab
49
Bb
49
Cb
53
Ca
50 Calcaacuterio 49
Ac
50
Bc
54
Bb
57
Ba
53 Meacutedia 50
51
54
57
53 Solo argiloso
Agrosiliacutecio
51
Ac
53
Ac
61
Ab
65
Aa
57 Silifeacutertil 53
Ac
52
Ac
59
Ab
66
Aa
57 Holcim 51
Ab
51
Ab
51
Cb
55
Ba
52 Calcaacuterio 51
Ac
52
Ac
56
Bb
65
Aa
56
51
52
56
63
56 Solo meacutedio
Agrosiliacutecio
40
Ac
41
Ac
41
Ab
43
Aa
41 Silifeacutertil 40
Ab
40
Ab
41
Aa
42
Ca
41 Holcim 40
Ab
40
Ab
40
Bb
41
Ca
40 Calcaacuterio 40
Ab
41
Ab
41
Bb
42
Ba
41 Meacutedia 40
40
41
42
41 Solo arenoso
Agrosiliacutecio
40
Ac
43
Ac
55
Ab
63
Aa
50 Silifeacutertil 40
Ac
42
Ac
52
Bb
65
Aa
50 Holcim 40
Ab
41
Ab
42
Cb
50
Ba
43 Calcaacuterio 40
Ac
40
Ac
50
Bb
63
Aa
48 Meacutedia 40
42
49
60
48 Letras maiuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na coluna e letras minuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na linha (Scott-Knott a 5)
No solo muito argiloso o Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil proporcionaram a maior
elevaccedilatildeo do pH do solo em relaccedilatildeo aos demais corretivos em todas as faixas
granulomeacutetricas passantes na peneira de 10 mesh ou seja quando a granulometria foi
inferior a 2 mm em fraccedilotildees maiores que esta o efeito do corretivo foi muito pequeno
natildeo havendo diferenccedila entre os corretivos (Tabela 9)
Para os demais solos os corretivos natildeo apresentaram diferenccedilas quanto ao
aumento provocado no pH do solo quando aplicados em granulometria acima de 084
mm ou seja produtos retidos na peneira de 10 mesh Para as granulometrias mais finas
23
os corretivos apresentaram diferenccedilas no aumento do pH ficando os solos que
receberam o silicato Holcim com os menores valores
De maneira geral para as granulometrias mais finas inferior a 084 mm
(passantes na peneira de 20 mesh) o Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil proporcionaram os
maiores incrementos em pH exceto para o produto mais fino gt 50 mesh no solo de
textura meacutedia e para o produto de granulometria entre 03 e 084 mm (ABNT 20 ndash 50)
no solo arenoso em que o Agrosiliacutecio obteve os melhores resultados (Tabela 9)
42 Variaccedilotildees no pH equivalente em CaCO3 e eficiecircncia relativa dos corretivos aos
90 dias de incubaccedilatildeo
Houve efeito significativo das doses de CaCO3 nos valores de pH em CaCl2 para
os quatro solos analisados o que possibilitou o ajuste de modelos polinomiais (Figura
5)
(a)
y = -01466x2 + 09457x + 49792
R2 = 085
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(b)
y = -05821x2 + 21998x + 49789
R2 = 098
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(c)
y = 04565x + 39275
R2 = 091
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(d)
y = -0865x2 + 34185x + 39925
R2 = 098
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
Significativo a 5 de probabilidade pelo teste f
Figura 5 Valores do pH em CaCl2 em funccedilatildeo da dose equivalente de CaCO3 aplicada ao solo apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo nos solos muito argiloso (a) argiloso (b) meacutedio (c) arenoso (d)
24
Para os solos muito argiloso argiloso e arenoso (Figura 5 a b d) como era de
se esperar as doses de CaCO3 dentro do limite de 0 a 200 em relaccedilatildeo agrave
recomendaccedilatildeo aumentaram significativamente e de forma quadraacutetica o pH em CaCl2
Acompanhando a tendecircncia observada apoacutes 30 dias de incubaccedilatildeo para o solo de
textura meacutedia verificou-se um ajuste linear para o aumento do valor de pH em CaCl2
em funccedilatildeo de doses de CaCO3 Este efeito pode ser atribuiacutedo ao fato das doses do
corretivo utilizado natildeo terem sido suficientes para atingir a faixa de estabilidade
Para as variaccedilotildees de pH em CaCl2 em funccedilatildeo do corretivo e fraccedilatildeo
granulomeacutetrica utilizados tambeacutem houve efeito significativo inclusive para a interaccedilatildeo
entre estes fatores (Tabela 10)
25
Tabela 10 Valores de pH em CaCl2 em funccedilatildeo do corretivo de solo utilizado na dose
referente agrave elevaccedilatildeo da saturaccedilatildeo por bases para 60 e da fraccedilatildeo granulomeacutetrica apoacutes
90 dias de incubaccedilatildeo para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso
Peneira ABNT (mesh) Corretivo
5 - 10 10 - 20 20 ndash 50 gt 50 Meacutedia Solo muito argiloso
Agrosiliacutecio 50
Ad
52
Ac
56
Ab
57
Aa
54 Silifeacutertil 50
Ac
51
Ac
55
Ab
58
Aa
53 Holcim 49
Ab
48
Cb
48
Bb
53
Ba
50 Calcaacuterio 49
Ac
50
Bc
55
Ab
57
Aa
53 Meacutedia 50
50
53
56
52 Solo argiloso
Agrosiliacutecio 52
Ab
53
Ab
61
Aa
62
Aa
57 Silifeacutertil 49
Cd
53
Ac
58
Bb
63
Aa
56 Holcim 50
Bb
50
Bb
51
Db
55
Ca
51 Calcaacuterio 51
Bd
52
Ac
56
Cb
62
Ba
55 Meacutedia 50
52
56
60
55 Solo meacutedio
Agrosiliacutecio 40
Ad
41
Ac
42
Ab
43
Aa
42 Silifeacutertil 41
Ac
41
Ac
42
Ab
43
Aa
42 Holcim 41
Ab
41
Ab
41
Cb
41
Ba
41 Calcaacuterio 40
Ab
41
Ab
41
Bb
43
Aa
41 Meacutedia 40
41
41
42
41 Solo arenoso
Agrosiliacutecio
40
Ac
44
Ab
59
Aa
61
Aa
51 Silifeacutertil 40
Ac
43
Ac
55
Ab
64
Aa
51 Holcim 39
Ab
40
Ab
42
Bb
48
Ba
43 Calcaacuterio 40
Ac
42
Ac
55
Ab
63
Aa
50 Meacutedia 40
42
53
59
49 Letras maiuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na coluna e letras minuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na linha (Scott-Knott a 5)
No solo muito argiloso e no solo arenoso o Agrosiliacutecio o Silifeacutertil e o calcaacuterio
proporcionaram maior elevaccedilatildeo no pH do solo em relaccedilatildeo ao Holcim nos corretivos
com granulometria inferior a 084 mm passantes na peneira de 20 mesh Quando se
comparam estes resultados com os obtidos aos 30 dias de incubaccedilatildeo observa-se a
inclusatildeo do calcaacuterio entre os corretivos com melhores resultados de aumento de pH no
solo muito argiloso Este fato demonstrou que para este solo os silicatos Agrosiliacutecio e
Silifeacutertil tiveram uma maior dissociaccedilatildeo aos 30 dias fato este que foi compensado pelo
calcaacuterio entre 30 e 90 dias de incubaccedilatildeo (Tabela 10)
26
Os valores de pH do solo argiloso apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo demonstraram que
o Agrosiliacutecio proporcionou os maiores valores de pH em todas as fraccedilotildees
granulomeacutetricas ficando este em igualdade com o Silifeacutertil na granulometria inferior a
03 mm (gt 50 mesh) e entre 08 mm e 20 mm (10 a 20 mesh) sendo que nesta uacuteltima
fraccedilatildeo granulomeacutetrica o calcaacuterio tambeacutem se igualou aos dois corretivos acima
mencionados (Tabela 10)
No solo de textura meacutedia as diferenccedilas ocorreram apenas nas fraccedilotildees
granulomeacutetricas inferiores a 08 mm (peneira de 20 mesh) com melhores resultados
atribuiacutedos ao Agrosiliacutecio Silifeacutertil e ao calcaacuterio na fraccedilatildeo mais fina (gt 50 mesh) e ao
Agrosiliacutecio e ao Silifeacutertil na fraccedilatildeo compreendida entre 03 e 084 mm (20 a 50 mesh)
Para o solo arenoso o Agrosiliacutecio o Silifeacutertil e o calcaacuterio proporcionaram
maiores valores de pH nas fraccedilotildees granulomeacutetricas inferiores a 084 mm enquanto que
nas fraccedilotildees mais grossas todos os corretivos tiveram o mesmo comportamento
Para todos os solos utilizados no experimento verificou-se que quanto menor a
dimensatildeo das partiacuteculas maiores satildeo os incrementos gerados nos valores de pH em
CaCl2 (Tabela 10) resultado este que concorda com trabalhos realizados anteriormente
por Bellingieri e colaboradores (1989)
Nas comparaccedilotildees entre os resultados dos valores de pH das amostras de solo
apoacutes 30 e 90 dias de incubaccedilatildeo os resultados praticamente se equivalem demonstrando
que 30 dias de incubaccedilatildeo foi um periacuteodo suficiente para a accedilatildeo dos corretivos
Com base nos incrementos verificados no pH das amostras dos solos pelos
corretivos de acidez em cada fraccedilatildeo granulomeacutetrica em relaccedilatildeo agraves curvas de incubaccedilatildeo
com CaCO3 calculou-se os valores de equivalente em CaCO3 para cada corretivo
dentro de cada fraccedilatildeo granulomeacutetrica com 90 dias de incubaccedilatildeo (Tabela 11)
27
Tabela 11 Equivalente em CaCO3 dos corretivos de acidez de diferentes fraccedilotildees
granulomeacutetricas aos 90 dias de incubaccedilatildeo
Peneiras ABNT (mesh)
Corretivos
5 ndash 10 10 - 20 20 - 50 gt 50 Meacutedia
--------------------------------------- -----------------------------------------
Agrosiliacutecio 9
Ac
24
Ab
64
Aa
77
Aa
43
Silifeacutertil 9
Ac
19
Ac
52
Ab
87
Aa
42 Calcaacuterio 8
Ac
13
Ac
33
Bb
79
Aa
33 Holcim 7
Ab
7
Ab
10
Cb
33
Ba
14 Meacutedia 8
16
39
69
33 Letras maiuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na coluna e letras minuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na linha (Scott-Knott a 5)
Os resultados de equivalente em CaCO3 apresentados para 90 dias de incubaccedilatildeo
(Tabela 11) demonstraram grande variaccedilatildeo para este atributo entre os corretivos de
acidez o que evidencia que natildeo apenas a granulometria mas tambeacutem a origem dos
corretivos exerce grande influecircncia na velocidade de correccedilatildeo da acidez do solo
Para as fraccedilotildees granulomeacutetrica mais grossas (lt 10 e 10 a 20 mesh) pode-se
observar que natildeo houve diferenccedila entre os corretivos jaacute na fraccedilatildeo mais fina (gt 50) o
silicato Holcim proporcionou menores valores de equivalente em CaCO3 em relaccedilatildeo as
demais fontes Na fraccedilatildeo granulomeacutetrica entre 20 e 50 (Tabela 11) verificou-se
diferenccedilas entre o equivalente em CaCO3 de silicatos e do calcaacuterio o que demonstrou o
fato de estarmos neste caso subestimando a reatividade dos silicatos Pode-se observar
que natildeo houve diferenccedilas entre os resultados obtidos com a aplicaccedilatildeo dos silicatos
Agrosiliacutecio e Silifeacutertil portanto sugere-se a elaboraccedilatildeo de novos paracircmetros para a
avaliaccedilatildeo de silicatos com origem de aciaria
Seguindo os criteacuterios adotados por Bellingieri (1983) de ajustar a eficiecircncia dos
corretivos atribuindo valores de 100 para as partiacuteculas passantes na peneira 50 ABNT
(partiacuteculas inferiores a 03 mm) determinou-se a eficiecircncia relativa de cada uma das
fraccedilotildees granulomeacutetricas dos corretivos permitindo a adoccedilatildeo de novos criteacuterios de
reatividade para os silicatos (Tabela 12)
28
Tabela 12 Eficiecircncias relativas em relaccedilatildeo agrave fraccedilatildeo granulomeacutetrica inferior a 03 mm
(peneira 50 mesh) dos corretivos de acidez em diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas aos
90 dias de incubaccedilatildeo
Peneiras ABNT (mesh)
Corretivos 5 - 10 10 - 20 20 - 50 gt 50 Meacutedia
------------------------------ -------------------------------
Agrosiliacutecio 12 33 85 100 58
Silifeacutertil 9 25 65 100 50
Holcim 16 17 27 100 40
Calcaacuterio 9 18 63 100 48
Meacutedia 12 23 60 100
Propotildee-se a adequaccedilatildeo da equaccedilatildeo atualmente adotada para a determinaccedilatildeo da
eficiecircncia relativa (reatividade) de silicatos de origem de aciaria para uso como
corretivo de acidez em funccedilatildeo das diferenccedilas encontradas em eficiecircncia relativa
apresentadas na Tabela 12 entre os silicatos de origem de escoacuteria de aciaria
(Agrosiliacutecio e Silifeacutertil) em relaccedilatildeo ao calcaacuterio ficando a mesma da seguinte forma
RE = F10-20 x 03 + F20-50 x 075 + Fgt50 x 1
Onde
F10-20= percentual de produto que passa pela peneira nordm10 e fica retido na
peneira nordm20 F20-50 = percentual de produto que passa pela peneira nordm20 e fica retido
na peneira nordm50 e F-50 = percentual de produto que passa pela peneira nordm50
Os valores de eficiecircncia relativa 12 em meacutedia para a fraccedilatildeo granulomeacutetrica
mais grosseira pode estar associado agrave presenccedila de micropartiacuteculas (poacute) aderidas ao
redor das partiacuteculas mais grossas (Tabela 12) jaacute que a separaccedilatildeo granulomeacutetrica seguiu
o meacutetodo oficial de separaccedilatildeo em peneiras a seco
29
43 Teor de siliacutecio no solo apoacutes 30 dias de incubaccedilatildeo
De maneira geral pode-se observar que o Agrosiliacutecio proporcionou maiores
incrementos de Si no solo obtendo no solo argiloso quando aplicado na fraccedilatildeo
granulomeacutetrica mais fina incremento de 10 mg dm-3 (Tabela 13)
Tabela 13 Teor de Si no solo em funccedilatildeo da fraccedilatildeo granulomeacutetrica e do corretivo utilizado para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso apoacutes 30 dias de incubaccedilatildeo
Peneiras ABNT (mesh) Corretivos 5 - 10 10 - 20 20 ndash 50 gt 50 Meacutedia
-------------------------------- Si (mg kg-1) -------------------------------------
Solo muito argiloso
Agrosiliacutecio 7
Aa
8
Aa
9
Aa
8
Aa
8 Silifeacutertil 7
Aa
7
Aa
7
Ba
7
Aa
7 Holcim 6
Aa
6
Aa
6
Ba
6
Ba
6 Calcaacuterio 7
Aa
6
Aa
5
Ba
5
Ba
6 Meacutedia 6
7
7
6
6
Solo argiloso
Agrosiliacutecio 6
Ad
10
Ac
14
Ab
15
Aa
11 Silifeacutertil 7
Ac
6
Bc
10
Bb
12
Ba
9 Holcim 6
Ab
5
Bb
6
Cb
9
Ca
7 Calcaacuterio 5
Ba
5
Ba
4
Da
2
Db
4 Meacutedia 6
6
8
10
8
Solo meacutedio
Agrosiliacutecio 10
Aa
10
Aa
10
Aa
10
Aa
10 Silifeacutertil 9
Aa
9
Aa
10
Aa
10
Aa
9 Holcim 8
Ba
9
Aa
9
Ba
10
Aa
9 Calcaacuterio 9
Ba
9
Aa
9
Ba
8
Bb
9 Meacutedia 9
9
9
9
9
Solo arenoso
Agrosiliacutecio 4
Ab
5
Ab
8
Aa
9
Aa
6 Silifeacutertil 3
Ac
5
Ab
7
Aa
7
Ba
6 Holcim 3
Ab
4
Aa
4
Ba
6
Ca
4 Calcaacuterio 3
Aa
3
Ba
3
Ca
2
Da
3 Meacutedia 3
4
6
6
5 Letras maiuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na coluna e letras minuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na linha (Scott-Knott a 5)
No solo muito argiloso as fraccedilotildees mais grossas dos corretivos com partiacuteculas
superiores a 084 mm (lt 20 mesh) natildeo apresentaram diferenccedilas quanto ao fornecimento
30
de Si ao solo poreacutem quando se avaliaram as fraccedilotildees mais finas observou-se maiores
valores de Si para o Agrosiliacutecio na fraccedilatildeo de 03 a 084 mm (20 a 50 mesh) e para o
Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil quando o corretivo foi aplicado na granulometria inferior a 03
mm (gt 50 mesh) estes resultados tambeacutem se repetiram no solo arenoso (Tabela 13)
Para o solo argiloso o Agrosiliacutecio foi o silicato que promoveu maiores valores
de Si no solo quando tambeacutem se avaliaram as fraccedilotildees granulomeacutetricas inferiores a 20
mm (gt 10 mesh) apenas para a fraccedilatildeo mais grossa maior que 20 mm o Agrosiliacutecio o
Silifeacutertil e o Holcim natildeo diferiram estatisticamente variando apenas em relaccedilatildeo ao
calcaacuterio que eacute o uacutenico corretivo avaliado que natildeo apresenta Si em sua constituiccedilatildeo
No solo de textura meacutedia o Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil proporcionaram a mesma
eficiecircncia no fornecimento de Si para o solo (fraccedilotildees 20 a 50 mesh e lt 10 mesh) na
fraccedilatildeo mais fina (gt 50 mesh) os trecircs silicatos avaliados resultaram nos mesmos valores
de Si no solo deferindo apenas do calcaacuterio jaacute na fraccedilatildeo entre 10 a 20 mesh todos os
corretivos proporcionaram o mesmo resultado
De maneira geral a granulometria natildeo resultou em diferenccedilas no fornecimento
de Si pelos silicatos exceto no solo argiloso em que se observa que quanto menor a
granulometria maior foi o teor de Si no solo (Tabela 13)
Ao se avaliar os efeitos do calcaacuterio em relaccedilatildeo ao teor de Si no solo pode-se
observar que quanto menor a fraccedilatildeo granulomeacutetrica do calcaacuterio menores os teores de Si
no solo Este fato pode estar associado a maior alteraccedilatildeo causada no pH do solo pelas
fraccedilotildees mais finas do calcaacuterio reduzindo assim sua disponibilidade de Si corroborando
aos dados de McKeague e Cline (1963) em que o aumento de pH de 6 para 9 reduziu
de 36 para 6 mg dm-3 a concentraccedilatildeo de Si soluacutevel
44 Teor de siliacutecio no solo apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo
De maneira geral pode-se observar que o Agrosiliacutecio promoveu maior
incremento de Si no solo apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo exceto para a fraccedilatildeo
granulomeacutetrica entre 20 a 50 mesh e no solo de textura meacutedia em que o Silifeacutertil e o
Holcim obtiveram resultados semelhantes ao Agrosiliacutecio (Tabela 14)
Quanto agraves fraccedilotildees granulomeacutetricas observou-se que quanto menor a fraccedilatildeo
granulomeacutetrica independente do silicato maior foi o fornecimento de Si ao solo
seguindo a tendecircncia encontrada por Oliveira e colaboradores (1994) em que escoacuterias
31
de alto forno com partiacuteculas menores que 03 mm foram mais eficientes no
fornecimento de Ca e Mg para o solo quando comparadas as fraccedilotildees mais grosseiras
Tabela 14 Teor de Si no solo em funccedilatildeo da fraccedilatildeo granulomeacutetrica e do corretivo
utilizado para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso apoacutes 90 dias de
incubaccedilatildeo
Peneiras ABNT (mesh) Corretivos 5 - 10 10 - 20 20 - 50 gt 50 Meacutedia
-------------------------------- Si (mg kg-1) --------------------------------------
Solo muito argiloso Agrosiliacutecio 8
Ab
9
Aa
9
Aa
9
Aa
9 Silifeacutertil 6
Bb
7
Bb
7
Ba
8
Ba
7 Holcim 7
Bb
7
Bb
6
Cb
8
Ba
7 Calcaacuterio 6
Ba
6
Ba
5
Db
5
Cb
6 Meacutedia 7
7
7
7
7 Solo argiloso
Agrosiliacutecio 7
Ac
11
Ab
13
Aa
13
Aa
11 Silifeacutertil 5
Bc
7
Bb
9
Ba
9
Ba
8 Holcim 6
Bb
5
Cb
6
Cb
9
Ba
7 Calcaacuterio 4
Ca
4
Da
4
Da
3
Cb
4 Meacutedia 5
7
8
9
7 Solo meacutedio
Agrosiliacutecio 10
Aa
11
Aa
10
Aa
11
Aa
11 Silifeacutertil 10
Ba
10
Ba
10
Aa
10
Ba
10 Holcim 10
Bb
10
Bb
10
Ab
11
Aa
10 Calcaacuterio 9
Ba
10
Ba
9
Bb
8
Cc
9 Meacutedia 10
10
10
10
10 Solo arenoso
Agrosiliacutecio 4
Ac
6
Ab
7
Aa
7
Aa
6 Silifeacutertil 3
Bc
4
Bb
6
Ba
6
Ba
5 Holcim 3
Bc
3
Cb
4
Cb
5
Ca
4 Calcaacuterio 2
Ca
2
Da
2
Da
2
Da
2 Meacutedia 3
4
5
5
4 Letras maiuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na coluna e letras minuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na linha (Scott-Knott a 5)
Para todos os solos analisados observou-se a seguinte sequecircncia para o teor de
Si Agrosiliacutecio gt Silifeacutertil gt Holcim gt Calcaacuterio Fato este que acompanha a tendecircncia
observada na avaliaccedilatildeo da reatividade na correccedilatildeo da acidez do solo exceto para o
calcaacuterio por natildeo apresentar Si em sua constituiccedilatildeo
32
Korndoumlrfer e colaboradores (2004) apresentaram a solubilidade de diferentes
silicatos evidenciando que o Agrosiliacutecio (escoacuteria de aciaria) apresentou maiores valores
de solubilidade em relaccedilatildeo aos valores obtidos pela escoacuteria de alto forno como o
Holcim com valores de 43 e 7 respectivamente Estas diferenccedilas em solubilidade
explicam os valores encontrados tanto na avaliaccedilatildeo aos 30 como aos 90 dias de
incubaccedilatildeo
Pereira e colaboradores (2004) em trabalho para a avaliaccedilatildeo da eficiecircncia de
fontes de Si para a cultura do arroz encontraram que a fonte que proporcionou mais
extraccedilatildeo de Si para os gratildeos foi a escoacuteria oriunda da produccedilatildeo de accedilo inox dado que
corrobora os resultados encontrados neste trabalho em que o Agrosiliacutecio (escoacuteria de
aciaria) apresentou maior disponibilizaccedilatildeo de Si para o solo
Nas comparaccedilotildees entre os resultados do teor de Si no solo apoacutes 30 e 90 dias de
incubaccedilatildeo os resultados praticamente se equivalem demonstrando que 30 dias foi um
periacuteodo suficiente para que os silicatos fornecessem Si
Comparando o teor de Si antes da aplicaccedilatildeo dos corretivos com o teor de Si no
solo apoacutes a aplicaccedilatildeo dos corretivos e apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo verificou-se
expressivo acreacutescimo no teor Si no solo ocasionado pelos silicatos principalmente para
o Agrosiliacutecio que incrementou na meacutedia entre as fraccedilotildees granulomeacutetricas 2 6 1 e 3 mg
dm-3 de Si nos solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso respectivamente O
Silifeacutertil tambeacutem forneceu Si ao solo elevando em 1 4 0 e 3 mg dm-3 o teor de Si nos
solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso respectivamente Jaacute o Holcim
apresentou incrementos de 0 2 0 e 1 mg dm-3 respectivamente para os solos muito
argiloso argiloso meacutedio e arenoso
33
5 CONCLUSOtildeES
Os silicatos Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil proporcionam maiores valores de eficiecircncia
relativa na correccedilatildeo da acidez do solo em comparaccedilatildeo ao calcaacuterio e ao silicato Holcim
na fraccedilatildeo granulomeacutetrica entre 030 e 084 mm
Quanto menor a fraccedilatildeo granulomeacutetrica do silicato maior eacute a eficiecircncia relativa
na correccedilatildeo da acidez do solo e maior eacute o fornecimento de Si para o solo
O Agrosiliacutecio apresenta melhores resultados no fornecimento de Si ao solo
seguido do Silifeacutertil e do Holcim
O periacuteodo de 30 dias em condiccedilotildees de umidade mantida agrave 80 da capacidade
de campo eacute um periacuteodo suficiente para a correccedilatildeo da acidez do solo e fornecimento de
Si pelos silicatos ao solo
34
6 REFEREcircNCIAS
ALCARDE JC PAULINO VT DERNARDIN J S Avaliaccedilatildeo da reatividade de corretivos da acidez do solo Revista Brasileira de Ciecircncia do Solo Campinas v 13 p 387-392 1989
ALCARDE JC Corretivos de acidez dos solos caracteriacutesticas e interpretaccedilotildees teacutecnicas Satildeo Paulo ANDA 1992 24p (Boletim Teacutecnico 6)
ALCARDE JC RODELLA AA Avaliaccedilatildeo quiacutemica de corretivos de acidez para fins agriacutecolas uma nova proposiccedilatildeo Scientia Agriacutecola Piracicaba v 53 n 2 ndash 3 1996
ALVAREZ V VH RIBEIRO AC Calagem In RIBEIRO AC GUIMARAtildeES PTG GUIMARAtildeES PTG ALVAREZ V VH (Ed) Recomendaccedilotildees para o uso de corretivos e fertilizantes em Minas Gerais ndash 5ordf Aproximaccedilatildeo Viccedilosa CFSEMG 1999 p 43-60
ALVAREZ V VH Correlaccedilatildeo e calibraccedilatildeo de meacutetodos de anaacutelise de solos In ALVAREZ V VH FONTES LEF FONTES MPF (Ed) O solo nos grandes domiacutenios morfoclimaacuteticos do Brasil e o desenvolvimento sustentado Viccedilosa Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo 1996 p 615-646
ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DOS PRODUTORES DE CALCAacuteRIO Calcaacuterio agriacutecola ndash Brasil consumo aparente por estado (1992 ndash 2006) Disponiacutevel em lthttpwwwcalcario-rscombrgt Acesso em 25 de novembro de 2008
BALASTRA MLFC PEREZ CM JULIANO BO VILLAREAL P Effects of siacutelica level on some properties of Oriza sativa straw and hull Canadian Journal of Botany Ottawa v 67 p 2356-2363 1989
BARBOSA FILHO MP SNYDER G H PRABHU A S DATNOFF L E KORNDOumlRFER G H Importacircncia do siliacutecio para a cultura do arroz Informaccedilotildees agronocircmicas v 89 p 1-8 2000
BELLINGIERI PA Avaliaccedilatildeo em laboratoacuterio da eficiecircncia de diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas de calcaacuterios agriacutecolas 1983 99f Tese (Doutorado) ndash Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Universidade de Satildeo Paulo Piracicaba 1983
BELLINGIERI PA ALCARDE JC amp SOUZA ECA Avaliaccedilatildeo da qualidade de calcaacuterios agriacutecolas atraveacutes do PRNT Anais da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Piracicaba v 45 n 2 p 579-588 1988
BELLINGIERI PA ALCARDE JC SOUZA ECA de Eficiecircncia relativa de diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas de calcaacuterios na neutralizaccedilatildeo da acidez dos solos avaliada em laboratoacuterio Anais da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Piracicaba v46 n2 1989 p 303-317
35
BELLINGIERI PA SOUZA ECA ALCARDE JC SHIKASHO HW Importacircncia da reatividade do calcaacuterio sobre a produccedilatildeo e algumas caracteriacutesticas da soja Scientia Agricola Piracicaba v 49 p 61-71 1992
BRASIL MAPA Laboratoacuterio Nacional de Referecircncia Vegetal Anaacutelise de corretivos fertilizantes e inoculantes Brasiacutelia 1983 104p
BRUNAUER S EMMETT P H TELLER E Adsorption of gases in multimolecular layers In Journal of the American Chemical Society New York v 60 p 309-19 1938
CATANI RA ALONSO O Avaliaccedilatildeo e exigecircncia de calcaacuterio do solo Anais da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Piracicaba v 26 p 141-156 1969
CATE R Sugestotildees para adubaccedilatildeo com base na anaacutelise de solos Raleigh North Caroline State University 1965 16p
DAYANADAM P KAUFMAN PB FRANKLIN CL Detection of siacutelica in plants American Journal of Botany Columbus v 70 p 1079-1084 1983
DEFELIPO BV BRAGA JM SPIES C Comparaccedilatildeo entre meacutetodos de determinaccedilatildeo da necessidade de calcaacuterio de solos de Minas Gerais Experientiae v 13 p 111-136 1982
EMBRAPA C N P S Manual de meacutetodos de anaacutelise de solo Rio de Janeiro 1997 212p
EPSTEIN E Silicon Annu Rev Plant Physiol Plant Molec Biol Palo Alto v 50 1999 p 641 - 664
FERREIRA DF SISVAR versatildeo 43 (Build 41) Lavras UFLADEX 1999 4 disquetes
FURTINI NETO A VALE FR RESENDE A V GUILHERME L R G GUEDES G A A Fertilidade do solo Lavras UFLAFAEPE 2001 252p
GASCHO G J Silicon sources for agriculture In DATNOFF L E SNYDER G H KORNDOumlRFER G H (Ed) Silicon in agriculture Amsterdan Elsevier 2001 cap 12 p 197-207
KAMINSKI J RHEINHEIMER DS A acidez do solo e a nutriccedilatildeo mineral de plantas In KAMINSKI J (Ed) Uso de corretivos da acidez do solo no plantio direto Pelotas SBCSNRS 2000 cap2 p 21 - 39
KORNDOumlRFER G H Elementos beneacuteficos In FERNANDES M S Nutriccedilatildeo mineral de plantas Viccedilosa Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo 2006 432p
36
KORNDOumlRFER G H DATNOFF L E Adubaccedilatildeo com siliacutecio uma alternativa no controle de doenccedilas da cana-de-accediluacutecar e do arroz Informaccedilotildees Agronocircmicas Piracicaba v 70 p 1-5 1995
KORNDOumlRFER G H PEREIRA H S CAMARGO M S Silicatos de caacutelcio e magneacutesio na agricultura 3 ed Uberlacircndia 2004 28 p (Boletim Teacutecnico n1)
KORNDOumlRFER G H PEREIRA H S NOLLA A Anaacutelise de siliacutecio solo planta e fertilizante 1 ed Uberlacircndia 2004 50 p (Boletim Teacutecnico n2)
KORNDOumlRFER G H PEREIRA H S CAMARGO M S Silicatos de caacutelcio e magneacutesio na agricultura 2 ed Uberlacircndia 2003 15 p (Boletim Teacutecnico n1)
KORNDOumlRFER G H PEREIRA H S CAMARGO M S Papel do siliacutecio na produccedilatildeo de cana-de-accediluacutecar STAB v 21 n 2 2002 4 p
KORNDOumlRFER G H LEPSCH I Effect of silicon on plant growth and crop yeld In DATNOFF L E SNYDER G H KORNDOumlRFER G H (Ed) Silicon in agriculture Amsterdan Elsevier 2001 p 133 ndash 147
KURIHARA CH MAEDA S HERNANI LC SILVA WM Eficiecircncia relativa de fraccedilotildees granulomeacutetricas de calcaacuterios sul-mato-grossenses Pesquisa Agropecuaacuteria Brasileira Brasiacutelia v34 n 8 p 1443 - 1449 1999
LOPES A S SILVA MC GUILHERME L R G Acidez do solo e calagem 3 ed Satildeo Paulo ANDA 1990 22 p (Boletim Teacutecnico 1)
LOPES A S Manual de fertilidade do solo Satildeo Paulo ANDAPOTAFOacuteS 1989 153p
MA JF TAKAHASHI E Soil fertilizer and plant silicon research in Japan Amosterdan Elsevier Science 2002 281 p
MALAVOLTA E Manual de quiacutemica agriacutecola adubos e adubaccedilatildeo Satildeo Paulo Agronocircmica Ceres 1981 608 p
MARSCHNER H Mineral nutrition of higher plants 2 ed LondresAcademic Press 1995 889p
MCKEAGUE J A CLINE M G Silica in soils Advances in Agronomy New York v 15n 3 p 339-397 1963
MEURER E J Fundamentos de quiacutemica do solo 3 ed Porto Alegre Evangraf 2006 285p
MIYAKE Y TAKAHASHI E Effect of silicon on the growth of cucumber plant in soil culture Soil Science Plant Nutrition Tokyo v 29 p 463-471 1983
37
NOVAIS R F BARROS N F LEITE F P TEIXEIRA J L LEAL P G L Eficiecircncia agronocircmica de escoacuterias de siderurgia Pains Viccedilosa Universidade Federal de Viccedilosa 1993
OLIVEIRA AC HAHNE H BARROS NF MORAIS EJ Uso de escoacuteria de alto forno como fonte de nutrientes na adubaccedilatildeo florestal In GUERRINI IA BELLOTE AFJ BUumlLL LT (Ed) Seminaacuterio sobre uso de resiacuteduos florestais e urbanos em florestas Botucatu Fundaccedilatildeo de Estudos e Pesquisas Agriacutecolas e Florestais 1994 p 77-96
PEREIRA HS KORNDOumlRFER GH VIDAL AA CAMARGO MS Silicon sources for rice crop Scientia Agriacutecola Piracicaba v 61 p 522-528 2004
PLESE L P M Efeito da umidade do solo na reatividade das fraccedilotildees granulomeacutetricas de um calcaacuterio 2000 49f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) ndash Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Universidade de Satildeo Paulo Piracicaba 2000
PRADO R M FERNANDES F M NATALE W Uso de escoacuteria de siderurgia no Brasil estudos na cultura da cana-de-accediluacutecar Jaboticabal Funep 2001 67p
PROGRAMA INTERLABORATORIAL DE CONTROLE DE QUALIDADE DE ANAacuteLISE DE SOLO Manual do laboratorista 2005 33p
RAIJ BV Avaliaccedilatildeo da fertilidade do solo Piracicaba Associaccedilatildeo Brasileira para Pesquisa da Potassa e do Fosfato 1981 142p
RAIJ B V CANTARELLA H QUAGGIO J A FURLANI A M C Recomendaccedilatildeo de adubaccedilatildeo e calagem para o estado de Satildeo Paulo Campinas IAC 1996 285p (IAC Boletim 100)
SCOTT AJ KNOTT MA A cluster analysis method for grouping means in the analysis of variance Biometrics Washington v 30 n 2 1974 p 507-512
SHOEMAKER HE MCCLEAN E PRATT PF Buffer methods for determining lime requirements of soil with appreciable amounts of extractable aluminium Soil Sci Soc Am Proc Madison v 25 p 274-277 1961
SOUSA D M G MIRANDA L N OLIVEIRA S A Acidez do solo e sua correccedilatildeo In NOVAIS R F ALVAREZ V V H BARROS N F FONTES R L F CANTARUTTI R B NEVES J C L Fertilidade do solo Viccedilosa Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo 2007 p 205 ndash 274
SOUSA D M G LOBATO E Cerrado correccedilatildeo do solo e adubaccedilatildeo Brasiacutelia Embrapa Informaccedilatildeo Tecnoloacutegica 2004 416p
VERAS M C M VIEIRA W TEIXEIRA L S M ALCARDE J C OLIVEIRA L B Manual de meacutetodos analiacuteticos oficiais para fertilizantes minerais orgacircnicos organominerais e corretivos 1 ed Brasiacutelia MAPA 2007 v 1
38
WERNER D ROTH R Siacutelica metabolism In LAUCHILI A BIELESKI RL (Ed) Encyclopedia of plant physiology New Series Berlin Springer-Velag 1983 v 15B p 682-694
- Parte inicial dissertaccedilatildeopdf
- RESUMOpdf
- Corpo da dissertaccedilatildeopdf
-
3
2 REVISAtildeO BIBLIOGRAFICA
21 Acidez do solo
Segundo Lopes e colaboradores (1990) a grande maioria dos solos brasileiros
principalmente os solos sob vegetaccedilatildeo de cerrado apresentam elevada acidez o que
prejudica o bom desenvolvimento das plantas Sousa e colaboradores (2007) relatam
que tal efeito pode estar associado agrave presenccedila de Al e Mn em concentraccedilotildees toacutexicas e
aos baixos teores dos macronutrientes Ca e Mg
A acidificaccedilatildeo do solo eacute um processo natural e sua intensidade depende de
fatores intriacutensecos do solo e das perturbaccedilotildees a que o sistema eacute submetido
(KAMINSKI RHEINHEIMER 2000)
Os solos poderatildeo ser naturalmente aacutecidos quando a rocha de origem apresentar
baixos teores de bases ou entatildeo mesmo apresentando altos teores de bases quando este
solo for submetido a intenso processo pedogeneacutetico Neste uacuteltimo caso destaca-se a
situaccedilatildeo de precipitaccedilatildeo pluvial intensa ao longo dos anos promovendo lixiviaccedilatildeo de
bases permanecendo no complexo de troca predominantemente os caacutetions hidrogecircnio e
alumiacutenio (FURTINI NETO et al 2001)
Aleacutem dos processos pedogeneacuteticos outros fatores tambeacutem contribuem para a
acidificaccedilatildeo do solo como as reaccedilotildees de hidroacutelise que ocorrem nas soluccedilotildees dos solos
a decomposiccedilatildeo de resiacuteduos orgacircnicos pelos microorganismos a accedilatildeo do homem
atraveacutes de adubaccedilotildees e sistemas de produccedilatildeo adotados e a proacutepria absorccedilatildeo de
nutrientes (MEURER 2006)
A acidez ativa do solo eacute definida como todo o hidrogecircnio (H+) presente na
soluccedilatildeo medida pelo potencial hidrogecircnio iocircnico (pH) O pH pode ser determinado com
um potenciocircmetro utilizando-se dois meacutetodos principais no primeiro utiliza-se uma
suspensatildeo de terra em aacutegua e no segundo em CaCl2 a 001 M (PLESE 2000)
A concentraccedilatildeo de H+ na soluccedilatildeo do solo avaliada pelo pH natildeo eacute na maioria
dos casos fator limitante para o crescimento e desenvolvimento das plantas desde que
haja suprimento adequado dos nutrientes e ausecircncia de elementos em concentraccedilotildees
toacutexicas Entretanto essa situaccedilatildeo natildeo ocorre naturalmente nos solos pois em condiccedilotildees
aacutecidas podem ocorrer iacuteons como o Al3+ e Mn2+ em teores toacutexicos para as plantas
Outros aspectos importantes associados agrave elevada acidez satildeo a alteraccedilatildeo na
4
disponibilidade de nutrientes e a interferecircncia na atividade microbiana (SOUSA et al
2007)
22 Correccedilatildeo da acidez do solo
Em funccedilatildeo dos fatores negativos da acidez do solo para a produccedilatildeo agriacutecola
torna-se necessaacuteria a sua correccedilatildeo atraveacutes da calagem maneira mais faacutecil e econocircmica
para se corrigir a acidez do solo nos primeiros 20 cm deste Furtini Neto e
colaboradores (2001) destacam como principais benefiacutecios da calagem
Diminuiccedilatildeo da toxidez por Al3+ e Mn2+
Aumento da mineralizaccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica consequentemente aumentando
a disponibilidade de nutrientes principalmente nitrogecircnio enxofre foacutesforo e
boro
Aumento na disponibilidade de caacutelcio e magneacutesio por adiccedilatildeo direta ao solo
Aumento na disponibilidade de foacutesforo e molibdecircnio presentes em formas
fixadas e de menor disponibilidade no solo aacutecido
Aumento da fixaccedilatildeo natildeo-simbioacutetica e simbioacutetica de nitrogecircnio
Aumento da CTC do solo reduzindo os problemas de salinidade e de lixiviaccedilatildeo
de caacutetions
Aumento da eficiecircncia da adubaccedilatildeo
Aumento da preservaccedilatildeo de aacutereas de floresta ou de aacutereas menos vocacionadas
para a agricultura em face da necessidade de menor aacuterea para obter a mesma
produccedilatildeo
Segundo Sousa e Lobato (2004) para solos de Cerrado a produtividade de gratildeos
das culturas de sequeiro (soja milho trigo e feijatildeo) aumenta com a saturaccedilatildeo por bases
ateacute 40 estabiliza entre os valores de 40 a 60 e diminui quando a saturaccedilatildeo por
bases eacute maior que 60 Neste uacuteltimo caso o pH em aacutegua do solo estaraacute maior que 63
o que ocasiona a reduccedilatildeo na disponibilidade de zinco cobre ferro e manganecircs
Diversos satildeo os meacutetodos para a determinaccedilatildeo da necessidade de calagem sem
haver uma definiccedilatildeo clara sobre qual o melhor deles Fundamentalmente os caacutelculos
tem-se baseado nos seguintes meacutetodos meacutetodo da curva de incubaccedilatildeo de CaCO3
meacutetodo baseado no teor de alumiacutenio trocaacutevel (CATE 1965 CATANI ALONSO
1969) meacutetodo baseado no decreacutescimo de pH de soluccedilotildees-tampatildeo SMP (SHOEMAKER
5
et al 1961) meacutetodo baseado na saturaccedilatildeo por bases (RAIJ 1981) meacutetodo baseado no
pH e mateacuteria orgacircnica (DEFELIPO et al 1982 ALVAREZ V 1996) e meacutetodo para
neutralizar a acidez trocaacutevel e elevar os teores de Ca e Mg trocaacuteveis (ALVAREZ V
RIBEIRO 1999)
Independente do meacutetodo adotado eacute de extrema importacircncia que a determinaccedilatildeo
da necessidade de calagem seja adequada pois o excesso de aplicaccedilatildeo de um corretivo
pode trazer diversos impactos negativos como a induccedilatildeo a deficiecircncias de ferro e
manganecircs (LOPES 1989)
23 Caracteriacutesticas dos corretivos de acidez
Todo material utilizado para corrigir a acidez do solo conteacutem componentes
neutralizantes como carbonatos oacutexidos hidroacutexidos e silicatos Os componentes
neutralizantes nestes materiais natildeo satildeo os caacutetions Ca2+ e Mg2+ mas sim os acircnions CO3-2
OH- SiO32- (PLESE 2000)
A qualidade de um calcaacuterio eacute dada pela combinaccedilatildeo de seus atributos quiacutemicos e
fiacutesicos O atributo quiacutemico representado pelo poder de neutralizaccedilatildeo depende do tipo e
teor de neutralizantes no corretivo O fiacutesico representado pela eficiecircncia relativa
depende da natureza geoloacutegica da rocha calcaacuteria e do grau de moagem a que foi
submetida (KURIHARA et al 1999)
A avaliaccedilatildeo quiacutemica dos corretivos de acidez consta das seguintes
determinaccedilotildees poder de neutralizaccedilatildeo (PN) e teores de Ca e Mg (ALCARDE
RODELLA 1996)
A avaliaccedilatildeo fiacutesica dos corretivos de acidez eacute determinada pela sua composiccedilatildeo
granulomeacutetrica empregando-se as peneiras nordm 10 20 e 50 segundo a Associaccedilatildeo
Brasileira de Normas Teacutecnicas - ABNT Para cada uma das fraccedilotildees granulomeacutetricas
produto retido na peneira ABNT 10 produto passante na peneira ABNT 10 e retido na
peneira ABNT 20 produto passante na peneira ABNT 20 e retido na peneira ABNT 50
e produto passante na peneira ABNT 50 satildeo atribuiacutedos os seguintes valores de
reatividade 0 20 60 e 100 respectivamente A partir dos resultados da
composiccedilatildeo granulomeacutetrica calcula-se a reatividade (RE) ou eficiecircncia relativa (ER) do
calcaacuterio de acordo com a equaccedilatildeo abaixo (ALCARDE RODELLA 1996)
RE = F10-20 x 02 + F20-50 x 06 + Fgt50 x 1
6
Onde
F10-20= percentual de produto que passa pela peneira nordm10 e fica retido na peneira
nordm20 F20-50 = percentual de produto que passa pela peneira nordm20 e fica retido na
peneira nordm50 e Fgt50 = percentual de produto que passa pela peneira nordm50
Estes paracircmetros de reatividade satildeo adotados no Brasil de acordo com o que a
legislaccedilatildeo prevecirc para todos os corretivos independente de sua origem Segundo Prado e
colaboradores (2001) ainda natildeo existe uma legislaccedilatildeo especiacutefica para silicatos de
caacutelcio sendo estes incluiacutedos na legislaccedilatildeo de calcaacuterios com algumas adaptaccedilotildees
Alcarde e colaboradores (1989) avaliando a reatividade de calcaacuterios de
diferentes origens na correccedilatildeo da acidez do solo constataram eficiecircncia relativa acima
de 80 para partiacuteculas de tamanho inferior a 03 mm (peneira gt 50 ABNT) entre 39 e
65 para partiacuteculas entre 03 e 084 mm (produto passante na peneira 20 ABNT e retido
na peneira 50 ABNT) e eficiecircncia entre 6 e 27 para partiacuteculas entre 084 e 20 mm
(produto passante na peneira 10 ABNT e retido na peneira 20 ABNT)
Bellingieri (1983) avaliando a eficiecircncia de fraccedilotildees granulomeacutetricas de calcaacuterios
em laboratoacuterio em solos com controle de umidade em 30 encontrou valores de
eficiecircncia relativa de 74 376 767 e 100 respectivamente para corretivos nas
fraccedilotildees granulomeacutetricas passantes na peneira ABNT 5 e retiros na peneira ABNT 10
passantes na peneira 10 e retidos na peneira ABNT 30 passantes na peneira ABNT 30 e
retidos na peneira ABNT 50 e produtos passantes na peneira ABNT 50
Segundo Kurihara e colaboradores (1999) a origem da rocha calcaacuteria interfere
na ER do corretivo com destaque para os materiais de origem sedimentar que
apresentam elevada friabilidade possibilitando que torrotildees do material sejam facilmente
desagregados com pequena pressatildeo entre os dedos da matildeo de maneira que apoacutes sua
extraccedilatildeo da jazida esse calcaacuterio natildeo necessita passar por um processo de moagem como
os de natureza metamoacuterfica Entretanto ao se efetuar a anaacutelise granulomeacutetrica verifica-
se que estes torrotildees natildeo passam pelo conjunto de peneiras durante a agitaccedilatildeo mecacircnica
subestimando a real capacidade do material em se solubilizar no solo
Bellingieri e colaboradores (1992) avaliando a reatividade de um calcaacuterio
dolomiacutetico e calcaacuterio dolomiacutetico calcinado durante dois anos agriacutecolas relataram que o
calcaacuterio calcinado apresentou maior reatividade no primeiro ano agriacutecola bem como as
fraccedilotildees granulomeacutetricas mais finas proporcionaram maior reatividade no primeiro ano
do trabalho fato que foi amenizado no segundo ano agriacutecola em que a reatividade dos
7
calcaacuterios tenderam a se igualar e a granulometria mais grosseira tambeacutem compensou a
menor reatividade obtida no primeiro ano
Plese (2000) avaliando o efeito da umidade do solo entre o intervalo de 0 a 80
da capacidade de campo na reatividade das fraccedilotildees granulomeacutetricas de um calcaacuterio
observou que quanto mais altos os valores de umidade do solo mais favoraacutevel era para
a reaccedilatildeo do corretivo no solo Para solos mantidos a 80 da capacidade de campo a
frequecircncia de molhamento teve pouca influecircncia na reatividade
A combinaccedilatildeo das caracteriacutesticas quiacutemicas e fiacutesicas do corretivo
respectivamente PN expresso em equivalente de carbonato de caacutelcio e ER originam o
Poder Relativo de Neutralizaccedilatildeo Total (PRNT) variaacutevel esta utilizada para a definiccedilatildeo
da dose a ser utilizada (BELINGIERI et al 1988)
24 Silicatos de Caacutelcio
Segundo Prado e colaboradores (2001) para minimizar os problemas quiacutemicos
dos solos do Brasil uma maneira seria mediante a correccedilatildeo da acidez do solo pelo uso
de escoacuterias de siderurgia um resiacuteduo da induacutestria do accedilo e ferro-gusa constituiacutedo
quimicamente de silicato de caacutelcio (CaSiO3)
Segundo Malavolta (1981) de maneira simplificada a escoacuteria de siderurgia
pode ser definida como sendo obtida atraveacutes da siacutelica do mineacuterio de ferro que reage com
o caacutelcio do calcaacuterio em alto forno Este processo envolvendo altas temperaturas
seguindo de um raacutepido resfriamento difere do processo de produccedilatildeo de calcaacuterio
(moagem de rochas calcaacuterias) o que pode originar materiais de alta solubilidade
consequentemente elevando sua eficiecircncia relativa
Os silicatos de caacutelcio e magneacutesio apresentam como principais benefiacutecios o
aumento na disponibilidade do Si a elevaccedilatildeo do pH o aumento do Ca e Mg trocaacuteveis
no solo a reduccedilatildeo de toxicidade do Fe Mn e Al para as plantas e o aumento na
disponibilidade de P no solo (KORNDOumlRFER et al 2003)
Segundo Alcarde (1992) a accedilatildeo neutralizante dos silicatos de caacutelcio e magneacutesio
no solo pode ser explicada com as seguintes equaccedilotildees
Ca(Mg)SiO3 + H2O
Ca+2(Mg+2) + SiO3-2
SiO3-2 + H2O HSiO3
- + OH-
HSiO3- + H2O H2SiO3 + OH-
H2SiO3 + H2O H4SiO4
8
Dentre os silicatos as fontes mais abundantes e baratas satildeo as escoacuterias
sideruacutergicas originadas do processamento em altas temperaturas geralmente acima de
1400 ordmC da reaccedilatildeo do calcaacuterio com a siacutelica presente no mineacuterio de ferro
(KORNDOumlRFER et al 2003)
As principais caracteriacutesticas que devem ser avaliadas na escolha de uma fonte de
siliacutecio para a agricultura satildeo solubilidade disponibilidade as propriedades fiacutesicas a
concentraccedilatildeo de elementos contaminantes e a relaccedilatildeo custo benefiacutecio (GASCHO
2001)
25 Efeitos do Si na agricultura
A utilizaccedilatildeo de macronutrientes nitrogecircnio (N) foacutesforo (P) potaacutessio (K) caacutelcio
(Ca) magneacutesio (Mg) e enxofre (S) e de micronutrientes boro (B) cloro (Cl) cobre
(Cu) ferro (Fe) manganecircs (Mn) molibdecircnio (Mo) niacutequel (Ni) e zinco (Zn) eacute
considerada como essencial para se alcanccedilar resultados satisfatoacuterios na produccedilatildeo
agriacutecola Poreacutem em determinadas condiccedilotildees de solo e cultivo existem elementos
chamados de natildeo-essenciais como o siliacutecio (Si) que pode promover diversos processos
fisioloacutegicos desejaacuteveis para as plantas e por consequecircncia aumentar a produtividade
(KORNDOumlRFER LEPSCH 2001)
A comprovaccedilatildeo da essencialidade do siliacutecio eacute muito difiacutecil de ser obtida devido
a sua abundacircncia na biosfera Estaacute presente em quantidades significativas mesmo em
sais aacutegua e ar (WERNER ROTH 1983)
As plantas absorvem siliacutecio diretamente da soluccedilatildeo do solo sendo este
transportado ateacute as raiacutezes principalmente via fluxo de massa (DAYANADAM et al
1983)
Balastra e colaboradores (1989) relatam que o Si apoacutes absorvido eacute transportado
pelo xilema e depositado na parede celular na forma de siacutelica amorfa hidratada ou opala
biogecircnica (SiO2nH2O) Uma vez alocado o Si torna-se imoacutevel e natildeo mais se redistribui
na planta
Marschner (1995) classifica as plantas de acordo com o seu teor de SiO2 na
mateacuteria seca da parte aeacuterea em trecircs grupos I ) acumuladoras com teores de Si de 10 a
15 II) intermediaacuterias com teores de Si de 1 a 3 III) natildeo acumuladoras com teores
na ordem de 05 Myake e Takahashi (1983) relatam que as gramiacuteneas satildeo
9
acumuladoras tiacutepicas reduzindo de forma raacutepida a concentraccedilatildeo de Si na soluccedilatildeo do
solo
Entre as plantas que mais extraem Si destacam-se o arroz e a cana-de-accediluacutecar
Ma e Takahashi (2002) relatam que as plantas de arroz possuem mecanismos
especiacuteficos de absorccedilatildeo de Si em que as proteiacutenas de membranas satildeo produzidas por
expressatildeo do gene especiacutefico Uma seacuterie de autores demonstram que o siliacutecio reduz a
severidade de vaacuterias doenccedilas de importacircncia econocircmica na cultura do arroz tais como a
brusone mancha parda escaldadura entre outras (KORNDOumlRFER DATNOFF 1995)
Natildeo apenas na reduccedilatildeo da severidade de doenccedilas como tambeacutem na reduccedilatildeo do
ataque de pragas pode-se observar grandes efeitos da aplicaccedilatildeo de Si Yoshida (1975)
citado por Barbosa Filho e colaboradores (2000) relata que a silicificaccedilatildeo da epiderme
previne a penetraccedilatildeo e a mastigaccedilatildeo pelos insetos porque as ceacutelulas ficam mais
endurecidas Segundo revisatildeo feita pelos mesmos autores diversos insetos sofreram
impactos com a aplicaccedilatildeo de Si como larvas da broca de colo trips e cigarrinha parda
que respectivamente tiveram mandiacutebulas danificadas inibiccedilatildeo na atividade e reduccedilatildeo
da populaccedilatildeo
O siliacutecio aparece na cana-de-accediluacutecar em altas concentraccedilotildees podendo variar
desde 014 em folhas jovens ateacute 67 nos colmos e folhas velhas No Havaiacute as folhas
contendo menos de 05 de siliacutecio satildeo frequentemente afetadas por um sintoma
denominado freckling A causa deste sintoma eacute ainda bastante controvertida poreacutem a
maioria dos pesquisadores atribuem agrave falta de Si e a desequiliacutebrios nutricionais O
aparecimento da ferrugem na cana-de-accediluacutecar (Puccinia melanocephala) pode estar
relacionado com o referido sintoma O sintoma eacute mais severo nas folhas mais velhas e a
aacuterea fotossinteacutetica eacute normalmente fortemente atingida (KORNDOumlRFER DATNOFF
1995)
Natildeo apenas em relaccedilatildeo aos fitopatoacutegenos mas quanto ao ataque de pragas
principalmente a broca do colmo e cigarrinha poderiam ser diminuiacutedas nas cultivares
acumuladoras de Si Outros efeitos do Si na cana-de-accediluacutecar estatildeo relacionados agrave maior
resistecircncia ao acamamento e alteraccedilotildees na arquitetura da planta deixando as folhas mais
eretas e em consequecircncia disso mais eficientes quanto agrave capacidade de aproveitamento
da luz solar e de realizaccedilatildeo da fotossiacutentese (KORNDOumlRFER et al 2002)
10
3 MATERIAL E MEacuteTODOS
31 Local do experimento
O experimento foi desenvolvido na Central de Fertilidade do Solo da
Faculdade de Ciecircncias Agraacuterias do Centro Universitaacuterio de Patos de Minas (UNIPAM)
no municiacutepio de Patos de Minas ndash MG onde os solos foram armazenados durante o
periacuteodo de incubaccedilatildeo de 30 e 90 dias de 8 de julho agrave 6 de outubro de 2008
32 Solos utilizados nas unidades experimentais
O experimento foi realizado em quatro classes de solo de diferentes texturas
sendo arenoso meacutedio argiloso e muito argiloso Os solos foram coletados do horizonte
B para natildeo haver interferecircncia da mateacuteria orgacircnica e posteriormente foram secos ao ar
ateacute atingirem massa constante Em seguida peneirados em malha de 2 mm e realizada a
anaacutelise quiacutemica e fiacutesica seguindo a metodologia descrita pelo Programa
Interlaboratorial de controle de qualidade de anaacutelise de solo (2005) exceto para o teor
de Si no solo que seguiu a metodologia descrita por Korndoumlrfer et al (2004) Os
resultados satildeo apresentados na Tabela 1
11
Tabela 1 Caracterizaccedilatildeo quiacutemica e fiacutesica dos solos utilizados no experimento
SOLOS Atributo Unidade Muito
argiloso Argiloso Meacutedio Arenoso
Latossolo Vermelho Acifeacuterrico
Tiacutepico
Latossolo Vermelho Perfeacuterrico
Tiacutepico
Latossolo Vermelho
Distrofeacuterrico Tiacutepico
Latossolo Amarelo
Distroacutefico Psamiacutetico
Si mg dm-3 59 50 87 29
P (Mehlich 1) mg dm-3 00 07 10 01
K mg dm-3 364 40 226 89
Ca cmolc dm-3
02 02 04 02
Mg cmolc dm-3
06 02 05 01
H + Al cmolc dm-3
37 60 39 34
pH (em H2O)
51 53 47 45
Al cmolc dm-3
01 01 04 05
CTC (e) cmolc dm-3
09 05 14 08
CTC (T) cmolc dm-3
46 64 49 37
SB cmolc dm-3
08 04 10 03
V 185 64 200 82
Cu mg dm-3 02 13 09 03
Zn mg dm-3 01 01 01 01
Argila 74 45 30 14
Silte 12 36 16 1
Areia 14 19 54 85
Metodologia P K Cu Zn (Mehlich 1 HCl 005 M + H2SO4 00125 M) Ca Mg Al (KCl 1 M) H+Al (soluccedilatildeo tampatildeo ndash SMP a pH 75) pH (em aacutegua) anaacutelise textural (meacutetodo da pipeta)
Realizou-se a determinaccedilatildeo da densidade das amostras dos quatro solos (Tabela
2) pelo meacutetodo da proveta descrita pela Embrapa (1997) Este meacutetodo eacute uma
alternativa para experimentos em vasos onde amostras de solo satildeo desagregadas para
preencher os vasos compondo a unidade experimental
12
Tabela 2 Densidade das amostras dos solos utilizados no experimento
Solos Densidade
g cm-3
Muito Argiloso 096
Argiloso 130
Meacutedio 125
Arenoso 135
Com os resultados da anaacutelise quiacutemica dos solos foi determinada a necessidade
de calagem pelo meacutetodo da saturaccedilatildeo por bases descrito por Raij e colaboradores
(1996) com o objetivo de elevaacute-la agrave 60 (Tabela 3)
Tabela 3 Necessidade de calagem em equivalente de CaCO3 com 100 de PRNT para amostras dos solos utilizados no experimento considerando as respectivas densidades das amostras dos solos
Solos Unidade
Muito Argiloso Argiloso Meacutedio Arenoso
Mg ha-1 189 343 056 191
mg vaso-1 27114 66795 10587 38735
33 Corretivos utilizados
Foram utilizadas trecircs fontes de silicatos originados de diferentes escoacuterias de
siderurgia sendo estes Agrosiliacutecio Silifeacutertil e Holcim por serem os mais
representativos quanto ao uso na agricultura como corretivos agriacutecolas Estes foram
comparados com um calcaacuterio comercial de origem sedimentar e com o carbonato de
caacutelcio pa padratildeo para estudos de eficiecircncia relativa de corretivos (Tabela 4)
Tabela 4 Teores de caacutelcio magneacutesio e siliacutecio dos corretivos utilizados
Corretivo CaO () MgO () SiO2 ()
Agrosiliacutecio 39 10 23
Silifeacutertil 38 8 22
Holcim 25 7 43
Calcaacuterio 30 20 0
Carbonato de caacutelcio 56 0 0
13
Para a caracterizaccedilatildeo dos corretivos quanto a sua superfiacutecie especiacutefica foi
realizada a anaacutelise da superfiacutecie especiacutefica pela equipe do Laboratoacuterio de
Hidrometalurgia da Universidade Federal de Ouro Preto utilizando-se o meacutetodo de
determinaccedilatildeo por gases descrito por Brunauer e colaboradores (1938) (Tabela 5)
Tabela 5 Superfiacutecie especifica e volume total de poros dos corretivos de acidez do solo
Corretivo Superfiacutecie Especiacutefica Volume total de poros
m2 g-1 cm3 g-1
Agrosiliacutecio 1175 00482
Silifeacutertil 066 00023
Holcim 038 00006
Calcaacuterio 091 00039
Fonte Universidade Federal de Ouro Preto (Laboratoacuterio de Hidrometalurgia)
Todos os corretivos foram submetidos agrave uniformizaccedilatildeo de umidade atraveacutes de
secagem em estufa com circulaccedilatildeo forccedilada de ar a 105 ordmC por um periacuteodo de setenta e
duas horas
Apoacutes esta etapa os silicatos foram submetidos agrave separaccedilatildeo nas seguintes
fraccedilotildees granulomeacutetricas atraveacutes de agitador mecacircnico por 5 minutos seguindo a
metodologia oficial (Veras et al 2007) fracionando os corretivos nas seguintes classes
partiacuteculas maiores que 200 mm (fraccedilatildeo do corretivo retido na peneira ABNT 10 ndash 10
mesh) partiacuteculas entre 084 e 200 mm (fraccedilatildeo do corretivo passante na peneira ABNT
10 e retido na peneira ABNT 20 ndash 20 mesh) partiacuteculas entre 030 e 084 (fraccedilatildeo do
corretivo passante na peneira ABNT 20 e retido na peneira ABNT 50 ndash 50 mesh) e
partiacuteculas com dimensatildeo inferior agrave 030 mm (fraccedilatildeo do corretivo passante na peneira
ABNT 50) (Figura 1)
14
(a) (b)
Figura 1 Mesa agitadora (a) e peneiras utilizadas para a separaccedilatildeo dos corretivos nas diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas (b)
A definiccedilatildeo das fraccedilotildees granulomeacutetricas avaliadas acompanhou os criteacuterios
atualmente adotados na legislaccedilatildeo para calcaacuterio aleacutem do fato de natildeo se justificar o uso
de silicatos em fraccedilatildeo granulomeacutetrica mais fina do que as jaacute comumente utilizadas para
calcaacuterio em funccedilatildeo da maior abrasividade das escoacuterias de siderurgia (PRADO et al
2001) o que tecnicamente dificulta a accedilatildeo dos moinhos brasileiros tornando a moagem
para a obtenccedilatildeo de partiacuteculas muito finas economicamente inviaacutevel
Apoacutes a separaccedilatildeo das fraccedilotildees granulomeacutetricas os corretivos foram submetidos
agrave determinaccedilatildeo do poder de neutralizaccedilatildeo (PN) pelo meacutetodo da titulaccedilatildeo que consiste
em colocar em contato uma massa conhecida do corretivo com uma quantidade
conhecida e em excesso de aacutecido padronizado fazendo com que o corretivo neutralize
uma parte do aacutecido O excesso de aacutecido eacute quantificado por alcalimetria obtendo-se
indiretamente a quantidade de aacutecido que foi neutralizado pelo corretivo seguindo o
procedimento descrito a seguir (BRASIL 1983)
Pesou-se 1000 g da amostra secada moiacuteda e passada em peneira de 03 mm
dos corretivos (Figura 2 a) e transferiu-se o material para erlenmeyer de 250 mL no
qual adicionou-se 50 mL da soluccedilatildeo de HCl 05 M padronizada O erlenmeyer foi
coberto com vidro de reloacutegio e a soluccedilatildeo foi fervida suavemente por 5 minutos (Figura
2 b) Apoacutes esta etapa a soluccedilatildeo foi esfriada transferida para balatildeo de 100 mL que teve
seu volume completado com aacutegua destilada e deixou-se decantar (Figura 2 c) Pipetou-
se 50 mL da soluccedilatildeo que foi transferida para erlenmeyer de 125 mL no qual se
acrescentou trecircs gotas de soluccedilatildeo de fenolftaleina (indicador) A soluccedilatildeo aacutecida foi
titulada com soluccedilatildeo padronizada de NaOH 025 M ateacute o aparecimento de uma leve cor
rosada do indicador (Figura 2 d) anotou-se o volume gasto e a partir deste valor
15
calculou-se o poder de neutralizaccedilatildeo do corretivo em de CaCO3 equivalente pela
expressatildeo
PN = 10 (25M1-V2M2) onde G
M1 = concentraccedilatildeo molar da soluccedilatildeo de HCl
V2 = volume em mL da soluccedilatildeo de NaOH gasto na titulaccedilatildeo
M2 = concentraccedilatildeo molar da soluccedilatildeo de NaOH
G = massa inicial da amostra em gramas
(a) (b)
(c) (d)
Figura 2 Ilustraccedilotildees dos processos laboratoriais para determinaccedilatildeo do PN em amostras
dos materiais corretivos desde a pesagem (a) a fervura da soluccedilatildeo contendo a amostra
do corretivo e HCl (b) a soluccedilatildeo transferida para balatildeo volumeacutetrico de 100 mL em
descanso para decantaccedilatildeo (c) e a titulaccedilatildeo ateacute o aparecimento da coloraccedilatildeo rosada (d)
Para os silicatos em funccedilatildeo de sua constituiccedilatildeo quiacutemica a visualizaccedilatildeo da
coloraccedilatildeo rosada foi dificultada pelo escurecimento da soluccedilatildeo (coloraccedilatildeo esverdeada)
sendo necessaacuteria a utilizaccedilatildeo do meacutetodo potenciomeacutetrico em que o excesso de HCl da
soluccedilatildeo eacute neutralizado por NaOH ateacute atingir pH 70
Foram encontrados valores distintos de poder de neutralizaccedilatildeo para cada um dos
corretivos (Tabela 6)
16
Tabela 6 Poder de neutralizaccedilatildeo dos materiais corretivos de acidez do solo utilizados
no experimento
Corretivos Poder de Neutralizaccedilatildeo ()
Agrosiliacutecio 859
Silifeacutertil 778
Holcim 740
Calcaacuterio 1131
CaCO3 1041
Com base nos valores do poder de neutralizaccedilatildeo encontrados para cada um dos
corretivos e de acordo com as necessidades de calagem encontrados para cada solo
foram calculadas as doses de cada corretivo a serem aplicadas nos vasos preenchidos
com 300 g de amostras dos solos (Tabela 7)
Tabela 7 Quantidade de corretivo calculada para atingir 60 de saturaccedilatildeo por bases
para cada um dos solos experimentais
SOLOS
Corretivos
Muito Argiloso
Argiloso Meacutedia Arenoso
---------------------------------- mg por vaso ------------------------------------
Agrosiliacutecio 3189 7775 1232 4509
Silifeacutertil 3487 8589 1361 4981
Holcim 3666 9031 1431 5239
Calcaacuterio 2397 5906 936 3425
CaCO3 2605 6416 1012 3721
Em funccedilatildeo da dose dos corretivos utilizados em cada solo (Tabela 5) e da
concentraccedilatildeo de SiO2 em cada um dos silicatos foram calculadas as doses de Si
fornecidas por cada silicato para o respectivo solo (Tabela 8)
17
Tabela 8 Dose de Si fornecida por cada um dos silicatos em cada solo experimental SOLOS
Corretivos Concentraccedilatildeo
de Si Muito Argiloso
Argiloso Meacutedia Arenoso
--------------------------- mg por vaso -----------------------
Agrosiliacutecio
107 341 832 132 482
Silifeacutertil 103 359 885 140 513 Holcim 203 744 1833 290 1064
34 Tratamentos e delineamento experimental
Foram conduzidos quatro experimentos sendo cada um em uma classe
textural de solo em delineamento inteiramente casualizado A anaacutelise de variacircncia foi
baseada num arranjo fatorial 4x4 com quatro corretivos de acidez (trecircs silicatos de
caacutelcio Agrosiliacutecio Silifeacutertil e Holcim e um calcaacuterio) e quatro fraccedilotildees granulomeacutetricas
(entre 5 e 10 mesh partiacuteculas entre 2 e 4 mm entre 10 e 20 mesh partiacuteculas entre 084
e 2 mm entre 20 e 50 mesh partiacuteculas entre 03 e 084 mm e maior que 50 mesh
partiacuteculas menores que 03 mm) com quatro repeticcedilotildees
Aleacutem dos tratamentos acima foi realizada a incubaccedilatildeo com CaCO3 (reagente
pa) corretivo padratildeo para comparaccedilatildeo da eficiecircncia relativa na correccedilatildeo da acidez do
solo sendo este utilizado em cinco diferentes doses testemunha 50 100 150 e
200 em relaccedilatildeo agrave dose recomendada para a correccedilatildeo da acidez do solo para atingir
60 de saturaccedilatildeo por bases (Tabela 3)
34 Conduccedilatildeo do experimento
As parcelas experimentais constituiacuteram-se de recipientes plaacutesticos de 500 mL
nos quais foram adicionados 300 g de solo e as devidas quantidades dos corretivos que
posteriormente foram incubados em recipientes abertos por trinta e noventa dias em
laboratoacuterio sem exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo solar direta e a intensas variaccedilotildees de temperatura
(Figura 3 a b)
Durante o periacuteodo de incubaccedilatildeo os solos foram irrigados com aacutegua destilada
para a manutenccedilatildeo da umidade a 80 da capacidade de campo (Figura 3 c)
Apoacutes 30 e 90 dias de incubaccedilatildeo fraccedilotildees de 50 g de cada uma das amostras
foram retiradas e colocadas para secar ao ar (Figura 3 d)
18
(a) (b)
(c) (d)
Figura 3 Pesagem dos corretivos (a) adiccedilatildeo dos corretivos nos recipientes plaacutesticos
contendo as amostras dos solos (b) irrigaccedilatildeo das amostras dos solos (c) e incubaccedilatildeo em
laboratoacuterio por 30 e 90 dias (d)
35 Determinaccedilatildeo do pH do solo apoacutes a incubaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo da eficiecircncia relativa
Para a caracterizaccedilatildeo da correccedilatildeo da acidez do solo foi determinado o pH em
CaCl2 em cada unidade experimental Esta variaacutevel de cada fraccedilatildeo granulomeacutetrica dos
silicatos de caacutelcio foi confrontada com os valores obtidos atraveacutes da curva de incubaccedilatildeo
do CaCO3 (reagente pa)
A anaacutelise do pH foi realizada seguindo a metodologia descrita pelo Programa
Interlaboratorial de controle de qualidade de anaacutelise de solo (2005) em que se colocou
10 cm3 de TFSA num frasco de 50 mL e adicionou-se 25 mL de CaCl2 2H2O 001 M
(1469 g L-1) deixando em contato por quinze minutos Posteriormente agitou-se a
amostra em agitador horizontal por dez minutos a 200 rpm Apoacutes esta etapa a soluccedilatildeo
foi mantida em repouso por sessenta minutos Na sequecircncia sem agitar novamente a
amostra foi realizada a leitura em potenciocircmetro devidamente calibrado com soluccedilotildees-
padratildeo de pH 40 e 70
Os valores de pH obtidos por cada fraccedilatildeo granulomeacutetrica de cada um dos
corretivos foram confrontados com os valores de pH obtidos na curva de incubaccedilatildeo de
CaCO3 obtendo-se os valores de equivalente em CaCO3 aos 90 dias
19
Os valores de eficiecircncia relativa foram ajustados em relaccedilatildeo aos resultados
obtidos por cada corretivo na fraccedilatildeo granulomeacutetrica inferior agrave 03 mm (gt 50 mesh)
atribuindo-se a esta fraccedilatildeo mais fina o iacutendice de 100 seguindo a metodologia adotada
por Bellingieri (1983)
36 Avaliaccedilatildeo do teor de Si no solo apoacutes a incubaccedilatildeo
Para a avaliaccedilatildeo do teor de Si no solo disponibilizado por cada uma das fontes
nas fraccedilotildees granulomeacutetricas foram realizadas as anaacutelises no Laboratoacuterio de Anaacutelise de
Fertilizantes da Universidade Federal de Uberlacircndia utilizando o extrator cloreto de
caacutelcio 001 M de acordo com a metodologia descrita por Korndoumlrfer e colaboradores
(2004) em que apoacutes o contato de 10 g da amostra do solo com 100 mL da soluccedilatildeo
extratora os mesmos foram submetidos a um agitador horizontal orbital por 1 hora na
frequumlecircncia de 50 rpm Apoacutes este procedimento as amostras ficaram em repouso por 15
minutos para decantar e a suspensatildeo foi filtrada e ficando sob novo repouso por 12
horas Entatildeo pipetou-se 10 mL do extrato de cada amostra acrescentando-se 1 mL de
soluccedilatildeo sulfo-moliacutebdica Decorridos 10 minutos acrescentou-se 2 mL de soluccedilatildeo de
aacutecido tartaacuterico 200 mg L-1 e apoacutes 5 minutos adicionou-se 10 mL da soluccedilatildeo de aacutecido
ascoacuterbico Apoacutes 1 hora foi realizada a leitura em espectofotocircmetro UV-visiacutevel no
comprimento de onda de 660 nanocircmetros Em funccedilatildeo do fator de diluiccedilatildeo o valor de
leitura foi multiplicado por 10 para se chegar no teor de Si do solo em mg dm-3
37 Anaacutelise estatiacutestica
Os resultados referentes ao pH em CaCl2 encontrados em funccedilatildeo das doses de
CaCO3 foram submetidos agrave anaacutelise de variacircncia e posterior ajuste ao modelo de
regressatildeo mais adequado para cada solo dentro dos dois periacuteodos de incubaccedilatildeo
utilizando o software estatiacutestico Sisvar desenvolvido por Ferreira (1999)
Os dados referentes ao pH em CaCl2 e ao teor de Si no solo encontrados em
funccedilatildeo dos corretivos (silicatos e calcaacuterio) em cada fraccedilatildeo granulomeacutetrica foram
submetidos agrave anaacutelise de variacircncia e suas meacutedias foram comparadas pelo teste de Scott-
Knott (1974) a 5 de probabilidade quanto agrave variaccedilatildeo dos corretivos dentro de cada
fraccedilatildeo granulomeacutetrica e quanto agrave variaccedilatildeo das fraccedilotildees granulomeacutetricas dentro dos
corretivos
20
4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
41 Variaccedilotildees no pH aos 30 dias de incubaccedilatildeo
Em relaccedilatildeo agrave variaacutevel pH em CaCl2 houve efeito significativo das doses de
CaCO3 para os quatro solos analisados o que possibilitou o ajuste de modelos de
regressatildeo (Figura 4)
Para os valores de pH em CaCl2 em funccedilatildeo do corretivo e fraccedilatildeo granulomeacutetrica
utilizados a anaacutelise de variacircncia tambeacutem permitiu constatar efeito significativo
inclusive para a interaccedilatildeo entre estes fatores (Tabela 9) Em geral quanto menor a
fraccedilatildeo granulomeacutetrica maior o pH do solo resultado este que concorda com o trabalho
realizado anteriormente por Alcarde e colaboradores (1989)
Novais e colaboradores (1993) tambeacutem descreveram que a granulometria mais
fina das escoacuterias de siderurgia permitiu maior reatividade tanto em solos arenosos
quanto em solos argilosos
(a)
y = -03764x2 + 13644x + 49458
R2 = 099
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(b)
y = -07093x2 + 24251x + 50564
R2 = 097
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(c)
y = 0492x + 3941
R2 = 094
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(d)
y = -1075x2 + 37825x + 39585
R2 = 099
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalnete CaCO3
pH e
m C
aCl 2
Significativo a 5 de probabilidade pelo teste f Figura 4 Valores do pH em CaCl2 em funccedilatildeo da dose equivalente de CaCO3 aplicada ao solo apoacutes 30 dias de incubaccedilatildeo nos solos muito argiloso (a) argiloso (b) meacutedio (c) arenoso (d)
21
Para os solos muito argiloso argiloso e arenoso pode-se observar que com as
doses de CaCO3 dentro do limite de 0 a 200 em relaccedilatildeo agrave recomendaccedilatildeo para atingir
60 de saturaccedilatildeo por bases o pH em CaCl2 aumentou significativamente de maneira
quadraacutetica Entretanto observou-se para o solo de textura meacutedia um ajuste linear Este
efeito pode ser atribuiacutedo ao fato das doses do corretivo utilizado natildeo terem sido
suficientes para atingir a faixa de estabilidade
Atraveacutes da amplitude de variaccedilatildeo nos valores de pH em funccedilatildeo do acreacutescimo
nas doses de CaCO3 pode-se observar o maior efeito tampatildeo dos solos muito argiloso e
argiloso em relaccedilatildeo ao solo arenoso e de textura meacutedia informaccedilatildeo esta que corrobora
aos relatos de Furtini e colaboradores (2001) O poder tampatildeo do solo eacute a resistecircncia
que o solo oferece a mudanccedila de pH Sousa e colaboradores (2007) exemplificando a
proporcionalidade dos diferentes tipos de acidez do solo relatam que a quantidade de
calcaacuterio necessaacuteria para neutralizar a acidez ativa pode chegar a quatorze mil setecentos
e vinte e trecircs vezes menor do que o necessaacuterio para a correccedilatildeo da acidez potencial do
solo o que evidencia a importacircncia do conhecimento do poder tampatildeo do solo para se
determinar a dose do corretivo
Pode-se observar que os resultados de pH em CaCl2 em funccedilatildeo dos corretivos e
das fraccedilotildees granulomeacutetricas para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso
submetidos a 30 dias de incubaccedilatildeo ocorreram de forma que quanto menor a
granulometria do corretivo maior foi o aumento no valor de pH encontrado nos solos
(Tabela 9)
22
Tabela 9 Valores de pH em CaCl2 em funccedilatildeo do corretivo de solo utilizado na dose
referente agrave elevaccedilatildeo da saturaccedilatildeo por bases para 60 e da fraccedilatildeo granulomeacutetrica apoacutes
30 dias de incubaccedilatildeo para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso
Peneira ABNT (mesh) Corretivo
5 - 10 10 - 20 20 ndash 50 gt 50 Meacutedia Solo muito argiloso
Agrosiliacutecio 51
Ac
51
Ac
57
Ab
59
Aa
55 Silifeacutertil 49
Ad
53
Ac
56
Ab
60
Aa
54 Holcim 50
Ab
49
Bb
49
Cb
53
Ca
50 Calcaacuterio 49
Ac
50
Bc
54
Bb
57
Ba
53 Meacutedia 50
51
54
57
53 Solo argiloso
Agrosiliacutecio
51
Ac
53
Ac
61
Ab
65
Aa
57 Silifeacutertil 53
Ac
52
Ac
59
Ab
66
Aa
57 Holcim 51
Ab
51
Ab
51
Cb
55
Ba
52 Calcaacuterio 51
Ac
52
Ac
56
Bb
65
Aa
56
51
52
56
63
56 Solo meacutedio
Agrosiliacutecio
40
Ac
41
Ac
41
Ab
43
Aa
41 Silifeacutertil 40
Ab
40
Ab
41
Aa
42
Ca
41 Holcim 40
Ab
40
Ab
40
Bb
41
Ca
40 Calcaacuterio 40
Ab
41
Ab
41
Bb
42
Ba
41 Meacutedia 40
40
41
42
41 Solo arenoso
Agrosiliacutecio
40
Ac
43
Ac
55
Ab
63
Aa
50 Silifeacutertil 40
Ac
42
Ac
52
Bb
65
Aa
50 Holcim 40
Ab
41
Ab
42
Cb
50
Ba
43 Calcaacuterio 40
Ac
40
Ac
50
Bb
63
Aa
48 Meacutedia 40
42
49
60
48 Letras maiuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na coluna e letras minuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na linha (Scott-Knott a 5)
No solo muito argiloso o Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil proporcionaram a maior
elevaccedilatildeo do pH do solo em relaccedilatildeo aos demais corretivos em todas as faixas
granulomeacutetricas passantes na peneira de 10 mesh ou seja quando a granulometria foi
inferior a 2 mm em fraccedilotildees maiores que esta o efeito do corretivo foi muito pequeno
natildeo havendo diferenccedila entre os corretivos (Tabela 9)
Para os demais solos os corretivos natildeo apresentaram diferenccedilas quanto ao
aumento provocado no pH do solo quando aplicados em granulometria acima de 084
mm ou seja produtos retidos na peneira de 10 mesh Para as granulometrias mais finas
23
os corretivos apresentaram diferenccedilas no aumento do pH ficando os solos que
receberam o silicato Holcim com os menores valores
De maneira geral para as granulometrias mais finas inferior a 084 mm
(passantes na peneira de 20 mesh) o Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil proporcionaram os
maiores incrementos em pH exceto para o produto mais fino gt 50 mesh no solo de
textura meacutedia e para o produto de granulometria entre 03 e 084 mm (ABNT 20 ndash 50)
no solo arenoso em que o Agrosiliacutecio obteve os melhores resultados (Tabela 9)
42 Variaccedilotildees no pH equivalente em CaCO3 e eficiecircncia relativa dos corretivos aos
90 dias de incubaccedilatildeo
Houve efeito significativo das doses de CaCO3 nos valores de pH em CaCl2 para
os quatro solos analisados o que possibilitou o ajuste de modelos polinomiais (Figura
5)
(a)
y = -01466x2 + 09457x + 49792
R2 = 085
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(b)
y = -05821x2 + 21998x + 49789
R2 = 098
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(c)
y = 04565x + 39275
R2 = 091
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(d)
y = -0865x2 + 34185x + 39925
R2 = 098
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
Significativo a 5 de probabilidade pelo teste f
Figura 5 Valores do pH em CaCl2 em funccedilatildeo da dose equivalente de CaCO3 aplicada ao solo apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo nos solos muito argiloso (a) argiloso (b) meacutedio (c) arenoso (d)
24
Para os solos muito argiloso argiloso e arenoso (Figura 5 a b d) como era de
se esperar as doses de CaCO3 dentro do limite de 0 a 200 em relaccedilatildeo agrave
recomendaccedilatildeo aumentaram significativamente e de forma quadraacutetica o pH em CaCl2
Acompanhando a tendecircncia observada apoacutes 30 dias de incubaccedilatildeo para o solo de
textura meacutedia verificou-se um ajuste linear para o aumento do valor de pH em CaCl2
em funccedilatildeo de doses de CaCO3 Este efeito pode ser atribuiacutedo ao fato das doses do
corretivo utilizado natildeo terem sido suficientes para atingir a faixa de estabilidade
Para as variaccedilotildees de pH em CaCl2 em funccedilatildeo do corretivo e fraccedilatildeo
granulomeacutetrica utilizados tambeacutem houve efeito significativo inclusive para a interaccedilatildeo
entre estes fatores (Tabela 10)
25
Tabela 10 Valores de pH em CaCl2 em funccedilatildeo do corretivo de solo utilizado na dose
referente agrave elevaccedilatildeo da saturaccedilatildeo por bases para 60 e da fraccedilatildeo granulomeacutetrica apoacutes
90 dias de incubaccedilatildeo para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso
Peneira ABNT (mesh) Corretivo
5 - 10 10 - 20 20 ndash 50 gt 50 Meacutedia Solo muito argiloso
Agrosiliacutecio 50
Ad
52
Ac
56
Ab
57
Aa
54 Silifeacutertil 50
Ac
51
Ac
55
Ab
58
Aa
53 Holcim 49
Ab
48
Cb
48
Bb
53
Ba
50 Calcaacuterio 49
Ac
50
Bc
55
Ab
57
Aa
53 Meacutedia 50
50
53
56
52 Solo argiloso
Agrosiliacutecio 52
Ab
53
Ab
61
Aa
62
Aa
57 Silifeacutertil 49
Cd
53
Ac
58
Bb
63
Aa
56 Holcim 50
Bb
50
Bb
51
Db
55
Ca
51 Calcaacuterio 51
Bd
52
Ac
56
Cb
62
Ba
55 Meacutedia 50
52
56
60
55 Solo meacutedio
Agrosiliacutecio 40
Ad
41
Ac
42
Ab
43
Aa
42 Silifeacutertil 41
Ac
41
Ac
42
Ab
43
Aa
42 Holcim 41
Ab
41
Ab
41
Cb
41
Ba
41 Calcaacuterio 40
Ab
41
Ab
41
Bb
43
Aa
41 Meacutedia 40
41
41
42
41 Solo arenoso
Agrosiliacutecio
40
Ac
44
Ab
59
Aa
61
Aa
51 Silifeacutertil 40
Ac
43
Ac
55
Ab
64
Aa
51 Holcim 39
Ab
40
Ab
42
Bb
48
Ba
43 Calcaacuterio 40
Ac
42
Ac
55
Ab
63
Aa
50 Meacutedia 40
42
53
59
49 Letras maiuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na coluna e letras minuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na linha (Scott-Knott a 5)
No solo muito argiloso e no solo arenoso o Agrosiliacutecio o Silifeacutertil e o calcaacuterio
proporcionaram maior elevaccedilatildeo no pH do solo em relaccedilatildeo ao Holcim nos corretivos
com granulometria inferior a 084 mm passantes na peneira de 20 mesh Quando se
comparam estes resultados com os obtidos aos 30 dias de incubaccedilatildeo observa-se a
inclusatildeo do calcaacuterio entre os corretivos com melhores resultados de aumento de pH no
solo muito argiloso Este fato demonstrou que para este solo os silicatos Agrosiliacutecio e
Silifeacutertil tiveram uma maior dissociaccedilatildeo aos 30 dias fato este que foi compensado pelo
calcaacuterio entre 30 e 90 dias de incubaccedilatildeo (Tabela 10)
26
Os valores de pH do solo argiloso apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo demonstraram que
o Agrosiliacutecio proporcionou os maiores valores de pH em todas as fraccedilotildees
granulomeacutetricas ficando este em igualdade com o Silifeacutertil na granulometria inferior a
03 mm (gt 50 mesh) e entre 08 mm e 20 mm (10 a 20 mesh) sendo que nesta uacuteltima
fraccedilatildeo granulomeacutetrica o calcaacuterio tambeacutem se igualou aos dois corretivos acima
mencionados (Tabela 10)
No solo de textura meacutedia as diferenccedilas ocorreram apenas nas fraccedilotildees
granulomeacutetricas inferiores a 08 mm (peneira de 20 mesh) com melhores resultados
atribuiacutedos ao Agrosiliacutecio Silifeacutertil e ao calcaacuterio na fraccedilatildeo mais fina (gt 50 mesh) e ao
Agrosiliacutecio e ao Silifeacutertil na fraccedilatildeo compreendida entre 03 e 084 mm (20 a 50 mesh)
Para o solo arenoso o Agrosiliacutecio o Silifeacutertil e o calcaacuterio proporcionaram
maiores valores de pH nas fraccedilotildees granulomeacutetricas inferiores a 084 mm enquanto que
nas fraccedilotildees mais grossas todos os corretivos tiveram o mesmo comportamento
Para todos os solos utilizados no experimento verificou-se que quanto menor a
dimensatildeo das partiacuteculas maiores satildeo os incrementos gerados nos valores de pH em
CaCl2 (Tabela 10) resultado este que concorda com trabalhos realizados anteriormente
por Bellingieri e colaboradores (1989)
Nas comparaccedilotildees entre os resultados dos valores de pH das amostras de solo
apoacutes 30 e 90 dias de incubaccedilatildeo os resultados praticamente se equivalem demonstrando
que 30 dias de incubaccedilatildeo foi um periacuteodo suficiente para a accedilatildeo dos corretivos
Com base nos incrementos verificados no pH das amostras dos solos pelos
corretivos de acidez em cada fraccedilatildeo granulomeacutetrica em relaccedilatildeo agraves curvas de incubaccedilatildeo
com CaCO3 calculou-se os valores de equivalente em CaCO3 para cada corretivo
dentro de cada fraccedilatildeo granulomeacutetrica com 90 dias de incubaccedilatildeo (Tabela 11)
27
Tabela 11 Equivalente em CaCO3 dos corretivos de acidez de diferentes fraccedilotildees
granulomeacutetricas aos 90 dias de incubaccedilatildeo
Peneiras ABNT (mesh)
Corretivos
5 ndash 10 10 - 20 20 - 50 gt 50 Meacutedia
--------------------------------------- -----------------------------------------
Agrosiliacutecio 9
Ac
24
Ab
64
Aa
77
Aa
43
Silifeacutertil 9
Ac
19
Ac
52
Ab
87
Aa
42 Calcaacuterio 8
Ac
13
Ac
33
Bb
79
Aa
33 Holcim 7
Ab
7
Ab
10
Cb
33
Ba
14 Meacutedia 8
16
39
69
33 Letras maiuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na coluna e letras minuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na linha (Scott-Knott a 5)
Os resultados de equivalente em CaCO3 apresentados para 90 dias de incubaccedilatildeo
(Tabela 11) demonstraram grande variaccedilatildeo para este atributo entre os corretivos de
acidez o que evidencia que natildeo apenas a granulometria mas tambeacutem a origem dos
corretivos exerce grande influecircncia na velocidade de correccedilatildeo da acidez do solo
Para as fraccedilotildees granulomeacutetrica mais grossas (lt 10 e 10 a 20 mesh) pode-se
observar que natildeo houve diferenccedila entre os corretivos jaacute na fraccedilatildeo mais fina (gt 50) o
silicato Holcim proporcionou menores valores de equivalente em CaCO3 em relaccedilatildeo as
demais fontes Na fraccedilatildeo granulomeacutetrica entre 20 e 50 (Tabela 11) verificou-se
diferenccedilas entre o equivalente em CaCO3 de silicatos e do calcaacuterio o que demonstrou o
fato de estarmos neste caso subestimando a reatividade dos silicatos Pode-se observar
que natildeo houve diferenccedilas entre os resultados obtidos com a aplicaccedilatildeo dos silicatos
Agrosiliacutecio e Silifeacutertil portanto sugere-se a elaboraccedilatildeo de novos paracircmetros para a
avaliaccedilatildeo de silicatos com origem de aciaria
Seguindo os criteacuterios adotados por Bellingieri (1983) de ajustar a eficiecircncia dos
corretivos atribuindo valores de 100 para as partiacuteculas passantes na peneira 50 ABNT
(partiacuteculas inferiores a 03 mm) determinou-se a eficiecircncia relativa de cada uma das
fraccedilotildees granulomeacutetricas dos corretivos permitindo a adoccedilatildeo de novos criteacuterios de
reatividade para os silicatos (Tabela 12)
28
Tabela 12 Eficiecircncias relativas em relaccedilatildeo agrave fraccedilatildeo granulomeacutetrica inferior a 03 mm
(peneira 50 mesh) dos corretivos de acidez em diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas aos
90 dias de incubaccedilatildeo
Peneiras ABNT (mesh)
Corretivos 5 - 10 10 - 20 20 - 50 gt 50 Meacutedia
------------------------------ -------------------------------
Agrosiliacutecio 12 33 85 100 58
Silifeacutertil 9 25 65 100 50
Holcim 16 17 27 100 40
Calcaacuterio 9 18 63 100 48
Meacutedia 12 23 60 100
Propotildee-se a adequaccedilatildeo da equaccedilatildeo atualmente adotada para a determinaccedilatildeo da
eficiecircncia relativa (reatividade) de silicatos de origem de aciaria para uso como
corretivo de acidez em funccedilatildeo das diferenccedilas encontradas em eficiecircncia relativa
apresentadas na Tabela 12 entre os silicatos de origem de escoacuteria de aciaria
(Agrosiliacutecio e Silifeacutertil) em relaccedilatildeo ao calcaacuterio ficando a mesma da seguinte forma
RE = F10-20 x 03 + F20-50 x 075 + Fgt50 x 1
Onde
F10-20= percentual de produto que passa pela peneira nordm10 e fica retido na
peneira nordm20 F20-50 = percentual de produto que passa pela peneira nordm20 e fica retido
na peneira nordm50 e F-50 = percentual de produto que passa pela peneira nordm50
Os valores de eficiecircncia relativa 12 em meacutedia para a fraccedilatildeo granulomeacutetrica
mais grosseira pode estar associado agrave presenccedila de micropartiacuteculas (poacute) aderidas ao
redor das partiacuteculas mais grossas (Tabela 12) jaacute que a separaccedilatildeo granulomeacutetrica seguiu
o meacutetodo oficial de separaccedilatildeo em peneiras a seco
29
43 Teor de siliacutecio no solo apoacutes 30 dias de incubaccedilatildeo
De maneira geral pode-se observar que o Agrosiliacutecio proporcionou maiores
incrementos de Si no solo obtendo no solo argiloso quando aplicado na fraccedilatildeo
granulomeacutetrica mais fina incremento de 10 mg dm-3 (Tabela 13)
Tabela 13 Teor de Si no solo em funccedilatildeo da fraccedilatildeo granulomeacutetrica e do corretivo utilizado para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso apoacutes 30 dias de incubaccedilatildeo
Peneiras ABNT (mesh) Corretivos 5 - 10 10 - 20 20 ndash 50 gt 50 Meacutedia
-------------------------------- Si (mg kg-1) -------------------------------------
Solo muito argiloso
Agrosiliacutecio 7
Aa
8
Aa
9
Aa
8
Aa
8 Silifeacutertil 7
Aa
7
Aa
7
Ba
7
Aa
7 Holcim 6
Aa
6
Aa
6
Ba
6
Ba
6 Calcaacuterio 7
Aa
6
Aa
5
Ba
5
Ba
6 Meacutedia 6
7
7
6
6
Solo argiloso
Agrosiliacutecio 6
Ad
10
Ac
14
Ab
15
Aa
11 Silifeacutertil 7
Ac
6
Bc
10
Bb
12
Ba
9 Holcim 6
Ab
5
Bb
6
Cb
9
Ca
7 Calcaacuterio 5
Ba
5
Ba
4
Da
2
Db
4 Meacutedia 6
6
8
10
8
Solo meacutedio
Agrosiliacutecio 10
Aa
10
Aa
10
Aa
10
Aa
10 Silifeacutertil 9
Aa
9
Aa
10
Aa
10
Aa
9 Holcim 8
Ba
9
Aa
9
Ba
10
Aa
9 Calcaacuterio 9
Ba
9
Aa
9
Ba
8
Bb
9 Meacutedia 9
9
9
9
9
Solo arenoso
Agrosiliacutecio 4
Ab
5
Ab
8
Aa
9
Aa
6 Silifeacutertil 3
Ac
5
Ab
7
Aa
7
Ba
6 Holcim 3
Ab
4
Aa
4
Ba
6
Ca
4 Calcaacuterio 3
Aa
3
Ba
3
Ca
2
Da
3 Meacutedia 3
4
6
6
5 Letras maiuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na coluna e letras minuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na linha (Scott-Knott a 5)
No solo muito argiloso as fraccedilotildees mais grossas dos corretivos com partiacuteculas
superiores a 084 mm (lt 20 mesh) natildeo apresentaram diferenccedilas quanto ao fornecimento
30
de Si ao solo poreacutem quando se avaliaram as fraccedilotildees mais finas observou-se maiores
valores de Si para o Agrosiliacutecio na fraccedilatildeo de 03 a 084 mm (20 a 50 mesh) e para o
Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil quando o corretivo foi aplicado na granulometria inferior a 03
mm (gt 50 mesh) estes resultados tambeacutem se repetiram no solo arenoso (Tabela 13)
Para o solo argiloso o Agrosiliacutecio foi o silicato que promoveu maiores valores
de Si no solo quando tambeacutem se avaliaram as fraccedilotildees granulomeacutetricas inferiores a 20
mm (gt 10 mesh) apenas para a fraccedilatildeo mais grossa maior que 20 mm o Agrosiliacutecio o
Silifeacutertil e o Holcim natildeo diferiram estatisticamente variando apenas em relaccedilatildeo ao
calcaacuterio que eacute o uacutenico corretivo avaliado que natildeo apresenta Si em sua constituiccedilatildeo
No solo de textura meacutedia o Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil proporcionaram a mesma
eficiecircncia no fornecimento de Si para o solo (fraccedilotildees 20 a 50 mesh e lt 10 mesh) na
fraccedilatildeo mais fina (gt 50 mesh) os trecircs silicatos avaliados resultaram nos mesmos valores
de Si no solo deferindo apenas do calcaacuterio jaacute na fraccedilatildeo entre 10 a 20 mesh todos os
corretivos proporcionaram o mesmo resultado
De maneira geral a granulometria natildeo resultou em diferenccedilas no fornecimento
de Si pelos silicatos exceto no solo argiloso em que se observa que quanto menor a
granulometria maior foi o teor de Si no solo (Tabela 13)
Ao se avaliar os efeitos do calcaacuterio em relaccedilatildeo ao teor de Si no solo pode-se
observar que quanto menor a fraccedilatildeo granulomeacutetrica do calcaacuterio menores os teores de Si
no solo Este fato pode estar associado a maior alteraccedilatildeo causada no pH do solo pelas
fraccedilotildees mais finas do calcaacuterio reduzindo assim sua disponibilidade de Si corroborando
aos dados de McKeague e Cline (1963) em que o aumento de pH de 6 para 9 reduziu
de 36 para 6 mg dm-3 a concentraccedilatildeo de Si soluacutevel
44 Teor de siliacutecio no solo apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo
De maneira geral pode-se observar que o Agrosiliacutecio promoveu maior
incremento de Si no solo apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo exceto para a fraccedilatildeo
granulomeacutetrica entre 20 a 50 mesh e no solo de textura meacutedia em que o Silifeacutertil e o
Holcim obtiveram resultados semelhantes ao Agrosiliacutecio (Tabela 14)
Quanto agraves fraccedilotildees granulomeacutetricas observou-se que quanto menor a fraccedilatildeo
granulomeacutetrica independente do silicato maior foi o fornecimento de Si ao solo
seguindo a tendecircncia encontrada por Oliveira e colaboradores (1994) em que escoacuterias
31
de alto forno com partiacuteculas menores que 03 mm foram mais eficientes no
fornecimento de Ca e Mg para o solo quando comparadas as fraccedilotildees mais grosseiras
Tabela 14 Teor de Si no solo em funccedilatildeo da fraccedilatildeo granulomeacutetrica e do corretivo
utilizado para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso apoacutes 90 dias de
incubaccedilatildeo
Peneiras ABNT (mesh) Corretivos 5 - 10 10 - 20 20 - 50 gt 50 Meacutedia
-------------------------------- Si (mg kg-1) --------------------------------------
Solo muito argiloso Agrosiliacutecio 8
Ab
9
Aa
9
Aa
9
Aa
9 Silifeacutertil 6
Bb
7
Bb
7
Ba
8
Ba
7 Holcim 7
Bb
7
Bb
6
Cb
8
Ba
7 Calcaacuterio 6
Ba
6
Ba
5
Db
5
Cb
6 Meacutedia 7
7
7
7
7 Solo argiloso
Agrosiliacutecio 7
Ac
11
Ab
13
Aa
13
Aa
11 Silifeacutertil 5
Bc
7
Bb
9
Ba
9
Ba
8 Holcim 6
Bb
5
Cb
6
Cb
9
Ba
7 Calcaacuterio 4
Ca
4
Da
4
Da
3
Cb
4 Meacutedia 5
7
8
9
7 Solo meacutedio
Agrosiliacutecio 10
Aa
11
Aa
10
Aa
11
Aa
11 Silifeacutertil 10
Ba
10
Ba
10
Aa
10
Ba
10 Holcim 10
Bb
10
Bb
10
Ab
11
Aa
10 Calcaacuterio 9
Ba
10
Ba
9
Bb
8
Cc
9 Meacutedia 10
10
10
10
10 Solo arenoso
Agrosiliacutecio 4
Ac
6
Ab
7
Aa
7
Aa
6 Silifeacutertil 3
Bc
4
Bb
6
Ba
6
Ba
5 Holcim 3
Bc
3
Cb
4
Cb
5
Ca
4 Calcaacuterio 2
Ca
2
Da
2
Da
2
Da
2 Meacutedia 3
4
5
5
4 Letras maiuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na coluna e letras minuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na linha (Scott-Knott a 5)
Para todos os solos analisados observou-se a seguinte sequecircncia para o teor de
Si Agrosiliacutecio gt Silifeacutertil gt Holcim gt Calcaacuterio Fato este que acompanha a tendecircncia
observada na avaliaccedilatildeo da reatividade na correccedilatildeo da acidez do solo exceto para o
calcaacuterio por natildeo apresentar Si em sua constituiccedilatildeo
32
Korndoumlrfer e colaboradores (2004) apresentaram a solubilidade de diferentes
silicatos evidenciando que o Agrosiliacutecio (escoacuteria de aciaria) apresentou maiores valores
de solubilidade em relaccedilatildeo aos valores obtidos pela escoacuteria de alto forno como o
Holcim com valores de 43 e 7 respectivamente Estas diferenccedilas em solubilidade
explicam os valores encontrados tanto na avaliaccedilatildeo aos 30 como aos 90 dias de
incubaccedilatildeo
Pereira e colaboradores (2004) em trabalho para a avaliaccedilatildeo da eficiecircncia de
fontes de Si para a cultura do arroz encontraram que a fonte que proporcionou mais
extraccedilatildeo de Si para os gratildeos foi a escoacuteria oriunda da produccedilatildeo de accedilo inox dado que
corrobora os resultados encontrados neste trabalho em que o Agrosiliacutecio (escoacuteria de
aciaria) apresentou maior disponibilizaccedilatildeo de Si para o solo
Nas comparaccedilotildees entre os resultados do teor de Si no solo apoacutes 30 e 90 dias de
incubaccedilatildeo os resultados praticamente se equivalem demonstrando que 30 dias foi um
periacuteodo suficiente para que os silicatos fornecessem Si
Comparando o teor de Si antes da aplicaccedilatildeo dos corretivos com o teor de Si no
solo apoacutes a aplicaccedilatildeo dos corretivos e apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo verificou-se
expressivo acreacutescimo no teor Si no solo ocasionado pelos silicatos principalmente para
o Agrosiliacutecio que incrementou na meacutedia entre as fraccedilotildees granulomeacutetricas 2 6 1 e 3 mg
dm-3 de Si nos solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso respectivamente O
Silifeacutertil tambeacutem forneceu Si ao solo elevando em 1 4 0 e 3 mg dm-3 o teor de Si nos
solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso respectivamente Jaacute o Holcim
apresentou incrementos de 0 2 0 e 1 mg dm-3 respectivamente para os solos muito
argiloso argiloso meacutedio e arenoso
33
5 CONCLUSOtildeES
Os silicatos Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil proporcionam maiores valores de eficiecircncia
relativa na correccedilatildeo da acidez do solo em comparaccedilatildeo ao calcaacuterio e ao silicato Holcim
na fraccedilatildeo granulomeacutetrica entre 030 e 084 mm
Quanto menor a fraccedilatildeo granulomeacutetrica do silicato maior eacute a eficiecircncia relativa
na correccedilatildeo da acidez do solo e maior eacute o fornecimento de Si para o solo
O Agrosiliacutecio apresenta melhores resultados no fornecimento de Si ao solo
seguido do Silifeacutertil e do Holcim
O periacuteodo de 30 dias em condiccedilotildees de umidade mantida agrave 80 da capacidade
de campo eacute um periacuteodo suficiente para a correccedilatildeo da acidez do solo e fornecimento de
Si pelos silicatos ao solo
34
6 REFEREcircNCIAS
ALCARDE JC PAULINO VT DERNARDIN J S Avaliaccedilatildeo da reatividade de corretivos da acidez do solo Revista Brasileira de Ciecircncia do Solo Campinas v 13 p 387-392 1989
ALCARDE JC Corretivos de acidez dos solos caracteriacutesticas e interpretaccedilotildees teacutecnicas Satildeo Paulo ANDA 1992 24p (Boletim Teacutecnico 6)
ALCARDE JC RODELLA AA Avaliaccedilatildeo quiacutemica de corretivos de acidez para fins agriacutecolas uma nova proposiccedilatildeo Scientia Agriacutecola Piracicaba v 53 n 2 ndash 3 1996
ALVAREZ V VH RIBEIRO AC Calagem In RIBEIRO AC GUIMARAtildeES PTG GUIMARAtildeES PTG ALVAREZ V VH (Ed) Recomendaccedilotildees para o uso de corretivos e fertilizantes em Minas Gerais ndash 5ordf Aproximaccedilatildeo Viccedilosa CFSEMG 1999 p 43-60
ALVAREZ V VH Correlaccedilatildeo e calibraccedilatildeo de meacutetodos de anaacutelise de solos In ALVAREZ V VH FONTES LEF FONTES MPF (Ed) O solo nos grandes domiacutenios morfoclimaacuteticos do Brasil e o desenvolvimento sustentado Viccedilosa Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo 1996 p 615-646
ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DOS PRODUTORES DE CALCAacuteRIO Calcaacuterio agriacutecola ndash Brasil consumo aparente por estado (1992 ndash 2006) Disponiacutevel em lthttpwwwcalcario-rscombrgt Acesso em 25 de novembro de 2008
BALASTRA MLFC PEREZ CM JULIANO BO VILLAREAL P Effects of siacutelica level on some properties of Oriza sativa straw and hull Canadian Journal of Botany Ottawa v 67 p 2356-2363 1989
BARBOSA FILHO MP SNYDER G H PRABHU A S DATNOFF L E KORNDOumlRFER G H Importacircncia do siliacutecio para a cultura do arroz Informaccedilotildees agronocircmicas v 89 p 1-8 2000
BELLINGIERI PA Avaliaccedilatildeo em laboratoacuterio da eficiecircncia de diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas de calcaacuterios agriacutecolas 1983 99f Tese (Doutorado) ndash Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Universidade de Satildeo Paulo Piracicaba 1983
BELLINGIERI PA ALCARDE JC amp SOUZA ECA Avaliaccedilatildeo da qualidade de calcaacuterios agriacutecolas atraveacutes do PRNT Anais da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Piracicaba v 45 n 2 p 579-588 1988
BELLINGIERI PA ALCARDE JC SOUZA ECA de Eficiecircncia relativa de diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas de calcaacuterios na neutralizaccedilatildeo da acidez dos solos avaliada em laboratoacuterio Anais da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Piracicaba v46 n2 1989 p 303-317
35
BELLINGIERI PA SOUZA ECA ALCARDE JC SHIKASHO HW Importacircncia da reatividade do calcaacuterio sobre a produccedilatildeo e algumas caracteriacutesticas da soja Scientia Agricola Piracicaba v 49 p 61-71 1992
BRASIL MAPA Laboratoacuterio Nacional de Referecircncia Vegetal Anaacutelise de corretivos fertilizantes e inoculantes Brasiacutelia 1983 104p
BRUNAUER S EMMETT P H TELLER E Adsorption of gases in multimolecular layers In Journal of the American Chemical Society New York v 60 p 309-19 1938
CATANI RA ALONSO O Avaliaccedilatildeo e exigecircncia de calcaacuterio do solo Anais da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Piracicaba v 26 p 141-156 1969
CATE R Sugestotildees para adubaccedilatildeo com base na anaacutelise de solos Raleigh North Caroline State University 1965 16p
DAYANADAM P KAUFMAN PB FRANKLIN CL Detection of siacutelica in plants American Journal of Botany Columbus v 70 p 1079-1084 1983
DEFELIPO BV BRAGA JM SPIES C Comparaccedilatildeo entre meacutetodos de determinaccedilatildeo da necessidade de calcaacuterio de solos de Minas Gerais Experientiae v 13 p 111-136 1982
EMBRAPA C N P S Manual de meacutetodos de anaacutelise de solo Rio de Janeiro 1997 212p
EPSTEIN E Silicon Annu Rev Plant Physiol Plant Molec Biol Palo Alto v 50 1999 p 641 - 664
FERREIRA DF SISVAR versatildeo 43 (Build 41) Lavras UFLADEX 1999 4 disquetes
FURTINI NETO A VALE FR RESENDE A V GUILHERME L R G GUEDES G A A Fertilidade do solo Lavras UFLAFAEPE 2001 252p
GASCHO G J Silicon sources for agriculture In DATNOFF L E SNYDER G H KORNDOumlRFER G H (Ed) Silicon in agriculture Amsterdan Elsevier 2001 cap 12 p 197-207
KAMINSKI J RHEINHEIMER DS A acidez do solo e a nutriccedilatildeo mineral de plantas In KAMINSKI J (Ed) Uso de corretivos da acidez do solo no plantio direto Pelotas SBCSNRS 2000 cap2 p 21 - 39
KORNDOumlRFER G H Elementos beneacuteficos In FERNANDES M S Nutriccedilatildeo mineral de plantas Viccedilosa Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo 2006 432p
36
KORNDOumlRFER G H DATNOFF L E Adubaccedilatildeo com siliacutecio uma alternativa no controle de doenccedilas da cana-de-accediluacutecar e do arroz Informaccedilotildees Agronocircmicas Piracicaba v 70 p 1-5 1995
KORNDOumlRFER G H PEREIRA H S CAMARGO M S Silicatos de caacutelcio e magneacutesio na agricultura 3 ed Uberlacircndia 2004 28 p (Boletim Teacutecnico n1)
KORNDOumlRFER G H PEREIRA H S NOLLA A Anaacutelise de siliacutecio solo planta e fertilizante 1 ed Uberlacircndia 2004 50 p (Boletim Teacutecnico n2)
KORNDOumlRFER G H PEREIRA H S CAMARGO M S Silicatos de caacutelcio e magneacutesio na agricultura 2 ed Uberlacircndia 2003 15 p (Boletim Teacutecnico n1)
KORNDOumlRFER G H PEREIRA H S CAMARGO M S Papel do siliacutecio na produccedilatildeo de cana-de-accediluacutecar STAB v 21 n 2 2002 4 p
KORNDOumlRFER G H LEPSCH I Effect of silicon on plant growth and crop yeld In DATNOFF L E SNYDER G H KORNDOumlRFER G H (Ed) Silicon in agriculture Amsterdan Elsevier 2001 p 133 ndash 147
KURIHARA CH MAEDA S HERNANI LC SILVA WM Eficiecircncia relativa de fraccedilotildees granulomeacutetricas de calcaacuterios sul-mato-grossenses Pesquisa Agropecuaacuteria Brasileira Brasiacutelia v34 n 8 p 1443 - 1449 1999
LOPES A S SILVA MC GUILHERME L R G Acidez do solo e calagem 3 ed Satildeo Paulo ANDA 1990 22 p (Boletim Teacutecnico 1)
LOPES A S Manual de fertilidade do solo Satildeo Paulo ANDAPOTAFOacuteS 1989 153p
MA JF TAKAHASHI E Soil fertilizer and plant silicon research in Japan Amosterdan Elsevier Science 2002 281 p
MALAVOLTA E Manual de quiacutemica agriacutecola adubos e adubaccedilatildeo Satildeo Paulo Agronocircmica Ceres 1981 608 p
MARSCHNER H Mineral nutrition of higher plants 2 ed LondresAcademic Press 1995 889p
MCKEAGUE J A CLINE M G Silica in soils Advances in Agronomy New York v 15n 3 p 339-397 1963
MEURER E J Fundamentos de quiacutemica do solo 3 ed Porto Alegre Evangraf 2006 285p
MIYAKE Y TAKAHASHI E Effect of silicon on the growth of cucumber plant in soil culture Soil Science Plant Nutrition Tokyo v 29 p 463-471 1983
37
NOVAIS R F BARROS N F LEITE F P TEIXEIRA J L LEAL P G L Eficiecircncia agronocircmica de escoacuterias de siderurgia Pains Viccedilosa Universidade Federal de Viccedilosa 1993
OLIVEIRA AC HAHNE H BARROS NF MORAIS EJ Uso de escoacuteria de alto forno como fonte de nutrientes na adubaccedilatildeo florestal In GUERRINI IA BELLOTE AFJ BUumlLL LT (Ed) Seminaacuterio sobre uso de resiacuteduos florestais e urbanos em florestas Botucatu Fundaccedilatildeo de Estudos e Pesquisas Agriacutecolas e Florestais 1994 p 77-96
PEREIRA HS KORNDOumlRFER GH VIDAL AA CAMARGO MS Silicon sources for rice crop Scientia Agriacutecola Piracicaba v 61 p 522-528 2004
PLESE L P M Efeito da umidade do solo na reatividade das fraccedilotildees granulomeacutetricas de um calcaacuterio 2000 49f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) ndash Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Universidade de Satildeo Paulo Piracicaba 2000
PRADO R M FERNANDES F M NATALE W Uso de escoacuteria de siderurgia no Brasil estudos na cultura da cana-de-accediluacutecar Jaboticabal Funep 2001 67p
PROGRAMA INTERLABORATORIAL DE CONTROLE DE QUALIDADE DE ANAacuteLISE DE SOLO Manual do laboratorista 2005 33p
RAIJ BV Avaliaccedilatildeo da fertilidade do solo Piracicaba Associaccedilatildeo Brasileira para Pesquisa da Potassa e do Fosfato 1981 142p
RAIJ B V CANTARELLA H QUAGGIO J A FURLANI A M C Recomendaccedilatildeo de adubaccedilatildeo e calagem para o estado de Satildeo Paulo Campinas IAC 1996 285p (IAC Boletim 100)
SCOTT AJ KNOTT MA A cluster analysis method for grouping means in the analysis of variance Biometrics Washington v 30 n 2 1974 p 507-512
SHOEMAKER HE MCCLEAN E PRATT PF Buffer methods for determining lime requirements of soil with appreciable amounts of extractable aluminium Soil Sci Soc Am Proc Madison v 25 p 274-277 1961
SOUSA D M G MIRANDA L N OLIVEIRA S A Acidez do solo e sua correccedilatildeo In NOVAIS R F ALVAREZ V V H BARROS N F FONTES R L F CANTARUTTI R B NEVES J C L Fertilidade do solo Viccedilosa Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo 2007 p 205 ndash 274
SOUSA D M G LOBATO E Cerrado correccedilatildeo do solo e adubaccedilatildeo Brasiacutelia Embrapa Informaccedilatildeo Tecnoloacutegica 2004 416p
VERAS M C M VIEIRA W TEIXEIRA L S M ALCARDE J C OLIVEIRA L B Manual de meacutetodos analiacuteticos oficiais para fertilizantes minerais orgacircnicos organominerais e corretivos 1 ed Brasiacutelia MAPA 2007 v 1
38
WERNER D ROTH R Siacutelica metabolism In LAUCHILI A BIELESKI RL (Ed) Encyclopedia of plant physiology New Series Berlin Springer-Velag 1983 v 15B p 682-694
- Parte inicial dissertaccedilatildeopdf
- RESUMOpdf
- Corpo da dissertaccedilatildeopdf
-
4
disponibilidade de nutrientes e a interferecircncia na atividade microbiana (SOUSA et al
2007)
22 Correccedilatildeo da acidez do solo
Em funccedilatildeo dos fatores negativos da acidez do solo para a produccedilatildeo agriacutecola
torna-se necessaacuteria a sua correccedilatildeo atraveacutes da calagem maneira mais faacutecil e econocircmica
para se corrigir a acidez do solo nos primeiros 20 cm deste Furtini Neto e
colaboradores (2001) destacam como principais benefiacutecios da calagem
Diminuiccedilatildeo da toxidez por Al3+ e Mn2+
Aumento da mineralizaccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica consequentemente aumentando
a disponibilidade de nutrientes principalmente nitrogecircnio enxofre foacutesforo e
boro
Aumento na disponibilidade de caacutelcio e magneacutesio por adiccedilatildeo direta ao solo
Aumento na disponibilidade de foacutesforo e molibdecircnio presentes em formas
fixadas e de menor disponibilidade no solo aacutecido
Aumento da fixaccedilatildeo natildeo-simbioacutetica e simbioacutetica de nitrogecircnio
Aumento da CTC do solo reduzindo os problemas de salinidade e de lixiviaccedilatildeo
de caacutetions
Aumento da eficiecircncia da adubaccedilatildeo
Aumento da preservaccedilatildeo de aacutereas de floresta ou de aacutereas menos vocacionadas
para a agricultura em face da necessidade de menor aacuterea para obter a mesma
produccedilatildeo
Segundo Sousa e Lobato (2004) para solos de Cerrado a produtividade de gratildeos
das culturas de sequeiro (soja milho trigo e feijatildeo) aumenta com a saturaccedilatildeo por bases
ateacute 40 estabiliza entre os valores de 40 a 60 e diminui quando a saturaccedilatildeo por
bases eacute maior que 60 Neste uacuteltimo caso o pH em aacutegua do solo estaraacute maior que 63
o que ocasiona a reduccedilatildeo na disponibilidade de zinco cobre ferro e manganecircs
Diversos satildeo os meacutetodos para a determinaccedilatildeo da necessidade de calagem sem
haver uma definiccedilatildeo clara sobre qual o melhor deles Fundamentalmente os caacutelculos
tem-se baseado nos seguintes meacutetodos meacutetodo da curva de incubaccedilatildeo de CaCO3
meacutetodo baseado no teor de alumiacutenio trocaacutevel (CATE 1965 CATANI ALONSO
1969) meacutetodo baseado no decreacutescimo de pH de soluccedilotildees-tampatildeo SMP (SHOEMAKER
5
et al 1961) meacutetodo baseado na saturaccedilatildeo por bases (RAIJ 1981) meacutetodo baseado no
pH e mateacuteria orgacircnica (DEFELIPO et al 1982 ALVAREZ V 1996) e meacutetodo para
neutralizar a acidez trocaacutevel e elevar os teores de Ca e Mg trocaacuteveis (ALVAREZ V
RIBEIRO 1999)
Independente do meacutetodo adotado eacute de extrema importacircncia que a determinaccedilatildeo
da necessidade de calagem seja adequada pois o excesso de aplicaccedilatildeo de um corretivo
pode trazer diversos impactos negativos como a induccedilatildeo a deficiecircncias de ferro e
manganecircs (LOPES 1989)
23 Caracteriacutesticas dos corretivos de acidez
Todo material utilizado para corrigir a acidez do solo conteacutem componentes
neutralizantes como carbonatos oacutexidos hidroacutexidos e silicatos Os componentes
neutralizantes nestes materiais natildeo satildeo os caacutetions Ca2+ e Mg2+ mas sim os acircnions CO3-2
OH- SiO32- (PLESE 2000)
A qualidade de um calcaacuterio eacute dada pela combinaccedilatildeo de seus atributos quiacutemicos e
fiacutesicos O atributo quiacutemico representado pelo poder de neutralizaccedilatildeo depende do tipo e
teor de neutralizantes no corretivo O fiacutesico representado pela eficiecircncia relativa
depende da natureza geoloacutegica da rocha calcaacuteria e do grau de moagem a que foi
submetida (KURIHARA et al 1999)
A avaliaccedilatildeo quiacutemica dos corretivos de acidez consta das seguintes
determinaccedilotildees poder de neutralizaccedilatildeo (PN) e teores de Ca e Mg (ALCARDE
RODELLA 1996)
A avaliaccedilatildeo fiacutesica dos corretivos de acidez eacute determinada pela sua composiccedilatildeo
granulomeacutetrica empregando-se as peneiras nordm 10 20 e 50 segundo a Associaccedilatildeo
Brasileira de Normas Teacutecnicas - ABNT Para cada uma das fraccedilotildees granulomeacutetricas
produto retido na peneira ABNT 10 produto passante na peneira ABNT 10 e retido na
peneira ABNT 20 produto passante na peneira ABNT 20 e retido na peneira ABNT 50
e produto passante na peneira ABNT 50 satildeo atribuiacutedos os seguintes valores de
reatividade 0 20 60 e 100 respectivamente A partir dos resultados da
composiccedilatildeo granulomeacutetrica calcula-se a reatividade (RE) ou eficiecircncia relativa (ER) do
calcaacuterio de acordo com a equaccedilatildeo abaixo (ALCARDE RODELLA 1996)
RE = F10-20 x 02 + F20-50 x 06 + Fgt50 x 1
6
Onde
F10-20= percentual de produto que passa pela peneira nordm10 e fica retido na peneira
nordm20 F20-50 = percentual de produto que passa pela peneira nordm20 e fica retido na
peneira nordm50 e Fgt50 = percentual de produto que passa pela peneira nordm50
Estes paracircmetros de reatividade satildeo adotados no Brasil de acordo com o que a
legislaccedilatildeo prevecirc para todos os corretivos independente de sua origem Segundo Prado e
colaboradores (2001) ainda natildeo existe uma legislaccedilatildeo especiacutefica para silicatos de
caacutelcio sendo estes incluiacutedos na legislaccedilatildeo de calcaacuterios com algumas adaptaccedilotildees
Alcarde e colaboradores (1989) avaliando a reatividade de calcaacuterios de
diferentes origens na correccedilatildeo da acidez do solo constataram eficiecircncia relativa acima
de 80 para partiacuteculas de tamanho inferior a 03 mm (peneira gt 50 ABNT) entre 39 e
65 para partiacuteculas entre 03 e 084 mm (produto passante na peneira 20 ABNT e retido
na peneira 50 ABNT) e eficiecircncia entre 6 e 27 para partiacuteculas entre 084 e 20 mm
(produto passante na peneira 10 ABNT e retido na peneira 20 ABNT)
Bellingieri (1983) avaliando a eficiecircncia de fraccedilotildees granulomeacutetricas de calcaacuterios
em laboratoacuterio em solos com controle de umidade em 30 encontrou valores de
eficiecircncia relativa de 74 376 767 e 100 respectivamente para corretivos nas
fraccedilotildees granulomeacutetricas passantes na peneira ABNT 5 e retiros na peneira ABNT 10
passantes na peneira 10 e retidos na peneira ABNT 30 passantes na peneira ABNT 30 e
retidos na peneira ABNT 50 e produtos passantes na peneira ABNT 50
Segundo Kurihara e colaboradores (1999) a origem da rocha calcaacuteria interfere
na ER do corretivo com destaque para os materiais de origem sedimentar que
apresentam elevada friabilidade possibilitando que torrotildees do material sejam facilmente
desagregados com pequena pressatildeo entre os dedos da matildeo de maneira que apoacutes sua
extraccedilatildeo da jazida esse calcaacuterio natildeo necessita passar por um processo de moagem como
os de natureza metamoacuterfica Entretanto ao se efetuar a anaacutelise granulomeacutetrica verifica-
se que estes torrotildees natildeo passam pelo conjunto de peneiras durante a agitaccedilatildeo mecacircnica
subestimando a real capacidade do material em se solubilizar no solo
Bellingieri e colaboradores (1992) avaliando a reatividade de um calcaacuterio
dolomiacutetico e calcaacuterio dolomiacutetico calcinado durante dois anos agriacutecolas relataram que o
calcaacuterio calcinado apresentou maior reatividade no primeiro ano agriacutecola bem como as
fraccedilotildees granulomeacutetricas mais finas proporcionaram maior reatividade no primeiro ano
do trabalho fato que foi amenizado no segundo ano agriacutecola em que a reatividade dos
7
calcaacuterios tenderam a se igualar e a granulometria mais grosseira tambeacutem compensou a
menor reatividade obtida no primeiro ano
Plese (2000) avaliando o efeito da umidade do solo entre o intervalo de 0 a 80
da capacidade de campo na reatividade das fraccedilotildees granulomeacutetricas de um calcaacuterio
observou que quanto mais altos os valores de umidade do solo mais favoraacutevel era para
a reaccedilatildeo do corretivo no solo Para solos mantidos a 80 da capacidade de campo a
frequecircncia de molhamento teve pouca influecircncia na reatividade
A combinaccedilatildeo das caracteriacutesticas quiacutemicas e fiacutesicas do corretivo
respectivamente PN expresso em equivalente de carbonato de caacutelcio e ER originam o
Poder Relativo de Neutralizaccedilatildeo Total (PRNT) variaacutevel esta utilizada para a definiccedilatildeo
da dose a ser utilizada (BELINGIERI et al 1988)
24 Silicatos de Caacutelcio
Segundo Prado e colaboradores (2001) para minimizar os problemas quiacutemicos
dos solos do Brasil uma maneira seria mediante a correccedilatildeo da acidez do solo pelo uso
de escoacuterias de siderurgia um resiacuteduo da induacutestria do accedilo e ferro-gusa constituiacutedo
quimicamente de silicato de caacutelcio (CaSiO3)
Segundo Malavolta (1981) de maneira simplificada a escoacuteria de siderurgia
pode ser definida como sendo obtida atraveacutes da siacutelica do mineacuterio de ferro que reage com
o caacutelcio do calcaacuterio em alto forno Este processo envolvendo altas temperaturas
seguindo de um raacutepido resfriamento difere do processo de produccedilatildeo de calcaacuterio
(moagem de rochas calcaacuterias) o que pode originar materiais de alta solubilidade
consequentemente elevando sua eficiecircncia relativa
Os silicatos de caacutelcio e magneacutesio apresentam como principais benefiacutecios o
aumento na disponibilidade do Si a elevaccedilatildeo do pH o aumento do Ca e Mg trocaacuteveis
no solo a reduccedilatildeo de toxicidade do Fe Mn e Al para as plantas e o aumento na
disponibilidade de P no solo (KORNDOumlRFER et al 2003)
Segundo Alcarde (1992) a accedilatildeo neutralizante dos silicatos de caacutelcio e magneacutesio
no solo pode ser explicada com as seguintes equaccedilotildees
Ca(Mg)SiO3 + H2O
Ca+2(Mg+2) + SiO3-2
SiO3-2 + H2O HSiO3
- + OH-
HSiO3- + H2O H2SiO3 + OH-
H2SiO3 + H2O H4SiO4
8
Dentre os silicatos as fontes mais abundantes e baratas satildeo as escoacuterias
sideruacutergicas originadas do processamento em altas temperaturas geralmente acima de
1400 ordmC da reaccedilatildeo do calcaacuterio com a siacutelica presente no mineacuterio de ferro
(KORNDOumlRFER et al 2003)
As principais caracteriacutesticas que devem ser avaliadas na escolha de uma fonte de
siliacutecio para a agricultura satildeo solubilidade disponibilidade as propriedades fiacutesicas a
concentraccedilatildeo de elementos contaminantes e a relaccedilatildeo custo benefiacutecio (GASCHO
2001)
25 Efeitos do Si na agricultura
A utilizaccedilatildeo de macronutrientes nitrogecircnio (N) foacutesforo (P) potaacutessio (K) caacutelcio
(Ca) magneacutesio (Mg) e enxofre (S) e de micronutrientes boro (B) cloro (Cl) cobre
(Cu) ferro (Fe) manganecircs (Mn) molibdecircnio (Mo) niacutequel (Ni) e zinco (Zn) eacute
considerada como essencial para se alcanccedilar resultados satisfatoacuterios na produccedilatildeo
agriacutecola Poreacutem em determinadas condiccedilotildees de solo e cultivo existem elementos
chamados de natildeo-essenciais como o siliacutecio (Si) que pode promover diversos processos
fisioloacutegicos desejaacuteveis para as plantas e por consequecircncia aumentar a produtividade
(KORNDOumlRFER LEPSCH 2001)
A comprovaccedilatildeo da essencialidade do siliacutecio eacute muito difiacutecil de ser obtida devido
a sua abundacircncia na biosfera Estaacute presente em quantidades significativas mesmo em
sais aacutegua e ar (WERNER ROTH 1983)
As plantas absorvem siliacutecio diretamente da soluccedilatildeo do solo sendo este
transportado ateacute as raiacutezes principalmente via fluxo de massa (DAYANADAM et al
1983)
Balastra e colaboradores (1989) relatam que o Si apoacutes absorvido eacute transportado
pelo xilema e depositado na parede celular na forma de siacutelica amorfa hidratada ou opala
biogecircnica (SiO2nH2O) Uma vez alocado o Si torna-se imoacutevel e natildeo mais se redistribui
na planta
Marschner (1995) classifica as plantas de acordo com o seu teor de SiO2 na
mateacuteria seca da parte aeacuterea em trecircs grupos I ) acumuladoras com teores de Si de 10 a
15 II) intermediaacuterias com teores de Si de 1 a 3 III) natildeo acumuladoras com teores
na ordem de 05 Myake e Takahashi (1983) relatam que as gramiacuteneas satildeo
9
acumuladoras tiacutepicas reduzindo de forma raacutepida a concentraccedilatildeo de Si na soluccedilatildeo do
solo
Entre as plantas que mais extraem Si destacam-se o arroz e a cana-de-accediluacutecar
Ma e Takahashi (2002) relatam que as plantas de arroz possuem mecanismos
especiacuteficos de absorccedilatildeo de Si em que as proteiacutenas de membranas satildeo produzidas por
expressatildeo do gene especiacutefico Uma seacuterie de autores demonstram que o siliacutecio reduz a
severidade de vaacuterias doenccedilas de importacircncia econocircmica na cultura do arroz tais como a
brusone mancha parda escaldadura entre outras (KORNDOumlRFER DATNOFF 1995)
Natildeo apenas na reduccedilatildeo da severidade de doenccedilas como tambeacutem na reduccedilatildeo do
ataque de pragas pode-se observar grandes efeitos da aplicaccedilatildeo de Si Yoshida (1975)
citado por Barbosa Filho e colaboradores (2000) relata que a silicificaccedilatildeo da epiderme
previne a penetraccedilatildeo e a mastigaccedilatildeo pelos insetos porque as ceacutelulas ficam mais
endurecidas Segundo revisatildeo feita pelos mesmos autores diversos insetos sofreram
impactos com a aplicaccedilatildeo de Si como larvas da broca de colo trips e cigarrinha parda
que respectivamente tiveram mandiacutebulas danificadas inibiccedilatildeo na atividade e reduccedilatildeo
da populaccedilatildeo
O siliacutecio aparece na cana-de-accediluacutecar em altas concentraccedilotildees podendo variar
desde 014 em folhas jovens ateacute 67 nos colmos e folhas velhas No Havaiacute as folhas
contendo menos de 05 de siliacutecio satildeo frequentemente afetadas por um sintoma
denominado freckling A causa deste sintoma eacute ainda bastante controvertida poreacutem a
maioria dos pesquisadores atribuem agrave falta de Si e a desequiliacutebrios nutricionais O
aparecimento da ferrugem na cana-de-accediluacutecar (Puccinia melanocephala) pode estar
relacionado com o referido sintoma O sintoma eacute mais severo nas folhas mais velhas e a
aacuterea fotossinteacutetica eacute normalmente fortemente atingida (KORNDOumlRFER DATNOFF
1995)
Natildeo apenas em relaccedilatildeo aos fitopatoacutegenos mas quanto ao ataque de pragas
principalmente a broca do colmo e cigarrinha poderiam ser diminuiacutedas nas cultivares
acumuladoras de Si Outros efeitos do Si na cana-de-accediluacutecar estatildeo relacionados agrave maior
resistecircncia ao acamamento e alteraccedilotildees na arquitetura da planta deixando as folhas mais
eretas e em consequecircncia disso mais eficientes quanto agrave capacidade de aproveitamento
da luz solar e de realizaccedilatildeo da fotossiacutentese (KORNDOumlRFER et al 2002)
10
3 MATERIAL E MEacuteTODOS
31 Local do experimento
O experimento foi desenvolvido na Central de Fertilidade do Solo da
Faculdade de Ciecircncias Agraacuterias do Centro Universitaacuterio de Patos de Minas (UNIPAM)
no municiacutepio de Patos de Minas ndash MG onde os solos foram armazenados durante o
periacuteodo de incubaccedilatildeo de 30 e 90 dias de 8 de julho agrave 6 de outubro de 2008
32 Solos utilizados nas unidades experimentais
O experimento foi realizado em quatro classes de solo de diferentes texturas
sendo arenoso meacutedio argiloso e muito argiloso Os solos foram coletados do horizonte
B para natildeo haver interferecircncia da mateacuteria orgacircnica e posteriormente foram secos ao ar
ateacute atingirem massa constante Em seguida peneirados em malha de 2 mm e realizada a
anaacutelise quiacutemica e fiacutesica seguindo a metodologia descrita pelo Programa
Interlaboratorial de controle de qualidade de anaacutelise de solo (2005) exceto para o teor
de Si no solo que seguiu a metodologia descrita por Korndoumlrfer et al (2004) Os
resultados satildeo apresentados na Tabela 1
11
Tabela 1 Caracterizaccedilatildeo quiacutemica e fiacutesica dos solos utilizados no experimento
SOLOS Atributo Unidade Muito
argiloso Argiloso Meacutedio Arenoso
Latossolo Vermelho Acifeacuterrico
Tiacutepico
Latossolo Vermelho Perfeacuterrico
Tiacutepico
Latossolo Vermelho
Distrofeacuterrico Tiacutepico
Latossolo Amarelo
Distroacutefico Psamiacutetico
Si mg dm-3 59 50 87 29
P (Mehlich 1) mg dm-3 00 07 10 01
K mg dm-3 364 40 226 89
Ca cmolc dm-3
02 02 04 02
Mg cmolc dm-3
06 02 05 01
H + Al cmolc dm-3
37 60 39 34
pH (em H2O)
51 53 47 45
Al cmolc dm-3
01 01 04 05
CTC (e) cmolc dm-3
09 05 14 08
CTC (T) cmolc dm-3
46 64 49 37
SB cmolc dm-3
08 04 10 03
V 185 64 200 82
Cu mg dm-3 02 13 09 03
Zn mg dm-3 01 01 01 01
Argila 74 45 30 14
Silte 12 36 16 1
Areia 14 19 54 85
Metodologia P K Cu Zn (Mehlich 1 HCl 005 M + H2SO4 00125 M) Ca Mg Al (KCl 1 M) H+Al (soluccedilatildeo tampatildeo ndash SMP a pH 75) pH (em aacutegua) anaacutelise textural (meacutetodo da pipeta)
Realizou-se a determinaccedilatildeo da densidade das amostras dos quatro solos (Tabela
2) pelo meacutetodo da proveta descrita pela Embrapa (1997) Este meacutetodo eacute uma
alternativa para experimentos em vasos onde amostras de solo satildeo desagregadas para
preencher os vasos compondo a unidade experimental
12
Tabela 2 Densidade das amostras dos solos utilizados no experimento
Solos Densidade
g cm-3
Muito Argiloso 096
Argiloso 130
Meacutedio 125
Arenoso 135
Com os resultados da anaacutelise quiacutemica dos solos foi determinada a necessidade
de calagem pelo meacutetodo da saturaccedilatildeo por bases descrito por Raij e colaboradores
(1996) com o objetivo de elevaacute-la agrave 60 (Tabela 3)
Tabela 3 Necessidade de calagem em equivalente de CaCO3 com 100 de PRNT para amostras dos solos utilizados no experimento considerando as respectivas densidades das amostras dos solos
Solos Unidade
Muito Argiloso Argiloso Meacutedio Arenoso
Mg ha-1 189 343 056 191
mg vaso-1 27114 66795 10587 38735
33 Corretivos utilizados
Foram utilizadas trecircs fontes de silicatos originados de diferentes escoacuterias de
siderurgia sendo estes Agrosiliacutecio Silifeacutertil e Holcim por serem os mais
representativos quanto ao uso na agricultura como corretivos agriacutecolas Estes foram
comparados com um calcaacuterio comercial de origem sedimentar e com o carbonato de
caacutelcio pa padratildeo para estudos de eficiecircncia relativa de corretivos (Tabela 4)
Tabela 4 Teores de caacutelcio magneacutesio e siliacutecio dos corretivos utilizados
Corretivo CaO () MgO () SiO2 ()
Agrosiliacutecio 39 10 23
Silifeacutertil 38 8 22
Holcim 25 7 43
Calcaacuterio 30 20 0
Carbonato de caacutelcio 56 0 0
13
Para a caracterizaccedilatildeo dos corretivos quanto a sua superfiacutecie especiacutefica foi
realizada a anaacutelise da superfiacutecie especiacutefica pela equipe do Laboratoacuterio de
Hidrometalurgia da Universidade Federal de Ouro Preto utilizando-se o meacutetodo de
determinaccedilatildeo por gases descrito por Brunauer e colaboradores (1938) (Tabela 5)
Tabela 5 Superfiacutecie especifica e volume total de poros dos corretivos de acidez do solo
Corretivo Superfiacutecie Especiacutefica Volume total de poros
m2 g-1 cm3 g-1
Agrosiliacutecio 1175 00482
Silifeacutertil 066 00023
Holcim 038 00006
Calcaacuterio 091 00039
Fonte Universidade Federal de Ouro Preto (Laboratoacuterio de Hidrometalurgia)
Todos os corretivos foram submetidos agrave uniformizaccedilatildeo de umidade atraveacutes de
secagem em estufa com circulaccedilatildeo forccedilada de ar a 105 ordmC por um periacuteodo de setenta e
duas horas
Apoacutes esta etapa os silicatos foram submetidos agrave separaccedilatildeo nas seguintes
fraccedilotildees granulomeacutetricas atraveacutes de agitador mecacircnico por 5 minutos seguindo a
metodologia oficial (Veras et al 2007) fracionando os corretivos nas seguintes classes
partiacuteculas maiores que 200 mm (fraccedilatildeo do corretivo retido na peneira ABNT 10 ndash 10
mesh) partiacuteculas entre 084 e 200 mm (fraccedilatildeo do corretivo passante na peneira ABNT
10 e retido na peneira ABNT 20 ndash 20 mesh) partiacuteculas entre 030 e 084 (fraccedilatildeo do
corretivo passante na peneira ABNT 20 e retido na peneira ABNT 50 ndash 50 mesh) e
partiacuteculas com dimensatildeo inferior agrave 030 mm (fraccedilatildeo do corretivo passante na peneira
ABNT 50) (Figura 1)
14
(a) (b)
Figura 1 Mesa agitadora (a) e peneiras utilizadas para a separaccedilatildeo dos corretivos nas diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas (b)
A definiccedilatildeo das fraccedilotildees granulomeacutetricas avaliadas acompanhou os criteacuterios
atualmente adotados na legislaccedilatildeo para calcaacuterio aleacutem do fato de natildeo se justificar o uso
de silicatos em fraccedilatildeo granulomeacutetrica mais fina do que as jaacute comumente utilizadas para
calcaacuterio em funccedilatildeo da maior abrasividade das escoacuterias de siderurgia (PRADO et al
2001) o que tecnicamente dificulta a accedilatildeo dos moinhos brasileiros tornando a moagem
para a obtenccedilatildeo de partiacuteculas muito finas economicamente inviaacutevel
Apoacutes a separaccedilatildeo das fraccedilotildees granulomeacutetricas os corretivos foram submetidos
agrave determinaccedilatildeo do poder de neutralizaccedilatildeo (PN) pelo meacutetodo da titulaccedilatildeo que consiste
em colocar em contato uma massa conhecida do corretivo com uma quantidade
conhecida e em excesso de aacutecido padronizado fazendo com que o corretivo neutralize
uma parte do aacutecido O excesso de aacutecido eacute quantificado por alcalimetria obtendo-se
indiretamente a quantidade de aacutecido que foi neutralizado pelo corretivo seguindo o
procedimento descrito a seguir (BRASIL 1983)
Pesou-se 1000 g da amostra secada moiacuteda e passada em peneira de 03 mm
dos corretivos (Figura 2 a) e transferiu-se o material para erlenmeyer de 250 mL no
qual adicionou-se 50 mL da soluccedilatildeo de HCl 05 M padronizada O erlenmeyer foi
coberto com vidro de reloacutegio e a soluccedilatildeo foi fervida suavemente por 5 minutos (Figura
2 b) Apoacutes esta etapa a soluccedilatildeo foi esfriada transferida para balatildeo de 100 mL que teve
seu volume completado com aacutegua destilada e deixou-se decantar (Figura 2 c) Pipetou-
se 50 mL da soluccedilatildeo que foi transferida para erlenmeyer de 125 mL no qual se
acrescentou trecircs gotas de soluccedilatildeo de fenolftaleina (indicador) A soluccedilatildeo aacutecida foi
titulada com soluccedilatildeo padronizada de NaOH 025 M ateacute o aparecimento de uma leve cor
rosada do indicador (Figura 2 d) anotou-se o volume gasto e a partir deste valor
15
calculou-se o poder de neutralizaccedilatildeo do corretivo em de CaCO3 equivalente pela
expressatildeo
PN = 10 (25M1-V2M2) onde G
M1 = concentraccedilatildeo molar da soluccedilatildeo de HCl
V2 = volume em mL da soluccedilatildeo de NaOH gasto na titulaccedilatildeo
M2 = concentraccedilatildeo molar da soluccedilatildeo de NaOH
G = massa inicial da amostra em gramas
(a) (b)
(c) (d)
Figura 2 Ilustraccedilotildees dos processos laboratoriais para determinaccedilatildeo do PN em amostras
dos materiais corretivos desde a pesagem (a) a fervura da soluccedilatildeo contendo a amostra
do corretivo e HCl (b) a soluccedilatildeo transferida para balatildeo volumeacutetrico de 100 mL em
descanso para decantaccedilatildeo (c) e a titulaccedilatildeo ateacute o aparecimento da coloraccedilatildeo rosada (d)
Para os silicatos em funccedilatildeo de sua constituiccedilatildeo quiacutemica a visualizaccedilatildeo da
coloraccedilatildeo rosada foi dificultada pelo escurecimento da soluccedilatildeo (coloraccedilatildeo esverdeada)
sendo necessaacuteria a utilizaccedilatildeo do meacutetodo potenciomeacutetrico em que o excesso de HCl da
soluccedilatildeo eacute neutralizado por NaOH ateacute atingir pH 70
Foram encontrados valores distintos de poder de neutralizaccedilatildeo para cada um dos
corretivos (Tabela 6)
16
Tabela 6 Poder de neutralizaccedilatildeo dos materiais corretivos de acidez do solo utilizados
no experimento
Corretivos Poder de Neutralizaccedilatildeo ()
Agrosiliacutecio 859
Silifeacutertil 778
Holcim 740
Calcaacuterio 1131
CaCO3 1041
Com base nos valores do poder de neutralizaccedilatildeo encontrados para cada um dos
corretivos e de acordo com as necessidades de calagem encontrados para cada solo
foram calculadas as doses de cada corretivo a serem aplicadas nos vasos preenchidos
com 300 g de amostras dos solos (Tabela 7)
Tabela 7 Quantidade de corretivo calculada para atingir 60 de saturaccedilatildeo por bases
para cada um dos solos experimentais
SOLOS
Corretivos
Muito Argiloso
Argiloso Meacutedia Arenoso
---------------------------------- mg por vaso ------------------------------------
Agrosiliacutecio 3189 7775 1232 4509
Silifeacutertil 3487 8589 1361 4981
Holcim 3666 9031 1431 5239
Calcaacuterio 2397 5906 936 3425
CaCO3 2605 6416 1012 3721
Em funccedilatildeo da dose dos corretivos utilizados em cada solo (Tabela 5) e da
concentraccedilatildeo de SiO2 em cada um dos silicatos foram calculadas as doses de Si
fornecidas por cada silicato para o respectivo solo (Tabela 8)
17
Tabela 8 Dose de Si fornecida por cada um dos silicatos em cada solo experimental SOLOS
Corretivos Concentraccedilatildeo
de Si Muito Argiloso
Argiloso Meacutedia Arenoso
--------------------------- mg por vaso -----------------------
Agrosiliacutecio
107 341 832 132 482
Silifeacutertil 103 359 885 140 513 Holcim 203 744 1833 290 1064
34 Tratamentos e delineamento experimental
Foram conduzidos quatro experimentos sendo cada um em uma classe
textural de solo em delineamento inteiramente casualizado A anaacutelise de variacircncia foi
baseada num arranjo fatorial 4x4 com quatro corretivos de acidez (trecircs silicatos de
caacutelcio Agrosiliacutecio Silifeacutertil e Holcim e um calcaacuterio) e quatro fraccedilotildees granulomeacutetricas
(entre 5 e 10 mesh partiacuteculas entre 2 e 4 mm entre 10 e 20 mesh partiacuteculas entre 084
e 2 mm entre 20 e 50 mesh partiacuteculas entre 03 e 084 mm e maior que 50 mesh
partiacuteculas menores que 03 mm) com quatro repeticcedilotildees
Aleacutem dos tratamentos acima foi realizada a incubaccedilatildeo com CaCO3 (reagente
pa) corretivo padratildeo para comparaccedilatildeo da eficiecircncia relativa na correccedilatildeo da acidez do
solo sendo este utilizado em cinco diferentes doses testemunha 50 100 150 e
200 em relaccedilatildeo agrave dose recomendada para a correccedilatildeo da acidez do solo para atingir
60 de saturaccedilatildeo por bases (Tabela 3)
34 Conduccedilatildeo do experimento
As parcelas experimentais constituiacuteram-se de recipientes plaacutesticos de 500 mL
nos quais foram adicionados 300 g de solo e as devidas quantidades dos corretivos que
posteriormente foram incubados em recipientes abertos por trinta e noventa dias em
laboratoacuterio sem exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo solar direta e a intensas variaccedilotildees de temperatura
(Figura 3 a b)
Durante o periacuteodo de incubaccedilatildeo os solos foram irrigados com aacutegua destilada
para a manutenccedilatildeo da umidade a 80 da capacidade de campo (Figura 3 c)
Apoacutes 30 e 90 dias de incubaccedilatildeo fraccedilotildees de 50 g de cada uma das amostras
foram retiradas e colocadas para secar ao ar (Figura 3 d)
18
(a) (b)
(c) (d)
Figura 3 Pesagem dos corretivos (a) adiccedilatildeo dos corretivos nos recipientes plaacutesticos
contendo as amostras dos solos (b) irrigaccedilatildeo das amostras dos solos (c) e incubaccedilatildeo em
laboratoacuterio por 30 e 90 dias (d)
35 Determinaccedilatildeo do pH do solo apoacutes a incubaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo da eficiecircncia relativa
Para a caracterizaccedilatildeo da correccedilatildeo da acidez do solo foi determinado o pH em
CaCl2 em cada unidade experimental Esta variaacutevel de cada fraccedilatildeo granulomeacutetrica dos
silicatos de caacutelcio foi confrontada com os valores obtidos atraveacutes da curva de incubaccedilatildeo
do CaCO3 (reagente pa)
A anaacutelise do pH foi realizada seguindo a metodologia descrita pelo Programa
Interlaboratorial de controle de qualidade de anaacutelise de solo (2005) em que se colocou
10 cm3 de TFSA num frasco de 50 mL e adicionou-se 25 mL de CaCl2 2H2O 001 M
(1469 g L-1) deixando em contato por quinze minutos Posteriormente agitou-se a
amostra em agitador horizontal por dez minutos a 200 rpm Apoacutes esta etapa a soluccedilatildeo
foi mantida em repouso por sessenta minutos Na sequecircncia sem agitar novamente a
amostra foi realizada a leitura em potenciocircmetro devidamente calibrado com soluccedilotildees-
padratildeo de pH 40 e 70
Os valores de pH obtidos por cada fraccedilatildeo granulomeacutetrica de cada um dos
corretivos foram confrontados com os valores de pH obtidos na curva de incubaccedilatildeo de
CaCO3 obtendo-se os valores de equivalente em CaCO3 aos 90 dias
19
Os valores de eficiecircncia relativa foram ajustados em relaccedilatildeo aos resultados
obtidos por cada corretivo na fraccedilatildeo granulomeacutetrica inferior agrave 03 mm (gt 50 mesh)
atribuindo-se a esta fraccedilatildeo mais fina o iacutendice de 100 seguindo a metodologia adotada
por Bellingieri (1983)
36 Avaliaccedilatildeo do teor de Si no solo apoacutes a incubaccedilatildeo
Para a avaliaccedilatildeo do teor de Si no solo disponibilizado por cada uma das fontes
nas fraccedilotildees granulomeacutetricas foram realizadas as anaacutelises no Laboratoacuterio de Anaacutelise de
Fertilizantes da Universidade Federal de Uberlacircndia utilizando o extrator cloreto de
caacutelcio 001 M de acordo com a metodologia descrita por Korndoumlrfer e colaboradores
(2004) em que apoacutes o contato de 10 g da amostra do solo com 100 mL da soluccedilatildeo
extratora os mesmos foram submetidos a um agitador horizontal orbital por 1 hora na
frequumlecircncia de 50 rpm Apoacutes este procedimento as amostras ficaram em repouso por 15
minutos para decantar e a suspensatildeo foi filtrada e ficando sob novo repouso por 12
horas Entatildeo pipetou-se 10 mL do extrato de cada amostra acrescentando-se 1 mL de
soluccedilatildeo sulfo-moliacutebdica Decorridos 10 minutos acrescentou-se 2 mL de soluccedilatildeo de
aacutecido tartaacuterico 200 mg L-1 e apoacutes 5 minutos adicionou-se 10 mL da soluccedilatildeo de aacutecido
ascoacuterbico Apoacutes 1 hora foi realizada a leitura em espectofotocircmetro UV-visiacutevel no
comprimento de onda de 660 nanocircmetros Em funccedilatildeo do fator de diluiccedilatildeo o valor de
leitura foi multiplicado por 10 para se chegar no teor de Si do solo em mg dm-3
37 Anaacutelise estatiacutestica
Os resultados referentes ao pH em CaCl2 encontrados em funccedilatildeo das doses de
CaCO3 foram submetidos agrave anaacutelise de variacircncia e posterior ajuste ao modelo de
regressatildeo mais adequado para cada solo dentro dos dois periacuteodos de incubaccedilatildeo
utilizando o software estatiacutestico Sisvar desenvolvido por Ferreira (1999)
Os dados referentes ao pH em CaCl2 e ao teor de Si no solo encontrados em
funccedilatildeo dos corretivos (silicatos e calcaacuterio) em cada fraccedilatildeo granulomeacutetrica foram
submetidos agrave anaacutelise de variacircncia e suas meacutedias foram comparadas pelo teste de Scott-
Knott (1974) a 5 de probabilidade quanto agrave variaccedilatildeo dos corretivos dentro de cada
fraccedilatildeo granulomeacutetrica e quanto agrave variaccedilatildeo das fraccedilotildees granulomeacutetricas dentro dos
corretivos
20
4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
41 Variaccedilotildees no pH aos 30 dias de incubaccedilatildeo
Em relaccedilatildeo agrave variaacutevel pH em CaCl2 houve efeito significativo das doses de
CaCO3 para os quatro solos analisados o que possibilitou o ajuste de modelos de
regressatildeo (Figura 4)
Para os valores de pH em CaCl2 em funccedilatildeo do corretivo e fraccedilatildeo granulomeacutetrica
utilizados a anaacutelise de variacircncia tambeacutem permitiu constatar efeito significativo
inclusive para a interaccedilatildeo entre estes fatores (Tabela 9) Em geral quanto menor a
fraccedilatildeo granulomeacutetrica maior o pH do solo resultado este que concorda com o trabalho
realizado anteriormente por Alcarde e colaboradores (1989)
Novais e colaboradores (1993) tambeacutem descreveram que a granulometria mais
fina das escoacuterias de siderurgia permitiu maior reatividade tanto em solos arenosos
quanto em solos argilosos
(a)
y = -03764x2 + 13644x + 49458
R2 = 099
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(b)
y = -07093x2 + 24251x + 50564
R2 = 097
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(c)
y = 0492x + 3941
R2 = 094
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(d)
y = -1075x2 + 37825x + 39585
R2 = 099
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalnete CaCO3
pH e
m C
aCl 2
Significativo a 5 de probabilidade pelo teste f Figura 4 Valores do pH em CaCl2 em funccedilatildeo da dose equivalente de CaCO3 aplicada ao solo apoacutes 30 dias de incubaccedilatildeo nos solos muito argiloso (a) argiloso (b) meacutedio (c) arenoso (d)
21
Para os solos muito argiloso argiloso e arenoso pode-se observar que com as
doses de CaCO3 dentro do limite de 0 a 200 em relaccedilatildeo agrave recomendaccedilatildeo para atingir
60 de saturaccedilatildeo por bases o pH em CaCl2 aumentou significativamente de maneira
quadraacutetica Entretanto observou-se para o solo de textura meacutedia um ajuste linear Este
efeito pode ser atribuiacutedo ao fato das doses do corretivo utilizado natildeo terem sido
suficientes para atingir a faixa de estabilidade
Atraveacutes da amplitude de variaccedilatildeo nos valores de pH em funccedilatildeo do acreacutescimo
nas doses de CaCO3 pode-se observar o maior efeito tampatildeo dos solos muito argiloso e
argiloso em relaccedilatildeo ao solo arenoso e de textura meacutedia informaccedilatildeo esta que corrobora
aos relatos de Furtini e colaboradores (2001) O poder tampatildeo do solo eacute a resistecircncia
que o solo oferece a mudanccedila de pH Sousa e colaboradores (2007) exemplificando a
proporcionalidade dos diferentes tipos de acidez do solo relatam que a quantidade de
calcaacuterio necessaacuteria para neutralizar a acidez ativa pode chegar a quatorze mil setecentos
e vinte e trecircs vezes menor do que o necessaacuterio para a correccedilatildeo da acidez potencial do
solo o que evidencia a importacircncia do conhecimento do poder tampatildeo do solo para se
determinar a dose do corretivo
Pode-se observar que os resultados de pH em CaCl2 em funccedilatildeo dos corretivos e
das fraccedilotildees granulomeacutetricas para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso
submetidos a 30 dias de incubaccedilatildeo ocorreram de forma que quanto menor a
granulometria do corretivo maior foi o aumento no valor de pH encontrado nos solos
(Tabela 9)
22
Tabela 9 Valores de pH em CaCl2 em funccedilatildeo do corretivo de solo utilizado na dose
referente agrave elevaccedilatildeo da saturaccedilatildeo por bases para 60 e da fraccedilatildeo granulomeacutetrica apoacutes
30 dias de incubaccedilatildeo para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso
Peneira ABNT (mesh) Corretivo
5 - 10 10 - 20 20 ndash 50 gt 50 Meacutedia Solo muito argiloso
Agrosiliacutecio 51
Ac
51
Ac
57
Ab
59
Aa
55 Silifeacutertil 49
Ad
53
Ac
56
Ab
60
Aa
54 Holcim 50
Ab
49
Bb
49
Cb
53
Ca
50 Calcaacuterio 49
Ac
50
Bc
54
Bb
57
Ba
53 Meacutedia 50
51
54
57
53 Solo argiloso
Agrosiliacutecio
51
Ac
53
Ac
61
Ab
65
Aa
57 Silifeacutertil 53
Ac
52
Ac
59
Ab
66
Aa
57 Holcim 51
Ab
51
Ab
51
Cb
55
Ba
52 Calcaacuterio 51
Ac
52
Ac
56
Bb
65
Aa
56
51
52
56
63
56 Solo meacutedio
Agrosiliacutecio
40
Ac
41
Ac
41
Ab
43
Aa
41 Silifeacutertil 40
Ab
40
Ab
41
Aa
42
Ca
41 Holcim 40
Ab
40
Ab
40
Bb
41
Ca
40 Calcaacuterio 40
Ab
41
Ab
41
Bb
42
Ba
41 Meacutedia 40
40
41
42
41 Solo arenoso
Agrosiliacutecio
40
Ac
43
Ac
55
Ab
63
Aa
50 Silifeacutertil 40
Ac
42
Ac
52
Bb
65
Aa
50 Holcim 40
Ab
41
Ab
42
Cb
50
Ba
43 Calcaacuterio 40
Ac
40
Ac
50
Bb
63
Aa
48 Meacutedia 40
42
49
60
48 Letras maiuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na coluna e letras minuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na linha (Scott-Knott a 5)
No solo muito argiloso o Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil proporcionaram a maior
elevaccedilatildeo do pH do solo em relaccedilatildeo aos demais corretivos em todas as faixas
granulomeacutetricas passantes na peneira de 10 mesh ou seja quando a granulometria foi
inferior a 2 mm em fraccedilotildees maiores que esta o efeito do corretivo foi muito pequeno
natildeo havendo diferenccedila entre os corretivos (Tabela 9)
Para os demais solos os corretivos natildeo apresentaram diferenccedilas quanto ao
aumento provocado no pH do solo quando aplicados em granulometria acima de 084
mm ou seja produtos retidos na peneira de 10 mesh Para as granulometrias mais finas
23
os corretivos apresentaram diferenccedilas no aumento do pH ficando os solos que
receberam o silicato Holcim com os menores valores
De maneira geral para as granulometrias mais finas inferior a 084 mm
(passantes na peneira de 20 mesh) o Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil proporcionaram os
maiores incrementos em pH exceto para o produto mais fino gt 50 mesh no solo de
textura meacutedia e para o produto de granulometria entre 03 e 084 mm (ABNT 20 ndash 50)
no solo arenoso em que o Agrosiliacutecio obteve os melhores resultados (Tabela 9)
42 Variaccedilotildees no pH equivalente em CaCO3 e eficiecircncia relativa dos corretivos aos
90 dias de incubaccedilatildeo
Houve efeito significativo das doses de CaCO3 nos valores de pH em CaCl2 para
os quatro solos analisados o que possibilitou o ajuste de modelos polinomiais (Figura
5)
(a)
y = -01466x2 + 09457x + 49792
R2 = 085
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(b)
y = -05821x2 + 21998x + 49789
R2 = 098
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(c)
y = 04565x + 39275
R2 = 091
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(d)
y = -0865x2 + 34185x + 39925
R2 = 098
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
Significativo a 5 de probabilidade pelo teste f
Figura 5 Valores do pH em CaCl2 em funccedilatildeo da dose equivalente de CaCO3 aplicada ao solo apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo nos solos muito argiloso (a) argiloso (b) meacutedio (c) arenoso (d)
24
Para os solos muito argiloso argiloso e arenoso (Figura 5 a b d) como era de
se esperar as doses de CaCO3 dentro do limite de 0 a 200 em relaccedilatildeo agrave
recomendaccedilatildeo aumentaram significativamente e de forma quadraacutetica o pH em CaCl2
Acompanhando a tendecircncia observada apoacutes 30 dias de incubaccedilatildeo para o solo de
textura meacutedia verificou-se um ajuste linear para o aumento do valor de pH em CaCl2
em funccedilatildeo de doses de CaCO3 Este efeito pode ser atribuiacutedo ao fato das doses do
corretivo utilizado natildeo terem sido suficientes para atingir a faixa de estabilidade
Para as variaccedilotildees de pH em CaCl2 em funccedilatildeo do corretivo e fraccedilatildeo
granulomeacutetrica utilizados tambeacutem houve efeito significativo inclusive para a interaccedilatildeo
entre estes fatores (Tabela 10)
25
Tabela 10 Valores de pH em CaCl2 em funccedilatildeo do corretivo de solo utilizado na dose
referente agrave elevaccedilatildeo da saturaccedilatildeo por bases para 60 e da fraccedilatildeo granulomeacutetrica apoacutes
90 dias de incubaccedilatildeo para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso
Peneira ABNT (mesh) Corretivo
5 - 10 10 - 20 20 ndash 50 gt 50 Meacutedia Solo muito argiloso
Agrosiliacutecio 50
Ad
52
Ac
56
Ab
57
Aa
54 Silifeacutertil 50
Ac
51
Ac
55
Ab
58
Aa
53 Holcim 49
Ab
48
Cb
48
Bb
53
Ba
50 Calcaacuterio 49
Ac
50
Bc
55
Ab
57
Aa
53 Meacutedia 50
50
53
56
52 Solo argiloso
Agrosiliacutecio 52
Ab
53
Ab
61
Aa
62
Aa
57 Silifeacutertil 49
Cd
53
Ac
58
Bb
63
Aa
56 Holcim 50
Bb
50
Bb
51
Db
55
Ca
51 Calcaacuterio 51
Bd
52
Ac
56
Cb
62
Ba
55 Meacutedia 50
52
56
60
55 Solo meacutedio
Agrosiliacutecio 40
Ad
41
Ac
42
Ab
43
Aa
42 Silifeacutertil 41
Ac
41
Ac
42
Ab
43
Aa
42 Holcim 41
Ab
41
Ab
41
Cb
41
Ba
41 Calcaacuterio 40
Ab
41
Ab
41
Bb
43
Aa
41 Meacutedia 40
41
41
42
41 Solo arenoso
Agrosiliacutecio
40
Ac
44
Ab
59
Aa
61
Aa
51 Silifeacutertil 40
Ac
43
Ac
55
Ab
64
Aa
51 Holcim 39
Ab
40
Ab
42
Bb
48
Ba
43 Calcaacuterio 40
Ac
42
Ac
55
Ab
63
Aa
50 Meacutedia 40
42
53
59
49 Letras maiuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na coluna e letras minuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na linha (Scott-Knott a 5)
No solo muito argiloso e no solo arenoso o Agrosiliacutecio o Silifeacutertil e o calcaacuterio
proporcionaram maior elevaccedilatildeo no pH do solo em relaccedilatildeo ao Holcim nos corretivos
com granulometria inferior a 084 mm passantes na peneira de 20 mesh Quando se
comparam estes resultados com os obtidos aos 30 dias de incubaccedilatildeo observa-se a
inclusatildeo do calcaacuterio entre os corretivos com melhores resultados de aumento de pH no
solo muito argiloso Este fato demonstrou que para este solo os silicatos Agrosiliacutecio e
Silifeacutertil tiveram uma maior dissociaccedilatildeo aos 30 dias fato este que foi compensado pelo
calcaacuterio entre 30 e 90 dias de incubaccedilatildeo (Tabela 10)
26
Os valores de pH do solo argiloso apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo demonstraram que
o Agrosiliacutecio proporcionou os maiores valores de pH em todas as fraccedilotildees
granulomeacutetricas ficando este em igualdade com o Silifeacutertil na granulometria inferior a
03 mm (gt 50 mesh) e entre 08 mm e 20 mm (10 a 20 mesh) sendo que nesta uacuteltima
fraccedilatildeo granulomeacutetrica o calcaacuterio tambeacutem se igualou aos dois corretivos acima
mencionados (Tabela 10)
No solo de textura meacutedia as diferenccedilas ocorreram apenas nas fraccedilotildees
granulomeacutetricas inferiores a 08 mm (peneira de 20 mesh) com melhores resultados
atribuiacutedos ao Agrosiliacutecio Silifeacutertil e ao calcaacuterio na fraccedilatildeo mais fina (gt 50 mesh) e ao
Agrosiliacutecio e ao Silifeacutertil na fraccedilatildeo compreendida entre 03 e 084 mm (20 a 50 mesh)
Para o solo arenoso o Agrosiliacutecio o Silifeacutertil e o calcaacuterio proporcionaram
maiores valores de pH nas fraccedilotildees granulomeacutetricas inferiores a 084 mm enquanto que
nas fraccedilotildees mais grossas todos os corretivos tiveram o mesmo comportamento
Para todos os solos utilizados no experimento verificou-se que quanto menor a
dimensatildeo das partiacuteculas maiores satildeo os incrementos gerados nos valores de pH em
CaCl2 (Tabela 10) resultado este que concorda com trabalhos realizados anteriormente
por Bellingieri e colaboradores (1989)
Nas comparaccedilotildees entre os resultados dos valores de pH das amostras de solo
apoacutes 30 e 90 dias de incubaccedilatildeo os resultados praticamente se equivalem demonstrando
que 30 dias de incubaccedilatildeo foi um periacuteodo suficiente para a accedilatildeo dos corretivos
Com base nos incrementos verificados no pH das amostras dos solos pelos
corretivos de acidez em cada fraccedilatildeo granulomeacutetrica em relaccedilatildeo agraves curvas de incubaccedilatildeo
com CaCO3 calculou-se os valores de equivalente em CaCO3 para cada corretivo
dentro de cada fraccedilatildeo granulomeacutetrica com 90 dias de incubaccedilatildeo (Tabela 11)
27
Tabela 11 Equivalente em CaCO3 dos corretivos de acidez de diferentes fraccedilotildees
granulomeacutetricas aos 90 dias de incubaccedilatildeo
Peneiras ABNT (mesh)
Corretivos
5 ndash 10 10 - 20 20 - 50 gt 50 Meacutedia
--------------------------------------- -----------------------------------------
Agrosiliacutecio 9
Ac
24
Ab
64
Aa
77
Aa
43
Silifeacutertil 9
Ac
19
Ac
52
Ab
87
Aa
42 Calcaacuterio 8
Ac
13
Ac
33
Bb
79
Aa
33 Holcim 7
Ab
7
Ab
10
Cb
33
Ba
14 Meacutedia 8
16
39
69
33 Letras maiuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na coluna e letras minuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na linha (Scott-Knott a 5)
Os resultados de equivalente em CaCO3 apresentados para 90 dias de incubaccedilatildeo
(Tabela 11) demonstraram grande variaccedilatildeo para este atributo entre os corretivos de
acidez o que evidencia que natildeo apenas a granulometria mas tambeacutem a origem dos
corretivos exerce grande influecircncia na velocidade de correccedilatildeo da acidez do solo
Para as fraccedilotildees granulomeacutetrica mais grossas (lt 10 e 10 a 20 mesh) pode-se
observar que natildeo houve diferenccedila entre os corretivos jaacute na fraccedilatildeo mais fina (gt 50) o
silicato Holcim proporcionou menores valores de equivalente em CaCO3 em relaccedilatildeo as
demais fontes Na fraccedilatildeo granulomeacutetrica entre 20 e 50 (Tabela 11) verificou-se
diferenccedilas entre o equivalente em CaCO3 de silicatos e do calcaacuterio o que demonstrou o
fato de estarmos neste caso subestimando a reatividade dos silicatos Pode-se observar
que natildeo houve diferenccedilas entre os resultados obtidos com a aplicaccedilatildeo dos silicatos
Agrosiliacutecio e Silifeacutertil portanto sugere-se a elaboraccedilatildeo de novos paracircmetros para a
avaliaccedilatildeo de silicatos com origem de aciaria
Seguindo os criteacuterios adotados por Bellingieri (1983) de ajustar a eficiecircncia dos
corretivos atribuindo valores de 100 para as partiacuteculas passantes na peneira 50 ABNT
(partiacuteculas inferiores a 03 mm) determinou-se a eficiecircncia relativa de cada uma das
fraccedilotildees granulomeacutetricas dos corretivos permitindo a adoccedilatildeo de novos criteacuterios de
reatividade para os silicatos (Tabela 12)
28
Tabela 12 Eficiecircncias relativas em relaccedilatildeo agrave fraccedilatildeo granulomeacutetrica inferior a 03 mm
(peneira 50 mesh) dos corretivos de acidez em diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas aos
90 dias de incubaccedilatildeo
Peneiras ABNT (mesh)
Corretivos 5 - 10 10 - 20 20 - 50 gt 50 Meacutedia
------------------------------ -------------------------------
Agrosiliacutecio 12 33 85 100 58
Silifeacutertil 9 25 65 100 50
Holcim 16 17 27 100 40
Calcaacuterio 9 18 63 100 48
Meacutedia 12 23 60 100
Propotildee-se a adequaccedilatildeo da equaccedilatildeo atualmente adotada para a determinaccedilatildeo da
eficiecircncia relativa (reatividade) de silicatos de origem de aciaria para uso como
corretivo de acidez em funccedilatildeo das diferenccedilas encontradas em eficiecircncia relativa
apresentadas na Tabela 12 entre os silicatos de origem de escoacuteria de aciaria
(Agrosiliacutecio e Silifeacutertil) em relaccedilatildeo ao calcaacuterio ficando a mesma da seguinte forma
RE = F10-20 x 03 + F20-50 x 075 + Fgt50 x 1
Onde
F10-20= percentual de produto que passa pela peneira nordm10 e fica retido na
peneira nordm20 F20-50 = percentual de produto que passa pela peneira nordm20 e fica retido
na peneira nordm50 e F-50 = percentual de produto que passa pela peneira nordm50
Os valores de eficiecircncia relativa 12 em meacutedia para a fraccedilatildeo granulomeacutetrica
mais grosseira pode estar associado agrave presenccedila de micropartiacuteculas (poacute) aderidas ao
redor das partiacuteculas mais grossas (Tabela 12) jaacute que a separaccedilatildeo granulomeacutetrica seguiu
o meacutetodo oficial de separaccedilatildeo em peneiras a seco
29
43 Teor de siliacutecio no solo apoacutes 30 dias de incubaccedilatildeo
De maneira geral pode-se observar que o Agrosiliacutecio proporcionou maiores
incrementos de Si no solo obtendo no solo argiloso quando aplicado na fraccedilatildeo
granulomeacutetrica mais fina incremento de 10 mg dm-3 (Tabela 13)
Tabela 13 Teor de Si no solo em funccedilatildeo da fraccedilatildeo granulomeacutetrica e do corretivo utilizado para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso apoacutes 30 dias de incubaccedilatildeo
Peneiras ABNT (mesh) Corretivos 5 - 10 10 - 20 20 ndash 50 gt 50 Meacutedia
-------------------------------- Si (mg kg-1) -------------------------------------
Solo muito argiloso
Agrosiliacutecio 7
Aa
8
Aa
9
Aa
8
Aa
8 Silifeacutertil 7
Aa
7
Aa
7
Ba
7
Aa
7 Holcim 6
Aa
6
Aa
6
Ba
6
Ba
6 Calcaacuterio 7
Aa
6
Aa
5
Ba
5
Ba
6 Meacutedia 6
7
7
6
6
Solo argiloso
Agrosiliacutecio 6
Ad
10
Ac
14
Ab
15
Aa
11 Silifeacutertil 7
Ac
6
Bc
10
Bb
12
Ba
9 Holcim 6
Ab
5
Bb
6
Cb
9
Ca
7 Calcaacuterio 5
Ba
5
Ba
4
Da
2
Db
4 Meacutedia 6
6
8
10
8
Solo meacutedio
Agrosiliacutecio 10
Aa
10
Aa
10
Aa
10
Aa
10 Silifeacutertil 9
Aa
9
Aa
10
Aa
10
Aa
9 Holcim 8
Ba
9
Aa
9
Ba
10
Aa
9 Calcaacuterio 9
Ba
9
Aa
9
Ba
8
Bb
9 Meacutedia 9
9
9
9
9
Solo arenoso
Agrosiliacutecio 4
Ab
5
Ab
8
Aa
9
Aa
6 Silifeacutertil 3
Ac
5
Ab
7
Aa
7
Ba
6 Holcim 3
Ab
4
Aa
4
Ba
6
Ca
4 Calcaacuterio 3
Aa
3
Ba
3
Ca
2
Da
3 Meacutedia 3
4
6
6
5 Letras maiuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na coluna e letras minuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na linha (Scott-Knott a 5)
No solo muito argiloso as fraccedilotildees mais grossas dos corretivos com partiacuteculas
superiores a 084 mm (lt 20 mesh) natildeo apresentaram diferenccedilas quanto ao fornecimento
30
de Si ao solo poreacutem quando se avaliaram as fraccedilotildees mais finas observou-se maiores
valores de Si para o Agrosiliacutecio na fraccedilatildeo de 03 a 084 mm (20 a 50 mesh) e para o
Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil quando o corretivo foi aplicado na granulometria inferior a 03
mm (gt 50 mesh) estes resultados tambeacutem se repetiram no solo arenoso (Tabela 13)
Para o solo argiloso o Agrosiliacutecio foi o silicato que promoveu maiores valores
de Si no solo quando tambeacutem se avaliaram as fraccedilotildees granulomeacutetricas inferiores a 20
mm (gt 10 mesh) apenas para a fraccedilatildeo mais grossa maior que 20 mm o Agrosiliacutecio o
Silifeacutertil e o Holcim natildeo diferiram estatisticamente variando apenas em relaccedilatildeo ao
calcaacuterio que eacute o uacutenico corretivo avaliado que natildeo apresenta Si em sua constituiccedilatildeo
No solo de textura meacutedia o Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil proporcionaram a mesma
eficiecircncia no fornecimento de Si para o solo (fraccedilotildees 20 a 50 mesh e lt 10 mesh) na
fraccedilatildeo mais fina (gt 50 mesh) os trecircs silicatos avaliados resultaram nos mesmos valores
de Si no solo deferindo apenas do calcaacuterio jaacute na fraccedilatildeo entre 10 a 20 mesh todos os
corretivos proporcionaram o mesmo resultado
De maneira geral a granulometria natildeo resultou em diferenccedilas no fornecimento
de Si pelos silicatos exceto no solo argiloso em que se observa que quanto menor a
granulometria maior foi o teor de Si no solo (Tabela 13)
Ao se avaliar os efeitos do calcaacuterio em relaccedilatildeo ao teor de Si no solo pode-se
observar que quanto menor a fraccedilatildeo granulomeacutetrica do calcaacuterio menores os teores de Si
no solo Este fato pode estar associado a maior alteraccedilatildeo causada no pH do solo pelas
fraccedilotildees mais finas do calcaacuterio reduzindo assim sua disponibilidade de Si corroborando
aos dados de McKeague e Cline (1963) em que o aumento de pH de 6 para 9 reduziu
de 36 para 6 mg dm-3 a concentraccedilatildeo de Si soluacutevel
44 Teor de siliacutecio no solo apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo
De maneira geral pode-se observar que o Agrosiliacutecio promoveu maior
incremento de Si no solo apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo exceto para a fraccedilatildeo
granulomeacutetrica entre 20 a 50 mesh e no solo de textura meacutedia em que o Silifeacutertil e o
Holcim obtiveram resultados semelhantes ao Agrosiliacutecio (Tabela 14)
Quanto agraves fraccedilotildees granulomeacutetricas observou-se que quanto menor a fraccedilatildeo
granulomeacutetrica independente do silicato maior foi o fornecimento de Si ao solo
seguindo a tendecircncia encontrada por Oliveira e colaboradores (1994) em que escoacuterias
31
de alto forno com partiacuteculas menores que 03 mm foram mais eficientes no
fornecimento de Ca e Mg para o solo quando comparadas as fraccedilotildees mais grosseiras
Tabela 14 Teor de Si no solo em funccedilatildeo da fraccedilatildeo granulomeacutetrica e do corretivo
utilizado para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso apoacutes 90 dias de
incubaccedilatildeo
Peneiras ABNT (mesh) Corretivos 5 - 10 10 - 20 20 - 50 gt 50 Meacutedia
-------------------------------- Si (mg kg-1) --------------------------------------
Solo muito argiloso Agrosiliacutecio 8
Ab
9
Aa
9
Aa
9
Aa
9 Silifeacutertil 6
Bb
7
Bb
7
Ba
8
Ba
7 Holcim 7
Bb
7
Bb
6
Cb
8
Ba
7 Calcaacuterio 6
Ba
6
Ba
5
Db
5
Cb
6 Meacutedia 7
7
7
7
7 Solo argiloso
Agrosiliacutecio 7
Ac
11
Ab
13
Aa
13
Aa
11 Silifeacutertil 5
Bc
7
Bb
9
Ba
9
Ba
8 Holcim 6
Bb
5
Cb
6
Cb
9
Ba
7 Calcaacuterio 4
Ca
4
Da
4
Da
3
Cb
4 Meacutedia 5
7
8
9
7 Solo meacutedio
Agrosiliacutecio 10
Aa
11
Aa
10
Aa
11
Aa
11 Silifeacutertil 10
Ba
10
Ba
10
Aa
10
Ba
10 Holcim 10
Bb
10
Bb
10
Ab
11
Aa
10 Calcaacuterio 9
Ba
10
Ba
9
Bb
8
Cc
9 Meacutedia 10
10
10
10
10 Solo arenoso
Agrosiliacutecio 4
Ac
6
Ab
7
Aa
7
Aa
6 Silifeacutertil 3
Bc
4
Bb
6
Ba
6
Ba
5 Holcim 3
Bc
3
Cb
4
Cb
5
Ca
4 Calcaacuterio 2
Ca
2
Da
2
Da
2
Da
2 Meacutedia 3
4
5
5
4 Letras maiuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na coluna e letras minuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na linha (Scott-Knott a 5)
Para todos os solos analisados observou-se a seguinte sequecircncia para o teor de
Si Agrosiliacutecio gt Silifeacutertil gt Holcim gt Calcaacuterio Fato este que acompanha a tendecircncia
observada na avaliaccedilatildeo da reatividade na correccedilatildeo da acidez do solo exceto para o
calcaacuterio por natildeo apresentar Si em sua constituiccedilatildeo
32
Korndoumlrfer e colaboradores (2004) apresentaram a solubilidade de diferentes
silicatos evidenciando que o Agrosiliacutecio (escoacuteria de aciaria) apresentou maiores valores
de solubilidade em relaccedilatildeo aos valores obtidos pela escoacuteria de alto forno como o
Holcim com valores de 43 e 7 respectivamente Estas diferenccedilas em solubilidade
explicam os valores encontrados tanto na avaliaccedilatildeo aos 30 como aos 90 dias de
incubaccedilatildeo
Pereira e colaboradores (2004) em trabalho para a avaliaccedilatildeo da eficiecircncia de
fontes de Si para a cultura do arroz encontraram que a fonte que proporcionou mais
extraccedilatildeo de Si para os gratildeos foi a escoacuteria oriunda da produccedilatildeo de accedilo inox dado que
corrobora os resultados encontrados neste trabalho em que o Agrosiliacutecio (escoacuteria de
aciaria) apresentou maior disponibilizaccedilatildeo de Si para o solo
Nas comparaccedilotildees entre os resultados do teor de Si no solo apoacutes 30 e 90 dias de
incubaccedilatildeo os resultados praticamente se equivalem demonstrando que 30 dias foi um
periacuteodo suficiente para que os silicatos fornecessem Si
Comparando o teor de Si antes da aplicaccedilatildeo dos corretivos com o teor de Si no
solo apoacutes a aplicaccedilatildeo dos corretivos e apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo verificou-se
expressivo acreacutescimo no teor Si no solo ocasionado pelos silicatos principalmente para
o Agrosiliacutecio que incrementou na meacutedia entre as fraccedilotildees granulomeacutetricas 2 6 1 e 3 mg
dm-3 de Si nos solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso respectivamente O
Silifeacutertil tambeacutem forneceu Si ao solo elevando em 1 4 0 e 3 mg dm-3 o teor de Si nos
solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso respectivamente Jaacute o Holcim
apresentou incrementos de 0 2 0 e 1 mg dm-3 respectivamente para os solos muito
argiloso argiloso meacutedio e arenoso
33
5 CONCLUSOtildeES
Os silicatos Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil proporcionam maiores valores de eficiecircncia
relativa na correccedilatildeo da acidez do solo em comparaccedilatildeo ao calcaacuterio e ao silicato Holcim
na fraccedilatildeo granulomeacutetrica entre 030 e 084 mm
Quanto menor a fraccedilatildeo granulomeacutetrica do silicato maior eacute a eficiecircncia relativa
na correccedilatildeo da acidez do solo e maior eacute o fornecimento de Si para o solo
O Agrosiliacutecio apresenta melhores resultados no fornecimento de Si ao solo
seguido do Silifeacutertil e do Holcim
O periacuteodo de 30 dias em condiccedilotildees de umidade mantida agrave 80 da capacidade
de campo eacute um periacuteodo suficiente para a correccedilatildeo da acidez do solo e fornecimento de
Si pelos silicatos ao solo
34
6 REFEREcircNCIAS
ALCARDE JC PAULINO VT DERNARDIN J S Avaliaccedilatildeo da reatividade de corretivos da acidez do solo Revista Brasileira de Ciecircncia do Solo Campinas v 13 p 387-392 1989
ALCARDE JC Corretivos de acidez dos solos caracteriacutesticas e interpretaccedilotildees teacutecnicas Satildeo Paulo ANDA 1992 24p (Boletim Teacutecnico 6)
ALCARDE JC RODELLA AA Avaliaccedilatildeo quiacutemica de corretivos de acidez para fins agriacutecolas uma nova proposiccedilatildeo Scientia Agriacutecola Piracicaba v 53 n 2 ndash 3 1996
ALVAREZ V VH RIBEIRO AC Calagem In RIBEIRO AC GUIMARAtildeES PTG GUIMARAtildeES PTG ALVAREZ V VH (Ed) Recomendaccedilotildees para o uso de corretivos e fertilizantes em Minas Gerais ndash 5ordf Aproximaccedilatildeo Viccedilosa CFSEMG 1999 p 43-60
ALVAREZ V VH Correlaccedilatildeo e calibraccedilatildeo de meacutetodos de anaacutelise de solos In ALVAREZ V VH FONTES LEF FONTES MPF (Ed) O solo nos grandes domiacutenios morfoclimaacuteticos do Brasil e o desenvolvimento sustentado Viccedilosa Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo 1996 p 615-646
ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DOS PRODUTORES DE CALCAacuteRIO Calcaacuterio agriacutecola ndash Brasil consumo aparente por estado (1992 ndash 2006) Disponiacutevel em lthttpwwwcalcario-rscombrgt Acesso em 25 de novembro de 2008
BALASTRA MLFC PEREZ CM JULIANO BO VILLAREAL P Effects of siacutelica level on some properties of Oriza sativa straw and hull Canadian Journal of Botany Ottawa v 67 p 2356-2363 1989
BARBOSA FILHO MP SNYDER G H PRABHU A S DATNOFF L E KORNDOumlRFER G H Importacircncia do siliacutecio para a cultura do arroz Informaccedilotildees agronocircmicas v 89 p 1-8 2000
BELLINGIERI PA Avaliaccedilatildeo em laboratoacuterio da eficiecircncia de diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas de calcaacuterios agriacutecolas 1983 99f Tese (Doutorado) ndash Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Universidade de Satildeo Paulo Piracicaba 1983
BELLINGIERI PA ALCARDE JC amp SOUZA ECA Avaliaccedilatildeo da qualidade de calcaacuterios agriacutecolas atraveacutes do PRNT Anais da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Piracicaba v 45 n 2 p 579-588 1988
BELLINGIERI PA ALCARDE JC SOUZA ECA de Eficiecircncia relativa de diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas de calcaacuterios na neutralizaccedilatildeo da acidez dos solos avaliada em laboratoacuterio Anais da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Piracicaba v46 n2 1989 p 303-317
35
BELLINGIERI PA SOUZA ECA ALCARDE JC SHIKASHO HW Importacircncia da reatividade do calcaacuterio sobre a produccedilatildeo e algumas caracteriacutesticas da soja Scientia Agricola Piracicaba v 49 p 61-71 1992
BRASIL MAPA Laboratoacuterio Nacional de Referecircncia Vegetal Anaacutelise de corretivos fertilizantes e inoculantes Brasiacutelia 1983 104p
BRUNAUER S EMMETT P H TELLER E Adsorption of gases in multimolecular layers In Journal of the American Chemical Society New York v 60 p 309-19 1938
CATANI RA ALONSO O Avaliaccedilatildeo e exigecircncia de calcaacuterio do solo Anais da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Piracicaba v 26 p 141-156 1969
CATE R Sugestotildees para adubaccedilatildeo com base na anaacutelise de solos Raleigh North Caroline State University 1965 16p
DAYANADAM P KAUFMAN PB FRANKLIN CL Detection of siacutelica in plants American Journal of Botany Columbus v 70 p 1079-1084 1983
DEFELIPO BV BRAGA JM SPIES C Comparaccedilatildeo entre meacutetodos de determinaccedilatildeo da necessidade de calcaacuterio de solos de Minas Gerais Experientiae v 13 p 111-136 1982
EMBRAPA C N P S Manual de meacutetodos de anaacutelise de solo Rio de Janeiro 1997 212p
EPSTEIN E Silicon Annu Rev Plant Physiol Plant Molec Biol Palo Alto v 50 1999 p 641 - 664
FERREIRA DF SISVAR versatildeo 43 (Build 41) Lavras UFLADEX 1999 4 disquetes
FURTINI NETO A VALE FR RESENDE A V GUILHERME L R G GUEDES G A A Fertilidade do solo Lavras UFLAFAEPE 2001 252p
GASCHO G J Silicon sources for agriculture In DATNOFF L E SNYDER G H KORNDOumlRFER G H (Ed) Silicon in agriculture Amsterdan Elsevier 2001 cap 12 p 197-207
KAMINSKI J RHEINHEIMER DS A acidez do solo e a nutriccedilatildeo mineral de plantas In KAMINSKI J (Ed) Uso de corretivos da acidez do solo no plantio direto Pelotas SBCSNRS 2000 cap2 p 21 - 39
KORNDOumlRFER G H Elementos beneacuteficos In FERNANDES M S Nutriccedilatildeo mineral de plantas Viccedilosa Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo 2006 432p
36
KORNDOumlRFER G H DATNOFF L E Adubaccedilatildeo com siliacutecio uma alternativa no controle de doenccedilas da cana-de-accediluacutecar e do arroz Informaccedilotildees Agronocircmicas Piracicaba v 70 p 1-5 1995
KORNDOumlRFER G H PEREIRA H S CAMARGO M S Silicatos de caacutelcio e magneacutesio na agricultura 3 ed Uberlacircndia 2004 28 p (Boletim Teacutecnico n1)
KORNDOumlRFER G H PEREIRA H S NOLLA A Anaacutelise de siliacutecio solo planta e fertilizante 1 ed Uberlacircndia 2004 50 p (Boletim Teacutecnico n2)
KORNDOumlRFER G H PEREIRA H S CAMARGO M S Silicatos de caacutelcio e magneacutesio na agricultura 2 ed Uberlacircndia 2003 15 p (Boletim Teacutecnico n1)
KORNDOumlRFER G H PEREIRA H S CAMARGO M S Papel do siliacutecio na produccedilatildeo de cana-de-accediluacutecar STAB v 21 n 2 2002 4 p
KORNDOumlRFER G H LEPSCH I Effect of silicon on plant growth and crop yeld In DATNOFF L E SNYDER G H KORNDOumlRFER G H (Ed) Silicon in agriculture Amsterdan Elsevier 2001 p 133 ndash 147
KURIHARA CH MAEDA S HERNANI LC SILVA WM Eficiecircncia relativa de fraccedilotildees granulomeacutetricas de calcaacuterios sul-mato-grossenses Pesquisa Agropecuaacuteria Brasileira Brasiacutelia v34 n 8 p 1443 - 1449 1999
LOPES A S SILVA MC GUILHERME L R G Acidez do solo e calagem 3 ed Satildeo Paulo ANDA 1990 22 p (Boletim Teacutecnico 1)
LOPES A S Manual de fertilidade do solo Satildeo Paulo ANDAPOTAFOacuteS 1989 153p
MA JF TAKAHASHI E Soil fertilizer and plant silicon research in Japan Amosterdan Elsevier Science 2002 281 p
MALAVOLTA E Manual de quiacutemica agriacutecola adubos e adubaccedilatildeo Satildeo Paulo Agronocircmica Ceres 1981 608 p
MARSCHNER H Mineral nutrition of higher plants 2 ed LondresAcademic Press 1995 889p
MCKEAGUE J A CLINE M G Silica in soils Advances in Agronomy New York v 15n 3 p 339-397 1963
MEURER E J Fundamentos de quiacutemica do solo 3 ed Porto Alegre Evangraf 2006 285p
MIYAKE Y TAKAHASHI E Effect of silicon on the growth of cucumber plant in soil culture Soil Science Plant Nutrition Tokyo v 29 p 463-471 1983
37
NOVAIS R F BARROS N F LEITE F P TEIXEIRA J L LEAL P G L Eficiecircncia agronocircmica de escoacuterias de siderurgia Pains Viccedilosa Universidade Federal de Viccedilosa 1993
OLIVEIRA AC HAHNE H BARROS NF MORAIS EJ Uso de escoacuteria de alto forno como fonte de nutrientes na adubaccedilatildeo florestal In GUERRINI IA BELLOTE AFJ BUumlLL LT (Ed) Seminaacuterio sobre uso de resiacuteduos florestais e urbanos em florestas Botucatu Fundaccedilatildeo de Estudos e Pesquisas Agriacutecolas e Florestais 1994 p 77-96
PEREIRA HS KORNDOumlRFER GH VIDAL AA CAMARGO MS Silicon sources for rice crop Scientia Agriacutecola Piracicaba v 61 p 522-528 2004
PLESE L P M Efeito da umidade do solo na reatividade das fraccedilotildees granulomeacutetricas de um calcaacuterio 2000 49f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) ndash Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Universidade de Satildeo Paulo Piracicaba 2000
PRADO R M FERNANDES F M NATALE W Uso de escoacuteria de siderurgia no Brasil estudos na cultura da cana-de-accediluacutecar Jaboticabal Funep 2001 67p
PROGRAMA INTERLABORATORIAL DE CONTROLE DE QUALIDADE DE ANAacuteLISE DE SOLO Manual do laboratorista 2005 33p
RAIJ BV Avaliaccedilatildeo da fertilidade do solo Piracicaba Associaccedilatildeo Brasileira para Pesquisa da Potassa e do Fosfato 1981 142p
RAIJ B V CANTARELLA H QUAGGIO J A FURLANI A M C Recomendaccedilatildeo de adubaccedilatildeo e calagem para o estado de Satildeo Paulo Campinas IAC 1996 285p (IAC Boletim 100)
SCOTT AJ KNOTT MA A cluster analysis method for grouping means in the analysis of variance Biometrics Washington v 30 n 2 1974 p 507-512
SHOEMAKER HE MCCLEAN E PRATT PF Buffer methods for determining lime requirements of soil with appreciable amounts of extractable aluminium Soil Sci Soc Am Proc Madison v 25 p 274-277 1961
SOUSA D M G MIRANDA L N OLIVEIRA S A Acidez do solo e sua correccedilatildeo In NOVAIS R F ALVAREZ V V H BARROS N F FONTES R L F CANTARUTTI R B NEVES J C L Fertilidade do solo Viccedilosa Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo 2007 p 205 ndash 274
SOUSA D M G LOBATO E Cerrado correccedilatildeo do solo e adubaccedilatildeo Brasiacutelia Embrapa Informaccedilatildeo Tecnoloacutegica 2004 416p
VERAS M C M VIEIRA W TEIXEIRA L S M ALCARDE J C OLIVEIRA L B Manual de meacutetodos analiacuteticos oficiais para fertilizantes minerais orgacircnicos organominerais e corretivos 1 ed Brasiacutelia MAPA 2007 v 1
38
WERNER D ROTH R Siacutelica metabolism In LAUCHILI A BIELESKI RL (Ed) Encyclopedia of plant physiology New Series Berlin Springer-Velag 1983 v 15B p 682-694
- Parte inicial dissertaccedilatildeopdf
- RESUMOpdf
- Corpo da dissertaccedilatildeopdf
-
5
et al 1961) meacutetodo baseado na saturaccedilatildeo por bases (RAIJ 1981) meacutetodo baseado no
pH e mateacuteria orgacircnica (DEFELIPO et al 1982 ALVAREZ V 1996) e meacutetodo para
neutralizar a acidez trocaacutevel e elevar os teores de Ca e Mg trocaacuteveis (ALVAREZ V
RIBEIRO 1999)
Independente do meacutetodo adotado eacute de extrema importacircncia que a determinaccedilatildeo
da necessidade de calagem seja adequada pois o excesso de aplicaccedilatildeo de um corretivo
pode trazer diversos impactos negativos como a induccedilatildeo a deficiecircncias de ferro e
manganecircs (LOPES 1989)
23 Caracteriacutesticas dos corretivos de acidez
Todo material utilizado para corrigir a acidez do solo conteacutem componentes
neutralizantes como carbonatos oacutexidos hidroacutexidos e silicatos Os componentes
neutralizantes nestes materiais natildeo satildeo os caacutetions Ca2+ e Mg2+ mas sim os acircnions CO3-2
OH- SiO32- (PLESE 2000)
A qualidade de um calcaacuterio eacute dada pela combinaccedilatildeo de seus atributos quiacutemicos e
fiacutesicos O atributo quiacutemico representado pelo poder de neutralizaccedilatildeo depende do tipo e
teor de neutralizantes no corretivo O fiacutesico representado pela eficiecircncia relativa
depende da natureza geoloacutegica da rocha calcaacuteria e do grau de moagem a que foi
submetida (KURIHARA et al 1999)
A avaliaccedilatildeo quiacutemica dos corretivos de acidez consta das seguintes
determinaccedilotildees poder de neutralizaccedilatildeo (PN) e teores de Ca e Mg (ALCARDE
RODELLA 1996)
A avaliaccedilatildeo fiacutesica dos corretivos de acidez eacute determinada pela sua composiccedilatildeo
granulomeacutetrica empregando-se as peneiras nordm 10 20 e 50 segundo a Associaccedilatildeo
Brasileira de Normas Teacutecnicas - ABNT Para cada uma das fraccedilotildees granulomeacutetricas
produto retido na peneira ABNT 10 produto passante na peneira ABNT 10 e retido na
peneira ABNT 20 produto passante na peneira ABNT 20 e retido na peneira ABNT 50
e produto passante na peneira ABNT 50 satildeo atribuiacutedos os seguintes valores de
reatividade 0 20 60 e 100 respectivamente A partir dos resultados da
composiccedilatildeo granulomeacutetrica calcula-se a reatividade (RE) ou eficiecircncia relativa (ER) do
calcaacuterio de acordo com a equaccedilatildeo abaixo (ALCARDE RODELLA 1996)
RE = F10-20 x 02 + F20-50 x 06 + Fgt50 x 1
6
Onde
F10-20= percentual de produto que passa pela peneira nordm10 e fica retido na peneira
nordm20 F20-50 = percentual de produto que passa pela peneira nordm20 e fica retido na
peneira nordm50 e Fgt50 = percentual de produto que passa pela peneira nordm50
Estes paracircmetros de reatividade satildeo adotados no Brasil de acordo com o que a
legislaccedilatildeo prevecirc para todos os corretivos independente de sua origem Segundo Prado e
colaboradores (2001) ainda natildeo existe uma legislaccedilatildeo especiacutefica para silicatos de
caacutelcio sendo estes incluiacutedos na legislaccedilatildeo de calcaacuterios com algumas adaptaccedilotildees
Alcarde e colaboradores (1989) avaliando a reatividade de calcaacuterios de
diferentes origens na correccedilatildeo da acidez do solo constataram eficiecircncia relativa acima
de 80 para partiacuteculas de tamanho inferior a 03 mm (peneira gt 50 ABNT) entre 39 e
65 para partiacuteculas entre 03 e 084 mm (produto passante na peneira 20 ABNT e retido
na peneira 50 ABNT) e eficiecircncia entre 6 e 27 para partiacuteculas entre 084 e 20 mm
(produto passante na peneira 10 ABNT e retido na peneira 20 ABNT)
Bellingieri (1983) avaliando a eficiecircncia de fraccedilotildees granulomeacutetricas de calcaacuterios
em laboratoacuterio em solos com controle de umidade em 30 encontrou valores de
eficiecircncia relativa de 74 376 767 e 100 respectivamente para corretivos nas
fraccedilotildees granulomeacutetricas passantes na peneira ABNT 5 e retiros na peneira ABNT 10
passantes na peneira 10 e retidos na peneira ABNT 30 passantes na peneira ABNT 30 e
retidos na peneira ABNT 50 e produtos passantes na peneira ABNT 50
Segundo Kurihara e colaboradores (1999) a origem da rocha calcaacuteria interfere
na ER do corretivo com destaque para os materiais de origem sedimentar que
apresentam elevada friabilidade possibilitando que torrotildees do material sejam facilmente
desagregados com pequena pressatildeo entre os dedos da matildeo de maneira que apoacutes sua
extraccedilatildeo da jazida esse calcaacuterio natildeo necessita passar por um processo de moagem como
os de natureza metamoacuterfica Entretanto ao se efetuar a anaacutelise granulomeacutetrica verifica-
se que estes torrotildees natildeo passam pelo conjunto de peneiras durante a agitaccedilatildeo mecacircnica
subestimando a real capacidade do material em se solubilizar no solo
Bellingieri e colaboradores (1992) avaliando a reatividade de um calcaacuterio
dolomiacutetico e calcaacuterio dolomiacutetico calcinado durante dois anos agriacutecolas relataram que o
calcaacuterio calcinado apresentou maior reatividade no primeiro ano agriacutecola bem como as
fraccedilotildees granulomeacutetricas mais finas proporcionaram maior reatividade no primeiro ano
do trabalho fato que foi amenizado no segundo ano agriacutecola em que a reatividade dos
7
calcaacuterios tenderam a se igualar e a granulometria mais grosseira tambeacutem compensou a
menor reatividade obtida no primeiro ano
Plese (2000) avaliando o efeito da umidade do solo entre o intervalo de 0 a 80
da capacidade de campo na reatividade das fraccedilotildees granulomeacutetricas de um calcaacuterio
observou que quanto mais altos os valores de umidade do solo mais favoraacutevel era para
a reaccedilatildeo do corretivo no solo Para solos mantidos a 80 da capacidade de campo a
frequecircncia de molhamento teve pouca influecircncia na reatividade
A combinaccedilatildeo das caracteriacutesticas quiacutemicas e fiacutesicas do corretivo
respectivamente PN expresso em equivalente de carbonato de caacutelcio e ER originam o
Poder Relativo de Neutralizaccedilatildeo Total (PRNT) variaacutevel esta utilizada para a definiccedilatildeo
da dose a ser utilizada (BELINGIERI et al 1988)
24 Silicatos de Caacutelcio
Segundo Prado e colaboradores (2001) para minimizar os problemas quiacutemicos
dos solos do Brasil uma maneira seria mediante a correccedilatildeo da acidez do solo pelo uso
de escoacuterias de siderurgia um resiacuteduo da induacutestria do accedilo e ferro-gusa constituiacutedo
quimicamente de silicato de caacutelcio (CaSiO3)
Segundo Malavolta (1981) de maneira simplificada a escoacuteria de siderurgia
pode ser definida como sendo obtida atraveacutes da siacutelica do mineacuterio de ferro que reage com
o caacutelcio do calcaacuterio em alto forno Este processo envolvendo altas temperaturas
seguindo de um raacutepido resfriamento difere do processo de produccedilatildeo de calcaacuterio
(moagem de rochas calcaacuterias) o que pode originar materiais de alta solubilidade
consequentemente elevando sua eficiecircncia relativa
Os silicatos de caacutelcio e magneacutesio apresentam como principais benefiacutecios o
aumento na disponibilidade do Si a elevaccedilatildeo do pH o aumento do Ca e Mg trocaacuteveis
no solo a reduccedilatildeo de toxicidade do Fe Mn e Al para as plantas e o aumento na
disponibilidade de P no solo (KORNDOumlRFER et al 2003)
Segundo Alcarde (1992) a accedilatildeo neutralizante dos silicatos de caacutelcio e magneacutesio
no solo pode ser explicada com as seguintes equaccedilotildees
Ca(Mg)SiO3 + H2O
Ca+2(Mg+2) + SiO3-2
SiO3-2 + H2O HSiO3
- + OH-
HSiO3- + H2O H2SiO3 + OH-
H2SiO3 + H2O H4SiO4
8
Dentre os silicatos as fontes mais abundantes e baratas satildeo as escoacuterias
sideruacutergicas originadas do processamento em altas temperaturas geralmente acima de
1400 ordmC da reaccedilatildeo do calcaacuterio com a siacutelica presente no mineacuterio de ferro
(KORNDOumlRFER et al 2003)
As principais caracteriacutesticas que devem ser avaliadas na escolha de uma fonte de
siliacutecio para a agricultura satildeo solubilidade disponibilidade as propriedades fiacutesicas a
concentraccedilatildeo de elementos contaminantes e a relaccedilatildeo custo benefiacutecio (GASCHO
2001)
25 Efeitos do Si na agricultura
A utilizaccedilatildeo de macronutrientes nitrogecircnio (N) foacutesforo (P) potaacutessio (K) caacutelcio
(Ca) magneacutesio (Mg) e enxofre (S) e de micronutrientes boro (B) cloro (Cl) cobre
(Cu) ferro (Fe) manganecircs (Mn) molibdecircnio (Mo) niacutequel (Ni) e zinco (Zn) eacute
considerada como essencial para se alcanccedilar resultados satisfatoacuterios na produccedilatildeo
agriacutecola Poreacutem em determinadas condiccedilotildees de solo e cultivo existem elementos
chamados de natildeo-essenciais como o siliacutecio (Si) que pode promover diversos processos
fisioloacutegicos desejaacuteveis para as plantas e por consequecircncia aumentar a produtividade
(KORNDOumlRFER LEPSCH 2001)
A comprovaccedilatildeo da essencialidade do siliacutecio eacute muito difiacutecil de ser obtida devido
a sua abundacircncia na biosfera Estaacute presente em quantidades significativas mesmo em
sais aacutegua e ar (WERNER ROTH 1983)
As plantas absorvem siliacutecio diretamente da soluccedilatildeo do solo sendo este
transportado ateacute as raiacutezes principalmente via fluxo de massa (DAYANADAM et al
1983)
Balastra e colaboradores (1989) relatam que o Si apoacutes absorvido eacute transportado
pelo xilema e depositado na parede celular na forma de siacutelica amorfa hidratada ou opala
biogecircnica (SiO2nH2O) Uma vez alocado o Si torna-se imoacutevel e natildeo mais se redistribui
na planta
Marschner (1995) classifica as plantas de acordo com o seu teor de SiO2 na
mateacuteria seca da parte aeacuterea em trecircs grupos I ) acumuladoras com teores de Si de 10 a
15 II) intermediaacuterias com teores de Si de 1 a 3 III) natildeo acumuladoras com teores
na ordem de 05 Myake e Takahashi (1983) relatam que as gramiacuteneas satildeo
9
acumuladoras tiacutepicas reduzindo de forma raacutepida a concentraccedilatildeo de Si na soluccedilatildeo do
solo
Entre as plantas que mais extraem Si destacam-se o arroz e a cana-de-accediluacutecar
Ma e Takahashi (2002) relatam que as plantas de arroz possuem mecanismos
especiacuteficos de absorccedilatildeo de Si em que as proteiacutenas de membranas satildeo produzidas por
expressatildeo do gene especiacutefico Uma seacuterie de autores demonstram que o siliacutecio reduz a
severidade de vaacuterias doenccedilas de importacircncia econocircmica na cultura do arroz tais como a
brusone mancha parda escaldadura entre outras (KORNDOumlRFER DATNOFF 1995)
Natildeo apenas na reduccedilatildeo da severidade de doenccedilas como tambeacutem na reduccedilatildeo do
ataque de pragas pode-se observar grandes efeitos da aplicaccedilatildeo de Si Yoshida (1975)
citado por Barbosa Filho e colaboradores (2000) relata que a silicificaccedilatildeo da epiderme
previne a penetraccedilatildeo e a mastigaccedilatildeo pelos insetos porque as ceacutelulas ficam mais
endurecidas Segundo revisatildeo feita pelos mesmos autores diversos insetos sofreram
impactos com a aplicaccedilatildeo de Si como larvas da broca de colo trips e cigarrinha parda
que respectivamente tiveram mandiacutebulas danificadas inibiccedilatildeo na atividade e reduccedilatildeo
da populaccedilatildeo
O siliacutecio aparece na cana-de-accediluacutecar em altas concentraccedilotildees podendo variar
desde 014 em folhas jovens ateacute 67 nos colmos e folhas velhas No Havaiacute as folhas
contendo menos de 05 de siliacutecio satildeo frequentemente afetadas por um sintoma
denominado freckling A causa deste sintoma eacute ainda bastante controvertida poreacutem a
maioria dos pesquisadores atribuem agrave falta de Si e a desequiliacutebrios nutricionais O
aparecimento da ferrugem na cana-de-accediluacutecar (Puccinia melanocephala) pode estar
relacionado com o referido sintoma O sintoma eacute mais severo nas folhas mais velhas e a
aacuterea fotossinteacutetica eacute normalmente fortemente atingida (KORNDOumlRFER DATNOFF
1995)
Natildeo apenas em relaccedilatildeo aos fitopatoacutegenos mas quanto ao ataque de pragas
principalmente a broca do colmo e cigarrinha poderiam ser diminuiacutedas nas cultivares
acumuladoras de Si Outros efeitos do Si na cana-de-accediluacutecar estatildeo relacionados agrave maior
resistecircncia ao acamamento e alteraccedilotildees na arquitetura da planta deixando as folhas mais
eretas e em consequecircncia disso mais eficientes quanto agrave capacidade de aproveitamento
da luz solar e de realizaccedilatildeo da fotossiacutentese (KORNDOumlRFER et al 2002)
10
3 MATERIAL E MEacuteTODOS
31 Local do experimento
O experimento foi desenvolvido na Central de Fertilidade do Solo da
Faculdade de Ciecircncias Agraacuterias do Centro Universitaacuterio de Patos de Minas (UNIPAM)
no municiacutepio de Patos de Minas ndash MG onde os solos foram armazenados durante o
periacuteodo de incubaccedilatildeo de 30 e 90 dias de 8 de julho agrave 6 de outubro de 2008
32 Solos utilizados nas unidades experimentais
O experimento foi realizado em quatro classes de solo de diferentes texturas
sendo arenoso meacutedio argiloso e muito argiloso Os solos foram coletados do horizonte
B para natildeo haver interferecircncia da mateacuteria orgacircnica e posteriormente foram secos ao ar
ateacute atingirem massa constante Em seguida peneirados em malha de 2 mm e realizada a
anaacutelise quiacutemica e fiacutesica seguindo a metodologia descrita pelo Programa
Interlaboratorial de controle de qualidade de anaacutelise de solo (2005) exceto para o teor
de Si no solo que seguiu a metodologia descrita por Korndoumlrfer et al (2004) Os
resultados satildeo apresentados na Tabela 1
11
Tabela 1 Caracterizaccedilatildeo quiacutemica e fiacutesica dos solos utilizados no experimento
SOLOS Atributo Unidade Muito
argiloso Argiloso Meacutedio Arenoso
Latossolo Vermelho Acifeacuterrico
Tiacutepico
Latossolo Vermelho Perfeacuterrico
Tiacutepico
Latossolo Vermelho
Distrofeacuterrico Tiacutepico
Latossolo Amarelo
Distroacutefico Psamiacutetico
Si mg dm-3 59 50 87 29
P (Mehlich 1) mg dm-3 00 07 10 01
K mg dm-3 364 40 226 89
Ca cmolc dm-3
02 02 04 02
Mg cmolc dm-3
06 02 05 01
H + Al cmolc dm-3
37 60 39 34
pH (em H2O)
51 53 47 45
Al cmolc dm-3
01 01 04 05
CTC (e) cmolc dm-3
09 05 14 08
CTC (T) cmolc dm-3
46 64 49 37
SB cmolc dm-3
08 04 10 03
V 185 64 200 82
Cu mg dm-3 02 13 09 03
Zn mg dm-3 01 01 01 01
Argila 74 45 30 14
Silte 12 36 16 1
Areia 14 19 54 85
Metodologia P K Cu Zn (Mehlich 1 HCl 005 M + H2SO4 00125 M) Ca Mg Al (KCl 1 M) H+Al (soluccedilatildeo tampatildeo ndash SMP a pH 75) pH (em aacutegua) anaacutelise textural (meacutetodo da pipeta)
Realizou-se a determinaccedilatildeo da densidade das amostras dos quatro solos (Tabela
2) pelo meacutetodo da proveta descrita pela Embrapa (1997) Este meacutetodo eacute uma
alternativa para experimentos em vasos onde amostras de solo satildeo desagregadas para
preencher os vasos compondo a unidade experimental
12
Tabela 2 Densidade das amostras dos solos utilizados no experimento
Solos Densidade
g cm-3
Muito Argiloso 096
Argiloso 130
Meacutedio 125
Arenoso 135
Com os resultados da anaacutelise quiacutemica dos solos foi determinada a necessidade
de calagem pelo meacutetodo da saturaccedilatildeo por bases descrito por Raij e colaboradores
(1996) com o objetivo de elevaacute-la agrave 60 (Tabela 3)
Tabela 3 Necessidade de calagem em equivalente de CaCO3 com 100 de PRNT para amostras dos solos utilizados no experimento considerando as respectivas densidades das amostras dos solos
Solos Unidade
Muito Argiloso Argiloso Meacutedio Arenoso
Mg ha-1 189 343 056 191
mg vaso-1 27114 66795 10587 38735
33 Corretivos utilizados
Foram utilizadas trecircs fontes de silicatos originados de diferentes escoacuterias de
siderurgia sendo estes Agrosiliacutecio Silifeacutertil e Holcim por serem os mais
representativos quanto ao uso na agricultura como corretivos agriacutecolas Estes foram
comparados com um calcaacuterio comercial de origem sedimentar e com o carbonato de
caacutelcio pa padratildeo para estudos de eficiecircncia relativa de corretivos (Tabela 4)
Tabela 4 Teores de caacutelcio magneacutesio e siliacutecio dos corretivos utilizados
Corretivo CaO () MgO () SiO2 ()
Agrosiliacutecio 39 10 23
Silifeacutertil 38 8 22
Holcim 25 7 43
Calcaacuterio 30 20 0
Carbonato de caacutelcio 56 0 0
13
Para a caracterizaccedilatildeo dos corretivos quanto a sua superfiacutecie especiacutefica foi
realizada a anaacutelise da superfiacutecie especiacutefica pela equipe do Laboratoacuterio de
Hidrometalurgia da Universidade Federal de Ouro Preto utilizando-se o meacutetodo de
determinaccedilatildeo por gases descrito por Brunauer e colaboradores (1938) (Tabela 5)
Tabela 5 Superfiacutecie especifica e volume total de poros dos corretivos de acidez do solo
Corretivo Superfiacutecie Especiacutefica Volume total de poros
m2 g-1 cm3 g-1
Agrosiliacutecio 1175 00482
Silifeacutertil 066 00023
Holcim 038 00006
Calcaacuterio 091 00039
Fonte Universidade Federal de Ouro Preto (Laboratoacuterio de Hidrometalurgia)
Todos os corretivos foram submetidos agrave uniformizaccedilatildeo de umidade atraveacutes de
secagem em estufa com circulaccedilatildeo forccedilada de ar a 105 ordmC por um periacuteodo de setenta e
duas horas
Apoacutes esta etapa os silicatos foram submetidos agrave separaccedilatildeo nas seguintes
fraccedilotildees granulomeacutetricas atraveacutes de agitador mecacircnico por 5 minutos seguindo a
metodologia oficial (Veras et al 2007) fracionando os corretivos nas seguintes classes
partiacuteculas maiores que 200 mm (fraccedilatildeo do corretivo retido na peneira ABNT 10 ndash 10
mesh) partiacuteculas entre 084 e 200 mm (fraccedilatildeo do corretivo passante na peneira ABNT
10 e retido na peneira ABNT 20 ndash 20 mesh) partiacuteculas entre 030 e 084 (fraccedilatildeo do
corretivo passante na peneira ABNT 20 e retido na peneira ABNT 50 ndash 50 mesh) e
partiacuteculas com dimensatildeo inferior agrave 030 mm (fraccedilatildeo do corretivo passante na peneira
ABNT 50) (Figura 1)
14
(a) (b)
Figura 1 Mesa agitadora (a) e peneiras utilizadas para a separaccedilatildeo dos corretivos nas diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas (b)
A definiccedilatildeo das fraccedilotildees granulomeacutetricas avaliadas acompanhou os criteacuterios
atualmente adotados na legislaccedilatildeo para calcaacuterio aleacutem do fato de natildeo se justificar o uso
de silicatos em fraccedilatildeo granulomeacutetrica mais fina do que as jaacute comumente utilizadas para
calcaacuterio em funccedilatildeo da maior abrasividade das escoacuterias de siderurgia (PRADO et al
2001) o que tecnicamente dificulta a accedilatildeo dos moinhos brasileiros tornando a moagem
para a obtenccedilatildeo de partiacuteculas muito finas economicamente inviaacutevel
Apoacutes a separaccedilatildeo das fraccedilotildees granulomeacutetricas os corretivos foram submetidos
agrave determinaccedilatildeo do poder de neutralizaccedilatildeo (PN) pelo meacutetodo da titulaccedilatildeo que consiste
em colocar em contato uma massa conhecida do corretivo com uma quantidade
conhecida e em excesso de aacutecido padronizado fazendo com que o corretivo neutralize
uma parte do aacutecido O excesso de aacutecido eacute quantificado por alcalimetria obtendo-se
indiretamente a quantidade de aacutecido que foi neutralizado pelo corretivo seguindo o
procedimento descrito a seguir (BRASIL 1983)
Pesou-se 1000 g da amostra secada moiacuteda e passada em peneira de 03 mm
dos corretivos (Figura 2 a) e transferiu-se o material para erlenmeyer de 250 mL no
qual adicionou-se 50 mL da soluccedilatildeo de HCl 05 M padronizada O erlenmeyer foi
coberto com vidro de reloacutegio e a soluccedilatildeo foi fervida suavemente por 5 minutos (Figura
2 b) Apoacutes esta etapa a soluccedilatildeo foi esfriada transferida para balatildeo de 100 mL que teve
seu volume completado com aacutegua destilada e deixou-se decantar (Figura 2 c) Pipetou-
se 50 mL da soluccedilatildeo que foi transferida para erlenmeyer de 125 mL no qual se
acrescentou trecircs gotas de soluccedilatildeo de fenolftaleina (indicador) A soluccedilatildeo aacutecida foi
titulada com soluccedilatildeo padronizada de NaOH 025 M ateacute o aparecimento de uma leve cor
rosada do indicador (Figura 2 d) anotou-se o volume gasto e a partir deste valor
15
calculou-se o poder de neutralizaccedilatildeo do corretivo em de CaCO3 equivalente pela
expressatildeo
PN = 10 (25M1-V2M2) onde G
M1 = concentraccedilatildeo molar da soluccedilatildeo de HCl
V2 = volume em mL da soluccedilatildeo de NaOH gasto na titulaccedilatildeo
M2 = concentraccedilatildeo molar da soluccedilatildeo de NaOH
G = massa inicial da amostra em gramas
(a) (b)
(c) (d)
Figura 2 Ilustraccedilotildees dos processos laboratoriais para determinaccedilatildeo do PN em amostras
dos materiais corretivos desde a pesagem (a) a fervura da soluccedilatildeo contendo a amostra
do corretivo e HCl (b) a soluccedilatildeo transferida para balatildeo volumeacutetrico de 100 mL em
descanso para decantaccedilatildeo (c) e a titulaccedilatildeo ateacute o aparecimento da coloraccedilatildeo rosada (d)
Para os silicatos em funccedilatildeo de sua constituiccedilatildeo quiacutemica a visualizaccedilatildeo da
coloraccedilatildeo rosada foi dificultada pelo escurecimento da soluccedilatildeo (coloraccedilatildeo esverdeada)
sendo necessaacuteria a utilizaccedilatildeo do meacutetodo potenciomeacutetrico em que o excesso de HCl da
soluccedilatildeo eacute neutralizado por NaOH ateacute atingir pH 70
Foram encontrados valores distintos de poder de neutralizaccedilatildeo para cada um dos
corretivos (Tabela 6)
16
Tabela 6 Poder de neutralizaccedilatildeo dos materiais corretivos de acidez do solo utilizados
no experimento
Corretivos Poder de Neutralizaccedilatildeo ()
Agrosiliacutecio 859
Silifeacutertil 778
Holcim 740
Calcaacuterio 1131
CaCO3 1041
Com base nos valores do poder de neutralizaccedilatildeo encontrados para cada um dos
corretivos e de acordo com as necessidades de calagem encontrados para cada solo
foram calculadas as doses de cada corretivo a serem aplicadas nos vasos preenchidos
com 300 g de amostras dos solos (Tabela 7)
Tabela 7 Quantidade de corretivo calculada para atingir 60 de saturaccedilatildeo por bases
para cada um dos solos experimentais
SOLOS
Corretivos
Muito Argiloso
Argiloso Meacutedia Arenoso
---------------------------------- mg por vaso ------------------------------------
Agrosiliacutecio 3189 7775 1232 4509
Silifeacutertil 3487 8589 1361 4981
Holcim 3666 9031 1431 5239
Calcaacuterio 2397 5906 936 3425
CaCO3 2605 6416 1012 3721
Em funccedilatildeo da dose dos corretivos utilizados em cada solo (Tabela 5) e da
concentraccedilatildeo de SiO2 em cada um dos silicatos foram calculadas as doses de Si
fornecidas por cada silicato para o respectivo solo (Tabela 8)
17
Tabela 8 Dose de Si fornecida por cada um dos silicatos em cada solo experimental SOLOS
Corretivos Concentraccedilatildeo
de Si Muito Argiloso
Argiloso Meacutedia Arenoso
--------------------------- mg por vaso -----------------------
Agrosiliacutecio
107 341 832 132 482
Silifeacutertil 103 359 885 140 513 Holcim 203 744 1833 290 1064
34 Tratamentos e delineamento experimental
Foram conduzidos quatro experimentos sendo cada um em uma classe
textural de solo em delineamento inteiramente casualizado A anaacutelise de variacircncia foi
baseada num arranjo fatorial 4x4 com quatro corretivos de acidez (trecircs silicatos de
caacutelcio Agrosiliacutecio Silifeacutertil e Holcim e um calcaacuterio) e quatro fraccedilotildees granulomeacutetricas
(entre 5 e 10 mesh partiacuteculas entre 2 e 4 mm entre 10 e 20 mesh partiacuteculas entre 084
e 2 mm entre 20 e 50 mesh partiacuteculas entre 03 e 084 mm e maior que 50 mesh
partiacuteculas menores que 03 mm) com quatro repeticcedilotildees
Aleacutem dos tratamentos acima foi realizada a incubaccedilatildeo com CaCO3 (reagente
pa) corretivo padratildeo para comparaccedilatildeo da eficiecircncia relativa na correccedilatildeo da acidez do
solo sendo este utilizado em cinco diferentes doses testemunha 50 100 150 e
200 em relaccedilatildeo agrave dose recomendada para a correccedilatildeo da acidez do solo para atingir
60 de saturaccedilatildeo por bases (Tabela 3)
34 Conduccedilatildeo do experimento
As parcelas experimentais constituiacuteram-se de recipientes plaacutesticos de 500 mL
nos quais foram adicionados 300 g de solo e as devidas quantidades dos corretivos que
posteriormente foram incubados em recipientes abertos por trinta e noventa dias em
laboratoacuterio sem exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo solar direta e a intensas variaccedilotildees de temperatura
(Figura 3 a b)
Durante o periacuteodo de incubaccedilatildeo os solos foram irrigados com aacutegua destilada
para a manutenccedilatildeo da umidade a 80 da capacidade de campo (Figura 3 c)
Apoacutes 30 e 90 dias de incubaccedilatildeo fraccedilotildees de 50 g de cada uma das amostras
foram retiradas e colocadas para secar ao ar (Figura 3 d)
18
(a) (b)
(c) (d)
Figura 3 Pesagem dos corretivos (a) adiccedilatildeo dos corretivos nos recipientes plaacutesticos
contendo as amostras dos solos (b) irrigaccedilatildeo das amostras dos solos (c) e incubaccedilatildeo em
laboratoacuterio por 30 e 90 dias (d)
35 Determinaccedilatildeo do pH do solo apoacutes a incubaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo da eficiecircncia relativa
Para a caracterizaccedilatildeo da correccedilatildeo da acidez do solo foi determinado o pH em
CaCl2 em cada unidade experimental Esta variaacutevel de cada fraccedilatildeo granulomeacutetrica dos
silicatos de caacutelcio foi confrontada com os valores obtidos atraveacutes da curva de incubaccedilatildeo
do CaCO3 (reagente pa)
A anaacutelise do pH foi realizada seguindo a metodologia descrita pelo Programa
Interlaboratorial de controle de qualidade de anaacutelise de solo (2005) em que se colocou
10 cm3 de TFSA num frasco de 50 mL e adicionou-se 25 mL de CaCl2 2H2O 001 M
(1469 g L-1) deixando em contato por quinze minutos Posteriormente agitou-se a
amostra em agitador horizontal por dez minutos a 200 rpm Apoacutes esta etapa a soluccedilatildeo
foi mantida em repouso por sessenta minutos Na sequecircncia sem agitar novamente a
amostra foi realizada a leitura em potenciocircmetro devidamente calibrado com soluccedilotildees-
padratildeo de pH 40 e 70
Os valores de pH obtidos por cada fraccedilatildeo granulomeacutetrica de cada um dos
corretivos foram confrontados com os valores de pH obtidos na curva de incubaccedilatildeo de
CaCO3 obtendo-se os valores de equivalente em CaCO3 aos 90 dias
19
Os valores de eficiecircncia relativa foram ajustados em relaccedilatildeo aos resultados
obtidos por cada corretivo na fraccedilatildeo granulomeacutetrica inferior agrave 03 mm (gt 50 mesh)
atribuindo-se a esta fraccedilatildeo mais fina o iacutendice de 100 seguindo a metodologia adotada
por Bellingieri (1983)
36 Avaliaccedilatildeo do teor de Si no solo apoacutes a incubaccedilatildeo
Para a avaliaccedilatildeo do teor de Si no solo disponibilizado por cada uma das fontes
nas fraccedilotildees granulomeacutetricas foram realizadas as anaacutelises no Laboratoacuterio de Anaacutelise de
Fertilizantes da Universidade Federal de Uberlacircndia utilizando o extrator cloreto de
caacutelcio 001 M de acordo com a metodologia descrita por Korndoumlrfer e colaboradores
(2004) em que apoacutes o contato de 10 g da amostra do solo com 100 mL da soluccedilatildeo
extratora os mesmos foram submetidos a um agitador horizontal orbital por 1 hora na
frequumlecircncia de 50 rpm Apoacutes este procedimento as amostras ficaram em repouso por 15
minutos para decantar e a suspensatildeo foi filtrada e ficando sob novo repouso por 12
horas Entatildeo pipetou-se 10 mL do extrato de cada amostra acrescentando-se 1 mL de
soluccedilatildeo sulfo-moliacutebdica Decorridos 10 minutos acrescentou-se 2 mL de soluccedilatildeo de
aacutecido tartaacuterico 200 mg L-1 e apoacutes 5 minutos adicionou-se 10 mL da soluccedilatildeo de aacutecido
ascoacuterbico Apoacutes 1 hora foi realizada a leitura em espectofotocircmetro UV-visiacutevel no
comprimento de onda de 660 nanocircmetros Em funccedilatildeo do fator de diluiccedilatildeo o valor de
leitura foi multiplicado por 10 para se chegar no teor de Si do solo em mg dm-3
37 Anaacutelise estatiacutestica
Os resultados referentes ao pH em CaCl2 encontrados em funccedilatildeo das doses de
CaCO3 foram submetidos agrave anaacutelise de variacircncia e posterior ajuste ao modelo de
regressatildeo mais adequado para cada solo dentro dos dois periacuteodos de incubaccedilatildeo
utilizando o software estatiacutestico Sisvar desenvolvido por Ferreira (1999)
Os dados referentes ao pH em CaCl2 e ao teor de Si no solo encontrados em
funccedilatildeo dos corretivos (silicatos e calcaacuterio) em cada fraccedilatildeo granulomeacutetrica foram
submetidos agrave anaacutelise de variacircncia e suas meacutedias foram comparadas pelo teste de Scott-
Knott (1974) a 5 de probabilidade quanto agrave variaccedilatildeo dos corretivos dentro de cada
fraccedilatildeo granulomeacutetrica e quanto agrave variaccedilatildeo das fraccedilotildees granulomeacutetricas dentro dos
corretivos
20
4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
41 Variaccedilotildees no pH aos 30 dias de incubaccedilatildeo
Em relaccedilatildeo agrave variaacutevel pH em CaCl2 houve efeito significativo das doses de
CaCO3 para os quatro solos analisados o que possibilitou o ajuste de modelos de
regressatildeo (Figura 4)
Para os valores de pH em CaCl2 em funccedilatildeo do corretivo e fraccedilatildeo granulomeacutetrica
utilizados a anaacutelise de variacircncia tambeacutem permitiu constatar efeito significativo
inclusive para a interaccedilatildeo entre estes fatores (Tabela 9) Em geral quanto menor a
fraccedilatildeo granulomeacutetrica maior o pH do solo resultado este que concorda com o trabalho
realizado anteriormente por Alcarde e colaboradores (1989)
Novais e colaboradores (1993) tambeacutem descreveram que a granulometria mais
fina das escoacuterias de siderurgia permitiu maior reatividade tanto em solos arenosos
quanto em solos argilosos
(a)
y = -03764x2 + 13644x + 49458
R2 = 099
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(b)
y = -07093x2 + 24251x + 50564
R2 = 097
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(c)
y = 0492x + 3941
R2 = 094
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(d)
y = -1075x2 + 37825x + 39585
R2 = 099
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalnete CaCO3
pH e
m C
aCl 2
Significativo a 5 de probabilidade pelo teste f Figura 4 Valores do pH em CaCl2 em funccedilatildeo da dose equivalente de CaCO3 aplicada ao solo apoacutes 30 dias de incubaccedilatildeo nos solos muito argiloso (a) argiloso (b) meacutedio (c) arenoso (d)
21
Para os solos muito argiloso argiloso e arenoso pode-se observar que com as
doses de CaCO3 dentro do limite de 0 a 200 em relaccedilatildeo agrave recomendaccedilatildeo para atingir
60 de saturaccedilatildeo por bases o pH em CaCl2 aumentou significativamente de maneira
quadraacutetica Entretanto observou-se para o solo de textura meacutedia um ajuste linear Este
efeito pode ser atribuiacutedo ao fato das doses do corretivo utilizado natildeo terem sido
suficientes para atingir a faixa de estabilidade
Atraveacutes da amplitude de variaccedilatildeo nos valores de pH em funccedilatildeo do acreacutescimo
nas doses de CaCO3 pode-se observar o maior efeito tampatildeo dos solos muito argiloso e
argiloso em relaccedilatildeo ao solo arenoso e de textura meacutedia informaccedilatildeo esta que corrobora
aos relatos de Furtini e colaboradores (2001) O poder tampatildeo do solo eacute a resistecircncia
que o solo oferece a mudanccedila de pH Sousa e colaboradores (2007) exemplificando a
proporcionalidade dos diferentes tipos de acidez do solo relatam que a quantidade de
calcaacuterio necessaacuteria para neutralizar a acidez ativa pode chegar a quatorze mil setecentos
e vinte e trecircs vezes menor do que o necessaacuterio para a correccedilatildeo da acidez potencial do
solo o que evidencia a importacircncia do conhecimento do poder tampatildeo do solo para se
determinar a dose do corretivo
Pode-se observar que os resultados de pH em CaCl2 em funccedilatildeo dos corretivos e
das fraccedilotildees granulomeacutetricas para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso
submetidos a 30 dias de incubaccedilatildeo ocorreram de forma que quanto menor a
granulometria do corretivo maior foi o aumento no valor de pH encontrado nos solos
(Tabela 9)
22
Tabela 9 Valores de pH em CaCl2 em funccedilatildeo do corretivo de solo utilizado na dose
referente agrave elevaccedilatildeo da saturaccedilatildeo por bases para 60 e da fraccedilatildeo granulomeacutetrica apoacutes
30 dias de incubaccedilatildeo para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso
Peneira ABNT (mesh) Corretivo
5 - 10 10 - 20 20 ndash 50 gt 50 Meacutedia Solo muito argiloso
Agrosiliacutecio 51
Ac
51
Ac
57
Ab
59
Aa
55 Silifeacutertil 49
Ad
53
Ac
56
Ab
60
Aa
54 Holcim 50
Ab
49
Bb
49
Cb
53
Ca
50 Calcaacuterio 49
Ac
50
Bc
54
Bb
57
Ba
53 Meacutedia 50
51
54
57
53 Solo argiloso
Agrosiliacutecio
51
Ac
53
Ac
61
Ab
65
Aa
57 Silifeacutertil 53
Ac
52
Ac
59
Ab
66
Aa
57 Holcim 51
Ab
51
Ab
51
Cb
55
Ba
52 Calcaacuterio 51
Ac
52
Ac
56
Bb
65
Aa
56
51
52
56
63
56 Solo meacutedio
Agrosiliacutecio
40
Ac
41
Ac
41
Ab
43
Aa
41 Silifeacutertil 40
Ab
40
Ab
41
Aa
42
Ca
41 Holcim 40
Ab
40
Ab
40
Bb
41
Ca
40 Calcaacuterio 40
Ab
41
Ab
41
Bb
42
Ba
41 Meacutedia 40
40
41
42
41 Solo arenoso
Agrosiliacutecio
40
Ac
43
Ac
55
Ab
63
Aa
50 Silifeacutertil 40
Ac
42
Ac
52
Bb
65
Aa
50 Holcim 40
Ab
41
Ab
42
Cb
50
Ba
43 Calcaacuterio 40
Ac
40
Ac
50
Bb
63
Aa
48 Meacutedia 40
42
49
60
48 Letras maiuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na coluna e letras minuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na linha (Scott-Knott a 5)
No solo muito argiloso o Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil proporcionaram a maior
elevaccedilatildeo do pH do solo em relaccedilatildeo aos demais corretivos em todas as faixas
granulomeacutetricas passantes na peneira de 10 mesh ou seja quando a granulometria foi
inferior a 2 mm em fraccedilotildees maiores que esta o efeito do corretivo foi muito pequeno
natildeo havendo diferenccedila entre os corretivos (Tabela 9)
Para os demais solos os corretivos natildeo apresentaram diferenccedilas quanto ao
aumento provocado no pH do solo quando aplicados em granulometria acima de 084
mm ou seja produtos retidos na peneira de 10 mesh Para as granulometrias mais finas
23
os corretivos apresentaram diferenccedilas no aumento do pH ficando os solos que
receberam o silicato Holcim com os menores valores
De maneira geral para as granulometrias mais finas inferior a 084 mm
(passantes na peneira de 20 mesh) o Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil proporcionaram os
maiores incrementos em pH exceto para o produto mais fino gt 50 mesh no solo de
textura meacutedia e para o produto de granulometria entre 03 e 084 mm (ABNT 20 ndash 50)
no solo arenoso em que o Agrosiliacutecio obteve os melhores resultados (Tabela 9)
42 Variaccedilotildees no pH equivalente em CaCO3 e eficiecircncia relativa dos corretivos aos
90 dias de incubaccedilatildeo
Houve efeito significativo das doses de CaCO3 nos valores de pH em CaCl2 para
os quatro solos analisados o que possibilitou o ajuste de modelos polinomiais (Figura
5)
(a)
y = -01466x2 + 09457x + 49792
R2 = 085
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(b)
y = -05821x2 + 21998x + 49789
R2 = 098
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(c)
y = 04565x + 39275
R2 = 091
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(d)
y = -0865x2 + 34185x + 39925
R2 = 098
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
Significativo a 5 de probabilidade pelo teste f
Figura 5 Valores do pH em CaCl2 em funccedilatildeo da dose equivalente de CaCO3 aplicada ao solo apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo nos solos muito argiloso (a) argiloso (b) meacutedio (c) arenoso (d)
24
Para os solos muito argiloso argiloso e arenoso (Figura 5 a b d) como era de
se esperar as doses de CaCO3 dentro do limite de 0 a 200 em relaccedilatildeo agrave
recomendaccedilatildeo aumentaram significativamente e de forma quadraacutetica o pH em CaCl2
Acompanhando a tendecircncia observada apoacutes 30 dias de incubaccedilatildeo para o solo de
textura meacutedia verificou-se um ajuste linear para o aumento do valor de pH em CaCl2
em funccedilatildeo de doses de CaCO3 Este efeito pode ser atribuiacutedo ao fato das doses do
corretivo utilizado natildeo terem sido suficientes para atingir a faixa de estabilidade
Para as variaccedilotildees de pH em CaCl2 em funccedilatildeo do corretivo e fraccedilatildeo
granulomeacutetrica utilizados tambeacutem houve efeito significativo inclusive para a interaccedilatildeo
entre estes fatores (Tabela 10)
25
Tabela 10 Valores de pH em CaCl2 em funccedilatildeo do corretivo de solo utilizado na dose
referente agrave elevaccedilatildeo da saturaccedilatildeo por bases para 60 e da fraccedilatildeo granulomeacutetrica apoacutes
90 dias de incubaccedilatildeo para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso
Peneira ABNT (mesh) Corretivo
5 - 10 10 - 20 20 ndash 50 gt 50 Meacutedia Solo muito argiloso
Agrosiliacutecio 50
Ad
52
Ac
56
Ab
57
Aa
54 Silifeacutertil 50
Ac
51
Ac
55
Ab
58
Aa
53 Holcim 49
Ab
48
Cb
48
Bb
53
Ba
50 Calcaacuterio 49
Ac
50
Bc
55
Ab
57
Aa
53 Meacutedia 50
50
53
56
52 Solo argiloso
Agrosiliacutecio 52
Ab
53
Ab
61
Aa
62
Aa
57 Silifeacutertil 49
Cd
53
Ac
58
Bb
63
Aa
56 Holcim 50
Bb
50
Bb
51
Db
55
Ca
51 Calcaacuterio 51
Bd
52
Ac
56
Cb
62
Ba
55 Meacutedia 50
52
56
60
55 Solo meacutedio
Agrosiliacutecio 40
Ad
41
Ac
42
Ab
43
Aa
42 Silifeacutertil 41
Ac
41
Ac
42
Ab
43
Aa
42 Holcim 41
Ab
41
Ab
41
Cb
41
Ba
41 Calcaacuterio 40
Ab
41
Ab
41
Bb
43
Aa
41 Meacutedia 40
41
41
42
41 Solo arenoso
Agrosiliacutecio
40
Ac
44
Ab
59
Aa
61
Aa
51 Silifeacutertil 40
Ac
43
Ac
55
Ab
64
Aa
51 Holcim 39
Ab
40
Ab
42
Bb
48
Ba
43 Calcaacuterio 40
Ac
42
Ac
55
Ab
63
Aa
50 Meacutedia 40
42
53
59
49 Letras maiuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na coluna e letras minuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na linha (Scott-Knott a 5)
No solo muito argiloso e no solo arenoso o Agrosiliacutecio o Silifeacutertil e o calcaacuterio
proporcionaram maior elevaccedilatildeo no pH do solo em relaccedilatildeo ao Holcim nos corretivos
com granulometria inferior a 084 mm passantes na peneira de 20 mesh Quando se
comparam estes resultados com os obtidos aos 30 dias de incubaccedilatildeo observa-se a
inclusatildeo do calcaacuterio entre os corretivos com melhores resultados de aumento de pH no
solo muito argiloso Este fato demonstrou que para este solo os silicatos Agrosiliacutecio e
Silifeacutertil tiveram uma maior dissociaccedilatildeo aos 30 dias fato este que foi compensado pelo
calcaacuterio entre 30 e 90 dias de incubaccedilatildeo (Tabela 10)
26
Os valores de pH do solo argiloso apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo demonstraram que
o Agrosiliacutecio proporcionou os maiores valores de pH em todas as fraccedilotildees
granulomeacutetricas ficando este em igualdade com o Silifeacutertil na granulometria inferior a
03 mm (gt 50 mesh) e entre 08 mm e 20 mm (10 a 20 mesh) sendo que nesta uacuteltima
fraccedilatildeo granulomeacutetrica o calcaacuterio tambeacutem se igualou aos dois corretivos acima
mencionados (Tabela 10)
No solo de textura meacutedia as diferenccedilas ocorreram apenas nas fraccedilotildees
granulomeacutetricas inferiores a 08 mm (peneira de 20 mesh) com melhores resultados
atribuiacutedos ao Agrosiliacutecio Silifeacutertil e ao calcaacuterio na fraccedilatildeo mais fina (gt 50 mesh) e ao
Agrosiliacutecio e ao Silifeacutertil na fraccedilatildeo compreendida entre 03 e 084 mm (20 a 50 mesh)
Para o solo arenoso o Agrosiliacutecio o Silifeacutertil e o calcaacuterio proporcionaram
maiores valores de pH nas fraccedilotildees granulomeacutetricas inferiores a 084 mm enquanto que
nas fraccedilotildees mais grossas todos os corretivos tiveram o mesmo comportamento
Para todos os solos utilizados no experimento verificou-se que quanto menor a
dimensatildeo das partiacuteculas maiores satildeo os incrementos gerados nos valores de pH em
CaCl2 (Tabela 10) resultado este que concorda com trabalhos realizados anteriormente
por Bellingieri e colaboradores (1989)
Nas comparaccedilotildees entre os resultados dos valores de pH das amostras de solo
apoacutes 30 e 90 dias de incubaccedilatildeo os resultados praticamente se equivalem demonstrando
que 30 dias de incubaccedilatildeo foi um periacuteodo suficiente para a accedilatildeo dos corretivos
Com base nos incrementos verificados no pH das amostras dos solos pelos
corretivos de acidez em cada fraccedilatildeo granulomeacutetrica em relaccedilatildeo agraves curvas de incubaccedilatildeo
com CaCO3 calculou-se os valores de equivalente em CaCO3 para cada corretivo
dentro de cada fraccedilatildeo granulomeacutetrica com 90 dias de incubaccedilatildeo (Tabela 11)
27
Tabela 11 Equivalente em CaCO3 dos corretivos de acidez de diferentes fraccedilotildees
granulomeacutetricas aos 90 dias de incubaccedilatildeo
Peneiras ABNT (mesh)
Corretivos
5 ndash 10 10 - 20 20 - 50 gt 50 Meacutedia
--------------------------------------- -----------------------------------------
Agrosiliacutecio 9
Ac
24
Ab
64
Aa
77
Aa
43
Silifeacutertil 9
Ac
19
Ac
52
Ab
87
Aa
42 Calcaacuterio 8
Ac
13
Ac
33
Bb
79
Aa
33 Holcim 7
Ab
7
Ab
10
Cb
33
Ba
14 Meacutedia 8
16
39
69
33 Letras maiuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na coluna e letras minuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na linha (Scott-Knott a 5)
Os resultados de equivalente em CaCO3 apresentados para 90 dias de incubaccedilatildeo
(Tabela 11) demonstraram grande variaccedilatildeo para este atributo entre os corretivos de
acidez o que evidencia que natildeo apenas a granulometria mas tambeacutem a origem dos
corretivos exerce grande influecircncia na velocidade de correccedilatildeo da acidez do solo
Para as fraccedilotildees granulomeacutetrica mais grossas (lt 10 e 10 a 20 mesh) pode-se
observar que natildeo houve diferenccedila entre os corretivos jaacute na fraccedilatildeo mais fina (gt 50) o
silicato Holcim proporcionou menores valores de equivalente em CaCO3 em relaccedilatildeo as
demais fontes Na fraccedilatildeo granulomeacutetrica entre 20 e 50 (Tabela 11) verificou-se
diferenccedilas entre o equivalente em CaCO3 de silicatos e do calcaacuterio o que demonstrou o
fato de estarmos neste caso subestimando a reatividade dos silicatos Pode-se observar
que natildeo houve diferenccedilas entre os resultados obtidos com a aplicaccedilatildeo dos silicatos
Agrosiliacutecio e Silifeacutertil portanto sugere-se a elaboraccedilatildeo de novos paracircmetros para a
avaliaccedilatildeo de silicatos com origem de aciaria
Seguindo os criteacuterios adotados por Bellingieri (1983) de ajustar a eficiecircncia dos
corretivos atribuindo valores de 100 para as partiacuteculas passantes na peneira 50 ABNT
(partiacuteculas inferiores a 03 mm) determinou-se a eficiecircncia relativa de cada uma das
fraccedilotildees granulomeacutetricas dos corretivos permitindo a adoccedilatildeo de novos criteacuterios de
reatividade para os silicatos (Tabela 12)
28
Tabela 12 Eficiecircncias relativas em relaccedilatildeo agrave fraccedilatildeo granulomeacutetrica inferior a 03 mm
(peneira 50 mesh) dos corretivos de acidez em diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas aos
90 dias de incubaccedilatildeo
Peneiras ABNT (mesh)
Corretivos 5 - 10 10 - 20 20 - 50 gt 50 Meacutedia
------------------------------ -------------------------------
Agrosiliacutecio 12 33 85 100 58
Silifeacutertil 9 25 65 100 50
Holcim 16 17 27 100 40
Calcaacuterio 9 18 63 100 48
Meacutedia 12 23 60 100
Propotildee-se a adequaccedilatildeo da equaccedilatildeo atualmente adotada para a determinaccedilatildeo da
eficiecircncia relativa (reatividade) de silicatos de origem de aciaria para uso como
corretivo de acidez em funccedilatildeo das diferenccedilas encontradas em eficiecircncia relativa
apresentadas na Tabela 12 entre os silicatos de origem de escoacuteria de aciaria
(Agrosiliacutecio e Silifeacutertil) em relaccedilatildeo ao calcaacuterio ficando a mesma da seguinte forma
RE = F10-20 x 03 + F20-50 x 075 + Fgt50 x 1
Onde
F10-20= percentual de produto que passa pela peneira nordm10 e fica retido na
peneira nordm20 F20-50 = percentual de produto que passa pela peneira nordm20 e fica retido
na peneira nordm50 e F-50 = percentual de produto que passa pela peneira nordm50
Os valores de eficiecircncia relativa 12 em meacutedia para a fraccedilatildeo granulomeacutetrica
mais grosseira pode estar associado agrave presenccedila de micropartiacuteculas (poacute) aderidas ao
redor das partiacuteculas mais grossas (Tabela 12) jaacute que a separaccedilatildeo granulomeacutetrica seguiu
o meacutetodo oficial de separaccedilatildeo em peneiras a seco
29
43 Teor de siliacutecio no solo apoacutes 30 dias de incubaccedilatildeo
De maneira geral pode-se observar que o Agrosiliacutecio proporcionou maiores
incrementos de Si no solo obtendo no solo argiloso quando aplicado na fraccedilatildeo
granulomeacutetrica mais fina incremento de 10 mg dm-3 (Tabela 13)
Tabela 13 Teor de Si no solo em funccedilatildeo da fraccedilatildeo granulomeacutetrica e do corretivo utilizado para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso apoacutes 30 dias de incubaccedilatildeo
Peneiras ABNT (mesh) Corretivos 5 - 10 10 - 20 20 ndash 50 gt 50 Meacutedia
-------------------------------- Si (mg kg-1) -------------------------------------
Solo muito argiloso
Agrosiliacutecio 7
Aa
8
Aa
9
Aa
8
Aa
8 Silifeacutertil 7
Aa
7
Aa
7
Ba
7
Aa
7 Holcim 6
Aa
6
Aa
6
Ba
6
Ba
6 Calcaacuterio 7
Aa
6
Aa
5
Ba
5
Ba
6 Meacutedia 6
7
7
6
6
Solo argiloso
Agrosiliacutecio 6
Ad
10
Ac
14
Ab
15
Aa
11 Silifeacutertil 7
Ac
6
Bc
10
Bb
12
Ba
9 Holcim 6
Ab
5
Bb
6
Cb
9
Ca
7 Calcaacuterio 5
Ba
5
Ba
4
Da
2
Db
4 Meacutedia 6
6
8
10
8
Solo meacutedio
Agrosiliacutecio 10
Aa
10
Aa
10
Aa
10
Aa
10 Silifeacutertil 9
Aa
9
Aa
10
Aa
10
Aa
9 Holcim 8
Ba
9
Aa
9
Ba
10
Aa
9 Calcaacuterio 9
Ba
9
Aa
9
Ba
8
Bb
9 Meacutedia 9
9
9
9
9
Solo arenoso
Agrosiliacutecio 4
Ab
5
Ab
8
Aa
9
Aa
6 Silifeacutertil 3
Ac
5
Ab
7
Aa
7
Ba
6 Holcim 3
Ab
4
Aa
4
Ba
6
Ca
4 Calcaacuterio 3
Aa
3
Ba
3
Ca
2
Da
3 Meacutedia 3
4
6
6
5 Letras maiuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na coluna e letras minuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na linha (Scott-Knott a 5)
No solo muito argiloso as fraccedilotildees mais grossas dos corretivos com partiacuteculas
superiores a 084 mm (lt 20 mesh) natildeo apresentaram diferenccedilas quanto ao fornecimento
30
de Si ao solo poreacutem quando se avaliaram as fraccedilotildees mais finas observou-se maiores
valores de Si para o Agrosiliacutecio na fraccedilatildeo de 03 a 084 mm (20 a 50 mesh) e para o
Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil quando o corretivo foi aplicado na granulometria inferior a 03
mm (gt 50 mesh) estes resultados tambeacutem se repetiram no solo arenoso (Tabela 13)
Para o solo argiloso o Agrosiliacutecio foi o silicato que promoveu maiores valores
de Si no solo quando tambeacutem se avaliaram as fraccedilotildees granulomeacutetricas inferiores a 20
mm (gt 10 mesh) apenas para a fraccedilatildeo mais grossa maior que 20 mm o Agrosiliacutecio o
Silifeacutertil e o Holcim natildeo diferiram estatisticamente variando apenas em relaccedilatildeo ao
calcaacuterio que eacute o uacutenico corretivo avaliado que natildeo apresenta Si em sua constituiccedilatildeo
No solo de textura meacutedia o Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil proporcionaram a mesma
eficiecircncia no fornecimento de Si para o solo (fraccedilotildees 20 a 50 mesh e lt 10 mesh) na
fraccedilatildeo mais fina (gt 50 mesh) os trecircs silicatos avaliados resultaram nos mesmos valores
de Si no solo deferindo apenas do calcaacuterio jaacute na fraccedilatildeo entre 10 a 20 mesh todos os
corretivos proporcionaram o mesmo resultado
De maneira geral a granulometria natildeo resultou em diferenccedilas no fornecimento
de Si pelos silicatos exceto no solo argiloso em que se observa que quanto menor a
granulometria maior foi o teor de Si no solo (Tabela 13)
Ao se avaliar os efeitos do calcaacuterio em relaccedilatildeo ao teor de Si no solo pode-se
observar que quanto menor a fraccedilatildeo granulomeacutetrica do calcaacuterio menores os teores de Si
no solo Este fato pode estar associado a maior alteraccedilatildeo causada no pH do solo pelas
fraccedilotildees mais finas do calcaacuterio reduzindo assim sua disponibilidade de Si corroborando
aos dados de McKeague e Cline (1963) em que o aumento de pH de 6 para 9 reduziu
de 36 para 6 mg dm-3 a concentraccedilatildeo de Si soluacutevel
44 Teor de siliacutecio no solo apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo
De maneira geral pode-se observar que o Agrosiliacutecio promoveu maior
incremento de Si no solo apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo exceto para a fraccedilatildeo
granulomeacutetrica entre 20 a 50 mesh e no solo de textura meacutedia em que o Silifeacutertil e o
Holcim obtiveram resultados semelhantes ao Agrosiliacutecio (Tabela 14)
Quanto agraves fraccedilotildees granulomeacutetricas observou-se que quanto menor a fraccedilatildeo
granulomeacutetrica independente do silicato maior foi o fornecimento de Si ao solo
seguindo a tendecircncia encontrada por Oliveira e colaboradores (1994) em que escoacuterias
31
de alto forno com partiacuteculas menores que 03 mm foram mais eficientes no
fornecimento de Ca e Mg para o solo quando comparadas as fraccedilotildees mais grosseiras
Tabela 14 Teor de Si no solo em funccedilatildeo da fraccedilatildeo granulomeacutetrica e do corretivo
utilizado para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso apoacutes 90 dias de
incubaccedilatildeo
Peneiras ABNT (mesh) Corretivos 5 - 10 10 - 20 20 - 50 gt 50 Meacutedia
-------------------------------- Si (mg kg-1) --------------------------------------
Solo muito argiloso Agrosiliacutecio 8
Ab
9
Aa
9
Aa
9
Aa
9 Silifeacutertil 6
Bb
7
Bb
7
Ba
8
Ba
7 Holcim 7
Bb
7
Bb
6
Cb
8
Ba
7 Calcaacuterio 6
Ba
6
Ba
5
Db
5
Cb
6 Meacutedia 7
7
7
7
7 Solo argiloso
Agrosiliacutecio 7
Ac
11
Ab
13
Aa
13
Aa
11 Silifeacutertil 5
Bc
7
Bb
9
Ba
9
Ba
8 Holcim 6
Bb
5
Cb
6
Cb
9
Ba
7 Calcaacuterio 4
Ca
4
Da
4
Da
3
Cb
4 Meacutedia 5
7
8
9
7 Solo meacutedio
Agrosiliacutecio 10
Aa
11
Aa
10
Aa
11
Aa
11 Silifeacutertil 10
Ba
10
Ba
10
Aa
10
Ba
10 Holcim 10
Bb
10
Bb
10
Ab
11
Aa
10 Calcaacuterio 9
Ba
10
Ba
9
Bb
8
Cc
9 Meacutedia 10
10
10
10
10 Solo arenoso
Agrosiliacutecio 4
Ac
6
Ab
7
Aa
7
Aa
6 Silifeacutertil 3
Bc
4
Bb
6
Ba
6
Ba
5 Holcim 3
Bc
3
Cb
4
Cb
5
Ca
4 Calcaacuterio 2
Ca
2
Da
2
Da
2
Da
2 Meacutedia 3
4
5
5
4 Letras maiuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na coluna e letras minuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na linha (Scott-Knott a 5)
Para todos os solos analisados observou-se a seguinte sequecircncia para o teor de
Si Agrosiliacutecio gt Silifeacutertil gt Holcim gt Calcaacuterio Fato este que acompanha a tendecircncia
observada na avaliaccedilatildeo da reatividade na correccedilatildeo da acidez do solo exceto para o
calcaacuterio por natildeo apresentar Si em sua constituiccedilatildeo
32
Korndoumlrfer e colaboradores (2004) apresentaram a solubilidade de diferentes
silicatos evidenciando que o Agrosiliacutecio (escoacuteria de aciaria) apresentou maiores valores
de solubilidade em relaccedilatildeo aos valores obtidos pela escoacuteria de alto forno como o
Holcim com valores de 43 e 7 respectivamente Estas diferenccedilas em solubilidade
explicam os valores encontrados tanto na avaliaccedilatildeo aos 30 como aos 90 dias de
incubaccedilatildeo
Pereira e colaboradores (2004) em trabalho para a avaliaccedilatildeo da eficiecircncia de
fontes de Si para a cultura do arroz encontraram que a fonte que proporcionou mais
extraccedilatildeo de Si para os gratildeos foi a escoacuteria oriunda da produccedilatildeo de accedilo inox dado que
corrobora os resultados encontrados neste trabalho em que o Agrosiliacutecio (escoacuteria de
aciaria) apresentou maior disponibilizaccedilatildeo de Si para o solo
Nas comparaccedilotildees entre os resultados do teor de Si no solo apoacutes 30 e 90 dias de
incubaccedilatildeo os resultados praticamente se equivalem demonstrando que 30 dias foi um
periacuteodo suficiente para que os silicatos fornecessem Si
Comparando o teor de Si antes da aplicaccedilatildeo dos corretivos com o teor de Si no
solo apoacutes a aplicaccedilatildeo dos corretivos e apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo verificou-se
expressivo acreacutescimo no teor Si no solo ocasionado pelos silicatos principalmente para
o Agrosiliacutecio que incrementou na meacutedia entre as fraccedilotildees granulomeacutetricas 2 6 1 e 3 mg
dm-3 de Si nos solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso respectivamente O
Silifeacutertil tambeacutem forneceu Si ao solo elevando em 1 4 0 e 3 mg dm-3 o teor de Si nos
solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso respectivamente Jaacute o Holcim
apresentou incrementos de 0 2 0 e 1 mg dm-3 respectivamente para os solos muito
argiloso argiloso meacutedio e arenoso
33
5 CONCLUSOtildeES
Os silicatos Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil proporcionam maiores valores de eficiecircncia
relativa na correccedilatildeo da acidez do solo em comparaccedilatildeo ao calcaacuterio e ao silicato Holcim
na fraccedilatildeo granulomeacutetrica entre 030 e 084 mm
Quanto menor a fraccedilatildeo granulomeacutetrica do silicato maior eacute a eficiecircncia relativa
na correccedilatildeo da acidez do solo e maior eacute o fornecimento de Si para o solo
O Agrosiliacutecio apresenta melhores resultados no fornecimento de Si ao solo
seguido do Silifeacutertil e do Holcim
O periacuteodo de 30 dias em condiccedilotildees de umidade mantida agrave 80 da capacidade
de campo eacute um periacuteodo suficiente para a correccedilatildeo da acidez do solo e fornecimento de
Si pelos silicatos ao solo
34
6 REFEREcircNCIAS
ALCARDE JC PAULINO VT DERNARDIN J S Avaliaccedilatildeo da reatividade de corretivos da acidez do solo Revista Brasileira de Ciecircncia do Solo Campinas v 13 p 387-392 1989
ALCARDE JC Corretivos de acidez dos solos caracteriacutesticas e interpretaccedilotildees teacutecnicas Satildeo Paulo ANDA 1992 24p (Boletim Teacutecnico 6)
ALCARDE JC RODELLA AA Avaliaccedilatildeo quiacutemica de corretivos de acidez para fins agriacutecolas uma nova proposiccedilatildeo Scientia Agriacutecola Piracicaba v 53 n 2 ndash 3 1996
ALVAREZ V VH RIBEIRO AC Calagem In RIBEIRO AC GUIMARAtildeES PTG GUIMARAtildeES PTG ALVAREZ V VH (Ed) Recomendaccedilotildees para o uso de corretivos e fertilizantes em Minas Gerais ndash 5ordf Aproximaccedilatildeo Viccedilosa CFSEMG 1999 p 43-60
ALVAREZ V VH Correlaccedilatildeo e calibraccedilatildeo de meacutetodos de anaacutelise de solos In ALVAREZ V VH FONTES LEF FONTES MPF (Ed) O solo nos grandes domiacutenios morfoclimaacuteticos do Brasil e o desenvolvimento sustentado Viccedilosa Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo 1996 p 615-646
ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DOS PRODUTORES DE CALCAacuteRIO Calcaacuterio agriacutecola ndash Brasil consumo aparente por estado (1992 ndash 2006) Disponiacutevel em lthttpwwwcalcario-rscombrgt Acesso em 25 de novembro de 2008
BALASTRA MLFC PEREZ CM JULIANO BO VILLAREAL P Effects of siacutelica level on some properties of Oriza sativa straw and hull Canadian Journal of Botany Ottawa v 67 p 2356-2363 1989
BARBOSA FILHO MP SNYDER G H PRABHU A S DATNOFF L E KORNDOumlRFER G H Importacircncia do siliacutecio para a cultura do arroz Informaccedilotildees agronocircmicas v 89 p 1-8 2000
BELLINGIERI PA Avaliaccedilatildeo em laboratoacuterio da eficiecircncia de diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas de calcaacuterios agriacutecolas 1983 99f Tese (Doutorado) ndash Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Universidade de Satildeo Paulo Piracicaba 1983
BELLINGIERI PA ALCARDE JC amp SOUZA ECA Avaliaccedilatildeo da qualidade de calcaacuterios agriacutecolas atraveacutes do PRNT Anais da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Piracicaba v 45 n 2 p 579-588 1988
BELLINGIERI PA ALCARDE JC SOUZA ECA de Eficiecircncia relativa de diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas de calcaacuterios na neutralizaccedilatildeo da acidez dos solos avaliada em laboratoacuterio Anais da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Piracicaba v46 n2 1989 p 303-317
35
BELLINGIERI PA SOUZA ECA ALCARDE JC SHIKASHO HW Importacircncia da reatividade do calcaacuterio sobre a produccedilatildeo e algumas caracteriacutesticas da soja Scientia Agricola Piracicaba v 49 p 61-71 1992
BRASIL MAPA Laboratoacuterio Nacional de Referecircncia Vegetal Anaacutelise de corretivos fertilizantes e inoculantes Brasiacutelia 1983 104p
BRUNAUER S EMMETT P H TELLER E Adsorption of gases in multimolecular layers In Journal of the American Chemical Society New York v 60 p 309-19 1938
CATANI RA ALONSO O Avaliaccedilatildeo e exigecircncia de calcaacuterio do solo Anais da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Piracicaba v 26 p 141-156 1969
CATE R Sugestotildees para adubaccedilatildeo com base na anaacutelise de solos Raleigh North Caroline State University 1965 16p
DAYANADAM P KAUFMAN PB FRANKLIN CL Detection of siacutelica in plants American Journal of Botany Columbus v 70 p 1079-1084 1983
DEFELIPO BV BRAGA JM SPIES C Comparaccedilatildeo entre meacutetodos de determinaccedilatildeo da necessidade de calcaacuterio de solos de Minas Gerais Experientiae v 13 p 111-136 1982
EMBRAPA C N P S Manual de meacutetodos de anaacutelise de solo Rio de Janeiro 1997 212p
EPSTEIN E Silicon Annu Rev Plant Physiol Plant Molec Biol Palo Alto v 50 1999 p 641 - 664
FERREIRA DF SISVAR versatildeo 43 (Build 41) Lavras UFLADEX 1999 4 disquetes
FURTINI NETO A VALE FR RESENDE A V GUILHERME L R G GUEDES G A A Fertilidade do solo Lavras UFLAFAEPE 2001 252p
GASCHO G J Silicon sources for agriculture In DATNOFF L E SNYDER G H KORNDOumlRFER G H (Ed) Silicon in agriculture Amsterdan Elsevier 2001 cap 12 p 197-207
KAMINSKI J RHEINHEIMER DS A acidez do solo e a nutriccedilatildeo mineral de plantas In KAMINSKI J (Ed) Uso de corretivos da acidez do solo no plantio direto Pelotas SBCSNRS 2000 cap2 p 21 - 39
KORNDOumlRFER G H Elementos beneacuteficos In FERNANDES M S Nutriccedilatildeo mineral de plantas Viccedilosa Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo 2006 432p
36
KORNDOumlRFER G H DATNOFF L E Adubaccedilatildeo com siliacutecio uma alternativa no controle de doenccedilas da cana-de-accediluacutecar e do arroz Informaccedilotildees Agronocircmicas Piracicaba v 70 p 1-5 1995
KORNDOumlRFER G H PEREIRA H S CAMARGO M S Silicatos de caacutelcio e magneacutesio na agricultura 3 ed Uberlacircndia 2004 28 p (Boletim Teacutecnico n1)
KORNDOumlRFER G H PEREIRA H S NOLLA A Anaacutelise de siliacutecio solo planta e fertilizante 1 ed Uberlacircndia 2004 50 p (Boletim Teacutecnico n2)
KORNDOumlRFER G H PEREIRA H S CAMARGO M S Silicatos de caacutelcio e magneacutesio na agricultura 2 ed Uberlacircndia 2003 15 p (Boletim Teacutecnico n1)
KORNDOumlRFER G H PEREIRA H S CAMARGO M S Papel do siliacutecio na produccedilatildeo de cana-de-accediluacutecar STAB v 21 n 2 2002 4 p
KORNDOumlRFER G H LEPSCH I Effect of silicon on plant growth and crop yeld In DATNOFF L E SNYDER G H KORNDOumlRFER G H (Ed) Silicon in agriculture Amsterdan Elsevier 2001 p 133 ndash 147
KURIHARA CH MAEDA S HERNANI LC SILVA WM Eficiecircncia relativa de fraccedilotildees granulomeacutetricas de calcaacuterios sul-mato-grossenses Pesquisa Agropecuaacuteria Brasileira Brasiacutelia v34 n 8 p 1443 - 1449 1999
LOPES A S SILVA MC GUILHERME L R G Acidez do solo e calagem 3 ed Satildeo Paulo ANDA 1990 22 p (Boletim Teacutecnico 1)
LOPES A S Manual de fertilidade do solo Satildeo Paulo ANDAPOTAFOacuteS 1989 153p
MA JF TAKAHASHI E Soil fertilizer and plant silicon research in Japan Amosterdan Elsevier Science 2002 281 p
MALAVOLTA E Manual de quiacutemica agriacutecola adubos e adubaccedilatildeo Satildeo Paulo Agronocircmica Ceres 1981 608 p
MARSCHNER H Mineral nutrition of higher plants 2 ed LondresAcademic Press 1995 889p
MCKEAGUE J A CLINE M G Silica in soils Advances in Agronomy New York v 15n 3 p 339-397 1963
MEURER E J Fundamentos de quiacutemica do solo 3 ed Porto Alegre Evangraf 2006 285p
MIYAKE Y TAKAHASHI E Effect of silicon on the growth of cucumber plant in soil culture Soil Science Plant Nutrition Tokyo v 29 p 463-471 1983
37
NOVAIS R F BARROS N F LEITE F P TEIXEIRA J L LEAL P G L Eficiecircncia agronocircmica de escoacuterias de siderurgia Pains Viccedilosa Universidade Federal de Viccedilosa 1993
OLIVEIRA AC HAHNE H BARROS NF MORAIS EJ Uso de escoacuteria de alto forno como fonte de nutrientes na adubaccedilatildeo florestal In GUERRINI IA BELLOTE AFJ BUumlLL LT (Ed) Seminaacuterio sobre uso de resiacuteduos florestais e urbanos em florestas Botucatu Fundaccedilatildeo de Estudos e Pesquisas Agriacutecolas e Florestais 1994 p 77-96
PEREIRA HS KORNDOumlRFER GH VIDAL AA CAMARGO MS Silicon sources for rice crop Scientia Agriacutecola Piracicaba v 61 p 522-528 2004
PLESE L P M Efeito da umidade do solo na reatividade das fraccedilotildees granulomeacutetricas de um calcaacuterio 2000 49f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) ndash Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Universidade de Satildeo Paulo Piracicaba 2000
PRADO R M FERNANDES F M NATALE W Uso de escoacuteria de siderurgia no Brasil estudos na cultura da cana-de-accediluacutecar Jaboticabal Funep 2001 67p
PROGRAMA INTERLABORATORIAL DE CONTROLE DE QUALIDADE DE ANAacuteLISE DE SOLO Manual do laboratorista 2005 33p
RAIJ BV Avaliaccedilatildeo da fertilidade do solo Piracicaba Associaccedilatildeo Brasileira para Pesquisa da Potassa e do Fosfato 1981 142p
RAIJ B V CANTARELLA H QUAGGIO J A FURLANI A M C Recomendaccedilatildeo de adubaccedilatildeo e calagem para o estado de Satildeo Paulo Campinas IAC 1996 285p (IAC Boletim 100)
SCOTT AJ KNOTT MA A cluster analysis method for grouping means in the analysis of variance Biometrics Washington v 30 n 2 1974 p 507-512
SHOEMAKER HE MCCLEAN E PRATT PF Buffer methods for determining lime requirements of soil with appreciable amounts of extractable aluminium Soil Sci Soc Am Proc Madison v 25 p 274-277 1961
SOUSA D M G MIRANDA L N OLIVEIRA S A Acidez do solo e sua correccedilatildeo In NOVAIS R F ALVAREZ V V H BARROS N F FONTES R L F CANTARUTTI R B NEVES J C L Fertilidade do solo Viccedilosa Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo 2007 p 205 ndash 274
SOUSA D M G LOBATO E Cerrado correccedilatildeo do solo e adubaccedilatildeo Brasiacutelia Embrapa Informaccedilatildeo Tecnoloacutegica 2004 416p
VERAS M C M VIEIRA W TEIXEIRA L S M ALCARDE J C OLIVEIRA L B Manual de meacutetodos analiacuteticos oficiais para fertilizantes minerais orgacircnicos organominerais e corretivos 1 ed Brasiacutelia MAPA 2007 v 1
38
WERNER D ROTH R Siacutelica metabolism In LAUCHILI A BIELESKI RL (Ed) Encyclopedia of plant physiology New Series Berlin Springer-Velag 1983 v 15B p 682-694
- Parte inicial dissertaccedilatildeopdf
- RESUMOpdf
- Corpo da dissertaccedilatildeopdf
-
6
Onde
F10-20= percentual de produto que passa pela peneira nordm10 e fica retido na peneira
nordm20 F20-50 = percentual de produto que passa pela peneira nordm20 e fica retido na
peneira nordm50 e Fgt50 = percentual de produto que passa pela peneira nordm50
Estes paracircmetros de reatividade satildeo adotados no Brasil de acordo com o que a
legislaccedilatildeo prevecirc para todos os corretivos independente de sua origem Segundo Prado e
colaboradores (2001) ainda natildeo existe uma legislaccedilatildeo especiacutefica para silicatos de
caacutelcio sendo estes incluiacutedos na legislaccedilatildeo de calcaacuterios com algumas adaptaccedilotildees
Alcarde e colaboradores (1989) avaliando a reatividade de calcaacuterios de
diferentes origens na correccedilatildeo da acidez do solo constataram eficiecircncia relativa acima
de 80 para partiacuteculas de tamanho inferior a 03 mm (peneira gt 50 ABNT) entre 39 e
65 para partiacuteculas entre 03 e 084 mm (produto passante na peneira 20 ABNT e retido
na peneira 50 ABNT) e eficiecircncia entre 6 e 27 para partiacuteculas entre 084 e 20 mm
(produto passante na peneira 10 ABNT e retido na peneira 20 ABNT)
Bellingieri (1983) avaliando a eficiecircncia de fraccedilotildees granulomeacutetricas de calcaacuterios
em laboratoacuterio em solos com controle de umidade em 30 encontrou valores de
eficiecircncia relativa de 74 376 767 e 100 respectivamente para corretivos nas
fraccedilotildees granulomeacutetricas passantes na peneira ABNT 5 e retiros na peneira ABNT 10
passantes na peneira 10 e retidos na peneira ABNT 30 passantes na peneira ABNT 30 e
retidos na peneira ABNT 50 e produtos passantes na peneira ABNT 50
Segundo Kurihara e colaboradores (1999) a origem da rocha calcaacuteria interfere
na ER do corretivo com destaque para os materiais de origem sedimentar que
apresentam elevada friabilidade possibilitando que torrotildees do material sejam facilmente
desagregados com pequena pressatildeo entre os dedos da matildeo de maneira que apoacutes sua
extraccedilatildeo da jazida esse calcaacuterio natildeo necessita passar por um processo de moagem como
os de natureza metamoacuterfica Entretanto ao se efetuar a anaacutelise granulomeacutetrica verifica-
se que estes torrotildees natildeo passam pelo conjunto de peneiras durante a agitaccedilatildeo mecacircnica
subestimando a real capacidade do material em se solubilizar no solo
Bellingieri e colaboradores (1992) avaliando a reatividade de um calcaacuterio
dolomiacutetico e calcaacuterio dolomiacutetico calcinado durante dois anos agriacutecolas relataram que o
calcaacuterio calcinado apresentou maior reatividade no primeiro ano agriacutecola bem como as
fraccedilotildees granulomeacutetricas mais finas proporcionaram maior reatividade no primeiro ano
do trabalho fato que foi amenizado no segundo ano agriacutecola em que a reatividade dos
7
calcaacuterios tenderam a se igualar e a granulometria mais grosseira tambeacutem compensou a
menor reatividade obtida no primeiro ano
Plese (2000) avaliando o efeito da umidade do solo entre o intervalo de 0 a 80
da capacidade de campo na reatividade das fraccedilotildees granulomeacutetricas de um calcaacuterio
observou que quanto mais altos os valores de umidade do solo mais favoraacutevel era para
a reaccedilatildeo do corretivo no solo Para solos mantidos a 80 da capacidade de campo a
frequecircncia de molhamento teve pouca influecircncia na reatividade
A combinaccedilatildeo das caracteriacutesticas quiacutemicas e fiacutesicas do corretivo
respectivamente PN expresso em equivalente de carbonato de caacutelcio e ER originam o
Poder Relativo de Neutralizaccedilatildeo Total (PRNT) variaacutevel esta utilizada para a definiccedilatildeo
da dose a ser utilizada (BELINGIERI et al 1988)
24 Silicatos de Caacutelcio
Segundo Prado e colaboradores (2001) para minimizar os problemas quiacutemicos
dos solos do Brasil uma maneira seria mediante a correccedilatildeo da acidez do solo pelo uso
de escoacuterias de siderurgia um resiacuteduo da induacutestria do accedilo e ferro-gusa constituiacutedo
quimicamente de silicato de caacutelcio (CaSiO3)
Segundo Malavolta (1981) de maneira simplificada a escoacuteria de siderurgia
pode ser definida como sendo obtida atraveacutes da siacutelica do mineacuterio de ferro que reage com
o caacutelcio do calcaacuterio em alto forno Este processo envolvendo altas temperaturas
seguindo de um raacutepido resfriamento difere do processo de produccedilatildeo de calcaacuterio
(moagem de rochas calcaacuterias) o que pode originar materiais de alta solubilidade
consequentemente elevando sua eficiecircncia relativa
Os silicatos de caacutelcio e magneacutesio apresentam como principais benefiacutecios o
aumento na disponibilidade do Si a elevaccedilatildeo do pH o aumento do Ca e Mg trocaacuteveis
no solo a reduccedilatildeo de toxicidade do Fe Mn e Al para as plantas e o aumento na
disponibilidade de P no solo (KORNDOumlRFER et al 2003)
Segundo Alcarde (1992) a accedilatildeo neutralizante dos silicatos de caacutelcio e magneacutesio
no solo pode ser explicada com as seguintes equaccedilotildees
Ca(Mg)SiO3 + H2O
Ca+2(Mg+2) + SiO3-2
SiO3-2 + H2O HSiO3
- + OH-
HSiO3- + H2O H2SiO3 + OH-
H2SiO3 + H2O H4SiO4
8
Dentre os silicatos as fontes mais abundantes e baratas satildeo as escoacuterias
sideruacutergicas originadas do processamento em altas temperaturas geralmente acima de
1400 ordmC da reaccedilatildeo do calcaacuterio com a siacutelica presente no mineacuterio de ferro
(KORNDOumlRFER et al 2003)
As principais caracteriacutesticas que devem ser avaliadas na escolha de uma fonte de
siliacutecio para a agricultura satildeo solubilidade disponibilidade as propriedades fiacutesicas a
concentraccedilatildeo de elementos contaminantes e a relaccedilatildeo custo benefiacutecio (GASCHO
2001)
25 Efeitos do Si na agricultura
A utilizaccedilatildeo de macronutrientes nitrogecircnio (N) foacutesforo (P) potaacutessio (K) caacutelcio
(Ca) magneacutesio (Mg) e enxofre (S) e de micronutrientes boro (B) cloro (Cl) cobre
(Cu) ferro (Fe) manganecircs (Mn) molibdecircnio (Mo) niacutequel (Ni) e zinco (Zn) eacute
considerada como essencial para se alcanccedilar resultados satisfatoacuterios na produccedilatildeo
agriacutecola Poreacutem em determinadas condiccedilotildees de solo e cultivo existem elementos
chamados de natildeo-essenciais como o siliacutecio (Si) que pode promover diversos processos
fisioloacutegicos desejaacuteveis para as plantas e por consequecircncia aumentar a produtividade
(KORNDOumlRFER LEPSCH 2001)
A comprovaccedilatildeo da essencialidade do siliacutecio eacute muito difiacutecil de ser obtida devido
a sua abundacircncia na biosfera Estaacute presente em quantidades significativas mesmo em
sais aacutegua e ar (WERNER ROTH 1983)
As plantas absorvem siliacutecio diretamente da soluccedilatildeo do solo sendo este
transportado ateacute as raiacutezes principalmente via fluxo de massa (DAYANADAM et al
1983)
Balastra e colaboradores (1989) relatam que o Si apoacutes absorvido eacute transportado
pelo xilema e depositado na parede celular na forma de siacutelica amorfa hidratada ou opala
biogecircnica (SiO2nH2O) Uma vez alocado o Si torna-se imoacutevel e natildeo mais se redistribui
na planta
Marschner (1995) classifica as plantas de acordo com o seu teor de SiO2 na
mateacuteria seca da parte aeacuterea em trecircs grupos I ) acumuladoras com teores de Si de 10 a
15 II) intermediaacuterias com teores de Si de 1 a 3 III) natildeo acumuladoras com teores
na ordem de 05 Myake e Takahashi (1983) relatam que as gramiacuteneas satildeo
9
acumuladoras tiacutepicas reduzindo de forma raacutepida a concentraccedilatildeo de Si na soluccedilatildeo do
solo
Entre as plantas que mais extraem Si destacam-se o arroz e a cana-de-accediluacutecar
Ma e Takahashi (2002) relatam que as plantas de arroz possuem mecanismos
especiacuteficos de absorccedilatildeo de Si em que as proteiacutenas de membranas satildeo produzidas por
expressatildeo do gene especiacutefico Uma seacuterie de autores demonstram que o siliacutecio reduz a
severidade de vaacuterias doenccedilas de importacircncia econocircmica na cultura do arroz tais como a
brusone mancha parda escaldadura entre outras (KORNDOumlRFER DATNOFF 1995)
Natildeo apenas na reduccedilatildeo da severidade de doenccedilas como tambeacutem na reduccedilatildeo do
ataque de pragas pode-se observar grandes efeitos da aplicaccedilatildeo de Si Yoshida (1975)
citado por Barbosa Filho e colaboradores (2000) relata que a silicificaccedilatildeo da epiderme
previne a penetraccedilatildeo e a mastigaccedilatildeo pelos insetos porque as ceacutelulas ficam mais
endurecidas Segundo revisatildeo feita pelos mesmos autores diversos insetos sofreram
impactos com a aplicaccedilatildeo de Si como larvas da broca de colo trips e cigarrinha parda
que respectivamente tiveram mandiacutebulas danificadas inibiccedilatildeo na atividade e reduccedilatildeo
da populaccedilatildeo
O siliacutecio aparece na cana-de-accediluacutecar em altas concentraccedilotildees podendo variar
desde 014 em folhas jovens ateacute 67 nos colmos e folhas velhas No Havaiacute as folhas
contendo menos de 05 de siliacutecio satildeo frequentemente afetadas por um sintoma
denominado freckling A causa deste sintoma eacute ainda bastante controvertida poreacutem a
maioria dos pesquisadores atribuem agrave falta de Si e a desequiliacutebrios nutricionais O
aparecimento da ferrugem na cana-de-accediluacutecar (Puccinia melanocephala) pode estar
relacionado com o referido sintoma O sintoma eacute mais severo nas folhas mais velhas e a
aacuterea fotossinteacutetica eacute normalmente fortemente atingida (KORNDOumlRFER DATNOFF
1995)
Natildeo apenas em relaccedilatildeo aos fitopatoacutegenos mas quanto ao ataque de pragas
principalmente a broca do colmo e cigarrinha poderiam ser diminuiacutedas nas cultivares
acumuladoras de Si Outros efeitos do Si na cana-de-accediluacutecar estatildeo relacionados agrave maior
resistecircncia ao acamamento e alteraccedilotildees na arquitetura da planta deixando as folhas mais
eretas e em consequecircncia disso mais eficientes quanto agrave capacidade de aproveitamento
da luz solar e de realizaccedilatildeo da fotossiacutentese (KORNDOumlRFER et al 2002)
10
3 MATERIAL E MEacuteTODOS
31 Local do experimento
O experimento foi desenvolvido na Central de Fertilidade do Solo da
Faculdade de Ciecircncias Agraacuterias do Centro Universitaacuterio de Patos de Minas (UNIPAM)
no municiacutepio de Patos de Minas ndash MG onde os solos foram armazenados durante o
periacuteodo de incubaccedilatildeo de 30 e 90 dias de 8 de julho agrave 6 de outubro de 2008
32 Solos utilizados nas unidades experimentais
O experimento foi realizado em quatro classes de solo de diferentes texturas
sendo arenoso meacutedio argiloso e muito argiloso Os solos foram coletados do horizonte
B para natildeo haver interferecircncia da mateacuteria orgacircnica e posteriormente foram secos ao ar
ateacute atingirem massa constante Em seguida peneirados em malha de 2 mm e realizada a
anaacutelise quiacutemica e fiacutesica seguindo a metodologia descrita pelo Programa
Interlaboratorial de controle de qualidade de anaacutelise de solo (2005) exceto para o teor
de Si no solo que seguiu a metodologia descrita por Korndoumlrfer et al (2004) Os
resultados satildeo apresentados na Tabela 1
11
Tabela 1 Caracterizaccedilatildeo quiacutemica e fiacutesica dos solos utilizados no experimento
SOLOS Atributo Unidade Muito
argiloso Argiloso Meacutedio Arenoso
Latossolo Vermelho Acifeacuterrico
Tiacutepico
Latossolo Vermelho Perfeacuterrico
Tiacutepico
Latossolo Vermelho
Distrofeacuterrico Tiacutepico
Latossolo Amarelo
Distroacutefico Psamiacutetico
Si mg dm-3 59 50 87 29
P (Mehlich 1) mg dm-3 00 07 10 01
K mg dm-3 364 40 226 89
Ca cmolc dm-3
02 02 04 02
Mg cmolc dm-3
06 02 05 01
H + Al cmolc dm-3
37 60 39 34
pH (em H2O)
51 53 47 45
Al cmolc dm-3
01 01 04 05
CTC (e) cmolc dm-3
09 05 14 08
CTC (T) cmolc dm-3
46 64 49 37
SB cmolc dm-3
08 04 10 03
V 185 64 200 82
Cu mg dm-3 02 13 09 03
Zn mg dm-3 01 01 01 01
Argila 74 45 30 14
Silte 12 36 16 1
Areia 14 19 54 85
Metodologia P K Cu Zn (Mehlich 1 HCl 005 M + H2SO4 00125 M) Ca Mg Al (KCl 1 M) H+Al (soluccedilatildeo tampatildeo ndash SMP a pH 75) pH (em aacutegua) anaacutelise textural (meacutetodo da pipeta)
Realizou-se a determinaccedilatildeo da densidade das amostras dos quatro solos (Tabela
2) pelo meacutetodo da proveta descrita pela Embrapa (1997) Este meacutetodo eacute uma
alternativa para experimentos em vasos onde amostras de solo satildeo desagregadas para
preencher os vasos compondo a unidade experimental
12
Tabela 2 Densidade das amostras dos solos utilizados no experimento
Solos Densidade
g cm-3
Muito Argiloso 096
Argiloso 130
Meacutedio 125
Arenoso 135
Com os resultados da anaacutelise quiacutemica dos solos foi determinada a necessidade
de calagem pelo meacutetodo da saturaccedilatildeo por bases descrito por Raij e colaboradores
(1996) com o objetivo de elevaacute-la agrave 60 (Tabela 3)
Tabela 3 Necessidade de calagem em equivalente de CaCO3 com 100 de PRNT para amostras dos solos utilizados no experimento considerando as respectivas densidades das amostras dos solos
Solos Unidade
Muito Argiloso Argiloso Meacutedio Arenoso
Mg ha-1 189 343 056 191
mg vaso-1 27114 66795 10587 38735
33 Corretivos utilizados
Foram utilizadas trecircs fontes de silicatos originados de diferentes escoacuterias de
siderurgia sendo estes Agrosiliacutecio Silifeacutertil e Holcim por serem os mais
representativos quanto ao uso na agricultura como corretivos agriacutecolas Estes foram
comparados com um calcaacuterio comercial de origem sedimentar e com o carbonato de
caacutelcio pa padratildeo para estudos de eficiecircncia relativa de corretivos (Tabela 4)
Tabela 4 Teores de caacutelcio magneacutesio e siliacutecio dos corretivos utilizados
Corretivo CaO () MgO () SiO2 ()
Agrosiliacutecio 39 10 23
Silifeacutertil 38 8 22
Holcim 25 7 43
Calcaacuterio 30 20 0
Carbonato de caacutelcio 56 0 0
13
Para a caracterizaccedilatildeo dos corretivos quanto a sua superfiacutecie especiacutefica foi
realizada a anaacutelise da superfiacutecie especiacutefica pela equipe do Laboratoacuterio de
Hidrometalurgia da Universidade Federal de Ouro Preto utilizando-se o meacutetodo de
determinaccedilatildeo por gases descrito por Brunauer e colaboradores (1938) (Tabela 5)
Tabela 5 Superfiacutecie especifica e volume total de poros dos corretivos de acidez do solo
Corretivo Superfiacutecie Especiacutefica Volume total de poros
m2 g-1 cm3 g-1
Agrosiliacutecio 1175 00482
Silifeacutertil 066 00023
Holcim 038 00006
Calcaacuterio 091 00039
Fonte Universidade Federal de Ouro Preto (Laboratoacuterio de Hidrometalurgia)
Todos os corretivos foram submetidos agrave uniformizaccedilatildeo de umidade atraveacutes de
secagem em estufa com circulaccedilatildeo forccedilada de ar a 105 ordmC por um periacuteodo de setenta e
duas horas
Apoacutes esta etapa os silicatos foram submetidos agrave separaccedilatildeo nas seguintes
fraccedilotildees granulomeacutetricas atraveacutes de agitador mecacircnico por 5 minutos seguindo a
metodologia oficial (Veras et al 2007) fracionando os corretivos nas seguintes classes
partiacuteculas maiores que 200 mm (fraccedilatildeo do corretivo retido na peneira ABNT 10 ndash 10
mesh) partiacuteculas entre 084 e 200 mm (fraccedilatildeo do corretivo passante na peneira ABNT
10 e retido na peneira ABNT 20 ndash 20 mesh) partiacuteculas entre 030 e 084 (fraccedilatildeo do
corretivo passante na peneira ABNT 20 e retido na peneira ABNT 50 ndash 50 mesh) e
partiacuteculas com dimensatildeo inferior agrave 030 mm (fraccedilatildeo do corretivo passante na peneira
ABNT 50) (Figura 1)
14
(a) (b)
Figura 1 Mesa agitadora (a) e peneiras utilizadas para a separaccedilatildeo dos corretivos nas diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas (b)
A definiccedilatildeo das fraccedilotildees granulomeacutetricas avaliadas acompanhou os criteacuterios
atualmente adotados na legislaccedilatildeo para calcaacuterio aleacutem do fato de natildeo se justificar o uso
de silicatos em fraccedilatildeo granulomeacutetrica mais fina do que as jaacute comumente utilizadas para
calcaacuterio em funccedilatildeo da maior abrasividade das escoacuterias de siderurgia (PRADO et al
2001) o que tecnicamente dificulta a accedilatildeo dos moinhos brasileiros tornando a moagem
para a obtenccedilatildeo de partiacuteculas muito finas economicamente inviaacutevel
Apoacutes a separaccedilatildeo das fraccedilotildees granulomeacutetricas os corretivos foram submetidos
agrave determinaccedilatildeo do poder de neutralizaccedilatildeo (PN) pelo meacutetodo da titulaccedilatildeo que consiste
em colocar em contato uma massa conhecida do corretivo com uma quantidade
conhecida e em excesso de aacutecido padronizado fazendo com que o corretivo neutralize
uma parte do aacutecido O excesso de aacutecido eacute quantificado por alcalimetria obtendo-se
indiretamente a quantidade de aacutecido que foi neutralizado pelo corretivo seguindo o
procedimento descrito a seguir (BRASIL 1983)
Pesou-se 1000 g da amostra secada moiacuteda e passada em peneira de 03 mm
dos corretivos (Figura 2 a) e transferiu-se o material para erlenmeyer de 250 mL no
qual adicionou-se 50 mL da soluccedilatildeo de HCl 05 M padronizada O erlenmeyer foi
coberto com vidro de reloacutegio e a soluccedilatildeo foi fervida suavemente por 5 minutos (Figura
2 b) Apoacutes esta etapa a soluccedilatildeo foi esfriada transferida para balatildeo de 100 mL que teve
seu volume completado com aacutegua destilada e deixou-se decantar (Figura 2 c) Pipetou-
se 50 mL da soluccedilatildeo que foi transferida para erlenmeyer de 125 mL no qual se
acrescentou trecircs gotas de soluccedilatildeo de fenolftaleina (indicador) A soluccedilatildeo aacutecida foi
titulada com soluccedilatildeo padronizada de NaOH 025 M ateacute o aparecimento de uma leve cor
rosada do indicador (Figura 2 d) anotou-se o volume gasto e a partir deste valor
15
calculou-se o poder de neutralizaccedilatildeo do corretivo em de CaCO3 equivalente pela
expressatildeo
PN = 10 (25M1-V2M2) onde G
M1 = concentraccedilatildeo molar da soluccedilatildeo de HCl
V2 = volume em mL da soluccedilatildeo de NaOH gasto na titulaccedilatildeo
M2 = concentraccedilatildeo molar da soluccedilatildeo de NaOH
G = massa inicial da amostra em gramas
(a) (b)
(c) (d)
Figura 2 Ilustraccedilotildees dos processos laboratoriais para determinaccedilatildeo do PN em amostras
dos materiais corretivos desde a pesagem (a) a fervura da soluccedilatildeo contendo a amostra
do corretivo e HCl (b) a soluccedilatildeo transferida para balatildeo volumeacutetrico de 100 mL em
descanso para decantaccedilatildeo (c) e a titulaccedilatildeo ateacute o aparecimento da coloraccedilatildeo rosada (d)
Para os silicatos em funccedilatildeo de sua constituiccedilatildeo quiacutemica a visualizaccedilatildeo da
coloraccedilatildeo rosada foi dificultada pelo escurecimento da soluccedilatildeo (coloraccedilatildeo esverdeada)
sendo necessaacuteria a utilizaccedilatildeo do meacutetodo potenciomeacutetrico em que o excesso de HCl da
soluccedilatildeo eacute neutralizado por NaOH ateacute atingir pH 70
Foram encontrados valores distintos de poder de neutralizaccedilatildeo para cada um dos
corretivos (Tabela 6)
16
Tabela 6 Poder de neutralizaccedilatildeo dos materiais corretivos de acidez do solo utilizados
no experimento
Corretivos Poder de Neutralizaccedilatildeo ()
Agrosiliacutecio 859
Silifeacutertil 778
Holcim 740
Calcaacuterio 1131
CaCO3 1041
Com base nos valores do poder de neutralizaccedilatildeo encontrados para cada um dos
corretivos e de acordo com as necessidades de calagem encontrados para cada solo
foram calculadas as doses de cada corretivo a serem aplicadas nos vasos preenchidos
com 300 g de amostras dos solos (Tabela 7)
Tabela 7 Quantidade de corretivo calculada para atingir 60 de saturaccedilatildeo por bases
para cada um dos solos experimentais
SOLOS
Corretivos
Muito Argiloso
Argiloso Meacutedia Arenoso
---------------------------------- mg por vaso ------------------------------------
Agrosiliacutecio 3189 7775 1232 4509
Silifeacutertil 3487 8589 1361 4981
Holcim 3666 9031 1431 5239
Calcaacuterio 2397 5906 936 3425
CaCO3 2605 6416 1012 3721
Em funccedilatildeo da dose dos corretivos utilizados em cada solo (Tabela 5) e da
concentraccedilatildeo de SiO2 em cada um dos silicatos foram calculadas as doses de Si
fornecidas por cada silicato para o respectivo solo (Tabela 8)
17
Tabela 8 Dose de Si fornecida por cada um dos silicatos em cada solo experimental SOLOS
Corretivos Concentraccedilatildeo
de Si Muito Argiloso
Argiloso Meacutedia Arenoso
--------------------------- mg por vaso -----------------------
Agrosiliacutecio
107 341 832 132 482
Silifeacutertil 103 359 885 140 513 Holcim 203 744 1833 290 1064
34 Tratamentos e delineamento experimental
Foram conduzidos quatro experimentos sendo cada um em uma classe
textural de solo em delineamento inteiramente casualizado A anaacutelise de variacircncia foi
baseada num arranjo fatorial 4x4 com quatro corretivos de acidez (trecircs silicatos de
caacutelcio Agrosiliacutecio Silifeacutertil e Holcim e um calcaacuterio) e quatro fraccedilotildees granulomeacutetricas
(entre 5 e 10 mesh partiacuteculas entre 2 e 4 mm entre 10 e 20 mesh partiacuteculas entre 084
e 2 mm entre 20 e 50 mesh partiacuteculas entre 03 e 084 mm e maior que 50 mesh
partiacuteculas menores que 03 mm) com quatro repeticcedilotildees
Aleacutem dos tratamentos acima foi realizada a incubaccedilatildeo com CaCO3 (reagente
pa) corretivo padratildeo para comparaccedilatildeo da eficiecircncia relativa na correccedilatildeo da acidez do
solo sendo este utilizado em cinco diferentes doses testemunha 50 100 150 e
200 em relaccedilatildeo agrave dose recomendada para a correccedilatildeo da acidez do solo para atingir
60 de saturaccedilatildeo por bases (Tabela 3)
34 Conduccedilatildeo do experimento
As parcelas experimentais constituiacuteram-se de recipientes plaacutesticos de 500 mL
nos quais foram adicionados 300 g de solo e as devidas quantidades dos corretivos que
posteriormente foram incubados em recipientes abertos por trinta e noventa dias em
laboratoacuterio sem exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo solar direta e a intensas variaccedilotildees de temperatura
(Figura 3 a b)
Durante o periacuteodo de incubaccedilatildeo os solos foram irrigados com aacutegua destilada
para a manutenccedilatildeo da umidade a 80 da capacidade de campo (Figura 3 c)
Apoacutes 30 e 90 dias de incubaccedilatildeo fraccedilotildees de 50 g de cada uma das amostras
foram retiradas e colocadas para secar ao ar (Figura 3 d)
18
(a) (b)
(c) (d)
Figura 3 Pesagem dos corretivos (a) adiccedilatildeo dos corretivos nos recipientes plaacutesticos
contendo as amostras dos solos (b) irrigaccedilatildeo das amostras dos solos (c) e incubaccedilatildeo em
laboratoacuterio por 30 e 90 dias (d)
35 Determinaccedilatildeo do pH do solo apoacutes a incubaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo da eficiecircncia relativa
Para a caracterizaccedilatildeo da correccedilatildeo da acidez do solo foi determinado o pH em
CaCl2 em cada unidade experimental Esta variaacutevel de cada fraccedilatildeo granulomeacutetrica dos
silicatos de caacutelcio foi confrontada com os valores obtidos atraveacutes da curva de incubaccedilatildeo
do CaCO3 (reagente pa)
A anaacutelise do pH foi realizada seguindo a metodologia descrita pelo Programa
Interlaboratorial de controle de qualidade de anaacutelise de solo (2005) em que se colocou
10 cm3 de TFSA num frasco de 50 mL e adicionou-se 25 mL de CaCl2 2H2O 001 M
(1469 g L-1) deixando em contato por quinze minutos Posteriormente agitou-se a
amostra em agitador horizontal por dez minutos a 200 rpm Apoacutes esta etapa a soluccedilatildeo
foi mantida em repouso por sessenta minutos Na sequecircncia sem agitar novamente a
amostra foi realizada a leitura em potenciocircmetro devidamente calibrado com soluccedilotildees-
padratildeo de pH 40 e 70
Os valores de pH obtidos por cada fraccedilatildeo granulomeacutetrica de cada um dos
corretivos foram confrontados com os valores de pH obtidos na curva de incubaccedilatildeo de
CaCO3 obtendo-se os valores de equivalente em CaCO3 aos 90 dias
19
Os valores de eficiecircncia relativa foram ajustados em relaccedilatildeo aos resultados
obtidos por cada corretivo na fraccedilatildeo granulomeacutetrica inferior agrave 03 mm (gt 50 mesh)
atribuindo-se a esta fraccedilatildeo mais fina o iacutendice de 100 seguindo a metodologia adotada
por Bellingieri (1983)
36 Avaliaccedilatildeo do teor de Si no solo apoacutes a incubaccedilatildeo
Para a avaliaccedilatildeo do teor de Si no solo disponibilizado por cada uma das fontes
nas fraccedilotildees granulomeacutetricas foram realizadas as anaacutelises no Laboratoacuterio de Anaacutelise de
Fertilizantes da Universidade Federal de Uberlacircndia utilizando o extrator cloreto de
caacutelcio 001 M de acordo com a metodologia descrita por Korndoumlrfer e colaboradores
(2004) em que apoacutes o contato de 10 g da amostra do solo com 100 mL da soluccedilatildeo
extratora os mesmos foram submetidos a um agitador horizontal orbital por 1 hora na
frequumlecircncia de 50 rpm Apoacutes este procedimento as amostras ficaram em repouso por 15
minutos para decantar e a suspensatildeo foi filtrada e ficando sob novo repouso por 12
horas Entatildeo pipetou-se 10 mL do extrato de cada amostra acrescentando-se 1 mL de
soluccedilatildeo sulfo-moliacutebdica Decorridos 10 minutos acrescentou-se 2 mL de soluccedilatildeo de
aacutecido tartaacuterico 200 mg L-1 e apoacutes 5 minutos adicionou-se 10 mL da soluccedilatildeo de aacutecido
ascoacuterbico Apoacutes 1 hora foi realizada a leitura em espectofotocircmetro UV-visiacutevel no
comprimento de onda de 660 nanocircmetros Em funccedilatildeo do fator de diluiccedilatildeo o valor de
leitura foi multiplicado por 10 para se chegar no teor de Si do solo em mg dm-3
37 Anaacutelise estatiacutestica
Os resultados referentes ao pH em CaCl2 encontrados em funccedilatildeo das doses de
CaCO3 foram submetidos agrave anaacutelise de variacircncia e posterior ajuste ao modelo de
regressatildeo mais adequado para cada solo dentro dos dois periacuteodos de incubaccedilatildeo
utilizando o software estatiacutestico Sisvar desenvolvido por Ferreira (1999)
Os dados referentes ao pH em CaCl2 e ao teor de Si no solo encontrados em
funccedilatildeo dos corretivos (silicatos e calcaacuterio) em cada fraccedilatildeo granulomeacutetrica foram
submetidos agrave anaacutelise de variacircncia e suas meacutedias foram comparadas pelo teste de Scott-
Knott (1974) a 5 de probabilidade quanto agrave variaccedilatildeo dos corretivos dentro de cada
fraccedilatildeo granulomeacutetrica e quanto agrave variaccedilatildeo das fraccedilotildees granulomeacutetricas dentro dos
corretivos
20
4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
41 Variaccedilotildees no pH aos 30 dias de incubaccedilatildeo
Em relaccedilatildeo agrave variaacutevel pH em CaCl2 houve efeito significativo das doses de
CaCO3 para os quatro solos analisados o que possibilitou o ajuste de modelos de
regressatildeo (Figura 4)
Para os valores de pH em CaCl2 em funccedilatildeo do corretivo e fraccedilatildeo granulomeacutetrica
utilizados a anaacutelise de variacircncia tambeacutem permitiu constatar efeito significativo
inclusive para a interaccedilatildeo entre estes fatores (Tabela 9) Em geral quanto menor a
fraccedilatildeo granulomeacutetrica maior o pH do solo resultado este que concorda com o trabalho
realizado anteriormente por Alcarde e colaboradores (1989)
Novais e colaboradores (1993) tambeacutem descreveram que a granulometria mais
fina das escoacuterias de siderurgia permitiu maior reatividade tanto em solos arenosos
quanto em solos argilosos
(a)
y = -03764x2 + 13644x + 49458
R2 = 099
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(b)
y = -07093x2 + 24251x + 50564
R2 = 097
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(c)
y = 0492x + 3941
R2 = 094
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(d)
y = -1075x2 + 37825x + 39585
R2 = 099
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalnete CaCO3
pH e
m C
aCl 2
Significativo a 5 de probabilidade pelo teste f Figura 4 Valores do pH em CaCl2 em funccedilatildeo da dose equivalente de CaCO3 aplicada ao solo apoacutes 30 dias de incubaccedilatildeo nos solos muito argiloso (a) argiloso (b) meacutedio (c) arenoso (d)
21
Para os solos muito argiloso argiloso e arenoso pode-se observar que com as
doses de CaCO3 dentro do limite de 0 a 200 em relaccedilatildeo agrave recomendaccedilatildeo para atingir
60 de saturaccedilatildeo por bases o pH em CaCl2 aumentou significativamente de maneira
quadraacutetica Entretanto observou-se para o solo de textura meacutedia um ajuste linear Este
efeito pode ser atribuiacutedo ao fato das doses do corretivo utilizado natildeo terem sido
suficientes para atingir a faixa de estabilidade
Atraveacutes da amplitude de variaccedilatildeo nos valores de pH em funccedilatildeo do acreacutescimo
nas doses de CaCO3 pode-se observar o maior efeito tampatildeo dos solos muito argiloso e
argiloso em relaccedilatildeo ao solo arenoso e de textura meacutedia informaccedilatildeo esta que corrobora
aos relatos de Furtini e colaboradores (2001) O poder tampatildeo do solo eacute a resistecircncia
que o solo oferece a mudanccedila de pH Sousa e colaboradores (2007) exemplificando a
proporcionalidade dos diferentes tipos de acidez do solo relatam que a quantidade de
calcaacuterio necessaacuteria para neutralizar a acidez ativa pode chegar a quatorze mil setecentos
e vinte e trecircs vezes menor do que o necessaacuterio para a correccedilatildeo da acidez potencial do
solo o que evidencia a importacircncia do conhecimento do poder tampatildeo do solo para se
determinar a dose do corretivo
Pode-se observar que os resultados de pH em CaCl2 em funccedilatildeo dos corretivos e
das fraccedilotildees granulomeacutetricas para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso
submetidos a 30 dias de incubaccedilatildeo ocorreram de forma que quanto menor a
granulometria do corretivo maior foi o aumento no valor de pH encontrado nos solos
(Tabela 9)
22
Tabela 9 Valores de pH em CaCl2 em funccedilatildeo do corretivo de solo utilizado na dose
referente agrave elevaccedilatildeo da saturaccedilatildeo por bases para 60 e da fraccedilatildeo granulomeacutetrica apoacutes
30 dias de incubaccedilatildeo para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso
Peneira ABNT (mesh) Corretivo
5 - 10 10 - 20 20 ndash 50 gt 50 Meacutedia Solo muito argiloso
Agrosiliacutecio 51
Ac
51
Ac
57
Ab
59
Aa
55 Silifeacutertil 49
Ad
53
Ac
56
Ab
60
Aa
54 Holcim 50
Ab
49
Bb
49
Cb
53
Ca
50 Calcaacuterio 49
Ac
50
Bc
54
Bb
57
Ba
53 Meacutedia 50
51
54
57
53 Solo argiloso
Agrosiliacutecio
51
Ac
53
Ac
61
Ab
65
Aa
57 Silifeacutertil 53
Ac
52
Ac
59
Ab
66
Aa
57 Holcim 51
Ab
51
Ab
51
Cb
55
Ba
52 Calcaacuterio 51
Ac
52
Ac
56
Bb
65
Aa
56
51
52
56
63
56 Solo meacutedio
Agrosiliacutecio
40
Ac
41
Ac
41
Ab
43
Aa
41 Silifeacutertil 40
Ab
40
Ab
41
Aa
42
Ca
41 Holcim 40
Ab
40
Ab
40
Bb
41
Ca
40 Calcaacuterio 40
Ab
41
Ab
41
Bb
42
Ba
41 Meacutedia 40
40
41
42
41 Solo arenoso
Agrosiliacutecio
40
Ac
43
Ac
55
Ab
63
Aa
50 Silifeacutertil 40
Ac
42
Ac
52
Bb
65
Aa
50 Holcim 40
Ab
41
Ab
42
Cb
50
Ba
43 Calcaacuterio 40
Ac
40
Ac
50
Bb
63
Aa
48 Meacutedia 40
42
49
60
48 Letras maiuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na coluna e letras minuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na linha (Scott-Knott a 5)
No solo muito argiloso o Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil proporcionaram a maior
elevaccedilatildeo do pH do solo em relaccedilatildeo aos demais corretivos em todas as faixas
granulomeacutetricas passantes na peneira de 10 mesh ou seja quando a granulometria foi
inferior a 2 mm em fraccedilotildees maiores que esta o efeito do corretivo foi muito pequeno
natildeo havendo diferenccedila entre os corretivos (Tabela 9)
Para os demais solos os corretivos natildeo apresentaram diferenccedilas quanto ao
aumento provocado no pH do solo quando aplicados em granulometria acima de 084
mm ou seja produtos retidos na peneira de 10 mesh Para as granulometrias mais finas
23
os corretivos apresentaram diferenccedilas no aumento do pH ficando os solos que
receberam o silicato Holcim com os menores valores
De maneira geral para as granulometrias mais finas inferior a 084 mm
(passantes na peneira de 20 mesh) o Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil proporcionaram os
maiores incrementos em pH exceto para o produto mais fino gt 50 mesh no solo de
textura meacutedia e para o produto de granulometria entre 03 e 084 mm (ABNT 20 ndash 50)
no solo arenoso em que o Agrosiliacutecio obteve os melhores resultados (Tabela 9)
42 Variaccedilotildees no pH equivalente em CaCO3 e eficiecircncia relativa dos corretivos aos
90 dias de incubaccedilatildeo
Houve efeito significativo das doses de CaCO3 nos valores de pH em CaCl2 para
os quatro solos analisados o que possibilitou o ajuste de modelos polinomiais (Figura
5)
(a)
y = -01466x2 + 09457x + 49792
R2 = 085
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(b)
y = -05821x2 + 21998x + 49789
R2 = 098
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(c)
y = 04565x + 39275
R2 = 091
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(d)
y = -0865x2 + 34185x + 39925
R2 = 098
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
Significativo a 5 de probabilidade pelo teste f
Figura 5 Valores do pH em CaCl2 em funccedilatildeo da dose equivalente de CaCO3 aplicada ao solo apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo nos solos muito argiloso (a) argiloso (b) meacutedio (c) arenoso (d)
24
Para os solos muito argiloso argiloso e arenoso (Figura 5 a b d) como era de
se esperar as doses de CaCO3 dentro do limite de 0 a 200 em relaccedilatildeo agrave
recomendaccedilatildeo aumentaram significativamente e de forma quadraacutetica o pH em CaCl2
Acompanhando a tendecircncia observada apoacutes 30 dias de incubaccedilatildeo para o solo de
textura meacutedia verificou-se um ajuste linear para o aumento do valor de pH em CaCl2
em funccedilatildeo de doses de CaCO3 Este efeito pode ser atribuiacutedo ao fato das doses do
corretivo utilizado natildeo terem sido suficientes para atingir a faixa de estabilidade
Para as variaccedilotildees de pH em CaCl2 em funccedilatildeo do corretivo e fraccedilatildeo
granulomeacutetrica utilizados tambeacutem houve efeito significativo inclusive para a interaccedilatildeo
entre estes fatores (Tabela 10)
25
Tabela 10 Valores de pH em CaCl2 em funccedilatildeo do corretivo de solo utilizado na dose
referente agrave elevaccedilatildeo da saturaccedilatildeo por bases para 60 e da fraccedilatildeo granulomeacutetrica apoacutes
90 dias de incubaccedilatildeo para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso
Peneira ABNT (mesh) Corretivo
5 - 10 10 - 20 20 ndash 50 gt 50 Meacutedia Solo muito argiloso
Agrosiliacutecio 50
Ad
52
Ac
56
Ab
57
Aa
54 Silifeacutertil 50
Ac
51
Ac
55
Ab
58
Aa
53 Holcim 49
Ab
48
Cb
48
Bb
53
Ba
50 Calcaacuterio 49
Ac
50
Bc
55
Ab
57
Aa
53 Meacutedia 50
50
53
56
52 Solo argiloso
Agrosiliacutecio 52
Ab
53
Ab
61
Aa
62
Aa
57 Silifeacutertil 49
Cd
53
Ac
58
Bb
63
Aa
56 Holcim 50
Bb
50
Bb
51
Db
55
Ca
51 Calcaacuterio 51
Bd
52
Ac
56
Cb
62
Ba
55 Meacutedia 50
52
56
60
55 Solo meacutedio
Agrosiliacutecio 40
Ad
41
Ac
42
Ab
43
Aa
42 Silifeacutertil 41
Ac
41
Ac
42
Ab
43
Aa
42 Holcim 41
Ab
41
Ab
41
Cb
41
Ba
41 Calcaacuterio 40
Ab
41
Ab
41
Bb
43
Aa
41 Meacutedia 40
41
41
42
41 Solo arenoso
Agrosiliacutecio
40
Ac
44
Ab
59
Aa
61
Aa
51 Silifeacutertil 40
Ac
43
Ac
55
Ab
64
Aa
51 Holcim 39
Ab
40
Ab
42
Bb
48
Ba
43 Calcaacuterio 40
Ac
42
Ac
55
Ab
63
Aa
50 Meacutedia 40
42
53
59
49 Letras maiuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na coluna e letras minuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na linha (Scott-Knott a 5)
No solo muito argiloso e no solo arenoso o Agrosiliacutecio o Silifeacutertil e o calcaacuterio
proporcionaram maior elevaccedilatildeo no pH do solo em relaccedilatildeo ao Holcim nos corretivos
com granulometria inferior a 084 mm passantes na peneira de 20 mesh Quando se
comparam estes resultados com os obtidos aos 30 dias de incubaccedilatildeo observa-se a
inclusatildeo do calcaacuterio entre os corretivos com melhores resultados de aumento de pH no
solo muito argiloso Este fato demonstrou que para este solo os silicatos Agrosiliacutecio e
Silifeacutertil tiveram uma maior dissociaccedilatildeo aos 30 dias fato este que foi compensado pelo
calcaacuterio entre 30 e 90 dias de incubaccedilatildeo (Tabela 10)
26
Os valores de pH do solo argiloso apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo demonstraram que
o Agrosiliacutecio proporcionou os maiores valores de pH em todas as fraccedilotildees
granulomeacutetricas ficando este em igualdade com o Silifeacutertil na granulometria inferior a
03 mm (gt 50 mesh) e entre 08 mm e 20 mm (10 a 20 mesh) sendo que nesta uacuteltima
fraccedilatildeo granulomeacutetrica o calcaacuterio tambeacutem se igualou aos dois corretivos acima
mencionados (Tabela 10)
No solo de textura meacutedia as diferenccedilas ocorreram apenas nas fraccedilotildees
granulomeacutetricas inferiores a 08 mm (peneira de 20 mesh) com melhores resultados
atribuiacutedos ao Agrosiliacutecio Silifeacutertil e ao calcaacuterio na fraccedilatildeo mais fina (gt 50 mesh) e ao
Agrosiliacutecio e ao Silifeacutertil na fraccedilatildeo compreendida entre 03 e 084 mm (20 a 50 mesh)
Para o solo arenoso o Agrosiliacutecio o Silifeacutertil e o calcaacuterio proporcionaram
maiores valores de pH nas fraccedilotildees granulomeacutetricas inferiores a 084 mm enquanto que
nas fraccedilotildees mais grossas todos os corretivos tiveram o mesmo comportamento
Para todos os solos utilizados no experimento verificou-se que quanto menor a
dimensatildeo das partiacuteculas maiores satildeo os incrementos gerados nos valores de pH em
CaCl2 (Tabela 10) resultado este que concorda com trabalhos realizados anteriormente
por Bellingieri e colaboradores (1989)
Nas comparaccedilotildees entre os resultados dos valores de pH das amostras de solo
apoacutes 30 e 90 dias de incubaccedilatildeo os resultados praticamente se equivalem demonstrando
que 30 dias de incubaccedilatildeo foi um periacuteodo suficiente para a accedilatildeo dos corretivos
Com base nos incrementos verificados no pH das amostras dos solos pelos
corretivos de acidez em cada fraccedilatildeo granulomeacutetrica em relaccedilatildeo agraves curvas de incubaccedilatildeo
com CaCO3 calculou-se os valores de equivalente em CaCO3 para cada corretivo
dentro de cada fraccedilatildeo granulomeacutetrica com 90 dias de incubaccedilatildeo (Tabela 11)
27
Tabela 11 Equivalente em CaCO3 dos corretivos de acidez de diferentes fraccedilotildees
granulomeacutetricas aos 90 dias de incubaccedilatildeo
Peneiras ABNT (mesh)
Corretivos
5 ndash 10 10 - 20 20 - 50 gt 50 Meacutedia
--------------------------------------- -----------------------------------------
Agrosiliacutecio 9
Ac
24
Ab
64
Aa
77
Aa
43
Silifeacutertil 9
Ac
19
Ac
52
Ab
87
Aa
42 Calcaacuterio 8
Ac
13
Ac
33
Bb
79
Aa
33 Holcim 7
Ab
7
Ab
10
Cb
33
Ba
14 Meacutedia 8
16
39
69
33 Letras maiuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na coluna e letras minuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na linha (Scott-Knott a 5)
Os resultados de equivalente em CaCO3 apresentados para 90 dias de incubaccedilatildeo
(Tabela 11) demonstraram grande variaccedilatildeo para este atributo entre os corretivos de
acidez o que evidencia que natildeo apenas a granulometria mas tambeacutem a origem dos
corretivos exerce grande influecircncia na velocidade de correccedilatildeo da acidez do solo
Para as fraccedilotildees granulomeacutetrica mais grossas (lt 10 e 10 a 20 mesh) pode-se
observar que natildeo houve diferenccedila entre os corretivos jaacute na fraccedilatildeo mais fina (gt 50) o
silicato Holcim proporcionou menores valores de equivalente em CaCO3 em relaccedilatildeo as
demais fontes Na fraccedilatildeo granulomeacutetrica entre 20 e 50 (Tabela 11) verificou-se
diferenccedilas entre o equivalente em CaCO3 de silicatos e do calcaacuterio o que demonstrou o
fato de estarmos neste caso subestimando a reatividade dos silicatos Pode-se observar
que natildeo houve diferenccedilas entre os resultados obtidos com a aplicaccedilatildeo dos silicatos
Agrosiliacutecio e Silifeacutertil portanto sugere-se a elaboraccedilatildeo de novos paracircmetros para a
avaliaccedilatildeo de silicatos com origem de aciaria
Seguindo os criteacuterios adotados por Bellingieri (1983) de ajustar a eficiecircncia dos
corretivos atribuindo valores de 100 para as partiacuteculas passantes na peneira 50 ABNT
(partiacuteculas inferiores a 03 mm) determinou-se a eficiecircncia relativa de cada uma das
fraccedilotildees granulomeacutetricas dos corretivos permitindo a adoccedilatildeo de novos criteacuterios de
reatividade para os silicatos (Tabela 12)
28
Tabela 12 Eficiecircncias relativas em relaccedilatildeo agrave fraccedilatildeo granulomeacutetrica inferior a 03 mm
(peneira 50 mesh) dos corretivos de acidez em diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas aos
90 dias de incubaccedilatildeo
Peneiras ABNT (mesh)
Corretivos 5 - 10 10 - 20 20 - 50 gt 50 Meacutedia
------------------------------ -------------------------------
Agrosiliacutecio 12 33 85 100 58
Silifeacutertil 9 25 65 100 50
Holcim 16 17 27 100 40
Calcaacuterio 9 18 63 100 48
Meacutedia 12 23 60 100
Propotildee-se a adequaccedilatildeo da equaccedilatildeo atualmente adotada para a determinaccedilatildeo da
eficiecircncia relativa (reatividade) de silicatos de origem de aciaria para uso como
corretivo de acidez em funccedilatildeo das diferenccedilas encontradas em eficiecircncia relativa
apresentadas na Tabela 12 entre os silicatos de origem de escoacuteria de aciaria
(Agrosiliacutecio e Silifeacutertil) em relaccedilatildeo ao calcaacuterio ficando a mesma da seguinte forma
RE = F10-20 x 03 + F20-50 x 075 + Fgt50 x 1
Onde
F10-20= percentual de produto que passa pela peneira nordm10 e fica retido na
peneira nordm20 F20-50 = percentual de produto que passa pela peneira nordm20 e fica retido
na peneira nordm50 e F-50 = percentual de produto que passa pela peneira nordm50
Os valores de eficiecircncia relativa 12 em meacutedia para a fraccedilatildeo granulomeacutetrica
mais grosseira pode estar associado agrave presenccedila de micropartiacuteculas (poacute) aderidas ao
redor das partiacuteculas mais grossas (Tabela 12) jaacute que a separaccedilatildeo granulomeacutetrica seguiu
o meacutetodo oficial de separaccedilatildeo em peneiras a seco
29
43 Teor de siliacutecio no solo apoacutes 30 dias de incubaccedilatildeo
De maneira geral pode-se observar que o Agrosiliacutecio proporcionou maiores
incrementos de Si no solo obtendo no solo argiloso quando aplicado na fraccedilatildeo
granulomeacutetrica mais fina incremento de 10 mg dm-3 (Tabela 13)
Tabela 13 Teor de Si no solo em funccedilatildeo da fraccedilatildeo granulomeacutetrica e do corretivo utilizado para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso apoacutes 30 dias de incubaccedilatildeo
Peneiras ABNT (mesh) Corretivos 5 - 10 10 - 20 20 ndash 50 gt 50 Meacutedia
-------------------------------- Si (mg kg-1) -------------------------------------
Solo muito argiloso
Agrosiliacutecio 7
Aa
8
Aa
9
Aa
8
Aa
8 Silifeacutertil 7
Aa
7
Aa
7
Ba
7
Aa
7 Holcim 6
Aa
6
Aa
6
Ba
6
Ba
6 Calcaacuterio 7
Aa
6
Aa
5
Ba
5
Ba
6 Meacutedia 6
7
7
6
6
Solo argiloso
Agrosiliacutecio 6
Ad
10
Ac
14
Ab
15
Aa
11 Silifeacutertil 7
Ac
6
Bc
10
Bb
12
Ba
9 Holcim 6
Ab
5
Bb
6
Cb
9
Ca
7 Calcaacuterio 5
Ba
5
Ba
4
Da
2
Db
4 Meacutedia 6
6
8
10
8
Solo meacutedio
Agrosiliacutecio 10
Aa
10
Aa
10
Aa
10
Aa
10 Silifeacutertil 9
Aa
9
Aa
10
Aa
10
Aa
9 Holcim 8
Ba
9
Aa
9
Ba
10
Aa
9 Calcaacuterio 9
Ba
9
Aa
9
Ba
8
Bb
9 Meacutedia 9
9
9
9
9
Solo arenoso
Agrosiliacutecio 4
Ab
5
Ab
8
Aa
9
Aa
6 Silifeacutertil 3
Ac
5
Ab
7
Aa
7
Ba
6 Holcim 3
Ab
4
Aa
4
Ba
6
Ca
4 Calcaacuterio 3
Aa
3
Ba
3
Ca
2
Da
3 Meacutedia 3
4
6
6
5 Letras maiuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na coluna e letras minuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na linha (Scott-Knott a 5)
No solo muito argiloso as fraccedilotildees mais grossas dos corretivos com partiacuteculas
superiores a 084 mm (lt 20 mesh) natildeo apresentaram diferenccedilas quanto ao fornecimento
30
de Si ao solo poreacutem quando se avaliaram as fraccedilotildees mais finas observou-se maiores
valores de Si para o Agrosiliacutecio na fraccedilatildeo de 03 a 084 mm (20 a 50 mesh) e para o
Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil quando o corretivo foi aplicado na granulometria inferior a 03
mm (gt 50 mesh) estes resultados tambeacutem se repetiram no solo arenoso (Tabela 13)
Para o solo argiloso o Agrosiliacutecio foi o silicato que promoveu maiores valores
de Si no solo quando tambeacutem se avaliaram as fraccedilotildees granulomeacutetricas inferiores a 20
mm (gt 10 mesh) apenas para a fraccedilatildeo mais grossa maior que 20 mm o Agrosiliacutecio o
Silifeacutertil e o Holcim natildeo diferiram estatisticamente variando apenas em relaccedilatildeo ao
calcaacuterio que eacute o uacutenico corretivo avaliado que natildeo apresenta Si em sua constituiccedilatildeo
No solo de textura meacutedia o Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil proporcionaram a mesma
eficiecircncia no fornecimento de Si para o solo (fraccedilotildees 20 a 50 mesh e lt 10 mesh) na
fraccedilatildeo mais fina (gt 50 mesh) os trecircs silicatos avaliados resultaram nos mesmos valores
de Si no solo deferindo apenas do calcaacuterio jaacute na fraccedilatildeo entre 10 a 20 mesh todos os
corretivos proporcionaram o mesmo resultado
De maneira geral a granulometria natildeo resultou em diferenccedilas no fornecimento
de Si pelos silicatos exceto no solo argiloso em que se observa que quanto menor a
granulometria maior foi o teor de Si no solo (Tabela 13)
Ao se avaliar os efeitos do calcaacuterio em relaccedilatildeo ao teor de Si no solo pode-se
observar que quanto menor a fraccedilatildeo granulomeacutetrica do calcaacuterio menores os teores de Si
no solo Este fato pode estar associado a maior alteraccedilatildeo causada no pH do solo pelas
fraccedilotildees mais finas do calcaacuterio reduzindo assim sua disponibilidade de Si corroborando
aos dados de McKeague e Cline (1963) em que o aumento de pH de 6 para 9 reduziu
de 36 para 6 mg dm-3 a concentraccedilatildeo de Si soluacutevel
44 Teor de siliacutecio no solo apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo
De maneira geral pode-se observar que o Agrosiliacutecio promoveu maior
incremento de Si no solo apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo exceto para a fraccedilatildeo
granulomeacutetrica entre 20 a 50 mesh e no solo de textura meacutedia em que o Silifeacutertil e o
Holcim obtiveram resultados semelhantes ao Agrosiliacutecio (Tabela 14)
Quanto agraves fraccedilotildees granulomeacutetricas observou-se que quanto menor a fraccedilatildeo
granulomeacutetrica independente do silicato maior foi o fornecimento de Si ao solo
seguindo a tendecircncia encontrada por Oliveira e colaboradores (1994) em que escoacuterias
31
de alto forno com partiacuteculas menores que 03 mm foram mais eficientes no
fornecimento de Ca e Mg para o solo quando comparadas as fraccedilotildees mais grosseiras
Tabela 14 Teor de Si no solo em funccedilatildeo da fraccedilatildeo granulomeacutetrica e do corretivo
utilizado para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso apoacutes 90 dias de
incubaccedilatildeo
Peneiras ABNT (mesh) Corretivos 5 - 10 10 - 20 20 - 50 gt 50 Meacutedia
-------------------------------- Si (mg kg-1) --------------------------------------
Solo muito argiloso Agrosiliacutecio 8
Ab
9
Aa
9
Aa
9
Aa
9 Silifeacutertil 6
Bb
7
Bb
7
Ba
8
Ba
7 Holcim 7
Bb
7
Bb
6
Cb
8
Ba
7 Calcaacuterio 6
Ba
6
Ba
5
Db
5
Cb
6 Meacutedia 7
7
7
7
7 Solo argiloso
Agrosiliacutecio 7
Ac
11
Ab
13
Aa
13
Aa
11 Silifeacutertil 5
Bc
7
Bb
9
Ba
9
Ba
8 Holcim 6
Bb
5
Cb
6
Cb
9
Ba
7 Calcaacuterio 4
Ca
4
Da
4
Da
3
Cb
4 Meacutedia 5
7
8
9
7 Solo meacutedio
Agrosiliacutecio 10
Aa
11
Aa
10
Aa
11
Aa
11 Silifeacutertil 10
Ba
10
Ba
10
Aa
10
Ba
10 Holcim 10
Bb
10
Bb
10
Ab
11
Aa
10 Calcaacuterio 9
Ba
10
Ba
9
Bb
8
Cc
9 Meacutedia 10
10
10
10
10 Solo arenoso
Agrosiliacutecio 4
Ac
6
Ab
7
Aa
7
Aa
6 Silifeacutertil 3
Bc
4
Bb
6
Ba
6
Ba
5 Holcim 3
Bc
3
Cb
4
Cb
5
Ca
4 Calcaacuterio 2
Ca
2
Da
2
Da
2
Da
2 Meacutedia 3
4
5
5
4 Letras maiuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na coluna e letras minuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na linha (Scott-Knott a 5)
Para todos os solos analisados observou-se a seguinte sequecircncia para o teor de
Si Agrosiliacutecio gt Silifeacutertil gt Holcim gt Calcaacuterio Fato este que acompanha a tendecircncia
observada na avaliaccedilatildeo da reatividade na correccedilatildeo da acidez do solo exceto para o
calcaacuterio por natildeo apresentar Si em sua constituiccedilatildeo
32
Korndoumlrfer e colaboradores (2004) apresentaram a solubilidade de diferentes
silicatos evidenciando que o Agrosiliacutecio (escoacuteria de aciaria) apresentou maiores valores
de solubilidade em relaccedilatildeo aos valores obtidos pela escoacuteria de alto forno como o
Holcim com valores de 43 e 7 respectivamente Estas diferenccedilas em solubilidade
explicam os valores encontrados tanto na avaliaccedilatildeo aos 30 como aos 90 dias de
incubaccedilatildeo
Pereira e colaboradores (2004) em trabalho para a avaliaccedilatildeo da eficiecircncia de
fontes de Si para a cultura do arroz encontraram que a fonte que proporcionou mais
extraccedilatildeo de Si para os gratildeos foi a escoacuteria oriunda da produccedilatildeo de accedilo inox dado que
corrobora os resultados encontrados neste trabalho em que o Agrosiliacutecio (escoacuteria de
aciaria) apresentou maior disponibilizaccedilatildeo de Si para o solo
Nas comparaccedilotildees entre os resultados do teor de Si no solo apoacutes 30 e 90 dias de
incubaccedilatildeo os resultados praticamente se equivalem demonstrando que 30 dias foi um
periacuteodo suficiente para que os silicatos fornecessem Si
Comparando o teor de Si antes da aplicaccedilatildeo dos corretivos com o teor de Si no
solo apoacutes a aplicaccedilatildeo dos corretivos e apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo verificou-se
expressivo acreacutescimo no teor Si no solo ocasionado pelos silicatos principalmente para
o Agrosiliacutecio que incrementou na meacutedia entre as fraccedilotildees granulomeacutetricas 2 6 1 e 3 mg
dm-3 de Si nos solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso respectivamente O
Silifeacutertil tambeacutem forneceu Si ao solo elevando em 1 4 0 e 3 mg dm-3 o teor de Si nos
solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso respectivamente Jaacute o Holcim
apresentou incrementos de 0 2 0 e 1 mg dm-3 respectivamente para os solos muito
argiloso argiloso meacutedio e arenoso
33
5 CONCLUSOtildeES
Os silicatos Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil proporcionam maiores valores de eficiecircncia
relativa na correccedilatildeo da acidez do solo em comparaccedilatildeo ao calcaacuterio e ao silicato Holcim
na fraccedilatildeo granulomeacutetrica entre 030 e 084 mm
Quanto menor a fraccedilatildeo granulomeacutetrica do silicato maior eacute a eficiecircncia relativa
na correccedilatildeo da acidez do solo e maior eacute o fornecimento de Si para o solo
O Agrosiliacutecio apresenta melhores resultados no fornecimento de Si ao solo
seguido do Silifeacutertil e do Holcim
O periacuteodo de 30 dias em condiccedilotildees de umidade mantida agrave 80 da capacidade
de campo eacute um periacuteodo suficiente para a correccedilatildeo da acidez do solo e fornecimento de
Si pelos silicatos ao solo
34
6 REFEREcircNCIAS
ALCARDE JC PAULINO VT DERNARDIN J S Avaliaccedilatildeo da reatividade de corretivos da acidez do solo Revista Brasileira de Ciecircncia do Solo Campinas v 13 p 387-392 1989
ALCARDE JC Corretivos de acidez dos solos caracteriacutesticas e interpretaccedilotildees teacutecnicas Satildeo Paulo ANDA 1992 24p (Boletim Teacutecnico 6)
ALCARDE JC RODELLA AA Avaliaccedilatildeo quiacutemica de corretivos de acidez para fins agriacutecolas uma nova proposiccedilatildeo Scientia Agriacutecola Piracicaba v 53 n 2 ndash 3 1996
ALVAREZ V VH RIBEIRO AC Calagem In RIBEIRO AC GUIMARAtildeES PTG GUIMARAtildeES PTG ALVAREZ V VH (Ed) Recomendaccedilotildees para o uso de corretivos e fertilizantes em Minas Gerais ndash 5ordf Aproximaccedilatildeo Viccedilosa CFSEMG 1999 p 43-60
ALVAREZ V VH Correlaccedilatildeo e calibraccedilatildeo de meacutetodos de anaacutelise de solos In ALVAREZ V VH FONTES LEF FONTES MPF (Ed) O solo nos grandes domiacutenios morfoclimaacuteticos do Brasil e o desenvolvimento sustentado Viccedilosa Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo 1996 p 615-646
ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DOS PRODUTORES DE CALCAacuteRIO Calcaacuterio agriacutecola ndash Brasil consumo aparente por estado (1992 ndash 2006) Disponiacutevel em lthttpwwwcalcario-rscombrgt Acesso em 25 de novembro de 2008
BALASTRA MLFC PEREZ CM JULIANO BO VILLAREAL P Effects of siacutelica level on some properties of Oriza sativa straw and hull Canadian Journal of Botany Ottawa v 67 p 2356-2363 1989
BARBOSA FILHO MP SNYDER G H PRABHU A S DATNOFF L E KORNDOumlRFER G H Importacircncia do siliacutecio para a cultura do arroz Informaccedilotildees agronocircmicas v 89 p 1-8 2000
BELLINGIERI PA Avaliaccedilatildeo em laboratoacuterio da eficiecircncia de diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas de calcaacuterios agriacutecolas 1983 99f Tese (Doutorado) ndash Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Universidade de Satildeo Paulo Piracicaba 1983
BELLINGIERI PA ALCARDE JC amp SOUZA ECA Avaliaccedilatildeo da qualidade de calcaacuterios agriacutecolas atraveacutes do PRNT Anais da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Piracicaba v 45 n 2 p 579-588 1988
BELLINGIERI PA ALCARDE JC SOUZA ECA de Eficiecircncia relativa de diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas de calcaacuterios na neutralizaccedilatildeo da acidez dos solos avaliada em laboratoacuterio Anais da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Piracicaba v46 n2 1989 p 303-317
35
BELLINGIERI PA SOUZA ECA ALCARDE JC SHIKASHO HW Importacircncia da reatividade do calcaacuterio sobre a produccedilatildeo e algumas caracteriacutesticas da soja Scientia Agricola Piracicaba v 49 p 61-71 1992
BRASIL MAPA Laboratoacuterio Nacional de Referecircncia Vegetal Anaacutelise de corretivos fertilizantes e inoculantes Brasiacutelia 1983 104p
BRUNAUER S EMMETT P H TELLER E Adsorption of gases in multimolecular layers In Journal of the American Chemical Society New York v 60 p 309-19 1938
CATANI RA ALONSO O Avaliaccedilatildeo e exigecircncia de calcaacuterio do solo Anais da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Piracicaba v 26 p 141-156 1969
CATE R Sugestotildees para adubaccedilatildeo com base na anaacutelise de solos Raleigh North Caroline State University 1965 16p
DAYANADAM P KAUFMAN PB FRANKLIN CL Detection of siacutelica in plants American Journal of Botany Columbus v 70 p 1079-1084 1983
DEFELIPO BV BRAGA JM SPIES C Comparaccedilatildeo entre meacutetodos de determinaccedilatildeo da necessidade de calcaacuterio de solos de Minas Gerais Experientiae v 13 p 111-136 1982
EMBRAPA C N P S Manual de meacutetodos de anaacutelise de solo Rio de Janeiro 1997 212p
EPSTEIN E Silicon Annu Rev Plant Physiol Plant Molec Biol Palo Alto v 50 1999 p 641 - 664
FERREIRA DF SISVAR versatildeo 43 (Build 41) Lavras UFLADEX 1999 4 disquetes
FURTINI NETO A VALE FR RESENDE A V GUILHERME L R G GUEDES G A A Fertilidade do solo Lavras UFLAFAEPE 2001 252p
GASCHO G J Silicon sources for agriculture In DATNOFF L E SNYDER G H KORNDOumlRFER G H (Ed) Silicon in agriculture Amsterdan Elsevier 2001 cap 12 p 197-207
KAMINSKI J RHEINHEIMER DS A acidez do solo e a nutriccedilatildeo mineral de plantas In KAMINSKI J (Ed) Uso de corretivos da acidez do solo no plantio direto Pelotas SBCSNRS 2000 cap2 p 21 - 39
KORNDOumlRFER G H Elementos beneacuteficos In FERNANDES M S Nutriccedilatildeo mineral de plantas Viccedilosa Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo 2006 432p
36
KORNDOumlRFER G H DATNOFF L E Adubaccedilatildeo com siliacutecio uma alternativa no controle de doenccedilas da cana-de-accediluacutecar e do arroz Informaccedilotildees Agronocircmicas Piracicaba v 70 p 1-5 1995
KORNDOumlRFER G H PEREIRA H S CAMARGO M S Silicatos de caacutelcio e magneacutesio na agricultura 3 ed Uberlacircndia 2004 28 p (Boletim Teacutecnico n1)
KORNDOumlRFER G H PEREIRA H S NOLLA A Anaacutelise de siliacutecio solo planta e fertilizante 1 ed Uberlacircndia 2004 50 p (Boletim Teacutecnico n2)
KORNDOumlRFER G H PEREIRA H S CAMARGO M S Silicatos de caacutelcio e magneacutesio na agricultura 2 ed Uberlacircndia 2003 15 p (Boletim Teacutecnico n1)
KORNDOumlRFER G H PEREIRA H S CAMARGO M S Papel do siliacutecio na produccedilatildeo de cana-de-accediluacutecar STAB v 21 n 2 2002 4 p
KORNDOumlRFER G H LEPSCH I Effect of silicon on plant growth and crop yeld In DATNOFF L E SNYDER G H KORNDOumlRFER G H (Ed) Silicon in agriculture Amsterdan Elsevier 2001 p 133 ndash 147
KURIHARA CH MAEDA S HERNANI LC SILVA WM Eficiecircncia relativa de fraccedilotildees granulomeacutetricas de calcaacuterios sul-mato-grossenses Pesquisa Agropecuaacuteria Brasileira Brasiacutelia v34 n 8 p 1443 - 1449 1999
LOPES A S SILVA MC GUILHERME L R G Acidez do solo e calagem 3 ed Satildeo Paulo ANDA 1990 22 p (Boletim Teacutecnico 1)
LOPES A S Manual de fertilidade do solo Satildeo Paulo ANDAPOTAFOacuteS 1989 153p
MA JF TAKAHASHI E Soil fertilizer and plant silicon research in Japan Amosterdan Elsevier Science 2002 281 p
MALAVOLTA E Manual de quiacutemica agriacutecola adubos e adubaccedilatildeo Satildeo Paulo Agronocircmica Ceres 1981 608 p
MARSCHNER H Mineral nutrition of higher plants 2 ed LondresAcademic Press 1995 889p
MCKEAGUE J A CLINE M G Silica in soils Advances in Agronomy New York v 15n 3 p 339-397 1963
MEURER E J Fundamentos de quiacutemica do solo 3 ed Porto Alegre Evangraf 2006 285p
MIYAKE Y TAKAHASHI E Effect of silicon on the growth of cucumber plant in soil culture Soil Science Plant Nutrition Tokyo v 29 p 463-471 1983
37
NOVAIS R F BARROS N F LEITE F P TEIXEIRA J L LEAL P G L Eficiecircncia agronocircmica de escoacuterias de siderurgia Pains Viccedilosa Universidade Federal de Viccedilosa 1993
OLIVEIRA AC HAHNE H BARROS NF MORAIS EJ Uso de escoacuteria de alto forno como fonte de nutrientes na adubaccedilatildeo florestal In GUERRINI IA BELLOTE AFJ BUumlLL LT (Ed) Seminaacuterio sobre uso de resiacuteduos florestais e urbanos em florestas Botucatu Fundaccedilatildeo de Estudos e Pesquisas Agriacutecolas e Florestais 1994 p 77-96
PEREIRA HS KORNDOumlRFER GH VIDAL AA CAMARGO MS Silicon sources for rice crop Scientia Agriacutecola Piracicaba v 61 p 522-528 2004
PLESE L P M Efeito da umidade do solo na reatividade das fraccedilotildees granulomeacutetricas de um calcaacuterio 2000 49f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) ndash Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Universidade de Satildeo Paulo Piracicaba 2000
PRADO R M FERNANDES F M NATALE W Uso de escoacuteria de siderurgia no Brasil estudos na cultura da cana-de-accediluacutecar Jaboticabal Funep 2001 67p
PROGRAMA INTERLABORATORIAL DE CONTROLE DE QUALIDADE DE ANAacuteLISE DE SOLO Manual do laboratorista 2005 33p
RAIJ BV Avaliaccedilatildeo da fertilidade do solo Piracicaba Associaccedilatildeo Brasileira para Pesquisa da Potassa e do Fosfato 1981 142p
RAIJ B V CANTARELLA H QUAGGIO J A FURLANI A M C Recomendaccedilatildeo de adubaccedilatildeo e calagem para o estado de Satildeo Paulo Campinas IAC 1996 285p (IAC Boletim 100)
SCOTT AJ KNOTT MA A cluster analysis method for grouping means in the analysis of variance Biometrics Washington v 30 n 2 1974 p 507-512
SHOEMAKER HE MCCLEAN E PRATT PF Buffer methods for determining lime requirements of soil with appreciable amounts of extractable aluminium Soil Sci Soc Am Proc Madison v 25 p 274-277 1961
SOUSA D M G MIRANDA L N OLIVEIRA S A Acidez do solo e sua correccedilatildeo In NOVAIS R F ALVAREZ V V H BARROS N F FONTES R L F CANTARUTTI R B NEVES J C L Fertilidade do solo Viccedilosa Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo 2007 p 205 ndash 274
SOUSA D M G LOBATO E Cerrado correccedilatildeo do solo e adubaccedilatildeo Brasiacutelia Embrapa Informaccedilatildeo Tecnoloacutegica 2004 416p
VERAS M C M VIEIRA W TEIXEIRA L S M ALCARDE J C OLIVEIRA L B Manual de meacutetodos analiacuteticos oficiais para fertilizantes minerais orgacircnicos organominerais e corretivos 1 ed Brasiacutelia MAPA 2007 v 1
38
WERNER D ROTH R Siacutelica metabolism In LAUCHILI A BIELESKI RL (Ed) Encyclopedia of plant physiology New Series Berlin Springer-Velag 1983 v 15B p 682-694
- Parte inicial dissertaccedilatildeopdf
- RESUMOpdf
- Corpo da dissertaccedilatildeopdf
-
7
calcaacuterios tenderam a se igualar e a granulometria mais grosseira tambeacutem compensou a
menor reatividade obtida no primeiro ano
Plese (2000) avaliando o efeito da umidade do solo entre o intervalo de 0 a 80
da capacidade de campo na reatividade das fraccedilotildees granulomeacutetricas de um calcaacuterio
observou que quanto mais altos os valores de umidade do solo mais favoraacutevel era para
a reaccedilatildeo do corretivo no solo Para solos mantidos a 80 da capacidade de campo a
frequecircncia de molhamento teve pouca influecircncia na reatividade
A combinaccedilatildeo das caracteriacutesticas quiacutemicas e fiacutesicas do corretivo
respectivamente PN expresso em equivalente de carbonato de caacutelcio e ER originam o
Poder Relativo de Neutralizaccedilatildeo Total (PRNT) variaacutevel esta utilizada para a definiccedilatildeo
da dose a ser utilizada (BELINGIERI et al 1988)
24 Silicatos de Caacutelcio
Segundo Prado e colaboradores (2001) para minimizar os problemas quiacutemicos
dos solos do Brasil uma maneira seria mediante a correccedilatildeo da acidez do solo pelo uso
de escoacuterias de siderurgia um resiacuteduo da induacutestria do accedilo e ferro-gusa constituiacutedo
quimicamente de silicato de caacutelcio (CaSiO3)
Segundo Malavolta (1981) de maneira simplificada a escoacuteria de siderurgia
pode ser definida como sendo obtida atraveacutes da siacutelica do mineacuterio de ferro que reage com
o caacutelcio do calcaacuterio em alto forno Este processo envolvendo altas temperaturas
seguindo de um raacutepido resfriamento difere do processo de produccedilatildeo de calcaacuterio
(moagem de rochas calcaacuterias) o que pode originar materiais de alta solubilidade
consequentemente elevando sua eficiecircncia relativa
Os silicatos de caacutelcio e magneacutesio apresentam como principais benefiacutecios o
aumento na disponibilidade do Si a elevaccedilatildeo do pH o aumento do Ca e Mg trocaacuteveis
no solo a reduccedilatildeo de toxicidade do Fe Mn e Al para as plantas e o aumento na
disponibilidade de P no solo (KORNDOumlRFER et al 2003)
Segundo Alcarde (1992) a accedilatildeo neutralizante dos silicatos de caacutelcio e magneacutesio
no solo pode ser explicada com as seguintes equaccedilotildees
Ca(Mg)SiO3 + H2O
Ca+2(Mg+2) + SiO3-2
SiO3-2 + H2O HSiO3
- + OH-
HSiO3- + H2O H2SiO3 + OH-
H2SiO3 + H2O H4SiO4
8
Dentre os silicatos as fontes mais abundantes e baratas satildeo as escoacuterias
sideruacutergicas originadas do processamento em altas temperaturas geralmente acima de
1400 ordmC da reaccedilatildeo do calcaacuterio com a siacutelica presente no mineacuterio de ferro
(KORNDOumlRFER et al 2003)
As principais caracteriacutesticas que devem ser avaliadas na escolha de uma fonte de
siliacutecio para a agricultura satildeo solubilidade disponibilidade as propriedades fiacutesicas a
concentraccedilatildeo de elementos contaminantes e a relaccedilatildeo custo benefiacutecio (GASCHO
2001)
25 Efeitos do Si na agricultura
A utilizaccedilatildeo de macronutrientes nitrogecircnio (N) foacutesforo (P) potaacutessio (K) caacutelcio
(Ca) magneacutesio (Mg) e enxofre (S) e de micronutrientes boro (B) cloro (Cl) cobre
(Cu) ferro (Fe) manganecircs (Mn) molibdecircnio (Mo) niacutequel (Ni) e zinco (Zn) eacute
considerada como essencial para se alcanccedilar resultados satisfatoacuterios na produccedilatildeo
agriacutecola Poreacutem em determinadas condiccedilotildees de solo e cultivo existem elementos
chamados de natildeo-essenciais como o siliacutecio (Si) que pode promover diversos processos
fisioloacutegicos desejaacuteveis para as plantas e por consequecircncia aumentar a produtividade
(KORNDOumlRFER LEPSCH 2001)
A comprovaccedilatildeo da essencialidade do siliacutecio eacute muito difiacutecil de ser obtida devido
a sua abundacircncia na biosfera Estaacute presente em quantidades significativas mesmo em
sais aacutegua e ar (WERNER ROTH 1983)
As plantas absorvem siliacutecio diretamente da soluccedilatildeo do solo sendo este
transportado ateacute as raiacutezes principalmente via fluxo de massa (DAYANADAM et al
1983)
Balastra e colaboradores (1989) relatam que o Si apoacutes absorvido eacute transportado
pelo xilema e depositado na parede celular na forma de siacutelica amorfa hidratada ou opala
biogecircnica (SiO2nH2O) Uma vez alocado o Si torna-se imoacutevel e natildeo mais se redistribui
na planta
Marschner (1995) classifica as plantas de acordo com o seu teor de SiO2 na
mateacuteria seca da parte aeacuterea em trecircs grupos I ) acumuladoras com teores de Si de 10 a
15 II) intermediaacuterias com teores de Si de 1 a 3 III) natildeo acumuladoras com teores
na ordem de 05 Myake e Takahashi (1983) relatam que as gramiacuteneas satildeo
9
acumuladoras tiacutepicas reduzindo de forma raacutepida a concentraccedilatildeo de Si na soluccedilatildeo do
solo
Entre as plantas que mais extraem Si destacam-se o arroz e a cana-de-accediluacutecar
Ma e Takahashi (2002) relatam que as plantas de arroz possuem mecanismos
especiacuteficos de absorccedilatildeo de Si em que as proteiacutenas de membranas satildeo produzidas por
expressatildeo do gene especiacutefico Uma seacuterie de autores demonstram que o siliacutecio reduz a
severidade de vaacuterias doenccedilas de importacircncia econocircmica na cultura do arroz tais como a
brusone mancha parda escaldadura entre outras (KORNDOumlRFER DATNOFF 1995)
Natildeo apenas na reduccedilatildeo da severidade de doenccedilas como tambeacutem na reduccedilatildeo do
ataque de pragas pode-se observar grandes efeitos da aplicaccedilatildeo de Si Yoshida (1975)
citado por Barbosa Filho e colaboradores (2000) relata que a silicificaccedilatildeo da epiderme
previne a penetraccedilatildeo e a mastigaccedilatildeo pelos insetos porque as ceacutelulas ficam mais
endurecidas Segundo revisatildeo feita pelos mesmos autores diversos insetos sofreram
impactos com a aplicaccedilatildeo de Si como larvas da broca de colo trips e cigarrinha parda
que respectivamente tiveram mandiacutebulas danificadas inibiccedilatildeo na atividade e reduccedilatildeo
da populaccedilatildeo
O siliacutecio aparece na cana-de-accediluacutecar em altas concentraccedilotildees podendo variar
desde 014 em folhas jovens ateacute 67 nos colmos e folhas velhas No Havaiacute as folhas
contendo menos de 05 de siliacutecio satildeo frequentemente afetadas por um sintoma
denominado freckling A causa deste sintoma eacute ainda bastante controvertida poreacutem a
maioria dos pesquisadores atribuem agrave falta de Si e a desequiliacutebrios nutricionais O
aparecimento da ferrugem na cana-de-accediluacutecar (Puccinia melanocephala) pode estar
relacionado com o referido sintoma O sintoma eacute mais severo nas folhas mais velhas e a
aacuterea fotossinteacutetica eacute normalmente fortemente atingida (KORNDOumlRFER DATNOFF
1995)
Natildeo apenas em relaccedilatildeo aos fitopatoacutegenos mas quanto ao ataque de pragas
principalmente a broca do colmo e cigarrinha poderiam ser diminuiacutedas nas cultivares
acumuladoras de Si Outros efeitos do Si na cana-de-accediluacutecar estatildeo relacionados agrave maior
resistecircncia ao acamamento e alteraccedilotildees na arquitetura da planta deixando as folhas mais
eretas e em consequecircncia disso mais eficientes quanto agrave capacidade de aproveitamento
da luz solar e de realizaccedilatildeo da fotossiacutentese (KORNDOumlRFER et al 2002)
10
3 MATERIAL E MEacuteTODOS
31 Local do experimento
O experimento foi desenvolvido na Central de Fertilidade do Solo da
Faculdade de Ciecircncias Agraacuterias do Centro Universitaacuterio de Patos de Minas (UNIPAM)
no municiacutepio de Patos de Minas ndash MG onde os solos foram armazenados durante o
periacuteodo de incubaccedilatildeo de 30 e 90 dias de 8 de julho agrave 6 de outubro de 2008
32 Solos utilizados nas unidades experimentais
O experimento foi realizado em quatro classes de solo de diferentes texturas
sendo arenoso meacutedio argiloso e muito argiloso Os solos foram coletados do horizonte
B para natildeo haver interferecircncia da mateacuteria orgacircnica e posteriormente foram secos ao ar
ateacute atingirem massa constante Em seguida peneirados em malha de 2 mm e realizada a
anaacutelise quiacutemica e fiacutesica seguindo a metodologia descrita pelo Programa
Interlaboratorial de controle de qualidade de anaacutelise de solo (2005) exceto para o teor
de Si no solo que seguiu a metodologia descrita por Korndoumlrfer et al (2004) Os
resultados satildeo apresentados na Tabela 1
11
Tabela 1 Caracterizaccedilatildeo quiacutemica e fiacutesica dos solos utilizados no experimento
SOLOS Atributo Unidade Muito
argiloso Argiloso Meacutedio Arenoso
Latossolo Vermelho Acifeacuterrico
Tiacutepico
Latossolo Vermelho Perfeacuterrico
Tiacutepico
Latossolo Vermelho
Distrofeacuterrico Tiacutepico
Latossolo Amarelo
Distroacutefico Psamiacutetico
Si mg dm-3 59 50 87 29
P (Mehlich 1) mg dm-3 00 07 10 01
K mg dm-3 364 40 226 89
Ca cmolc dm-3
02 02 04 02
Mg cmolc dm-3
06 02 05 01
H + Al cmolc dm-3
37 60 39 34
pH (em H2O)
51 53 47 45
Al cmolc dm-3
01 01 04 05
CTC (e) cmolc dm-3
09 05 14 08
CTC (T) cmolc dm-3
46 64 49 37
SB cmolc dm-3
08 04 10 03
V 185 64 200 82
Cu mg dm-3 02 13 09 03
Zn mg dm-3 01 01 01 01
Argila 74 45 30 14
Silte 12 36 16 1
Areia 14 19 54 85
Metodologia P K Cu Zn (Mehlich 1 HCl 005 M + H2SO4 00125 M) Ca Mg Al (KCl 1 M) H+Al (soluccedilatildeo tampatildeo ndash SMP a pH 75) pH (em aacutegua) anaacutelise textural (meacutetodo da pipeta)
Realizou-se a determinaccedilatildeo da densidade das amostras dos quatro solos (Tabela
2) pelo meacutetodo da proveta descrita pela Embrapa (1997) Este meacutetodo eacute uma
alternativa para experimentos em vasos onde amostras de solo satildeo desagregadas para
preencher os vasos compondo a unidade experimental
12
Tabela 2 Densidade das amostras dos solos utilizados no experimento
Solos Densidade
g cm-3
Muito Argiloso 096
Argiloso 130
Meacutedio 125
Arenoso 135
Com os resultados da anaacutelise quiacutemica dos solos foi determinada a necessidade
de calagem pelo meacutetodo da saturaccedilatildeo por bases descrito por Raij e colaboradores
(1996) com o objetivo de elevaacute-la agrave 60 (Tabela 3)
Tabela 3 Necessidade de calagem em equivalente de CaCO3 com 100 de PRNT para amostras dos solos utilizados no experimento considerando as respectivas densidades das amostras dos solos
Solos Unidade
Muito Argiloso Argiloso Meacutedio Arenoso
Mg ha-1 189 343 056 191
mg vaso-1 27114 66795 10587 38735
33 Corretivos utilizados
Foram utilizadas trecircs fontes de silicatos originados de diferentes escoacuterias de
siderurgia sendo estes Agrosiliacutecio Silifeacutertil e Holcim por serem os mais
representativos quanto ao uso na agricultura como corretivos agriacutecolas Estes foram
comparados com um calcaacuterio comercial de origem sedimentar e com o carbonato de
caacutelcio pa padratildeo para estudos de eficiecircncia relativa de corretivos (Tabela 4)
Tabela 4 Teores de caacutelcio magneacutesio e siliacutecio dos corretivos utilizados
Corretivo CaO () MgO () SiO2 ()
Agrosiliacutecio 39 10 23
Silifeacutertil 38 8 22
Holcim 25 7 43
Calcaacuterio 30 20 0
Carbonato de caacutelcio 56 0 0
13
Para a caracterizaccedilatildeo dos corretivos quanto a sua superfiacutecie especiacutefica foi
realizada a anaacutelise da superfiacutecie especiacutefica pela equipe do Laboratoacuterio de
Hidrometalurgia da Universidade Federal de Ouro Preto utilizando-se o meacutetodo de
determinaccedilatildeo por gases descrito por Brunauer e colaboradores (1938) (Tabela 5)
Tabela 5 Superfiacutecie especifica e volume total de poros dos corretivos de acidez do solo
Corretivo Superfiacutecie Especiacutefica Volume total de poros
m2 g-1 cm3 g-1
Agrosiliacutecio 1175 00482
Silifeacutertil 066 00023
Holcim 038 00006
Calcaacuterio 091 00039
Fonte Universidade Federal de Ouro Preto (Laboratoacuterio de Hidrometalurgia)
Todos os corretivos foram submetidos agrave uniformizaccedilatildeo de umidade atraveacutes de
secagem em estufa com circulaccedilatildeo forccedilada de ar a 105 ordmC por um periacuteodo de setenta e
duas horas
Apoacutes esta etapa os silicatos foram submetidos agrave separaccedilatildeo nas seguintes
fraccedilotildees granulomeacutetricas atraveacutes de agitador mecacircnico por 5 minutos seguindo a
metodologia oficial (Veras et al 2007) fracionando os corretivos nas seguintes classes
partiacuteculas maiores que 200 mm (fraccedilatildeo do corretivo retido na peneira ABNT 10 ndash 10
mesh) partiacuteculas entre 084 e 200 mm (fraccedilatildeo do corretivo passante na peneira ABNT
10 e retido na peneira ABNT 20 ndash 20 mesh) partiacuteculas entre 030 e 084 (fraccedilatildeo do
corretivo passante na peneira ABNT 20 e retido na peneira ABNT 50 ndash 50 mesh) e
partiacuteculas com dimensatildeo inferior agrave 030 mm (fraccedilatildeo do corretivo passante na peneira
ABNT 50) (Figura 1)
14
(a) (b)
Figura 1 Mesa agitadora (a) e peneiras utilizadas para a separaccedilatildeo dos corretivos nas diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas (b)
A definiccedilatildeo das fraccedilotildees granulomeacutetricas avaliadas acompanhou os criteacuterios
atualmente adotados na legislaccedilatildeo para calcaacuterio aleacutem do fato de natildeo se justificar o uso
de silicatos em fraccedilatildeo granulomeacutetrica mais fina do que as jaacute comumente utilizadas para
calcaacuterio em funccedilatildeo da maior abrasividade das escoacuterias de siderurgia (PRADO et al
2001) o que tecnicamente dificulta a accedilatildeo dos moinhos brasileiros tornando a moagem
para a obtenccedilatildeo de partiacuteculas muito finas economicamente inviaacutevel
Apoacutes a separaccedilatildeo das fraccedilotildees granulomeacutetricas os corretivos foram submetidos
agrave determinaccedilatildeo do poder de neutralizaccedilatildeo (PN) pelo meacutetodo da titulaccedilatildeo que consiste
em colocar em contato uma massa conhecida do corretivo com uma quantidade
conhecida e em excesso de aacutecido padronizado fazendo com que o corretivo neutralize
uma parte do aacutecido O excesso de aacutecido eacute quantificado por alcalimetria obtendo-se
indiretamente a quantidade de aacutecido que foi neutralizado pelo corretivo seguindo o
procedimento descrito a seguir (BRASIL 1983)
Pesou-se 1000 g da amostra secada moiacuteda e passada em peneira de 03 mm
dos corretivos (Figura 2 a) e transferiu-se o material para erlenmeyer de 250 mL no
qual adicionou-se 50 mL da soluccedilatildeo de HCl 05 M padronizada O erlenmeyer foi
coberto com vidro de reloacutegio e a soluccedilatildeo foi fervida suavemente por 5 minutos (Figura
2 b) Apoacutes esta etapa a soluccedilatildeo foi esfriada transferida para balatildeo de 100 mL que teve
seu volume completado com aacutegua destilada e deixou-se decantar (Figura 2 c) Pipetou-
se 50 mL da soluccedilatildeo que foi transferida para erlenmeyer de 125 mL no qual se
acrescentou trecircs gotas de soluccedilatildeo de fenolftaleina (indicador) A soluccedilatildeo aacutecida foi
titulada com soluccedilatildeo padronizada de NaOH 025 M ateacute o aparecimento de uma leve cor
rosada do indicador (Figura 2 d) anotou-se o volume gasto e a partir deste valor
15
calculou-se o poder de neutralizaccedilatildeo do corretivo em de CaCO3 equivalente pela
expressatildeo
PN = 10 (25M1-V2M2) onde G
M1 = concentraccedilatildeo molar da soluccedilatildeo de HCl
V2 = volume em mL da soluccedilatildeo de NaOH gasto na titulaccedilatildeo
M2 = concentraccedilatildeo molar da soluccedilatildeo de NaOH
G = massa inicial da amostra em gramas
(a) (b)
(c) (d)
Figura 2 Ilustraccedilotildees dos processos laboratoriais para determinaccedilatildeo do PN em amostras
dos materiais corretivos desde a pesagem (a) a fervura da soluccedilatildeo contendo a amostra
do corretivo e HCl (b) a soluccedilatildeo transferida para balatildeo volumeacutetrico de 100 mL em
descanso para decantaccedilatildeo (c) e a titulaccedilatildeo ateacute o aparecimento da coloraccedilatildeo rosada (d)
Para os silicatos em funccedilatildeo de sua constituiccedilatildeo quiacutemica a visualizaccedilatildeo da
coloraccedilatildeo rosada foi dificultada pelo escurecimento da soluccedilatildeo (coloraccedilatildeo esverdeada)
sendo necessaacuteria a utilizaccedilatildeo do meacutetodo potenciomeacutetrico em que o excesso de HCl da
soluccedilatildeo eacute neutralizado por NaOH ateacute atingir pH 70
Foram encontrados valores distintos de poder de neutralizaccedilatildeo para cada um dos
corretivos (Tabela 6)
16
Tabela 6 Poder de neutralizaccedilatildeo dos materiais corretivos de acidez do solo utilizados
no experimento
Corretivos Poder de Neutralizaccedilatildeo ()
Agrosiliacutecio 859
Silifeacutertil 778
Holcim 740
Calcaacuterio 1131
CaCO3 1041
Com base nos valores do poder de neutralizaccedilatildeo encontrados para cada um dos
corretivos e de acordo com as necessidades de calagem encontrados para cada solo
foram calculadas as doses de cada corretivo a serem aplicadas nos vasos preenchidos
com 300 g de amostras dos solos (Tabela 7)
Tabela 7 Quantidade de corretivo calculada para atingir 60 de saturaccedilatildeo por bases
para cada um dos solos experimentais
SOLOS
Corretivos
Muito Argiloso
Argiloso Meacutedia Arenoso
---------------------------------- mg por vaso ------------------------------------
Agrosiliacutecio 3189 7775 1232 4509
Silifeacutertil 3487 8589 1361 4981
Holcim 3666 9031 1431 5239
Calcaacuterio 2397 5906 936 3425
CaCO3 2605 6416 1012 3721
Em funccedilatildeo da dose dos corretivos utilizados em cada solo (Tabela 5) e da
concentraccedilatildeo de SiO2 em cada um dos silicatos foram calculadas as doses de Si
fornecidas por cada silicato para o respectivo solo (Tabela 8)
17
Tabela 8 Dose de Si fornecida por cada um dos silicatos em cada solo experimental SOLOS
Corretivos Concentraccedilatildeo
de Si Muito Argiloso
Argiloso Meacutedia Arenoso
--------------------------- mg por vaso -----------------------
Agrosiliacutecio
107 341 832 132 482
Silifeacutertil 103 359 885 140 513 Holcim 203 744 1833 290 1064
34 Tratamentos e delineamento experimental
Foram conduzidos quatro experimentos sendo cada um em uma classe
textural de solo em delineamento inteiramente casualizado A anaacutelise de variacircncia foi
baseada num arranjo fatorial 4x4 com quatro corretivos de acidez (trecircs silicatos de
caacutelcio Agrosiliacutecio Silifeacutertil e Holcim e um calcaacuterio) e quatro fraccedilotildees granulomeacutetricas
(entre 5 e 10 mesh partiacuteculas entre 2 e 4 mm entre 10 e 20 mesh partiacuteculas entre 084
e 2 mm entre 20 e 50 mesh partiacuteculas entre 03 e 084 mm e maior que 50 mesh
partiacuteculas menores que 03 mm) com quatro repeticcedilotildees
Aleacutem dos tratamentos acima foi realizada a incubaccedilatildeo com CaCO3 (reagente
pa) corretivo padratildeo para comparaccedilatildeo da eficiecircncia relativa na correccedilatildeo da acidez do
solo sendo este utilizado em cinco diferentes doses testemunha 50 100 150 e
200 em relaccedilatildeo agrave dose recomendada para a correccedilatildeo da acidez do solo para atingir
60 de saturaccedilatildeo por bases (Tabela 3)
34 Conduccedilatildeo do experimento
As parcelas experimentais constituiacuteram-se de recipientes plaacutesticos de 500 mL
nos quais foram adicionados 300 g de solo e as devidas quantidades dos corretivos que
posteriormente foram incubados em recipientes abertos por trinta e noventa dias em
laboratoacuterio sem exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo solar direta e a intensas variaccedilotildees de temperatura
(Figura 3 a b)
Durante o periacuteodo de incubaccedilatildeo os solos foram irrigados com aacutegua destilada
para a manutenccedilatildeo da umidade a 80 da capacidade de campo (Figura 3 c)
Apoacutes 30 e 90 dias de incubaccedilatildeo fraccedilotildees de 50 g de cada uma das amostras
foram retiradas e colocadas para secar ao ar (Figura 3 d)
18
(a) (b)
(c) (d)
Figura 3 Pesagem dos corretivos (a) adiccedilatildeo dos corretivos nos recipientes plaacutesticos
contendo as amostras dos solos (b) irrigaccedilatildeo das amostras dos solos (c) e incubaccedilatildeo em
laboratoacuterio por 30 e 90 dias (d)
35 Determinaccedilatildeo do pH do solo apoacutes a incubaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo da eficiecircncia relativa
Para a caracterizaccedilatildeo da correccedilatildeo da acidez do solo foi determinado o pH em
CaCl2 em cada unidade experimental Esta variaacutevel de cada fraccedilatildeo granulomeacutetrica dos
silicatos de caacutelcio foi confrontada com os valores obtidos atraveacutes da curva de incubaccedilatildeo
do CaCO3 (reagente pa)
A anaacutelise do pH foi realizada seguindo a metodologia descrita pelo Programa
Interlaboratorial de controle de qualidade de anaacutelise de solo (2005) em que se colocou
10 cm3 de TFSA num frasco de 50 mL e adicionou-se 25 mL de CaCl2 2H2O 001 M
(1469 g L-1) deixando em contato por quinze minutos Posteriormente agitou-se a
amostra em agitador horizontal por dez minutos a 200 rpm Apoacutes esta etapa a soluccedilatildeo
foi mantida em repouso por sessenta minutos Na sequecircncia sem agitar novamente a
amostra foi realizada a leitura em potenciocircmetro devidamente calibrado com soluccedilotildees-
padratildeo de pH 40 e 70
Os valores de pH obtidos por cada fraccedilatildeo granulomeacutetrica de cada um dos
corretivos foram confrontados com os valores de pH obtidos na curva de incubaccedilatildeo de
CaCO3 obtendo-se os valores de equivalente em CaCO3 aos 90 dias
19
Os valores de eficiecircncia relativa foram ajustados em relaccedilatildeo aos resultados
obtidos por cada corretivo na fraccedilatildeo granulomeacutetrica inferior agrave 03 mm (gt 50 mesh)
atribuindo-se a esta fraccedilatildeo mais fina o iacutendice de 100 seguindo a metodologia adotada
por Bellingieri (1983)
36 Avaliaccedilatildeo do teor de Si no solo apoacutes a incubaccedilatildeo
Para a avaliaccedilatildeo do teor de Si no solo disponibilizado por cada uma das fontes
nas fraccedilotildees granulomeacutetricas foram realizadas as anaacutelises no Laboratoacuterio de Anaacutelise de
Fertilizantes da Universidade Federal de Uberlacircndia utilizando o extrator cloreto de
caacutelcio 001 M de acordo com a metodologia descrita por Korndoumlrfer e colaboradores
(2004) em que apoacutes o contato de 10 g da amostra do solo com 100 mL da soluccedilatildeo
extratora os mesmos foram submetidos a um agitador horizontal orbital por 1 hora na
frequumlecircncia de 50 rpm Apoacutes este procedimento as amostras ficaram em repouso por 15
minutos para decantar e a suspensatildeo foi filtrada e ficando sob novo repouso por 12
horas Entatildeo pipetou-se 10 mL do extrato de cada amostra acrescentando-se 1 mL de
soluccedilatildeo sulfo-moliacutebdica Decorridos 10 minutos acrescentou-se 2 mL de soluccedilatildeo de
aacutecido tartaacuterico 200 mg L-1 e apoacutes 5 minutos adicionou-se 10 mL da soluccedilatildeo de aacutecido
ascoacuterbico Apoacutes 1 hora foi realizada a leitura em espectofotocircmetro UV-visiacutevel no
comprimento de onda de 660 nanocircmetros Em funccedilatildeo do fator de diluiccedilatildeo o valor de
leitura foi multiplicado por 10 para se chegar no teor de Si do solo em mg dm-3
37 Anaacutelise estatiacutestica
Os resultados referentes ao pH em CaCl2 encontrados em funccedilatildeo das doses de
CaCO3 foram submetidos agrave anaacutelise de variacircncia e posterior ajuste ao modelo de
regressatildeo mais adequado para cada solo dentro dos dois periacuteodos de incubaccedilatildeo
utilizando o software estatiacutestico Sisvar desenvolvido por Ferreira (1999)
Os dados referentes ao pH em CaCl2 e ao teor de Si no solo encontrados em
funccedilatildeo dos corretivos (silicatos e calcaacuterio) em cada fraccedilatildeo granulomeacutetrica foram
submetidos agrave anaacutelise de variacircncia e suas meacutedias foram comparadas pelo teste de Scott-
Knott (1974) a 5 de probabilidade quanto agrave variaccedilatildeo dos corretivos dentro de cada
fraccedilatildeo granulomeacutetrica e quanto agrave variaccedilatildeo das fraccedilotildees granulomeacutetricas dentro dos
corretivos
20
4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
41 Variaccedilotildees no pH aos 30 dias de incubaccedilatildeo
Em relaccedilatildeo agrave variaacutevel pH em CaCl2 houve efeito significativo das doses de
CaCO3 para os quatro solos analisados o que possibilitou o ajuste de modelos de
regressatildeo (Figura 4)
Para os valores de pH em CaCl2 em funccedilatildeo do corretivo e fraccedilatildeo granulomeacutetrica
utilizados a anaacutelise de variacircncia tambeacutem permitiu constatar efeito significativo
inclusive para a interaccedilatildeo entre estes fatores (Tabela 9) Em geral quanto menor a
fraccedilatildeo granulomeacutetrica maior o pH do solo resultado este que concorda com o trabalho
realizado anteriormente por Alcarde e colaboradores (1989)
Novais e colaboradores (1993) tambeacutem descreveram que a granulometria mais
fina das escoacuterias de siderurgia permitiu maior reatividade tanto em solos arenosos
quanto em solos argilosos
(a)
y = -03764x2 + 13644x + 49458
R2 = 099
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(b)
y = -07093x2 + 24251x + 50564
R2 = 097
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(c)
y = 0492x + 3941
R2 = 094
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(d)
y = -1075x2 + 37825x + 39585
R2 = 099
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalnete CaCO3
pH e
m C
aCl 2
Significativo a 5 de probabilidade pelo teste f Figura 4 Valores do pH em CaCl2 em funccedilatildeo da dose equivalente de CaCO3 aplicada ao solo apoacutes 30 dias de incubaccedilatildeo nos solos muito argiloso (a) argiloso (b) meacutedio (c) arenoso (d)
21
Para os solos muito argiloso argiloso e arenoso pode-se observar que com as
doses de CaCO3 dentro do limite de 0 a 200 em relaccedilatildeo agrave recomendaccedilatildeo para atingir
60 de saturaccedilatildeo por bases o pH em CaCl2 aumentou significativamente de maneira
quadraacutetica Entretanto observou-se para o solo de textura meacutedia um ajuste linear Este
efeito pode ser atribuiacutedo ao fato das doses do corretivo utilizado natildeo terem sido
suficientes para atingir a faixa de estabilidade
Atraveacutes da amplitude de variaccedilatildeo nos valores de pH em funccedilatildeo do acreacutescimo
nas doses de CaCO3 pode-se observar o maior efeito tampatildeo dos solos muito argiloso e
argiloso em relaccedilatildeo ao solo arenoso e de textura meacutedia informaccedilatildeo esta que corrobora
aos relatos de Furtini e colaboradores (2001) O poder tampatildeo do solo eacute a resistecircncia
que o solo oferece a mudanccedila de pH Sousa e colaboradores (2007) exemplificando a
proporcionalidade dos diferentes tipos de acidez do solo relatam que a quantidade de
calcaacuterio necessaacuteria para neutralizar a acidez ativa pode chegar a quatorze mil setecentos
e vinte e trecircs vezes menor do que o necessaacuterio para a correccedilatildeo da acidez potencial do
solo o que evidencia a importacircncia do conhecimento do poder tampatildeo do solo para se
determinar a dose do corretivo
Pode-se observar que os resultados de pH em CaCl2 em funccedilatildeo dos corretivos e
das fraccedilotildees granulomeacutetricas para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso
submetidos a 30 dias de incubaccedilatildeo ocorreram de forma que quanto menor a
granulometria do corretivo maior foi o aumento no valor de pH encontrado nos solos
(Tabela 9)
22
Tabela 9 Valores de pH em CaCl2 em funccedilatildeo do corretivo de solo utilizado na dose
referente agrave elevaccedilatildeo da saturaccedilatildeo por bases para 60 e da fraccedilatildeo granulomeacutetrica apoacutes
30 dias de incubaccedilatildeo para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso
Peneira ABNT (mesh) Corretivo
5 - 10 10 - 20 20 ndash 50 gt 50 Meacutedia Solo muito argiloso
Agrosiliacutecio 51
Ac
51
Ac
57
Ab
59
Aa
55 Silifeacutertil 49
Ad
53
Ac
56
Ab
60
Aa
54 Holcim 50
Ab
49
Bb
49
Cb
53
Ca
50 Calcaacuterio 49
Ac
50
Bc
54
Bb
57
Ba
53 Meacutedia 50
51
54
57
53 Solo argiloso
Agrosiliacutecio
51
Ac
53
Ac
61
Ab
65
Aa
57 Silifeacutertil 53
Ac
52
Ac
59
Ab
66
Aa
57 Holcim 51
Ab
51
Ab
51
Cb
55
Ba
52 Calcaacuterio 51
Ac
52
Ac
56
Bb
65
Aa
56
51
52
56
63
56 Solo meacutedio
Agrosiliacutecio
40
Ac
41
Ac
41
Ab
43
Aa
41 Silifeacutertil 40
Ab
40
Ab
41
Aa
42
Ca
41 Holcim 40
Ab
40
Ab
40
Bb
41
Ca
40 Calcaacuterio 40
Ab
41
Ab
41
Bb
42
Ba
41 Meacutedia 40
40
41
42
41 Solo arenoso
Agrosiliacutecio
40
Ac
43
Ac
55
Ab
63
Aa
50 Silifeacutertil 40
Ac
42
Ac
52
Bb
65
Aa
50 Holcim 40
Ab
41
Ab
42
Cb
50
Ba
43 Calcaacuterio 40
Ac
40
Ac
50
Bb
63
Aa
48 Meacutedia 40
42
49
60
48 Letras maiuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na coluna e letras minuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na linha (Scott-Knott a 5)
No solo muito argiloso o Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil proporcionaram a maior
elevaccedilatildeo do pH do solo em relaccedilatildeo aos demais corretivos em todas as faixas
granulomeacutetricas passantes na peneira de 10 mesh ou seja quando a granulometria foi
inferior a 2 mm em fraccedilotildees maiores que esta o efeito do corretivo foi muito pequeno
natildeo havendo diferenccedila entre os corretivos (Tabela 9)
Para os demais solos os corretivos natildeo apresentaram diferenccedilas quanto ao
aumento provocado no pH do solo quando aplicados em granulometria acima de 084
mm ou seja produtos retidos na peneira de 10 mesh Para as granulometrias mais finas
23
os corretivos apresentaram diferenccedilas no aumento do pH ficando os solos que
receberam o silicato Holcim com os menores valores
De maneira geral para as granulometrias mais finas inferior a 084 mm
(passantes na peneira de 20 mesh) o Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil proporcionaram os
maiores incrementos em pH exceto para o produto mais fino gt 50 mesh no solo de
textura meacutedia e para o produto de granulometria entre 03 e 084 mm (ABNT 20 ndash 50)
no solo arenoso em que o Agrosiliacutecio obteve os melhores resultados (Tabela 9)
42 Variaccedilotildees no pH equivalente em CaCO3 e eficiecircncia relativa dos corretivos aos
90 dias de incubaccedilatildeo
Houve efeito significativo das doses de CaCO3 nos valores de pH em CaCl2 para
os quatro solos analisados o que possibilitou o ajuste de modelos polinomiais (Figura
5)
(a)
y = -01466x2 + 09457x + 49792
R2 = 085
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(b)
y = -05821x2 + 21998x + 49789
R2 = 098
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(c)
y = 04565x + 39275
R2 = 091
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(d)
y = -0865x2 + 34185x + 39925
R2 = 098
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
Significativo a 5 de probabilidade pelo teste f
Figura 5 Valores do pH em CaCl2 em funccedilatildeo da dose equivalente de CaCO3 aplicada ao solo apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo nos solos muito argiloso (a) argiloso (b) meacutedio (c) arenoso (d)
24
Para os solos muito argiloso argiloso e arenoso (Figura 5 a b d) como era de
se esperar as doses de CaCO3 dentro do limite de 0 a 200 em relaccedilatildeo agrave
recomendaccedilatildeo aumentaram significativamente e de forma quadraacutetica o pH em CaCl2
Acompanhando a tendecircncia observada apoacutes 30 dias de incubaccedilatildeo para o solo de
textura meacutedia verificou-se um ajuste linear para o aumento do valor de pH em CaCl2
em funccedilatildeo de doses de CaCO3 Este efeito pode ser atribuiacutedo ao fato das doses do
corretivo utilizado natildeo terem sido suficientes para atingir a faixa de estabilidade
Para as variaccedilotildees de pH em CaCl2 em funccedilatildeo do corretivo e fraccedilatildeo
granulomeacutetrica utilizados tambeacutem houve efeito significativo inclusive para a interaccedilatildeo
entre estes fatores (Tabela 10)
25
Tabela 10 Valores de pH em CaCl2 em funccedilatildeo do corretivo de solo utilizado na dose
referente agrave elevaccedilatildeo da saturaccedilatildeo por bases para 60 e da fraccedilatildeo granulomeacutetrica apoacutes
90 dias de incubaccedilatildeo para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso
Peneira ABNT (mesh) Corretivo
5 - 10 10 - 20 20 ndash 50 gt 50 Meacutedia Solo muito argiloso
Agrosiliacutecio 50
Ad
52
Ac
56
Ab
57
Aa
54 Silifeacutertil 50
Ac
51
Ac
55
Ab
58
Aa
53 Holcim 49
Ab
48
Cb
48
Bb
53
Ba
50 Calcaacuterio 49
Ac
50
Bc
55
Ab
57
Aa
53 Meacutedia 50
50
53
56
52 Solo argiloso
Agrosiliacutecio 52
Ab
53
Ab
61
Aa
62
Aa
57 Silifeacutertil 49
Cd
53
Ac
58
Bb
63
Aa
56 Holcim 50
Bb
50
Bb
51
Db
55
Ca
51 Calcaacuterio 51
Bd
52
Ac
56
Cb
62
Ba
55 Meacutedia 50
52
56
60
55 Solo meacutedio
Agrosiliacutecio 40
Ad
41
Ac
42
Ab
43
Aa
42 Silifeacutertil 41
Ac
41
Ac
42
Ab
43
Aa
42 Holcim 41
Ab
41
Ab
41
Cb
41
Ba
41 Calcaacuterio 40
Ab
41
Ab
41
Bb
43
Aa
41 Meacutedia 40
41
41
42
41 Solo arenoso
Agrosiliacutecio
40
Ac
44
Ab
59
Aa
61
Aa
51 Silifeacutertil 40
Ac
43
Ac
55
Ab
64
Aa
51 Holcim 39
Ab
40
Ab
42
Bb
48
Ba
43 Calcaacuterio 40
Ac
42
Ac
55
Ab
63
Aa
50 Meacutedia 40
42
53
59
49 Letras maiuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na coluna e letras minuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na linha (Scott-Knott a 5)
No solo muito argiloso e no solo arenoso o Agrosiliacutecio o Silifeacutertil e o calcaacuterio
proporcionaram maior elevaccedilatildeo no pH do solo em relaccedilatildeo ao Holcim nos corretivos
com granulometria inferior a 084 mm passantes na peneira de 20 mesh Quando se
comparam estes resultados com os obtidos aos 30 dias de incubaccedilatildeo observa-se a
inclusatildeo do calcaacuterio entre os corretivos com melhores resultados de aumento de pH no
solo muito argiloso Este fato demonstrou que para este solo os silicatos Agrosiliacutecio e
Silifeacutertil tiveram uma maior dissociaccedilatildeo aos 30 dias fato este que foi compensado pelo
calcaacuterio entre 30 e 90 dias de incubaccedilatildeo (Tabela 10)
26
Os valores de pH do solo argiloso apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo demonstraram que
o Agrosiliacutecio proporcionou os maiores valores de pH em todas as fraccedilotildees
granulomeacutetricas ficando este em igualdade com o Silifeacutertil na granulometria inferior a
03 mm (gt 50 mesh) e entre 08 mm e 20 mm (10 a 20 mesh) sendo que nesta uacuteltima
fraccedilatildeo granulomeacutetrica o calcaacuterio tambeacutem se igualou aos dois corretivos acima
mencionados (Tabela 10)
No solo de textura meacutedia as diferenccedilas ocorreram apenas nas fraccedilotildees
granulomeacutetricas inferiores a 08 mm (peneira de 20 mesh) com melhores resultados
atribuiacutedos ao Agrosiliacutecio Silifeacutertil e ao calcaacuterio na fraccedilatildeo mais fina (gt 50 mesh) e ao
Agrosiliacutecio e ao Silifeacutertil na fraccedilatildeo compreendida entre 03 e 084 mm (20 a 50 mesh)
Para o solo arenoso o Agrosiliacutecio o Silifeacutertil e o calcaacuterio proporcionaram
maiores valores de pH nas fraccedilotildees granulomeacutetricas inferiores a 084 mm enquanto que
nas fraccedilotildees mais grossas todos os corretivos tiveram o mesmo comportamento
Para todos os solos utilizados no experimento verificou-se que quanto menor a
dimensatildeo das partiacuteculas maiores satildeo os incrementos gerados nos valores de pH em
CaCl2 (Tabela 10) resultado este que concorda com trabalhos realizados anteriormente
por Bellingieri e colaboradores (1989)
Nas comparaccedilotildees entre os resultados dos valores de pH das amostras de solo
apoacutes 30 e 90 dias de incubaccedilatildeo os resultados praticamente se equivalem demonstrando
que 30 dias de incubaccedilatildeo foi um periacuteodo suficiente para a accedilatildeo dos corretivos
Com base nos incrementos verificados no pH das amostras dos solos pelos
corretivos de acidez em cada fraccedilatildeo granulomeacutetrica em relaccedilatildeo agraves curvas de incubaccedilatildeo
com CaCO3 calculou-se os valores de equivalente em CaCO3 para cada corretivo
dentro de cada fraccedilatildeo granulomeacutetrica com 90 dias de incubaccedilatildeo (Tabela 11)
27
Tabela 11 Equivalente em CaCO3 dos corretivos de acidez de diferentes fraccedilotildees
granulomeacutetricas aos 90 dias de incubaccedilatildeo
Peneiras ABNT (mesh)
Corretivos
5 ndash 10 10 - 20 20 - 50 gt 50 Meacutedia
--------------------------------------- -----------------------------------------
Agrosiliacutecio 9
Ac
24
Ab
64
Aa
77
Aa
43
Silifeacutertil 9
Ac
19
Ac
52
Ab
87
Aa
42 Calcaacuterio 8
Ac
13
Ac
33
Bb
79
Aa
33 Holcim 7
Ab
7
Ab
10
Cb
33
Ba
14 Meacutedia 8
16
39
69
33 Letras maiuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na coluna e letras minuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na linha (Scott-Knott a 5)
Os resultados de equivalente em CaCO3 apresentados para 90 dias de incubaccedilatildeo
(Tabela 11) demonstraram grande variaccedilatildeo para este atributo entre os corretivos de
acidez o que evidencia que natildeo apenas a granulometria mas tambeacutem a origem dos
corretivos exerce grande influecircncia na velocidade de correccedilatildeo da acidez do solo
Para as fraccedilotildees granulomeacutetrica mais grossas (lt 10 e 10 a 20 mesh) pode-se
observar que natildeo houve diferenccedila entre os corretivos jaacute na fraccedilatildeo mais fina (gt 50) o
silicato Holcim proporcionou menores valores de equivalente em CaCO3 em relaccedilatildeo as
demais fontes Na fraccedilatildeo granulomeacutetrica entre 20 e 50 (Tabela 11) verificou-se
diferenccedilas entre o equivalente em CaCO3 de silicatos e do calcaacuterio o que demonstrou o
fato de estarmos neste caso subestimando a reatividade dos silicatos Pode-se observar
que natildeo houve diferenccedilas entre os resultados obtidos com a aplicaccedilatildeo dos silicatos
Agrosiliacutecio e Silifeacutertil portanto sugere-se a elaboraccedilatildeo de novos paracircmetros para a
avaliaccedilatildeo de silicatos com origem de aciaria
Seguindo os criteacuterios adotados por Bellingieri (1983) de ajustar a eficiecircncia dos
corretivos atribuindo valores de 100 para as partiacuteculas passantes na peneira 50 ABNT
(partiacuteculas inferiores a 03 mm) determinou-se a eficiecircncia relativa de cada uma das
fraccedilotildees granulomeacutetricas dos corretivos permitindo a adoccedilatildeo de novos criteacuterios de
reatividade para os silicatos (Tabela 12)
28
Tabela 12 Eficiecircncias relativas em relaccedilatildeo agrave fraccedilatildeo granulomeacutetrica inferior a 03 mm
(peneira 50 mesh) dos corretivos de acidez em diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas aos
90 dias de incubaccedilatildeo
Peneiras ABNT (mesh)
Corretivos 5 - 10 10 - 20 20 - 50 gt 50 Meacutedia
------------------------------ -------------------------------
Agrosiliacutecio 12 33 85 100 58
Silifeacutertil 9 25 65 100 50
Holcim 16 17 27 100 40
Calcaacuterio 9 18 63 100 48
Meacutedia 12 23 60 100
Propotildee-se a adequaccedilatildeo da equaccedilatildeo atualmente adotada para a determinaccedilatildeo da
eficiecircncia relativa (reatividade) de silicatos de origem de aciaria para uso como
corretivo de acidez em funccedilatildeo das diferenccedilas encontradas em eficiecircncia relativa
apresentadas na Tabela 12 entre os silicatos de origem de escoacuteria de aciaria
(Agrosiliacutecio e Silifeacutertil) em relaccedilatildeo ao calcaacuterio ficando a mesma da seguinte forma
RE = F10-20 x 03 + F20-50 x 075 + Fgt50 x 1
Onde
F10-20= percentual de produto que passa pela peneira nordm10 e fica retido na
peneira nordm20 F20-50 = percentual de produto que passa pela peneira nordm20 e fica retido
na peneira nordm50 e F-50 = percentual de produto que passa pela peneira nordm50
Os valores de eficiecircncia relativa 12 em meacutedia para a fraccedilatildeo granulomeacutetrica
mais grosseira pode estar associado agrave presenccedila de micropartiacuteculas (poacute) aderidas ao
redor das partiacuteculas mais grossas (Tabela 12) jaacute que a separaccedilatildeo granulomeacutetrica seguiu
o meacutetodo oficial de separaccedilatildeo em peneiras a seco
29
43 Teor de siliacutecio no solo apoacutes 30 dias de incubaccedilatildeo
De maneira geral pode-se observar que o Agrosiliacutecio proporcionou maiores
incrementos de Si no solo obtendo no solo argiloso quando aplicado na fraccedilatildeo
granulomeacutetrica mais fina incremento de 10 mg dm-3 (Tabela 13)
Tabela 13 Teor de Si no solo em funccedilatildeo da fraccedilatildeo granulomeacutetrica e do corretivo utilizado para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso apoacutes 30 dias de incubaccedilatildeo
Peneiras ABNT (mesh) Corretivos 5 - 10 10 - 20 20 ndash 50 gt 50 Meacutedia
-------------------------------- Si (mg kg-1) -------------------------------------
Solo muito argiloso
Agrosiliacutecio 7
Aa
8
Aa
9
Aa
8
Aa
8 Silifeacutertil 7
Aa
7
Aa
7
Ba
7
Aa
7 Holcim 6
Aa
6
Aa
6
Ba
6
Ba
6 Calcaacuterio 7
Aa
6
Aa
5
Ba
5
Ba
6 Meacutedia 6
7
7
6
6
Solo argiloso
Agrosiliacutecio 6
Ad
10
Ac
14
Ab
15
Aa
11 Silifeacutertil 7
Ac
6
Bc
10
Bb
12
Ba
9 Holcim 6
Ab
5
Bb
6
Cb
9
Ca
7 Calcaacuterio 5
Ba
5
Ba
4
Da
2
Db
4 Meacutedia 6
6
8
10
8
Solo meacutedio
Agrosiliacutecio 10
Aa
10
Aa
10
Aa
10
Aa
10 Silifeacutertil 9
Aa
9
Aa
10
Aa
10
Aa
9 Holcim 8
Ba
9
Aa
9
Ba
10
Aa
9 Calcaacuterio 9
Ba
9
Aa
9
Ba
8
Bb
9 Meacutedia 9
9
9
9
9
Solo arenoso
Agrosiliacutecio 4
Ab
5
Ab
8
Aa
9
Aa
6 Silifeacutertil 3
Ac
5
Ab
7
Aa
7
Ba
6 Holcim 3
Ab
4
Aa
4
Ba
6
Ca
4 Calcaacuterio 3
Aa
3
Ba
3
Ca
2
Da
3 Meacutedia 3
4
6
6
5 Letras maiuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na coluna e letras minuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na linha (Scott-Knott a 5)
No solo muito argiloso as fraccedilotildees mais grossas dos corretivos com partiacuteculas
superiores a 084 mm (lt 20 mesh) natildeo apresentaram diferenccedilas quanto ao fornecimento
30
de Si ao solo poreacutem quando se avaliaram as fraccedilotildees mais finas observou-se maiores
valores de Si para o Agrosiliacutecio na fraccedilatildeo de 03 a 084 mm (20 a 50 mesh) e para o
Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil quando o corretivo foi aplicado na granulometria inferior a 03
mm (gt 50 mesh) estes resultados tambeacutem se repetiram no solo arenoso (Tabela 13)
Para o solo argiloso o Agrosiliacutecio foi o silicato que promoveu maiores valores
de Si no solo quando tambeacutem se avaliaram as fraccedilotildees granulomeacutetricas inferiores a 20
mm (gt 10 mesh) apenas para a fraccedilatildeo mais grossa maior que 20 mm o Agrosiliacutecio o
Silifeacutertil e o Holcim natildeo diferiram estatisticamente variando apenas em relaccedilatildeo ao
calcaacuterio que eacute o uacutenico corretivo avaliado que natildeo apresenta Si em sua constituiccedilatildeo
No solo de textura meacutedia o Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil proporcionaram a mesma
eficiecircncia no fornecimento de Si para o solo (fraccedilotildees 20 a 50 mesh e lt 10 mesh) na
fraccedilatildeo mais fina (gt 50 mesh) os trecircs silicatos avaliados resultaram nos mesmos valores
de Si no solo deferindo apenas do calcaacuterio jaacute na fraccedilatildeo entre 10 a 20 mesh todos os
corretivos proporcionaram o mesmo resultado
De maneira geral a granulometria natildeo resultou em diferenccedilas no fornecimento
de Si pelos silicatos exceto no solo argiloso em que se observa que quanto menor a
granulometria maior foi o teor de Si no solo (Tabela 13)
Ao se avaliar os efeitos do calcaacuterio em relaccedilatildeo ao teor de Si no solo pode-se
observar que quanto menor a fraccedilatildeo granulomeacutetrica do calcaacuterio menores os teores de Si
no solo Este fato pode estar associado a maior alteraccedilatildeo causada no pH do solo pelas
fraccedilotildees mais finas do calcaacuterio reduzindo assim sua disponibilidade de Si corroborando
aos dados de McKeague e Cline (1963) em que o aumento de pH de 6 para 9 reduziu
de 36 para 6 mg dm-3 a concentraccedilatildeo de Si soluacutevel
44 Teor de siliacutecio no solo apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo
De maneira geral pode-se observar que o Agrosiliacutecio promoveu maior
incremento de Si no solo apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo exceto para a fraccedilatildeo
granulomeacutetrica entre 20 a 50 mesh e no solo de textura meacutedia em que o Silifeacutertil e o
Holcim obtiveram resultados semelhantes ao Agrosiliacutecio (Tabela 14)
Quanto agraves fraccedilotildees granulomeacutetricas observou-se que quanto menor a fraccedilatildeo
granulomeacutetrica independente do silicato maior foi o fornecimento de Si ao solo
seguindo a tendecircncia encontrada por Oliveira e colaboradores (1994) em que escoacuterias
31
de alto forno com partiacuteculas menores que 03 mm foram mais eficientes no
fornecimento de Ca e Mg para o solo quando comparadas as fraccedilotildees mais grosseiras
Tabela 14 Teor de Si no solo em funccedilatildeo da fraccedilatildeo granulomeacutetrica e do corretivo
utilizado para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso apoacutes 90 dias de
incubaccedilatildeo
Peneiras ABNT (mesh) Corretivos 5 - 10 10 - 20 20 - 50 gt 50 Meacutedia
-------------------------------- Si (mg kg-1) --------------------------------------
Solo muito argiloso Agrosiliacutecio 8
Ab
9
Aa
9
Aa
9
Aa
9 Silifeacutertil 6
Bb
7
Bb
7
Ba
8
Ba
7 Holcim 7
Bb
7
Bb
6
Cb
8
Ba
7 Calcaacuterio 6
Ba
6
Ba
5
Db
5
Cb
6 Meacutedia 7
7
7
7
7 Solo argiloso
Agrosiliacutecio 7
Ac
11
Ab
13
Aa
13
Aa
11 Silifeacutertil 5
Bc
7
Bb
9
Ba
9
Ba
8 Holcim 6
Bb
5
Cb
6
Cb
9
Ba
7 Calcaacuterio 4
Ca
4
Da
4
Da
3
Cb
4 Meacutedia 5
7
8
9
7 Solo meacutedio
Agrosiliacutecio 10
Aa
11
Aa
10
Aa
11
Aa
11 Silifeacutertil 10
Ba
10
Ba
10
Aa
10
Ba
10 Holcim 10
Bb
10
Bb
10
Ab
11
Aa
10 Calcaacuterio 9
Ba
10
Ba
9
Bb
8
Cc
9 Meacutedia 10
10
10
10
10 Solo arenoso
Agrosiliacutecio 4
Ac
6
Ab
7
Aa
7
Aa
6 Silifeacutertil 3
Bc
4
Bb
6
Ba
6
Ba
5 Holcim 3
Bc
3
Cb
4
Cb
5
Ca
4 Calcaacuterio 2
Ca
2
Da
2
Da
2
Da
2 Meacutedia 3
4
5
5
4 Letras maiuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na coluna e letras minuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na linha (Scott-Knott a 5)
Para todos os solos analisados observou-se a seguinte sequecircncia para o teor de
Si Agrosiliacutecio gt Silifeacutertil gt Holcim gt Calcaacuterio Fato este que acompanha a tendecircncia
observada na avaliaccedilatildeo da reatividade na correccedilatildeo da acidez do solo exceto para o
calcaacuterio por natildeo apresentar Si em sua constituiccedilatildeo
32
Korndoumlrfer e colaboradores (2004) apresentaram a solubilidade de diferentes
silicatos evidenciando que o Agrosiliacutecio (escoacuteria de aciaria) apresentou maiores valores
de solubilidade em relaccedilatildeo aos valores obtidos pela escoacuteria de alto forno como o
Holcim com valores de 43 e 7 respectivamente Estas diferenccedilas em solubilidade
explicam os valores encontrados tanto na avaliaccedilatildeo aos 30 como aos 90 dias de
incubaccedilatildeo
Pereira e colaboradores (2004) em trabalho para a avaliaccedilatildeo da eficiecircncia de
fontes de Si para a cultura do arroz encontraram que a fonte que proporcionou mais
extraccedilatildeo de Si para os gratildeos foi a escoacuteria oriunda da produccedilatildeo de accedilo inox dado que
corrobora os resultados encontrados neste trabalho em que o Agrosiliacutecio (escoacuteria de
aciaria) apresentou maior disponibilizaccedilatildeo de Si para o solo
Nas comparaccedilotildees entre os resultados do teor de Si no solo apoacutes 30 e 90 dias de
incubaccedilatildeo os resultados praticamente se equivalem demonstrando que 30 dias foi um
periacuteodo suficiente para que os silicatos fornecessem Si
Comparando o teor de Si antes da aplicaccedilatildeo dos corretivos com o teor de Si no
solo apoacutes a aplicaccedilatildeo dos corretivos e apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo verificou-se
expressivo acreacutescimo no teor Si no solo ocasionado pelos silicatos principalmente para
o Agrosiliacutecio que incrementou na meacutedia entre as fraccedilotildees granulomeacutetricas 2 6 1 e 3 mg
dm-3 de Si nos solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso respectivamente O
Silifeacutertil tambeacutem forneceu Si ao solo elevando em 1 4 0 e 3 mg dm-3 o teor de Si nos
solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso respectivamente Jaacute o Holcim
apresentou incrementos de 0 2 0 e 1 mg dm-3 respectivamente para os solos muito
argiloso argiloso meacutedio e arenoso
33
5 CONCLUSOtildeES
Os silicatos Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil proporcionam maiores valores de eficiecircncia
relativa na correccedilatildeo da acidez do solo em comparaccedilatildeo ao calcaacuterio e ao silicato Holcim
na fraccedilatildeo granulomeacutetrica entre 030 e 084 mm
Quanto menor a fraccedilatildeo granulomeacutetrica do silicato maior eacute a eficiecircncia relativa
na correccedilatildeo da acidez do solo e maior eacute o fornecimento de Si para o solo
O Agrosiliacutecio apresenta melhores resultados no fornecimento de Si ao solo
seguido do Silifeacutertil e do Holcim
O periacuteodo de 30 dias em condiccedilotildees de umidade mantida agrave 80 da capacidade
de campo eacute um periacuteodo suficiente para a correccedilatildeo da acidez do solo e fornecimento de
Si pelos silicatos ao solo
34
6 REFEREcircNCIAS
ALCARDE JC PAULINO VT DERNARDIN J S Avaliaccedilatildeo da reatividade de corretivos da acidez do solo Revista Brasileira de Ciecircncia do Solo Campinas v 13 p 387-392 1989
ALCARDE JC Corretivos de acidez dos solos caracteriacutesticas e interpretaccedilotildees teacutecnicas Satildeo Paulo ANDA 1992 24p (Boletim Teacutecnico 6)
ALCARDE JC RODELLA AA Avaliaccedilatildeo quiacutemica de corretivos de acidez para fins agriacutecolas uma nova proposiccedilatildeo Scientia Agriacutecola Piracicaba v 53 n 2 ndash 3 1996
ALVAREZ V VH RIBEIRO AC Calagem In RIBEIRO AC GUIMARAtildeES PTG GUIMARAtildeES PTG ALVAREZ V VH (Ed) Recomendaccedilotildees para o uso de corretivos e fertilizantes em Minas Gerais ndash 5ordf Aproximaccedilatildeo Viccedilosa CFSEMG 1999 p 43-60
ALVAREZ V VH Correlaccedilatildeo e calibraccedilatildeo de meacutetodos de anaacutelise de solos In ALVAREZ V VH FONTES LEF FONTES MPF (Ed) O solo nos grandes domiacutenios morfoclimaacuteticos do Brasil e o desenvolvimento sustentado Viccedilosa Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo 1996 p 615-646
ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DOS PRODUTORES DE CALCAacuteRIO Calcaacuterio agriacutecola ndash Brasil consumo aparente por estado (1992 ndash 2006) Disponiacutevel em lthttpwwwcalcario-rscombrgt Acesso em 25 de novembro de 2008
BALASTRA MLFC PEREZ CM JULIANO BO VILLAREAL P Effects of siacutelica level on some properties of Oriza sativa straw and hull Canadian Journal of Botany Ottawa v 67 p 2356-2363 1989
BARBOSA FILHO MP SNYDER G H PRABHU A S DATNOFF L E KORNDOumlRFER G H Importacircncia do siliacutecio para a cultura do arroz Informaccedilotildees agronocircmicas v 89 p 1-8 2000
BELLINGIERI PA Avaliaccedilatildeo em laboratoacuterio da eficiecircncia de diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas de calcaacuterios agriacutecolas 1983 99f Tese (Doutorado) ndash Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Universidade de Satildeo Paulo Piracicaba 1983
BELLINGIERI PA ALCARDE JC amp SOUZA ECA Avaliaccedilatildeo da qualidade de calcaacuterios agriacutecolas atraveacutes do PRNT Anais da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Piracicaba v 45 n 2 p 579-588 1988
BELLINGIERI PA ALCARDE JC SOUZA ECA de Eficiecircncia relativa de diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas de calcaacuterios na neutralizaccedilatildeo da acidez dos solos avaliada em laboratoacuterio Anais da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Piracicaba v46 n2 1989 p 303-317
35
BELLINGIERI PA SOUZA ECA ALCARDE JC SHIKASHO HW Importacircncia da reatividade do calcaacuterio sobre a produccedilatildeo e algumas caracteriacutesticas da soja Scientia Agricola Piracicaba v 49 p 61-71 1992
BRASIL MAPA Laboratoacuterio Nacional de Referecircncia Vegetal Anaacutelise de corretivos fertilizantes e inoculantes Brasiacutelia 1983 104p
BRUNAUER S EMMETT P H TELLER E Adsorption of gases in multimolecular layers In Journal of the American Chemical Society New York v 60 p 309-19 1938
CATANI RA ALONSO O Avaliaccedilatildeo e exigecircncia de calcaacuterio do solo Anais da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Piracicaba v 26 p 141-156 1969
CATE R Sugestotildees para adubaccedilatildeo com base na anaacutelise de solos Raleigh North Caroline State University 1965 16p
DAYANADAM P KAUFMAN PB FRANKLIN CL Detection of siacutelica in plants American Journal of Botany Columbus v 70 p 1079-1084 1983
DEFELIPO BV BRAGA JM SPIES C Comparaccedilatildeo entre meacutetodos de determinaccedilatildeo da necessidade de calcaacuterio de solos de Minas Gerais Experientiae v 13 p 111-136 1982
EMBRAPA C N P S Manual de meacutetodos de anaacutelise de solo Rio de Janeiro 1997 212p
EPSTEIN E Silicon Annu Rev Plant Physiol Plant Molec Biol Palo Alto v 50 1999 p 641 - 664
FERREIRA DF SISVAR versatildeo 43 (Build 41) Lavras UFLADEX 1999 4 disquetes
FURTINI NETO A VALE FR RESENDE A V GUILHERME L R G GUEDES G A A Fertilidade do solo Lavras UFLAFAEPE 2001 252p
GASCHO G J Silicon sources for agriculture In DATNOFF L E SNYDER G H KORNDOumlRFER G H (Ed) Silicon in agriculture Amsterdan Elsevier 2001 cap 12 p 197-207
KAMINSKI J RHEINHEIMER DS A acidez do solo e a nutriccedilatildeo mineral de plantas In KAMINSKI J (Ed) Uso de corretivos da acidez do solo no plantio direto Pelotas SBCSNRS 2000 cap2 p 21 - 39
KORNDOumlRFER G H Elementos beneacuteficos In FERNANDES M S Nutriccedilatildeo mineral de plantas Viccedilosa Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo 2006 432p
36
KORNDOumlRFER G H DATNOFF L E Adubaccedilatildeo com siliacutecio uma alternativa no controle de doenccedilas da cana-de-accediluacutecar e do arroz Informaccedilotildees Agronocircmicas Piracicaba v 70 p 1-5 1995
KORNDOumlRFER G H PEREIRA H S CAMARGO M S Silicatos de caacutelcio e magneacutesio na agricultura 3 ed Uberlacircndia 2004 28 p (Boletim Teacutecnico n1)
KORNDOumlRFER G H PEREIRA H S NOLLA A Anaacutelise de siliacutecio solo planta e fertilizante 1 ed Uberlacircndia 2004 50 p (Boletim Teacutecnico n2)
KORNDOumlRFER G H PEREIRA H S CAMARGO M S Silicatos de caacutelcio e magneacutesio na agricultura 2 ed Uberlacircndia 2003 15 p (Boletim Teacutecnico n1)
KORNDOumlRFER G H PEREIRA H S CAMARGO M S Papel do siliacutecio na produccedilatildeo de cana-de-accediluacutecar STAB v 21 n 2 2002 4 p
KORNDOumlRFER G H LEPSCH I Effect of silicon on plant growth and crop yeld In DATNOFF L E SNYDER G H KORNDOumlRFER G H (Ed) Silicon in agriculture Amsterdan Elsevier 2001 p 133 ndash 147
KURIHARA CH MAEDA S HERNANI LC SILVA WM Eficiecircncia relativa de fraccedilotildees granulomeacutetricas de calcaacuterios sul-mato-grossenses Pesquisa Agropecuaacuteria Brasileira Brasiacutelia v34 n 8 p 1443 - 1449 1999
LOPES A S SILVA MC GUILHERME L R G Acidez do solo e calagem 3 ed Satildeo Paulo ANDA 1990 22 p (Boletim Teacutecnico 1)
LOPES A S Manual de fertilidade do solo Satildeo Paulo ANDAPOTAFOacuteS 1989 153p
MA JF TAKAHASHI E Soil fertilizer and plant silicon research in Japan Amosterdan Elsevier Science 2002 281 p
MALAVOLTA E Manual de quiacutemica agriacutecola adubos e adubaccedilatildeo Satildeo Paulo Agronocircmica Ceres 1981 608 p
MARSCHNER H Mineral nutrition of higher plants 2 ed LondresAcademic Press 1995 889p
MCKEAGUE J A CLINE M G Silica in soils Advances in Agronomy New York v 15n 3 p 339-397 1963
MEURER E J Fundamentos de quiacutemica do solo 3 ed Porto Alegre Evangraf 2006 285p
MIYAKE Y TAKAHASHI E Effect of silicon on the growth of cucumber plant in soil culture Soil Science Plant Nutrition Tokyo v 29 p 463-471 1983
37
NOVAIS R F BARROS N F LEITE F P TEIXEIRA J L LEAL P G L Eficiecircncia agronocircmica de escoacuterias de siderurgia Pains Viccedilosa Universidade Federal de Viccedilosa 1993
OLIVEIRA AC HAHNE H BARROS NF MORAIS EJ Uso de escoacuteria de alto forno como fonte de nutrientes na adubaccedilatildeo florestal In GUERRINI IA BELLOTE AFJ BUumlLL LT (Ed) Seminaacuterio sobre uso de resiacuteduos florestais e urbanos em florestas Botucatu Fundaccedilatildeo de Estudos e Pesquisas Agriacutecolas e Florestais 1994 p 77-96
PEREIRA HS KORNDOumlRFER GH VIDAL AA CAMARGO MS Silicon sources for rice crop Scientia Agriacutecola Piracicaba v 61 p 522-528 2004
PLESE L P M Efeito da umidade do solo na reatividade das fraccedilotildees granulomeacutetricas de um calcaacuterio 2000 49f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) ndash Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Universidade de Satildeo Paulo Piracicaba 2000
PRADO R M FERNANDES F M NATALE W Uso de escoacuteria de siderurgia no Brasil estudos na cultura da cana-de-accediluacutecar Jaboticabal Funep 2001 67p
PROGRAMA INTERLABORATORIAL DE CONTROLE DE QUALIDADE DE ANAacuteLISE DE SOLO Manual do laboratorista 2005 33p
RAIJ BV Avaliaccedilatildeo da fertilidade do solo Piracicaba Associaccedilatildeo Brasileira para Pesquisa da Potassa e do Fosfato 1981 142p
RAIJ B V CANTARELLA H QUAGGIO J A FURLANI A M C Recomendaccedilatildeo de adubaccedilatildeo e calagem para o estado de Satildeo Paulo Campinas IAC 1996 285p (IAC Boletim 100)
SCOTT AJ KNOTT MA A cluster analysis method for grouping means in the analysis of variance Biometrics Washington v 30 n 2 1974 p 507-512
SHOEMAKER HE MCCLEAN E PRATT PF Buffer methods for determining lime requirements of soil with appreciable amounts of extractable aluminium Soil Sci Soc Am Proc Madison v 25 p 274-277 1961
SOUSA D M G MIRANDA L N OLIVEIRA S A Acidez do solo e sua correccedilatildeo In NOVAIS R F ALVAREZ V V H BARROS N F FONTES R L F CANTARUTTI R B NEVES J C L Fertilidade do solo Viccedilosa Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo 2007 p 205 ndash 274
SOUSA D M G LOBATO E Cerrado correccedilatildeo do solo e adubaccedilatildeo Brasiacutelia Embrapa Informaccedilatildeo Tecnoloacutegica 2004 416p
VERAS M C M VIEIRA W TEIXEIRA L S M ALCARDE J C OLIVEIRA L B Manual de meacutetodos analiacuteticos oficiais para fertilizantes minerais orgacircnicos organominerais e corretivos 1 ed Brasiacutelia MAPA 2007 v 1
38
WERNER D ROTH R Siacutelica metabolism In LAUCHILI A BIELESKI RL (Ed) Encyclopedia of plant physiology New Series Berlin Springer-Velag 1983 v 15B p 682-694
- Parte inicial dissertaccedilatildeopdf
- RESUMOpdf
- Corpo da dissertaccedilatildeopdf
-
8
Dentre os silicatos as fontes mais abundantes e baratas satildeo as escoacuterias
sideruacutergicas originadas do processamento em altas temperaturas geralmente acima de
1400 ordmC da reaccedilatildeo do calcaacuterio com a siacutelica presente no mineacuterio de ferro
(KORNDOumlRFER et al 2003)
As principais caracteriacutesticas que devem ser avaliadas na escolha de uma fonte de
siliacutecio para a agricultura satildeo solubilidade disponibilidade as propriedades fiacutesicas a
concentraccedilatildeo de elementos contaminantes e a relaccedilatildeo custo benefiacutecio (GASCHO
2001)
25 Efeitos do Si na agricultura
A utilizaccedilatildeo de macronutrientes nitrogecircnio (N) foacutesforo (P) potaacutessio (K) caacutelcio
(Ca) magneacutesio (Mg) e enxofre (S) e de micronutrientes boro (B) cloro (Cl) cobre
(Cu) ferro (Fe) manganecircs (Mn) molibdecircnio (Mo) niacutequel (Ni) e zinco (Zn) eacute
considerada como essencial para se alcanccedilar resultados satisfatoacuterios na produccedilatildeo
agriacutecola Poreacutem em determinadas condiccedilotildees de solo e cultivo existem elementos
chamados de natildeo-essenciais como o siliacutecio (Si) que pode promover diversos processos
fisioloacutegicos desejaacuteveis para as plantas e por consequecircncia aumentar a produtividade
(KORNDOumlRFER LEPSCH 2001)
A comprovaccedilatildeo da essencialidade do siliacutecio eacute muito difiacutecil de ser obtida devido
a sua abundacircncia na biosfera Estaacute presente em quantidades significativas mesmo em
sais aacutegua e ar (WERNER ROTH 1983)
As plantas absorvem siliacutecio diretamente da soluccedilatildeo do solo sendo este
transportado ateacute as raiacutezes principalmente via fluxo de massa (DAYANADAM et al
1983)
Balastra e colaboradores (1989) relatam que o Si apoacutes absorvido eacute transportado
pelo xilema e depositado na parede celular na forma de siacutelica amorfa hidratada ou opala
biogecircnica (SiO2nH2O) Uma vez alocado o Si torna-se imoacutevel e natildeo mais se redistribui
na planta
Marschner (1995) classifica as plantas de acordo com o seu teor de SiO2 na
mateacuteria seca da parte aeacuterea em trecircs grupos I ) acumuladoras com teores de Si de 10 a
15 II) intermediaacuterias com teores de Si de 1 a 3 III) natildeo acumuladoras com teores
na ordem de 05 Myake e Takahashi (1983) relatam que as gramiacuteneas satildeo
9
acumuladoras tiacutepicas reduzindo de forma raacutepida a concentraccedilatildeo de Si na soluccedilatildeo do
solo
Entre as plantas que mais extraem Si destacam-se o arroz e a cana-de-accediluacutecar
Ma e Takahashi (2002) relatam que as plantas de arroz possuem mecanismos
especiacuteficos de absorccedilatildeo de Si em que as proteiacutenas de membranas satildeo produzidas por
expressatildeo do gene especiacutefico Uma seacuterie de autores demonstram que o siliacutecio reduz a
severidade de vaacuterias doenccedilas de importacircncia econocircmica na cultura do arroz tais como a
brusone mancha parda escaldadura entre outras (KORNDOumlRFER DATNOFF 1995)
Natildeo apenas na reduccedilatildeo da severidade de doenccedilas como tambeacutem na reduccedilatildeo do
ataque de pragas pode-se observar grandes efeitos da aplicaccedilatildeo de Si Yoshida (1975)
citado por Barbosa Filho e colaboradores (2000) relata que a silicificaccedilatildeo da epiderme
previne a penetraccedilatildeo e a mastigaccedilatildeo pelos insetos porque as ceacutelulas ficam mais
endurecidas Segundo revisatildeo feita pelos mesmos autores diversos insetos sofreram
impactos com a aplicaccedilatildeo de Si como larvas da broca de colo trips e cigarrinha parda
que respectivamente tiveram mandiacutebulas danificadas inibiccedilatildeo na atividade e reduccedilatildeo
da populaccedilatildeo
O siliacutecio aparece na cana-de-accediluacutecar em altas concentraccedilotildees podendo variar
desde 014 em folhas jovens ateacute 67 nos colmos e folhas velhas No Havaiacute as folhas
contendo menos de 05 de siliacutecio satildeo frequentemente afetadas por um sintoma
denominado freckling A causa deste sintoma eacute ainda bastante controvertida poreacutem a
maioria dos pesquisadores atribuem agrave falta de Si e a desequiliacutebrios nutricionais O
aparecimento da ferrugem na cana-de-accediluacutecar (Puccinia melanocephala) pode estar
relacionado com o referido sintoma O sintoma eacute mais severo nas folhas mais velhas e a
aacuterea fotossinteacutetica eacute normalmente fortemente atingida (KORNDOumlRFER DATNOFF
1995)
Natildeo apenas em relaccedilatildeo aos fitopatoacutegenos mas quanto ao ataque de pragas
principalmente a broca do colmo e cigarrinha poderiam ser diminuiacutedas nas cultivares
acumuladoras de Si Outros efeitos do Si na cana-de-accediluacutecar estatildeo relacionados agrave maior
resistecircncia ao acamamento e alteraccedilotildees na arquitetura da planta deixando as folhas mais
eretas e em consequecircncia disso mais eficientes quanto agrave capacidade de aproveitamento
da luz solar e de realizaccedilatildeo da fotossiacutentese (KORNDOumlRFER et al 2002)
10
3 MATERIAL E MEacuteTODOS
31 Local do experimento
O experimento foi desenvolvido na Central de Fertilidade do Solo da
Faculdade de Ciecircncias Agraacuterias do Centro Universitaacuterio de Patos de Minas (UNIPAM)
no municiacutepio de Patos de Minas ndash MG onde os solos foram armazenados durante o
periacuteodo de incubaccedilatildeo de 30 e 90 dias de 8 de julho agrave 6 de outubro de 2008
32 Solos utilizados nas unidades experimentais
O experimento foi realizado em quatro classes de solo de diferentes texturas
sendo arenoso meacutedio argiloso e muito argiloso Os solos foram coletados do horizonte
B para natildeo haver interferecircncia da mateacuteria orgacircnica e posteriormente foram secos ao ar
ateacute atingirem massa constante Em seguida peneirados em malha de 2 mm e realizada a
anaacutelise quiacutemica e fiacutesica seguindo a metodologia descrita pelo Programa
Interlaboratorial de controle de qualidade de anaacutelise de solo (2005) exceto para o teor
de Si no solo que seguiu a metodologia descrita por Korndoumlrfer et al (2004) Os
resultados satildeo apresentados na Tabela 1
11
Tabela 1 Caracterizaccedilatildeo quiacutemica e fiacutesica dos solos utilizados no experimento
SOLOS Atributo Unidade Muito
argiloso Argiloso Meacutedio Arenoso
Latossolo Vermelho Acifeacuterrico
Tiacutepico
Latossolo Vermelho Perfeacuterrico
Tiacutepico
Latossolo Vermelho
Distrofeacuterrico Tiacutepico
Latossolo Amarelo
Distroacutefico Psamiacutetico
Si mg dm-3 59 50 87 29
P (Mehlich 1) mg dm-3 00 07 10 01
K mg dm-3 364 40 226 89
Ca cmolc dm-3
02 02 04 02
Mg cmolc dm-3
06 02 05 01
H + Al cmolc dm-3
37 60 39 34
pH (em H2O)
51 53 47 45
Al cmolc dm-3
01 01 04 05
CTC (e) cmolc dm-3
09 05 14 08
CTC (T) cmolc dm-3
46 64 49 37
SB cmolc dm-3
08 04 10 03
V 185 64 200 82
Cu mg dm-3 02 13 09 03
Zn mg dm-3 01 01 01 01
Argila 74 45 30 14
Silte 12 36 16 1
Areia 14 19 54 85
Metodologia P K Cu Zn (Mehlich 1 HCl 005 M + H2SO4 00125 M) Ca Mg Al (KCl 1 M) H+Al (soluccedilatildeo tampatildeo ndash SMP a pH 75) pH (em aacutegua) anaacutelise textural (meacutetodo da pipeta)
Realizou-se a determinaccedilatildeo da densidade das amostras dos quatro solos (Tabela
2) pelo meacutetodo da proveta descrita pela Embrapa (1997) Este meacutetodo eacute uma
alternativa para experimentos em vasos onde amostras de solo satildeo desagregadas para
preencher os vasos compondo a unidade experimental
12
Tabela 2 Densidade das amostras dos solos utilizados no experimento
Solos Densidade
g cm-3
Muito Argiloso 096
Argiloso 130
Meacutedio 125
Arenoso 135
Com os resultados da anaacutelise quiacutemica dos solos foi determinada a necessidade
de calagem pelo meacutetodo da saturaccedilatildeo por bases descrito por Raij e colaboradores
(1996) com o objetivo de elevaacute-la agrave 60 (Tabela 3)
Tabela 3 Necessidade de calagem em equivalente de CaCO3 com 100 de PRNT para amostras dos solos utilizados no experimento considerando as respectivas densidades das amostras dos solos
Solos Unidade
Muito Argiloso Argiloso Meacutedio Arenoso
Mg ha-1 189 343 056 191
mg vaso-1 27114 66795 10587 38735
33 Corretivos utilizados
Foram utilizadas trecircs fontes de silicatos originados de diferentes escoacuterias de
siderurgia sendo estes Agrosiliacutecio Silifeacutertil e Holcim por serem os mais
representativos quanto ao uso na agricultura como corretivos agriacutecolas Estes foram
comparados com um calcaacuterio comercial de origem sedimentar e com o carbonato de
caacutelcio pa padratildeo para estudos de eficiecircncia relativa de corretivos (Tabela 4)
Tabela 4 Teores de caacutelcio magneacutesio e siliacutecio dos corretivos utilizados
Corretivo CaO () MgO () SiO2 ()
Agrosiliacutecio 39 10 23
Silifeacutertil 38 8 22
Holcim 25 7 43
Calcaacuterio 30 20 0
Carbonato de caacutelcio 56 0 0
13
Para a caracterizaccedilatildeo dos corretivos quanto a sua superfiacutecie especiacutefica foi
realizada a anaacutelise da superfiacutecie especiacutefica pela equipe do Laboratoacuterio de
Hidrometalurgia da Universidade Federal de Ouro Preto utilizando-se o meacutetodo de
determinaccedilatildeo por gases descrito por Brunauer e colaboradores (1938) (Tabela 5)
Tabela 5 Superfiacutecie especifica e volume total de poros dos corretivos de acidez do solo
Corretivo Superfiacutecie Especiacutefica Volume total de poros
m2 g-1 cm3 g-1
Agrosiliacutecio 1175 00482
Silifeacutertil 066 00023
Holcim 038 00006
Calcaacuterio 091 00039
Fonte Universidade Federal de Ouro Preto (Laboratoacuterio de Hidrometalurgia)
Todos os corretivos foram submetidos agrave uniformizaccedilatildeo de umidade atraveacutes de
secagem em estufa com circulaccedilatildeo forccedilada de ar a 105 ordmC por um periacuteodo de setenta e
duas horas
Apoacutes esta etapa os silicatos foram submetidos agrave separaccedilatildeo nas seguintes
fraccedilotildees granulomeacutetricas atraveacutes de agitador mecacircnico por 5 minutos seguindo a
metodologia oficial (Veras et al 2007) fracionando os corretivos nas seguintes classes
partiacuteculas maiores que 200 mm (fraccedilatildeo do corretivo retido na peneira ABNT 10 ndash 10
mesh) partiacuteculas entre 084 e 200 mm (fraccedilatildeo do corretivo passante na peneira ABNT
10 e retido na peneira ABNT 20 ndash 20 mesh) partiacuteculas entre 030 e 084 (fraccedilatildeo do
corretivo passante na peneira ABNT 20 e retido na peneira ABNT 50 ndash 50 mesh) e
partiacuteculas com dimensatildeo inferior agrave 030 mm (fraccedilatildeo do corretivo passante na peneira
ABNT 50) (Figura 1)
14
(a) (b)
Figura 1 Mesa agitadora (a) e peneiras utilizadas para a separaccedilatildeo dos corretivos nas diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas (b)
A definiccedilatildeo das fraccedilotildees granulomeacutetricas avaliadas acompanhou os criteacuterios
atualmente adotados na legislaccedilatildeo para calcaacuterio aleacutem do fato de natildeo se justificar o uso
de silicatos em fraccedilatildeo granulomeacutetrica mais fina do que as jaacute comumente utilizadas para
calcaacuterio em funccedilatildeo da maior abrasividade das escoacuterias de siderurgia (PRADO et al
2001) o que tecnicamente dificulta a accedilatildeo dos moinhos brasileiros tornando a moagem
para a obtenccedilatildeo de partiacuteculas muito finas economicamente inviaacutevel
Apoacutes a separaccedilatildeo das fraccedilotildees granulomeacutetricas os corretivos foram submetidos
agrave determinaccedilatildeo do poder de neutralizaccedilatildeo (PN) pelo meacutetodo da titulaccedilatildeo que consiste
em colocar em contato uma massa conhecida do corretivo com uma quantidade
conhecida e em excesso de aacutecido padronizado fazendo com que o corretivo neutralize
uma parte do aacutecido O excesso de aacutecido eacute quantificado por alcalimetria obtendo-se
indiretamente a quantidade de aacutecido que foi neutralizado pelo corretivo seguindo o
procedimento descrito a seguir (BRASIL 1983)
Pesou-se 1000 g da amostra secada moiacuteda e passada em peneira de 03 mm
dos corretivos (Figura 2 a) e transferiu-se o material para erlenmeyer de 250 mL no
qual adicionou-se 50 mL da soluccedilatildeo de HCl 05 M padronizada O erlenmeyer foi
coberto com vidro de reloacutegio e a soluccedilatildeo foi fervida suavemente por 5 minutos (Figura
2 b) Apoacutes esta etapa a soluccedilatildeo foi esfriada transferida para balatildeo de 100 mL que teve
seu volume completado com aacutegua destilada e deixou-se decantar (Figura 2 c) Pipetou-
se 50 mL da soluccedilatildeo que foi transferida para erlenmeyer de 125 mL no qual se
acrescentou trecircs gotas de soluccedilatildeo de fenolftaleina (indicador) A soluccedilatildeo aacutecida foi
titulada com soluccedilatildeo padronizada de NaOH 025 M ateacute o aparecimento de uma leve cor
rosada do indicador (Figura 2 d) anotou-se o volume gasto e a partir deste valor
15
calculou-se o poder de neutralizaccedilatildeo do corretivo em de CaCO3 equivalente pela
expressatildeo
PN = 10 (25M1-V2M2) onde G
M1 = concentraccedilatildeo molar da soluccedilatildeo de HCl
V2 = volume em mL da soluccedilatildeo de NaOH gasto na titulaccedilatildeo
M2 = concentraccedilatildeo molar da soluccedilatildeo de NaOH
G = massa inicial da amostra em gramas
(a) (b)
(c) (d)
Figura 2 Ilustraccedilotildees dos processos laboratoriais para determinaccedilatildeo do PN em amostras
dos materiais corretivos desde a pesagem (a) a fervura da soluccedilatildeo contendo a amostra
do corretivo e HCl (b) a soluccedilatildeo transferida para balatildeo volumeacutetrico de 100 mL em
descanso para decantaccedilatildeo (c) e a titulaccedilatildeo ateacute o aparecimento da coloraccedilatildeo rosada (d)
Para os silicatos em funccedilatildeo de sua constituiccedilatildeo quiacutemica a visualizaccedilatildeo da
coloraccedilatildeo rosada foi dificultada pelo escurecimento da soluccedilatildeo (coloraccedilatildeo esverdeada)
sendo necessaacuteria a utilizaccedilatildeo do meacutetodo potenciomeacutetrico em que o excesso de HCl da
soluccedilatildeo eacute neutralizado por NaOH ateacute atingir pH 70
Foram encontrados valores distintos de poder de neutralizaccedilatildeo para cada um dos
corretivos (Tabela 6)
16
Tabela 6 Poder de neutralizaccedilatildeo dos materiais corretivos de acidez do solo utilizados
no experimento
Corretivos Poder de Neutralizaccedilatildeo ()
Agrosiliacutecio 859
Silifeacutertil 778
Holcim 740
Calcaacuterio 1131
CaCO3 1041
Com base nos valores do poder de neutralizaccedilatildeo encontrados para cada um dos
corretivos e de acordo com as necessidades de calagem encontrados para cada solo
foram calculadas as doses de cada corretivo a serem aplicadas nos vasos preenchidos
com 300 g de amostras dos solos (Tabela 7)
Tabela 7 Quantidade de corretivo calculada para atingir 60 de saturaccedilatildeo por bases
para cada um dos solos experimentais
SOLOS
Corretivos
Muito Argiloso
Argiloso Meacutedia Arenoso
---------------------------------- mg por vaso ------------------------------------
Agrosiliacutecio 3189 7775 1232 4509
Silifeacutertil 3487 8589 1361 4981
Holcim 3666 9031 1431 5239
Calcaacuterio 2397 5906 936 3425
CaCO3 2605 6416 1012 3721
Em funccedilatildeo da dose dos corretivos utilizados em cada solo (Tabela 5) e da
concentraccedilatildeo de SiO2 em cada um dos silicatos foram calculadas as doses de Si
fornecidas por cada silicato para o respectivo solo (Tabela 8)
17
Tabela 8 Dose de Si fornecida por cada um dos silicatos em cada solo experimental SOLOS
Corretivos Concentraccedilatildeo
de Si Muito Argiloso
Argiloso Meacutedia Arenoso
--------------------------- mg por vaso -----------------------
Agrosiliacutecio
107 341 832 132 482
Silifeacutertil 103 359 885 140 513 Holcim 203 744 1833 290 1064
34 Tratamentos e delineamento experimental
Foram conduzidos quatro experimentos sendo cada um em uma classe
textural de solo em delineamento inteiramente casualizado A anaacutelise de variacircncia foi
baseada num arranjo fatorial 4x4 com quatro corretivos de acidez (trecircs silicatos de
caacutelcio Agrosiliacutecio Silifeacutertil e Holcim e um calcaacuterio) e quatro fraccedilotildees granulomeacutetricas
(entre 5 e 10 mesh partiacuteculas entre 2 e 4 mm entre 10 e 20 mesh partiacuteculas entre 084
e 2 mm entre 20 e 50 mesh partiacuteculas entre 03 e 084 mm e maior que 50 mesh
partiacuteculas menores que 03 mm) com quatro repeticcedilotildees
Aleacutem dos tratamentos acima foi realizada a incubaccedilatildeo com CaCO3 (reagente
pa) corretivo padratildeo para comparaccedilatildeo da eficiecircncia relativa na correccedilatildeo da acidez do
solo sendo este utilizado em cinco diferentes doses testemunha 50 100 150 e
200 em relaccedilatildeo agrave dose recomendada para a correccedilatildeo da acidez do solo para atingir
60 de saturaccedilatildeo por bases (Tabela 3)
34 Conduccedilatildeo do experimento
As parcelas experimentais constituiacuteram-se de recipientes plaacutesticos de 500 mL
nos quais foram adicionados 300 g de solo e as devidas quantidades dos corretivos que
posteriormente foram incubados em recipientes abertos por trinta e noventa dias em
laboratoacuterio sem exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo solar direta e a intensas variaccedilotildees de temperatura
(Figura 3 a b)
Durante o periacuteodo de incubaccedilatildeo os solos foram irrigados com aacutegua destilada
para a manutenccedilatildeo da umidade a 80 da capacidade de campo (Figura 3 c)
Apoacutes 30 e 90 dias de incubaccedilatildeo fraccedilotildees de 50 g de cada uma das amostras
foram retiradas e colocadas para secar ao ar (Figura 3 d)
18
(a) (b)
(c) (d)
Figura 3 Pesagem dos corretivos (a) adiccedilatildeo dos corretivos nos recipientes plaacutesticos
contendo as amostras dos solos (b) irrigaccedilatildeo das amostras dos solos (c) e incubaccedilatildeo em
laboratoacuterio por 30 e 90 dias (d)
35 Determinaccedilatildeo do pH do solo apoacutes a incubaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo da eficiecircncia relativa
Para a caracterizaccedilatildeo da correccedilatildeo da acidez do solo foi determinado o pH em
CaCl2 em cada unidade experimental Esta variaacutevel de cada fraccedilatildeo granulomeacutetrica dos
silicatos de caacutelcio foi confrontada com os valores obtidos atraveacutes da curva de incubaccedilatildeo
do CaCO3 (reagente pa)
A anaacutelise do pH foi realizada seguindo a metodologia descrita pelo Programa
Interlaboratorial de controle de qualidade de anaacutelise de solo (2005) em que se colocou
10 cm3 de TFSA num frasco de 50 mL e adicionou-se 25 mL de CaCl2 2H2O 001 M
(1469 g L-1) deixando em contato por quinze minutos Posteriormente agitou-se a
amostra em agitador horizontal por dez minutos a 200 rpm Apoacutes esta etapa a soluccedilatildeo
foi mantida em repouso por sessenta minutos Na sequecircncia sem agitar novamente a
amostra foi realizada a leitura em potenciocircmetro devidamente calibrado com soluccedilotildees-
padratildeo de pH 40 e 70
Os valores de pH obtidos por cada fraccedilatildeo granulomeacutetrica de cada um dos
corretivos foram confrontados com os valores de pH obtidos na curva de incubaccedilatildeo de
CaCO3 obtendo-se os valores de equivalente em CaCO3 aos 90 dias
19
Os valores de eficiecircncia relativa foram ajustados em relaccedilatildeo aos resultados
obtidos por cada corretivo na fraccedilatildeo granulomeacutetrica inferior agrave 03 mm (gt 50 mesh)
atribuindo-se a esta fraccedilatildeo mais fina o iacutendice de 100 seguindo a metodologia adotada
por Bellingieri (1983)
36 Avaliaccedilatildeo do teor de Si no solo apoacutes a incubaccedilatildeo
Para a avaliaccedilatildeo do teor de Si no solo disponibilizado por cada uma das fontes
nas fraccedilotildees granulomeacutetricas foram realizadas as anaacutelises no Laboratoacuterio de Anaacutelise de
Fertilizantes da Universidade Federal de Uberlacircndia utilizando o extrator cloreto de
caacutelcio 001 M de acordo com a metodologia descrita por Korndoumlrfer e colaboradores
(2004) em que apoacutes o contato de 10 g da amostra do solo com 100 mL da soluccedilatildeo
extratora os mesmos foram submetidos a um agitador horizontal orbital por 1 hora na
frequumlecircncia de 50 rpm Apoacutes este procedimento as amostras ficaram em repouso por 15
minutos para decantar e a suspensatildeo foi filtrada e ficando sob novo repouso por 12
horas Entatildeo pipetou-se 10 mL do extrato de cada amostra acrescentando-se 1 mL de
soluccedilatildeo sulfo-moliacutebdica Decorridos 10 minutos acrescentou-se 2 mL de soluccedilatildeo de
aacutecido tartaacuterico 200 mg L-1 e apoacutes 5 minutos adicionou-se 10 mL da soluccedilatildeo de aacutecido
ascoacuterbico Apoacutes 1 hora foi realizada a leitura em espectofotocircmetro UV-visiacutevel no
comprimento de onda de 660 nanocircmetros Em funccedilatildeo do fator de diluiccedilatildeo o valor de
leitura foi multiplicado por 10 para se chegar no teor de Si do solo em mg dm-3
37 Anaacutelise estatiacutestica
Os resultados referentes ao pH em CaCl2 encontrados em funccedilatildeo das doses de
CaCO3 foram submetidos agrave anaacutelise de variacircncia e posterior ajuste ao modelo de
regressatildeo mais adequado para cada solo dentro dos dois periacuteodos de incubaccedilatildeo
utilizando o software estatiacutestico Sisvar desenvolvido por Ferreira (1999)
Os dados referentes ao pH em CaCl2 e ao teor de Si no solo encontrados em
funccedilatildeo dos corretivos (silicatos e calcaacuterio) em cada fraccedilatildeo granulomeacutetrica foram
submetidos agrave anaacutelise de variacircncia e suas meacutedias foram comparadas pelo teste de Scott-
Knott (1974) a 5 de probabilidade quanto agrave variaccedilatildeo dos corretivos dentro de cada
fraccedilatildeo granulomeacutetrica e quanto agrave variaccedilatildeo das fraccedilotildees granulomeacutetricas dentro dos
corretivos
20
4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
41 Variaccedilotildees no pH aos 30 dias de incubaccedilatildeo
Em relaccedilatildeo agrave variaacutevel pH em CaCl2 houve efeito significativo das doses de
CaCO3 para os quatro solos analisados o que possibilitou o ajuste de modelos de
regressatildeo (Figura 4)
Para os valores de pH em CaCl2 em funccedilatildeo do corretivo e fraccedilatildeo granulomeacutetrica
utilizados a anaacutelise de variacircncia tambeacutem permitiu constatar efeito significativo
inclusive para a interaccedilatildeo entre estes fatores (Tabela 9) Em geral quanto menor a
fraccedilatildeo granulomeacutetrica maior o pH do solo resultado este que concorda com o trabalho
realizado anteriormente por Alcarde e colaboradores (1989)
Novais e colaboradores (1993) tambeacutem descreveram que a granulometria mais
fina das escoacuterias de siderurgia permitiu maior reatividade tanto em solos arenosos
quanto em solos argilosos
(a)
y = -03764x2 + 13644x + 49458
R2 = 099
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(b)
y = -07093x2 + 24251x + 50564
R2 = 097
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(c)
y = 0492x + 3941
R2 = 094
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(d)
y = -1075x2 + 37825x + 39585
R2 = 099
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalnete CaCO3
pH e
m C
aCl 2
Significativo a 5 de probabilidade pelo teste f Figura 4 Valores do pH em CaCl2 em funccedilatildeo da dose equivalente de CaCO3 aplicada ao solo apoacutes 30 dias de incubaccedilatildeo nos solos muito argiloso (a) argiloso (b) meacutedio (c) arenoso (d)
21
Para os solos muito argiloso argiloso e arenoso pode-se observar que com as
doses de CaCO3 dentro do limite de 0 a 200 em relaccedilatildeo agrave recomendaccedilatildeo para atingir
60 de saturaccedilatildeo por bases o pH em CaCl2 aumentou significativamente de maneira
quadraacutetica Entretanto observou-se para o solo de textura meacutedia um ajuste linear Este
efeito pode ser atribuiacutedo ao fato das doses do corretivo utilizado natildeo terem sido
suficientes para atingir a faixa de estabilidade
Atraveacutes da amplitude de variaccedilatildeo nos valores de pH em funccedilatildeo do acreacutescimo
nas doses de CaCO3 pode-se observar o maior efeito tampatildeo dos solos muito argiloso e
argiloso em relaccedilatildeo ao solo arenoso e de textura meacutedia informaccedilatildeo esta que corrobora
aos relatos de Furtini e colaboradores (2001) O poder tampatildeo do solo eacute a resistecircncia
que o solo oferece a mudanccedila de pH Sousa e colaboradores (2007) exemplificando a
proporcionalidade dos diferentes tipos de acidez do solo relatam que a quantidade de
calcaacuterio necessaacuteria para neutralizar a acidez ativa pode chegar a quatorze mil setecentos
e vinte e trecircs vezes menor do que o necessaacuterio para a correccedilatildeo da acidez potencial do
solo o que evidencia a importacircncia do conhecimento do poder tampatildeo do solo para se
determinar a dose do corretivo
Pode-se observar que os resultados de pH em CaCl2 em funccedilatildeo dos corretivos e
das fraccedilotildees granulomeacutetricas para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso
submetidos a 30 dias de incubaccedilatildeo ocorreram de forma que quanto menor a
granulometria do corretivo maior foi o aumento no valor de pH encontrado nos solos
(Tabela 9)
22
Tabela 9 Valores de pH em CaCl2 em funccedilatildeo do corretivo de solo utilizado na dose
referente agrave elevaccedilatildeo da saturaccedilatildeo por bases para 60 e da fraccedilatildeo granulomeacutetrica apoacutes
30 dias de incubaccedilatildeo para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso
Peneira ABNT (mesh) Corretivo
5 - 10 10 - 20 20 ndash 50 gt 50 Meacutedia Solo muito argiloso
Agrosiliacutecio 51
Ac
51
Ac
57
Ab
59
Aa
55 Silifeacutertil 49
Ad
53
Ac
56
Ab
60
Aa
54 Holcim 50
Ab
49
Bb
49
Cb
53
Ca
50 Calcaacuterio 49
Ac
50
Bc
54
Bb
57
Ba
53 Meacutedia 50
51
54
57
53 Solo argiloso
Agrosiliacutecio
51
Ac
53
Ac
61
Ab
65
Aa
57 Silifeacutertil 53
Ac
52
Ac
59
Ab
66
Aa
57 Holcim 51
Ab
51
Ab
51
Cb
55
Ba
52 Calcaacuterio 51
Ac
52
Ac
56
Bb
65
Aa
56
51
52
56
63
56 Solo meacutedio
Agrosiliacutecio
40
Ac
41
Ac
41
Ab
43
Aa
41 Silifeacutertil 40
Ab
40
Ab
41
Aa
42
Ca
41 Holcim 40
Ab
40
Ab
40
Bb
41
Ca
40 Calcaacuterio 40
Ab
41
Ab
41
Bb
42
Ba
41 Meacutedia 40
40
41
42
41 Solo arenoso
Agrosiliacutecio
40
Ac
43
Ac
55
Ab
63
Aa
50 Silifeacutertil 40
Ac
42
Ac
52
Bb
65
Aa
50 Holcim 40
Ab
41
Ab
42
Cb
50
Ba
43 Calcaacuterio 40
Ac
40
Ac
50
Bb
63
Aa
48 Meacutedia 40
42
49
60
48 Letras maiuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na coluna e letras minuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na linha (Scott-Knott a 5)
No solo muito argiloso o Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil proporcionaram a maior
elevaccedilatildeo do pH do solo em relaccedilatildeo aos demais corretivos em todas as faixas
granulomeacutetricas passantes na peneira de 10 mesh ou seja quando a granulometria foi
inferior a 2 mm em fraccedilotildees maiores que esta o efeito do corretivo foi muito pequeno
natildeo havendo diferenccedila entre os corretivos (Tabela 9)
Para os demais solos os corretivos natildeo apresentaram diferenccedilas quanto ao
aumento provocado no pH do solo quando aplicados em granulometria acima de 084
mm ou seja produtos retidos na peneira de 10 mesh Para as granulometrias mais finas
23
os corretivos apresentaram diferenccedilas no aumento do pH ficando os solos que
receberam o silicato Holcim com os menores valores
De maneira geral para as granulometrias mais finas inferior a 084 mm
(passantes na peneira de 20 mesh) o Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil proporcionaram os
maiores incrementos em pH exceto para o produto mais fino gt 50 mesh no solo de
textura meacutedia e para o produto de granulometria entre 03 e 084 mm (ABNT 20 ndash 50)
no solo arenoso em que o Agrosiliacutecio obteve os melhores resultados (Tabela 9)
42 Variaccedilotildees no pH equivalente em CaCO3 e eficiecircncia relativa dos corretivos aos
90 dias de incubaccedilatildeo
Houve efeito significativo das doses de CaCO3 nos valores de pH em CaCl2 para
os quatro solos analisados o que possibilitou o ajuste de modelos polinomiais (Figura
5)
(a)
y = -01466x2 + 09457x + 49792
R2 = 085
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(b)
y = -05821x2 + 21998x + 49789
R2 = 098
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(c)
y = 04565x + 39275
R2 = 091
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(d)
y = -0865x2 + 34185x + 39925
R2 = 098
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
Significativo a 5 de probabilidade pelo teste f
Figura 5 Valores do pH em CaCl2 em funccedilatildeo da dose equivalente de CaCO3 aplicada ao solo apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo nos solos muito argiloso (a) argiloso (b) meacutedio (c) arenoso (d)
24
Para os solos muito argiloso argiloso e arenoso (Figura 5 a b d) como era de
se esperar as doses de CaCO3 dentro do limite de 0 a 200 em relaccedilatildeo agrave
recomendaccedilatildeo aumentaram significativamente e de forma quadraacutetica o pH em CaCl2
Acompanhando a tendecircncia observada apoacutes 30 dias de incubaccedilatildeo para o solo de
textura meacutedia verificou-se um ajuste linear para o aumento do valor de pH em CaCl2
em funccedilatildeo de doses de CaCO3 Este efeito pode ser atribuiacutedo ao fato das doses do
corretivo utilizado natildeo terem sido suficientes para atingir a faixa de estabilidade
Para as variaccedilotildees de pH em CaCl2 em funccedilatildeo do corretivo e fraccedilatildeo
granulomeacutetrica utilizados tambeacutem houve efeito significativo inclusive para a interaccedilatildeo
entre estes fatores (Tabela 10)
25
Tabela 10 Valores de pH em CaCl2 em funccedilatildeo do corretivo de solo utilizado na dose
referente agrave elevaccedilatildeo da saturaccedilatildeo por bases para 60 e da fraccedilatildeo granulomeacutetrica apoacutes
90 dias de incubaccedilatildeo para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso
Peneira ABNT (mesh) Corretivo
5 - 10 10 - 20 20 ndash 50 gt 50 Meacutedia Solo muito argiloso
Agrosiliacutecio 50
Ad
52
Ac
56
Ab
57
Aa
54 Silifeacutertil 50
Ac
51
Ac
55
Ab
58
Aa
53 Holcim 49
Ab
48
Cb
48
Bb
53
Ba
50 Calcaacuterio 49
Ac
50
Bc
55
Ab
57
Aa
53 Meacutedia 50
50
53
56
52 Solo argiloso
Agrosiliacutecio 52
Ab
53
Ab
61
Aa
62
Aa
57 Silifeacutertil 49
Cd
53
Ac
58
Bb
63
Aa
56 Holcim 50
Bb
50
Bb
51
Db
55
Ca
51 Calcaacuterio 51
Bd
52
Ac
56
Cb
62
Ba
55 Meacutedia 50
52
56
60
55 Solo meacutedio
Agrosiliacutecio 40
Ad
41
Ac
42
Ab
43
Aa
42 Silifeacutertil 41
Ac
41
Ac
42
Ab
43
Aa
42 Holcim 41
Ab
41
Ab
41
Cb
41
Ba
41 Calcaacuterio 40
Ab
41
Ab
41
Bb
43
Aa
41 Meacutedia 40
41
41
42
41 Solo arenoso
Agrosiliacutecio
40
Ac
44
Ab
59
Aa
61
Aa
51 Silifeacutertil 40
Ac
43
Ac
55
Ab
64
Aa
51 Holcim 39
Ab
40
Ab
42
Bb
48
Ba
43 Calcaacuterio 40
Ac
42
Ac
55
Ab
63
Aa
50 Meacutedia 40
42
53
59
49 Letras maiuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na coluna e letras minuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na linha (Scott-Knott a 5)
No solo muito argiloso e no solo arenoso o Agrosiliacutecio o Silifeacutertil e o calcaacuterio
proporcionaram maior elevaccedilatildeo no pH do solo em relaccedilatildeo ao Holcim nos corretivos
com granulometria inferior a 084 mm passantes na peneira de 20 mesh Quando se
comparam estes resultados com os obtidos aos 30 dias de incubaccedilatildeo observa-se a
inclusatildeo do calcaacuterio entre os corretivos com melhores resultados de aumento de pH no
solo muito argiloso Este fato demonstrou que para este solo os silicatos Agrosiliacutecio e
Silifeacutertil tiveram uma maior dissociaccedilatildeo aos 30 dias fato este que foi compensado pelo
calcaacuterio entre 30 e 90 dias de incubaccedilatildeo (Tabela 10)
26
Os valores de pH do solo argiloso apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo demonstraram que
o Agrosiliacutecio proporcionou os maiores valores de pH em todas as fraccedilotildees
granulomeacutetricas ficando este em igualdade com o Silifeacutertil na granulometria inferior a
03 mm (gt 50 mesh) e entre 08 mm e 20 mm (10 a 20 mesh) sendo que nesta uacuteltima
fraccedilatildeo granulomeacutetrica o calcaacuterio tambeacutem se igualou aos dois corretivos acima
mencionados (Tabela 10)
No solo de textura meacutedia as diferenccedilas ocorreram apenas nas fraccedilotildees
granulomeacutetricas inferiores a 08 mm (peneira de 20 mesh) com melhores resultados
atribuiacutedos ao Agrosiliacutecio Silifeacutertil e ao calcaacuterio na fraccedilatildeo mais fina (gt 50 mesh) e ao
Agrosiliacutecio e ao Silifeacutertil na fraccedilatildeo compreendida entre 03 e 084 mm (20 a 50 mesh)
Para o solo arenoso o Agrosiliacutecio o Silifeacutertil e o calcaacuterio proporcionaram
maiores valores de pH nas fraccedilotildees granulomeacutetricas inferiores a 084 mm enquanto que
nas fraccedilotildees mais grossas todos os corretivos tiveram o mesmo comportamento
Para todos os solos utilizados no experimento verificou-se que quanto menor a
dimensatildeo das partiacuteculas maiores satildeo os incrementos gerados nos valores de pH em
CaCl2 (Tabela 10) resultado este que concorda com trabalhos realizados anteriormente
por Bellingieri e colaboradores (1989)
Nas comparaccedilotildees entre os resultados dos valores de pH das amostras de solo
apoacutes 30 e 90 dias de incubaccedilatildeo os resultados praticamente se equivalem demonstrando
que 30 dias de incubaccedilatildeo foi um periacuteodo suficiente para a accedilatildeo dos corretivos
Com base nos incrementos verificados no pH das amostras dos solos pelos
corretivos de acidez em cada fraccedilatildeo granulomeacutetrica em relaccedilatildeo agraves curvas de incubaccedilatildeo
com CaCO3 calculou-se os valores de equivalente em CaCO3 para cada corretivo
dentro de cada fraccedilatildeo granulomeacutetrica com 90 dias de incubaccedilatildeo (Tabela 11)
27
Tabela 11 Equivalente em CaCO3 dos corretivos de acidez de diferentes fraccedilotildees
granulomeacutetricas aos 90 dias de incubaccedilatildeo
Peneiras ABNT (mesh)
Corretivos
5 ndash 10 10 - 20 20 - 50 gt 50 Meacutedia
--------------------------------------- -----------------------------------------
Agrosiliacutecio 9
Ac
24
Ab
64
Aa
77
Aa
43
Silifeacutertil 9
Ac
19
Ac
52
Ab
87
Aa
42 Calcaacuterio 8
Ac
13
Ac
33
Bb
79
Aa
33 Holcim 7
Ab
7
Ab
10
Cb
33
Ba
14 Meacutedia 8
16
39
69
33 Letras maiuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na coluna e letras minuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na linha (Scott-Knott a 5)
Os resultados de equivalente em CaCO3 apresentados para 90 dias de incubaccedilatildeo
(Tabela 11) demonstraram grande variaccedilatildeo para este atributo entre os corretivos de
acidez o que evidencia que natildeo apenas a granulometria mas tambeacutem a origem dos
corretivos exerce grande influecircncia na velocidade de correccedilatildeo da acidez do solo
Para as fraccedilotildees granulomeacutetrica mais grossas (lt 10 e 10 a 20 mesh) pode-se
observar que natildeo houve diferenccedila entre os corretivos jaacute na fraccedilatildeo mais fina (gt 50) o
silicato Holcim proporcionou menores valores de equivalente em CaCO3 em relaccedilatildeo as
demais fontes Na fraccedilatildeo granulomeacutetrica entre 20 e 50 (Tabela 11) verificou-se
diferenccedilas entre o equivalente em CaCO3 de silicatos e do calcaacuterio o que demonstrou o
fato de estarmos neste caso subestimando a reatividade dos silicatos Pode-se observar
que natildeo houve diferenccedilas entre os resultados obtidos com a aplicaccedilatildeo dos silicatos
Agrosiliacutecio e Silifeacutertil portanto sugere-se a elaboraccedilatildeo de novos paracircmetros para a
avaliaccedilatildeo de silicatos com origem de aciaria
Seguindo os criteacuterios adotados por Bellingieri (1983) de ajustar a eficiecircncia dos
corretivos atribuindo valores de 100 para as partiacuteculas passantes na peneira 50 ABNT
(partiacuteculas inferiores a 03 mm) determinou-se a eficiecircncia relativa de cada uma das
fraccedilotildees granulomeacutetricas dos corretivos permitindo a adoccedilatildeo de novos criteacuterios de
reatividade para os silicatos (Tabela 12)
28
Tabela 12 Eficiecircncias relativas em relaccedilatildeo agrave fraccedilatildeo granulomeacutetrica inferior a 03 mm
(peneira 50 mesh) dos corretivos de acidez em diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas aos
90 dias de incubaccedilatildeo
Peneiras ABNT (mesh)
Corretivos 5 - 10 10 - 20 20 - 50 gt 50 Meacutedia
------------------------------ -------------------------------
Agrosiliacutecio 12 33 85 100 58
Silifeacutertil 9 25 65 100 50
Holcim 16 17 27 100 40
Calcaacuterio 9 18 63 100 48
Meacutedia 12 23 60 100
Propotildee-se a adequaccedilatildeo da equaccedilatildeo atualmente adotada para a determinaccedilatildeo da
eficiecircncia relativa (reatividade) de silicatos de origem de aciaria para uso como
corretivo de acidez em funccedilatildeo das diferenccedilas encontradas em eficiecircncia relativa
apresentadas na Tabela 12 entre os silicatos de origem de escoacuteria de aciaria
(Agrosiliacutecio e Silifeacutertil) em relaccedilatildeo ao calcaacuterio ficando a mesma da seguinte forma
RE = F10-20 x 03 + F20-50 x 075 + Fgt50 x 1
Onde
F10-20= percentual de produto que passa pela peneira nordm10 e fica retido na
peneira nordm20 F20-50 = percentual de produto que passa pela peneira nordm20 e fica retido
na peneira nordm50 e F-50 = percentual de produto que passa pela peneira nordm50
Os valores de eficiecircncia relativa 12 em meacutedia para a fraccedilatildeo granulomeacutetrica
mais grosseira pode estar associado agrave presenccedila de micropartiacuteculas (poacute) aderidas ao
redor das partiacuteculas mais grossas (Tabela 12) jaacute que a separaccedilatildeo granulomeacutetrica seguiu
o meacutetodo oficial de separaccedilatildeo em peneiras a seco
29
43 Teor de siliacutecio no solo apoacutes 30 dias de incubaccedilatildeo
De maneira geral pode-se observar que o Agrosiliacutecio proporcionou maiores
incrementos de Si no solo obtendo no solo argiloso quando aplicado na fraccedilatildeo
granulomeacutetrica mais fina incremento de 10 mg dm-3 (Tabela 13)
Tabela 13 Teor de Si no solo em funccedilatildeo da fraccedilatildeo granulomeacutetrica e do corretivo utilizado para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso apoacutes 30 dias de incubaccedilatildeo
Peneiras ABNT (mesh) Corretivos 5 - 10 10 - 20 20 ndash 50 gt 50 Meacutedia
-------------------------------- Si (mg kg-1) -------------------------------------
Solo muito argiloso
Agrosiliacutecio 7
Aa
8
Aa
9
Aa
8
Aa
8 Silifeacutertil 7
Aa
7
Aa
7
Ba
7
Aa
7 Holcim 6
Aa
6
Aa
6
Ba
6
Ba
6 Calcaacuterio 7
Aa
6
Aa
5
Ba
5
Ba
6 Meacutedia 6
7
7
6
6
Solo argiloso
Agrosiliacutecio 6
Ad
10
Ac
14
Ab
15
Aa
11 Silifeacutertil 7
Ac
6
Bc
10
Bb
12
Ba
9 Holcim 6
Ab
5
Bb
6
Cb
9
Ca
7 Calcaacuterio 5
Ba
5
Ba
4
Da
2
Db
4 Meacutedia 6
6
8
10
8
Solo meacutedio
Agrosiliacutecio 10
Aa
10
Aa
10
Aa
10
Aa
10 Silifeacutertil 9
Aa
9
Aa
10
Aa
10
Aa
9 Holcim 8
Ba
9
Aa
9
Ba
10
Aa
9 Calcaacuterio 9
Ba
9
Aa
9
Ba
8
Bb
9 Meacutedia 9
9
9
9
9
Solo arenoso
Agrosiliacutecio 4
Ab
5
Ab
8
Aa
9
Aa
6 Silifeacutertil 3
Ac
5
Ab
7
Aa
7
Ba
6 Holcim 3
Ab
4
Aa
4
Ba
6
Ca
4 Calcaacuterio 3
Aa
3
Ba
3
Ca
2
Da
3 Meacutedia 3
4
6
6
5 Letras maiuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na coluna e letras minuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na linha (Scott-Knott a 5)
No solo muito argiloso as fraccedilotildees mais grossas dos corretivos com partiacuteculas
superiores a 084 mm (lt 20 mesh) natildeo apresentaram diferenccedilas quanto ao fornecimento
30
de Si ao solo poreacutem quando se avaliaram as fraccedilotildees mais finas observou-se maiores
valores de Si para o Agrosiliacutecio na fraccedilatildeo de 03 a 084 mm (20 a 50 mesh) e para o
Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil quando o corretivo foi aplicado na granulometria inferior a 03
mm (gt 50 mesh) estes resultados tambeacutem se repetiram no solo arenoso (Tabela 13)
Para o solo argiloso o Agrosiliacutecio foi o silicato que promoveu maiores valores
de Si no solo quando tambeacutem se avaliaram as fraccedilotildees granulomeacutetricas inferiores a 20
mm (gt 10 mesh) apenas para a fraccedilatildeo mais grossa maior que 20 mm o Agrosiliacutecio o
Silifeacutertil e o Holcim natildeo diferiram estatisticamente variando apenas em relaccedilatildeo ao
calcaacuterio que eacute o uacutenico corretivo avaliado que natildeo apresenta Si em sua constituiccedilatildeo
No solo de textura meacutedia o Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil proporcionaram a mesma
eficiecircncia no fornecimento de Si para o solo (fraccedilotildees 20 a 50 mesh e lt 10 mesh) na
fraccedilatildeo mais fina (gt 50 mesh) os trecircs silicatos avaliados resultaram nos mesmos valores
de Si no solo deferindo apenas do calcaacuterio jaacute na fraccedilatildeo entre 10 a 20 mesh todos os
corretivos proporcionaram o mesmo resultado
De maneira geral a granulometria natildeo resultou em diferenccedilas no fornecimento
de Si pelos silicatos exceto no solo argiloso em que se observa que quanto menor a
granulometria maior foi o teor de Si no solo (Tabela 13)
Ao se avaliar os efeitos do calcaacuterio em relaccedilatildeo ao teor de Si no solo pode-se
observar que quanto menor a fraccedilatildeo granulomeacutetrica do calcaacuterio menores os teores de Si
no solo Este fato pode estar associado a maior alteraccedilatildeo causada no pH do solo pelas
fraccedilotildees mais finas do calcaacuterio reduzindo assim sua disponibilidade de Si corroborando
aos dados de McKeague e Cline (1963) em que o aumento de pH de 6 para 9 reduziu
de 36 para 6 mg dm-3 a concentraccedilatildeo de Si soluacutevel
44 Teor de siliacutecio no solo apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo
De maneira geral pode-se observar que o Agrosiliacutecio promoveu maior
incremento de Si no solo apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo exceto para a fraccedilatildeo
granulomeacutetrica entre 20 a 50 mesh e no solo de textura meacutedia em que o Silifeacutertil e o
Holcim obtiveram resultados semelhantes ao Agrosiliacutecio (Tabela 14)
Quanto agraves fraccedilotildees granulomeacutetricas observou-se que quanto menor a fraccedilatildeo
granulomeacutetrica independente do silicato maior foi o fornecimento de Si ao solo
seguindo a tendecircncia encontrada por Oliveira e colaboradores (1994) em que escoacuterias
31
de alto forno com partiacuteculas menores que 03 mm foram mais eficientes no
fornecimento de Ca e Mg para o solo quando comparadas as fraccedilotildees mais grosseiras
Tabela 14 Teor de Si no solo em funccedilatildeo da fraccedilatildeo granulomeacutetrica e do corretivo
utilizado para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso apoacutes 90 dias de
incubaccedilatildeo
Peneiras ABNT (mesh) Corretivos 5 - 10 10 - 20 20 - 50 gt 50 Meacutedia
-------------------------------- Si (mg kg-1) --------------------------------------
Solo muito argiloso Agrosiliacutecio 8
Ab
9
Aa
9
Aa
9
Aa
9 Silifeacutertil 6
Bb
7
Bb
7
Ba
8
Ba
7 Holcim 7
Bb
7
Bb
6
Cb
8
Ba
7 Calcaacuterio 6
Ba
6
Ba
5
Db
5
Cb
6 Meacutedia 7
7
7
7
7 Solo argiloso
Agrosiliacutecio 7
Ac
11
Ab
13
Aa
13
Aa
11 Silifeacutertil 5
Bc
7
Bb
9
Ba
9
Ba
8 Holcim 6
Bb
5
Cb
6
Cb
9
Ba
7 Calcaacuterio 4
Ca
4
Da
4
Da
3
Cb
4 Meacutedia 5
7
8
9
7 Solo meacutedio
Agrosiliacutecio 10
Aa
11
Aa
10
Aa
11
Aa
11 Silifeacutertil 10
Ba
10
Ba
10
Aa
10
Ba
10 Holcim 10
Bb
10
Bb
10
Ab
11
Aa
10 Calcaacuterio 9
Ba
10
Ba
9
Bb
8
Cc
9 Meacutedia 10
10
10
10
10 Solo arenoso
Agrosiliacutecio 4
Ac
6
Ab
7
Aa
7
Aa
6 Silifeacutertil 3
Bc
4
Bb
6
Ba
6
Ba
5 Holcim 3
Bc
3
Cb
4
Cb
5
Ca
4 Calcaacuterio 2
Ca
2
Da
2
Da
2
Da
2 Meacutedia 3
4
5
5
4 Letras maiuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na coluna e letras minuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na linha (Scott-Knott a 5)
Para todos os solos analisados observou-se a seguinte sequecircncia para o teor de
Si Agrosiliacutecio gt Silifeacutertil gt Holcim gt Calcaacuterio Fato este que acompanha a tendecircncia
observada na avaliaccedilatildeo da reatividade na correccedilatildeo da acidez do solo exceto para o
calcaacuterio por natildeo apresentar Si em sua constituiccedilatildeo
32
Korndoumlrfer e colaboradores (2004) apresentaram a solubilidade de diferentes
silicatos evidenciando que o Agrosiliacutecio (escoacuteria de aciaria) apresentou maiores valores
de solubilidade em relaccedilatildeo aos valores obtidos pela escoacuteria de alto forno como o
Holcim com valores de 43 e 7 respectivamente Estas diferenccedilas em solubilidade
explicam os valores encontrados tanto na avaliaccedilatildeo aos 30 como aos 90 dias de
incubaccedilatildeo
Pereira e colaboradores (2004) em trabalho para a avaliaccedilatildeo da eficiecircncia de
fontes de Si para a cultura do arroz encontraram que a fonte que proporcionou mais
extraccedilatildeo de Si para os gratildeos foi a escoacuteria oriunda da produccedilatildeo de accedilo inox dado que
corrobora os resultados encontrados neste trabalho em que o Agrosiliacutecio (escoacuteria de
aciaria) apresentou maior disponibilizaccedilatildeo de Si para o solo
Nas comparaccedilotildees entre os resultados do teor de Si no solo apoacutes 30 e 90 dias de
incubaccedilatildeo os resultados praticamente se equivalem demonstrando que 30 dias foi um
periacuteodo suficiente para que os silicatos fornecessem Si
Comparando o teor de Si antes da aplicaccedilatildeo dos corretivos com o teor de Si no
solo apoacutes a aplicaccedilatildeo dos corretivos e apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo verificou-se
expressivo acreacutescimo no teor Si no solo ocasionado pelos silicatos principalmente para
o Agrosiliacutecio que incrementou na meacutedia entre as fraccedilotildees granulomeacutetricas 2 6 1 e 3 mg
dm-3 de Si nos solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso respectivamente O
Silifeacutertil tambeacutem forneceu Si ao solo elevando em 1 4 0 e 3 mg dm-3 o teor de Si nos
solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso respectivamente Jaacute o Holcim
apresentou incrementos de 0 2 0 e 1 mg dm-3 respectivamente para os solos muito
argiloso argiloso meacutedio e arenoso
33
5 CONCLUSOtildeES
Os silicatos Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil proporcionam maiores valores de eficiecircncia
relativa na correccedilatildeo da acidez do solo em comparaccedilatildeo ao calcaacuterio e ao silicato Holcim
na fraccedilatildeo granulomeacutetrica entre 030 e 084 mm
Quanto menor a fraccedilatildeo granulomeacutetrica do silicato maior eacute a eficiecircncia relativa
na correccedilatildeo da acidez do solo e maior eacute o fornecimento de Si para o solo
O Agrosiliacutecio apresenta melhores resultados no fornecimento de Si ao solo
seguido do Silifeacutertil e do Holcim
O periacuteodo de 30 dias em condiccedilotildees de umidade mantida agrave 80 da capacidade
de campo eacute um periacuteodo suficiente para a correccedilatildeo da acidez do solo e fornecimento de
Si pelos silicatos ao solo
34
6 REFEREcircNCIAS
ALCARDE JC PAULINO VT DERNARDIN J S Avaliaccedilatildeo da reatividade de corretivos da acidez do solo Revista Brasileira de Ciecircncia do Solo Campinas v 13 p 387-392 1989
ALCARDE JC Corretivos de acidez dos solos caracteriacutesticas e interpretaccedilotildees teacutecnicas Satildeo Paulo ANDA 1992 24p (Boletim Teacutecnico 6)
ALCARDE JC RODELLA AA Avaliaccedilatildeo quiacutemica de corretivos de acidez para fins agriacutecolas uma nova proposiccedilatildeo Scientia Agriacutecola Piracicaba v 53 n 2 ndash 3 1996
ALVAREZ V VH RIBEIRO AC Calagem In RIBEIRO AC GUIMARAtildeES PTG GUIMARAtildeES PTG ALVAREZ V VH (Ed) Recomendaccedilotildees para o uso de corretivos e fertilizantes em Minas Gerais ndash 5ordf Aproximaccedilatildeo Viccedilosa CFSEMG 1999 p 43-60
ALVAREZ V VH Correlaccedilatildeo e calibraccedilatildeo de meacutetodos de anaacutelise de solos In ALVAREZ V VH FONTES LEF FONTES MPF (Ed) O solo nos grandes domiacutenios morfoclimaacuteticos do Brasil e o desenvolvimento sustentado Viccedilosa Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo 1996 p 615-646
ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DOS PRODUTORES DE CALCAacuteRIO Calcaacuterio agriacutecola ndash Brasil consumo aparente por estado (1992 ndash 2006) Disponiacutevel em lthttpwwwcalcario-rscombrgt Acesso em 25 de novembro de 2008
BALASTRA MLFC PEREZ CM JULIANO BO VILLAREAL P Effects of siacutelica level on some properties of Oriza sativa straw and hull Canadian Journal of Botany Ottawa v 67 p 2356-2363 1989
BARBOSA FILHO MP SNYDER G H PRABHU A S DATNOFF L E KORNDOumlRFER G H Importacircncia do siliacutecio para a cultura do arroz Informaccedilotildees agronocircmicas v 89 p 1-8 2000
BELLINGIERI PA Avaliaccedilatildeo em laboratoacuterio da eficiecircncia de diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas de calcaacuterios agriacutecolas 1983 99f Tese (Doutorado) ndash Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Universidade de Satildeo Paulo Piracicaba 1983
BELLINGIERI PA ALCARDE JC amp SOUZA ECA Avaliaccedilatildeo da qualidade de calcaacuterios agriacutecolas atraveacutes do PRNT Anais da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Piracicaba v 45 n 2 p 579-588 1988
BELLINGIERI PA ALCARDE JC SOUZA ECA de Eficiecircncia relativa de diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas de calcaacuterios na neutralizaccedilatildeo da acidez dos solos avaliada em laboratoacuterio Anais da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Piracicaba v46 n2 1989 p 303-317
35
BELLINGIERI PA SOUZA ECA ALCARDE JC SHIKASHO HW Importacircncia da reatividade do calcaacuterio sobre a produccedilatildeo e algumas caracteriacutesticas da soja Scientia Agricola Piracicaba v 49 p 61-71 1992
BRASIL MAPA Laboratoacuterio Nacional de Referecircncia Vegetal Anaacutelise de corretivos fertilizantes e inoculantes Brasiacutelia 1983 104p
BRUNAUER S EMMETT P H TELLER E Adsorption of gases in multimolecular layers In Journal of the American Chemical Society New York v 60 p 309-19 1938
CATANI RA ALONSO O Avaliaccedilatildeo e exigecircncia de calcaacuterio do solo Anais da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Piracicaba v 26 p 141-156 1969
CATE R Sugestotildees para adubaccedilatildeo com base na anaacutelise de solos Raleigh North Caroline State University 1965 16p
DAYANADAM P KAUFMAN PB FRANKLIN CL Detection of siacutelica in plants American Journal of Botany Columbus v 70 p 1079-1084 1983
DEFELIPO BV BRAGA JM SPIES C Comparaccedilatildeo entre meacutetodos de determinaccedilatildeo da necessidade de calcaacuterio de solos de Minas Gerais Experientiae v 13 p 111-136 1982
EMBRAPA C N P S Manual de meacutetodos de anaacutelise de solo Rio de Janeiro 1997 212p
EPSTEIN E Silicon Annu Rev Plant Physiol Plant Molec Biol Palo Alto v 50 1999 p 641 - 664
FERREIRA DF SISVAR versatildeo 43 (Build 41) Lavras UFLADEX 1999 4 disquetes
FURTINI NETO A VALE FR RESENDE A V GUILHERME L R G GUEDES G A A Fertilidade do solo Lavras UFLAFAEPE 2001 252p
GASCHO G J Silicon sources for agriculture In DATNOFF L E SNYDER G H KORNDOumlRFER G H (Ed) Silicon in agriculture Amsterdan Elsevier 2001 cap 12 p 197-207
KAMINSKI J RHEINHEIMER DS A acidez do solo e a nutriccedilatildeo mineral de plantas In KAMINSKI J (Ed) Uso de corretivos da acidez do solo no plantio direto Pelotas SBCSNRS 2000 cap2 p 21 - 39
KORNDOumlRFER G H Elementos beneacuteficos In FERNANDES M S Nutriccedilatildeo mineral de plantas Viccedilosa Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo 2006 432p
36
KORNDOumlRFER G H DATNOFF L E Adubaccedilatildeo com siliacutecio uma alternativa no controle de doenccedilas da cana-de-accediluacutecar e do arroz Informaccedilotildees Agronocircmicas Piracicaba v 70 p 1-5 1995
KORNDOumlRFER G H PEREIRA H S CAMARGO M S Silicatos de caacutelcio e magneacutesio na agricultura 3 ed Uberlacircndia 2004 28 p (Boletim Teacutecnico n1)
KORNDOumlRFER G H PEREIRA H S NOLLA A Anaacutelise de siliacutecio solo planta e fertilizante 1 ed Uberlacircndia 2004 50 p (Boletim Teacutecnico n2)
KORNDOumlRFER G H PEREIRA H S CAMARGO M S Silicatos de caacutelcio e magneacutesio na agricultura 2 ed Uberlacircndia 2003 15 p (Boletim Teacutecnico n1)
KORNDOumlRFER G H PEREIRA H S CAMARGO M S Papel do siliacutecio na produccedilatildeo de cana-de-accediluacutecar STAB v 21 n 2 2002 4 p
KORNDOumlRFER G H LEPSCH I Effect of silicon on plant growth and crop yeld In DATNOFF L E SNYDER G H KORNDOumlRFER G H (Ed) Silicon in agriculture Amsterdan Elsevier 2001 p 133 ndash 147
KURIHARA CH MAEDA S HERNANI LC SILVA WM Eficiecircncia relativa de fraccedilotildees granulomeacutetricas de calcaacuterios sul-mato-grossenses Pesquisa Agropecuaacuteria Brasileira Brasiacutelia v34 n 8 p 1443 - 1449 1999
LOPES A S SILVA MC GUILHERME L R G Acidez do solo e calagem 3 ed Satildeo Paulo ANDA 1990 22 p (Boletim Teacutecnico 1)
LOPES A S Manual de fertilidade do solo Satildeo Paulo ANDAPOTAFOacuteS 1989 153p
MA JF TAKAHASHI E Soil fertilizer and plant silicon research in Japan Amosterdan Elsevier Science 2002 281 p
MALAVOLTA E Manual de quiacutemica agriacutecola adubos e adubaccedilatildeo Satildeo Paulo Agronocircmica Ceres 1981 608 p
MARSCHNER H Mineral nutrition of higher plants 2 ed LondresAcademic Press 1995 889p
MCKEAGUE J A CLINE M G Silica in soils Advances in Agronomy New York v 15n 3 p 339-397 1963
MEURER E J Fundamentos de quiacutemica do solo 3 ed Porto Alegre Evangraf 2006 285p
MIYAKE Y TAKAHASHI E Effect of silicon on the growth of cucumber plant in soil culture Soil Science Plant Nutrition Tokyo v 29 p 463-471 1983
37
NOVAIS R F BARROS N F LEITE F P TEIXEIRA J L LEAL P G L Eficiecircncia agronocircmica de escoacuterias de siderurgia Pains Viccedilosa Universidade Federal de Viccedilosa 1993
OLIVEIRA AC HAHNE H BARROS NF MORAIS EJ Uso de escoacuteria de alto forno como fonte de nutrientes na adubaccedilatildeo florestal In GUERRINI IA BELLOTE AFJ BUumlLL LT (Ed) Seminaacuterio sobre uso de resiacuteduos florestais e urbanos em florestas Botucatu Fundaccedilatildeo de Estudos e Pesquisas Agriacutecolas e Florestais 1994 p 77-96
PEREIRA HS KORNDOumlRFER GH VIDAL AA CAMARGO MS Silicon sources for rice crop Scientia Agriacutecola Piracicaba v 61 p 522-528 2004
PLESE L P M Efeito da umidade do solo na reatividade das fraccedilotildees granulomeacutetricas de um calcaacuterio 2000 49f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) ndash Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Universidade de Satildeo Paulo Piracicaba 2000
PRADO R M FERNANDES F M NATALE W Uso de escoacuteria de siderurgia no Brasil estudos na cultura da cana-de-accediluacutecar Jaboticabal Funep 2001 67p
PROGRAMA INTERLABORATORIAL DE CONTROLE DE QUALIDADE DE ANAacuteLISE DE SOLO Manual do laboratorista 2005 33p
RAIJ BV Avaliaccedilatildeo da fertilidade do solo Piracicaba Associaccedilatildeo Brasileira para Pesquisa da Potassa e do Fosfato 1981 142p
RAIJ B V CANTARELLA H QUAGGIO J A FURLANI A M C Recomendaccedilatildeo de adubaccedilatildeo e calagem para o estado de Satildeo Paulo Campinas IAC 1996 285p (IAC Boletim 100)
SCOTT AJ KNOTT MA A cluster analysis method for grouping means in the analysis of variance Biometrics Washington v 30 n 2 1974 p 507-512
SHOEMAKER HE MCCLEAN E PRATT PF Buffer methods for determining lime requirements of soil with appreciable amounts of extractable aluminium Soil Sci Soc Am Proc Madison v 25 p 274-277 1961
SOUSA D M G MIRANDA L N OLIVEIRA S A Acidez do solo e sua correccedilatildeo In NOVAIS R F ALVAREZ V V H BARROS N F FONTES R L F CANTARUTTI R B NEVES J C L Fertilidade do solo Viccedilosa Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo 2007 p 205 ndash 274
SOUSA D M G LOBATO E Cerrado correccedilatildeo do solo e adubaccedilatildeo Brasiacutelia Embrapa Informaccedilatildeo Tecnoloacutegica 2004 416p
VERAS M C M VIEIRA W TEIXEIRA L S M ALCARDE J C OLIVEIRA L B Manual de meacutetodos analiacuteticos oficiais para fertilizantes minerais orgacircnicos organominerais e corretivos 1 ed Brasiacutelia MAPA 2007 v 1
38
WERNER D ROTH R Siacutelica metabolism In LAUCHILI A BIELESKI RL (Ed) Encyclopedia of plant physiology New Series Berlin Springer-Velag 1983 v 15B p 682-694
- Parte inicial dissertaccedilatildeopdf
- RESUMOpdf
- Corpo da dissertaccedilatildeopdf
-
9
acumuladoras tiacutepicas reduzindo de forma raacutepida a concentraccedilatildeo de Si na soluccedilatildeo do
solo
Entre as plantas que mais extraem Si destacam-se o arroz e a cana-de-accediluacutecar
Ma e Takahashi (2002) relatam que as plantas de arroz possuem mecanismos
especiacuteficos de absorccedilatildeo de Si em que as proteiacutenas de membranas satildeo produzidas por
expressatildeo do gene especiacutefico Uma seacuterie de autores demonstram que o siliacutecio reduz a
severidade de vaacuterias doenccedilas de importacircncia econocircmica na cultura do arroz tais como a
brusone mancha parda escaldadura entre outras (KORNDOumlRFER DATNOFF 1995)
Natildeo apenas na reduccedilatildeo da severidade de doenccedilas como tambeacutem na reduccedilatildeo do
ataque de pragas pode-se observar grandes efeitos da aplicaccedilatildeo de Si Yoshida (1975)
citado por Barbosa Filho e colaboradores (2000) relata que a silicificaccedilatildeo da epiderme
previne a penetraccedilatildeo e a mastigaccedilatildeo pelos insetos porque as ceacutelulas ficam mais
endurecidas Segundo revisatildeo feita pelos mesmos autores diversos insetos sofreram
impactos com a aplicaccedilatildeo de Si como larvas da broca de colo trips e cigarrinha parda
que respectivamente tiveram mandiacutebulas danificadas inibiccedilatildeo na atividade e reduccedilatildeo
da populaccedilatildeo
O siliacutecio aparece na cana-de-accediluacutecar em altas concentraccedilotildees podendo variar
desde 014 em folhas jovens ateacute 67 nos colmos e folhas velhas No Havaiacute as folhas
contendo menos de 05 de siliacutecio satildeo frequentemente afetadas por um sintoma
denominado freckling A causa deste sintoma eacute ainda bastante controvertida poreacutem a
maioria dos pesquisadores atribuem agrave falta de Si e a desequiliacutebrios nutricionais O
aparecimento da ferrugem na cana-de-accediluacutecar (Puccinia melanocephala) pode estar
relacionado com o referido sintoma O sintoma eacute mais severo nas folhas mais velhas e a
aacuterea fotossinteacutetica eacute normalmente fortemente atingida (KORNDOumlRFER DATNOFF
1995)
Natildeo apenas em relaccedilatildeo aos fitopatoacutegenos mas quanto ao ataque de pragas
principalmente a broca do colmo e cigarrinha poderiam ser diminuiacutedas nas cultivares
acumuladoras de Si Outros efeitos do Si na cana-de-accediluacutecar estatildeo relacionados agrave maior
resistecircncia ao acamamento e alteraccedilotildees na arquitetura da planta deixando as folhas mais
eretas e em consequecircncia disso mais eficientes quanto agrave capacidade de aproveitamento
da luz solar e de realizaccedilatildeo da fotossiacutentese (KORNDOumlRFER et al 2002)
10
3 MATERIAL E MEacuteTODOS
31 Local do experimento
O experimento foi desenvolvido na Central de Fertilidade do Solo da
Faculdade de Ciecircncias Agraacuterias do Centro Universitaacuterio de Patos de Minas (UNIPAM)
no municiacutepio de Patos de Minas ndash MG onde os solos foram armazenados durante o
periacuteodo de incubaccedilatildeo de 30 e 90 dias de 8 de julho agrave 6 de outubro de 2008
32 Solos utilizados nas unidades experimentais
O experimento foi realizado em quatro classes de solo de diferentes texturas
sendo arenoso meacutedio argiloso e muito argiloso Os solos foram coletados do horizonte
B para natildeo haver interferecircncia da mateacuteria orgacircnica e posteriormente foram secos ao ar
ateacute atingirem massa constante Em seguida peneirados em malha de 2 mm e realizada a
anaacutelise quiacutemica e fiacutesica seguindo a metodologia descrita pelo Programa
Interlaboratorial de controle de qualidade de anaacutelise de solo (2005) exceto para o teor
de Si no solo que seguiu a metodologia descrita por Korndoumlrfer et al (2004) Os
resultados satildeo apresentados na Tabela 1
11
Tabela 1 Caracterizaccedilatildeo quiacutemica e fiacutesica dos solos utilizados no experimento
SOLOS Atributo Unidade Muito
argiloso Argiloso Meacutedio Arenoso
Latossolo Vermelho Acifeacuterrico
Tiacutepico
Latossolo Vermelho Perfeacuterrico
Tiacutepico
Latossolo Vermelho
Distrofeacuterrico Tiacutepico
Latossolo Amarelo
Distroacutefico Psamiacutetico
Si mg dm-3 59 50 87 29
P (Mehlich 1) mg dm-3 00 07 10 01
K mg dm-3 364 40 226 89
Ca cmolc dm-3
02 02 04 02
Mg cmolc dm-3
06 02 05 01
H + Al cmolc dm-3
37 60 39 34
pH (em H2O)
51 53 47 45
Al cmolc dm-3
01 01 04 05
CTC (e) cmolc dm-3
09 05 14 08
CTC (T) cmolc dm-3
46 64 49 37
SB cmolc dm-3
08 04 10 03
V 185 64 200 82
Cu mg dm-3 02 13 09 03
Zn mg dm-3 01 01 01 01
Argila 74 45 30 14
Silte 12 36 16 1
Areia 14 19 54 85
Metodologia P K Cu Zn (Mehlich 1 HCl 005 M + H2SO4 00125 M) Ca Mg Al (KCl 1 M) H+Al (soluccedilatildeo tampatildeo ndash SMP a pH 75) pH (em aacutegua) anaacutelise textural (meacutetodo da pipeta)
Realizou-se a determinaccedilatildeo da densidade das amostras dos quatro solos (Tabela
2) pelo meacutetodo da proveta descrita pela Embrapa (1997) Este meacutetodo eacute uma
alternativa para experimentos em vasos onde amostras de solo satildeo desagregadas para
preencher os vasos compondo a unidade experimental
12
Tabela 2 Densidade das amostras dos solos utilizados no experimento
Solos Densidade
g cm-3
Muito Argiloso 096
Argiloso 130
Meacutedio 125
Arenoso 135
Com os resultados da anaacutelise quiacutemica dos solos foi determinada a necessidade
de calagem pelo meacutetodo da saturaccedilatildeo por bases descrito por Raij e colaboradores
(1996) com o objetivo de elevaacute-la agrave 60 (Tabela 3)
Tabela 3 Necessidade de calagem em equivalente de CaCO3 com 100 de PRNT para amostras dos solos utilizados no experimento considerando as respectivas densidades das amostras dos solos
Solos Unidade
Muito Argiloso Argiloso Meacutedio Arenoso
Mg ha-1 189 343 056 191
mg vaso-1 27114 66795 10587 38735
33 Corretivos utilizados
Foram utilizadas trecircs fontes de silicatos originados de diferentes escoacuterias de
siderurgia sendo estes Agrosiliacutecio Silifeacutertil e Holcim por serem os mais
representativos quanto ao uso na agricultura como corretivos agriacutecolas Estes foram
comparados com um calcaacuterio comercial de origem sedimentar e com o carbonato de
caacutelcio pa padratildeo para estudos de eficiecircncia relativa de corretivos (Tabela 4)
Tabela 4 Teores de caacutelcio magneacutesio e siliacutecio dos corretivos utilizados
Corretivo CaO () MgO () SiO2 ()
Agrosiliacutecio 39 10 23
Silifeacutertil 38 8 22
Holcim 25 7 43
Calcaacuterio 30 20 0
Carbonato de caacutelcio 56 0 0
13
Para a caracterizaccedilatildeo dos corretivos quanto a sua superfiacutecie especiacutefica foi
realizada a anaacutelise da superfiacutecie especiacutefica pela equipe do Laboratoacuterio de
Hidrometalurgia da Universidade Federal de Ouro Preto utilizando-se o meacutetodo de
determinaccedilatildeo por gases descrito por Brunauer e colaboradores (1938) (Tabela 5)
Tabela 5 Superfiacutecie especifica e volume total de poros dos corretivos de acidez do solo
Corretivo Superfiacutecie Especiacutefica Volume total de poros
m2 g-1 cm3 g-1
Agrosiliacutecio 1175 00482
Silifeacutertil 066 00023
Holcim 038 00006
Calcaacuterio 091 00039
Fonte Universidade Federal de Ouro Preto (Laboratoacuterio de Hidrometalurgia)
Todos os corretivos foram submetidos agrave uniformizaccedilatildeo de umidade atraveacutes de
secagem em estufa com circulaccedilatildeo forccedilada de ar a 105 ordmC por um periacuteodo de setenta e
duas horas
Apoacutes esta etapa os silicatos foram submetidos agrave separaccedilatildeo nas seguintes
fraccedilotildees granulomeacutetricas atraveacutes de agitador mecacircnico por 5 minutos seguindo a
metodologia oficial (Veras et al 2007) fracionando os corretivos nas seguintes classes
partiacuteculas maiores que 200 mm (fraccedilatildeo do corretivo retido na peneira ABNT 10 ndash 10
mesh) partiacuteculas entre 084 e 200 mm (fraccedilatildeo do corretivo passante na peneira ABNT
10 e retido na peneira ABNT 20 ndash 20 mesh) partiacuteculas entre 030 e 084 (fraccedilatildeo do
corretivo passante na peneira ABNT 20 e retido na peneira ABNT 50 ndash 50 mesh) e
partiacuteculas com dimensatildeo inferior agrave 030 mm (fraccedilatildeo do corretivo passante na peneira
ABNT 50) (Figura 1)
14
(a) (b)
Figura 1 Mesa agitadora (a) e peneiras utilizadas para a separaccedilatildeo dos corretivos nas diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas (b)
A definiccedilatildeo das fraccedilotildees granulomeacutetricas avaliadas acompanhou os criteacuterios
atualmente adotados na legislaccedilatildeo para calcaacuterio aleacutem do fato de natildeo se justificar o uso
de silicatos em fraccedilatildeo granulomeacutetrica mais fina do que as jaacute comumente utilizadas para
calcaacuterio em funccedilatildeo da maior abrasividade das escoacuterias de siderurgia (PRADO et al
2001) o que tecnicamente dificulta a accedilatildeo dos moinhos brasileiros tornando a moagem
para a obtenccedilatildeo de partiacuteculas muito finas economicamente inviaacutevel
Apoacutes a separaccedilatildeo das fraccedilotildees granulomeacutetricas os corretivos foram submetidos
agrave determinaccedilatildeo do poder de neutralizaccedilatildeo (PN) pelo meacutetodo da titulaccedilatildeo que consiste
em colocar em contato uma massa conhecida do corretivo com uma quantidade
conhecida e em excesso de aacutecido padronizado fazendo com que o corretivo neutralize
uma parte do aacutecido O excesso de aacutecido eacute quantificado por alcalimetria obtendo-se
indiretamente a quantidade de aacutecido que foi neutralizado pelo corretivo seguindo o
procedimento descrito a seguir (BRASIL 1983)
Pesou-se 1000 g da amostra secada moiacuteda e passada em peneira de 03 mm
dos corretivos (Figura 2 a) e transferiu-se o material para erlenmeyer de 250 mL no
qual adicionou-se 50 mL da soluccedilatildeo de HCl 05 M padronizada O erlenmeyer foi
coberto com vidro de reloacutegio e a soluccedilatildeo foi fervida suavemente por 5 minutos (Figura
2 b) Apoacutes esta etapa a soluccedilatildeo foi esfriada transferida para balatildeo de 100 mL que teve
seu volume completado com aacutegua destilada e deixou-se decantar (Figura 2 c) Pipetou-
se 50 mL da soluccedilatildeo que foi transferida para erlenmeyer de 125 mL no qual se
acrescentou trecircs gotas de soluccedilatildeo de fenolftaleina (indicador) A soluccedilatildeo aacutecida foi
titulada com soluccedilatildeo padronizada de NaOH 025 M ateacute o aparecimento de uma leve cor
rosada do indicador (Figura 2 d) anotou-se o volume gasto e a partir deste valor
15
calculou-se o poder de neutralizaccedilatildeo do corretivo em de CaCO3 equivalente pela
expressatildeo
PN = 10 (25M1-V2M2) onde G
M1 = concentraccedilatildeo molar da soluccedilatildeo de HCl
V2 = volume em mL da soluccedilatildeo de NaOH gasto na titulaccedilatildeo
M2 = concentraccedilatildeo molar da soluccedilatildeo de NaOH
G = massa inicial da amostra em gramas
(a) (b)
(c) (d)
Figura 2 Ilustraccedilotildees dos processos laboratoriais para determinaccedilatildeo do PN em amostras
dos materiais corretivos desde a pesagem (a) a fervura da soluccedilatildeo contendo a amostra
do corretivo e HCl (b) a soluccedilatildeo transferida para balatildeo volumeacutetrico de 100 mL em
descanso para decantaccedilatildeo (c) e a titulaccedilatildeo ateacute o aparecimento da coloraccedilatildeo rosada (d)
Para os silicatos em funccedilatildeo de sua constituiccedilatildeo quiacutemica a visualizaccedilatildeo da
coloraccedilatildeo rosada foi dificultada pelo escurecimento da soluccedilatildeo (coloraccedilatildeo esverdeada)
sendo necessaacuteria a utilizaccedilatildeo do meacutetodo potenciomeacutetrico em que o excesso de HCl da
soluccedilatildeo eacute neutralizado por NaOH ateacute atingir pH 70
Foram encontrados valores distintos de poder de neutralizaccedilatildeo para cada um dos
corretivos (Tabela 6)
16
Tabela 6 Poder de neutralizaccedilatildeo dos materiais corretivos de acidez do solo utilizados
no experimento
Corretivos Poder de Neutralizaccedilatildeo ()
Agrosiliacutecio 859
Silifeacutertil 778
Holcim 740
Calcaacuterio 1131
CaCO3 1041
Com base nos valores do poder de neutralizaccedilatildeo encontrados para cada um dos
corretivos e de acordo com as necessidades de calagem encontrados para cada solo
foram calculadas as doses de cada corretivo a serem aplicadas nos vasos preenchidos
com 300 g de amostras dos solos (Tabela 7)
Tabela 7 Quantidade de corretivo calculada para atingir 60 de saturaccedilatildeo por bases
para cada um dos solos experimentais
SOLOS
Corretivos
Muito Argiloso
Argiloso Meacutedia Arenoso
---------------------------------- mg por vaso ------------------------------------
Agrosiliacutecio 3189 7775 1232 4509
Silifeacutertil 3487 8589 1361 4981
Holcim 3666 9031 1431 5239
Calcaacuterio 2397 5906 936 3425
CaCO3 2605 6416 1012 3721
Em funccedilatildeo da dose dos corretivos utilizados em cada solo (Tabela 5) e da
concentraccedilatildeo de SiO2 em cada um dos silicatos foram calculadas as doses de Si
fornecidas por cada silicato para o respectivo solo (Tabela 8)
17
Tabela 8 Dose de Si fornecida por cada um dos silicatos em cada solo experimental SOLOS
Corretivos Concentraccedilatildeo
de Si Muito Argiloso
Argiloso Meacutedia Arenoso
--------------------------- mg por vaso -----------------------
Agrosiliacutecio
107 341 832 132 482
Silifeacutertil 103 359 885 140 513 Holcim 203 744 1833 290 1064
34 Tratamentos e delineamento experimental
Foram conduzidos quatro experimentos sendo cada um em uma classe
textural de solo em delineamento inteiramente casualizado A anaacutelise de variacircncia foi
baseada num arranjo fatorial 4x4 com quatro corretivos de acidez (trecircs silicatos de
caacutelcio Agrosiliacutecio Silifeacutertil e Holcim e um calcaacuterio) e quatro fraccedilotildees granulomeacutetricas
(entre 5 e 10 mesh partiacuteculas entre 2 e 4 mm entre 10 e 20 mesh partiacuteculas entre 084
e 2 mm entre 20 e 50 mesh partiacuteculas entre 03 e 084 mm e maior que 50 mesh
partiacuteculas menores que 03 mm) com quatro repeticcedilotildees
Aleacutem dos tratamentos acima foi realizada a incubaccedilatildeo com CaCO3 (reagente
pa) corretivo padratildeo para comparaccedilatildeo da eficiecircncia relativa na correccedilatildeo da acidez do
solo sendo este utilizado em cinco diferentes doses testemunha 50 100 150 e
200 em relaccedilatildeo agrave dose recomendada para a correccedilatildeo da acidez do solo para atingir
60 de saturaccedilatildeo por bases (Tabela 3)
34 Conduccedilatildeo do experimento
As parcelas experimentais constituiacuteram-se de recipientes plaacutesticos de 500 mL
nos quais foram adicionados 300 g de solo e as devidas quantidades dos corretivos que
posteriormente foram incubados em recipientes abertos por trinta e noventa dias em
laboratoacuterio sem exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo solar direta e a intensas variaccedilotildees de temperatura
(Figura 3 a b)
Durante o periacuteodo de incubaccedilatildeo os solos foram irrigados com aacutegua destilada
para a manutenccedilatildeo da umidade a 80 da capacidade de campo (Figura 3 c)
Apoacutes 30 e 90 dias de incubaccedilatildeo fraccedilotildees de 50 g de cada uma das amostras
foram retiradas e colocadas para secar ao ar (Figura 3 d)
18
(a) (b)
(c) (d)
Figura 3 Pesagem dos corretivos (a) adiccedilatildeo dos corretivos nos recipientes plaacutesticos
contendo as amostras dos solos (b) irrigaccedilatildeo das amostras dos solos (c) e incubaccedilatildeo em
laboratoacuterio por 30 e 90 dias (d)
35 Determinaccedilatildeo do pH do solo apoacutes a incubaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo da eficiecircncia relativa
Para a caracterizaccedilatildeo da correccedilatildeo da acidez do solo foi determinado o pH em
CaCl2 em cada unidade experimental Esta variaacutevel de cada fraccedilatildeo granulomeacutetrica dos
silicatos de caacutelcio foi confrontada com os valores obtidos atraveacutes da curva de incubaccedilatildeo
do CaCO3 (reagente pa)
A anaacutelise do pH foi realizada seguindo a metodologia descrita pelo Programa
Interlaboratorial de controle de qualidade de anaacutelise de solo (2005) em que se colocou
10 cm3 de TFSA num frasco de 50 mL e adicionou-se 25 mL de CaCl2 2H2O 001 M
(1469 g L-1) deixando em contato por quinze minutos Posteriormente agitou-se a
amostra em agitador horizontal por dez minutos a 200 rpm Apoacutes esta etapa a soluccedilatildeo
foi mantida em repouso por sessenta minutos Na sequecircncia sem agitar novamente a
amostra foi realizada a leitura em potenciocircmetro devidamente calibrado com soluccedilotildees-
padratildeo de pH 40 e 70
Os valores de pH obtidos por cada fraccedilatildeo granulomeacutetrica de cada um dos
corretivos foram confrontados com os valores de pH obtidos na curva de incubaccedilatildeo de
CaCO3 obtendo-se os valores de equivalente em CaCO3 aos 90 dias
19
Os valores de eficiecircncia relativa foram ajustados em relaccedilatildeo aos resultados
obtidos por cada corretivo na fraccedilatildeo granulomeacutetrica inferior agrave 03 mm (gt 50 mesh)
atribuindo-se a esta fraccedilatildeo mais fina o iacutendice de 100 seguindo a metodologia adotada
por Bellingieri (1983)
36 Avaliaccedilatildeo do teor de Si no solo apoacutes a incubaccedilatildeo
Para a avaliaccedilatildeo do teor de Si no solo disponibilizado por cada uma das fontes
nas fraccedilotildees granulomeacutetricas foram realizadas as anaacutelises no Laboratoacuterio de Anaacutelise de
Fertilizantes da Universidade Federal de Uberlacircndia utilizando o extrator cloreto de
caacutelcio 001 M de acordo com a metodologia descrita por Korndoumlrfer e colaboradores
(2004) em que apoacutes o contato de 10 g da amostra do solo com 100 mL da soluccedilatildeo
extratora os mesmos foram submetidos a um agitador horizontal orbital por 1 hora na
frequumlecircncia de 50 rpm Apoacutes este procedimento as amostras ficaram em repouso por 15
minutos para decantar e a suspensatildeo foi filtrada e ficando sob novo repouso por 12
horas Entatildeo pipetou-se 10 mL do extrato de cada amostra acrescentando-se 1 mL de
soluccedilatildeo sulfo-moliacutebdica Decorridos 10 minutos acrescentou-se 2 mL de soluccedilatildeo de
aacutecido tartaacuterico 200 mg L-1 e apoacutes 5 minutos adicionou-se 10 mL da soluccedilatildeo de aacutecido
ascoacuterbico Apoacutes 1 hora foi realizada a leitura em espectofotocircmetro UV-visiacutevel no
comprimento de onda de 660 nanocircmetros Em funccedilatildeo do fator de diluiccedilatildeo o valor de
leitura foi multiplicado por 10 para se chegar no teor de Si do solo em mg dm-3
37 Anaacutelise estatiacutestica
Os resultados referentes ao pH em CaCl2 encontrados em funccedilatildeo das doses de
CaCO3 foram submetidos agrave anaacutelise de variacircncia e posterior ajuste ao modelo de
regressatildeo mais adequado para cada solo dentro dos dois periacuteodos de incubaccedilatildeo
utilizando o software estatiacutestico Sisvar desenvolvido por Ferreira (1999)
Os dados referentes ao pH em CaCl2 e ao teor de Si no solo encontrados em
funccedilatildeo dos corretivos (silicatos e calcaacuterio) em cada fraccedilatildeo granulomeacutetrica foram
submetidos agrave anaacutelise de variacircncia e suas meacutedias foram comparadas pelo teste de Scott-
Knott (1974) a 5 de probabilidade quanto agrave variaccedilatildeo dos corretivos dentro de cada
fraccedilatildeo granulomeacutetrica e quanto agrave variaccedilatildeo das fraccedilotildees granulomeacutetricas dentro dos
corretivos
20
4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
41 Variaccedilotildees no pH aos 30 dias de incubaccedilatildeo
Em relaccedilatildeo agrave variaacutevel pH em CaCl2 houve efeito significativo das doses de
CaCO3 para os quatro solos analisados o que possibilitou o ajuste de modelos de
regressatildeo (Figura 4)
Para os valores de pH em CaCl2 em funccedilatildeo do corretivo e fraccedilatildeo granulomeacutetrica
utilizados a anaacutelise de variacircncia tambeacutem permitiu constatar efeito significativo
inclusive para a interaccedilatildeo entre estes fatores (Tabela 9) Em geral quanto menor a
fraccedilatildeo granulomeacutetrica maior o pH do solo resultado este que concorda com o trabalho
realizado anteriormente por Alcarde e colaboradores (1989)
Novais e colaboradores (1993) tambeacutem descreveram que a granulometria mais
fina das escoacuterias de siderurgia permitiu maior reatividade tanto em solos arenosos
quanto em solos argilosos
(a)
y = -03764x2 + 13644x + 49458
R2 = 099
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(b)
y = -07093x2 + 24251x + 50564
R2 = 097
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(c)
y = 0492x + 3941
R2 = 094
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(d)
y = -1075x2 + 37825x + 39585
R2 = 099
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalnete CaCO3
pH e
m C
aCl 2
Significativo a 5 de probabilidade pelo teste f Figura 4 Valores do pH em CaCl2 em funccedilatildeo da dose equivalente de CaCO3 aplicada ao solo apoacutes 30 dias de incubaccedilatildeo nos solos muito argiloso (a) argiloso (b) meacutedio (c) arenoso (d)
21
Para os solos muito argiloso argiloso e arenoso pode-se observar que com as
doses de CaCO3 dentro do limite de 0 a 200 em relaccedilatildeo agrave recomendaccedilatildeo para atingir
60 de saturaccedilatildeo por bases o pH em CaCl2 aumentou significativamente de maneira
quadraacutetica Entretanto observou-se para o solo de textura meacutedia um ajuste linear Este
efeito pode ser atribuiacutedo ao fato das doses do corretivo utilizado natildeo terem sido
suficientes para atingir a faixa de estabilidade
Atraveacutes da amplitude de variaccedilatildeo nos valores de pH em funccedilatildeo do acreacutescimo
nas doses de CaCO3 pode-se observar o maior efeito tampatildeo dos solos muito argiloso e
argiloso em relaccedilatildeo ao solo arenoso e de textura meacutedia informaccedilatildeo esta que corrobora
aos relatos de Furtini e colaboradores (2001) O poder tampatildeo do solo eacute a resistecircncia
que o solo oferece a mudanccedila de pH Sousa e colaboradores (2007) exemplificando a
proporcionalidade dos diferentes tipos de acidez do solo relatam que a quantidade de
calcaacuterio necessaacuteria para neutralizar a acidez ativa pode chegar a quatorze mil setecentos
e vinte e trecircs vezes menor do que o necessaacuterio para a correccedilatildeo da acidez potencial do
solo o que evidencia a importacircncia do conhecimento do poder tampatildeo do solo para se
determinar a dose do corretivo
Pode-se observar que os resultados de pH em CaCl2 em funccedilatildeo dos corretivos e
das fraccedilotildees granulomeacutetricas para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso
submetidos a 30 dias de incubaccedilatildeo ocorreram de forma que quanto menor a
granulometria do corretivo maior foi o aumento no valor de pH encontrado nos solos
(Tabela 9)
22
Tabela 9 Valores de pH em CaCl2 em funccedilatildeo do corretivo de solo utilizado na dose
referente agrave elevaccedilatildeo da saturaccedilatildeo por bases para 60 e da fraccedilatildeo granulomeacutetrica apoacutes
30 dias de incubaccedilatildeo para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso
Peneira ABNT (mesh) Corretivo
5 - 10 10 - 20 20 ndash 50 gt 50 Meacutedia Solo muito argiloso
Agrosiliacutecio 51
Ac
51
Ac
57
Ab
59
Aa
55 Silifeacutertil 49
Ad
53
Ac
56
Ab
60
Aa
54 Holcim 50
Ab
49
Bb
49
Cb
53
Ca
50 Calcaacuterio 49
Ac
50
Bc
54
Bb
57
Ba
53 Meacutedia 50
51
54
57
53 Solo argiloso
Agrosiliacutecio
51
Ac
53
Ac
61
Ab
65
Aa
57 Silifeacutertil 53
Ac
52
Ac
59
Ab
66
Aa
57 Holcim 51
Ab
51
Ab
51
Cb
55
Ba
52 Calcaacuterio 51
Ac
52
Ac
56
Bb
65
Aa
56
51
52
56
63
56 Solo meacutedio
Agrosiliacutecio
40
Ac
41
Ac
41
Ab
43
Aa
41 Silifeacutertil 40
Ab
40
Ab
41
Aa
42
Ca
41 Holcim 40
Ab
40
Ab
40
Bb
41
Ca
40 Calcaacuterio 40
Ab
41
Ab
41
Bb
42
Ba
41 Meacutedia 40
40
41
42
41 Solo arenoso
Agrosiliacutecio
40
Ac
43
Ac
55
Ab
63
Aa
50 Silifeacutertil 40
Ac
42
Ac
52
Bb
65
Aa
50 Holcim 40
Ab
41
Ab
42
Cb
50
Ba
43 Calcaacuterio 40
Ac
40
Ac
50
Bb
63
Aa
48 Meacutedia 40
42
49
60
48 Letras maiuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na coluna e letras minuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na linha (Scott-Knott a 5)
No solo muito argiloso o Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil proporcionaram a maior
elevaccedilatildeo do pH do solo em relaccedilatildeo aos demais corretivos em todas as faixas
granulomeacutetricas passantes na peneira de 10 mesh ou seja quando a granulometria foi
inferior a 2 mm em fraccedilotildees maiores que esta o efeito do corretivo foi muito pequeno
natildeo havendo diferenccedila entre os corretivos (Tabela 9)
Para os demais solos os corretivos natildeo apresentaram diferenccedilas quanto ao
aumento provocado no pH do solo quando aplicados em granulometria acima de 084
mm ou seja produtos retidos na peneira de 10 mesh Para as granulometrias mais finas
23
os corretivos apresentaram diferenccedilas no aumento do pH ficando os solos que
receberam o silicato Holcim com os menores valores
De maneira geral para as granulometrias mais finas inferior a 084 mm
(passantes na peneira de 20 mesh) o Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil proporcionaram os
maiores incrementos em pH exceto para o produto mais fino gt 50 mesh no solo de
textura meacutedia e para o produto de granulometria entre 03 e 084 mm (ABNT 20 ndash 50)
no solo arenoso em que o Agrosiliacutecio obteve os melhores resultados (Tabela 9)
42 Variaccedilotildees no pH equivalente em CaCO3 e eficiecircncia relativa dos corretivos aos
90 dias de incubaccedilatildeo
Houve efeito significativo das doses de CaCO3 nos valores de pH em CaCl2 para
os quatro solos analisados o que possibilitou o ajuste de modelos polinomiais (Figura
5)
(a)
y = -01466x2 + 09457x + 49792
R2 = 085
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(b)
y = -05821x2 + 21998x + 49789
R2 = 098
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(c)
y = 04565x + 39275
R2 = 091
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(d)
y = -0865x2 + 34185x + 39925
R2 = 098
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
Significativo a 5 de probabilidade pelo teste f
Figura 5 Valores do pH em CaCl2 em funccedilatildeo da dose equivalente de CaCO3 aplicada ao solo apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo nos solos muito argiloso (a) argiloso (b) meacutedio (c) arenoso (d)
24
Para os solos muito argiloso argiloso e arenoso (Figura 5 a b d) como era de
se esperar as doses de CaCO3 dentro do limite de 0 a 200 em relaccedilatildeo agrave
recomendaccedilatildeo aumentaram significativamente e de forma quadraacutetica o pH em CaCl2
Acompanhando a tendecircncia observada apoacutes 30 dias de incubaccedilatildeo para o solo de
textura meacutedia verificou-se um ajuste linear para o aumento do valor de pH em CaCl2
em funccedilatildeo de doses de CaCO3 Este efeito pode ser atribuiacutedo ao fato das doses do
corretivo utilizado natildeo terem sido suficientes para atingir a faixa de estabilidade
Para as variaccedilotildees de pH em CaCl2 em funccedilatildeo do corretivo e fraccedilatildeo
granulomeacutetrica utilizados tambeacutem houve efeito significativo inclusive para a interaccedilatildeo
entre estes fatores (Tabela 10)
25
Tabela 10 Valores de pH em CaCl2 em funccedilatildeo do corretivo de solo utilizado na dose
referente agrave elevaccedilatildeo da saturaccedilatildeo por bases para 60 e da fraccedilatildeo granulomeacutetrica apoacutes
90 dias de incubaccedilatildeo para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso
Peneira ABNT (mesh) Corretivo
5 - 10 10 - 20 20 ndash 50 gt 50 Meacutedia Solo muito argiloso
Agrosiliacutecio 50
Ad
52
Ac
56
Ab
57
Aa
54 Silifeacutertil 50
Ac
51
Ac
55
Ab
58
Aa
53 Holcim 49
Ab
48
Cb
48
Bb
53
Ba
50 Calcaacuterio 49
Ac
50
Bc
55
Ab
57
Aa
53 Meacutedia 50
50
53
56
52 Solo argiloso
Agrosiliacutecio 52
Ab
53
Ab
61
Aa
62
Aa
57 Silifeacutertil 49
Cd
53
Ac
58
Bb
63
Aa
56 Holcim 50
Bb
50
Bb
51
Db
55
Ca
51 Calcaacuterio 51
Bd
52
Ac
56
Cb
62
Ba
55 Meacutedia 50
52
56
60
55 Solo meacutedio
Agrosiliacutecio 40
Ad
41
Ac
42
Ab
43
Aa
42 Silifeacutertil 41
Ac
41
Ac
42
Ab
43
Aa
42 Holcim 41
Ab
41
Ab
41
Cb
41
Ba
41 Calcaacuterio 40
Ab
41
Ab
41
Bb
43
Aa
41 Meacutedia 40
41
41
42
41 Solo arenoso
Agrosiliacutecio
40
Ac
44
Ab
59
Aa
61
Aa
51 Silifeacutertil 40
Ac
43
Ac
55
Ab
64
Aa
51 Holcim 39
Ab
40
Ab
42
Bb
48
Ba
43 Calcaacuterio 40
Ac
42
Ac
55
Ab
63
Aa
50 Meacutedia 40
42
53
59
49 Letras maiuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na coluna e letras minuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na linha (Scott-Knott a 5)
No solo muito argiloso e no solo arenoso o Agrosiliacutecio o Silifeacutertil e o calcaacuterio
proporcionaram maior elevaccedilatildeo no pH do solo em relaccedilatildeo ao Holcim nos corretivos
com granulometria inferior a 084 mm passantes na peneira de 20 mesh Quando se
comparam estes resultados com os obtidos aos 30 dias de incubaccedilatildeo observa-se a
inclusatildeo do calcaacuterio entre os corretivos com melhores resultados de aumento de pH no
solo muito argiloso Este fato demonstrou que para este solo os silicatos Agrosiliacutecio e
Silifeacutertil tiveram uma maior dissociaccedilatildeo aos 30 dias fato este que foi compensado pelo
calcaacuterio entre 30 e 90 dias de incubaccedilatildeo (Tabela 10)
26
Os valores de pH do solo argiloso apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo demonstraram que
o Agrosiliacutecio proporcionou os maiores valores de pH em todas as fraccedilotildees
granulomeacutetricas ficando este em igualdade com o Silifeacutertil na granulometria inferior a
03 mm (gt 50 mesh) e entre 08 mm e 20 mm (10 a 20 mesh) sendo que nesta uacuteltima
fraccedilatildeo granulomeacutetrica o calcaacuterio tambeacutem se igualou aos dois corretivos acima
mencionados (Tabela 10)
No solo de textura meacutedia as diferenccedilas ocorreram apenas nas fraccedilotildees
granulomeacutetricas inferiores a 08 mm (peneira de 20 mesh) com melhores resultados
atribuiacutedos ao Agrosiliacutecio Silifeacutertil e ao calcaacuterio na fraccedilatildeo mais fina (gt 50 mesh) e ao
Agrosiliacutecio e ao Silifeacutertil na fraccedilatildeo compreendida entre 03 e 084 mm (20 a 50 mesh)
Para o solo arenoso o Agrosiliacutecio o Silifeacutertil e o calcaacuterio proporcionaram
maiores valores de pH nas fraccedilotildees granulomeacutetricas inferiores a 084 mm enquanto que
nas fraccedilotildees mais grossas todos os corretivos tiveram o mesmo comportamento
Para todos os solos utilizados no experimento verificou-se que quanto menor a
dimensatildeo das partiacuteculas maiores satildeo os incrementos gerados nos valores de pH em
CaCl2 (Tabela 10) resultado este que concorda com trabalhos realizados anteriormente
por Bellingieri e colaboradores (1989)
Nas comparaccedilotildees entre os resultados dos valores de pH das amostras de solo
apoacutes 30 e 90 dias de incubaccedilatildeo os resultados praticamente se equivalem demonstrando
que 30 dias de incubaccedilatildeo foi um periacuteodo suficiente para a accedilatildeo dos corretivos
Com base nos incrementos verificados no pH das amostras dos solos pelos
corretivos de acidez em cada fraccedilatildeo granulomeacutetrica em relaccedilatildeo agraves curvas de incubaccedilatildeo
com CaCO3 calculou-se os valores de equivalente em CaCO3 para cada corretivo
dentro de cada fraccedilatildeo granulomeacutetrica com 90 dias de incubaccedilatildeo (Tabela 11)
27
Tabela 11 Equivalente em CaCO3 dos corretivos de acidez de diferentes fraccedilotildees
granulomeacutetricas aos 90 dias de incubaccedilatildeo
Peneiras ABNT (mesh)
Corretivos
5 ndash 10 10 - 20 20 - 50 gt 50 Meacutedia
--------------------------------------- -----------------------------------------
Agrosiliacutecio 9
Ac
24
Ab
64
Aa
77
Aa
43
Silifeacutertil 9
Ac
19
Ac
52
Ab
87
Aa
42 Calcaacuterio 8
Ac
13
Ac
33
Bb
79
Aa
33 Holcim 7
Ab
7
Ab
10
Cb
33
Ba
14 Meacutedia 8
16
39
69
33 Letras maiuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na coluna e letras minuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na linha (Scott-Knott a 5)
Os resultados de equivalente em CaCO3 apresentados para 90 dias de incubaccedilatildeo
(Tabela 11) demonstraram grande variaccedilatildeo para este atributo entre os corretivos de
acidez o que evidencia que natildeo apenas a granulometria mas tambeacutem a origem dos
corretivos exerce grande influecircncia na velocidade de correccedilatildeo da acidez do solo
Para as fraccedilotildees granulomeacutetrica mais grossas (lt 10 e 10 a 20 mesh) pode-se
observar que natildeo houve diferenccedila entre os corretivos jaacute na fraccedilatildeo mais fina (gt 50) o
silicato Holcim proporcionou menores valores de equivalente em CaCO3 em relaccedilatildeo as
demais fontes Na fraccedilatildeo granulomeacutetrica entre 20 e 50 (Tabela 11) verificou-se
diferenccedilas entre o equivalente em CaCO3 de silicatos e do calcaacuterio o que demonstrou o
fato de estarmos neste caso subestimando a reatividade dos silicatos Pode-se observar
que natildeo houve diferenccedilas entre os resultados obtidos com a aplicaccedilatildeo dos silicatos
Agrosiliacutecio e Silifeacutertil portanto sugere-se a elaboraccedilatildeo de novos paracircmetros para a
avaliaccedilatildeo de silicatos com origem de aciaria
Seguindo os criteacuterios adotados por Bellingieri (1983) de ajustar a eficiecircncia dos
corretivos atribuindo valores de 100 para as partiacuteculas passantes na peneira 50 ABNT
(partiacuteculas inferiores a 03 mm) determinou-se a eficiecircncia relativa de cada uma das
fraccedilotildees granulomeacutetricas dos corretivos permitindo a adoccedilatildeo de novos criteacuterios de
reatividade para os silicatos (Tabela 12)
28
Tabela 12 Eficiecircncias relativas em relaccedilatildeo agrave fraccedilatildeo granulomeacutetrica inferior a 03 mm
(peneira 50 mesh) dos corretivos de acidez em diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas aos
90 dias de incubaccedilatildeo
Peneiras ABNT (mesh)
Corretivos 5 - 10 10 - 20 20 - 50 gt 50 Meacutedia
------------------------------ -------------------------------
Agrosiliacutecio 12 33 85 100 58
Silifeacutertil 9 25 65 100 50
Holcim 16 17 27 100 40
Calcaacuterio 9 18 63 100 48
Meacutedia 12 23 60 100
Propotildee-se a adequaccedilatildeo da equaccedilatildeo atualmente adotada para a determinaccedilatildeo da
eficiecircncia relativa (reatividade) de silicatos de origem de aciaria para uso como
corretivo de acidez em funccedilatildeo das diferenccedilas encontradas em eficiecircncia relativa
apresentadas na Tabela 12 entre os silicatos de origem de escoacuteria de aciaria
(Agrosiliacutecio e Silifeacutertil) em relaccedilatildeo ao calcaacuterio ficando a mesma da seguinte forma
RE = F10-20 x 03 + F20-50 x 075 + Fgt50 x 1
Onde
F10-20= percentual de produto que passa pela peneira nordm10 e fica retido na
peneira nordm20 F20-50 = percentual de produto que passa pela peneira nordm20 e fica retido
na peneira nordm50 e F-50 = percentual de produto que passa pela peneira nordm50
Os valores de eficiecircncia relativa 12 em meacutedia para a fraccedilatildeo granulomeacutetrica
mais grosseira pode estar associado agrave presenccedila de micropartiacuteculas (poacute) aderidas ao
redor das partiacuteculas mais grossas (Tabela 12) jaacute que a separaccedilatildeo granulomeacutetrica seguiu
o meacutetodo oficial de separaccedilatildeo em peneiras a seco
29
43 Teor de siliacutecio no solo apoacutes 30 dias de incubaccedilatildeo
De maneira geral pode-se observar que o Agrosiliacutecio proporcionou maiores
incrementos de Si no solo obtendo no solo argiloso quando aplicado na fraccedilatildeo
granulomeacutetrica mais fina incremento de 10 mg dm-3 (Tabela 13)
Tabela 13 Teor de Si no solo em funccedilatildeo da fraccedilatildeo granulomeacutetrica e do corretivo utilizado para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso apoacutes 30 dias de incubaccedilatildeo
Peneiras ABNT (mesh) Corretivos 5 - 10 10 - 20 20 ndash 50 gt 50 Meacutedia
-------------------------------- Si (mg kg-1) -------------------------------------
Solo muito argiloso
Agrosiliacutecio 7
Aa
8
Aa
9
Aa
8
Aa
8 Silifeacutertil 7
Aa
7
Aa
7
Ba
7
Aa
7 Holcim 6
Aa
6
Aa
6
Ba
6
Ba
6 Calcaacuterio 7
Aa
6
Aa
5
Ba
5
Ba
6 Meacutedia 6
7
7
6
6
Solo argiloso
Agrosiliacutecio 6
Ad
10
Ac
14
Ab
15
Aa
11 Silifeacutertil 7
Ac
6
Bc
10
Bb
12
Ba
9 Holcim 6
Ab
5
Bb
6
Cb
9
Ca
7 Calcaacuterio 5
Ba
5
Ba
4
Da
2
Db
4 Meacutedia 6
6
8
10
8
Solo meacutedio
Agrosiliacutecio 10
Aa
10
Aa
10
Aa
10
Aa
10 Silifeacutertil 9
Aa
9
Aa
10
Aa
10
Aa
9 Holcim 8
Ba
9
Aa
9
Ba
10
Aa
9 Calcaacuterio 9
Ba
9
Aa
9
Ba
8
Bb
9 Meacutedia 9
9
9
9
9
Solo arenoso
Agrosiliacutecio 4
Ab
5
Ab
8
Aa
9
Aa
6 Silifeacutertil 3
Ac
5
Ab
7
Aa
7
Ba
6 Holcim 3
Ab
4
Aa
4
Ba
6
Ca
4 Calcaacuterio 3
Aa
3
Ba
3
Ca
2
Da
3 Meacutedia 3
4
6
6
5 Letras maiuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na coluna e letras minuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na linha (Scott-Knott a 5)
No solo muito argiloso as fraccedilotildees mais grossas dos corretivos com partiacuteculas
superiores a 084 mm (lt 20 mesh) natildeo apresentaram diferenccedilas quanto ao fornecimento
30
de Si ao solo poreacutem quando se avaliaram as fraccedilotildees mais finas observou-se maiores
valores de Si para o Agrosiliacutecio na fraccedilatildeo de 03 a 084 mm (20 a 50 mesh) e para o
Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil quando o corretivo foi aplicado na granulometria inferior a 03
mm (gt 50 mesh) estes resultados tambeacutem se repetiram no solo arenoso (Tabela 13)
Para o solo argiloso o Agrosiliacutecio foi o silicato que promoveu maiores valores
de Si no solo quando tambeacutem se avaliaram as fraccedilotildees granulomeacutetricas inferiores a 20
mm (gt 10 mesh) apenas para a fraccedilatildeo mais grossa maior que 20 mm o Agrosiliacutecio o
Silifeacutertil e o Holcim natildeo diferiram estatisticamente variando apenas em relaccedilatildeo ao
calcaacuterio que eacute o uacutenico corretivo avaliado que natildeo apresenta Si em sua constituiccedilatildeo
No solo de textura meacutedia o Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil proporcionaram a mesma
eficiecircncia no fornecimento de Si para o solo (fraccedilotildees 20 a 50 mesh e lt 10 mesh) na
fraccedilatildeo mais fina (gt 50 mesh) os trecircs silicatos avaliados resultaram nos mesmos valores
de Si no solo deferindo apenas do calcaacuterio jaacute na fraccedilatildeo entre 10 a 20 mesh todos os
corretivos proporcionaram o mesmo resultado
De maneira geral a granulometria natildeo resultou em diferenccedilas no fornecimento
de Si pelos silicatos exceto no solo argiloso em que se observa que quanto menor a
granulometria maior foi o teor de Si no solo (Tabela 13)
Ao se avaliar os efeitos do calcaacuterio em relaccedilatildeo ao teor de Si no solo pode-se
observar que quanto menor a fraccedilatildeo granulomeacutetrica do calcaacuterio menores os teores de Si
no solo Este fato pode estar associado a maior alteraccedilatildeo causada no pH do solo pelas
fraccedilotildees mais finas do calcaacuterio reduzindo assim sua disponibilidade de Si corroborando
aos dados de McKeague e Cline (1963) em que o aumento de pH de 6 para 9 reduziu
de 36 para 6 mg dm-3 a concentraccedilatildeo de Si soluacutevel
44 Teor de siliacutecio no solo apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo
De maneira geral pode-se observar que o Agrosiliacutecio promoveu maior
incremento de Si no solo apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo exceto para a fraccedilatildeo
granulomeacutetrica entre 20 a 50 mesh e no solo de textura meacutedia em que o Silifeacutertil e o
Holcim obtiveram resultados semelhantes ao Agrosiliacutecio (Tabela 14)
Quanto agraves fraccedilotildees granulomeacutetricas observou-se que quanto menor a fraccedilatildeo
granulomeacutetrica independente do silicato maior foi o fornecimento de Si ao solo
seguindo a tendecircncia encontrada por Oliveira e colaboradores (1994) em que escoacuterias
31
de alto forno com partiacuteculas menores que 03 mm foram mais eficientes no
fornecimento de Ca e Mg para o solo quando comparadas as fraccedilotildees mais grosseiras
Tabela 14 Teor de Si no solo em funccedilatildeo da fraccedilatildeo granulomeacutetrica e do corretivo
utilizado para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso apoacutes 90 dias de
incubaccedilatildeo
Peneiras ABNT (mesh) Corretivos 5 - 10 10 - 20 20 - 50 gt 50 Meacutedia
-------------------------------- Si (mg kg-1) --------------------------------------
Solo muito argiloso Agrosiliacutecio 8
Ab
9
Aa
9
Aa
9
Aa
9 Silifeacutertil 6
Bb
7
Bb
7
Ba
8
Ba
7 Holcim 7
Bb
7
Bb
6
Cb
8
Ba
7 Calcaacuterio 6
Ba
6
Ba
5
Db
5
Cb
6 Meacutedia 7
7
7
7
7 Solo argiloso
Agrosiliacutecio 7
Ac
11
Ab
13
Aa
13
Aa
11 Silifeacutertil 5
Bc
7
Bb
9
Ba
9
Ba
8 Holcim 6
Bb
5
Cb
6
Cb
9
Ba
7 Calcaacuterio 4
Ca
4
Da
4
Da
3
Cb
4 Meacutedia 5
7
8
9
7 Solo meacutedio
Agrosiliacutecio 10
Aa
11
Aa
10
Aa
11
Aa
11 Silifeacutertil 10
Ba
10
Ba
10
Aa
10
Ba
10 Holcim 10
Bb
10
Bb
10
Ab
11
Aa
10 Calcaacuterio 9
Ba
10
Ba
9
Bb
8
Cc
9 Meacutedia 10
10
10
10
10 Solo arenoso
Agrosiliacutecio 4
Ac
6
Ab
7
Aa
7
Aa
6 Silifeacutertil 3
Bc
4
Bb
6
Ba
6
Ba
5 Holcim 3
Bc
3
Cb
4
Cb
5
Ca
4 Calcaacuterio 2
Ca
2
Da
2
Da
2
Da
2 Meacutedia 3
4
5
5
4 Letras maiuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na coluna e letras minuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na linha (Scott-Knott a 5)
Para todos os solos analisados observou-se a seguinte sequecircncia para o teor de
Si Agrosiliacutecio gt Silifeacutertil gt Holcim gt Calcaacuterio Fato este que acompanha a tendecircncia
observada na avaliaccedilatildeo da reatividade na correccedilatildeo da acidez do solo exceto para o
calcaacuterio por natildeo apresentar Si em sua constituiccedilatildeo
32
Korndoumlrfer e colaboradores (2004) apresentaram a solubilidade de diferentes
silicatos evidenciando que o Agrosiliacutecio (escoacuteria de aciaria) apresentou maiores valores
de solubilidade em relaccedilatildeo aos valores obtidos pela escoacuteria de alto forno como o
Holcim com valores de 43 e 7 respectivamente Estas diferenccedilas em solubilidade
explicam os valores encontrados tanto na avaliaccedilatildeo aos 30 como aos 90 dias de
incubaccedilatildeo
Pereira e colaboradores (2004) em trabalho para a avaliaccedilatildeo da eficiecircncia de
fontes de Si para a cultura do arroz encontraram que a fonte que proporcionou mais
extraccedilatildeo de Si para os gratildeos foi a escoacuteria oriunda da produccedilatildeo de accedilo inox dado que
corrobora os resultados encontrados neste trabalho em que o Agrosiliacutecio (escoacuteria de
aciaria) apresentou maior disponibilizaccedilatildeo de Si para o solo
Nas comparaccedilotildees entre os resultados do teor de Si no solo apoacutes 30 e 90 dias de
incubaccedilatildeo os resultados praticamente se equivalem demonstrando que 30 dias foi um
periacuteodo suficiente para que os silicatos fornecessem Si
Comparando o teor de Si antes da aplicaccedilatildeo dos corretivos com o teor de Si no
solo apoacutes a aplicaccedilatildeo dos corretivos e apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo verificou-se
expressivo acreacutescimo no teor Si no solo ocasionado pelos silicatos principalmente para
o Agrosiliacutecio que incrementou na meacutedia entre as fraccedilotildees granulomeacutetricas 2 6 1 e 3 mg
dm-3 de Si nos solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso respectivamente O
Silifeacutertil tambeacutem forneceu Si ao solo elevando em 1 4 0 e 3 mg dm-3 o teor de Si nos
solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso respectivamente Jaacute o Holcim
apresentou incrementos de 0 2 0 e 1 mg dm-3 respectivamente para os solos muito
argiloso argiloso meacutedio e arenoso
33
5 CONCLUSOtildeES
Os silicatos Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil proporcionam maiores valores de eficiecircncia
relativa na correccedilatildeo da acidez do solo em comparaccedilatildeo ao calcaacuterio e ao silicato Holcim
na fraccedilatildeo granulomeacutetrica entre 030 e 084 mm
Quanto menor a fraccedilatildeo granulomeacutetrica do silicato maior eacute a eficiecircncia relativa
na correccedilatildeo da acidez do solo e maior eacute o fornecimento de Si para o solo
O Agrosiliacutecio apresenta melhores resultados no fornecimento de Si ao solo
seguido do Silifeacutertil e do Holcim
O periacuteodo de 30 dias em condiccedilotildees de umidade mantida agrave 80 da capacidade
de campo eacute um periacuteodo suficiente para a correccedilatildeo da acidez do solo e fornecimento de
Si pelos silicatos ao solo
34
6 REFEREcircNCIAS
ALCARDE JC PAULINO VT DERNARDIN J S Avaliaccedilatildeo da reatividade de corretivos da acidez do solo Revista Brasileira de Ciecircncia do Solo Campinas v 13 p 387-392 1989
ALCARDE JC Corretivos de acidez dos solos caracteriacutesticas e interpretaccedilotildees teacutecnicas Satildeo Paulo ANDA 1992 24p (Boletim Teacutecnico 6)
ALCARDE JC RODELLA AA Avaliaccedilatildeo quiacutemica de corretivos de acidez para fins agriacutecolas uma nova proposiccedilatildeo Scientia Agriacutecola Piracicaba v 53 n 2 ndash 3 1996
ALVAREZ V VH RIBEIRO AC Calagem In RIBEIRO AC GUIMARAtildeES PTG GUIMARAtildeES PTG ALVAREZ V VH (Ed) Recomendaccedilotildees para o uso de corretivos e fertilizantes em Minas Gerais ndash 5ordf Aproximaccedilatildeo Viccedilosa CFSEMG 1999 p 43-60
ALVAREZ V VH Correlaccedilatildeo e calibraccedilatildeo de meacutetodos de anaacutelise de solos In ALVAREZ V VH FONTES LEF FONTES MPF (Ed) O solo nos grandes domiacutenios morfoclimaacuteticos do Brasil e o desenvolvimento sustentado Viccedilosa Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo 1996 p 615-646
ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DOS PRODUTORES DE CALCAacuteRIO Calcaacuterio agriacutecola ndash Brasil consumo aparente por estado (1992 ndash 2006) Disponiacutevel em lthttpwwwcalcario-rscombrgt Acesso em 25 de novembro de 2008
BALASTRA MLFC PEREZ CM JULIANO BO VILLAREAL P Effects of siacutelica level on some properties of Oriza sativa straw and hull Canadian Journal of Botany Ottawa v 67 p 2356-2363 1989
BARBOSA FILHO MP SNYDER G H PRABHU A S DATNOFF L E KORNDOumlRFER G H Importacircncia do siliacutecio para a cultura do arroz Informaccedilotildees agronocircmicas v 89 p 1-8 2000
BELLINGIERI PA Avaliaccedilatildeo em laboratoacuterio da eficiecircncia de diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas de calcaacuterios agriacutecolas 1983 99f Tese (Doutorado) ndash Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Universidade de Satildeo Paulo Piracicaba 1983
BELLINGIERI PA ALCARDE JC amp SOUZA ECA Avaliaccedilatildeo da qualidade de calcaacuterios agriacutecolas atraveacutes do PRNT Anais da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Piracicaba v 45 n 2 p 579-588 1988
BELLINGIERI PA ALCARDE JC SOUZA ECA de Eficiecircncia relativa de diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas de calcaacuterios na neutralizaccedilatildeo da acidez dos solos avaliada em laboratoacuterio Anais da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Piracicaba v46 n2 1989 p 303-317
35
BELLINGIERI PA SOUZA ECA ALCARDE JC SHIKASHO HW Importacircncia da reatividade do calcaacuterio sobre a produccedilatildeo e algumas caracteriacutesticas da soja Scientia Agricola Piracicaba v 49 p 61-71 1992
BRASIL MAPA Laboratoacuterio Nacional de Referecircncia Vegetal Anaacutelise de corretivos fertilizantes e inoculantes Brasiacutelia 1983 104p
BRUNAUER S EMMETT P H TELLER E Adsorption of gases in multimolecular layers In Journal of the American Chemical Society New York v 60 p 309-19 1938
CATANI RA ALONSO O Avaliaccedilatildeo e exigecircncia de calcaacuterio do solo Anais da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Piracicaba v 26 p 141-156 1969
CATE R Sugestotildees para adubaccedilatildeo com base na anaacutelise de solos Raleigh North Caroline State University 1965 16p
DAYANADAM P KAUFMAN PB FRANKLIN CL Detection of siacutelica in plants American Journal of Botany Columbus v 70 p 1079-1084 1983
DEFELIPO BV BRAGA JM SPIES C Comparaccedilatildeo entre meacutetodos de determinaccedilatildeo da necessidade de calcaacuterio de solos de Minas Gerais Experientiae v 13 p 111-136 1982
EMBRAPA C N P S Manual de meacutetodos de anaacutelise de solo Rio de Janeiro 1997 212p
EPSTEIN E Silicon Annu Rev Plant Physiol Plant Molec Biol Palo Alto v 50 1999 p 641 - 664
FERREIRA DF SISVAR versatildeo 43 (Build 41) Lavras UFLADEX 1999 4 disquetes
FURTINI NETO A VALE FR RESENDE A V GUILHERME L R G GUEDES G A A Fertilidade do solo Lavras UFLAFAEPE 2001 252p
GASCHO G J Silicon sources for agriculture In DATNOFF L E SNYDER G H KORNDOumlRFER G H (Ed) Silicon in agriculture Amsterdan Elsevier 2001 cap 12 p 197-207
KAMINSKI J RHEINHEIMER DS A acidez do solo e a nutriccedilatildeo mineral de plantas In KAMINSKI J (Ed) Uso de corretivos da acidez do solo no plantio direto Pelotas SBCSNRS 2000 cap2 p 21 - 39
KORNDOumlRFER G H Elementos beneacuteficos In FERNANDES M S Nutriccedilatildeo mineral de plantas Viccedilosa Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo 2006 432p
36
KORNDOumlRFER G H DATNOFF L E Adubaccedilatildeo com siliacutecio uma alternativa no controle de doenccedilas da cana-de-accediluacutecar e do arroz Informaccedilotildees Agronocircmicas Piracicaba v 70 p 1-5 1995
KORNDOumlRFER G H PEREIRA H S CAMARGO M S Silicatos de caacutelcio e magneacutesio na agricultura 3 ed Uberlacircndia 2004 28 p (Boletim Teacutecnico n1)
KORNDOumlRFER G H PEREIRA H S NOLLA A Anaacutelise de siliacutecio solo planta e fertilizante 1 ed Uberlacircndia 2004 50 p (Boletim Teacutecnico n2)
KORNDOumlRFER G H PEREIRA H S CAMARGO M S Silicatos de caacutelcio e magneacutesio na agricultura 2 ed Uberlacircndia 2003 15 p (Boletim Teacutecnico n1)
KORNDOumlRFER G H PEREIRA H S CAMARGO M S Papel do siliacutecio na produccedilatildeo de cana-de-accediluacutecar STAB v 21 n 2 2002 4 p
KORNDOumlRFER G H LEPSCH I Effect of silicon on plant growth and crop yeld In DATNOFF L E SNYDER G H KORNDOumlRFER G H (Ed) Silicon in agriculture Amsterdan Elsevier 2001 p 133 ndash 147
KURIHARA CH MAEDA S HERNANI LC SILVA WM Eficiecircncia relativa de fraccedilotildees granulomeacutetricas de calcaacuterios sul-mato-grossenses Pesquisa Agropecuaacuteria Brasileira Brasiacutelia v34 n 8 p 1443 - 1449 1999
LOPES A S SILVA MC GUILHERME L R G Acidez do solo e calagem 3 ed Satildeo Paulo ANDA 1990 22 p (Boletim Teacutecnico 1)
LOPES A S Manual de fertilidade do solo Satildeo Paulo ANDAPOTAFOacuteS 1989 153p
MA JF TAKAHASHI E Soil fertilizer and plant silicon research in Japan Amosterdan Elsevier Science 2002 281 p
MALAVOLTA E Manual de quiacutemica agriacutecola adubos e adubaccedilatildeo Satildeo Paulo Agronocircmica Ceres 1981 608 p
MARSCHNER H Mineral nutrition of higher plants 2 ed LondresAcademic Press 1995 889p
MCKEAGUE J A CLINE M G Silica in soils Advances in Agronomy New York v 15n 3 p 339-397 1963
MEURER E J Fundamentos de quiacutemica do solo 3 ed Porto Alegre Evangraf 2006 285p
MIYAKE Y TAKAHASHI E Effect of silicon on the growth of cucumber plant in soil culture Soil Science Plant Nutrition Tokyo v 29 p 463-471 1983
37
NOVAIS R F BARROS N F LEITE F P TEIXEIRA J L LEAL P G L Eficiecircncia agronocircmica de escoacuterias de siderurgia Pains Viccedilosa Universidade Federal de Viccedilosa 1993
OLIVEIRA AC HAHNE H BARROS NF MORAIS EJ Uso de escoacuteria de alto forno como fonte de nutrientes na adubaccedilatildeo florestal In GUERRINI IA BELLOTE AFJ BUumlLL LT (Ed) Seminaacuterio sobre uso de resiacuteduos florestais e urbanos em florestas Botucatu Fundaccedilatildeo de Estudos e Pesquisas Agriacutecolas e Florestais 1994 p 77-96
PEREIRA HS KORNDOumlRFER GH VIDAL AA CAMARGO MS Silicon sources for rice crop Scientia Agriacutecola Piracicaba v 61 p 522-528 2004
PLESE L P M Efeito da umidade do solo na reatividade das fraccedilotildees granulomeacutetricas de um calcaacuterio 2000 49f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) ndash Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Universidade de Satildeo Paulo Piracicaba 2000
PRADO R M FERNANDES F M NATALE W Uso de escoacuteria de siderurgia no Brasil estudos na cultura da cana-de-accediluacutecar Jaboticabal Funep 2001 67p
PROGRAMA INTERLABORATORIAL DE CONTROLE DE QUALIDADE DE ANAacuteLISE DE SOLO Manual do laboratorista 2005 33p
RAIJ BV Avaliaccedilatildeo da fertilidade do solo Piracicaba Associaccedilatildeo Brasileira para Pesquisa da Potassa e do Fosfato 1981 142p
RAIJ B V CANTARELLA H QUAGGIO J A FURLANI A M C Recomendaccedilatildeo de adubaccedilatildeo e calagem para o estado de Satildeo Paulo Campinas IAC 1996 285p (IAC Boletim 100)
SCOTT AJ KNOTT MA A cluster analysis method for grouping means in the analysis of variance Biometrics Washington v 30 n 2 1974 p 507-512
SHOEMAKER HE MCCLEAN E PRATT PF Buffer methods for determining lime requirements of soil with appreciable amounts of extractable aluminium Soil Sci Soc Am Proc Madison v 25 p 274-277 1961
SOUSA D M G MIRANDA L N OLIVEIRA S A Acidez do solo e sua correccedilatildeo In NOVAIS R F ALVAREZ V V H BARROS N F FONTES R L F CANTARUTTI R B NEVES J C L Fertilidade do solo Viccedilosa Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo 2007 p 205 ndash 274
SOUSA D M G LOBATO E Cerrado correccedilatildeo do solo e adubaccedilatildeo Brasiacutelia Embrapa Informaccedilatildeo Tecnoloacutegica 2004 416p
VERAS M C M VIEIRA W TEIXEIRA L S M ALCARDE J C OLIVEIRA L B Manual de meacutetodos analiacuteticos oficiais para fertilizantes minerais orgacircnicos organominerais e corretivos 1 ed Brasiacutelia MAPA 2007 v 1
38
WERNER D ROTH R Siacutelica metabolism In LAUCHILI A BIELESKI RL (Ed) Encyclopedia of plant physiology New Series Berlin Springer-Velag 1983 v 15B p 682-694
- Parte inicial dissertaccedilatildeopdf
- RESUMOpdf
- Corpo da dissertaccedilatildeopdf
-
10
3 MATERIAL E MEacuteTODOS
31 Local do experimento
O experimento foi desenvolvido na Central de Fertilidade do Solo da
Faculdade de Ciecircncias Agraacuterias do Centro Universitaacuterio de Patos de Minas (UNIPAM)
no municiacutepio de Patos de Minas ndash MG onde os solos foram armazenados durante o
periacuteodo de incubaccedilatildeo de 30 e 90 dias de 8 de julho agrave 6 de outubro de 2008
32 Solos utilizados nas unidades experimentais
O experimento foi realizado em quatro classes de solo de diferentes texturas
sendo arenoso meacutedio argiloso e muito argiloso Os solos foram coletados do horizonte
B para natildeo haver interferecircncia da mateacuteria orgacircnica e posteriormente foram secos ao ar
ateacute atingirem massa constante Em seguida peneirados em malha de 2 mm e realizada a
anaacutelise quiacutemica e fiacutesica seguindo a metodologia descrita pelo Programa
Interlaboratorial de controle de qualidade de anaacutelise de solo (2005) exceto para o teor
de Si no solo que seguiu a metodologia descrita por Korndoumlrfer et al (2004) Os
resultados satildeo apresentados na Tabela 1
11
Tabela 1 Caracterizaccedilatildeo quiacutemica e fiacutesica dos solos utilizados no experimento
SOLOS Atributo Unidade Muito
argiloso Argiloso Meacutedio Arenoso
Latossolo Vermelho Acifeacuterrico
Tiacutepico
Latossolo Vermelho Perfeacuterrico
Tiacutepico
Latossolo Vermelho
Distrofeacuterrico Tiacutepico
Latossolo Amarelo
Distroacutefico Psamiacutetico
Si mg dm-3 59 50 87 29
P (Mehlich 1) mg dm-3 00 07 10 01
K mg dm-3 364 40 226 89
Ca cmolc dm-3
02 02 04 02
Mg cmolc dm-3
06 02 05 01
H + Al cmolc dm-3
37 60 39 34
pH (em H2O)
51 53 47 45
Al cmolc dm-3
01 01 04 05
CTC (e) cmolc dm-3
09 05 14 08
CTC (T) cmolc dm-3
46 64 49 37
SB cmolc dm-3
08 04 10 03
V 185 64 200 82
Cu mg dm-3 02 13 09 03
Zn mg dm-3 01 01 01 01
Argila 74 45 30 14
Silte 12 36 16 1
Areia 14 19 54 85
Metodologia P K Cu Zn (Mehlich 1 HCl 005 M + H2SO4 00125 M) Ca Mg Al (KCl 1 M) H+Al (soluccedilatildeo tampatildeo ndash SMP a pH 75) pH (em aacutegua) anaacutelise textural (meacutetodo da pipeta)
Realizou-se a determinaccedilatildeo da densidade das amostras dos quatro solos (Tabela
2) pelo meacutetodo da proveta descrita pela Embrapa (1997) Este meacutetodo eacute uma
alternativa para experimentos em vasos onde amostras de solo satildeo desagregadas para
preencher os vasos compondo a unidade experimental
12
Tabela 2 Densidade das amostras dos solos utilizados no experimento
Solos Densidade
g cm-3
Muito Argiloso 096
Argiloso 130
Meacutedio 125
Arenoso 135
Com os resultados da anaacutelise quiacutemica dos solos foi determinada a necessidade
de calagem pelo meacutetodo da saturaccedilatildeo por bases descrito por Raij e colaboradores
(1996) com o objetivo de elevaacute-la agrave 60 (Tabela 3)
Tabela 3 Necessidade de calagem em equivalente de CaCO3 com 100 de PRNT para amostras dos solos utilizados no experimento considerando as respectivas densidades das amostras dos solos
Solos Unidade
Muito Argiloso Argiloso Meacutedio Arenoso
Mg ha-1 189 343 056 191
mg vaso-1 27114 66795 10587 38735
33 Corretivos utilizados
Foram utilizadas trecircs fontes de silicatos originados de diferentes escoacuterias de
siderurgia sendo estes Agrosiliacutecio Silifeacutertil e Holcim por serem os mais
representativos quanto ao uso na agricultura como corretivos agriacutecolas Estes foram
comparados com um calcaacuterio comercial de origem sedimentar e com o carbonato de
caacutelcio pa padratildeo para estudos de eficiecircncia relativa de corretivos (Tabela 4)
Tabela 4 Teores de caacutelcio magneacutesio e siliacutecio dos corretivos utilizados
Corretivo CaO () MgO () SiO2 ()
Agrosiliacutecio 39 10 23
Silifeacutertil 38 8 22
Holcim 25 7 43
Calcaacuterio 30 20 0
Carbonato de caacutelcio 56 0 0
13
Para a caracterizaccedilatildeo dos corretivos quanto a sua superfiacutecie especiacutefica foi
realizada a anaacutelise da superfiacutecie especiacutefica pela equipe do Laboratoacuterio de
Hidrometalurgia da Universidade Federal de Ouro Preto utilizando-se o meacutetodo de
determinaccedilatildeo por gases descrito por Brunauer e colaboradores (1938) (Tabela 5)
Tabela 5 Superfiacutecie especifica e volume total de poros dos corretivos de acidez do solo
Corretivo Superfiacutecie Especiacutefica Volume total de poros
m2 g-1 cm3 g-1
Agrosiliacutecio 1175 00482
Silifeacutertil 066 00023
Holcim 038 00006
Calcaacuterio 091 00039
Fonte Universidade Federal de Ouro Preto (Laboratoacuterio de Hidrometalurgia)
Todos os corretivos foram submetidos agrave uniformizaccedilatildeo de umidade atraveacutes de
secagem em estufa com circulaccedilatildeo forccedilada de ar a 105 ordmC por um periacuteodo de setenta e
duas horas
Apoacutes esta etapa os silicatos foram submetidos agrave separaccedilatildeo nas seguintes
fraccedilotildees granulomeacutetricas atraveacutes de agitador mecacircnico por 5 minutos seguindo a
metodologia oficial (Veras et al 2007) fracionando os corretivos nas seguintes classes
partiacuteculas maiores que 200 mm (fraccedilatildeo do corretivo retido na peneira ABNT 10 ndash 10
mesh) partiacuteculas entre 084 e 200 mm (fraccedilatildeo do corretivo passante na peneira ABNT
10 e retido na peneira ABNT 20 ndash 20 mesh) partiacuteculas entre 030 e 084 (fraccedilatildeo do
corretivo passante na peneira ABNT 20 e retido na peneira ABNT 50 ndash 50 mesh) e
partiacuteculas com dimensatildeo inferior agrave 030 mm (fraccedilatildeo do corretivo passante na peneira
ABNT 50) (Figura 1)
14
(a) (b)
Figura 1 Mesa agitadora (a) e peneiras utilizadas para a separaccedilatildeo dos corretivos nas diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas (b)
A definiccedilatildeo das fraccedilotildees granulomeacutetricas avaliadas acompanhou os criteacuterios
atualmente adotados na legislaccedilatildeo para calcaacuterio aleacutem do fato de natildeo se justificar o uso
de silicatos em fraccedilatildeo granulomeacutetrica mais fina do que as jaacute comumente utilizadas para
calcaacuterio em funccedilatildeo da maior abrasividade das escoacuterias de siderurgia (PRADO et al
2001) o que tecnicamente dificulta a accedilatildeo dos moinhos brasileiros tornando a moagem
para a obtenccedilatildeo de partiacuteculas muito finas economicamente inviaacutevel
Apoacutes a separaccedilatildeo das fraccedilotildees granulomeacutetricas os corretivos foram submetidos
agrave determinaccedilatildeo do poder de neutralizaccedilatildeo (PN) pelo meacutetodo da titulaccedilatildeo que consiste
em colocar em contato uma massa conhecida do corretivo com uma quantidade
conhecida e em excesso de aacutecido padronizado fazendo com que o corretivo neutralize
uma parte do aacutecido O excesso de aacutecido eacute quantificado por alcalimetria obtendo-se
indiretamente a quantidade de aacutecido que foi neutralizado pelo corretivo seguindo o
procedimento descrito a seguir (BRASIL 1983)
Pesou-se 1000 g da amostra secada moiacuteda e passada em peneira de 03 mm
dos corretivos (Figura 2 a) e transferiu-se o material para erlenmeyer de 250 mL no
qual adicionou-se 50 mL da soluccedilatildeo de HCl 05 M padronizada O erlenmeyer foi
coberto com vidro de reloacutegio e a soluccedilatildeo foi fervida suavemente por 5 minutos (Figura
2 b) Apoacutes esta etapa a soluccedilatildeo foi esfriada transferida para balatildeo de 100 mL que teve
seu volume completado com aacutegua destilada e deixou-se decantar (Figura 2 c) Pipetou-
se 50 mL da soluccedilatildeo que foi transferida para erlenmeyer de 125 mL no qual se
acrescentou trecircs gotas de soluccedilatildeo de fenolftaleina (indicador) A soluccedilatildeo aacutecida foi
titulada com soluccedilatildeo padronizada de NaOH 025 M ateacute o aparecimento de uma leve cor
rosada do indicador (Figura 2 d) anotou-se o volume gasto e a partir deste valor
15
calculou-se o poder de neutralizaccedilatildeo do corretivo em de CaCO3 equivalente pela
expressatildeo
PN = 10 (25M1-V2M2) onde G
M1 = concentraccedilatildeo molar da soluccedilatildeo de HCl
V2 = volume em mL da soluccedilatildeo de NaOH gasto na titulaccedilatildeo
M2 = concentraccedilatildeo molar da soluccedilatildeo de NaOH
G = massa inicial da amostra em gramas
(a) (b)
(c) (d)
Figura 2 Ilustraccedilotildees dos processos laboratoriais para determinaccedilatildeo do PN em amostras
dos materiais corretivos desde a pesagem (a) a fervura da soluccedilatildeo contendo a amostra
do corretivo e HCl (b) a soluccedilatildeo transferida para balatildeo volumeacutetrico de 100 mL em
descanso para decantaccedilatildeo (c) e a titulaccedilatildeo ateacute o aparecimento da coloraccedilatildeo rosada (d)
Para os silicatos em funccedilatildeo de sua constituiccedilatildeo quiacutemica a visualizaccedilatildeo da
coloraccedilatildeo rosada foi dificultada pelo escurecimento da soluccedilatildeo (coloraccedilatildeo esverdeada)
sendo necessaacuteria a utilizaccedilatildeo do meacutetodo potenciomeacutetrico em que o excesso de HCl da
soluccedilatildeo eacute neutralizado por NaOH ateacute atingir pH 70
Foram encontrados valores distintos de poder de neutralizaccedilatildeo para cada um dos
corretivos (Tabela 6)
16
Tabela 6 Poder de neutralizaccedilatildeo dos materiais corretivos de acidez do solo utilizados
no experimento
Corretivos Poder de Neutralizaccedilatildeo ()
Agrosiliacutecio 859
Silifeacutertil 778
Holcim 740
Calcaacuterio 1131
CaCO3 1041
Com base nos valores do poder de neutralizaccedilatildeo encontrados para cada um dos
corretivos e de acordo com as necessidades de calagem encontrados para cada solo
foram calculadas as doses de cada corretivo a serem aplicadas nos vasos preenchidos
com 300 g de amostras dos solos (Tabela 7)
Tabela 7 Quantidade de corretivo calculada para atingir 60 de saturaccedilatildeo por bases
para cada um dos solos experimentais
SOLOS
Corretivos
Muito Argiloso
Argiloso Meacutedia Arenoso
---------------------------------- mg por vaso ------------------------------------
Agrosiliacutecio 3189 7775 1232 4509
Silifeacutertil 3487 8589 1361 4981
Holcim 3666 9031 1431 5239
Calcaacuterio 2397 5906 936 3425
CaCO3 2605 6416 1012 3721
Em funccedilatildeo da dose dos corretivos utilizados em cada solo (Tabela 5) e da
concentraccedilatildeo de SiO2 em cada um dos silicatos foram calculadas as doses de Si
fornecidas por cada silicato para o respectivo solo (Tabela 8)
17
Tabela 8 Dose de Si fornecida por cada um dos silicatos em cada solo experimental SOLOS
Corretivos Concentraccedilatildeo
de Si Muito Argiloso
Argiloso Meacutedia Arenoso
--------------------------- mg por vaso -----------------------
Agrosiliacutecio
107 341 832 132 482
Silifeacutertil 103 359 885 140 513 Holcim 203 744 1833 290 1064
34 Tratamentos e delineamento experimental
Foram conduzidos quatro experimentos sendo cada um em uma classe
textural de solo em delineamento inteiramente casualizado A anaacutelise de variacircncia foi
baseada num arranjo fatorial 4x4 com quatro corretivos de acidez (trecircs silicatos de
caacutelcio Agrosiliacutecio Silifeacutertil e Holcim e um calcaacuterio) e quatro fraccedilotildees granulomeacutetricas
(entre 5 e 10 mesh partiacuteculas entre 2 e 4 mm entre 10 e 20 mesh partiacuteculas entre 084
e 2 mm entre 20 e 50 mesh partiacuteculas entre 03 e 084 mm e maior que 50 mesh
partiacuteculas menores que 03 mm) com quatro repeticcedilotildees
Aleacutem dos tratamentos acima foi realizada a incubaccedilatildeo com CaCO3 (reagente
pa) corretivo padratildeo para comparaccedilatildeo da eficiecircncia relativa na correccedilatildeo da acidez do
solo sendo este utilizado em cinco diferentes doses testemunha 50 100 150 e
200 em relaccedilatildeo agrave dose recomendada para a correccedilatildeo da acidez do solo para atingir
60 de saturaccedilatildeo por bases (Tabela 3)
34 Conduccedilatildeo do experimento
As parcelas experimentais constituiacuteram-se de recipientes plaacutesticos de 500 mL
nos quais foram adicionados 300 g de solo e as devidas quantidades dos corretivos que
posteriormente foram incubados em recipientes abertos por trinta e noventa dias em
laboratoacuterio sem exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo solar direta e a intensas variaccedilotildees de temperatura
(Figura 3 a b)
Durante o periacuteodo de incubaccedilatildeo os solos foram irrigados com aacutegua destilada
para a manutenccedilatildeo da umidade a 80 da capacidade de campo (Figura 3 c)
Apoacutes 30 e 90 dias de incubaccedilatildeo fraccedilotildees de 50 g de cada uma das amostras
foram retiradas e colocadas para secar ao ar (Figura 3 d)
18
(a) (b)
(c) (d)
Figura 3 Pesagem dos corretivos (a) adiccedilatildeo dos corretivos nos recipientes plaacutesticos
contendo as amostras dos solos (b) irrigaccedilatildeo das amostras dos solos (c) e incubaccedilatildeo em
laboratoacuterio por 30 e 90 dias (d)
35 Determinaccedilatildeo do pH do solo apoacutes a incubaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo da eficiecircncia relativa
Para a caracterizaccedilatildeo da correccedilatildeo da acidez do solo foi determinado o pH em
CaCl2 em cada unidade experimental Esta variaacutevel de cada fraccedilatildeo granulomeacutetrica dos
silicatos de caacutelcio foi confrontada com os valores obtidos atraveacutes da curva de incubaccedilatildeo
do CaCO3 (reagente pa)
A anaacutelise do pH foi realizada seguindo a metodologia descrita pelo Programa
Interlaboratorial de controle de qualidade de anaacutelise de solo (2005) em que se colocou
10 cm3 de TFSA num frasco de 50 mL e adicionou-se 25 mL de CaCl2 2H2O 001 M
(1469 g L-1) deixando em contato por quinze minutos Posteriormente agitou-se a
amostra em agitador horizontal por dez minutos a 200 rpm Apoacutes esta etapa a soluccedilatildeo
foi mantida em repouso por sessenta minutos Na sequecircncia sem agitar novamente a
amostra foi realizada a leitura em potenciocircmetro devidamente calibrado com soluccedilotildees-
padratildeo de pH 40 e 70
Os valores de pH obtidos por cada fraccedilatildeo granulomeacutetrica de cada um dos
corretivos foram confrontados com os valores de pH obtidos na curva de incubaccedilatildeo de
CaCO3 obtendo-se os valores de equivalente em CaCO3 aos 90 dias
19
Os valores de eficiecircncia relativa foram ajustados em relaccedilatildeo aos resultados
obtidos por cada corretivo na fraccedilatildeo granulomeacutetrica inferior agrave 03 mm (gt 50 mesh)
atribuindo-se a esta fraccedilatildeo mais fina o iacutendice de 100 seguindo a metodologia adotada
por Bellingieri (1983)
36 Avaliaccedilatildeo do teor de Si no solo apoacutes a incubaccedilatildeo
Para a avaliaccedilatildeo do teor de Si no solo disponibilizado por cada uma das fontes
nas fraccedilotildees granulomeacutetricas foram realizadas as anaacutelises no Laboratoacuterio de Anaacutelise de
Fertilizantes da Universidade Federal de Uberlacircndia utilizando o extrator cloreto de
caacutelcio 001 M de acordo com a metodologia descrita por Korndoumlrfer e colaboradores
(2004) em que apoacutes o contato de 10 g da amostra do solo com 100 mL da soluccedilatildeo
extratora os mesmos foram submetidos a um agitador horizontal orbital por 1 hora na
frequumlecircncia de 50 rpm Apoacutes este procedimento as amostras ficaram em repouso por 15
minutos para decantar e a suspensatildeo foi filtrada e ficando sob novo repouso por 12
horas Entatildeo pipetou-se 10 mL do extrato de cada amostra acrescentando-se 1 mL de
soluccedilatildeo sulfo-moliacutebdica Decorridos 10 minutos acrescentou-se 2 mL de soluccedilatildeo de
aacutecido tartaacuterico 200 mg L-1 e apoacutes 5 minutos adicionou-se 10 mL da soluccedilatildeo de aacutecido
ascoacuterbico Apoacutes 1 hora foi realizada a leitura em espectofotocircmetro UV-visiacutevel no
comprimento de onda de 660 nanocircmetros Em funccedilatildeo do fator de diluiccedilatildeo o valor de
leitura foi multiplicado por 10 para se chegar no teor de Si do solo em mg dm-3
37 Anaacutelise estatiacutestica
Os resultados referentes ao pH em CaCl2 encontrados em funccedilatildeo das doses de
CaCO3 foram submetidos agrave anaacutelise de variacircncia e posterior ajuste ao modelo de
regressatildeo mais adequado para cada solo dentro dos dois periacuteodos de incubaccedilatildeo
utilizando o software estatiacutestico Sisvar desenvolvido por Ferreira (1999)
Os dados referentes ao pH em CaCl2 e ao teor de Si no solo encontrados em
funccedilatildeo dos corretivos (silicatos e calcaacuterio) em cada fraccedilatildeo granulomeacutetrica foram
submetidos agrave anaacutelise de variacircncia e suas meacutedias foram comparadas pelo teste de Scott-
Knott (1974) a 5 de probabilidade quanto agrave variaccedilatildeo dos corretivos dentro de cada
fraccedilatildeo granulomeacutetrica e quanto agrave variaccedilatildeo das fraccedilotildees granulomeacutetricas dentro dos
corretivos
20
4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
41 Variaccedilotildees no pH aos 30 dias de incubaccedilatildeo
Em relaccedilatildeo agrave variaacutevel pH em CaCl2 houve efeito significativo das doses de
CaCO3 para os quatro solos analisados o que possibilitou o ajuste de modelos de
regressatildeo (Figura 4)
Para os valores de pH em CaCl2 em funccedilatildeo do corretivo e fraccedilatildeo granulomeacutetrica
utilizados a anaacutelise de variacircncia tambeacutem permitiu constatar efeito significativo
inclusive para a interaccedilatildeo entre estes fatores (Tabela 9) Em geral quanto menor a
fraccedilatildeo granulomeacutetrica maior o pH do solo resultado este que concorda com o trabalho
realizado anteriormente por Alcarde e colaboradores (1989)
Novais e colaboradores (1993) tambeacutem descreveram que a granulometria mais
fina das escoacuterias de siderurgia permitiu maior reatividade tanto em solos arenosos
quanto em solos argilosos
(a)
y = -03764x2 + 13644x + 49458
R2 = 099
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(b)
y = -07093x2 + 24251x + 50564
R2 = 097
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(c)
y = 0492x + 3941
R2 = 094
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(d)
y = -1075x2 + 37825x + 39585
R2 = 099
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalnete CaCO3
pH e
m C
aCl 2
Significativo a 5 de probabilidade pelo teste f Figura 4 Valores do pH em CaCl2 em funccedilatildeo da dose equivalente de CaCO3 aplicada ao solo apoacutes 30 dias de incubaccedilatildeo nos solos muito argiloso (a) argiloso (b) meacutedio (c) arenoso (d)
21
Para os solos muito argiloso argiloso e arenoso pode-se observar que com as
doses de CaCO3 dentro do limite de 0 a 200 em relaccedilatildeo agrave recomendaccedilatildeo para atingir
60 de saturaccedilatildeo por bases o pH em CaCl2 aumentou significativamente de maneira
quadraacutetica Entretanto observou-se para o solo de textura meacutedia um ajuste linear Este
efeito pode ser atribuiacutedo ao fato das doses do corretivo utilizado natildeo terem sido
suficientes para atingir a faixa de estabilidade
Atraveacutes da amplitude de variaccedilatildeo nos valores de pH em funccedilatildeo do acreacutescimo
nas doses de CaCO3 pode-se observar o maior efeito tampatildeo dos solos muito argiloso e
argiloso em relaccedilatildeo ao solo arenoso e de textura meacutedia informaccedilatildeo esta que corrobora
aos relatos de Furtini e colaboradores (2001) O poder tampatildeo do solo eacute a resistecircncia
que o solo oferece a mudanccedila de pH Sousa e colaboradores (2007) exemplificando a
proporcionalidade dos diferentes tipos de acidez do solo relatam que a quantidade de
calcaacuterio necessaacuteria para neutralizar a acidez ativa pode chegar a quatorze mil setecentos
e vinte e trecircs vezes menor do que o necessaacuterio para a correccedilatildeo da acidez potencial do
solo o que evidencia a importacircncia do conhecimento do poder tampatildeo do solo para se
determinar a dose do corretivo
Pode-se observar que os resultados de pH em CaCl2 em funccedilatildeo dos corretivos e
das fraccedilotildees granulomeacutetricas para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso
submetidos a 30 dias de incubaccedilatildeo ocorreram de forma que quanto menor a
granulometria do corretivo maior foi o aumento no valor de pH encontrado nos solos
(Tabela 9)
22
Tabela 9 Valores de pH em CaCl2 em funccedilatildeo do corretivo de solo utilizado na dose
referente agrave elevaccedilatildeo da saturaccedilatildeo por bases para 60 e da fraccedilatildeo granulomeacutetrica apoacutes
30 dias de incubaccedilatildeo para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso
Peneira ABNT (mesh) Corretivo
5 - 10 10 - 20 20 ndash 50 gt 50 Meacutedia Solo muito argiloso
Agrosiliacutecio 51
Ac
51
Ac
57
Ab
59
Aa
55 Silifeacutertil 49
Ad
53
Ac
56
Ab
60
Aa
54 Holcim 50
Ab
49
Bb
49
Cb
53
Ca
50 Calcaacuterio 49
Ac
50
Bc
54
Bb
57
Ba
53 Meacutedia 50
51
54
57
53 Solo argiloso
Agrosiliacutecio
51
Ac
53
Ac
61
Ab
65
Aa
57 Silifeacutertil 53
Ac
52
Ac
59
Ab
66
Aa
57 Holcim 51
Ab
51
Ab
51
Cb
55
Ba
52 Calcaacuterio 51
Ac
52
Ac
56
Bb
65
Aa
56
51
52
56
63
56 Solo meacutedio
Agrosiliacutecio
40
Ac
41
Ac
41
Ab
43
Aa
41 Silifeacutertil 40
Ab
40
Ab
41
Aa
42
Ca
41 Holcim 40
Ab
40
Ab
40
Bb
41
Ca
40 Calcaacuterio 40
Ab
41
Ab
41
Bb
42
Ba
41 Meacutedia 40
40
41
42
41 Solo arenoso
Agrosiliacutecio
40
Ac
43
Ac
55
Ab
63
Aa
50 Silifeacutertil 40
Ac
42
Ac
52
Bb
65
Aa
50 Holcim 40
Ab
41
Ab
42
Cb
50
Ba
43 Calcaacuterio 40
Ac
40
Ac
50
Bb
63
Aa
48 Meacutedia 40
42
49
60
48 Letras maiuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na coluna e letras minuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na linha (Scott-Knott a 5)
No solo muito argiloso o Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil proporcionaram a maior
elevaccedilatildeo do pH do solo em relaccedilatildeo aos demais corretivos em todas as faixas
granulomeacutetricas passantes na peneira de 10 mesh ou seja quando a granulometria foi
inferior a 2 mm em fraccedilotildees maiores que esta o efeito do corretivo foi muito pequeno
natildeo havendo diferenccedila entre os corretivos (Tabela 9)
Para os demais solos os corretivos natildeo apresentaram diferenccedilas quanto ao
aumento provocado no pH do solo quando aplicados em granulometria acima de 084
mm ou seja produtos retidos na peneira de 10 mesh Para as granulometrias mais finas
23
os corretivos apresentaram diferenccedilas no aumento do pH ficando os solos que
receberam o silicato Holcim com os menores valores
De maneira geral para as granulometrias mais finas inferior a 084 mm
(passantes na peneira de 20 mesh) o Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil proporcionaram os
maiores incrementos em pH exceto para o produto mais fino gt 50 mesh no solo de
textura meacutedia e para o produto de granulometria entre 03 e 084 mm (ABNT 20 ndash 50)
no solo arenoso em que o Agrosiliacutecio obteve os melhores resultados (Tabela 9)
42 Variaccedilotildees no pH equivalente em CaCO3 e eficiecircncia relativa dos corretivos aos
90 dias de incubaccedilatildeo
Houve efeito significativo das doses de CaCO3 nos valores de pH em CaCl2 para
os quatro solos analisados o que possibilitou o ajuste de modelos polinomiais (Figura
5)
(a)
y = -01466x2 + 09457x + 49792
R2 = 085
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(b)
y = -05821x2 + 21998x + 49789
R2 = 098
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(c)
y = 04565x + 39275
R2 = 091
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(d)
y = -0865x2 + 34185x + 39925
R2 = 098
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
Significativo a 5 de probabilidade pelo teste f
Figura 5 Valores do pH em CaCl2 em funccedilatildeo da dose equivalente de CaCO3 aplicada ao solo apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo nos solos muito argiloso (a) argiloso (b) meacutedio (c) arenoso (d)
24
Para os solos muito argiloso argiloso e arenoso (Figura 5 a b d) como era de
se esperar as doses de CaCO3 dentro do limite de 0 a 200 em relaccedilatildeo agrave
recomendaccedilatildeo aumentaram significativamente e de forma quadraacutetica o pH em CaCl2
Acompanhando a tendecircncia observada apoacutes 30 dias de incubaccedilatildeo para o solo de
textura meacutedia verificou-se um ajuste linear para o aumento do valor de pH em CaCl2
em funccedilatildeo de doses de CaCO3 Este efeito pode ser atribuiacutedo ao fato das doses do
corretivo utilizado natildeo terem sido suficientes para atingir a faixa de estabilidade
Para as variaccedilotildees de pH em CaCl2 em funccedilatildeo do corretivo e fraccedilatildeo
granulomeacutetrica utilizados tambeacutem houve efeito significativo inclusive para a interaccedilatildeo
entre estes fatores (Tabela 10)
25
Tabela 10 Valores de pH em CaCl2 em funccedilatildeo do corretivo de solo utilizado na dose
referente agrave elevaccedilatildeo da saturaccedilatildeo por bases para 60 e da fraccedilatildeo granulomeacutetrica apoacutes
90 dias de incubaccedilatildeo para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso
Peneira ABNT (mesh) Corretivo
5 - 10 10 - 20 20 ndash 50 gt 50 Meacutedia Solo muito argiloso
Agrosiliacutecio 50
Ad
52
Ac
56
Ab
57
Aa
54 Silifeacutertil 50
Ac
51
Ac
55
Ab
58
Aa
53 Holcim 49
Ab
48
Cb
48
Bb
53
Ba
50 Calcaacuterio 49
Ac
50
Bc
55
Ab
57
Aa
53 Meacutedia 50
50
53
56
52 Solo argiloso
Agrosiliacutecio 52
Ab
53
Ab
61
Aa
62
Aa
57 Silifeacutertil 49
Cd
53
Ac
58
Bb
63
Aa
56 Holcim 50
Bb
50
Bb
51
Db
55
Ca
51 Calcaacuterio 51
Bd
52
Ac
56
Cb
62
Ba
55 Meacutedia 50
52
56
60
55 Solo meacutedio
Agrosiliacutecio 40
Ad
41
Ac
42
Ab
43
Aa
42 Silifeacutertil 41
Ac
41
Ac
42
Ab
43
Aa
42 Holcim 41
Ab
41
Ab
41
Cb
41
Ba
41 Calcaacuterio 40
Ab
41
Ab
41
Bb
43
Aa
41 Meacutedia 40
41
41
42
41 Solo arenoso
Agrosiliacutecio
40
Ac
44
Ab
59
Aa
61
Aa
51 Silifeacutertil 40
Ac
43
Ac
55
Ab
64
Aa
51 Holcim 39
Ab
40
Ab
42
Bb
48
Ba
43 Calcaacuterio 40
Ac
42
Ac
55
Ab
63
Aa
50 Meacutedia 40
42
53
59
49 Letras maiuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na coluna e letras minuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na linha (Scott-Knott a 5)
No solo muito argiloso e no solo arenoso o Agrosiliacutecio o Silifeacutertil e o calcaacuterio
proporcionaram maior elevaccedilatildeo no pH do solo em relaccedilatildeo ao Holcim nos corretivos
com granulometria inferior a 084 mm passantes na peneira de 20 mesh Quando se
comparam estes resultados com os obtidos aos 30 dias de incubaccedilatildeo observa-se a
inclusatildeo do calcaacuterio entre os corretivos com melhores resultados de aumento de pH no
solo muito argiloso Este fato demonstrou que para este solo os silicatos Agrosiliacutecio e
Silifeacutertil tiveram uma maior dissociaccedilatildeo aos 30 dias fato este que foi compensado pelo
calcaacuterio entre 30 e 90 dias de incubaccedilatildeo (Tabela 10)
26
Os valores de pH do solo argiloso apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo demonstraram que
o Agrosiliacutecio proporcionou os maiores valores de pH em todas as fraccedilotildees
granulomeacutetricas ficando este em igualdade com o Silifeacutertil na granulometria inferior a
03 mm (gt 50 mesh) e entre 08 mm e 20 mm (10 a 20 mesh) sendo que nesta uacuteltima
fraccedilatildeo granulomeacutetrica o calcaacuterio tambeacutem se igualou aos dois corretivos acima
mencionados (Tabela 10)
No solo de textura meacutedia as diferenccedilas ocorreram apenas nas fraccedilotildees
granulomeacutetricas inferiores a 08 mm (peneira de 20 mesh) com melhores resultados
atribuiacutedos ao Agrosiliacutecio Silifeacutertil e ao calcaacuterio na fraccedilatildeo mais fina (gt 50 mesh) e ao
Agrosiliacutecio e ao Silifeacutertil na fraccedilatildeo compreendida entre 03 e 084 mm (20 a 50 mesh)
Para o solo arenoso o Agrosiliacutecio o Silifeacutertil e o calcaacuterio proporcionaram
maiores valores de pH nas fraccedilotildees granulomeacutetricas inferiores a 084 mm enquanto que
nas fraccedilotildees mais grossas todos os corretivos tiveram o mesmo comportamento
Para todos os solos utilizados no experimento verificou-se que quanto menor a
dimensatildeo das partiacuteculas maiores satildeo os incrementos gerados nos valores de pH em
CaCl2 (Tabela 10) resultado este que concorda com trabalhos realizados anteriormente
por Bellingieri e colaboradores (1989)
Nas comparaccedilotildees entre os resultados dos valores de pH das amostras de solo
apoacutes 30 e 90 dias de incubaccedilatildeo os resultados praticamente se equivalem demonstrando
que 30 dias de incubaccedilatildeo foi um periacuteodo suficiente para a accedilatildeo dos corretivos
Com base nos incrementos verificados no pH das amostras dos solos pelos
corretivos de acidez em cada fraccedilatildeo granulomeacutetrica em relaccedilatildeo agraves curvas de incubaccedilatildeo
com CaCO3 calculou-se os valores de equivalente em CaCO3 para cada corretivo
dentro de cada fraccedilatildeo granulomeacutetrica com 90 dias de incubaccedilatildeo (Tabela 11)
27
Tabela 11 Equivalente em CaCO3 dos corretivos de acidez de diferentes fraccedilotildees
granulomeacutetricas aos 90 dias de incubaccedilatildeo
Peneiras ABNT (mesh)
Corretivos
5 ndash 10 10 - 20 20 - 50 gt 50 Meacutedia
--------------------------------------- -----------------------------------------
Agrosiliacutecio 9
Ac
24
Ab
64
Aa
77
Aa
43
Silifeacutertil 9
Ac
19
Ac
52
Ab
87
Aa
42 Calcaacuterio 8
Ac
13
Ac
33
Bb
79
Aa
33 Holcim 7
Ab
7
Ab
10
Cb
33
Ba
14 Meacutedia 8
16
39
69
33 Letras maiuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na coluna e letras minuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na linha (Scott-Knott a 5)
Os resultados de equivalente em CaCO3 apresentados para 90 dias de incubaccedilatildeo
(Tabela 11) demonstraram grande variaccedilatildeo para este atributo entre os corretivos de
acidez o que evidencia que natildeo apenas a granulometria mas tambeacutem a origem dos
corretivos exerce grande influecircncia na velocidade de correccedilatildeo da acidez do solo
Para as fraccedilotildees granulomeacutetrica mais grossas (lt 10 e 10 a 20 mesh) pode-se
observar que natildeo houve diferenccedila entre os corretivos jaacute na fraccedilatildeo mais fina (gt 50) o
silicato Holcim proporcionou menores valores de equivalente em CaCO3 em relaccedilatildeo as
demais fontes Na fraccedilatildeo granulomeacutetrica entre 20 e 50 (Tabela 11) verificou-se
diferenccedilas entre o equivalente em CaCO3 de silicatos e do calcaacuterio o que demonstrou o
fato de estarmos neste caso subestimando a reatividade dos silicatos Pode-se observar
que natildeo houve diferenccedilas entre os resultados obtidos com a aplicaccedilatildeo dos silicatos
Agrosiliacutecio e Silifeacutertil portanto sugere-se a elaboraccedilatildeo de novos paracircmetros para a
avaliaccedilatildeo de silicatos com origem de aciaria
Seguindo os criteacuterios adotados por Bellingieri (1983) de ajustar a eficiecircncia dos
corretivos atribuindo valores de 100 para as partiacuteculas passantes na peneira 50 ABNT
(partiacuteculas inferiores a 03 mm) determinou-se a eficiecircncia relativa de cada uma das
fraccedilotildees granulomeacutetricas dos corretivos permitindo a adoccedilatildeo de novos criteacuterios de
reatividade para os silicatos (Tabela 12)
28
Tabela 12 Eficiecircncias relativas em relaccedilatildeo agrave fraccedilatildeo granulomeacutetrica inferior a 03 mm
(peneira 50 mesh) dos corretivos de acidez em diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas aos
90 dias de incubaccedilatildeo
Peneiras ABNT (mesh)
Corretivos 5 - 10 10 - 20 20 - 50 gt 50 Meacutedia
------------------------------ -------------------------------
Agrosiliacutecio 12 33 85 100 58
Silifeacutertil 9 25 65 100 50
Holcim 16 17 27 100 40
Calcaacuterio 9 18 63 100 48
Meacutedia 12 23 60 100
Propotildee-se a adequaccedilatildeo da equaccedilatildeo atualmente adotada para a determinaccedilatildeo da
eficiecircncia relativa (reatividade) de silicatos de origem de aciaria para uso como
corretivo de acidez em funccedilatildeo das diferenccedilas encontradas em eficiecircncia relativa
apresentadas na Tabela 12 entre os silicatos de origem de escoacuteria de aciaria
(Agrosiliacutecio e Silifeacutertil) em relaccedilatildeo ao calcaacuterio ficando a mesma da seguinte forma
RE = F10-20 x 03 + F20-50 x 075 + Fgt50 x 1
Onde
F10-20= percentual de produto que passa pela peneira nordm10 e fica retido na
peneira nordm20 F20-50 = percentual de produto que passa pela peneira nordm20 e fica retido
na peneira nordm50 e F-50 = percentual de produto que passa pela peneira nordm50
Os valores de eficiecircncia relativa 12 em meacutedia para a fraccedilatildeo granulomeacutetrica
mais grosseira pode estar associado agrave presenccedila de micropartiacuteculas (poacute) aderidas ao
redor das partiacuteculas mais grossas (Tabela 12) jaacute que a separaccedilatildeo granulomeacutetrica seguiu
o meacutetodo oficial de separaccedilatildeo em peneiras a seco
29
43 Teor de siliacutecio no solo apoacutes 30 dias de incubaccedilatildeo
De maneira geral pode-se observar que o Agrosiliacutecio proporcionou maiores
incrementos de Si no solo obtendo no solo argiloso quando aplicado na fraccedilatildeo
granulomeacutetrica mais fina incremento de 10 mg dm-3 (Tabela 13)
Tabela 13 Teor de Si no solo em funccedilatildeo da fraccedilatildeo granulomeacutetrica e do corretivo utilizado para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso apoacutes 30 dias de incubaccedilatildeo
Peneiras ABNT (mesh) Corretivos 5 - 10 10 - 20 20 ndash 50 gt 50 Meacutedia
-------------------------------- Si (mg kg-1) -------------------------------------
Solo muito argiloso
Agrosiliacutecio 7
Aa
8
Aa
9
Aa
8
Aa
8 Silifeacutertil 7
Aa
7
Aa
7
Ba
7
Aa
7 Holcim 6
Aa
6
Aa
6
Ba
6
Ba
6 Calcaacuterio 7
Aa
6
Aa
5
Ba
5
Ba
6 Meacutedia 6
7
7
6
6
Solo argiloso
Agrosiliacutecio 6
Ad
10
Ac
14
Ab
15
Aa
11 Silifeacutertil 7
Ac
6
Bc
10
Bb
12
Ba
9 Holcim 6
Ab
5
Bb
6
Cb
9
Ca
7 Calcaacuterio 5
Ba
5
Ba
4
Da
2
Db
4 Meacutedia 6
6
8
10
8
Solo meacutedio
Agrosiliacutecio 10
Aa
10
Aa
10
Aa
10
Aa
10 Silifeacutertil 9
Aa
9
Aa
10
Aa
10
Aa
9 Holcim 8
Ba
9
Aa
9
Ba
10
Aa
9 Calcaacuterio 9
Ba
9
Aa
9
Ba
8
Bb
9 Meacutedia 9
9
9
9
9
Solo arenoso
Agrosiliacutecio 4
Ab
5
Ab
8
Aa
9
Aa
6 Silifeacutertil 3
Ac
5
Ab
7
Aa
7
Ba
6 Holcim 3
Ab
4
Aa
4
Ba
6
Ca
4 Calcaacuterio 3
Aa
3
Ba
3
Ca
2
Da
3 Meacutedia 3
4
6
6
5 Letras maiuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na coluna e letras minuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na linha (Scott-Knott a 5)
No solo muito argiloso as fraccedilotildees mais grossas dos corretivos com partiacuteculas
superiores a 084 mm (lt 20 mesh) natildeo apresentaram diferenccedilas quanto ao fornecimento
30
de Si ao solo poreacutem quando se avaliaram as fraccedilotildees mais finas observou-se maiores
valores de Si para o Agrosiliacutecio na fraccedilatildeo de 03 a 084 mm (20 a 50 mesh) e para o
Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil quando o corretivo foi aplicado na granulometria inferior a 03
mm (gt 50 mesh) estes resultados tambeacutem se repetiram no solo arenoso (Tabela 13)
Para o solo argiloso o Agrosiliacutecio foi o silicato que promoveu maiores valores
de Si no solo quando tambeacutem se avaliaram as fraccedilotildees granulomeacutetricas inferiores a 20
mm (gt 10 mesh) apenas para a fraccedilatildeo mais grossa maior que 20 mm o Agrosiliacutecio o
Silifeacutertil e o Holcim natildeo diferiram estatisticamente variando apenas em relaccedilatildeo ao
calcaacuterio que eacute o uacutenico corretivo avaliado que natildeo apresenta Si em sua constituiccedilatildeo
No solo de textura meacutedia o Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil proporcionaram a mesma
eficiecircncia no fornecimento de Si para o solo (fraccedilotildees 20 a 50 mesh e lt 10 mesh) na
fraccedilatildeo mais fina (gt 50 mesh) os trecircs silicatos avaliados resultaram nos mesmos valores
de Si no solo deferindo apenas do calcaacuterio jaacute na fraccedilatildeo entre 10 a 20 mesh todos os
corretivos proporcionaram o mesmo resultado
De maneira geral a granulometria natildeo resultou em diferenccedilas no fornecimento
de Si pelos silicatos exceto no solo argiloso em que se observa que quanto menor a
granulometria maior foi o teor de Si no solo (Tabela 13)
Ao se avaliar os efeitos do calcaacuterio em relaccedilatildeo ao teor de Si no solo pode-se
observar que quanto menor a fraccedilatildeo granulomeacutetrica do calcaacuterio menores os teores de Si
no solo Este fato pode estar associado a maior alteraccedilatildeo causada no pH do solo pelas
fraccedilotildees mais finas do calcaacuterio reduzindo assim sua disponibilidade de Si corroborando
aos dados de McKeague e Cline (1963) em que o aumento de pH de 6 para 9 reduziu
de 36 para 6 mg dm-3 a concentraccedilatildeo de Si soluacutevel
44 Teor de siliacutecio no solo apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo
De maneira geral pode-se observar que o Agrosiliacutecio promoveu maior
incremento de Si no solo apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo exceto para a fraccedilatildeo
granulomeacutetrica entre 20 a 50 mesh e no solo de textura meacutedia em que o Silifeacutertil e o
Holcim obtiveram resultados semelhantes ao Agrosiliacutecio (Tabela 14)
Quanto agraves fraccedilotildees granulomeacutetricas observou-se que quanto menor a fraccedilatildeo
granulomeacutetrica independente do silicato maior foi o fornecimento de Si ao solo
seguindo a tendecircncia encontrada por Oliveira e colaboradores (1994) em que escoacuterias
31
de alto forno com partiacuteculas menores que 03 mm foram mais eficientes no
fornecimento de Ca e Mg para o solo quando comparadas as fraccedilotildees mais grosseiras
Tabela 14 Teor de Si no solo em funccedilatildeo da fraccedilatildeo granulomeacutetrica e do corretivo
utilizado para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso apoacutes 90 dias de
incubaccedilatildeo
Peneiras ABNT (mesh) Corretivos 5 - 10 10 - 20 20 - 50 gt 50 Meacutedia
-------------------------------- Si (mg kg-1) --------------------------------------
Solo muito argiloso Agrosiliacutecio 8
Ab
9
Aa
9
Aa
9
Aa
9 Silifeacutertil 6
Bb
7
Bb
7
Ba
8
Ba
7 Holcim 7
Bb
7
Bb
6
Cb
8
Ba
7 Calcaacuterio 6
Ba
6
Ba
5
Db
5
Cb
6 Meacutedia 7
7
7
7
7 Solo argiloso
Agrosiliacutecio 7
Ac
11
Ab
13
Aa
13
Aa
11 Silifeacutertil 5
Bc
7
Bb
9
Ba
9
Ba
8 Holcim 6
Bb
5
Cb
6
Cb
9
Ba
7 Calcaacuterio 4
Ca
4
Da
4
Da
3
Cb
4 Meacutedia 5
7
8
9
7 Solo meacutedio
Agrosiliacutecio 10
Aa
11
Aa
10
Aa
11
Aa
11 Silifeacutertil 10
Ba
10
Ba
10
Aa
10
Ba
10 Holcim 10
Bb
10
Bb
10
Ab
11
Aa
10 Calcaacuterio 9
Ba
10
Ba
9
Bb
8
Cc
9 Meacutedia 10
10
10
10
10 Solo arenoso
Agrosiliacutecio 4
Ac
6
Ab
7
Aa
7
Aa
6 Silifeacutertil 3
Bc
4
Bb
6
Ba
6
Ba
5 Holcim 3
Bc
3
Cb
4
Cb
5
Ca
4 Calcaacuterio 2
Ca
2
Da
2
Da
2
Da
2 Meacutedia 3
4
5
5
4 Letras maiuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na coluna e letras minuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na linha (Scott-Knott a 5)
Para todos os solos analisados observou-se a seguinte sequecircncia para o teor de
Si Agrosiliacutecio gt Silifeacutertil gt Holcim gt Calcaacuterio Fato este que acompanha a tendecircncia
observada na avaliaccedilatildeo da reatividade na correccedilatildeo da acidez do solo exceto para o
calcaacuterio por natildeo apresentar Si em sua constituiccedilatildeo
32
Korndoumlrfer e colaboradores (2004) apresentaram a solubilidade de diferentes
silicatos evidenciando que o Agrosiliacutecio (escoacuteria de aciaria) apresentou maiores valores
de solubilidade em relaccedilatildeo aos valores obtidos pela escoacuteria de alto forno como o
Holcim com valores de 43 e 7 respectivamente Estas diferenccedilas em solubilidade
explicam os valores encontrados tanto na avaliaccedilatildeo aos 30 como aos 90 dias de
incubaccedilatildeo
Pereira e colaboradores (2004) em trabalho para a avaliaccedilatildeo da eficiecircncia de
fontes de Si para a cultura do arroz encontraram que a fonte que proporcionou mais
extraccedilatildeo de Si para os gratildeos foi a escoacuteria oriunda da produccedilatildeo de accedilo inox dado que
corrobora os resultados encontrados neste trabalho em que o Agrosiliacutecio (escoacuteria de
aciaria) apresentou maior disponibilizaccedilatildeo de Si para o solo
Nas comparaccedilotildees entre os resultados do teor de Si no solo apoacutes 30 e 90 dias de
incubaccedilatildeo os resultados praticamente se equivalem demonstrando que 30 dias foi um
periacuteodo suficiente para que os silicatos fornecessem Si
Comparando o teor de Si antes da aplicaccedilatildeo dos corretivos com o teor de Si no
solo apoacutes a aplicaccedilatildeo dos corretivos e apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo verificou-se
expressivo acreacutescimo no teor Si no solo ocasionado pelos silicatos principalmente para
o Agrosiliacutecio que incrementou na meacutedia entre as fraccedilotildees granulomeacutetricas 2 6 1 e 3 mg
dm-3 de Si nos solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso respectivamente O
Silifeacutertil tambeacutem forneceu Si ao solo elevando em 1 4 0 e 3 mg dm-3 o teor de Si nos
solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso respectivamente Jaacute o Holcim
apresentou incrementos de 0 2 0 e 1 mg dm-3 respectivamente para os solos muito
argiloso argiloso meacutedio e arenoso
33
5 CONCLUSOtildeES
Os silicatos Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil proporcionam maiores valores de eficiecircncia
relativa na correccedilatildeo da acidez do solo em comparaccedilatildeo ao calcaacuterio e ao silicato Holcim
na fraccedilatildeo granulomeacutetrica entre 030 e 084 mm
Quanto menor a fraccedilatildeo granulomeacutetrica do silicato maior eacute a eficiecircncia relativa
na correccedilatildeo da acidez do solo e maior eacute o fornecimento de Si para o solo
O Agrosiliacutecio apresenta melhores resultados no fornecimento de Si ao solo
seguido do Silifeacutertil e do Holcim
O periacuteodo de 30 dias em condiccedilotildees de umidade mantida agrave 80 da capacidade
de campo eacute um periacuteodo suficiente para a correccedilatildeo da acidez do solo e fornecimento de
Si pelos silicatos ao solo
34
6 REFEREcircNCIAS
ALCARDE JC PAULINO VT DERNARDIN J S Avaliaccedilatildeo da reatividade de corretivos da acidez do solo Revista Brasileira de Ciecircncia do Solo Campinas v 13 p 387-392 1989
ALCARDE JC Corretivos de acidez dos solos caracteriacutesticas e interpretaccedilotildees teacutecnicas Satildeo Paulo ANDA 1992 24p (Boletim Teacutecnico 6)
ALCARDE JC RODELLA AA Avaliaccedilatildeo quiacutemica de corretivos de acidez para fins agriacutecolas uma nova proposiccedilatildeo Scientia Agriacutecola Piracicaba v 53 n 2 ndash 3 1996
ALVAREZ V VH RIBEIRO AC Calagem In RIBEIRO AC GUIMARAtildeES PTG GUIMARAtildeES PTG ALVAREZ V VH (Ed) Recomendaccedilotildees para o uso de corretivos e fertilizantes em Minas Gerais ndash 5ordf Aproximaccedilatildeo Viccedilosa CFSEMG 1999 p 43-60
ALVAREZ V VH Correlaccedilatildeo e calibraccedilatildeo de meacutetodos de anaacutelise de solos In ALVAREZ V VH FONTES LEF FONTES MPF (Ed) O solo nos grandes domiacutenios morfoclimaacuteticos do Brasil e o desenvolvimento sustentado Viccedilosa Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo 1996 p 615-646
ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DOS PRODUTORES DE CALCAacuteRIO Calcaacuterio agriacutecola ndash Brasil consumo aparente por estado (1992 ndash 2006) Disponiacutevel em lthttpwwwcalcario-rscombrgt Acesso em 25 de novembro de 2008
BALASTRA MLFC PEREZ CM JULIANO BO VILLAREAL P Effects of siacutelica level on some properties of Oriza sativa straw and hull Canadian Journal of Botany Ottawa v 67 p 2356-2363 1989
BARBOSA FILHO MP SNYDER G H PRABHU A S DATNOFF L E KORNDOumlRFER G H Importacircncia do siliacutecio para a cultura do arroz Informaccedilotildees agronocircmicas v 89 p 1-8 2000
BELLINGIERI PA Avaliaccedilatildeo em laboratoacuterio da eficiecircncia de diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas de calcaacuterios agriacutecolas 1983 99f Tese (Doutorado) ndash Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Universidade de Satildeo Paulo Piracicaba 1983
BELLINGIERI PA ALCARDE JC amp SOUZA ECA Avaliaccedilatildeo da qualidade de calcaacuterios agriacutecolas atraveacutes do PRNT Anais da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Piracicaba v 45 n 2 p 579-588 1988
BELLINGIERI PA ALCARDE JC SOUZA ECA de Eficiecircncia relativa de diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas de calcaacuterios na neutralizaccedilatildeo da acidez dos solos avaliada em laboratoacuterio Anais da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Piracicaba v46 n2 1989 p 303-317
35
BELLINGIERI PA SOUZA ECA ALCARDE JC SHIKASHO HW Importacircncia da reatividade do calcaacuterio sobre a produccedilatildeo e algumas caracteriacutesticas da soja Scientia Agricola Piracicaba v 49 p 61-71 1992
BRASIL MAPA Laboratoacuterio Nacional de Referecircncia Vegetal Anaacutelise de corretivos fertilizantes e inoculantes Brasiacutelia 1983 104p
BRUNAUER S EMMETT P H TELLER E Adsorption of gases in multimolecular layers In Journal of the American Chemical Society New York v 60 p 309-19 1938
CATANI RA ALONSO O Avaliaccedilatildeo e exigecircncia de calcaacuterio do solo Anais da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Piracicaba v 26 p 141-156 1969
CATE R Sugestotildees para adubaccedilatildeo com base na anaacutelise de solos Raleigh North Caroline State University 1965 16p
DAYANADAM P KAUFMAN PB FRANKLIN CL Detection of siacutelica in plants American Journal of Botany Columbus v 70 p 1079-1084 1983
DEFELIPO BV BRAGA JM SPIES C Comparaccedilatildeo entre meacutetodos de determinaccedilatildeo da necessidade de calcaacuterio de solos de Minas Gerais Experientiae v 13 p 111-136 1982
EMBRAPA C N P S Manual de meacutetodos de anaacutelise de solo Rio de Janeiro 1997 212p
EPSTEIN E Silicon Annu Rev Plant Physiol Plant Molec Biol Palo Alto v 50 1999 p 641 - 664
FERREIRA DF SISVAR versatildeo 43 (Build 41) Lavras UFLADEX 1999 4 disquetes
FURTINI NETO A VALE FR RESENDE A V GUILHERME L R G GUEDES G A A Fertilidade do solo Lavras UFLAFAEPE 2001 252p
GASCHO G J Silicon sources for agriculture In DATNOFF L E SNYDER G H KORNDOumlRFER G H (Ed) Silicon in agriculture Amsterdan Elsevier 2001 cap 12 p 197-207
KAMINSKI J RHEINHEIMER DS A acidez do solo e a nutriccedilatildeo mineral de plantas In KAMINSKI J (Ed) Uso de corretivos da acidez do solo no plantio direto Pelotas SBCSNRS 2000 cap2 p 21 - 39
KORNDOumlRFER G H Elementos beneacuteficos In FERNANDES M S Nutriccedilatildeo mineral de plantas Viccedilosa Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo 2006 432p
36
KORNDOumlRFER G H DATNOFF L E Adubaccedilatildeo com siliacutecio uma alternativa no controle de doenccedilas da cana-de-accediluacutecar e do arroz Informaccedilotildees Agronocircmicas Piracicaba v 70 p 1-5 1995
KORNDOumlRFER G H PEREIRA H S CAMARGO M S Silicatos de caacutelcio e magneacutesio na agricultura 3 ed Uberlacircndia 2004 28 p (Boletim Teacutecnico n1)
KORNDOumlRFER G H PEREIRA H S NOLLA A Anaacutelise de siliacutecio solo planta e fertilizante 1 ed Uberlacircndia 2004 50 p (Boletim Teacutecnico n2)
KORNDOumlRFER G H PEREIRA H S CAMARGO M S Silicatos de caacutelcio e magneacutesio na agricultura 2 ed Uberlacircndia 2003 15 p (Boletim Teacutecnico n1)
KORNDOumlRFER G H PEREIRA H S CAMARGO M S Papel do siliacutecio na produccedilatildeo de cana-de-accediluacutecar STAB v 21 n 2 2002 4 p
KORNDOumlRFER G H LEPSCH I Effect of silicon on plant growth and crop yeld In DATNOFF L E SNYDER G H KORNDOumlRFER G H (Ed) Silicon in agriculture Amsterdan Elsevier 2001 p 133 ndash 147
KURIHARA CH MAEDA S HERNANI LC SILVA WM Eficiecircncia relativa de fraccedilotildees granulomeacutetricas de calcaacuterios sul-mato-grossenses Pesquisa Agropecuaacuteria Brasileira Brasiacutelia v34 n 8 p 1443 - 1449 1999
LOPES A S SILVA MC GUILHERME L R G Acidez do solo e calagem 3 ed Satildeo Paulo ANDA 1990 22 p (Boletim Teacutecnico 1)
LOPES A S Manual de fertilidade do solo Satildeo Paulo ANDAPOTAFOacuteS 1989 153p
MA JF TAKAHASHI E Soil fertilizer and plant silicon research in Japan Amosterdan Elsevier Science 2002 281 p
MALAVOLTA E Manual de quiacutemica agriacutecola adubos e adubaccedilatildeo Satildeo Paulo Agronocircmica Ceres 1981 608 p
MARSCHNER H Mineral nutrition of higher plants 2 ed LondresAcademic Press 1995 889p
MCKEAGUE J A CLINE M G Silica in soils Advances in Agronomy New York v 15n 3 p 339-397 1963
MEURER E J Fundamentos de quiacutemica do solo 3 ed Porto Alegre Evangraf 2006 285p
MIYAKE Y TAKAHASHI E Effect of silicon on the growth of cucumber plant in soil culture Soil Science Plant Nutrition Tokyo v 29 p 463-471 1983
37
NOVAIS R F BARROS N F LEITE F P TEIXEIRA J L LEAL P G L Eficiecircncia agronocircmica de escoacuterias de siderurgia Pains Viccedilosa Universidade Federal de Viccedilosa 1993
OLIVEIRA AC HAHNE H BARROS NF MORAIS EJ Uso de escoacuteria de alto forno como fonte de nutrientes na adubaccedilatildeo florestal In GUERRINI IA BELLOTE AFJ BUumlLL LT (Ed) Seminaacuterio sobre uso de resiacuteduos florestais e urbanos em florestas Botucatu Fundaccedilatildeo de Estudos e Pesquisas Agriacutecolas e Florestais 1994 p 77-96
PEREIRA HS KORNDOumlRFER GH VIDAL AA CAMARGO MS Silicon sources for rice crop Scientia Agriacutecola Piracicaba v 61 p 522-528 2004
PLESE L P M Efeito da umidade do solo na reatividade das fraccedilotildees granulomeacutetricas de um calcaacuterio 2000 49f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) ndash Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Universidade de Satildeo Paulo Piracicaba 2000
PRADO R M FERNANDES F M NATALE W Uso de escoacuteria de siderurgia no Brasil estudos na cultura da cana-de-accediluacutecar Jaboticabal Funep 2001 67p
PROGRAMA INTERLABORATORIAL DE CONTROLE DE QUALIDADE DE ANAacuteLISE DE SOLO Manual do laboratorista 2005 33p
RAIJ BV Avaliaccedilatildeo da fertilidade do solo Piracicaba Associaccedilatildeo Brasileira para Pesquisa da Potassa e do Fosfato 1981 142p
RAIJ B V CANTARELLA H QUAGGIO J A FURLANI A M C Recomendaccedilatildeo de adubaccedilatildeo e calagem para o estado de Satildeo Paulo Campinas IAC 1996 285p (IAC Boletim 100)
SCOTT AJ KNOTT MA A cluster analysis method for grouping means in the analysis of variance Biometrics Washington v 30 n 2 1974 p 507-512
SHOEMAKER HE MCCLEAN E PRATT PF Buffer methods for determining lime requirements of soil with appreciable amounts of extractable aluminium Soil Sci Soc Am Proc Madison v 25 p 274-277 1961
SOUSA D M G MIRANDA L N OLIVEIRA S A Acidez do solo e sua correccedilatildeo In NOVAIS R F ALVAREZ V V H BARROS N F FONTES R L F CANTARUTTI R B NEVES J C L Fertilidade do solo Viccedilosa Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo 2007 p 205 ndash 274
SOUSA D M G LOBATO E Cerrado correccedilatildeo do solo e adubaccedilatildeo Brasiacutelia Embrapa Informaccedilatildeo Tecnoloacutegica 2004 416p
VERAS M C M VIEIRA W TEIXEIRA L S M ALCARDE J C OLIVEIRA L B Manual de meacutetodos analiacuteticos oficiais para fertilizantes minerais orgacircnicos organominerais e corretivos 1 ed Brasiacutelia MAPA 2007 v 1
38
WERNER D ROTH R Siacutelica metabolism In LAUCHILI A BIELESKI RL (Ed) Encyclopedia of plant physiology New Series Berlin Springer-Velag 1983 v 15B p 682-694
- Parte inicial dissertaccedilatildeopdf
- RESUMOpdf
- Corpo da dissertaccedilatildeopdf
-
11
Tabela 1 Caracterizaccedilatildeo quiacutemica e fiacutesica dos solos utilizados no experimento
SOLOS Atributo Unidade Muito
argiloso Argiloso Meacutedio Arenoso
Latossolo Vermelho Acifeacuterrico
Tiacutepico
Latossolo Vermelho Perfeacuterrico
Tiacutepico
Latossolo Vermelho
Distrofeacuterrico Tiacutepico
Latossolo Amarelo
Distroacutefico Psamiacutetico
Si mg dm-3 59 50 87 29
P (Mehlich 1) mg dm-3 00 07 10 01
K mg dm-3 364 40 226 89
Ca cmolc dm-3
02 02 04 02
Mg cmolc dm-3
06 02 05 01
H + Al cmolc dm-3
37 60 39 34
pH (em H2O)
51 53 47 45
Al cmolc dm-3
01 01 04 05
CTC (e) cmolc dm-3
09 05 14 08
CTC (T) cmolc dm-3
46 64 49 37
SB cmolc dm-3
08 04 10 03
V 185 64 200 82
Cu mg dm-3 02 13 09 03
Zn mg dm-3 01 01 01 01
Argila 74 45 30 14
Silte 12 36 16 1
Areia 14 19 54 85
Metodologia P K Cu Zn (Mehlich 1 HCl 005 M + H2SO4 00125 M) Ca Mg Al (KCl 1 M) H+Al (soluccedilatildeo tampatildeo ndash SMP a pH 75) pH (em aacutegua) anaacutelise textural (meacutetodo da pipeta)
Realizou-se a determinaccedilatildeo da densidade das amostras dos quatro solos (Tabela
2) pelo meacutetodo da proveta descrita pela Embrapa (1997) Este meacutetodo eacute uma
alternativa para experimentos em vasos onde amostras de solo satildeo desagregadas para
preencher os vasos compondo a unidade experimental
12
Tabela 2 Densidade das amostras dos solos utilizados no experimento
Solos Densidade
g cm-3
Muito Argiloso 096
Argiloso 130
Meacutedio 125
Arenoso 135
Com os resultados da anaacutelise quiacutemica dos solos foi determinada a necessidade
de calagem pelo meacutetodo da saturaccedilatildeo por bases descrito por Raij e colaboradores
(1996) com o objetivo de elevaacute-la agrave 60 (Tabela 3)
Tabela 3 Necessidade de calagem em equivalente de CaCO3 com 100 de PRNT para amostras dos solos utilizados no experimento considerando as respectivas densidades das amostras dos solos
Solos Unidade
Muito Argiloso Argiloso Meacutedio Arenoso
Mg ha-1 189 343 056 191
mg vaso-1 27114 66795 10587 38735
33 Corretivos utilizados
Foram utilizadas trecircs fontes de silicatos originados de diferentes escoacuterias de
siderurgia sendo estes Agrosiliacutecio Silifeacutertil e Holcim por serem os mais
representativos quanto ao uso na agricultura como corretivos agriacutecolas Estes foram
comparados com um calcaacuterio comercial de origem sedimentar e com o carbonato de
caacutelcio pa padratildeo para estudos de eficiecircncia relativa de corretivos (Tabela 4)
Tabela 4 Teores de caacutelcio magneacutesio e siliacutecio dos corretivos utilizados
Corretivo CaO () MgO () SiO2 ()
Agrosiliacutecio 39 10 23
Silifeacutertil 38 8 22
Holcim 25 7 43
Calcaacuterio 30 20 0
Carbonato de caacutelcio 56 0 0
13
Para a caracterizaccedilatildeo dos corretivos quanto a sua superfiacutecie especiacutefica foi
realizada a anaacutelise da superfiacutecie especiacutefica pela equipe do Laboratoacuterio de
Hidrometalurgia da Universidade Federal de Ouro Preto utilizando-se o meacutetodo de
determinaccedilatildeo por gases descrito por Brunauer e colaboradores (1938) (Tabela 5)
Tabela 5 Superfiacutecie especifica e volume total de poros dos corretivos de acidez do solo
Corretivo Superfiacutecie Especiacutefica Volume total de poros
m2 g-1 cm3 g-1
Agrosiliacutecio 1175 00482
Silifeacutertil 066 00023
Holcim 038 00006
Calcaacuterio 091 00039
Fonte Universidade Federal de Ouro Preto (Laboratoacuterio de Hidrometalurgia)
Todos os corretivos foram submetidos agrave uniformizaccedilatildeo de umidade atraveacutes de
secagem em estufa com circulaccedilatildeo forccedilada de ar a 105 ordmC por um periacuteodo de setenta e
duas horas
Apoacutes esta etapa os silicatos foram submetidos agrave separaccedilatildeo nas seguintes
fraccedilotildees granulomeacutetricas atraveacutes de agitador mecacircnico por 5 minutos seguindo a
metodologia oficial (Veras et al 2007) fracionando os corretivos nas seguintes classes
partiacuteculas maiores que 200 mm (fraccedilatildeo do corretivo retido na peneira ABNT 10 ndash 10
mesh) partiacuteculas entre 084 e 200 mm (fraccedilatildeo do corretivo passante na peneira ABNT
10 e retido na peneira ABNT 20 ndash 20 mesh) partiacuteculas entre 030 e 084 (fraccedilatildeo do
corretivo passante na peneira ABNT 20 e retido na peneira ABNT 50 ndash 50 mesh) e
partiacuteculas com dimensatildeo inferior agrave 030 mm (fraccedilatildeo do corretivo passante na peneira
ABNT 50) (Figura 1)
14
(a) (b)
Figura 1 Mesa agitadora (a) e peneiras utilizadas para a separaccedilatildeo dos corretivos nas diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas (b)
A definiccedilatildeo das fraccedilotildees granulomeacutetricas avaliadas acompanhou os criteacuterios
atualmente adotados na legislaccedilatildeo para calcaacuterio aleacutem do fato de natildeo se justificar o uso
de silicatos em fraccedilatildeo granulomeacutetrica mais fina do que as jaacute comumente utilizadas para
calcaacuterio em funccedilatildeo da maior abrasividade das escoacuterias de siderurgia (PRADO et al
2001) o que tecnicamente dificulta a accedilatildeo dos moinhos brasileiros tornando a moagem
para a obtenccedilatildeo de partiacuteculas muito finas economicamente inviaacutevel
Apoacutes a separaccedilatildeo das fraccedilotildees granulomeacutetricas os corretivos foram submetidos
agrave determinaccedilatildeo do poder de neutralizaccedilatildeo (PN) pelo meacutetodo da titulaccedilatildeo que consiste
em colocar em contato uma massa conhecida do corretivo com uma quantidade
conhecida e em excesso de aacutecido padronizado fazendo com que o corretivo neutralize
uma parte do aacutecido O excesso de aacutecido eacute quantificado por alcalimetria obtendo-se
indiretamente a quantidade de aacutecido que foi neutralizado pelo corretivo seguindo o
procedimento descrito a seguir (BRASIL 1983)
Pesou-se 1000 g da amostra secada moiacuteda e passada em peneira de 03 mm
dos corretivos (Figura 2 a) e transferiu-se o material para erlenmeyer de 250 mL no
qual adicionou-se 50 mL da soluccedilatildeo de HCl 05 M padronizada O erlenmeyer foi
coberto com vidro de reloacutegio e a soluccedilatildeo foi fervida suavemente por 5 minutos (Figura
2 b) Apoacutes esta etapa a soluccedilatildeo foi esfriada transferida para balatildeo de 100 mL que teve
seu volume completado com aacutegua destilada e deixou-se decantar (Figura 2 c) Pipetou-
se 50 mL da soluccedilatildeo que foi transferida para erlenmeyer de 125 mL no qual se
acrescentou trecircs gotas de soluccedilatildeo de fenolftaleina (indicador) A soluccedilatildeo aacutecida foi
titulada com soluccedilatildeo padronizada de NaOH 025 M ateacute o aparecimento de uma leve cor
rosada do indicador (Figura 2 d) anotou-se o volume gasto e a partir deste valor
15
calculou-se o poder de neutralizaccedilatildeo do corretivo em de CaCO3 equivalente pela
expressatildeo
PN = 10 (25M1-V2M2) onde G
M1 = concentraccedilatildeo molar da soluccedilatildeo de HCl
V2 = volume em mL da soluccedilatildeo de NaOH gasto na titulaccedilatildeo
M2 = concentraccedilatildeo molar da soluccedilatildeo de NaOH
G = massa inicial da amostra em gramas
(a) (b)
(c) (d)
Figura 2 Ilustraccedilotildees dos processos laboratoriais para determinaccedilatildeo do PN em amostras
dos materiais corretivos desde a pesagem (a) a fervura da soluccedilatildeo contendo a amostra
do corretivo e HCl (b) a soluccedilatildeo transferida para balatildeo volumeacutetrico de 100 mL em
descanso para decantaccedilatildeo (c) e a titulaccedilatildeo ateacute o aparecimento da coloraccedilatildeo rosada (d)
Para os silicatos em funccedilatildeo de sua constituiccedilatildeo quiacutemica a visualizaccedilatildeo da
coloraccedilatildeo rosada foi dificultada pelo escurecimento da soluccedilatildeo (coloraccedilatildeo esverdeada)
sendo necessaacuteria a utilizaccedilatildeo do meacutetodo potenciomeacutetrico em que o excesso de HCl da
soluccedilatildeo eacute neutralizado por NaOH ateacute atingir pH 70
Foram encontrados valores distintos de poder de neutralizaccedilatildeo para cada um dos
corretivos (Tabela 6)
16
Tabela 6 Poder de neutralizaccedilatildeo dos materiais corretivos de acidez do solo utilizados
no experimento
Corretivos Poder de Neutralizaccedilatildeo ()
Agrosiliacutecio 859
Silifeacutertil 778
Holcim 740
Calcaacuterio 1131
CaCO3 1041
Com base nos valores do poder de neutralizaccedilatildeo encontrados para cada um dos
corretivos e de acordo com as necessidades de calagem encontrados para cada solo
foram calculadas as doses de cada corretivo a serem aplicadas nos vasos preenchidos
com 300 g de amostras dos solos (Tabela 7)
Tabela 7 Quantidade de corretivo calculada para atingir 60 de saturaccedilatildeo por bases
para cada um dos solos experimentais
SOLOS
Corretivos
Muito Argiloso
Argiloso Meacutedia Arenoso
---------------------------------- mg por vaso ------------------------------------
Agrosiliacutecio 3189 7775 1232 4509
Silifeacutertil 3487 8589 1361 4981
Holcim 3666 9031 1431 5239
Calcaacuterio 2397 5906 936 3425
CaCO3 2605 6416 1012 3721
Em funccedilatildeo da dose dos corretivos utilizados em cada solo (Tabela 5) e da
concentraccedilatildeo de SiO2 em cada um dos silicatos foram calculadas as doses de Si
fornecidas por cada silicato para o respectivo solo (Tabela 8)
17
Tabela 8 Dose de Si fornecida por cada um dos silicatos em cada solo experimental SOLOS
Corretivos Concentraccedilatildeo
de Si Muito Argiloso
Argiloso Meacutedia Arenoso
--------------------------- mg por vaso -----------------------
Agrosiliacutecio
107 341 832 132 482
Silifeacutertil 103 359 885 140 513 Holcim 203 744 1833 290 1064
34 Tratamentos e delineamento experimental
Foram conduzidos quatro experimentos sendo cada um em uma classe
textural de solo em delineamento inteiramente casualizado A anaacutelise de variacircncia foi
baseada num arranjo fatorial 4x4 com quatro corretivos de acidez (trecircs silicatos de
caacutelcio Agrosiliacutecio Silifeacutertil e Holcim e um calcaacuterio) e quatro fraccedilotildees granulomeacutetricas
(entre 5 e 10 mesh partiacuteculas entre 2 e 4 mm entre 10 e 20 mesh partiacuteculas entre 084
e 2 mm entre 20 e 50 mesh partiacuteculas entre 03 e 084 mm e maior que 50 mesh
partiacuteculas menores que 03 mm) com quatro repeticcedilotildees
Aleacutem dos tratamentos acima foi realizada a incubaccedilatildeo com CaCO3 (reagente
pa) corretivo padratildeo para comparaccedilatildeo da eficiecircncia relativa na correccedilatildeo da acidez do
solo sendo este utilizado em cinco diferentes doses testemunha 50 100 150 e
200 em relaccedilatildeo agrave dose recomendada para a correccedilatildeo da acidez do solo para atingir
60 de saturaccedilatildeo por bases (Tabela 3)
34 Conduccedilatildeo do experimento
As parcelas experimentais constituiacuteram-se de recipientes plaacutesticos de 500 mL
nos quais foram adicionados 300 g de solo e as devidas quantidades dos corretivos que
posteriormente foram incubados em recipientes abertos por trinta e noventa dias em
laboratoacuterio sem exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo solar direta e a intensas variaccedilotildees de temperatura
(Figura 3 a b)
Durante o periacuteodo de incubaccedilatildeo os solos foram irrigados com aacutegua destilada
para a manutenccedilatildeo da umidade a 80 da capacidade de campo (Figura 3 c)
Apoacutes 30 e 90 dias de incubaccedilatildeo fraccedilotildees de 50 g de cada uma das amostras
foram retiradas e colocadas para secar ao ar (Figura 3 d)
18
(a) (b)
(c) (d)
Figura 3 Pesagem dos corretivos (a) adiccedilatildeo dos corretivos nos recipientes plaacutesticos
contendo as amostras dos solos (b) irrigaccedilatildeo das amostras dos solos (c) e incubaccedilatildeo em
laboratoacuterio por 30 e 90 dias (d)
35 Determinaccedilatildeo do pH do solo apoacutes a incubaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo da eficiecircncia relativa
Para a caracterizaccedilatildeo da correccedilatildeo da acidez do solo foi determinado o pH em
CaCl2 em cada unidade experimental Esta variaacutevel de cada fraccedilatildeo granulomeacutetrica dos
silicatos de caacutelcio foi confrontada com os valores obtidos atraveacutes da curva de incubaccedilatildeo
do CaCO3 (reagente pa)
A anaacutelise do pH foi realizada seguindo a metodologia descrita pelo Programa
Interlaboratorial de controle de qualidade de anaacutelise de solo (2005) em que se colocou
10 cm3 de TFSA num frasco de 50 mL e adicionou-se 25 mL de CaCl2 2H2O 001 M
(1469 g L-1) deixando em contato por quinze minutos Posteriormente agitou-se a
amostra em agitador horizontal por dez minutos a 200 rpm Apoacutes esta etapa a soluccedilatildeo
foi mantida em repouso por sessenta minutos Na sequecircncia sem agitar novamente a
amostra foi realizada a leitura em potenciocircmetro devidamente calibrado com soluccedilotildees-
padratildeo de pH 40 e 70
Os valores de pH obtidos por cada fraccedilatildeo granulomeacutetrica de cada um dos
corretivos foram confrontados com os valores de pH obtidos na curva de incubaccedilatildeo de
CaCO3 obtendo-se os valores de equivalente em CaCO3 aos 90 dias
19
Os valores de eficiecircncia relativa foram ajustados em relaccedilatildeo aos resultados
obtidos por cada corretivo na fraccedilatildeo granulomeacutetrica inferior agrave 03 mm (gt 50 mesh)
atribuindo-se a esta fraccedilatildeo mais fina o iacutendice de 100 seguindo a metodologia adotada
por Bellingieri (1983)
36 Avaliaccedilatildeo do teor de Si no solo apoacutes a incubaccedilatildeo
Para a avaliaccedilatildeo do teor de Si no solo disponibilizado por cada uma das fontes
nas fraccedilotildees granulomeacutetricas foram realizadas as anaacutelises no Laboratoacuterio de Anaacutelise de
Fertilizantes da Universidade Federal de Uberlacircndia utilizando o extrator cloreto de
caacutelcio 001 M de acordo com a metodologia descrita por Korndoumlrfer e colaboradores
(2004) em que apoacutes o contato de 10 g da amostra do solo com 100 mL da soluccedilatildeo
extratora os mesmos foram submetidos a um agitador horizontal orbital por 1 hora na
frequumlecircncia de 50 rpm Apoacutes este procedimento as amostras ficaram em repouso por 15
minutos para decantar e a suspensatildeo foi filtrada e ficando sob novo repouso por 12
horas Entatildeo pipetou-se 10 mL do extrato de cada amostra acrescentando-se 1 mL de
soluccedilatildeo sulfo-moliacutebdica Decorridos 10 minutos acrescentou-se 2 mL de soluccedilatildeo de
aacutecido tartaacuterico 200 mg L-1 e apoacutes 5 minutos adicionou-se 10 mL da soluccedilatildeo de aacutecido
ascoacuterbico Apoacutes 1 hora foi realizada a leitura em espectofotocircmetro UV-visiacutevel no
comprimento de onda de 660 nanocircmetros Em funccedilatildeo do fator de diluiccedilatildeo o valor de
leitura foi multiplicado por 10 para se chegar no teor de Si do solo em mg dm-3
37 Anaacutelise estatiacutestica
Os resultados referentes ao pH em CaCl2 encontrados em funccedilatildeo das doses de
CaCO3 foram submetidos agrave anaacutelise de variacircncia e posterior ajuste ao modelo de
regressatildeo mais adequado para cada solo dentro dos dois periacuteodos de incubaccedilatildeo
utilizando o software estatiacutestico Sisvar desenvolvido por Ferreira (1999)
Os dados referentes ao pH em CaCl2 e ao teor de Si no solo encontrados em
funccedilatildeo dos corretivos (silicatos e calcaacuterio) em cada fraccedilatildeo granulomeacutetrica foram
submetidos agrave anaacutelise de variacircncia e suas meacutedias foram comparadas pelo teste de Scott-
Knott (1974) a 5 de probabilidade quanto agrave variaccedilatildeo dos corretivos dentro de cada
fraccedilatildeo granulomeacutetrica e quanto agrave variaccedilatildeo das fraccedilotildees granulomeacutetricas dentro dos
corretivos
20
4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
41 Variaccedilotildees no pH aos 30 dias de incubaccedilatildeo
Em relaccedilatildeo agrave variaacutevel pH em CaCl2 houve efeito significativo das doses de
CaCO3 para os quatro solos analisados o que possibilitou o ajuste de modelos de
regressatildeo (Figura 4)
Para os valores de pH em CaCl2 em funccedilatildeo do corretivo e fraccedilatildeo granulomeacutetrica
utilizados a anaacutelise de variacircncia tambeacutem permitiu constatar efeito significativo
inclusive para a interaccedilatildeo entre estes fatores (Tabela 9) Em geral quanto menor a
fraccedilatildeo granulomeacutetrica maior o pH do solo resultado este que concorda com o trabalho
realizado anteriormente por Alcarde e colaboradores (1989)
Novais e colaboradores (1993) tambeacutem descreveram que a granulometria mais
fina das escoacuterias de siderurgia permitiu maior reatividade tanto em solos arenosos
quanto em solos argilosos
(a)
y = -03764x2 + 13644x + 49458
R2 = 099
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(b)
y = -07093x2 + 24251x + 50564
R2 = 097
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(c)
y = 0492x + 3941
R2 = 094
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(d)
y = -1075x2 + 37825x + 39585
R2 = 099
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalnete CaCO3
pH e
m C
aCl 2
Significativo a 5 de probabilidade pelo teste f Figura 4 Valores do pH em CaCl2 em funccedilatildeo da dose equivalente de CaCO3 aplicada ao solo apoacutes 30 dias de incubaccedilatildeo nos solos muito argiloso (a) argiloso (b) meacutedio (c) arenoso (d)
21
Para os solos muito argiloso argiloso e arenoso pode-se observar que com as
doses de CaCO3 dentro do limite de 0 a 200 em relaccedilatildeo agrave recomendaccedilatildeo para atingir
60 de saturaccedilatildeo por bases o pH em CaCl2 aumentou significativamente de maneira
quadraacutetica Entretanto observou-se para o solo de textura meacutedia um ajuste linear Este
efeito pode ser atribuiacutedo ao fato das doses do corretivo utilizado natildeo terem sido
suficientes para atingir a faixa de estabilidade
Atraveacutes da amplitude de variaccedilatildeo nos valores de pH em funccedilatildeo do acreacutescimo
nas doses de CaCO3 pode-se observar o maior efeito tampatildeo dos solos muito argiloso e
argiloso em relaccedilatildeo ao solo arenoso e de textura meacutedia informaccedilatildeo esta que corrobora
aos relatos de Furtini e colaboradores (2001) O poder tampatildeo do solo eacute a resistecircncia
que o solo oferece a mudanccedila de pH Sousa e colaboradores (2007) exemplificando a
proporcionalidade dos diferentes tipos de acidez do solo relatam que a quantidade de
calcaacuterio necessaacuteria para neutralizar a acidez ativa pode chegar a quatorze mil setecentos
e vinte e trecircs vezes menor do que o necessaacuterio para a correccedilatildeo da acidez potencial do
solo o que evidencia a importacircncia do conhecimento do poder tampatildeo do solo para se
determinar a dose do corretivo
Pode-se observar que os resultados de pH em CaCl2 em funccedilatildeo dos corretivos e
das fraccedilotildees granulomeacutetricas para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso
submetidos a 30 dias de incubaccedilatildeo ocorreram de forma que quanto menor a
granulometria do corretivo maior foi o aumento no valor de pH encontrado nos solos
(Tabela 9)
22
Tabela 9 Valores de pH em CaCl2 em funccedilatildeo do corretivo de solo utilizado na dose
referente agrave elevaccedilatildeo da saturaccedilatildeo por bases para 60 e da fraccedilatildeo granulomeacutetrica apoacutes
30 dias de incubaccedilatildeo para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso
Peneira ABNT (mesh) Corretivo
5 - 10 10 - 20 20 ndash 50 gt 50 Meacutedia Solo muito argiloso
Agrosiliacutecio 51
Ac
51
Ac
57
Ab
59
Aa
55 Silifeacutertil 49
Ad
53
Ac
56
Ab
60
Aa
54 Holcim 50
Ab
49
Bb
49
Cb
53
Ca
50 Calcaacuterio 49
Ac
50
Bc
54
Bb
57
Ba
53 Meacutedia 50
51
54
57
53 Solo argiloso
Agrosiliacutecio
51
Ac
53
Ac
61
Ab
65
Aa
57 Silifeacutertil 53
Ac
52
Ac
59
Ab
66
Aa
57 Holcim 51
Ab
51
Ab
51
Cb
55
Ba
52 Calcaacuterio 51
Ac
52
Ac
56
Bb
65
Aa
56
51
52
56
63
56 Solo meacutedio
Agrosiliacutecio
40
Ac
41
Ac
41
Ab
43
Aa
41 Silifeacutertil 40
Ab
40
Ab
41
Aa
42
Ca
41 Holcim 40
Ab
40
Ab
40
Bb
41
Ca
40 Calcaacuterio 40
Ab
41
Ab
41
Bb
42
Ba
41 Meacutedia 40
40
41
42
41 Solo arenoso
Agrosiliacutecio
40
Ac
43
Ac
55
Ab
63
Aa
50 Silifeacutertil 40
Ac
42
Ac
52
Bb
65
Aa
50 Holcim 40
Ab
41
Ab
42
Cb
50
Ba
43 Calcaacuterio 40
Ac
40
Ac
50
Bb
63
Aa
48 Meacutedia 40
42
49
60
48 Letras maiuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na coluna e letras minuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na linha (Scott-Knott a 5)
No solo muito argiloso o Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil proporcionaram a maior
elevaccedilatildeo do pH do solo em relaccedilatildeo aos demais corretivos em todas as faixas
granulomeacutetricas passantes na peneira de 10 mesh ou seja quando a granulometria foi
inferior a 2 mm em fraccedilotildees maiores que esta o efeito do corretivo foi muito pequeno
natildeo havendo diferenccedila entre os corretivos (Tabela 9)
Para os demais solos os corretivos natildeo apresentaram diferenccedilas quanto ao
aumento provocado no pH do solo quando aplicados em granulometria acima de 084
mm ou seja produtos retidos na peneira de 10 mesh Para as granulometrias mais finas
23
os corretivos apresentaram diferenccedilas no aumento do pH ficando os solos que
receberam o silicato Holcim com os menores valores
De maneira geral para as granulometrias mais finas inferior a 084 mm
(passantes na peneira de 20 mesh) o Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil proporcionaram os
maiores incrementos em pH exceto para o produto mais fino gt 50 mesh no solo de
textura meacutedia e para o produto de granulometria entre 03 e 084 mm (ABNT 20 ndash 50)
no solo arenoso em que o Agrosiliacutecio obteve os melhores resultados (Tabela 9)
42 Variaccedilotildees no pH equivalente em CaCO3 e eficiecircncia relativa dos corretivos aos
90 dias de incubaccedilatildeo
Houve efeito significativo das doses de CaCO3 nos valores de pH em CaCl2 para
os quatro solos analisados o que possibilitou o ajuste de modelos polinomiais (Figura
5)
(a)
y = -01466x2 + 09457x + 49792
R2 = 085
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(b)
y = -05821x2 + 21998x + 49789
R2 = 098
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(c)
y = 04565x + 39275
R2 = 091
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(d)
y = -0865x2 + 34185x + 39925
R2 = 098
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
Significativo a 5 de probabilidade pelo teste f
Figura 5 Valores do pH em CaCl2 em funccedilatildeo da dose equivalente de CaCO3 aplicada ao solo apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo nos solos muito argiloso (a) argiloso (b) meacutedio (c) arenoso (d)
24
Para os solos muito argiloso argiloso e arenoso (Figura 5 a b d) como era de
se esperar as doses de CaCO3 dentro do limite de 0 a 200 em relaccedilatildeo agrave
recomendaccedilatildeo aumentaram significativamente e de forma quadraacutetica o pH em CaCl2
Acompanhando a tendecircncia observada apoacutes 30 dias de incubaccedilatildeo para o solo de
textura meacutedia verificou-se um ajuste linear para o aumento do valor de pH em CaCl2
em funccedilatildeo de doses de CaCO3 Este efeito pode ser atribuiacutedo ao fato das doses do
corretivo utilizado natildeo terem sido suficientes para atingir a faixa de estabilidade
Para as variaccedilotildees de pH em CaCl2 em funccedilatildeo do corretivo e fraccedilatildeo
granulomeacutetrica utilizados tambeacutem houve efeito significativo inclusive para a interaccedilatildeo
entre estes fatores (Tabela 10)
25
Tabela 10 Valores de pH em CaCl2 em funccedilatildeo do corretivo de solo utilizado na dose
referente agrave elevaccedilatildeo da saturaccedilatildeo por bases para 60 e da fraccedilatildeo granulomeacutetrica apoacutes
90 dias de incubaccedilatildeo para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso
Peneira ABNT (mesh) Corretivo
5 - 10 10 - 20 20 ndash 50 gt 50 Meacutedia Solo muito argiloso
Agrosiliacutecio 50
Ad
52
Ac
56
Ab
57
Aa
54 Silifeacutertil 50
Ac
51
Ac
55
Ab
58
Aa
53 Holcim 49
Ab
48
Cb
48
Bb
53
Ba
50 Calcaacuterio 49
Ac
50
Bc
55
Ab
57
Aa
53 Meacutedia 50
50
53
56
52 Solo argiloso
Agrosiliacutecio 52
Ab
53
Ab
61
Aa
62
Aa
57 Silifeacutertil 49
Cd
53
Ac
58
Bb
63
Aa
56 Holcim 50
Bb
50
Bb
51
Db
55
Ca
51 Calcaacuterio 51
Bd
52
Ac
56
Cb
62
Ba
55 Meacutedia 50
52
56
60
55 Solo meacutedio
Agrosiliacutecio 40
Ad
41
Ac
42
Ab
43
Aa
42 Silifeacutertil 41
Ac
41
Ac
42
Ab
43
Aa
42 Holcim 41
Ab
41
Ab
41
Cb
41
Ba
41 Calcaacuterio 40
Ab
41
Ab
41
Bb
43
Aa
41 Meacutedia 40
41
41
42
41 Solo arenoso
Agrosiliacutecio
40
Ac
44
Ab
59
Aa
61
Aa
51 Silifeacutertil 40
Ac
43
Ac
55
Ab
64
Aa
51 Holcim 39
Ab
40
Ab
42
Bb
48
Ba
43 Calcaacuterio 40
Ac
42
Ac
55
Ab
63
Aa
50 Meacutedia 40
42
53
59
49 Letras maiuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na coluna e letras minuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na linha (Scott-Knott a 5)
No solo muito argiloso e no solo arenoso o Agrosiliacutecio o Silifeacutertil e o calcaacuterio
proporcionaram maior elevaccedilatildeo no pH do solo em relaccedilatildeo ao Holcim nos corretivos
com granulometria inferior a 084 mm passantes na peneira de 20 mesh Quando se
comparam estes resultados com os obtidos aos 30 dias de incubaccedilatildeo observa-se a
inclusatildeo do calcaacuterio entre os corretivos com melhores resultados de aumento de pH no
solo muito argiloso Este fato demonstrou que para este solo os silicatos Agrosiliacutecio e
Silifeacutertil tiveram uma maior dissociaccedilatildeo aos 30 dias fato este que foi compensado pelo
calcaacuterio entre 30 e 90 dias de incubaccedilatildeo (Tabela 10)
26
Os valores de pH do solo argiloso apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo demonstraram que
o Agrosiliacutecio proporcionou os maiores valores de pH em todas as fraccedilotildees
granulomeacutetricas ficando este em igualdade com o Silifeacutertil na granulometria inferior a
03 mm (gt 50 mesh) e entre 08 mm e 20 mm (10 a 20 mesh) sendo que nesta uacuteltima
fraccedilatildeo granulomeacutetrica o calcaacuterio tambeacutem se igualou aos dois corretivos acima
mencionados (Tabela 10)
No solo de textura meacutedia as diferenccedilas ocorreram apenas nas fraccedilotildees
granulomeacutetricas inferiores a 08 mm (peneira de 20 mesh) com melhores resultados
atribuiacutedos ao Agrosiliacutecio Silifeacutertil e ao calcaacuterio na fraccedilatildeo mais fina (gt 50 mesh) e ao
Agrosiliacutecio e ao Silifeacutertil na fraccedilatildeo compreendida entre 03 e 084 mm (20 a 50 mesh)
Para o solo arenoso o Agrosiliacutecio o Silifeacutertil e o calcaacuterio proporcionaram
maiores valores de pH nas fraccedilotildees granulomeacutetricas inferiores a 084 mm enquanto que
nas fraccedilotildees mais grossas todos os corretivos tiveram o mesmo comportamento
Para todos os solos utilizados no experimento verificou-se que quanto menor a
dimensatildeo das partiacuteculas maiores satildeo os incrementos gerados nos valores de pH em
CaCl2 (Tabela 10) resultado este que concorda com trabalhos realizados anteriormente
por Bellingieri e colaboradores (1989)
Nas comparaccedilotildees entre os resultados dos valores de pH das amostras de solo
apoacutes 30 e 90 dias de incubaccedilatildeo os resultados praticamente se equivalem demonstrando
que 30 dias de incubaccedilatildeo foi um periacuteodo suficiente para a accedilatildeo dos corretivos
Com base nos incrementos verificados no pH das amostras dos solos pelos
corretivos de acidez em cada fraccedilatildeo granulomeacutetrica em relaccedilatildeo agraves curvas de incubaccedilatildeo
com CaCO3 calculou-se os valores de equivalente em CaCO3 para cada corretivo
dentro de cada fraccedilatildeo granulomeacutetrica com 90 dias de incubaccedilatildeo (Tabela 11)
27
Tabela 11 Equivalente em CaCO3 dos corretivos de acidez de diferentes fraccedilotildees
granulomeacutetricas aos 90 dias de incubaccedilatildeo
Peneiras ABNT (mesh)
Corretivos
5 ndash 10 10 - 20 20 - 50 gt 50 Meacutedia
--------------------------------------- -----------------------------------------
Agrosiliacutecio 9
Ac
24
Ab
64
Aa
77
Aa
43
Silifeacutertil 9
Ac
19
Ac
52
Ab
87
Aa
42 Calcaacuterio 8
Ac
13
Ac
33
Bb
79
Aa
33 Holcim 7
Ab
7
Ab
10
Cb
33
Ba
14 Meacutedia 8
16
39
69
33 Letras maiuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na coluna e letras minuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na linha (Scott-Knott a 5)
Os resultados de equivalente em CaCO3 apresentados para 90 dias de incubaccedilatildeo
(Tabela 11) demonstraram grande variaccedilatildeo para este atributo entre os corretivos de
acidez o que evidencia que natildeo apenas a granulometria mas tambeacutem a origem dos
corretivos exerce grande influecircncia na velocidade de correccedilatildeo da acidez do solo
Para as fraccedilotildees granulomeacutetrica mais grossas (lt 10 e 10 a 20 mesh) pode-se
observar que natildeo houve diferenccedila entre os corretivos jaacute na fraccedilatildeo mais fina (gt 50) o
silicato Holcim proporcionou menores valores de equivalente em CaCO3 em relaccedilatildeo as
demais fontes Na fraccedilatildeo granulomeacutetrica entre 20 e 50 (Tabela 11) verificou-se
diferenccedilas entre o equivalente em CaCO3 de silicatos e do calcaacuterio o que demonstrou o
fato de estarmos neste caso subestimando a reatividade dos silicatos Pode-se observar
que natildeo houve diferenccedilas entre os resultados obtidos com a aplicaccedilatildeo dos silicatos
Agrosiliacutecio e Silifeacutertil portanto sugere-se a elaboraccedilatildeo de novos paracircmetros para a
avaliaccedilatildeo de silicatos com origem de aciaria
Seguindo os criteacuterios adotados por Bellingieri (1983) de ajustar a eficiecircncia dos
corretivos atribuindo valores de 100 para as partiacuteculas passantes na peneira 50 ABNT
(partiacuteculas inferiores a 03 mm) determinou-se a eficiecircncia relativa de cada uma das
fraccedilotildees granulomeacutetricas dos corretivos permitindo a adoccedilatildeo de novos criteacuterios de
reatividade para os silicatos (Tabela 12)
28
Tabela 12 Eficiecircncias relativas em relaccedilatildeo agrave fraccedilatildeo granulomeacutetrica inferior a 03 mm
(peneira 50 mesh) dos corretivos de acidez em diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas aos
90 dias de incubaccedilatildeo
Peneiras ABNT (mesh)
Corretivos 5 - 10 10 - 20 20 - 50 gt 50 Meacutedia
------------------------------ -------------------------------
Agrosiliacutecio 12 33 85 100 58
Silifeacutertil 9 25 65 100 50
Holcim 16 17 27 100 40
Calcaacuterio 9 18 63 100 48
Meacutedia 12 23 60 100
Propotildee-se a adequaccedilatildeo da equaccedilatildeo atualmente adotada para a determinaccedilatildeo da
eficiecircncia relativa (reatividade) de silicatos de origem de aciaria para uso como
corretivo de acidez em funccedilatildeo das diferenccedilas encontradas em eficiecircncia relativa
apresentadas na Tabela 12 entre os silicatos de origem de escoacuteria de aciaria
(Agrosiliacutecio e Silifeacutertil) em relaccedilatildeo ao calcaacuterio ficando a mesma da seguinte forma
RE = F10-20 x 03 + F20-50 x 075 + Fgt50 x 1
Onde
F10-20= percentual de produto que passa pela peneira nordm10 e fica retido na
peneira nordm20 F20-50 = percentual de produto que passa pela peneira nordm20 e fica retido
na peneira nordm50 e F-50 = percentual de produto que passa pela peneira nordm50
Os valores de eficiecircncia relativa 12 em meacutedia para a fraccedilatildeo granulomeacutetrica
mais grosseira pode estar associado agrave presenccedila de micropartiacuteculas (poacute) aderidas ao
redor das partiacuteculas mais grossas (Tabela 12) jaacute que a separaccedilatildeo granulomeacutetrica seguiu
o meacutetodo oficial de separaccedilatildeo em peneiras a seco
29
43 Teor de siliacutecio no solo apoacutes 30 dias de incubaccedilatildeo
De maneira geral pode-se observar que o Agrosiliacutecio proporcionou maiores
incrementos de Si no solo obtendo no solo argiloso quando aplicado na fraccedilatildeo
granulomeacutetrica mais fina incremento de 10 mg dm-3 (Tabela 13)
Tabela 13 Teor de Si no solo em funccedilatildeo da fraccedilatildeo granulomeacutetrica e do corretivo utilizado para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso apoacutes 30 dias de incubaccedilatildeo
Peneiras ABNT (mesh) Corretivos 5 - 10 10 - 20 20 ndash 50 gt 50 Meacutedia
-------------------------------- Si (mg kg-1) -------------------------------------
Solo muito argiloso
Agrosiliacutecio 7
Aa
8
Aa
9
Aa
8
Aa
8 Silifeacutertil 7
Aa
7
Aa
7
Ba
7
Aa
7 Holcim 6
Aa
6
Aa
6
Ba
6
Ba
6 Calcaacuterio 7
Aa
6
Aa
5
Ba
5
Ba
6 Meacutedia 6
7
7
6
6
Solo argiloso
Agrosiliacutecio 6
Ad
10
Ac
14
Ab
15
Aa
11 Silifeacutertil 7
Ac
6
Bc
10
Bb
12
Ba
9 Holcim 6
Ab
5
Bb
6
Cb
9
Ca
7 Calcaacuterio 5
Ba
5
Ba
4
Da
2
Db
4 Meacutedia 6
6
8
10
8
Solo meacutedio
Agrosiliacutecio 10
Aa
10
Aa
10
Aa
10
Aa
10 Silifeacutertil 9
Aa
9
Aa
10
Aa
10
Aa
9 Holcim 8
Ba
9
Aa
9
Ba
10
Aa
9 Calcaacuterio 9
Ba
9
Aa
9
Ba
8
Bb
9 Meacutedia 9
9
9
9
9
Solo arenoso
Agrosiliacutecio 4
Ab
5
Ab
8
Aa
9
Aa
6 Silifeacutertil 3
Ac
5
Ab
7
Aa
7
Ba
6 Holcim 3
Ab
4
Aa
4
Ba
6
Ca
4 Calcaacuterio 3
Aa
3
Ba
3
Ca
2
Da
3 Meacutedia 3
4
6
6
5 Letras maiuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na coluna e letras minuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na linha (Scott-Knott a 5)
No solo muito argiloso as fraccedilotildees mais grossas dos corretivos com partiacuteculas
superiores a 084 mm (lt 20 mesh) natildeo apresentaram diferenccedilas quanto ao fornecimento
30
de Si ao solo poreacutem quando se avaliaram as fraccedilotildees mais finas observou-se maiores
valores de Si para o Agrosiliacutecio na fraccedilatildeo de 03 a 084 mm (20 a 50 mesh) e para o
Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil quando o corretivo foi aplicado na granulometria inferior a 03
mm (gt 50 mesh) estes resultados tambeacutem se repetiram no solo arenoso (Tabela 13)
Para o solo argiloso o Agrosiliacutecio foi o silicato que promoveu maiores valores
de Si no solo quando tambeacutem se avaliaram as fraccedilotildees granulomeacutetricas inferiores a 20
mm (gt 10 mesh) apenas para a fraccedilatildeo mais grossa maior que 20 mm o Agrosiliacutecio o
Silifeacutertil e o Holcim natildeo diferiram estatisticamente variando apenas em relaccedilatildeo ao
calcaacuterio que eacute o uacutenico corretivo avaliado que natildeo apresenta Si em sua constituiccedilatildeo
No solo de textura meacutedia o Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil proporcionaram a mesma
eficiecircncia no fornecimento de Si para o solo (fraccedilotildees 20 a 50 mesh e lt 10 mesh) na
fraccedilatildeo mais fina (gt 50 mesh) os trecircs silicatos avaliados resultaram nos mesmos valores
de Si no solo deferindo apenas do calcaacuterio jaacute na fraccedilatildeo entre 10 a 20 mesh todos os
corretivos proporcionaram o mesmo resultado
De maneira geral a granulometria natildeo resultou em diferenccedilas no fornecimento
de Si pelos silicatos exceto no solo argiloso em que se observa que quanto menor a
granulometria maior foi o teor de Si no solo (Tabela 13)
Ao se avaliar os efeitos do calcaacuterio em relaccedilatildeo ao teor de Si no solo pode-se
observar que quanto menor a fraccedilatildeo granulomeacutetrica do calcaacuterio menores os teores de Si
no solo Este fato pode estar associado a maior alteraccedilatildeo causada no pH do solo pelas
fraccedilotildees mais finas do calcaacuterio reduzindo assim sua disponibilidade de Si corroborando
aos dados de McKeague e Cline (1963) em que o aumento de pH de 6 para 9 reduziu
de 36 para 6 mg dm-3 a concentraccedilatildeo de Si soluacutevel
44 Teor de siliacutecio no solo apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo
De maneira geral pode-se observar que o Agrosiliacutecio promoveu maior
incremento de Si no solo apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo exceto para a fraccedilatildeo
granulomeacutetrica entre 20 a 50 mesh e no solo de textura meacutedia em que o Silifeacutertil e o
Holcim obtiveram resultados semelhantes ao Agrosiliacutecio (Tabela 14)
Quanto agraves fraccedilotildees granulomeacutetricas observou-se que quanto menor a fraccedilatildeo
granulomeacutetrica independente do silicato maior foi o fornecimento de Si ao solo
seguindo a tendecircncia encontrada por Oliveira e colaboradores (1994) em que escoacuterias
31
de alto forno com partiacuteculas menores que 03 mm foram mais eficientes no
fornecimento de Ca e Mg para o solo quando comparadas as fraccedilotildees mais grosseiras
Tabela 14 Teor de Si no solo em funccedilatildeo da fraccedilatildeo granulomeacutetrica e do corretivo
utilizado para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso apoacutes 90 dias de
incubaccedilatildeo
Peneiras ABNT (mesh) Corretivos 5 - 10 10 - 20 20 - 50 gt 50 Meacutedia
-------------------------------- Si (mg kg-1) --------------------------------------
Solo muito argiloso Agrosiliacutecio 8
Ab
9
Aa
9
Aa
9
Aa
9 Silifeacutertil 6
Bb
7
Bb
7
Ba
8
Ba
7 Holcim 7
Bb
7
Bb
6
Cb
8
Ba
7 Calcaacuterio 6
Ba
6
Ba
5
Db
5
Cb
6 Meacutedia 7
7
7
7
7 Solo argiloso
Agrosiliacutecio 7
Ac
11
Ab
13
Aa
13
Aa
11 Silifeacutertil 5
Bc
7
Bb
9
Ba
9
Ba
8 Holcim 6
Bb
5
Cb
6
Cb
9
Ba
7 Calcaacuterio 4
Ca
4
Da
4
Da
3
Cb
4 Meacutedia 5
7
8
9
7 Solo meacutedio
Agrosiliacutecio 10
Aa
11
Aa
10
Aa
11
Aa
11 Silifeacutertil 10
Ba
10
Ba
10
Aa
10
Ba
10 Holcim 10
Bb
10
Bb
10
Ab
11
Aa
10 Calcaacuterio 9
Ba
10
Ba
9
Bb
8
Cc
9 Meacutedia 10
10
10
10
10 Solo arenoso
Agrosiliacutecio 4
Ac
6
Ab
7
Aa
7
Aa
6 Silifeacutertil 3
Bc
4
Bb
6
Ba
6
Ba
5 Holcim 3
Bc
3
Cb
4
Cb
5
Ca
4 Calcaacuterio 2
Ca
2
Da
2
Da
2
Da
2 Meacutedia 3
4
5
5
4 Letras maiuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na coluna e letras minuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na linha (Scott-Knott a 5)
Para todos os solos analisados observou-se a seguinte sequecircncia para o teor de
Si Agrosiliacutecio gt Silifeacutertil gt Holcim gt Calcaacuterio Fato este que acompanha a tendecircncia
observada na avaliaccedilatildeo da reatividade na correccedilatildeo da acidez do solo exceto para o
calcaacuterio por natildeo apresentar Si em sua constituiccedilatildeo
32
Korndoumlrfer e colaboradores (2004) apresentaram a solubilidade de diferentes
silicatos evidenciando que o Agrosiliacutecio (escoacuteria de aciaria) apresentou maiores valores
de solubilidade em relaccedilatildeo aos valores obtidos pela escoacuteria de alto forno como o
Holcim com valores de 43 e 7 respectivamente Estas diferenccedilas em solubilidade
explicam os valores encontrados tanto na avaliaccedilatildeo aos 30 como aos 90 dias de
incubaccedilatildeo
Pereira e colaboradores (2004) em trabalho para a avaliaccedilatildeo da eficiecircncia de
fontes de Si para a cultura do arroz encontraram que a fonte que proporcionou mais
extraccedilatildeo de Si para os gratildeos foi a escoacuteria oriunda da produccedilatildeo de accedilo inox dado que
corrobora os resultados encontrados neste trabalho em que o Agrosiliacutecio (escoacuteria de
aciaria) apresentou maior disponibilizaccedilatildeo de Si para o solo
Nas comparaccedilotildees entre os resultados do teor de Si no solo apoacutes 30 e 90 dias de
incubaccedilatildeo os resultados praticamente se equivalem demonstrando que 30 dias foi um
periacuteodo suficiente para que os silicatos fornecessem Si
Comparando o teor de Si antes da aplicaccedilatildeo dos corretivos com o teor de Si no
solo apoacutes a aplicaccedilatildeo dos corretivos e apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo verificou-se
expressivo acreacutescimo no teor Si no solo ocasionado pelos silicatos principalmente para
o Agrosiliacutecio que incrementou na meacutedia entre as fraccedilotildees granulomeacutetricas 2 6 1 e 3 mg
dm-3 de Si nos solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso respectivamente O
Silifeacutertil tambeacutem forneceu Si ao solo elevando em 1 4 0 e 3 mg dm-3 o teor de Si nos
solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso respectivamente Jaacute o Holcim
apresentou incrementos de 0 2 0 e 1 mg dm-3 respectivamente para os solos muito
argiloso argiloso meacutedio e arenoso
33
5 CONCLUSOtildeES
Os silicatos Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil proporcionam maiores valores de eficiecircncia
relativa na correccedilatildeo da acidez do solo em comparaccedilatildeo ao calcaacuterio e ao silicato Holcim
na fraccedilatildeo granulomeacutetrica entre 030 e 084 mm
Quanto menor a fraccedilatildeo granulomeacutetrica do silicato maior eacute a eficiecircncia relativa
na correccedilatildeo da acidez do solo e maior eacute o fornecimento de Si para o solo
O Agrosiliacutecio apresenta melhores resultados no fornecimento de Si ao solo
seguido do Silifeacutertil e do Holcim
O periacuteodo de 30 dias em condiccedilotildees de umidade mantida agrave 80 da capacidade
de campo eacute um periacuteodo suficiente para a correccedilatildeo da acidez do solo e fornecimento de
Si pelos silicatos ao solo
34
6 REFEREcircNCIAS
ALCARDE JC PAULINO VT DERNARDIN J S Avaliaccedilatildeo da reatividade de corretivos da acidez do solo Revista Brasileira de Ciecircncia do Solo Campinas v 13 p 387-392 1989
ALCARDE JC Corretivos de acidez dos solos caracteriacutesticas e interpretaccedilotildees teacutecnicas Satildeo Paulo ANDA 1992 24p (Boletim Teacutecnico 6)
ALCARDE JC RODELLA AA Avaliaccedilatildeo quiacutemica de corretivos de acidez para fins agriacutecolas uma nova proposiccedilatildeo Scientia Agriacutecola Piracicaba v 53 n 2 ndash 3 1996
ALVAREZ V VH RIBEIRO AC Calagem In RIBEIRO AC GUIMARAtildeES PTG GUIMARAtildeES PTG ALVAREZ V VH (Ed) Recomendaccedilotildees para o uso de corretivos e fertilizantes em Minas Gerais ndash 5ordf Aproximaccedilatildeo Viccedilosa CFSEMG 1999 p 43-60
ALVAREZ V VH Correlaccedilatildeo e calibraccedilatildeo de meacutetodos de anaacutelise de solos In ALVAREZ V VH FONTES LEF FONTES MPF (Ed) O solo nos grandes domiacutenios morfoclimaacuteticos do Brasil e o desenvolvimento sustentado Viccedilosa Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo 1996 p 615-646
ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DOS PRODUTORES DE CALCAacuteRIO Calcaacuterio agriacutecola ndash Brasil consumo aparente por estado (1992 ndash 2006) Disponiacutevel em lthttpwwwcalcario-rscombrgt Acesso em 25 de novembro de 2008
BALASTRA MLFC PEREZ CM JULIANO BO VILLAREAL P Effects of siacutelica level on some properties of Oriza sativa straw and hull Canadian Journal of Botany Ottawa v 67 p 2356-2363 1989
BARBOSA FILHO MP SNYDER G H PRABHU A S DATNOFF L E KORNDOumlRFER G H Importacircncia do siliacutecio para a cultura do arroz Informaccedilotildees agronocircmicas v 89 p 1-8 2000
BELLINGIERI PA Avaliaccedilatildeo em laboratoacuterio da eficiecircncia de diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas de calcaacuterios agriacutecolas 1983 99f Tese (Doutorado) ndash Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Universidade de Satildeo Paulo Piracicaba 1983
BELLINGIERI PA ALCARDE JC amp SOUZA ECA Avaliaccedilatildeo da qualidade de calcaacuterios agriacutecolas atraveacutes do PRNT Anais da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Piracicaba v 45 n 2 p 579-588 1988
BELLINGIERI PA ALCARDE JC SOUZA ECA de Eficiecircncia relativa de diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas de calcaacuterios na neutralizaccedilatildeo da acidez dos solos avaliada em laboratoacuterio Anais da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Piracicaba v46 n2 1989 p 303-317
35
BELLINGIERI PA SOUZA ECA ALCARDE JC SHIKASHO HW Importacircncia da reatividade do calcaacuterio sobre a produccedilatildeo e algumas caracteriacutesticas da soja Scientia Agricola Piracicaba v 49 p 61-71 1992
BRASIL MAPA Laboratoacuterio Nacional de Referecircncia Vegetal Anaacutelise de corretivos fertilizantes e inoculantes Brasiacutelia 1983 104p
BRUNAUER S EMMETT P H TELLER E Adsorption of gases in multimolecular layers In Journal of the American Chemical Society New York v 60 p 309-19 1938
CATANI RA ALONSO O Avaliaccedilatildeo e exigecircncia de calcaacuterio do solo Anais da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Piracicaba v 26 p 141-156 1969
CATE R Sugestotildees para adubaccedilatildeo com base na anaacutelise de solos Raleigh North Caroline State University 1965 16p
DAYANADAM P KAUFMAN PB FRANKLIN CL Detection of siacutelica in plants American Journal of Botany Columbus v 70 p 1079-1084 1983
DEFELIPO BV BRAGA JM SPIES C Comparaccedilatildeo entre meacutetodos de determinaccedilatildeo da necessidade de calcaacuterio de solos de Minas Gerais Experientiae v 13 p 111-136 1982
EMBRAPA C N P S Manual de meacutetodos de anaacutelise de solo Rio de Janeiro 1997 212p
EPSTEIN E Silicon Annu Rev Plant Physiol Plant Molec Biol Palo Alto v 50 1999 p 641 - 664
FERREIRA DF SISVAR versatildeo 43 (Build 41) Lavras UFLADEX 1999 4 disquetes
FURTINI NETO A VALE FR RESENDE A V GUILHERME L R G GUEDES G A A Fertilidade do solo Lavras UFLAFAEPE 2001 252p
GASCHO G J Silicon sources for agriculture In DATNOFF L E SNYDER G H KORNDOumlRFER G H (Ed) Silicon in agriculture Amsterdan Elsevier 2001 cap 12 p 197-207
KAMINSKI J RHEINHEIMER DS A acidez do solo e a nutriccedilatildeo mineral de plantas In KAMINSKI J (Ed) Uso de corretivos da acidez do solo no plantio direto Pelotas SBCSNRS 2000 cap2 p 21 - 39
KORNDOumlRFER G H Elementos beneacuteficos In FERNANDES M S Nutriccedilatildeo mineral de plantas Viccedilosa Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo 2006 432p
36
KORNDOumlRFER G H DATNOFF L E Adubaccedilatildeo com siliacutecio uma alternativa no controle de doenccedilas da cana-de-accediluacutecar e do arroz Informaccedilotildees Agronocircmicas Piracicaba v 70 p 1-5 1995
KORNDOumlRFER G H PEREIRA H S CAMARGO M S Silicatos de caacutelcio e magneacutesio na agricultura 3 ed Uberlacircndia 2004 28 p (Boletim Teacutecnico n1)
KORNDOumlRFER G H PEREIRA H S NOLLA A Anaacutelise de siliacutecio solo planta e fertilizante 1 ed Uberlacircndia 2004 50 p (Boletim Teacutecnico n2)
KORNDOumlRFER G H PEREIRA H S CAMARGO M S Silicatos de caacutelcio e magneacutesio na agricultura 2 ed Uberlacircndia 2003 15 p (Boletim Teacutecnico n1)
KORNDOumlRFER G H PEREIRA H S CAMARGO M S Papel do siliacutecio na produccedilatildeo de cana-de-accediluacutecar STAB v 21 n 2 2002 4 p
KORNDOumlRFER G H LEPSCH I Effect of silicon on plant growth and crop yeld In DATNOFF L E SNYDER G H KORNDOumlRFER G H (Ed) Silicon in agriculture Amsterdan Elsevier 2001 p 133 ndash 147
KURIHARA CH MAEDA S HERNANI LC SILVA WM Eficiecircncia relativa de fraccedilotildees granulomeacutetricas de calcaacuterios sul-mato-grossenses Pesquisa Agropecuaacuteria Brasileira Brasiacutelia v34 n 8 p 1443 - 1449 1999
LOPES A S SILVA MC GUILHERME L R G Acidez do solo e calagem 3 ed Satildeo Paulo ANDA 1990 22 p (Boletim Teacutecnico 1)
LOPES A S Manual de fertilidade do solo Satildeo Paulo ANDAPOTAFOacuteS 1989 153p
MA JF TAKAHASHI E Soil fertilizer and plant silicon research in Japan Amosterdan Elsevier Science 2002 281 p
MALAVOLTA E Manual de quiacutemica agriacutecola adubos e adubaccedilatildeo Satildeo Paulo Agronocircmica Ceres 1981 608 p
MARSCHNER H Mineral nutrition of higher plants 2 ed LondresAcademic Press 1995 889p
MCKEAGUE J A CLINE M G Silica in soils Advances in Agronomy New York v 15n 3 p 339-397 1963
MEURER E J Fundamentos de quiacutemica do solo 3 ed Porto Alegre Evangraf 2006 285p
MIYAKE Y TAKAHASHI E Effect of silicon on the growth of cucumber plant in soil culture Soil Science Plant Nutrition Tokyo v 29 p 463-471 1983
37
NOVAIS R F BARROS N F LEITE F P TEIXEIRA J L LEAL P G L Eficiecircncia agronocircmica de escoacuterias de siderurgia Pains Viccedilosa Universidade Federal de Viccedilosa 1993
OLIVEIRA AC HAHNE H BARROS NF MORAIS EJ Uso de escoacuteria de alto forno como fonte de nutrientes na adubaccedilatildeo florestal In GUERRINI IA BELLOTE AFJ BUumlLL LT (Ed) Seminaacuterio sobre uso de resiacuteduos florestais e urbanos em florestas Botucatu Fundaccedilatildeo de Estudos e Pesquisas Agriacutecolas e Florestais 1994 p 77-96
PEREIRA HS KORNDOumlRFER GH VIDAL AA CAMARGO MS Silicon sources for rice crop Scientia Agriacutecola Piracicaba v 61 p 522-528 2004
PLESE L P M Efeito da umidade do solo na reatividade das fraccedilotildees granulomeacutetricas de um calcaacuterio 2000 49f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) ndash Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Universidade de Satildeo Paulo Piracicaba 2000
PRADO R M FERNANDES F M NATALE W Uso de escoacuteria de siderurgia no Brasil estudos na cultura da cana-de-accediluacutecar Jaboticabal Funep 2001 67p
PROGRAMA INTERLABORATORIAL DE CONTROLE DE QUALIDADE DE ANAacuteLISE DE SOLO Manual do laboratorista 2005 33p
RAIJ BV Avaliaccedilatildeo da fertilidade do solo Piracicaba Associaccedilatildeo Brasileira para Pesquisa da Potassa e do Fosfato 1981 142p
RAIJ B V CANTARELLA H QUAGGIO J A FURLANI A M C Recomendaccedilatildeo de adubaccedilatildeo e calagem para o estado de Satildeo Paulo Campinas IAC 1996 285p (IAC Boletim 100)
SCOTT AJ KNOTT MA A cluster analysis method for grouping means in the analysis of variance Biometrics Washington v 30 n 2 1974 p 507-512
SHOEMAKER HE MCCLEAN E PRATT PF Buffer methods for determining lime requirements of soil with appreciable amounts of extractable aluminium Soil Sci Soc Am Proc Madison v 25 p 274-277 1961
SOUSA D M G MIRANDA L N OLIVEIRA S A Acidez do solo e sua correccedilatildeo In NOVAIS R F ALVAREZ V V H BARROS N F FONTES R L F CANTARUTTI R B NEVES J C L Fertilidade do solo Viccedilosa Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo 2007 p 205 ndash 274
SOUSA D M G LOBATO E Cerrado correccedilatildeo do solo e adubaccedilatildeo Brasiacutelia Embrapa Informaccedilatildeo Tecnoloacutegica 2004 416p
VERAS M C M VIEIRA W TEIXEIRA L S M ALCARDE J C OLIVEIRA L B Manual de meacutetodos analiacuteticos oficiais para fertilizantes minerais orgacircnicos organominerais e corretivos 1 ed Brasiacutelia MAPA 2007 v 1
38
WERNER D ROTH R Siacutelica metabolism In LAUCHILI A BIELESKI RL (Ed) Encyclopedia of plant physiology New Series Berlin Springer-Velag 1983 v 15B p 682-694
- Parte inicial dissertaccedilatildeopdf
- RESUMOpdf
- Corpo da dissertaccedilatildeopdf
-
12
Tabela 2 Densidade das amostras dos solos utilizados no experimento
Solos Densidade
g cm-3
Muito Argiloso 096
Argiloso 130
Meacutedio 125
Arenoso 135
Com os resultados da anaacutelise quiacutemica dos solos foi determinada a necessidade
de calagem pelo meacutetodo da saturaccedilatildeo por bases descrito por Raij e colaboradores
(1996) com o objetivo de elevaacute-la agrave 60 (Tabela 3)
Tabela 3 Necessidade de calagem em equivalente de CaCO3 com 100 de PRNT para amostras dos solos utilizados no experimento considerando as respectivas densidades das amostras dos solos
Solos Unidade
Muito Argiloso Argiloso Meacutedio Arenoso
Mg ha-1 189 343 056 191
mg vaso-1 27114 66795 10587 38735
33 Corretivos utilizados
Foram utilizadas trecircs fontes de silicatos originados de diferentes escoacuterias de
siderurgia sendo estes Agrosiliacutecio Silifeacutertil e Holcim por serem os mais
representativos quanto ao uso na agricultura como corretivos agriacutecolas Estes foram
comparados com um calcaacuterio comercial de origem sedimentar e com o carbonato de
caacutelcio pa padratildeo para estudos de eficiecircncia relativa de corretivos (Tabela 4)
Tabela 4 Teores de caacutelcio magneacutesio e siliacutecio dos corretivos utilizados
Corretivo CaO () MgO () SiO2 ()
Agrosiliacutecio 39 10 23
Silifeacutertil 38 8 22
Holcim 25 7 43
Calcaacuterio 30 20 0
Carbonato de caacutelcio 56 0 0
13
Para a caracterizaccedilatildeo dos corretivos quanto a sua superfiacutecie especiacutefica foi
realizada a anaacutelise da superfiacutecie especiacutefica pela equipe do Laboratoacuterio de
Hidrometalurgia da Universidade Federal de Ouro Preto utilizando-se o meacutetodo de
determinaccedilatildeo por gases descrito por Brunauer e colaboradores (1938) (Tabela 5)
Tabela 5 Superfiacutecie especifica e volume total de poros dos corretivos de acidez do solo
Corretivo Superfiacutecie Especiacutefica Volume total de poros
m2 g-1 cm3 g-1
Agrosiliacutecio 1175 00482
Silifeacutertil 066 00023
Holcim 038 00006
Calcaacuterio 091 00039
Fonte Universidade Federal de Ouro Preto (Laboratoacuterio de Hidrometalurgia)
Todos os corretivos foram submetidos agrave uniformizaccedilatildeo de umidade atraveacutes de
secagem em estufa com circulaccedilatildeo forccedilada de ar a 105 ordmC por um periacuteodo de setenta e
duas horas
Apoacutes esta etapa os silicatos foram submetidos agrave separaccedilatildeo nas seguintes
fraccedilotildees granulomeacutetricas atraveacutes de agitador mecacircnico por 5 minutos seguindo a
metodologia oficial (Veras et al 2007) fracionando os corretivos nas seguintes classes
partiacuteculas maiores que 200 mm (fraccedilatildeo do corretivo retido na peneira ABNT 10 ndash 10
mesh) partiacuteculas entre 084 e 200 mm (fraccedilatildeo do corretivo passante na peneira ABNT
10 e retido na peneira ABNT 20 ndash 20 mesh) partiacuteculas entre 030 e 084 (fraccedilatildeo do
corretivo passante na peneira ABNT 20 e retido na peneira ABNT 50 ndash 50 mesh) e
partiacuteculas com dimensatildeo inferior agrave 030 mm (fraccedilatildeo do corretivo passante na peneira
ABNT 50) (Figura 1)
14
(a) (b)
Figura 1 Mesa agitadora (a) e peneiras utilizadas para a separaccedilatildeo dos corretivos nas diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas (b)
A definiccedilatildeo das fraccedilotildees granulomeacutetricas avaliadas acompanhou os criteacuterios
atualmente adotados na legislaccedilatildeo para calcaacuterio aleacutem do fato de natildeo se justificar o uso
de silicatos em fraccedilatildeo granulomeacutetrica mais fina do que as jaacute comumente utilizadas para
calcaacuterio em funccedilatildeo da maior abrasividade das escoacuterias de siderurgia (PRADO et al
2001) o que tecnicamente dificulta a accedilatildeo dos moinhos brasileiros tornando a moagem
para a obtenccedilatildeo de partiacuteculas muito finas economicamente inviaacutevel
Apoacutes a separaccedilatildeo das fraccedilotildees granulomeacutetricas os corretivos foram submetidos
agrave determinaccedilatildeo do poder de neutralizaccedilatildeo (PN) pelo meacutetodo da titulaccedilatildeo que consiste
em colocar em contato uma massa conhecida do corretivo com uma quantidade
conhecida e em excesso de aacutecido padronizado fazendo com que o corretivo neutralize
uma parte do aacutecido O excesso de aacutecido eacute quantificado por alcalimetria obtendo-se
indiretamente a quantidade de aacutecido que foi neutralizado pelo corretivo seguindo o
procedimento descrito a seguir (BRASIL 1983)
Pesou-se 1000 g da amostra secada moiacuteda e passada em peneira de 03 mm
dos corretivos (Figura 2 a) e transferiu-se o material para erlenmeyer de 250 mL no
qual adicionou-se 50 mL da soluccedilatildeo de HCl 05 M padronizada O erlenmeyer foi
coberto com vidro de reloacutegio e a soluccedilatildeo foi fervida suavemente por 5 minutos (Figura
2 b) Apoacutes esta etapa a soluccedilatildeo foi esfriada transferida para balatildeo de 100 mL que teve
seu volume completado com aacutegua destilada e deixou-se decantar (Figura 2 c) Pipetou-
se 50 mL da soluccedilatildeo que foi transferida para erlenmeyer de 125 mL no qual se
acrescentou trecircs gotas de soluccedilatildeo de fenolftaleina (indicador) A soluccedilatildeo aacutecida foi
titulada com soluccedilatildeo padronizada de NaOH 025 M ateacute o aparecimento de uma leve cor
rosada do indicador (Figura 2 d) anotou-se o volume gasto e a partir deste valor
15
calculou-se o poder de neutralizaccedilatildeo do corretivo em de CaCO3 equivalente pela
expressatildeo
PN = 10 (25M1-V2M2) onde G
M1 = concentraccedilatildeo molar da soluccedilatildeo de HCl
V2 = volume em mL da soluccedilatildeo de NaOH gasto na titulaccedilatildeo
M2 = concentraccedilatildeo molar da soluccedilatildeo de NaOH
G = massa inicial da amostra em gramas
(a) (b)
(c) (d)
Figura 2 Ilustraccedilotildees dos processos laboratoriais para determinaccedilatildeo do PN em amostras
dos materiais corretivos desde a pesagem (a) a fervura da soluccedilatildeo contendo a amostra
do corretivo e HCl (b) a soluccedilatildeo transferida para balatildeo volumeacutetrico de 100 mL em
descanso para decantaccedilatildeo (c) e a titulaccedilatildeo ateacute o aparecimento da coloraccedilatildeo rosada (d)
Para os silicatos em funccedilatildeo de sua constituiccedilatildeo quiacutemica a visualizaccedilatildeo da
coloraccedilatildeo rosada foi dificultada pelo escurecimento da soluccedilatildeo (coloraccedilatildeo esverdeada)
sendo necessaacuteria a utilizaccedilatildeo do meacutetodo potenciomeacutetrico em que o excesso de HCl da
soluccedilatildeo eacute neutralizado por NaOH ateacute atingir pH 70
Foram encontrados valores distintos de poder de neutralizaccedilatildeo para cada um dos
corretivos (Tabela 6)
16
Tabela 6 Poder de neutralizaccedilatildeo dos materiais corretivos de acidez do solo utilizados
no experimento
Corretivos Poder de Neutralizaccedilatildeo ()
Agrosiliacutecio 859
Silifeacutertil 778
Holcim 740
Calcaacuterio 1131
CaCO3 1041
Com base nos valores do poder de neutralizaccedilatildeo encontrados para cada um dos
corretivos e de acordo com as necessidades de calagem encontrados para cada solo
foram calculadas as doses de cada corretivo a serem aplicadas nos vasos preenchidos
com 300 g de amostras dos solos (Tabela 7)
Tabela 7 Quantidade de corretivo calculada para atingir 60 de saturaccedilatildeo por bases
para cada um dos solos experimentais
SOLOS
Corretivos
Muito Argiloso
Argiloso Meacutedia Arenoso
---------------------------------- mg por vaso ------------------------------------
Agrosiliacutecio 3189 7775 1232 4509
Silifeacutertil 3487 8589 1361 4981
Holcim 3666 9031 1431 5239
Calcaacuterio 2397 5906 936 3425
CaCO3 2605 6416 1012 3721
Em funccedilatildeo da dose dos corretivos utilizados em cada solo (Tabela 5) e da
concentraccedilatildeo de SiO2 em cada um dos silicatos foram calculadas as doses de Si
fornecidas por cada silicato para o respectivo solo (Tabela 8)
17
Tabela 8 Dose de Si fornecida por cada um dos silicatos em cada solo experimental SOLOS
Corretivos Concentraccedilatildeo
de Si Muito Argiloso
Argiloso Meacutedia Arenoso
--------------------------- mg por vaso -----------------------
Agrosiliacutecio
107 341 832 132 482
Silifeacutertil 103 359 885 140 513 Holcim 203 744 1833 290 1064
34 Tratamentos e delineamento experimental
Foram conduzidos quatro experimentos sendo cada um em uma classe
textural de solo em delineamento inteiramente casualizado A anaacutelise de variacircncia foi
baseada num arranjo fatorial 4x4 com quatro corretivos de acidez (trecircs silicatos de
caacutelcio Agrosiliacutecio Silifeacutertil e Holcim e um calcaacuterio) e quatro fraccedilotildees granulomeacutetricas
(entre 5 e 10 mesh partiacuteculas entre 2 e 4 mm entre 10 e 20 mesh partiacuteculas entre 084
e 2 mm entre 20 e 50 mesh partiacuteculas entre 03 e 084 mm e maior que 50 mesh
partiacuteculas menores que 03 mm) com quatro repeticcedilotildees
Aleacutem dos tratamentos acima foi realizada a incubaccedilatildeo com CaCO3 (reagente
pa) corretivo padratildeo para comparaccedilatildeo da eficiecircncia relativa na correccedilatildeo da acidez do
solo sendo este utilizado em cinco diferentes doses testemunha 50 100 150 e
200 em relaccedilatildeo agrave dose recomendada para a correccedilatildeo da acidez do solo para atingir
60 de saturaccedilatildeo por bases (Tabela 3)
34 Conduccedilatildeo do experimento
As parcelas experimentais constituiacuteram-se de recipientes plaacutesticos de 500 mL
nos quais foram adicionados 300 g de solo e as devidas quantidades dos corretivos que
posteriormente foram incubados em recipientes abertos por trinta e noventa dias em
laboratoacuterio sem exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo solar direta e a intensas variaccedilotildees de temperatura
(Figura 3 a b)
Durante o periacuteodo de incubaccedilatildeo os solos foram irrigados com aacutegua destilada
para a manutenccedilatildeo da umidade a 80 da capacidade de campo (Figura 3 c)
Apoacutes 30 e 90 dias de incubaccedilatildeo fraccedilotildees de 50 g de cada uma das amostras
foram retiradas e colocadas para secar ao ar (Figura 3 d)
18
(a) (b)
(c) (d)
Figura 3 Pesagem dos corretivos (a) adiccedilatildeo dos corretivos nos recipientes plaacutesticos
contendo as amostras dos solos (b) irrigaccedilatildeo das amostras dos solos (c) e incubaccedilatildeo em
laboratoacuterio por 30 e 90 dias (d)
35 Determinaccedilatildeo do pH do solo apoacutes a incubaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo da eficiecircncia relativa
Para a caracterizaccedilatildeo da correccedilatildeo da acidez do solo foi determinado o pH em
CaCl2 em cada unidade experimental Esta variaacutevel de cada fraccedilatildeo granulomeacutetrica dos
silicatos de caacutelcio foi confrontada com os valores obtidos atraveacutes da curva de incubaccedilatildeo
do CaCO3 (reagente pa)
A anaacutelise do pH foi realizada seguindo a metodologia descrita pelo Programa
Interlaboratorial de controle de qualidade de anaacutelise de solo (2005) em que se colocou
10 cm3 de TFSA num frasco de 50 mL e adicionou-se 25 mL de CaCl2 2H2O 001 M
(1469 g L-1) deixando em contato por quinze minutos Posteriormente agitou-se a
amostra em agitador horizontal por dez minutos a 200 rpm Apoacutes esta etapa a soluccedilatildeo
foi mantida em repouso por sessenta minutos Na sequecircncia sem agitar novamente a
amostra foi realizada a leitura em potenciocircmetro devidamente calibrado com soluccedilotildees-
padratildeo de pH 40 e 70
Os valores de pH obtidos por cada fraccedilatildeo granulomeacutetrica de cada um dos
corretivos foram confrontados com os valores de pH obtidos na curva de incubaccedilatildeo de
CaCO3 obtendo-se os valores de equivalente em CaCO3 aos 90 dias
19
Os valores de eficiecircncia relativa foram ajustados em relaccedilatildeo aos resultados
obtidos por cada corretivo na fraccedilatildeo granulomeacutetrica inferior agrave 03 mm (gt 50 mesh)
atribuindo-se a esta fraccedilatildeo mais fina o iacutendice de 100 seguindo a metodologia adotada
por Bellingieri (1983)
36 Avaliaccedilatildeo do teor de Si no solo apoacutes a incubaccedilatildeo
Para a avaliaccedilatildeo do teor de Si no solo disponibilizado por cada uma das fontes
nas fraccedilotildees granulomeacutetricas foram realizadas as anaacutelises no Laboratoacuterio de Anaacutelise de
Fertilizantes da Universidade Federal de Uberlacircndia utilizando o extrator cloreto de
caacutelcio 001 M de acordo com a metodologia descrita por Korndoumlrfer e colaboradores
(2004) em que apoacutes o contato de 10 g da amostra do solo com 100 mL da soluccedilatildeo
extratora os mesmos foram submetidos a um agitador horizontal orbital por 1 hora na
frequumlecircncia de 50 rpm Apoacutes este procedimento as amostras ficaram em repouso por 15
minutos para decantar e a suspensatildeo foi filtrada e ficando sob novo repouso por 12
horas Entatildeo pipetou-se 10 mL do extrato de cada amostra acrescentando-se 1 mL de
soluccedilatildeo sulfo-moliacutebdica Decorridos 10 minutos acrescentou-se 2 mL de soluccedilatildeo de
aacutecido tartaacuterico 200 mg L-1 e apoacutes 5 minutos adicionou-se 10 mL da soluccedilatildeo de aacutecido
ascoacuterbico Apoacutes 1 hora foi realizada a leitura em espectofotocircmetro UV-visiacutevel no
comprimento de onda de 660 nanocircmetros Em funccedilatildeo do fator de diluiccedilatildeo o valor de
leitura foi multiplicado por 10 para se chegar no teor de Si do solo em mg dm-3
37 Anaacutelise estatiacutestica
Os resultados referentes ao pH em CaCl2 encontrados em funccedilatildeo das doses de
CaCO3 foram submetidos agrave anaacutelise de variacircncia e posterior ajuste ao modelo de
regressatildeo mais adequado para cada solo dentro dos dois periacuteodos de incubaccedilatildeo
utilizando o software estatiacutestico Sisvar desenvolvido por Ferreira (1999)
Os dados referentes ao pH em CaCl2 e ao teor de Si no solo encontrados em
funccedilatildeo dos corretivos (silicatos e calcaacuterio) em cada fraccedilatildeo granulomeacutetrica foram
submetidos agrave anaacutelise de variacircncia e suas meacutedias foram comparadas pelo teste de Scott-
Knott (1974) a 5 de probabilidade quanto agrave variaccedilatildeo dos corretivos dentro de cada
fraccedilatildeo granulomeacutetrica e quanto agrave variaccedilatildeo das fraccedilotildees granulomeacutetricas dentro dos
corretivos
20
4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
41 Variaccedilotildees no pH aos 30 dias de incubaccedilatildeo
Em relaccedilatildeo agrave variaacutevel pH em CaCl2 houve efeito significativo das doses de
CaCO3 para os quatro solos analisados o que possibilitou o ajuste de modelos de
regressatildeo (Figura 4)
Para os valores de pH em CaCl2 em funccedilatildeo do corretivo e fraccedilatildeo granulomeacutetrica
utilizados a anaacutelise de variacircncia tambeacutem permitiu constatar efeito significativo
inclusive para a interaccedilatildeo entre estes fatores (Tabela 9) Em geral quanto menor a
fraccedilatildeo granulomeacutetrica maior o pH do solo resultado este que concorda com o trabalho
realizado anteriormente por Alcarde e colaboradores (1989)
Novais e colaboradores (1993) tambeacutem descreveram que a granulometria mais
fina das escoacuterias de siderurgia permitiu maior reatividade tanto em solos arenosos
quanto em solos argilosos
(a)
y = -03764x2 + 13644x + 49458
R2 = 099
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(b)
y = -07093x2 + 24251x + 50564
R2 = 097
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(c)
y = 0492x + 3941
R2 = 094
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(d)
y = -1075x2 + 37825x + 39585
R2 = 099
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalnete CaCO3
pH e
m C
aCl 2
Significativo a 5 de probabilidade pelo teste f Figura 4 Valores do pH em CaCl2 em funccedilatildeo da dose equivalente de CaCO3 aplicada ao solo apoacutes 30 dias de incubaccedilatildeo nos solos muito argiloso (a) argiloso (b) meacutedio (c) arenoso (d)
21
Para os solos muito argiloso argiloso e arenoso pode-se observar que com as
doses de CaCO3 dentro do limite de 0 a 200 em relaccedilatildeo agrave recomendaccedilatildeo para atingir
60 de saturaccedilatildeo por bases o pH em CaCl2 aumentou significativamente de maneira
quadraacutetica Entretanto observou-se para o solo de textura meacutedia um ajuste linear Este
efeito pode ser atribuiacutedo ao fato das doses do corretivo utilizado natildeo terem sido
suficientes para atingir a faixa de estabilidade
Atraveacutes da amplitude de variaccedilatildeo nos valores de pH em funccedilatildeo do acreacutescimo
nas doses de CaCO3 pode-se observar o maior efeito tampatildeo dos solos muito argiloso e
argiloso em relaccedilatildeo ao solo arenoso e de textura meacutedia informaccedilatildeo esta que corrobora
aos relatos de Furtini e colaboradores (2001) O poder tampatildeo do solo eacute a resistecircncia
que o solo oferece a mudanccedila de pH Sousa e colaboradores (2007) exemplificando a
proporcionalidade dos diferentes tipos de acidez do solo relatam que a quantidade de
calcaacuterio necessaacuteria para neutralizar a acidez ativa pode chegar a quatorze mil setecentos
e vinte e trecircs vezes menor do que o necessaacuterio para a correccedilatildeo da acidez potencial do
solo o que evidencia a importacircncia do conhecimento do poder tampatildeo do solo para se
determinar a dose do corretivo
Pode-se observar que os resultados de pH em CaCl2 em funccedilatildeo dos corretivos e
das fraccedilotildees granulomeacutetricas para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso
submetidos a 30 dias de incubaccedilatildeo ocorreram de forma que quanto menor a
granulometria do corretivo maior foi o aumento no valor de pH encontrado nos solos
(Tabela 9)
22
Tabela 9 Valores de pH em CaCl2 em funccedilatildeo do corretivo de solo utilizado na dose
referente agrave elevaccedilatildeo da saturaccedilatildeo por bases para 60 e da fraccedilatildeo granulomeacutetrica apoacutes
30 dias de incubaccedilatildeo para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso
Peneira ABNT (mesh) Corretivo
5 - 10 10 - 20 20 ndash 50 gt 50 Meacutedia Solo muito argiloso
Agrosiliacutecio 51
Ac
51
Ac
57
Ab
59
Aa
55 Silifeacutertil 49
Ad
53
Ac
56
Ab
60
Aa
54 Holcim 50
Ab
49
Bb
49
Cb
53
Ca
50 Calcaacuterio 49
Ac
50
Bc
54
Bb
57
Ba
53 Meacutedia 50
51
54
57
53 Solo argiloso
Agrosiliacutecio
51
Ac
53
Ac
61
Ab
65
Aa
57 Silifeacutertil 53
Ac
52
Ac
59
Ab
66
Aa
57 Holcim 51
Ab
51
Ab
51
Cb
55
Ba
52 Calcaacuterio 51
Ac
52
Ac
56
Bb
65
Aa
56
51
52
56
63
56 Solo meacutedio
Agrosiliacutecio
40
Ac
41
Ac
41
Ab
43
Aa
41 Silifeacutertil 40
Ab
40
Ab
41
Aa
42
Ca
41 Holcim 40
Ab
40
Ab
40
Bb
41
Ca
40 Calcaacuterio 40
Ab
41
Ab
41
Bb
42
Ba
41 Meacutedia 40
40
41
42
41 Solo arenoso
Agrosiliacutecio
40
Ac
43
Ac
55
Ab
63
Aa
50 Silifeacutertil 40
Ac
42
Ac
52
Bb
65
Aa
50 Holcim 40
Ab
41
Ab
42
Cb
50
Ba
43 Calcaacuterio 40
Ac
40
Ac
50
Bb
63
Aa
48 Meacutedia 40
42
49
60
48 Letras maiuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na coluna e letras minuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na linha (Scott-Knott a 5)
No solo muito argiloso o Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil proporcionaram a maior
elevaccedilatildeo do pH do solo em relaccedilatildeo aos demais corretivos em todas as faixas
granulomeacutetricas passantes na peneira de 10 mesh ou seja quando a granulometria foi
inferior a 2 mm em fraccedilotildees maiores que esta o efeito do corretivo foi muito pequeno
natildeo havendo diferenccedila entre os corretivos (Tabela 9)
Para os demais solos os corretivos natildeo apresentaram diferenccedilas quanto ao
aumento provocado no pH do solo quando aplicados em granulometria acima de 084
mm ou seja produtos retidos na peneira de 10 mesh Para as granulometrias mais finas
23
os corretivos apresentaram diferenccedilas no aumento do pH ficando os solos que
receberam o silicato Holcim com os menores valores
De maneira geral para as granulometrias mais finas inferior a 084 mm
(passantes na peneira de 20 mesh) o Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil proporcionaram os
maiores incrementos em pH exceto para o produto mais fino gt 50 mesh no solo de
textura meacutedia e para o produto de granulometria entre 03 e 084 mm (ABNT 20 ndash 50)
no solo arenoso em que o Agrosiliacutecio obteve os melhores resultados (Tabela 9)
42 Variaccedilotildees no pH equivalente em CaCO3 e eficiecircncia relativa dos corretivos aos
90 dias de incubaccedilatildeo
Houve efeito significativo das doses de CaCO3 nos valores de pH em CaCl2 para
os quatro solos analisados o que possibilitou o ajuste de modelos polinomiais (Figura
5)
(a)
y = -01466x2 + 09457x + 49792
R2 = 085
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(b)
y = -05821x2 + 21998x + 49789
R2 = 098
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(c)
y = 04565x + 39275
R2 = 091
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(d)
y = -0865x2 + 34185x + 39925
R2 = 098
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
Significativo a 5 de probabilidade pelo teste f
Figura 5 Valores do pH em CaCl2 em funccedilatildeo da dose equivalente de CaCO3 aplicada ao solo apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo nos solos muito argiloso (a) argiloso (b) meacutedio (c) arenoso (d)
24
Para os solos muito argiloso argiloso e arenoso (Figura 5 a b d) como era de
se esperar as doses de CaCO3 dentro do limite de 0 a 200 em relaccedilatildeo agrave
recomendaccedilatildeo aumentaram significativamente e de forma quadraacutetica o pH em CaCl2
Acompanhando a tendecircncia observada apoacutes 30 dias de incubaccedilatildeo para o solo de
textura meacutedia verificou-se um ajuste linear para o aumento do valor de pH em CaCl2
em funccedilatildeo de doses de CaCO3 Este efeito pode ser atribuiacutedo ao fato das doses do
corretivo utilizado natildeo terem sido suficientes para atingir a faixa de estabilidade
Para as variaccedilotildees de pH em CaCl2 em funccedilatildeo do corretivo e fraccedilatildeo
granulomeacutetrica utilizados tambeacutem houve efeito significativo inclusive para a interaccedilatildeo
entre estes fatores (Tabela 10)
25
Tabela 10 Valores de pH em CaCl2 em funccedilatildeo do corretivo de solo utilizado na dose
referente agrave elevaccedilatildeo da saturaccedilatildeo por bases para 60 e da fraccedilatildeo granulomeacutetrica apoacutes
90 dias de incubaccedilatildeo para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso
Peneira ABNT (mesh) Corretivo
5 - 10 10 - 20 20 ndash 50 gt 50 Meacutedia Solo muito argiloso
Agrosiliacutecio 50
Ad
52
Ac
56
Ab
57
Aa
54 Silifeacutertil 50
Ac
51
Ac
55
Ab
58
Aa
53 Holcim 49
Ab
48
Cb
48
Bb
53
Ba
50 Calcaacuterio 49
Ac
50
Bc
55
Ab
57
Aa
53 Meacutedia 50
50
53
56
52 Solo argiloso
Agrosiliacutecio 52
Ab
53
Ab
61
Aa
62
Aa
57 Silifeacutertil 49
Cd
53
Ac
58
Bb
63
Aa
56 Holcim 50
Bb
50
Bb
51
Db
55
Ca
51 Calcaacuterio 51
Bd
52
Ac
56
Cb
62
Ba
55 Meacutedia 50
52
56
60
55 Solo meacutedio
Agrosiliacutecio 40
Ad
41
Ac
42
Ab
43
Aa
42 Silifeacutertil 41
Ac
41
Ac
42
Ab
43
Aa
42 Holcim 41
Ab
41
Ab
41
Cb
41
Ba
41 Calcaacuterio 40
Ab
41
Ab
41
Bb
43
Aa
41 Meacutedia 40
41
41
42
41 Solo arenoso
Agrosiliacutecio
40
Ac
44
Ab
59
Aa
61
Aa
51 Silifeacutertil 40
Ac
43
Ac
55
Ab
64
Aa
51 Holcim 39
Ab
40
Ab
42
Bb
48
Ba
43 Calcaacuterio 40
Ac
42
Ac
55
Ab
63
Aa
50 Meacutedia 40
42
53
59
49 Letras maiuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na coluna e letras minuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na linha (Scott-Knott a 5)
No solo muito argiloso e no solo arenoso o Agrosiliacutecio o Silifeacutertil e o calcaacuterio
proporcionaram maior elevaccedilatildeo no pH do solo em relaccedilatildeo ao Holcim nos corretivos
com granulometria inferior a 084 mm passantes na peneira de 20 mesh Quando se
comparam estes resultados com os obtidos aos 30 dias de incubaccedilatildeo observa-se a
inclusatildeo do calcaacuterio entre os corretivos com melhores resultados de aumento de pH no
solo muito argiloso Este fato demonstrou que para este solo os silicatos Agrosiliacutecio e
Silifeacutertil tiveram uma maior dissociaccedilatildeo aos 30 dias fato este que foi compensado pelo
calcaacuterio entre 30 e 90 dias de incubaccedilatildeo (Tabela 10)
26
Os valores de pH do solo argiloso apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo demonstraram que
o Agrosiliacutecio proporcionou os maiores valores de pH em todas as fraccedilotildees
granulomeacutetricas ficando este em igualdade com o Silifeacutertil na granulometria inferior a
03 mm (gt 50 mesh) e entre 08 mm e 20 mm (10 a 20 mesh) sendo que nesta uacuteltima
fraccedilatildeo granulomeacutetrica o calcaacuterio tambeacutem se igualou aos dois corretivos acima
mencionados (Tabela 10)
No solo de textura meacutedia as diferenccedilas ocorreram apenas nas fraccedilotildees
granulomeacutetricas inferiores a 08 mm (peneira de 20 mesh) com melhores resultados
atribuiacutedos ao Agrosiliacutecio Silifeacutertil e ao calcaacuterio na fraccedilatildeo mais fina (gt 50 mesh) e ao
Agrosiliacutecio e ao Silifeacutertil na fraccedilatildeo compreendida entre 03 e 084 mm (20 a 50 mesh)
Para o solo arenoso o Agrosiliacutecio o Silifeacutertil e o calcaacuterio proporcionaram
maiores valores de pH nas fraccedilotildees granulomeacutetricas inferiores a 084 mm enquanto que
nas fraccedilotildees mais grossas todos os corretivos tiveram o mesmo comportamento
Para todos os solos utilizados no experimento verificou-se que quanto menor a
dimensatildeo das partiacuteculas maiores satildeo os incrementos gerados nos valores de pH em
CaCl2 (Tabela 10) resultado este que concorda com trabalhos realizados anteriormente
por Bellingieri e colaboradores (1989)
Nas comparaccedilotildees entre os resultados dos valores de pH das amostras de solo
apoacutes 30 e 90 dias de incubaccedilatildeo os resultados praticamente se equivalem demonstrando
que 30 dias de incubaccedilatildeo foi um periacuteodo suficiente para a accedilatildeo dos corretivos
Com base nos incrementos verificados no pH das amostras dos solos pelos
corretivos de acidez em cada fraccedilatildeo granulomeacutetrica em relaccedilatildeo agraves curvas de incubaccedilatildeo
com CaCO3 calculou-se os valores de equivalente em CaCO3 para cada corretivo
dentro de cada fraccedilatildeo granulomeacutetrica com 90 dias de incubaccedilatildeo (Tabela 11)
27
Tabela 11 Equivalente em CaCO3 dos corretivos de acidez de diferentes fraccedilotildees
granulomeacutetricas aos 90 dias de incubaccedilatildeo
Peneiras ABNT (mesh)
Corretivos
5 ndash 10 10 - 20 20 - 50 gt 50 Meacutedia
--------------------------------------- -----------------------------------------
Agrosiliacutecio 9
Ac
24
Ab
64
Aa
77
Aa
43
Silifeacutertil 9
Ac
19
Ac
52
Ab
87
Aa
42 Calcaacuterio 8
Ac
13
Ac
33
Bb
79
Aa
33 Holcim 7
Ab
7
Ab
10
Cb
33
Ba
14 Meacutedia 8
16
39
69
33 Letras maiuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na coluna e letras minuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na linha (Scott-Knott a 5)
Os resultados de equivalente em CaCO3 apresentados para 90 dias de incubaccedilatildeo
(Tabela 11) demonstraram grande variaccedilatildeo para este atributo entre os corretivos de
acidez o que evidencia que natildeo apenas a granulometria mas tambeacutem a origem dos
corretivos exerce grande influecircncia na velocidade de correccedilatildeo da acidez do solo
Para as fraccedilotildees granulomeacutetrica mais grossas (lt 10 e 10 a 20 mesh) pode-se
observar que natildeo houve diferenccedila entre os corretivos jaacute na fraccedilatildeo mais fina (gt 50) o
silicato Holcim proporcionou menores valores de equivalente em CaCO3 em relaccedilatildeo as
demais fontes Na fraccedilatildeo granulomeacutetrica entre 20 e 50 (Tabela 11) verificou-se
diferenccedilas entre o equivalente em CaCO3 de silicatos e do calcaacuterio o que demonstrou o
fato de estarmos neste caso subestimando a reatividade dos silicatos Pode-se observar
que natildeo houve diferenccedilas entre os resultados obtidos com a aplicaccedilatildeo dos silicatos
Agrosiliacutecio e Silifeacutertil portanto sugere-se a elaboraccedilatildeo de novos paracircmetros para a
avaliaccedilatildeo de silicatos com origem de aciaria
Seguindo os criteacuterios adotados por Bellingieri (1983) de ajustar a eficiecircncia dos
corretivos atribuindo valores de 100 para as partiacuteculas passantes na peneira 50 ABNT
(partiacuteculas inferiores a 03 mm) determinou-se a eficiecircncia relativa de cada uma das
fraccedilotildees granulomeacutetricas dos corretivos permitindo a adoccedilatildeo de novos criteacuterios de
reatividade para os silicatos (Tabela 12)
28
Tabela 12 Eficiecircncias relativas em relaccedilatildeo agrave fraccedilatildeo granulomeacutetrica inferior a 03 mm
(peneira 50 mesh) dos corretivos de acidez em diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas aos
90 dias de incubaccedilatildeo
Peneiras ABNT (mesh)
Corretivos 5 - 10 10 - 20 20 - 50 gt 50 Meacutedia
------------------------------ -------------------------------
Agrosiliacutecio 12 33 85 100 58
Silifeacutertil 9 25 65 100 50
Holcim 16 17 27 100 40
Calcaacuterio 9 18 63 100 48
Meacutedia 12 23 60 100
Propotildee-se a adequaccedilatildeo da equaccedilatildeo atualmente adotada para a determinaccedilatildeo da
eficiecircncia relativa (reatividade) de silicatos de origem de aciaria para uso como
corretivo de acidez em funccedilatildeo das diferenccedilas encontradas em eficiecircncia relativa
apresentadas na Tabela 12 entre os silicatos de origem de escoacuteria de aciaria
(Agrosiliacutecio e Silifeacutertil) em relaccedilatildeo ao calcaacuterio ficando a mesma da seguinte forma
RE = F10-20 x 03 + F20-50 x 075 + Fgt50 x 1
Onde
F10-20= percentual de produto que passa pela peneira nordm10 e fica retido na
peneira nordm20 F20-50 = percentual de produto que passa pela peneira nordm20 e fica retido
na peneira nordm50 e F-50 = percentual de produto que passa pela peneira nordm50
Os valores de eficiecircncia relativa 12 em meacutedia para a fraccedilatildeo granulomeacutetrica
mais grosseira pode estar associado agrave presenccedila de micropartiacuteculas (poacute) aderidas ao
redor das partiacuteculas mais grossas (Tabela 12) jaacute que a separaccedilatildeo granulomeacutetrica seguiu
o meacutetodo oficial de separaccedilatildeo em peneiras a seco
29
43 Teor de siliacutecio no solo apoacutes 30 dias de incubaccedilatildeo
De maneira geral pode-se observar que o Agrosiliacutecio proporcionou maiores
incrementos de Si no solo obtendo no solo argiloso quando aplicado na fraccedilatildeo
granulomeacutetrica mais fina incremento de 10 mg dm-3 (Tabela 13)
Tabela 13 Teor de Si no solo em funccedilatildeo da fraccedilatildeo granulomeacutetrica e do corretivo utilizado para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso apoacutes 30 dias de incubaccedilatildeo
Peneiras ABNT (mesh) Corretivos 5 - 10 10 - 20 20 ndash 50 gt 50 Meacutedia
-------------------------------- Si (mg kg-1) -------------------------------------
Solo muito argiloso
Agrosiliacutecio 7
Aa
8
Aa
9
Aa
8
Aa
8 Silifeacutertil 7
Aa
7
Aa
7
Ba
7
Aa
7 Holcim 6
Aa
6
Aa
6
Ba
6
Ba
6 Calcaacuterio 7
Aa
6
Aa
5
Ba
5
Ba
6 Meacutedia 6
7
7
6
6
Solo argiloso
Agrosiliacutecio 6
Ad
10
Ac
14
Ab
15
Aa
11 Silifeacutertil 7
Ac
6
Bc
10
Bb
12
Ba
9 Holcim 6
Ab
5
Bb
6
Cb
9
Ca
7 Calcaacuterio 5
Ba
5
Ba
4
Da
2
Db
4 Meacutedia 6
6
8
10
8
Solo meacutedio
Agrosiliacutecio 10
Aa
10
Aa
10
Aa
10
Aa
10 Silifeacutertil 9
Aa
9
Aa
10
Aa
10
Aa
9 Holcim 8
Ba
9
Aa
9
Ba
10
Aa
9 Calcaacuterio 9
Ba
9
Aa
9
Ba
8
Bb
9 Meacutedia 9
9
9
9
9
Solo arenoso
Agrosiliacutecio 4
Ab
5
Ab
8
Aa
9
Aa
6 Silifeacutertil 3
Ac
5
Ab
7
Aa
7
Ba
6 Holcim 3
Ab
4
Aa
4
Ba
6
Ca
4 Calcaacuterio 3
Aa
3
Ba
3
Ca
2
Da
3 Meacutedia 3
4
6
6
5 Letras maiuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na coluna e letras minuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na linha (Scott-Knott a 5)
No solo muito argiloso as fraccedilotildees mais grossas dos corretivos com partiacuteculas
superiores a 084 mm (lt 20 mesh) natildeo apresentaram diferenccedilas quanto ao fornecimento
30
de Si ao solo poreacutem quando se avaliaram as fraccedilotildees mais finas observou-se maiores
valores de Si para o Agrosiliacutecio na fraccedilatildeo de 03 a 084 mm (20 a 50 mesh) e para o
Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil quando o corretivo foi aplicado na granulometria inferior a 03
mm (gt 50 mesh) estes resultados tambeacutem se repetiram no solo arenoso (Tabela 13)
Para o solo argiloso o Agrosiliacutecio foi o silicato que promoveu maiores valores
de Si no solo quando tambeacutem se avaliaram as fraccedilotildees granulomeacutetricas inferiores a 20
mm (gt 10 mesh) apenas para a fraccedilatildeo mais grossa maior que 20 mm o Agrosiliacutecio o
Silifeacutertil e o Holcim natildeo diferiram estatisticamente variando apenas em relaccedilatildeo ao
calcaacuterio que eacute o uacutenico corretivo avaliado que natildeo apresenta Si em sua constituiccedilatildeo
No solo de textura meacutedia o Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil proporcionaram a mesma
eficiecircncia no fornecimento de Si para o solo (fraccedilotildees 20 a 50 mesh e lt 10 mesh) na
fraccedilatildeo mais fina (gt 50 mesh) os trecircs silicatos avaliados resultaram nos mesmos valores
de Si no solo deferindo apenas do calcaacuterio jaacute na fraccedilatildeo entre 10 a 20 mesh todos os
corretivos proporcionaram o mesmo resultado
De maneira geral a granulometria natildeo resultou em diferenccedilas no fornecimento
de Si pelos silicatos exceto no solo argiloso em que se observa que quanto menor a
granulometria maior foi o teor de Si no solo (Tabela 13)
Ao se avaliar os efeitos do calcaacuterio em relaccedilatildeo ao teor de Si no solo pode-se
observar que quanto menor a fraccedilatildeo granulomeacutetrica do calcaacuterio menores os teores de Si
no solo Este fato pode estar associado a maior alteraccedilatildeo causada no pH do solo pelas
fraccedilotildees mais finas do calcaacuterio reduzindo assim sua disponibilidade de Si corroborando
aos dados de McKeague e Cline (1963) em que o aumento de pH de 6 para 9 reduziu
de 36 para 6 mg dm-3 a concentraccedilatildeo de Si soluacutevel
44 Teor de siliacutecio no solo apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo
De maneira geral pode-se observar que o Agrosiliacutecio promoveu maior
incremento de Si no solo apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo exceto para a fraccedilatildeo
granulomeacutetrica entre 20 a 50 mesh e no solo de textura meacutedia em que o Silifeacutertil e o
Holcim obtiveram resultados semelhantes ao Agrosiliacutecio (Tabela 14)
Quanto agraves fraccedilotildees granulomeacutetricas observou-se que quanto menor a fraccedilatildeo
granulomeacutetrica independente do silicato maior foi o fornecimento de Si ao solo
seguindo a tendecircncia encontrada por Oliveira e colaboradores (1994) em que escoacuterias
31
de alto forno com partiacuteculas menores que 03 mm foram mais eficientes no
fornecimento de Ca e Mg para o solo quando comparadas as fraccedilotildees mais grosseiras
Tabela 14 Teor de Si no solo em funccedilatildeo da fraccedilatildeo granulomeacutetrica e do corretivo
utilizado para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso apoacutes 90 dias de
incubaccedilatildeo
Peneiras ABNT (mesh) Corretivos 5 - 10 10 - 20 20 - 50 gt 50 Meacutedia
-------------------------------- Si (mg kg-1) --------------------------------------
Solo muito argiloso Agrosiliacutecio 8
Ab
9
Aa
9
Aa
9
Aa
9 Silifeacutertil 6
Bb
7
Bb
7
Ba
8
Ba
7 Holcim 7
Bb
7
Bb
6
Cb
8
Ba
7 Calcaacuterio 6
Ba
6
Ba
5
Db
5
Cb
6 Meacutedia 7
7
7
7
7 Solo argiloso
Agrosiliacutecio 7
Ac
11
Ab
13
Aa
13
Aa
11 Silifeacutertil 5
Bc
7
Bb
9
Ba
9
Ba
8 Holcim 6
Bb
5
Cb
6
Cb
9
Ba
7 Calcaacuterio 4
Ca
4
Da
4
Da
3
Cb
4 Meacutedia 5
7
8
9
7 Solo meacutedio
Agrosiliacutecio 10
Aa
11
Aa
10
Aa
11
Aa
11 Silifeacutertil 10
Ba
10
Ba
10
Aa
10
Ba
10 Holcim 10
Bb
10
Bb
10
Ab
11
Aa
10 Calcaacuterio 9
Ba
10
Ba
9
Bb
8
Cc
9 Meacutedia 10
10
10
10
10 Solo arenoso
Agrosiliacutecio 4
Ac
6
Ab
7
Aa
7
Aa
6 Silifeacutertil 3
Bc
4
Bb
6
Ba
6
Ba
5 Holcim 3
Bc
3
Cb
4
Cb
5
Ca
4 Calcaacuterio 2
Ca
2
Da
2
Da
2
Da
2 Meacutedia 3
4
5
5
4 Letras maiuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na coluna e letras minuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na linha (Scott-Knott a 5)
Para todos os solos analisados observou-se a seguinte sequecircncia para o teor de
Si Agrosiliacutecio gt Silifeacutertil gt Holcim gt Calcaacuterio Fato este que acompanha a tendecircncia
observada na avaliaccedilatildeo da reatividade na correccedilatildeo da acidez do solo exceto para o
calcaacuterio por natildeo apresentar Si em sua constituiccedilatildeo
32
Korndoumlrfer e colaboradores (2004) apresentaram a solubilidade de diferentes
silicatos evidenciando que o Agrosiliacutecio (escoacuteria de aciaria) apresentou maiores valores
de solubilidade em relaccedilatildeo aos valores obtidos pela escoacuteria de alto forno como o
Holcim com valores de 43 e 7 respectivamente Estas diferenccedilas em solubilidade
explicam os valores encontrados tanto na avaliaccedilatildeo aos 30 como aos 90 dias de
incubaccedilatildeo
Pereira e colaboradores (2004) em trabalho para a avaliaccedilatildeo da eficiecircncia de
fontes de Si para a cultura do arroz encontraram que a fonte que proporcionou mais
extraccedilatildeo de Si para os gratildeos foi a escoacuteria oriunda da produccedilatildeo de accedilo inox dado que
corrobora os resultados encontrados neste trabalho em que o Agrosiliacutecio (escoacuteria de
aciaria) apresentou maior disponibilizaccedilatildeo de Si para o solo
Nas comparaccedilotildees entre os resultados do teor de Si no solo apoacutes 30 e 90 dias de
incubaccedilatildeo os resultados praticamente se equivalem demonstrando que 30 dias foi um
periacuteodo suficiente para que os silicatos fornecessem Si
Comparando o teor de Si antes da aplicaccedilatildeo dos corretivos com o teor de Si no
solo apoacutes a aplicaccedilatildeo dos corretivos e apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo verificou-se
expressivo acreacutescimo no teor Si no solo ocasionado pelos silicatos principalmente para
o Agrosiliacutecio que incrementou na meacutedia entre as fraccedilotildees granulomeacutetricas 2 6 1 e 3 mg
dm-3 de Si nos solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso respectivamente O
Silifeacutertil tambeacutem forneceu Si ao solo elevando em 1 4 0 e 3 mg dm-3 o teor de Si nos
solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso respectivamente Jaacute o Holcim
apresentou incrementos de 0 2 0 e 1 mg dm-3 respectivamente para os solos muito
argiloso argiloso meacutedio e arenoso
33
5 CONCLUSOtildeES
Os silicatos Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil proporcionam maiores valores de eficiecircncia
relativa na correccedilatildeo da acidez do solo em comparaccedilatildeo ao calcaacuterio e ao silicato Holcim
na fraccedilatildeo granulomeacutetrica entre 030 e 084 mm
Quanto menor a fraccedilatildeo granulomeacutetrica do silicato maior eacute a eficiecircncia relativa
na correccedilatildeo da acidez do solo e maior eacute o fornecimento de Si para o solo
O Agrosiliacutecio apresenta melhores resultados no fornecimento de Si ao solo
seguido do Silifeacutertil e do Holcim
O periacuteodo de 30 dias em condiccedilotildees de umidade mantida agrave 80 da capacidade
de campo eacute um periacuteodo suficiente para a correccedilatildeo da acidez do solo e fornecimento de
Si pelos silicatos ao solo
34
6 REFEREcircNCIAS
ALCARDE JC PAULINO VT DERNARDIN J S Avaliaccedilatildeo da reatividade de corretivos da acidez do solo Revista Brasileira de Ciecircncia do Solo Campinas v 13 p 387-392 1989
ALCARDE JC Corretivos de acidez dos solos caracteriacutesticas e interpretaccedilotildees teacutecnicas Satildeo Paulo ANDA 1992 24p (Boletim Teacutecnico 6)
ALCARDE JC RODELLA AA Avaliaccedilatildeo quiacutemica de corretivos de acidez para fins agriacutecolas uma nova proposiccedilatildeo Scientia Agriacutecola Piracicaba v 53 n 2 ndash 3 1996
ALVAREZ V VH RIBEIRO AC Calagem In RIBEIRO AC GUIMARAtildeES PTG GUIMARAtildeES PTG ALVAREZ V VH (Ed) Recomendaccedilotildees para o uso de corretivos e fertilizantes em Minas Gerais ndash 5ordf Aproximaccedilatildeo Viccedilosa CFSEMG 1999 p 43-60
ALVAREZ V VH Correlaccedilatildeo e calibraccedilatildeo de meacutetodos de anaacutelise de solos In ALVAREZ V VH FONTES LEF FONTES MPF (Ed) O solo nos grandes domiacutenios morfoclimaacuteticos do Brasil e o desenvolvimento sustentado Viccedilosa Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo 1996 p 615-646
ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DOS PRODUTORES DE CALCAacuteRIO Calcaacuterio agriacutecola ndash Brasil consumo aparente por estado (1992 ndash 2006) Disponiacutevel em lthttpwwwcalcario-rscombrgt Acesso em 25 de novembro de 2008
BALASTRA MLFC PEREZ CM JULIANO BO VILLAREAL P Effects of siacutelica level on some properties of Oriza sativa straw and hull Canadian Journal of Botany Ottawa v 67 p 2356-2363 1989
BARBOSA FILHO MP SNYDER G H PRABHU A S DATNOFF L E KORNDOumlRFER G H Importacircncia do siliacutecio para a cultura do arroz Informaccedilotildees agronocircmicas v 89 p 1-8 2000
BELLINGIERI PA Avaliaccedilatildeo em laboratoacuterio da eficiecircncia de diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas de calcaacuterios agriacutecolas 1983 99f Tese (Doutorado) ndash Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Universidade de Satildeo Paulo Piracicaba 1983
BELLINGIERI PA ALCARDE JC amp SOUZA ECA Avaliaccedilatildeo da qualidade de calcaacuterios agriacutecolas atraveacutes do PRNT Anais da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Piracicaba v 45 n 2 p 579-588 1988
BELLINGIERI PA ALCARDE JC SOUZA ECA de Eficiecircncia relativa de diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas de calcaacuterios na neutralizaccedilatildeo da acidez dos solos avaliada em laboratoacuterio Anais da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Piracicaba v46 n2 1989 p 303-317
35
BELLINGIERI PA SOUZA ECA ALCARDE JC SHIKASHO HW Importacircncia da reatividade do calcaacuterio sobre a produccedilatildeo e algumas caracteriacutesticas da soja Scientia Agricola Piracicaba v 49 p 61-71 1992
BRASIL MAPA Laboratoacuterio Nacional de Referecircncia Vegetal Anaacutelise de corretivos fertilizantes e inoculantes Brasiacutelia 1983 104p
BRUNAUER S EMMETT P H TELLER E Adsorption of gases in multimolecular layers In Journal of the American Chemical Society New York v 60 p 309-19 1938
CATANI RA ALONSO O Avaliaccedilatildeo e exigecircncia de calcaacuterio do solo Anais da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Piracicaba v 26 p 141-156 1969
CATE R Sugestotildees para adubaccedilatildeo com base na anaacutelise de solos Raleigh North Caroline State University 1965 16p
DAYANADAM P KAUFMAN PB FRANKLIN CL Detection of siacutelica in plants American Journal of Botany Columbus v 70 p 1079-1084 1983
DEFELIPO BV BRAGA JM SPIES C Comparaccedilatildeo entre meacutetodos de determinaccedilatildeo da necessidade de calcaacuterio de solos de Minas Gerais Experientiae v 13 p 111-136 1982
EMBRAPA C N P S Manual de meacutetodos de anaacutelise de solo Rio de Janeiro 1997 212p
EPSTEIN E Silicon Annu Rev Plant Physiol Plant Molec Biol Palo Alto v 50 1999 p 641 - 664
FERREIRA DF SISVAR versatildeo 43 (Build 41) Lavras UFLADEX 1999 4 disquetes
FURTINI NETO A VALE FR RESENDE A V GUILHERME L R G GUEDES G A A Fertilidade do solo Lavras UFLAFAEPE 2001 252p
GASCHO G J Silicon sources for agriculture In DATNOFF L E SNYDER G H KORNDOumlRFER G H (Ed) Silicon in agriculture Amsterdan Elsevier 2001 cap 12 p 197-207
KAMINSKI J RHEINHEIMER DS A acidez do solo e a nutriccedilatildeo mineral de plantas In KAMINSKI J (Ed) Uso de corretivos da acidez do solo no plantio direto Pelotas SBCSNRS 2000 cap2 p 21 - 39
KORNDOumlRFER G H Elementos beneacuteficos In FERNANDES M S Nutriccedilatildeo mineral de plantas Viccedilosa Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo 2006 432p
36
KORNDOumlRFER G H DATNOFF L E Adubaccedilatildeo com siliacutecio uma alternativa no controle de doenccedilas da cana-de-accediluacutecar e do arroz Informaccedilotildees Agronocircmicas Piracicaba v 70 p 1-5 1995
KORNDOumlRFER G H PEREIRA H S CAMARGO M S Silicatos de caacutelcio e magneacutesio na agricultura 3 ed Uberlacircndia 2004 28 p (Boletim Teacutecnico n1)
KORNDOumlRFER G H PEREIRA H S NOLLA A Anaacutelise de siliacutecio solo planta e fertilizante 1 ed Uberlacircndia 2004 50 p (Boletim Teacutecnico n2)
KORNDOumlRFER G H PEREIRA H S CAMARGO M S Silicatos de caacutelcio e magneacutesio na agricultura 2 ed Uberlacircndia 2003 15 p (Boletim Teacutecnico n1)
KORNDOumlRFER G H PEREIRA H S CAMARGO M S Papel do siliacutecio na produccedilatildeo de cana-de-accediluacutecar STAB v 21 n 2 2002 4 p
KORNDOumlRFER G H LEPSCH I Effect of silicon on plant growth and crop yeld In DATNOFF L E SNYDER G H KORNDOumlRFER G H (Ed) Silicon in agriculture Amsterdan Elsevier 2001 p 133 ndash 147
KURIHARA CH MAEDA S HERNANI LC SILVA WM Eficiecircncia relativa de fraccedilotildees granulomeacutetricas de calcaacuterios sul-mato-grossenses Pesquisa Agropecuaacuteria Brasileira Brasiacutelia v34 n 8 p 1443 - 1449 1999
LOPES A S SILVA MC GUILHERME L R G Acidez do solo e calagem 3 ed Satildeo Paulo ANDA 1990 22 p (Boletim Teacutecnico 1)
LOPES A S Manual de fertilidade do solo Satildeo Paulo ANDAPOTAFOacuteS 1989 153p
MA JF TAKAHASHI E Soil fertilizer and plant silicon research in Japan Amosterdan Elsevier Science 2002 281 p
MALAVOLTA E Manual de quiacutemica agriacutecola adubos e adubaccedilatildeo Satildeo Paulo Agronocircmica Ceres 1981 608 p
MARSCHNER H Mineral nutrition of higher plants 2 ed LondresAcademic Press 1995 889p
MCKEAGUE J A CLINE M G Silica in soils Advances in Agronomy New York v 15n 3 p 339-397 1963
MEURER E J Fundamentos de quiacutemica do solo 3 ed Porto Alegre Evangraf 2006 285p
MIYAKE Y TAKAHASHI E Effect of silicon on the growth of cucumber plant in soil culture Soil Science Plant Nutrition Tokyo v 29 p 463-471 1983
37
NOVAIS R F BARROS N F LEITE F P TEIXEIRA J L LEAL P G L Eficiecircncia agronocircmica de escoacuterias de siderurgia Pains Viccedilosa Universidade Federal de Viccedilosa 1993
OLIVEIRA AC HAHNE H BARROS NF MORAIS EJ Uso de escoacuteria de alto forno como fonte de nutrientes na adubaccedilatildeo florestal In GUERRINI IA BELLOTE AFJ BUumlLL LT (Ed) Seminaacuterio sobre uso de resiacuteduos florestais e urbanos em florestas Botucatu Fundaccedilatildeo de Estudos e Pesquisas Agriacutecolas e Florestais 1994 p 77-96
PEREIRA HS KORNDOumlRFER GH VIDAL AA CAMARGO MS Silicon sources for rice crop Scientia Agriacutecola Piracicaba v 61 p 522-528 2004
PLESE L P M Efeito da umidade do solo na reatividade das fraccedilotildees granulomeacutetricas de um calcaacuterio 2000 49f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) ndash Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Universidade de Satildeo Paulo Piracicaba 2000
PRADO R M FERNANDES F M NATALE W Uso de escoacuteria de siderurgia no Brasil estudos na cultura da cana-de-accediluacutecar Jaboticabal Funep 2001 67p
PROGRAMA INTERLABORATORIAL DE CONTROLE DE QUALIDADE DE ANAacuteLISE DE SOLO Manual do laboratorista 2005 33p
RAIJ BV Avaliaccedilatildeo da fertilidade do solo Piracicaba Associaccedilatildeo Brasileira para Pesquisa da Potassa e do Fosfato 1981 142p
RAIJ B V CANTARELLA H QUAGGIO J A FURLANI A M C Recomendaccedilatildeo de adubaccedilatildeo e calagem para o estado de Satildeo Paulo Campinas IAC 1996 285p (IAC Boletim 100)
SCOTT AJ KNOTT MA A cluster analysis method for grouping means in the analysis of variance Biometrics Washington v 30 n 2 1974 p 507-512
SHOEMAKER HE MCCLEAN E PRATT PF Buffer methods for determining lime requirements of soil with appreciable amounts of extractable aluminium Soil Sci Soc Am Proc Madison v 25 p 274-277 1961
SOUSA D M G MIRANDA L N OLIVEIRA S A Acidez do solo e sua correccedilatildeo In NOVAIS R F ALVAREZ V V H BARROS N F FONTES R L F CANTARUTTI R B NEVES J C L Fertilidade do solo Viccedilosa Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo 2007 p 205 ndash 274
SOUSA D M G LOBATO E Cerrado correccedilatildeo do solo e adubaccedilatildeo Brasiacutelia Embrapa Informaccedilatildeo Tecnoloacutegica 2004 416p
VERAS M C M VIEIRA W TEIXEIRA L S M ALCARDE J C OLIVEIRA L B Manual de meacutetodos analiacuteticos oficiais para fertilizantes minerais orgacircnicos organominerais e corretivos 1 ed Brasiacutelia MAPA 2007 v 1
38
WERNER D ROTH R Siacutelica metabolism In LAUCHILI A BIELESKI RL (Ed) Encyclopedia of plant physiology New Series Berlin Springer-Velag 1983 v 15B p 682-694
- Parte inicial dissertaccedilatildeopdf
- RESUMOpdf
- Corpo da dissertaccedilatildeopdf
-
13
Para a caracterizaccedilatildeo dos corretivos quanto a sua superfiacutecie especiacutefica foi
realizada a anaacutelise da superfiacutecie especiacutefica pela equipe do Laboratoacuterio de
Hidrometalurgia da Universidade Federal de Ouro Preto utilizando-se o meacutetodo de
determinaccedilatildeo por gases descrito por Brunauer e colaboradores (1938) (Tabela 5)
Tabela 5 Superfiacutecie especifica e volume total de poros dos corretivos de acidez do solo
Corretivo Superfiacutecie Especiacutefica Volume total de poros
m2 g-1 cm3 g-1
Agrosiliacutecio 1175 00482
Silifeacutertil 066 00023
Holcim 038 00006
Calcaacuterio 091 00039
Fonte Universidade Federal de Ouro Preto (Laboratoacuterio de Hidrometalurgia)
Todos os corretivos foram submetidos agrave uniformizaccedilatildeo de umidade atraveacutes de
secagem em estufa com circulaccedilatildeo forccedilada de ar a 105 ordmC por um periacuteodo de setenta e
duas horas
Apoacutes esta etapa os silicatos foram submetidos agrave separaccedilatildeo nas seguintes
fraccedilotildees granulomeacutetricas atraveacutes de agitador mecacircnico por 5 minutos seguindo a
metodologia oficial (Veras et al 2007) fracionando os corretivos nas seguintes classes
partiacuteculas maiores que 200 mm (fraccedilatildeo do corretivo retido na peneira ABNT 10 ndash 10
mesh) partiacuteculas entre 084 e 200 mm (fraccedilatildeo do corretivo passante na peneira ABNT
10 e retido na peneira ABNT 20 ndash 20 mesh) partiacuteculas entre 030 e 084 (fraccedilatildeo do
corretivo passante na peneira ABNT 20 e retido na peneira ABNT 50 ndash 50 mesh) e
partiacuteculas com dimensatildeo inferior agrave 030 mm (fraccedilatildeo do corretivo passante na peneira
ABNT 50) (Figura 1)
14
(a) (b)
Figura 1 Mesa agitadora (a) e peneiras utilizadas para a separaccedilatildeo dos corretivos nas diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas (b)
A definiccedilatildeo das fraccedilotildees granulomeacutetricas avaliadas acompanhou os criteacuterios
atualmente adotados na legislaccedilatildeo para calcaacuterio aleacutem do fato de natildeo se justificar o uso
de silicatos em fraccedilatildeo granulomeacutetrica mais fina do que as jaacute comumente utilizadas para
calcaacuterio em funccedilatildeo da maior abrasividade das escoacuterias de siderurgia (PRADO et al
2001) o que tecnicamente dificulta a accedilatildeo dos moinhos brasileiros tornando a moagem
para a obtenccedilatildeo de partiacuteculas muito finas economicamente inviaacutevel
Apoacutes a separaccedilatildeo das fraccedilotildees granulomeacutetricas os corretivos foram submetidos
agrave determinaccedilatildeo do poder de neutralizaccedilatildeo (PN) pelo meacutetodo da titulaccedilatildeo que consiste
em colocar em contato uma massa conhecida do corretivo com uma quantidade
conhecida e em excesso de aacutecido padronizado fazendo com que o corretivo neutralize
uma parte do aacutecido O excesso de aacutecido eacute quantificado por alcalimetria obtendo-se
indiretamente a quantidade de aacutecido que foi neutralizado pelo corretivo seguindo o
procedimento descrito a seguir (BRASIL 1983)
Pesou-se 1000 g da amostra secada moiacuteda e passada em peneira de 03 mm
dos corretivos (Figura 2 a) e transferiu-se o material para erlenmeyer de 250 mL no
qual adicionou-se 50 mL da soluccedilatildeo de HCl 05 M padronizada O erlenmeyer foi
coberto com vidro de reloacutegio e a soluccedilatildeo foi fervida suavemente por 5 minutos (Figura
2 b) Apoacutes esta etapa a soluccedilatildeo foi esfriada transferida para balatildeo de 100 mL que teve
seu volume completado com aacutegua destilada e deixou-se decantar (Figura 2 c) Pipetou-
se 50 mL da soluccedilatildeo que foi transferida para erlenmeyer de 125 mL no qual se
acrescentou trecircs gotas de soluccedilatildeo de fenolftaleina (indicador) A soluccedilatildeo aacutecida foi
titulada com soluccedilatildeo padronizada de NaOH 025 M ateacute o aparecimento de uma leve cor
rosada do indicador (Figura 2 d) anotou-se o volume gasto e a partir deste valor
15
calculou-se o poder de neutralizaccedilatildeo do corretivo em de CaCO3 equivalente pela
expressatildeo
PN = 10 (25M1-V2M2) onde G
M1 = concentraccedilatildeo molar da soluccedilatildeo de HCl
V2 = volume em mL da soluccedilatildeo de NaOH gasto na titulaccedilatildeo
M2 = concentraccedilatildeo molar da soluccedilatildeo de NaOH
G = massa inicial da amostra em gramas
(a) (b)
(c) (d)
Figura 2 Ilustraccedilotildees dos processos laboratoriais para determinaccedilatildeo do PN em amostras
dos materiais corretivos desde a pesagem (a) a fervura da soluccedilatildeo contendo a amostra
do corretivo e HCl (b) a soluccedilatildeo transferida para balatildeo volumeacutetrico de 100 mL em
descanso para decantaccedilatildeo (c) e a titulaccedilatildeo ateacute o aparecimento da coloraccedilatildeo rosada (d)
Para os silicatos em funccedilatildeo de sua constituiccedilatildeo quiacutemica a visualizaccedilatildeo da
coloraccedilatildeo rosada foi dificultada pelo escurecimento da soluccedilatildeo (coloraccedilatildeo esverdeada)
sendo necessaacuteria a utilizaccedilatildeo do meacutetodo potenciomeacutetrico em que o excesso de HCl da
soluccedilatildeo eacute neutralizado por NaOH ateacute atingir pH 70
Foram encontrados valores distintos de poder de neutralizaccedilatildeo para cada um dos
corretivos (Tabela 6)
16
Tabela 6 Poder de neutralizaccedilatildeo dos materiais corretivos de acidez do solo utilizados
no experimento
Corretivos Poder de Neutralizaccedilatildeo ()
Agrosiliacutecio 859
Silifeacutertil 778
Holcim 740
Calcaacuterio 1131
CaCO3 1041
Com base nos valores do poder de neutralizaccedilatildeo encontrados para cada um dos
corretivos e de acordo com as necessidades de calagem encontrados para cada solo
foram calculadas as doses de cada corretivo a serem aplicadas nos vasos preenchidos
com 300 g de amostras dos solos (Tabela 7)
Tabela 7 Quantidade de corretivo calculada para atingir 60 de saturaccedilatildeo por bases
para cada um dos solos experimentais
SOLOS
Corretivos
Muito Argiloso
Argiloso Meacutedia Arenoso
---------------------------------- mg por vaso ------------------------------------
Agrosiliacutecio 3189 7775 1232 4509
Silifeacutertil 3487 8589 1361 4981
Holcim 3666 9031 1431 5239
Calcaacuterio 2397 5906 936 3425
CaCO3 2605 6416 1012 3721
Em funccedilatildeo da dose dos corretivos utilizados em cada solo (Tabela 5) e da
concentraccedilatildeo de SiO2 em cada um dos silicatos foram calculadas as doses de Si
fornecidas por cada silicato para o respectivo solo (Tabela 8)
17
Tabela 8 Dose de Si fornecida por cada um dos silicatos em cada solo experimental SOLOS
Corretivos Concentraccedilatildeo
de Si Muito Argiloso
Argiloso Meacutedia Arenoso
--------------------------- mg por vaso -----------------------
Agrosiliacutecio
107 341 832 132 482
Silifeacutertil 103 359 885 140 513 Holcim 203 744 1833 290 1064
34 Tratamentos e delineamento experimental
Foram conduzidos quatro experimentos sendo cada um em uma classe
textural de solo em delineamento inteiramente casualizado A anaacutelise de variacircncia foi
baseada num arranjo fatorial 4x4 com quatro corretivos de acidez (trecircs silicatos de
caacutelcio Agrosiliacutecio Silifeacutertil e Holcim e um calcaacuterio) e quatro fraccedilotildees granulomeacutetricas
(entre 5 e 10 mesh partiacuteculas entre 2 e 4 mm entre 10 e 20 mesh partiacuteculas entre 084
e 2 mm entre 20 e 50 mesh partiacuteculas entre 03 e 084 mm e maior que 50 mesh
partiacuteculas menores que 03 mm) com quatro repeticcedilotildees
Aleacutem dos tratamentos acima foi realizada a incubaccedilatildeo com CaCO3 (reagente
pa) corretivo padratildeo para comparaccedilatildeo da eficiecircncia relativa na correccedilatildeo da acidez do
solo sendo este utilizado em cinco diferentes doses testemunha 50 100 150 e
200 em relaccedilatildeo agrave dose recomendada para a correccedilatildeo da acidez do solo para atingir
60 de saturaccedilatildeo por bases (Tabela 3)
34 Conduccedilatildeo do experimento
As parcelas experimentais constituiacuteram-se de recipientes plaacutesticos de 500 mL
nos quais foram adicionados 300 g de solo e as devidas quantidades dos corretivos que
posteriormente foram incubados em recipientes abertos por trinta e noventa dias em
laboratoacuterio sem exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo solar direta e a intensas variaccedilotildees de temperatura
(Figura 3 a b)
Durante o periacuteodo de incubaccedilatildeo os solos foram irrigados com aacutegua destilada
para a manutenccedilatildeo da umidade a 80 da capacidade de campo (Figura 3 c)
Apoacutes 30 e 90 dias de incubaccedilatildeo fraccedilotildees de 50 g de cada uma das amostras
foram retiradas e colocadas para secar ao ar (Figura 3 d)
18
(a) (b)
(c) (d)
Figura 3 Pesagem dos corretivos (a) adiccedilatildeo dos corretivos nos recipientes plaacutesticos
contendo as amostras dos solos (b) irrigaccedilatildeo das amostras dos solos (c) e incubaccedilatildeo em
laboratoacuterio por 30 e 90 dias (d)
35 Determinaccedilatildeo do pH do solo apoacutes a incubaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo da eficiecircncia relativa
Para a caracterizaccedilatildeo da correccedilatildeo da acidez do solo foi determinado o pH em
CaCl2 em cada unidade experimental Esta variaacutevel de cada fraccedilatildeo granulomeacutetrica dos
silicatos de caacutelcio foi confrontada com os valores obtidos atraveacutes da curva de incubaccedilatildeo
do CaCO3 (reagente pa)
A anaacutelise do pH foi realizada seguindo a metodologia descrita pelo Programa
Interlaboratorial de controle de qualidade de anaacutelise de solo (2005) em que se colocou
10 cm3 de TFSA num frasco de 50 mL e adicionou-se 25 mL de CaCl2 2H2O 001 M
(1469 g L-1) deixando em contato por quinze minutos Posteriormente agitou-se a
amostra em agitador horizontal por dez minutos a 200 rpm Apoacutes esta etapa a soluccedilatildeo
foi mantida em repouso por sessenta minutos Na sequecircncia sem agitar novamente a
amostra foi realizada a leitura em potenciocircmetro devidamente calibrado com soluccedilotildees-
padratildeo de pH 40 e 70
Os valores de pH obtidos por cada fraccedilatildeo granulomeacutetrica de cada um dos
corretivos foram confrontados com os valores de pH obtidos na curva de incubaccedilatildeo de
CaCO3 obtendo-se os valores de equivalente em CaCO3 aos 90 dias
19
Os valores de eficiecircncia relativa foram ajustados em relaccedilatildeo aos resultados
obtidos por cada corretivo na fraccedilatildeo granulomeacutetrica inferior agrave 03 mm (gt 50 mesh)
atribuindo-se a esta fraccedilatildeo mais fina o iacutendice de 100 seguindo a metodologia adotada
por Bellingieri (1983)
36 Avaliaccedilatildeo do teor de Si no solo apoacutes a incubaccedilatildeo
Para a avaliaccedilatildeo do teor de Si no solo disponibilizado por cada uma das fontes
nas fraccedilotildees granulomeacutetricas foram realizadas as anaacutelises no Laboratoacuterio de Anaacutelise de
Fertilizantes da Universidade Federal de Uberlacircndia utilizando o extrator cloreto de
caacutelcio 001 M de acordo com a metodologia descrita por Korndoumlrfer e colaboradores
(2004) em que apoacutes o contato de 10 g da amostra do solo com 100 mL da soluccedilatildeo
extratora os mesmos foram submetidos a um agitador horizontal orbital por 1 hora na
frequumlecircncia de 50 rpm Apoacutes este procedimento as amostras ficaram em repouso por 15
minutos para decantar e a suspensatildeo foi filtrada e ficando sob novo repouso por 12
horas Entatildeo pipetou-se 10 mL do extrato de cada amostra acrescentando-se 1 mL de
soluccedilatildeo sulfo-moliacutebdica Decorridos 10 minutos acrescentou-se 2 mL de soluccedilatildeo de
aacutecido tartaacuterico 200 mg L-1 e apoacutes 5 minutos adicionou-se 10 mL da soluccedilatildeo de aacutecido
ascoacuterbico Apoacutes 1 hora foi realizada a leitura em espectofotocircmetro UV-visiacutevel no
comprimento de onda de 660 nanocircmetros Em funccedilatildeo do fator de diluiccedilatildeo o valor de
leitura foi multiplicado por 10 para se chegar no teor de Si do solo em mg dm-3
37 Anaacutelise estatiacutestica
Os resultados referentes ao pH em CaCl2 encontrados em funccedilatildeo das doses de
CaCO3 foram submetidos agrave anaacutelise de variacircncia e posterior ajuste ao modelo de
regressatildeo mais adequado para cada solo dentro dos dois periacuteodos de incubaccedilatildeo
utilizando o software estatiacutestico Sisvar desenvolvido por Ferreira (1999)
Os dados referentes ao pH em CaCl2 e ao teor de Si no solo encontrados em
funccedilatildeo dos corretivos (silicatos e calcaacuterio) em cada fraccedilatildeo granulomeacutetrica foram
submetidos agrave anaacutelise de variacircncia e suas meacutedias foram comparadas pelo teste de Scott-
Knott (1974) a 5 de probabilidade quanto agrave variaccedilatildeo dos corretivos dentro de cada
fraccedilatildeo granulomeacutetrica e quanto agrave variaccedilatildeo das fraccedilotildees granulomeacutetricas dentro dos
corretivos
20
4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
41 Variaccedilotildees no pH aos 30 dias de incubaccedilatildeo
Em relaccedilatildeo agrave variaacutevel pH em CaCl2 houve efeito significativo das doses de
CaCO3 para os quatro solos analisados o que possibilitou o ajuste de modelos de
regressatildeo (Figura 4)
Para os valores de pH em CaCl2 em funccedilatildeo do corretivo e fraccedilatildeo granulomeacutetrica
utilizados a anaacutelise de variacircncia tambeacutem permitiu constatar efeito significativo
inclusive para a interaccedilatildeo entre estes fatores (Tabela 9) Em geral quanto menor a
fraccedilatildeo granulomeacutetrica maior o pH do solo resultado este que concorda com o trabalho
realizado anteriormente por Alcarde e colaboradores (1989)
Novais e colaboradores (1993) tambeacutem descreveram que a granulometria mais
fina das escoacuterias de siderurgia permitiu maior reatividade tanto em solos arenosos
quanto em solos argilosos
(a)
y = -03764x2 + 13644x + 49458
R2 = 099
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(b)
y = -07093x2 + 24251x + 50564
R2 = 097
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(c)
y = 0492x + 3941
R2 = 094
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(d)
y = -1075x2 + 37825x + 39585
R2 = 099
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalnete CaCO3
pH e
m C
aCl 2
Significativo a 5 de probabilidade pelo teste f Figura 4 Valores do pH em CaCl2 em funccedilatildeo da dose equivalente de CaCO3 aplicada ao solo apoacutes 30 dias de incubaccedilatildeo nos solos muito argiloso (a) argiloso (b) meacutedio (c) arenoso (d)
21
Para os solos muito argiloso argiloso e arenoso pode-se observar que com as
doses de CaCO3 dentro do limite de 0 a 200 em relaccedilatildeo agrave recomendaccedilatildeo para atingir
60 de saturaccedilatildeo por bases o pH em CaCl2 aumentou significativamente de maneira
quadraacutetica Entretanto observou-se para o solo de textura meacutedia um ajuste linear Este
efeito pode ser atribuiacutedo ao fato das doses do corretivo utilizado natildeo terem sido
suficientes para atingir a faixa de estabilidade
Atraveacutes da amplitude de variaccedilatildeo nos valores de pH em funccedilatildeo do acreacutescimo
nas doses de CaCO3 pode-se observar o maior efeito tampatildeo dos solos muito argiloso e
argiloso em relaccedilatildeo ao solo arenoso e de textura meacutedia informaccedilatildeo esta que corrobora
aos relatos de Furtini e colaboradores (2001) O poder tampatildeo do solo eacute a resistecircncia
que o solo oferece a mudanccedila de pH Sousa e colaboradores (2007) exemplificando a
proporcionalidade dos diferentes tipos de acidez do solo relatam que a quantidade de
calcaacuterio necessaacuteria para neutralizar a acidez ativa pode chegar a quatorze mil setecentos
e vinte e trecircs vezes menor do que o necessaacuterio para a correccedilatildeo da acidez potencial do
solo o que evidencia a importacircncia do conhecimento do poder tampatildeo do solo para se
determinar a dose do corretivo
Pode-se observar que os resultados de pH em CaCl2 em funccedilatildeo dos corretivos e
das fraccedilotildees granulomeacutetricas para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso
submetidos a 30 dias de incubaccedilatildeo ocorreram de forma que quanto menor a
granulometria do corretivo maior foi o aumento no valor de pH encontrado nos solos
(Tabela 9)
22
Tabela 9 Valores de pH em CaCl2 em funccedilatildeo do corretivo de solo utilizado na dose
referente agrave elevaccedilatildeo da saturaccedilatildeo por bases para 60 e da fraccedilatildeo granulomeacutetrica apoacutes
30 dias de incubaccedilatildeo para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso
Peneira ABNT (mesh) Corretivo
5 - 10 10 - 20 20 ndash 50 gt 50 Meacutedia Solo muito argiloso
Agrosiliacutecio 51
Ac
51
Ac
57
Ab
59
Aa
55 Silifeacutertil 49
Ad
53
Ac
56
Ab
60
Aa
54 Holcim 50
Ab
49
Bb
49
Cb
53
Ca
50 Calcaacuterio 49
Ac
50
Bc
54
Bb
57
Ba
53 Meacutedia 50
51
54
57
53 Solo argiloso
Agrosiliacutecio
51
Ac
53
Ac
61
Ab
65
Aa
57 Silifeacutertil 53
Ac
52
Ac
59
Ab
66
Aa
57 Holcim 51
Ab
51
Ab
51
Cb
55
Ba
52 Calcaacuterio 51
Ac
52
Ac
56
Bb
65
Aa
56
51
52
56
63
56 Solo meacutedio
Agrosiliacutecio
40
Ac
41
Ac
41
Ab
43
Aa
41 Silifeacutertil 40
Ab
40
Ab
41
Aa
42
Ca
41 Holcim 40
Ab
40
Ab
40
Bb
41
Ca
40 Calcaacuterio 40
Ab
41
Ab
41
Bb
42
Ba
41 Meacutedia 40
40
41
42
41 Solo arenoso
Agrosiliacutecio
40
Ac
43
Ac
55
Ab
63
Aa
50 Silifeacutertil 40
Ac
42
Ac
52
Bb
65
Aa
50 Holcim 40
Ab
41
Ab
42
Cb
50
Ba
43 Calcaacuterio 40
Ac
40
Ac
50
Bb
63
Aa
48 Meacutedia 40
42
49
60
48 Letras maiuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na coluna e letras minuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na linha (Scott-Knott a 5)
No solo muito argiloso o Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil proporcionaram a maior
elevaccedilatildeo do pH do solo em relaccedilatildeo aos demais corretivos em todas as faixas
granulomeacutetricas passantes na peneira de 10 mesh ou seja quando a granulometria foi
inferior a 2 mm em fraccedilotildees maiores que esta o efeito do corretivo foi muito pequeno
natildeo havendo diferenccedila entre os corretivos (Tabela 9)
Para os demais solos os corretivos natildeo apresentaram diferenccedilas quanto ao
aumento provocado no pH do solo quando aplicados em granulometria acima de 084
mm ou seja produtos retidos na peneira de 10 mesh Para as granulometrias mais finas
23
os corretivos apresentaram diferenccedilas no aumento do pH ficando os solos que
receberam o silicato Holcim com os menores valores
De maneira geral para as granulometrias mais finas inferior a 084 mm
(passantes na peneira de 20 mesh) o Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil proporcionaram os
maiores incrementos em pH exceto para o produto mais fino gt 50 mesh no solo de
textura meacutedia e para o produto de granulometria entre 03 e 084 mm (ABNT 20 ndash 50)
no solo arenoso em que o Agrosiliacutecio obteve os melhores resultados (Tabela 9)
42 Variaccedilotildees no pH equivalente em CaCO3 e eficiecircncia relativa dos corretivos aos
90 dias de incubaccedilatildeo
Houve efeito significativo das doses de CaCO3 nos valores de pH em CaCl2 para
os quatro solos analisados o que possibilitou o ajuste de modelos polinomiais (Figura
5)
(a)
y = -01466x2 + 09457x + 49792
R2 = 085
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(b)
y = -05821x2 + 21998x + 49789
R2 = 098
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(c)
y = 04565x + 39275
R2 = 091
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(d)
y = -0865x2 + 34185x + 39925
R2 = 098
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
Significativo a 5 de probabilidade pelo teste f
Figura 5 Valores do pH em CaCl2 em funccedilatildeo da dose equivalente de CaCO3 aplicada ao solo apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo nos solos muito argiloso (a) argiloso (b) meacutedio (c) arenoso (d)
24
Para os solos muito argiloso argiloso e arenoso (Figura 5 a b d) como era de
se esperar as doses de CaCO3 dentro do limite de 0 a 200 em relaccedilatildeo agrave
recomendaccedilatildeo aumentaram significativamente e de forma quadraacutetica o pH em CaCl2
Acompanhando a tendecircncia observada apoacutes 30 dias de incubaccedilatildeo para o solo de
textura meacutedia verificou-se um ajuste linear para o aumento do valor de pH em CaCl2
em funccedilatildeo de doses de CaCO3 Este efeito pode ser atribuiacutedo ao fato das doses do
corretivo utilizado natildeo terem sido suficientes para atingir a faixa de estabilidade
Para as variaccedilotildees de pH em CaCl2 em funccedilatildeo do corretivo e fraccedilatildeo
granulomeacutetrica utilizados tambeacutem houve efeito significativo inclusive para a interaccedilatildeo
entre estes fatores (Tabela 10)
25
Tabela 10 Valores de pH em CaCl2 em funccedilatildeo do corretivo de solo utilizado na dose
referente agrave elevaccedilatildeo da saturaccedilatildeo por bases para 60 e da fraccedilatildeo granulomeacutetrica apoacutes
90 dias de incubaccedilatildeo para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso
Peneira ABNT (mesh) Corretivo
5 - 10 10 - 20 20 ndash 50 gt 50 Meacutedia Solo muito argiloso
Agrosiliacutecio 50
Ad
52
Ac
56
Ab
57
Aa
54 Silifeacutertil 50
Ac
51
Ac
55
Ab
58
Aa
53 Holcim 49
Ab
48
Cb
48
Bb
53
Ba
50 Calcaacuterio 49
Ac
50
Bc
55
Ab
57
Aa
53 Meacutedia 50
50
53
56
52 Solo argiloso
Agrosiliacutecio 52
Ab
53
Ab
61
Aa
62
Aa
57 Silifeacutertil 49
Cd
53
Ac
58
Bb
63
Aa
56 Holcim 50
Bb
50
Bb
51
Db
55
Ca
51 Calcaacuterio 51
Bd
52
Ac
56
Cb
62
Ba
55 Meacutedia 50
52
56
60
55 Solo meacutedio
Agrosiliacutecio 40
Ad
41
Ac
42
Ab
43
Aa
42 Silifeacutertil 41
Ac
41
Ac
42
Ab
43
Aa
42 Holcim 41
Ab
41
Ab
41
Cb
41
Ba
41 Calcaacuterio 40
Ab
41
Ab
41
Bb
43
Aa
41 Meacutedia 40
41
41
42
41 Solo arenoso
Agrosiliacutecio
40
Ac
44
Ab
59
Aa
61
Aa
51 Silifeacutertil 40
Ac
43
Ac
55
Ab
64
Aa
51 Holcim 39
Ab
40
Ab
42
Bb
48
Ba
43 Calcaacuterio 40
Ac
42
Ac
55
Ab
63
Aa
50 Meacutedia 40
42
53
59
49 Letras maiuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na coluna e letras minuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na linha (Scott-Knott a 5)
No solo muito argiloso e no solo arenoso o Agrosiliacutecio o Silifeacutertil e o calcaacuterio
proporcionaram maior elevaccedilatildeo no pH do solo em relaccedilatildeo ao Holcim nos corretivos
com granulometria inferior a 084 mm passantes na peneira de 20 mesh Quando se
comparam estes resultados com os obtidos aos 30 dias de incubaccedilatildeo observa-se a
inclusatildeo do calcaacuterio entre os corretivos com melhores resultados de aumento de pH no
solo muito argiloso Este fato demonstrou que para este solo os silicatos Agrosiliacutecio e
Silifeacutertil tiveram uma maior dissociaccedilatildeo aos 30 dias fato este que foi compensado pelo
calcaacuterio entre 30 e 90 dias de incubaccedilatildeo (Tabela 10)
26
Os valores de pH do solo argiloso apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo demonstraram que
o Agrosiliacutecio proporcionou os maiores valores de pH em todas as fraccedilotildees
granulomeacutetricas ficando este em igualdade com o Silifeacutertil na granulometria inferior a
03 mm (gt 50 mesh) e entre 08 mm e 20 mm (10 a 20 mesh) sendo que nesta uacuteltima
fraccedilatildeo granulomeacutetrica o calcaacuterio tambeacutem se igualou aos dois corretivos acima
mencionados (Tabela 10)
No solo de textura meacutedia as diferenccedilas ocorreram apenas nas fraccedilotildees
granulomeacutetricas inferiores a 08 mm (peneira de 20 mesh) com melhores resultados
atribuiacutedos ao Agrosiliacutecio Silifeacutertil e ao calcaacuterio na fraccedilatildeo mais fina (gt 50 mesh) e ao
Agrosiliacutecio e ao Silifeacutertil na fraccedilatildeo compreendida entre 03 e 084 mm (20 a 50 mesh)
Para o solo arenoso o Agrosiliacutecio o Silifeacutertil e o calcaacuterio proporcionaram
maiores valores de pH nas fraccedilotildees granulomeacutetricas inferiores a 084 mm enquanto que
nas fraccedilotildees mais grossas todos os corretivos tiveram o mesmo comportamento
Para todos os solos utilizados no experimento verificou-se que quanto menor a
dimensatildeo das partiacuteculas maiores satildeo os incrementos gerados nos valores de pH em
CaCl2 (Tabela 10) resultado este que concorda com trabalhos realizados anteriormente
por Bellingieri e colaboradores (1989)
Nas comparaccedilotildees entre os resultados dos valores de pH das amostras de solo
apoacutes 30 e 90 dias de incubaccedilatildeo os resultados praticamente se equivalem demonstrando
que 30 dias de incubaccedilatildeo foi um periacuteodo suficiente para a accedilatildeo dos corretivos
Com base nos incrementos verificados no pH das amostras dos solos pelos
corretivos de acidez em cada fraccedilatildeo granulomeacutetrica em relaccedilatildeo agraves curvas de incubaccedilatildeo
com CaCO3 calculou-se os valores de equivalente em CaCO3 para cada corretivo
dentro de cada fraccedilatildeo granulomeacutetrica com 90 dias de incubaccedilatildeo (Tabela 11)
27
Tabela 11 Equivalente em CaCO3 dos corretivos de acidez de diferentes fraccedilotildees
granulomeacutetricas aos 90 dias de incubaccedilatildeo
Peneiras ABNT (mesh)
Corretivos
5 ndash 10 10 - 20 20 - 50 gt 50 Meacutedia
--------------------------------------- -----------------------------------------
Agrosiliacutecio 9
Ac
24
Ab
64
Aa
77
Aa
43
Silifeacutertil 9
Ac
19
Ac
52
Ab
87
Aa
42 Calcaacuterio 8
Ac
13
Ac
33
Bb
79
Aa
33 Holcim 7
Ab
7
Ab
10
Cb
33
Ba
14 Meacutedia 8
16
39
69
33 Letras maiuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na coluna e letras minuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na linha (Scott-Knott a 5)
Os resultados de equivalente em CaCO3 apresentados para 90 dias de incubaccedilatildeo
(Tabela 11) demonstraram grande variaccedilatildeo para este atributo entre os corretivos de
acidez o que evidencia que natildeo apenas a granulometria mas tambeacutem a origem dos
corretivos exerce grande influecircncia na velocidade de correccedilatildeo da acidez do solo
Para as fraccedilotildees granulomeacutetrica mais grossas (lt 10 e 10 a 20 mesh) pode-se
observar que natildeo houve diferenccedila entre os corretivos jaacute na fraccedilatildeo mais fina (gt 50) o
silicato Holcim proporcionou menores valores de equivalente em CaCO3 em relaccedilatildeo as
demais fontes Na fraccedilatildeo granulomeacutetrica entre 20 e 50 (Tabela 11) verificou-se
diferenccedilas entre o equivalente em CaCO3 de silicatos e do calcaacuterio o que demonstrou o
fato de estarmos neste caso subestimando a reatividade dos silicatos Pode-se observar
que natildeo houve diferenccedilas entre os resultados obtidos com a aplicaccedilatildeo dos silicatos
Agrosiliacutecio e Silifeacutertil portanto sugere-se a elaboraccedilatildeo de novos paracircmetros para a
avaliaccedilatildeo de silicatos com origem de aciaria
Seguindo os criteacuterios adotados por Bellingieri (1983) de ajustar a eficiecircncia dos
corretivos atribuindo valores de 100 para as partiacuteculas passantes na peneira 50 ABNT
(partiacuteculas inferiores a 03 mm) determinou-se a eficiecircncia relativa de cada uma das
fraccedilotildees granulomeacutetricas dos corretivos permitindo a adoccedilatildeo de novos criteacuterios de
reatividade para os silicatos (Tabela 12)
28
Tabela 12 Eficiecircncias relativas em relaccedilatildeo agrave fraccedilatildeo granulomeacutetrica inferior a 03 mm
(peneira 50 mesh) dos corretivos de acidez em diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas aos
90 dias de incubaccedilatildeo
Peneiras ABNT (mesh)
Corretivos 5 - 10 10 - 20 20 - 50 gt 50 Meacutedia
------------------------------ -------------------------------
Agrosiliacutecio 12 33 85 100 58
Silifeacutertil 9 25 65 100 50
Holcim 16 17 27 100 40
Calcaacuterio 9 18 63 100 48
Meacutedia 12 23 60 100
Propotildee-se a adequaccedilatildeo da equaccedilatildeo atualmente adotada para a determinaccedilatildeo da
eficiecircncia relativa (reatividade) de silicatos de origem de aciaria para uso como
corretivo de acidez em funccedilatildeo das diferenccedilas encontradas em eficiecircncia relativa
apresentadas na Tabela 12 entre os silicatos de origem de escoacuteria de aciaria
(Agrosiliacutecio e Silifeacutertil) em relaccedilatildeo ao calcaacuterio ficando a mesma da seguinte forma
RE = F10-20 x 03 + F20-50 x 075 + Fgt50 x 1
Onde
F10-20= percentual de produto que passa pela peneira nordm10 e fica retido na
peneira nordm20 F20-50 = percentual de produto que passa pela peneira nordm20 e fica retido
na peneira nordm50 e F-50 = percentual de produto que passa pela peneira nordm50
Os valores de eficiecircncia relativa 12 em meacutedia para a fraccedilatildeo granulomeacutetrica
mais grosseira pode estar associado agrave presenccedila de micropartiacuteculas (poacute) aderidas ao
redor das partiacuteculas mais grossas (Tabela 12) jaacute que a separaccedilatildeo granulomeacutetrica seguiu
o meacutetodo oficial de separaccedilatildeo em peneiras a seco
29
43 Teor de siliacutecio no solo apoacutes 30 dias de incubaccedilatildeo
De maneira geral pode-se observar que o Agrosiliacutecio proporcionou maiores
incrementos de Si no solo obtendo no solo argiloso quando aplicado na fraccedilatildeo
granulomeacutetrica mais fina incremento de 10 mg dm-3 (Tabela 13)
Tabela 13 Teor de Si no solo em funccedilatildeo da fraccedilatildeo granulomeacutetrica e do corretivo utilizado para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso apoacutes 30 dias de incubaccedilatildeo
Peneiras ABNT (mesh) Corretivos 5 - 10 10 - 20 20 ndash 50 gt 50 Meacutedia
-------------------------------- Si (mg kg-1) -------------------------------------
Solo muito argiloso
Agrosiliacutecio 7
Aa
8
Aa
9
Aa
8
Aa
8 Silifeacutertil 7
Aa
7
Aa
7
Ba
7
Aa
7 Holcim 6
Aa
6
Aa
6
Ba
6
Ba
6 Calcaacuterio 7
Aa
6
Aa
5
Ba
5
Ba
6 Meacutedia 6
7
7
6
6
Solo argiloso
Agrosiliacutecio 6
Ad
10
Ac
14
Ab
15
Aa
11 Silifeacutertil 7
Ac
6
Bc
10
Bb
12
Ba
9 Holcim 6
Ab
5
Bb
6
Cb
9
Ca
7 Calcaacuterio 5
Ba
5
Ba
4
Da
2
Db
4 Meacutedia 6
6
8
10
8
Solo meacutedio
Agrosiliacutecio 10
Aa
10
Aa
10
Aa
10
Aa
10 Silifeacutertil 9
Aa
9
Aa
10
Aa
10
Aa
9 Holcim 8
Ba
9
Aa
9
Ba
10
Aa
9 Calcaacuterio 9
Ba
9
Aa
9
Ba
8
Bb
9 Meacutedia 9
9
9
9
9
Solo arenoso
Agrosiliacutecio 4
Ab
5
Ab
8
Aa
9
Aa
6 Silifeacutertil 3
Ac
5
Ab
7
Aa
7
Ba
6 Holcim 3
Ab
4
Aa
4
Ba
6
Ca
4 Calcaacuterio 3
Aa
3
Ba
3
Ca
2
Da
3 Meacutedia 3
4
6
6
5 Letras maiuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na coluna e letras minuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na linha (Scott-Knott a 5)
No solo muito argiloso as fraccedilotildees mais grossas dos corretivos com partiacuteculas
superiores a 084 mm (lt 20 mesh) natildeo apresentaram diferenccedilas quanto ao fornecimento
30
de Si ao solo poreacutem quando se avaliaram as fraccedilotildees mais finas observou-se maiores
valores de Si para o Agrosiliacutecio na fraccedilatildeo de 03 a 084 mm (20 a 50 mesh) e para o
Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil quando o corretivo foi aplicado na granulometria inferior a 03
mm (gt 50 mesh) estes resultados tambeacutem se repetiram no solo arenoso (Tabela 13)
Para o solo argiloso o Agrosiliacutecio foi o silicato que promoveu maiores valores
de Si no solo quando tambeacutem se avaliaram as fraccedilotildees granulomeacutetricas inferiores a 20
mm (gt 10 mesh) apenas para a fraccedilatildeo mais grossa maior que 20 mm o Agrosiliacutecio o
Silifeacutertil e o Holcim natildeo diferiram estatisticamente variando apenas em relaccedilatildeo ao
calcaacuterio que eacute o uacutenico corretivo avaliado que natildeo apresenta Si em sua constituiccedilatildeo
No solo de textura meacutedia o Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil proporcionaram a mesma
eficiecircncia no fornecimento de Si para o solo (fraccedilotildees 20 a 50 mesh e lt 10 mesh) na
fraccedilatildeo mais fina (gt 50 mesh) os trecircs silicatos avaliados resultaram nos mesmos valores
de Si no solo deferindo apenas do calcaacuterio jaacute na fraccedilatildeo entre 10 a 20 mesh todos os
corretivos proporcionaram o mesmo resultado
De maneira geral a granulometria natildeo resultou em diferenccedilas no fornecimento
de Si pelos silicatos exceto no solo argiloso em que se observa que quanto menor a
granulometria maior foi o teor de Si no solo (Tabela 13)
Ao se avaliar os efeitos do calcaacuterio em relaccedilatildeo ao teor de Si no solo pode-se
observar que quanto menor a fraccedilatildeo granulomeacutetrica do calcaacuterio menores os teores de Si
no solo Este fato pode estar associado a maior alteraccedilatildeo causada no pH do solo pelas
fraccedilotildees mais finas do calcaacuterio reduzindo assim sua disponibilidade de Si corroborando
aos dados de McKeague e Cline (1963) em que o aumento de pH de 6 para 9 reduziu
de 36 para 6 mg dm-3 a concentraccedilatildeo de Si soluacutevel
44 Teor de siliacutecio no solo apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo
De maneira geral pode-se observar que o Agrosiliacutecio promoveu maior
incremento de Si no solo apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo exceto para a fraccedilatildeo
granulomeacutetrica entre 20 a 50 mesh e no solo de textura meacutedia em que o Silifeacutertil e o
Holcim obtiveram resultados semelhantes ao Agrosiliacutecio (Tabela 14)
Quanto agraves fraccedilotildees granulomeacutetricas observou-se que quanto menor a fraccedilatildeo
granulomeacutetrica independente do silicato maior foi o fornecimento de Si ao solo
seguindo a tendecircncia encontrada por Oliveira e colaboradores (1994) em que escoacuterias
31
de alto forno com partiacuteculas menores que 03 mm foram mais eficientes no
fornecimento de Ca e Mg para o solo quando comparadas as fraccedilotildees mais grosseiras
Tabela 14 Teor de Si no solo em funccedilatildeo da fraccedilatildeo granulomeacutetrica e do corretivo
utilizado para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso apoacutes 90 dias de
incubaccedilatildeo
Peneiras ABNT (mesh) Corretivos 5 - 10 10 - 20 20 - 50 gt 50 Meacutedia
-------------------------------- Si (mg kg-1) --------------------------------------
Solo muito argiloso Agrosiliacutecio 8
Ab
9
Aa
9
Aa
9
Aa
9 Silifeacutertil 6
Bb
7
Bb
7
Ba
8
Ba
7 Holcim 7
Bb
7
Bb
6
Cb
8
Ba
7 Calcaacuterio 6
Ba
6
Ba
5
Db
5
Cb
6 Meacutedia 7
7
7
7
7 Solo argiloso
Agrosiliacutecio 7
Ac
11
Ab
13
Aa
13
Aa
11 Silifeacutertil 5
Bc
7
Bb
9
Ba
9
Ba
8 Holcim 6
Bb
5
Cb
6
Cb
9
Ba
7 Calcaacuterio 4
Ca
4
Da
4
Da
3
Cb
4 Meacutedia 5
7
8
9
7 Solo meacutedio
Agrosiliacutecio 10
Aa
11
Aa
10
Aa
11
Aa
11 Silifeacutertil 10
Ba
10
Ba
10
Aa
10
Ba
10 Holcim 10
Bb
10
Bb
10
Ab
11
Aa
10 Calcaacuterio 9
Ba
10
Ba
9
Bb
8
Cc
9 Meacutedia 10
10
10
10
10 Solo arenoso
Agrosiliacutecio 4
Ac
6
Ab
7
Aa
7
Aa
6 Silifeacutertil 3
Bc
4
Bb
6
Ba
6
Ba
5 Holcim 3
Bc
3
Cb
4
Cb
5
Ca
4 Calcaacuterio 2
Ca
2
Da
2
Da
2
Da
2 Meacutedia 3
4
5
5
4 Letras maiuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na coluna e letras minuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na linha (Scott-Knott a 5)
Para todos os solos analisados observou-se a seguinte sequecircncia para o teor de
Si Agrosiliacutecio gt Silifeacutertil gt Holcim gt Calcaacuterio Fato este que acompanha a tendecircncia
observada na avaliaccedilatildeo da reatividade na correccedilatildeo da acidez do solo exceto para o
calcaacuterio por natildeo apresentar Si em sua constituiccedilatildeo
32
Korndoumlrfer e colaboradores (2004) apresentaram a solubilidade de diferentes
silicatos evidenciando que o Agrosiliacutecio (escoacuteria de aciaria) apresentou maiores valores
de solubilidade em relaccedilatildeo aos valores obtidos pela escoacuteria de alto forno como o
Holcim com valores de 43 e 7 respectivamente Estas diferenccedilas em solubilidade
explicam os valores encontrados tanto na avaliaccedilatildeo aos 30 como aos 90 dias de
incubaccedilatildeo
Pereira e colaboradores (2004) em trabalho para a avaliaccedilatildeo da eficiecircncia de
fontes de Si para a cultura do arroz encontraram que a fonte que proporcionou mais
extraccedilatildeo de Si para os gratildeos foi a escoacuteria oriunda da produccedilatildeo de accedilo inox dado que
corrobora os resultados encontrados neste trabalho em que o Agrosiliacutecio (escoacuteria de
aciaria) apresentou maior disponibilizaccedilatildeo de Si para o solo
Nas comparaccedilotildees entre os resultados do teor de Si no solo apoacutes 30 e 90 dias de
incubaccedilatildeo os resultados praticamente se equivalem demonstrando que 30 dias foi um
periacuteodo suficiente para que os silicatos fornecessem Si
Comparando o teor de Si antes da aplicaccedilatildeo dos corretivos com o teor de Si no
solo apoacutes a aplicaccedilatildeo dos corretivos e apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo verificou-se
expressivo acreacutescimo no teor Si no solo ocasionado pelos silicatos principalmente para
o Agrosiliacutecio que incrementou na meacutedia entre as fraccedilotildees granulomeacutetricas 2 6 1 e 3 mg
dm-3 de Si nos solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso respectivamente O
Silifeacutertil tambeacutem forneceu Si ao solo elevando em 1 4 0 e 3 mg dm-3 o teor de Si nos
solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso respectivamente Jaacute o Holcim
apresentou incrementos de 0 2 0 e 1 mg dm-3 respectivamente para os solos muito
argiloso argiloso meacutedio e arenoso
33
5 CONCLUSOtildeES
Os silicatos Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil proporcionam maiores valores de eficiecircncia
relativa na correccedilatildeo da acidez do solo em comparaccedilatildeo ao calcaacuterio e ao silicato Holcim
na fraccedilatildeo granulomeacutetrica entre 030 e 084 mm
Quanto menor a fraccedilatildeo granulomeacutetrica do silicato maior eacute a eficiecircncia relativa
na correccedilatildeo da acidez do solo e maior eacute o fornecimento de Si para o solo
O Agrosiliacutecio apresenta melhores resultados no fornecimento de Si ao solo
seguido do Silifeacutertil e do Holcim
O periacuteodo de 30 dias em condiccedilotildees de umidade mantida agrave 80 da capacidade
de campo eacute um periacuteodo suficiente para a correccedilatildeo da acidez do solo e fornecimento de
Si pelos silicatos ao solo
34
6 REFEREcircNCIAS
ALCARDE JC PAULINO VT DERNARDIN J S Avaliaccedilatildeo da reatividade de corretivos da acidez do solo Revista Brasileira de Ciecircncia do Solo Campinas v 13 p 387-392 1989
ALCARDE JC Corretivos de acidez dos solos caracteriacutesticas e interpretaccedilotildees teacutecnicas Satildeo Paulo ANDA 1992 24p (Boletim Teacutecnico 6)
ALCARDE JC RODELLA AA Avaliaccedilatildeo quiacutemica de corretivos de acidez para fins agriacutecolas uma nova proposiccedilatildeo Scientia Agriacutecola Piracicaba v 53 n 2 ndash 3 1996
ALVAREZ V VH RIBEIRO AC Calagem In RIBEIRO AC GUIMARAtildeES PTG GUIMARAtildeES PTG ALVAREZ V VH (Ed) Recomendaccedilotildees para o uso de corretivos e fertilizantes em Minas Gerais ndash 5ordf Aproximaccedilatildeo Viccedilosa CFSEMG 1999 p 43-60
ALVAREZ V VH Correlaccedilatildeo e calibraccedilatildeo de meacutetodos de anaacutelise de solos In ALVAREZ V VH FONTES LEF FONTES MPF (Ed) O solo nos grandes domiacutenios morfoclimaacuteticos do Brasil e o desenvolvimento sustentado Viccedilosa Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo 1996 p 615-646
ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DOS PRODUTORES DE CALCAacuteRIO Calcaacuterio agriacutecola ndash Brasil consumo aparente por estado (1992 ndash 2006) Disponiacutevel em lthttpwwwcalcario-rscombrgt Acesso em 25 de novembro de 2008
BALASTRA MLFC PEREZ CM JULIANO BO VILLAREAL P Effects of siacutelica level on some properties of Oriza sativa straw and hull Canadian Journal of Botany Ottawa v 67 p 2356-2363 1989
BARBOSA FILHO MP SNYDER G H PRABHU A S DATNOFF L E KORNDOumlRFER G H Importacircncia do siliacutecio para a cultura do arroz Informaccedilotildees agronocircmicas v 89 p 1-8 2000
BELLINGIERI PA Avaliaccedilatildeo em laboratoacuterio da eficiecircncia de diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas de calcaacuterios agriacutecolas 1983 99f Tese (Doutorado) ndash Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Universidade de Satildeo Paulo Piracicaba 1983
BELLINGIERI PA ALCARDE JC amp SOUZA ECA Avaliaccedilatildeo da qualidade de calcaacuterios agriacutecolas atraveacutes do PRNT Anais da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Piracicaba v 45 n 2 p 579-588 1988
BELLINGIERI PA ALCARDE JC SOUZA ECA de Eficiecircncia relativa de diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas de calcaacuterios na neutralizaccedilatildeo da acidez dos solos avaliada em laboratoacuterio Anais da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Piracicaba v46 n2 1989 p 303-317
35
BELLINGIERI PA SOUZA ECA ALCARDE JC SHIKASHO HW Importacircncia da reatividade do calcaacuterio sobre a produccedilatildeo e algumas caracteriacutesticas da soja Scientia Agricola Piracicaba v 49 p 61-71 1992
BRASIL MAPA Laboratoacuterio Nacional de Referecircncia Vegetal Anaacutelise de corretivos fertilizantes e inoculantes Brasiacutelia 1983 104p
BRUNAUER S EMMETT P H TELLER E Adsorption of gases in multimolecular layers In Journal of the American Chemical Society New York v 60 p 309-19 1938
CATANI RA ALONSO O Avaliaccedilatildeo e exigecircncia de calcaacuterio do solo Anais da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Piracicaba v 26 p 141-156 1969
CATE R Sugestotildees para adubaccedilatildeo com base na anaacutelise de solos Raleigh North Caroline State University 1965 16p
DAYANADAM P KAUFMAN PB FRANKLIN CL Detection of siacutelica in plants American Journal of Botany Columbus v 70 p 1079-1084 1983
DEFELIPO BV BRAGA JM SPIES C Comparaccedilatildeo entre meacutetodos de determinaccedilatildeo da necessidade de calcaacuterio de solos de Minas Gerais Experientiae v 13 p 111-136 1982
EMBRAPA C N P S Manual de meacutetodos de anaacutelise de solo Rio de Janeiro 1997 212p
EPSTEIN E Silicon Annu Rev Plant Physiol Plant Molec Biol Palo Alto v 50 1999 p 641 - 664
FERREIRA DF SISVAR versatildeo 43 (Build 41) Lavras UFLADEX 1999 4 disquetes
FURTINI NETO A VALE FR RESENDE A V GUILHERME L R G GUEDES G A A Fertilidade do solo Lavras UFLAFAEPE 2001 252p
GASCHO G J Silicon sources for agriculture In DATNOFF L E SNYDER G H KORNDOumlRFER G H (Ed) Silicon in agriculture Amsterdan Elsevier 2001 cap 12 p 197-207
KAMINSKI J RHEINHEIMER DS A acidez do solo e a nutriccedilatildeo mineral de plantas In KAMINSKI J (Ed) Uso de corretivos da acidez do solo no plantio direto Pelotas SBCSNRS 2000 cap2 p 21 - 39
KORNDOumlRFER G H Elementos beneacuteficos In FERNANDES M S Nutriccedilatildeo mineral de plantas Viccedilosa Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo 2006 432p
36
KORNDOumlRFER G H DATNOFF L E Adubaccedilatildeo com siliacutecio uma alternativa no controle de doenccedilas da cana-de-accediluacutecar e do arroz Informaccedilotildees Agronocircmicas Piracicaba v 70 p 1-5 1995
KORNDOumlRFER G H PEREIRA H S CAMARGO M S Silicatos de caacutelcio e magneacutesio na agricultura 3 ed Uberlacircndia 2004 28 p (Boletim Teacutecnico n1)
KORNDOumlRFER G H PEREIRA H S NOLLA A Anaacutelise de siliacutecio solo planta e fertilizante 1 ed Uberlacircndia 2004 50 p (Boletim Teacutecnico n2)
KORNDOumlRFER G H PEREIRA H S CAMARGO M S Silicatos de caacutelcio e magneacutesio na agricultura 2 ed Uberlacircndia 2003 15 p (Boletim Teacutecnico n1)
KORNDOumlRFER G H PEREIRA H S CAMARGO M S Papel do siliacutecio na produccedilatildeo de cana-de-accediluacutecar STAB v 21 n 2 2002 4 p
KORNDOumlRFER G H LEPSCH I Effect of silicon on plant growth and crop yeld In DATNOFF L E SNYDER G H KORNDOumlRFER G H (Ed) Silicon in agriculture Amsterdan Elsevier 2001 p 133 ndash 147
KURIHARA CH MAEDA S HERNANI LC SILVA WM Eficiecircncia relativa de fraccedilotildees granulomeacutetricas de calcaacuterios sul-mato-grossenses Pesquisa Agropecuaacuteria Brasileira Brasiacutelia v34 n 8 p 1443 - 1449 1999
LOPES A S SILVA MC GUILHERME L R G Acidez do solo e calagem 3 ed Satildeo Paulo ANDA 1990 22 p (Boletim Teacutecnico 1)
LOPES A S Manual de fertilidade do solo Satildeo Paulo ANDAPOTAFOacuteS 1989 153p
MA JF TAKAHASHI E Soil fertilizer and plant silicon research in Japan Amosterdan Elsevier Science 2002 281 p
MALAVOLTA E Manual de quiacutemica agriacutecola adubos e adubaccedilatildeo Satildeo Paulo Agronocircmica Ceres 1981 608 p
MARSCHNER H Mineral nutrition of higher plants 2 ed LondresAcademic Press 1995 889p
MCKEAGUE J A CLINE M G Silica in soils Advances in Agronomy New York v 15n 3 p 339-397 1963
MEURER E J Fundamentos de quiacutemica do solo 3 ed Porto Alegre Evangraf 2006 285p
MIYAKE Y TAKAHASHI E Effect of silicon on the growth of cucumber plant in soil culture Soil Science Plant Nutrition Tokyo v 29 p 463-471 1983
37
NOVAIS R F BARROS N F LEITE F P TEIXEIRA J L LEAL P G L Eficiecircncia agronocircmica de escoacuterias de siderurgia Pains Viccedilosa Universidade Federal de Viccedilosa 1993
OLIVEIRA AC HAHNE H BARROS NF MORAIS EJ Uso de escoacuteria de alto forno como fonte de nutrientes na adubaccedilatildeo florestal In GUERRINI IA BELLOTE AFJ BUumlLL LT (Ed) Seminaacuterio sobre uso de resiacuteduos florestais e urbanos em florestas Botucatu Fundaccedilatildeo de Estudos e Pesquisas Agriacutecolas e Florestais 1994 p 77-96
PEREIRA HS KORNDOumlRFER GH VIDAL AA CAMARGO MS Silicon sources for rice crop Scientia Agriacutecola Piracicaba v 61 p 522-528 2004
PLESE L P M Efeito da umidade do solo na reatividade das fraccedilotildees granulomeacutetricas de um calcaacuterio 2000 49f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) ndash Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Universidade de Satildeo Paulo Piracicaba 2000
PRADO R M FERNANDES F M NATALE W Uso de escoacuteria de siderurgia no Brasil estudos na cultura da cana-de-accediluacutecar Jaboticabal Funep 2001 67p
PROGRAMA INTERLABORATORIAL DE CONTROLE DE QUALIDADE DE ANAacuteLISE DE SOLO Manual do laboratorista 2005 33p
RAIJ BV Avaliaccedilatildeo da fertilidade do solo Piracicaba Associaccedilatildeo Brasileira para Pesquisa da Potassa e do Fosfato 1981 142p
RAIJ B V CANTARELLA H QUAGGIO J A FURLANI A M C Recomendaccedilatildeo de adubaccedilatildeo e calagem para o estado de Satildeo Paulo Campinas IAC 1996 285p (IAC Boletim 100)
SCOTT AJ KNOTT MA A cluster analysis method for grouping means in the analysis of variance Biometrics Washington v 30 n 2 1974 p 507-512
SHOEMAKER HE MCCLEAN E PRATT PF Buffer methods for determining lime requirements of soil with appreciable amounts of extractable aluminium Soil Sci Soc Am Proc Madison v 25 p 274-277 1961
SOUSA D M G MIRANDA L N OLIVEIRA S A Acidez do solo e sua correccedilatildeo In NOVAIS R F ALVAREZ V V H BARROS N F FONTES R L F CANTARUTTI R B NEVES J C L Fertilidade do solo Viccedilosa Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo 2007 p 205 ndash 274
SOUSA D M G LOBATO E Cerrado correccedilatildeo do solo e adubaccedilatildeo Brasiacutelia Embrapa Informaccedilatildeo Tecnoloacutegica 2004 416p
VERAS M C M VIEIRA W TEIXEIRA L S M ALCARDE J C OLIVEIRA L B Manual de meacutetodos analiacuteticos oficiais para fertilizantes minerais orgacircnicos organominerais e corretivos 1 ed Brasiacutelia MAPA 2007 v 1
38
WERNER D ROTH R Siacutelica metabolism In LAUCHILI A BIELESKI RL (Ed) Encyclopedia of plant physiology New Series Berlin Springer-Velag 1983 v 15B p 682-694
- Parte inicial dissertaccedilatildeopdf
- RESUMOpdf
- Corpo da dissertaccedilatildeopdf
-
14
(a) (b)
Figura 1 Mesa agitadora (a) e peneiras utilizadas para a separaccedilatildeo dos corretivos nas diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas (b)
A definiccedilatildeo das fraccedilotildees granulomeacutetricas avaliadas acompanhou os criteacuterios
atualmente adotados na legislaccedilatildeo para calcaacuterio aleacutem do fato de natildeo se justificar o uso
de silicatos em fraccedilatildeo granulomeacutetrica mais fina do que as jaacute comumente utilizadas para
calcaacuterio em funccedilatildeo da maior abrasividade das escoacuterias de siderurgia (PRADO et al
2001) o que tecnicamente dificulta a accedilatildeo dos moinhos brasileiros tornando a moagem
para a obtenccedilatildeo de partiacuteculas muito finas economicamente inviaacutevel
Apoacutes a separaccedilatildeo das fraccedilotildees granulomeacutetricas os corretivos foram submetidos
agrave determinaccedilatildeo do poder de neutralizaccedilatildeo (PN) pelo meacutetodo da titulaccedilatildeo que consiste
em colocar em contato uma massa conhecida do corretivo com uma quantidade
conhecida e em excesso de aacutecido padronizado fazendo com que o corretivo neutralize
uma parte do aacutecido O excesso de aacutecido eacute quantificado por alcalimetria obtendo-se
indiretamente a quantidade de aacutecido que foi neutralizado pelo corretivo seguindo o
procedimento descrito a seguir (BRASIL 1983)
Pesou-se 1000 g da amostra secada moiacuteda e passada em peneira de 03 mm
dos corretivos (Figura 2 a) e transferiu-se o material para erlenmeyer de 250 mL no
qual adicionou-se 50 mL da soluccedilatildeo de HCl 05 M padronizada O erlenmeyer foi
coberto com vidro de reloacutegio e a soluccedilatildeo foi fervida suavemente por 5 minutos (Figura
2 b) Apoacutes esta etapa a soluccedilatildeo foi esfriada transferida para balatildeo de 100 mL que teve
seu volume completado com aacutegua destilada e deixou-se decantar (Figura 2 c) Pipetou-
se 50 mL da soluccedilatildeo que foi transferida para erlenmeyer de 125 mL no qual se
acrescentou trecircs gotas de soluccedilatildeo de fenolftaleina (indicador) A soluccedilatildeo aacutecida foi
titulada com soluccedilatildeo padronizada de NaOH 025 M ateacute o aparecimento de uma leve cor
rosada do indicador (Figura 2 d) anotou-se o volume gasto e a partir deste valor
15
calculou-se o poder de neutralizaccedilatildeo do corretivo em de CaCO3 equivalente pela
expressatildeo
PN = 10 (25M1-V2M2) onde G
M1 = concentraccedilatildeo molar da soluccedilatildeo de HCl
V2 = volume em mL da soluccedilatildeo de NaOH gasto na titulaccedilatildeo
M2 = concentraccedilatildeo molar da soluccedilatildeo de NaOH
G = massa inicial da amostra em gramas
(a) (b)
(c) (d)
Figura 2 Ilustraccedilotildees dos processos laboratoriais para determinaccedilatildeo do PN em amostras
dos materiais corretivos desde a pesagem (a) a fervura da soluccedilatildeo contendo a amostra
do corretivo e HCl (b) a soluccedilatildeo transferida para balatildeo volumeacutetrico de 100 mL em
descanso para decantaccedilatildeo (c) e a titulaccedilatildeo ateacute o aparecimento da coloraccedilatildeo rosada (d)
Para os silicatos em funccedilatildeo de sua constituiccedilatildeo quiacutemica a visualizaccedilatildeo da
coloraccedilatildeo rosada foi dificultada pelo escurecimento da soluccedilatildeo (coloraccedilatildeo esverdeada)
sendo necessaacuteria a utilizaccedilatildeo do meacutetodo potenciomeacutetrico em que o excesso de HCl da
soluccedilatildeo eacute neutralizado por NaOH ateacute atingir pH 70
Foram encontrados valores distintos de poder de neutralizaccedilatildeo para cada um dos
corretivos (Tabela 6)
16
Tabela 6 Poder de neutralizaccedilatildeo dos materiais corretivos de acidez do solo utilizados
no experimento
Corretivos Poder de Neutralizaccedilatildeo ()
Agrosiliacutecio 859
Silifeacutertil 778
Holcim 740
Calcaacuterio 1131
CaCO3 1041
Com base nos valores do poder de neutralizaccedilatildeo encontrados para cada um dos
corretivos e de acordo com as necessidades de calagem encontrados para cada solo
foram calculadas as doses de cada corretivo a serem aplicadas nos vasos preenchidos
com 300 g de amostras dos solos (Tabela 7)
Tabela 7 Quantidade de corretivo calculada para atingir 60 de saturaccedilatildeo por bases
para cada um dos solos experimentais
SOLOS
Corretivos
Muito Argiloso
Argiloso Meacutedia Arenoso
---------------------------------- mg por vaso ------------------------------------
Agrosiliacutecio 3189 7775 1232 4509
Silifeacutertil 3487 8589 1361 4981
Holcim 3666 9031 1431 5239
Calcaacuterio 2397 5906 936 3425
CaCO3 2605 6416 1012 3721
Em funccedilatildeo da dose dos corretivos utilizados em cada solo (Tabela 5) e da
concentraccedilatildeo de SiO2 em cada um dos silicatos foram calculadas as doses de Si
fornecidas por cada silicato para o respectivo solo (Tabela 8)
17
Tabela 8 Dose de Si fornecida por cada um dos silicatos em cada solo experimental SOLOS
Corretivos Concentraccedilatildeo
de Si Muito Argiloso
Argiloso Meacutedia Arenoso
--------------------------- mg por vaso -----------------------
Agrosiliacutecio
107 341 832 132 482
Silifeacutertil 103 359 885 140 513 Holcim 203 744 1833 290 1064
34 Tratamentos e delineamento experimental
Foram conduzidos quatro experimentos sendo cada um em uma classe
textural de solo em delineamento inteiramente casualizado A anaacutelise de variacircncia foi
baseada num arranjo fatorial 4x4 com quatro corretivos de acidez (trecircs silicatos de
caacutelcio Agrosiliacutecio Silifeacutertil e Holcim e um calcaacuterio) e quatro fraccedilotildees granulomeacutetricas
(entre 5 e 10 mesh partiacuteculas entre 2 e 4 mm entre 10 e 20 mesh partiacuteculas entre 084
e 2 mm entre 20 e 50 mesh partiacuteculas entre 03 e 084 mm e maior que 50 mesh
partiacuteculas menores que 03 mm) com quatro repeticcedilotildees
Aleacutem dos tratamentos acima foi realizada a incubaccedilatildeo com CaCO3 (reagente
pa) corretivo padratildeo para comparaccedilatildeo da eficiecircncia relativa na correccedilatildeo da acidez do
solo sendo este utilizado em cinco diferentes doses testemunha 50 100 150 e
200 em relaccedilatildeo agrave dose recomendada para a correccedilatildeo da acidez do solo para atingir
60 de saturaccedilatildeo por bases (Tabela 3)
34 Conduccedilatildeo do experimento
As parcelas experimentais constituiacuteram-se de recipientes plaacutesticos de 500 mL
nos quais foram adicionados 300 g de solo e as devidas quantidades dos corretivos que
posteriormente foram incubados em recipientes abertos por trinta e noventa dias em
laboratoacuterio sem exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo solar direta e a intensas variaccedilotildees de temperatura
(Figura 3 a b)
Durante o periacuteodo de incubaccedilatildeo os solos foram irrigados com aacutegua destilada
para a manutenccedilatildeo da umidade a 80 da capacidade de campo (Figura 3 c)
Apoacutes 30 e 90 dias de incubaccedilatildeo fraccedilotildees de 50 g de cada uma das amostras
foram retiradas e colocadas para secar ao ar (Figura 3 d)
18
(a) (b)
(c) (d)
Figura 3 Pesagem dos corretivos (a) adiccedilatildeo dos corretivos nos recipientes plaacutesticos
contendo as amostras dos solos (b) irrigaccedilatildeo das amostras dos solos (c) e incubaccedilatildeo em
laboratoacuterio por 30 e 90 dias (d)
35 Determinaccedilatildeo do pH do solo apoacutes a incubaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo da eficiecircncia relativa
Para a caracterizaccedilatildeo da correccedilatildeo da acidez do solo foi determinado o pH em
CaCl2 em cada unidade experimental Esta variaacutevel de cada fraccedilatildeo granulomeacutetrica dos
silicatos de caacutelcio foi confrontada com os valores obtidos atraveacutes da curva de incubaccedilatildeo
do CaCO3 (reagente pa)
A anaacutelise do pH foi realizada seguindo a metodologia descrita pelo Programa
Interlaboratorial de controle de qualidade de anaacutelise de solo (2005) em que se colocou
10 cm3 de TFSA num frasco de 50 mL e adicionou-se 25 mL de CaCl2 2H2O 001 M
(1469 g L-1) deixando em contato por quinze minutos Posteriormente agitou-se a
amostra em agitador horizontal por dez minutos a 200 rpm Apoacutes esta etapa a soluccedilatildeo
foi mantida em repouso por sessenta minutos Na sequecircncia sem agitar novamente a
amostra foi realizada a leitura em potenciocircmetro devidamente calibrado com soluccedilotildees-
padratildeo de pH 40 e 70
Os valores de pH obtidos por cada fraccedilatildeo granulomeacutetrica de cada um dos
corretivos foram confrontados com os valores de pH obtidos na curva de incubaccedilatildeo de
CaCO3 obtendo-se os valores de equivalente em CaCO3 aos 90 dias
19
Os valores de eficiecircncia relativa foram ajustados em relaccedilatildeo aos resultados
obtidos por cada corretivo na fraccedilatildeo granulomeacutetrica inferior agrave 03 mm (gt 50 mesh)
atribuindo-se a esta fraccedilatildeo mais fina o iacutendice de 100 seguindo a metodologia adotada
por Bellingieri (1983)
36 Avaliaccedilatildeo do teor de Si no solo apoacutes a incubaccedilatildeo
Para a avaliaccedilatildeo do teor de Si no solo disponibilizado por cada uma das fontes
nas fraccedilotildees granulomeacutetricas foram realizadas as anaacutelises no Laboratoacuterio de Anaacutelise de
Fertilizantes da Universidade Federal de Uberlacircndia utilizando o extrator cloreto de
caacutelcio 001 M de acordo com a metodologia descrita por Korndoumlrfer e colaboradores
(2004) em que apoacutes o contato de 10 g da amostra do solo com 100 mL da soluccedilatildeo
extratora os mesmos foram submetidos a um agitador horizontal orbital por 1 hora na
frequumlecircncia de 50 rpm Apoacutes este procedimento as amostras ficaram em repouso por 15
minutos para decantar e a suspensatildeo foi filtrada e ficando sob novo repouso por 12
horas Entatildeo pipetou-se 10 mL do extrato de cada amostra acrescentando-se 1 mL de
soluccedilatildeo sulfo-moliacutebdica Decorridos 10 minutos acrescentou-se 2 mL de soluccedilatildeo de
aacutecido tartaacuterico 200 mg L-1 e apoacutes 5 minutos adicionou-se 10 mL da soluccedilatildeo de aacutecido
ascoacuterbico Apoacutes 1 hora foi realizada a leitura em espectofotocircmetro UV-visiacutevel no
comprimento de onda de 660 nanocircmetros Em funccedilatildeo do fator de diluiccedilatildeo o valor de
leitura foi multiplicado por 10 para se chegar no teor de Si do solo em mg dm-3
37 Anaacutelise estatiacutestica
Os resultados referentes ao pH em CaCl2 encontrados em funccedilatildeo das doses de
CaCO3 foram submetidos agrave anaacutelise de variacircncia e posterior ajuste ao modelo de
regressatildeo mais adequado para cada solo dentro dos dois periacuteodos de incubaccedilatildeo
utilizando o software estatiacutestico Sisvar desenvolvido por Ferreira (1999)
Os dados referentes ao pH em CaCl2 e ao teor de Si no solo encontrados em
funccedilatildeo dos corretivos (silicatos e calcaacuterio) em cada fraccedilatildeo granulomeacutetrica foram
submetidos agrave anaacutelise de variacircncia e suas meacutedias foram comparadas pelo teste de Scott-
Knott (1974) a 5 de probabilidade quanto agrave variaccedilatildeo dos corretivos dentro de cada
fraccedilatildeo granulomeacutetrica e quanto agrave variaccedilatildeo das fraccedilotildees granulomeacutetricas dentro dos
corretivos
20
4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
41 Variaccedilotildees no pH aos 30 dias de incubaccedilatildeo
Em relaccedilatildeo agrave variaacutevel pH em CaCl2 houve efeito significativo das doses de
CaCO3 para os quatro solos analisados o que possibilitou o ajuste de modelos de
regressatildeo (Figura 4)
Para os valores de pH em CaCl2 em funccedilatildeo do corretivo e fraccedilatildeo granulomeacutetrica
utilizados a anaacutelise de variacircncia tambeacutem permitiu constatar efeito significativo
inclusive para a interaccedilatildeo entre estes fatores (Tabela 9) Em geral quanto menor a
fraccedilatildeo granulomeacutetrica maior o pH do solo resultado este que concorda com o trabalho
realizado anteriormente por Alcarde e colaboradores (1989)
Novais e colaboradores (1993) tambeacutem descreveram que a granulometria mais
fina das escoacuterias de siderurgia permitiu maior reatividade tanto em solos arenosos
quanto em solos argilosos
(a)
y = -03764x2 + 13644x + 49458
R2 = 099
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(b)
y = -07093x2 + 24251x + 50564
R2 = 097
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(c)
y = 0492x + 3941
R2 = 094
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(d)
y = -1075x2 + 37825x + 39585
R2 = 099
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalnete CaCO3
pH e
m C
aCl 2
Significativo a 5 de probabilidade pelo teste f Figura 4 Valores do pH em CaCl2 em funccedilatildeo da dose equivalente de CaCO3 aplicada ao solo apoacutes 30 dias de incubaccedilatildeo nos solos muito argiloso (a) argiloso (b) meacutedio (c) arenoso (d)
21
Para os solos muito argiloso argiloso e arenoso pode-se observar que com as
doses de CaCO3 dentro do limite de 0 a 200 em relaccedilatildeo agrave recomendaccedilatildeo para atingir
60 de saturaccedilatildeo por bases o pH em CaCl2 aumentou significativamente de maneira
quadraacutetica Entretanto observou-se para o solo de textura meacutedia um ajuste linear Este
efeito pode ser atribuiacutedo ao fato das doses do corretivo utilizado natildeo terem sido
suficientes para atingir a faixa de estabilidade
Atraveacutes da amplitude de variaccedilatildeo nos valores de pH em funccedilatildeo do acreacutescimo
nas doses de CaCO3 pode-se observar o maior efeito tampatildeo dos solos muito argiloso e
argiloso em relaccedilatildeo ao solo arenoso e de textura meacutedia informaccedilatildeo esta que corrobora
aos relatos de Furtini e colaboradores (2001) O poder tampatildeo do solo eacute a resistecircncia
que o solo oferece a mudanccedila de pH Sousa e colaboradores (2007) exemplificando a
proporcionalidade dos diferentes tipos de acidez do solo relatam que a quantidade de
calcaacuterio necessaacuteria para neutralizar a acidez ativa pode chegar a quatorze mil setecentos
e vinte e trecircs vezes menor do que o necessaacuterio para a correccedilatildeo da acidez potencial do
solo o que evidencia a importacircncia do conhecimento do poder tampatildeo do solo para se
determinar a dose do corretivo
Pode-se observar que os resultados de pH em CaCl2 em funccedilatildeo dos corretivos e
das fraccedilotildees granulomeacutetricas para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso
submetidos a 30 dias de incubaccedilatildeo ocorreram de forma que quanto menor a
granulometria do corretivo maior foi o aumento no valor de pH encontrado nos solos
(Tabela 9)
22
Tabela 9 Valores de pH em CaCl2 em funccedilatildeo do corretivo de solo utilizado na dose
referente agrave elevaccedilatildeo da saturaccedilatildeo por bases para 60 e da fraccedilatildeo granulomeacutetrica apoacutes
30 dias de incubaccedilatildeo para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso
Peneira ABNT (mesh) Corretivo
5 - 10 10 - 20 20 ndash 50 gt 50 Meacutedia Solo muito argiloso
Agrosiliacutecio 51
Ac
51
Ac
57
Ab
59
Aa
55 Silifeacutertil 49
Ad
53
Ac
56
Ab
60
Aa
54 Holcim 50
Ab
49
Bb
49
Cb
53
Ca
50 Calcaacuterio 49
Ac
50
Bc
54
Bb
57
Ba
53 Meacutedia 50
51
54
57
53 Solo argiloso
Agrosiliacutecio
51
Ac
53
Ac
61
Ab
65
Aa
57 Silifeacutertil 53
Ac
52
Ac
59
Ab
66
Aa
57 Holcim 51
Ab
51
Ab
51
Cb
55
Ba
52 Calcaacuterio 51
Ac
52
Ac
56
Bb
65
Aa
56
51
52
56
63
56 Solo meacutedio
Agrosiliacutecio
40
Ac
41
Ac
41
Ab
43
Aa
41 Silifeacutertil 40
Ab
40
Ab
41
Aa
42
Ca
41 Holcim 40
Ab
40
Ab
40
Bb
41
Ca
40 Calcaacuterio 40
Ab
41
Ab
41
Bb
42
Ba
41 Meacutedia 40
40
41
42
41 Solo arenoso
Agrosiliacutecio
40
Ac
43
Ac
55
Ab
63
Aa
50 Silifeacutertil 40
Ac
42
Ac
52
Bb
65
Aa
50 Holcim 40
Ab
41
Ab
42
Cb
50
Ba
43 Calcaacuterio 40
Ac
40
Ac
50
Bb
63
Aa
48 Meacutedia 40
42
49
60
48 Letras maiuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na coluna e letras minuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na linha (Scott-Knott a 5)
No solo muito argiloso o Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil proporcionaram a maior
elevaccedilatildeo do pH do solo em relaccedilatildeo aos demais corretivos em todas as faixas
granulomeacutetricas passantes na peneira de 10 mesh ou seja quando a granulometria foi
inferior a 2 mm em fraccedilotildees maiores que esta o efeito do corretivo foi muito pequeno
natildeo havendo diferenccedila entre os corretivos (Tabela 9)
Para os demais solos os corretivos natildeo apresentaram diferenccedilas quanto ao
aumento provocado no pH do solo quando aplicados em granulometria acima de 084
mm ou seja produtos retidos na peneira de 10 mesh Para as granulometrias mais finas
23
os corretivos apresentaram diferenccedilas no aumento do pH ficando os solos que
receberam o silicato Holcim com os menores valores
De maneira geral para as granulometrias mais finas inferior a 084 mm
(passantes na peneira de 20 mesh) o Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil proporcionaram os
maiores incrementos em pH exceto para o produto mais fino gt 50 mesh no solo de
textura meacutedia e para o produto de granulometria entre 03 e 084 mm (ABNT 20 ndash 50)
no solo arenoso em que o Agrosiliacutecio obteve os melhores resultados (Tabela 9)
42 Variaccedilotildees no pH equivalente em CaCO3 e eficiecircncia relativa dos corretivos aos
90 dias de incubaccedilatildeo
Houve efeito significativo das doses de CaCO3 nos valores de pH em CaCl2 para
os quatro solos analisados o que possibilitou o ajuste de modelos polinomiais (Figura
5)
(a)
y = -01466x2 + 09457x + 49792
R2 = 085
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(b)
y = -05821x2 + 21998x + 49789
R2 = 098
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(c)
y = 04565x + 39275
R2 = 091
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(d)
y = -0865x2 + 34185x + 39925
R2 = 098
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
Significativo a 5 de probabilidade pelo teste f
Figura 5 Valores do pH em CaCl2 em funccedilatildeo da dose equivalente de CaCO3 aplicada ao solo apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo nos solos muito argiloso (a) argiloso (b) meacutedio (c) arenoso (d)
24
Para os solos muito argiloso argiloso e arenoso (Figura 5 a b d) como era de
se esperar as doses de CaCO3 dentro do limite de 0 a 200 em relaccedilatildeo agrave
recomendaccedilatildeo aumentaram significativamente e de forma quadraacutetica o pH em CaCl2
Acompanhando a tendecircncia observada apoacutes 30 dias de incubaccedilatildeo para o solo de
textura meacutedia verificou-se um ajuste linear para o aumento do valor de pH em CaCl2
em funccedilatildeo de doses de CaCO3 Este efeito pode ser atribuiacutedo ao fato das doses do
corretivo utilizado natildeo terem sido suficientes para atingir a faixa de estabilidade
Para as variaccedilotildees de pH em CaCl2 em funccedilatildeo do corretivo e fraccedilatildeo
granulomeacutetrica utilizados tambeacutem houve efeito significativo inclusive para a interaccedilatildeo
entre estes fatores (Tabela 10)
25
Tabela 10 Valores de pH em CaCl2 em funccedilatildeo do corretivo de solo utilizado na dose
referente agrave elevaccedilatildeo da saturaccedilatildeo por bases para 60 e da fraccedilatildeo granulomeacutetrica apoacutes
90 dias de incubaccedilatildeo para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso
Peneira ABNT (mesh) Corretivo
5 - 10 10 - 20 20 ndash 50 gt 50 Meacutedia Solo muito argiloso
Agrosiliacutecio 50
Ad
52
Ac
56
Ab
57
Aa
54 Silifeacutertil 50
Ac
51
Ac
55
Ab
58
Aa
53 Holcim 49
Ab
48
Cb
48
Bb
53
Ba
50 Calcaacuterio 49
Ac
50
Bc
55
Ab
57
Aa
53 Meacutedia 50
50
53
56
52 Solo argiloso
Agrosiliacutecio 52
Ab
53
Ab
61
Aa
62
Aa
57 Silifeacutertil 49
Cd
53
Ac
58
Bb
63
Aa
56 Holcim 50
Bb
50
Bb
51
Db
55
Ca
51 Calcaacuterio 51
Bd
52
Ac
56
Cb
62
Ba
55 Meacutedia 50
52
56
60
55 Solo meacutedio
Agrosiliacutecio 40
Ad
41
Ac
42
Ab
43
Aa
42 Silifeacutertil 41
Ac
41
Ac
42
Ab
43
Aa
42 Holcim 41
Ab
41
Ab
41
Cb
41
Ba
41 Calcaacuterio 40
Ab
41
Ab
41
Bb
43
Aa
41 Meacutedia 40
41
41
42
41 Solo arenoso
Agrosiliacutecio
40
Ac
44
Ab
59
Aa
61
Aa
51 Silifeacutertil 40
Ac
43
Ac
55
Ab
64
Aa
51 Holcim 39
Ab
40
Ab
42
Bb
48
Ba
43 Calcaacuterio 40
Ac
42
Ac
55
Ab
63
Aa
50 Meacutedia 40
42
53
59
49 Letras maiuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na coluna e letras minuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na linha (Scott-Knott a 5)
No solo muito argiloso e no solo arenoso o Agrosiliacutecio o Silifeacutertil e o calcaacuterio
proporcionaram maior elevaccedilatildeo no pH do solo em relaccedilatildeo ao Holcim nos corretivos
com granulometria inferior a 084 mm passantes na peneira de 20 mesh Quando se
comparam estes resultados com os obtidos aos 30 dias de incubaccedilatildeo observa-se a
inclusatildeo do calcaacuterio entre os corretivos com melhores resultados de aumento de pH no
solo muito argiloso Este fato demonstrou que para este solo os silicatos Agrosiliacutecio e
Silifeacutertil tiveram uma maior dissociaccedilatildeo aos 30 dias fato este que foi compensado pelo
calcaacuterio entre 30 e 90 dias de incubaccedilatildeo (Tabela 10)
26
Os valores de pH do solo argiloso apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo demonstraram que
o Agrosiliacutecio proporcionou os maiores valores de pH em todas as fraccedilotildees
granulomeacutetricas ficando este em igualdade com o Silifeacutertil na granulometria inferior a
03 mm (gt 50 mesh) e entre 08 mm e 20 mm (10 a 20 mesh) sendo que nesta uacuteltima
fraccedilatildeo granulomeacutetrica o calcaacuterio tambeacutem se igualou aos dois corretivos acima
mencionados (Tabela 10)
No solo de textura meacutedia as diferenccedilas ocorreram apenas nas fraccedilotildees
granulomeacutetricas inferiores a 08 mm (peneira de 20 mesh) com melhores resultados
atribuiacutedos ao Agrosiliacutecio Silifeacutertil e ao calcaacuterio na fraccedilatildeo mais fina (gt 50 mesh) e ao
Agrosiliacutecio e ao Silifeacutertil na fraccedilatildeo compreendida entre 03 e 084 mm (20 a 50 mesh)
Para o solo arenoso o Agrosiliacutecio o Silifeacutertil e o calcaacuterio proporcionaram
maiores valores de pH nas fraccedilotildees granulomeacutetricas inferiores a 084 mm enquanto que
nas fraccedilotildees mais grossas todos os corretivos tiveram o mesmo comportamento
Para todos os solos utilizados no experimento verificou-se que quanto menor a
dimensatildeo das partiacuteculas maiores satildeo os incrementos gerados nos valores de pH em
CaCl2 (Tabela 10) resultado este que concorda com trabalhos realizados anteriormente
por Bellingieri e colaboradores (1989)
Nas comparaccedilotildees entre os resultados dos valores de pH das amostras de solo
apoacutes 30 e 90 dias de incubaccedilatildeo os resultados praticamente se equivalem demonstrando
que 30 dias de incubaccedilatildeo foi um periacuteodo suficiente para a accedilatildeo dos corretivos
Com base nos incrementos verificados no pH das amostras dos solos pelos
corretivos de acidez em cada fraccedilatildeo granulomeacutetrica em relaccedilatildeo agraves curvas de incubaccedilatildeo
com CaCO3 calculou-se os valores de equivalente em CaCO3 para cada corretivo
dentro de cada fraccedilatildeo granulomeacutetrica com 90 dias de incubaccedilatildeo (Tabela 11)
27
Tabela 11 Equivalente em CaCO3 dos corretivos de acidez de diferentes fraccedilotildees
granulomeacutetricas aos 90 dias de incubaccedilatildeo
Peneiras ABNT (mesh)
Corretivos
5 ndash 10 10 - 20 20 - 50 gt 50 Meacutedia
--------------------------------------- -----------------------------------------
Agrosiliacutecio 9
Ac
24
Ab
64
Aa
77
Aa
43
Silifeacutertil 9
Ac
19
Ac
52
Ab
87
Aa
42 Calcaacuterio 8
Ac
13
Ac
33
Bb
79
Aa
33 Holcim 7
Ab
7
Ab
10
Cb
33
Ba
14 Meacutedia 8
16
39
69
33 Letras maiuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na coluna e letras minuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na linha (Scott-Knott a 5)
Os resultados de equivalente em CaCO3 apresentados para 90 dias de incubaccedilatildeo
(Tabela 11) demonstraram grande variaccedilatildeo para este atributo entre os corretivos de
acidez o que evidencia que natildeo apenas a granulometria mas tambeacutem a origem dos
corretivos exerce grande influecircncia na velocidade de correccedilatildeo da acidez do solo
Para as fraccedilotildees granulomeacutetrica mais grossas (lt 10 e 10 a 20 mesh) pode-se
observar que natildeo houve diferenccedila entre os corretivos jaacute na fraccedilatildeo mais fina (gt 50) o
silicato Holcim proporcionou menores valores de equivalente em CaCO3 em relaccedilatildeo as
demais fontes Na fraccedilatildeo granulomeacutetrica entre 20 e 50 (Tabela 11) verificou-se
diferenccedilas entre o equivalente em CaCO3 de silicatos e do calcaacuterio o que demonstrou o
fato de estarmos neste caso subestimando a reatividade dos silicatos Pode-se observar
que natildeo houve diferenccedilas entre os resultados obtidos com a aplicaccedilatildeo dos silicatos
Agrosiliacutecio e Silifeacutertil portanto sugere-se a elaboraccedilatildeo de novos paracircmetros para a
avaliaccedilatildeo de silicatos com origem de aciaria
Seguindo os criteacuterios adotados por Bellingieri (1983) de ajustar a eficiecircncia dos
corretivos atribuindo valores de 100 para as partiacuteculas passantes na peneira 50 ABNT
(partiacuteculas inferiores a 03 mm) determinou-se a eficiecircncia relativa de cada uma das
fraccedilotildees granulomeacutetricas dos corretivos permitindo a adoccedilatildeo de novos criteacuterios de
reatividade para os silicatos (Tabela 12)
28
Tabela 12 Eficiecircncias relativas em relaccedilatildeo agrave fraccedilatildeo granulomeacutetrica inferior a 03 mm
(peneira 50 mesh) dos corretivos de acidez em diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas aos
90 dias de incubaccedilatildeo
Peneiras ABNT (mesh)
Corretivos 5 - 10 10 - 20 20 - 50 gt 50 Meacutedia
------------------------------ -------------------------------
Agrosiliacutecio 12 33 85 100 58
Silifeacutertil 9 25 65 100 50
Holcim 16 17 27 100 40
Calcaacuterio 9 18 63 100 48
Meacutedia 12 23 60 100
Propotildee-se a adequaccedilatildeo da equaccedilatildeo atualmente adotada para a determinaccedilatildeo da
eficiecircncia relativa (reatividade) de silicatos de origem de aciaria para uso como
corretivo de acidez em funccedilatildeo das diferenccedilas encontradas em eficiecircncia relativa
apresentadas na Tabela 12 entre os silicatos de origem de escoacuteria de aciaria
(Agrosiliacutecio e Silifeacutertil) em relaccedilatildeo ao calcaacuterio ficando a mesma da seguinte forma
RE = F10-20 x 03 + F20-50 x 075 + Fgt50 x 1
Onde
F10-20= percentual de produto que passa pela peneira nordm10 e fica retido na
peneira nordm20 F20-50 = percentual de produto que passa pela peneira nordm20 e fica retido
na peneira nordm50 e F-50 = percentual de produto que passa pela peneira nordm50
Os valores de eficiecircncia relativa 12 em meacutedia para a fraccedilatildeo granulomeacutetrica
mais grosseira pode estar associado agrave presenccedila de micropartiacuteculas (poacute) aderidas ao
redor das partiacuteculas mais grossas (Tabela 12) jaacute que a separaccedilatildeo granulomeacutetrica seguiu
o meacutetodo oficial de separaccedilatildeo em peneiras a seco
29
43 Teor de siliacutecio no solo apoacutes 30 dias de incubaccedilatildeo
De maneira geral pode-se observar que o Agrosiliacutecio proporcionou maiores
incrementos de Si no solo obtendo no solo argiloso quando aplicado na fraccedilatildeo
granulomeacutetrica mais fina incremento de 10 mg dm-3 (Tabela 13)
Tabela 13 Teor de Si no solo em funccedilatildeo da fraccedilatildeo granulomeacutetrica e do corretivo utilizado para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso apoacutes 30 dias de incubaccedilatildeo
Peneiras ABNT (mesh) Corretivos 5 - 10 10 - 20 20 ndash 50 gt 50 Meacutedia
-------------------------------- Si (mg kg-1) -------------------------------------
Solo muito argiloso
Agrosiliacutecio 7
Aa
8
Aa
9
Aa
8
Aa
8 Silifeacutertil 7
Aa
7
Aa
7
Ba
7
Aa
7 Holcim 6
Aa
6
Aa
6
Ba
6
Ba
6 Calcaacuterio 7
Aa
6
Aa
5
Ba
5
Ba
6 Meacutedia 6
7
7
6
6
Solo argiloso
Agrosiliacutecio 6
Ad
10
Ac
14
Ab
15
Aa
11 Silifeacutertil 7
Ac
6
Bc
10
Bb
12
Ba
9 Holcim 6
Ab
5
Bb
6
Cb
9
Ca
7 Calcaacuterio 5
Ba
5
Ba
4
Da
2
Db
4 Meacutedia 6
6
8
10
8
Solo meacutedio
Agrosiliacutecio 10
Aa
10
Aa
10
Aa
10
Aa
10 Silifeacutertil 9
Aa
9
Aa
10
Aa
10
Aa
9 Holcim 8
Ba
9
Aa
9
Ba
10
Aa
9 Calcaacuterio 9
Ba
9
Aa
9
Ba
8
Bb
9 Meacutedia 9
9
9
9
9
Solo arenoso
Agrosiliacutecio 4
Ab
5
Ab
8
Aa
9
Aa
6 Silifeacutertil 3
Ac
5
Ab
7
Aa
7
Ba
6 Holcim 3
Ab
4
Aa
4
Ba
6
Ca
4 Calcaacuterio 3
Aa
3
Ba
3
Ca
2
Da
3 Meacutedia 3
4
6
6
5 Letras maiuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na coluna e letras minuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na linha (Scott-Knott a 5)
No solo muito argiloso as fraccedilotildees mais grossas dos corretivos com partiacuteculas
superiores a 084 mm (lt 20 mesh) natildeo apresentaram diferenccedilas quanto ao fornecimento
30
de Si ao solo poreacutem quando se avaliaram as fraccedilotildees mais finas observou-se maiores
valores de Si para o Agrosiliacutecio na fraccedilatildeo de 03 a 084 mm (20 a 50 mesh) e para o
Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil quando o corretivo foi aplicado na granulometria inferior a 03
mm (gt 50 mesh) estes resultados tambeacutem se repetiram no solo arenoso (Tabela 13)
Para o solo argiloso o Agrosiliacutecio foi o silicato que promoveu maiores valores
de Si no solo quando tambeacutem se avaliaram as fraccedilotildees granulomeacutetricas inferiores a 20
mm (gt 10 mesh) apenas para a fraccedilatildeo mais grossa maior que 20 mm o Agrosiliacutecio o
Silifeacutertil e o Holcim natildeo diferiram estatisticamente variando apenas em relaccedilatildeo ao
calcaacuterio que eacute o uacutenico corretivo avaliado que natildeo apresenta Si em sua constituiccedilatildeo
No solo de textura meacutedia o Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil proporcionaram a mesma
eficiecircncia no fornecimento de Si para o solo (fraccedilotildees 20 a 50 mesh e lt 10 mesh) na
fraccedilatildeo mais fina (gt 50 mesh) os trecircs silicatos avaliados resultaram nos mesmos valores
de Si no solo deferindo apenas do calcaacuterio jaacute na fraccedilatildeo entre 10 a 20 mesh todos os
corretivos proporcionaram o mesmo resultado
De maneira geral a granulometria natildeo resultou em diferenccedilas no fornecimento
de Si pelos silicatos exceto no solo argiloso em que se observa que quanto menor a
granulometria maior foi o teor de Si no solo (Tabela 13)
Ao se avaliar os efeitos do calcaacuterio em relaccedilatildeo ao teor de Si no solo pode-se
observar que quanto menor a fraccedilatildeo granulomeacutetrica do calcaacuterio menores os teores de Si
no solo Este fato pode estar associado a maior alteraccedilatildeo causada no pH do solo pelas
fraccedilotildees mais finas do calcaacuterio reduzindo assim sua disponibilidade de Si corroborando
aos dados de McKeague e Cline (1963) em que o aumento de pH de 6 para 9 reduziu
de 36 para 6 mg dm-3 a concentraccedilatildeo de Si soluacutevel
44 Teor de siliacutecio no solo apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo
De maneira geral pode-se observar que o Agrosiliacutecio promoveu maior
incremento de Si no solo apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo exceto para a fraccedilatildeo
granulomeacutetrica entre 20 a 50 mesh e no solo de textura meacutedia em que o Silifeacutertil e o
Holcim obtiveram resultados semelhantes ao Agrosiliacutecio (Tabela 14)
Quanto agraves fraccedilotildees granulomeacutetricas observou-se que quanto menor a fraccedilatildeo
granulomeacutetrica independente do silicato maior foi o fornecimento de Si ao solo
seguindo a tendecircncia encontrada por Oliveira e colaboradores (1994) em que escoacuterias
31
de alto forno com partiacuteculas menores que 03 mm foram mais eficientes no
fornecimento de Ca e Mg para o solo quando comparadas as fraccedilotildees mais grosseiras
Tabela 14 Teor de Si no solo em funccedilatildeo da fraccedilatildeo granulomeacutetrica e do corretivo
utilizado para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso apoacutes 90 dias de
incubaccedilatildeo
Peneiras ABNT (mesh) Corretivos 5 - 10 10 - 20 20 - 50 gt 50 Meacutedia
-------------------------------- Si (mg kg-1) --------------------------------------
Solo muito argiloso Agrosiliacutecio 8
Ab
9
Aa
9
Aa
9
Aa
9 Silifeacutertil 6
Bb
7
Bb
7
Ba
8
Ba
7 Holcim 7
Bb
7
Bb
6
Cb
8
Ba
7 Calcaacuterio 6
Ba
6
Ba
5
Db
5
Cb
6 Meacutedia 7
7
7
7
7 Solo argiloso
Agrosiliacutecio 7
Ac
11
Ab
13
Aa
13
Aa
11 Silifeacutertil 5
Bc
7
Bb
9
Ba
9
Ba
8 Holcim 6
Bb
5
Cb
6
Cb
9
Ba
7 Calcaacuterio 4
Ca
4
Da
4
Da
3
Cb
4 Meacutedia 5
7
8
9
7 Solo meacutedio
Agrosiliacutecio 10
Aa
11
Aa
10
Aa
11
Aa
11 Silifeacutertil 10
Ba
10
Ba
10
Aa
10
Ba
10 Holcim 10
Bb
10
Bb
10
Ab
11
Aa
10 Calcaacuterio 9
Ba
10
Ba
9
Bb
8
Cc
9 Meacutedia 10
10
10
10
10 Solo arenoso
Agrosiliacutecio 4
Ac
6
Ab
7
Aa
7
Aa
6 Silifeacutertil 3
Bc
4
Bb
6
Ba
6
Ba
5 Holcim 3
Bc
3
Cb
4
Cb
5
Ca
4 Calcaacuterio 2
Ca
2
Da
2
Da
2
Da
2 Meacutedia 3
4
5
5
4 Letras maiuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na coluna e letras minuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na linha (Scott-Knott a 5)
Para todos os solos analisados observou-se a seguinte sequecircncia para o teor de
Si Agrosiliacutecio gt Silifeacutertil gt Holcim gt Calcaacuterio Fato este que acompanha a tendecircncia
observada na avaliaccedilatildeo da reatividade na correccedilatildeo da acidez do solo exceto para o
calcaacuterio por natildeo apresentar Si em sua constituiccedilatildeo
32
Korndoumlrfer e colaboradores (2004) apresentaram a solubilidade de diferentes
silicatos evidenciando que o Agrosiliacutecio (escoacuteria de aciaria) apresentou maiores valores
de solubilidade em relaccedilatildeo aos valores obtidos pela escoacuteria de alto forno como o
Holcim com valores de 43 e 7 respectivamente Estas diferenccedilas em solubilidade
explicam os valores encontrados tanto na avaliaccedilatildeo aos 30 como aos 90 dias de
incubaccedilatildeo
Pereira e colaboradores (2004) em trabalho para a avaliaccedilatildeo da eficiecircncia de
fontes de Si para a cultura do arroz encontraram que a fonte que proporcionou mais
extraccedilatildeo de Si para os gratildeos foi a escoacuteria oriunda da produccedilatildeo de accedilo inox dado que
corrobora os resultados encontrados neste trabalho em que o Agrosiliacutecio (escoacuteria de
aciaria) apresentou maior disponibilizaccedilatildeo de Si para o solo
Nas comparaccedilotildees entre os resultados do teor de Si no solo apoacutes 30 e 90 dias de
incubaccedilatildeo os resultados praticamente se equivalem demonstrando que 30 dias foi um
periacuteodo suficiente para que os silicatos fornecessem Si
Comparando o teor de Si antes da aplicaccedilatildeo dos corretivos com o teor de Si no
solo apoacutes a aplicaccedilatildeo dos corretivos e apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo verificou-se
expressivo acreacutescimo no teor Si no solo ocasionado pelos silicatos principalmente para
o Agrosiliacutecio que incrementou na meacutedia entre as fraccedilotildees granulomeacutetricas 2 6 1 e 3 mg
dm-3 de Si nos solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso respectivamente O
Silifeacutertil tambeacutem forneceu Si ao solo elevando em 1 4 0 e 3 mg dm-3 o teor de Si nos
solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso respectivamente Jaacute o Holcim
apresentou incrementos de 0 2 0 e 1 mg dm-3 respectivamente para os solos muito
argiloso argiloso meacutedio e arenoso
33
5 CONCLUSOtildeES
Os silicatos Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil proporcionam maiores valores de eficiecircncia
relativa na correccedilatildeo da acidez do solo em comparaccedilatildeo ao calcaacuterio e ao silicato Holcim
na fraccedilatildeo granulomeacutetrica entre 030 e 084 mm
Quanto menor a fraccedilatildeo granulomeacutetrica do silicato maior eacute a eficiecircncia relativa
na correccedilatildeo da acidez do solo e maior eacute o fornecimento de Si para o solo
O Agrosiliacutecio apresenta melhores resultados no fornecimento de Si ao solo
seguido do Silifeacutertil e do Holcim
O periacuteodo de 30 dias em condiccedilotildees de umidade mantida agrave 80 da capacidade
de campo eacute um periacuteodo suficiente para a correccedilatildeo da acidez do solo e fornecimento de
Si pelos silicatos ao solo
34
6 REFEREcircNCIAS
ALCARDE JC PAULINO VT DERNARDIN J S Avaliaccedilatildeo da reatividade de corretivos da acidez do solo Revista Brasileira de Ciecircncia do Solo Campinas v 13 p 387-392 1989
ALCARDE JC Corretivos de acidez dos solos caracteriacutesticas e interpretaccedilotildees teacutecnicas Satildeo Paulo ANDA 1992 24p (Boletim Teacutecnico 6)
ALCARDE JC RODELLA AA Avaliaccedilatildeo quiacutemica de corretivos de acidez para fins agriacutecolas uma nova proposiccedilatildeo Scientia Agriacutecola Piracicaba v 53 n 2 ndash 3 1996
ALVAREZ V VH RIBEIRO AC Calagem In RIBEIRO AC GUIMARAtildeES PTG GUIMARAtildeES PTG ALVAREZ V VH (Ed) Recomendaccedilotildees para o uso de corretivos e fertilizantes em Minas Gerais ndash 5ordf Aproximaccedilatildeo Viccedilosa CFSEMG 1999 p 43-60
ALVAREZ V VH Correlaccedilatildeo e calibraccedilatildeo de meacutetodos de anaacutelise de solos In ALVAREZ V VH FONTES LEF FONTES MPF (Ed) O solo nos grandes domiacutenios morfoclimaacuteticos do Brasil e o desenvolvimento sustentado Viccedilosa Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo 1996 p 615-646
ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DOS PRODUTORES DE CALCAacuteRIO Calcaacuterio agriacutecola ndash Brasil consumo aparente por estado (1992 ndash 2006) Disponiacutevel em lthttpwwwcalcario-rscombrgt Acesso em 25 de novembro de 2008
BALASTRA MLFC PEREZ CM JULIANO BO VILLAREAL P Effects of siacutelica level on some properties of Oriza sativa straw and hull Canadian Journal of Botany Ottawa v 67 p 2356-2363 1989
BARBOSA FILHO MP SNYDER G H PRABHU A S DATNOFF L E KORNDOumlRFER G H Importacircncia do siliacutecio para a cultura do arroz Informaccedilotildees agronocircmicas v 89 p 1-8 2000
BELLINGIERI PA Avaliaccedilatildeo em laboratoacuterio da eficiecircncia de diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas de calcaacuterios agriacutecolas 1983 99f Tese (Doutorado) ndash Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Universidade de Satildeo Paulo Piracicaba 1983
BELLINGIERI PA ALCARDE JC amp SOUZA ECA Avaliaccedilatildeo da qualidade de calcaacuterios agriacutecolas atraveacutes do PRNT Anais da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Piracicaba v 45 n 2 p 579-588 1988
BELLINGIERI PA ALCARDE JC SOUZA ECA de Eficiecircncia relativa de diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas de calcaacuterios na neutralizaccedilatildeo da acidez dos solos avaliada em laboratoacuterio Anais da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Piracicaba v46 n2 1989 p 303-317
35
BELLINGIERI PA SOUZA ECA ALCARDE JC SHIKASHO HW Importacircncia da reatividade do calcaacuterio sobre a produccedilatildeo e algumas caracteriacutesticas da soja Scientia Agricola Piracicaba v 49 p 61-71 1992
BRASIL MAPA Laboratoacuterio Nacional de Referecircncia Vegetal Anaacutelise de corretivos fertilizantes e inoculantes Brasiacutelia 1983 104p
BRUNAUER S EMMETT P H TELLER E Adsorption of gases in multimolecular layers In Journal of the American Chemical Society New York v 60 p 309-19 1938
CATANI RA ALONSO O Avaliaccedilatildeo e exigecircncia de calcaacuterio do solo Anais da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Piracicaba v 26 p 141-156 1969
CATE R Sugestotildees para adubaccedilatildeo com base na anaacutelise de solos Raleigh North Caroline State University 1965 16p
DAYANADAM P KAUFMAN PB FRANKLIN CL Detection of siacutelica in plants American Journal of Botany Columbus v 70 p 1079-1084 1983
DEFELIPO BV BRAGA JM SPIES C Comparaccedilatildeo entre meacutetodos de determinaccedilatildeo da necessidade de calcaacuterio de solos de Minas Gerais Experientiae v 13 p 111-136 1982
EMBRAPA C N P S Manual de meacutetodos de anaacutelise de solo Rio de Janeiro 1997 212p
EPSTEIN E Silicon Annu Rev Plant Physiol Plant Molec Biol Palo Alto v 50 1999 p 641 - 664
FERREIRA DF SISVAR versatildeo 43 (Build 41) Lavras UFLADEX 1999 4 disquetes
FURTINI NETO A VALE FR RESENDE A V GUILHERME L R G GUEDES G A A Fertilidade do solo Lavras UFLAFAEPE 2001 252p
GASCHO G J Silicon sources for agriculture In DATNOFF L E SNYDER G H KORNDOumlRFER G H (Ed) Silicon in agriculture Amsterdan Elsevier 2001 cap 12 p 197-207
KAMINSKI J RHEINHEIMER DS A acidez do solo e a nutriccedilatildeo mineral de plantas In KAMINSKI J (Ed) Uso de corretivos da acidez do solo no plantio direto Pelotas SBCSNRS 2000 cap2 p 21 - 39
KORNDOumlRFER G H Elementos beneacuteficos In FERNANDES M S Nutriccedilatildeo mineral de plantas Viccedilosa Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo 2006 432p
36
KORNDOumlRFER G H DATNOFF L E Adubaccedilatildeo com siliacutecio uma alternativa no controle de doenccedilas da cana-de-accediluacutecar e do arroz Informaccedilotildees Agronocircmicas Piracicaba v 70 p 1-5 1995
KORNDOumlRFER G H PEREIRA H S CAMARGO M S Silicatos de caacutelcio e magneacutesio na agricultura 3 ed Uberlacircndia 2004 28 p (Boletim Teacutecnico n1)
KORNDOumlRFER G H PEREIRA H S NOLLA A Anaacutelise de siliacutecio solo planta e fertilizante 1 ed Uberlacircndia 2004 50 p (Boletim Teacutecnico n2)
KORNDOumlRFER G H PEREIRA H S CAMARGO M S Silicatos de caacutelcio e magneacutesio na agricultura 2 ed Uberlacircndia 2003 15 p (Boletim Teacutecnico n1)
KORNDOumlRFER G H PEREIRA H S CAMARGO M S Papel do siliacutecio na produccedilatildeo de cana-de-accediluacutecar STAB v 21 n 2 2002 4 p
KORNDOumlRFER G H LEPSCH I Effect of silicon on plant growth and crop yeld In DATNOFF L E SNYDER G H KORNDOumlRFER G H (Ed) Silicon in agriculture Amsterdan Elsevier 2001 p 133 ndash 147
KURIHARA CH MAEDA S HERNANI LC SILVA WM Eficiecircncia relativa de fraccedilotildees granulomeacutetricas de calcaacuterios sul-mato-grossenses Pesquisa Agropecuaacuteria Brasileira Brasiacutelia v34 n 8 p 1443 - 1449 1999
LOPES A S SILVA MC GUILHERME L R G Acidez do solo e calagem 3 ed Satildeo Paulo ANDA 1990 22 p (Boletim Teacutecnico 1)
LOPES A S Manual de fertilidade do solo Satildeo Paulo ANDAPOTAFOacuteS 1989 153p
MA JF TAKAHASHI E Soil fertilizer and plant silicon research in Japan Amosterdan Elsevier Science 2002 281 p
MALAVOLTA E Manual de quiacutemica agriacutecola adubos e adubaccedilatildeo Satildeo Paulo Agronocircmica Ceres 1981 608 p
MARSCHNER H Mineral nutrition of higher plants 2 ed LondresAcademic Press 1995 889p
MCKEAGUE J A CLINE M G Silica in soils Advances in Agronomy New York v 15n 3 p 339-397 1963
MEURER E J Fundamentos de quiacutemica do solo 3 ed Porto Alegre Evangraf 2006 285p
MIYAKE Y TAKAHASHI E Effect of silicon on the growth of cucumber plant in soil culture Soil Science Plant Nutrition Tokyo v 29 p 463-471 1983
37
NOVAIS R F BARROS N F LEITE F P TEIXEIRA J L LEAL P G L Eficiecircncia agronocircmica de escoacuterias de siderurgia Pains Viccedilosa Universidade Federal de Viccedilosa 1993
OLIVEIRA AC HAHNE H BARROS NF MORAIS EJ Uso de escoacuteria de alto forno como fonte de nutrientes na adubaccedilatildeo florestal In GUERRINI IA BELLOTE AFJ BUumlLL LT (Ed) Seminaacuterio sobre uso de resiacuteduos florestais e urbanos em florestas Botucatu Fundaccedilatildeo de Estudos e Pesquisas Agriacutecolas e Florestais 1994 p 77-96
PEREIRA HS KORNDOumlRFER GH VIDAL AA CAMARGO MS Silicon sources for rice crop Scientia Agriacutecola Piracicaba v 61 p 522-528 2004
PLESE L P M Efeito da umidade do solo na reatividade das fraccedilotildees granulomeacutetricas de um calcaacuterio 2000 49f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) ndash Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Universidade de Satildeo Paulo Piracicaba 2000
PRADO R M FERNANDES F M NATALE W Uso de escoacuteria de siderurgia no Brasil estudos na cultura da cana-de-accediluacutecar Jaboticabal Funep 2001 67p
PROGRAMA INTERLABORATORIAL DE CONTROLE DE QUALIDADE DE ANAacuteLISE DE SOLO Manual do laboratorista 2005 33p
RAIJ BV Avaliaccedilatildeo da fertilidade do solo Piracicaba Associaccedilatildeo Brasileira para Pesquisa da Potassa e do Fosfato 1981 142p
RAIJ B V CANTARELLA H QUAGGIO J A FURLANI A M C Recomendaccedilatildeo de adubaccedilatildeo e calagem para o estado de Satildeo Paulo Campinas IAC 1996 285p (IAC Boletim 100)
SCOTT AJ KNOTT MA A cluster analysis method for grouping means in the analysis of variance Biometrics Washington v 30 n 2 1974 p 507-512
SHOEMAKER HE MCCLEAN E PRATT PF Buffer methods for determining lime requirements of soil with appreciable amounts of extractable aluminium Soil Sci Soc Am Proc Madison v 25 p 274-277 1961
SOUSA D M G MIRANDA L N OLIVEIRA S A Acidez do solo e sua correccedilatildeo In NOVAIS R F ALVAREZ V V H BARROS N F FONTES R L F CANTARUTTI R B NEVES J C L Fertilidade do solo Viccedilosa Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo 2007 p 205 ndash 274
SOUSA D M G LOBATO E Cerrado correccedilatildeo do solo e adubaccedilatildeo Brasiacutelia Embrapa Informaccedilatildeo Tecnoloacutegica 2004 416p
VERAS M C M VIEIRA W TEIXEIRA L S M ALCARDE J C OLIVEIRA L B Manual de meacutetodos analiacuteticos oficiais para fertilizantes minerais orgacircnicos organominerais e corretivos 1 ed Brasiacutelia MAPA 2007 v 1
38
WERNER D ROTH R Siacutelica metabolism In LAUCHILI A BIELESKI RL (Ed) Encyclopedia of plant physiology New Series Berlin Springer-Velag 1983 v 15B p 682-694
- Parte inicial dissertaccedilatildeopdf
- RESUMOpdf
- Corpo da dissertaccedilatildeopdf
-
15
calculou-se o poder de neutralizaccedilatildeo do corretivo em de CaCO3 equivalente pela
expressatildeo
PN = 10 (25M1-V2M2) onde G
M1 = concentraccedilatildeo molar da soluccedilatildeo de HCl
V2 = volume em mL da soluccedilatildeo de NaOH gasto na titulaccedilatildeo
M2 = concentraccedilatildeo molar da soluccedilatildeo de NaOH
G = massa inicial da amostra em gramas
(a) (b)
(c) (d)
Figura 2 Ilustraccedilotildees dos processos laboratoriais para determinaccedilatildeo do PN em amostras
dos materiais corretivos desde a pesagem (a) a fervura da soluccedilatildeo contendo a amostra
do corretivo e HCl (b) a soluccedilatildeo transferida para balatildeo volumeacutetrico de 100 mL em
descanso para decantaccedilatildeo (c) e a titulaccedilatildeo ateacute o aparecimento da coloraccedilatildeo rosada (d)
Para os silicatos em funccedilatildeo de sua constituiccedilatildeo quiacutemica a visualizaccedilatildeo da
coloraccedilatildeo rosada foi dificultada pelo escurecimento da soluccedilatildeo (coloraccedilatildeo esverdeada)
sendo necessaacuteria a utilizaccedilatildeo do meacutetodo potenciomeacutetrico em que o excesso de HCl da
soluccedilatildeo eacute neutralizado por NaOH ateacute atingir pH 70
Foram encontrados valores distintos de poder de neutralizaccedilatildeo para cada um dos
corretivos (Tabela 6)
16
Tabela 6 Poder de neutralizaccedilatildeo dos materiais corretivos de acidez do solo utilizados
no experimento
Corretivos Poder de Neutralizaccedilatildeo ()
Agrosiliacutecio 859
Silifeacutertil 778
Holcim 740
Calcaacuterio 1131
CaCO3 1041
Com base nos valores do poder de neutralizaccedilatildeo encontrados para cada um dos
corretivos e de acordo com as necessidades de calagem encontrados para cada solo
foram calculadas as doses de cada corretivo a serem aplicadas nos vasos preenchidos
com 300 g de amostras dos solos (Tabela 7)
Tabela 7 Quantidade de corretivo calculada para atingir 60 de saturaccedilatildeo por bases
para cada um dos solos experimentais
SOLOS
Corretivos
Muito Argiloso
Argiloso Meacutedia Arenoso
---------------------------------- mg por vaso ------------------------------------
Agrosiliacutecio 3189 7775 1232 4509
Silifeacutertil 3487 8589 1361 4981
Holcim 3666 9031 1431 5239
Calcaacuterio 2397 5906 936 3425
CaCO3 2605 6416 1012 3721
Em funccedilatildeo da dose dos corretivos utilizados em cada solo (Tabela 5) e da
concentraccedilatildeo de SiO2 em cada um dos silicatos foram calculadas as doses de Si
fornecidas por cada silicato para o respectivo solo (Tabela 8)
17
Tabela 8 Dose de Si fornecida por cada um dos silicatos em cada solo experimental SOLOS
Corretivos Concentraccedilatildeo
de Si Muito Argiloso
Argiloso Meacutedia Arenoso
--------------------------- mg por vaso -----------------------
Agrosiliacutecio
107 341 832 132 482
Silifeacutertil 103 359 885 140 513 Holcim 203 744 1833 290 1064
34 Tratamentos e delineamento experimental
Foram conduzidos quatro experimentos sendo cada um em uma classe
textural de solo em delineamento inteiramente casualizado A anaacutelise de variacircncia foi
baseada num arranjo fatorial 4x4 com quatro corretivos de acidez (trecircs silicatos de
caacutelcio Agrosiliacutecio Silifeacutertil e Holcim e um calcaacuterio) e quatro fraccedilotildees granulomeacutetricas
(entre 5 e 10 mesh partiacuteculas entre 2 e 4 mm entre 10 e 20 mesh partiacuteculas entre 084
e 2 mm entre 20 e 50 mesh partiacuteculas entre 03 e 084 mm e maior que 50 mesh
partiacuteculas menores que 03 mm) com quatro repeticcedilotildees
Aleacutem dos tratamentos acima foi realizada a incubaccedilatildeo com CaCO3 (reagente
pa) corretivo padratildeo para comparaccedilatildeo da eficiecircncia relativa na correccedilatildeo da acidez do
solo sendo este utilizado em cinco diferentes doses testemunha 50 100 150 e
200 em relaccedilatildeo agrave dose recomendada para a correccedilatildeo da acidez do solo para atingir
60 de saturaccedilatildeo por bases (Tabela 3)
34 Conduccedilatildeo do experimento
As parcelas experimentais constituiacuteram-se de recipientes plaacutesticos de 500 mL
nos quais foram adicionados 300 g de solo e as devidas quantidades dos corretivos que
posteriormente foram incubados em recipientes abertos por trinta e noventa dias em
laboratoacuterio sem exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo solar direta e a intensas variaccedilotildees de temperatura
(Figura 3 a b)
Durante o periacuteodo de incubaccedilatildeo os solos foram irrigados com aacutegua destilada
para a manutenccedilatildeo da umidade a 80 da capacidade de campo (Figura 3 c)
Apoacutes 30 e 90 dias de incubaccedilatildeo fraccedilotildees de 50 g de cada uma das amostras
foram retiradas e colocadas para secar ao ar (Figura 3 d)
18
(a) (b)
(c) (d)
Figura 3 Pesagem dos corretivos (a) adiccedilatildeo dos corretivos nos recipientes plaacutesticos
contendo as amostras dos solos (b) irrigaccedilatildeo das amostras dos solos (c) e incubaccedilatildeo em
laboratoacuterio por 30 e 90 dias (d)
35 Determinaccedilatildeo do pH do solo apoacutes a incubaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo da eficiecircncia relativa
Para a caracterizaccedilatildeo da correccedilatildeo da acidez do solo foi determinado o pH em
CaCl2 em cada unidade experimental Esta variaacutevel de cada fraccedilatildeo granulomeacutetrica dos
silicatos de caacutelcio foi confrontada com os valores obtidos atraveacutes da curva de incubaccedilatildeo
do CaCO3 (reagente pa)
A anaacutelise do pH foi realizada seguindo a metodologia descrita pelo Programa
Interlaboratorial de controle de qualidade de anaacutelise de solo (2005) em que se colocou
10 cm3 de TFSA num frasco de 50 mL e adicionou-se 25 mL de CaCl2 2H2O 001 M
(1469 g L-1) deixando em contato por quinze minutos Posteriormente agitou-se a
amostra em agitador horizontal por dez minutos a 200 rpm Apoacutes esta etapa a soluccedilatildeo
foi mantida em repouso por sessenta minutos Na sequecircncia sem agitar novamente a
amostra foi realizada a leitura em potenciocircmetro devidamente calibrado com soluccedilotildees-
padratildeo de pH 40 e 70
Os valores de pH obtidos por cada fraccedilatildeo granulomeacutetrica de cada um dos
corretivos foram confrontados com os valores de pH obtidos na curva de incubaccedilatildeo de
CaCO3 obtendo-se os valores de equivalente em CaCO3 aos 90 dias
19
Os valores de eficiecircncia relativa foram ajustados em relaccedilatildeo aos resultados
obtidos por cada corretivo na fraccedilatildeo granulomeacutetrica inferior agrave 03 mm (gt 50 mesh)
atribuindo-se a esta fraccedilatildeo mais fina o iacutendice de 100 seguindo a metodologia adotada
por Bellingieri (1983)
36 Avaliaccedilatildeo do teor de Si no solo apoacutes a incubaccedilatildeo
Para a avaliaccedilatildeo do teor de Si no solo disponibilizado por cada uma das fontes
nas fraccedilotildees granulomeacutetricas foram realizadas as anaacutelises no Laboratoacuterio de Anaacutelise de
Fertilizantes da Universidade Federal de Uberlacircndia utilizando o extrator cloreto de
caacutelcio 001 M de acordo com a metodologia descrita por Korndoumlrfer e colaboradores
(2004) em que apoacutes o contato de 10 g da amostra do solo com 100 mL da soluccedilatildeo
extratora os mesmos foram submetidos a um agitador horizontal orbital por 1 hora na
frequumlecircncia de 50 rpm Apoacutes este procedimento as amostras ficaram em repouso por 15
minutos para decantar e a suspensatildeo foi filtrada e ficando sob novo repouso por 12
horas Entatildeo pipetou-se 10 mL do extrato de cada amostra acrescentando-se 1 mL de
soluccedilatildeo sulfo-moliacutebdica Decorridos 10 minutos acrescentou-se 2 mL de soluccedilatildeo de
aacutecido tartaacuterico 200 mg L-1 e apoacutes 5 minutos adicionou-se 10 mL da soluccedilatildeo de aacutecido
ascoacuterbico Apoacutes 1 hora foi realizada a leitura em espectofotocircmetro UV-visiacutevel no
comprimento de onda de 660 nanocircmetros Em funccedilatildeo do fator de diluiccedilatildeo o valor de
leitura foi multiplicado por 10 para se chegar no teor de Si do solo em mg dm-3
37 Anaacutelise estatiacutestica
Os resultados referentes ao pH em CaCl2 encontrados em funccedilatildeo das doses de
CaCO3 foram submetidos agrave anaacutelise de variacircncia e posterior ajuste ao modelo de
regressatildeo mais adequado para cada solo dentro dos dois periacuteodos de incubaccedilatildeo
utilizando o software estatiacutestico Sisvar desenvolvido por Ferreira (1999)
Os dados referentes ao pH em CaCl2 e ao teor de Si no solo encontrados em
funccedilatildeo dos corretivos (silicatos e calcaacuterio) em cada fraccedilatildeo granulomeacutetrica foram
submetidos agrave anaacutelise de variacircncia e suas meacutedias foram comparadas pelo teste de Scott-
Knott (1974) a 5 de probabilidade quanto agrave variaccedilatildeo dos corretivos dentro de cada
fraccedilatildeo granulomeacutetrica e quanto agrave variaccedilatildeo das fraccedilotildees granulomeacutetricas dentro dos
corretivos
20
4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
41 Variaccedilotildees no pH aos 30 dias de incubaccedilatildeo
Em relaccedilatildeo agrave variaacutevel pH em CaCl2 houve efeito significativo das doses de
CaCO3 para os quatro solos analisados o que possibilitou o ajuste de modelos de
regressatildeo (Figura 4)
Para os valores de pH em CaCl2 em funccedilatildeo do corretivo e fraccedilatildeo granulomeacutetrica
utilizados a anaacutelise de variacircncia tambeacutem permitiu constatar efeito significativo
inclusive para a interaccedilatildeo entre estes fatores (Tabela 9) Em geral quanto menor a
fraccedilatildeo granulomeacutetrica maior o pH do solo resultado este que concorda com o trabalho
realizado anteriormente por Alcarde e colaboradores (1989)
Novais e colaboradores (1993) tambeacutem descreveram que a granulometria mais
fina das escoacuterias de siderurgia permitiu maior reatividade tanto em solos arenosos
quanto em solos argilosos
(a)
y = -03764x2 + 13644x + 49458
R2 = 099
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(b)
y = -07093x2 + 24251x + 50564
R2 = 097
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(c)
y = 0492x + 3941
R2 = 094
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(d)
y = -1075x2 + 37825x + 39585
R2 = 099
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalnete CaCO3
pH e
m C
aCl 2
Significativo a 5 de probabilidade pelo teste f Figura 4 Valores do pH em CaCl2 em funccedilatildeo da dose equivalente de CaCO3 aplicada ao solo apoacutes 30 dias de incubaccedilatildeo nos solos muito argiloso (a) argiloso (b) meacutedio (c) arenoso (d)
21
Para os solos muito argiloso argiloso e arenoso pode-se observar que com as
doses de CaCO3 dentro do limite de 0 a 200 em relaccedilatildeo agrave recomendaccedilatildeo para atingir
60 de saturaccedilatildeo por bases o pH em CaCl2 aumentou significativamente de maneira
quadraacutetica Entretanto observou-se para o solo de textura meacutedia um ajuste linear Este
efeito pode ser atribuiacutedo ao fato das doses do corretivo utilizado natildeo terem sido
suficientes para atingir a faixa de estabilidade
Atraveacutes da amplitude de variaccedilatildeo nos valores de pH em funccedilatildeo do acreacutescimo
nas doses de CaCO3 pode-se observar o maior efeito tampatildeo dos solos muito argiloso e
argiloso em relaccedilatildeo ao solo arenoso e de textura meacutedia informaccedilatildeo esta que corrobora
aos relatos de Furtini e colaboradores (2001) O poder tampatildeo do solo eacute a resistecircncia
que o solo oferece a mudanccedila de pH Sousa e colaboradores (2007) exemplificando a
proporcionalidade dos diferentes tipos de acidez do solo relatam que a quantidade de
calcaacuterio necessaacuteria para neutralizar a acidez ativa pode chegar a quatorze mil setecentos
e vinte e trecircs vezes menor do que o necessaacuterio para a correccedilatildeo da acidez potencial do
solo o que evidencia a importacircncia do conhecimento do poder tampatildeo do solo para se
determinar a dose do corretivo
Pode-se observar que os resultados de pH em CaCl2 em funccedilatildeo dos corretivos e
das fraccedilotildees granulomeacutetricas para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso
submetidos a 30 dias de incubaccedilatildeo ocorreram de forma que quanto menor a
granulometria do corretivo maior foi o aumento no valor de pH encontrado nos solos
(Tabela 9)
22
Tabela 9 Valores de pH em CaCl2 em funccedilatildeo do corretivo de solo utilizado na dose
referente agrave elevaccedilatildeo da saturaccedilatildeo por bases para 60 e da fraccedilatildeo granulomeacutetrica apoacutes
30 dias de incubaccedilatildeo para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso
Peneira ABNT (mesh) Corretivo
5 - 10 10 - 20 20 ndash 50 gt 50 Meacutedia Solo muito argiloso
Agrosiliacutecio 51
Ac
51
Ac
57
Ab
59
Aa
55 Silifeacutertil 49
Ad
53
Ac
56
Ab
60
Aa
54 Holcim 50
Ab
49
Bb
49
Cb
53
Ca
50 Calcaacuterio 49
Ac
50
Bc
54
Bb
57
Ba
53 Meacutedia 50
51
54
57
53 Solo argiloso
Agrosiliacutecio
51
Ac
53
Ac
61
Ab
65
Aa
57 Silifeacutertil 53
Ac
52
Ac
59
Ab
66
Aa
57 Holcim 51
Ab
51
Ab
51
Cb
55
Ba
52 Calcaacuterio 51
Ac
52
Ac
56
Bb
65
Aa
56
51
52
56
63
56 Solo meacutedio
Agrosiliacutecio
40
Ac
41
Ac
41
Ab
43
Aa
41 Silifeacutertil 40
Ab
40
Ab
41
Aa
42
Ca
41 Holcim 40
Ab
40
Ab
40
Bb
41
Ca
40 Calcaacuterio 40
Ab
41
Ab
41
Bb
42
Ba
41 Meacutedia 40
40
41
42
41 Solo arenoso
Agrosiliacutecio
40
Ac
43
Ac
55
Ab
63
Aa
50 Silifeacutertil 40
Ac
42
Ac
52
Bb
65
Aa
50 Holcim 40
Ab
41
Ab
42
Cb
50
Ba
43 Calcaacuterio 40
Ac
40
Ac
50
Bb
63
Aa
48 Meacutedia 40
42
49
60
48 Letras maiuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na coluna e letras minuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na linha (Scott-Knott a 5)
No solo muito argiloso o Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil proporcionaram a maior
elevaccedilatildeo do pH do solo em relaccedilatildeo aos demais corretivos em todas as faixas
granulomeacutetricas passantes na peneira de 10 mesh ou seja quando a granulometria foi
inferior a 2 mm em fraccedilotildees maiores que esta o efeito do corretivo foi muito pequeno
natildeo havendo diferenccedila entre os corretivos (Tabela 9)
Para os demais solos os corretivos natildeo apresentaram diferenccedilas quanto ao
aumento provocado no pH do solo quando aplicados em granulometria acima de 084
mm ou seja produtos retidos na peneira de 10 mesh Para as granulometrias mais finas
23
os corretivos apresentaram diferenccedilas no aumento do pH ficando os solos que
receberam o silicato Holcim com os menores valores
De maneira geral para as granulometrias mais finas inferior a 084 mm
(passantes na peneira de 20 mesh) o Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil proporcionaram os
maiores incrementos em pH exceto para o produto mais fino gt 50 mesh no solo de
textura meacutedia e para o produto de granulometria entre 03 e 084 mm (ABNT 20 ndash 50)
no solo arenoso em que o Agrosiliacutecio obteve os melhores resultados (Tabela 9)
42 Variaccedilotildees no pH equivalente em CaCO3 e eficiecircncia relativa dos corretivos aos
90 dias de incubaccedilatildeo
Houve efeito significativo das doses de CaCO3 nos valores de pH em CaCl2 para
os quatro solos analisados o que possibilitou o ajuste de modelos polinomiais (Figura
5)
(a)
y = -01466x2 + 09457x + 49792
R2 = 085
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(b)
y = -05821x2 + 21998x + 49789
R2 = 098
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(c)
y = 04565x + 39275
R2 = 091
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(d)
y = -0865x2 + 34185x + 39925
R2 = 098
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
Significativo a 5 de probabilidade pelo teste f
Figura 5 Valores do pH em CaCl2 em funccedilatildeo da dose equivalente de CaCO3 aplicada ao solo apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo nos solos muito argiloso (a) argiloso (b) meacutedio (c) arenoso (d)
24
Para os solos muito argiloso argiloso e arenoso (Figura 5 a b d) como era de
se esperar as doses de CaCO3 dentro do limite de 0 a 200 em relaccedilatildeo agrave
recomendaccedilatildeo aumentaram significativamente e de forma quadraacutetica o pH em CaCl2
Acompanhando a tendecircncia observada apoacutes 30 dias de incubaccedilatildeo para o solo de
textura meacutedia verificou-se um ajuste linear para o aumento do valor de pH em CaCl2
em funccedilatildeo de doses de CaCO3 Este efeito pode ser atribuiacutedo ao fato das doses do
corretivo utilizado natildeo terem sido suficientes para atingir a faixa de estabilidade
Para as variaccedilotildees de pH em CaCl2 em funccedilatildeo do corretivo e fraccedilatildeo
granulomeacutetrica utilizados tambeacutem houve efeito significativo inclusive para a interaccedilatildeo
entre estes fatores (Tabela 10)
25
Tabela 10 Valores de pH em CaCl2 em funccedilatildeo do corretivo de solo utilizado na dose
referente agrave elevaccedilatildeo da saturaccedilatildeo por bases para 60 e da fraccedilatildeo granulomeacutetrica apoacutes
90 dias de incubaccedilatildeo para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso
Peneira ABNT (mesh) Corretivo
5 - 10 10 - 20 20 ndash 50 gt 50 Meacutedia Solo muito argiloso
Agrosiliacutecio 50
Ad
52
Ac
56
Ab
57
Aa
54 Silifeacutertil 50
Ac
51
Ac
55
Ab
58
Aa
53 Holcim 49
Ab
48
Cb
48
Bb
53
Ba
50 Calcaacuterio 49
Ac
50
Bc
55
Ab
57
Aa
53 Meacutedia 50
50
53
56
52 Solo argiloso
Agrosiliacutecio 52
Ab
53
Ab
61
Aa
62
Aa
57 Silifeacutertil 49
Cd
53
Ac
58
Bb
63
Aa
56 Holcim 50
Bb
50
Bb
51
Db
55
Ca
51 Calcaacuterio 51
Bd
52
Ac
56
Cb
62
Ba
55 Meacutedia 50
52
56
60
55 Solo meacutedio
Agrosiliacutecio 40
Ad
41
Ac
42
Ab
43
Aa
42 Silifeacutertil 41
Ac
41
Ac
42
Ab
43
Aa
42 Holcim 41
Ab
41
Ab
41
Cb
41
Ba
41 Calcaacuterio 40
Ab
41
Ab
41
Bb
43
Aa
41 Meacutedia 40
41
41
42
41 Solo arenoso
Agrosiliacutecio
40
Ac
44
Ab
59
Aa
61
Aa
51 Silifeacutertil 40
Ac
43
Ac
55
Ab
64
Aa
51 Holcim 39
Ab
40
Ab
42
Bb
48
Ba
43 Calcaacuterio 40
Ac
42
Ac
55
Ab
63
Aa
50 Meacutedia 40
42
53
59
49 Letras maiuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na coluna e letras minuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na linha (Scott-Knott a 5)
No solo muito argiloso e no solo arenoso o Agrosiliacutecio o Silifeacutertil e o calcaacuterio
proporcionaram maior elevaccedilatildeo no pH do solo em relaccedilatildeo ao Holcim nos corretivos
com granulometria inferior a 084 mm passantes na peneira de 20 mesh Quando se
comparam estes resultados com os obtidos aos 30 dias de incubaccedilatildeo observa-se a
inclusatildeo do calcaacuterio entre os corretivos com melhores resultados de aumento de pH no
solo muito argiloso Este fato demonstrou que para este solo os silicatos Agrosiliacutecio e
Silifeacutertil tiveram uma maior dissociaccedilatildeo aos 30 dias fato este que foi compensado pelo
calcaacuterio entre 30 e 90 dias de incubaccedilatildeo (Tabela 10)
26
Os valores de pH do solo argiloso apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo demonstraram que
o Agrosiliacutecio proporcionou os maiores valores de pH em todas as fraccedilotildees
granulomeacutetricas ficando este em igualdade com o Silifeacutertil na granulometria inferior a
03 mm (gt 50 mesh) e entre 08 mm e 20 mm (10 a 20 mesh) sendo que nesta uacuteltima
fraccedilatildeo granulomeacutetrica o calcaacuterio tambeacutem se igualou aos dois corretivos acima
mencionados (Tabela 10)
No solo de textura meacutedia as diferenccedilas ocorreram apenas nas fraccedilotildees
granulomeacutetricas inferiores a 08 mm (peneira de 20 mesh) com melhores resultados
atribuiacutedos ao Agrosiliacutecio Silifeacutertil e ao calcaacuterio na fraccedilatildeo mais fina (gt 50 mesh) e ao
Agrosiliacutecio e ao Silifeacutertil na fraccedilatildeo compreendida entre 03 e 084 mm (20 a 50 mesh)
Para o solo arenoso o Agrosiliacutecio o Silifeacutertil e o calcaacuterio proporcionaram
maiores valores de pH nas fraccedilotildees granulomeacutetricas inferiores a 084 mm enquanto que
nas fraccedilotildees mais grossas todos os corretivos tiveram o mesmo comportamento
Para todos os solos utilizados no experimento verificou-se que quanto menor a
dimensatildeo das partiacuteculas maiores satildeo os incrementos gerados nos valores de pH em
CaCl2 (Tabela 10) resultado este que concorda com trabalhos realizados anteriormente
por Bellingieri e colaboradores (1989)
Nas comparaccedilotildees entre os resultados dos valores de pH das amostras de solo
apoacutes 30 e 90 dias de incubaccedilatildeo os resultados praticamente se equivalem demonstrando
que 30 dias de incubaccedilatildeo foi um periacuteodo suficiente para a accedilatildeo dos corretivos
Com base nos incrementos verificados no pH das amostras dos solos pelos
corretivos de acidez em cada fraccedilatildeo granulomeacutetrica em relaccedilatildeo agraves curvas de incubaccedilatildeo
com CaCO3 calculou-se os valores de equivalente em CaCO3 para cada corretivo
dentro de cada fraccedilatildeo granulomeacutetrica com 90 dias de incubaccedilatildeo (Tabela 11)
27
Tabela 11 Equivalente em CaCO3 dos corretivos de acidez de diferentes fraccedilotildees
granulomeacutetricas aos 90 dias de incubaccedilatildeo
Peneiras ABNT (mesh)
Corretivos
5 ndash 10 10 - 20 20 - 50 gt 50 Meacutedia
--------------------------------------- -----------------------------------------
Agrosiliacutecio 9
Ac
24
Ab
64
Aa
77
Aa
43
Silifeacutertil 9
Ac
19
Ac
52
Ab
87
Aa
42 Calcaacuterio 8
Ac
13
Ac
33
Bb
79
Aa
33 Holcim 7
Ab
7
Ab
10
Cb
33
Ba
14 Meacutedia 8
16
39
69
33 Letras maiuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na coluna e letras minuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na linha (Scott-Knott a 5)
Os resultados de equivalente em CaCO3 apresentados para 90 dias de incubaccedilatildeo
(Tabela 11) demonstraram grande variaccedilatildeo para este atributo entre os corretivos de
acidez o que evidencia que natildeo apenas a granulometria mas tambeacutem a origem dos
corretivos exerce grande influecircncia na velocidade de correccedilatildeo da acidez do solo
Para as fraccedilotildees granulomeacutetrica mais grossas (lt 10 e 10 a 20 mesh) pode-se
observar que natildeo houve diferenccedila entre os corretivos jaacute na fraccedilatildeo mais fina (gt 50) o
silicato Holcim proporcionou menores valores de equivalente em CaCO3 em relaccedilatildeo as
demais fontes Na fraccedilatildeo granulomeacutetrica entre 20 e 50 (Tabela 11) verificou-se
diferenccedilas entre o equivalente em CaCO3 de silicatos e do calcaacuterio o que demonstrou o
fato de estarmos neste caso subestimando a reatividade dos silicatos Pode-se observar
que natildeo houve diferenccedilas entre os resultados obtidos com a aplicaccedilatildeo dos silicatos
Agrosiliacutecio e Silifeacutertil portanto sugere-se a elaboraccedilatildeo de novos paracircmetros para a
avaliaccedilatildeo de silicatos com origem de aciaria
Seguindo os criteacuterios adotados por Bellingieri (1983) de ajustar a eficiecircncia dos
corretivos atribuindo valores de 100 para as partiacuteculas passantes na peneira 50 ABNT
(partiacuteculas inferiores a 03 mm) determinou-se a eficiecircncia relativa de cada uma das
fraccedilotildees granulomeacutetricas dos corretivos permitindo a adoccedilatildeo de novos criteacuterios de
reatividade para os silicatos (Tabela 12)
28
Tabela 12 Eficiecircncias relativas em relaccedilatildeo agrave fraccedilatildeo granulomeacutetrica inferior a 03 mm
(peneira 50 mesh) dos corretivos de acidez em diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas aos
90 dias de incubaccedilatildeo
Peneiras ABNT (mesh)
Corretivos 5 - 10 10 - 20 20 - 50 gt 50 Meacutedia
------------------------------ -------------------------------
Agrosiliacutecio 12 33 85 100 58
Silifeacutertil 9 25 65 100 50
Holcim 16 17 27 100 40
Calcaacuterio 9 18 63 100 48
Meacutedia 12 23 60 100
Propotildee-se a adequaccedilatildeo da equaccedilatildeo atualmente adotada para a determinaccedilatildeo da
eficiecircncia relativa (reatividade) de silicatos de origem de aciaria para uso como
corretivo de acidez em funccedilatildeo das diferenccedilas encontradas em eficiecircncia relativa
apresentadas na Tabela 12 entre os silicatos de origem de escoacuteria de aciaria
(Agrosiliacutecio e Silifeacutertil) em relaccedilatildeo ao calcaacuterio ficando a mesma da seguinte forma
RE = F10-20 x 03 + F20-50 x 075 + Fgt50 x 1
Onde
F10-20= percentual de produto que passa pela peneira nordm10 e fica retido na
peneira nordm20 F20-50 = percentual de produto que passa pela peneira nordm20 e fica retido
na peneira nordm50 e F-50 = percentual de produto que passa pela peneira nordm50
Os valores de eficiecircncia relativa 12 em meacutedia para a fraccedilatildeo granulomeacutetrica
mais grosseira pode estar associado agrave presenccedila de micropartiacuteculas (poacute) aderidas ao
redor das partiacuteculas mais grossas (Tabela 12) jaacute que a separaccedilatildeo granulomeacutetrica seguiu
o meacutetodo oficial de separaccedilatildeo em peneiras a seco
29
43 Teor de siliacutecio no solo apoacutes 30 dias de incubaccedilatildeo
De maneira geral pode-se observar que o Agrosiliacutecio proporcionou maiores
incrementos de Si no solo obtendo no solo argiloso quando aplicado na fraccedilatildeo
granulomeacutetrica mais fina incremento de 10 mg dm-3 (Tabela 13)
Tabela 13 Teor de Si no solo em funccedilatildeo da fraccedilatildeo granulomeacutetrica e do corretivo utilizado para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso apoacutes 30 dias de incubaccedilatildeo
Peneiras ABNT (mesh) Corretivos 5 - 10 10 - 20 20 ndash 50 gt 50 Meacutedia
-------------------------------- Si (mg kg-1) -------------------------------------
Solo muito argiloso
Agrosiliacutecio 7
Aa
8
Aa
9
Aa
8
Aa
8 Silifeacutertil 7
Aa
7
Aa
7
Ba
7
Aa
7 Holcim 6
Aa
6
Aa
6
Ba
6
Ba
6 Calcaacuterio 7
Aa
6
Aa
5
Ba
5
Ba
6 Meacutedia 6
7
7
6
6
Solo argiloso
Agrosiliacutecio 6
Ad
10
Ac
14
Ab
15
Aa
11 Silifeacutertil 7
Ac
6
Bc
10
Bb
12
Ba
9 Holcim 6
Ab
5
Bb
6
Cb
9
Ca
7 Calcaacuterio 5
Ba
5
Ba
4
Da
2
Db
4 Meacutedia 6
6
8
10
8
Solo meacutedio
Agrosiliacutecio 10
Aa
10
Aa
10
Aa
10
Aa
10 Silifeacutertil 9
Aa
9
Aa
10
Aa
10
Aa
9 Holcim 8
Ba
9
Aa
9
Ba
10
Aa
9 Calcaacuterio 9
Ba
9
Aa
9
Ba
8
Bb
9 Meacutedia 9
9
9
9
9
Solo arenoso
Agrosiliacutecio 4
Ab
5
Ab
8
Aa
9
Aa
6 Silifeacutertil 3
Ac
5
Ab
7
Aa
7
Ba
6 Holcim 3
Ab
4
Aa
4
Ba
6
Ca
4 Calcaacuterio 3
Aa
3
Ba
3
Ca
2
Da
3 Meacutedia 3
4
6
6
5 Letras maiuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na coluna e letras minuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na linha (Scott-Knott a 5)
No solo muito argiloso as fraccedilotildees mais grossas dos corretivos com partiacuteculas
superiores a 084 mm (lt 20 mesh) natildeo apresentaram diferenccedilas quanto ao fornecimento
30
de Si ao solo poreacutem quando se avaliaram as fraccedilotildees mais finas observou-se maiores
valores de Si para o Agrosiliacutecio na fraccedilatildeo de 03 a 084 mm (20 a 50 mesh) e para o
Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil quando o corretivo foi aplicado na granulometria inferior a 03
mm (gt 50 mesh) estes resultados tambeacutem se repetiram no solo arenoso (Tabela 13)
Para o solo argiloso o Agrosiliacutecio foi o silicato que promoveu maiores valores
de Si no solo quando tambeacutem se avaliaram as fraccedilotildees granulomeacutetricas inferiores a 20
mm (gt 10 mesh) apenas para a fraccedilatildeo mais grossa maior que 20 mm o Agrosiliacutecio o
Silifeacutertil e o Holcim natildeo diferiram estatisticamente variando apenas em relaccedilatildeo ao
calcaacuterio que eacute o uacutenico corretivo avaliado que natildeo apresenta Si em sua constituiccedilatildeo
No solo de textura meacutedia o Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil proporcionaram a mesma
eficiecircncia no fornecimento de Si para o solo (fraccedilotildees 20 a 50 mesh e lt 10 mesh) na
fraccedilatildeo mais fina (gt 50 mesh) os trecircs silicatos avaliados resultaram nos mesmos valores
de Si no solo deferindo apenas do calcaacuterio jaacute na fraccedilatildeo entre 10 a 20 mesh todos os
corretivos proporcionaram o mesmo resultado
De maneira geral a granulometria natildeo resultou em diferenccedilas no fornecimento
de Si pelos silicatos exceto no solo argiloso em que se observa que quanto menor a
granulometria maior foi o teor de Si no solo (Tabela 13)
Ao se avaliar os efeitos do calcaacuterio em relaccedilatildeo ao teor de Si no solo pode-se
observar que quanto menor a fraccedilatildeo granulomeacutetrica do calcaacuterio menores os teores de Si
no solo Este fato pode estar associado a maior alteraccedilatildeo causada no pH do solo pelas
fraccedilotildees mais finas do calcaacuterio reduzindo assim sua disponibilidade de Si corroborando
aos dados de McKeague e Cline (1963) em que o aumento de pH de 6 para 9 reduziu
de 36 para 6 mg dm-3 a concentraccedilatildeo de Si soluacutevel
44 Teor de siliacutecio no solo apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo
De maneira geral pode-se observar que o Agrosiliacutecio promoveu maior
incremento de Si no solo apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo exceto para a fraccedilatildeo
granulomeacutetrica entre 20 a 50 mesh e no solo de textura meacutedia em que o Silifeacutertil e o
Holcim obtiveram resultados semelhantes ao Agrosiliacutecio (Tabela 14)
Quanto agraves fraccedilotildees granulomeacutetricas observou-se que quanto menor a fraccedilatildeo
granulomeacutetrica independente do silicato maior foi o fornecimento de Si ao solo
seguindo a tendecircncia encontrada por Oliveira e colaboradores (1994) em que escoacuterias
31
de alto forno com partiacuteculas menores que 03 mm foram mais eficientes no
fornecimento de Ca e Mg para o solo quando comparadas as fraccedilotildees mais grosseiras
Tabela 14 Teor de Si no solo em funccedilatildeo da fraccedilatildeo granulomeacutetrica e do corretivo
utilizado para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso apoacutes 90 dias de
incubaccedilatildeo
Peneiras ABNT (mesh) Corretivos 5 - 10 10 - 20 20 - 50 gt 50 Meacutedia
-------------------------------- Si (mg kg-1) --------------------------------------
Solo muito argiloso Agrosiliacutecio 8
Ab
9
Aa
9
Aa
9
Aa
9 Silifeacutertil 6
Bb
7
Bb
7
Ba
8
Ba
7 Holcim 7
Bb
7
Bb
6
Cb
8
Ba
7 Calcaacuterio 6
Ba
6
Ba
5
Db
5
Cb
6 Meacutedia 7
7
7
7
7 Solo argiloso
Agrosiliacutecio 7
Ac
11
Ab
13
Aa
13
Aa
11 Silifeacutertil 5
Bc
7
Bb
9
Ba
9
Ba
8 Holcim 6
Bb
5
Cb
6
Cb
9
Ba
7 Calcaacuterio 4
Ca
4
Da
4
Da
3
Cb
4 Meacutedia 5
7
8
9
7 Solo meacutedio
Agrosiliacutecio 10
Aa
11
Aa
10
Aa
11
Aa
11 Silifeacutertil 10
Ba
10
Ba
10
Aa
10
Ba
10 Holcim 10
Bb
10
Bb
10
Ab
11
Aa
10 Calcaacuterio 9
Ba
10
Ba
9
Bb
8
Cc
9 Meacutedia 10
10
10
10
10 Solo arenoso
Agrosiliacutecio 4
Ac
6
Ab
7
Aa
7
Aa
6 Silifeacutertil 3
Bc
4
Bb
6
Ba
6
Ba
5 Holcim 3
Bc
3
Cb
4
Cb
5
Ca
4 Calcaacuterio 2
Ca
2
Da
2
Da
2
Da
2 Meacutedia 3
4
5
5
4 Letras maiuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na coluna e letras minuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na linha (Scott-Knott a 5)
Para todos os solos analisados observou-se a seguinte sequecircncia para o teor de
Si Agrosiliacutecio gt Silifeacutertil gt Holcim gt Calcaacuterio Fato este que acompanha a tendecircncia
observada na avaliaccedilatildeo da reatividade na correccedilatildeo da acidez do solo exceto para o
calcaacuterio por natildeo apresentar Si em sua constituiccedilatildeo
32
Korndoumlrfer e colaboradores (2004) apresentaram a solubilidade de diferentes
silicatos evidenciando que o Agrosiliacutecio (escoacuteria de aciaria) apresentou maiores valores
de solubilidade em relaccedilatildeo aos valores obtidos pela escoacuteria de alto forno como o
Holcim com valores de 43 e 7 respectivamente Estas diferenccedilas em solubilidade
explicam os valores encontrados tanto na avaliaccedilatildeo aos 30 como aos 90 dias de
incubaccedilatildeo
Pereira e colaboradores (2004) em trabalho para a avaliaccedilatildeo da eficiecircncia de
fontes de Si para a cultura do arroz encontraram que a fonte que proporcionou mais
extraccedilatildeo de Si para os gratildeos foi a escoacuteria oriunda da produccedilatildeo de accedilo inox dado que
corrobora os resultados encontrados neste trabalho em que o Agrosiliacutecio (escoacuteria de
aciaria) apresentou maior disponibilizaccedilatildeo de Si para o solo
Nas comparaccedilotildees entre os resultados do teor de Si no solo apoacutes 30 e 90 dias de
incubaccedilatildeo os resultados praticamente se equivalem demonstrando que 30 dias foi um
periacuteodo suficiente para que os silicatos fornecessem Si
Comparando o teor de Si antes da aplicaccedilatildeo dos corretivos com o teor de Si no
solo apoacutes a aplicaccedilatildeo dos corretivos e apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo verificou-se
expressivo acreacutescimo no teor Si no solo ocasionado pelos silicatos principalmente para
o Agrosiliacutecio que incrementou na meacutedia entre as fraccedilotildees granulomeacutetricas 2 6 1 e 3 mg
dm-3 de Si nos solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso respectivamente O
Silifeacutertil tambeacutem forneceu Si ao solo elevando em 1 4 0 e 3 mg dm-3 o teor de Si nos
solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso respectivamente Jaacute o Holcim
apresentou incrementos de 0 2 0 e 1 mg dm-3 respectivamente para os solos muito
argiloso argiloso meacutedio e arenoso
33
5 CONCLUSOtildeES
Os silicatos Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil proporcionam maiores valores de eficiecircncia
relativa na correccedilatildeo da acidez do solo em comparaccedilatildeo ao calcaacuterio e ao silicato Holcim
na fraccedilatildeo granulomeacutetrica entre 030 e 084 mm
Quanto menor a fraccedilatildeo granulomeacutetrica do silicato maior eacute a eficiecircncia relativa
na correccedilatildeo da acidez do solo e maior eacute o fornecimento de Si para o solo
O Agrosiliacutecio apresenta melhores resultados no fornecimento de Si ao solo
seguido do Silifeacutertil e do Holcim
O periacuteodo de 30 dias em condiccedilotildees de umidade mantida agrave 80 da capacidade
de campo eacute um periacuteodo suficiente para a correccedilatildeo da acidez do solo e fornecimento de
Si pelos silicatos ao solo
34
6 REFEREcircNCIAS
ALCARDE JC PAULINO VT DERNARDIN J S Avaliaccedilatildeo da reatividade de corretivos da acidez do solo Revista Brasileira de Ciecircncia do Solo Campinas v 13 p 387-392 1989
ALCARDE JC Corretivos de acidez dos solos caracteriacutesticas e interpretaccedilotildees teacutecnicas Satildeo Paulo ANDA 1992 24p (Boletim Teacutecnico 6)
ALCARDE JC RODELLA AA Avaliaccedilatildeo quiacutemica de corretivos de acidez para fins agriacutecolas uma nova proposiccedilatildeo Scientia Agriacutecola Piracicaba v 53 n 2 ndash 3 1996
ALVAREZ V VH RIBEIRO AC Calagem In RIBEIRO AC GUIMARAtildeES PTG GUIMARAtildeES PTG ALVAREZ V VH (Ed) Recomendaccedilotildees para o uso de corretivos e fertilizantes em Minas Gerais ndash 5ordf Aproximaccedilatildeo Viccedilosa CFSEMG 1999 p 43-60
ALVAREZ V VH Correlaccedilatildeo e calibraccedilatildeo de meacutetodos de anaacutelise de solos In ALVAREZ V VH FONTES LEF FONTES MPF (Ed) O solo nos grandes domiacutenios morfoclimaacuteticos do Brasil e o desenvolvimento sustentado Viccedilosa Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo 1996 p 615-646
ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DOS PRODUTORES DE CALCAacuteRIO Calcaacuterio agriacutecola ndash Brasil consumo aparente por estado (1992 ndash 2006) Disponiacutevel em lthttpwwwcalcario-rscombrgt Acesso em 25 de novembro de 2008
BALASTRA MLFC PEREZ CM JULIANO BO VILLAREAL P Effects of siacutelica level on some properties of Oriza sativa straw and hull Canadian Journal of Botany Ottawa v 67 p 2356-2363 1989
BARBOSA FILHO MP SNYDER G H PRABHU A S DATNOFF L E KORNDOumlRFER G H Importacircncia do siliacutecio para a cultura do arroz Informaccedilotildees agronocircmicas v 89 p 1-8 2000
BELLINGIERI PA Avaliaccedilatildeo em laboratoacuterio da eficiecircncia de diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas de calcaacuterios agriacutecolas 1983 99f Tese (Doutorado) ndash Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Universidade de Satildeo Paulo Piracicaba 1983
BELLINGIERI PA ALCARDE JC amp SOUZA ECA Avaliaccedilatildeo da qualidade de calcaacuterios agriacutecolas atraveacutes do PRNT Anais da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Piracicaba v 45 n 2 p 579-588 1988
BELLINGIERI PA ALCARDE JC SOUZA ECA de Eficiecircncia relativa de diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas de calcaacuterios na neutralizaccedilatildeo da acidez dos solos avaliada em laboratoacuterio Anais da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Piracicaba v46 n2 1989 p 303-317
35
BELLINGIERI PA SOUZA ECA ALCARDE JC SHIKASHO HW Importacircncia da reatividade do calcaacuterio sobre a produccedilatildeo e algumas caracteriacutesticas da soja Scientia Agricola Piracicaba v 49 p 61-71 1992
BRASIL MAPA Laboratoacuterio Nacional de Referecircncia Vegetal Anaacutelise de corretivos fertilizantes e inoculantes Brasiacutelia 1983 104p
BRUNAUER S EMMETT P H TELLER E Adsorption of gases in multimolecular layers In Journal of the American Chemical Society New York v 60 p 309-19 1938
CATANI RA ALONSO O Avaliaccedilatildeo e exigecircncia de calcaacuterio do solo Anais da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Piracicaba v 26 p 141-156 1969
CATE R Sugestotildees para adubaccedilatildeo com base na anaacutelise de solos Raleigh North Caroline State University 1965 16p
DAYANADAM P KAUFMAN PB FRANKLIN CL Detection of siacutelica in plants American Journal of Botany Columbus v 70 p 1079-1084 1983
DEFELIPO BV BRAGA JM SPIES C Comparaccedilatildeo entre meacutetodos de determinaccedilatildeo da necessidade de calcaacuterio de solos de Minas Gerais Experientiae v 13 p 111-136 1982
EMBRAPA C N P S Manual de meacutetodos de anaacutelise de solo Rio de Janeiro 1997 212p
EPSTEIN E Silicon Annu Rev Plant Physiol Plant Molec Biol Palo Alto v 50 1999 p 641 - 664
FERREIRA DF SISVAR versatildeo 43 (Build 41) Lavras UFLADEX 1999 4 disquetes
FURTINI NETO A VALE FR RESENDE A V GUILHERME L R G GUEDES G A A Fertilidade do solo Lavras UFLAFAEPE 2001 252p
GASCHO G J Silicon sources for agriculture In DATNOFF L E SNYDER G H KORNDOumlRFER G H (Ed) Silicon in agriculture Amsterdan Elsevier 2001 cap 12 p 197-207
KAMINSKI J RHEINHEIMER DS A acidez do solo e a nutriccedilatildeo mineral de plantas In KAMINSKI J (Ed) Uso de corretivos da acidez do solo no plantio direto Pelotas SBCSNRS 2000 cap2 p 21 - 39
KORNDOumlRFER G H Elementos beneacuteficos In FERNANDES M S Nutriccedilatildeo mineral de plantas Viccedilosa Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo 2006 432p
36
KORNDOumlRFER G H DATNOFF L E Adubaccedilatildeo com siliacutecio uma alternativa no controle de doenccedilas da cana-de-accediluacutecar e do arroz Informaccedilotildees Agronocircmicas Piracicaba v 70 p 1-5 1995
KORNDOumlRFER G H PEREIRA H S CAMARGO M S Silicatos de caacutelcio e magneacutesio na agricultura 3 ed Uberlacircndia 2004 28 p (Boletim Teacutecnico n1)
KORNDOumlRFER G H PEREIRA H S NOLLA A Anaacutelise de siliacutecio solo planta e fertilizante 1 ed Uberlacircndia 2004 50 p (Boletim Teacutecnico n2)
KORNDOumlRFER G H PEREIRA H S CAMARGO M S Silicatos de caacutelcio e magneacutesio na agricultura 2 ed Uberlacircndia 2003 15 p (Boletim Teacutecnico n1)
KORNDOumlRFER G H PEREIRA H S CAMARGO M S Papel do siliacutecio na produccedilatildeo de cana-de-accediluacutecar STAB v 21 n 2 2002 4 p
KORNDOumlRFER G H LEPSCH I Effect of silicon on plant growth and crop yeld In DATNOFF L E SNYDER G H KORNDOumlRFER G H (Ed) Silicon in agriculture Amsterdan Elsevier 2001 p 133 ndash 147
KURIHARA CH MAEDA S HERNANI LC SILVA WM Eficiecircncia relativa de fraccedilotildees granulomeacutetricas de calcaacuterios sul-mato-grossenses Pesquisa Agropecuaacuteria Brasileira Brasiacutelia v34 n 8 p 1443 - 1449 1999
LOPES A S SILVA MC GUILHERME L R G Acidez do solo e calagem 3 ed Satildeo Paulo ANDA 1990 22 p (Boletim Teacutecnico 1)
LOPES A S Manual de fertilidade do solo Satildeo Paulo ANDAPOTAFOacuteS 1989 153p
MA JF TAKAHASHI E Soil fertilizer and plant silicon research in Japan Amosterdan Elsevier Science 2002 281 p
MALAVOLTA E Manual de quiacutemica agriacutecola adubos e adubaccedilatildeo Satildeo Paulo Agronocircmica Ceres 1981 608 p
MARSCHNER H Mineral nutrition of higher plants 2 ed LondresAcademic Press 1995 889p
MCKEAGUE J A CLINE M G Silica in soils Advances in Agronomy New York v 15n 3 p 339-397 1963
MEURER E J Fundamentos de quiacutemica do solo 3 ed Porto Alegre Evangraf 2006 285p
MIYAKE Y TAKAHASHI E Effect of silicon on the growth of cucumber plant in soil culture Soil Science Plant Nutrition Tokyo v 29 p 463-471 1983
37
NOVAIS R F BARROS N F LEITE F P TEIXEIRA J L LEAL P G L Eficiecircncia agronocircmica de escoacuterias de siderurgia Pains Viccedilosa Universidade Federal de Viccedilosa 1993
OLIVEIRA AC HAHNE H BARROS NF MORAIS EJ Uso de escoacuteria de alto forno como fonte de nutrientes na adubaccedilatildeo florestal In GUERRINI IA BELLOTE AFJ BUumlLL LT (Ed) Seminaacuterio sobre uso de resiacuteduos florestais e urbanos em florestas Botucatu Fundaccedilatildeo de Estudos e Pesquisas Agriacutecolas e Florestais 1994 p 77-96
PEREIRA HS KORNDOumlRFER GH VIDAL AA CAMARGO MS Silicon sources for rice crop Scientia Agriacutecola Piracicaba v 61 p 522-528 2004
PLESE L P M Efeito da umidade do solo na reatividade das fraccedilotildees granulomeacutetricas de um calcaacuterio 2000 49f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) ndash Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Universidade de Satildeo Paulo Piracicaba 2000
PRADO R M FERNANDES F M NATALE W Uso de escoacuteria de siderurgia no Brasil estudos na cultura da cana-de-accediluacutecar Jaboticabal Funep 2001 67p
PROGRAMA INTERLABORATORIAL DE CONTROLE DE QUALIDADE DE ANAacuteLISE DE SOLO Manual do laboratorista 2005 33p
RAIJ BV Avaliaccedilatildeo da fertilidade do solo Piracicaba Associaccedilatildeo Brasileira para Pesquisa da Potassa e do Fosfato 1981 142p
RAIJ B V CANTARELLA H QUAGGIO J A FURLANI A M C Recomendaccedilatildeo de adubaccedilatildeo e calagem para o estado de Satildeo Paulo Campinas IAC 1996 285p (IAC Boletim 100)
SCOTT AJ KNOTT MA A cluster analysis method for grouping means in the analysis of variance Biometrics Washington v 30 n 2 1974 p 507-512
SHOEMAKER HE MCCLEAN E PRATT PF Buffer methods for determining lime requirements of soil with appreciable amounts of extractable aluminium Soil Sci Soc Am Proc Madison v 25 p 274-277 1961
SOUSA D M G MIRANDA L N OLIVEIRA S A Acidez do solo e sua correccedilatildeo In NOVAIS R F ALVAREZ V V H BARROS N F FONTES R L F CANTARUTTI R B NEVES J C L Fertilidade do solo Viccedilosa Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo 2007 p 205 ndash 274
SOUSA D M G LOBATO E Cerrado correccedilatildeo do solo e adubaccedilatildeo Brasiacutelia Embrapa Informaccedilatildeo Tecnoloacutegica 2004 416p
VERAS M C M VIEIRA W TEIXEIRA L S M ALCARDE J C OLIVEIRA L B Manual de meacutetodos analiacuteticos oficiais para fertilizantes minerais orgacircnicos organominerais e corretivos 1 ed Brasiacutelia MAPA 2007 v 1
38
WERNER D ROTH R Siacutelica metabolism In LAUCHILI A BIELESKI RL (Ed) Encyclopedia of plant physiology New Series Berlin Springer-Velag 1983 v 15B p 682-694
- Parte inicial dissertaccedilatildeopdf
- RESUMOpdf
- Corpo da dissertaccedilatildeopdf
-
16
Tabela 6 Poder de neutralizaccedilatildeo dos materiais corretivos de acidez do solo utilizados
no experimento
Corretivos Poder de Neutralizaccedilatildeo ()
Agrosiliacutecio 859
Silifeacutertil 778
Holcim 740
Calcaacuterio 1131
CaCO3 1041
Com base nos valores do poder de neutralizaccedilatildeo encontrados para cada um dos
corretivos e de acordo com as necessidades de calagem encontrados para cada solo
foram calculadas as doses de cada corretivo a serem aplicadas nos vasos preenchidos
com 300 g de amostras dos solos (Tabela 7)
Tabela 7 Quantidade de corretivo calculada para atingir 60 de saturaccedilatildeo por bases
para cada um dos solos experimentais
SOLOS
Corretivos
Muito Argiloso
Argiloso Meacutedia Arenoso
---------------------------------- mg por vaso ------------------------------------
Agrosiliacutecio 3189 7775 1232 4509
Silifeacutertil 3487 8589 1361 4981
Holcim 3666 9031 1431 5239
Calcaacuterio 2397 5906 936 3425
CaCO3 2605 6416 1012 3721
Em funccedilatildeo da dose dos corretivos utilizados em cada solo (Tabela 5) e da
concentraccedilatildeo de SiO2 em cada um dos silicatos foram calculadas as doses de Si
fornecidas por cada silicato para o respectivo solo (Tabela 8)
17
Tabela 8 Dose de Si fornecida por cada um dos silicatos em cada solo experimental SOLOS
Corretivos Concentraccedilatildeo
de Si Muito Argiloso
Argiloso Meacutedia Arenoso
--------------------------- mg por vaso -----------------------
Agrosiliacutecio
107 341 832 132 482
Silifeacutertil 103 359 885 140 513 Holcim 203 744 1833 290 1064
34 Tratamentos e delineamento experimental
Foram conduzidos quatro experimentos sendo cada um em uma classe
textural de solo em delineamento inteiramente casualizado A anaacutelise de variacircncia foi
baseada num arranjo fatorial 4x4 com quatro corretivos de acidez (trecircs silicatos de
caacutelcio Agrosiliacutecio Silifeacutertil e Holcim e um calcaacuterio) e quatro fraccedilotildees granulomeacutetricas
(entre 5 e 10 mesh partiacuteculas entre 2 e 4 mm entre 10 e 20 mesh partiacuteculas entre 084
e 2 mm entre 20 e 50 mesh partiacuteculas entre 03 e 084 mm e maior que 50 mesh
partiacuteculas menores que 03 mm) com quatro repeticcedilotildees
Aleacutem dos tratamentos acima foi realizada a incubaccedilatildeo com CaCO3 (reagente
pa) corretivo padratildeo para comparaccedilatildeo da eficiecircncia relativa na correccedilatildeo da acidez do
solo sendo este utilizado em cinco diferentes doses testemunha 50 100 150 e
200 em relaccedilatildeo agrave dose recomendada para a correccedilatildeo da acidez do solo para atingir
60 de saturaccedilatildeo por bases (Tabela 3)
34 Conduccedilatildeo do experimento
As parcelas experimentais constituiacuteram-se de recipientes plaacutesticos de 500 mL
nos quais foram adicionados 300 g de solo e as devidas quantidades dos corretivos que
posteriormente foram incubados em recipientes abertos por trinta e noventa dias em
laboratoacuterio sem exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo solar direta e a intensas variaccedilotildees de temperatura
(Figura 3 a b)
Durante o periacuteodo de incubaccedilatildeo os solos foram irrigados com aacutegua destilada
para a manutenccedilatildeo da umidade a 80 da capacidade de campo (Figura 3 c)
Apoacutes 30 e 90 dias de incubaccedilatildeo fraccedilotildees de 50 g de cada uma das amostras
foram retiradas e colocadas para secar ao ar (Figura 3 d)
18
(a) (b)
(c) (d)
Figura 3 Pesagem dos corretivos (a) adiccedilatildeo dos corretivos nos recipientes plaacutesticos
contendo as amostras dos solos (b) irrigaccedilatildeo das amostras dos solos (c) e incubaccedilatildeo em
laboratoacuterio por 30 e 90 dias (d)
35 Determinaccedilatildeo do pH do solo apoacutes a incubaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo da eficiecircncia relativa
Para a caracterizaccedilatildeo da correccedilatildeo da acidez do solo foi determinado o pH em
CaCl2 em cada unidade experimental Esta variaacutevel de cada fraccedilatildeo granulomeacutetrica dos
silicatos de caacutelcio foi confrontada com os valores obtidos atraveacutes da curva de incubaccedilatildeo
do CaCO3 (reagente pa)
A anaacutelise do pH foi realizada seguindo a metodologia descrita pelo Programa
Interlaboratorial de controle de qualidade de anaacutelise de solo (2005) em que se colocou
10 cm3 de TFSA num frasco de 50 mL e adicionou-se 25 mL de CaCl2 2H2O 001 M
(1469 g L-1) deixando em contato por quinze minutos Posteriormente agitou-se a
amostra em agitador horizontal por dez minutos a 200 rpm Apoacutes esta etapa a soluccedilatildeo
foi mantida em repouso por sessenta minutos Na sequecircncia sem agitar novamente a
amostra foi realizada a leitura em potenciocircmetro devidamente calibrado com soluccedilotildees-
padratildeo de pH 40 e 70
Os valores de pH obtidos por cada fraccedilatildeo granulomeacutetrica de cada um dos
corretivos foram confrontados com os valores de pH obtidos na curva de incubaccedilatildeo de
CaCO3 obtendo-se os valores de equivalente em CaCO3 aos 90 dias
19
Os valores de eficiecircncia relativa foram ajustados em relaccedilatildeo aos resultados
obtidos por cada corretivo na fraccedilatildeo granulomeacutetrica inferior agrave 03 mm (gt 50 mesh)
atribuindo-se a esta fraccedilatildeo mais fina o iacutendice de 100 seguindo a metodologia adotada
por Bellingieri (1983)
36 Avaliaccedilatildeo do teor de Si no solo apoacutes a incubaccedilatildeo
Para a avaliaccedilatildeo do teor de Si no solo disponibilizado por cada uma das fontes
nas fraccedilotildees granulomeacutetricas foram realizadas as anaacutelises no Laboratoacuterio de Anaacutelise de
Fertilizantes da Universidade Federal de Uberlacircndia utilizando o extrator cloreto de
caacutelcio 001 M de acordo com a metodologia descrita por Korndoumlrfer e colaboradores
(2004) em que apoacutes o contato de 10 g da amostra do solo com 100 mL da soluccedilatildeo
extratora os mesmos foram submetidos a um agitador horizontal orbital por 1 hora na
frequumlecircncia de 50 rpm Apoacutes este procedimento as amostras ficaram em repouso por 15
minutos para decantar e a suspensatildeo foi filtrada e ficando sob novo repouso por 12
horas Entatildeo pipetou-se 10 mL do extrato de cada amostra acrescentando-se 1 mL de
soluccedilatildeo sulfo-moliacutebdica Decorridos 10 minutos acrescentou-se 2 mL de soluccedilatildeo de
aacutecido tartaacuterico 200 mg L-1 e apoacutes 5 minutos adicionou-se 10 mL da soluccedilatildeo de aacutecido
ascoacuterbico Apoacutes 1 hora foi realizada a leitura em espectofotocircmetro UV-visiacutevel no
comprimento de onda de 660 nanocircmetros Em funccedilatildeo do fator de diluiccedilatildeo o valor de
leitura foi multiplicado por 10 para se chegar no teor de Si do solo em mg dm-3
37 Anaacutelise estatiacutestica
Os resultados referentes ao pH em CaCl2 encontrados em funccedilatildeo das doses de
CaCO3 foram submetidos agrave anaacutelise de variacircncia e posterior ajuste ao modelo de
regressatildeo mais adequado para cada solo dentro dos dois periacuteodos de incubaccedilatildeo
utilizando o software estatiacutestico Sisvar desenvolvido por Ferreira (1999)
Os dados referentes ao pH em CaCl2 e ao teor de Si no solo encontrados em
funccedilatildeo dos corretivos (silicatos e calcaacuterio) em cada fraccedilatildeo granulomeacutetrica foram
submetidos agrave anaacutelise de variacircncia e suas meacutedias foram comparadas pelo teste de Scott-
Knott (1974) a 5 de probabilidade quanto agrave variaccedilatildeo dos corretivos dentro de cada
fraccedilatildeo granulomeacutetrica e quanto agrave variaccedilatildeo das fraccedilotildees granulomeacutetricas dentro dos
corretivos
20
4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
41 Variaccedilotildees no pH aos 30 dias de incubaccedilatildeo
Em relaccedilatildeo agrave variaacutevel pH em CaCl2 houve efeito significativo das doses de
CaCO3 para os quatro solos analisados o que possibilitou o ajuste de modelos de
regressatildeo (Figura 4)
Para os valores de pH em CaCl2 em funccedilatildeo do corretivo e fraccedilatildeo granulomeacutetrica
utilizados a anaacutelise de variacircncia tambeacutem permitiu constatar efeito significativo
inclusive para a interaccedilatildeo entre estes fatores (Tabela 9) Em geral quanto menor a
fraccedilatildeo granulomeacutetrica maior o pH do solo resultado este que concorda com o trabalho
realizado anteriormente por Alcarde e colaboradores (1989)
Novais e colaboradores (1993) tambeacutem descreveram que a granulometria mais
fina das escoacuterias de siderurgia permitiu maior reatividade tanto em solos arenosos
quanto em solos argilosos
(a)
y = -03764x2 + 13644x + 49458
R2 = 099
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(b)
y = -07093x2 + 24251x + 50564
R2 = 097
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(c)
y = 0492x + 3941
R2 = 094
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(d)
y = -1075x2 + 37825x + 39585
R2 = 099
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalnete CaCO3
pH e
m C
aCl 2
Significativo a 5 de probabilidade pelo teste f Figura 4 Valores do pH em CaCl2 em funccedilatildeo da dose equivalente de CaCO3 aplicada ao solo apoacutes 30 dias de incubaccedilatildeo nos solos muito argiloso (a) argiloso (b) meacutedio (c) arenoso (d)
21
Para os solos muito argiloso argiloso e arenoso pode-se observar que com as
doses de CaCO3 dentro do limite de 0 a 200 em relaccedilatildeo agrave recomendaccedilatildeo para atingir
60 de saturaccedilatildeo por bases o pH em CaCl2 aumentou significativamente de maneira
quadraacutetica Entretanto observou-se para o solo de textura meacutedia um ajuste linear Este
efeito pode ser atribuiacutedo ao fato das doses do corretivo utilizado natildeo terem sido
suficientes para atingir a faixa de estabilidade
Atraveacutes da amplitude de variaccedilatildeo nos valores de pH em funccedilatildeo do acreacutescimo
nas doses de CaCO3 pode-se observar o maior efeito tampatildeo dos solos muito argiloso e
argiloso em relaccedilatildeo ao solo arenoso e de textura meacutedia informaccedilatildeo esta que corrobora
aos relatos de Furtini e colaboradores (2001) O poder tampatildeo do solo eacute a resistecircncia
que o solo oferece a mudanccedila de pH Sousa e colaboradores (2007) exemplificando a
proporcionalidade dos diferentes tipos de acidez do solo relatam que a quantidade de
calcaacuterio necessaacuteria para neutralizar a acidez ativa pode chegar a quatorze mil setecentos
e vinte e trecircs vezes menor do que o necessaacuterio para a correccedilatildeo da acidez potencial do
solo o que evidencia a importacircncia do conhecimento do poder tampatildeo do solo para se
determinar a dose do corretivo
Pode-se observar que os resultados de pH em CaCl2 em funccedilatildeo dos corretivos e
das fraccedilotildees granulomeacutetricas para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso
submetidos a 30 dias de incubaccedilatildeo ocorreram de forma que quanto menor a
granulometria do corretivo maior foi o aumento no valor de pH encontrado nos solos
(Tabela 9)
22
Tabela 9 Valores de pH em CaCl2 em funccedilatildeo do corretivo de solo utilizado na dose
referente agrave elevaccedilatildeo da saturaccedilatildeo por bases para 60 e da fraccedilatildeo granulomeacutetrica apoacutes
30 dias de incubaccedilatildeo para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso
Peneira ABNT (mesh) Corretivo
5 - 10 10 - 20 20 ndash 50 gt 50 Meacutedia Solo muito argiloso
Agrosiliacutecio 51
Ac
51
Ac
57
Ab
59
Aa
55 Silifeacutertil 49
Ad
53
Ac
56
Ab
60
Aa
54 Holcim 50
Ab
49
Bb
49
Cb
53
Ca
50 Calcaacuterio 49
Ac
50
Bc
54
Bb
57
Ba
53 Meacutedia 50
51
54
57
53 Solo argiloso
Agrosiliacutecio
51
Ac
53
Ac
61
Ab
65
Aa
57 Silifeacutertil 53
Ac
52
Ac
59
Ab
66
Aa
57 Holcim 51
Ab
51
Ab
51
Cb
55
Ba
52 Calcaacuterio 51
Ac
52
Ac
56
Bb
65
Aa
56
51
52
56
63
56 Solo meacutedio
Agrosiliacutecio
40
Ac
41
Ac
41
Ab
43
Aa
41 Silifeacutertil 40
Ab
40
Ab
41
Aa
42
Ca
41 Holcim 40
Ab
40
Ab
40
Bb
41
Ca
40 Calcaacuterio 40
Ab
41
Ab
41
Bb
42
Ba
41 Meacutedia 40
40
41
42
41 Solo arenoso
Agrosiliacutecio
40
Ac
43
Ac
55
Ab
63
Aa
50 Silifeacutertil 40
Ac
42
Ac
52
Bb
65
Aa
50 Holcim 40
Ab
41
Ab
42
Cb
50
Ba
43 Calcaacuterio 40
Ac
40
Ac
50
Bb
63
Aa
48 Meacutedia 40
42
49
60
48 Letras maiuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na coluna e letras minuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na linha (Scott-Knott a 5)
No solo muito argiloso o Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil proporcionaram a maior
elevaccedilatildeo do pH do solo em relaccedilatildeo aos demais corretivos em todas as faixas
granulomeacutetricas passantes na peneira de 10 mesh ou seja quando a granulometria foi
inferior a 2 mm em fraccedilotildees maiores que esta o efeito do corretivo foi muito pequeno
natildeo havendo diferenccedila entre os corretivos (Tabela 9)
Para os demais solos os corretivos natildeo apresentaram diferenccedilas quanto ao
aumento provocado no pH do solo quando aplicados em granulometria acima de 084
mm ou seja produtos retidos na peneira de 10 mesh Para as granulometrias mais finas
23
os corretivos apresentaram diferenccedilas no aumento do pH ficando os solos que
receberam o silicato Holcim com os menores valores
De maneira geral para as granulometrias mais finas inferior a 084 mm
(passantes na peneira de 20 mesh) o Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil proporcionaram os
maiores incrementos em pH exceto para o produto mais fino gt 50 mesh no solo de
textura meacutedia e para o produto de granulometria entre 03 e 084 mm (ABNT 20 ndash 50)
no solo arenoso em que o Agrosiliacutecio obteve os melhores resultados (Tabela 9)
42 Variaccedilotildees no pH equivalente em CaCO3 e eficiecircncia relativa dos corretivos aos
90 dias de incubaccedilatildeo
Houve efeito significativo das doses de CaCO3 nos valores de pH em CaCl2 para
os quatro solos analisados o que possibilitou o ajuste de modelos polinomiais (Figura
5)
(a)
y = -01466x2 + 09457x + 49792
R2 = 085
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(b)
y = -05821x2 + 21998x + 49789
R2 = 098
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(c)
y = 04565x + 39275
R2 = 091
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(d)
y = -0865x2 + 34185x + 39925
R2 = 098
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
Significativo a 5 de probabilidade pelo teste f
Figura 5 Valores do pH em CaCl2 em funccedilatildeo da dose equivalente de CaCO3 aplicada ao solo apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo nos solos muito argiloso (a) argiloso (b) meacutedio (c) arenoso (d)
24
Para os solos muito argiloso argiloso e arenoso (Figura 5 a b d) como era de
se esperar as doses de CaCO3 dentro do limite de 0 a 200 em relaccedilatildeo agrave
recomendaccedilatildeo aumentaram significativamente e de forma quadraacutetica o pH em CaCl2
Acompanhando a tendecircncia observada apoacutes 30 dias de incubaccedilatildeo para o solo de
textura meacutedia verificou-se um ajuste linear para o aumento do valor de pH em CaCl2
em funccedilatildeo de doses de CaCO3 Este efeito pode ser atribuiacutedo ao fato das doses do
corretivo utilizado natildeo terem sido suficientes para atingir a faixa de estabilidade
Para as variaccedilotildees de pH em CaCl2 em funccedilatildeo do corretivo e fraccedilatildeo
granulomeacutetrica utilizados tambeacutem houve efeito significativo inclusive para a interaccedilatildeo
entre estes fatores (Tabela 10)
25
Tabela 10 Valores de pH em CaCl2 em funccedilatildeo do corretivo de solo utilizado na dose
referente agrave elevaccedilatildeo da saturaccedilatildeo por bases para 60 e da fraccedilatildeo granulomeacutetrica apoacutes
90 dias de incubaccedilatildeo para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso
Peneira ABNT (mesh) Corretivo
5 - 10 10 - 20 20 ndash 50 gt 50 Meacutedia Solo muito argiloso
Agrosiliacutecio 50
Ad
52
Ac
56
Ab
57
Aa
54 Silifeacutertil 50
Ac
51
Ac
55
Ab
58
Aa
53 Holcim 49
Ab
48
Cb
48
Bb
53
Ba
50 Calcaacuterio 49
Ac
50
Bc
55
Ab
57
Aa
53 Meacutedia 50
50
53
56
52 Solo argiloso
Agrosiliacutecio 52
Ab
53
Ab
61
Aa
62
Aa
57 Silifeacutertil 49
Cd
53
Ac
58
Bb
63
Aa
56 Holcim 50
Bb
50
Bb
51
Db
55
Ca
51 Calcaacuterio 51
Bd
52
Ac
56
Cb
62
Ba
55 Meacutedia 50
52
56
60
55 Solo meacutedio
Agrosiliacutecio 40
Ad
41
Ac
42
Ab
43
Aa
42 Silifeacutertil 41
Ac
41
Ac
42
Ab
43
Aa
42 Holcim 41
Ab
41
Ab
41
Cb
41
Ba
41 Calcaacuterio 40
Ab
41
Ab
41
Bb
43
Aa
41 Meacutedia 40
41
41
42
41 Solo arenoso
Agrosiliacutecio
40
Ac
44
Ab
59
Aa
61
Aa
51 Silifeacutertil 40
Ac
43
Ac
55
Ab
64
Aa
51 Holcim 39
Ab
40
Ab
42
Bb
48
Ba
43 Calcaacuterio 40
Ac
42
Ac
55
Ab
63
Aa
50 Meacutedia 40
42
53
59
49 Letras maiuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na coluna e letras minuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na linha (Scott-Knott a 5)
No solo muito argiloso e no solo arenoso o Agrosiliacutecio o Silifeacutertil e o calcaacuterio
proporcionaram maior elevaccedilatildeo no pH do solo em relaccedilatildeo ao Holcim nos corretivos
com granulometria inferior a 084 mm passantes na peneira de 20 mesh Quando se
comparam estes resultados com os obtidos aos 30 dias de incubaccedilatildeo observa-se a
inclusatildeo do calcaacuterio entre os corretivos com melhores resultados de aumento de pH no
solo muito argiloso Este fato demonstrou que para este solo os silicatos Agrosiliacutecio e
Silifeacutertil tiveram uma maior dissociaccedilatildeo aos 30 dias fato este que foi compensado pelo
calcaacuterio entre 30 e 90 dias de incubaccedilatildeo (Tabela 10)
26
Os valores de pH do solo argiloso apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo demonstraram que
o Agrosiliacutecio proporcionou os maiores valores de pH em todas as fraccedilotildees
granulomeacutetricas ficando este em igualdade com o Silifeacutertil na granulometria inferior a
03 mm (gt 50 mesh) e entre 08 mm e 20 mm (10 a 20 mesh) sendo que nesta uacuteltima
fraccedilatildeo granulomeacutetrica o calcaacuterio tambeacutem se igualou aos dois corretivos acima
mencionados (Tabela 10)
No solo de textura meacutedia as diferenccedilas ocorreram apenas nas fraccedilotildees
granulomeacutetricas inferiores a 08 mm (peneira de 20 mesh) com melhores resultados
atribuiacutedos ao Agrosiliacutecio Silifeacutertil e ao calcaacuterio na fraccedilatildeo mais fina (gt 50 mesh) e ao
Agrosiliacutecio e ao Silifeacutertil na fraccedilatildeo compreendida entre 03 e 084 mm (20 a 50 mesh)
Para o solo arenoso o Agrosiliacutecio o Silifeacutertil e o calcaacuterio proporcionaram
maiores valores de pH nas fraccedilotildees granulomeacutetricas inferiores a 084 mm enquanto que
nas fraccedilotildees mais grossas todos os corretivos tiveram o mesmo comportamento
Para todos os solos utilizados no experimento verificou-se que quanto menor a
dimensatildeo das partiacuteculas maiores satildeo os incrementos gerados nos valores de pH em
CaCl2 (Tabela 10) resultado este que concorda com trabalhos realizados anteriormente
por Bellingieri e colaboradores (1989)
Nas comparaccedilotildees entre os resultados dos valores de pH das amostras de solo
apoacutes 30 e 90 dias de incubaccedilatildeo os resultados praticamente se equivalem demonstrando
que 30 dias de incubaccedilatildeo foi um periacuteodo suficiente para a accedilatildeo dos corretivos
Com base nos incrementos verificados no pH das amostras dos solos pelos
corretivos de acidez em cada fraccedilatildeo granulomeacutetrica em relaccedilatildeo agraves curvas de incubaccedilatildeo
com CaCO3 calculou-se os valores de equivalente em CaCO3 para cada corretivo
dentro de cada fraccedilatildeo granulomeacutetrica com 90 dias de incubaccedilatildeo (Tabela 11)
27
Tabela 11 Equivalente em CaCO3 dos corretivos de acidez de diferentes fraccedilotildees
granulomeacutetricas aos 90 dias de incubaccedilatildeo
Peneiras ABNT (mesh)
Corretivos
5 ndash 10 10 - 20 20 - 50 gt 50 Meacutedia
--------------------------------------- -----------------------------------------
Agrosiliacutecio 9
Ac
24
Ab
64
Aa
77
Aa
43
Silifeacutertil 9
Ac
19
Ac
52
Ab
87
Aa
42 Calcaacuterio 8
Ac
13
Ac
33
Bb
79
Aa
33 Holcim 7
Ab
7
Ab
10
Cb
33
Ba
14 Meacutedia 8
16
39
69
33 Letras maiuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na coluna e letras minuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na linha (Scott-Knott a 5)
Os resultados de equivalente em CaCO3 apresentados para 90 dias de incubaccedilatildeo
(Tabela 11) demonstraram grande variaccedilatildeo para este atributo entre os corretivos de
acidez o que evidencia que natildeo apenas a granulometria mas tambeacutem a origem dos
corretivos exerce grande influecircncia na velocidade de correccedilatildeo da acidez do solo
Para as fraccedilotildees granulomeacutetrica mais grossas (lt 10 e 10 a 20 mesh) pode-se
observar que natildeo houve diferenccedila entre os corretivos jaacute na fraccedilatildeo mais fina (gt 50) o
silicato Holcim proporcionou menores valores de equivalente em CaCO3 em relaccedilatildeo as
demais fontes Na fraccedilatildeo granulomeacutetrica entre 20 e 50 (Tabela 11) verificou-se
diferenccedilas entre o equivalente em CaCO3 de silicatos e do calcaacuterio o que demonstrou o
fato de estarmos neste caso subestimando a reatividade dos silicatos Pode-se observar
que natildeo houve diferenccedilas entre os resultados obtidos com a aplicaccedilatildeo dos silicatos
Agrosiliacutecio e Silifeacutertil portanto sugere-se a elaboraccedilatildeo de novos paracircmetros para a
avaliaccedilatildeo de silicatos com origem de aciaria
Seguindo os criteacuterios adotados por Bellingieri (1983) de ajustar a eficiecircncia dos
corretivos atribuindo valores de 100 para as partiacuteculas passantes na peneira 50 ABNT
(partiacuteculas inferiores a 03 mm) determinou-se a eficiecircncia relativa de cada uma das
fraccedilotildees granulomeacutetricas dos corretivos permitindo a adoccedilatildeo de novos criteacuterios de
reatividade para os silicatos (Tabela 12)
28
Tabela 12 Eficiecircncias relativas em relaccedilatildeo agrave fraccedilatildeo granulomeacutetrica inferior a 03 mm
(peneira 50 mesh) dos corretivos de acidez em diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas aos
90 dias de incubaccedilatildeo
Peneiras ABNT (mesh)
Corretivos 5 - 10 10 - 20 20 - 50 gt 50 Meacutedia
------------------------------ -------------------------------
Agrosiliacutecio 12 33 85 100 58
Silifeacutertil 9 25 65 100 50
Holcim 16 17 27 100 40
Calcaacuterio 9 18 63 100 48
Meacutedia 12 23 60 100
Propotildee-se a adequaccedilatildeo da equaccedilatildeo atualmente adotada para a determinaccedilatildeo da
eficiecircncia relativa (reatividade) de silicatos de origem de aciaria para uso como
corretivo de acidez em funccedilatildeo das diferenccedilas encontradas em eficiecircncia relativa
apresentadas na Tabela 12 entre os silicatos de origem de escoacuteria de aciaria
(Agrosiliacutecio e Silifeacutertil) em relaccedilatildeo ao calcaacuterio ficando a mesma da seguinte forma
RE = F10-20 x 03 + F20-50 x 075 + Fgt50 x 1
Onde
F10-20= percentual de produto que passa pela peneira nordm10 e fica retido na
peneira nordm20 F20-50 = percentual de produto que passa pela peneira nordm20 e fica retido
na peneira nordm50 e F-50 = percentual de produto que passa pela peneira nordm50
Os valores de eficiecircncia relativa 12 em meacutedia para a fraccedilatildeo granulomeacutetrica
mais grosseira pode estar associado agrave presenccedila de micropartiacuteculas (poacute) aderidas ao
redor das partiacuteculas mais grossas (Tabela 12) jaacute que a separaccedilatildeo granulomeacutetrica seguiu
o meacutetodo oficial de separaccedilatildeo em peneiras a seco
29
43 Teor de siliacutecio no solo apoacutes 30 dias de incubaccedilatildeo
De maneira geral pode-se observar que o Agrosiliacutecio proporcionou maiores
incrementos de Si no solo obtendo no solo argiloso quando aplicado na fraccedilatildeo
granulomeacutetrica mais fina incremento de 10 mg dm-3 (Tabela 13)
Tabela 13 Teor de Si no solo em funccedilatildeo da fraccedilatildeo granulomeacutetrica e do corretivo utilizado para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso apoacutes 30 dias de incubaccedilatildeo
Peneiras ABNT (mesh) Corretivos 5 - 10 10 - 20 20 ndash 50 gt 50 Meacutedia
-------------------------------- Si (mg kg-1) -------------------------------------
Solo muito argiloso
Agrosiliacutecio 7
Aa
8
Aa
9
Aa
8
Aa
8 Silifeacutertil 7
Aa
7
Aa
7
Ba
7
Aa
7 Holcim 6
Aa
6
Aa
6
Ba
6
Ba
6 Calcaacuterio 7
Aa
6
Aa
5
Ba
5
Ba
6 Meacutedia 6
7
7
6
6
Solo argiloso
Agrosiliacutecio 6
Ad
10
Ac
14
Ab
15
Aa
11 Silifeacutertil 7
Ac
6
Bc
10
Bb
12
Ba
9 Holcim 6
Ab
5
Bb
6
Cb
9
Ca
7 Calcaacuterio 5
Ba
5
Ba
4
Da
2
Db
4 Meacutedia 6
6
8
10
8
Solo meacutedio
Agrosiliacutecio 10
Aa
10
Aa
10
Aa
10
Aa
10 Silifeacutertil 9
Aa
9
Aa
10
Aa
10
Aa
9 Holcim 8
Ba
9
Aa
9
Ba
10
Aa
9 Calcaacuterio 9
Ba
9
Aa
9
Ba
8
Bb
9 Meacutedia 9
9
9
9
9
Solo arenoso
Agrosiliacutecio 4
Ab
5
Ab
8
Aa
9
Aa
6 Silifeacutertil 3
Ac
5
Ab
7
Aa
7
Ba
6 Holcim 3
Ab
4
Aa
4
Ba
6
Ca
4 Calcaacuterio 3
Aa
3
Ba
3
Ca
2
Da
3 Meacutedia 3
4
6
6
5 Letras maiuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na coluna e letras minuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na linha (Scott-Knott a 5)
No solo muito argiloso as fraccedilotildees mais grossas dos corretivos com partiacuteculas
superiores a 084 mm (lt 20 mesh) natildeo apresentaram diferenccedilas quanto ao fornecimento
30
de Si ao solo poreacutem quando se avaliaram as fraccedilotildees mais finas observou-se maiores
valores de Si para o Agrosiliacutecio na fraccedilatildeo de 03 a 084 mm (20 a 50 mesh) e para o
Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil quando o corretivo foi aplicado na granulometria inferior a 03
mm (gt 50 mesh) estes resultados tambeacutem se repetiram no solo arenoso (Tabela 13)
Para o solo argiloso o Agrosiliacutecio foi o silicato que promoveu maiores valores
de Si no solo quando tambeacutem se avaliaram as fraccedilotildees granulomeacutetricas inferiores a 20
mm (gt 10 mesh) apenas para a fraccedilatildeo mais grossa maior que 20 mm o Agrosiliacutecio o
Silifeacutertil e o Holcim natildeo diferiram estatisticamente variando apenas em relaccedilatildeo ao
calcaacuterio que eacute o uacutenico corretivo avaliado que natildeo apresenta Si em sua constituiccedilatildeo
No solo de textura meacutedia o Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil proporcionaram a mesma
eficiecircncia no fornecimento de Si para o solo (fraccedilotildees 20 a 50 mesh e lt 10 mesh) na
fraccedilatildeo mais fina (gt 50 mesh) os trecircs silicatos avaliados resultaram nos mesmos valores
de Si no solo deferindo apenas do calcaacuterio jaacute na fraccedilatildeo entre 10 a 20 mesh todos os
corretivos proporcionaram o mesmo resultado
De maneira geral a granulometria natildeo resultou em diferenccedilas no fornecimento
de Si pelos silicatos exceto no solo argiloso em que se observa que quanto menor a
granulometria maior foi o teor de Si no solo (Tabela 13)
Ao se avaliar os efeitos do calcaacuterio em relaccedilatildeo ao teor de Si no solo pode-se
observar que quanto menor a fraccedilatildeo granulomeacutetrica do calcaacuterio menores os teores de Si
no solo Este fato pode estar associado a maior alteraccedilatildeo causada no pH do solo pelas
fraccedilotildees mais finas do calcaacuterio reduzindo assim sua disponibilidade de Si corroborando
aos dados de McKeague e Cline (1963) em que o aumento de pH de 6 para 9 reduziu
de 36 para 6 mg dm-3 a concentraccedilatildeo de Si soluacutevel
44 Teor de siliacutecio no solo apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo
De maneira geral pode-se observar que o Agrosiliacutecio promoveu maior
incremento de Si no solo apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo exceto para a fraccedilatildeo
granulomeacutetrica entre 20 a 50 mesh e no solo de textura meacutedia em que o Silifeacutertil e o
Holcim obtiveram resultados semelhantes ao Agrosiliacutecio (Tabela 14)
Quanto agraves fraccedilotildees granulomeacutetricas observou-se que quanto menor a fraccedilatildeo
granulomeacutetrica independente do silicato maior foi o fornecimento de Si ao solo
seguindo a tendecircncia encontrada por Oliveira e colaboradores (1994) em que escoacuterias
31
de alto forno com partiacuteculas menores que 03 mm foram mais eficientes no
fornecimento de Ca e Mg para o solo quando comparadas as fraccedilotildees mais grosseiras
Tabela 14 Teor de Si no solo em funccedilatildeo da fraccedilatildeo granulomeacutetrica e do corretivo
utilizado para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso apoacutes 90 dias de
incubaccedilatildeo
Peneiras ABNT (mesh) Corretivos 5 - 10 10 - 20 20 - 50 gt 50 Meacutedia
-------------------------------- Si (mg kg-1) --------------------------------------
Solo muito argiloso Agrosiliacutecio 8
Ab
9
Aa
9
Aa
9
Aa
9 Silifeacutertil 6
Bb
7
Bb
7
Ba
8
Ba
7 Holcim 7
Bb
7
Bb
6
Cb
8
Ba
7 Calcaacuterio 6
Ba
6
Ba
5
Db
5
Cb
6 Meacutedia 7
7
7
7
7 Solo argiloso
Agrosiliacutecio 7
Ac
11
Ab
13
Aa
13
Aa
11 Silifeacutertil 5
Bc
7
Bb
9
Ba
9
Ba
8 Holcim 6
Bb
5
Cb
6
Cb
9
Ba
7 Calcaacuterio 4
Ca
4
Da
4
Da
3
Cb
4 Meacutedia 5
7
8
9
7 Solo meacutedio
Agrosiliacutecio 10
Aa
11
Aa
10
Aa
11
Aa
11 Silifeacutertil 10
Ba
10
Ba
10
Aa
10
Ba
10 Holcim 10
Bb
10
Bb
10
Ab
11
Aa
10 Calcaacuterio 9
Ba
10
Ba
9
Bb
8
Cc
9 Meacutedia 10
10
10
10
10 Solo arenoso
Agrosiliacutecio 4
Ac
6
Ab
7
Aa
7
Aa
6 Silifeacutertil 3
Bc
4
Bb
6
Ba
6
Ba
5 Holcim 3
Bc
3
Cb
4
Cb
5
Ca
4 Calcaacuterio 2
Ca
2
Da
2
Da
2
Da
2 Meacutedia 3
4
5
5
4 Letras maiuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na coluna e letras minuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na linha (Scott-Knott a 5)
Para todos os solos analisados observou-se a seguinte sequecircncia para o teor de
Si Agrosiliacutecio gt Silifeacutertil gt Holcim gt Calcaacuterio Fato este que acompanha a tendecircncia
observada na avaliaccedilatildeo da reatividade na correccedilatildeo da acidez do solo exceto para o
calcaacuterio por natildeo apresentar Si em sua constituiccedilatildeo
32
Korndoumlrfer e colaboradores (2004) apresentaram a solubilidade de diferentes
silicatos evidenciando que o Agrosiliacutecio (escoacuteria de aciaria) apresentou maiores valores
de solubilidade em relaccedilatildeo aos valores obtidos pela escoacuteria de alto forno como o
Holcim com valores de 43 e 7 respectivamente Estas diferenccedilas em solubilidade
explicam os valores encontrados tanto na avaliaccedilatildeo aos 30 como aos 90 dias de
incubaccedilatildeo
Pereira e colaboradores (2004) em trabalho para a avaliaccedilatildeo da eficiecircncia de
fontes de Si para a cultura do arroz encontraram que a fonte que proporcionou mais
extraccedilatildeo de Si para os gratildeos foi a escoacuteria oriunda da produccedilatildeo de accedilo inox dado que
corrobora os resultados encontrados neste trabalho em que o Agrosiliacutecio (escoacuteria de
aciaria) apresentou maior disponibilizaccedilatildeo de Si para o solo
Nas comparaccedilotildees entre os resultados do teor de Si no solo apoacutes 30 e 90 dias de
incubaccedilatildeo os resultados praticamente se equivalem demonstrando que 30 dias foi um
periacuteodo suficiente para que os silicatos fornecessem Si
Comparando o teor de Si antes da aplicaccedilatildeo dos corretivos com o teor de Si no
solo apoacutes a aplicaccedilatildeo dos corretivos e apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo verificou-se
expressivo acreacutescimo no teor Si no solo ocasionado pelos silicatos principalmente para
o Agrosiliacutecio que incrementou na meacutedia entre as fraccedilotildees granulomeacutetricas 2 6 1 e 3 mg
dm-3 de Si nos solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso respectivamente O
Silifeacutertil tambeacutem forneceu Si ao solo elevando em 1 4 0 e 3 mg dm-3 o teor de Si nos
solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso respectivamente Jaacute o Holcim
apresentou incrementos de 0 2 0 e 1 mg dm-3 respectivamente para os solos muito
argiloso argiloso meacutedio e arenoso
33
5 CONCLUSOtildeES
Os silicatos Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil proporcionam maiores valores de eficiecircncia
relativa na correccedilatildeo da acidez do solo em comparaccedilatildeo ao calcaacuterio e ao silicato Holcim
na fraccedilatildeo granulomeacutetrica entre 030 e 084 mm
Quanto menor a fraccedilatildeo granulomeacutetrica do silicato maior eacute a eficiecircncia relativa
na correccedilatildeo da acidez do solo e maior eacute o fornecimento de Si para o solo
O Agrosiliacutecio apresenta melhores resultados no fornecimento de Si ao solo
seguido do Silifeacutertil e do Holcim
O periacuteodo de 30 dias em condiccedilotildees de umidade mantida agrave 80 da capacidade
de campo eacute um periacuteodo suficiente para a correccedilatildeo da acidez do solo e fornecimento de
Si pelos silicatos ao solo
34
6 REFEREcircNCIAS
ALCARDE JC PAULINO VT DERNARDIN J S Avaliaccedilatildeo da reatividade de corretivos da acidez do solo Revista Brasileira de Ciecircncia do Solo Campinas v 13 p 387-392 1989
ALCARDE JC Corretivos de acidez dos solos caracteriacutesticas e interpretaccedilotildees teacutecnicas Satildeo Paulo ANDA 1992 24p (Boletim Teacutecnico 6)
ALCARDE JC RODELLA AA Avaliaccedilatildeo quiacutemica de corretivos de acidez para fins agriacutecolas uma nova proposiccedilatildeo Scientia Agriacutecola Piracicaba v 53 n 2 ndash 3 1996
ALVAREZ V VH RIBEIRO AC Calagem In RIBEIRO AC GUIMARAtildeES PTG GUIMARAtildeES PTG ALVAREZ V VH (Ed) Recomendaccedilotildees para o uso de corretivos e fertilizantes em Minas Gerais ndash 5ordf Aproximaccedilatildeo Viccedilosa CFSEMG 1999 p 43-60
ALVAREZ V VH Correlaccedilatildeo e calibraccedilatildeo de meacutetodos de anaacutelise de solos In ALVAREZ V VH FONTES LEF FONTES MPF (Ed) O solo nos grandes domiacutenios morfoclimaacuteticos do Brasil e o desenvolvimento sustentado Viccedilosa Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo 1996 p 615-646
ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DOS PRODUTORES DE CALCAacuteRIO Calcaacuterio agriacutecola ndash Brasil consumo aparente por estado (1992 ndash 2006) Disponiacutevel em lthttpwwwcalcario-rscombrgt Acesso em 25 de novembro de 2008
BALASTRA MLFC PEREZ CM JULIANO BO VILLAREAL P Effects of siacutelica level on some properties of Oriza sativa straw and hull Canadian Journal of Botany Ottawa v 67 p 2356-2363 1989
BARBOSA FILHO MP SNYDER G H PRABHU A S DATNOFF L E KORNDOumlRFER G H Importacircncia do siliacutecio para a cultura do arroz Informaccedilotildees agronocircmicas v 89 p 1-8 2000
BELLINGIERI PA Avaliaccedilatildeo em laboratoacuterio da eficiecircncia de diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas de calcaacuterios agriacutecolas 1983 99f Tese (Doutorado) ndash Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Universidade de Satildeo Paulo Piracicaba 1983
BELLINGIERI PA ALCARDE JC amp SOUZA ECA Avaliaccedilatildeo da qualidade de calcaacuterios agriacutecolas atraveacutes do PRNT Anais da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Piracicaba v 45 n 2 p 579-588 1988
BELLINGIERI PA ALCARDE JC SOUZA ECA de Eficiecircncia relativa de diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas de calcaacuterios na neutralizaccedilatildeo da acidez dos solos avaliada em laboratoacuterio Anais da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Piracicaba v46 n2 1989 p 303-317
35
BELLINGIERI PA SOUZA ECA ALCARDE JC SHIKASHO HW Importacircncia da reatividade do calcaacuterio sobre a produccedilatildeo e algumas caracteriacutesticas da soja Scientia Agricola Piracicaba v 49 p 61-71 1992
BRASIL MAPA Laboratoacuterio Nacional de Referecircncia Vegetal Anaacutelise de corretivos fertilizantes e inoculantes Brasiacutelia 1983 104p
BRUNAUER S EMMETT P H TELLER E Adsorption of gases in multimolecular layers In Journal of the American Chemical Society New York v 60 p 309-19 1938
CATANI RA ALONSO O Avaliaccedilatildeo e exigecircncia de calcaacuterio do solo Anais da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Piracicaba v 26 p 141-156 1969
CATE R Sugestotildees para adubaccedilatildeo com base na anaacutelise de solos Raleigh North Caroline State University 1965 16p
DAYANADAM P KAUFMAN PB FRANKLIN CL Detection of siacutelica in plants American Journal of Botany Columbus v 70 p 1079-1084 1983
DEFELIPO BV BRAGA JM SPIES C Comparaccedilatildeo entre meacutetodos de determinaccedilatildeo da necessidade de calcaacuterio de solos de Minas Gerais Experientiae v 13 p 111-136 1982
EMBRAPA C N P S Manual de meacutetodos de anaacutelise de solo Rio de Janeiro 1997 212p
EPSTEIN E Silicon Annu Rev Plant Physiol Plant Molec Biol Palo Alto v 50 1999 p 641 - 664
FERREIRA DF SISVAR versatildeo 43 (Build 41) Lavras UFLADEX 1999 4 disquetes
FURTINI NETO A VALE FR RESENDE A V GUILHERME L R G GUEDES G A A Fertilidade do solo Lavras UFLAFAEPE 2001 252p
GASCHO G J Silicon sources for agriculture In DATNOFF L E SNYDER G H KORNDOumlRFER G H (Ed) Silicon in agriculture Amsterdan Elsevier 2001 cap 12 p 197-207
KAMINSKI J RHEINHEIMER DS A acidez do solo e a nutriccedilatildeo mineral de plantas In KAMINSKI J (Ed) Uso de corretivos da acidez do solo no plantio direto Pelotas SBCSNRS 2000 cap2 p 21 - 39
KORNDOumlRFER G H Elementos beneacuteficos In FERNANDES M S Nutriccedilatildeo mineral de plantas Viccedilosa Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo 2006 432p
36
KORNDOumlRFER G H DATNOFF L E Adubaccedilatildeo com siliacutecio uma alternativa no controle de doenccedilas da cana-de-accediluacutecar e do arroz Informaccedilotildees Agronocircmicas Piracicaba v 70 p 1-5 1995
KORNDOumlRFER G H PEREIRA H S CAMARGO M S Silicatos de caacutelcio e magneacutesio na agricultura 3 ed Uberlacircndia 2004 28 p (Boletim Teacutecnico n1)
KORNDOumlRFER G H PEREIRA H S NOLLA A Anaacutelise de siliacutecio solo planta e fertilizante 1 ed Uberlacircndia 2004 50 p (Boletim Teacutecnico n2)
KORNDOumlRFER G H PEREIRA H S CAMARGO M S Silicatos de caacutelcio e magneacutesio na agricultura 2 ed Uberlacircndia 2003 15 p (Boletim Teacutecnico n1)
KORNDOumlRFER G H PEREIRA H S CAMARGO M S Papel do siliacutecio na produccedilatildeo de cana-de-accediluacutecar STAB v 21 n 2 2002 4 p
KORNDOumlRFER G H LEPSCH I Effect of silicon on plant growth and crop yeld In DATNOFF L E SNYDER G H KORNDOumlRFER G H (Ed) Silicon in agriculture Amsterdan Elsevier 2001 p 133 ndash 147
KURIHARA CH MAEDA S HERNANI LC SILVA WM Eficiecircncia relativa de fraccedilotildees granulomeacutetricas de calcaacuterios sul-mato-grossenses Pesquisa Agropecuaacuteria Brasileira Brasiacutelia v34 n 8 p 1443 - 1449 1999
LOPES A S SILVA MC GUILHERME L R G Acidez do solo e calagem 3 ed Satildeo Paulo ANDA 1990 22 p (Boletim Teacutecnico 1)
LOPES A S Manual de fertilidade do solo Satildeo Paulo ANDAPOTAFOacuteS 1989 153p
MA JF TAKAHASHI E Soil fertilizer and plant silicon research in Japan Amosterdan Elsevier Science 2002 281 p
MALAVOLTA E Manual de quiacutemica agriacutecola adubos e adubaccedilatildeo Satildeo Paulo Agronocircmica Ceres 1981 608 p
MARSCHNER H Mineral nutrition of higher plants 2 ed LondresAcademic Press 1995 889p
MCKEAGUE J A CLINE M G Silica in soils Advances in Agronomy New York v 15n 3 p 339-397 1963
MEURER E J Fundamentos de quiacutemica do solo 3 ed Porto Alegre Evangraf 2006 285p
MIYAKE Y TAKAHASHI E Effect of silicon on the growth of cucumber plant in soil culture Soil Science Plant Nutrition Tokyo v 29 p 463-471 1983
37
NOVAIS R F BARROS N F LEITE F P TEIXEIRA J L LEAL P G L Eficiecircncia agronocircmica de escoacuterias de siderurgia Pains Viccedilosa Universidade Federal de Viccedilosa 1993
OLIVEIRA AC HAHNE H BARROS NF MORAIS EJ Uso de escoacuteria de alto forno como fonte de nutrientes na adubaccedilatildeo florestal In GUERRINI IA BELLOTE AFJ BUumlLL LT (Ed) Seminaacuterio sobre uso de resiacuteduos florestais e urbanos em florestas Botucatu Fundaccedilatildeo de Estudos e Pesquisas Agriacutecolas e Florestais 1994 p 77-96
PEREIRA HS KORNDOumlRFER GH VIDAL AA CAMARGO MS Silicon sources for rice crop Scientia Agriacutecola Piracicaba v 61 p 522-528 2004
PLESE L P M Efeito da umidade do solo na reatividade das fraccedilotildees granulomeacutetricas de um calcaacuterio 2000 49f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) ndash Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Universidade de Satildeo Paulo Piracicaba 2000
PRADO R M FERNANDES F M NATALE W Uso de escoacuteria de siderurgia no Brasil estudos na cultura da cana-de-accediluacutecar Jaboticabal Funep 2001 67p
PROGRAMA INTERLABORATORIAL DE CONTROLE DE QUALIDADE DE ANAacuteLISE DE SOLO Manual do laboratorista 2005 33p
RAIJ BV Avaliaccedilatildeo da fertilidade do solo Piracicaba Associaccedilatildeo Brasileira para Pesquisa da Potassa e do Fosfato 1981 142p
RAIJ B V CANTARELLA H QUAGGIO J A FURLANI A M C Recomendaccedilatildeo de adubaccedilatildeo e calagem para o estado de Satildeo Paulo Campinas IAC 1996 285p (IAC Boletim 100)
SCOTT AJ KNOTT MA A cluster analysis method for grouping means in the analysis of variance Biometrics Washington v 30 n 2 1974 p 507-512
SHOEMAKER HE MCCLEAN E PRATT PF Buffer methods for determining lime requirements of soil with appreciable amounts of extractable aluminium Soil Sci Soc Am Proc Madison v 25 p 274-277 1961
SOUSA D M G MIRANDA L N OLIVEIRA S A Acidez do solo e sua correccedilatildeo In NOVAIS R F ALVAREZ V V H BARROS N F FONTES R L F CANTARUTTI R B NEVES J C L Fertilidade do solo Viccedilosa Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo 2007 p 205 ndash 274
SOUSA D M G LOBATO E Cerrado correccedilatildeo do solo e adubaccedilatildeo Brasiacutelia Embrapa Informaccedilatildeo Tecnoloacutegica 2004 416p
VERAS M C M VIEIRA W TEIXEIRA L S M ALCARDE J C OLIVEIRA L B Manual de meacutetodos analiacuteticos oficiais para fertilizantes minerais orgacircnicos organominerais e corretivos 1 ed Brasiacutelia MAPA 2007 v 1
38
WERNER D ROTH R Siacutelica metabolism In LAUCHILI A BIELESKI RL (Ed) Encyclopedia of plant physiology New Series Berlin Springer-Velag 1983 v 15B p 682-694
- Parte inicial dissertaccedilatildeopdf
- RESUMOpdf
- Corpo da dissertaccedilatildeopdf
-
17
Tabela 8 Dose de Si fornecida por cada um dos silicatos em cada solo experimental SOLOS
Corretivos Concentraccedilatildeo
de Si Muito Argiloso
Argiloso Meacutedia Arenoso
--------------------------- mg por vaso -----------------------
Agrosiliacutecio
107 341 832 132 482
Silifeacutertil 103 359 885 140 513 Holcim 203 744 1833 290 1064
34 Tratamentos e delineamento experimental
Foram conduzidos quatro experimentos sendo cada um em uma classe
textural de solo em delineamento inteiramente casualizado A anaacutelise de variacircncia foi
baseada num arranjo fatorial 4x4 com quatro corretivos de acidez (trecircs silicatos de
caacutelcio Agrosiliacutecio Silifeacutertil e Holcim e um calcaacuterio) e quatro fraccedilotildees granulomeacutetricas
(entre 5 e 10 mesh partiacuteculas entre 2 e 4 mm entre 10 e 20 mesh partiacuteculas entre 084
e 2 mm entre 20 e 50 mesh partiacuteculas entre 03 e 084 mm e maior que 50 mesh
partiacuteculas menores que 03 mm) com quatro repeticcedilotildees
Aleacutem dos tratamentos acima foi realizada a incubaccedilatildeo com CaCO3 (reagente
pa) corretivo padratildeo para comparaccedilatildeo da eficiecircncia relativa na correccedilatildeo da acidez do
solo sendo este utilizado em cinco diferentes doses testemunha 50 100 150 e
200 em relaccedilatildeo agrave dose recomendada para a correccedilatildeo da acidez do solo para atingir
60 de saturaccedilatildeo por bases (Tabela 3)
34 Conduccedilatildeo do experimento
As parcelas experimentais constituiacuteram-se de recipientes plaacutesticos de 500 mL
nos quais foram adicionados 300 g de solo e as devidas quantidades dos corretivos que
posteriormente foram incubados em recipientes abertos por trinta e noventa dias em
laboratoacuterio sem exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo solar direta e a intensas variaccedilotildees de temperatura
(Figura 3 a b)
Durante o periacuteodo de incubaccedilatildeo os solos foram irrigados com aacutegua destilada
para a manutenccedilatildeo da umidade a 80 da capacidade de campo (Figura 3 c)
Apoacutes 30 e 90 dias de incubaccedilatildeo fraccedilotildees de 50 g de cada uma das amostras
foram retiradas e colocadas para secar ao ar (Figura 3 d)
18
(a) (b)
(c) (d)
Figura 3 Pesagem dos corretivos (a) adiccedilatildeo dos corretivos nos recipientes plaacutesticos
contendo as amostras dos solos (b) irrigaccedilatildeo das amostras dos solos (c) e incubaccedilatildeo em
laboratoacuterio por 30 e 90 dias (d)
35 Determinaccedilatildeo do pH do solo apoacutes a incubaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo da eficiecircncia relativa
Para a caracterizaccedilatildeo da correccedilatildeo da acidez do solo foi determinado o pH em
CaCl2 em cada unidade experimental Esta variaacutevel de cada fraccedilatildeo granulomeacutetrica dos
silicatos de caacutelcio foi confrontada com os valores obtidos atraveacutes da curva de incubaccedilatildeo
do CaCO3 (reagente pa)
A anaacutelise do pH foi realizada seguindo a metodologia descrita pelo Programa
Interlaboratorial de controle de qualidade de anaacutelise de solo (2005) em que se colocou
10 cm3 de TFSA num frasco de 50 mL e adicionou-se 25 mL de CaCl2 2H2O 001 M
(1469 g L-1) deixando em contato por quinze minutos Posteriormente agitou-se a
amostra em agitador horizontal por dez minutos a 200 rpm Apoacutes esta etapa a soluccedilatildeo
foi mantida em repouso por sessenta minutos Na sequecircncia sem agitar novamente a
amostra foi realizada a leitura em potenciocircmetro devidamente calibrado com soluccedilotildees-
padratildeo de pH 40 e 70
Os valores de pH obtidos por cada fraccedilatildeo granulomeacutetrica de cada um dos
corretivos foram confrontados com os valores de pH obtidos na curva de incubaccedilatildeo de
CaCO3 obtendo-se os valores de equivalente em CaCO3 aos 90 dias
19
Os valores de eficiecircncia relativa foram ajustados em relaccedilatildeo aos resultados
obtidos por cada corretivo na fraccedilatildeo granulomeacutetrica inferior agrave 03 mm (gt 50 mesh)
atribuindo-se a esta fraccedilatildeo mais fina o iacutendice de 100 seguindo a metodologia adotada
por Bellingieri (1983)
36 Avaliaccedilatildeo do teor de Si no solo apoacutes a incubaccedilatildeo
Para a avaliaccedilatildeo do teor de Si no solo disponibilizado por cada uma das fontes
nas fraccedilotildees granulomeacutetricas foram realizadas as anaacutelises no Laboratoacuterio de Anaacutelise de
Fertilizantes da Universidade Federal de Uberlacircndia utilizando o extrator cloreto de
caacutelcio 001 M de acordo com a metodologia descrita por Korndoumlrfer e colaboradores
(2004) em que apoacutes o contato de 10 g da amostra do solo com 100 mL da soluccedilatildeo
extratora os mesmos foram submetidos a um agitador horizontal orbital por 1 hora na
frequumlecircncia de 50 rpm Apoacutes este procedimento as amostras ficaram em repouso por 15
minutos para decantar e a suspensatildeo foi filtrada e ficando sob novo repouso por 12
horas Entatildeo pipetou-se 10 mL do extrato de cada amostra acrescentando-se 1 mL de
soluccedilatildeo sulfo-moliacutebdica Decorridos 10 minutos acrescentou-se 2 mL de soluccedilatildeo de
aacutecido tartaacuterico 200 mg L-1 e apoacutes 5 minutos adicionou-se 10 mL da soluccedilatildeo de aacutecido
ascoacuterbico Apoacutes 1 hora foi realizada a leitura em espectofotocircmetro UV-visiacutevel no
comprimento de onda de 660 nanocircmetros Em funccedilatildeo do fator de diluiccedilatildeo o valor de
leitura foi multiplicado por 10 para se chegar no teor de Si do solo em mg dm-3
37 Anaacutelise estatiacutestica
Os resultados referentes ao pH em CaCl2 encontrados em funccedilatildeo das doses de
CaCO3 foram submetidos agrave anaacutelise de variacircncia e posterior ajuste ao modelo de
regressatildeo mais adequado para cada solo dentro dos dois periacuteodos de incubaccedilatildeo
utilizando o software estatiacutestico Sisvar desenvolvido por Ferreira (1999)
Os dados referentes ao pH em CaCl2 e ao teor de Si no solo encontrados em
funccedilatildeo dos corretivos (silicatos e calcaacuterio) em cada fraccedilatildeo granulomeacutetrica foram
submetidos agrave anaacutelise de variacircncia e suas meacutedias foram comparadas pelo teste de Scott-
Knott (1974) a 5 de probabilidade quanto agrave variaccedilatildeo dos corretivos dentro de cada
fraccedilatildeo granulomeacutetrica e quanto agrave variaccedilatildeo das fraccedilotildees granulomeacutetricas dentro dos
corretivos
20
4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
41 Variaccedilotildees no pH aos 30 dias de incubaccedilatildeo
Em relaccedilatildeo agrave variaacutevel pH em CaCl2 houve efeito significativo das doses de
CaCO3 para os quatro solos analisados o que possibilitou o ajuste de modelos de
regressatildeo (Figura 4)
Para os valores de pH em CaCl2 em funccedilatildeo do corretivo e fraccedilatildeo granulomeacutetrica
utilizados a anaacutelise de variacircncia tambeacutem permitiu constatar efeito significativo
inclusive para a interaccedilatildeo entre estes fatores (Tabela 9) Em geral quanto menor a
fraccedilatildeo granulomeacutetrica maior o pH do solo resultado este que concorda com o trabalho
realizado anteriormente por Alcarde e colaboradores (1989)
Novais e colaboradores (1993) tambeacutem descreveram que a granulometria mais
fina das escoacuterias de siderurgia permitiu maior reatividade tanto em solos arenosos
quanto em solos argilosos
(a)
y = -03764x2 + 13644x + 49458
R2 = 099
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(b)
y = -07093x2 + 24251x + 50564
R2 = 097
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(c)
y = 0492x + 3941
R2 = 094
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(d)
y = -1075x2 + 37825x + 39585
R2 = 099
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalnete CaCO3
pH e
m C
aCl 2
Significativo a 5 de probabilidade pelo teste f Figura 4 Valores do pH em CaCl2 em funccedilatildeo da dose equivalente de CaCO3 aplicada ao solo apoacutes 30 dias de incubaccedilatildeo nos solos muito argiloso (a) argiloso (b) meacutedio (c) arenoso (d)
21
Para os solos muito argiloso argiloso e arenoso pode-se observar que com as
doses de CaCO3 dentro do limite de 0 a 200 em relaccedilatildeo agrave recomendaccedilatildeo para atingir
60 de saturaccedilatildeo por bases o pH em CaCl2 aumentou significativamente de maneira
quadraacutetica Entretanto observou-se para o solo de textura meacutedia um ajuste linear Este
efeito pode ser atribuiacutedo ao fato das doses do corretivo utilizado natildeo terem sido
suficientes para atingir a faixa de estabilidade
Atraveacutes da amplitude de variaccedilatildeo nos valores de pH em funccedilatildeo do acreacutescimo
nas doses de CaCO3 pode-se observar o maior efeito tampatildeo dos solos muito argiloso e
argiloso em relaccedilatildeo ao solo arenoso e de textura meacutedia informaccedilatildeo esta que corrobora
aos relatos de Furtini e colaboradores (2001) O poder tampatildeo do solo eacute a resistecircncia
que o solo oferece a mudanccedila de pH Sousa e colaboradores (2007) exemplificando a
proporcionalidade dos diferentes tipos de acidez do solo relatam que a quantidade de
calcaacuterio necessaacuteria para neutralizar a acidez ativa pode chegar a quatorze mil setecentos
e vinte e trecircs vezes menor do que o necessaacuterio para a correccedilatildeo da acidez potencial do
solo o que evidencia a importacircncia do conhecimento do poder tampatildeo do solo para se
determinar a dose do corretivo
Pode-se observar que os resultados de pH em CaCl2 em funccedilatildeo dos corretivos e
das fraccedilotildees granulomeacutetricas para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso
submetidos a 30 dias de incubaccedilatildeo ocorreram de forma que quanto menor a
granulometria do corretivo maior foi o aumento no valor de pH encontrado nos solos
(Tabela 9)
22
Tabela 9 Valores de pH em CaCl2 em funccedilatildeo do corretivo de solo utilizado na dose
referente agrave elevaccedilatildeo da saturaccedilatildeo por bases para 60 e da fraccedilatildeo granulomeacutetrica apoacutes
30 dias de incubaccedilatildeo para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso
Peneira ABNT (mesh) Corretivo
5 - 10 10 - 20 20 ndash 50 gt 50 Meacutedia Solo muito argiloso
Agrosiliacutecio 51
Ac
51
Ac
57
Ab
59
Aa
55 Silifeacutertil 49
Ad
53
Ac
56
Ab
60
Aa
54 Holcim 50
Ab
49
Bb
49
Cb
53
Ca
50 Calcaacuterio 49
Ac
50
Bc
54
Bb
57
Ba
53 Meacutedia 50
51
54
57
53 Solo argiloso
Agrosiliacutecio
51
Ac
53
Ac
61
Ab
65
Aa
57 Silifeacutertil 53
Ac
52
Ac
59
Ab
66
Aa
57 Holcim 51
Ab
51
Ab
51
Cb
55
Ba
52 Calcaacuterio 51
Ac
52
Ac
56
Bb
65
Aa
56
51
52
56
63
56 Solo meacutedio
Agrosiliacutecio
40
Ac
41
Ac
41
Ab
43
Aa
41 Silifeacutertil 40
Ab
40
Ab
41
Aa
42
Ca
41 Holcim 40
Ab
40
Ab
40
Bb
41
Ca
40 Calcaacuterio 40
Ab
41
Ab
41
Bb
42
Ba
41 Meacutedia 40
40
41
42
41 Solo arenoso
Agrosiliacutecio
40
Ac
43
Ac
55
Ab
63
Aa
50 Silifeacutertil 40
Ac
42
Ac
52
Bb
65
Aa
50 Holcim 40
Ab
41
Ab
42
Cb
50
Ba
43 Calcaacuterio 40
Ac
40
Ac
50
Bb
63
Aa
48 Meacutedia 40
42
49
60
48 Letras maiuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na coluna e letras minuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na linha (Scott-Knott a 5)
No solo muito argiloso o Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil proporcionaram a maior
elevaccedilatildeo do pH do solo em relaccedilatildeo aos demais corretivos em todas as faixas
granulomeacutetricas passantes na peneira de 10 mesh ou seja quando a granulometria foi
inferior a 2 mm em fraccedilotildees maiores que esta o efeito do corretivo foi muito pequeno
natildeo havendo diferenccedila entre os corretivos (Tabela 9)
Para os demais solos os corretivos natildeo apresentaram diferenccedilas quanto ao
aumento provocado no pH do solo quando aplicados em granulometria acima de 084
mm ou seja produtos retidos na peneira de 10 mesh Para as granulometrias mais finas
23
os corretivos apresentaram diferenccedilas no aumento do pH ficando os solos que
receberam o silicato Holcim com os menores valores
De maneira geral para as granulometrias mais finas inferior a 084 mm
(passantes na peneira de 20 mesh) o Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil proporcionaram os
maiores incrementos em pH exceto para o produto mais fino gt 50 mesh no solo de
textura meacutedia e para o produto de granulometria entre 03 e 084 mm (ABNT 20 ndash 50)
no solo arenoso em que o Agrosiliacutecio obteve os melhores resultados (Tabela 9)
42 Variaccedilotildees no pH equivalente em CaCO3 e eficiecircncia relativa dos corretivos aos
90 dias de incubaccedilatildeo
Houve efeito significativo das doses de CaCO3 nos valores de pH em CaCl2 para
os quatro solos analisados o que possibilitou o ajuste de modelos polinomiais (Figura
5)
(a)
y = -01466x2 + 09457x + 49792
R2 = 085
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(b)
y = -05821x2 + 21998x + 49789
R2 = 098
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(c)
y = 04565x + 39275
R2 = 091
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(d)
y = -0865x2 + 34185x + 39925
R2 = 098
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
Significativo a 5 de probabilidade pelo teste f
Figura 5 Valores do pH em CaCl2 em funccedilatildeo da dose equivalente de CaCO3 aplicada ao solo apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo nos solos muito argiloso (a) argiloso (b) meacutedio (c) arenoso (d)
24
Para os solos muito argiloso argiloso e arenoso (Figura 5 a b d) como era de
se esperar as doses de CaCO3 dentro do limite de 0 a 200 em relaccedilatildeo agrave
recomendaccedilatildeo aumentaram significativamente e de forma quadraacutetica o pH em CaCl2
Acompanhando a tendecircncia observada apoacutes 30 dias de incubaccedilatildeo para o solo de
textura meacutedia verificou-se um ajuste linear para o aumento do valor de pH em CaCl2
em funccedilatildeo de doses de CaCO3 Este efeito pode ser atribuiacutedo ao fato das doses do
corretivo utilizado natildeo terem sido suficientes para atingir a faixa de estabilidade
Para as variaccedilotildees de pH em CaCl2 em funccedilatildeo do corretivo e fraccedilatildeo
granulomeacutetrica utilizados tambeacutem houve efeito significativo inclusive para a interaccedilatildeo
entre estes fatores (Tabela 10)
25
Tabela 10 Valores de pH em CaCl2 em funccedilatildeo do corretivo de solo utilizado na dose
referente agrave elevaccedilatildeo da saturaccedilatildeo por bases para 60 e da fraccedilatildeo granulomeacutetrica apoacutes
90 dias de incubaccedilatildeo para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso
Peneira ABNT (mesh) Corretivo
5 - 10 10 - 20 20 ndash 50 gt 50 Meacutedia Solo muito argiloso
Agrosiliacutecio 50
Ad
52
Ac
56
Ab
57
Aa
54 Silifeacutertil 50
Ac
51
Ac
55
Ab
58
Aa
53 Holcim 49
Ab
48
Cb
48
Bb
53
Ba
50 Calcaacuterio 49
Ac
50
Bc
55
Ab
57
Aa
53 Meacutedia 50
50
53
56
52 Solo argiloso
Agrosiliacutecio 52
Ab
53
Ab
61
Aa
62
Aa
57 Silifeacutertil 49
Cd
53
Ac
58
Bb
63
Aa
56 Holcim 50
Bb
50
Bb
51
Db
55
Ca
51 Calcaacuterio 51
Bd
52
Ac
56
Cb
62
Ba
55 Meacutedia 50
52
56
60
55 Solo meacutedio
Agrosiliacutecio 40
Ad
41
Ac
42
Ab
43
Aa
42 Silifeacutertil 41
Ac
41
Ac
42
Ab
43
Aa
42 Holcim 41
Ab
41
Ab
41
Cb
41
Ba
41 Calcaacuterio 40
Ab
41
Ab
41
Bb
43
Aa
41 Meacutedia 40
41
41
42
41 Solo arenoso
Agrosiliacutecio
40
Ac
44
Ab
59
Aa
61
Aa
51 Silifeacutertil 40
Ac
43
Ac
55
Ab
64
Aa
51 Holcim 39
Ab
40
Ab
42
Bb
48
Ba
43 Calcaacuterio 40
Ac
42
Ac
55
Ab
63
Aa
50 Meacutedia 40
42
53
59
49 Letras maiuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na coluna e letras minuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na linha (Scott-Knott a 5)
No solo muito argiloso e no solo arenoso o Agrosiliacutecio o Silifeacutertil e o calcaacuterio
proporcionaram maior elevaccedilatildeo no pH do solo em relaccedilatildeo ao Holcim nos corretivos
com granulometria inferior a 084 mm passantes na peneira de 20 mesh Quando se
comparam estes resultados com os obtidos aos 30 dias de incubaccedilatildeo observa-se a
inclusatildeo do calcaacuterio entre os corretivos com melhores resultados de aumento de pH no
solo muito argiloso Este fato demonstrou que para este solo os silicatos Agrosiliacutecio e
Silifeacutertil tiveram uma maior dissociaccedilatildeo aos 30 dias fato este que foi compensado pelo
calcaacuterio entre 30 e 90 dias de incubaccedilatildeo (Tabela 10)
26
Os valores de pH do solo argiloso apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo demonstraram que
o Agrosiliacutecio proporcionou os maiores valores de pH em todas as fraccedilotildees
granulomeacutetricas ficando este em igualdade com o Silifeacutertil na granulometria inferior a
03 mm (gt 50 mesh) e entre 08 mm e 20 mm (10 a 20 mesh) sendo que nesta uacuteltima
fraccedilatildeo granulomeacutetrica o calcaacuterio tambeacutem se igualou aos dois corretivos acima
mencionados (Tabela 10)
No solo de textura meacutedia as diferenccedilas ocorreram apenas nas fraccedilotildees
granulomeacutetricas inferiores a 08 mm (peneira de 20 mesh) com melhores resultados
atribuiacutedos ao Agrosiliacutecio Silifeacutertil e ao calcaacuterio na fraccedilatildeo mais fina (gt 50 mesh) e ao
Agrosiliacutecio e ao Silifeacutertil na fraccedilatildeo compreendida entre 03 e 084 mm (20 a 50 mesh)
Para o solo arenoso o Agrosiliacutecio o Silifeacutertil e o calcaacuterio proporcionaram
maiores valores de pH nas fraccedilotildees granulomeacutetricas inferiores a 084 mm enquanto que
nas fraccedilotildees mais grossas todos os corretivos tiveram o mesmo comportamento
Para todos os solos utilizados no experimento verificou-se que quanto menor a
dimensatildeo das partiacuteculas maiores satildeo os incrementos gerados nos valores de pH em
CaCl2 (Tabela 10) resultado este que concorda com trabalhos realizados anteriormente
por Bellingieri e colaboradores (1989)
Nas comparaccedilotildees entre os resultados dos valores de pH das amostras de solo
apoacutes 30 e 90 dias de incubaccedilatildeo os resultados praticamente se equivalem demonstrando
que 30 dias de incubaccedilatildeo foi um periacuteodo suficiente para a accedilatildeo dos corretivos
Com base nos incrementos verificados no pH das amostras dos solos pelos
corretivos de acidez em cada fraccedilatildeo granulomeacutetrica em relaccedilatildeo agraves curvas de incubaccedilatildeo
com CaCO3 calculou-se os valores de equivalente em CaCO3 para cada corretivo
dentro de cada fraccedilatildeo granulomeacutetrica com 90 dias de incubaccedilatildeo (Tabela 11)
27
Tabela 11 Equivalente em CaCO3 dos corretivos de acidez de diferentes fraccedilotildees
granulomeacutetricas aos 90 dias de incubaccedilatildeo
Peneiras ABNT (mesh)
Corretivos
5 ndash 10 10 - 20 20 - 50 gt 50 Meacutedia
--------------------------------------- -----------------------------------------
Agrosiliacutecio 9
Ac
24
Ab
64
Aa
77
Aa
43
Silifeacutertil 9
Ac
19
Ac
52
Ab
87
Aa
42 Calcaacuterio 8
Ac
13
Ac
33
Bb
79
Aa
33 Holcim 7
Ab
7
Ab
10
Cb
33
Ba
14 Meacutedia 8
16
39
69
33 Letras maiuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na coluna e letras minuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na linha (Scott-Knott a 5)
Os resultados de equivalente em CaCO3 apresentados para 90 dias de incubaccedilatildeo
(Tabela 11) demonstraram grande variaccedilatildeo para este atributo entre os corretivos de
acidez o que evidencia que natildeo apenas a granulometria mas tambeacutem a origem dos
corretivos exerce grande influecircncia na velocidade de correccedilatildeo da acidez do solo
Para as fraccedilotildees granulomeacutetrica mais grossas (lt 10 e 10 a 20 mesh) pode-se
observar que natildeo houve diferenccedila entre os corretivos jaacute na fraccedilatildeo mais fina (gt 50) o
silicato Holcim proporcionou menores valores de equivalente em CaCO3 em relaccedilatildeo as
demais fontes Na fraccedilatildeo granulomeacutetrica entre 20 e 50 (Tabela 11) verificou-se
diferenccedilas entre o equivalente em CaCO3 de silicatos e do calcaacuterio o que demonstrou o
fato de estarmos neste caso subestimando a reatividade dos silicatos Pode-se observar
que natildeo houve diferenccedilas entre os resultados obtidos com a aplicaccedilatildeo dos silicatos
Agrosiliacutecio e Silifeacutertil portanto sugere-se a elaboraccedilatildeo de novos paracircmetros para a
avaliaccedilatildeo de silicatos com origem de aciaria
Seguindo os criteacuterios adotados por Bellingieri (1983) de ajustar a eficiecircncia dos
corretivos atribuindo valores de 100 para as partiacuteculas passantes na peneira 50 ABNT
(partiacuteculas inferiores a 03 mm) determinou-se a eficiecircncia relativa de cada uma das
fraccedilotildees granulomeacutetricas dos corretivos permitindo a adoccedilatildeo de novos criteacuterios de
reatividade para os silicatos (Tabela 12)
28
Tabela 12 Eficiecircncias relativas em relaccedilatildeo agrave fraccedilatildeo granulomeacutetrica inferior a 03 mm
(peneira 50 mesh) dos corretivos de acidez em diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas aos
90 dias de incubaccedilatildeo
Peneiras ABNT (mesh)
Corretivos 5 - 10 10 - 20 20 - 50 gt 50 Meacutedia
------------------------------ -------------------------------
Agrosiliacutecio 12 33 85 100 58
Silifeacutertil 9 25 65 100 50
Holcim 16 17 27 100 40
Calcaacuterio 9 18 63 100 48
Meacutedia 12 23 60 100
Propotildee-se a adequaccedilatildeo da equaccedilatildeo atualmente adotada para a determinaccedilatildeo da
eficiecircncia relativa (reatividade) de silicatos de origem de aciaria para uso como
corretivo de acidez em funccedilatildeo das diferenccedilas encontradas em eficiecircncia relativa
apresentadas na Tabela 12 entre os silicatos de origem de escoacuteria de aciaria
(Agrosiliacutecio e Silifeacutertil) em relaccedilatildeo ao calcaacuterio ficando a mesma da seguinte forma
RE = F10-20 x 03 + F20-50 x 075 + Fgt50 x 1
Onde
F10-20= percentual de produto que passa pela peneira nordm10 e fica retido na
peneira nordm20 F20-50 = percentual de produto que passa pela peneira nordm20 e fica retido
na peneira nordm50 e F-50 = percentual de produto que passa pela peneira nordm50
Os valores de eficiecircncia relativa 12 em meacutedia para a fraccedilatildeo granulomeacutetrica
mais grosseira pode estar associado agrave presenccedila de micropartiacuteculas (poacute) aderidas ao
redor das partiacuteculas mais grossas (Tabela 12) jaacute que a separaccedilatildeo granulomeacutetrica seguiu
o meacutetodo oficial de separaccedilatildeo em peneiras a seco
29
43 Teor de siliacutecio no solo apoacutes 30 dias de incubaccedilatildeo
De maneira geral pode-se observar que o Agrosiliacutecio proporcionou maiores
incrementos de Si no solo obtendo no solo argiloso quando aplicado na fraccedilatildeo
granulomeacutetrica mais fina incremento de 10 mg dm-3 (Tabela 13)
Tabela 13 Teor de Si no solo em funccedilatildeo da fraccedilatildeo granulomeacutetrica e do corretivo utilizado para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso apoacutes 30 dias de incubaccedilatildeo
Peneiras ABNT (mesh) Corretivos 5 - 10 10 - 20 20 ndash 50 gt 50 Meacutedia
-------------------------------- Si (mg kg-1) -------------------------------------
Solo muito argiloso
Agrosiliacutecio 7
Aa
8
Aa
9
Aa
8
Aa
8 Silifeacutertil 7
Aa
7
Aa
7
Ba
7
Aa
7 Holcim 6
Aa
6
Aa
6
Ba
6
Ba
6 Calcaacuterio 7
Aa
6
Aa
5
Ba
5
Ba
6 Meacutedia 6
7
7
6
6
Solo argiloso
Agrosiliacutecio 6
Ad
10
Ac
14
Ab
15
Aa
11 Silifeacutertil 7
Ac
6
Bc
10
Bb
12
Ba
9 Holcim 6
Ab
5
Bb
6
Cb
9
Ca
7 Calcaacuterio 5
Ba
5
Ba
4
Da
2
Db
4 Meacutedia 6
6
8
10
8
Solo meacutedio
Agrosiliacutecio 10
Aa
10
Aa
10
Aa
10
Aa
10 Silifeacutertil 9
Aa
9
Aa
10
Aa
10
Aa
9 Holcim 8
Ba
9
Aa
9
Ba
10
Aa
9 Calcaacuterio 9
Ba
9
Aa
9
Ba
8
Bb
9 Meacutedia 9
9
9
9
9
Solo arenoso
Agrosiliacutecio 4
Ab
5
Ab
8
Aa
9
Aa
6 Silifeacutertil 3
Ac
5
Ab
7
Aa
7
Ba
6 Holcim 3
Ab
4
Aa
4
Ba
6
Ca
4 Calcaacuterio 3
Aa
3
Ba
3
Ca
2
Da
3 Meacutedia 3
4
6
6
5 Letras maiuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na coluna e letras minuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na linha (Scott-Knott a 5)
No solo muito argiloso as fraccedilotildees mais grossas dos corretivos com partiacuteculas
superiores a 084 mm (lt 20 mesh) natildeo apresentaram diferenccedilas quanto ao fornecimento
30
de Si ao solo poreacutem quando se avaliaram as fraccedilotildees mais finas observou-se maiores
valores de Si para o Agrosiliacutecio na fraccedilatildeo de 03 a 084 mm (20 a 50 mesh) e para o
Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil quando o corretivo foi aplicado na granulometria inferior a 03
mm (gt 50 mesh) estes resultados tambeacutem se repetiram no solo arenoso (Tabela 13)
Para o solo argiloso o Agrosiliacutecio foi o silicato que promoveu maiores valores
de Si no solo quando tambeacutem se avaliaram as fraccedilotildees granulomeacutetricas inferiores a 20
mm (gt 10 mesh) apenas para a fraccedilatildeo mais grossa maior que 20 mm o Agrosiliacutecio o
Silifeacutertil e o Holcim natildeo diferiram estatisticamente variando apenas em relaccedilatildeo ao
calcaacuterio que eacute o uacutenico corretivo avaliado que natildeo apresenta Si em sua constituiccedilatildeo
No solo de textura meacutedia o Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil proporcionaram a mesma
eficiecircncia no fornecimento de Si para o solo (fraccedilotildees 20 a 50 mesh e lt 10 mesh) na
fraccedilatildeo mais fina (gt 50 mesh) os trecircs silicatos avaliados resultaram nos mesmos valores
de Si no solo deferindo apenas do calcaacuterio jaacute na fraccedilatildeo entre 10 a 20 mesh todos os
corretivos proporcionaram o mesmo resultado
De maneira geral a granulometria natildeo resultou em diferenccedilas no fornecimento
de Si pelos silicatos exceto no solo argiloso em que se observa que quanto menor a
granulometria maior foi o teor de Si no solo (Tabela 13)
Ao se avaliar os efeitos do calcaacuterio em relaccedilatildeo ao teor de Si no solo pode-se
observar que quanto menor a fraccedilatildeo granulomeacutetrica do calcaacuterio menores os teores de Si
no solo Este fato pode estar associado a maior alteraccedilatildeo causada no pH do solo pelas
fraccedilotildees mais finas do calcaacuterio reduzindo assim sua disponibilidade de Si corroborando
aos dados de McKeague e Cline (1963) em que o aumento de pH de 6 para 9 reduziu
de 36 para 6 mg dm-3 a concentraccedilatildeo de Si soluacutevel
44 Teor de siliacutecio no solo apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo
De maneira geral pode-se observar que o Agrosiliacutecio promoveu maior
incremento de Si no solo apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo exceto para a fraccedilatildeo
granulomeacutetrica entre 20 a 50 mesh e no solo de textura meacutedia em que o Silifeacutertil e o
Holcim obtiveram resultados semelhantes ao Agrosiliacutecio (Tabela 14)
Quanto agraves fraccedilotildees granulomeacutetricas observou-se que quanto menor a fraccedilatildeo
granulomeacutetrica independente do silicato maior foi o fornecimento de Si ao solo
seguindo a tendecircncia encontrada por Oliveira e colaboradores (1994) em que escoacuterias
31
de alto forno com partiacuteculas menores que 03 mm foram mais eficientes no
fornecimento de Ca e Mg para o solo quando comparadas as fraccedilotildees mais grosseiras
Tabela 14 Teor de Si no solo em funccedilatildeo da fraccedilatildeo granulomeacutetrica e do corretivo
utilizado para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso apoacutes 90 dias de
incubaccedilatildeo
Peneiras ABNT (mesh) Corretivos 5 - 10 10 - 20 20 - 50 gt 50 Meacutedia
-------------------------------- Si (mg kg-1) --------------------------------------
Solo muito argiloso Agrosiliacutecio 8
Ab
9
Aa
9
Aa
9
Aa
9 Silifeacutertil 6
Bb
7
Bb
7
Ba
8
Ba
7 Holcim 7
Bb
7
Bb
6
Cb
8
Ba
7 Calcaacuterio 6
Ba
6
Ba
5
Db
5
Cb
6 Meacutedia 7
7
7
7
7 Solo argiloso
Agrosiliacutecio 7
Ac
11
Ab
13
Aa
13
Aa
11 Silifeacutertil 5
Bc
7
Bb
9
Ba
9
Ba
8 Holcim 6
Bb
5
Cb
6
Cb
9
Ba
7 Calcaacuterio 4
Ca
4
Da
4
Da
3
Cb
4 Meacutedia 5
7
8
9
7 Solo meacutedio
Agrosiliacutecio 10
Aa
11
Aa
10
Aa
11
Aa
11 Silifeacutertil 10
Ba
10
Ba
10
Aa
10
Ba
10 Holcim 10
Bb
10
Bb
10
Ab
11
Aa
10 Calcaacuterio 9
Ba
10
Ba
9
Bb
8
Cc
9 Meacutedia 10
10
10
10
10 Solo arenoso
Agrosiliacutecio 4
Ac
6
Ab
7
Aa
7
Aa
6 Silifeacutertil 3
Bc
4
Bb
6
Ba
6
Ba
5 Holcim 3
Bc
3
Cb
4
Cb
5
Ca
4 Calcaacuterio 2
Ca
2
Da
2
Da
2
Da
2 Meacutedia 3
4
5
5
4 Letras maiuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na coluna e letras minuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na linha (Scott-Knott a 5)
Para todos os solos analisados observou-se a seguinte sequecircncia para o teor de
Si Agrosiliacutecio gt Silifeacutertil gt Holcim gt Calcaacuterio Fato este que acompanha a tendecircncia
observada na avaliaccedilatildeo da reatividade na correccedilatildeo da acidez do solo exceto para o
calcaacuterio por natildeo apresentar Si em sua constituiccedilatildeo
32
Korndoumlrfer e colaboradores (2004) apresentaram a solubilidade de diferentes
silicatos evidenciando que o Agrosiliacutecio (escoacuteria de aciaria) apresentou maiores valores
de solubilidade em relaccedilatildeo aos valores obtidos pela escoacuteria de alto forno como o
Holcim com valores de 43 e 7 respectivamente Estas diferenccedilas em solubilidade
explicam os valores encontrados tanto na avaliaccedilatildeo aos 30 como aos 90 dias de
incubaccedilatildeo
Pereira e colaboradores (2004) em trabalho para a avaliaccedilatildeo da eficiecircncia de
fontes de Si para a cultura do arroz encontraram que a fonte que proporcionou mais
extraccedilatildeo de Si para os gratildeos foi a escoacuteria oriunda da produccedilatildeo de accedilo inox dado que
corrobora os resultados encontrados neste trabalho em que o Agrosiliacutecio (escoacuteria de
aciaria) apresentou maior disponibilizaccedilatildeo de Si para o solo
Nas comparaccedilotildees entre os resultados do teor de Si no solo apoacutes 30 e 90 dias de
incubaccedilatildeo os resultados praticamente se equivalem demonstrando que 30 dias foi um
periacuteodo suficiente para que os silicatos fornecessem Si
Comparando o teor de Si antes da aplicaccedilatildeo dos corretivos com o teor de Si no
solo apoacutes a aplicaccedilatildeo dos corretivos e apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo verificou-se
expressivo acreacutescimo no teor Si no solo ocasionado pelos silicatos principalmente para
o Agrosiliacutecio que incrementou na meacutedia entre as fraccedilotildees granulomeacutetricas 2 6 1 e 3 mg
dm-3 de Si nos solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso respectivamente O
Silifeacutertil tambeacutem forneceu Si ao solo elevando em 1 4 0 e 3 mg dm-3 o teor de Si nos
solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso respectivamente Jaacute o Holcim
apresentou incrementos de 0 2 0 e 1 mg dm-3 respectivamente para os solos muito
argiloso argiloso meacutedio e arenoso
33
5 CONCLUSOtildeES
Os silicatos Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil proporcionam maiores valores de eficiecircncia
relativa na correccedilatildeo da acidez do solo em comparaccedilatildeo ao calcaacuterio e ao silicato Holcim
na fraccedilatildeo granulomeacutetrica entre 030 e 084 mm
Quanto menor a fraccedilatildeo granulomeacutetrica do silicato maior eacute a eficiecircncia relativa
na correccedilatildeo da acidez do solo e maior eacute o fornecimento de Si para o solo
O Agrosiliacutecio apresenta melhores resultados no fornecimento de Si ao solo
seguido do Silifeacutertil e do Holcim
O periacuteodo de 30 dias em condiccedilotildees de umidade mantida agrave 80 da capacidade
de campo eacute um periacuteodo suficiente para a correccedilatildeo da acidez do solo e fornecimento de
Si pelos silicatos ao solo
34
6 REFEREcircNCIAS
ALCARDE JC PAULINO VT DERNARDIN J S Avaliaccedilatildeo da reatividade de corretivos da acidez do solo Revista Brasileira de Ciecircncia do Solo Campinas v 13 p 387-392 1989
ALCARDE JC Corretivos de acidez dos solos caracteriacutesticas e interpretaccedilotildees teacutecnicas Satildeo Paulo ANDA 1992 24p (Boletim Teacutecnico 6)
ALCARDE JC RODELLA AA Avaliaccedilatildeo quiacutemica de corretivos de acidez para fins agriacutecolas uma nova proposiccedilatildeo Scientia Agriacutecola Piracicaba v 53 n 2 ndash 3 1996
ALVAREZ V VH RIBEIRO AC Calagem In RIBEIRO AC GUIMARAtildeES PTG GUIMARAtildeES PTG ALVAREZ V VH (Ed) Recomendaccedilotildees para o uso de corretivos e fertilizantes em Minas Gerais ndash 5ordf Aproximaccedilatildeo Viccedilosa CFSEMG 1999 p 43-60
ALVAREZ V VH Correlaccedilatildeo e calibraccedilatildeo de meacutetodos de anaacutelise de solos In ALVAREZ V VH FONTES LEF FONTES MPF (Ed) O solo nos grandes domiacutenios morfoclimaacuteticos do Brasil e o desenvolvimento sustentado Viccedilosa Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo 1996 p 615-646
ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DOS PRODUTORES DE CALCAacuteRIO Calcaacuterio agriacutecola ndash Brasil consumo aparente por estado (1992 ndash 2006) Disponiacutevel em lthttpwwwcalcario-rscombrgt Acesso em 25 de novembro de 2008
BALASTRA MLFC PEREZ CM JULIANO BO VILLAREAL P Effects of siacutelica level on some properties of Oriza sativa straw and hull Canadian Journal of Botany Ottawa v 67 p 2356-2363 1989
BARBOSA FILHO MP SNYDER G H PRABHU A S DATNOFF L E KORNDOumlRFER G H Importacircncia do siliacutecio para a cultura do arroz Informaccedilotildees agronocircmicas v 89 p 1-8 2000
BELLINGIERI PA Avaliaccedilatildeo em laboratoacuterio da eficiecircncia de diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas de calcaacuterios agriacutecolas 1983 99f Tese (Doutorado) ndash Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Universidade de Satildeo Paulo Piracicaba 1983
BELLINGIERI PA ALCARDE JC amp SOUZA ECA Avaliaccedilatildeo da qualidade de calcaacuterios agriacutecolas atraveacutes do PRNT Anais da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Piracicaba v 45 n 2 p 579-588 1988
BELLINGIERI PA ALCARDE JC SOUZA ECA de Eficiecircncia relativa de diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas de calcaacuterios na neutralizaccedilatildeo da acidez dos solos avaliada em laboratoacuterio Anais da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Piracicaba v46 n2 1989 p 303-317
35
BELLINGIERI PA SOUZA ECA ALCARDE JC SHIKASHO HW Importacircncia da reatividade do calcaacuterio sobre a produccedilatildeo e algumas caracteriacutesticas da soja Scientia Agricola Piracicaba v 49 p 61-71 1992
BRASIL MAPA Laboratoacuterio Nacional de Referecircncia Vegetal Anaacutelise de corretivos fertilizantes e inoculantes Brasiacutelia 1983 104p
BRUNAUER S EMMETT P H TELLER E Adsorption of gases in multimolecular layers In Journal of the American Chemical Society New York v 60 p 309-19 1938
CATANI RA ALONSO O Avaliaccedilatildeo e exigecircncia de calcaacuterio do solo Anais da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Piracicaba v 26 p 141-156 1969
CATE R Sugestotildees para adubaccedilatildeo com base na anaacutelise de solos Raleigh North Caroline State University 1965 16p
DAYANADAM P KAUFMAN PB FRANKLIN CL Detection of siacutelica in plants American Journal of Botany Columbus v 70 p 1079-1084 1983
DEFELIPO BV BRAGA JM SPIES C Comparaccedilatildeo entre meacutetodos de determinaccedilatildeo da necessidade de calcaacuterio de solos de Minas Gerais Experientiae v 13 p 111-136 1982
EMBRAPA C N P S Manual de meacutetodos de anaacutelise de solo Rio de Janeiro 1997 212p
EPSTEIN E Silicon Annu Rev Plant Physiol Plant Molec Biol Palo Alto v 50 1999 p 641 - 664
FERREIRA DF SISVAR versatildeo 43 (Build 41) Lavras UFLADEX 1999 4 disquetes
FURTINI NETO A VALE FR RESENDE A V GUILHERME L R G GUEDES G A A Fertilidade do solo Lavras UFLAFAEPE 2001 252p
GASCHO G J Silicon sources for agriculture In DATNOFF L E SNYDER G H KORNDOumlRFER G H (Ed) Silicon in agriculture Amsterdan Elsevier 2001 cap 12 p 197-207
KAMINSKI J RHEINHEIMER DS A acidez do solo e a nutriccedilatildeo mineral de plantas In KAMINSKI J (Ed) Uso de corretivos da acidez do solo no plantio direto Pelotas SBCSNRS 2000 cap2 p 21 - 39
KORNDOumlRFER G H Elementos beneacuteficos In FERNANDES M S Nutriccedilatildeo mineral de plantas Viccedilosa Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo 2006 432p
36
KORNDOumlRFER G H DATNOFF L E Adubaccedilatildeo com siliacutecio uma alternativa no controle de doenccedilas da cana-de-accediluacutecar e do arroz Informaccedilotildees Agronocircmicas Piracicaba v 70 p 1-5 1995
KORNDOumlRFER G H PEREIRA H S CAMARGO M S Silicatos de caacutelcio e magneacutesio na agricultura 3 ed Uberlacircndia 2004 28 p (Boletim Teacutecnico n1)
KORNDOumlRFER G H PEREIRA H S NOLLA A Anaacutelise de siliacutecio solo planta e fertilizante 1 ed Uberlacircndia 2004 50 p (Boletim Teacutecnico n2)
KORNDOumlRFER G H PEREIRA H S CAMARGO M S Silicatos de caacutelcio e magneacutesio na agricultura 2 ed Uberlacircndia 2003 15 p (Boletim Teacutecnico n1)
KORNDOumlRFER G H PEREIRA H S CAMARGO M S Papel do siliacutecio na produccedilatildeo de cana-de-accediluacutecar STAB v 21 n 2 2002 4 p
KORNDOumlRFER G H LEPSCH I Effect of silicon on plant growth and crop yeld In DATNOFF L E SNYDER G H KORNDOumlRFER G H (Ed) Silicon in agriculture Amsterdan Elsevier 2001 p 133 ndash 147
KURIHARA CH MAEDA S HERNANI LC SILVA WM Eficiecircncia relativa de fraccedilotildees granulomeacutetricas de calcaacuterios sul-mato-grossenses Pesquisa Agropecuaacuteria Brasileira Brasiacutelia v34 n 8 p 1443 - 1449 1999
LOPES A S SILVA MC GUILHERME L R G Acidez do solo e calagem 3 ed Satildeo Paulo ANDA 1990 22 p (Boletim Teacutecnico 1)
LOPES A S Manual de fertilidade do solo Satildeo Paulo ANDAPOTAFOacuteS 1989 153p
MA JF TAKAHASHI E Soil fertilizer and plant silicon research in Japan Amosterdan Elsevier Science 2002 281 p
MALAVOLTA E Manual de quiacutemica agriacutecola adubos e adubaccedilatildeo Satildeo Paulo Agronocircmica Ceres 1981 608 p
MARSCHNER H Mineral nutrition of higher plants 2 ed LondresAcademic Press 1995 889p
MCKEAGUE J A CLINE M G Silica in soils Advances in Agronomy New York v 15n 3 p 339-397 1963
MEURER E J Fundamentos de quiacutemica do solo 3 ed Porto Alegre Evangraf 2006 285p
MIYAKE Y TAKAHASHI E Effect of silicon on the growth of cucumber plant in soil culture Soil Science Plant Nutrition Tokyo v 29 p 463-471 1983
37
NOVAIS R F BARROS N F LEITE F P TEIXEIRA J L LEAL P G L Eficiecircncia agronocircmica de escoacuterias de siderurgia Pains Viccedilosa Universidade Federal de Viccedilosa 1993
OLIVEIRA AC HAHNE H BARROS NF MORAIS EJ Uso de escoacuteria de alto forno como fonte de nutrientes na adubaccedilatildeo florestal In GUERRINI IA BELLOTE AFJ BUumlLL LT (Ed) Seminaacuterio sobre uso de resiacuteduos florestais e urbanos em florestas Botucatu Fundaccedilatildeo de Estudos e Pesquisas Agriacutecolas e Florestais 1994 p 77-96
PEREIRA HS KORNDOumlRFER GH VIDAL AA CAMARGO MS Silicon sources for rice crop Scientia Agriacutecola Piracicaba v 61 p 522-528 2004
PLESE L P M Efeito da umidade do solo na reatividade das fraccedilotildees granulomeacutetricas de um calcaacuterio 2000 49f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) ndash Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Universidade de Satildeo Paulo Piracicaba 2000
PRADO R M FERNANDES F M NATALE W Uso de escoacuteria de siderurgia no Brasil estudos na cultura da cana-de-accediluacutecar Jaboticabal Funep 2001 67p
PROGRAMA INTERLABORATORIAL DE CONTROLE DE QUALIDADE DE ANAacuteLISE DE SOLO Manual do laboratorista 2005 33p
RAIJ BV Avaliaccedilatildeo da fertilidade do solo Piracicaba Associaccedilatildeo Brasileira para Pesquisa da Potassa e do Fosfato 1981 142p
RAIJ B V CANTARELLA H QUAGGIO J A FURLANI A M C Recomendaccedilatildeo de adubaccedilatildeo e calagem para o estado de Satildeo Paulo Campinas IAC 1996 285p (IAC Boletim 100)
SCOTT AJ KNOTT MA A cluster analysis method for grouping means in the analysis of variance Biometrics Washington v 30 n 2 1974 p 507-512
SHOEMAKER HE MCCLEAN E PRATT PF Buffer methods for determining lime requirements of soil with appreciable amounts of extractable aluminium Soil Sci Soc Am Proc Madison v 25 p 274-277 1961
SOUSA D M G MIRANDA L N OLIVEIRA S A Acidez do solo e sua correccedilatildeo In NOVAIS R F ALVAREZ V V H BARROS N F FONTES R L F CANTARUTTI R B NEVES J C L Fertilidade do solo Viccedilosa Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo 2007 p 205 ndash 274
SOUSA D M G LOBATO E Cerrado correccedilatildeo do solo e adubaccedilatildeo Brasiacutelia Embrapa Informaccedilatildeo Tecnoloacutegica 2004 416p
VERAS M C M VIEIRA W TEIXEIRA L S M ALCARDE J C OLIVEIRA L B Manual de meacutetodos analiacuteticos oficiais para fertilizantes minerais orgacircnicos organominerais e corretivos 1 ed Brasiacutelia MAPA 2007 v 1
38
WERNER D ROTH R Siacutelica metabolism In LAUCHILI A BIELESKI RL (Ed) Encyclopedia of plant physiology New Series Berlin Springer-Velag 1983 v 15B p 682-694
- Parte inicial dissertaccedilatildeopdf
- RESUMOpdf
- Corpo da dissertaccedilatildeopdf
-
18
(a) (b)
(c) (d)
Figura 3 Pesagem dos corretivos (a) adiccedilatildeo dos corretivos nos recipientes plaacutesticos
contendo as amostras dos solos (b) irrigaccedilatildeo das amostras dos solos (c) e incubaccedilatildeo em
laboratoacuterio por 30 e 90 dias (d)
35 Determinaccedilatildeo do pH do solo apoacutes a incubaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo da eficiecircncia relativa
Para a caracterizaccedilatildeo da correccedilatildeo da acidez do solo foi determinado o pH em
CaCl2 em cada unidade experimental Esta variaacutevel de cada fraccedilatildeo granulomeacutetrica dos
silicatos de caacutelcio foi confrontada com os valores obtidos atraveacutes da curva de incubaccedilatildeo
do CaCO3 (reagente pa)
A anaacutelise do pH foi realizada seguindo a metodologia descrita pelo Programa
Interlaboratorial de controle de qualidade de anaacutelise de solo (2005) em que se colocou
10 cm3 de TFSA num frasco de 50 mL e adicionou-se 25 mL de CaCl2 2H2O 001 M
(1469 g L-1) deixando em contato por quinze minutos Posteriormente agitou-se a
amostra em agitador horizontal por dez minutos a 200 rpm Apoacutes esta etapa a soluccedilatildeo
foi mantida em repouso por sessenta minutos Na sequecircncia sem agitar novamente a
amostra foi realizada a leitura em potenciocircmetro devidamente calibrado com soluccedilotildees-
padratildeo de pH 40 e 70
Os valores de pH obtidos por cada fraccedilatildeo granulomeacutetrica de cada um dos
corretivos foram confrontados com os valores de pH obtidos na curva de incubaccedilatildeo de
CaCO3 obtendo-se os valores de equivalente em CaCO3 aos 90 dias
19
Os valores de eficiecircncia relativa foram ajustados em relaccedilatildeo aos resultados
obtidos por cada corretivo na fraccedilatildeo granulomeacutetrica inferior agrave 03 mm (gt 50 mesh)
atribuindo-se a esta fraccedilatildeo mais fina o iacutendice de 100 seguindo a metodologia adotada
por Bellingieri (1983)
36 Avaliaccedilatildeo do teor de Si no solo apoacutes a incubaccedilatildeo
Para a avaliaccedilatildeo do teor de Si no solo disponibilizado por cada uma das fontes
nas fraccedilotildees granulomeacutetricas foram realizadas as anaacutelises no Laboratoacuterio de Anaacutelise de
Fertilizantes da Universidade Federal de Uberlacircndia utilizando o extrator cloreto de
caacutelcio 001 M de acordo com a metodologia descrita por Korndoumlrfer e colaboradores
(2004) em que apoacutes o contato de 10 g da amostra do solo com 100 mL da soluccedilatildeo
extratora os mesmos foram submetidos a um agitador horizontal orbital por 1 hora na
frequumlecircncia de 50 rpm Apoacutes este procedimento as amostras ficaram em repouso por 15
minutos para decantar e a suspensatildeo foi filtrada e ficando sob novo repouso por 12
horas Entatildeo pipetou-se 10 mL do extrato de cada amostra acrescentando-se 1 mL de
soluccedilatildeo sulfo-moliacutebdica Decorridos 10 minutos acrescentou-se 2 mL de soluccedilatildeo de
aacutecido tartaacuterico 200 mg L-1 e apoacutes 5 minutos adicionou-se 10 mL da soluccedilatildeo de aacutecido
ascoacuterbico Apoacutes 1 hora foi realizada a leitura em espectofotocircmetro UV-visiacutevel no
comprimento de onda de 660 nanocircmetros Em funccedilatildeo do fator de diluiccedilatildeo o valor de
leitura foi multiplicado por 10 para se chegar no teor de Si do solo em mg dm-3
37 Anaacutelise estatiacutestica
Os resultados referentes ao pH em CaCl2 encontrados em funccedilatildeo das doses de
CaCO3 foram submetidos agrave anaacutelise de variacircncia e posterior ajuste ao modelo de
regressatildeo mais adequado para cada solo dentro dos dois periacuteodos de incubaccedilatildeo
utilizando o software estatiacutestico Sisvar desenvolvido por Ferreira (1999)
Os dados referentes ao pH em CaCl2 e ao teor de Si no solo encontrados em
funccedilatildeo dos corretivos (silicatos e calcaacuterio) em cada fraccedilatildeo granulomeacutetrica foram
submetidos agrave anaacutelise de variacircncia e suas meacutedias foram comparadas pelo teste de Scott-
Knott (1974) a 5 de probabilidade quanto agrave variaccedilatildeo dos corretivos dentro de cada
fraccedilatildeo granulomeacutetrica e quanto agrave variaccedilatildeo das fraccedilotildees granulomeacutetricas dentro dos
corretivos
20
4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
41 Variaccedilotildees no pH aos 30 dias de incubaccedilatildeo
Em relaccedilatildeo agrave variaacutevel pH em CaCl2 houve efeito significativo das doses de
CaCO3 para os quatro solos analisados o que possibilitou o ajuste de modelos de
regressatildeo (Figura 4)
Para os valores de pH em CaCl2 em funccedilatildeo do corretivo e fraccedilatildeo granulomeacutetrica
utilizados a anaacutelise de variacircncia tambeacutem permitiu constatar efeito significativo
inclusive para a interaccedilatildeo entre estes fatores (Tabela 9) Em geral quanto menor a
fraccedilatildeo granulomeacutetrica maior o pH do solo resultado este que concorda com o trabalho
realizado anteriormente por Alcarde e colaboradores (1989)
Novais e colaboradores (1993) tambeacutem descreveram que a granulometria mais
fina das escoacuterias de siderurgia permitiu maior reatividade tanto em solos arenosos
quanto em solos argilosos
(a)
y = -03764x2 + 13644x + 49458
R2 = 099
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(b)
y = -07093x2 + 24251x + 50564
R2 = 097
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(c)
y = 0492x + 3941
R2 = 094
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(d)
y = -1075x2 + 37825x + 39585
R2 = 099
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalnete CaCO3
pH e
m C
aCl 2
Significativo a 5 de probabilidade pelo teste f Figura 4 Valores do pH em CaCl2 em funccedilatildeo da dose equivalente de CaCO3 aplicada ao solo apoacutes 30 dias de incubaccedilatildeo nos solos muito argiloso (a) argiloso (b) meacutedio (c) arenoso (d)
21
Para os solos muito argiloso argiloso e arenoso pode-se observar que com as
doses de CaCO3 dentro do limite de 0 a 200 em relaccedilatildeo agrave recomendaccedilatildeo para atingir
60 de saturaccedilatildeo por bases o pH em CaCl2 aumentou significativamente de maneira
quadraacutetica Entretanto observou-se para o solo de textura meacutedia um ajuste linear Este
efeito pode ser atribuiacutedo ao fato das doses do corretivo utilizado natildeo terem sido
suficientes para atingir a faixa de estabilidade
Atraveacutes da amplitude de variaccedilatildeo nos valores de pH em funccedilatildeo do acreacutescimo
nas doses de CaCO3 pode-se observar o maior efeito tampatildeo dos solos muito argiloso e
argiloso em relaccedilatildeo ao solo arenoso e de textura meacutedia informaccedilatildeo esta que corrobora
aos relatos de Furtini e colaboradores (2001) O poder tampatildeo do solo eacute a resistecircncia
que o solo oferece a mudanccedila de pH Sousa e colaboradores (2007) exemplificando a
proporcionalidade dos diferentes tipos de acidez do solo relatam que a quantidade de
calcaacuterio necessaacuteria para neutralizar a acidez ativa pode chegar a quatorze mil setecentos
e vinte e trecircs vezes menor do que o necessaacuterio para a correccedilatildeo da acidez potencial do
solo o que evidencia a importacircncia do conhecimento do poder tampatildeo do solo para se
determinar a dose do corretivo
Pode-se observar que os resultados de pH em CaCl2 em funccedilatildeo dos corretivos e
das fraccedilotildees granulomeacutetricas para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso
submetidos a 30 dias de incubaccedilatildeo ocorreram de forma que quanto menor a
granulometria do corretivo maior foi o aumento no valor de pH encontrado nos solos
(Tabela 9)
22
Tabela 9 Valores de pH em CaCl2 em funccedilatildeo do corretivo de solo utilizado na dose
referente agrave elevaccedilatildeo da saturaccedilatildeo por bases para 60 e da fraccedilatildeo granulomeacutetrica apoacutes
30 dias de incubaccedilatildeo para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso
Peneira ABNT (mesh) Corretivo
5 - 10 10 - 20 20 ndash 50 gt 50 Meacutedia Solo muito argiloso
Agrosiliacutecio 51
Ac
51
Ac
57
Ab
59
Aa
55 Silifeacutertil 49
Ad
53
Ac
56
Ab
60
Aa
54 Holcim 50
Ab
49
Bb
49
Cb
53
Ca
50 Calcaacuterio 49
Ac
50
Bc
54
Bb
57
Ba
53 Meacutedia 50
51
54
57
53 Solo argiloso
Agrosiliacutecio
51
Ac
53
Ac
61
Ab
65
Aa
57 Silifeacutertil 53
Ac
52
Ac
59
Ab
66
Aa
57 Holcim 51
Ab
51
Ab
51
Cb
55
Ba
52 Calcaacuterio 51
Ac
52
Ac
56
Bb
65
Aa
56
51
52
56
63
56 Solo meacutedio
Agrosiliacutecio
40
Ac
41
Ac
41
Ab
43
Aa
41 Silifeacutertil 40
Ab
40
Ab
41
Aa
42
Ca
41 Holcim 40
Ab
40
Ab
40
Bb
41
Ca
40 Calcaacuterio 40
Ab
41
Ab
41
Bb
42
Ba
41 Meacutedia 40
40
41
42
41 Solo arenoso
Agrosiliacutecio
40
Ac
43
Ac
55
Ab
63
Aa
50 Silifeacutertil 40
Ac
42
Ac
52
Bb
65
Aa
50 Holcim 40
Ab
41
Ab
42
Cb
50
Ba
43 Calcaacuterio 40
Ac
40
Ac
50
Bb
63
Aa
48 Meacutedia 40
42
49
60
48 Letras maiuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na coluna e letras minuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na linha (Scott-Knott a 5)
No solo muito argiloso o Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil proporcionaram a maior
elevaccedilatildeo do pH do solo em relaccedilatildeo aos demais corretivos em todas as faixas
granulomeacutetricas passantes na peneira de 10 mesh ou seja quando a granulometria foi
inferior a 2 mm em fraccedilotildees maiores que esta o efeito do corretivo foi muito pequeno
natildeo havendo diferenccedila entre os corretivos (Tabela 9)
Para os demais solos os corretivos natildeo apresentaram diferenccedilas quanto ao
aumento provocado no pH do solo quando aplicados em granulometria acima de 084
mm ou seja produtos retidos na peneira de 10 mesh Para as granulometrias mais finas
23
os corretivos apresentaram diferenccedilas no aumento do pH ficando os solos que
receberam o silicato Holcim com os menores valores
De maneira geral para as granulometrias mais finas inferior a 084 mm
(passantes na peneira de 20 mesh) o Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil proporcionaram os
maiores incrementos em pH exceto para o produto mais fino gt 50 mesh no solo de
textura meacutedia e para o produto de granulometria entre 03 e 084 mm (ABNT 20 ndash 50)
no solo arenoso em que o Agrosiliacutecio obteve os melhores resultados (Tabela 9)
42 Variaccedilotildees no pH equivalente em CaCO3 e eficiecircncia relativa dos corretivos aos
90 dias de incubaccedilatildeo
Houve efeito significativo das doses de CaCO3 nos valores de pH em CaCl2 para
os quatro solos analisados o que possibilitou o ajuste de modelos polinomiais (Figura
5)
(a)
y = -01466x2 + 09457x + 49792
R2 = 085
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(b)
y = -05821x2 + 21998x + 49789
R2 = 098
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(c)
y = 04565x + 39275
R2 = 091
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(d)
y = -0865x2 + 34185x + 39925
R2 = 098
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
Significativo a 5 de probabilidade pelo teste f
Figura 5 Valores do pH em CaCl2 em funccedilatildeo da dose equivalente de CaCO3 aplicada ao solo apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo nos solos muito argiloso (a) argiloso (b) meacutedio (c) arenoso (d)
24
Para os solos muito argiloso argiloso e arenoso (Figura 5 a b d) como era de
se esperar as doses de CaCO3 dentro do limite de 0 a 200 em relaccedilatildeo agrave
recomendaccedilatildeo aumentaram significativamente e de forma quadraacutetica o pH em CaCl2
Acompanhando a tendecircncia observada apoacutes 30 dias de incubaccedilatildeo para o solo de
textura meacutedia verificou-se um ajuste linear para o aumento do valor de pH em CaCl2
em funccedilatildeo de doses de CaCO3 Este efeito pode ser atribuiacutedo ao fato das doses do
corretivo utilizado natildeo terem sido suficientes para atingir a faixa de estabilidade
Para as variaccedilotildees de pH em CaCl2 em funccedilatildeo do corretivo e fraccedilatildeo
granulomeacutetrica utilizados tambeacutem houve efeito significativo inclusive para a interaccedilatildeo
entre estes fatores (Tabela 10)
25
Tabela 10 Valores de pH em CaCl2 em funccedilatildeo do corretivo de solo utilizado na dose
referente agrave elevaccedilatildeo da saturaccedilatildeo por bases para 60 e da fraccedilatildeo granulomeacutetrica apoacutes
90 dias de incubaccedilatildeo para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso
Peneira ABNT (mesh) Corretivo
5 - 10 10 - 20 20 ndash 50 gt 50 Meacutedia Solo muito argiloso
Agrosiliacutecio 50
Ad
52
Ac
56
Ab
57
Aa
54 Silifeacutertil 50
Ac
51
Ac
55
Ab
58
Aa
53 Holcim 49
Ab
48
Cb
48
Bb
53
Ba
50 Calcaacuterio 49
Ac
50
Bc
55
Ab
57
Aa
53 Meacutedia 50
50
53
56
52 Solo argiloso
Agrosiliacutecio 52
Ab
53
Ab
61
Aa
62
Aa
57 Silifeacutertil 49
Cd
53
Ac
58
Bb
63
Aa
56 Holcim 50
Bb
50
Bb
51
Db
55
Ca
51 Calcaacuterio 51
Bd
52
Ac
56
Cb
62
Ba
55 Meacutedia 50
52
56
60
55 Solo meacutedio
Agrosiliacutecio 40
Ad
41
Ac
42
Ab
43
Aa
42 Silifeacutertil 41
Ac
41
Ac
42
Ab
43
Aa
42 Holcim 41
Ab
41
Ab
41
Cb
41
Ba
41 Calcaacuterio 40
Ab
41
Ab
41
Bb
43
Aa
41 Meacutedia 40
41
41
42
41 Solo arenoso
Agrosiliacutecio
40
Ac
44
Ab
59
Aa
61
Aa
51 Silifeacutertil 40
Ac
43
Ac
55
Ab
64
Aa
51 Holcim 39
Ab
40
Ab
42
Bb
48
Ba
43 Calcaacuterio 40
Ac
42
Ac
55
Ab
63
Aa
50 Meacutedia 40
42
53
59
49 Letras maiuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na coluna e letras minuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na linha (Scott-Knott a 5)
No solo muito argiloso e no solo arenoso o Agrosiliacutecio o Silifeacutertil e o calcaacuterio
proporcionaram maior elevaccedilatildeo no pH do solo em relaccedilatildeo ao Holcim nos corretivos
com granulometria inferior a 084 mm passantes na peneira de 20 mesh Quando se
comparam estes resultados com os obtidos aos 30 dias de incubaccedilatildeo observa-se a
inclusatildeo do calcaacuterio entre os corretivos com melhores resultados de aumento de pH no
solo muito argiloso Este fato demonstrou que para este solo os silicatos Agrosiliacutecio e
Silifeacutertil tiveram uma maior dissociaccedilatildeo aos 30 dias fato este que foi compensado pelo
calcaacuterio entre 30 e 90 dias de incubaccedilatildeo (Tabela 10)
26
Os valores de pH do solo argiloso apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo demonstraram que
o Agrosiliacutecio proporcionou os maiores valores de pH em todas as fraccedilotildees
granulomeacutetricas ficando este em igualdade com o Silifeacutertil na granulometria inferior a
03 mm (gt 50 mesh) e entre 08 mm e 20 mm (10 a 20 mesh) sendo que nesta uacuteltima
fraccedilatildeo granulomeacutetrica o calcaacuterio tambeacutem se igualou aos dois corretivos acima
mencionados (Tabela 10)
No solo de textura meacutedia as diferenccedilas ocorreram apenas nas fraccedilotildees
granulomeacutetricas inferiores a 08 mm (peneira de 20 mesh) com melhores resultados
atribuiacutedos ao Agrosiliacutecio Silifeacutertil e ao calcaacuterio na fraccedilatildeo mais fina (gt 50 mesh) e ao
Agrosiliacutecio e ao Silifeacutertil na fraccedilatildeo compreendida entre 03 e 084 mm (20 a 50 mesh)
Para o solo arenoso o Agrosiliacutecio o Silifeacutertil e o calcaacuterio proporcionaram
maiores valores de pH nas fraccedilotildees granulomeacutetricas inferiores a 084 mm enquanto que
nas fraccedilotildees mais grossas todos os corretivos tiveram o mesmo comportamento
Para todos os solos utilizados no experimento verificou-se que quanto menor a
dimensatildeo das partiacuteculas maiores satildeo os incrementos gerados nos valores de pH em
CaCl2 (Tabela 10) resultado este que concorda com trabalhos realizados anteriormente
por Bellingieri e colaboradores (1989)
Nas comparaccedilotildees entre os resultados dos valores de pH das amostras de solo
apoacutes 30 e 90 dias de incubaccedilatildeo os resultados praticamente se equivalem demonstrando
que 30 dias de incubaccedilatildeo foi um periacuteodo suficiente para a accedilatildeo dos corretivos
Com base nos incrementos verificados no pH das amostras dos solos pelos
corretivos de acidez em cada fraccedilatildeo granulomeacutetrica em relaccedilatildeo agraves curvas de incubaccedilatildeo
com CaCO3 calculou-se os valores de equivalente em CaCO3 para cada corretivo
dentro de cada fraccedilatildeo granulomeacutetrica com 90 dias de incubaccedilatildeo (Tabela 11)
27
Tabela 11 Equivalente em CaCO3 dos corretivos de acidez de diferentes fraccedilotildees
granulomeacutetricas aos 90 dias de incubaccedilatildeo
Peneiras ABNT (mesh)
Corretivos
5 ndash 10 10 - 20 20 - 50 gt 50 Meacutedia
--------------------------------------- -----------------------------------------
Agrosiliacutecio 9
Ac
24
Ab
64
Aa
77
Aa
43
Silifeacutertil 9
Ac
19
Ac
52
Ab
87
Aa
42 Calcaacuterio 8
Ac
13
Ac
33
Bb
79
Aa
33 Holcim 7
Ab
7
Ab
10
Cb
33
Ba
14 Meacutedia 8
16
39
69
33 Letras maiuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na coluna e letras minuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na linha (Scott-Knott a 5)
Os resultados de equivalente em CaCO3 apresentados para 90 dias de incubaccedilatildeo
(Tabela 11) demonstraram grande variaccedilatildeo para este atributo entre os corretivos de
acidez o que evidencia que natildeo apenas a granulometria mas tambeacutem a origem dos
corretivos exerce grande influecircncia na velocidade de correccedilatildeo da acidez do solo
Para as fraccedilotildees granulomeacutetrica mais grossas (lt 10 e 10 a 20 mesh) pode-se
observar que natildeo houve diferenccedila entre os corretivos jaacute na fraccedilatildeo mais fina (gt 50) o
silicato Holcim proporcionou menores valores de equivalente em CaCO3 em relaccedilatildeo as
demais fontes Na fraccedilatildeo granulomeacutetrica entre 20 e 50 (Tabela 11) verificou-se
diferenccedilas entre o equivalente em CaCO3 de silicatos e do calcaacuterio o que demonstrou o
fato de estarmos neste caso subestimando a reatividade dos silicatos Pode-se observar
que natildeo houve diferenccedilas entre os resultados obtidos com a aplicaccedilatildeo dos silicatos
Agrosiliacutecio e Silifeacutertil portanto sugere-se a elaboraccedilatildeo de novos paracircmetros para a
avaliaccedilatildeo de silicatos com origem de aciaria
Seguindo os criteacuterios adotados por Bellingieri (1983) de ajustar a eficiecircncia dos
corretivos atribuindo valores de 100 para as partiacuteculas passantes na peneira 50 ABNT
(partiacuteculas inferiores a 03 mm) determinou-se a eficiecircncia relativa de cada uma das
fraccedilotildees granulomeacutetricas dos corretivos permitindo a adoccedilatildeo de novos criteacuterios de
reatividade para os silicatos (Tabela 12)
28
Tabela 12 Eficiecircncias relativas em relaccedilatildeo agrave fraccedilatildeo granulomeacutetrica inferior a 03 mm
(peneira 50 mesh) dos corretivos de acidez em diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas aos
90 dias de incubaccedilatildeo
Peneiras ABNT (mesh)
Corretivos 5 - 10 10 - 20 20 - 50 gt 50 Meacutedia
------------------------------ -------------------------------
Agrosiliacutecio 12 33 85 100 58
Silifeacutertil 9 25 65 100 50
Holcim 16 17 27 100 40
Calcaacuterio 9 18 63 100 48
Meacutedia 12 23 60 100
Propotildee-se a adequaccedilatildeo da equaccedilatildeo atualmente adotada para a determinaccedilatildeo da
eficiecircncia relativa (reatividade) de silicatos de origem de aciaria para uso como
corretivo de acidez em funccedilatildeo das diferenccedilas encontradas em eficiecircncia relativa
apresentadas na Tabela 12 entre os silicatos de origem de escoacuteria de aciaria
(Agrosiliacutecio e Silifeacutertil) em relaccedilatildeo ao calcaacuterio ficando a mesma da seguinte forma
RE = F10-20 x 03 + F20-50 x 075 + Fgt50 x 1
Onde
F10-20= percentual de produto que passa pela peneira nordm10 e fica retido na
peneira nordm20 F20-50 = percentual de produto que passa pela peneira nordm20 e fica retido
na peneira nordm50 e F-50 = percentual de produto que passa pela peneira nordm50
Os valores de eficiecircncia relativa 12 em meacutedia para a fraccedilatildeo granulomeacutetrica
mais grosseira pode estar associado agrave presenccedila de micropartiacuteculas (poacute) aderidas ao
redor das partiacuteculas mais grossas (Tabela 12) jaacute que a separaccedilatildeo granulomeacutetrica seguiu
o meacutetodo oficial de separaccedilatildeo em peneiras a seco
29
43 Teor de siliacutecio no solo apoacutes 30 dias de incubaccedilatildeo
De maneira geral pode-se observar que o Agrosiliacutecio proporcionou maiores
incrementos de Si no solo obtendo no solo argiloso quando aplicado na fraccedilatildeo
granulomeacutetrica mais fina incremento de 10 mg dm-3 (Tabela 13)
Tabela 13 Teor de Si no solo em funccedilatildeo da fraccedilatildeo granulomeacutetrica e do corretivo utilizado para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso apoacutes 30 dias de incubaccedilatildeo
Peneiras ABNT (mesh) Corretivos 5 - 10 10 - 20 20 ndash 50 gt 50 Meacutedia
-------------------------------- Si (mg kg-1) -------------------------------------
Solo muito argiloso
Agrosiliacutecio 7
Aa
8
Aa
9
Aa
8
Aa
8 Silifeacutertil 7
Aa
7
Aa
7
Ba
7
Aa
7 Holcim 6
Aa
6
Aa
6
Ba
6
Ba
6 Calcaacuterio 7
Aa
6
Aa
5
Ba
5
Ba
6 Meacutedia 6
7
7
6
6
Solo argiloso
Agrosiliacutecio 6
Ad
10
Ac
14
Ab
15
Aa
11 Silifeacutertil 7
Ac
6
Bc
10
Bb
12
Ba
9 Holcim 6
Ab
5
Bb
6
Cb
9
Ca
7 Calcaacuterio 5
Ba
5
Ba
4
Da
2
Db
4 Meacutedia 6
6
8
10
8
Solo meacutedio
Agrosiliacutecio 10
Aa
10
Aa
10
Aa
10
Aa
10 Silifeacutertil 9
Aa
9
Aa
10
Aa
10
Aa
9 Holcim 8
Ba
9
Aa
9
Ba
10
Aa
9 Calcaacuterio 9
Ba
9
Aa
9
Ba
8
Bb
9 Meacutedia 9
9
9
9
9
Solo arenoso
Agrosiliacutecio 4
Ab
5
Ab
8
Aa
9
Aa
6 Silifeacutertil 3
Ac
5
Ab
7
Aa
7
Ba
6 Holcim 3
Ab
4
Aa
4
Ba
6
Ca
4 Calcaacuterio 3
Aa
3
Ba
3
Ca
2
Da
3 Meacutedia 3
4
6
6
5 Letras maiuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na coluna e letras minuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na linha (Scott-Knott a 5)
No solo muito argiloso as fraccedilotildees mais grossas dos corretivos com partiacuteculas
superiores a 084 mm (lt 20 mesh) natildeo apresentaram diferenccedilas quanto ao fornecimento
30
de Si ao solo poreacutem quando se avaliaram as fraccedilotildees mais finas observou-se maiores
valores de Si para o Agrosiliacutecio na fraccedilatildeo de 03 a 084 mm (20 a 50 mesh) e para o
Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil quando o corretivo foi aplicado na granulometria inferior a 03
mm (gt 50 mesh) estes resultados tambeacutem se repetiram no solo arenoso (Tabela 13)
Para o solo argiloso o Agrosiliacutecio foi o silicato que promoveu maiores valores
de Si no solo quando tambeacutem se avaliaram as fraccedilotildees granulomeacutetricas inferiores a 20
mm (gt 10 mesh) apenas para a fraccedilatildeo mais grossa maior que 20 mm o Agrosiliacutecio o
Silifeacutertil e o Holcim natildeo diferiram estatisticamente variando apenas em relaccedilatildeo ao
calcaacuterio que eacute o uacutenico corretivo avaliado que natildeo apresenta Si em sua constituiccedilatildeo
No solo de textura meacutedia o Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil proporcionaram a mesma
eficiecircncia no fornecimento de Si para o solo (fraccedilotildees 20 a 50 mesh e lt 10 mesh) na
fraccedilatildeo mais fina (gt 50 mesh) os trecircs silicatos avaliados resultaram nos mesmos valores
de Si no solo deferindo apenas do calcaacuterio jaacute na fraccedilatildeo entre 10 a 20 mesh todos os
corretivos proporcionaram o mesmo resultado
De maneira geral a granulometria natildeo resultou em diferenccedilas no fornecimento
de Si pelos silicatos exceto no solo argiloso em que se observa que quanto menor a
granulometria maior foi o teor de Si no solo (Tabela 13)
Ao se avaliar os efeitos do calcaacuterio em relaccedilatildeo ao teor de Si no solo pode-se
observar que quanto menor a fraccedilatildeo granulomeacutetrica do calcaacuterio menores os teores de Si
no solo Este fato pode estar associado a maior alteraccedilatildeo causada no pH do solo pelas
fraccedilotildees mais finas do calcaacuterio reduzindo assim sua disponibilidade de Si corroborando
aos dados de McKeague e Cline (1963) em que o aumento de pH de 6 para 9 reduziu
de 36 para 6 mg dm-3 a concentraccedilatildeo de Si soluacutevel
44 Teor de siliacutecio no solo apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo
De maneira geral pode-se observar que o Agrosiliacutecio promoveu maior
incremento de Si no solo apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo exceto para a fraccedilatildeo
granulomeacutetrica entre 20 a 50 mesh e no solo de textura meacutedia em que o Silifeacutertil e o
Holcim obtiveram resultados semelhantes ao Agrosiliacutecio (Tabela 14)
Quanto agraves fraccedilotildees granulomeacutetricas observou-se que quanto menor a fraccedilatildeo
granulomeacutetrica independente do silicato maior foi o fornecimento de Si ao solo
seguindo a tendecircncia encontrada por Oliveira e colaboradores (1994) em que escoacuterias
31
de alto forno com partiacuteculas menores que 03 mm foram mais eficientes no
fornecimento de Ca e Mg para o solo quando comparadas as fraccedilotildees mais grosseiras
Tabela 14 Teor de Si no solo em funccedilatildeo da fraccedilatildeo granulomeacutetrica e do corretivo
utilizado para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso apoacutes 90 dias de
incubaccedilatildeo
Peneiras ABNT (mesh) Corretivos 5 - 10 10 - 20 20 - 50 gt 50 Meacutedia
-------------------------------- Si (mg kg-1) --------------------------------------
Solo muito argiloso Agrosiliacutecio 8
Ab
9
Aa
9
Aa
9
Aa
9 Silifeacutertil 6
Bb
7
Bb
7
Ba
8
Ba
7 Holcim 7
Bb
7
Bb
6
Cb
8
Ba
7 Calcaacuterio 6
Ba
6
Ba
5
Db
5
Cb
6 Meacutedia 7
7
7
7
7 Solo argiloso
Agrosiliacutecio 7
Ac
11
Ab
13
Aa
13
Aa
11 Silifeacutertil 5
Bc
7
Bb
9
Ba
9
Ba
8 Holcim 6
Bb
5
Cb
6
Cb
9
Ba
7 Calcaacuterio 4
Ca
4
Da
4
Da
3
Cb
4 Meacutedia 5
7
8
9
7 Solo meacutedio
Agrosiliacutecio 10
Aa
11
Aa
10
Aa
11
Aa
11 Silifeacutertil 10
Ba
10
Ba
10
Aa
10
Ba
10 Holcim 10
Bb
10
Bb
10
Ab
11
Aa
10 Calcaacuterio 9
Ba
10
Ba
9
Bb
8
Cc
9 Meacutedia 10
10
10
10
10 Solo arenoso
Agrosiliacutecio 4
Ac
6
Ab
7
Aa
7
Aa
6 Silifeacutertil 3
Bc
4
Bb
6
Ba
6
Ba
5 Holcim 3
Bc
3
Cb
4
Cb
5
Ca
4 Calcaacuterio 2
Ca
2
Da
2
Da
2
Da
2 Meacutedia 3
4
5
5
4 Letras maiuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na coluna e letras minuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na linha (Scott-Knott a 5)
Para todos os solos analisados observou-se a seguinte sequecircncia para o teor de
Si Agrosiliacutecio gt Silifeacutertil gt Holcim gt Calcaacuterio Fato este que acompanha a tendecircncia
observada na avaliaccedilatildeo da reatividade na correccedilatildeo da acidez do solo exceto para o
calcaacuterio por natildeo apresentar Si em sua constituiccedilatildeo
32
Korndoumlrfer e colaboradores (2004) apresentaram a solubilidade de diferentes
silicatos evidenciando que o Agrosiliacutecio (escoacuteria de aciaria) apresentou maiores valores
de solubilidade em relaccedilatildeo aos valores obtidos pela escoacuteria de alto forno como o
Holcim com valores de 43 e 7 respectivamente Estas diferenccedilas em solubilidade
explicam os valores encontrados tanto na avaliaccedilatildeo aos 30 como aos 90 dias de
incubaccedilatildeo
Pereira e colaboradores (2004) em trabalho para a avaliaccedilatildeo da eficiecircncia de
fontes de Si para a cultura do arroz encontraram que a fonte que proporcionou mais
extraccedilatildeo de Si para os gratildeos foi a escoacuteria oriunda da produccedilatildeo de accedilo inox dado que
corrobora os resultados encontrados neste trabalho em que o Agrosiliacutecio (escoacuteria de
aciaria) apresentou maior disponibilizaccedilatildeo de Si para o solo
Nas comparaccedilotildees entre os resultados do teor de Si no solo apoacutes 30 e 90 dias de
incubaccedilatildeo os resultados praticamente se equivalem demonstrando que 30 dias foi um
periacuteodo suficiente para que os silicatos fornecessem Si
Comparando o teor de Si antes da aplicaccedilatildeo dos corretivos com o teor de Si no
solo apoacutes a aplicaccedilatildeo dos corretivos e apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo verificou-se
expressivo acreacutescimo no teor Si no solo ocasionado pelos silicatos principalmente para
o Agrosiliacutecio que incrementou na meacutedia entre as fraccedilotildees granulomeacutetricas 2 6 1 e 3 mg
dm-3 de Si nos solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso respectivamente O
Silifeacutertil tambeacutem forneceu Si ao solo elevando em 1 4 0 e 3 mg dm-3 o teor de Si nos
solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso respectivamente Jaacute o Holcim
apresentou incrementos de 0 2 0 e 1 mg dm-3 respectivamente para os solos muito
argiloso argiloso meacutedio e arenoso
33
5 CONCLUSOtildeES
Os silicatos Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil proporcionam maiores valores de eficiecircncia
relativa na correccedilatildeo da acidez do solo em comparaccedilatildeo ao calcaacuterio e ao silicato Holcim
na fraccedilatildeo granulomeacutetrica entre 030 e 084 mm
Quanto menor a fraccedilatildeo granulomeacutetrica do silicato maior eacute a eficiecircncia relativa
na correccedilatildeo da acidez do solo e maior eacute o fornecimento de Si para o solo
O Agrosiliacutecio apresenta melhores resultados no fornecimento de Si ao solo
seguido do Silifeacutertil e do Holcim
O periacuteodo de 30 dias em condiccedilotildees de umidade mantida agrave 80 da capacidade
de campo eacute um periacuteodo suficiente para a correccedilatildeo da acidez do solo e fornecimento de
Si pelos silicatos ao solo
34
6 REFEREcircNCIAS
ALCARDE JC PAULINO VT DERNARDIN J S Avaliaccedilatildeo da reatividade de corretivos da acidez do solo Revista Brasileira de Ciecircncia do Solo Campinas v 13 p 387-392 1989
ALCARDE JC Corretivos de acidez dos solos caracteriacutesticas e interpretaccedilotildees teacutecnicas Satildeo Paulo ANDA 1992 24p (Boletim Teacutecnico 6)
ALCARDE JC RODELLA AA Avaliaccedilatildeo quiacutemica de corretivos de acidez para fins agriacutecolas uma nova proposiccedilatildeo Scientia Agriacutecola Piracicaba v 53 n 2 ndash 3 1996
ALVAREZ V VH RIBEIRO AC Calagem In RIBEIRO AC GUIMARAtildeES PTG GUIMARAtildeES PTG ALVAREZ V VH (Ed) Recomendaccedilotildees para o uso de corretivos e fertilizantes em Minas Gerais ndash 5ordf Aproximaccedilatildeo Viccedilosa CFSEMG 1999 p 43-60
ALVAREZ V VH Correlaccedilatildeo e calibraccedilatildeo de meacutetodos de anaacutelise de solos In ALVAREZ V VH FONTES LEF FONTES MPF (Ed) O solo nos grandes domiacutenios morfoclimaacuteticos do Brasil e o desenvolvimento sustentado Viccedilosa Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo 1996 p 615-646
ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DOS PRODUTORES DE CALCAacuteRIO Calcaacuterio agriacutecola ndash Brasil consumo aparente por estado (1992 ndash 2006) Disponiacutevel em lthttpwwwcalcario-rscombrgt Acesso em 25 de novembro de 2008
BALASTRA MLFC PEREZ CM JULIANO BO VILLAREAL P Effects of siacutelica level on some properties of Oriza sativa straw and hull Canadian Journal of Botany Ottawa v 67 p 2356-2363 1989
BARBOSA FILHO MP SNYDER G H PRABHU A S DATNOFF L E KORNDOumlRFER G H Importacircncia do siliacutecio para a cultura do arroz Informaccedilotildees agronocircmicas v 89 p 1-8 2000
BELLINGIERI PA Avaliaccedilatildeo em laboratoacuterio da eficiecircncia de diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas de calcaacuterios agriacutecolas 1983 99f Tese (Doutorado) ndash Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Universidade de Satildeo Paulo Piracicaba 1983
BELLINGIERI PA ALCARDE JC amp SOUZA ECA Avaliaccedilatildeo da qualidade de calcaacuterios agriacutecolas atraveacutes do PRNT Anais da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Piracicaba v 45 n 2 p 579-588 1988
BELLINGIERI PA ALCARDE JC SOUZA ECA de Eficiecircncia relativa de diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas de calcaacuterios na neutralizaccedilatildeo da acidez dos solos avaliada em laboratoacuterio Anais da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Piracicaba v46 n2 1989 p 303-317
35
BELLINGIERI PA SOUZA ECA ALCARDE JC SHIKASHO HW Importacircncia da reatividade do calcaacuterio sobre a produccedilatildeo e algumas caracteriacutesticas da soja Scientia Agricola Piracicaba v 49 p 61-71 1992
BRASIL MAPA Laboratoacuterio Nacional de Referecircncia Vegetal Anaacutelise de corretivos fertilizantes e inoculantes Brasiacutelia 1983 104p
BRUNAUER S EMMETT P H TELLER E Adsorption of gases in multimolecular layers In Journal of the American Chemical Society New York v 60 p 309-19 1938
CATANI RA ALONSO O Avaliaccedilatildeo e exigecircncia de calcaacuterio do solo Anais da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Piracicaba v 26 p 141-156 1969
CATE R Sugestotildees para adubaccedilatildeo com base na anaacutelise de solos Raleigh North Caroline State University 1965 16p
DAYANADAM P KAUFMAN PB FRANKLIN CL Detection of siacutelica in plants American Journal of Botany Columbus v 70 p 1079-1084 1983
DEFELIPO BV BRAGA JM SPIES C Comparaccedilatildeo entre meacutetodos de determinaccedilatildeo da necessidade de calcaacuterio de solos de Minas Gerais Experientiae v 13 p 111-136 1982
EMBRAPA C N P S Manual de meacutetodos de anaacutelise de solo Rio de Janeiro 1997 212p
EPSTEIN E Silicon Annu Rev Plant Physiol Plant Molec Biol Palo Alto v 50 1999 p 641 - 664
FERREIRA DF SISVAR versatildeo 43 (Build 41) Lavras UFLADEX 1999 4 disquetes
FURTINI NETO A VALE FR RESENDE A V GUILHERME L R G GUEDES G A A Fertilidade do solo Lavras UFLAFAEPE 2001 252p
GASCHO G J Silicon sources for agriculture In DATNOFF L E SNYDER G H KORNDOumlRFER G H (Ed) Silicon in agriculture Amsterdan Elsevier 2001 cap 12 p 197-207
KAMINSKI J RHEINHEIMER DS A acidez do solo e a nutriccedilatildeo mineral de plantas In KAMINSKI J (Ed) Uso de corretivos da acidez do solo no plantio direto Pelotas SBCSNRS 2000 cap2 p 21 - 39
KORNDOumlRFER G H Elementos beneacuteficos In FERNANDES M S Nutriccedilatildeo mineral de plantas Viccedilosa Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo 2006 432p
36
KORNDOumlRFER G H DATNOFF L E Adubaccedilatildeo com siliacutecio uma alternativa no controle de doenccedilas da cana-de-accediluacutecar e do arroz Informaccedilotildees Agronocircmicas Piracicaba v 70 p 1-5 1995
KORNDOumlRFER G H PEREIRA H S CAMARGO M S Silicatos de caacutelcio e magneacutesio na agricultura 3 ed Uberlacircndia 2004 28 p (Boletim Teacutecnico n1)
KORNDOumlRFER G H PEREIRA H S NOLLA A Anaacutelise de siliacutecio solo planta e fertilizante 1 ed Uberlacircndia 2004 50 p (Boletim Teacutecnico n2)
KORNDOumlRFER G H PEREIRA H S CAMARGO M S Silicatos de caacutelcio e magneacutesio na agricultura 2 ed Uberlacircndia 2003 15 p (Boletim Teacutecnico n1)
KORNDOumlRFER G H PEREIRA H S CAMARGO M S Papel do siliacutecio na produccedilatildeo de cana-de-accediluacutecar STAB v 21 n 2 2002 4 p
KORNDOumlRFER G H LEPSCH I Effect of silicon on plant growth and crop yeld In DATNOFF L E SNYDER G H KORNDOumlRFER G H (Ed) Silicon in agriculture Amsterdan Elsevier 2001 p 133 ndash 147
KURIHARA CH MAEDA S HERNANI LC SILVA WM Eficiecircncia relativa de fraccedilotildees granulomeacutetricas de calcaacuterios sul-mato-grossenses Pesquisa Agropecuaacuteria Brasileira Brasiacutelia v34 n 8 p 1443 - 1449 1999
LOPES A S SILVA MC GUILHERME L R G Acidez do solo e calagem 3 ed Satildeo Paulo ANDA 1990 22 p (Boletim Teacutecnico 1)
LOPES A S Manual de fertilidade do solo Satildeo Paulo ANDAPOTAFOacuteS 1989 153p
MA JF TAKAHASHI E Soil fertilizer and plant silicon research in Japan Amosterdan Elsevier Science 2002 281 p
MALAVOLTA E Manual de quiacutemica agriacutecola adubos e adubaccedilatildeo Satildeo Paulo Agronocircmica Ceres 1981 608 p
MARSCHNER H Mineral nutrition of higher plants 2 ed LondresAcademic Press 1995 889p
MCKEAGUE J A CLINE M G Silica in soils Advances in Agronomy New York v 15n 3 p 339-397 1963
MEURER E J Fundamentos de quiacutemica do solo 3 ed Porto Alegre Evangraf 2006 285p
MIYAKE Y TAKAHASHI E Effect of silicon on the growth of cucumber plant in soil culture Soil Science Plant Nutrition Tokyo v 29 p 463-471 1983
37
NOVAIS R F BARROS N F LEITE F P TEIXEIRA J L LEAL P G L Eficiecircncia agronocircmica de escoacuterias de siderurgia Pains Viccedilosa Universidade Federal de Viccedilosa 1993
OLIVEIRA AC HAHNE H BARROS NF MORAIS EJ Uso de escoacuteria de alto forno como fonte de nutrientes na adubaccedilatildeo florestal In GUERRINI IA BELLOTE AFJ BUumlLL LT (Ed) Seminaacuterio sobre uso de resiacuteduos florestais e urbanos em florestas Botucatu Fundaccedilatildeo de Estudos e Pesquisas Agriacutecolas e Florestais 1994 p 77-96
PEREIRA HS KORNDOumlRFER GH VIDAL AA CAMARGO MS Silicon sources for rice crop Scientia Agriacutecola Piracicaba v 61 p 522-528 2004
PLESE L P M Efeito da umidade do solo na reatividade das fraccedilotildees granulomeacutetricas de um calcaacuterio 2000 49f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) ndash Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Universidade de Satildeo Paulo Piracicaba 2000
PRADO R M FERNANDES F M NATALE W Uso de escoacuteria de siderurgia no Brasil estudos na cultura da cana-de-accediluacutecar Jaboticabal Funep 2001 67p
PROGRAMA INTERLABORATORIAL DE CONTROLE DE QUALIDADE DE ANAacuteLISE DE SOLO Manual do laboratorista 2005 33p
RAIJ BV Avaliaccedilatildeo da fertilidade do solo Piracicaba Associaccedilatildeo Brasileira para Pesquisa da Potassa e do Fosfato 1981 142p
RAIJ B V CANTARELLA H QUAGGIO J A FURLANI A M C Recomendaccedilatildeo de adubaccedilatildeo e calagem para o estado de Satildeo Paulo Campinas IAC 1996 285p (IAC Boletim 100)
SCOTT AJ KNOTT MA A cluster analysis method for grouping means in the analysis of variance Biometrics Washington v 30 n 2 1974 p 507-512
SHOEMAKER HE MCCLEAN E PRATT PF Buffer methods for determining lime requirements of soil with appreciable amounts of extractable aluminium Soil Sci Soc Am Proc Madison v 25 p 274-277 1961
SOUSA D M G MIRANDA L N OLIVEIRA S A Acidez do solo e sua correccedilatildeo In NOVAIS R F ALVAREZ V V H BARROS N F FONTES R L F CANTARUTTI R B NEVES J C L Fertilidade do solo Viccedilosa Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo 2007 p 205 ndash 274
SOUSA D M G LOBATO E Cerrado correccedilatildeo do solo e adubaccedilatildeo Brasiacutelia Embrapa Informaccedilatildeo Tecnoloacutegica 2004 416p
VERAS M C M VIEIRA W TEIXEIRA L S M ALCARDE J C OLIVEIRA L B Manual de meacutetodos analiacuteticos oficiais para fertilizantes minerais orgacircnicos organominerais e corretivos 1 ed Brasiacutelia MAPA 2007 v 1
38
WERNER D ROTH R Siacutelica metabolism In LAUCHILI A BIELESKI RL (Ed) Encyclopedia of plant physiology New Series Berlin Springer-Velag 1983 v 15B p 682-694
- Parte inicial dissertaccedilatildeopdf
- RESUMOpdf
- Corpo da dissertaccedilatildeopdf
-
19
Os valores de eficiecircncia relativa foram ajustados em relaccedilatildeo aos resultados
obtidos por cada corretivo na fraccedilatildeo granulomeacutetrica inferior agrave 03 mm (gt 50 mesh)
atribuindo-se a esta fraccedilatildeo mais fina o iacutendice de 100 seguindo a metodologia adotada
por Bellingieri (1983)
36 Avaliaccedilatildeo do teor de Si no solo apoacutes a incubaccedilatildeo
Para a avaliaccedilatildeo do teor de Si no solo disponibilizado por cada uma das fontes
nas fraccedilotildees granulomeacutetricas foram realizadas as anaacutelises no Laboratoacuterio de Anaacutelise de
Fertilizantes da Universidade Federal de Uberlacircndia utilizando o extrator cloreto de
caacutelcio 001 M de acordo com a metodologia descrita por Korndoumlrfer e colaboradores
(2004) em que apoacutes o contato de 10 g da amostra do solo com 100 mL da soluccedilatildeo
extratora os mesmos foram submetidos a um agitador horizontal orbital por 1 hora na
frequumlecircncia de 50 rpm Apoacutes este procedimento as amostras ficaram em repouso por 15
minutos para decantar e a suspensatildeo foi filtrada e ficando sob novo repouso por 12
horas Entatildeo pipetou-se 10 mL do extrato de cada amostra acrescentando-se 1 mL de
soluccedilatildeo sulfo-moliacutebdica Decorridos 10 minutos acrescentou-se 2 mL de soluccedilatildeo de
aacutecido tartaacuterico 200 mg L-1 e apoacutes 5 minutos adicionou-se 10 mL da soluccedilatildeo de aacutecido
ascoacuterbico Apoacutes 1 hora foi realizada a leitura em espectofotocircmetro UV-visiacutevel no
comprimento de onda de 660 nanocircmetros Em funccedilatildeo do fator de diluiccedilatildeo o valor de
leitura foi multiplicado por 10 para se chegar no teor de Si do solo em mg dm-3
37 Anaacutelise estatiacutestica
Os resultados referentes ao pH em CaCl2 encontrados em funccedilatildeo das doses de
CaCO3 foram submetidos agrave anaacutelise de variacircncia e posterior ajuste ao modelo de
regressatildeo mais adequado para cada solo dentro dos dois periacuteodos de incubaccedilatildeo
utilizando o software estatiacutestico Sisvar desenvolvido por Ferreira (1999)
Os dados referentes ao pH em CaCl2 e ao teor de Si no solo encontrados em
funccedilatildeo dos corretivos (silicatos e calcaacuterio) em cada fraccedilatildeo granulomeacutetrica foram
submetidos agrave anaacutelise de variacircncia e suas meacutedias foram comparadas pelo teste de Scott-
Knott (1974) a 5 de probabilidade quanto agrave variaccedilatildeo dos corretivos dentro de cada
fraccedilatildeo granulomeacutetrica e quanto agrave variaccedilatildeo das fraccedilotildees granulomeacutetricas dentro dos
corretivos
20
4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
41 Variaccedilotildees no pH aos 30 dias de incubaccedilatildeo
Em relaccedilatildeo agrave variaacutevel pH em CaCl2 houve efeito significativo das doses de
CaCO3 para os quatro solos analisados o que possibilitou o ajuste de modelos de
regressatildeo (Figura 4)
Para os valores de pH em CaCl2 em funccedilatildeo do corretivo e fraccedilatildeo granulomeacutetrica
utilizados a anaacutelise de variacircncia tambeacutem permitiu constatar efeito significativo
inclusive para a interaccedilatildeo entre estes fatores (Tabela 9) Em geral quanto menor a
fraccedilatildeo granulomeacutetrica maior o pH do solo resultado este que concorda com o trabalho
realizado anteriormente por Alcarde e colaboradores (1989)
Novais e colaboradores (1993) tambeacutem descreveram que a granulometria mais
fina das escoacuterias de siderurgia permitiu maior reatividade tanto em solos arenosos
quanto em solos argilosos
(a)
y = -03764x2 + 13644x + 49458
R2 = 099
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(b)
y = -07093x2 + 24251x + 50564
R2 = 097
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(c)
y = 0492x + 3941
R2 = 094
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(d)
y = -1075x2 + 37825x + 39585
R2 = 099
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalnete CaCO3
pH e
m C
aCl 2
Significativo a 5 de probabilidade pelo teste f Figura 4 Valores do pH em CaCl2 em funccedilatildeo da dose equivalente de CaCO3 aplicada ao solo apoacutes 30 dias de incubaccedilatildeo nos solos muito argiloso (a) argiloso (b) meacutedio (c) arenoso (d)
21
Para os solos muito argiloso argiloso e arenoso pode-se observar que com as
doses de CaCO3 dentro do limite de 0 a 200 em relaccedilatildeo agrave recomendaccedilatildeo para atingir
60 de saturaccedilatildeo por bases o pH em CaCl2 aumentou significativamente de maneira
quadraacutetica Entretanto observou-se para o solo de textura meacutedia um ajuste linear Este
efeito pode ser atribuiacutedo ao fato das doses do corretivo utilizado natildeo terem sido
suficientes para atingir a faixa de estabilidade
Atraveacutes da amplitude de variaccedilatildeo nos valores de pH em funccedilatildeo do acreacutescimo
nas doses de CaCO3 pode-se observar o maior efeito tampatildeo dos solos muito argiloso e
argiloso em relaccedilatildeo ao solo arenoso e de textura meacutedia informaccedilatildeo esta que corrobora
aos relatos de Furtini e colaboradores (2001) O poder tampatildeo do solo eacute a resistecircncia
que o solo oferece a mudanccedila de pH Sousa e colaboradores (2007) exemplificando a
proporcionalidade dos diferentes tipos de acidez do solo relatam que a quantidade de
calcaacuterio necessaacuteria para neutralizar a acidez ativa pode chegar a quatorze mil setecentos
e vinte e trecircs vezes menor do que o necessaacuterio para a correccedilatildeo da acidez potencial do
solo o que evidencia a importacircncia do conhecimento do poder tampatildeo do solo para se
determinar a dose do corretivo
Pode-se observar que os resultados de pH em CaCl2 em funccedilatildeo dos corretivos e
das fraccedilotildees granulomeacutetricas para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso
submetidos a 30 dias de incubaccedilatildeo ocorreram de forma que quanto menor a
granulometria do corretivo maior foi o aumento no valor de pH encontrado nos solos
(Tabela 9)
22
Tabela 9 Valores de pH em CaCl2 em funccedilatildeo do corretivo de solo utilizado na dose
referente agrave elevaccedilatildeo da saturaccedilatildeo por bases para 60 e da fraccedilatildeo granulomeacutetrica apoacutes
30 dias de incubaccedilatildeo para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso
Peneira ABNT (mesh) Corretivo
5 - 10 10 - 20 20 ndash 50 gt 50 Meacutedia Solo muito argiloso
Agrosiliacutecio 51
Ac
51
Ac
57
Ab
59
Aa
55 Silifeacutertil 49
Ad
53
Ac
56
Ab
60
Aa
54 Holcim 50
Ab
49
Bb
49
Cb
53
Ca
50 Calcaacuterio 49
Ac
50
Bc
54
Bb
57
Ba
53 Meacutedia 50
51
54
57
53 Solo argiloso
Agrosiliacutecio
51
Ac
53
Ac
61
Ab
65
Aa
57 Silifeacutertil 53
Ac
52
Ac
59
Ab
66
Aa
57 Holcim 51
Ab
51
Ab
51
Cb
55
Ba
52 Calcaacuterio 51
Ac
52
Ac
56
Bb
65
Aa
56
51
52
56
63
56 Solo meacutedio
Agrosiliacutecio
40
Ac
41
Ac
41
Ab
43
Aa
41 Silifeacutertil 40
Ab
40
Ab
41
Aa
42
Ca
41 Holcim 40
Ab
40
Ab
40
Bb
41
Ca
40 Calcaacuterio 40
Ab
41
Ab
41
Bb
42
Ba
41 Meacutedia 40
40
41
42
41 Solo arenoso
Agrosiliacutecio
40
Ac
43
Ac
55
Ab
63
Aa
50 Silifeacutertil 40
Ac
42
Ac
52
Bb
65
Aa
50 Holcim 40
Ab
41
Ab
42
Cb
50
Ba
43 Calcaacuterio 40
Ac
40
Ac
50
Bb
63
Aa
48 Meacutedia 40
42
49
60
48 Letras maiuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na coluna e letras minuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na linha (Scott-Knott a 5)
No solo muito argiloso o Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil proporcionaram a maior
elevaccedilatildeo do pH do solo em relaccedilatildeo aos demais corretivos em todas as faixas
granulomeacutetricas passantes na peneira de 10 mesh ou seja quando a granulometria foi
inferior a 2 mm em fraccedilotildees maiores que esta o efeito do corretivo foi muito pequeno
natildeo havendo diferenccedila entre os corretivos (Tabela 9)
Para os demais solos os corretivos natildeo apresentaram diferenccedilas quanto ao
aumento provocado no pH do solo quando aplicados em granulometria acima de 084
mm ou seja produtos retidos na peneira de 10 mesh Para as granulometrias mais finas
23
os corretivos apresentaram diferenccedilas no aumento do pH ficando os solos que
receberam o silicato Holcim com os menores valores
De maneira geral para as granulometrias mais finas inferior a 084 mm
(passantes na peneira de 20 mesh) o Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil proporcionaram os
maiores incrementos em pH exceto para o produto mais fino gt 50 mesh no solo de
textura meacutedia e para o produto de granulometria entre 03 e 084 mm (ABNT 20 ndash 50)
no solo arenoso em que o Agrosiliacutecio obteve os melhores resultados (Tabela 9)
42 Variaccedilotildees no pH equivalente em CaCO3 e eficiecircncia relativa dos corretivos aos
90 dias de incubaccedilatildeo
Houve efeito significativo das doses de CaCO3 nos valores de pH em CaCl2 para
os quatro solos analisados o que possibilitou o ajuste de modelos polinomiais (Figura
5)
(a)
y = -01466x2 + 09457x + 49792
R2 = 085
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(b)
y = -05821x2 + 21998x + 49789
R2 = 098
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(c)
y = 04565x + 39275
R2 = 091
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(d)
y = -0865x2 + 34185x + 39925
R2 = 098
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
Significativo a 5 de probabilidade pelo teste f
Figura 5 Valores do pH em CaCl2 em funccedilatildeo da dose equivalente de CaCO3 aplicada ao solo apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo nos solos muito argiloso (a) argiloso (b) meacutedio (c) arenoso (d)
24
Para os solos muito argiloso argiloso e arenoso (Figura 5 a b d) como era de
se esperar as doses de CaCO3 dentro do limite de 0 a 200 em relaccedilatildeo agrave
recomendaccedilatildeo aumentaram significativamente e de forma quadraacutetica o pH em CaCl2
Acompanhando a tendecircncia observada apoacutes 30 dias de incubaccedilatildeo para o solo de
textura meacutedia verificou-se um ajuste linear para o aumento do valor de pH em CaCl2
em funccedilatildeo de doses de CaCO3 Este efeito pode ser atribuiacutedo ao fato das doses do
corretivo utilizado natildeo terem sido suficientes para atingir a faixa de estabilidade
Para as variaccedilotildees de pH em CaCl2 em funccedilatildeo do corretivo e fraccedilatildeo
granulomeacutetrica utilizados tambeacutem houve efeito significativo inclusive para a interaccedilatildeo
entre estes fatores (Tabela 10)
25
Tabela 10 Valores de pH em CaCl2 em funccedilatildeo do corretivo de solo utilizado na dose
referente agrave elevaccedilatildeo da saturaccedilatildeo por bases para 60 e da fraccedilatildeo granulomeacutetrica apoacutes
90 dias de incubaccedilatildeo para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso
Peneira ABNT (mesh) Corretivo
5 - 10 10 - 20 20 ndash 50 gt 50 Meacutedia Solo muito argiloso
Agrosiliacutecio 50
Ad
52
Ac
56
Ab
57
Aa
54 Silifeacutertil 50
Ac
51
Ac
55
Ab
58
Aa
53 Holcim 49
Ab
48
Cb
48
Bb
53
Ba
50 Calcaacuterio 49
Ac
50
Bc
55
Ab
57
Aa
53 Meacutedia 50
50
53
56
52 Solo argiloso
Agrosiliacutecio 52
Ab
53
Ab
61
Aa
62
Aa
57 Silifeacutertil 49
Cd
53
Ac
58
Bb
63
Aa
56 Holcim 50
Bb
50
Bb
51
Db
55
Ca
51 Calcaacuterio 51
Bd
52
Ac
56
Cb
62
Ba
55 Meacutedia 50
52
56
60
55 Solo meacutedio
Agrosiliacutecio 40
Ad
41
Ac
42
Ab
43
Aa
42 Silifeacutertil 41
Ac
41
Ac
42
Ab
43
Aa
42 Holcim 41
Ab
41
Ab
41
Cb
41
Ba
41 Calcaacuterio 40
Ab
41
Ab
41
Bb
43
Aa
41 Meacutedia 40
41
41
42
41 Solo arenoso
Agrosiliacutecio
40
Ac
44
Ab
59
Aa
61
Aa
51 Silifeacutertil 40
Ac
43
Ac
55
Ab
64
Aa
51 Holcim 39
Ab
40
Ab
42
Bb
48
Ba
43 Calcaacuterio 40
Ac
42
Ac
55
Ab
63
Aa
50 Meacutedia 40
42
53
59
49 Letras maiuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na coluna e letras minuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na linha (Scott-Knott a 5)
No solo muito argiloso e no solo arenoso o Agrosiliacutecio o Silifeacutertil e o calcaacuterio
proporcionaram maior elevaccedilatildeo no pH do solo em relaccedilatildeo ao Holcim nos corretivos
com granulometria inferior a 084 mm passantes na peneira de 20 mesh Quando se
comparam estes resultados com os obtidos aos 30 dias de incubaccedilatildeo observa-se a
inclusatildeo do calcaacuterio entre os corretivos com melhores resultados de aumento de pH no
solo muito argiloso Este fato demonstrou que para este solo os silicatos Agrosiliacutecio e
Silifeacutertil tiveram uma maior dissociaccedilatildeo aos 30 dias fato este que foi compensado pelo
calcaacuterio entre 30 e 90 dias de incubaccedilatildeo (Tabela 10)
26
Os valores de pH do solo argiloso apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo demonstraram que
o Agrosiliacutecio proporcionou os maiores valores de pH em todas as fraccedilotildees
granulomeacutetricas ficando este em igualdade com o Silifeacutertil na granulometria inferior a
03 mm (gt 50 mesh) e entre 08 mm e 20 mm (10 a 20 mesh) sendo que nesta uacuteltima
fraccedilatildeo granulomeacutetrica o calcaacuterio tambeacutem se igualou aos dois corretivos acima
mencionados (Tabela 10)
No solo de textura meacutedia as diferenccedilas ocorreram apenas nas fraccedilotildees
granulomeacutetricas inferiores a 08 mm (peneira de 20 mesh) com melhores resultados
atribuiacutedos ao Agrosiliacutecio Silifeacutertil e ao calcaacuterio na fraccedilatildeo mais fina (gt 50 mesh) e ao
Agrosiliacutecio e ao Silifeacutertil na fraccedilatildeo compreendida entre 03 e 084 mm (20 a 50 mesh)
Para o solo arenoso o Agrosiliacutecio o Silifeacutertil e o calcaacuterio proporcionaram
maiores valores de pH nas fraccedilotildees granulomeacutetricas inferiores a 084 mm enquanto que
nas fraccedilotildees mais grossas todos os corretivos tiveram o mesmo comportamento
Para todos os solos utilizados no experimento verificou-se que quanto menor a
dimensatildeo das partiacuteculas maiores satildeo os incrementos gerados nos valores de pH em
CaCl2 (Tabela 10) resultado este que concorda com trabalhos realizados anteriormente
por Bellingieri e colaboradores (1989)
Nas comparaccedilotildees entre os resultados dos valores de pH das amostras de solo
apoacutes 30 e 90 dias de incubaccedilatildeo os resultados praticamente se equivalem demonstrando
que 30 dias de incubaccedilatildeo foi um periacuteodo suficiente para a accedilatildeo dos corretivos
Com base nos incrementos verificados no pH das amostras dos solos pelos
corretivos de acidez em cada fraccedilatildeo granulomeacutetrica em relaccedilatildeo agraves curvas de incubaccedilatildeo
com CaCO3 calculou-se os valores de equivalente em CaCO3 para cada corretivo
dentro de cada fraccedilatildeo granulomeacutetrica com 90 dias de incubaccedilatildeo (Tabela 11)
27
Tabela 11 Equivalente em CaCO3 dos corretivos de acidez de diferentes fraccedilotildees
granulomeacutetricas aos 90 dias de incubaccedilatildeo
Peneiras ABNT (mesh)
Corretivos
5 ndash 10 10 - 20 20 - 50 gt 50 Meacutedia
--------------------------------------- -----------------------------------------
Agrosiliacutecio 9
Ac
24
Ab
64
Aa
77
Aa
43
Silifeacutertil 9
Ac
19
Ac
52
Ab
87
Aa
42 Calcaacuterio 8
Ac
13
Ac
33
Bb
79
Aa
33 Holcim 7
Ab
7
Ab
10
Cb
33
Ba
14 Meacutedia 8
16
39
69
33 Letras maiuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na coluna e letras minuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na linha (Scott-Knott a 5)
Os resultados de equivalente em CaCO3 apresentados para 90 dias de incubaccedilatildeo
(Tabela 11) demonstraram grande variaccedilatildeo para este atributo entre os corretivos de
acidez o que evidencia que natildeo apenas a granulometria mas tambeacutem a origem dos
corretivos exerce grande influecircncia na velocidade de correccedilatildeo da acidez do solo
Para as fraccedilotildees granulomeacutetrica mais grossas (lt 10 e 10 a 20 mesh) pode-se
observar que natildeo houve diferenccedila entre os corretivos jaacute na fraccedilatildeo mais fina (gt 50) o
silicato Holcim proporcionou menores valores de equivalente em CaCO3 em relaccedilatildeo as
demais fontes Na fraccedilatildeo granulomeacutetrica entre 20 e 50 (Tabela 11) verificou-se
diferenccedilas entre o equivalente em CaCO3 de silicatos e do calcaacuterio o que demonstrou o
fato de estarmos neste caso subestimando a reatividade dos silicatos Pode-se observar
que natildeo houve diferenccedilas entre os resultados obtidos com a aplicaccedilatildeo dos silicatos
Agrosiliacutecio e Silifeacutertil portanto sugere-se a elaboraccedilatildeo de novos paracircmetros para a
avaliaccedilatildeo de silicatos com origem de aciaria
Seguindo os criteacuterios adotados por Bellingieri (1983) de ajustar a eficiecircncia dos
corretivos atribuindo valores de 100 para as partiacuteculas passantes na peneira 50 ABNT
(partiacuteculas inferiores a 03 mm) determinou-se a eficiecircncia relativa de cada uma das
fraccedilotildees granulomeacutetricas dos corretivos permitindo a adoccedilatildeo de novos criteacuterios de
reatividade para os silicatos (Tabela 12)
28
Tabela 12 Eficiecircncias relativas em relaccedilatildeo agrave fraccedilatildeo granulomeacutetrica inferior a 03 mm
(peneira 50 mesh) dos corretivos de acidez em diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas aos
90 dias de incubaccedilatildeo
Peneiras ABNT (mesh)
Corretivos 5 - 10 10 - 20 20 - 50 gt 50 Meacutedia
------------------------------ -------------------------------
Agrosiliacutecio 12 33 85 100 58
Silifeacutertil 9 25 65 100 50
Holcim 16 17 27 100 40
Calcaacuterio 9 18 63 100 48
Meacutedia 12 23 60 100
Propotildee-se a adequaccedilatildeo da equaccedilatildeo atualmente adotada para a determinaccedilatildeo da
eficiecircncia relativa (reatividade) de silicatos de origem de aciaria para uso como
corretivo de acidez em funccedilatildeo das diferenccedilas encontradas em eficiecircncia relativa
apresentadas na Tabela 12 entre os silicatos de origem de escoacuteria de aciaria
(Agrosiliacutecio e Silifeacutertil) em relaccedilatildeo ao calcaacuterio ficando a mesma da seguinte forma
RE = F10-20 x 03 + F20-50 x 075 + Fgt50 x 1
Onde
F10-20= percentual de produto que passa pela peneira nordm10 e fica retido na
peneira nordm20 F20-50 = percentual de produto que passa pela peneira nordm20 e fica retido
na peneira nordm50 e F-50 = percentual de produto que passa pela peneira nordm50
Os valores de eficiecircncia relativa 12 em meacutedia para a fraccedilatildeo granulomeacutetrica
mais grosseira pode estar associado agrave presenccedila de micropartiacuteculas (poacute) aderidas ao
redor das partiacuteculas mais grossas (Tabela 12) jaacute que a separaccedilatildeo granulomeacutetrica seguiu
o meacutetodo oficial de separaccedilatildeo em peneiras a seco
29
43 Teor de siliacutecio no solo apoacutes 30 dias de incubaccedilatildeo
De maneira geral pode-se observar que o Agrosiliacutecio proporcionou maiores
incrementos de Si no solo obtendo no solo argiloso quando aplicado na fraccedilatildeo
granulomeacutetrica mais fina incremento de 10 mg dm-3 (Tabela 13)
Tabela 13 Teor de Si no solo em funccedilatildeo da fraccedilatildeo granulomeacutetrica e do corretivo utilizado para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso apoacutes 30 dias de incubaccedilatildeo
Peneiras ABNT (mesh) Corretivos 5 - 10 10 - 20 20 ndash 50 gt 50 Meacutedia
-------------------------------- Si (mg kg-1) -------------------------------------
Solo muito argiloso
Agrosiliacutecio 7
Aa
8
Aa
9
Aa
8
Aa
8 Silifeacutertil 7
Aa
7
Aa
7
Ba
7
Aa
7 Holcim 6
Aa
6
Aa
6
Ba
6
Ba
6 Calcaacuterio 7
Aa
6
Aa
5
Ba
5
Ba
6 Meacutedia 6
7
7
6
6
Solo argiloso
Agrosiliacutecio 6
Ad
10
Ac
14
Ab
15
Aa
11 Silifeacutertil 7
Ac
6
Bc
10
Bb
12
Ba
9 Holcim 6
Ab
5
Bb
6
Cb
9
Ca
7 Calcaacuterio 5
Ba
5
Ba
4
Da
2
Db
4 Meacutedia 6
6
8
10
8
Solo meacutedio
Agrosiliacutecio 10
Aa
10
Aa
10
Aa
10
Aa
10 Silifeacutertil 9
Aa
9
Aa
10
Aa
10
Aa
9 Holcim 8
Ba
9
Aa
9
Ba
10
Aa
9 Calcaacuterio 9
Ba
9
Aa
9
Ba
8
Bb
9 Meacutedia 9
9
9
9
9
Solo arenoso
Agrosiliacutecio 4
Ab
5
Ab
8
Aa
9
Aa
6 Silifeacutertil 3
Ac
5
Ab
7
Aa
7
Ba
6 Holcim 3
Ab
4
Aa
4
Ba
6
Ca
4 Calcaacuterio 3
Aa
3
Ba
3
Ca
2
Da
3 Meacutedia 3
4
6
6
5 Letras maiuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na coluna e letras minuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na linha (Scott-Knott a 5)
No solo muito argiloso as fraccedilotildees mais grossas dos corretivos com partiacuteculas
superiores a 084 mm (lt 20 mesh) natildeo apresentaram diferenccedilas quanto ao fornecimento
30
de Si ao solo poreacutem quando se avaliaram as fraccedilotildees mais finas observou-se maiores
valores de Si para o Agrosiliacutecio na fraccedilatildeo de 03 a 084 mm (20 a 50 mesh) e para o
Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil quando o corretivo foi aplicado na granulometria inferior a 03
mm (gt 50 mesh) estes resultados tambeacutem se repetiram no solo arenoso (Tabela 13)
Para o solo argiloso o Agrosiliacutecio foi o silicato que promoveu maiores valores
de Si no solo quando tambeacutem se avaliaram as fraccedilotildees granulomeacutetricas inferiores a 20
mm (gt 10 mesh) apenas para a fraccedilatildeo mais grossa maior que 20 mm o Agrosiliacutecio o
Silifeacutertil e o Holcim natildeo diferiram estatisticamente variando apenas em relaccedilatildeo ao
calcaacuterio que eacute o uacutenico corretivo avaliado que natildeo apresenta Si em sua constituiccedilatildeo
No solo de textura meacutedia o Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil proporcionaram a mesma
eficiecircncia no fornecimento de Si para o solo (fraccedilotildees 20 a 50 mesh e lt 10 mesh) na
fraccedilatildeo mais fina (gt 50 mesh) os trecircs silicatos avaliados resultaram nos mesmos valores
de Si no solo deferindo apenas do calcaacuterio jaacute na fraccedilatildeo entre 10 a 20 mesh todos os
corretivos proporcionaram o mesmo resultado
De maneira geral a granulometria natildeo resultou em diferenccedilas no fornecimento
de Si pelos silicatos exceto no solo argiloso em que se observa que quanto menor a
granulometria maior foi o teor de Si no solo (Tabela 13)
Ao se avaliar os efeitos do calcaacuterio em relaccedilatildeo ao teor de Si no solo pode-se
observar que quanto menor a fraccedilatildeo granulomeacutetrica do calcaacuterio menores os teores de Si
no solo Este fato pode estar associado a maior alteraccedilatildeo causada no pH do solo pelas
fraccedilotildees mais finas do calcaacuterio reduzindo assim sua disponibilidade de Si corroborando
aos dados de McKeague e Cline (1963) em que o aumento de pH de 6 para 9 reduziu
de 36 para 6 mg dm-3 a concentraccedilatildeo de Si soluacutevel
44 Teor de siliacutecio no solo apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo
De maneira geral pode-se observar que o Agrosiliacutecio promoveu maior
incremento de Si no solo apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo exceto para a fraccedilatildeo
granulomeacutetrica entre 20 a 50 mesh e no solo de textura meacutedia em que o Silifeacutertil e o
Holcim obtiveram resultados semelhantes ao Agrosiliacutecio (Tabela 14)
Quanto agraves fraccedilotildees granulomeacutetricas observou-se que quanto menor a fraccedilatildeo
granulomeacutetrica independente do silicato maior foi o fornecimento de Si ao solo
seguindo a tendecircncia encontrada por Oliveira e colaboradores (1994) em que escoacuterias
31
de alto forno com partiacuteculas menores que 03 mm foram mais eficientes no
fornecimento de Ca e Mg para o solo quando comparadas as fraccedilotildees mais grosseiras
Tabela 14 Teor de Si no solo em funccedilatildeo da fraccedilatildeo granulomeacutetrica e do corretivo
utilizado para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso apoacutes 90 dias de
incubaccedilatildeo
Peneiras ABNT (mesh) Corretivos 5 - 10 10 - 20 20 - 50 gt 50 Meacutedia
-------------------------------- Si (mg kg-1) --------------------------------------
Solo muito argiloso Agrosiliacutecio 8
Ab
9
Aa
9
Aa
9
Aa
9 Silifeacutertil 6
Bb
7
Bb
7
Ba
8
Ba
7 Holcim 7
Bb
7
Bb
6
Cb
8
Ba
7 Calcaacuterio 6
Ba
6
Ba
5
Db
5
Cb
6 Meacutedia 7
7
7
7
7 Solo argiloso
Agrosiliacutecio 7
Ac
11
Ab
13
Aa
13
Aa
11 Silifeacutertil 5
Bc
7
Bb
9
Ba
9
Ba
8 Holcim 6
Bb
5
Cb
6
Cb
9
Ba
7 Calcaacuterio 4
Ca
4
Da
4
Da
3
Cb
4 Meacutedia 5
7
8
9
7 Solo meacutedio
Agrosiliacutecio 10
Aa
11
Aa
10
Aa
11
Aa
11 Silifeacutertil 10
Ba
10
Ba
10
Aa
10
Ba
10 Holcim 10
Bb
10
Bb
10
Ab
11
Aa
10 Calcaacuterio 9
Ba
10
Ba
9
Bb
8
Cc
9 Meacutedia 10
10
10
10
10 Solo arenoso
Agrosiliacutecio 4
Ac
6
Ab
7
Aa
7
Aa
6 Silifeacutertil 3
Bc
4
Bb
6
Ba
6
Ba
5 Holcim 3
Bc
3
Cb
4
Cb
5
Ca
4 Calcaacuterio 2
Ca
2
Da
2
Da
2
Da
2 Meacutedia 3
4
5
5
4 Letras maiuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na coluna e letras minuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na linha (Scott-Knott a 5)
Para todos os solos analisados observou-se a seguinte sequecircncia para o teor de
Si Agrosiliacutecio gt Silifeacutertil gt Holcim gt Calcaacuterio Fato este que acompanha a tendecircncia
observada na avaliaccedilatildeo da reatividade na correccedilatildeo da acidez do solo exceto para o
calcaacuterio por natildeo apresentar Si em sua constituiccedilatildeo
32
Korndoumlrfer e colaboradores (2004) apresentaram a solubilidade de diferentes
silicatos evidenciando que o Agrosiliacutecio (escoacuteria de aciaria) apresentou maiores valores
de solubilidade em relaccedilatildeo aos valores obtidos pela escoacuteria de alto forno como o
Holcim com valores de 43 e 7 respectivamente Estas diferenccedilas em solubilidade
explicam os valores encontrados tanto na avaliaccedilatildeo aos 30 como aos 90 dias de
incubaccedilatildeo
Pereira e colaboradores (2004) em trabalho para a avaliaccedilatildeo da eficiecircncia de
fontes de Si para a cultura do arroz encontraram que a fonte que proporcionou mais
extraccedilatildeo de Si para os gratildeos foi a escoacuteria oriunda da produccedilatildeo de accedilo inox dado que
corrobora os resultados encontrados neste trabalho em que o Agrosiliacutecio (escoacuteria de
aciaria) apresentou maior disponibilizaccedilatildeo de Si para o solo
Nas comparaccedilotildees entre os resultados do teor de Si no solo apoacutes 30 e 90 dias de
incubaccedilatildeo os resultados praticamente se equivalem demonstrando que 30 dias foi um
periacuteodo suficiente para que os silicatos fornecessem Si
Comparando o teor de Si antes da aplicaccedilatildeo dos corretivos com o teor de Si no
solo apoacutes a aplicaccedilatildeo dos corretivos e apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo verificou-se
expressivo acreacutescimo no teor Si no solo ocasionado pelos silicatos principalmente para
o Agrosiliacutecio que incrementou na meacutedia entre as fraccedilotildees granulomeacutetricas 2 6 1 e 3 mg
dm-3 de Si nos solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso respectivamente O
Silifeacutertil tambeacutem forneceu Si ao solo elevando em 1 4 0 e 3 mg dm-3 o teor de Si nos
solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso respectivamente Jaacute o Holcim
apresentou incrementos de 0 2 0 e 1 mg dm-3 respectivamente para os solos muito
argiloso argiloso meacutedio e arenoso
33
5 CONCLUSOtildeES
Os silicatos Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil proporcionam maiores valores de eficiecircncia
relativa na correccedilatildeo da acidez do solo em comparaccedilatildeo ao calcaacuterio e ao silicato Holcim
na fraccedilatildeo granulomeacutetrica entre 030 e 084 mm
Quanto menor a fraccedilatildeo granulomeacutetrica do silicato maior eacute a eficiecircncia relativa
na correccedilatildeo da acidez do solo e maior eacute o fornecimento de Si para o solo
O Agrosiliacutecio apresenta melhores resultados no fornecimento de Si ao solo
seguido do Silifeacutertil e do Holcim
O periacuteodo de 30 dias em condiccedilotildees de umidade mantida agrave 80 da capacidade
de campo eacute um periacuteodo suficiente para a correccedilatildeo da acidez do solo e fornecimento de
Si pelos silicatos ao solo
34
6 REFEREcircNCIAS
ALCARDE JC PAULINO VT DERNARDIN J S Avaliaccedilatildeo da reatividade de corretivos da acidez do solo Revista Brasileira de Ciecircncia do Solo Campinas v 13 p 387-392 1989
ALCARDE JC Corretivos de acidez dos solos caracteriacutesticas e interpretaccedilotildees teacutecnicas Satildeo Paulo ANDA 1992 24p (Boletim Teacutecnico 6)
ALCARDE JC RODELLA AA Avaliaccedilatildeo quiacutemica de corretivos de acidez para fins agriacutecolas uma nova proposiccedilatildeo Scientia Agriacutecola Piracicaba v 53 n 2 ndash 3 1996
ALVAREZ V VH RIBEIRO AC Calagem In RIBEIRO AC GUIMARAtildeES PTG GUIMARAtildeES PTG ALVAREZ V VH (Ed) Recomendaccedilotildees para o uso de corretivos e fertilizantes em Minas Gerais ndash 5ordf Aproximaccedilatildeo Viccedilosa CFSEMG 1999 p 43-60
ALVAREZ V VH Correlaccedilatildeo e calibraccedilatildeo de meacutetodos de anaacutelise de solos In ALVAREZ V VH FONTES LEF FONTES MPF (Ed) O solo nos grandes domiacutenios morfoclimaacuteticos do Brasil e o desenvolvimento sustentado Viccedilosa Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo 1996 p 615-646
ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DOS PRODUTORES DE CALCAacuteRIO Calcaacuterio agriacutecola ndash Brasil consumo aparente por estado (1992 ndash 2006) Disponiacutevel em lthttpwwwcalcario-rscombrgt Acesso em 25 de novembro de 2008
BALASTRA MLFC PEREZ CM JULIANO BO VILLAREAL P Effects of siacutelica level on some properties of Oriza sativa straw and hull Canadian Journal of Botany Ottawa v 67 p 2356-2363 1989
BARBOSA FILHO MP SNYDER G H PRABHU A S DATNOFF L E KORNDOumlRFER G H Importacircncia do siliacutecio para a cultura do arroz Informaccedilotildees agronocircmicas v 89 p 1-8 2000
BELLINGIERI PA Avaliaccedilatildeo em laboratoacuterio da eficiecircncia de diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas de calcaacuterios agriacutecolas 1983 99f Tese (Doutorado) ndash Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Universidade de Satildeo Paulo Piracicaba 1983
BELLINGIERI PA ALCARDE JC amp SOUZA ECA Avaliaccedilatildeo da qualidade de calcaacuterios agriacutecolas atraveacutes do PRNT Anais da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Piracicaba v 45 n 2 p 579-588 1988
BELLINGIERI PA ALCARDE JC SOUZA ECA de Eficiecircncia relativa de diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas de calcaacuterios na neutralizaccedilatildeo da acidez dos solos avaliada em laboratoacuterio Anais da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Piracicaba v46 n2 1989 p 303-317
35
BELLINGIERI PA SOUZA ECA ALCARDE JC SHIKASHO HW Importacircncia da reatividade do calcaacuterio sobre a produccedilatildeo e algumas caracteriacutesticas da soja Scientia Agricola Piracicaba v 49 p 61-71 1992
BRASIL MAPA Laboratoacuterio Nacional de Referecircncia Vegetal Anaacutelise de corretivos fertilizantes e inoculantes Brasiacutelia 1983 104p
BRUNAUER S EMMETT P H TELLER E Adsorption of gases in multimolecular layers In Journal of the American Chemical Society New York v 60 p 309-19 1938
CATANI RA ALONSO O Avaliaccedilatildeo e exigecircncia de calcaacuterio do solo Anais da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Piracicaba v 26 p 141-156 1969
CATE R Sugestotildees para adubaccedilatildeo com base na anaacutelise de solos Raleigh North Caroline State University 1965 16p
DAYANADAM P KAUFMAN PB FRANKLIN CL Detection of siacutelica in plants American Journal of Botany Columbus v 70 p 1079-1084 1983
DEFELIPO BV BRAGA JM SPIES C Comparaccedilatildeo entre meacutetodos de determinaccedilatildeo da necessidade de calcaacuterio de solos de Minas Gerais Experientiae v 13 p 111-136 1982
EMBRAPA C N P S Manual de meacutetodos de anaacutelise de solo Rio de Janeiro 1997 212p
EPSTEIN E Silicon Annu Rev Plant Physiol Plant Molec Biol Palo Alto v 50 1999 p 641 - 664
FERREIRA DF SISVAR versatildeo 43 (Build 41) Lavras UFLADEX 1999 4 disquetes
FURTINI NETO A VALE FR RESENDE A V GUILHERME L R G GUEDES G A A Fertilidade do solo Lavras UFLAFAEPE 2001 252p
GASCHO G J Silicon sources for agriculture In DATNOFF L E SNYDER G H KORNDOumlRFER G H (Ed) Silicon in agriculture Amsterdan Elsevier 2001 cap 12 p 197-207
KAMINSKI J RHEINHEIMER DS A acidez do solo e a nutriccedilatildeo mineral de plantas In KAMINSKI J (Ed) Uso de corretivos da acidez do solo no plantio direto Pelotas SBCSNRS 2000 cap2 p 21 - 39
KORNDOumlRFER G H Elementos beneacuteficos In FERNANDES M S Nutriccedilatildeo mineral de plantas Viccedilosa Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo 2006 432p
36
KORNDOumlRFER G H DATNOFF L E Adubaccedilatildeo com siliacutecio uma alternativa no controle de doenccedilas da cana-de-accediluacutecar e do arroz Informaccedilotildees Agronocircmicas Piracicaba v 70 p 1-5 1995
KORNDOumlRFER G H PEREIRA H S CAMARGO M S Silicatos de caacutelcio e magneacutesio na agricultura 3 ed Uberlacircndia 2004 28 p (Boletim Teacutecnico n1)
KORNDOumlRFER G H PEREIRA H S NOLLA A Anaacutelise de siliacutecio solo planta e fertilizante 1 ed Uberlacircndia 2004 50 p (Boletim Teacutecnico n2)
KORNDOumlRFER G H PEREIRA H S CAMARGO M S Silicatos de caacutelcio e magneacutesio na agricultura 2 ed Uberlacircndia 2003 15 p (Boletim Teacutecnico n1)
KORNDOumlRFER G H PEREIRA H S CAMARGO M S Papel do siliacutecio na produccedilatildeo de cana-de-accediluacutecar STAB v 21 n 2 2002 4 p
KORNDOumlRFER G H LEPSCH I Effect of silicon on plant growth and crop yeld In DATNOFF L E SNYDER G H KORNDOumlRFER G H (Ed) Silicon in agriculture Amsterdan Elsevier 2001 p 133 ndash 147
KURIHARA CH MAEDA S HERNANI LC SILVA WM Eficiecircncia relativa de fraccedilotildees granulomeacutetricas de calcaacuterios sul-mato-grossenses Pesquisa Agropecuaacuteria Brasileira Brasiacutelia v34 n 8 p 1443 - 1449 1999
LOPES A S SILVA MC GUILHERME L R G Acidez do solo e calagem 3 ed Satildeo Paulo ANDA 1990 22 p (Boletim Teacutecnico 1)
LOPES A S Manual de fertilidade do solo Satildeo Paulo ANDAPOTAFOacuteS 1989 153p
MA JF TAKAHASHI E Soil fertilizer and plant silicon research in Japan Amosterdan Elsevier Science 2002 281 p
MALAVOLTA E Manual de quiacutemica agriacutecola adubos e adubaccedilatildeo Satildeo Paulo Agronocircmica Ceres 1981 608 p
MARSCHNER H Mineral nutrition of higher plants 2 ed LondresAcademic Press 1995 889p
MCKEAGUE J A CLINE M G Silica in soils Advances in Agronomy New York v 15n 3 p 339-397 1963
MEURER E J Fundamentos de quiacutemica do solo 3 ed Porto Alegre Evangraf 2006 285p
MIYAKE Y TAKAHASHI E Effect of silicon on the growth of cucumber plant in soil culture Soil Science Plant Nutrition Tokyo v 29 p 463-471 1983
37
NOVAIS R F BARROS N F LEITE F P TEIXEIRA J L LEAL P G L Eficiecircncia agronocircmica de escoacuterias de siderurgia Pains Viccedilosa Universidade Federal de Viccedilosa 1993
OLIVEIRA AC HAHNE H BARROS NF MORAIS EJ Uso de escoacuteria de alto forno como fonte de nutrientes na adubaccedilatildeo florestal In GUERRINI IA BELLOTE AFJ BUumlLL LT (Ed) Seminaacuterio sobre uso de resiacuteduos florestais e urbanos em florestas Botucatu Fundaccedilatildeo de Estudos e Pesquisas Agriacutecolas e Florestais 1994 p 77-96
PEREIRA HS KORNDOumlRFER GH VIDAL AA CAMARGO MS Silicon sources for rice crop Scientia Agriacutecola Piracicaba v 61 p 522-528 2004
PLESE L P M Efeito da umidade do solo na reatividade das fraccedilotildees granulomeacutetricas de um calcaacuterio 2000 49f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) ndash Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Universidade de Satildeo Paulo Piracicaba 2000
PRADO R M FERNANDES F M NATALE W Uso de escoacuteria de siderurgia no Brasil estudos na cultura da cana-de-accediluacutecar Jaboticabal Funep 2001 67p
PROGRAMA INTERLABORATORIAL DE CONTROLE DE QUALIDADE DE ANAacuteLISE DE SOLO Manual do laboratorista 2005 33p
RAIJ BV Avaliaccedilatildeo da fertilidade do solo Piracicaba Associaccedilatildeo Brasileira para Pesquisa da Potassa e do Fosfato 1981 142p
RAIJ B V CANTARELLA H QUAGGIO J A FURLANI A M C Recomendaccedilatildeo de adubaccedilatildeo e calagem para o estado de Satildeo Paulo Campinas IAC 1996 285p (IAC Boletim 100)
SCOTT AJ KNOTT MA A cluster analysis method for grouping means in the analysis of variance Biometrics Washington v 30 n 2 1974 p 507-512
SHOEMAKER HE MCCLEAN E PRATT PF Buffer methods for determining lime requirements of soil with appreciable amounts of extractable aluminium Soil Sci Soc Am Proc Madison v 25 p 274-277 1961
SOUSA D M G MIRANDA L N OLIVEIRA S A Acidez do solo e sua correccedilatildeo In NOVAIS R F ALVAREZ V V H BARROS N F FONTES R L F CANTARUTTI R B NEVES J C L Fertilidade do solo Viccedilosa Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo 2007 p 205 ndash 274
SOUSA D M G LOBATO E Cerrado correccedilatildeo do solo e adubaccedilatildeo Brasiacutelia Embrapa Informaccedilatildeo Tecnoloacutegica 2004 416p
VERAS M C M VIEIRA W TEIXEIRA L S M ALCARDE J C OLIVEIRA L B Manual de meacutetodos analiacuteticos oficiais para fertilizantes minerais orgacircnicos organominerais e corretivos 1 ed Brasiacutelia MAPA 2007 v 1
38
WERNER D ROTH R Siacutelica metabolism In LAUCHILI A BIELESKI RL (Ed) Encyclopedia of plant physiology New Series Berlin Springer-Velag 1983 v 15B p 682-694
- Parte inicial dissertaccedilatildeopdf
- RESUMOpdf
- Corpo da dissertaccedilatildeopdf
-
20
4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
41 Variaccedilotildees no pH aos 30 dias de incubaccedilatildeo
Em relaccedilatildeo agrave variaacutevel pH em CaCl2 houve efeito significativo das doses de
CaCO3 para os quatro solos analisados o que possibilitou o ajuste de modelos de
regressatildeo (Figura 4)
Para os valores de pH em CaCl2 em funccedilatildeo do corretivo e fraccedilatildeo granulomeacutetrica
utilizados a anaacutelise de variacircncia tambeacutem permitiu constatar efeito significativo
inclusive para a interaccedilatildeo entre estes fatores (Tabela 9) Em geral quanto menor a
fraccedilatildeo granulomeacutetrica maior o pH do solo resultado este que concorda com o trabalho
realizado anteriormente por Alcarde e colaboradores (1989)
Novais e colaboradores (1993) tambeacutem descreveram que a granulometria mais
fina das escoacuterias de siderurgia permitiu maior reatividade tanto em solos arenosos
quanto em solos argilosos
(a)
y = -03764x2 + 13644x + 49458
R2 = 099
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(b)
y = -07093x2 + 24251x + 50564
R2 = 097
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(c)
y = 0492x + 3941
R2 = 094
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(d)
y = -1075x2 + 37825x + 39585
R2 = 099
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalnete CaCO3
pH e
m C
aCl 2
Significativo a 5 de probabilidade pelo teste f Figura 4 Valores do pH em CaCl2 em funccedilatildeo da dose equivalente de CaCO3 aplicada ao solo apoacutes 30 dias de incubaccedilatildeo nos solos muito argiloso (a) argiloso (b) meacutedio (c) arenoso (d)
21
Para os solos muito argiloso argiloso e arenoso pode-se observar que com as
doses de CaCO3 dentro do limite de 0 a 200 em relaccedilatildeo agrave recomendaccedilatildeo para atingir
60 de saturaccedilatildeo por bases o pH em CaCl2 aumentou significativamente de maneira
quadraacutetica Entretanto observou-se para o solo de textura meacutedia um ajuste linear Este
efeito pode ser atribuiacutedo ao fato das doses do corretivo utilizado natildeo terem sido
suficientes para atingir a faixa de estabilidade
Atraveacutes da amplitude de variaccedilatildeo nos valores de pH em funccedilatildeo do acreacutescimo
nas doses de CaCO3 pode-se observar o maior efeito tampatildeo dos solos muito argiloso e
argiloso em relaccedilatildeo ao solo arenoso e de textura meacutedia informaccedilatildeo esta que corrobora
aos relatos de Furtini e colaboradores (2001) O poder tampatildeo do solo eacute a resistecircncia
que o solo oferece a mudanccedila de pH Sousa e colaboradores (2007) exemplificando a
proporcionalidade dos diferentes tipos de acidez do solo relatam que a quantidade de
calcaacuterio necessaacuteria para neutralizar a acidez ativa pode chegar a quatorze mil setecentos
e vinte e trecircs vezes menor do que o necessaacuterio para a correccedilatildeo da acidez potencial do
solo o que evidencia a importacircncia do conhecimento do poder tampatildeo do solo para se
determinar a dose do corretivo
Pode-se observar que os resultados de pH em CaCl2 em funccedilatildeo dos corretivos e
das fraccedilotildees granulomeacutetricas para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso
submetidos a 30 dias de incubaccedilatildeo ocorreram de forma que quanto menor a
granulometria do corretivo maior foi o aumento no valor de pH encontrado nos solos
(Tabela 9)
22
Tabela 9 Valores de pH em CaCl2 em funccedilatildeo do corretivo de solo utilizado na dose
referente agrave elevaccedilatildeo da saturaccedilatildeo por bases para 60 e da fraccedilatildeo granulomeacutetrica apoacutes
30 dias de incubaccedilatildeo para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso
Peneira ABNT (mesh) Corretivo
5 - 10 10 - 20 20 ndash 50 gt 50 Meacutedia Solo muito argiloso
Agrosiliacutecio 51
Ac
51
Ac
57
Ab
59
Aa
55 Silifeacutertil 49
Ad
53
Ac
56
Ab
60
Aa
54 Holcim 50
Ab
49
Bb
49
Cb
53
Ca
50 Calcaacuterio 49
Ac
50
Bc
54
Bb
57
Ba
53 Meacutedia 50
51
54
57
53 Solo argiloso
Agrosiliacutecio
51
Ac
53
Ac
61
Ab
65
Aa
57 Silifeacutertil 53
Ac
52
Ac
59
Ab
66
Aa
57 Holcim 51
Ab
51
Ab
51
Cb
55
Ba
52 Calcaacuterio 51
Ac
52
Ac
56
Bb
65
Aa
56
51
52
56
63
56 Solo meacutedio
Agrosiliacutecio
40
Ac
41
Ac
41
Ab
43
Aa
41 Silifeacutertil 40
Ab
40
Ab
41
Aa
42
Ca
41 Holcim 40
Ab
40
Ab
40
Bb
41
Ca
40 Calcaacuterio 40
Ab
41
Ab
41
Bb
42
Ba
41 Meacutedia 40
40
41
42
41 Solo arenoso
Agrosiliacutecio
40
Ac
43
Ac
55
Ab
63
Aa
50 Silifeacutertil 40
Ac
42
Ac
52
Bb
65
Aa
50 Holcim 40
Ab
41
Ab
42
Cb
50
Ba
43 Calcaacuterio 40
Ac
40
Ac
50
Bb
63
Aa
48 Meacutedia 40
42
49
60
48 Letras maiuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na coluna e letras minuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na linha (Scott-Knott a 5)
No solo muito argiloso o Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil proporcionaram a maior
elevaccedilatildeo do pH do solo em relaccedilatildeo aos demais corretivos em todas as faixas
granulomeacutetricas passantes na peneira de 10 mesh ou seja quando a granulometria foi
inferior a 2 mm em fraccedilotildees maiores que esta o efeito do corretivo foi muito pequeno
natildeo havendo diferenccedila entre os corretivos (Tabela 9)
Para os demais solos os corretivos natildeo apresentaram diferenccedilas quanto ao
aumento provocado no pH do solo quando aplicados em granulometria acima de 084
mm ou seja produtos retidos na peneira de 10 mesh Para as granulometrias mais finas
23
os corretivos apresentaram diferenccedilas no aumento do pH ficando os solos que
receberam o silicato Holcim com os menores valores
De maneira geral para as granulometrias mais finas inferior a 084 mm
(passantes na peneira de 20 mesh) o Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil proporcionaram os
maiores incrementos em pH exceto para o produto mais fino gt 50 mesh no solo de
textura meacutedia e para o produto de granulometria entre 03 e 084 mm (ABNT 20 ndash 50)
no solo arenoso em que o Agrosiliacutecio obteve os melhores resultados (Tabela 9)
42 Variaccedilotildees no pH equivalente em CaCO3 e eficiecircncia relativa dos corretivos aos
90 dias de incubaccedilatildeo
Houve efeito significativo das doses de CaCO3 nos valores de pH em CaCl2 para
os quatro solos analisados o que possibilitou o ajuste de modelos polinomiais (Figura
5)
(a)
y = -01466x2 + 09457x + 49792
R2 = 085
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(b)
y = -05821x2 + 21998x + 49789
R2 = 098
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(c)
y = 04565x + 39275
R2 = 091
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(d)
y = -0865x2 + 34185x + 39925
R2 = 098
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
Significativo a 5 de probabilidade pelo teste f
Figura 5 Valores do pH em CaCl2 em funccedilatildeo da dose equivalente de CaCO3 aplicada ao solo apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo nos solos muito argiloso (a) argiloso (b) meacutedio (c) arenoso (d)
24
Para os solos muito argiloso argiloso e arenoso (Figura 5 a b d) como era de
se esperar as doses de CaCO3 dentro do limite de 0 a 200 em relaccedilatildeo agrave
recomendaccedilatildeo aumentaram significativamente e de forma quadraacutetica o pH em CaCl2
Acompanhando a tendecircncia observada apoacutes 30 dias de incubaccedilatildeo para o solo de
textura meacutedia verificou-se um ajuste linear para o aumento do valor de pH em CaCl2
em funccedilatildeo de doses de CaCO3 Este efeito pode ser atribuiacutedo ao fato das doses do
corretivo utilizado natildeo terem sido suficientes para atingir a faixa de estabilidade
Para as variaccedilotildees de pH em CaCl2 em funccedilatildeo do corretivo e fraccedilatildeo
granulomeacutetrica utilizados tambeacutem houve efeito significativo inclusive para a interaccedilatildeo
entre estes fatores (Tabela 10)
25
Tabela 10 Valores de pH em CaCl2 em funccedilatildeo do corretivo de solo utilizado na dose
referente agrave elevaccedilatildeo da saturaccedilatildeo por bases para 60 e da fraccedilatildeo granulomeacutetrica apoacutes
90 dias de incubaccedilatildeo para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso
Peneira ABNT (mesh) Corretivo
5 - 10 10 - 20 20 ndash 50 gt 50 Meacutedia Solo muito argiloso
Agrosiliacutecio 50
Ad
52
Ac
56
Ab
57
Aa
54 Silifeacutertil 50
Ac
51
Ac
55
Ab
58
Aa
53 Holcim 49
Ab
48
Cb
48
Bb
53
Ba
50 Calcaacuterio 49
Ac
50
Bc
55
Ab
57
Aa
53 Meacutedia 50
50
53
56
52 Solo argiloso
Agrosiliacutecio 52
Ab
53
Ab
61
Aa
62
Aa
57 Silifeacutertil 49
Cd
53
Ac
58
Bb
63
Aa
56 Holcim 50
Bb
50
Bb
51
Db
55
Ca
51 Calcaacuterio 51
Bd
52
Ac
56
Cb
62
Ba
55 Meacutedia 50
52
56
60
55 Solo meacutedio
Agrosiliacutecio 40
Ad
41
Ac
42
Ab
43
Aa
42 Silifeacutertil 41
Ac
41
Ac
42
Ab
43
Aa
42 Holcim 41
Ab
41
Ab
41
Cb
41
Ba
41 Calcaacuterio 40
Ab
41
Ab
41
Bb
43
Aa
41 Meacutedia 40
41
41
42
41 Solo arenoso
Agrosiliacutecio
40
Ac
44
Ab
59
Aa
61
Aa
51 Silifeacutertil 40
Ac
43
Ac
55
Ab
64
Aa
51 Holcim 39
Ab
40
Ab
42
Bb
48
Ba
43 Calcaacuterio 40
Ac
42
Ac
55
Ab
63
Aa
50 Meacutedia 40
42
53
59
49 Letras maiuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na coluna e letras minuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na linha (Scott-Knott a 5)
No solo muito argiloso e no solo arenoso o Agrosiliacutecio o Silifeacutertil e o calcaacuterio
proporcionaram maior elevaccedilatildeo no pH do solo em relaccedilatildeo ao Holcim nos corretivos
com granulometria inferior a 084 mm passantes na peneira de 20 mesh Quando se
comparam estes resultados com os obtidos aos 30 dias de incubaccedilatildeo observa-se a
inclusatildeo do calcaacuterio entre os corretivos com melhores resultados de aumento de pH no
solo muito argiloso Este fato demonstrou que para este solo os silicatos Agrosiliacutecio e
Silifeacutertil tiveram uma maior dissociaccedilatildeo aos 30 dias fato este que foi compensado pelo
calcaacuterio entre 30 e 90 dias de incubaccedilatildeo (Tabela 10)
26
Os valores de pH do solo argiloso apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo demonstraram que
o Agrosiliacutecio proporcionou os maiores valores de pH em todas as fraccedilotildees
granulomeacutetricas ficando este em igualdade com o Silifeacutertil na granulometria inferior a
03 mm (gt 50 mesh) e entre 08 mm e 20 mm (10 a 20 mesh) sendo que nesta uacuteltima
fraccedilatildeo granulomeacutetrica o calcaacuterio tambeacutem se igualou aos dois corretivos acima
mencionados (Tabela 10)
No solo de textura meacutedia as diferenccedilas ocorreram apenas nas fraccedilotildees
granulomeacutetricas inferiores a 08 mm (peneira de 20 mesh) com melhores resultados
atribuiacutedos ao Agrosiliacutecio Silifeacutertil e ao calcaacuterio na fraccedilatildeo mais fina (gt 50 mesh) e ao
Agrosiliacutecio e ao Silifeacutertil na fraccedilatildeo compreendida entre 03 e 084 mm (20 a 50 mesh)
Para o solo arenoso o Agrosiliacutecio o Silifeacutertil e o calcaacuterio proporcionaram
maiores valores de pH nas fraccedilotildees granulomeacutetricas inferiores a 084 mm enquanto que
nas fraccedilotildees mais grossas todos os corretivos tiveram o mesmo comportamento
Para todos os solos utilizados no experimento verificou-se que quanto menor a
dimensatildeo das partiacuteculas maiores satildeo os incrementos gerados nos valores de pH em
CaCl2 (Tabela 10) resultado este que concorda com trabalhos realizados anteriormente
por Bellingieri e colaboradores (1989)
Nas comparaccedilotildees entre os resultados dos valores de pH das amostras de solo
apoacutes 30 e 90 dias de incubaccedilatildeo os resultados praticamente se equivalem demonstrando
que 30 dias de incubaccedilatildeo foi um periacuteodo suficiente para a accedilatildeo dos corretivos
Com base nos incrementos verificados no pH das amostras dos solos pelos
corretivos de acidez em cada fraccedilatildeo granulomeacutetrica em relaccedilatildeo agraves curvas de incubaccedilatildeo
com CaCO3 calculou-se os valores de equivalente em CaCO3 para cada corretivo
dentro de cada fraccedilatildeo granulomeacutetrica com 90 dias de incubaccedilatildeo (Tabela 11)
27
Tabela 11 Equivalente em CaCO3 dos corretivos de acidez de diferentes fraccedilotildees
granulomeacutetricas aos 90 dias de incubaccedilatildeo
Peneiras ABNT (mesh)
Corretivos
5 ndash 10 10 - 20 20 - 50 gt 50 Meacutedia
--------------------------------------- -----------------------------------------
Agrosiliacutecio 9
Ac
24
Ab
64
Aa
77
Aa
43
Silifeacutertil 9
Ac
19
Ac
52
Ab
87
Aa
42 Calcaacuterio 8
Ac
13
Ac
33
Bb
79
Aa
33 Holcim 7
Ab
7
Ab
10
Cb
33
Ba
14 Meacutedia 8
16
39
69
33 Letras maiuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na coluna e letras minuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na linha (Scott-Knott a 5)
Os resultados de equivalente em CaCO3 apresentados para 90 dias de incubaccedilatildeo
(Tabela 11) demonstraram grande variaccedilatildeo para este atributo entre os corretivos de
acidez o que evidencia que natildeo apenas a granulometria mas tambeacutem a origem dos
corretivos exerce grande influecircncia na velocidade de correccedilatildeo da acidez do solo
Para as fraccedilotildees granulomeacutetrica mais grossas (lt 10 e 10 a 20 mesh) pode-se
observar que natildeo houve diferenccedila entre os corretivos jaacute na fraccedilatildeo mais fina (gt 50) o
silicato Holcim proporcionou menores valores de equivalente em CaCO3 em relaccedilatildeo as
demais fontes Na fraccedilatildeo granulomeacutetrica entre 20 e 50 (Tabela 11) verificou-se
diferenccedilas entre o equivalente em CaCO3 de silicatos e do calcaacuterio o que demonstrou o
fato de estarmos neste caso subestimando a reatividade dos silicatos Pode-se observar
que natildeo houve diferenccedilas entre os resultados obtidos com a aplicaccedilatildeo dos silicatos
Agrosiliacutecio e Silifeacutertil portanto sugere-se a elaboraccedilatildeo de novos paracircmetros para a
avaliaccedilatildeo de silicatos com origem de aciaria
Seguindo os criteacuterios adotados por Bellingieri (1983) de ajustar a eficiecircncia dos
corretivos atribuindo valores de 100 para as partiacuteculas passantes na peneira 50 ABNT
(partiacuteculas inferiores a 03 mm) determinou-se a eficiecircncia relativa de cada uma das
fraccedilotildees granulomeacutetricas dos corretivos permitindo a adoccedilatildeo de novos criteacuterios de
reatividade para os silicatos (Tabela 12)
28
Tabela 12 Eficiecircncias relativas em relaccedilatildeo agrave fraccedilatildeo granulomeacutetrica inferior a 03 mm
(peneira 50 mesh) dos corretivos de acidez em diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas aos
90 dias de incubaccedilatildeo
Peneiras ABNT (mesh)
Corretivos 5 - 10 10 - 20 20 - 50 gt 50 Meacutedia
------------------------------ -------------------------------
Agrosiliacutecio 12 33 85 100 58
Silifeacutertil 9 25 65 100 50
Holcim 16 17 27 100 40
Calcaacuterio 9 18 63 100 48
Meacutedia 12 23 60 100
Propotildee-se a adequaccedilatildeo da equaccedilatildeo atualmente adotada para a determinaccedilatildeo da
eficiecircncia relativa (reatividade) de silicatos de origem de aciaria para uso como
corretivo de acidez em funccedilatildeo das diferenccedilas encontradas em eficiecircncia relativa
apresentadas na Tabela 12 entre os silicatos de origem de escoacuteria de aciaria
(Agrosiliacutecio e Silifeacutertil) em relaccedilatildeo ao calcaacuterio ficando a mesma da seguinte forma
RE = F10-20 x 03 + F20-50 x 075 + Fgt50 x 1
Onde
F10-20= percentual de produto que passa pela peneira nordm10 e fica retido na
peneira nordm20 F20-50 = percentual de produto que passa pela peneira nordm20 e fica retido
na peneira nordm50 e F-50 = percentual de produto que passa pela peneira nordm50
Os valores de eficiecircncia relativa 12 em meacutedia para a fraccedilatildeo granulomeacutetrica
mais grosseira pode estar associado agrave presenccedila de micropartiacuteculas (poacute) aderidas ao
redor das partiacuteculas mais grossas (Tabela 12) jaacute que a separaccedilatildeo granulomeacutetrica seguiu
o meacutetodo oficial de separaccedilatildeo em peneiras a seco
29
43 Teor de siliacutecio no solo apoacutes 30 dias de incubaccedilatildeo
De maneira geral pode-se observar que o Agrosiliacutecio proporcionou maiores
incrementos de Si no solo obtendo no solo argiloso quando aplicado na fraccedilatildeo
granulomeacutetrica mais fina incremento de 10 mg dm-3 (Tabela 13)
Tabela 13 Teor de Si no solo em funccedilatildeo da fraccedilatildeo granulomeacutetrica e do corretivo utilizado para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso apoacutes 30 dias de incubaccedilatildeo
Peneiras ABNT (mesh) Corretivos 5 - 10 10 - 20 20 ndash 50 gt 50 Meacutedia
-------------------------------- Si (mg kg-1) -------------------------------------
Solo muito argiloso
Agrosiliacutecio 7
Aa
8
Aa
9
Aa
8
Aa
8 Silifeacutertil 7
Aa
7
Aa
7
Ba
7
Aa
7 Holcim 6
Aa
6
Aa
6
Ba
6
Ba
6 Calcaacuterio 7
Aa
6
Aa
5
Ba
5
Ba
6 Meacutedia 6
7
7
6
6
Solo argiloso
Agrosiliacutecio 6
Ad
10
Ac
14
Ab
15
Aa
11 Silifeacutertil 7
Ac
6
Bc
10
Bb
12
Ba
9 Holcim 6
Ab
5
Bb
6
Cb
9
Ca
7 Calcaacuterio 5
Ba
5
Ba
4
Da
2
Db
4 Meacutedia 6
6
8
10
8
Solo meacutedio
Agrosiliacutecio 10
Aa
10
Aa
10
Aa
10
Aa
10 Silifeacutertil 9
Aa
9
Aa
10
Aa
10
Aa
9 Holcim 8
Ba
9
Aa
9
Ba
10
Aa
9 Calcaacuterio 9
Ba
9
Aa
9
Ba
8
Bb
9 Meacutedia 9
9
9
9
9
Solo arenoso
Agrosiliacutecio 4
Ab
5
Ab
8
Aa
9
Aa
6 Silifeacutertil 3
Ac
5
Ab
7
Aa
7
Ba
6 Holcim 3
Ab
4
Aa
4
Ba
6
Ca
4 Calcaacuterio 3
Aa
3
Ba
3
Ca
2
Da
3 Meacutedia 3
4
6
6
5 Letras maiuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na coluna e letras minuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na linha (Scott-Knott a 5)
No solo muito argiloso as fraccedilotildees mais grossas dos corretivos com partiacuteculas
superiores a 084 mm (lt 20 mesh) natildeo apresentaram diferenccedilas quanto ao fornecimento
30
de Si ao solo poreacutem quando se avaliaram as fraccedilotildees mais finas observou-se maiores
valores de Si para o Agrosiliacutecio na fraccedilatildeo de 03 a 084 mm (20 a 50 mesh) e para o
Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil quando o corretivo foi aplicado na granulometria inferior a 03
mm (gt 50 mesh) estes resultados tambeacutem se repetiram no solo arenoso (Tabela 13)
Para o solo argiloso o Agrosiliacutecio foi o silicato que promoveu maiores valores
de Si no solo quando tambeacutem se avaliaram as fraccedilotildees granulomeacutetricas inferiores a 20
mm (gt 10 mesh) apenas para a fraccedilatildeo mais grossa maior que 20 mm o Agrosiliacutecio o
Silifeacutertil e o Holcim natildeo diferiram estatisticamente variando apenas em relaccedilatildeo ao
calcaacuterio que eacute o uacutenico corretivo avaliado que natildeo apresenta Si em sua constituiccedilatildeo
No solo de textura meacutedia o Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil proporcionaram a mesma
eficiecircncia no fornecimento de Si para o solo (fraccedilotildees 20 a 50 mesh e lt 10 mesh) na
fraccedilatildeo mais fina (gt 50 mesh) os trecircs silicatos avaliados resultaram nos mesmos valores
de Si no solo deferindo apenas do calcaacuterio jaacute na fraccedilatildeo entre 10 a 20 mesh todos os
corretivos proporcionaram o mesmo resultado
De maneira geral a granulometria natildeo resultou em diferenccedilas no fornecimento
de Si pelos silicatos exceto no solo argiloso em que se observa que quanto menor a
granulometria maior foi o teor de Si no solo (Tabela 13)
Ao se avaliar os efeitos do calcaacuterio em relaccedilatildeo ao teor de Si no solo pode-se
observar que quanto menor a fraccedilatildeo granulomeacutetrica do calcaacuterio menores os teores de Si
no solo Este fato pode estar associado a maior alteraccedilatildeo causada no pH do solo pelas
fraccedilotildees mais finas do calcaacuterio reduzindo assim sua disponibilidade de Si corroborando
aos dados de McKeague e Cline (1963) em que o aumento de pH de 6 para 9 reduziu
de 36 para 6 mg dm-3 a concentraccedilatildeo de Si soluacutevel
44 Teor de siliacutecio no solo apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo
De maneira geral pode-se observar que o Agrosiliacutecio promoveu maior
incremento de Si no solo apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo exceto para a fraccedilatildeo
granulomeacutetrica entre 20 a 50 mesh e no solo de textura meacutedia em que o Silifeacutertil e o
Holcim obtiveram resultados semelhantes ao Agrosiliacutecio (Tabela 14)
Quanto agraves fraccedilotildees granulomeacutetricas observou-se que quanto menor a fraccedilatildeo
granulomeacutetrica independente do silicato maior foi o fornecimento de Si ao solo
seguindo a tendecircncia encontrada por Oliveira e colaboradores (1994) em que escoacuterias
31
de alto forno com partiacuteculas menores que 03 mm foram mais eficientes no
fornecimento de Ca e Mg para o solo quando comparadas as fraccedilotildees mais grosseiras
Tabela 14 Teor de Si no solo em funccedilatildeo da fraccedilatildeo granulomeacutetrica e do corretivo
utilizado para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso apoacutes 90 dias de
incubaccedilatildeo
Peneiras ABNT (mesh) Corretivos 5 - 10 10 - 20 20 - 50 gt 50 Meacutedia
-------------------------------- Si (mg kg-1) --------------------------------------
Solo muito argiloso Agrosiliacutecio 8
Ab
9
Aa
9
Aa
9
Aa
9 Silifeacutertil 6
Bb
7
Bb
7
Ba
8
Ba
7 Holcim 7
Bb
7
Bb
6
Cb
8
Ba
7 Calcaacuterio 6
Ba
6
Ba
5
Db
5
Cb
6 Meacutedia 7
7
7
7
7 Solo argiloso
Agrosiliacutecio 7
Ac
11
Ab
13
Aa
13
Aa
11 Silifeacutertil 5
Bc
7
Bb
9
Ba
9
Ba
8 Holcim 6
Bb
5
Cb
6
Cb
9
Ba
7 Calcaacuterio 4
Ca
4
Da
4
Da
3
Cb
4 Meacutedia 5
7
8
9
7 Solo meacutedio
Agrosiliacutecio 10
Aa
11
Aa
10
Aa
11
Aa
11 Silifeacutertil 10
Ba
10
Ba
10
Aa
10
Ba
10 Holcim 10
Bb
10
Bb
10
Ab
11
Aa
10 Calcaacuterio 9
Ba
10
Ba
9
Bb
8
Cc
9 Meacutedia 10
10
10
10
10 Solo arenoso
Agrosiliacutecio 4
Ac
6
Ab
7
Aa
7
Aa
6 Silifeacutertil 3
Bc
4
Bb
6
Ba
6
Ba
5 Holcim 3
Bc
3
Cb
4
Cb
5
Ca
4 Calcaacuterio 2
Ca
2
Da
2
Da
2
Da
2 Meacutedia 3
4
5
5
4 Letras maiuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na coluna e letras minuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na linha (Scott-Knott a 5)
Para todos os solos analisados observou-se a seguinte sequecircncia para o teor de
Si Agrosiliacutecio gt Silifeacutertil gt Holcim gt Calcaacuterio Fato este que acompanha a tendecircncia
observada na avaliaccedilatildeo da reatividade na correccedilatildeo da acidez do solo exceto para o
calcaacuterio por natildeo apresentar Si em sua constituiccedilatildeo
32
Korndoumlrfer e colaboradores (2004) apresentaram a solubilidade de diferentes
silicatos evidenciando que o Agrosiliacutecio (escoacuteria de aciaria) apresentou maiores valores
de solubilidade em relaccedilatildeo aos valores obtidos pela escoacuteria de alto forno como o
Holcim com valores de 43 e 7 respectivamente Estas diferenccedilas em solubilidade
explicam os valores encontrados tanto na avaliaccedilatildeo aos 30 como aos 90 dias de
incubaccedilatildeo
Pereira e colaboradores (2004) em trabalho para a avaliaccedilatildeo da eficiecircncia de
fontes de Si para a cultura do arroz encontraram que a fonte que proporcionou mais
extraccedilatildeo de Si para os gratildeos foi a escoacuteria oriunda da produccedilatildeo de accedilo inox dado que
corrobora os resultados encontrados neste trabalho em que o Agrosiliacutecio (escoacuteria de
aciaria) apresentou maior disponibilizaccedilatildeo de Si para o solo
Nas comparaccedilotildees entre os resultados do teor de Si no solo apoacutes 30 e 90 dias de
incubaccedilatildeo os resultados praticamente se equivalem demonstrando que 30 dias foi um
periacuteodo suficiente para que os silicatos fornecessem Si
Comparando o teor de Si antes da aplicaccedilatildeo dos corretivos com o teor de Si no
solo apoacutes a aplicaccedilatildeo dos corretivos e apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo verificou-se
expressivo acreacutescimo no teor Si no solo ocasionado pelos silicatos principalmente para
o Agrosiliacutecio que incrementou na meacutedia entre as fraccedilotildees granulomeacutetricas 2 6 1 e 3 mg
dm-3 de Si nos solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso respectivamente O
Silifeacutertil tambeacutem forneceu Si ao solo elevando em 1 4 0 e 3 mg dm-3 o teor de Si nos
solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso respectivamente Jaacute o Holcim
apresentou incrementos de 0 2 0 e 1 mg dm-3 respectivamente para os solos muito
argiloso argiloso meacutedio e arenoso
33
5 CONCLUSOtildeES
Os silicatos Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil proporcionam maiores valores de eficiecircncia
relativa na correccedilatildeo da acidez do solo em comparaccedilatildeo ao calcaacuterio e ao silicato Holcim
na fraccedilatildeo granulomeacutetrica entre 030 e 084 mm
Quanto menor a fraccedilatildeo granulomeacutetrica do silicato maior eacute a eficiecircncia relativa
na correccedilatildeo da acidez do solo e maior eacute o fornecimento de Si para o solo
O Agrosiliacutecio apresenta melhores resultados no fornecimento de Si ao solo
seguido do Silifeacutertil e do Holcim
O periacuteodo de 30 dias em condiccedilotildees de umidade mantida agrave 80 da capacidade
de campo eacute um periacuteodo suficiente para a correccedilatildeo da acidez do solo e fornecimento de
Si pelos silicatos ao solo
34
6 REFEREcircNCIAS
ALCARDE JC PAULINO VT DERNARDIN J S Avaliaccedilatildeo da reatividade de corretivos da acidez do solo Revista Brasileira de Ciecircncia do Solo Campinas v 13 p 387-392 1989
ALCARDE JC Corretivos de acidez dos solos caracteriacutesticas e interpretaccedilotildees teacutecnicas Satildeo Paulo ANDA 1992 24p (Boletim Teacutecnico 6)
ALCARDE JC RODELLA AA Avaliaccedilatildeo quiacutemica de corretivos de acidez para fins agriacutecolas uma nova proposiccedilatildeo Scientia Agriacutecola Piracicaba v 53 n 2 ndash 3 1996
ALVAREZ V VH RIBEIRO AC Calagem In RIBEIRO AC GUIMARAtildeES PTG GUIMARAtildeES PTG ALVAREZ V VH (Ed) Recomendaccedilotildees para o uso de corretivos e fertilizantes em Minas Gerais ndash 5ordf Aproximaccedilatildeo Viccedilosa CFSEMG 1999 p 43-60
ALVAREZ V VH Correlaccedilatildeo e calibraccedilatildeo de meacutetodos de anaacutelise de solos In ALVAREZ V VH FONTES LEF FONTES MPF (Ed) O solo nos grandes domiacutenios morfoclimaacuteticos do Brasil e o desenvolvimento sustentado Viccedilosa Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo 1996 p 615-646
ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DOS PRODUTORES DE CALCAacuteRIO Calcaacuterio agriacutecola ndash Brasil consumo aparente por estado (1992 ndash 2006) Disponiacutevel em lthttpwwwcalcario-rscombrgt Acesso em 25 de novembro de 2008
BALASTRA MLFC PEREZ CM JULIANO BO VILLAREAL P Effects of siacutelica level on some properties of Oriza sativa straw and hull Canadian Journal of Botany Ottawa v 67 p 2356-2363 1989
BARBOSA FILHO MP SNYDER G H PRABHU A S DATNOFF L E KORNDOumlRFER G H Importacircncia do siliacutecio para a cultura do arroz Informaccedilotildees agronocircmicas v 89 p 1-8 2000
BELLINGIERI PA Avaliaccedilatildeo em laboratoacuterio da eficiecircncia de diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas de calcaacuterios agriacutecolas 1983 99f Tese (Doutorado) ndash Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Universidade de Satildeo Paulo Piracicaba 1983
BELLINGIERI PA ALCARDE JC amp SOUZA ECA Avaliaccedilatildeo da qualidade de calcaacuterios agriacutecolas atraveacutes do PRNT Anais da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Piracicaba v 45 n 2 p 579-588 1988
BELLINGIERI PA ALCARDE JC SOUZA ECA de Eficiecircncia relativa de diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas de calcaacuterios na neutralizaccedilatildeo da acidez dos solos avaliada em laboratoacuterio Anais da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Piracicaba v46 n2 1989 p 303-317
35
BELLINGIERI PA SOUZA ECA ALCARDE JC SHIKASHO HW Importacircncia da reatividade do calcaacuterio sobre a produccedilatildeo e algumas caracteriacutesticas da soja Scientia Agricola Piracicaba v 49 p 61-71 1992
BRASIL MAPA Laboratoacuterio Nacional de Referecircncia Vegetal Anaacutelise de corretivos fertilizantes e inoculantes Brasiacutelia 1983 104p
BRUNAUER S EMMETT P H TELLER E Adsorption of gases in multimolecular layers In Journal of the American Chemical Society New York v 60 p 309-19 1938
CATANI RA ALONSO O Avaliaccedilatildeo e exigecircncia de calcaacuterio do solo Anais da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Piracicaba v 26 p 141-156 1969
CATE R Sugestotildees para adubaccedilatildeo com base na anaacutelise de solos Raleigh North Caroline State University 1965 16p
DAYANADAM P KAUFMAN PB FRANKLIN CL Detection of siacutelica in plants American Journal of Botany Columbus v 70 p 1079-1084 1983
DEFELIPO BV BRAGA JM SPIES C Comparaccedilatildeo entre meacutetodos de determinaccedilatildeo da necessidade de calcaacuterio de solos de Minas Gerais Experientiae v 13 p 111-136 1982
EMBRAPA C N P S Manual de meacutetodos de anaacutelise de solo Rio de Janeiro 1997 212p
EPSTEIN E Silicon Annu Rev Plant Physiol Plant Molec Biol Palo Alto v 50 1999 p 641 - 664
FERREIRA DF SISVAR versatildeo 43 (Build 41) Lavras UFLADEX 1999 4 disquetes
FURTINI NETO A VALE FR RESENDE A V GUILHERME L R G GUEDES G A A Fertilidade do solo Lavras UFLAFAEPE 2001 252p
GASCHO G J Silicon sources for agriculture In DATNOFF L E SNYDER G H KORNDOumlRFER G H (Ed) Silicon in agriculture Amsterdan Elsevier 2001 cap 12 p 197-207
KAMINSKI J RHEINHEIMER DS A acidez do solo e a nutriccedilatildeo mineral de plantas In KAMINSKI J (Ed) Uso de corretivos da acidez do solo no plantio direto Pelotas SBCSNRS 2000 cap2 p 21 - 39
KORNDOumlRFER G H Elementos beneacuteficos In FERNANDES M S Nutriccedilatildeo mineral de plantas Viccedilosa Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo 2006 432p
36
KORNDOumlRFER G H DATNOFF L E Adubaccedilatildeo com siliacutecio uma alternativa no controle de doenccedilas da cana-de-accediluacutecar e do arroz Informaccedilotildees Agronocircmicas Piracicaba v 70 p 1-5 1995
KORNDOumlRFER G H PEREIRA H S CAMARGO M S Silicatos de caacutelcio e magneacutesio na agricultura 3 ed Uberlacircndia 2004 28 p (Boletim Teacutecnico n1)
KORNDOumlRFER G H PEREIRA H S NOLLA A Anaacutelise de siliacutecio solo planta e fertilizante 1 ed Uberlacircndia 2004 50 p (Boletim Teacutecnico n2)
KORNDOumlRFER G H PEREIRA H S CAMARGO M S Silicatos de caacutelcio e magneacutesio na agricultura 2 ed Uberlacircndia 2003 15 p (Boletim Teacutecnico n1)
KORNDOumlRFER G H PEREIRA H S CAMARGO M S Papel do siliacutecio na produccedilatildeo de cana-de-accediluacutecar STAB v 21 n 2 2002 4 p
KORNDOumlRFER G H LEPSCH I Effect of silicon on plant growth and crop yeld In DATNOFF L E SNYDER G H KORNDOumlRFER G H (Ed) Silicon in agriculture Amsterdan Elsevier 2001 p 133 ndash 147
KURIHARA CH MAEDA S HERNANI LC SILVA WM Eficiecircncia relativa de fraccedilotildees granulomeacutetricas de calcaacuterios sul-mato-grossenses Pesquisa Agropecuaacuteria Brasileira Brasiacutelia v34 n 8 p 1443 - 1449 1999
LOPES A S SILVA MC GUILHERME L R G Acidez do solo e calagem 3 ed Satildeo Paulo ANDA 1990 22 p (Boletim Teacutecnico 1)
LOPES A S Manual de fertilidade do solo Satildeo Paulo ANDAPOTAFOacuteS 1989 153p
MA JF TAKAHASHI E Soil fertilizer and plant silicon research in Japan Amosterdan Elsevier Science 2002 281 p
MALAVOLTA E Manual de quiacutemica agriacutecola adubos e adubaccedilatildeo Satildeo Paulo Agronocircmica Ceres 1981 608 p
MARSCHNER H Mineral nutrition of higher plants 2 ed LondresAcademic Press 1995 889p
MCKEAGUE J A CLINE M G Silica in soils Advances in Agronomy New York v 15n 3 p 339-397 1963
MEURER E J Fundamentos de quiacutemica do solo 3 ed Porto Alegre Evangraf 2006 285p
MIYAKE Y TAKAHASHI E Effect of silicon on the growth of cucumber plant in soil culture Soil Science Plant Nutrition Tokyo v 29 p 463-471 1983
37
NOVAIS R F BARROS N F LEITE F P TEIXEIRA J L LEAL P G L Eficiecircncia agronocircmica de escoacuterias de siderurgia Pains Viccedilosa Universidade Federal de Viccedilosa 1993
OLIVEIRA AC HAHNE H BARROS NF MORAIS EJ Uso de escoacuteria de alto forno como fonte de nutrientes na adubaccedilatildeo florestal In GUERRINI IA BELLOTE AFJ BUumlLL LT (Ed) Seminaacuterio sobre uso de resiacuteduos florestais e urbanos em florestas Botucatu Fundaccedilatildeo de Estudos e Pesquisas Agriacutecolas e Florestais 1994 p 77-96
PEREIRA HS KORNDOumlRFER GH VIDAL AA CAMARGO MS Silicon sources for rice crop Scientia Agriacutecola Piracicaba v 61 p 522-528 2004
PLESE L P M Efeito da umidade do solo na reatividade das fraccedilotildees granulomeacutetricas de um calcaacuterio 2000 49f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) ndash Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Universidade de Satildeo Paulo Piracicaba 2000
PRADO R M FERNANDES F M NATALE W Uso de escoacuteria de siderurgia no Brasil estudos na cultura da cana-de-accediluacutecar Jaboticabal Funep 2001 67p
PROGRAMA INTERLABORATORIAL DE CONTROLE DE QUALIDADE DE ANAacuteLISE DE SOLO Manual do laboratorista 2005 33p
RAIJ BV Avaliaccedilatildeo da fertilidade do solo Piracicaba Associaccedilatildeo Brasileira para Pesquisa da Potassa e do Fosfato 1981 142p
RAIJ B V CANTARELLA H QUAGGIO J A FURLANI A M C Recomendaccedilatildeo de adubaccedilatildeo e calagem para o estado de Satildeo Paulo Campinas IAC 1996 285p (IAC Boletim 100)
SCOTT AJ KNOTT MA A cluster analysis method for grouping means in the analysis of variance Biometrics Washington v 30 n 2 1974 p 507-512
SHOEMAKER HE MCCLEAN E PRATT PF Buffer methods for determining lime requirements of soil with appreciable amounts of extractable aluminium Soil Sci Soc Am Proc Madison v 25 p 274-277 1961
SOUSA D M G MIRANDA L N OLIVEIRA S A Acidez do solo e sua correccedilatildeo In NOVAIS R F ALVAREZ V V H BARROS N F FONTES R L F CANTARUTTI R B NEVES J C L Fertilidade do solo Viccedilosa Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo 2007 p 205 ndash 274
SOUSA D M G LOBATO E Cerrado correccedilatildeo do solo e adubaccedilatildeo Brasiacutelia Embrapa Informaccedilatildeo Tecnoloacutegica 2004 416p
VERAS M C M VIEIRA W TEIXEIRA L S M ALCARDE J C OLIVEIRA L B Manual de meacutetodos analiacuteticos oficiais para fertilizantes minerais orgacircnicos organominerais e corretivos 1 ed Brasiacutelia MAPA 2007 v 1
38
WERNER D ROTH R Siacutelica metabolism In LAUCHILI A BIELESKI RL (Ed) Encyclopedia of plant physiology New Series Berlin Springer-Velag 1983 v 15B p 682-694
- Parte inicial dissertaccedilatildeopdf
- RESUMOpdf
- Corpo da dissertaccedilatildeopdf
-
21
Para os solos muito argiloso argiloso e arenoso pode-se observar que com as
doses de CaCO3 dentro do limite de 0 a 200 em relaccedilatildeo agrave recomendaccedilatildeo para atingir
60 de saturaccedilatildeo por bases o pH em CaCl2 aumentou significativamente de maneira
quadraacutetica Entretanto observou-se para o solo de textura meacutedia um ajuste linear Este
efeito pode ser atribuiacutedo ao fato das doses do corretivo utilizado natildeo terem sido
suficientes para atingir a faixa de estabilidade
Atraveacutes da amplitude de variaccedilatildeo nos valores de pH em funccedilatildeo do acreacutescimo
nas doses de CaCO3 pode-se observar o maior efeito tampatildeo dos solos muito argiloso e
argiloso em relaccedilatildeo ao solo arenoso e de textura meacutedia informaccedilatildeo esta que corrobora
aos relatos de Furtini e colaboradores (2001) O poder tampatildeo do solo eacute a resistecircncia
que o solo oferece a mudanccedila de pH Sousa e colaboradores (2007) exemplificando a
proporcionalidade dos diferentes tipos de acidez do solo relatam que a quantidade de
calcaacuterio necessaacuteria para neutralizar a acidez ativa pode chegar a quatorze mil setecentos
e vinte e trecircs vezes menor do que o necessaacuterio para a correccedilatildeo da acidez potencial do
solo o que evidencia a importacircncia do conhecimento do poder tampatildeo do solo para se
determinar a dose do corretivo
Pode-se observar que os resultados de pH em CaCl2 em funccedilatildeo dos corretivos e
das fraccedilotildees granulomeacutetricas para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso
submetidos a 30 dias de incubaccedilatildeo ocorreram de forma que quanto menor a
granulometria do corretivo maior foi o aumento no valor de pH encontrado nos solos
(Tabela 9)
22
Tabela 9 Valores de pH em CaCl2 em funccedilatildeo do corretivo de solo utilizado na dose
referente agrave elevaccedilatildeo da saturaccedilatildeo por bases para 60 e da fraccedilatildeo granulomeacutetrica apoacutes
30 dias de incubaccedilatildeo para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso
Peneira ABNT (mesh) Corretivo
5 - 10 10 - 20 20 ndash 50 gt 50 Meacutedia Solo muito argiloso
Agrosiliacutecio 51
Ac
51
Ac
57
Ab
59
Aa
55 Silifeacutertil 49
Ad
53
Ac
56
Ab
60
Aa
54 Holcim 50
Ab
49
Bb
49
Cb
53
Ca
50 Calcaacuterio 49
Ac
50
Bc
54
Bb
57
Ba
53 Meacutedia 50
51
54
57
53 Solo argiloso
Agrosiliacutecio
51
Ac
53
Ac
61
Ab
65
Aa
57 Silifeacutertil 53
Ac
52
Ac
59
Ab
66
Aa
57 Holcim 51
Ab
51
Ab
51
Cb
55
Ba
52 Calcaacuterio 51
Ac
52
Ac
56
Bb
65
Aa
56
51
52
56
63
56 Solo meacutedio
Agrosiliacutecio
40
Ac
41
Ac
41
Ab
43
Aa
41 Silifeacutertil 40
Ab
40
Ab
41
Aa
42
Ca
41 Holcim 40
Ab
40
Ab
40
Bb
41
Ca
40 Calcaacuterio 40
Ab
41
Ab
41
Bb
42
Ba
41 Meacutedia 40
40
41
42
41 Solo arenoso
Agrosiliacutecio
40
Ac
43
Ac
55
Ab
63
Aa
50 Silifeacutertil 40
Ac
42
Ac
52
Bb
65
Aa
50 Holcim 40
Ab
41
Ab
42
Cb
50
Ba
43 Calcaacuterio 40
Ac
40
Ac
50
Bb
63
Aa
48 Meacutedia 40
42
49
60
48 Letras maiuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na coluna e letras minuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na linha (Scott-Knott a 5)
No solo muito argiloso o Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil proporcionaram a maior
elevaccedilatildeo do pH do solo em relaccedilatildeo aos demais corretivos em todas as faixas
granulomeacutetricas passantes na peneira de 10 mesh ou seja quando a granulometria foi
inferior a 2 mm em fraccedilotildees maiores que esta o efeito do corretivo foi muito pequeno
natildeo havendo diferenccedila entre os corretivos (Tabela 9)
Para os demais solos os corretivos natildeo apresentaram diferenccedilas quanto ao
aumento provocado no pH do solo quando aplicados em granulometria acima de 084
mm ou seja produtos retidos na peneira de 10 mesh Para as granulometrias mais finas
23
os corretivos apresentaram diferenccedilas no aumento do pH ficando os solos que
receberam o silicato Holcim com os menores valores
De maneira geral para as granulometrias mais finas inferior a 084 mm
(passantes na peneira de 20 mesh) o Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil proporcionaram os
maiores incrementos em pH exceto para o produto mais fino gt 50 mesh no solo de
textura meacutedia e para o produto de granulometria entre 03 e 084 mm (ABNT 20 ndash 50)
no solo arenoso em que o Agrosiliacutecio obteve os melhores resultados (Tabela 9)
42 Variaccedilotildees no pH equivalente em CaCO3 e eficiecircncia relativa dos corretivos aos
90 dias de incubaccedilatildeo
Houve efeito significativo das doses de CaCO3 nos valores de pH em CaCl2 para
os quatro solos analisados o que possibilitou o ajuste de modelos polinomiais (Figura
5)
(a)
y = -01466x2 + 09457x + 49792
R2 = 085
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(b)
y = -05821x2 + 21998x + 49789
R2 = 098
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(c)
y = 04565x + 39275
R2 = 091
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(d)
y = -0865x2 + 34185x + 39925
R2 = 098
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
Significativo a 5 de probabilidade pelo teste f
Figura 5 Valores do pH em CaCl2 em funccedilatildeo da dose equivalente de CaCO3 aplicada ao solo apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo nos solos muito argiloso (a) argiloso (b) meacutedio (c) arenoso (d)
24
Para os solos muito argiloso argiloso e arenoso (Figura 5 a b d) como era de
se esperar as doses de CaCO3 dentro do limite de 0 a 200 em relaccedilatildeo agrave
recomendaccedilatildeo aumentaram significativamente e de forma quadraacutetica o pH em CaCl2
Acompanhando a tendecircncia observada apoacutes 30 dias de incubaccedilatildeo para o solo de
textura meacutedia verificou-se um ajuste linear para o aumento do valor de pH em CaCl2
em funccedilatildeo de doses de CaCO3 Este efeito pode ser atribuiacutedo ao fato das doses do
corretivo utilizado natildeo terem sido suficientes para atingir a faixa de estabilidade
Para as variaccedilotildees de pH em CaCl2 em funccedilatildeo do corretivo e fraccedilatildeo
granulomeacutetrica utilizados tambeacutem houve efeito significativo inclusive para a interaccedilatildeo
entre estes fatores (Tabela 10)
25
Tabela 10 Valores de pH em CaCl2 em funccedilatildeo do corretivo de solo utilizado na dose
referente agrave elevaccedilatildeo da saturaccedilatildeo por bases para 60 e da fraccedilatildeo granulomeacutetrica apoacutes
90 dias de incubaccedilatildeo para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso
Peneira ABNT (mesh) Corretivo
5 - 10 10 - 20 20 ndash 50 gt 50 Meacutedia Solo muito argiloso
Agrosiliacutecio 50
Ad
52
Ac
56
Ab
57
Aa
54 Silifeacutertil 50
Ac
51
Ac
55
Ab
58
Aa
53 Holcim 49
Ab
48
Cb
48
Bb
53
Ba
50 Calcaacuterio 49
Ac
50
Bc
55
Ab
57
Aa
53 Meacutedia 50
50
53
56
52 Solo argiloso
Agrosiliacutecio 52
Ab
53
Ab
61
Aa
62
Aa
57 Silifeacutertil 49
Cd
53
Ac
58
Bb
63
Aa
56 Holcim 50
Bb
50
Bb
51
Db
55
Ca
51 Calcaacuterio 51
Bd
52
Ac
56
Cb
62
Ba
55 Meacutedia 50
52
56
60
55 Solo meacutedio
Agrosiliacutecio 40
Ad
41
Ac
42
Ab
43
Aa
42 Silifeacutertil 41
Ac
41
Ac
42
Ab
43
Aa
42 Holcim 41
Ab
41
Ab
41
Cb
41
Ba
41 Calcaacuterio 40
Ab
41
Ab
41
Bb
43
Aa
41 Meacutedia 40
41
41
42
41 Solo arenoso
Agrosiliacutecio
40
Ac
44
Ab
59
Aa
61
Aa
51 Silifeacutertil 40
Ac
43
Ac
55
Ab
64
Aa
51 Holcim 39
Ab
40
Ab
42
Bb
48
Ba
43 Calcaacuterio 40
Ac
42
Ac
55
Ab
63
Aa
50 Meacutedia 40
42
53
59
49 Letras maiuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na coluna e letras minuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na linha (Scott-Knott a 5)
No solo muito argiloso e no solo arenoso o Agrosiliacutecio o Silifeacutertil e o calcaacuterio
proporcionaram maior elevaccedilatildeo no pH do solo em relaccedilatildeo ao Holcim nos corretivos
com granulometria inferior a 084 mm passantes na peneira de 20 mesh Quando se
comparam estes resultados com os obtidos aos 30 dias de incubaccedilatildeo observa-se a
inclusatildeo do calcaacuterio entre os corretivos com melhores resultados de aumento de pH no
solo muito argiloso Este fato demonstrou que para este solo os silicatos Agrosiliacutecio e
Silifeacutertil tiveram uma maior dissociaccedilatildeo aos 30 dias fato este que foi compensado pelo
calcaacuterio entre 30 e 90 dias de incubaccedilatildeo (Tabela 10)
26
Os valores de pH do solo argiloso apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo demonstraram que
o Agrosiliacutecio proporcionou os maiores valores de pH em todas as fraccedilotildees
granulomeacutetricas ficando este em igualdade com o Silifeacutertil na granulometria inferior a
03 mm (gt 50 mesh) e entre 08 mm e 20 mm (10 a 20 mesh) sendo que nesta uacuteltima
fraccedilatildeo granulomeacutetrica o calcaacuterio tambeacutem se igualou aos dois corretivos acima
mencionados (Tabela 10)
No solo de textura meacutedia as diferenccedilas ocorreram apenas nas fraccedilotildees
granulomeacutetricas inferiores a 08 mm (peneira de 20 mesh) com melhores resultados
atribuiacutedos ao Agrosiliacutecio Silifeacutertil e ao calcaacuterio na fraccedilatildeo mais fina (gt 50 mesh) e ao
Agrosiliacutecio e ao Silifeacutertil na fraccedilatildeo compreendida entre 03 e 084 mm (20 a 50 mesh)
Para o solo arenoso o Agrosiliacutecio o Silifeacutertil e o calcaacuterio proporcionaram
maiores valores de pH nas fraccedilotildees granulomeacutetricas inferiores a 084 mm enquanto que
nas fraccedilotildees mais grossas todos os corretivos tiveram o mesmo comportamento
Para todos os solos utilizados no experimento verificou-se que quanto menor a
dimensatildeo das partiacuteculas maiores satildeo os incrementos gerados nos valores de pH em
CaCl2 (Tabela 10) resultado este que concorda com trabalhos realizados anteriormente
por Bellingieri e colaboradores (1989)
Nas comparaccedilotildees entre os resultados dos valores de pH das amostras de solo
apoacutes 30 e 90 dias de incubaccedilatildeo os resultados praticamente se equivalem demonstrando
que 30 dias de incubaccedilatildeo foi um periacuteodo suficiente para a accedilatildeo dos corretivos
Com base nos incrementos verificados no pH das amostras dos solos pelos
corretivos de acidez em cada fraccedilatildeo granulomeacutetrica em relaccedilatildeo agraves curvas de incubaccedilatildeo
com CaCO3 calculou-se os valores de equivalente em CaCO3 para cada corretivo
dentro de cada fraccedilatildeo granulomeacutetrica com 90 dias de incubaccedilatildeo (Tabela 11)
27
Tabela 11 Equivalente em CaCO3 dos corretivos de acidez de diferentes fraccedilotildees
granulomeacutetricas aos 90 dias de incubaccedilatildeo
Peneiras ABNT (mesh)
Corretivos
5 ndash 10 10 - 20 20 - 50 gt 50 Meacutedia
--------------------------------------- -----------------------------------------
Agrosiliacutecio 9
Ac
24
Ab
64
Aa
77
Aa
43
Silifeacutertil 9
Ac
19
Ac
52
Ab
87
Aa
42 Calcaacuterio 8
Ac
13
Ac
33
Bb
79
Aa
33 Holcim 7
Ab
7
Ab
10
Cb
33
Ba
14 Meacutedia 8
16
39
69
33 Letras maiuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na coluna e letras minuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na linha (Scott-Knott a 5)
Os resultados de equivalente em CaCO3 apresentados para 90 dias de incubaccedilatildeo
(Tabela 11) demonstraram grande variaccedilatildeo para este atributo entre os corretivos de
acidez o que evidencia que natildeo apenas a granulometria mas tambeacutem a origem dos
corretivos exerce grande influecircncia na velocidade de correccedilatildeo da acidez do solo
Para as fraccedilotildees granulomeacutetrica mais grossas (lt 10 e 10 a 20 mesh) pode-se
observar que natildeo houve diferenccedila entre os corretivos jaacute na fraccedilatildeo mais fina (gt 50) o
silicato Holcim proporcionou menores valores de equivalente em CaCO3 em relaccedilatildeo as
demais fontes Na fraccedilatildeo granulomeacutetrica entre 20 e 50 (Tabela 11) verificou-se
diferenccedilas entre o equivalente em CaCO3 de silicatos e do calcaacuterio o que demonstrou o
fato de estarmos neste caso subestimando a reatividade dos silicatos Pode-se observar
que natildeo houve diferenccedilas entre os resultados obtidos com a aplicaccedilatildeo dos silicatos
Agrosiliacutecio e Silifeacutertil portanto sugere-se a elaboraccedilatildeo de novos paracircmetros para a
avaliaccedilatildeo de silicatos com origem de aciaria
Seguindo os criteacuterios adotados por Bellingieri (1983) de ajustar a eficiecircncia dos
corretivos atribuindo valores de 100 para as partiacuteculas passantes na peneira 50 ABNT
(partiacuteculas inferiores a 03 mm) determinou-se a eficiecircncia relativa de cada uma das
fraccedilotildees granulomeacutetricas dos corretivos permitindo a adoccedilatildeo de novos criteacuterios de
reatividade para os silicatos (Tabela 12)
28
Tabela 12 Eficiecircncias relativas em relaccedilatildeo agrave fraccedilatildeo granulomeacutetrica inferior a 03 mm
(peneira 50 mesh) dos corretivos de acidez em diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas aos
90 dias de incubaccedilatildeo
Peneiras ABNT (mesh)
Corretivos 5 - 10 10 - 20 20 - 50 gt 50 Meacutedia
------------------------------ -------------------------------
Agrosiliacutecio 12 33 85 100 58
Silifeacutertil 9 25 65 100 50
Holcim 16 17 27 100 40
Calcaacuterio 9 18 63 100 48
Meacutedia 12 23 60 100
Propotildee-se a adequaccedilatildeo da equaccedilatildeo atualmente adotada para a determinaccedilatildeo da
eficiecircncia relativa (reatividade) de silicatos de origem de aciaria para uso como
corretivo de acidez em funccedilatildeo das diferenccedilas encontradas em eficiecircncia relativa
apresentadas na Tabela 12 entre os silicatos de origem de escoacuteria de aciaria
(Agrosiliacutecio e Silifeacutertil) em relaccedilatildeo ao calcaacuterio ficando a mesma da seguinte forma
RE = F10-20 x 03 + F20-50 x 075 + Fgt50 x 1
Onde
F10-20= percentual de produto que passa pela peneira nordm10 e fica retido na
peneira nordm20 F20-50 = percentual de produto que passa pela peneira nordm20 e fica retido
na peneira nordm50 e F-50 = percentual de produto que passa pela peneira nordm50
Os valores de eficiecircncia relativa 12 em meacutedia para a fraccedilatildeo granulomeacutetrica
mais grosseira pode estar associado agrave presenccedila de micropartiacuteculas (poacute) aderidas ao
redor das partiacuteculas mais grossas (Tabela 12) jaacute que a separaccedilatildeo granulomeacutetrica seguiu
o meacutetodo oficial de separaccedilatildeo em peneiras a seco
29
43 Teor de siliacutecio no solo apoacutes 30 dias de incubaccedilatildeo
De maneira geral pode-se observar que o Agrosiliacutecio proporcionou maiores
incrementos de Si no solo obtendo no solo argiloso quando aplicado na fraccedilatildeo
granulomeacutetrica mais fina incremento de 10 mg dm-3 (Tabela 13)
Tabela 13 Teor de Si no solo em funccedilatildeo da fraccedilatildeo granulomeacutetrica e do corretivo utilizado para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso apoacutes 30 dias de incubaccedilatildeo
Peneiras ABNT (mesh) Corretivos 5 - 10 10 - 20 20 ndash 50 gt 50 Meacutedia
-------------------------------- Si (mg kg-1) -------------------------------------
Solo muito argiloso
Agrosiliacutecio 7
Aa
8
Aa
9
Aa
8
Aa
8 Silifeacutertil 7
Aa
7
Aa
7
Ba
7
Aa
7 Holcim 6
Aa
6
Aa
6
Ba
6
Ba
6 Calcaacuterio 7
Aa
6
Aa
5
Ba
5
Ba
6 Meacutedia 6
7
7
6
6
Solo argiloso
Agrosiliacutecio 6
Ad
10
Ac
14
Ab
15
Aa
11 Silifeacutertil 7
Ac
6
Bc
10
Bb
12
Ba
9 Holcim 6
Ab
5
Bb
6
Cb
9
Ca
7 Calcaacuterio 5
Ba
5
Ba
4
Da
2
Db
4 Meacutedia 6
6
8
10
8
Solo meacutedio
Agrosiliacutecio 10
Aa
10
Aa
10
Aa
10
Aa
10 Silifeacutertil 9
Aa
9
Aa
10
Aa
10
Aa
9 Holcim 8
Ba
9
Aa
9
Ba
10
Aa
9 Calcaacuterio 9
Ba
9
Aa
9
Ba
8
Bb
9 Meacutedia 9
9
9
9
9
Solo arenoso
Agrosiliacutecio 4
Ab
5
Ab
8
Aa
9
Aa
6 Silifeacutertil 3
Ac
5
Ab
7
Aa
7
Ba
6 Holcim 3
Ab
4
Aa
4
Ba
6
Ca
4 Calcaacuterio 3
Aa
3
Ba
3
Ca
2
Da
3 Meacutedia 3
4
6
6
5 Letras maiuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na coluna e letras minuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na linha (Scott-Knott a 5)
No solo muito argiloso as fraccedilotildees mais grossas dos corretivos com partiacuteculas
superiores a 084 mm (lt 20 mesh) natildeo apresentaram diferenccedilas quanto ao fornecimento
30
de Si ao solo poreacutem quando se avaliaram as fraccedilotildees mais finas observou-se maiores
valores de Si para o Agrosiliacutecio na fraccedilatildeo de 03 a 084 mm (20 a 50 mesh) e para o
Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil quando o corretivo foi aplicado na granulometria inferior a 03
mm (gt 50 mesh) estes resultados tambeacutem se repetiram no solo arenoso (Tabela 13)
Para o solo argiloso o Agrosiliacutecio foi o silicato que promoveu maiores valores
de Si no solo quando tambeacutem se avaliaram as fraccedilotildees granulomeacutetricas inferiores a 20
mm (gt 10 mesh) apenas para a fraccedilatildeo mais grossa maior que 20 mm o Agrosiliacutecio o
Silifeacutertil e o Holcim natildeo diferiram estatisticamente variando apenas em relaccedilatildeo ao
calcaacuterio que eacute o uacutenico corretivo avaliado que natildeo apresenta Si em sua constituiccedilatildeo
No solo de textura meacutedia o Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil proporcionaram a mesma
eficiecircncia no fornecimento de Si para o solo (fraccedilotildees 20 a 50 mesh e lt 10 mesh) na
fraccedilatildeo mais fina (gt 50 mesh) os trecircs silicatos avaliados resultaram nos mesmos valores
de Si no solo deferindo apenas do calcaacuterio jaacute na fraccedilatildeo entre 10 a 20 mesh todos os
corretivos proporcionaram o mesmo resultado
De maneira geral a granulometria natildeo resultou em diferenccedilas no fornecimento
de Si pelos silicatos exceto no solo argiloso em que se observa que quanto menor a
granulometria maior foi o teor de Si no solo (Tabela 13)
Ao se avaliar os efeitos do calcaacuterio em relaccedilatildeo ao teor de Si no solo pode-se
observar que quanto menor a fraccedilatildeo granulomeacutetrica do calcaacuterio menores os teores de Si
no solo Este fato pode estar associado a maior alteraccedilatildeo causada no pH do solo pelas
fraccedilotildees mais finas do calcaacuterio reduzindo assim sua disponibilidade de Si corroborando
aos dados de McKeague e Cline (1963) em que o aumento de pH de 6 para 9 reduziu
de 36 para 6 mg dm-3 a concentraccedilatildeo de Si soluacutevel
44 Teor de siliacutecio no solo apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo
De maneira geral pode-se observar que o Agrosiliacutecio promoveu maior
incremento de Si no solo apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo exceto para a fraccedilatildeo
granulomeacutetrica entre 20 a 50 mesh e no solo de textura meacutedia em que o Silifeacutertil e o
Holcim obtiveram resultados semelhantes ao Agrosiliacutecio (Tabela 14)
Quanto agraves fraccedilotildees granulomeacutetricas observou-se que quanto menor a fraccedilatildeo
granulomeacutetrica independente do silicato maior foi o fornecimento de Si ao solo
seguindo a tendecircncia encontrada por Oliveira e colaboradores (1994) em que escoacuterias
31
de alto forno com partiacuteculas menores que 03 mm foram mais eficientes no
fornecimento de Ca e Mg para o solo quando comparadas as fraccedilotildees mais grosseiras
Tabela 14 Teor de Si no solo em funccedilatildeo da fraccedilatildeo granulomeacutetrica e do corretivo
utilizado para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso apoacutes 90 dias de
incubaccedilatildeo
Peneiras ABNT (mesh) Corretivos 5 - 10 10 - 20 20 - 50 gt 50 Meacutedia
-------------------------------- Si (mg kg-1) --------------------------------------
Solo muito argiloso Agrosiliacutecio 8
Ab
9
Aa
9
Aa
9
Aa
9 Silifeacutertil 6
Bb
7
Bb
7
Ba
8
Ba
7 Holcim 7
Bb
7
Bb
6
Cb
8
Ba
7 Calcaacuterio 6
Ba
6
Ba
5
Db
5
Cb
6 Meacutedia 7
7
7
7
7 Solo argiloso
Agrosiliacutecio 7
Ac
11
Ab
13
Aa
13
Aa
11 Silifeacutertil 5
Bc
7
Bb
9
Ba
9
Ba
8 Holcim 6
Bb
5
Cb
6
Cb
9
Ba
7 Calcaacuterio 4
Ca
4
Da
4
Da
3
Cb
4 Meacutedia 5
7
8
9
7 Solo meacutedio
Agrosiliacutecio 10
Aa
11
Aa
10
Aa
11
Aa
11 Silifeacutertil 10
Ba
10
Ba
10
Aa
10
Ba
10 Holcim 10
Bb
10
Bb
10
Ab
11
Aa
10 Calcaacuterio 9
Ba
10
Ba
9
Bb
8
Cc
9 Meacutedia 10
10
10
10
10 Solo arenoso
Agrosiliacutecio 4
Ac
6
Ab
7
Aa
7
Aa
6 Silifeacutertil 3
Bc
4
Bb
6
Ba
6
Ba
5 Holcim 3
Bc
3
Cb
4
Cb
5
Ca
4 Calcaacuterio 2
Ca
2
Da
2
Da
2
Da
2 Meacutedia 3
4
5
5
4 Letras maiuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na coluna e letras minuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na linha (Scott-Knott a 5)
Para todos os solos analisados observou-se a seguinte sequecircncia para o teor de
Si Agrosiliacutecio gt Silifeacutertil gt Holcim gt Calcaacuterio Fato este que acompanha a tendecircncia
observada na avaliaccedilatildeo da reatividade na correccedilatildeo da acidez do solo exceto para o
calcaacuterio por natildeo apresentar Si em sua constituiccedilatildeo
32
Korndoumlrfer e colaboradores (2004) apresentaram a solubilidade de diferentes
silicatos evidenciando que o Agrosiliacutecio (escoacuteria de aciaria) apresentou maiores valores
de solubilidade em relaccedilatildeo aos valores obtidos pela escoacuteria de alto forno como o
Holcim com valores de 43 e 7 respectivamente Estas diferenccedilas em solubilidade
explicam os valores encontrados tanto na avaliaccedilatildeo aos 30 como aos 90 dias de
incubaccedilatildeo
Pereira e colaboradores (2004) em trabalho para a avaliaccedilatildeo da eficiecircncia de
fontes de Si para a cultura do arroz encontraram que a fonte que proporcionou mais
extraccedilatildeo de Si para os gratildeos foi a escoacuteria oriunda da produccedilatildeo de accedilo inox dado que
corrobora os resultados encontrados neste trabalho em que o Agrosiliacutecio (escoacuteria de
aciaria) apresentou maior disponibilizaccedilatildeo de Si para o solo
Nas comparaccedilotildees entre os resultados do teor de Si no solo apoacutes 30 e 90 dias de
incubaccedilatildeo os resultados praticamente se equivalem demonstrando que 30 dias foi um
periacuteodo suficiente para que os silicatos fornecessem Si
Comparando o teor de Si antes da aplicaccedilatildeo dos corretivos com o teor de Si no
solo apoacutes a aplicaccedilatildeo dos corretivos e apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo verificou-se
expressivo acreacutescimo no teor Si no solo ocasionado pelos silicatos principalmente para
o Agrosiliacutecio que incrementou na meacutedia entre as fraccedilotildees granulomeacutetricas 2 6 1 e 3 mg
dm-3 de Si nos solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso respectivamente O
Silifeacutertil tambeacutem forneceu Si ao solo elevando em 1 4 0 e 3 mg dm-3 o teor de Si nos
solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso respectivamente Jaacute o Holcim
apresentou incrementos de 0 2 0 e 1 mg dm-3 respectivamente para os solos muito
argiloso argiloso meacutedio e arenoso
33
5 CONCLUSOtildeES
Os silicatos Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil proporcionam maiores valores de eficiecircncia
relativa na correccedilatildeo da acidez do solo em comparaccedilatildeo ao calcaacuterio e ao silicato Holcim
na fraccedilatildeo granulomeacutetrica entre 030 e 084 mm
Quanto menor a fraccedilatildeo granulomeacutetrica do silicato maior eacute a eficiecircncia relativa
na correccedilatildeo da acidez do solo e maior eacute o fornecimento de Si para o solo
O Agrosiliacutecio apresenta melhores resultados no fornecimento de Si ao solo
seguido do Silifeacutertil e do Holcim
O periacuteodo de 30 dias em condiccedilotildees de umidade mantida agrave 80 da capacidade
de campo eacute um periacuteodo suficiente para a correccedilatildeo da acidez do solo e fornecimento de
Si pelos silicatos ao solo
34
6 REFEREcircNCIAS
ALCARDE JC PAULINO VT DERNARDIN J S Avaliaccedilatildeo da reatividade de corretivos da acidez do solo Revista Brasileira de Ciecircncia do Solo Campinas v 13 p 387-392 1989
ALCARDE JC Corretivos de acidez dos solos caracteriacutesticas e interpretaccedilotildees teacutecnicas Satildeo Paulo ANDA 1992 24p (Boletim Teacutecnico 6)
ALCARDE JC RODELLA AA Avaliaccedilatildeo quiacutemica de corretivos de acidez para fins agriacutecolas uma nova proposiccedilatildeo Scientia Agriacutecola Piracicaba v 53 n 2 ndash 3 1996
ALVAREZ V VH RIBEIRO AC Calagem In RIBEIRO AC GUIMARAtildeES PTG GUIMARAtildeES PTG ALVAREZ V VH (Ed) Recomendaccedilotildees para o uso de corretivos e fertilizantes em Minas Gerais ndash 5ordf Aproximaccedilatildeo Viccedilosa CFSEMG 1999 p 43-60
ALVAREZ V VH Correlaccedilatildeo e calibraccedilatildeo de meacutetodos de anaacutelise de solos In ALVAREZ V VH FONTES LEF FONTES MPF (Ed) O solo nos grandes domiacutenios morfoclimaacuteticos do Brasil e o desenvolvimento sustentado Viccedilosa Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo 1996 p 615-646
ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DOS PRODUTORES DE CALCAacuteRIO Calcaacuterio agriacutecola ndash Brasil consumo aparente por estado (1992 ndash 2006) Disponiacutevel em lthttpwwwcalcario-rscombrgt Acesso em 25 de novembro de 2008
BALASTRA MLFC PEREZ CM JULIANO BO VILLAREAL P Effects of siacutelica level on some properties of Oriza sativa straw and hull Canadian Journal of Botany Ottawa v 67 p 2356-2363 1989
BARBOSA FILHO MP SNYDER G H PRABHU A S DATNOFF L E KORNDOumlRFER G H Importacircncia do siliacutecio para a cultura do arroz Informaccedilotildees agronocircmicas v 89 p 1-8 2000
BELLINGIERI PA Avaliaccedilatildeo em laboratoacuterio da eficiecircncia de diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas de calcaacuterios agriacutecolas 1983 99f Tese (Doutorado) ndash Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Universidade de Satildeo Paulo Piracicaba 1983
BELLINGIERI PA ALCARDE JC amp SOUZA ECA Avaliaccedilatildeo da qualidade de calcaacuterios agriacutecolas atraveacutes do PRNT Anais da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Piracicaba v 45 n 2 p 579-588 1988
BELLINGIERI PA ALCARDE JC SOUZA ECA de Eficiecircncia relativa de diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas de calcaacuterios na neutralizaccedilatildeo da acidez dos solos avaliada em laboratoacuterio Anais da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Piracicaba v46 n2 1989 p 303-317
35
BELLINGIERI PA SOUZA ECA ALCARDE JC SHIKASHO HW Importacircncia da reatividade do calcaacuterio sobre a produccedilatildeo e algumas caracteriacutesticas da soja Scientia Agricola Piracicaba v 49 p 61-71 1992
BRASIL MAPA Laboratoacuterio Nacional de Referecircncia Vegetal Anaacutelise de corretivos fertilizantes e inoculantes Brasiacutelia 1983 104p
BRUNAUER S EMMETT P H TELLER E Adsorption of gases in multimolecular layers In Journal of the American Chemical Society New York v 60 p 309-19 1938
CATANI RA ALONSO O Avaliaccedilatildeo e exigecircncia de calcaacuterio do solo Anais da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Piracicaba v 26 p 141-156 1969
CATE R Sugestotildees para adubaccedilatildeo com base na anaacutelise de solos Raleigh North Caroline State University 1965 16p
DAYANADAM P KAUFMAN PB FRANKLIN CL Detection of siacutelica in plants American Journal of Botany Columbus v 70 p 1079-1084 1983
DEFELIPO BV BRAGA JM SPIES C Comparaccedilatildeo entre meacutetodos de determinaccedilatildeo da necessidade de calcaacuterio de solos de Minas Gerais Experientiae v 13 p 111-136 1982
EMBRAPA C N P S Manual de meacutetodos de anaacutelise de solo Rio de Janeiro 1997 212p
EPSTEIN E Silicon Annu Rev Plant Physiol Plant Molec Biol Palo Alto v 50 1999 p 641 - 664
FERREIRA DF SISVAR versatildeo 43 (Build 41) Lavras UFLADEX 1999 4 disquetes
FURTINI NETO A VALE FR RESENDE A V GUILHERME L R G GUEDES G A A Fertilidade do solo Lavras UFLAFAEPE 2001 252p
GASCHO G J Silicon sources for agriculture In DATNOFF L E SNYDER G H KORNDOumlRFER G H (Ed) Silicon in agriculture Amsterdan Elsevier 2001 cap 12 p 197-207
KAMINSKI J RHEINHEIMER DS A acidez do solo e a nutriccedilatildeo mineral de plantas In KAMINSKI J (Ed) Uso de corretivos da acidez do solo no plantio direto Pelotas SBCSNRS 2000 cap2 p 21 - 39
KORNDOumlRFER G H Elementos beneacuteficos In FERNANDES M S Nutriccedilatildeo mineral de plantas Viccedilosa Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo 2006 432p
36
KORNDOumlRFER G H DATNOFF L E Adubaccedilatildeo com siliacutecio uma alternativa no controle de doenccedilas da cana-de-accediluacutecar e do arroz Informaccedilotildees Agronocircmicas Piracicaba v 70 p 1-5 1995
KORNDOumlRFER G H PEREIRA H S CAMARGO M S Silicatos de caacutelcio e magneacutesio na agricultura 3 ed Uberlacircndia 2004 28 p (Boletim Teacutecnico n1)
KORNDOumlRFER G H PEREIRA H S NOLLA A Anaacutelise de siliacutecio solo planta e fertilizante 1 ed Uberlacircndia 2004 50 p (Boletim Teacutecnico n2)
KORNDOumlRFER G H PEREIRA H S CAMARGO M S Silicatos de caacutelcio e magneacutesio na agricultura 2 ed Uberlacircndia 2003 15 p (Boletim Teacutecnico n1)
KORNDOumlRFER G H PEREIRA H S CAMARGO M S Papel do siliacutecio na produccedilatildeo de cana-de-accediluacutecar STAB v 21 n 2 2002 4 p
KORNDOumlRFER G H LEPSCH I Effect of silicon on plant growth and crop yeld In DATNOFF L E SNYDER G H KORNDOumlRFER G H (Ed) Silicon in agriculture Amsterdan Elsevier 2001 p 133 ndash 147
KURIHARA CH MAEDA S HERNANI LC SILVA WM Eficiecircncia relativa de fraccedilotildees granulomeacutetricas de calcaacuterios sul-mato-grossenses Pesquisa Agropecuaacuteria Brasileira Brasiacutelia v34 n 8 p 1443 - 1449 1999
LOPES A S SILVA MC GUILHERME L R G Acidez do solo e calagem 3 ed Satildeo Paulo ANDA 1990 22 p (Boletim Teacutecnico 1)
LOPES A S Manual de fertilidade do solo Satildeo Paulo ANDAPOTAFOacuteS 1989 153p
MA JF TAKAHASHI E Soil fertilizer and plant silicon research in Japan Amosterdan Elsevier Science 2002 281 p
MALAVOLTA E Manual de quiacutemica agriacutecola adubos e adubaccedilatildeo Satildeo Paulo Agronocircmica Ceres 1981 608 p
MARSCHNER H Mineral nutrition of higher plants 2 ed LondresAcademic Press 1995 889p
MCKEAGUE J A CLINE M G Silica in soils Advances in Agronomy New York v 15n 3 p 339-397 1963
MEURER E J Fundamentos de quiacutemica do solo 3 ed Porto Alegre Evangraf 2006 285p
MIYAKE Y TAKAHASHI E Effect of silicon on the growth of cucumber plant in soil culture Soil Science Plant Nutrition Tokyo v 29 p 463-471 1983
37
NOVAIS R F BARROS N F LEITE F P TEIXEIRA J L LEAL P G L Eficiecircncia agronocircmica de escoacuterias de siderurgia Pains Viccedilosa Universidade Federal de Viccedilosa 1993
OLIVEIRA AC HAHNE H BARROS NF MORAIS EJ Uso de escoacuteria de alto forno como fonte de nutrientes na adubaccedilatildeo florestal In GUERRINI IA BELLOTE AFJ BUumlLL LT (Ed) Seminaacuterio sobre uso de resiacuteduos florestais e urbanos em florestas Botucatu Fundaccedilatildeo de Estudos e Pesquisas Agriacutecolas e Florestais 1994 p 77-96
PEREIRA HS KORNDOumlRFER GH VIDAL AA CAMARGO MS Silicon sources for rice crop Scientia Agriacutecola Piracicaba v 61 p 522-528 2004
PLESE L P M Efeito da umidade do solo na reatividade das fraccedilotildees granulomeacutetricas de um calcaacuterio 2000 49f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) ndash Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Universidade de Satildeo Paulo Piracicaba 2000
PRADO R M FERNANDES F M NATALE W Uso de escoacuteria de siderurgia no Brasil estudos na cultura da cana-de-accediluacutecar Jaboticabal Funep 2001 67p
PROGRAMA INTERLABORATORIAL DE CONTROLE DE QUALIDADE DE ANAacuteLISE DE SOLO Manual do laboratorista 2005 33p
RAIJ BV Avaliaccedilatildeo da fertilidade do solo Piracicaba Associaccedilatildeo Brasileira para Pesquisa da Potassa e do Fosfato 1981 142p
RAIJ B V CANTARELLA H QUAGGIO J A FURLANI A M C Recomendaccedilatildeo de adubaccedilatildeo e calagem para o estado de Satildeo Paulo Campinas IAC 1996 285p (IAC Boletim 100)
SCOTT AJ KNOTT MA A cluster analysis method for grouping means in the analysis of variance Biometrics Washington v 30 n 2 1974 p 507-512
SHOEMAKER HE MCCLEAN E PRATT PF Buffer methods for determining lime requirements of soil with appreciable amounts of extractable aluminium Soil Sci Soc Am Proc Madison v 25 p 274-277 1961
SOUSA D M G MIRANDA L N OLIVEIRA S A Acidez do solo e sua correccedilatildeo In NOVAIS R F ALVAREZ V V H BARROS N F FONTES R L F CANTARUTTI R B NEVES J C L Fertilidade do solo Viccedilosa Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo 2007 p 205 ndash 274
SOUSA D M G LOBATO E Cerrado correccedilatildeo do solo e adubaccedilatildeo Brasiacutelia Embrapa Informaccedilatildeo Tecnoloacutegica 2004 416p
VERAS M C M VIEIRA W TEIXEIRA L S M ALCARDE J C OLIVEIRA L B Manual de meacutetodos analiacuteticos oficiais para fertilizantes minerais orgacircnicos organominerais e corretivos 1 ed Brasiacutelia MAPA 2007 v 1
38
WERNER D ROTH R Siacutelica metabolism In LAUCHILI A BIELESKI RL (Ed) Encyclopedia of plant physiology New Series Berlin Springer-Velag 1983 v 15B p 682-694
- Parte inicial dissertaccedilatildeopdf
- RESUMOpdf
- Corpo da dissertaccedilatildeopdf
-
22
Tabela 9 Valores de pH em CaCl2 em funccedilatildeo do corretivo de solo utilizado na dose
referente agrave elevaccedilatildeo da saturaccedilatildeo por bases para 60 e da fraccedilatildeo granulomeacutetrica apoacutes
30 dias de incubaccedilatildeo para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso
Peneira ABNT (mesh) Corretivo
5 - 10 10 - 20 20 ndash 50 gt 50 Meacutedia Solo muito argiloso
Agrosiliacutecio 51
Ac
51
Ac
57
Ab
59
Aa
55 Silifeacutertil 49
Ad
53
Ac
56
Ab
60
Aa
54 Holcim 50
Ab
49
Bb
49
Cb
53
Ca
50 Calcaacuterio 49
Ac
50
Bc
54
Bb
57
Ba
53 Meacutedia 50
51
54
57
53 Solo argiloso
Agrosiliacutecio
51
Ac
53
Ac
61
Ab
65
Aa
57 Silifeacutertil 53
Ac
52
Ac
59
Ab
66
Aa
57 Holcim 51
Ab
51
Ab
51
Cb
55
Ba
52 Calcaacuterio 51
Ac
52
Ac
56
Bb
65
Aa
56
51
52
56
63
56 Solo meacutedio
Agrosiliacutecio
40
Ac
41
Ac
41
Ab
43
Aa
41 Silifeacutertil 40
Ab
40
Ab
41
Aa
42
Ca
41 Holcim 40
Ab
40
Ab
40
Bb
41
Ca
40 Calcaacuterio 40
Ab
41
Ab
41
Bb
42
Ba
41 Meacutedia 40
40
41
42
41 Solo arenoso
Agrosiliacutecio
40
Ac
43
Ac
55
Ab
63
Aa
50 Silifeacutertil 40
Ac
42
Ac
52
Bb
65
Aa
50 Holcim 40
Ab
41
Ab
42
Cb
50
Ba
43 Calcaacuterio 40
Ac
40
Ac
50
Bb
63
Aa
48 Meacutedia 40
42
49
60
48 Letras maiuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na coluna e letras minuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na linha (Scott-Knott a 5)
No solo muito argiloso o Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil proporcionaram a maior
elevaccedilatildeo do pH do solo em relaccedilatildeo aos demais corretivos em todas as faixas
granulomeacutetricas passantes na peneira de 10 mesh ou seja quando a granulometria foi
inferior a 2 mm em fraccedilotildees maiores que esta o efeito do corretivo foi muito pequeno
natildeo havendo diferenccedila entre os corretivos (Tabela 9)
Para os demais solos os corretivos natildeo apresentaram diferenccedilas quanto ao
aumento provocado no pH do solo quando aplicados em granulometria acima de 084
mm ou seja produtos retidos na peneira de 10 mesh Para as granulometrias mais finas
23
os corretivos apresentaram diferenccedilas no aumento do pH ficando os solos que
receberam o silicato Holcim com os menores valores
De maneira geral para as granulometrias mais finas inferior a 084 mm
(passantes na peneira de 20 mesh) o Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil proporcionaram os
maiores incrementos em pH exceto para o produto mais fino gt 50 mesh no solo de
textura meacutedia e para o produto de granulometria entre 03 e 084 mm (ABNT 20 ndash 50)
no solo arenoso em que o Agrosiliacutecio obteve os melhores resultados (Tabela 9)
42 Variaccedilotildees no pH equivalente em CaCO3 e eficiecircncia relativa dos corretivos aos
90 dias de incubaccedilatildeo
Houve efeito significativo das doses de CaCO3 nos valores de pH em CaCl2 para
os quatro solos analisados o que possibilitou o ajuste de modelos polinomiais (Figura
5)
(a)
y = -01466x2 + 09457x + 49792
R2 = 085
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(b)
y = -05821x2 + 21998x + 49789
R2 = 098
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(c)
y = 04565x + 39275
R2 = 091
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(d)
y = -0865x2 + 34185x + 39925
R2 = 098
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
Significativo a 5 de probabilidade pelo teste f
Figura 5 Valores do pH em CaCl2 em funccedilatildeo da dose equivalente de CaCO3 aplicada ao solo apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo nos solos muito argiloso (a) argiloso (b) meacutedio (c) arenoso (d)
24
Para os solos muito argiloso argiloso e arenoso (Figura 5 a b d) como era de
se esperar as doses de CaCO3 dentro do limite de 0 a 200 em relaccedilatildeo agrave
recomendaccedilatildeo aumentaram significativamente e de forma quadraacutetica o pH em CaCl2
Acompanhando a tendecircncia observada apoacutes 30 dias de incubaccedilatildeo para o solo de
textura meacutedia verificou-se um ajuste linear para o aumento do valor de pH em CaCl2
em funccedilatildeo de doses de CaCO3 Este efeito pode ser atribuiacutedo ao fato das doses do
corretivo utilizado natildeo terem sido suficientes para atingir a faixa de estabilidade
Para as variaccedilotildees de pH em CaCl2 em funccedilatildeo do corretivo e fraccedilatildeo
granulomeacutetrica utilizados tambeacutem houve efeito significativo inclusive para a interaccedilatildeo
entre estes fatores (Tabela 10)
25
Tabela 10 Valores de pH em CaCl2 em funccedilatildeo do corretivo de solo utilizado na dose
referente agrave elevaccedilatildeo da saturaccedilatildeo por bases para 60 e da fraccedilatildeo granulomeacutetrica apoacutes
90 dias de incubaccedilatildeo para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso
Peneira ABNT (mesh) Corretivo
5 - 10 10 - 20 20 ndash 50 gt 50 Meacutedia Solo muito argiloso
Agrosiliacutecio 50
Ad
52
Ac
56
Ab
57
Aa
54 Silifeacutertil 50
Ac
51
Ac
55
Ab
58
Aa
53 Holcim 49
Ab
48
Cb
48
Bb
53
Ba
50 Calcaacuterio 49
Ac
50
Bc
55
Ab
57
Aa
53 Meacutedia 50
50
53
56
52 Solo argiloso
Agrosiliacutecio 52
Ab
53
Ab
61
Aa
62
Aa
57 Silifeacutertil 49
Cd
53
Ac
58
Bb
63
Aa
56 Holcim 50
Bb
50
Bb
51
Db
55
Ca
51 Calcaacuterio 51
Bd
52
Ac
56
Cb
62
Ba
55 Meacutedia 50
52
56
60
55 Solo meacutedio
Agrosiliacutecio 40
Ad
41
Ac
42
Ab
43
Aa
42 Silifeacutertil 41
Ac
41
Ac
42
Ab
43
Aa
42 Holcim 41
Ab
41
Ab
41
Cb
41
Ba
41 Calcaacuterio 40
Ab
41
Ab
41
Bb
43
Aa
41 Meacutedia 40
41
41
42
41 Solo arenoso
Agrosiliacutecio
40
Ac
44
Ab
59
Aa
61
Aa
51 Silifeacutertil 40
Ac
43
Ac
55
Ab
64
Aa
51 Holcim 39
Ab
40
Ab
42
Bb
48
Ba
43 Calcaacuterio 40
Ac
42
Ac
55
Ab
63
Aa
50 Meacutedia 40
42
53
59
49 Letras maiuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na coluna e letras minuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na linha (Scott-Knott a 5)
No solo muito argiloso e no solo arenoso o Agrosiliacutecio o Silifeacutertil e o calcaacuterio
proporcionaram maior elevaccedilatildeo no pH do solo em relaccedilatildeo ao Holcim nos corretivos
com granulometria inferior a 084 mm passantes na peneira de 20 mesh Quando se
comparam estes resultados com os obtidos aos 30 dias de incubaccedilatildeo observa-se a
inclusatildeo do calcaacuterio entre os corretivos com melhores resultados de aumento de pH no
solo muito argiloso Este fato demonstrou que para este solo os silicatos Agrosiliacutecio e
Silifeacutertil tiveram uma maior dissociaccedilatildeo aos 30 dias fato este que foi compensado pelo
calcaacuterio entre 30 e 90 dias de incubaccedilatildeo (Tabela 10)
26
Os valores de pH do solo argiloso apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo demonstraram que
o Agrosiliacutecio proporcionou os maiores valores de pH em todas as fraccedilotildees
granulomeacutetricas ficando este em igualdade com o Silifeacutertil na granulometria inferior a
03 mm (gt 50 mesh) e entre 08 mm e 20 mm (10 a 20 mesh) sendo que nesta uacuteltima
fraccedilatildeo granulomeacutetrica o calcaacuterio tambeacutem se igualou aos dois corretivos acima
mencionados (Tabela 10)
No solo de textura meacutedia as diferenccedilas ocorreram apenas nas fraccedilotildees
granulomeacutetricas inferiores a 08 mm (peneira de 20 mesh) com melhores resultados
atribuiacutedos ao Agrosiliacutecio Silifeacutertil e ao calcaacuterio na fraccedilatildeo mais fina (gt 50 mesh) e ao
Agrosiliacutecio e ao Silifeacutertil na fraccedilatildeo compreendida entre 03 e 084 mm (20 a 50 mesh)
Para o solo arenoso o Agrosiliacutecio o Silifeacutertil e o calcaacuterio proporcionaram
maiores valores de pH nas fraccedilotildees granulomeacutetricas inferiores a 084 mm enquanto que
nas fraccedilotildees mais grossas todos os corretivos tiveram o mesmo comportamento
Para todos os solos utilizados no experimento verificou-se que quanto menor a
dimensatildeo das partiacuteculas maiores satildeo os incrementos gerados nos valores de pH em
CaCl2 (Tabela 10) resultado este que concorda com trabalhos realizados anteriormente
por Bellingieri e colaboradores (1989)
Nas comparaccedilotildees entre os resultados dos valores de pH das amostras de solo
apoacutes 30 e 90 dias de incubaccedilatildeo os resultados praticamente se equivalem demonstrando
que 30 dias de incubaccedilatildeo foi um periacuteodo suficiente para a accedilatildeo dos corretivos
Com base nos incrementos verificados no pH das amostras dos solos pelos
corretivos de acidez em cada fraccedilatildeo granulomeacutetrica em relaccedilatildeo agraves curvas de incubaccedilatildeo
com CaCO3 calculou-se os valores de equivalente em CaCO3 para cada corretivo
dentro de cada fraccedilatildeo granulomeacutetrica com 90 dias de incubaccedilatildeo (Tabela 11)
27
Tabela 11 Equivalente em CaCO3 dos corretivos de acidez de diferentes fraccedilotildees
granulomeacutetricas aos 90 dias de incubaccedilatildeo
Peneiras ABNT (mesh)
Corretivos
5 ndash 10 10 - 20 20 - 50 gt 50 Meacutedia
--------------------------------------- -----------------------------------------
Agrosiliacutecio 9
Ac
24
Ab
64
Aa
77
Aa
43
Silifeacutertil 9
Ac
19
Ac
52
Ab
87
Aa
42 Calcaacuterio 8
Ac
13
Ac
33
Bb
79
Aa
33 Holcim 7
Ab
7
Ab
10
Cb
33
Ba
14 Meacutedia 8
16
39
69
33 Letras maiuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na coluna e letras minuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na linha (Scott-Knott a 5)
Os resultados de equivalente em CaCO3 apresentados para 90 dias de incubaccedilatildeo
(Tabela 11) demonstraram grande variaccedilatildeo para este atributo entre os corretivos de
acidez o que evidencia que natildeo apenas a granulometria mas tambeacutem a origem dos
corretivos exerce grande influecircncia na velocidade de correccedilatildeo da acidez do solo
Para as fraccedilotildees granulomeacutetrica mais grossas (lt 10 e 10 a 20 mesh) pode-se
observar que natildeo houve diferenccedila entre os corretivos jaacute na fraccedilatildeo mais fina (gt 50) o
silicato Holcim proporcionou menores valores de equivalente em CaCO3 em relaccedilatildeo as
demais fontes Na fraccedilatildeo granulomeacutetrica entre 20 e 50 (Tabela 11) verificou-se
diferenccedilas entre o equivalente em CaCO3 de silicatos e do calcaacuterio o que demonstrou o
fato de estarmos neste caso subestimando a reatividade dos silicatos Pode-se observar
que natildeo houve diferenccedilas entre os resultados obtidos com a aplicaccedilatildeo dos silicatos
Agrosiliacutecio e Silifeacutertil portanto sugere-se a elaboraccedilatildeo de novos paracircmetros para a
avaliaccedilatildeo de silicatos com origem de aciaria
Seguindo os criteacuterios adotados por Bellingieri (1983) de ajustar a eficiecircncia dos
corretivos atribuindo valores de 100 para as partiacuteculas passantes na peneira 50 ABNT
(partiacuteculas inferiores a 03 mm) determinou-se a eficiecircncia relativa de cada uma das
fraccedilotildees granulomeacutetricas dos corretivos permitindo a adoccedilatildeo de novos criteacuterios de
reatividade para os silicatos (Tabela 12)
28
Tabela 12 Eficiecircncias relativas em relaccedilatildeo agrave fraccedilatildeo granulomeacutetrica inferior a 03 mm
(peneira 50 mesh) dos corretivos de acidez em diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas aos
90 dias de incubaccedilatildeo
Peneiras ABNT (mesh)
Corretivos 5 - 10 10 - 20 20 - 50 gt 50 Meacutedia
------------------------------ -------------------------------
Agrosiliacutecio 12 33 85 100 58
Silifeacutertil 9 25 65 100 50
Holcim 16 17 27 100 40
Calcaacuterio 9 18 63 100 48
Meacutedia 12 23 60 100
Propotildee-se a adequaccedilatildeo da equaccedilatildeo atualmente adotada para a determinaccedilatildeo da
eficiecircncia relativa (reatividade) de silicatos de origem de aciaria para uso como
corretivo de acidez em funccedilatildeo das diferenccedilas encontradas em eficiecircncia relativa
apresentadas na Tabela 12 entre os silicatos de origem de escoacuteria de aciaria
(Agrosiliacutecio e Silifeacutertil) em relaccedilatildeo ao calcaacuterio ficando a mesma da seguinte forma
RE = F10-20 x 03 + F20-50 x 075 + Fgt50 x 1
Onde
F10-20= percentual de produto que passa pela peneira nordm10 e fica retido na
peneira nordm20 F20-50 = percentual de produto que passa pela peneira nordm20 e fica retido
na peneira nordm50 e F-50 = percentual de produto que passa pela peneira nordm50
Os valores de eficiecircncia relativa 12 em meacutedia para a fraccedilatildeo granulomeacutetrica
mais grosseira pode estar associado agrave presenccedila de micropartiacuteculas (poacute) aderidas ao
redor das partiacuteculas mais grossas (Tabela 12) jaacute que a separaccedilatildeo granulomeacutetrica seguiu
o meacutetodo oficial de separaccedilatildeo em peneiras a seco
29
43 Teor de siliacutecio no solo apoacutes 30 dias de incubaccedilatildeo
De maneira geral pode-se observar que o Agrosiliacutecio proporcionou maiores
incrementos de Si no solo obtendo no solo argiloso quando aplicado na fraccedilatildeo
granulomeacutetrica mais fina incremento de 10 mg dm-3 (Tabela 13)
Tabela 13 Teor de Si no solo em funccedilatildeo da fraccedilatildeo granulomeacutetrica e do corretivo utilizado para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso apoacutes 30 dias de incubaccedilatildeo
Peneiras ABNT (mesh) Corretivos 5 - 10 10 - 20 20 ndash 50 gt 50 Meacutedia
-------------------------------- Si (mg kg-1) -------------------------------------
Solo muito argiloso
Agrosiliacutecio 7
Aa
8
Aa
9
Aa
8
Aa
8 Silifeacutertil 7
Aa
7
Aa
7
Ba
7
Aa
7 Holcim 6
Aa
6
Aa
6
Ba
6
Ba
6 Calcaacuterio 7
Aa
6
Aa
5
Ba
5
Ba
6 Meacutedia 6
7
7
6
6
Solo argiloso
Agrosiliacutecio 6
Ad
10
Ac
14
Ab
15
Aa
11 Silifeacutertil 7
Ac
6
Bc
10
Bb
12
Ba
9 Holcim 6
Ab
5
Bb
6
Cb
9
Ca
7 Calcaacuterio 5
Ba
5
Ba
4
Da
2
Db
4 Meacutedia 6
6
8
10
8
Solo meacutedio
Agrosiliacutecio 10
Aa
10
Aa
10
Aa
10
Aa
10 Silifeacutertil 9
Aa
9
Aa
10
Aa
10
Aa
9 Holcim 8
Ba
9
Aa
9
Ba
10
Aa
9 Calcaacuterio 9
Ba
9
Aa
9
Ba
8
Bb
9 Meacutedia 9
9
9
9
9
Solo arenoso
Agrosiliacutecio 4
Ab
5
Ab
8
Aa
9
Aa
6 Silifeacutertil 3
Ac
5
Ab
7
Aa
7
Ba
6 Holcim 3
Ab
4
Aa
4
Ba
6
Ca
4 Calcaacuterio 3
Aa
3
Ba
3
Ca
2
Da
3 Meacutedia 3
4
6
6
5 Letras maiuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na coluna e letras minuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na linha (Scott-Knott a 5)
No solo muito argiloso as fraccedilotildees mais grossas dos corretivos com partiacuteculas
superiores a 084 mm (lt 20 mesh) natildeo apresentaram diferenccedilas quanto ao fornecimento
30
de Si ao solo poreacutem quando se avaliaram as fraccedilotildees mais finas observou-se maiores
valores de Si para o Agrosiliacutecio na fraccedilatildeo de 03 a 084 mm (20 a 50 mesh) e para o
Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil quando o corretivo foi aplicado na granulometria inferior a 03
mm (gt 50 mesh) estes resultados tambeacutem se repetiram no solo arenoso (Tabela 13)
Para o solo argiloso o Agrosiliacutecio foi o silicato que promoveu maiores valores
de Si no solo quando tambeacutem se avaliaram as fraccedilotildees granulomeacutetricas inferiores a 20
mm (gt 10 mesh) apenas para a fraccedilatildeo mais grossa maior que 20 mm o Agrosiliacutecio o
Silifeacutertil e o Holcim natildeo diferiram estatisticamente variando apenas em relaccedilatildeo ao
calcaacuterio que eacute o uacutenico corretivo avaliado que natildeo apresenta Si em sua constituiccedilatildeo
No solo de textura meacutedia o Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil proporcionaram a mesma
eficiecircncia no fornecimento de Si para o solo (fraccedilotildees 20 a 50 mesh e lt 10 mesh) na
fraccedilatildeo mais fina (gt 50 mesh) os trecircs silicatos avaliados resultaram nos mesmos valores
de Si no solo deferindo apenas do calcaacuterio jaacute na fraccedilatildeo entre 10 a 20 mesh todos os
corretivos proporcionaram o mesmo resultado
De maneira geral a granulometria natildeo resultou em diferenccedilas no fornecimento
de Si pelos silicatos exceto no solo argiloso em que se observa que quanto menor a
granulometria maior foi o teor de Si no solo (Tabela 13)
Ao se avaliar os efeitos do calcaacuterio em relaccedilatildeo ao teor de Si no solo pode-se
observar que quanto menor a fraccedilatildeo granulomeacutetrica do calcaacuterio menores os teores de Si
no solo Este fato pode estar associado a maior alteraccedilatildeo causada no pH do solo pelas
fraccedilotildees mais finas do calcaacuterio reduzindo assim sua disponibilidade de Si corroborando
aos dados de McKeague e Cline (1963) em que o aumento de pH de 6 para 9 reduziu
de 36 para 6 mg dm-3 a concentraccedilatildeo de Si soluacutevel
44 Teor de siliacutecio no solo apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo
De maneira geral pode-se observar que o Agrosiliacutecio promoveu maior
incremento de Si no solo apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo exceto para a fraccedilatildeo
granulomeacutetrica entre 20 a 50 mesh e no solo de textura meacutedia em que o Silifeacutertil e o
Holcim obtiveram resultados semelhantes ao Agrosiliacutecio (Tabela 14)
Quanto agraves fraccedilotildees granulomeacutetricas observou-se que quanto menor a fraccedilatildeo
granulomeacutetrica independente do silicato maior foi o fornecimento de Si ao solo
seguindo a tendecircncia encontrada por Oliveira e colaboradores (1994) em que escoacuterias
31
de alto forno com partiacuteculas menores que 03 mm foram mais eficientes no
fornecimento de Ca e Mg para o solo quando comparadas as fraccedilotildees mais grosseiras
Tabela 14 Teor de Si no solo em funccedilatildeo da fraccedilatildeo granulomeacutetrica e do corretivo
utilizado para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso apoacutes 90 dias de
incubaccedilatildeo
Peneiras ABNT (mesh) Corretivos 5 - 10 10 - 20 20 - 50 gt 50 Meacutedia
-------------------------------- Si (mg kg-1) --------------------------------------
Solo muito argiloso Agrosiliacutecio 8
Ab
9
Aa
9
Aa
9
Aa
9 Silifeacutertil 6
Bb
7
Bb
7
Ba
8
Ba
7 Holcim 7
Bb
7
Bb
6
Cb
8
Ba
7 Calcaacuterio 6
Ba
6
Ba
5
Db
5
Cb
6 Meacutedia 7
7
7
7
7 Solo argiloso
Agrosiliacutecio 7
Ac
11
Ab
13
Aa
13
Aa
11 Silifeacutertil 5
Bc
7
Bb
9
Ba
9
Ba
8 Holcim 6
Bb
5
Cb
6
Cb
9
Ba
7 Calcaacuterio 4
Ca
4
Da
4
Da
3
Cb
4 Meacutedia 5
7
8
9
7 Solo meacutedio
Agrosiliacutecio 10
Aa
11
Aa
10
Aa
11
Aa
11 Silifeacutertil 10
Ba
10
Ba
10
Aa
10
Ba
10 Holcim 10
Bb
10
Bb
10
Ab
11
Aa
10 Calcaacuterio 9
Ba
10
Ba
9
Bb
8
Cc
9 Meacutedia 10
10
10
10
10 Solo arenoso
Agrosiliacutecio 4
Ac
6
Ab
7
Aa
7
Aa
6 Silifeacutertil 3
Bc
4
Bb
6
Ba
6
Ba
5 Holcim 3
Bc
3
Cb
4
Cb
5
Ca
4 Calcaacuterio 2
Ca
2
Da
2
Da
2
Da
2 Meacutedia 3
4
5
5
4 Letras maiuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na coluna e letras minuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na linha (Scott-Knott a 5)
Para todos os solos analisados observou-se a seguinte sequecircncia para o teor de
Si Agrosiliacutecio gt Silifeacutertil gt Holcim gt Calcaacuterio Fato este que acompanha a tendecircncia
observada na avaliaccedilatildeo da reatividade na correccedilatildeo da acidez do solo exceto para o
calcaacuterio por natildeo apresentar Si em sua constituiccedilatildeo
32
Korndoumlrfer e colaboradores (2004) apresentaram a solubilidade de diferentes
silicatos evidenciando que o Agrosiliacutecio (escoacuteria de aciaria) apresentou maiores valores
de solubilidade em relaccedilatildeo aos valores obtidos pela escoacuteria de alto forno como o
Holcim com valores de 43 e 7 respectivamente Estas diferenccedilas em solubilidade
explicam os valores encontrados tanto na avaliaccedilatildeo aos 30 como aos 90 dias de
incubaccedilatildeo
Pereira e colaboradores (2004) em trabalho para a avaliaccedilatildeo da eficiecircncia de
fontes de Si para a cultura do arroz encontraram que a fonte que proporcionou mais
extraccedilatildeo de Si para os gratildeos foi a escoacuteria oriunda da produccedilatildeo de accedilo inox dado que
corrobora os resultados encontrados neste trabalho em que o Agrosiliacutecio (escoacuteria de
aciaria) apresentou maior disponibilizaccedilatildeo de Si para o solo
Nas comparaccedilotildees entre os resultados do teor de Si no solo apoacutes 30 e 90 dias de
incubaccedilatildeo os resultados praticamente se equivalem demonstrando que 30 dias foi um
periacuteodo suficiente para que os silicatos fornecessem Si
Comparando o teor de Si antes da aplicaccedilatildeo dos corretivos com o teor de Si no
solo apoacutes a aplicaccedilatildeo dos corretivos e apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo verificou-se
expressivo acreacutescimo no teor Si no solo ocasionado pelos silicatos principalmente para
o Agrosiliacutecio que incrementou na meacutedia entre as fraccedilotildees granulomeacutetricas 2 6 1 e 3 mg
dm-3 de Si nos solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso respectivamente O
Silifeacutertil tambeacutem forneceu Si ao solo elevando em 1 4 0 e 3 mg dm-3 o teor de Si nos
solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso respectivamente Jaacute o Holcim
apresentou incrementos de 0 2 0 e 1 mg dm-3 respectivamente para os solos muito
argiloso argiloso meacutedio e arenoso
33
5 CONCLUSOtildeES
Os silicatos Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil proporcionam maiores valores de eficiecircncia
relativa na correccedilatildeo da acidez do solo em comparaccedilatildeo ao calcaacuterio e ao silicato Holcim
na fraccedilatildeo granulomeacutetrica entre 030 e 084 mm
Quanto menor a fraccedilatildeo granulomeacutetrica do silicato maior eacute a eficiecircncia relativa
na correccedilatildeo da acidez do solo e maior eacute o fornecimento de Si para o solo
O Agrosiliacutecio apresenta melhores resultados no fornecimento de Si ao solo
seguido do Silifeacutertil e do Holcim
O periacuteodo de 30 dias em condiccedilotildees de umidade mantida agrave 80 da capacidade
de campo eacute um periacuteodo suficiente para a correccedilatildeo da acidez do solo e fornecimento de
Si pelos silicatos ao solo
34
6 REFEREcircNCIAS
ALCARDE JC PAULINO VT DERNARDIN J S Avaliaccedilatildeo da reatividade de corretivos da acidez do solo Revista Brasileira de Ciecircncia do Solo Campinas v 13 p 387-392 1989
ALCARDE JC Corretivos de acidez dos solos caracteriacutesticas e interpretaccedilotildees teacutecnicas Satildeo Paulo ANDA 1992 24p (Boletim Teacutecnico 6)
ALCARDE JC RODELLA AA Avaliaccedilatildeo quiacutemica de corretivos de acidez para fins agriacutecolas uma nova proposiccedilatildeo Scientia Agriacutecola Piracicaba v 53 n 2 ndash 3 1996
ALVAREZ V VH RIBEIRO AC Calagem In RIBEIRO AC GUIMARAtildeES PTG GUIMARAtildeES PTG ALVAREZ V VH (Ed) Recomendaccedilotildees para o uso de corretivos e fertilizantes em Minas Gerais ndash 5ordf Aproximaccedilatildeo Viccedilosa CFSEMG 1999 p 43-60
ALVAREZ V VH Correlaccedilatildeo e calibraccedilatildeo de meacutetodos de anaacutelise de solos In ALVAREZ V VH FONTES LEF FONTES MPF (Ed) O solo nos grandes domiacutenios morfoclimaacuteticos do Brasil e o desenvolvimento sustentado Viccedilosa Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo 1996 p 615-646
ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DOS PRODUTORES DE CALCAacuteRIO Calcaacuterio agriacutecola ndash Brasil consumo aparente por estado (1992 ndash 2006) Disponiacutevel em lthttpwwwcalcario-rscombrgt Acesso em 25 de novembro de 2008
BALASTRA MLFC PEREZ CM JULIANO BO VILLAREAL P Effects of siacutelica level on some properties of Oriza sativa straw and hull Canadian Journal of Botany Ottawa v 67 p 2356-2363 1989
BARBOSA FILHO MP SNYDER G H PRABHU A S DATNOFF L E KORNDOumlRFER G H Importacircncia do siliacutecio para a cultura do arroz Informaccedilotildees agronocircmicas v 89 p 1-8 2000
BELLINGIERI PA Avaliaccedilatildeo em laboratoacuterio da eficiecircncia de diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas de calcaacuterios agriacutecolas 1983 99f Tese (Doutorado) ndash Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Universidade de Satildeo Paulo Piracicaba 1983
BELLINGIERI PA ALCARDE JC amp SOUZA ECA Avaliaccedilatildeo da qualidade de calcaacuterios agriacutecolas atraveacutes do PRNT Anais da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Piracicaba v 45 n 2 p 579-588 1988
BELLINGIERI PA ALCARDE JC SOUZA ECA de Eficiecircncia relativa de diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas de calcaacuterios na neutralizaccedilatildeo da acidez dos solos avaliada em laboratoacuterio Anais da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Piracicaba v46 n2 1989 p 303-317
35
BELLINGIERI PA SOUZA ECA ALCARDE JC SHIKASHO HW Importacircncia da reatividade do calcaacuterio sobre a produccedilatildeo e algumas caracteriacutesticas da soja Scientia Agricola Piracicaba v 49 p 61-71 1992
BRASIL MAPA Laboratoacuterio Nacional de Referecircncia Vegetal Anaacutelise de corretivos fertilizantes e inoculantes Brasiacutelia 1983 104p
BRUNAUER S EMMETT P H TELLER E Adsorption of gases in multimolecular layers In Journal of the American Chemical Society New York v 60 p 309-19 1938
CATANI RA ALONSO O Avaliaccedilatildeo e exigecircncia de calcaacuterio do solo Anais da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Piracicaba v 26 p 141-156 1969
CATE R Sugestotildees para adubaccedilatildeo com base na anaacutelise de solos Raleigh North Caroline State University 1965 16p
DAYANADAM P KAUFMAN PB FRANKLIN CL Detection of siacutelica in plants American Journal of Botany Columbus v 70 p 1079-1084 1983
DEFELIPO BV BRAGA JM SPIES C Comparaccedilatildeo entre meacutetodos de determinaccedilatildeo da necessidade de calcaacuterio de solos de Minas Gerais Experientiae v 13 p 111-136 1982
EMBRAPA C N P S Manual de meacutetodos de anaacutelise de solo Rio de Janeiro 1997 212p
EPSTEIN E Silicon Annu Rev Plant Physiol Plant Molec Biol Palo Alto v 50 1999 p 641 - 664
FERREIRA DF SISVAR versatildeo 43 (Build 41) Lavras UFLADEX 1999 4 disquetes
FURTINI NETO A VALE FR RESENDE A V GUILHERME L R G GUEDES G A A Fertilidade do solo Lavras UFLAFAEPE 2001 252p
GASCHO G J Silicon sources for agriculture In DATNOFF L E SNYDER G H KORNDOumlRFER G H (Ed) Silicon in agriculture Amsterdan Elsevier 2001 cap 12 p 197-207
KAMINSKI J RHEINHEIMER DS A acidez do solo e a nutriccedilatildeo mineral de plantas In KAMINSKI J (Ed) Uso de corretivos da acidez do solo no plantio direto Pelotas SBCSNRS 2000 cap2 p 21 - 39
KORNDOumlRFER G H Elementos beneacuteficos In FERNANDES M S Nutriccedilatildeo mineral de plantas Viccedilosa Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo 2006 432p
36
KORNDOumlRFER G H DATNOFF L E Adubaccedilatildeo com siliacutecio uma alternativa no controle de doenccedilas da cana-de-accediluacutecar e do arroz Informaccedilotildees Agronocircmicas Piracicaba v 70 p 1-5 1995
KORNDOumlRFER G H PEREIRA H S CAMARGO M S Silicatos de caacutelcio e magneacutesio na agricultura 3 ed Uberlacircndia 2004 28 p (Boletim Teacutecnico n1)
KORNDOumlRFER G H PEREIRA H S NOLLA A Anaacutelise de siliacutecio solo planta e fertilizante 1 ed Uberlacircndia 2004 50 p (Boletim Teacutecnico n2)
KORNDOumlRFER G H PEREIRA H S CAMARGO M S Silicatos de caacutelcio e magneacutesio na agricultura 2 ed Uberlacircndia 2003 15 p (Boletim Teacutecnico n1)
KORNDOumlRFER G H PEREIRA H S CAMARGO M S Papel do siliacutecio na produccedilatildeo de cana-de-accediluacutecar STAB v 21 n 2 2002 4 p
KORNDOumlRFER G H LEPSCH I Effect of silicon on plant growth and crop yeld In DATNOFF L E SNYDER G H KORNDOumlRFER G H (Ed) Silicon in agriculture Amsterdan Elsevier 2001 p 133 ndash 147
KURIHARA CH MAEDA S HERNANI LC SILVA WM Eficiecircncia relativa de fraccedilotildees granulomeacutetricas de calcaacuterios sul-mato-grossenses Pesquisa Agropecuaacuteria Brasileira Brasiacutelia v34 n 8 p 1443 - 1449 1999
LOPES A S SILVA MC GUILHERME L R G Acidez do solo e calagem 3 ed Satildeo Paulo ANDA 1990 22 p (Boletim Teacutecnico 1)
LOPES A S Manual de fertilidade do solo Satildeo Paulo ANDAPOTAFOacuteS 1989 153p
MA JF TAKAHASHI E Soil fertilizer and plant silicon research in Japan Amosterdan Elsevier Science 2002 281 p
MALAVOLTA E Manual de quiacutemica agriacutecola adubos e adubaccedilatildeo Satildeo Paulo Agronocircmica Ceres 1981 608 p
MARSCHNER H Mineral nutrition of higher plants 2 ed LondresAcademic Press 1995 889p
MCKEAGUE J A CLINE M G Silica in soils Advances in Agronomy New York v 15n 3 p 339-397 1963
MEURER E J Fundamentos de quiacutemica do solo 3 ed Porto Alegre Evangraf 2006 285p
MIYAKE Y TAKAHASHI E Effect of silicon on the growth of cucumber plant in soil culture Soil Science Plant Nutrition Tokyo v 29 p 463-471 1983
37
NOVAIS R F BARROS N F LEITE F P TEIXEIRA J L LEAL P G L Eficiecircncia agronocircmica de escoacuterias de siderurgia Pains Viccedilosa Universidade Federal de Viccedilosa 1993
OLIVEIRA AC HAHNE H BARROS NF MORAIS EJ Uso de escoacuteria de alto forno como fonte de nutrientes na adubaccedilatildeo florestal In GUERRINI IA BELLOTE AFJ BUumlLL LT (Ed) Seminaacuterio sobre uso de resiacuteduos florestais e urbanos em florestas Botucatu Fundaccedilatildeo de Estudos e Pesquisas Agriacutecolas e Florestais 1994 p 77-96
PEREIRA HS KORNDOumlRFER GH VIDAL AA CAMARGO MS Silicon sources for rice crop Scientia Agriacutecola Piracicaba v 61 p 522-528 2004
PLESE L P M Efeito da umidade do solo na reatividade das fraccedilotildees granulomeacutetricas de um calcaacuterio 2000 49f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) ndash Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Universidade de Satildeo Paulo Piracicaba 2000
PRADO R M FERNANDES F M NATALE W Uso de escoacuteria de siderurgia no Brasil estudos na cultura da cana-de-accediluacutecar Jaboticabal Funep 2001 67p
PROGRAMA INTERLABORATORIAL DE CONTROLE DE QUALIDADE DE ANAacuteLISE DE SOLO Manual do laboratorista 2005 33p
RAIJ BV Avaliaccedilatildeo da fertilidade do solo Piracicaba Associaccedilatildeo Brasileira para Pesquisa da Potassa e do Fosfato 1981 142p
RAIJ B V CANTARELLA H QUAGGIO J A FURLANI A M C Recomendaccedilatildeo de adubaccedilatildeo e calagem para o estado de Satildeo Paulo Campinas IAC 1996 285p (IAC Boletim 100)
SCOTT AJ KNOTT MA A cluster analysis method for grouping means in the analysis of variance Biometrics Washington v 30 n 2 1974 p 507-512
SHOEMAKER HE MCCLEAN E PRATT PF Buffer methods for determining lime requirements of soil with appreciable amounts of extractable aluminium Soil Sci Soc Am Proc Madison v 25 p 274-277 1961
SOUSA D M G MIRANDA L N OLIVEIRA S A Acidez do solo e sua correccedilatildeo In NOVAIS R F ALVAREZ V V H BARROS N F FONTES R L F CANTARUTTI R B NEVES J C L Fertilidade do solo Viccedilosa Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo 2007 p 205 ndash 274
SOUSA D M G LOBATO E Cerrado correccedilatildeo do solo e adubaccedilatildeo Brasiacutelia Embrapa Informaccedilatildeo Tecnoloacutegica 2004 416p
VERAS M C M VIEIRA W TEIXEIRA L S M ALCARDE J C OLIVEIRA L B Manual de meacutetodos analiacuteticos oficiais para fertilizantes minerais orgacircnicos organominerais e corretivos 1 ed Brasiacutelia MAPA 2007 v 1
38
WERNER D ROTH R Siacutelica metabolism In LAUCHILI A BIELESKI RL (Ed) Encyclopedia of plant physiology New Series Berlin Springer-Velag 1983 v 15B p 682-694
- Parte inicial dissertaccedilatildeopdf
- RESUMOpdf
- Corpo da dissertaccedilatildeopdf
-
23
os corretivos apresentaram diferenccedilas no aumento do pH ficando os solos que
receberam o silicato Holcim com os menores valores
De maneira geral para as granulometrias mais finas inferior a 084 mm
(passantes na peneira de 20 mesh) o Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil proporcionaram os
maiores incrementos em pH exceto para o produto mais fino gt 50 mesh no solo de
textura meacutedia e para o produto de granulometria entre 03 e 084 mm (ABNT 20 ndash 50)
no solo arenoso em que o Agrosiliacutecio obteve os melhores resultados (Tabela 9)
42 Variaccedilotildees no pH equivalente em CaCO3 e eficiecircncia relativa dos corretivos aos
90 dias de incubaccedilatildeo
Houve efeito significativo das doses de CaCO3 nos valores de pH em CaCl2 para
os quatro solos analisados o que possibilitou o ajuste de modelos polinomiais (Figura
5)
(a)
y = -01466x2 + 09457x + 49792
R2 = 085
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(b)
y = -05821x2 + 21998x + 49789
R2 = 098
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(c)
y = 04565x + 39275
R2 = 091
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
(d)
y = -0865x2 + 34185x + 39925
R2 = 098
35
40
45
50
55
60
65
70
75
0 05 1 15 2
Dose de CaCO3 em equivalente CaCO3
pH
em
CaC
l 2
Significativo a 5 de probabilidade pelo teste f
Figura 5 Valores do pH em CaCl2 em funccedilatildeo da dose equivalente de CaCO3 aplicada ao solo apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo nos solos muito argiloso (a) argiloso (b) meacutedio (c) arenoso (d)
24
Para os solos muito argiloso argiloso e arenoso (Figura 5 a b d) como era de
se esperar as doses de CaCO3 dentro do limite de 0 a 200 em relaccedilatildeo agrave
recomendaccedilatildeo aumentaram significativamente e de forma quadraacutetica o pH em CaCl2
Acompanhando a tendecircncia observada apoacutes 30 dias de incubaccedilatildeo para o solo de
textura meacutedia verificou-se um ajuste linear para o aumento do valor de pH em CaCl2
em funccedilatildeo de doses de CaCO3 Este efeito pode ser atribuiacutedo ao fato das doses do
corretivo utilizado natildeo terem sido suficientes para atingir a faixa de estabilidade
Para as variaccedilotildees de pH em CaCl2 em funccedilatildeo do corretivo e fraccedilatildeo
granulomeacutetrica utilizados tambeacutem houve efeito significativo inclusive para a interaccedilatildeo
entre estes fatores (Tabela 10)
25
Tabela 10 Valores de pH em CaCl2 em funccedilatildeo do corretivo de solo utilizado na dose
referente agrave elevaccedilatildeo da saturaccedilatildeo por bases para 60 e da fraccedilatildeo granulomeacutetrica apoacutes
90 dias de incubaccedilatildeo para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso
Peneira ABNT (mesh) Corretivo
5 - 10 10 - 20 20 ndash 50 gt 50 Meacutedia Solo muito argiloso
Agrosiliacutecio 50
Ad
52
Ac
56
Ab
57
Aa
54 Silifeacutertil 50
Ac
51
Ac
55
Ab
58
Aa
53 Holcim 49
Ab
48
Cb
48
Bb
53
Ba
50 Calcaacuterio 49
Ac
50
Bc
55
Ab
57
Aa
53 Meacutedia 50
50
53
56
52 Solo argiloso
Agrosiliacutecio 52
Ab
53
Ab
61
Aa
62
Aa
57 Silifeacutertil 49
Cd
53
Ac
58
Bb
63
Aa
56 Holcim 50
Bb
50
Bb
51
Db
55
Ca
51 Calcaacuterio 51
Bd
52
Ac
56
Cb
62
Ba
55 Meacutedia 50
52
56
60
55 Solo meacutedio
Agrosiliacutecio 40
Ad
41
Ac
42
Ab
43
Aa
42 Silifeacutertil 41
Ac
41
Ac
42
Ab
43
Aa
42 Holcim 41
Ab
41
Ab
41
Cb
41
Ba
41 Calcaacuterio 40
Ab
41
Ab
41
Bb
43
Aa
41 Meacutedia 40
41
41
42
41 Solo arenoso
Agrosiliacutecio
40
Ac
44
Ab
59
Aa
61
Aa
51 Silifeacutertil 40
Ac
43
Ac
55
Ab
64
Aa
51 Holcim 39
Ab
40
Ab
42
Bb
48
Ba
43 Calcaacuterio 40
Ac
42
Ac
55
Ab
63
Aa
50 Meacutedia 40
42
53
59
49 Letras maiuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na coluna e letras minuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na linha (Scott-Knott a 5)
No solo muito argiloso e no solo arenoso o Agrosiliacutecio o Silifeacutertil e o calcaacuterio
proporcionaram maior elevaccedilatildeo no pH do solo em relaccedilatildeo ao Holcim nos corretivos
com granulometria inferior a 084 mm passantes na peneira de 20 mesh Quando se
comparam estes resultados com os obtidos aos 30 dias de incubaccedilatildeo observa-se a
inclusatildeo do calcaacuterio entre os corretivos com melhores resultados de aumento de pH no
solo muito argiloso Este fato demonstrou que para este solo os silicatos Agrosiliacutecio e
Silifeacutertil tiveram uma maior dissociaccedilatildeo aos 30 dias fato este que foi compensado pelo
calcaacuterio entre 30 e 90 dias de incubaccedilatildeo (Tabela 10)
26
Os valores de pH do solo argiloso apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo demonstraram que
o Agrosiliacutecio proporcionou os maiores valores de pH em todas as fraccedilotildees
granulomeacutetricas ficando este em igualdade com o Silifeacutertil na granulometria inferior a
03 mm (gt 50 mesh) e entre 08 mm e 20 mm (10 a 20 mesh) sendo que nesta uacuteltima
fraccedilatildeo granulomeacutetrica o calcaacuterio tambeacutem se igualou aos dois corretivos acima
mencionados (Tabela 10)
No solo de textura meacutedia as diferenccedilas ocorreram apenas nas fraccedilotildees
granulomeacutetricas inferiores a 08 mm (peneira de 20 mesh) com melhores resultados
atribuiacutedos ao Agrosiliacutecio Silifeacutertil e ao calcaacuterio na fraccedilatildeo mais fina (gt 50 mesh) e ao
Agrosiliacutecio e ao Silifeacutertil na fraccedilatildeo compreendida entre 03 e 084 mm (20 a 50 mesh)
Para o solo arenoso o Agrosiliacutecio o Silifeacutertil e o calcaacuterio proporcionaram
maiores valores de pH nas fraccedilotildees granulomeacutetricas inferiores a 084 mm enquanto que
nas fraccedilotildees mais grossas todos os corretivos tiveram o mesmo comportamento
Para todos os solos utilizados no experimento verificou-se que quanto menor a
dimensatildeo das partiacuteculas maiores satildeo os incrementos gerados nos valores de pH em
CaCl2 (Tabela 10) resultado este que concorda com trabalhos realizados anteriormente
por Bellingieri e colaboradores (1989)
Nas comparaccedilotildees entre os resultados dos valores de pH das amostras de solo
apoacutes 30 e 90 dias de incubaccedilatildeo os resultados praticamente se equivalem demonstrando
que 30 dias de incubaccedilatildeo foi um periacuteodo suficiente para a accedilatildeo dos corretivos
Com base nos incrementos verificados no pH das amostras dos solos pelos
corretivos de acidez em cada fraccedilatildeo granulomeacutetrica em relaccedilatildeo agraves curvas de incubaccedilatildeo
com CaCO3 calculou-se os valores de equivalente em CaCO3 para cada corretivo
dentro de cada fraccedilatildeo granulomeacutetrica com 90 dias de incubaccedilatildeo (Tabela 11)
27
Tabela 11 Equivalente em CaCO3 dos corretivos de acidez de diferentes fraccedilotildees
granulomeacutetricas aos 90 dias de incubaccedilatildeo
Peneiras ABNT (mesh)
Corretivos
5 ndash 10 10 - 20 20 - 50 gt 50 Meacutedia
--------------------------------------- -----------------------------------------
Agrosiliacutecio 9
Ac
24
Ab
64
Aa
77
Aa
43
Silifeacutertil 9
Ac
19
Ac
52
Ab
87
Aa
42 Calcaacuterio 8
Ac
13
Ac
33
Bb
79
Aa
33 Holcim 7
Ab
7
Ab
10
Cb
33
Ba
14 Meacutedia 8
16
39
69
33 Letras maiuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na coluna e letras minuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na linha (Scott-Knott a 5)
Os resultados de equivalente em CaCO3 apresentados para 90 dias de incubaccedilatildeo
(Tabela 11) demonstraram grande variaccedilatildeo para este atributo entre os corretivos de
acidez o que evidencia que natildeo apenas a granulometria mas tambeacutem a origem dos
corretivos exerce grande influecircncia na velocidade de correccedilatildeo da acidez do solo
Para as fraccedilotildees granulomeacutetrica mais grossas (lt 10 e 10 a 20 mesh) pode-se
observar que natildeo houve diferenccedila entre os corretivos jaacute na fraccedilatildeo mais fina (gt 50) o
silicato Holcim proporcionou menores valores de equivalente em CaCO3 em relaccedilatildeo as
demais fontes Na fraccedilatildeo granulomeacutetrica entre 20 e 50 (Tabela 11) verificou-se
diferenccedilas entre o equivalente em CaCO3 de silicatos e do calcaacuterio o que demonstrou o
fato de estarmos neste caso subestimando a reatividade dos silicatos Pode-se observar
que natildeo houve diferenccedilas entre os resultados obtidos com a aplicaccedilatildeo dos silicatos
Agrosiliacutecio e Silifeacutertil portanto sugere-se a elaboraccedilatildeo de novos paracircmetros para a
avaliaccedilatildeo de silicatos com origem de aciaria
Seguindo os criteacuterios adotados por Bellingieri (1983) de ajustar a eficiecircncia dos
corretivos atribuindo valores de 100 para as partiacuteculas passantes na peneira 50 ABNT
(partiacuteculas inferiores a 03 mm) determinou-se a eficiecircncia relativa de cada uma das
fraccedilotildees granulomeacutetricas dos corretivos permitindo a adoccedilatildeo de novos criteacuterios de
reatividade para os silicatos (Tabela 12)
28
Tabela 12 Eficiecircncias relativas em relaccedilatildeo agrave fraccedilatildeo granulomeacutetrica inferior a 03 mm
(peneira 50 mesh) dos corretivos de acidez em diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas aos
90 dias de incubaccedilatildeo
Peneiras ABNT (mesh)
Corretivos 5 - 10 10 - 20 20 - 50 gt 50 Meacutedia
------------------------------ -------------------------------
Agrosiliacutecio 12 33 85 100 58
Silifeacutertil 9 25 65 100 50
Holcim 16 17 27 100 40
Calcaacuterio 9 18 63 100 48
Meacutedia 12 23 60 100
Propotildee-se a adequaccedilatildeo da equaccedilatildeo atualmente adotada para a determinaccedilatildeo da
eficiecircncia relativa (reatividade) de silicatos de origem de aciaria para uso como
corretivo de acidez em funccedilatildeo das diferenccedilas encontradas em eficiecircncia relativa
apresentadas na Tabela 12 entre os silicatos de origem de escoacuteria de aciaria
(Agrosiliacutecio e Silifeacutertil) em relaccedilatildeo ao calcaacuterio ficando a mesma da seguinte forma
RE = F10-20 x 03 + F20-50 x 075 + Fgt50 x 1
Onde
F10-20= percentual de produto que passa pela peneira nordm10 e fica retido na
peneira nordm20 F20-50 = percentual de produto que passa pela peneira nordm20 e fica retido
na peneira nordm50 e F-50 = percentual de produto que passa pela peneira nordm50
Os valores de eficiecircncia relativa 12 em meacutedia para a fraccedilatildeo granulomeacutetrica
mais grosseira pode estar associado agrave presenccedila de micropartiacuteculas (poacute) aderidas ao
redor das partiacuteculas mais grossas (Tabela 12) jaacute que a separaccedilatildeo granulomeacutetrica seguiu
o meacutetodo oficial de separaccedilatildeo em peneiras a seco
29
43 Teor de siliacutecio no solo apoacutes 30 dias de incubaccedilatildeo
De maneira geral pode-se observar que o Agrosiliacutecio proporcionou maiores
incrementos de Si no solo obtendo no solo argiloso quando aplicado na fraccedilatildeo
granulomeacutetrica mais fina incremento de 10 mg dm-3 (Tabela 13)
Tabela 13 Teor de Si no solo em funccedilatildeo da fraccedilatildeo granulomeacutetrica e do corretivo utilizado para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso apoacutes 30 dias de incubaccedilatildeo
Peneiras ABNT (mesh) Corretivos 5 - 10 10 - 20 20 ndash 50 gt 50 Meacutedia
-------------------------------- Si (mg kg-1) -------------------------------------
Solo muito argiloso
Agrosiliacutecio 7
Aa
8
Aa
9
Aa
8
Aa
8 Silifeacutertil 7
Aa
7
Aa
7
Ba
7
Aa
7 Holcim 6
Aa
6
Aa
6
Ba
6
Ba
6 Calcaacuterio 7
Aa
6
Aa
5
Ba
5
Ba
6 Meacutedia 6
7
7
6
6
Solo argiloso
Agrosiliacutecio 6
Ad
10
Ac
14
Ab
15
Aa
11 Silifeacutertil 7
Ac
6
Bc
10
Bb
12
Ba
9 Holcim 6
Ab
5
Bb
6
Cb
9
Ca
7 Calcaacuterio 5
Ba
5
Ba
4
Da
2
Db
4 Meacutedia 6
6
8
10
8
Solo meacutedio
Agrosiliacutecio 10
Aa
10
Aa
10
Aa
10
Aa
10 Silifeacutertil 9
Aa
9
Aa
10
Aa
10
Aa
9 Holcim 8
Ba
9
Aa
9
Ba
10
Aa
9 Calcaacuterio 9
Ba
9
Aa
9
Ba
8
Bb
9 Meacutedia 9
9
9
9
9
Solo arenoso
Agrosiliacutecio 4
Ab
5
Ab
8
Aa
9
Aa
6 Silifeacutertil 3
Ac
5
Ab
7
Aa
7
Ba
6 Holcim 3
Ab
4
Aa
4
Ba
6
Ca
4 Calcaacuterio 3
Aa
3
Ba
3
Ca
2
Da
3 Meacutedia 3
4
6
6
5 Letras maiuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na coluna e letras minuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na linha (Scott-Knott a 5)
No solo muito argiloso as fraccedilotildees mais grossas dos corretivos com partiacuteculas
superiores a 084 mm (lt 20 mesh) natildeo apresentaram diferenccedilas quanto ao fornecimento
30
de Si ao solo poreacutem quando se avaliaram as fraccedilotildees mais finas observou-se maiores
valores de Si para o Agrosiliacutecio na fraccedilatildeo de 03 a 084 mm (20 a 50 mesh) e para o
Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil quando o corretivo foi aplicado na granulometria inferior a 03
mm (gt 50 mesh) estes resultados tambeacutem se repetiram no solo arenoso (Tabela 13)
Para o solo argiloso o Agrosiliacutecio foi o silicato que promoveu maiores valores
de Si no solo quando tambeacutem se avaliaram as fraccedilotildees granulomeacutetricas inferiores a 20
mm (gt 10 mesh) apenas para a fraccedilatildeo mais grossa maior que 20 mm o Agrosiliacutecio o
Silifeacutertil e o Holcim natildeo diferiram estatisticamente variando apenas em relaccedilatildeo ao
calcaacuterio que eacute o uacutenico corretivo avaliado que natildeo apresenta Si em sua constituiccedilatildeo
No solo de textura meacutedia o Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil proporcionaram a mesma
eficiecircncia no fornecimento de Si para o solo (fraccedilotildees 20 a 50 mesh e lt 10 mesh) na
fraccedilatildeo mais fina (gt 50 mesh) os trecircs silicatos avaliados resultaram nos mesmos valores
de Si no solo deferindo apenas do calcaacuterio jaacute na fraccedilatildeo entre 10 a 20 mesh todos os
corretivos proporcionaram o mesmo resultado
De maneira geral a granulometria natildeo resultou em diferenccedilas no fornecimento
de Si pelos silicatos exceto no solo argiloso em que se observa que quanto menor a
granulometria maior foi o teor de Si no solo (Tabela 13)
Ao se avaliar os efeitos do calcaacuterio em relaccedilatildeo ao teor de Si no solo pode-se
observar que quanto menor a fraccedilatildeo granulomeacutetrica do calcaacuterio menores os teores de Si
no solo Este fato pode estar associado a maior alteraccedilatildeo causada no pH do solo pelas
fraccedilotildees mais finas do calcaacuterio reduzindo assim sua disponibilidade de Si corroborando
aos dados de McKeague e Cline (1963) em que o aumento de pH de 6 para 9 reduziu
de 36 para 6 mg dm-3 a concentraccedilatildeo de Si soluacutevel
44 Teor de siliacutecio no solo apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo
De maneira geral pode-se observar que o Agrosiliacutecio promoveu maior
incremento de Si no solo apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo exceto para a fraccedilatildeo
granulomeacutetrica entre 20 a 50 mesh e no solo de textura meacutedia em que o Silifeacutertil e o
Holcim obtiveram resultados semelhantes ao Agrosiliacutecio (Tabela 14)
Quanto agraves fraccedilotildees granulomeacutetricas observou-se que quanto menor a fraccedilatildeo
granulomeacutetrica independente do silicato maior foi o fornecimento de Si ao solo
seguindo a tendecircncia encontrada por Oliveira e colaboradores (1994) em que escoacuterias
31
de alto forno com partiacuteculas menores que 03 mm foram mais eficientes no
fornecimento de Ca e Mg para o solo quando comparadas as fraccedilotildees mais grosseiras
Tabela 14 Teor de Si no solo em funccedilatildeo da fraccedilatildeo granulomeacutetrica e do corretivo
utilizado para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso apoacutes 90 dias de
incubaccedilatildeo
Peneiras ABNT (mesh) Corretivos 5 - 10 10 - 20 20 - 50 gt 50 Meacutedia
-------------------------------- Si (mg kg-1) --------------------------------------
Solo muito argiloso Agrosiliacutecio 8
Ab
9
Aa
9
Aa
9
Aa
9 Silifeacutertil 6
Bb
7
Bb
7
Ba
8
Ba
7 Holcim 7
Bb
7
Bb
6
Cb
8
Ba
7 Calcaacuterio 6
Ba
6
Ba
5
Db
5
Cb
6 Meacutedia 7
7
7
7
7 Solo argiloso
Agrosiliacutecio 7
Ac
11
Ab
13
Aa
13
Aa
11 Silifeacutertil 5
Bc
7
Bb
9
Ba
9
Ba
8 Holcim 6
Bb
5
Cb
6
Cb
9
Ba
7 Calcaacuterio 4
Ca
4
Da
4
Da
3
Cb
4 Meacutedia 5
7
8
9
7 Solo meacutedio
Agrosiliacutecio 10
Aa
11
Aa
10
Aa
11
Aa
11 Silifeacutertil 10
Ba
10
Ba
10
Aa
10
Ba
10 Holcim 10
Bb
10
Bb
10
Ab
11
Aa
10 Calcaacuterio 9
Ba
10
Ba
9
Bb
8
Cc
9 Meacutedia 10
10
10
10
10 Solo arenoso
Agrosiliacutecio 4
Ac
6
Ab
7
Aa
7
Aa
6 Silifeacutertil 3
Bc
4
Bb
6
Ba
6
Ba
5 Holcim 3
Bc
3
Cb
4
Cb
5
Ca
4 Calcaacuterio 2
Ca
2
Da
2
Da
2
Da
2 Meacutedia 3
4
5
5
4 Letras maiuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na coluna e letras minuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na linha (Scott-Knott a 5)
Para todos os solos analisados observou-se a seguinte sequecircncia para o teor de
Si Agrosiliacutecio gt Silifeacutertil gt Holcim gt Calcaacuterio Fato este que acompanha a tendecircncia
observada na avaliaccedilatildeo da reatividade na correccedilatildeo da acidez do solo exceto para o
calcaacuterio por natildeo apresentar Si em sua constituiccedilatildeo
32
Korndoumlrfer e colaboradores (2004) apresentaram a solubilidade de diferentes
silicatos evidenciando que o Agrosiliacutecio (escoacuteria de aciaria) apresentou maiores valores
de solubilidade em relaccedilatildeo aos valores obtidos pela escoacuteria de alto forno como o
Holcim com valores de 43 e 7 respectivamente Estas diferenccedilas em solubilidade
explicam os valores encontrados tanto na avaliaccedilatildeo aos 30 como aos 90 dias de
incubaccedilatildeo
Pereira e colaboradores (2004) em trabalho para a avaliaccedilatildeo da eficiecircncia de
fontes de Si para a cultura do arroz encontraram que a fonte que proporcionou mais
extraccedilatildeo de Si para os gratildeos foi a escoacuteria oriunda da produccedilatildeo de accedilo inox dado que
corrobora os resultados encontrados neste trabalho em que o Agrosiliacutecio (escoacuteria de
aciaria) apresentou maior disponibilizaccedilatildeo de Si para o solo
Nas comparaccedilotildees entre os resultados do teor de Si no solo apoacutes 30 e 90 dias de
incubaccedilatildeo os resultados praticamente se equivalem demonstrando que 30 dias foi um
periacuteodo suficiente para que os silicatos fornecessem Si
Comparando o teor de Si antes da aplicaccedilatildeo dos corretivos com o teor de Si no
solo apoacutes a aplicaccedilatildeo dos corretivos e apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo verificou-se
expressivo acreacutescimo no teor Si no solo ocasionado pelos silicatos principalmente para
o Agrosiliacutecio que incrementou na meacutedia entre as fraccedilotildees granulomeacutetricas 2 6 1 e 3 mg
dm-3 de Si nos solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso respectivamente O
Silifeacutertil tambeacutem forneceu Si ao solo elevando em 1 4 0 e 3 mg dm-3 o teor de Si nos
solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso respectivamente Jaacute o Holcim
apresentou incrementos de 0 2 0 e 1 mg dm-3 respectivamente para os solos muito
argiloso argiloso meacutedio e arenoso
33
5 CONCLUSOtildeES
Os silicatos Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil proporcionam maiores valores de eficiecircncia
relativa na correccedilatildeo da acidez do solo em comparaccedilatildeo ao calcaacuterio e ao silicato Holcim
na fraccedilatildeo granulomeacutetrica entre 030 e 084 mm
Quanto menor a fraccedilatildeo granulomeacutetrica do silicato maior eacute a eficiecircncia relativa
na correccedilatildeo da acidez do solo e maior eacute o fornecimento de Si para o solo
O Agrosiliacutecio apresenta melhores resultados no fornecimento de Si ao solo
seguido do Silifeacutertil e do Holcim
O periacuteodo de 30 dias em condiccedilotildees de umidade mantida agrave 80 da capacidade
de campo eacute um periacuteodo suficiente para a correccedilatildeo da acidez do solo e fornecimento de
Si pelos silicatos ao solo
34
6 REFEREcircNCIAS
ALCARDE JC PAULINO VT DERNARDIN J S Avaliaccedilatildeo da reatividade de corretivos da acidez do solo Revista Brasileira de Ciecircncia do Solo Campinas v 13 p 387-392 1989
ALCARDE JC Corretivos de acidez dos solos caracteriacutesticas e interpretaccedilotildees teacutecnicas Satildeo Paulo ANDA 1992 24p (Boletim Teacutecnico 6)
ALCARDE JC RODELLA AA Avaliaccedilatildeo quiacutemica de corretivos de acidez para fins agriacutecolas uma nova proposiccedilatildeo Scientia Agriacutecola Piracicaba v 53 n 2 ndash 3 1996
ALVAREZ V VH RIBEIRO AC Calagem In RIBEIRO AC GUIMARAtildeES PTG GUIMARAtildeES PTG ALVAREZ V VH (Ed) Recomendaccedilotildees para o uso de corretivos e fertilizantes em Minas Gerais ndash 5ordf Aproximaccedilatildeo Viccedilosa CFSEMG 1999 p 43-60
ALVAREZ V VH Correlaccedilatildeo e calibraccedilatildeo de meacutetodos de anaacutelise de solos In ALVAREZ V VH FONTES LEF FONTES MPF (Ed) O solo nos grandes domiacutenios morfoclimaacuteticos do Brasil e o desenvolvimento sustentado Viccedilosa Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo 1996 p 615-646
ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DOS PRODUTORES DE CALCAacuteRIO Calcaacuterio agriacutecola ndash Brasil consumo aparente por estado (1992 ndash 2006) Disponiacutevel em lthttpwwwcalcario-rscombrgt Acesso em 25 de novembro de 2008
BALASTRA MLFC PEREZ CM JULIANO BO VILLAREAL P Effects of siacutelica level on some properties of Oriza sativa straw and hull Canadian Journal of Botany Ottawa v 67 p 2356-2363 1989
BARBOSA FILHO MP SNYDER G H PRABHU A S DATNOFF L E KORNDOumlRFER G H Importacircncia do siliacutecio para a cultura do arroz Informaccedilotildees agronocircmicas v 89 p 1-8 2000
BELLINGIERI PA Avaliaccedilatildeo em laboratoacuterio da eficiecircncia de diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas de calcaacuterios agriacutecolas 1983 99f Tese (Doutorado) ndash Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Universidade de Satildeo Paulo Piracicaba 1983
BELLINGIERI PA ALCARDE JC amp SOUZA ECA Avaliaccedilatildeo da qualidade de calcaacuterios agriacutecolas atraveacutes do PRNT Anais da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Piracicaba v 45 n 2 p 579-588 1988
BELLINGIERI PA ALCARDE JC SOUZA ECA de Eficiecircncia relativa de diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas de calcaacuterios na neutralizaccedilatildeo da acidez dos solos avaliada em laboratoacuterio Anais da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Piracicaba v46 n2 1989 p 303-317
35
BELLINGIERI PA SOUZA ECA ALCARDE JC SHIKASHO HW Importacircncia da reatividade do calcaacuterio sobre a produccedilatildeo e algumas caracteriacutesticas da soja Scientia Agricola Piracicaba v 49 p 61-71 1992
BRASIL MAPA Laboratoacuterio Nacional de Referecircncia Vegetal Anaacutelise de corretivos fertilizantes e inoculantes Brasiacutelia 1983 104p
BRUNAUER S EMMETT P H TELLER E Adsorption of gases in multimolecular layers In Journal of the American Chemical Society New York v 60 p 309-19 1938
CATANI RA ALONSO O Avaliaccedilatildeo e exigecircncia de calcaacuterio do solo Anais da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Piracicaba v 26 p 141-156 1969
CATE R Sugestotildees para adubaccedilatildeo com base na anaacutelise de solos Raleigh North Caroline State University 1965 16p
DAYANADAM P KAUFMAN PB FRANKLIN CL Detection of siacutelica in plants American Journal of Botany Columbus v 70 p 1079-1084 1983
DEFELIPO BV BRAGA JM SPIES C Comparaccedilatildeo entre meacutetodos de determinaccedilatildeo da necessidade de calcaacuterio de solos de Minas Gerais Experientiae v 13 p 111-136 1982
EMBRAPA C N P S Manual de meacutetodos de anaacutelise de solo Rio de Janeiro 1997 212p
EPSTEIN E Silicon Annu Rev Plant Physiol Plant Molec Biol Palo Alto v 50 1999 p 641 - 664
FERREIRA DF SISVAR versatildeo 43 (Build 41) Lavras UFLADEX 1999 4 disquetes
FURTINI NETO A VALE FR RESENDE A V GUILHERME L R G GUEDES G A A Fertilidade do solo Lavras UFLAFAEPE 2001 252p
GASCHO G J Silicon sources for agriculture In DATNOFF L E SNYDER G H KORNDOumlRFER G H (Ed) Silicon in agriculture Amsterdan Elsevier 2001 cap 12 p 197-207
KAMINSKI J RHEINHEIMER DS A acidez do solo e a nutriccedilatildeo mineral de plantas In KAMINSKI J (Ed) Uso de corretivos da acidez do solo no plantio direto Pelotas SBCSNRS 2000 cap2 p 21 - 39
KORNDOumlRFER G H Elementos beneacuteficos In FERNANDES M S Nutriccedilatildeo mineral de plantas Viccedilosa Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo 2006 432p
36
KORNDOumlRFER G H DATNOFF L E Adubaccedilatildeo com siliacutecio uma alternativa no controle de doenccedilas da cana-de-accediluacutecar e do arroz Informaccedilotildees Agronocircmicas Piracicaba v 70 p 1-5 1995
KORNDOumlRFER G H PEREIRA H S CAMARGO M S Silicatos de caacutelcio e magneacutesio na agricultura 3 ed Uberlacircndia 2004 28 p (Boletim Teacutecnico n1)
KORNDOumlRFER G H PEREIRA H S NOLLA A Anaacutelise de siliacutecio solo planta e fertilizante 1 ed Uberlacircndia 2004 50 p (Boletim Teacutecnico n2)
KORNDOumlRFER G H PEREIRA H S CAMARGO M S Silicatos de caacutelcio e magneacutesio na agricultura 2 ed Uberlacircndia 2003 15 p (Boletim Teacutecnico n1)
KORNDOumlRFER G H PEREIRA H S CAMARGO M S Papel do siliacutecio na produccedilatildeo de cana-de-accediluacutecar STAB v 21 n 2 2002 4 p
KORNDOumlRFER G H LEPSCH I Effect of silicon on plant growth and crop yeld In DATNOFF L E SNYDER G H KORNDOumlRFER G H (Ed) Silicon in agriculture Amsterdan Elsevier 2001 p 133 ndash 147
KURIHARA CH MAEDA S HERNANI LC SILVA WM Eficiecircncia relativa de fraccedilotildees granulomeacutetricas de calcaacuterios sul-mato-grossenses Pesquisa Agropecuaacuteria Brasileira Brasiacutelia v34 n 8 p 1443 - 1449 1999
LOPES A S SILVA MC GUILHERME L R G Acidez do solo e calagem 3 ed Satildeo Paulo ANDA 1990 22 p (Boletim Teacutecnico 1)
LOPES A S Manual de fertilidade do solo Satildeo Paulo ANDAPOTAFOacuteS 1989 153p
MA JF TAKAHASHI E Soil fertilizer and plant silicon research in Japan Amosterdan Elsevier Science 2002 281 p
MALAVOLTA E Manual de quiacutemica agriacutecola adubos e adubaccedilatildeo Satildeo Paulo Agronocircmica Ceres 1981 608 p
MARSCHNER H Mineral nutrition of higher plants 2 ed LondresAcademic Press 1995 889p
MCKEAGUE J A CLINE M G Silica in soils Advances in Agronomy New York v 15n 3 p 339-397 1963
MEURER E J Fundamentos de quiacutemica do solo 3 ed Porto Alegre Evangraf 2006 285p
MIYAKE Y TAKAHASHI E Effect of silicon on the growth of cucumber plant in soil culture Soil Science Plant Nutrition Tokyo v 29 p 463-471 1983
37
NOVAIS R F BARROS N F LEITE F P TEIXEIRA J L LEAL P G L Eficiecircncia agronocircmica de escoacuterias de siderurgia Pains Viccedilosa Universidade Federal de Viccedilosa 1993
OLIVEIRA AC HAHNE H BARROS NF MORAIS EJ Uso de escoacuteria de alto forno como fonte de nutrientes na adubaccedilatildeo florestal In GUERRINI IA BELLOTE AFJ BUumlLL LT (Ed) Seminaacuterio sobre uso de resiacuteduos florestais e urbanos em florestas Botucatu Fundaccedilatildeo de Estudos e Pesquisas Agriacutecolas e Florestais 1994 p 77-96
PEREIRA HS KORNDOumlRFER GH VIDAL AA CAMARGO MS Silicon sources for rice crop Scientia Agriacutecola Piracicaba v 61 p 522-528 2004
PLESE L P M Efeito da umidade do solo na reatividade das fraccedilotildees granulomeacutetricas de um calcaacuterio 2000 49f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) ndash Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Universidade de Satildeo Paulo Piracicaba 2000
PRADO R M FERNANDES F M NATALE W Uso de escoacuteria de siderurgia no Brasil estudos na cultura da cana-de-accediluacutecar Jaboticabal Funep 2001 67p
PROGRAMA INTERLABORATORIAL DE CONTROLE DE QUALIDADE DE ANAacuteLISE DE SOLO Manual do laboratorista 2005 33p
RAIJ BV Avaliaccedilatildeo da fertilidade do solo Piracicaba Associaccedilatildeo Brasileira para Pesquisa da Potassa e do Fosfato 1981 142p
RAIJ B V CANTARELLA H QUAGGIO J A FURLANI A M C Recomendaccedilatildeo de adubaccedilatildeo e calagem para o estado de Satildeo Paulo Campinas IAC 1996 285p (IAC Boletim 100)
SCOTT AJ KNOTT MA A cluster analysis method for grouping means in the analysis of variance Biometrics Washington v 30 n 2 1974 p 507-512
SHOEMAKER HE MCCLEAN E PRATT PF Buffer methods for determining lime requirements of soil with appreciable amounts of extractable aluminium Soil Sci Soc Am Proc Madison v 25 p 274-277 1961
SOUSA D M G MIRANDA L N OLIVEIRA S A Acidez do solo e sua correccedilatildeo In NOVAIS R F ALVAREZ V V H BARROS N F FONTES R L F CANTARUTTI R B NEVES J C L Fertilidade do solo Viccedilosa Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo 2007 p 205 ndash 274
SOUSA D M G LOBATO E Cerrado correccedilatildeo do solo e adubaccedilatildeo Brasiacutelia Embrapa Informaccedilatildeo Tecnoloacutegica 2004 416p
VERAS M C M VIEIRA W TEIXEIRA L S M ALCARDE J C OLIVEIRA L B Manual de meacutetodos analiacuteticos oficiais para fertilizantes minerais orgacircnicos organominerais e corretivos 1 ed Brasiacutelia MAPA 2007 v 1
38
WERNER D ROTH R Siacutelica metabolism In LAUCHILI A BIELESKI RL (Ed) Encyclopedia of plant physiology New Series Berlin Springer-Velag 1983 v 15B p 682-694
- Parte inicial dissertaccedilatildeopdf
- RESUMOpdf
- Corpo da dissertaccedilatildeopdf
-
24
Para os solos muito argiloso argiloso e arenoso (Figura 5 a b d) como era de
se esperar as doses de CaCO3 dentro do limite de 0 a 200 em relaccedilatildeo agrave
recomendaccedilatildeo aumentaram significativamente e de forma quadraacutetica o pH em CaCl2
Acompanhando a tendecircncia observada apoacutes 30 dias de incubaccedilatildeo para o solo de
textura meacutedia verificou-se um ajuste linear para o aumento do valor de pH em CaCl2
em funccedilatildeo de doses de CaCO3 Este efeito pode ser atribuiacutedo ao fato das doses do
corretivo utilizado natildeo terem sido suficientes para atingir a faixa de estabilidade
Para as variaccedilotildees de pH em CaCl2 em funccedilatildeo do corretivo e fraccedilatildeo
granulomeacutetrica utilizados tambeacutem houve efeito significativo inclusive para a interaccedilatildeo
entre estes fatores (Tabela 10)
25
Tabela 10 Valores de pH em CaCl2 em funccedilatildeo do corretivo de solo utilizado na dose
referente agrave elevaccedilatildeo da saturaccedilatildeo por bases para 60 e da fraccedilatildeo granulomeacutetrica apoacutes
90 dias de incubaccedilatildeo para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso
Peneira ABNT (mesh) Corretivo
5 - 10 10 - 20 20 ndash 50 gt 50 Meacutedia Solo muito argiloso
Agrosiliacutecio 50
Ad
52
Ac
56
Ab
57
Aa
54 Silifeacutertil 50
Ac
51
Ac
55
Ab
58
Aa
53 Holcim 49
Ab
48
Cb
48
Bb
53
Ba
50 Calcaacuterio 49
Ac
50
Bc
55
Ab
57
Aa
53 Meacutedia 50
50
53
56
52 Solo argiloso
Agrosiliacutecio 52
Ab
53
Ab
61
Aa
62
Aa
57 Silifeacutertil 49
Cd
53
Ac
58
Bb
63
Aa
56 Holcim 50
Bb
50
Bb
51
Db
55
Ca
51 Calcaacuterio 51
Bd
52
Ac
56
Cb
62
Ba
55 Meacutedia 50
52
56
60
55 Solo meacutedio
Agrosiliacutecio 40
Ad
41
Ac
42
Ab
43
Aa
42 Silifeacutertil 41
Ac
41
Ac
42
Ab
43
Aa
42 Holcim 41
Ab
41
Ab
41
Cb
41
Ba
41 Calcaacuterio 40
Ab
41
Ab
41
Bb
43
Aa
41 Meacutedia 40
41
41
42
41 Solo arenoso
Agrosiliacutecio
40
Ac
44
Ab
59
Aa
61
Aa
51 Silifeacutertil 40
Ac
43
Ac
55
Ab
64
Aa
51 Holcim 39
Ab
40
Ab
42
Bb
48
Ba
43 Calcaacuterio 40
Ac
42
Ac
55
Ab
63
Aa
50 Meacutedia 40
42
53
59
49 Letras maiuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na coluna e letras minuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na linha (Scott-Knott a 5)
No solo muito argiloso e no solo arenoso o Agrosiliacutecio o Silifeacutertil e o calcaacuterio
proporcionaram maior elevaccedilatildeo no pH do solo em relaccedilatildeo ao Holcim nos corretivos
com granulometria inferior a 084 mm passantes na peneira de 20 mesh Quando se
comparam estes resultados com os obtidos aos 30 dias de incubaccedilatildeo observa-se a
inclusatildeo do calcaacuterio entre os corretivos com melhores resultados de aumento de pH no
solo muito argiloso Este fato demonstrou que para este solo os silicatos Agrosiliacutecio e
Silifeacutertil tiveram uma maior dissociaccedilatildeo aos 30 dias fato este que foi compensado pelo
calcaacuterio entre 30 e 90 dias de incubaccedilatildeo (Tabela 10)
26
Os valores de pH do solo argiloso apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo demonstraram que
o Agrosiliacutecio proporcionou os maiores valores de pH em todas as fraccedilotildees
granulomeacutetricas ficando este em igualdade com o Silifeacutertil na granulometria inferior a
03 mm (gt 50 mesh) e entre 08 mm e 20 mm (10 a 20 mesh) sendo que nesta uacuteltima
fraccedilatildeo granulomeacutetrica o calcaacuterio tambeacutem se igualou aos dois corretivos acima
mencionados (Tabela 10)
No solo de textura meacutedia as diferenccedilas ocorreram apenas nas fraccedilotildees
granulomeacutetricas inferiores a 08 mm (peneira de 20 mesh) com melhores resultados
atribuiacutedos ao Agrosiliacutecio Silifeacutertil e ao calcaacuterio na fraccedilatildeo mais fina (gt 50 mesh) e ao
Agrosiliacutecio e ao Silifeacutertil na fraccedilatildeo compreendida entre 03 e 084 mm (20 a 50 mesh)
Para o solo arenoso o Agrosiliacutecio o Silifeacutertil e o calcaacuterio proporcionaram
maiores valores de pH nas fraccedilotildees granulomeacutetricas inferiores a 084 mm enquanto que
nas fraccedilotildees mais grossas todos os corretivos tiveram o mesmo comportamento
Para todos os solos utilizados no experimento verificou-se que quanto menor a
dimensatildeo das partiacuteculas maiores satildeo os incrementos gerados nos valores de pH em
CaCl2 (Tabela 10) resultado este que concorda com trabalhos realizados anteriormente
por Bellingieri e colaboradores (1989)
Nas comparaccedilotildees entre os resultados dos valores de pH das amostras de solo
apoacutes 30 e 90 dias de incubaccedilatildeo os resultados praticamente se equivalem demonstrando
que 30 dias de incubaccedilatildeo foi um periacuteodo suficiente para a accedilatildeo dos corretivos
Com base nos incrementos verificados no pH das amostras dos solos pelos
corretivos de acidez em cada fraccedilatildeo granulomeacutetrica em relaccedilatildeo agraves curvas de incubaccedilatildeo
com CaCO3 calculou-se os valores de equivalente em CaCO3 para cada corretivo
dentro de cada fraccedilatildeo granulomeacutetrica com 90 dias de incubaccedilatildeo (Tabela 11)
27
Tabela 11 Equivalente em CaCO3 dos corretivos de acidez de diferentes fraccedilotildees
granulomeacutetricas aos 90 dias de incubaccedilatildeo
Peneiras ABNT (mesh)
Corretivos
5 ndash 10 10 - 20 20 - 50 gt 50 Meacutedia
--------------------------------------- -----------------------------------------
Agrosiliacutecio 9
Ac
24
Ab
64
Aa
77
Aa
43
Silifeacutertil 9
Ac
19
Ac
52
Ab
87
Aa
42 Calcaacuterio 8
Ac
13
Ac
33
Bb
79
Aa
33 Holcim 7
Ab
7
Ab
10
Cb
33
Ba
14 Meacutedia 8
16
39
69
33 Letras maiuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na coluna e letras minuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na linha (Scott-Knott a 5)
Os resultados de equivalente em CaCO3 apresentados para 90 dias de incubaccedilatildeo
(Tabela 11) demonstraram grande variaccedilatildeo para este atributo entre os corretivos de
acidez o que evidencia que natildeo apenas a granulometria mas tambeacutem a origem dos
corretivos exerce grande influecircncia na velocidade de correccedilatildeo da acidez do solo
Para as fraccedilotildees granulomeacutetrica mais grossas (lt 10 e 10 a 20 mesh) pode-se
observar que natildeo houve diferenccedila entre os corretivos jaacute na fraccedilatildeo mais fina (gt 50) o
silicato Holcim proporcionou menores valores de equivalente em CaCO3 em relaccedilatildeo as
demais fontes Na fraccedilatildeo granulomeacutetrica entre 20 e 50 (Tabela 11) verificou-se
diferenccedilas entre o equivalente em CaCO3 de silicatos e do calcaacuterio o que demonstrou o
fato de estarmos neste caso subestimando a reatividade dos silicatos Pode-se observar
que natildeo houve diferenccedilas entre os resultados obtidos com a aplicaccedilatildeo dos silicatos
Agrosiliacutecio e Silifeacutertil portanto sugere-se a elaboraccedilatildeo de novos paracircmetros para a
avaliaccedilatildeo de silicatos com origem de aciaria
Seguindo os criteacuterios adotados por Bellingieri (1983) de ajustar a eficiecircncia dos
corretivos atribuindo valores de 100 para as partiacuteculas passantes na peneira 50 ABNT
(partiacuteculas inferiores a 03 mm) determinou-se a eficiecircncia relativa de cada uma das
fraccedilotildees granulomeacutetricas dos corretivos permitindo a adoccedilatildeo de novos criteacuterios de
reatividade para os silicatos (Tabela 12)
28
Tabela 12 Eficiecircncias relativas em relaccedilatildeo agrave fraccedilatildeo granulomeacutetrica inferior a 03 mm
(peneira 50 mesh) dos corretivos de acidez em diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas aos
90 dias de incubaccedilatildeo
Peneiras ABNT (mesh)
Corretivos 5 - 10 10 - 20 20 - 50 gt 50 Meacutedia
------------------------------ -------------------------------
Agrosiliacutecio 12 33 85 100 58
Silifeacutertil 9 25 65 100 50
Holcim 16 17 27 100 40
Calcaacuterio 9 18 63 100 48
Meacutedia 12 23 60 100
Propotildee-se a adequaccedilatildeo da equaccedilatildeo atualmente adotada para a determinaccedilatildeo da
eficiecircncia relativa (reatividade) de silicatos de origem de aciaria para uso como
corretivo de acidez em funccedilatildeo das diferenccedilas encontradas em eficiecircncia relativa
apresentadas na Tabela 12 entre os silicatos de origem de escoacuteria de aciaria
(Agrosiliacutecio e Silifeacutertil) em relaccedilatildeo ao calcaacuterio ficando a mesma da seguinte forma
RE = F10-20 x 03 + F20-50 x 075 + Fgt50 x 1
Onde
F10-20= percentual de produto que passa pela peneira nordm10 e fica retido na
peneira nordm20 F20-50 = percentual de produto que passa pela peneira nordm20 e fica retido
na peneira nordm50 e F-50 = percentual de produto que passa pela peneira nordm50
Os valores de eficiecircncia relativa 12 em meacutedia para a fraccedilatildeo granulomeacutetrica
mais grosseira pode estar associado agrave presenccedila de micropartiacuteculas (poacute) aderidas ao
redor das partiacuteculas mais grossas (Tabela 12) jaacute que a separaccedilatildeo granulomeacutetrica seguiu
o meacutetodo oficial de separaccedilatildeo em peneiras a seco
29
43 Teor de siliacutecio no solo apoacutes 30 dias de incubaccedilatildeo
De maneira geral pode-se observar que o Agrosiliacutecio proporcionou maiores
incrementos de Si no solo obtendo no solo argiloso quando aplicado na fraccedilatildeo
granulomeacutetrica mais fina incremento de 10 mg dm-3 (Tabela 13)
Tabela 13 Teor de Si no solo em funccedilatildeo da fraccedilatildeo granulomeacutetrica e do corretivo utilizado para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso apoacutes 30 dias de incubaccedilatildeo
Peneiras ABNT (mesh) Corretivos 5 - 10 10 - 20 20 ndash 50 gt 50 Meacutedia
-------------------------------- Si (mg kg-1) -------------------------------------
Solo muito argiloso
Agrosiliacutecio 7
Aa
8
Aa
9
Aa
8
Aa
8 Silifeacutertil 7
Aa
7
Aa
7
Ba
7
Aa
7 Holcim 6
Aa
6
Aa
6
Ba
6
Ba
6 Calcaacuterio 7
Aa
6
Aa
5
Ba
5
Ba
6 Meacutedia 6
7
7
6
6
Solo argiloso
Agrosiliacutecio 6
Ad
10
Ac
14
Ab
15
Aa
11 Silifeacutertil 7
Ac
6
Bc
10
Bb
12
Ba
9 Holcim 6
Ab
5
Bb
6
Cb
9
Ca
7 Calcaacuterio 5
Ba
5
Ba
4
Da
2
Db
4 Meacutedia 6
6
8
10
8
Solo meacutedio
Agrosiliacutecio 10
Aa
10
Aa
10
Aa
10
Aa
10 Silifeacutertil 9
Aa
9
Aa
10
Aa
10
Aa
9 Holcim 8
Ba
9
Aa
9
Ba
10
Aa
9 Calcaacuterio 9
Ba
9
Aa
9
Ba
8
Bb
9 Meacutedia 9
9
9
9
9
Solo arenoso
Agrosiliacutecio 4
Ab
5
Ab
8
Aa
9
Aa
6 Silifeacutertil 3
Ac
5
Ab
7
Aa
7
Ba
6 Holcim 3
Ab
4
Aa
4
Ba
6
Ca
4 Calcaacuterio 3
Aa
3
Ba
3
Ca
2
Da
3 Meacutedia 3
4
6
6
5 Letras maiuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na coluna e letras minuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na linha (Scott-Knott a 5)
No solo muito argiloso as fraccedilotildees mais grossas dos corretivos com partiacuteculas
superiores a 084 mm (lt 20 mesh) natildeo apresentaram diferenccedilas quanto ao fornecimento
30
de Si ao solo poreacutem quando se avaliaram as fraccedilotildees mais finas observou-se maiores
valores de Si para o Agrosiliacutecio na fraccedilatildeo de 03 a 084 mm (20 a 50 mesh) e para o
Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil quando o corretivo foi aplicado na granulometria inferior a 03
mm (gt 50 mesh) estes resultados tambeacutem se repetiram no solo arenoso (Tabela 13)
Para o solo argiloso o Agrosiliacutecio foi o silicato que promoveu maiores valores
de Si no solo quando tambeacutem se avaliaram as fraccedilotildees granulomeacutetricas inferiores a 20
mm (gt 10 mesh) apenas para a fraccedilatildeo mais grossa maior que 20 mm o Agrosiliacutecio o
Silifeacutertil e o Holcim natildeo diferiram estatisticamente variando apenas em relaccedilatildeo ao
calcaacuterio que eacute o uacutenico corretivo avaliado que natildeo apresenta Si em sua constituiccedilatildeo
No solo de textura meacutedia o Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil proporcionaram a mesma
eficiecircncia no fornecimento de Si para o solo (fraccedilotildees 20 a 50 mesh e lt 10 mesh) na
fraccedilatildeo mais fina (gt 50 mesh) os trecircs silicatos avaliados resultaram nos mesmos valores
de Si no solo deferindo apenas do calcaacuterio jaacute na fraccedilatildeo entre 10 a 20 mesh todos os
corretivos proporcionaram o mesmo resultado
De maneira geral a granulometria natildeo resultou em diferenccedilas no fornecimento
de Si pelos silicatos exceto no solo argiloso em que se observa que quanto menor a
granulometria maior foi o teor de Si no solo (Tabela 13)
Ao se avaliar os efeitos do calcaacuterio em relaccedilatildeo ao teor de Si no solo pode-se
observar que quanto menor a fraccedilatildeo granulomeacutetrica do calcaacuterio menores os teores de Si
no solo Este fato pode estar associado a maior alteraccedilatildeo causada no pH do solo pelas
fraccedilotildees mais finas do calcaacuterio reduzindo assim sua disponibilidade de Si corroborando
aos dados de McKeague e Cline (1963) em que o aumento de pH de 6 para 9 reduziu
de 36 para 6 mg dm-3 a concentraccedilatildeo de Si soluacutevel
44 Teor de siliacutecio no solo apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo
De maneira geral pode-se observar que o Agrosiliacutecio promoveu maior
incremento de Si no solo apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo exceto para a fraccedilatildeo
granulomeacutetrica entre 20 a 50 mesh e no solo de textura meacutedia em que o Silifeacutertil e o
Holcim obtiveram resultados semelhantes ao Agrosiliacutecio (Tabela 14)
Quanto agraves fraccedilotildees granulomeacutetricas observou-se que quanto menor a fraccedilatildeo
granulomeacutetrica independente do silicato maior foi o fornecimento de Si ao solo
seguindo a tendecircncia encontrada por Oliveira e colaboradores (1994) em que escoacuterias
31
de alto forno com partiacuteculas menores que 03 mm foram mais eficientes no
fornecimento de Ca e Mg para o solo quando comparadas as fraccedilotildees mais grosseiras
Tabela 14 Teor de Si no solo em funccedilatildeo da fraccedilatildeo granulomeacutetrica e do corretivo
utilizado para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso apoacutes 90 dias de
incubaccedilatildeo
Peneiras ABNT (mesh) Corretivos 5 - 10 10 - 20 20 - 50 gt 50 Meacutedia
-------------------------------- Si (mg kg-1) --------------------------------------
Solo muito argiloso Agrosiliacutecio 8
Ab
9
Aa
9
Aa
9
Aa
9 Silifeacutertil 6
Bb
7
Bb
7
Ba
8
Ba
7 Holcim 7
Bb
7
Bb
6
Cb
8
Ba
7 Calcaacuterio 6
Ba
6
Ba
5
Db
5
Cb
6 Meacutedia 7
7
7
7
7 Solo argiloso
Agrosiliacutecio 7
Ac
11
Ab
13
Aa
13
Aa
11 Silifeacutertil 5
Bc
7
Bb
9
Ba
9
Ba
8 Holcim 6
Bb
5
Cb
6
Cb
9
Ba
7 Calcaacuterio 4
Ca
4
Da
4
Da
3
Cb
4 Meacutedia 5
7
8
9
7 Solo meacutedio
Agrosiliacutecio 10
Aa
11
Aa
10
Aa
11
Aa
11 Silifeacutertil 10
Ba
10
Ba
10
Aa
10
Ba
10 Holcim 10
Bb
10
Bb
10
Ab
11
Aa
10 Calcaacuterio 9
Ba
10
Ba
9
Bb
8
Cc
9 Meacutedia 10
10
10
10
10 Solo arenoso
Agrosiliacutecio 4
Ac
6
Ab
7
Aa
7
Aa
6 Silifeacutertil 3
Bc
4
Bb
6
Ba
6
Ba
5 Holcim 3
Bc
3
Cb
4
Cb
5
Ca
4 Calcaacuterio 2
Ca
2
Da
2
Da
2
Da
2 Meacutedia 3
4
5
5
4 Letras maiuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na coluna e letras minuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na linha (Scott-Knott a 5)
Para todos os solos analisados observou-se a seguinte sequecircncia para o teor de
Si Agrosiliacutecio gt Silifeacutertil gt Holcim gt Calcaacuterio Fato este que acompanha a tendecircncia
observada na avaliaccedilatildeo da reatividade na correccedilatildeo da acidez do solo exceto para o
calcaacuterio por natildeo apresentar Si em sua constituiccedilatildeo
32
Korndoumlrfer e colaboradores (2004) apresentaram a solubilidade de diferentes
silicatos evidenciando que o Agrosiliacutecio (escoacuteria de aciaria) apresentou maiores valores
de solubilidade em relaccedilatildeo aos valores obtidos pela escoacuteria de alto forno como o
Holcim com valores de 43 e 7 respectivamente Estas diferenccedilas em solubilidade
explicam os valores encontrados tanto na avaliaccedilatildeo aos 30 como aos 90 dias de
incubaccedilatildeo
Pereira e colaboradores (2004) em trabalho para a avaliaccedilatildeo da eficiecircncia de
fontes de Si para a cultura do arroz encontraram que a fonte que proporcionou mais
extraccedilatildeo de Si para os gratildeos foi a escoacuteria oriunda da produccedilatildeo de accedilo inox dado que
corrobora os resultados encontrados neste trabalho em que o Agrosiliacutecio (escoacuteria de
aciaria) apresentou maior disponibilizaccedilatildeo de Si para o solo
Nas comparaccedilotildees entre os resultados do teor de Si no solo apoacutes 30 e 90 dias de
incubaccedilatildeo os resultados praticamente se equivalem demonstrando que 30 dias foi um
periacuteodo suficiente para que os silicatos fornecessem Si
Comparando o teor de Si antes da aplicaccedilatildeo dos corretivos com o teor de Si no
solo apoacutes a aplicaccedilatildeo dos corretivos e apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo verificou-se
expressivo acreacutescimo no teor Si no solo ocasionado pelos silicatos principalmente para
o Agrosiliacutecio que incrementou na meacutedia entre as fraccedilotildees granulomeacutetricas 2 6 1 e 3 mg
dm-3 de Si nos solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso respectivamente O
Silifeacutertil tambeacutem forneceu Si ao solo elevando em 1 4 0 e 3 mg dm-3 o teor de Si nos
solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso respectivamente Jaacute o Holcim
apresentou incrementos de 0 2 0 e 1 mg dm-3 respectivamente para os solos muito
argiloso argiloso meacutedio e arenoso
33
5 CONCLUSOtildeES
Os silicatos Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil proporcionam maiores valores de eficiecircncia
relativa na correccedilatildeo da acidez do solo em comparaccedilatildeo ao calcaacuterio e ao silicato Holcim
na fraccedilatildeo granulomeacutetrica entre 030 e 084 mm
Quanto menor a fraccedilatildeo granulomeacutetrica do silicato maior eacute a eficiecircncia relativa
na correccedilatildeo da acidez do solo e maior eacute o fornecimento de Si para o solo
O Agrosiliacutecio apresenta melhores resultados no fornecimento de Si ao solo
seguido do Silifeacutertil e do Holcim
O periacuteodo de 30 dias em condiccedilotildees de umidade mantida agrave 80 da capacidade
de campo eacute um periacuteodo suficiente para a correccedilatildeo da acidez do solo e fornecimento de
Si pelos silicatos ao solo
34
6 REFEREcircNCIAS
ALCARDE JC PAULINO VT DERNARDIN J S Avaliaccedilatildeo da reatividade de corretivos da acidez do solo Revista Brasileira de Ciecircncia do Solo Campinas v 13 p 387-392 1989
ALCARDE JC Corretivos de acidez dos solos caracteriacutesticas e interpretaccedilotildees teacutecnicas Satildeo Paulo ANDA 1992 24p (Boletim Teacutecnico 6)
ALCARDE JC RODELLA AA Avaliaccedilatildeo quiacutemica de corretivos de acidez para fins agriacutecolas uma nova proposiccedilatildeo Scientia Agriacutecola Piracicaba v 53 n 2 ndash 3 1996
ALVAREZ V VH RIBEIRO AC Calagem In RIBEIRO AC GUIMARAtildeES PTG GUIMARAtildeES PTG ALVAREZ V VH (Ed) Recomendaccedilotildees para o uso de corretivos e fertilizantes em Minas Gerais ndash 5ordf Aproximaccedilatildeo Viccedilosa CFSEMG 1999 p 43-60
ALVAREZ V VH Correlaccedilatildeo e calibraccedilatildeo de meacutetodos de anaacutelise de solos In ALVAREZ V VH FONTES LEF FONTES MPF (Ed) O solo nos grandes domiacutenios morfoclimaacuteticos do Brasil e o desenvolvimento sustentado Viccedilosa Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo 1996 p 615-646
ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DOS PRODUTORES DE CALCAacuteRIO Calcaacuterio agriacutecola ndash Brasil consumo aparente por estado (1992 ndash 2006) Disponiacutevel em lthttpwwwcalcario-rscombrgt Acesso em 25 de novembro de 2008
BALASTRA MLFC PEREZ CM JULIANO BO VILLAREAL P Effects of siacutelica level on some properties of Oriza sativa straw and hull Canadian Journal of Botany Ottawa v 67 p 2356-2363 1989
BARBOSA FILHO MP SNYDER G H PRABHU A S DATNOFF L E KORNDOumlRFER G H Importacircncia do siliacutecio para a cultura do arroz Informaccedilotildees agronocircmicas v 89 p 1-8 2000
BELLINGIERI PA Avaliaccedilatildeo em laboratoacuterio da eficiecircncia de diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas de calcaacuterios agriacutecolas 1983 99f Tese (Doutorado) ndash Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Universidade de Satildeo Paulo Piracicaba 1983
BELLINGIERI PA ALCARDE JC amp SOUZA ECA Avaliaccedilatildeo da qualidade de calcaacuterios agriacutecolas atraveacutes do PRNT Anais da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Piracicaba v 45 n 2 p 579-588 1988
BELLINGIERI PA ALCARDE JC SOUZA ECA de Eficiecircncia relativa de diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas de calcaacuterios na neutralizaccedilatildeo da acidez dos solos avaliada em laboratoacuterio Anais da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Piracicaba v46 n2 1989 p 303-317
35
BELLINGIERI PA SOUZA ECA ALCARDE JC SHIKASHO HW Importacircncia da reatividade do calcaacuterio sobre a produccedilatildeo e algumas caracteriacutesticas da soja Scientia Agricola Piracicaba v 49 p 61-71 1992
BRASIL MAPA Laboratoacuterio Nacional de Referecircncia Vegetal Anaacutelise de corretivos fertilizantes e inoculantes Brasiacutelia 1983 104p
BRUNAUER S EMMETT P H TELLER E Adsorption of gases in multimolecular layers In Journal of the American Chemical Society New York v 60 p 309-19 1938
CATANI RA ALONSO O Avaliaccedilatildeo e exigecircncia de calcaacuterio do solo Anais da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Piracicaba v 26 p 141-156 1969
CATE R Sugestotildees para adubaccedilatildeo com base na anaacutelise de solos Raleigh North Caroline State University 1965 16p
DAYANADAM P KAUFMAN PB FRANKLIN CL Detection of siacutelica in plants American Journal of Botany Columbus v 70 p 1079-1084 1983
DEFELIPO BV BRAGA JM SPIES C Comparaccedilatildeo entre meacutetodos de determinaccedilatildeo da necessidade de calcaacuterio de solos de Minas Gerais Experientiae v 13 p 111-136 1982
EMBRAPA C N P S Manual de meacutetodos de anaacutelise de solo Rio de Janeiro 1997 212p
EPSTEIN E Silicon Annu Rev Plant Physiol Plant Molec Biol Palo Alto v 50 1999 p 641 - 664
FERREIRA DF SISVAR versatildeo 43 (Build 41) Lavras UFLADEX 1999 4 disquetes
FURTINI NETO A VALE FR RESENDE A V GUILHERME L R G GUEDES G A A Fertilidade do solo Lavras UFLAFAEPE 2001 252p
GASCHO G J Silicon sources for agriculture In DATNOFF L E SNYDER G H KORNDOumlRFER G H (Ed) Silicon in agriculture Amsterdan Elsevier 2001 cap 12 p 197-207
KAMINSKI J RHEINHEIMER DS A acidez do solo e a nutriccedilatildeo mineral de plantas In KAMINSKI J (Ed) Uso de corretivos da acidez do solo no plantio direto Pelotas SBCSNRS 2000 cap2 p 21 - 39
KORNDOumlRFER G H Elementos beneacuteficos In FERNANDES M S Nutriccedilatildeo mineral de plantas Viccedilosa Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo 2006 432p
36
KORNDOumlRFER G H DATNOFF L E Adubaccedilatildeo com siliacutecio uma alternativa no controle de doenccedilas da cana-de-accediluacutecar e do arroz Informaccedilotildees Agronocircmicas Piracicaba v 70 p 1-5 1995
KORNDOumlRFER G H PEREIRA H S CAMARGO M S Silicatos de caacutelcio e magneacutesio na agricultura 3 ed Uberlacircndia 2004 28 p (Boletim Teacutecnico n1)
KORNDOumlRFER G H PEREIRA H S NOLLA A Anaacutelise de siliacutecio solo planta e fertilizante 1 ed Uberlacircndia 2004 50 p (Boletim Teacutecnico n2)
KORNDOumlRFER G H PEREIRA H S CAMARGO M S Silicatos de caacutelcio e magneacutesio na agricultura 2 ed Uberlacircndia 2003 15 p (Boletim Teacutecnico n1)
KORNDOumlRFER G H PEREIRA H S CAMARGO M S Papel do siliacutecio na produccedilatildeo de cana-de-accediluacutecar STAB v 21 n 2 2002 4 p
KORNDOumlRFER G H LEPSCH I Effect of silicon on plant growth and crop yeld In DATNOFF L E SNYDER G H KORNDOumlRFER G H (Ed) Silicon in agriculture Amsterdan Elsevier 2001 p 133 ndash 147
KURIHARA CH MAEDA S HERNANI LC SILVA WM Eficiecircncia relativa de fraccedilotildees granulomeacutetricas de calcaacuterios sul-mato-grossenses Pesquisa Agropecuaacuteria Brasileira Brasiacutelia v34 n 8 p 1443 - 1449 1999
LOPES A S SILVA MC GUILHERME L R G Acidez do solo e calagem 3 ed Satildeo Paulo ANDA 1990 22 p (Boletim Teacutecnico 1)
LOPES A S Manual de fertilidade do solo Satildeo Paulo ANDAPOTAFOacuteS 1989 153p
MA JF TAKAHASHI E Soil fertilizer and plant silicon research in Japan Amosterdan Elsevier Science 2002 281 p
MALAVOLTA E Manual de quiacutemica agriacutecola adubos e adubaccedilatildeo Satildeo Paulo Agronocircmica Ceres 1981 608 p
MARSCHNER H Mineral nutrition of higher plants 2 ed LondresAcademic Press 1995 889p
MCKEAGUE J A CLINE M G Silica in soils Advances in Agronomy New York v 15n 3 p 339-397 1963
MEURER E J Fundamentos de quiacutemica do solo 3 ed Porto Alegre Evangraf 2006 285p
MIYAKE Y TAKAHASHI E Effect of silicon on the growth of cucumber plant in soil culture Soil Science Plant Nutrition Tokyo v 29 p 463-471 1983
37
NOVAIS R F BARROS N F LEITE F P TEIXEIRA J L LEAL P G L Eficiecircncia agronocircmica de escoacuterias de siderurgia Pains Viccedilosa Universidade Federal de Viccedilosa 1993
OLIVEIRA AC HAHNE H BARROS NF MORAIS EJ Uso de escoacuteria de alto forno como fonte de nutrientes na adubaccedilatildeo florestal In GUERRINI IA BELLOTE AFJ BUumlLL LT (Ed) Seminaacuterio sobre uso de resiacuteduos florestais e urbanos em florestas Botucatu Fundaccedilatildeo de Estudos e Pesquisas Agriacutecolas e Florestais 1994 p 77-96
PEREIRA HS KORNDOumlRFER GH VIDAL AA CAMARGO MS Silicon sources for rice crop Scientia Agriacutecola Piracicaba v 61 p 522-528 2004
PLESE L P M Efeito da umidade do solo na reatividade das fraccedilotildees granulomeacutetricas de um calcaacuterio 2000 49f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) ndash Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Universidade de Satildeo Paulo Piracicaba 2000
PRADO R M FERNANDES F M NATALE W Uso de escoacuteria de siderurgia no Brasil estudos na cultura da cana-de-accediluacutecar Jaboticabal Funep 2001 67p
PROGRAMA INTERLABORATORIAL DE CONTROLE DE QUALIDADE DE ANAacuteLISE DE SOLO Manual do laboratorista 2005 33p
RAIJ BV Avaliaccedilatildeo da fertilidade do solo Piracicaba Associaccedilatildeo Brasileira para Pesquisa da Potassa e do Fosfato 1981 142p
RAIJ B V CANTARELLA H QUAGGIO J A FURLANI A M C Recomendaccedilatildeo de adubaccedilatildeo e calagem para o estado de Satildeo Paulo Campinas IAC 1996 285p (IAC Boletim 100)
SCOTT AJ KNOTT MA A cluster analysis method for grouping means in the analysis of variance Biometrics Washington v 30 n 2 1974 p 507-512
SHOEMAKER HE MCCLEAN E PRATT PF Buffer methods for determining lime requirements of soil with appreciable amounts of extractable aluminium Soil Sci Soc Am Proc Madison v 25 p 274-277 1961
SOUSA D M G MIRANDA L N OLIVEIRA S A Acidez do solo e sua correccedilatildeo In NOVAIS R F ALVAREZ V V H BARROS N F FONTES R L F CANTARUTTI R B NEVES J C L Fertilidade do solo Viccedilosa Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo 2007 p 205 ndash 274
SOUSA D M G LOBATO E Cerrado correccedilatildeo do solo e adubaccedilatildeo Brasiacutelia Embrapa Informaccedilatildeo Tecnoloacutegica 2004 416p
VERAS M C M VIEIRA W TEIXEIRA L S M ALCARDE J C OLIVEIRA L B Manual de meacutetodos analiacuteticos oficiais para fertilizantes minerais orgacircnicos organominerais e corretivos 1 ed Brasiacutelia MAPA 2007 v 1
38
WERNER D ROTH R Siacutelica metabolism In LAUCHILI A BIELESKI RL (Ed) Encyclopedia of plant physiology New Series Berlin Springer-Velag 1983 v 15B p 682-694
- Parte inicial dissertaccedilatildeopdf
- RESUMOpdf
- Corpo da dissertaccedilatildeopdf
-
25
Tabela 10 Valores de pH em CaCl2 em funccedilatildeo do corretivo de solo utilizado na dose
referente agrave elevaccedilatildeo da saturaccedilatildeo por bases para 60 e da fraccedilatildeo granulomeacutetrica apoacutes
90 dias de incubaccedilatildeo para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso
Peneira ABNT (mesh) Corretivo
5 - 10 10 - 20 20 ndash 50 gt 50 Meacutedia Solo muito argiloso
Agrosiliacutecio 50
Ad
52
Ac
56
Ab
57
Aa
54 Silifeacutertil 50
Ac
51
Ac
55
Ab
58
Aa
53 Holcim 49
Ab
48
Cb
48
Bb
53
Ba
50 Calcaacuterio 49
Ac
50
Bc
55
Ab
57
Aa
53 Meacutedia 50
50
53
56
52 Solo argiloso
Agrosiliacutecio 52
Ab
53
Ab
61
Aa
62
Aa
57 Silifeacutertil 49
Cd
53
Ac
58
Bb
63
Aa
56 Holcim 50
Bb
50
Bb
51
Db
55
Ca
51 Calcaacuterio 51
Bd
52
Ac
56
Cb
62
Ba
55 Meacutedia 50
52
56
60
55 Solo meacutedio
Agrosiliacutecio 40
Ad
41
Ac
42
Ab
43
Aa
42 Silifeacutertil 41
Ac
41
Ac
42
Ab
43
Aa
42 Holcim 41
Ab
41
Ab
41
Cb
41
Ba
41 Calcaacuterio 40
Ab
41
Ab
41
Bb
43
Aa
41 Meacutedia 40
41
41
42
41 Solo arenoso
Agrosiliacutecio
40
Ac
44
Ab
59
Aa
61
Aa
51 Silifeacutertil 40
Ac
43
Ac
55
Ab
64
Aa
51 Holcim 39
Ab
40
Ab
42
Bb
48
Ba
43 Calcaacuterio 40
Ac
42
Ac
55
Ab
63
Aa
50 Meacutedia 40
42
53
59
49 Letras maiuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na coluna e letras minuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na linha (Scott-Knott a 5)
No solo muito argiloso e no solo arenoso o Agrosiliacutecio o Silifeacutertil e o calcaacuterio
proporcionaram maior elevaccedilatildeo no pH do solo em relaccedilatildeo ao Holcim nos corretivos
com granulometria inferior a 084 mm passantes na peneira de 20 mesh Quando se
comparam estes resultados com os obtidos aos 30 dias de incubaccedilatildeo observa-se a
inclusatildeo do calcaacuterio entre os corretivos com melhores resultados de aumento de pH no
solo muito argiloso Este fato demonstrou que para este solo os silicatos Agrosiliacutecio e
Silifeacutertil tiveram uma maior dissociaccedilatildeo aos 30 dias fato este que foi compensado pelo
calcaacuterio entre 30 e 90 dias de incubaccedilatildeo (Tabela 10)
26
Os valores de pH do solo argiloso apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo demonstraram que
o Agrosiliacutecio proporcionou os maiores valores de pH em todas as fraccedilotildees
granulomeacutetricas ficando este em igualdade com o Silifeacutertil na granulometria inferior a
03 mm (gt 50 mesh) e entre 08 mm e 20 mm (10 a 20 mesh) sendo que nesta uacuteltima
fraccedilatildeo granulomeacutetrica o calcaacuterio tambeacutem se igualou aos dois corretivos acima
mencionados (Tabela 10)
No solo de textura meacutedia as diferenccedilas ocorreram apenas nas fraccedilotildees
granulomeacutetricas inferiores a 08 mm (peneira de 20 mesh) com melhores resultados
atribuiacutedos ao Agrosiliacutecio Silifeacutertil e ao calcaacuterio na fraccedilatildeo mais fina (gt 50 mesh) e ao
Agrosiliacutecio e ao Silifeacutertil na fraccedilatildeo compreendida entre 03 e 084 mm (20 a 50 mesh)
Para o solo arenoso o Agrosiliacutecio o Silifeacutertil e o calcaacuterio proporcionaram
maiores valores de pH nas fraccedilotildees granulomeacutetricas inferiores a 084 mm enquanto que
nas fraccedilotildees mais grossas todos os corretivos tiveram o mesmo comportamento
Para todos os solos utilizados no experimento verificou-se que quanto menor a
dimensatildeo das partiacuteculas maiores satildeo os incrementos gerados nos valores de pH em
CaCl2 (Tabela 10) resultado este que concorda com trabalhos realizados anteriormente
por Bellingieri e colaboradores (1989)
Nas comparaccedilotildees entre os resultados dos valores de pH das amostras de solo
apoacutes 30 e 90 dias de incubaccedilatildeo os resultados praticamente se equivalem demonstrando
que 30 dias de incubaccedilatildeo foi um periacuteodo suficiente para a accedilatildeo dos corretivos
Com base nos incrementos verificados no pH das amostras dos solos pelos
corretivos de acidez em cada fraccedilatildeo granulomeacutetrica em relaccedilatildeo agraves curvas de incubaccedilatildeo
com CaCO3 calculou-se os valores de equivalente em CaCO3 para cada corretivo
dentro de cada fraccedilatildeo granulomeacutetrica com 90 dias de incubaccedilatildeo (Tabela 11)
27
Tabela 11 Equivalente em CaCO3 dos corretivos de acidez de diferentes fraccedilotildees
granulomeacutetricas aos 90 dias de incubaccedilatildeo
Peneiras ABNT (mesh)
Corretivos
5 ndash 10 10 - 20 20 - 50 gt 50 Meacutedia
--------------------------------------- -----------------------------------------
Agrosiliacutecio 9
Ac
24
Ab
64
Aa
77
Aa
43
Silifeacutertil 9
Ac
19
Ac
52
Ab
87
Aa
42 Calcaacuterio 8
Ac
13
Ac
33
Bb
79
Aa
33 Holcim 7
Ab
7
Ab
10
Cb
33
Ba
14 Meacutedia 8
16
39
69
33 Letras maiuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na coluna e letras minuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na linha (Scott-Knott a 5)
Os resultados de equivalente em CaCO3 apresentados para 90 dias de incubaccedilatildeo
(Tabela 11) demonstraram grande variaccedilatildeo para este atributo entre os corretivos de
acidez o que evidencia que natildeo apenas a granulometria mas tambeacutem a origem dos
corretivos exerce grande influecircncia na velocidade de correccedilatildeo da acidez do solo
Para as fraccedilotildees granulomeacutetrica mais grossas (lt 10 e 10 a 20 mesh) pode-se
observar que natildeo houve diferenccedila entre os corretivos jaacute na fraccedilatildeo mais fina (gt 50) o
silicato Holcim proporcionou menores valores de equivalente em CaCO3 em relaccedilatildeo as
demais fontes Na fraccedilatildeo granulomeacutetrica entre 20 e 50 (Tabela 11) verificou-se
diferenccedilas entre o equivalente em CaCO3 de silicatos e do calcaacuterio o que demonstrou o
fato de estarmos neste caso subestimando a reatividade dos silicatos Pode-se observar
que natildeo houve diferenccedilas entre os resultados obtidos com a aplicaccedilatildeo dos silicatos
Agrosiliacutecio e Silifeacutertil portanto sugere-se a elaboraccedilatildeo de novos paracircmetros para a
avaliaccedilatildeo de silicatos com origem de aciaria
Seguindo os criteacuterios adotados por Bellingieri (1983) de ajustar a eficiecircncia dos
corretivos atribuindo valores de 100 para as partiacuteculas passantes na peneira 50 ABNT
(partiacuteculas inferiores a 03 mm) determinou-se a eficiecircncia relativa de cada uma das
fraccedilotildees granulomeacutetricas dos corretivos permitindo a adoccedilatildeo de novos criteacuterios de
reatividade para os silicatos (Tabela 12)
28
Tabela 12 Eficiecircncias relativas em relaccedilatildeo agrave fraccedilatildeo granulomeacutetrica inferior a 03 mm
(peneira 50 mesh) dos corretivos de acidez em diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas aos
90 dias de incubaccedilatildeo
Peneiras ABNT (mesh)
Corretivos 5 - 10 10 - 20 20 - 50 gt 50 Meacutedia
------------------------------ -------------------------------
Agrosiliacutecio 12 33 85 100 58
Silifeacutertil 9 25 65 100 50
Holcim 16 17 27 100 40
Calcaacuterio 9 18 63 100 48
Meacutedia 12 23 60 100
Propotildee-se a adequaccedilatildeo da equaccedilatildeo atualmente adotada para a determinaccedilatildeo da
eficiecircncia relativa (reatividade) de silicatos de origem de aciaria para uso como
corretivo de acidez em funccedilatildeo das diferenccedilas encontradas em eficiecircncia relativa
apresentadas na Tabela 12 entre os silicatos de origem de escoacuteria de aciaria
(Agrosiliacutecio e Silifeacutertil) em relaccedilatildeo ao calcaacuterio ficando a mesma da seguinte forma
RE = F10-20 x 03 + F20-50 x 075 + Fgt50 x 1
Onde
F10-20= percentual de produto que passa pela peneira nordm10 e fica retido na
peneira nordm20 F20-50 = percentual de produto que passa pela peneira nordm20 e fica retido
na peneira nordm50 e F-50 = percentual de produto que passa pela peneira nordm50
Os valores de eficiecircncia relativa 12 em meacutedia para a fraccedilatildeo granulomeacutetrica
mais grosseira pode estar associado agrave presenccedila de micropartiacuteculas (poacute) aderidas ao
redor das partiacuteculas mais grossas (Tabela 12) jaacute que a separaccedilatildeo granulomeacutetrica seguiu
o meacutetodo oficial de separaccedilatildeo em peneiras a seco
29
43 Teor de siliacutecio no solo apoacutes 30 dias de incubaccedilatildeo
De maneira geral pode-se observar que o Agrosiliacutecio proporcionou maiores
incrementos de Si no solo obtendo no solo argiloso quando aplicado na fraccedilatildeo
granulomeacutetrica mais fina incremento de 10 mg dm-3 (Tabela 13)
Tabela 13 Teor de Si no solo em funccedilatildeo da fraccedilatildeo granulomeacutetrica e do corretivo utilizado para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso apoacutes 30 dias de incubaccedilatildeo
Peneiras ABNT (mesh) Corretivos 5 - 10 10 - 20 20 ndash 50 gt 50 Meacutedia
-------------------------------- Si (mg kg-1) -------------------------------------
Solo muito argiloso
Agrosiliacutecio 7
Aa
8
Aa
9
Aa
8
Aa
8 Silifeacutertil 7
Aa
7
Aa
7
Ba
7
Aa
7 Holcim 6
Aa
6
Aa
6
Ba
6
Ba
6 Calcaacuterio 7
Aa
6
Aa
5
Ba
5
Ba
6 Meacutedia 6
7
7
6
6
Solo argiloso
Agrosiliacutecio 6
Ad
10
Ac
14
Ab
15
Aa
11 Silifeacutertil 7
Ac
6
Bc
10
Bb
12
Ba
9 Holcim 6
Ab
5
Bb
6
Cb
9
Ca
7 Calcaacuterio 5
Ba
5
Ba
4
Da
2
Db
4 Meacutedia 6
6
8
10
8
Solo meacutedio
Agrosiliacutecio 10
Aa
10
Aa
10
Aa
10
Aa
10 Silifeacutertil 9
Aa
9
Aa
10
Aa
10
Aa
9 Holcim 8
Ba
9
Aa
9
Ba
10
Aa
9 Calcaacuterio 9
Ba
9
Aa
9
Ba
8
Bb
9 Meacutedia 9
9
9
9
9
Solo arenoso
Agrosiliacutecio 4
Ab
5
Ab
8
Aa
9
Aa
6 Silifeacutertil 3
Ac
5
Ab
7
Aa
7
Ba
6 Holcim 3
Ab
4
Aa
4
Ba
6
Ca
4 Calcaacuterio 3
Aa
3
Ba
3
Ca
2
Da
3 Meacutedia 3
4
6
6
5 Letras maiuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na coluna e letras minuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na linha (Scott-Knott a 5)
No solo muito argiloso as fraccedilotildees mais grossas dos corretivos com partiacuteculas
superiores a 084 mm (lt 20 mesh) natildeo apresentaram diferenccedilas quanto ao fornecimento
30
de Si ao solo poreacutem quando se avaliaram as fraccedilotildees mais finas observou-se maiores
valores de Si para o Agrosiliacutecio na fraccedilatildeo de 03 a 084 mm (20 a 50 mesh) e para o
Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil quando o corretivo foi aplicado na granulometria inferior a 03
mm (gt 50 mesh) estes resultados tambeacutem se repetiram no solo arenoso (Tabela 13)
Para o solo argiloso o Agrosiliacutecio foi o silicato que promoveu maiores valores
de Si no solo quando tambeacutem se avaliaram as fraccedilotildees granulomeacutetricas inferiores a 20
mm (gt 10 mesh) apenas para a fraccedilatildeo mais grossa maior que 20 mm o Agrosiliacutecio o
Silifeacutertil e o Holcim natildeo diferiram estatisticamente variando apenas em relaccedilatildeo ao
calcaacuterio que eacute o uacutenico corretivo avaliado que natildeo apresenta Si em sua constituiccedilatildeo
No solo de textura meacutedia o Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil proporcionaram a mesma
eficiecircncia no fornecimento de Si para o solo (fraccedilotildees 20 a 50 mesh e lt 10 mesh) na
fraccedilatildeo mais fina (gt 50 mesh) os trecircs silicatos avaliados resultaram nos mesmos valores
de Si no solo deferindo apenas do calcaacuterio jaacute na fraccedilatildeo entre 10 a 20 mesh todos os
corretivos proporcionaram o mesmo resultado
De maneira geral a granulometria natildeo resultou em diferenccedilas no fornecimento
de Si pelos silicatos exceto no solo argiloso em que se observa que quanto menor a
granulometria maior foi o teor de Si no solo (Tabela 13)
Ao se avaliar os efeitos do calcaacuterio em relaccedilatildeo ao teor de Si no solo pode-se
observar que quanto menor a fraccedilatildeo granulomeacutetrica do calcaacuterio menores os teores de Si
no solo Este fato pode estar associado a maior alteraccedilatildeo causada no pH do solo pelas
fraccedilotildees mais finas do calcaacuterio reduzindo assim sua disponibilidade de Si corroborando
aos dados de McKeague e Cline (1963) em que o aumento de pH de 6 para 9 reduziu
de 36 para 6 mg dm-3 a concentraccedilatildeo de Si soluacutevel
44 Teor de siliacutecio no solo apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo
De maneira geral pode-se observar que o Agrosiliacutecio promoveu maior
incremento de Si no solo apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo exceto para a fraccedilatildeo
granulomeacutetrica entre 20 a 50 mesh e no solo de textura meacutedia em que o Silifeacutertil e o
Holcim obtiveram resultados semelhantes ao Agrosiliacutecio (Tabela 14)
Quanto agraves fraccedilotildees granulomeacutetricas observou-se que quanto menor a fraccedilatildeo
granulomeacutetrica independente do silicato maior foi o fornecimento de Si ao solo
seguindo a tendecircncia encontrada por Oliveira e colaboradores (1994) em que escoacuterias
31
de alto forno com partiacuteculas menores que 03 mm foram mais eficientes no
fornecimento de Ca e Mg para o solo quando comparadas as fraccedilotildees mais grosseiras
Tabela 14 Teor de Si no solo em funccedilatildeo da fraccedilatildeo granulomeacutetrica e do corretivo
utilizado para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso apoacutes 90 dias de
incubaccedilatildeo
Peneiras ABNT (mesh) Corretivos 5 - 10 10 - 20 20 - 50 gt 50 Meacutedia
-------------------------------- Si (mg kg-1) --------------------------------------
Solo muito argiloso Agrosiliacutecio 8
Ab
9
Aa
9
Aa
9
Aa
9 Silifeacutertil 6
Bb
7
Bb
7
Ba
8
Ba
7 Holcim 7
Bb
7
Bb
6
Cb
8
Ba
7 Calcaacuterio 6
Ba
6
Ba
5
Db
5
Cb
6 Meacutedia 7
7
7
7
7 Solo argiloso
Agrosiliacutecio 7
Ac
11
Ab
13
Aa
13
Aa
11 Silifeacutertil 5
Bc
7
Bb
9
Ba
9
Ba
8 Holcim 6
Bb
5
Cb
6
Cb
9
Ba
7 Calcaacuterio 4
Ca
4
Da
4
Da
3
Cb
4 Meacutedia 5
7
8
9
7 Solo meacutedio
Agrosiliacutecio 10
Aa
11
Aa
10
Aa
11
Aa
11 Silifeacutertil 10
Ba
10
Ba
10
Aa
10
Ba
10 Holcim 10
Bb
10
Bb
10
Ab
11
Aa
10 Calcaacuterio 9
Ba
10
Ba
9
Bb
8
Cc
9 Meacutedia 10
10
10
10
10 Solo arenoso
Agrosiliacutecio 4
Ac
6
Ab
7
Aa
7
Aa
6 Silifeacutertil 3
Bc
4
Bb
6
Ba
6
Ba
5 Holcim 3
Bc
3
Cb
4
Cb
5
Ca
4 Calcaacuterio 2
Ca
2
Da
2
Da
2
Da
2 Meacutedia 3
4
5
5
4 Letras maiuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na coluna e letras minuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na linha (Scott-Knott a 5)
Para todos os solos analisados observou-se a seguinte sequecircncia para o teor de
Si Agrosiliacutecio gt Silifeacutertil gt Holcim gt Calcaacuterio Fato este que acompanha a tendecircncia
observada na avaliaccedilatildeo da reatividade na correccedilatildeo da acidez do solo exceto para o
calcaacuterio por natildeo apresentar Si em sua constituiccedilatildeo
32
Korndoumlrfer e colaboradores (2004) apresentaram a solubilidade de diferentes
silicatos evidenciando que o Agrosiliacutecio (escoacuteria de aciaria) apresentou maiores valores
de solubilidade em relaccedilatildeo aos valores obtidos pela escoacuteria de alto forno como o
Holcim com valores de 43 e 7 respectivamente Estas diferenccedilas em solubilidade
explicam os valores encontrados tanto na avaliaccedilatildeo aos 30 como aos 90 dias de
incubaccedilatildeo
Pereira e colaboradores (2004) em trabalho para a avaliaccedilatildeo da eficiecircncia de
fontes de Si para a cultura do arroz encontraram que a fonte que proporcionou mais
extraccedilatildeo de Si para os gratildeos foi a escoacuteria oriunda da produccedilatildeo de accedilo inox dado que
corrobora os resultados encontrados neste trabalho em que o Agrosiliacutecio (escoacuteria de
aciaria) apresentou maior disponibilizaccedilatildeo de Si para o solo
Nas comparaccedilotildees entre os resultados do teor de Si no solo apoacutes 30 e 90 dias de
incubaccedilatildeo os resultados praticamente se equivalem demonstrando que 30 dias foi um
periacuteodo suficiente para que os silicatos fornecessem Si
Comparando o teor de Si antes da aplicaccedilatildeo dos corretivos com o teor de Si no
solo apoacutes a aplicaccedilatildeo dos corretivos e apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo verificou-se
expressivo acreacutescimo no teor Si no solo ocasionado pelos silicatos principalmente para
o Agrosiliacutecio que incrementou na meacutedia entre as fraccedilotildees granulomeacutetricas 2 6 1 e 3 mg
dm-3 de Si nos solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso respectivamente O
Silifeacutertil tambeacutem forneceu Si ao solo elevando em 1 4 0 e 3 mg dm-3 o teor de Si nos
solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso respectivamente Jaacute o Holcim
apresentou incrementos de 0 2 0 e 1 mg dm-3 respectivamente para os solos muito
argiloso argiloso meacutedio e arenoso
33
5 CONCLUSOtildeES
Os silicatos Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil proporcionam maiores valores de eficiecircncia
relativa na correccedilatildeo da acidez do solo em comparaccedilatildeo ao calcaacuterio e ao silicato Holcim
na fraccedilatildeo granulomeacutetrica entre 030 e 084 mm
Quanto menor a fraccedilatildeo granulomeacutetrica do silicato maior eacute a eficiecircncia relativa
na correccedilatildeo da acidez do solo e maior eacute o fornecimento de Si para o solo
O Agrosiliacutecio apresenta melhores resultados no fornecimento de Si ao solo
seguido do Silifeacutertil e do Holcim
O periacuteodo de 30 dias em condiccedilotildees de umidade mantida agrave 80 da capacidade
de campo eacute um periacuteodo suficiente para a correccedilatildeo da acidez do solo e fornecimento de
Si pelos silicatos ao solo
34
6 REFEREcircNCIAS
ALCARDE JC PAULINO VT DERNARDIN J S Avaliaccedilatildeo da reatividade de corretivos da acidez do solo Revista Brasileira de Ciecircncia do Solo Campinas v 13 p 387-392 1989
ALCARDE JC Corretivos de acidez dos solos caracteriacutesticas e interpretaccedilotildees teacutecnicas Satildeo Paulo ANDA 1992 24p (Boletim Teacutecnico 6)
ALCARDE JC RODELLA AA Avaliaccedilatildeo quiacutemica de corretivos de acidez para fins agriacutecolas uma nova proposiccedilatildeo Scientia Agriacutecola Piracicaba v 53 n 2 ndash 3 1996
ALVAREZ V VH RIBEIRO AC Calagem In RIBEIRO AC GUIMARAtildeES PTG GUIMARAtildeES PTG ALVAREZ V VH (Ed) Recomendaccedilotildees para o uso de corretivos e fertilizantes em Minas Gerais ndash 5ordf Aproximaccedilatildeo Viccedilosa CFSEMG 1999 p 43-60
ALVAREZ V VH Correlaccedilatildeo e calibraccedilatildeo de meacutetodos de anaacutelise de solos In ALVAREZ V VH FONTES LEF FONTES MPF (Ed) O solo nos grandes domiacutenios morfoclimaacuteticos do Brasil e o desenvolvimento sustentado Viccedilosa Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo 1996 p 615-646
ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DOS PRODUTORES DE CALCAacuteRIO Calcaacuterio agriacutecola ndash Brasil consumo aparente por estado (1992 ndash 2006) Disponiacutevel em lthttpwwwcalcario-rscombrgt Acesso em 25 de novembro de 2008
BALASTRA MLFC PEREZ CM JULIANO BO VILLAREAL P Effects of siacutelica level on some properties of Oriza sativa straw and hull Canadian Journal of Botany Ottawa v 67 p 2356-2363 1989
BARBOSA FILHO MP SNYDER G H PRABHU A S DATNOFF L E KORNDOumlRFER G H Importacircncia do siliacutecio para a cultura do arroz Informaccedilotildees agronocircmicas v 89 p 1-8 2000
BELLINGIERI PA Avaliaccedilatildeo em laboratoacuterio da eficiecircncia de diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas de calcaacuterios agriacutecolas 1983 99f Tese (Doutorado) ndash Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Universidade de Satildeo Paulo Piracicaba 1983
BELLINGIERI PA ALCARDE JC amp SOUZA ECA Avaliaccedilatildeo da qualidade de calcaacuterios agriacutecolas atraveacutes do PRNT Anais da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Piracicaba v 45 n 2 p 579-588 1988
BELLINGIERI PA ALCARDE JC SOUZA ECA de Eficiecircncia relativa de diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas de calcaacuterios na neutralizaccedilatildeo da acidez dos solos avaliada em laboratoacuterio Anais da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Piracicaba v46 n2 1989 p 303-317
35
BELLINGIERI PA SOUZA ECA ALCARDE JC SHIKASHO HW Importacircncia da reatividade do calcaacuterio sobre a produccedilatildeo e algumas caracteriacutesticas da soja Scientia Agricola Piracicaba v 49 p 61-71 1992
BRASIL MAPA Laboratoacuterio Nacional de Referecircncia Vegetal Anaacutelise de corretivos fertilizantes e inoculantes Brasiacutelia 1983 104p
BRUNAUER S EMMETT P H TELLER E Adsorption of gases in multimolecular layers In Journal of the American Chemical Society New York v 60 p 309-19 1938
CATANI RA ALONSO O Avaliaccedilatildeo e exigecircncia de calcaacuterio do solo Anais da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Piracicaba v 26 p 141-156 1969
CATE R Sugestotildees para adubaccedilatildeo com base na anaacutelise de solos Raleigh North Caroline State University 1965 16p
DAYANADAM P KAUFMAN PB FRANKLIN CL Detection of siacutelica in plants American Journal of Botany Columbus v 70 p 1079-1084 1983
DEFELIPO BV BRAGA JM SPIES C Comparaccedilatildeo entre meacutetodos de determinaccedilatildeo da necessidade de calcaacuterio de solos de Minas Gerais Experientiae v 13 p 111-136 1982
EMBRAPA C N P S Manual de meacutetodos de anaacutelise de solo Rio de Janeiro 1997 212p
EPSTEIN E Silicon Annu Rev Plant Physiol Plant Molec Biol Palo Alto v 50 1999 p 641 - 664
FERREIRA DF SISVAR versatildeo 43 (Build 41) Lavras UFLADEX 1999 4 disquetes
FURTINI NETO A VALE FR RESENDE A V GUILHERME L R G GUEDES G A A Fertilidade do solo Lavras UFLAFAEPE 2001 252p
GASCHO G J Silicon sources for agriculture In DATNOFF L E SNYDER G H KORNDOumlRFER G H (Ed) Silicon in agriculture Amsterdan Elsevier 2001 cap 12 p 197-207
KAMINSKI J RHEINHEIMER DS A acidez do solo e a nutriccedilatildeo mineral de plantas In KAMINSKI J (Ed) Uso de corretivos da acidez do solo no plantio direto Pelotas SBCSNRS 2000 cap2 p 21 - 39
KORNDOumlRFER G H Elementos beneacuteficos In FERNANDES M S Nutriccedilatildeo mineral de plantas Viccedilosa Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo 2006 432p
36
KORNDOumlRFER G H DATNOFF L E Adubaccedilatildeo com siliacutecio uma alternativa no controle de doenccedilas da cana-de-accediluacutecar e do arroz Informaccedilotildees Agronocircmicas Piracicaba v 70 p 1-5 1995
KORNDOumlRFER G H PEREIRA H S CAMARGO M S Silicatos de caacutelcio e magneacutesio na agricultura 3 ed Uberlacircndia 2004 28 p (Boletim Teacutecnico n1)
KORNDOumlRFER G H PEREIRA H S NOLLA A Anaacutelise de siliacutecio solo planta e fertilizante 1 ed Uberlacircndia 2004 50 p (Boletim Teacutecnico n2)
KORNDOumlRFER G H PEREIRA H S CAMARGO M S Silicatos de caacutelcio e magneacutesio na agricultura 2 ed Uberlacircndia 2003 15 p (Boletim Teacutecnico n1)
KORNDOumlRFER G H PEREIRA H S CAMARGO M S Papel do siliacutecio na produccedilatildeo de cana-de-accediluacutecar STAB v 21 n 2 2002 4 p
KORNDOumlRFER G H LEPSCH I Effect of silicon on plant growth and crop yeld In DATNOFF L E SNYDER G H KORNDOumlRFER G H (Ed) Silicon in agriculture Amsterdan Elsevier 2001 p 133 ndash 147
KURIHARA CH MAEDA S HERNANI LC SILVA WM Eficiecircncia relativa de fraccedilotildees granulomeacutetricas de calcaacuterios sul-mato-grossenses Pesquisa Agropecuaacuteria Brasileira Brasiacutelia v34 n 8 p 1443 - 1449 1999
LOPES A S SILVA MC GUILHERME L R G Acidez do solo e calagem 3 ed Satildeo Paulo ANDA 1990 22 p (Boletim Teacutecnico 1)
LOPES A S Manual de fertilidade do solo Satildeo Paulo ANDAPOTAFOacuteS 1989 153p
MA JF TAKAHASHI E Soil fertilizer and plant silicon research in Japan Amosterdan Elsevier Science 2002 281 p
MALAVOLTA E Manual de quiacutemica agriacutecola adubos e adubaccedilatildeo Satildeo Paulo Agronocircmica Ceres 1981 608 p
MARSCHNER H Mineral nutrition of higher plants 2 ed LondresAcademic Press 1995 889p
MCKEAGUE J A CLINE M G Silica in soils Advances in Agronomy New York v 15n 3 p 339-397 1963
MEURER E J Fundamentos de quiacutemica do solo 3 ed Porto Alegre Evangraf 2006 285p
MIYAKE Y TAKAHASHI E Effect of silicon on the growth of cucumber plant in soil culture Soil Science Plant Nutrition Tokyo v 29 p 463-471 1983
37
NOVAIS R F BARROS N F LEITE F P TEIXEIRA J L LEAL P G L Eficiecircncia agronocircmica de escoacuterias de siderurgia Pains Viccedilosa Universidade Federal de Viccedilosa 1993
OLIVEIRA AC HAHNE H BARROS NF MORAIS EJ Uso de escoacuteria de alto forno como fonte de nutrientes na adubaccedilatildeo florestal In GUERRINI IA BELLOTE AFJ BUumlLL LT (Ed) Seminaacuterio sobre uso de resiacuteduos florestais e urbanos em florestas Botucatu Fundaccedilatildeo de Estudos e Pesquisas Agriacutecolas e Florestais 1994 p 77-96
PEREIRA HS KORNDOumlRFER GH VIDAL AA CAMARGO MS Silicon sources for rice crop Scientia Agriacutecola Piracicaba v 61 p 522-528 2004
PLESE L P M Efeito da umidade do solo na reatividade das fraccedilotildees granulomeacutetricas de um calcaacuterio 2000 49f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) ndash Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Universidade de Satildeo Paulo Piracicaba 2000
PRADO R M FERNANDES F M NATALE W Uso de escoacuteria de siderurgia no Brasil estudos na cultura da cana-de-accediluacutecar Jaboticabal Funep 2001 67p
PROGRAMA INTERLABORATORIAL DE CONTROLE DE QUALIDADE DE ANAacuteLISE DE SOLO Manual do laboratorista 2005 33p
RAIJ BV Avaliaccedilatildeo da fertilidade do solo Piracicaba Associaccedilatildeo Brasileira para Pesquisa da Potassa e do Fosfato 1981 142p
RAIJ B V CANTARELLA H QUAGGIO J A FURLANI A M C Recomendaccedilatildeo de adubaccedilatildeo e calagem para o estado de Satildeo Paulo Campinas IAC 1996 285p (IAC Boletim 100)
SCOTT AJ KNOTT MA A cluster analysis method for grouping means in the analysis of variance Biometrics Washington v 30 n 2 1974 p 507-512
SHOEMAKER HE MCCLEAN E PRATT PF Buffer methods for determining lime requirements of soil with appreciable amounts of extractable aluminium Soil Sci Soc Am Proc Madison v 25 p 274-277 1961
SOUSA D M G MIRANDA L N OLIVEIRA S A Acidez do solo e sua correccedilatildeo In NOVAIS R F ALVAREZ V V H BARROS N F FONTES R L F CANTARUTTI R B NEVES J C L Fertilidade do solo Viccedilosa Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo 2007 p 205 ndash 274
SOUSA D M G LOBATO E Cerrado correccedilatildeo do solo e adubaccedilatildeo Brasiacutelia Embrapa Informaccedilatildeo Tecnoloacutegica 2004 416p
VERAS M C M VIEIRA W TEIXEIRA L S M ALCARDE J C OLIVEIRA L B Manual de meacutetodos analiacuteticos oficiais para fertilizantes minerais orgacircnicos organominerais e corretivos 1 ed Brasiacutelia MAPA 2007 v 1
38
WERNER D ROTH R Siacutelica metabolism In LAUCHILI A BIELESKI RL (Ed) Encyclopedia of plant physiology New Series Berlin Springer-Velag 1983 v 15B p 682-694
- Parte inicial dissertaccedilatildeopdf
- RESUMOpdf
- Corpo da dissertaccedilatildeopdf
-
26
Os valores de pH do solo argiloso apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo demonstraram que
o Agrosiliacutecio proporcionou os maiores valores de pH em todas as fraccedilotildees
granulomeacutetricas ficando este em igualdade com o Silifeacutertil na granulometria inferior a
03 mm (gt 50 mesh) e entre 08 mm e 20 mm (10 a 20 mesh) sendo que nesta uacuteltima
fraccedilatildeo granulomeacutetrica o calcaacuterio tambeacutem se igualou aos dois corretivos acima
mencionados (Tabela 10)
No solo de textura meacutedia as diferenccedilas ocorreram apenas nas fraccedilotildees
granulomeacutetricas inferiores a 08 mm (peneira de 20 mesh) com melhores resultados
atribuiacutedos ao Agrosiliacutecio Silifeacutertil e ao calcaacuterio na fraccedilatildeo mais fina (gt 50 mesh) e ao
Agrosiliacutecio e ao Silifeacutertil na fraccedilatildeo compreendida entre 03 e 084 mm (20 a 50 mesh)
Para o solo arenoso o Agrosiliacutecio o Silifeacutertil e o calcaacuterio proporcionaram
maiores valores de pH nas fraccedilotildees granulomeacutetricas inferiores a 084 mm enquanto que
nas fraccedilotildees mais grossas todos os corretivos tiveram o mesmo comportamento
Para todos os solos utilizados no experimento verificou-se que quanto menor a
dimensatildeo das partiacuteculas maiores satildeo os incrementos gerados nos valores de pH em
CaCl2 (Tabela 10) resultado este que concorda com trabalhos realizados anteriormente
por Bellingieri e colaboradores (1989)
Nas comparaccedilotildees entre os resultados dos valores de pH das amostras de solo
apoacutes 30 e 90 dias de incubaccedilatildeo os resultados praticamente se equivalem demonstrando
que 30 dias de incubaccedilatildeo foi um periacuteodo suficiente para a accedilatildeo dos corretivos
Com base nos incrementos verificados no pH das amostras dos solos pelos
corretivos de acidez em cada fraccedilatildeo granulomeacutetrica em relaccedilatildeo agraves curvas de incubaccedilatildeo
com CaCO3 calculou-se os valores de equivalente em CaCO3 para cada corretivo
dentro de cada fraccedilatildeo granulomeacutetrica com 90 dias de incubaccedilatildeo (Tabela 11)
27
Tabela 11 Equivalente em CaCO3 dos corretivos de acidez de diferentes fraccedilotildees
granulomeacutetricas aos 90 dias de incubaccedilatildeo
Peneiras ABNT (mesh)
Corretivos
5 ndash 10 10 - 20 20 - 50 gt 50 Meacutedia
--------------------------------------- -----------------------------------------
Agrosiliacutecio 9
Ac
24
Ab
64
Aa
77
Aa
43
Silifeacutertil 9
Ac
19
Ac
52
Ab
87
Aa
42 Calcaacuterio 8
Ac
13
Ac
33
Bb
79
Aa
33 Holcim 7
Ab
7
Ab
10
Cb
33
Ba
14 Meacutedia 8
16
39
69
33 Letras maiuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na coluna e letras minuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na linha (Scott-Knott a 5)
Os resultados de equivalente em CaCO3 apresentados para 90 dias de incubaccedilatildeo
(Tabela 11) demonstraram grande variaccedilatildeo para este atributo entre os corretivos de
acidez o que evidencia que natildeo apenas a granulometria mas tambeacutem a origem dos
corretivos exerce grande influecircncia na velocidade de correccedilatildeo da acidez do solo
Para as fraccedilotildees granulomeacutetrica mais grossas (lt 10 e 10 a 20 mesh) pode-se
observar que natildeo houve diferenccedila entre os corretivos jaacute na fraccedilatildeo mais fina (gt 50) o
silicato Holcim proporcionou menores valores de equivalente em CaCO3 em relaccedilatildeo as
demais fontes Na fraccedilatildeo granulomeacutetrica entre 20 e 50 (Tabela 11) verificou-se
diferenccedilas entre o equivalente em CaCO3 de silicatos e do calcaacuterio o que demonstrou o
fato de estarmos neste caso subestimando a reatividade dos silicatos Pode-se observar
que natildeo houve diferenccedilas entre os resultados obtidos com a aplicaccedilatildeo dos silicatos
Agrosiliacutecio e Silifeacutertil portanto sugere-se a elaboraccedilatildeo de novos paracircmetros para a
avaliaccedilatildeo de silicatos com origem de aciaria
Seguindo os criteacuterios adotados por Bellingieri (1983) de ajustar a eficiecircncia dos
corretivos atribuindo valores de 100 para as partiacuteculas passantes na peneira 50 ABNT
(partiacuteculas inferiores a 03 mm) determinou-se a eficiecircncia relativa de cada uma das
fraccedilotildees granulomeacutetricas dos corretivos permitindo a adoccedilatildeo de novos criteacuterios de
reatividade para os silicatos (Tabela 12)
28
Tabela 12 Eficiecircncias relativas em relaccedilatildeo agrave fraccedilatildeo granulomeacutetrica inferior a 03 mm
(peneira 50 mesh) dos corretivos de acidez em diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas aos
90 dias de incubaccedilatildeo
Peneiras ABNT (mesh)
Corretivos 5 - 10 10 - 20 20 - 50 gt 50 Meacutedia
------------------------------ -------------------------------
Agrosiliacutecio 12 33 85 100 58
Silifeacutertil 9 25 65 100 50
Holcim 16 17 27 100 40
Calcaacuterio 9 18 63 100 48
Meacutedia 12 23 60 100
Propotildee-se a adequaccedilatildeo da equaccedilatildeo atualmente adotada para a determinaccedilatildeo da
eficiecircncia relativa (reatividade) de silicatos de origem de aciaria para uso como
corretivo de acidez em funccedilatildeo das diferenccedilas encontradas em eficiecircncia relativa
apresentadas na Tabela 12 entre os silicatos de origem de escoacuteria de aciaria
(Agrosiliacutecio e Silifeacutertil) em relaccedilatildeo ao calcaacuterio ficando a mesma da seguinte forma
RE = F10-20 x 03 + F20-50 x 075 + Fgt50 x 1
Onde
F10-20= percentual de produto que passa pela peneira nordm10 e fica retido na
peneira nordm20 F20-50 = percentual de produto que passa pela peneira nordm20 e fica retido
na peneira nordm50 e F-50 = percentual de produto que passa pela peneira nordm50
Os valores de eficiecircncia relativa 12 em meacutedia para a fraccedilatildeo granulomeacutetrica
mais grosseira pode estar associado agrave presenccedila de micropartiacuteculas (poacute) aderidas ao
redor das partiacuteculas mais grossas (Tabela 12) jaacute que a separaccedilatildeo granulomeacutetrica seguiu
o meacutetodo oficial de separaccedilatildeo em peneiras a seco
29
43 Teor de siliacutecio no solo apoacutes 30 dias de incubaccedilatildeo
De maneira geral pode-se observar que o Agrosiliacutecio proporcionou maiores
incrementos de Si no solo obtendo no solo argiloso quando aplicado na fraccedilatildeo
granulomeacutetrica mais fina incremento de 10 mg dm-3 (Tabela 13)
Tabela 13 Teor de Si no solo em funccedilatildeo da fraccedilatildeo granulomeacutetrica e do corretivo utilizado para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso apoacutes 30 dias de incubaccedilatildeo
Peneiras ABNT (mesh) Corretivos 5 - 10 10 - 20 20 ndash 50 gt 50 Meacutedia
-------------------------------- Si (mg kg-1) -------------------------------------
Solo muito argiloso
Agrosiliacutecio 7
Aa
8
Aa
9
Aa
8
Aa
8 Silifeacutertil 7
Aa
7
Aa
7
Ba
7
Aa
7 Holcim 6
Aa
6
Aa
6
Ba
6
Ba
6 Calcaacuterio 7
Aa
6
Aa
5
Ba
5
Ba
6 Meacutedia 6
7
7
6
6
Solo argiloso
Agrosiliacutecio 6
Ad
10
Ac
14
Ab
15
Aa
11 Silifeacutertil 7
Ac
6
Bc
10
Bb
12
Ba
9 Holcim 6
Ab
5
Bb
6
Cb
9
Ca
7 Calcaacuterio 5
Ba
5
Ba
4
Da
2
Db
4 Meacutedia 6
6
8
10
8
Solo meacutedio
Agrosiliacutecio 10
Aa
10
Aa
10
Aa
10
Aa
10 Silifeacutertil 9
Aa
9
Aa
10
Aa
10
Aa
9 Holcim 8
Ba
9
Aa
9
Ba
10
Aa
9 Calcaacuterio 9
Ba
9
Aa
9
Ba
8
Bb
9 Meacutedia 9
9
9
9
9
Solo arenoso
Agrosiliacutecio 4
Ab
5
Ab
8
Aa
9
Aa
6 Silifeacutertil 3
Ac
5
Ab
7
Aa
7
Ba
6 Holcim 3
Ab
4
Aa
4
Ba
6
Ca
4 Calcaacuterio 3
Aa
3
Ba
3
Ca
2
Da
3 Meacutedia 3
4
6
6
5 Letras maiuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na coluna e letras minuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na linha (Scott-Knott a 5)
No solo muito argiloso as fraccedilotildees mais grossas dos corretivos com partiacuteculas
superiores a 084 mm (lt 20 mesh) natildeo apresentaram diferenccedilas quanto ao fornecimento
30
de Si ao solo poreacutem quando se avaliaram as fraccedilotildees mais finas observou-se maiores
valores de Si para o Agrosiliacutecio na fraccedilatildeo de 03 a 084 mm (20 a 50 mesh) e para o
Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil quando o corretivo foi aplicado na granulometria inferior a 03
mm (gt 50 mesh) estes resultados tambeacutem se repetiram no solo arenoso (Tabela 13)
Para o solo argiloso o Agrosiliacutecio foi o silicato que promoveu maiores valores
de Si no solo quando tambeacutem se avaliaram as fraccedilotildees granulomeacutetricas inferiores a 20
mm (gt 10 mesh) apenas para a fraccedilatildeo mais grossa maior que 20 mm o Agrosiliacutecio o
Silifeacutertil e o Holcim natildeo diferiram estatisticamente variando apenas em relaccedilatildeo ao
calcaacuterio que eacute o uacutenico corretivo avaliado que natildeo apresenta Si em sua constituiccedilatildeo
No solo de textura meacutedia o Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil proporcionaram a mesma
eficiecircncia no fornecimento de Si para o solo (fraccedilotildees 20 a 50 mesh e lt 10 mesh) na
fraccedilatildeo mais fina (gt 50 mesh) os trecircs silicatos avaliados resultaram nos mesmos valores
de Si no solo deferindo apenas do calcaacuterio jaacute na fraccedilatildeo entre 10 a 20 mesh todos os
corretivos proporcionaram o mesmo resultado
De maneira geral a granulometria natildeo resultou em diferenccedilas no fornecimento
de Si pelos silicatos exceto no solo argiloso em que se observa que quanto menor a
granulometria maior foi o teor de Si no solo (Tabela 13)
Ao se avaliar os efeitos do calcaacuterio em relaccedilatildeo ao teor de Si no solo pode-se
observar que quanto menor a fraccedilatildeo granulomeacutetrica do calcaacuterio menores os teores de Si
no solo Este fato pode estar associado a maior alteraccedilatildeo causada no pH do solo pelas
fraccedilotildees mais finas do calcaacuterio reduzindo assim sua disponibilidade de Si corroborando
aos dados de McKeague e Cline (1963) em que o aumento de pH de 6 para 9 reduziu
de 36 para 6 mg dm-3 a concentraccedilatildeo de Si soluacutevel
44 Teor de siliacutecio no solo apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo
De maneira geral pode-se observar que o Agrosiliacutecio promoveu maior
incremento de Si no solo apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo exceto para a fraccedilatildeo
granulomeacutetrica entre 20 a 50 mesh e no solo de textura meacutedia em que o Silifeacutertil e o
Holcim obtiveram resultados semelhantes ao Agrosiliacutecio (Tabela 14)
Quanto agraves fraccedilotildees granulomeacutetricas observou-se que quanto menor a fraccedilatildeo
granulomeacutetrica independente do silicato maior foi o fornecimento de Si ao solo
seguindo a tendecircncia encontrada por Oliveira e colaboradores (1994) em que escoacuterias
31
de alto forno com partiacuteculas menores que 03 mm foram mais eficientes no
fornecimento de Ca e Mg para o solo quando comparadas as fraccedilotildees mais grosseiras
Tabela 14 Teor de Si no solo em funccedilatildeo da fraccedilatildeo granulomeacutetrica e do corretivo
utilizado para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso apoacutes 90 dias de
incubaccedilatildeo
Peneiras ABNT (mesh) Corretivos 5 - 10 10 - 20 20 - 50 gt 50 Meacutedia
-------------------------------- Si (mg kg-1) --------------------------------------
Solo muito argiloso Agrosiliacutecio 8
Ab
9
Aa
9
Aa
9
Aa
9 Silifeacutertil 6
Bb
7
Bb
7
Ba
8
Ba
7 Holcim 7
Bb
7
Bb
6
Cb
8
Ba
7 Calcaacuterio 6
Ba
6
Ba
5
Db
5
Cb
6 Meacutedia 7
7
7
7
7 Solo argiloso
Agrosiliacutecio 7
Ac
11
Ab
13
Aa
13
Aa
11 Silifeacutertil 5
Bc
7
Bb
9
Ba
9
Ba
8 Holcim 6
Bb
5
Cb
6
Cb
9
Ba
7 Calcaacuterio 4
Ca
4
Da
4
Da
3
Cb
4 Meacutedia 5
7
8
9
7 Solo meacutedio
Agrosiliacutecio 10
Aa
11
Aa
10
Aa
11
Aa
11 Silifeacutertil 10
Ba
10
Ba
10
Aa
10
Ba
10 Holcim 10
Bb
10
Bb
10
Ab
11
Aa
10 Calcaacuterio 9
Ba
10
Ba
9
Bb
8
Cc
9 Meacutedia 10
10
10
10
10 Solo arenoso
Agrosiliacutecio 4
Ac
6
Ab
7
Aa
7
Aa
6 Silifeacutertil 3
Bc
4
Bb
6
Ba
6
Ba
5 Holcim 3
Bc
3
Cb
4
Cb
5
Ca
4 Calcaacuterio 2
Ca
2
Da
2
Da
2
Da
2 Meacutedia 3
4
5
5
4 Letras maiuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na coluna e letras minuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na linha (Scott-Knott a 5)
Para todos os solos analisados observou-se a seguinte sequecircncia para o teor de
Si Agrosiliacutecio gt Silifeacutertil gt Holcim gt Calcaacuterio Fato este que acompanha a tendecircncia
observada na avaliaccedilatildeo da reatividade na correccedilatildeo da acidez do solo exceto para o
calcaacuterio por natildeo apresentar Si em sua constituiccedilatildeo
32
Korndoumlrfer e colaboradores (2004) apresentaram a solubilidade de diferentes
silicatos evidenciando que o Agrosiliacutecio (escoacuteria de aciaria) apresentou maiores valores
de solubilidade em relaccedilatildeo aos valores obtidos pela escoacuteria de alto forno como o
Holcim com valores de 43 e 7 respectivamente Estas diferenccedilas em solubilidade
explicam os valores encontrados tanto na avaliaccedilatildeo aos 30 como aos 90 dias de
incubaccedilatildeo
Pereira e colaboradores (2004) em trabalho para a avaliaccedilatildeo da eficiecircncia de
fontes de Si para a cultura do arroz encontraram que a fonte que proporcionou mais
extraccedilatildeo de Si para os gratildeos foi a escoacuteria oriunda da produccedilatildeo de accedilo inox dado que
corrobora os resultados encontrados neste trabalho em que o Agrosiliacutecio (escoacuteria de
aciaria) apresentou maior disponibilizaccedilatildeo de Si para o solo
Nas comparaccedilotildees entre os resultados do teor de Si no solo apoacutes 30 e 90 dias de
incubaccedilatildeo os resultados praticamente se equivalem demonstrando que 30 dias foi um
periacuteodo suficiente para que os silicatos fornecessem Si
Comparando o teor de Si antes da aplicaccedilatildeo dos corretivos com o teor de Si no
solo apoacutes a aplicaccedilatildeo dos corretivos e apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo verificou-se
expressivo acreacutescimo no teor Si no solo ocasionado pelos silicatos principalmente para
o Agrosiliacutecio que incrementou na meacutedia entre as fraccedilotildees granulomeacutetricas 2 6 1 e 3 mg
dm-3 de Si nos solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso respectivamente O
Silifeacutertil tambeacutem forneceu Si ao solo elevando em 1 4 0 e 3 mg dm-3 o teor de Si nos
solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso respectivamente Jaacute o Holcim
apresentou incrementos de 0 2 0 e 1 mg dm-3 respectivamente para os solos muito
argiloso argiloso meacutedio e arenoso
33
5 CONCLUSOtildeES
Os silicatos Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil proporcionam maiores valores de eficiecircncia
relativa na correccedilatildeo da acidez do solo em comparaccedilatildeo ao calcaacuterio e ao silicato Holcim
na fraccedilatildeo granulomeacutetrica entre 030 e 084 mm
Quanto menor a fraccedilatildeo granulomeacutetrica do silicato maior eacute a eficiecircncia relativa
na correccedilatildeo da acidez do solo e maior eacute o fornecimento de Si para o solo
O Agrosiliacutecio apresenta melhores resultados no fornecimento de Si ao solo
seguido do Silifeacutertil e do Holcim
O periacuteodo de 30 dias em condiccedilotildees de umidade mantida agrave 80 da capacidade
de campo eacute um periacuteodo suficiente para a correccedilatildeo da acidez do solo e fornecimento de
Si pelos silicatos ao solo
34
6 REFEREcircNCIAS
ALCARDE JC PAULINO VT DERNARDIN J S Avaliaccedilatildeo da reatividade de corretivos da acidez do solo Revista Brasileira de Ciecircncia do Solo Campinas v 13 p 387-392 1989
ALCARDE JC Corretivos de acidez dos solos caracteriacutesticas e interpretaccedilotildees teacutecnicas Satildeo Paulo ANDA 1992 24p (Boletim Teacutecnico 6)
ALCARDE JC RODELLA AA Avaliaccedilatildeo quiacutemica de corretivos de acidez para fins agriacutecolas uma nova proposiccedilatildeo Scientia Agriacutecola Piracicaba v 53 n 2 ndash 3 1996
ALVAREZ V VH RIBEIRO AC Calagem In RIBEIRO AC GUIMARAtildeES PTG GUIMARAtildeES PTG ALVAREZ V VH (Ed) Recomendaccedilotildees para o uso de corretivos e fertilizantes em Minas Gerais ndash 5ordf Aproximaccedilatildeo Viccedilosa CFSEMG 1999 p 43-60
ALVAREZ V VH Correlaccedilatildeo e calibraccedilatildeo de meacutetodos de anaacutelise de solos In ALVAREZ V VH FONTES LEF FONTES MPF (Ed) O solo nos grandes domiacutenios morfoclimaacuteticos do Brasil e o desenvolvimento sustentado Viccedilosa Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo 1996 p 615-646
ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DOS PRODUTORES DE CALCAacuteRIO Calcaacuterio agriacutecola ndash Brasil consumo aparente por estado (1992 ndash 2006) Disponiacutevel em lthttpwwwcalcario-rscombrgt Acesso em 25 de novembro de 2008
BALASTRA MLFC PEREZ CM JULIANO BO VILLAREAL P Effects of siacutelica level on some properties of Oriza sativa straw and hull Canadian Journal of Botany Ottawa v 67 p 2356-2363 1989
BARBOSA FILHO MP SNYDER G H PRABHU A S DATNOFF L E KORNDOumlRFER G H Importacircncia do siliacutecio para a cultura do arroz Informaccedilotildees agronocircmicas v 89 p 1-8 2000
BELLINGIERI PA Avaliaccedilatildeo em laboratoacuterio da eficiecircncia de diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas de calcaacuterios agriacutecolas 1983 99f Tese (Doutorado) ndash Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Universidade de Satildeo Paulo Piracicaba 1983
BELLINGIERI PA ALCARDE JC amp SOUZA ECA Avaliaccedilatildeo da qualidade de calcaacuterios agriacutecolas atraveacutes do PRNT Anais da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Piracicaba v 45 n 2 p 579-588 1988
BELLINGIERI PA ALCARDE JC SOUZA ECA de Eficiecircncia relativa de diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas de calcaacuterios na neutralizaccedilatildeo da acidez dos solos avaliada em laboratoacuterio Anais da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Piracicaba v46 n2 1989 p 303-317
35
BELLINGIERI PA SOUZA ECA ALCARDE JC SHIKASHO HW Importacircncia da reatividade do calcaacuterio sobre a produccedilatildeo e algumas caracteriacutesticas da soja Scientia Agricola Piracicaba v 49 p 61-71 1992
BRASIL MAPA Laboratoacuterio Nacional de Referecircncia Vegetal Anaacutelise de corretivos fertilizantes e inoculantes Brasiacutelia 1983 104p
BRUNAUER S EMMETT P H TELLER E Adsorption of gases in multimolecular layers In Journal of the American Chemical Society New York v 60 p 309-19 1938
CATANI RA ALONSO O Avaliaccedilatildeo e exigecircncia de calcaacuterio do solo Anais da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Piracicaba v 26 p 141-156 1969
CATE R Sugestotildees para adubaccedilatildeo com base na anaacutelise de solos Raleigh North Caroline State University 1965 16p
DAYANADAM P KAUFMAN PB FRANKLIN CL Detection of siacutelica in plants American Journal of Botany Columbus v 70 p 1079-1084 1983
DEFELIPO BV BRAGA JM SPIES C Comparaccedilatildeo entre meacutetodos de determinaccedilatildeo da necessidade de calcaacuterio de solos de Minas Gerais Experientiae v 13 p 111-136 1982
EMBRAPA C N P S Manual de meacutetodos de anaacutelise de solo Rio de Janeiro 1997 212p
EPSTEIN E Silicon Annu Rev Plant Physiol Plant Molec Biol Palo Alto v 50 1999 p 641 - 664
FERREIRA DF SISVAR versatildeo 43 (Build 41) Lavras UFLADEX 1999 4 disquetes
FURTINI NETO A VALE FR RESENDE A V GUILHERME L R G GUEDES G A A Fertilidade do solo Lavras UFLAFAEPE 2001 252p
GASCHO G J Silicon sources for agriculture In DATNOFF L E SNYDER G H KORNDOumlRFER G H (Ed) Silicon in agriculture Amsterdan Elsevier 2001 cap 12 p 197-207
KAMINSKI J RHEINHEIMER DS A acidez do solo e a nutriccedilatildeo mineral de plantas In KAMINSKI J (Ed) Uso de corretivos da acidez do solo no plantio direto Pelotas SBCSNRS 2000 cap2 p 21 - 39
KORNDOumlRFER G H Elementos beneacuteficos In FERNANDES M S Nutriccedilatildeo mineral de plantas Viccedilosa Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo 2006 432p
36
KORNDOumlRFER G H DATNOFF L E Adubaccedilatildeo com siliacutecio uma alternativa no controle de doenccedilas da cana-de-accediluacutecar e do arroz Informaccedilotildees Agronocircmicas Piracicaba v 70 p 1-5 1995
KORNDOumlRFER G H PEREIRA H S CAMARGO M S Silicatos de caacutelcio e magneacutesio na agricultura 3 ed Uberlacircndia 2004 28 p (Boletim Teacutecnico n1)
KORNDOumlRFER G H PEREIRA H S NOLLA A Anaacutelise de siliacutecio solo planta e fertilizante 1 ed Uberlacircndia 2004 50 p (Boletim Teacutecnico n2)
KORNDOumlRFER G H PEREIRA H S CAMARGO M S Silicatos de caacutelcio e magneacutesio na agricultura 2 ed Uberlacircndia 2003 15 p (Boletim Teacutecnico n1)
KORNDOumlRFER G H PEREIRA H S CAMARGO M S Papel do siliacutecio na produccedilatildeo de cana-de-accediluacutecar STAB v 21 n 2 2002 4 p
KORNDOumlRFER G H LEPSCH I Effect of silicon on plant growth and crop yeld In DATNOFF L E SNYDER G H KORNDOumlRFER G H (Ed) Silicon in agriculture Amsterdan Elsevier 2001 p 133 ndash 147
KURIHARA CH MAEDA S HERNANI LC SILVA WM Eficiecircncia relativa de fraccedilotildees granulomeacutetricas de calcaacuterios sul-mato-grossenses Pesquisa Agropecuaacuteria Brasileira Brasiacutelia v34 n 8 p 1443 - 1449 1999
LOPES A S SILVA MC GUILHERME L R G Acidez do solo e calagem 3 ed Satildeo Paulo ANDA 1990 22 p (Boletim Teacutecnico 1)
LOPES A S Manual de fertilidade do solo Satildeo Paulo ANDAPOTAFOacuteS 1989 153p
MA JF TAKAHASHI E Soil fertilizer and plant silicon research in Japan Amosterdan Elsevier Science 2002 281 p
MALAVOLTA E Manual de quiacutemica agriacutecola adubos e adubaccedilatildeo Satildeo Paulo Agronocircmica Ceres 1981 608 p
MARSCHNER H Mineral nutrition of higher plants 2 ed LondresAcademic Press 1995 889p
MCKEAGUE J A CLINE M G Silica in soils Advances in Agronomy New York v 15n 3 p 339-397 1963
MEURER E J Fundamentos de quiacutemica do solo 3 ed Porto Alegre Evangraf 2006 285p
MIYAKE Y TAKAHASHI E Effect of silicon on the growth of cucumber plant in soil culture Soil Science Plant Nutrition Tokyo v 29 p 463-471 1983
37
NOVAIS R F BARROS N F LEITE F P TEIXEIRA J L LEAL P G L Eficiecircncia agronocircmica de escoacuterias de siderurgia Pains Viccedilosa Universidade Federal de Viccedilosa 1993
OLIVEIRA AC HAHNE H BARROS NF MORAIS EJ Uso de escoacuteria de alto forno como fonte de nutrientes na adubaccedilatildeo florestal In GUERRINI IA BELLOTE AFJ BUumlLL LT (Ed) Seminaacuterio sobre uso de resiacuteduos florestais e urbanos em florestas Botucatu Fundaccedilatildeo de Estudos e Pesquisas Agriacutecolas e Florestais 1994 p 77-96
PEREIRA HS KORNDOumlRFER GH VIDAL AA CAMARGO MS Silicon sources for rice crop Scientia Agriacutecola Piracicaba v 61 p 522-528 2004
PLESE L P M Efeito da umidade do solo na reatividade das fraccedilotildees granulomeacutetricas de um calcaacuterio 2000 49f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) ndash Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Universidade de Satildeo Paulo Piracicaba 2000
PRADO R M FERNANDES F M NATALE W Uso de escoacuteria de siderurgia no Brasil estudos na cultura da cana-de-accediluacutecar Jaboticabal Funep 2001 67p
PROGRAMA INTERLABORATORIAL DE CONTROLE DE QUALIDADE DE ANAacuteLISE DE SOLO Manual do laboratorista 2005 33p
RAIJ BV Avaliaccedilatildeo da fertilidade do solo Piracicaba Associaccedilatildeo Brasileira para Pesquisa da Potassa e do Fosfato 1981 142p
RAIJ B V CANTARELLA H QUAGGIO J A FURLANI A M C Recomendaccedilatildeo de adubaccedilatildeo e calagem para o estado de Satildeo Paulo Campinas IAC 1996 285p (IAC Boletim 100)
SCOTT AJ KNOTT MA A cluster analysis method for grouping means in the analysis of variance Biometrics Washington v 30 n 2 1974 p 507-512
SHOEMAKER HE MCCLEAN E PRATT PF Buffer methods for determining lime requirements of soil with appreciable amounts of extractable aluminium Soil Sci Soc Am Proc Madison v 25 p 274-277 1961
SOUSA D M G MIRANDA L N OLIVEIRA S A Acidez do solo e sua correccedilatildeo In NOVAIS R F ALVAREZ V V H BARROS N F FONTES R L F CANTARUTTI R B NEVES J C L Fertilidade do solo Viccedilosa Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo 2007 p 205 ndash 274
SOUSA D M G LOBATO E Cerrado correccedilatildeo do solo e adubaccedilatildeo Brasiacutelia Embrapa Informaccedilatildeo Tecnoloacutegica 2004 416p
VERAS M C M VIEIRA W TEIXEIRA L S M ALCARDE J C OLIVEIRA L B Manual de meacutetodos analiacuteticos oficiais para fertilizantes minerais orgacircnicos organominerais e corretivos 1 ed Brasiacutelia MAPA 2007 v 1
38
WERNER D ROTH R Siacutelica metabolism In LAUCHILI A BIELESKI RL (Ed) Encyclopedia of plant physiology New Series Berlin Springer-Velag 1983 v 15B p 682-694
- Parte inicial dissertaccedilatildeopdf
- RESUMOpdf
- Corpo da dissertaccedilatildeopdf
-
27
Tabela 11 Equivalente em CaCO3 dos corretivos de acidez de diferentes fraccedilotildees
granulomeacutetricas aos 90 dias de incubaccedilatildeo
Peneiras ABNT (mesh)
Corretivos
5 ndash 10 10 - 20 20 - 50 gt 50 Meacutedia
--------------------------------------- -----------------------------------------
Agrosiliacutecio 9
Ac
24
Ab
64
Aa
77
Aa
43
Silifeacutertil 9
Ac
19
Ac
52
Ab
87
Aa
42 Calcaacuterio 8
Ac
13
Ac
33
Bb
79
Aa
33 Holcim 7
Ab
7
Ab
10
Cb
33
Ba
14 Meacutedia 8
16
39
69
33 Letras maiuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na coluna e letras minuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na linha (Scott-Knott a 5)
Os resultados de equivalente em CaCO3 apresentados para 90 dias de incubaccedilatildeo
(Tabela 11) demonstraram grande variaccedilatildeo para este atributo entre os corretivos de
acidez o que evidencia que natildeo apenas a granulometria mas tambeacutem a origem dos
corretivos exerce grande influecircncia na velocidade de correccedilatildeo da acidez do solo
Para as fraccedilotildees granulomeacutetrica mais grossas (lt 10 e 10 a 20 mesh) pode-se
observar que natildeo houve diferenccedila entre os corretivos jaacute na fraccedilatildeo mais fina (gt 50) o
silicato Holcim proporcionou menores valores de equivalente em CaCO3 em relaccedilatildeo as
demais fontes Na fraccedilatildeo granulomeacutetrica entre 20 e 50 (Tabela 11) verificou-se
diferenccedilas entre o equivalente em CaCO3 de silicatos e do calcaacuterio o que demonstrou o
fato de estarmos neste caso subestimando a reatividade dos silicatos Pode-se observar
que natildeo houve diferenccedilas entre os resultados obtidos com a aplicaccedilatildeo dos silicatos
Agrosiliacutecio e Silifeacutertil portanto sugere-se a elaboraccedilatildeo de novos paracircmetros para a
avaliaccedilatildeo de silicatos com origem de aciaria
Seguindo os criteacuterios adotados por Bellingieri (1983) de ajustar a eficiecircncia dos
corretivos atribuindo valores de 100 para as partiacuteculas passantes na peneira 50 ABNT
(partiacuteculas inferiores a 03 mm) determinou-se a eficiecircncia relativa de cada uma das
fraccedilotildees granulomeacutetricas dos corretivos permitindo a adoccedilatildeo de novos criteacuterios de
reatividade para os silicatos (Tabela 12)
28
Tabela 12 Eficiecircncias relativas em relaccedilatildeo agrave fraccedilatildeo granulomeacutetrica inferior a 03 mm
(peneira 50 mesh) dos corretivos de acidez em diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas aos
90 dias de incubaccedilatildeo
Peneiras ABNT (mesh)
Corretivos 5 - 10 10 - 20 20 - 50 gt 50 Meacutedia
------------------------------ -------------------------------
Agrosiliacutecio 12 33 85 100 58
Silifeacutertil 9 25 65 100 50
Holcim 16 17 27 100 40
Calcaacuterio 9 18 63 100 48
Meacutedia 12 23 60 100
Propotildee-se a adequaccedilatildeo da equaccedilatildeo atualmente adotada para a determinaccedilatildeo da
eficiecircncia relativa (reatividade) de silicatos de origem de aciaria para uso como
corretivo de acidez em funccedilatildeo das diferenccedilas encontradas em eficiecircncia relativa
apresentadas na Tabela 12 entre os silicatos de origem de escoacuteria de aciaria
(Agrosiliacutecio e Silifeacutertil) em relaccedilatildeo ao calcaacuterio ficando a mesma da seguinte forma
RE = F10-20 x 03 + F20-50 x 075 + Fgt50 x 1
Onde
F10-20= percentual de produto que passa pela peneira nordm10 e fica retido na
peneira nordm20 F20-50 = percentual de produto que passa pela peneira nordm20 e fica retido
na peneira nordm50 e F-50 = percentual de produto que passa pela peneira nordm50
Os valores de eficiecircncia relativa 12 em meacutedia para a fraccedilatildeo granulomeacutetrica
mais grosseira pode estar associado agrave presenccedila de micropartiacuteculas (poacute) aderidas ao
redor das partiacuteculas mais grossas (Tabela 12) jaacute que a separaccedilatildeo granulomeacutetrica seguiu
o meacutetodo oficial de separaccedilatildeo em peneiras a seco
29
43 Teor de siliacutecio no solo apoacutes 30 dias de incubaccedilatildeo
De maneira geral pode-se observar que o Agrosiliacutecio proporcionou maiores
incrementos de Si no solo obtendo no solo argiloso quando aplicado na fraccedilatildeo
granulomeacutetrica mais fina incremento de 10 mg dm-3 (Tabela 13)
Tabela 13 Teor de Si no solo em funccedilatildeo da fraccedilatildeo granulomeacutetrica e do corretivo utilizado para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso apoacutes 30 dias de incubaccedilatildeo
Peneiras ABNT (mesh) Corretivos 5 - 10 10 - 20 20 ndash 50 gt 50 Meacutedia
-------------------------------- Si (mg kg-1) -------------------------------------
Solo muito argiloso
Agrosiliacutecio 7
Aa
8
Aa
9
Aa
8
Aa
8 Silifeacutertil 7
Aa
7
Aa
7
Ba
7
Aa
7 Holcim 6
Aa
6
Aa
6
Ba
6
Ba
6 Calcaacuterio 7
Aa
6
Aa
5
Ba
5
Ba
6 Meacutedia 6
7
7
6
6
Solo argiloso
Agrosiliacutecio 6
Ad
10
Ac
14
Ab
15
Aa
11 Silifeacutertil 7
Ac
6
Bc
10
Bb
12
Ba
9 Holcim 6
Ab
5
Bb
6
Cb
9
Ca
7 Calcaacuterio 5
Ba
5
Ba
4
Da
2
Db
4 Meacutedia 6
6
8
10
8
Solo meacutedio
Agrosiliacutecio 10
Aa
10
Aa
10
Aa
10
Aa
10 Silifeacutertil 9
Aa
9
Aa
10
Aa
10
Aa
9 Holcim 8
Ba
9
Aa
9
Ba
10
Aa
9 Calcaacuterio 9
Ba
9
Aa
9
Ba
8
Bb
9 Meacutedia 9
9
9
9
9
Solo arenoso
Agrosiliacutecio 4
Ab
5
Ab
8
Aa
9
Aa
6 Silifeacutertil 3
Ac
5
Ab
7
Aa
7
Ba
6 Holcim 3
Ab
4
Aa
4
Ba
6
Ca
4 Calcaacuterio 3
Aa
3
Ba
3
Ca
2
Da
3 Meacutedia 3
4
6
6
5 Letras maiuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na coluna e letras minuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na linha (Scott-Knott a 5)
No solo muito argiloso as fraccedilotildees mais grossas dos corretivos com partiacuteculas
superiores a 084 mm (lt 20 mesh) natildeo apresentaram diferenccedilas quanto ao fornecimento
30
de Si ao solo poreacutem quando se avaliaram as fraccedilotildees mais finas observou-se maiores
valores de Si para o Agrosiliacutecio na fraccedilatildeo de 03 a 084 mm (20 a 50 mesh) e para o
Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil quando o corretivo foi aplicado na granulometria inferior a 03
mm (gt 50 mesh) estes resultados tambeacutem se repetiram no solo arenoso (Tabela 13)
Para o solo argiloso o Agrosiliacutecio foi o silicato que promoveu maiores valores
de Si no solo quando tambeacutem se avaliaram as fraccedilotildees granulomeacutetricas inferiores a 20
mm (gt 10 mesh) apenas para a fraccedilatildeo mais grossa maior que 20 mm o Agrosiliacutecio o
Silifeacutertil e o Holcim natildeo diferiram estatisticamente variando apenas em relaccedilatildeo ao
calcaacuterio que eacute o uacutenico corretivo avaliado que natildeo apresenta Si em sua constituiccedilatildeo
No solo de textura meacutedia o Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil proporcionaram a mesma
eficiecircncia no fornecimento de Si para o solo (fraccedilotildees 20 a 50 mesh e lt 10 mesh) na
fraccedilatildeo mais fina (gt 50 mesh) os trecircs silicatos avaliados resultaram nos mesmos valores
de Si no solo deferindo apenas do calcaacuterio jaacute na fraccedilatildeo entre 10 a 20 mesh todos os
corretivos proporcionaram o mesmo resultado
De maneira geral a granulometria natildeo resultou em diferenccedilas no fornecimento
de Si pelos silicatos exceto no solo argiloso em que se observa que quanto menor a
granulometria maior foi o teor de Si no solo (Tabela 13)
Ao se avaliar os efeitos do calcaacuterio em relaccedilatildeo ao teor de Si no solo pode-se
observar que quanto menor a fraccedilatildeo granulomeacutetrica do calcaacuterio menores os teores de Si
no solo Este fato pode estar associado a maior alteraccedilatildeo causada no pH do solo pelas
fraccedilotildees mais finas do calcaacuterio reduzindo assim sua disponibilidade de Si corroborando
aos dados de McKeague e Cline (1963) em que o aumento de pH de 6 para 9 reduziu
de 36 para 6 mg dm-3 a concentraccedilatildeo de Si soluacutevel
44 Teor de siliacutecio no solo apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo
De maneira geral pode-se observar que o Agrosiliacutecio promoveu maior
incremento de Si no solo apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo exceto para a fraccedilatildeo
granulomeacutetrica entre 20 a 50 mesh e no solo de textura meacutedia em que o Silifeacutertil e o
Holcim obtiveram resultados semelhantes ao Agrosiliacutecio (Tabela 14)
Quanto agraves fraccedilotildees granulomeacutetricas observou-se que quanto menor a fraccedilatildeo
granulomeacutetrica independente do silicato maior foi o fornecimento de Si ao solo
seguindo a tendecircncia encontrada por Oliveira e colaboradores (1994) em que escoacuterias
31
de alto forno com partiacuteculas menores que 03 mm foram mais eficientes no
fornecimento de Ca e Mg para o solo quando comparadas as fraccedilotildees mais grosseiras
Tabela 14 Teor de Si no solo em funccedilatildeo da fraccedilatildeo granulomeacutetrica e do corretivo
utilizado para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso apoacutes 90 dias de
incubaccedilatildeo
Peneiras ABNT (mesh) Corretivos 5 - 10 10 - 20 20 - 50 gt 50 Meacutedia
-------------------------------- Si (mg kg-1) --------------------------------------
Solo muito argiloso Agrosiliacutecio 8
Ab
9
Aa
9
Aa
9
Aa
9 Silifeacutertil 6
Bb
7
Bb
7
Ba
8
Ba
7 Holcim 7
Bb
7
Bb
6
Cb
8
Ba
7 Calcaacuterio 6
Ba
6
Ba
5
Db
5
Cb
6 Meacutedia 7
7
7
7
7 Solo argiloso
Agrosiliacutecio 7
Ac
11
Ab
13
Aa
13
Aa
11 Silifeacutertil 5
Bc
7
Bb
9
Ba
9
Ba
8 Holcim 6
Bb
5
Cb
6
Cb
9
Ba
7 Calcaacuterio 4
Ca
4
Da
4
Da
3
Cb
4 Meacutedia 5
7
8
9
7 Solo meacutedio
Agrosiliacutecio 10
Aa
11
Aa
10
Aa
11
Aa
11 Silifeacutertil 10
Ba
10
Ba
10
Aa
10
Ba
10 Holcim 10
Bb
10
Bb
10
Ab
11
Aa
10 Calcaacuterio 9
Ba
10
Ba
9
Bb
8
Cc
9 Meacutedia 10
10
10
10
10 Solo arenoso
Agrosiliacutecio 4
Ac
6
Ab
7
Aa
7
Aa
6 Silifeacutertil 3
Bc
4
Bb
6
Ba
6
Ba
5 Holcim 3
Bc
3
Cb
4
Cb
5
Ca
4 Calcaacuterio 2
Ca
2
Da
2
Da
2
Da
2 Meacutedia 3
4
5
5
4 Letras maiuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na coluna e letras minuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na linha (Scott-Knott a 5)
Para todos os solos analisados observou-se a seguinte sequecircncia para o teor de
Si Agrosiliacutecio gt Silifeacutertil gt Holcim gt Calcaacuterio Fato este que acompanha a tendecircncia
observada na avaliaccedilatildeo da reatividade na correccedilatildeo da acidez do solo exceto para o
calcaacuterio por natildeo apresentar Si em sua constituiccedilatildeo
32
Korndoumlrfer e colaboradores (2004) apresentaram a solubilidade de diferentes
silicatos evidenciando que o Agrosiliacutecio (escoacuteria de aciaria) apresentou maiores valores
de solubilidade em relaccedilatildeo aos valores obtidos pela escoacuteria de alto forno como o
Holcim com valores de 43 e 7 respectivamente Estas diferenccedilas em solubilidade
explicam os valores encontrados tanto na avaliaccedilatildeo aos 30 como aos 90 dias de
incubaccedilatildeo
Pereira e colaboradores (2004) em trabalho para a avaliaccedilatildeo da eficiecircncia de
fontes de Si para a cultura do arroz encontraram que a fonte que proporcionou mais
extraccedilatildeo de Si para os gratildeos foi a escoacuteria oriunda da produccedilatildeo de accedilo inox dado que
corrobora os resultados encontrados neste trabalho em que o Agrosiliacutecio (escoacuteria de
aciaria) apresentou maior disponibilizaccedilatildeo de Si para o solo
Nas comparaccedilotildees entre os resultados do teor de Si no solo apoacutes 30 e 90 dias de
incubaccedilatildeo os resultados praticamente se equivalem demonstrando que 30 dias foi um
periacuteodo suficiente para que os silicatos fornecessem Si
Comparando o teor de Si antes da aplicaccedilatildeo dos corretivos com o teor de Si no
solo apoacutes a aplicaccedilatildeo dos corretivos e apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo verificou-se
expressivo acreacutescimo no teor Si no solo ocasionado pelos silicatos principalmente para
o Agrosiliacutecio que incrementou na meacutedia entre as fraccedilotildees granulomeacutetricas 2 6 1 e 3 mg
dm-3 de Si nos solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso respectivamente O
Silifeacutertil tambeacutem forneceu Si ao solo elevando em 1 4 0 e 3 mg dm-3 o teor de Si nos
solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso respectivamente Jaacute o Holcim
apresentou incrementos de 0 2 0 e 1 mg dm-3 respectivamente para os solos muito
argiloso argiloso meacutedio e arenoso
33
5 CONCLUSOtildeES
Os silicatos Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil proporcionam maiores valores de eficiecircncia
relativa na correccedilatildeo da acidez do solo em comparaccedilatildeo ao calcaacuterio e ao silicato Holcim
na fraccedilatildeo granulomeacutetrica entre 030 e 084 mm
Quanto menor a fraccedilatildeo granulomeacutetrica do silicato maior eacute a eficiecircncia relativa
na correccedilatildeo da acidez do solo e maior eacute o fornecimento de Si para o solo
O Agrosiliacutecio apresenta melhores resultados no fornecimento de Si ao solo
seguido do Silifeacutertil e do Holcim
O periacuteodo de 30 dias em condiccedilotildees de umidade mantida agrave 80 da capacidade
de campo eacute um periacuteodo suficiente para a correccedilatildeo da acidez do solo e fornecimento de
Si pelos silicatos ao solo
34
6 REFEREcircNCIAS
ALCARDE JC PAULINO VT DERNARDIN J S Avaliaccedilatildeo da reatividade de corretivos da acidez do solo Revista Brasileira de Ciecircncia do Solo Campinas v 13 p 387-392 1989
ALCARDE JC Corretivos de acidez dos solos caracteriacutesticas e interpretaccedilotildees teacutecnicas Satildeo Paulo ANDA 1992 24p (Boletim Teacutecnico 6)
ALCARDE JC RODELLA AA Avaliaccedilatildeo quiacutemica de corretivos de acidez para fins agriacutecolas uma nova proposiccedilatildeo Scientia Agriacutecola Piracicaba v 53 n 2 ndash 3 1996
ALVAREZ V VH RIBEIRO AC Calagem In RIBEIRO AC GUIMARAtildeES PTG GUIMARAtildeES PTG ALVAREZ V VH (Ed) Recomendaccedilotildees para o uso de corretivos e fertilizantes em Minas Gerais ndash 5ordf Aproximaccedilatildeo Viccedilosa CFSEMG 1999 p 43-60
ALVAREZ V VH Correlaccedilatildeo e calibraccedilatildeo de meacutetodos de anaacutelise de solos In ALVAREZ V VH FONTES LEF FONTES MPF (Ed) O solo nos grandes domiacutenios morfoclimaacuteticos do Brasil e o desenvolvimento sustentado Viccedilosa Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo 1996 p 615-646
ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DOS PRODUTORES DE CALCAacuteRIO Calcaacuterio agriacutecola ndash Brasil consumo aparente por estado (1992 ndash 2006) Disponiacutevel em lthttpwwwcalcario-rscombrgt Acesso em 25 de novembro de 2008
BALASTRA MLFC PEREZ CM JULIANO BO VILLAREAL P Effects of siacutelica level on some properties of Oriza sativa straw and hull Canadian Journal of Botany Ottawa v 67 p 2356-2363 1989
BARBOSA FILHO MP SNYDER G H PRABHU A S DATNOFF L E KORNDOumlRFER G H Importacircncia do siliacutecio para a cultura do arroz Informaccedilotildees agronocircmicas v 89 p 1-8 2000
BELLINGIERI PA Avaliaccedilatildeo em laboratoacuterio da eficiecircncia de diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas de calcaacuterios agriacutecolas 1983 99f Tese (Doutorado) ndash Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Universidade de Satildeo Paulo Piracicaba 1983
BELLINGIERI PA ALCARDE JC amp SOUZA ECA Avaliaccedilatildeo da qualidade de calcaacuterios agriacutecolas atraveacutes do PRNT Anais da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Piracicaba v 45 n 2 p 579-588 1988
BELLINGIERI PA ALCARDE JC SOUZA ECA de Eficiecircncia relativa de diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas de calcaacuterios na neutralizaccedilatildeo da acidez dos solos avaliada em laboratoacuterio Anais da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Piracicaba v46 n2 1989 p 303-317
35
BELLINGIERI PA SOUZA ECA ALCARDE JC SHIKASHO HW Importacircncia da reatividade do calcaacuterio sobre a produccedilatildeo e algumas caracteriacutesticas da soja Scientia Agricola Piracicaba v 49 p 61-71 1992
BRASIL MAPA Laboratoacuterio Nacional de Referecircncia Vegetal Anaacutelise de corretivos fertilizantes e inoculantes Brasiacutelia 1983 104p
BRUNAUER S EMMETT P H TELLER E Adsorption of gases in multimolecular layers In Journal of the American Chemical Society New York v 60 p 309-19 1938
CATANI RA ALONSO O Avaliaccedilatildeo e exigecircncia de calcaacuterio do solo Anais da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Piracicaba v 26 p 141-156 1969
CATE R Sugestotildees para adubaccedilatildeo com base na anaacutelise de solos Raleigh North Caroline State University 1965 16p
DAYANADAM P KAUFMAN PB FRANKLIN CL Detection of siacutelica in plants American Journal of Botany Columbus v 70 p 1079-1084 1983
DEFELIPO BV BRAGA JM SPIES C Comparaccedilatildeo entre meacutetodos de determinaccedilatildeo da necessidade de calcaacuterio de solos de Minas Gerais Experientiae v 13 p 111-136 1982
EMBRAPA C N P S Manual de meacutetodos de anaacutelise de solo Rio de Janeiro 1997 212p
EPSTEIN E Silicon Annu Rev Plant Physiol Plant Molec Biol Palo Alto v 50 1999 p 641 - 664
FERREIRA DF SISVAR versatildeo 43 (Build 41) Lavras UFLADEX 1999 4 disquetes
FURTINI NETO A VALE FR RESENDE A V GUILHERME L R G GUEDES G A A Fertilidade do solo Lavras UFLAFAEPE 2001 252p
GASCHO G J Silicon sources for agriculture In DATNOFF L E SNYDER G H KORNDOumlRFER G H (Ed) Silicon in agriculture Amsterdan Elsevier 2001 cap 12 p 197-207
KAMINSKI J RHEINHEIMER DS A acidez do solo e a nutriccedilatildeo mineral de plantas In KAMINSKI J (Ed) Uso de corretivos da acidez do solo no plantio direto Pelotas SBCSNRS 2000 cap2 p 21 - 39
KORNDOumlRFER G H Elementos beneacuteficos In FERNANDES M S Nutriccedilatildeo mineral de plantas Viccedilosa Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo 2006 432p
36
KORNDOumlRFER G H DATNOFF L E Adubaccedilatildeo com siliacutecio uma alternativa no controle de doenccedilas da cana-de-accediluacutecar e do arroz Informaccedilotildees Agronocircmicas Piracicaba v 70 p 1-5 1995
KORNDOumlRFER G H PEREIRA H S CAMARGO M S Silicatos de caacutelcio e magneacutesio na agricultura 3 ed Uberlacircndia 2004 28 p (Boletim Teacutecnico n1)
KORNDOumlRFER G H PEREIRA H S NOLLA A Anaacutelise de siliacutecio solo planta e fertilizante 1 ed Uberlacircndia 2004 50 p (Boletim Teacutecnico n2)
KORNDOumlRFER G H PEREIRA H S CAMARGO M S Silicatos de caacutelcio e magneacutesio na agricultura 2 ed Uberlacircndia 2003 15 p (Boletim Teacutecnico n1)
KORNDOumlRFER G H PEREIRA H S CAMARGO M S Papel do siliacutecio na produccedilatildeo de cana-de-accediluacutecar STAB v 21 n 2 2002 4 p
KORNDOumlRFER G H LEPSCH I Effect of silicon on plant growth and crop yeld In DATNOFF L E SNYDER G H KORNDOumlRFER G H (Ed) Silicon in agriculture Amsterdan Elsevier 2001 p 133 ndash 147
KURIHARA CH MAEDA S HERNANI LC SILVA WM Eficiecircncia relativa de fraccedilotildees granulomeacutetricas de calcaacuterios sul-mato-grossenses Pesquisa Agropecuaacuteria Brasileira Brasiacutelia v34 n 8 p 1443 - 1449 1999
LOPES A S SILVA MC GUILHERME L R G Acidez do solo e calagem 3 ed Satildeo Paulo ANDA 1990 22 p (Boletim Teacutecnico 1)
LOPES A S Manual de fertilidade do solo Satildeo Paulo ANDAPOTAFOacuteS 1989 153p
MA JF TAKAHASHI E Soil fertilizer and plant silicon research in Japan Amosterdan Elsevier Science 2002 281 p
MALAVOLTA E Manual de quiacutemica agriacutecola adubos e adubaccedilatildeo Satildeo Paulo Agronocircmica Ceres 1981 608 p
MARSCHNER H Mineral nutrition of higher plants 2 ed LondresAcademic Press 1995 889p
MCKEAGUE J A CLINE M G Silica in soils Advances in Agronomy New York v 15n 3 p 339-397 1963
MEURER E J Fundamentos de quiacutemica do solo 3 ed Porto Alegre Evangraf 2006 285p
MIYAKE Y TAKAHASHI E Effect of silicon on the growth of cucumber plant in soil culture Soil Science Plant Nutrition Tokyo v 29 p 463-471 1983
37
NOVAIS R F BARROS N F LEITE F P TEIXEIRA J L LEAL P G L Eficiecircncia agronocircmica de escoacuterias de siderurgia Pains Viccedilosa Universidade Federal de Viccedilosa 1993
OLIVEIRA AC HAHNE H BARROS NF MORAIS EJ Uso de escoacuteria de alto forno como fonte de nutrientes na adubaccedilatildeo florestal In GUERRINI IA BELLOTE AFJ BUumlLL LT (Ed) Seminaacuterio sobre uso de resiacuteduos florestais e urbanos em florestas Botucatu Fundaccedilatildeo de Estudos e Pesquisas Agriacutecolas e Florestais 1994 p 77-96
PEREIRA HS KORNDOumlRFER GH VIDAL AA CAMARGO MS Silicon sources for rice crop Scientia Agriacutecola Piracicaba v 61 p 522-528 2004
PLESE L P M Efeito da umidade do solo na reatividade das fraccedilotildees granulomeacutetricas de um calcaacuterio 2000 49f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) ndash Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Universidade de Satildeo Paulo Piracicaba 2000
PRADO R M FERNANDES F M NATALE W Uso de escoacuteria de siderurgia no Brasil estudos na cultura da cana-de-accediluacutecar Jaboticabal Funep 2001 67p
PROGRAMA INTERLABORATORIAL DE CONTROLE DE QUALIDADE DE ANAacuteLISE DE SOLO Manual do laboratorista 2005 33p
RAIJ BV Avaliaccedilatildeo da fertilidade do solo Piracicaba Associaccedilatildeo Brasileira para Pesquisa da Potassa e do Fosfato 1981 142p
RAIJ B V CANTARELLA H QUAGGIO J A FURLANI A M C Recomendaccedilatildeo de adubaccedilatildeo e calagem para o estado de Satildeo Paulo Campinas IAC 1996 285p (IAC Boletim 100)
SCOTT AJ KNOTT MA A cluster analysis method for grouping means in the analysis of variance Biometrics Washington v 30 n 2 1974 p 507-512
SHOEMAKER HE MCCLEAN E PRATT PF Buffer methods for determining lime requirements of soil with appreciable amounts of extractable aluminium Soil Sci Soc Am Proc Madison v 25 p 274-277 1961
SOUSA D M G MIRANDA L N OLIVEIRA S A Acidez do solo e sua correccedilatildeo In NOVAIS R F ALVAREZ V V H BARROS N F FONTES R L F CANTARUTTI R B NEVES J C L Fertilidade do solo Viccedilosa Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo 2007 p 205 ndash 274
SOUSA D M G LOBATO E Cerrado correccedilatildeo do solo e adubaccedilatildeo Brasiacutelia Embrapa Informaccedilatildeo Tecnoloacutegica 2004 416p
VERAS M C M VIEIRA W TEIXEIRA L S M ALCARDE J C OLIVEIRA L B Manual de meacutetodos analiacuteticos oficiais para fertilizantes minerais orgacircnicos organominerais e corretivos 1 ed Brasiacutelia MAPA 2007 v 1
38
WERNER D ROTH R Siacutelica metabolism In LAUCHILI A BIELESKI RL (Ed) Encyclopedia of plant physiology New Series Berlin Springer-Velag 1983 v 15B p 682-694
- Parte inicial dissertaccedilatildeopdf
- RESUMOpdf
- Corpo da dissertaccedilatildeopdf
-
28
Tabela 12 Eficiecircncias relativas em relaccedilatildeo agrave fraccedilatildeo granulomeacutetrica inferior a 03 mm
(peneira 50 mesh) dos corretivos de acidez em diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas aos
90 dias de incubaccedilatildeo
Peneiras ABNT (mesh)
Corretivos 5 - 10 10 - 20 20 - 50 gt 50 Meacutedia
------------------------------ -------------------------------
Agrosiliacutecio 12 33 85 100 58
Silifeacutertil 9 25 65 100 50
Holcim 16 17 27 100 40
Calcaacuterio 9 18 63 100 48
Meacutedia 12 23 60 100
Propotildee-se a adequaccedilatildeo da equaccedilatildeo atualmente adotada para a determinaccedilatildeo da
eficiecircncia relativa (reatividade) de silicatos de origem de aciaria para uso como
corretivo de acidez em funccedilatildeo das diferenccedilas encontradas em eficiecircncia relativa
apresentadas na Tabela 12 entre os silicatos de origem de escoacuteria de aciaria
(Agrosiliacutecio e Silifeacutertil) em relaccedilatildeo ao calcaacuterio ficando a mesma da seguinte forma
RE = F10-20 x 03 + F20-50 x 075 + Fgt50 x 1
Onde
F10-20= percentual de produto que passa pela peneira nordm10 e fica retido na
peneira nordm20 F20-50 = percentual de produto que passa pela peneira nordm20 e fica retido
na peneira nordm50 e F-50 = percentual de produto que passa pela peneira nordm50
Os valores de eficiecircncia relativa 12 em meacutedia para a fraccedilatildeo granulomeacutetrica
mais grosseira pode estar associado agrave presenccedila de micropartiacuteculas (poacute) aderidas ao
redor das partiacuteculas mais grossas (Tabela 12) jaacute que a separaccedilatildeo granulomeacutetrica seguiu
o meacutetodo oficial de separaccedilatildeo em peneiras a seco
29
43 Teor de siliacutecio no solo apoacutes 30 dias de incubaccedilatildeo
De maneira geral pode-se observar que o Agrosiliacutecio proporcionou maiores
incrementos de Si no solo obtendo no solo argiloso quando aplicado na fraccedilatildeo
granulomeacutetrica mais fina incremento de 10 mg dm-3 (Tabela 13)
Tabela 13 Teor de Si no solo em funccedilatildeo da fraccedilatildeo granulomeacutetrica e do corretivo utilizado para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso apoacutes 30 dias de incubaccedilatildeo
Peneiras ABNT (mesh) Corretivos 5 - 10 10 - 20 20 ndash 50 gt 50 Meacutedia
-------------------------------- Si (mg kg-1) -------------------------------------
Solo muito argiloso
Agrosiliacutecio 7
Aa
8
Aa
9
Aa
8
Aa
8 Silifeacutertil 7
Aa
7
Aa
7
Ba
7
Aa
7 Holcim 6
Aa
6
Aa
6
Ba
6
Ba
6 Calcaacuterio 7
Aa
6
Aa
5
Ba
5
Ba
6 Meacutedia 6
7
7
6
6
Solo argiloso
Agrosiliacutecio 6
Ad
10
Ac
14
Ab
15
Aa
11 Silifeacutertil 7
Ac
6
Bc
10
Bb
12
Ba
9 Holcim 6
Ab
5
Bb
6
Cb
9
Ca
7 Calcaacuterio 5
Ba
5
Ba
4
Da
2
Db
4 Meacutedia 6
6
8
10
8
Solo meacutedio
Agrosiliacutecio 10
Aa
10
Aa
10
Aa
10
Aa
10 Silifeacutertil 9
Aa
9
Aa
10
Aa
10
Aa
9 Holcim 8
Ba
9
Aa
9
Ba
10
Aa
9 Calcaacuterio 9
Ba
9
Aa
9
Ba
8
Bb
9 Meacutedia 9
9
9
9
9
Solo arenoso
Agrosiliacutecio 4
Ab
5
Ab
8
Aa
9
Aa
6 Silifeacutertil 3
Ac
5
Ab
7
Aa
7
Ba
6 Holcim 3
Ab
4
Aa
4
Ba
6
Ca
4 Calcaacuterio 3
Aa
3
Ba
3
Ca
2
Da
3 Meacutedia 3
4
6
6
5 Letras maiuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na coluna e letras minuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na linha (Scott-Knott a 5)
No solo muito argiloso as fraccedilotildees mais grossas dos corretivos com partiacuteculas
superiores a 084 mm (lt 20 mesh) natildeo apresentaram diferenccedilas quanto ao fornecimento
30
de Si ao solo poreacutem quando se avaliaram as fraccedilotildees mais finas observou-se maiores
valores de Si para o Agrosiliacutecio na fraccedilatildeo de 03 a 084 mm (20 a 50 mesh) e para o
Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil quando o corretivo foi aplicado na granulometria inferior a 03
mm (gt 50 mesh) estes resultados tambeacutem se repetiram no solo arenoso (Tabela 13)
Para o solo argiloso o Agrosiliacutecio foi o silicato que promoveu maiores valores
de Si no solo quando tambeacutem se avaliaram as fraccedilotildees granulomeacutetricas inferiores a 20
mm (gt 10 mesh) apenas para a fraccedilatildeo mais grossa maior que 20 mm o Agrosiliacutecio o
Silifeacutertil e o Holcim natildeo diferiram estatisticamente variando apenas em relaccedilatildeo ao
calcaacuterio que eacute o uacutenico corretivo avaliado que natildeo apresenta Si em sua constituiccedilatildeo
No solo de textura meacutedia o Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil proporcionaram a mesma
eficiecircncia no fornecimento de Si para o solo (fraccedilotildees 20 a 50 mesh e lt 10 mesh) na
fraccedilatildeo mais fina (gt 50 mesh) os trecircs silicatos avaliados resultaram nos mesmos valores
de Si no solo deferindo apenas do calcaacuterio jaacute na fraccedilatildeo entre 10 a 20 mesh todos os
corretivos proporcionaram o mesmo resultado
De maneira geral a granulometria natildeo resultou em diferenccedilas no fornecimento
de Si pelos silicatos exceto no solo argiloso em que se observa que quanto menor a
granulometria maior foi o teor de Si no solo (Tabela 13)
Ao se avaliar os efeitos do calcaacuterio em relaccedilatildeo ao teor de Si no solo pode-se
observar que quanto menor a fraccedilatildeo granulomeacutetrica do calcaacuterio menores os teores de Si
no solo Este fato pode estar associado a maior alteraccedilatildeo causada no pH do solo pelas
fraccedilotildees mais finas do calcaacuterio reduzindo assim sua disponibilidade de Si corroborando
aos dados de McKeague e Cline (1963) em que o aumento de pH de 6 para 9 reduziu
de 36 para 6 mg dm-3 a concentraccedilatildeo de Si soluacutevel
44 Teor de siliacutecio no solo apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo
De maneira geral pode-se observar que o Agrosiliacutecio promoveu maior
incremento de Si no solo apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo exceto para a fraccedilatildeo
granulomeacutetrica entre 20 a 50 mesh e no solo de textura meacutedia em que o Silifeacutertil e o
Holcim obtiveram resultados semelhantes ao Agrosiliacutecio (Tabela 14)
Quanto agraves fraccedilotildees granulomeacutetricas observou-se que quanto menor a fraccedilatildeo
granulomeacutetrica independente do silicato maior foi o fornecimento de Si ao solo
seguindo a tendecircncia encontrada por Oliveira e colaboradores (1994) em que escoacuterias
31
de alto forno com partiacuteculas menores que 03 mm foram mais eficientes no
fornecimento de Ca e Mg para o solo quando comparadas as fraccedilotildees mais grosseiras
Tabela 14 Teor de Si no solo em funccedilatildeo da fraccedilatildeo granulomeacutetrica e do corretivo
utilizado para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso apoacutes 90 dias de
incubaccedilatildeo
Peneiras ABNT (mesh) Corretivos 5 - 10 10 - 20 20 - 50 gt 50 Meacutedia
-------------------------------- Si (mg kg-1) --------------------------------------
Solo muito argiloso Agrosiliacutecio 8
Ab
9
Aa
9
Aa
9
Aa
9 Silifeacutertil 6
Bb
7
Bb
7
Ba
8
Ba
7 Holcim 7
Bb
7
Bb
6
Cb
8
Ba
7 Calcaacuterio 6
Ba
6
Ba
5
Db
5
Cb
6 Meacutedia 7
7
7
7
7 Solo argiloso
Agrosiliacutecio 7
Ac
11
Ab
13
Aa
13
Aa
11 Silifeacutertil 5
Bc
7
Bb
9
Ba
9
Ba
8 Holcim 6
Bb
5
Cb
6
Cb
9
Ba
7 Calcaacuterio 4
Ca
4
Da
4
Da
3
Cb
4 Meacutedia 5
7
8
9
7 Solo meacutedio
Agrosiliacutecio 10
Aa
11
Aa
10
Aa
11
Aa
11 Silifeacutertil 10
Ba
10
Ba
10
Aa
10
Ba
10 Holcim 10
Bb
10
Bb
10
Ab
11
Aa
10 Calcaacuterio 9
Ba
10
Ba
9
Bb
8
Cc
9 Meacutedia 10
10
10
10
10 Solo arenoso
Agrosiliacutecio 4
Ac
6
Ab
7
Aa
7
Aa
6 Silifeacutertil 3
Bc
4
Bb
6
Ba
6
Ba
5 Holcim 3
Bc
3
Cb
4
Cb
5
Ca
4 Calcaacuterio 2
Ca
2
Da
2
Da
2
Da
2 Meacutedia 3
4
5
5
4 Letras maiuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na coluna e letras minuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na linha (Scott-Knott a 5)
Para todos os solos analisados observou-se a seguinte sequecircncia para o teor de
Si Agrosiliacutecio gt Silifeacutertil gt Holcim gt Calcaacuterio Fato este que acompanha a tendecircncia
observada na avaliaccedilatildeo da reatividade na correccedilatildeo da acidez do solo exceto para o
calcaacuterio por natildeo apresentar Si em sua constituiccedilatildeo
32
Korndoumlrfer e colaboradores (2004) apresentaram a solubilidade de diferentes
silicatos evidenciando que o Agrosiliacutecio (escoacuteria de aciaria) apresentou maiores valores
de solubilidade em relaccedilatildeo aos valores obtidos pela escoacuteria de alto forno como o
Holcim com valores de 43 e 7 respectivamente Estas diferenccedilas em solubilidade
explicam os valores encontrados tanto na avaliaccedilatildeo aos 30 como aos 90 dias de
incubaccedilatildeo
Pereira e colaboradores (2004) em trabalho para a avaliaccedilatildeo da eficiecircncia de
fontes de Si para a cultura do arroz encontraram que a fonte que proporcionou mais
extraccedilatildeo de Si para os gratildeos foi a escoacuteria oriunda da produccedilatildeo de accedilo inox dado que
corrobora os resultados encontrados neste trabalho em que o Agrosiliacutecio (escoacuteria de
aciaria) apresentou maior disponibilizaccedilatildeo de Si para o solo
Nas comparaccedilotildees entre os resultados do teor de Si no solo apoacutes 30 e 90 dias de
incubaccedilatildeo os resultados praticamente se equivalem demonstrando que 30 dias foi um
periacuteodo suficiente para que os silicatos fornecessem Si
Comparando o teor de Si antes da aplicaccedilatildeo dos corretivos com o teor de Si no
solo apoacutes a aplicaccedilatildeo dos corretivos e apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo verificou-se
expressivo acreacutescimo no teor Si no solo ocasionado pelos silicatos principalmente para
o Agrosiliacutecio que incrementou na meacutedia entre as fraccedilotildees granulomeacutetricas 2 6 1 e 3 mg
dm-3 de Si nos solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso respectivamente O
Silifeacutertil tambeacutem forneceu Si ao solo elevando em 1 4 0 e 3 mg dm-3 o teor de Si nos
solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso respectivamente Jaacute o Holcim
apresentou incrementos de 0 2 0 e 1 mg dm-3 respectivamente para os solos muito
argiloso argiloso meacutedio e arenoso
33
5 CONCLUSOtildeES
Os silicatos Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil proporcionam maiores valores de eficiecircncia
relativa na correccedilatildeo da acidez do solo em comparaccedilatildeo ao calcaacuterio e ao silicato Holcim
na fraccedilatildeo granulomeacutetrica entre 030 e 084 mm
Quanto menor a fraccedilatildeo granulomeacutetrica do silicato maior eacute a eficiecircncia relativa
na correccedilatildeo da acidez do solo e maior eacute o fornecimento de Si para o solo
O Agrosiliacutecio apresenta melhores resultados no fornecimento de Si ao solo
seguido do Silifeacutertil e do Holcim
O periacuteodo de 30 dias em condiccedilotildees de umidade mantida agrave 80 da capacidade
de campo eacute um periacuteodo suficiente para a correccedilatildeo da acidez do solo e fornecimento de
Si pelos silicatos ao solo
34
6 REFEREcircNCIAS
ALCARDE JC PAULINO VT DERNARDIN J S Avaliaccedilatildeo da reatividade de corretivos da acidez do solo Revista Brasileira de Ciecircncia do Solo Campinas v 13 p 387-392 1989
ALCARDE JC Corretivos de acidez dos solos caracteriacutesticas e interpretaccedilotildees teacutecnicas Satildeo Paulo ANDA 1992 24p (Boletim Teacutecnico 6)
ALCARDE JC RODELLA AA Avaliaccedilatildeo quiacutemica de corretivos de acidez para fins agriacutecolas uma nova proposiccedilatildeo Scientia Agriacutecola Piracicaba v 53 n 2 ndash 3 1996
ALVAREZ V VH RIBEIRO AC Calagem In RIBEIRO AC GUIMARAtildeES PTG GUIMARAtildeES PTG ALVAREZ V VH (Ed) Recomendaccedilotildees para o uso de corretivos e fertilizantes em Minas Gerais ndash 5ordf Aproximaccedilatildeo Viccedilosa CFSEMG 1999 p 43-60
ALVAREZ V VH Correlaccedilatildeo e calibraccedilatildeo de meacutetodos de anaacutelise de solos In ALVAREZ V VH FONTES LEF FONTES MPF (Ed) O solo nos grandes domiacutenios morfoclimaacuteticos do Brasil e o desenvolvimento sustentado Viccedilosa Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo 1996 p 615-646
ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DOS PRODUTORES DE CALCAacuteRIO Calcaacuterio agriacutecola ndash Brasil consumo aparente por estado (1992 ndash 2006) Disponiacutevel em lthttpwwwcalcario-rscombrgt Acesso em 25 de novembro de 2008
BALASTRA MLFC PEREZ CM JULIANO BO VILLAREAL P Effects of siacutelica level on some properties of Oriza sativa straw and hull Canadian Journal of Botany Ottawa v 67 p 2356-2363 1989
BARBOSA FILHO MP SNYDER G H PRABHU A S DATNOFF L E KORNDOumlRFER G H Importacircncia do siliacutecio para a cultura do arroz Informaccedilotildees agronocircmicas v 89 p 1-8 2000
BELLINGIERI PA Avaliaccedilatildeo em laboratoacuterio da eficiecircncia de diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas de calcaacuterios agriacutecolas 1983 99f Tese (Doutorado) ndash Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Universidade de Satildeo Paulo Piracicaba 1983
BELLINGIERI PA ALCARDE JC amp SOUZA ECA Avaliaccedilatildeo da qualidade de calcaacuterios agriacutecolas atraveacutes do PRNT Anais da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Piracicaba v 45 n 2 p 579-588 1988
BELLINGIERI PA ALCARDE JC SOUZA ECA de Eficiecircncia relativa de diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas de calcaacuterios na neutralizaccedilatildeo da acidez dos solos avaliada em laboratoacuterio Anais da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Piracicaba v46 n2 1989 p 303-317
35
BELLINGIERI PA SOUZA ECA ALCARDE JC SHIKASHO HW Importacircncia da reatividade do calcaacuterio sobre a produccedilatildeo e algumas caracteriacutesticas da soja Scientia Agricola Piracicaba v 49 p 61-71 1992
BRASIL MAPA Laboratoacuterio Nacional de Referecircncia Vegetal Anaacutelise de corretivos fertilizantes e inoculantes Brasiacutelia 1983 104p
BRUNAUER S EMMETT P H TELLER E Adsorption of gases in multimolecular layers In Journal of the American Chemical Society New York v 60 p 309-19 1938
CATANI RA ALONSO O Avaliaccedilatildeo e exigecircncia de calcaacuterio do solo Anais da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Piracicaba v 26 p 141-156 1969
CATE R Sugestotildees para adubaccedilatildeo com base na anaacutelise de solos Raleigh North Caroline State University 1965 16p
DAYANADAM P KAUFMAN PB FRANKLIN CL Detection of siacutelica in plants American Journal of Botany Columbus v 70 p 1079-1084 1983
DEFELIPO BV BRAGA JM SPIES C Comparaccedilatildeo entre meacutetodos de determinaccedilatildeo da necessidade de calcaacuterio de solos de Minas Gerais Experientiae v 13 p 111-136 1982
EMBRAPA C N P S Manual de meacutetodos de anaacutelise de solo Rio de Janeiro 1997 212p
EPSTEIN E Silicon Annu Rev Plant Physiol Plant Molec Biol Palo Alto v 50 1999 p 641 - 664
FERREIRA DF SISVAR versatildeo 43 (Build 41) Lavras UFLADEX 1999 4 disquetes
FURTINI NETO A VALE FR RESENDE A V GUILHERME L R G GUEDES G A A Fertilidade do solo Lavras UFLAFAEPE 2001 252p
GASCHO G J Silicon sources for agriculture In DATNOFF L E SNYDER G H KORNDOumlRFER G H (Ed) Silicon in agriculture Amsterdan Elsevier 2001 cap 12 p 197-207
KAMINSKI J RHEINHEIMER DS A acidez do solo e a nutriccedilatildeo mineral de plantas In KAMINSKI J (Ed) Uso de corretivos da acidez do solo no plantio direto Pelotas SBCSNRS 2000 cap2 p 21 - 39
KORNDOumlRFER G H Elementos beneacuteficos In FERNANDES M S Nutriccedilatildeo mineral de plantas Viccedilosa Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo 2006 432p
36
KORNDOumlRFER G H DATNOFF L E Adubaccedilatildeo com siliacutecio uma alternativa no controle de doenccedilas da cana-de-accediluacutecar e do arroz Informaccedilotildees Agronocircmicas Piracicaba v 70 p 1-5 1995
KORNDOumlRFER G H PEREIRA H S CAMARGO M S Silicatos de caacutelcio e magneacutesio na agricultura 3 ed Uberlacircndia 2004 28 p (Boletim Teacutecnico n1)
KORNDOumlRFER G H PEREIRA H S NOLLA A Anaacutelise de siliacutecio solo planta e fertilizante 1 ed Uberlacircndia 2004 50 p (Boletim Teacutecnico n2)
KORNDOumlRFER G H PEREIRA H S CAMARGO M S Silicatos de caacutelcio e magneacutesio na agricultura 2 ed Uberlacircndia 2003 15 p (Boletim Teacutecnico n1)
KORNDOumlRFER G H PEREIRA H S CAMARGO M S Papel do siliacutecio na produccedilatildeo de cana-de-accediluacutecar STAB v 21 n 2 2002 4 p
KORNDOumlRFER G H LEPSCH I Effect of silicon on plant growth and crop yeld In DATNOFF L E SNYDER G H KORNDOumlRFER G H (Ed) Silicon in agriculture Amsterdan Elsevier 2001 p 133 ndash 147
KURIHARA CH MAEDA S HERNANI LC SILVA WM Eficiecircncia relativa de fraccedilotildees granulomeacutetricas de calcaacuterios sul-mato-grossenses Pesquisa Agropecuaacuteria Brasileira Brasiacutelia v34 n 8 p 1443 - 1449 1999
LOPES A S SILVA MC GUILHERME L R G Acidez do solo e calagem 3 ed Satildeo Paulo ANDA 1990 22 p (Boletim Teacutecnico 1)
LOPES A S Manual de fertilidade do solo Satildeo Paulo ANDAPOTAFOacuteS 1989 153p
MA JF TAKAHASHI E Soil fertilizer and plant silicon research in Japan Amosterdan Elsevier Science 2002 281 p
MALAVOLTA E Manual de quiacutemica agriacutecola adubos e adubaccedilatildeo Satildeo Paulo Agronocircmica Ceres 1981 608 p
MARSCHNER H Mineral nutrition of higher plants 2 ed LondresAcademic Press 1995 889p
MCKEAGUE J A CLINE M G Silica in soils Advances in Agronomy New York v 15n 3 p 339-397 1963
MEURER E J Fundamentos de quiacutemica do solo 3 ed Porto Alegre Evangraf 2006 285p
MIYAKE Y TAKAHASHI E Effect of silicon on the growth of cucumber plant in soil culture Soil Science Plant Nutrition Tokyo v 29 p 463-471 1983
37
NOVAIS R F BARROS N F LEITE F P TEIXEIRA J L LEAL P G L Eficiecircncia agronocircmica de escoacuterias de siderurgia Pains Viccedilosa Universidade Federal de Viccedilosa 1993
OLIVEIRA AC HAHNE H BARROS NF MORAIS EJ Uso de escoacuteria de alto forno como fonte de nutrientes na adubaccedilatildeo florestal In GUERRINI IA BELLOTE AFJ BUumlLL LT (Ed) Seminaacuterio sobre uso de resiacuteduos florestais e urbanos em florestas Botucatu Fundaccedilatildeo de Estudos e Pesquisas Agriacutecolas e Florestais 1994 p 77-96
PEREIRA HS KORNDOumlRFER GH VIDAL AA CAMARGO MS Silicon sources for rice crop Scientia Agriacutecola Piracicaba v 61 p 522-528 2004
PLESE L P M Efeito da umidade do solo na reatividade das fraccedilotildees granulomeacutetricas de um calcaacuterio 2000 49f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) ndash Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Universidade de Satildeo Paulo Piracicaba 2000
PRADO R M FERNANDES F M NATALE W Uso de escoacuteria de siderurgia no Brasil estudos na cultura da cana-de-accediluacutecar Jaboticabal Funep 2001 67p
PROGRAMA INTERLABORATORIAL DE CONTROLE DE QUALIDADE DE ANAacuteLISE DE SOLO Manual do laboratorista 2005 33p
RAIJ BV Avaliaccedilatildeo da fertilidade do solo Piracicaba Associaccedilatildeo Brasileira para Pesquisa da Potassa e do Fosfato 1981 142p
RAIJ B V CANTARELLA H QUAGGIO J A FURLANI A M C Recomendaccedilatildeo de adubaccedilatildeo e calagem para o estado de Satildeo Paulo Campinas IAC 1996 285p (IAC Boletim 100)
SCOTT AJ KNOTT MA A cluster analysis method for grouping means in the analysis of variance Biometrics Washington v 30 n 2 1974 p 507-512
SHOEMAKER HE MCCLEAN E PRATT PF Buffer methods for determining lime requirements of soil with appreciable amounts of extractable aluminium Soil Sci Soc Am Proc Madison v 25 p 274-277 1961
SOUSA D M G MIRANDA L N OLIVEIRA S A Acidez do solo e sua correccedilatildeo In NOVAIS R F ALVAREZ V V H BARROS N F FONTES R L F CANTARUTTI R B NEVES J C L Fertilidade do solo Viccedilosa Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo 2007 p 205 ndash 274
SOUSA D M G LOBATO E Cerrado correccedilatildeo do solo e adubaccedilatildeo Brasiacutelia Embrapa Informaccedilatildeo Tecnoloacutegica 2004 416p
VERAS M C M VIEIRA W TEIXEIRA L S M ALCARDE J C OLIVEIRA L B Manual de meacutetodos analiacuteticos oficiais para fertilizantes minerais orgacircnicos organominerais e corretivos 1 ed Brasiacutelia MAPA 2007 v 1
38
WERNER D ROTH R Siacutelica metabolism In LAUCHILI A BIELESKI RL (Ed) Encyclopedia of plant physiology New Series Berlin Springer-Velag 1983 v 15B p 682-694
- Parte inicial dissertaccedilatildeopdf
- RESUMOpdf
- Corpo da dissertaccedilatildeopdf
-
29
43 Teor de siliacutecio no solo apoacutes 30 dias de incubaccedilatildeo
De maneira geral pode-se observar que o Agrosiliacutecio proporcionou maiores
incrementos de Si no solo obtendo no solo argiloso quando aplicado na fraccedilatildeo
granulomeacutetrica mais fina incremento de 10 mg dm-3 (Tabela 13)
Tabela 13 Teor de Si no solo em funccedilatildeo da fraccedilatildeo granulomeacutetrica e do corretivo utilizado para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso apoacutes 30 dias de incubaccedilatildeo
Peneiras ABNT (mesh) Corretivos 5 - 10 10 - 20 20 ndash 50 gt 50 Meacutedia
-------------------------------- Si (mg kg-1) -------------------------------------
Solo muito argiloso
Agrosiliacutecio 7
Aa
8
Aa
9
Aa
8
Aa
8 Silifeacutertil 7
Aa
7
Aa
7
Ba
7
Aa
7 Holcim 6
Aa
6
Aa
6
Ba
6
Ba
6 Calcaacuterio 7
Aa
6
Aa
5
Ba
5
Ba
6 Meacutedia 6
7
7
6
6
Solo argiloso
Agrosiliacutecio 6
Ad
10
Ac
14
Ab
15
Aa
11 Silifeacutertil 7
Ac
6
Bc
10
Bb
12
Ba
9 Holcim 6
Ab
5
Bb
6
Cb
9
Ca
7 Calcaacuterio 5
Ba
5
Ba
4
Da
2
Db
4 Meacutedia 6
6
8
10
8
Solo meacutedio
Agrosiliacutecio 10
Aa
10
Aa
10
Aa
10
Aa
10 Silifeacutertil 9
Aa
9
Aa
10
Aa
10
Aa
9 Holcim 8
Ba
9
Aa
9
Ba
10
Aa
9 Calcaacuterio 9
Ba
9
Aa
9
Ba
8
Bb
9 Meacutedia 9
9
9
9
9
Solo arenoso
Agrosiliacutecio 4
Ab
5
Ab
8
Aa
9
Aa
6 Silifeacutertil 3
Ac
5
Ab
7
Aa
7
Ba
6 Holcim 3
Ab
4
Aa
4
Ba
6
Ca
4 Calcaacuterio 3
Aa
3
Ba
3
Ca
2
Da
3 Meacutedia 3
4
6
6
5 Letras maiuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na coluna e letras minuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na linha (Scott-Knott a 5)
No solo muito argiloso as fraccedilotildees mais grossas dos corretivos com partiacuteculas
superiores a 084 mm (lt 20 mesh) natildeo apresentaram diferenccedilas quanto ao fornecimento
30
de Si ao solo poreacutem quando se avaliaram as fraccedilotildees mais finas observou-se maiores
valores de Si para o Agrosiliacutecio na fraccedilatildeo de 03 a 084 mm (20 a 50 mesh) e para o
Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil quando o corretivo foi aplicado na granulometria inferior a 03
mm (gt 50 mesh) estes resultados tambeacutem se repetiram no solo arenoso (Tabela 13)
Para o solo argiloso o Agrosiliacutecio foi o silicato que promoveu maiores valores
de Si no solo quando tambeacutem se avaliaram as fraccedilotildees granulomeacutetricas inferiores a 20
mm (gt 10 mesh) apenas para a fraccedilatildeo mais grossa maior que 20 mm o Agrosiliacutecio o
Silifeacutertil e o Holcim natildeo diferiram estatisticamente variando apenas em relaccedilatildeo ao
calcaacuterio que eacute o uacutenico corretivo avaliado que natildeo apresenta Si em sua constituiccedilatildeo
No solo de textura meacutedia o Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil proporcionaram a mesma
eficiecircncia no fornecimento de Si para o solo (fraccedilotildees 20 a 50 mesh e lt 10 mesh) na
fraccedilatildeo mais fina (gt 50 mesh) os trecircs silicatos avaliados resultaram nos mesmos valores
de Si no solo deferindo apenas do calcaacuterio jaacute na fraccedilatildeo entre 10 a 20 mesh todos os
corretivos proporcionaram o mesmo resultado
De maneira geral a granulometria natildeo resultou em diferenccedilas no fornecimento
de Si pelos silicatos exceto no solo argiloso em que se observa que quanto menor a
granulometria maior foi o teor de Si no solo (Tabela 13)
Ao se avaliar os efeitos do calcaacuterio em relaccedilatildeo ao teor de Si no solo pode-se
observar que quanto menor a fraccedilatildeo granulomeacutetrica do calcaacuterio menores os teores de Si
no solo Este fato pode estar associado a maior alteraccedilatildeo causada no pH do solo pelas
fraccedilotildees mais finas do calcaacuterio reduzindo assim sua disponibilidade de Si corroborando
aos dados de McKeague e Cline (1963) em que o aumento de pH de 6 para 9 reduziu
de 36 para 6 mg dm-3 a concentraccedilatildeo de Si soluacutevel
44 Teor de siliacutecio no solo apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo
De maneira geral pode-se observar que o Agrosiliacutecio promoveu maior
incremento de Si no solo apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo exceto para a fraccedilatildeo
granulomeacutetrica entre 20 a 50 mesh e no solo de textura meacutedia em que o Silifeacutertil e o
Holcim obtiveram resultados semelhantes ao Agrosiliacutecio (Tabela 14)
Quanto agraves fraccedilotildees granulomeacutetricas observou-se que quanto menor a fraccedilatildeo
granulomeacutetrica independente do silicato maior foi o fornecimento de Si ao solo
seguindo a tendecircncia encontrada por Oliveira e colaboradores (1994) em que escoacuterias
31
de alto forno com partiacuteculas menores que 03 mm foram mais eficientes no
fornecimento de Ca e Mg para o solo quando comparadas as fraccedilotildees mais grosseiras
Tabela 14 Teor de Si no solo em funccedilatildeo da fraccedilatildeo granulomeacutetrica e do corretivo
utilizado para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso apoacutes 90 dias de
incubaccedilatildeo
Peneiras ABNT (mesh) Corretivos 5 - 10 10 - 20 20 - 50 gt 50 Meacutedia
-------------------------------- Si (mg kg-1) --------------------------------------
Solo muito argiloso Agrosiliacutecio 8
Ab
9
Aa
9
Aa
9
Aa
9 Silifeacutertil 6
Bb
7
Bb
7
Ba
8
Ba
7 Holcim 7
Bb
7
Bb
6
Cb
8
Ba
7 Calcaacuterio 6
Ba
6
Ba
5
Db
5
Cb
6 Meacutedia 7
7
7
7
7 Solo argiloso
Agrosiliacutecio 7
Ac
11
Ab
13
Aa
13
Aa
11 Silifeacutertil 5
Bc
7
Bb
9
Ba
9
Ba
8 Holcim 6
Bb
5
Cb
6
Cb
9
Ba
7 Calcaacuterio 4
Ca
4
Da
4
Da
3
Cb
4 Meacutedia 5
7
8
9
7 Solo meacutedio
Agrosiliacutecio 10
Aa
11
Aa
10
Aa
11
Aa
11 Silifeacutertil 10
Ba
10
Ba
10
Aa
10
Ba
10 Holcim 10
Bb
10
Bb
10
Ab
11
Aa
10 Calcaacuterio 9
Ba
10
Ba
9
Bb
8
Cc
9 Meacutedia 10
10
10
10
10 Solo arenoso
Agrosiliacutecio 4
Ac
6
Ab
7
Aa
7
Aa
6 Silifeacutertil 3
Bc
4
Bb
6
Ba
6
Ba
5 Holcim 3
Bc
3
Cb
4
Cb
5
Ca
4 Calcaacuterio 2
Ca
2
Da
2
Da
2
Da
2 Meacutedia 3
4
5
5
4 Letras maiuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na coluna e letras minuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na linha (Scott-Knott a 5)
Para todos os solos analisados observou-se a seguinte sequecircncia para o teor de
Si Agrosiliacutecio gt Silifeacutertil gt Holcim gt Calcaacuterio Fato este que acompanha a tendecircncia
observada na avaliaccedilatildeo da reatividade na correccedilatildeo da acidez do solo exceto para o
calcaacuterio por natildeo apresentar Si em sua constituiccedilatildeo
32
Korndoumlrfer e colaboradores (2004) apresentaram a solubilidade de diferentes
silicatos evidenciando que o Agrosiliacutecio (escoacuteria de aciaria) apresentou maiores valores
de solubilidade em relaccedilatildeo aos valores obtidos pela escoacuteria de alto forno como o
Holcim com valores de 43 e 7 respectivamente Estas diferenccedilas em solubilidade
explicam os valores encontrados tanto na avaliaccedilatildeo aos 30 como aos 90 dias de
incubaccedilatildeo
Pereira e colaboradores (2004) em trabalho para a avaliaccedilatildeo da eficiecircncia de
fontes de Si para a cultura do arroz encontraram que a fonte que proporcionou mais
extraccedilatildeo de Si para os gratildeos foi a escoacuteria oriunda da produccedilatildeo de accedilo inox dado que
corrobora os resultados encontrados neste trabalho em que o Agrosiliacutecio (escoacuteria de
aciaria) apresentou maior disponibilizaccedilatildeo de Si para o solo
Nas comparaccedilotildees entre os resultados do teor de Si no solo apoacutes 30 e 90 dias de
incubaccedilatildeo os resultados praticamente se equivalem demonstrando que 30 dias foi um
periacuteodo suficiente para que os silicatos fornecessem Si
Comparando o teor de Si antes da aplicaccedilatildeo dos corretivos com o teor de Si no
solo apoacutes a aplicaccedilatildeo dos corretivos e apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo verificou-se
expressivo acreacutescimo no teor Si no solo ocasionado pelos silicatos principalmente para
o Agrosiliacutecio que incrementou na meacutedia entre as fraccedilotildees granulomeacutetricas 2 6 1 e 3 mg
dm-3 de Si nos solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso respectivamente O
Silifeacutertil tambeacutem forneceu Si ao solo elevando em 1 4 0 e 3 mg dm-3 o teor de Si nos
solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso respectivamente Jaacute o Holcim
apresentou incrementos de 0 2 0 e 1 mg dm-3 respectivamente para os solos muito
argiloso argiloso meacutedio e arenoso
33
5 CONCLUSOtildeES
Os silicatos Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil proporcionam maiores valores de eficiecircncia
relativa na correccedilatildeo da acidez do solo em comparaccedilatildeo ao calcaacuterio e ao silicato Holcim
na fraccedilatildeo granulomeacutetrica entre 030 e 084 mm
Quanto menor a fraccedilatildeo granulomeacutetrica do silicato maior eacute a eficiecircncia relativa
na correccedilatildeo da acidez do solo e maior eacute o fornecimento de Si para o solo
O Agrosiliacutecio apresenta melhores resultados no fornecimento de Si ao solo
seguido do Silifeacutertil e do Holcim
O periacuteodo de 30 dias em condiccedilotildees de umidade mantida agrave 80 da capacidade
de campo eacute um periacuteodo suficiente para a correccedilatildeo da acidez do solo e fornecimento de
Si pelos silicatos ao solo
34
6 REFEREcircNCIAS
ALCARDE JC PAULINO VT DERNARDIN J S Avaliaccedilatildeo da reatividade de corretivos da acidez do solo Revista Brasileira de Ciecircncia do Solo Campinas v 13 p 387-392 1989
ALCARDE JC Corretivos de acidez dos solos caracteriacutesticas e interpretaccedilotildees teacutecnicas Satildeo Paulo ANDA 1992 24p (Boletim Teacutecnico 6)
ALCARDE JC RODELLA AA Avaliaccedilatildeo quiacutemica de corretivos de acidez para fins agriacutecolas uma nova proposiccedilatildeo Scientia Agriacutecola Piracicaba v 53 n 2 ndash 3 1996
ALVAREZ V VH RIBEIRO AC Calagem In RIBEIRO AC GUIMARAtildeES PTG GUIMARAtildeES PTG ALVAREZ V VH (Ed) Recomendaccedilotildees para o uso de corretivos e fertilizantes em Minas Gerais ndash 5ordf Aproximaccedilatildeo Viccedilosa CFSEMG 1999 p 43-60
ALVAREZ V VH Correlaccedilatildeo e calibraccedilatildeo de meacutetodos de anaacutelise de solos In ALVAREZ V VH FONTES LEF FONTES MPF (Ed) O solo nos grandes domiacutenios morfoclimaacuteticos do Brasil e o desenvolvimento sustentado Viccedilosa Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo 1996 p 615-646
ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DOS PRODUTORES DE CALCAacuteRIO Calcaacuterio agriacutecola ndash Brasil consumo aparente por estado (1992 ndash 2006) Disponiacutevel em lthttpwwwcalcario-rscombrgt Acesso em 25 de novembro de 2008
BALASTRA MLFC PEREZ CM JULIANO BO VILLAREAL P Effects of siacutelica level on some properties of Oriza sativa straw and hull Canadian Journal of Botany Ottawa v 67 p 2356-2363 1989
BARBOSA FILHO MP SNYDER G H PRABHU A S DATNOFF L E KORNDOumlRFER G H Importacircncia do siliacutecio para a cultura do arroz Informaccedilotildees agronocircmicas v 89 p 1-8 2000
BELLINGIERI PA Avaliaccedilatildeo em laboratoacuterio da eficiecircncia de diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas de calcaacuterios agriacutecolas 1983 99f Tese (Doutorado) ndash Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Universidade de Satildeo Paulo Piracicaba 1983
BELLINGIERI PA ALCARDE JC amp SOUZA ECA Avaliaccedilatildeo da qualidade de calcaacuterios agriacutecolas atraveacutes do PRNT Anais da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Piracicaba v 45 n 2 p 579-588 1988
BELLINGIERI PA ALCARDE JC SOUZA ECA de Eficiecircncia relativa de diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas de calcaacuterios na neutralizaccedilatildeo da acidez dos solos avaliada em laboratoacuterio Anais da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Piracicaba v46 n2 1989 p 303-317
35
BELLINGIERI PA SOUZA ECA ALCARDE JC SHIKASHO HW Importacircncia da reatividade do calcaacuterio sobre a produccedilatildeo e algumas caracteriacutesticas da soja Scientia Agricola Piracicaba v 49 p 61-71 1992
BRASIL MAPA Laboratoacuterio Nacional de Referecircncia Vegetal Anaacutelise de corretivos fertilizantes e inoculantes Brasiacutelia 1983 104p
BRUNAUER S EMMETT P H TELLER E Adsorption of gases in multimolecular layers In Journal of the American Chemical Society New York v 60 p 309-19 1938
CATANI RA ALONSO O Avaliaccedilatildeo e exigecircncia de calcaacuterio do solo Anais da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Piracicaba v 26 p 141-156 1969
CATE R Sugestotildees para adubaccedilatildeo com base na anaacutelise de solos Raleigh North Caroline State University 1965 16p
DAYANADAM P KAUFMAN PB FRANKLIN CL Detection of siacutelica in plants American Journal of Botany Columbus v 70 p 1079-1084 1983
DEFELIPO BV BRAGA JM SPIES C Comparaccedilatildeo entre meacutetodos de determinaccedilatildeo da necessidade de calcaacuterio de solos de Minas Gerais Experientiae v 13 p 111-136 1982
EMBRAPA C N P S Manual de meacutetodos de anaacutelise de solo Rio de Janeiro 1997 212p
EPSTEIN E Silicon Annu Rev Plant Physiol Plant Molec Biol Palo Alto v 50 1999 p 641 - 664
FERREIRA DF SISVAR versatildeo 43 (Build 41) Lavras UFLADEX 1999 4 disquetes
FURTINI NETO A VALE FR RESENDE A V GUILHERME L R G GUEDES G A A Fertilidade do solo Lavras UFLAFAEPE 2001 252p
GASCHO G J Silicon sources for agriculture In DATNOFF L E SNYDER G H KORNDOumlRFER G H (Ed) Silicon in agriculture Amsterdan Elsevier 2001 cap 12 p 197-207
KAMINSKI J RHEINHEIMER DS A acidez do solo e a nutriccedilatildeo mineral de plantas In KAMINSKI J (Ed) Uso de corretivos da acidez do solo no plantio direto Pelotas SBCSNRS 2000 cap2 p 21 - 39
KORNDOumlRFER G H Elementos beneacuteficos In FERNANDES M S Nutriccedilatildeo mineral de plantas Viccedilosa Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo 2006 432p
36
KORNDOumlRFER G H DATNOFF L E Adubaccedilatildeo com siliacutecio uma alternativa no controle de doenccedilas da cana-de-accediluacutecar e do arroz Informaccedilotildees Agronocircmicas Piracicaba v 70 p 1-5 1995
KORNDOumlRFER G H PEREIRA H S CAMARGO M S Silicatos de caacutelcio e magneacutesio na agricultura 3 ed Uberlacircndia 2004 28 p (Boletim Teacutecnico n1)
KORNDOumlRFER G H PEREIRA H S NOLLA A Anaacutelise de siliacutecio solo planta e fertilizante 1 ed Uberlacircndia 2004 50 p (Boletim Teacutecnico n2)
KORNDOumlRFER G H PEREIRA H S CAMARGO M S Silicatos de caacutelcio e magneacutesio na agricultura 2 ed Uberlacircndia 2003 15 p (Boletim Teacutecnico n1)
KORNDOumlRFER G H PEREIRA H S CAMARGO M S Papel do siliacutecio na produccedilatildeo de cana-de-accediluacutecar STAB v 21 n 2 2002 4 p
KORNDOumlRFER G H LEPSCH I Effect of silicon on plant growth and crop yeld In DATNOFF L E SNYDER G H KORNDOumlRFER G H (Ed) Silicon in agriculture Amsterdan Elsevier 2001 p 133 ndash 147
KURIHARA CH MAEDA S HERNANI LC SILVA WM Eficiecircncia relativa de fraccedilotildees granulomeacutetricas de calcaacuterios sul-mato-grossenses Pesquisa Agropecuaacuteria Brasileira Brasiacutelia v34 n 8 p 1443 - 1449 1999
LOPES A S SILVA MC GUILHERME L R G Acidez do solo e calagem 3 ed Satildeo Paulo ANDA 1990 22 p (Boletim Teacutecnico 1)
LOPES A S Manual de fertilidade do solo Satildeo Paulo ANDAPOTAFOacuteS 1989 153p
MA JF TAKAHASHI E Soil fertilizer and plant silicon research in Japan Amosterdan Elsevier Science 2002 281 p
MALAVOLTA E Manual de quiacutemica agriacutecola adubos e adubaccedilatildeo Satildeo Paulo Agronocircmica Ceres 1981 608 p
MARSCHNER H Mineral nutrition of higher plants 2 ed LondresAcademic Press 1995 889p
MCKEAGUE J A CLINE M G Silica in soils Advances in Agronomy New York v 15n 3 p 339-397 1963
MEURER E J Fundamentos de quiacutemica do solo 3 ed Porto Alegre Evangraf 2006 285p
MIYAKE Y TAKAHASHI E Effect of silicon on the growth of cucumber plant in soil culture Soil Science Plant Nutrition Tokyo v 29 p 463-471 1983
37
NOVAIS R F BARROS N F LEITE F P TEIXEIRA J L LEAL P G L Eficiecircncia agronocircmica de escoacuterias de siderurgia Pains Viccedilosa Universidade Federal de Viccedilosa 1993
OLIVEIRA AC HAHNE H BARROS NF MORAIS EJ Uso de escoacuteria de alto forno como fonte de nutrientes na adubaccedilatildeo florestal In GUERRINI IA BELLOTE AFJ BUumlLL LT (Ed) Seminaacuterio sobre uso de resiacuteduos florestais e urbanos em florestas Botucatu Fundaccedilatildeo de Estudos e Pesquisas Agriacutecolas e Florestais 1994 p 77-96
PEREIRA HS KORNDOumlRFER GH VIDAL AA CAMARGO MS Silicon sources for rice crop Scientia Agriacutecola Piracicaba v 61 p 522-528 2004
PLESE L P M Efeito da umidade do solo na reatividade das fraccedilotildees granulomeacutetricas de um calcaacuterio 2000 49f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) ndash Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Universidade de Satildeo Paulo Piracicaba 2000
PRADO R M FERNANDES F M NATALE W Uso de escoacuteria de siderurgia no Brasil estudos na cultura da cana-de-accediluacutecar Jaboticabal Funep 2001 67p
PROGRAMA INTERLABORATORIAL DE CONTROLE DE QUALIDADE DE ANAacuteLISE DE SOLO Manual do laboratorista 2005 33p
RAIJ BV Avaliaccedilatildeo da fertilidade do solo Piracicaba Associaccedilatildeo Brasileira para Pesquisa da Potassa e do Fosfato 1981 142p
RAIJ B V CANTARELLA H QUAGGIO J A FURLANI A M C Recomendaccedilatildeo de adubaccedilatildeo e calagem para o estado de Satildeo Paulo Campinas IAC 1996 285p (IAC Boletim 100)
SCOTT AJ KNOTT MA A cluster analysis method for grouping means in the analysis of variance Biometrics Washington v 30 n 2 1974 p 507-512
SHOEMAKER HE MCCLEAN E PRATT PF Buffer methods for determining lime requirements of soil with appreciable amounts of extractable aluminium Soil Sci Soc Am Proc Madison v 25 p 274-277 1961
SOUSA D M G MIRANDA L N OLIVEIRA S A Acidez do solo e sua correccedilatildeo In NOVAIS R F ALVAREZ V V H BARROS N F FONTES R L F CANTARUTTI R B NEVES J C L Fertilidade do solo Viccedilosa Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo 2007 p 205 ndash 274
SOUSA D M G LOBATO E Cerrado correccedilatildeo do solo e adubaccedilatildeo Brasiacutelia Embrapa Informaccedilatildeo Tecnoloacutegica 2004 416p
VERAS M C M VIEIRA W TEIXEIRA L S M ALCARDE J C OLIVEIRA L B Manual de meacutetodos analiacuteticos oficiais para fertilizantes minerais orgacircnicos organominerais e corretivos 1 ed Brasiacutelia MAPA 2007 v 1
38
WERNER D ROTH R Siacutelica metabolism In LAUCHILI A BIELESKI RL (Ed) Encyclopedia of plant physiology New Series Berlin Springer-Velag 1983 v 15B p 682-694
- Parte inicial dissertaccedilatildeopdf
- RESUMOpdf
- Corpo da dissertaccedilatildeopdf
-
30
de Si ao solo poreacutem quando se avaliaram as fraccedilotildees mais finas observou-se maiores
valores de Si para o Agrosiliacutecio na fraccedilatildeo de 03 a 084 mm (20 a 50 mesh) e para o
Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil quando o corretivo foi aplicado na granulometria inferior a 03
mm (gt 50 mesh) estes resultados tambeacutem se repetiram no solo arenoso (Tabela 13)
Para o solo argiloso o Agrosiliacutecio foi o silicato que promoveu maiores valores
de Si no solo quando tambeacutem se avaliaram as fraccedilotildees granulomeacutetricas inferiores a 20
mm (gt 10 mesh) apenas para a fraccedilatildeo mais grossa maior que 20 mm o Agrosiliacutecio o
Silifeacutertil e o Holcim natildeo diferiram estatisticamente variando apenas em relaccedilatildeo ao
calcaacuterio que eacute o uacutenico corretivo avaliado que natildeo apresenta Si em sua constituiccedilatildeo
No solo de textura meacutedia o Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil proporcionaram a mesma
eficiecircncia no fornecimento de Si para o solo (fraccedilotildees 20 a 50 mesh e lt 10 mesh) na
fraccedilatildeo mais fina (gt 50 mesh) os trecircs silicatos avaliados resultaram nos mesmos valores
de Si no solo deferindo apenas do calcaacuterio jaacute na fraccedilatildeo entre 10 a 20 mesh todos os
corretivos proporcionaram o mesmo resultado
De maneira geral a granulometria natildeo resultou em diferenccedilas no fornecimento
de Si pelos silicatos exceto no solo argiloso em que se observa que quanto menor a
granulometria maior foi o teor de Si no solo (Tabela 13)
Ao se avaliar os efeitos do calcaacuterio em relaccedilatildeo ao teor de Si no solo pode-se
observar que quanto menor a fraccedilatildeo granulomeacutetrica do calcaacuterio menores os teores de Si
no solo Este fato pode estar associado a maior alteraccedilatildeo causada no pH do solo pelas
fraccedilotildees mais finas do calcaacuterio reduzindo assim sua disponibilidade de Si corroborando
aos dados de McKeague e Cline (1963) em que o aumento de pH de 6 para 9 reduziu
de 36 para 6 mg dm-3 a concentraccedilatildeo de Si soluacutevel
44 Teor de siliacutecio no solo apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo
De maneira geral pode-se observar que o Agrosiliacutecio promoveu maior
incremento de Si no solo apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo exceto para a fraccedilatildeo
granulomeacutetrica entre 20 a 50 mesh e no solo de textura meacutedia em que o Silifeacutertil e o
Holcim obtiveram resultados semelhantes ao Agrosiliacutecio (Tabela 14)
Quanto agraves fraccedilotildees granulomeacutetricas observou-se que quanto menor a fraccedilatildeo
granulomeacutetrica independente do silicato maior foi o fornecimento de Si ao solo
seguindo a tendecircncia encontrada por Oliveira e colaboradores (1994) em que escoacuterias
31
de alto forno com partiacuteculas menores que 03 mm foram mais eficientes no
fornecimento de Ca e Mg para o solo quando comparadas as fraccedilotildees mais grosseiras
Tabela 14 Teor de Si no solo em funccedilatildeo da fraccedilatildeo granulomeacutetrica e do corretivo
utilizado para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso apoacutes 90 dias de
incubaccedilatildeo
Peneiras ABNT (mesh) Corretivos 5 - 10 10 - 20 20 - 50 gt 50 Meacutedia
-------------------------------- Si (mg kg-1) --------------------------------------
Solo muito argiloso Agrosiliacutecio 8
Ab
9
Aa
9
Aa
9
Aa
9 Silifeacutertil 6
Bb
7
Bb
7
Ba
8
Ba
7 Holcim 7
Bb
7
Bb
6
Cb
8
Ba
7 Calcaacuterio 6
Ba
6
Ba
5
Db
5
Cb
6 Meacutedia 7
7
7
7
7 Solo argiloso
Agrosiliacutecio 7
Ac
11
Ab
13
Aa
13
Aa
11 Silifeacutertil 5
Bc
7
Bb
9
Ba
9
Ba
8 Holcim 6
Bb
5
Cb
6
Cb
9
Ba
7 Calcaacuterio 4
Ca
4
Da
4
Da
3
Cb
4 Meacutedia 5
7
8
9
7 Solo meacutedio
Agrosiliacutecio 10
Aa
11
Aa
10
Aa
11
Aa
11 Silifeacutertil 10
Ba
10
Ba
10
Aa
10
Ba
10 Holcim 10
Bb
10
Bb
10
Ab
11
Aa
10 Calcaacuterio 9
Ba
10
Ba
9
Bb
8
Cc
9 Meacutedia 10
10
10
10
10 Solo arenoso
Agrosiliacutecio 4
Ac
6
Ab
7
Aa
7
Aa
6 Silifeacutertil 3
Bc
4
Bb
6
Ba
6
Ba
5 Holcim 3
Bc
3
Cb
4
Cb
5
Ca
4 Calcaacuterio 2
Ca
2
Da
2
Da
2
Da
2 Meacutedia 3
4
5
5
4 Letras maiuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na coluna e letras minuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na linha (Scott-Knott a 5)
Para todos os solos analisados observou-se a seguinte sequecircncia para o teor de
Si Agrosiliacutecio gt Silifeacutertil gt Holcim gt Calcaacuterio Fato este que acompanha a tendecircncia
observada na avaliaccedilatildeo da reatividade na correccedilatildeo da acidez do solo exceto para o
calcaacuterio por natildeo apresentar Si em sua constituiccedilatildeo
32
Korndoumlrfer e colaboradores (2004) apresentaram a solubilidade de diferentes
silicatos evidenciando que o Agrosiliacutecio (escoacuteria de aciaria) apresentou maiores valores
de solubilidade em relaccedilatildeo aos valores obtidos pela escoacuteria de alto forno como o
Holcim com valores de 43 e 7 respectivamente Estas diferenccedilas em solubilidade
explicam os valores encontrados tanto na avaliaccedilatildeo aos 30 como aos 90 dias de
incubaccedilatildeo
Pereira e colaboradores (2004) em trabalho para a avaliaccedilatildeo da eficiecircncia de
fontes de Si para a cultura do arroz encontraram que a fonte que proporcionou mais
extraccedilatildeo de Si para os gratildeos foi a escoacuteria oriunda da produccedilatildeo de accedilo inox dado que
corrobora os resultados encontrados neste trabalho em que o Agrosiliacutecio (escoacuteria de
aciaria) apresentou maior disponibilizaccedilatildeo de Si para o solo
Nas comparaccedilotildees entre os resultados do teor de Si no solo apoacutes 30 e 90 dias de
incubaccedilatildeo os resultados praticamente se equivalem demonstrando que 30 dias foi um
periacuteodo suficiente para que os silicatos fornecessem Si
Comparando o teor de Si antes da aplicaccedilatildeo dos corretivos com o teor de Si no
solo apoacutes a aplicaccedilatildeo dos corretivos e apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo verificou-se
expressivo acreacutescimo no teor Si no solo ocasionado pelos silicatos principalmente para
o Agrosiliacutecio que incrementou na meacutedia entre as fraccedilotildees granulomeacutetricas 2 6 1 e 3 mg
dm-3 de Si nos solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso respectivamente O
Silifeacutertil tambeacutem forneceu Si ao solo elevando em 1 4 0 e 3 mg dm-3 o teor de Si nos
solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso respectivamente Jaacute o Holcim
apresentou incrementos de 0 2 0 e 1 mg dm-3 respectivamente para os solos muito
argiloso argiloso meacutedio e arenoso
33
5 CONCLUSOtildeES
Os silicatos Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil proporcionam maiores valores de eficiecircncia
relativa na correccedilatildeo da acidez do solo em comparaccedilatildeo ao calcaacuterio e ao silicato Holcim
na fraccedilatildeo granulomeacutetrica entre 030 e 084 mm
Quanto menor a fraccedilatildeo granulomeacutetrica do silicato maior eacute a eficiecircncia relativa
na correccedilatildeo da acidez do solo e maior eacute o fornecimento de Si para o solo
O Agrosiliacutecio apresenta melhores resultados no fornecimento de Si ao solo
seguido do Silifeacutertil e do Holcim
O periacuteodo de 30 dias em condiccedilotildees de umidade mantida agrave 80 da capacidade
de campo eacute um periacuteodo suficiente para a correccedilatildeo da acidez do solo e fornecimento de
Si pelos silicatos ao solo
34
6 REFEREcircNCIAS
ALCARDE JC PAULINO VT DERNARDIN J S Avaliaccedilatildeo da reatividade de corretivos da acidez do solo Revista Brasileira de Ciecircncia do Solo Campinas v 13 p 387-392 1989
ALCARDE JC Corretivos de acidez dos solos caracteriacutesticas e interpretaccedilotildees teacutecnicas Satildeo Paulo ANDA 1992 24p (Boletim Teacutecnico 6)
ALCARDE JC RODELLA AA Avaliaccedilatildeo quiacutemica de corretivos de acidez para fins agriacutecolas uma nova proposiccedilatildeo Scientia Agriacutecola Piracicaba v 53 n 2 ndash 3 1996
ALVAREZ V VH RIBEIRO AC Calagem In RIBEIRO AC GUIMARAtildeES PTG GUIMARAtildeES PTG ALVAREZ V VH (Ed) Recomendaccedilotildees para o uso de corretivos e fertilizantes em Minas Gerais ndash 5ordf Aproximaccedilatildeo Viccedilosa CFSEMG 1999 p 43-60
ALVAREZ V VH Correlaccedilatildeo e calibraccedilatildeo de meacutetodos de anaacutelise de solos In ALVAREZ V VH FONTES LEF FONTES MPF (Ed) O solo nos grandes domiacutenios morfoclimaacuteticos do Brasil e o desenvolvimento sustentado Viccedilosa Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo 1996 p 615-646
ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DOS PRODUTORES DE CALCAacuteRIO Calcaacuterio agriacutecola ndash Brasil consumo aparente por estado (1992 ndash 2006) Disponiacutevel em lthttpwwwcalcario-rscombrgt Acesso em 25 de novembro de 2008
BALASTRA MLFC PEREZ CM JULIANO BO VILLAREAL P Effects of siacutelica level on some properties of Oriza sativa straw and hull Canadian Journal of Botany Ottawa v 67 p 2356-2363 1989
BARBOSA FILHO MP SNYDER G H PRABHU A S DATNOFF L E KORNDOumlRFER G H Importacircncia do siliacutecio para a cultura do arroz Informaccedilotildees agronocircmicas v 89 p 1-8 2000
BELLINGIERI PA Avaliaccedilatildeo em laboratoacuterio da eficiecircncia de diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas de calcaacuterios agriacutecolas 1983 99f Tese (Doutorado) ndash Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Universidade de Satildeo Paulo Piracicaba 1983
BELLINGIERI PA ALCARDE JC amp SOUZA ECA Avaliaccedilatildeo da qualidade de calcaacuterios agriacutecolas atraveacutes do PRNT Anais da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Piracicaba v 45 n 2 p 579-588 1988
BELLINGIERI PA ALCARDE JC SOUZA ECA de Eficiecircncia relativa de diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas de calcaacuterios na neutralizaccedilatildeo da acidez dos solos avaliada em laboratoacuterio Anais da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Piracicaba v46 n2 1989 p 303-317
35
BELLINGIERI PA SOUZA ECA ALCARDE JC SHIKASHO HW Importacircncia da reatividade do calcaacuterio sobre a produccedilatildeo e algumas caracteriacutesticas da soja Scientia Agricola Piracicaba v 49 p 61-71 1992
BRASIL MAPA Laboratoacuterio Nacional de Referecircncia Vegetal Anaacutelise de corretivos fertilizantes e inoculantes Brasiacutelia 1983 104p
BRUNAUER S EMMETT P H TELLER E Adsorption of gases in multimolecular layers In Journal of the American Chemical Society New York v 60 p 309-19 1938
CATANI RA ALONSO O Avaliaccedilatildeo e exigecircncia de calcaacuterio do solo Anais da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Piracicaba v 26 p 141-156 1969
CATE R Sugestotildees para adubaccedilatildeo com base na anaacutelise de solos Raleigh North Caroline State University 1965 16p
DAYANADAM P KAUFMAN PB FRANKLIN CL Detection of siacutelica in plants American Journal of Botany Columbus v 70 p 1079-1084 1983
DEFELIPO BV BRAGA JM SPIES C Comparaccedilatildeo entre meacutetodos de determinaccedilatildeo da necessidade de calcaacuterio de solos de Minas Gerais Experientiae v 13 p 111-136 1982
EMBRAPA C N P S Manual de meacutetodos de anaacutelise de solo Rio de Janeiro 1997 212p
EPSTEIN E Silicon Annu Rev Plant Physiol Plant Molec Biol Palo Alto v 50 1999 p 641 - 664
FERREIRA DF SISVAR versatildeo 43 (Build 41) Lavras UFLADEX 1999 4 disquetes
FURTINI NETO A VALE FR RESENDE A V GUILHERME L R G GUEDES G A A Fertilidade do solo Lavras UFLAFAEPE 2001 252p
GASCHO G J Silicon sources for agriculture In DATNOFF L E SNYDER G H KORNDOumlRFER G H (Ed) Silicon in agriculture Amsterdan Elsevier 2001 cap 12 p 197-207
KAMINSKI J RHEINHEIMER DS A acidez do solo e a nutriccedilatildeo mineral de plantas In KAMINSKI J (Ed) Uso de corretivos da acidez do solo no plantio direto Pelotas SBCSNRS 2000 cap2 p 21 - 39
KORNDOumlRFER G H Elementos beneacuteficos In FERNANDES M S Nutriccedilatildeo mineral de plantas Viccedilosa Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo 2006 432p
36
KORNDOumlRFER G H DATNOFF L E Adubaccedilatildeo com siliacutecio uma alternativa no controle de doenccedilas da cana-de-accediluacutecar e do arroz Informaccedilotildees Agronocircmicas Piracicaba v 70 p 1-5 1995
KORNDOumlRFER G H PEREIRA H S CAMARGO M S Silicatos de caacutelcio e magneacutesio na agricultura 3 ed Uberlacircndia 2004 28 p (Boletim Teacutecnico n1)
KORNDOumlRFER G H PEREIRA H S NOLLA A Anaacutelise de siliacutecio solo planta e fertilizante 1 ed Uberlacircndia 2004 50 p (Boletim Teacutecnico n2)
KORNDOumlRFER G H PEREIRA H S CAMARGO M S Silicatos de caacutelcio e magneacutesio na agricultura 2 ed Uberlacircndia 2003 15 p (Boletim Teacutecnico n1)
KORNDOumlRFER G H PEREIRA H S CAMARGO M S Papel do siliacutecio na produccedilatildeo de cana-de-accediluacutecar STAB v 21 n 2 2002 4 p
KORNDOumlRFER G H LEPSCH I Effect of silicon on plant growth and crop yeld In DATNOFF L E SNYDER G H KORNDOumlRFER G H (Ed) Silicon in agriculture Amsterdan Elsevier 2001 p 133 ndash 147
KURIHARA CH MAEDA S HERNANI LC SILVA WM Eficiecircncia relativa de fraccedilotildees granulomeacutetricas de calcaacuterios sul-mato-grossenses Pesquisa Agropecuaacuteria Brasileira Brasiacutelia v34 n 8 p 1443 - 1449 1999
LOPES A S SILVA MC GUILHERME L R G Acidez do solo e calagem 3 ed Satildeo Paulo ANDA 1990 22 p (Boletim Teacutecnico 1)
LOPES A S Manual de fertilidade do solo Satildeo Paulo ANDAPOTAFOacuteS 1989 153p
MA JF TAKAHASHI E Soil fertilizer and plant silicon research in Japan Amosterdan Elsevier Science 2002 281 p
MALAVOLTA E Manual de quiacutemica agriacutecola adubos e adubaccedilatildeo Satildeo Paulo Agronocircmica Ceres 1981 608 p
MARSCHNER H Mineral nutrition of higher plants 2 ed LondresAcademic Press 1995 889p
MCKEAGUE J A CLINE M G Silica in soils Advances in Agronomy New York v 15n 3 p 339-397 1963
MEURER E J Fundamentos de quiacutemica do solo 3 ed Porto Alegre Evangraf 2006 285p
MIYAKE Y TAKAHASHI E Effect of silicon on the growth of cucumber plant in soil culture Soil Science Plant Nutrition Tokyo v 29 p 463-471 1983
37
NOVAIS R F BARROS N F LEITE F P TEIXEIRA J L LEAL P G L Eficiecircncia agronocircmica de escoacuterias de siderurgia Pains Viccedilosa Universidade Federal de Viccedilosa 1993
OLIVEIRA AC HAHNE H BARROS NF MORAIS EJ Uso de escoacuteria de alto forno como fonte de nutrientes na adubaccedilatildeo florestal In GUERRINI IA BELLOTE AFJ BUumlLL LT (Ed) Seminaacuterio sobre uso de resiacuteduos florestais e urbanos em florestas Botucatu Fundaccedilatildeo de Estudos e Pesquisas Agriacutecolas e Florestais 1994 p 77-96
PEREIRA HS KORNDOumlRFER GH VIDAL AA CAMARGO MS Silicon sources for rice crop Scientia Agriacutecola Piracicaba v 61 p 522-528 2004
PLESE L P M Efeito da umidade do solo na reatividade das fraccedilotildees granulomeacutetricas de um calcaacuterio 2000 49f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) ndash Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Universidade de Satildeo Paulo Piracicaba 2000
PRADO R M FERNANDES F M NATALE W Uso de escoacuteria de siderurgia no Brasil estudos na cultura da cana-de-accediluacutecar Jaboticabal Funep 2001 67p
PROGRAMA INTERLABORATORIAL DE CONTROLE DE QUALIDADE DE ANAacuteLISE DE SOLO Manual do laboratorista 2005 33p
RAIJ BV Avaliaccedilatildeo da fertilidade do solo Piracicaba Associaccedilatildeo Brasileira para Pesquisa da Potassa e do Fosfato 1981 142p
RAIJ B V CANTARELLA H QUAGGIO J A FURLANI A M C Recomendaccedilatildeo de adubaccedilatildeo e calagem para o estado de Satildeo Paulo Campinas IAC 1996 285p (IAC Boletim 100)
SCOTT AJ KNOTT MA A cluster analysis method for grouping means in the analysis of variance Biometrics Washington v 30 n 2 1974 p 507-512
SHOEMAKER HE MCCLEAN E PRATT PF Buffer methods for determining lime requirements of soil with appreciable amounts of extractable aluminium Soil Sci Soc Am Proc Madison v 25 p 274-277 1961
SOUSA D M G MIRANDA L N OLIVEIRA S A Acidez do solo e sua correccedilatildeo In NOVAIS R F ALVAREZ V V H BARROS N F FONTES R L F CANTARUTTI R B NEVES J C L Fertilidade do solo Viccedilosa Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo 2007 p 205 ndash 274
SOUSA D M G LOBATO E Cerrado correccedilatildeo do solo e adubaccedilatildeo Brasiacutelia Embrapa Informaccedilatildeo Tecnoloacutegica 2004 416p
VERAS M C M VIEIRA W TEIXEIRA L S M ALCARDE J C OLIVEIRA L B Manual de meacutetodos analiacuteticos oficiais para fertilizantes minerais orgacircnicos organominerais e corretivos 1 ed Brasiacutelia MAPA 2007 v 1
38
WERNER D ROTH R Siacutelica metabolism In LAUCHILI A BIELESKI RL (Ed) Encyclopedia of plant physiology New Series Berlin Springer-Velag 1983 v 15B p 682-694
- Parte inicial dissertaccedilatildeopdf
- RESUMOpdf
- Corpo da dissertaccedilatildeopdf
-
31
de alto forno com partiacuteculas menores que 03 mm foram mais eficientes no
fornecimento de Ca e Mg para o solo quando comparadas as fraccedilotildees mais grosseiras
Tabela 14 Teor de Si no solo em funccedilatildeo da fraccedilatildeo granulomeacutetrica e do corretivo
utilizado para os solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso apoacutes 90 dias de
incubaccedilatildeo
Peneiras ABNT (mesh) Corretivos 5 - 10 10 - 20 20 - 50 gt 50 Meacutedia
-------------------------------- Si (mg kg-1) --------------------------------------
Solo muito argiloso Agrosiliacutecio 8
Ab
9
Aa
9
Aa
9
Aa
9 Silifeacutertil 6
Bb
7
Bb
7
Ba
8
Ba
7 Holcim 7
Bb
7
Bb
6
Cb
8
Ba
7 Calcaacuterio 6
Ba
6
Ba
5
Db
5
Cb
6 Meacutedia 7
7
7
7
7 Solo argiloso
Agrosiliacutecio 7
Ac
11
Ab
13
Aa
13
Aa
11 Silifeacutertil 5
Bc
7
Bb
9
Ba
9
Ba
8 Holcim 6
Bb
5
Cb
6
Cb
9
Ba
7 Calcaacuterio 4
Ca
4
Da
4
Da
3
Cb
4 Meacutedia 5
7
8
9
7 Solo meacutedio
Agrosiliacutecio 10
Aa
11
Aa
10
Aa
11
Aa
11 Silifeacutertil 10
Ba
10
Ba
10
Aa
10
Ba
10 Holcim 10
Bb
10
Bb
10
Ab
11
Aa
10 Calcaacuterio 9
Ba
10
Ba
9
Bb
8
Cc
9 Meacutedia 10
10
10
10
10 Solo arenoso
Agrosiliacutecio 4
Ac
6
Ab
7
Aa
7
Aa
6 Silifeacutertil 3
Bc
4
Bb
6
Ba
6
Ba
5 Holcim 3
Bc
3
Cb
4
Cb
5
Ca
4 Calcaacuterio 2
Ca
2
Da
2
Da
2
Da
2 Meacutedia 3
4
5
5
4 Letras maiuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na coluna e letras minuacutesculas diferentes representam diferenccedilas significativas na linha (Scott-Knott a 5)
Para todos os solos analisados observou-se a seguinte sequecircncia para o teor de
Si Agrosiliacutecio gt Silifeacutertil gt Holcim gt Calcaacuterio Fato este que acompanha a tendecircncia
observada na avaliaccedilatildeo da reatividade na correccedilatildeo da acidez do solo exceto para o
calcaacuterio por natildeo apresentar Si em sua constituiccedilatildeo
32
Korndoumlrfer e colaboradores (2004) apresentaram a solubilidade de diferentes
silicatos evidenciando que o Agrosiliacutecio (escoacuteria de aciaria) apresentou maiores valores
de solubilidade em relaccedilatildeo aos valores obtidos pela escoacuteria de alto forno como o
Holcim com valores de 43 e 7 respectivamente Estas diferenccedilas em solubilidade
explicam os valores encontrados tanto na avaliaccedilatildeo aos 30 como aos 90 dias de
incubaccedilatildeo
Pereira e colaboradores (2004) em trabalho para a avaliaccedilatildeo da eficiecircncia de
fontes de Si para a cultura do arroz encontraram que a fonte que proporcionou mais
extraccedilatildeo de Si para os gratildeos foi a escoacuteria oriunda da produccedilatildeo de accedilo inox dado que
corrobora os resultados encontrados neste trabalho em que o Agrosiliacutecio (escoacuteria de
aciaria) apresentou maior disponibilizaccedilatildeo de Si para o solo
Nas comparaccedilotildees entre os resultados do teor de Si no solo apoacutes 30 e 90 dias de
incubaccedilatildeo os resultados praticamente se equivalem demonstrando que 30 dias foi um
periacuteodo suficiente para que os silicatos fornecessem Si
Comparando o teor de Si antes da aplicaccedilatildeo dos corretivos com o teor de Si no
solo apoacutes a aplicaccedilatildeo dos corretivos e apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo verificou-se
expressivo acreacutescimo no teor Si no solo ocasionado pelos silicatos principalmente para
o Agrosiliacutecio que incrementou na meacutedia entre as fraccedilotildees granulomeacutetricas 2 6 1 e 3 mg
dm-3 de Si nos solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso respectivamente O
Silifeacutertil tambeacutem forneceu Si ao solo elevando em 1 4 0 e 3 mg dm-3 o teor de Si nos
solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso respectivamente Jaacute o Holcim
apresentou incrementos de 0 2 0 e 1 mg dm-3 respectivamente para os solos muito
argiloso argiloso meacutedio e arenoso
33
5 CONCLUSOtildeES
Os silicatos Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil proporcionam maiores valores de eficiecircncia
relativa na correccedilatildeo da acidez do solo em comparaccedilatildeo ao calcaacuterio e ao silicato Holcim
na fraccedilatildeo granulomeacutetrica entre 030 e 084 mm
Quanto menor a fraccedilatildeo granulomeacutetrica do silicato maior eacute a eficiecircncia relativa
na correccedilatildeo da acidez do solo e maior eacute o fornecimento de Si para o solo
O Agrosiliacutecio apresenta melhores resultados no fornecimento de Si ao solo
seguido do Silifeacutertil e do Holcim
O periacuteodo de 30 dias em condiccedilotildees de umidade mantida agrave 80 da capacidade
de campo eacute um periacuteodo suficiente para a correccedilatildeo da acidez do solo e fornecimento de
Si pelos silicatos ao solo
34
6 REFEREcircNCIAS
ALCARDE JC PAULINO VT DERNARDIN J S Avaliaccedilatildeo da reatividade de corretivos da acidez do solo Revista Brasileira de Ciecircncia do Solo Campinas v 13 p 387-392 1989
ALCARDE JC Corretivos de acidez dos solos caracteriacutesticas e interpretaccedilotildees teacutecnicas Satildeo Paulo ANDA 1992 24p (Boletim Teacutecnico 6)
ALCARDE JC RODELLA AA Avaliaccedilatildeo quiacutemica de corretivos de acidez para fins agriacutecolas uma nova proposiccedilatildeo Scientia Agriacutecola Piracicaba v 53 n 2 ndash 3 1996
ALVAREZ V VH RIBEIRO AC Calagem In RIBEIRO AC GUIMARAtildeES PTG GUIMARAtildeES PTG ALVAREZ V VH (Ed) Recomendaccedilotildees para o uso de corretivos e fertilizantes em Minas Gerais ndash 5ordf Aproximaccedilatildeo Viccedilosa CFSEMG 1999 p 43-60
ALVAREZ V VH Correlaccedilatildeo e calibraccedilatildeo de meacutetodos de anaacutelise de solos In ALVAREZ V VH FONTES LEF FONTES MPF (Ed) O solo nos grandes domiacutenios morfoclimaacuteticos do Brasil e o desenvolvimento sustentado Viccedilosa Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo 1996 p 615-646
ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DOS PRODUTORES DE CALCAacuteRIO Calcaacuterio agriacutecola ndash Brasil consumo aparente por estado (1992 ndash 2006) Disponiacutevel em lthttpwwwcalcario-rscombrgt Acesso em 25 de novembro de 2008
BALASTRA MLFC PEREZ CM JULIANO BO VILLAREAL P Effects of siacutelica level on some properties of Oriza sativa straw and hull Canadian Journal of Botany Ottawa v 67 p 2356-2363 1989
BARBOSA FILHO MP SNYDER G H PRABHU A S DATNOFF L E KORNDOumlRFER G H Importacircncia do siliacutecio para a cultura do arroz Informaccedilotildees agronocircmicas v 89 p 1-8 2000
BELLINGIERI PA Avaliaccedilatildeo em laboratoacuterio da eficiecircncia de diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas de calcaacuterios agriacutecolas 1983 99f Tese (Doutorado) ndash Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Universidade de Satildeo Paulo Piracicaba 1983
BELLINGIERI PA ALCARDE JC amp SOUZA ECA Avaliaccedilatildeo da qualidade de calcaacuterios agriacutecolas atraveacutes do PRNT Anais da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Piracicaba v 45 n 2 p 579-588 1988
BELLINGIERI PA ALCARDE JC SOUZA ECA de Eficiecircncia relativa de diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas de calcaacuterios na neutralizaccedilatildeo da acidez dos solos avaliada em laboratoacuterio Anais da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Piracicaba v46 n2 1989 p 303-317
35
BELLINGIERI PA SOUZA ECA ALCARDE JC SHIKASHO HW Importacircncia da reatividade do calcaacuterio sobre a produccedilatildeo e algumas caracteriacutesticas da soja Scientia Agricola Piracicaba v 49 p 61-71 1992
BRASIL MAPA Laboratoacuterio Nacional de Referecircncia Vegetal Anaacutelise de corretivos fertilizantes e inoculantes Brasiacutelia 1983 104p
BRUNAUER S EMMETT P H TELLER E Adsorption of gases in multimolecular layers In Journal of the American Chemical Society New York v 60 p 309-19 1938
CATANI RA ALONSO O Avaliaccedilatildeo e exigecircncia de calcaacuterio do solo Anais da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Piracicaba v 26 p 141-156 1969
CATE R Sugestotildees para adubaccedilatildeo com base na anaacutelise de solos Raleigh North Caroline State University 1965 16p
DAYANADAM P KAUFMAN PB FRANKLIN CL Detection of siacutelica in plants American Journal of Botany Columbus v 70 p 1079-1084 1983
DEFELIPO BV BRAGA JM SPIES C Comparaccedilatildeo entre meacutetodos de determinaccedilatildeo da necessidade de calcaacuterio de solos de Minas Gerais Experientiae v 13 p 111-136 1982
EMBRAPA C N P S Manual de meacutetodos de anaacutelise de solo Rio de Janeiro 1997 212p
EPSTEIN E Silicon Annu Rev Plant Physiol Plant Molec Biol Palo Alto v 50 1999 p 641 - 664
FERREIRA DF SISVAR versatildeo 43 (Build 41) Lavras UFLADEX 1999 4 disquetes
FURTINI NETO A VALE FR RESENDE A V GUILHERME L R G GUEDES G A A Fertilidade do solo Lavras UFLAFAEPE 2001 252p
GASCHO G J Silicon sources for agriculture In DATNOFF L E SNYDER G H KORNDOumlRFER G H (Ed) Silicon in agriculture Amsterdan Elsevier 2001 cap 12 p 197-207
KAMINSKI J RHEINHEIMER DS A acidez do solo e a nutriccedilatildeo mineral de plantas In KAMINSKI J (Ed) Uso de corretivos da acidez do solo no plantio direto Pelotas SBCSNRS 2000 cap2 p 21 - 39
KORNDOumlRFER G H Elementos beneacuteficos In FERNANDES M S Nutriccedilatildeo mineral de plantas Viccedilosa Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo 2006 432p
36
KORNDOumlRFER G H DATNOFF L E Adubaccedilatildeo com siliacutecio uma alternativa no controle de doenccedilas da cana-de-accediluacutecar e do arroz Informaccedilotildees Agronocircmicas Piracicaba v 70 p 1-5 1995
KORNDOumlRFER G H PEREIRA H S CAMARGO M S Silicatos de caacutelcio e magneacutesio na agricultura 3 ed Uberlacircndia 2004 28 p (Boletim Teacutecnico n1)
KORNDOumlRFER G H PEREIRA H S NOLLA A Anaacutelise de siliacutecio solo planta e fertilizante 1 ed Uberlacircndia 2004 50 p (Boletim Teacutecnico n2)
KORNDOumlRFER G H PEREIRA H S CAMARGO M S Silicatos de caacutelcio e magneacutesio na agricultura 2 ed Uberlacircndia 2003 15 p (Boletim Teacutecnico n1)
KORNDOumlRFER G H PEREIRA H S CAMARGO M S Papel do siliacutecio na produccedilatildeo de cana-de-accediluacutecar STAB v 21 n 2 2002 4 p
KORNDOumlRFER G H LEPSCH I Effect of silicon on plant growth and crop yeld In DATNOFF L E SNYDER G H KORNDOumlRFER G H (Ed) Silicon in agriculture Amsterdan Elsevier 2001 p 133 ndash 147
KURIHARA CH MAEDA S HERNANI LC SILVA WM Eficiecircncia relativa de fraccedilotildees granulomeacutetricas de calcaacuterios sul-mato-grossenses Pesquisa Agropecuaacuteria Brasileira Brasiacutelia v34 n 8 p 1443 - 1449 1999
LOPES A S SILVA MC GUILHERME L R G Acidez do solo e calagem 3 ed Satildeo Paulo ANDA 1990 22 p (Boletim Teacutecnico 1)
LOPES A S Manual de fertilidade do solo Satildeo Paulo ANDAPOTAFOacuteS 1989 153p
MA JF TAKAHASHI E Soil fertilizer and plant silicon research in Japan Amosterdan Elsevier Science 2002 281 p
MALAVOLTA E Manual de quiacutemica agriacutecola adubos e adubaccedilatildeo Satildeo Paulo Agronocircmica Ceres 1981 608 p
MARSCHNER H Mineral nutrition of higher plants 2 ed LondresAcademic Press 1995 889p
MCKEAGUE J A CLINE M G Silica in soils Advances in Agronomy New York v 15n 3 p 339-397 1963
MEURER E J Fundamentos de quiacutemica do solo 3 ed Porto Alegre Evangraf 2006 285p
MIYAKE Y TAKAHASHI E Effect of silicon on the growth of cucumber plant in soil culture Soil Science Plant Nutrition Tokyo v 29 p 463-471 1983
37
NOVAIS R F BARROS N F LEITE F P TEIXEIRA J L LEAL P G L Eficiecircncia agronocircmica de escoacuterias de siderurgia Pains Viccedilosa Universidade Federal de Viccedilosa 1993
OLIVEIRA AC HAHNE H BARROS NF MORAIS EJ Uso de escoacuteria de alto forno como fonte de nutrientes na adubaccedilatildeo florestal In GUERRINI IA BELLOTE AFJ BUumlLL LT (Ed) Seminaacuterio sobre uso de resiacuteduos florestais e urbanos em florestas Botucatu Fundaccedilatildeo de Estudos e Pesquisas Agriacutecolas e Florestais 1994 p 77-96
PEREIRA HS KORNDOumlRFER GH VIDAL AA CAMARGO MS Silicon sources for rice crop Scientia Agriacutecola Piracicaba v 61 p 522-528 2004
PLESE L P M Efeito da umidade do solo na reatividade das fraccedilotildees granulomeacutetricas de um calcaacuterio 2000 49f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) ndash Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Universidade de Satildeo Paulo Piracicaba 2000
PRADO R M FERNANDES F M NATALE W Uso de escoacuteria de siderurgia no Brasil estudos na cultura da cana-de-accediluacutecar Jaboticabal Funep 2001 67p
PROGRAMA INTERLABORATORIAL DE CONTROLE DE QUALIDADE DE ANAacuteLISE DE SOLO Manual do laboratorista 2005 33p
RAIJ BV Avaliaccedilatildeo da fertilidade do solo Piracicaba Associaccedilatildeo Brasileira para Pesquisa da Potassa e do Fosfato 1981 142p
RAIJ B V CANTARELLA H QUAGGIO J A FURLANI A M C Recomendaccedilatildeo de adubaccedilatildeo e calagem para o estado de Satildeo Paulo Campinas IAC 1996 285p (IAC Boletim 100)
SCOTT AJ KNOTT MA A cluster analysis method for grouping means in the analysis of variance Biometrics Washington v 30 n 2 1974 p 507-512
SHOEMAKER HE MCCLEAN E PRATT PF Buffer methods for determining lime requirements of soil with appreciable amounts of extractable aluminium Soil Sci Soc Am Proc Madison v 25 p 274-277 1961
SOUSA D M G MIRANDA L N OLIVEIRA S A Acidez do solo e sua correccedilatildeo In NOVAIS R F ALVAREZ V V H BARROS N F FONTES R L F CANTARUTTI R B NEVES J C L Fertilidade do solo Viccedilosa Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo 2007 p 205 ndash 274
SOUSA D M G LOBATO E Cerrado correccedilatildeo do solo e adubaccedilatildeo Brasiacutelia Embrapa Informaccedilatildeo Tecnoloacutegica 2004 416p
VERAS M C M VIEIRA W TEIXEIRA L S M ALCARDE J C OLIVEIRA L B Manual de meacutetodos analiacuteticos oficiais para fertilizantes minerais orgacircnicos organominerais e corretivos 1 ed Brasiacutelia MAPA 2007 v 1
38
WERNER D ROTH R Siacutelica metabolism In LAUCHILI A BIELESKI RL (Ed) Encyclopedia of plant physiology New Series Berlin Springer-Velag 1983 v 15B p 682-694
- Parte inicial dissertaccedilatildeopdf
- RESUMOpdf
- Corpo da dissertaccedilatildeopdf
-
32
Korndoumlrfer e colaboradores (2004) apresentaram a solubilidade de diferentes
silicatos evidenciando que o Agrosiliacutecio (escoacuteria de aciaria) apresentou maiores valores
de solubilidade em relaccedilatildeo aos valores obtidos pela escoacuteria de alto forno como o
Holcim com valores de 43 e 7 respectivamente Estas diferenccedilas em solubilidade
explicam os valores encontrados tanto na avaliaccedilatildeo aos 30 como aos 90 dias de
incubaccedilatildeo
Pereira e colaboradores (2004) em trabalho para a avaliaccedilatildeo da eficiecircncia de
fontes de Si para a cultura do arroz encontraram que a fonte que proporcionou mais
extraccedilatildeo de Si para os gratildeos foi a escoacuteria oriunda da produccedilatildeo de accedilo inox dado que
corrobora os resultados encontrados neste trabalho em que o Agrosiliacutecio (escoacuteria de
aciaria) apresentou maior disponibilizaccedilatildeo de Si para o solo
Nas comparaccedilotildees entre os resultados do teor de Si no solo apoacutes 30 e 90 dias de
incubaccedilatildeo os resultados praticamente se equivalem demonstrando que 30 dias foi um
periacuteodo suficiente para que os silicatos fornecessem Si
Comparando o teor de Si antes da aplicaccedilatildeo dos corretivos com o teor de Si no
solo apoacutes a aplicaccedilatildeo dos corretivos e apoacutes 90 dias de incubaccedilatildeo verificou-se
expressivo acreacutescimo no teor Si no solo ocasionado pelos silicatos principalmente para
o Agrosiliacutecio que incrementou na meacutedia entre as fraccedilotildees granulomeacutetricas 2 6 1 e 3 mg
dm-3 de Si nos solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso respectivamente O
Silifeacutertil tambeacutem forneceu Si ao solo elevando em 1 4 0 e 3 mg dm-3 o teor de Si nos
solos muito argiloso argiloso meacutedio e arenoso respectivamente Jaacute o Holcim
apresentou incrementos de 0 2 0 e 1 mg dm-3 respectivamente para os solos muito
argiloso argiloso meacutedio e arenoso
33
5 CONCLUSOtildeES
Os silicatos Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil proporcionam maiores valores de eficiecircncia
relativa na correccedilatildeo da acidez do solo em comparaccedilatildeo ao calcaacuterio e ao silicato Holcim
na fraccedilatildeo granulomeacutetrica entre 030 e 084 mm
Quanto menor a fraccedilatildeo granulomeacutetrica do silicato maior eacute a eficiecircncia relativa
na correccedilatildeo da acidez do solo e maior eacute o fornecimento de Si para o solo
O Agrosiliacutecio apresenta melhores resultados no fornecimento de Si ao solo
seguido do Silifeacutertil e do Holcim
O periacuteodo de 30 dias em condiccedilotildees de umidade mantida agrave 80 da capacidade
de campo eacute um periacuteodo suficiente para a correccedilatildeo da acidez do solo e fornecimento de
Si pelos silicatos ao solo
34
6 REFEREcircNCIAS
ALCARDE JC PAULINO VT DERNARDIN J S Avaliaccedilatildeo da reatividade de corretivos da acidez do solo Revista Brasileira de Ciecircncia do Solo Campinas v 13 p 387-392 1989
ALCARDE JC Corretivos de acidez dos solos caracteriacutesticas e interpretaccedilotildees teacutecnicas Satildeo Paulo ANDA 1992 24p (Boletim Teacutecnico 6)
ALCARDE JC RODELLA AA Avaliaccedilatildeo quiacutemica de corretivos de acidez para fins agriacutecolas uma nova proposiccedilatildeo Scientia Agriacutecola Piracicaba v 53 n 2 ndash 3 1996
ALVAREZ V VH RIBEIRO AC Calagem In RIBEIRO AC GUIMARAtildeES PTG GUIMARAtildeES PTG ALVAREZ V VH (Ed) Recomendaccedilotildees para o uso de corretivos e fertilizantes em Minas Gerais ndash 5ordf Aproximaccedilatildeo Viccedilosa CFSEMG 1999 p 43-60
ALVAREZ V VH Correlaccedilatildeo e calibraccedilatildeo de meacutetodos de anaacutelise de solos In ALVAREZ V VH FONTES LEF FONTES MPF (Ed) O solo nos grandes domiacutenios morfoclimaacuteticos do Brasil e o desenvolvimento sustentado Viccedilosa Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo 1996 p 615-646
ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DOS PRODUTORES DE CALCAacuteRIO Calcaacuterio agriacutecola ndash Brasil consumo aparente por estado (1992 ndash 2006) Disponiacutevel em lthttpwwwcalcario-rscombrgt Acesso em 25 de novembro de 2008
BALASTRA MLFC PEREZ CM JULIANO BO VILLAREAL P Effects of siacutelica level on some properties of Oriza sativa straw and hull Canadian Journal of Botany Ottawa v 67 p 2356-2363 1989
BARBOSA FILHO MP SNYDER G H PRABHU A S DATNOFF L E KORNDOumlRFER G H Importacircncia do siliacutecio para a cultura do arroz Informaccedilotildees agronocircmicas v 89 p 1-8 2000
BELLINGIERI PA Avaliaccedilatildeo em laboratoacuterio da eficiecircncia de diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas de calcaacuterios agriacutecolas 1983 99f Tese (Doutorado) ndash Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Universidade de Satildeo Paulo Piracicaba 1983
BELLINGIERI PA ALCARDE JC amp SOUZA ECA Avaliaccedilatildeo da qualidade de calcaacuterios agriacutecolas atraveacutes do PRNT Anais da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Piracicaba v 45 n 2 p 579-588 1988
BELLINGIERI PA ALCARDE JC SOUZA ECA de Eficiecircncia relativa de diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas de calcaacuterios na neutralizaccedilatildeo da acidez dos solos avaliada em laboratoacuterio Anais da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Piracicaba v46 n2 1989 p 303-317
35
BELLINGIERI PA SOUZA ECA ALCARDE JC SHIKASHO HW Importacircncia da reatividade do calcaacuterio sobre a produccedilatildeo e algumas caracteriacutesticas da soja Scientia Agricola Piracicaba v 49 p 61-71 1992
BRASIL MAPA Laboratoacuterio Nacional de Referecircncia Vegetal Anaacutelise de corretivos fertilizantes e inoculantes Brasiacutelia 1983 104p
BRUNAUER S EMMETT P H TELLER E Adsorption of gases in multimolecular layers In Journal of the American Chemical Society New York v 60 p 309-19 1938
CATANI RA ALONSO O Avaliaccedilatildeo e exigecircncia de calcaacuterio do solo Anais da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Piracicaba v 26 p 141-156 1969
CATE R Sugestotildees para adubaccedilatildeo com base na anaacutelise de solos Raleigh North Caroline State University 1965 16p
DAYANADAM P KAUFMAN PB FRANKLIN CL Detection of siacutelica in plants American Journal of Botany Columbus v 70 p 1079-1084 1983
DEFELIPO BV BRAGA JM SPIES C Comparaccedilatildeo entre meacutetodos de determinaccedilatildeo da necessidade de calcaacuterio de solos de Minas Gerais Experientiae v 13 p 111-136 1982
EMBRAPA C N P S Manual de meacutetodos de anaacutelise de solo Rio de Janeiro 1997 212p
EPSTEIN E Silicon Annu Rev Plant Physiol Plant Molec Biol Palo Alto v 50 1999 p 641 - 664
FERREIRA DF SISVAR versatildeo 43 (Build 41) Lavras UFLADEX 1999 4 disquetes
FURTINI NETO A VALE FR RESENDE A V GUILHERME L R G GUEDES G A A Fertilidade do solo Lavras UFLAFAEPE 2001 252p
GASCHO G J Silicon sources for agriculture In DATNOFF L E SNYDER G H KORNDOumlRFER G H (Ed) Silicon in agriculture Amsterdan Elsevier 2001 cap 12 p 197-207
KAMINSKI J RHEINHEIMER DS A acidez do solo e a nutriccedilatildeo mineral de plantas In KAMINSKI J (Ed) Uso de corretivos da acidez do solo no plantio direto Pelotas SBCSNRS 2000 cap2 p 21 - 39
KORNDOumlRFER G H Elementos beneacuteficos In FERNANDES M S Nutriccedilatildeo mineral de plantas Viccedilosa Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo 2006 432p
36
KORNDOumlRFER G H DATNOFF L E Adubaccedilatildeo com siliacutecio uma alternativa no controle de doenccedilas da cana-de-accediluacutecar e do arroz Informaccedilotildees Agronocircmicas Piracicaba v 70 p 1-5 1995
KORNDOumlRFER G H PEREIRA H S CAMARGO M S Silicatos de caacutelcio e magneacutesio na agricultura 3 ed Uberlacircndia 2004 28 p (Boletim Teacutecnico n1)
KORNDOumlRFER G H PEREIRA H S NOLLA A Anaacutelise de siliacutecio solo planta e fertilizante 1 ed Uberlacircndia 2004 50 p (Boletim Teacutecnico n2)
KORNDOumlRFER G H PEREIRA H S CAMARGO M S Silicatos de caacutelcio e magneacutesio na agricultura 2 ed Uberlacircndia 2003 15 p (Boletim Teacutecnico n1)
KORNDOumlRFER G H PEREIRA H S CAMARGO M S Papel do siliacutecio na produccedilatildeo de cana-de-accediluacutecar STAB v 21 n 2 2002 4 p
KORNDOumlRFER G H LEPSCH I Effect of silicon on plant growth and crop yeld In DATNOFF L E SNYDER G H KORNDOumlRFER G H (Ed) Silicon in agriculture Amsterdan Elsevier 2001 p 133 ndash 147
KURIHARA CH MAEDA S HERNANI LC SILVA WM Eficiecircncia relativa de fraccedilotildees granulomeacutetricas de calcaacuterios sul-mato-grossenses Pesquisa Agropecuaacuteria Brasileira Brasiacutelia v34 n 8 p 1443 - 1449 1999
LOPES A S SILVA MC GUILHERME L R G Acidez do solo e calagem 3 ed Satildeo Paulo ANDA 1990 22 p (Boletim Teacutecnico 1)
LOPES A S Manual de fertilidade do solo Satildeo Paulo ANDAPOTAFOacuteS 1989 153p
MA JF TAKAHASHI E Soil fertilizer and plant silicon research in Japan Amosterdan Elsevier Science 2002 281 p
MALAVOLTA E Manual de quiacutemica agriacutecola adubos e adubaccedilatildeo Satildeo Paulo Agronocircmica Ceres 1981 608 p
MARSCHNER H Mineral nutrition of higher plants 2 ed LondresAcademic Press 1995 889p
MCKEAGUE J A CLINE M G Silica in soils Advances in Agronomy New York v 15n 3 p 339-397 1963
MEURER E J Fundamentos de quiacutemica do solo 3 ed Porto Alegre Evangraf 2006 285p
MIYAKE Y TAKAHASHI E Effect of silicon on the growth of cucumber plant in soil culture Soil Science Plant Nutrition Tokyo v 29 p 463-471 1983
37
NOVAIS R F BARROS N F LEITE F P TEIXEIRA J L LEAL P G L Eficiecircncia agronocircmica de escoacuterias de siderurgia Pains Viccedilosa Universidade Federal de Viccedilosa 1993
OLIVEIRA AC HAHNE H BARROS NF MORAIS EJ Uso de escoacuteria de alto forno como fonte de nutrientes na adubaccedilatildeo florestal In GUERRINI IA BELLOTE AFJ BUumlLL LT (Ed) Seminaacuterio sobre uso de resiacuteduos florestais e urbanos em florestas Botucatu Fundaccedilatildeo de Estudos e Pesquisas Agriacutecolas e Florestais 1994 p 77-96
PEREIRA HS KORNDOumlRFER GH VIDAL AA CAMARGO MS Silicon sources for rice crop Scientia Agriacutecola Piracicaba v 61 p 522-528 2004
PLESE L P M Efeito da umidade do solo na reatividade das fraccedilotildees granulomeacutetricas de um calcaacuterio 2000 49f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) ndash Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Universidade de Satildeo Paulo Piracicaba 2000
PRADO R M FERNANDES F M NATALE W Uso de escoacuteria de siderurgia no Brasil estudos na cultura da cana-de-accediluacutecar Jaboticabal Funep 2001 67p
PROGRAMA INTERLABORATORIAL DE CONTROLE DE QUALIDADE DE ANAacuteLISE DE SOLO Manual do laboratorista 2005 33p
RAIJ BV Avaliaccedilatildeo da fertilidade do solo Piracicaba Associaccedilatildeo Brasileira para Pesquisa da Potassa e do Fosfato 1981 142p
RAIJ B V CANTARELLA H QUAGGIO J A FURLANI A M C Recomendaccedilatildeo de adubaccedilatildeo e calagem para o estado de Satildeo Paulo Campinas IAC 1996 285p (IAC Boletim 100)
SCOTT AJ KNOTT MA A cluster analysis method for grouping means in the analysis of variance Biometrics Washington v 30 n 2 1974 p 507-512
SHOEMAKER HE MCCLEAN E PRATT PF Buffer methods for determining lime requirements of soil with appreciable amounts of extractable aluminium Soil Sci Soc Am Proc Madison v 25 p 274-277 1961
SOUSA D M G MIRANDA L N OLIVEIRA S A Acidez do solo e sua correccedilatildeo In NOVAIS R F ALVAREZ V V H BARROS N F FONTES R L F CANTARUTTI R B NEVES J C L Fertilidade do solo Viccedilosa Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo 2007 p 205 ndash 274
SOUSA D M G LOBATO E Cerrado correccedilatildeo do solo e adubaccedilatildeo Brasiacutelia Embrapa Informaccedilatildeo Tecnoloacutegica 2004 416p
VERAS M C M VIEIRA W TEIXEIRA L S M ALCARDE J C OLIVEIRA L B Manual de meacutetodos analiacuteticos oficiais para fertilizantes minerais orgacircnicos organominerais e corretivos 1 ed Brasiacutelia MAPA 2007 v 1
38
WERNER D ROTH R Siacutelica metabolism In LAUCHILI A BIELESKI RL (Ed) Encyclopedia of plant physiology New Series Berlin Springer-Velag 1983 v 15B p 682-694
- Parte inicial dissertaccedilatildeopdf
- RESUMOpdf
- Corpo da dissertaccedilatildeopdf
-
33
5 CONCLUSOtildeES
Os silicatos Agrosiliacutecio e o Silifeacutertil proporcionam maiores valores de eficiecircncia
relativa na correccedilatildeo da acidez do solo em comparaccedilatildeo ao calcaacuterio e ao silicato Holcim
na fraccedilatildeo granulomeacutetrica entre 030 e 084 mm
Quanto menor a fraccedilatildeo granulomeacutetrica do silicato maior eacute a eficiecircncia relativa
na correccedilatildeo da acidez do solo e maior eacute o fornecimento de Si para o solo
O Agrosiliacutecio apresenta melhores resultados no fornecimento de Si ao solo
seguido do Silifeacutertil e do Holcim
O periacuteodo de 30 dias em condiccedilotildees de umidade mantida agrave 80 da capacidade
de campo eacute um periacuteodo suficiente para a correccedilatildeo da acidez do solo e fornecimento de
Si pelos silicatos ao solo
34
6 REFEREcircNCIAS
ALCARDE JC PAULINO VT DERNARDIN J S Avaliaccedilatildeo da reatividade de corretivos da acidez do solo Revista Brasileira de Ciecircncia do Solo Campinas v 13 p 387-392 1989
ALCARDE JC Corretivos de acidez dos solos caracteriacutesticas e interpretaccedilotildees teacutecnicas Satildeo Paulo ANDA 1992 24p (Boletim Teacutecnico 6)
ALCARDE JC RODELLA AA Avaliaccedilatildeo quiacutemica de corretivos de acidez para fins agriacutecolas uma nova proposiccedilatildeo Scientia Agriacutecola Piracicaba v 53 n 2 ndash 3 1996
ALVAREZ V VH RIBEIRO AC Calagem In RIBEIRO AC GUIMARAtildeES PTG GUIMARAtildeES PTG ALVAREZ V VH (Ed) Recomendaccedilotildees para o uso de corretivos e fertilizantes em Minas Gerais ndash 5ordf Aproximaccedilatildeo Viccedilosa CFSEMG 1999 p 43-60
ALVAREZ V VH Correlaccedilatildeo e calibraccedilatildeo de meacutetodos de anaacutelise de solos In ALVAREZ V VH FONTES LEF FONTES MPF (Ed) O solo nos grandes domiacutenios morfoclimaacuteticos do Brasil e o desenvolvimento sustentado Viccedilosa Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo 1996 p 615-646
ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DOS PRODUTORES DE CALCAacuteRIO Calcaacuterio agriacutecola ndash Brasil consumo aparente por estado (1992 ndash 2006) Disponiacutevel em lthttpwwwcalcario-rscombrgt Acesso em 25 de novembro de 2008
BALASTRA MLFC PEREZ CM JULIANO BO VILLAREAL P Effects of siacutelica level on some properties of Oriza sativa straw and hull Canadian Journal of Botany Ottawa v 67 p 2356-2363 1989
BARBOSA FILHO MP SNYDER G H PRABHU A S DATNOFF L E KORNDOumlRFER G H Importacircncia do siliacutecio para a cultura do arroz Informaccedilotildees agronocircmicas v 89 p 1-8 2000
BELLINGIERI PA Avaliaccedilatildeo em laboratoacuterio da eficiecircncia de diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas de calcaacuterios agriacutecolas 1983 99f Tese (Doutorado) ndash Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Universidade de Satildeo Paulo Piracicaba 1983
BELLINGIERI PA ALCARDE JC amp SOUZA ECA Avaliaccedilatildeo da qualidade de calcaacuterios agriacutecolas atraveacutes do PRNT Anais da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Piracicaba v 45 n 2 p 579-588 1988
BELLINGIERI PA ALCARDE JC SOUZA ECA de Eficiecircncia relativa de diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas de calcaacuterios na neutralizaccedilatildeo da acidez dos solos avaliada em laboratoacuterio Anais da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Piracicaba v46 n2 1989 p 303-317
35
BELLINGIERI PA SOUZA ECA ALCARDE JC SHIKASHO HW Importacircncia da reatividade do calcaacuterio sobre a produccedilatildeo e algumas caracteriacutesticas da soja Scientia Agricola Piracicaba v 49 p 61-71 1992
BRASIL MAPA Laboratoacuterio Nacional de Referecircncia Vegetal Anaacutelise de corretivos fertilizantes e inoculantes Brasiacutelia 1983 104p
BRUNAUER S EMMETT P H TELLER E Adsorption of gases in multimolecular layers In Journal of the American Chemical Society New York v 60 p 309-19 1938
CATANI RA ALONSO O Avaliaccedilatildeo e exigecircncia de calcaacuterio do solo Anais da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Piracicaba v 26 p 141-156 1969
CATE R Sugestotildees para adubaccedilatildeo com base na anaacutelise de solos Raleigh North Caroline State University 1965 16p
DAYANADAM P KAUFMAN PB FRANKLIN CL Detection of siacutelica in plants American Journal of Botany Columbus v 70 p 1079-1084 1983
DEFELIPO BV BRAGA JM SPIES C Comparaccedilatildeo entre meacutetodos de determinaccedilatildeo da necessidade de calcaacuterio de solos de Minas Gerais Experientiae v 13 p 111-136 1982
EMBRAPA C N P S Manual de meacutetodos de anaacutelise de solo Rio de Janeiro 1997 212p
EPSTEIN E Silicon Annu Rev Plant Physiol Plant Molec Biol Palo Alto v 50 1999 p 641 - 664
FERREIRA DF SISVAR versatildeo 43 (Build 41) Lavras UFLADEX 1999 4 disquetes
FURTINI NETO A VALE FR RESENDE A V GUILHERME L R G GUEDES G A A Fertilidade do solo Lavras UFLAFAEPE 2001 252p
GASCHO G J Silicon sources for agriculture In DATNOFF L E SNYDER G H KORNDOumlRFER G H (Ed) Silicon in agriculture Amsterdan Elsevier 2001 cap 12 p 197-207
KAMINSKI J RHEINHEIMER DS A acidez do solo e a nutriccedilatildeo mineral de plantas In KAMINSKI J (Ed) Uso de corretivos da acidez do solo no plantio direto Pelotas SBCSNRS 2000 cap2 p 21 - 39
KORNDOumlRFER G H Elementos beneacuteficos In FERNANDES M S Nutriccedilatildeo mineral de plantas Viccedilosa Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo 2006 432p
36
KORNDOumlRFER G H DATNOFF L E Adubaccedilatildeo com siliacutecio uma alternativa no controle de doenccedilas da cana-de-accediluacutecar e do arroz Informaccedilotildees Agronocircmicas Piracicaba v 70 p 1-5 1995
KORNDOumlRFER G H PEREIRA H S CAMARGO M S Silicatos de caacutelcio e magneacutesio na agricultura 3 ed Uberlacircndia 2004 28 p (Boletim Teacutecnico n1)
KORNDOumlRFER G H PEREIRA H S NOLLA A Anaacutelise de siliacutecio solo planta e fertilizante 1 ed Uberlacircndia 2004 50 p (Boletim Teacutecnico n2)
KORNDOumlRFER G H PEREIRA H S CAMARGO M S Silicatos de caacutelcio e magneacutesio na agricultura 2 ed Uberlacircndia 2003 15 p (Boletim Teacutecnico n1)
KORNDOumlRFER G H PEREIRA H S CAMARGO M S Papel do siliacutecio na produccedilatildeo de cana-de-accediluacutecar STAB v 21 n 2 2002 4 p
KORNDOumlRFER G H LEPSCH I Effect of silicon on plant growth and crop yeld In DATNOFF L E SNYDER G H KORNDOumlRFER G H (Ed) Silicon in agriculture Amsterdan Elsevier 2001 p 133 ndash 147
KURIHARA CH MAEDA S HERNANI LC SILVA WM Eficiecircncia relativa de fraccedilotildees granulomeacutetricas de calcaacuterios sul-mato-grossenses Pesquisa Agropecuaacuteria Brasileira Brasiacutelia v34 n 8 p 1443 - 1449 1999
LOPES A S SILVA MC GUILHERME L R G Acidez do solo e calagem 3 ed Satildeo Paulo ANDA 1990 22 p (Boletim Teacutecnico 1)
LOPES A S Manual de fertilidade do solo Satildeo Paulo ANDAPOTAFOacuteS 1989 153p
MA JF TAKAHASHI E Soil fertilizer and plant silicon research in Japan Amosterdan Elsevier Science 2002 281 p
MALAVOLTA E Manual de quiacutemica agriacutecola adubos e adubaccedilatildeo Satildeo Paulo Agronocircmica Ceres 1981 608 p
MARSCHNER H Mineral nutrition of higher plants 2 ed LondresAcademic Press 1995 889p
MCKEAGUE J A CLINE M G Silica in soils Advances in Agronomy New York v 15n 3 p 339-397 1963
MEURER E J Fundamentos de quiacutemica do solo 3 ed Porto Alegre Evangraf 2006 285p
MIYAKE Y TAKAHASHI E Effect of silicon on the growth of cucumber plant in soil culture Soil Science Plant Nutrition Tokyo v 29 p 463-471 1983
37
NOVAIS R F BARROS N F LEITE F P TEIXEIRA J L LEAL P G L Eficiecircncia agronocircmica de escoacuterias de siderurgia Pains Viccedilosa Universidade Federal de Viccedilosa 1993
OLIVEIRA AC HAHNE H BARROS NF MORAIS EJ Uso de escoacuteria de alto forno como fonte de nutrientes na adubaccedilatildeo florestal In GUERRINI IA BELLOTE AFJ BUumlLL LT (Ed) Seminaacuterio sobre uso de resiacuteduos florestais e urbanos em florestas Botucatu Fundaccedilatildeo de Estudos e Pesquisas Agriacutecolas e Florestais 1994 p 77-96
PEREIRA HS KORNDOumlRFER GH VIDAL AA CAMARGO MS Silicon sources for rice crop Scientia Agriacutecola Piracicaba v 61 p 522-528 2004
PLESE L P M Efeito da umidade do solo na reatividade das fraccedilotildees granulomeacutetricas de um calcaacuterio 2000 49f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) ndash Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Universidade de Satildeo Paulo Piracicaba 2000
PRADO R M FERNANDES F M NATALE W Uso de escoacuteria de siderurgia no Brasil estudos na cultura da cana-de-accediluacutecar Jaboticabal Funep 2001 67p
PROGRAMA INTERLABORATORIAL DE CONTROLE DE QUALIDADE DE ANAacuteLISE DE SOLO Manual do laboratorista 2005 33p
RAIJ BV Avaliaccedilatildeo da fertilidade do solo Piracicaba Associaccedilatildeo Brasileira para Pesquisa da Potassa e do Fosfato 1981 142p
RAIJ B V CANTARELLA H QUAGGIO J A FURLANI A M C Recomendaccedilatildeo de adubaccedilatildeo e calagem para o estado de Satildeo Paulo Campinas IAC 1996 285p (IAC Boletim 100)
SCOTT AJ KNOTT MA A cluster analysis method for grouping means in the analysis of variance Biometrics Washington v 30 n 2 1974 p 507-512
SHOEMAKER HE MCCLEAN E PRATT PF Buffer methods for determining lime requirements of soil with appreciable amounts of extractable aluminium Soil Sci Soc Am Proc Madison v 25 p 274-277 1961
SOUSA D M G MIRANDA L N OLIVEIRA S A Acidez do solo e sua correccedilatildeo In NOVAIS R F ALVAREZ V V H BARROS N F FONTES R L F CANTARUTTI R B NEVES J C L Fertilidade do solo Viccedilosa Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo 2007 p 205 ndash 274
SOUSA D M G LOBATO E Cerrado correccedilatildeo do solo e adubaccedilatildeo Brasiacutelia Embrapa Informaccedilatildeo Tecnoloacutegica 2004 416p
VERAS M C M VIEIRA W TEIXEIRA L S M ALCARDE J C OLIVEIRA L B Manual de meacutetodos analiacuteticos oficiais para fertilizantes minerais orgacircnicos organominerais e corretivos 1 ed Brasiacutelia MAPA 2007 v 1
38
WERNER D ROTH R Siacutelica metabolism In LAUCHILI A BIELESKI RL (Ed) Encyclopedia of plant physiology New Series Berlin Springer-Velag 1983 v 15B p 682-694
- Parte inicial dissertaccedilatildeopdf
- RESUMOpdf
- Corpo da dissertaccedilatildeopdf
-
34
6 REFEREcircNCIAS
ALCARDE JC PAULINO VT DERNARDIN J S Avaliaccedilatildeo da reatividade de corretivos da acidez do solo Revista Brasileira de Ciecircncia do Solo Campinas v 13 p 387-392 1989
ALCARDE JC Corretivos de acidez dos solos caracteriacutesticas e interpretaccedilotildees teacutecnicas Satildeo Paulo ANDA 1992 24p (Boletim Teacutecnico 6)
ALCARDE JC RODELLA AA Avaliaccedilatildeo quiacutemica de corretivos de acidez para fins agriacutecolas uma nova proposiccedilatildeo Scientia Agriacutecola Piracicaba v 53 n 2 ndash 3 1996
ALVAREZ V VH RIBEIRO AC Calagem In RIBEIRO AC GUIMARAtildeES PTG GUIMARAtildeES PTG ALVAREZ V VH (Ed) Recomendaccedilotildees para o uso de corretivos e fertilizantes em Minas Gerais ndash 5ordf Aproximaccedilatildeo Viccedilosa CFSEMG 1999 p 43-60
ALVAREZ V VH Correlaccedilatildeo e calibraccedilatildeo de meacutetodos de anaacutelise de solos In ALVAREZ V VH FONTES LEF FONTES MPF (Ed) O solo nos grandes domiacutenios morfoclimaacuteticos do Brasil e o desenvolvimento sustentado Viccedilosa Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo 1996 p 615-646
ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DOS PRODUTORES DE CALCAacuteRIO Calcaacuterio agriacutecola ndash Brasil consumo aparente por estado (1992 ndash 2006) Disponiacutevel em lthttpwwwcalcario-rscombrgt Acesso em 25 de novembro de 2008
BALASTRA MLFC PEREZ CM JULIANO BO VILLAREAL P Effects of siacutelica level on some properties of Oriza sativa straw and hull Canadian Journal of Botany Ottawa v 67 p 2356-2363 1989
BARBOSA FILHO MP SNYDER G H PRABHU A S DATNOFF L E KORNDOumlRFER G H Importacircncia do siliacutecio para a cultura do arroz Informaccedilotildees agronocircmicas v 89 p 1-8 2000
BELLINGIERI PA Avaliaccedilatildeo em laboratoacuterio da eficiecircncia de diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas de calcaacuterios agriacutecolas 1983 99f Tese (Doutorado) ndash Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Universidade de Satildeo Paulo Piracicaba 1983
BELLINGIERI PA ALCARDE JC amp SOUZA ECA Avaliaccedilatildeo da qualidade de calcaacuterios agriacutecolas atraveacutes do PRNT Anais da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Piracicaba v 45 n 2 p 579-588 1988
BELLINGIERI PA ALCARDE JC SOUZA ECA de Eficiecircncia relativa de diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas de calcaacuterios na neutralizaccedilatildeo da acidez dos solos avaliada em laboratoacuterio Anais da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Piracicaba v46 n2 1989 p 303-317
35
BELLINGIERI PA SOUZA ECA ALCARDE JC SHIKASHO HW Importacircncia da reatividade do calcaacuterio sobre a produccedilatildeo e algumas caracteriacutesticas da soja Scientia Agricola Piracicaba v 49 p 61-71 1992
BRASIL MAPA Laboratoacuterio Nacional de Referecircncia Vegetal Anaacutelise de corretivos fertilizantes e inoculantes Brasiacutelia 1983 104p
BRUNAUER S EMMETT P H TELLER E Adsorption of gases in multimolecular layers In Journal of the American Chemical Society New York v 60 p 309-19 1938
CATANI RA ALONSO O Avaliaccedilatildeo e exigecircncia de calcaacuterio do solo Anais da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Piracicaba v 26 p 141-156 1969
CATE R Sugestotildees para adubaccedilatildeo com base na anaacutelise de solos Raleigh North Caroline State University 1965 16p
DAYANADAM P KAUFMAN PB FRANKLIN CL Detection of siacutelica in plants American Journal of Botany Columbus v 70 p 1079-1084 1983
DEFELIPO BV BRAGA JM SPIES C Comparaccedilatildeo entre meacutetodos de determinaccedilatildeo da necessidade de calcaacuterio de solos de Minas Gerais Experientiae v 13 p 111-136 1982
EMBRAPA C N P S Manual de meacutetodos de anaacutelise de solo Rio de Janeiro 1997 212p
EPSTEIN E Silicon Annu Rev Plant Physiol Plant Molec Biol Palo Alto v 50 1999 p 641 - 664
FERREIRA DF SISVAR versatildeo 43 (Build 41) Lavras UFLADEX 1999 4 disquetes
FURTINI NETO A VALE FR RESENDE A V GUILHERME L R G GUEDES G A A Fertilidade do solo Lavras UFLAFAEPE 2001 252p
GASCHO G J Silicon sources for agriculture In DATNOFF L E SNYDER G H KORNDOumlRFER G H (Ed) Silicon in agriculture Amsterdan Elsevier 2001 cap 12 p 197-207
KAMINSKI J RHEINHEIMER DS A acidez do solo e a nutriccedilatildeo mineral de plantas In KAMINSKI J (Ed) Uso de corretivos da acidez do solo no plantio direto Pelotas SBCSNRS 2000 cap2 p 21 - 39
KORNDOumlRFER G H Elementos beneacuteficos In FERNANDES M S Nutriccedilatildeo mineral de plantas Viccedilosa Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo 2006 432p
36
KORNDOumlRFER G H DATNOFF L E Adubaccedilatildeo com siliacutecio uma alternativa no controle de doenccedilas da cana-de-accediluacutecar e do arroz Informaccedilotildees Agronocircmicas Piracicaba v 70 p 1-5 1995
KORNDOumlRFER G H PEREIRA H S CAMARGO M S Silicatos de caacutelcio e magneacutesio na agricultura 3 ed Uberlacircndia 2004 28 p (Boletim Teacutecnico n1)
KORNDOumlRFER G H PEREIRA H S NOLLA A Anaacutelise de siliacutecio solo planta e fertilizante 1 ed Uberlacircndia 2004 50 p (Boletim Teacutecnico n2)
KORNDOumlRFER G H PEREIRA H S CAMARGO M S Silicatos de caacutelcio e magneacutesio na agricultura 2 ed Uberlacircndia 2003 15 p (Boletim Teacutecnico n1)
KORNDOumlRFER G H PEREIRA H S CAMARGO M S Papel do siliacutecio na produccedilatildeo de cana-de-accediluacutecar STAB v 21 n 2 2002 4 p
KORNDOumlRFER G H LEPSCH I Effect of silicon on plant growth and crop yeld In DATNOFF L E SNYDER G H KORNDOumlRFER G H (Ed) Silicon in agriculture Amsterdan Elsevier 2001 p 133 ndash 147
KURIHARA CH MAEDA S HERNANI LC SILVA WM Eficiecircncia relativa de fraccedilotildees granulomeacutetricas de calcaacuterios sul-mato-grossenses Pesquisa Agropecuaacuteria Brasileira Brasiacutelia v34 n 8 p 1443 - 1449 1999
LOPES A S SILVA MC GUILHERME L R G Acidez do solo e calagem 3 ed Satildeo Paulo ANDA 1990 22 p (Boletim Teacutecnico 1)
LOPES A S Manual de fertilidade do solo Satildeo Paulo ANDAPOTAFOacuteS 1989 153p
MA JF TAKAHASHI E Soil fertilizer and plant silicon research in Japan Amosterdan Elsevier Science 2002 281 p
MALAVOLTA E Manual de quiacutemica agriacutecola adubos e adubaccedilatildeo Satildeo Paulo Agronocircmica Ceres 1981 608 p
MARSCHNER H Mineral nutrition of higher plants 2 ed LondresAcademic Press 1995 889p
MCKEAGUE J A CLINE M G Silica in soils Advances in Agronomy New York v 15n 3 p 339-397 1963
MEURER E J Fundamentos de quiacutemica do solo 3 ed Porto Alegre Evangraf 2006 285p
MIYAKE Y TAKAHASHI E Effect of silicon on the growth of cucumber plant in soil culture Soil Science Plant Nutrition Tokyo v 29 p 463-471 1983
37
NOVAIS R F BARROS N F LEITE F P TEIXEIRA J L LEAL P G L Eficiecircncia agronocircmica de escoacuterias de siderurgia Pains Viccedilosa Universidade Federal de Viccedilosa 1993
OLIVEIRA AC HAHNE H BARROS NF MORAIS EJ Uso de escoacuteria de alto forno como fonte de nutrientes na adubaccedilatildeo florestal In GUERRINI IA BELLOTE AFJ BUumlLL LT (Ed) Seminaacuterio sobre uso de resiacuteduos florestais e urbanos em florestas Botucatu Fundaccedilatildeo de Estudos e Pesquisas Agriacutecolas e Florestais 1994 p 77-96
PEREIRA HS KORNDOumlRFER GH VIDAL AA CAMARGO MS Silicon sources for rice crop Scientia Agriacutecola Piracicaba v 61 p 522-528 2004
PLESE L P M Efeito da umidade do solo na reatividade das fraccedilotildees granulomeacutetricas de um calcaacuterio 2000 49f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) ndash Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Universidade de Satildeo Paulo Piracicaba 2000
PRADO R M FERNANDES F M NATALE W Uso de escoacuteria de siderurgia no Brasil estudos na cultura da cana-de-accediluacutecar Jaboticabal Funep 2001 67p
PROGRAMA INTERLABORATORIAL DE CONTROLE DE QUALIDADE DE ANAacuteLISE DE SOLO Manual do laboratorista 2005 33p
RAIJ BV Avaliaccedilatildeo da fertilidade do solo Piracicaba Associaccedilatildeo Brasileira para Pesquisa da Potassa e do Fosfato 1981 142p
RAIJ B V CANTARELLA H QUAGGIO J A FURLANI A M C Recomendaccedilatildeo de adubaccedilatildeo e calagem para o estado de Satildeo Paulo Campinas IAC 1996 285p (IAC Boletim 100)
SCOTT AJ KNOTT MA A cluster analysis method for grouping means in the analysis of variance Biometrics Washington v 30 n 2 1974 p 507-512
SHOEMAKER HE MCCLEAN E PRATT PF Buffer methods for determining lime requirements of soil with appreciable amounts of extractable aluminium Soil Sci Soc Am Proc Madison v 25 p 274-277 1961
SOUSA D M G MIRANDA L N OLIVEIRA S A Acidez do solo e sua correccedilatildeo In NOVAIS R F ALVAREZ V V H BARROS N F FONTES R L F CANTARUTTI R B NEVES J C L Fertilidade do solo Viccedilosa Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo 2007 p 205 ndash 274
SOUSA D M G LOBATO E Cerrado correccedilatildeo do solo e adubaccedilatildeo Brasiacutelia Embrapa Informaccedilatildeo Tecnoloacutegica 2004 416p
VERAS M C M VIEIRA W TEIXEIRA L S M ALCARDE J C OLIVEIRA L B Manual de meacutetodos analiacuteticos oficiais para fertilizantes minerais orgacircnicos organominerais e corretivos 1 ed Brasiacutelia MAPA 2007 v 1
38
WERNER D ROTH R Siacutelica metabolism In LAUCHILI A BIELESKI RL (Ed) Encyclopedia of plant physiology New Series Berlin Springer-Velag 1983 v 15B p 682-694
- Parte inicial dissertaccedilatildeopdf
- RESUMOpdf
- Corpo da dissertaccedilatildeopdf
-
35
BELLINGIERI PA SOUZA ECA ALCARDE JC SHIKASHO HW Importacircncia da reatividade do calcaacuterio sobre a produccedilatildeo e algumas caracteriacutesticas da soja Scientia Agricola Piracicaba v 49 p 61-71 1992
BRASIL MAPA Laboratoacuterio Nacional de Referecircncia Vegetal Anaacutelise de corretivos fertilizantes e inoculantes Brasiacutelia 1983 104p
BRUNAUER S EMMETT P H TELLER E Adsorption of gases in multimolecular layers In Journal of the American Chemical Society New York v 60 p 309-19 1938
CATANI RA ALONSO O Avaliaccedilatildeo e exigecircncia de calcaacuterio do solo Anais da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Piracicaba v 26 p 141-156 1969
CATE R Sugestotildees para adubaccedilatildeo com base na anaacutelise de solos Raleigh North Caroline State University 1965 16p
DAYANADAM P KAUFMAN PB FRANKLIN CL Detection of siacutelica in plants American Journal of Botany Columbus v 70 p 1079-1084 1983
DEFELIPO BV BRAGA JM SPIES C Comparaccedilatildeo entre meacutetodos de determinaccedilatildeo da necessidade de calcaacuterio de solos de Minas Gerais Experientiae v 13 p 111-136 1982
EMBRAPA C N P S Manual de meacutetodos de anaacutelise de solo Rio de Janeiro 1997 212p
EPSTEIN E Silicon Annu Rev Plant Physiol Plant Molec Biol Palo Alto v 50 1999 p 641 - 664
FERREIRA DF SISVAR versatildeo 43 (Build 41) Lavras UFLADEX 1999 4 disquetes
FURTINI NETO A VALE FR RESENDE A V GUILHERME L R G GUEDES G A A Fertilidade do solo Lavras UFLAFAEPE 2001 252p
GASCHO G J Silicon sources for agriculture In DATNOFF L E SNYDER G H KORNDOumlRFER G H (Ed) Silicon in agriculture Amsterdan Elsevier 2001 cap 12 p 197-207
KAMINSKI J RHEINHEIMER DS A acidez do solo e a nutriccedilatildeo mineral de plantas In KAMINSKI J (Ed) Uso de corretivos da acidez do solo no plantio direto Pelotas SBCSNRS 2000 cap2 p 21 - 39
KORNDOumlRFER G H Elementos beneacuteficos In FERNANDES M S Nutriccedilatildeo mineral de plantas Viccedilosa Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo 2006 432p
36
KORNDOumlRFER G H DATNOFF L E Adubaccedilatildeo com siliacutecio uma alternativa no controle de doenccedilas da cana-de-accediluacutecar e do arroz Informaccedilotildees Agronocircmicas Piracicaba v 70 p 1-5 1995
KORNDOumlRFER G H PEREIRA H S CAMARGO M S Silicatos de caacutelcio e magneacutesio na agricultura 3 ed Uberlacircndia 2004 28 p (Boletim Teacutecnico n1)
KORNDOumlRFER G H PEREIRA H S NOLLA A Anaacutelise de siliacutecio solo planta e fertilizante 1 ed Uberlacircndia 2004 50 p (Boletim Teacutecnico n2)
KORNDOumlRFER G H PEREIRA H S CAMARGO M S Silicatos de caacutelcio e magneacutesio na agricultura 2 ed Uberlacircndia 2003 15 p (Boletim Teacutecnico n1)
KORNDOumlRFER G H PEREIRA H S CAMARGO M S Papel do siliacutecio na produccedilatildeo de cana-de-accediluacutecar STAB v 21 n 2 2002 4 p
KORNDOumlRFER G H LEPSCH I Effect of silicon on plant growth and crop yeld In DATNOFF L E SNYDER G H KORNDOumlRFER G H (Ed) Silicon in agriculture Amsterdan Elsevier 2001 p 133 ndash 147
KURIHARA CH MAEDA S HERNANI LC SILVA WM Eficiecircncia relativa de fraccedilotildees granulomeacutetricas de calcaacuterios sul-mato-grossenses Pesquisa Agropecuaacuteria Brasileira Brasiacutelia v34 n 8 p 1443 - 1449 1999
LOPES A S SILVA MC GUILHERME L R G Acidez do solo e calagem 3 ed Satildeo Paulo ANDA 1990 22 p (Boletim Teacutecnico 1)
LOPES A S Manual de fertilidade do solo Satildeo Paulo ANDAPOTAFOacuteS 1989 153p
MA JF TAKAHASHI E Soil fertilizer and plant silicon research in Japan Amosterdan Elsevier Science 2002 281 p
MALAVOLTA E Manual de quiacutemica agriacutecola adubos e adubaccedilatildeo Satildeo Paulo Agronocircmica Ceres 1981 608 p
MARSCHNER H Mineral nutrition of higher plants 2 ed LondresAcademic Press 1995 889p
MCKEAGUE J A CLINE M G Silica in soils Advances in Agronomy New York v 15n 3 p 339-397 1963
MEURER E J Fundamentos de quiacutemica do solo 3 ed Porto Alegre Evangraf 2006 285p
MIYAKE Y TAKAHASHI E Effect of silicon on the growth of cucumber plant in soil culture Soil Science Plant Nutrition Tokyo v 29 p 463-471 1983
37
NOVAIS R F BARROS N F LEITE F P TEIXEIRA J L LEAL P G L Eficiecircncia agronocircmica de escoacuterias de siderurgia Pains Viccedilosa Universidade Federal de Viccedilosa 1993
OLIVEIRA AC HAHNE H BARROS NF MORAIS EJ Uso de escoacuteria de alto forno como fonte de nutrientes na adubaccedilatildeo florestal In GUERRINI IA BELLOTE AFJ BUumlLL LT (Ed) Seminaacuterio sobre uso de resiacuteduos florestais e urbanos em florestas Botucatu Fundaccedilatildeo de Estudos e Pesquisas Agriacutecolas e Florestais 1994 p 77-96
PEREIRA HS KORNDOumlRFER GH VIDAL AA CAMARGO MS Silicon sources for rice crop Scientia Agriacutecola Piracicaba v 61 p 522-528 2004
PLESE L P M Efeito da umidade do solo na reatividade das fraccedilotildees granulomeacutetricas de um calcaacuterio 2000 49f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) ndash Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Universidade de Satildeo Paulo Piracicaba 2000
PRADO R M FERNANDES F M NATALE W Uso de escoacuteria de siderurgia no Brasil estudos na cultura da cana-de-accediluacutecar Jaboticabal Funep 2001 67p
PROGRAMA INTERLABORATORIAL DE CONTROLE DE QUALIDADE DE ANAacuteLISE DE SOLO Manual do laboratorista 2005 33p
RAIJ BV Avaliaccedilatildeo da fertilidade do solo Piracicaba Associaccedilatildeo Brasileira para Pesquisa da Potassa e do Fosfato 1981 142p
RAIJ B V CANTARELLA H QUAGGIO J A FURLANI A M C Recomendaccedilatildeo de adubaccedilatildeo e calagem para o estado de Satildeo Paulo Campinas IAC 1996 285p (IAC Boletim 100)
SCOTT AJ KNOTT MA A cluster analysis method for grouping means in the analysis of variance Biometrics Washington v 30 n 2 1974 p 507-512
SHOEMAKER HE MCCLEAN E PRATT PF Buffer methods for determining lime requirements of soil with appreciable amounts of extractable aluminium Soil Sci Soc Am Proc Madison v 25 p 274-277 1961
SOUSA D M G MIRANDA L N OLIVEIRA S A Acidez do solo e sua correccedilatildeo In NOVAIS R F ALVAREZ V V H BARROS N F FONTES R L F CANTARUTTI R B NEVES J C L Fertilidade do solo Viccedilosa Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo 2007 p 205 ndash 274
SOUSA D M G LOBATO E Cerrado correccedilatildeo do solo e adubaccedilatildeo Brasiacutelia Embrapa Informaccedilatildeo Tecnoloacutegica 2004 416p
VERAS M C M VIEIRA W TEIXEIRA L S M ALCARDE J C OLIVEIRA L B Manual de meacutetodos analiacuteticos oficiais para fertilizantes minerais orgacircnicos organominerais e corretivos 1 ed Brasiacutelia MAPA 2007 v 1
38
WERNER D ROTH R Siacutelica metabolism In LAUCHILI A BIELESKI RL (Ed) Encyclopedia of plant physiology New Series Berlin Springer-Velag 1983 v 15B p 682-694
- Parte inicial dissertaccedilatildeopdf
- RESUMOpdf
- Corpo da dissertaccedilatildeopdf
-
36
KORNDOumlRFER G H DATNOFF L E Adubaccedilatildeo com siliacutecio uma alternativa no controle de doenccedilas da cana-de-accediluacutecar e do arroz Informaccedilotildees Agronocircmicas Piracicaba v 70 p 1-5 1995
KORNDOumlRFER G H PEREIRA H S CAMARGO M S Silicatos de caacutelcio e magneacutesio na agricultura 3 ed Uberlacircndia 2004 28 p (Boletim Teacutecnico n1)
KORNDOumlRFER G H PEREIRA H S NOLLA A Anaacutelise de siliacutecio solo planta e fertilizante 1 ed Uberlacircndia 2004 50 p (Boletim Teacutecnico n2)
KORNDOumlRFER G H PEREIRA H S CAMARGO M S Silicatos de caacutelcio e magneacutesio na agricultura 2 ed Uberlacircndia 2003 15 p (Boletim Teacutecnico n1)
KORNDOumlRFER G H PEREIRA H S CAMARGO M S Papel do siliacutecio na produccedilatildeo de cana-de-accediluacutecar STAB v 21 n 2 2002 4 p
KORNDOumlRFER G H LEPSCH I Effect of silicon on plant growth and crop yeld In DATNOFF L E SNYDER G H KORNDOumlRFER G H (Ed) Silicon in agriculture Amsterdan Elsevier 2001 p 133 ndash 147
KURIHARA CH MAEDA S HERNANI LC SILVA WM Eficiecircncia relativa de fraccedilotildees granulomeacutetricas de calcaacuterios sul-mato-grossenses Pesquisa Agropecuaacuteria Brasileira Brasiacutelia v34 n 8 p 1443 - 1449 1999
LOPES A S SILVA MC GUILHERME L R G Acidez do solo e calagem 3 ed Satildeo Paulo ANDA 1990 22 p (Boletim Teacutecnico 1)
LOPES A S Manual de fertilidade do solo Satildeo Paulo ANDAPOTAFOacuteS 1989 153p
MA JF TAKAHASHI E Soil fertilizer and plant silicon research in Japan Amosterdan Elsevier Science 2002 281 p
MALAVOLTA E Manual de quiacutemica agriacutecola adubos e adubaccedilatildeo Satildeo Paulo Agronocircmica Ceres 1981 608 p
MARSCHNER H Mineral nutrition of higher plants 2 ed LondresAcademic Press 1995 889p
MCKEAGUE J A CLINE M G Silica in soils Advances in Agronomy New York v 15n 3 p 339-397 1963
MEURER E J Fundamentos de quiacutemica do solo 3 ed Porto Alegre Evangraf 2006 285p
MIYAKE Y TAKAHASHI E Effect of silicon on the growth of cucumber plant in soil culture Soil Science Plant Nutrition Tokyo v 29 p 463-471 1983
37
NOVAIS R F BARROS N F LEITE F P TEIXEIRA J L LEAL P G L Eficiecircncia agronocircmica de escoacuterias de siderurgia Pains Viccedilosa Universidade Federal de Viccedilosa 1993
OLIVEIRA AC HAHNE H BARROS NF MORAIS EJ Uso de escoacuteria de alto forno como fonte de nutrientes na adubaccedilatildeo florestal In GUERRINI IA BELLOTE AFJ BUumlLL LT (Ed) Seminaacuterio sobre uso de resiacuteduos florestais e urbanos em florestas Botucatu Fundaccedilatildeo de Estudos e Pesquisas Agriacutecolas e Florestais 1994 p 77-96
PEREIRA HS KORNDOumlRFER GH VIDAL AA CAMARGO MS Silicon sources for rice crop Scientia Agriacutecola Piracicaba v 61 p 522-528 2004
PLESE L P M Efeito da umidade do solo na reatividade das fraccedilotildees granulomeacutetricas de um calcaacuterio 2000 49f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) ndash Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Universidade de Satildeo Paulo Piracicaba 2000
PRADO R M FERNANDES F M NATALE W Uso de escoacuteria de siderurgia no Brasil estudos na cultura da cana-de-accediluacutecar Jaboticabal Funep 2001 67p
PROGRAMA INTERLABORATORIAL DE CONTROLE DE QUALIDADE DE ANAacuteLISE DE SOLO Manual do laboratorista 2005 33p
RAIJ BV Avaliaccedilatildeo da fertilidade do solo Piracicaba Associaccedilatildeo Brasileira para Pesquisa da Potassa e do Fosfato 1981 142p
RAIJ B V CANTARELLA H QUAGGIO J A FURLANI A M C Recomendaccedilatildeo de adubaccedilatildeo e calagem para o estado de Satildeo Paulo Campinas IAC 1996 285p (IAC Boletim 100)
SCOTT AJ KNOTT MA A cluster analysis method for grouping means in the analysis of variance Biometrics Washington v 30 n 2 1974 p 507-512
SHOEMAKER HE MCCLEAN E PRATT PF Buffer methods for determining lime requirements of soil with appreciable amounts of extractable aluminium Soil Sci Soc Am Proc Madison v 25 p 274-277 1961
SOUSA D M G MIRANDA L N OLIVEIRA S A Acidez do solo e sua correccedilatildeo In NOVAIS R F ALVAREZ V V H BARROS N F FONTES R L F CANTARUTTI R B NEVES J C L Fertilidade do solo Viccedilosa Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo 2007 p 205 ndash 274
SOUSA D M G LOBATO E Cerrado correccedilatildeo do solo e adubaccedilatildeo Brasiacutelia Embrapa Informaccedilatildeo Tecnoloacutegica 2004 416p
VERAS M C M VIEIRA W TEIXEIRA L S M ALCARDE J C OLIVEIRA L B Manual de meacutetodos analiacuteticos oficiais para fertilizantes minerais orgacircnicos organominerais e corretivos 1 ed Brasiacutelia MAPA 2007 v 1
38
WERNER D ROTH R Siacutelica metabolism In LAUCHILI A BIELESKI RL (Ed) Encyclopedia of plant physiology New Series Berlin Springer-Velag 1983 v 15B p 682-694
- Parte inicial dissertaccedilatildeopdf
- RESUMOpdf
- Corpo da dissertaccedilatildeopdf
-
37
NOVAIS R F BARROS N F LEITE F P TEIXEIRA J L LEAL P G L Eficiecircncia agronocircmica de escoacuterias de siderurgia Pains Viccedilosa Universidade Federal de Viccedilosa 1993
OLIVEIRA AC HAHNE H BARROS NF MORAIS EJ Uso de escoacuteria de alto forno como fonte de nutrientes na adubaccedilatildeo florestal In GUERRINI IA BELLOTE AFJ BUumlLL LT (Ed) Seminaacuterio sobre uso de resiacuteduos florestais e urbanos em florestas Botucatu Fundaccedilatildeo de Estudos e Pesquisas Agriacutecolas e Florestais 1994 p 77-96
PEREIRA HS KORNDOumlRFER GH VIDAL AA CAMARGO MS Silicon sources for rice crop Scientia Agriacutecola Piracicaba v 61 p 522-528 2004
PLESE L P M Efeito da umidade do solo na reatividade das fraccedilotildees granulomeacutetricas de um calcaacuterio 2000 49f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) ndash Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Universidade de Satildeo Paulo Piracicaba 2000
PRADO R M FERNANDES F M NATALE W Uso de escoacuteria de siderurgia no Brasil estudos na cultura da cana-de-accediluacutecar Jaboticabal Funep 2001 67p
PROGRAMA INTERLABORATORIAL DE CONTROLE DE QUALIDADE DE ANAacuteLISE DE SOLO Manual do laboratorista 2005 33p
RAIJ BV Avaliaccedilatildeo da fertilidade do solo Piracicaba Associaccedilatildeo Brasileira para Pesquisa da Potassa e do Fosfato 1981 142p
RAIJ B V CANTARELLA H QUAGGIO J A FURLANI A M C Recomendaccedilatildeo de adubaccedilatildeo e calagem para o estado de Satildeo Paulo Campinas IAC 1996 285p (IAC Boletim 100)
SCOTT AJ KNOTT MA A cluster analysis method for grouping means in the analysis of variance Biometrics Washington v 30 n 2 1974 p 507-512
SHOEMAKER HE MCCLEAN E PRATT PF Buffer methods for determining lime requirements of soil with appreciable amounts of extractable aluminium Soil Sci Soc Am Proc Madison v 25 p 274-277 1961
SOUSA D M G MIRANDA L N OLIVEIRA S A Acidez do solo e sua correccedilatildeo In NOVAIS R F ALVAREZ V V H BARROS N F FONTES R L F CANTARUTTI R B NEVES J C L Fertilidade do solo Viccedilosa Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo 2007 p 205 ndash 274
SOUSA D M G LOBATO E Cerrado correccedilatildeo do solo e adubaccedilatildeo Brasiacutelia Embrapa Informaccedilatildeo Tecnoloacutegica 2004 416p
VERAS M C M VIEIRA W TEIXEIRA L S M ALCARDE J C OLIVEIRA L B Manual de meacutetodos analiacuteticos oficiais para fertilizantes minerais orgacircnicos organominerais e corretivos 1 ed Brasiacutelia MAPA 2007 v 1
38
WERNER D ROTH R Siacutelica metabolism In LAUCHILI A BIELESKI RL (Ed) Encyclopedia of plant physiology New Series Berlin Springer-Velag 1983 v 15B p 682-694
- Parte inicial dissertaccedilatildeopdf
- RESUMOpdf
- Corpo da dissertaccedilatildeopdf
-
38
WERNER D ROTH R Siacutelica metabolism In LAUCHILI A BIELESKI RL (Ed) Encyclopedia of plant physiology New Series Berlin Springer-Velag 1983 v 15B p 682-694
- Parte inicial dissertaccedilatildeopdf
- RESUMOpdf
- Corpo da dissertaccedilatildeopdf
-